Recado: Dave ainda estará no Son of Dork!



Capítulo 1

Eu achava que era feliz. Sério, nunca me queixei da minha vida. Adorava ela, se quer saber!
Era sempre a mesma coisa. Eu trabalhava, saía todos os dias, pegava todas as garotas que eu queria, e nunca ninguém falava nada sobre isso. Nem mesmo minha mãe.
Acontece que, eu tenho vinte anos e, sim, ainda moro com minha mãe. Não é por que eu sou um vagabundo que não consigo me sustentar, mas sim por que desde que meu pai faleceu, minha mãe ficou com ‘crise de solidão’, sabe? Ou seja, fui obrigado a continuar morando com ela.
Até aí, tudo bem.
Hoje, quando acordei, minha mãe estava sorrindo abertamente para mim. E quando isso acontece, é sinal de que ela quer me dizer algo ruim. Muito ruim.
Não me perguntem por que ela sorri para dar más notícias. Quer dizer, ela sorri quando as notícias são boas para ela e ruins para mim.
- Bom dia, mãe! - Eu disse, animado. Afinal, sexta-feira é um dia para ser comemorado.
- Bom dia, ! - Minha mãe disse, apertando minhas bochechas. Odeio quando ela faz isso.
- O que aconteceu, mãe? - Perguntei sem rodeios, sentando no sofá e ligando a televisão. A velha se sentou ao meu lado e me disse sorrindo.
- , você se lembra daquela minha afilhada que mora em Harrow, a ? - Ela me perguntou.
Eu tinha acabado de acordar e meu cérebro é bem lento durante a manhã.
- Que afilhada? - Perguntei, tentando lembrar da tal menina.
- A , filha da Lyzzie e do Mark! - Ela disse e imediatamente eu lembrei.
Imagine uma garota feia. É, com direito a óculos e aparelho. Certo, agora, imagine essa mesma garota sendo um porre, insuportável, metida a CDF, que quer controlar a vida dos outros. Pois bem, essa é a !
A última vez que eu a vi, foi quando tínhamos treze anos. E até então ela era assim. Não duvido nada que tenha piorado.
- O que tem aquela peste? - Eu perguntei, vendo a propaganda do Diary MTV. Vai ser Blink 182 e Green Day! Não perco por nada, cara!
- ! - Minha mãe censurou. - Não fale assim da menina! - Eu rolei os olhos.
- Vai logo, mãe, o que tem a ? - Eu perguntei, já impaciente. Aquele assunto estava me chateando.
- Ela vai fazer faculdade em Cambridge e vai passar um tempo aqui! – Ela disse sorrindo.
O que eu disse sobre notícias ruins que minha mãe insiste em dar sorrindo? Nesse caso era desastrosa!
Não me julguem mal, mas essa é o pior castigo que alguém poderia ter. Tipo, quando ela vinha aqui em casa, ela destruía todos os meus bonecos do Homem Aranha! E sabe o que ela me dizia com oito anos de idade? Que eu era imaturo e que devia amadurecer e parar de brincar com bonecos de plástico. Eu tinha OITO ANOS!
Depois, quando eu fui com minha mãe passar uma semana na casa dela - aos treze anos - ela fez o favor de me acordar todos os dias às seis da manhã, grudar chiclete no meu cabelo - naquela época, eu usava topete e eu demorava horas para arrumá-lo! - colocar pimenta na minha comida e ainda por cima o cachorro dela me morder!
É, eu tenho um certo trauma em relação a .
- E quando ela vem? - Perguntei.
- Hoje à tarde! Às duas horas iremos buscá-la em King Cross! - A velha dizia.
- Iremos? - Eu perguntei.
- É, iremos! Eu não sei dirigir e você vai me levar até lá! - Ela disse.
- Mãe, essa menina tem mesmo que ficar aqui? Por que ela não fica em algum hotel? - Sugeri. Sei lá, tinha que ter algum jeito da não vim para casa. Além do fato dela ser o cão em forma de pessoa - a aparência confirmava essa teoria, cara! -, ela é muito ‘estragada’, e isso queimaria meu filme, certo?
- Não! Ela bem que tentou, mas eu me ofereci e Lyzzie preferiu assim, já que a cidade é desconhecida para a menina! - Minha mãe dizia.
- Mas, mãe... - Eu parecia aquelas crianças que inventavam pretextos para não o irem à escola.
- Sem mais nem menos, ! 13:30 eu quero você arrumado, tomado banho, e cheiroso! E ai de você se você usar aquele trapo que você insiste em chamar de tênis! - Minha mãe encerrou o assunto indo para a cozinha.
O que eu fiz? Cruzei os braços, voltei minha atenção para a televisão e xinguei mentalmente a de todos os palavrões que eu sabia!

Agora eu estou aqui, sentado no sofá, arrumado, tomado banho, cheiroso - minha mãe me obrigou a ficar ‘apresentável’, para receber o filhote de chupa-cabra -, esperando a minha mãe.
- Vai logo, mãe! - Já estava sendo bastante ruim e ela ainda atrasava!
Dizem que quando a coisa é ruim, devemos encará-la de frente. Fica menos pior, entende? Eu não entendo essa teoria, só sei que terei que segui-la hoje!
- Pronto, ! Vamos! - Ela disse, saindo do quarto.
Minha mãe estava parecendo uma perua, sério! Estava toda de vermelho, com lápis no olho, brincos de argola... Estranhei ao vê-la daquele jeito!
- Vamos? - Ela me perguntou.
- Vamos... - Eu disse, meio em choque ao ver minha mãe vestida daquele jeito. Quer dizer, eu só a vejo de avental, shorts... Essas roupas de donas de casa!
Tranquei a porta e minha mãe já estava no carro. Sentei-me no banco do motorista, já que a velha não dirigia, e dei a partida, saindo de casa.
Assim que eu virei a esquina, liguei o rádio, e o CD que estava no aparelho, que era o do Foo Fighters, começou a tocar Best of You.
- ! Pode tirar dessa porcaria! O que é que vão pensar se me verem em um carro com essa barulheira toda? - Ela ralhou. Eu fechei a cara e desliguei o som.
- Eu escolho a música! - Minha mãe disse, ligando novamente o som.
Adivinhem que música ela colocou? I Believe In A Thing Called Love - The Darkness!
A minha sorte é que meu carro não era conversível. Ta, isso não é sorte, mas no momento era! Assim, as pessoas não conseguiriam me reconhecer, já que coloquei meu Rayban espelhado.
Sério, se alguém me visse dirigindo com minha mãe parecendo uma perua ao meu lado, e ainda com essa música - que me lembra transformistas - tocando no último volume, era uma vez e sua reputação.
Estacionei defronte a Estação de King Cross.
Acho que minha mãe se sentiu a Madonna descendo do carro. Sério! Ela fez pose, jogou os cabelos ao vento... Ela está me assustando, cara!
Desci do carro e entrei na estação, junto dela.
- Qual é a plataforma da garota? - Perguntei a contragosto. Como eu disse anteriormente, se fizermos as coisas rápido, elas são menos piores!
Eu sei que esse termo ‘menos piores’ está errado, e que o correto é ‘melhor’. Mas é impossível algo ficar melhor, sendo que consta na mesma frase. Não me chamem de exagerado, eu sou realista!
- Plataforma 3! - Minha mãe respondeu, saindo na frente.
Credo, cara! Ela andava rebolando! Exatamente, rebolando! Impressão minha, ou ela estava querendo chamar a atenção?
Conforme eu a seguia, eu reparava na ‘estação’. Cara, como tem garotas ‘boas’ aqui! Sério, acho que vou começar a freqüentar estações, agora! Ta, isso soou pervertido, mas é sério!
- Pronto, agora é só esperar! - Eu disse, sentando no banco.
- Não precisa esperar! Olhe ali ela vindo! - Minha mãe disse, apontando para o trem.
Quando olhei para onde minha velha havia apontado, eu a vi.
Ali, de calças largas, cabelo preso, o mesmo aparelho, as sardas - que pioraram bastante! - os óculos...
Eu não disse que ela era monstruosa?
Levantei-me e vi minha mãe ir à direção da menina, Coloquei novamente meus óculos escuros, e fui atrás da velha.
- , querida! - Minha mãe disse, indo de braços abertos em direção à garota. Para minha surpresa, passou reto e nem olhou na cara da minha mãe!
- Que garota sem educação, cara! Ela nem olhou pra sua cara! - Eu disse à minha mãe, acompanhando a mal agradecida, com os olhos.
- Cala a boca, ! - Minha mãe disse, sorrindo e indo a direção de uma outra menina.
Meu queixo caiu. Eu tenho certeza que meu queixo bateu no chão quando eu vi quem minha mãe abraçava.
A garota era linda. Cabelo até os ombros, franja, óculos escuros - um Rayban idêntico ao meu, a diferença é que era roxo! -, saia xadrez vermelha, All Star vermelho... Impossível ser a , cara. Não é possível!
- , não vai cumprimentar a ? - Minha mãe me perguntou, saindo de frente da .
- Oi, ! - Ela disse, dando um meio sorriso e chegando perto de mim. Eu estava muito, muito surpreso. Tanto que nem a cumprimentei direito.
- Vejo que ele continua mal educado! - Ela disse rindo.
Ok, ela ficou linda. Linda mesmo. Porém, continua insuportável. Pelo menos é o que parece.
- Aposto que ele ficou surpreso ao ver como você está linda! - Minha mãe comentou.
Mães são fodas, elas sempre sabem o que pensamos!
- Que isso! - disse sorrindo.
- , seu imprestável! Pegue as malas da menina! - Minha mãe ordenou, e eu o fiz. Levei-as até o carro.
Minha mãe estava no banco do carona, no banco de trás, e eu dirigia, já que nenhuma das duas tinha habilitação.
- Mas e então, , como andam as coisas em Harrow? - A velha perguntava. Eu liguei o som e deixei New Found Glory tocando.
- Tudo normal. Quer dizer, a tia Jenny se casou! - contava, sorrindo. É, anos de aparelho tiveram resultados.
- Mesmo! - Minha mãe conversava. - Que inveja! Eu estou louca para me casar novamente!
Eu freei o carro bruscamente em plena Avenida Southwark.
- Como assim pretende se casar? - Eu perguntei à minha mãe, surpreso.
- Ah, , sua mãe é nova e linda, tem mesmo é que se casar! - A intrometida da agregada me disse.
Eu não falei nada. Mentira, falei sim!
- Você fala isso porque não é sua mãe! - Eu disse, olhando para ela, pelo retrovisor.
Ela riu e tirou os óculos. É, parece que agora ela usa lentes, ela fica extremamente melhor sem óculos.
- Se fosse minha mãe eu daria a maior força para ela se casar novamente! - Ela disse sorrindo.
Eu fechei a cara e acelerei, rumo a minha casa. Pude ver claramente a rindo.

Estacionei na garagem de casa, e peguei as malas - eu fui obrigado, ok? - da .
Quando entramos em casa, minha mãe mostrou onde seria o quarto de e mostrou todos os cômodos da casa. Ela ficaria no quarto defronte ao meu.
- Espero que não se importe, mas... toca e ensaia no quarto... - Minha mãe dizia.
- Sério que o pequeno consegue tocar ? - A insuportável da perguntou.
Ok, ela ficou bonita, e ficou muito mais insuportável do que antes.
- Para seu governo, eu faço parte de uma banda bastante conhecida por aqui! - Eu disse, sorrindo cinicamente. É, eu consigo ser cínico quando eu quero.
Ah, esqueci de comentar. Minha banda ‘tá muito conhecida aqui em Londres. Sério! O Son of Dork toca todos os dias nas rádios, e estamos cheios de apresentações.
- Mesmo? - Ela perguntou. Tenho certeza que seu tom foi irônico.
- É! Son of Dork! - Eu disse orgulhoso.
- Não tinha um nome melhor, não? - Ela perguntou rindo.
- Também achei esse nome horrível! - Minha mãe comentou, dando uma risadinha.
O que é? Um complô?
- Eu não me lembro de ter pedido sua opinião, ! - Eu disse entre dentes.
Um a Zero pra mim!
- , olha como fala com a ! Ela é visita, ok? - A velha Protetora dos pobres e Indefesos, disse.
- Tudo bem! Eu sei que o não é muito educado! - Ela disse sorrindo.
Eu fechei a cara, antes que eu começasse a xingá-la, e entrei no meu quarto. Passei o dia todo lá, ouvindo música, vendo TV, já que a televisão da sala estava sendo ocupada pela e minha mãe, que viraram amigas de infância.
Quando olhei no relógio já eram 20h15.
Peguei meu celular e liguei pro . É, ele é meu companheiro de farra.
- E aí, ! - Eu disse, assim que atendeu.
- E aí , beleza? - me perguntou.
- Não! - Eu disse rindo da minha própria desgraça. - Por isso eu quero sair hoje e encher a cara!
É, eu estava animado.
- Que aconteceu? - perguntou, e eu contei toda a história a ele.
- ...E agora ela ‘tá aqui em casa! - Eu terminava.
- Se ferrou! Seu loser! - ria.
- Você não está ajudando, ! - Eu ralhei.
- Mas eu sei uma coisa que vai ajudar... está dando uma festa! Ele e a noiva! Vai ser A festa! - dizia animado.
É, é meu companheiro de banda, e ele vai se casar. Eu acho que casar é quase que suicídio. Quer dizer, quem, hoje em dia, deseja viver com a mesma pessoa pelo resto da vida? Eu passo longe até de namoros, ainda mais de casamentos!
- Quando vai ser? - Eu perguntei. Sei muito bem que as festas do , e da noiva agitadinha dele, começam em um dia, e terminam só no dia seguinte.
- Vai ser daqui duas semanas! É porque eles estão fazendo os preparativos e tal... Mas hoje, podemos ir à algum pub, sei lá... - sugeriu.
- Ok! Eu vou estar te esperando na casa do às nove, ok? - Eu disse.
- Ok! - concordou e eu desliguei o telefone.
Peguei a primeira roupa que eu achei - calça jeans e camisa social -, peguei meu All Star, e fui para o banheiro tomar banho.
Adoro cantar no chuveiro! Sério! Hoje, eu cantei Bulimic - The Used. Senti-me o próprio Bert McCracken!
- , será que dá para você diminuir os berros? Tem pessoas querendo usar o banheiro! - Uma voz me disse.
Dou um doce pra quem adivinhar quem era. Sim, a minha querida, amada e doce mãe.
Fechei o chuveiro, me troquei rapidamente e saí do banheiro.
- Pronto, mãe! - Eu disse entre dentes. - O banheiro é todo seu! - Ela sorriu e entrou no banheiro.
Ajeitei meu cabelo e fui para a sala pegar as chaves do meu carro.
- Suas chaves estão em cima do criado mudo, ! - me disse. Como se eu tivesse perguntado alguma coisa.
Eu fui pegar as chaves quando me dei conta.
- Como você sabia onde estavam minhas chaves? - Perguntei.
- Sua mãe me emprestou o carro e eu fui conhecer a cidade! - Ela disse sorrindo.
- Com o meu carro? - Eu perguntei, custando a acreditar.
- Não , fui de Nave Espacial! - Ela ironizou. Odeio as ironias da .
- Então, você dirige? - Perguntei.
- É o que parece, não? - Ela ironizou mais uma vez. Eu rolei os olhos e saí de casa.
Antes, eu reparei na ‘roupa’ que ela usava. Acho que toda menina devia ser obrigada a usar esse tipo de pijama. Mini short e regatas. Isso é legal, cara!
Entrei no carro e liguei o som, como de praxe. Fiquei de cara quando ouvi o CD que estava ali.
Queen.
Desde quando , a menina que amava as Spice Girls, curte Queen?
Aproveitei o CD que já estava lá e fui para a casa de , ao som de Bohemian Rhapsody.
Sexta Feira, cara. Eu amo sexta-feira!

Capítulo 2

Odeio ressacas. Sério, ainda mais quando eu chego em casa de manhã. Quer dizer, eu morrendo de dor de cabeça e ainda tenho que ouvir os berros da minha mãe.
Cheguei em casa, fazendo o máximo de cuidado, embora soubesse que, às nove da manhã, minha mãe já estaria acordada.
Quando eu fechei a porta, ouvi aquela voz atrás de mim.
- Noite boa, ? - me perguntou, sentada no sofá, assistindo televisão.
- Não te interessa! - Eu disse, falando baixo, com a mão na cabeça. - Fala baixo antes que minha mãe venha! - Eu pedi.
- Sua mãe não dormiu em casa! - disse simplesmente.
- Como assim não dormiu em casa? - Perguntei começando a alterar a voz.
- Dormiu fora! - Ela disse sorrindo. - Vai me dizer que você não sabia que sua mãe está namorando?
- QUÊ? - Eu meio que gritei, e coloquei a mão na cabeça em seguida.
Como assim, minha mãe namorando? NAMORANDO? MINHA MÃE?
- É, , namorando! Sua mãe é linda e nova! Tem mais é que curtir a vida! - Ela disse ainda sorrindo e indo para a cozinha. É, ela já estava bem íntima na casa.
- Mas é minha mãe e... Namorando, cara? - Eu disse para mim mesmo.
- Pensa, ! Se sua mãe se casar, além de você finalmente poder viver sua vida, ela será feliz! - A intrometida da agregada me disse.
- Você não pode falar nada, ok? - Eu disse, de um jeito meio estúpido.
- Tudo bem, ! Não está mais aqui quem falou! - Ela disse, fazendo um copo de leite. - Aliás, uma tal de Nathalie te ligou!
Cacete, tenho que parar de dar meu telefone para as peguetes de balada. Isso me enche, cara!
- E quase teve um infarto quando eu atendi. Começou a perguntar se eu era sua namorada... Me xingou de todos os insultos existentes! - Ela comentou calma, dando um gole em seu leite. Eu sorri.
- E você? - Eu perguntei, já esquecendo minha mãe.
- Disse que você era o último cara que eu namoraria na vida! - Ela respondeu rindo, indo para a sala.
É, essa garota consegue me irritar.
Como assim o último cara? Não que eu faça questão dela querer me namorar. Muito pelo contrário, eu fiquei com raiva pelo fato dessa garota achar que é melhor que todo mundo. Ela não mudou nada em relação a isso.
Eu estava subindo as escadas para meu quarto - depois de tomar um comprimido pra dor de cabeça - quando ouvi a porta se abrir.
Lá estava minha mãe, com um vestido preto, um scarpin, ou sei lá como chama esse sapato, e com o cabelo desarrumado.
- Posso saber onde você estava? - Perguntei, cruzando os braços.
- Estava na casa do meu namorado! - Minha mãe disse sorrindo de orelha a orelha. Fiquei com muita raiva, cara!
- E desde quando você namora? - Eu perguntei.
- Desde o mês passado, mas você é tão ocupado que nem tive tempo de te contar! - Ela disse na maior cara de pau.
- Como assim você dorme na casa de um cara que eu não conheço? – Eu continuava perguntando. A rolou os olhos.
- Não seja por isso. Matthew jantará aqui essa noite! E vocês irão se conhecer! - Minha mãe disse na maior naturalidade do mundo.
- Porra, mãe, eu sou seu filho, devia ser o primeiro a saber! Até essa aí! - Eu apontei a . - Soube antes!
- Em um dia ela me deu mais atenção do que você me dá em um ano! - Minha mãe disse, subindo as escadas. É, aquilo doeu em mim.
Eu fiquei parado ao pé da escada, e ouvi o barulho da porta do quarto da minha mãe se fechar.
- ‘Tá olhando o que? - Eu perguntei rispidamente, olhando pra , que deu de ombros.
Eu fechei a cara e subi as escadas. Mais essa. Minha mãe, namorando!

Aqui estou eu, todo arrumado para um jantar de família. A ao meu lado, sentada no sofá, e minha mãe andando em círculos.
- Mãe, dá pra parar? Você ‘tá me deixando tonto! - Eu disse irritado.
Minha mãe sentou-se em uma poltrona e ficou fitando a porta. Ela parecia tensa.
- Eu vou arrumar o jantar! - Ela disse, se levantando.
- Não! Fique aí e receba seu namorado! Pode deixar que eu arrumo tudo! - A disse, dando uma de boa samaritana.
- Que isso, ! - Minha mãe disse sorrindo. - Pode ficar!
- Eu estou morando na sua casa! Preciso fazer alguma coisa, ok? - Ela disse, indo para a cozinha. Minha mãe sorriu boba e eu rolei os olhos.
A campainha tocou, e eu, automaticamente me levantei.
- É ele, ! - Minha mãe disse. Eu sorri. Cara, minha mãe estava feliz e... Ciúminho de filho não ia ficar bem.
Quer dizer, se minha velha está feliz, eu também vou ficar! Minha mãe me olhou, e eu, sorri e a abracei.
- Vai lá, mãe! - Eu disse, ela sorriu e foi em direção a porta.
É, o namorado da minha mãe era ‘ajeitado’. Ele vestia camisa social, calça jeans...
- Boa noite, Audrey! - Ele disse, cumprimentando minha mãe com um selinho. É, fiquei mordido com isso.
- Boa noite, Matthew! - Ela disse sorrindo. - Esse é , meu filho!
O tal Matthew veio e estendeu a mão para mim.
- Prazer, ! - Ele disse.
- Prazer, Matthew! - Eu disse, apertando a mão dele.
- Então serei padrasto de ! O mais famoso de Londres! - Ele disse sorrindo.
- Ah, nem tanto! - Eu disse meio que rindo. É, ele estava tentando me comprar com elogios. Espertinho.
- Agora você tem de conhecer a ! - Minha mãe disse, conduzindo o namorado até a cozinha. Eu fui atrás.
- Bela moça, ! Você é um rapaz de sorte! - Matthew disse, ao ver .
- Não somos namorados! Eu estou passando um tempo aqui por causa da faculdade! - disse, antes de eu dizer qualquer coisa. - Aliás, prazer, ! - Ela disse, estendendo a mão.
O Matthew a cumprimentou, e eu sentei-me à mesa. sentou-se ao meu lado e minha mãe ao lado do namorado.
Isso é estranho. Quer dizer, minha mãe, que eu acreditava que era uma mera dona de casa, namorando um cara como o tal do Matthew. É tudo muito novo para mim.
Jantamos - era comida japonesa - e bebemos vinho. É, o jantar estava bom.
Conversamos um pouco. Já sei que o Matthew é Administrador de Empresas, que ele é divorciado há cinco anos e que não tem filhos.
- Bom, agora, eu queria pedir uma coisa ao ! - Matthew disse, ficando de pé.
Odeio formalidades, e ele era muito formal.
- , eu queria que você me desse permissão para sua mãe morar comigo, na minha casa! - Ele disse, sorrindo para minha mãe.
Fiquei sem ação. sério! Sem ação nenhuma.
O cara estava pedindo pra eu deixar minha mãe ir morar com ele, certo?
Certo.
E se minha mãe fosse, eu moraria sozinho, certo?
Certo.
E se eu não deixasse, minha mãe ficaria infeliz, certo?
Certo.
- Eu... Não sou eu quem decido isso, e sim, minha mãe! - Eu falei. Minha mãe sorriu e deu um beijo no namorado. Eu virei a cara.
- Aceita morar comigo, Audrey? - Matthew perguntou.
- Claro que sim! - Minha mãe respondeu sorrindo. Eu sorri e a também.
Eles ficaram fazendo planos na cozinha, e e eu fomos para a sala.
- Você me surpreendeu, ! - comentou.
- Mesmo? - Eu ironizei.
- Ironias à parte... Mesmo! Você foi maduro! Não impediu sua mãe de ser feliz! - Ela disse. Grande coisa. Ela sabe elogiar.
- Eu sei disso.
Ela deu de ombros e voltou a atenção para a TV.
Eu olhei para a e não pude deixar de reparar em como ela estava linda hoje. Sério, ela estava de vestido, nada formal, mas estava linda.
- Perdeu alguma coisa aqui, ? - Ela perguntou rindo, ao perceber que eu a encarava. Merda.
- Não, é só que seu pescoço parece estar inchado! - Eu menti. Sério, tenho de inventar mentiras melhores e mais convincentes.
- Péssima tentativa, ! - Ela disse, se levantando. - Boa noite!
Eu a encarei, e voltei a atenção pra TV.
Ouvi ela se despedir da minha mãe e do namorado, e subir as escadas. Eu continuei vendo TV.
Sabe, eu sou acostumado com a minha mãe aqui em casa. Será estranho ficar sem ela, cara!

Mais ou menos duas horas depois, o Matthew foi embora. Despediu-se de mim, da minha mãe - com um beijo, tipo novela mexicana - e mandou lembranças para a , como se ela fosse da família.
Ah, eu reparei no carro do Matthew. Não me julguem mal, mas não tinha como não reparar! Ele tinha uma Mercedes azul, conversível.
É, dona acertou dessa vez. Credo, isso soou tão interesseiro. Ignorem essa última frase.
Esperamos - minha mãe e eu - Matthew virar a esquina, para, aí sim, entrarmos em casa.
- O que achou dele? - Minha mãe me perguntou, sorrindo de orelha a orelha.
- Ah, eu gostei dele! - Eu disse. Era verdade. Ao que tudo indica, ele é um ‘bom partido’. E não é só pelo carro.
- Que bom, meu filho! - Minha mãe disse, me abraçando. Ficamos abraçados durante uns minutos.
- Vou dormir, já que amanhã acordarei cedo, para arrumar minhas malas... - Ela avisou. - Aliás, você não ficará chateado, não é mesmo?
Eu sorri e beijei a bochecha dela.
- Não! Você estando feliz, já é o suficiente pra mim! - , o bom filho, disse.
Minha mãe sorriu, me deu mais um beijo na bochecha, e subiu. Eu fiz o mesmo, já que no dia seguinte, acordaríamos cedo.

Acordei com os berros da minha mãe. A Dona Audrey quando quer, grita mais do que qualquer tirano liderando grupos terroristas. Nossa, calei!
- , anda logo e me ajuda nessas malas! - Minha mãe dizia, e eu, não agüentava mais carregar malas para o carro. A ajudava minha mãe a fazê-las.
Depois de mais ou menos meia hora guardando malas, minha mãe pediu uma pizza e fomos almoçar.
Enquanto comíamos, me veio uma ‘luz’.
Se minha mãe estava se mudando, e a estava aqui, por causa da minha mãe...
CARA! ISSO É PERFEITO! QUER DIZER, Além do fato de eu ficar sem minha mãe, a irá embora muito antes do que eu imaginava.
Eu terminei minha fatia de pizza e perguntei a minha mãe. Sim, estava presente.
- Mãe, e a ? - Eu perguntei. Minha mãe não sorriu. NOTÍCIA BOA!
- Bom, esse foi o único motivo de eu pensar ao aceitar a proposta do Matthew... - Minha mãe começou.
Legal ela! A , uma agregada, fez ela pensar ao aceitar. Agora, se fosse por mim, seu filho, ela aceitaria sem pensar duas vezes. É, eu gosto de fazer dramas.
- Mas e aí? – Perguntei novamente.
terminou de comer e também olhou minha mãe. Aquele assunto interessava tanto a ela, quanto a mim.
- Bom, não tem outro jeito, se não... - Minha mãe começou.
Obrigá-la a alugar um apartamento ou morar com você na casa do velho.
- Se não... - disse, querendo que minha mãe continuasse.
- Você ficar morando aqui com o ! - A velha disse.
Como assim? Ela vai continuar morando aqui? Na minha casa? Ah, não!
- Mas mãe... - Eu aleguei.
- Olha, eu posso pagar um quarto de hotel pra mim. Eu trouxe dinheiro, é suficiente para alguns dias, até eu arrumar algum emprego... Não precisa se incomodar! - tinha gostado da idéia, tanto quanto eu.
- Imagine só! É até bom, que aí você toma conta do pra mim! - A velha maldita que eu chamo de mãe, disse. Sério, eu amo minha mãe, mas ela passou dos limites e pisou feio na bola.
- Eu não preciso que ninguém cuide de mim, mãe! - Eu disse.
- Ah, precisa sim! Você não consegue nem dar nó em gravatas! - Minha mãe disse, e eu vi a rindo. Palhaça. A , não minha mãe.
- Mas... - tentou contestar.
- Sem mas nem menos, meninos! Agora, se me dão licença, vou terminar minhas malas, porque o Matthew vem daqui cinco minutos! - Minha mãe disse, saindo da cozinha. Eu e nos encaramos.
- Saiba que eu estou tão feliz quanto você, ! - Ela disse, levantando-se. Eu rolei os olhos, e fui esperar minha mãe, na sala.
É, o Matthew é pontual, porque mal deram cinco minutos, e ele já estava lá, ajudando minha mãe com suas últimas coisas.
- , juízo! Não volte tarde das festas, se comporte, não esqueça de comprar comida e cuida da ! - Minha mãe dizia, com um olhar preocupado.
- Ta bom, mãe! - Eu disse, ignorando a parte do ‘cuida da ’.
- Promete que vai se comportar?
- Prometo! - Me sentia uma criança. Minha mãe sorriu, me beijou e despediu-se da .
Cumprimentei o Matthew e vi minha mãe acenando, da janela do carro.
É, agora eu morava sozinho.
Sozinho, sem esquecer do fato de que morava comigo.

Capítulo 3

Fui acordado ao meio dia, por batidas na porta do meu quarto.
Eu sabia muito bem quem é que batia, pois eu lembrava perfeitamente que minha mãe havia me abandonado. Sim, hoje eu penso que ela me abandonou!
- O que foi? - Eu perguntei, colocando a cabeça pra fora da porta, dando de cara com a , perfeitamente acordada.
- Telefone pra você! - Ela disse, me entregando o telefone. - Não foi nada, ! - disse sarcástica e desceu as escadas. Eu rolei os olhos e atendi ao telefone.
- Quem é? - Perguntei.
- Bom dia, flor do dia! - disse.
- Só se for pra você! - Eu disse, entrando no banheiro.
- Seu cachorro, ‘tá com mulher aí, né? - comentou. Acho que ele tem amnésia, porque eu já contei sobre a ele.
- Seu idiota, é a que ‘tá aqui! - Eu disse, começando a escovar os dentes.
- Ah, eu tinha me esquecido! - disse rindo. - Mas ó, eu liguei pra avisar que vai ter festa na casa do Matt hoje...
- Matt? - Perguntei. Vocês já sabem que quando eu acordo, eu sou bem lerdo.
- Matt, Busted... Isso te lembra algo? - me perguntou.
- Porra, festa em plena segunda-feira?
- Opa! Estamos em férias e segundas são legais! - disse.
- Ah, nem vou... Fica pra próxima! - Eu disse e me xingou.
- Então ta... Mas na festa do ...
- Semana que vem! Vou! - Eu avisei.
- Ah, ok então... Falou, ! - se despediu.
- Falou, ! - Eu disse e desliguei o telefone. Deixei o celular na cama, e fui para o banheiro.
Eu escovei os dentes, coloquei uma bermuda e fui pra cozinha comer alguma coisa.
- Eu comprei pão, está em cima do microondas! - A disse, quando eu passei pela casa.
Acho que foi a primeira vez que não me deu ódio dela, quando ela disse algo.
Eu peguei o pão, fiz um copo de leite, e fui pra sala ver TV.
Sentei-me ao lado dela e vi o que ela assistia: Documentário do Greenpeace.
Eu curto essas coisas ecológicas e tal, mas não à uma hora da tarde!
- Muda de canal aí... - Eu pedi. Ela jogou o controle na minha cara.
- Hey! Eu só pedi pra você mudar de canal! - Eu disse, me levantando.
- E eu te dei o controle, qual o problema? - Ela perguntou, dando um sorriso cínico. Odeio esses sorrisos dela.
Eu ia falar alguma coisa, mas ela continuou.
- Ta, desculpa! - Ela disse. Estranhei. ? Pedindo-me desculpas?
- O que aconteceu? - Eu perguntei rindo.
- Idiota! - Ela disse rindo e me dando um pedala. Exatamente, rindo! Nem liguei com o fato dela ter me dado um pedala.
- Tipo, eu estou aqui, morando na sua casa... E, querendo ou não, é SUA casa... - Ela me disse.
- Ah, essa casa é da minha mãe, de certo modo, e...
- Posso continuar? - Ela perguntou rindo.
- Pode. - Eu respondi, do mesmo jeito: Rindo. Isso é estranho. e eu conversando e rindo?
- Então, eu não acho legal vivermos brigando, um se irritando com simples palavras do outro... Eu acho que devemos dar uma trégua! - Ela disse, estendendo a mão. Eu sorri e apertei.
- Trégua! - Eu afirmei e ela sorriu. Ficamos em silêncio vendo TV. Assistindo Pokémon.
- Nossa, quanto tempo que eu não vejo Pokémon! - Eu comentei.
- É! ‘Tá pra ser criado um desenho como Pokémon! - disse e eu olhei para ela.
- Você gostava de Pokémon?
- Gostava, qual o problema? - Ela me perguntou rindo.
- Você, com oito anos de idade, me chamava de imaturo porque eu gostava de brincar com meus heróis de brinquedo!
Ela começou a gargalhar, e eu fiz o mesmo. A gargalhada dela é cativante, ok?
- Ah, eu fazia isso pra te encher o saco! Eu era criança, gostava de coisas de criança! Por exemplo Pokémon, eu amava o Pikachu, Pichu, Raychu...
- O Melhor era o Charmander! - Eu falei rindo.
- É! - meio que gritou. - O Charmander era o mais lindo!
- O Psyduck era legal! - Eu disse. - Tinha também a Butterfly...
- A Butterfly era inútil! - disse rindo, e eu concordei.
- Eu também achava! Eu gostava também do...
- MIAU! Eu amava o Miau! - Ela disse rindo.
- Eu curtia ele! - Eu disse rindo. Cara, pelo menos em Pokémon, temos muito em comum!
Não, não foi com essa conversa sobre Pokémon que ela subiu no meu conceito. Quer dizer, eu já não sinto mais raiva dela quando ela fala, mas isso não significa que eu caia de amores por ela, ok?
- Eu era apaixonada pelo Ash! - Ela me disse.
- Sério? - Comecei a gargalhar. - Depois eu é quem era o imaturo!
riu e me tacou uma almofada.
- Cala a boca, ok? - Ela disse rindo, levantando. - Aliás, ! Eu quero o meu CD do Queen de volta, ok?
Comecei a rir.
- Eu falei sério, ! - Ela disse rindo, subindo as escadas.
Eu acompanhei ela subir as escadas e depois ri de mim mesmo. Foi a primeira vez na minha vida que eu conversei com a civilizadamente. E isso foi legal, cara!

Fiquei o dia todo assistindo televisão, e só quando eu vi que anoitecia, eu resolvi ir tocar alguma coisa. Desenferrujar, sabe?
Subi as escadas e no quarto da estava tudo quieto, provavelmente ela estava dormindo.
Entrei no meu quarto e comecei a tocar.
É, se a estiver dormindo, o som vai acordá-la!
Pô, dormir a essa hora?
Eu sei que vocês devem estar pensando: “Nossa, mas eles ficaram tão bem de manhã”. Pois bem, eu não estou fazendo por pirraça, e sim, porque eu preciso tocar.
Vou começar com Boyband. Coloquei o CD DEMO (é, a banda é conhecida mas ainda não temos um CD gravado) e comecei a tocar junto com a música.

Boys, we've been here for a while
(Garotos, nós estamos aqui há um tempo)
But we've finally got the style
(Mas finalmente pegamos o jeito)
Strike your pose and fake a smile
(Faça sua pose e finja um sorriso)
Give me Kenny, give me Kyle
(Me dê um Kenny, me dê um Kyle)
I hate to break it but it's true
(Eu odeio acabar com isso, mas é verdade)
Fifteen minutes we'll be through
(Quinze minutos passarão)
And I won't have to talk to you, you, you, you
(E eu não terei que falar com você, você, você, você)

É uma das minhas músicas preferidas!
Eu me empolgo de verdade, nessa parte:

Now you know the words, you fool
(Agora você sabe as palavras, seu bobo)
Sing along to your own tune
(Cante junto a sua própria melodia)
Wrote to prove you are a tool
(Escrevi pra provar que você é uma ferramenta)
Tell your friends you joined a boyband, boyband
(Diga aos seus amigos que você entrou numa boyband)

Eu curto essa letra!
Acontece muito no ‘nosso mundo’.

Good Charlotte said they like McFLY
(Good Charlotte disse que gosta de McFLY)
Is half their fanbase gonna cry?
(Metade dos seus fãs vão chorar?)
It's so pathetic, dry your eyes
(Tão patético, desidratar seus olhos)
When you gonna realise, a tune's a tune?
(Quando você vai perceber que uma melodia é uma melodia?)
I don't know why, the metalheads want us to die
(Eu não sei por que, os metaleiros nos querem mortos)
But these days they're all under nine
(Mas por esses dias eles estão todos abaixo de nove)
So I'll be fine
(Então eu ficarei bem)

Eu estava começando a gritar, quando eu vejo uma cabeça entre a minha porta. Confesso que fiquei surpreso ao ver a .
- Então, essa é uma de suas músicas? - Ela me perguntou. Eu parei o CD.
- É! Boyband! - Eu disse, sorrindo de lado.
- Continue! Eu... Acho que estava gostando... - Ela me disse.
Eu comecei a rir, e ela fez meio que uma careta. Eu dei play no CD, e continuei a música.

Now you know the words, you fool
(Agora você sabe as palavras, seu bobo)
Sing along to your own tune
(Cante junto a sua própria melodia)
Wrote to prove you are a tool
(Escrevi pra provar que você é uma ferramenta)
Tell your mom you joined a boyband, boyband
(Diga a sua mãe que você entrou numa boyband)

Enquanto eu tocava - e cantava - eu meio que olhava pra , que já estava no meu quarto, sentada na minha cama, me olhando tocar.
Ok, confesso que essa proximidade repentina entre nós dois está bastante estranha, mas eu não ligo!
Na verdade, estou gostando de viver pacificamente com ela!

I get calls from girls who saw me on the TV
(Eu recebo ligações de garotas que me viram na TV)
Behind my back they're saying nasty things about me
(Pelas minhas costas elas dizem coisas horríveis sobre mim)
'There's the kid who blew it all
('Tem esse garoto que estragou tudo)
I sat next to him in school
(Eu sentava perto dele na escola)
Everyone thought he was cool
(Todo mundo achava que ele era legal)
Till he quit his job and joined a boyband'
(Até ele se demitir do emprego e entrar numa boyband')

A estava sorrindo. Então, ao que tudo indicava, ela havia gostado da música.
Não que eu me importe... Quer dizer, é mais uma crítica positiva para o SoD, certo?

Now you know the words, you fool
(Agora você sabe as palavras, seu bobo)
Sing along to your own tune
(Cante junto a sua própria melodia)
Wrote to prove you are a tool
(Escrevi pra provar que você é uma ferramenta)
Tell the kids you joined a boyband, boyband
(Diga aos garotos que você entrou numa boyband, boyband)

A cantou o refrão, eu vi! Baixinho, mas cantou!
E eu, já estava aos berros, no mesmo volume do rádio.

Join a boyband, join a boyband
(Se junte a uma boyband, se junte a uma boyband)
Screw your life up, join a boyband
(Estrague sua vida, se junte a uma boyband)
Kids will hate you, out to get you
(Os garotos vão te odiar, vão querer te matar)
Ever since you joined a boyband
(Desde que você se juntou a uma boyband)
It's really scary (boyband), palms are sweaty
(É realmente assustador, palmas são suadas)
Potato guns are armed and ready
(Armas de batata, armadas e prontas)
Screwed your life up (boyband), just like Eddie
(Estragou sua vida, assim como Eddie)
Ever since you joined a boyband
(Desde que você se juntou a uma boyband)
Joined the boyband, joined the boyband
(Se juntou a uma boyband, se juntou a uma boyband)
Joined the boyband, joined the boyband
(Se juntou a uma boyband, se juntou a uma boyband)
Joined the boyband, joined the boyband
(Se juntou a uma boyband, se juntou a uma boyband)
Joined the boyband, joined the boyband
(Se juntou a uma boyband, se juntou a uma boyband)

Eu terminei a música e sorri, ao ver que ela sorria.
- Olha... Mudei o meu conceito sobre você. Agora que te vi tocar... Você toca bem, ! - Ela me disse rindo.
- E você achou mesmo que eu tocava mal, ? - Eu perguntei também rindo.
- Sinceridade? - Ela me perguntou.
- Vai, não precisa responder! - Eu disse ainda rindo.
- Olha, esse seu estilo de música não é o que eu gosto... Mas por incrível que pareça, eu gostei bastante!
- Vou ficar me sentindo por isso, ok? - Eu falei sorrindo.
- Idiota! Se ficar se sentindo eu saio espalhando que você é gay! - Ela me disse gargalhando. - Você não disse que é conhecido por aqui? Então...
Comecei a rir.
- Uma coisa eu posso confirmar... De gay eu não tenho nada! - Eu disse rindo.
- Desculpa aí, Sr. Eu-pego-todas! - Ela disse, saindo do quarto. - Agora eu vou voltar a dormir, porque eu realmente estava dormindo!
Eu sorri.
- Desculpa, eu prometo que não te acordo mais! - Eu disse rindo, forçando uma cara de anjinho.
- Não! Você vai morrer com esse peso na consciência! - Ela disse. - Boa noite, !
Eu sorri, deixei meu instrumento no canto do quarto e fui até a porta.
- Boa Noite, !
Ela sorriu de lado e entrou no quarto, fechando a porta em seguida.
É, isso é estranho, foi rápido... Mas, pela primeira vez, a presença da está sendo agradável.
Tudo bem que ela está aqui só faz quatro dias. Mas mesmo assim, já deu pra perceber que ela mudou. E pra melhor. Bota melhor nisso!

Capítulo 4

- Bom dia... - Eu disse ao sentar-me à mesa, defronte a , que tomava seu café da manhã.
- Bom dia! - Ela disse sonolenta. Eu fiz um copo de leite, e comecei a tomar.
- Ah! Então é você quem compra os cookies! - Eu disse, ao ver que o pote estava cheio.
- Não, , eles aparecem aí todos os dias! - Ela ironizou. Dessa vez, eu não achei a ironia dela irritante. Achei engraçada.
- Ah há, engraçadinha! - Eu disse rindo, pegando um biscoito.
- Vai, fica quieto aí e me passa o leite! - Ela pediu.
Eu passei o leite a ela e continuei me empanturrando de cookies. Sério, eu amo cookies, principalmente os da minha mãe.
É, ainda estou estranhando o fato dela não morar mais comigo, mas mesmo assim, acho melhor, sabe? Liberdade e privacidade sempre é bom.
Tudo bem que com a aqui, eu não tenho uma grande privacidade, mas isso é temporário.
- Essa casa fica desanimada sem sua mãe, né? - perguntou, dando um longo gole em seu leite.
- Pode crer... Eu ‘tô até sentindo falta dos berros dela! - Eu disse rindo. Era verdade.
- Pois é... Em um dia, eu tive mais diálogo com sua mãe do que eu tenho com a minha em um mês... - disse.
- Você e sua mãe não se dão bem? - Eu perguntei, já que quando eu ia lá na casa dela, elas sempre eram unidas.
- Não... Depois que eu tive meu primeiro namorado, nossa relação ficou bastante estremecida, entende? - Ela disse, enquanto tomava seu leite.
- Mas... Só porque você arrumou um namorado vocês mudaram a relação? - Eu perguntei curioso. Não me chamem de fofoqueiro, eu só me interessei pelo fato.
- Na verdade minha mãe não gostava do Adam, e então, começou a ver defeitos nele, até o dia que eu terminei com ele, por causa dela... - disse, fitando o próprio copo.
- Hum, esse assunto não é muito bom pra começar o dia, né? - Eu comentei, meio que sorrindo. riu.
- É! Mas e você? Namora? - Ela me perguntou, pra mudar o assunto. Comecei a rir.
- Eu? Namorar? Não mesmo! - Respondi rindo.
- Ah, você é mais um daqueles que quando vão pra alguma festa, compete com os amigos pra ver quem pega mais garotas? - Ela perguntou esboçando um sorriso. Impressão minha ou teve cinismo na frase dela?
- Nem é assim! Eu só não gosto de relacionamentos sérios, qual o problema? - Eu perguntei.
- Problema algum, eu só não curto isso... - Ela disse, dando de ombros.
- Ah... Quando eu achar a pessoa certa, eu vou querer algo mais sério com ela! Enquanto isso...
- Você se diverte com as erradas, eu sei desse ditado idiota! - disse, dando mais um gole em seu leite, deixando o copo vazio na pia.
- Ah, nem vem com essa! Você mesma não namora! - Eu disse.
- Você não sabe... - disse, voltando a sentar-se à mesa. Eu olhei para ela e arqueei uma sobrancelha.
- Você namora? - Eu perguntei.
- Não! - Ela disse rindo.
- Besta! - Eu comecei a rir da cara que ela fez. - Só uma coisa, você não sabe tomar leite! - Eu disse rindo. fez cara de confusa.
- Como assim? - Ela perguntou ainda confusa.
- Você ‘tá com bigode de leite, sua anta! - Eu disse rindo, me levantando e passando o dedo pelo lábio dela, a fim de limpá-lo. Ela sorriu.
- Olha, te devo a vida agora! Você limpou minha boca! - e suas ironias.
- Mal agradecida, devia ter deixado você com bigode! - Eu falei rindo. Ela me deu a língua e se levantou.
- A louça é sua! - Ela disse, antes de ir para a sala.
- AH, NÃO! - Eu gritei e fui atrás dela. - A louça é sua!
- No Way! Você acordou por último! - disse, já sentando no sofá e ligando a TV. A minha amada e querida TV.
- E você acordou primeiro, tem de lavar a louça! - Eu disse, puxando ela do sofá.
- Pára, , seu inútil! Vai logo lavar aquela louça! - Ela disse, tentando se soltar.
- Então vamos dividir, pode ser? - Eu perguntei.
- Eu enxugo a louça! - Ela disse rindo, indo para a cozinha. Mulheres nunca deixam você decidir as coisas.
- Eu tenho opção? - Perguntei.
- Não! - Ela disse, soltando-se de mim e voltando para a cozinha. Eu a segui.
Agora vocês se perguntam: Quando, na vida, lavaria louça? Pois bem, essa é a desvantagem de não ter minha mãe aqui.
Começamos a lavar a louça. Ou melhor, eu lavava a louça e a secava. Hora ou outra eu respingava água nela, que me xingava.
- , toma vergonha na sua cara! Olha essa panela, toda engordurada! - disse, pegando a bucha da minha mão e lavando a panela.
- Ah, eu nunca fiz isso, ok? - Eu disse, dando de ombros.
- Pois enquanto eu estiver aqui, você vai aprender a lavar louça! - Ela disse, me entregando novamente a bucha, depois de enxaguar a panela.
- ‘Tá fácil! - Eu ironizei.
- Fica quieto e lava aí! - Ela disse, deixando o pano de prato na pia. - Eu vou tomar banho, tenho que ir à Cambridge ainda hoje...
- Ah, e você vai deixar tudo pra mim? Bonita! - Eu disse rindo, puxando ela de volta pra pia.
- Você vai me emprestar seu carro, então? - pediu sorrindo. Chantagista!
- Você é chantagista, mocinha! - Eu disse, colocando a mão na cintura. Isso ficou gay, mas mesmo assim, eu o fiz.
- Chantagista nada, é uma troca de favores! - Ela disse rindo. Eu pensei.
- Se você me ajudar a terminar a louça, eu te levo lá! - Eu propus. pensou.
- Ah, eu queria dirigir seu carro... - Ela me disse.
- Pois não vai! Eu te levo na faculdade! - Eu disse, começando a lavar os copos.
- Como você está gentil, ! - Ela disse, e eu dei a língua.

Terminamos de lavar a louça minutos depois, e a , foi tomar banho. Eu apenas me troquei, coloquei uma camisa do Bill Elliott, e coloquei meus tênis.
- Vai demorar muito, ? - Eu gritei da sala.
- Já ‘tô descendo! - A gritou do quarto e eu continuei vendo o comercial que anunciava uma ‘garrafada milagrosa para emagrecer’.
- Pronto! - disse, quando chegou na sala.
É, ela consegue ficar linda com pequenas coisas. Ela vestia uma calça jeans, uma blusinha que tinha um panda desenhado, all star... Linda, cara!
- Droga, eu não sei onde coloquei o meu gloss... - Ela dizia, enquanto revirava a bolsa.
- Você procura no carro, vamos! - Eu disse, abrindo a porta.
Agora que eu converso com a , eu percebo o quão eu fui exagerado ao receber a notícia de que ela moraria aqui. Eu estava quase dizendo que era o Apocalipse e tal...
Mal sabia eu que a companhia de seria agradável... Eu não tinha dado espaço para ela mostrar que não é mais aquela menina mimada, chata, insuportável e devastadora de Homens Aranhas!
Entramos no carro e ela sentou no banco do carona.
- ACHEI! - Ela gritou, quando achou o tal gloss. Comecei a rir ao ver a cara que ela fez.
- Mulheres... - Eu murmurei.
- Vocês, homens, reclamam de nós, mas não vivem sem! - Ela disse rindo.
- Faço suas, minhas palavras! - Eu disse rindo e ligando o carro.
Estava saindo de casa, quando a começou a passar o tal gloss, que eu insisto em chamar de batom. Para mim, gloss, brilho, batom são tudo a mesma coisa!
Eu não consegui parar de olhar. A é meio que hipnotizaste, sabe? Estranho!
- Liga o som aí, ! - Ela pediu, abrindo a janela.
Enquanto todas as meninas que eu levo no meu carro, fecham a janela, para não despentearem o cabelo, a abre e ainda coloca a cabeça pra fora.
- Eu amo o vento no meu rosto! Se um dia eu ganhar dinheiro, eu vou comprar um carro conversível! - Ela disse rindo, quando colocou a cabeça pra dentro.
- Seu cabelo está desarrumado... - Eu disse rindo, a fim de deixá-la irritada.
- Como se eu ligasse! - Ela disse rindo, agora prendendo os cabelos em um lápis. - Pronto! Problema resolvido!
Eu já disse como ela consegue ficar linda fazendo pequenas coisas? Pois bem, se eu disse, repito! Ela fica linda fazendo pequenas coisas, cara!
- Escolhe a música aí! - Eu disse, já que sou um motorista responsável. [N/A: Já deu pra perceber que essa fic não foi escrita com o James! James? Motorista responsável? ;DD]
- AHÁ! Meu CD do Queen! - Ela disse, pegando o CD e colocando na bolsa. - Ele é de estimação! - Eu dei a língua e ela riu.
- SUGARCULT! - gritou, e eu comecei a gargalhar.
- Sua louca! Quer estourar meus tímpanos? - Perguntei rindo.
- Ah meu Deus, eu amo Sugarcult! Você tem um CD do Sugarcult! Ah, meu Deus! - Ela estava dando um ataque, cara! Eu não consegui fazer outra coisa a não ser gargalhar.
Ela colocou o CD e começou a tocar Memore.
- Seu viado, você nunca me contou que tinha o ‘Palm Trees and Power Lines’! - Ela me disse, indignada, rindo.
- , nós começamos a conversar ontem! - Eu disse, como se estivesse explicando matemática a uma criança.
- Mesmo assim! - Ela disse rindo. - Mudando o assunto, eu pensei que seria terrível morar com você... Não está sendo tão ruim, sabia? - Comecei a rir.
- Vou considerar isso um elogio, ok? - Eu disse. – Mas, pra falar a verdade, eu também pensei que seria ruim morar contigo. Quer dizer, eu ainda achava que você era a mesma menina chata, insuportável, de aparelho e óculos...
- Obrigada pelo ‘menina chata, insuportável’! - disse rindo, me dando um tapa na perna.
- Ah, e ainda achava que você era o mesmo trambolhinho! - Eu completei. me olhou com a boca aberta.
- Seu gay, eu não era um trambolhinho! - Ela disse rindo. - Eu só não era bonita! Não que hoje eu seja grande coisa, mas... Você me achava um trambolhinho? - Ela perguntou rindo. Eu comecei a rir. - Responde, ! - Ela disse alto, me dando mais um tapa na perna.
- Achava! - Eu disse rindo. Ela fez bico.
- Eu achava você lindo! Principalmente quando você usava topete! - Ela disse, de braços cruzados. Eu sorri.
- Sério que você gostava do meu topete? - Eu perguntei, passando a mão no cabelo.
- Gostava! E isso me irritava, por isso que eu grudei chiclete nele, lembra? - me perguntou rindo.
- Eu tenho esse trauma até hoje, por isso que eu nem uso mais topete! - Eu disse sério.
bagunçou meu cabelo. Eu ia fazer o mesmo, quando avistei o grande prédio de Cambridge, percebi que sorriu abobada para o prédio da Universidade.
- Chegamos! - Eu disse. praticamente saltou do carro.
- Eu ‘tô bem? - Ela perguntou, aparentemente nervosa. Eu sorri.
- ‘Tá ótima! Vai logo lá que eu te espero! - Eu disse e ela sorriu.
- Ta, me deseje sorte!
- Boa sorte! - Eu disse, sorrindo.
A sorriu e entrou na universidade. Eu, continuei ouvindo Sugarcult, esperando-a.

Já fazia quase uma meia hora que eu estava esperando e nada de aparecer.
Eu estava saindo do carro, quando o meu celular começou a tocar. Sério, eu odeio celulares, acho que foi a pior invenção do mundo! Celulares foram feitos para controlar nossas vidas, cara!
- Alô... - Eu disse, ao ver quem me ligava.
- , meu velho! ‘Tá tudo bem? - me perguntou alegre. é feliz, cara! Nunca vi igual...
- Tudo ótimo! - Eu disse. Era verdade! - E aí?
- Nossa, o que aconteceu? A foi embora? - perguntou, no mínimo estranhando o fato de eu dizer ‘tudo ótimo’, morando com a . ? Intimidade, hein!
- Ah, eu estou conversando com ela... Ela é legal! - Eu disse rindo, saindo do carro e me encostando no capô.
- Até que enfim! Não agüentava mais você de bode por causa dela! - disse. - Então, já que você ‘tá de boa, o que acha de fazermos algo hoje? - é muito festeiro cara! O moleque que não consegue ficar parado!
- Ah, passa em casa... Alugamos uns filmes, bebida... Pode ser? - Eu perguntei, esticando o pescoço, para ver se aparecia.
- Opa! Filme e bebida, nada melhor! Eu ligo para os caras... Mas o vai querer levar a noiva dele... - disse, tenho certeza que foi num tom desanimado.
- Ah, deixa ele levar... Pelo menos ela faz companhia pra e não fica rodeada de machos! - Eu disse rindo.
- Quem te viu dois dias atrás, quem te vê! - disse rindo. - Se fosse ontem, eu te perguntaria isso e você responderia ‘A noiva do que se foda’ ou então ‘Lá em casa não, a peste da vai estar lá’! Acho que essa menina fez macumba pra você! - disse rindo.
- Cala a boca, ! - Eu disse rindo. Ia xingar , quando vi atravessando os portões da universidade. - Ah, ‘tá vindo, então, avisa os caras ok?
- Ok! Até mais tarde... - disse e desligou o telefone.
Eu guardei o celular no bolso e cruzei os braços, esperando atravessar a rua.

- Como foi? - Eu perguntei, quando ela deu a volta no carro e abriu a porta.
- Eu vou ter que fazer uma prova... Disseram que o meu curso em Harrow não serve como aprovação... - Ela disse desanimada, entrando no carro. Eu fiz o mesmo e dei partida.
- Mas você vai estudar o quê? - Eu perguntei. Ela estava em casa por causa da faculdade e eu nem sabia o que ela faria de faculdade.
- Cinema... - Ela disse desanimada. - Eu quero ser cineasta, mas... Eu já nem sei se vou passar nessa prova... - Percebi o quão desapontada ela estava.
- Hey, você não fez o curso em Harrow? - Eu perguntei, quando paramos no farol, que estava vermelho. Ela fez que sim com a cabeça. - Então! Se você fez esse curso, vai tirar essa prova de letra! - sorriu e eu coloquei a mão no joelho dela, meio que fazendo carinho, sabe? Eu juro que não levei esse gesto ‘por trás’.
- Aliás, hoje você vai conhecer o resto da banda... E a noiva do ... - Eu avisei, virando a esquina.
- Ok! - Ela disse, esboçando um sorriso.
Eu estava quase chegando em casa, quando me lembrei que, em casa, quase não tinha bebida, e pelo que eu conheço de , , e , isso é uma falta grave.
- Ah, sinto muito, mas você vai ao mercado comigo! - Eu disse, virando a rua, indo em direção ao mercado. começou a rir.
- Eu tenho opção? - Ela perguntou e eu fiz que não com a cabeça. - Gay!
Eu sorri e entrei no estacionamento do mercado.
Esse é o bom de morarmos em um bom lugar de Londres, tudo é perto!
Descemos do carro e a colocou as mãos no bolso da calça.
Entramos no mercado e eu peguei um carrinho. Fazia anos que eu não entrava em um mercado, minha mãe sempre fazia isso por mim!
- Aposto que vai comprar caixas de cerveja, certo? - perguntou rindo.
- Ah, eu vou comprar sorvete também, ok? - Eu disse rindo, pegando dois potes de sorvete da geladeira. sorriu e pegou mais um pote de sorvete.
- Eu adoro sorvete de kiwi! - Ela disse rindo, ao pegar o pote verde.
- Estranha! - Eu disse.
- Cala a boca! - Ela disse, rindo, indo em direção as cervejas.
Peguei uma caixa de cerveja, o que eu acho que é suficiente. Se faltar, eles compram mais!
- Ah meu Deus! Quanto tempo eu não vejo isso! - disse, vendo um pirulito gigante. É, aqueles coloridos, sabe? Eu comecei a rir e peguei dois daqueles pirulitos.
- Eu amava esses pirulitos quando criança, cara! - Eu disse, colocando-os no carrinho.
- Eu também! - Ela disse rindo. - Acho que é só isso, né, ? Cerveja, sorvete, pirulito...
- É, agora, passamos em uma locadora, pegamos alguns filmes e pronto! - Eu disse, pegando o carrinho e saindo na frente.
- , sua bicha! Dá pra esperar? - Ela perguntou rindo, vindo atrás de mim.
- Eu vou te mostrar a bicha! - Eu disse rindo, chegando ao caixa. deu um sorrisinho, e eu comecei a passar as compras.

- Nem vem com comédias românticas! - Eu disse, já na locadora, enquanto escolhíamos os filmes.
- Eu tenho cara de quem gosta de comédias românticas? - Ela perguntou rindo.
- Tem! Daquelas que chora quando a mocinha beija o mocinho! - Eu disse, tirando o lápis que prendia o cabelo dela.
- Peste! - Ela disse rindo, tentando pegar o lápis da minha mão. Eu guardei o mesmo no bolso, e comecei a escolher o filme.
- Alien Vs. Predador! - Eu disse, pegando o filme.
- Não! Comédia é mais legal! - disse, pegando um filme. - Eurotrip é legal!
- Prefiro Uma Noite no Museu! - Eu disse, pegando o filme.
- Então, pega Uma Noite no Museu, Eurotrip e Alien Vs. Predador! - Ela disse, pegando os três filmes.
- Ok! Saí ganhando! - Eu disse feliz.
- Cala a boca, ! - Ela disse, passando os filmes no caixa da locadora.
Depois que escolhemos os filmes e compramos a ‘comida’, fomos para casa esperar os outros.
Faz tempo que eu não faço programas assim, menos ‘agitados’, entende?

Capítulo 5

estava fazendo pipoca, e eu, estava sentado no chão, bebendo cerveja e esperando os caras chegarem. Eu estava vendo os anúncios de programações de TV a cabo, quando a campainha soou.
Nem fiquei surpreso ao ver quatro marmanjos e uma moça, parados na porta, todos com sorrisos idiotas.
- E aí, Little ! - entrou, pulando no meu pescoço. Essas crises gays do me assustam, cara!
- Oi, , tudo bom? - , a noiva de me cumprimentou, com beijinhos no rosto.
- Tudo bom, e aí? - Eu perguntei.
- Tudo sim! - Ela disse sorrindo, entrando, acompanhada por .
- E aí cara, tudo azul? - perguntou.
- Rosa! Eu prefiro Rosa! - Eu disse afinando a voz, e abraçou , rindo.
- Nem vem, que esse é meu! - Ela disse rindo, e eu dei um pedala nela.
é legal! Nem parece uma menina... Quer dizer, ela não é fresca, e faz as mesmas piadinhas que fazemos...
- Comprou cerveja? - perguntou, ao entrar em casa.
- Oi, ! Eu estou bem também, e você? - Eu ironizei e deu de ombros.
- , quanto tempo! - , o engraçadinho, disse, quando entrou.
Eu sorri, e finalmente fechei a porta.
- Cadê a sua colega de casa? - perguntou, dando um sorriso tarado. é um pervertido sexual, cara!
- ‘Tá na cozinha, fazendo pipoca! - Eu disse, sentando novamente no chão, já que os caras se apossaram do sofá.
- Ah! Finalmente está namorando! - , a desinformada noiva de , disse.
- Ela não é minha namorada! Ela está passando um tempo aqui! - Eu disse, e a apareceu, com um pote enorme de pipoca. Quando eu disser enorme, é enorme mesmo!
esboçou um sorriso para os meninos, em forma de cumprimento. Não sabia que a era tímida.
- E aí! - foi o primeiro a cumprimentá-la.
- Oi! - disse sorrindo, sentando ao meu lado.
- , seu mal educado! Nos apresente! - pediu. Eu ri.
- , esses são , . - Conforme eu os apresentava, eles acenavam. - , , e , a noiva do !
- Oi! - Ela disse novamente, sorrindo.
- Ah, que bom que não vou ser a única menina no meio desses ogros! - disse sorrindo para .
- Não se esqueça que você vai se casar com um dos ‘ogros’! - disse.
- Eu não sou ogro! Eu sou um príncipe gostosão! - disse, fazendo pose.
- Aham, só faltou o cavalo branco! - ironizou.
- Ta vendo, ‘mor! Até o concorda! - disse à .
- Você morava aonde, ? - perguntou, puxando um assunto com , ignorando o comentário do .
- Harrow! Vim pra Londres estudar cinema! - Ela disse, sorrindo. Eu prestava a atenção na conversa, mesmo sabendo de tudo.
- Nossa! - se surpreendeu. - Vai fazer faculdade aonde?
- Eu tentei em Cambridge, mas terei que fazer uma prova... Eles me ligarão pra marcar o dia... - disse, sem deixar parecer o desanimo que só eu sabia que existia.
- Pô, desde já, boa sorte! - disse sorrindo.
- Obrigada! - disse, sorrindo do mesmo jeito.
- , pega cerveja! - pediu. - Enquanto isso, o coloca o filme!
- Você é bem folgado, hein, ! - Eu disse, levantando e indo para cozinha.
- Eu também vou, ! - gritou.
- Eu sempre soube que o era gay! - comentou e eu entrei na cozinha.
Eu abri a geladeira e peguei quatro garrafas de cerveja. Sabia que já estava atrás de mim.
- Você é bicha! - me disse baixo.
- Você tem problema? - Eu perguntei rindo.
- Cara, essa é linda, e ao que tudo indica, é gente boa! - Ele disse e eu comecei a rir.
- Eu percebi que ela é legal, anteontem! - Eu disse rindo, dando duas cervejas a ele, e pegando mais duas.
- Você é tapado mesmo, se fosse eu que morasse com uma menina dessas... - deu um sorriso tarado.
- Cala a boca, ! - Eu disse rindo, voltando para a sala.
- Sério, eu acho que você devia dar uns pegas nela! - me disse baixinho e eu ri.
Quando entramos na sala, já conversava com todo mundo, principalmente com .
Sentei-me ao lado dela, e comecei a comer pipoca. tinha colocado Uma Noite no Museu.
Já estava anoitecendo, quando colocamos Alien Vs. Predador. Adoro esse filme, cara!
- Ah, eu não quero ver esse filme! - disse, saindo do sofá. - , vamos pro quarto fazer alguma coisa? Sei lá, esse filme é chato...
Eu olhei pra , que já estava de pé.
- Vamos sim! - Ela disse, subindo as escadas com .
- Pronto, agora a arrumou uma amiga e pode nos deixar em paz! - disse rindo, recebendo um pedala de em seguida.
- Não fala assim dela, seu gay! - disse, rindo.
- Olha como ele defende a namorada... - comentou rindo.
- Namorada não! Noiva! - corrigiu, erguendo o braço. Começamos a rir.
- Sério, cara, você tem certeza que vai casar? Quer dizer... Casar, morar junto... - Eu perguntei.
- Se formos analisar, você está casado com a ! Vocês só não aproveitam as vantagens disso! - disse e todos riram. Até eu ri, porque de certo modo, tinha razão.
- E a já é muito feia... - ironizou.
- Ah, dá um tempo vocês quatro! Eu até concordo que de certo modo eu ‘tô casado com a , mas primeiro: Eu não ficaria com ela...
- Porque é bicha! - interrompeu.
- Segundo... - Eu continuei, ignorando a interrupção de . - Ela não vai morar comigo pra sempre! Será temporário!
- O que eu acho um motivo pra você aproveitar! - disse. Eu rolei os olhos.
- Porra, eu converso com ela há três dias! Da pra vocês pararem! Nem amigos somos! Somos apenas ‘colegas de casa’! - Eu disse, era verdade!
- Sério, , você me envergonha! - disse batendo a mão na testa. Eu dei o dedo do meio.
Aff, e eu? Juntos? Tem que ser idéia do , , e . Lesados.
deu play no filme e começamos a assistir.
Ao que tudo indica, e se deram bem mesmo, pois não deram nem sinal de vida enquanto víamos o filme.

- ! O filme acabou! - gritou, quando estava passando o cast do filme.
- Porra, , da pra parar de gritar no meu ouvido, seu viado! - ralhou, levando a mão na orelha.
Eu também olhei pra escada. Afinal, duas meninas juntas, há muito tempo em silêncio, pode ser considerado um sinal de perigo. É verdade!
- Ah, ! Eu chamei a pra ir na nossa festa semana que vem! - disse descendo as escadas.
- Ah, é? - perguntou sorrindo para .
- Aham! E ela vai! - lançou um olhar a . - Não vai, ? - sorriu.
- Vou... - disse, sentando no chão ao meu lado novamente.
- Pô, , você é sem graça! Eu estava feliz ao saber que sairia sem a ! - Eu disse rindo, à .
- , seu gay! - disse rindo, dando-me um tapa.
- Até ela já percebeu que você é gay, ! Ta na hora de mostrar atitude! - O maldito do desgraçado comentou.
Sério, a ficou um pouco sem graça, eu tenho certeza disso! E tipo, eu tenho certeza que ela entendeu a indireta do .
- Vocês vão ficar conversando ou vão colocar o filme? - , minha salvadora, propôs.
- É! Coloca logo, ! - Eu disse e o fez.
Começamos a assistir Eurotrip. e eu dividíamos uma garrafa de cerveja, já que estávamos próximos. Hora ou outra, cochichava algo com ela e me cutucava, apontando .
Sério, o fato de querer que eu fique com a está me irritando de verdade! Eu nem conversava com ela! Idiota.
- Ah, eu amo essa parte! - disse, apontando a televisão, quando o Scotty imitava um robô.
- Eu também! - disse animado. - E eu amo a música do filme!
- Eu também! Até tenho no meu iPod! - disse, sem tirar os olhos do filme. - A banda que toca, chama Lustra!
- Me passa? - pediu.
- Aham! - Ela disse, sorrindo pra , mas voltando a atenção para a TV. Eu sorri.
- A parte do francês gay é a melhor, cara! - disse.
- Ah, quando ele se veste de Papa também é legal! - disse.
- Pode crer! - concordou.
- Porra, todo mundo já viu esse filme, menos eu? - Eu perguntei, rindo.
- Lesado! Até o Bozo já viu esse filme! - disse, me dando um pedala. riu.
Continuamos ‘vendo’ o filme - porque toda hora alguém comentava sobre ele - e bebendo. Mal percebemos quando o filme acabou.
- “Scotty Doesn’t No! Scotty Doesn’t No! Scotty Doesn’t No...” - e cantavam.
- “Scotty Doesn’t... NO!” - também cantou.
- ! Pega lá o iPod pra colocarmos essa música! - pediu. ? Intimidade...
- Claro! Vem comigo, ! - estava alegre, certeza!
Acho que ela não é muito acostumada com bebida, porque dividimos três garrafas de cerveja. Para mim, isso é pouco, mas para ela...
- Opa! - disse animada, subindo as escadas com .
- Essas duas estão um pouco alegres, não acham? - disse sorrindo abobado para a escada.
- Pode crer! A nem é assim... Ela é um pouco mais... Reservada... - Eu disse.
- já sabe até quantas vezes a pisca no dia... - disse.
- Mas que merda! Eu converso com a menina há três dias! Dá pra vocês pararem de zoar? - Eu pedi, começando a me estressar. Sério, esse assunto já está cansando.
- ‘Tá bom, não ‘tá mais aqui quem falou! - disse, erguendo as mãos.
- Pronto! - chegou com o iPod na mão.
- Coloca lá no aparelho de som, ! - pediu.
Eu peguei o iPod da mão de e coloquei no aparelho. Começou a tocar a música do filme.
- Vai, , vamos dançar! - disse, puxando para dançar. estava bêbado. Isso era fato.
- Demorou! - Ela disse, indo dançar com ele.
- Ah, eu também quero. Vem, ! - disse, puxando para dançar também.
Os quatro começaram a dançar umas danças bizarras. Depois eles brincaram de roda-roda... Eles não estavam normal.
bebeu mais uma garrafa de cerveja e começou a cantar Westlife.
- Ah, não! Westilife é banda de gay! - disse, colocando a mão na cintura, parando de dançar.
- Não é não. Westilife é legal! - deu de ombros.
- É gay! - disse, fazendo um hi-five com a . estava se dando bem com todo mundo, isso era fato.
- Gente... Cadê o ? - perguntou. Todo mundo olhou ao redor e nada do . Ou ele estava no banheiro ou...
- Ele está aqui atrás do sofá! - disse rindo. - Dormindo!
- Vamos zoar com ele? - Eu sugeri. É legal zoar com quem dorme!
- Vamos! - disse esfregando as mãos. [N/A: Do mesmo jeito do Dougie *-* aeae]
- Eu tenho esmalte vermelho! - disse.
- Pega lá, ! - disse e pegou a bolsa, que estava no sofá.
- Toma! - Ela disse, entregando o esmalte a ele. passou o esmalte nas mãos do . Vocês não tem idéia de como ficou engraçado.
- Eu passo o batom! - Eu disse, quando mostrou um batom.
Passei o batom em e ainda fiz desenhos em suas bochechas.
- ‘Tá linda! - comentou.
- Se eu fosse bicha, comia ele! - disse. Todos arregalaram os olhos.
- Foi uma piada! - disse rindo.
- Sei... - Eu disse e me tacou um travesseiro.
- Gente... Me deu fome! - disse.
- Eu ia dizer isso agora! - disse, passando a mão na barriga.
- Tem sorvete! - Eu falei, mas me arrependi quando vi todo mundo correndo para a cozinha.
- Nem vem que o de kiwi é meu! - disse, pegando o pote verde da geladeira.
- Hey! Cadê o meu de Chocolate? - Eu perguntei.
- Esse? - e dividiam o pote.
- É! - Eu disse fazendo cara de bravo. - E o de morango? - Eu perguntei.
- Perdeu, dude! - disse, enquanto dividia o meu sorvete de morango com .
- ? - Eu perguntei rindo.
- Vem, , eu divido com você! - disse fazendo cara de poucos amigos, abrindo a gaveta e me dando uma colher.
- Valeu! - Eu disse, enchendo minha colher de sorvete de kiwi.
Ficou eu dividindo o sorvete com a , com , e com . continuava dormindo.
Depois que acabamos com o sorvete, deitamos todos no chão da sala e ficamos vendo os clipes que passava de madrugada.
- Eu amo My Chemical Romance! - disse, bocejando em seguida.
- , esse clipe é do Panic! at the Disco, não tem nada a ver com My Chemical! - disse rindo.
- Eu sei disso, mas me deu vontade de dizer que eu gosto de My Chemical, oras! - Ela disse e eu ri.
Olhei para o lado e vi dormindo, no peito de , e babando no meu travesseiro, fazendo carinho no cabelo de e estava ao meu lado, entre e eu.
- Eu acho que vou dormir... - disse, fazendo menção de se levantar.
- Dorme aí com todo mundo! - disse. sorriu. Percebia-se claramente que ela estava com sono.
- ‘Tá bom! - Ela disse sorrindo, deitando novamente no chão, em cima do meu braço. Eu ia tirar meu braço dali, mas não o fiz.
Continuamos vendo os clipes. Hora ou outra, e eu conversávamos sobre algum assunto inútil ou criticávamos a banda.
- É, essa aí apagou! - disse, apontando para , que estava de olhos fechados. Eu sorri.
- Quero ver quando o acordar! - Eu comentei rindo.
- Pode crer! - disse.
Eu olhei novamente para e me virei para ela, fechando os olhos em seguida. Peguei no sono rápido, não me importando em deixar falando sozinho.

Capítulo 6

- Seus malditos, filhos de uma vadia! - me acordou aos berros.
Olhei para o lado e vi uma abrindo os olhos. Ela estava com a cabeça no meu peito, e eu, com a testa junto a dela. Foi estranho, cara.
- Eu nunca zoei com vocês, enquanto dormiam! Sacanagem! - continuava gritando.
- Pô, , eu estava dormindo! - disse, esfregando os olhos.
- Eu devia zoar com vocês também! - disse, esfregando o rosto em uma toalha.
abriu os olhos, e eu, desencostei minha testa da dela.
- , eu tenho acetona na bolsa! Pode pegar! - disse sonolenta, levantado-se e indo ao banheiro.
- Valeu! - disse, pegando a bolsa da . pegou a tal acetona da bolsa da e acordou.
- Cara, eu preciso ir pra casa... - Ela disse, antes mesmo de se levantar.
- Bom dia pra você também, ! - disse sorrindo, quando acordou. é um cara feliz, ele sempre acorda bem humorado.
- É sério, ! Minha mãe vai passar em casa hoje pra irmos ver o vestido e tal... - dizia e rapidamente se levantou.
- Então vamos logo! - Ele disse preocupado.
- Isso tudo é pra querer agradar a sogra? - Eu perguntei rindo. Eu tinha que fazer uma piadinha.
- Quando você for casar, você vai entender! - disse, dando um pedala em , para ele acordar.
- Já amanheceu? - perguntou, ainda de olhos fechados.
- Já, e se você quiser carona, levanta logo, porque eu estou indo! - disse, levantando e indo em direção a porta.
- ! - chamou , que voltava do banheiro. - Estamos indo, é que eu tenho compromisso... Mas a festa, daqui três dias! Você vai mesmo, né? - sorriu.
- Claro! - abraçou e se despediu. Ela fez o mesmo com o resto dos meninos.
- ! Vamos logo! - a apressou. fechou a cara e acenou mais uma vez.
- Tchau pessoas! Até mais! - disse, saindo atrás de .
- Tchau povo! - disse de longe.
Acenamos e voltamos a atenção para , que tirava o esmalte vermelho das unhas.
- Eu odeio vocês, cara! - reclamava. , e eu nos entreolhamos e começamos a rir.
- Risos à parte, eu também tenho que ir... - disse, colocando o pequeno frasco da coisa que tira esmaltes, na mesinha de centro. - Até mais! - deu um beijo no rosto da e acenou para mim e para .
- E eu? Você não beija não? - disse rindo. deu o dedo do meio e saiu de casa.
- Eu ‘tô com fome... - A disse, sentando no sofá. Cara, a casa estava muito bagunçada, você não tem idéia!
- Eu também... - disse, passando a mão na barriga.
- Então, você vai à padaria e compra pão! - Eu disse a .
- Por que eu? - perguntou, fingindo-se de indignado.
- Porque você que vai! - Eu disse, abrindo a carteira e dando o dinheiro a . - E não demora! - riu. pegou o dinheiro, e saiu de casa reclamando.
- Ah, eu amei seus amigos! - me disse, sorrindo e indo para a cozinha. Eu a segui.
- Eles também gostaram de você! - Eu disse, e era verdade. Ao que tudo indica, todo mundo gostou da . Principalmente .
- é uma figura! - Ela disse sorrindo.
- Pode crer! - Eu concordei.
Cara, quando olhamos a cozinha, ficamos boquiabertos. Eu nunca vi a cozinha tão bagunçada como estava agora. Sério!
- Ah meu Deus... - disse levando a mão na boca.
- Por isso todo mundo quis ir embora cedo... Malditos... - Eu disse, vendo a cozinha.
- ainda está aí! - disse sorrindo. Eu comecei a gargalhar.
- Quando ele chegar, colocamos ele pra limpar! - Eu disse, tirando as coisas da mesa, pra ter espaço de tomarmos café.
- Tadinho! Não, ele pode nos ajudar! Sacanagem deixar tudo nas costas dele! - , a protetora dos animais, disse, defendendo .
- Desculpa aí, senhora protetora dos pobres e indefesos! - Eu ironizei e me deu o dedo do meio. Simpática.
- Larga de conversa, ! Me ajuda logo nessa mesa, pelo menos para tomarmos café da manhã! - disse, tirando a toalha da mesa. Eu a ajudei, colocando as louças sujas na pia. ‘Tá vendo como eu sou um garoto prendado?
- Família, cheguei! - chegou gritando. Eu não disse que ele era feliz?
colocou os pães na mesa e eu fui o primeiro a pegar.
- Eu não sabia que você morava perto de uma padaria, ! - disse, enquanto eu passava manteiga no meu pão.
- Você não sabe nem seu endereço direito, ! - Eu disse rindo.
- Tadinho! - disse rindo. Mas a defende o , hein!
- É! me maltrata! Foi sempre assim, minha vida toda! - disse, fazendo um drama. Eu apenas ria.
- Own, coitadinho! - disse rindo, o abraçando. sorriu vitorioso. Não entendi esse sorriso.
- Vai, deixa de conversa, ! - Eu disse, jogando a manteiga nele.
- ‘Tá vendo, ? - perguntou e eu dei o dedo do meio. riu e pegou um pão para ela.
Tomamos café da manhã naquela cozinha imunda, até que ...
- Cara, eu preciso ir embora... - Ele disse, assim que terminou seu café.
- Ah, mas não vai mesmo! - Eu disse. - Eu te conheço, você não tem nenhum compromisso hoje! - Era verdade!
olhou pra , esperando que ela dissesse algo a seu favor.
- Nem vem, ! Você vai ajudar a arrumar a casa toda! Comigo e com o ! - disse e abaixou a cabeça.
- Droga... - Ele murmurou. Eu dei um pedala nele e me levantei.
- Vamos logo, quanto mais cedo terminarmos, melhor! - Eu disse, me levantando.
- Nossa, jurava que essa frase viria de mim! - comentou rindo e eu dei a língua. resmungava.
- Nada melhor do que música, pra animar! - disse, indo até a sala, e olhando meus CDs. - Meu Deus, você gosta de Dashboard Confessional? - Ela perguntou, com o meu CD na mão.
- Não, , ‘tá aí só pra causar impressão... - Eu ironizei e ela me deu a língua, colocando em seguida o CD.
- Ah, eu amo essa música! - Ela disse, quando começou Jammie. - Mudando de assunto, vamos dividir. Como a sala não está tão bagunçada, um fica aqui, enquanto isso, dois lava a louça!
- Eu fico com a sala! - disse erguendo a mão.
- No Way! Faremos um sorteio! Nada mais democrático! - disse, pegando três palitinhos que estavam em cima da mesa de centro. tem idéia legais... Eu acho...
- Quem ficar com o palitinho menor, escolhe! - Ela disse, nos mostrando os palitinhos. Tiramos, cada um, um palito.
- Ahá! Sala minha! - disse, começando a dançar. Eu e a nos entreolhamos e começamos a rir. É, eu já a chamo de mesmo!
- Então vamos, ! - Eu disse, a puxando para a cozinha. Queria terminar logo com aquilo.
- Eu seco a louça! - disse, antes mesmo de eu abrir a boca.
- Não vale, da última vez você já fez isso! - Eu disse, colocando a mão na cintura. De novo essa coisa gay de mão na cintura.
- E daí? Está escrito em algum lugar que eu não posso fazer de novo? - Ela perguntou rindo, colocando a mão na cintura do mesmo jeito que eu.
- Bem... Na verdade... - Eu estava abrindo a torneira. - Não...
- , seu idiota! - Ela gritou, quando sentiu a água no seu rosto. É, eu taquei água na cara dela e comecei a rir. - Você tem problemas, ? - perguntou, passando a mão no rosto.
- Não! - Eu disse rindo, tacando novamente água nela. Dessa vez, pegou na blusa. Eu juro que não foi proposital eu tacar água na blusa dela! Meu alvo era o rosto dela.
- ! - Ela meio que gritou e eu dei risada. Ela chegou perto de mim e encheu um copo de água.
- Você não vai me pegar! - Eu disse, correndo em volta da mesa, enquanto ela me ameaçava com o copo.
- , vem aqui! - chamava, e eu não me agüentava de tanto que eu ria.
- Até parece... - Eu disse rindo. jogou a água do copo na minha direção, mas não pegou em mim, e sim, no chão!
- Você errou... Lero, Lero! - Eu disse rindo, e fazendo caretas, igual criança.
- Ah, menino... - Ela meio que gritou, começando a correr atrás de mim, enquanto eu me desviava pela mesa.
Ela tornou a encher o copo de água e correr atrás de mim, nem percebi quando passei pelo lugar onde estava molhado, na primeira vez que a tentou me molhar...
- AI, PORRA! - Eu gritei, quando escorreguei e caí de bunda no chão. A começou a se matar de rir.
- Pô, isso não tem graça, me ajuda aqui! - Eu pedi. A chegou perto de mim e me molhou com a água do copo.
- Sacanagem, ! - Eu disse rindo, ao sentir a água na minha cabeça.
- Pronto, agora eu te ajudo! - Ela disse, me dando a mão. Eu a puxei pro chão também.
- Mas você dormiu com o Bozo essa noite, hein! - Ela disse rindo, me dando um pedala.
- Eu dormi com você essa noite, sua tonta! - Eu disse ainda rindo. Ela sorriu e eu fiquei olhando pra cara dela.
Não sei se o assunto tinha acabado, ou se olhar nos olhos da tinha ficado mais interessante do que qualquer coisa. Eu também não sei se foi impressão, ou se realmente estávamos nos aproximando. Isso é estranho, porque ao que tudo indica, eu vou beijar a . Eu, automaticamente, tinha levado a mão na nuca dela, e ela, se apoiou com as mãos na minha perna.
- , aonde você guarda a vassoura? Já procurei por tudo quanto é canto! - chegou na cozinha brigando e e eu demos um salto de meio metro de distância entre um e outro.
- Na varanda... - Eu disse, me levantando, e ajudei se levantar também. Não sei com que cara eu olharia para ela agora... Afinal, eu quase a beijei e... Ela quase correspondeu.
- Como eu ia dizendo, eu enxugo a louça! - disse, pegando o pano de prato. Ela disse como se nada tivesse acontecido. Nada mesmo.
- Isso não vale, ok? - Eu disse rindo, começando a lavar a louça.

- Finalmente! Eu já estava ficando entediado aqui! - disse, quando e eu chegamos a sala.
- Eu vou tomar banho... Já venho... - disse, desviando o caminho do sofá, para a sala.
- Ok! - Eu disse, e ela subiu as escadas correndo.
Sentei-me no sofá, ao lado de , e comecei a ver o MTV + do Ozzy Osbourne.
- Agora me conta... O que foi aquilo na cozinha? - me perguntou baixo. Eu olhei pra cara dele.
- Aquilo o quê? - Eu sei ser cínico quando quero.
- Você com a mão na nuca dela, e ela, com a mão na sua perna! Eu vi, ! - Ele me disse, e eu sorri involuntariamente. - Vocês iam se beijar que eu vi!
- Nos beijamos? - Eu perguntei.
- Mas faltou pouco e...
- Nos beijamos? - Eu tornei a perguntar.
- Tecnicamente não e...
- Então fica quieto e assunto encerrado! - Eu disse. Não gosto de ficar falando sobre isso... e eu não temos nada a ver, e nem temos chances um com o outro. Aliás, o que aconteceu na cozinha foi algo... Estranho, que eu tenho certeza que não vai se repetir.
- Você tem problemas, ! - me disse.
- Você é a segunda pessoa que me diz isso hoje! - Eu disse rindo e rolou os olhos.
- Ah, eu vou ter que ir embora mesmo, minha velha quer que eu vá para a casa... - disse, levantando-se. - Manda um beijo pra ... E fala que foi um prazer conhecê-la!
- Desde quando você é educado? - Eu perguntei rindo.
- Ah, vai se danar! - chegou até a porta. - Atitude, ! Atitude! - Ele disse, antes de sair de casa. Eu ignorei isso e voltei a assistir TV.
Mais ou menos vinte minutos depois, a chegou a sala e sentou-se no chão.
- Cadê o ? - Ela perguntou.
- Foi embora... Ele disse que gostou de você, e tal... - Eu disse, ainda olhando a TV. Eu estava ainda constrangido pelo ‘quase beijo’ da cozinha.
Continuamos vendo televisão, até que o telefone começou a tocar.
- Atende, vai que é mais uma de suas ‘garotas’! - disse, apontando o telefone. Eu ri do comentário dela e atendi.
- Alô, com quem eu falo? - Uma voz que eu não conhecia disse, do outro lado da linha.
- ... - Eu respondi.
- Boa tarde, ! Estamos procurando ... Ela se encontra? - A voz disse.
- Claro, um momento... Erm.. Do que se trata? - Eu perguntei. , O Curioso.
- Sobre a prova, daqui de Cambridge... - A mulher me disse e eu sorri.
- Ok, vou chamá-la! - Eu disse, tampando a parte inferior do telefone e dizendo a . - É pra você, é de Cambridge! - quase que saltou do sofá e tomou o telefone da minha mão.
Ela conversou com a pessoa do telefone, empolgada, provavelmente elas estavam combinando o dia da tal prova da .
- Ok... Obrigada! - disse, antes de desligar o telefone.
- E aí? - Eu perguntei. Ela sorriu e começou a rir, levando a mão a testa.
- Minha prova é amanhã! - disse, preocupada, e rindo ao mesmo tempo.
- Amanhã! - Eu me espantei. - Então...
- Eu tenho que começar a estudar agora! - Ela disse correndo, subindo as escadas. Eu sorri e fui atrás dela.
A porta de seu quarto estava aberta e ela tirava livros e livros da mochila.
- Posso entrar? - Eu disse, me encostando ao batente da porta.
- Aham... - Ela disse, ainda tirando livros.
Eu entrei no quarto e sentei-me no chão, defronte a cama onde ela estava sentada.
- Tipo... Eu vou começar a estudar... E... Me ver estudar não é uma coisa legal, ... - disse sorrindo para mim.
- Tudo bem... - Eu me levantei. - Qualquer coisa, pode chamar! - sorriu abertamente.
- Obrigada, ! - Ela disse, me olhando. Eu sorri e saí do quarto.

Fiquei a tarde toda morgando, sem nada para fazer, enquanto a estudava. Nem jantar ela jantou, e eu, não fui atrapalhar.
Quando era meia noite e quinze, eu resolvi ir dormir, já que eu havia acordado cedo. Subi as escadas e passei pelo quarto de , que estava com a luz acesa.
- ? - Eu disse, batendo na porta e ninguém respondeu.
Não me chamem de intrometido, mas ao não receber resposta, eu abri a porta do quarto e vi dormindo, com um livro aberto em sua barriga. Eu sorri ao ver a cena.
Achei-me o ‘Bom Samaritano’ ao fazer isso, mas peguei, tirei todos os livros da cama dela e a ajeitei na cama. Fiquei a olhando dormir por alguns segundos...
, !
Eu tô com uns pensamentos nada legais, cara...
Eu sorri mais uma vez e saí do quarto, apagando a luz. Não me perguntem o porquê de eu estar me importando tanto com a ... Acho que essa menina ‘tá conseguindo me ganhar, cara...
Não entendam mal, o ‘me ganhar’ que eu digo é o ‘me ganhar’ na amizade... É, eu já a vejo como uma amiga... E que amiga...

Capítulo 7

- ! Pelo amor de Deus, me empresta o seu carro? - disse, entrando no meu quarto. – Ah, droga, desculpa... - Ela disse fechando os olhos, ao me ver só de boxers. Eu comecei a rir.
- Eu te levo lá... - Eu disse, me levantando.
- Não precisa! A prova é daqui uma hora e... - Ela dizia, ainda de olhos fechados.
- , pode abrir os olhos que eu estou de boxers, nada anormal! - Eu disse, e ela abriu os olhos. - E eu só vou me trocar e te levo lá. Eu quero fazer isso, ok? - sorriu.
- Ok... - Ela disse, saindo do quarto.
Eu coloquei qualquer calça, peguei a primeira camisa que eu achei - uma camisa do New Found Glory - e fiz a minha higiene matinal.
Desci as escadas correndo e vi a sentada, balançando a pernas no sofá, roendo as unhas.
- Hey, calma! Vai dar tudo certo! - Eu disse, colocando minha mão no ombro dela. sorriu e se levantou.
- Vamos? - Ela perguntou.
- Vamos! - Eu disse, pegando as chaves do meu carro e saindo de casa. me seguia.
Entramos no carro e estava claramente nervosa.
- Você tomou café? - Eu perguntei, olhando pra ela, assim que viramos a rua.
- Não... Não consegui... - Ela disse e eu sorri.
Peguei todos os caminhos que eu conhecia como atalho até a Starbucks.
- Você prefere café expresso ou capuccino? - Eu perguntei a ela, que sorriu.
- Capuccino... - Ela disse, e eu saí do carro.
Entrei na cafeteria, pedi dois capuccinos, e alguns muffins... Não sabia de qual ela gostava, então, peguei de chocolate, morango e creme. Paguei rapidamente e voltei para o carro.
- O melhor capuccino da Inglaterra! - Eu disse, entregando um copinho a . Ela pegou e sorriu.
- , obrigada... De verdade... Você está sendo mais do que um amigo pra mim! - Ela disse, chegando perto de mim e me abraçando. Eu sorri e a abracei também.
- Não foi nada, ok? - Eu disse, tentando confortá-la.
Aquilo estava sendo estranho. Não estranho, quer dizer, uma semana atrás, e eu nem conversávamos, e hoje, eu a vejo como uma amiga.
- Agora, vamos pra você arrebentar naquela prova! - Eu disse sorrindo e ela fez o mesmo. sorriu, deu um gole no seu capuccino, e eu dei partida novamente no carro, em direção a Cambridge.
No caminho, comia os muffins - ela gostava dos de morango -, tomava seu capuccino, e eu, conforme dirigia, reparava nas ruas, como estavam enfeitadas.
Dezembro é legal por isso. Natal!
As ruas estão cheia de luzes, as lojas, todas cheias de ‘papais noeis’ nas portas, guirlandas...
Eu gosto de dezembro!
Estacionei defronte ao prédio da Universidade e me olhou, um pouco nervosa.
- Hey! Cadê aquela menina marrenta e segura que eu vi no seu primeiro dia aqui em Londres? - Eu perguntei e ela riu.
- Marrenta nada! - Ela disse, me dando um pedala.
- Marrenta sim! - Eu disse, colocando uma mecha do cabelo dela, atrás de sua orelha. - Vai logo lá, que eu vou ficar aqui... - sorriu de lado, e saiu do carro.
- Boa sorte! - Eu disse, antes dela atravessar a rua.
parou na frente do portão e meio que gritou.
- Eu vou precisar mesmo! - Ela disse e eu ri.
Olhei-a entrar na Universidade e fiquei esperando, imaginando como seria a tal prova. Acho que estou mais nervoso que ela, cara!

Duas horas e meia aqui parado, e nada da . Já saí do carro, já troquei de CD umas quinze vezes, já fui no bar da esquina beber alguma coisa e nada de eu ficar menos ansioso, ou aparecer.
Eu pensei seriamente em ligar para ela, mas, primeiro: eu nem tenho o número do celular dela, segundo: ela está em uma prova, provavelmente, o celular está desligado.
Pensei até em fazer sinal de fumaça, mas eu não sei em que janela ela está. Eu sei que essa coisa de sinal de fumaça é exagerado, mas eu estou ansioso e até roer unhas eu roí! É sério, nem unhas mais eu tenho!
Saí novamente do carro, e sentei-me no capô, e deixei o rádio ligado.
Estava tocando o CD do Lifehouse, Hanging by a Moment, para ser mais exato.

Dez minutos...
Eu já sabia quantas janelas Cambridge tinha, porque como não tinha mais nada para fazer, eu fique contando janelinhas. Não me chamem de inútil, queria ver se fosse com vocês!
Eu estava voltando a entrar no carro, quando eu vi um grupo de pessoas atravessando os portões. Vi uma sorridente, atravessando quase que correndo a rua.
- E aí? - Foi a primeira coisa que eu consegui perguntar.
- E aí que eu fui bem! É quase certo que eu passei... - Ela disse alegre, respirando fundo. Acho que era a primeira vez que respirava fundo, em dois dias.
- Que bom! - Eu disse rindo e a abraçando.
- Que ótimo! O que caiu na prova foi tudo o que eu aprendi no meu cursinho em Harrow... - dizia animada.
- Fiquei feliz por você, sério mesmo! - Eu disse, passando a mão no cabelo dela. É, ainda estávamos abraçados.
Mas o abraço foi interrompido por meu celular, que começou a tocar no carro. Se for o de novo...
- O celular... - me avisou, soltando-se do abraço. Como se eu não tivesse escutado...
Peguei o maldito aparelho - Vocês já estão cientes que eu odeio celulares, certo? - E atendi. Não, não era o .
- Mãe! - Eu disse animado. Fazia uma semana que eu não falava com minha velha.
- , onde é que você está? E cadê a ? Eu estou aqui nessa casa, sozinha, há duas horas! Você sabe o que é isso? Venha já pra casa! - Minha mãe meio que gritava. A velha me abandona, vai morar com um coroa bonitão - eu não acho ele bonitão, ok? - E ainda me dá bronca? ‘Tô bonito mesmo...
- Mãe, eu estou com a , ela veio fazer a prova de Cambridge, pro ano que vem... Calma que já chegamos... - Eu disse, no meu maior ar ‘bom filho’.
- Sério? Quer dizer que você e a estão se falando? Ah, que bonito! Então venham logo! - Minha mãe dizia rápido.
- Ta, mãe, já vamos! - Eu disse, desligando o telefone, antes que ela me perguntasse qualquer outra coisa.
- Sua mãe? - perguntou, rindo.
- Quem mais poderia ser... - Eu disse, entrando no carro. deu a volta e fez o mesmo.
- , você bem que poderia me mostrar alguns lugares legais de Londres, não acha? - me perguntou rindo, enquanto olhava de longe, o Big Ben.
- É só você pedir, oras! - Eu disse sorrindo, prestando atenção no trânsito. ‘Tá vendo como eu sou um motorista prudente?
- Hoje? - Ela perguntou sorrindo. É, no maior sorriso ‘criança que acaba de ganhar um doce’.
- Hoje! - Eu afirmei. Ela sorriu e apoiou a cabeça no vidro da janela, eu, peguei todos os atalhos que eu sabia para chegar em casa.

- , como você emagreceu, meu filho! Você não anda comendo não? - Minha mãe me girava, pra ver se eu tinha engordado. Mães...
- , a cada dia que passa você fica mais linda! - Minha mãe disse, agora, quase que me jogando no sofá e abraçando .
- Digo o mesmo a você! - , a falsa disse. É sério, minha mãe é bonitona e tal, mas a exagera um pouco!
- Como você ‘tá, mãe? - Eu perguntei, sentando no sofá. Minha mãe sentou-se ao meu lado.
- Ótima! Maravilhosamente bem! - Ela disse com um sorriso estampado no rosto. Não quero nem imaginar os motivos por minha mãe estar tão sorridente. - E vocês! Estão se dando bem? - Minha mãe perguntou.
- Aham! - disse, sentando ao meu lado, e minha mãe, ao lado dela. - Começamos a conversar assim que a senhora se mudou, achei que seria melhor se nos tratássemos bem...
- Uma atitude tão boa, só poderia ter vindo da ... - Minha mãe disse. Mas a minha mãe devia montar um fã clube para a , cara!
- Ô, Mãe! Você é minha mãe ou dela? - Eu perguntei, fingindo-me de ofendido.
- Ah, vai se catar, !
MINHA MÃE MANDOU EU ME CATAR!
Exatamente! Minha mãe, a mulher que me gerou!
- Mãe! - Eu disse, agora, realmente ofendido. Minha mãe me abraçou e começou a rir.
- Eu te amo, zinho da mamãe! - Ela disse, beijando todo o meu rosto. Ah, como eu me arrependo de falar...
- Chega, mãe! Mas... Você só veio matar a saudade? - Eu perguntei, passando a mão no rosto, tirando o batom.
- É! E avisar que passarei o Natal na casa do Matthew, em Genebra! - Minha mãe disse. Eu não disse que o coroa tem grana?
- Genebra? - Eu perguntei.
- Exatamente! Vim mesmo para me despedir! - Ela disse, levantando. - E como eu já estou de saída...
- Mas já? - Eu perguntei.
- É! Eu vim duas horas antes, mas houve um desencontro... Aliás, como foi a prova, ?
- Foi ótima! - disse, ainda sorridente.
- Que bom! - Minha mãe sorriu e abraçou . - É isso, juízo, !
- Pode deixar! - disse sorrindo. Mas ela ‘tá bem sorridente hoje, hein!
Minha mãe soltou e me abraçou.
- Digo o mesmo a você, ! - Eu ri.
- Ta, mãe! Boa viagem... - Eu disse.
- Obrigada... - Minha mãe me soltou. - Até mais, pequenos! - Ela disse, abrindo a porta.
e eu a olhamos sair de carro - É, ela tem até motorista! - E depois, entramos de volta em casa.
Impressão minha ou depois que minha mãe começou a namorar, ela esqueceu que tem um filho? Sério, não é ciúme, mas minha mãe me deixou de lado!
- Sua mãe está ótima, né? - perguntou sorrindo.
- Até demais.. - Eu disse, com um ar meio rabugento. riu.
- Bom, eu vou dormir um pouco... Porque não dormi nada essa noite, e também, porque você vai me levar pra conhecer a cidade... - sorriu. – Às oito eu acordo e eu quero você arrumado, ouviu, mocinho? - Ela perguntou rindo, colocando a mão na cintura. Eu comecei a rir.
- Aham, ‘tá fácil... - Eu ironizei. me deu um pedala e subiu as escadas.
Eu ri da cena, e fiquei vendo propagandas natalinas, até passar Diary MTV com o Blink e o Green Day. É hoje!

Capítulo 8

- , vai logo! - batia na porta do meu quarto.
- Dá pra esperar? - Eu gritei, enquanto abotoava minha camisa.
- Você me disse a mesma coisa há cinco minutos! Pô, era pra você estar me esperando, não acha? - Ela perguntou e eu ri.
Saí do quarto e dei de cara com a de braços cruzados. Ela estava linda!
Ela estava com um vestido azul, All Star branco, um colar grande, com uma borboleta prata... Linda, cara!
- , você não sabe nem abotoar uma camisa, seu inútil! - Ela me disse rindo, abrindo o terceiro botão da minha camisa e fechando-o corretamente.
Ah, eu não faço as coisas direitos quando estou com pressa.
- Agora, vamos? - Ela pediu e eu dei risada.
- Vamos, , vamos! - Eu disse puxando ela e saindo correndo.
- , seu retardado, eu vou cair! - Ela dizia rindo, enquanto descíamos correndo a escada.
- Vai nada! - Eu disse, assim que descemos. - Caiu?
- Idiota! - Ela me deu um tapa e eu ri.
Saímos de casa e entramos no carro.
- Música! - Ela disse, pegando um CD da bolsa.
- Eu gosto de +44! - Eu disse, ao ver que ela colocava para tocar.
- Make You Smile... Minha música favorita! - Ela disse.
- É legal... - Eu disse, saindo de casa.
Começou a tocar e eu comecei a cantar.

The last time I saw you, you turned away
(A última vez que eu te vi, você se virou)

sorriu e cantou a outra parte.

“I couldn't see you with the Sun shining in my eyes”
(Eu não pude ver você com o sol brilhando nos meus olhos)

Eu sorri, ela cantava bem.
É, eu estava me sentindo o Mark Hoppus, porque cantava as partes dele.

“I said ‘Hello’ but you kept on walking”
(Eu disse ‘Olá’ mas você continou caminhando)

sorriu de novo e continuou a música.

“Going deaf from the sound of the freeway”
(Estou ficando surda com o som da autopista)

Agora era automático, eu fazia as partes do Mark Hoppus, e ela a da mocinha.

“The Last time I saw you, you turned away”
(A última vez que eu vi você, você se virou)

“I couldn't hear you with your voice ringing in my ears”
(Eu não pude ouvir com sua voz batendo em meus ouvidos)

“Do you remember where we used to sleep at night”
(Você lembra de onde nós costumávamos dormir a noite)

“I couldn't feel you, your always too far away”
(Eu não pude sentir você, você sempre está distante)

- Ahá, to me sentindo o Mark Hoppus! - Eu disse.
- Cala a boca e canta! - Ela disse rindo.

“The first time I saw you, you turned away”
(A primeira vez que eu vi você, você se virou)

“I couldn't see you with the smoke getting in my eyes”
(Eu não pude ver com a fumaça entrando nos meus olhos)

“I said ‘Hello’ but you kept on walking”
(Eu disse ‘Olá’ mas você continuou caminhando)

“Going deaf from the sound of the DJ”
(Estou ficando surda com o som do DJ)

- , me surpreendi com sua voz! - brincou.
- Digo o mesmo de você! - Eu disse, continuando a cantar.

“The first time I saw you, you turned away”
(A primeira vez que eu vi você, você se virou)

“I couldn't hear with the noise ringing in my ears”
(Eu não pude ouvir com o barulho roendo nos meus ouvidos)

“Do you remember where we used to sleep at night?”
(Você lembra onde nós costumávamos dormir a noite?)

“I couldn't feel you, your always too far away”
(Eu não pude sentir você, você sempre está distante)

- Agora é a melhor parte! - disse e eu concordei.

“I don't, don't wanna take you home”
(Eu não, não quero te levar para casa)
“Please don't, don't make me sleep alone”
(Por favor não, não me faça dormir sozinho)
“If I could, I'd only want to make you smile”
(Se eu pudesse, Eu apenas gostaria de fazer você sorrir)
“If you would stay with me a while”
(Se você pudesse ficar comigo um pouco)

Cantamos juntos essa parte e depois começamos a rir. Foi engraçado. Não engraçado, foi legal!

“The next time I see you, you'll turn away”
(Na próxima vez que eu ver você, você vai se virar)
“I'll say ‘Hello’ but you'll keep on walking”
(Eu direi ‘Olá’ mas você vai continuar caminhando)

Eu cantava e me olhava sorrindo.

“The next time you see me, I'll turn away”
(A próxima vez que você me ver, eu vou me virar)

“Do you remember where we used to sleep at night?”
(Você lembra de onde costumávamos dormir a noite?)

- De novo, ! - disse e eu fiz pose.

“I don't, don't wanna take you home”
(Eu não, não quero te levar para casa)
“Please don't, don't make me sleep alone”
(Por favor não, não me faça dormir sozinho)
“If I could, I'd only want to make you smile”
(Se eu pudesse, Eu apenas gostaria de fazer você sorrir)
“If you would stay with me a while”
(Se você pudesse ficar comigo um pouco)

- Eu amo +44! - disse rindo.
- Pode crer! Me senti o Mark, agora! - Eu disse rindo.
- Você canta bem, ! ‘Tô falando sério! - me disse sorrindo.
- Obrigado, ! - Eu disse, também rindo. - Você também!
- Devemos montar uma dupla! & ! - Ela disse rindo.
- Opa! Eu abandonaria o SoD pra fazer uma dupla com você! - Eu ironizei rindo.
- Sem graça! - Ela deu a língua.
- O que eu falei de errado? - Eu perguntei rindo. me deu o dedo do meio e eu ri.
Continuamos andando e estacionei frente ao London Eye.
- Primeira parada: London Eye! - Eu disse, saindo do carro e correndo abrir a porta para ela. Igual mordomo, sabe?
- Que lindo, cara! - Ela disse, olhando a roda gigante. Eu sorri e me encostei no carro.
- Quer ir lá? - Eu perguntei. Fazia um tempão que eu não andava no London Eye.
- Não mesmo! Eu tenho pavor de altura! - me disse rindo. Eu dei minha melhor risada maléfica.
? Com medo de altura? Ótimo!
- Pois você vai andar no London Eye comigo! - Eu disse pegando na mão dela.
- Nem morta! Ainda mais com você! - Ela disse rindo.
- Você vai! - Eu disse, puxando-a comigo.
- Não, , eu ‘tô falando sério!
- Eu também! - Agora, eu fiz minha melhor cara de santo. – Vai, , você perde seu medo comigo! - Ela pensou um pouco. Um pouco não, uns minutos.
- Quem cala consente! - Eu disse, a puxando. Ela não impediu. Eu sorri.
Peguei na mão da e a conduzi até a Roda Gigante. tremia, e eu achei isso engraçado. Sentei-me ao lado dela e a abracei pelos ombros.
- Ah, eu não devia ter entrado... - disse, fazendo menção de levantar. Ligaram o ‘brinquedo’ e a imediatamente se sentou.
- Calma, ! É seguro, ok? - Eu disse sorrindo.
- Não é não! - Ela disse, fechando os olhos. Eu comecei a rir.
- Não ri de mim! - Ela disse, me dando um tapa. Eu sorri.
- Olha pra mim, invés de olhar para baixo! - Eu disse, virando o rosto dela para mim.
- Grande coisa olhar pra você! - Ela disse rindo.
- Valeu, ! - Eu disse, me fingindo de ofendido.
Estávamos quase na primeira volta, quando me abraçou. Forte, diga-se de passagem.
- Ah, droga... Eu quero sair... - Ela disse, escondendo o rosto no meu peito. Eu comecei a fazer carinho na cabeça dela.
- ... Calma! - Eu disse, sorrindo. - Eu já falei, olha pra mim! - abriu os olhos e me olhou.
Achei engraçado o fato da ter medo de altura. Quer dizer, ela sempre foi metida a forte e tal...
Eu olhei também nos olhos dela e, sem querer. Ta, não foi sem querer, eu me aproximei mais dela. Eu vi que ela não fez nada pra impedir, então, encostei minha testa na dela e continuei olhando-a.
Decidi parar de pensar e agir por impulso. Quer dizer, se ela não fez nada pra impedir é que eu devia fazer algo, certo?
Comecei a fazer carinho na nuca dela, debaixo de seu cabelo, e ela fechou os olhos. Eu sentia a respiração dela, e ela, sentia a minha, tamanha era a nossa proximidade.
Senti a mão de , nas minhas costas, me abraçando, e eu fiz o mesmo, segurando em sua cintura.
Eu rocei meu nariz no dela, que sorriu, e então, senti um tranco e a se afastou.
- Parou! - Ela disse aliviada, vendo que a roda já tinha chegado no lugar. Eu sorri desapontado. Quer dizer, eu ia beijá-la, ia mesmo!
Não sei porquê, não sei o que me levou a fazer isso... Só sei que eu fiquei decepcionado com o fato da maldita roda gigante dos infernos - Sim, fiquei estressado - Ter parado antes de eu beijá-la.
- Vamos, ! - Ela disse, estendendo a mão para mim. Eu peguei na mão dela e saímos da cabine.
Eu não ia falar nada sobre o - quase - acontecido na cabine do London Eye. Ela sabe, tanto quanto eu, que se a roda não tivesse parado, teríamos nos beijado. Na verdade, acho que eu ia beijá-la, porque... A é linda e... Foi bom não ter acontecido, porque seria bastante estranho depois, já que moramos juntos...
- Eu nem percebi as voltas que o brinquedo deu... - comentou, quebrando o silêncio insuportável que tinha se instalado.
- Eu também não! - Eu disse sorrindo nervoso. Não me perguntem porquê eu estava nervoso, eu sou um cara seguro, ok?
- E agora, vamos aonde? - Ela me perguntou, quando chegamos no carro. Pensei por alguns instantes, e me lembrei do pub que freqüentava, antes da morar em casa. É, desde que ela se mudou pra casa, eu não saí mais!
- Ah, tem um pub aí... Eu gosto de lá... - Eu disse, coçando a nuca.
- Ótimo! - Ela disse, abrindo a porta do carro e entrando. Eu fiz o mesmo.
Comecei a dirigir, rumo ao pub, e nem eu, nem falamos nada.
- , lembra aquele dia que você foi a minha casa e eu te tranquei no quarto? - perguntou começando a rir. Como eu poderia esquecer? Foi naquele dia que eu descobri que era claustrofóbico!
- Lembro! - Eu disse, fingindo estar com raiva. começou a gargalhar.
- Eu admito, eu era uma peste quando criança... Você teve razão de achar que eu era insuportável quando cheguei... - Eu ri.
- Pode crer! Eu achei que você era do mesmo jeito, até na aparência! - Eu disse rindo.
- Vamos parar de falar da minha aparência, antes que você me chame de ‘trambolhinho’ de novo! - disse, fingindo-se ofendida. Eu ri mais ainda.
- Ta bom, eu não digo que você era feia...
- ! - Ela disse rindo.
- Veja pelo lado bom, hoje você está lindona! - Eu falei ainda rindo. Era verdade! Eu a elogiei em tom de brincadeira. Mas elogiei!
- Digo o mesmo! - disse. Eu parei no farol e olhei para ela.
- Você também me achava feio quando criança? - Eu perguntei rindo.
- Não! Na verdade... Eu vou te contar, mas... , se você rir de mim, ou me zoar, eu juro que...
- Calma! Pode falar... - Eu disse rindo, voltando a dirigir, já que o sinal tinha aberto. olhou pra mim rindo.
- Quando tínhamos oito anos, eu gostava de você! - Ela falou rindo.
- Como assim? - Eu perguntei. Não tinha entendido.
- É, idiota! Eu gostava de você, tanto que o meu boneco, marido da Barbie, não chamava Ken, chamava ! - Ela dizia se matando de rir. Eu comecei a rir também.
- ‘Tá brincando! - Eu perguntei, gargalhando.
- Não! Estranho, né? - Ela perguntou, também se matando de rir.
- Ah, não é estranho, ta! Qualquer pessoa gosta de mim, eu sou um homem apaixonante, ok? - Eu disse rindo, fazendo pose.
- Cala a boca! - me disse rindo. Eu ri.
Que coisa louca, a gostava de mim quando éramos crianças. Isso é engraçado, cara.

Já disse que amo Londres? Os lugares bons da cidade ficam uns próximos aos outros! Amo Londres, cara!
Estacionei no estacionamento do pub e desci do carro. fez o mesmo.
- Então é aqui que você vinha todos os dias? - perguntou.
- Aham! - Eu afirmei, enquanto nos dirigíamos à porta. – Oi, Ralf! - Eu cumprimentei o segurança.
- ! Pode entrar! - Ralf liberou a entrada para mim. - Você fica! - Ela barrou .
- Não, ela está comigo! - Eu disse, e ele liberou .
- Desculpa! - Ele disse e fechou a cara.
Entramos no pub, que estava muito cheio, pra variar.
- , sorria, ok? - Eu disse rindo, ao ver que ela ainda estava de cara fechada.
- Ah, eu nunca fui barrada! - Ela disse, cruzando os braços. Eu sorri e a abracei pelos ombros.
- Relaxa! Você já está aqui dentro, certo? - Eu disse e ela sorriu. - Pronto! Agora, vamos beber!
- É! - Ela concordou e fomos ao bar.
Sentei no banco ao lado do de e pedi dois copos de vodka. Começamos a beber e a falar da vida alheia.
É! Comentamos sobre os caras que encaravam , as meninas que me encaravam - que eram muitas, modéstia a parte - comentamos sobre os bêbados do local...
A música tinha mudado, pra uma agitadinha.
- Ah, você vai dançar comigo! - disse sorrindo, me puxando para a pista.
- Não mesmo! Eu não sei dançar! - Eu disse.
- Você me fez andar no London Eye! Então, vai dançar comigo! - Ela disse, me puxando novamente. O que eu fiz? Eu fui!

Capítulo 9

me girava e eu não conseguia parar de rir. Acho que todo mundo nos olhava, porque não estávamos dançando, estávamos nos divertindo, o que era totalmente diferente.
- ? O do Son of Dork! - Uma menina me disse, tocando em meu ombro. Parei de dançar e olhei para ela.
- Erm... Não estou lembrado de você... - Eu disse. Se bem que não era preciso me conhecer, pra saber que eu era do SoD.
Depois do primeiro single, ficamos conhecidos e você já sabe de toda a história. É, temos um single, mas ainda não temos um Cd. Ainda.
- Você ainda não me conhece! - A loira, sim, ela era loira, me disse, dando ênfase ao ‘ainda’.
- Ah... - Eu sorri amarelo.
Se fosse qualquer outro dia, eu sorriria e pegaria aquela loira. Mas hoje, não sei se foi pelo fato da estar ao meu lado e eu respeitá-la, ou se foi porque eu não estava afim de beijar naquela hoje. Só sei que com cinco palavras, aquela menina já tinha conseguido me deixar enjoado, ou qualquer outra coisa do tipo.
Olhei para , que sorriu de lado.
- ‘Mor, acho bom irmos, ‘tá ficando tarde e você tem que gravar amanhã cedo... - disse, me abraçando e me dando um beijo no rosto. Eu comecei a rir.
- É mesmo... - Eu dei um selinho nela. Exatamente, um selinho! Pode-se dizer que... Eu me aproveitei um pouco do teatrinho.
- Então, vamos! - disse. - Foi um prazer, querida, mas meu namorado e eu temos que ir para a casa!
A loira ficou cara de ‘Ahn’? Eu ri e abracei pela cintura.
- É... Foi um prazer! - Eu disse e e eu saímos do bar.
Quando chegamos fora do pub, olhamos um para a cara do outro e começamos a rir. Ríamos tanto, cara!
- A cara dela foi a melhor, dude! - disse rindo.
- Pode crer! Gostei de ver, ! É boa atriz! Acho que em vez de cineasta você devia ser atriz! - Eu disse, ainda rindo.
- Você também! Embora o selinho não fizesse parte! - Ela disse rindo, me dando um tapa.
- Ah, selinho até irmão dá! - Eu disse rindo, bagunçando o cabelo dela. Ela sorriu e me abraçou.
Eu disse que quando a bebe, ela fica alegre.
- , eu nunca pensei que você fosse legal! - Ela disse rindo.
- Digo o mesmo, ! - Eu disse rindo. Nos soltamos e olhamos novamente um pra cara do outro.
- Vamos ‘mor, você tem que gravar amanhã cedo! - repetiu.
- Ok! Já que minha namorada ‘tá falando... - Eu falei rindo.
Entramos novamente no carro, ainda nos matando de rir.

Acordei cedo hoje, por incrível que pareça. E quer saber de uma coisa mais incrível ainda? Acordei mais cedo que a .
Desci as escadas depois de fazer todo aquele processo chamado ‘escovar os dentes e lavar o rosto’ e fui comer alguma coisa.
Quando abri a geladeira e vi o calendário - pregado na porta da geladeira, é! - Sabe que dia era e eu nem tinha me dado conta? Vinte e dois de dezembro.
Sabe que dia é hoje?
A FESTA DO !
Olhei meu celular que estava em cima da mesinha de centro - desde ontem, porque eu não o levei - e vi: Oito chamadas perdidas.
Quatro de , uma de , uma de e uma de .
Aposto que todas eram pra lembrar da festa.
E além da festa, sabe de outra coisa eu me lembrei? Natal!
Exatamente, apesar de Londres estar totalmente enfeitada para o Natal, eu fiquei surpreso em saber que faltavam apenas três dias.
- Bom dia... - chegou na cozinha, sentando na mesa.
- Bom dia... Sabe que dia é hoje? - Eu perguntei.
- A festa da ... Sei... - disse, pegando leite e pão. Putz, só eu que tinha esquecido?
- Você vai mesmo? - Eu perguntei.
- Claro! Eu prometi a ela e... Adorei seus amigos! - me disse, enquanto tomava seu leite. Eu sorri.
Comecei a comer meu pão e a me olhou rindo.
- O que foi? - Eu perguntei.
- É que eu me lembrei de uma coisa... - Ela disse rindo. Só faltava ela comentar agora dos ‘quase’ beijos.
- Do que? - Eu perguntei, com receio do que ela ia falar.
Não estava preparado para ela falar: “Sabe, era para termos nos beijado duas vezes, o que você pensa sobre isso?” Não mesmo, cara!
- Que ainda temos os nossos pirulitos gigantes! - Ela disse sorrindo, levantando e abrindo a geladeira, pegando os dois pirulitos. Respirei aliviado. Muito Aliviado.
- Você acabou de acordar e já ‘tá pensando em doce? - Eu perguntei rindo.
- Não agora, porque eu não ‘tô com fome, é só pra você lembrar! - me disse rindo, agora, comendo torradas. Eu sorri e apertei o nariz dela.
Eu gostava de fazer isso, mesmo sendo a primeira vez que o faço com ela.
- , agora são meio dia... Não tem nada pra assistir na TV... Vamos ver filme? - me pediu, fazendo cara de anjinho. Eu ri.
- Que filme? - Perguntei. sorriu de orelha a orelha.
- Shrek! - Ela disse. Comecei a rir.
- Você não gosta de Shrek... Gosta? - Eu perguntei. fez que sim, com a cabeça. Comecei a rir mais.
- Não é engraçado! Shrek é legal! Vamos, ! - Ela disse, me puxando, e me levando até a sala. Mas essa menina anda agitadinha...
Chegamos na sala e eu me sentei no chão. colocou o filme e eu comecei a rir da cara que ela fazia.
- Pára de rir de mim, ! - Ela disse, fingindo estar brava, sentando ao meu lado. Eu sorri e deitei no colo dela.
- Eu tenho cara de travesseiro? - me perguntou, começando a mexer no meu cabelo.
- Não, mas eu tive vontade de deitar em você, qual o problema? - Eu perguntei e ela riu, voltando à atenção para a TV.
Começamos a assistir o filme. continuava mexendo no meu cabelo e eu comecei a brincar com os dedos dela.
Sabe o que eu percebi? A cada dia que passa, e eu ficamos mais próximos. E não é uma ‘proximidade’ normal, entende? É estranho...
Dias atrás, eu não queria olhar na cara dela e hoje... Estou deitado no colo dela, com ela mexendo em meu cabelo e eu brincando com seus dedos.
Estranho? Muito. Bom? Pode ter certeza!

- Ah, eu amo o Burro! - disse, quando o Burro dançava a música da Madonna, já nos extras do filme.
- Eu prefiro o Dragão! - Eu disse.
- Pedi sua opinião? - me perguntou.
- Um a Zero pra você, ! - Eu disse me levantando.
chegou perto de mim e mordeu meu braço.
- Você tem problemas? - Eu perguntei rindo.
- Não, é que é legal morder! - Ela disse, rindo mais ainda.
- Não é não! - Eu disse, me levantando.
- É sim! Você que é chato e não sabe brincar! - disse, saindo na frente e indo para a cozinha. Eu sorri e comecei a correr atrás dela. Segurei-a pela cintura e mordi a bochecha dela. Mordi mesmo!
- Ai, , seu gay! - Ela disse, massageando a bochecha. - Doeu!
- E você acha que a sua mordida não doeu, né? - Eu perguntei rindo.
- Mas a sua doeu mais! - disse, me empurrando.
É, até o momento, eu estava segurando em sua cintura. Dude, eu tenho que me controlar! Sério, eu estou me surpreendendo! No mal sentido!
- Vai querer o que de almoço, little ? - perguntou.
- Little ? - Eu perguntei rindo. - Vou te mostrar o Little! - começou a rir.
- Eu vou fingir que não entendi a frase, ta, ! - disse, abrindo o armário. - E antes que você responda, eu vou fazer miojo, já que é a única coisa que tem aqui!
- Miojo é bom, mas duvido que seja melhor que o meu! - Eu disse.
- Eu duvido que seja melhor que o meu! - disse, colocando a mão na cintura.
- Competição? - Eu perguntei, fazendo pose de quem se prepara para um ‘duelo’.
- Demorou! Vai ser legal te derrotar! - disse, pegando quatro miojos e me jogando dois. - Agora!
Peguei os miojos que ela tinha jogado e comecei a fazê-los. Estávamos fazendo juntos e toda hora, um provocava o outro como “ah, eu vou ganhar”, ou “se prepara pra comer o melhor miojo da sua vida”. Estava sendo engraçado.
Terminamos de fazer os miojos e colocamos no prato.
- Pronta? - Eu perguntei.
- Eu nasci pronta, ! - disse, pegando o prato onde estava o miojo que eu fiz, e eu, pegando o dela. Eu olhei pra ele e ela me olhou. Ficamos nos encarando.
- No três... - disse.
- Um...
- Dois...
- Três! - Eu disse e levei a colher a boca.
Sério, eu era obrigado a admitir. Era o melhor miojo que eu tinha comido na vida.

- O que achou? - me perguntou, quando terminamos de comer.
- Ah, nada demais! - Eu disse rindo. Nossa, mas eu ando sorridente ultimamente. Até rimou! Ta, voltando ao assunto...
- Pois bem, o seu ficou sem gosto porque você colocou muita água! - disse.
- Ah, mentira sua! - Eu disse.
- É sim! E o meu, você amou e não ‘tá querendo admitir! - disse rindo. Eu abaixei a cabeça.
- É... O seu estava bom...
- AHÁ! - meio que gritou. - Eu ganhei! - Ela subiu em cima da cadeira e começou a comemorar. - Ganhei e você perdeu, seu Loser! - Comecei a rir e me levantei.
- Loser, Loser, Loser! - repetia, fazendo um ‘L’ com os dedos, na testa. Eu cheguei perto da cadeira dela e a peguei no colo.
- Ah, , me põe no chão! Você não aceita perder, seu chato! - dizia, enquanto eu corria com ela no colo até a sala. - ! - pedia. Eu meio que joguei ela no sofá.
- Maldito! - Ela me xingou, e eu sentei ao lado dela. - Sério, acho que você tem problemas, ! - Eu ri.
- Ah, é legal te carregar no colo e te jogar no sofá! - Eu disse rindo.
- Besta! - Ela disse rindo. Mais uma vez, a encarei. E mais uma vez, ela correspondeu o olhar.
Ela ainda estava deitada no sofá, e dessa vez, eu resolvi agir rápido e não pensar.
Ser interrompido uma vez não é legal. Duas, então, é insuportável.
Eu me aproximei novamente, e antes que qualquer coisa pudesse acontecer, encostei meus lábios nos dela, e coloquei minhas mãos em seu rosto.
colocou a mão na minha nuca e abriu um pouco a boca, dando passagem para eu finalmente beijá-la.
Eu a puxei, para ela ficar sentada defronte a mim e fiquei entre suas pernas. Enquanto eu a beijava, ela bagunçava meu cabelo, e eu amarrotava sua blusa.
Eu alternava entre sua boca e seu pescoço. Ambos me chamavam a atenção. Quando finalmente, partimos o beijo, eu fiquei com a testa colada na dela e a olhei nos olhos. sorriu.
- Eu não sei o que foi isso... - disse, sorrindo de lado.
- Eu sei, isso chama-se beijo. - Eu disse, passando o polegar pelo rosto dela. me deu um tapa.
- Eu sei, idiota, você entendeu o que eu quis dizer! - disse, me abraçando. Eu sorri e a puxei novamente para um beijo.
Dessa vez, foi um beijo bem mais rápido, tanto que eu não me contentava apenas em beijar sua boca e seu pescoço, eu tinha que mordê-los.
puxava de leve meu cabelo, e eu já estava com minhas mãos por debaixo de sua blusa.
O maldito aparelho, chamado celular, começou a tocar. É, eu dando uns pegas na e o maldito celular toca. Dou um doce pra quem adivinhar quem era.
- Oi, ... - Eu disse com a voz fraca, no telefone. sorriu, enquanto ajeitava a blusa, que estava pra cima da barriga.
- , até que enfim eu te achei! - disse. Eu não estava nenhum pouco afim de ouvir o que tinha pra falar.
- O que você quer, ? - Eu perguntei.
- Ah... Eu queria saber se você vai à festa...
- Eu já falei que vou, não falei? - Eu perguntei de um jeito estúpido. Não me arrependi.
- Falou, desculpa e... HEY! - entendeu. Esse viado sabe mais sobre mim do que eu mesmo. - Você me atendeu com a voz falha, todo estressadinho e... Você não está dando uns pegas na , está? - perguntou rindo.
- Cala a boca, , tchau! - Eu disse, desligando o telefone.
Joguei o celular na mesa – desligado - E olhei para , que estava olhando para baixo.
- Isso foi estranho... - Ela disse, meio que rindo.
- Pode crer... Mas... Foi bom, né? - Eu perguntei. Pra mim, foi.
- Foi... Claro... - Ela disse sorrindo.
Eu me aproximei novamente e a beijei de novo. Dessa vez, o beijo foi diferente, não foi tão ‘forte’. Foi um beijo calmo...
Partimos o beijo e ela me deu um selinho.
- Acho bom eu ir escolher minha roupa... - Ela disse sorrindo, se afastando de mim.
- É, eu também! - Eu disse.
Subimos as escadas juntos e olhamos um para a cara do outro, rindo. Entramos no quarto e começamos a escolher a roupa para a festa do e da .

Capítulo 10

- ... Abre aí! - Eu pedia, batendo na porta do quarto da .
- Espera! - disse. Eu fiquei esperando.
Sabe, ainda não dá para acreditar que eu beijei a . E... Foi bom, cara! E... Ao que tudo indica, estamos ficando e eu to curtindo...
- ... - Eu chamei de novo. abriu a porta e eu entrei no quarto.
- Me ajuda escolher um casaco... - disse, e eu sorri para ela.
O bom de ‘achar que estou ficando com ela’ é que, eu vejo ela com aquela saia, blusinha de sapinho grudada, e eu posso me aproveitar disso. A abracei por trás e beijei seu pescoço.
- O preto! - Eu disse, apontando para o primeiro casaco que vi na cama. sorriu.
- Ótimo, era esse mesmo que eu queria usar! - Ela disse, saindo dos meus braços e vestindo o casaco.
Linda. Não há definição melhor para ela.
- Vamos? - disse, me dando um selinho. Eu sorri.
- Vamos! - Eu disse, pegando na mão dela, e a guiando para o carro.

Pensem em uma festa cheia. É, agora, duplique ela!
Pois bem, essa era a melhor descrição para a festa do !
- E aí, ! - Matt Willis me cumprimentou.
- E aí, Matt, tudo bom? - Eu perguntei, e ele acenou um sim.
- Meu Deus, são o McFLY? - perguntou e eu fiz que sim com a cabeça.
- E aí, Jones! - Eu cumprimentei de longe, e Jones fez o mesmo. Conforme andávamos, eu encontrava pessoas que conhecia.
Finalmente, depois de cumprimentar todo mundo, sentamos na beira da piscina, e não demorou muito até chegar.
- Festa boa, hein, ! - disse. – Oi, !
- Oi! - deu um beijo no rosto de , cumprimentando-o.
- Pode crer! - Eu concordei. Eu estava abraçado com a .
- AH, eu sabia! - disse. - Vocês estão juntos?
- ... Acho que o está te chamando! - Eu disse, e saiu correndo. riu.
- Tadinho! - Ela defendeu.
- Tadinho nada, ok? - Eu disse, a puxando para um beijo. sorriu entre o beijo, e me deu um selinho.
- ! - chegou, agarrado com . - Seu cachorro! - Eu sorri.
- E aí, ! - Eu cumprimentei. - ! - Fiz o mesmo.
- ! - me deu um beijo no rosto. - ! - Ela fez o mesmo. - Impressão minha ou você e a estão ficando? - sorriu e eu dei um beijo no rosto dela.
- Eu acho que estamos, né, ? - Eu perguntei. riu.
- Aham! - Ela disse, me dando um selinho.
- Que coisa bonita! - disse, ou melhor, zoou.
- Ta, se não se importam, e eu vamos fazer sala para os outros convidados e, , depois vamos tocar, ok? - me perguntou.
- Ok! - Eu disse. - Quando for para tocar, me avisa, eu vou ficar aqui! - Eu disse, e fez ‘joinha’ com a mão.
e saíram, e eu fiquei ‘sozinho’ com a . É, porque a piscina estava cheia.
- Faltam três dias para o Natal... - disse do nada.
- É... Não, na verdade, se formos analisar, faltam dois... - Eu disse, sentando atrás de , de modo que ela ficasse entre as minhas pernas.
- Que seja... Eu amo o Natal! - disse.
- Pode crer, Natal é legal! - Eu disse sorrindo, dando um beijo no pescoço dela.
Sabe, eu não amo ou gosto da , mas eu estou curtindo ficar com ela, sabe? Não só porque ela é linda, e sim, porque ela é encantadora, cara!

Ficamos ‘nos curtindo’, até chegar correndo.
- , vamos tocar agora... Vem! - disse e eu me levantei e puxei comigo.
- Você fica na sala, já que vamos tocar lá... Ok? - Eu disse, e fez que sim com a cabeça.
e eu deixamos a na sala, e fomos cada um para seu respectivo instrumento. , e já estavam lá.
- Vamos tocar Eddie’s Song! - disse e eu afirmei com a cabeça.

- E aí, galera! - disse. - Bom, eu sou ... - Todo mundo fez um “OOOH” irônico e eu ri. - Continuando, eu sou o e esse é o Son of Dork! - disse, e começamos a tocar.

Eddie kick started his career
(Eddie começou sua carreira)
One Summertime in May
(No verão em maio)
A shitty band with friends from school
(Uma banda de merda com amigos da escola)
But only he could really play
(Mas ele era o único que realmente podia tocar)
The moment that he took the stage
(No momento que ele foi para o palco)
The fans were blown away
(Seus fãs ficaram maravilhados)
I always knew that he'd go far
(Eu sempre soube que ele iria longe)
I'm glad I lived to see the day
(Eu fico feliz que ele viverá para ver o dia)

Todo mundo pulava, e a sorria abertamente para mim. Era a segunda música que a ouvia da minha banda.

Eddie's got twenty-seven kids but he
(Eddie tem 27 filhos mas ele)
Doesn't know (Eddie doesn't know, Eddie doesn't know)
(Não sabe, Eddie não sabe, Eddie não sabe)
Shames he'll never be around to see them grow
(É uma vergonha que ele jamais estará por perto para vê-los crescerem)
Said he screwed a different girl
(Disse que ele transou com uma menina diferente)
After every show (after every show, Eddie doesn't know)
(Depois de cada show, depois de cada show, Eddie não sabe)
But he's always way too gone, to remember though
(Ela era sempre muito nova pra se lembrar)
So Eddie doesn't know
(Eddie não sabe)

Todos que conheciam, cantavam. Quem não conhecia, pulava.
e estavam juntas, e mesmo não cantando, eu percebia que ela estava curtindo a música.

At 3 AM, it's getting late
(Às 3 da manhã, está ficando tarde)
The after party's closed
(Depois que a festa terminou)
But everybody follow's Eddie
(Mas todas seguem o Eddie)
They just won't leave him alone
(Eles não querem deixá-lo sozinho)
Calls seven girls to his hotel room
(Ligou pra sete garotas do seu quarto do hotel)
Takes off all their clothes
(E tiram toda a roupa)
Some people say he had it easy
(Alguns dizem que ele consegue isso fácil)
But that is just the way it goes
(Mas isso é apenas como as coisas são)

O Matt estava bêbado e cantava aos berros a música.
Os meninos do McFLY, idem, tanto que o Tom, estava girando no meio da sala.
Todo mundo estava animado, dude.

Eddie's got twenty-seven kids but he
(Eddie tem 27 filhos mas ele)
Doesn't know (Eddie doesn't know, Eddie doesn't know)
(Não sabe, Eddie não sabe, Eddie não sabe)
Shames he'll never be around to see them grow
(É uma vergonha que ele jamais estará por perto para vê-los crescerem)
Said he screwed a different girl
(Disse que ele transou com uma menina diferente)
After every show (after every show, Eddie doesn't know)
(Depois de cada show, depois de cada show, Eddie não sabe)
But he's always way too gone, to remember though
(Mas ela era sempre muito nova pra se lembrar)
So Eddie doesn't know
(Então Eddie não sabe)

e dançavam e cantavam. É, já até sabia o refrão da música.
Eu, tocava empolgado, não menos que e . e estavam de boa.

He's in deep and there's a reason
(Ele se afundou e tem uma razão)
He's all alone and he can't change
(Ele está totalmente sozinho e não pode mudar)
Like the season's
(Como as estações)
They come and they go
(Elas vem e vão)

A essa altura, estávamos todos suados e a me olhava no fundo dos olhos. Eu não consegui deixar de sorrir.

To all the kids who don't look
(Para todas as crianças que não se parecem)
Like their Mum and Dad
(Com a mãe ou o pai)
Don't freak out, don't you let, em make you mad
(Não enlouqueça, não os deixe te enlouquecerem)
As long as they both love you then, You should be glad
(É dia dos pais e com o amor que você tem, devia estar feliz)
Just think about the little problem, Eddie had
(Pense no pequeno problema que o Eddie tem)

Estávamos realmente empolgados. E o restante da festa não estava nada diferente!

Eddie's got twenty-seven kids but he
(Eddie tem 27 filhos mas ele)
Doesn't know (Eddie doesn't know, Eddie doesn't know)
(Não sabe, Eddie não sabe, Eddie não sabe)
Shames he'll never be around to see them grow
(É uma vergonha que ele jamais estará por perto para vê-los crescerem)
Said he screwed a different girl
(Disse que ele transou com uma menina diferente)
After every show (after every show, Eddie doesn't know)
(Depois de cada show, depois de cada show, Eddie não sabe)
But he's always way too gone, to remember though
(Mas ela era sempre muito nova pra se lembrar)
So Eddie doesn't know
(Então Eddie não sabe)

Todos cantaram a última parte e saltou do palco para abraçar . Momento cute.
Eu, desci civilizadamente e fui ao lado de .
- Gostou? - Eu perguntei.
- Muito! - sorriu. - Eddie’s got twenty-seven kids but he doesn’s know. - Ela cantou e eu dei um selinho nela.
- Bom saber que você curte a banda com o nome feio! - Eu disse e a riu.
- Eu gostei do nome, só disse aquilo pra te irritar! - Ela disse e eu ri.
- Eu sabia! - Eu disse, dando um selinho nela e a puxando para fora da casa.
Peguei na mão dela, e fomos novamente até a beira da piscina. , e também estavam lá.
- A galera curtiu Eddie’s Song! - disse, quando sentei-me a seu lado e , entre minhas pernas. Abracei ela pela cintura e continuei conversando com .
- Pode crer! Cadê o e a ? - Eu perguntei.
- Estão fazendo sala... - disse. - Fingindo que são educados... - Eu ri. - Mas vocês dois hein! - tinha que fazer um comentário cretino. - Eu sabia que iam acabar se pegando! - riu.
- , cala a boca! - A disse, e eu ri.
- Até ela, ! - zoou.
Eu sorri e beijei o pescoço dela, que sorriu e colocou a mão no meu rosto.
- Ah, que merda, eu vou ficar de vela mesmo? - perguntou, fazendo careta.
- Se você quiser... Eu vou procurar companhia! - disse, se levantando
- Eu também! - disse.
- Pois irei também! - disse rindo. - Eu não quero ficar de vela, ainda mais pro ! - Eu dei o dedo do meio e a riu.
Assim que os garotos entraram na casa, a se virou pra mim.
- Quem diria, hein! - Ela disse rindo, mexendo nos botões da minha camisa.
- Quem diria o quê? - Eu perguntei rindo, mexendo no cabelo dela.
- Ah, a gente ficando... É estranho... - disse e eu concordei. Era muito estranho, cara.
- Com certeza! - Eu disse rindo, a puxando para um beijo. Conforme nos beijávamos, eu passava minhas mãos pelas suas costas, e ela, me beijava com delicadeza, alisando meu rosto.
Era legal ficar com ela, eu nunca senti isso com ninguém. Quer dizer, eu nunca fiquei com ninguém mais de uma noite... Talvez seja pelo fato de morarmos juntos...
Aos poucos, a festa se esvaziava, e eu e , continuávamos nos beijando. Ora beijando, ora fazendo carinho um no outro. Ela é a primeira menina que eu fico nesse ‘grude’. Sério.
- ... Podíamos ir, né... Eu ‘tô meio cansada... - A me pediu, assim que paramos de nos beijar.
- Ok, então vamos lá despedir dos caras... - Eu disse, me levantando, e a ajudando a se levantar também. Peguei na mão dela, e fomos até a sala, onde eu vi um jogado no sofá, agarrado a uma garrafa, um no maior pega com uma ruiva, e o e a sentados no ‘palco’, se curtindo.
É, do mesmo jeito que eu e a estávamos minutos atrás.
- , estamos indo... - Eu disse.
- Já? - perguntou, abraçando pelos ombros.
- Já, a ‘tá cansada... - Eu disse.
- Ah, tudo bem... - disse. - Aparece aí depois, bicha! - Eu ri.
- Ok... Tchau, ! - Eu disse, beijando a testa dela.
- Tchau, ... - me abraçou. – Tchau, ! Aparece depois!
- Apareço sim... - disse sorrindo, e despedindo-se de e .
Eu acenei para , que estava xavecando uma menina no canto da sala, abracei a pelos ombros, e saímos da casa, rumo ao meu carro.

Capítulo 11

- Eu ‘tô morta... - disse, assim que entramos em casa, depois da festa.
- Dois! - Eu disse, me jogando no sofá. - Se eu dormir agora, acordo só depois de três dias! - riu e soltou o cabelo, que até então, estava preso.
- Então, você não vai dormir, porque eu não estou com sono! - A disse rindo, sentando ao meu lado.
- Mas não foi você quem disse que estava cansada? - Eu perguntei, bagunçando o cabelo dela.
- Cansada, e não com sono, ! - Ela disse rindo, tirando os tênis e o casaco, deixando-os em um canto da sala. Eu ia ligar a TV, mas não o fiz. Não queria ver TV às quatro horas da manhã.
- , você bem que podia me mostrar mais músicas da sua banda, né? - pediu, sorridente. Eu também sorri.
- Tipo, temos apenas duas músicas, estamos compondo e tal... Mas o CD sai no começo do ano.. - Eu disse orgulhoso de mim mesmo.
- Você compôs alguma? - perguntou.
- Ajudei... - Eu disse, tirando os tênis e deixando-os no meio da sala.
- Ah... - Ela disse bocejando. Isso porque ela disse que não estava com sono.
- ‘Tá com sono? - Eu perguntei rindo.
- Não... - Mais um bocejo. Eu ri e levantei do sofá.
- Vem, você ‘tá caindo de sono, menina! - Eu disse rindo, puxando-a pela mão.
- Eu não ‘tô com sono! - disse, meio que rindo. Ela parecia aquelas crianças, que estão babando no sofá, mas que não querem ir dormir, porque querem ver o desenho até mais tarde, sabe? Eu era uma criança assim...
Eu peguei ela no colo e subi as escadas com nos braços. é magra mas pesa, dude!
- ... De novo essa coisa de pegar no colo? - Ela perguntou rindo. Eu ignorei, e abri a porta do meu quarto.
- Hoje, tu vai dormir comigo... - tem a mente poluída, cara! Ela fez uma cara... - Só dormir, ! - Eu disse rindo.
- Eu tenho opção? - Ela perguntou, quando eu a coloquei na cama.
- Não! - Eu disse rindo, fechando a porta. deu mais um bocejo, e eu me deitei ao lado dela. - Boa Noite, ! - Eu disse, dando um selinho nela. riu.
- Boa Noite, ! - Ela disse sorrindo, dando as costas para mim, de modo que dormimos de ‘conchinha’. Vai, pode dizer que isso é ridículo e tal... Mas foi legal, ok? Dormir de conchinha com a é legal, cara!
Mal a abracei pela cintura, e já percebi que ela dormia. Isso, porque ela não estava com sono. Dei pequenos beijos em seu pescoço, e fechei os olhos, pegando em um sono pesado.

Acordei com uma voz feminina, que não era nem de , e nem de minha mãe.
- , seu bosta, acorda logo! - A pessoa me balançava na cama, e eu continuava de olhos fechados.
- Dá pra parar, porra? - Eu perguntei, colocando o travesseiro na cara. Senti um peso em minha barriga.
- Cacete! - Eu disse, finalmente abrindo os olhos, e dando de cara com , a noiva agitada e desagradável do .
- Bom dia pra você também, ! - disse, enquanto estava sorridente, encostado no batente da porta.
Olhei para o lado e me lembrei que tinha dormido comigo. Ela não estava mais lá.
- Pô, , você dorme, hein! - disse, enquanto me dava um pedala.
- Eu pelo menos, durmo! - Eu disse, um tanto mal humorado, entrando no banheiro. - Cadê a ? - Eu perguntei, com a boca cheia de pasta de dente.
- ‘Tá na cozinha, conversando com o . Aliás, foi ela que abriu a porta para nós! - disse, ainda sentada na minha cama.
- Que bonitinho, ele perguntou pela ! - -palhaço- debochou.
- Vai se foder, ! - Eu disse, ainda do banheiro.
Joguei a água no meu rosto e, conseqüentemente, o enxuguei na toalha rosa que estava no banheiro. Não me julguem ok? A toalha rosa é coisa da minha mãe.
Saí do banheiro, só de boxers, e não me preocupei com isso. nem estavam mais no quarto e a sala estava barulhenta.
Desci as escadas, ainda me espreguiçando, quando cheguei à sala, berrou.
- ! Se arrume, vamos fazer compras de Natal! - Ele disse feliz. Eu tive a nítida impressão de que alguma menina consumista baixou no corpo do .
- Vê se eu tenho cara de quem vai fazer compras de Natal! - Eu disse, me largando no sofá ao lado de , que brincava de “Pedra, Papel e Tesoura” com a , que a propósito, estava de boxers - que não eram minhas! - e uma blusinha branca, que eu achei muito transparente e... MEU DEUS! Isso não foi crise de ciúme, foi?
Preciso de um cigarro... É, eu fumo ‘socialmente’, caso não saibam.
- e eu vamos! Mas vamos sozinhas, sem vocês! - disse. Como se eu tivesse perguntado.
- E você, , irá conosco, já que você tem que comprar o meu presente! - disse.
- Vê se eu tenho cara de Papai Noel, ! - Eu disse sarcástico, apontando para meu próprio rosto.
- Mas como você acordou mal humorado, hein! - me disse, assim que ganhou pela terceira vez consecutiva de .
- E nós achando que a noite tinha sido boa pro ... - disse, e eu não agüentei. Ri.
- Cala a boca, ! - Grupal. abaixou a cabeça e começou a rir.
- É sério, ! Vai logo se trocar! Hoje é dia vinte e três e as lojas estão um inferno! - disse, me puxando do sofá. - e eu nem dormimos, só para fazer essas compras!
- Porque vocês são idiotas! - Eu disse me levantando e subindo as escadas.
Pude ouvir claramente a voz de perguntando ‘O que você NÃO fez com ele essa noite, hein, ?’. Idiota.
Mas na verdade, eu não estava mal humorado. Para ser sincero, eu fiquei incomodado com os ‘trajes’ da , e o jeito que ela dava atenção para o . Eu me acostumei a ser o centro das atenções, e era estranho ser rejeitado. Não estou fazendo tempestade em copo d’água, muito menos tendo ataque por causa de ciúme, na verdade... Eu não sei o que eu estou falando... Acho que o sono deixa as pessoas retardadas...
Abri o guarda-roupas, e peguei a primeira calça que achei, e a primeira camisa - que era do Sugarcult -, coloquei meu All Star e meu cinto de tachinhas. Ah, peguei também um casaco. Apesar de não estar nevando, lá fora deve estar muito frio, já que aqui dentro tem calefação interna. Nem ajeitei o cabelo, desci logo as escadas.
- E o novo recorde para ‘quem se arruma mais rápido na história’ vai para ! - -retardado- disse, assim que eu desci as escadas. Eu ri sarcástico.
- Credo, , se soubéssemos que você estaria cuzão, nem teríamos passado aqui! - disse, levantando do sofá.
- Porra, vocês sabem que horas são? - Eu tinha que colocar a culpa em algo, escolhi o horário.
- Cinco horas da tarde! - disse e eu engoli em seco. Tudo bem que eu dormi às quatro da manhã, mas dormir até às cinco da tarde... Isso nunca tinha acontecido.
- ‘Tá, foi mal! - Eu disse, meio que erguendo os braços. - Desculpa! Agora, se vocês quiserem, podemos ir fazer as comprinhas de Natal! - Eu disse, tentando não parecer sarcástico, embora, tivesse sendo.
- Vamos... - disse, levantando e indo em direção a porta. - Você já sabe o que vai me dar de presente, né, ? - Ele perguntou para . Sem comentários.
- Já sim! Digo o mesmo pra você, ! - Ela disse. Eu rolei os olhos.
me olhou sério, e eu dei de ombros. É, eu preciso mesmo de um cigarro!
me olhou e eu fingi que não vi. Saí de casa, e bati a porta, assim que - o lerdo - saiu.
Entramos no carro e eu assumi a direção.
- Puta que pariu, ! - disse, sentando no banco do carona, enquanto , e sentavam-se no banco traseiro.
- Puta que pariu o quê? - Eu perguntei, dando partida no carro. rolou os olhos e ligou o som, deixando o volume alto.
Estava tocando Green Day. Give me Novacaine, mais precisamente. Enquanto , e estavam entretidos com a música, começou com o sermão da montanha.
- Seu showzinho não foi nada bonito, ! - Ele disse, e eu, fingia prestar mais atenção no trânsito no que em .
- Ah, não fode! - Eu disse. - Eu não fiz porra de showzinho nenhum! - Eu disse, quase xingando um motorista que dirigia um cadilac azul, que insistia em me bloquear.
- Eu não sei o motivo, ! Só sei que a não tem nada a ver com isso... Pelo menos eu acho! - disse, abrindo a janela.
- Fecha essa porra! - Eu disse. Estava muito frio, cara! – E, aliás, eu já disse que não fiz showzinho nenhum, aliás, eu nem sei porque você colocou a no meio da história!
veio um pouco para frente, enquanto e cantavam.
- , você e a pararam de ficar? - perguntou. Não sei porquê, mas aquela pergunta me deixou irritado, cara!
- Não, ! - Eu disse, meio que socando o volante. rapidamente encostou-se no banco traseiro, e me ignorou.
- Agora eu percebi! - disse rindo. Eu tenho cara de palhaço agora, pra ele ficar rindo da minha cara?
- Percebeu o quê, ? - Eu disse, virando a esquina, que ia rumo a Harrods.
- Você está morrendo de ciúmes da , ! - disse, com certa satisfação no rosto. Eu posso ficar mordido sim, mas eu não estava com ciúmes! Eu acho.
- Cala a boca! Não tem nada a ver! - Eu disse, acelerando mais, ao ver a imensa loja no fim da rua.
- Não? Então por que você ‘tá tratando o mal pra cacete, sendo que ele é o cara com quem tu mais conversa? Por que você ficou com aquela cara de merda, quando e estavam brincando daquele joguinho de mão lá? Por que você quase deu um soco no , quando ele perguntou se vocês ainda estavam ficando? - estava se achando um vidente. Idiota.
- Eu não estou tratando o mal, ok? - Eu disse, enquanto entrava no estacionamento da Harrods, e deixava meu carro numa vaga próxima à saída de emergência.
balançou negativamente a cabeça, e saiu do carro. Fui o último a descer. Peguei um cigarro e o acendi.
- Posso te dar um conselho? - me disse, assim que tranquei a porta do carro.
- Não! - Eu disse.
- Pois eu vou dar do mesmo jeito! - Eu tô falando que o anda se achando um pai de santo! - Se você gosta da , fala pra ela e não faz ceninha! Isso apenas queima seu filme! Duvido muito que ela ainda vai querer ficar contigo, se você continuar com essas graças. – Ah, não, o ‘tá muito espaçoso, cara!
- , de onde você tirou que eu estou gostando da ? - Eu perguntei um pouco alto. apertou o passo. - Você sabe muito bem que eu não curto essa coisa de ‘gostar, namorar, casar, ter filhos’! Eu não nasci pra isso. Agora, me responde, de onde você tirou que eu gosto da ? - Eu perguntei pausadamente.
- ‘Tá na sua cara! - me disse e eu rolei os olhos. Dei uma tragada no meu cigarro, tentando respirar o mais calmamente que eu conseguia. Aquela conversa estava me irritando.
, e estavam parados na frente da loja.
- ... Por favor, cara! Melhora esse humor... Cadê o palhaço que conhecemos? O que ri de qualquer coisa, que me xinga de palhaço... Porra, eu não sei qual o motivo de você ficar me tratando com patadas, só sei... Em todo o caso... Desculpe! - disse. Eu não pude deixar de sorrir, aquilo estava parecendo DR!
- ‘Tá de boa, ! Foi mal... - Eu disse, dando tapinhas nas costas de .
- Oh, que cena mais linda! - disse. - Agora, se não se importam, poderíamos entrar, porque eu estou congelando aqui fora!
Eu concordei, joguei meu cigarro no chão - apaguando ele com o pé -, e entramos, finalmente, na Harrods.

Capítulo 12

- Ah, eu amo meias vermelhas! - disse, pegando um pacote de meias vermelhas. Eu comecei a rir.
Aquela coisa de ‘compras de Natal’ estava sendo bastante divertida, se quer saber. E eu nem estava mais de bode.
- Isso foi gay, ! - Eu disse rindo, enquanto olhava umas roupas.
- Cara, o que eu compro pra ? - me perguntou.
- Eu tenho cara de quem sabe o que dar pra noiva? Eu não tenho namorada por isso, ! - Eu disse rindo.
- Por enquanto... - disse, e eu fingi não escutar.
Eu já tinha comprado presente pra todo mundo. Para o , eu tinha comprado um boné da Hurley, para o , uma camisa da QIX, para o , comprei um CD no New Found Glory, para o , uns óculos escuros que ele disse que ‘tava querendo comprar, e para , um CD do The Who, que eu sabia que ela adorava. Faltava apenas um: O da .
- Já comprou tudo? - me perguntou, e eu fiz que não com a cabeça. - Deixa eu adivinhar, falta o da ! - é um maldito, eu não disse? Ele sabe tudo sobre mim!
- É... - Eu disse, olhando a sessão de CDs e a de roupas.
- Roupa não! É uma coisa muito íntima... - Falou aí a voz da razão! - CD é uma boa, mas pode ser comum demais...
- Quem vê, pensa que você tem experiência com mulher! - Eu disse rindo.
- Ah, eu ‘tô te ajudando, seu gay! - disse rindo.
- Acho que o tem mais experiência, né? - Eu perguntei, e afirmou com a cabeça. - Ô, ! - Eu berrei, o que atraiu alguns olhares. Nem liguei. - Ô, ! - Eu berrei ainda mais alto. estava na sessão de roupas femininas. Provavelmente olhando algo para a noiva.
- , cacete! - Eu berrei ainda mais alto, e vi uma mulher me olhando torto, tampando a orelha do filho. começou a rir. fez cara de merda, e veio correndo.
- Que foi, minha nega? - Ele perguntou, e eu comecei a rir.
- Me ajuda a escolher algo pra ... - deu um sorrisinho, e se entreolhou com .
- Ah, eu não disse? ‘tá gostando dela! Tanto que ‘tá todo preocupadinho com o presente dela! - disse rindo. Eu apenas dei o dedo do meio.
- Já vai começar? - Eu perguntei, e parou de rir. e ele sabiam que meu humor não andava lá aquelas coisas.
- Vai, porra, ajuda! O que eu levo pra ela? - Eu perguntei, pegando bolsas e olhando. Não sabia escolher. E se ela gostasse dessas bolsas enormes? E se ela gostasse de bolsas minúsculas?
- Ah, compra uma coisa que você sabe que ela gosta, que ela já tenha comentado contigo... - disse. Boa, mas eu não me lembrava de algo que ela tenha dito que gostava. Pensei, e tentei lembrar de todas as nossas conversas e...
- , eu te amo! - Eu disse, quase dando um beijo na bochecha dele. Eu sei que ia ser muito gay, mas me deu uma ótima idéia. Pelo menos eu acho.

Depois de ter comprado todos os presentes, voltamos para casa (lê-se: minha casa) realmente cansados. A Harrods estava muito cheia, e ficamos cerca de duas horas para conseguirmos pagar as compras. Não sei como as pessoas se submetem a tanto!
Abri a porta, e nem , nem estavam em casa. Provavelmente ainda estavam fazendo compras.
Fiquei com um certo receio sobre o que disse. E se ela tivesse se ofendido com o acontecido hoje de manhã, e parássemos de ficar?
Tipo, eu não gosto dela, então, pra mim tanto faz se estamos ficando ou não... Quer dizer... Isso pra mim é mais uma coisa de ‘comodidade’ sabe? E se... Parássemos de ficar, ficaria um clima estranho na casa...
Por isso, por uma questão de lógica, eu prefiro continuar com ela. Tudo por causa do clima e do ambiente. Sério!
- Eu vou guardar as coisas no meu quarto... - Eu disse, subindo as escadas, carregado de sacolas.
- Pô, , você não vai mesmo me mostrar o que comprou? - parecia criança. - Eu te mostro o que comprei pra você! - Ele dizia. Eu apenas ignorei e subi as escadas, chegando a meu quarto, e deixando as sacolas em qualquer canto. Uma sacola em especial, eu guardei no guarda-roupas. A da .
Agora que estávamos dormindo juntos... Eu sei que só dormimos juntos uma vez, mas eu queria repetir, ok? Ela poderia muito bem abrir e ver os presentes sem querer. Nem tão ‘sem querer’ porque eu sei muito bem que a é bem que curiosa, e adoraria olhar seus presentes.
- , pedimos uma pizza! - me avisou, quando voltei à sala.
- Ok! Eu ‘tava com fome mesmo... - Eu disse me jogando no sofá. Não deu cinco minutos, e ouvimos os risos e as vozes de e se aproximando.
- ... Anthony Kiedis é bem melhor do que Bert McCracken! E olha que eu nem acho o Anthony bonito! - dizia.
- Claro que não! Bert é perfeito! - disse. É apenas isso que meninas sabem conversar? Homens?
- Eu acho o Bert horrível! - disse, assim que a noiva sentou-se ao seu lado.
- Ah ‘mor, eu acho você bem mais sexy que ele! - disse, dando um selinho em . Eu olhei pra , que desviou o olhar. Ela estava carregada de sacolas.
- Eu vou guardar as minhas compras... - disse, subindo as escadas com cuidado, já que eu tenho certeza de que as sacolas pesavam mais do que ela. Acompanhei subindo as escadas com o olhar, e aquela situação estava desconfortável.
Levantei-me e subi as escadas correndo, chegando ao quarto dela, que estava com a porta entreaberta.
- ? - Eu chamei, antes de entrar no quarto.
- Não entra agora! - disse, enfiando alguma coisa no armário. Tenho certeza que era um presente pra mim! Não sou pretensioso nem convencido, é que eu sei somar um mais um!
- Pronto! - Ela disse, e eu entrei no quarto. já não estava mais de boxers, o que eu achei bem óbvio, já que ela saiu de casa. Ela estava de calça jeans, All Star, uma blusa roxa, e um casaco. Estava quente dentro de casa, mas ela continuava de casaco.
- , eu... - Eu não sabia o que dizer. Eu poderia muito bem perguntar: “, ainda estamos ficando depois do meu showzinho de mau humor?” ou então, perguntar: “E então, eu ainda posso te dar uns pegas, porque hoje de manhã eu fui um idiota!”.
- Você estava muito estranho hoje, ! - Não era a ‘minha’ que falava, e sim, aquela que eu julgava da pior maneira. A que eu achava que ainda era arrogante. Ela não sorria, como eu estava acostumado a ver ultimamente. Ela estava séria, e de braços cruzados. Não a culpo.
- Eu sei... Eu... - Eu tinha que ter uma desculpa.
- Você estava nervoso por algum motivo, e achou seis pessoas em que pudesse descontar toda a sua raiva! e eu principalmente! Não que você me deva alguma coisa, afinal, não temos nada... Mas custava você olhar na minha cara hoje de manhã? Se bem que eu não faço questão do seu ‘bom dia’. - Ela disse, parecendo mais irritada a cada palavra que dizia. Eu olhei para baixo. Sabia que ela estava certa.
- Eu sei, ... Desculpa, eu... - Eu ia falar: Fiquei irritado ao ver as roupas que você usava, o jeito com que você conversava com o ... MAS ISSO NÃO É CIÚMES! - Eu não sei o que dizer... - rolou os olhos e colocou as mãos dentro dos bolsos do casaco.
- Tu ficou irreconhecível essa manhã! - Ela disse me olhando meio com desprezo, e virando, rumo a porta. Eu a segurei pela cintura e a virei para mim.
- Me desculpa? - Eu perguntei olhando fundo nos olhos dela, ainda a segurando pela cintura. Com certa força, diga-se de passagem. ficou quieta, e aquele silêncio dela estava me deixando irritado. Não irritado com ela, e sim, comigo mesmo.
Idiota, eu tenho o grande poder de foder com as coisas! Só não fodi com a minha banda ainda, porque os caras estão acostumados comigo.
- ? - Eu perguntei, passando o meu polegar pelo seu rosto.
- Ta, ... Também não é motivo pra eu virar a cara pra você... - Ela disse, tentando andar. - Você não tem nenhum tipo de obrigação comigo e... - A segurei com mais força ainda e a beijei, não deixando ela terminar de falar. Não queria que aquilo ‘terminasse’ ali.
A correspondeu ao beijo e levou suas mãos às minhas costas. Assim que partimos o beijo, eu a fitei e dei um selinho nela.
- Desculpa mesmo! - Eu disse, e ela sorriu.
- Assunto encerrado! - Ela disse, me dando um beijo na testa. Sorri, e saímos do quarto, indo para a sala.
me deu um sorrisinho quando viu e eu de mãos dadas. fez o mesmo. e discutiam sobre o sabor da pizza.
- Ah, que saco! - reclamou. - Antigamente, eu tinha que ficar de vela só pro ... Agora, até pro ! - disse, fingindo estar amargurado. Eu dei risada. - Sem contar o e o , que eu sei que tem um caso! - disse, e mandou um beijo para ele.
- , tu já pensou em namorar? - perguntou, olhando suas próprias unhas. fitou o teto por alguns segundos.
- Não sei... Antigamente não, mas hoje eu penso seriamente sobre o assunto... - Ele disse e eu ri.
“Namorar? Não mesmo, dude! Namorar é meio que se algemar a uma pessoa.” Eu pensei em dizer, mas não disse. Se eu dissesse isso, eu ia realmente foder com todo o meu ‘lance’ com a , e eu não queria isso.
- Calabresa! Ganhei! - comemorou, acabando com o assunto ‘namoro’.
- Eu amo uma boa calabresa! - disse. e eu nos entreolhamos e começamos a rir. Rir não, gargalhar feito dois loucos.
- Não entendi... - disse, enquanto e eu ainda gargalhávamos. Não me surpreendi com o fato da não ter entendido, ela não era uma pessoa muito inteligente.
- O disse que ama uma boa calabresa! - explicou, gesticulando. entendeu e começou a rir.
- AH! O se queima sozinho! - Ela disse rindo.
- Ah, vão se foder! - disse rindo, da própria merda que tinha dito. ligou para a pizzaria, e pediu duas pizzas, uma de calabresa, e a outra de brócolis, que e pediram.
- Já está escurecendo... - comentou, ao olhar o Sol se pondo.
Ela estava sentada entre minhas pernas, e eu estava com as costas encostadas no sofá.
- Será que é porque são sete horas da noite? - perguntou, sendo irônico. Eu ri.
- Ah, vai se foder, ! - disse, tacando uma almofada em , que se desviou, e conseqüentemente, a almofada pegou em .
- ! Sua maldita! - Ele disse, tacando uma almofada na , que se abaixou e pegou em mim.
- Desgraçado! - Eu disse, agora tacando a almofada em . segurou-a no ar.
- Sem graça! - disse.
- Cuzão! - Eu disse, dando de ombros.
- Vocês estão parecendo crianças! - disse. Começamos a gargalhar.
- Falou aí o adulto! - Eu disse rindo. Mais risos. Eu ia fazer outra piadinha, quando ouvi o som da campainha.
- Pizza! - saiu correndo, para atender a porta.
- Eu sabia que o gostava de uma calabresa, mas nem tanto! - disse rindo. pagou as pizzas, e foi correndo para a cozinha.
- Vem, cambada! - Ele disse, e nem preciso dizer que só dava pra se ver seis pessoas correndo feito loucas para a cozinha. Começamos a comer e a falar merda. Não tinha coisa melhor do que comer, beber, e falar merda com os amigos.
- Eu já contei a piadinha do Cotoco? - perguntou.
- Já! - Grupal. Até mesmo a já tinha ouvido a piada do cotoco.
- Ah... - soou desapontado.
- Gente, vamos passar o Natal juntos, certo? - perguntou.
- Lógico! - disse. - Onde?
- Na minha casa! - disse. - Minha mãe vai pra Bolton por causa de uma tia... A casa ficará livre!
- Ae! Vou finalmente conhecer a casa do ! - disse. Eu olhei com a minha melhor cara de poucos amigos para . Ninguém percebeu. Ainda bem.
- A minha casa é a melhor e a mais fodona! - disse rindo.
- Pode crer! - concordou.
- A é suspeita pra falar! - disse rindo.
- Já que o Natal será na minha casa, eu vou embora... Amanhã eu vou acordar cedo e comprar as coisas pra ceia... - disse, se levantando.
- Quem vê pensa que o é responsável! - disse rindo. colocou a mão no peito.
- Até você, ? - Ele perguntou rindo. deu risada e levantou.
- Então, até amanhã, ! - Ela disse, despedindo-se dele com um abraço.
- Até amanhã, ! - Ele disse, beijando-a no rosto. - , minha garota! - abriu os braços para que fosse até ele.
- Sua garota o cacete! - , o noivo ciumento, disse. riu e abraçou .
- Bom, dudes, até amanhã! E ai de vocês se não me derem bons presentes, hein! - disse, saindo da cozinha.
- Tchau! - Grupal. Ouvimos o barulho da porta se fechar e de um carro sair.
- Já que o foi, acho bom irmos também... - disse. - Ainda não comprei tudo o que queria... - Ela disse.
- Consumista! - Eu disse e me deu o dedo do meio.
- É sério... , , querem carona? - Ela perguntou.
- Lógico! - disse, levantando-se. - Até amanhã! - despediu-se da e acenou para mim. fez o mesmo. pegou o último pedaço de pizza de brócolis e saiu, acenando um tchau para mim e para .
Ouvimos mais uma vez o barulho da porta se fechando, e de um carro saindo.
Olhei pra , que comia a última fatia da pizza de calabresa.
- Legal você! - Eu disse. me olhou com cara de confusa. Eu ri.
- Nem dividiu a pizza comigo... - Eu disse, fazendo bico.
- Ah, toma vergonha na sua cara, ! - me disse rindo. Eu dei risada, e enchi novamente meu copo com Coca Cola. Não ia beber, bebi demais ontem à noite.
Esperei a terminar de comer sua pizza, e eu, terminei meu copo de Coca.
- Vamos ver alguma coisa no meu quarto? Aí... Tu dorme lá essa noite... - Eu disse, me sentindo uma garotinha ao falar isso. A sorriu, e colocou os pratos na pia.
- Gostou de dormir comigo, é, ? - Ela disse rindo.
- Ah, não! - Eu disse rindo. - Minha cama é muito grande...
- Sua cama é de solteiro! - Ela disse, e eu dei de ombros.
- Dane-se! Vem logo! - Eu disse rindo, a abraçando e dando um beijo nela.
Ela estava encostada na pia e conforme eu a beijava, eu subia sua perna, para ficar na altura da minha cintura. Eu estava com minha mão por dentro de sua blusa, e ela, arranhava a minha nuca, o que me arrepiava de verdade.
Subi a sua outra perna, e ela entrelaçou-as na minha cintura, de modo que eu pude levá-la no colo. Subimos as escadas sem nos desgrudarmos, era complicado subir uma escada levando uma menina no colo, e ainda mais, beijando ela. Mas quem disse que a vida é fácil?
Abri a porta do meu quarto, e entrei, colocando-a na minha cama. Não me lembrei de televisão, não me lembrei de filme, de luz... Fiquei por cima dela e comecei a beijar seu pescoço e subir sua blusa. também subia minha camisa e desabotoava minha calça.
Eu comecei a beijar a sua barriga, e achava engraçado o fato dela contrair, cada vez que eu encostava a minha boca nela.
Nos beijávamos ferozmente, cara, até que comecei a desabotoar a sua calça - a minha, já estava desabotoada, mas eu continuava vestido - e aos poucos, eu a tirava, alternando os beijos entre seu pescoço, barriga e boca.
tirou em um só movimento a minha camisa, e eu fiz o mesmo com sua calça. Agora, minhas mãos não sabiam se passeavam pelas suas pernas, ou pela sua barriga, já que eu ainda tinha que tirar sua camisa.
Naquele momento, eu não pensava em nada, não sabia ao menos meu nome.
- ... A... - tentava dizer alguma coisa, mas eu não dava tempo a ela. Acho que ela desistiu de dizer qualquer coisa, quando eu tirei sua blusa.
Tateei - sem parar de beijá-la - a gaveta do criado mudo, e peguei os preservativos. Fala aí se eu não sou um cara prevenido?
Tenho certeza que era isso que queria me dizer, porque ela sorriu quando viu que eu peguei o preservativo.
Mordi o lábio quando a vi daquele jeito: Apenas de calcinha e sutiã. Voltei a beijá-la, abri o fecho de seu sutiã, e ela tirou minhas boxers.

Não foi a minha primeira vez, nem a dela, mas sem dúvidas foi a melhor.
No momento, eu estou babando nela, enquanto ela dorme com a cabeça encostada no meu peito, com seu corpo coberto apenas pelo edredom. Sorri sozinho lembrando do que acabara de acontecer.
Isso é bem garotinha, mas eu não posso evitar. Cada vez que eu toco em , é inevitável que eu não abra um sorriso. Isso é gay, cara, mas eu ‘tô curtindo. De verdade!

Capítulo 13

Senti a luz entrar no quarto e incomodar fortemente meus olhos. Maldita hora que eu esqueci de fechar a janela.
Virei para o lado e me deparei com uma dormindo, com os lábios entreabertos, respirando calmamente. Sorri.
Levantei, coloquei minha boxer - que estava debaixo da cama - e desci as escadas. Abri a geladeira e vi que ela estava vazia.
Merda, eu tenho que adquirir o hábito de fazer compras!
Voltei para o meu quarto e peguei uma calça, uma camisa e um casaco, fazendo o mínimo de barulho que eu conseguia. Não queria acordar a . Pelo menos, não agora.
Me vesti, peguei as chaves do meu carro e saí.

Trânsito de manhã geralmente é tranqüilo, mas hoje estava infernal! Também, não é pra menos, véspera de Natal. Senti pena do , que teria que enfrentar supermercado hoje... Ta, eu não senti pena, eu comecei a rir!
Liguei o rádio e estava tocando Givin the Dog a Bone, do AC/DC. Eu curto muito AC/DC, cara!
Estacionei na frente da Starbucks, e entrei. Estava relativamente cheia, naquela manhã.
Pedi vários muffins - de morango! -, cookies, minha paixão! E pedi dois capuccinos grandes. A não gostava de café, mas gostava de capuccino. Dá pra entender?
Paguei as coisas, coloquei-as no banco traseiro - os capuccinos, eu coloquei no porta copos do carro - e fui procurar o outro presente da . É, outro!
Entrei em uma livraria, e olhei atentamente cada prateleira.
Tinha de todos os tipos de livro. Pensei em levar um do Kamassutra pra ela, PRA ZOAR! Ou então, levar o da ‘Dolly a Ovelinha Feliz e seus amiguinhos’. Mas não, comprei exatamente o que eu tinha pensado.
Claro que eu não achei sozinho, eu tive que pedir ajuda pro vendedor - que na minha opinião parecia vendedora -, pra me ajudar a achar e a escolher.
Eu já tinha a idéia do que eu queria, só não sabia qual seria o melhor livro.
É, não adianta nada você ir a livraria decidido a comprar um livro de aventura, e não saber qual o livro, certo? É, vocês me entenderam.
Peguei o livro, coloquei-o na minha mochila no banco da frente, e peguei todos os atalhos que eu sabia, para voltar para casa.

Entrei em casa e estava acordada, vestindo a minha camisa dos Beatles, e uma de suas boxers. Ela assistia televisão, e eu não pude deixar de sorrir ao vê-la daquele jeito.
- Bom dia! - Eu disse, chegando perto dela, e dando-lhe um selinho.
- Bom dia! - Ela disse sorrindo.
Depois da noite de ontem, eu estava a vendo de outra maneira... De um jeito especial que eu mesmo não sabia explicar. Isso é estranho, mas é bom. Só sei que nunca senti isso antes.
- Ah, meu Deus! Capuccino da Starbucks! - A inconveniente da nem deixou eu fazer surpresa, ela viu os copos na minha mão e pegou um.
- Eu ia fazer surpresa, sabia? - Eu disse.
- Então, quando for fazer surpresa, esconda as coisas e não coloque-as na minha cara! - disse rindo.
Sentei-me a seu lado, e comecei a comer muffins e a tomar o meu capuccino.
- Ficou linda nessa camisa! - Eu disse, dando um beijo no pescoço dela, que se arrepiou.
- Obrigada, ! - disse rindo, mordendo meu lábio. Sorri, e confesso que fiquei arrepiado. , ...
Tomamos nosso café da manhã na sala mesmo, e depois, fomos para cozinha lavar a louça de ontem.
- AH! EU TE ODEIO, ! - disse, assim que eu joguei água nela.
- Eu não te odeio, ! - Eu disse rindo.
- Maldito! - Ela disse, agora jogando água em mim.
- Ah, sua invejosa! - Eu disse, e ela pegou laranjas que estavam na fruteira, era a única coisa que tinha na casa para se comer, e começou a jogá-las em mim.
- , pára! - Eu dizia, enquanto tentava pegar as laranjas que ela jogava em mim.
- V de Vingança! - Ela meio que gritou e eu dei risada. Foi muito engraçada a cara que ela fez, quando gritou “V de Vingança”. - Ta, vamos parar com essa brincadeira de água, certo? - Ela disse, rindo.
- Certo! - Eu disse, enquanto enxugava os pratos. Finalmente, era quem lavava a louça, e eu quem enxugava.
Terminamos a louça e fomos para meu quarto ouvir música. colocou o CD dos Beatles, e começou a tocar “She Loves You”.
- Eu comprei um presente pra você... - disse, deitada debaixo do edredom, enquanto eu fazia carinho em seu cabelo. Estava bastante frio e estava começando a nevar.
- Eu também! - Eu disse rindo. - Mas nem adianta pedir, porque eu não vou dar antes da meia noite! - fez bico.
- Ah, eu dou o seu agora... - Ela tentava.
- Não! Mas que menina teimosa! - Eu disse rindo, beijando a testa dela.
- Desagradável! - Ela disse rindo.
- Teimosa! - Eu disse do mesmo jeito.
Quem nos vê hoje, não imagina que quando ela veio para casa, eu a detestava sem ao menos conhecê-la. Eu sei que vocês estão cansados dessa história mas... É verdade, dude!
Eu me sinto bem com a de um jeito que não me sinto com ninguém. Nem vem falando que eu ‘tô apaixonado, gostando dela, ou algo do tipo. Eu não estou!
Eu não sou do tipo que gosta de alguém ou do tipo que se apaixona. Não, eu curto a , e isso é totalmente diferente.
- Liga a TV aí... - pediu e eu liguei. Estava passando The OC, ela amava esse seriado.
Começamos a assistir a Marissa Cooper beijar a menina da boate... A Alex... É, eu assisto The OC! Nojento.
Ta, não me chamem de preconceituoso nem nada, eu não tenho nenhum tipo de preconceito em relação a isso, mas ninguém pode negar que é nojento, certo?
Nossa, filosofei agora!
- Eu amo o Adam Brody! - disse, quando apareceu o Seth. Eu nem acho ele bonito. Não mesmo.
- Eu prefiro a Summer! - Eu disse.
- Problema seu! - é o ser mais simpático que eu conheço. É, isso foi irônico. Para acabar com a graça dela, eu desliguei a televisão.
- , seu sem graça! - Ela disse, levantando-se, e deixando o edredom no chão. Mas ela se arrependeu, ao perceber o frio que estava.
Ri ao ver ela pegando o edredom, e se enrolando nele.
- Ah, você fica falando de homens... - Eu disse, fingindo-me de ofendido.
- Ciúmes? - Ela perguntou rindo.
- Besta! - Eu disse, dando a língua.
Me enfiei debaixo do edredom com a , e fiquei olhando-a.
- Pára de ficar me olhando, ! - disse rindo, ficando de costas para mim. Eu dei risada, e a abracei pela cintura.
Ficamos assim um bom tempo. Deitados, abraçados e ouvindo Beatles. Tem coisa melhor?

Mal percebemos que tínhamos pegado no sono, e se não fosse pelo telefone que tocava insistentemente na sala, continuaríamos dormindo.
A continuou dormindo, e eu, desci as escadas para atender o telefone. Lembrem-me de colocar uma extensão no meu quarto.
Atendi ao telefone, e para minha - e sua também! – surpresa, não era o .
- , meu filho! - Minha mãe disse animada, do outro lado da linha.
- Oi mãe! E aí? - Eu perguntei, sentando no sofá.
- Aqui ‘tá tudo ótimo, tudo lindo! E você e a , como estão? - Ela perguntou, e eu pude ouvir claramente barulhos de carros.
- Bem, onde você ‘tá, mãe? - O curioso.
- Estou em frente a uma loja de departamentos, esperando o Matthew, por isso te liguei!
Quer dizer que se o namoradinho dela não estivesse em uma loja, ela nem lembraria que tinha filho. Minha mãe é uma desnaturada, cara! Acho que até nisso ela copia a Madonna! - Vão passar o Natal aonde, querido? - Minha mãe perguntou.
- Na casa do , a ficou amiga de todo mundo... - Eu contava.
- ... Você está entrosando a com seus amigos? - Minha mãe perguntou. Eu não pude deixar de rir. Entrosar a ? Até demais... Ta, isso não ficou bonito.
- ‘Tô mãe... A é legal... - Eu disse. Com certeza. A é legal!
- Bom, vou desligar porque o Matt chegou - Matt! Acha que é jovem pra ter o apelido de Matt. - Desde já, feliz Natal e juízo! - Minha mãe disse.
- Pra vocês também... Aliás, pode me trazer alguma coisa da Genebra, mãe! - Eu ainda sou filho dela, ok? Tenho direito de pedir presentes!
- Ta bom, txuco da mamãe! - Odeio quando ela me chama assim. - Até logo!
- Até! - Eu disse, e recebi um ‘tu tu tu’ como resposta. É, além de me abandonar, ela desliga o telefone na minha cara. Legal!
Coloquei o telefone novamente na base e olhei para a janela. Percebi que já estava bem escuro, e então, olhei no relógio: 19:14.
Tudo bem que marcamos às nove com o , mas até nos arrumarmos - sim, eu e - isso demoraria!
Passei na cozinha, bebi água - É, eu tenho como meta beber dois litros de água por dia! Sou um cara saudável, ok? - Comi um muffin - Que sobrou de manhã - E subi novamente para o quarto.
Eu tive dó de acordar a , o jeito com que ela dormia era bonitinho... É, eu sei porque ela está com sono... A noite foi cansativa para ela... Ta, voltando ao assunto... Cheguei perto dela e comecei a passar a mão pelo seu rosto, e a chamá-la.
- ... ? ... Acorda aí... - Eu chamava. abriu os olhos lentamente.
- Que horas são? - Ela perguntou.
- Sete e meia... - Eu disse e rapidamente se levantou.
- Droga, eu não devia ter dormido... - Ela disse, saindo do meu quarto. Fui atrás dela.
entrou em seu quarto, e eu entrei junto.
- Calma, eu sei que sua noite foi agitada... - Eu disse rindo. Eu tinha que fazer a piadinha infame do dia.
me jogou o travesseiro e começou a rir.
- Palhaço! - Ela disse, abrindo o guarda-roupas e tirando tudo quanto é tipo de roupa que tinha ali.
- , na casa do também tem calefação interna, não precisa dessa roupa de esquimó! - Eu disse, ao ver o casaco que ela tinha separado. Ela riu.
- , vai para o seu quarto escolher as suas roupas, vai! - Ela disse rindo, me empurrando para fora do quarto.
- Chata... - Eu disse, antes de entrar no meu quarto. Ela deu a língua, e eu comecei a escolher minhas roupas. Sempre fui vaidoso ok? Nem vem dizendo que é por causa da .
Peguei uma calça jeans justa - preta -, uma camisa preta de risca de giz, meu inseparável all star preto e um cinto xadrez.

Esperei a sair do banho e, aí sim, entrei no chuveiro. Adoro tomar banho, sério! Ainda mais no frio, eu fico horas se deixar.
Como de praxe, cantei no chuveiro - Eu adoro cantar no chuveiro! - Dessa vez, Freddie Mercury baixou em mim e eu cantei Under Pressure, com direito a dancinhas. Ta, sem dancinhas.
Terminei meu banho, enrolei minha toalha no corpo e voltei ao meu quarto, com o objetivo de me trocar.
Objetivo... Faz tempo que eu não uso essa palavra... Usarei com mais freqüência!
Coloquei minha roupa, e olhei no relógio: 20:49.
Ou seja, estamos atrasados, porque o não mora assim tão perto!
Saí do meu quarto com todas as sacolas de presentes - Me senti o Papai Noel - E as deixei no carro.
Voltei para casa e berrei à , da sala mesmo.
- Ô, ! Vamos que estamos atrasados! - Eu disse no pé da escada.
Uns dois minutos depois, descia as escadas correndo. É, ela estava linda.
Ela vestia uma saia plissada, um cinto de rebite de lado, all star de ovelhinhas, sobretudo e uma blusa branca que tinha o desenho de um gato preto.
- , você vai ficar olhando pra minha cara, ou vai me ajudar aqui? - disse, enquanto carregava várias sacolas. Ah, esqueci de citar: Ela estava cheia de sacolas.
Peguei duas das quatro sacolas que ela carregava, e uma em especial ela não deixou que eu pegasse. Tenho certeza que era meu presente!
Saímos de casa e finalmente entramos no carro, rumo a casa do .

Capítulo 14

- Até que enfim! - disse, assim que entramos na casa dele.
A casa do estava impecável pela primeira vez na vida. Estava tudo perfeitamente arrumado, o que eu confesso ter me deixado surpreendido! Tinha árvores de Natal, guirlandas, a mesa estava cheia de frutas secas... Bebidas, claro!
- , me surpreendi! - Eu disse, sentando no sofá.
- Oi, ! - a cumprimentou, e sentou-se ao meu lado.
- Cadê o resto do povo? - Eu perguntei.
- Todos na cozinha... - disse, enquanto levava uma taça de champanhe até a boca. Cachaceiro.
- , eu vou deixar os presentes aonde? - perguntou, e se levantou.
- Na árvore... Junto com os dos outros... - Ele disse.
- Que bonitinho, ! Você está fazendo uma ceia igual a da minha mãe! - e suas piadinhas sem graça. Recebi um dedo do meio como resposta.
Fiz o mesmo com meus presentes, os deixei ao lado dos de .
- ! - veio correndo e pulou nas minhas costas. É, já estava bêbado.
- Oi, ! - Eu disse, tirando ele das minhas costas.
- ! - foi cumprimentar a . Meninas fazem amizade tão rápido...
- Hey, ! - disse, me dando um pedala. sempre formal.
- E aí! - Eu disse, fazendo o mesmo com ele, dando um pedala. O meu foi mais forte.
fez careta e sentou-se ao lado de . acenou um ‘oi’ de longe, e me acenou um ‘oi’ da cozinha.
na cozinha? É, isso me deixou com medo!
- Que lindo, já é Natal! - disse, sentando no colo de .
- Pode crer! Só quero ver se eu vou ganhar presentes legais! - disse. Ah, da minha parte vai...
Claro que eu comprei um pra zoar com a cara dele, e só comprei o boné da Hurley porque estava na promoção. Não, eu não sou mão de vaca, eu só não desperdiço dinheiro... Ainda mais com o !
- Você vai se surpreender! - Eu disse rindo.
- Eu te odeio, ! - disse, e eu me lembrei da automaticamente. Ela riu.
- Gente! Já são dez e meia! - disse, olhando o relógio. - Vamos jantar?
- Você pareceu a minha mãe agora... - disse à noiva.
- Ah, cala a boca! - disse, indo para a cozinha. - , me ajuda?
- Claro! - disse e foi para a sala com . Apenas os homens ficaram na sala. Se bem que não pode ser considerado homem... Parei com as piadinhas.
- está sorridente, não? - comentou. Eu dei risada. - Não disse? - tornou a dizer.
- Ah, vai se danar, ! - Eu disse.
- Você e a só estão ficando ainda? - perguntou.
- Aham... - Eu disse, pegando uma taça de vinho que tinha trazido.
- Faz quantos dias que vocês estão ficando? - perguntou.
Eu pensei. Ficamos no dia da festa do , certo? Então... SÓ TRÊS DIAS!
- Três dias... - Eu disse, custando a acreditar que foi só isso.
- Tudo isso? - perguntou. - Quer dizer, você nunca fica com a mesma menina por mais de uma noite...
- Ah, ela mora em casa... É uma coisa de comodidade, oras.. - Eu disse.
- Credo, , então a pra você, é só ‘mais uma’? - perguntou. Eu rolei os olhos.
- Ah, eu curto a ! Mas vocês sabem que eu não sou do tipo que gosta de uma menina...
- Isso é ridículo... - disse. Rolei os olhos de novo.
- Por que? - Eu perguntei, tomando de uma vez o meu vinho.
- Você não assumir que gosta dela, ou então, ficar dizendo que é ‘do tipo que não gosta de ninguém’... Todo mundo um dia se apaixona, isso é inevitável! - dizia. , e prestavam à atenção na conversa.
- Não é porque você fica dizendo a quatro ventos que ama a , que eu tenho que sair dizendo que amo o mundo... - Eu disse.
- , você me surpreende, cara! Primeiro, eu amo a sim! E eu percebi isso quando a pedi em namoro, porque até o momento, eu tinha percebido que gostava dela. Eu era como você, você sabe disso! Mas ao contrário de você, eu aceitei meus sentimentos! Porra, , larga de ser criança!
- Cacete, eu não gosto da ! - Eu dizia baixo, não ia querer que ela escutasse. - E sei que ela não gosta de mim também! Agora, você quer que eu a peça em namoro só por causa de vocês? - Eu perguntei.
- , se você não gosta dela, porque ficou todo preocupadinho com o presente dela? - perguntou. Dei de ombros.
- Porque ela é minha amiga... - Eu disse. Era verdade.
- Ta, se você não gosta dela porque você não sai mais de casa? - agora era quem perguntava.
- Porque... – Pensei. - Ando indisposto! - Eu disse. rolou os olhos.
- Se você não gosta dela, porque ficou estressadinho só porque ela estava brincando com o ? - perguntou.
- Vai se foder, eu não fiquei estressadinho porra nenhuma porque ela brincou com o ! - Eu disse, ficando nervoso.
Como assim? Além de querer colocarem na minha cabeça que eu gosto da , vão querer me fazer acreditar que eu tenho crise de ciúmes por ela? Me poupe, cara!
- Gente, o jantar está na mesa! - disse, aparecendo na sala. Fui o primeiro a levantar.
Espero de verdade, que esse assunto não ‘volte’ hoje. Hoje é Natal e eu quero me divertir. É, esse assunto me irrita!
Fomos todos à sala, e a terminava de colocar os pratos na mesa.
- Se alguma coisa estiver ruim, foi culpa do ! - disse e deu a língua para ela.
- Esse vai ser o melhor Peru da vida de vocês! - disse.
- Desde quando você cozinha, ? - Eu perguntei.
- Ah, eu sempre cozinhei! - Ele disse sorridente. Nos servimos e começamos a comer.
É, tinha mesmo caprichado. Tinha peru, tender com molho de abacaxi, salmão com brócolis...
- Onde você encomendou esse rango, ? - perguntou, servindo-se de vinho.
- Ah, uma cozinheira aí... - Ele disse rindo.
- Você pegou a cozinheira, seu cachorro? - gritou e ficou vermelho. Começamos a gargalhar.
- Você pegou uma velha, ? - Eu perguntei, enquanto comia.
- Ela não era velha! Foi assim, eu achei o telefone dela na agenda da minha mãe, quando eu vi como ela era... Eu fiz sala, oras... - contava, gesticulando. - Ela era boa, dude! - Começamos a rir, todo mundo.
- Quantos anos? - perguntou.
- Não perguntei... Cerca de uns trinta... - Ele disse. - Cara, mulheres mais velhas têm experiência... E QUE Experiência... - disse com um sorriso pervertido.
- ! Ainda estamos aqui! - disse, apontando para , que ria.
- AH, Tampem os ouvidos! - Ele disse. - Continuando... Cara... Vocês precisam pegar mulheres mais velhas... - disse rindo.
- Deve ser legal... - disse e jogou um garfo em .
- Repete isso, ! - disse, com um olhar de serial killer. Eu comecei a gargalhar.
- Desculpa, amor... - disse à , que fechou a cara.
Todos estavam gargalhando, até que se levantou do nada.
- Vocês não transaram na mesa não, né? - Ele perguntou preocupado. Todo mundo se levantou também, inclusive eu. Não me agüentava, eu estava quase sentando no chão de tanto que eu ria.
- Não... Foi só no sofá e na minha cama... - disse.
- Droga, eu sentei no seu sofá! - disse, sentando na mesa. deu de ombros, rindo.
- , porra, perdeu a graça! - me censurou.
- Ah, foi engraçado a cara que o fez... - Eu disse.
- Foi nada... - disse, servindo-se de salmão. - Eu fiquei realmente preocupado...
- , você já pegou suas empregadas? - perguntou.
- Porra, somos meninas! Dá pra vocês comentarem sobre a vida sexual inusitada de vocês, depois? - perguntou séria. Eu não tive vontade de rir dessa vez.
- Desculpa, ... - disse e ela deu de ombros.
Chegamos ao fim do jantar - ficamos esperando o lerdo do terminar de comer - meia hora depois, e faltavam apenas quinze minutos para a meia noite.
- Pega o vinho... - disse, enquanto ia para o sofá. Eu peguei o vinho e todos foram para a sala, menos a .
- Só pra constar... Eu não trouxe seu presente... Eu vou te dar em casa... - Ela disse sorrindo.
Sabe, o assunto ‘ gostando da ’ me irrita, mas quando eu estou com ela, é como se eu ficasse idiota de uma hora pra outra. Sério! Eu não consigo olhar para nada, além dela, não consigo prestar atenção em qualquer outra coisa a não ser nela.
Eu já disse, eu curto a !
- Eu também não! - Eu disse, abraçando-a pela cintura e encostando-a na mesa. levou a mão na minha nuca e eu colei nossos corpos, começando a beijá-la.
Suas mãos não se decidiam se ficavam nas minhas costas ou na minha nuca, e as minhas não se decidiam entre suas costas ou seu quadril.
- , porra! Dá pra vim logo? - Adivinhem quem gritou? Exato, !
e eu partimos o beijo e sorrimos. É algo automático, sempre sorrimos juntos...
Fomos para a sala e começamos a beber.
Só pra constar - gostei de falar ‘só pra constar!’ usarei isso mais vezes! - Não tinha ninguém no sofá, todos estavam no chão, apenas estava no sofá.
A sentou ao meu lado e eu a abracei pela cintura.
- Falta cinco minutos... - disse alegre.
- Isso tudo é vontade de abrir os presentes, ? - perguntou e a deu o dedo do meio.
- Esse é o primeiro Natal que passamos juntos... - disse.
- É... Sempre viajávamos no Natal... - Eu disse.
- Que coisa mais gay! - disse rindo. - Estamos parecendo meninas adolescentes do ensino médio!
- Vai se danar, ! - disse, jogando uma almofada em . Eu ri ao ver a almofada acertar o meio da cara do . Foi engraçado mesmo!
- UHUUULL! É NATAAAL! - berrou, subindo no sofá. - Ah, merda! - Ela disse, descendo do sofá. Eu comecei a gargalhar, ao ver a cara de nojo que ela fez.
- Feliz Natal! - pulou no meu pescoço. Essas crises gays realmente me assustam!
- Feliz Natal, ! - Eu disse, dando um pedala nele.
- , Feliz Natal, bicha! - disse rindo, me abraçando.
- Feliz Natal, gazela! - Eu disse rindo.
- ! - disse, pulando no meu pescoço do mesmo jeito que o . - Feliz Natal!
- Feliz Natal, Sra. ! - Eu disse rindo e ela sorriu também.
- ! - abriu os braços.
- Feliz Natal, maldito! - Eu sou tão carinhoso... sorriu, e foi abraçar a .
- Feliz Natal, ! - Eu disse, abraçando .
- Feliz Natal, ! - Ele disse, me dando um pedala. Acho que as pessoas sentem um certo prazer ao me dar pedalas, não é possível!
Esperei o - É, o maldito - se despedir da , e a abracei com certa força.
- Feliz Natal, ! - Eu disse, dando um selinho nela.
- Feliz Natal, ! - Ela disse, me dando um beijo no canto da boca.
Continuei abraçado com ela, e quando subiu no sofá para falar algo, ela apenas ficou de costas para mim, de modo que eu ainda fiquei abraçado com ela.
- Os presentes! - disse e começamos a troca de presentes.
Quando o viu a boneca inflável com o nome dele, ele já me jogou uma almofada, sabendo que fui eu quem dera. Depois, ele quase deu um ataque quando viu o boné da Hurley.
Ele tem amnésia mesmo, cara! Ele foi comigo na Harrods e tinha vários cartazes dizendo que a Hurley estava em liquidação!
curtiu a camisa da QIX que eu comprei, faltou me dar um beijo por causa do CD do New Found Glory... ficou com os óculos escuros - a meia noite - se achando lindo...
A quase quebrou minhas costelas com o abraço que ela me deu, ao ganhar o CD do The Who.
Eu?
Ganhei um CD do Offspring do , um livro de ‘Como cuidar bem da Casa’ do - O viado não me deu nada que prestasse! -, um DVD do Star Wars da , uma camisa da Atticus do , e um boné da Adidas do .
Ah, a deu uma bolsa para de uma marca famosa... Como que chama... Gucci!, deu uma camisa da Coca Cola para o , que tratou de vesti-la imediatamente, um macaco de pelúcia para o - Pensem em um menino que ficou feliz, é o com o macaco de pelúcia que ganhou da -, ela deu um CD dos Beatles para o e um CD do Scorpions para o .
Ah, e ela ganhou um panda de pelúcia do - É, ela ficou bem feliz também com o urso! -, um CD do Oasis do , uma blusinha da Colcci, acho que é esse o nome, da , um CD do Lustra do e um porta retrato do . é mão de vaca mesmo!
- Gente, eu acho que já vou... Eu ainda quero ganhar o presente da ! - Eu disse. começou a gargalhar. - Idiota, não foi por esse lado! - Eu disse rindo, e a corou. Eu a abracei e deu um sorrisinho. Ignorei. - Estamos indo... Né, ? - Eu perguntei. Seria injusto eu querer ir embora, sendo que ela estava curtindo ficar lá...
- Aham... - Ela disse sorrindo. - Feliz Natal, pessoas, e valeu os presentes!
- De nada, ! Volta sempre aí! - disse, a abraçando apertado. Apertado demais.
se despediu dos outros e eu apenas acenei de longe, eu estava com certa pressa para chegar em casa.
Entramos no carro e a sorriu.
- Eu ‘tô curiosa, ! - Ela disse rindo e eu coloquei a mão na perna dela.
- Calma, não é nada demais... - Eu disse. Não era mesmo! Mas ia desbancar aquele panda horroroso do !
Liguei o som e a colocou o CD do Oasis que tinha acabado de ganhar. Stop Crying Your Heart Out, mais precisamente.
Acelerei um pouco. É, estava realmente com pressa para chegar em casa.

Capítulo 15

- Vai logo, ! - disse, enquanto eu fazia gracinha para abrir a porta. Eu estava com pressa de ir para casa, e não de entrar em casa.
- Calma, ! - Eu disse, de um jeito irritantemente calmo. tomou as chaves da minha mão, e abriu a porta rápido, entrando em casa primeiro. Eu não disse que ela era curiosa?
Acendi as luzes, já estava subindo a escada. Eu ri, e a segui.
- Fica aí! - Ela disse, entrando em seu quarto. Eu entrei no meu, e deixei a porta aberta. Peguei de dentro do guarda-roupas o presente dela. Ou melhor, os presentes. São coisas supérfluas, mas que eu acho que ela vai gostar!
- Pronto! Quem começa? - Ela disse, entrando no meu quarto, e fechando a porta por causa do frio.
- Você! - Eu disse, colocando o pacote atrás de mim. sorriu e sentou na cama, ficando em ‘pose de índio’ defronte a mim.
- Esse é o primeiro! - Ela disse, me entregando uma caixa. Acho que eu parecia uma criança, pois não tomei o mínimo de cuidado com o embrulho, que estava delicadamente embrulhado. Comecei a rir, quando vi o que ela tinha me dado.
- Um boneco do Homem Aranha! - Eu disse rindo.
- É, pra você nunca mais jogar na minha cara que eu estragava os seus brinquedos! - Ela disse sorrindo. Não pude deixar de sorrir e a beijar. Foi o beijo mais longo da minha vida, eu tenho certeza! Mas foi um dos melhores.
- Eu adorei! - Eu disse, tirando o Homem Aranha da caixa. É verdade, eu tinha adorado, cara! Não me chamem de criança, mas... Homem Aranha é Homem Aranha, certo?
- Agora é minha vez... - Eu disse.
- Não, não acabou! - Ela disse, eu dei de ombros.
- Mesmo assim, eu quero dar o meu! - Eu sorri e peguei um dos pacotes atrás de mim. - Isso porque uma vez, não sei se você lembra... Você comentou comigo que amava ele...
- , não dá pra colocar o Adam Brody dentro de uma caixa! - Ela disse rindo. HA HÁ, A tem que virar comediante.
- Sem graça! - Eu disse. Ela sorriu, me deu um selinho e pegou o pacote, que eu estendi a ela. abriu do mesmo jeito que eu, sem piedade do pobre embrulho.
- EU NÃO ACREDITO! - Ela disse, se jogando em cima de mim, e me abraçando. Eu não disse que desbancaria o panda feioso do ?
- Um ‘Burro’ de pelúcia! - Ela disse, pegando o Burro do Shrek que eu tinha comprado. É, eu lembrei que ela disse que gostava do Burro!
- É, você me disse que gostava... - Eu disse, sorrindo.
- Como você lembrou? - Ela perguntou, e eu apenas sorri.
Não me perguntem como me lembrei. Às vezes, forças ninjas brotam em minha mente. Sim, eu acho que ninjas tem forças fodas na mente!
- Ah, eu amei mesmo, ! - Ela disse, abraçando o Burro. Eu não disse? Hãn? Desbancou legal o Panda do ! Loser!
- Agora, eu vou te dar o sério... - Ela disse, tirando de dentro do casaco, um pacote bem menor. Na verdade, me parecia uma caixinha, dessas que se guardam alianças, sabe? Mas não, não era anel.
Sorri bobo quando vi uma palheta feita de pingente em uma correntinha, colar, ou sei lá como se fala... Só sei que eu curti cara, de verdade! Não demorei a colocar no meu pescoço.
- Cara, eu curti mesmo! - Eu disse, sorrindo.
- Eu sei que nem pode ser considerado presente mas... Eu achei tão legal o fato de você tocar... E também, eu nem tive tempo pra comprar alguma coisa decente... - A dizia, e eu dei um selinho nela.
- De boa, o Homem Aranha, e essa palheta foram meus melhores presentes! - Eu disse rindo.
- Você não existe, ok? - Ela disse rindo.
- Pois bem, eu também comprei outro! - Eu disse. - Ou melhor, outros...
- Ah, eu só comprei o Homem Aranha... - Ela disse sorrindo. Eu apenas ri, e dei a ela os dois pacotes menores.
- Ah, , você não existe! - Ela disse, olhando o CD. - É o Palm Trees and Power Lines! - Ela começou com um mini ataque. - AH! - Ela me abraçou apertado, e me deu um beijo. É, e que beijo, diga-se de passagem.
- Abre o outro! - Eu disse, assim que partimos o beijo. Ela sorriu, e viu o livro que eu tinha comprado.
- Nossa... É o ‘Guia do Cineasta’ do Mark Howlles! Não acredito... , você é o máximo! - Ela disse sorridente. Eu sei, eu sou foda!
- Agora, podíamos bem que deixar esses presentes de lado, né? - Eu disse, com minha maior cara de cachorro. A sorriu e corou, eu não liguei.
Coloquei os presentes em cima da estante, e voltei para a cama.
- Coloca meu CD? - Ela pediu, e eu sorri. Coloquei o CD do Sugarcult, e começou a tocar Worst December.
- Eu adorei tudo, ! De verdade... - A disse, assim que eu me deitei ao lado dela.
- Eu também! - Eu disse, me virando de lado, ficando defronte a ela. - Sabe, eu amei a palheta dude, mas o Homem Aranha é insuperável! - Ela sorriu.
- Eu amo Sugarcult, mas o Burro... - Ela disse rindo e me deu um beijo.
Foi rápido, ela mal começou a me beijar e eu já fiquei por cima dela. Não me chamem de apressado, mas é que é impossível você beijar a e não ter segundas intenções...
Eu beijava seu pescoço, e deixava marcas nele. Ela mordia meu ombro, pescoço... E a cada mordida, eu me arrepiava.
me ajudou a tirar seu casaco, e eu, subia sua saia, passando minhas mãos em suas pernas.
Enquanto uma de minhas mãos passeavam pelas pernas e quadril da , a outra, subia sua blusa.
Eu sei que isso soa meio ‘virgem desesperado’ mas não é assim! A desabotoava minha camisa com certa precisão, e eu, finalmente tirei sua blusa.
Comecei a beijar seu pescoço novamente, e agora, descia para seu colo, e minhas mãos, massageavam suas costas. Ela tirou minha camisa, sem se importar com os botões que ainda não foram desabotoados, e minha calça, ela tentava tirar com os pés. A ajudei com as calças.
O clima em Londres era de mais ou menos 6º, mas no meu quarto, acho que ultrapassava os 40!
Agora, eu beijava a barriga dela, que contraía toda vez que eu encostava minha boca nela. Era bom!
Tirei sua saia, a minhas mãos agora estavam na barra de sua calcinha. Em um movimento rápido, tirou minhas boxers, e eu, lutava com o maldito fecho de sutiã. Odeio fechos de sutiã.
Ela mesma tirou seu sutiã, sem deixar de me beijar.
Eu, tirei sua calcinha, e comecei a dar chupões pelo seu pescoço, e descer para sua barriga.
Abri a gaveta do criado mudo, e peguei o preservativo. Eu mesmo o coloquei.
Minutos depois (leia-se: muitos minutos depois, já que eu sou foda nisso!) eu despejei o peso do meu corpo sobre o dela. Respirávamos ofegantes, e eu a olhei sorrindo.
- De novo? - Eu perguntei, mordendo seu lábio. Ela sorriu e fez que sim com a cabeça.
Eu sorri, e comecei a beijá-la novamente.

Dessa vez, nenhum de nós dormimos. Deslizei para o lado dela e ela se aconchegou no meu peito. Não dormimos, ficamos olhando um para o outro.
Se fosse com qualquer outra garota, ou eu teria ido embora - porque eu nunca levo garotas na minha casa - ou eu estaria babando do outro lado da cama.
Com a era diferente, embora eu mesmo não soubesse o porquê.
Dei um selinho nela, que sorriu.
- ... - Ela me chamou, agora, fechando os olhos.
- Hm... - Eu disse, não estava com muita ‘força’ (?) pra ficar falando. É, meu filho, é bom mas cansa!
- De verdade... Eu ‘tô curtindo ficar contigo... - Ela disse, e eu sorri involuntariamente. Minha sorte, é que estava tudo escuro, porque se ela visse a cara de idiota que eu acabei de fazer.
- Eu também... - Eu disse. Era a mais pura verdade, certo?
Ela sorriu, ficou de costas para mim, e eu a abracei pela cintura, colando nossos corpos. Agora sim, pegamos em um sono pesado, não nos preocupando em deixar o rádio ligado. Eu gostava de dormir com música.

Acordei mais ou menos três horas da tarde, não consegui enxergar a hora. Olhei para o lado, e vi que a já tinha levantado.
Coloquei minhas boxers, e uma camisa do Red Hot Chili Peppers, que estava esquecida no fundo do guarda-roupas. Fiz toda a minha higiene matinal, e fui para sala, onde estava sentada, com um pote de sorvete.
- Feliz Natal! - Eu disse rindo, sentando ao lado dela, e dando um beijo no seu pescoço.
- Feliz Natal! - Ela sorriu de lado.
Não, dessa vez a não estava com minha camisa, e sim, com uma de suas boxers - que ela me disse que usava para dormir - e uma blusa justa.
Ficamos assistindo Final Fantasy que estava passando. A se empolgou quando tocou Papa Roach. O telefone tocou, atrapalhando totalmente o nosso momento ‘Final Fantasy’, e eu atendi. voltou com o seu sorvete.
- Alô? - Eu disse, fazendo sinal para deitar no meu colo, entre minhas pernas.
- ? - Uma voz que eu não reconhecia, disse do outro lado da linha.
- Sou eu... Quem fala? - Eu perguntei.
- Sou eu, a Lyzzie! - A mulher disse. Ah, lembrei! Lyzzie, mãe da !
- Oi, tia, tudo bom? - Eu perguntei. Sim, eu chamo a Lyzzie e o Mark de ‘tios’ desde criança.
- Tudo ótimo, querido, e com você? - A mãe da disse.
- Também, quer falar com a , né? - Eu perguntei, embora soubesse a resposta.
- Quero sim! Aliás, Feliz Natal, meu bem!
- Obrigado, pra vocês também!... Ah, eu vou chamar! - Eu disse, tampando a parte inferior do telefone. - , sua mãe! - Eu disse baixo, e entreguei o telefone à .
Elas conversaram durante alguns minutos, e eu, fiquei prestando atenção na televisão. É, eu não prestei atenção na conversa delas.
me deu o telefone, e eu coloquei-o na base.
- Minha mãe mandou Feliz Natal pra você...
- Ah, manda outro pra ela! - Eu disse rindo. sorriu.
Estava passando propaganda de Milk Shakes pra emagrecer, e a continuava com seu sorvete.
- Sabe, eu ‘tô preocupada... - disse. Com o quê? Será que ela ‘tava grávida? Ta, eu paro com meu ataque de diva.
- Com o quê? - Eu perguntei.
- Faculdade... Já faz um tempinho que eu fiz a prova, e eles ainda não me ligaram... - disse, agora, raspando a colher no fundo do pote.
- Calma, ! Tu foi bem, e eles vão te ligar! Não esquece que estamos em ‘Natal, Ano Novo’! - Eu disse, tentando confortá-la. sorriu, e mais uma vez, o telefone tocou.
Natal é uma merda por causa disso. Telefones! Em Natal e Ano Novo, telefones nunca param.
- Alô... - Eu atendi novamente.
- , querido, sou eu de novo... - Era a tia Lyzzie. - Passa pra novamente?
- Claro, tia, já vai! - Eu disse, passando o telefone para . Novamente elas conversaram. Dessa vez, demoraram mais.
Eu, como um bom moço, fiquei prestando a atenção no comercial de “Granja de Galinhas do Dagoberto” ao invés da conversa dela. Mais uma vez, a passou o telefone, eu coloquei-o na base. saiu do meu ‘colo’ e sentou-se virada para mim.
- Eu vou ter que passar o Ano Novo em Harrow... - disse. Não me perguntem porquê, mas eu fiquei com ‘raiva’ da tia Lyz!
- Sério? - Perguntei, embora soubesse muito bem a resposta.
- Sério! - Ela disse um pouco animada. É, um pouco. - Vou pra lá amanhã... E volto no dia dois de janeiro! - Ela me dizia, subindo as escadas. Eu fui atrás dela.
- Como assim, tão rápido? Me conta essa história? - Eu pedi, enquanto ela tirava algumas roupas do armário e começava a fazer as malas.
- Minha mãe quer que eu passe o fim de ano com ela, e já até comprou os bilhetes para Harrow, amanhã bem cedo...
- Hum... - Eu disse, olhando para baixo. A continuava arrumando suas malas, e eu sentei na cama e fiquei a olhando.
- Tu vai me levar amanhã na Estação, né? - Ela me perguntou, sorrindo de lado.
- Claro... - Eu disse, sorrindo. É, passaria o Ano Novo sozinho. Ta, não seria sozinho, mas eu estou acostumado com a aqui em casa, certo? Não estou fazendo drama nenhum, eu simplesmente estou dizendo que ficará estranho sem a .
terminou de colocar mais algumas roupas na mala, deixou o iPod carregando no PC, e sentou ao meu lado pegando o ‘Burro’ e colocando-o em seu colo.
- Cara, eu estava com saudades de Harrow! - Ela disse, sorrindo. Eu sorri ao ver ela sorrir. Coisa gay.
- Me dá o número do seu celular... - Eu disse do nada. sorriu, pegou o meu celular e marcou seu número na minha agenda.
- Desnaturado, mora comigo e nem tem meu número! - disse rindo.
- E você tem o meu? - Eu perguntei. Ela deu de ombros e riu.
- Eu ‘tô com fome... - Ela disse, deixando o Burro na cama, e saindo do quarto. Eu fui atrás.
Eu me sinto um cachorrinho, se a vai pra sala, eu vou atrás, se ela vai pro quarto, eu vou junto. Eu ‘tô ficando muito gay pro meu gosto!
Fomos até a cozinha, e a começou a fazer miojo.
- Legal, enquanto famílias normais comem comidas natalinas, comeremos miojo! - Ela disse rindo.
- Ah, miojo é a melhor comida do mundo, ok? - Eu disse rindo, jogando mais um pacote para que ela fizesse.
Fiquei vendo-a fazer os miojos, já pensando como, onde e com quem passaria o Ano Novo. É, porque até então, eu estava achando que passaria com a . Ridículo.
terminou de fazer os miojos, e comemos.
É, ela estava alegre, e isso, qualquer (leia-se: idiota) percebe.
É, eu entendo, eu também ficaria alegre em voltar para casa. Tudo bem que não faz nem um mês direito que ela está aqui, mas... É, eu mesmo estou com saudades da minha mãe.
Depois que ‘almoçamos’ - se é que miojo pode ser considerado almoço - fomos para a sala, voltar para nossa vida sedentária.
- ... - disse, depois de minutos em silêncio. É, estávamos concentrados em ‘Os Padrinhos Mágicos’.
- Oi... - Eu disse. Natal me deixa deprimido, eu acho... Principalmente quando sua mãe te abandona, e a única companhia que você tem vai embora.
Eu sei muito bem que a não vai embora, que ela volta, agora minha mãe... Me trocou por um coroa cheio da grana. Um a zero pra ela!
- Me leva para o Richmond Park? Eu prometi a Jenny que mostraria fotos do Park... - disse sorrindo. Eu sorri e baguncei seu cabelo.
- Claro... Só vou me trocar! - Eu disse, saindo da sala e indo para o meu quarto. fez o mesmo.
É, hoje está MUITO frio, então, como vamos a um parque, eu vou ter que usar casaco. Eu gosto de frio, por incrível que pareça! Frio, neve... Eu curto Londres e seu clima! Falou aí “O Patriota”.
Coloquei uma calça jeans, all star - eu sei que ninguém ficou surpreso -, um moletom da Adidas, um casaco por cima e minhas luvas. Sim, estava nevando, e eu sinto muito frio nas mãos.
Saí do meu quarto, e a ainda se arrumava.
- ... - Eu bati na porta.
- Já ‘tô indo... - Ela disse, já abrindo a porta.
não estava muito diferente de mim, ela também usava calça jeans, all star, uma blusinha roxa, um casaco maior que ela, cachecol e também luvas. Ah, ela usava uma touca também!
- Vamos? - Eu disse, dando o braço a ela. Eu dei risada de mim mesmo.
- Vamos! - Ela me deu o braço, e descemos as escadas correndo.
Saímos de casa, e a neve caía, sem contar que a cidade inteira estava forrada por aquele tapete branco, que dez a cada onze pessoas adora. Amo neve, cara!
Entramos no carro, e eu segui para o Richmond Park, que não ficava muito longe de casa.

Capítulo 16

- Droga, eu não tirei nenhuma foto de Londres... - disse, enquanto olhava as fotos de sua câmera.
- Não seja por isso! - Eu disse, tomando a câmera dela e me afastando - Faz uma pose aí! - riu. - Vai logo, droga! - Eu disse, dando zoom na câmera. sorriu, e fez tipo ‘V’ com os dedos, saca? Tirei a foto. Incrível como ela consegue ficar linda nas fotos.
- Outra! - Eu disse. - Vai perto daquele banco e senta! - Eu estava me sentindo O fotografo. sorriu, e sentou no banco. Ela mostrou a língua, e eu tirei a foto.
Preciso mesmo dizer que ela ficou linda na foto? Mesmo fazendo careta!
levantou do banco, e veio ao meu lado.
- Eu quero uma foto sua, com certeza minha mãe vai querer ver o ‘pequeno’ ! - Ela disse rindo, pegando a câmera e a erguendo, de modo que ela tiraria a foto de cima.
Eu sorri, e beijei a bochecha dela, para que tirasse a foto desse jeito.
- Tem certeza que vai ser assim? - Ela perguntou, e eu fiz que ‘sim’ com o polegar.
Eu não podia falar, estava com os lábios colados no rosto dela, certo? Ela tirou a foto, e eu sorri.
- Ficou linda! - Ela disse, vendo a foto.
- Tu ficou linda, quase não dá pra me ver! - Eu disse rindo.
- Cala a boca! - Ela me deu um pedala e se afastou com a câmera. – Agora, eu quero uma foto só sua! - disse.
- Ah, eu não gosto de tirar fotos... - Eu disse, chegando mais perto dela, e indo com a mão direcionada a lente da câmera.
- Por favor, ! - pediu sorrindo. O que a não pede rindo, que o idiota aqui, não faz chorando? Ta, eu fui dramático, mas vocês me entenderam!
Sentei no chão, encostado em uma árvore, e tentei dar sorrisinho. Odeio fotos. Não consegui dar sorrisinho, então, fiz careta. Caretas são legais!
- Ficou lindo! - disse, vindo até mim e me mostrando a foto. Eu fiquei horrível.
- Ah, apaga! - Eu disse.
- Que apaga, menino! - Ela me deu um selinho. - Ficou lindo! - Eu não fiquei lindo, eu sou lindo! É, eu pensei em dizer isso, mas optei por ficar de boca fechada.
- Agora, vamos fazer um boneco de neve! - disse. Acho que a não teve infância. Eu sei que com oito, nove anos ela era toda madura e tal, acho que ela está vivendo a infância dela agora!
- Vê se eu tenho cara de quem faz bonecos de neve! - Eu disse, apontando para mim mesmo.
- Tem! - Ela disse rindo, começando a fazer uma bola de neve. Só fiquei olhando. - , larga de ser chato e me ajuda aqui! - Eu dei risada, e não acreditei que eu fui ajudá-la com um boneco de neve. Ridículo ao quadrado.
Começamos a fazer o boneco de neve. Fizemos a base - que era a bola maior - depois, o que seria o ‘tronco’ do boneco, que era uma bola menor, e a cabeça.
Bonecos de neve não são tão simples como se vê em filme, é difícil de fazer! Até você conseguir deixar a bola dura - Credo, como essa frase soou mal! [N/A: Mih e sua mente pervertida xD] - Você tem que mover o gelo... Isso não é fácil!
Finalmente terminamos o boneco, fizemos pedrinhas como olhos, o nariz foi um graveto, e ainda colocamos um cigarro na boca dele. Eu não fumo freqüentemente, mas geralmente, ando com maços de cigarro nos bolsos.
- Ele precisa de um nome! - disse, olhando sorrindo para o boneco.
É, ficou legal mesmo! Esse cigarro na boca ficou parecendo com o boneco malvado do ‘DONKY KONGIE’ sabe? [N/A: Eu amava DONKIE KONGIE ~ e eu não lembro como escreve ;;']
- Larry! - Eu disse.
- Não, Larry é gay! - A disse. - Jeffrey! - Ela disse rindo.
- Jeffrey é nome de mordomo! - Eu disse rindo.
- Foda-se! Ele combina com Jeffrey! - Ela disse rindo, me entregando a câmera. - Tira uma foto minha e do Jeff. - Dei risada, e me afastei para poder tirar a foto.
Ficou engraçada, porque ela meio que ‘pegava’ na ‘bunda’ do boneco. É, a tem uma mente fértil!
- Agora vem aqui, ! - Ela chamou. Eu fui.
- Vai, uma foto minha, sua e do Jeff! - disse rindo, esticando o braço direito com a câmera, e sorrindo. Eu fiquei atrás dela e a abracei pela cintura.
- Fala ‘X’! - Ela disse rindo. Eu fiz minha maior cara de ‘X’. Ficou engraçado.
- Minha mãe vai pensar que temos um caso ao ver essas fotos! - disse rindo.
- E não temos? - Eu perguntei rindo. Ta, não temos caso algum, apenas nos beijamos e algo mais. Mas caso é meio que compromisso, e não temos compromisso algum. Certo? Certo!
- Besta! - disse, me dando um tapa.
Sentamos no banco, e ficamos olhando o parque, anormalmente branco pela neve. Não tinha ninguém ali, estava totalmente deserto - talvez fosse pelo fato de ser Natal, e de estar muito frio -. Abracei pelos ombros, e ficamos olhando a rua.
- , vamos? Eu ‘tô com frio e aliás... Está escurecendo... - pediu.
- Aham... - Eu disse levantando. sorriu, e pulou nas minhas costas. Exatamente, pulou nas minhas costas.
- ‘Tá alegre hoje, hein, ! - Eu disse rindo, segurando em suas pernas.
- Pô, hoje é Natal, ! - A disse, segurando em meu pescoço.
Saí correndo com ela nas minhas costas, até o carro. Lógico que antes de chegar no carro eu fiz gracinhas, como girá-la, ou fingir que ia jogá-la. Nada anormal.
Entramos no carro, e eu coloquei o meu CD novo do Green Day. Deixei tocando Jesus of Suburbia, enquanto pegava o caminho para casa.

- Cara, eu ‘tô cansada... - disse, assim que entramos em casa.
- Pode crer! Fazer bonecos de neve cansa! - Eu disse rindo. bocejou, e eu ri. - Já ‘tá com sono? - Eu perguntei.
- Até estou... Mas não durmo antes de comer uma pizza, que por sinal, você vai pedir enquanto eu tomo banho! - Ela disse rindo, indo em direção a escada.
- Eu tenho opção? - Eu perguntei rindo.
- Não! - Ela disse, já subindo as escadas.
Sorri sozinho, e peguei o telefone, ligando para o número que estava no imã de pizzaria, na geladeira. Pedi pizza de camarão, e fiquei esperando a sair do banheiro, no meu quarto.
Assim que ouvi o barulho do chuveiro sendo desligado, peguei minhas roupas - que eu tinha separado - e fui para a porta do banheiro.
- Pronto, , o banheiro é todo seu! - Ela disse rindo, entrando no meu quarto. Exatamente, meu quarto. Ela não dormia mais em seu quarto, e sim no meu.
Sorri, e entrei no banheiro, começando o meu banho. Não, dessa vez eu não cantei no chuveiro, tamanho era meu cansaço e fome. Era uma sensação boa a água quente. Sério, acho que o cara que inventou a maneira de esquentar a água do chuveiro deveria ganhar um prêmio! Pode estar o frio que for, a água quente sempre relaxa, cara!
Ta, eu vou parar com a minha ‘declaração pós banho de água quente’.
Saí do banheiro, e fui direto para o meu quarto, onde assistia TV, debaixo das cobertas.
- A pizza não chegou? - Eu perguntei, deitando ao lado dela, debaixo das cobertas.
- Se tivessem chegado eu estaria comendo, você não acha? - disse rindo, mordendo meu braço. A tem manias estranhas caras! Morder é uma delas!
- Simpática... - Eu ironizei.
- Lerdo... - Ela disse rindo. Assim que me cobri até o queixo, eu ouvi o som da campainha. Se eu não estivesse com muita fome, juro que não atendia!
- Eu atendo! - A disse, saindo. Eu deixei.
Fiquei vendo o que passava na televisão. Estava na MTV, e passava um clipe do Paramore. Eu pago pau pra Hayley, cara!
Ouvi uma conversa lá de baixo e, como eu sou curioso, eu fui até a escada ver com quem a conversava. Vocês ficariam surpresos se eu dissesse que o entregador estava puxando assunto com a ? Eu não fiquei.
- ... - Eu chamei, no pé da escada. O entregador me olhou, falou alguma coisa baixinho, e saiu. - Você conhece? - Eu perguntei. A sorriu.
- De vista... Ele fez prova comigo pra entrar na Universidade... - disse sorrindo, fechando a porta e me mostrando a pizza. Eu cruzei os braços, e a começou a rir. Eu não achei a mínima graça.
subiu a escada - com a pizza na mão -, passou por mim, e entrou novamente no quarto. Fui atrás, o cheiro da pizza estava hipnotizante.
- É, amanhã eu já estou em Harrow! - Ela disse, assim que sentou na cama, e eu, à sua frente.
- Pois é... - Eu disse. - Amanhã já é dia vinte e seis... - Eu peguei uma fatia de pizza, e comecei a comer.
- Se eu for aceita em Cambridge, minhas aulas começarão no dia cinco de janeiro... - contava, pegando um pedaço da pizza, e levando até a boca.
- Já? - Eu perguntei, interessado.
Acho que eu e a nunca conversamos... Quer dizer, conversamos, mas nem tanto.
- Aham! - sorriu. - , posso te fazer uma pergunta? - Eu sorri. A nunca perguntava sobre mim.
- Pode! - Eu disse, terminando meu pedaço de pizza e indo pegar outro. Ela sorriu.
- Tu já gostou de alguém? Quer dizer, não amar... Mas gostar, sabe? - perguntou. Eu ia responder que não, mas pensei por alguns segundos. Amar realmente, eu nunca amei, mas gostar... É, eu nunca gostei de ninguém. Eu acho.
- Não... Acho que não... - Eu disse, sem certeza, embora não me lembrasse de ninguém.
- Hum... - disse, dando mais uma mordida em sua pizza.
- E você? - Eu perguntei. sorriu de lado.
- Ah, antes eu era do tipo que se apaixonava rápido... Hoje, eu sou mais de boa! - disse sorrindo.
- Então, você já gostou de alguém? - Não tinha entendido a resposta.
- Aham. - disse, e eu sorri.
Ficamos um pouco em silêncio, apenas comendo, e ouvindo o clipe do Paramore. Era Conspiracy.
- Então, o ‘impermeável ’ nunca se apaixonou... - Ela disse rindo. - Isso me lembra histórias em quadrinhos... Ou seriados americanos! - disse rindo, e eu fiz o mesmo.
- Ah, não é assim, ok? - Eu disse rindo. Eu não gostava de falar sobre sentimentos. Principalmente, quando o assunto era ‘amor’ ou seus derivados. Eu desconheço totalmente esse tipo de sentimento, e sinceramente, não me interesso nem um pouco em conhecê-los.
- Satisfeita! - A disse, assim que terminou o terceiro pedaço de pizza, deixando a caixinha no canto da cama.
- Eu também! - Eu disse, deitando. deitou ao meu lado, e eu a abracei pelos ombros. Ela mexeu em alguma coisa no celular, e eu olhava.
- Amanhã, eu vou acordar as sete da manhã, se você não quiser acordar... - começou, e eu coloquei meu dedo indicador na sua boca. Ô menina que não pára de falar, cara!
- Eu disse que ia te levar, não disse? - Eu perguntei, e ela fez que sim com a cabeça. – Então, menina! - Eu sorri.
se ajeitou em meus braços, e colocou a cabeça no meu peito.
- Vou dormir... - Ela me deu um selinho. - Boa noite, ! - Eu sorri, e dei um beijo na testa dela.
- Boa noite, !
Ela fechou os olhos, e eu fiquei assistindo o TRL que tinha começado.
É, amanhã voltaria para Harrow, e ficaria lá por dias.

Acordei com o som de alguma sinfonia de Bethoven. É, esse era o despertador do celular da .
Espreguicei-me, e vi que a já estava de pé, tamanha era a animação dela em relação a voltar para casa.
- Bom dia! - Ela disse sorridente.
- Bom dia... - Eu disse, esfregando os olhos.
entrou no banheiro, e eu estava ‘acordando’. Esperei que ela escovasse os dentes e lavasse o rosto para, aí sim, eu entrar no banheiro e fazer a minha higiene matinal.
Quando saí do banheiro - estava muito cedo, então, eu demorei para fazer as coisas -, a já estava arrumada. Acredite, ela é bem rápida.
Peguei a primeira roupa que eu vi pela frente e me vesti, ainda ‘dormindo’. É, eu realmente demoro para acordar.
- , ‘tá tudo bem? - A perguntou me olhando, e eu fiz que sim com a cabeça. Ela sorriu.
- Hum... Malas, iPod, passagens... É, ‘tá tudo certo! - A disse baixinho à si mesma. Eu sorri.
- Vamos? - Perguntei, pegando as chaves do meu carro em cima do criado mudo.
- Vamos! - Ela disse animada. Sorri com a animação dela.
Saímos de casa, e eu cumprimentei minha vizinha velhinha, que eu tenho certeza que me xingou, ao me ver com um cigarro. Não, eu não sou nenhuma chaminé ambulante que fuma logo quando acorda, mas hoje me deu vontade.
Entramos no carro, e a colocou na rádio local. Estava tocando Boyband.
É, o single está bem conhecido, agora, precisamos mesmo é do CD. Já começamos a compor e tal, mas é complicado...
- Olha, eu beijei o dessa banda! - disse rindo, cantando o refrão de Boyband. Eu sorri, e dei partida no carro.
- Pode crer! E o dessa banda ‘tá te levando pra King Cross! - Eu disse rindo. A sorriu, e continuou cantando, até a música terminar e eles anunciarem Westlife.
Mudei de estação. É, não sou nenhum fã de Westlife. [N/A: Não mesmo u-u desculpem as fãs!]
Mal percebi quando cheguei à estação. Estacionei, quase que no mesmo local que da última vez, quando vim buscar a .
Descemos do carro, e seguimos para a plataforma 8. O trem ainda não tinha chegado.
Sentamos no banco, e eu peguei na mão da . É, eu sei que isso é gay. Foda-se.
- O que sua mãe vai pensar ao ver as fotos, hein? - Eu perguntei rindo. também riu.
- Ah, ela vai pensar que nós dois nos pegamos... Ela não vai estar errada, vai? - Ela perguntou rindo, e eu concordei. Eu ia comentar sobre algo aproveitável, quando eu vi o trem se aproximar.
Olhei para , e vi que ela estava animada. É, realmente animada.
Levantei-me, assim que vi ela fazer o mesmo, e fiquei segurando uma de suas malas.
- Bom... Até semana que vem, ! - me olhou sorrindo.
- Até semana que vem, ! - Eu disse sorrindo, a puxando para um beijo.
É, nos beijamos em plena estação, o que eu achei ‘romantiquinho’ demais pro meu gosto. Foi romântico, foi gay... Mas foi legal. É, legal!
- Boa viagem... - Eu disse, assim que partimos o beijo.
- Valeu! - Ela sorriu, e entrou no trem, que já estava com as portas abertas.
Sorri sozinho e dei as costas para a estação, já que eu não consegui ver a dentro do vagão.
O que eu ia fazer agora? Iria passar uns dias na casa do ...
Eu não ia ficar sozinho em casa, ia?

Capítulo 17

Já fazia dois dias que eu havia levado a à estação, e que ela tinha voltado a Harrow.
Durante esses dois dias eu mofei em casa, assistindo desenhos, jogando vídeo game - adquiri um novo vício! - bebendo, fumando... Nada anormal.
Agora, eu estava na frente da casa do , onde eu passaria meus próximos três dias, antes da voltar.
- ! - Eu gritava, enquanto batia na porta. Fazia exatamente meia hora que eu estava parado na frente da casa do apertando a campainha e nada desse viado atender!
Ouvi uma movimentação, vindo de dentro da casa, e desci um degrau, para que ele pudesse abrir a porta.
- ... - me disse com cara de merda. É, pra quem vê sempre feliz, alegre e saltitante, ser atendido por um com cara de merda é bem estranho!
- Porra, que demora pra atender! - Eu disse, entrando na casa dele. Não sou mal educado, vocês já sabem como o é em casa!
- Eu... O que você ‘tá fazendo aqui, ? - me perguntou, com a mão na cintura. Eu ia responder, quando ouvi uma voz feminina chamando , vindo do quarto dele.
- ! Vem logo, meu menino! - Era uma voz de mulher. Comecei a rir. Eu ria tanto, tanto, que eu fui obrigado sentar, tamanha era a minha dor na barriga por rir demais!
- Seu cachorro, você ‘tá com companhia aí? - Eu perguntei rindo, e deu um risinho sarcástico e fez que sim com a cabeça. - É a cozinheira? - Eu perguntei, me matando de rir. Mais uma vez, fez que sim com a cabeça, com o mesmo risinho sarcástico. - SEU TARADO! - Eu gritei, e vi o semblante de uma mulher na porta do quarto de .
- Oh, meu Deus, ! - A mulher gritou entrando correndo no quarto, ao me ver na sala.
Comecei a rir mais ainda. É, a mulher aparentava uns trinta e poucos anos, e era bastante ‘conservada’ se quer saber.
- Obrigado, ! - disse, subindo as escadas correndo.
Continuei rindo, e me sentei no sofá. Levantei ao me lembrar o que havia feito naquele sofá dias atrás.
Fiquei esperando conversar com a ‘cozinheira’ dele, sentado no chão.

- ...Segunda eu já tenho horário... Terça estou livre... - A cozinheira dizia a , enquanto se despediam na porta.
- Ok, Terça! - sorriu, ainda com uma toalha amarrada na cintura.
Eles se despediram com um beijo - nada romântico - e ela foi embora. fechou a porta, e me olhou com um olhar fulminante.
- Agora me fala o que você veio fazer aqui! - Ele disse, nada gentil. Eu dei o meu maior sorriso.
- Eu vim passar uns dias com você! - Eu respondi e me olhou com cara de poucos amigos.
- Brigou com a ? - Ele me perguntou, sentando no sofá.
- Que nada! - Eu disse, ligando sua TV. - Ela foi passar o fim de ano em Harrow, com a família. Aí, eu pensei: “Não vou passar o fim de ano sozinho, vou passar com o meu melhor amigo do mundo inteiro, o .” - Eu consigo ser falso quando quero. , como sofre de carência afetiva, sorriu.
- Eu sou seu melhor amigo? - Ele perguntou. Ingênuo.
- Claro! - Eu afirmei sorrindo. Como eu sou falso. sorriu.
- Então... Esqueça o que você viu aqui, e... Na terça, você faça o favor de sumir daqui, ok? - disse rindo.
- Terça a já ‘tá aqui! - Eu disse. - E já vou voltar pra casa... - deu um sorriso maroto.
- Hey, o que acha de voltarmos aos velhos tempos? Faz tempo que não saímos juntos, e fazemos a ‘rapa’, né? - disse alegre. Ele é muito tarado, estava com uma mulher agora mesmo, e já está querendo sair pra pegar outras! Ele me assusta, cara!
Mas não era nada mal sair pegar algumas meninas... Fazia tempo que eu não ‘beijava outra boca’ sem ser a da . Não que eu sentisse falta. Quero dizer, eu tenho uma fama a zelar, certo?
- Demorou! - Eu disse, colocando na Nickelodeon. - Vamos aonde?
- Na Tesor! - disse, referindo-se a boate mais ‘famosa’ aqui de Londres. [N/A: Tesor na verdade, é uma boate fodona da Alemanha, e não de Londres x-x relevem!]
- Beleza! - Eu disse. - Então, eu vou pegar minhas coisas e volto daqui a pouco, ok?
- Ok... - disse.
Saí da casa, e vi como o céu estava bonito. Eu sei que essa coisa de ficar reparando em como o céu está azul, ou em como os passarinhos voam é gay, mas hoje estava muito bonito! Apesar do puta frio, estava um sol...
Entrei no carro, e liguei o rádio, colocando qualquer coisa do Blink pra ouvir. Reconheci “Always” na hora. Fui cantarolando junto com o Tom Delonge, e parei em um farol, onde tinha um relógio, onde marcavam as horas - não, marcava a distância! (isso foi irônico ok?) - e a temperatura: 10º, e era meio dia e meio.
Assim que o sinal abriu, aumentei o volume e segui para minha casa.

Peguei roupas, comida - nunca se sabe o que se encontra na casa do - CDs, revistas em quadrinhos e meu instrumento.
Peguei meu celular - que até então, estava em casa - e o coloquei no bolso de trás da calça.
Apesar dos 10ºC eu não estava com nem um pouco de frio, então, coloquei o meu casaco no banco traseiro e continuei meu caminho, apenas de camisa. Eu sou estranho, eu sei.

- ...Não, o não curte e Ashlee, ele prefere a Mandy... - conversava no telefone com alguém, quando eu cheguei. É, ele sempre escolheu as ‘minhas garotas’. Uma coisa fazia bem: Escolher garotas.
viu que cheguei, e tampou a parte inferior do telefone.
- Você prefere a Ashlee ruiva, ou a Mandy loira? - perguntou. Eu sorri e pensei.
- Eu enjoei da Mandy... Pode ser a Ashlee! - Eu disse rindo. fez sinal de ‘positivo’, e passou minhas palavras para a pessoa com quem ele conversava. Minutos depois, desligou o telefone.
- Tipo, a Ashlee parece que ‘tá com dor de cabeça... - me disse, fazendo uma típica cara triste. - Mas a Anna está livre!
- Ok, eu curto a Anna! - Eu disse rindo de mim mesmo. - Aliás, a Ashlee... ATCHIIIM! - Eu espirrei forte, e me olhou assustado.
- Credo, ! - Ele disse rindo.
- Vai me dizer que você nunca espirrou! - Eu disse dando de ombros, passando a mão no nariz.
- Eu já espirrei normalmente, mas nunca berrei enquanto espirrava! - disse rindo e eu dei de ombros.
- Vai se foder! - Eu disse. - AAAAAATCHIM! - Mais um espirro.
- ! Dá pra parar? - perguntou, colocando a mão na cintura. Bicha.
- Como se fosse eu que quisesse! - Eu disse, passando mais uma vez a mão no nariz. me olhou preocupado.
- Tipo, eu não queria ser chato, mas seu nariz ‘tá vermelho... - disse rindo. - ‘Tá parecendo a rena do nariz vermelho! - disse rindo. Eu me levantei e olhei no espelho.
É, meu nariz estava muito vermelho, e não exagerou quando disse que eu estava parecendo a tal rena do nariz vermelho.
- Merda... Eu não devia ter ido naquele parque com a ... - Eu disse mais a mim mesmo, do que ao .
- Ah, então você foi ao parque com ela? - perguntou. – Olha, , depois que a mudou, nossa relação ficou abalada, ok? - Ele disse, fingindo ser gay. Comecei a rir.
- Menos, , assim você me assusta! - Eu disse, sentindo que ia espirrar novamente. Segurei o espirro. - Cacete, você tem algum remédio aí? - Eu perguntei, sentindo o nariz começar a querer escorrer. Merda. Ao cubo!
- Tenho... Eu acho... - disse, indo para o quarto da mãe dele. Sentei no sofá. Levantei rápido, assim que me lembrei o que houve nele.
Não sou nojento, mas vocês também não iam querer sentar naquele sofá, ok? Sentei no chão. é pobre, só tem um sofá.
- Oh, tem esse aqui... - disse, me dando um remédio. “COLICLINN - Para cólicas”
- Idiota, eu não ‘tô com cólica, eu estou com começo de gripe! - Eu disse, entregando o remédio para ele.
- É de cólicas? - perguntou rindo. Bati com a palma da minha mão, na minha testa.
- E agora? - Eu perguntei preocupado. Como eu ia sair com o nariz daquele jeito?
- Espera, eu ligo pra minha mãe! - disse, correndo no telefone. Ta, o é idiota. Mas é um bom amigo.

- Ô, Mãe, tudo bom? - dizia no telefone e sim, eu prestava a atenção. - Então, o ‘tá com gripe e... É, ele ‘tá aqui sim... ‘Tá, ele ‘tá bem sim! Mas... Não, mãe, a mãe dele não ‘tá aqui! Voltando... Ele está com gripe, e aqui não tem remédio... Ah, mãe, eu mexi nas suas coisas pra procurar remédio e... ‘Tá, mãe, eu não mexo mais nas suas coisas. O que ele pode tomar pra gripe sarar? CHÁ? - começou a rir. - Da Vó Lucy? - Agora ele gargalhava. – ‘Tá, no armário... Terceira gaveta! Ok! Não, mãe, a tia Molly não ligou... Ok... Outro! Tchau! - desligou o telefone e sorriu. Fiquei com medo daquele sorriso.

- Você vai ter que tomar o chá da Vó Lucy! - disse rindo.
- Que chá? - Eu perguntei.
- O Chá da Vó Lucy, oras! - disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. - Siga-me, little ! - O segui até a cozinha.
olhou na terceira gaveta do armário, e tirou de lá um saquinho cheio de ervas.
- Eu vou fazer pra você! - , o prestativo!
Sentei no sofá, e tentava ao máximo segurar os espirros. Olhava o fazer o chá, e me lembrei claramente de uma dona de casa. Minutos depois, se virou, mostrando o tal chá.
- Olha, o chá é horrível... Mas é tiro e queda! - disse rindo.
- Tiro e queda? Coisa mais ‘minha vó’ - Eu disse rindo.
- É... Mas tem um pequeno detalhe... - disse, coçando a nuca.
- Que detalhe? - Eu perguntei, pegando a xícara das mãos dele. começou a rir. Fiquei na mesma. Ignorei e virei todo o chá de uma só vez.
Pelo que disse, não tinha nada de ruim, se quer saber! Tinha gosto de cravo, canela, hortelã... Era bom até! começou a gargalhar.
- Você quer saber o detalhe? - perguntou.
- Fala, porra! - Eu pedi.
- Tipo, ele é broxante! - disse gargalhando.
- E... - Eu sei que o não gosta do chá...
- Você não entendeu! - gargalhava cada vez mais. - Ele é broxante mesmo! Você não vai poder pegar a Anna, porque você vai ‘falhar’! Ele causa impotência, cara!
COMO ASSIM, CARA?! Que porra de chá é esse?
- COMO ASSIM? - Eu perguntei.
Se eu ‘broxasse’ na frente da menina, o que ela diria de mim? “Ah, o ? Um broxa, menina!”
Já era minha fama de: ? Ah, meu Deus, que homem!”
Comecei a cuspir no chão, nem me importando de estar na cozinha do , que ria cada vez mais.
- Não adianta, ! Amanhã você vai amanhecer bonzinho, mas hoje... O máximo que você pode é dar uns beijos na Anna! - , o maldito, me dizia.
- Desgraçado, por que você não me disse antes? - Eu perguntei, estressado.
- Você não deixou! Eu tentei! - disse rindo. Legal. Não poderei sair. Um a zero para o .
- Pense pelo lado positivo: Amanhã já é dia trinta! - disse. - Você vai poder sair com a Anna na festa de Ano Novo! - me disse sorrindo.
- Ué, amanhã não dá? - Eu perguntei. Maldito, maldito chá da Vó Lucy. Tem que ser parente do !
- Não, o efeito do chá pára 36 horas depois! - disse sorridente. Mil vezes droga!
Ta, eu não estou desesperado pra pegar ninguém, mas, meu, eu estava acostumado a beijar todo dia! E já fazem dois dias que eu não beijo ninguém. Sim, isso foi o meu recorde!
- Então, você não vai sair! - Eu disse. Se eu não ia, também não ia!
- Tudo bem, eu já ‘trabalhei’ hoje! - disse rindo. Idiota.
Voltei para sala e já ia sentar no sofá.
- , pega uma capa de sofá! - Eu mandei. Sim, eu mando!
começou a rir e foi ao quarto da mãe dele. Ai dele se a tia souber que ele anda mexendo nas coisas dela.
voltou com uma capa de zebra para o sofá. Eu mesmo o coloquei e, aí sim, sentei tranqüilo.
- Tem vídeo game aí? - Eu perguntei sorridente.
- Acha que não? - perguntou, mais sorridente ainda. Ele ligou o vídeo game, e passamos o dia todo jogando o jogo do Mickey. Sim, porque o pobre só tinha Super Nintendo. Eu jogava com o Mickey, e ele, com o Pato Donald.

Capítulo 18

- Hey! Os caras virão aqui! disse que precisamos de músicas novas! - disse, assim que eu acordei e fui para a cozinha.
- Ok... - Eu disse sonolento, abrindo a geladeira, e pegando um copo de leite.
Ta, o chá da Vó Lucy é broxante - literalmente -, mas vale a pena! Eu estou muito melhor! Meu nariz nem está vermelho.
Virei o copo de uma vez só, e brincava com os biscoitos em cima da mesa. Criança.
- ‘Tá melhor? - me perguntou rindo. Eu sei muito bom o porquê dele estar rindo. Palhaço.
- Estou, ! - Eu disse sorrindo ironicamente. - E você?
- Eu vou bem, obrigado! - disse rindo. Não consegui não rir. Ele é um garoto feliz, todo mundo sabe disso!
Peguei uma das bolachas que ele estava brincando, e comi, indo para a sala. É, televisão é meu vício. E, sim, eu sou sedentário.
Foi eu sentar minha bunda no sofá, que a maldita campainha dos infernos, tocou. Tudo bem que a casa não é minha e eu não tenho o direito de reclamar, só que eu sei muito bem quem são, e eu não estou nem um pouco afim de escrever. Não hoje.
- , abre a porta! - Eu gritei pra ele. Detalhe: Eu estava na frente da porta.
- Porra, você ta aí na frente! - resmungou, saindo da cozinha. Dei de ombros.
abriu a porta, e eu pude ver claramente , e sorridentes. Mas esse povo gosta de sorrir quando acorda... Eu sou o único que acorda de mau humor. Não me envergonho disso.
- E aí, , firmezinha, ‘cumpadi’ ? - disse rindo, me estendendo a mão.
- Tudo rosa, querida, e com você? - Eu perguntei imitando gay. Ah, não tem como ficar de mau humor com quatro palhaços na sua frente, ok?
- Melhor agora! - disse sentando ao meu lado.
- Hey, cadê a ? - perguntou, assim que me cumprimentou. Se fosse o que tivesse perguntado isso... Eu entenderia!
Ahá, aposto que você pensou que eu diria: “Se fosse o que tivesse perguntado isso, eu tinha dado um soco no meio da cara dele.” ERROU! Parei com o ataque.
- ‘Tá em Harrow! - Eu respondi, cumprimentando .
- Por isso você ‘tá aqui então? - perguntou rindo.
- Não, eu estava com saudades do , fazia tempo que não fazíamos ‘nosso fervinho’. - Eu disse rindo. fez careta.
- Credo, não brinca com isso não! - Ele disse rindo, e eu dei de ombros.
- Depois que o noivou, ele acha que virou homenzinho! - disse rindo. Começamos a rir.
- Eu sempre fui homem, ok? Eu nunca curti esse tipo de brincadeira! - disse, pegando uma almofada e jogando em .
- Ah, você sempre foi o cuzão do grupo! - disse dando de ombros.
- Vai se ferrar! - disse, jogando mais uma almofada.
- ‘Tá vendo! Nem palavrão mais ele fala! - disse rindo, apontando. Começamos a rir ao ver cara que fez.
- Dá pra parar? - perguntou rindo. - Pelo menos eu assumo que gosto de alguém, não sou como certas pessoas! - me lançou um olhar furtivo.
- Não entendi! - Eu disse, fazendo cara de mau.
- Isso não me surpreende mais... - disse, levando a mão na testa.
- Olha quem fala! O mais jumento de todos! - disse.
- Alguém falou com você? - perguntou, colocando a mão na orelha.
- O ! - disse, abraçando . Sério, eu acho mesmo que o e o tem um caso! Um dia, eles sairão do armário, vocês vão ver!
- Parando com a discussão... - se acha o responsável. - Viemos para escrever as músicas do CD, certo? Eu não agüento mais as cobranças desse CD... - Era verdade. Nosso empresário não dava um tempo. Sempre ele cobrava o CD. Pô, tínhamos que aproveitar as férias, certo?
- E você tem alguma idéia? - Eu perguntei. pegou um caderno que estava dentro de sua mochila, e uma caneta.
- Aham! Podemos fazer tipo uma ‘história’, igual fizemos com Eddie’s Song! - dizia. - Podemos fazer, tipo, a menina fodona e os babacas que pagam pau pra ela...
- Losers... - disse baixinho.
- ISSO! - Eu berrei e todos me olharam assustados. É, quando eu tenho idéias, eu me empolgo mesmo. Tudo bem, eu sou cuzão quando acordo. Mas, quando se trata da banda, eu me animo, afinal, é a coisa que eu mais gosto de fazer na vida. Sim, tenho orgulho da minha banda.
- Isso o quê, criatura? - me perguntou. Eu sorri.
- A história que você fez ‘tá ótima! E, podemos fazer, tipo... - Como eu explicaria... - Um grupo de losers, todos gostando da mesma menina...
- É! Tipo uma cidade! - curtiu a idéia. Continuamos pensando.
- LOSERVILLE! - berrou.
- LOSERVILLE! - Eu disse sorrindo, curtindo a idéia. , e também gostaram da idéia.
- Ok, temos o nome do CD! - disse.
- Não! Pode ser... WELCOME TO LOSERVILLE! - Eu disse.
- Boa, ! Welcome to Loserville! Feito! - concordou. Pronto, o CD já tem título e uma música. Sim, passamos um bom tempo fazendo a música.
Ora dava idéias cretinas, ora ele dava idéias realmente boas. Demoramos, mas a música ficou boa. O título é Ticket Outta Loserville. É, adotamos mesmo o Loserville.
Depois, começamos a escrever mais uma. É sempre assim, começamos com as letras, e só depois fazemos as melodias.
- Ah, podemos pegar as músicas que temos prontas também... - disse. - Eddie’s Song, Boyband, Holly, I’m The One...
Ah, Holly foi a primeira namorada do . Ele ficou malzão quando a menina deu um pé nele, por isso a música. - Tem Party’s Over! - Eu disse.
- Já fizemos também Wear Me Down! - disse. - Sick...
- Tem também Slacker! - disse. Slacker, eu curto essa música. Uma das que eu mais curto!
- Ah, acho que é só... Já dá um CD! - Eu disse.
- Não... Ainda precisamos de pelo menos mais uma música... - disse.
- Ao todo são oito músicas, contando com Ticket Outta Loserville! - disse, contando nos dedos.
- Um Cd com oito músicas? - Eu perguntei. - Nem vira... Tem que ter no mínimo dez!
- Concordo! Eu lembro quando comprei o CD do Guns N’ Roses, e só veio oito músicas... Nunca fiquei tão decepcionado... - contava.
- Pois bem, lição de casa! Trabalhar em pelo menos duas músicas novas! - disse. - E também, trabalhar na melodia de Ticket Outta Loserville! Amanhã é festa de ano novo e no dia primeiro... Eu vou à casa da minha sogra... - dizia mais a ele, do que a nós. - Bom, dia dois nos encontramos e fazemos a melodia, ok?
Eu já disse que se acha o responsável? Disse? Pois bem, repito! se acha o responsável.
- Ah... Já são quatro horas da tarde, eu ‘tô com fome... - -esfomeado- disse.
- Concordo! Vamos comer algo? - concordou. Eu acho mesmo que eles têm um caso!
- Sinto muito, mas aqui em casa só tem salgadinho e bolacha... - disse, sorrindo. Acho que ao invés de chamarmos ele de , deveríamos chamá-lo de Sorriso. [N/A: SORRISO! *-* parei.]
- Então, vamos ao McDonald’s... - sugeriu. - Ou em qualquer outro lugar... Eu só não quero é continuar com fome... - Ele disse, passando a mão na barriga.
- Por mim beleza! - disse, pegando a chave do carro.
- Por mim também! - disse, e concordou.
- Então, vamos! - disse, abrindo a porta. Vocês estão vendo como eu tenho opção de escolha aqui.
- Dá pra esperar eu colocar um casaco? - Eu perguntei, olhando minha camisa surrada do Doors, e minha calça de riscas de giz, que geralmente eu uso pra dormir.
- Então vai logo! - disse, me jogando uma almofada.
Subi as escadas, e entrei no quarto do , que estava sendo dividido comigo. Peguei meu moletom do ‘De Volta para o Futuro’, coloquei uma calça um pouco larga, e coloquei meu Vans de caveira. Sim, quando eu quero, eu me troco rápido! [N/A: Eu sei que quem tem a camisa do ‘De Volta para o Futuro’ é o James; caso não perceberam, eu estou colocando roupas de todos os dorks, como a camisa do Bill Elliott - Dave; o estilho do Steve... Okz? ;]
- E o antigo recorde foi batido por novamente! - -engraçadinho- disse sorridente. ‘Tá andando muito com o .
- Quem vem comigo? - Eu perguntei.
- Eu vou! - me ama, cara! Ele não consegue ficar um minuto sem mim!
- Ok... - Eu disse, saindo da casa, sendo seguido pelos outros.
Entramos no carro - e eu -, enquanto , e já davam partida e saiam na frente. Apressadinhos.
Liguei o som e deixei tocando Plain White T’s. Revenge, para ser mais exato.
- Você não me disse que tinha o All That We Needed! - disse, se referindo ao meu CD.
- Eu tenho tanto CD que nem eu mesmo sei quais tenho! - Eu disse rindo, virando a esquina.
Era verdade, meu pai mesmo deixou centenas de LP’s e Cds pra mim! E esses mais novos, eu vou comprando sem ‘ver’. É, eu agradeço por ter uma boa família.
Ao som de Plain White, eu dirigia rumo ao McDonalds, enquanto estava bem à frente.

- Eu quero um McLanche feliz! - disse. Tínhamos sentado ao fundo. Sempre que saíamos juntos para comer alguma coisa, dava merda.
- Toma vergonha na sua cara, ! McLanche Feliz? - Eu perguntei rindo.
- Ow, os bonequinhos do Toy Story são legais! - Ele disse empolgado.
- Eu quero um Big Mac! - disse.
- Dois! - disse à garçonete.
- Três! - Eu disse, erguendo a mão.
- Dois McLanche Feliz! - disse. - Mas eu quero o da Hello Kitty! - Todo mundo olhou para o e começou a rir. Inclusive e garçonete. - Hey! É que a gosta de Hello Kitty, ok? - Ele se justificou.
- Aham... A ! - disse.
- Então são três Big Mac’s e dois Mc Lanche Feliz, certo? - A mocinha perguntou.
- Certo! - disse e ela foi até o balcão.
- Aliás, , cadê a ? - perguntou.
- Na casa da tia dela, vendo o primo que acabou de nascer... - contava, enquanto tomava Coca Cola, que pedimos.
- Amanhã vocês passarão o Ano Novo aonde? - Eu perguntei, também tomando minha Coca.
- A ‘tava querendo que passássemos na praia... Essa coisa romântica e tal... - dizia.
- , você é muito submisso, cara! - disse. - Já percebeu, você só faz as coisas que a quer! Você nunca tem opinião! - rolou os olhos.
- Claro que não! A abriu mão de muitas coisas que ela gostava pra ficar comigo, e esse foi um dos motivos que me levaram a pedi-la em casamento! - dizia. - Aliás, o que ela me pede, eu só faço se a idéia realmente me agradar, ou se for especial pra ela! - Ficamos em silêncio.
- Nossa... - comentou, quebrando o silêncio.
- Nossa o quê? - perguntou irritado.
- Nada, eu ia falar que as minhas batatas fritas estavam frias... - disse rápido, e eu comecei a rir.
- E vocês? - Eu perguntei a , e .
- Praia! Dá muita ‘mina em Ano Novo! - disse. Aposto que essa coisa de ‘mina’ é só fachada. Ele gosta do !
- Praia também! - disse, e concordou.
- Ok, passarei o Ano Novo na praia! - Eu disse. começou a rir.
- Amanhã você pode, não é, ? - -maldito- me perguntou rindo. Eu sei muito bem sobre o que ele se referia!
- Pode o quê? - perguntou.
, nem pense em contar pra eles...
- O tomou o chá da Vó Lucy! - contou rindo. começou a gargalhar.
- VOCÊ TOMOU O CHÁ DA VÓ LUCY! - dizia gritando. Tenho quase certeza de que fiquei azul com bolinhas roxas.
Ao que tudo indica, todos ali sabiam o que o chá da velha safada chamada Lucy que é avó do maldito chamado , provoca. Dei graças a Deus por só os caras saberem. Já pensou se o McDonalds inteiro sabe? Já era minha reputação.
- Como vocês sabem o que o chá provoca? - Eu perguntei baixinho.
- Eu já tomei... - disse rindo. - Quando dormi na casa do , eu tinha bebido demais e achei que o “CHÁ” era Boldo...
- Aí ele foi ter ‘seus momentos’ com a ... E num ia nem com guindaste! - contava rindo. fechou a cara.
- Isso só aconteceu por causa do chá!
- Será? - perguntou rindo.
- Ah, eu tinha um amigo que tomou pílula pra ganhar massa muscular, aí, quando ele foi transar com a namorada dele, ele broxou! - disse rindo. [N/A: Isso é verdade! Baldi que o diga! HDIOSADHOIHIOASHDOIASHDOIHDO]
- Que loser! - Eu disse rindo.
- Ó quem fala! - tinha que fazer graça.
- Pelo menos eu não saí com ninguém, certo? - Eu perguntei. riu.
- Ainda está sob efeito? - Ele perguntou, e eu fiz que sim, discretamente. A mocinha garçonete, trouxe nossos lanches.
- Então você não está dando no coro, ... - disse alto, o que fez a garçonete me olhar com cara de assustada. Lembrem-me de matar o afogado em lava de vulcão, cara!
- Erm... Vocês pegam no caixa! - A moça disse, saindo quase que correndo de perto da gente.
- Ah, , seu filho de uma puta... - Eu disse, indo pra cima dele, direto em seu pescoço.
- Eu vou começar a gritar se você não me soltar! - disse, segurando minha mão.
- Grita! - Eu disse, começando a dar socos na cabeça dele.
- Ta, porra, eu paro! - disse, saindo dos meus braços. - Desgraçado!
- Eu também te amo! - Eu disse seco, começando a comer meu lanche.
Todo mundo estava olhando para nós, e quando eu digo todo mundo, é todo mundo mesmo.
- Gente... Me deu vontade de contar piada... - disse do nada.
- MANDA! - disse empolgado. riu, e arranhou a garganta.
- Em uma festinha de aniversário, o pai pegou um balão para o filho estourar. Qual é o nome do filme? - Eu fiquei pensando. Todos da mesa fizeram o mesmo. - Ninguém sabe? - perguntou. Começamos a rir.
- Não... - disse. Novidade o não saber alguma coisa. No quesito lerdeza, ele só perde pro Jones do McFLY!
começou a rir antes mesmo de concluir a piada. , , e eu olhamos torto para ele.
- Ok! - Ele respirou fundo. - Tó, Estoure! - Ele disse se matando de rir.
- Eu nunca vi esse filme... - disse.
Tó, Estoure? Não me lembro...
- ENTENDI! - Eu disse rindo, finalmente entendendo. - Toy Story! - Eu gargalhava. Eu sei, essa piada é ridícula, mas é engraçada. Sim, eu curto piadas idiotas.
- Eu sei uma! - disse rindo. - Um homem e uma mulher sem braços se casam e tem um bebê. Qual o nome do filme? - Ele perguntou.
- Eu sei! - disse alegre. - NINGUÉM SEGURA ESSE BEBÊ! - Começamos a rir.
- HAHA, como você é engraçadinho, ! - disse emburrado, porque sabia sua piada.
- Ah, não enche, ! - disse rindo.
- Hey, man, que horas são? - Eu perguntei.
- Dez pra seis... - me disse.
- Ok...
- JÁ? - perguntou preocupado. - Cacete, era pra eu ter encontrado com a há cinco minutos! Até amanhã, povo! - disse saindo correndo.
- Eu não disse que ele está submisso? - perguntou rindo.
- Com essa, nós que vamos ter que pagar tudo... - -pão-duro- disse.
- Com essa, eu terei que levar vocês em casa! Quer pior que isso? - Eu perguntei rindo.
- Vão sair hoje? - perguntou.
- Erm... - Eu comecei. - Ainda estou sob efeito da macumba da Vó do ... - Eu disse.
- Vai se foder! Vovó Lucy é um doce! - disse sorrindo, pegando o resto das batatas de .
- Passando fome, ? - Eu perguntei.
- Não, eu só não acho certo desperdiçar comida! - Ele disse rindo.
Ficamos no McDonalds cerca de mais duas horas. Depois, levei e em casa, e finalmente, e eu voltamos.

Peguei meu celular, que estava jogado no sofá desde que eu havia chegado, e vi que tinham cinco chamadas perdidas. Todas da minha mãe que, por sinal, não dava sinal de vida desde antes do Natal. Liguei para ela, quando foi tomar banho.
- Velha! - Eu disse, quando ela atendeu.
- , como assim a vai embora e você nem me avisa, seu desnaturado? - Minha mãe berrava. Cara, eu acho que sou adotado, só pode! Minha mãe se preocupada mais com a do que comigo.
- Ah mãe, eu esqueci... - Eu disse. - Aliás, onde você está? - Eu perguntei. - Você não ia passar o Natal em Genebra e depois voltaria?
- Ah, passaremos o Ano Novo aqui também! - Ela disse. - Bom, quando a voltar, me ligue e avise, ok?
- Ta, mãe... - Eu disse, me jogando no sofá e colocando os pés para cima.
- E você, como está? - Finalmente ela se lembrou que tem um filho!
- Bem... - Eu disse. Não contaria sobre o chá da Vó Lucy. Minha mãe seria capaz de comprar o tal chá, só pra eu nunca mais pegar gripe. Diz ela que eu dou mais trabalho com gripe, do que criança. É, odeio remédios.
- Ok, Matt mandou um abraço! - Minha mãe disse.
- Mande outro! - Eu disse para o ladrão de mães. Sim, eu ainda sou traumatizado com isso.
- Estou saindo, amor. Se cuida! - Amor? Não quero nem pensar o que está acontecendo lá, para minha mãe mudar de humor tão rápido.
- Ok... Beijo, mãe! - Eu disse, antes de desligar o telefone.
- Beijo! - Ela disse, e desligou.
Joguei meu celular na mesinha de centro, e continuava tomando banho. Comecei a assistir ao filme que estava passando na TV, e a pensar na .
Estranho isso, porque, ultimamente, eu ando pensando muito nela, e isso não é normal. Não para mim. Mas eu sei o que é isso...
É que eu me acostumei com a presença dela. Apesar que... Ela volta daqui dois dias... Sim, eu fiquei contente por isso, porque eu prefiro bem mais a companhia da , do que a do . Bem mais.
Esperei terminar seu banho e, depois, fui tomar o meu. Quando terminei, nem voltei para a sala, entrei no quarto e fui dormir. É, eu estava cansado. Deve ser o chá...

Capítulo 19

- , cacete, já são cinco horas da tarde, porra! - me cutucava, enquanto eu dormia.
- E daí? - Eu perguntei, virando para a parede.
- E daí que marcamos às sete horas com os caras na praia! - dizia. Porra, tinha esquecido totalmente da festa de Ano Novo.
- Aposto que foi o chá que me fez dormir tanto... - Eu disse, levantando da cama, e indo para o banheiro.
- Foi mesmo! Agora que você já está ‘no combate’, você vai ter sono! - dizia, do outro lado da porta.
- Eu acho que preferiria continuar com gripe, a ter tomar essa macumba da sua Vó... - Eu disse. Era a mais pura e verdadeira verdade. Dã, se é verdadeira, é verdade. Cara, como eu gosto de pleonasmos!
Fiz toda a minha higiene ‘matinal’ que, na verdade, estava sendo ‘tardial’, e fui para a cozinha comer alguma coisa. veio junto.
- Sabe quem ligou? - disse sorrindo.
- Quem? - Eu perguntei, imaginando que seria minha mãe.
- A Ashlee! - disse sorridente. - Ela e as amigas vão à praia! - Eu sorri.
- Que bom! - Eu disse.
- Isso não foi nenhum pouco animador, ! - disse.
- Ah, eu acabei de acordar, você quer o quê? - Eu perguntei, comendo bolacha. deu de ombros.
- Ah, enquanto você dormia, eu fiz o começo de Ticket Outta Loserville. Depois vê se você gosta!
- Agora! - Eu disse, me levantando. Sim, banda em primeiro lugar!
mostrou-me as notas, esboçadas no papel.
- Vamos tocar e ver como ficou? - Eu perguntei animado.
- Demorou! - disse, indo na frente.
Entramos no quarto, eu peguei meu instrumento e fez o mesmo. Tocamos conforme as notas que fez. E sou obrigado a admitir: Ficou MUITO bom! Até o refrão o fez!
- Pô, a melodia é só essa! Ficou boa, não precisa de mais nada! - Eu disse, achando-a bastante boa.
- Será que os caras vão gostar? - perguntou.
- Com certeza! - Eu disse. É, Ticket Outta Loserville estava feita.
Começamos a ‘ensaiar’ a música, ora ou outra fazendo alguns ajustes. Demorou uma hora mais ou menos, já que a música tem mais ou menos três minutos.
Pra mim, a melodia ficou bastante boa, mas, precisamos da opinião de , e ! - ... Já são seis e vinte e sete, cara! - disse. Merda.
- Vai logo tomar banho, então! - Eu disse, empurrando-o para fora do quarto.
Comecei a olhar as minhas roupas. Cara, isso vai soar menininha, mas eu preciso fazer compras, embora eu odeie! Escolhi um moletom escuro, uma calça jeans clara, e o mesmo Vans de caveira que eu usei ontem.
Esperei o tomar banho - que foi muito rápido, se quer saber! - e entrei no banheiro. Não, eu não cantei no chuveiro, também tomei um banho rápido. Não foi tão rápido quanto o do , mas foi rápido também.
Arrumei meu cabelo, para parecer que acabei de acordar. É, eu arrumo o meu cabelo. Ou melhor, ‘bagunço’.
- Vamos? - perguntou sorridente. sorridente? Oh, que novidade.
- Aham! - Eu disse, pegando meu celular, colocando-o no bolso e saindo de casa.

O trânsito estava um inferno. Sério mesmo! Acho que nunca peguei um trânsito como esse!
- OH, MEU FILHO, SAI DA FRENTE! - gritou, ele estava no banco do carona. Estávamos ouvindo The Click Five - Headlight Disco - no último volume.
- COMPROU CARTEIRA, SEU MALDITO! - Eu berrei, quando um motociclista passou, quase arranhando o meu carro.
Ta, meu carro não é nenhum ‘possante fodão’ mas eu gosto dele.
Aos poucos, o trânsito melhorava, até que finalmente eu pude seguir para a praia. A essa altura, já estava escuro.
O celular do começou a tocar.
- Já estamos chegando! - Ele disse, ao ver o nome do no visor. - Aham... O trânsito ‘tá um inferno... OK. - E desligou o telefone. - Eles já estão lá... - disse. Como se eu não soubesse.
Acelerei, e peguei todos os atalhos até a praia. Quinze minutos depois, estávamos lá.
Agora, havia outro problema: Onde estacionar. A praia estava muito cheia, não tinha vagas nos estacionamentos, então, fui obrigado a estacionar a duas quadras da praia.
- Nunca mais passo a virada do ano em praias... - Eu dizia, enquanto caminhávamos.
- Vai valer a pena... Pelo menos a Taylor vai fazer valer a pena... - dizia rindo.
- Ué, a Ashlee não era pra você? - Eu perguntei. Sim, temos um pequeno ‘rodízio’ de mulheres.
- Aham! Eu estou falando pra você! - Ele disse e eu sorri.
Taylor era boa. Era ruiva, e tinha os cabelos ondulados até as costas. Já saímos algumas vezes, mas nunca ficamos. Ela não era muito alta, e tinha ‘tudo no lugar’. Nada sobrando, nada faltando.
- A praia... - disse, quando avistamos aquela multidão.
É, uma coisa eu não posso negar, é que, apesar de estar um pouco frio, a praia estava maravilhosa à noite, e, naquele momento, o que menos importava era a temperatura.
Ligamos para , para nos encontrar defronte o quiosque 69 - número suspeito hein? - e ali ficamos, esperando.
- Eu já disse que amo festas de Ano Novo? - disse sorrindo bobo.
- Eu também! - Eu disse sorrindo. - Em Harrow tem praia? - Eu perguntei.
- Não sei, vê se eu tenho cara de guia turístico! - disse. - Querendo saber da ? - ... Ele acha mesmo que é íntimo. E, sim, eu estava mesmo querendo saber como ela passaria o Ano Novo. Se bem que... No dia seguinte ela já voltaria.
- Até que enfim! - gritou, quando nos achou. estava a seu lado, como de praxe.
- Que bonitinho, vocês estão todos de branco! - Eu disse rindo, ao ver , e de branco.
- Ah, não enche! - disse rindo. - Cadê a ? - Ela perguntou.
- Em Harrow! - Eu disse, olhando a minha volta.
- Ahm... Hey, vamos beber! Aliás, ‘tá tendo uma banda aí... Vai tocar até a hora da virada... - disse.
- Que banda? - Eu perguntei.
- Ah, eu não sei o nome não, só sei que é banda cover... - Ele disse.
- Cover é bom... Toca várias músicas diferentes... - disse. Aham! Eu também curto...
- Então vamos? - Eu perguntei, indo para perto do palco.
- Vamos... - Eles disseram, me seguindo.
Passamos por vários conhecidos, acho que Londres inteira estava naquela praia. Encontrei com o Charlie e o Matt - não, eles não estavam juntos -, encontrei os caras do McFLY, encontrei os outros do FightStar... Aliás, encontrei com a Ashlee e a Taylor.
- Hey, ! - Ashlee chegou sorridente, falando com . não gosta delas. Assim que Ashlee abriu a boca, fechou a cara.
- Hey, Ashlee! - disse, a abraçando apertado. - Como você ‘tá?
- Muito bem! - Ela piscou. - E você?
- Melhor ainda! - disse sorrindo. - Cadê a Taylor? - Ele perguntou. Amo o . Eu não queria passar o Reveillon sozinho, certo?
está com a , com o ... Ta, eu vou parar de zoar com os dois. e a Ashlee, ainda se a estivesse aqui...
- Está vindo! - Ashlee apontou para Taylor, que tentava passar pelo tumulto de pessoas, com dois copos nas mãos.
- Oi, ! - Taylor disse sorrindo, assim que chegou até nós.
- ‘Mor, vamos pra lá? Esse cheiro de perfume barato ‘tá me sufocando... - disse, olhando para Taylor e Ashlee. Achei engraçado. É, odeia as duas, porque antes de conhecê-la, ele ficava com a Taylor. Eu não disse que era um rodízio de mulheres?
- Claro! - disse, abraçando pela cintura e saindo com ela. Taylor ia fazer um barraco, mas Ashlee a cutucou. Ainda bem, não estava disposto a vê-la fazendo um escândalo.
- Hey, vamos dar uma volta... Qualquer coisa liga! - disse, saindo com .
- Ok! - Eu disse.
- ... Erm... Ashlee e eu... Hum... Vamos sair, ok? - disse, com um sorriso safado no rosto. Tarado.
- Ok... - Eu disse rindo.
sorriu, e abraçou Ashlee pela cintura. Ficou apenas Taylor e eu.
- E então, , quer beber? - Ela me perguntou sorrindo, colocando um copo na minha frente.
- Claro! - Eu disse sorrindo, pegando um dos copos e bebendo. Era hi-fi. Fraco.
- me disse que você estava querendo... Companhia... - Ela disse sorrindo, chegando mais perto de mim.
O bom dessas meninas, é que você não precisa dizer nada, elas se encarregam disso.
A tal banda começou a tocar When Your Heart Stops Beating, do Plus 44. Lembrei da .
- Claro... Companhia! - Eu disse rindo, colocando uma de minhas mãos na cintura dela, que sorriu abertamente.

“Turn it up / I never want to go home / I only want to be part of your breakdown / She got caught by the four on the floor”

Taylor me beijou, e eu não senti nada. Nada mesmo! Aquilo estava parecendo uma troca de babas, e não um beijo. É, estava sendo nojento, se quer saber! Com a , era diferente, ela fazia um beijo ser melhor que o outro.
É, acho que eu estava com saudades dela. Eu ACHO. Não tenho certeza.
- Então, o que acha da minha companhia? - Taylor me perguntou sorrindo, assim que partimos o beijo.
- Ótima basta? - Eu perguntei. Mentiroso! - Erm... Vamos para outro canto... Aqui ‘tá muito barulho, não dá nem pra te ouvir... - Eu disse, caminhando em direção a um lugar mais afastado. Ela pegou na minha mão, e eu rolei os olhos.
- E a banda? Já está ganhando bastante dinheiro? - Ela me perguntou.
- Não... A banda está bem, se é o que você quer saber, mas não estamos ganhando rios de dinheiro... - Eu disse, prestando mais atenção na voz desafinada do carinha que imitava o Mark, do que nela.

“I picked her up and she'll never get let down / And now I can't stop thinking about it / All you people at the top, don't know nothing about it / We don't give a fuck what the price is / So just leave us to our devices and we'll leave you alone”

- I'll be there when your heart stops beating... - Eu comecei a cantar.
Lembrei de quando e eu cantamos Make You Smile. Sim, Plus 44 me lembra muito a .
- Você gosta desse tipo de música? - Taylor me perguntou, fazendo meio que cara de nojo.
“Não, eu canto porque acho legal cantar uma música sem você gostar. Aliás, decorei a letra pra fazer graça!”
Por que ela estava me irritando tanto, cara?
- Gosto, esqueceu que eu tenho uma banda? - Eu perguntei.
- Ah, claro! - Ela disse sorrindo.
Chegamos a um canto ‘menos cheio’ da praia. Sentamos na areia, e eu fiquei olhando a França, do outro lado da praia.
Taylor começou a beijar o meu pescoço. Eu sou homem, e... Arrepiei quando ela fez isso.
- Taylor... - Eu disse meio que rindo. Eu não ia comer ela na praia certo? Seria nojento. Se bem que... Meses atrás eu não me importaria.
- Ah, ... - Ela disse, sentando no meu colo, defronte a mim, com as pernas envoltas a minha cintura, começando a me beijar rápido.
Pela primeira vez, eu rezei para que meu celular tocasse. Mas, não, o maldito gosta de me interromper só quando eu estou com a .
- Nossa, , eu ouvi cada coisa sua, e... Você é tão calmo... - Ela disse me olhando, com as mãos na minha nuca. Eu rolei os olhos e continuei prestando atenção na música que estava, de longe, bem mais interessante do que a conversa da Taylor. Qualquer coisa estava mais interessante que ela.
De boa, como eu queria que a estivesse aqui, cara... Seria totalmente diferente...
- Taylor, eu estou um pouco cansado... Fica quieta um pouco! - Eu disse, deitando na areia, e ela saiu de cima de mim e deitou ao meu lado. Percebia-se claramente que ela não havia gostado do que ouviu. Foda-se.
Sempre que Taylor me beijava, eu tentava pensar em alguma coisa que me animasse. Nada funcionava. Eu não estava curtindo ficar com ela, e isso era fato! Talvez o problema fosse com ela, e não comigo.
Acendi um cigarro e comecei a fumar.
- Ah, você fuma? - Ela me perguntou.
“Não, eu acho que sou uma chaminé e tenho que soltar fumaça pra tornar isso mais real.”
Oh, meu Deus, me dê paciência! Eu apenas olhei para ela e rolei os olhos.
Ah, como eu queria que a estivesse aqui...

O tempo não passava, e eu olhava no celular a cada minuto. Taylor me perguntou o porquê de olhar tanto no celular, e eu disse que era porque minha mãe ia ligar. Mentiroso ao quadrado. Você acha que eu ia dizer: “É que eu não vejo a hora de poder ir embora porque você beija mal pra cacete.” É, eu sou delicado quando eu quero.
A última vez que eu olhei no relógio eram 23:43, o que eu comemorei mentalmente.
- Taylor... Já vai começar a virada a tal... Meus amigos estão me esperando... - Eu disse, partindo mais um ‘beijo’.
- Ah, fica aqui comigo... - Ela disse, começando a me beijar de novo.
- Não, eu falei que encontraria com eles... - Eu disse. Taylor fez cara de criança birrenta, e eu não dei a mínima.
Levantei, e a esperei. Caminhamos até chegar ao palco, o que não era muito perto.
Pronto, agora eu só precisava ligar para alguém. .
Localizei o na minha agenda e apertei ‘send’. Só chamava. Maldito, deve estar com mulher...
. Fiz a mesma coisa.
- Alô... - atendeu.
- ! Eu estou aqui na frente do palco... Vem aqui... - Eu pedi.
- Ah, nem dá, eu ‘tô acompanhado... - Ele disse. Merda.
- Ok, eu ligo pro ... - Eu disse.
- Ok! - desligou o celular. Liguei pro , e quem atendeu foi a .
Aproveitei que a Taylor estava virada, conversando com uma amiguinha dela, e disse rápido à .
- , pelo amor de Deus, vem aqui! Eu ‘tô na frente do palco! - Eu pedi. começou a rir.
- ‘Tá se divertindo, hãn? - ironizou.
- Sério, vem logo! - Eu pedi.
- Ok! Estamos indo! - Ela disse, desligando o telefone.
- e estão vindo... - Eu disse.
- e , é? - Taylor perguntou fazendo cara de desdém.
- Sim, meus amigos. - Eu disse seco. Taylor rolou os olhos.
- Olha, , acho melhor eu ir embora... Eu pretendo me divertir essa noite... Não é nada pessoal! - Taylor disse. Ela ‘tá me dando um fora?
- Isso é um fora? - Eu perguntei.
- Aham! - Ela disse. - Até algum dia, ! - Taylor disse, saindo de perto de mim.
EU LEVEI UM FORA! Exatamente! UM FORA! O primeiro da minha vida e... FOI MARAVILHOSO!
É, não desejaria outra coisa relacionada a Taylor! Levei um fora e, agora sim, eu posso me divertir, mesmo que tenha quer ser vela do .
- Ué, cadê a Taylor? - perguntou rindo.
- Graças a Deus, me deu um fora! - Eu disse rindo, abraçando .
- Hey! Arrume a sua! - disse, puxando . Sorri.
- UHUL! Dez pra meia noite! - disse, ao olhar no relógio. O carinha da banda cover pegou o microfone.
- E aí, gente! Todo mundo na contagem regressiva, ok? - Ele berrou. Era um vocalista estiloso até... Tinha o cabelo vermelho sangue, um alargador na orelha direita - ou seria esquerda? - e vários piercings.
Todo mundo gritou em resposta, inclusive eu. Cara, eu fiquei com um humor maravilhoso depois do fora.
- CINCO! - Ele começou.
“QUATRO!” Agora, todo mundo berrava.
“TRÊS!”
“DOIS...”
- UM! - O carinha gritou. - FELIZ ANO NOVO, CAMBADA! - Ele gritava e pulava pelo palco. Comecei a rir. Esperei a e o se beijarem, para cumprimentá-los.
- Feliz Ano Novo, ! - Eu disse, a abraçando.
- Feliz Ano Novo, ! - Ela disse sorrindo, me dando um pedala.
Fui cumprimentar .
- Feliz Ano Novo, ! - Eu disse.
- Feliz Ano Novo, minha bicha! - disse me abraçando forte, quase quebrando minhas costelas.
- Valeu! - Eu disse. e começaram a se beijar novamente, e eu... Peguei meu celular, e fui para a beira do mar.
Eu tinha que fazer isso, não me perguntem o porquê. Acendi outro cigarro, e comecei a fumar devagar. Aquilo me acalmava.
Procurei o número da no meu celular, e quando o achei, apertei ‘send’. Chamava...
A banda agora estava tocando I Miss You, do Blink 182, e os fogos de artifício enfeitavam o céu. Muito sugestiva essa música.
Porra, a não ia atender não? Eu estou ligando para ela, coisa que eu não me imaginei fazer nunca na vida!
- Alô! - Uma voz totalmente desconhecida atendeu. Era uma voz masculina.
- Erm... A está? - Eu perguntei. Minha vontade era desligar, mas... E se fosse o pai dela?
- Um momento! - O cara disse. Ok, ele não tinha voz de ‘pai’.
- Oi... - atendeu ao telefone.
Não sei porquê, e não sei o que é isso, só sei que quando ela atendeu, eu meio que senti meu estômago dar uma volta. Era uma boa sensação, se quer saber.
Dei mais uma tragada no cigarro.
- Feliz Ano Novo! - Eu disse, agora, sentando na beira do mar. Sim, eu estava molhando meu pé, e não estava nem aí pra isso.
- Feliz Ano Novo! - Ela disse, tenho certeza que ela sorriu. - Erm... ? - perguntou sem certeza.
- Aham! - Eu disse, mexendo na areia. - Como você ‘tá? - Eu perguntei.
- Eu ‘tô bem, e você? - perguntou, estava bastante barulhento onde ela estava.
- Também... - Eu disse. Mentira, eu estava num tédio insuportável e morrendo de vontade perguntar quem atendeu o celular dela.
- Que bom... - Ela disse e, mais uma vez, acho que ela sorriu.
- Erm... , posso te perguntar uma coisa? - Eu perguntei, ainda mexendo na areia.
- Claro! - Ela disse sorrindo. Foda-se, eu vou perguntar.
- Quem atendeu o celular? - Eu perguntei. , o Curioso. Ela deu uma pequena gargalhada.
- Foi o Petter... - A disse simplesmente. Petter, claro, meu amigo de infância. Trocava figurinhas com ele! Vai todo o dia em casa. Como se eu fizesse idéia de quem é Petter. - Meu primo! - Ela disse rindo. - ‘Tá aonde? - perguntou. Sorri ao ouvir o ‘primo’.
Não me perguntem o porquê de eu estar todo derretido ao conversar com a , de estar todo preocupado, achando que o tal primo era algum ‘rolo’ dela... Pela primeira vez, eu não descarto a possibilidade de estar gostando dela. Ta, alguém ouvir isso de mim seria estranho, nem eu estou acreditando que estou pensando nisso, mas... Cara, eu detestei ficar com a Taylor, uma menina linda. ‘Tô aqui, parecendo uma menininha apaixonada, falando com ela, sentindo coisas estranhas no estômago... Desisto de tentar dizer que não. É o que parece, não é?
- Na praia... - Eu respondi, sorrindo por ter finalmente entendido. Aceitado o fato de eu estar sentindo ‘algo mais’ por ela. - E você?
- Em casa... Todos os meus parentes estão aqui... Mas eu já vou dormir, amanhã eu pego cedo o trem... - Sorri.
- Então, eu também tenho que dormir cedo, eu tenho que te buscar cedo na estação... - Eu disse. Sim, me senti uma menininha.
- É mesmo... - disse rindo. - , minha vez de perguntar algo...
- Hum... - Eu disse, agora mexendo na água, toda vez que as ondas encostavam em mim.
- Você... Erm... Ah, ficou sozinho essa noite? - Ela disse. Tenho certeza que ela corou. - Quer dizer... Você entendeu! - Eu sorri.
- Você quer a verdade? - Eu perguntei. Sim, estava com vergonha.
- Não, , eu quero que você minta, idiota! - Ela disse rindo.
- Ah... Na verdade, enquanto você esteve aí, eu não fiquei com ninguém... Só hoje, mas eu levei um fora...
- Por isso me ligou? - Ela perguntou rindo.
- Não, na verdade, eu levei um fora porque não curti ficar com ela, e estava cortando a menina... E tipo, tem uma pessoa que colaborou para que eu não conseguisse ficar com ninguém... - Eu disse rindo. - A primeira foi a Vó do ! - riu.
- Como assim? - Ela perguntou.
- É, eu fiquei gripado no dia que ia sair com a mesma menina que fiquei hoje, mas aí o chá da Vó Lucy era broxante, literalmente, aí, não deu... - Eu contava.
- , caso você não se lembre, eu sou uma menina, e já fiquei com você. Não preciso de detalhes da sua vida afetiva! - disse.
- Calma! Depois disso, chegou essa festa, e eu encontrei essa menina... Daí, cada música que tocava, eu lembrava de você, e eu queria que você tivesse aqui comigo... - Eu dizia, sem me importar com o papel de ridículo que eu estava fazendo. - Acabou que eu não consegui ficar com a menina! - ficou em silêncio.
- Pois bem, aconteceu o mesmo comigo! - disse. Ahn?
- Como assim? - Eu perguntei.
- Bom, quando eu fui pra Londres, eu tinha um cara aqui... - Ela contava. - Era meio que meu ficante, entende?
- Uhum... - Eu disse, não gostando nada do que eu estava ouvindo.
- Então, saímos ontem à noite e... Bem, não deu certo. Quando eu o beijava eu... Hum... Lembrava de você... Se você ficar se achando por causa disso... Na verdade, eu acho que o Alex desaprendeu a beijar... - Ela disse rindo. Sorri.
- Pois bem, fizemos a mesma coisa! - Eu disse.
- É! - Ela concordou. Ficamos um pouco em silêncio, e eu senti uma mão no meu ombro. Olhei para trás, e vi e sorrindo.
- Manda um beijo pra ! - disse, sem mesmo perguntar quem era. Sorri.
- O mandou um beijo! - Eu disse.
- Manda outro! - disse. - Bom, eu vou dormir... Até amanhã, !
- Até amanhã! - Eu disse. Ouvi a desligar o telefone, e me levantei.
me olhou, antes de eu dizer qualquer coisa.
- Eu não vou falar que você gosta dela! - disse, erguendo as mãos, como quem se rende. Eu ri.
- ‘Tá de boa! - Eu disse.
Ok, eu não acho que estou gostando da , mas sim, estou sentindo ‘algo a mais’ por ela. Sim, pela primeira vez na vida.

- Quem ligou, você ou ela? - me perguntou, no carro.
Estava no banco traseiro, enquanto ele e estavam na frente. Deixei meu carro com o .
- Eu... - Eu respondi, sorridente.
- , eu posso te perguntar uma coisa, mas é pra você me responder a verdade, ok? - começou. Lá vem merda...
- Pode... - Eu disse. Ela sorriu.
- Você ‘tá gostando da , né? - Ela perguntou séria, e a cutucou. Dei risada ao ler perfeitamente o “Ele vai se estressar” que ele disse à ela.
- Não sei... - Eu disse, encostando minha cabeça no vidro do carro. parou o carro com tudo.
- Como assim? - Ele me perguntou, surpreso.
- Ah, hoje eu tive a impressão de que estou gostando dela... - Eu disse. - E... Ah, qual o problema? Eu não estou gostando dela, eu estou... Gostando, entende? - Eu perguntei.
- Não! - disse rindo, voltando a dirigir.
- Eu entendo! - disse. - Você está gostando dela, mas não amando! - Incrível como as mulheres sabem perfeitamente o que queremos dizer!
- Exatamente! - Eu disse.
- Que lindo, ! Vocês realmente fazem um casal bonitinho! - disse sorrindo.
- Valeu! - Eu disse, bocejando.
parou em frente de casa.
- Amanhã eu vou à casa da minha sogra... Mas, depois de amanhã, temos o ensaio, certo? - disse na janela, assim que eu desci do carro.
- Aham! - Eu disse. - Até mais, , ...
- Até mais! - Eles disseram, e eu vi virar a esquina.
Abri a porta, e joguei-me no sofá, dormindo ali mesmo. Eu estava com sono e... No dia seguinte eu buscaria a .

Capítulo 20

Fui acordado pela musiquinha de caminhão de gás, que tocava no meu celular como despertador. Pensei seriamente em voltar a dormir, mas aí me lembrei do que eu faria cedo: Buscar a .
Assim que me lembrei, saltei da cama, e fui escovar os dentes. Fiz tudo correndo.
Coloquei uma camisa velha do Rolling Stones, e uma calça um pouco larga. Nem mexi no meu cabelo, não estava muito preocupado com ele.
Olhei no relógio: Dez e Trinta e Sete. O trem da chegaria às onze e meia.
Senti-me extremamente idiota, porque eu estava olhando a casa, vendo se ela estava ‘boa’ para receber a . Como se ela nunca tivesse vindo aqui.
Agora que eu sei como é ‘gostar’ de alguém, eu me sinto um babaca na maioria do tempo. Ta, antes de começar os comentários, uma coisa é gostar, outra é amar.
Ou seja, eu posso gostar da e não estar apaixonado, certo? Certo!
Dei mais uma olhada na casa, me olhei no espelho, e saí finalmente.
Pretendia tomar café da manhã na Starbucks, ou em qualquer outra cafeteria que eu achasse pelo caminho. Saí de casa, pronto para ir para o meu carro, mas me lembrei que havia deixado ele com . Merda.
Chamei um táxi pelo celular, peguei meu iPod, que há tempos eu não usava, e tive que esperar cerca de quinze minutos, sentado na muretinha de casa.
- King Cross! - Eu disse, assim que entrei no carro, fechando a porta rapidamente.
O motorista acenou um sim, e seguiu, rumo a estação.

Era pra eu estar já sentado, defronte a plataforma da , mas para minha grande sorte, o trânsito estava um inferno, provavelmente pelas festas de fim de ano. Desejei profundamente que algum meteorito caísse no meio da rua, e fizesse essa merda de trânsito andar. Sim, eu estou estressado.
Eu tentava me distrair com a música que eu estava ouvindo. Era Reason Why, do The Click Five. É, também acho que estou ouvindo muito The Click Five ultimamente. Nem gosto muito dessa banda! [N/A: Eu gosto *o*] Olhei no celular: Onze horas.
Legal, eu tenho trinta minutos para chegar na estação, e não estava nada perto. Para meu alívio, o trânsito finalmente começou a andar, e eu pude ficar um pouco mais calmo.
- Vai viajar? - O Taxista me perguntou. Tirei o fone da minha orelha direita.
- Não, vou buscar uma... - Eu não ia falar ‘ficante’. - Amiga...
- Hm... Hoje o dia será longo... - O taxista dizia. Odeio taxistas falantes. Eles sempre querem puxar assunto com os passageiros.
- É... - Eu concordei. Sou educado, ok?
- E hoje será um dia quente, ao contrário de ontem! - O cara acha que é o Sr. Do Tempo. Eu estava de casaco.
- Eu não acho. - Eu disse, ainda prestando atenção na música.
O Taxista virou a rua, e seguiu reto, acelerando em direção a Estação, que eu já conseguia ver. Agradeci mentalmente por ele ser um motorista ágil.
- São quatro libras! - Ele me disse. Puta que o pariu, o cara acha que me trouxe do que, de helicóptero? Tirei cinco libras da carteira e o paguei.
- Fica com o troco! - Eu disse.
Pra cobrar quatro libras, acho que ele estava passando fome.
Olhei a estação, e não hesitei em entrar.
Eu caminhava rápido, com as mãos dentro dos bolsos do casaco. Cheguei na frente da plataforma 9, e não tinha nenhum sinal de trem.
Sentei-me no banco, que era defronte a plataforma, e peguei um cigarro. Não era proibido fumar ali, era?
Comecei a fumar, e tentava inutilmente soltar a fumaça pelo meu nariz. Acabei engasgando.
Ouvi um barulho de trem e levantei rápido. Eu estou parecendo uma menininha que espera o ‘Papai Noel’ chegar com os presentes. Estou me sentindo ridículo. Ridículo por estar assim, por causa de uma menina.
Senti mais uma vez aquela coisa de ‘estômago dar uma volta’ quando vi o trem parando. Cacete, eu não consigo parar de mexer a perna. Merda.
Fiquei parado, até que as portas do trem se abriram, e aquele monte de pessoas começar a sair. Merda de novo. Por que a tem de ser uma das últimas a sair?
- ! - Eu meio que gritei, jogando a bituca do meu cigarro no chão, e apagando-o com o pé.
Eu não sou antiecológico, mas no momento, eu nem sabia que o era ecologia ou lixo.
- Hey! - Ela acenou, segurando uma mochila e com um fone em um dos ouvidos. Sorri.
Aproximei-me dela e a abracei. Bem apertado, se quer saber.
- Eu estava com saudades, menina! - Eu disse rindo.
- Eu também! - Ela disse. Eu sorri, e a segurei pelo rosto, puxando-a para um beijo. Sim, foi uma cena bem ‘filme romântico pra pré-adolescentes’. Nem me importei.
É, quando eu beijava a , eu sabia realmente o que era beijo.
E agora, eu até descobri essa coisa de ‘borboletas no estômago’ que até então, eu pensava que era um termo que alguma menina inventou.
Quando partimos o beijo, nos olhamos e sorrimos. É, fazíamos tudo igual.
Outra coisa que eu não acreditava: Essa coisa de ‘sintonia’ que ‘casais’ tem. Sim, e eu temos a tal ‘sintonia’.
- Hm, vamos? - Ela perguntou, sorrindo de lado.
- Aham! - Eu disse, ao vê-la colocar a mochila nas costas.
Peguei na mão dela - exatamente, pela primeira vez na vida, estou andando de mãos dadas! - e saímos da estação.
- Tipo, vamos ter de pegar um táxi... Meu carro está com o ... - Eu disse.
- Tudo bem! - disse sorrindo. Chamei um táxi - tinha vários na estação - e entramos.
- Starbucks! - Eu disse, e o taxista fez ‘joinha’.
Passei a mão pelo ombro da - mas como eu ‘tô meloso, cara! - e ela meio que deitou a cabeça no meu ombro.
- Eu ‘tô exausta... - Ela disse.
- Eu também! - Eu disse rindo. - Na verdade, eu estou com sono...
- Eu também! - Ela disse rindo. - E aí, como foi sua virada de ano? - perguntou rindo. Ela sabia muito bem como tinha sido.
- Você já sabe, ok? - Eu disse rindo. - E eu nem vou perguntar a sua, porque eu também já sei!
- Sem graça! - fez bico. Eu a beijei. Ficamos nos beijando no táxi, até o taxista fazer um ‘hem hem’ e uma cara feia. - Isso é falta! - disse baixinho no meu ouvido. Dei risada.
O taxista parou na frente da Starbucks que, pela primeira vez, não estava tão cheia. desceu, e eu paguei o taxista. Ele cobrou menos do que o outro unha de fome.
Entramos na cafeteria e sentamos em uma mesa afastada; pedimos capuccinos e muffins - típico!
- Minha mãe viu as fotos que tiramos no Richmond Park! - disse, tirando o casaco e colocando-o na cadeira.
Ah, ela estava linda, como se fosse alguma novidade. Ela vestia um sobretudo ligeiramente apertado na cintura (o que ela acabou de tirar), uma blusinha branca, e uma calça jeans apertada.
- E aí? - Eu perguntei rindo, ao lembrar das fotos. É, aquelas fotos que eu beijava a bochecha dela, que estávamos abraçados...
- E aí que ela me perguntou: “Você está de paquerinha com o , não está?” - contou rindo, dando ênfase ao ‘paquerinha’. Dei risada.
- E você? - Perguntei.
- Disse que ficamos, oras! - disse, pegando seu capuccino que o garçom tinha acabado de trazer. Peguei o meu, e o garçom colocou os muffins na mesa.
- E ela? - Eu perguntei. Sabia que a Tia Lyz não era nada calma.
- Ela deu risada e disse que sabia que um dia a gente se beijaria! - contava rindo. Dei risada de novo.
começou a comer, e eu fiquei igual um idiota olhando-a. É sério, essa situação é ridícula! Mas é inevitável, e não é ruim.
Quer dizer, eu já sei que estou gostando dela, mas e se... Ela não estiver gostando de mim? Tudo bem que ela disse que quando beijou o moleque da cidade dela, ela pensou em mim, mas... Isso não é garantia que alguém está gostando de outro alguém, é? Não!
Pois bem, pela primeira vez na vida, estou inseguro. Ridículo.
- , e a banda? Eu contei para os meus amigos de Harrow, e eles me disseram que já ouviram Eddie’s Song na Internet! - disse. Sorri. Quer dizer então, que Son of Dork estava conhecida em Harrow?
- Sério? - Perguntei, começando a tomar o meu capuccino.
- Aham! Pelo MySpace! - dizia.
- E você? Se gabou por dormir na mesma casa que o do SOD? - Eu perguntei, fazendo pose.
- Claro! - Ela disse rindo, - Enquanto minhas amigas diziam o quão lindo os integrantes eram, eu disse que morava com o !
- E elas? - Eu tinha que perguntar. Meu ego agradece.
- Morreram de inveja, oras! Não que eu ache você grande coisa, mas... Era um motivo pra me achar! - Ela disse rindo. Como a é engraçada.
- Sem graça! - Eu disse, dando de ombros. riu.
- A minha melhor amiga gosta do ... Quando eu disse que era ‘amiga’ da noiva dele, ela faltou me matar, disse até pra eu escolher entre ela e a !
- Meu Deus! - Eu disse rindo. - Então, se divertiu voltando pra Harrow? - Quem vê pensa que eu sou muito prestativo. Só com a , ok?
Ta, com a banda também. Mas só!
- Claro! Reencontrei com pessoas que eu não via há séculos! - Ela disse, agora, pegando um muffin de creme.
- Tipo o tal namorado? - Eu perguntei. Crises de ciúmes agora, ?
- O Alex? Não, ele eu via direto... - disse rindo. Fechei a cara. - E você, como foi com as garotas? - Ela me perguntou.
- Foi bom... - Eu disse.
- Ué, você tinha me dito que foi horrível! - disse, de um jeito descontraído. Ela não demonstrava o mínimo de ciúmes, enquanto eu, estava quase subindo na mesa e imitando o King Kong. Parei com o drama.
- Foi... Quer dizer... Ah, é que eu preferia ficar contigo! - Eu disse, dando de ombros. sorriu.
- Eu também preferia ficar contigo! - disse sorrindo, me dando um selinho. Sorri. - É... E seu cd, quando sai? - perguntou sorrindo, voltando para o lugar dela. É, ela tinha levantado pra me dar o selinho.
- Em breve, o nosso empresário está nos apressando, mas ainda faltam duas músicas... - Eu disse. - Aliás, fizemos o título do CD e uma música.
- Ah, é? - Ela perguntou interessada. - Como chama?
- O CD é “Welcome To Loserville” e a música chama “Ticket Outta Loserville”! - Eu contava orgulhoso.
- Que bom, ! - disse. Ela realmente se interessava pelo SOD. Isso era bom.
Continuamos nosso café da manhã ali na Starbucks.
- Vou ligar pro trazer meu carro... - Eu disse, me levantando.
- Vai lá! - disse, e eu saí da cafeteria, por causa do barulho.
Tudo bem que na rua não estava muito bom, mas dava pra ouvir um pouco melhor.
Coloquei uma das mãos no bolso do casaco - Estava frio mesmo! Não sei da onde aquele taxista careiro tirou que hoje ia ser um dia quente! - e liguei para o .
- Oi! - disse, ao atender o telefone.
- , eu preciso do meu carro! - Eu disse.
- Oi pra você também, ! - ironizou. - Ok, estou indo pra sua casa.
- Não, eu estou na Starbucks! - Eu disse.
- Toma vergonha na sua cara! Você mora super perto da Starbucks, seu preguiçoso! E pra eu ir aí, eu tenho que pegar um trânsito... Eu levo na sua casa! - Maldito. Além de estar com meu carro, quer impor regras.
- Ok... - Eu disse. - Estou indo então...
- Ok! Tchau, ! - disse, desligando o telefone. Coloquei o celular no bolso da calça, e entrei novamente na cafeteria. Parei defronte a .
- , o inútil do não quer trazer meu carro... - Eu comecei.
- Ah, vamos a pé, oras! Como se fosse longe... - Ela disse levantando, abrindo a carteira de sapinho dela.
- Hey! Nem pense que eu vou te deixar pagar! - Eu disse. Isso sim é humilhante.
- Ah, vai se danar! - disse, deixando uma nota de cinco libras na mesa.
- , dá pra parar? - Eu disse, entregando o dinheiro a ela, e deixando MINHAS cinco libras na mesa. fechou a cara e saiu da cafeteria. Fui atrás. - , será que dá pra esperar? - Eu perguntei, ao vê-la indo na frente. Ela parou e me olhou de braços cruzados. - Dá pra parar com a tempestade em um copo d’água? - Eu perguntei.
- Não é tempestade! Que tem de mal eu pagar a conta dessa vez? - perguntou, visivelmente irritada.
- Todos! Porra, eu sou homem! - Eu disse.
- Você é um machista idiota! - Ela disse, saindo na frente.
- Machista idiota? Então é isso que eu sou? - Eu perguntei, comecei a me irritar. - Até agora eu era o ‘cara de quem você estava com saudades’.
Eu tenho o poder de foder minha vida com poucas palavras. me olhou de um jeito, que eu desejei nascer mudo. Ela continuou andando mais rápido.
- , desculpa... - Eu disse. Porra, eu não queria brigar com ela. Não agora que eu sei que gosto dela.
colocou os dois fones do iPod no ouvido - não, no nariz idiota! - e continuou andando, apertando o sobretudo ao corpo.
- ! - Eu chamei de novo. Ela me ignorava, ou não escutava mesmo, por causa do volume do iPod. Corri um pouco e a segurei pela cintura.
- Hey! Vamos brigar mesmo por causa de uma conta? - Eu perguntei.
- O caso não é a conta, e sim, esse seu jeito de achar que sempre tem razão! - Ela disse, tirando o fone esquerdo.
- Não! Quem tem esse jeito é você! - Eu disse.
- ‘Tá vendo? - Ela me perguntou. Eu olhei para baixo e respirei fundo.
- , desculpa, ok? Eu não quero brigar contigo! - Eu disse, encostando minha testa na dela. Ela ficou em silêncio e eu a beijei. Eu não queria MESMO brigar com ela.
Sorri quando partimos o beijo, e a fez o mesmo. Embora o sorriso dela não fosse nada comparado ao meu. Sério, eu estava sorrindo igual o . Sei lá, a voltou estranha dessa viagem.
Talvez fosse o fato de eu estar vendo-a de outro ‘ângulo’ ou porque ela realmente estivesse estranha.
Abracei-a pela cintura, e andamos abraçados até chegar em casa. Abri a porta, e dei graças a Deus por ter aquecedor.
Entramos em casa, e a foi direto para o sofá, e eu, fui ao meu quarto pegar algum filme. É, tínhamos combinado de ver filme o dia todo.
- , pega um edredom? - pediu rindo, quando eu estava no pé da escada. Eu acenei um sim, e subi correndo as escadas. Era tão bom tê-la ali.
Ta, eu vou parar com essa coisa de romântico inconsolável, porque eu não sou romântico, e nem sou um cara que está apaixonado, certo?
Entrei no quarto, peguei “O Iluminado”, e peguei o edredom que a pediu. Fechei a porta, e desci a escada pelo corrimão. Adoro fazer isso!
Tudo bem que o filme eu levei na mão, e o edredom eu o joguei no meio da sala antes de descer.
É muito bom descer escadas assim! [N/A: É mesmo! Na escola, eu desço assim \z Ta, voltando a história...] pegou o edredom, e deitou no colchão - que estava na sala desde o dia que ela foi viajar - e eu coloquei o filme.
- Que filme que é? - Ela me perguntou, quando deitei a seu lado, debaixo do edredom.
- O Iluminado! - Eu disse.
- Ah, eu gosto desse filme! - Ela disse, começando a assistir.
- Nossa, toda menina diz que tem medo e tal... - Eu disse rindo. deu um sorrisinho, e começamos a ver o filme. Abraçados, debaixo do edredom. Cena bonita.

Estava no meio do filme, quando a campainha tocou. Adivinhem quem era.
- Entra! - Eu gritei, sem me levantar. Sabia perfeitamente que era o .
- Hey! Trouxe seu carro! - disse, entrando em casa e jogando as chaves na mesinha. - Ah, oi, !
- Oi! - disse sorrindo, acenando. Ela também não se levantou.
- Que cena bonita! Estão parecendo dois namoradinhos! - zoou.
- Vai se ferrar! - disse rindo.
- Pois bem, como eu sou chato! Eu vou ficar e assistir o filme com vocês! Porque eu não tenho nada pra fazer em casa, e adoro O Iluminado! - -enxerido- disse.
- Alguém chamou? - Eu perguntei baixinho pra , que riu, e ajeitou sua cabeça no meu peito. deitou no sofá, e começou a assistir o filme conosco.
- AH! ESSA PARTE É A MELHOR! - gritou. e eu apenas rimos. é uma comédia, cara!
- Ah, ! Eu dei um nome pro meu macaco! - disse. Lá vem a história do macaco.
É, adorou o macaco que a deu a ele.
- Sério? Que nome? - Ela perguntou interessada, saindo do meu ‘colo’.
- Lobisomem! - Ele disse sorridente. e eu começamos a rir.
- Por que Lobisomem? - Eu perguntei.
- Ah, porque é um nome criativo, e me lembra o clipe do Michael Jackson! - disse rindo. - Aliás, eu só durmo com ele! - Ah que bonitinho.
- Sério? Que lindo! - disse toda derretida. Eu também durmo com o meu Homem Aranha! Mentira, eu não durmo com ele. Mas mesmo assim.
- E você deu nome pro panda que eu te dei? - perguntou. Ô conversa legal.
- Aham! Panda! - disse sorrindo.
- Você é muito criativa! - ironizou.
- Ah, mas eu amo o Panda! - disse sorrindo.
- E eu amo o Lobisomem! - disse.
- E eu amo o Homem Aranha! - Eu entrei na conversa. sorriu, porque entendeu. sorriu, porque pensou merda.
- Eu sabia que você tinha um jeito duvidoso, ... E eu sei que aquela roupa do Homem Aranha é grudada e deixa o cara com um corpão mas... Falar isso perto da menina que você está ficando, ? - dizia rindo.
- HAHAHA, como você é engraçado, ! - Eu ironizei. apenas riu.
- , amor da minha vida... - chamou. Ela queria alguma coisa, porque ele não era o amor da vida dela. Não que eu fosse, mas... Vocês entenderam.
- Oi! - disse sorrindo. ? Sorrindo? Que novidade.
- Vai lá na padaria da esquina e compra um pote de sorvete pra mim? - Ela pediu sorrindo. - Pega o dinheiro na minha carteira, ‘tá na minha bolsa! - sorriu. É só elogiar que você consegue qualquer coisa dele.
- Pode deixar, eu pago! - Ele disse saindo de casa. Quando saiu, eu olhei pra . Sério.
- Quer dizer que o não tem problema em pagar as coisas pra você, e eu tenho? - Eu perguntei, olhando sério para ela.
- Ah, não, você não disse isso! - disse rolando os olhos e levantando.
- É verdade! Hoje brigamos por isso, e agora o fala que vai pagar o sorvete pra você e você não fala nada?
- , pelo amor de Deus, não começa! - disse. - Eu não quero brigar com você, ok?
- Sério, você e o andam me irritando, sabia? - Pronto, eu ia falar tudo. - Os dois são cheios de sorrisinhos um com o outro, cheio de ‘ah, eu te adoro’, ‘amor da minha vida’ e a puta que pariu! - Pronto, estava tendo uma crise de ciúmes. Legal.
- Eu não acredito que você disse isso, ! - disse com uma expressão que eu nunca vi na vida. - O que você ‘tá insinuando, seu babaca? Que eu fico com você, interessada no seu amigo, seu idiota? - Ela alterava a voz.
- Não! Eu só estou dizendo que esse seu comportamento com ele é estranho! - Eu disse, no mesmo tom que ela.
- Vai se foder, ! - Ela disse, mostrando o dedo do meio e subindo as escadas. Ouvi a porta bater e abaixei a cabeça.
Pronto, eu fodi com a minha vida. Com um quase ‘namoro’. Um ‘namoro’ que eu tinha com a única menina que eu gosto. Ótimo, . Muito bom mesmo!
Sentei no sofá, desliguei a porra do DVD e acendi um cigarro. Sinceramente, eu não pensei que seria assim.
Fiquei esperando ela voltar, igual uma criancinha idiota, e agora, brigamos. Legal mesmo!
Quer saber? Eu acho que não gosto dela porra nenhuma! Foi um momento de carência. É, foi isso!
Eu quero que ela se dane, que ela passe na faculdade, arrume um emprego e suma daqui. Exatamente. E eu não quero olhar pra cara dela tão cedo.
Nem vem dizendo que eu sou o errado da história! Ela foi a errada! Ta, eu nem sei mais quem é o certo ou o errado da história, só sei que a não esta me fazendo bem!
Um minuto atrás eu estava todo derretido com ela, e agora, eu estou com raiva dela. É, definitivamente, ela me faz mal.
- , só tinha de creme com avelã e... - entrou na sala, e parou de falar quando viu eu fumando, e com minha maior cara de merda. - O que aconteceu? - Ele perguntou.
- A gente brigou, ou será que seu cérebro é tão lento que não é capaz de perceber isso? - Eu perguntei, quase que aos berros. rolou os olhos.
- E você vai começar com seu showzinho, igual no dia que fomos a Harrods? - perguntou incrédulo. - Pois eu vou embora! - deixou o sorvete na geladeira da cozinha, e passou por mim, sem falar nada.
Vi ele fechar a porta, e continuei ali, parado e fumando.

Capítulo 21

Faz exatamente dois dias que eu não falo com a . É! Dois dias!
Eu sei que vocês se perguntam como conseguimos não nos falar, sendo que moramos juntos. Pois bem, ela está trancada no quarto esses dois dias, e só desce pra pegar alguma coisa pra comer.
Ah, ontem eu ensaiei com os caras, evitando , porque ele virou a cara pra mim. Ok, ele tem motivos, mas se ele estava esperando que eu pedisse desculpas, estava muito enganado.
Ah, todo mundo curtiu a melodia de Ticket Outta Loserville, e o apareceu com uma música que ele escreveu. Chama Murdered In The Mosh, e fizemos a melodia ontem mesmo.
Agora, falta apenas uma música, que ficou nas minhas costas, já que eles disseram que eu sou o único que não tem uma música inteiramente composta. Legal.
Sim, essa ‘distância’ entre eu e está acabando comigo. É, a cada dia que passa, eu tenho mais a certeza de que gosto dela, mesmo não nos falando.
Estou aqui, assistindo um jogo de futebol, onde o Fulham está ganhando bonito do Manchester! O Phillip joga bem, mas na zaga, e não na lateral... GOL!
UHUL! Fulham 3x0 com o Manchester.
O telefone começou a tocar, e eu atendi, sem tirar os olhos da televisão.
- Alô... - Eu disse, sabendo muito bem que não era o . Sim, fazia dois dias que o não me ligava.
- Boa tarde! Com quem eu falo? - A pessoa perguntou, educadamente do outro lado da linha. Provavelmente é alguém querendo me vender enciclopédia.
- ... - Eu disse, ainda prestando atenção no jogo.
- Boa tarde Sr. ! - Senhor? - Será que se encontra? - A pessoa perguntou. Sim, era Boa tarde, porque já era cinco horas da tarde.
- Aham, do que se trata? - Eu sou curioso mesmo.
- É do escritório de Admissão de Cambridge! - O homem disse.
- Ok, já vou chamar! - Eu disse. É, agora a saberia se passou ou não na tal prova.
Subi as escadas com o telefone na mão. Seria a primeira vez que falaria com ela, depois da briga. Bati na porta. Nada. Bati de novo.
- O que é que você quer? - me perguntou mal humorada, vestida apenas com um short e uma regata.
- Telefone! - Eu disse seco, entregando o telefone e saindo.
Fiquei com vontade de ficar e ouvir o que falariam, mas meu orgulho falou mais alto, então, desci as escadas, e voltei à atenção para o jogo.
Manchester fez um gol. Nem me importei. Todo aquele entusiasmo foi pro saco quando eu vi a . Tudo bem, eu a vi esses últimos dias, mas ver como ela me olhava com desprezo não era nada legal.
Tudo bem, eu fiz merda falando dela e do , e me arrependo. Mas não, eu não vou pedir desculpas. Aliás, eu já nem acho que gosto dela. Mentira, eu sei sim!
Eu fiquei vendo o jogo, que estava quase se encerrando. Ganhamos, pois mesmo se tivesse mais dez minutos de jogo, era impossível o ‘Manch’ fazer três gols!
desceu as escadas sorrindo. Ela tinha passado.
Eu não vou perguntar, eu não vou perguntar, eu não vou perguntar...
- Passou? - Perguntei. Maldita curiosidade.
- Passei! - Ela disse sorrindo. - Aliás, eles me ofereceram uma vaga na Residência Estudantil da Universidade! - Espera, é muita informação, e eu sou um pouco lento. Ela passou, legal pra ela! Ela ganhou vaga na Residência Estudantil, o que significa... – É, , eu estou me mudando pra faculdade! - Ela disse, adivinhando meus pensamentos.
- Como assim? - Eu perguntei. Tudo bem, eu não estava falando com ela, mas... Eu a tinha por perto!
Agora, Residências Estudantis são uma putaria, e a ... Não tem nada com ninguém. Porra, maldita hora que eu fui ter ataque!
O cara descobre agora que gosta da menina, nunca sentiu isso por ninguém e já quis dar um ataque de ciúme. Idiota, mil vezes idiota!
Agora, a menina que eu gosto vai se mudar pra uma Universidade, onde eu não vou vê-la, ainda mais, brigado com ela. Legal, , você tem o poder de foder com tudo, seu idiota!
- Eu vou me mudar! Vou morar em uma república, dentro de Cambridge! Estudarei e morarei na Universidade... Entendeu? - Ela me perguntou sorrindo.
- Você não pode ir... - Eu disse, com uma voz trêmula. Nem vem, eu não ia chorar! Eu sou homem, ok?
- Posso! - Ela disse firme. - Posso e vou! - olhou para baixo. - Eu nunca pensei que você falaria o que você falou pra mim, !
- Ah, nem vem! Como se o que eu tivesse dito fosse algo grave! - Cala a boca, , pelo amor que você tem na porra que você chama de vida.
- Não foi? Ótimo, o que pra você não é nada, pra mim é muito, ! - disse subindo as escadas. - Eu vou arrumar minhas malas e vou amanhã pra Cambridge... De qualquer forma, obrigada por tudo! Querendo ou não, eu curti ficar contigo e eu fiquei na sua casa!
Dito isso, ela subiu as escadas, e eu fiquei igual um babaca, parado no meio da sala, sem reação. Era isso, a ia embora com raiva de mim.
Sentei no sofá, ainda custando a acreditar no que estava acontecendo. , República, Universidade, Cambridge, Briga, ... É muita coisa pra minha cabeça.
Deitei no sofá, desejando que alguma bomba caísse sobre Cambridge nesse momento.
Não estou fazendo drama, você não sabe como é brigar com uma pessoa que, depois de um bom tempo, você reconheceu que gosta. E ainda por cima vê-la ir embora, quando você é acostumado com a presença dela. E ainda pior, saber que tudo isso é por sua culpa.
Eu precisava de um cigarro.
Acendi um imediatamente e comecei a fumar, pensando na merda que eu fiz. Era para estar tudo bem, era pra eu estar com a minha garota, com o meu melhor amigo, ouvindo a falar sobre sua faculdade, ouvindo falar merda... Mas não, como eu tenho o dom de foder com a minha vida, eu estava deitado no sofá, vendo os melhores momentos de um jogo de futebol, e fumando. Eu me envergonho de estar nesse estado. É humilhante.
Eu precisava falar com alguém, e essa pessoa tinha que ser o . Peguei meu celular e imediatamente liguei para ele.
- Alô. - Ele disse seco. Eu liguei no celular dele, então, meu número apareceu no identificador de chamadas.
- , por favor cara! Eu preciso falar com você! - Eu disse. Tinha que tentar desfazer pelo menos uma das merdas que eu fiz. E era a mais fácil.
- Fala. - disse do mesmo jeito seco. Respirei fundo, e saí de casa.
Estava frio, mas não me importei com o fato de estar sem camisa. O que eu menos queria saber era quantos graus estava fora de casa.
- , de boa, cara! Desculpa! Eu cansei de ser idiota, cansei de foder com a minha vida, cansei de bancar a criança orgulhosa, cansei! - Eu vomitava as palavras. - Você sabe que é meu melhor amigo e... Porra, desculpa! - Eu ouvi respirar fundo.
- , calma! - disse, deixando o tom ‘seco’ de lado. Agradeci mentalmente por ser um cara legal.
- É sério, desculpa! - Eu disse, agora, calmamente.
- Cara, você é meu irmão! Lógico que eu te desculpo! - disse. - Agora, o que aconteceu? - Eu olhei para baixo.
- Ah, eu não quero falar sobre isso agora, passa aqui amanhã. - Amanhã a não vai mais estar aqui.
- Passo sim! Mas, cara, você não quer mesmo que eu passe aí hoje? - perguntou. Me pergunto como um cara como consegue manter uma amizade com um cara como eu.
- Não precisa, vem amanhã... - Eu disse. – Valeu, !
- Que isso, dude! - disse. - Fica de boa aí!
- Ok! - Eu disse. Desliguei o telefone, e entrei em casa.
Precisava falar com a . Subi as escadas e bati na porta. Nem percebi que ainda segurava o celular.
- , abre, por favor! - Eu disse, encostado na porta. Ela tinha que abrir. abriu, e me olhou. Eu entrei no quarto, e a segurei pelos braços.
- , por favor, me desculpa! Eu não queria dizer aquelas coisas, eu estava com ciúmes, eu gosto de você! - Eu dizia tudo rápido, e a nem piscava.
- , eu...
- , EU GOSTO DE VOCÊ! EU ESTOU QUASE ACHANDO QUE ‘TÔ APAIXONADO! SABE O QUE É ISSO? EU ACHANDO QUE ESTOU APAIXONADO, AMANDO ALGUÉM? - Eu gritava, segurando-a com certa força. - É sério, , me desculpa.
continuava me olhando, sem emoção, sem piscar, sem respirar. Era essa a impressão que eu tinha dela naquele momento.
- Você não gosta de mim, você não está apaixonado por mim! - Ela disse normalmente. - Você simplesmente acha que gosta, porque ‘moramos juntos’. - Ela fez aspas com os dedos. - E se acostumou com a minha presença! Eu também achei que gostava de você, , mas percebi que era só uma coisa de comodidade... - Aquelas palavras estavam acabando comigo.
- Não, , eu gosto mesmo de você! - Eu disse sério.
- Não gosta! - Ela disse, tirando minhas mãos de seus braços. - Agora, vai para o seu quarto, toma um banho, sei lá... Se acalma, ok? - Eu olhei para baixo.
- São essas suas últimas palavras? - Eu perguntei. - Você sabe muito bem que eu não sou do tipo que corre atrás de uma menina, do tipo de cara que fala que está apaixonado por ela. Você sabe muito bem que eu não vou dizer de novo!
- São essas minhas últimas palavras, ! - disse seca. Eu fiquei sem chão. Sai do quarto dela, sentindo meu coração apertar.
Pois bem, estou sentindo pela primeira vez, a tal ‘dor de amor’ que todo mundo fala que existe. Era pra ser perfeito, ela gostava de mim, eu gosto dela... Mas eu tinha que acabar com tudo. Eu tinha.
Entrei no meu quarto e deitei na cama, ligando o som, deixando tocar End Up Like This.
Lembrei de quando apareceu, chorando por causa de uma menina, e eu ri da cara dele. Foi aí que ele fez essa música.
Agora estou aqui, deitado na cama, ouvindo essa música de fossa, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. Não, eu não vou chorar por ela. Isso seria o cúmulo, e dignidade eu ainda tenho!
Se bem que o que eu fiz há dois minutos, não pode ser chamado dignidade, e sim, vergonha. Me declarei pela primeira vez na vida, e a menina não teve emoção. Boa, , boa!

Capítulo 22

Fiz de tudo para acordar depois que a tivesse ido embora, e consegui. Quando acordei, já eram duas horas da tarde, e não tinha nem sombra da . É, acordei melhor, se quer saber.
Ontem, eu fiquei sabendo de muita coisa ao mesmo tempo, por isso eu dei aquele ‘show’.
Claro que eu ainda estou mal pela menina que eu estou achando que amo ir embora e não ter tido reação quando eu me declarei, mas eu supero. Todo mundo diz que passa. Comigo não vai ser diferente. Fui para a cozinha, abri a geladeira e bebi água.
Peguei um pacote de bolacha e fui para a sala, assistir qualquer merda que passaria naquele momento. Liguei a TV, e estava passando a reprise de Friends. Ri vendo a Phoebe tentando andar de bicicleta.
Meu celular tocou e, pela primeira vez, fiquei alegre em ver o número do no identificador de chamadas.
- Oi. - Eu disse, tentando parecer animado. Não consegui.
- Cara, como você ‘tá? - Ele me perguntou.
- Indo! - Eu disse. - E você?
- Bem... Oh, já posso ir aí? - Ele me perguntou.
- Aham! - Eu disse.
- Ok, estou passando aí! - disse, e desligou o telefone. é foda, ele é O amigo, cara!
Continuei comendo, e vendo Friends.

Minutos depois, nem tocou a campainha, e entrou na sala.
- Agora me conta! - Ele disse, sentando ao meu lado e pegando uma bolacha.
Eu engoli em seco, e comecei, sem desviar os olhos da TV, mesmo não prestando atenção.
- A ... Eu gosto dela, e na verdade, acho que a amo! - Eu disse, sem olhá-lo. - E desde aquele dia em que brigamos, eu não falo com ela. Ontem, ela recebeu uma ligação, dizendo que passou na faculdade, e que ganhou também uma vaga na República que tem lá... Ou seja, ela foi embora, e agora eu estou aqui numa fossa desgraçada, porque pela primeira vez na vida, eu percebo que amo alguém, e esse alguém não demonstrou nenhum sentimento quando eu me declarei!
- Você se declarou? - perguntou surpreso.
- Declarei, e ela nem piscou, cara! - Eu disse, pela primeira vez, olhando para ele. - Como você acha que eu estou me sentindo? - coçou a nuca.
- Cara, você sabe que eu não sou a melhor pessoa do mundo pra dar conselho, mas... O que você tem que tentar fazer é desistir dela! Eu gosto da , acho ela muito gente boa, mas... Se ela não sente o mesmo por você, cara... Parte pra outra.
- Era o que eu mais queria! - Eu disse.
- Eu não estou dizendo pra você sair e pegar o máximo de garotas que você conseguir. Não é isso! Tipo, você pode começar a ocupar sua cabeça com outras coisas... Como a banda, por exemplo! - dizia.
- É... - Concordei. Nada melhor pra ocupar uma mente do que uma banda.
- Aliás, você tem mesmo que fazer uma música... Aproveita isso, cara! As melhores músicas são feitas quando estamos em fossa! - Sorri.
- Não estou com a mínima vontade de escrever. Não hoje! - Eu disse.
- Dude, relaxa que passa, ok? - disse rindo.
- OK! - Eu disse, sorrindo também.
A não merecia meu ‘sofrimento’, ok? Se ela é uma pessoa fria, azar o dela. Eu que achava que nunca sentiria essas ‘coisas’, senti. Um dia ela sentirá, e tomara que ela sinta tudo isso que eu estou sentindo agora! É, eu quero mesmo que ela saiba como é ruim!
- E hoje podemos sair...
- Sem chance, não quero sair. - Eu disse, deitando no sofá.
- Tudo bem, então, vamos beber até cair! - disse, pegando meu telefone. - E nada melhor do que beber com amigos, certo? - Sorri.
- Certo, Little ! - Eu disse rindo. ligou para , e até para , que viria sem a . É, eu não posso me queixar de amigos. - Eu vou tomar banho... - Eu disse. - Vai comprando a breja, ok? - Eu disse rindo.
- Ok! - disse, saindo de casa. - Ah, eu vou com o seu carro, o meu ‘tá com problema no carburador!
- Vai logo! - Eu disse, subindo as escadas, entrando no banheiro.

Entrei no banheiro, e deixei a água quente escorrer pelas minhas costas, enquanto eu me banhava. Por um momento, esqueci da , do , da Banda, da minha vida... Apenas por um momento.
Maldita hora que as pessoas diziam que eu estava gostando da . É, tenho certeza que isso foi psicológico!
Fiquei bastante tempo debaixo do chuveiro, até eu sentir a água esfriar. Continuei ali, tomando meu banho, agora na água fria, mesmo no frio que estava fazendo.
Graças a Deus o verão está chegando, cara! Odeio o inverno.
Peguei minha roupa - uma camisa muito velha dos Beatles, e uma calça xadrez - e saí do banheiro, me sentindo realmente melhor.
Enquanto tomava meu banho, eu pensava: Se para a eu não tenho importância, ela não deveria ter importância pra mim, certo? Certo.
Se ela decidiu ir embora, eu não ia ficar ‘chorando’ pelos cantos. Sim, disso eu me orgulho, nunca chorei por menina! E com a não será diferente.
Pois bem, desci as escadas, sentei no sofá e fiquei assistindo os comerciais.
já tinha chegado, tamanha foi minha demora no banheiro. Ele estava na cozinha.
- Hey! Os caras já estão vindo! - disse, chegando na sala com duas cervejas. Peguei uma das garrafas e comecei a beber.
Sério, o cara que inventou a cerveja deveria ganhar um prêmio!
- Ok! - Eu disse. - Você... Já contou o ‘acontecido’ a algum deles? - Perguntei.
- Não! Você que tem que fazer isso, se quiser! - disse. Sorri.
- Eles vão perguntar o porquê de eu estar nessa fossa! Eu não vejo problemas em dizer! - Eu disse, me levantando e colocando em qualquer programa humorístico.
É, tive que levantar, porque o maldito controle remoto insiste em sair andando pela casa.
- São eles! - disse levantando, quando ouviu a campainha tocar.
- Atende lá, man! - Eu disse, sentando novamente no sofá, assistindo um programa onde os participantes tinham que adivinhar tais músicas. atendeu a porta, e os três - , e - entraram.
- E aí, meu homem! - disse, pulando no sofá ao meu lado.
- Sem crises gays, ! - Eu disse rindo. Ainda acho que ele é apaixonado pelo !
- Outch! Essa doeu! - disse rindo, fazendo drama.
- Ah, dá um tempo que essa bicha é minha! - disse, pulando em cima de mim.
- Minha bicha, que saudades suas! - Eu disse rindo. - Você sempre está com a baranga da !
- Eu sei! Ela é fachada! - disse rindo, saindo de cima de mim.
- Onde está a cerveja? - -bêbado-que-não-tem-grana-pra-comprar-cerveja- perguntou.
- Na geladeira! - Eu disse, apontando a cozinha.
- Ah, vai se foder, ! - disse, ao ver o programa que eu estava assistindo. - disse que precisávamos de uma noitada, você não pretende ficar assistindo essa merda, pretende? - Ele perguntou incrédulo.
- Não mesmo! - Eu disse rindo, desligando a televisão.
- Vamos ouvir Rolling Stones! - disse, colocando um CD no rádio. - Start Me Up me anima! - Ele disse rindo, indo a cozinha.
- Rolling é bom! - Eu concordei, levantando, e aumentando o volume.
- Prefiro Beatles! - disse, se jogando no sofá.
- Ah, Beatles não tem nem comparação, dude! - Eu disse. - Beatles foi A banda!
- Ingleses, né? Ingleses são fodas! - disse rindo.
- Pode crer! - Eu disse.
chegou com duas garrafas de cerveja, entregou uma a , já que voltou com uma garrafa na mão, e eu e já estávamos bebendo.
- Agora nos conte, ! O que aconteceu, man! - disse, sentando no chão e dando uma boa golada na cerveja.
Respirei fundo, aquele assunto não era muito agradável. Não a mim.
Olhei para os caras, e vi que eles prestavam atenção em tudo. Contei toda a história, desde a primeira discussão, até a declaração.
- ...E aí que ela não teve nenhuma reação quando eu contei a ela sobre o que eu sentia! - Eu disse, dando mais uma longa golada na minha cerveja.
- Pô, eu não acho que a fez isso... Eu pensava que ela estava gostando de você! - disse.
- Eu não. - Eu disse, dando de ombros.
- Eu já acho que ela disse isso de cabeça quente! - disse. - Eu acho que você deveria falar com ela novamente, não se declarar de novo, mas conversar com ela! - Eu pensei. É, fazia sentido o que disse, ela estava com a cabeça quente.
- Então, vocês acham que eu devia ligar pra ela? - Perguntei.
- Eu acho que você deveria tentar esquecê-la! - disse e concordou.
- Eu acho que você deve ligar! - disse, e concordou. Legal, deu empate!
- Quer saber, eu não quero falar disso agora, eu quero é encher a cara! - Eu disse, indo à cozinha pegar mais uma cerveja.
- Assim que se fala, man! - disse erguendo a mão.

E passamos a noite assim, bebendo. começou com umas danças bizarras, depois, jogamos vídeo game - bêbados -, conversamos sobre ‘garotas’. Descobri que gosta de uma amiga da , mas que nunca ia contar a ela! Descobri também que o só tinha transado com sete garotas. Descobri que a odeia que o fique ‘por cima’, e descobri que o tem tara por mulheres baixas.
Aliás, eu ‘soltei’ que gosto de transar com música, o que os caras falaram que era gay. Ta, não é gay! É legal quando você acompanha o ritmo da música! Por isso que eu prefiro The Used nessas horas! Parei.
Pois bem, está babando no tapete - ele sempre é o primeiro a dormir - está cantando aos berros, com a música - Colocamos o CD dos Beatles - está jogando vídeo game com , e eu estou deitado, bebendo, fumando, e cantando baixo com os Beatles.
Estava tocando Penny Lane, e agora começou Help. Tudo o que eu mais precisava: Ouvir Help.
Os Beatles são fodas, porque eles sabem exatamente o que passa com você.

Help! I need somebody
(Socorro! eu preciso de alguém!)
Help! Not just anybody
(Socorro! Não qualquer pessoa)
Help! You know I need someone, help.
(Socorro! Você sabe que eu preciso de alguém, socorro!)

É, eu não queria aceitar, eu não podia aceitar. Estava precisando dela.
Situação ridícula, que eu me envergonho a cada vez que falo nela.
Sim, estou precisando de uma garota.

When I was younger, so much younger than today
(Quando eu era jovem, muito mais jovem que hoje)
I never needed anybody's help in any way.
(Eu nunca precisei da ajuda de ninguém em nenhum sentido)
But now these days are gone, I'm not so self assured
(E agora estes dias se foram, eu não sou uma pessoa assim segura)
Now I find I've changed my mind I've opened up the doors.
(Agora eu acho. Eu mudei minha mente e abri as portas)
Help me if you can, I'm feeling down
(Ajude-me, se você puder, eu me sinto pra baixo)
And I do appreciate you being around.
(E eu vou apreciar a sua luta na existência)

Eu tô falando! Os Beatles são fodas!
“Quando eu era jovem, muito mais jovem que hoje, eu nunca precisei da ajuda de ninguém, em nenhum sentido...”
Exatamente, eu não precisava de ninguém. Agora? Eu me sinto patético.
Acendi outro cigarro, e continuei ouvindo a música, cantando baixinho.

Help me get my feet back on the ground
(Ajude-me, coloque meus pés de volta no chão.)
Won't you please, please help me?
(Você não vai, por favor, ajudar-me?)
And now my life has changed in oh so many ways
(E agora minha vida mudou em muitos sentidos)
My independence seems to vanish in the haze.
(Minha independência parece dissipar-se na neblina)
But ev'ry now and then I feel so insecure
(Mas agora eu fico sempre tão inseguro)
I know that I just need you like I've never done before.
(Eu sei que eu só preciso de você como nunca antes)

Será que o John Lennon também tinha levado um pé na bunda, quando finalmente percebeu que gostava de uma menina? Pois bem, se não foi assim, ele escreveu essa música pra mim.
É, John Lennon na verdade não era um músico, e sim, um profeta! Ele sabia o que ia acontecer comigo, por isso fez essa música.
Ta, eu também acho que o álcool já subiu. A essa altura, eu já nem prestava mais atenção na música. Apenas cantava o refrão.
- Pô, baixou o John Lennon aí? - perguntou rindo, quando perdeu pela quinta vez, o jogo pro .
- Help é bom cara! - Eu disse. Realmente, Help é bom!
- Pô dude, eu ‘tô com sono... - disse, deixando o controle do vídeo game de lado. - Jogar com o é muito chato...
- Isso porque você não jogou comigo! - Eu disse, fazendo pose.
- Isso foi uma indireta? - perguntou rindo.
- Com certeza! - Eu disse, pegando um dos controles. – Aliás, , coloca Strawberry Fields Forever pra tocar!
- Ok! - disse, colocando na música que eu pedi.
me olhou com cara de ‘eu vou ganhar de você’ e eu o olhei com cara de ‘não mesmo, dude’. Começamos a jogar Mortal Kombat, onde eu dava um coro no .

Acordei com uma dor de cabeça insuportável. Nunca mais eu vou beber na minha vida.
Acabei que dormi no sofá, dormia no chão, atrás do sofá e e dividiam um travesseiro - cena bonita!
Levantei, e fui pra cozinha procurar algum analgésico. Não achei.
Tentei fazer café - que ficou incrivelmente amargo - e o tomei, na expectativa de ficar melhor. É, melhorou um pouquinho.
- Hey! - me cumprimentou com a mão na cabeça.
- Hey! - Eu disse rindo. - Toma café que melhora um pouco!
- Ok! - disse, enchendo um copo com café. – ‘Tá melhor dude? - Sorri.
- Uhum! Bem melhor! - Era verdade. Lógico que eu não estava 100%, mas estava melhor sim.
- Que bom! - deu um gole no café e fez careta. – Porra, , existe uma coisa chamada açúcar, sabia? - perguntou rindo.
- Ah, num enche! - Eu disse rindo.
- Bom dia, flores do dia! - acordou, sendo seguido por um que bocejava.
- Bom dia! - e eu respondemos.
- O ainda ‘tá dormindo? - Perguntei.
- Nem, ele está no banheiro! - respondeu, servindo-se do meu café. - Mas quem fez essa merda?
- Eu! - Eu disse rindo. - Nem vem que ficou bom, ok?
- Aham! Você faz café tão bem quanto eu! - disse rindo, depois de provar o café.
- Ah, pelos menos melhorou minha dor de cabeça, ok? - Eu disse, dando de ombros.
- Anormal! - disse rindo.
- Quem ‘tá falando do ? - perguntou, ao entrar na cozinha.
- O ! - Eu apontei, rindo.
- Hey, ! Só eu tenho o direito de chamar o de anormal, ok? - disse rindo.
- Palhaço! - Eu dei de ombros.
- Eu te amo, minha nega! - disse, me mandando um beijo.
- Engraçado que ele só faz essas brincadeiras quando a não está! - disse rindo, e eu concordei.
- Porra, eu já falei que ela é fachada! - disse piscando.
- Parem que esse momento gay está me dando azia! - disse, fazendo cara de nojo.
- , tem e pra todo mundo! - Eu disse rindo, abrindo os braços.
Fechei-os imediatamente, quando percebi a cena gay que eu tinha feito. Comecei a rir.
- Credo, você me assustou! - disse rindo.
- Pode crer! - concordou.
- Vão dar! - Eu disse, dando mais um gole no meu amargo café e indo para a sala.
- Aliás, ! Essa calça xadrez é ridícula e gay pra cacete! - disse rindo. É verdade, era gay pra cacete!
- Eu só durmo com ela, ok? - Eu berrei da sala, começando a procurar meu controle.
- É a noite que seu lado gay aflora, amor? - perguntou rindo.
- Mas o ‘tá com um fogo hoje... - disse, e eu ouvi.
- , ciúmes de mim, paixão? - Eu gritei, enfiando minha mão debaixo do sofá, procurando meu controle.
- Vai se foder! - berrou e eu ri.
Achei o meu controle - sim, ele estava mesmo embaixo do sofá - e liguei a TV. Estava passando um comercial, anunciando o que passaria o filme do Shrek na TV. Adivinhem de quem eu lembrei quando o Burro apareceu? Exatamente, dela.
- , man, terei que ir! - disse, pegando as chaves na mesinha. - quer sair comigo, ver a data do nosso casamento! - Ele disse sorridente.
- COMO ASSIM? - perguntou, vindo correndo da cozinha. - Vocês já vão marcar a data?
e também vieram correndo.
- Eu sabia que você era apaixonado por mim, ! Só não sabia que se preocupava tanto com isso! - disse rindo. – E, sim, iremos hoje ver a data, porra, eu não contei?
- Não! - Dissemos juntos. sorriu.
- Pois bem, iremos marcar a data hoje! Não agüento mais esperar! - disso sorrindo. Babaca, só porque ele ama a namorada e a namorada o ama? Isso não é motivo pra ficar sorrindo à toa.
Ta, eu estou com inveja do relacionamento do . Eu ‘tô falando, eu sou patético.
- Que legal, dude! - disse, admirado. - Eu ainda quero casar! - Ele disse. Olhei para o . Merda, eles não tem um caso, porque o não demonstrou nenhuma emoção. Eu queria que eles tivessem um caso. Seria legal, ok?
- Você casará, man! - disse rindo. - Pois bem, estou indo! Quem vem comigo?
- Eu vou! - disse.
- Eu também! - disse depois. Pois bem, ainda acho que eles têm um caso!
- Você fica, ? - perguntou.
- Aham! - me ama de verdade, cara!
- Ok! Tchau, pessoas! - disse, saindo de casa.
- Tchau, mans! - e eu dissemos.
foi o último a sair e bateu a porta.
- Tem geladeira não? - Eu gritei rindo.
- É que eu nunca fechei pelo lado de dentro! - respondeu no mesmo tom.
Dei risada e deitei na TV, continuando minha vida sedentária.
- Tipo, , eu não queria ser chato, mas você tem escrever sua música, dude! Não agüento mais...
- Calma, ! Escreverei ok? - Eu disse. - Aliás, me dá o telefone da sua faxineira? Preciso de uma urgente! - Eu disse, ao olhar o estado que estava minha casa.
- Ok! Tenho, mas... Nem pense em pedir o telefone da minha cozinheira, ok? - disse, fingindo-se de ofendido.
- Ok! - Eu disse rindo. Longe de mim, querer pegar a cozinheira do . - ‘Bora tirar um som? - Eu propus, porque a já estava invadindo meus pensamentos de novo.
- Demorou! - disse, levantando do sofá.
Passamos o dia todo tocando. Tiramos várias músicas, inclusive as novas do CD. Tocar me faz bem, tira qualquer coisa de minha mente, e naquele momento, era o que eu mais precisava.

Capítulo 23

Faz exatamente duas semanas que a não mora mais comigo. Duas semanas, e o verão começa a marcar presença, para a minha alegria.
Eu já estou melhor, em relação à . Não penso mais nela vinte e quatro horas por dia. Não sinto vontade em gritar pra todo mundo ouvir que eu sinto sua falta, me contento em só eu saber disso.
E o pior, eu estou com o telefone na mão, pronto a ligar pra ela. Sim, durante essas duas semanas, decidi que ligaria pra ela. ainda acha que o melhor que eu tenho a fazer é desistir, e acha que o melhor que eu tenho a fazer é correr atrás.
Vou ligar.
Aliás, falando no , ele e a marcaram a data do casamento! Será daqui três semanas! Também achei rápido, mas, se eles se amam...
Sim, agora os entendo, e não os acho idiotas por quererem se casar. Eu sei como é ‘ser casado’, de certa forma. E é bom, quando se tem A pessoa ao seu lado. Vou parar com minha crise afetiva.
Olhei o número do celular, na minha agenda, a apertei send. Chamou.
Tive vontade de desligar, mas eu tinha que ser homem - Hey, eu sou homem! - E continuar ali.
Chamou novamente. Legal, ela não ia me atender.
Chamou mais uma vez. Ok, ela não ia me atender.
Continuei ouvindo os ‘tuuuuh’ que o telefone fazia, e nada da atender.
“Oi, você ligou pra pessoa certa, mas na hora errada. É, eu sei que essa piadinha foi ridícula, mas eu não vou apagar, porque eu não sei apagar! Deixa logo o seu recado, antes que eu comece a falar mais merda ainda!”
Caixa de mensagens. Dei risada da mensagem dela, mas não deixei a mensagem.
Às vezes, ela estava sem o celular.
Peguei a lista telefônica, e procurei o telefone de Cambridge.
- Universidade de Cambridge, boa tarde! - A atendente disse.
- Boa tarde! - Eu fingi ser formal. - Será que você pode me informar o telefone das residências estudantis da universidade? - Perguntei.
- Você é parente? - A atendente perguntou.
- Sou! - Menti.
- Diga-me seu nome!
- ! - Eu disse.
- Um momento. - A mulher procurou alguma coisa, em algum lugar. - Não temos nenhuma pessoa com o seu sobrenome nas nossas residências! Tenha um bom dia! - A vaca desligou na minha cara. Legalzona ela.
Joguei o telefone no sofá e fiquei ali, pensando em como odeio celulares e telefones.
Eu não ia ficar em casa, estava um dia lindo lá fora, e eu, enfurnado dentro de casa. Vesti uma camisa fresca, uma bermuda e ajeitei o cabelo.
Peguei meu iPod, coloquei Queen pra tocar - outra coisa que me lembrava a - e saí de casa, rumo a qualquer parque.
Eu caminhava, cantando baixinho ‘I Want To Break Free’ e observando em como a cidade mudava, de acordo com sua estação.
No inverno, Londres é branca. No verão, Londres é amarela. É sério!
Tinha pessoas correndo, crianças brincando no Richmond Park - que eu não parei lá nem por decreto - e eu, continuava andando, com as mãos no bolso da bermuda, procurando alguma coisa pra fazer.
Cara, com música eu perco a noção do tempo e do espaço. Quando fui ver, já estava perto da Starbucks, e perto da Starbucks, tinha uma sorveteria.
Ótimo, era verão, e estava calor. Sorvete é perfeito.
Entrei na sorveteria, pedi um milk-shake de morango e sentei-me ao fundo do local. Fiquei olhando as pessoas que entravam.
Tinha um cara que eu tenho certeza que era virgem! Ele usava óculos e era cheio de espinhas. Ah, tinha uma menina também que eu tenho certeza que era puta, porque ela usava uma micro saia, e um máster decote.
Ok, tínhamos entrado no verão, mas não estava tão quente a ponto da menina sair semi nua. Se fosse antes, chamaria ela de gostosa. Hoje, a chamo de vadia.
Entrou também um grupinho de crianças, que fizeram A festa com o sorvete. Dei risada.
A garçonete trouxe o meu milk-shake, eu a paguei e continuei ali, tomando conta da vida dos outros, porque a minha não estava muito boa para eu me preocupar com ela.
Lembrei-me da música que eu tinha que fazer. Acho que tive uma idéia.
Eu posso falar sobre dias quentes de verão, crianças barulhentas e milk-shake de morango!
Não, eu nunca ouviria uma música assim.
Estava brincando com o canudinho, quando vi um grupo de quatro meninas, entrando na sorveteria. Olhei. Sou homem, ok?
Elas conversavam sorridentes, e pediram cinco milk shakes. Engraçado é que só tinham quatro meninas. Elas vestiam shorts, blusinhas apertadas. Roupas de verão, mas os shorts eram ‘curtos demais’. Como se eu não gostasse.
Uma delas me olhou e cutucou a outra, que respectivamente cochichou com outra, que me olhou sorrindo. Sim, ao que tudo indicava, as quatro estavam de sorrisinhos pra mim.
Balancei a cabeça rindo. É, eu sou foda quando quero.
- Oh, droga, desculpa a demora! - Eu não acreditei quando eu vi quem chegava correndo, juntando ao grupo de meninas que acabaram de entrar. Sim, era a .
Fiquei pasmo quando a vi, sentando ao lado das meninas atiradas e pegando um dos milk shakes. Ela estava com um vestido acinturado, acima dos joelhos. Perdi o chão.
A menina baixinha cutucou a , me apontando com a cabeça, e ela me olhou. Eu estava olhando pra ela, o que causou um ‘olho no olho’, se é que você me entende.
- Oi, ! - Ela disse, da mesa dela. Houve um murmúrio da mesa dela, que eu e ela ignoramos.
- Oi, ! - Eu disse, forçando um tom natural. Consegui.
sorriu de lado. Ela ainda usava lápis pra amarrar seu cabelo, e eu sorri ao ver aquilo. Estava me sentindo um idiota.
Terminei meu milk-shake, e pedi outro, mesmo estando sem vontade.
Exatamente, ia continuar ali por causa da . Fiquei olhando-a brincar com as amigas. Ela fazia piadinhas, e as outras riam. Eu sei como é o senso de humor da . Realmente é bom!
É sério, ela me contou a piada do pintinho sem cu e eu quase morri de rir. Saudades desses tempos. Nossa, me senti um ‘vô’ agora!
Meu celular começou a vibrar, e eu atendi. Era .
- Hey, dude, ‘tá aonde? - Ele perguntou. Sorri ao ver a jogando o canudinho na amiga, que fez cara de nojo.
- Na sorveteria... Perto da Starbucks... - Eu disse, hipnotizado nos movimentos da . Coisa de romântico barato. Não acredito que eu estou fazendo isso, cara...
- Ah, eu posso passar aí? Eu estou num tédio maldito aqui em casa! Minha mãe voltou de viagem e quer que eu a ajude a desfazer as malas...
- Pode vir! - Eu disse rindo. - Mas vem logo!
- Ok! - disse. - Estooooou pronto! - Ele disse rindo, imitando o Bob Esponja.
- Cala a boca, ! - Eu disse rindo, e desligou.
Deixei o celular na mesa, e um grupo de cinco caras arrumadinhos chegou na mesa da . Fechei os punhos com isso.
Um deles sorriu furtivamente pra , que não retribuiu o sorriso do mesmo jeito. Babaca. O cara, não a .
Ele era o único ‘desarrumado’ do grupo. Ele tinha um piercing no lábio - grande merda -, um alargador bem grande na orelha - qualquer um faz isso -, o cabelo liso todo repicado - o meu também é liso - e ele vestia uma camisa da Atticus, com uma calça jeans justa, apertada por um cinto de fivela de estrela. Ridículo.
Ele, todo cheio de sorrisinhos pra , e ela apenas rindo com as amigas.
Idiota, enquanto você está afim dela, eu já fiquei com ela, otário! Muito mais do que ficar, se é que você me entende.
Ah, cara, eu não posso ficar mais aqui, eu ‘tô até pensando em formas mais dolorosas pra matar esse cara! A não me faz bem, dude! Não faz mesmo.
entrou pela porta, sorridente como sempre.
- ? - Ele perguntou, ao vê-la. sorriu, levantou-se e cumprimentou com um abraço e um beijo no rosto.
- ! Como você está, menino? - Ela perguntou. Fiquei com ciúmes. Como se eu tivesse direito de sentir isso.
- Bem, bem! E você? - Ele perguntou. O cara que estava dando em cima dela fuzilou com os olhos.
- Também! - Ela sorriu. Não foi um sorriso aberto, foi um sorriso discreto.
- Bom, eu vou lá! Vê se aparece, menina! - Ele disse rindo.
- Ok! - disse, voltando a se sentar.
Pude ouvir claramente um “apresenta esses seus amigos” vindo da mesa dela. Ignorei.
- E aí, cara! - disse, sentando ao meu lado. - Porra, se ela ‘tá aqui, porque você continua nessa sorveteria? - me perguntou sério. Ele queria me ver bem, eu sei.
- Eu não sei... - Eu disse baixo. Na verdade, eu sabia sim! O simples fato da estar no mesmo local que eu já fazia eu me sentir bem, de certo modo. Cara, eu estou me surpreendendo no quesito ‘babaca do ano’.
- Então, vamos embora! - disse, levantando. - Você vai lá, passa por ela, se despede dela e finge que nada aconteceu, certo?
- Não dá, porra! - Eu disse. Não dava mesmo!
- Vai dar sim! - disse, indo em direção a mesa da . Deixei o dinheiro do milk shake na mesa e fui atrás dele.
- , estamos indo! - disse, quando chegamos na mesa dela.
- Ah, ok... - Ela se levantou e abraçou . - Até mais, Little ! - sorriu. Ele curtia a , afinal, ela era uma pessoa agradável.
- Até mais, ! E vê se não some, ok? - disse rindo.
Eles se soltaram do abraço, e eu senti os joelhos tremerem quando ela me olhou. Puta que pariu, que coisa de menina!
- Hm... Até mais, ! - Eu disse, chegando perto dela.
- Até mais, ! - Ela disse, se aproximando de mim.
Segurei na cintura dela e dei um beijo em sua bochecha. Ela fez o mesmo.
Nos separamos, e eu olhei pra baixo.
Saí rápido da sorveteria, e já estava lá fora.
- Muito bem, ! - disse, assim que fechei as portas da sorveteria.
- Pareceu natural? - Perguntei.
- Ah, vocês dois trocaram olhares, mas do resto pareceu normal sim! - disse sorridente. Sorri.
- Ela não me faz bem, cara! - Eu disse.
- Fica de boa, man! Você supera. E depois vai ver a como uma boa lembrança na sua vida! - ‘tá se achando o filósofo, né? Sorri.
- É, assim espero! - Eu disse rindo, colocando os fones do iPod. - ‘Bora pra praia?
- Lógico! - disse rindo, me apontando o carro.
Tirei os fones do iPod - achei que iríamos a pé - e entrei no carro. Coloquei o CD do The Offspring e comecei a cantar Pretty Fly com o , aos berros.

Assim que chegamos na praia, eu tirei meus tênis e fez o mesmo. Lembrei-me da noite de ano novo em que eu tive, pela primeira vez, a certeza de que gostava dela. Sorri ao lembrar disso.
- Olha aquela menina de biquíni azul, ! - me apontou, e eu balancei a cabeça sorrindo.
- Vai lá, man! - Eu disse rindo.
- Não! Ela que venha até mim! - disse rindo, sentando na areia. Sentei-me ao lado dele.
olhava pra menina de biquíni azul, e ela correspondia os olhares. Sorri.
Comecei a imaginar como a estava, se ela estava se divertindo com o cara dos piercings babando nela. Se ela estava se divertindo com as amigas atiradas...
Peguei meu celular e fiquei com vontade de ligar pra . Ela não me atenderia.
Joguei o aparelho na areia e fiquei olhando os surfistas marrentos fazendo graça para as meninas da praia. Era isso o que eu fazia ultimamente, cuidar da vida dos outros.
Humilhante.
Patético.

Capítulo 24

- , é sério cara! Eu não agüento mais as cobranças por causa desse CD! - me dizia, provavelmente irritado sobre o CD. É, eu não estava querendo fazer a música, não tinha ânimo, não tinha inspiração.
- Mas, meu, eu não tenho a mínima idéia sobre o que escrever! - Eu disse, erguendo os pés, enquanto a faxineira passava o aspirador de pó no tapete.
- Dá um jeito! Não é justo você não fazer nada no CD, cara! - dizia. - Sério, pega um momento marcante da sua vida, seja bom ou ruim, sei lá, velho! Inventa!
- Ta, , eu me viro! - Eu disse, saindo do sofá e indo até meu quarto. A faxineira me xingou, e eu fingi não ouvir.
Entrei no meu quarto, fechei a porta com força e deitei na cama.
- Vai, me dá uma idéia! - Eu disse, pegando um caderno e um lápis.
- Vê aí, cara! Faz sobre pé na bunda! Todo mundo curte esse tipo de música! - disse. - Agora, eu vou desligar, porque eu tenho que experimentar meu terno. - Sorri.
- Claro, você vai casar! – Sorri. - Aliás, eu recebi o convite! Ficou bonito, hein! Todo dourado... Espera aí! - Eu disse rindo, pegando o convite, que estava no meu criado mudo. - “No dia 20/02/2008, Celebraremos a União entre e ... - Eu lia rindo. - Bonito, man!
- Nem vem! - disse rindo. - Eu curti os convites!
- Aham! - Dei risada.
- É sério, vou desligar porque eu tenho mesmo que ver meu terno... Faz algo decente, ok?
- Ok! Vai lá! - Eu disse, desligando o telefone e o jogando em qualquer lugar.
Liguei o iPod e comecei a ouvir músicas de pé na bunda. Ouvi Help - típica! -, Jenny, do The Click Five, Bubble Wrap, do McFLY...
Lembrei de quando os caras do McFLY fizeram Bubble Wrap. Foi por uma ‘fase’ do Jones. É...
Eu posso usar a minha ‘experiência nada bonita’ como música. Pelo menos ela teria utilidade.
Comecei a escrever:
“Você morava comigo, e eu não gostava de você, yêêêê”
Horrível!
Rabisquei essa parte.
“Você é uma vaca, porque não ligou quando eu disse que te amava, aaavaaa”
Não mesmo!
Calma!
“É verão, todos estão fora, e você está logo ali”
Beleza, curti esse começo.

Passei a tarde toda escrevendo.
Sério, nunca pensei que escrever uma música fosse tão cansativo. Mas valeu a pena, curti a música.
Ok, concordo que a não merece uma música, mas foda-se.
Liguei a TV e comecei a ver alguns clipes, estava passando o clipe de Always, do Blink 182.
Meu celular começou a apitar.
No mínimo era mensagem do , avisando alguma coisa.
“Hey! Fui convidada pro casamento do :'D xx
Não acreditei quando vi aquela mensagem. Era ela. Ela tinha me mandado uma mensagem, depois de quase um mês sem nos falarmos.
Não preciso dizer que corri pra responder a mensagem, preciso?
“Eu não sabia! Você vai? xx - Mandei.
Eu torci, pedi para todos os santos existentes para que ela dissesse que iria. Fiquei olhando o celular.
“Pretendo.” - Ela mandou como resposta. Ela não prolongou outro assunto, e eu, tive que mandar outra.
“Ahm. Vai sim, todo mundo aqui adora você!” - Inclusive eu, que estou quase dizendo que te amo.
É, eu estou em uma situação onde eu acho que estou amando a .
É, já faz quase um mês que eu não beijo ninguém, que eu não saio de casa pra pegação... Isso é horrível.
Eu, todo triste, por causa de uma menina. Sabe de quem é a culpa? Da minha mãe! Se minha mãe não fosse embora, eu e a não teríamos ficado tão íntimos, não teríamos ficado, e eu não estaria nessa situação. Minha mãe me odeia.
“Ah, que isso ;D Erm... Como você ta?” - Ela perguntou.
Acho que sorri feito um idiota, porque ela tinha prolongado a conversa. Se eu pudesse, daria saltos mortais na minha cama, mas não o fiz.
“Indo :~ E você?” - Mandei.
Aquela conversa por torpedos estava melhorando meu humor, dude!
Nem me importei com o fato da faxineira ter me cobrado quinze libras. Também achei um roubo. Minha casa nem estava bagunçada.
“Eu vou bem (:” - Ela mandou.
Sim, eu ficava olhando o display do celular, só pra poder ver aquele envelope voando, e ouvir o barulhinho anunciando a nova mensagem.
“Ainda está chateada comigo?” - Perguntei.
Continuei olhando o celular. Maldito envelope que não aparece. Maldito barulhinho que não toca.
Eu tentava me distrair com outra coisa, mas não dava, ficava olhando o celular.
“Não sei. Na verdade, eu fiquei realmente magoada, . Não quero falar sobre isso.”
Legal, ela cortou.
Comecei a digitar a mensagem pra ela, mas apertei a tecla ‘end’. Agora, eu sabia o número do celular dela de cor, e então, liguei.
Chamou uma vez. Duas...
- Oi, . - Ela disse, provavelmente lendo meu número no identificador de chamadas.
- Oi, ! - Eu disse. - Eu... Eu... Ah, como você ‘tá? - Perguntei.
- Bem, já disse! - Tenho certeza que ela sorriu. - E a banda, como vai? - Sorri.
Estava conversando com a , cara! Ouvindo sua voz! Isso já era bom pra mim.
- Bem! Terminei a última música! - Disse.
- Então você compôs? - perguntou interessada.
- Aham! Fui obrigado, mas eu curti a música! - Eu disse.
- Ahm... Bom, eu só mandei a mensagem pra você saber que eu iria ao casamento... - Ela disse.
- Ah, ok! - Eu disse, tentando não parecer decepcionado.
- Hum, vou dormir então... Até o casamento, ! - disse.
- Até o casamento, ! - Eu disse. Esperei ela desligar o telefone, pra eu fazer o mesmo.
Joguei o aparelho em qualquer lugar - é, eu não tenho cuidado com telefones e nem com celulares - e deitei sorrindo, por ter conversado com a .
Foi pouco? Foi. Mas pra mim foi bom!

Faltam apenas três dias para o casamento de , e eu acordei cedo, pra poder comprar meu terno.
Exatamente. Terno, gravata, sapato... Vou ser o padrinho. Bonito, né?
Vai ser eu e uma menina que a escolheu. Ela não tem muitas amigas, então não faço a mínima idéia de quem será. Até cogitei a hipótese de ser a , mas não faz sentido.
Estou dirigindo devagar, ouvindo Boys Like Girls. Aliás, estou indo para a alfaiataria buscar o meu terno. É, fiquei hot de terno.
Estacionei na única vaga que tinha e desci do carro. O Sol chegava até incomodar, de tão forte que estava.
Entrei na loja e falei com a recepcionista.
- Bom dia, eu vim buscar o meu terno... - Eu disse.
- Claro, qual seu nome? - Ela perguntou.
- ! - Eu disse.
A mulher digitou meu nome no computador, e eu fiquei olhando o tanto de pessoas experimentando ternos.
- Ah, claro! Um minuto que eu já pego! - Ela disse, indo buscar a minha roupa.
Desde que me avisou que seria o padrinho, eu já vim encomendar.
Fiquei olhando a loja, era bem elegante. Os móveis, todos bem lustrados, o ambiente chegava a me fazer mal, de tão limpo que era. Me debrucei no balcão, e esperei a mulher chegar com o meu terno.
- Aqui está! - Ela me disse, entregando o terno, coberto pelo plástico. Sorri em forma de agradecimento, e entreguei o dinheiro a ela.
Comprei um terno que só vou usar uma vez na vida, a não ser que outro amigo meu case... Ou alguém morra...
Aliás, também será padrinho, e será com a tal menina que ele disse que gostava.
Entrei no carro, deixei o terno no banco traseiro e fui para casa. Nem liguei o rádio, a alfaiataria não era assim tão longe de casa.
Eu precisava de um carro conversível, cara! Assim que a banda ficar ‘bem’ eu vou comprar um. Nesse calor, é quase que insuportável dirigir apenas com as janelas abertas e o ar condicionado ligado.
Estacionei na garagem de casa e vi um bilhete pregado na porta.

“Hey, me liga! Vai ser o primeiro ensaio do casamento! Amanhã, man!


Tirei o papelzinho e entrei em casa, segurando meu terno.
Deixei-o no quarto, e liguei para o . Nem liguei a televisão.
- Hey, man! - Eu disse, assim que atenderam ao telefone.
- Oi, ! - atendeu rindo. - Perguntar quem fala, antes de fazer saudações, é legal!
- Vai se ferrar! - Eu disse rindo. - Chama meu homem aí!
- Seu homem o cacete! - Ela riu. - Espera que eu já chamo. - Fiquei batucando com uma caneta, na mesinha, até a bicha do atender.
- Hey, minha bicha! - Ele atendeu.
- Hey! – Sorri. - E aí, me explica sobre o ensaio e tal...
- Oh, vai ser na Guilford Cathedral! Lá você vai conhecer a Alicia, que será madrinha junto com você! - dizia.
- Ok, tem que ir com a roupa? - Perguntei.
- Minha mãe disse que sim, mas a não quis... Mas é bom você ir de social...
- Okay! - Eu disse rindo. - Erm... A vai no ensaio? - Perguntei.
- Ah, não te contei?
- Não. - Eu disse, agora jogando a caneta longe. - Conta logo.
- Tipo, a adorou a , achou ela uma super amiga e tal... Ela também vai ser madrinha... - contou.
Legal, ela será madrinha também. Não foi irônico, foi um ‘legal’ mesmo!
- Hum, com quem? - Perguntei.
- Com o Harry! O Judd! - disse.
- Hum... - Eu disse, simplesmente.
- É isso, amanhã às sete é o primeiro ensaio! Até mais, man! - disse, desligando o telefone. Nem me despedi.
Deitei no sofá e comecei a pensar. estará lá, de braço dado com o Judd, tudo bem. Eu estarei lá, de braço dado com uma amiguinha da . Legal também.
Acendi um cigarro, e fiquei fitando o teto. Sim, tetos são interessantes.
Sabe, depois que escrevi a música, meio que tirou um peso de mim. Não me sinto a última das criaturas, e não estou sentindo vontade de chorar.
Não posso dizer que já estou pronto pra outra, mas eu acho que já estou superando.

Capítulo 25

Estou parado dentro do meu carro, defronte a Guilford Cathedral. Já percebi que está bastante cheia.
Aliás, eu estou vestido socialmente. Calça social, uma camisa de risca de giz. Estou me sentindo um executivo.
Desci do carro, e entrei na igreja, onde encontrei um sorridente, conversando com uma garota bastante bonita. Deve ser a tal menina que ele gosta.
- Oi, ! - disse sorrindo. A tal menina ficou me olhando.
- Oi, ! - Eu disse. - Oi! - Eu disse à menina.
- Olá! - Ela sorriu simpática.
- Ah, , essa é a Alicia, a sua companheira no altar... - disse. - Estou esperando a Louise chegar! - Ele pronunciou o nome ‘Louise’ sorrindo. Deve ser a tal menina.
Sorri para a Alicia, que retribuiu o sorriso. Ela era bonita mesmo. Usava um vestido longo e acinturado. Ela tinha os cabelos pretos e ondulados. Sem contar nos olhos absurdamente azuis. É, ela era linda.
- Hey, Judd! - meio que gritou, acenando para o Harry, que chegava sorrindo.
- E aí, caras! - Harry nos cumprimentou. – Oi, Allie! - Harry já conhecia Alicia.
- Oi, Harry! - Ela disse, dando um beijo no rosto dele. Harry sorriu.
- E aí, já viram a ? Eu não me lembro dela, o me disse que ela estava na festa dele... - Harry dizia.
Não estava muito feliz não, sabia da fama que o Judd tinha, e a era bem bonita.
- Já! Ela está subindo as escadas, olha lá! - apontou. Harry e eu viramos o rosto para vê-la chegar. Sorri igual um idiota.
Ela estava linda, com um vestido acima dos joelhos, mas nada exagerado, os cabelos presos, deixando apenas algumas mechas soltas. Linda.
- Oi. - disse sorrindo, quando chegou até nós. a tinha chamado.
- Oi. - Eu disse, tentando não sorrir igual um idiota.
- Ah, então você é a ? - Harry perguntou.
- Aham! Você é o Harry, certo? - Ela perguntou.
Fingiu que eu não estava lá. Eu sou fã de exclusivismo, e no momento, ela não estava dando a mínima atenção para mim.
- Certo! - Harry sorriu. - não pôde escolher companheira melhor pra mim! - Ele disse, com aquele sorrisinho de conquistador barato. Aff, como eu estou com raiva do Judd, cara!
me olhou, como quem diz: “Relaxa, cara, você sabe como o Judd é!”.
- Erm... Temos que ir aonde? - Perguntei à Alicia.
- Vão avisar quando o ensaio começar! - Ela disse simpática. olhava para ela, eu percebi.
- Hey, dudes! - chegou, acompanhado por uma menina alta.
- Hey! - Cumprimentamos.
- Onde está o ? - perguntou. Quando eu falo, ninguém acredita! Esses dois são muito suspeitos!
- Está lá atrás, ajudando a arrumar as coisas... - disse.
Harry tinha começado uma conversa com , onde ambos riam abertamente. Não quero nem imaginar sobre o que conversavam. Não conseguia parar de olhar.
- Gente! O ensaio vai começar! E depois vai ter um jantar... Só pra marcar o primeiro ensaio! - chegou dizendo.
- Ok. - Dissemos.
Dei o braço para Alicia, assim que vi Harry fazer o mesmo com a .
A tal Louise chegou, e deu o braço à ela.
Entramos na igreja, passando pelo tapete vermelho naquele enorme corredor, onde estavam os bancos que agora estavam vazios.
Primeiro, era e a tal Louise, depois, entrou eu e Alicia, atrás de mim o e a menina alta, atrás o e uma loira, e depois, e Harry. Nos posicionamos no altar, e aí, entrou e a mãe dele.
é um palhaço, ele começou a rir e a mãe dele deu um pedala na frente de todo mundo. Começamos a rir.
Depois que ficou parado no altar - igual uma estátua - entrou com seu pai, que ria feito um idiota (leia-se: ).
Depois que todos entraram, o padre começou a falar todas aquelas coisas que dão vontade de dormir. Até e estavam cansando.
- ...Amar e respeitar, até que a morte os separem? - Foi só o que eu entendi que o padre disse.
- Aceito. - disse sorrindo.
- Pode beijar a noiva! - O Padre disse e os dois se beijaram. Tive vontade de fazer algum tipo de piadinha, mas fiquei quieto. Depois, saímos do altar, ainda de braços dados.
Mas como o Judd ‘tá conversando com a , cara!
Quando dei por mim, já era noite, então, seguimos para o salão onde seria o tal jantar.
- Você quer vir comigo? Ou se você preferir ir com outra pessoa... - Eu disse a Alicia, que ainda estava ao meu lado.
- Ah, claro! - Ela disse simpática.
- Hey, caras, vão querer carona? - Harry perguntou. estava ao lado dele.
- Nem, eu vou levar a Louise! - disse, sorrindo vitorioso. São nessas horas que percebemos como o amor é patético.
- ? - Harry perguntou.
- Vou com o e as meninas! - respondeu.
- ? - Harry me perguntou.
- Vou com a Alicia! - Eu disse, sorrindo. Forçando um sorriso, diga-se de passagem.
- Bom, , iremos eu e você apenas! - Harry disse.
- Não! - Eu gritei, e todos me olharam com cara de assustados. - Quer dizer, Alicia, você não se incomoda de ir com o Harry, incomoda? - Perguntei.
- Claro que não! - Ela sorriu.
- Então vamos! - Harry disse, saindo da igreja e acenando para os caras.
Harry tinha um carro conversível. É, McFLY é bastante fodona aqui em Londres. Em Londres e no mundo, diga-se de passagem.
Ah, Harry é um cachorro, até a Lindsay Lohan ele pegou quando fizeram um filme com ela! [N/A: Morte a Lohan!]
Entramos no carro dele, e a foi no banco do carona, deixando Alicia e eu no banco traseiro. Não que a companhia da Alicia não fosse boa, mas vocês sabem o que eu sinto em relação à .
- Escolhe e música aí! - Harry disse à . sorriu, e abriu a bolsa, pegando um CD. Sorri ao ver o Palm Trees and Power Lines que eu tinha dado de presente à ela.
- Wow, Sugarcult é legal! - Harry disse, quando ela colocou What You Say.
- É, Sugarcult é bom! - Ela disse rindo.
- E então, Allie, está namorando? - Harry perguntou, enquanto dirigia.
- Não! - Alicia sorriu. - E você, Judd?
- Não, você sabe que eu não curto essa coisa de namorar! - Harry disse.
- Eu já ouvi essa frase... - disse. De mim. Ela ouviu essa frase de mim. Pelo menos, ela lembrava de algo relacionado a mim.
- As pessoas mudam, ! - Eu disse baixinho, no ouvido dela, já que eu estava sentado atrás do banco dela.
- Será? - Ela me perguntou, no mesmo tom.
- Pode ter certeza que sim! - Eu disse, voltando a encostar minhas costas no banco.
- E você, , namora? - Harry perguntou. Fechei os punhos. Não, eu não ia bater no Harry, mas sempre que eu fico nervoso eu faço isso.
- Não, não! - Ela sorriu. Ou estava realmente dando mole pro Judd, ou ela estava fazendo aquilo pra me atingir. Se era a segunda opção, ela estava conseguindo.
Harry dirigiu até o salão - enorme, diga-se de passagem - e estacionou.
- Quem diria, hein, , nosso pequeno se casando! - Harry disse a mim, assim que saímos do carro.
- Pode crer! - Eu concordei rindo. Harry é safado, mas é gente boa. Ok, ele é gente boa mesmo, mas longe da menina que eu gosto.
- Também acha que casar é suicídio? - Harry me perguntou rindo.
- Sei lá... - Eu disse rindo do que disse. me olhou.
- Hey, quem é você e o que fez com o ! - Harry disse rindo. - Qual é, você mesmo me dizia que casar é idiotice, e que essa coisa de amor não existe! - Engoli em seco. Tenho certeza que a prestava atenção em mim.
- Mudei de idéia. - Eu disse. olhou pra baixo quando me virei pra encará-la.
Harry fez uma cara de quem tinha entendido alguma coisa. Alicia estava boiando.
Entramos no salão, e estava todo alegre, conversando com os outros padrinhos. Estava tocando I Feel So, do Boxcar Racer.
Sentamos - Sim, Harry, , Alicia e eu - em uma mesa no canto do salão. Minutos depois, , , e suas companheiras juntaram-se a nós.
O jantar inteiro eu fiquei prestando atenção em , em seus movimentos, onde olhava, com quem conversava. Tinha raiva da ser sociável, porque ela acabou de conhecer o Harry e já está conversando com ele como se eles se conhecessem há anos.
Harry passou um dos braços pelos ombros da , e eu senti o sangue subir. Qual é! Eu estou prestes a ter uma crise de ciúmes com uma menina que não é nada minha. Por idiotice minha.
- Eu vou ao banheiro! - Eu disse, me levantando. Passei pelas mesas do salão, e entrei no banheiro.
Lavei meu rosto e fiquei encarando a minha imagem no espelho. Eu sou patético. Eu sou ridículo, cara! Olha o papel que eu estou fazendo! Um apaixonado idiota, que fica sofrendo por uma menina.
Às vezes eu acho, sinceramente, que a até sente alguma coisa por mim. Mas no mesmo momento que eu acho isso, ela me prova o contrário.
Tudo bem, ela não fez nada demais com o Harry, eles apenas conversavam, e ele que estava dando em cima dela, e ela não estava dando mole pra ele. Mas mesmo assim isso machuca, cara! Não ia voltar para lá, não queria.
Sentei na pia, e fiquei olhando as portas das cabines do banheiro. Peguei meu celular, e fiquei jogando o jogo da cobrinha.
- Você não vai voltar? Estão achando que você passou mal com o patê de salmão, cara! - disse, entrando no banheiro.
- Eu não estou nenhum pouco afim de ver o Harry dando em cima da ! - Eu disse.
- Cara, relaxa! - olhou pra baixo. - Harry está mesmo dando em cima da , ele chamou-a pra sair... - Arregalei os olhos, fiquei estático olhando pro . - Relaxa, ela disse que está sem tempo, que a faculdade toma todo seu espaço... - disse, e eu sorri involuntariamente.
- ‘Tá vendo? - Eu perguntei.
- O que? - perguntou.
- O papel de idiota que eu estou fazendo! - Eu disse, levando a mão à cabeça. - De boa, eu não agüento mais, cara! A não me faz bem mesmo! - Eu acendi um cigarro.
- Man, apaga isso! - disse, apontando meu cigarro com a cabeça.
- Vai se foder! - Eu disse. balançou a cabeça.
- Eu vou voltar, porque se não vão começar a pensar merda... - Eu ri. - Vou dizer que você está sentado aqui porque não está bem, ok?
- Que seja! - Eu disse, dando de ombros. sorriu de lado, e saiu do banheiro.
Dei uma tragada no meu cigarro e tentei fazer desenhos com a fumaça. Inútil, nem fazer gracinhas com o cigarro eu consigo.
Continuei fumando, olhando as portas do banheiro, olhando o teto... Ninguém entrava no banheiro, o que eu agradeci mentalmente.
Peguei novamente meu celular e comecei a olhar minha agenda.
“A: Abbie, Anna, Andy, Ashlee... B: Brunna, Bee, Beatrice...”
Bons tempos aqueles, em que eu saía, pegava toda menina que eu achava bonita nas festas, e que no dia seguinte eu só lembrava do nome porque elas anotavam seu número no meu celular.
É, bons tempos aqueles que eu não ficava fumando, acabando com o meu pulmão, por causa de uma garota.
Ok, eu fumo bem antes de conhecer a , mas eu quero fazer um drama, qual o problema?
Continuei olhando minha lista telefônica, e vendo que dos meus 214 contatos, duzentos eram garotas.
- O que você tem? - me perguntou, entrando no banheiro e fechando a porta.

Capítulo 26

Não acreditei quando a vi ali, na minha frente, de braços cruzados e olhando pra mim. Apenas pra mim.
- Você está em um banheiro masculino! - Eu disse. Essa é a hora em que alguém me dá um tiro por falar essa frase pra menina que eu gosto, que ao que tudo indica, está preocupada comigo.
- Eu não estou nem aí para o banheiro! - chegou perto de mim e ficou entre as minhas pernas, já que eu estava ainda sentado na pia de pernas abertas. - O que você tem, ? - Ela me perguntou, encostada na pia, conseqüentemente, ainda entre minhas pernas.
- Eu estou ótimo! - Eu disse, tentando parecer ótimo.
- Você não está bem, eu te conheço muito bem! - disse. - Você não é do tipo de cara que fica trancado em um banheiro, dentro de um salão cheio de amigos...
- Você quer mesmo saber o meu problema? - Perguntei, olhando fixo nos olhos dela. fez que sim com a cabeça. - Meu problema é você, ! - Eu disse. - Será que você não percebe o quão arrependido eu estou por ter brigado com você? Eu não canso de me culpar todas as noites por ter dito a você aquelas coisas! - Eu dizia rápido, apenas me olhava séria. - Porra, será que pra você é tão difícil perdoar? - Ela olhou pra baixo e respirou fundo.
- Eu gosto de você, ! Eu não queria, mas eu gosto! - Ela disse, olhando pra baixo, colocando as mãos nos meus joelhos.
Eu olhei sério pra ela. Joguei o meu cigarro no lixo e segurei o rosto dela.
- Repete isso! - Eu disse, sorrindo.
- Poxa, , será que você não percebe, seu idiota! Todas as vezes que você dizia ‘que nunca namoraria’, ou então ‘que essa coisa de amor é pra idiotas’, você me atingia? Eu gosto de você desde a primeira vez que ficamos juntos! - Ela dizia, olhando nos meus olhos. - Quando você disse que gostava de mim, eu não acreditei, não tem como eu acreditar! - Ela respirou fundo. - Você me deu muitas provas de que você não é apto pra ‘amar’, ! E eu não quero me magoar com você! Eu sei muito bem que, se voltássemos a ficar, você enjoaria de mim, e eu ia ficar igual uma idiota chorando pelos cantos por sua causa!
- Eu não vou enjoar de você, ! Eu te amo! - Eu disse.
Espera, eu disse que amava ela?
Eu disse eu te amo?
Eu tô ficando louco. Louco mesmo! Não que eu não a ame, mas quer dizer, eu nunca diria isso, nem se eu morresse de amores por ela.
me olhou séria. Tenho certeza que aquele brilho nos olhos dela eram lágrimas.
- Você não ama, ! - Ela riu. - Eu não quero me magoar, não de novo!
- De novo? - Eu perguntei. olhou pra baixo.
Aquela nossa proximidade estava me matando, estávamos tão próximos, e ao mesmo tempo tão distantes.
- Lembra do namorado que eu disse que terminei por causa da minha mãe? - Ela perguntou.
- Lembro. - Eu disse.
- Pois bem, não terminamos pela minha mãe, e sim porque ele disse que me amava. Disse que me amava, que não enjoaria de mim, sendo que a única coisa que aquele idiota queria era me levar pra cama. É por isso que eu tento não gostar de ninguém, pra eu não me ferrar de novo! - Ela dizia rápido as palavras. - Depois disso, minha mãe e eu não nos tratávamos do mesmo jeito, porque ela sabia o que tinha acontecido! - Abracei a . Abracei apertado mesmo.
- , acredita em mim... - Eu dizia baixinho, enquanto a abraçava.
- Não dá, ! - Ela disse, me olhando. - Pode ser sim que você sinta alguma coisa por mim, mas não tanto como eu sinto! Você me faz mal, ! - disse, ainda abraçada comigo. Aquelas palavras me machucavam.
Soltei-me do abraço e segurei seu rosto.
- Me deixa te provar? - Eu perguntei. soltou uma risada abafada.
- Como? - Ela perguntou. Eu passei a mão pelo seu cabelo.
- Me deixa te provar, só isso! - Eu disse, beijando sua testa. Como eu estava com saudades daquilo, cara. Saudades de estar próximo a ela.
fez que sim com a cabeça, e eu a abracei novamente. Ficamos abraçados um tempão, até que a porta do banheiro foi aberta.
- Erm... Moça, desculpa, mas esse é um banheiro masculino! - Um cara gordo disse, ao ver e eu abraçados. Provavelmente era parente do .
- Tudo bem... - disse, soltando-se do abraço.
A puxei pra um beijo, não me importando com o fato daquele gordo branquelo estar olhando, boquiaberto.
Como eu tinha saudade daquele beijo, saudade daquele toque, daquele cheiro. A beijava como se fosse a última vez, como se eu quisesse guardar cada pedaço dela na minha mente. Partimos com dó, o beijo.
- Eu te amo! - Eu disse. sorriu e olhou para baixo.
- Eu te amo, embora não quisesse! - Ela disse, dando ênfase no EU. Depois, saiu do banheiro, e eu fiquei parado, tentando absorver os fatos.
A veio até aqui, disse que gostava de mim, depois, me contou a sua experiência traumática com o filho da puta que a deixou com medo de novos relacionamentos. Depois, nos abraçamos, eu disse que provaria a ela que eu a amava e por fim, nos beijamos.
Sem contar o fato que ela disse que me amava.
Acho que se eu pudesse, sairia pulando por aí.
Saí do banheiro, e dei até um sorrisinho para o gordo branquelo que ainda me olhava.
Olhei minha mesa, e vi que a não estava lá.
Merda.
- Cadê a ? - Perguntei, assim que cheguei à mesa. sorriu, e Alicia e Harry não entenderam nada.
- Ela foi embora... Parecia que estava sorrindo, ou chorando, não sei! - sorriu, ao ver o meu sorriso.
Atravessei novamente o salão, na tentativa de encontrar novamente com a . Tentativa inútil, porque não tinha nem sombra dela.
Senti uma mão no meu ombro. Era .
- Me conta o que aconteceu no banheiro! - disse rindo. Acho que eu sorria feito idiota.
- Ela disse que me amava! - Eu sorria.
- Então vocês estão juntos? - perguntou.
- Não... - Eu disse, olhando pra baixo. - Ela tem um certo ‘trauma’ a isso, e... Bom, eu vou ter que provar a ela! - Sorri.
- Como assim? - também sorria.
- Eu não faço idéia, só sei que se for pra fazer a confiar em mim, eu faço qualquer coisa! - Eu disse, custando a acreditar que estava dizendo aquilo. sorriu.
- Quem é você e o que fez com o meu amigo! - disse rindo.
- Se prepara, cara! Você vai me ajudar com isso! - Eu disse, dando tapinhas nas costas de .
- Pode ter certeza que sim! - me disse. - Bom, eu vou voltar pra mesa, porque eu estou conversando com a Louise e, pela primeira vez, ela não me deu um fora! - Sorri.
- Vai lá, man! Você consegue! - Eu disse, sorridente.
Lembrei que meu carro ainda estava no estacionamento da Guilford Cathedral, então, fui caminhando - era perto - até lá.
Enquanto caminhava, eu ia pensando em como ‘provar’ o que eu sinto à .
Pensei em flores.
Clichê, e isso não prova nada.
Chocolates?
Pior ainda.
Ursos de pelúcia?
Já fiz isso.
Eu poderia saltar de bang jump, e gritar ‘, eu te amo’.
Não, eu tenho pavor de bang jump.
Se bem que pela eu pularia.
Cara, que viadice, olha como eu tô romântico!
Então, eu poderia fazer uma serenata pra ela, vestido de mexicano!
Não, o McFLY fez isso no clipe de “Sorry Is Not Good Enough” e não deu muito certo.
Então, poderia roubar uma lista de metas que ela tem e realizar tudo.
É, copiei essa idéia do filme que a mocinha morre no final, como chama... “Um Amor Pra Recordar”. O foda, é que eu nem sei se a tem essa tal lista.
Merda.
Então, eu posso ensiná-la a dançar?
Merda, isso nem é prova de amor, e nem eu sei dançar.
Olha as merdas que eu estou pensando!
Cheguei no estacionamento da Guilford Cathedral e entrei no meu carro. Liguei na rádio local e estava tocando Anything, do The Calling.

I will be there
(Eu estarei lá)
Always waiting
(Sempre esperando)
Waiting for you
(Esperando por você)
To let me inside
(Para deixar-me entrar)
Where your fire burns
(Onde o fogo queima)
In a city of angels
(Em uma cidade de anjos)
Just like a river rushing straight into the sea
(Assim como o rio que deságua no mar)
I'm the one thing meant for you and you for me
(Eu sou a única coisa que importa pra você e você pra mim)

Nunca gostei de The Calling, achava que o Alex Band era gay.
Pois bem, mudei meu conceito sobre The Calling, apesar dessa letra ser muito romantiquinha, eu gostei!

Whatever you want
(Tudo o que você queira)
Whatever you need
(Tudo o que você precise)
Whatever it takes
(Tudo o que isso exija)
I'll do anything
(Eu vou fazer qualquer coisa)

Ta, o que eu precisava era de um jeito de provar pra que eu realmente a amava.
É, essa música é bonitinha e tal, mas não está ajudando, eu acho.
Virei a avenida e continuei dirigindo.
Aumentei o volume.

And as you sleep
(E enquanto você dorme)
Eyes through the window
(Olhares para a janela)
I'm watching you dream
(Eu estou vendo você sonhar)
Well are you dreaming of me?
(Bem, você está sonhando comigo?)
So why can't you see
(Então porque você não pode ver)
You're all that matters
(Você é tudo que me importa)
You know if this earth should crack
(Você sabe que se essa terra rachar)
I'll be your solid ground
(Eu serei sua base sólida)
I will be there to catch you when you fall down
(Eu estarei lá para pegar você quando você cair)

Ok, assumo.
A letra é romântica, mas é exatamente o que eu sinto.
É cara, eu posso dizer: Estou apaixonado. E não acho isso mais gay, ou ridículo.
É bom estar apaixonado, ainda mais quando você sabe que é correspondido, mesmo que eu não a tenha por perto.
Por enquanto.

Whatever you want
(Tudo o que você queira)
Whatever you need
(Tudo o que você precise)
Whatever it takes
(Tudo o que isso exija)
I'll do anything
(Eu vou fazer qualquer coisa)

“Tudo o que você queira” É, eu estou fazendo.
“Tudo o que você precise” Aham, eu faria.
“Tudo o que isso exija, eu vou fazer qualquer coisa” Com certeza!
Estou me sujeitando a tentar provar um amor, dude!
Isso é ‘Fazer qualquer coisa’ não é?

If I have to crawl
(Se eu tiver que rastejar)
Get down on my knees
(Ficar de joelhos)
Whatever it takes, I'll do anything
(Não importa o que isso exija, eu farei qualquer coisa)

Alex Band e sua bandinha subiram no meu conceito.
Amanhã, comprarei o CD do The Calling.

I'd take the stars right out of the sky for you
(Eu pegaria as estrelas do céu para você)
I'd end the world give you the sun, the moon
(Eu acabaria com o mundo para dar a você o Sol, a Lua)
For all of time, forever loving you
(Por todo tempo, para sempre amando você)

É, Alex Band deveria estar na mesma situação que eu quando escreveu essa música.
Será que ele ‘provou’ alguma coisa à musa da música?
Virei a esquina e continuei ouvindo a música.

Whatever you need
(Não importa o que você precise)
Whatever it takes, I'll do anything
(Não importa o que isso exija, eu vou fazer qualquer coisa)
If I have to crawl
(Se eu tiver que rastejar)
Get down on my knees
(Abaixo dos meus joelhos)
Whatever it takes
(Não importa o que isso exija)
I'll do anything
(Eu vou fazer qualquer coisa)

Sempre ouvirei a BBC, cara!
É A rádio! Eles tocaram uma música que se enquadra perfeitamente com o meu momento.
Meus netos ouvirão a BBC!
Acelerei um pouco, com o fim de chegar logo em casa.
O locutor da rádio fez uma propaganda sobre uma empresa de publicidade, e eu finalmente cheguei em casa.
Abri a porta e a primeira coisa que fiz foi tirar os sapatos e desabotoar a camisa.
Deitei no sofá e fiquei olhando igual um retardado para o teto.
Levantei e subi as escadas, entrando no quarto que era da . Estava tudo perfeitamente igual. O cheiro dela, o jeito com que estava arrumado, o mesmo lençol cor de rosa.
Tinha um papel na cama e eu o abri.
Sim, era a primeira vez que eu entrava naquele quarto, desde que ela foi embora.

Eu sei, ainda tem coisas minhas aí no quarto; Pego depois. xoxo


Sorri ao ver a caligrafia dela, as letras garrafais. Como eu sou idiota.
Nunca tinha percebido o mural de fotos que tinha logo na cabeceira de sua cama. Bem, sempre dormíamos no meu quarto e depois da primeira vez que ficamos juntos, ela nem dormia mais em seu quarto, e sim no meu.
Comecei a ver as fotos que estavam ali.
Tinha uma que eu dei risada quando vi, era ela e uma amiga, com narizes de palhaço, fazendo caretas. Típico da .
Depois, vi uma dela abraçada com um cara louro, fazendo um ‘L’ de Loser na testa. Não gostei daquela foto.
Continuei vendo as fotos, tinha uma dela pequena, fazendo um bico, emburrada, e eu me reconheci ao lado dela, apontando-a. Comecei a rir.
Parei de rir quando vi uma foto que eu reconhecia muito bem. A foto que tiramos no Richmond Park, a que eu beijava sua bochecha e ela sorria para a câmera, os dois, encapados de roupas de frio, lá, sorrindo pra câmera.
Tirei o imã de hipopótamo que prendia a foto e a peguei. Aquela foto, a partir de hoje, seria minha.
Saí do quarto ‘dela’, e entrei no meu.
Coloquei a foto em um porta retrato, que antes estava uma foto minha e dos caras da banda com instrumentos de plástico, e coloquei a nossa foto, por cima.
Fiquei sorrindo bobo, ao ver a foto. Parecia que meus lábios estavam congelados na bochecha dela, e ela sorria lindamente pra foto. Sorri ao ver o gorro vermelho que ela usava, e as luvas.
Como conseguíamos sorrir com aquele frio todo?
Fechei os olhos, ainda sorrindo bobo, ao lembrar do fato da ter dito que me amava, e o fato dessa distância finalmente ter acabado.

Capítulo 27

Fui acordado pelo barulho do meu celular tocando.
Sério, eu estava com um humor tão bom que nem o fato de eu ser acordado as onze da manhã, pelo , me deixou irritado.
Sabe como isso se chama? .
Atendi o celular, ainda deitado na cama.
- Fala, ! - Eu disse.
- Hey, ! - disse. - Tipo, daqui dois dias é o casamento do , e amanhã como será véspera, ele nem vai ter tempo pra ensaiar nem nada... Você fez a música?
Ah, a música.
Porra, eu fiz, mas eu estava com raiva da .
- Fiz... - Eu disse.
- Então vem correndo pra casa do porque vamos fazer essa melodia hoje, ok? - disse.
- Ok, eu só vou ajustar umas coisas nela, mas já estou indo aí! - Eu disse, desligando o telefone, antes mesmo que o se despedisse.
Procurei o caderno onde eu escrevi a música e o achei jogado debaixo da cama. Peguei um lápis e uma borracha e comecei a alterar a letra.
Eu grito com você, mas você nem me olha. Será que é tão difícil pra você, prestar atenção em mim?” - Tirei essa parte. Na verdade, alterei a música toda.
Ela é bem ‘minha vida em relação a ’ e fala claramente que eu estou apaixonado.
HEY! ISSO PODE SERVIR COMO A TAL PROVA QUE ELA ME PEDIU, NÃO PODE?
Coloquei o caderno na minha mochila e troquei de roupa.
Coloquei a primeira calça que eu achei, coloquei uma camisa da Hurley, um boné - meu cabelo estava muito ruim, ok? - virado para trás, e coloquei meu All Star.
Saí de casa, correndo.
Sim, se essa música poderia servir com o a tal prova pra , os caras tinham que me ajudar.
Nem liguei o rádio e procurei cortar o máximo de caminho possível até a casa do que, por azar, era a mais longe da minha.
Parei no farol e tive que ligar o rádio. Fiquei ouvindo All of This, do Blink 182, até a porra do sinal abrir.
Acelerei e virei a esquina, rumo a rua da casa do . Quase que saltei do carro quando estacionei na casa do .
Toquei a campainha, e os caras estavam arrumando os instrumentos.
- E aí, , espero que a música seja realmente boa! - disse, assim que entrei.
- Eu acho que é... Quer dizer, bom, eu vou contar a história pra vocês e vocês me ajudam, ok? - Eu disse. Ninguém entendeu nada, e eu mostrei a música a eles.
- Cacete, ! Ficou muito boa! - disse, assim que terminou de ler.
- Ficou mesmo! ‘Tá vendo, momentos críticos de nossas vidas sempre servem pra alguma coisa! - disse e eu concordei.
- Pois bem, ontem eu conversei com a e... Bom, ela também gosta de mim! - Eu disse sorrindo.
- Ae, ! - comemorou, me dando uns tapinhas nas costas.
- Calma! - Eu disse, antes de também me cumprimentar. - Mas ela não acredita que eu a ame de verdade...
- AMAR? - berrou, deixando o prato da bateria - que ele estava montando - cair no chão.
Sorri.
- É, cara, eu estou amando a ! - Eu disse rindo.
- ? Amando? - perguntava. - Quem te viu, quem te vê, rapaz!
- Comentários à parte, a não acredita em mim devido a um filho da puta que a machucou no passado...
- , O Justiceiro! Isso dá até nome de filme! - disse rindo.
- Porra, deixa eu terminar! - Eu pedi, rindo. - Então, eu pedi a ela que deixasse eu provar que a amava...
- Coisa romântica... - disse.
- Puta que pariu! Da pra calar a boca, inferno? - Eu pedi, começando a me estressar. Silêncio. - Continuando, quando eu tive essa conversa com ela, a música já estava feita, e eu estava... Acabando com ela, na música. Assim que o me ligou eu a ajustei e tal, foi isso o que deu! Agora, como é que eu posso usar essa música como a tal prova que ela precisa? - Perguntei, olhando significativamente pra cada um.
- Não faço a mínima idéia! - disse, dando de ombros.
Obrigado, !
- Nem eu... - disse.
Obrigado mesmo, maldito.
- Ah... Você poderia mandar a letra a ela, oras! - disse.
- Não, muito simples! - Eu disse.
sorriu.
- Eu tenho uma idéia, mas pra isso a música precisa de melodia! - disse.
- Então, ‘bora fazer! - Eu disse, pegando meu instrumento, que estava na casa do há anos.

Começamos a fazer a melodia pra música, que agora, tinha nome: ‘Little Things’.
Sim, a música vai pro Cd!
Aliás, a melodia ficou bastante boa! E minha voz também ficou boa nessa música.
Quando eu disser que passamos a tarde toda na melodia dessa música, acredite!
Cheguei lá ao meio dia e terminamos a música às cinco da tarde.
Claro que paramos pra comer alguma coisa, beber... Mas trabalhamos bastante nessa música.
Sim, a merece, cara!
- Então, vamos repassar a ordem das músicas... - dizia. - Será Ticket Outta Loserville, Eddie’s Song...
- Little Things! - Eu disse.
- Little Things... - anotava. – Party’s Over, Boyband, Sick...
- Slacker! - disse.
- Slacker... Holly I’m The One, Wear Me Down, e Murdered In the Mosh! - disse. - Aliás, no fim de Murdered In the Mosh podemos colocar tipo um ‘bônus’ de um coral cantando o refrão da música...
- Por que um coral? - perguntou.
- Sei lá, vai despertar essa mesma dúvida nos ouvintes... Concordam? - perguntou.
- Por mim, beleza! - Eu disse, dando de ombros. [N/A: Alguém sabe, o porquê de dez minutos depois, em Murdered In the Mosh, ter aquele ‘coral’ cantando o refrão da música? OO"]
- Então, ok! Depois do meu casamento gravamos o CD! - disse, colocando o papel em cima da mesa e deitando no chão, de barriga pra cima. - Pô, daqui dois dias eu caso, cara!
Sorrimos.
- Daqui dois dias, você se algema de vez, dude! - disse.
- Ah cara, eu amo a ! - disse sorrindo. Não acho mais idiotice essa coisa de amar.
- Sabemos... - disse. - Eu não sei, eu acho que não sou homem pra amar...
- Ah, é sim! - Eu disse. - Lembra de mim? Sempre falando que nunca me apaixonaria e tal. está de prova de como eu fiquei mal por causa da ! - Eu dizia. deu de ombros.
- Verdade! - concordou, começando a brincar com uma almofada. - Cara, eu nunca pensei que o fosse tão ciumento! Pela primeira vez na vida, eu tive certeza que ele ia me matar!
Os caras riram e dei de ombros. Não tive culpa, certo?
sorriu.
- Hey caras, eu tenho que contar... - sorriu. - Eu, eu estou mesmo gostando da Louise!
Sorrimos.
- E aí? - Perguntei.
- E aí que ela me disse que só fica comigo, se for pra namorar... - contava.
- Mas, cara, se você gosta dela, qual o problema em namorar? - perguntou. ama compromissos.
sorriu.
- O problema não é em namorar, é em como eu peço, entende?
- AAAAH! vai namorar! - Eu disse apontando pra ele.
- Você também, seu idiota! - disse rindo. Sorri.
É, se a acreditasse em mim eu a pediria em namoro e... Eu namoraria pela primeira vez na minha vida.
- É! - Eu disse rindo.
- Agora, só vai faltar o e o se assumirem! - disse rindo, apontando para e .
- Vai se foder! - disse, dando o dedo do meio. fechou a cara.
- Hey, sabe o que eu pensei? - disse, agora sorrindo.
- Você pensa, dude? - Perguntei. Eu tinha que fazer a piadinha idiota do dia.
- HAHA, engraçado, ! - foi irônico. - O tem que ter uma despedida de solteiro!
- LÓGICO! - e eu gritamos. começou a rir.
- Não, melhor não, caras! - disse.
- Meu, vai ser seu último dia de solteirisse, tem que aproveitar! - disse, igualmente animado.
- Ah, não, e se a não gostar? - perguntou preocupado.
- Man, não estamos falando pra você sair por aí e beijar outras garotas! Não! - disse. - Podemos chamar o Tom, Dougie, Harry e o Jones, o Matt...
- O Chaz não! - disse rindo.
- Ta, o Charlie não! - disse rindo. [N/A: Sorry as Simpsons de plantão ;D]
- É, cara! Podemos beber, jogar vídeo game até altas horas... - Eu disse.
- É! - Os caras concordaram.
- Lógico que uma despedida de solteiro normal seria feita em alguma boate, ou algo do tipo, mas se você não quer... Será apenas uma festa entre homens! - disse. sorriu.
- Beleza então! - Ele concordou.
- Eu cuido da bebida! - disse.
- Eu cuido de chamar os caras! - disse.
- Será lá em casa! - Eu disse.
- Ok! - disse, já que seria o único que não faria nada.
- Hey, o leva os jogos de vídeo game e os filmes!
- Ok! - deu de ombros.
- Tudo bem que eu ainda preferiria se tivessem garotas saindo de bolos, ou algo do tipo, mas se a bicha do não quer... - disse rindo.
- Pode crer! Mulheres saindo de bolos são legais! - disse rindo.
- Prefiro as que se vestem de enfermeiras! - Eu disse rindo.
- Ah, seu nojento! - disse.
- Nojento? Vê se sou eu quem come a cozinheira? - Eu perguntei rindo.
- Passado! - disse, rolando os olhos.
- Seu passado te condena, hein, ? - riu. - Acho que se a Louise saber dessas histórias, ela não aceita namorar contigo!
- Você não é nem louco de contar! - disse, visivelmente preocupado. e eu nos entreolhamos e começamos a rir.
- Relaxa, cara, não vou estragar seu rolo com a Louise! - disse, erguendo as mãos, como se estivesse se rendendo.
- É bom mesmo, isso se você tiver amor a vida! - disse, apontando o dedo na cara de .
- Wow, conseguiu me assustar, ! - ironizou.
Eu ria de qualquer coisa, parecia mesmo um idiota.
A me deixa assim, feito um babaca.
- Então, eu vou embora. - disse, pegando a chave do carro.
- Ok! - Eu disse.
Nos despedimos de , que saiu da casa de .
- Gente... Sabiam que o ‘tá de rolo com uma menina aí? - contou, rindo. Droga, eles não têm um caso.
- Sério? - Perguntei interessado.
- Aham! Parece que eles se conheceram na praia... - contava.
- Bom, , só falta você desencalhar! - disse rindo.
- Não, man, eu já tô de olho em uma menina! - disse.
- Uh, e quem seria ela? - perguntou. riu.
- A cozinheira do ! - disse rindo.
- HEY! - colocou a mão na cintura e fez uma cara indignada. Começamos a gargalhar.
- Mentira, cara! É a Alicia, companheira do ! Ela é hot, aí, conversamos e marcamos de sair! - contava.
- Pode crer, a Alicia é hot! - Eu concordei. Mas ela não ganhava da . Não mesmo.
Olha só como um fica patético quando apaixonado! Em tudo eu cito a ! Meio que eu não consigo ficar sem falar nela, entende? O amor nos deixa estranhos.
- Mas vocês vão sair quando? - Perguntei.
- Hoje... - sorriu. - Às oito!
- Uh! Camisinha, caro, ! - disse, dando um de ‘pai’. Comecei a rir.
- , já pensou quando a engravidar? - perguntou sério. sorriu.
- Não, man, ela não vai engravidar tão cedo... E se um dia acontecesse, eu ia amar o Jr! - disse sorrindo. é o cara mais responsável que eu já vi na minha vida, cara! Quero ser igual a ele quando crescer.
- , você me orgulha, cara! - disse.
- Pode crer! - e eu dissemos.
- Bom, a prosa ta boa, mas iremos embora, bom, pelo menos eu vou! - Eu disse. - Eu tenho que me preparar pra amanhã, derrotar vocês no Mortal Kombat é fácil, mas exige concentração! - Eu disse rindo, ao ver os dedos do meio direcionados a mim. - É isso, dudes, me vou! - Eu disse, pegando a chave do meu carro. Já estava escurecendo.
- Até amanhã, amor! - disse, me mandando um beijo.
- Até amanhã, paixão! - Eu disse rindo, mandando um beijo. – Ta, , eu também te amo, e , nossa relação é só sexo!
- Credo, , isso foi nojento! - disse fazendo careta, enquanto e se matavam de rir.
- Ah, vão se foder! - Eu disse, saindo da casa do .
Fui chutando pedrinhas até chegar no meu carro. Cara, como o ‘amor’ muda o humor da gente, né?
Dias atrás, eu nem estava me reconhecendo, e hoje, eu tô fazendo piadinhas e rindo de qualquer coisa.
Estranho.
Entrei no carro, coloquei The Great Escape, do Boys Like Girls e fui cantando até em casa.
Graças a Deus o trânsito não estava tão ruim.
Eu batucava no volante, quando parava em faróis.
Sim, meu humor está ótimo.
Aliás, fiquei feliz pelo e pelo terem desencalhado. Eles são legais!
A única coisa ruim disso é que agora eu sei que eles não têm um caso.
Cheguei em casa e percebi pela janela que a luz estava acesa.
Será que a tinha voltado?
Senti o coração acelerar com essa expectativa. Desci quase que saltando do carro e dei passos longos até chegar na porta de casa.
Abri a porta e lá estava ela, sentada me olhando com um olhar acusador.
Não, não era a , era a minha mãe.
- ! - Minha mãe disse, cruzando os braços e batendo o pezinho. Odeio quando ela fica batendo o pé.
- O que foi que eu fiz, mãe? - Perguntei, antes mesmo de cumprimentá-la. Eu tinha ficado um pouco decepcionado por não ser a .
- O que foi que você fez? A passa na faculdade, se muda e você não me avisa? - Minha mãe começou a me dar tapas.
É! ELA ESTAVA ME BATENDO!
- Ô, mãe, cacete! - Eu disse, saindo de perto dela. - Eu já sou um homem!
- Enquanto eu estiver viva, você será o meu menino! Como você faz isso? Eu já estava toda preocupada com ela, seu irresponsável! E onde você estava? - Eu respirei fundo.
- Eu estava finalizando o meu CD na casa do !
- filho da perua do cabelo preto? - Minha mãe perguntou. Ela não gostava da mãe do .
- É! - Eu disse. - E eu não contei sobre a porque... - Eu não ia falar que estava em ‘semi depressão’ e não lembrei de nada. - Porque eu esqueci, oras!
- Olha, , eu só não pego a cinta, porque você está maior que eu! - Minha mãe disse e eu arqueei uma sobrancelha. - Mudando de assunto, vem cá me dar um abraço! - Ela disse abrindo os braços.
Mulheres me assustam! Elas mudam de humor de uma hora pra outra.
Fui lá e a abracei.
- Como você ‘tá? - Perguntei, abraçando a minha mãe. Eu estava com saudades da velha, isso era fato.
- Bem, maravilhosamente bem! Matthew está me fazendo muito bem! - Ela disse. Não quero nem pensar no que Matthew está fazendo.
- Que bom, mãe! - Eu disse, me soltando do abraço.
- E você? - Ela me perguntou. Sorri.
- Agora eu estou bem... - Eu disse.
- Por que, agora? - Minha mãe perguntou, dando ênfase ao agora.
- Ah... Eu... - Mães são boas para dar conselhos, eu vou me abrir com ela. Ta, essa coisa de abrir pegou mal, mas porra, é minha mãe! - Você sabe que eu não sou do tipo de cara que se apaixona, certo? - Disse. Minha mãe sorriu.
Eu já disse que mães são fodas, pois sempre sabem o que acontecem conosco? Pois bem, repito! Mães são fodas.
No bom sentido. Ou seria no mal?
- Você está apaixonado? - Ela perguntou com os olhos brilhando. No mínimo, achando bonitinho. De bonitinho não tem nada.
- É... ‘Tô... - Eu disse.
- AH, QUE LINDO! - Minha mãe berrou, me abraçando. Sabe, acho que eu deveria ter nascido mudo. Eu só falo merda. Coisas que fodem minha vida. Agora, minha mãe vai achar lindo o fato do seu filhinho estar apaixonado.
- Mãe, não faz isso! - Eu disse, tirando as mãos dela das minhas bochechas.
- Ta, eu vou parar! - Ela disse, se recompondo. - Mas como ela é, ? Ela é bonita? - Sorri.
- Linda! - Eu disse.
- Ela é inteligente? - Minha mãe perguntou, maravilhada.
- Aham! - Eu disse. É, a era inteligente.
- O que ela faz da vida? - Minha mãe perguntou interessada.
- Faculdade! - Eu disse. Não ia falar que era cinema, senão minha mãe adivinharia.
- É a , não é? - Ela perguntou.
Eu olhei assustado pra ela. Sério, eu acho que mães podem ler pensamentos.
Tudo bem que com essas dicas eu praticamente disse que é a , mas também poderia ser qualquer outra garota.
- O que levou a achar que é a ? - Eu perguntei, colocando a mão na cintura.
Puta que pariu, que coisa mais gay ficar colocando a mão na cintura.
Tirei a mão da cintura.
Minha mãe sorriu.
- Desde o dia que você a viu descendo do trem, você ficou mexido! Eu te conheço mais do que conheço a mim mesma, ! No começo, vocês começaram a se atracar. - Atracar? Vocabulários de mães são os piores, cara! - Tenho certeza que foi pra disfarçar a atração que ambos sentiram! - Sorri.
- Mãe, você é foda! - Eu disse rindo. Minha mãe me abraçou.
- Vou levar isso como elogio, ok? - Ela se soltou do abraço. - Mas, e a ?
- A o quê? - Perguntei. , O lerdo.
- A também está gostando de você? - Ela perguntou. – Sorri.
- Aham! - Eu disse, sorrindo igual um idiota. Minha mãe fez cara de confusa.
- Se vocês se gostam, por que não estão juntos? - Ela me perguntou. Respirei fundo e contei toda a história pra ela.
Sabe, eu nunca conversei assim com a minha mãe e está sendo tão bom! Minha mãe nunca me daria um conselho ruim, porque ela é mãe e quer o meu bem! Olha, falei tão bonito!
- ...E foi isso! - Eu contei tudo, desde a briga, até as declarações no banheiro.
- Nossa, não sabia que a já tinha sido enganada... - Minha mãe disse, visivelmente chateada pela . - Lyz nunca me contou sobre isso...
- Mãe, isso não é um assunto que as comadres comentam! - Eu disse.
- Tem razão... - Minha mãe disse. - E , que coisa mais linda essa de ‘provar amor’! Está me dando orgulho de ser sua mãe! - Comecei a rir mas logo parei. Quer dizer que ela só tem orgulho de mim por isso?
E pelo filho dela ser hot, gostoso e sexy? Modesto também.
E pelo filho dela ser o de uma banda famosa na cidade?
E pelo filho dela ser ‘o pegador’ da cidade?
Ta, não sou mais O pegador da cidade, mas os outros dois itens estão valendo!
- Considere um elogio, ! - Minha mãe disse rindo.
- Ta... - Eu disse rindo também. Minha mãe ia falar algo, quando ouvimos uma buzina. Era Matthew e seu carro fodão.
- Bom, , estou indo... - Ela disse, me dando um beijo na testa. - Se cuida e me conta depois como foi, certo? - Sorri.
- Pode deixar! - Eu disse, a levando até a porta.
- Hey, ! - Matthew me cumprimentou.
Ele estava com o som ligado e estava tocando alguma coisa dos Scorpions. Ok, ele tem bom gosto musical.
- Hey, Matthew! - Eu disse, acenando.
Minha mãe entrou no carro, mandou um beijo pra mim e os dois saíram, cantando ‘Moment Of Glory’. Entrei em casa, sorrindo mais ainda.
Conversei com minha mãe, pela primeira vez; Eu tinha escrito uma música para a menina que eu amo, e eu sabia que ela me amava também.
Sem contar, que amanhã, terá a despedida de solteiro do .
É, parece que finalmente minha vida está melhorando.
Quando vi meu celular no sofá, senti uma enorme vontade de ligar pra , mas não o fiz. Não pegaria no pé dela.
Porém, mandei uma mensagem.
Tô com saudades.”
Sorri, peguei o celular - vai que ela responde! - E levei-o para o quarto comigo.
Deixei-o na cama, peguei meu pijama (leia-se: uma boxer e uma camisa velha) e entrei no banheiro, pra tomar banho.
Não cantei no chuveiro. Na verdade, foi um banho rápido.
Eu estava ansioso. Não via a hora de chegar o casamento do !
Voltei para o quarto e peguei meu celular.
Para minha alegria, aquele envelope branco estava no display do celular.
Eu também.
Sorri.
Adoro conversar por mensagens com ela.
“Sério! Vou dormir, quero que amanheça logo. Te amo!”
Romântico inconsolável mode on.
Ela respondeu rápido.
“Ok. Também te amo.”
Sorri ao ler aquilo. Sorri muito ao ler aquilo.
Deixei o celular no criado mudo, ao lado da nossa foto, e fechei os olhos, na tentativa de dormir.
É, eu queria mesmo que amanhecesse.

Capítulo 28

Acordei às duas horas da tarde, sem precisar de despertador.
Fui ao banheiro, fiz tudo o que se faz de manhã e desci para a cozinha, pra comer alguma coisa.
Comi cereais com leite e torradas. Fazia tempos que eu não tomava café da manhã! Está explicado o motivo de eu ter perdido 4kg.
Percebi que a casa não estava muito arrumada, então, liguei pra faxineira.
Sentei no sofá, e fiquei assistindo Gossip Girl, uma coisa que me lembra muito a . Odiava quando ela começava a falar que o Chuck era gostoso. O cara não tem escrúpulos!
Enfim, passei a manhã toda assistindo o seriado, até a Maria chegar. Se pronuncia “Marri”, é o nome da minha faxineira, e sim, ela é francesa.
Assim que Maria chegou, eu fui para o meu quarto - antes que ela me xingasse em francês - e fiquei lá, ouvindo The Used. Comecei com Paralized.
Liguei para o , pra ver que horas eles viriam.
Dude, amanhã se casaria!
Parece que foi ontem que ele chegou aqui e me disse “! Pedi a em casamento!”
Nossa, me senti um pai agora!
- Hey man! - Eu disse, assim que atendeu.
- Hey! Como você está? - perguntou.
- Bem! Ô, bicha, que horas vocês virão pra cá? - Perguntei rindo.
- Agora são três horas, né? - perguntou.
- Aham! - Eu disse, olhando o relógio do rádio que agora estava tocando On My Own!
- Ah, passamos aí umas sete horas, porque o não pode dormir tão tarde, já que o casamento é amanhã...
- Ok! A Maria já ‘tá arrumando a casa, quando quiserem podem vir! - Eu disse. - Ah, falou com todo mundo?
- falou! E com o Matt também! - disse.
- Então beleza, você vem mais cedo pra poder arrumar a bebida, ok? - Eu disse.
- Eu sei que essa coisa de arrumar bebida é pretexto porque você quer ficar sozinho comigo, mas tudo bem, eu vou! - -Palhaço- disse. Comecei a rir.
- Ok! Até depois, minha bicha! - Eu disse rindo.
- Até! - desligou o telefone e eu continuei jogado, até o Cd terminar, e a Maria gritar dizendo que já terminou a faxina.

~

Estava arrumado, de certo modo. já estava em casa e estávamos jogando Tartarugas Ninjas.
- Hey, dudes! - Dougie chegou, abrindo a porta.
- Campainhas são legais, Poynter! - Eu disse rindo. Dougie deu de ombros rindo.
- , ! - Tom nos cumprimentou, entrando e sentando no sofá.
- Fletcher! - e eu cumprimentamos.
- Hey, padrinho! - Harry me cumprimentou.
- Hey! - Eu o cumprimentei.
Ainda estava com um certo receio em relação ao Harry. Porra, ele deu em cima da minha garota!
- Cadê a breja? - Jones perguntou rindo.
Jones é outro cara sorridente. [N/A: Pessoas, eu vou colocar apenas ‘Jones’ quando se tratar do Danny Jones, ok? Pra não confundir com o Hall :D]
- Na geladeira! - disse.
Se não estivesse quase namorando a Louise, eu juraria que ele tinha um caso com o Jones. Ambos são muito sorridentes.
- Cadê o ? - Dougie perguntou, fazendo sinal pra que o Jones pegasse bebida pra ele também.
- Já está vindo! - respondeu. – Porra, cuzão! - Ele reclamou, quando perdeu de mim pela décima vez consecutiva.
- Eu sou bom, dude! - Eu disse rindo.
- Não melhor que eu! - Dougie disse, pegando o controle da mão do .
- Desafio é? - Perguntei.
- Aposta? - Dougie perguntou.
- Demorou! - Eu disse.
Começamos a jogar. Ainda era Tartarugas Ninjas. Eu jogava com o Donatello, e o Dougie com o Raphael.
- E aí, caras! - Matt disse, entrando em casa. Mas esse povo acha que ‘tá em casa mesmo!
- Hey, Willis! - Eu disse, acenando, sem desviar a atenção do jogo.
- Cadê o ? - e chegaram juntos, logo depois de Matt.
- Já vai vir! - respondeu, sem desviar os olhos do jogo.
- AH, MERDA! - Eu disse, quando o Dougie-Maldito-Poynter ganhou de mim.
- Quando o chegar decidimos o que fazer com você, ! - Dougie disse rindo.
- Firmezinha pra você, Poynter! - Eu disse, fazendo ‘joinha’ com a mão. Dougie apenas riu.
- Hey, gazelas, falando de mim? - disse, entrando em casa. Eu tô falando!
Acho que eles não sabem que existe uma coisa chamada CAMPAINHA. [N/A: foi só eu, ou vocês também lembraram da Celinha, de Toma Lá dá Cá?! –Q]
- ! - Matt berrou, pulando em cima de , que caiu no chão. Matt anda muito fortinho ultimamente.
- MONTINHO NO ! - Tom gritou e não precisou dizer duas vezes. Pulamos todos em cima do , que estava ficando roxo.
- Porra, dá pra vocês saírem de cima mim? Eu ainda quero ter filhos! - Ele disse com a voz fraca. Caímos para o lado.
- Cacete, o Matt me comeu! - O disse rindo, fazendo careta.
- Hey, respeite a Emma! - Matt disse, fingindo-se de ofendido. Emma é a noiva do Matt. Outro que vai se casar.
- Ah, ela sabe que nós somos um caso antigo! - disse.
- Hey, nem vem que você é meu, ! - Tom disse rindo.
- Na verdade eu sou da Louise, mas isso é um caso a parte! - disse rindo.
- SÉRIO QUE O ESTÁ APAIXONADO? - Dougie berrou.
- Dougie, cacete, eu ainda quero poder ouvir! - Eu disse, levando minha mão ao ouvido.
- Sim, ele está apaixonado. Aliás, o também ‘tá! - disse. Linguarudo.
- Sério? - Harry perguntou. - É bonita?
- Linda, man! - entrou na conversa.
- Desde quando você acha a linda? - Perguntei. , o ciumento, mode on.
- Que ? Não é a minha parceira não, é? - Harry perguntou. Eu acenei um sim. - Porra, man, desculpa! Eu tinha chamado ela pra sair... - Harry tentava se desculpar.
- E ela? – Perguntei rápido. Ciúmes, ciúmes...
- Disse que a faculdade tomava muito o tempo dela... – Ele riu. – Realmente, , ela é linda! Desculpe...
- ‘Tá ok, cara! Você não sabia e... Nos acertamos no dia do ensaio de casamento! - Eu dizia.
- Então estão juntos? - Jones perguntou, dando um gole na sua cerveja. À essa altura, estávamos todos com cerveja nas mãos.
- Ainda não, eu disse que amava ela e tal...
- VOCÊ DISSE QUE AMAVA ELA? - Dougie berrou de novo.
- Ô, Harry, dá um jeito na sua mulher aqui, ele vai me deixar surdo! - Eu disse.
- Dougie, amor, controle-se! - Harry disse, censurando.
- É, Poynter, eu disse que a amava! - Eu disse, dando uma golada na minha cerveja. - Mas ela não acreditou e...
- Ele vai provar o amor dele pra ela! - intrometido disse.
- Que coisa romântica, ! - Matt zoou.
- Ah, não zoem, ok? Pelo menos vou ter a menina que eu amo do meu lado! - Eu disse, me sentindo um babaca na frente dos amigos.
- Como o amor nos deixa idiota, né? - Tom comentou, rindo.
- Olha quem fala! O mais apaixonadinho do grupo! - Jones zoou.
- É mesmo! - concordou.
- Faz quanto tempo que você e a Gio estão juntos? - perguntou.
- Cinco anos! - Tom respondeu sorrindo.
- Por que não casa logo? - perguntou. Cinco anos é quase um casamento, não é?
- Ah, sei lá... Não me perguntem isso agora! - Tom disse rindo.
- Ele tem medo de casar! - Harry respondeu simplesmente.
- Hey, não é medo! - Tom defendeu-se. Começamos a rir.
- Gente, poderíamos jogar Poker, né? Faz tanto tempo que eu não jogo... - disse.
- Eu topo! - Eu disse.
- Eu também! - faz tudo que o faz.
Todo mundo concordou e eu fui pegar o baralho.
Deixei tocando The Used - hoje eu estou muito pra The Used - enquanto começávamos a jogar.

- Depois do Valete vem o quê? - Jones perguntou. Começamos a rir.
Jones nunca foi muito inteligente. Vejo que não mudou nada.
- Vem o Rei! - Dougie disse rindo ao sacanear Jones.
- Ah, droga, eu só tenho ‘As’. - Jones disse.
Todos olhamos feio pra ele e jogamos nossas cartas na mesa.
- HAHA, seus idiotas, eu enganei vocês! - Jones disse gargalhando.
- Vai se ferrar! - Eu disse, dando de ombros.
Já estávamos todos altos, já tinha ido muita cerveja. Só o que não estava tão alto. Ninguém mandou querer casar.
- Hey, vamos colocar na rádio local, sempre tem alguma música legal! Não agüento mais ouvir The Used! - Tom disse.
- Ah, eu gosto de The Used! - Harry disse.
- Eu também! - Eu disse.
- Toca aí! - Harry disse rindo e fizemos um hi-five. Começamos a rir.
Dougie colocou na rádio local e estava tocando...
- CAN I COME TOO! - Dougie começou a dançar a música do Matt.
Quando eu digo que Dougie estava dançando, leia-se: Dougie girava feito um deficiente mental pela sala e depois dava os seus famosos pulinhos.
- Ah, muda de rádio, eu não gosto de me ouvir na rádio! - Matt disse.
- Mas você é bem cuzão mesmo, hein! - disse, dando um pedala em Matt, que riu.
Dougie mudou a rádio. Estava tocando...
- BEASTIE BOYS! - Gritamos juntos e começamos a cantar Fight for Your Right.

You wake up late for school man you don't wanna go
(Você acorda atrasado pra escola, cara, e você não quer ir)
You ask your mom please but she still says NO!
(Você pede a sua mãe "por favor?" mas ela ainda diz "não!")
You miss two classes and no homework
(Você perde duas aulas e está sem o dever de casa)
But your teacher preaches class like your some kind of jerk
(Mas seu professor dá aula como se você fosse um tipo de idiota)

Era engraçado, porque, imagine só, dez homens, todos músicos, berrando às onze da noite uma música animada.
E o pior era as danças que o Tom fazia no meio da sala!
É, as dancinhas de Tom Fletcher.
Bizarro, cara, bizarro.

You gotta fight, for your right
(Você tem que lutar, pelo seu direito)
To paaaaaaaaaarty!
(De festejar!)

Gritávamos o refrão.
Ouvimos um “Cala a boca” vindo do vizinho, mas nem nos preocupamos.
pegou uma vassoura e a fez de microfone.
Eu subi no sofá e continuei aos berros, como todo mundo.

Your pops caught you smokin man he said "NO WAY!"
(Seu pai te pegou fumando e ele disse "Sem chance!")
That hypocrite smokes two packs a day!
(Aquele hipócrita fuma dois maços por dia)
Man living at home is such a drag
(Cara, viver com seus pais é uma merda)
Now your mom threw away your best porno mag, (Busted)
(Agora sua mãe jogou fora sua melhor revista pornô (no flagra!)

Nos preparamos pra berrar novamente o refrão:

You gotta fight, for your right
(Você tem que lutar, pelo seu direito)
To paaaaaaaaaarty
(De festejar!)
You gotta fight!
(Você tem que lutar!)

- A música faz a maior propaganda do Busted! - Matt disse rindo.
Jogamos almofadas nele.

Get outta this house if thats the clothes you're gonna wear
(Pra fora de casa se vai usar essas roupas)
I'll kick you outta my home if you don’t cut that hair!
(Eu te boto pra fora de casa se não cortar esse cabelo)
Your mom busted in and said what's that noise?
(Sua mãe invadiu e disse "Que barulho é esse?")
Aww, mom you're just jealous its the Beastie Boys!
(Aww, mãe você só está com ciúmes - são os Beastie Boys!)

Gritávamos o “Cut that Hair”, o “What’s that noise” e o “Beastie Boys”.

You gotta fight, for your right
(Você tem que lutar, pelo seu direito)
To paaaaaaaaaarty
(De festejar!)

- Porra, Beastie Boys é muito bom! - Eu disse.
- Pode crer, dude! - Dougie concordou. olhou no relógio.
- Caras, eu vou embora... Amanhã eu caso, né? Tenho que dormir cedo...
- UH! VIROU UM HOMEM RESPONSÁVEL! - berrou.
- Pode crer! - Jones concordou.
- Sério, tenho que ir! - disse, subindo no sofá.
- Uh! Teremos discurso! - Zoei. riu e continuou segurando a vassoura.
- Mans! Girls, no caso do e do Matt... - Matt e imitaram bichas. - Eu quero agradecer a presença de vocês porque, porra, o que seria de mim sem vocês?
- UUUUUUUUUUUUH! - Berramos.
- Mas, como eu amo mais a do que a vocês, seus bando de cuecas! - disse rindo.
- OOOOOOOWN! - Berramos desapontados.
- É sério, amanhã, casarei, me tornarei um homem comprometido...
- Assim como eu serei! - Matt gritou.
- CALA A BOCA, WILLIS! - Berramos. Matt começou a rir.
- Irei mesmo, amores! - desceu do sofá e jogou a vassoura no chão. - Bom, valeu mesmo, caras!
- Que isso! - Dissemos rindo. acenou um tchau e saiu de casa.
- Bom, sou padrinho e também tenho que ser pontual... - Harry disse.
- Iremos também! - Jones disse.
- , nossa aposta fica pra próxima! - Dougie disse, também saindo.
- Me vou também! - Matt disse. - Até amanhã, povo! - Ele disse, saindo.
- Bom, já que todos foram também irei! - disse, e concordou, saindo. – Tchau, povo!
- Você também vai, amor? - Perguntei pro , que riu.
- Aham, já estou chamando urubu de meu lôro! - disse rindo. - ! Me espera e me dá carona, eu tô bêbado, porra! - saiu correndo.
Fechei a porta e comecei a rir.
Subi para o meu quarto e vi que no meu celular tinha uma mensagem não lida.
“Despedida de solteiro, han? Até amanhã ;*”
Sorri ao ler a mensagem.
Deitei na cama, fechei os olhos e tentei dormir.
Era amanhã, cara!

Capítulo 29

Acordei absurdamente cedo naquele dia. Por dois motivos:
Pelo casamento de , e pela a .
Olhei no relógio do celular e vi que eram dez horas da manhã.
Fiz toda higiene matinal que vocês estão cansados de saber que eu faço toda manhã, e fui tomar café. Só tinha leite e fruta - que minha mãe trouxe!
Aliás, tinha pêssegos da Genebra. Eu nem sabia que pêssegos da Genebra eram famosos!
Pois bem, comi os pêssegos, tomei um copo de leite e fui para a televisão.
Não sou sedentário. Eu precisava ficar relaxado pra essa noite. Precisava mesmo, ok?
Subi novamente para o meu quarto e comecei a colocar a primeira parte do meu ‘plano para reconquistar a ’ em prática.
Liguei o computador e peguei todas as músicas que eu não ouvia – porque julgava românticas em excesso – e coloquei, ficando mais ou menos nessa ordem:
Anything do The Calling, Without You do Busted, Make You Smile (porque nos marcou) do Plus 44, All My Loving dos Beatles, All About You do McFly, Fireworks do Plain White T's e With Me do Sum 41.
Com a minha letra – que eu não posso dizer ser a mais bonita do mundo – escrevi as seguintes frases:

“Bem, um tempo atrás eu não fazia idéia do que era amor. Olhei no dicionário e lá dizia que amor é um sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outra; sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro; inclinação sexual forte por outra pessoa.
Pensei: Eu desejava o bem das pessoas ao meu redor, mas não era amor. Risquei essa descrição.
Depois, veio a dedicação absoluta de um ser a outro. Nunca tinha passado por isso.
E depois, inclinação sexual forte por outra pessoa. Bem, eu sentia isso por várias meninas e nunca pude dizer que as amava.
Sabe como eu descobri o que era essa coisa patética chamada amor?
Quando eu vi você descendo de saia xadrez e óculos escuros, daquele trem em King Cross.
Descobri o que era amor quando eu não conseguia tirar meus olhos de você, mesmo quando você fazia pequenas coisas, como sorrir ao ver um desenho animado, ou bocejar quando tinha sono.
Descobri o que era amor quando te beijei, e senti como se despejassem cubos e cubos de gelo em meu peito; ou quando eu te abraçava, e sentia uma manada de elefantes em meu estômago.
Descobri o que era isso, quando eu senti ciúmes, medo de perder você pra qualquer pessoa.
Tinha medo de quando o velho da padaria sorria pra você, medo de que ele pudesse te levar de mim; e tinha ciúmes quando você sorria para qualquer outra pessoa que não fosse eu, porque eu tinha medo que elas pudessem se apaixonar pelo seu sorriso, assim como eu me apaixonei.
Eu descobri o que era amor, quando você saiu de casa e eu pensei que não conseguiria mais viver, pensei que nunca mais conseguiria sorrir. Senti medo de nunca mais ter você perto de mim, ter o seu cheiro, sua presença, ver sua carinha amassada quando acorda, ver os seus surtos quando o cara do Gossip Girl ou do The OC aparecem na TV...
Você me mostrou o que é essa coisa que eu tanto ouvia em música e via em filmes, essa coisinha chamada amor, sabe?
Confesso que quando eu percebi que te amava, não fiquei feliz. A primeira coisa que pensei foi ‘FODEU’.
Mas hoje estou aqui, escrevendo pra você, feliz por saber que você sente o mesmo.
Feliz por saber que daqui a pouco você vai estar comigo, dando o sorriso que eu tanto amo, fazendo os elefantes, até então adormecidos em meu estômago, voltarem a dançar.
Você sabe que eu não posso viver sem você, eu só quero ficar e tornar isso realidade. Bem, eu tenho em minha mente que eu quero você para ser a pessoa certa, aquela que eu quero estar junto quando tiver noventa e dois anos! Ok, eu sei que você reconheceu a música do Plain, até porque, você quem me mostrou... Mas é exatamente isso que eu tenho a te dizer. Eu te amo, , e às vezes acho que te amo mais do que a mim mesmo. Meu humor depende de você, minha disposição depende de você, minha vida depende de você, sabia? Esse tempo que ficamos afastados... Eu sinceramente achei que não suportaria. Mas como num filme, no final tudo vai dar certo.
Quem foi que disse que para estar junto precisa estar perto? Mais uma vez, eu te amo. Amo mesmo, e mesmo que você não acredite, é sério! Ah, antes que eu me esqueça, estou mandando hortênsias, porque você me disse que eram suas flores favoritas, eu lembro. Ah, e não, isso não é a prova. Bem, mais uma vez, eu te amo.”

Achei que ficou exagerado, de certo modo, mas eu gostei.
Liguei para a floricultura mais famosa – e a mais cara – daqui, e encomendei um enorme buquê de hortênsias.
Cerca de meia hora depois que eu liguei na floricultura, o entregador veio buscar o CD com o bilhete dentro, e eu mandei que entregasse na Universidade.
Assim que sentei no sofá, meu telefone tocou. Puta que o pariu, já repararam que toda hora alguém me liga?
- Alô! - Eu disse.
- , pelo amor de Deus, o que eu faço? - disse desesperado no telefone. Fiquei preocupado de verdade, cara.
- O que aconteceu? - Perguntei.
- Eu ‘tô com medo! - disse, começando a chorar no telefone. Arregalei os olhos, assustado.
? ? Chorando? Chorando no telefone?
- Medo do quê, man? - Perguntei visivelmente preocupado.
- Medo de dar alguma coisa errada! E se eu começar a gaguejar? E se eu começar a falar merda? E se a tropeçar no vestido, cair em cima das velas e a igreja pegar fogo? - dizia rápido. Comecei a rir.
- Calma, dude! Não vai acontecer nada, ok? Vocês se amam. - Me senti O conselheiro. - Tudo vai dar certo!
- Será? Eu amo a e não quero desapontá-la! - disse.
- Calma! A já ‘tá se arrumando, não está? - Perguntei.
- Já! - disse.
- Então, faz o mesmo! Porra, é o dia do casamento! Não fica pensando merda! - Eu disse.
Que bonitinho, eu dando conselhos pro . Bonitinho nada, isso é gay! Mas é legal. Eu acho.
- É... - disse.
- É! - Eu afirmei.
- Valeu, ! Eu te amo! - disse.
- Vai lá! - Eu disse rindo. Ouvi bater o telefone no gancho e fiz o mesmo.
Aumentei o volume da televisão.
Telefone tocando de novo. Mas o ‘tá de brincadeira mesmo.
- Fala, ! - Eu atendi rindo.
- Não é o , sou eu! - disse preocupado. É hoje...
- O que foi, ? - Perguntei.
- Eu ‘tô com medo! - Ele disse.
Porra, era pra eu estar com medo! Eu vou me declarar pra menina que eu gosto, eu vou pagar um mico, e não eles!
- De quê? - Perguntei em tom cansado.
- Eu não consigo dar um nó na minha gravata! E se eu der errado, e ela cair no meio do casamento, aí o padre falar aquela parte do “Fale agora ou cale-se para sempre” e eu gritar: “EU” aí todo mundo olhar pra mim, e eu falar “EU NÃO SEI DAR NÓ EM GRAVATAS!”
Cara, comecei a gargalhar. Sério mesmo. é uma figura. Olha as coisas que o ser pensa.
- Cala a boca, ! - Eu disse rindo.
- Hey, isso não é motivo pra rir! - disse aborrecido. Comecei a rir mais.
- Faz assim, vem aqui em casa que nos arrumamos juntos, pode ser?
- Pode... - disse. - Eu te amo!
- Já ouvi isso hoje! - Eu disse rindo.
desligou o telefone na minha cara e eu continuei assistindo televisão.

Depois que acabou Simpsons, eu fui para o meu quarto treinar a segunda parte da ‘prova’ da . Sim, isso exige treinamento.
Cantei, dancei, fiz ginástica, Ioga... - Sim, Ioga! Roubei umas revistas da minha mãe. - Ouvi a música legal do The Calling... Nem almocei.
Fiquei pensando na .
Qual foi a reação dela quando recebeu as flores, o CD e o bilhete?
E qual seria a reação dela quando visse o que eu ia fazer?
E em como ela estaria no casamento.
Eu sei, me sinto um pré-adolescente, mas isso é inevitável.
Senti inveja do Harry, apenas por ele levar a até o altar. Ridículo, eu sei!
No meu quarto, eu fiquei mais uma vez olhando a nossa foto. Sorri sozinho.
Decidi parar de pensar e agir.
Passei a tarde toda ‘ensaiando’ até olhar no relógio e ver que já eram seis horas. Detalhe: O casamento é às sete.
Entrei no banheiro, tomei um banho. Não tão rápido, mas suficiente. Afinal, apesar de eu jogar bitucas de cigarro na rua, eu me preocupo com o meio ambiente!
Peguei meu terno e o vesti. É, fiquei irreconhecível. Parecia mesmo um executivo.
Coloquei o cravo branco no bolso do paletó e ajeitei o cabelo. Não arrumei nem nada, deixei ele normal, um pouco bagunçado.
Vesti os sapatos sociais - Embora minha vontade fosse ir de All Star! - e coloquei a gravata preta.
Sim, aprendi dar nós em gravatas. Minha mãe me ensinou, assim que soube que iria se casar.
Olhei no relógio e vi que já eram seis e meia, e a bicha do ainda não tinha aparecido.
Passei perfume, dei mais uma ajeitada no cabelo e desci para a sala, esperando o , girando as chaves do carro nos dedos.
Seis e trinta e três... Já estava xingando o de todos os palavrões que eu sabia.
- Man, foi mal! - disse, entrando em casa ofegando, já de terno, mas sem gravata. Ele apoiou a mão nos joelhos e começou a ‘tomar ar’. Eu ri.
- Vem logo que já estamos atrasados! A Guilford Cathedral não é tão perto não! - Eu disse, começando a dar o nó na gravata do .
- Nossa, , você já é homenzinho! - disse, ao ver sua gravata com o nó. Dei risada.
Olhei-me no espelho uma última vez e vi: Cara, eu estava bem! Sério, vou começar a usar terno mais vezes.
Saí correndo e veio atrás.
Fomos no carro dele que, sim, era conversível. é maldito, ele tem um carro conversível e eu não!
- Eu dirijo, não confio em você! - Eu disse, indo para o banco do motorista. deu de ombros.
Entramos no carro e colocamos The Doors pra tocar. Hello, I love You.
O maldito trânsito estava realmente um inferno.
- E agora, man? Somos padrinhos! - dizia, começando a roer as unhas.
- Calma, vai dar tempo, ok? - Eu disse, embora não tivesse essa certeza.
Assim que o sinal abriu, arranquei com o carro e segurou-se no cinto de segurança fechando os olhos.
- Sabe, acho que não tem problema se chegarmos um pouquinho depois... - disse, enquanto eu virava a esquina na maior velocidade.
Estava me sentindo o Schumacher. (?) [N/A: É assim que escreve? OO"]
Logo avistei a Cathedral e abriu os olhos. Estacionei uma rua antes e descemos.
- Pronto, chegamos a exatamente... - Olhei no relógio. - Seis e cinqüenta e quatro! - riu.
Começamos a andar rápido e o Sol estava já se pondo. Chegamos na igreja, que estava bastante enfeitada.
Os enfeites eram todos brancos, e as flores eram rosas vermelhas. Avistei Alicia - minha companheira no altar - que estava bastante bonita. Ela usava um longo azul, com sapatos prateados. Seus cabelos estavam presos... Sim, ela estava linda.
- Foi mal a demora, atrasamos! - Eu disse, lançando um olhar furtivo a , que já estava ao lado da Louise, que também estava bonita. Aliás, todas as garotas do casamento estavam bonitas. Casamentos são legais.
Dei o braço para a Alicia, mas procurava outra pessoa com os olhos. Não demorei a achá-la.
Lá estava ela, de braço dado com o Harry.
Ela vestia um vestido longo, não sabia se aquilo era vermelho, ou se era vinho. Era bem apertado na cintura e tinha um V nas costas.
E seu cabelo estava solto, com cachos nas pontas. Não há outra definição: Linda.
Sorri igual um babaca quando a vi.
- A chegou! - Alicia berrou no meu ouvido e me apontou o carro que chegava.
já estava no altar e eu acenei pra ele.
Antes da descer, desceu uma menininha - loira, que parecia um anjo, por causa do cabelo cacheado -, um menininho, que eu tenho certeza ser primo do - o moleque é o em miniatura! - e finalmente, a .
Vou ser sincero, eu olhava mais para a , do que para a .
Harry me acenou e eu fiz o mesmo.
É, ele não dava mais em cima da , embora eles conversassem bastante.
sorriu furtivamente pra mim e eu senti meu estômago congelar. Não fiz outra coisa a não sorrir feito um babaca!
estava linda, totalmente diferente do que estávamos habituados a ver.
O vestido dela não era esses típicos vestidos de noiva, longos que tem metros e metros de calda. Não!
Era um vestido tomara que caia, pra cima dos joelhos. Ela estava com uma tiara de pedrinhas brilhantes que eu não sei o nome, sei lá, não sei explicar, só sei que ela fugiu totalmente das tradições, mas estava linda. De verdade.
, olhou pra mim e sorriu. Não consegui não retribuir o sorriso feito um babaca, novamente. Mas quem disse que eu ligo?
era o primeiro a entrar.
Ele entrou com a tal Louise e sentaram-se ao fundo do altar. Depois, foi e a menina alta, seguidos por e a ruiva.
- Pronto? - Alicia me perguntou. Sorri, e fiz um sim com a cabeça.
Entramos e logo atrás de mim, vinha com Harry.
Não pude deixar de reparar na quantidade de convidados. Sim, e são bem relacionados.
Acenei para o Jones, o Dougie e o Tom, que também estavam parecendo executivos por causa dos ternos, embora o cabelo do Dougie ainda estivesse de lado, e o cabelo do Harry estivesse naquele mullet.
Vi também o Matt e a noivinha dele. Não gosto muito dela. Acenei pra ele, que retribuiu o aceno.
Chegamos ao altar, sorri para o e sentei-me também ao fundo, onde estavam os bancos para nós, padrinhos. Por sorte, Alicia ficou ao lado de , de modo que eu fiquei ao lado da .
Começou a marcha nupcial e a entrou.
parecia um idiota, do jeito que ele olhava pra . Ta, foi bonito.
A dama de honra trazia um buquê e o pajem trazia as alianças. Embora eles tivessem fugido um pouco da tradição, aquilo continuava um típico casamento.
chegou - ela não foi levada pelo pai - e deu um beijo em sua testa. Já vi meninas chorando. A não, ela sorria, mas não chorava.
- Você ‘tá linda! - Eu disse baixinho, enquanto o padre começava a cerimônia. sorriu de lado.
- Você também! Gostei de ver você de terno! - Ela disse sorrindo. – Aliás, eu amei mesmo as flores, o bilhete, o CD... – Ela dizia com um brilho nos olhos.
- Eu já disse que te amo, você que não acredita! – Eu disse sorrindo.
- Eu estou começando a acreditar... - Ela disse com aquele sorriso que eu tanto amo.
A vi virando-se para o padre e, com custo, fiz o mesmo.
Paramos de conversar e prestamos atenção no casamento.

Capítulo 30

- E eu vos declaro marido e mulher! - O padre disse, depois de dizer todas aquelas coisas que se diz em casamentos.
Nos levantamos e aplaudimos quando os dois se beijaram. Foi uma cerimônia bonita, cara!
estava chorando e eu não agüentei, tive que rir!
Lancei um olhar a , que sorriu e olhou pra baixo. É, a hora estava chegando.
Apesar do casamento de e não ser lá muito tradicional, teve sim seus momentos clichês, como os dois passando pela igreja e as pessoas jogando arroz neles.
Dei o braço para a Alicia e saímos formalmente da igreja.

- Parabéns, cara! - pulou no pescoço de , quando estávamos cumprimentando os noivos.
não dizia nada, apenas sorria. Sabe aqueles sorrisos idiotas? É, tipo os do !
- Parabéns, man! - Eu disse, cumprimentando com um abraço.
- Valeu, cara! - disse, passando a mão nos cabelos, visivelmente nervoso.
- Hey, o pior já passou! - Eu disse.
- Que pior? - apareceu. - Aliás, não vão me cumprimentar não? - Ela perguntou, levando a mão à cintura. Abracei-a.
- Parabéns, ! Que vocês sejam felizes! - Eu disse. Olha como eu estou formal.
- Obrigada, ! - sorriu.
As outras pessoas cumprimentavam os noivos, e eu fui falar com a , que estava encostada no carro de .
- Oi. - Eu disse rindo, encostando-me ao carro, ao lado dela.
- Oi. - Ela disse do mesmo jeito.
- Ahn, quer carona? Pro salão, quer dizer, estamos indo... - Eu disse, vendo o céu, já totalmente estrelado. Sim, a cerimônia durou cerca de duas horas.
Mas não foi como aquelas cerimônias chatas. Pelo incrível que pareça, eu curti!
- Quero... - sorriu de lado.
Não pude deixar de olhar pra ela de um jeito... Tarado? Pô, ela estava muito linda!
Sorri e estendi o braço a ela.
Sabe, por um momento eu pensei que não precisaria de ‘prova’ nenhuma, sabe?
Às vezes eu acho que isso é ridículo, mas fui eu quem propôs. Valerá a pena.
Estendi o braço e a entrelaçou seu braço nele.
Nos olhamos e eu não resisti, tive que beijá-la. Ela não fez nada para impedir.
Meu estômago estremeceu e minha mão ficou quente quando eu toquei a nuca dela. Eu não sabia como conseguia ficar sem aquela menina por tanto tempo!
- Hum, acho que o vai querer carona... - disse sorrindo de lado, quando partimos o beijo.
- Merda, esqueci do ! - Eu disse rindo, olhando pra trás. estava conversando com a tal menina. Ele estava sorridente.
Subi no banco do carro - vocês já sabem que o carro era conversível, certo? - e gritei, buzinando.
- , vamos logo! - Eu disse.
- Espera o carro do chegar! - disse e eu concordei com a cabeça.
ainda não tinha entrado no carro. Saí do carro e encostei-me ao seu lado, mais uma vez.
começou a rir, olhando para a direção que todas as pessoas estavam olhando. Olhei também, oras.
Uma kombi branca cheio de latinhas chegava. Nos vidros, estavam escritos “Recém Casados” e tinha um macaco no pára-brisas. Comecei a rir. [N/A: Hizy, é bem você amiga! –Q kombi, macaco, Dai Williams...] Sim, e eram criativos.
pegou no colo, colocou-a em seu ombro e entrou no carro.
- Agora é festa! - Foi o que berrou, da janela do carro, saindo na maior ‘velocidade’ em direção ao salão.
Todos riram, ao ver a velocidade que o carro andava, e se divertia na kombi.
Sim, eles fizeram um casamento diferente. É, teve coisas bem tradicionais, mas eles também inventaram várias coisas.
- Agora, vamos! - disse, chegando. - Ah, eu dirijo! - Ele disse, pegando as chaves e piscando pra mim.
A menininha de quem estava gostando iria conosco.
- Ok, eu vou atrás com a , então! - Eu disse, abrindo a porta traseira. fez ‘joinha’ com a mão e entrou no carro.
- Aliás, , você ‘tá lindona! - disse rindo.
- Você também, ! - Ela disse rindo, quando eu me sentei ao seu lado.
Ainda fico mordido com os dois, mas não vou dar nenhum show. Quer dizer, vou, mas não desse tipo.
deu partida no carro. Ele e a tal Louise conversavam sobre algo e eu comecei a pensar sobre o que iria acontecer instantes depois.
Abracei a pela cintura e fiquei acariciando seu cabelo.
- , liga o rádio! - e eu falamos juntos. Sorrimos.
- Que bonitinho! Rela no verde agora! - disse, quando ligou o rádio. Estava tocando The Way You Make Me Feel, do McFLY.
- Relei no verde! - disse rindo, colocando o dedo em um sapinho de pelúcia que estava no carro do . - Que dia você me da sorte? - Ela perguntou rindo.
- Hoje! E você? - Perguntei, também relando no sapo.
- Hoje! - Ela disse, sorrindo.
Como o salão era bem próximo à igreja, não demorou para que eu avistasse o enorme salão, todo decorado.
estacionou uma quadra antes, porque as vagas já estavam todas preenchidas.
Descemos do carro, deu a mão a menina e eu continuei abraçado à cintura da .
Andávamos e víamos a quantidade de convidados chegando. Se a igreja estava lotada, no salão parecia que o número tinha duplicado.
Entramos no salão e olhamos como tudo estava perfeitamente arrumado. Sra. tem mesmo bom gosto.
As mesas todas com toalhas de seda vinho. Tinham arranjos de flores no centro de cada mesa. Ah, tinha um palco também. É, vamos tocar alguma coisa na festa, e os instrumentos estavam todos lá!
Sentamos em uma mesa um pouco afastada, próxima a mesa de e , que era a maior e tinha um bolo enorme no centro.
Comecei a rir ao ver os bonequinhos de plástico, do South Park, no bolo.
Aliás, com aquele cacareco de carro, eles não chegaram ainda, o que não me deixou surpreso.
- Vinho ou champanhe? - O garçom nos perguntou, assim que nos sentamos.
- Vinho! - Eu disse e concordou.
- Nós queremos champanhe! - disse, apontando para ele e a Louise. O garçom nos serviu e foi atender outra mesa.
- Como está lindo aqui! - comentou.
- É! Foi tudo coisa da mãe do , nem ele nem a teriam capacidade pra fazer isso! - Eu disse. Era verdade, não era?
- Pode crer! - concordou. - Mas ficou realmente bom! Deu até vontade de casar! - Louise olhou pra ele com cara de confusa e ignorou.
Ouvimos aplausos e olhamos para a porta, onde e entraram.
- Ah, gente, podem parar de palminhas! - disse rindo, pegando na mão da, agora, esposa e sentando à mesa.
estava muito feliz, dava pra ver de longe!
- Hey, que músicas vocês tocarão? - me perguntou. Sorri.
- Músicas novas... Você ainda não conhece... - Eu disse, dando um selinho nela.
Começou a tocar flashback, onde todos foram dançar. Não sei qual música era, só sei que eu tenho certeza que a ouvi em “Nos Embalos de Sábado a Noite”.
- Dança comigo? - Perguntei à , que sorriu.
- Lógico! - Ela disse rindo, indo para o meio da pista comigo.
Tinham plumas, óculos anos 60 e essas coisas, pra deixar a dança mais ‘engraçada’. Coloquei os óculos e várias plumas.
Sério, o jeito com que dançávamos era ridículo!
A música parou e começou a tocar Queen.

“I Want to Break Free!”

- QUEEN! - meio que gritou.
- I WANT YOU BREEEAAAK FREE! - Eu cantava alto.

Comecei a girar a , que ria e dançava. Fato: tomou três copos de vinho e já estava alegre.
Apesar de que não éramos os únicos que estavam dançando de um jeito ridículo. Todo mundo ali estava dançando pra se divertir.
Ah, falando em pessoas que ficaram ‘alegres’, a Sra. ficou muito alegre. Ela berrava a música, girava no meio salão. Todo mundo ria dela, até mesmo e .
A música acabou e fez sinal pra mim e pra . Eu já disse que não desgruda de mim? Ele me ama, cara! Sim, ele estava atrás de mim.
- , o ‘tá me chamando, já venho! - Eu disse, dando um selinho nela.
Sério, aquela minha situação com a até estava boa, apesar das limitações. Só de pensar que aquilo vai melhorar, me dá até... Não vou usar o termo que eu pensei em usar.
Voltando ao assunto, e eu fomos ver o que queria.
e já estavam lá. Aliás, eles estavam sem camisa. Quer dizer, ainda estava de gravata.
- Vamos tocar agora? - perguntou sorridente. Meu estômago congelou, deu voltas...
- Agora? - Perguntei. Eu queria fazer aquilo, queria que fosse hoje mas... E o medo? Medo de ela achar tudo ridículo, medo da rejeição dela... Isso é ridículo, eu sei, mas sim, eu tenho medo!
- É! Você teve a idéia e eu aceitei! Agora, seja homem! - disse, me puxando pro palco. Eu estava com MUITO medo.
Minhas mãos suavam, minha garganta parecia que tinha um nó, meu estômago, parecia que estava em uma montanha russa, ou então, que tinham despejado cubos de gelo nele. Nunca tinha sentido isso, mas eu tenho certeza: Isso é medo.
me deu tapinhas nas costas e fez joinha pra mim. Subimos no palco e o DJ parou a música.
Sério, acho que vou ter um infarto agora.
, um jovem garoto, morre de infarto ao tentar se declarar para a garota, .”
Será assim as manchetes de amanhã.
- E aí, galera! - berrou.
Tirei a camisa, estava com um calor insuportável.
“UHUUUUUUUUUUULLL!” - As pessoas faziam.
Ficava cada vez com mais medo. Sabe, eu nunca na minha vida vou fazer isso de novo. Ai da se ela não gostar, cara.
- Bom, o nosso aqui quer falar algumas coisinhas... - me abraçou pelos ombros e me colocou de cara com o microfone. Forcei um sorriso e acenei um oi, sem olhar pra . - Fez uma música e precisava tocá-la...
Todo mundo me olhava. Não olhei pra . Se eu a olhasse, perderia a coragem. Não, eu não sou covarde, mas eu realmente estava com medo!
sorriu, e me entregou o microfone. Olhei pra , que sorriu. Olhei pra , que disse ‘Vai, cara!’. Olhei pra , que também sorriu. Engoli em seco e comecei a falar.
- Bom, oi! - Eu disse. Pessoas riram. Engoli em seco novamente. Não, não olhava pra . Ainda. - É... Essa música, eu tinha feito em um momento nada legal da minha vida e... - Eu mal sabia o que dizia. - Mas depois esse momento melhorou e... Eu a reescrevi e... Bom... É para a pessoa que, no momento, é a mais importante da minha vida... - Comecei a rir. - Eu sei que quem me conhece vai duvidar, porque quem acreditaria que estaria apaixonado? É, meus amigos, estou! - Eu dizia rindo.
Matt (Willis) sorriu pra mim, como quem diz, vai em frente. Sorri também.
- Bom, e essa menina duvida disso! - Eu disse, olhando pra baixo e rindo. - Mas eu não sei como eu disse isso, só sei que eu disse a ela que provaria que a amava! - Continuei rindo. - Podem rir, eu sei que isso ‘tá parecendo filmes adolescentes! - Ouvi risos. Já não estava mais tão nervoso. - Então, aqui estou, falando igual um idiota, morrendo de medo de fazer algo errado... - Respirei fundo. - Ah, a menina em questão é aquela ali! - Eu apontei pra .
Todos do salão olharam pra ela. Inclusive eu. Ela tinha uma expressão surpresa e maravilhada no rosto. Não sabia explicar.
- Agora eu vou parar de falar e vou começar a fazer o que realmente quis fazer! - Olhei pra trás. - Vai lá, caras!
Começamos com a melodia e eu respirei fundo, começando a cantar. É, eu cantaria.

It's summer, everybody's out
(É verão, todos estão fora)

And you're right over there
(E você está logo ali)

I'm staring while you play around
(Estou observando enquanto você brinca por aí)

With that pencil in your hair
(Com um lápis em seu cabelo)

Eu estava de olhos fechados, apesar de eu não estar mais tão nervoso, eu ainda tinha um certo receio de dar algo errado.
Uma coisa eu posso dizer. Eu cantava com sentimento, cara.
Quando cantei essa primeira parte, não pude deixar de lembrar dela, sorrindo, com o cabelo preso por um lápis, com as meninas da faculdade.

It's sad
(É triste)

In your eyes
(Em seus olhos)

I'm just one of the guys
(Eu sou só mais um dos caras)

I'm so into you
(Eu estou tão apaixonado)

You don't have a clue
(E você nem imagina)

There's nothing you can do to stop me now
(Não há nada que você possa fazer pra me parar agora)

Olhei discretamente pra ela e nossos olhares se encontraram.
Ela prestava atenção em cada movimento meu e estava com a mão na boca.
Acho que ela não acreditava no que eu estava fazendo.

You got me falling
(Você me tem apaixonado)

Through noticing the little things you do
(Por notar as pequenas coisas que você faz)

Putting a hold right over me
(Me influenciando)

Funny as it seems
(Engraçado como parece)

You make me dream
(Você me faz sonhar)

Doing the little things, these little things you do
(Fazendo as pequenas coisas, essas pequenas coisas que você faz)

Quando cantei o refrão, pude ouvir claramente um “Own, que lindo” das pessoas presentes.
Sorri. Na verdade, só queria que ela achasse isso. Eu só queria que ela percebesse que tudo o que eu estava cantando era o que eu sentia.

I saved up for binoculars
(Eu economizei para comprar um binóculo)

I bought them last weekend
(Eu o comprei final de semana passado)

To watch you playing badminton
(Pra assistir você jogar 'badminton')

With all your slutty friends
(Com todas as suas amigas atiradas)

Maybe it's time I gave up, drew the line
(Talvez seja tempo, eu desisti, tracei a linha)

My friends say i should
(Meus amigos dizem que eu devo)

I wish that I could
(Eu queria que eu conseguisse)

But there's nothing they can do to stop me now
(Mas não há nada que eles podem fazer pra me parar agora)

Eu olhei para os caras do McFLY, que faziam coraçõezinhos no ar. Dei risada. Balancei a cabeça, rindo, e continuei a música.
Sabe quando falam das tais borboletas no estômago? Pois bem, naquele momento eu tinha rinocerontes no estômago, acredite!
Lembrei-me de quando os meus amigos disseram que eu tinha que desistir dela; Lembrei-me de quando a vi com as amigas atiradas...

You got me falling
(Você me tem apaixonado)

Through noticing the little things you do
(Por notar as pequenas coisas que você faz)

Putting a hold right over me
(Me influenciando)

Funny as it seems
(Engraçado como parece)

You make me dream
(Você me faz sonhar)

Doing the little things, these little things you do
(Fazendo as pequenas coisas, essas pequenas coisas que você faz)

Algumas pessoas cantavam o refrão.
A não, ela simplesmente me olhava; Acho que ela nem piscava.
Sorri.

I call up your house
(Eu ligo pra sua casa)

But I'm always outta luck
(Mas estou sempre sem sorte)

Keep hanging around
(Continuo saindo por aí)

But that's never good enough
(Mas nunca é bom o suficiente)

And you don't reply when i talk to you
(E você não responde quando eu falo com você)

I shout at you
(Eu grito com você)

But you don't even blink an eye
(Mas você nem sequer pisca o olho)

It makes me wonder why
(Isso me faz pensar por que)

Não deixei de lembrar quando eu disse que a amava, a primeira vez. É, lembram? Ela meio que ignorou, não piscou.
Olhei pra ela, agora, e ela tinha uma expressão no rosto. Um sorriso.
Sim, aquilo me confortou.

You got me falling
(Você me tem apaixonado)

Through noticing the little things you do
(Por notar as pequenas coisas que você faz)

Putting a hold right over me
(Me influenciando)

Funny as it seems
(Engraçado como parece)

You make me dream
(Você me faz sonhar)

Doing the little things, these little things you do
(Fazendo as pequenas coisas, essas pequenas coisas que você faz)

Todos cantavam o refrão e eu terminei a música.
Todos aplaudiram fervorosamente e eu tirei o microfone do pedestal.

- Isso serviu como prova, ? - Perguntei.
As pessoas gritaram e começou a rir. Ela acenou um sim com a cabeça, sorrindo. Acho que abri o sorriso mais idiota, bobo, ou qualquer outra definição, da minha vida!
- Então... - Respirei fundo. Era agora. - Casa comigo? Volta pra casa, continua morando comigo... Eu te amo! - Eu disse no microfone.
As pessoas berravam, alguns berravam ‘aceita’ e outros simplesmente gritavam pra fazer barulho.
Sim, esse foi meu melhor ‘showzinho’.
sorriu, eu coloquei o microfone novamente no pedestal e desci do palco.

- Hey, pessoas, vamos deixar os dois se acertarem! Enquanto isso, tocaremos Ticket Outta Loserville, nossa nova música de trabalho! - disse, pegando o microfone.

As pessoas começaram a prestar atenção na música e eu cheguei perto da . Eu estava suado, mas ela não ligou pra isso. Abraçou-me com força e eu fiz o mesmo.
- Eu te amo! - Eu disse baixinho, no seu ouvido.
- Eu também te amo, menino! - Ela disse rindo, agora, segurando meu rosto com suas mãos. Sorri e dei um beijo nela.
É, as pessoas que estavam ao nosso redor ficaram olhando o nosso beijo digno de fim de novela mexicana. Quem disse que eu liguei?
- Você... - Eu disse, assim que partimos o beijo. - Não respondeu minha pergunta! Quer casar comigo? - Ela me abraçou novamente com força.
- Lógico que eu quero! - Ela sorriu e me beijou. Eu a abracei forte e a tirei do chão.
Eu sei, tô me sentindo um bobo apaixonado, ou qualquer outra coisa do tipo. Mas sim, estou MUITO feliz.
- Então... A partir de hoje... Você é minha noiva! - Eu disse sorrindo, segurando o rosto dela, com as mãos.
A fez que sim com a cabeça, e eu não consegui não beijá-la.
Como eu sentia falta daquilo.
Eu estava feliz. Tinha e menina mais perfeita do mundo, como minha noiva; Amo ela de um jeito que eu nunca pensei que amaria alguém na vida, e sei que isso é recíproco.
É, está noivo. NOIVO!
Isso é estranho pra mim, confesso... Mas quem disse que isso é ruim?
Eu estou com a minha menina, a minha .
Nada mais me importa no mundo, cara. Nada mesmo!

FIM!



N/A: Sabe, eu me apeguei de verdade nessa fic! Apesar de não ter gostado do final [eu nunca gosto x-x] eu quase chorei nas declarações que ele fazia, e sou obrigada a confessar que na 468798454x que eu reli, chorei quando ele a pediu em casamento.
De fato, foi a fic mais romântica que eu fiz, e a mais ‘ousada’ han? KDSÇLAKDÇSLADKSÇALKDSAÇLDK (y)
Bom, todas as músicas citadas na fic, eram as músicas que eu ouvia em tal momento.
Anything, eu estava ouvindo, quando me lembrei da letra, ae eu “putz, da um pouco certo com a fic” foi aí que eu coloquei.
Espero que não tenha decepcionado vocês com o final ;;' porque eu não gostei mesmo, apesar de ter gostado da fic, em si ;)
Pequenas Coisas sem dúvida, é a fic que me marcou *-* MELDELS! EU E O STEVE RUSHTON DESSE JEITO? x"D E bem, com a fic eu conheci muita gente legal! Mesmo! Não vou citar nomes porque, foram muitas pessoas, e tenho medo de esquecer alguém; mas eu ficava felizona quando alguém me adicionava no orkut, e deixava o recado: ‘Oi! Eu leio Pequenas Coisas. Tô add!’
Eu fiquei realmente feliz com a repercussão que a fic teve no site, UAU ela ficou em 5º lugar no TOP 8, em meio a fanfics como ‘Sábado a Noite, Another Place To Fall, Back To The Past’... Me senti uma escritora de verdade!
Hoje, com mais de quatro mil visitas (pelo menos, eram quatro mil quando o contador era dentro da página da fic :D), Pequenas Coisas virou uma das fics mais famosas do Son of Dork, sem contar que, tinha gente que me adicionava no MSN e falava ‘Olha, eu tenho que confessar... Eu leio essa fic com o McFly!’
Well eu só tenho a agradecer! Agradecer a vocês que leram/lêem, a vocês que comentaram desde o comecinho, quando Pequenas Coisas era só um bebê :'D.
Enfim, a única coisa que eu tenho a dizer a vocês é OBRIGADA. Obrigada por fazer de mim, uma escritora feliz ;)

Agradecimentos?

Nikih, por sempre betar minhas fics, me elogiar e blábláblá. em Pequenas Coisas você betava superrápido e mandava pro site no mesmo dia! *-* eu não seria nada no addiction sem você! ;) Hizy por NÃO terminar de ler essa fic, simplesmente porque você deu um tempo de McFly/SoD mas mesmo assim, você casou com o Dai e ainda teve uma kombi! :P amo você, irmã! Jeh que sem conhecer SoD leu, e me elogiou! *-* você sempre me faz sentir uma escritora de verdade –Q obrigada! As meninas que comentaram (não vou citar nomes, porque eu sei que vou esquecer alguém u_u) desde o comecinho, que eu colocava nas N/As x"D
E a você, que leu essa Nota gigantesca :'D e que leu a fic toda. xx Miih

:*

Contato: MSN, MySpace, Orkut, Fotolog, Blog

Outras Fictions:
McFly: I Want You Back, I Want You Back II, I Want You Back III, With Me.
My Chemical Romance: I Don’t Love You.


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