In the beginning
(No começo)

I tried to warn you
(eu tentei avisar você)

You play with fire
(Você brinca com fogo)

It's gonna burn you
(vai se queimar)

And here we are now
(E agora estamos nós aqui)

Same situation
(na mesma situação)

You never listen
(Você nunca ouviu)

I never listen
(eu nunca ouvi)

Now I'm thinking of a way that I can make an escape
(Agora estou pensando em uma maneira de escapar)

It's got me caught up in a web and my hearts the prey
(Me pegou em uma teia e o meu coração é a presa)

Do you really wanna throw your heart away, away, away
(Você realmente quer jogar seu coração fora?)


Era a milésima vez que eu a ouvia reclamar por uma desilusão amorosa. Para ser realista, eu fingia que a ouvia; estava em meu modo ‘ausente’; a ladainha era sempre a mesma: “ele me largou, . Por uma qualquer. Eu ainda amo ele. O que eu faço e blá blá blá”.
Não era como se eu fosse um péssimo melhor amigo, não por pensar isso enquanto ela reclamava. Era só que era difícil vê-la sofrer por outro cara, se é que ele pode ser classificado assim, que só pensava em sexo. Ela parecia ter um imã de caras que não prestam.
Lembro-me muito bem do dia que ela conheceu .

Flashback

- , é meu aniversário. Você, com certeza, vai a essa boate comigo.
- Jogo baixo – bufou, derrotada.
A boate estava cheia, afinal, era uma sexta-feira e todo mundo queria aproveitar o início do fim de semana prolongado.
Sentamo-nos no bar (não havia mesas, só a pista de dança) e ela pediu um drink especialmente para mim, algo que eu nunca tinha provado; chamava-se Exótic. Era muito bom, bebi mais dois em seguida. me acompanhou com um Drink dos Deuses.
Ficamos conversando e rindo, já alterados pelo álcool. Foi quando, subitamente, me deu vontade de contá-la meu maior segredo, escondido há dois anos, dois longos anos.
- ... – chamei-a tão baixo que nem eu me ouvi.
- do céu – disse ela, virando-se para mim repentinamente. – Tem um cara lindo me olhando, eu vou falar com ele.
E sem ao menos esperar eu responder, ela foi para a pista dançar com ele, me deixando sozinho no bar.

Flashback Off

Quando ela me falava sobre seus relacionamentos, eu e todos ao redor percebíamos que o atual pseudo-namorado não valia o chão que pisava, mas ela se ilude fácil. Eu sempre dizia a ela: “Eu te avisei, só você não percebeu”. Como o melhor amigo, eu dava o máximo de conselhos possíveis, que eu esperava que fossem, senão aproveitados, pelo menos refletidos, mas ela não me ouvia. Se eu falasse todas as qualidades que achava dos garotos que ela se apaixonava, ela diria que eu não entendia, e não falaria comigo por um bom tempo.

Now you're back
(Agora você voltou)

Track you're running away
(Você está fugindo )

Cause it just happened again
(porque isso aconteceu novamente)

And you just wanted to win
(e você só queria ganhar)

Trying your best not to let yourself go cold, so cold
(Dando o seu melhor para que você mesmo não fique frio, tão frio)

Now you've figured out the things you thought you wanted to say
(Agora você pensa nas coisas que você pensou que queria dizer)

But when you open up your mouth they don't come out that way
(Mas quando você abre a boca, não é isso que sai)

Are you really gonna throw your heart away, away, away
(Você vai realmente jogar fora o seu coração?)

havia alimentado sentimentos a mais por . Explicarei o “a mais”. Depois do classificado o pior aniversário da minha vida e um dos piores dias da minha existência, perdendo apenas para o dia que vi meu pai jogar a aliança na cara de minha mãe e dizer que ia viver com sua família de verdade, com uma mulher que, diferente de minha mãe, conseguiu dar-lhe a filha que ele sempre sonhou em ter; ela e o canalha começaram a sair. Toda semana eu a chamava para algo novo, como era de costume, mas ela não podia. Estava muito ocupada indo ao cinema, ao bar, ao parque, à casa de ; o mundo dela passou a se resumir nessas quatro letras. Obviamente eu ficava feliz por ela, já que ela sempre fora minha melhor amiga; a felicidade dela era mais do que importante. O real problema é que ela não via o que eu via. Para ele, tudo não passava de uns amaços para saciar sua vontade masculina, mas queria mais, ela nutria a falsa esperança de que um dia eles virariam namorados.
Essa história não era bem uma novidade para mim, mas dessa vez ela caiu de cabeça na relação, e deu no que deu. Mais lágrimas e sofrimento. No fim o sofrimento não era só dela.
- Eu devia ter dito a ele: ‘, você é um canalha sem vergonha que não merece nem mais um segundo ao meu lado’ e logo depois ter dado um tapa na cara dele, mas quando eu vi ele com aquela... prostituta... – sua voz falhou e ela soluçou, deixando mais algumas lágrimas rolarem por seu rosto já muito avermelhado. – Eu sou uma idiota mesmo.
- , não fala assim. Você não é idiota, só não tem sorte com relacionamentos – disse reprimindo minha vontade de falar que eu tinha razão mais uma vez quando dizia que ele era igual aos outros. – Pare de chorar, não vale a pena se desgastar por ele – completei com a voz mais calma que consegui, abraçando-a em seguida.
foi se acalmando e parou de chorar, enfim. Apertou o abraço e beijou-me na bochecha esquerda. Segurei o ar momentaneamente, aquele tipo de aproximação não me fazia bem de forma alguma. Ela soltou-se e me olhou nos olhos sorrindo.
- Obrigada, você é a melhor pessoa que eu já conheci. Não sei o que seria de mim sem você – sorri com suas palavras, eu sabia que não era tudo isso, mas era bom uma calibrada no ego às vezes. – Eu amo você, .
Meu sorriso sumiu e eu vacilei por um instante antes de respondê-la:
- Eu também te amo, – mal sabia ela o verdadeiro sentido que as palavras ‘te amo’ tinham quando eu as dirigia a ela.

Everybody's hurt somebody before
(Todo mundo já machucou alguém)

Everybody's been wound by somebody before
(Todo mundo já foi machucado por alguém)

You can change, but you'll always come back for more
(Você pode melhorar, mas sempre vai voltar para mais)

It's a game and we're all just victims of love
(É um jogo e todos somos apenas vítimas do amor)

Don't try to fight it
(Não tente lutar)

Victims of love
(vítima do amor)

You can't decide it
(Você não pode decidir)

Victims of love
(vítima do amor)

Victims of love
(vítima do amor)

Flashback

Não agüentava mais ver minha mãe chorando pelos cantos da casa. Ela tinha que superar a partida de meu pai. Ela era a única que não via que ele estava traindo ela. Todas aquelas viagens inesperadas e gastos além do necessário tinham que ter uma explicação, e eu sabia muito bem que a empresa nada tinha a ver com isso. O safado (não o considerava mais meu pai) ainda fez questão de esperar eu completar a maior idade para não ter que pagar pensão.
Sai de casa sem avisar, fazia muito isso últimamente. Não estava a fim de ver mamãe naquele estado e meu violão não me acalmaria hoje; não hoje.
Caminhei sem destino exato por algumas horas, não tinha consciência de meus atos e meus pés pareciam comandar meu cérebro no momento. Cansei-me de andar e resolvi sentar e descansar em um banco de uma pracinha que eu via a uma quadra de onde estava. Seria bom pensar um pouco na vida, em que rumo eu queria que ela tomasse. Definitivamente, eu não pretendia ficar naquela casa por muito tempo.
Talvez eu vendesse minha músicas, ganhava algum dinheiro e me mudava para outra cidade. Mas que cidade? E viver do quê, afinal? Eu não era um bom músico, talvez não fosse nem um bom compositor. Realmente, essa foi umas das piores idéias que já tive.
Balancei a cabeça negativamente e olhei para o lado. Não havia reparado que havia uma garota sentada na outra ponta do banco. Ela estava com a cabeça baixa, mas dava para ver que ela chorava. A vida parecia não facilitar para mim; fugi dos choros de minha mãe em casa para encontrar uma desconhecida chorando a quilômetros de minha residência.
Por mais que eu quisesse ir embora, não consegui. Ela estava muito mal mesmo. Lutando contra meus princípios, me aproximei dela e toquei-a levemente no ombro. Ela assustou-se e pulou para o lado, quase caindo do banco.
- Me desculpe, eu sei que não é da minha conta, mas você está bem?
Ela olhou-me por alguns minutos, os olhos inchados e em tom vermelho intenso, e abaixou a cabeça, balançando-a negativamente.
- Sou – disse, apresentando-me.
- . Me chamo – sussurrou.
- Quer conversar? – propus, achando a situação toda esquisita. Ficou mais esquisita ainda quando ela disse que sim. Talvez nós dois estivéssemos precisando daquilo, talvez fosse algo do destino tirar-me de casa e ir parar em um parque distante para encontrar com aquela bela garota de olhos e cabelos .
Descobri naquele dia, não apenas que ela havia perdido o irmão na guerra, mas que eu havia ganhado uma amiga, companheira, e mais que isso: que eu havia encontrado o amor da minha vida.

Flashback Off

- Vamos tomar um sorvete? – propus, sabendo que isso sempre a deixava melhor.
Ela fez que sim com a cabeça e levantou-se limpando suas lágrimas.
Como eu queria poder fazê-la nunca mais chorar de tristeza por homem algum.
Ninguém nunca soube, nunca saberá o quanto eu amo , o quanto eu sofro por ela. E não há como mudar isso, assim como os relacionamentos dela sempre fracassaram. Pois no fim, somos apenas vítimas do amor.

FIM

Nota da autora: Foi bem legal escrever essa fic, apesar de ela ser dramática e eu ser péssima em dramas... queria agradecer a Jehh que me ajudou com dicas mais que úteis e a Danee que me atura sempre.
Espero que vocês gostem da fic e pra quem leu Dance Floor Anthem, hoje mesmo eu vou escrever a segunda parte.

Nota da beta: C-como assim? O>
Muito lindo o sentimento dele e tal, mas COMO ASSIM?
Eles têm de ficar juntos D: Parte 2, ok? u_u e tenho dito -n

Erro de script ou português? E-mail diretamente a mim, dizendo o capítulo do erro. (beta2.daniee@gmail.com). Obrigada :D
xx danie

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