Amigo locutor liguei pra te dizer...
Última atualização: Finalizada

Capítulo Único

Dezembro de 2016

Ela viu o aparelho de telefone celular se espatifar na parede e depois cair no chão, dando um grunhido de raiva logo em seguida. A raiva do que ele tinha feito havia tomado sua cabeça, ao ponto de a garota escorraçá-lo de sua casa a vassouradas em meio a frases de condenação que se tornavam mais agressivas pela quantidade de palavrões que foram utilizados. E ainda mergulhada em choro e grunhidos de raiva, a recepcionista ligou seu radinho de pilha na intenção de se acalmar mais. Já eram quase 23h30min da noite, dali a quinze minutos seu programa preferido iria começar. Desde que havia descoberto aquele horário, com aquele programa e as melhores músicas possíveis, ela não perdia mais nenhuma madrugada embalada à linda voz do locutor Joseph há quatro anos.
Quase o mesmo tempo em que havia conhecido , justamente por causa daquele mesmo programa. Na época, eles da produção do programa, haviam lançado um desafio: Você ligava, pedia uma música, deixava seu telefone e o nome.
na intenção de apenas cumprir com a pena de uma aposta que tinha feito com um grupinho de amigas e perdido, ligou e fez o que o programa pedia, pediu Winterlong dos Pixies e deixou o nome junto com o telefone, só realmente não esperava que lhe ligassem meia hora depois. Um rapaz que tinha uma bela voz e cantava um pedaço da música, mais especificamente, “I waited for you winterlong, You seemed to be where I belong, It's all illusion anyway”, querendo apenas desabafar por um toco que havia levado.
Bom e desde então, os dois passaram a ter mais contato, cativando um afeto que não queria ficar apenas na amizade e em um ano depois, engataram em um namoro, estando juntos até a presente data. Presente data mesmo, porque depois da confusão que a garota esquentada havia armado, ela tinha terminado o namoro com ele, ainda que contra a sua vontade.
Então ela se encontrava encolhida no sofá, tentando entender como tudo tinha acontecido e porque os relacionamentos tendiam a serem mais complicados para ela. Não que fosse um cara ruim, muito pelo contrário, ele era o melhor namorado que ela poderia desejar, mas alguns deslizes anteriores causaram a confusão que mais poderia ser descrita como: tempestade em copo d’água.

-x-x-x-

O inverno Londrino não perdoava, e qualquer pessoa que ousasse sair sem, no mínimo, dois casacos e um suéter, seria congelado em meio às ruas daquela cidade cobertas de neve, deixando uma camada grossa branca em cima dos carros, casas, prédios e tudo que estivesse longe de um lugar coberto.
entrou no Pub, que tinha toda uma arquitetura rústica e mantinha sua própria cervejaria no porão, o que tornava a bebida do lugar a melhor da cidade. Toda a decoração em madeira escura, deixava tudo mais aconchegante para quem era livre de frescuras e adorava um lugar mais divertido nas noites que preenchiam a semana, mesmo estando sozinho ou acompanhado. O bar vivia sempre cheio devido ao jeito que seus clientes eram tratados, um lugar onde o cliente era rei. E já conhecia o Cook Tavern há quase seis anos, quando costumava frequentar assiduamente, junto com alguns amigos, cantando aos sábados para animar a noite da galera e, às vezes, apenas uma vez, levara uma garota.
Ele entrou no estabelecimento tirando um de seus casacos mais grossos e logo se direcionou ao balcão, pedindo uma de suas bebidas mais fortes, precisava esquentar o corpo e se livrar de uma dor que habitava seu peito. O rapaz conhecia bem aquele lugar e a importância construtiva para a vida dele, na verdade para a vida dos dois. Aquele tinha sido o primeiro lugar que levara , um encontro que rendeu algumas risadas, sorrisos, flertes e um beijo no fim. Alguns meses depois, aquele tinha sido o lugar em que ele a tinha pedido em namoro. Então sim, o Cook Tavern lhe trazia lembranças e saudades.

- Oi, Phill. – o homem disse ao sentar no banco rente ao balcão, escorando o rosto na mão, desolado.
- Olá, , faz tempo que eu não te vejo assim. – o homem disse rindo, enquanto enxugava uma caneca. – Faz uns...
- Três anos. – levantou três dedos e encostou o rosto no balcão. – Mulheres são todas cruéis. Todas! – ele disse dando um pequeno tapa no tampo de madeira que cobria todo o balcão em L do lugar.
- Brigou com a patroa, amigo? – Phillip, um homem gorducho que trabalhava ali há pelo menos uns seis anos, perguntou já esperando a reação positiva do rapaz.

Ele costumava ver aquele tipo de coisa frequentemente, homens que brigavam com as namoradas ou esposas e eram enxotados de casa acabavam indo parar lá, no Cook Tavern, na intenção de tomar um gole de coragem e formular uma desculpa decente. Pois era como todos ali diziam, ou a mulher está certa, ou o homem deveria dar razão a ela.
levantou o polegar pela pergunta anterior e olhou para o barman com uma expressão que deveria ser classificada como “Cara de cachorro na chuva”.

- Ela terminou comigo. Me enxotou de lá a vassouradas. Não me atende, passei meia hora batendo na porta, pedindo perdão. Mas advinha? Ela não me deixou entrar. – ele suspirou frustrado e encostou a testa mais uma vez no balcão. – Eu não sei o que eu faço! Eu amo aquela mulher, Phill. Me ajude!
- Uma cerveja? – o careca perguntou já indo em direção do barril.
- Não. Algo mais forte! – suspirou frustrado. – Eu tenho que achar uma solução pra isso. Eu não quero perder a pra sempre. – ele disse se esticando e ligou um velho rádio de pilhas no canto do balcão na estação Capital FM, olhou no relógio e como de costume, o programa começaria dali há uma porção de minutos.
- Nunca te vi ouvindo programa de rádio. – o homem fez careta. – Não quando pede algo forte pra beber. – afirmou.
- Aprendi a gostar faz dois anos e meio. – ele riu incrédulo, levantando dois dedos. – O que um homem não faz por uma mulher, meu amigo. – o rapaz segurou o pequeno copo e via o líquido amarelado caindo no recipiente de vidro. – É forte o bastante? – levantou a vista, ao ponto de ver o homem careca afirmando.
- Já vi homens com anos de um fígado alcoólatra, se embebedar e chorar por causa dessa belezinha. – Phillip disse retornando a garrafa à sua posição inicial.
- É uma dessa que eu preciso. – o homem pegou o pequeno copo de vidro e levantou minimamente, como que mostrando um brinde, depois tomou tudo de uma vez, tossindo em seguida. – Essa coisa é forte. – arregalou os olhos, depois os estreitou, colocando a mão na garganta.
- Forte, ? – Phill perguntou desacreditado, olhando bem pra cara do garoto a sua frente. – Desde quando você fica assim depois de tomar álcool?
- Depois que eu mudei minha vida por uma mulher e ela me largou. – ele suspirou fazendo cara de choro e voltou a encostar a testa na madeira do balcão, continuando assim até ouvir a voz do locutor.
- Boa noite, meus ouvintes queridos! Agora começamos mais um Virando à Noite, com Joseph Arnold, na Capital FM 95.8. A sua rádio. – logo depois começou a vinheta do programa, que durava em torno de dez segundos. – Mais um mês começa com esse inverno maravilhoso. Espero que você não esteja sozinho, pois as selecionadas de hoje, são para serem ouvidas com uma boa companhia, uma xícara de chocolate quente e um grosso cobertor. Fiquem com Back to December, Taylor Swift.
- Mais uma, por favor, Phill. – o homem voltou a pedir, com a mão levantada e o barman voltou a encher o pequeno copo. – Sabe qual o mais foda de tudo? – mordeu a boca, depois virou a bebida. – Essa praga de inverno não ajuda em nada a minha vida. – ele suspirou. – Eu a conheci em um inverno, a beijei a primeira vez em um inverno e a pedi em namoro nesse mesmo inverno. Nós transamos a primeira vez em um inverno. E pra acabar de completar a desgraça, ela terminou comigo hoje, que é outra praga de inverno. Inverno é uma merda na minha vida. Está mais pra inferno, não inverno. – disse com desgosto e o trocadilho fez o homem rir.
- E essa época fria é tão importante na sua vida assim? – Phill se escorou no balcão, enquanto via o movimento do Pub aumentar gradativamente.
- É, parece que sim. Mas ... eu não sei se ela percebeu isso. – ele coçou a cabeça, suspirando mais uma vez naquele dia e antes de voltar a falar sobre a garota, viu o barman se afastar para atender alguém na outra ponta do balcão.

olhou para o rádio, enquanto ele tocava alguma música antiga pertencente ao Oasis. Aquele programa havia mudado a sua vida, a praga de número telefônico que ele ainda guardava na cabeça, desde o dia em que decidiu ligar para a garota, só pela escolha da música. Não era todo mundo que conhecia Winterlong, e se ela conhecia, deveria ter um gosto musical esplêndido. Ele não estava errado, mas também não esperava que fosse dar no que deu.
tirou o celular do bolso e colocou em cima da madeira escura do balcão, o relógio já marcava 00h00min e ele encarou o display escuro por algum tempo, tomando coragem para ligar mais uma vez pra ela. Talvez estivesse mais calma. O homem discou o número avidamente, mas ao cair novamente na caixa postal, a vontade que ele teve foi afundar o celular em um barril de cerveja.

- Já tentou ligar pra ela? – Phillip perguntou ao chegar onde estava.
- Caixa postal. – o rapaz rolou os olhos. – Me trás uma cerveja? Acho que nem tão cedo eu saio daqui hoje. – ele resmungou baixo a ultima parte.
- Por que vocês terminaram? Mulher? – Phillip perguntava enquanto enchia uma grande caneca com cerveja. riu irônico.
- Nada de mulher. Eu furei com ela e ela achou que fosse. Mas não era, era algo maior pra gente. Era uma coisa boa e ela não quis me ouvir. – olhou para o homem em súplica. – Me ajude, Phill, inverno sem ela é mais frio umas quinhentas vezes, eu sofro mais. – ele disse rindo da própria desgraça.
- , meu amigo, sinto dizer, mas você está completamente apaixonado por essa mulher. Arriado os quatro pneus. – o homem colocou a caneca com uns dois dedos de espuma em cima do balcão.
- Não, Phill, eu a amo. É completamente diferente. – respondeu tomando um gole. – Mas o problema é que eu já havia furado com ela antes, eu pisei na bola duas vezes e ela achou que eu tinha pisado uma terceira. Mas eu não pisei, eu fui buscar isso. – ele meteu a mão no bolso do suéter e tirou de lá uma caixa de veludo azul escuro, colocando em cima do tampo de madeira. – Eu quero ficar com ela o resto da minha vida, mas não me deixou explicar. – ele suspirou e se esticou para aumentar o som do rádio, que passava Winter Things da Ariana Grande.
-My baby's in town
And we're gonna do some winter things
Take me to the ice skating ring
Downtown
Even though it's a hundred degrees
Gotta get out...

balançou a cabeça em negação e tomou mais um gole de cerveja.
- Nós fizemos isso semana passada, patinamos no gelo. – ele suspirou, mirando a caixinha pequena em cima da mesa.
- Não seria melhor desligar isso? – o velho amigo perguntou, aproximando a mão do rádio, gesto que foi interrompido, quando afastou a mão dele num movimento rápido.
- Não desliga! Esse programa é a única coisa que eu ainda tenho dela, que não foi destruído ou estragado. – o homem coçou a cabeça.
- Dela? – Phill perguntou confuso.
- A conheci por causa desse programa, todo santo dia ela escuta esse programa, se você quer falar com ela, ou pegar ela em casa, ligue ou faça qualquer coisa na hora do programa, porque ela vai parar pra ouvir essa droga. – sorriu nostálgico, enfiando os dedos entre os fios escuros do cabelo. – Como uma pessoa se apega tanto a um programa de rádio, Phill? Me diz. – ele perguntou em súplica e o homem deu de ombros, depois tomou fôlego pra falar.
- Porque você não...
- ISSO MESMO, CARECA! VOCÊ É UM GÊNIO! – gritou de olhos arregalados, fazendo metade das pessoas que estavam ali perto dele, incluindo o barman, se assustarem com o volume da voz.

Em um movimento rápido, pegou o celular e discou ligeiramente o número de telefone que correspondia a radio. Por que ele não havia pensado naquilo antes? Se ele precisava se desculpar e explicar tudo, tinha que ser por meio do Virando à Noite! sempre, sempre ouvia o programa e não era por causa de um desentendimento dos dois que ela iria parar de ouvir, daquilo ele tinha certeza.

- Olá, boa noite! Capital FM. – a atendente falou animadamente, mesmo sendo um dos invernos mais frios dos últimos anos, ele riu achando aquilo irônico e em seguida respondeu.
- Boa noite. – respondeu.
- Em minutos você estará ao vivo.
-
Ok, obrigado. – ele disse enquanto esperava a música que terminava de tocar. bateu os dedos na madeira, tomando um gole de cerveja em seguida.
- Boa noite, ouvinte. Com quem eu falo? – Joseph falou animado.
- .
- de quê? – o homem perguntou rindo.
- Sou eu Arnold, o . – ele disse rolando os olhos.
- , meu caro amigo. A que devemos a sua ligação? Que música vai ser a da noite? – o locutor, que tinha uma das vozes mais bonitas da rádio, perguntou ao lembrar-se do amigo.
- Eu estou aqui, com um celular em uma mão e uma caneca com cerveja na outra. – ele disse olhando para a bebida que estava meia no copo. – Eu não estou bêbado, que fique bem claro, eu sei o que estou falando, principalmente o que sinto. – suspirou. – Eu acho que perdi o grande amor da minha vida na noite de hoje, e até momentos atrás eu não sabia o que fazer pra conseguir falar com ela. Eu já tentei ligar, mas ela não me atende, já bati na porta do apartamento dela, mas continua trancada. Você foi a minha última chance de tentar falar com ela, Arnold.
- Eu? – o locutor perguntou, rindo.
- Sim, ela não perde um programa seu, há exatamente quatro anos. Ela simplesmente não perde, mesmo que o mundo caia, mas vai estar com o radinho pra te ouvir. E eu sei que ela está ouvindo agora. – disse com a certeza de que seu sobrenome era , a mesma certeza que ele a amava. – Eu tenho uma grande certeza disso, Joseph. E por mais que ela tenha terminado comigo, ela ainda é minha namorada, embora eu quisesse que estivéssemos em um nível a mais que isso. – o homem sorriu nervosamente.
- Garanto que ela ouviu e vai te desculpar por isso, . Seja lá o que você tenha feito. Espero muito que vocês se resolvam, do fundo do meu coração. – o homem foi sincero. – Quer falar mais alguma coisa?
- Eu posso cantar? – perguntou apreensivo.
- Claro, o espaço está aberto. Recupere sua garota. – Joseph disse pedindo para melhorarem a acústica do áudio do telefone e respirou fundo.
- Winterlong dos Pixies. – ele anunciou a música e logo em seguida começou a cantar.


I waited for you winterlong
You seemed to be where I belong
It's all illusion anyway

sorriu, ao lembrar-se da primeira vez que havia ligado pra ela, cantando aqueles primeiros versos.

If things should ever turn out wrong
And all the love we have is gone
It won't be easy
On that day

Waiting to follow
Through the dream light of your way
Is not so easy for me now

E não estava mesmo, se havia uma frase que mais traduzisse a situação do rapaz naquele exato momento, a frase era exatamente aquela, “Isn’t so easy for me now”. Só que não sabia bem o porquê de aquilo estar acontecendo com ele, a situação era tão contraditória que chegava a ser cômica se não fosse trágica.

After time has passed your way
Things we thought of yesterday
Come back now
Come back now
Whoahohh

Waiting to follow
Through the dream light of your way
Is not so easy for me now

After time has passed your way
Things we thought of yesterday
Come back now
Come back now
Whoahohh

I waited for you winterlong
You seemed to be where I belong
You seemed to be where I belong
You seemed to be where I belong

Ele terminou de cantar a música com um sorriso no rosto e o peito aliviado. Ele tinha feito a primeira parte do plano, mas talvez só aquilo não desse jeito na sua vida. precisava saber por que ele tinha se atrasado, ela precisava saber que ele queria passar o resto da vida com ela. E num ato impulsivo de coragem, tomou fôlego antes que o interrompessem e decidiu fazer a pergunta.

- Eu, eu sei que demorei. Você está com raiva de mim, . Mas não precisa. – ele disse de olhos fechados. – Você sabe o quanto eu te amo e o quanto eu quero passar o resto da minha vida com você. Sabe que a nossa história é uma das mais bonitas por envolver o inverno. É engraçado como as coisas acontecem e mesmo que por acaso, tudo se resolve nessa época congelante do ano. Você é meu longo inverno, é a estação preferida da minha vida, é a minha melhor época. Você, assim como o inverno, é a melhor coisa que me aconteceu. Eu amo o inverno só por ter me trazido você. Então meu longo inverno, eu só posso te perguntar uma coisa. Casa comigo? – ele sorriu. – Obrigado, Joseph.

-x-x-x-

- Então, meu longo inverno, eu só posso te perguntar uma coisa. Casa comigo?
não conseguiu ouvir mais nada depois dessa minúscula indagação, ela estava prestes a vomitar de tão nervosa, com a respiração presa e estacada no meio da sala. Como ela havia sido tão burra ao ponto de ter terminado com ele sem nem saber ao certo o que tinha acontecido?
A garota colocou as mãos na cabeça, agarrando os fios do cabelo escuro, em completo desespero. Ela precisava dizer que sim, que iria casar com ele, além de pedir desculpas pela confusão desnecessária. Mais do que desnecessária, quando uma conversa resolveria tudo. E era aquilo que ela iria fazer, ter uma conversa com ele, onde quer que ele estivesse.
A mulher pegou a chave do carro, um casaco grosso e sem desligar o rádio, ou esperar o programa acabar, ela saiu de casa. Joseph poderia esperar, não. E o trajeto até o Cook Tavern, foi em um silêncio sepulcral dentro do carro, como se o fato de ligar o rádio, a fizesse chegar mais tarde ao seu destino, só sendo possível ouvir o barulho de buzinas no trânsito e de pneus entrando em atrito com a água no asfalto. Como ela sabia que ele estava no Pub? tinha a plena consciência de que aquele bar era tão importante pra ele, como o programa Virando à Noite! era pra ela. Sem falar que um pedido daqueles era pra ser respondido imediatamente, então nada melhor do que respondê-lo no mesmo lugar em que havia sido pronunciado.
Em questão de minutos, que mais pareceram ser uma eternidade, ela chegou ao Pub, mais pálida e nervosa do que nunca. Não que ela estivesse muito segura quando saiu varando as ruas de Londres com o carro, mas o impulso de vê-lo logo a fez ter mais coragem do que tivera na vida. nunca tinha precisado correr atrás de um cara, mas também nunca havia sido pedida em casamento em uma rádio, na verdade, ela nunca tinha sido pedida em casamento por ninguém. Talvez aquele fosse o motivo de tanto nervosismo, claro que misturado ao fato que havia feito à proposta. Ela o amava tanto que nem sabia como classificar o sentimento tão grande que habitava dentro de si. E o sim era o jeito certo de demonstrar, não era mesmo?
entrou no lugar de uma vez, como se estivesse arrancando um curativo e logo viu de costas, sentado em um banco, ao pé do balcão e provavelmente tomava uma cerveja. A cerveja dali era a melhor, segundo a concepção dos dois e de quem mais frequentava o bar. O lugar era maravilhoso e as pessoas simpáticas, algumas já até conhecia, como os garçons e garçonetes que trabalhavam ali, a moça passou acenando para eles, enquanto caminhava até onde o ex, ou ainda namorado estava, talvez classificá-lo como quase noivo soasse melhor para os ouvidos da garota. Que sentia seu coração quase sair pela boca, além das mãos estarem soando frio e com certeza, geladas.
Ela respirou fundo e mordeu a boca quando chegou perto dele, que parecia se segurar ao balcão para não cair, pediu a um homem gorducho e careca que não revelasse sua identidade nada secreta e logo após cobriu os olhos do rapaz com as duas mãos, o fazendo tomar um susto e sorrir largamente depois. cobriu as mãos dela com as suas, inclinando um pouco o corpo pra trás e logo se sentiu ser abraçado da forma mais apertada que poderia existir.

- Desculpe. – ela disse baixo, mas firme o bastante para que ele tivesse a certeza de que era sincero. – Me desculpe, eu te amo mais que tudo e sim. EU ACEITO, ACEITO, ACEITO CASAR COM VOCÊ!

Em um movimento rápido, mas cauteloso, levantou do banco giratório que fazia companhia ao balcão, assim como meia dúzia dos que ficavam por ali e abraçou a mulher pela cintura, tirando-a do chão, depois a beijou. Selando um ato de saudade, que havia se iniciado há cinco horas.

- É sério mesmo que você aceita esse meu pedido? – perguntou com um sorriso rasgando todo o seu rosto, mantendo os olhos fechados e a testa totalmente colada a dela.
- Claro que sim! Por que eu não aceitaria? – riu, segurando o rosto dele com as duas mãos e voltou a beijá-lo, só que seguidamente em beijinhos curtos.
- E se eu não tiver um anel? – ele perguntou rindo.
- Eu vou casar com você, não com o anel. – ela riu, o fazendo rir junto.
- Fala de novo. – pediu fechando os olhos.
- Eu vou casar com você. – ela disse mais uma vez, com um sorriso genuíno.
- Você não imagina como é bom ouvir isso. – o homem disse e logo após beijou-a novamente.

E mais uma vez a neve caía, pintando a cidade que normalmente era agitada, de branco, em um começo de ano, que havia sido um dos mais rigorosos, porém, também um dos mais importantes na vida dos dois, como os dois invernos anteriores tinham sido. Talvez em alguns invernos subsequentes, a família poderia estar maior, com duas ou três crianças e um cachorro. Era algo a ser pensado. Por hora eles queriam apenas aproveitar o momento, tomar alguma bebida quente e voltar a ouvir o programa que havia dado início a tudo.





The End!




Nota da autora:Oi morecos! Nessa eu extrapolei os níveis de glicose, peço desculpas! Kkkkk
Espero que gostem desse homem morto de apaixonado e dessa mulher maluca! KKKKKKK Por que meus pps sempre são assim? Fica o questionamento!
Beijinho no coração vermelho de vocês <3

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Nota da beta: Ameeeeei demais essa pequena short, Tatye! Você arrasa em tudinho, né? Fiquei com a diabates (que eu não tenho hahaha) atacada, confesso, mas foi apaixonante! Não existiria a possibilidade de uma continuação? Hahahah <3

Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.




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