- Vou passar aí em cinco minutos. Esteja pronta.
ouviu o namorado falar e desligou o telefone. Na noite anterior, a havia chamado para ir ao litoral e ela concordou. Fazia muito tempo que não ia à praia e um convite de era quase irrecusável.
Arrumou uma mochila qualquer com as coisas que achava mais importante: protetor solar, roupas extras, óculos escuros, máquina fotográfica, toalha e canga. Não se lembrou de nada além disso e se pôs em frente ao espelho para tentar prender o cabelo, sem sucesso. Escutou uma buzina e olhou pela janela do quarto com esperanças de que fosse uma pessoa qualquer.
- Merda. – murmurou quando viu que era o namorado lhe esperando.
Pegou a mochila, enfiou alguns chicletes no bolso do short e saiu do apartamento se perguntando se havia esquecido de alguma coisa enquanto trancava a porta. Desceu as escadas correndo e abriu a porta do carro ajeitando o cabelo.
- Demorei? – olhou para o namorado sorrindo. Era impossível observar aqueles olhos e não se encher de felicidade.
- Não estava pronta? – perguntou selando seus lábios nos da namorada e acelerando o carro.
- Estava. – falou e viu o olhar torto de pelo canto dos olhos. – Ok, quase. – rendeu-se.
Os dois sorriram e trocaram os olhares mais uma vez. achava lindo como tudo acontecia, ter conhecido fora a melhor coisa que já lhe aconteceu. Ligou o som do carro, conectou seu iTouch na entrada que havia ali e optou por colocar BMTH. O namorado fez uma careta ao escutar a voz de Oliver Sykes sair pelos auto-falantes e comentou:
- Acho que mereço escolher a música dessa vez, certo?
- Ah, não!
- Por favor. – olhou de relance para namorada fazendo bico.
- Assim não vale! – riu e colocou Oasis para tocar.
Os dois se calaram para apreciar a música e só se ouvia os sussurros de , que acompanhava a letra.
- Vai demorar muito pra chegar? – perguntou se encolhendo no banco do passageiro.
- Atrapalhou a música, agora vou ter que colocar do início, chata. – revirou os olhos, brincalhão. – Um pouco. – respondeu.
- Grosso. – sorriu e fechou os olhos, sendo derrotada pelo sono.

- – escutou dizer seu nome. – Amor.
- Hm? – falou, tentando abrir os olhos.
- Chegamos.
- O quê? – disse animada de repente, saltando de dentro do carro e sentindo a maresia lhe atingir. Respirou fundo, aproveitando o momento.
- Vamos. – sentiu o namorado pegar-lhe a mão e o acompanhou, quase pulando em suas costas.
- Pegou as coisas?
- Aham.
Os dois escolheram o melhor lugar para sentarem naquela areia branca dentre muitas opções. Podia ser um dia de sol e o calor ser forte para os habitantes do local, mas os ingleses não são de aproveitar um dia na praia. Estenderam a canga sobre a areia e ali despencou.
- Nem é folgada. – disse rindo.
- Só estou cansada, ok? – falou, puxando o namorado para deitar ao seu lado.
- Que pena, porque eu ia te convidar para ir a um lugar comigo.
Aquilo despertou a curiosidade em .
- Que lugar?
- Para quê você quer saber? Nem vai comigo mesmo.
- Vou sim.
- Sério? – o namorado a encarou.
- Depende do lugar.
- Só digo que tem que nadar muito.
- Vamos.
Levantou e tirou sua blusa e seu short revelando um maiô branco com estampa florida, esperou fazer o mesmo ficando só de bermuda. pulou em cima do garoto que segurou suas pernas.
- Vai! – falou batendo as pernas no corpo do namorado.
- Ai, que garota nervosa. – brincou e saiu correndo em direção ao mar.
Ao chegar numa parte funda o suficiente mergulhou com que ainda estava em suas costas e continuou nadando, subindo à superfície algumas vezes para respirar e perguntar se ela estava bem. Durante o percurso, se perguntava onde o namorado a estava levando e aquilo a deixava inquieta já que nunca havia feito nada do tipo para ela, mas não era a preocupação que a deixava nervosa e sim a curiosidade. Se estivesse em terra firme seus dedos estariam sem unhas. Não se passou muito tempo para que a garota pudesse ver uma pequena ilha, localizada não muito longe da praia só que aparentava ser vazia. Ao se aproximarem mais, ela pôde ver que aquela não era uma ilha comum. Era linda. A água parecia ficar mais transparente ao se aproximarem do pedaço de terra e a areia aparentava ser incrivelmente linda.
- Pode descer. – o namorado comentou depois de muito tempo.
- Wow, não sabia que existia um lugar desse na Inglaterra. Não sabia mesmo! – exclamou correndo em direção a areia e jogando água em de acordo com o movimento de seus passos.
Viu sentar na beira da água e começar a fazer um castelo. Riu consigo mesmo. Não sabia como a namorada conseguia ser tão infantil, mas aquilo era uma das coisas que mais gostava nela. Não era á toa que levou a namorada para o lugar que por tanto tempo havia sido só seu. Queria que fosse somente dele, para sempre.
- Gostou? – perguntou sentando-se ao lado da namorada.
- Eu amei, tipo, muito! – sorriu e selou seus lábios nos do namorado. – Obrigada por me trazer aqui.
- Ah, eu queria te falar... – se interrompeu envergonhado. ’’Ah, não.’’, pensou fazendo uma careta, ’’Vergonha agora não, cara.’’.
- Diga. – disse observando com cumplicidade e se perdendo nos olhos dele, como sempre acontecia. Ela não sabia como conseguia entender uma pessoa só com um olhar, só com uma palavra, como o entendia. Sabia que escondia alguma coisa, mas preferiu não dizer nada. Sorriu abobada com os próprios pensamentos e se aproximou mais do namorado, deitando em seu ombro. – Então, como descobriu esse lugar?
- Internet. – mentiu.
- Bobo. – a menina rolou os olhos sorrindo.
- Só se for por você, gatinha. – riu com a brincadeira e deixou de encarar a paisagem para observar deitada em seu ombro. Ficaram em silêncio, somente apreciando o vento que ricocheteava suas bochechas trazendo uma leve sensação de conforto. Bem, seria agora ou nunca. – Ei. – respirou fundo. – Tenho uma coisa para você.
A namorada o olhou esperançosa e ele se levantou indo em direção aos coqueiros no centro da ilha. Havia enterrado a pequena caixinha com uma aliança Tiffany’s naquele lugar. Cavou com as próprias mãos até achar a caixa de veludo e se dirigiu de volta para à namorada. Suas mãos tremiam mais do que no primeiro encontro. Se ela dissesse sim, os dois iriam assumir um compromisso quase irremediável consigo mesmos.
- Então, - sentou na frente da namorada e revelou o anel de prata e diamantes que estava ali dentro. – talvez eu não saiba o que é realmente o amor. Talvez, uma palavra tão simples quanto amor não deveria ter um significado tão profundo. E, talvez, o que eu sinta por você seja tão forte que eu não consiga comparar tal sentimento com absolutamente nada, nem mesmo com a força de Sansão ou Hércules. – ficou surpreso com as próprias palavras. – Talvez tenha medo de dizer ‘’Eu te amo’’ pois essa frase se tornou tão banalizada que não representaria meu amor por você. Por isso, só digo que quero você no meu coração e na minha mente pelo resto da minha vida e mais.
não era uma garota de lágrimas, mas o discurso de havia tocado em sua alma. Não sabia o que falar, estava em estado de choque. Queria poder dizer que seu sentimento para com ele fosse o mesmo, já que era isso que ocupava sua mente, só lhe faltava a voz. Por fim, abraçou o namorado e sussurrou:
- Sim.
Aquele era só o começo do felizes para sempre.

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