Whoever You Are

por Anezka | betada por Natalie
revisada por Lelen


Aviso: Coloque esta música pra carregar, ela será solicitada no meio da fic.


O vento passava cortante pelo meu rosto enquanto bagunçava meus cabelos, isso atrapalhava-me a visão, mas eu conhecia muito bem aquele lugar, poderia sequer achá-lo com olhos fechados. O cortante vento gelado insistia em passar por minhas pernas, agora quentes por já haver um bom tempo em que se encontravam em constante movimento.
Eu não poderia parar de correr, eu não queria parar de correr, apesar de meu cansaço muscular, continuava em movimento. Cada fibra de meu cansado corpo, aos poucos, tornava-se insignificante, minha cabeça latejava constantemente com pensamentos preocupantes e apressados.
Mais duas quadras.
Não temia que minhas pernas não aguentassem, elas aguentariam, mas meu coração não tinha toda essa certeza; certamente preferiria que se acelerasse e em um segundo bruscamente parasse a não encontrá-la ali.
Mas assim que me encontrei virando a velha esquina, as coisas não aconteceram como o esperado.
O cortante vento, não parecia tão cortante assim, a baixa temperatura, anormalmente, aumentara as gotas de suor pela minha testa que graciosamente haviam sido substituídas por gotas de chuva que faziam minha pele formigar e, meu coração, de uma maneira completamente impossível, batia pulsante em um ritmo mais acelerado, chegando até a me doer internamente.
Mas nada disso importava.
Ela estava ali.
Não parecia ter me visto, estava diante um táxi, com duas ou três malas ao encalço, olhava a porta aberta à sua frente com olhos perdidos, sem algum ponto fixo, as gotas de chuva ganhavam intensidade a cada momento, mas ela não parecia se importar.
Eu não sabia ao certo quanto tempo já passara, estava contando com cada batida de meu coração, que, selvagemente, gritava — à sua maneira — por ela.
Inesperadamente, seus olhos se desviaram para os meus. Seu rosto não continha expressão alguma e sua respiração parecia um tanto desregular (ao menos ela conseguia respirar). Então, um baque surdo denunciara o impacto da porta do táxi sendo fechada, ela sorria estonteante... O meu sorriso. Como eu amava aquele sorriso, e ela não tinha nem ideia do quanto ele me significava. O barulho ensurdecedor das grossas gotas de chuva estourando no chão pareceu desaparecer, e o único vestígio de som que provava que não me encontrava em uma lúcida surdez, era seus passos apressados espelhados pelas poças ao longo da rua. Vindo à minha direção.
Não conseguira também evitar correr em sua direção, aquilo estava fazendo falta, matando-me internamente, devorando cada pequena partícula minha de lucidez. E depois do que parecera um longo instante, seus cabelos invadiram minha visão enquanto seu perfume me consumia internamente e seu toque causava-me insistentes tremores. Seus olhos pareciam culpados, desapontados.
, eu... desculpe-me, eu simplesmen... — toquei seus lábios com meu dedo indicador. Eu não me importava com nada, ela estava aqui, eu conseguira evitar que se fosse de minha vida. Eu não precisava de mais nada além dela em meus braços. (Coloque a música para tocar).
Segurei seu rosto por entre minhas mãos acariciando de leve sua bochecha com o polegar, a chuva aumentara incrivelmente e a única coisa que conseguia enxergar no meio de todas as bruscas gotas de dela, eram seus olhos que agora sorriam para mim e seus avermelhados lábios.
, eu te amo — sussurrei.
Nossos lábios se encontraram suavemente, iniciando um beijo calmo. O melhor de todos. Como eu sentia falta da maciez de seus lábios avermelhados, e do gosto doce de sua boca, das carícias que sua língua transmitia, seus cabelos se enroscando vagarosamente por minhas mãos, suas costas, sua cintura.
Eu a amava.
Eu realmente a amava. E nada nem ninguém mais poderiam tirá-la de mim.
Porque afinal, mesmo que tivesse partido, ela não teria deixado o meu coração.

Fim.
Ou será apenas o começo?


n/a: Essa short-fic é dedicada à minha amiga besta Lara Hatz. <3



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