Fic por: Ana Mendes


Capitulo um – I wanna get back to the old days...


Flashback dez anos antes

’s POV

Dois mil e onze, é bem grande. E só pelo tamanho da saia das meninas da escola, esse ano promete.

Eu não tinha dormindo com todas as meninas da escola, talvez setenta por cento. Talvez mais, talvez menos, o que importa? Tenho dezessete anos.
Meu pai sempre disse que com dezessete anos é quando tudo dentro de você está à flor da pele, mais do que quando se têm quatorze, sabe? Quatorze, você fica se excitando e vendo RedTube a noite toda, você começa a se masturbar, e acha que a vida é aquilo, ter quatorze, beber, beijar garotas e passar a mão pela bunda dela, ah, e claro, se masturbar; ok, isso não é estar à flor da pele.
Com dezessete, sim; essa é uma idade boa.

’s POV

Josh Shimmith, pedagogo do colégio, entrou na sala.
- Bom dia, senhorita .
Ele disse logo, bem educado como sempre, seus cabelos um pouco grisalhos perto das orelhas estavam aparentemente oleosos, e sua camisa social preta listrada com roxo combinava com sua calça jeans escura, sempre a mesma roupa.
- Bom dia, diretor. - Respondi com a mesma educação e sorri, eu sabia que ele não estaria ali só para me desejar bom dia.
- Bom, como a senhorita deve saber, não vim aqui apenas para lhe desejar bom dia – ora, não diga, pensei comigo mesma e sorri pra ele -, a senhorita tem as melhores notas da escola, e o pai de um aluno nos pediu ajuda, perante as notas extremamente baixas de seu filho, gostaríamos que a senhorita desse aulas a esse aluno, ficará como crédito extra, não que a senhorita precise, é claro.
Dito isso ele sorriu me encorajando, eu estava indecisa, mas mesmo assim, sorri, e as palavras saíram da minha boca:
- Claro, seria ótimo. E quem seria esse aluno?
As feições do diretor ficaram mais calmas, então ele ajeitou a postura e pronunciou, casualmente:
- .

’s POV

Hoje de manhã eu recebi uma mensagem dos meus pais dizendo que as minhas notas estavam terríveis, então o diretor pedagogo da escola ia achar alguém pra me ensinar, puta merda, como é que eu vou viver, parece que eu vou ter aulas quatro dias na semana, além das aulas do colégio; meu pai é louco, só pode! Tudo bem que as minhas notas não são lá as melhores coisas, mas poxa, tenho certeza de que o diretor vai pegar uma daquelas meninas, ou pior, um menino, bem nerd, com bafo e espinhas por todo o rosto. Obrigado, mãe e pai, por terem uma pele impecável.
- Dude, tem ensaio hoje, você se lembra, né? – chegou perto de mim com duas meninas ao seu enlaço, deixa só a saber disso.
- Lembro, será que o e o se lembram? Esquece, eu tenho aula com os dois agora, ai eu pergunto pra eles.
- Beleza.
mora em uma casa no final da rua onde eu moro, o e o moram duas ruas à frente, em casas vizinhas.
Moro com meus pais em uma das maiores casas de Londes, minha mãe é dona do maior hospital psiquiátrico de Londres, e agora vai construir um nos Estados Unidos, meu pai é piloto “chefe” da Aeronáutica Militar, mas tinha vários investimentos, por causa da enorme herança que meu avó tinha deixado pra ele. A família do mora em Bristol, ele veio para capital pra ter um estudo melhor e, bom, tentar concretizar totalmente o sonho dele. e sempre moraram aqui.
- Senhor ? – A voz do senhor Shimmith saiu de trás da porta do armário.
- Sim?
- Já temos a aluna voluntária que irá te ensinar, como foi exigido por seu pai... Você poderá se encontrar com ela hoje na recepção da diretoria? – A voz desse cara é nojenta! Sem contar o excesso de palavras não necessárias usadas em uma única frase.
- Beleza, - eu disse ele fez careta, provavelmente por causa do “beleza” – que horas mesmo?
- Bom, pode ser ao meio dia? Assim que sua aula terminar.
Eu disse que estava bem, mas na verdade, puta que o pariu, eu tinha combinado de sair com uma menina antes do ensaio, que seria as seis. Mandei uma mensagem de texto para ela avisando que não poderia sair com ela; logo depois apaguei o número dela do meu telefone, eu não queria mesmo.

Lovatos’s POV

Chequei meu horário e fechei a porta do armário, o garoto que eu vou ensinar é da turma A, do terceiro ano, e eu sou da turma do segundo ano, quer dizer, mais ou menos, como eu fiz vário supletivos faltavam três matérias para que passasse para o terceiro, aí, no caso, no final do ano eu poderia me formar junto com todos, enfim, voltando ao garoto; eu tenho certeza de que ele nem ao menos sabe quem sou; ele é o tipo de cara fodão-que-pega-todas-mas-que-não-é-esnobe-rico-mas-tem-uma-banda-de-garagem, bom, era mais o menos isso; eu não tinha muito tempo pra pensar nisso, a professora tinha entrado e eu me foquei nela, hoje falaríamos sobre Paolo Veronese, que foi um importante renascentista.

’s POV

O sinal do fim da aula bateu, eu fechei o caderno e guardei-o dentro da mochila.
- Então, cara, vai almoçar com a gente? – chegou perto de mim, sozinho. ficaria feliz em saber disso.
- Não vai dar, tenho aulas particulares - eu disse rolando os olhos. – E você, onde vai almoçar?
- Ah, não sei, talvez eu almoce rápido com o e ai eu vá pra casa da , ficar com ela.
- Então tá, encontro você no ensaio?
- Claro – ele disse já saindo em direção ao armário de .
Dei a volta no colégio em direção à sala da diretoria, esperaria a tal aluna-professora-nerd chegar, só espero que ela não tenha bafo. Eu sentei no sofá e fiquei olhando a porta, esperando alguém com aquela roupa de nerd. Pessoas entravam e saiam, até que uma menina de mais ou menos um metro e cinquenta e cinco entrou na sala, os seus cabelos cor de chocolate caiam como uma cascata um pouco abaixo do ombro, usava um calça jeans clara, uma regata branca com uma blusa dos Smurfs, um coletinho de renda azul e um All Star branco. Ela falou alguma coisa com a secretária em quanto ajeitava sua bolsa-mochila nas costas, a secretária apontou pra mim e ela se virou com um sorriso tímido.
- ? – ela perguntou com um pequeno sorriso.
Puta que pariu.
Ela não era nem de longe a menina mais sexy do colégio, mas ela era linda, puta merda, tinha uma leve cor nas bochechas, até mesmo de vergonha, e não tinha nem um pouco de maquiagem. Ela não era promiscua.
- Sim, você é...?
Ela arrumou a mochila nas costas e respondeu-me com uma voz tímida, porém clara.
-
- Hmmmm, legal...
Levantei-me do pequeno sofá e olhei pra ela, aonde iríamos mesmo?
- O que acha da biblioteca?
- Pode ser - eu disse sem saber muito o que falar, acho que fui na biblioteca uma vez na vida desde do dia em que entrei na escola. – Vamos?
O caminho era longo até a biblioteca, que ficava exatamente onde eu tinha vindo, ou seja, eu teria que dar a volta na escola. Eu ia um passo atrás dela, enquanto passávamos na área aberta da escola um vento razoavelmente forte passou por nós e um cheiro muito bom chegou as minhas narinas, um cheiro ótimo, que eu reconheci como Nina, um perfume da Nina Ricci, eu tinha muitas memórias desse cheiro, lembro de quando minha avó por parte de pai era viva e ela me levava para ficar na cozinha enquanto ela fazia bolo, o cheiro do bolo misturava com a fragrância doce do perfume; afastei esses pensamentos da minha cabeça quando percebi o olhar da menina em cima de mim, um olhar duvidoso.
- Tudo bem? – ela perguntou olhando para mim
Assenti de leve e abri a porta da biblioteca. Deixei que ela entrasse primeiro recebendo um sorriso em agradecimento, depois entrei. Ela se sentou na mesa e abriu seu fichário, tirando de lá uma folha totalmente escrita, impressa.
- Então... Quais são as matérias que você tira nota baixa?
Eu olhei pra ela tipo “Como assim?”
Todas, eu não tiro nota boa em nenhuma, ela logo pareceu perceber, já que riu.
- OK, - ela disse e parou de rir – então, quais são as matérias que você menos gosta?
- Hm, geografia?
- Certo, - ela disse e abriu seu fichário (que havia fechado ao tirar a 1° folha) e tirou de lá uma folha branca – o professor Julius vai dar uma prova, em dupla, e vale um terço da nota, é uma ótima oportunidade para quem não tem nota.
Ela continuava a falar o que eu precisaria estudar, umas quinze páginas da apostila.
A aula durou uma hora e meia. Foi fácil, bom, eu sei que não vai ser assim em todas as aulas, mas pelo menos a primeira foi fácil, ela me deu dicas de estudos, e também me fez copiar as matérias perdidas, que não eram muitas, já que eu tinha uma “copiadora”, eu pagava a um dos nerds do colégio e eles copiavam pra mim, ou então eu tirava o famoso Xerox.
Quando a aula acabou e eu estava levantando percebi que ela não fazia questão de se levantar.
- Não vai embora? – perguntei em tom baixo, mesmo assim recebendo o olhar furioso da bibliotecária.
- Meu pai vai vir me buscar às cinco – ela deu um pequeno sorriso, olhei no relógio ao meu pulso e constatei que faltavam apenas quinze minutos para as cinco.
- Ok, eu vejo você... amanhã? – perguntei e a vi levantar o rosto do livro de História e me olhar.
- Claro.

Third-person narration (N/A: Significa “Narração em terceira pessoa”, sempre que na fic estiver “Third-person narration”, significa que os próximos trechos narrados serão narrados por “alguém” que não está dentro da história;/)

O vento parecia mais forte do que estava, tomava seu café andando em direção ao metrô, seu carro estragara no dia anterior e ela precisaria ir à pé, já que estava viajando; poderia ir de táxi, mas ela gostava do movimento sempre reto que o metrô seguia.
Passou a noite relembrando os primeiros momentos de seus quinze anos, quando conhecera . Lembrava-se perfeitamente dos próximos capítulos, aqueles em que ela ia a casa dele para ajudá-lo com o dever, ou a estudar para prova.

’s POV

A porta fez o clique quando eu girei a chave, o apartamento estava cheirando a lavanda, e eu fiz uma nota mental de agradecer à Nanda por isso.
O telefone apitou, tinha uma mensagem, larguei as coisas no sofá e suspirei antes de apertar o “play”.
- Oi, , é Gi, nossa, eu tô nervosa... Tenho que te contar uma coisa muito boa... Hmm, me liga quando puder, beijo.
Eu ri, ela havia falado tudo muito rápido, bom, eu acho que eu poderia ligar depois, estava cansada e precisava de um banho. A casa parecia muito grande, sem aqui para jogar as roupas no chão, fazer muitas brincadeiras com o cachorro, jogar vídeo-game muito alto ou chamar os meninos para vir aqui fazer... nada.

Nova Iorque
’s POV


O final de mais um show provocou euforia em todos nós, foi um dos melhores shows da turnê, com toda certeza.
- Dudes, vocês não vão acreditar! - chegou rindo muito, parecendo muito feliz.
- Que foi? Viu um passarinho verde? - perguntou rindo e jogando uma toalha no cesto de roupa suja que tinha ali.
- A Gi tá grávida!
Ele deu uma gargalhada muito estranha e alta, o que fez todos rirem!
- Sério, cara?
- Parabéns!
Foram mais ou menos assim os comentários de toda a equipe: pulou nele e falou que, se ele puxasse o tio, - mesmo que nem fossem da mesma família -, ele seria muito gato. Eu e abracei , estava casado há um ano e há três, iria se casar em três meses, e tem um namoro sério, como ele diz, mas nós nunca vimos essa tal namorada.

Fomos para o hotel para nos arrumarmos e sairmos para comemorar o nosso novo sobrinho! Fomos em um bar não muito conhecido, mas era bem legal, rimos e ficamos lembrando do dia em que o casou, ele tava meio bêbado, e quando foi pegar a aliança deixou ela cair, daí ela saiu quicando no meio da igreja, foi muito engraçado (n/a: ISSO ACONTECEU NO CASAMENTO DOS MEUS PAIS KKKKKKKKKK! Tadinho do meu pai gente, ou n ne...., ok, podem continuar)! O estava todo bobo por causa do bebê, e ficava rindo toda hora.
Um tempo depois voltamos pro hotel, hoje faz três meses que estou fora de casa, e nessa reta final a saudade parece aumentar bastante, só de pensar que estarei em casa, na minha cama, com a minha esposa, o coração acelera muito e todo o tempo que não ficamos juntos parece virar séculos. Ao chegar no quarto abri a carteira para pegar o cartão-chave e me deparei com uma “montagem” de fotos nossas que tinha feito quando começou o curso de Web Design; a foto mais chamativa.

Flashback sete anos antes

Um grito ecoou no corredor da universidade, as quatro meninas pulavam e amassavam o papel pardo em suas mãos. HAVIAM PASSADO! Claro, todas entrariam em salas e sairiam de lá alguns anos depois prontas para realizar seus sonhos.
Em outro lugar...
Os meninos estavam ansiosos, as mãos suavam e os corações praticamente saiam do peito; A caneta escorregava da mão de e o estômago dos restantes dava voltas e mais volta... Em poucos segundos, seriam oficialmente uma banda sendo produzida por uma das maiores gravadoras de todo o mundo!
Uma semana mais tarde, entrava na grande sala, onde sentaria nos próximos três anos, a sala dos alunos da Psicologia.
fazia seu caminho em direção à sala 234, de Web Design, o sorriso marcado pelo seu gloss sabor limão estava rasgando sua face.
seguia o caminho diferente de todas, queria mexer com uma área mais... infantil; a porta da sala de pedagogia parecia sorrir para ela.
Do outro lado do campus, podia-se ver um grupo de frente a um grande edifício, todos com grandes cadernos para desenho nas mãos, sorria ao perceber o quão perto estava da sua turma de arquitetura.
Mais tarde, no mesmo dia...
A conversa parecia não acabar, cada um contando de como foi bom o primeiro dia de vários outros que se seguirão.
deu um grito e pediu para que todos se organizassem, pediu a um garçom do bar para que batesse a foto que gravaria o momento.
Estavam se tornando adultos, oficialmente, com muito mais responsabilidade do que ontem.

Fim do flashback

Dias atuais
Londres


’s POV

A casa estava extremamente vazia, silenciosa e neutra. Era estranho, sexta e eu tenho tempo livre para fazer o que quiser, sem bagunça; é anormal pra mim há tanto tempo.
Determinada a sair do quarto e não fazer nada, fui ao closet, que tinha o “lado esquerdo” praticamente vazio, algumas roupas para ocasiões mais quentes ficaram devidamente colocadas no armário. O espelho que cobria a parede do meio do aposento era grande e me deu um visto total de como eu estava; a roupa (link: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=39899635&.locale=pt-br) social que havia escolhido mais cedo para ir trabalhar me lembrava a idéia de alguém que vive para o trabalho, sem pensar em nada; mas eu gostava, então, parei para pensar em como ficaria se mudasse a cor do cabelo; um sorriso brotou-se sem meus lábios e fui em direção ao meu celular, atrás de um nome que eu conhecia bem.


Continua...


N/A: Nossa, finalmente!!! Eu estava com essa fic na cabeça a tento tempo! Espero que vocês gostem desse primeiro capitulo, não se esqueçam de comentar ali em baixo, ou deixar qualquer critica ou comentário no meu Twitter (twitter/demilovatorawr), Tumblr (like-a-lightweight) ou Fomrspring (/anaaaabmendes).

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