Ninguém pode fugir do amor e da morte


Essa história começa onde termina uma vida. Acho que essa frase resume bem tudo que tem acontecido com , isso porque há quase 3 semanas ela recebeu uma notícia que definitivamente acabou com a vida dela, ou pelo menos foi isso que ela pensou.
havia acordado cedo e foi ao médico pegar uns resultados de um check-up que tinha feito devido a alguns desmaios, ela e a mãe estavam na sala de espera já fazia uns 15 minutos até que o doutor pediu que apenas sua mãe fosse falar com ele.
A garota esperou ali por mais meia hora, então o médico mandou que ela entrasse na sala, mal isso aconteceu e sua mãe a sufocou com um abraço. Quando finalmente conseguiu se desvencilhar da mãe foi que notou as lágrimas no rosto dela.
- O que aconteceu? – perguntou
- Sente-se, por favor, a notícia que eu tenho para dar com certeza não é fácil de suportar - o médico pediu e atendeu prontamente, se sentando na cadeira ao lado de sua mãe que ainda chorava - Os resultados dos exames que você fez indicaram uma doença terminal – ele respirou fundo e a olhou, esperando alguma reação.
- Isso significa exatamente o quê? – A garota perguntou rapidamente franzindo a testa.
- Significa que você não tem muito tempo de vida, eu não posso dizer exatamente quanto tempo lhe resta, mas seria mais ou menos 3 meses.
O médico explicou tudo, mas já não estava mais prestando atenção, a única coisa na qual ela estava pensando eram essas palavras: 3 meses. As vozes do doutor e de sua mãe pareciam distantes assim como o resto do mundo.
Passaram-se duas semanas de choradeira e ter que dar a notícia aos amigos e familiares só a fazia sofrer mais. Mas o pensamento que estava consumindo durante esses últimos dias tinha nome certo: Dougie Poynter! Esse era o garoto pelo qual a menina tinha um amor considerado por muitos, impossível. Ele era baixista e vocalista de uma banda britânica chamada McFly e o maior sonho dela e de suas duas amigas loucas, e , era conhecer os garotos dessa banda. O que incomodava era que parecia que ninguém dava a menor importância para isso e se seus dias estavam contados ela não poderia morrer sem realizar esse sonho. Nessa próxima semana que se passou, , e focalizaram-se em convencer suas mães e seus pais a permitirem que esse sonho se realizasse e isso deu loucamente certo.

Agora estavam elas em um apartamento em Londres fazendo planos para conseguir chegar aos McGuys.
- PLANO NÚMERO 1 – gritava que estava em pé entre a TV e o sofá – Vamos ao show deles depois de amanhã.
- Mas isso vai ser uma coisa muito normal e não seria um bom lugar para fazer eles se apaixonarem loucamente por nós – dizia que estava sentada no sofá anotando tudo em um caderno.
- Também acho isso muito normal, mas mesmo assim vamos ao show, certo? – perguntava .
- Por isso mesmo que eu tenho O PLANO NÚMERO 2, vamos ao show e nos divertimos, mas não invadiremos o camarim e evitaremos sermos vistas por eles – dizia com um ar de mistério.
- Mai estamos aqui para sermos vistas por eles – reclamava sem entender onde a amiga queria chegar.
- Calada... Deixe ela continuar – retrucou
- Isso mesmo, calada, eu ainda não terminei, o show será só para nós nos divertirmos, nós não vamos conhecer eles lá.
- Mas não podemos perder essa oportunidade, não sabemos quando vamos vê-los de novo – disse já se levantando do sofá onde estava.
- Caaalma – dizia rolando os olhos – Não vamos ser apressadas, é melhor esperarmos o momento certo para fazermos direito, por isso meu plano número 2 é uma coisa mais demorada, mas com muito mais possibilidades de dar certo.
- Então me diga logo antes que eu tenha uma síncope – disse já deixando o caderno do lado, a possibilidade de um plano mais demorado não era bem o que a garota estava querendo no momento, mas se tivesse mais possibilidades de dar certo, então ela iria em frente.
- Nosso alvo primeiramente não se chama nem Danny, nem Dougie, nem Harry, nem Tom... Seu nome é Will!
- WILL? Aquele robert amigo do Dougie? – disse quase gritando e olhando pra que franziu a testa indicando que estava entendendo tanto quanto a amiga.
- Esse mesmo, ele é quem temos que achar, e é com ele que temos que fortalecer nossos laços de amizade. Pensem, vai ser difícil achar os McGuys em Londres, não temos endereço, telefone nem nada, só podemos nos aproximar deles nos shows, mas não é isso que queremos, precisamos de alguém menos difícil de achar e que nos leve até eles como amigas!
- Perfeitooooo! – dava pulos de alegria – Mas teremos que fazer o impossível para esse plano dar certo.
- O impossível... É apenas... Um desafio – disse isso entre pausas e com cara de malvada o que fez as amigas rirem muito.
Certo, elas tinham um nome, uma foto, um notebook e muita loucura dentro daquelas cabeças, durante 4 dias e 4 noites elas pesquisaram telefones e endereços que poderiam pertencer ao Will, com pausa é claro para o show, onde elas se divertiram muito mais sem invadirem o camarim e sem chamarem a atenção.

Havia chegado o dia, elas finalmente tinham descoberto onde o Will morava, acordaram bem cedo, o que não era de costume, mais valia tudo para terem seus amados McGuys com elas.
foi a primeira a acordar, tomou café e correu para o quarto de para acordá-la. Ao entrar, viu ela estirada na cama sem nenhum sinal de que pretendia acordar tão cedo, então ela tomou distância e lhe deu um bolão que fez acordar imediatamente e altamente nervosa, então começou a rir feito uma hiena.
No quarto do lado, fora arrancada de seus sonhos devido às risadas da amiga, resolveu tentar voltar a dormir, mas a fresta de luz que entrava pela sua janela, direto no rosto da garota, a fez ver que já amanhecera e lembrar que aquele era o dia do ataque. Levantou-se devagar desejando voltar a dormir para terminar o sonho que estava tendo com Dougie, mas o dever a chamava.
- Bem na hora mais picante do sonho essa lesada da tem que começar a rir feito uma hiena – reclamava fechando os olhos e tentando se lembrar de algum detalhe do sonho.
Ela foi até a janela e a abriu, não era um costume dela, normalmente mantinha a janela do quarto fechada, mas esses últimos dias eram diferentes, ela estava em Londres e queria olhar pela janela e ver aquela cidade com a qual ela tanto sonhou e que agora era sua realidade. Parou por um instante e ficou observando, queria que aquilo fosse eterno, então fechou os olhos tentando gravar com detalhes a imagem que via, embora estivesse se divertindo lá com as amigas, sempre vinha em sua mente que aquilo iria acabar, e doía tanto, pensar em tudo que ela iria deixar para trás, pensar que ela teve que chegar a esse ponto para poder conhecer aquela cidade que ela tanto amava.
- O que será que foi essa minha existência? – sussurrou baixinho.
Mas uma voz a fez sair de seu estado de transe.
- Já está acordada, então? – dizia na porta do quarto da amiga
- Pois é, você com essa risada Danny Jones me acordou na melhor parte do meu sonho com o Dougie – Dizia tentando se recompor.
- Vamos tomar café da manhã logo porque hoje nós vamos atacar.
As três tomaram café da manhã e se arrumaram, saíram em direção à casa de Will, chegando lá, pararam umas casas antes e agora havia chegado a parte mais difícil onde não dependia delas e sim da sorte, ficaram o dia todo lá e nada de Will, voltaram então no outro dia, afinal não iam desistir assim tão facilmente.
- QUE MENINO MAIS LERDO – gritava.
- Quieta, ... Vai que ele nos ouve – alertava .
- Ele deve ter apodrecido naquela casa.
- NHAAA! Preciso ir ao banheiro – agora reclamava
- Vamos então voltar e ir... – foi cortada pela mão de que estava agora em sua boca.
- Lá está o safado, não podemos perder essa chance, não desgrudem os olhos dele meninas – falava em sussurro.
- OK, Charlie – sussurrou em resposta.
O garoto saiu andando sem nem se dar conta do perigo que o rondava, entrou em um café e se sentou com um amigo que já o esperava no local.
As garotas entraram no café e se sentaram um pouco longe, mas de uma maneira que Will pudesse vê-las.
- Certo, ajam normalmente – dizia se escondendo atrás do cardápio.
- Isso seria normalmente? – disse tirando o cardápio da frente da amiga e soltando uma risada nem um pouco discreta.
- Isso, certinho vocês duas – disse censurando as amigas.
- Pelo menos ele olhou pra cá – comentou , sorrindo e dando um tchauzinhu pro garoto.
- Você ficou LOUCA? – disse quase se enfiando embaixo da mesa de tanta vergonha.
Mas o que pareceu ser um completo desastre acabou saindo melhor que a encomenda, o garoto sorriu para elas e acenou de volta. CERTO, era hora de agir e isso quem resolveria seria a cara de pau de , a garota se levantou e foi até o menino seguida de , que mesmo sem saber quais eram os planos malucos da amiga resolveu ir e improvisar, enquanto ficou na mesa observando de longe.
- Com licença, mas eu não te conheço de algum lugar? – chegou na cara de pau.
- Desculpe, mas eu não estou lembrado – respondeu o garoto com um sorriso.
- Eu também me lembro de você, seu nome é Will, não é? Você estava naquele pub, qual mesmo o nome ? – era hora de continuar a mentira.
- Não me lembro agora, nós fomos em tantos, Wellington Arms, White House, Zigfrid Underbelly, The End... – começou a falar sua lista de pubs.
- The End? Eu estava lá dias atrás, agora estou me lembrando de vocês – falou o garoto.
- Está se lembrando, né? Pois é, tinha certeza que era você, nunca esqueceria desse rosto – disse se segurando para não rir.
- Porque não se sentam aqui com a gente? – Will convidou.
- Claro... Só vou ali chamar minha amiga. Vamos ?
E as duas saíram em direção à mesa que estava , chegaram lá e tiveram que explicar tudo à amiga, mas de um jeito altamente disfarçado para não rirem.
- Então ele disse que se lembrava de vocês? – disse incrédula.
- Disse – soltou um riso abafado –, e nos convidou para sentarmos com ele.
- SÉRIO? Oh my fucking God! Tenho que me acalmar.
- Então se acalme e vamos, não dê risadas, por favor – disse .
Elas foram e se sentaram com os meninos, conversaram bastante fazendo com que Will se divertisse muito com elas, afinal, precisavam que ele as AMASSE e quisesse mais. Então eles finalmente decidiram que já era tarde e que precisavam ir embora.
- Mas já? – disse com cara de choro.
- Pois é garotas, temos que ir.
- Mas nós não vamos mais nos ver? – perguntou.
- Nós podemos sair mais vezes – o garoto deu a idéia.
- Claro, porque não passa seu celular para marcarmos de sair? – respondeu de prontidão.
Eles trocaram os telefones e saíram, as garotas foram para o apartamento rindo e comemorando, agora restava aguardar e mais uma vez estavam contando apenas com a sorte, a sorte de que ele as convidasse para alguma festa em que os McGuys estariam.

Passaram-se alguns dias com idas aos Pubs convidadas por Will, mas nada de McFly, e por mais que tentasse, ela já sentia que a doença estava progredindo, isso fazia com que ela desejasse ficar mais tempo em seu quarto sozinha. Então lá estava ela no quarto quando alguém bateu na porta.
- Pode entrar – disse
- Oi, você não sai daí então eu resolvi vir até você. – dizia enquanto sentava na beira da janela ao lado da amiga.
- Eu só não me sinto bem.
- Sério? Você ta com alguma dor?
- Não é uma dor física, é aqui dentro – disse colocando a mão no peito.
A amiga abaixou a cabeça e seu rosto tomou uma expressão mais séria, fechando os olhos e suspirando fundo, em seguida olhou para .
- Eu não posso dizer que sei como é, porque eu realmente não sei como é a sensação de ter uma vida limitada, mas sei como é a dor de saber que vou perder uma das coisas mais importantes na minha vida, e te garanto que é como perder uma parte de mim. Eu não quero parar pra imaginar como seria minha vida sem minha melhor amiga, talvez porque simplesmente não tenha o que imaginar, porque seria vazio.
- Obrigada – disse abraçando a amiga e começando a chorar.
- Olhe lá fora – disse com lágrimas nos olhos e virou seu rosto para a janela –, é tudo como a gente sonhou, não é? Cada rua, cada pessoa, cada casa, isso é tão injusto, quando finalmente chegamos aqui, parece que tudo vai ser tirado de nós. É... a vida pode ser cruel de uma maneira que eu não posso explicar.
- Mas ainda temos a nós mesmas, eu, você e a , e pode ser que Londres não seja eterna, que esse momento não seja eterno ou que minha vida não seja eterna, mas sei que nossa amizade será.
- E essa é uma das poucas coisas que ainda tenho certeza – disse entrando no quarto e se juntando às amigas em um abraço – Sabe, eu não sou muito boa com palavras, mas nós te amamos muito, , e não podemos ficar aqui chorando, isso seria um desperdício de tempo e nós não podemos nos dar a esse luxo.
- Tempo... a única coisa contra nós agora é o tempo - disse isso e se endireitou enxugando as lágrimas, todas fizeram o mesmo. se sentia melhor agora que tinha desabafado, levantou-se da janela para ir à cozinha.
- Vamos comer alguma coisa? – Ela perguntou às amigas que responderam afirmativamente, então ela se dirigiu à porta, mas como se alguma coisa puxasse suas energias ela foi ficando fraca, sua visão já não via mais a porta com nitidez e suas pernas pareciam não agüentar mais o peso do seu corpo, então tudo ficou escuro.
acordou no hospital com e quase tendo um ataque de nervos pela amiga ter desmaiado, depois de falar com o médico e levar uma bronca por quase ter matado as amigas do coração, elas foram para o apartamento aproveitar o fim da noite vendo filmes e comendo, afinal já que não se podia fazer nada a respeito da doença de , o melhor era aproveitar cada minuto.

Passaram-se dias desde o encontro com Will e nada de festa com os McGuys, os dias estavam passando e o halloween já estava chegando. e haviam saído para comprar algumas lembrancinhas e estava em casa vendo TV quando o telefone tocou.
- Alô?
- Alô! Aqui é o Will... Quem fala?
- WILL?? – quase se engasgou com as balinhas que estava comendo – Aqui é a .
- Ah, oi, , estava querendo saber se vocês não gostariam de ir a uma festa à fantasia na casa de um amigo meu? - Festa? Na casa de um amigo? ADORARÍAMOS, quando vai ser?
- Amanhã às 11 da noite, vou te passar o endereço...
desligou o telefone super empolgada e não sossegou enquanto as amigas não chegaram em casa, o que não demorou muito a acontecer. Quando as duas entraram pela porta, viram vindo correndo com a cara mais feliz do mundo e balançando um papel na mão.
- OLHEM ISSO! LEIAM, LEIAM!
- Certo, isso é um endereço, o que exatamente isso quer dizer? Você descobriu hoje que sabe escrever? – disse tirando uma com a cara da amiga.
- Não – respondeu com cara de poucos amigos –, o Will ligou e disse que vai ter uma festa à fantasia na casa de um amigo e quer que a gente vá, este é o endereço e é amanhã às 11 da noite.
- AHHHH, SÉRIOOOO? PERFEITOO! VAMOS PRA CASA DO AMIGO DELE! Pera... Que amigo? – perguntou.
colocou a mão na testa e deu um sorrisinho.
- Eu não sei.
- Você não perguntou? SUA LESA! – gritou.
- Esquecii! Me perdoem!
- Vamos pensar no seu caso.
- Bem, temos que ir para descobrir então, quem sabe a sorte está do nosso lado – disse enquanto ia para o seu quarto com as amigas.
O resto desse dia e o outro dia inteiro foi dedicado a escolher a roupa para essa festa, afinal, podia até ser uma fantasia, mas tinham que estar deslumbrantes.

Chegou a hora, elas haviam se arrumado e estavam lindas, estava de coelhinha, estava de Chapéuzinho Vermelho, e estava de pirata, todas as fantasias eram muito sexys.
Chegaram em frente da casa às 11:15 e, quando olharam qual era a casa, quase ouve um caso de infarto triplo naquela rua.
- MEU DEUS! Essa não é casa do Tom que a gente viu nos vídeos do youtube? – dizia quase tendo outro desmaio, só que dessa vez não seria por nenhuma doença.
- Se não é a casa dele, é uma muito parecida – disse com o queixo caído.
- Não vamos contar com o ovo no cu da galinha, vamos entrar e ver o que nos aguarda – falou indo em direção à porta.
É, podemos dizer que a sorte realmente estava do lado delas, pois quando entraram na casa, em meio àquelas pessoas desconhecidas elas acharam Will que estava com ninguém menos que Dougie Poynter. Will veio ao encontro das garotas trazendo Dougie com ele, os dois andavam conversando e Dougie parecia muito empolgado.
- Oi, garotas, esse é meu amigo Dougie, Dougie, essas são , e !
- Oi – dizia com cara de tonta até levar uma cotovelada de .
- Oi – as outras duas responderam ao mesmo tempo.
- Vou deixar o Dougie com vocês um instante, preciso achar o Tom – dizia Will.
- Ah nós vamos com você – disse , não querendo perder a oportunidade de conhecer Tom Fletcher e também querendo deixar a sós com Dougie.
- Eu vou ficar aqui um pouco, ok? – disse com ar de santa.
- Eu também – disse .
e olharam para com tanto ódio que até os ancestrais dela entortaram.
- Acho que prefiro ir com você – disse seguindo e Will.
Dougie e ficaram sozinhos e ambos sem fala por um instante até que Dougie quebrou o gelo.
- Então, você é de onde?
- Brasil, estou aqui de férias, e você? É daqui mesmo? – estava sendo completamente cínica.
- Sou sim, daqui de Londres mesmo, aliás, moro aqui perto.
- Ah sim, e você faz o quê? Estuda? Trabalha?
- Eu tenho uma banda, não sei se já ouviu falar lá no Brasil, aqui é bem famosa, se chama McFly.
- Ah sim, acho que já ouvi falar algo do gênero.
E novamente o silêncio predominou no ar, tinha o dom de cortar os garotos de quem gostava.

Enquanto isso, Will encontrou Tom e as garotas foram à loucura com aquela covinha.
- Hey, cara, estava procurando você.
- E aí? Não tinha te visto ainda. – dizia Tom
- Pois é, tem bastante gente hoje, ah sim, essas são minhas amigas e , e aquela conversando com o Dougie é a .
- É um prazer, fiquem à vontade.
- Obrigada – dizia se segurando pra não pular naquelas covinhas.
- Obrigada – agradeceu .
- Hey, guys, não vão apresentar as garotas? – dizia uma voz atrás delas, que reconheceu imediatamente, seria impossível não reconhecer, era a voz mais perfeita do mundo para ela, com certeza era Danny Jones. As duas olharam para trás e , mesmo já sabendo o que veria, teve que ter muito autocontrole para não agarrá-lo ali mesmo e passou os olhos por Danny quase tendo uma síncope, mas não foi nele que seus olhos pousaram e sim no garoto que viera junto com ele, Harry Judd.
- Esses são nossos amigos Danny e Harry, essas são nossas amigas e , por favor, garotos, não assustem elas – dizia Tom com cara de piedade.
- E desde quando nós fazemos isso, Tom? – Danny perguntava com cara de santo.
- Elas podem se assustar com a sua burrice – completou Harry.
Todos ali estavam rindo e se divertindo, já em um casal não muito longe dali o silêncio ainda parecia reinar, e Dougie tentou quebrar esse silêncio novamente, ele não estava disposto a perder aquela coelhinha.
- E você o que faz?
- Estou no ultimo ano da minha faculdade, ano que vem vou vir pra cá fazer uma especialização – mas ao dizer isso, o rosto da garota tomou uma expressão triste, ela não teria um "ano que vem", ela chacoalhou a cabeça decidindo não pensar nisso.
- Olha lá, o Will achou o Tom e os outros... Vamos lá? – Dougie perguntou, vendo que a garota se calara novamente, achou melhor levar para onde estavam as amigas, quem sabe assim a garota falasse mais.
Eles andaram até lá e então Dougie pode confirmar sua teoria, parecia uma matraca, não parava de falar por um segundo, assim como todos na roda, estavam se divertindo. As garotas estavam vivendo um sonho, não, era melhor que um sonho, era a realidade e por mais que fosse difícil acreditar, elas sabiam que não corriam o risco de acordar a qualquer momento e perder tudo.
- Acho que errei minha fantasia, devia ter vindo de lobo mau – dizia Danny para .
- Por que... quer comer a vovozinha? – disse com cara de desentendida.
- Acho que prefiro a chapéuzinho vermelho.
- É, mas acho que nos contos de fada o lobo é morto pelo caçador antes que ele possa pegar a chapéuzinho.
- Mais não estamos no conto de fadas, estamos na vida real, e nem sempre o mocinho vence – Danny fez cara de safado.
estava totalmente abismada com a sua sorte, Danny Jones estava realmente falando aquelas coisas? Aquilo definitivamente era um conto de fadas, e ela estava torcendo desesperadamente para o lobo.
As conversas entre e Dougie, e Harry também não estavam nem um pouco recatadas, pelo que se percebia, tanto como já haviam se soltado o suficiente a ponto de não conterem mais as palavras na boca.
- Nós podemos mostrar o resto da casa para vocês – Harry disse olhando para o Tom.
- Claro que podem – Tom disse sorrindo pondo à mostra suas covinhas.
- Eu tenho um quarto aqui na casa do Tom, você não quer dar uma olhada, quero dizer, na minha bateria?
- Eu adoraria segurar sua baqueta, quero dizer, ver sua bateria – dizia com cara de cínica.
- Com certeza você vai adorar – Harry fez cara de tarado.
- E você, , quer segurar no meu baixo? – Dougie dizia mostrando ser completamente oposto ao bom menino que há uma hora atrás conversava com sobre "o que faziam da vida"!
- Você me deixaria tocar nele? – frases com duplos sentidos eram a especialidade de .
- Eu poderia te ensinar
- Não se preocupe, sei muito bem como tocar um, você até vai pedir bis – disse se aproximando do rosto do garoto.
- Onde fica o banheiro? – perguntou ao Tom
- No fim do corredor, terceira porta à direita.
- Eu já volto
- Espera, nós vamos com você – disse puxando .

Elas saíram em direção à porta indicada enquanto os meninos aproveitavam para conversar entre eles.
- Cara o que são essas garotas? – Dizia Danny
- Eu realmente tenho que agradecer a você Will, vimos elas no ultimo show, mas nunca pensamos que as veríamos de novo – Dougie falou todo sorridente.
- Achei que elas não conhecessem vocês – Will franziu a testa.
- Claro que conhecem, estavam no nosso show, elas são hots – era a vez de Harry falar.
- Então porque disseram que não conheciam?
- Não sei, talvez não queiram admitir que nos amam loucamente – Danny disse rindo
- Eu não me importo quais os motivos, elas são divertidas – Dougie disse olhando em direção à porta do banheiro.
- Você está gostado dela – Danny cutucou o amigo.
Dougie o olhou de lado e sorriu.
- Isso não importa, elas vão embora logo, só estão aqui de férias, quem sabe ano que vem quando a vier, talvez eu possa esperar, não é tanto tempo assim.

No banheiro, as garotas estavam quase explodindo de tanta alegria, retocavam a maquiagem e se ajeitavam sem parar de falar.
- NHAAA! NEM ACREDITO QUE ISSO ESTEJA ACONTECENDO! ALGUÉM ME BELISQUE! – gritava
- Pode deixar – dizia dando um beliscão na amiga.
- AI! QUE VIOLÊNCIA! Não era literalmente.
- Então, , vamos voltar lá e fazer o que viemos fazer – fez cara de malvada.
- Com certeza, vou mostrar pro Dougie como os coelhos se reproduzem em massa.
Elas saíram do banheiro cheias de coragem e amor pra dar, entre outras coisas. Chegaram lá e os garotos as conduziram para o andar de cima, Dougie, , Danny e foram para um lado do corredor enquanto e Harry foram para o outro.

- Aqui é meu quarto, vem, vou te mostrar meu baixo – Dougie disse pegando na mão da garota e a puxando para dentro do quarto, fechando a porta em seguida. A garota observou o quarto atentamente, andando por ele, até que achou o baixo.
- É bonito – ela disse tocando o instrumento com as pontas dos dedos.
Dougie foi atrás de e colocou sua mão sobre a dela.
- Não mais que você – ele sussurrou em seu ouvido fazendo a garota arrepiar-se toda.
- Obrigada – disse ficando rubra de vergonha e se virando de frente para o garoto, seus rostos estavam próximos, muito próximos e ela podia sentir a mão dele em suas costas e a respiração dele em seu rosto.
- É a mais pura verdade – disse se aproximando de fazendo com que seus lábios rosassem nos dela, ele a olhava nos olhos, ficaram assim por um instante, apenas sentindo o desejo que um nutria pelo outro. Então Dougie a puxou para mais perto pressionando seus lábios contra os da garota que correspondeu o beijo. Eles se beijavam com desejo e euforia, as mãos de Dougie dançavam pelo corpo da garota e o beijo se intensificava cada vez mais, quando finalmente se soltaram os dois já estavam sem fôlego.
- Acho que podemos deixar para ver esse baixo mais tarde – Dougie dizia recuperando o fôlego.
sorriu e notou uma porta no canto do quarto.
- O que tem ali? – a menina apontava com a cabeça.
- É o banheiro.
deu um sorriso maroto e se dirigiu ao banheiro puxando o garoto pela mão.
- Que banheira enorme, deve ser ótimo tomar banho nela.
- Com certeza é – Dougie disse já entendendo as intenções da garota e ligando a água da banheira – Por que não experimenta?
Mal disse isso e o beijou, Dougie a prendeu na parede dando beijos em seu pescoço e arrancando a roupa da menina, voltando a beijá-la na boca, enquanto as mãos de Dougie deslizavam pelas costas e pernas da garota, as mãos dela arrancavam o cinto do menino fazendo com que a calça caísse e em seguida já arrancando a camiseta. Dougie não deixou por menos, os dois arrancavam suas roupas com pressa sem pararem de se beijar e em questão de segundos ambos já estavam sem roupa na banheira, o beijava fortemente, os lábios entreabertos, sorvendo a língua dele enquanto a deixava brincar dentro da própria boca. Dougie se posicionava em frente a garota segurando o corpo de firmemente, como se qualquer momento ela pudesse sumir dali. Seus corpos dançavam juntos em um sincronismo perfeito, Dougie fazia tudo com paixão e desejo, cada movimento do garoto levava até o paraíso e pareciam nunca se cansar.

havia entrado no quarto de Harry e estava sentada na frente da bateria, simplesmente fascinada, não sabia por estar no quarto dele ou por Harry estar sentado em sua cama olhando atentamente cada movimente dela.
- Sente-se aqui comigo – pediu o garoto.
se levantou e foi até a cama se sentando ao lado dele.
- Então o que achou do meu quarto? Não é um exemplo de arrumação, mas não é dos piores, você precisa ver o do Dougie.
- É bem arrumado perto do meu – disse inclinando seu tronco para trás e se deitando na cama olhando para o teto, tentando não pensar em como estaria o quarto do Dougie ainda mais agora que a amiga estava lá e ela tinha certeza que se já estava bagunçado antes, imaginem depois que terminasse o que estava fazendo, mas seus pensamentos foram cortados quando Harry se deitou de lado apoiado em um dos braços olhando-a fixamente, deixando a garota levemente vermelha e fazendo-a desviar o olhar. Harry levou seus dedos até os lábios da garota e deslizou para sua face movendo seu rosto para de encontro com o dele, ela olhava para aqueles olhos azuis e estava completamente perdida ali, Harry aproveitou o momento e a segurou na nuca puxando-a para um beijo, deslizou a mão para suas costas achando o amarril que prendia seu corpete arrancando sua blusa, também fez o mesmo, despindo o menino, passando a mão por seu abdômen e por seus braços. Um frio gostoso se apossava do estômago de e de repente ela se sentia eufórica, mas completamente compenetrada no que estava fazendo. Os dois se beijavam cada vez com mais intensidade e se despiam aproveitando o momento, Harry se posicionou entre as pernas de , seus corpos se completavam e se encaixavam perfeitamente.

Danny havia feito entrar em seu quarto, estavam sentados na cama e ela ouvia Danny tocar e cantar uma música para ela no violão.

And I would answer all your wishes
(e eu realizaria todos os seus desejos)
If you asked me to
(se você pedisse)
But if you deny me one of your kisses
(mas se você me negar um dos seus beijos)
Don't know what I'd do
(não sei o que eu faria)
So hold me close
(então abrace-me forte)
And say three words like you used to do
(e diga 3 palavras como você costumava fazer)
Dancing on the kitchen tiles
(dançando nos azulejos da cozinha)
Yes you make my life worthwhile
(sim, você faz minha vida valer)
So I told you with a smile
(então eu te disse com um sorriso)
It's all about you...
(é tudo por você…)

Danny cantava olhando para e ela simplesmente estava amando tudo aquilo, quando ele terminou de tocar a menina já estava se segurando para não agarrá-lo. Então se levantou tentando se recompor e olhando em volta no quarto do garoto.
- Você tem uma voz linda, e toca muito bem.
- Espero que isso seja o suficiente para você me dar uma chance – o garoto se levantou indo para frente dela. ficou sem fala, olhando para baixo, ela mal podia acreditar que ele estava ali na frente dela – Se você me pedisse qualquer um de seus desejos eu realizaria, mas se você me negasse um de seus beijos, não sei o que eu faria – ele disse erguendo o rosto da garota e olhando-a nos olhos – Então, por favor, não me negue – ele finalizou unindo seus lábios. Uma mão ia imediatamente à nuca da garota, enquanto a outra a envolvia prontamente pela cintura, era um beijo com doçura e carinho, a mão que estava em sua nuca escorregou para seu rosto... A garota sentia aquele toque diferente. Ele beijava tão bem... e seus lábios eram tão macios... Suspirou baixinho, fechando os olhos devagar, sentindo um calor que não conhecia invadir o corpo. Danny intensificava o beijo cada vez mais tirando lentamente as peças de roupa da garota que fazia o mesmo com ele. Danny a deitou na cama se posicionando em cima da dela, beijando seu pescoço e passando a mão pelo seu corpo, suas mãos brincavam no corpo um do outro e seus corpos se movimentavam docemente, Danny era carinhoso e estava adorando aquele momento.

No outro dia de manhã, acordou antes de Dougie e ao que parecia, antes de qualquer um na casa, ligou para o celular de a mandando sair do quarto e se encontrar com ela no corredor, sem acordar o Danny, fez o mesmo com .
- Temos que ir embora antes que eles acordem – disse para as duas amigas.
- Você ficou louca? Não quero deixar o Harry nunca mais – reclamava .
- Eu sei que é injusto com vocês, mas não posso ficar, isso só prolongaria mais a minha dor e a dele – disse lembrando-se de Dougie – Isso se eles se lembrarem de quem nós somos. Me desculpem, talvez depois vocês possam voltar a se encontrar com eles, depois de tudo... – foi cortada por que a puxava pelo braço escada abaixo.
- Você está certa, vamos embora , não está esquecendo nada no quarto né? – saía apressada, não queria ver a amiga se martirizando pela própria morte, não queria dar tempo para que ela pensasse.
- Não, eu estou com tudo aqui, vamos logo então – disse descendo as escadas.
Elas foram embora sem deixar vestígios, decidiram que iam ficar um pouco mais em Londres, mas sem McGuys, e depois retornariam para o Brasil, afinal já tinha se passado dois meses.

Tom foi o primeiro a acordar e foi fazer o café da manhã, em seguida viu um Harry entrar na cozinha, desesperado.
- Onde ela está? Já procurei pela casa toda!
- Você está falando da , eu suponho – Dizia Tom.
- Claro que estou falando dela, acordei e não vi ela no quarto.
- Também não a vi em nenhum lugar da casa, deve ter ido embora.
Harry subiu as escadas correndo e começou a esmurrar o quarto de Danny. O garoto abriu a porta para o amigo e este foi logo entrando.
- Cadê a ? – perguntou Harry.
Danny olhou para a cama e depois foi até o banheiro do quarto.
- Ótima pergunta. Cadê a ? – Dizia Danny examinando o quarto.
- A também não estava lá quando eu acordei e não está em nenhum lugar da casa, perguntei pro Tom e ele disse que também não a viu e acha que elas foram embora sem avisar.
- Vamos acordar o Dougie.
Os dois esmurraram a porta do quarto de Dougie, afinal, não iam entrar sem bater, podia ser que a ainda estivesse lá, mas essa suspeita logo foi destruída quando Dougie abriu a porta em pânico.
- Alguém viu a ?
- É exatamente isso que viemos te falar, elas foram embora antes que nós acordássemos – Harry disparava a falar.
- COMO? Não posso acreditar nisso, me sinto usado – Dougie falava fazendo cara de inconformado.
- Isso é que é o feitiço virar contra o feiticeiro, normalmente nós faríamos isso – dizia Danny.
- Temos que achá-las, não vou ficar sem a minha coelhinha, não depois de tudo – Dougie se enchia de esperança – Como podemos achá-las aqui em Londres?
- WILL! – os três gritaram ao mesmo tempo.

No apartamento, as três trocavam informações felizes sobre o que havia acontecido com cada uma na noite passada, riram muito e se deliciaram com essa tão sonhada vitória, sim, uma vitória, pois tudo o que tinham passado para conseguirem estar com os seus queridos McGuys tinha sido uma batalha, e elas venceram, levaram para casa feridas, que doíam mais até do que se fossem físicas, pois tiveram que deixá-los mesmo amando muito aqueles garotos, mas valeu a pena, definitivamente era esse o sentimento delas, tudo com certeza foi recompensado na noite passada. A tarde foi chegando e foi para o seu quarto novamente, era seu lugar preferido, se deitou na cama se lembrando dos momentos que havia passado.
- Como ele pode ser tão perfeito? – ela perguntava para si mesma.
Agora mais do que nunca sentia que não queria deixar esse mundo, ela não podia, não conseguia parar de pensar em Dougie, ele pertencia a ela, foram feitos um para o outro e ela ia ter que deixá-lo. O telefone tocou e ela ouviu a amiga correr para atender.

- Alô? - Alô! Quem fala?
- É a , quem fala?
- Eu disse que eu ia mudar o final daquele conto de fadas.
- DANNY?

, em seu quarto, ouviu claramente a palavra Danny, certo, hora de se levantar e ver o que estava acontecendo. Saiu de seu quarto e viu ao telefone e ao seu lado parecendo uma formiga atômica. A amiga continuava a falar no telefone.

- Acordei hoje e você já tinha ido embora, então resolvi ligar.
- Pois é, desculpe por isso, nós tivemos que sair.
- Não se preocupe, espero que não se importe por eu ter ligado, Will passou o telefone, podemos passar aí para ver vocês?
- Ah, claro... Vou te passar o endereço!
Quando disse essas palavras, quase caiu dura no chão, correu até o telefone e desligou.
- Você desligou na cara dele – resmungou.
- Você não pode passar o nosso endereço.
- E você acha que eles vão desistir?
Mal tinha terminado a frase e o telefone voltou a tocar.
- Viu? Eles não vão parar.
- E você sugere o quê?
- Que você converse com o Dougie, conte a verdade.
- Não posso fazer isso, NÃO POSSO!
saiu para o quarto, se deitou na cama novamente se sentindo meio tonta e adormeceu. As amigas respeitaram a decisão dela e assim se passaram duas semanas, as tentativas de ligações foram diminuindo e o dia que elas iriam embora estava chegando, estava mais fraca agora e a dor de não poder ver Dougie não ajudava nem um pouco. A garota havia passado o dia no quarto escrevendo em seu caderno, ela adorava escrever e desenhar. entrou no quarto da amiga para checar se ela estava bem.
- Oi!
- Oi! Eu queria falar com você mesmo
- Então fale, o que foi? Está se sentindo mal?
- Estou bem – Ela disse arrancando uma folha de seu caderno e dobrando-a – Posso te pedir um favor?
- Claro!
- Pegue esta folha, quero que você entregue ao Dougie, mas só depois, depois que eu...
- Já entendi – disse cortando a amiga e pegando o papel – Será entregue, não se preocupe, mas tem certeza que não prefere falar com ele?
só balançou a cabeça negativamente.
- Ok.

e não agüentavam mais ver a amiga assim, então dois dias antes delas irem embora, quando o telefone tocou novamente, correu para ele desejando que fossem os garotos.
- Alô?
- Finalmente vocês atenderam!
- Oi, Dougie.
- Por favor, , me fale o endereço de vocês.
- Ok eu vou passar, mais venham logo pra cá!

No quarto, ouvia a voz de e não teve dúvidas de que era algum dos meninos no telefone, foi até a sala, mas chegou tarde, estava desligando o telefone.
- O que você fez?
- Era o Dougie, eu passei o endereço para ele, e eles vem vindo.
- Eu pedi pra você não passar.
- Já chega de tentar fugir, por que não enfrenta logo isso? – disse entrando na conversa.
- Porque a única coisa que eu quero é fugir, fugir de tudo – disse chorando e saindo pela porta do apartamento.
- Vou atrás dela, quando os meninos chegarem, conte a eles o que houve – disse e saiu correndo atrás da amiga.
Não demorou muito para os meninos chegarem, logo a campainha tocou. abriu a porta e assim que viu Harry lhe deu um abraço apertado.
- Aconteceu alguma coisa? – Harry perguntou
- Entrem, por favor – disse para os meninos, guiando eles até a sala e se sentando no sofá.
- Olha, eu não sei como falar isso, mas acho que vocês precisam saber de tudo.
- Onde está a ? – Dougie perguntou
- E a ? – continuou Danny
- É sobre isso que eu vou falar, sabe, nós sabemos quem vocês são, na verdade somos suas fãs e...
- Nós sabemos disso – Harry disse abraçando – Vimos vocês no nosso show.
- Viram? E por que não nos avisaram?
- Achamos que não tinha importância, e também estava sendo divertido ver vocês mentido – Danny disse como se estivesse se lembrando da cena.
- Certo, mas esse não é o ponto, o ponto é que a não pode ficar com você, Dougie, e nós não podíamos deixá-la nesse momento.
- Não pode ficar comigo? Por quê? Ela tem namorado? Ela não gostou de mim?
- Eu não sei como te dizer isso – começou a chorar ainda no abraço de Harry.
- Me diga, por favor – pediu Dougie.
- A mais ou menos 2 meses e meio atrás, ela recebeu uma notícia, ela foi ao médico e... E ele disse que ela iria morrer, disse que ela teria uns 3 meses de vida então nós viemos... – começou a disparar as explicações, mas Dougie parecia estar em outro mundo. iria morrer? Era isso mesmo que ele havia escutado? Ele esperava desesperadamente que alguém entrasse naquela sala falando que tudo era uma mentira, mas ninguém iria entrar, era a mais pura verdade.
- Onde ela está agora? – Dougie perguntou cortando .
- Ela saiu, ela não queria te ver, não queria que você soubesse, então foi atrás dela, mas não sei onde elas foram.
Dougie saiu correndo pela porta seguido de Danny.
- Não agüento mais, é minha amiga, ela já ocupa um lugar muito especial no meu coração – disse em pratos olhando para Harry, este lhe deu um beijo e a abraçou forte, não tinha muito que dizer, mas sabia que tanto as amigas como Dougie estavam sofrendo, ele também estava, mas de imaginar que pudesse a qualquer momento morrer, era uma dor bem pior.
- Desculpe por não termos vindo antes, mas Will não sabia o endereço de vocês, ele disse que sempre marcava de encontrar vocês nos pubs.
- Tudo bem, o importante é que vocês vieram – disse olhando para Harry e dando-lhe um selinho.

Fora do apartamento a noite já tinha engolido Londres e chovia, uma chuva fria e cortante.
- VOCÊ NÃO PODE FUGIR PRA SEMPRE! – corria no meio da rua gritando para a amiga que estava um pouco na frente, as lágrimas de ambas se confundiam com as gotas da chuva. parou ao ouvir o grito – Por favor, não vá embora.
- Deus sabe como eu queria ficar – disse virando-se para a amiga.
- Então fique, você não pode evitar o que está por vir, mas pode passar por isso com seus amigos e com o garoto que você ama. Por favor – disse se aproximando.
não respondeu, sentia uma dor grande, não queria deixar ninguém, nem suas amigas nem os garotos que ela tinha acabado de conhecer, muito menos Dougie.
- Não consigo nem imaginar como deve ser terrível.
- Já está decidido, não posso lutar contra isso, eu simplesmente estou vendo minha vida se acabar e não posso fazer nada, eu nunca pedi por isso, simplesmente está decidido.
- POR QUÊ? Quem poderia decidir uma coisa dessas? – disse abraçando a amiga – Mesmo se for doloroso ou triste, você ainda continua viva.
- Me ajude... Me traga de volta para o que minha vida deveria ser – sussurrou.
- Acredite, se eu pudesse, eu faria. Não sei como será meu futuro, porque em todos os momentos você esteve comigo, talvez seja uma dor que eu ainda não possa suportar, mas eu estou tentando, tentando me adaptar a um futuro sem você, sem uma irmã, por mais difícil que seja!
sorriu um pouco e olhou para o céu.
- Como eu estou sendo egoísta... Estava tão preocupada com a minha dor que não percebi as pessoas à minha volta sofrendo – disse e olhou para a amiga – Eu prometo que vou tentar.
- ! – Dougie gritava, correndo em direção onde as duas estavam.
- Fale com ele – pediu e balançou a cabeça afirmativamente.
correu em direção a Danny que vinha logo atrás de Dougie e lhe deu um beijo.
- Nunca mais fuja de mim! – Danny disse olhando para a garota
- Esteja sempre do meu lado então.
- Sempre estarei – disse dando mais um beijo na garota.
- Vamos deixá-los aqui, eles precisam conversar.
Eles voltaram para o apartamento deixando e Dougie para trás.

- Por favor, não me deixe sozinho novamente, não peço mais nada, estar com você é o suficiente para mim – Dougie pedia segurando a mão da garota e olhando-a nos olhos.
- Me desculpe – disse retribuindo o olhar.
- Não se desculpe, eu é que devo agradecer, você apareceu do nada e fez minha vida valer a pena – havia lágrimas nos olhos de Dougie, ele a abraçou forte e tocou seus lábios nos dela lhe roubando um beijo longo e carinhoso, ela sentia os lábios macios dele se comprimirem contra os dela, aquilo era melhor do que qualquer sonho que ela já tivera, ela sentia o calor dele.
- Eu esperei tanto por isso – disse ainda com os olhos fechados.
- E eu esperei tanto por você.
Ela abriu os olhos e abaixou a cabeça se lembrando um pouco do passado, tantos sonhos, tantos planos, era tão doce sonhar com ele, para ela tudo seria sempre tão certo.
- Esse romance perfeito que eu criei na minha cabeça, eu tinha vivido mil vidas, cada uma com você ao meu lado, mas parece que nos encontramos numa situação menos perfeita.
O garoto apertou um pouco o abraço como se desejasse que eles se tornassem um só, ou talvez que a proximidade fizesse com que um pouco de sua vida fosse passada para ela, queria que seu abraço fosse o suficiente para protegê-la, como se a morte fosse algo tão real que pudesse a qualquer momento vir e tirar a vida da garota que estava em seus braços.
- Estou feliz por ter conhecido você, queria apenas por um momento poder apagar o passado e ter estado ao seu lado antes para dizer que te amo. Só queria mais uma chance, para ter um momento do teu amor. Mas o tempo foi roubado de nós.
o abraçou com força e já não podia conter as lágrimas de desespero.
- Eu sei o que vai acontecer, mas... eu tenho medo.... eu tenho medo – a garota dizia entre soluços, sua voz parecia desesperada e Dougie sentia uma dor tão grande com aquelas palavras, ele não podia ajudá-la, se sentia tão inútil como jamais havia se sentido – NÃO QUERO MORRER! – o abraçava mais forte – QUERO VIVER MAIS! – Dougie a segurava firme, ele queria aquela dor para ele, queria carregar aquele fardo.
ouviu Dougie sussurrar alguma coisa quase inaudível.
- Agora eu sei, eu não posso fazer você ficar – ele fechou os olhos deixando as lágrimas escorrerem.
- Dougie... Obrigada!
estava se sentindo fraca novamente, mas agora era diferente, ela sentia que era diferente, seus joelhos foram dobrando, ela ainda via Dougie, ele parecia gritar algo, mas as palavras dele estavam longe, sua imagem foi ficando cada vez menos nítida e antes de cair desacordada nos braços dele ela pôde ouvir a sua voz.
- Eu te amo, aconteça o que acontecer, eu te amo!

Todos estavam no hospital, parentes, amigos, todos, inclusive eles, aqueles amigos que ela mal acabara de conhecer, mas que eram tão importantes, durante aproximadamente uma semana ela ficou desacordada naquele hospital, aos cuidados dos médicos. As pessoas agora não iriam mais duvidar que aquele amor que ela nutria por Dougie era impossível, agora elas viam que ela havia lutado até o fim e conseguido realizar o seu sonho, mas já era tarde, tarde para parabenizá-la, para dar apoio e dizer que acreditam nela.

Dougie olhava pela janela vendo a chuva escorrer pelo vidro, segurava em sua mão um papel que havia lhe entregado, ele desdobrou o papel e leu, era a letra de , uma letra caprichada.

Dougie,

Não chores por mim quando eu tiver morrido Dizendo ao mundo vil que dele enfim parti
Entre os vermes vis ainda irei morar

Não, não te lembres se tu leres essas rimas
da mão que as escreveu
Porque eu te adoro tanto que chego a preferir na mente
Que me suprimas

Se ao pensares em mim, te amargurar o pranto
E esses meus versos, digo, olhares algum dia
Quando eu tiver com a argila a carne confundida
Não murmures sequer o meu nome sem valia

Mas deixa o teu amor findar com a minha vida
Sendo assim, o sábio mundo não zombará de ti,
Servindo-se de mim

Com amor, .


Ele terminava de ler com lágrimas nos olhos, mas sorrindo. Fechou os olhos lembrando-se dela, desejando poder tocar aquela face, e fazer parte novamente daqueles pensamentos, poder ser de novo a cada instante uma lembrança constante dela, que nunca se apagaria. Poder ter aquele amor, sonhar um pouco mais, ele nunca iria esquecer dela, e prometeu a si mesmo que iria acreditar mais em seus sonhos a partir daquele dia, porque ela havia ensinado isso a ele.

1 ano depois
- Essa musica é uma homenagem à uma grande amiga nossa. – a voz de Danny Jones ecoava por cima da multidão que tinha ido assistir ao show deles – Espero que você esteja ouvindo essa ! Dougie deixou escapar uma lágrima, mas em seguida sorriu olhando para o céu.
- Essa pra você! – Dougie sussurrou.

Some people laugh (algumas pessoas riem)
Some people cry (algumas pessoas choram)
Some people live (algumas pessoas vivem)
Some people die (algumas pessoas morrem)

Some people run (algumas pessoas correm)
Right into the fire (direto para o fogo)
Some people hide (algumas pessoas escondem-se)
Their every desire (todos os seus desejos)

But we are the lovers (nós somos os "amantes")
If you don't believe me (e se você não acredita em mim)
Then just look into my eyes (apenas olhe dentro dos meus olhos)
'cause the heart never lies (porque o coração nunca mente)

Some people fight (algumas pessoas lutam)
Some people fall (algumas pessoas caem)
Others pretend (outros fingem)
They don't care at all (que não se importam)

If you want to fight (e se você quiser lutar)
I'll stand right beside you (eu estarei ao seu lado)
The day that you fall (no dia em que você cair)
I'll be right behind you (eu estarei bem atrás de você)

To pick up the pieces (para pegar os pedaços)
If you don't believe me (e se você não acredita em mim)
Just look into my eyes (apenas olhe dentro dos meus olhos)
'cause the heart never lies (porque o coração nunca mente)

Another year over (outro ano se passou)
And we're still together (e nós ainda estamos juntos)
It's not always easy (isso nem sempre é fácil)
But I'm here forever (mas eu estou aqui para sempre)

Yeah we are the lovers (nós somos os amantes)
I know you believe me (eu sei que você acredita em mim)
When you look into my eyes (olhe dentro dos meus olhos)
Because the heart never lies (porque o coração nunca mente)

'cause the heart never lies (porque o coração nunca mente)
Because the heart never lies (porque o coração nunca mente)


FIM



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