THIS IS THE WAY YOU MAKE ME FEEL
Escrita por: Gabi
Betada por: Bih Hedegaard
Revisada por: Brille


Capítulo 1

Podemos dizer que nessa história há duas vidas completamente diferentes e que se cruzam de uma forma inacreditável. De um lado do oceano, ele: um guitarrista famoso, talentoso e realmente lindo! Do outro lado, eu: jornalista de uma revista nada conhecida, eu era uma grande (jornalista) colunista, fã de um guitarrista, que estava do outro lado do oceano, era fofo, talentoso, realmente lindo e charmoso.

- Oi, , que cara é essa, amiga? – disse com a cara mais inocente que eu já vi.
- Oi, . É que hoje faz exatos quatro anos que o McFLY entrou na minha vida.
- Ah, então aí vai uma má notícia...
- Má notícia?
- Sim, eles vêm ao Brasil e...
- Eu sei! E desde quando isso é má notícia, ?
- É que o Max vai cobrir a tour deles aqui... De novo.
- O quê? O Max? Mais por quê? – disse em alto e bom tom fazendo com que toda redação ouvisse meus gritos histéricos vindo da cozinha.
Eu não aguentei e fui falar com o George. Ele tinha prometido me deixar cobrir aquela tour e de repente ele manda o Max, que sempre cobre todos os shows de famosos que tem aqui em São Paulo.
- George, desculpa entrar assim, certo? Mas você sabia!
- O quê? Como assim?
- É. Você sabia que eu tento uma matéria, entrevista, seja lá o que for com eles há dois anos! E agora você manda o Max cobrir a tour deles aqui?
- Eles quem, Sra. ? Eles quem?
- O McFLY, George! O McFLY! Por que, hein? – disse já gritando dentro da sala dele.
- Olha, você faz ótimas coberturas nos eventos, não nego. Mas você nunca cobriu algo tão grande!
- George, por favor! É o McFLY! Você sabe que eu sou fã deles, eu vou saber fazer uma matéria excelente sobre eles e vou saber tudo o que perguntar, eu sei! Será que dá pra confiar em mim?
- Está bem! Eu vou te dar essa chance, se você fizer merda, já sabe! E eu só não te mando embora dessa revista porque eu preciso de você. Porque pessoas confiantes e corajosas crescem e você está no caminho certo. – disse ele, fazendo-me ficar sem graça.
Eu não recebia um elogio do George havia séculos, isso era muito raro. Parecia que as coisas estavam dando certo. Quem iria imaginar que eu, uma colunista de eventos sociais, iria cobrir um show! Aliás, um show imaginariam sim, mas de rock? Com o McFLY? Nunca mesmo! Então, eu estava muito feliz. Muito mesmo, sem sombra de dúvidas. Eu mal podia esperar até poder encontrá-los. O que a imprensa sabia era que eles ficariam aqui por duas semanas, fazendo shows e gravando um clipe. Eu ficaria ao lado deles todo momento, acompanhando-os em tudo quanto é lugar, e com credencial!
Passaram alguns dias e faltavam exatos três dias, vinte e uma horas e quarenta e dois minutos para eu vê-los. George me passou o telefone deles para que eu pudesse ligar e fazer uma breve entrevista. Perguntar das expectativas, combinar o horário do vôo, essas coisas. Eu estava nervosa. Visivelmente.
- Alô? – uma voz suave atendeu.
- Quem fala?
- Oi, aqui é o . E você? Quem é? – ? ? Sim, era ele.
- Oi, , eu... eu... – disse gaguejando.
- Você não é inglesa, é?
- Não, , eu não sou inglesa. Deve ter percebido os pequenos grandes erros no meu inglês. Eu sou Brasileira. – disse quase morrendo de vergonha.
- Brasileira? – disse ele soltando uma gargalhada no final – Que saudade de vocês! Do seu país!
- Ah, , você vai matar a saudade logo, certo? Faltam apenas três dias, vint... – e parei de falar, porque obviamente eu teria o assustado.
- É mesmo!
- Bom, meu nome é , mas você pode, ou melhor, deve me chamar de , se importa?
- ? Não, não mesmo, por mim tudo bem!
- Sim. Eu vou acompanhar vocês enquanto estiverem aqui.
- Ah, , vai ser um prazer! – disse ele rindo com a dificuldade de pronunciar meu nome.
- Que bom, , mas o prazer vai ser todo meu! Vai ser uma honra! – ri – E as expectativas, como estão?
- Altíssima! Estamos loucos pra voltar ao Brasil e ver nossos fãs mais apaixonados do universo! Você não imagina o quanto! – falou alegre e excitado.
- Ah, , isso é ótimo! Foi bom poder falar com você! Mande um abraço aos outros meninos e a gente se vê em breve!
- Que isso, mando sim! A gente se vê, se cuida! Beijos. – despediu-se ele rindo. Provavelmente do meu sotaque.
Ao desligar, eu fiquei por muito tempo nas nuvens. Eu mal podia acreditar que tinha acabado de falar com o ! , do McFLY! Minhas semanas estavam sendo melhores do que nunca! O que mais alguém como eu iria ganhar? Alguém lá em cima gosta mesmo de mim. De repente meu celular tocou o sinal de “bateria fraca”, tirando-me do transe. Eu olhei as horas no celular mesmo e vi que já passava das oito e meia no Brasil. Sim, eu tinha ligado para o quase uma hora da manhã! Eu tinha esquecido totalmente o fuso horário! Então provavelmente eu tinha falado com um sotaque estranho, ligado na hora errada, o que mais eu tinha feito que eu não percebera? O melhor agora era eu esquecer e fingir que isso não tinha acontecido e dormir.

- ! – acordei com uma voz feminina me chamando – Você está aí, amiga? Tá acordada?
- ? Que você tá fazendo aqui? – perguntei assustada. Não que eu não soubesse que minha melhor amiga tem a chave do meu apartamento.
- Primeiro, eu quero carona pro trabalho e segundo... Como foi ontem no telefone? Conseguiu falar com ele? – disse com gritos histéricos.
- Foi ele que atendeu! Foi lindo, foi... – e continuei contando enquanto me arrumava.
Assim saímos do meu apartamento e fomos direto para a redação, faltavam dois dias para eu encontrar os meus meninos. Dois longos dias. O meu pensamento se mantinha neles, “onde estavam?”, “o que estariam fazendo?”. Eu mal podia me concentrar no trabalho. Meu pensamento nunca tinha estado tão forte, tão intenso! Às vezes me dava uma vontade imensa de chorar, porque eu não acreditava no que estava prestes a acontecer. Três e quarenta e sete da tarde, meus pensamentos se tornam mais intensos a cada minuto. Passavam inúmeras coisas na minha mente, o que aconteceria quando chegassem, se eles gostariam de mim, eu não sei, minha cabeça doía muito. Meus cafezinhos tinham aumentado a dose por três. Até que minha hora de ir chegou. Oito da noite. Só de pensar que em mais um dia eu os veria, meu coração disparava. Aliás, nunca havia disparado de tal forma.

Capítulo 2

- Oi? – atendi ao telefone com uma voz lesada.
- Sra. ?
- George?
- Oi, !
- George, são cinco da manhã! Como você me liga a essa hora? – disse irritada.
- Se você não quiser ouvir eu falo com o Max. – respondeu com indiferença.
- O Max? Tem alguma coisa a ver com o McFLY?
- Tudo! Eles se adiantaram e estão chegando hoje ao Brasil. Você tem 1 hora e 45 minutos pra estar no aeroporto, certo?
- Hãn? Hoje? Agora? Assim do nada?
- É. Você entendeu? 1 hora e 45 minutos!
- Tudo bem, George.
Como assim? Eu tinha exatos 105 minutos para me arrumar, ir ao aeroporto e encontrar meus bebês! Mal podia acreditar. Eu precisava ligar para a , para que ela fosse comigo, porque obviamente eu não iria encontrar os meninos sozinha. Não mesmo!
- Alô?
- , sou eu, amiga! – disse gritando e rindo alto.
- , pelo amor de Deus, né? Isso é hora de ligar, dude?
- É hoje, amiga!
- O quê? – disse ela sem entender nada.
- Eu preciso chegar ao aeroporto em 1h e 40 minutos. Te pego aí em... hm... 30 minutos? Meia hora. É. – disse.
- O quê? Pra quê, aeroporto? São 5 da manhã! O que eu quero num aeroporto a essa hora, ?
- Os meus meninos! O , , , ! Eles estarão no Brasil daqui 1h e 40 minutos! O George acabou de me ligar, e você vem comigo! É só hoje, por favor? – implorei.
- Tá bom, chata! Vem logo que eu vou te esperar. Beijo!
- Ok, beijinhos! – disse alegre.
Levantei-me da cama, calcei minhas pantufas do Mickey, fui até a cozinha, coloquei o leite no microondas e o pão na chapa. Fui até o banheiro, liguei o chuveiro, escovei meus dentes e tomei um banho de exatos 9 minutos. Voltei à cozinha e tomei meu café ainda de roupão verde. Fui para o quarto, peguei minha melhor calça jeans e uma blusa de alcinha, mais larguinha, escrito: “I love McFLY”, calcei meu Nike preto e coloquei meu alargador verde (em homenagem ao , de novo). Soltei meus cabelos lisos e passei meu melhor perfume.
- Tá tudo pronto, ? – eu me perguntei – Tá, minhas roupas estão ótimas, alargador, perfume, maquiagem, cabelo... Hã, , você tá esquecendo a câmera! Meu Deus! Minha bolsa, ok. Cadê minhas chaves? Quantas horas? Meu Deus! Nunca corri tanto... 05h40min? Cadê minhas chaves? – desesperei-me.
Achei as chaves, tranquei o apartamento e desci correndo, desliguei o alarme do meu bebê e entrei, colocando rapidamente as chaves no contato e só depois percebendo quanta coisa havia lá dentro: guitarra, violão, algumas revistas, matérias pré-prontas e mais um monte de coisas que nem tinha idéia de que ainda existiam. Mas porque diabos eu carregava todas essas coisas? Eu liguei para a avisando que era para ela me esperar lá em baixo já, que eu iria tirar as coisas que estavam lá dentro, colocando todas no porta-malas. Assim que cheguei lá, já me esperava e me ajudou a tirar tudo aquilo. Fomos ao aeroporto, chegamos uns 15 minutos adiantadas. Graças a Deus! Havia um tumulto lá e vários seguranças fechando as entradas para que ninguém pudesse furar o esquema. Tive de mostrar nossas credenciais a eles, depois eles as levaram a um ponto do balcão e depois foram ligar para alguém, provavelmente para o George ou algum produtor da banda para confirmar nossa presença. Aí sim eles nos liberaram.
- Bom dia, senhoras, em que posso ajudá-las? – disse a balconista sorridente.
- Olá, bom dia. Meu nome é , e o dela é . Nós esperando os meninos da banda McFLY. Vamos levá-los ao hotel. – falei, mostrando a autorização e credencial.
- Tudo ok. Podem esperar ali. – e apontou para algumas cadeiras. O salão estava completamente vazio.
- Tudo bem, muito obrigada! – agradeci.
Sentamos nas cadeiras e ficamos caladas. Ambas tremiam. Observávamos o salão vazio e as entradas cheias de seguranças para segurar todas aquelas fãs enlouquecidas. Eu e lembrávamos as várias vezes que viemos aqui e ficávamos no meio daquelas meninas tentando arrancar um “HI” de um dos guys. Eu nunca estivera tão nervosa. De repente anunciaram a chegada do vôo, preparei a placa escrita: “McFLY band”. As gritarias ficaram ainda mais fortes. E aí, eles apareceram. Minha cabeça doía de tantos gritos, mas eu nem me importei. Quando os vi, fui em direção ao me apresentar, enquanto os outros foram ver os fãs.
- Oi, !
- Oi... – ele disse desentendido.
- Eu sou a ! – disse pulando de felicidade – Dude, eu sou muito fã de vocês! Eu estou realmente feliz em vê-los!
- Ah, claro! Lembro-me de você! Tudo bem, linda? Hm, gostei da blusa! Tem bom gosto!
- Eu tô ótima! E obrigado pelo bom gosto! E com vocês, fizeram uma boa viagem?
- Sim, ótima! – disse ele rindo.
- Ah, essa é minha amiga , ela também vai acompanhar vocês esses dias.
- Oi, !
- Oi, ! – disse ela rindo.
- Meninas, eu vou falar com meus queridos fãs! – ele riu e logo depois deu um beijo na testa de cada uma.
Ficamos lá até umas 07h20min da manhã. Depois pegamos as malas dos meninos e levamos até o carro. , e não falaram nada conosco. Entraram no carro. Estávamos eu, e na frente e os outros atrás. puxou conversa.
- , , , essa é a , aquela de quem eu falei. E essa é a amiga dela, .
- Oi, meninas! – disseram os três.
- Oi. – eu e respondemos em português e junto, fazendo-os rir.
- Eu espero que vocês não liguem pelo carro. É só porque foi em cima da hora. Não sei onde está a van de vocês, nem sequer o motorista! – disse já preocupada.
- Tudo bem! – disse , dirigindo a palavra pela primeira vez a mim.
- Tem mulheres boas aqui, né? – perguntou .
- Claro! Nós somos todas, sem exceções, completamente boas! – respondeu .
- É, nós percebemos! – acrescentou .
começou a mexer no porta-luvas e de lá tirou alguns papéis que eu havia me esquecido de tirar dali. Um deles, por algum motivo, chamou-lhe a atenção e ele acabou lendo em voz alta: “ , é incrível o que você faz comigo! É impossível isso ser somente um amor de fã. Eu te amo, dude!”. Eu estava sem graça demais para ser verdade. Como ele poderia ter lido aquilo? E por que diabos aquele papel ainda não tinha sido queimado?
- O que você tá mexendo, ? Por favor, pára!
- O que foi? É legal ver essas coisas! Vocês brasileiras são românticas, são muito apaixonadas, é... é lindo isso! – disse ele, fazendo-me sorrir.
Chegamos ao hotel, eles desceram e sem comentários. Ficaria lá até o almoço. Eu voltei para casa, e também veio comigo.

Capítulo 3

- Tudo bem, eu vou ligar pro George, eu preciso saber... – comecei a falar comigo mesma enquanto pegava o telefone.
- Alô?
- George? É a !
- Sra. , como foi?
- Foi ótimo, eles estão no hotel, vou descansar um pouco e depois a van vem nos pegar, digo, eu e a , e depois vão pegar eles ou...
- Acho que sim. Pode ser ao meio dia e meia?
- Por nós, tudo bem. Não sei quanto aos meninos...
- Eu ligo para os produtores deles. Eles chegaram antes da banda.
- É, eu sei. Então me liga avisando, ou manda uma mensagem, por favor! Vou deitar e... Espera, George, nós vamos almoçar com eles?
- Na cola deles! Isso quer dizer que tudo que eles fizerem vocês vão fazer! Ah, tira muitas fotos, ok?
- Claro! Adeus, George! – cantarolei, desligando o telefone e logo depois me deitando.
Eu precisava descansar senão a van chegava e eu não havia nem dormido um pouco. Estava com tanto sono, que nem pensei se aquilo tudo estava mesmo acontecendo. Eu devo ter dormido umas 4 horas. Quando acordei, entrei um pouco no Twitter, estava online e tinha dito o seguinte:
“Oi, Brasil! Bom dia! Ainda é cedo aqui, acabamos de chegar ao hotel. Conhecemos uma garota, , ela vai passar os dias conosco! Ela é bem legal! xoxo”
Quando vi isso, eu morri, morri muito e logo mandei um reply, ou melhor, milhares deles com a seguinte frase:
! Você quer me matar, não é mesmo? Primeiro quase morro de vergonha com aquele bilhete e agora me elogia assim na frente de todos! E obrigada, eu fico feliz!”
Acredito que ele tenha me reconhecido pela foto, e depois de dar um retweet no que tinha dito, ele respondeu:
“Essa é a garota, a do tweet abaixo. Ela é incrível! Simpática, romântica e engraçada! Que tal segui-la, meus amigos?”
Neste momento meus followers subiram e muito! De repente o interfone tocou, era a van, já nos esperava. Apenas troquei o tênis por uma sandália baixinha, bem feminina e com alguns strass. Descemos correndo e seguimos para o hotel. Os meninos já estavam à nossa espera. Entraram rapidamente com a ajuda de alguns seguranças.
- Descansaram? – perguntei.
- Não com essa gritaria. – respondeu .
- Eu pude dormir. – disse .
- Eu também! Estou renovado, sabe? Se subisse no palco agora, cantaria e gritaria numa boa! Estou realmente ótimo! – completou .
- E você, ? Pôde descansar? – perguntei.
- Eu? Sim, um pouco.
- Onde vamos comer? – perguntou.
- Bom, sabe, eu não sei mesmo, aliás, nós não sabemos. É, não fazemos idéia de onde seja. – respondeu .
- Acho que vamos ter que trocar de carro...
- Por que, ?
- Todas as vezes que viemos ao Brasil, as fãs nos seguiram. Sempre trocamos de carro, porque sempre acontece isso. – respondeu-me .
- Entendi. Se quiserem podemos ir no meu carro... Não tem problema nenhum.
- Por mim! – respondeu .
- Tá, vou ligar pro George.
Fomos até a redação, esperamos George com meu carro poucos minutos e depois trocamos de carro. Tudo certo. Estaríamos, agora sem paradas, indo almoçar. Chegamos a um restaurante aqui de São Paulo, e mais seguranças nos esperaram, dessa vez não tinha tantos porque enganamos algumas fãs. Apenas algumas. Almoçamos num típico restaurante de comida brasileira e no meio do almoço o telefone de tocou.
- Oi! – atendeu ele todo feliz – Vir ao Brasil? Por quê? – perguntou um pouco desentendido – Saudade? Como assim? – disse ele soltando uma gargalhada – Quando você vem? – perguntou ainda com um sorriso no rosto – Ok, linda! Eu também te amo! E é claro que eu deixo sim, mas avisa meu pai e minha mãe que cheguei bem. Beijo, , fica com Deus. Fedorenta.
Ele desligou e eu não podia acreditar no que ouvia. Quer dizer que ... estaria no Brasil, porque estava com saudades do irmão e dos amigos dele e... Meu Deus! Enfim eu iria conhecer aquela adorável criatura que eu sempre admirei. Mas, voltando ao nosso almoço, os meninos não paravam de elogiar, sempre diziam algo da comida. E eu sugeri, ou melhor, perguntei:
- O que vão fazer depois do almoço?
- Quero descansar um pouco. – respondeu-me .
- Mais, ? – perguntou boquiaberto.
- Quantas horas devem ser? – disse, tampando a boca de , impedindo-o completamente de falar.
- São quase três da tarde. Exatamente 14h34min. – respondeu rindo.
- É, e hoje não tem show aqui. Estamos um dia adiantado. A tem razão, o que nós podemos fazer?
- Ah, foi bom o falar de shows, quero saber, ... Você e a vão ficar em cima do palco, não é mesmo?
- Como assim, ? Eu ficar em cima do palco? Com vocês? Tá brincando, né? – disse quase tento um surto.
- É, quando formos fazer shows aqui, você tem que ficar em cima do palco, pra descrever para seus leitores e leitoras como é o show do McFLY, só que em cima do palco, com a gente.
- Ai, meu Deus! Falando em palco, não tem nada a ver, mas já que vocês não vão fazer nada, que tal um baile funk ou uma balada? – sugeri.
- Tem fã por lá? – perguntou .
- Eu não sei, . Talvez, quem sabe, né? Mas porque essa coisa com os fãs?
- Dude, eu as amo, amo mesmo, com toda minha gigante alma! Mas é cansativo, sabe? Tem algumas fãs que não possuem limites, e isso cansa.
- Erm... Eu entendo, acho.
- Eu topo... O baile funk e tal... Da primeira vez que viemos ao Brasil, nós fomos a um. Foi bem legal. Vocês se lembram? – argumentou sorrindo.
- Também. Por mim podíamos ir até agora.
- Eu preciso dormir, ! – resmungou – Mas eu quero também. Depois que eu dormir, eu topo.
- Tudo bem. Eu e a vamos levar vocês até lá de noite. – respondeu encerrando o assunto.
Depois disso, nós ainda ficamos algum tempo lá, e seguimos para o hotel e depois para a redação. Eu tinha que resolver coisas de entradas, seguranças. George estava a par de tudo isso com uma ajudinha do Fletch. Fomos depois para a casa da , para ela pegar algumas roupas e depois para a minha casa, quando chegamos ainda eram umas seis horas. Eu precisava de roupas, calçados, blusas e era ótima para me ajudar nisso. Tomei um banho, e me indicou a pegar uma blusa larga, mas não muito. Uma jaqueta jeans, uma calça skiny até o tornozelo e uma “Ankle Boots” preta, que havia comprado na Ellus. Arregacei as mangas da jaqueta e passei meu melhor perfume, como sempre faço antes de sair. Liguei para o George e combinamos o mesmo esquema de trocarmos de carro. Passamos no hotel, pegamos os meninos e depois realizamos o tal esquema. Carros trocados, tudo certo agora. Chegamos numa balada famosa de São Paulo, que é somente frequentada por famosos.
- Puxa, como você tá bonita, !
- Ah, obrigada, , vocês também estão ótimos! – disse envergonhada. Ele vestia uma camiseta verde, calça jeans e um Nike. Estava todo arrumado e perfumado também.
Entramos e fui falar com o DJ da noite. Pedi a ele que tocasse o novo single dos meninos, “Party Girl”, e ainda disse que eles estavam presentes. Assim que eu disse, ele agradeceu pelo microfone a presença do McFLY, dizendo que era uma honra e logo depois colocou a música para tocar. Claro que nós nos acabamos dançando “Party Girl”. Divertimo-nos muito! e encontraram duas garotas por lá. se arrumou com . Eu fiquei feliz por ela, porque ele era seu preferido dentre os McFLY. Eu e dançávamos muito, sentia que a qualquer momento ia surtar de tão divertido que ele era. Acho que foi depois de alguns copos que apareceu o “mais-divertido”, porque ele era mesmo sem beber. De repente começou a tocar um funk e “tigrão” começou a dançar que nem um louco. Mais ríamos dele do que dançávamos. Claro que os outros meninos arriscaram um passo, mas não tantos quanto o . E como era divertido vê-los tentando algo que realmente não davam conta de realizar!
- Hm, tigrão. – disse em português, rindo, lembrando-me de uns vídeos que tinha visto na internet.
- Hã? – ele perguntou desentendido.
- Ah, nada, dude! É que vocês são engraçados.
- Tudo bem, , confessa. Vocês duas!
- O quê?
- Vocês nos acham demais, acham-nos lindos, tesudos, bonitos e gostosos. Não é mesmo?
- O quê?
- É, isso foi uma fã brasileira que nos ensinou! – explicou ele.
Caímos todos em gargalhadas. Era muito engraçado vê-lo dançando, mas falando “lindo, tesão, bonito e gostosão”, em português, não tinha preço. Depois de alguns minutos de descanso, começou a tocar uma música bem lenta, alguma coisa como Pixie Lott. Todos que estavam na pista foram dançar com seus devidos pares, e eu? Fui dançar com o .

Capítulo 4

- Sabe que desde quando eu te vi pela primeira vez eu gostei de você? Foi como se eu tivesse me apaixonado pelo o tipo de pessoa que você é. Você é atenciosa, bonita, romântica, e sexy. – Sussurrou para mim.
- ! Mas não tem nem um dia que nos conhecemos!
- Já ouviu falar em amor à primeira vista?
- Já. E onde nos encaixamos nessa história?
- Não sei. Acho que ainda não nos encaixamos. Mas quem sabe o senhor destino já nos preparou algo?
- Eu quero guardar esse momento pra sempre, ! Na minha alma, no meu coração, no mais interior de mim mesma. Pra sempre.
- Eu também, .

Depois dessas pequenas confissões, parecia que eu e o estávamos interligados. E acredito que dali para frente, seria para sempre. Nós dançávamos cada vez mais juntos, o meu queixo em seu ombro, suas mãos em minha cintura. Parecia um verdadeiro conto de fadas. Ele percorria minhas costas com sua mão e nossos corpos se pressionavam, desejando um ao outro. Quando a música parecia acabar, eu o soltei e chamei-os para ir para casa. No outro dia eles deveriam acordar cedo, e sem contar que estávamos todos cansados. Deixamos os meninos no hotel e havia, como sempre, uma multidão de garotas na porta do hotel. Dormi cerca de seis horas e acordei com o telefone tocando. Atendi meio sonolenta e escutei um sotaque não muito brasileiro.
- Oi, Gatchenhas! – disse em português uma voz que eu sabia muito bem de quem era.
- Hã? Quem fala?
- Oi, , é o !
- Ah! Oi, , já acordou?
- Sim e vocês duas?
- Ah, claro, já faz um tempinho. – menti e ri fraco.
- E aí, o que vamos fazer?
- Olha, , eu somente acompanho vocês, então, normalmente, eu vou onde vocês forem. – respondi dando ênfase à palavra “vocês”.
- Bom, nós vamos agora tomar café aqui no hotel, depois vamos gravar... E depois faremos nosso primeiro show aqui. Por que você não se arruma pro show aqui no hotel?
- Me arrumar aí no hotel, , tá louco? Quer que eu seja dispensada pelo George por abuso ao cliente, é?
- Não. Mas seria legal, ele não precisa ficar sabendo. Aliás, você diz que foi pra não se perder da gente. O que acha?
- Vamos ver, não é mesmo, ? Vamos ver.
- Tudo bem, os meninos disseram oi, e também que vão esperar por você aqui hoje.
- Aham, pode deixar. Vamos ver.
tinha me chamado para ir até o hotel! Mal podia acreditar. Era incrível. Tomei banho, fui até a redação peguei o endereço de onde seriam as gravações e também o local do show, as credenciais, os ingressos, e outras coisas de que eu precisaria e fui. Os meninos já estavam lá. E não tinha ido comigo, porque George já tinha começado a ficar nervoso com minhas andanças com ela. Porque na verdade ela não tinha sido liberada mesmo por ele. Enfim, e os outros meninos vieram me cumprimentar. Eu tirei algumas fotos exclusivas do novo clipe, entrevistei algumas pessoas e depois fui falar com e os outros.
- Eu quero te ver com a blusa “I Love McFLY” de novo, combinado? Você tava linda!
- Tudo bem, eu vou sim. – respondi atenciosa.
- Você vem, ?
- Vou sim, , mas eu preciso ir em casa antes. Mas depois sigo pra lá.
- Ok. Então vamos, porque eu estou com fome já. – disse passando a mão pela barriga.
- Acabamos de comer, !
- Não, , você confundiu. Nós acabamos de gravar, não acabamos de comer. Entendeu?
- Oh, Deus, tudo bem garotos, vejo-os lá.
Peguei minhas coisas rapidamente quando cheguei em casa, tomei um banho, e fui para o hotel. Eram umas oito e pouco da noite. Incrível como a porta do hotel ficava cheia até em dia de show! Fui até o quarto, era uma suíte presidencial, na verdade. Toquei a campainha e abriu, recebendo-me super educado.
- , você já chegou!
- Oi, , oi, meninos! , você tá lindo, dude!
- Ah, valeu, ! – respondeu-me, arrumando o cabelo novamente.
- Eu já tomei banho, falta só me arrumar, sabe, me maquiar, essas coisas. Cadê o ?
- Tomando banho. – respondeu parado na minha frente.
- Wow, !
- , vai botar uma roupa! – interrompeu – Se você quiser se maquiar, trocar de roupa e o que mais você tiver que fazer você pode, tá?
- Tá, eu vou me maquiar até o sair pra eu me trocar lá.
- Tudo bem, fica à vontade, linda. – disse, dando-me um beijo na bochecha e dando de ombros.
Fui até uma mesinha, coloquei meu estojo de maquiagem e comecei a me maquiar. Enquanto me maquiava eu ficava ouvindo os gritos lá fora e pensando como sou sortuda. Eu estava no mesmo hotel que os meninos, na mesma suíte, praticamente vivendo com eles, enquanto um monte de meninas ficava lá de fora, debaixo de sol, de chuva, só para vê-los por segundos. Broxante. Em alguns minutos eu já estava pronta.
- Estou pronta, , já... – eu fui interrompida pela paisagem que via em minha frente. estava completamente nu. Tapei os olhos e me virei de costas para ele. Puxa! Como ele estava melhor que de boxer vermelha!
- Desculpa, ! Achei que estivéssemos sozinhos.
- Ah, então é geralmente isso que acontece antes dos shows? Meninos famosos e ricos, nus em suítes presidenciais?
- É por aí. – respondeu-me rindo.
- Ai, Deus! Onde fui me meter desta vez? – falei para mim mesma, fazendo rir – Vou me trocar, é o que faço de melhor agora.
Fui em direção ao banheiro e estava totalmente confusa. As imagens do e do não saiam da minha cabeça. Eu estava certa de que o que tinha visto hoje teria mudado minha preferência de anos: . Tá bom, eu continuaria com a primeira opção, a minha primeira preferência. Afinal, eu o amava pelo seu jeito e não por um corpo sexy ou uma boxer vermelha. tinha isso tudo e muito mais, era um conjunto de inteiro.
Peguei minha calça e a vesti, seguida pela minha blusa escrita “Team ” e calcei meu All Star branco. Coloquei também algumas pulseiras e minha jaqueta de mangas arregaçadas de estimação, poderia fazer frio naquela noite. Ou não.
Todos prontos. Eles estavam lindos. Os quatro estavam de calça jeans e Nike. estava com uma camiseta verde, com uma azul e , com uma preta. usava uma camisa social de mangas arregaçadas xadrez. Saímos do hotel umas dez horas. Já não tinha muita gente, porque o show começaria às 23h15min, então provavelmente todos já estariam se dirigindo para lá. Entramos logo no carro e fomos para o local marcado. Chegamos pelos fundos e percebemos que já estava à nossa espera, garota pontual! Tinha muita, mas muita gente mesmo! Era um mar de pessoas! Era incrível ver aquilo tudo de cima do palco. O show iria começar. Primeira música: One For The Radio! Pulamos muito, nós nos acabamos gritando lá de cima. Segunda música: Corrupted! Eles queriam mesmo acabar com a gente logo nos primeiros momentos de show, não é? Estava suando de tanto dançar, pular e gritar. veio correndo em minha direção, deixando-me um pouco desentendida. Ele nos convidou para dançarmos no palco com eles, mais não podíamos, estávamos lá a trabalho. Se George nos pegasse dançando no “trabalho” estávamos mortas. Literalmente, como isso cansava! Finalmente uma música mais lenta. veio novamente em minha direção em seguida na direção de . apenas deu um selinho nela e disse que mal podia esperar para poder abraçá-la novamente. deixou a guitarra perto de onde estávamos e depois me abraçou. Eu fiquei sem entender de novo. começou a cantar “Not Alone” sozinho no palco e sussurrou algo em meu ouvido:
- , dança comigo?
- Como assim, ? Não, eu não vou lá à frente. Nem vou dançar com você, quem vai cantar?
- É com o agora... E tanto faz dançar aqui ou lá na frente. Eu só quero dançar com você esta música. Por favor?

Capítulo 5

Eu aceitei, claro. Não poderia perder uma chance dessas. Não que eu estivesse interessada no dinheiro ou fama dele. Mas sim porque ele era, ou melhor, é o amor da minha vida. Dançávamos no meio do palco. As meninas iam à loucura.
- É uma linda música, não?
- A minha preferida, . – disse sorridente.
- Então você tá gostando do show?
- Sim, muito! Mas e essa gritaria? Tá mais do que o normal, não é?
- É por nossa causa. Devem estar se roendo de inveja. Mas eu não ligo.
- Que maldade, !
- Não é bom ouvir esses gritos e pensar que é tudo por sua causa? Ver que você está num lugar onde muitas queriam estar?
- Aonde você quer chegar, ?
- Não sei. E você, aonde quer chegar?
- Eu te amo, . Pode parecer estranho, porque tem pouco tempo que você me conhece, mas eu te conheço e sei o quanto você é especial pra mim! Vocês são minhas jóias. Não troco por nada esse momento! – disse com os olhos fechados para que eu não pudesse ver sua reação caso ela fosse negativa.
- É bom ouvir isso... – disse fazendo uma pausa enorme em nossa conversa, deixando-me ainda mais angustiada – Sabe, , eu vou dizer uma coisa não tão romântica, mas se você me conhece mesmo bem, vai saber que eu gosto de fazer tudo na hora em que tenho vontade.
- Eu sei. Você deve estar me odiando, não é?
- Eu posso te beijar?
- O quê? me pedindo um beijo? Isso é inacreditável. Primeiro, eu mal sabia que ia conhecer vocês. E agora você me pede um beijo. É isso mesmo, ?
- É. – disse ele como se fosse normal – E aí?
Eu o beijei no meio do palco. Eu nem percebi. Foi um beijo demorado, romântico, cheio de gritos alucinados e cheios de inveja. Era realmente inacreditável. Às vezes nem me conformo, porque eu nem tive meus ataques de gritos histéricos. Eu agi como se fosse uma coisa normal, a coisa mais simples do mundo. Ele me mantinha tão calma.
- Eu preciso tocar agora! – ele me disse assim que tinha acabado a música.
- Vai lá. – respondi saindo do meio do palco.
Eu dancei, pulei, gritei em praticamente todas as músicas. Eu realmente tinha me divertido como nunca! Foi ótimo! Saímos de lá e fomos para uma casa de shows que tem no centro da cidade. Eu e ficamos nos beijando todo o tempo. E eu tinha apenas doze dias para aproveitar. E muito.
- , me deixa colocar a mão na sua covinha? Por favor. Eu preciso fazer isso!
- Claro! – respondeu rindo de mim.
- É sexy! Muito sexy, senhor ! – disse com um sorriso malicioso.
- Eu sou totalmente sexy, senhorita . – ele me respondeu com uma voz de ator de filmes adultos.
- Você é totalmente convencido! Mas eu tenho que concordar... Hoje você é extremamente sexy!
- Hm. Então você gosta, não é mesmo?
- Ah, ! Quem não gosta de um garoto sarado, quente e sensual?
- Tem meninas que me acham o mais feio da banda! – respondeu com uma cara e voz de criança me fazendo soltar uma gargalhada.
- Ah, porque elas são extremamente cegas. Mas eu não ligo, sobra mais pra mim.
Nós ficamos lá até umas duas da manhã. e tinham ficado mais uma vez. E eu prometi ao que lhe apresentaria uma amiga quando fôssemos ao Rio de Janeiro, onde seria o próximo show deles. Fomos todos para casa, menos a , que resolveu dormir no meu apartamento porque eu estava cansada demais para levá-la até o dela. Eu mal dormi direito e segundo a quando consegui, dormi rindo. A noite tinha sido incrivelmente linda e eu mal podia esperar para chegar o outro dia.
- , levanta! São sete da manhã! – lutava bravamente contra meu sono.
- Hm? Sete o quê? – disse sonolenta.
- São sete horas da manhã, dude! George ligou avisando que os meninos estão indo pra um programa de TV! A gente precisa ir com eles.
- O quê? Aparecer na TV? – gritei, pulando da cama.
- Não, nós só vamos até lá com eles. George quer fotos de TUDO pra fazer uma revista especial sobre eles.
- Hm. Tudo bem, eu vou tomar um banho. Pode preparar um café, ou alguma coisa do tipo pra mim? – disse e ela concordou com a cabeça.
Levantei-me da cama, peguei minhas pantufas e fiz o mesmo trajeto de sempre. Cozinha, banheiro, quarto, cozinha, quarto e garagem. Fomos direto para a redação e de lá para o hotel. Os produtores dos meninos iriam com eles. Assim eles foram todos de van e eu e no meu carro. Chegamos a um estúdio de TV, o programa começaria em trinta minutos. A apresentadora logo no começo do programa já chamou os meninos e começou uma entrevista com eles. No meio da mesma, a apresentadora nos chama e diz que somos as “amigas brasileiras mais íntimas” dos meninos. Ela também diz que viu um vídeo no YouTube onde eu e nos beijávamos no palco, o beijo da noite anterior, então por isso o adjetivo íntimas.
Foi um grande mico tudo isso. Eu estava realmente chocada com o que a mídia tinha capacidade de fazer. Um vídeo no YouTube, uma apresentadora e, claro, McFLY. Depois que saímos daquele estúdio onde nunca mais quero voltar, fomos almoçar. Foi muito legal! Pude conhecer o Fletch. Ele é uma pessoa adorável. e eu estávamos, digamos, relativamente bem. Não tínhamos comentado nada sobre a noite anterior, nem grandes beijos tinham rolado. Apenas selinhos rápidos. Eu só ficava enciumada com as fãs. Mas o meu “ficante” ou “peguete” era o guitarrista do McFLY, o que eu poderia fazer? Eu tinha mesmo que entender se quisesse que isso fosse além de uma ficada. Assim que saímos de lá fomos às nossas casas e arrumamos as malas. Estávamos indo para o Rio de Janeiro, a grande cidade maravilhosa. Lá os meninos se hospedariam em um hotel e eu e ficaríamos na casa da Marina, que, aliás, era apaixonada pelo o . Mas ela não sabia que eu estava indo para o Rio, muito menos com o McFLY. Assim que chegamos liguei para ela e coloquei no viva-voz.
- Oi, ? – disse ela em português.
- Oi, não é a . Aqui é o , , do McFLY. – ele respondeu em português. Claro, treinamos antes.
- , pára de brincadeira!
- Oi, sou eu, , do McFLY. Importa se falarmos em inglês? – disse em inglês mesmo, depois de incansáveis tentativas.
Nessa hora pude ouvir gritos histéricos que só podiam ser dela ao reconhecer a voz de .
- Oi, ! Agora é a ! Tudo bem, amiga?
- Ah, que bom, me fala, é o mesmo?
- Claro, escuta só... , diz que ama a só pra ela saber que é você e não nenhuma gravação. – pedi.
- , i love you, gatchenha. – disse ele, fazendo todos caírem na risada.
Combinei com de ir para o apartamento dela e ela aceitou numa boa. Disse ela que estava de férias, e lógico que achamos o máximo! O show seria até melhor, porque eu tinha certeza de que e se acertariam por lá, e se ela estava de férias poderia viajar para os shows com a gente. Eu mesma chamei um táxi, que nos levou até lá. Os meninos foram de van, que já os esperavam com vários seguranças na porta. Passamos o dia contando coisas, colocando as fofocas em dia. Contei a ela sobre eu e o e e , o que a animou ainda mais. Olhamos no relógio e nos demos conta de que era hora de se arrumar. Pedi ao Fletch que passasse no apartamento da para nos pegar. Em umas duas horas já estavam à nossa espera. Quando chegamos a van, os meninos estavam tão lindos que eu não pude deixar de notar. estava com uma camisa social verde com vermelha, xadrez, linda, calça jeans num tom azul escuro, um Nike e uma touca na cabeça. usava uma camisa social cinza com as mangas arregaçadas, um relógio, calças bem escuras, quase num tom preto, um Nike e o cabelo meio bagunçado-arrumado como só ele conseguia. estava de camiseta branca com uma estampa preta divertida, cinto, calças escuras e um Nike igual ao e . usava uma camisa social azul claro e calças não tão escuras quanto as dos outros. Estávamos praticamente iguais: calças jeans, Nikes e camisetas.
- Caramba! Vocês estão bonitos! – elogiei, entrando no carro e me sentando ao lado do , e ao lado de . se sentou ao meu lado, ficando de frente para , estática.
- Caramba! Vocês também! – respondeu , fazendo-me rir.
- Vocês são estranhas. –Disse Fletch atraindo os olhares de todos. - É, digo, não vocês, mas as brasileiras. Eu sou acostumado a homens fazerem elogios primeiro. - Nós somos diferentes, somos únicas! - respondi.
- Ei, , não vai nos apresentar? – perguntou apontando para .
- Ah, claro! Essa é a . Minha amiga aqui do Rio.
- Oi, meninos. – disse ela envergonhada, recebendo um oi coletivo de todos.
- Ah, ela vai poder nos levar em algum lugar daqui hoje, não é? – perguntou com um sorriso malicioso no rosto.
- Claro que eu levo! Lugares bons é que não falta, por sinal. E por sorte, eu conheço vários! –respondeu retribuindo o sorriso.

e logo se enturmaram... Se é que vocês me entendem. estava frio. Ele estava frio comigo, por um motivo que eu desconhecia. Talvez estivesse um pouco cansado. Chegamos ao local do show. Tinha umas vinte e cinco mil pessoas lá. Foi um show sem grandes emoções, sem grandes acontecimentos, para nenhuma de nós. O único que se deu realmente bem foi , que arranjou uma garota por lá, que saiu conosco depois do show. O nome dela era , tinha em torno de uns 21 anos. Pelo menos era isso que aparentava ter. Bonita, legal, engraçada, todos, sem exceções, pareciam ter realmente gostado dela. Quando estávamos voltando, convidou para que passasse a noite lá porque já estava tarde. Despedimo-nos dos meninos e seguimos para o apartamento da .

Capítulo 6

- O que vocês sentem pelos meninos, de verdade? – perguntou .
- Eu gosto do , muito. Mas não sei se deixaria de viver alguma coisa por ele. Eu o amo, mais não sei se ele é o amor da minha vida, sabe? – respondeu .
- Eu amo o . Já era fã deles desde o começo da banda e sempre foi meu fave. A única coisa louca é que eu acho a gente muito diferente. – continuou .
- Eu estou com o porque ele é meu fave e é gostoso, lindo, toca bem. Além de ser famoso. Eu não me apaixono rápido assim. – respondeu .
- E você, ? – perguntou – O que você sente pelo ?
- Eu... Eu o amo. Eu amo o , de verdade. Desde a primeira vez que eu o vi. Cada vez que eu o vejo cantar, umas cócegas sacodem minha barriga, são várias borboletas querendo sair pela boca, meu rosto queima, as pernas bambeiam, as mãos suam e minha voz fica trêmula. –respondi completamente apaixonada.
- Nossa! – exclamou .
- E quando o olhar dele se cruza com o meu, eu fico paralisada, como se um raio penetrasse no meu coração. Eu o escuto batendo num ritmo acelerado. Flui uma adrenalina quando estou com ele, quando nos beijamos, quando dançamos. É incrível estar com ele.
- Caramba, você tá mesmo apaixonada, ! – disse .
- E eu que tenho noção de que tudo isso é verdade, do quanto ela ama o . – completou .
Depois disso, fomos dormir. Ninguém tinha mais cabeça para ficar acordada. Se eu ainda tivesse noção de tempo e de números, eu tinha mais onze dias até o dia exato que eles fossem voltar para Londres. No outro dia acordei bem cedo, liguei para os meninos confirmando se teria ou não show, eles me disseram que não e ainda pediram uma dica de onde irem. Disse que primeiro iríamos almoçar e podíamos decidir melhor com a lá porque ela conhecia melhor a cidade. E assim fizemos. Almoçamos e aproveitei para falar com , que ainda estava distante de mim.
- Oi, , o que está havendo? Você não me parece muito bem... Aconteceu algo? – perguntei.
- Falei com há dois dias.
- ? Sua ex? Aconteceu alguma coisa com ela?
- Aconteceu. – disse, deixando-me um pouco preocupada – Ela tá grávida.
- GRÁVIDA? Vocês... Vocês vão voltar então? Ou já voltaram?
- Não. Não voltamos e nem vamos voltar.
- Mas e o bebê?
- Eu não sei. Não sei o que vai acontecer agora... Comigo, com a banda, com... nós...
- Tá. Tudo bem... Poxa, , eu queria aproveitar sabe, esses dias de vocês aqui... Eu gosto tanto de estar com vocês, e são poucos dias...
- Eu sei que você gosta de mim, . Mas eu não posso ficar com uma garota aqui, sendo que tem uma na cidade que eu moro que está esperando um filho meu. Isso me deixou bastante confuso. – disse ele triste.
- Tá tudo bem, . Eu entendo... Acho. – disse, saindo de perto dele e chamando para irmos embora dali antes que eu não conseguisse mais conter essas malditas lágrimas.
Ela logo percebeu meu desespero e atendeu ao meu pedido. Os meninos foram deixados no hotel e seguimos logo depois para o apartamento de . Contei o que havia acontecido a ela e ela me disse que já estava sabendo. Ela me explicou que tinha comentado isso com ela, mas que teria pedido que não me contassem nada, porque ele mesmo queria me dizer isso. Ela me disse também que iria conversar com ainda para saber mais sobre o ocorrido porque não comentou muitas coisas.
- O que isso vai resolver? – perguntei chorando.
- Eu não sei, ! Mas o não tem culpa de ter engravidado a e muito menos você. Pare de se culpar!
- Eu quero que você ligue para o George e avise que eu estou voltando pra São Paulo, e que você vai cobrir a tour deles aqui no Brasil.
- O quê? Você não vai cobrir a tour deles? Não vai realizar seu sonho?
- Eu só quero passar um tempo longe. Eu quero esfriar a cabeça, trabalhar vai me fazer bem. Você faria isso por mim?
- Claro, né, ... Mas você tem certeza que é isso mesmo?
- É. Trabalhar vai ser bom pra mim.

E assim eu fiz. Saí do Rio sem me despedir dos meninos. Eu queria vê-los novamente, antes de eles voltarem para a Europa. Trabalhei muito, os dias pareciam mais longos e minha cabeça um pouco menor. Onde não cabiam informações. Trabalhava das sete da manhã até as nove da noite. Eu realmente não era nada sem o . Eu chegava em casa e acabava sempre vendo as mesmas fotos que ficavam no mural da sala. Eram fotos dele, deles, nossas... Era quase impossível não chorar. Essa foi minha rotina durante quatro longos dias. , como uma ótima amiga, ligou-me todos os quatro dias e me contou como estavam indo as coisas por lá. Ela também me contava das novidades e de como cada um estava. Ela disse que estava ainda mais triste e que os últimos três shows tinham sido os mais horríveis de toda a turnê deles aqui. E em todos os programas de TV que eles iam, dos quais eu vi os dois, quase nunca sorria nem falava. E quando sorria, era um sorriso falso, forçado, até em fotos. Então esse teria sido mais um dia normal, quando me ligou avisando que havia chegado ao Brasil e que tinha algo a me dizer. A voz dela era a voz da pessoa mais feliz do mundo.
- , eu tenho uma notícia maravilhosa! Você nem vai acreditar! Sério! Só eu e o sabemos! – disse ela alegre.
- O quê? – respondi desanimada.
- Me deixa falar! Não diz nada! O ligou pra agora a pouco, pra saber da irmã dele, porque as duas são amigas, só que quem atendeu foi a irmã dela. Então o perguntou do bebê, e sabe o que ela respondeu? Que não existe bebê nenhum!
- O quê?
- É! Não existe bebê nenhum. não está grávida! Nunca esteve grávida! Depois ela ligou pro tentando explicar e disse que fez isso porque viu o beijando uma garota em um dos shows aqui no Brasil, pela internet.
- Então ela tá fazendo eu e o sofrermos por nada, ?
- É o que tá parecendo, né, amiga? Ah, ela pediu ao pra não contar a ele. E ele não vai contar, porque quem vai contar é você!
- Essa é uma ótima notícia, . Vou pegar o primeiro vôo pro Rio. Já sei o que vou fazer. – disse animada, desligando o telefone rapidamente.

Capítulo 7

- , precisamos conversar!
- ? Você não tava em São Paulo?
- É, eu tava. Mas aconteceu uma coisa... – disse, olhando-o fixo.
- Que coisa? Tô ficando preocupado.
- Não é muito fácil de falar. Mas não tem outra forma mais fácil de te contar.
- , fala logo, tô ficando seriamente preocupado.
- Er... O ligou hoje pra , pra saber da irmã dele. Mas quem atendeu foi a irmã da . Então ele perguntou do bebê...
- Aconteceu alguma coisa com meu filho? – interrompeu-me.
- Não tem filho. Não existe filho.
- O quê? O que a fez?
- Nada. Aliás, ela inventou ter um filho, que não tem. Por ciúmes. Ela viu você e uma garota se beijando pela internet num show. Então, foi isso.
- A menina seria você?
- É.
Ele sorriu e me deu um selinho rápido. Tinha um lado bom e um ruim nessa história toda. O bom é que eu e poderíamos tentar ficarmos juntos. A parte ruim é que ele não confiaria mais na . Eu me sentei ao seu lado, na cama do hotel. Abracei minhas pernas e fiquei o observando sorridente. Ficamos calados por algum tempo.

- Tá tudo bem agora? – perguntei sentindo um peso sair de cima das minhas costas.
- Acho que sim. – disse dando ombros e mostrando um sorriso fraco.
- Como tá a agenda de vocês? Vocês já fizeram shows onde mesmo?
- Hoje fazemos show aqui no Rio e... Sabe o que me deixa mais chateado? – balancei a cabeça negando – É que eu passei a semana toda me conformando que agora eu teria um filho, sabe? Um ser, uma criaturinha que dependeria de mim pra tudo. Claro que viria na hora errada, mas eu ia amá-lo pra sempre. Por que ele seria meu filho. – completou com algumas lágrimas no rosto.
- Eu entendo, .
- Vamos sair daqui? Me mostra alguma coisa aqui no Rio. – pediu com uma cara irresistível.
- Agora, ? Mas vocês tem show hoje.
- Não, ainda são seis horas e... Você ainda não me mostrou o apartamento da . Como vou vir visitar se não sei onde vocês moram? – falou se animando a cada palavra que falava.
- Por mim, tudo bem. Se for bom pra você, pode ser bom pra mim também.
Saímos do hotel, foi um pouco difícil porque tinha uma multidão de fãs na porta, mas conseguimos. Os outros meninos, as namoradas e estavam ainda no hotel. Eu e não tínhamos nos falado ainda, apenas um oi. Entramos no carro com a ajuda de alguns seguranças, como sempre, e em seguida já liguei o som. É uma mania louca de entrar no carro e ligar o som. Enfim, tocava “When You Look me in The Eyes”, dos Jonas Brothers.
- Eu amo essa música, sabia? – disse.
- Eu também gosto muito dessa música. Eu acho os Jonas legais. Não existe rixa entre nós, apesar de muitos falarem isso.
- Eu gosto da letra dela... – disse olhando fixamente para ele e sendo interrompida logo em seguida.
- Eu te amo. – disse, tirando-me um pouco a atenção do trânsito.
- O quê? Repete. – eu pedi com cara de criança, fazendo-o rir.
- Eu te amo.
- Repete?
- Eu te amo.
- De novo! – pedi dando alguns gritos histéricos.
- Eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo! Satisfeita?
- Você tem certeza disso? É isso mesmo, ?
- Eu te amo. Obrigado por tudo que você fez comigo. Você é perfeita.
Beijamo-nos demoradamente, até que uma buzina nos acordou do transe. Eu estava tão feliz quanto o . Chegamos ao apartamento de e nos deitamos em uma das camas que tinha lá. Ficamos nos acariciando e nos beijando, até que às vezes o silêncio se tornava um pouco constrangedor. Ficar ali com o era o sonho mais bonito que eu já tivera. É como se nós estivéssemos sozinhos, como se só existíssemos nós em todo o mundo e ninguém pudesse atrapalhar. Eu sentia que ele não tinha segundas intenções, nem terceiras, nem quartas... Eu queria ficar ali para sempre com ele!

- “Hã?... Tá bom, ! Tá bom, dude, eu tô indo!”
- O que foi, amor?
- disse que Fletch quer falar com a gente, você não vai ficar aqui sozinha e vem comigo.
- Hã? Eu vou pro hotel? Eu tenho que pegar umas roupas, ! Espera só um minuto! Quer ir dirigindo? Eu te guio, prometo!
- Tudo bem, se eu me perder... Você vai ver só! – olhou-me com um sorriso malicioso.

Capítulo 8

- Amor, faltam só três dias pra você ir embora.
- Eu sei. – disse ele um pouco triste.
- O que a gente vai fazer, hein?
- Eu venho no Brasil te ver. Tipo, a cada semestre. O que acha?
- O Fletch não vai deixar, , não tem jeito. É meio sem noção essa sua idéia, não acha?
- Amor! A gente vem e faz shows, não tem como o Fletch recusar!
- A cada semestre, ? As pessoas vão cansar de vocês aqui, sério. Não dá certo isso!
- É. Todo semestre! Eu não me importo se elas vão cansar ou não. Será somente um pretexto pra te ver. – disse ele sorrindo, fazendo-me rir também – Você vai ao show?
- Claro, ! É o penúltimo show de vocês aqui... Passou rápido, não?
- Penúltimo show... É, passou rápido! – respondeu ele com uma cara pensativa.
- Apesar de tudo, , mesmo com essa distância toda, eu te amo, tá? Eu quero que você nunca se esqueça disso. Mesmo se não ficarmos juntos... Você promete que volta, pelo menos pra dizer que não é mais meu? Que nunca mais vai ser? – disse segurando algumas lágrimas que insistiam em cair.
- Não. Eu não vou voltar aqui pra dizer isso. Porque não vai precisar. Eu vou ser seu pra sempre. E você será pra sempre minha. Nada pode nos separar, eu amo estar com você, amo a maneira que você faz eu me sentir. Eu não quero nunca ter que dizer que não sou mais seu. Porque mesmo que não estejamos fisicamente juntos, mesmo que eu esteja com outra garota, eu estarei sempre com minha alma colada à sua. Eu te amo muito, pequena. Com esse pouco tempo que eu te conheço, eu sinto que não quero nunca mais me afastar de você.

Era o penúltimo show deles e estávamos em Florianópolis, em Santa Catarina. O último show seria em São Paulo. Estávamos todos no quarto do hotel, arrumando-nos para o show. Os meninos estavam bastante animados. Aliás, todos nós estávamos.
- , amiga, pode me emprestar seu lápis de olho? – fiz uma voz de criança e ela riu, entregando-me o lápis.
- Amiga... E você e o como vão ficar?
- Conversei com ele hoje, sabe... Ele disse que vem me ver todo semestre.
- Tá bom e... Vocês estão namorando? – disse arqueando a sobrancelha.
- Não... Eu acho.
- Poxa, ele diz que te ama, anda te respeitando... Quero dizer, ele não tentou nada ainda, não é? Digo, segundas intenções...
- Segundas intenções? – perguntou , que acabara de entrar no banheiro com , deixando eu e um pouco sem graça.
- Não, eu e o ainda não transamos.
- Ainda? – e perguntaram juntas, fazendo soltar um riso abafado.
- Não sou como vocês. – disse agradecendo mentalmente por não estar no banheiro nesse momento tão indiscreto para mim.
- Ei! Está querendo insinuar alguma coisa, mocinha? – chamou-me atenção , que já teria dormido com .
- Desculpa, mas vocês são bem apressadas! – respondi dando de ombros.
- Não, não! Você que é atrasada! – respondeu , dando-me um pedala fraco.

Encerrei o assunto e fui falar com os meninos. Estavam tão bonitos, tão perfeitos. E carregava consigo o sorriso mais bonito que já tinha visto. Ele sorria o mais inocentemente possível.

- ! – disse sorrindo e logo em seguida me beijando na bochecha.
- O que foi, dude?
- Você está bonita! – elogiou-me. Eu vestia uma calça jeans e uma blusa com a foto deles.
- Hey, , acho que você confundiu minha garota com a sua. – disse , fazendo-nos rir.
- Ah, , relaxa, dude! Eu não quero sua garota. Mas me diz, hein, vamos sair hoje depois do show? Cada um com sua namorada?
- Namorada? – perguntei um pouco desentendida.
- É. Namorada, ficante, tanto faz.
- O que tem namorada, ficante? – perguntou intrometendo-se um pouco na conversa.
- Estamos falando sobre nós. E não, não somos ficantes, nem namoradas. Somos acompanhantes, somente.
- Somente acompanhantes, ? – perguntou-me com uma voz fofa – Tem certeza disso?
- Não, . Você é uma leve e pequena exceção.
- Ah, tá. Entendo. Aliás, só os loucos sabem. Desculpem, isso ultrapassa minha capacidade de entendimento.
- Alguém viu minhas meias? – perguntou , que vestia somente uma boxer azul clara, o que redeu algumas risadas.
- Não! – respondemos em coletivo.
- , você tá linda mesmo! – me elogiou.
- Obrigada, , você também. – respondi, dando um selinho rápido nele.
- Vamos? – perguntou dando uma viradinha para que pudéssemos conferir o que ele havia vestido.
- Vamos, . Tá na hora mesmo!

Saímos com a ajuda de alguns dos nossos amigos seguranças, e quando chegamos também. Os meninos fizeram uma entrada triunfal! Deslumbrante! Incrível! Até cheguei a me arrepiar quando eles entraram tocando Corrupted, uma das minhas músicas dançantes de McFLY preferidas. Eu não poderia imaginar que um dia estaria em cima do palco, com minhas amigas lindas, cada qual com um guy da banda, a irmã do meu homem, meio a minha cunhada, e, claro, eles: nossos “Namorados-ingleses-famosos-temporários”. Isso é realmente maravilhoso! Depois eles tocaram mais algumas músicas, as quais, para espanto de alguns, nos deixaram muito suadas. Eu pedi ao que cantasse “Not Alone”, somente na última música, ele me atendeu. fez um coração no ar e apontou para mim, como em quase todas as apresentações que ele fez. Foram muitos e muitos gritos em meio a toda aquela multidão. Foi lindo.

- , você vai sair com os outros que eu quero sair com a . Somente nós dois. – escutei dizendo a enquanto estávamos ainda dentro do camarim.
- Tá bom. Aonde vocês vão?
- Segredo. Depois te conto, dude. Até mais. – despediu-se .
saiu do camarim e me olhou com um sorriso no rosto, um pouco malicioso. Pegou as chaves do carro, que antes estavam depositadas em minhas mãos, e me deu um selinho demorado. Eles já tinham recebido alguns fãs no camarim e, como dito antes, sairíamos todos juntos, mas havia mudado os planos.

- Aonde vamos, amor?
- Surpresa. – ele respondeu ainda com aquele sorriso que eu amava.
- O quê? Você vai dirigir mal conhecendo a cidade?
- Eu andei treinando. – respondeu ele com uma voz de ator de filmes adultos.
- ! O que você está aprontando? Você aluga um carro, pega as chaves, diz que vai me levar a um lugar e depois diz que está treinando, ok. Pode me dizer como você está treinando? Realmente estou um pouco confusa. Não íamos sair com os outros?
- Uma pergunta de cada vez, por favor. Se não quem vai ficar confuso será eu. Primeiro, eu não estou aprontando nada, estou somente nos levando a um lugar bom por aqui. Sim, eu aluguei um carro exatamente pra isso. E eu estou treinando... Bem, você quer mesmo saber, não é? – disse ele e eu concordei com a cabeça – Google Earth.

Ele nos levou ao mesmo hotel em que estávamos antes de ir para o show. O que no princípio me deixou bastante confusa, porque não trocaria uma penúltima noite no Brasil com os amigos para ficar no hotel. Entramos então, novamente com a ajuda de alguns seguranças. Fomos até o andar onde se encontrava a cozinha e ele pediu algumas frutas e algumas águas em garrafas para nós. Eu disse que não estava com tanta fome e ele apenas sorriu, pegando o que havia pedido com uma das cozinheiras que estavam por lá. Seguimos então ao último andar, onde os meninos estavam hospedados na suíte presidencial. No mesmo andar ficava o quarto das meninas e outro que até aquele momento achava que estava ocupado... Depois eu descobri que não.

- Ei, , o quarto é este aqui. – disse apontando para o quarto dos meninos.
- Não, o nosso é esse. – ele respondeu-me sorrindo bondoso.
- O quê? Como assim, ”nosso quarto”?
- Eu... Te... Amo... Muito. – disse ele intercalando as palavras com os selinhos que ele me dava enquanto dizia.
- ...? – falei, olhando-o abrir a porta.
- Eu sei que ele é pequeno, mais eu achei que fosse gostar.
- Não falei do quarto, bobinho.
- Ah, erm... Eu quero muito ficar com você, sozinho, hoje.
- Eu te amo, .
- Eu também te amo, , muito!

Entramos e ele me beijou levemente, deitando-me na cama. Eu poderia até dizer que essa noite foi igual a quando estávamos no apartamento da ... Mas não foi igual, foi quase. me beijava de uma forma mais intensa. Nossas respirações estavam fortes, ofegantes. Ele passava os dedos nas minhas costas suavemente, fazendo-me soltar alguns gemidos abafados. Passei a mão por todo seu abdômen, fazendo-o contraí-lo rápido. Ele sorriu levemente como se não quisesse se render totalmente e em seguida me beijou, passando a mão por meus braços, descendo até minhas pernas, como se estivesse pedindo permissão para fazer algo, que sabia muito bem o que era. Eu sorri fraco, fazendo-o entender, e logo em seguida tirou minha blusa bem devagar. Eu fiz o mesmo com suas calças, e ele me beijou em seguida, deixando meus olhos livres para verem que ele usava uma boxer branca. Ele voltou a me beijar e rapidamente deu um jeito de se livrar de minhas calças também. Ele sorriu fraco e sussurrou algo em meu ouvido que eu não pude decifrar, por prestar atenção somente em sua respiração ofegante e quente que sentia em minha nuca. Eu o beijei novamente e ele, sem quebrar o beijo, perguntou se eu tinha certeza de que queria ir até o final com aquilo. Eu balancei a cabeça confirmando. Acredito que tenha sido isso que ele me disse minutos antes. Ele me beijou novamente enquanto lutava bravamente para tirar meu sutiã, eu o ajudei tirando com uma mão só e ele sussurrou novamente em meu ouvido algo como “um dia você me ensina a fazer isso” e eu brinquei com o elástico de sua boxer, confirmando. Enfim, o destino de nossas roupas íntimas foram os mesmos. Foi realmente incrível!

Capítulo 9

- Então aconteceu! Ah, , eu tô muito feliz por vocês, sério! – disse empolgada.
- É, aconteceu... Foi tudo tão mágico, !
- Vai ter show hoje de novo. Acho que vou ter que pedir ao pra repetir a dose de ontem. – ela disse, fazendo-me rir.
- Você é louca, isso sim!
- Você amou minha idéia! Confessa, sua safadinha! – ela disse, fazendo-me rir novamente.
- Estão prontas? – perguntou e eu balancei a cabeça confirmando, beijando-o rapidamente em seguida.

Iríamos almoçar e depois voltaríamos para São Paulo. Hoje era o último show dos meninos no Brasil, e mesmo pela maravilhosa noite que eu tivera com o , estava um pouco triste pelo fato deles terem que ir no dia seguinte. Chegamos a um restaurante que estava lotado de fãs, tanto dentro como fora do restaurante. As caras dos garçons não eram as melhores do mundo. Sentamo-nos e os meninos já saíram para pegar bebida e fazer o pedido deles e de suas namoradas, ficamos somente nós, meninas, na mesa, à espera de nossos namorados temporários.
- , ele vai te levar de novo! – disse assim que os meninos saíram.
- O quê? Como assim?
- Você sabe, amiga. Eu o ouvi conversando com o , dizendo que você é incrível e blábláblá. Ele tá todo derretido por você, amiga. Isso era o que faltava para fisgar totalmente o .
- Espera aí, o que faltava... ! Você e ...? Vocês... Não creio! - disse um pouco espantada.
- Ai, céus! – disse envergonhada – É, aconteceu... Deve ser um pouco estranho pra você não, ?
- Não. Se for o que eu tô pensando, não. Eu e somos irmãos, não ex-namorados. Fica tranquila, ! além de meu irmão é meu melhor amigo. Então tudo bem, por você ou por ele, eu ficaria sabendo. Relaxa.

Eu fiquei um pouco excitada com o que me disse, e um pouco confortada por não ser aquelas irmãs que implicam com qualquer garota que se aproximam deles. Principalmente quando eles são famosos, bonitos, músicos, têm corpos esculturais e tudo mais. Enfim, almoçamos e seguimos direto para o aeroporto. Tirando os atrasos por conta das fãs que estavam no aeroporto, chegamos bem. Acho que não seriamos nada sem aqueles seguranças, às vezes acho que era bem capaz das fãs arrancarem algum pedaço deles. Fomos direto para o mesmo hotel da primeira vez que tinham ficado aqui, e nos arrumamos rapidamente para o último show dos meninos no Brasil. Antes de sairmos fui falar com o chorando, eu não estava aguentando mais de tão triste que estava sendo aquilo.
- O que aconteceu, ? – perguntou ele um pouco preocupado
- Não vai embora, por favor, ! – implorei.
- Eu também não quero, , mas eu preciso. Você sabe disso...
- Eu não sei se vou aguentar, !
- Eu volto! – disse segurando meu queixo para olhar para ele.
- Promete?
- Eu prometo, , quantas vezes você quiser, até! Você não acredita em mim?
- Você é o melhor, ! O único! Eu te amo muito, muito mesmo, meu amor! – eu disse enquanto ele secava minhas lágrimas.
- Vamos, gente? Tá na hora... Estou interrompendo alguma coisa?
- Não, ! Tá tudo bem, volta aqui. Já estamos prontos. – respondeu gritando um pouco, pois já havia saído do quarto.

Entramos na van em silêncio, tanto silêncio que dava para ouvir a música que ouvia no MP4, abraçada a . Parecia que os caras mudaram. , e pareciam três adolescentes quando encantadas com um garoto. Estavam todos muito tristes e também felizes pelo último show, o maior de todos. Tocava “Remembering Sunday” do All Time Low. Enquanto ouvíamos aquela música, entrelaçou os dedos nos meus, de modo que pudesse me passar um pouco de confiança e segurança ao mesmo tempo. Eu amava isso nele. Quando nós subimos no palco eu pude sentir meu coração disparar e sair pela boca. Estava lindo, estava perfeito, assim como os meninos queriam. Eu estava feliz por eles estarem conseguido realizar a meta de fazer um ótimo show, sem matar nenhuma fã, e principalmente nenhum ter matado a si mesmo. Quanto mais perto o fim do show chegava meu coração parecia acelerar ainda mais. saiu do meio do palco, pois ela foi falar com o público e ainda cantou uma música com os meninos, em direção ao camarim.
- Eu fico feliz, por vocês dois! Muito mesmo! É bom ver o feliz.
- Eu... Eu fico feliz por você estar feliz pela felicidade, nossa felicidade. – enrolei-me toda, fazendo-a rir, e me sentindo um pouco envergonhada.
- Cuida dele, tá?
- Tá bom! – disse sorrindo e segurando algumas lágrimas.
Logo em seguida pude ouvir um grito como “AMOR!” e sim, era o . Ele fez um sinal, dizendo que a próxima música seria para mim. Então ele começou a tocar “All About You” e novamente mandou beijos e corações no ar para mim, sendo imitado por , e em seguida. O que me deixava cada vez mais feliz, por saber que ele estaria indo embora, e eu poderia confiar nele, apesar de tudo. Como ele me fazia feliz!
Saímos do show e fomos à melhor danceteria da cidade. Era mais de uma e meia da manhã quando chegamos. Eu estava correndo um grande risco de não acordar pela manhã para fazer o especial do George. obviamente teria de me ajudar por causa do pequeno imprevisto que tivemos com a e outros. Enfim, eu fiquei a maior parte do tempo pesando em alguma forma de mantê-los aqui, mas infelizmente foi uma busca sem resultados. O clipe já tinha sido gravado, entrevistadas dadas, programas de TV gravados, sessões de fotos também. Frustrante... Pedi ao para que saíssemos de lá e ele rapidamente atendeu ao meu pedido.
- Posso dirigir seu carro? – perguntou-me com uma voz de criança que me fez rir.
- Claro, meu amor! – respondi, beijando-o e entrando no carro do lado passageiro.
Assim que entramos começou a cantar Not Alone para mim enquanto eu me agarrava a seu braço, atrapalhando-o a dirigir um pouco. Isso me fez chorar, de alegria, de medo, de tristeza... Passavam tantas coisas em minha mente que eu mal podia pensar em outra coisa a não ser chorar em seu ombro. Ele era tudo que eu precisava naquele momento.
- Sua voz é linda, sabia? – sussurrei e ele continuou cantando com um sorriso maravilhoso no rosto.
Logo eu percebi que o caminho era o mesmo do meu apartamento, afinal, era o meu apartamento. Por isso havia perguntado se estaria vazio hoje. Nós subimos nos beijando e mal conseguíamos sequer sair do elevador. sabia meus pontos fracos. Só ele, somente ele conseguia me deixar daquele jeito. Entramos e ele me colocou na cama de uma forma doce e me beijou. Entrelacei meus dedos em seus cabelos, brincando com eles, bagunçando-o todo. tirou minha blusa devagar e minha respiração ficou forte e meu coração acelerado. Ele rapidamente tirou sua blusa e levou minha mão até seu peito.
- Tá vendo? Não é só o seu que fica assim... - eu sorri e o beijei.
Eu queria que essa noite fosse a mais perfeita que podíamos ter um com o outro, ou com qualquer outra pessoa. tirou minhas calças e continuou me beijando, eu desabotoei suas calças e ele riu. Passei a mão em sua barriga e ele contraiu o abdômen rapidamente. Ele sorriu fraco e soltou um gemido abafado. Bingo! Sim, eu tinha achado seu ponto fraco. Ele beijou meu pescoço e sussurrou em meu ouvido algo com namora, namorado. Eu pedi que ele repetisse e ele falou com todas as letras, como pedi.
- , namora comigo? – eu sorri.
- Sim, sim, sim, sim! E mais quantas vezes você quiser ouvir!

Capítulo 10

- Bom dia! – gritei pelo quarto do hotel.
- Tem alguém aqui? – completou.
- Oi, oi! Estou aqui, meninos! – respondeu apressada.
- Oi, minha querida! – disse, dando um beijo na irmã.
- Oi! E aí, como foi a noite de vocês? Dormiram bem, ?
- Ô, , cadê os outros? – desconversou.
- Não adianta mudar de assunto, ! Hã! Os outros estão dormindo ainda. Estou fazendo café, já são oito horas e o vôo sai às onze!
- ! Acorda, seu malandro! – gritou em alto e bom som que pudesse acordá-los.
- ONZE HORAS? O vôo sai às onze? – perguntei.
- É, , não sabia?
- Eu achei que fosse mais tarde, er... Sei lá! – disse ainda conturbada.
- Caramba, tá todo mundo aqui? – perguntou .
- Estamos, quer comer, dude?
- Ah, valeu, ! – respondeu-me, pegando uma torrada e me dando um beijo na bochecha em seguida sob os olhares de .
Sentamo-nos à mesa e comemos um monte de torradas que havia preparado, mais algumas frutas do hotel, e, claro, algumas coisas que Fletch havia trazido de ontem da Starbucks. Rapidamente os meninos se trocaram e acabaram de fazer a mala. Seguimos em direção ao aeroporto todos calados. Chegamos por volta das dez horas, e novamente o salão se encontrava vazio, e de fora, uma multidão de fãs. Pude me lembrar por alguns instantes do momento em que vim aqui duas semanas atrás e de quando direcionei a palavra a , pela primeira vez. Tudo viria à tona agora. Os meninos e foram tirar fotos e dar autógrafos a alguns fãs. As outras meninas ficaram conversando, enquanto eu acompanhava cada movimento que fazia. Algumas lágrimas escaparam sem querer. Era inevitável.

- Última chamada para o vôo 5471, Londres, Inglaterra. – disse uma mulher pelo microfone. Os gritos ficaram ainda mais intensos.
- Eu te amo. – disse a .
- Eu te amo também! – disse, beijando-a rapidamente.
- Não se esquece de mim, tá?
- Tá bom, , eu não vou esquecer, pode ter certeza disso. – disse , beijando-a também, assim como e .
- Eu te amo, .
- Também, minha gatinha. – disse a .
- Então... – disse me olhando confuso.
- Eu te amo muito, tá? Por favor, eu te imploro, não se esquece de mim, !
- , eu quero te falar uma coisa, não dá pra esperar. – disse sorrindo de leve e um pouco tímido – Você é meu vício agora. E mesmo eu estando um pouco precipitado quanto a nós, eu não quero me importar com o que vou sentir no futuro, e sim com o que sinto agora. Eu te amo muito!
- Eu também ! – sorri leve, segurando as lágrimas.
- , vem pra Londres... Comigo?

FIM!

N/A: Aeeeee! Terminei mais uma fic, HAHAHA! Depois do desastre da última fic, que eu ainda insisto em dizer que não ficou muito boa, fiz essa. Eu já estou digitando a segunda parte dela, porque eu realmente achei que ficou muito fofa. Enfim, quero agradecer as minhas amigas lindas Vanessa, Thais, Rayanne e ao meu Best André por terem dado algumas dicas e por terem me acobertado durante as aulas, na escola, que eu ficava escrevendo ela. E claro, agradecer a DIVA da Bih, por ter estado sempre disposta quando precisei da ajuda dela. E por betar mais uma fic minha. *-* Espero que vocês gostem, hihi. Beijos, Gabi!
N/B: Por nada, darling, às ordens :)
Qualquer erro, por favor: bih_hedegaard@hotmail.com

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