The Dreams Can Be Real
By Yasmin Duarte


                       Aquele era mais um dia comum. voltava da escola caminhando com e conversando sobre algumas futilidades.
                      - ! Já viu a nova Atrevidinha? Os Jonas Brothers tão na capa! Amiiga, o tá muito bom.
                      - Eu não gosto deles. - Isso era verdade. Bem, quase. Ela era amiga de . Quando eram crianças, brincavam juntos e freqüentaram durante um tempo a mesma escola. Quando aprendeu a tocar violão, o garoto tentou ensiná-la a tocar. Em vão. Na adolescência, ele decidira montar uma banda com seus dois irmãos. E eles - sabe-se lá deus como, pensou a menina - se tornaram famosos. Os dois já não tinham mais tempo para conversarem, a banda vivia fora da cidade, fazendo shows pelo mundo e se afastou. Tudo neles a irritava: a maneira como se vestiam ("Estilo, sei! Eles têm é mau gosto!"), as músicas ("uhmf, mesmos temas banais de sempre, sem falar naquele ritmozinho enjoado"), o nome ("JONAS BROTHERS! Quanta criatividade!"), e principalmente as fãs persistentes.
                      - Ihh, alguém tá de mau humor hoje. Bem, a gente se vê amanhã. - As duas se despediram e entrou em casa. A primeira coisa que viu foi um envelope preto com seu nome endereçado em tinta dourada, sobre o tapete da entrada. Não havia remetente ou endereços. Parecia ter sido largado ali. A garota o abriu. Continha um convite-impresso em bom papel, novamente com detalhes dourados e um brasão no canto inferior direito que ela reconheceu imediatamente. Sexta-feira haveria uma festa na casa dos Jonas para comemorar o fim de uma turnê, e ela estava convidada. "Eu e mais um milhão de garotas'', pensou. Junto com o convite, havia um pequeno bilhete, escrito na letra espremida e pequena que ela reconheceu ser de .

",
                      Eu queria muito que você viesse à festa, se não estiver ocupada. Isso é realmente importante para mim. Acredite, estou com muitas saudades de você.

Beijos,



P.S.: Pode trazer alguém junto, se quiser.''

                      Ela releu o bilhete. ''Eu vou'', pensou. Apesar de tudo o que dizia a todos, ela também sentia falta de . E muita. Odiava a banda. Sim, ela odiava. Afinal, fora ela quem o tirara dela. Seria uma boa oportunidade para revê-lo, quem sabe até se reaproximarem. Releu o postscriptum. Nele, a letra de estava tão inclinada que era difícil ler. Ela entendera que ele se referira a um namorado ou coisa do tipo, mas levaria . Seria legal não ir sozinha, e a amiga adorava os Jonas, não?
                      No outro dia, enquanto iam para a sala de aula, contou para a menina sobre o convite, e que ela iria para a festa. não conteve uma exclamação que mesclava felicidade e inveja.
                      - Amiga, eu quero que você vá comigo. Isto é, se não tiver nada melhor para fazer. - não estava preparada para a reação da amiga. deu um gritinho e abraçou-a, ao mesmo tempo em que gritava:
                       - Obrigada, obrigada, obrigada! - Ela era simplesmente viciada em Jonas Brothers. Seu canal preferido era Disney, em seu iPod estavam todas as músicas deles em todas as versões possíveis (sem falar nos vídeos), sua página inicial era o site oficial da banda, onde ela achava as fotos que cobriam seus cadernos e se mantinha atualizada sobre os Jonas. - AII MEU DEUS! Uma festa com eles! Nem acredito! Eii, será que pega mal pedir uns autógrafos? - A garota estava empolgada.
                       - Onde eu acho uma pá? - Tudo o que mais queria nesse momento era se enterrar. Metade do corredor as observava, a envergonharia na frente de e seus irmãos e o assunto da semana certamente seria essa droga de festa. ''Pelo menos eu fiz uma pessoa feliz''. Esse pensamento tomava conta dela enquanto a amiga cantarolava ''When you look me in the eyes''.

                       E a sexta-feira finalmente chegou.
                       - É HOJE, É HOJE, É HOJE!!!
                       - Eu sei, criatura. - Toda essa animação a irritava.
                       - Eu passo às oito na sua casa, e nós vamos juntas! Pode ser?
                       - Ok. Mas calma, menina. É só uma festa.
                       - SÓ UMA FESTA? - se arrependera de ter dito isso. Novamente, todos olhavam para elas. - AMIGA, EM QUE PAÍS VOCÊ VIVE? ESSA É ''A'' FESTA! Aii, aii. Festa com os Jonas... - Era inútil dizer qualquer coisa. se perdera em seus devaneios desprovidos de sanidade.
                       - Onde está minha pá?

                      Alguém tocava a campainha insistentemente. olhou no relógio sobre sua cabeceira enquanto colocava um brinco longo e bonito. 7:30. Só podia ser . Dez segundos depois, a porta de seu quarto se abria violentamente.
                       - NÓS VAMOS VER OS JONAS! NÓS VAMOS NA FESTA DOS JONAS! - e toda sua animação havia invadido o quarto e se atirado na cama de , agarrando um bichinho de pelúcia.
                       - Pode entrar. - falou ironicamente, sem nem levantar os olhos do espelho.
                       - Caramba, menina, se anima um pouco! E aí, o que achou da minha roupa? - Anna se virou para olhar. E não acreditou no que viu. A amiga usava uma sandália preta, calça jeans e uma camiseta - com uma enorme foto dos três jonas no centro. Dentro de um coração.
                       - Aonde você pensa que vai assim? - perguntou uma espantada , tentando arquear as sobrancelhas. Aquela era uma das poucas coisas que ela não conseguia fazer.
                      - Por quê? - parecia estar decepcionada - Você não gostou?
                       - Não é nada pessoal. Mas que tal se vestir conforme uma garota normal indo para uma festa normal? Porque francamente, assim você não sai daqui. Vem aqui que eu te ajudo.

                      Meia hora depois, com já vestida adequadamente, as meninas saíram da casa de . Ela morava há duas quadras da residência dos Jonas. Havia um vento fraco que insistia em desarrumar seu cabelo. ''Dane-se'', pensou. Após um segurança não muito simpático conferir um bilhão de vezes seus convites com suas identidades e suas fotos, aparentemente acreditando que elas tinham falsificado-os, sendo apenas duas fãs malucas. não pôde deixar de imaginar o que eles pensariam se estivesse com sua camiseta e um sorriso invadiu sua face.
                       - Isso aí, amiga. Sorria. - sussurrou a amiga, enquanto o segurança falava em seu walkie-talkie e interpretando erroneamente seu sorriso. Finalmente, puderam entrar. A festa estava acontecendo perto da piscina. E logo entenderam o porquê da desconfiança dos seguranças: todos ali eram famosos.

                      - ! - vinha em sua direção. Deu-lhe um beijo na bochecha e a abraçou. - É tão bom te ver! Eu tava com saudades. E aí, como vão as coisas?
                      - Tudo em ordem. Eii, essa é a minha amiga, a . Eu a convidei e ela topou vir comigo, tudo bem?
                      - Sem problemas. Oi, - E também beijou na bochecha uma descontraída e em completo êxtase.
                       - Mas e aí, o que você tem feito durante todo esse tempo? - pediu o garoto, ao entregar bebidas às garotas.
                       - Eii, , eu vou dar uma volta. Até depois. Tchauzinho, . - E, ao passar pela amiga, disse em seu ouvido: - Eu quero encontrar o ! E o também.
                       e conversaram durante algum tempo. Foram interrompidos por , querendo falar com o irmão e que reconheceu imediatamente, e por uma bêbada Kelly Clarkson, dizendo que iria embora para um outra festa e pedindo se alguém queria ir com ela. Uma música terrivelmente familiar à ela começou a tocar.
                       - Ahh, , lembra dessa música? É aquela que eu tentei te ensinar a tocar no violão!
                       - Verdade! Nunca mais esqueci a letra dela.
                      - Ah, vamos dançar! Vem - Rindo, acompanhou o garoto até a pista. Dançavam alegremente. Estavam mais próximos, uma das mãos de na cintura da garota. Riam e cantavam ao mesmo tempo. E então aconteceu. a beijou. Havia nesse beijo um desejo secreto, presente desde que se conheceram, mas cculto sob o amplo disfarce de uma profunda amizade.
                      - , vamos sair daqui?
                      - Vamos sim. Só deixa eu achar a , vou avisar que eu to saindo. Um minutinho, já volto. - Localizou no canto oposto da pista, dançando com . Ela parecia mais calma agora, e o rapaz parecia estar se divertindo. Foi até ela e, tentando não interromper o momento, falou em voz baixa, de modo que só a amiga a escutasse.
                      - Ei, eu to vazando com o . Volta sozinha tá?
                      - Ok, . Boa noite e boa sorte - No rosto da menina estava estampado um sorrisinho pervertido.
                      - Pra você também. - E, em voz alta, acrescentou - Tchau, . A gente se vê.
                       a esperava no jardim. Saíram, caminhando de mãos dadas, e logo chegaram ao lugar onde pretendiam, mesmo que não tivessem dito isso em voz alta. O parque. O mesmo onde, há tantos anos, brincavam juntos, onde passavam horas em tempos passados. Foram até uma grande árvore, a preferida dos dois, embaixo da qual tentara aprender violão.
                      - Sabe, - disse , após se sentarem, deitada em seu colo, olhando para o céu - Eu acho que eu sempre quis você, desde quando éramos crianças, mas nunca tinha percebido.
                       A garota desviou seu olhar do luar e o fixou nos profundos olhos de . Após uma breve pausa, ouviu aquilo que queria.
                       - Eu também.
                       - É engraçado isso. Como nós perdemos tempo! Acho que a pior coisa que fiz foi participar dessa banda. Sério mesmo. No começo era mais divertido, agora é um saco! Eu devia ter deixado o Frankie entrar no meu lugar.
                       riu. normalmente a fazia rir.
                       - O Frankie é menor que a sua guitarra! E além disso, agora você é bem famoso. O mundo -bem, pelo menos as garotas dele- sabe quem é Jonas. Não era isso que você sempre quis?
                      - Mas eu não imaginei que seria assim. Para mim, ia ser fazer shows e, exceto por esse fato, ter uma rotina normal. Mas não. Passamos o dia ensaiando. As noites fazendo shows. Não sobra tempo pra nada!
                      - Uhm... - não sabia o que dizer. Em sua opinião, ele gostava sim de tudo isso. - Ah, esquece. Deixa isso pra lá. Tudo o que eu quero agora é você.
                       Embaixo daquela árvore os dois ficaram até que o céu começou a clarear.
                       - amor, acho que é hora da gente ir. Vem, vou te deixar em casa.
                      Caminharam em silêncio. O ar fresco da manhã os envolvia, batendo em seus rostos e bagunçando seus cabelos. As ruas estavam desertas. Passaram pela frente da casa dos Jonas. Ainda havia música. imaginou se já teria voltado para casa. Continuaram a andar e chegaram à casa dela. Ela se virou para despedir-se. Beijaram-se intensa e demoradamente.
                       - , tem uma coisa que eu ainda não te falei. Hoje a tarde eu vou para a Europa. Temos uns shows para fazer por lá. Daqui a dois meses estarei de volta. Eu nunca quis tanto poder ficar em casa. Mas eu infelizmente tenho que ir. Sinto muito. Eu queria ter opção. - Um sorriso triste tomara conta das feições tão conhecidas por .
                       - Eu entendo - Isso era mentira. Ela não entendia. Por que tinha que ficar tão longe de , agora que finalmente os dois tinham se acertado? - Mas cuidado com as européias, hein? Vou ficar de olho.
                      - Sério? Então... nós continuamos juntos? - Havia em sua voz uma ansiedade mal contida.
                      - Jonas, eu te amo. - disse , entrando em casa.
                      - Eu também - a premiou com um daqueles sorrisos que as revistas fotografavam freqüentemente. Ele deu-lhe as costas e foi embora. acompanhou-o com o olhar. Ele se virou.
                       - E , - disse, hesitante. - cuidado com os americanos.

N/A:
Obrigada a todos que leram! .
Essa é a primeira fic que eu divulgo no site ^^ Ela terá continuidade, leiam a parte dois e a três também!
Beijos,
- yas ;)

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