Uma sombra, um amor
Por Beel

Capitulo 1 – vizinho sombra

Sabe aquelas coisas normais que acontecem em filmes? Que pra geral parece um conto de fadas, mas pra você parece, no máximo, uma gota no oceano. Foi assim que me senti quando soube que ia me mudar pra New Jersey. Me senti no fundo do poço sabendo que ia ter que deixar toda minha vida no Brasil pra trás. Meus amigos falaram que era bom, que poxa, eu ia me mudar pros USA! Que existe MSN, blá blá blá. Mas eu tinha certeza que não ia ser a mesma coisa. Lá é cheio de gente querendo agradar as outras, pensando em coisas fúteis, sei lá, parece que todo o mundo é igual demais. (como se no Brasil não fosse, mas a gente finge que não é.) Sem contar os papos da minha mãe, 'já pensou como vai ser bom pra você fazer uma faculdade nos USA?...', conversa de mãe... Só não sei por que to pensando tudo isso, a cagada já foi feita, de qualquer jeito. Acho que é o tédio, misturado com a preguiça. Tem milhões de caixas no meu quarto e eu não vou tirar as coisas dela tão cedo... Acho que a única coisa que eu gostei foram as ruas, as casas, e o meu quarto. Tem uma varanda gigante, dela dá pra ver a casa da frente, que tem um quarto com uma varanda parecidíssima com a minha. Gostei de ficar olhando a casa do vizinho, acho que tem alguém tocando violão... o que não da pra ver, porque ta escuro, e eu to perdida demais pensando como minha vida é triste e melancólica, o que é a mesma coisa, mas não faz diferença. De como meu pai é cruel, e como eu estaria feliz se estivesse no Brasil...
' , se você não descer agora...'
- Se eu não descer agora...
- Você não sai amanhã.
- Nossa, que cruel hein, mãe. – por que eu ia querer sair, agora me digam, hein, hein, espero respostas. Começo a discutir com a minha mãe, e no meio disso, sinto algo na minha cabeça. Olho pro lado e vejo um papel enrolado numa pedra, escrito 'Hey, nova vizinha.' – olhei pra frente, como se soubesse que o bilhete vinha de lá. Vejo uma sombra acenando. (talvez as pessoas daqui sejam legais? < mistério)
'Meu vizinho é uma... sombra?!' – eu não sou idiota, ok? Talvez sarcástica... não idiota. :x
'Ahhh, vai dizer que não tinha vizinhos-sombras no Brasil?' - o meu vizinho sombra É idiota... apesar de me ter feito... rir. Minha primeira risada no USA! AEAE.
'Podiam até ter, mas eles tinham nome...'
'Quem disse que eu não tenho?'
'Ah, eu sabia o nome deles.'
'... . Então, qual o nome da minha vizinha?'
'Achei que as pessoas falassem o sobrenome, tipo: , .'
'... de onde você era?'
'Você sempre muda de assunto, assim, tão repentinamente?'
'Não sei, hey, é uma coisa a mais pra eu pensar.'
'..você tem o nome do vocal dos Jonas Brothers. Eu gosto desse nome.'
'Você sempre muda de assunto, assim, tão repentinamente? E, eu também gostei do seu nome.'

...acho que conversar com alguém me faz bem. Por mais que eu não o veja, não esteja falando e tal. Talvez ele me faça bem. Quem diria que eu ia falar com alguém em tão pouco tempo? Acho melhor eu descer, ver meu vizinho-sombra amanhã faz parte dos meus planos entediantes.
'Hey, vizinho sombra, vou falar com a minha mãe.'
'Ok. Amanhã, de noite, agente se fala, menina sombra.'

Capitolo 2 - Descoberta

É sempre de noite, no mesmo horário, todos os dias. A verdade é que eu to aqui faz uma semana e meia e a noite é meu horário preferido. Nunca vi ele, só falei por mensagens escritas e mandadas por pedrinhas. Sempre que eu acordo tem uma pedra na minha varanda, mandada com um papel, escrito ‘até de noite.’ O que me irrita mais, é nunca ter visto, falado ao vivo com ele. Não sei quem ele é, só que seu nome é e que sua comida preferida é lasanha, que ele odeia chocolate e coisas do tipo... O que não muda nada... Ou muito. É melhor eu saber essas coisas do que eu o ver não saber nada dele. O que isso importa? Não sei. Talvez nossa 'história' seja estranha demais pra ser entendida, explicada. Quer dizer, pra quantas pessoas você já mandou um papel escrito 'Hey, nova vizinha' e joga na varanda dela? Eu pelo menos nunca fiz isso. Ta. Parando de falar do vizinho sombra que eu nunca vi, infelizmente, to estudando. Não no sentido literal, porque estudar não é uma coisa que eu faça com freqüência. To indo pra escola, sabe?! Conhecendo gente nova, pans. Claro, tenho que admitir que ninguém é tão legal e interessante quanto meu vizinho sombra, mas, pelo menos, eu vejo eles. A minha sala é legal, engraçada, tem aquelas patricinhas típicas de filmes americanos, nerds e garotos idiotas também. Fora isso... É legal. Tem duas meninas que eu comecei a falar mesmo, fiquei amiga? Ta, uma semana é muito pouco pra isso... Se bem que eu considero meu vizinho sombra meu amigo, muito amigo meu. Me conhece, melhor que muita gente que eu falava há anos, sabe? O problema é que eu não vou falar com ele hoje. Tenho aniversario, de uma das minhas amigas, colegas, sei lá. Me parece que vai ser entediante. Minha primeira noite entediante... Numa festa! É. Nem sei porque eu me arrumei tanto. Talvez eu seja estranha. Mas, pra variar: cagada feita. Cá estou eu, na frente do salão, esperando o segurança ver meu nome na lista. Entro e não vejo nada interessante. Nada, mesmo. Um monte gente bêbada, e ainda é uma hora da manhã. Sento no bar e peço uma coca. O garçom vira pra mim e diz ‘COCA?’. Qual o problema de beber coca?
- É. COCA. – Ele me entrega a coca, ainda me olhando com cara de estranha. Preferia estar na varanda de casa, falando e rindo com meu vizinho sombra. Ta... Ta virando vicio. Talvez eu tenha queda por vizinhos, já namorei dois vizinhos meus. Não seria nada mal namorar meu vizinho sombra, haha. Acho que fiquei mais ou menos meia hora pensando nas conversas bestas e perguntas idiotas, como ‘o que você quer comer amanhã de almoço?’ que ele me fazia, quando algo me chamou a atenção. Metade das garotas da festa pararam de dançar e começaram a gritar, metade não, todas as garotas das festas tavam gritando, exceto eu, porque não tinha noção do que tava acontecendo. De repente, todas elas começam a correr em uma só direção, o que foi uma cena totalmente hilária. Elas iam indo em direção ao palco, quando o pai da subiu e falou: 'não se preocupem, o show já vai começar.' Elas gritaram histericamente, como se fosse um show de verdade, de alguma banda famosa, pela qual elas eram fanáticas. E não é que era? Sobe os três irmãos mais charmosos que qualquer garota já viu na vida, Jonas Brothers. Eles cantaram umas 10 músicas e falaram que precisavam ir. realmente se achou, e chegou a ficar chata até, mas ta, vamos relevar essa questão, porque temos que admitir, ter os Jonas Brothers tocando na sua festa de aniversário não é pra qualquer uma, hein?! Fui a única que assisti o show de longe... Calor humano não me agrada muito, grito feminino então, c-r-e-d-o. Então, acabou o show, eles entraram numa salinha, onde as garotas espancaram a porta, que era minúscula. Comecei a rir com a situação, como o ser humano consegue se rebaixar tanto?! Tomei mais um gole da minha coca, ainda rindo, e vi alguém sentar do meu lado, ofegante, e abaixar a cabeça, como se tivesse se escondendo. Olho pro lado, e quem eu vejo?! Jonas. Acho que a minha reação foi a única que eu podia esperar: ‘Quer coca?!’ . Ele olhou pra mim como se eu fosse um alien, o que me fez rir. Ele abriu aquele sorriso que faz qualquer criança, adolescente, adulta, velha, qualquer mulher ficar com as pernas bambas, e eu não me culpo por ter ficado com elas assim. ‘Quero, obrigado.’ Empurrei o copo pra ele, quando ele começou a tomar, vi um grupo de garotas apontando pro lado onde agente tava. ‘É melhor você se esconder.’ Ele olhou, pois o capuz e começou a se esconder, eu comecei a rir, ele me olhou sem entender muito, e se escondeu de novo. Realmente, o esconderijo era tão bom, que milhares de garotas vieram mais perto. Até que eu, nada inteligente, resolvi perguntar: ‘Para de beber, , sua mãe vai te matar.’ Explicando: é um dos poucos que eu comecei a falar, e, bem... Ele é meio mano, e rebelde. Quando eu falei isso geral se afastou, ninguém fala com ele. Mais uma vez, me olho sem entender muito.
- Você sempre faz isso?!
- Isso o quê?
- Surpreende as pessoas. – E deu mais um daqueles sorrisos que... Pqp. Ninguém merece. Sorri também, é impossível ver aquele sorriso e não conseguir sorrir. A gente fico se olhando, e porra, como ele é lindo. Talvez a noite entediante não fosse tão entediante...
- Tenho que achar meus irmãos. – Ou talvez fosse. Maldita boca. Cabeça, sei lá.
- Ok... – fiz uma cara de conformada.
- Não precisa mais. – Ele abriu um sorriso, não, um sorriso não, O sorriso, e eu olhei pra trás. Dava pra acreditar que eu estava perto dos irmãos Jonas, enquanto todas as garotas da festa estavam procurando-os?
- Quem é a sua heroa?
- Heroína, .
- Então, o que eu falei? – falo em tom sarcástico, e virou os olhos para a bobeira do irmão. abafou uma risada, e eu apenas sorri.
- . – é. Conversar com os Jonas Brothers é uma honra. Na verdade, eu mal sabia o que falar, ou dava uma tirada neles, ou apenas ria.. E muito. Então, alem de lindos, simpáticos, educados, músicos, PUROS, eles eram legais e engraçados? Cara, cadê os Jonas Brothers brasileiros? Podiam abrir uma fabrica ou algo do tipo. Bem, passamos a noite todas conversando sobre coisas toscas e... rindo. falava que eu era estranha, falou que eu parecia um alien, falou que eu era apenas... diferente. E depois disso abriu aquele sorriso, que eu não preciso nem comentar, preciso?! Depois de um tempo, chegou a pra falar comigo e teve trecos. Começou a gritar que nem louca, virou pra mim e cochichou 'era essa a reação que agente esperava de você também.' Senti meu coração começar a pular cordas. Bem, a melhor coisa da é que ela consegue concertar as cagadas que faz. Pediu desculpas e começou a conversar normalmente... Ou quase. É que ela não parava de rir, por qualquer coisa, e os olhos dela brilhavam. Quando ela deixou a gente, meio que acabou a festa. Eles fizeram questão de ‘levar a alien pra casa.’ ...dá pra acreditar?! Lógico que eu aceitei, não sou tão louca assim. Por incrível que pareça, a primeira coisa que eu fiz quando cheguei em casa foi ir pra varanda. Já eram 5 da manhã, mas eu tinha esperança de falar com meu vizinho-sombra. A verdade é que nenhum Jonas Brothers iam fazer eu esquecê-lo. Escrevi num papel ‘Hey sombrinha’, enrolei numa pedra e joguei. Demorou pra chegar a resposta, pra ser sincera, eu tava quase desistindo quando vi uma sombra na varanda. Sorri, talvez apaixonadamente, e esperei a resposta.
'Sombrinha? Uau. Que apelido romântico!' '...então, o que fez hoje?' – acho que ele já se acostumou com minha mudança repentina de assuntos, e vice-versa.
'Passei o dia todo esperando anoitecer pra falar com você. E você?' – depois eu que sou a romântica.
'Sei lá. Não esperei pra chegar a noite, porque não ia falar com você tão cedo... Aliás, já ta quase amanhecendo. Mas minha noite não foi tão entendiante.'
'Por que não?'
'Você não ia acreditar.'
'Eu acredito em você.'
'Conheci os Jonas Brothers.'
'E como eles são?'
'Legais.'
'Você vai se aproveitar da amizade deles?'
'Pra quê? Claro que não... Eles devem estar cansados disso e eu não sou tão idiota a ponto.'
'Então, ta na hora de eu te mostrar algo.'
'O quê?’ - Ele acendeu a luz e meu coração começou a pular corda de novo. Adivinha só quem era meu vizinho sombra? Nada mais, nada menos que Jonas. Ele abriu um sorriso e acenou.
'Eu não esperava que fosse você. – ta, mas bem que eu queria que fosse. – Por que não me falou antes?'
'Por medo...?'
'De que?'
'De que você fosse tão idiota a ponto de se aproveitar da minha amizade e eu tivesse que me afastar de você.'
'Você pensou que eu fosse idiota?'
'Eu sabia que você era diferente. Mas as pessoas mudam muitas vezes, sabe? Só que eu sei que posso confiar em você.'
Bem, a verdade é que nas ultimas semanas eu mudei completamente a minha opinião sobre New Jersey. Tava cada vez mais amiga dos Jonas, a gente ia quase todo o dia pra uma praia “abandonada” que tinha perto de casa, ou eu ia pra casa deles, e vice-versa. Eu ainda falava com o de noite, através de pedras, esse era nosso segredo. Era impressionante como a gente se dava bem, como ele (não só ele, todos os Jonas, mas ele especialmente) me conhecia e vice-versa. E a então? A gente estava realmente muito amigas Ela também tentava se aproximar deles, mas, modéstia parte, fui melhor nisso. Ela é uma das minhas únicas amigas, uma das únicas que me entende... to começando a gostar realmente daqui.

Capitulo 3 – Viciando

Acordei hoje e a primeira coisa que fiz foi tirar as fotos do meu ex-namorado do mural de fotos, e por uma do , da , uma do e outra do . Não me senti mal por ter tirado as fotos dele, nem sentia mais muita falta, pra dizer a verdade. Passei a tarde toda com ela e , fazendo trabalho. O veio aqui em casa, no meio da tarde, pra me chamar pra ir pra praia, e a deu muito em cima dele, ele ficou se achando... Aff. Como ela é atirada. Se bem que ela não sabe que... ah, esquece. Bem, já são 20h, e o que eu to fazendo? Varanda. To viciada nesse garoto. Eles viciam. Suas musicas viciam. Suas vozes, seu humor, suas risadas viciam. Podiam ser maconha. Entram no seu sangue, te tranqüilizam ou mudam seu humor, e... viciam. É, maconha se encaixa neles. Mas com o é mais forte. Parece que quando eu to com ele tudo fica bem, que ele pode me proteger, que nada de mal pode me acontecer, e quando eu olho pra ele... Ah, desisto. Não se apaixonar por ele está totalmente fora de cogitação. Conclusão: Os Jonas são piores que qualquer droga. Enfim, essa droga chamada não está na varanda hoje, droga!
- Tava me esperando? – Olho pro lado e abro um sorriso ao ver aquele sorriso.
- Para de ser convencido!
- É algo natural, ué. – Ele ficou do meu lado, olhando a varanda dele? – Cheguei a conclusão de que é melhor falar com você ao vivo... Escutar sua voz. Gosto dela. Aliás, quem era aquele garoto hoje?! – Como ele consegue ser tão romântico e tão idiota no mesmo minuto?
- Meu namorado. – ta, foi realmente uma brincadeira má. Como eu sou cruel! A reação dele foi fofinha. Fico me encarando nos olhos, até eu rir e falar que era brincadeira, era só meu amigo.
- Eu sabia que você não era tão burra de me trocar assim. - A gente ficou conversando até não ter realmente NADA pra falar (ou eu achar que não tinha mais nada.). Falamos sobre música, o que você quer ser quando crescer, com quantos anos pretende casar, qual flor é mais cheirosa, quantas estrelas existem, no que agente acredita, jogos, ETs e coisas assim.
- Do que você tem medo?
- Tenho medo de morrer sem viver tudo o que eu precisava, sem ter aproveitado a vida o suficiente.
- Tenho medo de te perder e viver sem você. – Ele disse isso e olhou pros meus olhos, esperando uma resposta. Isso fez com que nascesse um monstro na minha barriga, ou melhor, dois, lutando luta livre, ou um vulcão entrando em erupção, e meu coração começou a pular corda, de novo. Só que mais rápido que todas as vezes. Ele ainda tava me olhado, e a única coisa que eu fiz foi me aproximar mais dele, até encostar minha cabeça no seu peito, fazendo com que ele me abraçasse e me desse um beijinho na testa. Fiquei tão quente, que quase tirei o cobertor que estava nos cobrindo... Mas estragaria o clima.
- Eu te amo. – foram as únicas palavras que saíram da minha boca.
- É... eu também. Muito. – a gente ficou um tempo abraçado, e o sol começou a nascer. Quer coisa mais romântica? E eu nem tinha dormido ainda... Único problema é que vai ter almoço de família na casa deles hoje, e eu vou.
- Agora que já vimos o sol nascer, a senhorita me deixa livre pra ir dormir, se eu prometer sonhar contigo?
- ... Ahh, só se sonhar comigo!
- Não vai ser difícil. E, com o famoso sorriso, deixou minha varanda. Deitei na minha cama e desmaiei, acordei 12:30, ou seja: atrasada. Acho que nunca me arrumei tão rápido, cheguei na casa deles, e as primeiras pessoas que vi foram e . Que, por acaso, me atordoaram como perguntas tipo: ‘Como foi a noite?’ ‘Rolou?’ ‘Ele beija bem?’
- Não rolou nada...
- Quando eu falo que meu irmão é lerdo... – Começa .
- Eu não to mentindo. – Completa . Olho pra porta e vejo com uma cara de sono, pior que a minha. Mesmo assim... ta lindo.
- Hey. - Ele disse com o sorriso.
- Heey.
- Eu não acredito que vocês passaram a noite toda juntos... - Começou , girou os olhos.
- E não rolou nada, nem um beijinho! Você é muito lerdo, Jonas. – Completou
- Cala a boca. – Disse , dando um tapa na cabeça de .
- É verdade! Eu teria pegado.
- Uau... Que mesa grande. – comecei, tentando mudar de assunto.
- É pra caber toda a comida que a mãe traz. – Parecia que tinha entendido meu plano.
Ta, depois que a mãe dele chegou, eu entendi o que ele tinha dito. Caramba, como eles comem tudo isso?! A mesa tava LOTAAAAAAAAAAAADA de comida, de todo o tipo. Como eles são tão magros? Vou me lembrar de perguntar isso na próxima conversa com o . Bem, a mãe deles... O que eu posso dizer? Simplesmente ma-ra-vi-lho-sa. A comida então, puutz, nunca comi tanto e tão bem. Sem contar que ela me tratou muito bem, como se eu fosse da família e ela me conhecesse a anos. Me senti em casa... Me senti no Brasil. E o pai deles? Quando soube que era pastor, imaginei alguém serio, cheio de costumes e essas coisas. Percebi que me enganei. Ele não para de fazer piadas, tem um humor ótimo..Agora eu sei porque a família é tão perfeita! Isso sem falar do Franklin. Nem parece que ele tem 8 anos! É que, normalmente, garotos de oito anos são pirralhos... E ele não era. Depois do almoço, a gente foi brincar, enquanto a mãe deles ia fazer a sobremesa. Acho que vou sair daqui obesa. Bem, a gente começou a brincar de bobinho. Começava com o , ele se jogava pra tentar pegar a bola do Franklin, só por brincadeira ou exagero, e não conseguia. Franklin ficava se achando, e eu comecei a rir. e pareciam estar totalmente acostumados com isso, apenas olhavam. Depois, pegava Franklin no colo e fazia cócegas, e eles riam muito. O menino pegou a bola e saiu correndo, com correndo atrás, até que o menino derrubou a bola nos espinhos. Quando seu olho começou a aguar, falou: ‘vamos brincar de pega-pega?’ E o pequeno abriu um sorriso de novo. ‘Um... dois, três, e...’ saiu correndo atrás dele, e depois atrás de mim. Comecei a correr e rir, quando vi que tava perto de mim, parei e virei pra trás, trombei com ele, e ele meio que me deu um abraço e cochichou no meu ouvido, com uma voz que fez os monstros da minha barriga darem sinal de vida de novo: ‘Pega.’ E saiu correndo. Comecei a correr atrás, quando o Franklin se meteu na minha frente, como um super-herói, e eu fui atrás dele. Consegui o pegar, ta, não foi muito difícil, mas eu fingi que era. Ele foi atrás de , que começou a correr em câmera lenta, uma cena realmente hilária. Finalmente e reapareceram (ta, nem percebi que eles tinham sumido), com duas caixas cheias de bexigas – com água -, e jogaram uma em mim, me molhando toda. deixou uma caixa no chão, e o quintal se transformou em um campo de batalha: Eu, e Franklin x e . Acho que nunca fiquei tão molhada! Lógico que a gente ganhou, Franklin tinha uma visão ótima...Em compensação, todas que eu jogava, acabava errando. Quando acabaram as bexigas, me vi totalmente molhada. A gente tava atrás de uma pedra, e os “inimigos”, atrás de outra. Saí detrás dela, quando veio com uma mangueira, me molhando mais. Ta, o que mais me chamo a atenção não foi a mangueira e o jato de água que veio na minha cara, e sim, ele sem camisa. Pqp, depois dizem que não existe perfeição... Bem, voltando, comecei a rir e tentar tampar a água. Ele largou a mangueira e começou a vir pra perto de mim, com aquele sorriso maroto que ah, nem precisa comentar né? Um beijo? Poderia até ser... Ele tava vindo cada vez mais perto, com o rosto perto, quando eu interrompi aquela cena, com um 'sua mãe chego.' Idiota, eu? Não. Apenas difícil, haha. Acontece que pareceu que ele ficou arrasado com isso. Não falou comigo direito a tarde toda, e de noite? Bem, já são 9 horas e eu to aqui esperando ele aparecer na janela. Ah, amanhã eu falo com ele.

Capitulo 4 – Decepões.

Acordei na hora do almoço. Caramba, como eu dormi. Almocei e fui direto pra casa dos Jonas, não resisti, tenho que falar com o o mais rápido possível, e dar aquele beijo que eu, burra, fui interromper. Toquei a campainha, e quem atendeu não foi ele, foi , que me olho com uma cara de conformado e me comprimento com um ‘Hey alien’ meio desanimado.
- Ooi. Ta tudo bem?
- Comigo... Sim! E com você?!
- Ah, to bem. Cadê o ?
- Vai consertar a cagada de ontem?
- Hã?
- Não beijar ele. Ele fico arrasado. Nunca levou um fora, sinto lhe informar.
- Não foi um fora..
- Ele saiu, gatinha.
- Ah, ta. Depois eu volto, tosco. - apelidos carinhosos :x. Bem, tenho que achar o ... Não to afim de ir pra casa, nem um pouco. Minha mãe ta chata, implicando com tudo que eu faço, pra variar. Fui pra praia. É meu lugar preferido, depois da casa dos Jonas. Fui pensando no que fiz ontem... Foi chato, mas não o fim do mundo. Por que ele se irritou tanto?! Pelo menos vai dar pra ver se ele gosta de mim ou ele vai desistir. Continuo andando pela praia até que... Um baque. Ta, meu coração começou a pular cordas de novo, e os monstros começavam a lutar luta livre também, só que de outro jeito. Sem felicidade, sem amor, com decepção, raiva... Os monstros se socavam com tanta força que eu pensei que ia vomitar um deles. Meu coração pulava as cordas com tanto desprezo, meus olhos se encheram de lágrimas e a única coisa que consegui fazer, foi sair correndo, chorando. O que eu vi? O único cara por quem eu me interessei aqui, a única pessoa pela qual eu sorria todo o dia, levantava e conseguia pensar que a vida podia ser boa, Jonas, beijando a minha única e melhor amiga, . É realmente hilário, né? Num dia você tem tudo, e no outro, nada. Não vou dizer que to mal, porque não to. Ta... eu to. To decepcionada, esperei mais dele, sabe? Alem disso eu to com raiva, raiva dele e de mim, por ser tão falso, tão... desprezível, quando eu me iludi pensando que ele era diferente. A verdade é que ele é igual a todos, até pior. Ainda correndo, quando me vi eu tava na casa das pessoas que eu mais gostava. Er, fora uma. Amo e , odeio o . Não, não odeio... mas, ah, não o amo. Não mais. Bati a porta, e quando abriu dei um abraço nele, um abraço realmente bom. Ele não entendeu nada, ou entendeu tudo, por isso não fez nenhuma pergunta e apenas disse pra eu ficar calma. Quando eu o soltei, ganhei outro abraço, do , dizendo que seu irmão era um idiota e que não era pra eu ligar. Como, como não ligar? pegou um pouco de água com açúcar, eu tava muito nervosa, não conseguia falar, apenas chorar, e chorar. Eles me abraçaram, e ficaram ouvindo eu chorar... Até que eu me acalmei, e começou a fazer piadas sobre garotos, seguidas de discussões com o , o que me fez rir.
- Viu, seu tosco, eu a fiz rir.
- Ela ta rindo da discussão, não da piada, seu tosco.
- Sério? – Ele virou pra mim
- Cara, você já cagou hoje? – falava ironicamente.
- Já... duas vezes, no seu banheiro.
- Vamo brincar? – precisava me animar, se eles não iam dar a idéia, eu dava.
- VAAMO! – jogou uma almofada em mim
- Hey, também quero! – e iniciou-se uma nova guerra. Comecei a rir, não tanto, mais ri. Achei que a gente ia destruir a casa de tanta bagunça que fizemos. Tinha meio que me esquecido do , ta, esquecido não, mas eu tava bem. Quando a gente parou de brincar, olhou pro relógio e cutucou com cara de preocupado, olhou pro relógio e fez uma careta.
- ... Vamos subir?
- Por que ?
- Ah... Eu quero subir... E o também! – assentiu com a cabeça. Caramba, como eles sabem mentir.
- O ta chegando né?
- É...
- Ah, vou embora.
- Hã? Não! E se ele te ver aqui, vai se sentir culpado. Qual é, , ele te ama, ta na cara dele. – bem nessa hora, abre a porta. E atrás dele, , rindo, com uma cara de apaixonada que, aff. Prefiro nem dizer nada. ficou me encarando, intacto. O encarei também, senti meu coração pegar uma faca e começar a se cortar em fatias. E os monstros que estavam lutando luta livre se machucarem de tantos socos. deu um sorriso pra mim, e falou que queria me contar as novidades.
- Já percebi o que aconteceu , e eu to feliz por você. – dei ênfase no você. - Depois você me conta melhor, tenho que ir pra casa agora.
- Mas eu tenho que te contar... Sabe, detalhes. – Ela deu um sorriso... idiota. Ah, contar detalhes? Pra quê? Pra eu ouvir os momentos bons que eles tem juntos? Pra ver que ele ilude ela como me iludiu? Pra ouvir como o sorriso dele é bonito, como faz tremer as pernas, como ele beija bem, como ele é perfeito e blá blá blá? De Boa, não.
- Não , vamo lá jogar... – Começou
- Não, to indo embora, gatinhos. Beijo, amo vocês. – Dei um beijinho em cada, depois um na , fingi que não estava ali. Inventei uma desculpa pra não passar lá em casa depois que saísse da casa deles, falei que e iam lá. E não é que os dois moleques foram?! Quando saiu – com a – eles vieram correndo pra casa, e a gente passou a noite toda falando merda, contando piada e comendo pizza com refrigerante na frente da casa deles. chegou meia-noite, a gente têm aula amanhã, e “ não podia chegar tarde.”
Lembra quando eu disse que ia ouvir os momentos felizes dele, toda essas coisas? Bem, não foi bem assim. Quer dizer, fiquei a manhã inteira ouvindo como ele é bonito, perfeito, todas essas bobeiras que me fazem ficar pior. Mas, a verdade é que ela não falo nada do tipo ‘ele falou que me amava, poxa, como ele é romântico.’ Ela só fico falando que ele beija bem, canta bem, essas coisas. Mas não ouvi ela falar do sorriso, nem do olhar, nem de ele a abraçar... nada. Ou seja, só comigo ele era romântico assim. Ah, pra quê? Meu Deus, se ele me ama como dizia que amava, por que fez isso?! Já faz mais ou menos um mês que eu to tendo que aturar isso. Ouvir falar dos momentos ‘perfeitos’ que eles tem nos finais-de-semana. “Sabe, ele trabalha muito.” Trabalha o caramba! Ele fica a tarde toda naquela varanda ridícula, que eu odeio mais que tudo. Bem, faz um mês também que eu não troco uma palavra com ele. No máximo, ás vezes, quando ele atende o telefone 'seu irmão ta?' 'ta.' E pronto. Só isso. E ás vezes, só por isso eu ficava mal. É impressionante, como algumas pessoas conseguem estragar seu dia, sua vida, né? Lembra quando eu disse que aqui ia ser diferente, ia ser melhor, que eu tava enganada quando pensei que minha vida aqui em New Jersey ia ser uma bosta? Então, retiro tudo o que eu disse. As únicas pessoas que fazem aqui “valer a pena” são , e ... Meus melhores amigos. Não culpo a , aliás, amo ela, e tenho certeza de que ela me ajudaria se soubesse da situação. Mas justamente, por ela ser minha melhor amiga, eu não quero estragar a felicidade dela, sabe? Culpo o , por ser tão estúpido, infantil... Sim, eu sinto falta de falar com ele, rir, abraçá-lo e me sentir protegida. Sinto falta dos bilhetinhos que ele me mandava, das madrugadas em claro conversando, das brincadeiras... Dele. As vezes, eu ainda choro, mas escondida. Não quero que ninguém veja que eu to mal, que ninguém tenha dó de mim por eu ter sido ‘trocada’ pela minha melhor amiga.

Capitulo 5 – Arrependimento (?)


Essa semana a não ta muito bem... Na verdade, ela ta muito mal. Ta falando que o namoro dela com o ta estranho, mas não entrou em detalhes. e falaram que ele ta estranho mesmo, que não fala direito, não come direito, e que fica o dia todo no seu quarto escrevendo e tocando musicas melancólicas. Hoje, quando voltei pra casa, vi ele na varanda tocando violão, com a cara toda inchada de tanto chorar. Vi que ele tava mesmo mal... Me deu vontade de ir lá falar com ele, mas aí eu lembrei de tudo que ele tinha feito, de como eu tava mal também, e por sua causa. Então, meu orgulho falou mais alto e eu fiquei apenas admirando a paisagem da varanda vizinha. Meu telefone tocou logo cedo, era . Ela disse que ia terminar com . Perguntei por que, e ela disse que ele não a amava, que ela devia saber disso desde o inicio e me pediu desculpas. Quando perguntei “desculpas por quê?” ela desligou na minha cara, a voz dela tava com voz de choro; liguei de volta e ela não me atendeu. Três horas, eu fui pra casa dos Jonas, toquei a campainha e quem atende? É, a única pessoa que eu NÃO queria ver: Jonas. Ele tava arrumado, parecia que ia sair... Certeza que ele ia sair, com a . Será que eles iam terminar?
- Oi. – patético.
- Cadê o e o ?
- Eu to bem também.
- Cadê... O ... E o ? – tentar manter a calma nessas horas faz parte.
- ...
- ! – os dois desceram a escada correndo, olharam assustados e eu passei por sem olhar pra cara dele.
- Hey alien! – disse .
- Ooi, meus amores. – beijinho em cada um dos irmãos. Me aproveitar dessas situações faz parte.
- ... – começou o . Só de ouvir aquela voz, me deu vontade de virar e dizer que eu o amo, mesmo ele sendo um estúpido. Me deu vontade de o abraçar e me sentir protegida, de olhar naqueles olhos e ver o sorriso que faz meu coração ‘pular cordas.’ Maas, querer não é poder, né?
- Não quero falar com você, . – e continuei andando. Quando saí da casa deles, fui direto pra praia, que não ia desde que vi e se beijando lá. Aquele lugar era tão especial pra gente, como ele pôde fazer isso? Mas, bem, lá me fazia pensar... E apesar da má lembrança que eu tenho de lá, que me fez chorar esse último mês... Lá tinha muitas boas lembranças, também. Dias totalmente perfeitos com os irmãos Jonas. Quando valia a pena morar naquela cidade. Sentei perto da maré, gostava de sentir a areia molhada... Comecei a me lembrar de um dia que a gente tava brincando de futebol na água... Aquele dia foi perfeito. Tudo estava indo tão perfeitamente, como pôde acabar assim, tão rápido? Me peguei rindo, com os olhos aguando, totalmente perdida nas lembranças boas e más. Como posso ser tão sensível? Fiquei olhando o mar, até que uma pedra aparece do meu lado, uma pedra com um papel enrolado nela. Olhei pra cima e quem eu vejo? O cara que me acabou com a minha vida depois de a ter transformada perfeita, o cara que me fez chorar, o cara que eu desprezo, o infantil, o cara que beijou minha melhor amiga depois de dizer que me ama, que tem medo de viver sem mim, o cara... que eu amo. Ele estava me olhando, nos olhos, como sempre fazia. Só que dessa vez não sorriu; e o olhar dele não transmitia tanta alegria como antes... Transmitia arrependimento. O olhar dele estava confuso, ao mesmo tempo, demonstrava segurança. Como se ele tivesse certeza absoluta do que estava fazendo, mas não sabia se isso era o certo. Abri o papel, que era grande, e tava escrito a música Can’t Have You, que ele escreveu. Li cada frase com uma dor no peito, e quando terminei de ler, as lágrimas já estavam escorrendo no meu rosto. Virei o papel, e tava escrito 'I miss you' no verso da folha. Olhei pra ele, meio confusa, e perguntei:
- Pra que isso?
- Podemos conversar?
- Depende.
- Do quê?
- Sobre o que você vai conversar comigo.
- Bem... a gente já iniciou uma conversa com você me perguntando isso. – apenas ‘ri’ pelo nariz, mas sem sorrir.
- Na verdade, além do meu desejo compulsivo e desesperado de querer ouvir sua voz, eu precisava te... explicar algumas coisas. – ele olhou pra mim como se esperasse resposta, como eu fiquei quieta, ele continuou:
- Eu sei que eu fui um idiota, estúpido, mas na verdade, eu só queria te “fazer ciúmes”, sei lá. Cara, eu sempre fui do garoto que espera a garota certa pra tudo, e fazia tempo que eu me apaixonava, não como eu me apaixonei por você. E quando você “negou” meu beijo... Sabe, eu esperava que não fosse assim, parecia que você também me amava. Aí eu enfiei um monte de coisas na minha cabeça, como que você só se aproximou de mim pra se aproveitar, que você era igual as outras, que você tava me usando... Aí eu lembrei da , eu sabia que ela era sua melhor amiga. E, bem, deu no que deu. A verdade, é que eu te amo, como nunca amei ninguém, desde a primeira conversa... E eu só queria que você me entendesse, eu SEI que você me entende. Você sempre me entendeu. – eu tava pasma, confusa, sei lá. Não sei como fui capaz de dar uma resposta, eu tava chorando, os olhos dele também estavam aguando, eu não conseguia olhar pra ele... Bem, juntei todas as forças que me restavam e as que eu não tinha também, e comecei a falar.
- Que bom que você só me pediu pra eu te entender. Porque entender eu entendo, mas perdoar? Cara, a minha melhor amiga deve estar chorando agora, como eu fiz na maior parte do mês, por sua causa! – eu comecei a sentir lágrimas escorrendo dos meus olhos, não pude contê-las. – Como você acha que eu to me sentindo? Você acha que é fácil? Eu também te amo, mas , sinto muito se eu não sou quem você esperou que eu fosse.
- E como você acha que EU to me sentindo? Por acaso, você acha que eu não passei a metade do mês chorando? É, não passei a metade, passei o mês inteiro! Assim que eu beijei a eu me arrependi completamente. Não terminei por dó. Você acha que eu ficava bem, sem falar com você, sem ver você e não poder te dar um abraço, sem te ver sorrir? – ele começou a chorar também, o que me deu mais vontade de chorar. – me perdoa, por favor. Eu sei que não foi o certo, mas por favor, me da uma chance. Vamos começar do zero, eu te amo, . – não respondi, apenas virei a cara pro lado oposto, onde não pudesse ver seu rosto, fiquei observando o mar, pensando. Ele esperou um tempo, em silencio, até que se levantou e disse:

Capitulo 6 – Recomeçar

- Tudo bem... você que sabe. – Ele saiu andando, ainda olhando pra mim. – Te amo muito, de verdade. E queria te pedir pra não esquecer dos momentos bons... Porque eu jamais esquecerei. - virou de costas, e começou a andar. Antes que eu pudesse pensar no que eu fiz, eu disse:
- Não quero começar do zero. – me levantei, alguém me lembra de eu me xingar depois? Comecei a andar em direção a ele, que parou logo que eu falei a primeira palavra – Quero recomeçar, a partir do ponto que deu errado. – achei que ele não ia entender, ele me olhou confuso, aquele mesmo olhar confuso que passava segurança. Eu continuei olhando nos seus olhos, ainda com lágrimas, e ele veio em minha direção, até ficar muito perto... foi quando ele pegou nas minhas duas mãos, encostou seu corpo no meu, eu fechei meus olhos, e imaginei ele fechando os seus também. Ficamos um tempo apenas sentindo um ao outro, sua respiração estava ofegante, lágrimas ainda caiam dos meus olhos, e dos dele também, pude sentir. Ele apenas encostou sua boca na minha, dando um selinho completamente inocente, porém... perfeito. nossas bocas se encontraram novamente, dessa vez com um beijo de língua, um pouco desajeitado no começo, ambos estavam com medo, devo admitir... mas logo depois, entraram em plena sintonia. Ele tirou suas mãos, e as colocou na minha cintura, eu pus uma na sua barriga, e outra na nuca, onde pude mexer com alguns fios de cabelo dele. Paramos de nos beijar e ele começou a fazer carinho em mim, o abracei, ainda de olhos fechados, e quando abri, vi que ainda tinham lágrimas no seu rosto. As limpei, dei um beijinho nele e sorri, ele sorriu também... Quanto tempo eu não via aquele sorriso, ah, que saudade que eu tava dele. Ele ainda parecia confuso, porém, feliz.
- Promete que nunca mais vou te perder?
- Você nunca me perdeu de verdade, bobinho. – Ele sorriu de novo, dessa vez mais confiante. Me abraçou por trás, e me levou pra perto de uma pedra, onde sentou, e apoiou suas costas nela. Fez sinal pra eu sentar, e eu sentei também. Ele me abraçou e me deu um beijinho na testa, e eu me senti protegida, o que fazia tempo que não sentia. Ele pegou na minha mão, e eu intercalei meus dedos nos seus, começamos a olhar o mar, até que eu resolvi perguntar:
- Por que vocês terminaram?
- Quem? Eu e a ? – eu assenti com a cabeça - Ah... ela falo que eu te amava, e isso tava escrito.
- Escrito onde?
- Nos meus olhos.


“FIM”..

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a musica can’t have you, gente:

Can’t Have You

Long ago You were gunna leave / há muito tempo você ia embora
Never thought You would really go / nunca pensei que voce realmente iria
I was blind, Baby, now i see / eu estava cego, baby, agora eu vejo
Broke your heart, Now I know / eu parti seu coração, agora eu sei.
That i was being such a fool / que eu estava sendo um bobo
That i didn't deserve you / que eu nao te merecia
Don't wanna fall a sleep / nao quero dormir
Cuz i don't know If i can dream about you / porque eu nao sei se eu consigo sonhar com você
And i don't want To cause a scene / e eu nao quero causar uma cena
Cuz i'm dying without your love / porque eu estou morrendo sem seu amor
Baby, to hear your voice / baby, eu quero ouvir sua voz
Tell me you love me too / diga que voce tambem me ama
Cuz i'd rather just be alone / porque é melhor ficar sozinho
If i know that i cant have you / se eu souber que nao posso te ter
Looking at the letter you wrote Wondering / olhando a carta que voce escreveu
If i'll ever get you back / imaginando se algum dia eu terei voce de novo
Dreaming about When i'll see you next / sonhando com quando te verei de novo
Knowing that i never will forget/ sabendo que eu nunca esquecerei
That i was being such a fool / que eu estava sendo um bobo
That i still dont deserve you / que eu nao te merecia
Don't wanna fall asleep / nao quero dormir
Cuz i don't know If i can dream about you / porque eu nao sei se eu consigo sonhar com você
And i don't want To cause a scene / e eu nao quero causar uma cena
Cuz i'm dying without your love / porque eu estou morrendo sem seu amor
Baby, to hear your voice / baby, eu quero ouvir sua voz
Tell me you love me too / diga que voce tambem me ama
Cuz i'd rather just be alone / porque é melhor ficar sozinho
If i know that i cant have you / se eu souber que nao posso te ter


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