Loving In The College




Capítulo 1

- Abre logo isso, ! – falava enquanto dava pulinhos histéricos e roendo as unhas.
- Calma, ! Eu também to nervosa, dude! – disse rindo da cara dela, que ainda pulava no meio do meu quarto.
- Olha, são os nossos futuros que estão dentro desses envelopes! – ela disse se sentando na minha cama. – Então... TRATE DE ABRIR LOGO ISSO ANTES QUE EU TENHA UM FILHO PELA BOCA! – ri.
- Escolhe um. – disse virando as costas dos envelopes pra ela, não a permitindo ver os nomes.
- Uh... Esse! – ela disse apontando para o da esquerda, de olhos fechados. Ri e o peguei.
- É o seu, . – disse e ela me olhou com cara de quem tinha acabado de ver o diabo. [n/a: cruzes!]. Ri. Abri lentamente fazendo um suspense e ela me olhava apreensiva. Passei os olhos pelo envelope e fiz uma cara nada boa. Ela abaixou a cabeça e suspirou.
- Eu já sabia, de qualquer jeito. Sabe, é a melhor faculdade da Inglaterra, não ia passar assim... – disse e deitou na minha cama, parecendo realmente desapontada. – Mas e você? Passou? – a olhei e abri o envelope. Respirei fundo e comecei a ler:

Cara senhorita ,
É com prazer e satisfação que a recebemos na universidade de Oxford. Parabéns! Segue a lista dos livros para o curso de Jornalismo. A esperamos daqui a dois meses.

Diretor, Carl McCoy


- E ai? Você passou? – perguntou vindo em minha direção e pegando o papel da minha mão. Naquela hora, parecia que meu mundo tinha parado. EU IA CURSAR JORNALISMO NA MELHOR UNIVERSIDADE DO PAÍS! – Parabéns! – começou a me sacudir e me abraçar. Começamos a pular e gritar como duas loucas. – Ah, mas eu queria tanto ir com você... Sabe, ficar aqui sem você vai ser difícil... – ela disse parando de me abraçar e olhando com uma certa tristeza.
- E quem disse que nós vamos nos separar? – perguntei.
- Hello?! Você vai pra Oxford! E eu vou ficar aqui. – ela disse estalando os dedos na frente do meu rosto.
- Alguém disse que você não vai pra Oxford? – perguntei.
- A carta? – ela disse irônica, fazendo uma cara bem obvia.
- A carta? Essa aqui que diz que você foi aprovada? – perguntei e ela ficou me olhando.
- Que aprovada?! Você disse que eu não tinha passado! – ela disse nervosa.
- Eu não disse nada... Você que deduziu sozinha. – disse dando de ombros e sorrindo.
- Mas a cara que você... PERA AÍ! QUER DIZER QUE EU PASSEI? – ela perguntou com os olhos brilhando. [n/a: essa ai vai casar com o Jones! OPEKAKPOEKAOPK'.].
- Bem, acho que sim. A não ser que exista outra nesse endereço... – disse me fazendo de desentendida, até ser quase sufocada por um abraço e quase ficar surda com os gritos de .
- Nós vamos pra Oxford! Nós vamos pra Oxford! Nós vamos pra Oxford! – ela disse repetidas vezes, entre um grito e outro.
- Eu já sei disso, . – disse rindo.

Ok, você deve estar se perguntando o que aconteceu nesses últimos anos, certo? Bem, vamos começar por partes. Quando nós voltamos do Brasil, meus pais se divorciaram e eu fiquei morando mais alguns meses com a minha mãe. Quando completei 16 anos, eu e a fomos morar juntas em um apartamento que era da mãe dela, no centro da cidade (onde estamos atualmente). Minha mãe foi morar em Bolton com a vovó. E meu pai, bem... Eu não sei onde meu pai está. E sabe, eu nem curiosa estou. A última vez que vi a minha mãe foi no meu aniversário de 17 anos - e eu vou fazer 19 -, então têm mais de dois anos que eu não a vejo. Meu pai, eu não o vejo desde duas semanas depois que eles se divorciaram. Eu e Ryan mantemos contato por mais de um ano. Depois que ele resolveu voltar para os E.U.A, só nos falamos por telefone, mesmo assim, têm uns meses que ele não me liga e nem eu ligo. E o ? Bem, ele nunca me ligou e eu nunca liguei pra ele, isso significa que foi apenas um amor de verão. E como meu pai mesmo disse naquela época, eu não sabia o que era o amor. De acordo com Ryan, ele não ficou muito bem depois que eu voltei. Mas se ele me amava tanto quanto dizia, POR QUE DIABOS, ELE NÃO ME LIGOU DEPOIS? Mas isso é passado. Agora, ficaram apenas boas lembranças. É raro eu pensar em . Raro mesmo!

Capítulo 2

Dois meses depois...

- Pegou tudo, ? – perguntei fechando a mala do carro.
- Peguei! Tudo aqui. – ela disse entrando no carro.
- Certeza? – perguntei a olhando desconfiada.
- Absoluta! Agora, anda! Vaaaamos! – disse ela buzinando. Entrei no carro e fomos em direção a Oxford. Foram um pouco mais de três horas de viajem. Chegamos e logo já estávamos na universidade. Fomos andando lentamente pelo campus. Paramos em frente a um lugar que parecia uma casa e descemos do carro.
- E ai? – me perguntou com receio.
- Vam'bora! – disse abrindo o porta-malas do carro. Pegamos nossas malas e eu tranquei o carro. Começamos a caminhar em direção a porta. A abrimos e podemos ouvir alguns barulhos vindos do andar de cima. Havia um grande hall e uma escada enorme. Começamos a subir as escadas e paramos em um corredor, com muitas portas. Algumas meninas caminhavam por lá, saindo e entrando nos quartos, algumas com malas na mão, outras não. Fomos caminhando até o final do corredor e paramos enfrente a uma porta, cujo numero era 402.
- Aqui? – perguntou.
- Acho que sim. – bati na porta e logo uma menina bem loira, com 1kg de silicone, de apenas sutiã e calçinha rosas, mascando chiclete de uma forma irritante, atendeu sorrindo.
- Oi. – ela disse enrolando a ponta do cabelo com o dedo. – posso ajudar?
- Eu sou e essa é . – disse e ela deu um sorrisinho. Mas sabe aquele sorrisinho que tem um tipo de "ah, losers!"? Então, esse sorrisinho! - E...? – ela perguntou pondo a mão na cintura.
- E que eu acho que somos colegas de quarto. – disse sorrindo. Bom, eu conheço a bem melhor do que a mim mesma, e eu podia jurar que ela queria afogar a menina na primeira privada que visse.
- Uh... – a garota disse virando as costas, mas deixando a porta aberta. – entrem... – olhou pra mim com uma cara de "Não a deixe sozinha comigo, se não quiser presenciar um enterro!" e sorriu falsamente para a menina, passando a minha frente e entrando. Entrei e havia uma sala-de-estar, com dois sofás vermelhos, uma TV de 29', alguns pacotes de salgadinhos e algumas blusas femininas espalhadas. Um corredor, que tinha duas portas e uma cozinha ao final do mesmo. É, dava pra morar.
- Então, eu e a Chelsey estamos no quarto da direita, portanto vocês ficam com o da esquerda, a não ser que queiram dormir aqui no meio da sala... – ela disse dando de ombros.
- Eu acho que não somos loucas e não estamos bêbadas pra dormir na sala, honey - disse, falando a ultima palavra ironicamente. – e a propósito, uma é Chelsey, certo? E você é a...?
- Stacy McGuile, prazer. – disse estendendo a mão com as unhas extremamente vermelhas. Eu e nos entreolhamos e voltamos a olhá-la. Ela recolheu a mão e se sentou no sofá, prestando a atenção apenas na TV, como se não estivéssemos lá. Demos os ombros e fomos em direção ao nosso quarto. Abrimos a porta e sabe, era ate legal lá! Havia duas camas de solteiro, um armário de casal, dois criados-mudos e uma sacada, que dava para os fundos da casa.
- Pelo amor de Deus, me diz que a tal da Chelsey não é uma copia da Stacy e sim uma gótica maluca por Evanescence, que já tentou se matar mais de dez vezes! Diz que eu to certa, sim? – ela disse se jogando na cama, me olhando com suplica. Gargalhei. É, definitivamente, essa tal de Chelsey não parecia ser assim, até porque, não precisa ser vidente pra saber que a Stacy não ficaria no mesmo quarto que uma menina que já tenha tentado se matar mais de dez vezes. A porta abriu e revelou uma menina morena, magra, com cabelos castanhos, algumas mexas loiras, olhos verdes, vestindo um pijama lilás e pantufas do ursinho Pooh, que sorria como se tivesse um pote de ouro na sua frente.
- Chelsey Williams. – ela disse estendendo a mão, que continha um esmalte altamente rosa. suspirou e levantou da cama, sorrindo (falsamente, claro!) e indo em direção a menina.
- O prazer é todo da . – disse apontando pra mim, que me segurei pra não rir e apenas acenei. – agora se nos der licença, precisamos arrumar isso aqui. – ela disse quase que expulsando a menina do quarto.
- Ah, sim, claro! – ela disse enquanto ia sendo empurrada pela . – mas, né? – assenti. – e o seu?
- . Só? – ela perguntou impaciente e batendo o pé, porém sem tirar o sorriso falso do rosto. - Então, sejam bem-vindas e depois vão lá pra sala pra podermos conversar! Sabe, já que seremos colegas de quarto... – disse e assentiu, empurrando finalmente a menina pra fora, trancando a porta em seguida.
- De você eu não sou nem colega de cela! – disse se virando pra mim com uma expressão apavorada. – o que nos estamos fazendo aqui, ? Cadê as góticas e os emos? ONDE ESTÃO AS PESSOAS QUE NOS INCENTIVAVAM A MORRER? – ela perguntou se jogando na cama. – eu não vou agüentar, ! Não vou! – disse balançando a cabeça freneticamente. – será que se eu me jogar daqui, eu morro na hora ou tenho chances de sobreviver? – ela perguntou indo em direção à sacada e se debruçando nela. A essa altura, eu já ria descontroladamente. – isso! Continua rindo! Quero ver quando a Stacy começar a enfiar rosa em você!
- Eu a mato asfixiada no próprio silicone! – disse e gargalhou.
- Sabe, ate que não é uma má idéia! – disse rindo, enquanto abria as malas. - Ah, a Chelsey foi mais simpática... – disse enquanto abria a minha mala também.
- Sim, seria beeem mais simpática, se tivesse um crucifixo de prata do peito e um pôster do Ozzy Osbourne colado na parede do quarto. – disse e eu ri. – você sabe que eu ODEIO essas patricinhas fúteis, que acham que a pior coisa que pode acontecer é a unha quebrar, ou engordarem meia grama. – ela disse revirando os olhos. – eu não dou uma semana pra já ter enfiado as duas pela torneira do banheiro ou até eu mesma! – ela disse e eu ri.
- Calma, ! – disse rindo da cara que ela fazia.
- , são QUATRO ANOS com essas garotas! Quatro anos não são quatro horas! Se bem, que eu não passaria nem quatro segundos com elas, mas anyway! – ri.
- Teremos que ser fortes, amiga! – disse pegando na mão dela.
- Eu preciso ir à igreja, isso sim! – disse saindo do quarto. A porta se abriu novamente e entrou, a trancando de novo. – vamos voltar pra Londres?

Capítulo 3

Já eram quase oito da noite, quando consegui convencer a sair do quarto e ir pra sala, com as outras meninas. Sim, elas podiam ser uns silicones ambulantes, mas também podiam ser legais, coisa que fez gargalhar sarcasticamente quando eu disse.
- Ah, oi meninas! – disse Chelsey quando adentramos a sala. Stacy nem se mexeu e continuou encarando a TV. É, parece que ela não gostou muito do modo que fomos apresentadas. Dei um empurrãozinho em , que continuava imóvel apenas olhando pra menina com uma cara de "O que eu to fazendo aqui?".
- Oi, Chelsey. – respondi amigavelmente, me sentando no sofá, ao lado dela, com ao meu lado, já que Stacy ocupava um sofá inteiro.
- O que tem de interessante pra fazer aqui nesse lugar em um sábado à noite? – perguntou interessada. Eu sabia que ela queria sumir dali o mais rápido possível, mesmo que tivesse que ir a uma festa de lésbicas.
- Uh... – ela pensou um pouco. – acho que nada! Mas nos podíamos assistir a um filme, fazer pipoca e tal. – Chelsey disse animada.
- Ok, nos podemos sair pra comprar a pizza? – perguntei. A negou com a cabeça.
- Pizza engorda muito! Você quer que eu fique obesa? Deeeeus me livre! – disse. revirou os olhos. Stacy continuava com o olhar fixo na TV.
- Stacy? Você morreu, amiga? Não fala nada! – disse Chelsey.
- Não sei se você percebeu, mas eu não tenho assunto com elas. E os assuntos que eu tenho com você, não posso falar na frente delas. Conversamos na hora de dormir, quando estivermos sozinhas no quarto, assim ninguém escuta nada. – disse Stacy mudando de canal.
- Ah, não se preocupe! Nos não estamos interessadas em conversar sobre qual esmalte fica melhor em vocês ou qual o vestido que a Paris Hilton estava usando... – disse calma e sorrindo falsamente.
- Olhe aqui, sua emozinha de quinta! – Stacy disse levantando.
- Eu não sabia que as barbies falavam! – disse irônica. Stacy respirou fundo, pondo uma das mãos na testa, enquanto eu ria da situação.
- Era só o que me faltava! – ela disse indo em direção, provavelmente ao quarto.
- Desculpa, a Stacy. Ela ta de TPM, sabe? Vocês entendem... – disse Chelsey e eu assenti rindo. Ela levantou e foi atrás da amiga.
- , eu sou sua fã! Me da um autógrafo? – perguntei abraçando-a e ela riu. Ficamos vendo um reality show qualquer ate umas 11 da noite. As meninas não apareceram mais. O sono foi batendo e fomos dormir.

- Bom dia, meninas! – Chelsey falou quando entramos na cozinha. – ameeei o seu babydoll, ! Comprou a onde? Parece ser de Paris... – ela disse pegando no pano de meu babydoll para analisá-lo.
- Não, ela comprou na Itália. Sabe, os pais dela moram lá... – disse sorrindo e eu segurei o riso. – e nós sempre íamos pra lá nas férias. – Chelsey sorriu.
- Serio que você já foi pra Itália? Me conta, TUDO! – disse me puxando pra sentar em uma cadeira.
- Não, ! Esse babydoll eu comprei quando passamos as férias na Alemanha, não lembra? – perguntei entrando na brincadeira. fez uma cara de pensativa e sorriu.
- Ah, claro! – ela disse dando um tapa na própria testa. – foi naquela vez que nos viajamos pra Rússia depois, certo?
- Certíssimo! – disse fazendo joinha. Chelsey nos olhava com brilho nos olhos. – a tem um vestido chiquérrimo da Rússia! – disse e Chelsey a olhou. Começamos a conversar sobre das nossas "viagens pelo mundo", quando Stacy entrou na cozinha.
- Bom dia. – disse se sentando em uma das cadeiras.
- Bom dia. – respondemos em coro.
- Sobre o que conversavam? – ela perguntou pegando o pacote de pão integral.
- As meninas estavam me contando sobre as férias que elas passaram em alguns países. – disse Chelsey.
- Serio? Quais países? – ela perguntou com um certo interesse.
- França, Itália, Alemanha e Rússia. – disse .
- Uh... – ela disse dando de ombros. – já fui a esses países, mas nada se compara a Alemanha. – disse ela dando de ombros.
- Bem, vamos, ? – perguntou.
- Vamos. – disse levantando. – tchau!
Eu e tínhamos combinado de dar uma volta pelo campus pra ver como era tudo, já que as aulas começavam no dia seguinte.
- Err... O Ryan já ligou pra você? – perguntou enquanto caminhávamos. Ela e Ryan tinham namorado o tempo que ele ficou aqui.
- Ele ligou semana passada pra saber se tava tudo bem, mas você já estava dormindo e eu não te acordei. – disse e ela sorriu. – e ele disse que deve ir a Londres no mês que vem. – ela sorriu fraco.
- De qualquer forma, eu não vou estar mais lá mesmo... – ela disse dando de ombros. Concordei levemente. Sabia que ela ainda sentia alguma coisa por ele. E eu sei bem disso. Apesar de eu não sentir mais amor pelo , quando eu penso nele minhas pernas ficam bambas.
- Mas você gosta dele ainda? – perguntei.
- Ele foi um bom namorado. – ela disse apenas. – mas ele por algum acaso, perguntou, sei lá... Por mim?
- Uhum. – respondi e um pequeno sorriso se abriu nos lábios dela. – ele perguntou como você tava e eu respondi que tava bem. Disse da faculdade e ele disse que estava feliz pela gente e que desejava sucesso.
- Da próxima vez que ele ligar, diz que eu to mandando um beijo pra ele. – ela disse ajeitando a gola da blusa. Assenti, enfiando a mão no bolso do casaco, ao sentir um vento gelado passar por nós.

Capítulo 4

- Staaaaacy! Abre essa porta! – disse dando socos na porta do banheiro, enquanto escutava o barulho do secador vindo lá de dentro. – Chelsey, será que você poderia apressar a Stacy, por favor? – perguntei impaciente.
- Stacy, abre a porta. A quer tomar banho! – Chelsey disse batendo de leve na porta. – e falta a também... - Stacy em menos de cinco segundos, abriu a porta e saiu enrolada em uma toalha rosa, enquanto penteava os cabelos com uma escova... Rosa!
- Obrigada! – disse entrando no banheiro e trancando a porta. – agora você vê, quatro mulheres pra tomar banho e se arrumar, e a princesinha fica enrolando uma hora aqui! – resmunguei enquanto tirava a roupa. Entrei no chuveiro e o abri. A água quentinha batia nas minhas costas e me relaxava. – ah, não! – disse quando senti a água esfriar. – SÓ PODE SER CARMA! – gritei, enquanto dava pulinhos no box, por causa da água gelada. Tomei um banho tão rápido, que nem os cabelos deu pra lavar direito.
- , você já ta acabando? – ouvi a voz da do outro lado da porta.
- To! Pera ai! – disse me enrolando na toalha e abrindo a porta pra ela, que entrou. Comecei a me secar, enquanto ela se despia e entrava no box.
- AH, ESSA PORRA TA GELADA! – ela gritou colocando só a cabeça pra fora. – você acabou com a água quente! – ela disse seria.
- Eu? Bem que eu queria ter acabado com a água quente mesmo! Só assim não teria tomado banho frio... – disse mal humorada, enquanto enxugava os cabelos. – foi a Stacy.
- Não é possível! Se eu tomar banho gelado mais uma vez, eu juro que enforco aquela barbie de farmácia! – ela disse entrando no box novamente e pude perceber que ela também dava pulinhos. Suspirei pesadamente e sai do banheiro. Entrei no quarto e me vesti. Calça jeans, blusa de lã marrom com gola, sobretudo e scarpin pretos. Liguei o secador e fui pra frente do espelho secar o cabelo. entrou no quarto e foi pro armário. Vestia uma saia jeans escura, uma blusa social branca, cachecol azul marinho por cima, uma jaqueta de couro preta e um coturno. Sequei os cabelos e logo ela fez o mesmo. Tinha os cabelos bem pretos e bem lisos ate o meio das costas, olhos castanhos e a pele morena. Era de fato, uma menina muito bonita. Pegamos nossos laptops, bolsas e saímos do quarto. Fomos andando pelo campus até as salas de aula.
- Qual a primeira aula de hoje? – ela perguntou arrumando o cabelo, que ia todo o tempo pro rosto, devido ao vento que dava de vez em quando.
- Agora é... Redação. – disse olhando no papel dos horários. – professora Susan McLinn. [n/a: não liguem pros nomes. Eu não sou boa com isso. xP] - Uh... – ela disse e eu pude perceber que estava nervosa.
- O que você tem, ? – perguntei enquanto entravamos na universidade. Havia alguns alunos conversando em grupinhos nos corredores; varias escadas e um enorme mural no final do corredor por onde caminhávamos.
- Anda, ou vamos acabar chegando atrasadas! E logo no primeiro dia, não dá! – ela disse me puxando pela mão, e começamos a subir as escadas. Passamos pelo corredor e entramos na nossa sala, que ficava quase no final do mesmo. Entramos na sala e logo avistamos a professora, que estava sentada à mesa, escrevendo alguma coisa. A sala era grande e devia ter de 15 a 20 pessoas lá dentro, apesar de eu achar que ainda faltavam algumas.
- Err... Com licença... – disse dando batidinhas de leve na porta. A professora abaixou os óculos nos olhando e sorriu, fazendo sinal com a cabeça para que entrássemos. - e . – disse sorrindo.
- Prazer, Susan McLinn. – disse sorrindo. Sorrimos e procuramos um lugar pra sentar. Abrimos os laptops e ficamos olhando pra frente, esperando a aula começar. Se passaram uns 5 minutos, depois que mais algumas pessoas entraram e a mulher se levantou, calando automaticamente os murmúrios que tinham na sala.
- Bem, eu sou Susan McLinn, e darei aulas de Redação. – ela disse se apoiando na mesa. Aparentava ter seus 40 anos, tinha a pele branquinha e os cabelos castanhos claros, que estavam presos em um cabo-de-cavalo. – bem, meus futuros jornalistas... Tenho certeza que todos aqui têm seus ídolos, certo? Então, gostaria que escrevessem uma matéria, como se vocês estivessem os entrevistando. Coloquem seus nomes e me entreguem. Quero ver como é a escrita de vocês, antes de começarmos mesmo. Podem começar! – ela disse se sentando novamente. Começou a fazer a chamada, e após responder meu nome, abri a pasta e peguei uma folha.
- Billie Joe, acertei? – perguntou rindo e eu assenti.
- Uh... Bono Vox, certo? – perguntei com a sobrancelha arqueada. [n/a: só pq eu acho o Bono extremamente sexy! (y)]
- Certíssimo! – disse começando a escrever. Fiquei perdida em pensamentos enquanto escrevia, ate que um barulho na porta interrompeu.
- Vocês dois estão atrasados, sabia? – a professora perguntou seria.
- Err... Nós sabemos e pedimos desculpas. – um deles disse envergonhado.
- Sabe, o campus é grande e... E... Bem, nos perdemos! – o outro menino respondeu coçando a nuca.
- Losers... – ouvi resmungar enquanto escrevia.
- Eu não tolero atrasos! Vocês não estão mais na escola! Isso aqui não é brincadeira! Espero que não se repita. – disse ela fazendo sinal para que os meninos entrassem. – seus nomes.
- . – respondeu um deles. A sala inteira os observava, menos , que estava sonhando demais com o Bono Vox pra prestar atenção em qualquer outra coisa.
- . – o outro respondeu. O QUE? levantou a cabeça no mesmo instante e me olhou assustada. Como assim o estava em Oxford?! Viajei em pensamentos, ate sentir um cutucão de . Olhei pro lado e encarei a menina que mordia o lábio inferior nervosa.
- ... É o... ? – ela perguntou receosa. Balancei a cabeça afirmativamente, ainda sem acreditar que ele estava ali. Ele estava mudado, não irreconhecível, mas mudado. O cabelo estava maior, o corpo estava mais definido e havia vestígios de barba pelo rosto. Aparentava estar mais... Serio. Mas uma coisa não mudou: as feições molecas dele. Aquela carinha que ele fazia quando fazia alguma coisa errada... Minha cabeça estava girando, como se todas as coisas que passamos juntos, por mais que fossem poucas, voltassem a minha mente.
- Eu... Eu... Eu não posso acreditar, ! – disse a olhando assustada. – não, não é ele!
- Mas o nome dele é... . E o nome do seu é , se eu bem me lembro... – ela disse. – amiga, calma. – disse pegando na minha mão, que por sua vez, suava. Depois de todos esses anos, depois de tudo, reencontrar podia ser bom... Ou não.
- Não é ele! Não é! – disse balançando a cabeça freneticamente.
- , tudo bem que não deve só existir um no mundo, mas a probabilidade de um outro vir pra Oxford é pequena comparada à probabilidade de o "real" estar aqui, já que ele é da Inglaterra também. – ela disse sorrindo.
- , eu NÃO QUERO QUE SEJA ELE! – gritei nervosa.
- Algum problema Srta. ? – a professora perguntou apenas levantando os olhos na minha direção.
- Não, professora. Desculpa. – disse voltando a escrever, antes dando uma pequena olhada pra trás, onde o meu provável estava, constatando que o mesmo me olhava num misto de espanto com um meio sorriso no rosto. Virei pra frente, desejando nunca ter entrado naquela faculdade.

Capítulo 5

As aulas seguiram e eu e a raramente nos falávamos. Fomos andando pelo corredor e saímos da universidade, começando a andar pelo campus. Fomos andando lado a lado, sem nos falarmos, pois eu ainda digeria o fato de que , depois de todo esse tempo, estava no mesmo lugar que eu.
- E ai? Como ta se sentindo? – perguntou de repente, quebrando o silêncio.
- Em relação a que? – perguntei.
- Oras, ! Não se faça de besta! Você sabe que eu to falando do . – ela disse enfiando as mãos no bolso do casaco.
- Ah, ele! Não sei. Sabe, é meio estranho, mas acho que da pra conviver... – disse dando de ombros.
- Ou você é besta mesmo ou ta se fazendo. Eu não to falando especificamente na convivência de vocês, apesar de que pelo menos um "oi" vocês vão dar, querendo ou não. São quatro anos, praticamente morando juntos. Eu to perguntando se você ainda sente alguma coisa por ele, já que você dizia que ele era o amor da sua vida e blábláblá... – ela disse fazendo careta. Ri. – você ainda gosta dele?
- Sinceridade?
- Seria bom...
- Eu não sei. Não sei mesmo! Na verdade, nem sei se aquilo que eu senti por ele foi amor, ou se foi só uma paixãozinha de verão, porque afinal, não nos falamos depois disso e eu não morri de depressão, certo? Mas sei lá... Sabendo que agora ele ta aqui, e que existem chances de... Uh... Você sabe... Rolar alguma coisa... – disse. Só de saber que depois de tudo que passamos naquelas férias, ele nem me ligou pra dizer "oi", doía um pouco.
- Você ainda sente alguma coisa por ele, isso é fato! Porque se não sentisse mais, você na mesma hora teria levantando e ido cumprimentá-lo, mas agora você ta aqui, sem acreditar que ele também esta e sentindo as malditas borboletas no estômago. E, suas mãos suaram quando ele entrou por aquela porta. Você ficou me olhando com cara de idiota um tempão, se segurando pra não olhar pra trás e se sentindo extremamente incomodada quando sentia o olhar dele sob você. Ou seja, você amou sim o cara e ainda o ama. – ela disse sorrindo. Sorri. Como ela podia me conhecer tão bem?
- E posso saber como você sabe disso tudo? Virou vidente, foi? – perguntei rindo.
- Não, apenas te conheço desde que me entendo por gente. E além do mais, eu sou um ser humano também e já senti essas coisas, por isso sei como se sente. Você acha que eu fico como quando sei que você ta falando com o Ryan? – sorri. Eu sabia, ela ainda gostava do Ryan.
- Você ainda gosta dele, né? – perguntei sorrindo. Ela abaixou a cabeça e a balançou concordando, com um meio sorriso nos lábios.
- Ele faz falta... – disse ela suspirando pesadamente.
- É, eu sei. – disse. – mas ele vem pra cá em três meses! – disse e ela sorriu fraco.
- Ele com certeza deve ter arrumado uma americana bem melhor que eu. E eu to aqui agora, e ele vai pra Londres, então... – ela disse enquanto nos sentávamos em um dos bancos.
- Não existe garota melhor que você, . – disse e ela sorriu. – e ai dele se trocar a minha amiga por uma americana aguada! – disse e ela riu fraco.
- Eu nunca na minha vida acharia uma amiga feito você, bitch! – ela disse e eu sorri. Nos abraçamos bem forte. O tempo começou a fechar e um forte vento começou a soprar. Nos separamos e olhamos pro céu.
- Acho melhor voltarmos, se não quisermos ficar doentes. – disse levantando. Começamos a correr, quando sentimos os primeiros pingos de chuva começarem a cair. A cada passo que dávamos, eles ficavam mais constantes, já começando a molhar bastante nossas roupas. Entramos na casa praticamente encharcadas.
- Ah, meu Deus! – Chelsey disse quando nos viu entrar. – os cabelos de vocês estão horríveis!
- Obrigada por se preocupar com a nossa saúde, Chelsey. – disse irônica, enquanto passávamos por elas para ir pro quarto, pôr uma roupa seca. O dia continuou assim, chovendo e frio, acabando com qualquer animação pra sair debaixo dos edredons.

Capítulo 6

No dia seguinte, eu e acordamos mais cedo e tomamos banho primeiro que as meninas. Coloquei uma saia jeans escura, uma blusa de lã branca com mangas compridas, botas pretas e um sobretudo também preto.
- O que será que o deve ta fazendo aqui? – perguntei enquanto penteava os cabelos.
- Err... Fazendo faculdade de Jornalismo? – perguntou com uma expressão bem óbvia.
- Mas, existem tantas outras faculdades pela Inglaterra! Porque ele veio logo pra Oxford?! – perguntei indignada.
- Cara, você não ta feliz? – ela perguntou me olhando espantada. – você não ta feliz, de pelo menos poder vê-lo todos os dias e saber que ele ta vivo?
- , pelo amor de Deus! Ele não me deu nem sinal de vida esse tempo todo! E isso foi uma coincidência. Se ele não tivesse vindo pra cá, nós nunca mais nos falaríamos! – disse levantando da cama bruscamente e pegando a bolsa.
- Aonde você vai? Ainda falta 1h pra aula começar! – ouvi a voz da enquanto batia a porta. Comecei a caminhar pelo corredor, podendo ver meninas passarem pra lá e pra cá apenas de sutiã e calçinha. Umas com roupas na mão, outras sem. Umas conversando, outras não.
Comecei a caminhar pelo campus, enquanto sentia o vento desarrumar os meus cabelos. Precisava pensar. Precisava ficar sozinha. Sabe, depois daquela noite, eu realmente pensei que o fosse voltar pra Londres, me ligar e nos estaríamos juntos agora. Cara, eu me entreguei pra ele! Eu não faria isso se não tivesse a certeza que íamos pra frente... Mas pelo visto, eu tava muito enganada! Ele não tinha o direito de me iludir dessa forma! Às vezes eu paro pra pensar e, se eu tivesse ouvido a minha mãe e o meu pai, nada disso teria acontecido! Mas por outro lado, foi até bom, pra eu aprender que os homens não são perfeitos! Como eu fui idiota em acreditar que um namorico de férias fosse dar em alguma coisa?!
- Oi. – ouvi falarem as minhas costas e me virei, dando de cara com um , sorrindo meio desconcertado e coçando a nuca.
- Oi. – disse sem olhá-lo nos olhos. – bem, eu preciso ir. Aula de Inglês agora. – disse dando um meio sorriso e voltando a andar.
- Ainda faltam quase 1h pras aulas começarem... – ele disse caminhando atrás de mim.
- É, mas eu preciso estudar. Sabe, eu nunca fui muito boa em Inglês. – disse apertando o passo.
- Porque você ta fugindo de mim? – ele perguntou parando. Agora sou eu que to fugindo?! Me virei lentamente pra ele, que continuava me observando sem nenhuma expressão no rosto.
- Porque eu to fugindo de você? – perguntei seria. – talvez você saiba, porque é pelo mesmo motivo que você fugiu de mim há três anos atrás! – recomecei a andar.
- EU TINHA 16 ANOS, DROGA! – ele gritou alterado. Me virei novamente.
- E eu, ? Eu tinha 15 anos! 15 ANOS! E sabe o que eu fiz além de acreditar que você me ligaria, que agente ia namorar mesmo e que seriamos felizes para sempre? Eu me entreguei pra você, . Porque eu achava que você era o cara certo. Mas eu acho que eu me enganei... – disse voltando a andar,
- Você não se enganou, . – ele disse segurando o meu braço. – eu sou o cara certo pra você e você é a garota certa pra mim! Nós fomos feitos um pro outro!
- ENTÃO PORQUE VOCÊ NÃO ME LIGOU, ? PORQUE VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO PEGOU A DROGA DO TELEFONE E LIGOU PRA ME DIZER APENAS "OI"? EU ACREDITEI EM VOCÊ! EU AMEI VOCÊ COMO NUNCA TINHA AMADO NINGUEM! – disse me soltando bruscamente. A essas alturas, eu já chorava demais e eu podia ver que ele se segurava pra não fazer o mesmo.
- , eu só tinha 16 anos... Tava confuso em relação aos meus sentimentos. – ele disse passando a mão nervosamente pelos cabeços.
- Não, . Você não estava confuso. Você simplesmente pegou a primeira menina que você viu e a fez de idiota! Só isso! E sabe, eu ate te dou razão, porque você não ia querer ficar sozinho nas férias, certo? Quantas meninas você pegou depois que eu fui embora? Três? Quatro? Cinco? DEZ? – gritei e o olhei. As lágrimas que ele tentava segurar, rolavam pelo seu rosto sem vergonha nenhuma.
- Não fala o que você não sabe, ! Eu tinha 16 anos, droga! Era um adolescente! Estava confuso em relação ao que sentia por você e...
- E eu tinha 15 anos e tinha certeza que o que eu sentia pro você era amor. Tanto, que não hesitei em fazer o que fizemos aquela noite. Tanto, que esperei igual uma idiota POR UMA LIGAÇÃO QUE EU NÃO RECEBI! – ele me puxou com força e me beijou. Todos aqueles sentimentos; tristeza, raiva, saudade, amor, ódio... Se misturavam com o gosto salgado das nossas lágrimas, que eram sentidas em um intenso beijo. Nos beijávamos com força. Podia sentir meus lábios latejando e o ar acabando. Mas de qualquer forma, eu não queria soltá-lo. Bagunçava os cabelos dele, enquanto as mãos do mesmo se encontravam na minha cintura, e faziam pressão contra o seu corpo. Nossas bocas iam aos poucos se afastando. Nos demos um demorado selinho, antes de partirmos o beijo por completo. Estávamos ofegantes, e o cabelo dele estava todo pra cima e desarrumado.
- Eu... Te... Amo... – ele dizia de olhos fechados e respirando profundamente. Era óbvio que eu também o amava! Mas depois de tudo que ele me fez passar, não me teria assim tão facilmente. Não mesmo!
- Me esquece! – disse voltando a andar, quase correndo, pra não dar tempo de ele me alcançar.

Capítulo 7

A semana passou um pouco lenta pra mim. Era sexta-feira e eu e estávamos na biblioteca fazendo um trabalho que o senhor Cooper, professor de Historia, havia nos passado.
- Como esse velho quer que agente defenda uma GUERRA? – perguntou indignada, olhando pro livro à sua frente. – é completamente sem noção! Se houve uma guerra, não tem o que defender!
- , ele quer que agente defenda os "moçinhos" dessa guerra. E não quem causou, né? O Sr. Cooper é velho, mas eu acho que ele ainda esta em condições mentais de passar um trabalho... – disse e ela riu.
- É verdade. Mas os Estados Unidos não são os moçinhos da historia! Todo mundo sabe que o Bush não é nenhum santinho... – ela disse com um sorriso vitorioso. – então, não temos trabalho pra fazer! – ela disse fechando o livro e levantando.
- ! – disse entre risos. – vamos fingir que o Bush é um padre e vamos fazer logo a droga do trabalho! Eu não quero ficar a tarde toda fazendo isso!
- Se quiserem ajuda... – uma voz surgiu as minhas costas, me fazendo arrepiar. – eu sempre fui bom em Historia e acho que poss...
- É, você tem razão, ! Não temos nada a fazer mesmo! – disse levantando, o ouvindo bufar.
- ! Pelo amor de Deus! Nós precisamos de ajuda SIM! E além do mais, eles vão falar sobre a mesma coisa que nós. – disse com um olhar de censura.
- Mas você acabou de dizer que nós não tínhamos nada pra fazer!
- Olha, eu sei que vocês tem suas desavenças, mas nós estamos falando do mesmo assunto, então eu acho melhor, para o bem da nação, vocês darem uma trégua. – outra voz masculina disse as minhas costas: .
- Obrigada, ! – sorriu agradecida.
- Pode me chamar de . – ele disse estendendo a mão. Ambas apertamos.
- Prazer. – dissemos.
- O prazer é meu, ladies.
- Acho que não fomos devidamente apresentados. – disse estendendo a mão para , que apertou. – .
- Eu já sei seu nome. Me falavam de você. – disse olhando pra mim. – .
- É, eu FALAVA muito bem de você, até ter motivos pra fazer o contrário. – disse me sentando novamente.
- Nos já conversamos sobre isso. – ele disse me encarando. [n/a: e QUE conversa! (6)].
- Eu não sabia que conversa era sinônimo de mentira. – disse séria, porém sem olhá-lo
- EU NÃO MENTI PRA VOCÊ, MAS QUE DROGA! – ele disse dando um murro na mesa.
- Você esta em uma biblioteca, moçinho! E não na sua casa! – uma mulher bastante irritada se aproximou.
- Desculpa. – respondeu de contragosto. – é, já vi que você mudou bastante. Não é a mesma que eu conheci há três anos... – disse começando a andar para fora da sala.
- Eu continuo a mesma de sempre, . A única diferença é que eu não vou deixar você me fazer de idiota de novo! – disse e ele abaixou a cabeça, mas sem parar de andar.
- Eu não sei quem é pior, você ou o . – disse se sentando novamente na cadeira, com ao seu lado.
- Desculpa, mas eu não to com clima pra estudar. – disse levantando da mesa e seguindo pro alojamento. Fui andando lentamente ate lá, me controlando pra não chorar. Tudo bem, se ele não estava certo do que sentia por mim, porque me falou tudo aquilo? Dizia que me amava e blábláblá... Porque me deu a porcaria do colar?! Quando eu digo que hoje em dia, "eu te amo" é mais dito que "bom dia", dizem que eu exagero. Eu ainda não sei por que eu tento. Sabe, talvez se eu fosse lésbica, minha vida amorosa seria bem mais feliz... NÃO! Sem exageros! Eu to bem assim.
- Oi, Chelsey! – disse à menina que estava deitada no sofá, completamente entediada.
- Oi, ! – ela disse me olhando com um sorriso.
- E ai? Ta fazendo o que? Pela sua cara, nada de interessante! – disse rindo e me sentando ao lado dela. Sabe, a Chelsey era uma menina legal, totalmente diferente da Stacy. Claro que a Chelsey era uma patricinha e tudo, mas ela se preocupava com outras coisas e era bem engraçada.
- To esperando a Stacy sair do banheiro. – ela disse mudando de canal. – ela vai sair com um cara essa noite...
- Então teremos paz hoje? – perguntei e ela me olhou tentando conter o riso.
- Não fala assim dela! – ela disse me dando um tapinha no braço, mas ainda rindo.
- Você quer que eu fale como? "Ah, então a minha melhor amiga vai sair hoje?" – perguntei e ela riu.
- Não. Na verdade, eu preferia até que você nem tocasse no meu nome. – Stacy disse entrando na sala toda arrumada. Vestia uma saia branca extremamente curta, uma blusa preta que o decote era maior do que a própria blusa, mostrando quase metade dos seus 1kg de silicone, botas também pretas de salto bem fino e os cabelos loiros absurdamente lisos.
- Farei esse sacrifício de não falar o seu nome. – disse sorrindo falsamente e ela respondeu da mesma forma.
- Eu sei que você tem inveja e tal, mas se ficar falando em mim o tempo inteiro, não vai te transformar de loser para uma menina como eu, de uma hora pra outra. – ela disse e eu ri sarcasticamente.
- Ah, claro que eu tenho inveja de você! Eu só ainda não descobri o porquê! – disse levantando e passando por ela. – não tem medo de eles saírem andando não? – perguntei apontando pro decote dela. Chelsey soltou uma gargalhada alta, mas logo recebendo um olhar censurado de Stacy, a fazendo parar quase que automaticamente.
- Sabe, eu não tenho tempo a perder com você. – ela disse olhando as unhas. – Chelsey, esse esmalte combinou comigo? – balancei a cabeça e fui pro meu quarto, me jogando na cama em seguida. Meu celular começou a tremer em cima da cabeceira e eu corri pra atendê-lo, antes que caísse no chão.
- Alô! – disse.
- A , por favor. – pediu uma voz masculina.
- Quem deseja?
- É o Ryan.
- RYYYYYAAAANNNN! – gritei com o nível de felicidade mais do que elevado. Ele riu.
- Hey, pequena! – ele disse ainda rindo. – assim você me deixa surdo, dude! - Tudo bem? – perguntei ainda feliz. Sabe, quando eu falava com o Ryan, esquecia de todos os problemas. Ele tinha esse poder: me fazer sentir melhor, mesmo que o mundo esteja desabando sobre a minha cabeça. Quem eu menos esperava, se tornou, depois da , meu melhor amigo.
- ? Você ta ai? - meus pensamentos foram interrompidos, ao ouvir a voz dele elevada.
- Hã? To, to sim! – disse sorrindo.
- Pois pra mim, parece que você ta no mundo da lua. O que anda acontecendo? Seus pais de novo? – ele perguntou preocupado.
- Não! Pior. – disse. Precisava desabafar, mesmo que fosse pelo telefone. – . O ta aqui em Oxford!
- ? Que , mulher? – ele perguntou confuso.
- ! ! O cara do navio... Lembra?
- Ah, sim! O idiota do navio, que fez a minha amiga sofrer esse tempo todo e... ESPERA! VOCÊ DISSE QUE ELE TA AI?
- Aqui. Em Oxford. Estudando Jornalismo comigo e a . – disse e ele ficou mudo por um tempo. – Ryan? Ta ai, dude?
- To sim! Cara, eu não acredito! E ai? No que deu?
- Você acha que deu em alguma coisa?! – perguntei incrédula. – ele primeiro diz que me ama, me faz juras de amor e depois fica três anos sem nem me dar um "oi". Ai, POR ACASO nós viemos pra mesma faculdade. E você acha que vai dar em alguma coisa? NUNCA!
- Essa é a minha garota! – ele disse feliz. Na verdade, rolou sim um beijo, mas eu não queria ouvir os sermões do Ryan até amanha de manhã.
- Mas e você? Tenho certeza que aconteceu alguma coisa. Você não me ligaria a toa. – disse e ele riu.
- Verdade. É que eu to embarcando pra Inglaterra quarta-feira e devo chegar por ai no sábado. Porque eu ainda vou ver a família, alguns amigos em Londres e tal...
- MENTIRA QUE VOCÊ VEM? – gritei.
- Você podia ser menos escandalosa às vezes! – ele disse rindo.
- Ahhh não acredito! – disse emocionada. – sabe há quanto tempo agente não se vê? VOCÊ TEM IDEIA DO TAMANHO DA MINHA SAUDADE?!
- Espera. Vou colocar o telefone no outro ouvido. Ainda falta ficar surdo dele... – ele disse rindo.
- Ah, seu besta! – disse revirando os olhos e rindo.
- Também to com saudade de você, pequena! Uma saudade quase incontrolável! – ele disse e uma lágrima escorreu pelo meu rosto. – ta chorando, é? – ele perguntou rindo.
- Não, por quê? – perguntei enxugando os olhos.
- Eu te conheço e sei que ta chorando. – ele disse rindo. – mas assim, e a... Uh...
- ?
- É. Como ela ta? – ele perguntou hesitante.
- Ela... Ela ta bem! Muito bem e mandou um beijo pra você.
- Ela ta ai?
- Não, mas ela disse que quando você ligasse, pra eu mandar um beijo por ela.
- Manda um pra ela também. Ok, pequena, agora eu tenho que desligar. A ligação daqui pra Londres não é considerada a mais barata. – ele disse rindo. – mas oh, se cuida e não faça nenhuma besteira! E fique longe desse , ok?
- Não precisa nem dizer. Beijo pra você também e me liga quando chegar aqui! Se cuida!
- Ta, eu ligo sim. Te amo! Beijo!
- Também te amo, amor! – desligamos.

Capítulo 8

Comecei a sentir minha garganta seca, e uma vontade enooorme de ir ao banheiro. Olhei no relógio e ainda eram 2hrs da manha. dormia tranqüilamente em sua cama; levantei sentindo o peso do sono sobre as minhas costas e fui caminhando lentamente até a cozinha. Abri a geladeira e enchi um copo com água, levando à boca em seguida. Sai da cozinha e fui pro banheiro, antes passando pela sala, podendo ver a Stacy se agarrando com um menino no sofá. Eles gemiam um pouco alto, apesar de não estarem fazendo nada demais.
- Com licença. Eu sei que a coisa aqui ta boa, mas vocês podiam fazer menos barulho, né? Tem gente nessa casa que gosta de dormir à noite. – disse com um sorrisinho cínico no rosto.
- Tinha que ser! – Stacy levantou de cima do menino e parou a minha frente. – vem cá, você não tem o que fazer não?
- Tenho: dormir. Mas sabe, é que não ta dando com todo esse barulho vindo daqui da sala... – disse ainda com o mesmo sorriso. – eu não me incomodo nem um pouco de vocês continuarem com isso. Eu só queria que vocês fizessem menos barulho. Só isso.
- ?! – ouvi a voz do menino e estremeci. Não! Não pode ser! O QUE ELE TAVA FAZENDO COM A STACY? Ele diz que me ama e depois fica se agarrando com outra? E ainda NA MINHA CARA?!
- Quer saber? Se engulam! Vocês se merecem! – disse saindo da sala, quase correndo.
- , espera! – ouvi passos atrás de mim, antes de me trancar no quarto.
- ! – a voz da Stacy ecoou pelos meus ouvidos. – você conhece a loser? – silêncio.
- Não, não. Eu achei que conhecia. Não conheço não. Onde paramos?

- , levanta! – já me chamava pela décima vez.
- Não! Me deixa! – disse cobrindo o rosto com o edredom.
- Que te deixar o que! Anda! Levanta! Agente vai se atrasar! – ela disse tentando novamente me puxar da cama. Em vão.
- EU NÃO VOU PRA LUGAR NENHUM! QUER ME DEIXAR AQUI? – gritei.
- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ TA ASSIM POR CAUSA DO ! – gritou com a mão na cintura. – , você que não quis nada com ele! Não pode culpá-lo por estar se divertindo. Se você pensou que ele ia ficar correndo atrás de você a vida toda, e que não ia se envolver com mais nenhuma garota, você estava enganada! PORQUE ELE NÃO VAI! DEIXA DE SER EGOISTA! NÃO EXISTE SÓ VOCÊ NO MUNDO!
- Quem você pensa que é pra falar comigo desse jeito? – levantei. – nem o Ryan você conseguiu segurar, e agora quer me ensinar como lidar com garotos? – disse e ela abaixou a cabeça.
- Você não devia ter falado isso! – disse saindo do quarto.
- Ah, que droga! – disse me sentando bruscamente na cama. Ouvi batidas na porta e logo depois, a cabeça da Chelsey entrar por ela.
- , você vai? – ela perguntou docemente.
- Não. Não to me sentindo muito bem... – disse esboçando um sorriso.
- Ok. Melhoras. – disse sorrindo e saindo do quarto. – ela não vai, . – me joguei na cama e fechei os olhos. Tudo tava tão confuso! Cadê a minha vida feliz em Londres ao lado da e do Ryan? Às vezes, faz tanta falta... Queria tanto que o Ryan estivesse aqui. Sabe, eu acho que agora, ele saberia me ajudar mais do que a . O reencontro com o , a noite de ontem, a briga com a . Tudo passava em flashes na minha cabeça. Será que eu estava realmente fazendo tudo certo? Eu poderia estar agora com o . Poderia ter sido menos cabeça dura e estar nos braços dele. Mas, foi ele quem quis assim. E eu fui idiota em me envolver com ele. Meus pais estavam certos... Ou não. Nosso primeiro encontro naquela lanchonete, depois o nosso primeiro beijo, depois o dia que ele me deu aquele colar, o dia que nos ficamos de castigo... A nossa noite. A primeira vez que o Ryan me ligou, o primeiro beijo dele na , os dois namorando felizes, nossas festinhas lá no nosso apartamento, quando eu ficava de vela no cinema, quando a demorava horas pra se arrumar, porque sairia com o Ryan e eu ficava sozinha naquele apartamento... Chorando. O me fez sofrer muito. E não seria um simples pedido de desculpas que ia apagar isso...
Meus pensamentos foram interrompidos por um som um pouco alto vindo do meu estomago. Olhei no relógio e já passavam das 11.
- Nossa! – disse levantando e colocando uma roupa qualquer: short jeans, meu blusão do Green Day e minhas pantufas de leãozinho. Sai do quarto fui pra cozinha. Fiz um mega sanduíche, peguei um mega copo de coca-cola e fui pra sala.
- Bom dia. – disse ao ver a Stacy, jogada no sofá.
- Fica-longe-dele! – ela disse levantando e colocando o dedo na minha cara. - Primeiro... – abaixei o dedo dela. – e segundo: do que você ta falando?
- Não se faça de idiota! Eu sei que você e o se conhecem! – ela disse seria.
- Claro que nos conhecemos! Fazemos Jornalismo juntos... – disse com uma cara bem óbvia.
- NÃO BANQUE A IDIOTA PRA CIMA DE MIM! – gritou. – já esta avisada... – disse saindo da sala. Ri sozinha. Mal sabe ela que quem tem que manter distância é ela mesma e não eu.
- Meu Deus! No que eu to pensando?! QUE SE ENGULAM E SEJAM MUITO FELIZES! – gritei e me joguei no sofá, começando a devorar meu sanduíche.

Capítulo 9

Já estávamos na sexta-feira, e eu e ainda não nos falávamos.
- ... – chamei a menina, que estudava deitada em sua cama.
- O que? – ela perguntou seca, sem tirar os olhos do livro.
- Eu... Queria... Err...
- Fala logo, ! Eu não tenho o dia todo pra te escutar. – ela disse me encarando agora.
- Olha, desculpa. – disse olhando pra baixo. – eu... Eu não devia ter falado aquilo e...
- Tudo bem. – disse ainda naquele tom seco, voltando a ler.
- Não, . Não ta tudo bem. Eu errei. Eu falei uma coisa que não devia, só porque tava irritada. Isso não ta certo! O que eu falei foi uma tremenda besteira! – disse e ela sentou na cama, me olhando. – eu sei que não é verdade...
- ... – ela respirou fundo. – eu não vou mentir: o que você disse, me chateou mesmo. Só você sabe o quanto eu amo o Ryan, e quando eu ouvi aquilo de você, sei lá, parecia que tava tudo desmoronando, porque eu esperava isso de qualquer pessoa, menos de você. E por mais que seja verdade, dói.
- Não, não é verdade! Você sabe disso! – disse seria.
- Mas de qualquer forma, você assumiu o seu erro. E essa é a melhor parte de errar, reconhecer que errou. – ela deu um meio sorriso.
- Então... Sem ressentimentos? – perguntei hesitante.
- Sem ressentimentos. – disse sorrindo. – você é minha melhor amiga, poxa! – sorri e ela me puxou pra um abraço.
- Ah! – exclamei depois que nos soltamos. – eu tinha esquecido... O Ryan vem aqui amanhã.
- Como? – ela perguntou incrédula.
- Exatamente o que você ouviu. Ryan McKorn vem aqui amanhã. Ele chegou na quarta em Londres, mas ai ele foi ver uns amigos e vem nos visitar am... – fui interrompida por um abraço bem forte da . Ela começou a pular e gritar agarrada ao meu pescoço, enquanto eu ria.
- CAAALMA! – gritei rindo.
- , ele... Ele... – disse com os olhos marejados. – eu não acredito que vou ver o Ryan de novo! – disse se sentando na cama novamente, com o rosto entre as mãos. Sorri, me sentando ao seu lado e segurando sua mão. – eu amo tanto ele...
- E eu não sei? – perguntei irônica.
- Não. Você não tem idéia do que eu sinto por ele... – ela disse com um sorriso bobo no rosto. É, realmente eu acho eu não sei...

O dia estava nublado e fazia um pouco de frio. Eu e , estávamos na portaria da universidade a espera de Ryan.
- Será que ele vem? – já perguntava pela quarta vez.
- Vem, . – disse rindo. – ele não daria um toco na gente.
- Não sei. Ele pode ter se... – ela parou de falar de repente, e seus olhos começaram a umedecer. Acompanhei seu olhar, e vi uma pessoa sair de dentro de um táxi. Ele parou e ficou nos olhando, com um enorme sorriso no rosto.
- AHHHHH RYYYYYAAAANNNN! – corri em sua direção e me joguei em seus braços. Ele começou a me girar no ar, enquanto me abraçava bem forte e ria.
- Heeeeeey, pequena! – ele disse quando me soltou, olhando em meus olhos. Uma lágrima escorreu lentamente pelas minhas bochechas, o fazendo sorrir de lado e limpá-la. Nos abraçamos novamente.
- Eu senti tanto a sua falta...! – disse ainda abraçada a ele. Ele soltou uma abafada risada e me soltou.
- Eu também. Sua e dá... – olhou por trás dos meus ombros e sorriu. – .
Olhei pra trás, e vi caminhando lenta e timidamente em nossa direção. Parou na frente dele e sorriu, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.
- Oi, Ryan. – ela disse tímida.
- Oi, . – ele disse sorrindo, achando graça da timidez dela. Num impulso, ela se jogou nos braços dele e os dois ficaram abraçados um bom tempo, até...
- Oi! – uma voz feminina disse as minhas costas, me fazendo virar e dar de cara com uma menina loira, de olhos azuis, bem bonita por sinal.
- Oi... – disse sem entender. Ryan soltou , e sorriu meio desconcertado pra nós.
- Bem, essa é a Ashley. – ele disse passando o braço por cima do ombro da garota. – minha...
- Namorada? – completou hesitante.
- É, minha namorada. – disse, sem encará-la.
- Prazer, . – a mesma disse estendendo a mão em direção a garota, que apertou, sorrindo simpática.
- Ashley. – respondeu. – , né? O Ryan fala muito de você! – disse sorrindo. Arqueei a sobrancelha, os fazendo rir.
- E posso saber o que ele fala de mim? – perguntei divertida.
- Vocês estão com fome? Pois eu estou. – ele disse tentando evitar o assunto.
- Ryan McKorn! – exclamei séria.
- Você sabe que eu te amo... – ele disse me mandando um beijo no ar.
- Sei, sei... – disse desconfiada.
- Vem, vamos comer alguma coisa. – ele disse andando na frente.
- Acho que não. To sem fome. Foi bom te ver, Ryan. – disse visivelmente triste. – e bom, Ashley, cuida bem dele. Você tem um namorado de ouro. – esboçou um sorriso e saiu andando. Ryan me lançou um olhar triste.
- O que ela tem? – Ashley perguntou parecendo preocupada.
- Ex-namorado. – disse e ela fez um "ah" de compreensão, enquanto Ryan apenas abaixou a cabeça.

- E ai? Como estão indo as coisas? – Ryan perguntou, assim que Ashley se levantou da mesa da lanchonete que estávamos, pra ir ao banheiro.
- Indo... – disse, bebendo um gole do meu suco em seguida.
- E o ?
- Nós quase não nos falamos. – respondi sincera, suspirando pesadamente em seguida.
- E como anda seu coraçãozinho em relação a isso? – ele perguntou em um tom doce.
- Ah, ele ta levando. Sabe, é meio estranho, mas eu supero. – disse rindo.
- Sente alguma coisa por ele ainda? – ele perguntou em tom sereno. – quer dizer, tudo aquilo que você sentia por ele, não pode ter ido embora de uma hora pra outra...
- Será que eu sentia tudo aquilo mesmo? – perguntei seria. – talvez não. Afinal, eu só estive com ele por duas semanas.
- Então, arrependida do que viveram? – ele perguntou curioso.
- Nós não vivemos nada, Ryan. – disse. – e eu não estou arrependida de nada. Há males que vem para o bem. E isso, me ensinou um pouco mais sobre a vida. – disse.
- Se eu te perguntar uma coisa, me responde com toda sinceridade? – ele perguntou, me encarando nos olhos.
- Uhum... – disse.
- Rolou alguma coisa entre vocês?
- Um beijo. Apenas um beijo. – disse.
- Sinceramente? Por mais que você diga que não, qualquer pessoa sabe que você ainda gosta dele e ele de você. Eu acho que vocês têm que conversar. Ter uma conversa civilizada. Tentem se entender. Vocês precisam disso...

Capítulo 10

Eu, Ryan e Ashley caminhávamos em silêncio pelo campus, até encontrarmos conversando seriamente com . Eles estavam sentados em um banco, e segurava a mão dela e fazia carinhos em seus cabelos com a outra. Ryan suspirou pesadamente, me fazendo olhá-lo, podendo constatar que ele olhava pra baixo, com uma expressão triste. Toquei em seu ombro, ele me olhou e deu um sorrisinho fraco.
- Hey! – disse quando nos aproximamos. nos lançou um olhar triste, enquanto apenas acenou com a cabeça.
- Eu... Já vou indo. Obrigada, . – disse levantando. Ryan segurou em seu braço, a fazendo encará-lo.
- Nós precisamos conversar.
- Você não me deve explicações, Ryan. – ela disse se soltando e começando a andar. – até mais...
- , espera! – ele disse correndo atrás dela. Os dois foram caminhando em silêncio, lado a lado, ate entrarem no alojamento.
- Avisem ao Ryan que eu estou no hotel. – Ashley disse com uma expressão séria, começando a andar em seguida. Suspirei pesadamente, me sentando ao lado de .
- Sobre o que conversavam? – perguntei.
- Ela tava me contando sobre esse tal de Ryan. – ele disse. – um idiota!
- Ele não é um idiota. Poxa, ele tava nos E.U.A. e a aqui! – disse.
- Se eu tivesse uma namorada feito a , mesmo que eu morasse na China, não a trocaria por ninguém! – ele disse com um meio sorriso. – eu espero que ela fique bem. Olha, - disse levantando. – fala pra ela, que se ela quiser dar uma volta comigo mais tarde pra espairecer, pra ela me dar um toque. Tchau, .
- Tchau... – disse. Continuei sentada naquele banquinho, imaginando o que estaria acontecendo entre a e o Ryan. Realmente, por mais que a estivesse triste e tal, o Ryan não devia explicações. Porque afinal, eles tinham terminado antes dele ir. Do mesmo jeito que ela saiu com alguns garotos, ele também tinha esse direito. Fiquei ali sentada mais um tempo pensando, ate avistar Ryan vir em passos rápidos na minha direção.
- Heey, Ryan espera! – disse me levantando e indo atrás dele, já que tinha passado direto por mim. Ele parou, se virou e me encarou. Estava com os olhos vermelhos e passava a mão freneticamente pelo cabelo. Me aproximei e ele me puxou pra um abraço. Ficamos abraçados um tempo, enquanto eu o escutava fungar.
- O que aconteceu? – perguntei quando nos soltamos.
- N-nós nos b-beijamos. – ele disse enquanto derramava algumas lagrimas. – m-mas ela disse que e-entre nos só restava a a-amizade. Sabe, e-eu tava disposto a t-terminar com a Ash, pra poder v-voltar pra cá e ficar com e-ela... – ele sentou e apoiou os braços nos joelhos, escondendo o rosto entre as mãos. Me sentei ao lado dele e me pus a fazer carinhos em seus cabelos.
- Olha, Ryan, vocês dois são meus grandes amigos. Mas você tem que entender, que a sofreu muito quando você foi embora. E eu entendo que ela não queira voltar com você: – ele me olhou, procurando uma explicação. – medo. Ela sente medo de se machucar de novo.
- M-mas eu já disse que vou voltar pra cá só pra ficar com ela! – ele disse atordoado.
- Eu sei. Mas eu acho que ela ta tão insegura, com tanto medo que não consegue acreditar. Olha, o que você tem que fazer agora, é aceitar a amizade da e seguir sua vida. Pelo menos por enquanto. – disse.
- O que eu mais quero é voltar com a ... – ele disse com a cabeça abaixa.
- DROGA, RYAN! ENTÃO PORQUE VOCÊ TROUXE A ASHLEY? – gritei me levantando e ficando de frente pra ele. Será que ele não enxergava que o motivo de tudo era a Ashley? Ele ficou me olhando sério, ate suspirar pesadamente.
- Eu sou um idiota! – ele disse levantando. – como eu pude ser tão burro?! MAS QUE MERDA!
- Se acalma, porque agora não adianta ficar assim. A burrada já esta feita. – disse me apoiando em seus ombros e fazendo-o se sentar.
- O que eu faço, ? – ele perguntou com a voz fraca, me olhando. E eu pude ver seus olhos umedecidos.
- Levanta, respira fundo e bola pra frente. Tudo bem que eu sei que você a se amam, mas você tem que entender o lado dela também e...
- E COMO VOCÊ ACHA QUE EU FIQUEI LÁ NOS ESTADOS UNIDOS SEM ELA? ELA NÃO VÊ O MEU LADO TAMBÉM NÃO?
- POIS NÃO PARECE QUE VOCÊ FICOU TÃO MAL ASSIM! – gritei e nos encaramos por alguns segundos.
- E-eu vou pro hotel. – ele disse levantando. – amanha agente se vê, talvez.
- Olha, eu não tenho nada haver com isso então, não desconta sua raiva em mim. Porque o único culpado por tudo isso aqui é VOCÊ!
- Eu sei. Desculpa. – disse me dando um abraço apertado.
- Quer sair hoje à noite? Nos podíamos jantar juntos, não sei... – propus.
- Pode ser. Eu ainda tenho que conversar com a Ashley, então não sei como vão ficar as coisas. Mas eu te ligo. – forçou um sorriso.
- Ok. Se cuida. – lhe dei um beijo na bochecha e ele voltou a caminhar.
Comecei a andar de volta pro alojamento. Logo cheguei no quarto, encontrando Chelsey sentada, comendo pipoca e assistindo "Legalmente Loira 2". Ela logo se virou e levantou, vindo em minha direção.
- , o que aconteceu? – ela perguntou preocupada. – a e um cara entraram aqui, se trancaram no quarto e depois ele saiu chorando daqui. E ela também tava chorando...
- Ele é um ex-namorado da . – disse e nos sentamos no sofá. Contei toda a historia pra ela. Inclusive, .
- Espera. Deixa eu ver se entendi. Você, e Ryan se conheceram em um cruzeiro pelo Brasil. Você e tiveram um romance e Ryan virou seu amigo. Você voltou mais cedo da viajem, Ryan te ligou e não. Ryan e namoraram, mas ele voltou pros Estados Unidos, eles ainda se gostam, mas ele ta de namorada nova. E você e o , o cara que a Stacy ta saindo, se amam? – ela perguntou com cara de interrogação.
- Exatamente. Tirando a parte, que eu e o ainda nos amamos, você entendeu tudo. – disse e ela deu um risinho sarcástico.
- Ora, . Mesmo eu não sabendo da historia, eu já tinha percebido um clima entre vocês! E agora, você vem me dizer que não gosta dele e ele de você?! – perguntou rindo.
- Mas eu NÃO amo o ! ELE FOI PASSADO! E um passado que eu realmente gostaria de esquecer... – disse suspirando. A porta se abriu revelando um cabisbaixo.
- Vocês viram a Stacy por ai? – ele perguntou sem me olhar. Chelsey me olhou.
- Ela saiu, mas não disse aonde ia. – Chelsey respondeu olhando de pra mim e vice-versa. Ele assentiu em agradecimento e saiu. Abaixei a cabeça e respirei fundo. – você acha que ele ouviu? – ela perguntou me olhando.
- Provavelmente... – suspirei. – eu... Eu preciso descansar... Pôr os pensamentos no lugar... – disse levantando e caminhando até o quarto, com uma súbita vontade de chorar. Abri a porta e estava sentada na cama dela, também chorando. Levantou e me olhou. Num impulso, corri até ela e nos abraçamos.
- Aiiin... ... – ela disse entre um soluço e outro.
- O Ryan m-me disse. – a soltei. – c-como v-você ta?
- Bem. – ela forçou um sorriso e eu arqueei a sobrancelha. – ta, eu não to bem. Mas a Ashley não tem culpa, certo? E nem ele. Porque ele tem toooodo o direito de seguir com a vida. E além do mais, nós nem estávamos em um tipo de namoro a distância. Ele tava solteiro. E bem, ele não me deve explicações... – suspirou. – amigos agora. Apenas bons amigos. – sorri.
- Bom, o disse que se você quiser dar uma volta com ele mais tarde, pra dar um toque. E sabe, eu acho que você devia ir. Tem um tempo que você não se diverte. E o é um cara legal. Uma boa companhia... – sorri e ela também.
- É, eu acho que vou sim. – disse pegando o celular. – mas , porque você tava chorando?
- É porque eu não gosto de ver minha amiga assim. Só isso. – menti. Não queria preocupar a . Ela já tinha os seus problemas. Sorri, a vendo discar o numero do celular de .

Capítulo 11

- Bonita? – perguntou dando uma voltinha. Vestia uma saia jeans escura, uma babylook preta com um casaco marrom por cima, e uma bota também preta.
- Linda! – disse sorrindo e deitando na cama. Ouvimos batidas na porta e logo depois, Chelsey apareceu apenas colocando a cabeça pra dentro do quarto.
- Um cara chamado , esta a procura de uma dama muito sortuda por sair com um gato desses, chamada . – rimos. deu uma ultima checada no cabelo, me deu um beijo no rosto e saiu do quarto acompanhada de Chelsey. Sorri sozinha. Sabia que sentia alguma coisa pela , e que ele poderia ajudá-la a esquecer um pouco o Ryan. Senti o celular vibrar, e o visor do mesmo piscar anunciando que Ryan me ligava.
- Alô?!
- , aquele jantar ainda esta de pé? - ele perguntou com a voz chorosa.
- Claro, claro!
- Ótimo! A que horas eu posso passar ai?
- Uh... – olhei no relógio. – daqui à 1h, ta bom pra você?
- Claaro! Então, ate lá. Te amo! Tchau.
- Também te amo. Tchau. – desligamos. Corri pro banheiro pra tomar um banho rápido. Sabia que Ryan precisava de mim agora. Provavelmente, ele devia ter terminado com a Ashley. Coloquei uma blusa e uma calça jeans qualquer, um all star e fui pra sala esperar Ryan.
- Chelsey, eu to saind... – entrei na sala e dei de cara com ela e Stacy conversando com que estava abraçado a loira oxigenada. Respirei fundo, enquanto eles me olhavam. – bom, to indo sair com o Ryan e não sei que horas volto. Até. – fui em direção a porta.
- Ryan... Do navio? – ouvi a voz de perguntar hesitante atrás de mim, e assenti, sem olhá-lo.
- Que navio, ? Da onde você conhece esse cara? – Stacy disse. Olhei pra Chelsey e ela sorriu, em sinal de que não ia contar nada. Abri a porta e sai. Fui caminhando pelo corredor e desci as escadas, encontrando Ryan parado no hall do alojamento.
- Hey, pequena! – ele disse me dando um beijo na bochecha. Entrelacei meu braço no dele e correspondi o beijo.
- Oi. – disse apenas.
- Que aconteceu hein? – ele perguntou com a sobrancelha arqueada, enquanto caminhávamos pelo campus.
- O ta lá encima com a minha colega de quarto. – suspirei pesadamente. – eles estão juntos...
-... Por diversão. – ele completou e eu o olhei. – sério. O te ama. Pelo que você me contou ta muito na cara que ele te ama. Ele só ta ficando com ela por diversão, porque se você chegar pra ele agora e dizer que o ama e pedir pra voltar, ele larga aquelazinha lá e volta correndo pra você. – deu uma piscadela marota e eu sorri. Talvez ele estivesse certo...
- Mas eu não sei se quero voltar com ele. Quando eu lembro de tudo e depois o vejo, me da uma vontade incontrolável de agarrar ele e dizer que eu o amo e que nunca o esqueci e pedir ele em casamento. – rimos. – mas ao mesmo tempo, eu fico com medo de ele fazer a mesma coisa que fez há três anos.
- Ele não vai fazer de novo, acredite. Depois desse susto, ele vai passar a te ligar de minuto em minuto. Da uma chance pra ele, . Não que eu ache que ele mereça, mas é que vocês se amam, poxa! E aposto o que for, que você ficou com a maior cara de idiota, vontade de chorar e de principalmente matar a garota quando viu os dois juntos. – disse sorrindo triunfante.
- Não, eu já tenho vontade de matá-la há tempos. – rimos. – ta na cara que eu ainda gosto do né? – perguntei encarando o chão.
- Não. – o olhei. – ta na cara que você AMA o ! – disse com um sorriso terno.
- É...
- Então, mulher! Da outra chance pra ele! É o melhor que você tem a fazer. Ou você pretende continuar ficando mal toda vez que vê-lo com alguma menina? Porque, ele pode te amar, mas é homem e tem lá suas necessidades. Não vai deixar de ficar com outras mulheres...
- Eu sei. Ô se sei! – ri. – eu vou conversar com ele...

- E você, ta bem? – perguntei enquanto mexia o sorvete com a colher.
- To levando... – disse dando de ombros.
- E a Ashl...
- Terminamos. – disse sério. – não dava pra continuar com ela, pensando em outra.
- Eu só espero que você saiba que a Ashley não tem culpa de nada. – disse convicta.
- Eu sei. Pra começar, eu nem devia estar com ela. Foi meio injusto da minha parte ter começado a namorar a Ash, pensando na . – ele suspirou, passando a mão pelos cabelos.
- E ela? Como ta? – perguntei hesitante.
- Ela disse que é melhor assim, porque ela já tinha notado um certo clima entre nós. Mas que nos podíamos ser amigos. PORQUE TODAS AS MULHERES QUEREM SER MINHAS AMIGAS? SERA QUE EU VIREI GAY E NÃO SEI? – ele gritou e eu ri. – não ri, não !
- Oh, desculpa. Bom se você quiser, nós podemos casar amanha mesmo... – disse dando de ombros e ele riu.
- Ok. , aceita casar comigo? – disse pegando a minha mão.
- Não sei. Preciso consultar a minha agenda primeiro. Se eu tiver um tempinho sobrando pra casar com o meu melhor amigo, quem sabe... – disse fazendo pouco caso e ele me deu um tapa na cabeça. – OUTCH! Não faz isso, dude!
- Vamos? Eu to meio cansado... – ele disse se espreguiçando.
- Vamos. – disse levantando. Já tínhamos pagado os sorvetes e voltamos pro campus. Fomos caminhando sem nos falarmos, apenas andávamos abraçados devido o frio que fazia. – você volta quando? – perguntei quebrando o silêncio.
- Amanhã à tarde. Eu realmente queria poder ficar mais, mas eu não posso... – ele disse desapontado.
- Ahh... Mas se você não pode... – disse apertando o abraço.
- Mas eu PROMETO vim te visitar mais vezes. – ele disse sorrindo e me dando um beijo na testa.
- Yeah! – continuamos andando ate avistarmos e Stacy conversando em um banco. Respirei fundo, sentindo Ryan apertar meu braço. Olhei pra ele, e ele sorriu, me passando confiança.
- Fala, ! – ele disse se aproximando deles, COMIGO DO LADO. Por um segundo, eu tive vontade de socar o Ryan! Mas só por um segundo.
- Ryan? Ryan McKorn? – ele perguntou levantando do banco e indo vindo em nossa direção. Eles fizeram aqueles cumprimentos com as mãos e me olhou. – oi, .
- Oi. – respondi.
- Quanto tempo, cara! – disse empolgado.
- Exatamente três anos. Eu fiquei um tempo aqui na Inglaterra. Você podia ter me ligado, sei lá. Liga pra , mas não liga pra mim, né garanhão? – o que? Qual parte do " não me ligou nesses últimos três anos" que o Ryan não entendeu? me olhou com a expressão confusa, mas ao mesmo tempo desapontada.
- Err... – ele não sabia o que dizer. MAS É CLARO! Já saquei a do Ryan. Ele só pode ta querendo deixar o envergonhado e sem ter o que falar! Gênio! – eu tava meio sem tempo, sabe..?
- Sei... – ele disse não muito convencido. – mas enfim, foi bom te ver, cara.
- Igualmente. – respondeu ainda sem graça.
- Deixa eu ir lá. Tenho que colocar essa princesinha na cama. See ya! – ele disse acenando, quando voltamos a andar.
- See ya... – disse e ficou nos observando por um tempo.
- É POR ISSO QUE EU TE AMO, MCKORN! – gritei quando já estávamos longe, o abraçando. Ele riu, enquanto me girava no ar.
- Eu sei, sou um gênio!
- Convenciiiido... – disse revirando os olhos. – agora vem, porque você precisar colocar essa princesinha na cama. – disse o puxando pelo braço. Chegamos ao alojamento e nos despedimos.

Capítulo 12

Um mês e meio se passou...

- Aaaaanda, ! Levanta dessa cama! – dizia me puxando pelo braço.
- , eu já disse que não vou. Pode ir. Divirta-se! – disse mudando de canal.
- Tendo uma super festa no alojamento dos garotos e você vai ficar em casa? Fazendo o que? – ela perguntou com as mãos na cintura.
- Comendo pipoca, bebendo coca-cola e assistindo Friends. Um oootimo programa pra um sábado à noite! – disse rindo da cara que ela fazia.
- Sim, um ótimo programa, quando o sábado é tediante. O QUE NÃO É O CASO!
- Anda, o vai cansar de esperar! Boa noite, divirta-se e juízo! – disse a empurrando pra fora do quarto e trancando a porta, podendo ouvir os milhares de palavrões sendo xingados por ela. Me joguei na cama e voltei a encarar a TV. Novamente batidas na porta.
- , nos já estamos indo. Tem certeza que você não vai? – a voz de Chelsey ecoou pelo quarto. – porque se você quiser ir, eu te espero numa boa.
- Não, Chelsey. Eu vou ficar aqui. Não se preocupe. – gritei do lado de dentro. – divirta-se!
- Ok. Obrigada. Divirta-se também! – disse com uma risadinha. Olhei pro pote de pipoca na minha frente e percebi que estava quase vazio, assim como o copo de refrigerante. Joguei o edredom pro lado e levantei da cama, indo em direção a cozinha. Coloquei mais um saco de pipoca no microondas e enchi o copo de coca-cola. Era tão bom ficar sentada na mesa, apenas admirando o saco dentro do microondas rodar, rodar, rodar e expelir um cheiro gostoso de manteiga. Eu definitivamente, amo a tecnologia. O aparelho apitou e eu logo pus tudo dentro do pote. Passei pela sala e olhei pra aquele sofá vermelho, que parecia tão aconchegante... Voltei ao quarto e peguei meu edredom, indo pra sala.
Me ajeitei no sofá, e liguei a TV no mesmo canal de antes. Ainda passava Friends e eu dava altas gargalhadas com a Phoebe. Aquele outono ficava cada vez mais frio, e de vez em quando um vento balançava as janelas, fazendo as cortinas de mexerem. A televisão começou a dar interferência e a chiar.
- Ótimo! – disse irônica levantando pra ajeitar a antena, quando ouvi batidas na porta. Deixei o que tava fazendo de lado e fui até a entrada. – pelo visto a festa não tava tã... ?! – gritei ao avistá-lo na minha porta.
- , eu te amo! – ele disse entrando e tentando me imprensar na parede. Olhei, e nas suas mãos tinha uma garrafa de vodka.
- , você ta bêbado! – disse o afastando de mim com uma das mãos, apenas separando nossos corpos pelo cumprimento do meu braço.
- Eu te amo, . Fica comigo, por favor! – ele disse tentando se aproximar mais uma vez. Me esquivei e sai do meio dos seus braços, indo pra trás do sofá.
- , você ta bêbado! Não sabe o que fala. Por favor, volta pro seu quarto e vai tomar um banho frio! – disse o vendo de aproximar.
- Eu sei que sou um idiota, mas eu preciso de você! Me perdoa! Fica comigo! – disse segurando uma das minhas mãos.
- Quando você tiver sóbrio, agente conversa. Agora, por favor, sai... – disse dando a volta no sofá e o puxando pelo braço. Em um movimento rápido, ele me puxou de volta, me fazendo cair no sofá. Se jogou em cima de mim e começou a me beijar, enquanto imprensava minha cintura contra o seu corpo. – ... Não... Por favor...!
Ele começou a distribuir beijos pelo meu pescoço, enquanto tentava levantar a minha blusa, me fazendo arrepiar quando sentia suas mãos frias tocarem minhas costas quentes. Levantei seu rosto pelo queixo e o beijei. Não agüentava mais toda aquela tortura! Retirei sua blusa com rapidez, enquanto ele fazia o mesmo comigo, logo após, procurando o zíper da minha calça. Nos despíamos com voracidade, enquanto nos beijávamos. Ambos queríamos aquilo. Não sabia o que aconteceria depois disso, mas não conseguia parar. Eu o queria, isso era fato.

Acordei sentindo uma fraca luz bater nos meus olhos. Sem abri-los, procurei pelo celular que estava na mesinha de centro. Abri apenas um olho, e vi que eram 7:30 da manhã. Olhei pro lado, podendo ver dormindo serenamente no tapete da sala, com meu edredom jogado de qualquer jeito sobre o seu corpo. Me sentei e fiquei vendo-o dormir. Ele era tão lindo, até mesmo com o cabelo todo bagunçado e com umas pequenas caretas que fazia durante o sono. Tudo aconteceu tão rápido ontem. Não, eu não estava arrependida de nada. Apenas tomada pelo desejo, enquanto ele, estava apenas sob efeito do álcool. Não sabia se ele ia se lembrar do que aconteceu ontem, ou o que iria acontecer daqui pra frente. Hoje, com certeza, seria "o dia do acerto de contas", porque afinal, eu dormi com ele.
- Bom dia... – ouvi a voz dele, meio sonolenta me despertar dos meus pensamentos. Dei um leve sorriso, ao vê-lo também sorrir com o rosto amassado, porém, lindo.
- Bom dia! – respondi. Ele se sentou com uma certa dificuldade, apoiando as costas no sofá. Abracei os joelhos e fiquei o encarando. Eu não sabia o que dizer. Não sabia como começar. Depois de tudo que eu fiz com ele, não sabia como dizer que o amava. E pela sua expressão, ele também devia sentir a mesma coisa. Suspirei, sem olhá-lo, mas sentindo seu olhar sob mim.
- Arrependida? – ele perguntou direto. Respirei fundo e o olhei.
- Olha, , arrependimento é uma palavra muito forte. Eu só acho que nós não devíamos. Porque afinal de contas, somos apenas colegas de faculdade e...
- Porque você quer, . Sabe, até a Stacy sabe o que acontece entre agente. Eu sei que fui um idiota, e que o meu "medo" não justificou o que eu fiz. Eu tinha que ter te ligado, nem que fosse pra ouvir que você tava com outro. Eu sei que devia ter feito isso. Sei que você sofreu por mim, e você não sabe como isso me tortura. Como é simplesmente horrível, saber que a garota que eu amo chorou por três anos, a espera de uma ligação que eu não dei. Você tem todos os motivos e todo o direito de não querer nada comigo. Mas... – ele veio engatinhando até mim, que a essa altura, já chorava. Parou a minha frente e segurou meu rosto entre as mãos. – eu te amo, . Amo com todas as minhas forças. Amo como eu nunca pensei amar qualquer outra pessoa. Amo tanto que chega doer. Eu nunca pensei que eu pudesse ter tanto amor dentro de mim. O meu mundo gira em torno de você. – passei a mão delicadamente pelo seu rosto, o fazendo fechar os olhos. Me aproximei dele, o beijando delicadamente. O sabor salgado de nossas lágrimas, se misturavam ao doce do nosso beijo. Ambos chorávamos enquanto nos beijávamos. Soltei um alto soluço após partirmos o beijo. – da uma chance pra nós dois . Por favor... – disse baixinho, enquanto limpava as lágrimas que escorriam dos meus olhos.
- Eu... Te amo, . – sussurrei e ele sorriu, me puxando pra mais um beijo.

Epílogo.

Quatro anos se passaram...

Esses anos passaram muito rápidos pra mim. Agora, estávamos aqui, todos os alunos e professores, na quadra, na coisa mais esperada por todos: formatura. Todos vestiam uma bata preta, com uma enorme listra branca no meio e aqueles chapeis quadrados, típicos de formandos.
- E agora, com vocês a nossa oradora da turma. ! – o diretor Carl disse ao microfone, arrancando aplausos das pessoas.
- Vai lá e arrasa! – disse me dando uns tapinhas no ombro. Levantei da cadeira e fui em direção ao palco. De lá, pude observar e abraçados, me olhando; ao lado de Ryan e Ashley. Sim, eles tinham voltado a namorar faz um ano e pouco. Chelsey e Stacy, também sorriam pra mim, abraçadas aos seus respectivos namorados: Steve e James. E lá, me dando o maior dos apoios, com um simples sorrisinho de canto, . Respirei fundo e limpei a garganta.
- Boa tarde. – disse ao microfone. – há exatamente quatro anos atrás, entramos aqui na esperança de nos formarmos e termos um futuro muito melhor. E aqui estamos. Depois de muitos trabalhos por parte dos professores e muita dedicação por parte dos alunos, finalmente chegamos aonde tanto sonhamos. Agora, caminhos diferentes serão traçados, novos rumos serão tomados. Mas, o que vivemos aqui, nunca, jamais será esquecido. – pisquei pra , que sorriu. – desejo a cada um que está aqui, muita sorte nessa nova jornada que esta por vir. Sejam felizes, obrigada. – cumprimentei o diretor e os professores e voltei ao meu lugar.
- Tava liiiinda! – Ryan disse dando uma tapa na aba do meu chapéu. Sorri.
- A é linda! – disse dando língua pra Ryan, passando o braço por cima dos meus ombros. A entrega dos diplomas começou e depois de uma loooonga cerimônia e algumas fotos, a formatura finalmente acabou. Fomos caminhando os quatro, ate o jardim do campus.
- Nós temos que pegar nossas coisas depois, . – disse abraçada a .
- É, eu sei. – suspirei pesadamente. – eu vou sentir saudades daqui... – disse e apertei de leve a ponta do nariz de , que riu.
- Todos nós vamos! – disse. – definitivamente, foi o melhor lugar que eu já estive! – disse passando a mão na barriga de , que sorriu, posicionando a mão em cima da dele. É, tava grávida de três meses do . Eles definitivamente, faziam um casal lindo! E adivinha quem eram os padrinhos? Eu e Ryan pra batismo e Chelsey pra consagração. É, a maluca da Chelsey mesmo. Quem diria, huh?
- E ai, onde nós vamos comemorar? – Ryan perguntou chegando com Ashley, que também estava grávida, mas de seis meses. Era uma menina: Brittany. Eu e pra batismo e pra consagração.
- Nos podíamos ir almoçar juntos. Eu não to podendo ficar saracuteando por ai. – Ashley disse, naquele ar sereno e fofo de grávida.
- Nem ela! – disse apontando pra , que ficou emburrada.
- Ah, corta essa! Gravidez não é doença e eu só to de três meses! – disse cruzando os braços.
- Eu não quero que a minha afilhada já nasça em ritmo de carnaval, portanto, pode sossegar em casa, moçinha! – Ryan disse. – porque se essa menina puxar a beleza da mãe, e ainda for elétrica, o nosso amigo terá sérios problemas. – rimos.
- Então... Vamos? Nos podíamos almoçar no Blue's. – propôs .
- Isso. Quem vai comigo? – Ryan perguntou.
- , eu posso falar com você rapidinho? – perguntou no meu ouvindo, me fazendo sentir aqueles insistentes arrepios.
- Claro, amor. – disse e lhe dei um rápido selinho, antes de ser levada pra trás da quadra. Ele me pôs em sua frente, e deu um sorrisinho, antes de olhar pro jardim. Ele suava, e estava um pouco pálido, nervoso. Dei dois passos e me pus em sua frente.
- Eu achei que você quisesse falar comigo, . – disse rindo e pondo as mãos na cintura.
- É, e-eu q-quero! – ele disse olhando pro lado oposto ao meu.
- Então fala... – disse segurando seu rosto pelo queixo e trazendo-o pra minha direção delicadamente.
- É que... Err... – disse olhando pros lados freneticamente. Arqueei a sobrancelha e sorri.
- HEY, VOCÊS! DA PRA SER? – gritou lá da frente.
- Amor, eles estão nos esperando. Olha, toma uma água, se acalma e depois você fala comigo, ok? – lhe dei um selinho e fui andando na frente.
- CASA COMIGO? – ouvi a voz de atrás de mim e parei instantaneamente. Meus olhos começaram a umedecer e eu me virei pra ele vagarosamente.
- O que, ? – perguntei com um sorriso no rosto, me aproximando dele.
- V-você é a m-mulher da minha v-vida! E-eu não vivo mais sem v-você! – fechou os olhos e respirou fundo. – , quer casar comigo? – disse e tirou do bolso uma pequena caixinha de veludo preta. A abriu e eu pude ver uma pequena e aliança de outro, com um delicado diamante. Senti uma lágrima quente percorrer minha bochecha, enquanto encarava aquela linda aliança de noivado.
- , e-eu nem s-sei o que dizer!
- DA PRA VOCÊ ACEITAR LOGO PRA NÓS PODERMOS IR? – Ryan gritou divertido, e ao seu lado, , , Ashley, Chelsey e Stacy, se encontravam sorridentes. Olhei pra , e o mesmo me encarava apreensivo, mas com um pequeno sorriso nos lábios.
- E-eu aceito. – disse com um sorriso maior que o meu próprio rosto.
- O que? Repete! Alto! – pediu sorridente.
- EU ACEITO CASAR COM , PORQUE ELE É O AMOR DA MINHA VIDA! – berrei e ele me abraçou, me girando no ar em seguida. Me pôs no chão, e delicadamente colocou aquela aliança no meu dedo anelar direito, me beijando com toda paixão possível em seguida.
- Eu... Te... Amo! – ele disse, mas sem desencostar sua boca da minha.
- Eu também te amo! – disse rindo.
- OK! TODOS NOS JÁ SABEMOS DISSO! AGORA VAAAAAMOS! – disse nos puxando pelo braço.
- Eu sempre soube que isso ia acabar assim... – Ryan disse, enquanto me abraçava.
- Sabia porra nenhuma! Você virou vidente agora, McKorn? – Stacy perguntou divertida e nós rimos. É, definitivamente ali começava uma loooonga historia!

Fim.


N/A: Heeey geente! *-*
Bom, espero que tenham gostado, pois eu dei o meu melhor nela. Desculpem a demora, mas foi realmente necessário, e afinal, a pressa é inimiga da perfeição, certo? Não que eu ache que ficou perfeita, mas... Vocês me entenderam!
Outros pequenos agradecimentos:
Juh: se não fosse ela me enchendo o saco, eu não teria terminado tão cedo! :D
Renata: obg por betar, amor! Mais uma vez, se não fosse você, minha fic não estaria aqui. (y)
Vocês: CLAAAARO! SEMPRE! ;D
Dougie Poynter <3, Harry Judd, Danny Jones e Tom Fletcher: nem preciso dizer, né?
Então, é isso. Obg e ate a próxima! o/
:*.

Gostou? Não gostou? Caixinha de comentários aqui embaixo:
Ooooou: recrutagirl_14@hotmail.com. Eu juro que não mordo! o/
Xoxo.


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