”This belongs to you,
and always will.”
escrito por Jú Vasconcelos, betado por Anna.



CAPÍTULO 1.
- Ei, eu te esperei ontem à noite! – Joe abriu mais um dos seus conhecidos sorrisos.
- Eu não prometi nada, Joseph! – deu uma risada, enquanto pegava a bola de baseball, que rolava até chegar em seus pés. Agachou-se, e ao invés de levantar e entregar a bola nas mãos de Joe, se sentou, e fez um movimento com a cabeça, convidando ele a se sentar também.
- Bom, Nick não gostou nada da idéia de eu te encontrar ontem. Podemos dizer que ficou bem emburradinho. – ele se sentou, e jogou o cabelo para o lado.
- O que você quis dizer com isso? – ela socou de leve o ombro de Joe. – Nicholas é só meu amigo, cara. – Joseph olhava para o céu, azul e com poucas nuvens.
- Aham. E eu tenho uma música no topo da Billboard. – ele falou, sem mudar sua expressão. Olhou de relance para , e soltou uma risada gostosa.
- Eu sabia que você iria concordar comigo. – ela pegou a bola de baseball e a ficou jogando para o alto. – E aí, o que fez ontem?
havia finalmente ido visitar sua melhor amiga, em Nova York. Fazia treze meses que havia se mudado de lá para Nova Jersey, e elas estavam perdendo totalmente o contato, então teve a idéia de ir visitar , e por isso passou o dia fora.
- Bom, nós fomos para Disney, tocamos com Michael Jackson e depois fomos para uma boate muito louca. – Joe e suas piadas, como sempre. riu pelo nariz.
- Como você está super interessado, eu fui para Nova York. Foi bem divertido, encontrei . – ela cutucou Joseph com seu ombro. sempre achou que Joe e queriam ter mais do que uma amizade, mas Joe não pareceu muito interessado.
- Nossa, que legal. – ele disse, sem muita animação.
- Que bicho te mordeu? – ela bufou, e desistiu de conversar com o garoto.
De repente, lembrou do tempo em que era só mais uma garota da sala de Nicholas. Por causa de alguns meninos, os professores marcaram lugar na sala, fazendo e Nicholas se sentarem ao lado, e virarem amigos. Eles começaram a se encontrar casualmente, e assim ela começou a conhecer a família Jonas.
O sol estava quente para uma tarde de primavera, e se levantou, oferecendo a mão para Joe, como ajuda. Mas, ele a puxou, fazendo-a cair sobre ele. Ela ria, enquanto ele fingia estar sendo amassado. Num pulo, ficou em pé. Jogou a bola de baseball no rosto de Joe, e saiu correndo. Passando em frente à casa dos irmãos, esbarrou no segundo mais novo da família.
- Oh, desculpe Nicholas. – ela abriu um grande sorriso. – Tudo bom com você?
- Tudo. Ahm... – ele parecia tímido, mesmo conhecendo a mais tempo que todos os irmãos. Porém, ele dava um sorriso com leve marcas de felicidade ao ver a garota. – Está ali com Joe há muito tempo? – a pergunta saiu quase como um sussuro, a voz tremida e roca, como se tivesse medo da resposta.
- Estava dando uma volta, e Joe resolveu me acertar com uma bola de baseball. – ela sorriu. Seus cabelos estavam de um jeito perfeitamente natural, e o sol quente brilhava neles, fazendo mais efeito na droga que Nicholas era viciado: nela. – Ei, você adora jogar baseball! Vem, vamos jogar! – sem esperar resposta, ela o pegou pela mão e o levou para onde Joseph estava sentado, olhando para o céu.

Os três já estavam suando, pelo sol quente. Desistindo de jogar, entrou na casa dos Jonas, deparando com Denise e Frankie, sentados no chão da sala.
- Bom-dia, ! Tudo bem com você, querida? – gostava do jeito que Denise era, e do modo que a família Jonas era unida e... pareciam mesmo uma família. morava com seu irmão, em Nova Jersey, e se mudou para lá por decisão própria. Todos em Nova York queriam que ela tivesse a vida-exemplo de todos, e ela simplesmente não se encaixava, então veio para a terra do tio Sam, deixando apenas um bilhete para os pais. Mas ela tinha a leve impressão que se não tivesse escrito o bilhete, daria no mesmo.
- Estou ótima, sra. Denise! E aí, Franky? – ela mexeu nos cabelos do mais novo da família. – Sabem onde está Kevin?
- Ele saiu com Cintia. Sabe como é, no começo do namoro... – Denise deu uma piscadela e olhou para Paul, que entrava na sala.
- Ei, amor, arrumei nosso cortador de gram... – ele logo percebeu a presença da vizinha. – ! Fazia tempo que você não vinha aqui! Como está a vida? – Paul Kevin abriu um grande sorriso.
- Bom, está indo, o senhor sabe... provas, estudo, dever de casa. Ainda bem que entramos de férias, já não conseguia esperar! – ela pediu licença e voltou para o gramado que chamavam de campo, onde jogavam baseball, ou faziam qualquer coisa para passar o tempo. Uma grande nuvem havia cobrido o sol, e agora uma brisa batia no rosto dela.
- Bú! – ela gritou, aparecendo por trás de Nicholas. Ele tremeu, e percebendo ser , riu.
- Estávamos aqui conversando, ... Devia ser legal morar em Nova York, por que veio, bem... para cá? – Joseph olhava com expressão de dúvida para ela, esperando saber a história da vida da garota.
- Bom... vamos dizer que eu não me encaixava no que eles queriam que eu fosse.
- Eles, quem? Seus pais? – Nicholas disse, procurando o olhar da menina, que encarava os tênis.
- Bem, não só eles. Todos. Todos querem que você seja aquela menina tipo ‘Mean Girls’, e eu não sou assim. As pessoas não aceitavam. E eu me sentia deslocada, ali. Além do mais, eu sempre gostei de Nova Jersey. Eu vinha visitar meu irmão, às vezes no meio da semana, e eu me encantava com esse lugar.
- Você não é normal, realmente. – Joe mais uma vez jogou o cabelo para o lado. – Qualquer garota de Nova Jersey sonha em ir morar em Nova York.
- Ser normal é chato, Joe. – ela espremeu os olhos, tentando ler os pensamentos de Nicholas, que não prestava mais atenção na conversa. Joe sentiu que estava sobrando.
- Bom, eu estou indo para casa. Meu irmão te faz companhia. – e se levantou, correndo até em casa.
- Nicholas? Alô? – disse, tirando Nicholas de dentro de seus pensamentos, e este a olhou, sorrindo. – E aí, o que andou fazendo, esses dias de férias?

O sol já se punha, e eles estavam sentados, um encostado no outro, no campo. abraçava suas pernas, enquanto Nicholas acariciava suas costas pequenas e frágeis, enquanto um sorriso crescia no rosto da menina.
- Ei, Nicholas. – ela disse, levantando o olhar, se deparando com o sorriso de sempre dele, o que fazia suspirar.
- O quê? – ele falou, quase que num sussuro. Senti-la ali, em seus braços, era tão reconfortante. Ele observava enquanto a garota descia e subia conforme sua respiração.
- Isso é demais. – ela procurou o olhar dele, logo o encontrando, os olhos dele expressando uma dúvida. – Estar aqui, com você. Você é demais. Vocês todos são. – a última frase fez o sorriso de Nicholas murchar. Ele não sabia bem o por quê, mas queria ser o único que ela achasse demais, o único a ter a atenção dela. Mas acho que seu desânimo repentino ficou na cara, porque a garota se soltou de seus braços, e o encarou.
- Ei, o que eu vejo aqui... – ela segurou o rosto do menino, procurando seus olhos novamente, que os dele evitava a todo custo, agora. Temia que ao olhá-lo melhor, ela pudesse ler sua mente, sentir seu coração. – Eu acho que estou vendo uma pontada de, tristeza? – ela suspirou, mas de um modo solidário. - O que aconteceu, Nicholas?
- Nada. – ele mirava a grama que já tomava um tom alaranjado, a luz fraca do sol, que se escondia atrás do horizonte, iluminando esta. – Quer dizer... – ele suspirou. – Nada.
- Tem certeza? – ele balançou a cabeça, afirmando. – Você quem sabe. – ela apoiou as mãos, com os braços estendidos, na grama atrás dela. Ficaram calados um tempo, e voltou a abraçá-lo. Não sabiam quanto tempo havia passado, mas o sol já havia sumido no horizonte, e Denise chamou Nicholas e para jantar, esta negando – com delicadeza – o convite.
Andando pela rua, pôde sentir o vento bater em seu rosto, levando seu capuz para trás, junto com seu cabelo. A sola fina do Adidas surrado parecia mais macia. Abraçou o corpo, se protegendo do frio, e logo chegou em casa. Abriu a porta, e fechou esta atrás de si. Andou até o segundo andar, tropeçando nos degrais velhos de madeira da escada. Trocou o short por uma camisola, não demorando nem um minuto para cair no sono.


CAPÍTULO 2.
Pingos de chuvas estalavam pela janela, acordando , que se enrolou no lençol e virou para o outro lado, tentando voltar a dormir. Os pingos não cessavam, fazendo-a chutar o cobertor e se levantar, lentamente. Abriu um sorriso sonolento e se arrastou para debaixo do chuveiro. Qual não foi sua surpresa ao notar que a água estava congelante, mas ela tentou ignorar o fato.
Colocou uma calça jeans velha e um casaco vinho, junto com o Adidas do dia anterior. Descia as escadas lentamente, morta de sono, mesmo sabendo que já se passava de meio-dia.
Sem se importar com a fina chuva que caía, ela saiu e foi andando, passando algumas casas, até chegar à da família Jonas. Só de vê-la, ela já abriu um sorriso, e tocou a campainha, colocando uma mecha do cabelo que havia caído para frente do rosto atrás da orelha.

- Oi garotos. – se jogou no sofá, aponderando-se da almofada de Nicholas, que a olhou com um sorriso misturado com uma cara de ‘como assim?’, enquanto ela dava a língua para ele. Já era de tarde, e o sol fraco do dia de chuva já descia em rumo a oeste. Nicholas não admitiria, mas a estava esperando o dia todo.
- Oi, . Estamos vendo Heroes, senta aí. – Joe falou, sentado no chão com Kevin. Os três estavam com olhos arregalados, enquanto viam Hiro Nakamura usar mais uma vez seus poderes, e riu.
- Vocês parecem três bobões vendo esse seriado.
- Eles são três bobões! – Frankie passou pela sala, e sentou-se no colo de . – Vamos fazer alguma coisa, ? Ninguém cuida de mim! – e fez uma cara de cachorro sem dono. Ela se levantou, e o menor da família a levou pela mão para o jardim. Ela deu uma virada rápida, e seus olhos encontraram o de Nicholas. Ele sorriu, embarassado, e voltou a atenção para a tevê.

- Oh não, os piratas vão me alcançar! Tenho que fugir! – estava sentada no jardim, brincando com Frankie, os cabelos ainda molhados do banho que acabara de tomar. Nicholas apareceu e a segurou pelo ombro, sentando-se atrás dela.
- Ei, cadê o Pato Donald? – Frankie se perguntou. – Não há Mickey Mouse sem Pato Donald! Vou procurá-lo, espere só um pouco, !
Ficaram Nicholas e sozinhos, sentados no jardim dos Jonas. Não falavam nada, mas também não precisavam. soltou uma risada, e se apoiou nos joelhos flexionados do garoto.
- Você tem muita sorte. – ela esticava o pescoço, tentando chegar o mais perto possível dele, com um sorriso bobo no rosto.
- Por o quê?
- Por ter alguém que te ame como eu! – ela abriu mais o sorriso, e puxou uma mecha do cabelo enrolado de Nicholas, que caía sobre seus olhos, e ao soltá-la, a mecha fez o movimento de uma mola solta, depois de esticada. Nicholas torceu o nariz da garota, com delicadeza, e eles estavam se aproximando quando Paul Kevin chegou.
- Meninos, vocês viram Denise? Estava lá na garagem, e... – ele olhou para os lados. – Frankie não estava aqui? – o casal se afastou, e Nicholas respondeu o pai:
- Mamãe foi na vizinha, e Frankie subiu, procurar o Pato Donald.
O pai de Nicholas saiu dali, e eles voltaram para a sala. Nicholas se jogou no sofá, e deitou-se sobre ele, a cabeça em seu peito. Já acabara Heroes, e agora a tevê estava num canal de fofocas. sabia que os irmãos Jonas gostavam de ver esse tipo de programação, eles se divertiam ao escutarem as mais absurdas fofocas que a mídia podia inventar. Mas então, uma matéria fez todos ficarem calados.
Uma repórter loira apareceu na tela, e começou seu discurso:
“Bom, parece que há mais um casal da Disney por aí! Foram vistos Nick Jonas, integrante da banda Jonas Brothers, que fez participação no filme ‘Camp Rock’ e Miley Cyrus, que interpreta Hannah Montana, jantando juntos, num clima bem romântico, num restaurante, na quarta-feira, 23. Vejam só:” e começaram a passar várias imagens pela tela. estava tensa, e se apoiava com o cotovelo no peito de Nicholas agora. Fotos de Miley colocando uma batata na boca de Nicholas, fotos das mãos dadas em cima da mesa, Miley mexendo constantemente no anel de castidade dele. Fotos de beijos, e não beijos suaves. Beijos ardentes. Ardentes como os olhos de ficaram. Ela olhou para Nicholas, tentando conter as lágrimas que queimavam seus olhos. Pegou seu casaco e saiu, irritada, pela porta, batendo essa. Nicholas ficou sentado no sofá, mas não demorou muito, e ele saiu correndo atrás dela.
Ao alcançá-la, seu coração batia em ritmo frenético, e ele bufava, cansado. Ela não fazia questão de correr, queria ouvir o que Nicholas tinha para falar. Ele parou em frente a ela, mas ficou calado. Dava para ouvir o som de carros, ao longe, mas a rua estava deserta, e eles estavam parados no meio desta.
- Se você tem alguma coisa para me falar, me fale agora. – ela estava abatida, mas não o ignorava. Ela não conseguia o ignorar.
- Uhm. Eu não tenho nada para falar. – ele olhou para o lado, envergonhado.
- Então tá. Tchau. – ela deu meia-volta, e sem olhar para trás, continuou seu caminho para casa.
- ! Eu não tenho nada para falar, porque talvez palavras não mostrem tudo que eu sinto por você. – ele segurou em seu braço. – Talvez eu não ache as palavras certas para me comunicar, e você pode não entender o tamanho do meu amor. – ele encontrou os olhos dela, e estremeceu. Uma onda de eletricidade passou pelo seu corpo, chegando à nuca. – E ele não é pequeno. Eu me odiaria se eu não te falasse isso. – os olhos de começaram a pinicar. “Você não vai chorar” ela repetia, sem resultado, para si mesma. Uma lágrima insistente escorreu pelos seus olhos, e Nicholas a enxugou com o dedão.
- Nicholas... – ela tentava combinar as palavras certas, não queria errar naquela hora. Não mais do que já havia errado com ele. Errado em confiar nele, em doar seu tempo a ele. Errado ao se apaixonar por ele.
- Por que você só me chama de Nicholas? – ele mudou de assunto, repentinamente.
- Porque para todas, você é o Nick. Nick Jonas. E para mim, você não se resume a esse cantor. Eu não gosto só do garoto que está no palco. Eu gosto do Making Of. Eu gosto do por trás da fama. Eu gosto do seu cheiro, do seu toque... Eu gosto de uma pessoa real. E não de um artista, eu não gosto de você só como artista, como cantor! Eu gosto de você Nicholas, sem sobrenome, sem status, sem entrevista na tevê, o meu vizinho de Nova Jersey!
Mais lágrimas rolaram pelo seu rosto. Ela esfregou o rosto na camisa de Nicholas, o cheiro dele invadindo suas narinas sem pudor e sem receio, e o abraçou forte. Ele levantou sua cabeça, e beijou sua testa, logo depois passando para seus lábios.
Era um gosto que ela jamais havia provado antes: um gosto de paixão, um gosto de saudade, um gosto salgado das lágrimas que já haviam passado pelos lábios da garota, que se transformou em um gosto doce das bocas juntas, e como elas se encaixavam perfeitamente, como a última peça de um quebra-cabeça de 300 outras. A última, a mais importante. Aquela que logo depois de você montar, você abre um sorriso de satisfação, satisfeito com si mesmo, e vê como sua obra ficou linda. Vê que o tempo, que sua dedicação naquilo ali, não foi à toa. E ele sentia como se borboletas voassem por dentro dele, causando uma sensação de cócegas, mas ao mesmo tempo, boa! Eles finalmente estavam ali, fazendo o que desejavam há tempos. Nicholas a puxou mais para si, e o beijo que começou delicado e tímido, ficava cada vez mais rápido e necessário. Agora Nicholas tinha certeza, do que havia visto em seus olhos: medo. Medo de não ser correspondido. Um medo que já havia se evaporado. Ela o abraçava forte, como se para nunca mais soltá-lo. Passou as mãos que estavam nas costas dele para seu ombro, ficando na ponta dos pés.
Eles se separaram, e Nicholas corou. sorriu de lado.
- Ei, tá tudo bem? – ela perguntou, deslizando a mão até seu peito.
- Eu quero fazer de todos os momentos que compartilho com você, perfeitos. Mas perto de você eu me sinto tão inseguro, tão vulnerável... Eu fico com medo, de agir de um modo errado, e te magoar. – ele olhou para baixo. - Como eu magoei, agora.
- Eu não quero que você aja do modo certo. Eu quero que você aja do seu jeito. Eu quero que você me surpreenda no meio da noite, eu quero que nossos beijos durem meia-hora, ou talvez três segundos. Quero que você me abrace. Eu não sei o que eu quero... Mas eu quero que seja do seu jeito, e ao seu lado. – ela o abraçou forte, podendo sentir mais uma vez o seu cheiro entupir suas narinas. Ela suspirou, e beijou o pescoço de Nicholas.
- Você ainda vai estar aqui amanhã de manhã, ou isso tudo é um sonho?
- Isso você terá que descobrir, Nicholas. Boa noite. – esfregou seu nariz ao dele, encostando depois seus lábios nos dele novamente. O frio estava cortante, mas ela se sentia aquecida nos braços dele. – Boa noite. – ela repetiu, num sussurro, e abriu a porta de casa.

Fechando a porta atrás de si, encostou-se a essa, escorregando até o chão, com o pensamento e o coração, ainda foras de casa. Fechou os olhos e mordeu o lábio, lembrando do gosto dos lábios de Nicholas colados ao seu. Do cheiro dele a envolvendo. Lentamente foi subindo as escadas, quase não sentindo o chão abaixo dos pés, e se jogou em sua cama. Logo se levantando e indo para a varanda, ver se ainda havia rastro dele pela rua, ou talvez uma vista para a varanda da casa dos Jonas. Uma vista para um Nicholas ali parado, esperando ela?
Abrindo a porta de correr de vidro, um vento gelado bateu em seu rosto, e ela se apoiou na grade da varanda. Nem sinal dele. Deu um sorriso torto para o nada, rindo de si mesma, e voltou para o quarto, deslizando os dedos sobre a superfície fria do vidro.
Fechou-se dentro do banheiro, e só saiu depois de uma bela lavada no rosto, e vestida com a camisola. Enfiou-se, silenciosamente e quase sem fazer bagunça, debaixo do edredom amarelo, já manchado pelo tempo, e olhou o rádio-relógio em sua mesa de cabeceira. Os números começaram a ficar turvos, e seus olhos começaram a se fechar. Dormiu com um sorriso bobo colado em sua face, sonhando com beijos, perfumes e amor. O coração batendo forte, num ritmo que quase falava o nome dele.


CAPÍTULO 3.
sentia que havia acabado de se mudar para Nova Jersey, que estava descobrindo a cidade de novo. Como o céu ficava mais azul quando ela estava com Nicholas, o quanto os seus olhos ficavam mais brilhantes. As férias estavam acabando, e dela só ficariam lembranças... Ou talvez mais. Talvez permanecesse o brilho em seu olhar, talvez permanecesse o gosto dele em sua boca. não sabia ao certo o que aconteceria quando deitasse na cama, mais tarde, e levantasse com hora marcada e mochila pronta. Era tão estranho voltar a estudar. Parecia que só agora que ela perceberia que Nicholas era de sua sala, mas ela tentou não pensar muito na escola. Balançando a cabeça, como se para afastar os pensamentos, ela estava sentada em sua cama, a camisola velha e já curta não cobria mais seu corpo adequadamente. Ela olhava pela janela, as nuvens brancas sobre um céu azul, com um olhar vazio. Não prestava atenção na vista, estava absorta em seus pensamentos. Uma batida em sua porta a fez acordar, novamente, de seus pensamentos, e ela abriu esta com uma das mãos que não estava ocupada, enquanto a outra segurava uma revista que ela passava as páginas, descompromissada.
Nicholas estava parado em frente à sua porta, e logo quando ela abriu esta, a abraçou e plantou um beijo em sua testa. Entregou-lhe um presente, mais para uma lembrança. Um colar, com pingente pequeno e em forma de coração. Seus olhos percorreram o objeto inteiro, e em sua face, abriu-se um sorriso singelo em seguida. Ela levantou a cabeça, em direção à Nicholas, e deu-lhe outro abraço, agora mais forte, os braços não tão mais brancos como no começo do ano, apertando de forma suave o pescoço do garoto. Pegou na mão de Nicholas, ainda o olhando nos olhos, este dando um sorriso, e apertando forte a mão dela. Em seguida, colocou o cabelo dela atrás de sua orelha. Ficaram ali, sorrindo, se olhando. estremeceu, mesmo sem estar com frio. Ela se distanciou dele, ainda segurando sua mão, mas ele a puxou de volta. Ele precisava senti-la ali, colada com ele. colocou as duas mãos no peito dele, o colar enrolado em seus dedos, e seus lábios se tocaram. Foi um beijo doce e tímido, porém intenso, e não conseguia pensar em mais nada, além daqueles lábios, juntos ao dela, uma espécie delicada de aliança. Pararam de se beijar, e espremeram o nariz de um no outro. Nicholas fechou os olhos, sorrindo.
Ela se soltou dele, e gargalhou. Deu uma risada alta, como se fosse uma brincadeira nova apresentada a uma criança. Ele a olhou, e começou a rir também, a fazendo cócegas, e a abraçou, essa sorrindo como uma criança. “Desde quando ela é tão maravilhosa?” Nicholas se perguntava. O jeito que ela o provocava, o desafiava. O jeito que ela sorria, e o jeito que seus olhos brilhavam. Como ela mexia com ele, e a sensação que ela o provocava. Nunca tinha parado para perceber o quanto ela já era dona de seu coração. Nunca tinha percebido o quanto ele necessitava dela em sua vida. Nicholas a abraçou forte, e sussurrou em seu ouvido: Prometa ser minha para sempre. E ela, soltando uma gargalhada, respondeu: O para sempre, sempre acaba, bobinho! Eles sorriram, e se beijaram novamente.
Nicholas se retirou do quarto, enquanto trocava de roupa. Escolheu um short verde, acompanhado por uma blusa branca, com letras coloridas impressas na frente. Nicholas estava de costas para sua porta, observando as fotografias que a mãe de havia pendurado na parede, e sem ele perceber, saiu correndo, fugindo dele, mas os degraus barulhentos da escada a denunciaram. Ele correu atrás dela, e só foram parar ao chegar no jardim da casa de Nicholas. Chegando à este, os dois estavam com sorrisos bobos no rosto, e Nicholas deu um selinho na garota.
- Ei, pombinhos, isso é um jardim de família. – Joe gritou, sentado na escada em frente à porta de entrada, e deu uma piscadela. Nicholas sorriu, envergonhado, e a abraçou, levando-a a se sentar do lado de Joseph, fazendo o mesmo em seguida.
- Cadê o Kevin? – Nicholas perguntou, passando o braço em volta de , ela se sentindo protegida pelo calor dele.
- Saiu. Acho que foi encontrar a Cintia. – Joe deu de ombros, enquanto Nicholas fechava o pequeno fecho do colar em volta do pescoço de . O toque dele em sua nuca fez com que os cabelos dali se arrepiassem, e ela passou os dedos no coração que pendia em seu pescoço. O pingente estava quente, e cheirava, de leve, ao perfume de Nicholas, o que a fez querer ficar com aquele colar para sempre. - E então. - Joe voltou a falar, soltando um suspiro, ainda sorrindo. Qualquer coisa que Joseph Jonas fizesse, tinha certeza que seria com um sorriso no rosto. - As aulas estão voltando.
revirou os olhos. Só em pensar em ver novamente os professores, e ter de voltar a copiar pilhas de dever já a fazia ter calafrios. Ela olhou para Nicholas, se perguntando se ele estava ansioso, encontrando este rindo, de uma forma gostosa.
- Não posso esperar para começar tudo de novo. - ele disse, misturando sarcasmo com verdade, o que deixou em dúvida em relação ao sentido que Nicholas falou a frase. Ele a olhou de soslaio, rindo pelo nariz, e a apertou mais forte em seus braços, o cabelo dela roçando em seu rosto.
Foi possível ouvir Denise chamando os meninos para almoçar, e Nicholas, levando pela mão do mesmo jeito que Frankie a havia levado, entrou na casa. sentiu um cheiro de dar água na boca, e olhou para Nicholas. Não queria ser um encômodo, mas ao chegar à sala de jantar, já tinha um lugar posto para ela.
- Não achava que iria fugir do almoço da mamãe Denise, não? - Joe soltou uma risada, enquanto sentava duas cadeiras à esquerda do lugar posto para a menina, deixando Nicholas sentar ao seu lado esquerdo, e Frankie ao seu direito, este abrindo um sorriso de uma orelha a outra ao ver a menina.
- ! Que bom que você veio, nós não terminamos nossa brincadeira de ontem! - Frankie disse, os olhos brilhando de ansiedade para poder brincar com a menina novamente. Ela soltou uma risadinha, tímida.
- Boa tarde, Sr. Paul, boa tarde, Sra. Denise. - ela disse, sentando ao mesmo tempo em que Nicholas. Kevin Sênior deu um sorriso simpático para ela, e Denise levava duas travessas, uma em cada mão, para a mesa.
- Boa tarde, querida! Que bom que irá almoçar hoje conosco. - Denise colocou as travessas na mesa e levantou o olhar, sorrindo amigável para a vizinha.
- Que isso, é uma prazer, Senhora.
- Oh, pode me chamar de Denise! - ela fez um gesto com mão, como se disesse para a garota deixar de ser boba, e soltou uma risada baixa. Todos se sentaram, e Kevin Sênior deu a mão à Joe e Denise, estes fazendo o mesmo, até todos na mesa estarem ligados, como numa corrente, inclusive . O pai dos meninos começou uma oração, agradecendo a Deus à comida, e não segurou um sorriso. Era bonito o modo como aquela família tinha uma crença, e levava a sério, eram dedicados à ela. O máximo que já havia chegado de ser uma pessoa religiosa foi quando fez a 1ª comunhão, quando tinha 10 anos de idade. Um coro de 'améns' foi pronunciado, e todos começaram a comer.

- Eu te disse, a comida da mamãe é a melhor de todas. - Joe disse, se jogando no sofá e ligando a tevê, enquanto se sentava num canto da sala para brincar com Frankie. Nicholas estava ajudando a mãe a lavar a louça, coisa que eles não deixaram fazer de jeito nenhum, mesmo ela insistindo. Entre um prato e outro, ele se virava para ver , rindo com Frankie de uma brincadeira, os olhos igualmente sorridentes, e sentiu vontade de rir também. Ficou sorrindo bobo enquanto lavava a travessa, e sua mãe o olhava, estranhando o comportamento do filho e rindo silenciosamente.
- Essa menina, a , é uma boa moça. – Denise falou, arqueando uma sombrancelha, esperando a reação do filho.
- Eu sei. – o sorriso em seu rosto se expandiu, enquanto tentava se concentrar em limpar os cantos da travessa que ele ainda estava em suas mãos.
- Devia chamá-la para vir aqui mais vezes. – a mãe soltou uma risadinha, o que fez Nicholas revirar os olhos. Estava tão na cara assim, o seu interesse em ?
Continuou a lavar os pratos, e ao acabar, encontrou Frankie, Joe e sentados no sofá, assistindo Peter Pan, que ele já havia visto trilhares de vezes. Sentou-se ao lado de Joe, e cochichou no ouvido dele para se sentar ao lado de Frankie. O que Joe fez, deixando Nicholas sentar ao lado de , que abriu um sorriso envergonhado ao sentir o toque dele em seu braço.
Wendy estava com a mão parada na bochecha de Peter, agora. “This belongs to you.” Foi se aproximando, e tocou os lábios de Peter, este deitado no chão. Nicholas olhou de soslaio, rígida e desconfortável, e passou o braço em seus ombros, apertando-a para si. Pode sentir novamente o cabelo dela em seu rosto, e seu perfume doce. Ela virou o rosto, e seus narizes se encontraram, fazendo sorrir e tentar olhá-lo nos olhos, o que não foi possível, pela proximidade deles. Ouviram passos na escada, e eles desencostaram os narizes, deitando a cabeça no ombro seguro e forte de Nicholas.
Paul e Denise desceram, e se sentaram ao lado de Joe. O filme acabou, e teve de ir para casa, e Nicholas a acompanhou até a porta.
- Obrigado pelo almoço. Estava realmente uma delícia. – ele levantou a cabeça, sorrindo tímida.
- Uhm. De nada. – eles se olharam, os dois começando a ficar corados. Nicholas segurou em seu queixo, fazendo-a levantar a cabeça, e levou seus lábios até o dela, um rápido selinho. Após o beijo, ela fechou os olhos, mordendo o lábio, e os cantos de seus lábios se levantaram. Abriu o olho, e olhou nos dele novamente.
- Uhm. Te vejo amanhã?
- Com certeza. – ele sorriu de lado, e deu outro selinho na garota. Assistiu esta descendo a rua, o cabelo caindo em suas costas, despreocupada.
- Ei, cara. Nós precisamos acabar a música. – Nicholas ouviu a voz de Joe vindo da sala. Suspirou, e fechou a porta. Agora ele tinha de onde tirar inspiração para acabá-la.


EPÍLOGO.
deu um tapa no despertador, logo após ele começar a tocar, e afundou a cabeça no travesseiro, e se enrolando mais no edredom.
- Vamos, . Levanta, você precisa ir para a escola! - a mãe dela apareceu na porta de seu quarto, com um sorriso no rosto. Como se estivesse super animada para ir para a escola. Devagar, levantou, esticando os braços e as pernas enquanto bocejava. Foi para o banheiro, lavando o rosto e vestindo a calça jeans que ela deixara em cima da privada, e indo para o quarto pegar a blusa rosa nova que já havia separado, esta em cima da cadeira. Enquanto colocava o all star branco nos pés cobertos pela meia, pensava como seria encontrar Nicholas novamente, só que agora, no recinto escolar. Já vestida, voltou para o banheiro, arrumando o cabelo e colocando um par de argolas nas orelhas. Pegou a mochila quadriculada, e jogou-a nas costas, e desceu as escadas. Como café-da-manhã, pão com queijo. Para variar. Comeu este, quase dormindo ao mesmo tempo, despediu-se de sua mãe e saiu de casa, o vento da madrugada ainda frio batendo em seus cabelos. Quase não levantava os pés, os arrastava, indo até o ponto de ônibus. De jeito nenhum que ela iria andando para a escola.
Passando em frente à casa dos Jonas, ela pôde ver Nicholas e Joe saindo desta, e logo seu sono virou animação. Deu um sorriso para os dois, que retribuíram este com acenos. Ela correu até eles, dando um abraço em Joe, logo depois dando um em Nicholas. Tirou a cabeça de seu ombro, sentindo os braços fortes do garoto a envolverem. Este a deu um selinho, o que tirou um suspiro romântico dela. Nicholas pegou em sua mão, e automaticamente começou a pensar que ir andando para a escola não seria tão ruim assim.

FIM :)




N/A: Own, minha primeira fic que presta *-*
Gente, eu fiquei tão animada para escrever essa fic! Pensava em idéias quando ia dormir, ficava o dia todo parada na frente do meu computador, na inspiração, escrevendo, tinha idéia no meio da aula de português... Ah, agradecimentos à Fefa e Cintia, que passam o dia inteiro falando dos Jonas Brothers comigo, e a Amanda e Luiza por me agüentarem esses dias (tá, elas não agüentaram, a Amanda tá prestes a me bater, Luiza nem comento, mas beleza) *-*
Tomara que vocês tenham gostado, e sim os personagens são fixos, sorry se você queria os beijos do Kevin, ou cenas românticas ao lado de Joe :/
Pode comentar elogiando OU criticando, sei lá, pode falar o que achou, a opinião de vocês é SUPER importante!
Sim, a personagem Cintia é fixa, a namorada do Kevin Jonas! Ela vai me matar quando ler isso, hihi.
Obrigada por lerem, amores, e ESCREVAM! ESCREVER É BOM!
Beijonas :*
PS: o título é ‘This belongs to you, and always will, Peter’ porque é a frase que a Wendy disse para o Peter, na parte do filme que eles estavam vendo, ok? Não me achem uma louca nem nada assim :)


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