Fic by: Marina Lee | Beta: Lilá



"Aprendi a ouvir críticas e elogios, a criticar e elogiar, a seguir meu coração antes de seguir outra qualquer coisa."

Lá estava eu, à beira da praia, sozinha, pensando em como o verão havia passado rápido. Passei mais umas férias de verão desejando o surfista gatinho que não me olhava, lendo livros enquanto as crianças brincavam tacando areia em cima de mim e desejando que o verão acabasse. É isso mesmo, desejando que o verão acabasse. Eu nunca fui do tipo que curtia muito as férias, porque minha família sempre arrumava um jeito de me deixar longe dos meus amigos e me levar para aquela casa de veraneio chata que a família toda decide ficar no verão, inferno. Mas finalmente estava acabando, e eu estava lá me despedindo do mar... Ok, eu estava tentando dar uma última olhada no surfista gatinho, que por sua vez não estava lá, ô sorte.

Cap 1. Tudo que é novo é mais rápido que o velho.

Primeiro dia de aula, Segunda- feira 6:30am.

Primeiro dia de aula, cheguei o mais cedo possível, antes que todos começassem a chegar. Fiquei sentada no estacionamento onde costumava encontrar o pessoal. Peguei meu ipod, coloquei os fones no ouvido e comecei a olhar a playlist enquanto esperava. Pouco tempo depois, o estacionamento começou a ter movimento, pessoas chegando, se abraçando e certamente contando suas incríveis aventuras de verão, que sorte a delas. Fiquei avaliando as pessoas, nada muito novo, nada muito interessante...
- Koé, gatinha, vem sempre aqui?! - chegou por trás puxando um dos fones do meu ouvido, o que me pegou de surpresa.
- Olá, , vejo que começou esse ano bem. - sorri pra ele, que retribuiu o sorriso.
- Ele está esperançoso que conseguiremos alguma coisa esse ano. - Harry chegou me dando um beijo na bochecha.
Harry e sempre foram meus amigos desde criança, nossas mães se conheceram na pracinha em que nos levavam quando éramos pequenos, e depois que crescemos não saíamos mais da casa um dos outros já que morávamos na mesma rua.
- Alguma coisa com a banda? Ou sair do zero com as meninas? - lancei um olhar divertido pra . - Você sabe que eu te amo, macaquinho.
- Os dois! - falou orgulhoso. - E eu também te amo, coelhinha!
- Vocês ficam mais gays a cada ano que passa - Harry comentou revirando os olhos.
- Deixa de ser ciumento, big tiger! E eu não posso ser gay, eu sou uma menina. - Dei uma piscadinha pra ele.
- Meninas podem ser gays, ! Elas podem gostar de outras meninas e isso torna elas gays. - Harry retrucou fazendo sua típica cara de sabe tudo.
- Isso é um ótimo assunto para se começar o ano, crianças. - chegou me abraçando e em seguida cumprimentou os meninos com beijinhos no rosto, o que deixou vermelhinho com a aproximação.
Todos sabiam que desde que levei os meninos e as meninas lá pra casa no primário e e deram um selinho em uma brincadeira nunca mais se esqueceram, mas seguiam suas vidas como se não sentissem nada um pelo outro.
- já está de olho na carne nova! - falou apontando pra menina que vinha ajudando um aluno novo, que particularmente eu achei muito bonitinho. Ele andava olhando para todos os lados como se estivesse perdido, hora ou outra olhava para o rosto de tentando prestar atenção em tudo que ela falava. Era , meio baixinho e tinha lindos olhos , não que eu estivesse reparando em todos os detalhes.
Logo depois, deu um breve aceno pro menino e veio correndo em nossa direção apertando todos nós.
- Aiiii, que saudades! - Ela disse esmagando e eu em um abraço.
- É, dá pra perceber. - falou com a voz meio falha pela falta de ar que o abraço causava e ela soltou a gente rindo. - Tenho que contar muitas coisas pra vocês. Aconteceram tantas coisas nesse verão. Eu conheci um menino lindo, só que eu, burra, não peguei nem telefone, nem msn, nem nada e só sei que o nome dele era e ele era tão lindo, gente, ele era fofo...
- Tá bom, daqui a pouco tu conta tudo pra gente, gatinha, mas agora vamos pra aula, hum? - Eu falei puxando as meninas e logo fui seguida por e Harry.
- Desde quando tu se importa com horário? Virou nerd? - Harry perguntou me puxando pela cintura.
- Desde que não pretendo passar pelo sufoco do ano passado de novo, big tiger. - Dei um beijinho na ponta do seu nariz e voltei a caminhar.
e foram pra aula de matemática. Eu, e Harry fomos pra aula de português, aquelas eram as únicas aulas que nós não tínhamos juntos, então seguimos para lados opostos do corredor. fazia uma cara de desesperada, pois não esperava a hora de nos contar sua história, mas foi arrastada por antes que chegassem atrasados.
Entramos na sala e eu segui direto para a parte traseira da sala. Eu sei que eu queria ficar bem na escola, mas eu me recusava a sentar na frente, porque na minha escola essa teoria de nerd sentar na frente não colava, o que colava eram meninas nojentas que fingiam saber alguma coisa e ficavam puxando o saco do professor pra tirar notas altas. Então sentamos nas últimas cadeiras da sala, onde eu sentei do lado da na cadeira à frente da de Harry, que estava com o lugar do seu lado vago. Bom, pelo menos até agora.
- Oi, eu posso sentar aqui? - Um menino com olhos e um sorriso simpático perguntou pra Harry.
- Claro, dude, pode sim! A propósito eu sou o Harry e essas são minhas meninas. - ele apontou pra mim e que fizemos uma cara de desgosto pra Harry e o menino riu.
- Prazer, Harry e as meninas que não parecem ser suas. - Ele riu e estendeu a mão para Harry. - A propósito, sou .
- Eu sou a e essa é a , e não somos as meninas do Harry. - deu um pedala em Harry que gargalhou.
- Mas e aí, que está achando daqui? - perguntei pra que já se acomodava na cadeira ao lado de Harry.
- Estou meio perdido, acabei de chegar na cidade, decidi abandonar meus pais e tentar alguma coisa por aqui. - ele falou entortando a boca, como se não estivesse muito feliz por estar longe de sua família.
- Ih, cara, que tenso. Mas a gente vai te apresentar as festas mais maneiras, e as gatinhas mais gatinhas - Harry falou dando tapinhas nas costas de que só ria.
- Não liga pro Harry ele é meio surtado. Mas veio tentar o que por aqui? - perguntou.
- Bom, eu gosto de música , eu sei que não é uma coisa fácil e tal...
- Peraí, cara, você toca algo? - Harry interrompeu com os olhinhos brilhando.
- Toco violão, , canto e até danço se quiserem. - ele deu uma risadinha na última parte.
- Caaaara, tu é o que eu estava procurando. Eu e meu amigo temos uma banda e você podia aparecer lá em casa pra gente fazer uns testes e tal. - Harry falava super empolgado em ter mais alguém pra sua "banda", ele e gostavam de música desde que começamos a ter aulas de música já que era a única matéria em que eles eram bons. Daí começou uma certa obsessão e desde então só pensavam em montar uma banda.
- Claro, seria legal. - sorriu verdadeiramente, estava feliz e não parecia se sentir mais tão perdido.
- Não esqueça de convidar suas groupies favoritas pra assistir os ensaios. - Falei fingindo estar concentrada nas minhas unhas.
- Nunca esquecerei minha coelhinha e minha vaquinha - Harry falou apertando nossas bochechas.
- Já comentei o quanto esses apelidos soam mal?! - falou com um sorriso maroto.
- Culpa do ! - Eu e Harry falamos juntos. - Desde que começou a ver aquele desenho com animais não parou mais de dar apelidos. - Harry comentou.
E o resto da aula passou assim com conversas e nenhuma matéria copiada e era assim que eu pretendia ir bem na escola.
Eu e fomos ao banheiro, enquanto Harry e foram pegar uma mesa para ficarmos na hora do intervalo.
- Meninas, até que enfim a aula acabou! - entrou no banheiro onde sempre íamos após o término de qualquer aula.
- Ô, menina, esse homem deve ser muito bom, hein! - falou passando brilho nos lábios e fazendo caras e bocas pro espelho.
- Ah, o era lindo, pena que eu sou burra e não peguei nada dele e provavelmente nunca mais irei vê-lo. - Ela fez cara de cachorrinho sem dono.
- Ah, amiga, não fica assim, se você não achar o tu pode ficar com o que entrou na nossa turma, ele é legal também e bonito. - Eu falei escovando o cabelo.
- Eu não quero saber de outro . - Ela disse fazendo cara de emburrada.
- Tá, não precisa pegar ele. Mas você irá conhecê-lo agora. - Falei puxando pelo braço, arrastando-a para o pátio.
- Ok. Mas vocês também vão conhecer meu amigo novo, ele está lá no pátio com o e deve ter encontrado os meninos já. - falou soltando seu braço e andando na frente.
- Uh, o gatinho de olhos ? - falei sorrindo pra ela.
- Que percepção, dona . - se virou pra mim dando um sorriso maroto e eu fiquei vermelha.
- Anda logo, - Falei empurrando ela e nós caminhamos em silêncio até a mesa.
Quando chegamos lá, deu um berro e metade do pátio olhou pra ela.
- Calma, gente, nossa amiga só pensou ter visto uma barata, mas não era nada. - Harry falou e logo todos voltaram ao que estavam fazendo.
- Eu não acredito... ... Oi. - falou e todos nós ficamos em choque. Realmente o era o da .
- Meu Deus... ... você... aqui? - ela estava nervosa, mas mesmo assim abriu um sorriso e então se levantou e a abraçou.
- É, eu sei, que engraçado, depois que você foi embora fiquei pensando como fui burro, esqueci de pegar teu telefone ou qualquer coisa pra gente manter contato. Mas você tá aqui e eu tô aqui. Nossa isso é inacreditável - Ele sorriu e a abraçou novamente.
- Que bonito. - falou e algumas lágrimas brotavam dos seus olhos então todos viraram pra ela e começaram a rir.
- Ér, mas então, esse é o , o menino que eu conheci na viagem. - apresentou.
- E também é nosso futuro e vocal. - Harry falou empolgado.
- SÉRIO? - quase levou um tombo da cadeira com a notícia.
- E agora só falta um e nós seremos a banda mais hot do momento. - Harry deu uma piscadinha sexy.
- Eu toco . - Ouvimos uma voz fraquinha na ponta da mesa ao lado de e todos viraram pra olhar.
- SÉRIO? - quase pulou da mesa.
- A propósito esse é o , gente. - falou e ele deu um sorriso tímido.
- Uau agora posso ser uma groupie de uma banda de verdade?-brinquei e todos riram.
- Ah, guys, eu não me agüento, por favor, a gente pode marcar um ensaio hoje, pra vocês conhecerem as músicas e tudo mais? - começou a quicar no banco.
- Por mim tudo bem, minha casa está às ordens - Harry falou, estava morando sozinho fazia um tempo, desde que sua mãe decidiu fazer uma longa viagem pelo mundo.
- Seria ótimo! - falou animado também.
- Claro, por que não? - deu um pequeno sorriso.
- Pode deixar, as groupies estarão lá também. - se adiantou.

Ainda segunda-feira 3:00pm.

- Alô? - Harry atendeu o telefone.
- Abre a porta, gatinho manhoso. - falei rindo.
- Assim você me deixa doido. - Harry falou abrindo a porta e desligando o telefone gargalhando. - Cadê as outras groupies?
- vai chegar um pouquinho mais tarde, teve que ficar de babá do irmão enquanto a mãe saiu e não vem.
- Coitadas das crianças. - Harry brincou me colocando nas costas e me levando pro porão onde ficavam montadas a sua bateria e as coisas para o ensaio.
- Koé, galerinha do mal, digam olá pra sua princesa real. - subi as escadas nas costas de Harry cantarolando e chegando lá em cima dei de cara com , e gargalhando.
- Opa, esqueci que não são todos que estão acostumados com minha cantoria. - Dei uma piscadinha pros meninos e Harry me largou no sofá.
- Tudo bem, coelhinha, eles se acostumam rápido. - mandou um beijinho no ar.
- Own, macaquinho. - segurei o beijinho dele no ar.
- Já falei o quanto vocês são gays?! - Harry apontou pra mim e .
- All the time - falou - Mas eu sei que você morre de ciúmes.
- E que deseja o meu corpo. - eu falei gargalhando.
- E que não consegue esquecer aquela noite que tivemos juntos - falou fazendo uma carinha de pura sedução pra Harry.
- CHEGA! Não sou gay como vocês. Mas sobre desejar o seu corpo é outra história, - Ele deu uma piscadinha e eu virei o rosto pra que deu um sorriso maroto pra mim.
- Me rejeitou. - desviou a atenção para Harry de novo.
- Te dou um trato à noite, mocreia. Agora vamos começar. - Harry falou mandando beijinhos para .
- Depois eu que sou gay. - Falei fingindo olhar minhas unhas.
Os meninos se arrumaram e começaram a tocar uma das músicas de e eles não tocavam nada mal. Reparei como tocava, parecia que estava fazendo a coisa mais prazerosa do mundo e esboçava um sorriso enorme, Harry por sua vez tocava a bateria com toda sua ferocidade de big tiger, parecia sereno e tocava suavemente e finalmente com seus cabelos caindo nos olhos, parecia tímido até tocando, se balançava no ritmo da música, concentrado em seu instrumento, um azul brilhante. Eu fechei os olhos e fiquei curtindo a música, até que eu apaguei.
- Groupies deveriam gritar e não dormir. - ouvi uma voz que parecia distante, mas estava bem ao meu lado e eu reconheci como de Harry.
- Pois é, isso que uma groupie faz quando está sozinha. Se a amiga dela tivesse chegado mais cedo a bela não estaria adormecida - comentou com um sorrindo consigo mesmo.
- Ah, para, eu tive que ficar de babá, aliás, que trocadinho barato, . - comentou dando um tapinha nele.
- Bela adormecida, acorda. - Harry tentava me acordar fazendo carinho em minha cabeça.
- Hum, com esse cafuné gostoso eu vou voltar a dormir, hein - abri os olhos devagar sorrindo.
- Então acho que tocamos mal, porque nossa groupie dormiu. - disse fazendo biquinho.
- Já vi melhores, tem que se esforçar mais. - Falei mandando língua.
- Groupie exigente, hein. - falou.
- AHÁ o até que fala. - brinquei e ficou vermelhinho.
- Ele tem que falar, é vocal também, se não tivesse dormido saberia, né?! - falou dando uma piscadinha.
- Eu estava prestando atenção tá, a voz de anjinho era do , ele canta melhor que vocês. - Falei apertando as bochechas de que ficou vermelho, ô timidez.
- Estou com ciúmes, sua coelha velha. - falou cruzando os braços.
- Sua mãe ainda não te proibiu de ver os desenhos de animais? - perguntou levantando uma sobrancelha.
- Sim, ela proibiu, mas a mania dos apelidos já pegou. - mandou língua pra ela.
- Ok, gatinhos manhosos, vamos comer porque eu tô morrendo de fome. - falei já indo em direção a cozinha.
- Quantas vezes terei que repetir que sou um macaco? - falava sozinho, mas todos ouviram e caíram na gargalhada.
Na cozinha estávamos todos sentados na bancada enquanto Harry fazia sanduíches pra gente comer.
- Mas, então, por que a não veio? - perguntou quebrando o silêncio.
- Ela não me explicou direito, só falou que não ia dar pra vir. Ela parecia triste por não poder vir. - Falei dando de ombros.
- Que pena, temos que conversar. - falou olhando pros pés meio vermelho.
- Vai rolar algo sério? - Me empolguei e comecei a perguntar.
- Ô atiradora, calma com as perguntas. - Harry veio tapando minha boca.
- Não tem nada ela perguntar, dude, relaxa! Eu gosto muito da , passamos ótimos dias juntos. Não estou pensando em namoro agora, mas quem sabe?! Se ficarmos mais um tempo juntos. Me entende? - ele falou com um sorriso amigável.
- Claro. - Sorri pra ele. Pelo menos alguém já começava o ano muito bem. , aquela sortuda.
Depois fomos todos pra sala onde decidimos ver um filme. Foi ficando tarde e cada um foi pra sua respectiva casa, apenas ficou na casa de Harry, o que já era costume.
Cheguei em casa, tomei um banho, coloquei meu blusão do bob esponja e um mini short, prendi meu cabelo e deitei na minha cama. Fiquei cantarolando a música que os meninos ensaiaram até pegar no sono.
‘When I'll remember you always...’


Mais um dia da semana, manhã.

Eu estava cansada, não sabia como, pois no dia anterior só havia dormido. Levantei, desci as escadas e fui a sala onde fui avisada por Marta, a empregada, que haviam ligado da escola dizendo que não haveria aula, pois iriam fazer uma reunião para planejar um evento que eles pretendiam realizar nos próximos dias. Quem não ficaria feliz com um dia de descanso?! Só eu, o colchão...TRIM TRIM... e o telefone pelo jeito
- Alô? - falei ainda com voz de sono.
- E aí, broto, rola um sentimento? - ouvi do outro lado da linha.
- A única coisa que rola é o ovo de pato que eu coloquei no alto da ladeira. - falei olhando o relógio, ainda eram 6:30.
- Poxa - fez uma voz de criança.
- Pato não bota ovo, seus mongóis. - ouvi a voz de Harry.
- Me tirem do viva-voz, seus mongóis. - Ordenei. Nunca gostei de conversar com alguém no telefone pensando que outras poderiam escutar também.
- Tá estressada, brotinho? - disse e Harry gargalhou.
- Harry, dá um jeito nesse moleque? Por que ele está falando essa gíria da época da minha avó?
- Por que ele viu um filme antigo ontem no qual a protagonista era muito parecida com a , e um cara chamou ela de broto no filme, ae já viu, né! - Harry falou, e eu fiquei imaginando a cara que ele deveria estar fazendo pra .
- Puta merda, eu ainda faço eles ficarem juntos só pra não ouvir mais essas coisas que ele fala - sentei-me no sofá, ainda estava cansada.
- Até parece que a vai mudar essa cabeça oca. - Harry.
- É, até parece que ela irá conseguir me fazer parar de inventar coisas assim, ei. - só percebeu a ofensa de Harry segundos mais tarde, lento.
- Ela pode não te fazer parar de inventar, mas ela não vai deixar você transmitir - dei um sorriso maroto do outro lado da linha.
- Aé? Como, ? - questionou.
- Entupindo sua boca com a língua dela na sua garganta - gargalhei no telefone.
- Uoooou! Sempre tão meiga, doce e com um vocabulário lindo. - Harry falou.
- Eu sei que você me ama! E por causa desse seu amor, eu estou indo praí em alguns minutos, já que você atrapalhou meu momento de amor com o colchão - Falei já me levantando do sofá.
- Claro, estamos aqui para o que der e vier, pra um ombro amigo, pra uma bebedeira ou uma pegação sem compromisso. Estamos dentro. - Harry certamente estava com uma cara de cafetão do outro lado da linha.
- Há quanto tempo vocês não pegam ninguém? Tá tenso a parada. - Comentei rindo.
- Eu não falei nada! - disse na defensiva.
- Só não falou porque tá se guardando pra , mas tá totalmente na merda. - Harry zoou.
- Tadinho, não fala assim do meu macaquinho, ele tem sentimentos, não é igual você que quer passar o rodo em geral... Mas, enfim, a gente continua essa conversa ae, beijos, meus brotinhos.
- EEEEEEEEEI - ouvi reclamar e desliguei o telefone rindo
Subi as escadas e fui ao banheiro. Tomei um banho rápido, sequei o cabelo, botei uma regatinha branca com um jeans claro colado e um all star baixo branco, peguei o celular, botei no bolso e caminhei até o final da rua onde se encontrava a casa de Harry. Toquei a campainha, ouvi uns barulhos e depois Harry abriu a porta com uma calça jeans meio larga e sem camisa, uau, gatinho esse meu amigo.
- Posso pegar você hoje? Tá gaatxenha. - Harry deu uma piscadinha.
- Se você não estivesse com um vocabulário tão gay, eu pensaria no teu caso. - eu falei e era verdade porque eu e Harry já éramos amigos a tanto tempo que era normal a gente ficar de vez em quando, nada sério, só por diversão mesmo. Rolaria o mesmo até com se ele não fosse apaixonado pela minha melhor amiga. O que eu posso fazer se tenho amigos gatos?
- Eu estou na seca, - Harry fazia uma cara séria, mas ao mesmo tempo divertida.
- Isso, me use como objeto. - falei rindo e empurrando ele.
- Você sabe que eu te amo, coelhinha - Harry fez uma carinha absurdamente fofa, na tentativa de imitar .
- EEEEEEEI, parem de usar meus apelidos. - saiu da cozinha cheio de farinha na cara.
- Meu deus, , o que você está tentando fazer? - Falei indo correndo pra cozinha com medo de que alguma coisa explodisse, era possível quando se tratava de eu não duvidava de nada.
- Cupcakes - falou com uma carinha de neném.
- Eu já falei que isso é coisa de menina, mas ele viu um cupcake de bichinhos na internet e, bom, você sabe como ele é. - Harry falou fazendo uma careta estranha ao olhar pra .
- Ok, para de olhar assim pra ele, Harry. Macaquinho, eu vou te ajudar a fazer, deixa eu só trocar de blusa porque eu sou meio desastrada na cozinha.
- Você pode fazer sem blusa, economizaria na lavanderia e pouparia a água do mundo. - Harry falou levantando uma sobrancelha com um sorriso maroto.
- E você poderia tomar banho com o pra economizar água, mas não o faz. Lamento, você não é a pessoa mais ecológica do mundo - Falei mandando um beijinho pra ele, subindo as escadas pra pegar uma roupa sendo seguida por Harry.
- Quando vai aprender a me deixar entrar no seu quarto sozinha, eu não vou roubar nada. - Me virei pra ele levantando uma sobrancelha.
- Eu sei que não vai roubar, mas do jeito que é desastrada, não garanto nada sobre manter meu quarto intacto. - Ele deu uma piscadinha.
- É, você até que tem razão. - Falei abrindo seu armário e pegando uma camiseta branca e uma samba canção dele e fui trocando logo a roupa. Era normal desde pequenos, fazíamos isso, éramos como irmãos, irmãos que às vezes os hormônios nos permitem a pegação.
- Você fica sexy com a minha roupa, sabia? Porque eu me imagino numa versão feminina quando você se veste com minhas roupas. Eu sou gato então minha versão feminina é gata.
- Você é pouco convencido, meu bem. - Dei um peteleco na ponta de seu nariz.
- Eu posso, você por acaso já viu como minha bunda é sexy? - Ele apontou pra própria bunda me fazendo rir.
- E você já reparou o quanto você está gay hoje? - Dei um sorriso de vitória.
- Vou te mostrar o gay. - E não deu outra. Ele me agarrou ali mesmo, me prensando no espelho. Era um beijo muito bom, um dos melhores que eu já experimentei. Mas não era o tipo de beijo que me fazia ter borboletas no estômago ou algo do tipo. Era um beijo conduzido por hormônios, somente isso.
Harry me beijou por um longo tempo, eu já estava descabelada, ele já estava descabelado, era hora de parar.
- Tá bom, o já deve estar explodindo sua cozinha lá embaixo - Me afastei, com a respiração falha.
- Tudo bem, você já me fez feliz, maninha. - Harry falou me dando um selinho e em seguida um beijo na bochecha.
- Ótimo, você também já deu um jeito nos meus hormônios. - Falei pulando em suas costas e ele me conduziu escada a baixo até a cozinha.
- Por que demoraram? - falou com um sorriso sapeca no rosto, ele conhecia nossas manias melhor que ninguém.
- Você conhece aquela teoria que mulheres demoram pra se arrumar? - Harry falou sentando na bancada.
- Pra se arrumar eu sei que elas demoram, só não sabia que pra se desarrumar também demoravam. - Ele falou apontando pro meu cabelo.
- Você sabe por que a gente demorou, não precisa desse joguinho todo. - Falei andando discretamente até a bancada tentando ajeitar meu cabelo.
- Ah, sei lá, né, antes vocês não se importavam de fazer essas coisas na minha frente. - Ele continuou com um sorriso implicante no rosto.
- , a gente não planeja quando vai se pegar. - falei tacando mais farinha nele.
- Você pode não ter planejado, mas o big tiger ali. - Ele falou gesticulando com a cabeça pra Harry.
- Judd, você estava planejando isso?! - Me virei pra Harry com uma cara ameaçadora.
- Bem...eu... - ele tentava se explicar e eu comecei a rir.
- Porra, , tu adora me assustar, hein? - ele sorriu aliviado.
- Só um pouquinho - Eu desci da bancada e fui ajudar com os cupcakes.
Depois quando todos os cupcakes estavam prontos, não tinha coragem de comê-los, muito menos coragem de deixar Harry comer.
- Vocês fizeram o negócio pra ficar olhando? - Harry falava indignado tentando pegar um cupcake pra comer.
- Poxa, você não entende, big tiger, eles estão muito lindos. - Eu tentava empurrar ele pra longe dos cupcakes.
O telefone tocou e Harry continuou na tentativa de roubar um deles, sem se importar com o telefone.
- Atende, , eu não vou deixar ele pegar. - Falei fazendo uma cara desafiadora pra Harry que continuava a tentar pegar os benditos bolinhos.
correu até a sala e atendeu o telefone e minutos depois estava na cozinha também.
- Era dizendo que ia passar aqui com porque eles estão com tédio. - disse simplesmente.
- Vocês são rápidos, hein! - Comentei sobre a amizade dos meninos.
- Eles são nossa salvação, criatura, são nosso futuro, temos que tratá-los bem - falou.
- Interesseiro. - Falei mandando língua pra ele que retribuiu.
- Tá de bobeira, , te trato bem só porque tenho segundas intenções. - Harry mordeu minha bochecha e tentou mais uma vez pegar um cupcake.
- Não se preocupe, Harry, você é meu brinquedinho e enquanto você acha que tá me usando, eu já te usei bem antes. E desista, você não vai pegar os cupcakes. - Falei pegando as bandejas, colocando dentro da geladeira. E quando ele veio atrás, eu o agarrei e fui o beijando o conduzindo pra sala.
- Mole, mole, fácil, fácil. - Parei de beijá-lo o prendendo no sofá. - Agora fica aí quietinho que acabou a farra.
- Coelhinha, eu sou seu fã - se jogou no sofá em cima da gente e começamos a rir.
Ficamos sentados assistindo televisão até a campainha tocar.
- Eu atendo - Me levantei do sofá e fui correndo abrir a porta. Dei uma espiada no olho mágico, conversava com que estava com as mãos dentro do bolso do casaco e parecia animado com a conversa, ele não parecia mais tão tímido. Abri a porta sorrindo.
- Oi, gente - Cumprimentei eles que estavam vermelhinhos. - Que foi?
- Você tá de cueca e com uma blusa branca do Harry - falou ainda encarando minhas roupas.
- Normal, vocês se acostumam, entrem. - Falei normalmente, eu já estava tão acostumada com e Harry que esquecia que outros meninos não estavam acostumados a me ver daquele jeito.
Os meninos entraram e cumprimentaram os outros dois jogados nos sofás da sala. Eu fui à cozinha pegar alguma coisa pra comer e beber. Caminhei até a geladeira e peguei um cupcake, sentei na bancada e fiquei mordiscando ele distraidamente. Passei alguns minutos lá até que ouvi passos.
- Oi. - apareceu na porta da cozinha sorrindo, com certeza aquele não era mais o tímido de ontem.
- Oi. - Falei sorrindo também.
- Os meninos estão preocupados porque você sumiu. - Ele falou sentando na bancada também.
- ESTÃO TÃO PREOCUPADOS QUE NEM VIERAM OLHAR. - Falei alto para que eles escutassem da sala e escutei vozes respondendo "te amamos, coelhinha". Eu e gargalhamos.
- Vocês são bem unidos, né? - perguntou.
- Sim, desde as fraudas. Quando nossas mães nos jogaram na caixa de areia do parquinho e começaram a conversar sobre maquiagem, nós descobrimos que nosso destino era ficar sempre juntos. - Falei rindo.
- Bem profundo. - Ele sorriu também.
- Então me ajuda a pegar umas bebidas praqueles folgados? - Pulei da bancada.
- Claro, madame. - Ele pulou da bancada também me seguindo até a geladeira onde pegamos umas cervejas.
- Ainda é estranho ver uma menina andando de cueca pela casa. - Ele comentou.
- Vai dizer que nunca viu? - Levantei uma sobrancelha.
- A ocasião era diferente, convenhamos. - Ele sorriu maroto.
- Hum, pegador - Zoei.
- Não, somente sendo um menino normal. - Ele coçou o queixo e depois riu.
Fingi pensar um pouco e respondi:
- É, você tem toda razão.
Saímos da cozinha carregados de cervejas e levamos para a sala. Chegando lá, colocamos as latinhas na mesa de centro e eu me joguei no sofá em que estavam e Harry. estava jogado em um puf e se acomodou em outro puf.
- Então o que iremos fazer? - perguntou olhando pra cada um de nós.
- Verdade ou consequencia. - sugeriu.
- Tão previsível. - Fingi olhar as unhas e me mandou língua.
- Dê uma ideia melhor, . - Harry sugeriu.
- Eu nunca. - Sorri pra eles.
- Você nunca o que? - fez cara de desentendido.
- Seu mongol, "eu nunca" é o nome do jogo. - Harry deu um pedala nele.
- Não bate no meu macaquinho. - Bati em Harry e puxei para meu colo.
- Ok, eu topo jogar. - disse e balançou a cabeça afirmando que também topava.
- Eu começo? - Perguntei
- Claro, primeiro as damas. - disse se acomodando no puf.
- Eu nunca peguei uma mulher. - Falei sorrindo vitoriosa e todos os meninos viraram suas latinhas.
- Assim não vale! - falou sorrindo.
- Ok, minha vez. - Harry disse ao meu lado - Eu nunca peguei um homem.
- Ok, big tiger, você verá. - Virei uma latinha olhando ameaçadoramente pra ele.
- Eu nunca usei calcinha - falou entrando no jogo de Harry.
- Ah, é assim? - Virei mais uma.
- Claro, Madame, é a lei da selva. - deu um sorriso maroto.
- Eu nunca pintei as unhas. - sorriu para Harry e .
- Ei, sacanagem! - falou e todos viraram pra ele. - A coelhinha me obrigou, gente. - Tentou se explicar e todos começaram a rir.
- Eu nunca peguei ninguém da nossa série. - falou olhando diretamente pra Harry que virou a latinha.
- Uh, Harry, pegou quem? - perguntou.
- Você ainda não conhece muita gente de lá, zinho. - Eu cortei logo o papo e Harry sorriu.
- Não quero perder sozinho, . - Harry falou gesticulando para minha latinha que eu não tinha virado.
- Ah, foi mal, esqueci. - Bebi fuzilando Harry com o olhar, mas depois sorri.
- Uh e quem a pegou? - fez uma cara marota.
- Um garoto animal. - Dei uma piscadinha pra ele que gargalhou.
- Eu nunca levei uma menina pra cama. - Falei vitoriosa e todos eles viraram suas latas novamente.
- Eu nunca brinquei de 7 minutos no paraíso. - Harry falou. Eu, e viramos as latas.
- Conhecemos o lado negro do senhor . - Levantei uma sobrancelha.
- Call me . - Ele jogou seus cabelos.
- Se acha! - Taquei uma almofada nele que riu.
- Eu nunca tive uma melhor amiga que anda de cueca na minha casa. - falou e olhou pra Harry que virou a lata.
- Ah, , se eu descubro suas coisas. - Harry apontou pra ele rindo desafiadoramente.
- Eu nunca emprestei minha cueca pra nenhuma menina. - Harry e viraram as latas.
- Uh, emprestou a cueca. - Falei tirando uma com a cara dele que mandou língua.
- Quem manda língua pede beijo. - falou e todos olhamos com uma cara estranha pra ele.
- Que foi? - perguntou.
- Isso foi gay, cara. - Harry falou dando um pescotapa nele que resmungou.
- Eu nunca agredi meu amigo. - falou raivoso olhando pra Harry que virou o copo.
- Eu nunca tive uma banda. - Falei empurrando a latinha pra cada um deles.
- Eu nunca cansei de uma brincadeira de eu nunca. - Harry falou e todos nós bebemos. Já estávamos de saco cheio daquela brincadeira.
- Vou animar mais isso aqui. - Falei pulando do sofá e subindo até o quarto de Harry para pegar meu celular que tinha deixado no bolso da calça. Liguei para as meninas que estariam chegando em alguns minutos. Desci as escadas e voltei pra sala.
- Pronto. - Me larguei no sofá ao lado dos meninos.
- Pronto o quê? - perguntou.
- Arrumei um presente para você e . - Falei sorrindo pra eles.
- Mas e a gente?! - Harry falou gesticulando pra ele e .
- Dou um trato em vocês mais tarde - Pisquei pra eles que continuaram sem entender nada.
- Digamos que a casa ficará mais pink. - Falei tomando um gole da cerveja que havia restado na mesa.
- Já falei que não quero suas calcinhas do "deixe o mundo mais pink", . - Harry falou e levou um tapa meu.
A campainha tocou alguns minutos depois e eu novamente fui atender.
- Já falei pra você não usar essas roupas?! - falou.
- Por quê? - Perguntei.
- A primeira imagem que me vem na cabeça é você como amante do Harry. - Ela falou e nós gargalhamos.
- Não liga pra ela, amiga, você tá hiper sexy de cuequinha. - me deu um beijo na bochecha e entrou na casa.
Quando chegamos à sala, ficou vermelho e levantou para abraçar . Elas falaram com todos na sala e se acomodaram em pufs que estavam espalhados.
- Você é uma má influência pra eles, hein, gatinha. - falou comigo.
- Eu? - Me fiz de desentendida.
- Não me diga que não foi você quem trouxe as latinhas pra sala e arrumou um jeito delas serem esvaziadas. - Ela levantou uma sobrancelha.
- Se não eram para ser bebidas o dono da casa não deveria ter comprado. - Sorri pra que balançou a cabeça rindo. Peguei o máximo de latinhas vazias possíveis e as levei até o lixo na cozinha, quando me virei, me deparei com carregando algumas outras latinhas.
- Valeu. - falei abrindo a tampa da lixeira e as tacou lá.
- Nada. Só não quis ficar de vela na sala. - Ele sentou na bancada.
- Ainda tinha o Harry, esqueceu? - Me apoiei na mesa que tinha em frente a bancada, avaliando . Realmente muito bonito.
- Pois é, Harry, esqueci. - Ele coçou a cabeça de um jeito fofo.
- Você não deixaria Harry de vela, certo? - Falei me direcionando a sala.
- Claro que não, pra não deixar aquele gatinho de vela eu até catava ele. - disse de um jeito gay.
- Absurdamente Gay. - Caminhei na sua frente até a sala e ele me seguiu em silêncio.
Chegamos à sala onde e tinham se ajeitado no sofá com e , Harry escolhia um filme e colocava no DVD.
- O que iremos assistir? - Perguntei.
- Piratas do caribe! - Harry mostrou a capa do DVD.
- Sério que você não vai ver De Volta pro Futuro? - Falei com os olhinhos brilhando.
- Sim, . - Harry se jogou em um puf e eu me acomodei ao lado dele em outro puf sendo seguida por que se sentou num terceiro puf.
Vimos o filme dando muitas gargalhadas e comentando as falas do capitão Jack Sparrow e, claro, com meus comentários sobre como ele era gato.
- Para, , ele fede! - Harry olhou com uma cara de nojo pra Johnny Depp na tela.
- Eu não falei sobre o cheiro dele e sim sobre a aparência.
- Então, ele parece um mendigo. - Harry tentava de todos os jeitos pôr defeitos nele.
- Mendigos podem ser bonitos. - Falei com cara de indignação pra Harry.
- Vocês dois parecem duas crianças. - falou sentada ao lado de com a cabeça encostada no ombro do mesmo. Como é? e ? Viu? Eu sempre tive razão.
- E vocês parecem um casal. - Falei casualmente sorrindo e enrolando as pontas do meu cabelo e todos começaram a rir, o que deixou os dois iguais a pimentões.
- A, qual é? Vocês dois se gostam desde sempre. - Harry falou.
- Uh, já temos dois casais. - falou batendo palminhas.
- Dois? - perguntou.
- Sim. Você e , e . - Ele falou apontando pros dois que estavam em um canto dando beijinhos e nem ligavam pro que a gente falava.
- Eu e não somos um casal. - Ela falou ainda com a cabeça no ombro dele. - Só seríamos um casal se namorássemos ou algo do tipo.
- Uh, isso foi uma super indireta. - Eu falei e Harry começou a concordar freneticamente com a cabeça, e parecia não saber o que fazer, estava pálido. parecia aflita pelo silêncio de .
- Ahm vocês calem a boca. - levantou. - Eu tenho que ir. - Ela foi andando em direção a porta e eu a segui.
- Ei, ei, calma, amiga, era brincadeira. - Falei segurando ela.
- Mas, , eu gosto dele de verdade. - falou e foi embora com lágrimas nos olhos, eu sabia que ela sentia algo, mas não imaginei que realmente chegaria a esse ponto. Eu precisava fazer alguma coisa.
Voltei a sala e não se encontrava mais lá.
- Ele subiu. - Harry falou. - Acho que pegamos pesado. - Ele comentou cabisbaixo.
- Não, gente, vocês estavam só brincando. Mas parece que eles realmente se gostam. - comentou olhando pra mim.
- É melhor eu falar com ele. - Harry subiu as escadas e foi atrás de e eu o segui, era meu irmão e eu não estava feliz por ter deixado ele mal.
Chegamos ao quarto e encontramos sentado na cama olhando pro chão. Aproximei-me e sentei ao seu lado e Harry fez o mesmo, sentando do outro lado.
- me perdoa eu não imaginava essa reação-Abracei ele que começou a chorar.
- Eu não deveria ter ficado calado, era minha chance de falar, se eu tivesse falado ela não teria ido embora. - Ele se culpava.
- Não, cara, você estava pressionado, ela vai entender. - Harry batia nas costas de .
- Amanhã a gente conversa com ela também. Não fica assim. - Falei limpando as lágrimas dele.
- Eu vou ficar bem, não se preocupem. Obrigado. - falou e nós demos um abraço triplo.
Eu realmente iria resolver a situação deles, eles mereciam.
Descemos as escadas e todos pareciam meio tensos na sala, mas logo que viram sorrindo e conversando sobre algo sem noção com a gente, relaxaram.
- Então, cara, tudo bem? - perguntou a que balançou a cabeça afirmativamente.
- Bom, então agora que já tá tudo bem eu tenho que levar a em casa, até amanhã, gente - falou se despedindo de todos nós e pegando pela mão. também se despediu de todos mandando beijinhos no ar deixando apenas eu, Harry, e em casa.
- Então, gente, eu acho que já vou também - falou levantando e olhando o relógio.
- Vou aproveitar a carona. - Levantei e corri para o quarto para colocar minhas roupas. Quando voltei me despedi dos meninos.
Eu e saímos da casa e uma brisa fria me deixou arrepiada, pensei em voltar e pegar um casaco de Harry mas minha casa era logo ali e não havia necessidade.
- Com frio? - comentou olhando pro meu braço.
- Um pouco. - Falei e ele fez menção de tirar o casaco mas eu o impedi.
- Não, precisa, minha casa é logo ali. - Falei apontando pra última casa da rua e ele sorriu.
- Agora já posso te visitar. - Ele brincou.
- Quando quiser. - Sorri.
Continuamos caminhando até a porta da minha casa em silêncio.
- Então fim da linha. - Subi o primeiro degrau da escadinha que tinha em frente a porta.
- Primeiro tem que cumprir com sua palavra, . - Ele levantou uma sobrancelha sorrindo de lado.
- Que palavra? - Falei confusa.
- Prometeu que me daria um trato mais tarde. - Ele sorriu sapeca.
- Eu também prometi a Harry. - Sorri também.
- Pena que ele é um menino esquecido. - Ele deu de ombros. - Mas eu não esqueci.
Então ele pegou o meu rosto da forma mais delicada possível e me beijou, um beijo doce e calmo. O beijo mais bonito que eu já tive em toda minha vida. Nos afastamos sorrindo.
- Então, eu te vejo amanhã, . - Falei abrindo a porta.
-Até amanhã, . - Ele sorriu e esperou eu entrar, depois foi caminhando lentamente pela rua chutando pedrinhas. Não que eu estivesse espiando. Ok, eu estava! Mas o que eu podia fazer? Ele era fofo.


Cap 2 - O que é nosso, é nosso pra sempre.

Quarta - feira, 6:40 am.

Não levantei tão cedo hoje, pois a euforia de ver as pessoas novas já tinha passado e eu já podia voltar a minha antiga rotina de chegar quase em cima da hora. Peguei meu celular na mesinha de cabeceira do lado da cama, na tela estava escrito "nova mensagem”. Li a mensagem de Harry que dizia "Bom dia, amoreco! Seus animais estarão na sua porta as 7". Ri com a mensagem. Larguei o celular na cama e fui correndo pro chuveiro. Arrumei -me correndo e ás 7 em ponto abri a porta dando de cara com e Harry.
- Olá, amigões, como estão?! - falei passando o braço pelos ombros dos dois.
- Uh, ela tá de bom humor hoje. - falou cutucando minha barriga.
- Tem algum motivo pra isso? - Harry falou levantando uma sobrancelha.
- Uma boa noite de sono faz milagres. - pisquei pra ele e fui caminhando.
- Mas então, será que eles vão falar desse projeto que eles pretendem fazer? - perguntou andando um pouquinho mais rápido para acompanhar meu passo.
- Eu não sei. Mas espero que seja uma coisa boa mesmo, porque eu não pretendo ficar até mais tarde no colégio fazendo trabalhos sobre "como combater o aquecimento global". - falei fazendo gestos exagerados com a mão.
- Como você é preocupada com o mundo, . - Harry falou com uma risadinha irônica.
- Eu faço minha parte, reciclo e cuido do bem estar dos animais. - falei apontando eles como animais.
- Outch, ela já começou cedo com os foras. - falou ofendido.
- Pensei que gostasse de ser um animal. - Harry olhou pra ele com uma cara estranha.
- Eu gosto, mas de uma forma fofa. - falou cruzando os braços.
- Gay! - Harry e eu falamos juntos gargalhando.
Chegamos à porta da escola que não ficava muito longe de nossa casa. No estacionamento estava que conversava com em meio a risadinhas e beijinhos. Quando nos aproximamos eles nos cumprimentaram com grandes sorrisos no rosto.
- A felicidade está no ar. - Harry comentou.
- Ué, antes isso do que a tristeza. - falou abraçando .
- Antes estar em um estado neutro. - Harry falou encostando em um dos carros.
- Falta de mulher causa isso. - falei apontando para Harry discretamente.
- Eu vi tá, ? Não me faça abrir a boca. - ele falou em tom de aviso.
- Não está mais aqui quem falou. - falei e logo depois me virei para . - Onde está a ?
- Ela chegou cedo, mas já foi pra sala, disse que precisava ler alguma coisa. - falou dando de ombros deixando um pouquinho pra baixo.
- Ok, eu vou lá falar com ela antes do sinal bater. Até já! - saí mandando beijos e indo em direção a sala.
Cheguei à sala e me deparei com uma meio cabisbaixa que esboçou um sorriso fraco quando me viu. Eu me aproximei dela e a abracei.
- Desculpa por ontem, amiga, não foi nossa intenção. -
- A culpa não foi de vocês, eu falei de mais e ele de menos. - ela falou olhando pros lados com os olhos meio marejados.
- Com assim? -
- Você sabe, . Eu falei de namoro e ele se calou, ele não quer nada comigo. - ela mexia nos dedos nervosamente, uma coisa que ela sempre fazia quando estava confusa ou nervosa.
- Já parou pra pensar que ele pode só ter ficado nervoso? - Perguntei avaliando a reação dela. Como os dois podiam ser tão complicados? Ela acha que fala demais, o outro acha que falou de menos.
- Não sei, , ele deveria ter falado alguma coisa. -
- Vocês precisam conversar e resolver isso logo. Não adianta agora os dois ficarem sem se falar.
- Mas eu não tô com cara pra chegar nele e conversar sobre isso.
- Vamos resolver isso amiga. - falei já pensando em uma ideia pra fazer esses dois conversarem sem fugir.
O sinal tocou e logo todos estavam entrando na sala. Eu me ajeitei na cadeira ao lado de que pegou um livro e fingiu estar muito concentrada nele. e ocuparam as carteiras atrás de e eu. Harry e sentaram logo atrás deles e eu percebi que faltava alguém.
- Cadê o ? - perguntei virando-me pra trás.
- Ainda não chegou pelo que podemos ver. - falou dando um sorrisinho maroto em minha direção. - Por quê, ?
- Pura curiosidade, tá. - falei me virando pra frente e pegando meu caderno na mochila para começar a copiar a matéria que o professor já começava a escrever no quadro.
Após uns minutos o tédio já me consumia. Todos estavam muito calados hoje devido ao incidente de ontem. Levantei a mão chamando atenção do professor.
- Sim, ? - ele perguntou.
- Eu só gostaria de ir ao banheiro, professor. - falei dando um sorriso de criança que alguns professores não resistiam.
- Ok, mas vá rápido. - ele falou e eu me levantei bem rapidinho. Abri a porta e fui andando bem devagar pelos corredores. Hoje o dia seria bem longo e tedioso e eu precisava gastar um pouco do tempo de aula que ainda restava. Virei o corredor indo em direção ao bebedouro e me deparei com alguém sentado em um banco. Alguém que eu queria e ao mesmo tempo não queria ver. Pensei em dar meia volta, mas ele ouviu o barulho dos meus passos, se virou pra trás e sorriu.
- Bom dia, ! - falou gesticulando com a mão para que eu sentasse ao lado dele no banco.
Ele estava lindo, com seus cabelos caindo nos seus olhos azuis. Eu não queria nem podia ficar reparando tanto assim nele, afinal eu nem o conhecia direito.
- Bom dia, ! - Falei caminhando em direção ao banco sorrindo. Sentei ao lado dele que se aproximou e me deu um beijo na bochecha. O que me deixou um pouco desanimada, confesso.
- Então segundo dia de aula e já matando aula? - perguntei pra ele que riu.
- Não por vontade própria. Meu despertador decidiu não despertar. -
- Se fosse eu nem vinha. -
- Você é uma aluna muito responsável, . -
- Responsável eu sou, o problema é que eu ando muito cansada. - falei fingindo um bocejo.
- Cansada?! As aulas mal começaram. - me encarou com uma expressão engraçada.
- Me desacostumei dessa vida.
- É, percebi. -
Ficamos um tempo em silêncio até que ouvimos passos novamente no corredor.
- , o que está fazendo fora de sala? - o inspetor James se aproximava de nós e eu pensava em uma desculpa para dizer, mas nenhuma era boa o suficiente. Não para enganar James.
- Eu só vim beber água. - falei olhando diretamente nos olhos frios de James. Eu o odiava desde que entrei naquele Colégio, não existia pessoa no mundo mais azeda que ele.
- Pensei que o bebedouro fosse ali. - ele apontou para o mesmo uns centímetros a nossa frente.
- É que depois de beber água eu sentei para amarrar meus tênis. - inventei qualquer coisa, para não deixar minha situação pior do que já estava.
- E depois decidiu perguntar pro senhor como ele estava. - ele falou me deixando sem resposta.
- Eu só perguntei pra ela que matéria estávamos tendo em sala. - respondeu imediatamente.
- Acho que o problema é entre a senhorita e eu. Então não se meta, senhor .
- A partir do momento que meu nome foi falado na conversa, acho que tenho a ver com isso, sim. - encarava James com uma expressão séria.
- Já basta! Eu não vou permitir que um pirralho falte com respeito a uma autoridade escolar. - James falou dando um passo pra frente, com uma expressão ameaçadora. Eu particularmente achei uma reação muito exagerada.
- E o que você vai fazer? - se levantou ficando cara a cara com James.
- Tá bom, chega. - falei entrando no meio dos dois e James deu uma risadinha sarcástica.
- Que foi, , achou que eu arriscaria meu trabalho batendo no seu namoradinho? - ele continuou olhando pra mim com aquela expressão cínica no rosto.
- Não achei que teria peito pra tal coisa - falei sem pensar.
- e vocês terão detenção todos os dias a tarde ajudando na limpeza da escola. - James falou antes que sua paciência acabasse. E saiu andando em direção a coordenação.
- Desculpa, eu não deveria ter atrapalhado você, não deveria ter pedido pra você sentar quando você deveria estar na aula. - falou de cabeça baixa.
- Que isso, , relaxa! Aquele cara de limão sempre foi assim comigo, e, além disso, eu não tenho nada pra fazer as tardes mesmo. - falei pra ele que sorriu.
- Você não se deixa abalar por nada, hein? - ele deu um peteleco no meu nariz.
- É a lei da sobrevivência, bonitinho. - dei um beijo na ponta de seu nariz, levantei-me e caminhei de volta a sala de aula.
Cheguei à sala de aula e me sentei no meu lugar.
- Você demorou, senhorita! - o professor falou.
- Desculpe, professor. -
- Mandei até o senhor James procurar a senhorita. -
- E ele me achou. - falei bem baixinho e olhou pra minha cara.
- James já começou esse ano? - ela olhou pra mim com aquela expressão que a gente sempre usava pra falar de James, nojo.
- Parece que quanto mais cedo melhor pra ele. - falei cerrando os dentes.
- Não entendo qual o problema dele. Ele gosta de torturar os alunos, principalmente você.
- Ele é maluco! Mas as coisas que ele faz não me afetam. - sorri.
- Ele te castigou? -
- Claro! É de James que estamos falando. - falei como se fosse uma resposta óbvia. Mas era, pelo menos quando o caso era comigo, eu sempre saía castigada.
- Que droga. Mas qual foi o castigo da vez? -
- Eu e vamos ter que ajudar na limpeza todas as tardes.
- Como assim você e ?!
- Eu estava com quando o James chegou... -
- Peraí, tu já tá de olho na carne nova? - ela fez uma cara de safadinha e eu ri.
- Você é engraçadinha.
- Ah, para, , não esconda o jogo. Eu te conheço.
- Ok, ele me beijou ontem. - falei o mais baixo que pude.
- Mais e o Harry? - falou mais baixo ainda.
- O que tem ele? Somos amigos. -
- Amigos que se pegam eventualmente.
- Ué, mas sempre foi claro que ele podia ficar com quem ele quisesse e eu a mesma coisa.
- Só que se você não percebeu, desde antes das férias que vocês dois não ficam com mais ninguém. - falou e eu fiquei refletindo. Era verdade, eu não fiquei com ninguém as férias todas e nem antes delas e Harry pelo que eu sabia também não. Mas isso não mudava a nossa condição.
- Isso não muda nada. Continuamos a mesma coisa.
- Se você diz. - e então ela se virou e voltou a atenção a aula. Houve uma batida na porta, o professor abriu a mesma e nela se encontrava James e com duas folhinhas em sua mão. Ele entrou na sala, ocupou a cadeira à minha frente e me entregou uma das folhas que continham os horários de nossa detenção. Começaria hoje e terminaria na quarta da outra semana.
- E aí, pronta pra ralar? - levantei os olhos do papel e me deparei com .
- Claro, , sou uma menina forte. -
- Veremos. - ele deu um sorrisinho e se virou para frente e começou a copiar a aula.

Ainda quarta feira, 2:30 pm.

Eu estava em cima da hora. Estava correndo pra chegar logo, minha sorte era a proximidade entre o colégio e minha casa.
- Está atrasada. - falou apoiado na muretinha que havia em frente ao portão do colégio.
- Ouviremos esta frase daqui a pouco. - falei puxando ele para dentro do Colégio. Corremos direto para a frente da coordenação, o lugar onde foi marcado para nós pegarmos o material de limpeza e recebermos nossas instruções.
- Estão atrasados. - James fitava o relógio como se controlasse cada segundo que estivéssemos atrasados.
- Já sabemos. - Eu disse e James fingiu não me escutar.
- Hoje vocês limparão apenas o auditório, onde ocorrerá o evento que a escola está planejando. - Ele olhou pro meu rosto e em seguida pro de e depois retomou as instruções. - Nada de moleza, é pra acabar o serviço rápido já que isso aqui não é brincadeira. O senhor Barbosa vai levar os materiais de limpeza pra vocês no auditório. Enfim, só isso, podem se dirigir para lá. - Ele falou dando as costas e indo embora. Eu cheguei a pensar que ele ficaria vigiando eu e para que ficássemos como robôs, mas era óbvio que ele não perderia os minutos preciosos da vidinha dele olhando dois adolescentes que ele podia castigar todos os dias pela manhã.
Eu e chegamos ao auditório e ficamos parados aguardando os materiais. Ninguém falou nada, afinal não tínhamos o que falar. Eu avaliava o tamanho do lugar e quanto tempo demoraríamos pra arrumar, provavelmente alguns dias. havia sentado em um dos bancos e estava me olhando com uma expressão calma.
- Tô de verde?! - falei brincando.
- Não! Na verdade está de branco e está linda. - ele falou e eu meio que concordei intimamente. Eu não era de me achar nem nada, mas eu me achava bonita quando me vestia com uma regata branca e jeans, eu achava que o básico era bom, realçava a verdadeira beleza da pessoa.
- Obrigada, . -
- Não por isso - ele falou e deu uma piscadinha e eu sorri sozinha.
- Por que o sorriso? - ele falou sorrindo de uma forma meio confusa.
- Porque é bom ser elogiada por um menino que não seja um dos meus melhores amigos ou um garoto tarado com segundas intenções.
- Sobre o tarado eu não sei, mas as segundas intenções podem ser verdadeiras - ele sorriu - Na mais boa das intenções.
- Nunca ouvi falar de segundas intenções boas. - levantei uma sobrancelha sorrindo pra ele.
- Posso mostrar pra você. - ele falou se aproximando.
Estávamos bem próximos, a mão de repousou na minha cintura e eu senti um choque elétrico passar pelo meu corpo. E como um imã a minha boca era atraída por uma força magnética vinda da boca dele. Nossas bocas estavam a um segundo de se tocarem quando ouvimos um barulho vindo da porta e nos afastamos tão rápido que eu quase tropecei em mim mesma. Seu Barbosa entrou de costas puxando seu carrinho, o que me deixou mais tranquila porque provavelmente ele não havia visto nada.
- Vocês estão bem? - ele perguntou assim que se virou e deu de cara com um um pouco rubro e respirando rapidamente e eu paralisada olhando de para ele.
- Estamos. É que... - olhava pra mim em busca de ajuda para formular sua desculpa.
- engasgou e eu fiquei sem reação, mas ele já está bem. - falei sorrindo nervosa e senhor Barbosa me fitou com um olhar penetrante.
- Jovens estranhos. - ele disse se virando e deixando apenas o carrinho para que nós fizéssemos a limpeza.
- Então... - eu comecei a falar mas fui interrompida por que me deu um selinho.
- Podemos continuar o que estávamos prestes a fazer antes do velho estranho chegar mais tarde, em um lugar que não teremos que ser castigados. - Ele piscou e se afastou pegando algumas coisas no carrinho, começando a limpeza e eu fiquei parada estática. Afinal, o que estava acontecendo comigo?

Finzinho de tarde, quarta-feira.

Após o acontecido entre eu e no Colégio, nós decidimos apenas limpar. Acabamos nosso trabalho e cada um foi pro seu lado, mas antes insistiu em pegar meu telefone.
Cheguei em casa e fui correndo para o meu quarto tomar um banho, estava morta e imunda. Após tanta limpeza, eu me sentia um lixo. Tomei uma ducha daquelas que limpa até a alma, coloquei um roupão e uma toalha enrolada no meu cabelo. Entrei no quarto, coloquei um pijama e desci as escadas.
- MARTINHAA! - descia as escadas chamando-a
- Fale, . - Marta colocou a cabeça na bancada da cozinha americana.
- Sabe da minha mãe? - falei sentando em um dos bancos de frente para a bancada.
- Ela ligou, querida, falou que a viagem vai se estender mais um pouquinho mas que está com muitas saudades e mandou beijos. - Marta falava comigo enquanto estava concentrada em algo que preparava.
- Hum... Mas e aí, Martinha, que tá preparando de bom pra sua princesa comer? - me debrucei na bancada a fim de dar uma espiadinha no que ela fazia.
- Uma macarronada. Te agrada? - Marta sorriu, ela sabia que eu adorava massa.
- Claro, Martinha! - mandei beijos pra ela e pulei do banco subindo novamente as escadas. Entrei no quarto e deitei na cama para esperar a macarronada ficar pronta, olhei pro computador e me senti tentada a conversar com alguém, mas eu estava com preguiça e ele estava muito longe. Virei minha cabeça para o lado direito e avistei em cima do criado mudo meu telefone. Peguei-o e fiquei uns segundos olhando pra ele, pensando para quem ligar, pensei em Harry e então pensei na conversa mais cedo que tive com . Será que Harry se sentiria incomodado em relação a ? Será que eu precisaria levar essa história de a sério? Pensei em ligar para a única pessoa que entendia de meninos melhor que ninguém já que vivia entre eles, e eu poderia confiar que ele não iria me entregar.
- Alô? -
- Oi, macaquinho. -
- Hey, fofolete! - falou com uma voz risonha.
- Mudou meu apelido, foi? - falei enquanto pegava um bloquinho em cima da mesa e fazia desenhos aleatórios.
- Não, é só pra variar um pouquinho - ele falou e eu ri fraquinho.
- Que houve, ? - a voz de mudou do tom brincalhão para preocupado.
- Pode vir aqui conversar? Você pode ficar aqui, a Marta fez macarronada...
- Chego em 5 minutos, não deixa a macarronada esfriar. - ele desligou o telefone e eu ri. O truque da comida nunca falhava.
Desci as escadas novamente e fui à cozinha dar uma olhada na macarronada que Marta já colocava no prato.
- Martinha, coloca mais um prato, por favor?
- Quem vem comer? Harry ou ? - Marta perguntou já pegando outro prato.
- . - eu falei e a campainha tocou.
Abri a porta e estava com um sorriso enorme, como de uma criança que esperava doces no dia de Halloween.
- Há quanto tempo você não come? - falei encarando com uma cara brincalhona.
- A pouquíssimo tempo, mas eu comi a gororoba do Harry e agora eu posso salvar meu estômago com a comida da Martinha - ele falou mandando beijinhos pra Marta que riu e saiu da cozinha deixando eu e a vontade para conversarmos.
- Pega seu prato. Vamos conversar no quarto. - falei pegando meu prato e subindo as escadas com à minha sombra.
- Então? - ele perguntou sentando na minha cama.
- Eufiqueicom. - falei sem respirar.
- o quê? - falou e eu vi uma interrogação se formar em sua testa.
- Eu fiquei com . - falei calmamente olhando para ver sua reação, que foi um sorriso do estilo "danadinha".
- Uh, que rápida, hein, . - ele falou com aquele sorrisinho perverso.
- Não, , para, você não tá entendendo. - eu falei e ele olhou sem entender novamente.
- Que foi, você não gostou? Ele abusou? Porque senão Harry e...
- Esse é o problema. - interrompi - Harry.
- Mas o que tem o Harry? Vocês sempre ficaram e tal, mas eu acho que o acordo de vocês ainda prevalece.
- Você acha que ele não vai se importar mesmo?
- Acredito que não. Mas, e aí, quando foi que ficou com ? -
- No dia dos cupcakes.
- No dia em que ficou com Harry?
- ! -
- Ué, mas não ficou?
- Fiquei, mas me sinto estranha, tipo, fiquei com dois garotos no mesmo dia, eles são amigos e um não sabe que eu fiquei com o outro.
- Falando desse jeito realmente parece estranho. - falava enquanto enrolava o macarrão.
- Devo conversar com ele?
- O mais rápido possível.
- Vou chamar ele pra cá agora. - peguei o telefone e fui para a janela enquanto chamava. -
- Claro, eu adoro ver essas conversas tensas sobre a relação de vocês. -
- "Relação"? - falei fazendo aspas no ar.
- Foi o melhor nome que eu achei para essa situação, era isso ou seus casos... -
- Hey, big tiger - Falei quando ouvi Harry no telefone.
- Hey, minha linda - Harry falou -, o que deseja?
- Desejo uma festa do pijama! Vem pra cá. já está aqui.
- Seu desejo é uma ordem. Mas devo confessar que estou enciumado de ter chegado aí primeiro que eu.
- A culpa não foi minha, ele sentiu o cheiro da macarronada e veio voando. - falei e Harry riu do outro lado da linha.
- Bem que eu suspeitei que tinha algo a ver com comida. Mas enfim, eu tô indo. - ele fez um som como de quem manda um beijo e desligou o telefone e eu sentei em minha cama pensando como eu ia falar.
- Não precisa ser tão dificil. Somos melhores amigos, lembra? Melhores amigos não têm medo de contar as coisas uns pros outros. - sentou ao meu lado na cama e eu o abracei. Eu sempre seria a melhor amiga deles. Ter ficado com ou não nunca mudaria isso. Harry iria entender, afinal nós éramos para sempre.


#Harry's POV on

Cheguei na porta de e quem abriu foi Marta, que me avisou que as "crianças" se encontravam no quarto. Subi as escadas, pois já era considerado de casa e não precisava de acompanhamento. Abri a porta devagar e vi deitada no colo de e eles riam de algo que ele falava. Eu me sentia incrivelmente sortudo por ter eles do meu lado, duas pessoas que eu sabia que eu poderia contar a qualquer hora.
Entrei no quarto e eles sorriram pra mim. se levantou e me abraçou. Eu senti seu cheirinho de baunilha, que eu conhecia desde que me entendia por gente.
- Olá, saudade! - falei brincalhão devido ao abraço.
- Que é? Gosto de abraçar vocês. - falou e fez uma cara engraçadinha de criança emburrada.
- Então... Eu vou ver com Martinha se ela tem um molho pra mim lá na cozinha. - falou fazendo uma careta estranha pra .
- Trás um prato pra mim. - falei pra ignorando a careta que ele havia feito e ele fez um joinha com a mão e desceu.
- Eu tenho uma coisa pra te contar - falou rápido, mais ou menos 3 segundos depois que bateu a porta.
- Fale, isso já é normal. - sorri e ela sorriu de volta.
- Eu fiquei com - ela falou e eu demorei um pouquinho de tempo pra digerir a situação, afinal eu sei que a gente não tinha nada a sério nem nada do tipo, mas eu já havia me acostumado com a situação " é livre". O fato de ela ficar com ou com qualquer outra pessoa era estranho por agora, já que fazia bastante tempo que nós não ficávamos com mais ninguém a não ser nós mesmos. Mas não seria uma coisa que eu não iria me acostumar, ou iria parar de falar com ela por isso. Olhei pra ela que avaliava minha reação, estalando seus dedos.
- Que... legal, . - falei e sorri pra ela verdadeiramente, se ela estava feliz eu estava feliz.
- Sério? - ela sorriu como se fosse a melhor reação que ela esperasse.
- Claro. -
- Ai, que bom, meu big tiger. - ela me abraçou e me deu milhares de beijinhos pela extensão do meu rosto.
- Agora cadê com meu macarrão? - falei brincalhão.
- Tô aqui. - abriu a porta com um prato na mão.
- Cadê seu prato? Você não tava ouvindo atrás da porta, né? - eu falei levantando uma sobrancelha.
- Eu já comi tudo! E eu não tava ouvindo nada, mas que bom que tá tudo bem. - ele entregou o prato a mim e sorriu se sentando na cama.
Ficamos conversando sobre coisas inúteis como as coisas que costumava fazer, conversamos sobre o que seria o próximo projeto do Colégio e muitas outras coisas, até que a hora de dormir havia chegado, afinal nós teríamos aula no outro dia. e eu arrumamos nossos colchões ao lado da cama de enquanto ela havia ido no quarto de sua mãe pegar roupas de cama limpas.
- Tudo bem mesmo, cara? - perguntou-me.
- É diferente, cara, mas tá tudo bem. - falei e sorri pra que me deu uma batida nas costas e sentou na cama esperando por que em seguida abriu a porta. Ajeitamos nossas camas e nos deitamos. Eu dormi com o seguinte pensamento "estava tudo bem agora, mas quando eu os visse juntos minha reação seria a mesma?".


Cap 3.

#'s POV

Quinta-feira, 6:00 am

Acordei antes do despertador tocar. Levantei com cuidado para não acordar os meninos que dormiam como anjinhos nos colchões aos meus pés. Sentei-me na poltrona e fiquei avaliando os dois dormirem. Realmente pareciam anjos. parecia uma criança que sonhava com alguma coisa engraçada, pois um sorriso se estampava em seu rosto infantil e eu sorri admirando a cena, passei o olhar pro garoto ao seu lado, já havia passado tanto tempo desde que nos conhecemos, como ele tinha crescido e ficado bonito. O peito hoje em dia mais musculoso de Harry subia e descia de acordo com sua respiração, sua boca entreaberta escorria uma fina linha de baba até seu queixo, seus olhos estavam fechados relaxadamente. Mesmo tão crescido, Harry também aparentava uma careta infantil dormindo. Eu me sentia uma mãe olhando os dois filhos que haviam crescido demais. Sentia-me feliz por estar do lado deles esse tempo todo, mas ao mesmo tempo receosa com o futuro que poderia deixá-los um pouco distantes. Mas de uma coisa eu tinha certeza: Mesmo distante nós continuaríamos unidos, sempre.
se remexeu lentamente no colchão e abriu os olhos devagar se deparando comigo, então ele abriu um largo sorriso.
- Bom dia, mãe! Tá nos olhando dormir há muito tempo? - falou baixinho para não acordar Harry.
- Bom dia, pequeno - eu sorri ao falar a palavra pequeno mesmo sabendo que ele era mais alto que eu - na verdade há uns 5 minutos só.
- Pois bem, eu sou tão bonito dormindo quanto sou acordado? - perguntou com uma expressão intrigada que me fez rir.
- Lindo como um anjo. - levantei-me e dei um beijo em sua testa e o abracei. Ficamos um tempo abraçados assim. era meu irmãozinho, eu sempre queria estar do lado dele para protegê-lo.
- Estão tentando me fazer ciúmes ou algo do tipo? - Harry comentou se espreguiçando ao nosso lado, e nós olhamos pra ele sorrindo. - Porque está funcionando, ok? - ele falou e fez bico e logo eu e voamos em cima dele e demos um abraço grupal, ficamos assim até Marta entrar no quarto e dizer que estava na hora de nos arrumarmos e que o café estava pronto.
Nós descemos e tomamos o café, e eu deixei Harry e na porta, para eles se arrumarem em casa para podermos ir para escola. Eu subi as escadas novamente, fui pro chuveiro, tomei um ótimo banho, cantarolei e tudo. Saindo do banho dei uma olhadinha no espelho, escovei meu cabelo e o prendi num rabo de cavalo. Chegando ao quarto coloquei meu uniforme e meu tênis, peguei a mochila e rumei escada abaixo novamente.
- Bom dia, Martinha, tô indo, beijos. - falei passando pela cozinha correndo e indo direto para a porta. Sentei no degrau da frente e fiquei esperando. Passado dois minutos, os dois saíram de suas casas sincronizados, cheguei até a suspeitar que tivessem combinado. Levantei-me do degrau e ajeitei minha saia, enquanto os dois chegavam perto. Olhamos-nos e demos nosso costumeiro sorriso cúmplice, juntamos nossas mãos e fomos caminhando para o colégio, como sempre falando coisas aleatórias.
Chegamos à escola e estava na mureta do estacionamento com fones no ouvido tentando ignorar a conversa melosa de e . Não que ela tivesse alguma coisa contra, mas ela não estava muito afim de histórias de amor no momento. levantou o rosto e se deparou com nós três chegando, ela deu um sorriso fraco em nossa direção e voltou a atenção ao ipod e abaixou a cabeça. Eu não aguentava mais aquela situação, as duas pessoas que eram as mais animadas estavam cabisbaixas por uma bobeira enorme, algo que podia ser resolvido com uma simples conversa. Mas eles eram complicados demais pra isso.
- Vem comigo rapidinho, esqueci de falar uma coisa contigo. - Puxei pra um canto, deixando todos no estacionamento com uma cara confusa.
- Que houve, ? - falou assustado.
- Você e . - falei fazendo uma careta como se fosse óbvio.
- Tá, esse problema eu sei que existe, mas ela não quer falar comigo, você vê como ela reage quando eu chego perto. - ele abaixou a cabeça novamente.
- Eu tenho um plano, mas você vai ter que me ajudar. - disse pegando seu queixo com a ponta do dedo e erguendo sua cabeça e ele esboçou um pequeno sorriso.
- Qual é o plano? - ele se rendeu.
Expliquei todo o meu plano pra ele sobre um jantar na minha casa e tudo mais. Eu chamaria pra ir lá em casa fazer uns trabalhos, mas quem estaria lá seria com um lindo jantar, que seria preparado por Marta, é claro, aquele menino não cozinha nem miojo. Mas enfim contaria pra ela o que sentia e ela iria entender tudo. Ele pediria ela em namoro e pronto. Tudo resolvido.
- Mas quando eu faria isso? - perguntou numa mistura de felicidade e nervosismo.
- Pode ser hoje? - falei pensando em todos os compromissos que eu tinha hoje. Somente detenção.
- Se ela puder - ele olhou em direção a .
- Ela vai poder. Ah, se vai. Mas qualquer coisa eu te aviso, eu vou falar com ela na aula e tal.
- Tudo bem, então, Coelhinha - ele falou e eu vi seus olhinhos brilharem. Era tão lindo, né?! O amor.
- Agora vamos pra aula - falei puxando ele pelo braço e ele ria.

Entramos na sala onde já estava sentado no mesmo lugar da última aula, na mesa na frente da que eu costumava sentar. Os garotos passaram por e fizeram aquelas batidas com as mãos que eu nunca tive habilidade para aprender, e olha que e Harry já perderam noites tentando me ensinar. e deram breves acenos com a cabeça, e eu abri um largo sorriso pra ele, que o mesmo retribui jogando a cabeça pro lado na tentativa de tirar a franja que caía em seus olhos. Encantador.
Assim que todos sentaram em seus lugares eu me virei pra .
- O que vai fazer hoje? - perguntei e ela pensou alguns segundos.
- Nada, amiga. Por quê? Quer sair? -
- Quero ajuda nos deveres. - dei um sorriso tímido.
- Você realmente está levando a sério essa história de virar Nerd?! - um sorriso enorme se formou em seu rosto. sempre foi meio nerd, e um de seus maiores desejos é que eu me juntasse a ela nos estudos, mas eu sempre fui muito moleca pra isso e ficava jogando vídeo-game na casa dos meninos.
- Claro, se você me ajudar. - um sorriso sapeca surgiu eu meu rosto. Fase um completa.
- Que horas?
- Pode ser umas 6:30? É que com esse negócio da detenção eu fico meio enrolada. -
- Claro, depois eu peço pra minha mãe dar uma passada lá e me buscar.
- Ótimo. - Eu sorri e então a conversa foi dada como encerrada assim que se virou pra frente e começou a dar atenção ao que o professor falava. Eu virei discretamente pra e dei uma piscadinha, e ele entendeu o recado perfeitamente, porque um sorriso bobo logo brotou em seu rosto.
Virei-me para frente e me deparei com um sorridente me passando um papel discretamente por baixo da mesa.

“O que está aprontando pra hoje?” - “Relaxa, eu não vou fugir da detenção.” -
“Não achei que fugiria. Estava imaginando o que faria depois?“ -
“Por que eu não fugiria? Depois da detenção eu pretendo juntar um casal.” -
“Porque você tem um certo parceiro de olhos que faz sua detenção ser uma ótima distração ;) Uh vida de cupida.“ -
“Pouco convencido você hein?! Isso ae, afim de ajudar?” -
“Não sou convencido, mas vai dizer que eu não te distraio?! Estou a suas ordens.” -
“Tanto quanto eu te distraio. Então apareça lá em casa às 6.” -
“Garanto que não. Estarei lá.” -
“Por que não? Ok”
“Por que você me distrai muito mais, chega a me deixar tonto as vezes.
Ps: É melhor pararmos de escrever o professor está olhando”
-

Peguei o papel pela última vez e li a última frase de que me fez ficar vermelha. Guardei a folha na mochila, e me virei para o lado dando de cara com que me encarava com aquela cara de “ta apaixonada” e eu apenas revirei os olhos rindo e ela gargalhou.
- Alguma coisa engraçada, senhorita? - o professor perguntou a .
- Nada, professor. - falou recuperando sua postura.
- Pareceu engraçado. Não é, senhorita ? - ele se virou a mim e eu senti todos os olhares da turma se voltar para mim.
- Você achou? Eu pessoalmente acho que essa menina não tem jeito pra comédia. - dei de ombros e a turma riu.
- Já a senhorita não, né? - ele falou sarcástico.
- Tem gente que nasce com o dom. - abri um sorriso angelical para ele que revirou os olhos e retomou a aula. Virei para trás e me deparei com e Harry fazendo um hi-five e comentando algo baixo como “essa é nossa garota” fazendo e rirem discretamente. Eu não era popular, não tinha milhões de meninos aos meus pés, era uma moleca, mas eu era feliz ali com os meninos da minha vida, os meus amigos. Voltei de novo minha atenção para a frente da sala com um sorriso no rosto, e então encontrei os olhos de que sorriam pra mim.


Ainda quinta feira, 13:40 PM

Cheguei em casa e fui direto pro banho, arrumei-me rápido mas ainda faltava um pouco para detenção. Sentei na cama e peguei o telefone, meus dedos percorreram as teclas automaticamente, eu esperei chamar e no terceiro toque atendeu.
- Que foi, criatura, a gente vai se ver dentro de algumas horas - Odiava aquela bina do telefone de .
- Quero matar o tempo até a detenção.
- Você poderia ter ido até a casa de Harry matar tempo. - ela riu, marota
- Engraçadinha. - revirei os olhos com o telefone em mãos, ignorando o fato de que ela não poderia ver o que eu fazia.
- Ah, esqueci, agora você só tem olhos pro .
- Dormiu com o Bozo?
- Não! Mas e você pretende dormir com quem?
- Com . - falei e ela ficou em silêncio. - Tá, eu tava de brincadeira, relaxa. -
- Eu não ligo pra isso, tá bom?
- Tá bom, claro! -
- Tá, eu ligaria se fosse outra pessoa, mas você não faria isso.
- E por que não mulher do Bozo? - falei rindo e ela riu do outro lado
- Porque você é minha melhor amiga.
- Own, fofura, eu prometo que te aperto mais tarde. Mas agora eu vou andando pra não chegar atrasada na detenção hoje, ok?! Te amo, vaquinha. -
- Te amo também, mas pare de tentar me seduzir com os apelidos de . - ela riu e desligou o telefone. Então eu desci as escadas correndo na esperança de falar com Marta sobre o jantar e ainda dar tempo de ela preparar algo até as 6:30.
- Martinha, meu amor - gritei já das escadas.
- Fala, meu anjo. - Marta falou sentada em um dos bancos na cozinha.
- Pode fazer um favor pra mim? Bom, na verdade é mais pra do que pra mim.
- Fale-me. - ela sorriu. Marta escutou todo o plano e prometeu fazer alguma coisa maravilhosa até as 6:30, ainda disse que após chegar ela iria dar uma saída para deixar mais à vontade. Eu, obviamente, ficaria no meu quarto com minha companhia esperando até tudo acabar e comprovar que eu era um Gênio. Brincadeirinha.

Saí de casa e fui caminhando lentamente. Deparei-me com Harry saindo de casa.
- Hey, big tiger! - Gritei e ele virou para trás.
- Oi, coelhinha. Indo pra detenção? - ele entrelaçou seu braço no meu e nós continuamos caminhando.
- Claro. E você? - olhei pra ele sorrindo.
- Encontrar meu pai, pelo menos uma vez no ano ele decide lembrar que eu existo. - ele sorriu. Harry via seu pai poucas vezes, mas eles tinham uma boa relação mesmo com a distância, o pai de Harry sempre sabia o que acontecia com ele.
- Mande um beijo pra ele.
- Claro, certamente ele vai perguntar de você. Para ele, um dia nós casaremos - ele disse e eu pude jurar que Harry ficou vermelho.
- Fale para ele que eu não pretendo casar, mas prometo que cuidarei de você para sempre e sempre estarei do seu lado.
- Alguém já te falou que você é um doce?
- Não, geralmente as pessoas não aguentam e me lambem logo de uma vez. - falei mandando língua e ele riu. Nós fomos o resto do caminho que era curto, rindo da baboseira que falávamos. Até que Harry parou na porta da escola.
- Está entregue, senhorita - Harry fez uma reverência exagerada que me fez gargalhar.
- Uau, teatro de rua. - chegou sorrindo e mais uma vez ele e Harry fizeram aquelas batidas com a mão e eu apenas me aproximei dando dois beijinhos em . Ficamos ali os três sem dizer nada uns 2 ou 3 minutos até que Harry quebrou o silêncio.
- Bom, tenho que ir encontrar o meu velho, boa detenção.
- Pode deixar, eu vou cuidar da molequinha. - falou me abraçando de lado e fingindo me dar um cascudo.
- Cuide mesmo, ela é muito especial para alguns de nós. - Harry não deu uma gargalhada ou algo do tipo, ele falou de uma forma carinhosa e ao mesmo tempo séria, depois sorriu pra mim, virou-se e caminhou para seu destino.

Eu e chegamos ao Colégio e dessa vez o material de limpeza já estava colocado no auditório.
- Até que enfim. - falou sorridente andando pelo auditório a procura de mais alguém que não fôssemos nós dois.
- Até que enfim o quê, ? - falei parada observando-o.
- Até que enfim privacidade - ele se voltou pra mim com um sorriso sapeca.
- Você é engraçadinho. - falei me virando e pegando alguns objetos pra limpeza.
- Tá me rejeitando? - ele falou fingindo uma cara magoada.
- Não falei isso, só que você está muito rapidinho, querido.
- Não quero perder tempo, querida - ele disse frisando a última palavra.
- Tá me zoando, ? - falei levantando uma sobrancelha.
- Nunca, meu amor. - ele veio correndo e me abraçou por trás me enchendo de beijinhos na bochecha e nós começamos a rir. Devo confessar que achei aquele momento fofo. Mas eu sabia que o que eu havia falado antes era verdade, tudo tinha acontecido muito rápido e eu poderia não demonstrar, mas ainda estava confusa com a situação, afinal nada foi esclarecido.
Terminamos nosso trabalho e eu fui correndo para casa, pois precisava ajudar com as coisas. foi pra casa, mas avisou que estaria lá em casa às 6.


Finalzinho de quinta - feira, 5:30.
Cheguei em casa e se encontrava na cozinha atrás de Marta. Fiquei os observando da bancada sem chamar a atenção.
- Você acha que ela vai gostar disso, Martinha? - perguntava roendo as unhas.
- Tá duvidando do poder da minha comida? - Marta falava rindo do nervosismo de - E tira essa unha da boca - Ela deu um tapa na mão de que na hora se virou e me viu.
- COELHINHA, ME AJUDA. - ele veio correndo e me esmagou em um abraço fazendo Marta gargalhar. - Eu bati na casa do Harry pra pedir ajuda com a roupa mas ele não estava lá e...
- Relaxa, criatura, tenho uma coisinha perfeita pra você.
Subimos as escadas da minha casa e eu rumei para o fundo do corredor, cheguei perto da última porta. Fazia muito tempo que eu não entrava ali e sabia o porquê.
- Tem certeza que vai entrar aí? - botou a mão na minha que estava na maçaneta e eu apenas sorri pra ele o tranquilizando. Eu já havia me acostumado, meu irmão mais velho tinha morrido, claro que eu não era muito habituada a entrar no quarto dele, afinal eu não gostava de entrar ali, lembranças eram ótimas, mas eu não era do tipo que ficava remoendo uma dor dentro de mim.
Entramos no quarto e eu fui direto para o guarda roupa, apenas sentou na cama e ficou esperando. Eu peguei uma blusa pólo branca com a gola azul-marinho e um jeans escuro e mostrei pra , ele sorriu aprovando, então pegamos a roupa e saímos do quarto.
- Sapato você tem não, né? Porque não tenho certeza se Eric calçava o mesmo. - perguntei pra sorrindo.
- Não, pode deixar, eu tenho um tênis irado e ele está no meu pé. - Ele falou sacudindo os pezinhos e eu ri. Ficamos em silêncio alguns minutos.
- Você já se acostumou, não é? - falou.
- Ele sempre disse que queria me ver feliz. Eu só seria feliz se tocasse minha vida. Eu penso nele, mas não posso ficar a vida toda pensando nisso.
- Ele não precisa se preocupar, sabe, se depender do seu irmãozinho aqui e do seu outro que sumiu e deve estar vagabundeando pela rua, você vai ser sempre feliz. - Eu sorri e o abracei.
- Não fale assim do big tiger, ele foi só visitar o pai dele. - dei um tapinha em seu braço.
- Eu suspeitei desde o princípio. As únicas mulheres que ele poderia estar estão ocupadas: uma fazendo uma viagem pelo mundo, pseudo mãe dele e a outra está aqui me ajudando no meu jantar. - ele disse e eu lancei um olhar divertido a ele.
se arrumou no banheiro do andar de baixo enquanto eu me arrumava no meu banheiro. Não que eu estivesse me produzindo, mas eu tinha que ficar decente pelo menos, eu ainda estava suja da limpeza. Saí do quarto com um short jeans e uma pólinho rosa claro e um chinelinho branco e rosa. subiu as escadas já arrumado, ele estava realmente bonito. Que bom que Eric tinha bom gosto para roupas.
Ouvimos a campainha tocar e eu desci as escadas com em minha cola. Marta abriu a porta e entrou. Mais uma vez eu o vi com aquela expressão tímida de quando eu o conheci, olhando pro chão. Eu sorri com a lembrança. Marta se despediu da gente nos dando privacidade. Eu puxei pela mão.
- Agora é com você, , eu e ficaremos lá em cima e você dá conta do jantar aqui em baixo. A sala de jantar está toda arrumada pra você, agora é só você esperar ela. Beijos e boa sorte, macaquinho - dei um abraço rápido nele e puxei que mandou um “tchauzinho” pro amigo.
- Quem está sendo rápido agora? - falou quando chegamos no segundo andar e eu revirei os olhos. Ele gargalhou. Abri a porta do quarto e ele entrou e ficou avaliando.
- Não fica analisando meu quarto. - falei tímida. Eu ficava tímida sempre que alguém entrava no meu quarto, era como se estivessem entrando no meu íntimo. Era meu lugar pessoal.
- Não estou analisando, estou admirando. - ele falou e eu sorri. - É bem a sua cara.
- Como é bem a minha cara?
- Começando pelo cheiro, baunilha. - ele olhou pra mim como se esperasse uma confirmação e eu balancei a cabeça afirmativamente. - Resumindo tudo para não perdermos tempo, é simples e bonito, igual a dona.
Era difícil não se apaixonar, né? Não que eu estivesse apaixonada, mas era assim, apaixonante.

#’s POV.

Porra, que nervoso de merda. Eu tenho que parar de pensar em tantos palavrões quando eu fico nervoso. disse que tudo vai dar certo, então tudo vai dar certo. Olhei pro relógio, 6:27, será que ela já estava chegando?! DING DONG! AH MEU DEUS, ela chegou, o que eu faço?! “Abre a porta, Mané!” a voz de Harry mandando em mim apareceu em minha cabeça. Ótimo, além de nervoso estava ficando louco. Acalme-se, . Caminhei até a porta e a abri devagar. estava com uma calça jeans e uma blusa lilás com um casaquinho branco por cima, e com sua mochila jogada em um dos ombros. Ela ficou apreensiva quando me viu na porta.
- Você vai sair com alguém? - ela falou rápido e depois sacudiu a cabeça. - Quer dizer, a tá lá em cima?
- Não, eu me arrumei pra você. - olhei nos olhos dela que pareceram brilhar.
- Para mim? , isso não faz sentido. Eu vim estudar com a e... - peguei na mão dela e puxei ela para dentro de casa.
- Eu armei isso tudo pra resolver as coisas, pra falar com você - falei e ela ficou coradinha. Ela não precisava saber que o plano original era de . Pelo menos não agora.
Puxei ela pela mão que não fez objeção, peguei sua mochila e a coloquei no sofá. Levei-a pra sala de jantar, puxei uma cadeira e ela se sentou. Dei a volta na mesa e me sentei também. - Eu sei que eu deveria ter falado naquele dia, mas me perdoa, , eu estava nervoso. Desde pequeno eu sempre sonhei em ficar com você, acho que todo mundo sabe disso, mas não importa, quem precisa saber disso tudo é você. Eu te amo. Namora comigo? - Eu falei rápido antes que perdesse a coragem. Eu esperei alguns segundos que pareciam séculos pra mim, para ver sua reação. E então ela abriu um sorriso, se levantou da mesa e veio até mim e me beijou.
- Eu também te amo. - Ela falou. - E claro que eu namoro com você.


#’s POV.

- Paaaara de mexer nas minhas coisas, . – Eu o abraçava por trás tentando conter suas mãozinhas que vagavam por todos os espaços do meu quarto.
- Quero achar fotos suas pequena. - Ele continuava a andar como se eu não o estivesse atrapalhando.
- Eu desisto. - Joguei-me na cama cansada, fazendo o rir e repetir meu ato.
- Pode me chamar de abusado. - falou.
- Abusado. - repeti.
- Assim que eu gosto, fazendo tudo que eu mando. - Ele falou e eu dei um tapinha nele. - Brincadeira, amor.
- Acho bom, gracinha. - dei uma piscadinha e tentei me levantar, mas ele me puxou.
- Aonde você vai? - ele fez bico
- Ia dar uma espiadinha, fofura. - dei um beijinho na ponta do nariz dele.
- Ah, não, eles tão bem. Fica comigo.
- Own, que nenenzão eu arrumei, gente. - dei vários beijinhos pelo rosto dele.
- Esqueceu aqui ó - ele falou apontando pra boca e eu dei um selinho. - Muito rápido esse beijinho. - Então eu dei um selinho mais demorado. - Quem sabe um mais profundo agora? - ele falou se levantando, colocou uma mão na minha nuca e me deu um daqueles beijos maravilhosamente calmos, que relaxam até meu músculo mais rígido. Juro que eu sentia como se estivesse flutuando com o beijo dele.
- . - ele falou quando nós separamos nossas bocas, mas ainda estávamos de olhos fechados.
- Oi – falei sorrindo.
- Você gosta de mim? - Ele falou e eu abri os olhos, ele ainda estava de olhos fechados e fazia cara de uma criança que havia feito uma pergunta proibida pros pais.
- Claro que gosto, eu não costumo ficar com pessoas tão rápido e por um tempo seguido sem gostar delas. Por que a pergunta?
- Exatamente pela mesma coisa. É a primeira vez que eu fico com alguém assim. Foi tão rápido, você é encantadora, sabia? - ele perguntou abrindo os olhos e fazendo um carinho em meu rosto.
- Você é um doce, sabia? - falei dando um peteleco no seu nariz e ele me deu outro selinho.
E foi assim que eu cheguei a conclusão. Eu e não éramos namorados. Nós estávamos juntos de uma maneira sem rótulos e isso bastava.


Cap 4.

Sexta-feira, 7:00 am.
Acordei e olhei para o relógio do lado da minha cama na mesa de cabeceira, “merda” foi o que pensei. Primeira semana de aula e eu já ia chegar atrasada. Virei-me para o lado me deparando com um corpo ao meu lado. Meu Deus, havia ficado lá até tão tarde me fazendo companhia que acabamos adormecendo ali mesmo. Nem estamos ficando ainda e eu já estou dormindo com o menino, ri da insinuação maldosa que minha mente produziu.
- Cruzes, já acorda gargalhando - Ouvi uma voz abafada sair do travesseiro.
- Eu estava rindo de você babando - Zoei com a cara dele.
- Aham, eu duvido muito - Ele se levantou da cama com os cabelos despenteados e foi aí que eu me lembrei que não deveria estar também com o cabelo e rosto no melhor estado.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Harry avisando que chegaria no segundo tempo e que não era pra ele me esperar.
- Quem já está perturbando essa hora da manhã, mocinha?
- Harry - levantei da cama e fui andando em direção ao meu banheiro.
- O menino parece seu pai, coitado - Ouvi a voz dele atrás da porta.
- Ele ama ter notícias minhas já pela manhã, tá - Falei abrindo o chuveiro.
- Sei,
- Mas e aí, não vai pra sua casa se arrumar pra ir pra escola? - perguntei sentindo a água quente cair em mim me deixando relaxada.
- Vou te esperar, você vai lá comigo.
- Se você não morar muito longe, porque eu estou com preguiça.
- Qualquer coisa eu te levo no colo. - Duvido que você seja tão forte assim.
- Veremos, .
Ficamos em silêncio até eu terminar de tomar banho, entrei no quarto com um roupão, peguei minhas roupas e voltei para o banheiro sendo seguida pelo olhar de e sorri ao entrar no banheiro.
Estávamos prontos, descemos as escadas e Marta ainda não havia voltado. Encontrei um bilhete na mesa.

, minha coelhinha amada, obrigado por tudo. Minha namorada deve te agradecer mais tarde também. Desculpe pelo horário, queria te contar tudo logo, mas não tive coragem de te acordar. Tentei acordar o monstro do , mas ele parece uma pedra dormindo, espero que não tome um susto quando acordar e der de cara com ele. Brincadeirinha, (se ainda estiver aí).
A gente se vê na escola, te amo, menor.
.


Mostrei o bilhete pra que fingiu uma cara de ofendido sobre os comentários de , mas depois riu. Ele me puxou porta afora e nós saímos correndo. Eu senti a mochila pesada batendo em minhas costas e comecei a ficar cansada. pegou a mochila das minhas costas e colocou nas suas, caminhamos mais lentamente até uma casa bem parecida com a minha, seguindo o padrão do bairro. foi entrando na casa me puxando e eu travei na porta.
- Que foi? - ele perguntou confuso.
- Tô com vergonha. - falei olhando pra baixo.
- Relaxa, todos já saíram essa hora. - ele sorriu.
Entramos na casa e me puxou direto para o segundo andar sem me deixar ver a casa direito. Chegamos ao seu quarto que era mais ou menos do tamanho do meu, talvez mais espaçoso, nas paredes tinha alguns pôsteres e um mural de fotos. entrou no banheiro e eu fui analisar seu mural. Não tinha muitas fotos, na verdade havia muitos recortes de revistas com bandas como Blink 182 e fotos de instrumentos musicais. Existia também um boletim de aprovação, e eu ri imaginando o que levava uma pessoa a colocar um boletim no mural. Logo saiu de boxer do banheiro e procurou um uniforme no armário.
- Que bunda sexy, - Falei lembrando a ele que tinha uma menina no quarto.
- Gostou? Pode apertar se tiver muito tentada - Ele deu uma piscadinha e voltou a atenção ao armário bagunçado.
- Eu estou bem, quem sabe outra hora. - Falei revirando os olhos e rindo.
- Como quiser - disse vestindo as calças e olhando pra mim. - Que horas são?
- 8:00, faltam 15 minutos pro segundo tempo.
- Tô pronto, vamos. - Ele me puxou e fomos correndo de novo pelo caminho.
Chegamos ao colégio na hora certa que começava o segundo tempo. Entramos na sala e recebemos olhares maldosos de , , e , e por mais estranho que pareça, Harry simplesmente abaixou os olhos sem nem me dar o costumeiro sorriso de ‘bom dia’.
- Bom dia, senhores, vejo que o sono estava melhor que a aula. - O professor falou e nós nos dirigimos a nossas mesas. Hoje, estava sentada com e , claro, estava com . Dei um selinho rápido em que ninguém percebeu a não ser meus amigos queridos e fofoqueiros. Fui caminhando em direção a última cadeira que estava vazia ao lado de Harry.
- Oi, big tiger - Falei sorrindo
- Oi - respondeu meio frio ainda olhando pra frente
- Tá tudo bem? - perguntei olhando preocupada pra ele.
- Tá sim, eu só estou... - Ele finalmente se virou pra mim e relaxou a voz e os músculos de seu rosto - Cansado. – ele me deu um sorriso fraco e eu retribuí.
Não havia entendido a reação dele, mas mais tarde conversaríamos, às vezes foi algum problema com o pai ou algo do tipo.
A aula passou e chegou a hora do recreio, sentamos todos na nossa mesa ao fundo. e estavam em um momento mágico em que não poupavam carinhos e elogios um com o outro. e ainda estavam na mesma, ficando, mas pra mim e para todos aquilo já era namoro há muito tempo. Então sobramos eu, e Harry.
- Então, quando pretendem fazer o próximo ensaio? - Perguntei a Harry.
- Semana que vem, eu acho, essa semana foi meio impossível com na detenção. - ele falou olhando pra mesa.
- Cara, se quiser começar os ensaios sem mim, eu chego um pouco mais tarde, mas pode deixar que eu chego - deu um sorriso amigável e Harry desviou o olhar pro nada. Eu estava estranhando a situação, Harry não era de ficar assim. Virei o olhar e encontrei os olhos de vagando de Harry para de um jeito desconfiado, depois ele encontrou meu olhar e sorriu como se não estivesse acontecendo nada.
- Harry, posso falar com você um minuto? - falou sorrindo e eu o olhei desconfiada. Harry simplesmente levantou da mesa e foi atrás dele.


#Harry’s POV

Ok, eu sabia que ia ser estranho, mas que reação era aquela?! Eu não estava me reconhecendo. Mas quando eu via com ela eu não conseguia me controlar. Mas afinal, o que estava acontecendo comigo, nós sempre fomos amigos, mas eu nunca fiquei nesse estado ao ver com outro menino. Deve ser porque ela nunca ficou assim com ninguém, mas e daí?! Ela era minha amiga. Eu não tinha necessidade de tratar assim, eles estavam ficando, ele era meu amigo ela era minha melhor amiga, minha ex amiga-ficante e... Eu estava com ciúmes, pronto falei.
- Posso saber o motivo daquela reação na mesa? - perguntou quando nos distanciamos.
- Que reação, cara? - falei coçando minha cabeça.
- Ah, nenhuma, só você tratando estranho - ele falou se fingindo de desentendido.
- , eu estou bem - disse sem ter muita certeza do que estava falando.
- Não é o que parece. Lembra o que falou pra ela? Falou que estava tudo bem eles ficarem juntos, agora não adianta ficar tratando eles assim, se você ainda tem algum problema com isso, conversa com ela
- Ai, cara, é estranho! Eu não sei o que ele quer com ela. Eles não namoram, nem ficam como e , ele mal chegou no colégio e grudou nela, tinha que ter grudado justo na ? - Falei exaltado.
- Cara - me olhou com uma cara estranha em meio a um sorriso.
- Por que tá me olhando assim? - perguntei levantando uma sobrancelha.
- Você tá apaixonado pela ?! - ele falou meio em dúvida - Cara, você tá apaixonado por ela, e só foi perceber agora que está perdendo ela, seu pastel - Ele me deu um tapa na cabeça.
E foi aí que eu percebi. Eu estava apaixonado pela . Como eu sou burro.
- Você sabe que não pode tratar mal por isso, a culpa é sua se você percebeu isso tarde - deu um tapinha nas minhas costas e voltou pra mesa. E eu fiquei lá parado, não estava com coragem de voltar pra mesa, muito menos ficar na escola. Pelo menos não mais hoje.

#’s POV

- Que aconteceu? - Eu perguntei assim que chegou na mesa.
- Nada, papo de homem - falou sorrindo e voltando para o lado de .
- Desde quando vocês tem um papo de homem sem mim?
- Desde que você assumiu que é uma mocinha e está pegando um homem.
- Eu poderia ser um homem gay pegando o .
- Há uma semana atrás você dizia que não podia ser gay. E para de falar isso que está assustando o menino. - Ele falou olhando pra que me olhava com uma cara estranha, até eu dar um selinho nele e ele sorriu aprofundando o beijo. Quem olhava aquela cena de fora pensaria que eram três casais de namorados na mesa.
- Pra onde foi o Harry? - me afastei de dando pela falta dele.
- Acho que se mandou. - falou e eu olhei pra ele meio que pedindo explicações. Ele somente sacudiu os ombros. Aquilo estava muito estranho e eu ia descobrir o que estava acontecendo.

Voltamos para sala onde eu e fomos avisados que estávamos liberados da detenção e não precisaríamos ir essa tarde.
- Poxa, não poderei passar meu tempinho da tarde com você - falou fazendo biquinho.
- Pode me visitar mais tarde. Hoje é a noite do Vídeo-game. - falei a última frase mais alto para que ouvisse, e deu certo porque ele correu pra comentar sobre isso com o pessoal.
- Mesma hora de ontem? - perguntou.
- Tá ótimo - falei e então voltamos aos nossos lugares.
A aula passou rapidamente, e então todos foram pra casa. Eu fui metade do caminho com , e . dobrou em uma rua para levar em casa e entrou em outra para ir pra sua casa. Eu continuei reto até parar na porta de Harry. Girei a maçaneta da porta que estava aberta e entrei. Rumei direto para o quarto dele, a porta estava aberta. Harry estava deitado na cama para o lado oposto a porta. Entrei sem fazer barulho e me deitei ao seu lado devagar o abraçando. Ele tomou um susto com o movimento, mas não precisou se virar para me reconhecer.
- O que tá acontecendo com você, meu anjo? - falei baixinho e então ele pegou na minha mão e fez carinho.
- Desculpa, , eu não manti minha palavra - ele falou se virando pra mim devagar. Aqueles olhos azuis que eu tanto amava me olhavam tristes.
- Como assim, Harry? - passei a mão devagar pelo seu rosto.
- Eu disse que ficaria bem se você estivesse com ele, mas não estou. - Ele se levantou devagar da cama.
- Por que não? - falei nervosa me levantando também.
- Porque... Bom, , primeiro você não acha que isso tudo aconteceu rápido demais?! Vocês se conhecem há uma semana e é o tempo exato em que estão ficando. Você nem o conhece direito.
- Eu sei, mas eu pretendo conhecer ele aos poucos, Harry. - falei torcendo os dedos. Eu já me sentia nervosa suficiente quando a voz na minha cabeça falava isso, Harry repetindo era mais enervante.
- Ele dormiu na sua casa, , isso é absurdo, você não conhecia ele direito. E me admira o ter deixado isso acontecer. Eu acho o legal e tal, mas não conhecemos ele e deixou ele sozinho em casa com você.
- Eu sei me cuidar, Harry.
- Eu sei que sabe, mas não custa cuidar de você.
- Eu sei que você tá aqui perto sempre que eu precisar, Harry, mas passou, eu estou bem, viu. é confiável, não tem motivos para continuar mal. - Falei segurando a mão dele
- Tem sim - ele suspirou - Eu perdi você.
- Do que você tá falando? Eu estou aqui, sua amiga de sempre.
- Não, , não como amiga, eu te perdi como mulher. Eu... Eu tô apaixonado por você - Ele falou levantando o olhar pra mim e eu fiquei paralisada, não sabia o que pensar não sabia o que fazer e então ele se debruçou e me beijou. E não foi como nossos beijos de sempre, beijos que serviam simplesmente para saciar a vontade física, Harry estava entregando sua alma a mim naquele beijo e eu senti um arrepio percorrer meu corpo. Meu Deus o que estava acontecendo comigo? Eu nunca havia sentido uma coisa daquelas com Harry. Quando nos separamos do beijo, eu abracei Harry, eu estava com a cabeça a mil.
- Me desculpe, eu estou confusa. - abracei ele com mais força depois saí correndo e fui pra casa.

Cheguei em casa, tomei um banho quente, fiquei deixando a água correr enquanto pensava. Eu pensava em . Eu me sentia tão bem com ele, mas era verdade o que Harry havia dito, eu precisava conhecer . E então finalmente pensei em Harry, fiquei com medo, o quanto isso tudo que estava acontecendo podia afetar nossa amizade? O que foi aquilo que senti quando ele me beijou? Eu poderia ficar com um sem machucar o outro?
Ouvi o telefone tocar e desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e fui correndo atender.
- Olá, amiguinha - ouvi a voz de .
- Olá, amigão - senti tudo ficar mais tranquilo ouvindo a voz do meu amigo.
- Estamos partindo para a noite do Vídeo-game às 5:00, ou melhor, daqui a pouco. Olhei o relógio e vi que já eram 4 horas.
- Tudo bem, macaquinho.
- Liguei pro Harry, ele não está se sentindo bem, disse que não vai poder ir - Me senti triste e aliviada ao ouvir falar aquilo.
- Ah, sim, então estou esperando vocês.
- Ok, coelhinha, beijos. - se despediu e desligou o telefone.
Desci as escadas e liguei a televisão, fiquei assistindo alguns desenhos sem realmente prestar atenção. Marta apareceu umas duas vezes na sala perguntando se eu estava bem ou se queria alguma coisa. Eu sei que deveria estar parecendo estranha pra ela. Acho que durante tantos anos Marta nunca me viu ficar tão pensativa como eu estava.

Finalzinho de sexta, 5:00 pm.

A porta bateu e Marta abriu. , , e chegaram e fizeram montinho em mim no sofá.
- Cruzes, final de semana faz isso com as pessoas - falei sorrindo.
- Claro, vai dizer que não está animada? - dizia com os olhos saltando de expectativa.
- Claro - minha voz não saiu tão animada como devia, mas pareceu que ninguém notou, assim eu pensei até deparar com o olhar desconfiado de .
começou a instalar o vídeo-game, e olhavam os jogos decidindo qual seria o melhor pra jogar. Eu falei que ia à cozinha pegar algumas coisas para a gente comer. Marta não estava lá, devia estar arrumando os quartos.
Abri a geladeira, peguei alguns refrigerantes e uns biscoitos na dispensa. Sentei na bancada da cozinha e me desanimei de novo, meus pensamentos voltavam a vagar em zona proibida. apareceu na cozinha e eu não tinha reparado até ele falar comigo.
- Tudo bem, ? - se sentou ao meu lado na bancada, com uma expressão preocupada.
- Tudo bem, . - esbocei um sorriso fraco pra ele, que acho que não convenceu nem a mim mesma.
- Uma vez uma menina muito atrevida me perguntou sobre meu relacionamento com . Eu não a conhecia, mas mesmo assim fui muito sincero com ela, porque ela me parecia uma menina muito confiável. - Ele sorriu pra mim, me incentivando a falar.
- Que menina abusada. - sorri verdadeiramente pra ele.
- Que nada, acho que ela só queria ajudar. - ele sorriu de volta e esperou eu contar minha história.
- Tem certeza que quer ouvir meu drama? - falei fazendo uma careta de desânimo.
- Se você quiser contar, estou aqui pra te ajudar, , sei que não somos tão chegados como ou o Harry...
- Aí está o problema, Harry... - Contei toda a história pra , desde o primeiro dia com até hoje mais cedo com Harry. Ele me escutou com atenção e depois me abraçou.
- , não quero te influenciar nem nada, mas você gosta de , certo? Não custa nada tentar conhecê-lo. Você conhece Harry melhor que ninguém e se ele realmente está apaixonado por você, ele vai querer te ver feliz e vai te esperar caso o que você vai conhecer não seja aquilo que você espera. Vai ser um pouco difícil pra Harry, mas ele é seu amigo e mesmo com pouco tempo também é amigo do . Mas você precisa conversar com os dois, precisa escutar seu coração. - falou aquilo tudo e eu simplesmente o abracei, nunca pensei que encontraria alguém que eu me sentiria tão bem para conversar, ou que me confortaria como um irmão a não ser e Harry, mas agora ali estava a prova viva de que existia mais alguém, e esse alguém era . Olhando-o bem, reparei que ele me lembrava alguém, ele me lembrava Eric, meu irmão.
- , obrigada. Sabe, você me lembra alguém muito especial. - Sério?! Quem, ?
- O meu anjo que está lá em cima, o meu irmão Eric. - Falei sorrindo pra , e ele sorriu pra mim. Eu agora tinha mais um menino muito especial na minha vida, mais um irmão.

- EU TÔ COM FOME AQUI JÁ - gritou lá da sala e me ajudou a levar as coisas.
- Aposto que vocês, gordinhos, comeram tudo na cozinha - falou fazendo e gargalharem.

Ficamos jogando até que deu 6:00 e chegou, eu pedi licença a todos e subi com para conversarmos no quarto.
- Amor, você parece preocupada - falou olhando preocupado pra mim.
- Eu conversei com Harry hoje. - Eu falei e continuou me olhando, esperando eu contar tudo. - E ele questionou o fato de tudo isso estar acontecendo muito rápido e eu não te conhecer direito. E ele tem razão, , eu não te conheço.
- Então era por isso que ele estava me tratando daquele jeito hoje? - se alterou.
- A questão não é como ele te tratou, a questão não é o Harry.
- Claro que a questão é o Harry, estava tudo bem antes dele colocar coisas na sua cabeça. - ele andava de um lado pro outro nervoso.
- Mas eu já pensava sobre isso, , é verdade.
- Então você não me conhece o suficiente?
- ... na verdade, não.
- Você conheceu o de verdade, mas já que quer conhecer, tudo ótimo. - Então ele saiu do quarto e eu fiquei mais confusa ainda.


Cap 5 - Can't Stand It

Sábado, 10:00 am

Acordei de um sono meio perturbador, além de sonhar a noite inteira com , ainda acordei com o seu cheiro que rapidamente grudou no meu travesseiro. Levantei-me e desci diretamente pra sala. Sentei no sofá, cruzei minhas pernas e fiquei parada roendo as unhas, até que finalmente decidi pegar o controle e ligar a televisão. Senti alguém me olhando e me virei para trás.
- Bom dia, Martinha - dei um sorriso fraco e ela se aproximou de mim sentando no sofá.
- O que tá acontecendo com você, menina? - ela olhou para mim de um jeito materno e juro que tive vontade de chorar. – Desde ontem você tá assim, quieta e pensativa.
- Não é nada, Martinha, problema bobo de adolescente! Dá pra acreditar que essas coisas foram acontecer logo comigo? - falei indignada, eu que nunca acreditei nessas crises de amor adolescente.
- Tudo vai se acertar. - Marta falou.
- Eu vou acertar as coisas – corrigi e sorri para ela que sorriu de volta e retornou à cozinha. Continuei sentada vendo desenhos e pensando um jeito de falar com . Eu não tinha coragem de ligar pra ele, muito menos de ir a casa dele, teria que ser resolvido na escola mesmo, droga. O telefone tocou e eu corri pra atender na esperança que fosse ele.
- Alô - atendi rápido.
- Vejo que estava com saudades da mamãe pela rapidez. - minha mãe falou com ar risonho
- Oi, mãe, tudo bem? - falei com a voz um pouco decepcionada, estava feliz por falar com minha mãe, mas não era quem eu esperava naquele momento
- Vejo que não esperava que fosse eu, mas eu estou bem sim, querida, e você?
- Que isso, mãe, falar com você é sempre bom, é só que acabei de acordar, eu to... bem.
- Hum, seu bem não foi convincente, mas ok se não quer falar.
- Não se preocupa, mãe, não é nada.
- E como estão e Harry?
- está ótimo, está namorando e tudo, sabia?! - falei tentando ignorar o fato de ela ter me lembrado de Harry.
- Ah, que lindo, felicidades pra ele, mas e Harry? - ela insistiu e eu repreendi minha vontade de falar “Por que não pergunta pra ele?”
- Está... bem - falei pausadamente.
- Seu bem soou tão convincente mais uma vez - ela falou e eu apenas ignorei – Tá acontecendo algum problema com você e Harry, filha?
- Não, mãe, é só uma coisa mal resolvida, mas estamos bem, a gente ainda se ama, tá? - “Embora não seja da mesma forma que antes”.
- Então está bem, querida, se cuide e mande um beijo pros meninos e para Marta, eu prometo que volto o mais rápido possível. Te amo.
- Também te amo, mãe - Desliguei o telefone e transmiti o recado a Marta. Subi as escadas novamente, fui para o banheiro tomei uma ducha, coloquei uma roupa para caminhar, prendi meus cabelos e peguei meu ipod. Avisei a Marta que iria caminhar, mas voltaria logo. Passei correndo pela casa de Harry sem olhar para os lados. Eu só queria me afastar de toda aquela confusão. Como eu causei tudo aquilo em tão poucos dias?

’s POV
Eu não consegui pregar os olhos a noite toda, eu não sei o que estava acontecendo entre eu e . Eu só sabia que sentia algo por ela, algo bom, algo forte. E agora minha cabeça só repetia a seguinte mensagem “Está acabado, esquentadinho”. E minha mente cruel realmente estava certa, se eu não tivesse me exaltado daquela forma nós poderíamos ter conversado e acertado as coisas. Mas eu ia resolver as coisas, eu não ia perder ela assim tão fácil. Peguei o telefone do lado da minha mesa e liguei para casa dela.
- Alô? - Uma voz que eu suspeitei não ser a de atendeu.
- Bom dia, a está? - falei estalando os dedos, não gostava de falar no telefone.
- Lamento, mas ela acabou de sair, você gostaria de deixar algum recado?
- Não, obrigado, eu ligo mais tarde. - Desliguei o telefone. Onde será que ela estaria uma hora dessas? Provavelmente com ou com Harry, pela primeira vez me subiu uma raiva ao pensar no nome dele, pensei que seriamos amigos e logo ele me tira a coisa mais preciosa que consegui esse ano. Além de resolver meus problemas com também teria que resolver alguns com Harry, teria que fazer isso pela nossa amizade, pela banda e obviamente por . Por que será que ultimamente tudo tem girado sempre ao redor dela?

’s POV
Caminhei até a praça que eu, e Harry nos conhecemos, comprei um sorvete e sentei em um banco. Fiquei ouvindo a música que tocava no ipod.

Baby I love you
(Baby, eu te amo)
I never want to let you go
(Eu nunca quero deixar você partir)
The more I think about
(Quanto mais eu penso)
The more I want to let you know
(Mais eu quero que você saiba)
That everything you do
(Que tudo que você faz)
Is super duper cute
(É muito fofo)
And I can't stand it
(E eu não posso suportar)


Pensei em ao ouvir essa parte, mas logo o pensamento mudou para Harry quando a música continuou

You, you got me where you want me
(Você, você me tem onde quer)
Cause I'll do
(Por que eu vou fazer)
Anything to please you
(Qualquer coisa pra te agradar)
Just to make it through another year
(Apenas para fazer durar outro ano)


Deus, até as músicas estavam me dividindo agora, dividindo meu coração entre meu melhor amigo e o meu . Eu não sabia mais o que fazer, estava furioso comigo e Harry não devia estar muito longe disso devido a minha atitude de ontem, totalmente covarde. Então eu precisava conversar, peguei o meu celular no bolso e disquei para .
- Amiga, está em casa? - perguntei assim que ela atendeu o telefone.
- Oi, , tô sim. - falou.
- Posso passar aí, preciso conversar.
- Claro, mas também está vindo pra cá, tem problema? - ela falou apreensiva.
- Não, amiga, sem problemas, é bom ter um ponto de vista masculino. Estou a caminho, besos, chica. - Desliguei o telefone, correndo para casa de que não ficava muito longe dali. Cheguei a casa de e ela já estava esperando na varanda. Falei com seus pais na sala e logo me arrastou para seu quarto, onde já estava acomodado.
- , você é rápido. - falei sorrindo e indo abraçar ele.
- Cheguei segundos antes de você - ele falou – Mas e aí, qual a complicação do dia? - ele perguntou e se aproximou sentando ao seu lado na cama.
- Bom, basicamente o mesmo drama de ontem, só que eu meio que cheguei a conclusão de que além de toda essa confusão de eles estarem chateados comigo, tá havendo outra confusão, aqui dentro - falei colocando a mão no meu coração.
- Você ta apaixonada pelo Harry? - perguntou.
- E pelo ? - completou.
- Bom, eu não sei, só sei que penso neles o tempo todo, penso em e penso em não magoar Harry, penso no meu futuro com e penso no meu passado com Harry, penso nas mudanças que a minha escolha irá causar.
- Mas eu ainda acho que você gosta mesmo de , só tem medo do que isso pode causar na sua relação com o Judd. - disse e eu cogitei a ideia, meu coração pareceu ter um mini cérebro e pensar na possibilidade também.
- Mas ultimamente o que tem me preocupado mais é , porque por mais que eu e Harry estejamos estranhos, sei que sempre estaremos ligados, mas e que saiu ontem totalmente chateado comigo da minha casa? E se ele não voltar a falar comigo?
- Duvido muito – falou em um tom despreocupado – Ele realmente está gostando de você, , dá pra ver como ele te trata.
Após essa conversa me senti mais segura sobre o que deveria fazer, mas agora não queria pensar mais nisso.
- Vamos fazer o que agora? Cansei de falar desses meninos. - Falei fazendo e gargalharem.
- Sua amiga é muito aleatória, - falou dando um selinho na namorada.
- Ela é sua amiga também, bocó - falou dando outro selinho nele.
- Vocês são o casal mais lindo que já vi. - eu disse sem pensar, sorrindo pros dois.
- Em falar nisso ainda não te contei da novidade de ontem à noite. - ficou vermelhinha.
- O QUÊ? CONTE-ME, NÃO ME MATE DE CURIOSIDADE - berrei fazendo-a gargalhar.
- Estamos namorando - ela estendeu sua mão e também e eu vi um pequeno anel de prata na mão dos dois.
- Owwn, que bonitinho - falei apertando a bochecha dos dois - Felicidades, meus lindos.
- Obrigada, fofura - apertou minhas bochechas também e eu sorri. - Agora vamos ver algum filme ou ligar para e pra gente ficar aqui fofocando.
- Liga pra e - Eu e falamos juntos.
Passamos à tarde entre amigos fofocando e brincando, assim eu consegui me distrair. Depois voltei para casa com e , que acabou dormindo lá em casa.

Domingo, 12:00

Acordamos tarde graças a noite mal dormida, porque eu e decidimos fofocar desde: falar mal das pessoas de A á Z até falar de Lhamito, a lhama sexy dos sonhos da . Descemos as escadas e eu estava mais animada, o que deixou Marta alegre e inspirada para fazer panquecas para eu e . Depois das panquecas, decidiu chamar , e para fazermos um passeio. Eu estava de vela, mas não me importava, só aquelas criaturas pra me distraírem naquele momento. Fomos a uma sorveteria próxima e ficamos brincando de “eu nunca” com sorvetes até o cérebro congelar.
- Eu nunca comi sorvete até o cérebro congelar - falou.
- Seu mongol, você tem que falar algo que a gente já fez, mas você não - disse dando um pedala nele.
- Ah é, cara. - falou tomando mais um pouco de sorvete, fazendo todos nós gargalharmos.
- Eu nunca vi alguém tão interessado na minha amiga na mesa da esquerda - falou e nós viramos para esquerda sem disfarçar nem um pouquinho, deixando o garoto vermelho, mas já que todos tinham reparado, ele pareceu não se importar em se aproximar. Ele tinha os cabelos pretos, absurdamente lisos, caindo nos olhos verdes esmeralda, estonteantemente lindo. Mas não era meu .
- Olá - ele disse se aproximando -, vocês tão parecendo se divertir, posso me juntar a vocês? - ele sorriu abertamente para todos - Meu nome é Jesse.
- Fala ae, Jesse, senta ae. - falou dando espaço pra ele sentar ao seu lado, na minha frente.
- Desculpem eu ter me metido assim do nada, é que eu estava ali com o maior tédio, tenho que esperar minha irmã voltar de uma aula particular agora e fico esperando aqui...
- Relaxa, cara - falou e Jesse sorriu. - Mas, a propósito, eu sou e essa é minha namorada – ele falou apontando para , que sorriu.
- Eu sou e a menina linda do meu lado é minha namorada - ele falou dando um selinho na mesma.
- E eu sou a a menina vela - falei e todos riram.
- Está sozinha por que quer, né? Deve ter um monte de meninos atrás de você - ele falou me deixando vermelha.
- Ô, nem fala... - começou a falar, mas deu um tapa em sua cabeça.
- Mas e aí, Jesse, estuda aonde? - falou tentando desviar o assunto.
- Eu já acabei a escola e agora ajudo meu pai na loja dele.
- Legal, loja de quê? - perguntou.
- Instrumentos - Ele falou e eu vi os olhos de e brilharem.
- Agora corra, Jesse, eles vão pedir instrumentos com desconto para mudar o estilo da banda - falei sorrindo e Jesse sorriu pra mim.
- Vocês têm uma banda? Legal! - Ele pareceu realmente se interessar pelo assunto.
- Estamos começando, se quiser dar uma olhada um dia - falou.
- Claro, me passem um número que eu ligo pra vocês pra gente marcar um dia.
- Alguém passa ae que eu não sei meu número de cor - falou e eu revirei os olhos e passei o meu número pra ele, afinal eles sempre estavam grudados em mim mesmo.
Passamos o resto da tarde conhecendo um pouco de Jesse e ele um pouco da gente. E mais uma vez a banda estava com a corda toda, após um empurrãozinho do estranho Jesse.



Cap 6 - Me And My Heart We Got Issues

Segunda - feira, 6:30.

Era hoje que eu resolveria meu problema com . Já estava pronta para ir à escola, saí mais cedo de casa e, assim como no primeiro dia de aula, fui uma das primeiras a chegar. Sentei-me no estacionamento com os fones no ouvido. Esperei que milagrosamente chegasse cedo, coisa que eu só vi mesmo no primeiro dia de aula. Certamente iria passar para pegar em casa e passaria para pegar , eu esperava que Harry fosse junto com . Esperei mais alguns minutos. Já estava avaliando o tamanho das minhas unhas cogitando a ideia de voltar a roê-las. E então eu o vi entrando pelos portões do colégio e indo direto em direção a sala, levantei-me correndo e fui atrás dele.
- - chamei do corredor que ainda estava vazio e ele se virou com uma expressão triste no rosto. Ele caminhou lentamente até mim me olhando nos olhos, o que quase me fez derreter.
- Me desculpa. - falamos juntos e então esboçamos sorrisos fracos. Então ele fez um sinal com a mão para que eu esperasse ele falar.
- Você estava certa, eu deveria ter te escutado e nós resolveríamos nossa situação aos poucos, eu não deveria ter me exaltado, batido a porta e saído do jeito que saí da sua casa. Mas mantenho minha palavra de que vai me conhecer. - Ele falou de um jeito doce.
- Eu aceito suas desculpas, mas acho que eu também tive uma parcela de culpa, eu estava te conhecendo aos poucos e eu não precisava ficar apressando isso. Eu só estava com a cabeça cheia. - Eu falei e então ele me abraçou, ficamos assim alguns segundos.
- Então estamos como antes? - falou sorrindo e se separando do abraço.
- Claro, só vamos pegar leve hoje... - Falei rodando um anelzinho em meu dedo.
- Por causa do Harry - completou sério, mas sem nenhum tom de amargura na voz.
- Isso. - Olhei pra baixo e ele segurou minha mão.
- , do mesmo jeito que você não quer estragar sua amizade com ele eu também não quero estragar uma amizade que estava começando. Além disso, eu e ele não podemos ficar mal, somos parceiros de banda.
- Em falar em banda, arrumamos um novo fã.
- Arrumamos? Você faz parte da banda, ? - ele falou cutucando minha barriga, fazendo com que eu me contorcesse.
- Claro, eu sou a inspiração da banda e sou a animadora também. - sorri pra ele.
- Da banda eu já não sei, mas minha inspiração você é - ele falou dando um sorriso maroto.
- Que garanhão - falei levantando uma sobrancelha e dando um selinho nele, enquanto eu ainda tinha tempo.
- , você vai fazer algo hoje? - pegou na minha mão e nós fomos caminhando pra sala.
- Acredito que não. - Revirei minha mente a procura de algo que deveria fazer.
- Você aceitaria ir lá em casa? Quero passar um tempo com você. - ele falou ficando meio vermelho.
- Tudo bem. - sorri pra ele com os olhinhos brilhando.
- Eu te busco às 2:00?
- Não precisa me buscar, eu chego lá às 2:00 - falei sorrindo tentando disfarçar o fato de que eu além de não querer dar trabalho a ele, também não queria dar uma oportunidade de Harry acabar me vendo com , eu estava morrendo de medo de magoá-lo.
- Então tudo bem - sorriu abrindo a porta da sala.
Ficamos mais um tempo lá conversando até que o sinal bateu e nossos amigos chegaram.
- Bom dia, pimpolhos - chegou dando beijinhos na minha testa e de , fazendo que estava atrás dela sorrir. Acho que tudo que fazia, para , era a coisa mais linda e engraçada do mundo. e passaram o olhar de mim para e deram um sorrisinho malicioso que eu fiz questão de fingir que não vi. Logo atrás veio Harry, que tentou esboçar um sorriso para mim e para , depois abaixou os olhos e aquilo me partiu o coração. Meu melhor amigo estava magoado por minha causa.
O professor entrou na aula e assim que ele se virou para escrever no quadro senti um papel ser tacado em mim, olhei para trás e deu um sorriso. Abri o papel que ela havia escrito.

Espero que não fique chateada, mas eu e conversamos sobre sua situação com Harry hoje, ele não está totalmente bem, mas disse que pela sua felicidade aguenta qualquer coisa. Ele está se esforçando, mas dêem uma colher de chá pra ele. –

Amiga, obrigada por conversar com ele, não sei se teria essa coragem, você e são meus anjos. Eu já tinha comentado com mais cedo sobre isso, nem eu nem ele queremos magoar o Harry. Ver ele assim hoje me partiu o coração. Confusão maldita. -

Ainda se sente confusa? Ih, . Mas relaxa, amiga, calma, vamos ver no que isso vai dar, aproveite o momento com . -

, isso é horrível, parece que estou fazendo um test drive –

Amiga, você é muito difícil! falou que essas confusões de sentimentos costumam acontecer nessa idade. Espero que ele esteja falando de um caso de fora e não esteja dando indiretas que isso esteja acontecendo com ele -

Relaxa, ele veio de um lugar distante pra ficar com você -

Não veio só ficar comigo, não me enrole -

, se concentra! Você e não têm problemas. Eu, e Harry temos. –

Amiga, pense pelo lado bom, olha a quantidade de homens que você tem, e ainda tinha o Jesse te dando muito mole na sorveteria -

Não quero quantidade e sim qualidade, minha querida, e quero o mesmo pros meus amigos e isso inclui Harry. Não quero sofrer, não quero que Harry sofra, não quero que sofra e chega de escrever que daqui a pouco vai acabar querendo ler isso. Te amo, gatinha. –


Então entreguei o papel pra e voltei a me concentrar na aula. Era tudo que eu queria agora, me concentrar nas matérias, esquecer de tudo, pelo menos um pouco.
- Professor, posso ir ao banheiro? - pedi assim que percebi que tudo que o professor falava soava na minha cabeça como “blá, blá, blá”. Ele me deu autorização e eu saí da sala. Caminhei devagar pelos corredores que iam em direção ao banheiro.
- É incrível sua capacidade de nunca acompanhar uma aula inteira sem sair da sala - ouvi aquela voz irritante atrás de mim.
- Tá me seguindo? - Perguntei virando-me e me deparando com os olhos negros de James.
- Não seja prepotente, , estou vigiando os corredores, é o meu trabalho. - ele falou com um sorriso cínico no rosto.
- Tem outros corredores por lá, sempre está nos mesmos corredores que eu, na mesma hora que eu - falei apontando para os corredores que ficavam do outro lado.
- Digamos que eu já sei a hora que alunos cabuladores de aula como você saem de sala e sei o lugar onde eles mais adoram perambular.
- Anos de prática, né? - falei ignorando-o e voltando a fazer meu caminho para o banheiro.
- É tão abusada e cheia de si como Eric. - Ele falou com uma voz de nojo ao falar o nome do meu irmão.
- Não use o nome do meu irmão com esse seu tom nojento. Eu não sei o que tem contra ele, muito menos contra mim. Só não ouse mais falar dele assim. - Virei-me pra ele com uma raiva que nunca senti antes.
- O que tenho contra seu irmão e você só diz respeito a mim, e você tem que parar com essa mania de achar que é superior aos outros, garota.
- Ou o que vai me botar pra limpar o resto do Colégio? - falei sorrindo debochadamente pra ele. E ele deu meia volta irritado demais para voltar a me enfrentar. Juro que vi fumaças saindo de seus ouvidos.
Fui até o banheiro e lavei o rosto na esperança de extravasar um pouco da raiva que James me proporcionava. Voltei logo pra sala para evitar que o professor mandasse algum inspetor atrás de mim.
- Por que a demora, ? - o professor olhou através de seus óculos grandes demais para seu rosto.
- James - falei simplesmente e o professor não fez mais perguntas. Segui para minha cadeira.
- O que aquele cara fez? - perguntou preocupado.
- Nada, amor, o de sempre, só que sem a detenção no final - dei um sorriso pra ele.
- Você parece um pouco nervosa - ele falou segurando minha mão discretamente.
- Só não gostei de umas coisas que ele falou, mas vai passar - falei passando meu polegar na mão dele que segurava a minha.

Após o fim da aula decidi voltar para casa com Harry, eu não podia ficar evitando ele pra sempre. Alguns minutos de caminhada lenta e o silêncio já me corroia, não que eu tivesse algo contra o silêncio, mas é que silêncio era uma palavra que não existia quando se tratava de mim e Harry.
- Harry - comecei a falar sem saber o que falaria a seguir
- Que estranho - ele me cortou.
- O quê? - perguntei nitidamente confusa e ele deu um sorrisinho de lado.
- Você não tá me chamando de Big tiger. Qual é, , não vamos deixar a conversa de ontem estragar tudo. O que eu falei ontem é o que eu sinto, mas uma coisa que nunca quero perder é sua amizade, mas quero sua amizade por completo, do mesmo jeito que era antes. - ele falou e um sorriso brotou dos meus lábios sem que eu nem percebesse. Era fácil sorrir com Harry, era simplesmente natural. Era incrível ter alguém como ele, alguém que acima de tudo só quer que você se sinta bem.
- Eu te amo, Big tiger - abracei ele com vontade e apertado e sem previsão de quando iria soltar.
- Também te amo, coelhinha - ele falou me abraçando mais forte - Só faltou o aqui nessa melação gay.
- Você não muda, peste - falei dando um tapa em seu braço.
- O combinado não era não mudar? - ele falou levantando uma sobrancelha com uma expressão sapeca e eu apenas ri.
Harry ficou em sua casa e eu fui correndo para a minha. Tinha que me arrumar logo para encontrar . Eu estava nervosa, o que será que ele tinha aprontado?!
Tomei um banho rápido, coloquei uma calça jeans com uma bata lilás e meu all star branco. Coloquei o celular no bolso, desci as escadas e comi alguma coisa rápida, enquanto Marta reclamava que eu tinha que me alimentar melhor. Saí de casa e fui caminhando lentamente até a casa de .

Segunda - feira 2:00 pm.

Estava parada na porta de , cheguei exatamente às duas horas. Fiquei uns segundos encarando a porta. Eu deveria bater ou ligava para ?! Decidi bater na porta. Após a segunda batida, a porta foi aberta nada mais nada menos que por .
- Oi, amor, você está linda - ele me puxou e me deu um beijo rápido.
- Obrigada - “e você fica mais fofo conforme o tempo passa” foi o que pensei em dizer, mas preferi deixar quieto.
me puxou para dentro de casa, e me conduziu para a sala de estar que ficava no primeiro andar mesmo. Pelo jeito não havia ninguém em casa.
- Meus pais devem chegar mais tarde - falou se sentando em um sofá e me puxando para sentar ao seu lado.
- , eu tive uma ideia - falou com um sorriso tímido.
- Que ideia, amor? - falei me endireitando no sofá, me virando de frente pra ele.
- Um jogo de perguntas, pra gente se conhecer - Ele falou e eu simplesmente sorri. Foi a coisa mais simples e mais fofa que eu poderia ouvir dele naquele momento. Ele estava tentando fazer com que tudo desse certo entre a gente. E, mais uma vez, eu cheguei a seguinte conclusão, era apaixonante.
- Ótima ideia - sorri e ele sorriu de volta.
- Primeiro as damas - ele me incentivou a começar.
- O que você pensou que ia encontrar no colégio novo? - perguntei sem pensar muito.
- Pessoas novas, e eu esperava que elas fossem legais.
- E elas são legais?
- São melhores que isso, os meus parceiros são super engraçados e as garotas são lindas e simpáticas, eu tenho uma favorita, mas acho melhor não espalhar senão rola um ciúme. - ele falou brincando e eu ri.
- Você fez duas perguntas, sua fominha, eu também tenho direito de fazer, tá - ele me deu um peteleco no nariz.
- Então manda ver, fofura - cruzei as pernas e fiquei admirando .
- O que você esperava desse novo ano no colégio? - Ele perguntou.
- Que entrassem pessoas mais interessantes - dei um sorriso para ele - E que as coisas entre meus amigos dessem certo.
- O que você achou de mim quando me conheceu? - Ele falou fitando meus olhos, realmente interessado no que iria responder.
- Sinceramente, quando te conheci, te achei tímido e bonito, mas não achei que seria metade do que você é hoje pra mim. Eu sei que não faz muito tempo desde o dia que te conheci, mas muita coisa já mudou nesse pouco tempo.
- Mudou pra melhor ou pior?
- Já está fazendo três perguntas, fominha - ri da cara dele. - Mas vamos dizer que para melhor, mesmo que com algumas complicações tudo está fluindo para que tudo dê certo.
- E você, o que achou de mim quando me conheceu?
- Na verdade, quando conheci você e as meninas, achei as três muito bonitas e alegres, mas você me chamou a atenção e... - ele enrolou um pouco.
- E? - eu falei para que ele prosseguisse logo.
- E você meio que me assustou.
- Te assustei como? - perguntei confusa.
- Sei lá, , tipo, não no primeiro momento que te vi, mas depois quando nos encontramos na casa do Harry e eu passei mais aquele pouco tempo com você, eu fiquei envolvido de um jeito que nunca fiquei antes, foi muito rápido. Nunca achei que uma coisa dessas fosse possível. - As bochechas de coraram logo que ele terminou de falar e a vontade que eu tive era de apertar, mordiscar e beijar , tudo ao mesmo tempo, mas preferi fazer só a última coisa da lista. Aproximei-me dele sorrindo e o beijei, e eu senti uma felicidade me invadir por completo. Eu estava com , ele estava tentando fazer tudo dar certo entre nós, e eu não deixaria nada mudar isso.
O resto da tarde se passou assim, com e eu conversando sobre nossas aventuras do passado, vendo fotos e gargalhando. Mais tarde, quando seus pais chegaram, fizemos um lanche e conversamos um pouco. Os pais de eram adoráveis, vi logo de quem puxou aquele seu jeitinho maravilhoso. Mas a noite logo chegou e no outro dia ainda teríamos aula.
- Tenho que ir! - falei já na porta da casa de .
- Por quê? - ele falava fazendo um biquinho que eu considerava absurdamente gay, mas nele até que ficava bonitinho.
- Porque embora minha mãe esteja do outro lado do mundo, ela tem uma espiã super fofa que mora lá em casa e passa relatórios pra ela de tudo que eu faço - dei um selinho rápido nele que continuou fazendo aquele bico - E para de fazer esse bico, .
Ele gargalhou e pegou na minha mão.
- Vou te levar em casa, está tarde pra você andar sozinha.
- Ah, que isso, , às vezes eu saio bem mais tarde da casa de e Harry e volto sozinha - falei tentando convencê-lo a ficar em casa.
- Jura? Deve ser por que dando cinco passos você está em casa. - ele disse sarcástico e eu dei um tapinha em seu braço.
- Ok, mandão, bora - falei puxando ele. Fomos caminhando em silêncio, um silêncio bom, sem constrangimentos. Uma brisa fria tocou minha pele e senti meu braço ficar arrepiado. também pareceu notar porque ele se colocou atrás de mim me abraçando, e nós fomos caminhando assim pela rua agarradinhos, e pra mim aquela posição não era incômoda. Ao contrário, ela era agradável, confortável e me aquecia por fora e por dentro.
Chegando à porta de casa, me deu mais um daqueles beijos maravilhosos, depois encostou sua testa na minha e nós ficamos de olhos fechados apenas sentindo a respiração um do outro.
- - ele sussurrou.
- - eu falei baixinho e ele deu uma risadinha.
- Lembra de mim essa noite?
- Difícil não lembrar do que a gente não esquece - eu disse e abri os olhos e me deparei com aqueles olhos lindamente me olhando de uma forma doce.
- Eu te adoro - ele me deu um selinho
- Eu também, muito. - Ele me deu um último beijo e abriu a porta para que eu entrasse. Depois ele foi caminhando pela rua com as mãos nos bolsos. E eu me dei conta que eu não conseguiria mais ficar sem .


Cap 7. - Though I feel so sad, I can't believe things are really that bad.

Terça-feira 7:00 am

#Harry’s POV

Estava um belo dia de Sol. Todas as meninas da escola vestiam as saias mais curtas que tinham, aquelas que usavam na 5ª série e, inacreditavelmente, ainda cabiam nelas. Vários meninos admiravam suas belas pernas, quanto mais meninas com as pernas de fora passavam, melhor pra eles. Lamentavelmente eu não estava com nenhuma vontade de olhar para outras meninas. Eu queria ela, . A mesma estava um pouco mais a frente, no bebedouro conversando com e . O Sol batia em seu cabelo e ele brilhava mais que o normal, seu sorriso estava mais alegre do que esteve nos últimos dias, e eu não sabia se o brilho nos seus olhos era causado pela claridade ou se era somente alegria. Ok, eu sabia o verdadeiro motivo de ela estar tão linda e radiante. Ela estava apaixonada, só que infelizmente não era por mim. era o felizardo que havia ganhado o coração da minha menina, e por mais que eu quisesse, não conseguia sentir mais raiva de . Ele a fazia feliz, e não seria eu que iria estragar aquela felicidade. Eu havia decidido, teria que me habituar com tudo, não demonstraria nenhum tipo de tristeza perto dela. Continuei observando-a e, então, ela deve ter percebido, porque olhou nos meus olhos e sorriu pra mim.
- Terra chamando Harry - passou a mão em frente ao meu rosto, tentando chamar minha atenção.
- Foi mau, cara, tá aí há muito tempo? - virei-me pra , que gargalhou.
- Não, cara, acabei de chegar - ele colocou o braço sobre o meu ombro - Mas então, cara, temos que marcar uns ensaios pra banda. Achei melhor falar com você primeiro já que a casa que nós usamos é sua e tal.
- Minha casa está às ordens. Quando quiserem marcar, estarei lá, eu não faço nada mais útil mesmo.
- Então demorou! Viu ou por aí? Temos que avisá-los.
- foi na secretaria ver alguma coisa com os horários dele e ... - olhei em volta para ver se ele já havia chegado, e então eu o achei, beijando a . Meu coração afundou naquela hora, mas eu não iria deixar aquilo me afetar.
- É, acho que eu já encontrei - olhava na mesma direção que eu.
- Pois é - Desviei o olhar e senti que me analisava - Vou procurar o .
- É, vai lá, cara - deu tapinhas nas costas e eu fui em direção a secretaria.
Chegando lá, vi tentando com toda sua simpatia trocar seus horários, assim como conseguirá fazer para termos todas as aulas juntos. Ele estava quase conseguindo. Dona Maggie era a funcionária mais fácil de agradar daquele colégio. Esperei mais uns minutos até que ele conseguisse terminar sua missão. Não demorou muito e ele veio com um sorriso de orelha a orelha.
- Vou poder passar todas as aulas com a - ele sorriu. Será possível que todos estivessem tão apaixonados?
- Que bom, cara - sorri - Mas então, vamos marcar um ensaio?
- Claro, quando?
- Falei com que quando vocês puderem estarei lá.
- Podíamos marcar hoje?! - ele deu de ombros.
- Só temos que falar com - comentei.
- Pode deixar, eu falo com ele - afirmou e então caminhamos para a sala.

#’s POV

- ! - exclamei.
- O quê, amor? - perguntou com um sorriso fofo.
- Você está olhando para os lados - fiz biquinho.
- Mas eu não tenho culpa se pra todo lado tem meninas com pernas de fora - ele brincou. - E, além disso, suas pernas são as mais bonitas deste lugar.
- Bobo. - Fiquei vermelhinha.
- É verdade! Pergunta praqueles brutamontes que estão quase engolindo você com os olhos ali - ele apontou pro time de basquete com a cara emburrada.
- Não se preocupe, as minhas pernas são só suas - dei um selinho nele.
- Só as pernas? - ele questionou. - Você é fominha, hein?!
- Só quando se trata de alguma coisa realmente boa - ele fez uma expressão sapeca e eu dei um tapa em seu ombro. - Tapa de amor não dói.
- Que bom, porque você ainda vai receber muitos.
- Tem algo que você faz com amor bem melhor que bater, e não dói - ele se aproximou - isso aqui - Ele colou seus lábios nos meus vagarosamente colocando as mãos na minha cintura, então, finalmente, me beijou calmamente. O clima que já estava quente conseguiu ficar mais quente ainda.


Quando todos já estavam em sala, James comunicou a turma para que se organizassem, pois dentro de alguns minutos a diretora iria nos dar um comunicado. Como todos na escola pareciam ter medo dele, imediatamente todos se aquietaram e eu simplesmente revirei os olhos. A senhora Missy apareceu em nossa sala pouco mais que um minuto após a saída de James. Missy era uma senhora loira com grandes olhos verdes e bondosos.
- Bom dia, queridos! - ela deu um grande sorriso que mostrava todos os seus dentes perfeitamente brancos. - Como sabem, o Colégio pretende fazer um projeto com vocês, só que dessa vez, decidimos que queríamos trabalhar mais o lado social com vocês.
Ela falava e todos pareciam estar muito curiosos.
- Como trabalhar o lado social, senhora? - uma menina perguntou a frente da sala.
- Bem, querida, ao invés de fazermos trabalhos, faremos um passeio para, além de que possamos conhecer vocês, vocês possam se conhecer melhor entre si. E no final disso tudo, todos farão apresentações culturais para que possamos conhecer melhor nossos alunos.
- E como e quando será feito esse passeio? - questionei curiosa.
- Vocês iriam passar uma semana no sítio do Colégio, e nós partiríamos semana que vem na segunda e voltaríamos na sexta.
- Mas o que isso tem a ver com os estudos, senhora? - uma menina absurdamente nerd perguntou.
- Só é uma forma de nos conhecermos melhor, querida, para vermos os melhores métodos de ensino pra vocês. É uma ótima época pra esse tipo de passeio. Início de ano é a chance perfeita para os alunos novos conhecerem as pessoas e a equipe do colégio conhecer seus alunos.
- Eu achei isso uma ótima idéia - exclamou abraçando , que riu.
- Que bom que gostou, senhor ! Espero que todos tenham gostado. Os formulários serão entregues daqui a pouco. Agora irei me retirar para que prossiga o estudo de vocês. Bom dia, meninos! - Missy se retirou da sala e um murmúrio geral se promoveu na sala de aula. As pessoas faziam planos sobre o que iriam fazer no passeio, os nerds reclamavam e eu estava muito empolgada.


Terça-feira 2:00 pm

- Harry eu quero ver o Bob esponja - tentei pegar o controle de sua mão.
- Vê se cresce, pentelha, vamos ver um filme - ele passava os canais com o braço bem afastado de mim.
- Eu também voto no Bob esponja - estava jogado no sofá esperando que Harry colocasse no canal que desejávamos.
- Eu me sinto uma mãe perto de vocês - Harry revirou os olhos colocando no Bob esponja.
- Gay - tacou um almofada nele - Ao invés de se sentir Pai você se sente Mãe? Que viadinho.
- Vai caçar uma mulher, - Harry tacou a almofada novamente nele.
- Eu já tenho uma, mas ela tem obrigações a cumprir.
- Gente, o que acharam desse negócio do passeio do colégio? - interrompi a discussão dos meninos.
- Eu me animei com essa história, cara! Imagina, uma semana sem estudos, com meus amigos curtindo um Sol e com minha garota - falou com os olhinhos brilhantes.
- É, eu até que gostei também, sabe, me tira um pouco desse tédio que é ficar em casa todos os dias sem fazer nada - Harry falou não tão animado.
- Ai, seu sem vida, animação - subi em cima de Harry sacudindo o mesmo, que riu.
- Vocês não crescem - gargalhou.
- Ai, vocês tão chatos com esse papo de crescer hoje - revirei os olhos.
- Own, nossa pequena com síndrome de Peter Pan - apertou minhas bochechas e eu fiz uma expressão de criança emburrada.
- Quero doce - fiz cara de pidona.
- Ela imita muito bem uma criança - Harry apertou minhas bochechas também.
- Eu não estou imitando, eu realmente quero doce, AGORA - me levantei do sofá indo em direção a porta.
- Aonde você vai? - Harry pareceu confuso.
- Comprar doces - falei de uma forma como se fosse óbvio, o que fez rir.
- Ela não muda, sempre com essas doideras repentinas - Harry balançou a cabeça.
- Vocês vêm comigo?
- Claro! - Os dois levantaram e fomos à praça.

Harry e foram comigo à praça em que nos conhecemos, que, aliás, era a única que eu conhecia ali por perto. Compramos doces com o tiozinho que sempre ficava lá e depois decidimos resgatar a nossa infância e fomos brincar.
- Mais alto, Harry - eu me balançava enquanto Harry me empurrava - Você não era o fortão?
- Eu sou, só que você está pesada.
- Tá me chamando de gorda?! - Parei o balanço.
- Ai, te chamou de gorda, eu não deixava, hum - fazia aqueles gestos de criança tipo “rachou a cara”. Eu entrei na brincadeira e então fui correndo atrás de Harry, que gargalhava.
- Tão gordinha e lentinha - ele cantarolava enquanto corria.
- Deixa eu te pegar, Judd, você vai ver só - Eu corria atrás dele enquanto se sentava em um banco com um pirulito em uma mão e o celular em outra.
Eu corria o mais rápido que podia, sentia o cansaço e o ar me faltar. Mas eu me sentia bem, eu me sentia livre e feliz como se fosse uma criança novamente. Como era tudo no princípio, , eu e Harry. Cheguei bem próxima de Harry e dei um impulso me jogando em cima dele que caiu de cara na grama.
- E aí, big tiger, pode dizer que sou foda - saí de cima dele me deitando ao seu lado na grama.
- Você é foda - ele repetiu monotonamente e depois sorriu.
- Eu sabia - pisquei pra ele.
- Tem mais uma coisa que você é e não sabe.
- O quê?
- Que você é linda - Harry pegou minha mão e ficou fazendo carinho, ficamos ali um olhando pro outro sorrindo. Só então parei pra reparar como ele era lindo. Ao mesmo tempo em que tinha um porte de homem sexy, que fazia qualquer garota suspirar, tinha também seu lado criança que estava estampado no seu sorriso e no seu olhar.
- E você é um amor - dei um peteleco em seu nariz e me levantei. Não queria passar muito tempo com esses tipos de carinho, com medo de dar alguma falsa esperança a Harry. se aproximou com o pirulito em sua mão quase no fim, e enfiou o celular em seu bolso.
- falou que já está indo para sua casa, Judd. Vamos começar os ensaios.
- E o ? - perguntei e Harry virou o olhar para as crianças do outro lado disfarçadamente.
- está com - sorriu - Vamos.

Chegamos à casa de Harry em poucos minutos e quando entramos lá, nos deparamos com e no sofá.
- Você deixou a porta aberta - disse como quem se desculpa.
- Mais um que descobriu que você sempre deixa a porta aberta, Big tiger - falei e então fui em direção a que estava absurdamente lindo. Ele se levantou do sofá me deu um pequeno beijo e então me abraçou.
- Espero que esse ensaio seja bom, porque estou com vontade de ouvir música boa - me joguei no sofá puxando junto comigo, que passou o braço por minha cintura.
- Esse ensaio vai ser maravilhoso - deu uma piscadinha.
- chega que horas? - adivinhei o motivo de porque ele estava tão animado com o ensaio
- Daqui a meia hora - ele sorriu abobalhadamente.
- Então eu vou lá arrumar as coisas, esperem as meninas aí - Harry falou indo em direção ao porão.
- Espera, cara, eu vou te ajudar - deu um beijo em minha testa e foi atrás dele.

#’s POV

Eu estava nervoso porque afinal de contas eu nunca fui o melhor amigo de Harry, chegamos a ser amigos, colegas de banda. Mas eu não sei se me sentia a vontade pra ter uma conversa sobre sentimentos com ele. Mas eu precisava fazer aquilo, pelo meu bem, pelo da banda, pelo de e para o próprio bem de Harry. Eu andei em direção as caixas de som e fiquei olhando pro chão, pensando em como começar a falar. Harry olhava todos os detalhes de sua bateria, e eu ainda estava ali parado igual a um idiota.
- - Harry me chamou.
- Oi. Foi mal, Harry, só estava distraído.
- Nada, cara, mas distraído com...
- Na verdade estava preocupado em como começar essa conversa com você - sorri fracamente - Harry, eu sei que não deu tempo de nos conhecermos muito, mas desde o primeiro dia aqui, eu vi você e os meninos como meus amigos, e eu sei que essa situação que está ocorrendo, sabe, da , pode ter causado mudanças entre o nosso convívio. Eu juro que não fiz por mau, cara, eu não sabia, eu simplesmente me apaixonei por ela. Mas eu só não queria que isso afetasse a amizade que eu imaginei que poderia progredir, e afetar nosso desenvolvimento na banda. - Soltei tudo de uma vez e Harry ficou me olhando por um tempo.
- Bom, deve estar bem na cara que eu gosto dela, não é?! - Harry deu um sorriso triste e olhou pro chão - Eu também não quero problemas, , eu quero ser seu amigo, quero que nossa banda dê super certo, só que esse sentimento foi descoberto recentemente, então eu ainda não me acostumei com isso tudo. Então desculpa se algumas vezes eu for meio frio e tal, eu não quero ficar reprimindo o sentimento de vocês, mas também não sou de ferro, não vou ver vocês dois se beijando e ficar sorrindo. Mas fora isso, não se preocupe, ainda te considero meu amigo e por um momento fiquei com raiva de você, mas eu sei que você não tem culpa. Não temos culpa se é a menina de nossa vida.
Então eu me aproximei de Harry e dei um abraço com batidinhas nas costas. Coisa de homem.

# ’s POV

Estava no sofá com e matando o tempo enquanto esperávamos as meninas chegarem.
- Sete letras e a dica é ? - pensava em alguma resposta para a forca.
- Tem a ver com o quê? como dica é muito vago, se for assim a palavra pode ser cabra. -
- Tá perto disso - Sorri com a tentativa deles.
- Tem a ver com as fantasias de casamentos futuros dela? - perguntou.
- Sim - sorri marotamente.
- Fudeu! Pode ser o Cristiano Ronaldo, Kayke Britto... - começou a listar.
- Se tiver a ver com casamento seria você né, idiota. - deu um pedala no mesmo - Então, ?! - arriscou ele.
- Quase! - eu fazia desenhos pelos cantos da folha me divertindo com as tentativas deles.
- Ah, desisto, fala logo, - largou sua caneta na mesa.
- Eu também - largou sua caneta também.
- Lhamito, né, gente!
- WTF? - se exaltou. Esse menino tinha que aprender a perder
- É a lhama sexy dos sonhos dela. - argumentei como se fosse óbvio.
- E por que quando falei você falou que tava quase? - perguntou confuso.
- , animal, lhama... Faz sentido - dei de ombros fazendo gargalhar e deixando com cara de criança que deixou o doce cair no chão.
- Own, meu macaquinho, é brincadeira - apertei ele em um abraço e então senti meu celular vibrar.
- Opa, tão me ligando - dei um pulo do sofá indo para a janela onde o celular pegava melhor. Olhei a tela e não reconheci o número, então atendi.
- Hello?!
- ! É o Jesse aqui, o da sorveteria, lembra?
- Oi, Jesse! Lembro sim, claro - e me olhavam do sofá curiosos.
- Mas e aí, que vai fazer de bom hoje?
- Na verdade estou aguardando pra ver um ensaio da banda, tá afim de ver? - eu roia minhas unhas enquanto falava com ele.
- Claro! Me manda uma mensagem com o endereço que eu passo aí.
- Ok, então, beijinhos - desliguei o telefone, em seguida digitei a mensagem. Sentei-me novamente no sofá.
- Jesse está vindo pra cá ver o ensaio de vocês - comentei avaliando minhas unhas.
- Que bom, mais plateia - sorriu e então ouvimos a campainha.
- Eu atendo - saiu correndo para abrir a porta. Quando ele voltou à sala estava acompanhado de e , que foi correndo de encontro a . E eu fiquei ali de vela só apreciando os casais.
- Vamos? - perguntou puxando .
- Podem indo na frente, eu tenho que esperar o Jesse, senão ele chega e nós não ouvimos.
- Então tá bom, até já, amiga - se despediu. , e a seguiram.
Joguei-me no sofá e fiquei mexendo em meu celular, olhei umas fotos, umas mensagens e até joguei um pouco. Comecei a ficar entediada, só queria que Jesse chegasse logo para eu poder ouvir os meninos tocarem e, além do mais, eu não aguentava mais ficar ali sozinha, se tinha uma coisa que eu não suportava era solidão. Tentei me concentrar novamente no joguinho do meu celular, mas então a campainha tocou. Amém. Abri a porta e me deparei com Jesse sorrindo de uma forma infantil, absurdamente fofa, foi inevitável não sorrir, mesmo estando irritada pela demora, era como você não sorrir pra um bebê.
- Você está atrasado, fofinho.
- Desculpa, , tive que levar minha irmã na casa de uma amiga - ele tentava se explicar.
- Tô brincando, Jesse. Agora vamos logo que eu tô doida pra ver os meninos tocando - puxei ele e fui correndo para o porão. Chegando lá, as meninas estavam dançando e dando gritinhos histéricos para seus respectivos namorados, que não tiravam o sorriso bobo do rosto. e Harry estavam absurdamente concentrados em seus instrumentos. Passado alguns instantes, levantou o rosto e então sorriu pra mim.
Eu me juntei às meninas que continuavam a dançar, vendo o sorriso de se transformar em gargalhadas. Passei o olhar pra Harry, que nesse momento também me olhava sorrindo. Eu me sentia tão bem ali, com todos os meus amigos juntos se divertindo, sem nenhuma tensão entre nós e pra melhorar acho que “nós” estávamos ganhando mais um fã pela cara de Jesse, ele havia gostado da banda.
- Seus amigos tocam muito bem - Jesse se aproximou de mim pegando em minha mão para dançar comigo.
- Sempre disse que minhas crianças tinham talento - sorri pra ele enquanto ele me girava no ritmo da música.
- Você que ensinou tudo isso pra eles, foi? - Jesse falou em meu ouvido, o que me deixou incomodada, fazendo com que eu me afastasse um pouco. Ele pareceu não perceber porque me puxou novamente pra perto.
- Jesse, eu vou me sentar, cansei de dançar - inventei uma desculpa para me afastar.
- Eu te acompanho - ele me seguiu e sentou no puff ao meu lado. Assistimos ao resto do ensaio sentados e trocamos poucas palavras. largou seu instrumento e veio na minha direção, me dando um abraço apertado e em seguida me dando um selinho.
- Amor, você tá suado - fiz bico pra .
- Tô marcando território, amor - ele riu e eu enchi ele de beijinhos. Virei os olhos e me deparei com Harry rindo, olhando a cara de Jesse, que parecia sentir nojo.
- Ah, oi, eu acho que não te conheço. Sou – ele se apresentou a Jesse que deu um sorrisinho falso.
- Sou Jesse.
- E eu sou Harry - Harry estendeu a mão para Jesse que a apertou.
- Então, Jesse, curtiu o som? - perguntou abraçado a .
- Gostei muito, cara, mas acho que o poderia dar uma melhorada - ele deu um sorrisinho afetado para , que fechou os punhos.
- Então eu vou pegar alguma coisa pra beber. Amor, vem comigo? - pensei em uma forma de aliviar a tensão afastando dali. Jesse estava se mostrando alguém diferente, e eu não estava gostando.
me seguiu até a cozinha, chegando lá, ele se sentou enquanto eu ia em direção a geladeira.
- Quer alguma coisa? - abri a geladeira procurando alguma nutella.
- Não, amor, obrigado - ele estalava os dedos, olhando pra baixo. Aproximei-me dele com o meu amado pote de nutella e coloquei uma pontinha em seu nariz.
- Agora eu devo estar uma delícia - ele riu.
- Você sempre está - dei uma piscadinha pra ele.
- Amor, você está ficando meio pervertida - mordeu minha bochecha.
- Você que fica cada dia mais provocativo - dei um beijo na ponta de seu nariz, limpando o chocolate. Então ele me puxou, me dando um beijo diferente dos outros. Esse beijo era rápido, cheio de desejo, cheio de... paixão?! me puxou mais pra perto, grudando meu corpo no dele. Suas mãos estavam brincando com a barra da minha blusa. Eu não era do tipo que deixava aquele tipo de coisa acontecer, mas tinha uma força maior que eu que não me permitia parar. Ele foi me levando vagarosamente sem se afastar de mim até a parede, onde me prendeu. só separou nossas bocas no momento em que seus beijos passaram para meu pescoço e dali ele trilhou para o lóbulo da minha orelha, onde deu uma pequena mordida. Senti minha pele ficar arrepiada e então ele voltou a me beijar. Meu coração estava descompassado, minha respiração estava falha, e meus sentidos estavam todos perdidos, eu nunca havia sentido nada igual. Espalmei minha mão no peito de na intenção de afastá-lo. A qualquer momento alguém poderia entrar na cozinha, mas eu não tive forças e então minhas mãos trilharam para seu pescoço e subiram até seus cabelos, que eu puxava devagar.
- É melhor a gente pegar algo pra beber outra hora - ouvimos a voz de e nos separamos, reparando que tínhamos plateia. , , e estavam vermelhos e com sorrisos acusadores. Mas o que me preocupava não era aquilo, o que me preocupava era Harry, que estava logo atrás deles, olhando em meus olhos sem reação, meio incrédulo. Eu me sentia horrível naquela hora, eu não sabia se corria e abraçava ele ou se ia embora dali. Optei pela segunda opção, eu era absurdamente covarde.
- Eu acho melhor eu ir embora - abri caminho entre eles e simplesmente fui, sem nem esperar uma resposta. Segundos depois que bati a porta, ouvi uma segunda batida e alguém segurou em meu braço.
- Ei, não fica assim. A culpa foi minha – me abraçou.
- Não foi culpa sua, eu deveria ter parado, eu sabia que a gente estava na casa dele, eu sabia que ele gostava de mim e poderia ver aquilo e, ainda assim, não me refreei - as lágrimas já rolavam pelo meu rosto.
- Amor, vai ficar tudo bem.
- Só me leva pra casa agora, , por favor - ele me olhou com compreensão, pegou em minha mão e fomos caminhando em silêncio. Menos de cinco minutos e estávamos na porta de minha casa. beijou minha testa, meio que apreensivo com o que fazer. Eu o puxei levemente e pousei um pequeno beijo em seus lábios que esboçaram um sorriso de alívio.
- Você é muito especial pra mim - ele pegou em minhas mãos e brincou com meus dedos. - Qualquer coisa que eu fizer e não te agradar, me fale. Tudo que eu faço por você e com você tem que ser perfeito.
- Você já é perfeito, eu que sou complicada demais, desculpa. - olhei para nossas mãos juntas, e vi como se encaixavam perfeitamente. Eu não queria perder aquilo.
- Complicada e perfeitinha, você me apareceu. Era tudo que eu queria, estrela da sorte - ele cantou baixinho em meu ouvido e eu esbocei um sorriso.
- Obrigada - sussurrei.
- Pelo o quê?
- Por existir, só por estar aqui - e então eu o beijei, lentamente e ele retribuiu da forma mais doce possível.

Cap 8 - This is our fate, I'm yours

Quarta-feira, 6:30 manhã
Abri os olhos lentamente, eles estavam levemente ardidos. Tentei me levantar, mas senti meu corpo mole. Assim que fiz menção de tirar o cobertor de cima de mim, senti um frio terrível. Passado alguns minutos me dei conta de que teria que levantar para me arrumar para a escola. Assim que o fiz, senti o frio me golpear mais uma vez e então estremeci, só então eu percebi que estava tremendo. Tomei um banho absurdamente quente e me vesti rapidamente com roupas quentes. Olhei na janela e reparei que não fazia um dia frio, desci as escadas lentamente e parei na cozinha.
- Bom dia, Martinha - senti minha voz sair sem vida.
- Menina, o que você tem, seu rosto está horrível - Marta se aproximou colocando a mão em minha testa - Você está queimando em febre. Sobe e troca essa roupa, você não vai pro colégio hoje.
Marta foi pegar alguma coisa enquanto eu voltava monotonamente. Normalmente eu tentaria convencer Marta de que eu estava bem e iria pra aula, mas hoje eu precisava ficar em casa, eu agradecia aquela bendita febre.
Voltei para meu quarto e coloquei meu pijama novamente, me enfiando embaixo das cobertas. Peguei meu celular que estava em cima da mesinha e mandei uma mensagem para avisando que faltaria. Minutos depois o celular vibrou e eu peguei esperando pela resposta de . Mas não era ela.
“Você saiu sem se despedir ontem. Espero poder te ver outro dia, sem o grudado em você. Beijos Jesse.”
Revirei os olhos e taquei o celular na mesinha novamente. Tudo que eu precisava agora era ficar longe de qualquer tipo de perturbação, e isso incluía Jesse.
Marta subiu com uma maletinha de remédios em uma mão e o telefone na orelha.
- Sua mãe quer falar com você - Ela estendeu o telefone para mim, enquanto pegava um termômetro.
- Mãe? - atendi ao telefone.
- Querida, como foi ficar doente logo nesse calor? - ouvi minha mãe do outro lado da linha.
- It's just my luck.
- Melhoras, meu amor. Mas e aí fiquei sabendo de um tal namoradinho - minha mãe disse e lancei um olhar significativo pra marta que fingiu estar muito concentrada no termômetro que ela havia colocado em meu braço.
- Ele não é meu namorado, é só meu... ?! - não sabia como explicar a situação para minha mãe.
- Seu , isso diz muito - ela riu e eu fiquei vermelha.
- Mãe!
- Filha! Pare de ser tão envergonhada, sou sua mãe, só estou tentando me manter interada das coisas mesmo distante.
- Sinto sua falta - senti lágrimas se formarem. Eu sentia muita falta da minha mãe, desde pequena sempre fui acostumada a estar com ela ou Eric. Mas eu agradecia por pelo menos ter Marta.
- Também sinto, querida. Em falar nisso, seu pai irá te procurar.
- Ele te ligou? - fiquei curiosa.
- Sim, parece que ele quer levar você para um passeio por um fim de semana, mas ele não me explicou muito bem.
- Bom, quando ele me ligar, ele me explica melhor. Mãe, eu vou desligar, estou cansada.
- Tudo bem, filha, descansa e melhoras. Te amo.
- Também, mãe - despedi-me entregando o telefone à Marta que já separava uns remédios para eu tomar. Marta me deu um remédio e algum tempo depois eu apaguei.

#’s POV

Após o término da aula, fui correndo para casa. Além de querer me afastar logo daquele lugar, eu pretendia saber logo o que aconteceu com pra ele ter faltado. O dia havia sido tenso, ninguém conversava e Harry mal olhava pra mim. Eu sei que o que ele viu pode tê-lo magoado. Logo quando eu achei que estava indo tudo bem, eu ferrei com tudo.
Fui caminhando rapidamente pelas ruas, até que senti alguém próximo a mim.
- Você e a namoram? - A voz pouco conhecida, porém bem desagradável de Jesse soou ao meu lado.
- Bom dia para você também - disse áspero.
- Corta essa, , sou objetivo.
- E sem educação, pelo jeito - sorri cínico pra ele.
- Vai responder minha pergunta ou não?! - Ele parou na minha frente me encarando.
- Por que está tão interessado?
- Talvez porque ela seja bonita, eu sou bonito e nós combinamos.
- Não enche - empurrei ele e caminhei rapidamente. Olhei pra trás para ver se ele me seguia, mas ele havia parado, tirado o celular do bolso e apresentava um sorrisinho nojento. Eu simplesmente voltei a minha rota.

#’s POV

- Porra - acordei com o toque do meu celular tomando um susto. Atendi sem nem olhar quem era.
- Alô.
- Seu namorado é muito estressado - a voz do outro lado falou
- Que merda de brincadeira é essa?! - eu estava irritada e com sono, isso não era nada bom.
- Calma, fofa, aqui é o Jesse.
- Ótimo, então tchau - desliguei o telefone para que ninguém mais me perturbasse. Tentei voltar a dormir, mas agora já era tarde, não tinha mais sono. Com ajuda dos remédios já não me sentia mais tão mole, mas ainda sentia um pouco de frio. Levantei-me, olhei para os lados já sentindo um vazio sem explicação me consumir. Simplesmente andei até o fim do corredor e fui até o quarto de Eric. Eu simplesmente precisava daquilo, precisava sentir que tinha alguém que continuava a cuidar de mim. Entrei no quarto e simplesmente me deitei na cama abraçando seu travesseiro e olhando nossa foto que ainda se encontrava na mesa de cabeceira. Inalei seu perfume que ainda estava intacto naquele lugar e lembrei-me dos bons momentos que passamos juntos.

#Flashback on

- Você é muito bobo, ela nunca vai te dar bola - taquei uma almofada em Eric.
- Como sabe que não, anã? - ele deu um peteleco em meu nariz.
- Ela é mais velha que você.
- Eu sou mais velho que você e estamos aqui conversando sobre minha vida amorosa.
- Sou sua irmã - disse indignada.
- Isso não é uma coisa que me obrigue a te dar bola.
- Você só deve falar comigo porque não tem ninguém pra conversar essa hora da noite.
- Também, e por que você é a única menina que pode entrar no meu quarto essa hora da noite - nós gargalhamos - Mas essa não é a questão, você acha que a Brianna vai aceitar sair comigo?!
- Como já disse, ela é mais velha que você. - Ele fez menção de me interromper - Mas o problema não é ela ser mais velha e sim ser inspetora do nosso colégio.
- E qual o problema?
- Se virem ela com você, daria problemas, ela poderia perder o emprego.
- Escondido é bem melhor, perigoso é divertido - ele piscou.
- Diga isso a ela então - me levantei.
- Aonde você vai? - ele perguntou.
- Dormir.
- Dorme aqui, você sabe que essa vai ser a única oportunidade que você vai ter de dormir com um menino na sua vida.
- Haha, você é engraçado.
- Você só dorme com algum menino depois que eu estiver mortinho.
- Você simplesmente poderia falar “Mana, dorme comigo porque eu te amo muito” - ele gargalhou.
- Até parece que eu diria isso - ele se jogou no travesseiro e eu fiquei esperando - Anda logo, .
- Não vou dormir com alguém tão mandão - cruzei os braços e ele revirou os olhos, se levantou e me pegou no colo enquanto eu me debatia. Ele me jogou na cama e me fez cócegas.
- Para, Eric - eu dizia em meio a risadas - A mamãe vai brigar com a gente.
Ele parou e então me deu um beijo na testa.
- Boa noite, pequena, eu te amo muito, você é a melhor irmã do mundo.
- Também te amo muito, grandão - ele riu e então dormimos.

#Flashback off

Abracei o travesseiro com mais força. Eu sentia falta de seu abraço, de sua maneira brincalhona e de como ele me protegia. E era tudo que eu precisava agora. Chorei sem me importar com o que quer que tenha prometido. Eu sentia saudade dele, das suas risadas, do seu ciúme.

Ouvi a porta sendo aberta e esperei ver o rosto de Marta aparecer. Mas ao invés disso quem apareceu foi . Em uma situação normal eu perguntaria o que ele estaria fazendo ali, mas naquele momento tudo que eu precisava era de um abraço. Então corri pros braços dele que me acolheram imediatamente.
- Tá tudo bem, eu estou aqui - ele fazia carinho em minha cabeça.
Ficamos um tempo assim até que eu achei que já estava na hora de soltá-lo.
- Desc... - ele colocou um dedo em minha boca me impedindo de falar.
- Não tem por que se desculpar - ele fez um carinho em minha bochecha. - Você tá melhor?
- Agora sim - me senti boba após falar aquilo, mas era a verdade - Como foi o dia hoje?
- Desanimado e estranho - fez uma careta.
- Por quê? - sentei-me ereta e abracei minhas pernas.
- Bom, ninguém abriu a boca hoje na aula, Harry me ignorou o dia todo, Jesse me irritou no caminho pra casa - eu revirei os olhos ao ouvi-lo falar aquilo - E você não estava lá.
Olhei em seus olhos e vi a sinceridade em suas palavras. conseguia me passar tanta segurança em seu olhar que eu não sabia como era possível alguém não confiar nele. Eu o abracei inalando seu cheiro que me acalmava, fazia-me sentir como se não existisse lugar no mundo melhor do que aquele, nos braços dele.
- Mas e seu dia, amor, como foi? - perguntou quando o soltei.
- Chato e desanimado - fiz bico.
- Por quê? - Ele fez uma imitação boba da minha voz e eu ri.
- Porque Jesse tirou o dia para irritar as pessoas hoje, eu estou doente e... - fiz um suspense - não estava com você - Ele me olhou de forma doce depois pegou em minhas mãos.
- Amor, fica comigo? - ele me puxou para perto dele e eu me deitei em seu ombro.
- Eu estou com você - eu olhava pro seu rosto que estava alguns centímetros acima do meu.
- Não só hoje. Pra sempre - ele levantou meu rosto - Namora comigo?
Naquele momento foi como se milhares de borboletas tivessem invadido minha barriga, senti como se meu coração fosse explodir e obviamente não consegui conter o sorriso bobo que se formou em meu rosto. O amor poderia ser tão clichê para os outros. Mas para mim era uma coisa totalmente nova, pois eu nunca havia sentido nada igual.
- Eu te amo - foi a primeira coisa que consegui responder.
- Isso é um sim? - Ele se levantou com um sorriso tão bobo quanto o meu.
- O que você acha? - levantei uma sobrancelha.
- Eu te amo, - ele me levantou me dando um abraço apertado e em seguida me enchendo de beijos.
- Psiu - sussurrei em seu ouvido - E se o pra sempre acabar?
- A gente fica mais um pouquinho - ele sussurrou de volta e então nos beijamos.

Quarta-feira 4:30 pm

#Harry’s POV

- Como você se sente? - perguntou. Estávamos na minha casa desde que saímos da escola. havia cismado que eu precisava desabafar.
- Como você se sentiria se visse um amigo seu beijando a menina que você ama? - abaixei os olhos.
- Ah, cara, eu lamento - ele esboçou uma expressão de dor.
- Relaxa, eu posso estar meio triste e tal, mas vai passar, eu prometi que ia ficar tudo bem e vai ficar. Eu imaginei que uma hora ou outra eu veria uma cena daquelas, só não pensei que seria na minha casa.
- Não foi por mal - tentava amenizar as coisas.
- Não estou chateado - disse mais pra mim do que para ele.
Ouvimos a porta bater e então eu fiz menção para que abrisse a porta, o mesmo nem reclamou. Deitei-me no sofá e fechei os olhos. Achei que era alguém levando alguma encomenda já que meus amigos sempre metiam a mão na maçaneta ao invés de bater. Ouvi alguns sussurros vindos da porta e finalmente passos. Abri os olhos para ver quem era.
- Espero não estar incomodando - parecia sem jeito.
- Desde quando você incomoda, ? - taquei uma almofada nela que sorriu.
- Desde que eu só faço besteiras - senti vontade de apertá-la quando vi seu rosto - Me desculpa.
- Tá tudo bem - tentei mais uma vez convencer mais a mim mesmo.
- Eu preciso conversar com vocês - ela parecia nervosa.
- Aconteceu alguma coisa? - se sentou no sofá novamente.
- Aconteceu, mas não é nada ruim - ela acrescentou rápido.
- Harry, primeiro de tudo, eu queria dizer que te amo muito, mas eu amo o e eu não quero mais privar meu coração do que ele sente. Nós estamos namorando.
Precisei de alguns segundos pra digerir a informação, mas aquilo não me afetou muito mais do que eu já estava afetado. Afinal, o que mudaria ali, já estava estampado “casal” na testa dos dois. Eu já a havia perdido.
- Não tem por que se desculpar, a gente infelizmente não manda no coração - dei um sorriso fraco pra ela. - Mas eu fico feliz que pelo menos você encontrou alguém que cuide de você tão bem quanto eu poderia cuidar. Gosto do , fazer o quê.
ficou olhando para nós dois, parecia em dúvida se ficava alegre por ela ou triste por mim. parecia estar com dúvidas também, porém ela simplesmente se aproximou de mim e me abraçou, foi o abraço mais consolador que eu já recebi na vida. Eu sabia que ela me amava, talvez pudesse me amar da mesma forma que eu a amava, mas ela amava mais .
- Você merece o melhor, minha vida - ela falou em meu ouvido.
- Parem com isso ou eu irei chorar - soluçava no sofá e então nós rimos.

#’s POV

Mais tarde voltei para casa, pretendia fazer uns deveres da escola e contar a novidade às meninas. Chegando perto, me deparei com alguém sentado em minha varanda, ao reconhecer a silhueta, pensei em voltar para casa de Harry, mas simplesmente respirei fundo e continuei andando. Jesse levantou a cabeça e deu um sorriso irritante pra mim.
- Já fez aula de canto, ? - ele falou quando eu me aproximei.
- Não - fiquei confusa com a pergunta.
- Então vamos ali pro canto que eu te dou uma aula - ele gargalhou sozinho e eu fiquei olhando pra cara dele incrédula.
- Já acabou?
- Tava brincando. Só queria saber se você tá bem? - ele tirou o sorriso irritante do rosto e aparentou preocupação. Pela primeira vez naquele dia fui com a cara dele.
- Tô sim, obrigada pela preocupação - dei um sorriso rápido.
- Então já pode sair? - ele sorriu tímido.
- Jesse, eu lamento, mesmo que eu pudesse não daria pra sair com você. Eu to namorando.
- Até que enfim aquele tomou coragem - ele olhou pro nada - Se ele não tomasse logo, eu passaria na frente dele.
- Claro, Jesse, você é fodão - eu fiz uma cara de deboche.
- Sei que sou - ele deu um beijo na minha bochecha e saiu andando. Eu não me contive e gargalhei sem vergonha alguma do que os vizinhos achariam de mim. Eu estava feliz, era a melhor sensação do mundo.

Cheguei em casa e Marta não estava, havia um bilhete na geladeira avisando que ela estava no mercado. Sentei no sofá e fiquei admirando a vista da minha janela. As estrelas brilhavam como nunca através das casinhas da vizinhança. O telefone tocou e eu atendi na primeira chamada.
- Alô? - me ajeitei no sofá.
- ?! - ouvi a voz do meu pai. Por mais que fosse difícil nos falarmos eu conhecia aquela voz.
- Oi, pai - falei animada e ouvi sua risada na linha.
- Como você está, neném?
- Tô bem, pai - revirei os olhos ao ouvir aquele apelido - E você, como está?
- Estou bem, finalmente recebi uma folga no trabalho. Eu estava pensando se você não queria passar o fim de semana na minha casa de praia. - ele falou apreensivo, fazia tempos que eu não ficava com meu pai. Desde que Eric havia morrido ele tinha se entregado totalmente ao trabalho e raramente tirava folgas. - Pode levar uns amigos, a casa é nova e grande.
- Quantos amigos? - Meus olhos brilharam com a idéia de passar um tempo com meus amigos em uma casa de praia.
- Até 10, está bom pra você?
- Tá ótimo, pai
- Então eu te pego sexta umas 7 da noite.
- Ok, pai.
- Beijos, querida, até sexta-feira.
- Até, pai, beijos.
Desliguei o telefone e em seguida liguei para , Harry, e que avisou pra que estava em sua casa. Todos confirmaram presença e estavam tão empolgados quanto eu. Por último liguei para .
- Oi, amor - ele atendeu.
- Como sabia que era eu?
- Bina - ele sorriu. - O que devo a honra de ouvir sua voz?
- Tá pronto pra conhecer seu sogro? - brinquei.
- Não tenho medo de sogros - ele fez voz de machão.
- Que bom, porque vamos passar o fim de semana na casa dele.
- Só eu e você? - senti o tom de empolgação em sua voz.
- Não, amor, nossas crianças também vão - eu ri.
- Tudo bem, a gente tranca eles em um quarto e foge.
- Não vai fazer isso com meus filhos.
- Por você eu faço tudo.
- Vai roubar e matar por mim?
- Claro.
- Não quero namorar com um assassino.
- Assassino? Quem? - ele brincou e eu ri.
- Tô com saudades - soltei sem perceber.
- Eu também - eu sorri com a resposta dele - Quer que eu vá aí?
- Tá tarde, amor.
- Eu não me importo.
- Vou ser egoísta e vou aceitar.
- Então me espera.
- Estou esperando.

Desliguei o telefone e corri pro quarto, tomei um banho rápido e coloquei uma roupinha quente. Liguei o som e abri um livro enquanto esperava. A porta do meu quarto abriu e eu senti meu coração dar um pulo, porém era só Marta avisando que havia chegado. Voltei a me concentrar em meu livro. Às vezes lançava uns olhares à porta na esperança de ver ele entrar, mas nada dele aparecer. Desisti de ler e apenas me deitei na cama deixando que a música invadisse meus ouvidos. Fechei os olhos, e então segundos depois senti lábios tocarem os meus. Eu não precisava abrir os olhos para ver quem era. Eu conhecia o beijo do meu menino.
- Eu demorei tanto assim pra você dormir? - ele fazia carinho em meu cabelo.
- Eu tinha acabado de fechar os olhos - falei me acolhendo em seu colo.
- Você parece cansada.
- Muitas emoções em um dia só - sorri pra ele que me deu um beijo.
- Então descansa.
- Mas aí você vai embora.
- Só quando você dormir.
- Ah não, não quero que você vá - fiz bico - dorme aqui?!
Ele pareceu pensar um pouco no assunto e então sorriu como quem aprova.
Abraçamos-nos, e então a ultima coisa que eu ouvi foi “eu te amo, sonha comigo”.

Cap 9 - I wanna see your face and know I made it home

Novamente estava tudo bem entre nós. O clima de brincadeiras estava de volta e com as conversas a toda, fazendo com que quinta e sexta passassem mais rápido que o normal.

Sexta-feira, 7:00 pm

Estávamos todos em minha casa com as malas prontas esperando Peter chegar. Marta havia feito pães de queijo e nós nos empanturrávamos enquanto debatíamos assuntos absurdamente retardados.
- Claro que padrinhos mágicos é melhor que Bob esponja - eu exclamava deitada no colo de .
- Óbvio que não, o Bob é muito mais engraçado - rebatia deitado no colo de , a mesma segurava o riso.
- Melhor que os dois é tartarugas ninjas - Harry enfiou um pão de queijo na boca.
- Você tem razão - concordou. e também balançaram a cabeça concordando.
- Não adianta! Nada me seduz mais que o Cosmo em Padrinhos Mágicos - mordisquei um pão de queijo.
- Você está ferindo meu coração. Realmente você prefere alguém que tem o cabelo da cor de uma meleca? - fez uma carinha de neném.
- Meu amor, verde é a cor da esperança. Se você não perder a sua esperança quem sabe um dia você não fica tão sexy quanto o Cosmo! - dei um selinho nele fazendo e rirem.
- Gente, vai dar todos nós no carro mais as malas da ? - falou e deu um soquinho em seu braço rindo
- Acho que sim, meu pai me deu o limite de dez pessoas, nós somos sete.
- As malas da contam como 5 - Harry comentou dando uma olhada na bagagem.
- Parem de implicar, eu só estou levando o necessário - cruzou os braços .
Ouvimos o barulho de uma buzina e então me debrucei na janela para olhar, revirei os olhos quando vi que meu pai havia mandado Peter nos buscar com uma limusine.
- Acho que cabe muito mais que as malas da - apontei para fora, e foram correndo ver.
- AI, MEU DEUS - olhava de mim para a janela.
- Que foi, ele mandou um jatinho? - se debruçou na janela para ver também. - CARAMBA, passe-me os contatos do seu pai.
- Tá bom, gente, vamos logo, sei que meu pai é exagerado, mas que bom que gostaram - estiquei meu braço para pegar minha mala, mas me impediu pegando minha mala e a dele. Dei um beijo em sua bochecha como agradecimento.
Chegando ao carro apresentei Peter para e . Peter era um antigo motorista de meu pai, então meus amigos mais antigos já o conheciam tão bem quanto conheciam Marta.
No caminho para casa de meu pai, fizemos muita bagunça, rolaram muitas brincadeiras e altas fofocas. Se engana quem diz que quem gosta de fofoca era menina, pois , , Harry e se entregavam totalmente as fofocas.
- Brian pegou a Jenny? - perguntou com os olhos arregalados.
- Quem? Aquela baixinha nerd da nossa sala? - parecia espantado.
- Impossível, já viu o tamanho dele, ela teria que subir numa escada pra ficar com ele. Nem se ele estivesse sentado ela conseguiria - analisava.
- Mas ele pegou, meus queridos amigos, acreditem se puderem - Harry se recostou em meu ombro. lançou um olhar rápido a Harry que nem se ligou, depois ele olhou pra mim e eu sorri pra ele, que pareceu mais aliviado.
Cerca de uma hora e meia depois, chegamos à casa. Meu pai aguardava no jardim. Saí do carro correndo e o abracei, sentindo seu costumeiro cheiro de grama recém cortada. Os meninos foram pegar as malas e as meninas se aproximaram de meu pai dando um abraço nele. Quando os meninos chegaram com as malas, apertaram a mão de meu pai, e então eu apresentei e a ele.
- Vejo que fez novos amigos - ele deu ênfase a palavra no masculino - E bonitos.
- Eu tenho cara de que anda com pessoa feia, pai? - cruzei os braços e as meninas soltaram risinhos.
- Claro que não - ele me abraçou novamente - Mas então, crianças, vamos entrar e separar vocês nos quartos.
Entramos na casa e eu fiquei surpresa em como ela parecia maior por dentro do que por fora. Sei que meu pai às vezes exagerava com o luxo de suas coisas, mas ele trabalhava duro por isso, então não o criticava nem reclamava da boa vida. Meu pai disponibilizou dois quartos com quatro camas em um e três em outro. Um quarto para meninas e outro para os meninos.
Depois da divisão dos quartos, descemos novamente para jantarmos. Meu pai já esperava na mesa, com um sorriso de orelha a orelha. Ele adorava casa cheia.
- Como foi a vinda pra cá, crianças? - Julian perguntou. Sim esse era o nome de meu pai.
- Foi ótima, viemos falando sobre a escola - sorria.
- Falando em escola, estão estudando muito? Espero que não estejam só de namorinho - ele olhou pra e e então sorriu.
- Temos tempo pros dois, Tio Julian - riu.
- E você, querida? - ele pegou em minha mão.
- Eu o quê? - me fingi de desentendida vendo segurar o riso.
- Não tem namorado? - ele lançou um olhar a Harry. Tão previsível.
- Sim, tenho - levantei os olhos para ver sua reação, e então ele abaixou os olhos pro prato.
- E por que não trouxe o menino? - ele cortou a carne em seu prato.
- Quem disse que eu não trouxe? - eu disse e ele olhou novamente pra Harry que simplesmente continuava concentrado em seu prato.
- Prazer, senhor. , namorado da sua filha - sorriu. E eu esperava tudo menos ver o que eu vi. Meu pai abriu um sorriso pra .
- Espero que cuide bem da minha pequena, .
- Eu cuido e cuidarei pra sempre - olhou em meus olhos e eu pude ler seus lábios sussurrando “eu amo você”.

Sábado

Pela manhã, tomamos café na varanda, o céu estava profundamente azul com um sol lindo, porém não estava tão quente. Já estávamos todos preparados para nos tacarmos na piscina alguns minutos depois de terminar o café. me dava torradinhas na boca e eu ria das caretas que ele fazia, parecia aquelas mães dando papinha para seus filhos. e estavam sentados em uma espreguiçadeira, passava protetor solar pelo rosto de que tentava lambuzá-la. e já estavam na beira da piscina, com os pés enfiados na água. Meu pai e Harry estavam perto da churrasqueira em um papo muito animado.
- Amor, chega de torradinhas - eu refreei que preparava mais torradas.
- Mas você tem que ficar forte - ele apertou minha barriga.
- Quando eu estiver gordinha por aí, como vou arrumar outro homem? -
- Pra que procurar outro homem? - ele fez uma carinha de ciumento.
- Você vai me largar quando eu estiver gordinha e feia.
- Primeiro, você nunca vai ficar feia e segundo, eu não vou te largar nunca.
- Já falei o quanto você é fofo? - olhei em seus olhos.
- Já, mas eu adoro quando você fala isso. Na verdade você pode falar qualquer coisa que eu vou adorar.
- Cosmo? - falei e ele riu.
- Até você falando o nome do meu maior rival eu acho lindo - ele me deu um selinho e então eu me debrucei beijando-o.
- Hum-hum - ouvi alguém chamando nossa atenção e me deparei com meu pai rindo da minha cara.
- Seu pai é ótimo - fazia beijinho de skimó.
- Que bom que gostou, ele faz parte do pacote - ele gargalhou.
- Ainda falta sua mãe - ele fechou os olhos bem próximo a mim.
- Ela gosta de tudo que eu gosto.
- Então isso pode ser perigoso.
- Convencido. Ela gosta, mas não na mesma intensidade.
- Que bom, porque eu não saberia como dar o fora nela. Já falei que você é única?!
- Deve ter falado, mas eu não me importo que você repita - colei nossos lábios.
- , pode me emprestar minha amiga? - cutucou que fingiu pensar um pouco.
- Posso cobrar a hora? - levantou a sobrancelha.
- Não, eu conheci primeiro - ela mandou língua me puxando.
- Achado não é roubado - gritou
- Perdeu playboy - me puxou para dentro da casa.
Subimos para o quarto onde já se encontrava. Eu estava tão concentrada lá embaixo que nem havia percebido que não estava mais lá.
- Precisamos de uma reunião - falou deitando a cabeça em meu colo.
- Tem que ser muito importante, pra você me tirar daquele sol divino - se jogou na cama.
- Do sol divino ou das profundezas da boca do ? - riu sarcástica pra ela que ficou vermelha.
- Enfim, meninas - sorri pra elas - O que quer falar, neném?
- Eu - mexia na ponta de seus cabelos - Ai, eu sinto coisas.
- Todos já sabemos que você sente coisas por - revirou os olhos.
- Não essas coisas, mongol, COISAS.
- OMG! - fez uma expressão que misturava graça com susto.
- Mas vocês? Já? - perguntei meio que já sabendo a resposta.
- Claro que não, eu acho que é cedo, mas ao mesmo tempo eu quero - ela me olhava como quem pedia socorro.
- Amiga você tem que seguir seu coração.
- E não o corpo cheio de hormônios desenfreados - brincava.
- É, isso também, mas o importante é ver o que você sente. Se você estiver pronta vá em frente.
- Eu estava de brincadeira, amiga. Mas tudo que a falou está certo. E detalhes à parte, acho que você não vai se arrepender.
- , você anda tão assanhada - zoei ela.
- Eu? - ela apontou pra si mesma - Nunca?
E então nos abraçamos.
Descemos a escada e os meninos já estavam todos na piscina jogando vôlei. Eu e as meninas nos deitamos para pegar um sol. Colocamos nossos óculos e ficamos “torrando” por um tempo.
Mais tarde , e Harry saíram para visitar a pequena cidade. Meu pai havia ido comprar algumas coisas com Peter. Eu, , e ficamos em casa assistindo filmes.
- Amor - chamei , enquanto estava deitada em seu colo.
- Oi, meu anjo - ele sorriu pra mim fazendo carinho em minha cabeça.
- Vamos sair? - dei um sorriso cúmplice para do outro lado da sala que havia percebido qual era o meu plano.
- O que você quiser - ele me deu um selinho e nós levantamos.
- Cuidem da casa, vamos dar uma volta - mandei beijinhos para e .

e eu andamos pela pequena floresta que havia atrás da casa. Eu não sabia bem pra onde eu o estava levando. Meu plano era somente deixar e sozinhos em casa.
- Então... - parou balançando minhas mãos
- Então? - sorri sapeca pra ele.
- Ah, qual é, você não me trouxe pro meio do mato pra nada - ele deu uma risadinha fofa.
- Não posso querer ficar sozinha com meu namorado?! - cruzei os braços.
- Pode. Mas que tal em um lugar com menos folha, menos umidade e menos mosquito? - ele fez cócegas me fazendo rir.
- Tá bom, amor, vou contar - fiz suspense - Eu só queria deixar e em casa, sozinhos.
- Hum... sozinhos... hum... entendi - ele fez uma expressão sapeca e eu dei um tapinha em seu braço.
- , você está ficando muito sapequinha - dei um peteleco em seu nariz.
- E você agressiva - ele fez bico.
- Vem cá meu neném. Tadinho, não tem recebido carinho suficiente.
- Pois é, assim eu vou morrer carente.
- Coitadinho - fiz carinho em sua cabeça - vou cuidar de você - fui distribuindo beijinhos por todo seu rosto.
- Faltou aqui - ele apontou pra boca com cara de neném
- Você é tão espertinho - dei um selinho nele.
- Esse beijinho foi muito rápido - ele se aproximou e me beijou. foi me levando pra trás até que eu senti que estava apoiada em algo, era uma árvore. Ele continuou me beijando enquanto suas mãos geladas entravam em contato com a pele exposta da minha barriga. Eu brincava com seu cabelo, o que era muito gostoso. Conforme ele ia aprofundando o beijo eu ia puxando seu cabelo. Tirei a minha mão de seus cabelos e espalmei em seu peitoral, e arranhei levemente. soltou um risinho durante o beijo, o que me fez rir também.
- Altamente selvagem minha namorada -
- Ah, é claro - disse irônica.
- Primeiro me leva pro meio do mato, depois me arranha. Estou ficando mal acostumado - ele voltou a me beijar. Ficamos ali rindo, conversando e namorando até acharmos que já tínhamos dado tempo suficiente a e .

Chegamos em casa e ninguém ainda estava lá, além de e que deveriam estar em algum quarto lá em cima. Alguns minutos depois, , e Harry chegaram. Reunimos-nos na sala para jogar vídeo-game e conversar.
- O que aconteceu com seu cabelo? - Harry arregalou os olhos quando avistou que descia as escadas com um topete estilo Johnny Bravo. Todos olhamos pra tentando segurar o riso.
- gosta de topetes - ele deu de ombros, ainda parado ao pé da escada.
- Que bom que minha namorada não gosta de topetes - me abraçou, rindo.
- É, mas dá mole à noite e vamos ver se você não acorda com o cabelo cor de meleca - esboçou um sorriso vitorioso.
- Eu já tenho toda a mágica do Cosmo, o cabelo verde é o de menos - piscou e fez bico.
desceu as escadas correndo, toda sorridente.
- Gostaram do cabelo do meu neném? - ela abraçou por trás.
- Se você é do tipo que curte topetes, está lindo - Harry sorriu debochadamente.
- Amanhã você pode tentar o estilo Jimmy Nêutron - dei a ideia recebendo um olhar ameaçador de .
- É uma boa ideia, amiga - os olhos de brilhavam - Se quiser posso fazer no também - Ela comentou e apertou meu braço como um pedido de socorro.
- Pode deixar, amiga, que eu vou cuidar do cabelo do meu amorzinho - mexi nos cabelos de que sorriu aliviado. fez uma careta estranha e então falou baixinho, mas de forma que todos ouviram, perto de :
- Verifique se não tem nenhuma tinta verde na mochila dela.

Domingo


Acordamos cedo para aproveitar a piscina já que depois do almoço iríamos embora. Nós não queríamos ir tão cedo, mas no dia seguinte teríamos outra viagem e nem tínhamos começado a arrumar nossas malas. Eu e as meninas ficamos nos bronzeando enquanto contava-nos sobre a tarde de ontem, que foi a tarde mais especial da vida dela. Os meninos alternavam entre o futebol e a piscina. Meu pai parecia se divertir vendo o jogo. Decidi ficar um tempo sozinha com ele, já que quase não nos víamos. Sentei-me do lado dele para observar o jogo.
- Está se divertindo, pai? - eu o analisava. Meu pai que sempre tinha a expressão de um homem cansado, parecia radiante. O que uns dias de folga não faziam.
- Eu é que pergunto. Está se divertindo, filha? - ele pegou em minha mão sorrindo.
- Claro, é bom estar com você de novo, ainda mais num lugar desses.
- Que bom que está gostando. Mas como você está?
- Como assim como estou, pai? Eu tô bem, tá vendo - sorri pra ele que esboçou um sorriso fraco e eu entendi o que ele queria dizer - Sinto falta do Eric, especialmente nessas horas que vejo meus amigos brincando. Sempre imagino como seria se ele estivesse aqui. Às vezes consigo vê-lo no meio da gente. Simplesmente sinto a presença dele. Mas não fico triste, ele queria que eu ficasse feliz e de uma forma ou outra eu sei que ele sempre está ao meu lado.
- Que bom que você sente isso querida. É realmente bom ver o quanto dele você tem, essa alegria que nunca morre. Essa facilidade de ser feliz e não remoer as coisas tristes. Ele sempre via o lado bom das coisas. - vi lágrimas nos olhos de meu pai e o abracei. Senti como se alguém estivesse me olhando. E não era só alguém, parece que todos os meus amigos tinham parado pra ver aquela cena. Sorri pra eles como se dissesse que estava tudo bem. Todos voltaram pro jogo, menos , que ainda me olhava apreensivo, eu sorri mais uma vez pra ele demonstrando que estava realmente tudo bem e então ele sorriu de volta, e eu vi o sorriso de Eric.

À tarde Peter nos levou novamente pra casa. Cada um foi para sua casa organizar as coisas e descansar. Uma nova jornada nos esperava na manhã seguinte.

Cap 10 - And whisper words of love right into my ear

Segunda - feira 7:00 am

- Que maldito sono - bocejava deitado no colo de que estava sentada em um dos bancos da escola.
- Animação, nós vamos viajar - sacudiu seu namorado.
- É bom que essa viagem seja boa mesmo - fez bico.
- Até um tempo atrás você parecia animado, macaquinho - eu comentei com a cabeça apoiada no ombro de que me abraçava.
- E eu estou, mas o sono está me deixando de mau humor - ele fechou os olhos e voltou a cochilar.
- Meu Deus, que menino preguiçoso, ele vai dormir a viagem inteira - Harry se aproximou de - Acorda, vagabundo!
Harry sacudiu até que o mesmo desistiu de dormir.
- Já que me acordaram, vou matar logo minha curiosidade - coçou a cabeça - Cadê o com a ?
- Lembra a mala que a fez pro fim de semana? - Harry levantou uma sobrancelha e balançou a cabeça afirmativamente - Você conseguiria carregá-la sozinho? - balançou a cabeça negando - Imagina agora que vamos passar uma semana viajando. Obviamente o está esperando o caminhão de mudança.
Para nossa surpresa, chegou carregando apenas duas malas, uma dele e outra de .
- Cadê o resto? - perguntou a que fez uma careta de confusão.
- De quê? - largou as malas.
- Das malas da - Harry completou e mandou língua pra ele.
- Eu consigo me virar só com isso, tá? - fez bico e foi abraçar que riu.
- Eu quero que o ônibus chegue logo, estou começando a me sentir tão sonolenta quanto - bocejei e me sacudiu de leve.
- Quem falou que você vai dormir no ônibus? - ele sussurrou no meu ouvido.
- Eu, meu cérebro, meus olhos e meu corpo - fechei os olhos e o abracei com mais força.
- Lamento, mas eu não vou deixar você dormir.
O ônibus chegou e nós pegamos os lugares no fundo. Nós nos dividimos em casais e foi então que reparamos que Harry havia nos abandonado para sentar na frente perto da guia que não era muito mais velha que a gente, era loira, magra, tinha grandes olhos verdes e era um pouco mais baixa do que eu. É bonitinha.
captou meu olhar e então pegou em minha mão.
- Tá tudo bem? - seus olhos estavam fixos em Harry.
- Claro, amor - sorri verdadeiramente pra ele que também abriu um sorriso. Ele não precisava ter ciúmes de Harry. Afinal eu havia escolhido ele.
O ar condicionado estava me matando de frio então me encolhi, passou seu braço em volta de mim e deu uma mordidinha do lóbulo da minha orelha me fazendo rir.
- Ai, meu Deus - falou soltando uma risadinha no meu ouvido.
- O quê, menino? - eu ri também.
- Eu estou apaixonado - ele deu um beijinho em minha bochecha.
- Quem é a sortuda? - fechei os olhos e fiquei sentindo sua respiração perto da minha orelha.
- Uma menina bonitinha, que eu conheci esse ano na escola. Ela é uma groupie da minha banda. E eu sei que ela se apaixonou por mim no momento que ela me viu tocando .
- Quem não se apaixonaria?! Você toca bem.
- Ela gostou da agilidade dos meus dedos.
- Ou ela apenas curtiu o som - sorri e ele me deu outra mordida.
- Ela é tão espertinha.
- Essa menina tem nome?
- Joanna - ele riu e eu virei pra ele mandando língua - Tô brincando, mas acho que você conhece ela. , . Conhece?
- Uma que anda com um metido, que acha que tem dedinhos ágeis?
- Essa mesmo.
- Nossa, ela é muito gata, eu pegava.
- Pois é, mas você perdeu, minha cara amiga, porque ela já é minha e de mais ninguém - beijou minha testa, a ponta do meu nariz e então roçou os lábios nos meus. - E eu sou seu - foi o que ele falou antes de me beijar.

Após chegarmos ao local, fomos separados em dois alojamentos, um para meninos e um para meninas, em cada alojamento havia vários quartos em que deveriam se acomodar 4 pessoas. O alojamento das meninas ficava de um lado do campo de futebol e o dos meninos do outro. Nós, meninas, seguimos para um quarto, para descobrirmos quem seria nossa colega de quarto.
- Eu quero dormir - se jogou na cama mais próxima à porta assim que entramos no quarto, se sentou na cama próxima à janela, que era uma beliche e eu coloquei minhas coisas na cama que sobrou.
- Quem será que vai ficar aqui com a gente? - cruzou as pernas e roeu a unha do polegar.
- Espero que ninguém - sentou-se na cama também.
- Obviamente alguém vai ficar com a gente, não tem como ficarmos só nós três num quarto para quatro - abri minha mala a procura de um short, pois estava calor.
- Droga - apoiou a cabeça na mão me encarando - Vamos torcer para que não seja nenhuma nojenta.
- Acredito que não. Nojentas andam juntas, não se separam de suas seguidoras - avaliou a unha roída - Tenho que parar de roer as unhas.
Ficamos ali sentadas e caladas apenas ouvindo as pessoas conversando lá fora. Ouvimos um barulho na maçaneta a automaticamente viramos nossas cabeças para ver quem seria nossa companheira de quarto. Luna, uma menina tímida que nunca se misturava com ninguém do colégio, entrou no quarto e mostrou os dentes numa tentativa de um sorriso.
- Oi, eu sou Luna, vou dividir o quarto com vocês - ela deu de ombros como quem se lamentava. Seus cabelos loiros e cacheados estavam amarrados em um coque e os óculos grandes demais para ela tapavam metade do seu rosto. - Foi o único quarto que sobrou, juro que não vou atrapalhar nada que quiserem fazer...
- Que isso, menina, relaxa - sorriu para Luna que respirou aliviada.
- Então, acho que a minha cama é a de cima - ela apontou para a beliche que havia escolhido.
- Se tiver medo de altura, trocamos sem problemas - se levantou da cama.
- E, Luna, não fique com medo, nós não mordemos - eu sorri pra ela que ficou vermelha - e acho que somos até legais.
- Tudo bem - Luna sorriu e abriu sua mala e pegou um livro se acomodando na única poltrona que havia no quarto.
Eu me levantei da cama fui até o banheiro colocar meu short.
- Meninas, eu vou ver se o já saiu do alojamento - saí do banheiro e guardei minha calça. e se levantaram instantaneamente.
- Eu vou também - as duas falaram juntas e Luna continuou com os olhos fixos em seu livro.
- Ok, então - abri a porta do quarto – Luna, vamos só ver os meninos, mais tarde voltamos.
- Tudo bem - ela respondeu, ainda sem retirar os olhos do livro.
Andei pelo campo sentindo o sol queimar levemente minhas bochechas, as meninas andavam do meu lado em silêncio, até que decidiu quebrá-lo.
- Menina estranha - ela enrugou o nariz.
- Pelo menos não é uma nojenta metida - sorri pra ela.
- Não fede nem cheira, mas, sério, ela me dá meio que medo, acho que são os óculos dela - fingiu sentir um calafrio.
- Isso é preconceito, - levantei uma sobrancelha.
- E mentir é pecado, estou apenas falando a verdade - ela mandou língua e saiu correndo, pois avistou . Eu e reviramos os olhos rindo. Caminhamos até onde os meninos estavam, em baixo de uma árvore.
- 9:30 temos que estar no refeitório onde eles vão nos passar os horários e regras - falou quando me aproximei e dei um selinho nele.
- E que horas são? - me sentei ao seu lado e ele passou o braço por cima do meu ombro, me puxando para mais perto, o que me fez rir.
- 9 horas - ele olhou no celular - Temos uns minutinhos a curtir.
- Mas e aí, Harry, como foi a viagem? - perguntou sorrindo marota, fazendo eu me concentrar na conversa deles.
- Ótima - Harry sorriu de um jeito safado e eu não gostei. Eu conhecia Harry e ele não era assim. Eu sei, ele é “menino”, mas meu Harry não é o tipo que dá sorrisos safados porque sentou ao lado de uma mulher mais velha e depois vai se gabar pros amigos.
- Ele tá se achando, só porque sentou ao lado de uma mulher mais velha - fez sinal de negação com a cabeça.
- Que por sinal é nossa guia - cruzou os braços.
- E daí? - Harry levantou as sobrancelhas.
- Ela é mais velha - deu ênfase.
- Isso é bom.
- Realmente, se você é do tipo que gosta de mulheres que vão ficar caídas mais rápido - comentei olhando pros meus pés e Harry ficou me encarando. Sim, eu o vi me encarando com minha visão periférica. Ele primeiro fez uma expressão incrédula, depois deu um sorrisinho quase imperceptível e mudou de assunto.
- Vamos andando, daqui a pouco vai estar na hora.

Chegamos ao refeitório e ainda não estava cheio, algumas pessoas já se encontravam em grupos conversando e outras ainda estavam chegando. Sentamos em uma das mesas do fundo enquanto conversávamos nossos planos pro passeio. Logo mais a diretora, junto com o inspetor James (eca), e a guia que iria nos ajudar com as atividades chegaram e nos explicaram como ia funcionar nossos horários. Nossas refeições seriam às 8 da manhã, 1 da tarde e 7 da noite. Nossas atividades seriam escolhidas por nós mesmos, poderíamos praticar esportes, ficar na piscina, entre outras coisas e no final do dia teríamos que nos separarmos em grupos para apresentarmos algo que nos representasse ao fim do passeio. Meninos não poderiam entrar no alojamento das meninas e vice-versa.
Após todas as regras serem passadas colocamos nossas roupas de banho e fomos todos pra piscina curtir o Sol. Durante a tarde ficamos no campo olhando os meninos jogarem futebol, enquanto ficávamos embaixo de uma árvore. escutava música, lia um livro e eu tentava desenhar. O Sol se pôs e após a janta era nosso toque de recolher, devíamos nos despedir de nossos meninos e irmos para nossos quartos. fez um draminha básico, não querendo se separar de , abraçou e o encheu de beijinhos enquanto deu-me um beijo na testa, me desejou boa noite e, por último, me deu um selinho.
O relógio marcava meia-noite e eu rolava na cama sem sono algum. Levantei-me da cama e caminhei até a janela, o céu estava lindo. Vi as estrelas como se estivesse em um quadro, e a moldura era a janela. A moldura não me agradava, eu queria ver as estrelas mais a fundo. Coloquei um casaco e meu chinelo e saí do alojamento sem fazer barulho. Caminhei pelo campo de futebol e me sentei bem no meio, abracei meus joelhos e fiquei apenas admirando os pequenos pontinhos no céu. Fiquei ali relaxando, apenas pensando em tudo de bom que tinha acontecido esse ano, poderia parecer bobo, mas eu agradecia aos céus por ter me trazido alguém como pra cuidar do meu coração, agradeci por ter que havia se tornado um alguém muito especial e agradeci pelos meus amigos de sempre que nunca me abandonaram. Quando dei por mim já estava deitada, olhando a luz da lua que estava absurdamente linda. Quanto mais eu olhava mais hipnotizada eu ficava, era como se eu estivesse flutuando. Lembrei de quando era pequena e ia acampar com os meninos, eu sempre abandonava a barraca e ia dormir do lado de fora apenas pra observar as estrelas.
- Você não vai mudar nunca? - Harry cochichou se sentando ao meu lado.
- Você gostaria que eu mudasse? - sorri ainda olhando pro céu - E a propósito, você me assustou.
- Não, eu não gostaria que você mudasse, gosto de você do jeito que você é. E me desculpe pelo susto, mas eu não podia gritar do outro lado do campo que estava chegando, afinal acho que deveríamos estar dormindo.
- Sempre quebrando as regras, saindo depois do toque de recolher.
- Olha quem fala, você estava aqui primeiro - ele me deu um empurrãozinho me fazendo rir.
Ficamos ali olhando as estrelas em silêncio. Eu voltei a me sentar a abraçar meus joelhos.
- Sabe, seus olhos parecem com as estrelas - Harry brincava com os pés na grama.
- É? Como isso? - olhei pra ele.
- Os dois apresentam brilhos únicos - ele sorriu olhando pra baixo e eu não pude evitar de sorrir também.
- Você fica mais galanteador à luz da lua? - levantei uma sobrancelha.
- Não sei, mas eu acho que fico mais charmoso. Você não acha?
- Acho que você fica mais metido - mandei língua pra ele.
- E você mais linda.
- Harry - o repreendi, pois sabia o que aquilo poderia causar.
- - ele disse em um tom brincalhão, me fazendo rir novamente.
- Eu só não quero que você fale essas coisas e sei lá...
- E eu acabe me magoando? - ele apoiou o cotovelo no joelho e me olhou.
- É - dei de ombros e o encarei.
- Eu só falo o que estou pensando no momento, melhor do que ficar remoendo essas coisas dentro de mim.
Ficamos um tempo em silêncio apenas nos encarando.
- Eu te amo, tá bom?! - sustentei o seu olhar enquanto falava.
- Não da mesma forma que eu te amo - ele entortou a boca.
- Você sabe que se eu pudesse, se a situação fosse diferente... poderíamos ser nós.
- Eu sei - ele se aproximou e eu senti sua respiração em meu rosto.
- Harry, não - eu o afastei de leve.
- Desculpa, foi só um impulso – ele sacudiu a cabeça.
- Eu acho que vou entrar - me levantei limpando minha calça. Harry se levantou e me abraçou, ficamos um tempo abraçados.
- Me desculpe - ele sussurrou.
- Pelo que?
- Por não ter enxergado antes e por estar estragando tudo agora - ele me soltou do abraço e me olhou tristemente.
- A culpa não é sua - eu peguei em sua mão e ele sorriu levemente.
- Até amanhã, durma bem, meu anjo - ele me deu um beijo na testa e caminhou para direção do seu alojamento, eu caminhei na direção oposta, mas antes dei uma última olhada em Harry e sorri tristemente. Seria egoísmo querer ele perto de mim?

Terça-feira, 9:00 am

Acordei com a luz do sol batendo em meu rosto, ouvi alguns ruídos e me dei conta de onde estava. No alojamento. As meninas já estavam de pé se arrumando para o café. Eu me levantei, desejei um bom dia quase inaudível e entrei no banheiro. Admirei meu rosto que apresentava pequenas olheiras. Amaldiçoei-me por ter dormido tarde. Escovei meus dentes, tomei um banho rápido e saí de roupão para o quarto. e estavam sentadas em uma cama me esperando, Luna já havia saído.
- Onde você foi ontem? - perguntou e soltou risadinhas
- Ver as estrelas - eu respondi enquanto procurava alguma roupa fresca em minha mala. Vesti uma saia soltinha branca e uma regatinha rosa bebê por cima do biquíni branco.
- Com algum ser especial e do sexo oposto? - questionou e eu acabei rindo.
- Sim, mas não é quem vocês estão pensando - eu me virei para elas que me olhavam com cara de interrogação.
- Não estava com ? - levantou as mãos confusa.
- Ela estava com Harry, óbvio - concluiu revirando os olhos.
- Eu não estava com Harry. - me defendi - Eu estava sozinha, então Harry apareceu e nós conversamos, eu voltei pro quarto e fim.
- Fim? - levantou a sobrancelha.
- Ai, foi só isso, gente. Vocês não confiam em mim? Acham que eu faria alguma coisa estando com ?
- Você não. Harry sim - ela amenizou a expressão, esperando eu falar algo.
- Ele tentou, mas foi impulso. Ele não fez por mal, mas repito que não aconteceu nada.
- Esse Harry - balançou a cabeça.
- Eu não o culpo - falou se levantando - Ele só está apaixonado, às vezes a gente perde a razão quando estamos nesse estado, não é?
- Às vezes - ficou pensativa - Mas ele tem que pensar nas amizades dele também, poxa.
- Gente, não vamos mais falar disso. Não aconteceu nada - abri a porta, indicando que já era hora do café.
Chegamos ao refeitório e os meninos estavam numa conversa animada sobre o projeto deles.
- Óbvio que a gente vai tocar, eles querem que mostremos um pouco do que a gente gosta. Essa é o momento perfeito. - dizia.
- Mas e se não gostarem? - parecia nervoso.
- Você é um músico ou um rato, ? - Harry o encarou.
- Sou um macaco - ele fez bico e nós rimos.
- Sério, , o Harry tem razão, temos que saber a opinião do público. E nada melhor que público jovem. - dizia e eu me sentei ao seu lado – Bom dia, meu amor - Ele me deu um selinho e os outros fizeram o mesmo com suas namoradas, exceto Harry que ficou concentrado em bater a faca na mesa.
- Então vão tocar como projeto? - perguntou - Como eu não imaginei antes.
- E vocês o que vão fazer? - Harry perguntou passando o olhar de pra e finalmente parou em mim.
- Nós ainda não pensamos nisso.
- O que vocês fazem à noite? - perguntou.
- Dormimos - respondeu como se fosse óbvio.
- Babaca, eu falo sério. Vocês só sabem fofocar, e pensar na escola que é bom nada.
- Valeu, nerd - levantei o dedinho positivo pra que riu.
- Só estou aproveitando a oportunidade de mostrar minha música - Ele piscou me fazendo rir.
- Valeu, Rock Star.
- Valeu, senhorita tenho resposta pra tudo - ele mandou língua.

À tarde decidimos nos separar, Harry foi fazer um passeio onde seria guiado pela Sasha, sim, esse era o nome da guia loira. e foram no mini-zoo que tinha, pois havia descoberto que lá havia lhamas e não ia perder a oportunidade de visitar sua família, os macacos. Brincadeirinha. e ficaram na piscina e decidiu me levar para dar uma volta. Andamos por uma estradinha de terra em meio às plantações até chegarmos a uma cachoeira, levamos comida e fizemos um agradável piquenique ao som das águas caindo.
- Neném - eu estava deitada no colo de enquanto ele me dava jujubas na boca.
- Oi, meu bebê - ele ria enquanto falava.
- O que você tá achando desse passeio?
- Estou sendo obrigado a passar muito tempo sem minha namorada, sem o passeio eu até podia dormir com ela.
- E quem disse que a gente não pode dormir junto aqui?
- “Meninos não podem entrar no alojamento das meninas e vice-versa” - ele fez uma imitação fanha da diretora falando.
- Quem falou em alojamento?
- Mas que namorada danadinha eu tenho. Não vai me levar pro mato de novo.
- Ei, você que me trouxe pro mato dessa vez - apontei para plantação a nossa volta.
- Realmente. Mas voltando ao assunto, o que você tem em mente? - ele fez uma carinha sapeca e eu me levantei do seu colo.
- Eu tava pensando em acamparmos em algum lugar, poderia ser até aqui.
- Eu topo. Mas e James?
- Por incrível que pareça, não está no meu pé, então eu não tenho me preocupado com isso.
- Então tudo bem, amor. Que horas e onde a gente se encontra?
- A gente se encontra no campo à meia noite - sorri e ele me beijou.
- Tão espertinha a minha menina.
- Tão gatinho o meu menino.
- Só está interessada na minha beleza, né, sua coisinha?! - ele deu um peteleco no meu nariz.
- Não - sorri maliciosa - também estou interessada no seu dinheiro.
- Que dinheiro? - ele cruzou os braços.
- Ah, droga - bati na cabeça fingindo indignação. Então começou a rir e me pegou no colo me levando para perto da cachoeira.
- Calma, não me taca com a roupa toda, né - eu batia as pernas em seu colo.
- Tudo bem, mas então você não pode se mexer. Qualquer movimento e eu te taco.
- E como eu vou tirar a roupa, espertinho?
- Eu vou tirar - ele fez uma cara de safado e eu bati em seu ombro - Sem maldade, amor, calma. Confia em mim - ele deu um sorriso fofo me colocando no chão. puxou minha saia com delicadeza revelando meu biquíni , depois ele se levantou com um sorriso bobo no rosto, o que me fez rir, colocou a mão na barra na minha blusa, então eu levantei os braços para que ele retirasse.
- Sua vez - ele disse.
- Eu vou ter que tirar sua roupa também - levantei uma sobrancelha e ele riu.
- Você está em vantagem, você só vai tirar minha camisa, afinal eu vou ficar de bermuda.
- Ó, grande vantagem – me aproximei dele retirando sua camisa e em seguida dando um selinho nele. me puxou de volta me dando um beijo de verdade, suas mãos estavam na minha cintura, seus dedos acariciavam minha pele enquanto eu enrolava meus dedos em seus cabelos. Ficamos brincando com nossas línguas, e dávamos selinhos em meio a risadas. me pegou no colo novamente e então entramos na cachoeira. A água estava geladíssima, mas eu não me importei, porque eu estava com ele, nos braços dele. E quando estávamos assim juntos, nada mais importava.


Cap 11

Terça-feira 12:00 pm

Eu carregava uma pequena bolsa que havia me emprestado, onde havia guardado um lençol e algumas besteiras para eu e comermos. Fazia mais uma linda noite de céu estrelado, porém ainda batia uma leve brisa fria. Apertei meu casaco sobre o corpo, sempre fui muito friorenta. Avistei alguém correndo pelo campo com uma mochila nas costas, era . Quando se aproximou de mim, ele pegou em minha mão e nós caminhamos rapidamente, com medo de sermos vistos. Logo chegamos a nossa cachoeira, esticamos o lençol e ali nos acomodamos.
- Olá - ele brincou.
- Oi - eu ri.
- Como você está se sentindo?
- Como uma fugitiva.
- Eu também. - Ele se deitou. - Bebê.
- Oi, neném.
- Deita aqui comigo - ele olhou em meus olhos e fez a cara mais fofa do mundo. Eu deitei apoiando a cabeça em sua barriga e olhei para o céu. Ele parecia mais bonito que ontem, parecia mais lindo que nunca. Eu achava engraçado como eu via as coisas agora, eu sempre fui o tipo que não achava que essas coisas aconteciam de verdade quando estávamos apaixonados, achei que eram besteiras que as pessoas inventavam para as histórias ficarem mais melosas, mas com eu descobri que tudo que as pessoas falavam sobre o amor ainda era pouco, com ele eu sentia tudo mais alegre, via as coisas mais bonitas do que realmente eram e eu me sentia mais especial do que qualquer outra pessoa. Virei-me de bruços para admirar . Ele percebeu que eu o estava olhando e então sorriu.
- Que foi, amor? - ele se levantou e deitou de bruços de frente pra mim, eu podia ver tão fundo nos seus olhos que parecia que eu iria mergulhar neles a qualquer momento.
- Eu só estava pensando - fiquei vermelha, pensando se deveria contar ou não o que estava pensando.
- O quê? - ele pegou em minha mão, fazendo movimentos circulares com o polegar, me fazendo carinho.
- Não sei como explicar - simplesmente sorri.
- Você estava pensando em como é amar - ele disse com simplicidade.
- Como você sabe? - fiquei mais atenta a sua expressão.
- Porque eu estava pensado exatamente a mesma coisa, como eu me sinto com você. Diferente de como me senti com todas as pessoas. É uma forma única e perfeita de ver o mundo.
- É como magia - brinquei.
- É pura magia - ele aproximou seu rosto do meu. – Eu te amo – ele falou olhando em meus olhos e dessa vez tive certeza de que me amava tanto quanto eu o amava.

Quarta-feira 8:00 am

Acordamos na manhã seguinte com passarinhos cantando e então me lembrei da palavra que usamos para descrever o que sentíamos: magia. Era realmente o que parecia que estávamos, em um conto de fadas, cheio de magia. sorriu pra mim e me deu um beijo em cada olho, depois na ponta do nariz e por fim um selinho. Ajeitamos nossas coisas e voltamos para nossos dormitórios, afinal não queríamos arrumar problemas. Corri para o meu quarto. Chegando lá fui abordada por e que queriam saber tudo. Luna que também estava no quarto levantou os olhos disfarçadamente do livro que lia, curiosa para saber da história também.
- A gente só conversou e dormiu - entrei no banheiro para tomar uma rápida ducha, afinal meu cabelo devia estar cheio de mato.
- “Avá”, dormiu? Aham, eu acredito em você, . Saia desse banheiro agora e conte essa história direito - gritava próxima a porta do banheiro.
- Eu acredito nela, nem todas são tão cheias de fogo com o namorado, sabe - zoava e, pelo que eu conhecia dela, já a imaginava revirando os olhos.
- É sério, meninas - saí do banheiro com a toalha enrolada no corpo. Vi Luna abaixar os olhos novamente pro livro - Não fizemos nada, mas de qualquer modo foi lindo ficar com .
- Então tá, né, perdeu uma oportunidade dessas - bateu em minha cabeça.
- É, que oportunidade, fazer sexo no mato, com os mosquitos de platéia - sorri e mandou língua.
- Parece bem selvagem, “graw” - imitou um tigre e nós rimos. Terminei de me vestir e então nós preparamos para sair.
- Você vem, Luna? - sorri pra ela que ainda olhava fixamente pro livro.
- Vou daqui a pouco, podem indo - ela fechou o livro e se levantou e começou a andar pelo quarto. deu de ombros e então caminhamos para o refeitório.
- O que vamos fazer de projeto? - perguntei me lembrando que só tínhamos mais um dia.
- Eu não tenho ideia, não temos nenhum talento.
- O máximo que eu faço é tocar violão - mencionei sem dar muita importância.
- Já é alguma coisa - sorriu pensativa.
- Que foi? - perguntei avaliando sua cara de “tive uma ideia”.
- A gente pode cantar também - Ela bateu as mãozinhas animadas.
- Ótima ideia, pena que nenhuma de nós canta.
- Você sempre foi back vocal experimental do e Harry - insistiu.
- Mas era só brincadeira, eu falava uma palavra a cada refrão.
- Já é alguma coisa - opinou.
- Pelo contrário, isso não é nada.
- Meninas - ouvimos uma voz atrás da gente, então reconhecemos Luna.
- Oi, Luna - esperei ela se aproximar.
- Eu ouvi a conversa de vocês e, bom, eu não queria me meter, mas se quiserem mesmo fazer uma apresentação de música, eu fiz aulas de canto e... - nem esperou Luna terminar de falar, abraçou a menina a ponto de sufocá-la. Eu e tentamos desgrudar dela.
- Luna, você é nossa salvação - ainda falava eufórica.
- Que isso, não é nada - ela esboçou um sorriso tímido - só temos que organizar o que vamos fazer logo. Depois do café a gente se reúne na sala de vídeos e música, geralmente ninguém fica lá e nós escolhemos a música e resolvemos o resto das coisas.
- Ótimo, então depois do café a gente se encontra lá. Obrigada, Luna - sorri e fez o mesmo.
- Não por isso, meninas, sem ouvir essa conversa, sinceramente, nem eu saberia o que iria fazer sozinha.
- Então vamos? - perguntou gesticulando com a cabeça para a mesa em que os meninos estavam sentados.
- Vamos sim. - balancei a cabeça afirmativamente - Vem com a gente, Luna?
- Eu? - ela apontou para si mesma, incrédula.
- Ué, sim, você. Os meninos não são tão ruins quanto aparentam - comentei e ela riu.
- Não imaginei que fossem - ela olhou pra mesa e parecia feliz.
Chegamos à mesa e os meninos não disfarçaram a curiosidade de saber por que tínhamos uma nova convidada.
- Meninos, essa é a Luna, ela divide o quarto com a gente - apresentei e Luna sorriu, os meninos cumprimentaram a mesma.
- Mas e aí, já pensaram num projeto? - Harry falou com a boca cheia.
- Sim. E você já pensou em ser mais educado? - falou tapando a boca dele.
- Tadinho, - sorri pra Harry que me mandou um beijo.
- Você estraga essas crianças, - sacudiu a cabeça e Luna riu.
- Parece que ela gostou da gente - Harry brincou e Luna ficou vermelhinha - Mas voltando ao assunto, qual o projeto de vocês?
- A gente... - começou a falar.
- Segredo - cortei e ela sorriu, adorando minha ideia.
- A, amorzinho, depois você vai me contar, né? - deu vários selinhos em , que ria.
- Não tente me comprar, - ela afastou a boca dele com o dedo indicador.
- Você já é minha, por que teria que comprá-la?! - ele se aproximou e roubou um beijo dela.
- Olha, ele tá ficando espertinho - zoou.
- Eu já até imagino o que elas vão fazer. Falar de maquiagem - comentou e recebeu um olhar ameaçador de - Eu tava brincando, amor.
- Vocês vão se surpreender - Eu abracei , que sorriu.
- Quando você não me surpreende? - ele cochichou no meu ouvido me fazendo rir.
- Assim não vale - fez bico - Olha a de segredinho com o , aposto que ela contou pra ele.
- Não contei nada, macaquinho, deixa de ciúmes.
- Tô de olho - fez aquele sinal com dois dedos apontando pra gente e pros olhos dele.

Durante a tarde eu e as meninas fomos pra sala de vídeo e música. Achamos um violão que estaria disponível para quem quisesse ensaiar ali. Felizmente conseguimos decidir logo a música já que tínhamos gostos em comum. Com o tempo vimos Luna, que antes era só uma nerd esquisita, como uma menina simpática e com vários gostos em comum. Com o tempo que passamos juntas, passamos a observar também que Luna não era feia, só não se cuidava. Após muito ensaio, , e eu decidimos fazer uma transformação em Luna com a desculpa de que teríamos que estar lindas para o festival que seria na tarde seguinte. Primeiro arrumamos seu cabelo, que antes vivia desgrenhado, em cachos, e isso demorou mais tempo do que esperado. Ela se rendeu a arrumação e por fim, ao fim do dia, assumiu que haviam lentes de reserva em sua mala, e nós a obrigamos a usar. Fizemos sua unha e decidimos a maquiagem que ela faria no dia seguinte. Ela adorou, mas como parte da surpresa ela só poderia aparecer de lentes e totalmente arrumada na hora da apresentação, durante o começo do dia, ela deveria continuar com os óculos e cabelos presos.
À noite decidi caminhar um pouco, andei pelo campo com as mãos nos bolsos, sem pensar em nada especifico, pela primeira vez estava apenas caminhando, tendo o meu momento. Olhei em direção ao alojamento dos meninos e vi uma sombra se mexer, pensei que fosse um dos guys, mas infelizmente me enganei.
- Ora, ora, mas será que você não obedece as regras em lugar algum? - James se aproximou.
- E será que você não vai parar de me encher o saco? - ele soltou um sorrisinho sarcástico - James, sério, qual o seu problema?! Sua vida é tão monótona que você tem que perturbar uma menina que nunca fez nada pra você? – As narinas de James inflaram e ele pareceu mais rígido.
- Você deveria saber qual é o meu problema, já que se julga tão sabichona. Deveria saber já que é tão parecida com Eric. Deveria saber o que ele estava fazendo antes de morrer - James falou ríspido e ao mesmo tempo baixo, e então se virou me deixando sozinha. Fazendo-me voltar aos pensamentos perturbadores.

#Flashback on
- Alô - atendi o telefone enquanto via televisão, eu estava sozinha em casa esperando Eric voltar. Meus pais estavam de viagem e só voltariam no dia seguinte. Marta estava passando um dia em casa, Eric havia prometido a ela que cuidaria de mim.
- A senhora conhece Eric ? - a voz de homem falava do outro lado.
- Sim... mas, olha, ele não está aqui.
- Você é o que dele?
- Irmã - respondi apreensiva já com tantas perguntas.
- Tem algum responsável por vocês aí?
- Não tem, senhor, você, por favor, pode me informar logo do que se trata, estou ficando nervosa.
- Eu lamento, querida, seu irmão faleceu - Após aquela frase eu senti meu mundo desabar, desliguei o telefone e corri para a casa de Harry. Ele cuidou de mim e me levou no local onde Eric estava. se comunicou com meus pais que voltaram imediatamente de viagem. Naquela época não sabia o que me doía mais, saber que não veria meu irmão nunca mais ou imaginar o quanto ele se machucou. Eric sofreu um acidente de carro, disseram que ele estava dirigindo em alta velocidade para algum lugar. Mas pelo que eu havia conversado com ele, ele deveria estar na casa de Brianna, que era na direção contrária da que ele estava indo. Passei um tempo tentando conversar com Brianna para entender o que tinha acontecido e atrás do que meu irmão estava. Mas nada consegui já que ela se afastou do colégio. Durante meses, eu somente sobrevivia, porque não tinha vontade de viver. Até que um dia encontrei um papelzinho que Eric havia escrito pra mim quando eu havia brigado com Harry e estava muito chateada: “Promete que nunca vai deixar nada te deixar pra baixo. Promete que vai ser feliz pra sempre?!” e abaixo havia duas caixinhas com um “sim” e um “não”, havia uma pequeno “x” na caixinha de sim e um “ps” em baixo: “Só se você prometer sempre cuidar de mim” eu havia escrito. A partir daquele dia eu passei a viver novamente, sempre lembrava que Eric estaria cuidando de mim, independente de onde estivesse, ele era um menino de palavra. E como meu maior desejo era ser como ele, eu deveria cumprir a minha palavra, eu seria feliz por ele.

#Flashback off

Revirei minha mente a procura de algo que envolvesse James à morte de Eric, mas eu não conseguia ver nada. Não entendia James, não entendia seu ódio por Eric e muito menos por mim. Eu só sabia que não deixaria James me perturbar. Corri para meu quarto e me joguei na cama. Esvaziei minha mente e adormeci.

Quinta-feira 11:00 am

Eu estava deitada na cama, acordada, porém de olhos fechados. Depois da noite de ontem não estava muito animada para sair do quarto, não saí para tomar o café e não pretendia sair daquele quarto até a hora da apresentação que seria só por volta das cinco da tarde. Rolei pela cama ainda de olhos fechados. Desejei que Eric estivesse ali, desejei que ele tivesse pelo menos me explicado as coisas antes de partir e por fim me senti idiota, afinal ele não tinha culpa de nada, o culpado era apenas James. Cravei minhas unhas no lençol com raiva e então senti uma mão sobre a minha, abri os olhos e automaticamente relaxei.
- Quer conversar pó rque você está nesse estado de nervos, meu amor? - estava agachado ao meu lado com um olhar preocupado. Uma de suas mãos agora acariciava meu cabelo. Eu me limitei a levantar e o abraçar o mais forte que podia.
- , você não deveria estar aqui - lembrei-me que estávamos no meu dormitório, no alojamento das meninas. Soltei-o do abraço e segurei sua mão.
- Uma regra idiota da escola não vai me impedir de ver como minha namorada está - ele me deu um selinho e eu esbocei um pequeno sorriso - Mas você ainda não me respondeu. Por que tá nervosa assim?
- James - dei de ombros, afinal era a única coisa que conseguia me deixar naquele estado.
- Esse cara de novo? O que ele quer com você? , você tem que resolver isso, tem que falar na direção do colégio ou qualquer coisa do tipo. Você faz isso ou...
- Ou o quê, ? - coloquei a mão na cintura e ele deu um sorrisinho.
- Ou eu vou ter que mostrar pra ele por que me chamam de super - ele bateu no braço mostrando seus “músculos”.
- Fiquei com pena de James agora.
- Deveria mesmo - ele se levantou e me abraçou por trás - Mas agora, sério, você realmente precisa dar um jeito nisso - ele me apertou mais e deu um beijo no topo da minha cabeça.
- Eu só queria entender antes porque ele faz isso comigo.
- De duas uma, meu bem, ou ele é gay e tem inveja de como você é linda ou ele é apaixonado por você, e se for a segunda opção, teremos que resolver isso no braço - riu me fazendo rir junto.
- Acho que o problema era com Eric e agora ele quer descontar em mim. - Virei-me de frente pra dando um peteleco em seu nariz - Mas não se preocupa, eu vou resolver isso logo, guarde seus músculos pra outra coisa.
- Poxa, mas pra quê? - ele cruzou os braços.
- Pra me carregar.
- Mas que namorada preguiçosa essa que eu arrumei - ele disse me pegando no colo e me jogando na cama. Em seguida ele deitou ao meu lado e mordeu minha bochecha - Já disse que você é namorada mais mordível do mundo?
- Não. - eu ri do seu comentário - E eu já falei que você é meu, todo meu, e eu não divido com ninguém?
- Não. - ele sorriu marotamente - Mas eu gostei disso - Ele me puxou mais pra perto e me beijou. Depois de um tempo, o beijo foi tomando um novo rumo, ele passou seus beijos para meu pescoço e sua mão apertava minha cintura. Eu o puxava por sua camisa pra mais perto de mim, eu só queria ele sempre mais perto. voltou a me beijar e eu já sentia o ar me faltar, eu enrolava meus dedos em seu cabelo com urgência e ele me puxava cada vez mais pra perto como se quisesse nos fundir, o que não seria uma má ideia. Então ouvimos um barulho na porta e caiu da cama no susto.
- Ai-meu-Deus, desculpa, gente, eu não esperava que... - Luna olhava em dúvida se ria ou se ficava sem graça. ainda estava sentado no chão com uma cara de idiota, cabelos bagunçados e a boca vermelha. Eu estava sentada na cama e olhava de Luna pra com uma estranha vontade de rir, pensei que deveria estar quase que no mesmo estado que .
- Tá tudo bem, eu só tava checando a respiração dela - se levantou e sorriu despreocupadamente, Luna segurou o riso e balançou a cabeça como se estivesse acreditando nele e eu revirei os olhos rindo. – Então eu vou descer, a gente se vê daqui a pouco no almoço, tá bom? - ele correu até a cama me deu um selinho e depois deu um tchauzinho com a mão pra Luna e saiu do quarto. Luna olhou pra mim e então nós duas desatamos a rir.
- Amiga, desculpa, eu juro que não queria atrapalhar - Luna se sentou ao meu lado na cama ainda rindo.
- Não tem problema, a gente já ia parar mesmo você não tendo chegado - eu falei, o que não era mentira.
- Mas desculpa mesmo assim, eu só vim ver se você viria pro almoço já que as mocinhas lá não desgrudavam de seus namorados.
- Ah, sem problemas, Luna. - sacudi as mãos sorrindo e então ela sorriu convencida de que eu não estava mesmo chateada - Mas e Harry, também foi tomar café?
- Sim - Luna respondeu sem dar muita importância - Mas ele estava bem calado.
- Estranho, Harry calado - olhei pro chão pensativa, mas então despertei e decidi me trocar para o almoço - Você me espera, amiga? Só vou me arrumar rapidinho.
- Tudo bem, eu vou ficar bem aqui - ela pegou seu amado livro e abriu no seu colo enquanto eu me arrumava.


Ainda quinta-feira 5:00 da tarde

Depois do almoço, nós nos despedimos dos meninos para nos organizarmos para a apresentação. Ensaiamos mais um pouco, terminamos de nos arrumarmos e agora estávamos as quatro no quarto nervosas, prontas para sairmos. Mas ninguém ali estava mais nervosa que Luna.
- Mas e se ninguém gostar da minha voz? E se me acharem estranha assim? - Luna andava de um lado pro outro no quarto.
- Ninguém vai falar nada de ruim, no máximo os meninos vão pedir o seu telefone porque você esta muito linda - se aproximou de Luna e mexeu em seus cabelos.
- E sobre a sua voz, você só pode estar brincando, né? Você canta muito - se levantou sorrindo - Vai dar tudo certo, você vai ver.
- Vai mesmo, agora vamos que já deve estar começando.
Chegamos ao local onde iriam ocorrer as apresentações, havia um pequeno palco. A diretora já estava em cima do palco passando alguns recados.
- Boa tarde, queridos, dentro de alguns minutos vamos começar as apresentações, mas antes queria agradecer pelo esforço que cada grupo fez para esse dia. Também gostaria de comunicar que decidimos que os dois melhores grupos a se apresentarem, se juntassem para fazer uma nova apresentação no colégio ao fim do bimestre. E por último, gostaria de lembrar que amanhã a saída do ônibus será às 7 da manhã. Boa sorte, meninos, agora é com vocês.
As apresentações começaram com pequenos grupos de teatro, dança e até leituras de poemas, também houveram algumas apresentações musicais. Logo chegou a vez dos meninos, que subiram no palco meio nervosos. Harry ajeitou no seu posto de baterista e rodou as baquetas nos dedos, sorri ao vê-lo fazer aquilo. , e também assumiram seus lugares. pegou o microfone.
- Antes de começarmos gostaria de agradecer a escola pelo espaço. - ele sorriu para a diretora que retribuiu o sorriso, James ao seu lado revirou os olhos. - E agora vamos tocar uma música nova que escrevemos, pras nossas pequenas meninas.

Little Joanna's got big blue eyes
(Pequena Joanna tem grandes olhos azuis)

Coconut cream on coffee coloured thighs
(Coxas de cor de café e creme de coco)

I could die lying in her arms
(Eu poderia morrer deitado em seus braços)

Where castles are made of sand
(Onde castelos são feitos de areia)

We start to dance, but only the music is bleating
(Nós começamos a dançar, mas só a música está sangrando)

When crickets replace the band
(Quando os grilos substituem a banda)

[Refrão]
She will always be my sun kissed trampoline
(Ela sempre será meu trampolim beijado pelo sol)

She's goes up and down in my heart
(Ela vai pra cima e pra baixo no meu coração)

Turned into jelly beans
(Transforma-se em jujubas)

And I'm starting to believe that dangers never near
(E eu estou começando a acreditar que o perigo nunca está por perto)

When Joanna is here
(Quando Joanna está aqui)
[/Refrão]

Little Joanna's like a laser beam sky
(Pequena Joanna é como um laser que corta o céu)

Gluteous Maximus like a fire fly
(Brilhando ao máximo como um vagalume)

And that's why I'm a kissaphobic
(E é por isso que eu sou beijofóbico)

Where cellulite dreams were made
(Onde sonhos de celulóide são feitos)

Like lemonade
(Como limonada)
But when the shivers are salty
(Mas quando os calafrios são salgados)

And sea forms the colour of space
(E o mar forma a cor do espaço)


[Refrão*]

God, I love Joanna
(Deus, eu amo Joanna)

But she don't understand much
(Mas ela não entende o quanto)

I love it when our hands touch
(Eu amo quando nossas mãos se tocam)

Knowing that I'm near
(Sabendo que eu estou perto)

Apple - favoured lip gloss
(Brilho labial sabor de maçã)

Achilles ware's a necklace
(Gillies usa um colar)

And feeling I got reckless
(Eu estou me sentindo jovem e indestrutível)

When Joanna's here
(Quando Joanna está aqui)

Little Joanna's got big blue eyes(...)

(when Joanna's here) sun kissed trampoline
((quando Joanna está aqui) trampolim beijado pelo Sol)

(when Joanna's here) up and down in my heart
((quando Joanna está aqui) pra cima e pra baixo no meu coração)


(when Joanna's here) sun, sun
((quando Joanna está aqui) sol, sol)

(when Joanna's here) sun, Sun
((quando Joanna está aqui) sol, sol

Ao fim da apresentação eles receberam muitos aplausos. desceu do palco e me abraçou. e fizeram o mesmo com as meninas. Então por último veio Harry, que também me abraçou e deu um pequeno beijo em mininha testa. Após a euforia passar, foi nossa vez de nos apresentarmos. Eu peguei o violão e comecei os primeiros acordes. , e eu fizemos back vocal enquanto Luna ficou com a primeira voz.

[n/a: quem quiser ouvir a música é Meteor Shower do Owl City]

I can finally see,
(Eu finalmente consigo ver,)

That you're right there beside me,
(Que você está bem aqui ao meu lado,)

I am not my own,
(Eu não estou sozinho)

For I have been made new
(Pois eu fui refeito)

Please don't let me go,
(Por favor, não me deixe ir,)

I desperately need you
(Eu preciso de você desesperadamente)

I am not my own,
(Eu não estou sozinho,)


For I have been made new
(Pois eu fui refeito)

Please don't let me go,
(Por favor não me deixe ir,)

I desperately need you
(Eu preciso de você desesperadamente.)

Ao fim todos aplaudiram, e ouvimos muitos cochichos sobre a nova aparência de Luna, e ela parecia feliz com isso.
- Vocês cantam - brigou apertando - Isso é uma grande novidade.
- Daqui a pouco vocês vão dizer que até ganham de mim no vídeo game - brincou cutucando a barriga de .
- Mas isso é verdade, - Eu zoei com ele fazendo todos gargalharem.
Depois ouvimos a diretora chamar a atenção de todos mais uma vez no microfone.
- Todas as apresentações foram maravilhosas, meus parabéns. O resultado das melhores apresentações será divulgado na segunda-feira. Agora se recolham, meninos, amanhã temos uma longa viagem.


Cap 12
Após voltarmos de viagem, finalmente tinha caído a ficha de que haviam começado as aulas. Os professores enchiam a lousa com novos conteúdos e nós, alunos, prestávamos mais atenção que de costume, inclusive os meninos.
Logo chegou a época de testes, e agora minha promessa valia de verdade. Durante a semana toda nós, as meninas, revezávamos nossas casas para estudarmos, enquanto os meninos, embora estivessem mais concentrados nas aulas, não viam a mínima necessidade de estudar em casa, por isso passavam as tardes na casa de Harry jogando videogame e ensaiando.
Quando finalmente o fim de semana chegou, meu celular já estava lotado de mensagens de reclamando sobre o meu estudo, e dizendo o quanto estava com saudades. Mas que namorado carente eu fui arrumar. Harry e haviam deixado umas cinco mensagens cobrando visitas (e algumas observações de sobre eu ter roubado a namorada dele, como se ele também não tivesse roubado o meu) e deixou uma mensagem engraçadinha dizendo que eu havia sumido porque estava com medo de levar uma "surra" dele no videogame. Até parece.
Depois que terminei de ler tudo, percebi que ainda era cedo e não resisti a tentação de acordar meu namorado. Arrumei-me rapidamente, passei em uma loja de doces e comprei várias besteiras, para o caso de ter que adoçar o humor do belo adormecido. Cheguei à casa de e fui atendida por seu pai que já estava de saída, me pedindo para cuidar da casa. Subi as escadas devagar, e mesmo com todo cuidado acabei tropeçando, mas dei sorte, o monstrinho ainda parecia estar dormindo. A porta do seu quarto estava entreaberta, o local estava meio escuro, a não ser por uma pequena brecha de sol que passava por entre as cortinas. se mexeu na cama, e eu não pude deixar de notar como ele ficava lindo dormindo com os cabelos caindo em seus olhos, a respiração lenta... Havia como ficar mais apaixonada?! Aproximei-me de sua cama deixando a caixa de doces sobre a pequena mesa de cabeceira, e me deitei ao seu lado devagar. A princípio ele pareceu não perceber, porém logo ele abriu os olhos lentamente e sorriu.
- Eu ainda tô sonhando? - sua voz saiu rouca enquanto ele passava o braço por minha cintura.
- Não seja clichê, meu amor - ri da careta que ele fez.
- E você não atrapalhe meu sonho ou vou ter que calar sua boca - ele me puxou mais pra perto.
- Você não ousaria - cerrei meus olhos, o desafiando e ele, quase que em um movimento "ninja", passou suas pernas sobre mim , me prendendo embaixo dele. Vi um sorriso vitorioso se formar em seu rosto e depois disso ele se inclinou e me beijou.
- Saiba que eu deixei você fazer isso - resmunguei após se afastar.
- Eu sei, você não resiste ao meu beijo - ele se tacou de volta na cama fazendo cara de convencido e dessa vez eu subi em cima dele.
- Pois saiba que você é muito metido - cruzei os braços e ele ficou me encarando com uma expressão divertida.
- Posso ser metido, mas falo a verdade - ele piscou.
- Pois bem, vou te mostrar que quem não vive sem meus beijos é você - me levantei indo em direção a porta. pulou da cama e me puxou com um sorriso maroto nos lábios.
- Você sabe... - Senti seu hálito em meu ouvido - que eu não vivo... - Ele mordeu o lóbulo da minha orelha - sem seus beijos... - Um selinho - sem seus abraços, sem seu perfume, sem ouvir sua voz ou a batida do seu coração... - Ele se afastou olhando em meus olhos - Eu não vivo sem você - Ele me beijou levemente, enquanto sua mão acariciava meu rosto e depois desceu para minha cintura que foi envolvida por seu abraço.
- Eu preciso de você - seus lábios estavam próximos aos meus, os olhos me encarando com uma intensidade que me fez estremecer, senti minhas pernas ficarem bambas e, como se lesse meus pensamentos, conduziu-me até a cama e novamente nos beijamos. Logo senti seu peso sobre mim, nossas línguas que mantinham um ritmo lento começaram a acelerar, sentindo urgência, assim como as mãos de que seguravam minha cintura com forma, como se quisesse que a distância entre nós diminuísse, se é que ainda havia alguma. Uma coisa dentro de mim queria aquela proximidade, e queria muito. Mas havia uma voz lá dentro me pedindo pra parar. então parou mais uma vez, como se ouvisse o que se passava na minha cabeça. Um sorriso tímido surgiu em seu rosto e eu senti minhas próprias bochechas corarem.
- Acho que estou meio... - ele coçou a cabeça sem graça.
- Relaxa - levantei-me - Eu vou lá embaixo preparar alguma coisa pra você enquanto... você coloca uma roupa - encarei seu corpo perfeito coberto só com uma samba canção e sorri, então me aproximei e dei um selinho rápido nele, antes de descer.
Depois do acontecimento da manhã eu e passamos a tarde vendo desenhos animados, conversando e, obviamente, namorando (só que de uma forma mais light) até que a noite chegou e eu fui pra casa.
Ainda sábado, 10:00 pm
Depois de ter passado um dia maravilhoso com , não conseguia mais parar de pensar, e isso me deixava agitada. Ficar em casa só estava me deixando com tédio, então decidi passar na casa de Harry, na esperança de que os meninos estivessem lá para jogarmos videogame. Abri a porta, me deparando com a sala silenciosa demais. Subi direto para o tão conhecido quarto de Harry, onde ele estava em sua cama, parecendo muito concentrado com uma caneta atrás da orelha e um caderno apoiado na perna. Bati na porta e ele ergueu os olhos rápidamente, quase que assustado.
- À que devo o milagre - ele se recompôs levantando e indo me abraçar.
- Estava com saudades - retribui o abraço - Mas devo confessar que estou surpresa de te encontrar sozinho num sábado à noite.
- Hoje é meio que o dia dos casais matarem a saudade - ele deu um sorrisinho safado e eu apenas balancei a cabeça sorrindo. Sentei-me em sua cama.
- Mas então o que é isso? - levantei o caderno.
- Isso, minha querida, é o mais novo sucesso do McFLY - ele fez uma cara de convencido.
- McFLY? - questionei meio que já adivinhando o que significava.
- É o nome que escolhemos pra banda - ele sacudiu as mãos como se não tivesse muita importância.
- Parece que está cheio das novidades - cruzei as pernas esperando ele me bombardear com as suas novas histórias.
- É que elas têm acumulado com sua ausência - ele falou e aquilo me atingiu mais do que deveria. Eu realmente estava ausente na vida de Harry? Eu era assim tão má amiga? Senti meus olhos marejarem.
- Ei, não se sinta mal, , não foi isso que eu quis dizer... Olha, me desculpa - Hary passou seus braços por meu ombro e eu apoiei minha cabeça em seu peito.
- Por que está pedindo desculpas? Eu que estou errada, eu realmente estou meio ausente... -
- Psiu, não se preocupe comigo - ele fazia carinho em meu braço enquanto eu me aninhava no calor de seus braços. Ficamos assim em silencio, só matando a saudade, acabando com a distância física e mental, dizendo sem palavras o quanto um significava pro outro.
- Big tiger - sussurrei encostada em seu ombro e ele sorriu.
- Fale, pequena - Harry encostou seu queixo em minha cabeça.
- Eu senti sua falta. - encostei novamente minha cabeça em seu peito, e pude ouvir as batidas do seu coração, era quase que como uma cantiga de ninar: acalmava, acolhia e fazia como se eu me sentisse em casa.
- Eu também senti a sua... - ele disse - você não imagina o quanto - ele terminou de falar, quase inaudível.
Harry me contou seus planos pra banda, das tardes que eu perdi com "conhecimento inútil", segundo ele, e até de Sasha ele falou, mas logo mudou de assunto vendo minha cara. Conversamos até a noite virar madrugada e o cansaço nos impedir de continuar a falar. No outro dia acordamos com inúmeras dores no corpo por termos dormido de mau jeito. Aderi meu antigo hábito de usar a camisa social branca (e nunca usada por Harry) junto com minha samba canção favorita. Quando desci, Harry já preparava o café, sorrindo ao me ver vestida com o belo traje.
- Nunca se perdem velhos hábitos - sorri parecendo a mesma moleca de antes
- Assim que eu gosto.
Um pouco mais tarde, porém antes do almoço, chegou, fazendo uma festa por me ver ali. Parecia que faziam meses que não nos víamos, quando, na verdade, fazia apenas algumas semanas que eu não aparecia ali. Mas eu entendia, para nós que tínhamos o costume diário de nos vermos e passarmos horas naquele mesmo local conversando e brincando, parecia que um dia distante era muito tempo. Após mais conversa sobre McFLY, videogame e , consegui botar os papos em dia com , então decidi ir pra casa, porém havia prometido voltar mais tarde.
Botei os pés em casa completamente feliz e, como se fosse possível, minha felicidade só aumentou quando ouvi a voz que conversava com Marta na cozinha.
- MÃE! - gritei me jogando em seus braços, ela sorriu retribuindo o abraço com vontade.
- Que saudades, meu amor - ela me analisava - Aliás, onde você dormiu? Já dormindo na casa do namorado, mocinha? Temos muito que conversar.
- No Harry, não dormi com meu namorado - "pelo menos não na casa dele", pensei em dizer - e, sim, temos muito que conversar.
- E quando vou conhecer ? - ela sorriu animada.
- Bom, é só marcar com ele.
- Chame ele pro chá hoje.
- Chá?! Hum, tá, e depois a gente vai direto pro Harry.
- Então ok. - ela falou e ficou me encarando com uma cara pensativa.
- Que foi, mãe?
- Seu namorado não se importa que você durma na casa do Harry? - "Nunca perguntei pra ele, mãe, obrigada por se preocupar", pensei em dizer.
- Harry é só meu melhor amigo, sabe disso - "disso ele sabe, mas será que ele realmente se importava?", minha cabeça me bombardeava.
- Mas sabe que você dormiu lá?
- Não - respondi pensativa, e então subi as escadas indo direto pro banheiro. Nada como um banho quente. "Obrigada por me preocupar, mãe".


Cap 13 - you’re the one that I want.

#’s POV

Na manhã de domingo acordei mais tarde que o previsto. Meu telefone tocou, era . Sua mãe havia voltado de viagem e estava louca para me conhecer, então peguei minha melhor roupa (queria fazer bonito pra sogrinha) e fui me arrumar.
Chegando a casa dela, toquei a campainha na esperança de que abrisse a porta.
- Oi, amor - abriu a porta com um sorriso alegre no rosto. Ela me deu um doce e pequeno beijo. Entramos na casa de mãos dadas e paramos na sala onde uma moça de aparência jovem e com um sorriso absurdamente parecido com o de . Obviamente aquela era Lilian, a mãe dela. Lilian parecia muito ansiosa e animada, eu percebia pela expressão facial que era idêntica a de quando ficava nesse estado.
- Como você é lindinho - a senhora se aproximou me abraçando . parecia acanhada e ao mesmo tempo se divertindo com a situação.
- É um prazer te conhecer, senhora - eu abri meu sorriso encantador que as mães adoram.
- Por favor, querido, me chame de Lilian - ela se sentou em uma poltrona fazendo menção para que eu me sentasse também . me puxou para o sofá. Sentamos-nos ainda com as mãos entrelaçadas.
- Martinha, meu bem, venha se juntar a nós - chamou fazendo Lilian rir.
- Ás vezes eu até fico com ciúmes da Marta, minha filha faz mais questão dela que de mim - Lilian brincou fazendo bico. revirou os olhos com ar de riso.
- Fiquei sabendo que você, Harry e montaram uma banda - Lilian puxou assunto me deixando mais à vontade.
- É verdade, passamos a maior parte da tarde na casa de Harry ensaiando - comentei.
- Não se esqueçam do meu fofinho, ele também faz parte da banda, tá?! - pegou uma xícara de chá da bandeja que Marta trazia.
- ? Esse também não é da minha época - Lilian também pegou sua xícara de chá.
- É, mãe, ele é namorado da - esclareceu - aposto que a senhora ia adorar ele.
- Bom, então me convidem pra um ensaio da banda que poderei ver todos.
- Está mais do que convidada - convidei Lilian.
- Vou aparecer mesmo, hein. Parece que faz séculos que não vejo os meninos.
- Eles já devem ter até esquecido de você - zoou e Lilian deu um tapinha em seu braço.
A tarde se passou agradavelmente na casa de , tanto que nem vimos a hora passar e acabamos não indo para casa de Harry.

Segunda-feira 2:00 PM

#’s POV

- Mas qual o lance com o Harry? - Luna estava esticada na espreguiçadeira ao meu lado com um biquíni rosa bebê.
- Não tem lance. Ele é meu melhor amigo... e está apaixonado por mim. Mas não rola nada entre a gente, não mais, porque agora eu tenho o e tudo mais. - fiz uma expressão confusa - Mas o que me incomoda é o fato de não podermos ser mais como antigamente, porque os outros acham que tem algo a mais. Tipo minha mãe, que acha que eu não devo mais dormir na casa de Harry sem falar com . - Virei-me na espreguiçadeira desconfortável com o calor, já estava quase a ponto de pular na piscina.
- Por um lado, meio que sua mãe tem razão - Luna começou apreensiva, mas vendo minha expressão serena ela continuou - Afinal, que menino gosta de ver a namorada dormindo com outro menino. Seria a mesma coisa que dormisse com outra menina.
- Eu sei. Mas sempre foi assim, eu, Harry e sempre dormíamos juntos e mudar agora parece tão estranho.
- Amiga, mas você tem que ver o que é melhor pra todos. Pra você, pro Harry e pro - Luna se levantou me puxando.
- O melhor seria eu não existir - fiz corpo mole e Luna riu.
- Não seja dramática - ela conseguiu me levantar e me tacou na piscina

#’s POV

- , é nossa vez de jogar - esperava, com a mão esticada, o controle do vídeo game e estava ao seu lado com as mãos na cintura batendo o pezinho, fuzilando e com os olhos, que já estavam na terceira partida de Mario Cart seguida. Harry estava na varanda ao celular, com Sasha, o que de certa maneira me deixava de bom humor. Afinal, além de Harry estar meio que deixando de gostar da minha namorada, ele era meu amigo e estava feliz. Peguei meu celular discando pra , que havia sumido com Luna após a aula.
- Alô - ela atendeu com a voz animada, ao fundo pude ouvir o som de algo ou alguém caindo na água.
- Oi, , eu só queria saber onde você se meteu - fiz uma voz engraçada e ela riu.
- Desculpa, neném, é que a Luna me convidou pra vir na casa dela. - ela imitou a voz que eu tinha feito me fazendo rir - Mas onde você tá? - ela deu ênfase.
- Na casa do Harry, onde mais estaria? - comentei como se fosse óbvio - Mas, então, vem pra cá e trás a Luna também. Esses casais aqui tão me pirando.
- Tá bom, amor, só temos que esperar alguém chegar aqui e já estamos indo, ok?
- Tá bom, amor, eu te amo, tá? - falei achando engraçado o fato da necessidade que eu tinha de falar aquilo, era bom e engraçado ao mesmo tempo.
- Eu também te amo muito, gatinho - ela fez uma voz fofinha de neném e então desligou e eu voltei a encarar a interessante briga pelo vídeo game. Você percebeu meu sarcasmo, não é?!

#’s POV

- Só temos que esperar alguém chegar pra ficar com a chave. Mas não vai demorar, meu irmão já deve estar chegando.
- Tudo bem, sem pressa, aquele povo não deve ir embora tão cedo. – Coloquei os óculos de Sol gigantes de Luna e ela caiu na gargalhada.
- Você parece um besouro - ela segurava a barriga rindo me fazendo rir junto.
- Estão se divertindo sem mim - ouvimos uma voz masculina, e eu reconheci aquela voz.
- Jesse?! - exclamei num misto de confusão e diversão. Ele abriu um largo sorriso, se aproximou e me deu um beijo na bochecha.
- Vocês se conhecem? - Luna parecia mais confusa que eu.
- Claro, maninha - Jesse piscou e Luna balançou a cabeça rindo. Então Jesse era irmão de Luna, mundo pequeno. - A propósito, vocês deixaram a porta aberta - Jesse se sentou ao meu lado na espreguiçadeira.
- Você andou sumido - brinquei dando um soquinho nele.
- Ou você que sumiu. Aliás todos sumiram.
- Talvez, um pouco.
- E o ? - Jesse provocou com um sorriso maroto.
- Estamos ótimos - sorri confiante.
- Pior pra mim... - ele brincou - e pro baterista.
- Jesse! - Luna o repreendeu - Nós já vamos - ela me puxou na direção da porta para seu quarto.
- Bom te ver, - Jesse sorriu e eu esbocei um sorriso fraco pra ele. Não era como se eu não gostasse de Jesse, só que algumas atitudes me incomodavam.

Segunda 3:30 PM

Luna e eu chegamos à porta de Harry e eu, como de costume, simplesmente girei a maçaneta e, como sempre, a porta estava aberta.
Entrando na sala, Luna disparou na minha frente indo falar com as meninas que não deram muita atenção, pois estavam vidradas no jogo que finalmente haviam conquistado. se aproximou de mim me beijando delicadamente nos lábios e eu pude sentir seu maravilhoso hálito de menta. Vaguei pela sala com na minha cola, enquanto eu abraçava cada um dos meninos, deixando as meninas por último porque eu não queria ser ignorada.
- Alguém voltou mesmo - sentou no meu colo.
- Alguém tem que cuidar das crianças - dei um tapa no bumbum dele que saiu quicando - E, além disso, uma pessoa me desafiou pro vídeo game – comentei mirando que levantou as sobrancelhas convencido.
Depois de ganhar duas partidas seguidas de , nós todos desistimos do vídeo game, pelo menos por enquanto. e já estavam em um dos quartos fazendo sabe-se lá o que, e estavam aos beijos em um canto da sala e Harry e Luna conversavam animadamente. Senti um pequeno incômodo no estômago que passou assim que senti a mão de afagando a minha, então pude ver como eles ficavam bonitos juntos, os olhos fixamente um no outro, o modo despreocupado como conversavam, as risadas sincronizadas. Era bonito, assim como e , e . Era perfeito assim como Eu e .
- Eles são bonitinhos juntos - comentei com que seguiu meu olhar e deu um sorrisinho.
- Até que sim. Mas acho que não rola. - enrolava uma mecha do meu cabelo em seus dedos.
- E por que não? - olhei confusa pra que entortou a boca.
- É só que Harry... Bom, ele tá saindo com a Sasha.
- Como é? - me exaltei um pouco e revirou os olhos.
- Ah, qual é, . Vai dizer que tá com ciúmes do Harry?
- ! Não é isso, é só que ela é muito velha pra ele e não deve gostar dele. Pode estar se divertindo com ele, sei lá - dei de ombros e ficou me encarando sério - E para de me olhar assim.
relaxou e então voltou a fazer carinho em minha cabeça.
Não era ciúmes o que eu estava sentindo de Harry com Sasha. Era cuidado. Eu já havia perdido alguém que amava muito por se envolver com uma pessoa mais velha e além de tudo tinha alguém que combinava bem mais com ele. Olhei pra Luna e sorri discretamente, relaxando com o carinho que meu menino fazia.


Cap 14 - “Sei que o amor não se mede ou se calcula como a área de um triângulo”

Terça-Feira 1:00 PM

Eu admirava minha casquinha de sorvete que fazia um delicioso degradê que ia do morango claro, do sabor cereja, ao morango escuro, do sabor chiclete. Remexi-me na cadeira desfrutando do meu sorvete enquanto curtia somente a mim. Ouvi a sineta da sorveteria tocar, o que achei estranho, já que eu era a única maluca por ali tomando sorvete naquele frio.
- Olá - Jesse apareceu sobre meu ombro espantando meu devaneio sobre as cores do sorvete.
- Hey - sorri pra ele que estava especialmente fofo com um gorro na cabeça e as bochechas coradas.
- Você é mesmo uma anomia - ele apontou pro sorvete e se sentou a minha frente.
- Você também está na sorveteria - mandei língua.
- Mas só vim passar tempo - ele batucou os dedos levemente na mesa. Então ficamos em silêncio.
- Sobre ontem... - ele recomeçou a falar - Eu ter falado do baterista. Bom, não era pra eu ter metido ele no meio. Foi mal. - ele se desculpou olhando em meus olhos. Ele realmente parecia arrependido.
- Tudo bem. Não era pra afetar tanto, geralmente não afeta em casos normais.
- Mas o seu é um caso normal? - ele questionou e eu sacudi a cabeça em negação.
- Não era pra ser tão complicado, mas eu sou fora do padrão sempre e acabei complicando tudo.
- Na verdade, não foi você que complicou, pelo que eu sei.
- Eu sei, mas eu meio que sou a causa do problema.
- Mas também é a solução - ele piscou - Você sabe que faz bem a eles de uma forma ou de outra, e eu bem sei que hoje em dia a situação está bem melhor que antes. E pela sua carinha, acho que você está próxima de uma solução definitiva pra isso tudo.
- Obrigada, Jesse - sorri e ele retribuiu o sorriso apertando minha mão.
- Por ser gato ou charmoso? - ele brincou.
- Por ser legal comigo.
- É de graça... Ou melhor, o preço é você fazer minha irmã parar de falar no Harry - ele fez uma carinha de ciumento.
- Chamou ele de Harry - falei com os olhinhos brilhantes.
- Opa, baterista - ele corrigiu e nós rimos.

*

Cheguei em casa e ouvi vozes, vozes que conhecia desde que me entendia por gente.
- Coelhinha! - gritou ao me ver entrando na sala, me fazendo rir.
- Onde você se meteu? Achei que estava com , mas comecei a ficar preocupado quando ele ligou te procurando.
- Eu só estava na sorveteria, com o Jesse.
- COM QUEM? - Harry arregalou os olhos, deixando minha mãe confusa.
- Jesse. Eu esqueci de contar, mas ele é o irmão da Luna – me acomodei no sofá desamarrando o tênis.
- E isso faz dele menos babaca agora? - Harry levantou uma sobrancelha parecendo irritado.
- Quase isso. Mas é sério, Harry, ele mudou, ele está... - pensei em uma palavra - legal.
- Relaxa, ele só tá com ciúmes - comentou despreocupado enquanto minha mãe olhava perdida de um para outro.
- Enfim, contem esses detalhes pra minha mãe que eu vou subir e ligar pro - peguei meus tênis e fui em direção as escadas - E hoje a farra é aqui em casa, chamem todos.
Liguei pra , que disse que logo estaria aqui.Tomei um banho bem quente, saindo do banheiro acompanhada de uma nuvem de fumaça. Disquei o número de Luna e a convidei também, afinal os meninos ainda não tinham o número dela.
Depois de me vestir, abri a porta de meu quarto dando de cara com , e Harry.
- Não pude deixar de saber da conversa lá em baixo - desatou a falar enquanto entrava no cômodo - E será que é verdade que você trocou seu maninho aqui pelo Jesse - ele sentou em minha cama e fez uma carinha fofa de gato de botas, enquanto isso, mexia nas minhas coisas e Harry se sentou no puff ainda parecendo irritado.
- Eu nunca trocaria você, maninho – apertei que me esmagou em um abraço de urso - Aliás, nenhum de vocês. Vocês são os meninos da minha vida - encarei Harry que esboçou um sorriso discreto.
- Espero que eu esteja incluído nessa categoria - entrou no quarto fazendo uma linda carinha de ciúmes. Eu corri até ele e o esmaguei num abraço quase tão forte quanto o de .
- Deus, que meninos carentes e ciumentinhos eu arrumei - gritei antes de encher de beijos.
- Você vai pagar por isso, - fez um sinal com a cabeça e quando percebi já estava sendo esmagada pelos quatro.
- Chegamos atrasadas pra festa - estava na soleira da porta com o cotovelo apoiado na maçaneta enquanto e Luna riam abobalhadamente da cena.
- Meu quarto virou a casa da mãe Joana? - brinquei me livrando do peso dos garotos.
- Sua mãe que tá dando passe livre lá em baixo - correu para o colo de que já havia se recomposto e ocupado novamente seu lugar na cama.
- Suspeitei. - Suspirei falsamente recebendo uma almofadada de - E vocês estão muito agressivos.
- Eu te protejo - me agarrou me derrubando na cama.
- Meu herói - distribui vários beijinhos por seu rosto.
- Mas, então, vocês não acham que estamos farreando muito só pro começo da semana - Luna se jogou no puff ao lado de Harry.
- Não mesmo, isso ainda é pouco - abriu um sorrisão, deitado no colo de , então Luna tacou uma almofada nele. O celular de Harry tocou e o mesmo se retirou do quarto.

#Harry’s POV

- Oi, linda - atendi Sasha.
- Oi, fofo, quer me encontrar?
- Quando?
- Agora, né?! - ela fez um ar de deboche.
- Agora tô com meus amigos.br> - Ah, Harry, larga o jardim de infância e vem se divertir comigo - ela falou de um jeito que acharia totalmente de puta.
- Sasha, não fala assim deles - pedi calmamente.
- Ah, Harry, você quem perde. Fica aí babando pela sua amiguinha sem sal - ela se referiu a de um jeito debochado. E nesse momento eu percebi como fui burro em ter contado essas coisas pra ela, eu nem a conhecia direito.
- Não fala assim dela - alterei a voz.
- Tanto faz, me divirto com outra pessoa. Tchau, Judd - ela disse com ar de tédio, desligando o telefone.
Então eu percebi que sair com uma mulher mais velha era só uma desculpa pra não pensar mais na . Mas eu não precisava mais daquilo. Enfim, Sasha foi só mais uma.
Voltei pro quarto, onde todos pareciam bem ocupados se divertindo. Caminhei até a janela, me debruçando um pouquinho, olhei a paisagem enquanto respirava o ar puro.
- Tudo bem, garotão? - Luna apoiou a mão em meu ombro, com um sorriso meigo no rosto.
- Tudo está bem melhor agora - comentei me referindo a estar livre de Sasha e estar ali conversando com ela que parecia bem legal, pois se importava comigo.
- Ótimo, então - ela girou um anelzinho em seu dedo indicador.
- Então... - puxei assunto - você é mesmo irmã do Jesse.
- Claro - ela deu um sorriso sapeca -, baterista.
- Percebi as semelhanças - brinquei a fazendo sorrir. E então seria aquele o início de uma bela amizade?! Quem sabe...


Cap 15 - A saudade pode provar que o passado valeu a pena.

Quarta-feira, 7:30 AM

- Sono, sono e sono - esfregava os olhos. Os pés estavam apoiados na mesa da frente, no caso a minha.
- Preguiça, preguiça e preguiça é o que você sempre sente - empurrei os pés dele, que caíram pesadamente no chão, fazendo barulho.
- Mal começamos a aula e você já está fazendo esses barulhos absurdos, senhor - o professor sacudiu a cabeça com desagrado. bocejou, com o olhar vago.
- Cabeção - sussurrei pra que baixou a cabeça e dormiu.
A aula de trigonometria estava causando o efeito de sono em quase todos, menos Luna e que não paravam de escrever suas anotações. Vez ou outra fazia cafuné na cabeça de , que sorria ainda com os olhos fechados.
encarava o quadro, praticamente dormindo de olhos abertos. Belisquei sua perna o fazendo piscar várias vezes, atordoado e depois ele sorriu.
- Você não deveria prestar atenção na aula, senhorita nerd? - ele brincou com a ponta do meu cabelo.
- Só estou dando um tempinho - suspirei fingindo cansaço.
- Sei, sei. Não quer nada com os estudos.
- Claro, mãe - disse sarcasticamente e ele fez uma careta - Que foi?
- Pelo menos me chama de pai - ele fez bico.
- Ok, então. Me siga, pai - ri e me levantei pedindo permissão pra sair. Esperei atrás de uma pilastra, com cuidado para que James não me visse. Ouvi passos no corredor, espiei encontrando um desorientado. Puxei seu camisão o fazendo rir. Beijamos-nos até ouvirmos um barulho. Corremos e então nos enfiamos em um armário de vassouras.
- Confortável – sussurrou no escuro, do mínimo espaço que nos encontrávamos
- Que bom que gostou - respondi ainda mais baixo. Senti as mãos de me puxando, e então seus lábios estavam juntos ao meu. Senti o ar faltar quando ele prensou-me na parede, me fazendo esbarrar em uma vassoura. Rimos sem nos separar.
- Eu amo você - falou baixinho em meu ouvido, me causando arrepios, o que não era novidade.
- Eu também amo você - eu o puxei pra perto apoiando minha cabeça em seu pescoço e distribuindo vários beijinhos pela região.
- Porra, eu vou matar esses dois. Quando James pegar eles eu não vou nem ligar - ouvimos a doce voz de Harry. Abrimos uma pequena fresta da porta e o vimos, sozinho. Saímos do armário recebendo muitas broncas de Judd.
- Mas que merda vocês estavam fazendo em um armário de vassouras? - ele falou baixo pra não nos ouvirem, mas ainda se ouvia o tom de bronca.
- A gente ouviu um barulho e foi se esconder - segurava em minha mão enquanto falava.
- Tá bom. Mas agora vamos voltar que o professor já estava querendo mandar alguém atrás de vocês e eu acredito que vocês não querem ver James tão cedo, não é? - Harry puxou a mim e pelas mãos, como um pai arrastando suas crianças. Segurei o riso e percebi que fazia o mesmo.

Ainda segunda-feira 2:30 PM

- E como foi a aula? - eu e minha mãe estávamos esparramadas no sofá com um pote de sorvete assistindo Friends.
- Bem, mãe - respondi sem tirar os olhos da tela, onde Joey lutava para conseguir abrir a geladeira que estava cheia de trava para bebês.
- E como está o ?
- Bem - sorri discretamente ao lembrar dessa manhã.
- Que carinha é essa? - ela fez uma cara desconfiada, depois riu me fazendo cócegas - Conta logo!
- Nada, mãe - eu falava em meio as risadas, enquanto me contorcia.
- Ok, então - ela se recompôs - E Harry?
- Decidiu virar meu pai? - revirei os olhos e minha mãe demorou um pouco a responder, enquanto refletia.
- Ciúmes ou cuidado? - ela questionou e eu a encarei com a expressão vazia, enquanto eu pensava.
- Cuidado. Pelo menos foi o que me pareceu hoje - sorri e logo voltei a atenção pro sorvete, e pra minha diversão na televisão, lógico.

#’s POV

- Eu quero um baixo novo - caminhávamos eu, , Harry e .
- Não podíamos comprar outro dia, outra hora... - resmungou arrastando os pés
- Deixa de ser chato. Além disso, se fosse outro dia você ia dizer a mesma coisa, preguiçoso - Harry bateu na cabeça de .
Andamos até a loja mais próxima, que no caso era a que Jesse trabalhava. Abri a porta ouvindo aquele irritante barulho de sininho, avisando que havia clientes.
- , - Jesse nos avistou e foi ao nosso encontro - baterista e - ele desviou o olhar pra mim e Harry com um sorrisinho irritante no rosto.
- Oi, vendedor - abri um sorrisinho de deboche fazendo os guys rirem enquanto o sorriso de Jesse se desmanchava.
- Enfim, a que devo a visita? Estão procurando algo de especial? - ele se apoiou na estante próxima a ele mastigando um chiclete de forma nojenta e barulhenta.
- Eu vim procurar um baixo. O que você tem de bom por aí? - eu observava a loja enquanto Jesse se afastava.
- Parece que o Harry encontrou algo bem legal nessa loja - zombou gesticulando com a cabeça para Harry que estava apoiado em um balcão mais ao fundo da loja conversando com Luna animadamente.
- Já estava na hora - se apoiou em meu ombro - Até que eles ficam bonitinhos juntos.
- E essa observação foi absolutamente gay - fez uma cara estranha pra que fez uma pose realmente gay.
- Então - Jesse chegou com um baixo verde abacate e eu imediatamente me apaixonei. Pelo baixo, é claro. Jesse, eca.

#’s POV

- É uma boa idéia - afirmei no telefone.
- Há pouco tempo atrás era ele que enfiava a língua na sua boca e nós nem falávamos com Luna direito e você nem sabe se ela quer isso. - ria do outro lado da linha, procurando motivos pra eu não tentar juntar Harry e Luna.
- Isso não vem ao caso. Eles são fofos juntos. E, a propósito, ele não enfia mais a língua na minha boca, agora já tenho o pra fazer isso pelo resto da minha vida, e que coisa feia de se falar, na verdade deve ser falar “há um tempo atrás você que beijava ele” e não “enfiava a língua na boca dele”.
- Tá, tanto faz. Mas o caso é que ver uma menina e um menino conversando não quer dizer que eles foram feitos um para o outro e que serão o par perfeito.
- Não seja tão pessimista.
- E você seja mais realista, mocinha, tá vendo muito conto de fadas.
- Ah, tá bom, então. Mas você vai ver que eles vão ficar juntos - roí as unhas que já estavam com o esmalte quase todo descascado.
- Ok, cúpida, você que sabe - falou antes de desligarmos o telefone. Joguei-me na cama e olhei pro telefone de novo. Eu precisava ligar pro .
- Oi, linda - atendeu e eu pude ouvir o barulho inconfundível da bateria de Harry ao fundo, junto com berros de e .
- Que bagunça é essa aí, bonitinho? - aumentei meu tom de voz para que ele me ouvisse.
- Ensaio de última hora no Harry, tá afim?
- Não quero atrapalhar vocês, e, além disso, tô com um pouquinho de preguiça de sair de casa - admiti.
- Você nunca atrapalha, amor. Mas você que sabe. Quer que eu passe aí quando acabar aqui?
- Claro - respondi animadamente, ter por perto era sempre bom.
- Então daqui a pouco nos vemos, tá linda?! Amo você - desligou.
Peguei meu celular e coloquei os fones no ouvido, Owl City tocava baixinho, caminhei para o quarto de Eric, onde a cama era muito mais confortável que a minha, a propósito, era a mais confortável de toda a casa. Deitei-me percebendo que o quarto não fazia jus a personalidade do dono. Era muito quieto. Levantei-me a procura de coisas que me recordassem a energia que só Eric possuía. Primeiro olhei no armário, onde encontrei suas roupas que pareciam muito simples ali penduradas nos cabides, em Eric elas simplesmente ficavam perfeitas. Mexi em suas caixas, onde encontrei fotos, bilhetes, recortes de revistas, desenhos, ingressos de shows e uma pasta onde se encontravam várias histórias, que ele escrevia. Aí estava um lado de Eric que poucos conheciam. O garoto calmo que sentava-se pra escrever histórias lindas, ele era um ótimo escritor. Uma folha na pasta em especial me chamou a atenção. Uma folha com vários anjinhos, uma das minhas folhas, as que eu colecionava.

#Flashback on

- Que você tá fazendo? - eu coloquei a cabeça para dentro do quarto de Eric que estava sentado a mesa concentrado em um papel.
- Estou tentando escrever algo bom - ele sorriu fraco.
- Tudo que você escreve é bom - o elogiei que se levantou e foi até a porta me dando um beijo no topo da cabeça.
- Quem precisa de fãs quando se tem você, baixinha? - ele brincou me apertando.
- E como sou uma fã tenho direito de exigir o melhor - me soltei dele - me espera aqui.
Fui até meu quarto e peguei minha caixinha com minha coleção de folhas. Eu nunca havia pegado nenhuma delas pra escrever, porque eu não tinha nada importante para escrever nelas. E, bom, aquela era uma oportunidade perfeita pra usá-las. Peguei uma das mais lindas, com vários anjinhos em sua borda e voltei correndo pro quarto. Eric ainda esperava em pé perto da porta. Menino obediente.
- Aqui, pra você - estendi a mão - Mas essa folha é muito especial, então você tem que escrever a história mais bonita de todas as que você já escreveu ou vai escrever.
- Tarefa difícil - ele olho pra mim, que fiz bico - Mas eu prometo tentar, por você, só me dê tempo.
- Você tem todo tempo do mundo, mal saímos das fraudas, Eric. - brinquei pulando em sua cama.
- Você mal saiu das fraudas, pirralha – ele apertou minhas bochechas.
- Eu já tenho 8 anos - mandei língua pra ele.
- Você realmente está ficando velha, acho que não posso mais te chamar de pequena.
- NÃO! Eu sou bem novinha ainda.
- Você gosta né, pequena? - ele me esmagou em um super abraço, me fazendo rir.
- Gosto de você - abracei ele forte.

#flashback off

Ele realmente levou um tempo pra a escrever, pela data na folha, ele havia escrito pouco tempo antes de morrer. Parece estranho, mas eu meio que havia esquecido que tinha pedido aquilo a ele. Senti-me um pouco mal por isso, afinal, mesmo tempo tendo se passado, ele cumpriu o que eu havia pedido a ele. E ali estava a prova disso, minha folha, cheia de palavras, com a letra fina de Eric. Li sua história umas três vezes. Retratava a história de um garoto que precisava da sua amada, mas ela havia morrido e a cada noite que passava ele não conseguia dormir, aterrorizado, pois ele a havia perdido e mais do que nunca ele precisava dela.
Li e reli a história tantas vezes que quando dei conta já estava quase escurecendo. A história era bonita, mesmo tendo um lado triste, e eu queria que todos pudessem apreciar a beleza dela, foi aí que eu tive uma idéia.
chegou e então eu o arrastei pro quarto de Eric.
- Quero que me ajude - eu olhava fixamente pra com adrenalina percorrendo meu corpo.
- Só falar - cruzou suas pernas na cama, se sentando em “perninha de chinês”.
- Me ajuda a compor uma música a partir disso aqui - estendi a folha pra que demorou alguns minutos lendo e então sorriu.
- Mas é claro - ele me deu um selinho e então começamos a trabalhar nossa música. Ou melhor, a música de Eric.


Cap 16 - Depois de você não há nada.

Sexta-feira 12:30 PM

- Nós ganhamos, uau. - andava desatento devido a surpresa de ter ganhado junto com os meninos o direito de tocar no baile de final de ano.
- E vamos nos apresentar no baile - completou super empolgado.
- E vão se apresentar no encontro de pais no final desse período - apertei as bochechas dos dois.
- Legal - Harry sorriu - Temos que ensaiar.
- Mas hoje não, por favor. Hoje é a noite do vídeo game - argumentou.
- Concordo - e eu dissemos em uníssono.
- Estou dentro - Luna afirmou.

Ainda sexta-feira 3:00 PM

- Jesse, chama logo a Luna - eu já estava quase perdendo a paciência, enquanto Jesse enrolava a passar o telefone pra Luna.
- Mas, , eu quero conversar - ele fazia manha.
- Eu te ligo amanhã, mas, por favor, passa logo pra Luna - fiz manha também.
- Ok, só porque não quero que se chateie comigo - ele passou o telefone pra irmã.
- Eu já estou saindo daqui, amiga, me espera, tá bom?! - Luna pediu.
- Claro. Era só pra saber se você já estava pronta e tal - encarei o armário, procurando uma roupa enquanto ainda estava enrolada na toalha.
- Tá bom, eu já chego. Beijos - Luna se despediu desligando o telefone.

Vesti uma saia pregueada Jeans e uma blusinha branca simples, calcei meu all star também branco e saí indo em direção ao quarto de minha mãe.
- Entra - ela respondeu assim que bati na porta.
- Vou sair, mãe - coloquei somente a cabeça pra dentro do quarto.
- Pra onde? - ela abaixou os óculos de leitura.
- Harry - disse com um tom monótono como se fosse óbvio.
- Queria muito saber como vocês não se cansam - ela riu - Vai dormir lá?
- É divertido e não sei se vou dormir lá - entrei no quarto me sentando ao lado dela na cama. Ela passou os dedos em meu cabelo enquanto eu me acomodava vendo uma série policial qualquer que passava na televisão.
- Você poderia parar de ser viciada em séries, Dona Lilian - brinquei me referindo ao fato de que desde que ela havia chegado só via séries.
- Falou a senhorita “sou viciada na casa do meu vizinho” - ela apertou meu nariz.
- Empatou - sorri pra ela e então ouvimos a campainha tocar. Desci após me despedir de minha mãe, indo ao encontro de Luna.

#Casa do Harry

- Não agüento mais vídeo game, meus dedos estão cheio de bolhas - resmungou.
- Eu também cansei - resmunguei esparramada no sofá ao lado de que estava com a mão pousada em minha perna.
- E o que vocês sugerem? - perguntou sentado em frente ao vídeo game.
- Verdade ou desafio - Luna bateu palminhas e todos a encaramos - Eu sei que é um pouco estranho porque a maioria está em casais e a graça dos desafios são beijos, mas vocês são amigos, sentem ciúmes um dos outros? - ela questionou deixando a sala cair em silêncio por um estante, enquanto pensávamos. No fim resolvemos tentar. Sentamos-nos em uma roda, Harry, como dono da casa, girou primeiro a garrafa que apontou pra e .
- Nem adianta eu não vou beijar o - cruzou os braços e se acolheu mais perto de .
- O nome do jogo é verdade ou conseqüência, não beije o coleguinha que a garrafa apontou - Harry, como de costume, deu um tapa na nuca dele.
- Então eu quero verdade - escolheu.
- É verdade que você já teve dúvidas sobre sua sexualidade? - segurou o riso.
- Claro que não - respondeu apressadamente mandando o dedo do meio para . Giramos a garrafa que apontou pra mim e Luna.
- Verdade ou desafio - ela perguntou em um tom como que se duvidasse que eu pedisse desafio.
- Desafio - sorri diabolicamente.
- Vamos ver - ela ficou pensativa - Hum...Te desafio a beijar o Harry - Ela falou e eu desviei o olhar pra que fez um sinal de positivo com a cabeça, na hora não entendi muito bem se aquilo era bom ou não.
- Não se preocupe - Harry sussurrou quase inaudível quando estávamos muito próximos, então a proximidade que ainda existia diminuiu fazendo nossos lábios se tocarem. Nosso beijo foi despreocupado, como era no princípio. Não era um beijo romântico, mas sim um beijo de curtição. O pessoal estava com uma cara de dúvida, não conseguiam decidir se fixavam o olhar no beijo ou em , que por incrível que pareça estava com a expressão calma. Quando o beijo terminou, eu e Harry nos encaramos e então sorrimos um para o outro. Tudo havia voltado ao normal. Após isso, voltamos ao jogo que ao final havia beijado Luna, beijou e beijou . No final tudo já estava normal novamente, cada um com seu devido par, sem nenhum problema.
Decidimos passar a noite por lá mesmo, por isso liguei pra minha mãe avisando. Harry, Luna, e dormiram na sala no meio do filme que assistiam. e se trancaram no quarto de Harry, enquanto e eu estávamos no quarto de hóspedes. estava deitado de bruços enquanto eu apertava seus ombros em uma tentativa de fazer massagem.
- Como foi beijar o Harry? - ele me surpreendeu.
- Normal. Digo, não teve aquela coisa - parei para tentar explicar - Não teve aquilo que eu sinto com você - Nesse momento virou-se de frente pra mim, abrindo o sorriso mais fofo que eu já vi em toda minha vida.
- E como você se sentiu vendo? - deixei a curiosidade me vencer.
- Foi até que engraçado, porque eu achei bonito - fiz uma cara confusa e então ele continuou - Bom, você fica linda beijando, espero que quando você me beija você fica tão bonita quanto você ficou beijando o Harry - Ele brincou.
- Mas você não sentiu nada? -
- Se fosse qualquer outro menino eu ficaria com um pouco de ciúmes. Mas era o Harry, ele é meu amigo, e além de tudo eu confio em você. Afinal, como você disse, você me escolheu. - Ele deu um sorriso tímido - Acho que eu já fico bem em saber que eu sou o menino que você ama - ele segurava meu rosto entre suas mãos e nós ficamos nos olhando até que chegou um ponto que eu não resisti e beijei cada centímetro do seu rosto, e acabei com um beijinho de esquimó, o fazendo rir. Ele passou o polegar por minha bochecha, escorregando pro meu pescoço e então a nuca, prendendo seus dedos em meu cabelo, me puxando para si e então selando seus lábios com os meus. Se fosse possível descrever aquele beijo seria: Doce, amável, acolhedor, maravilhoso... Enfim, eu poderia falar milhões de adjetivos, mas o que melhor se encaixava era: perfeito. Naquela noite eu percebi que não havia mais dúvidas, era que eu queria pra sempre ao meu lado, sendo o meu menino.


Cap 17 - With you it feels like I am finally home

Sábado, 9:00 AM

Manhã de sol e todos estavam na sala, alguns ainda sonolentos. Exceto eu e Harry que preparávamos alguma coisa para comermos, na cozinha.
- E aí, pequena? - Harry me cutucou.
- E aí, big Tiger - sorri pegando algumas coisas na geladeira.
- Sobre ontem... - Harry começou - Eu queria te dizer, desculpe por ter te feito passar por toda essa confusão e também queria te dizer que tudo está como antes - ele sorriu tímido e eu sorri abertamente, saltando pro colo dele que me abraçou apertado.
- Nada de sentimentos estranhos? - dei um peteleco no nariz dele quando nos soltamos.
- Ei! Amar não é estranho - ele fingiu estar ofendido - Mas primeiro amor a gente nunca esquece, vai ter que carregar esse fardo.
- Pode deixar, eu agüento - mandei língua pra ele que gargalhou. Era MARAVILHOSO ter meu melhor amigo de volta.
Enquanto ainda estávamos rindo descontroladamente na cozinha com assuntos totalmente aleatórios, entrou na cozinha.
- Sempre esquecem de mim - ele fez bico ao perceber a bagunça e as risadas. Então eu e Harry o esmagamos em um abraço.
À tarde os meninos ficaram ensaiando, enquanto nós, meninas, voltamos pra nossas casas. Aproveitei o momento sem farras para fazer uma média com minha mãe e comigo mesma. Coloquei meus deveres de casa em dia e aproveitei para arrumar o quarto. Passei mais um tempo no quarto de Eric ajustando alguns detalhes na música que eu e estávamos arrumando e por último, quando já havia passado tempo suficiente com minha mãe e Marta, era noite e eu subi pro meu quarto para ler uns livros. Adormeci e horas depois acordei com um barulhinho baixo mas irritante, como se alguém estivesse batendo na minha janela. E realmente estavam. estava pendurado na árvore ao lado da minha casa dando pequenas batidas no vidro, se não fosse engraçado eu poderia até ficar irritada. não podia simplesmente ser normal e tacar pedrinhas na janela?! Mas ele não era normal, era meu namorado.
- Você não tem medo de cair, não? - abri a janela dando um beijinho na ponta de seu nariz.
- Vaso ruim não quebra - ele deu uma piscadela se sentando à beira da minha janela.
- Mas então, - sentei ao seu lado - o que devo a honra da visita a esse horário - ri encarando o relógio que marcava meia noite.
- A noite está linda, então pensei se não podia dar uma volta na companhia de uma jovem tão bela quanto à noite - ele falou com um sotaque engraçado.
- Andou bebendo? - fiz uma careta enquanto segurava o riso.
- Você acha que alguém bêbado tem a capacidade de subir em uma árvore? - ele fez uma cara desafiadora me convencendo a sair.
- Tá bom! Você está com sorte, meu senhor. Ganhou companhia pra noite.
- A calavaria te espera - ele apontou pra um carro do outro lado da rua.
- E onde arrumou a cavalaria? - levantei uma sobrancelha desconfiada.
- Emprestado do velho - ele riu. - O bom é que ele gosta de modernidade - sorriu pro carro.
- Suspeitei desde o princípio - sorri me colocando de pé.
- Mas então, vamos?! - voltou para árvore, estendendo a mão para que eu o seguisse. Antes de segui-lo troquei de roupa e peguei meu celular da beira da mesa. Depois me equilibrei no mesmo galho que ele e então conseguimos descer.
- Pra onde vamos? - perguntei sentada no banco ao seu lado no carro.
- Surpresa - ele ligou o carro. Demoramos um bom tempo para chegarmos aonde queria. Mas valeu a pena. Uma linda praia localizada em um local quase deserto nos esperava. A luz da lua refletia no mar que estava calmo e as estrelas brilhavam com mais intensidade. Os únicos barulhos que se ouviam eram a minha respiração e a de . Ele pegou em minha mão me conduzindo para fora do carro.
- E aí? - ele deu um sorriso tímido, esperando saber minha opinião sobre o lugar.
- Ainda tem alguma dúvida de que eu achei lindo? - sorri abertamente e o vi fazer o mesmo enquanto ele passava os braços por trás de mim apoiando sua cabeça em meu ombro.
- Fiquei com medo que você achasse muito simples pra eu ter te tirado tão tarde de casa.
- Pode ser em qualquer lugar, em qualquer momento, se eu estiver com você, tudo vai estar perfeito - olhei pra ele que passou o nariz pelo meu e me deu um pequeno selinho. Sentamos na areia abraçados e ficamos conversando, apenas curtindo o momento.
- Eu tive uma idéia - se levantou animado.
- O quê, menino? - levantei curiosa.
- Vamos dançar - ele riu e eu ri junto achando sua idéia engraçada.
- Por que você decidiu isso do nada? - botei as mãos na cintura.
- Porque você me inspira - ele pegou em minha mão me rodopiando.
- Mas não temos música - parei enquanto ele ainda segurava minha mão.
- Só porque você não quer - ele puxou do meu bolso meu celular. Demorou um pouco enquanto escolhia uma música que o agradasse.

[n/a: Seria bom agora ouvir If My Heart Was A House – da Owl City]

A música começou a tocar no celular. pôs o mesmo em um montinho de areia e então colocou uma mão em minha cintura enquanto pegava minha mão e colocava em seu ombro. Sorri do jeito como ele parecia concentrado na tarefa. Ele me conduziu no ritmo da música, nos mexíamos lentamente aproveitando a calmaria do momento.

Chills run down my spine
(Arrepios correm por minha espinha)
As our fingers entwine
(A medida com que nossos dedos se entrelaçam)

me rodopiava de vez em quando e me puxava pra mais perto.

I can still feel your heart beat fast when you dance with me
(Eu ainda posso sentir seu coração bater rápido quando você dança comigo)

Ficávamos mais perto um do outro á medida que a musica tocava, agora estávamos abraçados, somente seguindo o ritmo da música.

If my heart was a house you'd be home
(Se meu coração fosse uma casa, você estaria em casa)



Levantei meu rosto beijando-o de leve nos lábios, ficamos com os lábios juntos enquanto nossos pés ainda seguiam o som. A melodia foi diminuindo até que chegou ao fim.
- If my heart was a house you’d be home - cantarolou em meu ouvido me fazendo sentir um arrepio subir por minha espinha. Encarei seu rosto banhado pela luz da lua, os lindos olhos parecendo mais e intensos que o normal.
- Você é minha vida, - passei minhas mãos por sua nuca o puxando pra perto. Deitamos na areia calmamente, enquanto nos beijávamos.
- Você é tudo pra mim, - ele separou nossos lábios enquanto colocava uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha. Adormecemos ali, depois de minutos em silêncio apenas desfrutando da presença um do outro, com as mãos entrelaças e minha cabeça apoiada no peito de .

A luz do sol incomodava meus olhos, vinha diretamente em meu rosto. Havia amanhecido. Abri os olhos, tentando inutilmente protegê-los com as mãos. Quando finalmente despertei encontrei um sorridente sentado a minha frente.
- Você fica linda assim - ele passou o polegar por minha bochecha parecendo genuinamente feliz.
- Ou você está delirando com tanto sol que pegou ou você deve ter uma queda por meninas com cabelo cheio de areia - sacudi a cabeça na esperança de tirar um pouco de areia dos cabelos.
- Deixa de bobagem. Prefiro mil vezes te ver assim do que toda arrumada e tal - ele fez uma cara engraçada.
- E por que isso?
- Porque assim dá para comprovar que você é linda de qualquer jeito.
- Amor, você está sofrendo de insolação - eu ri e ele me mandou língua - Acho melhor voltarmos pra casa, antes que minha mãe acorde e vá me chamar.
- Você tem razão - ele se levantou em um salto pegando em minha mão, me ajudando a levantar. Peguei meu celular para conferir as horas. Para minha sorte minha mãe não era uma pessoa que costumava acordar cedo aos fins de semana.
Voltei pra casa e ainda deu tempo de tomar banho e secar o cabelo antes que minha mãe levantasse e percebesse alguma coisa. Esperei na sala vendo desenhos matinais enquanto ninguém acordava. Mandei mensagens pra Luna convidando-a para vir me visitar mais tarde, eu estava afim de uma conversa em particular. Troquei mensagens com que milagrosamente não havia ido dormir após chegar em casa, até que Marta acordou e eu fui fazer companhia pra ela na cozinha enquanto ela preparava o café.
- Martinha, o que você acha do ? - apoiei meu rosto em minha mão, enquanto apoiava o braço na bancada.
- Acho ele maravilhoso. Nunca pensei que ia ver você do jeito que fica com ele. Pelo jeito que você falava de amor e casais melosos - ela riu.
- Ei! eu e não somos um casal meloso, somos só fofos - sorri e Marta balançou a cabeça ainda rindo.
- Posso me juntar à diversão? - Mamãe se sentou ao meu lado na bancada.
- Você é sempre bem vinda, mãe - a abracei e então voltamos a conversar.

Domingo, à tarde

- Tira a cara desses livros - derrubei o livro que Luna lia sentada em minha cama - Achei que já tinha feito você largar esse vício.
- Você só diminuiu meu tempo de ler - ela sorriu.
- Exato! - sorri - Tenho planos pra você.
- Como assim planos pra mim? - ela se ajeitou ereta me encarando.
- Vamos com calma.
- Você quem sabe - ela desviou o olhar para a minha estante procurando algum livro que a interessasse. – O que sentiu quando beijou Harry? – ela perguntou repentinamente me fitando seriamente.
- Ficou curiosa? - me levantei me aproximando dela. E gostei por ela ter puxado o assunto sem eu nem tentar.
- Só quero saber como é beijar ele - ela ficou vermelha, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Hum... - fiz uma cara maliciosa - MARAVILHOSO - me joguei na cama rindo – Você deveria experimentar.
- O quê? - os olhos de Luna se arregalaram.
- Sua bobona - sentei-me rindo da cara dela - Tem algo acontecendo, e eu sei o que é. Se você quiser continuar fingindo que não rola uma química com o Harry tudo bem. - encarei minhas unhas.
- E da onde você tirou isso? - ela se sentou na minha frente e eu sorri - É tão obvio assim? - Luna baixou a guarda.
- Nem tanto, mas seu irmão me deu uma pista - pisquei e ela riu.
- Não tá rolando nada entre mim e Harry. A verdade é que eu não sei o que acontece, só sei que me sinto bem como ele. Eu não posso dizer que gosto dele, porque eu realmente não sei se gosto, porque eu nunca gostei de alguém.
- Então temos que descobrir - me levantei puxando sua mão.
- Como? - ela parecia mais confusa que antes.
- Vamos no Harry - esbocei um sorriso e vi ela ficar um pouco pálida - Sem pressão, só quero sentir a vibração de vocês - falei fazendo-a rir.
- Não sei não... - ela ficou receosa.
- Venha, meu bem, nós não vamos viver para sempre - cantarolei levando-a comigo.
Chegamos à casa de Harry que estava sozinho milagrosamente no domingo à tarde. Luna parecia mais tímida que o normal enquanto passávamos um tempo conversando e vendo TV, achei que minha companhia estava atrapalhando.
- Opa, acabei de lembrar que tenho que ver o - me levantei tentando escapar com a primeira desculpa que veio a minha cabeça - Mas continuem aí vendo o filme, eu não devo demorar.
- , você está estranha, parece até que está planejando algo - Harry me encarou levantando uma sobrancelha.
- Eu? Nada disso, eu já vejo vocês - plantei dois beijos na bochecha de cada um deles e saí correndo de lá andando pela rua sem direção. Caminhei pelas ruas e quando dei por mim estava na porta de . Olhei para a janela de seu quarto e pude ver uma sombra que a meu ver parecia a dele. Sorri pegando meu celular.
“Olhe pra baixo na sua janela, tem um presente pra você” enviei e em menos de 2 minutos, estava na janela sorrindo. Ele desceu e me pegou em um abraço.
- Desculpe não estar embrulhado - coloquei meus braços em volta de seu pescoço.
- O que vale é a intenção - me beijou – Mas então, depois da nossa madrugada juntos achei que não ia sentir minha falta tão cedo. Mas confesso que já estava ficando deprimido com a idéia - ele fez uma carinha fofa.
- Não vou te deixar tão cedo - peguei em sua mão e então fomos caminhando.
- Assim que eu gosto - ele deu um beijo em minha bochecha me puxando pra mais perto.
Sentamos a sombra de uma árvore em uma praça próxima. Onde algumas crianças brincavam e uns casais andavam.
- Fiz uma coisa doida hoje - eu estava sentada entre as pernas de com o cotovelo apoiado em seu joelho.
- Além de passar a madrugada com seu namorado em uma praia deserta e depois aparecer na porta dele do nada - ele riu passando os dedos por meu cabelo.
- É, além disso - ri enquanto brincava batucando os dedos em sua perna.
- O quê? - sua expressão mudou para curiosidade.
- Deixei a Luna com Harry na casa dele pra ver o que acontece. Depois de ela ter basicamente dito que estava gostando dele - roí as unhas.
- Isso parece legal. Mas, pobre Luna, com que cara ela ficou quando você abandonou ela lá?
- Basicamente sem fala - fiquei nervosa, pensando se havia feito a coisa certa.
- Relaxa, amor, o Harry não é um bicho de sete cabeças. E se não rolar nada, ainda assim eles são amigos e se dão super bem.
- Não quero perder o posto de melhor amiga - fiz bico e deu um peteleco em meu nariz.
- Impossível perder esse posto, você é a melhor em tudo - ele mordeu minha bochecha.
- Vejo que também sou o seu tipo favorito de comida - o encarei, que riu
- Você é meu tipo favorito em todos os quesitos - ele pegou meu queixo me beijando em meio as risadas. Pudemos até ouvir algumas criançinhas dizendo “eca”. Mas mesmo que eu amasse muito crianças, eu amava muito mais aquele menino.


Cap 18

- Louca - Luna fingia me degolar, quando chegamos a minha casa - Agora eu me sinto estranha só de olhar pra ele.
- Ele realmente deve estar te achando estranha por evitar ele - comentei sorrindo, tacando meu material em algum canto do quarto. Sentei-me no chão cruzando as pernas. ria de Luna que ficava vermelha a cada comentário.
- Vocês precisam desencanar, ainda acho que a gente deveria ter feito vocês se beijarem naquele jogo - ligava o computador sem dar muita atenção.
- Eu discordo, aí não teria emoção - brinquei fazendo gestos exagerados com as mãos enquanto Luna rolava os olhos.
- Parem de tentar fazer eu e Harry sermos um casal, não é por que todos vocês são casais fofinhos que eu ele iremos ser - Luna mexia nos livros de minha estante tentando fugir de nossos argumentos.
- Agora já é tarde, porque rola o maior climão - brincou e Luna esboçou um sorriso sem esconder que realmente rolava alguma coisa.
- Se você acha - ela suspirou fingidamente.
Meu celular tocou dentro da minha mochila, Luna o pegou o mais rápido possível antes que eu recomeçasse o assunto. Ao ver o nome na bina fez uma careta.
- Que foi? - perguntei estendendo a mão para pegá-lo.
- É meu irmão - ela deu de ombros, então virou-se pra que fez uma careta estranha também.
- Fala, menino - brinquei ao telefone indo para a janela, onde o sinal era melhor.
- Feliz em te ouvir também, - Jesse riu - O que temos pra hoje?
- Temos? - levantei uma sobrancelha enquanto sentia os olhares das meninas sobre mim, curiosas.
- É, temos. Vamos fazer algo? - Jesse perguntou.
- Jesse, acho que não. Tenho que ficar com as meninas.
- Tá bom, quem sabe um dia, né?! - ele riu, sem graça - Bom, tô indo, - Jesse desligou e elas me encararam.
- Que foi, gente? - questionei.
- , não querendo te deixar preocupada nem nada, mas tenta se afastar dele. É pelo bem maior - argumentou.
- Tão sabendo de algo que eu não sei? - sentei em minha cama fitando todas.
- Ele ainda é meio afim de você, , e, convenhamos, é o Jesse, nós não sabemos o que esperar dele - deu um meio sorriso. Olhei pra Luna esperando-a falar algo
- Você conhece meu irmão - ela simplesmente acrescentou.
- Gente, eu não acho que ele seria capaz de “algo” - Fiz aspas com as mãos -, ele mudou - Todas me encararam e esboçaram um sorriso fraco.

’s POV

- Não gosto dele se aproximando de novo! Não é por mal, mas foi só a Luna chegar e aquela coisa volta - eu caminhava de um lado pro outro.
- , a culpa não é da Luna, tire ela dessa história - Harry estava sentado no sofá encarando o amigo.
- Pra mim ele só parece folgado - deu de ombros jogado no sofá enquanto encarava a televisão.
- Ele não dá em cima da sua namorada - cerrei os dentes.
- Ultimamente ele não tem “dado em cima” - tentou mais uma vez amenizar.
- , o garoto não sai do pé da - comentou.
- Eu vou ter que confiscar o celular dela, é isso? Vou ter que andar 24 horas grudado nela? - Larguei-me no sofá passando as mãos pelo cabelo
- Simplesmente confie nela - Harry se levantou indo pegar algo na cozinha.
- Acha que eu fiz bem em falar com as meninas pra abrir os olhos dela? - perguntei a .
- Acho que sim, cara, meninas têm mais jeito pra essas coisas. - ele sorriu amigavelmente dando tapinhas em meu ombro.
- Ótimo, vamos ensaiar, então - sorri levantando-me com enquanto desligava a TV e nos seguia.

’s POV

Terça-feira 9:30

- Uma festa? Agora? Mas e as aulas? - Luna olhava o convite que entregava.
- Só pra movimentar um pouco as coisas, você não acha que já esta tudo muito parado?
- Eu concordo, desde que eu cheguei ainda não teve nenhuma festa - se animou analisando o convite, assim como todos na mesa.
Um celular vibrou. Dei-me conta de que era o meu.
“Um sorvete hoje?” era uma mensagem de Jesse, abaixei a cabeça infeliz. Será que tudo já iria se complicar de novo? olhou pra mim com a expressão confusa.
- Não gostou da idéia da festa, amor? - ele passou a mão por meu ombro.
- Adorei a festa, , só não estou muito bem - esbocei um sorriso, deparei-me com Harry me encarando.

Terça-feira 13:30

- Vamos, fala logo - Harry jogou sua mochila em um canto da sala me fazendo sentar.
- O quê, Harry? - ajeitei minha saia me sentando com as pernas cruzadas em cima do sofá.
- , eu não te vejo com essa cara de preocupação desde que eu perturbava seu namoro - ele fez uma cara convencida.
- EU SIMPLESMENTE ODEIO ISSO, DESSAS AMIZADES IREM PRO CAMINHO ERRADO - soltei apertando a almofada em minha mão.
- Tá, o que o Jesse tem feito? - ele me encarou serenamente apoiando a cabeça em sua mão.
- Como você sabe que o problema é ele? - espantei-me.
- Sou Harry, lembra? Melhor amigo, big Tiger - ele fez um gesto de “graw” com a mão me fazendo rir.
- Ok, depois disso nunca mais esquecerei - taquei a almofada nele - Mas a questão é a seguinte: Jesse é afim de mim, o lado bom é que a situação não é como a de antes. No caso ele não me ama nem nada, o caso é que ele é do tipo “eu quero, eu consigo” pelo que eu percebi, ele não larga do meu pé desde que dei uma segunda chance pra ele se aproximar. Será que é tão difícil entender que eu estou com e só quero amizade com ele?
- Isso ele já entendeu, minha linda, o problema é que ele é exatamente isso que você explicou. Então, por favor, tome cuidado.
- Cuidado? - enruguei minha testa indagando.
- , o sabe que pode confiar em você. O problema é o Jesse, tome cuidado, nós não sabemos o que ele quer exatamente.
- Eu não quero que nada atrapalhe o que eu tenho com o , ainda mais o Jesse que não é nem alguém tão próximo, mas eu ainda tenho fé que ele não vá dar uma de louco.
- E ele não vai, pequena. - Harry me abraçou enquanto eu respirava fundo.

O resto da semana que se seguiu, eu basicamente não vi mais o Jesse, embora algumas mensagens ainda chegassem ao meu celular, eu procurava ser o mais direta possível com minhas respostas.
Passamos os dias arrumando as coisas para a festa que estava organizando para o fim de semana. Enquanto não estávamos organizando coisas pra festa, estávamos no shopping escolhendo roupas pra ocasião. ficava cada vez mais paranóico a cada vez que meu celular vibrava, e eu não tirava a razão dele com Jesse sempre no meu pé.

Sábado finalmente chegou e a casa que havíamos separado pra festa já estava arrumada. Estávamos todos acomodados na enorme sala onde ficava o DJ e o barman apenas aquecendo.
- Achei incrível como você convidou gente aleatória pra essa festa - brincava com o canudinho de sua bebida.
- Vai vir todo tipo de penetra. - Harry acrescentou.
- O objetivo é diversão. Quanto mais, melhor - sorriu animada.
- Por tanto que a polícia não bata aqui, está ótimo! - Luna comentou fazendo todos rirem.
A casa logo foi ficando cheia com a chegada dos conhecidos e mais tarde com a chegada dos desconhecidos também, tanto o primeiro andar da casa quanto o quintal estavam tomado de adolescentes animados que conversavam, dançavam, namoravam, entre outras coisas. Eu e as meninas estávamos no meio da pista dançando como se não houvesse amanhã. Os meninos estavam estacionados perto do barman, às vezes arriscavam algumas dancinhas.
- , tem uma pessoa te procurando lá fora - uma menina de cabelos ruivos, que eu conhecia da escola, porém não lembrava seu nome no momento, me avisou sorridente. Agradeci avisando as meninas que já voltava. Saí do local abafado agradecida pelo ar fresco, andei um pouco à procura de alguém que estivesse tentando me achar. Fui puxada por alguém para trás da casa.
- Você que tava me procurando? - reconheci Jesse enquanto o mesmo soltava meu braço.
- Não, mas já que te achei - ele falou meio grogue, sorrindo abobalhadamente e ao mesmo tempo maliciosamente.
- Jesse, você tá bêbado e eu tenho que achar alguém - tentei me desvencilhar em vão.
- Achar “alguém” - ele fez aspas no ar - parece muito vago. Fica comigo, vai?! - ele quase caía.
- Jesse, é sério, eu tenho que ver quem tá me chamando e além do mais eu já “fiquei” muito aqui contigo.
- Não fica desse jeito, - ele sorriu de um jeito que me deixou arrepiada, de um jeito ruim – Eu digo desse jeito - ele me puxou colando seus lábios no meu enquanto suas mãos tentavam irritantemente levantar meu vestido. Eu tentava afastá-lo, isso era evidente para qualquer um que pudesse ver, mas ele era muito forte e eu duvidava que eu alguém pudesse me ajudar. Pude sentir o vômito se formando em minha garganta, juntei toda a força que eu tinha e empurrei Jesse pra longe com lágrimas nos olhos.
- Está satisfeito agora? - ouvi a tão conhecida voz de vindo de trás de mim, Jesse levantou os olhos assustado, não acreditando que alguém tivesse nos achado - Responde, seu idiota, está satisfeito? Conseguiu finalmente o que queria. VOCÊ BEIJOU A MINHA NAMORADA. - se aproximou aumentando o tom de voz. Harry apareceu logo em seguida me abraçando e sussurrando um “você está bem?”.
- Cara, foi só um beijo, relaxa - Jesse tentava falar.
- É! Se te consola, olha como um beijo deixou ela - apontou pra mim então pude ver as lágrimas em seus olhos também - Nunca mais toque nela, nunca mais tente procurá-la porque aí sim eu vou acabar com você.
Harry me levou para o andar de cima da casa e ficou comigo alguns minutos. Ele tentou me acalmar dizendo que já estavam levando Jesse para fora da festa. subiu minutos depois ainda com os olhos vermelhos. Olhou-me tristemente na soleira da porta depois me abraçou.
- Ei, nunca mais saia de perto sem me avisar, ok? Aquele maluco poderia ter tentado algo pior, meu amor - ele me abraçava forte.
- Eu nunca mais vou ver ou falar com ele, , eu juro, eu nem sabia que ele estava aqui, eu estava procurando outra pessoa e ele me puxou e fez isso - eu deixava as lágrimas rolarem em meus olhos. Poderia parecer drama, mas eu realmente me sentia horrível com o que tinha acabado de acontecer.
entrou no quarto minutos depois seguida de , , e, por fim, Luna.
- Você tá bem, amiga? - Luna perguntou apreensiva se aproximando de mim - Olha, me desculpe pelo meu irmão, ele tava bêbado, ele já é meio maluco, com bebida então... Acho que ele passou dos limites.
- Luna, se não for pedir demais, tipo, tente evitar que seu irmão se aproxime dela. E vou pedir, pelo menos por enquanto, pra ela não ir na sua casa - pediu e Luna balançou a cabeça afirmativamente.
- Tem uma coisa que eu preciso te falar - interrompeu me fazendo levantar os olhos pra ele - Sobre a pessoa que estava te procurando - ele torceu os dedos - Mas não fica nervosa, não vai levantar agora e procurá-la porque não vai adiantar.
- , fala logo quem é pelo amor de Deus - me levantei nervosa.
- Era a Brianna, ela estava te procurando - senti minhas pernas amolecerem.

#Flashback on

- Bom dia, senhor. Não vi a Brianna pelos corredores hoje. Sabe onde ela está? - perguntei ao coordenador do colégio, ele fez uma cara de pena fitando meus olhos, que eu sabia, ainda estavam vermelhos e inchados.
- , querida, primeiro gostaria de dizer que lamento por sua perda - ele torceu a boca - E sobre Brianna, lamento, ela pediu demissão, não terá como você falar com ela. - Senti as lágrimas brotarem em meus olhos novamente. Nem conseguir uma explicação da única pessoa que saberia pra onde meu irmão estava indo eu teria?! Retirei-me da sala olhando pros meus sapatos. Esbarrei em alguém.
- Desculpe - minha voz saiu fraca.
- Você deve ter mais cuidado por onde anda, - James me fitou com raiva. Foi a primeira vez que ele me olhou assim. Desde a morte de Eric, o modo como ele me tratava só piorou, mas eu nunca consegui entender.

#Flashback off


Cap 19 - I'm mixed up, I'll be blunt

Domingo 10:00 am

- Como você descobriu que era ela? - perguntei a assim que acordei e me deparei com os dois me encarando.
- Alguns minutos depois de você ter sumido, ouvi vários comentários sobre Brianna estar lá. Obviamente eu fui procurá-la, porque só eu e Harry sabemos o quanto você já procurou por ela. Eu não a achei, mas perguntei pra várias pessoas, então alguém me falou que ela tinha ido embora, mas estava procurando por você.
- Por que ela foi embora? Ela não podia me esperar? E por que agora ela decidiu me procurar?
- Você realmente não sabe a resposta da última pergunta? - Harry ironizou.
- Eu sei, Harry, mas por que ela demorou tanto? E mesmo assim ela se foi, mais uma vez - eu mordia os lábios nervosa.
- Eu não sei, pequena, mas ela deve aparecer de novo, não é? - Harry passou os braços pelos meus ombros e eu afundei meu rosto em seu pescoço deixando as lágrimas escorrerem mais uma vez. Então eu adormeci novamente.

#’s POV

- Por que ela está nesse estado de nervos, gente? Quem é Brianna? - eu bombardeava e Harry com perguntas enquanto estava adormecida no segundo andar da casa de Harry. olhava a situação tão perdido quanto eu.
- , certamente você sabe quem é Eric? - começou.
- O irmão dela - sorriu fraco ao responder.
- Sim, o irmão falecido dela. Você consegue imaginar alguém mais próximo dela do que todos nós juntos? - Harry perguntou retoricamente - Esse era Eric. Ele era quase que a versão masculina dela. Tudo na vida dele era e tudo na dela Eric. Quando ele morreu foi horrível, , a gente achou que estava perdendo ela. Ela não sorria, falava, comia, nada do tipo. Tudo que ela fazia era tentar entender como aquilo tinha acontecido.
- Aí entra Brianna. - completou - Ela era inspetora do nosso colégio, mas além disso ela era namorada de Eric, em segredo, porque obviamente isso podia afetar o cargo dela na escola. Afinal namorar um aluno não seria bem visto pelos pais. - se ajeitou na cadeira - Na noite em que tudo aconteceu, era para Eric estar na casa da Brianna, só que onde ocorreu tudo foi na direção contrária da casa dela. não tem certeza que ela tenha as respostas, mas é a última esperança, sabe, é a única pessoa que pode dar algum tipo de resposta pra ela.
- Só que desde o dia do acidente, Brianna desapareceu - Harry encarou-me com os olhos azuis tristes.
- E agora que a Brianna apareceu e sumiu de novo, ela está sentindo como se tivesse perdido mais uma oportunidade e não sabe quando a terá de novo. - eles terminaram de falar e eu e nos encaramos.

#’s POV

“Desculpa” era a mensagem que piscava no meu celular. Taquei o mesmo com força na parede. Senti-me mal por não ser minha parede. Enfiei minha cabeça no travesseiro novamente. Ouvi passos pela escada e logo a porta do quarto foi aberta. Quatro meninos me olhavam preocupados.
- Eu não estou tão mal assim, estou? - esbocei um sorriso que eles imitaram.
- Alguma coisa no meu quarto foi quebrado? Ouvi um barulho meio tenso lá de baixo - Harry olhou cauteloso pro quarto.
- Sobre seu quarto pode ficar despreocupado, já não posso dizer o mesmo do meu celular - olhei pro aparelho com a bateria jogada no chão.
- Ok. Vou falar pra parar de ligar tão cedo pra você - brincou - Mas agora sério. Por que fez isso? -
Fiz uma careta, nem eu sabia bem por que havia jogado meu celular na parede. Eu só estava incomodada com tudo naquele momento. Comigo, com Jesse, com Brianna.
- Foi um reflexo. Eu só queria ter continuado a dormir e não ter sido acordada justamente por um dos meus problemas.

Domingo 3:00 pm

Eu queria ficar sozinha e na minha casa era impossível. Decidi apenas caminhar. Andei por um tempo até parar em um parque não muito longe de onde eu estudava. Sentei em um banco observando as crianças brincando, um sorriso bobo brotou nos meus lábios ao ver uma menina brincando com outro menino muito parecido com ela, porém aparentava ser um pouco mais velho, lembrei-me de Eric. Ainda sorrindo, abaixei a cabeça e pude sentir lágrimas quentes acumularem nos cantos dos meus olhos. Balancei os pés numa tentativa boba de fingir que não estava sentindo nada. Tive a estranha sensação de estar sendo observada. Olhei pros lados, enquanto passava as mãos por meu rosto limpando as lágrimas.
- Me desculpe - ouvi uma voz vinda de trás de mim, tomando um susto. Quando pude reconhecer a pessoa que me chamava, levantei e andei sem olhar para trás. Jesse seguiu-me.
- , por favor, eu realmente quero me explicar - Sua voz ficou falha e então eu parei... Ele estava chorando?!
- Jesse, você tá bem? - olhei preocupada, mas meio distante. Ainda estava receosa.
- , eu juro eu não fiz aquilo por mal. Eu sei que sempre fui um idiota. Sempre achei que poderia ter tudo que eu queria. Mas eu estava errado. Eu fiz uma burrada enorme, sério, me desculpa. Eu estraguei tudo, você era uma das únicas pessoas que perdeu seu tempo tentando conversar comigo, você me dava atenção, você era minha amiga e eu estraguei tudo. Eu não quero ser aquele idiota de antes, por favor, me dá uma chance de ter sua amizade de volta - ele chorava abertamente, no meio da rua, me olhando suplicante - Eu só preciso da sua amizade, eu juro que nunca mais tento te beijar de novo. Eu lamento pelo estado que eu te deixei na festa... não que eu me lembre realmente - ele entortou a boca - Mas Luna fez questão de deixar tudo bem explícito enquanto berrava comigo.
Eu realmente não sabia o que fazer naquele momento, mas a sinceridade era nítida em seus olhos. Obviamente não era uma coisa que eu ia esquecer logo de cara, mas quem era eu para não perdoá-lo? Um sorriso fraco surgiu no meu rosto.
- Eu posso te perdoar, Jesse. Mas você tem que provar que mudou - olhei séria e ele concordou balançando a cabeça levemente.
- Posso contar exatamente como tudo aquilo foi acontecer?
- Seria ótimo entender, acho que me deixaria mais segura sobre aceitar falar com você novamente.
- Você não existe, - ele sorriu e vi seus lindos olhos verdes brilharem de expectativa - Posso te pagar um sorvete?
- Acho que não pode fazer mal - Andei ao lado dele até a sorveteria, ele olhava pro chão com as mãos nos bolsos.
Chegamos ao local, quando já estávamos com as taças em nossa mesa, ele começou.
- Antes da festa eu havia ido a um bar com uns meninos que eu andava há um tempo atrás. Nós bebemos e lembrávamos dos velhos tempos. Quando saí de lá, já estava meio alterado, não sabia pra onde ir então fui procurar minha irmã. Lembrei que vocês estariam na festa. Quando cheguei lá, me deparei com um bando de grupos, todos se divertindo com seus amigos. Eu me senti sozinho, não sei por quê. Bebi mais e mais, o que despertou aquele lado idiota que eu já estava deixando de lado, fui pra um lado mais isolado da casa então eu te vi. Te puxei e fiz o que fiz. Mas se te consola, eu não lembro muito bem por que fiz isso. Devia ser por que você estava mais linda que o normal - ele sorriu triste - Mas um beijo forçado não vale mais do que a sua atenção e a sua amizade.
- Você não deveria ser tão sozinhok Jess, - chamei-o pelo apelido - quando quer você é legal, é compreensivo. Só tem que deixar de ser impulsivo e abandonar as más influências.
- Me desculpa - ele repetiu.
- Chega de desculpas. Só, por favor, não faça mais nada que cause problemas.
- Não vou fazer, eu prometo - ele sorriu - Posso pedir uma coisa?
- O quê?
- Um abraço - ele fez cara de criança e então eu o atendi. Abraçamos-nos e quando eu abri os olhos novamente, encarei uma figura que me olhava através da vidraçaria do outro lado da rua.
- Ai meu Deus, . - Levantei-me correndo deixando um Jesse confuso.
Corri atrás de que andava rápido, e pela força que ele batia os pés ele estava com raiva.
- Por favor, me escuta, ele se desculpou e... -
- E O QUÊ? PORRA, , O GAROTO TE AGARROU ONTEM E HOJE VOCÊ PERDOA ASSIM SEM MAIS NEM MENOS?! Eu não quero mais ser feito de idiota. Sério. Harry, Jesse, o que mais agora? Quando eu acho que tudo está bem, algo complica. Eu estou cansado. - ele soltou. Não sei o que me deu no momento, mas eu não sentia mais vontade de me desculpar. Eu estava chateada, com raiva. Por que não podia entender que nada disso havia acontecido por minha culpa?! Eu sabia que devia ser horrível pra ele, mas eu não estava bem e ele não deveria descontar em mim.
- Talvez eu também esteja cansada, se você não entende eu não posso fazer nada - virei na direção oposta.
- O quê? - ele exclamou incrédulo.
- Você está cansado, estou te deixando descansar. Eu talvez também precise de um tempo. - disse sem me virar pra trás, e então saí correndo antes que começasse a chorar na frente dele.

’s POV

MERDA! Soquei a parede do meu quarto, logo me arrependendo por sentir a dor nos nós dos meus dedos. Não sabia por que, mas eu estava com raiva. Raiva por achar que não se importava tanto com a gente. Eu podia estar com raiva e ter falado aquilo tudo, mas realmente não esperava que tivesse acontecido o que aconteceu. Ela terminou comigo? Senti as lágrimas brotarem em meus olhos. Arranquei a camiseta de meu corpo quase a rasgando tamanha a força que coloquei só para tirá-la. Eu podia estar triste, mas não me arrependia de ter falado o que falei. Eu amava demais , mas não agüentava mais ter medo de ser trocado o tempo todo. Estava sentindo tristeza, olhei pro meu celular pensando se ligava. Meu orgulho falou mais alto, afinal ela que havia terminado. Apaguei as luzes do meu quarto e fiquei encarando o escuro até que adormeci.

’s POV

Eu estava sem fôlego, andava pelas ruas enquanto discava, chorosa, o número de , dava na caixa postal. havia saído com e Luna nem tentei ligar preocupada que Jesse atendesse e a situação piorasse. Não estava com a mínima vontade de ir pra casa e ter que lidar com aquela situação sozinha. Parei em frente à casa da primeira pessoa que deveria ter procurado. Entrei na casa dando de cara com um Harry apenas de boxers andando com um pacote de pipocas de microondas nas mãos, sua boca se escancarou ao ver meu estado.
- Pequena! Pelo amor de Deus, o que fizeram com você? - ele largou o saco de pipocas na bancada e veio correndo ao meu encontro. Eu o abracei forte e comecei a chorar mais ainda. Harry passava a mão por meus cabelos me reconfortando. Quando enfim consegui me controlar, ele me sentou no sofá ao seu lado e segurou em minha mão esperando que eu falasse.
- Eu...... acabou - não consegui formular a frase direito.
- O DOUGIE O QUÊ? - ele se exaltou.
- A gente brigou e eu meio que terminei, eu estava irritada, não pensei no que estava fazendo. Mas ele me culpou, Harry, a culpa não é minha, é? Eu já cansei de provar que eu o amo, ele não pode confiar em mim - deixei lágrimas teimosas escaparem de meus olhos. Depois de uns minutos chorando mais um pouco, contei exatamente o que havia acontecido a Harry.
- Fofa, aposto que ele só estava nervoso, vocês vão se acertar. - Harry encarou o nada, e eu por um momento queria saber o que ele estava pensando.


Cap 20

Segunda - feira 7:30

Harry’s POV


havia ido comigo para escola. Ninguém ainda sabia o que havia acontecido. Sentia dó da minha pequena andando tão cabisbaixa ao meu lado, sem trocar nenhuma palavra comigo. O máximo que havia me respondido naquele dia era se estava tudo bem, apenas balançando a cabeça negativamente me fazendo sentir um aperto no coração. chegou ao colégio e passou pela gente sem nem ao menos olhar pra ela. Sua expressão era uma mistura de tristeza e raiva. Encarei que já tinha os olhos cheios de lágrimas novamente.
- Ei, quer ir embora? - segurei em sua mão e ela negou com a cabeça.
- Quero ver se ele vai mesmo me tratar assim até o fim do dia. - ela me encarou – Eu vou pra sala, Big Tiger.
Vi-a caminhar direto pra sala, sem falar com ninguém pelo caminho. Olhei que estava do outro lado do pátio. Ele me encarou e eu apenas balancei a cabeça negativamente com uma expressão de pena. Era o que eu sentia: Pena. Afinal, ele realmente iria perdê-la por um motivo tão bobo? Uma briga quase que sem fundamentos?!
- Bom dia, meu chuchu! - chegou abraçado a .
- Bom dia, casal - sorri duro o que fez eles me olharem estranho.
- Que houve? - desmanchou o sorriso.
- Eu passei a noite inteira tentando fazer sua melhor amiga parar de chorar. Ela e terminaram e ele está agindo como um completo idiota.
- Por quê? - e pareciam horrorizados.
- Vocês a conhecem, sabem que ela tem coração mole. Ela perdoou o Jesse, os viu se abraçando, ficou estressado e não mediu palavras pra cima dela. Conhecem a peça, ela não tentou consertar as coisas, acabou soltando os cachorros também. E agora ele tá tratando ela mal e ela está deprimida.
- Ele podia dar um desconto, né?! Será que poderia ter pensado pelo menos um pouquinho no que ela tá passando agora com essa história toda de Brianna também na cabeça dela? - demonstrou um pouco de irritação na voz.
- Amor, o ciúme pode cegar as pessoas. - passou a mão pelos cabelos longos da namorada.
- Só espero que o orgulho não o impeça de abrir os olhos a tempo - comentei olhando seriamente para , que continuava no mesmo lugar encarando o chão.

’s POV

entrou na sala antes de todos. Ele pareceu desconfortável ao perceber que estávamos sós na sala. Pela primeira vez desde o começo do ano, sentou-se no lado oposto ao que sempre sentávamos. Botou o ipod nos ouvidos e ficou encarando o nada. Encarei-o fixamente, querendo que ele me olhasse, ele não podia simplesmente fingir que eu não existia. Senti as lágrimas, agora de raiva, brotarem em meus olhos. Ele pareceu notar, pois o vi lançar um olhar rápido a mim e depois desviar sua atenção para o ipod de novo. Levantei-me com raiva, assustando-o.
- Idiota - saiu tão fraco o som de minha boca que duvidei que ele tivesse escutado.
Encarei Harry que vinha, na direção da sala, com nossos amigos que me encaravam curiosos querendo saber como eu estava.
- Me leva daqui - sussurrei próximo a Harry que não pensou duas vezes me levando pra fora do colégio depois de termos nos despedido de nossos amigos.

#

Então estávamos novamente na aconchegante sala de Harry.
- ELE ESTAVA ME IGNORANDO AQUELE IDIOTA - gritei em pé em cima do sofá com os braços cruzados enquanto Harry pegava várias bebidas na sua cozinha.
- Vamos esquecer o idiota um pouquinho então, ok? - Harry deu uma piscadinha me fazendo rir, pegando uma bebida de sua mão.
Bebemos de tudo a manhã toda. Bebemos até o ponto de eu achar que não sabia mais meu nome. Harry e eu começamos uma guerrinha com bolas cheias de água dentro de casa. Sorte demais ele morar sozinho, porque mãe alguma aturaria a bagunça que estávamos fazendo.
- Você está muito arrumadinho pra uma guerra - fiz um biquinho de bêbada pensativa fazendo Harry rir.
- E o que você sugere, madame? - ele fez uma reverência exagerada quase caindo, o que me fez gargalhar.
- Vamos dar um jeito nisso - cheguei perto dele tirando sua gravata do uniforme escolar - BEM MELHOR!
- Agora vamos continuar - Ele tacou uma bola bem no meio da minha camisa social branca que, obviamente, ficou transparente. Levantei uma sobrancelha e ele me imitou.
- Nada que eu não tenha visto, - ele se aproximou tirando minha blusa, fazendo-me rir. Honestamente nem eu entendia mais por que estava rindo. Continuamos nossa brincadeira e, por fim, Harry estava de boxer e eu de calcinha e sutiã. Ensopados e alegres. Caímos no chão ainda rindo e num impulso Harry e eu começamos a nos beijar fervorosamente. Depois de muitos amassos e ameaças de começarmos a tirar o que sobrava das roupas um do outro nos soltamos e nos encaramos.
- Não rola - falamos juntos e então rimos novamente.
- Eu amo aquele idiota do - sorri e Harry segurou minha mão.
- Eu amo nossa amizade, eu não destruiria isso por nada. - Ele me abraçou e então dormimos.
Acordei quando já estava quase anoitecendo. Tomei banho, colocando umas roupas minhas antigas que estavam perdidas no armário de Harry, já que meu uniforme estava ensopado. Deixei um bilhete pra Harry avisando que iria sair. Parei em frente à porta da casa de sem saber o que fazer. Já escurecia e eu estava ficando com medo de ficar ali sozinha. Receosa, fiz a volta indo em direção a minha casa.
A rua estava deserta, ali próximo a casa de , exceto pela figura estranha que estava do outro lado da rua com um sorriso malicioso. Tentei andar mais depressa sem que ele percebesse, mas rapidamente a pessoa estava do meu lado.
- Calma, princesa, aonde vai com tanta pressa? - ele segurou em meu braço. O homem estranho encapuzado tirou um canivete do seu casaco. – Agora quietinha vamos ver o que temos aqui. - ele passou o braço por meus ombros fazendo o canivete encostar-se a meu pescoço, enquanto isso, com a outra mão, procurava alguma coisa em meus bolsos. Senti nojo daquele homem encostando as mãos em mim, senti mais uma vez no mesmo dia meus olhos se encherem de lágrimas. Fechei os olhos já esperando pelo pior como conseqüência do que estava prestes a fazer.
- ! - berrei inconseqüentemente torcendo para que ele escutasse. O homem com raiva nos olhos me puxou pelos cabelos me levando pra um canto, passou o canivete levemente em meu braço enquanto tapava minha boca com a outra mão.
- Isso é o que acontece se você não cooperar. Entendeu, bonitinha? - fechei os olhos novamente perdendo definitivamente as esperanças de alguém me salvar do assaltante e molestador.
- Solta ela - ouvi a voz tão adorável do meu menino. Bom, pelo menos nos meus pensamentos ele ainda poderia ser meu.
- Ou? - ouvi a voz debochada do homem dizer, enquanto encarava que o olhava furiosamente.
- Ou vou ter que usar isso - puxou uma arma de suas calças e eu fiquei realmente assustada. Onde havia arrumado aquilo? Pelo menos o susto não foi só em mim, porque senti o cara amolecer do meu lado. Mas não sem antes soltar um risinho irônico.
- Ah, cara, é só uma menina qualquer - o cara riu sem graça - Deixe o lado justiceiro pra lá e deixa eu terminar o que estava fazendo.
- Não é só ma menina qualquer. É A MINHA NAMORADA E SE VOCÊ NÃO SOLTAR ELA AGORA... -
- Tá bom, entendi - o homem disse se afastando sem jeito e, quando pisquei os olhos, ele havia corrido pra longe.
- , o que ele fez com você? - passava as mãos em meu rosto, seus olhos pousaram em meu braço que sangrava. Ele olhou com tristeza, passando o dedo levemente na ferida. - Desculpe ter deixado isso acontecer.
- Me desculpa, , por tudo. Eu só quero que tudo fique bem de novo. A gente pode conversar?
- Podemos - ele suspirou - Mas antes você tem que saber que já está tudo bem. Não dá pra viver sem você, amor. - ele me abraçou depois disso.
- Antes posso perguntar uma coisa? - ele balançou a cabeça positivamente - Onde arranjou uma arma e como sabia que era eu?
- Um: eu conheço sua voz; Dois: Vi o que ele estava fazendo da janela; Três: é um arma de brinquedo - ele sorriu marotamente - Sorte que aquele cara é um amador.
- Um amador muito assustador por sinal - deitei minha cabeça sobre seu ombro – PORRA, , VOCÊ VEM SALVAR SUA NAMORADA COM UMA ARMA DE BRINQUEDO? - ri dando um soquinho em seu braço e o fazendo rir.
- Se a arma fosse de verdade, ele me pagaria muito caro por ter tocado em você - ele me deu um pequeno selinho nos lábios - Agora vamos lá pra dentro que eu preciso dar um jeito no seu machucado.


Cap 21 - Not again

(n/a: parte contada em terceira pessoa)

O carro preto estacionou na porta da casa grande e branca, localizada em um bairro calmo e pouco movimento. O homem magro caminhava radiante, rodopiando as chaves na mão com um sorriso quase doentio no rosto.
- Bri, cheguei - a voz ecoou pela casa com poucos cômodos, sendo ouvida pela mulher que se encontrava dentro do último quarto do corredor. A porta do cômodo foi aberta por James, os olhos brilhando sinistramente. A mulher o olhou com nojo.
- Até quando vai me deixar presa aqui - Brianna rugiu entre dentes, quando ele tirou o pano de sua boca.
- Eu só quero ficar com você - passou as mãos pelos cabelos longos e loiros da mulher, enquanto a mesma tentava se esquivar.
- Você é doente - esbravejou com os olhos cheios de lágrimas - Se não fiquei com você antes, imagina agora, nessas condições.
- A culpa disso tudo é daquele moleque ridículo. Primeiro não ficou comigo porque estava com ele, agora que não tem mais ele, você não quer ficar comigo porque “a culpa é minha” - riu sinicamente, fazendo aspas no ar.
- Nunca disse que a culpa é sua. Não diretamente. – ela riu em deboche – Se você não tivesse me ameaçado, ou pior, ameaçado fazer algo a irmã dele, ele não iria atrás de você.
- Eu te amo, eu só queria o melhor pra você. Ficar com aquele idiota só ia te fazer perder o emprego. Ele ia te magoar. Era só um adolescente, estava naquela fase de pegar todas. Você acha mesmo que ele ia ficar com você?! E afinal, quem ligava para aquela miniatura dele?
- Primeiramente, o problema era todo meu se eu queria ficar com ele ou não, eu sabia quem o Eric era, e graças a você eu nunca saberei se ia ou não dar certo. E outra, quem ama não faz o que você fez: primeiro ameaça de contar pros outros sobre eu e ele e, vendo que isso não deu certo, ameaçou me machucar. Desculpe, mas eu não considero isso amor. E ainda por cima envolveu uma menina que não tinha nada a ver com a história nisso.
- Então graças a mim você não saberá? Viu, acabou de me culpar! - James sentou-se na poltrona de frente pra cadeira onde Brianna estava. - E então, voltou pra contar pra versão feminina daquele desperdício de espaço que eu matei o irmão dela?
- Você não o matou, pare de se vangloriar, foi tão covarde que nem teve coragem de chegar perto dele nem sequer para ameaçá-lo. Foi um acidente, e infelizmente você não pode ser preso por isso, mas sobre esse seqüestro ridículo, a polícia ficará sabendo, pode apostar. E a merece respostas, ela nem sequer sabe onde o irmão estava indo, ela merece saber que ele não estava fazendo nada errado.
- Eu simplesmente fui esperto, me aproveitei da situação que ele estava, bêbado como sempre, e fiz ele vir atrás de mim voando antes que eu alcançasse a irmãzinha dele e fizesse algo. Patético. Ela não merece nada. É tão sem coração quanto o irmão, não liga pro sentimento dos outros. - James a encarou sombriamente. - E sobre o seqüestro, eu duvido ter alguma queixa. Você só sairá daqui quando me amar do mesmo jeito que eu te amo. Fico tão feliz que tenha voltado pra mim.
- Você é um monstro. E Eu não voltei pra você. Voltei pra tentar falar com a . Tentei ser rápida. Não sei como você conseguiu me encontrar.

#Flashback on

Festa da

Brianna chegou à casa onde ficou sabendo que haveria a festa. A chance perfeita de encontrar , lhe explicar as coisas e ir embora sem que ninguém a visse. O mais importante, sem deixar rastros de que esteve ali pra James. Mas assim como a notícia chegou rápido a ela chegou a ele. Entrou na festa e, obviamente, chamou atenção de alguns, já que era conhecida por trabalhar no colégio, ninguém nunca entendeu porque ela havia ido embora. Puxou a primeira pessoa que achou pela frente e pediu para que encontrasse . Nesse meio tempo seu telefone tocou.
- Pronto - a mulher atendeu enquanto fitava atentamente as pessoas a sua volta.
- Eu sabia que você voltaria - o coração de Brianna gelou. Imediatamente saiu do local. Iria ter que fugir novamente. Andava apressadamente, os olhos atentos a procura de um táxi. Quando olhou pra trás, a última coisa que viu foi um carro preto parando ao seu lado e um braço a puxando e, quando acordou, estava naquela casa.

#Flashback off

(n/a: fim da parte em terceira pessoa)

#’s POV

O sinal da primeira aula tocou, eu estava atrasada. Corri rapidamente cruzando o portão de entrada da escola. Senti a alça da mochila deslizar por meu braço, fazendo-me lembrar do corte que havia ali. Apoiei-me na parede do corredor, desistindo. Não poderia mais entrar na sala mesmo.
- Você é mesmo uma irresponsável - a figura mais alta e magra de James surgiu ao meu lado, apoiado na parede com os braços cruzados.
- Sou mesmo - um sorriso diabólico surgiu em meus lábios. - Igual ao Eric. Acertei? - dei uma piscadela debochada e saí caminhando.
- Você não sabe nada sobre seu irmão - James pegou-me pelo braço machucado, fazendo-me soltar um gemido de dor.
- Pelo contrário, sei muito. Só não sei qual o seu problema - soltei meu braço de suas mãos e corri, esperando que dessa vez ele não me seguisse.

Terça - feira 2:00 pm

- Temos que ensaiar. - Harry levantou decidido - Todos nós. Somos os ganhadores e devemos nos apresentar segunda no encontro de pais.
- Juro que tinha me esquecido disso - me estiquei preguiçosamente.
- Também - apertou meu nariz - Nunca vi você tão pensativa, amor.
- Nem eu – encarou-me - Quer conversar algo, ?
- Não, só vamos ensaiar - levantei e arrumei minha saia.
- Ok - levantou-se também. Logo todos estávamos no local de ensaio.
- Quero ensaiar essa música - tirei um papel da mochila, entregando para os meninos.
- Chills In The Evening. Certeza? - me avaliou.
- Não sei - sorri torto - Eu só tenho sentido que preciso tocar ela nesse dia.
- Ok. Estamos às ordens. - sorriu pegando a guitarra - Vamos?!

#

Após dias ensaiando, todos já estavam craques na música. Eu e as meninas combinamos somente de ficar com a segunda voz, enquanto os meninos comandavam. Afinal eram melhores nisso que a gente.
Chegamos ao colégio e organizamos as coisas no auditório. Vi sorrir para mim, enquanto lembrava nosso castigo.
- Fiquei curioso - me puxou para um canto - Chills In The Evening não deveria, sei lá, ser tocada em um momento mais especial?!
- Em primeiro lugar, , tocar com meus meninos vai ser um momento muito especial - sorri, fazendo-o rir também - Mas a verdade é aquilo mesmo que eu disse, eu sinto que hoje é o dia perfeito pra isso, só não me pergunte como sei.
- Confio na sua intuição feminina. - Ele brincou, dando um beijo estalado em minha testa. - Sua mãe vem?
- Já deve estar chegando - me virei para a porta, vendo as poucas pessoas que já se acomodavam em seus lugares, após a reunião. fez o mesmo.
- Vamos, casal, por favor, organização pro espetáculo começar – fez um gesto exagerado, me fazendo rir.
- Espetáculo? Tá mais pra showzinho de garagem. - Luna zoou - Mas continue sonhando alto, , um dia vocês chegam lá. - fez uma carinha triste.
- Sabe que ela está brincando, né, irmãozinho?! - apertei as bochechas de . Ele sorriu.
- Claro que eu estou brincando, . Logo você estará fazendo seu espetáculo no circo junto com seus amigos - Luna sorriu, mas parou e revirou os olhos vendo a carinha de mais uma vez - , eu estou brincando, OK?! - e depois saiu caminhando para perto de .
- Essa menina tem ficado muito perversa desde que começou a andar com vocês - passou o braço por meus ombros, me encaminhando para ao palco.
- É o veneno, amor, é o veneno - pisquei pra ele.
Algum tempo depois, todos já estavam sentados em suas cadeiras para assistir à apresentação. Minha mãe estava na primeira cadeira com um sorriso de orelha a orelha. Como ela se sentiria ao ouvir a música? Será que ela perceberia que aquilo vinha do filho dela? Ajustamo-nos no palco. pegou em minha mão e me levou à frente do microfone.
- Bom dia, gente! Eu, meus amigos - ele sorriu e apertou minha mão -, e minha namorada, vamos tocar uma música hoje. Eu espero que vocês gostem. Lilian, essa é especialmente pra você. - sorriu de forma doce, fazendo minha mãe sorrir.
- E especialmente pra Eric, afinal a música é dele - sorri e vi lágrimas de emoção brotarem nos olhos de minha mãe.
- Chills In The Evening, moçada! - começou os acordes da música.

Being with you (Estar com você)
Was all that I needed (Era tudo que eu precisava)
I don't know why (Eu não sei por que)
You were to blind to see it (Você estava cega demais para ver)
Now you're gone (Agora você se foi)
And I need you here tonight (E eu preciso de você aqui hoje à noite)

Todos acompanhavam a música, sorriam, comentavam uns com os outros, mas eu só tinha olhos pra minha mãe, nada mais importava naquele momento do que o que ela estava sentindo.

You know that I can't sleep coz I'm terrified (Você sabe que eu não consigo dormir porque estou aterrorizado)
Feels like (parece que )
I'm falling down (eu estou caindo)
Really fast inside(muito rápido por dentro)
And I'm (e eu estou)
Wishing the night away (desejando que a noite acabe)
These chills in evening (e esses calafrios à noite)
They won't go away(eles não vão embora)

#’s POV

Era linda a sincronia no local, não só eu, mas todos do palco percebiam o que aquela música significava para , para Lilian . E para... Será mesmo?

And sometimes I feel like (é e as vezes eu sinto como)
I can't go on living (se eu não pudesse continuar vivendo)
There's not much to take when you done all the giving (não há muito para perceber quando você deu tudo o que podia)
Now you're gone (agora você se foi)
And I need you here tonight (e eu preciso de você aqui hoje à noite)

# Harry’s POV

Brianna estava aqui, e o mais estranho é que ela estava horrível, parecia que havia ficado presa e fugido. Se não fosse totalmente estranho, eu teria abandonado a música e veria o que estava acontecendo. Eu não fui o único ali a notar, encarava a menina, que chorava, com uma expressão confusa. Ele já deduzira quem era ela.

You know that I can't sleep coz I'm terrified (Você sabe que eu não consigo dormir porque estou aterrorizado)
Feels like (parece que )

I'm falling down (eu estou caindo) Really fast inside(muito rápido
por dentro)
And I'm (e eu estou) Wishing the night away (desejando que a noite acabe)
These chills in evening (e esses calafrios à noite )
They won't go away(eles não vão embora)

Ela continuava a chorar, era emoção e medo, via-se nos seus olhos. Agora, medo de que?

And Now I need to find a way (e agora eu preciso achar uma maneira)
To stop this pain from getting stronger (de impedir que essa dor fique mais forte)
And I just can't explain (e eu não consigo explicar)
I dont understand (eu não entendo)
Why you left me here (porque você me deixou aqui)


#’s POV

Ela estava aqui. Meu Deus, ela estava aqui. Eu precisava falar com ela. Mas ela estava tão mal. E por que ela estava daquele jeito?

You know that I can't sleep coz I'm terrified (Você sabe que eu não consigo dormir porque estou aterrorizado)
Feels like (parece que)
I'm falling down (eu estou caindo)
Really fast inside(muito rápido por dentro)
And I'm (e eu estou)
Wishing the night away (desejando que a noite acabe)
These chills in evening (e esses calafrios à noite )
They won't go away(eles não vão embora)

Assim que a música acabou, corri do palco para onde Brianna estava. Quando estava chegando perto, James estava colado nela. Ela o seguiu. Eu andei mais rápido entre as pessoas, eu não ia deixá-la ir embora dessa vez. E afinal, o que James estava fazendo?
Saí do auditório e me dei conta de que o colégio estava vazio. Os corredores sombrios e eu não fazia idéia de onde eles haviam parado. Ouvi um grito abafado vindo de uma sala onde ficavam os materiais. Corri até lá, forcei a maçaneta, bati e a última coisa que vi foi a mão branca de James me puxando para dentro e seus olhos fulminantes de raiva.

Cap 22 – Truth or consequence, say it aloud

Pânico. Era o estado que eu me encontrava. James me segurava pelo cabelo enquanto apontava uma arma na cabeça de Brianna, era inacreditável. Eu sempre achei James insuportável, mas nunca achei que ele fosse o tipo de pessoa que eu estava vendo agora. Seus olhos estavam vermelhos e a respiração rápida.
- O que está acontecendo? - minha voz saiu fraca, eu não conseguia conter o medo.
- Cala a boca, - sussurrou no meu ouvido - Eu já estou cansado de você. - ele apontou a arma pra minha cabeça. E aí sim eu me desesperei. O que eu havia feito a ele?
- Não, James, não faz nada com ela - Brianna fez um esforço para falar. Ela estava fraca, chorava desesperadamente.
- Você quietinha, senão pior pra sua ex-cunhadinha - ele mandou um beijo debochado.
- Por favor - soltei fraco - O que está havendo? - James sorriu e segurou em meu queixo enquanto Brianna olhava assustada jogada em um canto.
- Eu vou lhe fazer exatamente o que eu deveria ter feito com seu irmão.
- Meu Deus, qual é o seu problema com meu irmão? - soltei chorosa. James revirou os olhos e olhou pra Brianna.
- Anda, ela é muito idiota pra entender, conta pra ela - ele analisou as unhas - Ela merece saber antes do fim.
- James, você não vai fazer nada como ela, por favor. - Brianna implorava.
- CONTA AGORA PRA ELA - me jogou ao lado de Brianna - Verdade ou conseqüência - ele apontou a arma para nós. Obviamente ficou claro qual seria a conseqüência.
- , acho que você sabe que eu e Eric éramos namorados – balancei a cabeça afirmativamente - Então vou te contar o que causou a morte do seu irmão. - seus olhos brilharam com as lágrimas que voltavam a se formar, minha garganta ficou seca e James nos olhava com tédio, como se aquela história ele já conhecesse de trás pra frente.

#Flashback (n/a: terceira pessoa)

se encontrava sentada no sofá da sala rindo de algum seriado que passava na TV. Eric sorriu ao ver a irmã rindo.
- Você costuma sempre se divertir com pouco - o menino estava apoiado na bancada da cozinha americana em frente a sala. Estava arrumado pra sair.
- E você não costumava passar tanto perfume antes de sair de casa. Vai matar Brianna asfixiada - a menina soltou uma risada, divertindo o irmão. O mesmo se jogou ao seu lado no sofá.
- Não ia gastar todo meu perfume quando ficava com você, né?! Você já me amava fedorento ou não - deu um peteleco no nariz de - Mas se te consola, também te amo mesmo você sendo maluca e rindo sozinha.
- Eu não sou maluca - ficou pensativa - Ou talvez eu seja, porque eu realmente amo você, seu chato. - Eric abriu um sorriso de orelha a orelha. Podia ser normal ouvir aquilo de sua irmã, mas toda vez que ouvia se sentia bem, pois não havia pessoa no mundo que amasse mais que ela. Ele daria sua vida por .
- Eu também te amo muito, maninha - ele a abraçou forte e ela retribuiu. Se pudesse classificar o melhor abraço que já recebeu na vida, definitivamente seria aquele.
- Nós dois nos amamos infinitamente. Mas é melhor você ir logo! A Brianna não é mulher de ficar esperando pirralhos - sorriu docemente.
- Tudo bem, baixinha - plantou um beijo na testa da menina -, se cuida.
- Não preciso me cuidar, você está sempre cuidando de mim - ela mandou língua.
- Mesmo longe, sempre estou mesmo - Eric abriu a porta enquanto a menina o observava da soleira. Ele caminhou até o carro e a mandou um beijo, ela fingiu pegar e guardar no bolso. O carro se afastou e ela sentiu um aperto no coração. Ela sempre sentia saudades logo que Eric saía de casa, mas dessa vez o aperto foi diferente. Adentrou e procurou não se preocupar.
Eric chegou à casa de Brianna. Ela estava linda, mas seu rosto estava cansado. Os dois passaram a noite juntos, conversando, bebendo, namorando. Tudo que os dois tinham direito. Estavam felizes, mas ela sabia que alguém podia estragar sua felicidade, por isso parecia sempre tão nervosa. O telefone tocou, a mulher encarou o aparelho.
- Não vai atender? - Eric questionou, olhando em seus olhos, a mulher deu um meio sorriso pegando o aparelho. A mulher olhou nervosa atendendo ao telefone. Era James.
“Você está com ele? Ótimo, passe o recado pra ele agora que eu já estou perdendo a paciência, depois de todas as ameaças que fiz a vocês e nada adiantou, vou começar a deixar as coisas interessantes. Avise a esse moleque que é bom ele sair AGORA da sua casa, porque a partir desse minuto a irmã dele não está mais segura, eu estou indo atrás dela.”
Foram as palavras de James antes de Eric dar um último beijo rápido em Brianna e sair como um louco com seu carro. Não importava que ele ameaçasse a ele, mas ele nunca tocaria. Acelerou com medo de que James pudesse alcançar sua irmã antes dele. Foi tudo muito rápido. Seu carro deslizou no chão molhado e se espatifou contra um muro. Estava acabado, Eric havia partido.

#Flashback off

#’s POV

Brianna segurava em minha mão chorosa após o fim de sua história. Eu estava em choque, os flashes da noite disparavam na minha cabeça: um telefonema, o desespero, a dor, o abraço de meus melhores amigos, a saudade. Então tudo aquilo havia acontecido porque ele estava tentando me proteger?! Senti as lágrimas molharem meu rosto. Encarei James com ódio, desprezo. A culpa era dele. Um doente sem coração, sempre enchendo a boca para falar mal de mim e meu irmão por puro despeito, inveja. Ele havia tirado a vida do meu irmão mesmo que indiretamente. Infelizmente não havia nada que a justiça podia fazer, afinal não era um assassinato, mas eu faria. - Seu imbecil - me levantei encarando seus olhos, tudo que eu pensava agora era em uma forma de feri-lo. Ele sorriu com desdém olhando pra arma - Eu não tenho medo da sua arma ridícula, ao contrário de você, eu não sou covarde.
- E da onde você tirou que eu sou covarde? - sorriu irônico.
- Você está apontando uma arma pra uma adolescente, no mínimo você deve ter medo de que eu possa fazer alguma coisa se você estiver desarmado - seu sorriso murchou, me fazendo sorrir vitoriosamente.
- Não pense que esse seu truque idiota vai funcionar, eu não vou largar a arma pra você dar seu jeitinho e fugir. Você não vai sair daqui hoje, . Eu só sairei daqui quando todos tiverem abandonado o lugar e eu possa acabar com você.

#’s POV

- Harry, onde ela está? - minha voz soou desesperada. Não era bom que ela, Brianna e James tivessem desaparecido. Eu não confiava nele.
- Calma, nós vamos achar - Harry me puxou para os corredores vazios do colégio. e haviam ficado no auditório para se caso ela voltasse. Liguei para o seu celular e nada. Onde estava ? Ouvimos um baque na porta que havia no final do corredor. Minhas mãos ficaram frias, eu definitivamente estava sentindo que aquilo não era bom. Harry me encarou e então fomos em direção a porta. Ia colocar a mão na maçaneta quando Harry me impediu, colocou o ouvido na porta e eu fiz o mesmo.
“Eu não tenho medo do que você pode fazer. Se eu morrer eu vou poder encontrar meu irmão, não é?! Aquele que por sua culpa está morto”.
Ouvi a voz da minha namorada do outro lado da porta, meus olhos se arregalaram e Harry parecia tremer.
- Vamos ter que entrar agora. - sussurrei para Harry desesperado. Ele balançou a cabeça afirmativamente e então arrombamos a porta.
estava em um canto com Brianna. Elas encaravam a cena com medo, eu só queria poder abraçá-la, mas não era o momento. Harry havia travado uma “luta” com James. Harry segurava o braço dele tentando desarmá-lo. Eu precisava ajudar. James deu uma cotovelada no estômago de Harry, por sorte eu cheguei a tempo, tirando a arma de sua mão. Ele me olhou com raiva. Fiz sinal para que e Brianna saíssem da sala, esperava que elas chamassem alguém. Por mais que fosse perigoso ficar ali com James, eu não deixaria ele escapar, ele pagaria por ter ao menos ameaçado a menina que eu amava.
- Não deveria se arriscar tanto por ela. - James cuspiu - Você é só um adolescente inútil e não vai conseguir fazer nada com essa arma.
- Se eu fosse você eu não teria tanta certeza - blefei, ajeitando a arma em minha mão - Não é a primeira vez que eu seguro uma arma. Você não me conhece. - Não deixava de ser mentira, eu, há alguns dias, havia segurado uma arma para defender , a diferença era a arma ser de mentira, mas pareceu adiantar, pois James se ajeitou olhando desconfiado. Harry ainda segurava a barriga com dor, mas havia se posto em frente à porta para evitar uma fuga. Logo chegou com uns seguranças que levaram James para algum lugar. correu abraçando a mim e a Harry com os olhos inchados.

5:00 pm, Casa da

estava deitada na cama, havia recebido uma ligação de Brianna avisando que estava bem, estava no médico recebendo apenas alguns cuidados básicos. Depois de ter ficado alguns dias como refém estava um pouco fraca. Harry e estavam ao lado de sua cama segurando sua mão. Havia explicado tudo que tinha acontecido na sala com James, toda a história da morte de seu irmão e agora estávamos todos calados encarando-a. Ela parecia tão distante, com os olhos marejados.
- Seja o que for que esteja te incomodando, espero que não esteja se sentindo culpada - quebrou o silêncio. o encarou por alguns segundos e sorriu.
- Eu sei que é injusto tudo que aconteceu com ele. Foi tão cedo, por um motivo tão inútil, mas eu me sinto feliz em saber que ele estava cuidando de mim, ele ainda está. - ela encarou novamente o céu, séria - Mas eu espero realmente que James pague por tê-lo tirado de mim tão cedo, pague pelo sofrimento que causou a Brianna.
- Ele vai pagar - passou o polegar pela mão de - Pelo que ouvi, Brianna fez queixa a polícia sobre o seqüestro, e ele também estava tentando te matar, aposto que isso conta na hora que forem ver o caso dele. Mas o que realmente importa agora é que você está bem.
- E pensa pelo lado bom, aconteceu tudo isso, você pode estar meio para baixo agora... Mas agora tudo está acabado. Você sabe o que aconteceu naquela noite, Brianna está de volta, James vai embora e nunca mais vai te perturbar e estamos todos aqui juntos, depois de termos arrasado no show da escola - sentou na cama ao lado da amiga.
- Isso é verdade - sorriu - E o mais importante é que ele não machucou meus salvadores - ela fez sinal para que eu me aproximasse me dando um pequeno beijo.
- Já tão de pegação, já ta tudo bem - Luna brincou, fazendo todos rirem - Mas falando sério, eu também fico muito feliz que ele não tenha machucado vocês. - Luna corou, segurando a mão de Harry. Estava na hora. Todos disfarçaram o que haviam visto, menos Harry que fitava Luna nos olhos da mesma forma que eu olhei quando descobri que era ela que eu queria ao meu lado.
Semanas se passaram e tudo estava de volta ao normal. Tirando o fato que agora Brianna era a nova inspetora do local e agora Luna e Harry estavam namorando. Todos já estavam começando a surtar com o final do ano que estava quase chegando. Estávamos no meio, quase pro final do ano letivo e as meninas já estavam começando a surtar com o baile que seria só daqui a mais algumas semanas. James havia sido preso, o que deixava não só a nós, mas todos do colégio que ficaram sabendo da história, mais tranqüilos. já havia voltado a sorrir como antes, e eu não a via mais chorando pelos cantos como foi no começo.
- Ei, distraído - sentou-se ao meu lado na árvore em que eu estava apoiado, havia cabulado o primeiro tempo de aula.
- Ei, bonitona - brinquei, dando um beijo estalado a fazendo rir, eu amava aquele sorriso.
- Eu acho que você não precisa mais se preocupar com Jesse - me encarou, avaliando minha reação. O engraçado é que depois de tanto tempo eu já não me importava mais com Jesse. Eu confiava em .
- Eu não me importo com ele, confio em você - sorri a fazendo abrir um sorriso de orelha a orelha.
- Fico muito feliz por isso - ela colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha - Mas o que eu queria dizer é, ele está saindo com alguém - ela sorriu parecendo se divertir com o suspense que estava fazendo.
- Com quem? - entrei no jogo dela. Meninas adoram mesmo contar uma fofoca.
- Brianna - ela me encarou com ar de riso - Parece que ele definitivamente arrumou a pessoa que ele procurava.
- Dessa vez acho que vai dar certo, ele não estuda, ele é mais velho - listei.
- Ele é bonito - ela provocou -, mas não é você - ela completou, me fazendo sorrir.
- Ele não pode ser eu, a namorada dele pode ser bonita e tudo, mas ela não é você. E como eu te tenho e ele não, isso me torna melhor que ele. - brinquei, pegando em sua mão.
- Ele não é o Eric - ela abaixou a cabeça falando rápido.
- Mas ele vai fazer ela feliz. Eric aprova isso, eu sei que sim - passei o polegar por sua bochecha.
E então continuamos conversando durante aquele tempo, até que Brianna nos levou de volta a aula. E fomos novamente inundados de assuntos sobre o baile. Eu torcia que esse baile realmente valesse tudo que estavam esperando dele.


Cap 23 - Final - My missing puzzle piece

Finalmente havia chegado o dia que toda menina sonhava no colegial. E claro, o momento que os meninos ficavam mais nervosos. Enfim era o dia do baile. Combinamos de nos arrumarmos todos na casa de Harry, com a condição de que a partir das 18:00 horas os meninos ficassem no andar de baixo e as meninas no andar de cima, para que não estragasse a surpresa. Antes da hora marcada, os meninos ficaram ensaiando para o último show do ano e nós, meninas, ficamos fazendo coisas básicas como unhas e cuidar do cabelo. Entre esse tempo pudemos notar que quando Harry e Luna se esbarravam pelos corredores rolava uma coisa estranha, tipo sorrisinhos discretos ou olhares diferentes.
- Vocês disfarçam tão bem quanto eu e - estava encostada na pilastra com um pote de sorvete na mão, sorrindo da cara espantada de Luna após passar por Harry que já ia ao encontro dos meninos novamente.
- Não me pentelha que eu arranco seu roupão e faço você correr pela casa atrás dele - Luna apontou ameaçadoramente pra mim, me fazendo rir.
- Nada que eles não tenham visto, amor - coloquei a colher na boca fazendo-a escancarar a boca - Relaxa! Tô de calcinha e sutiã, se você parar pra pensar é igual a um biquíni, né?! - pisquei e corri escada acima.
- JÁ ESTÁ QUASE NA HORA! AI MEU DEUS! MINHA PELE TINHA QUE FICAR ASSIM HOJE? - andava de um lado para outro no quarto, se encarando no espelho.
- Assim como. mongol? Sua cara tá a mesma desgraça de sempre - rolou os olhos enquanto modelava as pontas do cabelo em pequenos cachos. arregalou os olhos se aproximando mais do espelho.
- Tá tão ruim assim, amiga? - choramingou pra mim me fazendo encarar com reprovação.
- Amiga, você tá linda como sempre - sorri docemente, fazendo ela se acalmar.
- Estraga prazeres - sussurrou.
- Encrenqueira - retruquei.
Luna encarava o espelho com um sorriso bobo no rosto. Fazia uns dias que ela estava assim. Era óbvio que eu já desconfiava de alguém que o nome começava com “H” e terminava com “arry”, mas se ela não queria abrir o jogo, quem era eu pra falar alguma coisa. Ela passou mais algum tempo em frente ao espelho calada enquanto preparava o cabelo em uma trança.
- Miss Judd vai ficar tão caladinha logo hoje? - zoou, chamando a atenção dela.
- Acho que está errando meu sobrenome, querida - Luna mandou língua.
- Então a carapuça serviu, hein? - entrou na brincadeira enquanto arrumava seu penteado.
- Vocês fizeram um complô hoje? - se jogou na cama emburrada.
- Relaxa! - acomodei-me na poltrona ao lado da janela, admirando o céu que já escurecia. Estava quase na hora.
- Você tá muito “relaxada”. Acho que fumou alguma coisa pra aliviar a pilha do dia de hoje. Será que vai ser uma noite tão especial assim?
- Definitivamente - sorri pro nada e pude sentir os olhares das meninas em mim.

Dougies’ POV

Depois de muitas horas de ensaio eu e os caras decidimos no arrumar. E por mais que tivéssemos começado a nos arrumar tarde ainda conseguimos terminar antes que as meninas. Mas, embora clichê, a mais pura verdade é que a espera valeu a pena. Pude ver os olhos brilhantes de quando desceu com o vestido que ela demorou tanto tempo pra decidir que era o certo. Em seguida desceu Luna, corando ao ver a boca escancarada de Harry para seu modelito. fez sua entrada triunfal, balançando o tecido leve de sua roupa, deixando um meio tonto ao meu lado. E quando eu achei que não poderia ter reação pior que a dos meus amigos, eu tive que me segurar para não agarrar naquele mesmo instante quando ela desceu as escadas sorrindo para mim com aquele vestido. Ela sorriu docemente e eu beijei sua mão, fazendo-a rir.
- Então vamos? - deu pulinhos de empolgação, puxando pela mão.

’s POV

Chegamos ao salão que já tinha um considerável número de pessoas. A decoração estava incrível, eu não poderia imaginar um lugar melhor. Avistei Brianna em um canto da festa em meio a carícias com Jesse, sorri quando nossos olhares se cruzaram, ela fez sinal para que eu me aproximasse.
- Você está linda - passou a mão ternamente por meu cabelo, como uma irmã.
- Você também - sorri docemente - E você está tão formal que me assusta - brinquei com Jesse.
- Obrigado? - esboçou uma careta engraçada de dúvida.
- Ele foi transferido - Brianna soltou um pouco receosa - Eu não sei quanto a você, mas agora eu me sinto mais tranqüila do que antes. - referiu-se a James. Jesse fingiu não prestar atenção no assunto, mas eu via o quanto ele se sentia desconfortável.
- Felizmente eu já não penso mais nele. Página virada. - Olhei ao redor do salão, percebendo o que Brianna queria dizer. A atmosfera parecia mais leve agora que ele estava distante. Enquanto meu olhar percorria pelo local, não pude deixar de notar um lindo par de olhos me encarando. Apoiado num canto quase imperceptível, ele me encarava com um sorriso de lado, me chamando com o dedo.
- Com licença, gente. Nos falamos logo - saí ao encontro dele esbarrando em algumas pessoas sem querer.
- Foi a travessia mais dolorosa que eu já vi você fazer - ele comentou, passando as mãos por minha cintura, me virando de costas pra ele, fazendo-me encarar os outros.
- Como assim? - expressei-me com dúvida e diversão
- Foram poucos segundos, milhares de olhares cobiçosos em cima de você e eu não estava perto. A propósito, você está linda - sua voz saiu rouca, fazendo-me arrepiar.
- Você também está maravilhoso, meu amor - me virei, encarando seus olhos que estavam , só que num tom diferente graças as luzes. - E eu espero que você goste de dançar. - Puxei-o enquanto uma de minhas músicas favoritas, Teenage Dream da Katy Perry, começava a tocar.
- Eu posso não ser o dançarino que você espera - parou a minha frente enquanto eu já dançava animadamente a sua volta. - Mas já que é pra dançar – ele me puxou pra mais perto, e me surpreendeu dançando no ritmo da música com nosso corpos próximos.
- You make me feel like I'm living a teenage dream - cantarolei, olhando em seus olhos e ele deu uma piscadinha marota me fazendo rir.
- My heart stops when you look at me - ele pegou em meu queixo olhando em meus olhos e minha outra mão levou ao seu coração, e naquele momento foi o MEU coração que parou.
- Ok, casal, chega de melação. Hora do show! – Harry apareceu puxando com ele, mas vendo minha cara de irritada, Harry voltou depositando um beijo em minha testa - É diversão pra você, minha baby, então fica de boa. E a propósito, pode entregar isso pra Luna? - Harry me esticou um papel parecendo meio envergonhado, eu sacudi a cabeça afirmativamente indo para perto das meninas enquanto eles subiam no palco.

- Oi, gente, de boa? Nós somos a McFLY e viemos animar um pouquinho desse baile pra vocês - segurava o microfone se comunicando alegremente com o público.
- Hoje nós vamos tocar duas músicas, compostas por nós mesmos devido as nossas musas inspiradoras - brincou ao microfone, apontando pra gente nos fazendo corar.
- Então, preparados? Essa é Just My Luck, feita especialmente pra uma menina aí pelo nosso amigo Judd, espero que ela se ligue que é pra ela - comentou ao microfone, fingindo-se de desentendido. Mas obviamente tudo na minha cabeça já havia se encaixado.
- Luna, o Big Tiger mandou te entregar - dei um sorriso malicioso pra ela a fazendo corar. Ela abriu o papel sorrindo, depois o mostrou pra mim com os olhos brilhando “Você é simplesmente minha sorte”.

You and I have got alot in common
(Eu e você temos muito em comum)
We share all the same problems
(Compartilhamos todos os mesmos problemas)
Luck, love and life aren't on our side
(Sorte, amor e vida não estão ao nosso lado)
I'm in the wrong place at the wrong time
(Estou no lugar errado na hora errada)
Always the last one in a long line
(Sempre o último em uma longa fila)
Waiting for something to turn out right, right
(Esperando para algo dar certo, certo)
I'm starting to fall in Love
(Estou começando a me apaixonar)
Its getting too much
(Está ficando demais)
Not often that I slip up
(Não é frequentemente que eu falho)
Its just my luck, yeah, yeah
(Bem, é simplesmente minha sorte)
Rain clouds are gathering in numbers
(Nuvens de chuva estão se acumulando numerosamente)
Just when I put away my jumper
(Logo quando eu boto meu colete)
Luck and love still aren't on my side
(Sorte e amor ainda não estão ao meu lado)

But I still refuse to be a skeptic
(Mas eu ainda recuso a ser um cético)
Cause I know how you could still correct this
(Porque eu sei que você ainda poderia corrigir isso)

Maybe this will be my lucky night, night
(Talvez essa seja minha noite de sorte, noite)

I'm starting to fall in Love
(Estou começando a me apaixonar)
Its getting too much
(Está ficando demais)
Not often that I slip up
(Não é frequentemente que eu falho)
Its just my luck
(Bem, é simplesmente minha sorte)
Just my luck (3x)
(simplesmente minha sorte)

Yeah, its just my luck
(É simplesmente minha sorte)
Just my luck (3x)
(simplesmente minha sorte)
Something to turn out right
(Alguma coisa vai dar certo)
Just my luck(3x)
(simplesmente minha sorte)
Waiting for something
(Esperando por algo)
Just my luck
(Simplesmente minha sorte)
Waiting...for something to turn out right, yeah!
(Esperando... esperando por algo dar certo, yeah)
I'm starting to fall in Love
(Estou começando a me apaixonar)
Its getting too much
(Está ficando demais)
Not often that I slip up
(Não é frequentemente que eu falho)
Its just my luck (2x)
(É simplesmente minha sorte)
Luck
(sorte)

Após Just My Luck, seguiu-se o show com All About You, que cada um dos meninos dedicaram às suas namoradas. Luna quase não conseguia mais conter a vontade de abraçar Harry, por isso, assim que saíram do palco, a menina voou em seus braços num abraço apertado que, obviamente, logo evoluiu para o tão esperado beijo.
- Finalmente - comentou rindo, levando um tapa de no braço.
- Não é por nada não, mas o tem toda razão - Brinquei, apoiada no ombro de . Luna separou-se de Harry corada, mas ainda assim não perdeu a oportunidade de fazer aquele lindo gesto com seu dedo médio.
- E nem o beijo amolece esta mulher, meu Deus - gozou, fazendo até com que Harry risse. Finalmente tudo parecia estar do jeito que deveria ser. Todos felizes, sem nenhum problema rondando nossas cabeças. Finalmente já não havia mais dúvidas sobre nada. A vida nunca me pareceu tão bela.
- Ei, bela sonhadora, no que está pensando? - mordeu o lóbulo de minha orelha, tirando-me do meu transe, fazendo-me perceber que todos já tinham se afastado novamente, provavelmente dançando, aproveitando o resto do baile.
- Estava pensando que tudo está perfeito - segurei em seu rosto, tendo uma idéia - Ou melhor, falta somente uma coisa para que tudo esteja completamente perfeito. fez uma cara de dúvida, porém ainda estava sorrindo.
- E como se aperfeiçoa o que está perfeito?
- Não sei explicar... - pus o dedo em meu queixo, fingindo pensar em algo, muito concentrada -, mas eu posso te mostrar.
- Antes posso te levar a um lugar? - fez uma carinha fofa brincando com as pontas de meus dedos. Obviamente não pude recusar, então somente balancei a cabeça afirmativamente. Chegamos ao estacionamento onde o carro do pai de estava estacionado, o local estava quieto. Fui sendo guiada por até o carro. Eu sabia que algo especial estava para acontecer. Fomos o caminho inteiro em silêncio, o que não era incômodo. O único som que eu ouvia era a respiração de e os batimentos do meu próprio coração, que parecia acelerado. Ele segurava minha mão, fazendo um leve carinho enquanto estava concentrado no caminho. Eu admirava os traços de seu rosto. Parei para prestar atenção no caminho e eu percebi que conhecia aquele lugar. Estávamos na praia. Aquela em que passamos uma madrugada maravilhosa, que dançamos e adormecemos ali mesmo na areia. Quando desci do carro, deparei-me com uma tenda em um local iluminado por velas, abaixo da tenda se encontrava algo como um colchonete branco e algumas almofadas da mesma cor junto com um violão. Era tão simples e absurdamente lindo.
- Uau - foi única palavra que consegui proferir. segurou em minha mão sorrindo. puxando-me para o nosso cantinho.
- Eu sei que a decoração não está tão linda quanto a do baile, mas a pessoa mais linda do baile está aqui agora então - ele encostou sua testa na minha, sorrindo de um jeito meio tímido.
- Espero que você esteja falando de mim e não de você, bonitinho - passei meu nariz sobre o seu, fazendo-o rir.
- Eu não me acho tanto assim - sentou-me nas almofadas que havia ali, pegando um violão. - Agora só me escuta.

I don’t ever want to spend another day
(Eu não quero nunca mais passar mais um dia)
without you, without you
(Sem você, sem você)
I don’t think that I’d be standing here if I never found you, never
(Eu não acho que eu estaria aqui se eu nunca te encontrasse, nunca)
found you
(Te encontrasse.)
Right now the sun is in your eyes, the
(Agora o sol está em seus olhos, o)
moment has arrived to see
(Momento chegou a ver)
Right now there ain’t no better time, I feel like you’re alive in me
(Agora não há hora melhor, eu sinto como você está viva em mim)

Can you take me, can you take me, can you
(Você pode me levar, você pode me levar, você pode me levar lá)
Take me there
(Me levar até lá)

I get anxious just to know that you’re the
(Fico ansioso só de saber que você é a única)
one I come home to, come home to
(Para eu vir para casa, voltar para casa)
Being without you makes me suffocate cos baby I
(Estando sem você me sufoca porque baby, eu)
breath you, I breath you
(Respiro você, eu respiro você)
I feel like something is special here, I feel like something is special, I feel like something is special here, I feel like something is special with you
(Eu sinto que há algo especial aqui, me sinto como algo que é especial, eu sinto que há algo especial aqui, eu sinto que algo é especial com você)

I don’t ever want to spend another day
(Eu não quero nunca mais passar mais um dia)
without you, without you
(sem você, sem você)

olhou-me nos olhos a cada parte da música. Eu sabia o que ela queria dizer, eu sentia a mesma coisa. E mais do que nunca naquele momento eu sabia o que estava prestes a acontecer e eu estava pronta. Aproximei-me de , afastei o violão de seu colo e, em seguida, depositei um beijo carinhoso em cada um de seus olhos, passei a ponta de meu nariz pelo seu e finalmente colei nossos lábios. Ele separou nossos rostos por um segundo, segurando-o delicadamente em suas mãos. Seu olhar ainda receoso avaliava o meu rosto a procura de uma resposta, eu apenas sorri e ele botou uma mecha do meu cabelo que caía em meus olhos atrás da minha orelha e novamente selou nossos lábios num beijo calmo, que foi crescendo visando a necessidade que um tinha do outro. Meu coração batia forte, eu sentia mil coisas ao mesmo tempo, o desejo, o medo, a ansiedade, a curiosidade e acima de tudo, eu sentia que era verdadeiro o sentimento que eu tinha pelo meu menino, eu tinha certeza que ele era o garoto da minha vida. traçou beijos pelo meu ombro, enquanto abria o zíper do meu vestido, suas mãos tremiam, o que me fez sorrir, o tecido rapidamente estava jogado nos grãos de areia, mas eu não me importei. Então parou por um segundo e me olhou sorrindo num intermédio entre deslumbrado e cobiçoso, aproximei-me dele, tirando sua gravata e depois peça por peça até que estivéssemos igualados somente com a parte de baixo de nossas roupas. No início foi uma grande descoberta, os dois conheciam cada parte do corpo do outro entre toques e beijos, logo aquilo já não era mais o suficiente, queríamos estar mais e mais próximos, assim deu-se fim a todas as peças de roupas. pegou rapidamente uma camisinha no bolso de sua calça, colocando-a e em seguida estava dentro de mim. Houve dor, mas assim tão rápido quanto apareceu, ela sumiu, sendo seguida por uma série de novas sensações maravilhosas que estava me proporcionando. Eu estava deslumbrada, eu não conseguia tirar os olhos dele e por incrível que pareça ele fazia o mesmo, me deixando corada. Ele fazia movimentos leves, variando a velocidade enquanto eu arranhava seu peitoral. Houve suspiros da parte dele, gemidos de minha parte, ambos estavam satisfeitos. Ao final, nossos corpos relaxaram e nos abraçamos, encarei seu rosto um pouco suado com a luz das velas batendo no mesmo. Como se fosse possível, ele estava mais lindo.
- Como você pode ser tão lindo em todos os momentos - mordi os lábios tímida o fazendo sorrir abertamente.
- Você deveria se olhar no espelho mais vezes, aí sim saberia o significado de uma pessoa linda, meu amor - ele fez um carinho em minha bochecha, dando-me um selinho ainda um pouco ofegante. Após aquilo, não falamos mais nada, ficamos nos olhando por algum tempo e logo depois adormecemos.

Domingo, 8:00 am

Após a noite maravilhosa que havia tido, levou-me para casa. Quando entrei na sala, ainda estava com aquele sorriso bobo estampado na cara. Marta e minha mãe encararam-me com um olhar desconfiado trocando sorrisinhos que eu fingi não reparar, subindo as escadas diretamente para meu quarto. Quando chequei meu celular, havia umas seis mensagens de chamadas não atendidas da minha querida amiga , liguei para a mesma.
- Oi, amada - minha voz saiu mais melosa do que eu esperava.
- AMADA? Olha, eu não quero saber o que o fez com você, mas eu preciso de você aqui AGORA! - ela desligou e eu fui rapidamente me arrumar, deveria ser algo importante.
Quando cheguei na casa de , não me surpreendi ao encontrar Luna e esticadas na cama de com uns contatos e telefones em mão.
- Festa pós baile só para amigos - Luna esclareceu-me, vendo que eu avaliava a bagunça.
- Faz todo sentido agora - Sentei-me na cama olhando os papéis, ficando confusa por não achar nenhuma lista de convidados.
- Vai ser uma coisa só entre a gente, - gesticulou - e os meninos.
- Na minha casa - Luna complementou animada.
- Com piscina - fez um gesto exagerado com as mãos.
- Adorável - peguei-me falando distraidamente de novo.
- Acho que temos tempo pra saber da noite também, não acham, meninas? – levantei o olhar pra que falava maliciosamente.
- Eu concordo - entrou no jogo e Luna sorriu do mesmo jeito que as outras, me deixando sem saída.
- Foi uma noite maravilhosa - torci o pano da cama encarando o chão, depois levantando o olhar para as três, que me olhavam esperando mais - Tá bom, aconteceu. Se é o que vocês queriam saber - sorri, ficando corada e sendo esmagada por minhas tão adoráveis e curiosas amigas.

Ainda domingo, 6:00 pm

- Piscina à noite não é um luxo? - brincou, abraçada a , que mordiscava a comida japonesa que encomendamos.
- Como você sabe se está fora dela? - Harry deu um olhar ameaçador, fazendo se esconder atrás do namorado e Luna dar um tapinha em seu braço. –Frescas! Ninguém vai entrar na piscina?
- Tá escuro – fez beicinho, deitada no ombro de , que estava acomodado na espreguiçadeira.
- Eu topo - tirei o vestidinho branco que estava, ficando apenas com o biquíni, afinal já estava preparada.
- Bora, coelhinha - puxou-me pela mão e quando vi estava dentro da água fria. ria de mim.
- Sabe, olhando agora você não parece mais tão animada e corajosa - ele brincou.
- Pelo menos ela foi o macho da relação entrando na água, supere isso, - rebateu, piscando o olho para mim. fingiu-se de afetado, levantando e fazendo pose para mergulhar na piscina. Quando finalmente estava na água, olhou desafiadoramente para .
- E agora, Maricas , eu estou na água. Isso faz de mim macho e você uma menininha - Revirei os olhos, rindo do meu namorado que logo em seguida foi atrás de mim, rapidamente me alcançando, considerando minhas habilidades na água. Quando chegou bem perto, botei o dedo em seus lábios, lembrando de um “sonho de pré adolescente” que tive e nunca realizei.
- Amor, realiza um sonho meu? - passei a mão por seus cabelos o fazendo sorrir de uma forma tarada. Dei um tapa em seu ombro.
- Todos os que você quiser - ele me abraçou enquanto ouvíamos ainda ao fundo a discussão sobre quem ia entrar na água ou não.
- Eu nunca beijei em baixo da água - sussurrei, fazendo cara de criança que ia aprontar uma.
- Você é uma BVLA - ele retrucou baixinho.
- BVLA? - questionei rindo. já esperando uma besteira.
- Boca Virgem de Língua Aquática, dã! - ele deu dois soquinhos na testa, como se fosse óbvio. Depois chegou mais perto, me afundando lentamente. Quando estávamos totalmente submersos nossos lábios se tocaram e a ponta de seus dedos percorreram minha cintura, causando pequenos choques.
- Casal, isso é uma festa, voltem! - Harry berrou, implicando conosco, fazendo lhe mandar o dedo médio. Harry fingiu guardá-lo em seu bolso, fazendo gargalhar. Assim deu-se mais um dos momentos que estariam sempre guardados em minha memória assim como na deles.

PRÓLOGO – 1 anos depois (n/a: terceira pessoa)

O cemitério estava vazio na manhã daquele dia, exceto pela menina que encarava a lápide com o nome “Eric ” gravado nela.
- ...Então é isso, Eric. e dão umas birras vezes ou outra, mas estão ótimos, Luna e Harry se tornaram um dos casais mais fofos que eu já vi, e sem comentários pro casal doçura. E bom, quanto a Brianna, finalmente ela arranjou alguém que pudesse cuidar tão bem dela quanto você, mas, pessoalmente, eu achava você bem mais charmoso - riu sozinha, encarando o retrato do menino - E, bom, tudo está em paz, tudo está correndo super bem... É, correndo literalmente porque os meninos andam bem focados na banda. E finalmente, o , acho que você o aprovaria, maninho, ele me faz muito feliz. Mas apesar de tudo isso, eu não posso negar que sinto sua falta - uma lágrima solitária escorreu no rosto da menina e uma brisa leve soprou em seu rosto. Ela sabia que aquela brisa era Eric matando sua saudade.
- Amor - chamou do carro na frente do cemitério. sinalizou, dizendo que já estava indo.
- Eu te amo, irmão - A menina se afastou do túmulo, entrando no carro, sendo recebida por um beijo do seu namorado. O menino olhou o relógio.
- , liga o rádio, por favor - pediu docemente e o fez. Deu-se conta que a música que começava tinha uma melodia conhecida.
- Ai meu Deus - Os olhos da menina encheram-se de lágrimas e seu coração explodia de alegria. McFLY estava tocando na rádio, a música de seu irmão.
- Gostou da surpresa? - parou o carro, passando a mão pelo rosto da menina.
- Eu amei! Parabéns, amor - debruçou-se, abraçando . Em seguida, saiu do carro deparando-se com a tão conhecida casa de seu melhor amigo Harry Judd, adentrou o lugar deparando-se com todos os amigos reunidos na sala na mesma euforia. Todos se olharam cúmplices, abraçando-se.
- Quando ficarem muito famosos, não nos abandonem por groupies - comentou brincando.
- Eu não te abandonaria por nada, você é a garota da minha vida - passou os braços ao redor da minha cintura, selando nossos lábios.
- De nossas vidas - Harry brincou.
- Vocês que são os garotos da minha vida. Me digam se teria alguma graça viver sem vocês? - A menina sorriu vendo todos tão felizes. a puxou para o andar de cima da casa.
- Você é minha vida agora - brincou enquanto andava de costas pelo corredor, dando para o quarto de hóspedes.
- Não dê uma de vampiro - sorriu sarcasticamente, seguindo-o.
- Eu te amo basta? - ele passou o nariz por seu rosto.
- Ter você basta - e selaram os lábios mais uma vez, provando novamente o quanto um significava para outro. Basicamente TUDO.

FIM



N/A: Marina chorando em 3,2,1 ... Ai meninas que tristeza em estar acabando meu xodozinho, já estou sentindo falta dos comentários de vocês, os puxões de orelha as conversas, mas enfim que felicidade em poder concretizar meu sonho de escrever uma fic. Muito obrigada a todas vocês que leram, que ficaram até o fim comigo, obrigada por terem feito da minha primeira fic mais do que eu esperava que ela seria, afinal TBOML já foi fic do mês e me fez autora do mês. Obrigada as minhas amigas lindas, TODAS , sem exceção as que me emprestaram seus nomes, as que leram, as que me deram inspiração as que se tornaram amigas depois de lerem minha fic. Em especial quero agradecer a Cin, a amiga que mais deu conselhos sobre os capítulos e a Thamy com divulgação da fic. Obrigada ao McFly, por me emprestar seus nomes, e músicas. Obrigada a Ray por me fazer mandar TBOML pro site. Obrigada mamãe e papai por me darem muitos livros porque sem ler eu não teria noção de como é bom criar uma história. Muitíssimo obrigada a melhor beta de todos os tempos *rufem os tambores* : Lilá , por me aturar , me ensinar, me corrigir , por ser uma ótima conselheira , por ser amiga também. E por último porém mais importante Deus por ter me dado toda essa inspiração.
Thamy: Own amiga você também escreve! Quando mandar sua fic vai arrasar (sem botar em hiatus mocinha). Nunca vou deixar comentários ruins porque tenho um monte de comentários maravilhosos s2s2 Fe: Sim, último cap fofa ): Também vou sentir muita falta desses personagens :’3 Aninha: Da muita dor no core gemulinha com o final ): Enfim a melhor é você que esteve sempre do meu lado com TBOML s2s2 Joyce: Obrigada amor ! Mii: TBOML ta aqui ainda por bastante tempo, boa sorte pra você que ainda ta no inicio * - * Larissa: Finalização ai pra você amoreco, obrigada pelo carinho (: Sah : É vocês realmente amaram demais o Tiger, acho que vou fazer um final alternativo pra você HAHAHA Obrigada por todo carinho s2 j: Aaawn ele é um lindo né? Obrigada por tudo fofa s2 Gabriela: Sou apaixonada por friends, então tem várias coisinhas haha Obrigada * - * Rebeca: Menine não acabe com suas unhas, elas são preciosas! HAHA Ta ai último cap salvando suas unhas * - * Que bom, acabei ajudando seu ex então hahaha (:Caah: Ai mais pra você fofa (: Camizz , Lari, JUHH, Mari, Gabriela, Tati: Obrigada lindas, ai último cap pra vocês * - * ItsNycolle: Não morre ): Obrigada você por ter acompanhado até o fim e ter sido uma linda s2 Cin: VIVA AS LHAMAS!
Meninas não me abandonem :
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xx

N/B: Oooi! Segundo último capítulo que estou enviando em dois dias! Awn, Mari, parabéns por tudo! Por ter alcançado tudo o que alcançou com essa fic e por ser essa menina fofa e radiante que é! Eu te adoro! xx - Lilá

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