beta: Paah Souza.



Minha cabeça está girando. Afundei o travesseiro na minha cara e me lembrei de todos os momentos lindos e inesquecíveis que tive com , o amor da minha vida, que agora se foi. Não acreditava que ela terminou o nosso namoro de 3 anos e meio por causa que eu o peguei com outra. Na escola, na minha cara ele não olhava mais, então com isto, decidi ir para a o Brasil. Ficar longe de tudo e todos, principalmente do Daniel.

Capítulo 1 –

Meu nome é , tenho 20 anos, moro em Londres e estou indo pra escola. Coloquei qualquer coisa, eu ia encontrar com os meus amigos. Fechei a minha bolsa e desci as escadas, correndo para almoçar. Vi o meu celular vibrar, uma mensagem da . A mensagem dizia assim:

Sim, o seu amorzinho vai ao encontro. Mas se prepare, ele irá ficar com a gente. Beijos.

Legal, ‘to pouco me importando com ele. Respondi-a, nervosa.

Legal, , não vou falar com ele mesmo. Se ele quiser, ele é que venha falar comigo. u.u

Com certeza, ela ia perguntar: “O que você tem, ?” . Quer saber? Mesmo ela mandando uma mensagem, não ia responder mesmo. Eram 10:30, fui para a cozinha, comi uma bolacha de morango e tomei coca-cola. Liguei a TV; não ‘tava passando nada de legal. É claro. né? Era de manhã, só fica passando esses jornais chatos e irritantes para os idosos verem. Desliguei a TV, peguei a minha bolsa e fui para a escola. Estudava em Londres; era perto da minha casa, então ia a pé.

Capítulo 2 –

Cheguei à escola, encontrei a (Laíza, o nome dela) agarrando o e a agarrando o . Nem cheguei perto. Não queria virar vela ali no meio. Vi o com umas meninas putas, vadias, vagabundas. Ok, acalme-se! Comecei a andar devagar até lá. Ele me viu. Ah, que divertido! Ele falou para as “meninas” esperarem um pouco e veio falar comigo.
- Oi meu amor! – ele abriu os braços para me dar um abraço, mas neguei.
Olhei para baixo, fitando uma pedrinha pequena. Neste momento, queria ser a pedrinha. Minha mão estava ardendo, mas o pior estava para acontecer.
- Seu CANALHA! – virei a mão na cara dele, que só virou a cara e sussurrou um ai.
- É, eu merecia isto. – ele virou o rosto e deixou uma lágrima cair em vão. Minha bolsa caiu no chão, fazendo os quatro (, , e ) olharem pra gente.
- Merece mais do que isso, Jones! – gritei nervosa. Rápido, em volta de nos dois, já tinha algumas curiosos fazendo uma roda de muitas pessoas. – Seu IDIOTA! – virei a mão na cara dele de novo. Senti alguém me segurar por trás e ouvi uma voz no meu ouvido.
- Acalme-se, fique quieta... – era o , tentando me acalmar. Mas foi fácil. Soltei-me, peguei a minha bolsa e fui embora, sem explicações.
Chorei o caminho todo. Por que ele fez isto comigo? Se ele quisesse acabar com a minha vida logo, que falasse, eu ia agüentar. Mas não, acabar agora, perto da minha viagem Odiava-o a partir de agora.
Fui pro barzinho perto da minha casa. Conhecia a família , o sobrenome é estranho porque é em Latim, mas eles falam a minha língua, português mesmo.
- Olá srta. , como você... – o dono do barzinho me perguntou, mas fui rápida demais e nem respondi.
Joguei a minha bolsa atrás do balcão, nervosa. O filho do casal veio aos prantos. Ele chamava , tem 15 anos e é o meu melhor amigo. Quero dizer, o meu “MELHOR AMIGO”. Ele sempre me ajuda nas horas difíceis; é uma pessoa que você nunca vai encontrar igual.
- Hey ! – ele parou na cortina que dava para a cozinha. – Cozinha, agora! – ele apontou pra dentro e entrou.
Não queria entrar lá, o que eu queria era só encher a cara e depois morrer. Credo, chega. Eu vou lá, não quero morrer. Pulei o balcão, peguei a minha bolsa e fui para a cozinha.
- Pronto, agora me fala o que aconteceu. – ele tirou o avental e se sentou na mesa. Ele estava de regata. UI, ele fica lindo demais de regata. Esses braços musculosos e... OK, chega, você acabou de dar dois tapas na cara do seu ex. Acalme-se. ele é muita areia pro seu caminhãozinho.
- Er... ‘Ta bom, vou logo ao assunto: dei dois tapas na cara do meu ex na frente da “escola toda”. – fiz aspas com as mãos. – Parece que tirei um peso da minha cabeça. Tomara que ele se mate com aquelazinhas.
- Quem são “aquelazinhas”? – ele fez aspas com as mãos.
- As meninas que se dão pros garotos da minha escola. – ele arregalou os olhos e riu. Ri também. Meu Deus, que risada linda demais! Eu ainda pego este homem!
- Ai, como esta bolsa está pesada. – empurrei a minha bolsa para trás.
- ‘Pera, deixa que eu te ajudo. – ele desceu da mesa e veio me ajudar a tirar a mala.
Ele chegou perto, tão perto, que pude sentir a respiração dele. Soltamos a bolsa e ela caiu no chão, do nosso lado. Ele me empurrou, fazendo-me encostar no armário. Fez a porta bater, colocou as mãos dele na minha cintura e beijou o meu pescoço. Não posso falar que não gostei, pois estava bom. Passei a mão nas costas dele (antes que perguntem, sim, ele estava suando). Subiu o seu rosto e beijou o canto da minha boca, fazendo-me delirar.
- Faz uma coisa, vá à minha casa de noite. Que horas fecha aqui? – perguntei, interrompendo o momento.
- Aqui fecha às... – ele olhou para o relógio. – às 19:30 hoje, mas eu saio às 18:00. Vai voltar para a escola?
- Eu? Que nada que vou voltar pra lá. Vou ficar na minha casa, pode ir lá a hora que quiser... – soltei-me dele. Aproveitei na hora que abaixei para pegar a minha bolsa e passei a mão na barriga dele. – Tchau. – sorri e dei um beijo na bochecha dele.
Abri a porta e fui para a minha casa.

Capítulo 3 –

Já eram 18:20; estava esperando o . Tinha colocado uma roupa “super na moda”: uma calça jeans preta, com um salto roxo, uma blusinha tomara que caia roxa também e um lenço verde-limão no pescoço. Ouvi a campainha tocar. “Deve ser ele...” pensei. Levantei do sofá, olhei-me no espelho e fui abrir a porta. Destranquei-a e vi o com um buquê de flores brancas e vermelhas na mão.
- OH, que lindas, ! – coloquei as minhas mãos na cabeça e dei passagem pra ele passar. Fechei a porta e subimos para o meu quarto, deixando as flores na mesa.
- Vamos conhecer o quarto da aqui! – ele abriu a porta e ficou admirado com o meu quarto. – Que lindo o quarto.
- Obrigada, .
Ele mexeu em tudo o que era possível. Nas minhas bonecas, bichinhos de pelúcia que ganho das meninas, minhas roupas, sapatos, maquiagem e fotos; fotos de todo mundo. Sentamos na cama e começamos a conversar. Ele deitou e eu deitei de bruços na barriga dele. Ele era a melhor pessoa que eu poderia ter.
- Seus pais sabem que você está aqui? – ele começou a passar a mão na minha cabeça. Ele concordou. Coloquei a minha cabeça mais perto da dele, mas bem perto. Então ele me beijou, tirando o meu lenço e jogando-o no chão. Subi em cima dele, deixando-o sem saída.
Senti as mãos geladas dele na minha cintura, subindo cada vez mais. Deixei o meu corpo cair sobre o dele e tirar as mãos bobas dali. Caí do lado dele da cama e ele se aproveitou, subiu em cima de mim, beijando logo o meu pescoço. Sim, posso dizer que ele é bem melhor que o Daniel, aquele idiota.
- Posso? – ele perguntou, subindo devagar a minha camiseta. Sorri boba pra ele e ele levou isso como um sim, pois já tinha tirado a minha camiseta.
- Posso também? – perguntei. Fiz a mesma coisa que ele: subi devagar a camiseta dele, tirando rápido.
Ele me beijou de novo, só que mais rápido, depois o meu pescoço e diretamente o meu colo. Ele foi descendo, chegando perto do meu sutiã.
- EDUARDO, NÃO! – grite, empurrei ele pro lado. – Não quero fazer isso.
- Isso o quê? – ele perguntou, com um olhar malicioso.
- Pipoca, . Não quero fazer pipoca.
- Ah sim, entendi! – ele riu. – Você não quer fazer sex...
- Cala a boca, ! – tampei a boca dele com a mão rapidamente. – Não fale uma bobagem dessas.
Ri também. Ele me beijou de novo.

Capítulo 4 –

- Ontem foi o melhor dia de todos! – sentei no banco do parque.
- Por que, ? – estava falando com a no celular.
- , lembra?
- O menino do barzinho? – ela perguntou.
- É, o menino do barzinho. Bom, vou ter que desligar, depois nos nós falamos, okay? Beijos, eu te amo. – falei, desligando o celular.
Andei pelo parque e encontrei o Daniel, com o IPhone, escrevendo alguma coisa alegre, pois estava feliz. Ele me viu. Super hiper legal, não é? Quando ele me viu, logo fechou a cara e foi embora. Fiquei feliz, não queria que ele viesse falar comigo. Quando virei, dei de cara com uma menininha, com uma câmera e um papel na mão.
- ? - a menininha perguntou, com um brilho nos olhos.
- Eu? – olhei em volta e agachei na frente dela. Ela concordou com a minha pergunta e me abraçou. – Oh mi amor.
- Tira uma foto comigo? – ela me soltou e ligou a câmera rápido. Concordei. – Pode tampar os ouvidos? Isso pode doer um pouco.
- Claro. – tampei os meus ouvidos.
- MENINAS! – ela gritou e veio umas três meninas e uma mulher junto. – Olhem quem eu encontrei.
- AI MEU DEUS! A ! – as menininhas vieram correndo, com os mesmos objetivos que a outra menina tinha: uma foto e um autógrafo.
- Olá! – a mulher falou. Li o crachá dela, que dizia: “Olá, meu nome é Kelly”.
- Hola... Kelly. – falei e ela acenou.
As menininhas tinham mais ou menos entre 3 e 6 anos. A Kelly falou o nome das meninas pra eu não ficar perdida e falar: “Ô LOIRINHA” ou coisa do gênero.
- A loira é a Anita, a morena é Heloísa e a ruiva é a Virgolina. – ela sorriu pra mim.
O tempo todo, estava com o meu WayFarer, pois não estava tão bonita para um dia assim.
- Ok, meninas, vão querer uma foto com ela ou não? – a Kelly perguntou, interrompendo a conversa das três. Elas concordaram. Abaixei no tamanho delas.
Sorri por estar ali mesmo com umas três meninas que eu nem conheça, pois descobri que elas gostavam da , então tiramos várias fotos. Depois elas foram embora e eu também.
Fui para o caminho aonde ia para a minha casa, mas resolvi parar no barzinho. Fui andando devagar, pois ele pode estar atendendo. Cheguei lá e só coloquei a minha cabeça pra dentro, fazendo a mãe dele me ver.
- , que saudade de você, menina! - a Sra. Cristina veio me abraçar. Retribuí contente.
- Estou atrapalhado? – fui entrando devagar. Ela negou com a cabeça. – O ‘ta aqui?
- Não, querida, ele estpa em casa. – huum, em casa. Gostei. – Vai lá, pode ir.
- Que bonito, ele resolveu não vir trabalhar hoje? – coloquei as mãos na cintura.
- Não, é que ele ‘ta com uns amigos lá. – ela falou.
- Amigos? Meninos? – perguntei.
- Sim para as duas perguntas. Mas não se esqueça de ir lá. Ô, por que você não dorme lá em casa hoje? Ele vai gostar.
- Ai Cris, não vai atrapalhar? – perguntei envergonhada.
- Claro que não, querida. Quer ligar pra ele e perguntar? É que eu ‘to um pouco ocupada para fazer ligações agora. – ela disse, indo para trás do balcão e pegando o telefone.
- Ai meu Deus, Cris, ‘ta bom. – sorri e peguei o telefone. – Vou para lá então. Só vou ligar pra ele, avisando que vou pra lá. Vou à minha casa, buscar umas roupas e vou, ‘ta bom? – ela concordou e atendeu o cliente.
Disquei o número da casa dele. Nem deu cinco toques e alguém atendeu.
- Alô? – não era ele no telefone. Não é a voz dele.
- Alô? Quem é? – perguntei.
- É o Gustavo, quem é? – sabia que não era a voz dele.
- É a . O ‘ta aí?
- ‘Ta sim, vou chamá-lo, espera. - Ok.
Fiquei praticamente sem ninguém na linha. Caramba, onde o ‘tava? No terraço? Passaram-se 6 minutos e ele não tinha atendido
- ? – aleluia. Ouviram as minhas preces aí em cima.
- ? Caramba, onde você ‘tava?
- ‘Tava no meu quarto. É que os meus amigos estão aqui. Por que você não vem pra cá?
- Liguei por este motivo, a sua mãe falou pra eu ir dormir aí...
- Dormir? – pude ouvir uns “UUUI” dos meninos.
- UUUUI, vai dormir com a Natih. – eles riram. Não agüentei e ri também. Ri baixinho e o nem percebeu. Ainda bem.
- Cala a boca, Gustavo. Então, , vai vir agora?
- Pode? – perguntei.
- Claro. Vem, sim.
- Vou à minha casa buscar algumas coisas e logo já ‘to aí. Beijos, eu te amo.
- Ok. Beijos e eu te amo também.
- LEGAL, O EDU ‘TA APAIX... – droga, ele desligou na hora em que o Gustavo ‘tava falando.
Desliguei o telefone, coloquei na base, dei tchau para a Cristina e para o Marcelo e fui para a minha casa.

Capítulo 5 –

Chegando lá, catei qualquer bolsa de lado que tinha dentro do meu armário e fui escolher as roupas. Meu celular vibrou, achei estranho. Mas por que achei estranho meu celular vibrar? Já ‘to louca. Era uma mensagem da . Quero dizer, MENSAGENS, pois havia muitas.

3 novas mensagens
Ok... CANCELAR.

Apertei Ok. Uma dizia assim:

“Hey baby, me liga. Bjs”.

Outra dizia assim:

“Não liga não, baby”.

Hã? Numa mensagem ela pede pra eu ligar pra ela e na outra pede pra não ligar. Não a entendo, DEFINITIVAMENTE.

“É, não liga. Eu falo aqui mesmo, já que você não me liga nem me responde: fiquei sabendo que vai ter o baile de final de ano na escola. Você vai, né? Por favor, não amarela. Liga quando puder. Bj. “

BAILE DE FINAL DE ANO? Não ela ‘ta brincando. Disquei o número dela rapidamente.
- Alô?
¬- COMO ASSIM BAILE DE FINAL DE ANO? – perguntei apressada.
- ‘To ótima, obrigada por perguntar! – ela falou, num tom calmo. – Sim, um baile. Vai ser... Deixe-me lembrar. Hoje é sexta-feira, né? Vai ser domingo, às 21:00 e quando acaba? Só Deus sabe.
- LEGAL, vai com quem? – perguntei, pegando uns shorts na minha gaveta. “Essa é curto, vou com ele pra lá“ pensei.
- Vou com o Ga, . E você? Vai com quem?
- Com o Daniel é que não. Acho que vou com o . A vai com o ?
- Não, ela vai com o pai dela.
¬¬- Jura? – ri. – Eu sei que ela vai com o , fiz isso para brincar com você.
- Engraçadinha você, né? Boba.
- Ok, chega com isso. Tenho que desligar, vou dormir na casa do . ‘To arrumando a minha bolsa, quero dizer, nem comecei, só ‘to arrumando a minha roupa para ir lá.
- Huum, dormir lá? Gostei.
¬- Ok, chega. Vai dormir com o Ga, ok? Mas não faça nada demais, ENTENDEU? – falei, dando risada.
- Tchau , um beijo.
Desligamos juntas e voltei com o meu lance de roupas. Liguei o meu rádio, ‘tava tocando Mi Delirio num programa que ela foi. Comecei a dançar loucamente. Ok, , você não é ela.
Peguei meus shorts xadrez bege, minha blusa roxa e All Star. Dentro da bolsa? Coloquei vários shorts, blusas, calças e calcinhas. õ/ Meias, e sei lá mais o que eu coloquei. Peguei a minha carteira, carregador do meu celular e o meu celular, é claro. Joguei tudo dentro da bolsa. Resolvi mandar uma mensagem para o , avisando que ‘to indo.

Baby, ‘to indo aí. Um bj.

Fui para o andar de baixo, peguei o meu IPod e coloquei os fones no meu ouvido. Fechei a casa e fui para a casa do . Coloquei Restart, sim, sou gamada em Restart. Botei na música em que amo, Amanhecer no teu olhar, no último volume e fui cantando a música.

Meia hora depois...

Desliguei o meu IPod e toquei a campainha. A porta abriu rapidamente, dando-me de cara com um menino.
- Quem é você? – ele perguntou.
- , amiga do e eu pergunto também: quem é você? – perguntei confusa.
- Vinicius. – ele me olhou dos pés a cabeça e mordeu os lábios.
- Er... Posso entrar ou você vai ficar me olhando como se eu fosse algo comestível? – perguntei, levantando a cabeça com o meu dedo indicador.
Ele me olhou sério. Que babaca. Subi o degrau de cima e me equilibrei na ponta. Ele me segurou pela cintura.
- Eu te segurei. – ele falou, com um olhar malicioso.
- Solte-me ou senão, vou gritar pelo . – falei, nervosa.
- Grita então. – ele me puxou pra perto dele.
- EDUARDO! – gritei alto, fazendo-o me soltar.
Por trás, vi o , descendo as escadas rapidamente.
- Vinicius, solte-a! – ele falou, nervoso.
Ele me soltou e me arrumei. Eu queria dar um tapa na cara dele, ou não. Com 96% de votos, a primeira opção ganhou! Ok, isso ‘ta parecendo o final do Big Brother Brasil; quem ganhou ou não. Virei a mão na cara dele, fazendo-o cambalear pra dentro.
- Nunca mais faça isso! – gritei e sorri. – EDU! – ele veio pra frente e me abraçou com força, entrelaçando os seus braços musculosos na minha cintura, levantando-me.
- Caramba, você tem rodinhas no pé? Nem fez dez minutos e você já ‘ta aqui. – ele me olhou sério. – Olha discretamente para trás, ok?
Concordei com a cabeça, mas o que será que ele ‘tava olhando? Será algum cine-astro? Tipo R. Patzz? Desci as escadinhas da frente da porta de entrada, segurando a mão dele, joguei a minha bolsa pra dentro e fechei a porta. Sentei na graminha com ele e começamos a conversar. O carro dele parou no farol e os vidros estavam abertos. A Calió estava lá dentro com um sorriso na cara. Bem... Não tão um sorriso na cara. Ela gostava do , mas ele nem dava bola pra ela. O farol demorou, pois ele tinha aquele relógio e quando eles chegaram, ainda estava no número 97.
- , beije-me. – sussurrei, enquanto passava a mão no cabelo dele.
- Fazer ciúmes? – ele sussurrou de volta e sorriu. Concordei com a cabeça. – ‘Ta bom.
Ele colocou a mão direita no meu cabelo e beijou a minha testa. Sorri. Estava fazendo a coisa certa ali, agora. Eu o amava mais do que o . Ele beijou a minha bochecha e depois a minha boca. Sua língua se encontrou com a minha e o agarrei com os meus braços. Olhei pro carro dele. Todo bravinho, né? Ele fechou o vidro e foi embora.
- Ok, ele já foi embora... – falei, interrompendo o beijo.
- Vamos entrar? – concordei e entramos em casa.

Capítulo 6 –

Entrei em casa e ele me falou quem era quem.
- , vou subir, ‘ta? Vou tomar banho e depois eu desço. – peguei a minha bolsa e dei um selinho rápido nele.
Subi as escadas rapidamente e entrei no banheiro. Tranquei a porta, em caso de “louquice” dos amigos dele. Tomei um banho rápido, pois não ia lavar o meu cabelo. Coloquei uma roupa leve, um short que vinha até o meio da coxa e uma camiseta gigante do meu pai. Prendi o meu cabelo em um rabo baixo e desci.
- Algum problema em me vestir assim? – parei no meio da escada. Cada um olhando pra mim, quero dizer, para as minhas pernas.
- Relaxa, pode ficar assim. – falou, levantando-se. – Com fome?
- Sim. – desci o resto das escadas como uma menininha.
- Ok, vamos lá à cozinha pegar alguma coisa para você comer, minha irmãzinha. – ele riu.
Ele me abraçou de lado e beijou a minha cabeça. Sorri.
- E que irmãzinha, ein. Essa eu pego... – o Gustavo falou. Simplesmente ignorei.
- Ignore também, . Deixe-o falando sozinho. – sussurrei e fomos para a cozinha.
Ele esticou uma toalha na mesa e fiz um lanche rápido.
Em questão do baile de final de ano, eu nem sabia com que vestido eu ia, mas iria com um curto. Iria dançar pra caramba e não queria passar calor.
- Foi muito gentil da sua parte. – dei uma mordida no meu lanche.
- Gentil? Eu? – ele riu.
- É, na hora que cheguei, babaca... – bati no ombro dele. – Mas eu já ia bater na cara dele mesmo. Então, obrigada do meu jeito.
- De nada, pra isso que servem os amigos. – sorri.
Os amigos dele apareceram na cozinha e começaram a fazer uma festa, porque perguntei se o iria comigo ao baile e ele topou numa boa. Fiquei feliz que ele topou numa boa. Eu e ele (e com certeza os meninos iriam também) iríamos comprar as novas roupas. Já tinha pesquisado uns lugares que tinha uns precinhos bons pra vestidos e ternos.
- Que foi? ‘Ta pensando em quem? – colocou a cabeça pra dentro do meu ‘quarto’.
- Eu? Pensando em alguém? Não ‘to pensando em ninguém não. – falei e sorri pra ele.
- Er... Eu e os meninos vamos assistir a um filme. Quer assistir com a gente? – ele perguntou, sentando do meu lado na cama.
- A qual filme vocês vão assistir? – perguntei.
- Não sabemos ainda, estamos escolhendo. Vamos lá escolher também? – sorri e concordei com a cabeça. Levantei da cama, segurei na mão dele e descemos.
- Olha quem veio nos ajudar! – eles sorriram pra mim e sorri de volta pra não ser a antipática que não gosta de ninguém e quer ficar trancada no quarto o dia inteiro ouvindo musica de emo.
Nós começamos a falar dos melhores filmes que poderíamos assistir. Eu escolhi 2012 porque ele é muito bom, mas muito bom mesmo. Os meninos (Vinicius, Gustavo e Lucas) falaram que devíamos ver aqueles filmes pornôs. Eu disse que não iríamos assistir e ainda bem que eles obedeceram, porque senão, eu ia colocá-los de castigo. Espera, ficou faltando uma pessoa; o . Ele não falou nada sobre as escolha dos meninos, só ficou me olhando do sofá com aquele olhar malicioso. No final, não assistimos a nenhum filme, só ficamos conversamos sobre tudo e todos.
- Meninos, estou começando a ficar com soninho. – bocejei e me levantei do chão. – Boa noite, boys. – subi as escadas e fui para o meu quarto.
- Boa noite, ! – eles gritaram em coro. Que bonitinhos.
Peguei meu IPod e coloquei em qualquer música que dava sono o mais rápido possível. Coloquei os fones no ouvido, deitei na cama e tentei dormir. Er... Eu só tentei, porque não conseguia dormir. A minha cabeça esta latejando de dor. E pra melhorar a minha situação, os meninos subiram fazendo a festa, puta que pariu. Levantei e abri a porta do quarto.
- , onde tem remédio pra dor de cabeça? – perguntei sonolenta.
- Vamos lá embaixo, eu pego pra você. – ele respondeu a minha pergunta. Ainda bem que ele respondeu, porque raramente ele fazia outra pergunta. Ele me abraçou de lado e descemos até a cozinha.
Fomos para a cozinha, ele pegou o comprimido e eu tomei.
- Posso fazer uma perguntinha básica? – ele falou, interrompendo o silêncio, guardando a caixa de remédios e indo para a sala, sentando no sofá.
- Depende. – sorri e deitei no colo dele. – Brincadeira, pergunte.
- Essa pergunta vai ser bem boba, se você quiser nem responde. Você ainda “ama” o Daniel? – ele fez aspas com as mãos. Olhei a TV e neguei com a cabeça. – Quer namorar comigo?
Ok, paralisou o mundo. Eu ‘to sentindo, ele não ‘ta girando.
- Que pergunta boba, ! - sentei de joelhos no sofá e olhei pra ele, que agora, passava a mão no cabelo. – Quero, seu bobo! – beijei-o.
Subimos pro quarto e tranquei a porta.
- Com sono? – ele me perguntou, deitando do meu lado e me fazendo cafuné.
- Um pouquinho, baby, mas se você ficar acordado, eu fico também. Bom, eu não vou prometer, mas vou tentar! - sorri pra ele como uma menininha. Ele me retribuiu o sorriso.
- Não precisa ficar acordada por mim. Daqui a pouco eu já ‘to dormindo. – ele falou.
Já falei do cabelo dele? NÃO? Como assim não? Bom, vou falar dele agora: ele é todo lindo e maravilhoso. É bagunçado e descolorido. Quando ele passa a mão no cabelo e o deixa bagunçado, fica praticamente um deus grego.
- Onde é que você vai dormir? – sentei na cama de perna de índio.
- Lá em baixo, no sofá. – simplesmente isso. Dormir no sofá é como se fosse rotina, todo mundo troca uma cama por um sofá. Tranqüilo, até eu durmo no sofá.
- Você vai dormir aqui comigo! – fechei minha mão em punho e bati na cama com força. – Não quero dormir sozinha! – fiz cara de cachorro abandonado que caiu da mudança para o outro lado do estado. Sabia que eu tinha uma vizinha que se mudou pro outro lado do estado e o cachorro caiu do caminhão de mudança? Aí eu fiquei com ele, só que morreu porque eu não dei comida... Bom, ninguém quer saber dessa história. Ele sorriu pra mim e eu sorri maliciosa pra ele. Dei uma puxada brusca nele pelo pescoço. Eu o beijei de língua, invadindo a sua boca. Ouvi um barulho no corredor e uns “Caralho, não pisa no meu pé!” ou “O que será que eles estão fazendo lá dentro?” . O que eles queriam agora? Que eu abrisse a porta, colocasse-os para dormir na caminha, o leitinho com Toddy e música pra boi dormir? Vão se ferrar eles! Joguei o do meu lado, fazendo-o deitar e subi em cima dele, arrancando minha blusa do pijama e jogando pra trás. Ele me beijou, me prensando contra o seu peito liso e nu.

Capítulo 7 –

Acordei em cima do . Nem um pouquinho abusada eu, né? Passei a mão no meu corpo e percebi que só estava de calcinha. Levantei a cabeça e procurei o meu sutiã. A melhor parte é que ele ‘tava do outro lado do quarto. Levantei devagar da cama e coloquei uma blusa dele que tinha na cadeira.
- Acordada? - senti as mãos dele nos meus ombros. Dei um pulo de susto.
- Eu te acordei? – ele negou com a cabeça. Virei-me e o beijei. – Bom dia pra você!
Ele sussurrou algo como “Pra você também”. Aproveitei que ele desceu pra tomar café com os meninos e fui tomar um banho bem relaxante na banheira que tinha na suíte (N/A: tinha uma suíte no quarto dele. O banheiro que citei no capítulo anterior, bem no começo, era no corredor). Um banho de espuma e todo mundo se esquece dos problemas. Saí do banho e fui escolher uma roupa super leve: um short jeans bem básico, blusa amarela que quase cobria o shorts e o meu scarpin preto que era um pouco aberto na frente e tinha um laçinho no meio. Enrolei meu cabelo com o meu baby-liss que trouxe.
- Está linda, baby. Vai arrasar! – falei pra mim mesma, quanta humildade, dando uma voltinha e saindo do quarto pra ir para a cozinha.
- Meu Deus, é cedo pra ir a uma boate. – por que ninguém me avisou que eu tenho que dar de cara com o Lucas, logo de manhã?
- Quem disse que eu vou à boate? – coloquei as mãos na cintura e olhei pra ele com o meu olhar maligno.
- Não me olha assim que eu gamo! – ele falou com uma voz de gay. Dei um soquinho no braço dele e rimos juntos. Descemos e fomos até a cozinha. Chegando lá, os três ficaram me olhando. “Que foi? Eu não sou a Mona Lisa para ficarem me olhando assim!” pensei.
- Antes que vocês façam a mesma pergunta que o Lucas fez, já vou falar que não vou a boate nenhuma. – dei um gole no suco que tinha na mesa.
- Aonde você vai então? – os três perguntaram em coro.
- Ah, que bonitinhos! Ensaiaram, né? Só pode... – dei outro gole no suco. – Esqueceram-se de que tenho um baile amanhã? E eu tenho que buscar o meu vestido. – sorri como uma menininha ganhando sua Barbie no Natal.
- Ahhh... – cara, eles estão me gamando com esse coro.
- Tenho que ir, senão eu perco o táxi. Beijinhos! – mandei beijinhos. – Se forem almoçar fora, me liguem. - peguei meu celular e fui embora.
Fui pro encontro do ponto de táxi. Cara, quanto tempo eu usei os taxis daqui. Até os motoristas me conhecem.
Adivinha quem eu encontrei lá no ponto! A-D-I-V-I-N-H-A! Ah não, deixe-me contar: era a Natalia Calio, a atual do . Sei lá, não me importo com essas coisas. Sentei no banquinho de cimento que tinha ali. Bem que eles poderiam arrumar aquilo ali. O ruim da hora é que chegou um táxi só.
- Vai pro centro? – ela me perguntou. Eu estava olhando pra nuvem. Bem que nessa hora, eu poderia ser uma nuvem. Concordei com a cabeça. – Vamos juntas então. – ela se levantou e me puxou. Sai daqui, sua bactéria infecciosa.
- Vamos, eu pago a corrida! – bom, pensando por este lado, não irei pagar. Virei-me com um sorriso falso na cara, como eu queria que ela morresse.
Falei pro motorista aonde queria ir. Ela falou que iria ao mesmo lugar que eu, que estava pensando se poderíamos fazer compras juntas. Ainda bem que ela só pensou, porque nem morta eu ia fazer compras com a bactéria infecciosa. Bom, não ia fazer mesmo porque eu ia estar morta mesmo. Chegamos ao ponto e ela pagou a corrida. Ainda bem, eu só tinha cartão mesmo.
- Obrigada por pagar. – falei, sorrindo falso. Será que essa menina não se toca que é chata pra caralho?
- Imagina, pra isso que servem as amigas. – AMIGAS? Desde quando? Ela ‘ta viajando na maionese Hellmanns. Acho que ninguém me contou sobre essa novidade.
- Bom, eu vou indo. Tchauzinho! – acenei e fui embora, deixando-a com cara de árvore. Oh coitada, ela já tem uma cara de árvore, por que raios não está na floresta?
Cara, ainda bem que me livrei dessa bactéria infecciosa. Ela me irrita, não queria contar.
- Podemos ficar juntas. Eu vim ver o meu vestido pro baile e você deve ter vindo fazer o mesmo! – vocês aí em cima, por que não ouviram minhas preces?
- Eu vim BUSCAR. – escrevi a palavra no ar.
- Onde? – ela me perguntou, entrelaçando o braço dela no meu. Sai!
- No Ateliê Vestidos. – cruzei os braços.
- AH, EU VOU LÁ TAMBÉM! – ok, eu não sou surda.
- Legal. – meu celular começou a vibrar. Olhei no visor, era uma mensagem do . Ela dizia assim:

, encontrei o meu terno. Eu tinha aqui e serve! Beijo.

Se o já tinha o terno, eu só ia vir buscar o meu vestido e ir embora. Que felicidade!

Capítulo 8 –

Busquei o meu vestido na arara da loja, saímos e encontramos o na rua, encostado no seu carro. Fomos até lá.
- Almoça com a gente, vai, ! – ela ficou implorando com o do lado com cara de árvore.
- EU? Não, não quero ficar de vela. E ainda mais, vou almoçar em algum lugar por aí e eu tenho que avisar os meninos.
- Podemos almoçar juntos. – ela falou, entregando-me um celular. – Liga e avisa.
- Ok, eu posso estar “morando” com quatro marmanjos... – fiz aspas com as mãos e o arregalou os olhos. – Mas eu tenho o meu próprio celular, querida. Obrigada. – tirei o meu celular da bolsa e disquei o número do .
- Oi . – U-A-U. Pela primeira vez ele atendeu rápido.
- Só liguei pra avisar que vou almoçar fora, ok? Beijo. – falei rápido.
- Ok, beijo. – ele desligou.
- Pronta, amiga? – ela falou, entrando no carro.
- Sim. – suspirei, entrei no carro e fomos para o tal lugar aonde iríamos almoçar.

Dois dias depois...

Voltei pra minha casa na noite anterior, no dia do baile. Foi o melhor baile que eu já tive. Dancei muito, bebi muito. Ainda nem tinha arrumando a minha mala, mas soquei um monte de roupas que tinha dentro do meu armário dentro de uma mala de rodinhas. Brincadeira, eu arrumei direitinho a mala, com as roupas todas dobradinhas. Meu táxi chegava daqui quinze minutos, o que eu ia fazer em quinze minutos? Eram 3:00 da manhã. Antes de descer para tomar o meu café, eu comecei a me vestir. Coloquei a minha regata branca, uma calça jeans o meu scarpin bege. Fiz um coque bem bonitinho, sabe? Com todos aqueles fios de cabelo soltos. Coloquei o meu o meu Ray-Ban preto, peguei a minha bolsa e desci pra tomar o meu típico cafezinho da manhã: pão com manteiga e suco Ades. Para aproveitar que estava na cozinha, enchi uma garrafinha de água para matar a sede na viagem. Meu celular vibrou. Quando ele vibra, é mensagem. UHUL, mensagem às 3:00 da manhã! Era uma mensagem do . Sorri e cliquei em “ver”. Ela dizia assim:


, sei que somos amigos desde quando veio para Londres e faz um tempinho. Vou logo ao que interessa: começamos a namorar há pouco tempo, mas pra mim, acho que não rola mais. Não quero te deixar triste, nem ‘to te dando um pé na bunda. É que somos amigos há muito tempo e não quero ficar sofrendo depois que você for embora.
EU TE AMO. Isso é o que importa.

Ele está terminando comigo por mensagem? Sim, está. Responder pra quê? Joguei o meu celular no sofá e comecei a chorar. Idiota e imbecil era o que ele era agora. Como ele pode fazer uma coisa dessas? Ouvi uma buzina lá de fora; meu táxi chegou. Despedi-me pela última vez das minhas coisinhas, peguei as minhas malas e fui embora. Entrei no táxi, fechei a porta e encostei-me a ela, olhando as pequenas estrelas que restavam no céu de Londres. Chegando ao aeroporto, meus amigos estavam na porta. Desci do táxi, enquanto o motorista tirava as malas e fui direto abraçar as minhas amigas.
- Vou sentir tanta falta de vocês! – abracei-as, recebendo outro abraço. – Eu amo vocês duas. Muito! – soltei-me e segurei uma mão de cada uma.
- Eu trouxe uma coisa pra você. – a soltou a mão, pegou um saquinho de dentro da sua bolsa, a pegou a sua câmera e começou a filmar.
- Hola chicos! - olhei pra câmera e dei um tchauzinho.
- Isso é pra você. – a me entregou o saquinho.
- AAAAAAH! – gritei e peguei o saquinho! – Ele tem uma foto que eu tirei com a . – mostrei pra câmera.
- Sim, foi no dia que você a encontrou no aeroporto, lembra? – a falou e eu concordei com a cabeça.
- Abre! – os meninos falaram em coro.
- ‘Ta bom, vou abrir. – desfiz o lacinho e olhei dentro. – AAAAH, QUE HERMOSA! – ‘to adorando gritar no aeroporto.
- O que é ? O que é? – a perguntou.
- Olha, é a boneca da ! – retirei-a do saquinho e mostrei pra câmera.
- Que linda, bebê. – o falou, dando-me um abraço de lado e beijando a minha cabeça. Entre os meninos ( e ), eu era conhecida como bebê e entre as meninas ( e ), era conhecida como mesmo.
- Gracias! – exclamei pra câmera. – Vou sentir muita saudade de vocês. – comecei a chorar.
- Oh Deus, ‘ta parecendo a quando ouviu você cantando. – a falou e segurou a minha mão.
- Ah, eu sou horrível cantando. Não fala isso. – a última vez que cantei no chuveiro, o espelho caiu no chão e fez um corte na minha perna. Cinco pontos ninguém esquece. – Eu vou, minhas amoras roxinhas e fofas. – rimos.
- Nós te amamos. – eles falaram juntos d dei um belo tchauzinho pra câmera.
- Um beijo, eu amo vocês. – falei com uma voz de bebê.
Peguei as minhas duas malas de rodinhas, que por este caso estavam pesadas, despedi-me de todos e entrei no aeroporto.
- Espera! – era o ou eu ‘tava ouvindo coisas? Virei-me; era ele mesmo. O próprio . Ele veio correndo na minha direção.
- ‘Ta bom, o que você ‘ta aprontando aqui agora? – perguntei, escondendo o choro que estava logo para saltar dos meus olhos.
- Não vai, Londres é o seu lugar. – aquilo no rosto dele é uma lágrima ou eu ‘to vendo coisas agora?
- Não dá mais pra voltar atrás, . – sorri e passei a mão no rosto dele, secando a lágrima. – Você me magoou muito, machucou aqui dentro. – segurei a mão dele e coloquei no lado do coração.
- Desculpe-me se fiz alguma coisa que te magoou, , mas você precisa ficar, por favor. Fica por tudo que é mais sagrado. – ele colocou a mão na minha bochecha, fazendo-me carinho. Mesmo ele ter feito a coisa errada, é a coisa mais carinhosa do mundo que eu amo agora.
- Tenho que ir, meu avião sai daqui a pouco. – segurei a mão dele e dei um beijo na sua bochecha. Virei e fui embora.
- NÃO VAI! – ele gritou, fazendo algumas pessoas olharem. Virei-me e ele correu até a mim. Será que é graça agora correr no saguão do aeroporto?
- , o que você está fazendo? – perguntei.
Minha cabeça estava girando, as minhas pernas estavam trêmulas e eu estava lá, lembrando de todos os momentos que tive com o . Ele tirou um papel do bolso. Estava meio amassado, mas estavam escritas as palavras que eu precisava ouvir hoje.
- , - ele começou a ler. – desde o dia em que nós nos separamos, pensei em como fui idiota de ter feito aquela bobagem. Não consigo ver a gente separado, principalmente eu, longe de você. Nem na minha cara você olha mais. Na escola, não olhava na sua cara porque não queria que você visse o quanto eu estava magoado. Sei que não posso consertar o que eu fiz, mas pode ter certeza: dentro de mim, ainda tento consertar. Are you giving up this fight? I can't stand, won’t stand losing you.
Comecei a chorar com aquilo que ele acabou de falar. Se você quiser chorar, ligue para ele.
- Que lindo, ! – falei e o abracei. Olhei nos olhos dele e sorri. – Eu te amo, muito, mas não dá mais. – beijei a testa dele e fui embora.

Capítulo 9 –

Entrei no avião e sentei na minha cadeira. Fiquei admirando as nuvens e olhando as pessoas se despedirem das outras. Avistei o sendo segurado por dois seguranças. Ele me olhava. Estava chorando; eu sentia. Depois de um tempo, ele saiu de lá a força pelos seguranças. Coloquei o cinto e sequei as minhas lágrimas. Peguei a minha bolsa e lá de dentro, puxei o meu celular.

Meninas, já estou dentro do avião. Daqui a pouco ele decola. Vou sentir a falta de vocês. Quando chegar lá, eu ligo. Amo vocês. Beijos.

Essa foi a minha última mensagem em Londres e tudo estava indo para o espaço agora. Mandei pro celular da . Deve estar chorando agora; ela sempre chora com isso. Que dramática.
- Senhoras e senhores, decolagem autorizada. – o piloto falou, após alguns minutos depois.
O avião começou a andar e pegar velocidade e quando percebi, não estava mais no chão. Então, ele já estava no ar.

Duas horas e meia depois...

Na viagem, dormi umas duas vezes e as duas vezes fracassaram. Senti o avião balançar um pouco. Fiquei com medo.
- O que está acontecendo? – perguntei para a moça que estava no meu lado.
- Não sei, acho que está perdendo o control... – já era tarde demais. O avião capotou e as minhas esperanças de ter uma vida nova acabaram.

POV’S .

Dei um grande gole da garrafa de Red-Bull que tinha em casa. É foda, só tem bebida alcoólica em casa. Arranquei a minha roupa, joguei na cadeira e fiquei de boxer. Deitei na cama, tentando dormir (N/A: ok, imagine isso acontecendo contigo de verdade, sem malícias. Obrigada *pula*). Agora eu tinha um peso, mas não um pesinho, um PESÃO na consciência: não devia ter a deixado ir embora. Cara, ela é a razão de eu estar aqui.
Acordei com o meu celular tocando. Olhei no relógio que tinha na parede; cinco e meia da tarde. Isso é o que dá quando você bebe umas quatro garrafas de Red-Bull antes de dormir. Devo ter babado. Que nojo.
- Alô? – atendi a porra do celular que não parava de tocar. O ruim de tudo era que eu não tinha apertado o botão de atender, então ele estava tocando na minha orelha. Apertei o botão de atender, se não eu ia ficar surdo. - Alô?
- , é melhor você vir pra pracinha agora, entendeu? A pracinha em frente à minha casa. Vamos, levanta esse bundão dessa cama, troque-se e venha. – será que a não tinha um pouquinho de amor e compaixão por mim?
- ‘Ta bom, mas como você sabe que estou deitado na cama? – perguntei.
- Quando você atende ao telefone assim, é resultado de que você estava dormindo. – ela disse e ouvi algumas risadas ao fundo.
- ‘Ta bom, mamãe, vou me arrumar. – desliguei o telefone, sem deixá-la responder. Sei que ela vai me bater quando eu chegar lá, mas eu já ‘to colocando como hobby quando ela me bate.
Tomei um banho rápido, coloquei a mesma roupa (ainda bem que ‘tava limpa) porque eu sou um cocô para escolher roupas e sapatos; pra mim é tudo igual.
Fui correndo para a coisa da praça em frente à casa da . Mas por que diabos esse menina infernal foi morar longe de mim? Ah é, eu esqueci, magoei a melhor amiga dela. Depois de quarenta minutos, cheguei naquela joça. Olhei-os longe, estavam com uma câmera de vídeo; todos sorrindo e dando risadas. Eles devem estar felizes. A me avistou e me chamou, fazendo-me correr até eles.
- Oi, ‘to aqui. – falei, entre suspiros. – Falem. – sentei-me na frente dos quatro, recebendo em seguida, um papel recortado.
Era uma lista, não sei do que, mas uma lista era.
- O que tem essa lista? Houve algum acidente hoje? – falei, lendo e relendo a pequena lista de dezessei pessoas.
- Caralho, Daniel, você não assiste a televisão? – o falou e em seguida levou um tapa no braço por .
- O avião da capotou. Não sei o que houve direito. – a falou, começando a cair lágrimas do rosto.
- Como assim ele capotou? – falei nervoso.
- É, ele capotou. E esta é lista... – ela apontou para o pequeno papel na minha mão. – oficial dos sobreviventes e o nome dela não está aí.
- NÃO ESTÁ! – a falou entre soluços.
Ela se foi, é isso? Por que eu não fui no lugar dela, caralho? Pronto, a minha vida está agora... infernal. A mulher que eu amo me deixou e agora eu nem sei se ela ainda ‘ta viva. Os amigos dela ficam me enchendo, minha vida havia acabado. Ela se foi e eu, aqui.
- Se vocês tivessem falado pra ela Não Vá ela ainda ‘tava! – falei, colocando o sileêcio no topo agora.
- Hey pessoas, algum parente, amigo ou amiga de vocês estava no avião para voltar ao Brasil? Aquele que caiu. – uma mulher quebrou o silêncio, fazendo perguntas. Concordamos com a cabeça. – Venham comigo, ‘ta passando uma reportagem ali no bar dizendo que acharam um sobrevivente. – botei um sorriso largo no rosto, levantei e a segui. Atrás de mim, vinham os amigos delas. A única pessoa com quem eu ia com a cara era com a . Ela era super legal e muito simpática. Senti um braço na minha cintura, olhei pro lado. Falando na , era ela; em carne e osso.
- Onde está o seu namorado? – sussurrei, colocando meu braço no pescoço dela.
- Consolando a . Meu Deus, como ela é dramática. Cara, essa sobrevivente pode ser a . Nunca podemos pensar negativo. – ela sussurrou e eu dei um riso baixo.
Olha, eu acho que já vim aqui. Bom,isso não vem ao caso agora.
- Afirmamos que os bombeiros acharam uma menina, com mais ou menos 17 anos, nos escombros do avião. É com você, Chelsea. – o apresentador falou.
- Obrigada, Ryan. – ela sorriu. – Os bombeiros acabaram de encontrar uma menina nos escombros. Não sabemos o nome dela, nem a idade certa. Quando a encontraram, colocaram-na diretamente na maca e a levaram para o avião, pois ela estava com dificuldade de respirar. Estou aqui, com o bombeiro que salvou a menina. É o Bombeiro Jack.
Quando a câmera mostrou o bombeiro, todos começaram a gritar “Herói!! ” e essas coisas.
- Encontrei-a com ferimentos leves na perna e nos braços. Na cabeça não havia nenhuma lesão, pois ela deve ter protegido a cabeça na hora da queda. Levamos-na diretamente para o avião, pois ela estava com dificuldade de respirar e reclamava que a perna doía e a cabeça também. Lá dentro, ela foi medicada e foram feitos feito curativos nela.
- E sobre o avião? Partiu a que hora?
- Ele partiu... Faz quase uma hora, mais ou menos. Não sei o certo.
- Obrigada, bombeiro Jack. É com você, Ryan. – ela sorriu de novo para a câmera. Sei não, viu? Acho que elas ganham salário só porque que elas sorriem.
- Tchau, vou até o aeroporto. – meu Deus, tem que ter um táxi ali, esperando por mim.
- E se não for ela? – a falou, achando-se a demais com a mão na cintura.
- E se não for ela? Blá, blá, blá. – imitei a voz dela, fazendo os três rirem e ela ficar nervosa. – Você acha que é quem, querida? A Alice do filme Crepúsculo? Se você quiser que a sua amiga esteja viva, por favor, tenha um pouco de compaixão no seu coração de pedra e pense positivo, porque pra mim, você quer que ela esteja morta. – falei, saindo de lá e entrando num táxi.

Fim do POV’S .

Por que a minha perna dói e a minha cabeça está latejando? E eu ‘to viva? Toquei em meu próprio corpo. Ainda bem que ‘to viva.
- A bela adormecida acordou! – uma moça falou. Acho que era uma enfermeira. – Sou a enfermeira Hannah e aqui esta o seu remédio. Vai melhorar a dor da sua perna e da sua cabeça. – caçamba, como será que ela sabe que eu estava com essas dores? Ela me entregou um copo com água e o meu comprimido. Engoli tudo de uma vez. ‘Eckt’, que ruim.
- Aonde a gente ‘ta indo? – perguntei, sentando-me devagar e olhando mais algumas pessoas.
- Voltando pra Londres, mocinha. Você foi a última sobrevivente do avião. – ela me falou, sentando-se ao meu lado.
- Então os outros... – ela concordou com a cabeça. Bom, acho que ela entendeu.

Quinze minutos depois...

Depois de tanta conversa e tanta risada, o avião pousou. Obrigada, Deus, fadinha, unicórnios, gnomos e avatares grandes e azuis. Fui a última a descer; também, quem senta lá no fundo se ferra. Desci as escada sem nenhuma dificuldade, só um pouquinho mancando, pois a minha perna estava começando a doer de novo. De longe, encontrei as minhas amigas, amigos e o... . Eles vieram na minha direção, corri o mais rápido que pude e pulei no colo de , que se surpreendeu com a minha entrada.
- Eu te amo! – sussurrei no ouvido dele, beijando-o em seguida.

Três meses e vinte sete dias depois...

Depois da queda do avião, tive que fazer uma pequena fisioterapia de cinco seções, pois a minha perna estava doendo e não conseguia andar direito. AH, eu tenho uma novidade: voltei com o e estamos N-O-I-V-O-S! Sim, noivos. Ele me pediu em casamento há uma semana.

Meu nome é , tenho 21 anos, vou me casar daqui a três meses e estou esperando Olivia; a nova menina da família.

Fim!

“Eu só rezo para ficar bem. Eu sei que vai. Acredito que vai ficar tudo bem.”

nota da beta: Heey, gente!
Fic nova no pedaço!
Enfim, stou aqui apenas para dar um ooi, e pra dizer que se tem qualquer erro que vocês tenham percebido nessa fic, podem me avisar por aqui, e eu estarei disposta à corrigir o mais depressa possível.
Enjoy, everyone !
XOXO', Paah Souza.

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