Where Is The Love
Autora: Karen | Beta: Sofia Queirós


“Acho que não precisava ser assim. É tudo tão forte, tão profundo, tão bonito, não precisava doer como dói. Eu não podia apenas sorrir quando me lembrasse de você? Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. Eu sei, é lindo. Mas logo em seguida, quando penso em quão longe você está sinto-me despedaçar por inteiro. Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, sou essa criança. E dói. Uma dor cujo único remédio é a sua presença. Então sigo assim, penso em você, sorrio, sofro e rezo, peço pra Deus cuidar da gente, amenizar essa dor e trazer logo a minha cura.”

Caio Fernando de Abreu.


Capítulo 1.
- Eu não vou ficar em casa. – disse, abrindo a porta de casa onde se encontrava a nossa sala de jantar.
- Você não está merecendo ir a lugar algum. – meu pai fechou a porta atrás de nós e colocou seu casaco no cabide, ao mesmo tempo depositou suas chaves do carro em cima da mesa.
- Ah, não? Agora a errada sou eu? – com uma voz irônica, eu tentava irritar meu pai, erguendo as mãos para o alto.
- E não foi? – ele indagou – Faz meses que venho recebendo reclamações suas no cursinho, , agora fumar? Durante o intervalo do curso? Onde você estava com a cabeça?
- No inferno – disse, brusca, indo em direção às escadas, mas sua voz mais uma vez persistiu naquela sala. – Sabe... - eu ri, debochada, passando as mãos sobre o rosto, deixando um leve sorriso sarcástico. – Deve ser pra lá que eu vou mesmo.
- Nunca mais fale isso – disse meu pai, vindo em minha direção; eu podia ver a raiva e a angústia misturadas em seus olhos. Eu não sabia o que se passava, seu olhar com todo aquele mistério me deixava ainda mais confusa. - Não quero ver o seu mal.
- Ah, não quer ver o meu mal? – eu disse, rindo sarcástica – Pelo amor de Deus, você se importa? Eu achei que o mais importante pra você fosse aquela merda de empresa e sua secretária gostosa, papai, eu errei?
- Não fale assim comigo – ele segurou meus braços de uma certa forma que eu me assustei – Você não tem o direito.
- Deve ser por isso que minha mãe resolveu ir embora pra sempre, né, pai? – disse com um sorriso nos lábios com os olhos marejados – Foi pra nunca mais voltar – me soltei das suas mãos com um puxão brusco. – Talvez ela esteja melhor agora.
- Não coloque o falecimento da sua mãe nessa conversa, mocinha – disse, com a voz ainda mais brusca, tentando impor alguma coisa, mas no fundo ele estava me dando pena.
- Mocinha? – desci mais um degrau da escada, olhando pra ele – Você nem se quer me viu crescer, pai. Fiz 18 anos mês passado e você se importou?
- Eu te dei um carro. Era o seu sonho, lembra? – disse, com a voz falha.
- Meu sonho? – passei as mãos sobre a nuca, fazendo cara de interrogação – meu sonho era ter passado o dia com o senhor, como pais e filhos normais fazem. Como na época que o senhor me levava pra passear pela cidade, e acabávamos deitados no chão da sala comendo aqueles big hambúrgueres, ou aquelas pizzas bem gordurosas, enquanto mamãe dizia que iríamos ser obesos pro resto da vida, e adormecíamos por ali mesmo, sorrindo. Um carro? – ri pelo nariz, me virando. – Vou usufruir bem dele.
- , volta aqui agora – escutei a voz do meu pai ecoando pelo andar de baixo e não me importei. Bati a porta do meu quarto com muita força, em seguida trancando-a. Me deitei na cama, olhando fixamente pro teto branco. Senti uma lágrima teimosa a descer pela lateral dos meus olhos. Depois que minha mãe faleceu, as coisas aqui em casa pioraram. Meu pai começou a ter um caso com a secretária dele e nós descobrimos. Minha mãe passou a ter depressão e foi morrendo aos poucos, até ir embora pra sempre, me deixando aqui, com ele. Meu pai sempre foi um homem muito bom para as pessoas de fora, sem muito valor pra família. Sua empresa sempre foi mais importante do que eu e minha mãe. Eu achei que teria o meu pai de volta com esse ocorrido, mas acabei perdendo-o mais ainda, antes o que um carinho me comprava muitos dias sem o ver, hoje ele me dá um presente caro e absurdo em troca de um dia que queria ao menos receber um abraço dele.
Me virei na cama, secando meus olhos que agora ardiam por causa do choro. Peguei meu celular em cima do criado mudo e disquei chamada rápida 1.
- Alô? – disse, com a voz manhosa por causa do choro.
- ? – escutei a voz do do outro lado da linha, o som da sua voz era de preocupação, e eu odiava deixá-lo assim.
- Eu preciso de você, – sem ao menos eu querer controlar, um soluço se escapou.
- Hey, linda. Calma – ele riu – O que aconteceu pra ter essa idéia, hein?
- O meu pai.
- O que foi agora? – ouvi ele bufar novamente. Quando se tratava das brigas que eu e meu pai tínhamos, ficava muito furioso, porque ele tinha medo do que meu pai seria capaz.
- A gente discutiu, acabamos soltando algumas verdades sobre o outro aqui e não foi muito legal – contei o que tinha ocorrido na sala mais tarde, e ele apenas concordava com o que eu falava.
- É por isso você quer vir pra minha casa? – poxa, era tudo o que eu queria ouvir.
- Esquece – soltei a respiração bruscamente – Vou desligar , obrigada por me ouvir.
- Não , espere, não foi isso o que eu quis dizer. – riu – É que estou meio corrido aqui com e atrás de um baixista pra banda, e, nossa, nem te conto como isso está corrido. Quando você vem?
- SÉRIO, ? – alterei minha voz com entonação de felicidade – Ai, muito obrigada, é rápido, até eu achar um apartamento pra eu morar, obrigada.
- E um emprego – rimos junto da piada que ele fizera nesse momento tão ruim.
- Quanto a isso não tem problema, tenho a pensão toda da minha mãe e alguns pertences pra mim, inclusive a galeria de artes dela que fica aí.
- Sua mãe era uma ótima pessoa, guerreira, e uma ótima tia – ele riu, e um leve sorriso se formou em meus lábios por escutar aquilo sobre minha mãe. – Bom, está vindo aqui pra casa, que horas eu te espero? Ou melhor, dia?
- Estou indo daqui a um dia, , te mando uma mensagem avisando ou te ligo.
- Tudo bem, então – ele riu – Se cuida, tá?
- Eu te amo, .
- Eu te amo mais, linda.
Assim que desliguei o telefone, fui direto à cozinha atrás de alguma coisa pra comer. Margarete estava por lá, arrumando algumas coisas na fruteira. Sentei-me ao balcão pra fazer um sanduíche e ela me olhava meio apreensiva, querendo me dizer alguma coisa.
- Ele está em casa, Margarete? – olhei-a e ela estava me fitando, passando um guardanapo nas frutas.
- Ele está no escritório, querida – ela sorriu, me deixando mais tranqüila e eu comecei a comer – Eu escutei a discussão de hoje à tarde.
- Ele me irrita – disse, dando mais uma mordida no meu sanduíche, olhando-a com cara de desdém e a vi sorrir – Estou indo embora amanhã, Margarete.
- VOCÊ O QUÊ? – olhei-a, espantada por ela ter quase gritado pro mundo todo ouvir. – Como assim ir embora? Você está maluca, menina? Vai matar seu pai de uma vez.
- Ele vai ficar bem, mais livre pra ficar com a secretária – me levantei, levando a geléia e a pasta de amendoim até a geladeira – Vou morar com temporariamente.
- O seu primo? – ela perguntou, me levando pro outro lado da cozinha pra que ela passasse, e eu me debrucei sobre a pia.
- Ele mesmo. É temporário, vou dar continuidade com a galeria de artes da minha mãe. Tenho um dinheiro guardado da pensão e vou alugar um apartamento. – mordi uma maçã.
- Vai ficar obesa desse jeito, mocinha, como dizia sua mãe – ela disse, rindo, fazendo cosquinhas na minha barriga, me tirando gargalhadas.
- Ela faz falta, né? – disse, com a voz com um tom de tristeza, e alisou meu rosto com as mãos, fazendo-me fechar os olhos com aquele toque. Eu sentia tanta falta da minha mãe, mas me confortava muito com Margarete. – Vou sentir a sua falta.
- Promete me ligar sempre? – ela sorriu, pegando em minhas mãos a segurando firme.
- Eu prometo – levei as mesmas até minha boca, beijando-as, e ela sorriu docemente – Vou pro meu quarto, tá?
- Se cuida – ela deu um tapa na minha bunda e aquilo me fez rir muito. Assim que tomei um banho de meia hora, coloquei meu pijama e me sentei na cadeira do computador, coloquei algumas músicas pra tocar enquanto eu escrevia.

Papai.
Escrevo esta carta porque estou com saudades, para dizer que sinto muita falta de você. Desde o dia em que você abandonou nossa família, eu nunca mais pude vê-lo como antes. Conversar então, é um sonho impossível. Sua partida foi uma separação para sempre, mas eu quero que saiba que eu sinto muito a sua falta.
Sei muito bem que ao partir, levou consigo uma grande mágoa, talvez por isso nunca tenha dado notícias de como você está, o que sente. Pai, você nunca mais foi o mesmo assim que mamãe foi embora. Mas acontece que esta sua filha, apesar de tudo, ainda o ama e espera poder um dia tê-lo de volta ou não. Gostaria de conversar, expor a você o meu projeto de vida.
Tenho planos, e ao pensar em transformá-los em realidade, gostaria muito de ouvir a sua opinião, sentir seu apoio ou sua desaprovação. Na verdade, sua opinião é indispensável, pois sendo meu pai, é para mim a pessoa mais importante deste mundo, assim como mamãe, a pessoa mais valiosa nessa vida pra mim.
Gostaria imensamente de abraçar você, de ouvir sua voz grave com afirmações ponderadas, indicando o melhor caminho que terei para seguir na vida. Em verdade, tudo isso reflete a saudades da filha, é a falta que sinto de você em sua interminável ausência.
Entenda a minha aflição, procure dar um jeitinho de encontrar-se, de ser quem você realmente era, se não for impossível pra você. Estarei esperando esse momento, pois ele será emocionante e vai marcar muitas vidas.

Pai, deixo-lhe essa carta porque amanhã não estarei mais em casa, estou me mudando. Não agüento mais essa agonia de não ter mais uma mãe, agora muito menos um pai. Se for do seu interesse, estou indo pra Londres, uma cidade localizada a três horas de Ipswich. Estarei hospedada na casa do , onde irei procurar um apartamento pra morar. Tranquei meu curso de fotografia aqui, e darei continuidade do meio do ano por causa da transferência que pedi pra mesma escola localizada em Londres. Espero com essa minha deixa que você tenha um caminho livre pra ficar com sua secretária e continuar sua vida que eu e minha mãe atrapalhamos.

Apesar de tudo pai, eu ainda acho que o senhor abriu mão de tudo isso e voltou a ser o que você era, mas agora sem duas pessoas que eram muito importantes na sua vida. Se cuida, pai.

i feel like dancin’ tonight.
Acordei no outro dia um pouco mais calma, mas com um aperto enorme sobre o que eu estava fazendo. Mas seria o melhor pra mim, de uma forma ou outra eu iria embora, e dar continuidade no que minha mãe parou. Minha mãe desde pequena sempre foi muito ligada à Arte, assim como eu. Ela tinha um sonho de ter uma galeria de artes em uma cidade muito cultural, e foi em Londres onde ela edificou sua galeria Wallace Collection, onde expõe desde a mais simples fotografia, até a maior obra esculpida em uma pedra de mármore. E com meu curso de fotografia, eu ia me dar muito bem nesse ramo.
Assim que deixei a carta do meu pai na mesa de seu escritório aqui em casa, me despedi de Margarete. A viagem era um pouco longa até Londres, e ia estar me esperando em sua casa. Assim que passei pela fronteira, senti o clima diferente que aquela cidade tinha, a cor cinza do céu, a brisa fria que insistia em entrar por algumas brechinhas do vidro do carro.
- Bom, cheguei – disse a mim mesma, sorrindo, parando o carro na frente da casa de , que por sinal era bem bonita. Assim que saí do carro, vi uma movimentação do lado de dentro da sua casa e eu ri.
- OI, LINDA – disse, gritando ao abrir a porta. Ele realmente estava engraçado, tentando abotoar os botões na camiseta – Entre.
- Com licença – disse, sorrindo ao ver que sua casa continuava a mesma coisa de sempre, a mesma bagunça, os meninos por ali e aquele barulho. – Onde está o ?
- Aqui – ouvi sua voz atrás de mim e não pude deixar de sorrir, e fui em direção ao seus braços que estavam estendidos, me esperando – Quanto tempo, hein?
- Ai, que saudades, – disse, beijando sua bochecha, voltando a abraçá-lo mais ainda. – Como você está?
- Tudo bem, e com você? – disse, apertando a ponta do meu nariz, e eu fiz careta.
- Também, foi tranqüila a viagem – escutando chamando-o, e assim que nos viramos, vimos que ele estava apontando para o relógio e eu não entendi muito bem o que estava passando ali.
- Oh! Me desculpe – sorriu – , ainda bem que você chegou a tempo, estamos indo pro estúdio encontrar o nosso novo baixista.
- Vamos? – sorriu, simpático, e o acompanhou. Eu fiquei tipo, PORRA, MAL CHEGUEI E VOU FICAR SOZINHA? – Anda, , vamos.
- Oh, ok! – disse, sorrindo, correndo até eles meio apressada. Assim que entramos no carro, passamos na casa de , que estava sentado no degrau da escada em frente a sua casa com a maior cara de tédio. Gargalhamos ao ver sua situação e ele entrou no carro correndo. Fomos o caminho inteiro ouvindo músicas e algumas piadas do .
- Dougie – disse, indo em direção ao mesmo, abraçando-o – Quanto tempo, cara!
- Quanto tempo? – perguntei – Ele não era o novo baixista?
- Ele é, disse, rindo, indo em direção a ele para cumprimentá-lo assim como os outros. – Ele entrou para a banda quando ele tinha 15 anos, e está com o McFLY até hoje. Mas ele precisou viajar durante um ano pra resolver algumas coisas particulares, e está retornando hoje.
- Mas há dois dias você estava preocupado no telefone atrás de um baixista novo – disse, me sentando no banquinho que tinha em frente ao balcão, olhando-os.
- Tá assim então, ? Me trocando por outro? – não pude deixar de sorrir com sua piada que levou os outros meninos às gargalhadas. Aquele sorriso era tão espetacular, e o brilho dos seus olhos azuis tinha uma intensidade enorme.
- Não, claro que não – disse , abraçando Dougie de lado. – A gente precisava apenas de um baixista pra ensaiar enquanto você ficava fora, mas aí nem foi preciso, você está de volta.
- UHUUUUUL – gritou , correndo em direção aos dois, pulando no colo dos mesmos, rindo.
- Ai, você é tão patético, – disse , fazendo uma voz afetada de quem estava triste por estar sobrando, com a mão no peito com uma cara de indignado que nos fez rir muito.
- Bom, sorriu – Esse é Dougie, ele mora com a gente.
- Prazer – Dougie estendeu a mão direita pra que eu a apertasse, com aquele sorriso maravilhoso novamente nos lábios.
- Prazer só na cama – disse, apertando sua mão, rindo da cara de incrédulo que ele fazia ao ouvir o que eu acabara de falar. – Brincadeira – sorri para confortá-lo – O prazer é todo meu.
- Acho que encontramos alguém pior que o – disse , passando as mãos sobre meu ombro, rindo – Acredite, você é melhor que ele. – apontou pro garoto que estava sentado com o cotovelo apoiado na mesa, segurando o rosto com uma mão, enquanto sua boca ficava um pouco entreaberta, provavelmente ele estava moscando legal, e eu ri com a cena.
Quando os meninos terminaram o ensaio, nos levou pra casa. Descarreguei minhas coisas levando ao suposto quarto onde eu ficaria temporariamente, guardei minhas roupas no guarda roupa disponível. Assim que arrumei meu quarto, coloquei meu notebook para carregar.
- apareceu na porta, arrumando sua camisa – Estou indo buscar a , tudo bem?
- Claro, – sorri, me levantando e indo em sua direção – Divirta-se.
- Claro – rimos juntos até o barulho do meu estômago nos atrapalhar. - Acho que alguém está com fome.
- Pois é – disse, meio sem graça e desviando um pouco meu olhar – Bom, vai antes que fique tarde.
- Se cuida, hein? – disse, sorrindo, e se foi assim que beijou minha testa. Entrei no banheiro a fim de tomar um banho, depois desceria pra comer alguma coisa. Coloquei a calça do meu pijama e um blusão de frio com meias no pés, e fui até a cozinha, penteando os meus cabelos.
- Espero que goste de pizza de pepperoni. – quase morri ao escutar uma voz atrás de mim na cozinha. Assim que me virei, vi Doug sorrindo, encostado no batente da porta. Já tinha me esquecido que ele morava ali com a gente.
- Ham? – disse, meio confusa, ainda penteando meus cabelos.
- Escutei dizendo que alguém estava com fome e deduzi que era você – sorriu torto, passando a mão sobre a nuca – e então toquei a frente de pedir uma pizza, já que eu também estava com fome.
- Ah, claro – sorri abertamente, agradecida – Minha predileta.
- Verdade? – ele se sentou no balcão da cozinha, ficando de frente pra mim, e eu tentava me escapar daquele desconforto. – O que mais você prefere?
- Muitas coisas – disse, sorrindo maliciosamente, entrando no seu joguinho – E você?
- Digo o mesmo – ele sorriu, retribuindo o meu sorriso malicioso – Digamos que prefiro algo fora do normal.
- Senhor Dougie Poynter, aventureiro? – indaguei, cruzando os braços, indo em sua direção com uma das sobrancelhas arqueadas, com o sorriso ainda estampado no rosto.
- Se você interpretar desse jeito... – disse ele, ficando a minha frente, e pude sentir sua respiração bem forte, e aquilo me deixou um pouco incomodada, até que ele posicionou uma de suas mãos em minha cintura e sorriu abertamente – A pizza chegou – e me empurrou levemente para o outro lado, indo em direção a porta. Por um segundo minha pernas falharam com o que aconteceu minutos atrás, e que diabos era isso que Dougie tinha sobre mim.
- – escutei a voz de Dougie na sala – Traga os talheres caso você queira, e tem refrigerante na geladeira.
- Ok, senhor aventureiro – disse, escutando uma gargalhada em resposta. Peguei dois copos e um cortador de pizza, e o refrigerante. Dougie estava sentado no chão, a pizza em cima de seu colo. Sorri com a cena. Ele aprecia uma criancinha bobinha louca pra comer uma pizza. Sentei-me ao seu lado, colocando as coisas ao nosso redor.
Eu realmente estava morrendo de fome. Estávamos assistindo a um canal de clipes. Dependendo das musicas que tocavam, Doug cantarolava baixinho, ou então entrava no ritmo da musica, dançando, e eu apenas ria.
- Ahm... Doug – chamei-o e ele me olhou, esperando que eu falasse alguma coisa. Acabei sorrindo, meio tímida – Vou subir, estou me sentindo um pouco cansada.
- Ah tá, tudo bem – ele sorriu, voltando sua atenção pra televisão e eu estava subindo as escadas e sorri quando escutei sua voz calma dizer “dorme bem”.
Três semanas haviam se passado desde que eu me mudei pra Londres. Meu pai não tinha se preocupado comigo, porque nem ao menos ligou atrás de mim, e eu não me importava mais. Logo eu iria atrás dos meus benefícios sobre a galeria e aí sim poderia tocar minha vida pra frente.
- entrou em meu quarto de supetão, rindo, e eu acabei rindo junto com ela – Tá! Chega! Bom, vamos?
- Aonde, amiga? – disse, me deitando na cama novamente.
- Vamos sair, poxa, os meninos estão lá embaixo, trabalhando em uma música e a gente vai sair – ela disse, sentando na ponta da cama, me olhando.
- Hum.. então tá, me espera trocar de roupa? – fiz aquele olhar pidão. Ela quase me matava por fazer aquilo.
- Claro, anda logo – fui em direção ao guarda roupa, peguei uma calça skinny de lavagem escura, uma blusinha solta branca, e eu estava com um sutiã vermelho que era pra ficar à mostra mesmo com a blusa. Coloquei meu Oxford preto, e joguei uma jaqueta de couro por cima e soltei meu cabelos, passei um gloss e desci para procurar , que estava com os meninos sentados na mesa no campo lá fora.
- Uau – disse – Assim não vou deixar vocês duas saírem lindas desse jeito.
- Que isso, amor – beijou seu lábios rapidamente enquanto os outros voltaram sua atenção para a música. Menos Dougie. Por um segundo, meu olhar se cruzou com o dele, que estava sorrindo meio de lado ao me ver ali, e eu o retribuí, meio sem graça, colocando uma mecha de cabelo atrás a orelha – Vamos, né, amiga?
- Vamos – me despertei, olhando pra , que segurava minha mão – Tchau, meninos.
- Tchau, – escutamos um coro. Assim, fomos em direção ao carro. estava me levando ao Friends. Era um Barcafe, onde ela iria me apresentar a mais nova membro, a namorada do . Tá, esperava que ele fizesse isso quando a gente fosse sair todos juntos, mas não, ela quis ter essa honra. Quando chegamos, ela estava lá, sentada nos esperando, com , namorada do . Sim acho que o único que não namorava ali seria o Doug.
- Oi, meninas – as cumprimentou com beijinhos e abraços – Essa é a , , prima do .
- Prazer – ela disse, sorrindo – Vocês tem alguns traços familiares – disse, sendo simpática, e ela era incrivelmente bonita.
- O prazer é todo meu – sorri, me sentando assim como as outras – É o que todos dizem.
Papo vai, papo vem, matamos as saudades, conversamos, pedimos nossos cafés exóticos, estava sendo uma tarde bem interessante.
- , porque você veio morar com o ? – perguntou – Tipo, não querendo me meter na sua vida, é que...
- Não, tudo bem – eu a interrompi, sorrindo, tentando achar uma solução pra aquilo – De uma forma ou outra, eu teria que me mudar pra cá. Minha mãe faleceu e alguém precisa continuar com a galeria de artes, e então estou temporariamente na casa de .
- Oh, , me desculpe. Eu não sabia que ela tinha falecido – disse , um pouco abalada, segurando minhas mãos que estavam sobre a mesa.
- Tudo bem, já faz 5 anos. Não foi fácil, mas eu superei – sorri, tentando mostrar conforto.
- Mas então – disse, cortando o clima que se instalou pelo ar, porque sabia muito bem os motivos que eu tinham me levado a me mudar pra cá. Sorri em forma de agradecimento e ela piscou, continuando a falar – Eu vi muito bem o clima que rolou entre você e o Poynter hoje.
- O QUÊ? – Ah, ótimo, preferia ter ficado falando da minha vida péssima que levava com meu pai no meu pé a ouvir isso. – Não rolou nada, não.
- Ah, não? – neguei com a cabeça, e todos os olhares daquela mesa estavam sobre mim – E porque você está vermelha?
- Porque... porque eu estou com calor, é, calor – disse de uma vez só, e elas riram de como eu estava embaraçada com aquilo.
- Olha, disse, tomando mais um gole de seu café – Dougie é um cara bem legal, assim como os outros meninos. Quer dizer – ela riu – cada um deles tem uma característica diferente, mas nunca o vi pra baixo, ou então como foco principal magoando uma garota.
- Quer dizer – continuou o que ela estava falando – Doug namorou sério uma garota por 3 anos e meio, assim que ele se mudou pra cá. Eles eram muito jovens, e ambos acabaram se magoando. Ele é romântico, , isso é bom. – deu umas cotoveladinhas que me fizeram rir – Mas ele se dedica muito à banda, e acaba ficando com meninas apenas em pubs, afterparties, você entende. - É, eu entendo – comentei, não muito a fim de dar continuidade ao assunto. Comi um de meus brownies e não entendi porque elas estavam me falando aquele monte de coisas sobre o Dougie, eu mesma nem sei se ele também está a fim.
- Bom, mandou uma mensagem, disse que o ensaio acabou – comentou, e todas pegaram o celular na mão, vendo as respectivas mensagens que seus namorados mandaram. Combinamos de ir ao pub no final de semana, e assim se encerrou nosso dia, me deixou em casa. Quer dizer, ela também ficaria por ali aquela noite.
- Bom dia – desci as escadas, me sentei entre e Dougie, que assistiam desenhos. – Não acredito que tem desenhos disso.
- Disso? – Doug se pronunciou, incrédulo – Isso aí, , é Star Wars.
- Eu sei, eu sei.. mas pra mim só tinham filmes – disse, me encostando em , que me abraçou pelos ombros. Fiquei fitando o perfil de Doug. Realmente ele era muito bonito. Corei rapidamente quando vi seus olhos desviarem pro meu de canto e um sorriso angelical formar em seus lábios.
- Tô com fome – disse, me deitando no sofá, onde meus pés ficaram no colo de Doug e minha cabeça sobre o colo de .
- Tá com fome, é, gracinha? – disse, sorrindo com um olhar cúmplice pro Doug - Quero ver você escapar pra ir comer.
- CHEGAAAA – gritei, tentando banir as cosquinhas que recebia sob o corpo de e Dougie. Eles estavam sendo maus, muito maus mesmo, sabem que eu odeio isso. – Chega, né? – disse, com a voz falha, ao mesmo tempo ofegando de tanto rir.
- Vem, vamos fazer o café da manhã – Dougie me puxou pela mão e trouxe comigo. Assim que entramos na cozinha, liguei a torradeira, pegando o requeijão na geladeira.
- Vou fazer um suco de laranja, que tal? – disse, enquanto Dougie derretia queijo na frigideira. Nossa cozinha estava com um cheiro impecável.
- VAI EXPLODIR – gritei e não pude deixar de rir com o desespero com que eles entraram, e riram junto comigo, quando as torradas foram saltadas pelo ar pela própria torradeira.
Levamos todo o café da manhã pra sala, onde com certeza passaríamos o resto do dia. Assim que comemos tudo, enchemos toda aquela pança de comida, estávamos praticamente todos deitamos um por cima do outro no sofá, lutando com os canais da Tv, nos quais não estava passando nada de divertido.
- Vamos jogar video game? – sugeriu. Eu e Doug demos com os ombros e nos alinhamos no sofá, enquanto ele instalava o video game – É o Wii, , tem que dançar conforme os bonequinhos lá, ok?
- Tudo bem – disse, arrumando o controle na minha mão, e nos meus pés, e assim nós três dançávamos loucamente pela sala juntos.
- Você está roubando, – disse Doug, me empurrando de leve.
- Roubando? Lógico que não – disse, rindo dos dois dançando – Admitam pra vocês mesmos que eu danço melhor.
- Ah, é? Veja isso então – de repente começou a dançar loucamente, posicionou as mãos sobre o joelho e começou a requebrar como uma mulata brasileira, o gingado da sua cintura era esplêndido, começou a fazer uns passos de rap, e finalizou com um salto duplo, e minha boca estava tocando o chão.
- AI, MEU DEUS – eu disse, tentando raciocinar tudo aquilo que eu estava vendo. – MEU PRIMO É UM GAY E EU NÃO SABIA? - Eu sempre soube, – Dougie deu de ombros – Ele sempre aparece no meu quarto quando o deixa sozinho.
- Gay? Vocês por um acaso chamaram de Gay? – disse, colocando os controles na mesa, assim como eu e Doug. Olhou-nos com um olhar fuzilante, olhei rapidamente pra Dougie, que repetiu o mesmo gesto.
- CORRE DOUG, COOORREEE – disse, correndo pela casa com dois garotos logo atrás de mim. Não tinha mais pra onde correr, já havíamos tropeçado em tapete, derrubamos algumas cadeiras, assim que Doug conseguiu abrir a porta da frente, nós pulamos o degrau e estava nos alçando. – PÁRA , ERA BRINCADEIRA – eu gritava, tentando amenizar a situação, porque estava morrendo de falta de ar.
- PORQUE NÃO PENSOU ANTES DE DIZER ISSO? – ele corria loucamente, e por um segundo que Dougie tropeçou em seu próprio pé, não consegui pular seu corpo que estava esticado no chão, o mesmo ria sem parar, e caí por cima dele quando segurou minhas pernas caindo sobre mim, e acabamos fazendo um montinho ali no gramado da casa do .
- Céus, que loucura – Dougie disse, assim que eu me sentei ao seu lado. ainda estava deitado no chão, recuperando o seu fôlego.
- Vão esperando que isso acabou – ele se sentou, e eu comecei a rir descontroladamente, e os dois balançaram a cabeça, rindo também.
Passamos uma tarde legal juntos, brincamos. Mas também assim que eu tomei um banho, a única coisa que eu queria era dormir, sem mais nem menos.
- ?
- Huum – disse, resmungando ao atender o celular que tocava loucamente ao lado da minha cama.
- Estava dormindo, né, cachorra? – dei um risinho baixo ao ouvir aquilo vindo diretamente da boca de uma amiga.
- Estava, , estava! – ouvi ela rindo. Enquanto isso, eu me sentei na cama, coçando os olhos de sono.
- Estou ligando pra dizer que vou te buscar as 19h30. – Pra quê?
- Por quê? – me deitei novamente na cama. Ah, porra, hoje nos iríamos no pub, não é? Eu tinha me esquecido.
- Vamos ao pub, e antes que você pergunte o porquê de não ir com o , é porque ele e irão mais tarde.
- Tudo bem, amiga, até mais tarde – disse, agora me levantando da cama, indo em direção ao banheiro.
- Um beijo – desliguei o telefone sem ao menos dizer algo em resposta. Lavei meu rosto e escovei os dentes e desci pra comer alguma coisa. não estava em casa, provavelmente estaria com . Desci as escadas arrumando o cabelo em um coque frouxo e fui até a cozinha, comi alguns muffins que tinha na geladeira, com suco de laranja. Eu era muito viciada em muffins, eles eram tão bonitinhos e enfeitadinhos.
A casa estava muito silenciosa, creio que os meninos tinham saído e eu fiquei por ali sozinha, resolvi ver o que estava passando na TV, mas algo me chamou atenção. Doug estava deitado desajeitado no sofá, apenas de bermuda jeans e meias, seu corpo bonito estava à mostra. Sorri ao ver que sua barriga subia e descia calmamente por causa da respiração serena. Desliguei a televisão.
- Hey – balancei os ombros de Dougie delicadamente pra que ele não se assustasse - Doug – o chamei novamente.
- Haam – recebi um resmungo reprovador de Doug, que abriu apenas um olho pra me enxergar.
- Deita direito – sorri meio sem jeito, porque motivos eu estava fazendo aquilo mesmo? – Ou se não, vá para o seu quarto.
- Aqui está bom – se endireitou no sofá e pude ver seu abdômen definido novamente. Sem ele ao menos ver, concordei com um sorriso nos lábios e subi até meu quarto. Meu computador estava ligado, aproveitei pra ver se alguns e-mails já tinham chegado.
- Marlin Apartamentos – falei pra mim mesma, lendo os e-mails que o gerente dos apartamentos tinha me mandado - London Bridge Empire Square? Ótimo.
- Um belo lugar pra se morar – virei-me bruscamente e pude ver Doug encostado com as mãos dentro do bolso da calça, me encarando.
- Tenho que me mudar, né? – ri baixinho e o vi sorrindo. Doug se sentou em minha cama.
- Não será necessário, pretendo me mudar ano que vem – eu não sei o que ele estava falando com aquilo, mas de repente eu estava encarando a tela do meu computador e acabei aceitando o encontro com o gerente pra semana que vem, e eu iria ficar com o apartamento proporcionado.
- E então, você irá ao pub hoje à noite? – mantive minha atenção ainda pro computador.
- Se você quiser, podemos ir juntos, ou então ficar aqui – pude ouvir seu riso baixo me tirando um sorriso. Ok, Dougie você está maluco.
- Não! Quer dizer – eu estava sem jeito, eu não sabia o que dizer, nem ao menos fazer. Hum, Dougie Poynter quer brincar? Então brincadeira ele terá. – Não sei... – me levantei de supetão indo em direção a ele, que estava sentado encostado com a cabeça na parede que deixava seu corpo meio curvado. – Talvez você me sugira algo mais interessante – disse, me sentando em suas pernas, mordendo o lábio inferior. Seus lábios mexiam como quem queria dizer alguma coisa, mas não permiti isso, semicerrei nossos lábios, deixando um sorriso vitorioso neles por ver o efeito que estava causando sobre ele. – Te vejo hoje à noite.
Me levantei, indo ao banheiro pra tomar um banho. Escutei Doug resmungar alguma coisa no meu quarto e acabei rindo. Tive certeza que podia voltar ao meu quarto quando ouvi uma das portas se batendo. Fui até meu quarto procurando alguma roupa pra me vestir, se eu tinha dito ao Doug que o esperava essa noite, tudo me indicava que ele apareceria, e que eu precisava de uma roupa muito tentadora pra continuar com essa brincadeira. Coloquei um vestido preto brilhante que refletia algumas cores do tom roxo e azul marinho, que tinha um decote V que realçava os meus seios, ele ia até o meio da coxa. Coloquei minha meia calça da cor nude. De cabelos soltos, eu estava esperando e no andar de baixo.
- É bom você ficar longe de mim vestida desse jeito – Dougie disse ao pé do meu ouvido, causado o arrepio dos meus pêlos. – Não quero ser responsável por meus atos. – Cafajeste, impressioná-lo eu já consegui. Dougie entrou no carro assim como eu.
- Oi, , oi, linda – disse, ao ver ao seu lado retocando a maquiagem.
- E aí, ? – disse , dando partida no carro – Estou vendo pelo retrovisor Doug, para de olhar pras pernas da menina.
Olhei pra Doug que desviou os olhos rapidamente das minhas pernas ao ouvir o que disse. Ri baixinho, porém envergonhada. O olhar de Doug agora estava focado no movimento lá fora. Pra descontrair um pouco, ligou o rádio e seguimos até o pub.
e estavam nos esperando em uma mesa logo perto do bar. Assim que chegamos, os garotos foram pegar algumas bebidas, enquanto nós permanecemos ali conversando.
- Você esta linda, – disse , sorrindo e pegando minha bolsinha de mão pra ver.
- Não foi só sua atenção que ela provocou hoje, amiga – olhei pra , que gargalhava abertamente. – Doug caiu em cima.
- OK, – disse, alto – Conta pro papa.
- Qual é, . Quando vocês vão assumir que estão a fim de se pegarem? – disse a mesma, cruzando os braços acima do peito.
- A hora que eu quiser – disse, arrumando meu cabelo. e se entreolharam e não disseram mais nada até os garotos chegarem. Doug se sentou a minha frente, me entregando uma cerveja. Não deixei de agradecê-lo, aquilo estava um tédio, eu precisava de animação, senão eu ligaria pra e nem mandava eles virem de tão chato que estava. Fui até o bar e pedi uma dose de tequila. Até que o barman era gatinho, poxa. Pedi um Martini em seguida e fui até a pista de dança. Estava andando com minha dose de Martini entre as pessoas que estavam bem animadas por um acaso.

(n/a: coloque pra carregar. Link)

Dancei o final de uma musica com uma garota e seu namorado que estavam completamente loucos, e acabei mais rindo do que dançando ao tentar imitar o que eles estavam fazendo. Virei de uma vez só o que ainda tinha no meu copo e logo uma tontura subiu. - Opa – disse, rindo ao ver que tinha tropeçado e quase caído. Continuei dançando até que meu corpo se chocou com alguém a minha frente.
- Eu disse pra você ficar longe de mim, não disse? – não tive como conter o riso, ele me olhava incrédulo. Sei que sou fraca pro álcool, mas estava muito bem consciente do que eu estava fazendo ali.
- Quero ser o motivo dos seus atos – disse, com um tom pesado que soou sexy em seu ouvido porque pude ver alguns de seus pelos da nuca se arrepiarem.

(n/a: dê play na musica)

Coloquei meus braços em torno de seu pescoço, olhei em seus olhos azuis e eles queriam me transmitir alguma coisa, mas eu não sabia o que realmente era. Sorri quando suas mãos tocaram a minha cintura, posicionei meu rosto na curva de seu pescoço e por alguns segundos o nossos corpos estavam em movimento conforme a música.

I'm coming out of my cage
And I've been doing just fine
Gotta gotta be down
Because I want it all

It started out with a kiss
How did it end up like this?
It was only a kiss
It was only a kiss

Now I'm falling asleep
And she's calling a cab
While he's having a smoke
And she's taking a drag

Now they're going to bed
And my stomach is sick
And it's all in my head

But she's touching his chest now
He takes off her dress now
Let me go

And I just can't look it's killing me
And taking control

Seus lábios pousaram sobre a pele nua do meu pescoço, senti uma leve queimação subindo dos meus pés a cabeça, por um segundo minhas pernas bambearam e se ele não estivesse segurando minha cintura, podia jurar que eu cairia ali mesmo. Virei meu rosto e agora eu encarava seu pescoço, as mãos de Doug não paravam quietas em torno da minha cintura, uma hora subia, outra descia, seus polegares faziam carinho sobre minha cintura. Comecei a depositar pequenos selinhos em seu pescoço, que foi contraído, ele me puxou pra mais perto dele enquanto eu ainda beijava seu pescoço.

Jealousy, turning saints into the sea
Swimming through sick lullabies
Choking on your alibis

But it's just the price I pay
Destiny is calling me
Open up my eager eyes
I'm coming out of my cage
And I've been doing just fine
Gotta gotta be down
Because I want it all

It started out with a kiss
How did it end up like this?
It was only a kiss
It was only a kiss

Now I'm falling asleep
And she's calling a cab
While he's having a smoke
And she's taking a drag

Now they're going to bed
And my stomach is sick
And it's all in my head

-Não quero mais esperar o momento certo pra te beijar – sua voz sussurrou em meu ouvido, hesitei antes de encará-lo novamente.
- E não precisa – ao dizer aquilo, seus olhos se prenderam aos meus. Eu não sei como eu estava me sentindo, seu rosto estava chegando mais perto do meu, eu estava ficando apavorada, parecia mais uma garotinha que estava perdendo o BV. Senti seus lábios cerrando nos meus. Doug fez um pequeno carinho em meu nariz com o seu, levei minhas mãos até a lateral de seu rosto, olhei em seus olhos, encostando nossas testas, um pequeno sorriso, porém maravilhoso estava se formando nos lábios dele. Sem esperar muito, seus lábios pediram pelo meu. Era tudo macio, diferente. Eu estava o beijando, era tudo o que eu mais queria naquele momento. Creio que pra ele seria o mesmo, porque sua língua estava na mesma sintonia que a minha, seus braços me envolveram mais pela cintura me erguendo pra que eu ficasse um pouco mais do seu tamanho. Sorri entre o beijo sem parti-lo e ele retribuiu, rindo baixinho.

But she's touching his chest now
He takes off her dress now
Let me go

'Cause I just can't look it's killing me
And taking control

Jealousy, turning saints into the sea
Swimming through sick lullabies
Choking on your alibis

But it's just the price I pay
Destiny is calling me
Open up my eager eyes
'Cause I'm Mr. Brightside

I never
I never
I never
I never

Nossos lábios foram tomando uma certa distância. Quando meus pés por inteiro tocaram o chão, abri meus olhos, dando de frente com garoto de olhos azul piscina, me encarando com um sorrindo nos lábios; não contive meu sorriso. Nossos lábios pareciam ímãs, não queriam se ver separados. Dougie pediu passagem, contornando meus lábios com sua língua e eu cedi, agora era um beijo mais feroz, mais quente. Levei uma de minhas mãos até sua nuca e fazia carinho pelo local, quando senti que Doug mordeu meu lábio inferior, eu puxei levemente seus cabelos, e caímos em risos.
Assim que eu e Doug voltamos pra mesa, tentamos não ligar para os olhares mal disfarçados de nossos amigos. Sentamos um de frente pro outro assim como antes e sem mais nem menos acabamos atacando todas as batatas fritas que tinham sobre a mesa.
- Beijar da fome, né, amor? – disse , olhando pra namorada que o encarou, sério, dando-lhe um beliscão – Ai, qual é... mas é verdade, olha.
Eu e Doug paramos de comer pra tentar esconder a vergonha enquanto os outros nos olhavam, rindo do que havia dito. Acabei soltando um risinho assim como Dougie, que mexia suas pernas descontroladas entre as minhas. Depois que todos estávamos cansados de comer, dançar e beber, resolvemos ir pra casa. Dessa vez eu voltaria com o já que iria dormir em casa. Fomos em silêncio. Na verdade, eu estava tentando conter meu riso.
- O que foi, sua maluca? – disse, me olhando pro retrovisor enquanto eu quase morria contorcida no banco de trás de tanto rir, eu não sei o que aconteceu, mas eu estava rindo.
- Nada, oxe – continuei rindo e ele balançou a cabeça negativamente, sorrindo achando que eu era completamente drogada. Olhei pra Doug, o carinha gatinho que eu beijei essa noite, que por sinal morava na mesma casa que eu, sorrindo. Já disse que aquele sorriso era incrível, né? Subi as escadas da casa do meio cambaleando, não por causa do álcool, mas porque eu ainda ria. me deu um tapa na bunda dizendo um “vai dormir logo, vai” indo em direção ao quarto de , que fez o mesmo. Entrei no meu quarto, tirei aquela roupa toda, ficando apenas de calcinha e sutiã. Prendi meus cabelos em um coque frouxo e fui espiar a porta do quarto do Doug que ficava de frente com o meu e estava aberta. Assim que abri a porta do meu quarto me debrucei sobre a mesma, fazendo cara se sexy olhando enquanto ele trocava de roupas.
- Hum – disse, o olhando de cima a baixo que estava apenas de boxer vermelha com um sorriso malicioso no rosto. Se eu contasse até três teria que parar no um e meio. De repente, eu estava deitada em minha cama com Doug mordiscando o nódulo da minha orelha. Aquilo estava tão bom, suas mãos alisavam meu corpo por inteiro, quando ele me tocava mais intensamente, eu soltava pequenos gemidos abafados em seu ouvido, e ele ficava todo arrepiado. Suas mãos foram indo mais pra trás das minhas costas, chegando ate o feixe do meu sutiã e eu hesitei.
- O que foi, ? – disse, me olhando, e eu tampei o rosto com as mãos não querendo vê-lo - Hey, olhe pra mim...
- Doug, e... eu – olhei pra ele entre os dedos, ainda em cima de mim. Doug tirou minhas mãos do meu rosto sorrindo, passou sua mão sobre o mesmo levando alguns fios de cabelo pra trás.
- Não precisa ser agora, tá? – sorriu me mostrando toda a confiança do mundo, e eu assenti, recebendo um beijo na testa. – Dorme bem, tá? – assenti novamente e dei-lhe um beijo rápido. Vi suas costas nuas se distanciado de mim. Parou até a minha porta me mandando um beijo no ar, apagou a luz e fechou a porta. Eu não sabia que diabos estava acontecendo comigo, mas eu não queria que aquilo parasse por ali não.

Capítulo 2.
Depois daquela sexta-feira, Doug e eu continuamos nos pegando pelos cantos da casa escondidos, para que não percebesse nada. Mas não rolou muito não, indiretas rolavam solta por ali. Fazia mais ou menos um mês que eu havia me mudado para o edifício London Bridge Empire Square. Era realmente divino.
- Bom dia senhora, posso lhe ajudar? – a secretária do escritório do senhor Wallasy era bem animada pra trabalhar às oito horas da manhã. Se fosse eu, na certa estaria com a maior cara de rabugenta, deitada sobre o balcão do escritório.
- Oh, sim. – sorri, arrumando minha bolsa – Tenho uma hora marcada com o senhor Wallasy.
- Claro, ele está a aguardando – se levantou apontando pra que eu a seguisse até a suposta sala. Eu a segui com o maior pavor de todos, minhas mãos estavam suando, eu estava muito nervosa. – Aqui.
- Obrigada – tentei sorrir abertamente, mas não deu, o nervosismo me tomava por inteira agora. – Bom dia, senhor.
- Wallasy – disse ele estendendo a mão esquerda e eu a segurei em forme de cumprimento. – Vejo que aqui temos a herdeira Smith.
- Sim, sou eu – me sentei assim que ele apontou pra uma cadeira a frente de sua mesa. – Bom, senhor, queria saber sobre meus pertences.
- Sua mãe havia me informado que você viria logo que fizesse seus 18 anos – disse ele, pegando uma pasta em sua gaveta.
- Como é que é? – disse, rápida e confusa com o que ele disse. Ele me olhou assustado, e tentou me confortar com um sorriso calmo.
- Alguns meses antes de sua mãe falecer, , ela já tinha me procurado. Disse que sabia que não dava mais pra agüentar tantas coisas e que logo partiria. – fez uma pausa, colocando os cotovelos sobre a mesa. - Acho que ela já sentia que iria partir, então foi onde ela quis passar todos os méritos pra você.
- O senhor quer me dizer que ela sabia que em poucos meses morreria? – me ajeitei na cadeira tentando me confortar.
- Sim. – ele soltou de uma vez só, e eu me senti tão péssima – Mas creio que ela esteja melhor agora, e vamos falar do que interessa?
- Ok – sorri, tentando me mostrar interessada no assunto a seguir.
- Bem... você tem como herança a galeria de artes, e uma quantia em dinheiro de cinco milhões e quatrocentos mil libras. – peguei o papel onde estava escrito isso no mandato com sua assinatura no lado inferior esquerdo do papel.
- De onde veio esse dinheiro todo? – disse, olhando para ele, mas voltando rapidamente pra ler os papéis.
- Eram pequenos investimentos da galeria, porém, muito luxuosos. – me entregou outro papel onde estavam todos os investimentos em que ela havia feito. – E se você retomar a galeria, esses lucros se multiplicariam a cada ano.
- Ou seja eu sou milionária e não sabia? – ri ao ver que ele assentia com um sorriso vitorioso nos lábios.
- Sua mãe batalhou muito por isso , e você merece dar continuidade a isso. - Eu vou continuar – sorri – o quão mais rápido eu conseguir aquela galeria esta de volta.
- Muitos chefes desses investimentos me procuravam pra ver se alguém continuaria com a galeria porque gerava um pequeno lucro pra eles. E fico muito feliz que você continue com isso.
- E o que eu preciso fazer? – entreguei os papeis a ele.
- Mandar uma bela faxineira para a galeria, e abri-la todos os dias - eu sorri meio confusa e ele acabou rindo da careta que eu fazia – sua mãe deixou um testamento que assim que ela falecesse poderíamos passar tudo em seu nome.
- Então eu não preciso correr atrás de tudo isso agora, porque vocês já fizeram?
- Isso mesmo, a única coisa que quero de você são três autógrafos – disse mostrando onde eu tinha que assinar pra constar que agora a galeria estaria reaberta novamente.
- Muito obrigada, senhor – assim que me levantei, ele me seguiu até a porta – Tenha um bom dia – disse, apertando sua mão, enquanto ele dava um aceno com a cabeça.
Quando eu estava voltando pra casa, fiz o caminho mais longo onde passava em frente a galeria de artes. Estacionei o carro em sua frente e logo algumas lembranças da minha mãe vieram a tona, ela realmente me fazia falta, seu cheiro, seu carinho, de quando eu estava sozinha em casa e ela ia até meu quarto pra me fazer companhia, dos seus maravilhosos bolos de chocolate, lembro-me bem de quando ela me deu uma tela e eu pintei coisas bem estranhas e que ela deixou por uma semana exporta na galeria pra que eu me sentisse uma mulher vitoriosa sendo que eu era apenas uma neném chorona. Uma pequena brisa passou pelos meus cabelos. Eu podia sentir minha mãe ali junto comigo. Talvez isso fosse coisa da minha cabeça, mas ela fazia muita falta. Dei partida no carro e voltei pra casa. Encontrei uns garotinhos que moravam no mesmo andar que eu fazendo a maior bagunça dentro do elevador e aquilo me fez rir por alguns minutos.
Quando eu entrei no meu apartamento um envelope verde me chamou atenção, provavelmente ele foi enviado hoje, e por baixo da porta. Me sentei no sofá colocando a bolsa ao lado e o abri para lê-lo.
Quero te colocar dentro de meu cobertor, te malinar, te morder até você me pedir para parar. Quero beijar teu pescoço, tocar seu lábio com o dedo, e logo após te beijar, eu quero. Quero cuidar de ti, te chamar de bebê, te mimar até o amanhecer, há como eu quero. Quero dormir ao teu lado, para em plena madrugada poder te abraçar, sentir teu calor, apertar sua mão bem forte, e sussurrar perto de teu ouvido, “vida, eu te amo”.
Como assim? Meus olhos brilharam ao ler aquilo, meus lábios estavam se curvando, criando o sorriso mais lindo que uma mulher pode proporcionar ao mundo, mas quem me mandou? Não tinha nada, nem um remetente nem nada, apenas aquela letra que por um lado era até bonita. Guardei a carta com o envelope na primeira gaveta em meu quarto e fui tomar descabeçar um pouco.
- , preciso que você venha aqui em casa AGORA – disse com entonação a última palavra. Sem obter resposta nem nada eu desliguei o telefone.
Estava preparando alguma coisa pra comer, quer dizer depois da idéia que eu tive eu ia ter que proporcionar alguma coisa pra ele comer antes que ele morresse.
- Eu preciso da sua ajuda – disse, abrindo a porta sem ao menos conferir se era mesmo que estava ali – Ah, oi, Dougie – disse, ao ver sua presença com .
- Ele quis vir junto – disse e eu corei quando o vi confirmando sorrindo.
– Oi, né? – disse me beijando no rosto entrando.
- Oi, Thomas – quando me virei pra encarar Doug ele estava bem a minha frente e por pouco nossos lábios não se tocam, fiquei super sem graça e tentei me afastar um pouco, mas suas mãos seguraram minha cintura e ele depositou um beijo no canto de meus lábios, fechei a porta atrás de mim e fui até a sala onde eles estavam.
- O que você quer de mim agora? – disse ele se deitando no sofá me deixando um pouco espremida.
- EU SOU MILIONÁRIA, TOM – disse gritando e ele pulou do sofá quase caindo em cima de mim – Bom isso você já sabe, eu queria uma ajuda com a galeria.
- Eu tenho uma idéia – Dougie disse, erguendo a mão, seu rosto estava diferente, algo de quando você era criancinha e queria falar alguma coisa e seus amigos não deixavam.
- Ninguém pediu sua opinião – jogou uma almofada na cara dele, e ele abaixou o mão rapidamente, ele se mostrava arrependido por ter feito aquilo.
- Thomas – belisquei sua perna e ele resmungou algo que eu preferi não ter entendido – Pode falar, Dougie.
- Não, deixa – sorriu, meio torto, tentando me convencer que não era nada, cruzei os braços arqueando uma sobrancelha esperando ele dizer. – Tá, tudo bem – bufou – Se os guys concordarem, eu acho que deveríamos fazer um show de reinauguração da galeria.
- ISSO – disse, gritando e assustei que mexia no cós da sua calça e aquilo me fez rir – Era isso que queria falar com vocês.
- Mas o Dougie que disse – se mostrou indiferente e ele estava me irritando.
- Olha, Thomas, te chamei aqui porque é você em quem eu mais confio, e estava realmente contando com sua ajuda, mas se você não quer, tudo bem. – me levantei – Aaah, e a propósito, não tenho culpa se não deu pra você ontem e seu humor esta péssimo.
Indo em direção a cozinha pude ouvir as gargalhadas de Dougie pelo o que eu tinha dito sobre ele. Poxa, eu realmente estava contando com a ajuda do e ele vem todo ignorante pro meu lado?
- Hey – ele apareceu na porta com aquele sorrisinho de quem queria fazer as pazes – Me desculpa, eu estou meio estranho hoje, mais é claro que eu vou te ajudar nessa.
- , eu não quero mais – disse, tomando um gole de água, me mostrando indiferente.
- Não, você quer, você quer ter a melhor inauguração daquela galeria onde todos lembrem momentos bons ao verem as relíquias expostas a eles, você quer se sentir orgulhosa por tudo que sua mãe já fez, eu sei, , não minta pra mim, eu te conheço e você quer dar continuidade onde sua mãe parou, porque é ali que está o significado da sua vida. – saí em disparada até ele e o abracei, estava dizendo aquelas coisas lindas pra mim que realmente eram verdade.
- Me ajuda? – disse, olhando em seus olhos e ele assentiu, dizendo que sim – Obrigada – murmurei.
- Vem – ele me puxou até ele, se sentando na cadeira, fazendo com que eu ficasse sentada em seu colo com a cabeça em seu peito enquanto ele acariciava meus cabelos.
- Chame o Doug pra comer – disse, apontando a mesa onde estava um bolo que chocolate que adorava, com suco e outras guloseimas.
- HEY, DOUG, VEM COMER – disse, gritando e eu dei um peteleco no nariz dele e ele me fez rir, fazendo pequenas cócegas em minha barriga. Me sentei ao seu lado, de frente pra Doug, que comia apressadamente tudo.
- Calma vocês dois, o bolo não vai correr – disse, rindo da cara de desespero que eles tinham pra comer tudo. Recebi um olhar de Doug e entendi o recado. Safado, queria ter um momento mais intimo comigo, né? Assenti com a cabeça, apavorada, e ele piscou, vendo que eu tinha entendido o que ele queria dizer.
- , vou pegar uns papéis pra você ver sobre o testamento da minha mãe – nem obtive resposta, ele apenas acenava com a cabeça, voltando sua concentração ao bolo de chocolate. Assim que eu subi pro meu quarto, escutei Doug dizer algo como “, onde fica o banheiro?”. Homens sempre com a desculpa do banheiro. Ri ao imaginar a cena e fiquei o esperando no meu quarto mesmo.
- Hey – escutei sua voz sussurrando assim que deu três batidinhas com os dedos na porta – Oi, linda – disse ele, entrando vindo em minha direção.
- Oi – sorri, sem graça, minhas bochechas estavam corando e ele se aproximava mais e mais de mim, suas mãos tocaram minha cintura e eu logo envolvi seu pescoço com meus braços.
- Você faz falta naquela casa – disse, sorrindo abertamente, ainda olhando pros meus lábios.
- Faço, né? – ele assentiu e eu grudei nossos lábios, senti sua língua contornando meus lábios e dei passagem pra que ela fosse de encontro com a minha. Que falta aquele beijo me fazia no meio da madrugada quando por um acaso a gente se encontrava nos corredores da casa do . Suas mãos subiam lentamente até minhas costas e aquilo me causava um arrepio danado, às vezes o pegava sorrindo no meio do beijo e aquilo me deixava muito feliz, eu não sabia o que estava se passando entre eu e Dougie, mas eu me sentia bem assim.
- Preciso descer, Doug – disse, quebrando nosso beijo e ele resmungou e eu ri arrumando minha blusa. – É serio.
- Só mais um beijinho? – ele disse, fazendo um biquinho irresistível e não pude deixar de beijá-lo novamente.
- Te vejo lá embaixo – dei-lhe um selinho e desci as escadas à pressa. estava sentado assistindo alguma coisa na TV, me sentei ao seu lado e mostrei os papéis a ele, e ele meio que concordou com tudo.
- Estava cagando, Poynter? – disse ao ver Doug descer as escada com a maior cara de desdém e aquilo me fez gargalhar ao ver sua cara. – Bom , estamos indo, nos vemos na casa do .
- Até mais, – disse, beijando seu rosto, seguindo-o até a porta – E obrigada.
- A gente combina tudo isso outra hora, ok? Mas pode contar comigo – ele disse, me abraçando e beijando minha testa.
- Tchau – Dougie disse, me olhando sorrindo, e eu corei. Maldita hora que a gente cora por tudo, ne? Puta que pariu. Olhou rapidamente se não estava nos olhando, ele estava tão entretido com os botões do elevador que não percebia nada. - Se cuida – me deu um selinho rápido e foi em direção ao mesmo. Entrei em casa com um sorriso do tamanho do mundo.

Hoje é sábado vai passar um programa bem legal hoje na TV, assistiria se eu não tivesse que ir pra casa do . Adoro quando ele tira protestos do nada pra fazer comemorações. Estava me arrumando, coloquei um biquíni azul turquesa tomara que caia por baixo de um short jeans, e uma regatinha larga, coloquei meus óculos escuros. Fechei a porta do apartamento quando vi um envelope laranja pendurado na arvorezinha ao lado da porta de casa. Ah, será que era mais uma carta da pessoa misteriosa?
Eu quero te guardar, te proteger, secar suas lágrimas, te dar broncas, e conselhos. Eu quero morar com você, dividir meu sanduíche, te dar comida na boca, fazer cócegas em sua barriga, pedindo beijos em troca, para que eu pare com tal brincadeira. Quero te chantagear, se não me der beijinhos eu vou chorar, quero fazer birra, eu quero te amar. Quero poder te levar pra passear, te guiando, de mãos dadas, eu quero te abraçar fechando meus olhos, sentindo segurança, te passar confiança. Quero que você me conte seus segredos, e chore suas mágoas, fale de meus defeitos, eu quero que você converse comigo, eu quero te abraçar e dizer que você é tudo em minha vida, sem motivo algum. Quero te presentear com um ursinho, sem que seja aniversário, ou dia de natal, sem motivos exatos, eu quero te dizer te amo. Quero roubar um beijo teu e sair correndo sem rumo, quero puxar teu cabelo e pedir desculpas fazendo biquinho, passando meus dedos levemente sobre seu rosto. Eu quero te acordar de manhã cedo, com um beijo. Eu quero te arrepiar com mordidas em sua orelha, eu quero te salvar de algum problema.
Guardar e te proteger, secar suas lagrimas. Tinham um grande significado pra mim, acabei lembrando do meu pais e logo a frase eu quero te salvar de algum problema ecoava em minha cabeça enquanto eu dirigia até a casa de .

Dougie’s POV.
Eu estava sentado em cima do balcão enchendo o saco do que estava tentando colocar fogo no carvão e não conseguia, as meninas estavam aproveitando um dos milagrosos dias que fazia sol em Londres deitadas em suas cadeiras de praia.
- Oi, gente – aquela voz, era ela mesmo? Quando olhei pra trás ela estava lá, linda como sempre, cumprimentando suas amigas. Seus olhos tinham um brilho diferente hoje, e era tristeza? Colocou sua bolsa em cima de uma mesa e veio em nossa direção.
- Oi, passou a ponta do dedo indicador preto por causa do carvão em seu nariz e ela sorriu fazendo uma careta de nojo que me fez rir um pouco.
- Oi, – disse, passando a mão em seu cabelo pra que ela me notasse ali – Tudo bem?
- Oi – disse, assentindo, acho que ela estava respondendo com aceno de cabeça que estava bem, mas aquilo não me deixava confiante. Se encostou ao meu lado com as costas na parede do balcão ao lado de minhas pernas, já que eu estava sentado no alto.
- Não vai tomar um sol com as meninas não, linda? – disse, beijando o topo da sua cabeça, e ela o abraçou. me estendeu algumas bacias de carne pra mim e eu as coloquei ao me lado enquanto ele a abraçava muito forte. Por um lado eu me sentia invejado por não poder abraçá-la daquele jeito. Será que ela estava triste por causa das cartas que eu andava mandando?
Aquelas cartas são o único jeito de eu dizer a ela que estou muito afim dela, eu não sei se eu chegar nela e dizer: “Aí, , to afim de te pegar todos os dias, o que você acha?”. Não iria rolar. Mas desde o dia que eu a vi entrando no estúdio, me perguntando quem era, seu sorriso, os dias que a gente se encontrava nos corredores da casa do porque ela tinha a mesma insônia que a gente, aquele primeiro beijo na sexta-feira que ela foi no pub com a gente, esse jeito dela menina moleca me encantava. Talvez eu esteja carente porque todos os meus amigos estão namorando e a gente perdeu aqueles momentos de quando íamos pras baladas e chegava em casa às cinco horas da manhã e pegávamos todas durante a noite. Não vou negar que eu era um galinha qualquer porque não só eu, mas esses camaradas aí que eu chamo de melhores amigos também eram, até achar a mulher da vida deles, e será que eu achei a minha?
- EEEEEEEEEEH – me acordou do meu transe quando ele gritou – Consegui colocar fogo nesse negócio.
Vi-a indo em direção as meninas, se sentou mais tranqüila entre elas e conversavam animadamente sobre alguma coisa que eu não queria saber o que era. Peguei umas cervejas e entreguei pros caras e enquanto fazia o churrasco, a gente conversava.
- Lembra daquele dia em que o Dougie ficou bêbado na festa da rainha? – dizia e todos riram.
- Oi, Rainha meu nome é Dougie, a senhora seria mais bonita sem rugas. – me imitou com uma voz afetada tirando gargalhadas de todo mundo.
- O que é isso, hein? – disse, abraçando pela cintura e o mesmo passou o braço sobre o ombro dela.
- Estamos relembrando o dia que Doug bebeu na festa da rainha, amor – disse , beijando levemente os lábios da namorada.
- E aquele dia que o peidou na nossa premiação de 600 milhões de singles vendidos em um mês? – disse, morrendo de rir vendo sua namorada tirando a faca de sua mão antes que algum desastre acontecesse por ali.
- Ah, para, eu estava mal aquele dia – disse, envergonhado – Não acredite neles, amor.
- Mal? Você estava podre, – disse, tirando gargalhadas de todos que estavam ali, mas consegui apenas um sorriso dela.
Assim que o churrasco saiu, nós fomos almoçar, ficamos um bom tempo ainda conversando até que as meninas revolveram ir nadar.
- O que aconteceu com a ? – perguntou , recebendo olhares em cima dele – Qual é? Só estou vendo ela mais quieta que o normal.
- Ela teve lembranças do pai hoje de manhã – disse, indiferente, olhando pra mesma que estava sentada na borda da piscina vendo as amigas dentro da água conversando, e ela raramente dava sinais de existência.
- Bom, vamos aproveitar esse sol milagroso? – disse, pulando na piscina, espirrando água pra todos os lados fazendo as meninas gritarem de susto.
Ela estava ali, apenas de biquíni azul turquesa? Ficava muito lindo no tom de pele que ela tinha. Todos estavam brincando de bolei dentro da piscina, peguei mais uma cerveja e me sentei ao seu lado.
- Não vai brincar com eles? – disse, olhando para ela com um dos olhos fechados por causa do sol que atrapalhava minha visão.
- Já tem um time fechado – sorrindo, ela se pronunciou com indiferença olhando os amigos brincarem.
- Eu posso entrar e você ser do outro time – ela riu, balançando a cabeça e começou a brincar com seus dedos inquietamente e aquilo estava cortando meu coração.
- Hey vocês dois, não vão entrar na água, não? – perguntou. Meu Deus, essa menina fala? Brincadeira, é que eu a vejo sempre calada e acaba falando mais com o ou as meninas mesmo. Neguei e vi fazer o mesmo. Ela se levantou e foi até a churrasqueira, ela não tinha almoçado por um acaso e estava com fome agora.
Estava analisando quando ela se sentou na mesa, deu algumas garfadas e rejeitou, apoiou seu rosto em uma das mãos enquanto a outra brincava com a comida no prato. Ela estava inquieta, talvez quisesse conversar com alguém e não queria atrapalhar a alegria dos amigos, ou então queria ficar sozinha e ir pra um quarto e chorar ou dormir. Não quis ser apressado e ser rejeitado logo de cara. Pelo tamanhão das bolsas, acho que as meninas também dormiriam aqui, então deixaria essa conversa mais pra noite. Deixei meus pensamentos de lado quando senti alguém puxando meus pés pra baixo e acabei caindo na água. A gente estava brincando de briga de galo, jogamos bola, atrapalhamos as meninas tomarem sol.
- Vamos pedir pizza pro jantar, né? – disse , se sentando no colo de , que estava na poltrona na sala de .
- Tá com fome, amor? – beijou seu pescoço enquanto ela afirmava que sim com a cabeça. A presença de ali era indiferente, talvez alguém tenha sentido falta assim como eu ou não.
- Cadê a ? – perguntou , enquanto contava as pessoas ali sentadas na sala.
- Ela não se sentiu bem durante o dia e está deitada um pouco – esclareceu o que estava acontecendo e ele assentiu.
- Foi o seu churrasco – brincou, fazendo todo mundo gargalhar.
- Não fala assim do meu amor – foi até o namorado, abraçando-o e enchendo seu rosto de beijos enquanto ele mostrava os dedos do meio pro , nos fazendo rir.
Pedimos algumas pizzas para o jantar. Assim que elas chegaram, as meninas pegaram umas cervejas para nos acompanhar, vimos algo desinteressante na TV e logo todos fomos para os nossos respectivos quartos para dormirmos. Estávamos cansados por causa desse dia. Subi com um prato com dois pedaços de pizza caso eu sentisse fome durante a noite, ao ir ao quarto em que disse que eu poderia dormir. Escutei sussurros vindo dele, e quando abri a porta, estava deitada sobre a outra cama de solteiro, chorando.
- Hey – disse, colocando o prato sobre a outra cama – O que foi? – me aproximei, sentando ao lado de seu corpo deitado na cama.
- Eu quero ficar sozinha, Poynter – disse, fria, e escutei seus soluços enquanto ela se virava, enterrando o rosto no travesseiro.
- Tecnicamente eu vou dormir ali na outra cama – ri baixinho – Se você quiser conversar, ou um abraço, estarei deitado ali.
- Não – me assustei quando seus braços envolveram o meu corpo rapidamente. Com um sorriso nos lábios, eu passei meus braços sobre o seus e acariciava suas costas tentando deixá-la mais tranqüila.
- Você não precisa dizer nada, tá? Só se acalme – ela concordou com a cabeça, e eu sentia as lágrimas escorrendo pelos meus braços. Passei a acariciar seus cabelos enquanto ela apertava mais seus braços sobre minha cintura, beijei sua testa e ela se alinhou no meu peito.
- Ele me faz tanta falta – sussurrou e por questão de milésimos de segundos, meu coração começou a acelerar mais rápido, como assim ela sente saudade de outro?
- Ele quem?- perguntei sem medir o tom da minha voz e ela se afastou sentando ao meu lado, ela balançava os pés por estar deitada no alto da cama.
- Meu pai – ela secou o rosto, me olhando, seus olhos estavam vermelhos. Por causa do choro e aquilo partia meu coração – Cinco anos atrás, minha mãe descobriu que meu pai tinha um caso com a secretária dele. Ela não aceitou no inicio a situação, entrando em depressão porque estava sendo traída pelo homem da sua vida. Ela escondeu no inicio isso de mim, um dia ela piorou e eu fui atrás de meu pai e foi onde eu vi ele no escritório aos beijos com a tal mulher. Meu mundo acabou depois daquilo, minha mãe veio a falecer dois meses depois daquela recaída que ela teve.
- , eu – eu a interrompi, mas ela me olhou de uma forma tão terrorista que eu sorri pra ela dar continuidade no que ela estava falando.
- Depois que minha mãe morreu, eu achei que as coisas mudariam pra melhor, mas só foi mais um pretexto pra ele ficar com a mulher – ela soluçou – Eu vim morar com o porque não agüentava mais tanto rancor, meu pai já não era mais o mesmo, minha mãe fazia muito mais falta e ele não se importava mais comigo. Eu o amo tanto, Doug.
- Hey, calma – puxei-a pra cima do meu colo e ali ela continuou chorando. Eu não sabia o que dizer, na verdade eu sabia muito mais que ela, mas eu não podia expor minha vida agora pra ela. No momento certo, ela vai precisar me ouvir assim como eu estou fazendo hoje. – Isso vai passar. – beijei sua testa e ela continuava chorando.
- Eu não sei, Doug – ela soluçou e eu a beijei mais uma vez, sequei suas lágrimas com a ponta dos meus dedos polegares. Ali em meus braços, ela foi se acalmando aos poucos.
- – beijei sua bochecha, e ela me retribuiu com um pequeno sorriso – Se ajeite na cama.
Ao dizer aquilo, se deitou na cama onde seu rosto ficava posicionado em meu peito, envolveu seu braço por minha cintura e acabou adormecendo com o carinho que eu fazia em seus cabelos. Se eu saísse da cama agora, ela iria acordar e eu teria que agüentar ela chorar mais uma vez, e eu não queria isso. Me deitei na cama ao seu lado, ficando a centímetros do seu rosto, ela se moveu mais uma vez colocando seu rosto na curva que meu pescoço formava, e de vez em quando me pegava arrepiado por sua respiração quente e serena tocando minha pele desnuda.
- , acorda, amiga – escutei alguém entrando às pressas no quarto pulando em cima de mim.
- Ouch – resmunguei, ao sentir um peso caindo sobre minhas partes íntimas e aquilo doeu demais. – Caralho, o que foi?
- Doug? Arm – puxou o edredom e estava encolhida ao meu lado com uma de sua mão em cima do meu abdômen – ?
- Ai, o que foi, ? – disse, tirando sua mão de cima de mim virando na cama pra encarar a amiga. – Não, eu não transei com o Doug.
- Eu não ia falar isso – disse, olhando-a com uma cara tipo “what the fuck, girl?” que a entregava de qualquer maneira.
- Olha sua cara – gargalhou, baixinho, levantando seu tronco olhando o quarto em sua volta.
- , amor, dá pra você aí... está esmagando meu... – apontei pra minhas partes íntimas que ainda estavam sendo pressionadas pelo cotovelo da mesma.
- Oh Doug, perdão – disse ela, se levantando da cama rapidamente e gargalhava ao meu lado. – Espero vocês pro café.
- Essa menina, viu – se levantou, indo ao banheiro me deixando sozinho na cama. Tentei dormir mais um pouco enquanto ela tomava banho ou sei lá.
- ANDA DOUG, ACORDA – recebi uma almofadada na cara de que ria descontroladamente ao ver meu desespero. Me levantei com um olhar vingativo e ela saiu gritando pela casa até o andar de baixo. – PARA DOUG, ME DEIXA AAAAAAAA.
- ME DEIXA? NINGUEM MANDOU VOCE ME DAR UMA ALMOFADADA NA CARA – ela se escondeu atrás de . Aí era covardia, poxa. – Sai daí!
- NEGATIVO – ela seguia todos os passos de , meio abaixada se escondendo atrás das costas dele.
- Guarda isso e vem comer, Doug – pegou o travesseiro das minhas mãos e o jogou no sofá da sala ao lado, me empurrando pra cozinha. – E você, sai daí de trás – puxou pelos braços, que sorria abertamente com a situação.
Depois que todos tomamos café da manhã, a gente foi se sentar um pouco lá na varanda pra conversar. Enquanto dedilhava seu violão, sussurrava alguma música, meus olhos estavam apenas em . Como era bom vê-la sorrindo, nem parece que tinha se acabado de chorar no dia anterior.
- Bom, eu preciso ir pra casa, amanhã tenho que resolver algumas coisas sobre a reinauguração – disse, se levantando. – Foi legal esse final de semana.
- E terá próximos finais de semana – disse, ao sentar-se ao lado do namorado, que confirmava o que ela dissera.
- Passaremos por lá essa semana, disse – Vamos resolver sobre o show, tá?
- Tudo bem, me avisem antes – ela disse, pegando a bolsa que estava ao seu lado no chão. – Tchau, gente.
Antes mesmo de ouvir ela dizer tchau, eu entrei pra dentro da casa, fiquei esperando-a do lado de fora. Assim que ouvi a maçaneta da porta me mexer eu virei para encará-la, ela estava meio cabisbaixa e eu segurei sua mão.
- Ai, que susto, Poynter – adoro quando ela fala meu sobrenome por impulso, ri baixinho ao ver que ela tinha mesmo se assustado.
- Não vou deixar você ir embora sem isso – selei nossos lábios em um selinho rápido que foi interrompido por um sorriso dela.
- Você é maluco – selou nossos lábios novamente. Sem pedir permissão nem nada, entrei em sincronia com sua língua, ela estava tão calma, nosso beijo estava cada vez mais intenso. – Preciso ir – disse, ao meio do beijo e eu o parti, rindo.
- Até mais – sorri, ao vê-la se distanciando com um sorriso nos lábios, entrando em seu carro. Entrei na casa sem fazer barulho e fui pro quarto. Queria disfarçar meu desaparecimento com algo comum, ou eu estava indo pro quarto pra pensar mais e mais nela?
Aquela semana estava realmente chata, não tinha nada o que fazer. Eu estava trabalhando em uma música e queria ajuda de alguém. Eu estava sozinho em casa, tinha ido resolver umas coisas com o David sobre a última filmagem e eu não quis ir.
- I look into the sky, and I have to ask why. She'd go and leave me, Oh why do feelings have to die? Was it all just a sign? Of what its meant to be – cantarolava a musica que eu estava compondo, dedilhando os acordes do meu violão, estava procurando o meu celular que tocava.
- Alô? – disse, escrevendo algumas coisas no caderno. Mudei algumas palavras, tentei mudar um acorde que não estava muito bom.
- Dougie, estou indo pra casa logo, só queria saber se é preto ou branco?
- É o quê preto ou branco?
- Só responde, porra.
- Os dois – disse, rindo, e ele resmungou algo do outro lado. - Tá, até depois.
- Beijos.
- Viado. - Desliguei o celular e voltei minha concentração pra musica. Terminava de escrever e me pegava sussurrando “Silence Is A Scary Sound”.
- Alô? – mais que porra é hoje que isso não para de tocar.
- Que foi, mocinha, tá bravinha por quê? – debochava da minha voz brava.
- Tava escrevendo uma música e estão me atrapalhando – me deitei no chão da sala, me espreguiçando.
- Obrigada pela indireta.
- Por nada. – ele riu.
- Cara, vamos sair hoje, vamos pro Friends.
- Não to a fim. To com sono e quero trabalhar ainda nessa música – peguei o caderno novamente, relendo a letra.
- Você precisa arrumar alguém pra você, cara. Sai dessa casa aí e vamos curtir.
- Você fala isso porque já tem sua namorada.
- Cala a boca.
- Olha , se der eu vou sim. O também não estava em casa e já era.
- Uii, nervosinho – ele riu – Ele também vai, hoje é quinta, dia de ir pro bar.
- Se ele passar por aqui irei com ele.
- Tudo bem amor, beijinhos.
- Viado – desliguei o celular, cansei, não iria mexer mais com aquela música, quando eles estiverem aqui a gente vê o que pode fazer. Acho que vou mesmo sair com os caras, no final eu sempre acabo indo mesmo. Não sei o que fazer em relação ao que o disse sobre arrumar alguém, eu não quero. Eu já sei quem eu quero pra mim, mas quem sabe isso seja uma boa e eu me divirta um pouco?
- Cara aquela morena está te dando mole desde que te viu sentado aqui – olhei pra tomando um gole da minha cerveja.
- Uhum – resmunguei com a garrafa em minha boca, analisando a mulher que realmente era bonita.
- Oi, eu sou o Dougie Poynter sou baixista da banda McFLY e ando meio abobado, certeza que estou gostando de uma mulher mas não quero falar ainda pros meus amigos – comentou, fazendo uma voz afetada que levou todos a rir menos eu.
- Eu estou amando – colocou a mão no peito fazendo cara de indignado – E acho que todos sabem por quem.
- Anda logo, Doug, ela está te olhando – mostrou-a com um aceno de cabeça e eu o olhei meio confuso. Ir ou não ir? Se eu não fosse, teria que agüentar a gozação dos meus amigos ate o final do século, mas eu também merecia me divertir, né?
- Sou uma bibinha – todos riram ao ouvir que me zoava.
- Vão a merda – coloquei bruscamente a garrafa de cerveja em cima do balcão – Vou catar essa mulher e vai ser agora.
- AI MEU MENINÃO – deu uns tapinhas em minha costa antes que de eu ir em direção a ela.
Me levantei olhando pra eles confiante e fui em sua direção com o olhar mais sedutor que eu conseguia ter com o sorriso nos lábios que nenhuma mulher havia rejeitado antes. Ela estava sorrindo maliciosamente andando de costas até uma parede que tinha ali por perto, assim que a prensei na parede seus braços envolveram meu pescoço, eu beijava toda a extensão do seu pescoço, suas mãos estavam inquietas nos meus cabelos, ora desciam, ora puxavam. Desci minha mão até sua coxa e ergui até meu quadril onde a prensei mais, ouvi seu gemido abafado perto do meu ouvido, ela mordiscava meu nódulo da orelha conforme eu chupava seu pescoço, em um movimento brusco ela segurou meu rosto com as duas mãos pela lateral e selou nosso lábios sem mesmo pedir permissão, nosso beijo era rápido e feroz, seus movimentos com o quadril estavam me estimulando e eu precisava ter aquela garota agora. Mordi seu lábio inferior e ela apenas ria da situação. Beijei-a novamente, segurei suas mãos que permaneciam em meu rosto trazendo-as lentamente pra baixo, colocando-as em minha cintura. Eu precisava ganhar pontos positivos com essa mulher antes de levá-la para um lugar mais íntimo. Parti o beijo e a encarei fixamente, seus olhos estava com uma mistura de desejo e paixão, o brilho se intensificava a cada segundo que meu sorriso se alargava, passei a acariciar sua pele clara e macia com a palma da mão, seus olhos se fecharam ao sentir o toque gelado em sua pele quente. Seus lábios a entregavam que queria mais e eu não neguei. Iniciei mais uma vez um beijo calmo, nossas línguas dançavam como se fosse um ballet clássico, o gosto de morango era predominante em seus lábios, a forma como ela se aconchegava em meus braços era incrivelmente carinhosa.
- A gente não precisa terminar isso aqui, né? – Disse, envergonhada, tentando esconder um pouco seu rosto.
- Se você quiser, por mim tudo bem – mandei aquele melhor sorriso que eu tinha, e ela riu pelo nariz.
- Eu não quero – selou nossos lábios novamente em selinho calmo e demorado. Assenti, entendendo o que ela queria e procurei por suas mãos entrelaçando nossos dedos.
Antes mesmo de desligar o carro, começamos a nos agarrar ali mesmo, em frente a casa dela. Eu não iria levar uma mulher pra casa do , não mesmo. Quando ele era solteiro, não víamos problemas em dormir com elas por lá, mas agora eu tenho que ter o mínimo de respeito. Tudo bem que não liga, mas como ficaria a cara dela se eu saísse do quarto com uma mulher me seguindo? Não seria muito agradável.
- Vem.. – ela segurou minhas mãos, me levando em direção a porta de sua casa, prensei-a sobre a mesma e comecei a beijar sua pele desnuda do pescoço, aquele cheiro bom de lavanda estava me deixando maluco. Ela era muito boa, não sei não era como as outras mulheres vulgarmente falando. Com nossos lábios entrelaçados a peguei pela cintura dando um pequeno impulso pra que ela se equilibrasse com as pernas em volta da minha cintura, fechei a porta atrás de mim e procurei pelo seu quarto, ela com a respiração fogosa ainda beijando toda a extensão do meu rosto apontou para a esquerda com o dedo, a deitei na cama ficando por cima daquele corpo maravilhoso.
Suas mãos descobriam cada parte do meu corpo, e aquilo estava muito bom. De vez em quando, seus toques me davam pequenos arrepios, assim que me livrei de suas roupas pude ver novamente o quão seu corpo era lindo, se sentiu envergonhada por eu estar analisando-a e escondeu o rosto com as mãos, ri da situação que tava acontecendo, enquanto ela estava tirando minha camisa. Beijei-a com intensidade, era agora que eu teria essa mulher pra mim. Com a afobação de nossas respirações, deitei-a confortavelmente por debaixo do meu corpo, me posicionando no meio de suas pernas, antes o que eram movimentos leves e calmos foram tomando entonação por causa de gemidos alto de ambos e o incentivo. Deitei meu corpo ao lado do seu tentando recuperar a mesma respiração que seus pulmões pediam, meus lábios beijaram sua testa enquanto ela achava uma posição confortável para dormir em volta do meu corpo.

’s POV.
Eu estava indo me encontrar com na Starbucks, ela ia me apresentar a um amigo que queria expor suas fotografias na galeria. Achei muito legal ela estar me ajudando divulgando o meu trabalho. Como era um encontro meio que de trabalho, optei por colocar uma calça jeans de lavagem clara, com uma regata branca soltinha acompanhada de um blazer preto felpudo que modelava minha silhueta. Nos pés coloquei um ankle boot preto. Peguei minha bolsa com algumas coisas, relacionado ao contrato da galeria e fui-me encontrar com ela.
Antes que chegasse, eu me sentei a uma mesa bem distante das pessoas, acabei pedindo por um cappuccino gelado com muffins. Pude avistar entrar na Starbucks com o tal cara, que por sinal era bem bonitinho. Eles se aproximavam cada vez mais de mim com um sorriso no rosto provavelmente estava rindo de algo que ele falará.
- Oi, amiga. – disse me beijando no rosto – esse é o Pedro – apontou para o rapaz logo atrás dela que ainda não tinha tirado o sorriso dos lábios. - Ola – estendi minha mao em forma de educação, ele a segurou me puxando pra mais perto me dando dois beijos na laterais do rosto, e não pude deixar de sorrir assim como ele.
- Olá – sorriu mais uma vez e se sentou ao lado de , que estava com um sorriso vitorioso nos lábios. Ai, se ela fez isso de propósito, vai levar uma surra quando estivermos sozinhas. – Bom, o que vão querer?
- Eu vou querer um frozen de caffe – disse, colocando o cardápio em cima da mesa – E você, ?
- Eu já pedi um cappuccino e muffins, amor – disse, olhando-a, que ainda tinha uma feição muito estranha.
- Então, – o tal Pedro começou a falar – Me fale um pouco mais sobre a Galeria.
- Bom, é uma galeria qualquer – eu disse pra descontrair um pouco o ambiente, e ele riu abertamente – era da minha mãe, tem todas as alas, pinturas em tela, esculturas, inclusive a ala de fotografia que ainda não foi inaugurada.
- Ótimo – ele disse assim que a mulher chegou com os nossos pedidos – Podemos trabalhar em algo bem interessante para inaugurar essa ala, o que acha?
- Eu estava pensando em fazer uma reinauguração da galeria em si – tomei um gole do meu cappuccino – Acho que no mesmo dia podemos reinaugurar essa ala.
- Eu estava pensando em um comitê, tudo bem organizado, sabe? – disse, empolgado, tomando seu café preto que estava com um cheiro ótimo.
- Acho legal sua proposta, mas eu já tinha combinado com meus amigos que a banda deles tocariam no dia – sorri meio sem graça ao perceber a careta que ele fez. Acho bacana da parte dele dar opiniões, mas a galeria era minha.
- Uma banda? – se mostrou indiferente. Anda, , ajuda! Nem parecia que ela estava presente ali com a gente, mandei um olhar piedoso e ela mexia a boca como quem iria falar algo.
- McFLY, já ouviu? A banda onde meu namorado toca – ela falou, sorrindo, e Pedro a retribuiu.
- Claro, eles são ótimos – disse se ajeitando na cadeira – podemos fazer um comitê com a banda McFLY, o que vocês acham?
- Desde que eles toquem, por mim está tudo bem – disse sincera, eu não podia deixá-los de fora por mais que eles entendessem tudo o que estava acontecendo, mas eu os convidei bem antes que as idéias novas que surgiram. – Bom não viemos aqui pra isso, né, Paulo? Quais são suas intenções?br> - A ala de fotografia, eu queria expor o meu trabalho recém formado em algo bem bacana, sabe? E pensei na sua galeria que tem um nome bem elevado no mercado pra me ajudar com a carreira – disse, meio envergonhado sem saber minha reação.
- Maravilha, estava precisando de um trabalho novo por ali, as obras estão sempre no auge, mais as fotografias estão desaparecidas por ali – peguei a minha pasta de documentos na mão, procurando alguns papéis – Olha, aqui está o contrato onde você pode conhecer mais o nosso trabalho por lá, e caso você queria mesmo se afiliar-se a nós, me liga.
- Claro – ele pegou os papeis – Vou lê-los com calma, ver se meu trabalho se encaixa nisso e entrarei em contato com você novamente.
- Ficarei aguardando – entreguei meu cartão onde estava meu telefone de trabalho e ele o guardou junto com os papeis.
- Preciso ir. – disse se levantando assim como eu e – Meu tempo é corrido hoje, tenho que ir visitar uns clientes onde eu vou cobrir um evento.
- Claro, boa sorte – e seu sarcasmo acabou com minha face, ele se despediu da gente indo pra fora do local. Me sentei na cadeira novamente e parece que um peso se aliviou.
- Você me paga, – disse, rindo ao ver a cara de idiota que ela fazia.
- Ah, vai, ele é um gatinho – deu um tapinha no meu ombro me fazendo sorrir, guardei as coisas na bolsa enquanto ela comia.
- Deixa o senhor saber disso – chantageei e ela me olhou semicerrando os olhos e eu não deixei de gargalhar.
- Ok, Ok. – ela se levantou, indo em direção ao caixa pagar a nossa conta – Vamos embora.
Deixei na sua casa e fui pro mercado, eu precisava repor algumas coisas lá em casa, morar sozinha não estava sendo fácil. Coloquei minhas coisas no carrinho que tinha no prédio pra facilitar minha viagem pra não ter que descer e pegar mais compras. Entrei em casa colocando as coisas na cozinha e assim que fui deixar o carrinho do corredor pra que alguma das faxineiras o levasse pra baixo eu vi um envelope amarelo no chão ao lado de minha porta. Peguei-o entrando em casa com a esperança que fosse mais uma carta do carinha secreto. Bom, eu esperava que essas cartas viessem de um homem certo? Me sentei no sofá ligando a TV e abri o envelope pra ler.
Quero viajar com você, gastar meu tempo ao seu lado, só com você. Quero te fazer esquecer dos problemas lá fora, quando dentro haver só nós. Eu quero sorrir para você, quero analisar cada detalhe de seu rosto, de seu corpo. Quero amar seus defeitos, e me apaixonar por suas qualidades. Quero observar suas manias, teu jeito de falar e sua maneira de andar. Eu quero parar no tempo quando estiver com você. Eu quero fazer cafuné em sua nuca, eu quero ninar até você dormir. Quero brincar de adedonha, jogar video-game, quero deixar você ganhar. Quero que você grite comigo, quando eu fizer algo de errado, quando estiver muito brava. Eu quero.
Essas palavras enquanto eu lia soava tão bem em meus ouvidos, eu precisava saber quem estava me mandando essas cartas maravilhosas que fazia meu coração bater a mil. Guardei delicadamente a carta dentro do envelope, junto com as outras em minha gaveta.

Continua...


NOTA DA BETA: Encontrou erros que provavelmente passaram despercebidos pela desastrada aqui?
     
P.S: A opção "descontar na autora através dos comentários" foi desativada pela eminente injustiça que representa.


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