beta: Paah Souza.



Prólogo –

Chega um ponto na vida em que você perde o controle, onde nada faz sentido, onde o mundo desaba e só resta o amor. Nem todos sabem quando esse dia chega, se será rápido ou lentamente, doloroso ou maravilhoso. Só esperamos secretamente... Por estar perdendo completamente o controle no amor, na ignorância.


Capítulo 01 –

A música estava alta e as luzes piscavam em diferentes cores, o som da batida fazia o chão tremer um pouco. Eu estava parada, ou melhor, sentada em um dos grandes sofás pretos da mansão do meu melhor amigo: . Só estou aqui por ele, e pelos meus amigos, obviamente.
- , linda do meu coração! – falou o idiota do , um pouco alterado.
- O que você quer desta vez, ? – falei para acabar logo com aquilo. Digamos que, se meu irmão me visse conversando com na festa do , não teríamos bons resultados.
- Calma, só quero conversar. Afinal, é o último dia de verão e você ainda não me deu a resposta. – ele falou, agora me dando um drinque que trouxe para mim do bar. Aceitei por educação.
- A resposta é NÃO, . Não posso simplesmente fingir que namoro você só para a Spiller largar do seu pé. – falei, tentando ser gentil; afinal, eu não consigo entender porque não queria a Kate Spiller, ela era o que posso dizer de... Garota mais popular do Elite High School, só ficando abaixo de mim, do meu irmão, do , do e do , que não veio para a festa.
- , você não entende? A garota é louca, de verdade! – ele falou, já se irritando. Eu saí de perto enquanto ele ficava resmungando e nem via que eu não estava mais lá. Ninguém mandou ele beber demais.
- Gostando da festa, ? – perguntou , abraçado a Cecília, peguete/ficante ou sei lá o que dele.
- Estou sim. Estaria melhor se o não estivesse me incomodando a cada minuto de paz. – falei para com cara de sofrimento e ele começou a rir. Grandes melhores amigos que se têm hoje em dia. Fui atrás do meu irmão, iria voltar mais cedo para o hotel.
- ? – falei enquanto ele quase engolia uma garota ruiva que eu não fazia a mínima idéia de quem era, não mesmo.
- Diga, meu anjo. – ele se virou para mim e eu comecei a rir descontroladamente. Ele estava com a boca toda suja de batom vermelho da garota e com os cabelos bagunçados.
- Eu já vou indo, ok? Essa festa já deu e amanhã é o primeiro dia de aula. Enfim, o motorista vai te esperar, ok, sedução? – falei e ele concordou e voltou para a garota ruiva desconhecida. Boa sorte para ele.

Fui me espremendo entre aqueles corpos suados e colados na sala do . Avistei o já ficando com a Kate, e aquilo, de uma forma estranhamente estranha, doeu - pouco, mas sim. Entrei no carro e fiquei olhando a linda Londres, finalmente agora posso falar melhor o porquê do meu rumo ao hotel. Meu pai era dono de uma grande rede de hotéis, então eu e o moramos em um, na cobertura. Parecia mais um apartamento sofisticado, eu gostava e o meu irmão também, nosso hotel era o The Village. Aos poucos o carro foi parando em frente à grande entrada do hotel. Entrei no elevador e apertei o botão “C”, esperei e agora já estava entrando em casa e indo diretamente para o meu quarto. Fui rapidamente ao banheiro, me despi e tomei um banho no chuveiro mesmo, sabia que se fosse para a banheira eu dormiria lá. Vesti minha camisola rosa e preta de seda e fui dormir. Amanhã seria um longo dia cheio de surpresas. Como sabia? Eu simplesmente acho que sim...

Acordei ao som de ‘I Don’t Want To Be’ do Gavin DeGraw [n/a: é a música de abertura de One Tree Hill]. – Dei um pulo da minha enorme cama, quando é primeiro dia de aula eu sempre fico elétrica! Fui diretamente para o banheiro e tomei um longo banho quente no chuveiro; afinal, de manhã cedo em Londres é de congelar. Depois do banho, eu me enrolei no roupão azul que tinha no meu banheiro e fui vestir o uniforme da Elite High School: saia de prega azul marinho e preto, camiseta um pouco social com o brasão do colégio, gravata azul, meia 7/8 branca com duas listras azuis, e meu All Star preto de “couro”. Penteei meu cabelo e fiz um rabo de cavalo bem apertado e alto, com a franja nos olhos, e desci para comer.
- BOM DIA! – cheguei gritando e , que estava na mesa, tapou os ouvidos. Ressaca, eu sabia.
- Bom dia. Gostaria muito que você não gritasse, . – ele falou sorrindo, eu e ele não brigamos, somos unha e carne, sol e céu...
- Não tenho culpa se você voltou tarde e mais bêbado do que já estava. – falei com um imenso sorriso, pois no meu prato já tinha waffles com chocolate e morango! Meu café da manhã preferido.
- Você deveria ter ficado mais um pouco, voltaríamos juntos e eu não me sentiria tão estranho por ser o único de ressaca, quando você é quem bebe as coisas mais fortes. – ele falava com as sobrancelhas juntas.
- A festa já tinha dado. Aliás, não aproveitava nada com o no meu pé a noite toda... E depois ficou com a Kate, não entendo, não mesmo. – eu falei e depois tomei um gole de suco.
- Como? Ele teve pelo menos a ousadia de te pedir para fingir estar com ele? Idiota, meu amigo é realmente um idiota! Será que ele esqueceu que você tem namorado? E que é , um dos melhores amigos dele? – ele falava agora com um pouco de raiva, pois não é todo dia que o melhor amigo tenta usar a irmã dele só para não ficar com outra garota.
- Não ligo, ele sempre foi assim. Mas não conte nada ao , ok? – perguntei ,preocupada. Afinal, era meu namorado dos sonhos e eu gosto muito dele. Não queria que ele pegasse briga com o melhor amigo por minha causa, não mesmo.
- Não, eu não falo, nem se preocupe. Mas por que o não estava na festa ontem? Ele não perde nenhuma, ninguém perde uma festa de ! – ele falou, me tranqüilizando e questionando, ninguém realmente perde uma festa dada pelo .
- Os pais deram um jantar para os novos vizinhos, então ele e a tiveram que ficar. – falei triste, se ele tivesse ido para a festa, ela com certeza seria bem melhor, e com a , minha melhor amiga e cunhada.
- Realmente uma pena. Agora termina de se arrumar ou nós vamos nos atrasar! - ele disse e eu fui correndo para o meu banheiro terminar de me arrumar. Ou seja: escovei os dentes e passei lápis bem forte, seguido de máscaras para cílios, peguei minhas coisas escolares e meu motocubo (é um celular, ok?) e estava pronta. Desci rápido, já diretamente para a limusine e encontrei e encostados nela, me esperando... Pára tudo. ?
- AMOR! – gritei e fui correndo abraçá-lo. Abracei com muita força e ele abraçou de volta. Eu estava realmente com saudades. Ele me beijou e eu retribuí [n/a: não, que isso, ficou lá parada feito burra HIAOSDHIOASHD’] até escutar meu irmão estraga-momentos-lindos-e-bons.
- Odeio estragar isso, mas de manhã? De língua? E na minha frente? – ele falava com cara enjoada e muito engraçada.
- Arranje uma namorada para você, ! – falou , rindo e me abraçando de lado.
- Haha, muito engraçado, . Eu sou , não namoro sério! – falou, sorrindo.
- Então agora que seu ataque acabou, que tal irmos para o colégio? – eu falei, tentando apressar os dois homens da minha vida.
- Preparados para fofocas, festas, intrigas e muita pegação? – falou, fazendo voz de apresentador e rimos sem parar, rumo ao Elite High School. Mais um ano.

Capítulo 02 –

Saí do carro e logo vi a entrada da Elite High School cheia de alunos como nós, conversando ou simplesmente se pegando. Quando chegamos, alguns olhares se viraram na nossa direção. Minhas bochechas estavam quentes e vermelhas. Não sei por que ainda fico envergonhada com isso! Não gosto dessa história de "popular", mas eu sou - assim como meus amigos e meu namorado.
- AMIGA LINDA! – chegou gritando e me abraçando fortemente. Retribuí o abraço com mais força, estava com saudades dela.
- Oi, , senti sua falta na festa de ontem! Recebeu meu SMS? – falei, com uma careta. Já tinha contado a maior parte dos acontecimentos da festa do por SMS.
- Recebi sim e não acredito! Aquele idiota, canalha, sem futuro... – arregalei os olhos e ela entendeu que ainda estávamos na presença de e de .
- Que SMS? Quem é o sem futuro? – me perguntou e eu me senti encurralada. Mas sempre se acha uma saída.
- Foi o namorado de uma colega nossa, que a traiu na festa. Um horror, terrível! – inventei a primeira coisa que me veio na cabeça, uma invenção deplorável!
- Trágico! – falou e desatou a rir, do tipo rir muito. Um grupinho de meninas que iam passando riram juntas também, que idiotas! Sim, eu tenho ciúmes do meu irmão.
- Tudo bem, só o que me importa é o meu relacionamento, não o dos outros. – falou e veio me abraçar, me dando um selinho, que em seguida foi retribuído por mim. Percebi que ele nem ligava mais para a história da festa, ainda bem! Não acho que ele gostaria de saber o que um dos melhores amigos tentou fazer...
- ECA! e se agarrando a essa hora da manhã! Que ato asqueroso de se ver! – falou entre risadas, enquanto cumprimentava todos. Mal olhei para ele, digamos que mesmo um pouco alterada não esqueço o que vi, não mesmo!
- Você faz pior, Little , bem pior! – disse, rindo. Eu tive que fazer o mesmo, mas com um pequeno tom de ironia que eu espero que ninguém tenha percebido.
- Você não pode falar, vocês são piores! - falou e desatou a rir. Hoje o garoto estava meio abestalhado, só pode! Mas então eu notei o que ele falou e corei fortemente.
- QUÊ? , vê se cala essa boca! – falou entre dentes, mas já era tarde. tinha escutado o que falou, só que não disse nada. Apenas ficou chateado, do tipo: muito!
- Enfim, deixando essa conversa nada agradável de lado, vocês estão animados para esse ano? – falou,literalmente me salvando.
- Não acho que vá ser um ano calmo, parece que vai ser bem agitado! – respondeu , se juntando a nós.
- ! – gritei e o abracei. Sou afetada, fato.
- Hey , oi gente. – ele falou e recebeu um olhar mortal de .
- Oi , dá pra largar minha namorada? – falou me puxando para um abraço. Namorado ciumento, esse meu.
- Oi . Deixa de ser ciumento, essa aí te ama. Enfim, pessoas, no almoço eu tenho uma novidade ótima para vocês. Não conto agora porque estou de saída, tchau! – falou e foi em direção a . A mesma que ele estava na festa do dia anterior, mas eu não tinha me tocado ainda.
- Fui só eu que achei isso super estranho? – perguntou, sorrindo e olhando para os dois. é nossa amiga, mas nem tanto. Só “curtimos” juntas, festas e tal, mesmo grupo de amigos...
- Não acho estranho, o estava com ela ontem na festa de despedida do verão e também no início do ano. Parece que eles estão se gostando! – falava totalmente incrédulo. Só poderia esperar isso do , ele nunca teve nada sério com ninguém.
- Apoio você , o bom é sem compromisso. Somos da Elite High School, não temos muito disso aqui. – disse e olhou para mim. Eu sabia que ele queria dizer que eu precisava de um namoro sério, às vezes pode ser um irmão bem protetor.
- É, mas eu não preciso ficar com todas como vocês, já tenho a que preciso! – falou. Preciso dizer que me derreti? Ele pode ser ciumento, mas também bastante romântico às vezes. Afinal, quem consegue entender a gente? Agora penso que nem meu professor de Geografia, Marcus: “Vocês são adolescentes sem controle dos atos e dos hormônios”.
- Odeio ficar de fora dessas conversas super produtivas de vocês! – falou e o sinal tocou.
- Salva pelo gongo . – falou, passando por ela e provavelmente indo para a sala dele. ficou um pouco rosada e depois foi para a sala também, sendo acompanhada por . Só sobramos eu e .
- Parece que vou ter que aturar alguns bons resmungos do Sr. Hudson... E você, meu amor? – ele perguntou, passando a mão pela minha bochecha, fazendo um carinho tão bom...
- Vou ter que copiar os enormes textos de volta às aulas da Srtª. Burke, sobre anatomia humana ou coisa parecida – disse, fechando os olhos e sentindo o cheiro gostoso do meu namorado.
- Poderíamos estudar anatomia na minha casa depois, sou um ótimo professor – ele sussurrou no meu ouvido e eu me arrepiei completamente. Digamos que não é um bom calmante nessas horas.
Ele me beijou longa e delicadamente, como se eu fosse de vidro e pudesse quebrar a qualquer momento. Nossas línguas dançavam juntas, como se nunca se cansassem ou quisessem se separar, como se fossem se unir para todo o sempre.
Tivemos que parar o beijo. Na verdade EU parei, já que o sinal tinha tocado e já estava empolgado com a ideia de matar aulas.
- Sabia que você é muito chata por me provocar assim? Queria não ter escola hoje, seria um dia mais produtivo – ele falou, rindo como uma criança, o sorriso todo iluminado. Agora sim eu consegui ficar triste por ter que assistir às aulas chatas de biologia.
- Eu sei, por isso vamos entrar. Não quero você ruim em história e nem me quero ruim em biologia... Temos muito tempo para estudar anatomia humana – o sorriso dele só faltou rasgar o rosto de tão grande quando eu falei, mas com certa malícia que eu bem conhecia.
- Então vamos logo! Tchau meu amor, cuidado com os tarados – ele me deu um selinho rápido e eu saí andando para o lado da minha sala de biologia. Enquanto ria, gritei:
- VOCÊ É O TARADO, SEU LOUCO! – ele gargalhou e eu entrei na sala. A professora vinha atrás de mim, me reprovando com o olhar, mas eu não liguei. Sentei no meio e logo tratei de conversar com meus amigos.

As aulas logo passaram e chegou a hora do almoço, quando tratei rapidamente de ir me sentar no imenso jardim. Eu e meus amigos sempre ficávamos ali nessa hora. Não estava com fome e queria logo saber o que o tinha de tão especial para dizer.
- ! Ainda bem que você chegou, não aguento mais esperar para descobrir o que o vai contar! – falou, com muita ansiedade. Sentei-me ao lado de , dando um selinho nele, enquanto o mesmo apoiava o braço em meu ombro.
- OK! Agora que todos vocês estão aqui, tenho uma notícia um tanto quanto boa... – falou, mas o tinha que interromper!
- Fala logo! – ele disse, sorrindo ao ver a careta que fez para ele.
- Falarei agora se você não interromper, seu gay! Como todos sabem, sempre acontece uma festa bombástica na primeira semana de aulas. Esse ano quem faz a festa é a , então estamos todos convidados. Vai ser à noite e na piscina, no mínimo de arrasar! O que me dizem? – falou e eu logo tratei de sorrir. Adoro nadar durante a noite e adoro as festas da . Realmente, sempre arrasam.
- Eu topo sem nem pedir, festas estão no meu sangue – falei e sorri para o .
- Eu também nunca perderia essa festa! – me deu apoio, me fazendo sorrir mais.
- Já estou lá – disse, abrindo um sorriso imenso e magnífico. Isso deixou seus olhos menores e mais brilhantes, o que foi perfeito... Mas eu não penso em quando tenho !
- Já estamos lá, certo, ? – perguntou para e ela concordou.
- Então, que a festa nos aguarde. – falou e todos gritamos. Seria a festa perfeita.

Capítulo 03 –

Eu estava com no shopping, faltavam dois dias para a festa na mansão da e eu não tinha absolutamente NADA para vestir! Tudo bem que eu tenho um closet enorme, mas nada ali me agradou para aquela festa, e a também já estava surtando.
Já tínhamos algumas sacolas nas mãos, mas ainda não achamos o biquíni certo, então fomos almoçar no Burger King.
- Você sabe quantas calorias isso tem ? Desse jeito não dá! – falava enquanto eu pagava o meu “almoço” no caixa e esperava ela pagar o dela.
- Eu não me importo, e você deveria se alimentar melhor, juro como não entendo como você consegue comer só folha e mais folha, isso até me enjoa! – Fiz uma careta e nos dirigimos para uma das mesas da enorme praça de alimentação daquele shopping.
- Eu acho que o está apaixonado pela , nunca o vi com tanto brilho nos olhos. – falou sorrindo e eu sorri também, ela tinha muita razão sobre isso.
- Também acho isso vai dar em casamento, escreve o que eu estou falando! – Falei e comecei a almoçar e pensar em como e são um casal realmente perfeito.

Eu e terminamos o almoço e fomos novamente às lojas em busca do biquíni perfeito para a festa da . Finalmente, depois de um certo tempo, achamos os biquínis perfeitos, eram simples e maravilhosamente bonitos. Ainda era quinta-feira e a festa é só no sábado, mas todos no colégio, pelo menos as pessoas que conheço, estavam super animados para tal evento, pois era uma das festas mais importantes do ano, a festa de boas vindas ao novo ano escolar, pode parecer intelectual e brega, mas eu garanto que não é nem remotamente perto disso.

Cheguei exausta no hotel, andar naquele shopping o dia todo cansava demais. Fui diretamente pro meu quarto, larguei todas as sacolas no closet e fui para o meu banheiro. Chegando lá, me despi e entrei no chuveiro, sentindo aquela água fresquinha cair sobre mim, e relaxei. Lavei meu cabelo e me limpei devidamente terminando o banho. Saí e fui escovar os dentes e pentear o cabelo. Já de pijama, rumei pra cozinha, estava com fome, pois é, almocei e não lanchei, chegando lá estavam e , que ótimo que é ter na minha cozinha quando eu estou de PIJAMA! E não é um dos meus pijamas mais descentes, devo acrescentar.
- Heeey, , já vai dormir? – O falou tentando tirar onda com a minha cara, idiota!
- Não, tenho mais o que fazer. – Falei e fui dar um abraço em , fazia um dia que eu não via o meu irmão gêmeo direito, estava realmente com saudades.
- , , onde você passou o dia em mocinha? – perguntou me colocando em seu colo.
- Well, eu fui pro colégio, mas nem te vi lá e nem quero imaginar onde você estava, e depois fui ao shopping com a , almoçamos por lá e passamos o dia fazendo compras, e achei o biquíni para a festa da ! – Falei e fui pegar água, estava com sede.
- Espero que não seja minúsculo! – falou tentando não rir, ai céus, que irmão mais fofonildo eu fui arranjar!
- Não é, é muito lindo. Mas então, o que o faz aqui? – Perguntei para o e olhei pra , ele estava especialmente lindo hoje.
- Eu vim conversar umas coisas com o , e pra você é somente , . – falou e piscou pra mim, fechei a cara só para não derreter completamente, fato.
- Muito engraçado , enfim, o que tem de bom para jantar aqui? – Perguntei e senti meu estômago “roncar”, mas é claro que eles não perceberam ou ouviram.
- Essa hora você sabe que a cozinha do hotel já fechou e os cozinheiros já foram embora, e não somos bons na culinária. – falou e fez careta, aquele dali não sabe nem fritar um ovo.
- Eu queimo até água! – falou e olhei assustada para ele, só conseguiria queimar água, somente ele mesmo...
- Então nessa questão lamentável em que estamos não resta nada a não ser... – falou e logo todos gritaram juntos:
- PIZZA!

Ligamos para a pizzaria e pedimos uma pizza família de calabresa, com o refrigerante, já que certos e fizeram questão de acabar o estoque da geladeira. Comemos, comemos, comemos, bebemos, bebemos e bebemos!
Resolvemos assistir um dos maravilhosos filmes da enorme estante de filmes. Estava uma guerra para decidir que filme, eu queria Dia dos Namorados Macabro (n/a: homenagem a minha linda fefili <3) o Jensen tá tão lindo nesse filme, mas tem medo e quer ver HSM (n/a: dedico para minha linda, e única jéjili), o que me rendeu bons minutos de crise de risos!
Acabamos nos decidindo por Transformers 2, porque eles queriam ver a Megan Fox!

- Tudo bem, chega de carros malucos por hoje, estou com sono e amanhã ainda é sexta-feira, e eu tenho que dormir antes que eu pegue no sono aqui mesmo. – Eu falava coisas desconexas, pelo menos são sem nexos no meu ponto de vista.
- Boa noite, , não se atrase amanhã. – falou e me deu um beijo na testa, enquanto se levantava com , será que ele ia dormir aqui? Parte minha quer que sim, outra parte espera que não.
- , você vai dormir aqui? – Perguntei para acabar com a minha curiosidade repentina.
- Não, vou pra casa, mas vejo vocês no colégio. – Ele falou e foi se dirigindo ao elevador, fomos atrás.
- Tchau , obrigada por ter vindo. – falou e deu uma “tapinha” nas costas do e foi em direção à escada, já bêbado de sono imagino.
Percebi que só restamos nós dois e um frio na barriga se manifestou em mim, o que será isso? Digo, não é muito normal ficar sozinha com ele, sempre estamos rodeados de amigos, mas nunca sozinhos, como agora...

- Hoje foi ótimo , obrigado por ser mais amiga minha agora. - Ele falou e fez uma careta, para tudo, desde quando não sou amiga dele?
- , não diga isso, sempre fomos amigos, aliás, fomos sempre bons amigos, podemos não ser daqueles que contam segredos e ficam conversando toda hora, mas somos bons amigos, e eu te adoro. – Falei tudo aquilo que eu sinto pelo menos o que eu acho que sinto
- Desculpe , também te adoro, muito, e hoje foi realmente bom, obrigada. – falou e sorriu, sorri também, um sorriso verdadeiro e lindo vinha dele, sorriso que nunca irei esquecer.
- Não foi nada, e não quero mais que a gente fique sem se falar muito, digo, você é um dos meus melhores amigos, e eu te adoro, e não é bom ficar longe de amigos. – Falei e olhei pra ele que tinha um olhar um tanto quanto surpreso.
- Eu sou é? – Ele perguntou e sorriu mais, se sorrir mais, ele rasga o rosto lindo que ele tem.
- Você é sim, agora, por favor, me deixa dormir antes que você tenha que me carregar. – Falei rindo e ele riu também, não queria expulsá-lo e ele sabia que eu não estava fazendo isso, até porque, ele também está com muito sono.
- Tudo bem, tchau . – Ele veio até mim e me deu um beijo na bochecha.
- Tchau ... – Deixei a frase perdida pelo beijo na bochecha dele que eu dei, tinha que retribuir certo? Fui educada desse jeito! Ele foi saindo e eu também, quando eu ia começar a subir a escada, ele me chamou...
- Ah! ! Você também é uma das minhas melhores amigas, a única, na verdade. – Ele falou com um sorriso tímido e entrou no elevador, fiquei algum tempo ainda abestalhada na escada, desde quando era tão fofo assim?
Continuei subindo a escada e fui em direção a minha suíte, chegando lá fui para o banheiro e escovei os dentes. Depois fui para minha cama e liguei a TV em um canal qualquer, tentei dormir e adormeci pensando nele, .

Capítulo 04 –

Eu estava na praia, era hora do crepúsculo e a areia nas minhas mão me davam uma ótima sensação. As ondas iam e viam, azuis como o céu, a praia deserta só me dava mais ainda a sensação de calma, para poder pensar na vida, no que eu quero para o meu futuro. Sinto uma mão em meu ombro e era ele, estava ali também, parecendo um anjo, meu anjo. Ele se sentou do meu lado e eu me encostei nele, sentido o cheiro dele, aquele único no mundo, único na minha existência. Ele tinha um olhar diferente sobre mim, não era mais aquele olhar com certo deboche, era um olhar lindo, quase de amor, mas não poderia ser. Ele me abraçou, me abraçou como nunca tínhamos nos abraçado antes, um abraço amigo e ao mesmo tempo amoroso, ele chegou perto do meu rosto e paçou o nariz no meu, como num beijo de esquimó, foi para o meu ouvido e falou "Está na hora" e então...

'I don't wanna to be anything other than what I've been trying to be lately
All I have to do is think in me and I have peace of mind'

Acordei, simplesmente acordei ao som do despertador, confesso que hoje o Gavin DeGraw está me deixando com raiva. Decidi que era melhor eu me levantar logo e ir pro banheiro, começar a me arrumar para o colégio. Me despi e entrei no chuveiro, a água que caía em mim me lembrou do meu sonho, e que sonho estranho, posso dizer. Desde quando eu sonho com ? Realmente, não sei, só acho estranho. Logo tratei de terminar meu banho, assim escovando os dentes e logo em seguida vestindo meu uniforme e calçando meu par de all star, descendo para a cozinha e chegando lá encontro quase dormindo em cima do prato de panquecas.
- Sabe eu gosto de panquecas mas não sei se você ficar cheirando a ela será legal. - Falei e ele rapidamente tratou e sair de cima do prato.
- Bom Dia pra você também, . - Ele falou e em seguida deu um bocejo.
- Noite difícil? - Perguntei enquanto sentava e me servia.
- Sim, sim... Quase que não dormi direito, fiquei girando pela cama, pensando em... Deixa pra lá - Ele falava e percebeu que falou demais, fiquei curiosa pra saber o que o meu próprio irmão gêmeo escondia de mim.
- Você sabe que pode confiar em mim, não é? , somos gêmeos, e você é meu amigo também, pode me contar! - Falei e segurei a mão dele, uma hora ele iria ceder.
- Eu sei, . Mas não posso falar agora, ok? Quando for o momento certo eu falo. - Ele disse e continuou comendo, decidi continuar também.

Terminamos de comer e fui terminar de me arrumar, seguindo para o banheiro, escovando os dentes outra vez e passando uma leve maquiagem, decidi deixar o cabelo preso hoje e aproveitei para também pegar um casaco, mesmo com aquecedor nas salas é claro que não tinha fora, e Londres sempre é fria. Desci o mais rápido que consegui para o carro, onde já estava dentro, provavelmente cochilando, como sempre. Entrei no carro e passei as mãos pelos cabelos de , que sorriu com meu gesto. Nossa, como ele havia se tornado um homem tão rápido, não era mais aquele garoto que só queria saber de jogos e de ficar "paquerando" as menininhas, ele era o meu , o de sempre, mas amadurecido agora, e eu tinha tanto orgulho.
- Eu te amo tanto, . - Falei e o abracei, ele abriu os olhos e me olhou com os olhos brilhando.
- Eu também te amo, , muito. - Ele me abraçou de volta sorrindo e beijou minha testa e só então, o carro parou e descemos dele, encontrando o pátio cheio de alunos da Elite High School, mais um dia.

Aquela aula de matemática já estava me dando nos nervos, não podia mais conversar com sobre a festa porque a Sra. Torres nos separou e disse aqueles resmungos de sempre. Na verdade, eu estou muito ansiosa para a tão esperada festa de , além de ser uma ótima amiga é uma das melhores pessoas daqui que organizam uma boa festa, ou uma das únicas. E comecei a pensar que, ultimamente, eu e estamos nos afastando um pouco, tudo bem que é a primeira semana de aula, mas geralmente somos grudados, ou isso é paranoia da minha cabeça, afinal, e se afastando? Soltei um risinho baixo e olhei para onde estava , tínhamos essa aula com , e eles de alguma maneira estavam conseguindo trocar torpedos, esses dois ainda casam, tenho certeza. Finalmente tocou o sinal e fomos todos (, e eu) para o grande jardim, hoje, novamente, não estava com vontade de comer nada. Chegando lá, estava de costas pra mim, fui andando devagar e tapei seus olhos, sentindo que ele sorria.
- Ora, ora, se não é a namorada mais linda do mundo! - Ele falou e me puxou para seu colo, dude, como ele soube que era eu? Não é tão óbvio!
- E como você sabia que era sua namorada mais linda do mundo? - Perguntei dando um beijo de esquimó nele e me lembrei do sonho, me afastando devagar para ele não perceber minha mudança
- Tá brincando? Só você usa esse perfume em toda Elite High School, e eu acho que devo conhecer minha própria namorada. - Ele falou e se aproximou para me beijar, mas eu apenas lhe dei um selinho, e ele me olhou estranho, mas esqueceu, já que o puxou para uma conversa sobre a festa da e empalhou ela perguntando quem ia e quem não ia, acabou que e entraram na conversa e eu senti falta de uma pessoa, e só poderia ser , incrivelmente ele não estava aqui, mas ele estava quando cheguei e não me lembro de tê-lo visto saindo da nossa mesa, avisei ao pessoal que ia no banheiro e eles nem prestaram muita atenção já que a conversa estava boa demais.
Andei e andei pelo colégio e nem sinal dele, droga, por que eu me preocupo tanto com a ausência dele? Digo, ontem foi ótimo termos conversado, sinceramente, sem o mundo inteiro observando cada passo nosso, mas hoje ele simplesmente estava estranho, será que não estava se sentindo bem? Foi pensando e apertando o passo que escutei duas vozes conhecidas, e essas vozes eram de ninguém mais ninguém menos do que: e Kate Spiller!
- Kate, eu já falei, eu gosto de você realmente, mas minha cabeça está ocupada com outras coisas no momento, tá? - Ele falava com total impaciência na voz, e eu estava cada vez mais curiosa.
- E o que são essas ocupações em ? , por acaso? - Kate já estava elevando a voz e me surpreendi quando escutei meu nome na conversa, what the hell?
- Primeiramente: abaixe sua voz porque você sabe com quem está falando! Segundo: não tem nada sobre nessa história! Terceiro: o que ela tem com isso? - Ele já estava irritado.
- E o que você fazia toda hora na cola dela na festa do ? - Ela falava com a voz de taquara raxada dela, dude, que voz irritante!
- Eu estava conversando com minha amiga, não posso? Que eu saiba não existe nenhum mal nisso! - falou e eu já estava até vendo o "confronto", os dois de rostos irritados.
- Pois muito bem , podem escrever: você e a idiota da Caiaffo vão se arrepender de tudo! - Ela falou e eu quase bati nela, o que essa frustada tem de errado?
- Pago para ver o que você vai tentar fazer conosco. - Ele falou com deboche e achei melhor eu sair, pois ela saía furiosamente da fonte onde estavam. Esperei ela sair e estar fora do meu campo de visão para poder ir falar com , mas é claro que eu não ia contar nem demonstrar que eu sabia de tudo.
- ? Você está por aqui? - Perguntei um pouco alto e um pouco longe, tenho que disfarçar, disfarçar...
- Estou aqui, ! - Ele falou sentado no banco da fonte, fui até lá mas não me sentei também.
- , , te procurei, já já o sinal toca e estamos todos conversando da festa, vamos? - Inventei a primeira coisa que veio na cabeça, na verdade, nem eu sabia por que estava ali.
- Estava aqui, vamos sim! - Ele se levantou e fomos andando lado a lado sem falar nada, quando chegamos no jardim, todos os olhares de voltaram para nós, era de se esperar que as pessoas estivessem espantadas com e andando juntos, geralmente eram todo o "bando" junto, e hoje somente "nós", parece que somente duas pessoas na nossa mesa viraram o olhar para nós: e , os dois só podiam ser irmãos, sempre em perfeita sincronia. Quando sentamos na mesa, os olhares ainda continuaram, mas não mais da nossa mesa, e sim de todo colégio!
- Onde vocês estavam? Fizeram falta na fofoca aqui! - falou e eu ri, sim eu ri sinceramente.
- Eu fui ao banheiro e encontrei no caminho... - Falei e percebi que tinha um olhar um pouco confuso e ao mesmo tempo conpreensivo.
- Well, agora voltando ao assunto, a festa da , todos sabemos que é uma das festas mais importantes do ano, então temos que estar no mínimo, magníficos! - ia falando e logo estava conversando.
- Temos que honrar nossos nomes. - Falei rindo completamente, isso parecia tão superficial, mas nós não somos desse jeito, nenhum de nós.
- Não só pela honra, mas também pelo fato de que temos que continuar organizando tudo no colégio, ou então... - falou e completou:
- Serão os piores que irão organizar, organizamos porque gostamos, e não para aparecer, e somos populares porque sim, e não para humilhar! - Ele falou e todos concordamos.
- Bom, eu e a já garantimos nossos trajes para a festa amanhã, e vocês? - perguntou.
- Eu já tenho também! E vocês meninos? - perguntou gentilmente recebendo sorrisos suspeitos dos quatro, ok, me assustaram.
- Combinamos um tipo de... - começou
- Surpresa incrível... - continuou
- Para todos na festa, será simplesmente... - continuou
- INACREDITÁVEL! - praticamente gritou.
- Então não vou nem tentar descobrir o que é, sei que vocês não vou contar, e afinal, eu adoro surpresas! - falou, ela é totalmente diferente de mim, odeio surpresas!
- Me calo, se vocês aparecerem vestidos de King Kong, eu afogo vocês na piscina, só estou avisando... - falou com um olhar fusilador, ela estava MORRENDO de curiosidade.
- Que coisa feia de se fazer, é como roubar presente de criança, não vão mesmo me contar? - Perguntei fazendo minha cara irresistível, que nenhum dos quatro bobões ali diziam não.
- Porra , a gente NÃO vai falar! Certo meninos? - falou e fechou os olhos.
- Certo... - Eles falavam meio duvidosos e eu aumentei a dose da minha cara de pena e os três acompanharam , fechando os olhos, o que está acontecendo com esses garotos?

O sinal tocou e todos levantamos, eu estava emburrada, e fomos todos andado pras salas e todos iam olhando, às vezes tinha vontade de arrancar cada par de olhos daqueles doidos, pois é, muitas vezes popularidade irrita, muitas vezes mesmo. Tinha essa aula com e era no laboratório, já que é em dupla, sentamos juntos e tratei de descobrir a "surpresa" deles.
- Amor, você não vai mesmo me falar o que é a surpresa? - Perguntei acariciando o rosto dele, ele ia de algum modo ter que me falar aquilo
- , linda, não posso, é surpresa, não é? - Ele falou me dando um selinho prolongado.
- Por favor... - Falei e ele fechou os olhos
- Amanhã de noite você verá! - Ele falou e eu bufei. Que chegue logo essa festa.

Capítulo 05 –

Tudo... Era exatamente sobre tudo que eu estava pensando antes de notar que tinha de começar a me arrumar para a tão esperada festa da . Não estava tão animada como geralmente estaria, espera, na verdade eu estou nervosa! O que é uma coisa totalmente estranha, é só entrar na festa, falar com as pessoas, se "divertir" e voltar pra casa... Certo? Acho que não, a todo momento meus pensamentos de direcionam para , quando na verdade eram para ser completamente ligados ao , mas não, não dessa vez.
É melhor eu começar logo a me arrumar, afinal, o não é a pessoa mais paciente do mundo e eu não sou a mais rápida na questão de se arrumar, o que é uma idiotice, já que eu não me importo se estarei feia ou bonita, eu só quero olhar mais nos olhos tão perfeitos do .
Arrumei-me, do modo mais "relaxado", como se eu sempre me arrumasse simples, afinal, nesse mundo ou você mostra um lindo rosto para o mundo e sorri o tempo todo, ou você perde tudo. Mas faz um bom tempo que não ligo para isso, na verdade, nunca liguei, futilidade é o que menos quero para perto de mim. Terminei de me arrumar e fui para a sala, mas não estava, foi quando meu celular vibrou, era uma mensagem do dizendo que ele não iria comigo porque ainda tinha a maldita surpresa, obrigada, gêmeo.
Desci para o salão principal do hotel e esperei até que o carro chegasse, o que não demorou muito, e vi saindo do carro e me chamando, entramos no carro e ela começou, óbvio!
- Alguma coisa está errada, nunca te vi tão boba, parece até que está apaixonada... Você está?! - ia concluindo sua linha de raciocínio e eu corando, ótimo.
- Claro que estou, pelo seu irmão, por quem mais seria, ? - falei indiferente, mas não acreditando em minhas próprias palavras.
- É, tem razão, de qualquer jeito, é bom te ver feliz, faz tempo que não vejo esse sorriso em seu rosto. - falou e eu a abracei, ela falou a mais pura verdade quanto à minha felicidade.
- Quero só ver o que os meninos estão aprontando, você sabe que eu fico toda ansiosa quando me escondem as coisas. - falei enquanto saíamos do carro.
- Deve ser algo bom e inovador, e, como sempre, a nos surpreende... - ela perdeu sua voz enquanto admirava a mansão, agora toda decorada, da .
Estava tudo realmente incrível, do lado de fora estava tudo normal, mas o que destacava era a forte decoração da entrada: em preto e vermelho, como uns lençóis, que caíam sobre a entrada, onde um segurança checava os nomes na lista. Ele liberou nossa passagem e foi aí que realmente a música aumentou, o chão vibrava e tinha poucas pessoas na sala, já que a festa era na área da piscina, ali era só alguma recepção, e então chegamos à parte da festa.
A piscina estava incrivelmente iluminada, com algumas bandejas infláveis que tinham copos de bebidas e petiscos em cima, algumas vermelhas e outras pretas e uma enorme plataforma de dança por cima de uma parte da piscina, onde algumas pessoas dançavam animadamente. Também tinha luzes, só que as luzes eram somente vermelhas. As espreguiçadeiras agora decoradas de acordo com as cores da festa, muitas mesas e um enorme balcão de bebidas de todos os tipos e cores e uma mesa de frios em outro canto. Então, avistamos e ela veio falar conosco:
- Meninas, finalmente chegaram, pensei que não viriam. - ela falou com o sorriso lindamente e sempre simpático no rosto.
- Claro que sim, nós não iríamos perder sua festa, e parabéns, está perfeita, mas eu vou ter que falar com algumas pessoas, licença. - falou e foi falar com algumas pessoas da festa e fiquei conversando com a , que estava perfeita com aquele biquíni roxinho; é realmente um sortudo por ter alguém como a ao seu lado todo tempo, já dava para perceber que com eles tudo é mágico, e, por falar no , os garotos ainda não tinham chegado, e eu estava cada vez mais nervosa com o que eles estavam escondendo, tinha algo que me dizia que essa festa mudaria tudo.
Conversávamos animadamente e longamente, eu ainda estava com meu leve vestidinho por cima de meu biquíni, e a já estava na piscina com seu biquíni verde e dourado. Eu, com vergonha de tirar meu vestido, peguei um drink verde limão e me deitei em uma das espreguiçadeiras sozinha, teve que ir ver outros convidados, fechei os olhos e tentei relaxar enquanto o líquido queimava em minha garganta, e então decidi repentinamente entrar na piscina, revelando meu biquíni azul.

Notei que tinha quatro cadeiras como as de salva-vidas onde tinha quatro pessoas que eu não conseguia identificar, e então tudo se encaixou quando reconheci os olhos de no meio da escuridão que rondava o rosto desses quatro salva-vidas, eu não conseguia acreditar naquilo. Então, algumas luzes se acenderam por ali, provavelmente tinha cuidado dessa parte, já que ele conhece a casa da melhor que ela mesma, e então todos notaram eles lá, incrivelmente perfeitos, com aquela roupa de banho vermelha e branca, então desceu e veio ao meu encontro. Eu estava conversando com Igor, um ex-ficante que ainda era meu amigo, bastou um olhar de e ele se afastou, então entrou na piscina e nadou até mim.
- Sabe, você não deveria ficar tão próxima dele, isso me deixa extremamente ciumento. - ele falou e me abraçou, dando um beijo em minha orelha.
- E vocês deveriam ser mais discretos com suas surpresas. - quando falei isso ele me beijou calorosamente, enquanto eu envolvia minhas mãos em seus cabelos, agora molhados. Então ouvimos um apito vindo de uma das cadeiras, e quando olhei nessa direção, o indivíduo que apitou era o , só podia.
- Nada de agarrar minha irmã na piscina, não antes dela falar comigo, vem cá, ! - ele disse e eu saí da piscina e esperei ele descer rapidamente da cadeira e me dar um super abraço.
- Agora você ficou todo molhado, seu besta, não precisava de todo esse escândalo! - exclamei rindo enquanto ele me apertava mais e mais, estaria ele um pouco alterado?
- Se você quer matar sua irmã, vai conseguir . - tinha descido do seu "posto" e veio me abraçar também, senti uma escola de samba em mim quando senti seus braços me envolverem.
- Oi, , então quer dizer que vocês salvaram nossas vidas hoje? - falei com sarcasmo enquanto ele ria lindamente.
- Na verdade, estamos mais aqui como juízes do que como salva-vidas, como você percebeu. - ele pegou dois drinks e me entregou um.
- Então... Aos juízes mais fodas de Londres. - levantei meu copo para brindar e ele fez o mesmo, quando um flash invadiu nossa visão e olhamos na direção de onde veio, vendo um rindo loucamente.
- Ah! Vamos lá! A foto ficou ótima, depois entrego a vocês, a me mandou fotografar a festa já que ela está "muito ocupada com essas crianças sem coordenação". - ele falou ainda rindo e imitando a voz dela no final da frase, o que nos fez rir e ele foi dar mais "flagras" nas pessoas da festa. Fiquei conversando com até me arrastar pra dançar.

Senti braços envolverem minha cintura e lábios quentes no meu pescoço, pelo aroma que invadiu meu nariz eu sabia perfeitamente quem era. Virei-me e encarei os olhos de , ele estava respirando pesadamente, e sua respiração batia em meu rosto, sentindo o cheiro de alguma bebida não identificada no momento, estava hipnotizada. Ele começou a dançar comigo, dançávamos conforme nossos sentimentos, como se não tivesse ninguém a nossa volta, como se o tempo estivesse parado e só existisse a música e o som dos nossos corações batendo descompassados. Sua boca estava relativamente próxima da minha, mais do que o recomendável para quem tem um namorado. Mas nesse momento, eu só pensava nele e no quanto esse sentimento ia tomando espaço na minha vida, quando íamos nos beijar, alguém nos empurra na água e emergimos totalmente envergonhados. Olhei para ver quem nos empurrou e pensei ter visto o vulto do , mas a voz de invadiu minha mente e voltei minha atenção para ele:
- , eu... Desculpe-me, não devia ter chegado nesse ponto, foi errado de ambas as partes e você sabe disso... - ele ia se enrolando e eu sabia exatamente o que dizer.
- Está tudo bem, , não precisa se desculpar, não foi nada demais, só amigos, certo? - falei como se tivesse o mundo na minha garganta.
- Tudo bem, somente amigos, vou indo, tem gente me chamando. - ele respondeu e saiu da piscina indo ao encontro de um grupo de conhecidos do colégio, e eu fiquei parada, e depois chegou sorrindo, eu não merecia todo aquele carinho dele certo?
- Amor, eu acho que já vou, quer ir comigo? - ele perguntou me dando um monte de selinhos seguidos.
- Desculpa, amor, mas eu vou com o , você se incomoda? - perguntei temerosa.
- Claro que não, mas vamos nos despedir direito! - dito isso ele sorriu de canto e me puxou para um beijo cheio de desejo.
Fazia tempo que não me beijava desse jeito, estava sentindo profunda falta disso. Retribuí o beijo com mais intensidade, minhas mãos em seus cabelos e as mãos dele na minha cintura.
Finalizamos o beijo e ele saiu da piscina, pegando uma das várias toalhas que tinha por ali e se encaminhando para a saída, enquanto eu o observava. mudou, mudou para melhor, ele cresceu, dói ver quem você ama crescer tão rápido, cada um deles eu conheço desde que me entendo por gente, e agora cá estamos nós. O tempo passa, mesmo quando achamos que passa lentamente, ele passa mais rápido do que esperamos. Saí da piscina e fui à procura de , ele estava conversando sério com , mas não me dei ao trabalho de saber o que era e fui direta:
- , vai agora pra casa? - ele me olhou e sorriu levemente.
- Vou sim, gêmea, só vou pegar nossas coisas e umas toalhas, espera aqui, ok? - ele perguntou, assenti levemente e ele foi. Decidi conversar com .
- Gostou da festa, ? Vai agora também? - perguntei e ele assentiu, sorrindo largamente.
- Sim. Vou ficar por aqui mesmo, aliás, cadê a ? - ele questionou e eu realmente me toquei que a tinha esquecido.
- Eu não sei, qual a última vez que você a viu? - perguntei para .
- Ela estava completamente bêbada, acho que está em algum quarto daqui, roncando. - ele riu e eu ri também, típico de .
- Depois eu quero as fotos, tá bom? - perguntei mais uma vez e ele me olhou seriamente.
- Te passarei o mais rápido, e, ... Acho que tem umas que você não vai querer que eu repasse ok? Então assim que as fotos chegarem, me ligue e me informe! - ele falou e eu assenti, não entendendo.
- Vamos, ? - chegou e me entregou minhas coisas, enrolei-me na toalha e dei um abraço apertado em , que retribuiu e me deu um beijo na bochecha.

Estava silencioso no carro, parecia até que estava calmo, mas é , ele não estava. Olhei em sua direção e ele balançava sua perna nervosamente, e parecia pensar em algo importante.
- ... Você está bem? - perguntei e ele pareceu despertar e me olhou.
- Sim, sim, por que não estaria? - ele me respondeu e eu lhe arqueei uma sobrancelha e ele bufou, eu consegui.
- Tudo bem, eu estou confuso, assim como o , , o que você está acontecendo com você e com o ? - ele falou e meus olhos se arregalaram bastante, o que viu? O que viu?
- Acontecendo? Nada! Somos amigos, , o que vocês viram pra se espantarem tanto? - perguntei para ele, totalmente nervosa, e nem ao menos sei o porquê de todo esse nervosismo.
- , você não sabe que não consegue mentir pra mim? Vimos na piscina, e você pode confiar em mim, sou seu irmão, e gêmeo! - ele falou e em seguida segurou minha mão, passando confiança.
- Eu... Realmente não sei, , eu não sei! Eu me sinto estranha quando estou com ele, sinto-me única, sinto-me feliz, não sei o que fazer! - desabafei tudo e me abraçou com força.
- Calma, meu amor, vai ficar tudo bem, eu estou aqui, sempre. Você tá gostando dele, ? - ele me apoiou e perguntou, uma fina lágrima caiu do meu olho e ele a enxugou.
- Eu acho que sim, , digo, eu nunca senti isso em toda minha vida, nem pelo... Nem pelo ! - eu falei sentindo meu coração apertando, era injusto o que fazia com , certo?
- Calma, , acalme-se, assim você me preocupa mais ainda. Eu acho que ele também gosta muito de você. - ele falou e sorriu e eu gelei.
- Sério? Você acha mesmo? - perguntei incerta e ele assentiu com a cabeça.
- Não sou maior fã do estilo de relacionamentos do , pra você, mas ele te olha diferente, o olhar brilha quando ele te olha, é estranho sabe? - ele deu uma risadinha e eu ri junto, claro.
- Acho que sei que é estranho, porque eu sinto, e eu não aguento mais ficar longe dele, e é mais estranho ainda falar disso com você! - eu falei rindo e ele riu, é estranho isso com , é bom.
- Meu Deus, você tá apaixonada, e por ! - ele quase berrou e eu quase o esmurrei.
- Parece que sim, mas e o ? - perguntei e ele me olhou sério, não temos noção do que fazer, muito menos eu.

Capítulo 06 –

Se existe uma coisa que eu odeio com todas as minhas forças, é estar confusa. Ficamos totalmente sem rumo, totalmente perdidas e vulneráveis. Acho que o maior medo, em toda essa situação, é a rejeição. Seria demais pra mim, porque eu simplesmente largaria tudo por ele e ainda estou me acostumando com todos esses sentimentos, mas não sei o que ele faria por mim, apesar de conhecê-lo há um longo tempo, não sei se conheço o bastante a ponto de saber as ações dele. Poderia chamá-lo de uma ‘caixinha de surpresas’, ele pode ser sempre muito óbvio, mas em certas coisas, ele surpreende totalmente, sempre com coisas boas, pelo menos até agora.
Pensando nisso tudo que lembrei que ainda existia um grande passo: . Céus, o que eu faria em questão a ele? Não acho que ele faria uma cena com o fim do namoro, pois acabar eu já tinha decidido, mas o que me preocupa é quando ele descobrir o motivo, isso sim me perturba. Como ficaria ? Com raiva? Eu realmente não sabia, mas temia de qualquer modo sua reação.

Estava escutando música para tentar relaxar, tentar tirar tudo isso da minha cabeça e deixá-la vazia. Alguém abre uma brecha da minha porta e logo reconheço, era , tirei os fones e o chamei com a mão, ele veio e se sentou na ponta da minha cama.
- Precisamos conversar. – Ele falou cauteloso, e eu só o dei um olhar com ternura, sabia exatamente sobre o que era.
- Estou confusa , realmente não sei o que fazer. – Falei e, em seguida, bufei cansada de toda aquela confusão.
- Eu sei o que você tem que fazer! – Ele falou e seu um sorriso de lado, sabia que ele me salvaria, ele sempre me salva.
- Então me diga, oras! – Falei me animando e já me sentando, mas minha animação foi embora quando ouvi a solução dele.
- Primeiro você deve terminar com o . – Ele falou. Notou, então, que meu sorriso não estava mais no rosto e me olhou esperando.
- Você tem razão, é a primeira coisa que eu devo fazer e vou fazer isso agora. – Falei e peguei meu celular, discando o tão conhecido número do meu, agora, futuro ex-namorado.

Estava no sofá da sala, impaciente, zapeando entre os vários canais da TV, mas nada, absolutamente nada, conseguia me distrair ou prender minha atenção. Só conseguia pensar no momento em que chegaria aqui, e pior, o momento em que terminaria com ele.
Ao pensar nisso, já fiquei angustiada, assustada e sem proteção. Tinha criado um tipo de escudo, mas parece que ele não funcionava muito bem, afinal, ninguém consegue se fechar totalmente ao coração. tinha saído me desejando boa sorte, foi jogar squash no clube, e me deixou aqui, sozinha. Todos meus pensamentos foram alarmados quando escutei as portas do elevador se abrindo, me virei na direção do som e de lá, saía um todo lindo e sorridente, e meu coração apertou ainda mais, o que eu estava fazendo meu Deus?
- O que é tão importante, meu amor? Vim o mais rápido que pude. – Ele falou se sentando ao meu lado e me dando um selinho de cumprimento.
- , nós precisamos conversar seriamente, é importante. – Falei sentindo um nó em minha garganta, me olhava confuso.
- Tudo bem, vamos conversar o que está errado, ? – ele perguntou e então uma lágrima escorreu de meus olhos e eu senti o ar faltar por um segundo.
- Não dá mais, ! – Falei com a voz um pouco alta e enterrando o rosto em minhas mãos, já entregue completamente ao choro, ouvi um suspiro da parte dele.
- Você está acabando comigo, é isso? – Ele perguntou, sua voz estava um pouco emocionada, e olhei em seu rosto, tão sincero e carregado de emoção, abalado.
- É, , eu sinceramente queria poder continuar, mas eu não posso, não dá! – Falei e o abracei fortemente, demorou uns cinco segundos até que ele retribuísse o abraço.
- Não posso dizer que entendo, pois estaria mentindo, nem posso dizer que está tudo bem, porque não está só não suporto seu choro. – Ele falou e notei que agora ele também chorava, mesmo que silenciosamente, só senti suas lágrimas em meu ombro.
- Você me perdoa por isso? – Perguntei o que mais precisava saber naquele momento.
- Não tem o que perdoar, eu só tenho que me acostumar, isso não nos afastará. – Ele falou e em seguida se soltou do abraço e levantou, o olhei confusa.
- Você já vai? – Perguntei e enxuguei minhas lágrimas.
- Sim, já vou indo, . Vou sair. – Ele me respondeu e abriu um pequeno sorriso, já era um começo.
- Você merece tudo , eu te amo, eu espero que continuemos sendo amigos como antigamente, antes de tudo isso. – Falei e me levantei, o acompanhando até o elevador.
- Eu também te amo, obrigada , por mim seremos só amigos, como antigamente, se cuida. – Ele falou e me deu um beijo na testa, entrando no elevador e sumindo da minha vista.

’s Point Of View On
Minha mente estava uma total e completa bagunça, a ficha não tinha caído direito, ou talvez eu estivesse com medo de aceitar que tinha me deixado. Eu vinha sentindo ela meio distante nos últimos dias, mas não fazia idéia que daria nisso, pensava que era só fase, TPM ou coisa do tipo, mas era bem mais grave. O que tinha de errado? Eu não era bom o suficiente? Eu não a fazia feliz? Eu realmente não sabia, mas também, agora não queria saber, acabou, e eu só tenho que me esforçar pra superar. Já tinha dado instruções ao motorista pra me levar ao Dallas, um dos meus pub’s preferidos, costumava ir com e todo o pessoal pra lá. Não, não posso mais pensar nela ainda como uma namorada, mas fica difícil esquecer tudo de um segundo para o outro, todo esse sentimento que eu sinto por ela, mas eu tentaria com todas as minhas forças. O carro parou e desci, vendo a entrada sofisticada do Dallas, entrei e me sentei nos bancos que ficavam de frente para o balcão, a atendente veio até mim.
- Quanto tempo ! O que vai querer hoje? – Ela perguntou simpática, e sinceramente, não lembrava o nome dela, mas respondi educadamente.
- Qualquer coisa, faça algo bem forte pra mim hoje. – Pedi e escutei uma risada feminina do meu lado, me virei na direção da risada discreta e encarei uma linda garota, muito linda.
- Pra mim também então! – Ela pediu para a atendente e eu ainda a encarava, ela tinha traços fortes e parecia uma boneca, delicada demais.
- Parece que você não está tendo um bom dia. – Falei com ela e dei um meio sorriso, e ela sorriu fracamente.
- Parece não, eu tive, e você? – Ela perguntou me olhando nos olhos, ainda sorrindo.
- Minha namorada acabou de terminar comigo, e nem sei direito o motivo. – Falei com um pouco de irritação, não pela pergunta, e sim pela resposta.
- Entendo, é do tipo que você não está nem aí ou supera? – Ela perguntou e em seguida nossos drinks chegaram, e tomei um grande gole antes de responder, sentindo o líquido descendo ardendo por minha garganta.
- Na verdade eu não sei, gostaria muito de descobrir, mas e você? Qual sua irritação do dia? – Perguntei e ela notou que eu não queria mais tocar no assunto.
- Bom, eu sou nova aqui, cheguei hoje, e realmente odeio lugares novos, não conheço ninguém, e nem colégio arranjei ainda, estou irritada com meus pais e minha vida está uma droga! – Ela disparou tudo me pegando de surpresa.
- Entendo, quando me mudei pra cá me senti um pouco assim, mas eu era só uma criança, agora cresci e amo aqui. – Falei sorrindo e tomei mais um gole, e percebi que ela sorriu um pouco.
- Ainda não sei seu nome... – Ela comentou e também tomou um gole, esperando minha resposta.
- , e você? – Perguntei e a olhei, ela sorriu antes de responder.
- Prazer , sou .
’s Point Of View Off

Capítulo 07 –

Alívio, tudo o que conseguia sentir agora era o bom, puro e velho alívio. Tinha tirado um enorme peso da consciência, e foi mais calmo do que imaginei. E agora estou marcada pelo tédio, e morrendo para ver os olhos enigmáticos do .
... Eu precisava falar com ele o quanto mais rápido, mas ainda estava indecisa entre contar ou não pra ele sobre meus sentimentos. Mais uma vez, fui recorrer ao pra me ajudar na decisão, ele tinha chegado do jogo e estava no quarto, provavelmente já tinha tomado banho e estava descansando. Bati na porta do quarto dele, e ele me pediu para entrar. Quando entrei, fui diretamente deitar ao seu lado na cama, ele assistia desenho.
- Acabei com o . – Falei e soltei um suspiro cansado, ele me olhou surpreso.
- E como foi? – Ele perguntou e colocou a televisão em ‘mudo’.
- Foi mais tranqüilo do que imaginei, estou aliviada sabe? Foi a coisa certa a fazer. – Falei e o olhei que tinha uma cara pacífica e indecifrável.
- E qual o próximo passo? – Ele perguntou novamente.
- Eu esperava que você me falasse. – Respondi e o olhei, ele pensou um pouco e pegou o telefone e me entregou. O olhei com cara interrogativa.
- Liga pro , chame-o pra conversar. – Ele disse simplesmente e sorriu, fiquei congelada por um tempo, cogitando a idéia de ver ainda hoje.
- Não tem outra idéia? – Perguntei baixo, e ele me olhou de olhos arrelagalados.
- Você precisa conversar com ele, não pode guardar tudo isso só pra você, ! – Ele exclamou e eu parei pra pensar.
- Pode ser amanhã depois do colégio não é? Peço pra ele sair comigo. – Falei a ele que pensou durante um segundo e assentiu com a cabeça.
- Só converse, ok? E tem que ser rápido, só tome cuidado. – Ele falou e passamos o resto da noite conversando.

Despertador idiota, droga, não queria ter que ir pro colégio, meu corpo não parecia ter coragem o suficiente para fazer isso, não mesmo. De contra vontade, me levantei e arrastei-me até o banheiro para tomar um longo banho. Fiz tudo o que fazia toda manhã de semana e quando dei por mim, já estava no carro indo pro colégio. Não fazia idéia ou me lembrava de como tinha chegado até aqui. Me dirigi rapidamente pra minha sala, faltavam só alguns poucos minutos pra tocar o sinal, e minha primeira aula era Álgebra, ótimo pra começar uma segunda-feira como essa. As aulas passaram impressionantemente rápidas, no intervalo não fui sentar com meus amigos, não estava com coragem de ouvi-los perguntar o que tinha de errado, não dessa vez. Fiquei no jardim até o sinal tocar novamente e fui novamente pra sala de aula, não prestava atenção em alguma coisa de qualquer jeito. O que estava me matando, é que vi conversando com uma garota que eu nunca tinha visto antes, talvez ela fosse novata. Bom, eu estava feliz por ele, porque ele parecia alegre, e isso já tirava mais um pouco de peso da minha consciência, bastante na verdade.
Finalmente, tocou para sairmos e fui rapidamente a procura de . O encontrei sozinho, terminando de fechar seu armário, fui até lá, e ele sorriu pra mim.
- Então, a minha amiga desaparecida resolveu aparecer. – Ele falou e riu um pouco, o que fez um sorriso brotar em meu rosto.
- Na verdade, eu gostaria muito de conversar com você. – Falei e abaixei o olhar, para não ter que encarar o dele que agora queimava sobre mim.
- Pode falar. – Ele falou naturalmente, trancando o armário.
- Não aqui. Poderíamos sair daqui, ir conversar em outro lugar? – Pedi envergonhada e ele sorriu um dos seus lindos sorrisos
- Claro que podemos, linda. – Ele falou suavemente e passou os braços por meus ombros, me puxando pra fora do colégio.
O olhar de todos, novamente, caíam sobre nós. Mas um olhar, principalmente, me intimidou. nos olhava um pouco distante, ainda com a garota ao seu lado, e eu não sabia decifrar aquele olhar, nunca o tinha visto antes. Apertei o passo e me acompanhou, entramos em seu carro e ele foi dirigindo, para onde eu não sei.

Estranhei quando passamos pelo portão da casa de , não sabia que ele me levaria pra lá, mas não me incomodei, sabia que essa hora geralmente não tinha alguém lá, fora os empregados. Fomos para a sala de jantar e sentamos lado a lado.
- Bom, chegamos, posso te perguntar uma coisa? – Ele questionou enquanto se servia.
- Claro que pode, . – Falei e terminei de servir o meu prato.
- O que tinha de errado com o ? – Ele perguntou.
- Terminamos. – Falei e comi um pouco, seu olhar queimava em mim.
- Posso saber o motivo? – Ele perguntou, e em um ato de coragem eu decidi falar.
- Foi por você, .

Capítulo 08 –

Tudo passando incrivelmente rápido, me sentia completamente estranha. Minha vida tinha sofrido uma grande reviravolta - uma boa reviravolta, se quer saber. Confesso que, nesse tempo, consegui pensar em tudo o que eu tinha feito. E não me arrependo, não mesmo.
Digo, se você precisa fazer uma coisa, faça, mas não olhe para trás e lamente, apenas faça... Geralmente tem um bom resultado. No final, ou não, ainda estou decidindo o meu. e eu estávamos juntos, não namorando, mas juntos.
O único problema de tudo isso é que ninguém sabe - e quando digo ninguém, nem mesmo . Depois que almocei com ele, conversamos bastante e decidimos ficar juntos, mas guardar isso conosco por enquanto, pois temíamos a reação dos nossos amigos, e principalmente a reação de . Agora ele estava muito com a . Eles viraram ótimos amigos, e eu gosto dela; ela faz bem ao , então faz bem a mim conseqüentemente.

A chuva batia no vidro do carro, e eu adorava aquele barulhinho. Estava indo para o colégio e estava ao meu lado - quase dormindo, para variar. Acordei-o quando chegamos e fomos correndo para dentro do colégio, ainda assim nos molhando um pouco. Me despedi de e fui para a minha primeira aula, biologia, com .
Sentei-me em nossa bancada - afinal, era uma bancada dupla, e que sentava ao meu lado. Ele ainda não tinha chegado, mas logo entrou pela porta, com os cabelos molhados e um pouco bagunçados, particularmente perfeito, e veio se sentar ao meu lado, me dando um beijo na bochecha.
- Bom dia! – ele falou depois que desgrudou sua boca de minha bochecha. Parecia feliz.
- Bom dia. Pegou muita chuva? – perguntei notando, sua blusa do uniforme um pouco molhada, o que a deixava um pouco transparente, me fazendo morder o lábio.
- Um pouco, nada grave. Vamos sair hoje? – perguntou enquanto segurava minha mão debaixo da mesa, assim ninguém via.
- Para onde? – perguntei enquanto ele acariciava minha mão. Ele pareceu pensar e logo me respondeu.
- tinha me falado sobre um novo pub que abriu... Não me recordo do nome. Vamos? – ele sugeriu e parei para pensar.
- Hum, pode ser. Então vamos todos? – perguntei, me referindo aos nossos amigos.
- Acho que sim... – ele falou e eu fiquei um pouco triste. Raramente podíamos ficar juntos.
- Mas, hey, não fique triste, minha linda. Damos um jeito de dar uns pegas escondidos. – ele sussurrou em meu ouvido com uma risadinha e não pude deixar de rir junto.

Estava deitada na minha cama com ao meu lado, combinando sobre nossa saída de hoje à noite. Todos iriam, tinham confirmado ainda no colégio. Ficaria desconfortável, tanto pra mim, quanto para , afinal, não podíamos ficar juntos do jeito que queríamos.
Muitas vezes me pegava pensando no que realmente éramos. Certamente não somos um casal, ou somos? Dúvidas assim te cansam bastante, pois ficam todo o tempo batucando em sua cabeça. Queria ter a coragem de chegar nele e perguntar, mas sou covarde demais para me recusar, ou orgulhosa demais. Tanto faz.
Já era perto da hora de se arrumar - e eu iríamos nos arrumar juntas e eles passariam aqui para nos buscar. Imaginei que também já estivesse se arrumando. Outra questão é que eu queria muito contar para o . Ele é meu gêmeo e a pessoa em que mais confio no mundo.
Não tinha preparado grande coisa para esta noite, mas também não deixaria por menos, certo? Quando saiu do banho, eu entrei em seguida. A água quente hoje não me ajudava a colocar os pensamentos em ordem. Quem sabe mais tarde umas tequilas ajudem?
- , se você demorar mais nesse banho eu irei começar a achar que você morreu! – escutei gritar e logo terminei o banho e saí do banheiro.
- Você já teve um segredo que tinha medo de contar até para a pessoa mais importante? – perguntei e logo me arrependi. O que estava acontecendo?
- Acho que não. Aonde você quer chegar com isso, ? – ela perguntou, visivelmente preocupada.
- Depois conversamos sobre isso... Minha maquiagem está boa? – desconversei e perguntei, ela analisou meu rosto e depois respondeu.
- Está ótima, amiga. Sério. – ela disse, me dando um sorriso sincero, e voltamos a nos arrumar.

Dentro do carro, todos riam à caminho do pub, animados. Confesso que também estava, já que certa mão acariciava a minha secretamente.
- Você está linda, confesso. – ele disse baixo no meu ouvido e eu sorri. Minha roupa estava mesmo linda; escolha da .
- Você não fica atrás, . – disse e ele soltou um risinho, me olhou de cima a baixo e tomou o resto do whisky que tinha em seu copo.
- Chegamos, gente! – ouvi Bianca dizer e começamos a sair da limo. Eu e fomos os últimos. Ele me puxou pelo braço e falou em meu ouvido:
- Será uma longa noite, .

Capítulo 09 –

Devia ser supostamente o meu terceiro Martini em uma hora. Aquela noite, afinal, só estava dando em merda. Não me sentia com vontade de fazer alguma coisa, todos estavam se divertindo, menos eu.
Menos eu, porque sou orgulhosa demais para ceder, abrir meu coração para o , tudo porque a incerteza sempre iria tomar conta dos meus atos; e ela me levava ao orgulho, à grande merda do orgulho. Mas ? Bom, ele tinha orgulho o suficiente para ficar com uma garota essa noite - como ele estava fazendo na minha frente -, mas não sei se é só por causa do nosso fingimento (já que ele nunca saía e ficava no zero a zero), eu só sabia que aquilo magoava de uma forma avassaladora.
Notei que alguém sentou no banco (antes vazio) ao meu lado; era um homem, de voz aveludada e macia. Virei meu olhar para ele e retribuí quando ele sorriu para mim. Certamente eu corei, mas não me importava com minha vergonha depois que algum álcool fazia efeito.

- Posso saber seu nome? – O divino estranho ao meu lado me perguntou, se virando para mim.
- Só se você me falar o seu. – Respondi, tomando o resto de meu Martini. Ele sorriu.
- Tony, prazer. – Ele disse, logo tive que responder.
- Prazer, Tony, eu sou a .

’s Point Of View On
A imagem à minha frente não me agradava, nem um pouco; também, pudera, o jeito escandaloso que ela está rindo com ele me deixava realmente agoniado. Quem seria ele? Sei que não deveria fazer tanta importância para mim - afinal, eles só conversavam... Ainda.
A garota ao meu lado, eu acho que seu nome é Brianna, não parava de morder meu pescoço um segundo sequer, isso na frente de todos os meus amigos. Agora que estávamos todos sentados em uma mesa, só faltava a aqui. Então bateu a dúvida em minha cabeça: será que ficar com Brianna teria chateado ? Ou pior, a magoado?
Provável, eu não deveria ficar com essa garota enquanto estava com a ; era sim uma traição. Mesmo que ela saiba os motivos (assim espero), é uma traição, como qualquer outra.
Logo dispensei Brianna, estava ficando enjoado comigo mesmo, de minhas atitudes egoístas, não merecia o que fiz hoje, ela não merecia derramar uma lágrima sequer.
Mas como eu posso ceder? Ceder a esse sentimento? Aos meus amigos? Qual seria a possível reação deles com essa notícia? Logo agora que finalmente estava bem.
Me levantei da mesa e fui em direção ao bar, alegando aos outros que queria uma bebida diferente, e chegando lá parei ao lado de , mais ou menos entre ela e ele.

- , você não vai se juntar a nós, meu anjo? – Falei alternando os olhares entre ela e ele, que me encarava com um tímido olhar; que porra é essa?
- Não agora. Ah, , esse é o Tony. Tony, esse é o , meu... – Ela falou e logo parou, provavelmente pensando no que somos; logo tratei de responder.
- Namorado, sou o namorado dela. – Disse e Tony me olhou, surpreso, e estendeu a mão; estendi a minha e apertei a sua.
- Oh, prazer, , não sabia que a tinha namorado. – Ele disse, provavelmente ainda intrigado com a situação.
- É complicado. – Eu e falamos juntos e sorri para ela, que abaixou os olhos. Ela parecia triste, merda!
- Bom, acho que vou indo para a mesa, já abandonei vocês demais. Prazer em te conhecer, Tony. – Ela disse e saiu de seu banco, seguindo para meu lado.

Ela manteve a cabeça baixa enquanto passávamos entre as pessoas. Parei-a no centro da pequena multidão e virei seu rosto para mim; seus olhos não me enganavam, eu a tinha magoado. Colei meu corpo ao seu e abaixei minha cabeça até seu ouvido.

- Me desculpe. – Eu pedi enquanto sentia sua respiração quente em meu pescoço.
- Acho que você me trair não estava em nosso combinado, . – Ela disse friamente.
- Eu sei, eu sei, e você não imagina o quão difícil está sendo pedir desculpas. – Eu disse.
- Eu imagino como deve ser difícil para você pedir desculpas por uma coisa que sempre fez. E eu te desculpo, ok? Eu vou desculpar dessa vez, da próxima você não precisa nem vir falar comigo, porque eu não tenho vocação para ser corna. – Ela disse e foi para a mesa, me deixando de cara no chão; acho que eu mereci essa.
’s Point Of View Off

Ele tinha razão, foi uma longa noite, longa e muito confusa. Finalmente estava em minha cama, deitada, e finalmente podia pensar melhor nas coisas.
Sempre soube que, quando aceitei meus sentimentos por , aceitei junto todos os seus defeitos e orgulhos, que eu também tinha, então foi difícil para os dois. Não foi bem uma traição, porque não temos algo público e concreto, mas mesmo assim me magoou, é claro, e me senti traída. Pelo menos ele reconheceu o erro, o que significa que pode sim mudar por mim. Mas ele não precisa mudar, eu o amo de todos os jeitos imagináveis. Só não admitia isso para ele, nem para mim.

Capítulo 10 –

Esse sentimento? Mata qualquer um aos poucos. Ele sabe que eu perdoaria até o pior de seus pensamentos, sua pior vontade. Será que ele simplesmente não se importa?
Mas eu precisava. Precisava sentir novamente aquela sensação de conforto de quando éramos apenas bons amigos. Sinto falta de todas as conversas em todas as manhãs no colégio, de quando eu simplesmente só ria com ele. Me questiono se me arrependo das minhas escolhas, de acabar com para ficar com ... Foi como trocar o certo pelo errado.
Algumas vezes era difícil olhar para e pensar que acabei com tudo que tivemos. Era péssimo ter uma memória tão forte, pois às vezes têm certas coisas que eu não queria lembrar, mas que ficam marcadas. O sinal para o almoço me tirou dos meus pensamentos. Juntei minhas coisas e, quando levantei, vi na porta da minha sala, me esperando.
- Esperar tudo isso para te ver chega a ser chato. – Ele falou quando eu o abracei; ri com seu comentário.
- Nossa! Que bicho meloso te mordeu, hein, ? – Questionei, pois geralmente não era assim.
- Só falei a verdade! – Ele exclamou com uma cara incrédula, dei um selinho nele e segurei sua mão.
- Vamos logo para esse refeitório, estou com fome! – Eu falei e o puxei.

Logo que cheguei a meu quarto, fui direto ao banheiro. Despi-me e entrei debaixo da água quente, que me relaxava aos poucos. Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha, me encaminhei ao quarto e vesti um moletom confortável. Meu celular tocou, era .

- Oi, meu amor! – Exclamei animada quando atendi e escutei sua risada do outro lado da linha.
- Oi, minha linda. O que fará hoje à noite? – Ele perguntou e quase pude ver seu sorriso pelo celular.
- Bom, acho que meu melhor plano é ficar deitada assistindo Grey’s Anatomy. – Falei e bufei.
- Tentador, mas tenho planos melhores. – Ele disse, logo despertando minha curiosidade.
- Continue falando. – Eu disse.
- O que você acha de sairmos só nós dois para jantarmos? – Ele perguntou e eu abri um grande sorriso.
- Eu acho uma ótima idéia! – Exclamei, animada.
- Te pego às 20h, beijo. – Ele falou e desligou.


Eu, particularmente, sempre demorei em me decidir sobre o que vestir. estava parado na porta do meu quarto, me observando revirar todo meu closet atrás da “roupa perfeita”. Eu ainda não tinha lhe contado que eu estava com , e nunca gostei de esconder nada do meu irmão, ele sempre era tão compreensivo comigo.

- Afinal, para onde você vai que está pirando atrás de uma roupa? – perguntou, sentando na minha cama.
- Eu vou sair com um garoto. – Eu disse, continuando minha busca.
- Um garoto? Quem? – perguntou, com expressão confusa.
- . – Falei e ficou em silêncio, provavelmente se perguntando como isso tinha acontecido.
- Então você está finalmente saindo com o e não me conta? – Ele perguntou e fez uma cara magoada, o que me fez rir.
- Eu acho que simplesmente me esqueci de te contar. – Falei meio envergonhada, eu sempre ficava assim quando era pra falar de garotos com meu irmão.
- Acho que eu posso superar isso, mas estou orgulhoso de você. – Ele disse e me abraçou.
- Orgulhoso de mim? Por quê? – Perguntei rindo.
- Você está simplesmente seguindo seu coração, eu não consigo fazer isso. – Ele disse com uma cara pensativa.
- Todo mundo afiou o lado gay hoje! – Exclamei rindo e ele riu junto; voltei à minha louca procura dentro do meu closet.

Risadas e mais risadas, eu estava me divertindo muito com . Ele estava impecavelmente lindo, como sempre. Vestia uma camisa social cinza, com as mangas dobradas até os cotovelos. Uma calça jeans escura e um Nike nos pés. Lindo, sempre lindo.
Estávamos no meu restaurante favorito, que era italiano. realmente sabia como me deixar feliz e isso era suficiente.
- , eu queria falar sério com você sobre o que estamos tendo. – Ele disse com uma cara séria, me olhando.
- Pode falar. – Eu disse e segurei sua mão por cima da mesa; ele sorriu.
- Sei que não sou seu primeiro amor, nem seu primeiro namorado, mas eu ficaria realmente feliz se você namorasse comigo. Você aceita? – Ele perguntou e me mostrou um lindo anel prateado de compromisso. Eu estava realmente surpresa e com os olhos cheios de lágrimas.
- Você não foi o meu primeiro amor, mas foi quem mais me marcou. Tudo que eu mais quero é namorar você. – Eu disse. Ele colocou o anel no meu dedo da mão direita e o beijou.

Capítulo 11 –

Cheguei em casa totalmente alucinada, com um sorriso bobo de apaixonada grudado na minha cara. Corri para o quarto de e fui logo entrando. Ele estava deitado, vendo filme, e me olhou assustado. Sentei rapidamente ao seu lado e mostrei minha mão direita. Ele arregalou os olhos.
- Me diz que você não está noiva de . – disse e eu soltei uma risada. Ele sempre fora meio exagerado.
- Claro que não, seu bobo, não estou noiva. Eu estou namorando ! – Exclamei felizmente e ele me abraçou.
- Eu estou feliz por você, de verdade. Então agora é sério mesmo? – Ele perguntou e eu afirmei com a cabeça.
- Sério mesmo, total compromisso, exclusivos um do outro. – Eu o respondi e ele logo expôs outro sorriso.
- Você sabe que isso significa que agora todos irão saber, não é? Todos vão ter que saber, terá de se tornar público, já que é sério. – Ele disse com cautela e eu não tinha pensado nessa parte. Fiquei tensa.
- Então arriscaremos. Vai valer a pena, você sabe, passar por isso. Quem sabe não seja até uma besteira e estamos fazendo disso algo grande? Não pode ser tão mal, vamos pensar positivamente. – Eu disse e ele pensou um pouco.
- É, você tem razão total. Foi tão difícil começar... Continuem, talvez seja mesmo uma besteira, talvez seja fácil. Vai valer a pena, irmã, eu sei que vai. – Ele disse e sorriu para mim, me passando segurança.
Nessa noite dormi no quarto de . Ficamos vendo filme até cair no sono, para enfrentar outra manhã entediante no colégio. Mas algo me dizia que ela não seria como as outras.


Desci do carro e encarei a frente do colégio; seria uma longa manhã. Eu estava nervosa, apreensiva, pois tinha certo medo da reação dos meus amigos - especialmente do , como ele reagiria sabendo que estou namorando um de seus melhores amigos? Eu não fazia a mínima idéia de como seria sua reação. Torcia para que não fosse ruim. Tudo o que eu menos quero é magoá-lo mais do que já fiz. Fui rapidamente para a minha sala. O sinal tinha tocado e minha primeira aula seria na mesma que , agora meu namorado. Subia-me uma sensação tão boa ao pensar que agora éramos namorados... Mais como uma realização. Passamos por muita coisa para chegar onde estamos. É como disse: ‘Foi difícil começar’. E ele tinha total razão.
Senti uma bolinha de papel atingir minha cabeça, olhei para trás e vi sorrindo e apontando para a mesma no chão. Apanhei-a e abri, lendo o que ele tinha escrito.
Então... Hoje revelaremos o grande segredo, namorada?
Soltei um risinho baixo, parecia tão ou mais feliz que eu por estarmos namorando.
Hoje, sem falta. Como você acha que nos sairemos?
Joguei de volta a bolinha e observei-o lendo. Ele pareceu sério por um instante, mas logo pôs um lindo sorriso em seu rosto. Isso não importa muito. O importante é que estamos juntos agora. De qualquer modo, eles irão entender, são nossos amigos, não irão nos julgar.
Depois de ler o que escreveu, me senti mais aliviada.
Você está certo, obrigada por me acalmar. Agora preste atenção na aula, nos falamos depois. Beijos, namorado.
Mandei novamente a bolinha e o vi abrir um largo sorriso, em seguida lhe mandei um beijo e ele “pegou” com a mão e guardou no peito. Eu ri. podia ser bem romântico às vezes.

Estava batucando na minha mesa com o lápis, esperando que o sinal tocasse logo e não prestando nenhuma atenção na revisão de Química - o que talvez me trouxesse algumas dificuldades depois, mas isso não me importava muito agora. Estava chegando a hora de revelar tudo, expor meu relacionamento. Acho que nossos amigos só estranhariam por não termos dito antes, mas iam entender quando se lembrassem de .
Ultimamente até que ele andava mais feliz - bem mais feliz -, não desgrudava da , que agora já era uma grande amiga de todos. Ela é bem legal e bondosa, eu gosto dela. Algo em mim dizia que ela ainda teria no mínimo um rolo com . Eles combinavam e eu sinceramente esperava que ela pudesse fazê-lo feliz. Mas isso são só esperanças minhas, as quais podem se realizar.
Finalmente o sinal tocou e fui apressada dirigindo-me para o refeitório. Hoje estava chovendo e não iríamos almoçar no pátio - o que era uma pena, adorava almoçar lá. Assim que cheguei ao refeitório, avistei a mesa na qual estavam , , , , , e . E eu que pensava que seria uma das primeiras a chegar. Nem me dei ao trabalho de pegar almoço, estava sem um pingo de fome e minha barriga parecia ter sido domada por um vazio - era o nervosismo. Fui para a mesa e sentei-me entre e , que logo entrelaçou sua mão na minha. A diferença dessa vez é que nossas mãos estavam expostas aos outros. Observei a boca de se abrir um pouco, em estado de surpresa. Nessa altura ela já tinha entendido tudo... Como eu vinha agindo distraída. É, ela tinha entendido. pigarreou e as atenções da mesa se voltaram para ele, que sussurrou em meu ouvido: “Deixa comigo, eu conto.”
- Eu tenho algo para contar e gostaria que todos mantivessem a mente aberta... Faz um tempo que eu e a descobrimos um sentimento maior do que a amizade. Não falamos antes, mas estou contando, porque, agora, estamos oficialmente namorando. – Quando terminou de falar, todos estavam perplexos - menos , que já sabia.
- Ok, esse silêncio é bom ou ruim? – Perguntei depois de um tempo em que todos ficaram calados e olhei para . Ele parecia um mar de confusões, mas eu não consegui ver tristeza no seu olhar. Isso era bom, era ótimo.
- É uma surpresa, , só isso. – me respondeu com um sorriso acolhedor. Eu sabia que ela iria entender, parecia feliz por mim.
- Eu sempre tive minhas dúvidas sobre vocês. Quem diria, hein? – disse com um sorriso brincalhão e eu sorri em agradecimento. Sabia que não seria tão surpresa para ele - afinal, tinha visto todo o clima que rolou entre mim e na festa da .
- Bem, eu só posso desejar felicidades. Estou bastante surpresa, vocês me pegaram. – falou e soltou uma risadinha; ela realmente parecia surpresa.
- Faço das palavras do as minhas. – disse e me abraçou de lado. Foi então que viramos para , esperando uma resposta.
- Eu preciso mesmo falar? – Ele disse e saiu da mesa. foi atrás dele e eu fiquei com cara de tacho na mesa, como os outrtos.

’s Point Of View On
Andei em disparada atrás de , que estava indo para o pátio. E e eu já estava completamente molhado de chuva quando consegui pará-lo.
- Foi por sua causa, não foi? Ela acabou comigo porque se apaixonou por você, não foi, ? – Ele exclamou com raiva.
- , cara, eu sinto muito, realmente sinto. Mas não pude impedir, realmente gosto dela. Não pude evitar meus sentimentos por ela, eu a amo! – Eu disse e vi a cara dele se fechar completamente. Foi quando ele fechou sua mão em um punho e acertou minha cara com um murro. Cambaleei e o olhei com raiva, dando um murro em cheio na cara dele.
- Fique longe de mim, ! Não tente falar comigo se não quiser levar outro murro. Você e aquela imbecil da que se explodam! – Ele gritou com raiva e caiu no gramado quando eu o empurrei. Estava passando dos limites.
- Você nunca, tá me ouvindo, NUNCA abra a sua boca para falar mal da minha namorada, . – Eu gritei para ele e saí em direção à entrada do colégio.
Logo chegou à porta e me olhou com o olhar espantado depois que viu no chão. Quando estava dentro do colégio, ela me abraçou fortemente. Era tudo o que eu precisava.
’s Point Of View Off

Capítulo 12 –

Eu realmente não precisava de mais confusão na minha vida dramática de adolescente londrina, porra. E lá estava eu, encarando a parede do meu quarto como se fosse a coisa mais interessante do planeta - e, no momento, era mesmo. Eu me sentia enfurecida comigo mesma por criar tanta confusão, tanta dor... E agora estava sem a mínima idéia do que fazer com essa situação de triângulo amoroso. Juro que, se um dia meu namoro com acabar - que Deus me livre -, nunca mais irei me meter em tal confusão.
Levantei-me da cama, ainda de farda no corpo, e fui em direção ao elevador. Não ficaria no meu quarto nem mais um segundo, muito menos no apartamento. Entrei no meu carro, uma BMW conversível que eu raramente dirigia, e saí rodando pela cidade em busca de relaxamento. Parei em um bar e desci, logo entrando e me sentando em um banco preto de frente para o balcão. Uma mulher de cabelos negros veio me atender. Pedi Vodka pura, logo virando tudo e sentindo aquele velho calor dentro de mim; era tudo que eu precisava. Mais algumas doses puras e logo eu já me encontrava bêbada.

’s Point Of View On
Eu estava na casa - ou melhor, mansão - do já fazia algum tempo. Estávamos tendo uma longa conversa sobre a atual situação entre ele, e . Caralho, eu nunca iria imaginar que veria uma briga de e , mas é verdade quando dizem que nada é impossível. Até , um dos garotos mais galinhas, tinha conseguido arrumar uma namorada... Ficar com somente uma. Menos eu.
- Eu realmente não entendo a reação do . Tudo bem ficar irritado, mas não precisava de todo aquele ataque, ele já é bem grandinho pra ficar dando uma de criança que não ganhou brinquedo, que merda! – ele dizia, irritado, andando sem parar pelo seu quarto.
- sempre foi cabeça quente e não vai ser rapidamente que ele irá aceitar toda essa situação. Digo, a o trocou por você, um dos melhores amigos dele. É meio óbvio que ele ia ficar puto da vida, não acha?
- Óbvio era, mas ele já desencanou dela e ainda fez toda aquela cena?
- Desencanou dela? Ele está saindo com alguém? – Perguntei como o bom curioso que sou.
- Sim, ele está com alguns lances com a . Sabe de uma coisa, vamos deixar de falar sobre ele, sobre tudo isso. Eu preciso ver a . Vamos?
- Vamos. Ainda tenho que fazer um trabalho de história de qualquer jeito.
- Meus pêsames.

Estávamos no carro de em direção ao hotel quando passamos por uma rua. Reconheci o carro da estacionado de frente a um bar.
- , estaciona, o carro da está parado no bar. – Eu disse e logo ele estacionou com uma cara confusa.
- em um bar a essas horas? – disse e, quando entramos no estabelecimento, nos deparamos com uma cena que vi poucas vezes. estava bêbada, segurando uma garrafa de Absolut, dando uns bons goles diretos da boca da garrafa.
- Parece que sim, . – Falei e fomos nos aproximando da minha irmã gêmea bêbada.
- , o que você tá fazendo? – perguntou, segurando-a pelos ombros. Ela virou seus olhos vermelhos para ele, se levantou cambaleando e se jogou em cima dele, o esmagando entre seus braços.
- AMOR! O que você acha? Estou aqui afogando minhas mágoas com minha nova amiga, Melanie. Ela é uma boa ouvinte, você devia tentar! – falava com uma voz totalmente embolada, apontando para a mulher detrás do balcão.
- Hora de ir para casa, . Chega de bebida por hoje! – Eu disse e fiz sinal para me acompanhar com ela.
- POR QUÊ? Tá tudo tão menos estressante por aqui! – Ela continuava falando. disse algo em seu ouvido e logo ela concordou em vir, trazendo a garrafa de Absolut com ela.
- , leva o carro dela que eu a levo no meu. – disse e me entregou as chaves dela. Então resolveu começar a cantar alto, no meio da rua.
- Eu preciso de você, só você me faz sorrir, e quando você está do meu lado, eu me sinto mais feliz. Você é meu grande amor, a minha noite de luar, eu preciso te dizer que sem você não sei ficar... OLHA, CACHAÇA, CACHAÇA, CACHAÇA, EU TE AMO. CACHAÇA, CACHAÇA, CACHAÇA, EU TE ADORO! CACHAÇA, CACHAÇA, VOCÊ É O MEU VÍCIO, PRECISO TE DIZER QUE SEM VOCÊ EU NÃO VIVO!
- De fato, ela é realmente sua irmã, .

’s Point Of View Off
Abri meus olhos lentamente. Estava em meu quarto, um pouco escuro. E estava bem ali. Eu deitada em parte por cima dele, que afagava meus cabelos calmamente. Olhei para ele, que me encarou com um pequeno sorriso.
- A bêbada acordou! Você deu um belo trabalho. – Ele me disse e logo me senti envergonhada.
- Me desculpe, mesmo. Só queria espairecer... Acho que consegui. – Eu disse e ele riu.
- Com certeza, você cantou uma música muito profunda sobre seu amor pela cachaça!
- Você promete, ? Promete nunca me deixar, nunca me trocar?
- Prometo.

Capítulo Final –

Dois anos depois...
Sempre gostei de saber como tudo acaba. Acho que isso deve ser pelo fato de que sou uma pessoa realmente curiosa. Sabe, sempre paro para pensar em como as coisas mudaram, em como estou feliz ao lado de uma pessoa que eu nem cogitava a idéia de ter um relacionamento, mas o que posso dizer? O destino realmente nos surpreende. Nunca parei para detalhar meu sentimento por ... Mas sabe quando você não quer mais nenhum abraço fora o de certa pessoa? Quando você sente aquelas borboletas bastante clichês? Quando você nem sabe explicar a sensação de olhar nos olhos dessa pessoa? Ou quando você passa cinco segundos irritada e logo depois deles você o ama ainda mais, pelo único jeito de ser desse garoto? É, eu o amo. Isso é um fato que eu nunca poderei negar em toda a minha vida.
Olhe bem onde chegamos agora: eu estou cursando o meu segundo ano em Medicina, o meu grande sonho; cursa Engenharia, coisa da qual ele fala desde que éramos pequenos. Felizmente, estamos na mesma faculdade e como não quisemos ficar nos dormitórios, alugamos um apartamento perto e estamos morando juntos... Não poderia conseguir uma casa melhor. cursava Arte e Mídia e fazia Letras - os dois agora tinham assumido um namoro. fazia Moda e cursava Direito. Entre idas e vindas eles finalmente firmaram um namoro, que agora já durava um ano. Esqueci alguém? Ah, claro que sim. estava cursando Direito junto com e ele e a Nanda estavam noivos! Isso mesmo aí que você leu, noivos e com casamento marcado para daqui a seis meses. As coisas entre e no final das contas tinham se acertado - eu e fizemos um complô: greve de sexo até eles fazerem as pazes. Ainda bem que funcionou. Eles hoje são amigos como antes, tanto que será padrinho do casamento e eu serei madrinha. Eu estava feliz por inteiro.

- Por que você está tão pensativa, ? – escutei perguntar ao meu lado, olhei para ele e sorri. Deus, ele só ficava mais lindo a cada dia, como isso é possível?
- Pensando em tudo o que aconteceu nos últimos anos. As reviravoltas, em onde viemos parar. É até um pouco irônico, não é? – eu falei e ele sorriu, segurando minha mão.
- É sim. Mais irônico ainda é como tudo acabou bem. Nossa, parece até coisa de filme, você não acha, minha pequena? – disse e eu quase me derreti pelo modo como ele me chamou.
- Na verdade, acredito que nenhuma história é perfeita e nem todas acabam bem. Mas pode acontecer, como aconteceu conosco. – eu disse e lhe dei um selinho, me levantando da cama para fazer o nosso café da manhã.
Estávamos todos reunidos, a gangue todinha: eu, , , , , , e . Fazíamos esse tipo de 'reunião' pelo menos duas vezes no mês. Sabe, como antigamente: comidas, bebidas, muita conversa e depois filmes. Era como uma tradição, que eu sabia que nunca se quebraria. Sim, eu estava completamente feliz, ali com as pessoas com as quais me tornei adulta. Era disso que eu precisava e mais nada. Eu finalmente tinha encontrado o meu controle.




Fim.

nota da autora: Como começar... Oi? KKK Sério, não tenho palavras para descrever quanto tempo levei para finalizar isso, o quão gratificante foi saber o tanto de tempo que Losing Control levou para acabar. Com poucos capítulos, mas que para mim, significaram muito. Agradeço a cada leitora que leu esse meu trabalho, o primeiro e nem de longe será o último. Bem, são meses sem atualização, vocês devem até ter esquecido de mim, é. Mas mesmo assim, obrigada, de todo o meu coração. Losing Control está finalizando uma etapa da minha vida que se foi a pouco tempo, mas que ainda está na minha memória. É isso, em breve apareço com um novo projeto, e dessa vez prometo que será melhor. Um enorme abraço carinhoso, minhas eternas leitoras. -Isabella Caiaffo.) nota da beta: Oi :)
Depois dessa n.a tão bonitinha, nem vou me estender. Só queria dizer que acompanhei desde muito tempo essa fanfic e sinto que ela faz parte da minha história aqui no FFOBS. Tenho um pouco de orgulho, porque é difícil achar uma fanfic tão bonitinha e envolvente como a Losing ultimamente.
Ainda estou sentindo pelo fim, mas como tudo acaba, a gente apenas aceita. Pelo menos dá pra reler sempre que quisermos!
Adorei essa atualização, a reconciliação e pá. Minha pupila corrigiu esses capítulos e também adorou!
No mais, se viram algum erro, me comuniquem por aqui e eu corrijo. Pode ser? :D
Até daqui a pouco!
Paah Souza.


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