>> Música da fic: With Arms Wide Open - Creed. Dê play quando a letra surgir na fic.
>> Fiction escrita pro Challenge Interno 001





Era uma fria noite de setembro. Uma fina camada de neblina cobria as ruas de Seattle. Estava bastante frio lá fora.
permanecera sentada naquela cama durante horas a fio, enrolada nas grossas cobertas azuis escuras, apenas pensando no que lhe acontecera. Como lidar com aquilo? Como sorrir falsamente para todos na escola na manhã seguinte e fingir que tudo estava bem? E o pior: como lidar com Jared?
A garota fechou os olhos e uma pequena lágrima escapou, deixando um rastro na bochecha rosada. Ela começou a se lembrar do que acontecera em suas férias.

– Flashback –

Os pais de partiram numa segunda lua-de-mel e por conta disso a garota não viajou nas férias de verão. Ficou sob os cuidados de seus avós. Bem, não foi exatamente sob os cuidados deles, uma vez que a garota continuava na casa dos pais, e periodicamente seu avô e avó passavam para ver como tudo estava.
Já fazia mais de dois anos que namorava Jared Leto, um garoto que conhecera na escola dois anos e meio antes, e por quem se apaixonara logo de cara. Para ela estava tudo perfeito; estava ao lado daquele que amava loucamente.
Ela não imaginava o que estava para acontecer.

Dois dias se passaram. Jared não aparecera para levá-la para a escola – ainda tinha uma semana de aulas. Ele já se formara havia dois anos, mas ainda acordava cedo para levá-la.
estava preocupada com seu sumiço. Tentara ligar para ele, mas era um esforço inútil. Ele não atendia suas chamadas.
Em casa, naquela noite, ela não conseguia se concentrar em nada. Passava da meia-noite e ela já ligara várias vezes para o celular de Jared, numa tentativa frustrada de saber se tudo estava bem. Ela deveria ter estudado Álgebra, mas simplesmente não conseguira.
Bufando, levantou-se da cama e começou a andar de um lado para o outro no quarto que apenas era iluminado pela luz do abajur. Sentia-se inquieta.
Céus, onde está essa criatura?!
Foi então que ela ouviu um alto estalido que a fez pular um pouco. Virou-se na direção do som, para ver a janela de seu quarto sendo aberta e uma forma masculina entrar por ela.
Pronto, pensou, estou morta. É um ladrão. Um assassino. Oh, meu Deus.
Ficou paralisada, apenas a observar aquele rapaz, com uma mão sobre o peito de modo assustado e a outra, que até então portava um celular, deixou o mesmo cair ao chão. Isso chamou a atenção de seu visitante.
– Hey, . – Jared sorriu de um modo estranho.
– Oh, meu Deus – murmurou . – Jared, o que você está fazendo aqui?! É tão tarde!
– Não sentiu minha falta? – Ele fez uma careta meio assustadora. – Pensei que minha namorada gostasse de mim. Ao menos um pouco, ao ponto de dizer que está feliz em me ver.
– Jared, é claro que senti sua falta. Fiquei preocupada. Mas é que-
– Sentiu minha falta? Que bom. Posso resolver isso agora mesmo.
Com certa violência, ele empurrou-a sobre a cama, logo se deitando por sobre ela.
– Jared...?!
sempre sentiu um pouco de medo dele pelo fato de ser assim tão sério, mas aquilo era diferente. Ele parecia mal. Realmente mal.
Nunca tinham mantido relações sexuais, pois ela ainda era virgem e insegura. No entanto, estava próxima de ter sua primeira vez – forçadamente.
Enquanto ele tentava despi-la, ela se apavorou.
– JARED! Pare com isso JÁ! – gritou.
– Não grite comigo. – Sua voz era apenas um sussurro sem emoção. Mas foi o suficiente para fazer a garota arrepiar-se de medo. Então, ele deu um forte soco em seu rosto. Ela ficou meio tonta, desconcertada, e pôde sentir o sangue escorrer de sua boca pelos lábios cortados. O local onde ele a acertara pulsava.
Aquele fora só o começo.

abriu os olhos. Sua mente tentava reprimir todo o horror da noite anterior, mas seu corpo não deixava dúvidas. Os arranhões, as hematomas, pequenos cortes sangrentos, partes inchadas e outras doloridas... Não podia ignorar o que acontecera. Não podia acreditar no que acontecera. Não reconhecia mais o namorado – muito menos esse tipo de atitude.
O que estava acontecendo com Jared Leto?

– Fim do Flashback –

deixou escapar um soluço alto enquanto as agressões que se seguiram se passavam em flashes em sua memória. Ele a agredia praticamente todos os dias, e ela tinha medo de falar para alguém que pudesse ajudá-la, ao mesmo tempo em que não queria prejudicá-lo. Apesar de tudo, ainda o amava loucamente, e, depois de um tempo, tentara convencê-lo a parar de agredi-la. Mas ele não quis acordo.
E o resultado não podia ser outro: relações sexuais descuidadas resultaram numa gravidez.
Agora era esse o problema com o qual tinha que lidar.

Alguns dias se passaram. Jared não ia mais visitá-la com tanta frequência, o que era bom. Era uma pausa na dor e no sofrimento.
Era uma segunda-feira, e as aulas começariam. Arrumou-se para ir à escola para não despertar dúvidas, suspeitas ou qualquer outra coisa em seus pais. Jared viria buscá-la, e ela teria que ir com ele e contar-lhe o que acontecera. Só de pensar nisso sentia-se apavorada. O que ele faria a ela? Se sem motivos já a machucava...
? – chamou seu pai. – Desça.
Quando Jared estava em casa, o Sr. era assim: rude e frio. Ele não gostava do rapaz. Dizia ele que era apenas porque o rapaz era velho demais para sua filha, e, depois, quando se formou e não foi pra faculdade, um novo motivo surgiu: sua filha namorava um vagabundo. A menina respirou profundamente e desceu as escadas com a alça de sua mochila pendurada apenas sobre um ombro.
– Bom dia – disse ela ao chegar à sala, numa voz rouca e falha.
– Bom dia – todos responderam em uníssono, incluindo Jared.
– Traga minha filha para casa cedo, Leto – ordenou o Sr. . Ele nunca se referia a Jared pelo primeiro nome do rapaz. Antes achava idiota e até se irritava com seu pai por tratar seu namorado com tamanha má educação, mas agora nem se importava. Até compreendia.
– Eu trarei, Sr. – respondeu Jared. Seus olhos avaliaram a namorada, desde seus All Star vermelhos até a blusa da mesma cor. Ele não tinha expressão alguma no rosto.
Sem conversar, ambos saíram de casa. ainda reclamava pelo fato da filha sair de casa sem comer nada, mas sentia que se comesse passaria mal.
Jared abria a porta do carro, mas o impediu.
– Precisamos conversar – disse, empurrando a porta semiaberta.
– Precisamos? – ironizou Jared, e depois riu.
– Você abusou de mim, fez o que quis...
– Vai querer reclamar agora? – Sua voz era ameaçadoramente baixa. – Não quero falar sobre isso. Aliás, você se verá livre de meus maus tratos em breve. Viajaremos em turnê.
Ele se referia a ele, seu irmão Shannon e seus amigos. Eles tinham uma banda, chamada 30 Seconds To Mars.
– Jared, eu estou grávida – disse ela, sem paciência.
O silêncio reinou. Jared buscava no olhar dela algum sinal de que não falava sério, mas não havia nada para ver além da sinceridade e da dor.
– De quem?
De quem? sentiu o sangue ferver-lhe nas veias. De quem? Só conseguia pensar nessas palavras.
– Como assim, Leto? – perguntou ela. – Com quantos caras você acha que eu transo?
– Como posso saber?
– Argh. – Aquela mínima palavra foi pronunciada com repulsa e desagrado. – Vá embora, Leto. Não quero vê-lo nunca mais. SUMA!
Jared abriu um pequeno sorriso.
– Não será tão fácil assim se livrar de mim, , querida. – Seu sorriso sumiu. – Sei que essa droga de criança é minha. Conheço você. Sei que não teria coragem de sair com outros caras. Ou teria?
– Vá pro inferno.
Num movimento muito rápido, Jared segurou em sua jugular, colocando-a de costas em seu Citröen preto.
– Acho bom você baixar a bola, querida – disse ele. – Não estou com humor pras suas gracinhas.
– Qual é o seu problema, Leto? O que eu fiz pra você fazer tudo isso comigo?
Ele não disse nada. Ficou a encarar a menina, com a expressão vazia.
– Você já me bateu várias vezes, abusou de mim e agora me engravidou... Se você me odeia tanto, por que ainda está comigo?!
– Eu não odeio você – disse, baixinho.
– Então por que faz isso comigo?!
– Entre no carro, .
Ela o encarou em determinação durante algum tempo, mas era perda de tempo continuar insistindo. Jared era assim, e não havia nada que ela pudesse fazer.
Ou talvez houvesse.
Ela, medrosa como era – e querendo evitar brigas –, entrou no carro e ficou a encarar o tempo fechado pelo lado de fora do para-brisa.
Depois de um tempo em silêncio, ela sussurrou:
– Então... Você vai viajar em turnê com os meninos, né? – Seu tom era falsamente desinteressado.
– Aham – disse. – Semana que vem. Começando por Las Vegas. – E sorriu.
encarou suas mãos em seu colo. Estava triste. Queria que ele ficasse. Podia ser mais irracional? Deveria estar feliz com a distância que haveria entre ela e seu agressor. Menina ingênua.
– Qual é o problema?
– Nenhum.
Jared forçou-a a olhá-lo, mas, surpreendentemente, foi com delicadeza.
– Não minta pra mim – pediu.
– Ah – suspirou. – Eu queria que você ficasse comigo. Preciso de você.
Jared não podia acreditar nas palavras que ouvira; não depois do que fizera à dona delas.
– Depois de tudo o que eu fiz... Você ainda me quer por perto?
– Eu te amo, Jared. Mesmo que você me mate. Ainda assim o amarei.
Ele ficou um tanto boquiaberto e incrédulo ao ouvir aquilo. Ela deveria odiá-lo. Ela deveria querê-lo bem longe.
– Você é inacreditável – disse ele, e se aproximou, juntando seus lábios aos dela num selinho deveras carinhoso. – Eu não mereço isso de você.
Ele já se afastava, mas não deixou isso acontecer. Entrelaçou seus dedos nos cabelos lisos e escuros do namorado, beijando-o de um modo que há muito não fazia. Ele não a beijava, e aquele pequeno selinho atiçou todos os sentimentos da menina. Jared se entregou ao beijo também, e, por um momento, só havia os dois no mundo.
Quando encerraram o beijo, Jared enterrou o rosto nos cabelos dela num abraço. Tinha coisas que necessitavam ser ditas, mas ele não conseguiria fazer isso encarando . Precisava de ajuda. Precisava fazê-la ver isso.
Precisava, mas não queria.
– Eu sempre quis ser pai – disse Jared. – Não agora, mas... Será bom ter esse moleque comigo.
– Será uma menina – disse , com um sorriso. Não queriam aquilo, mas se acontecera... O jeito era aceitar.
– Não, ele será um menino. Você vai ver.
– Veremos – concordou. Sua voz estava chorosa. Seria alegria? Ela não sabia explicar.
– Está chorando? – perguntou Jared.
– Acho que sim. – E riu. Claramente chorava em meio ao riso.
– Eu... – Como dizer tudo o que sentia? Jared nunca foi de ficar falando de sentimentos. Não sabia como fazer isso. – Perdoe-me.
Era uma pequena palavra, mas para fazia total diferença. Chorando ainda mais, ela se afastou para olhar dentro daqueles olhos azuis.
– Eu sempre vou te perdoar, Jared. Mesmo que isso acabe me matando.
Jared mal sabia como expressar o que sentia naquele momento. Era uma emoção tão... forte.
Ele puxou a menina para seu colo e encaixou-a de modo que pudesse ficar entre as pernas dela. Envolveu-a num abraço apertado; devia contar a ela, mas não queria. Deveria contar que era usuário de drogas e que por isso a machucava. Deveria contar-lhe que seu pai fizera o mesmo com sua mãe anos antes e que se sentia um monstro, mas que não sabia como parar.
E dever e querer são duas coisas diferentes.
Uma lágrima escapou de seu olho, e ele logo se apressou em esconder seu vestígio. Fechou seus olhos, implorando a Deus que as coisas se resolvessem, que tudo acabasse bem. merecia que as coisas fossem assim.
– Apesar de tudo, você ainda acreditaria que eu te amo? – perguntou Jared. A menina sorriu em meio às lágrimas, e aproximou seus lábios do ouvido dele.
– Sim – disse.
– Vou tentar mudar – disse ele. Apenas disse. Não deu nenhuma garantia. – Vou tentar ser o homem que você precisa que eu seja.
– Confio em você – disse . – E vou ajudá-lo nisso.
– Tenho que te levar pra escola.
– Não quero ir – disse ela. – Tenho que me preparar... para contar aos meus pais.
– Eu também – disse Jared, pensativo. Aquela não seria uma missão fácil para ele.

Os pais de aceitaram mais pacificamente do que a jovem teria esperado. A culpa, aos olhos deles, era toda do namorado de sua filha. O que foi mais chocante foi a briga do pai e namorado dela. Fora um processo trabalhoso acalmar o Sr. .
Os pais de Jared, por outro lado, não aceitaram de maneira alguma. O pai o bateu na face, xingou-o e o pôs para fora de casa, e sua mãe apenas observou, aos prantos, mas ele já esperava por isso.

– Você é nova demais, mas não importa – dizia a mãe de , , enquanto olhava na sacola de compras que trouxera do shopping. – Fizeram a besteira e chorar não vai adiantar. Aqui. Tomei a liberdade de comprar algumas coisas pro bebê. – Ela tirou uma mamadeira com detalhes em rosa e outra em azul. – Acho que será uma menina, mas... É bom prevenir. – Sorriu. – Aw, claro. Uma cinta-liga pra...
– Mãe!
– O que foi? – Ela olhou-a com olhos arregalados em inocência. – Será extremamente útil, filha.
– Hunf – resmungou, e Jared riu baixinho.
– E, é claro, um DVD da Xuxa.
– O QUÊ? – pegou o DVD como se fosse uma bomba. – Mãe, quer acabar com o cérebro do meu filho antes mesmo de ele nascer? Coitado do bebê!
– Você pode não gostar, mas no Brasil ela é a rainha dos baixinhos. Você foi criada ouvindo Xuxa. Qual o problema agora?
– Deve ser por isso que sou desse jeito.
– Como é?
– Nada, mãe.
– Ah, eu já falei sobre as aulas, né? – perguntou .
– Aulas?
– Sim. Dez aulas de como ter um bebê, para você e seu namorado. Além de Ioga; você precisa fazer Ioga. E acho que um casamento também não faria mal.
– Mãe, chega, né...
– Chega? – Derrepente, se irritou. – Vocês vão ser pais. Daqui a menos de oito meses. Têm noção do que enfrentarão?
– Mas...
– Sem "mas". Haverá o casamento, e ai de quem discorde.
– Vamos, querida? – O pai de chegou à sala, segurando sacolas de mercado com cervejas. Fingia que Jared não estava ali. Desde que soubera da gravidez da filha, passava por Jared como se fosse parte da mobília, a pedido de sua esposa. Bem, era melhor que discutir todo o tempo.
– Hmmm, para onde? – perguntou .
– Noite do pôquer, querida.
– Ah, não. Na casa dos Smith? Mais John Lennon?
– Sim.
– Certo – disse ela, de má vontade. – Vá tirando o carro da garagem. Já estou indo.
Depois ela se voltou para a filha, levantando-se do sofá, olhando-a com expressão séria.
– Eu não estou brincando com nada disso, viu? Vocês fizeram a besteira e agora devem saber assumir seus erros. Eu estou ajudando e você deveria dar graças a Deus.
– Sim. Desculpe-me, mãe.
– Vou organizar o casamento. – Dessa vez, ela olhou para Jared. – E não quero ouvir mais nada sobre o assunto.
E então saiu, decidida, pela porta da frente, deixando o jovem casal em tensão eminente. >

Well I just heard the news today
It seems my life is going to change
I close my eyes, begin to pray
Then tears of joy stream down my face


Os dias foram passando. Ela podia ver Jared mudar, tentar ser o homem que ela precisava que ele fosse.
Foram caminhar numa praça depois que saiu da escola naquele dia. Ela já estava com a barriga enorme aos sete meses. As pessoas conhecidas já haviam parado de olhá-la com censura, mas os desconhecidos ainda se apiedavam.
– Já sabe qual será o nome do pirralho? – perguntou Jared.
– Stacy – respondeu.
– Eu disse "do pirralho", no masculino – disse Jared, arqueando a sobrancelha.
– Será menina. – deu de ombros. – Stacy.
– Tá, mas considere a possibilidade de ser um moleque... – pediu ele. – Como se chamaria?
– Que tal Kevin? Bryan?
– Bryan – disse Jared, sorrindo.
– Tá, mas será uma menina, então... Stacy.
Jared apenas balançou a cabeça, a abraçando, enquanto observavam crianças correrem pela praça, curtindo a luz do Sol.
– Você vai ver que estou certo, amor. – E beijou sua bochecha. – E ele será tão lindo quanto você.
– Não. Sendo menino ou menina, será como você. Terá seus olhos, exatamente da mesma cor...

With arms wide open
Under the sunlight
Welcome to this place
I'll show you everything
With arms wide open
With arms wide open


– Espero que esteja errada – disse ele, puxando a namorada para perto de si. Uma garotinha passou com rosas num cesto. Estava vendendo. Jared comprou uma rosa vermelha para a garota. Sabia o quando ela gostava de flores.
, por sua vez, beijou-o com paixão. Ele retribuiu.
Mas como tudo que é bom dura pouco, Jared voltou a ter problemas com seus pais. Voltou a ver sua mãe apanhar, ele mesmo passou pela mesma situação e acabou denunciando seu pai, que foi preso. Privara-se das drogas nos últimos meses, mas não podia suportar aquilo. Então sucumbiu ao vício, e as mudanças foram cada vez mais perceptíveis. notou que Jared parecia mudar, ou voltar a ser o que era – o cara que a machucava e que a engravidara a troco de nada. Decidiu se empenhar em descobrir o que havia de errado, o que o fizera mudar.

Well i don't know if i'm ready
To be the man i have to be
I'll take a breath, i'll take her by my side
We stand in awe, we've created life


Assim o fez.
Era manhã; bem cedo, por sinal. Vestiu-se, e fez nota mental de pedir a sua mãe que fosse com ela comprar roupas que não machucassem de tão apertadas. Estava no oitavo mês da gestação e já havia engordado consideravelmente.
Pegou as chaves do carro de sua mãe e deixou um bilhete, dizendo que fora fazer um piquenique com Jared. Era uma mentira, mas ela não se importava; a verdade geraria conflito desnecessário.
Foi para a frente da casa dos pais de Jared. Quando seu pai fora preso, ele voltou a morar com a mãe. nem fazia ideia de nada do que se passara ali. Jared não gostava de falar sobre a família e ela respeitava.
Teve que esperar cerca de meia hora até vê-lo sair de lá e adentrar seu carro. Ele logo deu partida e a menina foi atrás.

With arms wide open
Under the sunlight
Welcome to this place
I'll show you everything
With arms wide open
Now everything has changed
I'll show you love
I'll show you everything
With arms wide open
With arms wide open


Ela o flagrou comprando drogas e presenciou o consumo das mesmas. Não queria acreditar naquilo, mas agora muita coisa fazia sentido.
Ela só não entendia o motivo de usar drogas e acabar com a vida dessa maneira. Porque, de certa forma, é um modo de se destruir vidas.
Ela estava tão chateada que nem pensou no que estava fazendo. Nem por um segundo. Saiu do carro, fechando a porta com força desnecessária, encarando o namorado com lágrimas de desgosto nos olhos.
– Mas o que diabos você pensa que está fazendo?! – disse , pegando o cigarro que Jared já acendia e tacando-o ao chão. Provavelmente maconha. – Era esse o seu problema todo o tempo? Jared, que tipo de pessoa é você?
Ele não disse nada.
– Jared, nós vamos ser pais. Falta muito pouco. E ao invés de tentar ser um adulto responsável, você me vem com consumo de drogas? E o que vem depois? Mais espancamentos e abusos sexuais?
– Chega – sussurrou Jared.
– Não, você-
– Cale a boca, – ordenou ele.
– Não me mande calar a boca! – gritou.

I'll show you everything
Oh yeah
With arms wide open
Wide open


Jared segurou-a pela jugular e a pôs contra o carro brutamente.
– É melhor você se calar – sugeriu ele, num tom de voz que a assustou. Sim, o Jared que a machucava estava de volta.
Assustada, a menina o empurrou para longe e correu para o carro com alguma dificuldade, graças ao tamanho de sua barriga. Fechou a porta e se atrapalhou ao colocar a chave na ignição, uma vez que suas mãos tremiam e ela chorava bastante.
Saiu cantando pneus pelas ruas, sem direção. Ela somente queria ir para longe de tudo e de todos; não importava para onde fosse.
Depois de dirigir por alguns minutos, ouviu seu celular tocar. Sem se importar com o fato de estar num carro e dirigindo a cento e vinte quilômetros por hora na estrada principal – sem contar a chuva que caía impiedosa –, atendeu-o na mesma hora.
– O que é? – disse. Sabia que era Jared.
"Pare o carro para podermos conversar, por favor, ."

If i had just one wish
Only one demand
I hope he's not like me
I hope he understands
That he can take this life
And hold it by the hand
And he can greet the world
With arms wide open


– Não, Jared – disse, fazendo uma ultrapassagem arriscada. Os pneus cantaram no asfalto, e a família dentro do carro que ficara para trás ainda mantinha expressões de choque no rosto. Muitas outras pessoas tiveram a mesma reação, pois ela continuou com a direção perigosa. – Não vou parar coisa nenhuma.
"Você quer se matar?" perguntou Jared, exaltado. "Dirija mais devagar e com cuidado."
– Pare de mandar em mim! – gritou. – Não sou eu quem quer se matar aqui. É você quem usa drogas, quem se mete com traficantes e...
"Você não sabe porque eu fiz isso" disse ele, baixinho. "Então, não fale do que não sabe."
– Se você me contasse, eu saberia. Poxa, eu podia ajudar você!
"Não podia."
A menina chorava tanto que mal enxergava a estrada. Quase bateu num carro por já estar meio que na contramão. Piscou contras as lágrimas, soluçando alto.

With arms wide open
Under the sunlight
Welcome to this place
I'll show you everything
With arms wide open
Now everything has changed
I'll show you love
I'll show you everything
With arms wide open


Foi então que ouviu o som alto e assustador. Uma batida. Com certeza houvera uma batida de carro.
Parou o carro abruptamente e saiu dele. Não podia e nem queria acreditar no que estava vendo.
– Jared?! Oh, Meu Deus!
O carro de Jared tinha capotado e estava caído na estrada, sobre parte do corpo de Jared, esmagando-o. Ele sangrava e parecia tentar ficar acordado.
correu até ele, enquanto algumas pessoas saíam de seus carros para ver o que se passava; o automóvel contra o qual Jared se chocara caíra no barranco.
– Alguém me ajuda a tirá-lo daqui? – estava desesperada. Alguns homens tentaram remover o carro de cima dele. Viam que seus esforços não eram úteis, mas não pararam.
? – A voz de Jared era rouca e falha.
– Sim, meu amor?
– Preciso que me perdoe por tudo que eu fiz. Preciso do seu perdão. Era isso que eu queria todo o tempo.
– Jay, por favor... Perdoe-me você. Isso é culpa minha. Esse acidente... é tudo culpa minha! Se eu tivesse parado o carro quando você pediu...
– Não é – disse ele.
– Eu te amo, Jared. Demais. Te amo como nunca amei ninguém. Não me deixei, por favor. – Ela chorava tanto que mal conseguia enxergar o rosto dele.
– Eu também te amo – disse. – E me arrependo por não ter deixado você me ajudar.
– Tudo bem – disse ela.
– Cuide do Bryan – pediu Jared.
– Stacy – corrigiu-o. Ele deu um sorriso repleto de dor. Seus olhos azuis se fecharam por um momento.

With arms wide open
I'll show you everything oh yeah
With arms wide open
Wide open


– Cuide do Bryan – pediu uma vez mais.
– Vamos cuidar. Eu e você... Juntos.
Eles estavam tão absortos um no outro que nem ouviram os gritos e avisos dos demais.
– Só diga que me perdoa – pediu Jared.
– Eu sempre vou te perdoar, Jared. Mesmo que isso acabe me matando. – Ela repetiu a frase que dissera uma vez para ele.
E a última coisa que ouviram foi o som da explosão do carro de Jared, antes da escuridão dominar a ambos.
Para um foi mais definitivo do que para outro.

– Querida, você precisa acordar. – ouvia uma voz feminina desconhecida dizer. – Está em trabalho de parto, querida. Acorde.
obedeceu. Estava fraca, mas sabia que precisava fazer aquilo.
– Jared? – chamou. E depois se lembrou da explosão. – Ele está morto. – Era mais uma afirmação, mas mesmo assim, a mulher assentiu. Ela entendeu que a menina perguntava pelo namorado.
– Não é melhor levá-la para o hospital? – sugeriu outra pessoa.
– É, mas ela não vai aguentar muito tempo; já está sangrando muito... Vamos ter que fazer o parto a caminho, mas é bom estar no hospital quando acabar.
Estavam numa espécie de Kombi ou algo assim. estava desorientada e não sabia dizer. Ela só pensava em Jared. Cuide do Bryan, ele pedira.
A garota se esforçou para fazer o que pediam, para poder ter seu bebê, mas estava fraca, cansada e muito machucada.
– Estamos quase chegando – ela ouviu um homem dizer.
– Estamos quase terminando também – disse a mulher que fazia o parto.
E então acabou. pôde ouvir o choro de seu bebê, que fazia coro ao seu próprio.
– Meu... bebê – pediu.
– Parabéns – disse a mulher. – É um lindo menino.
– Bryan – disse , chorando, vendo o rosto de seu filho pela primeira vez. Era tão lindo... assim como o pai.
Como ela queria que fosse.
Você estava certo, pensou ela, esticando a mão para o bebê. Ela o segurou em seus braços, com a ajuda da mulher. Mas eu também. Ele será tão lindo quanto você. Queria que estivesse aqui para vê-lo.
começou a ver tudo turvo, e seus olhos foram se fechando, ao mesmo tempo em que seus braços não seguravam mais seu filho. Agora não ouvia mais os protestos das pessoas ao seu redor, e só teve tempo de dizer "entreguem o Bryan pra minha mãe, ." O momento era tão agourento que o bebê, antes silencioso, agora chorava, como que sentindo a ausência da mãe. Estavam em frente à maternidade, agora.
– Pobre Bryan. Já não era o bastante perder o pai... Tinha que perder a mãe? – disse a parteira, segurando Bryan, olhando para o rosto calmo e sereno de .
A cada dia dos pais que passasse, assim como o dia das mães, seria um sofrimento para o menino. Mas ele foi o que restou de um amor. A lembrança de que o sentimento realmente existiu entre Jared e , que agora jaziam em algum lugar. Que esse lugar seja pacífico e bom. Depois de tudo o que passaram, eles merecem alguma paz, algum conforto.

Fim.

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Nota da Autora: Hello, sweets! Esse foi meu Chellenge Interno 001 (Challenge das betas) que eu, certamente, não ganhei. Fui desclassificada HAUISUAIHS. Anyway, deu trabalho escrever, e eu não estou a fim de perder tempo à toa, por isso postei. Também foi minha primeira fic com 30 Seconds To Mars *o*.
Olha, eu sei que está uma droga, não me mate HAUISHAUISHIUA. Eu não sei escrever nada além de drama, impressionante. Argh.
Mesmo assim, me faça feliz e comente! Também não ligo se ler minhas outras fics, imagine...

Nota da Beta: OMG. Fics que envolvem mortes sempre me emocionam ._.
Adorei, Amy! Uma pena que tenha sido desclassificada... Eu nem tentar o challenge, tentei, não tenho essa capacidade -s UHASDUHS
Leitores, acharam algum erro na fic? Brigue comigo por aqui: missmorgon@gmail.com


Outras fics da autora:

Harry Potter:
Bleeding Love Life Lies [Finalizada] | Bleeding Love Life Lies II [Em Andamento]

Restritas:
A Mensageira [Andamento] ~ Baseada no meu primeiro livro, que está para publicar.

McFLY:
Things We Lost When Far Apart [Em Andamento] | It’s Not The End [Finalizadas] | Grown-Up Kids [Finalizadas]

Crepúsculo:
We All Fall Down [Em Andamento]




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Nota da Autora: Comentem. Não demora, faz a autora feliz e evita possíveis sequestros - só um toque. Qualquer erro encontrado nesta fanfiction é meu. Por favor, me avise por email ou Twitter. Obrigada. Xx, Amy Moore.