Prólogo - Data Estelar 2263.00
2 anos antes
A mistura de sentimentos em seu coração fazia com que uma massa negra surgisse. Talvez ser igual ao Spock não seria ruim, pois tristeza, saudade e raiva se misturavam em seu peito e davam aquele gosto amargo de vingança em sua boca.
Como Almirante Marcus tinha lhe dito, seria fácil, era só se fixar no limite da Zona Neutra, encontrar Harrison, disparar os torpedos, garantir a morte e ir embora. Algo totalmente contra a Frota Estelar, mas quem se importa? Jim que não. Nunca gostou de regras. Agora tinha a oportunidade de fazer vingança com as próprias mãos e aproveitaria a chance.
Precisava vingar a morte de Pike. Sua figura paterna. A pessoa que o desafiou a entrar na Frota e pilotar a nave mais famosa de todas enquanto ele estava babando sangue no chão sujo de um bar universitário após levar uma surra de pessoas que hoje servem à sua nave com respeito.
Com a respiração pesada e os ombros tensos de quem não dormiu nada a noite passada, Kirk caminhou em direção ao módulo que o levaria à USS Enterprise. O barulho do hangar já era costumeiro em seus ouvidos, mas dessa vez seus pensamentos gritavam muito mais altos do que os módulos saindo para suas respectivas missões.
- Jim! – Se distraiu com a voz de McCoy, mas tentou apressar os passos para fugir do amigo e oficial médico-chefe de sua tripulação. – Jim! – Ele gritou de novo e o capitão não teve como fugir quando ele estava ao seu lado. – Onde estava?
- Por quê? – Ele perguntou sem afastar de seu caminho.
- Seu exame médico! Há dez horas você estava em pleno combate! – Ele disse apressado. – É meu trabalho...
- Eu estou ótimo, Magro – Jim disse, parando ao lado do módulo.
- Não está, nada! – McCoy falou com firmeza, fazendo Jim relaxar os ombros. O amigo sempre se preocupava com sua saúde, ainda mais após algumas loucuras como, sei lá, encarar o procurado inimigo número um da Frota e ainda ver seu antigo Comandante morrer nos braços de seu primeiro oficial e amigo.
- Eu estou ótimo! – Jim repetiu sua resposta antes de desviar o olhar.
- JAMES! – Seu pé parou no primeiro degrau, desviando o olhar para a pessoa que corria em sua direção. – ME SOLTA! – Ela disse quando dois oficiais a seguraram pelos braços. – São dois segundos, por favor! – Pediu ao puxar os braços, mas ambos se mantiveram apertando-a com força.
- ? – A voz fraca de James saiu e ele observou a mulher de cima a baixo.
Não tinha uma vasta lembrança de todas as mulheres que pegou em sua vida de cadete ou no seu primeiro ano como piloto, mas se lembrava muito bem dela. Desde as pernas à mostra pelo vestido curto, seus olhos caminhando pelos dele na Frota, até seus lábios colados e as roupas largadas no canto de algum quarto qualquer. Se passaram alguns anos, mas o rosto jovem estava igual a última vez que ele viu, enquanto recebia um tapa em sua bochecha, que parecia arder ainda.
- Posso falar contigo? – A voz autoritária perguntou e Kirk franziu os olhos, confuso.
- Não posso atrasar meu embarque, , desculpe! – Ele disse, se virando novamente para a entrada do módulo.
- QUERO SABER O QUE VOCÊ VAI FAZER PARA VINGAR A MORTE DO MEU PAI! – A voz gritou novamente antes do segundo passo e ele virou o rosto para a mulher junto de McCoy.
A respiração estava acelerada pela fala e seu rosto brilhava de suor, as olheiras profundas e seu uniforme da Frota completamente amassado, além das narinas bufantes da raiva que a consumia. As aparências não eram muitas, mas os olhos sim. Não deve ter sido difícil se infiltrar dentro do hangar para falar com ele, sendo quem ela é, mas, apesar de tudo o que houve entre eles, devia isso a ela por não ter conseguido ajudar seu pai.
- ... – Ele disse em um suspiro, não esperava encontrá-la assim.
- Oi, James. – Ela disse, suspirando e Jim deu um aceno de cabeça para os dois oficiais.
- Podem soltá-la. Eu vou falar com ela – Ele disse e a mais nova puxou os braços, soltando dos oficiais.
- À vontade – Ela disse aos oficiais, se aproximando dele.
- Jim, temos que ir – Magro disse.
- Um minuto – O capitão pediu, olhando para . – Achei que não estivesse em São Francisco. – Ele disse.
- Eu não estava – Ela disse. – Não até dez horas atrás – Ela suspirou. – O que aconteceu?
- O que você sabe? – Ele perguntou e o olhar duro de foi para o seu. Ela sabia que não podia saber todos os detalhes da investigação, mas era seu pai.
- Não faça isso, James – Pediu com tom nervoso em sua voz e ele suspirou. – Só me diga, acho que pelo menos isso eu mereço.
- Eu não tenho tempo, – Ele disse e ela lhe segurou pelo braço. O toque repentino fez com que os olhos se encontrassem e ele suspirou.
- Por favor... – O tom de choro na voz de se fez presente e ele suspirou. – Você era como um filho para ele...
- Pode ir até a nave comigo? – Disse baixo e ela assentiu com a cabeça.
Ele passou o braço pelos ombros dela, colocando-a na frente dele e ambos entraram no módulo. O rosto de McCoy não poderia ser mais confuso, mas James ignorou, como fazia com várias coisas.
- Sente-se! – Ele disse e Spock olhou confuso para eles.
- Senhorita Pike? – Ele se levantou.
- Ei, Spock! Quanto tempo não te vejo – A terráquea deu um toque sozinho nas mãos do Vulcano antes de se sentar.
- Não te esperava aqui – Ele disse. – A senhorita vai em missão conosco? – Spock perguntou.
- Não! Não vai! – James disse rapidamente.
- Eu poderia ir – Ela disse séria para James, colocando a língua no céu da boca. – Que missão? – Ela deu um sorriso.
- Eu sou o capitão e eu disse não – James falou, fazendo-a suspirar.
- Afivelem os cintos, vamos decolar – Um oficial falou.
- O que sabe, capitão? – A voz irônica de o pegou.
- Isso não sai daqui, entendeu? – Ele disse firme.
- Não estou aqui por outro propósito, James. Quero saber que merda aconteceu com meu pai! – Sua voz era rude. Ele suspirou, olhando para ela.
- Sabe da explosão nos arquivos em Londres? – James falou enquanto se sentava em uma poltrona na frente dela e ela confirmou com a cabeça. – Achamos que foi uma isca para reunir os almirantes, os capitães e primeiros-oficiais na base e matar todos como forma de incitar uma guerra contra a Frota. – Ele disse.
- Mas por quê? – Ela perguntou.
- Não sabemos ainda, e honestamente não me interessa – Ele disse com a voz rude, fazendo-a assentir com a cabeça, fixando nos olhos azuis dele.
- Vocês vão atrás de vingança – Ela disse, sentindo o módulo decolar.
- Eu não...
- Eu vi os torpedos, James. Tenho certeza de que estão indo para Enterprise – Ele suspirou.
- Eu não posso dizer mais nada, – Ele disse.
- Não precisa, só faça-o pagar – Ela pediu em um tom forte.
- Eu farei o melhor para vingar seu pai, – Ele disse, fazendo-a suspirar.
- E... – Ela engoliu em seco antes de continuar. – Tente não se meter em encrencas enquanto isso... – Pediu.
- Você também – Disse sério.
Os corpos de ambos se afastaram quando o assunto foi encerrado e Spock e Magro optaram por ficar quietos. Antes de tudo, era pura tensão sexual, depois de tudo, era claro o tom de dor e mágoa entre eles. James por ter magoado ela e por ter deixado se apaixonar por ele quando era óbvio que ele só estava interessado pela conquista, como era com todas as mulheres da Frota.
- Façam uma boa viagem – disse quando o módulo parou na Enterprise.
- Obrigado, senhorita Pike! – Spock e Magro saíram o mais rápido possível do módulo e James se levantou, parando na frente dela.
- Fique bem, – Disse e ela ergueu os olhos para ele.
- Você também – Ela disse, fazendo-o assentir com a cabeça e soltar um suspiro.
- , eu sinto...
- Não agora! – Pediu. – Não faça isso – Ele assentiu com a cabeça.
- Em caso de... – Ela negou com a cabeça.
- Você vai voltar, James! Eu ainda quero ter a chance de matá-lo eu mesma – Ele deu um sorriso.
- Se cuida, ! – Ele disse.
- Você também! – Ela disse e ele saiu do módulo, fazendo-a suspirar.
Ela se aproximou de uma poltrona perto da janela, vendo a Enterprise do lado de fora e se lembrou de quantas vezes correu por aqueles corredores enquanto seu pai era capitão. Sua vida foi ligada à essa nave desde que nasceu, praticamente, assim como James. Pena que depois de seu breve relacionamento com ele, entrar nessa nave significava tê-lo como seu capitão, e não estava pronta para isso.
Ainda não.
Capítulo Um - Data Estelar 2263.01
6 anos antes
- Sim... – Ela falou confusa, estranhando a presença deles no corredor da escola.
- Viemos lhe informar que seu pai foi resgatado e...
- Ele voltou? – A voz da jovem de 17 anos saiu alta demais para a biblioteca, mas não se importou.
- Sim, a Enterprise já chegou e seu pai já foi transferido para o hospi...
Os oficiais não puderam finalizar a frase, pois já pegou seus livros eletrônicos, enfiando tudo em sua mochila antes de sair correndo pela biblioteca da base da Frota Estelar em Iowa, onde os jovens se prepararam para entrar na Frota Estelar.
As pernas de correram como se ela estivesse em uma maratona, fazendo seus cabelos voarem com o vento. Há quase duas semanas ficou sabendo da captura de seu pai e não podia fazer nada para ajudá-lo, mas ficou feliz pela tripulação da Enterprise o fazê-lo.
entrou no hospital da Frota e suas mãos apoiaram na mesa da recepção. A médica ergueu seu olhar e não precisou de nada, ela só indicou o turboelevador para a filha do capitão da nave mais importante da Frota.
A jovem entrou no turboelevador e não demorou mais do que cinco segundos para as portas se abrirem novamente. O andar claro e limpo estava quase vazio, mas era comum, já que era dedicado a membros do alto escalão da Frota. Seus pés deslizaram quando ela passou por um corredor e freou imediatamente quando encontrou pessoas ali.
Seis homens e uma mulher olharam para ela e imaginou ser a tripulação de seu pai somente pelos machucados no rosto e pontas de sangue. As idades eram diversas, incluindo um que ela achava ter visto em alguns anos na sua preparação para Frota.
- Desculpe, senhorita, esse andar é só para membros da Frota – Um homem de blusa azul disse.
- Ela é... – Spock foi interrompido.
- Eu não ligo, eu quero ver meu pai – Ela falou com um tom rude, passando pelo meio do homem de azul e um de blusa preta sem nenhuma definição de que área da Frota ele deveria ser e sua mochila bateu nos ombros de ambos.
- Filha! – A voz de Christopher distraiu a todos, fazendo-os se entreolharem e a menina abraçou o pai apertado.
- Você me assustou – Ela disse em um suspiro. – Eu pensei que...
- Não, você não vai se livrar tão fácil de mim – Disse, dando um beijo na cabeça de sua menina.
- Alguém sabia que Pike tinha uma filha? – Jim comentou.
- Sim. – Chekov, Spock e Uhura responderam imediatamente.
- O quê? Como? – Sua voz foi confusa, observando a menina.
- Eu estudei com ela – Chekov disse.
- Ela é filha do meu capitão, como eu não saberia? – Spock disse.
- Eu não sabia – James disse, fazendo os olhares virarem para ele. – Ela é bonita!
- Nem pense nisso! – Spock disse sério.
- O quê? Eu só estou dizendo! – James disse rindo.
- Sério? A filha do seu capitão? – Magro disse. – Difícil até para você!
- Eu só fiz um comentário! – Ele disse rindo. – Só isso.
- É, claro! – Uhura disse, abanando a mão.
2 anos antes
Os olhos de Jim se abriram com pressa e ele se sentiu perdido por alguns segundos. O local inteiramente branco e os diversos aparelhos denunciavam que ele estava dentro de um hospital, o que o surpreendeu. Achava que a radiação o mataria. Ele sabia que a exposição seria forte demais para seu corpo humano aguentar, mas tentou da mesma forma, salvando sua tripulação.
- Não seja melodramático, você quase morreu! – Magro apareceu em sua visão, fazendo-o suspirar ao reconhecer o amigo. – Foi a transfusão que o afetou. Você saiu do ar por duas semanas. – Jim olhou confuso para o amigo.
- Transfusão? – Ele perguntou.
- Recebeu muita radiação, não tivemos escolha. – Magro disse, colocando os aparelhos em seu peito.
Tudo ficou claro para Jim, o sangue poderoso de Khan foi o que o salvou. Ele realmente havia morrido por alguns minutos, talvez horas, mas o sangue do vilão mais temido pela Frota Estelar foi o que o salvou.
- Khan? – Jim confirmou confuso.
- Quando o pegamos, sintetizei um soro do sangue dele. – Magro disse. Talvez tenha sido mais do que algumas horas. – Está se sentindo homicida? Titânico? Despótico? – Magro perguntou em sua comicidade irônica.
- Não mais do que o costume. – James disse, fazendo Magro sorrir. – Como o pegou? – Ele perguntou.
- Não peguei. – Magro disse, se afastando, e James notou a presença de seu Primeiro Oficial ali.
- Salvou minha vida – Kirk disse quando Spock se aproximou.
- Eu e Uhura também participamos, sabia? – Magro sussurrou do outro lado, fazendo Jim rir.
- Salvou minha vida, capitão. E as vidas da...
- Spock, apenas... – Jim o interrompeu. – Obrigado. – Ele sussurrou.
- De nada, Jim – Spock disse, assentindo com a cabeça.
- Tem mais alguém aqui que gostaria de te ver. – McCoy disse e James desviou o rosto.
- Quem? – Ele perguntou fracamente e Magro fez um sinal com a cabeça e o rosto de Jim se ergueu um pouco na cama ao encontrar Pike entrando pelo quarto.
As coisas estavam diferentes desde a última vez que se viram. Ela não estava descabelada, nem irritada, nem suada e o uniforme vermelho escuro de cadetes justo em seu corpo mostrava que ela estava de volta a São Francisco.
- Eu vou deixá-los – Spock anunciou e McCoy fingiu ser discreto ao se afastar com ele também.
- ... – Ele disse fracamente.
- Ei, Jim – respondeu. – Como você está? – Ela perguntou, apoiando as mãos na lateral da cama.
- Vivo – disse e ela assentiu com a cabeça.
- Fiquei sabendo do que aconteceu... – engoliu em seco. – Na verdade, foi impossível não saber quando uma nave espacial cai no quartel da Frota enquanto eu estava em aula... – Jim riu fracamente.
- É... Ouvi algo assim! – Ele disse, fazendo-a sorrir com os lábios pressionados. – Você está bem?
- Viva – Disse, fazendo ambos sorrirem. – Ouvi que a missão acabou indo para um lado totalmente inesperado.
- Um pouco – Ele disse. – Mas deu certo – Ela assentiu com a cabeça.
- Fico feliz – Ela suspirou. – Sem mais surpresas, eu espero.
- Bem... Você nunca sabe o que vai encontrar no espaço infinito – deu um sorriso.
- Você literalmente morreu por alguns dias depois de uma batalha espacial com um cara do passado e quer voltar para lá? – disse em um tom incrédulo.
- Não é como se fosse a primeira vez – Ele disse e ela deu um curto sorriso.
- Fique bem antes de voltar para lá, Jim. Essa foi feia – Ela disse e ele deu um curto sorriso.
- Sinto por te deixar preocupada – disse e ela retribuiu seu sorriso.
- Quem disse que eu fiquei preocupada? – perguntou e eles riram juntos. – Não faça mais nenhuma besteira, ok?! – Ela mordiscou o lábio inferior.
- Eu vou tentar – Sorriu, fazendo-a retribuir.
- Eu vou te deixar descansar. Só passei para...
- Você es... Você está de volta? – Perguntou e ela deu de ombros.
- Sim e não, não decidi ainda – Ela disse. – Minha mãe agora está sozinha e... – ponderou com a cabeça.
- Você pode ficar e voltar quando quiser... – Jim disse e ela afirmou com a cabeça.
- Uma coisa de cada vez, James – Pediu, suspirando. – Fica bem, ok?! – Ela tocou sua mão delicadamente antes de dar um passo para trás.
- Você também – disse, deixando um sorriso em seu rosto quando Pike saía do quatro.
- Será que finalmente esses dois vão parar de se matar? – Magro cochichou para Spock e o vulcano até poderia rir se fosse de demonstrar emoções, mas sabia que tinha pelo menos três anos de ressentimentos entre ambos.
Em cima do palco, além da nova Almirante e políticos importantes, estava James Kirk, capitão da nave Enterprise. Na plateia à sua frente, estava toda sua tripulação em ordem. E nesse corredor, a bandeira da Frota jazia em cima do caixão. Um caixão simbólico, é claro. Infelizmente não foi possível dar um destino justo a todos as milhares de mortes causadas por Khan.
- Sempre haverá quem nos queira fazer mal – O capitão Kirk falava. – Para detê-los, arriscamos acordar o mesmo demônio dentro de nós. É instinto buscar vingança se tiram de nós aqueles que amamos – Ele apertou as mãos no púlpito. – Mas não somos assim – Suspirou. – Estamos aqui hoje para rebatizar a USS Enterprise e homenagear aqueles que morreram há quase um ano – Os oficiais começaram a tirar a bandeira de cima do caixão e dobrá-la. – Quando Christopher Pike me passou a nave, recitei as palavras do Juramento do Capitão. Não gostei muito na época, mas agora vejo como um convite para lembrarmos de quem já fomos e quem devermos ser de novo.
Os oficiais seguiram em formação até a última pessoa na primeira fileira e estenderam a bandeira para Pike. O quepe escondia boa parte dos seus cabelos presos em um rabo de cavalo, mas Jim desacelerou o discurso quando os oficiais bateram continência para a cadete, entregando-a a bandeira em homenagem a seu pai. O olhar de se ergueu ao de Jim e ela deu um aceno de cabeça, como se permitisse que ele continuasse a falar.
- As palavras? – Continuou, desviando o olhar. – Espaço, a fronteira final. Essas são as viagens da nave estelar Enterprise – Ele engoliu em seco. – A sua missão de cinco anos? Explorar novos mundos, pesquisar novas vidas, novas civilizações, audaciosamente indo aonde ninguém jamais esteve – Suspirou. – Esperamos continuar fazendo nosso melhor, mesmo com todas as dificuldades que apareçam pelo caminho. Obrigado.
Os aplausos trouxeram-no de volta para a Terra e o capitão cumprimentou a nova Almirante, o vice-Almirante e uma nova medalha foi colocada em seu peito, além do peito de cada um de sua tripulação. Depois de tudo o que aconteceu, pensar com maior cautela sobre a vida e sobre o que importa era importante.
Quando Kirk desceu do palco, os olhos se viraram para . Toda essa luta começou após a morte de seu pai há um ano, além de outros comandantes. Eles não chegaram a se esbarrar durante esse tempo, mas James pensou nela todos os dias. Como ela está, como sua mãe estava, como a morte de seu pai estava afetando-a. Ele já estava com dificuldades para se reerguer depois disso, imagina ela, filha única do Almirante, sempre em alerta por causa das aventuras do pai.
Jim parou em frente a ela e fez uma continência, mas as mãos de estavam tão fortes na bandeira que não teve coragem de retribuir o cumprimento, mesmo sendo seu superior.
- Bom te ver aqui – Sua voz saiu baixa e ele agradeceu pelos amigos dispersarem os outros curiosos.
- Bom te ver inteiro – Disse e ele riu fracamente.
- Não é a primeira vez que eu quase morro, mas dessa vez eu achei que fosse de verdade – Ela sorriu.
- Obrigada por isso... – Seus dedos clarearam com a força que ela apertava a bandeira. – Não ajuda na dor, especialmente com as outras mortes, mas pelo menos ele não vai machucar mais ninguém. – Jim assentiu com a cabeça.
- Esperamos que não apareça outro velho de trezentos anos para nos bagunçar – Ela sorriu.
- Espero que não – Deu um curto sorriso.
- Vejo que se formou – Ele comentou, apontando levemente para as insígnias em seu peito.
- Sim – Confirmou. – Geografia e geologia.
- Bom! – Ele assentiu com a cabeça. – Bom para trabalhar em campo? – Perguntou e ela riu fracamente.
- Apesar dos meus esforços em reprovar, sim – Ela suspirou. – Mas acho que prefiro trabalhar no laboratório. – Ele assentiu com a cabeça.
- Seu pai gostava de aventura, senhorita Pike.
- É... Vemos no que deu – Suspirou. – E eu gosto de viver – Eles riram juntos. – Mas e agora? Cinco anos em missão?
- É! – Ele sorriu. – Um trabalho de explorador... Tentar evitar que eu seja morto – Ela sorriu.
- Para isso você precisa fugir de problemas, não procurá-los – sorriu, coçando a nuca.
- Não prometo nada – Ela assentiu com a cabeça.
- Bom te ver – Disse, finalmente soltando uma mão e retribuindo a continência.
- Você também, – Ela sorriu e se afastou pela lateral com um aceno de cabeça. – Sabe... – Ele disse, fazendo-a virar o rosto para ele. – Não seria mal uma geógrafa e geóloga em uma missão de exploração. Se quiser vir... – Ela riu.
- Cinco anos no espaço contigo? Achei que a ideia fosse durar cinco anos, não cair em cinco minutos – Ele riu fracamente.
- Bem, são cinco anos... Quem sabe você não mude de ideia? – Sorriu.
- Vamos devagar, capitão. Estamos conseguindo conversar sem nos matar, não espere muito mais de mim. – Ela deu um rápido aceno com a mão livre e se afastou, sendo parada alguns metros à frente pela Almirante Paris.
- Você está sentindo isso, Scotty? – Jim virou o rosto para McCoy. – Será que é o cheiro de amor? – Scott riu, fazendo Jim revirar os olhos e encarar sua tripulação.
- Jim e ? Nem vem! Eles se matam antes da nave decolar – Uhura disse rindo com Sulu.
- É bem lógico a aproximação de ambos, visto que eles compartilham o mesmo luto – Spock disse.
- Cala a boca vocês – Ele disse. – Só estou tentando ser legal.
- É, claro! Da última vez que você tentou ser legal, levou um tapa na cara – Uhura deu dois tapinhas nos ombros de seu capitão antes de seguir pelo evento.
- Está tão na cara assim? – Ele perguntou, se virando para Checov e Sulu que deram acenos de cabeça. – Ótimo! – Suspirou.
966 DIAS DEPOIS
Ao menos a tripulação encontrou formas de se divertir, seja em novos relacionamentos ou em antigos. O drama adolescente percorria toda a nave com os recém-formados e até com a tripulação da ponte. Talvez Checov pudesse explicar mais sobre isso em seus vários encontros.
Em compensação, Jim havia perdido seus dons mulheris e se conformava com a solidão de sua cabine no fim do dia. Se preocupar com 800 pessoas em uma nave vagando cada vez mais longe da Terra tirava o foco de outros interesses. Observar da janela os planetas e meteoros que passavam, planejando a rota para o dia seguinte, era seu melhor hobby.
Quando Jim acordou naquela manhã, não estava confuso nas datas estelares, e nem estava nos últimos dias, faltava pouco para seu aniversário. 35 anos. Normalmente seria um dia de se comemorar, mas para James esse dia era um tanto doce-amargo. Também era o dia de morte de seu pai e o lembrava que havia deixado sua mãe há quase três anos na Terra. Uma culpa que não teria como lidar e pudesse mesclar um pouco em mais um dia de trabalho.
Com alguns dias antes da grande data, hoje ele precisava se preocupar com outros compromissos: o reabastecimento na base de Yorktown. Enquanto a nave era reabastecida, seria a oportunidade de os tripulantes descansarem em um solo diferente, além de verem seus familiares. Jim não encontraria ninguém, mas uma mudança de ares seria boa para ele também.
- Achei que te encontraria aqui. – Magro falou ao entrar no bar vazio da nave, encontrando Jim levemente sonolento em cima do balcão. – O Keenser está soltando uma gosma verde ácida e o Scotty tem medo de que espirre no reator de dobra e nos mate. – Jim mexeu no copo em sua frente, virando mais um gole. – O que está bebendo? – Ele perguntou, checando a garrafa com o líquido no final.
- Hum... O resto do conhaque sauriano que pegamos em Thasus. – Jim disse, fazendo uma careta.
- Deus! Tentando ficar cego? – Magro disse. – Essa coisa é ilegal! – Ele rosnou, esticando a garrafa em sua mão. – Além do mais, achei isso no armário do Checov. – Jim observou a garrafa de uísque surpreso ao ver uma bebida humana nesses anos todos, já que não era permitido álcool dentro da nave e ele e Magro acabaram com seus estoques particulares nos primeiros meses.
- Né?! O lance dele não era vodca? – Jim perguntou, enquanto McCoy pegava copos limpos no armário.
- Pois é! – Magro disse. – Procurei algo apropriado para o seu aniversário. – Jim fez uma careta. – Sei que não gosta de comemorar, porque foi quando seu pai bateu as botas! Sou sensível! – Jim arregalou os olhos com a total falta de sensibilidade do amigo que conheceu no seu primeiro dia na Frota.
- Não aprendeu psicologia quando fez medicina? – Jim sugeriu enquanto McCoy servia os copos. – A típica delicadeza sulista. – Ele ergueu o copo, oferecendo um brinde e ambos tocaram o terceiro copo e depois os seus, antes de beber.
- Oh!
- Isso é muito bom! – James disse rindo.
- Que beleza, senhor Checov! – Leonard disse rindo, se apoiando no balcão. – Vai ligar para sua mãe?
- Sim, no dia. – Ele suspirou. – Um ano mais velho... – Jim passou o dedo na volta do copo.
- É assim que funciona. – McCoy disse.
- Um ano a mais do que ele teve. – Jim disse, tendo a atenção de Magro. – Ele entrou para a Frota Estelar porque acreditava. – engoliu em seco. – Eu entrei porque eu fui desafiado.
- Entrou para estar à altura dele. – McCoy disse. – Passou todo este tempo tentando ser George Kirk e agora se pergunta o que significa ser o Jim. – Magro disse suspirando e Jim não soube responder se ele está certo ou não. – Por que está aqui?! – Jim estava pensativo com tudo.
Antes que ele pudesse apoiar o amigo em suas constatações, o comunicador dele em cima da mesa tocou. O barulho característico do telefone o indicava uma ligação da base.
- Kirk falando.
- Capitão, aproximando da base de Yorktown. – Sulu disse.
- Estou a caminho, senhor Sulu! – Kirk disse antes de desligar e girar seu corpo para fora do banco. – O negócio do aniversário fica só entre nós, está bem?
- Você me conhece, sabe que sou o senhor sensível! – Magro disse ao fechar a garrafa, seguindo atrás de Jim.
Ao chegarem à ponte, a visão da base de Yorktown chamou atenção deles. O local no meio do espaço parecia um planeta transparente. Algo nunca visto antes. Era possível ver as ruas e naves andando ali dentro. Como Checov e Scotty comentavam, era incrível e impressionante.
- Que monstruosidade! – Magro disse, nem surpreendendo Jim. – Não podíamos só alugar um planeta?
- Favoritismo geográfico por mundos da Federação pode causar tensão diplomática. – Spock, primeiro oficial de Jim, disse.
- E isso não é tenso? – McCoy disse. – Parece um globo de neve esperando para ser quebrado. – James desviou o olhar para o amigo, suspirando.
- Esse é o espírito, Magro! – Ele disse sarcasticamente.
Por fora, o local já era lindo, agora dentro se tornava milhões de vezes mais. Era incrível como a gravidade programada fazia com que tudo funcionasse bem, independente do ponto em que estivesse. Os prédios de cabeça para baixo, as pessoas andando na rua, as naves e trens... Tudo funcionava bem até demais. Era uma cidade da Frota. Tudo funcionava perfeitamente bem.
Quando a nave foi acoplada na base, Jim sentiu um alívio ao pisar em outro lugar que não fossem os corredores da Enterprise. Ainda estava em uma base da Frota, ainda usava seu uniforme, mas sair da nave fazia toda a diferença.
Jim sorriu com a empolgação de Checov e de uma cientista de sua tripulação ao falarem de bares, e seu sorriso alargou-se mais ainda ao ver uma menininha correr aos braços de Sulu quando o viu. O marido dele também estava junto e na cabeça de Jim ele se perguntava se cinco anos fora valia a pena. Sua mãe estava bem, não tinha irmãos e realmente ninguém para esperá-lo... Ao menos ele achava.
- Procurando por algo, capitão? – Ele reconheceu a voz, mas não identificou de início, girando o rosto por entre as pessoas que desembarcavam e andavam pelo local e sorriu ao identificar Pike entre as pessoas.
- ? – Jim perguntou um tanto incrédulo, surpreso ao ver em um lugar que não fosse a Terra.
Da mesma forma que ele havia mudado, ela também tinha. Ela está incrivelmente mais bonita nesses anos, e o uniforme azul da área de ciências além do rabo de cavalo ficavam muito melhor do que o uniforme cinza de eventos da Frota.
- Olá, capitão! – Ela disse, colocando sua mala em seus ombros.
- O que está fazendo aqui? – Ele perguntou surpreso.
- A Frota acha que vocês estão seguindo para muitos lugares diferentes, então eles pensaram que...
- A Frota te enviou? – perguntou confuso.
- É claro que não! – disse. – Mas estava precisando fugir da Terra, então... Ainda precisam de um oficial de geologia? Tenente Pike se apresentando para o serviço. – Ela disse e ele riu fracamente.
- Achei que tinha dito que nos mataríamos se dividíssemos uma nave novamente. – Ele disse.
- Bem, já faz três anos... – Ela disse. – E seis de tudo o que aconteceu entre nós, então... Acho que podemos ao menos trabalhar civilizadamente. – ele assentiu com a cabeça.
- Você pode não acreditar nisso, mas não tem noção de como estou feliz por ter um rosto conhecido aqui. – Ele falou em um suspiro.
- As coisas não estão indo bem? – perguntou em um tom mais baixo.
- Três anos longe da civilização terráquea nos faz repensar em algumas coisas. – Ele disse.
- Aposto que deve ter muitas mulheres para te distrair, capitão. – Ela disse sarcasticamente e ele riu fracamente.
- Pergunte isso ao Chekov. – disse, fazendo-a rir. – Imagina não ter como fugir?
- Isso nunca te importou. – disse e sabiam que a história estava seguindo outro rumo.
- , eu sinto mui... – O telecomunicador de Jim o interrompeu mais uma vez e ele o tirou do bolso. – Um minuto, por favor. – Ele disse antes de atender. – Kirk falando. – Ele atendeu, ouvindo algumas informações. – Estou a caminho. – Ele disse antes de desligar. – Eu tenho que ir.
- Claro. Nos falamos depois. – Ela disse.
- Você realmente veio até aqui pelo trabalho? – Ele perguntou.
- É claro! Eu não ia vir até Yorktown à toa. Se o capitão me aceitar, eu estou pronta para o trabalho. – Ela lhe esticou um tablet. – Minhas qualificações. – Ela disse.
- Qualificações? – Ele perguntou confuso e ela deu de ombros.
- Eu tento não usar a influência do meu pai para conseguir as coisas, mas às vezes são inevitáveis. Depois da formatura, passei os últimos três anos trabalhando no laboratório de geologia, analisando todo tipo de material que a USS Enterprise mandou para Frota e passando relatórios diariamente. – Ela deu um sorriso.
- Você nos reportava de volta? – Ele perguntou surpreso e ela assentiu com a cabeça.
- Carregar o sobrenome do meu pai tem algumas vantagens que talvez eu não mereça, mas trabalhar para a Enterprise sempre vai ser uma delas. – Ele observou todas as suas credenciais e, apesar do jeito mandão de , sua credencial era impecável. Jim pode ver toda sua trajetória nesses anos, além da liberação da própria Frota para atuar na Enterprise.
- Você sabe que eu nunca vou dizer não a você, . Você literalmente nasceu nessa nave... E seria bom ter um oficial em geologia. – Ele disse.
- Bom. Só quero pedir uma coisa, capitão. – Ela disse.
- Sim. – assentiu com a cabeça.
- Não destrua essa nave. – Ela pediu em um suspiro.
- Três anos sem nenhum tipo de acidente. – Ele disse.
- É um milagre. – Ela brincou e eles fecharam os lábios ao notar que estavam se divertindo com isso.
- Te vejo mais tarde, .
- Sim, capitão! – Ela disse, batendo continência e ele se afastou.
- E leve sua mala para o embarque, não fica andando com esse peso por aí.
- Pode deixar, capitão. – Ela acenou e ele deu alguns passos para trás antes de se virar para a escada rolante, deixando-a sozinha.
- Hum, Pike, hum? – Se assustou com Magro atrás de si. – Achei que esse barco já tinha zarpado.
- Por favor, cala a boca. – James disse e Magro riu. – Ela foi enviada pela Frota.
- À Enterprise? Há, há, há! Tem algo a mais nessa história. – Magro disse. – Quem sabe você não relaxa, hein? – Magro brincou com ele. – Capitão Pike deve estar se revirando no túmulo, mas depois da última vez, não seria novidade, né?! – Jim revirou os olhos, mas sorriu com o amigo.
Podia não assumir, mas reencontrar havia sido muito bom.
Entrar dentro da Enterprise fez com que prendesse a respiração por alguns segundos. De pensar do tanto que correu por esses corredores quando era mais nova, antes de seguir na escola da Frota para seguir seu caminho como cadete.
Apesar de grandes diferenças entre ela e James, a vida de ambos começou da mesma forma: dentro de naves espaciais. Seus pais eram capitães dessa nave e trouxeram suas esposas para lhes acompanhar na viagem. Infelizmente, o pai de Jim veio a falecer no dia, em um ataque semelhante ao que fez seu pai se aposentar das viagens. Esse foi um dos motivos do atual capitão da Enterprise demorar para se juntar à Frota, fazendo-o somente quando seu pai o desafiou.
já não. Sempre se maravilhou com a viagem ao espaço e, mesmo com seu pai ficando meses longe, ou sofrendo as consequências de ser o capitão da principal nave de uma Frota onde o foco é exploração e diplomacia com mundos desconhecidos, ela sabia que queria seguir seus caminhos, queria até se tornar capitã dessa nave que poderia chamar de lar, mas quando cresceu, a pressão de ser filha única de Christopher Pike, a fez preferir uma vida longe dos holofotes, e escolheu geografia e geologia quando entrou para a Frota.
Pensou que trabalhar em laboratórios fosse uma boa ideia, mas por ser filha de quem é e, principalmente, após sua morte, seu caminho sempre estaria ligado à Enterprise. Quando a Almirante Paris lhe chamou para acompanhar sua nave, ela tinha muitas coisas na balança. Voltar para Enterprise e trabalhar no espaço era uma decisão incrível, em compensação, seu capitão não era mais seu pai, era James Kirk, e sua relação com ele não era das mais fáceis.
Entre muita tensão sexual desde o dia em que se conheceram, descobriu da pior forma o que era ter seu coração quebrado pelo homem mais galanteador da Frota. Desde o primeiro dia foi avisada sobre onde estava se metendo, mas achou que um dia ele fosse mudar, todas acham, não?
Esse foi um dos motivos de ela ter optado por ficar em Iowa quando se formou. Com seu pai em San Francisco, se formar lá era uma escolha óbvia, mas não com a relação tão próxima a Jim. Após a morte de seu pai, e James em uma missão de cinco anos na Enterprise, optou por ficar ao lado de sua mãe, mas sabia que era questão de tempo para seus caminhos se cruzarem novamente.
Fazia seis anos desde que algo aconteceu entre eles. Muita coisa mudou nesses anos, então optou por agradar a Almirante, que era sua tia desde seus pequenos anos, e voltar ao lugar que pertencia.
- Pensativa? – Virou para o lado, vendo o capitão na porta de sua cabine.
- Capitão. – Ela disse. – Você quer que eu bata continência para você ou... – Ele riu fracamente.
- Não pediria isso a você. – Ele disse. – Se ajeitando? – Ele perguntou e deixou sua mala em cima da cama.
- É estranho... Parece que nada mudou. – Ela suspirou. – Mas sabemos que não... – Ele assentiu com a cabeça, indicando para dentro e ela permitiu sua entrada.
- Não tivemos a chance de trocar muitas palavras depois do que houve. Nem perguntei como você está. – Ele disse e ela soltou um suspiro, se sentando na cama.
- Eu estou bem, Jim. – Ela deu de ombros. – Você sabe o que é perder um pai. – Ela suspirou. – Depois do primeiro ano as coisas foram melhorando. A homenagem me trouxe algumas lembranças fortes, mas ele era igual você. Sempre me espelhei nele para guiar meu caminho na Frota, agora, após sua morte, me pego pensando se estou aqui pelo dever ou pela saudade. – Ela pressionou os lábios.
- Já pensou em sair? – Ele perguntou surpreso.
- Você não? – Ela devolveu rápido demais.
- Nunca achei que fosse sentir falta de Iowa. – Ele disse rindo e ela o acompanhou em um sorriso. – Eu penso muito nisso. – Ele falou finalmente.
- Mesmo? – Ela perguntou surpresa.
- Acho que posso te contar isso... – Ele disse e ela franziu a testa. – Me candidatei ao cargo de vice-almirante.
- O quê? – A informação a pegou de surpresa. – O rebelde James Tiberius Kirk conseguiria ter uma vida calma atrás de uma mesa? – Ela perguntou rindo.
- Eu estou ficando velho, . – disse, se apoiando na parede atrás de si. – Já vivi tanto, mas ao mesmo tempo parece que não vivi nada.
- Eu concordo com muitas informações nessa frase, mas duvido que você consiga ficar longe disso. – A cabeça de foi para a pequena janela em sua cabine e ele suspirou ao olhar para a imensidão azul.
- Depois de ficar quase três anos dentro de uma nave, a gente repensa algumas coisas. – Ele deu de ombros. – Mas ainda tenho quase dois anos aqui, uma missão de cada vez. – Ela assentiu com a cabeça.
- Talvez nos matemos em dois anos, vai ser uma decisão fácil. – Ele deu um curto sorriso.
- Talvez... – Ele disse. – Ainda quero falar sobre nós... – Ela negou com a cabeça.
- Não tem o que falar, James. Honestamente.
- Por favor, , ao menos me ouça. – Ele pediu.
- Ouvir o quê? Nós ficamos, eu me apaixonei e você não. – deu de ombros. – E nem posso falar que fui pega desprevenida, pois ouço da sua fama desde meus 15 anos. – Ela riu fracamente. – Já faz seis anos, James, precisamos seguir em frente, especialmente se vamos trabalhar juntos. – Ele soltou um longo suspiro.
- Eu só não quero que fique uma situação chata entre nós. – Ele pediu. – Você é muito importante para mim. – Ela pressionou os lábios.
- Eu não sou, Jim. Meu pai era muito importante para você, eu só fui mais uma para você...
- Também não é assim...
- E está tudo bem! – Ela disse em um sorriso. – Eu tinha dezoito anos, me apaixonei por um lindo homem mais velho de olhos azuis, nem sempre o amor tem duas vias. – Ela deu de ombros e ele suspirou.
- Deixa eu compensar contigo, pelo menos. – Ele pediu. – Um jantar, um almoço...
- É melhor não. Não quero ser aquela garota de novo. Não foi meu melhor momento... – Ele suspirou, assentindo com a cabeça. – E talvez seja melhor nos atermos ao profissional, capitão. – Ela disse e James engoliu em seco, encarando os olhos de por alguns segundos.
- Sim, tenente. – afirmou com a cabeça e deu um passo para o lado, fazendo a porta se abrir. – Precisa de um tour pela nave? Posso pedir para que Spock e...
- Você realmente acha que eu preciso de um tour? – Ela perguntou e ele assentiu com a cabeça. – Que horas partimos amanhã?
- Às dez, a tripulação deve se apresentar às nove. – Ele disse.
- Estarei lá. – falou.
- Até amanhã, então. Caso precise de algo, você pode...
- Aposto que algum dos tenentes poderá me auxiliar. – Ela falou e ele assentiu com a cabeça, pressionando os lábios.
- Boa noite, tenente.
- Boa noite, capitão. – Ela disse e James saiu da cabine dela.
Seis anos haviam se passado, mas James tinha a certeza de que ainda estava magoada com tudo que aconteceu entre eles, e isso o incomodava, de formas que nem pensava.
O despertador de James tocou, mas seus olhos já estavam abertos. Ter Pike em sua nave era algo que ele não esperava depois do que houve com seu pai, mas saber que tinha magoado a filha de seu mentor, o consumia de uma forma que não aconteceu há seis anos. Não sabia se era a idade ou a responsabilidade e maturidade, mas sentia que precisava compensar tudo isso, mas não tinha a mínima ideia de como. E saber que ela ainda tinha certa mágoa dele, não tornava fácil, mas ele tinha dois anos para descobrir.
No momento em que seus pés foram para o chão, ele deixou isso de lado e se tornou capitão James Kirk e tinha o retorno de sua missão depois do reabastecimento em Yorktown. Tomou seu banho, colocou a tradicional blusa amarela e tomou seu café da manhã dentro da cabine. Somente quando estava pronto para enfrentar o dia que saiu dela.
Recebeu cumprimentos de sua tripulação em seu caminho para a ponte e teve cinco segundos de preparação quando entrou no turboelevador. As portas se abriram e, junto delas, o barulho caricato da ponte. Seu olhar passou por entre os membros da ponte e ainda não estava entre eles.
- Bom dia! – Ele anunciou.
- Bom dia, capitão! – Responderam.
- Senhor Chekov, quanto tempo temos para decolagem? – Ele perguntou.
- Oitenta e sete minutos, senhor. – O russo respondeu e ele assentiu com a cabeça, se sentando em sua poltrona de capitão.
- Vamos garantir uma saída calma daqui, sim?!
- Sim, senhor Scott já está checando os motores. – Sulu falou e Kirk assentiu com a cabeça, se distraindo com seu telecomunicador.
- Kirk falando. – respondeu ao atender.
- Capitão, a Almirante gostaria de vê-lo antes de sua partida. Ela está na sala de controle. – Ele respondeu.
- Estou a caminho. – disse, desligando a ligação. Talvez tenha algo relacionado à sua candidatura de vice-almirante. – Preparem tudo, partimos assim que voltar.
- Sim, capitão. – Eles anunciaram e James voltou pelo turboelevador.
Seus passos pelos corredores da Enterprise foram mais apressados do que antes. Pensou em passar pelo corredor de , mas tinha um pouco de pressa, não queria atrasos. Desembarcou da Enterprise e seguiu para a base novamente. Não demorou para que estivesse na sala de controle da base, alguns andares acima.
- Com licença, a Almirante... – Sua voz foi interrompida.
- James. – Almirante Paris o chamou e ele andou alguns passos para dentro e ela indicou a alienígena que estava no centro da outra sala.
- Fale normalmente. – Uma voz robótica chamou sua atenção.
- Estávamos em uma missão científica dentro da nebulosa. A nave sofreu pane crítica, peguei um módulo de fuga antes da nave cair em um planeta perto. – Ela dizia. – Precisamos de uma nave capaz de atravessar a Nebulosa. Vocês devem ter alguém para nos ajudar. – Ela disse e a Almirante se virou para James.
- Rastreamos a nave a um setor não mapeado da nebulosa, aqui a duentos e dez-marco-quatorze. – Ela disse.
- Sensor de longo alcance? – James perguntou.
- Sem dados. – Ela lhe respondeu. – A Nebulosa é muito densa e não é mapeada. – James pensou por alguns segundos.
- A Enterprise tem o melhor sistema de navegação da frota. – Ele falou à Almirante.
- A única nave de tecnologia mais avançada está em construção. – Almirante Paris lhe respondeu. – Mas não é só a nave que eu enviarei.
- A tripulação já está pronta, senhora. – Ele disse, se afastando alguns passos.
- James. – Ela o chamou, fazendo-o erguer seus olhos azuis para ela novamente. – Recebi seu pedido de vice-almirante dessa estação. – Ele engoliu em seco, havia se esquecido disso alguns minutos.
- Sim, senhora, eu... Se possível, gostaria de indicar o Comandante Spock para me substituir na Enterprise. – disse. – Ele é um oficial exemplar, seria um ótimo capitão. – James sentiu algo ruim dentro de si ao falar essas palavras, esperava que não fosse tão rápido assim.
- Não é incomum, sabe... Até para um capitão... Querer sair. – Ela disse. – Não há direção relativa na vastidão do espaço, há só você, sua nave, sua tripulação. É difícil esquecer quem você é.
- Eu não...
- Levarei seu pedido ao Conselho Geral, conversaremos quando voltar. – Ela respondeu e ele deu um aceno com a cabeça.
- Senhora. – deu um aceno de cabeça, se afastando.
- E cuide bem dessa nave, James, vocês estão com uma carga valiosa à bordo e gostaria que voltasse inteira. – Sua voz saiu mais alta e James franziu a testa, percebendo que não estava brincando.
- A senhora a enviou! – Ele disse um tanto surpreso.
- Não é só você que está precisando se refazer depois que o Christopher se foi, James. Achei que voltar aonde tudo começou fosse fazer bem a ela. – A Almirante disse. – Espero que não tenha problemas. – Ela disse sugestivamente.
- Não, senhora. – Ele disse.
- Ótimo. – Ela lhe respondeu e James finalmente saiu da base de comando.
Qualquer intenção que passou na cabeça de James, havia mudado. Talvez tivesse muito mais do que havia lhe contato e agora sentia mais vontade de se aproximar. E sabia que não seria fácil.
- Senhor Spock. – James disse quando entrou no turboelevador.
- Capitão. – Ele disse. – Soube da nossa missão à nebulosa.
- Sim, vamos lá agora. – James disse e ambos assentiram. – Spock...
- Capitão... – Ambos falaram juntos. – Por favor, capitão. – James suspirou, não pensava que sua moção para vice-almirante chegasse rápido à Almirante, mas não poderia fugir dessa conversa por muito mais tempo.
- Vamos conversar após essa missão. – Ele disse. – Vai ser bom.
- É... – Ele disse também. – Também terei algumas coisas para compartilhar. – James assentiu com a cabeça e a porta se abriu novamente. – Capitão.
- Por favor, eu insisto! – James disse e Spock saiu à frente.
- Capitão na ponte. – Chekov disse e a mulher, observando a vasta escuridão, se virou para James, fazendo-o frear o passo ao encarar no vestido azul da área de ciências.
O capitão engoliu em seco com a presença da tenente ali e seu corpo acabou passando pelas pernas descobertas entre a barra da saia e a bota preta do uniforme feminino da Frota. Seis anos, mas parece que havia sido ontem.
Os outros tripulantes pareceram congelar no tempo com a encarada de ambos. A tripulação mais próxima de Jim sabia da história dele com a filha de Pike, e isso os fez perceber que alguma faísca ainda passava entre os dois, só não sabiam dizer se era bom ou ruim.
- Bom dia, capitão. – A voz da tenente o distraiu e seu olhar se ergueu para seus olhos.
- Tenente. – Ele disse. – Bem-vinda a bordo.
- Obrigada. – Ela disse.
- Você conhece o espaço, fique confortável. – Ele disse e a tenente deu um aceno de cabeça antes de seguir até o lado de Uhura, oficial de comunicações.
- Ei, Ny. – disse baixo.
- Ei, , bom te ter de volta. – As duas deram sorrisos e trocaram um rápido toque de mãos quando ocupou o espaço entre ela e Spock, oficial de ciências.
James observou seguir para seu lugar e deu um aceno de cabeça quando Spock se virou para ele. Ele percebeu a tensão de todos, mas todos sabiam que o receio era pela relação de ambos, as qualificações de são perfeitas.
- Como está minha nave, senhor Scott? – James perguntou ao seu engenheiro-chefe pelo comunicador ao se sentar na poltrona de capitão.
- Pronta para desacoplagem, senhor. – Ele respondeu.
- Senhor Chekov, senhor Sulu, vamos sair daqui. – Ele pediu.
- Sim, capitão. – Ele respondeu.
James olhou para trás mais uma vez enquanto sua nave desacoplava da base de Yorktown e voltava para o espaço sideral. parecia já ter se ajeitado com a quantidade de telas à sua frente e o curso estava traçado na tela da geóloga junto de algumas informações sobre a nebulosa e o território que eles estavam seguindo.
- Tenente Uhura, abra um canal para toda nave. – pediu.
- Sim, capitão. – Ela disse, fazendo o que ele havia lhe pedido.
- Tripulantes da Enterprise, nossa missão é resgatar uma tripulação presa num planeta em espaço não mapeado. – Ele disse. – Atravessaremos uma nebulosa instável que incapacitará a comunicação com a Frota Estelar. Estaremos por conta própria. – Os olhos de se viraram para ele. – A Enterprise tem algo que a nenhuma outra nave tem: vocês. – Ele disse sério. – Já descobrimos que o desconhecido não existe, somente está temporariamente escondido. Kirk desliga.
Ninguém podia negar que James era um capitão incrível! Ele virou seu olhar para e a tenente lhe deu um aceno de cabeça, se virando para seus materiais. Ela precisava ficar atenta a todas as mudanças do lado de fora. Precisava voltar a trabalhar, só não esperava fazer isso logo no primeiro dia.
A nave seguiu em direção à Nebulosa em velocidade lenta, fazendo os tripulantes ficarem levemente receosos sobre isso. Eles gostavam do desconhecido, mas não eram tolos em não temê-lo. A Nebulosa era densa, fazendo a nave passar por uma pequena turbulência.
- Os instrumentos indicam diminuição de nuvens, capitão. – anunciou, fazendo Kirk dar um aceno com a cabeça. – Planeta à frente.
- O planeta Altamid, é onde minha nave está. – Kalara, a responsável pelo pedido de socorro, os informa.
- Planeta de classe M. – reportou a James.
- Aproximando-se. – Spock revelou. – Grande desenvolvimento subterrâneo, sem vida na superfície. – Ele disse.
- Alerta de proximidade. Nave não identificada a caminho. – Chekov disse.
- Faça contato. – James pediu.
- Sim, capitão. – Uhura se prontificou, mas demorou para dar um retorno. – Sem resposta. – Ela disse. – Estou captando um sinal... – Ela disse. – Estão nos interferindo.
- Aumente, senhor Sulu! – James se levantou da cadeira, se aproximando da janela. Os sensores mostraram diversas pequenas naves se abrindo em posição e travando a localização na Enterprise. – O que é isso? – Ele se virou para Kalara que ficou quieta.
- Parecem abelhas, capitão. Em formação! – A voz de saiu baixa.
- Escudos levantados! Alerta vermelho! – James disse antes das abelhas atacarem a Enterprise.
Capítulo 2 – Data Estelar 2263.02
6 anos antes
- Oi, querida! Demorou! – Sua mãe falou.
- Desculpe, fiquei presa na academia, tirando dúvidas para prova de amanhã. – Ela disse.
- Tudo bem, suba, tome banho e desça, teremos visita para o jantar. –
- Visita? Papai já vai entrar em nova missão? Ele disse que não voltaria depois da última. – jogou a cabeça para trás.
- Por favor, filha. Para o banho. – bufou e seguiu para o andar de cima batendo os pés. Não acreditava que seu pai quase tinha morrido depois da última e já queria voltar de novo para isso.
Jogou sua mochila e tirou o uniforme vermelho da Frota Estelar e seguiu direto para o banho. Perdeu alguns minutos tirando o suor do corpo e cuidando de seus cabelos longos. Demorou mais alguns minutos para secá-los e escolheu sua roupa. Quem seria o engravatado da vez? Teria sorte de ser tia Paris ou Spock. O Vulcano era quieto, mas ao menos se divertia com a falta de humanidade nele.
Optou por um vestido de mangas compridas por causa do tempo fresco em Iowa e seus tradicionais sapatos de boneca, os mesmos de todo e qualquer jantar de negócios de seu pai. Passou um batom nos lábios e um blush em suas bochechas ao menos para tirar a cara de cansaço.
Enquanto isso, Christopher recebia James no andar de baixo. Nunca pensou que o garoto que ele desafiou a fazer parte da Frota, e foi imprudente em toda e qualquer oportunidade que teve, tinha salvo sua vida.
Quando o desafiou a entrar para a Frota, ele usou seu pai, George Kirk, como exemplo. George foi capitão da USS Kelvin por oito minutos e salvou mais de 600 pessoas, inclusive a de James. A ideia era que ele se formasse em quatro anos, James o contra desafiou falando que o faria em três, e o filho da mãe conseguiu.
- Agradeço o convite. É um prazer. – James disse, dando a mão para Christopher, que estava em cadeira de rodas ainda. – Como o senhor está?
- Me recuperando cada dia. Por favor. – Christopher indicou-o para o meio da sala, onde Emma Pike estava ali. – Essa é minha esposa, Emma.
- Um prazer conhecê-la, senhora. – James disse, lhe esticando a mão.
- O prazer é meu, agradeço por salvar meu marido. – Emma disse.
- Se ele largasse essa vida, não precisaria agradecer de nada. – Outra voz se fez presente e James olhou para cima, percebendo a presença de no topo da escada. – Mas ele acha que vive para sempre.
James se surpreendeu pela criatura de vestido preto no topo da escada. Estava tão surpreso quanto da primeira vez que a tinha visto. Mas da última vez ela estava suada, com os cabelos bagunçados e o cansaço aparente em seu rosto, preocupada com seu pai, agora não. O vestido, os cabelos penteados, a maquiagem no rosto, James tinha um novo foco.
- Oi. – James disse, dando um aceno. – Eu sou James.
- Oi, James! – disse.
- Não se atreva, ela é muito nova para você. – Christopher cochichou para James, passando a cadeira pelo seu pé, fazendo o mais novo conter um gemido de dor. – Filha, esse é James, ele me salvou. James, essa é , minha filha.
- Já nos vimos antes. – disse, descendo as escadas, estendendo a mão para ele.
- Ele salvou minha vida. – Pike disse.
- Bom saber. – James apertou firme a mão de , sorrindo para a mais nova. – Obrigada por isso.
- Não fiz mais do que minha obrigação. – Ele disse. – Também não fiz sozinho, toda a tripulação ajudou.
- Eu sei. – Cristopher disse. – Mas o chamei aqui por outro motivo.
- Condecorações e blá, blá, blá... – fez deboche sobre o ritual frequente, fazendo James sorrir para a moça. – Bebidas? – Ela seguiu para o bar, onde os empregados já haviam deixado uma bandeja.
- Acho que vai gostar de ouvir isso, . – Christopher disse e a mesma entregou uma taça com um líquido azul para James.
- Mais uma missão? Vão conseguir finalizá-la antes de alguém quase morrer? Ou da nave destruir em vários pedaços? Ou dessa vez vão morrer de verdade? – disse.
- Espero que não. – James disse arregalando os olhos.
- , James é filho de George Kirk. – Christopher disse e olhou surpresa para o homem, mas os olhos azuis não negavam.
- Eu sei as histórias. Seu pai foi um herói. – Ela disse e James assentiu com a cabeça. – Acho que é de família.
- Não sei sobre isso, senhorita. – James disse. – Não estou aos pés dele.
- Talvez esteja. – Christopher disse, se virando para ele. – Gostaria de te fazer um pedido formal, antes de condecoração do próximo mês.
- Senhor... – James o olhou confuso.
- Receio que minha filha esteja certa, não posso mais me arriscar, já passei por muito na minha vida, agora creio que eu deva ficar com a minha família.
- Pai? – perguntou confusa e Emma sorria com Christopher.
- Me foi oferecido a vaga de Almirante da base de San Francisco. – Christopher disse. – Com isso, eu te indiquei como meu sucessor como capitão da Enterprise. – James estava surpreso, mas muito mais.
- Você está brincando! – A felicidade da menina não podia ser contida, fazendo-a pular animada.
- Não, filha. Acho que está na hora de eu fazer o trabalho burocrático agora.
- Ah, pai! – A menina pulou animada, se inclinando para abraçar o pai, recebendo um beijo em sua cabeça. – Obrigada! Obrigada! Obrigada!
- Não há de quê, meu amor! – se afastou com lágrimas nos olhos e os olhos dos Pike foram para o Kirk travado. – James? – Ela o chamou, fazendo-o destravar. – Está tudo bem?
- Está... – Ele disse embasbacado ainda. – É sério, senhor?
- Muito sério, James. – Christopher disse. – Sem nenhum tipo de dúvidas. Apesar das regras, você colocou suas percepções em primeiro lugar, e é isso que te ajudará a ser um ótimo capitão, se você aceitar, é claro. – e Emma sorriam para o homem, mas não pelos mesmos motivos. Elas estavam felizes por Christopher finalmente ficar em terra firme.
- Será uma honra, senhor. – Ele disse, fazendo os sorrisos se alargarem.
Atualmente
- Escudos levantados! Alerta vermelho! – James disse antes das abelhas atacarem a Enterprise. – Disparem à vontade. – Sua voz saiu autoritária.
- Apertem os cintos! – Sulu anunciou e os cintos apertaram os tripulantes sentados em suas poltronas.
A Enterprise começou a disparar torpedos e fêisers às cegas. As abelhas pareciam conseguir desviar de todas as formas deles.
- Fêisers surtindo mínimo efeito e torpedos não os rastreiam. – Chekov anunciou.
- Disparem tudo que temos. – James anunciou com o olhar fixo nos inimigos desconhecidos do outro lado do vidro.
- Não estamos equipados para este combate. – Spock anunciou e a nave começou a sacudir quando as abelhas atingiram o casco. As mãos de firmaram no cinto, fechando os olhos com força.
- Escudos sem efeito. – Chekov gritou em meio ao barulho da turbulência.
- Destruíram a antena defletora. Escudos inoperantes! – Sulu respondeu de volta.
- Entre em dobra e nos tire daqui! – James anunciou, se sentando em sua poltrona.
- Sim, senhor! – Sulu disse enquanto a nave sacudia.
- Por que diabos não estamos nos mexendo? – James perguntou.
- Não consigo acionar a propulsão! – Sulu o avisou.
- Scott, eu preciso de propulsão de dobra agora! – James gritou para o oficial de engenharia.
- Não posso. – Scott disse em um tom embargado. – As naceles... Elas se foram. – Ele anunciou e os olhos de todos na ponte se arregalaram.
- Segurança, iniciar os procedimentos de emergência. – James anunciou para toda a nave. – Protocolo vinte e oito, código um-alfa-zero. Todos às estações de alerta.
e Uhura se viraram quando Spock e McCoy seguiram para o turboelevador e a mais nova engoliu em seco. Já tinha visto situações assim nos seus tempos de mera passageira da Enterprise, mas nada como isso.
- Há rupturas no casco nos níveis doze a quinze, seis, nove, trinta e um e vinte e um, senhor. – Chekov anunciou.
- Capitão! – Scott o chamou. – Redirecionarei a energia do reator de dobra aos motores de impulso.
- Faça o que for necessário! – James disse, fazendo pressionar os lábios.
O silêncio na ponte incomodou aos tripulantes, o barulho de metal se chocando era ensurdecedor, mas a falta de respostas era pior do que tudo isso. Se passaram cerca de cinco minutos de completo silêncio, mas pareceu horas para James e o resto dos oficiais na ponte.
- Capitão! – A voz de Spock saiu alta.
- Fala, Spock! – James o respondeu prontamente.
- Identifiquei o indivíduo que parece liderar o ataque. – Spock disse com a voz acelerada. – Invadiu nosso arquivo e removeu o artefato de Teenax.
- Mantenha distância até... – A voz de James foi calada com o som de disparos. – Spock! – Ele gritou. – Spock! – James bufou ao perceber a finalização da comunicação. – Vocês dois, comigo! Sulu, no comando! – O capitão anunciou, fazendo se virar em sua cadeira.
- Capitão! – A voz dela finalmente saiu, fazendo os olhos de seu capitão encará-lo, quando isso aconteceu, ambos ficaram quietos.
- Eu já volto, . – Ele anunciou e sua respiração saiu forte antes de sair correndo, fazendo bufar alto.
- Você está bem? – Uhura tocou a mão dela, fazendo-a se assustar e assentiu com a cabeça.
- Sim, sim, me desculpe. – disse, apoiando as mãos na cabeça. – Tirando o fato que é meu primeiro dia e já perdemos a naceles, a nave está sendo atacada e nosso capitão parece gostar de ir direto para o perigo. – A voz dela saiu sarcástica. – Desculpe...
- Está tudo bem. – Uhura disse. – E vai ficar tudo bem. É o Kirk. – Ela disse e ambas sabiam o que isso queria dizer: ele faria de tudo pela sua tripulação, inclusive tentava se matar enquanto isso, mas sempre se safava.
James correu pela nave em direção aos invasores. Nada do que imaginava era similar ao que estava acontecendo. Passou por vários cadetes e tenentes mortos em sua nave. Queria se simpatizar e se solidarizar com todos, mas sua nave estava sendo atacada e mais poderiam morrer com isso.
Ele atacou quando chegou perto dos invasores, se escondendo logo em seguida, e os feixes verdes e azuis denunciavam que tinha mais pessoas ajudando-o. Algo o atacou por trás, erguendo-o para cima, impedindo sua respiração e seu olhar finalmente foi para o do inimigo. Com certeza não era terráqueo, ou similar a isso.
- Capitão Kirk... – A voz saiu robotizada, aproximando o olhar dos dois.
Algo aconteceu na engenharia, fazendo o inimigo se distrair, derrubando ambos no chão e a nave teve perda de gravidade, fazendo-os deslizarem pelo piso como um escorregador. James viu o item que havia guardado no arquivo dois dias atrás escorregar e o pegou, correndo pelas paredes dos corredores.
- Estamos com cem por cento de impulso! – Chekov anunciou animado com o retorno da engenharia, fazendo a ponte se empolgar.
- Ótimo trabalho, senhor Scott! – Sulu gritou. – Máximo impulso para a nebulosa.
- Sim, senhor. – Chekov anunciou e sentiu o impulso em seu peito quando a nave voltou a se movimentar acelerada.
Todos os tripulantes sentiram uma pequena esperança com o movimento da nave, mesmo que sua gravidade fosse negativa, fazendo as coisas voarem dentro dela, mas essa felicidade não durou muito.
Um outro ataque das abelhas fez com que um estrago maior fosse feito, o barulho de metal ficou mais evidente e parecia que duas coisas estavam se rachando em dois. Automaticamente, James e , de seus lugares, olharam para cima, para checar de onde ele estava vindo.
- Kirk para a ponte! – A voz de James deu um alívio para .
- Perdendo os amortecedores de inércia. – Chekov anunciou.
- Sistemas falhando na nave toda. – Sulu falou em seguida. – Anteparos de emergência. Integridade estrutural em dezoito por cento e caindo!
James não precisou pensar para decidir o que fazer, ele treinava essas três palavras desde antes de se tornar capitão, mas esperava que nunca precisasse dizer isso, por isso foi tão difícil aceitar quando essa foi a única ideia que se passou pela sua cabeça.
- Abandonar a nave, senhor Sulu. – A voz de James saiu triste e olhou surpresa para Uhura.
- O quê? Não! – Sua voz falou firme.
A Enterprise era seu lar. Ela nasceu ali dentro, deu seus primeiros passos nesses corredores, aprendeu a falar diversas línguas e a diferenciar todas as luzes do painel. Foi difícil se acostumar com a vista de seu dormitório na Frota e seus jardins quando estava em casa. Abandonar a Enterprise era como pedir para ela arrancar seu coração fora.
- Soe o alarme. – Sulu disse.
- Vai ficar tudo bem. – Uhura disse, mas nem ela sentia confidência nisso.
- Consegue afastar as naves para os módulos escaparem? – James fez mais um pedido.
- Motores ainda drenando a energia do reator de dobra. – Sulu anunciou. – Não podemos sair enquanto o disco não for separado.
- Eu cuido disso. – A voz cansada de James anunciou e ele seguiu para seus tripulantes, precisava esconder o artefato e Alferes Syl, uma tripulante, o ajudaria nisso.
- Vamos, ! Vamos! – Uhura anunciou, destravando os cintos de .
- Não! Eu não vou sair daqui sem ele. – Ela falou irritada.
- Ele é nosso capitão, . Ele nos ordenou!
- Eu não vou! – A voz de anunciou, deixando a tenente dividida por alguns segundos, mas ela saiu correndo pela porta.
James seguiu até a área de engenharia, precisando desviar dos tiros de seus inimigos e de outra tentativa de ataque corporal. Já estava acostumado com isso. Uhura não. Ela saiu para o andar da engenharia, dando de cara com alguns inimigos e viu James brigando contra o inimigo. Uhura conseguiu fazer a separação do disco, bloqueando o inimigo do lado de fora da nave, mas estava com ele.
- Motores de impulso drenando energia dos geradores auxiliares. – Chekov disse e um estourou foi sentido do lado esquerdo, derrubando da cadeira e os rostos viraram apressados.
Quatro inimigos entraram, fazendo deslizar seu corpo para trás quando uma arma foi em sua direção e não conseguiu pensar em nada, fechando os olhos. Ouviu o zumbido de um estouro e abriu os olhos ao perceber que ainda estava ali.
James entrou pelo buraco, atirando nos quatro inimigos, fazendo ela e o restante da ponte suspirar em alívio. Sabia que nem tudo estava salvo ainda, mas tinha que aceitar as pequenas comemorações.
- Capitão! – Chekov falou surpreso.
James encarou Kalara e ele desconfiava dela. Faltavam muitas peças no quebra-cabeça. Ignorou isso no momento, se virando para seus oficiais do leme.
- Quantos da tripulação ainda a bordo do disco? – James perguntou.
- Ninguém. – Sulu disse. – Se as leituras estiverem corretas... Os invasores os levaram. – Sulu anunciou com a respiração pesada.
- Capitão, fomos atraídos pela gravidade do planeta, não tem como sair. – Chekov disse.
- Entre nos módulos Kelvin. – James anunciou.
- Sim, capitão! – Chekov e Sulu falaram apressados.
- Andem, vamos!
Enquanto os membros da ponte se dirigiam para os módulos posicionados nas laterais da ponte, James olhava à frente. Sua casa estava caindo e não podia aceitar isso. olhava para ele aterrorizada. Como isso estava acontecendo? Sabia que quando se juntavam saíam faíscas, mas nunca pensavam que dessa forma.
- Vamos, Pike! – Sulu gritou, chamando a atenção de James e ele se assustou ao ver ainda largada no chão.
- Eu não vou sem ele! – A voz entre desespero e gritos de foi ouvida e foi como se James se destravasse das memórias que passavam pela sua cabeça.
- Vamos, ! Você precisa sair daqui! – James puxou para cima.
- Eu não consigo! Eu não posso! – Ela disse apertando os ombros de James.
- Você vai ficar salva, , mas você precisa sair daqui! – James tinha o tom de desespero em sua voz.
- Não sem você! – As lágrimas finalmente deslizaram pelas bochechas de e as mãos do capitão apertaram sua cintura.
- Olha para mim! OLHE PARA MIM! – James disse sério. – Não podemos ir no mesmo módulo, mas você vai ficar bem! – Ele segurou a nuca da mulher para que o olhar dela não se distraísse. – Você vai ficar salva, ! É isso que eu seu pai queria! Ele quer que você fique bem! – Os lábios da mais nova tremiam. – E eu prometi a ele que cuidaria de você! – Ele disse sério – Mas você precisa confiar em mim.
- Eu nunca fiz isso antes, Jim. O que eu faço... O que eu faço se cair em um... E se eu for capturada e... – O capitão apoiou a testa na dela.
- Lembre-se do seu treinamento, ! – Ela engoliu em seco. – E não importa onde você caia, eu vou te encontrar. Eu vou atrás de você. Você só precisa sair daqui antes. – A voz de faltou para uma resposta. – Você precisa se salvar, ! Por favor! – As lágrimas finalmente saíram dos olhos do capitão.
- É nosso lar... – A voz fraca de fez ele perceber que ela tinha os mesmos pensamentos dele.
- Eu sei. – Ele suspirou. – Mas podemos reconstrui-la depois, contanto que estejamos vivos para isso. – James disse mais forte. – Senhor Sulu! – sentiu seu corpo ser puxado às forças dos braços de James.
- Jim! Ja-James! James! – A voz desesperada de fez com que James a encarasse enquanto assentisse com a cabeça e Sulu empurrou contra a parede, fazendo os cintos prenderem-na contra a parede e a cápsula se fechou, sendo lançada igual um foguete para cima. – JAMES!
O grito de ficou preso na garganta, fazendo-a fechar os olhos com a imensidão do céu literalmente sob seus pés. A vertigem lhe incomodou, fazendo-a tombar a cabeça para o lado e desmaiar. Após liberar , Sulu entrou em um módulo e fez o mesmo, mas sua nave acabou sendo atingida no processo, também desnorteando-o.
Enquanto isso, James entrava no último módulo, tendo aquela sensação nostálgica novamente da ponte vazia. Não era assim que pretendia terminar seus últimos dias como capitão da Enterprise, mas não deixaria tudo para trás sem lutar por ela e por sua tripulação.
Ignorou as memórias quando a cápsula se fechou e foi lançada para cima, fazendo-o ter a visão de sua nave batendo no pico das montanhas antes de cair em um baque entre as árvores.
Capítulo Três - Data Estelar 2263.03
6 anos antes
James se levantou de entre os tripulantes da Enterprise e desceu os degraus até se colocar no centro do anfiteatro, onde foi acusado por Spock de trapaça da última vez em que estiveram ali. Kirk bateu continência e se colocou em posição na frente do presidente.
- Sua coragem inspiradora e dedicação aos companheiros condizem com as mais elevadas tradições de serviço e refletem o seu mérito, o de sua tripulação e o da Federação. É uma honra agraciá-lo com esta comenda. – Ele disse, fazendo James esboçar um pequeno sorriso.
A comenda foi colocada em seu peito enquanto um filme se passava na cabeça dele. Muita coisa havia acontecido nos últimos três anos. De rebelde sem causa, estava sendo agraciado pela academia e ainda seria capitão da nave mais famosa da Frota, tudo isso com somente 28 anos. Era loucura.
- Pela Ordem 28455 da Frota Estelar, se reportará ao Almirante Pike da USS Enterprise e o substituirá na função. – James sorriu, cumprimentando o presidente antes de se virar para trás onde Pike se aproximava de cadeira de rodas com um oficial.
James se aproximou de Christopher e bateu continência ao seu novo Almirante. James não poderia ser mais grato pelos desafios que Christopher colocou em sua mão e só podia estar feliz com tudo isso. Havia sido bom encontrar um pai em seu caminho, e seu verdadeiro pai deveria estar orgulhoso dele.
- É uma honra, senhor. – James disse.
- A honra é toda minha. – Christopher disse.
- Obrigado, senhor. – James disse finalmente abaixando o olhar para o homem.
- Parabéns, capitão. Seu pai ficaria orgulhoso. – Christopher apertou a mão dele, fazendo os membros da Frota e da academia aplaudirem, incluindo que estava no fundo do anfiteatro junto com os alunos do primeiro ano.
James não poderia estar mais emotivo com tudo. Era muito mais do que sonhou.
Os alunos e oficiais foram dispensados e alguns oficiais cumprimentaram o novo capitão da Frota, além da tripulação que começou com cumprimentos discretos e terminou com abraços efusivos vindo dos humanos. Spock em toda sua forma Vulcana, se conteve em oferecer um “vida longa e próspera” ao seu novo capitão.
- Divirtam-se! – Christopher disse. – E não destruam-na. – Eles riram enquanto saíam do anfiteatro.
- Precisamos beber para comemorar! – Magro foi o primeiro a sugerir.
- Vamos ao bar! – James sugeriu animado.
- Precisamos de shots agora! – Chekov abraçou seu capitão pelos ombros, fazendo-os rirem enquanto saíam do prédio da Frota.
- A primeira rodada é por minha conta! – James disse.
- Só a primeira? Qual é, capitão! A conta inteira! – Uhura disse, fazendo-os rirem.
- Eu não vou levar ninguém para casa! – James ergueu as mãos, fazendo-os rirem.
- E quem vai te levar para casa? – Uma nova voz apareceu e saiu de trás de uma pilastra com o tradicional uniforme vermelho da Frota.
- Senhorita Pike. – Ele falou surpreso, puxando seu braço dos amigos que o levavam para outro lado.
- Você pode me chamar de . – Ela disse, se aproximando alguns passos quando os amigos de James lhes deram licença. – Parabéns, capitão. – Sua voz saiu sugestiva, movimentando os lábios levemente.
- Obrigado. – Ele disse.
- Não a destrua, ok?! Ela é muito importante para mim. – Ela disse.
- Não faria nada intencional. Ela também é importante para mim. – Ele disse. – Fiquei sabendo que nasceu nela.
- Sim, na ala médica dela. – Ela disse, observando a comenda no peito de James.
- Mesmo? Christopher não me contou isso. – deu de ombros.
- Muitos detalhes. – Ela mordiscou o lábio inferior, claramente flertando com o capitão, e o sorriso de lado de James deixava isso claro. – Espero que faça um bom trabalho, principalmente mantendo meu pai em terra firme.
- Eu farei meu melhor, . – Ele disse seu nome também sugestivamente. – Apesar que talvez gostaria de ficar em terra firme. – O novo capitão deu um passo automático para frente.
- Vamos nos encontrar no meio do caminho... – Ela tocou o ombro dele, tirando um fiapo de seu uniforme. – Capitão. – Ela lhe deu um sorriso.
- Qual sua área de estudo? – Ele perguntou.
- Ciências. – Ela deu um passo para trás, se aproximando dentre as pilastras novamente. – Talvez você precise da minha ajuda um dia. – Os olhos de James estavam hipnotizados pelos dela quando ela se encostou na pilastra atrás de si.
- Talvez agora. – James sorriu, se aproximando dela.
Ele não se preocupou com a idade quando suas mãos foram para a cintura de . Ele sabia que a idade mínima para entrar na academia era de 18 anos, então não se importou com isso. A diferença de idade era grande entre ambos, mas não se importava com isso.
Os olhos de brilharam para ele quando ele aproximou seus rostos e as mãos de foram para a nuca do capitão quando seus lábios se tocaram. As mãos de James apertaram o uniforme vermelho, descendo para a bunda da mulher e seus narizes se chocaram com frequência enquanto os lábios se mordiscavam e sugavam e suas línguas se encontravam no meio do caminho.
Alguns passos dali, observando tudo, estava a tripulação de James. Spock, Magro, Uhura, Chekov, Sulu e Scott olharam surpresos para eles, rindo em seguida. Típico de James. Mal havia se tornado capitão e já estava se pegando com a primeira que apareceu na frente dele, na porta da academia.
- Vocês estão cientes de que aquela é a filha do Pike, certo? – Spock falou na sua forma séria de sempre, fazendo as risadas cessarem.
- O QUÊ? – Eles falaram surpresos e Spock indicou a visão de ambos se pegando apoiados na pilastra.
- Aquela é ? – Chekov perguntou surpreso.
- Isso vai dar muito errado. – Uhura disse, mas ninguém se atreveu a separar os dois.
Os olhares da tripulação ficaram fixos nos dois até Christopher sair do prédio. Ele deveria estar surpreso com a audácia de sua filha e James se pegando na frente da academia, mas James tinha fama de pegador desde antes de se conhecer pessoalmente, agora era muito parecida com ele, sempre conseguia o que queria.
Não ia intervir, ambos já eram maiores de idade, mas ele sabia que isso daria muito errado. A tripulação se dispersou quando ele passou e ele passou ao lado do casal.
- Eu estou indo, . – A voz de Christopher falou calma, mas assustou aos dois, fazendo-os se separar o beijo.
- Pai! – falou surpresa e Christopher parecia entediado.
- Senhor... – James estava perdido.
- Você vai comigo ou prefere ficar aqui? – Ele disse com um sorriso no rosto, fazendo James esconder os lábios avermelhados.
- Eu vou contigo, pai. – Ela disse envergonhada, pressionando os lábios.
- Vamos ao bar, se você quiser ir. – James teve a audácia de oferecer, fazendo Christopher revirar os olhos.
- Quem sabe outro dia? – A menina foi para atrás da cadeira de rodas do pai. – Até mais. – Ela piscou para James, empurrando seu pai pelo caminho, deixando James rindo sozinho.
- Isso é perigoso, ! – Ele disse. – Ele é um pegador, ele vai destruir seu coração.
- Ou eu posso destruir o dele. – Ela disse e Christopher respirou fundo, mantendo os comentários para si.
Atualmente
Seu corpo estava levemente em pé, pela visão do vidro na sua frente, notou que estava em uma floresta. Sua respiração saiu com força, fazendo a adrenalina finalmente sair e seu corpo pareceu relaxar, mas se pesar dentro do módulo. Inclinou o corpo para frente para ver se não havia perigo à vista lá fora e apertou o botão de ejeção.
O vidro do módulo saiu para frente e desceu devagar do mesmo. Tinha algumas árvores caídas ao lado dela e imaginou o estrago que o módulo fez. Ela deu uma volta ao redor do módulo, procurando por inimigos, mas desviou, abrindo a cápsula de emergências.
Ela tirou o casaco azul da frota, colocando-o e depois um coldre com uma pistola e o comunicador, colocando por cima de seu vestido. Pegou a água, dando um longo gole e jogou no módulo ao ouvir outro alguns gritos indecifráveis perto dela. Ela se atentou ao som antes de segui-lo devagar, tomando cuidado por onde pisava.
Um pouco longe de ambos, James também havia acabado de fazer o mesmo que e agora andava devagar pela floresta. Avistou quando outro módulo caiu perto de si e viu seu oficial do leme russo se aproximar.
- Chekov! – Ele anunciou para o mesmo, vendo o novo módulo se abrir.
- James! – reconheceu a voz, correndo em direção ao som, encontrando um paraquedas preso entre as árvores.
James notou que Kalara havia saído do módulo mais perto de seu enquanto Chekov vinha um pouco mais longe. Foi nessa hora que a tristeza pela queda de sua nave o abateu e a raiva por ter confiado na pessoa errada apareceu.
- Você sabia que seríamos atacados! – A voz brava de James saiu forte enquanto Kalara saía desnorteada do módulo.
- Você não entende... – Antes de Kalara finalizar a frase, James apontou a arma para ela, deixando Chekov travado atrás dele.
- Capitão Kirk... – A voz de Chekov sumiu ao ver a arma.
- Sim, eu menti... – Kalara disse. – A nossa nave foi atacada. – Os olhos de James não desgrudaram dela.
- Chekov, chame os sobreviventes pelo comunicador. – Ele pediu.
- Sim, capitão!
- Quem é ele? – James perguntou à Kalara.
- O nome dele é Krall. Ele levou minha tripulação como levou a sua. – Kalara falou.
- Como ele sabia tanto sobre a Enterprise? – James perguntou.
- Tudo que eu sei é que, se eu fizesse isso, ele libertaria a minha tripulação. – Ela respondeu e James manteve o olhar firme. – Capitão, eu só estava protegendo minha tripulação.
- Chekov, detectou algo nos sensores? – James perguntou.
- Não, senhor, nã... – Chekov falou, fazendo James engolir em seco. – Espera! Eu vejo um.
- Um? – James se virou apressado para Chekov e eles se distraíram com o barulho de algo correndo pelo mato.
- JAMES! – A voz alta os distraiu e parece que James se livrou de metade do peso extra em seu corpo ao ver correndo aos tropeços pela floresta.
- Ah, graças a Deus! – James disse, correndo mais rápido que ela e a apertou em seus braços. – Ah, graças a Deus! – Ele afundou os lábios na cabeça de e a respiração da mais nova ficou mais alta com o alívio. – Eu pensei... Eu pensei...
- Não, eu... – respirou alto. – A Enterprise, Jim. – Ela passou os braços pelos ombros dele, olhando em seus olhos azuis. – A nave... – Ela pressionou os lábios para tentar controlar as lágrimas. – Minha casa...
- Eu sei! Eu sei! – Ele passou a mão em seu rosto, espantando as grossas lágrimas que escaparam. – O que importa é que você está bem! – Ela assentiu com a cabeça. – Me desculpe! Não era para nada disso acontecer. Eu nunca quis te colocar em risco. – Ele disse. – Você está ok? Você está ferida? – Ele olhou seu corpo rapidamente e ela negou com a cabeça.
- Não, eu estou bem. – Ela suspirou. – Eu estou bem, eu... – Ela engoliu em seco.
- Graças a Deus. – Ele falou em um suspiro.
- E o resto? Onde eles estão? – perguntou e os olhos se viraram para Chekov novamente.
- Só encontrei você. – Chekov disse e engoliu em seco. – E se eles...
- Eles foram capturados. – James falou com firmeza, olhando para eles. – Temos que achar o disco, até os menores sensores alcançarão mais do que um tricorder. – Ele anunciou com esperança e olhou para seu rosto.
- James... – Ela falou baixo, fazendo-o olhar para ele.
- Vamos encontrá-los, ! – Ele disse firme e ela pressionou os lábios, assentindo com a cabeça. – Vamos! – Ele disse firme e sentiu a adrenalina pesar em seu corpo.
- Sim, capitão. É possível! – Chekov disse, também receoso com a expectativa de seu capitão. Não sabia se era coragem ou fingimento.
- Ah! – reclamou.
- Você está bem? – James perguntou e apoiou a mão em uma árvore. – ?
- Eu só preciso de dois minutos. – Ela pediu, colocando a mão livre na barriga. – Ah! – Ela inclinou o corpo para frente quando sentiu o vômito subir de seu estômago.
- ! – James falou assustado.
- Fica longe! – Ela falou firme, jogando a mão para trás. – Eu preciso de dois minutos. – Ela falou, suspirando pesadamente.
Assim que se recuperou, ela fez questão de voltar ao módulo para beber o máximo de água que conseguiu para que o gosto ao menos saísse. Sentia saudades de uma balinha de menta agora.
Eles caminharam pela floresta e Chekov usou seu localizador para encontrar a nave. Kalara foi à frente, depois e Chekov lado a lado e James atrás. Ele estava desconfiado de Kalara, não acreditava que tudo que tinha acontecido com sua nave era uma troca de reféns.
Por que a Enterprise era importante para aquele cara que quase o sufocou na Enterprise? Por que aquele artefato que tentou usar como oferenda da República Fibonana para a Delegação Teenaxi era importante para eles? Era uma sucata, não? Era muitas perguntas, então ele não queria perdê-la de vista.
James sabia que eles precisavam chegar à Enterprise para tentar um sinal dos outros tripulantes, mas depois da queda, parte de si não queria encontrá-la, muito menos que o fizesse. Ela literalmente cresceu dentro da Enterprise, viveu nela até seus 14 anos, quando entrou na escola da Federação, isso foi um ano antes de James se juntar à Frota. Os estudos e a relação de ambos a separou da nave um pouco, mas sabia do enorme apego emocional dela.
Ele era seu capitão há seis anos e já sentia que era parte dela, para a mulher de 24 anos sentia que fosse pior ainda.
- À frente, senhor. – Chekov disse e os quatro pararam um pouco acima da colina, e foi a primeira a respirar fundo.
A nave no meio das árvores parecia estar petrificada ali com o tanto de estrago que sofreu antes e durante sua queda, mas ainda parecia a nave mais bonita do mundo para .
- A Enterprise... – Chekov disse em um suspiro. – Pode nem ter energia na ponte, senhor.
- Ela tem uns truques na manga. Pode apostar! – James disse e deu alguns passos para frente, segurando a mão de que o olhou para ele.
Ela ergueu o rosto para ele e o capitão deu um aceno para a tenente. Isso poderia significar muitas coisas com o passado deles, mas agora ele queria dar apoio para ela, no que ela precisasse. Ele havia prometido a Pike que cuidaria dela, mas não era só isso. Ele se importa com . Pior, ele gosta dela e sente sua falta há uns quatro anos. E era tudo que não queria depois de como as coisas finalizaram.
- Vamos! Coragem! – James disse, andando à frente deles, puxando consigo.
Eles desviaram por entre as árvores e o mato alto até chegar perto da nave. Ela ainda soltava fumaça da queda, e os resfriadores estavam ativos, deixando uma temperatura mais gelada à sua volta.
- Por aqui. – James disse, vendo uma forma de entrar na nave. – Cuidado com a cabeça! – Ele disse e foi a primeira a descer, finalmente encerrando o contato das mãos.
Apesar do desnível da nave pela falta de apoio vertical, era possível andar reto na nave. James veio logo atrás com a arma apontada, à procura de algum inimigo, coisa que nem se passou na cabeça de . Ela estava mais preocupada em ver se como sua casa estava e chegar na ponte.
Nada estava totalmente perdido, mas os estragos na fuselagem tornavam impossível que ela se consertasse de forma fácil. Caso a Frota não aposentasse a nave depois da segunda ou terceira perda total, o trabalho seria longo.
- A ponte! – anunciou, descendo os degraus de onde estava uma hora atrás e Chekov foi direto para o console, enquanto James olhava em volta, procurando por algo que pudesse dar errado.
- Não acredito nisso. – falou em um suspiro, apoiando a mão na poltrona de capitão.
- Ela pode ser recuperada, . – James disse e a menina suspirou.
- Não sei se a Frota reforma algo assim... – Ela disse.
- O console está intacto. Redirecionarei energia para ele. – Chekov disse, fazendo uma pitada de esperança aparecer entre eles.
- Seja rápido, quando acender, vamos parecer uma árvore de Natal. – James disse e Chekov ativou a anergia, fazendo o console se acender. – Pode achá-los?
- Sim, capitão! – Ele disse. – Reconfigurando sensores para modular sinais da tripulação. – Chekov disse e James olhou para Kalara.
- Venha comigo, esqueci uma coisa. – Ele disse, voltando pelo corredor com ela.
- Onde ele vai? – sussurrou para Chekov.
- Ele não confia nela. – Chekov respondeu.
- Nem eu! – Ela disse, olhando para Chekov.
- Vamos! – Chekov disse, tirando a arma do coldre e fez o mesmo, enquanto seguia o russo pelos corredores da Enterprise, tomando cuidado com os pés.
Em um dos corredores tombados da Enterprise, James precisou pisar nas paredes. Ele desconfiava de Kalara desde o primeiro ataque, mas queria dar a chance de ela se revelar. Esperava que estivesse errado, mas sua intuição nunca lhe disse o contrário.
- Aonde vamos? – Ela perguntou a ele.
- Eu tenho que pegar o artefato. – Ele comentou, procurando onde tinha escondido sua caixa, já que o artefato em si estava escondido com Alferes Syl, uma de suas tripulantes.
- Capitão, o artefato estava na nave esse tempo todo? – Kalara perguntou, liderando onde James queria que chegasse.
- Eu não podia ser pego com ele, então o escondi. – Ele disse, abrindo uma porta no chão, que era na parede da nave e, como parcialmente esperado, Kalara deu uma joelhada em seu rosto, fazendo-o cair para trás enquanto ela pegava sua arma.
- Diga ao Krall que eu tenho o abronath! – Ela anunciou em um comunicador escondido, fazendo James olhar para ela.
Enquanto isso, a passos silenciosos, e Chekov ouviam tudo, mantendo suas armas apontadas na direção dela. Se ela fizesse qualquer movimento, eles atirariam. Kalara mudou a arma de mão para abrir onde James mexia antes.
- Acredita em toda história triste que ouve? – Ela perguntou, encontrando a caixa vazia, e ele deu um olhar surpreso.
- Nem toda! – James anunciou e atirou na perna de Kalara, fazendo-a cair no chão.
- EU DISSE PARA MIRAR, NÃO ATIRAR! – Chekov gritou desesperado.
- Isso é por derrubar minha casa. – disse enquanto James se levantava. – Coloque nos meus registros, capitão. – James não evitou e riu.
- Não vai ser necessário. – James disse. – Conseguiu, Chekov?
- Sim, capitão. Rastreei o chamado dela. – O russo respondeu e James tomou o fêiser de sua mão.
- Se quiser, eu atiro na outra também. – sorriu sarcasticamente e James lhe deu um olhar, fazendo-a dar de ombros. – O quê? Meu pai me ensinou a atirar... – Ela disse rindo.
- O que Krall quer com isso? – James perguntou.
- Salvar vocês. – Kalara disse.
- CAPITÃO! – Chekov anunciou quando viu um inimigo aparecer por uma das aberturas da nave e feixes de luz passaram por eles.
- Corre! – James anunciou e Chekov e atiraram algumas vezes antes de correr à frente dele, pulando em um dos corredores.
Eles usaram a nave tombada ao seu favor para deslizar pelo chão como um escorregador. Os vilões os seguiram, mas a nave naturalmente já parecia um labirinto, agora era pior ainda. Eles escorregavam, escalavam e andavam pelas paredes enquanto tentavam achar uma forma de sair dali e se livrar deles.
- Vocês estão bem? – James perguntou quando eles pararam perto da área de energia.
- Sim! – disse com a respiração pesada.
- Sim, mas estamos encurralados! – Chekov respondeu e James voltou alguns passos, recebendo alguns feixes de luz em sua direção.
- Você deveria ter atirado no coração, . – James disse irritado.
- DA PRÓXIMA VEZ VAI SER NA CABEÇA! – gritou, virando o corpo na quina, atirando algumas vezes, se escondendo logo em seguida.
- Cuidado! – James disse.
- Cala a boca, James! – disse, repetindo os tiros e ele e Chekov se entreolharam. Ela parecia ter tudo sob controle.
- Pode ligar essa coisa? – James perguntou a Chekov.
- Pretende acionar os propulsores? – O russo perguntou surpreso.
- Aceito sugestões. – James disse, ajudando com os tiros.
- Tudo bem! – Chekov disse em um suspiro. – Temos um problema!
- EU VOU TE MOSTRAR O QUE É PROBLEMA, CHEKOV! – disse, acertando um dos vilões com Kalara.
- Fala, Chekov! – James pediu.
- Temos combustível, mas não consigo combustão. – Ele disse e James se aproximou da beirada de onde estavam, apontando a arma às cegas para o motor de combustão.
- Cuidado, capitão! Estamos em cima de uma enorme bomba. – Chekov disse preocupado. – Se errar o motor.
- Não vou errar! – James disse.
- Eu não morri com a queda da nave, James! Não quero morrer em uma explosão! – disse, virando o rosto para eles antes de virar novamente, notando que havia atingido mais um.
- Ao menos sabe como ele é? – Chekov perguntou preocupado.
- É quadrado, não? – James disse antes de atirar às cegas.
- NÃO, SENHOR! É REDONDO! – A voz de Chekov saiu mais alta.
- JAMES! – o repreendeu.
- Foi o que eu disse! – James disse, realmente encontrando o que ele queria e atirou novamente, acertando em cheio, fazendo a nave começar a se mexer.
- CORRA! – Chekov anunciou, empurrando para se mexer.
Ela saiu correndo na frente, sentindo o quente da explosão e esperava que os dois estivessem atrás de si. Mais feixes de luz foram atirados contra eles, fazendo-a abaixar a cabeça. Em uma das aberturas da nave, precisou pular cerca de dois metros antes de cair do outro lado. Chekov atirou para trás antes de pular com eles.
Kalara continuava seguindo-os, enquanto os propulsores do disco começavam a fazer a nave se erguer, tornando a escapatória mais difícil do que antes. virou em algumas voltas e chegaram na ponte novamente.
- DROGA! – Ela reclamou, sentindo os dois esbarrarem nela.
- VENHA! – James disse atirando na janela de vidro da ponte, vendo-a estilhaçar.
- Eu não vou pular! – disse.
- Você vai! – James disse firme.
- A NAVE ESTÁ LEVANTANDO VOO, COMO VOCÊ QUER QUE... – Mais feixes de luzes os atingiram quando Kalara e seus comparsas apareceram. – VOCÊS NÃO MORREM, CARAMBA?! – Ela virou para eles irritada, atirando mais algumas vezes.
- PULA, ! PULA! – James disse irritado e ele a empurrou, com o grito preso na garganta mais uma vez naquele dia, estilhaçando o vidro.
Chekov e James pularam logo atrás dela e eles escorregaram como um tobogã pelo disco da Enterprise que começava a se erguer lateralmente. James atirou mais algumas vezes enquanto descia de bruços, sentindo a Enterprise cada vez mais íngreme, o que significava que ela viraria como uma panqueca.
- EU TE ODEIO, JAMES! – gritou para ele.
- E EU TE AMO! – Ele gritou aos plenos pulmões. – AGORA PULA!
Quando estavam perto do solo, pulou cerca de cinco metros no chão, sentindo seu corpo cair com força. Ela se levantou às pressas, correndo como se sua vida dependesse disso.
- SAI DAÍ, CHEKOV! – James gritou enquanto a nave virava de cabeça para baixo.
Quando a nave bateu no chão, uma explosão aconteceu e o corpo de foi jogado para frente, fazendo-a cair no chão desacordada. James e Chekov também foram jogados para longe com a explosão, deslizando pelas folhas, terras e pedras pelo meio do caminho.
- Capitão? Capitão?! – James abriu os olhos devagar, encontrando o russo em sua frente.
- Chekov... – Ele disse confuso.
- Você está bem? – Ele perguntou e James apoiou os antebraços no chão, tentando se localizar no tempo e espaço. A poeira e a fuligem se misturavam com a noite que caía, deixando-o confuso ao tentar se localizar somente com a pequena luz do comunicador de Chekov.
- Eu estou bem... – Ele fez uma careta, sentindo algo arder, provavelmente tinha ralado alguma parte do seu corpo. – E você?
- Eu estou bem. – Chekov disse e James ergueu o rosto apressado.
- Onde está ? – Ele perguntou apressado.
- Aqui! – A voz dela era fraca, mas James se levantou apressado. – À esquerda! – James se virou. – A outra esquerda! – Ela anunciou e James virou para direita, encontrando-a apoiada em uma árvore, se sentando devagar.
- Ah, ! Ah, meu Deus! – Ele deslizou os joelhos perto dela, notando eu isso era uma das coisas que ardia e ela se sentou com a respiração falhada. – Você está ok?
- Se eu estou bem? – Ela tentava falar forte, mas sua respiração falhava. – Em um dia, no primeiro dia que eu voltei a trabalhar contigo, a nave cai, tem pessoas querendo nos matar e você se certifica que a nave caia novamente. Você realmente quer a minha resposta? – Ela ergueu os olhos e ele deu um sorriso.
- Sim, eu realmente quero. – Ele disse, passando a mão no rosto cheio de fuligem dela.
- Eu estou bem. – Ela disse em um suspiro, gemendo em seguida.
- O quê? – Ele perguntou apressado.
- Minha barriga... – Ela ergueu a mão, mostrando um pouco de sangue e um corte no seu vestido mostrava o sangue umedecendo o pano.
- Você está ferida! Ah, ! – Ele levou as mãos para barriga dela, pressionando-a com firmeza.
- Ai! – Ela gemeu. – Pega leve. – Ela disse e ele riu fracamente. – É só um pouco de sangue. – Ele a encarou com seus olhos azuis. – Eu estou bem, James. – Ela disse em um sorriso.
- Eu fiquei tão preocupado. – Ele assumiu fracamente e ela ergueu a mão para seus cabelos bagunçados.
- Eu estou bem. – Ela disse em um curto sorriso.
- Eu não deveria ter permitido que você trabalhasse comigo. Nunca quis te colocar em perigo. – Ele disse.
- Está tudo bem, Jim. Ainda estamos aqui. – Ela disse. – Apesar de tudo que aconteceu, eu não me arrependo de nada. – Ela deu um curto sorriso. – Se algo de errado acontecer, ao menos tivemos isso. – Ela deu um sorriso.
- O que é isso?
- Eu ouvi o que você disse. – Ela falou, pegando-o desprevenido.
- Quando? – Ele franziu a testa.
- Em uma das suas tentativas em me matar. – Ela disse, fazendo-o rir e ele se lembrou dos seus gritos de “eu te amo” enquanto corria atrás dela.
- Merda, . – Ele disse rindo de nervoso. – Eu fugi tanto de você e agora...
- Está entrando no meu jogo. – Ela sorriu, franzindo a testa com a ardência e pressão que James fazia. – O planeta dá voltas, Jim, você sabe muito bem disso.
- Sim... – Ele sorriu. – Se a gente sair vivos daqui, será que podemos tentar de novo? – Ele perguntou. – Com jantares, flores e tudo? – Ela deu um sorriso.
- Quem é você e o que fez com James Kirk? – Ela perguntou, acariciando seu rosto.
- Amadureceu finalmente. – Ele disse, se aproximando dela.
- Finalmente! – Ela disse e seus lábios se tocaram levemente, fazendo os narizes roçarem. A mão da menina foi para o rosto dele e uma mão afrouxou o ferimento dela e foi para sua cintura, alongando o beijo. – Ah! – Ela gemeu. – Não consigo fazer isso e respirar ao mesmo tempo.
- Podemos continuar depois. – Ele disse, vendo-a sorrir e assentir com a cabeça.
- Se vocês tiverem de acordo, podemos montar acampamento e tentar descansar um pouco. Sem remédios e sem o McCoy, precisa de um tempo. – Chekov disse e os dois notaram a presença do russo, rindo fracamente. – É, eu ainda estou aqui.
- Muito bom, Chekov! Vamos encontrar madeira e fazer uma fogueira. – James disse antes de se levantar. – Pressione bem, ! Vamos procurar água para limpar isso.
- Eu fico aqui! – Ela disse, pegando o fêiser com uma mão.
- Tente não atirar em mais ninguém, ok?! – James disse.
- Ah, porque é muito mais fácil derrubar uma nave em cima da pessoa. – Ela disse sarcasticamente e James sabia que ao menos ela estava lúcida, não havia sido nada demais.
Capítulo Quatro - Data Estelar 2263.04
6 anos antes
James a descolou da parede, firmando as mãos em sua bunda e levou-a para sua cama. Ele deitou o corpo da mais nova ali, vendo o sorriso em seus lábios, fazendo-o pensar como uma menina tão jovem e inocente poderia deixá-lo desconcertado só com esse sorriso inocente e safado ao mesmo tempo.
As mãos voltaram a passear pelos corpos com apertadas, puxadas, beijos e mordidas, fazendo suas respirações faltarem e os gemidos inundarem o quarto abafado. James se livrou das duas últimas peças que cobriam o corpo de e, também, se livrou de sua cueca.
Seus olhos se encararam novamente e James repensou sua decisão por milésimos de segundo. Era a filha de seu superior, só tinha 18 anos e não poderiam estar mais juntos. Mas como um passe de mágico, os beijos de o fizeram mudar de ideia e eles se tornaram um só em um rápido movimento.
Quando seus corpos entraram em ecstasy, eles se separaram com as respirações falhas, encarando o teto da cabine. O sorriso de ambos era largo, mas parecia feliz demais com esse feito. Em uma mistura de paixonite e vontade, ela havia transado com seu capitão. Quer melhor fetiche do que esse?
Eles trocaram alguns beijos mais calmos antes de repetir tudo que haviam feito, agora debaixo do chuveiro. sentia seu corpo mole. Não era sua primeira vez, a primeira havia sido péssima, mas com James, ah! Foi muito melhor, então pode participar mais.
Eles finalizaram o banho trocando carícias e se vestiram com seus respectivos uniformes – azul da área de ciências e amarelo da área de comando. Quando estavam quase prontos, o comunicador de James tocou.
- Kirk falando. – Ele respondeu.
- Capitão, estamos prontos para desacoplagem. – Sulu o anunciou.
- Estou a caminho. – James disse, desligando-o e observou pelo espelho. – Eu tenho que ir.
- Ok. – Ela disse, sacudindo os cabelos úmidos e bagunçados pela falta de um pente decente na cabine de James.
- Nos vemos mais tarde? – Ele perguntou com um sorriso sacana nos lábios.
- Talvez. – Ela disse rindo, puxando-o pela nuca e seus lábios se colaram novamente.
As mãos de James foram para a cintura dela, pressionando seu corpo para trás, mas antes que o clima esquentasse novamente, o empurrou pelo peito, deixando-o com os lábios entreabertos.
- Até mais, capitão! – Ela piscou para ele antes de seguir para a porta da cabine.
Era inevitável sair discretamente dali quando a cabine dava literalmente para o corredor, mas sua situação piorou quando encontrou Spock saindo da cabine exatamente na frente de seu capitão.
- Senhorita Pike! – Ele disse surpreso.
- Senhor Spock! – Ela disse com um sorriso, saltitando pelo corredor e o Vulcano olhou para James na porta.
- Capitão. – Spock disse.
- Bom dia, Spock. – James disse, seguindo pelos corredores.
- Desde quando está conosco? – Ele perguntou e James suspirou, queria fugir disso.
- Desde essa manhã. Temos uma nova turma de estagiários, Pike achou plausível que sua filha...
- Ela vai ficar conosco? – Ele perguntou novamente.
- Sim, pela próxima missão. – James disse, fingindo ver algo em seu comunicador.
- Capitão, receio ter que dizer que a sua relação e de é...
- Não se preocupe, Spock, é só diversão! – James disse, dando dois tapinhas no peito do Vulcano antes de entrar no turboelevador.
- Senhor? – Spock perguntou confuso com a expressão e James suspirou.
- É só sexo! – Ele falou honestamente, deixando Spock de olhos arregalados.
- E o senhor acha prudente que...
- Ela sabe que é só diversão. – James anunciou, vendo as portas se abrirem.
- Capitão na ponte. – Chekov anunciou.
- Bom dia, galera! Vamos voar! – Ele disse rindo, se sentando na poltrona e os tripulantes da ponte o olharam confusos, dando de ombros segundos depois.
Atualmente
- Eu estou bem! – Ela disse firme. – Parou de sangrar, está ardendo, mas pouco. Eu só vou precisar de alguns pontos, está tudo bem. – Ela disse.
- Tem certeza de que quer ir? Pode acontecer algo e...
- Ei, qual é! Ficou mole, foi? – disse para James, fazendo-o rir e ela acariciou seu rosto. – Eu vou ficar bem. – Ela deu de ombros. – Afinal, eu ficaria onde? Aqui? – Ela indicou e nas redondezas só tinha árvores, mato e a Enterprise virada de cabeça para baixo.
- Desculpe, o Ritz estava lotado. – James disse, fazendo-a rir.
- Ok, vamos nos levantar! – Chekov disse e James esticou as mãos para que se levantou completamente esticada pelo tecido que prendia seu tórax inteiro.
- Parece que está ok! – Ela disse.
- Perfeito. – O russo disse, pegando seu comunicador. – Temos um caminho, senhor.
- Vamos seguir. Quanto mais rápido achar o pessoal, mais rápido encontramos o jeito de sair daqui. – James disse, esticando o braço para e ela o pegou para se apoiar.
Eles começaram a andar pela floresta, seguindo logo atrás de Chekov que acompanhava o rastreio de seu mapa. não sabia muito bem onde estavam, mas precisavam resgatar sua tripulação, especialmente se as informações de Chekov estiverem certas e eles estiverem vivos.
- Eu estou pensando... – Chekov disse. – Por que eles queriam aquela arma?
- Eu também estou pensando nisso. – James disse. – Estava em nossos arquivos há anos, é uma arma antiga, desativada...
- Vocês estão falando do Abronath? – disse e os dois viraram para ela.
- Sim, foi o nome que ela disse. – Chekov disse.
- É óbvio, não? – disse. – Destruição em massa? – Ela olhou para eles. – Pelo amor de Deus, gente, vocês não leem os reportes, não?
- Espera! Do que está falando? – James parou, se virando para ela. – Você sabe o que é isso?
- É claro, James! Eu os reportava, se esqueceu? Diretamente da Frota? Eu que registrei isso quando vocês tentaram fazer uma oferta de paz contra os Teenaxi. – Ela disse e James estava confuso.
- Espera! Espera! O quê? – James disse.
- Ah, deixa eu começar do começo! – suspirou. – Quando a Frota pediu que vocês tentassem um acordo de paz entre Fibonanos e Teenaxianos, os Fibonanos entregaram parte do Abronath como um presente, certo?
- Certo! – James disse.
- Essa parte chegou em nós e eu fui a responsável por fazer todas as pesquisas sobre eles antes de enviar para vocês! É parte do solo, é minha área de estudo! – Ela falou e James assentiu com a cabeça. – Só que o que nos foi entregue, é só uma parte dele, por isso era usado somente como artefato, ou um peso de papel, ele está inativo. – Ela disse.
- Se ele está inativo, por que Krall quer isso? – Chekov perguntou.
- É óbvio, não? Ele deve ter a outra parte. – disse. – O Abronath é daqui de Altamid, faz todo sentido a base do Krall ser aqui. Ele deve ter achado aqui ou estar procurando. – James suspirou.
- Que merda! Eu achei que não tinha valor nenhum. – Ele disse.
- Nós também! Tanto que usamos como oferta de paz, mas se o Krall juntar todas as partes... – suspirou. – O Abronath é uma arma biológica, se liberada, ela pode causar milhões de mortes instantâneas. – Ela mordiscou o lábio.
- Então é isso o que ele está fazendo. – James disse.
- Por que ele está fazendo isso? – Chekov perguntou e ninguém soube responder.
- Onde está a outra parte, James? Não estava na Enterprise. – disse.
- Com uma das tripulantes, ela provavelmente deve ter sido capturada. – Ele disse.
- E quais as chances de eles descobrirem que está com ela? – perguntou.
- Só se ela der para eles. Está muito bem escondido. – Ele disse e ela assentiu com a cabeça.
- Bom, então só precisamos achá-la antes que isso aconteça. – disse e eles voltaram a andar, pulando algumas pedras.
- Quer ajuda? – James ofereceu.
- Não se preocupe, eu vou devagar, mas estou indo. – disse, sentando nas pedras para descer devagar.
- Estamos perto do chamado dela? – James perguntou para Chekov.
- Ainda falta bastante, senhor. – Chekov descobriu suspirando, andando à frente, parando alguns passos depois. – Capitão, quando começou a suspeitar da Kalara?
- Tarde demais. – James disse, andando à frente enquanto descia pelas pedras devagar, uns cinco metros atrás deles.
- Como soube? – Chekov perguntou, se aproximando do capitão, mas mantendo os olhares em .
- Pode dizer que eu tenho faro para o perigo. – James disse, pulando entre um cânion e um bipe foi ouvido, fazendo uma fumaça alaranjada começar a subir. – CORRE! – Ele anunciou, fazendo recuar, se escondendo atrás de uma pedra e um barulho de avalanche caindo foi ouvido.
A fumaça laranja tomou toda região entre James e Chekov, fazendo somente assistir por cima de uma larga pedra e esperou cerca de três minutos até que a fumaça dissipasse, mostrando James e Chekov presos em um tipo de gosma dura.
- Ah, meu Deus! – Ela correu para ficar na frente deles.
- Você está bem? – Jim perguntou e não conteve a risada.
- Eu estou muito bem! – Ela disse, cruzando os braços. – Faro para o perigo, é?!
- Engraçadinha! – James disse, os lábios quase travados.
- Agora eu sei como você se mete em tanta encrenca, você é completamente imprudente! – disse. – Bem que dizem que não tem nada a ver com idade.
- Dá para você ajudar a gente? – James pediu e suspirou.
- Você está com meu fêiser. – Ela disse, dando de ombros. – Talvez eu possa tentar jogando algumas pedras.
- Ótimo! – James disse em um suspiro.
- Vai demorar muito aí? – James perguntou.
- Espera aí, estressadinho! – disse. – Isso é gosmento e duro ao mesmo tempo. – disse, sacudindo a mão com uma gosma presa nela. – E está difícil alcançar vocês!
- Capitão? – Ela virou o rosto, vendo uma alienígena e o engenheiro chefe da Enterprise.
- Scotty! – disse animada.
- Conhece esses homens? – A alienígena perguntou.
- Sim, moça! – Scott disse.
- A moça é Pike, o baixinho ali é Pavel Chekov... – acenou.
- Oi! – Chekov disse fracamente.
- E o bonitão é o James T. Kirk, meus amigos. – ponderou com a cabeça. Scott tinha que concordar com ela. – Que bom vê-lo, senhor. – Scott disse e a alienígena começou a mexer no bastão que usava.
- O que está fazendo? – perguntou, sendo empurrada para trás.
- Não machuque eles! Não! – Scott tentou avisar.
- Detenha ela! – James disse, mas a alienígena atingiu a gosma, fazendo e Scott pularem para trás enquanto James e Chekov caíam de cara em uma pedra antes de atingir o chão.
- Olha, ela resolveu! – falou sorrindo.
- Está livre, James T. – A mulher disse e Scott ajudou o russo a se levantar e olhou para James no chão.
- Precisa de uma ajuda? – Ela deu um sorriso sarcástico, e ele deu uma careta para ela. – Sabe, a idade é um perigo, deveria tomar cuidado com suas costas. – Ela disse ainda sorrindo.
- Isso nunca foi um problema para você. – Ele disse se levantando.
- Bom, já faz seis anos, não é?! – Ela deu de ombros e James se virou para Scott.
- Quem é sua nova amiga? – James perguntou. – Isso que é uma boas-vindas.
- Essa é Jaylah! – Scott disse e acenou para a mulher.
- Achou mais alguém? – James perguntou a Scott.
- Não, senhor. Desculpe, somos os únicos. – Scott disse. – Que merda aconteceu para sermos atacados?
- Ah, longa história. – disse em um suspiro.
- Queriam o artefato que trouxemos de Teenaxi. – James disse.
- Eles pegaram?
- Não. – James respondeu ao engenheiro.
- Está com ele? – Scott perguntou.
- Não, deixei em um módulo. – James disse e olhou confuso para ele. Talvez estivesse escondendo a informação de Jaylah.
- Deixou em um módulo? – Scott perguntou confuso.
- Sim! – James disse convicto, dando um sorriso. – E não... – Scott pareceu entender, assentindo com a cabeça.
- É melhor sairmos daqui antes que nos achem. – Jaylah disse, seguindo por onde havia voltado.
- Venham! – Scott disse e eles os seguiram.
Os caminhos de Jaylah eram confusos e perdidos, mas era claro que ela estava muito bem escondida. Por causa das subidas e escaladas, começou a se cansar de novo e sentiu o sangue verter de seu machucado novamente, mas ela optou por ficar de boca fechada, não queria preocupar James mais uma vez.
Quando eles se aproximaram do tal esconderijo, , James e Chekov notaram que eles estavam em uma nave espacial. Como uma nave espacial estava perdida aqui?
- Onde estamos? – James perguntou ao ser o primeiro a entrar no local.
- Essa é a USS Franklin, senhor. Acredita? – Scott falou. – A primeira nave da Terra com dobra 4. – James olhava surpreso para ela e e Chekov o acompanhou quando entraram. – Desapareceu no Cinturão de Radiação Gagarin em 2160.
- Estudei isso na Academia. – James anunciou e também já tinha ouvido essa história. – Capitão Balthazar Edison. – James se aproximou do console, observando a janela. – Um herói da Frota Estelar. Como a nave dele chegou aqui? – James perguntou.
- Talvez capturada por Romulanos ou por uma mão verde espacial e lançada aqui por um buraco de minhoca. – Scott disse.
- Uau... – falou surpresa.
- Pode voar? – James perguntou.
- Sem bobinas de propulsão, nem conduítes do eletroplasma, mas a Jaylah fez um ótimo trabalho em recuperar os sistemas da nave. – Scott anunciou e James foi até a poltrona de capitão, mas Jaylah se sentou antes.
- Obrigada, Montgomery Scotty. – Jaylah disse e escondeu a risada entre os lábios.
- Desculpe. – James disse à Jaylah.
- Chekov, insira as coordenadas e rastreie a tripulação pelos sensores. – Jim pediu.
- Sim, capitão! – Chekov anunciou.
- Senhor Scott, um tour! – James pediu.
- Sim! O refeitório! – Scott falou. – Jaylah, poderia guiar?
- Sim! – Ela disse, se levantando e James observou bem a cadeira, sentindo o puxar.
- Vamos, capitão! – Ela disse rindo, seguindo com os dois, deixando Chekov com o trabalho pesado.
Eles passaram pelos corredores da nave, chegando no que seria uma área de descanso para a tripulação e e James começaram a ver os vídeos que ainda passavam na tela. Uma imagem velha e sem cor, mas com aparência muito atual.
- Nenhuma pista da tripulação? – James perguntou.
- Não, senhor, devem ter morrido há uns anos. – Scott disse e fixou os olhos em um vídeo onde a tripulação passava frequentemente e James caminhava pelo espaço.
- Isso é?! Uma PX70! – James disse e desviou o olhar ao ver uma motocicleta no canto da sala. – Uau! Meu pai tinha uma dessas quando mais novo! – Ele disse deixando as histórias de sua mão o atingir. – Ele colocava minha mãe na garupa e a deixava louca. – sorriu com isso.
- Senhor... – Scott o chamou, fazendo-o sair de suas memórias.
- Desculpe... Essa nave está aqui esse tempo todo e ninguém percebeu? – James perguntou.
- Jaylah instalou refletores no topo da nave. – Scott disse. – Uma espécie de camuflagem holográfica.
- Legal! – James disse surpreso.
- Capitão! – Chekov os chamou, fazendo-os voltarem para outra sala. – Interceptei uma transmissão bem fraca. Frequência da Frota Estelar! – Eles se acumularam atrás das telas de Chekov.
- Consegue localizar o sinal? – James perguntou.
- Sim, mas como chegaremos até eles? – Chekov perguntou e a mão de Scott se levantou.
- Eu tenho uma ideia, senhor. Mas precisarei de permissão. – Scott disse, fazendo todos franzirem a testa.
- Por que precisa de permissão? – James olhou confuso.
- Se der errado, não quero ser culpado! – gargalhou com isso.
- O quê? – James perguntou.
- Tem um teletransporte aqui, mas é de carga. – Scott disse e eles se entreolharam.
- Eu não quero nem ver! – disse, se sentando em uma poltrona, contendo um gemido com o sangramento que começava a aparecer na roupa.
- Eu acho melhor trazer um de cada vez, já vai ser difícil trazê-los separados. Juntos talvez tenhamos problemas. – Scott disse.
- Vamos lá! – James disse e Scott começou a mexer nos computadores.
- Você está bem? – Jaylah perguntou, fazendo abrir os olhos e ela assentiu com a cabeça, sentindo sua cabeça pesar para trás e manteve a mão apertada em sua barriga.
- Preparado? – Scott perguntou.
- À vontade, senhor Scott. – James disse, franzindo os olhos.
Scott ativou o teletransporte, localizando uma das duas pessoas que apareciam no radar e apertou o botão de ativar. Alguém começou a aparecer pelo teletransporte, fazendo até erguer a cabeça com isso e Spock apareceu inteiro.
- Spock! – James disse animado.
- Eu estou vivo? – O Vulcano perguntou surpreso. – Parece que tudo está mexendo.
- Sim, você está! – James disse, abraçando o amigo.
- Onde está McCoy? – Ele perguntou.
- É ele que está contigo? – James ajudou Spock a descer da plataforma de teletransporte.
- É. E estávamos preses a ser atacados. É melhor trazê-lo logo! – Spock disse e James notou que Spock estava machucado pelo sangue em sua blusa.
- Está tudo bem? – James perguntou.
- Sim, agora está! – Spock disse.
- Sente-se! – James ordenou e Spock foi ao lado de .
- Olá, senhorita Pike.
- Oi, Spock! – Ela disse, esticando a mão para o Vulcano e, surpreendentemente, ele deu o toque de mãos que sempre o fez sozinha. – Alguém andou praticamente.
- Transferência em três, dois, um... – Scott disse e McCoy começou a aparecer entre si e seu grito foi ouvido quando seu rosto finalmente apareceu.
- A-A-A-AH! – Ele parou de gritar, olhando confuso para o pessoal dentro da nave.
- Ah, funcionou! – James disse surpreso.
- Que bom vê-lo inteiro, doutor! – Scott disse animado.
- Estou inteiro? Sinto as tripas sacudirem. – Ele anunciou, fazendo Scott rir.
- Esses teletransportes velhos eram de carga, mas dei um jeito. – Scott disse, abraçando o amigo de lado. – Achei melhor subir um de cada vez para não... – Scott movimentou as mãos. – Se misturarem.
- Não imagino um cenário pior. – McCoy se aproximou de James e Spock.
- Você está bem? – James perguntou.
- Eu estou! Ele está ferido! – McCoy anunciou, abanando com a mão.
- Eu estou funcionando adequadamente. – Spock disse.
- Engano seu. – McCoy disse bravo.
- Capitão, o artefato roubado veio deste planeta. – Spock disse a James.
- É, já sabemos! – James disse e Spock cambaleou para frente.
- Spock! – McCoy e James o seguraram.
- Há suprimento médico nessa coisa? – McCoy perguntou bravo.
- Por aqui. – Scott disse e eles foram com ela.
Quando chegaram no que parecia a sala da tripulação, James ajeitou Spock no sofá, colocando-o deitado no sofá e se ajoelhou ao lado de seu Primeiro-Oficial.
- Como sairemos dessa, Spock? Sem nave e sem tripulação? – James disse.
- Complicado. – Spock disse. – Faremos o de sempre: achar esperança no impossível.
- Antes vamos enfaixá-lo. – James disse.
- Não, capitão. – Spock o segurou. – Concentre-se na tripulação.
- Por isso preciso de você por perto. – James disse e seus olhos viraram para McCoy.
- Isso é da Idade das Trevas. – Ele anunciou para o material antigo.
- Magro! – James o chamou para perto.
- Isso é um protoplaser. Conterá a hemorragia interna. Espero. – Magro disse.
- “O remédio dos miseráveis é a esperança”. – Spock disse.
- Morrendo e cita Shakespeare. – Magro disse, finalmente usando o protoplaser.
Na outra sala, Jaylah observou a cabeça de tombar para trás e se aproximou devagar, vendo onde sua mão estava e finalmente viu o sangue em sua mão.
- Ei, moça! – Ela disse, cutucando que estava desacordada e Jaylah correu para a outra sala. – JAMES T.! A moça! Ela está... – Jaylah falou apressado e James notou a falta de .
- Onde está ? – James perguntou.
- Aqui! – Jaylah correu de volta e James se aproximou da poltrona de capitão onde estava tomada nela.
- ? ! – James a chamou, dando tapinhas em seu rosto, ouvindo-a gemer.
- Não grita... – Ela pediu suspirando e James desceu o rosto para sua barriga, vendo a mancha de sangue ocupar o tecido e o vestido.
- Fique acordada, ! Acorda! – James ordenou. – MAGRO! – Ele chamou o médico.
- Está ficando difícil! – anunciou e a mão foi para a testa dela, sentindo-a gelada.
- O que aconteceu? – Magro se aproximou.
- Ela se machucou na queda. – James encurtou a história.
- Tragam-na aqui. – Magro ordenou e James pegou no colo.
- Vamos, ! Comigo! – Ele ordenou e colocou do outro lado do sofá. – Olha para mim!
- Fala baixo! – Ela pediu em um suspiro e Magro tirou o tecido que estava completamente avermelhado.
- Precisamos conter o sangramento. – Magro disse. – Você não vai gostar nada disso, .
- Ótimo... – Ela disse sarcasticamente, fechando os olhos novamente.
- Olha para mim, ! Aqui! – James disse. – Você me deve um encontro, não se esqueça disso.
- Nã-não. – disse enquanto Magro procurava algo para cauterizar o ferimento. – Você me deve flores e chocolate. – Ela disse em um sorriso e James retribuiu, acariciando seu rosto.
- Você precisa viver para eu te dar isso. – Ele disse.
- Eu vou ficar bem... Eu só preciso tirar uma soneca. – Ela disse.
- Não durma! Olha para mim! – Ele falou firme.
- É melhor segurá-la, James. – Magro anunciou com uma haste de metal quente em sua mão e James arregalou os olhos.
- É o melhor que tem? – James perguntou.
- Tem alguma ideia melhor? – Magro perguntou e James suspirou sem resposta. Magro entrou no olhar de , fazendo-a entreabrir os olhos.
- O que vai fazer, Magro? – perguntou fracamente.
- Ah, nada! Você não gosta dos olhos azuis do Jim? Bem bonitos, certo? Ou o cabelo perfeito dele? – riu fracamente e Magro rasgou um pouco do vestido de , na área do ferimento.
- Faça logo, Magro. – disse e McCoy encostou a haste quente nela. – A-A-A-AH! – Ela gritou, fazendo James segurá-la com força.
- Ela vai ficar bem. – Magro disse após erguer o lençol, checando o ferimento ainda aberto, mas pelo menos limpo e cauterizado. – Não vai dar para usar muito biquini, mas... – James riu, acariciando os cabelos dela.
- Ela é bonita de qualquer jeito. – James disse e Magro ergueu o rosto para o amigo.
- Devo perguntar o que aconteceu? – Ele perguntou e Jim suspirou.
- O inevitável. – Ele disse. – Eu e ... – Ele deu de ombros.
- O casal perfeito. – Magro disse e James assentiu com a cabeça.
- Capitão... – Eles viraram para o lado, vendo que Spock acordava.
- Devagar! – Magro correu até ele, vendo o Vulcano se sentar. – Como está se sentindo?
- Como novo. – Spock disse suspirando. – Parece que não tive nada.
- Ótimo. – James sorriu, cumprimentando o amigo. – Eu preciso de você.
- Qual seu plano, capitão? – Chekov perguntou.
- Precisamos trazer a tripulação de volta agora! – James anunciou.
- Devíamos esperar até termos certeza. – Scott disse.
- Não! Chekov tem as coordenadas para nos levar à base do Krall. – James disse, se ajeitando na poltrona.
- Com todo respeito, senhor, quando ela ligou, o Krall ou a tripulação estava na base? – Scott disse. – Não temos como saber, pode ser de outra pessoa. – Spock teve uma ideia.
- Não sabemos nem se estão vivos. – Magro disse.
- Senhor Chekov, pode recalibrar os parâmetros de busca para essa fórmula? – Spock disse, anotando-a na tela.
- Sim, comandante, mas que fórmula é essa? – Chekov se aproximou dele.
- Do vokaya, um mineral Vulcano com baixa radiação. – Spock disse, chamando a atenção de Magro e James.
- Filtrarei as emissões de busca. – Chekov disse.
- Spock, por que um mineral Vulcano estaria aqui? – Magro foi quem perguntou.
- A tenente Uhura usa um amuleto de vokaya, presente meu. – Spock disse.
- Deu uma joia radioativa para sua namorada? – Magro perguntou.
- A emissão é inofensiva. – Spock disse. – Mas sua singularidade facilita a identificação.
- Então você deu um rastreador para ela. – A voz de se fez presente, fazendo os olhares se virarem para ela que tentava se levantar.
- Oh, devagar! – Magro disse, correndo até ela.
- ! Como você está? – James perguntou. – Fique deitada! – Ela abaixou a cabeça novamente.
- Eu sinto minhas entranhas pegando fogo, mas acho que só...
- Desculpe. – Magro disse e olhou para ela.
- Eu te odeio. – Ela disse. – Mas obrigada.
- Não vamos te deixar morrer, , ainda precisamos de nossa mascote. – Magro disse.
- Idiota. – respondeu e James apareceu em sua visão.
- Oi. – Ele disse.
- Oi. – Ela deu um curto sorriso.
- Firme? – Ela assentiu com a cabeça.
- Aos poucos. – Ela suspirou.
- Bom! – Ele disse e deu um beijo em sua testa, fazendo-a sorrir e suas mãos se encontraram antes de um bipe os distrair, mostrando a localização do que Spock havia pedido na tela.
- Detectando um leve traço de vokaya. – Chekov disse e soltou a mão de James quando ele se levantou para se aproximar do rastreador.
- A localização bate com as coordenadas de Kalara? – Spock perguntou.
- Sim, senhor. – Chekov disse.
- Sugere que a tenente Uhura e o resto da tripulação estejam na base de Krall. – Spock disse.
- Consegue subi-los a bordo? – James perguntou.
- Não, senhor. Uma interferência geológica bloqueia o sinal de teletransporte. – Chekov disse.
- Então teremos que liberá-los à moda antiga. – James disse suspirando.
- Ah, lá vamos nós de novo. – disse. – Não inventa, James.
- Não podem ir nesse lugar. Todo mundo que vai lá, ele mata. – A voz de Jaylah apareceu.
- Já foi lá? Já o viu? – James perguntou.
- Por que não falou nada? – Scott perguntou.
- Porque sei que me pedirá para levá-lo. – Ela disse. – Se seus amigos estiverem lá, vão morrer. Igual minha família. E eu não voltarei àquele lugar de morte. – Jaylah disse firme.
- Se escapou, pode nos mostrar o local de entrada e de saída. – Scott disse.
- Não foi o que combinamos, Montgomery Scotty. – Ela disse. – Se quiserem ir, é por conta própria! – Ela disse antes de sair.
- Deixei-a ir! – James ordenou a Scott.
- Ela também perdeu pessoas, capitão. – O engenheiro disse antes de segui-la.
- O que está pensando, James? – perguntou e ele se sentou ao seu lado novamente, suspirando.
- Eu não sei, honestamente. – Ele disse.
- Você talvez devesse entender o lado dela. – disse. – Vai lá! – James suspirou antes de se levantar e seguir por onde Jaylah e Scott sair.
- Se eu soubesse que você o controlava tão bem assim, eu teria incentivado mais esse namoro. – Magro disse, fazendo-a sorrir.
James se aproximou devagar pelo corredor, vendo Scott e James na sala das armas e entrou devagar, não querendo assustá-los.
- Meu pai planejou uma fuga, mas fomos vistos pelo tal Manas. – Jaylah disse. – Meu pai lutou com ele para eu fugir. Ele teve coragem, e Manas o matou. – Jaylah suspirou, deixando Scott incomodado. – O que quer é impossível.
- Talvez não. – Scott disse. – Minha avó dizia: a união faz a força. Você faz parte de algo maior agora. Não se esqueça disso, porque não esqueceremos de você. – Ele disse. – Isso é fazer parte de uma tripulação.
- Acredita nisso, James T.? – Jaylah perguntou.
- Só sei que temos mais chances contigo. – Ele disse e Jaylah pensou por alguns segundos.
- Vocês precisam prometer que ficarei a salvo. – Ela disse.
- Você tem nossa palavra. – Scott disse e Jaylah suspirou.
- Vem! – Jaylah disse e os três voltaram à sala onde Jaylah descobriu uma maquete, vendo todos olharem de perto, menos que permanecia deitada. – As escavadoras revelam um túnel que entra na cratera, foi como eu saí. – Ela disse.
- Será nossa entrada. – James disse. – Subiremos um grupo avançado para o outro lado do túnel, eles entram na base do Krall e libertam a tripulação. – James disse.
- Não podemos travar a localização de ninguém dentro da cratera. – Chekov disse.
- Posso produzir sinais de pulso como ampliadores de padrão. – Scott disse.
- Quantos a Franklin teletransporta por vez? – James perguntou.
- Com algumas modificações, 20, só não sei por quanto tempo. – Scott respondeu.
- Magro, senhor Chekov e Jaylah, vem comigo. – James anunciou. – Senhor Scott, altere o teletransporte e ponha a nave para funcionar.
- Senhor Chekov é indispensável a bordo, é lógico que eu vá. – Spock disse.
- Por que é lógico? Você mal se levantou. – James disse
- Porque a tenente Uhura está lá. – Spock disse e James preferiu não contestar.
- Ok, Chekov, Scott, botem essa nave para funcionar.
- Eu posso ajudar. – disse, jogando o lençol para longe antes de se levantar.
- Você está bem? – James perguntou apressado.
- Eu estou, não se preocupe. – Ela disse, se apoiando na mesa.
- Há soldados por toda parte, seremos vistos. – Jaylah anunciou.
- Precisamos distrai-los. – Spock disse e todos pararam para pensar.
Como causar uma distração com nada a bordo? Era fisicamente impossível pensar em situações de distração sem o mínimo de material necessário, mas James sempre tinha uma ideia. Seu olhar foi para a motocicleta e ele deu um sorriso.
- Eu tenho uma ideia. – Ele falou e virou o rosto para onde ele indicou.
- Nem a pau! – Ela disse.
- Relaxa, eu sei me cuidar. – Ele disse.
- Sabemos que isso é fisicamente impossível! – Ela disse.
- O quê? – Os outros suspiraram e só se virou, preferindo se sentar novamente.
Capítulo Cinco - Data Estelar 2263.05
6 anos antes
Seus olhos se abriram devagar, vendo o quarto pouco iluminado e notou James na poltrona livre com a calça do uniforme e o peito nu. suspirou, pressionando os lábios e preferiu virar os olhos para o outro lado, deixando algumas lágrimas escaparem.
Estava completamente apaixonada por Kirk, com toda as letras.
Tentou ser quem dava as cartas, tentou fugir dos compromissos, do pós-sexo e de todos os sentimentos, pois sabia o final disso tudo, mas ainda assim se apaixonou.
E todos sabiam que James não era o cara de uma mulher só. Seu pai lhe avisou desde o primeiro dia, as outras mulheres saindo de sua cabine enquanto ela não estava lá, mas ela é só mais uma jovem: querendo quebrar a cara por conta própria, indo contra tudo e todos.
James compartilhava alguns dos sentimentos com . Não o romance, ele tentava se manter ocupado nas missões mais perigosas e imprudentes possíveis para fugir de qualquer contato fixo. Tinha uma nova tenente em sua cama quase todo dia, mas ele tinha algo confortável com .
O estágio da mais nova havia acabado e ela estava de volta à academia, mas sempre que James chegava de uma nova missão, o alojamento de cadetes e capitães acabava sendo o refúgio dos dois. Ele podia relaxar pelos dias de folga, estudar para a próxima missão e se divertir um pouco.
Nem ou James contavam isso para Christopher, mas ele não precisava de palavras para saber o que estava acontecendo, a forma animada que saía de casa ou passava alguns dias fora e voltava após a partida da Enterprise lhe diziam tudo.
Mas ultimamente não se sentia animada com tudo. Sabia que estava há um passo de se machucar, isso se ele não a machucasse antes. A falta de comentários dessa natureza entre ambos só dava certeza de que eles não estavam na mesma página.
Isso sem contar a diferença de idade. é uma cadete do primeiro ano com seus 18 anos feitos esse ano. James era 11 anos mais velho do que ela e já era capitão da Enterprise. Nunca se importou muito com aparências, mas não sentia que tinha uma parceria ao lado dela, apesar das incríveis coincidências entre ambos.
se levantou da cama devagar, seguindo para o banheiro e James desviou o olhar para ela. Sua cabeça também estava pensativa, mas tinha uma missão amanhã e mais um mês para pensar o que é isso. Gostava de sua companhia, mas o receio de mudar o incomodava.
saiu do banheiro vestida com a roupa vermelha da Academia e refez o rabo de cavalo. Iria direto para casa agora, mas ainda fingia para seus pais sobre algumas coisas.
- Bom dia. – James disse, se virando.
- Eu estou indo. – Ela disse, se aproximando dele.
- Mas já? Pensei que poderíamos...
- Eu tenho algumas coisas para resolver. – Ela passou a mão em seus ombros e deu um beijo em seu rosto. – Boa viagem. – disse.
- Sim, claro. – James disse. – Nos falamos quando eu voltar!? – O tom de confirmação e dúvidas de James deixou-o confuso, sacudindo a cabeça.
- Claro! – Ela deu um curto sorriso e James se aproximou da mesma, querendo um beijo, mas se afastou antes disso. – Tome cuidado com a minha nave! – Ela disse antes de sair do quarto.
James franziu a testa com a reação confusa de , mas não se preocupou em ir atrás dela. Nunca entenderia as mulheres mesmo. Já , saiu o mais rápido possível do hotel, precisando de ar puro.
Suas mãos foram para os joelhos quando ela saiu do prédio e as lágrimas finalmente vieram em seus olhos. Ela estava com sérios problemas. Insistiu em se envolver com o capitão de sua nave favorita e agora sabe que, o que acontecesse desse dia em diante, teria que escolher entre trabalhar na melhor nave da Frota ou fugir de seus sentimentos.
- Senhorita Pike? – Ergueu os olhos apressadamente, encontrando Nyota Uhura ali. – Você está bem? Você está...
- Sim, sim! Tudo está bem! – Ela passou as mãos em seus olhos, tentando espantar as lágrimas.
- Você está chorando... O que aconteceu? – Ela insistiu e suspirou.
- Você sabe o que aconteceu. – Ela disse, engolindo em seco. – Eu fui muito idiota.
- Ah, . – Nyota a abraçou e a mais nova fechou os olhos com o carinho. – Sinto muito. – Ela disse falou baixo e se afastou devagar.
- Eu tenho que sair daqui. Boa viagem! – Ela disse, se afastando alguns passos.
- ! – Uhura a chamou novamente, fazendo erguer os olhos. – Lembre-se que eu sou sua amiga também. – assentiu com a cabeça antes de sair correndo para longe dali.
Uhura sentiu pena da amiga. Ela e o restante da tripulação gostavam dela com Kirk, além de ser uma escolha boa, mas não se surpreendeu com a notícia. Kirk podia ser o capitão da nave mais importante da Frota, mas ainda era um homem imaturo. Não sabia se algum dia isso iria mudar.
Atualmente
- Não precisa se preocupar, eu volto para você. – Ele disse, puxando-a pela cintura e os lábios de ambos se colaram por alguns segundos.
- Volte inteiro, ok?! – Ela disse se afastando. – Você também, Jaylah! – Ela mencionou para a alienígena atrás dele. – Se cuidem.
- Pode deixar! – James disse, ligando a moto e desceu da base de teletransporte, indo atrás do console com Scott e Chekov.
- Quando quiser, senhor. – Scott disse e James assentiu com a cabeça.
- Boa sorte. – James disse.
- Vida longa e próspera. – Spock disse e Scott ativou o sistema de teletransporte, fazendo James, Jaylah, Spock e McCoy sumirem ao mesmo tempo.
- Agora esperamos. – disse, se sentando na poltrona novamente.
- Enquanto esperamos... – Scott disse, se virando para a mulher. – O que aconteceu entre vocês?
- Sério, Scott? Agora é hora de perguntar isso? – Chekov disse e revirou os olhos, prestando atenção nos painéis.
- Vai dizer que não está curioso. – Scott disse.
- Eu estava com eles. Fui vela disso tudo. – Chekov disse.
- Vai, ! Pelos velhos tempos. – Scott disse rindo.
- Eu não sei, só aconteceu. – Ela deu de ombros. – Vai ver ele finalmente amadureceu e podemos fazer isso funcionar. Vai ver a iminência de morrer deixou os nervos à flor da pele, sei lá. – Ela girou a poltrona. – Não sei exatamente o que aconteceu, creio que analisaremos melhor quando voltarmos e não tivermos chances de morrer.
- Vai ser legal te ter por perto, ! – Chekov disse e sorriu.
- Quem diria que nos encontraríamos depois da escola, hein?! – disse rindo.
- Vocês estudaram juntos? – Scott perguntou.
- Sim! – disse rindo. – Mas esse nerd pulou todas as fases e foi trabalhar na Enterprise enquanto eu estava entrando na Academia. – Scott arregalou os olhos surpreso.
- Isso é incrível! – Ele disse, fazendo-os sorrirem.
- Agora vamos! Temos que trazer o pessoal de volta. – disse.
Enquanto , Montgomery e Pavel trocavam fofocas e curiosidades inúteis, James chegava com Jaylah na base de Krall. A antiga moto acelerava com força por entre as montanhas, andando o mais rápido possível. Pelo bloqueio, precisaram ser mandados para fora da área e teriam que ser rápidos para poder resgatar todos.
Jaylah pulou da moto, deixando James invadir a base sozinho, e a mulher ativou o teletransporte móvel para trazer Spock e McCoy ao seu lado. James acelerou perto de Krall e de Manas e agradeceu pelos efeitos holográficos de Jaylah funcionarem, pois conseguiu usar uma imagem sua como isca para atirar do outro lado.
Uhura, que estava com Krall, aproveitou a distração de James para fugir, deixando o vilão confuso. James ativou a mesma gosma dura que ficou preso com Chekov mais cedo pelo escapamento da moto para criar uma distração e uma barreira entre os vilões para que pudesse ganhar mais tempo.
- Isso que é distrair. – McCoy sussurrou.
- Vamos! Seus amigos estão ali. – Jaylah indicou um lado e eles seguiram para o mesmo.
James fugia dos tiros, esperando que não soubessem qual era o James verdadeiro entre os hologramas e Jaylah encontrou um ponto discreto no alto para que pudesse atirar neles. Enquanto isso, McCoy e Spock encontraram os reféns presos e finalmente os soltaram.
- Comandante, levaram a Uhura. – Sulu anunciou a Spock.
- Tire o resto da tripulação. – Ele pediu para McCoy, correndo para o lado contrário.
- Andem! Vamos! – McCoy disse. – Fiquem no círculo. – Ele pediu, apertando botão.
- Temos um sinal! – disse de dentro da USS Franklin.
- Aumente-o, senhor Chekov! – Scott pediu. – Vamos trazer 20 por vez. – O engenheiro disse apressado.
- Tomara que não misture tudo. Acionar! – Scott disse e Chekov apertou o botão, fazendo os três olharem surpresos.
As pessoas começaram a aparecer na plataforma, alargando o sorriso dos três e um alívio passou entre eles quando 20 tripulantes da Enterprise apareceram inteiros.
- Graças a Deus! – suspirou.
- HÁ! HÁ! HÁ! – Scott disse animado quando viu Keenser, um Roylano, seu companheiro de engenharia. Com ele, outros tripulantes que foram recebidos por abraços por ele e , enquanto Chekov tentava tirar todos de lá.
- Dez segundos para recarregar o teletransporte. – Scott disse.
- Espere o meu sinal! – McCoy respondeu.
- Doutor! – Scott falou desesperado.
- Não sairemos sem eles. – McCoy disse, deixando receosa, eles não estavam juntos.
Na base de Krall, Jaylah foi descoberta e jogada para o chão por Manas. A mulher o conhecia de quando tentou matar seu pai, mas não queria ter seu mesmo destino, então lutou, manualmente ou com facas, mas Manas sempre estava um passo para frente.
Ela está há anos presa em Altamid, tentou de todas as formas fugir dali e acabou aprendendo com eles, não deixaria que eles ganhassem fácil assim.
- Morrerá aqui! – Manas disse. – Igual seu pai. – Ele disse.
- HA-A-A-A-A! – O grito de raiva de Jaylah ecoou e ela conseguiu derrubar Manas antes de sair correndo dali, mas o homem se ergueu facilmente e foi atrás dela.
Spock parecia ter mais sucesso do que ela, encontrou Uhura quando foi atacado por dois comparsas, mas a tenente conseguiu dar fim nos dois.
- O que veio fazer aqui? – Uhura disse preocupada.
- É óbvio que vim resgatá-la. – Spock disse no seu jeito Vulcano de sempre e a tenente sorriu.
- Vamos. – Ela disse, correndo para onde havia ficado prisioneira.
James ainda acelerava pela base, recebendo todo tipo de tiro que pudesse. Suas iscas estavam acabando e era hora de ele sair dali. As pequenas naves de Krall saíam e ele sabia que não conseguiria finalizar o plano de contenção. Ele acelerou para perto da base em que estavam os tripulantes junto de McCoy, Spock e Uhura, liberando mais uma vez a gosma de Jaylah e viu quando foram teletransportados.
- Onde está Jim? – Foi a pergunta que fez quando a tripulação apareceu em sua frente.
- O próximo é o senhor, capitão. Ligue o sinal! – Scott disse no comunicador, fazendo Jim pegá-lo do bolso.
- Todos estão aí? – James respondeu.
- Sim, menos você e Jaylah! – Ele respondeu e pressionou as mãos uma na outra em nervoso. – Dê o sinal para pegarmos vocês.
Isso ligou a mente de James, Jaylah ainda não estava ali e ele não poderia deixá-la, ela o ajudou quando mais precisava, tinha que retornar o favor.
Jaylah continuava correndo de Manas, tentava chegar até a plataforma de teletransporte, mas perdeu o comunicador quando foi jogada no chão. Manas o pegou e o jogou longe. Não tinha como acionar seu sinal.
- Vão deixar você aqui. – Ele disse.
- Capitão, seu sinal! – Scott chamou mais forte.
- Vamos, James. Vamos! – batia os pés nervosa.
James bolou um plano rápido para resgatar Jaylah, mas preferiu ficar quieto. não gostaria de nada disso, talvez nem ele, mas não poderia deixá-la ali. Ele teria que saltar para perto de Jaylah e pegá-la no ar. Só esperava que isso desse certo.
Respirou fundo e acionou seu teletransporte.
- AI, VAI! – gritou.
- Acionar! – Scott disse e James sentiu o teletransporte começar e esperava que não se tornassem um só.
- JAYLAH, AGORA! – Ele acelerou mais forte, subindo em uma barreira e pulou da moto quando essa foi jogada para frente.
- Vamos, vamos! – falava fracamente.
A mão de James bateu na de Jaylah e ambos caíram de bruços na base de teletransporte, dentro da USS Kelvin.
- James! – falou surpresa.
- Ok, não vamos mais fazer isso. – James disse.
- Concordo, James T. – Jaylah respondeu e chegou até ele.
- Meu Deus, James! – se sentou ao seu lado e ele apoiou as mãos no chão antes de se sentar. – Vocês estão bem? – Ela passou a mão na cabeça do capitão, tirando a viseira e Chekov foi auxiliar Jaylah.
- Eu estou bem. – Ele disse, suspirando. – Eu estou ficando velho.
- Eu concordo com isso. – Ela disse rindo e ele deu um sorriso para ela. – Se você não morrer, eu te mato um dia, James. – Ele sorriu. – Vamos! – Ela se levantou, esticando as mãos para ele que a segurou antes de se levantar. Uhura e Sulu se aproximavam deles.
- Capitão! – A tenente disse apressada. – Aquela coisa que ele tem...
- Yorktown. Ele vai destruir Yorktown. – Sulu falou mais rápido, deixando todos surpresos.
- É óbvio... – falou com a voz doendo. – Arma biológica! Yorktown é um globo de neve.
- Eu vi o que é capaz... – Uhura disse. – Ele usou na Syl. – Ela disse e James olhou surpreso. – Ela escolheu dar para ele, ele iria matar o Sulu. – James recebia muitas informações em pouco tempo e isso o desnorteava, Syl... Ela morreu por ajudá-lo.
- Merda! – falou irritada, socando uma parede. – É óbvio! Se ele conseguir fazer o Abronath ser ativado dentro do tubo de ar de Yorktown, é só questão de tempo para ele atingir todo mundo e matá-los. – Sua voz estava irritada.
- Mas por que ele quer isso? – Uhura a perguntou e não soube responder.
- E como vamos impedi-los? – Sulu foi quem perguntou.
- Pegue a minha casa. – Jaylah disse. – E faça ela voar. – James suspirou.
- Scotty, consegue ligar essa coisa? – James perguntou, seguindo para perto do engenheiro.
- Ligar sim, voar é diferente. – Scott disse. – Essas naves eram construídas no espaço. Não decolavam da atmosfera.
- Dê um jeito! – James disse e jogou a cabeça para trás.
- Por isso o nome “nave espacial”, capitão. – Scott disse.
- Diz isso agora? – James se virou para ele, fazendo toda a tripulação da ponte segui-los até o local.
- Não queria decepcioná-lo caso não voltasse.
- Scott! – disse surpresa, fazendo-o dar de ombros.
- Quanta consideração. – James disse sarcasticamente.
- Capitão! – Spock o chamou e os olharem de todos foram para a janela da ponte, vendo as abelhas subindo.
- Ele está decolando. – James disse.
- O ataque em Yorktown pode ser só o começo. – Spock disse. – A bioarma eliminaria toda a vida e, com a tecnologia da base, atacaria outros planetas. – Todos engoliram em seco.
- Faça essa coisa voar. – James disse firme.
- Ela não simplesmente pega no tranco, senhor. – Scott disse, ligando uma luz na cabeça de James, fazendo-o se virar com um sorriso nos lábios.
- Ah não! – suspirou, entendendo que vinha outra ideia maluca dele.
- É melhor você apertar o cinto, . – James disse animado.
- Eu te odeio. – Ela disse firme, franzindo os lábios.
- Todos os sistemas online! – Chekov disse. – Câmaras de dilítio em 70% e subindo. – James foi até sua cadeira de capitão e apertou os cintos manuais o mais forte que podia. – Motores primários de suporte em prontidão.
- Senhor Sulu... – James o chamou. – O senhor sabe... Pilotar essa coisa, certo?
- Não acredito que está perguntando isso. – disse sarcasticamente.
- Está brincando, senhor? – Sulu disse e sorriu.
- Fantástico. – James disse. – Scotty, como estamos?
- Mais prontos do que nunca, senhor. – Ele respondeu.
- Como eu gosto! – James respondeu. – Magro, e a tripulação?
- Numa enfermaria seria melhor, mas estamos posicionados. – Ele respondeu.
- Senhor Sulu, precisamos de velocidade terminal para os estabilizadores decolarem. – Chekov falou. – Tem certeza de que a queda é alta o bastante para isso?
- Ah, porque cair de um penhasco já não é o suficiente para vocês! – disse irritada e James se virou para olhá-la, dando uma piscadela para ela. – Não começa! – Ele sorriu, voltando a se virar para frente.
- Vamos descobrir. – Sulu respondeu, ativando os propulsores.
- Assuma, senhor Sulu. – James disse.
- Sim, capitão! – Sulu disse.
- Tem certeza de que essa é a melhor escolha? – perguntou.
- Senhor, Chekov, estabilizadores dianteiros ao meu sinal. Um quarto de impulso.
- Assim, dar um tranco não precisava ser dar um tranco, uma chupeta deve resolver. – Ela dizia em meio às decisões enquanto os motores eram ligados. – Essa coisa é velha, anciã, tem que ter outra escolha... – A nave começava a sacudir com a desobstrução dos propulsores.
- Meia força de impulso, senhor Chekov. – Sulu disse.
- Sim!
- Isso nunca aconteceu antes... – continuava e os motores foram ligados.
- Devagar, senhor Sulu, sem parti-la ao meio. – James disse.
- Vocês têm certeza de que despencar do penhasco... – começou falando devagar antes da nave finalmente tombar para frente. – É A MELHOR ESCOLHAA-A-A-A-A-A-A?! – Seus gritos ficaram mais altos e os corpos de todos foram jogados para frente com a queda livre da nave. – Eu vou morrer! Eu vou morrer! – A nave bateu em algumas montanhas enquanto seguia para baixo em direção ao solo.
- Quando quiser, senhor Sulu! – James gritou.
- EU VOU MORRER! EU VOU MORRER! – O tom de voz de aumentou.
- NÃO ANTES DE SE CASAR COMIGO! – James gritou de volta.
- AGORA, SENHOR CHEKOV! – Sulu gritou, fazendo o russo ligar os propulsores e a nave caiu mais alguns metros antes de subir rapidamente, batendo em algumas montanhas pelo meio do caminho, fazendo todos ficarem colados na cadeira enquanto a nave subia para fora da atmosfera.
Quando a nave finalmente subiu, voltando a dar aquela impressão de que estavam andando mais lentamente, seus corpos relaxaram nas cadeiras, fazendo suas respirações ficarem mais aliviadas. Chekov e Sulu se entreolharam com sorrisos nos lábios e James virou o rosto para trás, vendo com lágrimas nos olhos, Uhura com o rosto assustado e Spock no seu jeito de sempre.
- Todos bem? – Ele perguntou, fazendo algumas risadas ecoarem.
- Capitão... – Spock o chamou. – O senhor acabou de pedir para se casar a senhorita Pike? – Ele perguntou e James riu sozinho, duas vezes em dois dias. Estava mais impulsivo do que pensava, mas dessa vez as escolhas eram boas.
- Se ele quiser, ele vai ter que me perguntar quando não estivermos em eminência de morte. – disse e James virou o rosto para ela, vendo-a com um curto sorriso nos lábios.
- Combinado, senhorita Pike. – Ele disse e ela piscou para ele, aproveitando a viagem em uma nave de, pelo menos, cem anos.
Capítulo Seis - Data Estelar 2263.06
6 anos antes
Sim, ela estava fugindo dele!
Ela tinha que fugir dele. Ela não aguentaria olhar para aqueles olhos azuis, sabia que terminaria em sua cama mais uma vez e que voltaria para casa chorando mais uma vez.
O amava, sim, mais do que deveria talvez, mas não podia fazer isso com si mesma. Era muito nova para se render a um amor que não tinha duas vias. Ela precisava se afastar dele o mais rápido possível.
Assim que os aplausos foram ouvidos, não esperou convite especial e saiu do anfiteatro por cima, andando o mais rápido e discretamente possível por entre os alunos. Seguiu para fora do anfiteatro e foi como se sentisse livre ao se sentar em uma das cadeiras do refeitório.
Se sentia uma tola fazendo isso, mas não era grande coisa quando já tinha se feito de tola em várias outras situações. Viu os outros alunos saindo do anfiteatro aos risos e comentários e relaxou o corpo ao não ver ninguém de uniforme cinza de comando.
Se levantou, se camuflando por entre as pessoas e foi até sua sala de aula, pegou seus materiais e decidiu sair o mais rápido possível. Era sexta-feira, a maioria dos alunos seguiria para o bar. Ela não tinha cabeça para isso.
Se arrependeu de a Academia não ter uma saída dos fundos quando viu toda a tripulação da Enterprise, incluindo alguns Almirantes e Comandantes conversando ao final da escadaria principal, inclusive seu pai.
Respirou fundo, cobrindo os olhos com o quepe e desviou do grupo o mais longe possível antes de descer as escadas rapidamente. Correndo pela calçada, querendo se misturar dentro do grande jardim na frente da Academia.
- ! – Bufou alto quando ouviu a voz de James. – Ei, ! – Ele a chamou novamente e ela tentou fingir que não era com ela, mas o capitão correu mais rápido que seu passo apressado. – ! – Ele a segurou pelo ombro, fazendo-a virar o rosto. – Ei, eu estou te chamando.
- Ei, capitão! – disse, pressionando os lábios.
- Está tudo bem? – Ele perguntou, ajeitando o quepe na cabeça da cadete, finalmente vendo seus olhos.
- Sim, eu só tenho algumas coisas para fazer. – Ela disse. – Parabéns pela comenda, daqui a pouco não vai ter espaço em seu uniforme. – Ele riu fracamente.
- É... Mas eu destruí a Enterprise de novo. – Ele fez uma careta e ela deu um sorriso de lado.
- Não é nem novidade, certo? – Ela deu um sorriso de lado.
- Bem, a vantagem é que eu devo ficar uns seis meses por aqui. Podemos nos divertir. – Ela riu fracamente. – O que acha? – Ele segurou em sua cintura.
- Acho que não. – Ela disse, abaixando suas mãos.
- O quê? Por quê? Namorado? – Ele perguntou.
- Não, eu só não... – Ela deu de ombros. – Eu não posso mais fazer isso, capitão. – Ela deu um passo para trás.
- Está tudo bem? Eu fiz algo errado? – Ele perguntou e ela suspirou.
- Não, James, nada de errado. Eu só... – Ela deu de ombros novamente. – Eu só não consigo mais fazer isso.
- É só diversão, , é só...
- Não quando me chame pelo meu apelido. – Ela olhou para ele que finalmente entendeu. – E é exatamente por isso que eu não posso mais.
- Ah, . – Ele suspirou. – Vai dizer que se apaixonou? – Ele disse em um tom sarcástico e a mão de se movimentou antes de seu cérebro, e ela virou um tapa em seu rosto, fazendo um barulho que chamou a atenção dos outros em volta.
- É! Eu me apaixonei! – Ela falou em um tom seco. – Eu fiz o maior erro da minha vida, e me apaixonei por alguém que nunca vai me dar um futuro. – Ela afastou um passo. – E nem posso dizer que não fui avisada, pois eu fui. Por cada amigo meu, cada amigo seu, cada membro da sua tripulação, cada pessoa que saía da sua cabine que não era eu. – Ela cuspia as palavras nele. – E eu sei que, se eu não terminar isso agora, eu vou ficar muito pior. – Ela engoliu em seco, segurando suas lágrimas. – Mas por que isso precisava chegar a isso? Por que você precisa de mim, afinal das contas? Já não tem mulher o suficiente na Enterprise? – James ficou quieto e suspirou. Talvez fosse exigir muito de um pegador. – Boa viagem, capitão. Espero nunca mais precisar te ver. – Ela finalizou, dando alguns passos para trás, ainda encarando os olhos de James antes de se virar novamente.
Achava que terminar isso só a deixaria triste, mas agora estava triste e irritada. Como um homem tão incrível como ele era tão filho da puta? Talvez esse fosse seu contraponto. Todo mundo tem um, certo? Ele era um incrível líder e um capitão excelente, mas não tem nenhum tato para os relacionamentos humanos.
E talvez nunca tivesse.
Atualmente
- Sinais de socorro em todas as frequências vindos de Yorktown. – Uhura anunciou. – Krall iniciou o ataque.
- Senhor Scott, que armas temos? – James perguntou ao se levantar apressado.
- Temos canhões de fase e torpedos espaciais, senhor. – Scott respondeu da engenharia.
- Ótimo, pode carregar. – Ele disse bufando.
- Isso não é páreo para eles, Jim! – disse.
- E não tem como derrotar as abelhas. – Jaylah disse. – O problema são elas.
- Podemos distraí-las e dar tempo para o pessoal se proteger? – James sugeriu, apertando a testa.
- Somos uma carroça perto deles. A nave mal se mantém! – Sulu disse.
- Capitão, o padrão de voo das abelhas é definido por decisões individuais. – Spock disse ao se levantar. – O enxame de Krall deve ter uma coordenação ciberpática unificada. Suponho que...
- Simplifica, Spock. – James disse.
- Ele está dizendo que, se desorientarmos o enxame, acabamos com elas! – disse, se aproximando de James.
- Exatamente. – Spock disse.
- Scott, consegue me transportar para uma dessas abelhas? – James perguntou.
- James! – o repreendeu.
- Ficou maluco? – Scott perguntou.
- Sim ou não? – James perguntou, andando pela nave e o seguiu.
- Não... Quer dizer, sim! Talvez. – Scott disse.
- Não, James! Você não vai fazer isso. – segurou-o pela nuca, forçando-o a olhar para ela.
- Eu vou ficar bem, . – Ele disse sério.
- Não! Eu não vou deixar. – Ela disse séria.
- Eu sou o capitão, se eu não for, eu não sou um líder. – Ele disse mais baixo.
- Você comanda oitocentas pessoas, Jim, não tem que fazer tudo sozinho. – Ela disse firme.
- , por favor... – Ele acariciou seu rosto, fazendo-a mordiscar seu lábio inferior.
- Senhor... – Eles se viraram para Spock. – Eu conheço o interior das naves. Estou apto para essa missão avançada. – Spock disse. Apesar de gostar da ideia de James não ir, Spock estava se recuperando de um ferimento como o dela, mas o seu quase lhe atingiu o coração.
- Ainda está ferido. – Foi a vez de Uhura vir em proteção ao seu namorado.
- Ela tem razão. – James disse e todos se entreolharam.
- Considero e respeito as suas preocupações. – Ele disse. – Talvez aceite alguém familiarizado com a nave e meu ferimento. – Spock sugeriu e James deu um sorriso.
- Ele vai amar isso. – James disse, fazendo todos sorrirem.
- Vamos! Rápido! – Uhura disse.
- Magro! – o chamou pelo comunicador. – Vá até o teletransporte agora. – Ela anunciou e James piscou para ela antes de seguir com Spock e Uhura.
James despachou Spock e McCoy, com muita relutância do médico, deixando-o literalmente falando sozinho enquanto era teletransportado para uma das abelhas do enxame e James voltou para a ponte.
- Não faça isso. – disse, dando seu olhar fixo a ele.
- Depois desse tempo todo, ainda não tem fé em mim, ? – Ele disse e ela riu fracamente
- Na minha lista de vezes que tentou me matar, eu já contei três em dois dias. – Ela deu um sorriso sarcástico e ele riu fracamente.
- Mas ainda estamos aqui! – Ele deu um beijo em sua testa.
- Capitão! – A voz de Spock se fez presente e Jim se sentou na poltrona de capitão, enquanto se apoiou ao seu lado.
- Diga, Spock!
- As naves compartilham uma conexão ciberpática que as coordenam. – Ele disse. – Repassando.
- É aquele sinal de novo. – Uhura disse. – Eles não estavam dando interferência em nós, eles estavam se comunicando.
- Como as silenciamos? – James perguntou, suspirando.
- O foco eletromagnético dos teletransportes vai desconectá-las. – Scott disse.
- O foco pode ser específico. – Spock respondeu. – Inserir um sinal corrompido do enxame pode afetar a coordenação.
- Teria que ser uma frequência imprevista. – Chekov entrou no assunto.
- Uma reação em cadeia desmontaria o enxame. – Sulu falou.
- Uma rede tão fechada deve ser suscetível à alta frequência. – Foi a vez de Scott.
- VHF. – disse, fazendo os olhos se virarem para ela. – Rádio! Podemos transmitir algo que atraia a conexão delas. Algo alto e perturbador.
- Onde vamos achar isso, ? – James perguntou.
- “Alto e perturbador”? – Scott o interrompeu. – Eu tenho isso!
- Como você tem isso, Scott?
A falta de resposta de Scott fez com que e James se entreolhassem, mas não demorou para que Jaylah e Scott entrassem na ponte, e o engenheiro colocasse um som antigo na mesa de .
- Não quebra minha música! – Jaylah disse firme.
- Quebrar? Você terá um upgrade! – Scott disse e se aproximou dele, vendo-o se abaixar até as conexões do console.
- Scott? O que está fazendo? – Ela perguntou, se abaixando ao lado de Scott e James e Uhura foram com eles.
- Enxame a 60 segundos da invasão. – Sulu avisou.
- Eu só tenho que configurar a potência VHF em amplificador multifásico. – Scott gritou de volta.
- Deixa que eu faço! – Jaylah disse.
- Não, espera!
- Deixa ela fazer! – Uhura e falaram juntas.
- Espera-A-A-A!
- A-AH! – Uma faísca saiu entre os fios, fazendo todos se afastarem um pulo para trás.
- Ah, você faz! – Scott disse, dando espaço para Jaylah que arrumou em dois segundos.
- Viu? Simples! – Todos olharam surpresos para ela.
- Muito bem! Capitão, pronto para transmitir! – Scott disse e riu sozinha.
- O sinal não irá tão longe, precisamos ir mais perto. – Uhura os informou.
- Quanto? – James perguntou.
- Bem perto!
- Interceptar curso, senhor Sulu! – James disse. – Para o meio daquela coisa.
- Sim, senhor. – Ele disse e , junto de outros tripulantes da ponte, foram para seus lugares afivelar os cintos para a aceleração.
- Atirar com tudo que temos, Scott! – James disse.
- Sim, capitão! – Scott falou enquanto corria de volta para a engenharia.
- Segurem-se! – James anunciou e as mãos de foram para os braços de poltrona quando a nave se aproximou do enxame. Sulu fazia manobras evasivas para se aproximar ao máximo do meio do enxame antes de começar a atirar.
- As naves-abelha estão voltando e formando uma onda de ataque. – Chekov anunciou.
- Temos a atenção dela. Mantenha o curso, senhor Sulu. Segurem-se! – James falou. – Spock, vai sair da formação. Scott, tudo pronto aí?
- Sim, senhor! – Scott avisou.
- Vamos transmitir em cinquenta e sete vírgula sete MHz. – Uhura disse.
- Escolheu o som, moça? – Scott perguntou.
- Muita batida e gritaria! – Jaylah anunciou.
- Vamos lá! – disse com um sorriso nos lábios.
Estava na iminência de morrer e o enorme enxame estavam vindo literalmente em suas direções. A USS Franklin era minúscula comparada com milhares de abelhas que eles enfrentariam, mas ela ainda estava feliz. Em dois dias sua vida mudou mais do que em seis anos. Podia ser passageiro? Talvez, mas queria aproveitar essa adrenalina ao máximo.
- Vamos fazer barulho. – James anunciou e Jaylah deu play na música.
Sabotage do Bestie Boys começou a tocar, fazendo gargalhar com a escolha de música, mas o som ficou preso em meio ao som alto que ensurdecia todos à bordo. O som não se propaga no espaço, mas pela altura dentro da nave, era como se fosse.
- Escolheu bem! – James disse e o grito da música fez com que as abelhas pegassem fogo enquanto eles faziam um rasante entre elas.
A turbulência ficou cada vez mais forte, fazendo todos se segurarem em suas poltronas e Sulu fazia manobras evasivas para fugir das abelhas que saíam pela tangente e se batiam. Esperavam só que McCoy e Spock conseguissem fugir do meio delas sem ser atingidos.
- Tenente Uhura, Yorktown tem frequência para transmitir? – James perguntou acima do som.
- Vou chamar! – Ela anunciou, fazendo o pedido e não demorou mais do que cinco segundos para as abelhas mais próximas do globo começassem a pegar fogo com a desorientação.
- Está tudo bem, Spock? – James gritou.
- Estamos, mas há três naves indo para Yorktown! – Ele respondeu.
- Deve ser Krall. Faça o que precisar para impedi-lo de usar a arma. – James deu carta branca para o Vulcano e o médico.
- Segurem-se! – Sulu disse, seguindo pelo pequeno espaço que Krall entrou, fazendo a nave se movimentar com mais força, obrigando a se segurar cada vez mais forte.
- A-A-A-AH! – Seus gritos ficaram mais altos, fazendo seus dedos doerem.
- MINHA CASA ESTÁ QUEBRANDO! – Jaylah gritou e a USS Franklin entrou pela base de Yorktown, fazendo o mesmo caminho que havia feito há três dias.
- SEM POLARIZAÇÃO NA BLINDAGEM! – Scott gritou.
- SENHOR SULU! – gritou.
- Redirecionarei a energia das câmaras! – Scott anunciou. – Preciso de você e de Jaylah! – Sua voz falou alta da engenharia e a mulher e Keenser correram até ele.
As naves de Krall e a USS Franklin seguiram pelo túnel, competindo contra a velocidade até a polícia aparecer. Quatro naves piscando azul e vermelho interceptaram na frente deles, obrigando Krall a subir.
- Eles estão subindo! – Chekov anunciou.
- Merda! – Sulu disse.
- Capitão, interceptar as três naves é uma impossibilidade! – Spock anunciou pela transmissão. James olhou para cima, colocando sua cabeça para funcionar.
- Quero um mapa de Yorktown! – James gritou e um mapa apareceu na janela, fazendo-o pensar rapidamente. – Ali! O quartel-general!
- Senhor Chekov, uma biovarredura da Praça Central! – Sulu pediu.
- O que está pensando, James? – o perguntou
- Estão evacuando os civis! – O russo respondeu.
- Jim...? – o chamou novamente.
- Magro, tem uma praça chegando. Faça Krall ir para lá! – James gritou.
- Por quê? – Magro respondeu na abelha.
- James...
- Só faça! – James gritou. – Sulu, nos leve lá para cima!
- Segurem-se em algo! – Ele gritou.
- JAMES! – gritou novamente, fazendo-o virar o rosto para lá. – Eu não quero morrer. – Ela falou firme.
- Você não vai! – Ele deu a mesma firmeza em sua voz e a força G a prendeu no cinto novamente quando a nave fez uma manobra lateral.
- A-A-A-A-A-AH! – A tripulação gritou juntas.
Sulu guiou a nave com a maior velocidade possível, fazendo-a subir no lago em volta da Praça Central, jogando água para todo lado e as três naves de Krall atingiram a parte de baixo da USS Franklin antes de cair na frente da academia.
- Bom trabalho, Magro! – James disse.
- Obrigado, Jim! Só falta descobrir como pousar. – Magro respondeu, fazendo-os rirem.
- Todo mundo bem aí? – James se virou para trás e estava largada na poltrona.
- Sim! Tudo bem. – Uhura respondeu.
- Eu nunca mais viajo contigo. – respondeu, fazendo o resto da tripulação rir.
- Capitão, há três rupturas no casco. – Chekov anunciou. – Deque 3, área de carga e sala das máquinas.
- Ok, Sulu e Chekov, verifiquem a área de carga e o deque três. – James falou ao se levantar. – Confirmem se a arma foi neutralizada e se Krall está morto. – O capitão correu para dentro e e Uhura o seguiram.
A nave estava quase inteira desligada pela manobra violenta de Sulu. Alguns fios faiscavam e tornavam um verdadeiro labirinto lá dentro até a sala de máquinas.
- Capitão! – Um tripulante o chamou e os três foram para perto.
- Ah! – se assustou com o corpo de Krall no chão, mas ele não parecia ele. Ele estava ressecado e o corpo parecia ligado à algum tipo de máquina.
- É Krall! – Uhura anunciou. – Vimos ele fazer isso na base. É uma transferência de energia. Ele muda fisicamente.
- Então ainda está a bordo, senão teríamos visto ele sair. – James disse, pegando seu comunicador. – Sulu, contate a segurança de Yorktown e tranque a nave. – Ele desligou. – Vamos! – Sua mão foi para as costas de , certificando que eles fossem à frente.
Todos mantiveram suas armas em riste enquanto caminhavam pela nave. O tom sombrio não deixava nada confortável com tudo, mas tinha seu treinamento e era boa de mira. Já James não queria que ela realmente os seguisse, mas ele não queria passar um minuto mais longe dela. Tinha encontrado a pessoa da sua vida, literalmente. Demorou um pouco para perceber, mas sabia que ela era a pessoa ideal para ele.
Eles chegaram na área dos tripulantes, onde as imagens da antiga tripulação passavam em loop e se aproximou de uma delas. Seus olhos se fixaram na tela, tentando identificar as pessoas nela e franziu a testa ao pensar ter visto alguém conhecido. Ela voltou a gravação algumas vezes e podia confirmar, era Balthazar Edison ali.
- Capitão! – o chamou e James e Uhura foram até ela. Ela voltou o vídeo novamente e James e Uhura pararam atrás dela. – Olha isso. – Ela disse, travando o rosto de Balthazar na tela. – É ele! – James não duvidou um segundo, as semelhanças do homem para o alienígena era muitas, mas dava para perceber os traços.
- Scotty, conecte-se à base de dados da USS Franklin. – James pediu. – Descubra o que puder sobre Balthazar Edison.
- O capitão da Franklin? Ele já morreu há anos. – Scott disse e as mulheres correram juntos de James.
- Não morreu! Não sei como, mas Edison é Krall! – James gritou correndo pelos corredores da nave, chegando na engenharia, encontrando Scott e Jaylah. – O que descobriu?
- O registro dele é de antes de a Federação existir. Major de Operações de Comando de Ataque. Combate extraterrestres. – Scott disse.
- Foi soldado. – James disse.
- E dos bons. – Scott confirmou. – Saiu com a extinção das Operações.
- Por quê? – James perguntou.
- A Federação, senhor. A Frota Estelar, não somos militares. Ele foi nomeado capitão da Franklin. – Ele disse.
- Scott, abra os diários dele. – James pediu e Scott procurou rapidamente.
- O último. – Ele anunciou, fazendo a imagem de Edison se abrir.
- Diário de bordo... Não lembro a data estelar. – Edison dizia e ele parecia bem cansado. – Nenhum pedido de socorro respondido. Da nossa tripulação, só restam três. – O glitch na tela deixava a imagem travada por alguns segundos. – Eu não vou permitir! – Ele disse aos prantos, voltando à sua aparência calma de antes. – Os nativos abandonaram este planeta há muito tempo. Deixaram equipamentos de mineração sofisticados e uma mão de obra servil. – Ele dizia. – Eles têm um tipo de tecnologia que prolonga a vida. Farei o que for preciso por mim e pela tripulação. – Os olhos se viraram para James. – A Federação não se importa conosco. Vocês nunca mais me verão, mas se virem... – Ele olhou fixo para a câmera. – Estejam preparados. – Ele disse antes de finalizar a ligação.
- Sério? Outro velho milenar do passado? – A voz de falou mais rápido, tornando-a a atenção. – O quê? – Ela pediu. – Nero era 25 anos do passado, Khan tinha uns 300 anos, agora esse cara? Vocês atraem isso, por acaso? – James deu um sorriso para ela. Apesar da seriedade da questão, ela tinha razão, parece que eles sempre lidavam com pessoas do passado, ou do futuro, se contar o Embaixador Spock. – Ele está tentando chegar ao sistema de distribuição de ar. – disse.
- Como? – James perguntou.
- Pelo regulador atmosférico no núcleo. – Scott respondeu.
- Mande Yorktown desligar até acharmos Krall. – James pediu e Uhura correu até sua base. – Como ele acessaria o núcleo? – James perguntou entre e Scott, mas o engenheiro abriu o mapa no computador.
- Parece que tem uma torre de manutenção no centro gravitacional. – Ele respondeu. – É o único jeito.
- Scotty, garanta que seja desligada! – James disse, correndo pelo túnel.
- James! – correu atrás dele. – JAMES! – Ela gritou e ele parou no túnel.
- , eu tenho que ir.
- Por que você sempre vai atrás de perigo? – Ela perguntou e ele a segurou pela cintura, colando seus lábios fortemente.
As mãos efusivas de caíram em seus ombros e ele a apertou para perto de si, movimentando os lábios lentamente, tentando criar o máximo de memórias possível enquanto recebia um carinho em sua nuca.
- Vá com Scott e fique em segurança. – Ele ordenou.
- James! – Ela o chamou novamente.
- Eu não menti sobre o que disse esses dias, . Eu te amo e fui tolo em não assumir antes. – Ele acariciou os cabelos da mais nova. – Nada mais importa quando eu estou contigo... – Ela suspirou. – Mas eu preciso ir! Eu vou ficar bem e volto para você. Eu prometo. – Ele disse e a voz de falhou, enquanto James voltava a correr para fora da nave.
, Jaylah e Scott seguiram para o controle da base, e James foi para o outro lado, ao centro da Praça. Ao olhar para fora, notou que o distribuidor de ar ainda estava ligado.
- Scott, por que isso ainda está ligado?
- Há muitos protocolos de segurança que protegem uma coisa que, você sabe, mantém todos vivos! – Scott disse.
- Dê um jeito! – James corria, esbarrando de desviando de algumas pessoas.
- Cuidado, capitão! A gravidade fica estranha no centro! – Scott avisou e mordiscou os lábios nervosa.
James entrou na torre, pegando o elevador e, a primeira coisa que fez quando chegou ao topo foi atirar em Edison que tentava subir até o distribuidor.
- Pare! – Edison disse.
- O que aconteceu com você lá, Edison? – James perguntou, mantendo seu fêiser em mãos.
- Edison? – Krall disse. – Devo dizer que sinto falta de ser eu. – Ele respondeu. – Esquecemos quem somos, mas ganhamos um propósito. Um meio de fazer a galáxia voltar à luta que tornou a humanidade. – Edison tentava se manter em pé com o Abronath montado em suas mãos.
- Você subestima a humanidade. – James disse.
- Eu lutei pela humanidade! – Edison gritou. – Perdi milhões de vidas nas guerras com os xindi e os romulanos. E para quê? – Ele gritou. – Para a Federação me sentar em uma cadeira de capitão e fazer pazes com o inimigo. – Seu tom era de raiva e fúria.
- Nós mudamos. Temos que mudar! – James falou essas palavras com certa libertação. Ele também tinha mudado nesses três anos preso no espaço, e lhe mostrou isso da forma mais ingênua possível, sem que ele percebesse até o momento em que se encontraram novamente. – Senão, passamos o resto das nossas vidas travando as mesmas batalhas. – O discurso era mais para si do que para Edison.
Um alarme soou, provando que Scott havia conseguido algo, mas distraiu ambos e Krall pulou para dentro do distribuidor. James não pensou duas vezes e foi atrás, mas a gravidade estranha os atingiu e eles literalmente voaram pelo local.
Edison prendeu Kirk no teto, distribuindo socos em seu rosto e abdome, deixando o capitão desnorteado. James tentava revidar, mas estava sendo cada vez mais difícil. Em um contra-ataque perfeito, James pulou em direção à Edison, quebrando o vidro do distribuidor, fazendo-os serem literalmente levados pela corrente de ar, parando no topo de um prédio.
- Você perdeu! Não tem como chegar lá novamente! – James gritou, se segurando em uma antena. – Desista!
- Como você? – Edison gritou e James conseguiu se manter em pé. – Eu li seu diário de bordo, capitão James T. Kirk. Pelo menos eu sei quem sou. Eu sou um soldado.
- Ganhou a guerra, Edison. Nos deu paz! – James disse.
- Paz? Não foi aquilo com que nasci! – Ele disse.
James achava que tinha razão, mas Edison era mais esperto que ele, observou para onde a corrente gravitacional estava fluindo e pulou.
- Scotty? – James chamou o amigo.
- Capitão, ele está usando a corrente gravitacional para voltar ao centro. – O engenheiro respondeu e o pé de batia frequentemente no chão.
James guardou o comunicador novamente e olhou para frente. Prometeu para que voltaria e esperava o momento de poder relaxar com ela ao seu lado, mas agora tinha mais pessoas que dependiam dele. Então, ele fechou os olhos e pulou.
James pegou a mesma corrente que Edison, se complicando um pouco ao esbarrar nos prédios. O antigo soldado chegou no distribuidor primeiro novamente e ativou o Abronath, simplesmente virando uma chave. Quando Edison estava para fechar a saída de ar, James pulou em cima dele, mas Edison o pegou pelo pescoço, como da primeira vez.
- A arma está na câmara! – anunciou, quase comendo a mão de nervoso.
- Capitão, se não pararmos o processador, tudo o que respira aqui morrerá. – Scott disse.
James não podia responder, estava tentando revidar os ataques de Edison, mas o homem tinha mais de cem anos e sabia como viver para sempre, era como socar uma parede. Em um golpe de sorte, James conseguiu derrubá-lo e sua respiração mostrava a raiva que está com ele.
- Vamos, James! – sussurrava.
- Não pode me impedir. – Edison disse. – Você vai morrer.
- Não! – A voz de saiu forte.
- Melhor morrer salvando vidas do que viver para tirá-las. – James disse sério.
- NÃO! JAMES! – gritava desesperava na sala de controle, sem ver o que estava acontecendo. Scott e Jaylah a olhavam igualmente desesperados, mas o engenheiro teve uma ideia.
- Foi para isso que eu nasci. – James respondeu.
- Capitão! Há uma escotilha de serviço para lançar a arma no espaço! – Scotty disse. – Podemos destravá-la por aqui, mas você terá que abri-la.
- Não! Ele pode ser sugado para o espaço também. – falou preocupada.
- Eu aperto um botão? – James estava há um passo de largar tudo e morrer ao lado de com todos de Yorktown, mas não podia, então tentava ignorar a voz literalmente em sua cabeça.
- Não é um botão, senhor. – Scott disse. – É uma alavanca prateada num painel branco. – James deixou a falta de gravidade jogá-lo de volta para o compartimento, e a arma estava ativada literalmente ao seu lado. – São quatro delas. Após ativá-las, saia imediatamente. Se abrir com o processador ligado, será sugado para o espaço. – Scott deu o aviso de , mas isso não a acalmou.
- E se não abrir? – Ele perguntou.
- Será sugado para um exaustor com a arma e todos morreremos. – Scott disse e lhe deu um soco, fazendo-o olhar para ela. – Só mostrando todas as opções. – Ela revirou os olhos.
James aproveitou a falta de gravidade para passar por todos os lados do distribuidor, abrindo alavanca por alavanca. Quando chegou na última, um alarme ativou.
- A ventilação! – disse.
- Saia já daí, James T.! – Jaylah falou forte.
- Scotty, a última não abre! – James anunciou.
- Por favor, Jim! – apertou as mãos no rosto, sentindo as lágrimas inundarem seus olhos.
- Scotty!
- Rápido, o tempo está se esgotando, não vai conseguir! – Scotty disse mais para elas do que para James.
Sem que James percebesse, Edison se levantou e se deixou ser sugado para dentro do distribuidor. Ele viu estilhaços de vidro e pegou um, com a ideia de fincar James com isso, mas o capitão da Enterprise o viu pelos mesmos estilhaços e chutou-o para trás.
Edison foi envolvido pela arma e James conseguiu abrir a última alavanca, sugando Edison ou Krall para fora do distribuidor em direção ao espaço. James tentou se segurar com força na alavanca, gemendo com isso, tentando evitar que fosse sugado também.
Suas mãos começaram a deslizar, puxando-o pelo buraco e em sua mente só veio o sorriso de na primeira vez que eles se encontraram. Depois que a preocupação com seu pai parou, ela deu um sorriso discreto em direção à tripulação e foi aí que James se apaixonou por ela.
Na época achava que tinha encontrado sua presa, mas a vida funcionava de formas estranhas. Precisou levar um fora, ver o pai dela morrer, vingá-la disso e ainda ficar três anos isolado no espaço sideral para perceber que era apaixonado por desde o dia um. Mas sua vida de pegador não o deixou enxergar o óbvio.
- James? Jim? – falava alto, tentando qualquer tipo de retorno com a fala de resposta de James, até seus ouvidos haviam sido silenciados. – Jim... – pressionou as mãos nos olhos, chorando tanto quanto o dia que teve que terminar tudo com ele, mas agora a dor lhe consumia mais ainda.
James achava que era o fim, mas o destino tinha outra ideia para ele. Magro freou a nave-abelha na frente da saída e Spock conseguiu puxar James para dentro, fazendo-o respirar aliviado quando caiu com força no chão.
- James? JAMES? – Ela gritou forte.
- Não se preocupe, , chegamos a tempo. – Magro disse.
- Ele está dentro, Magro? – Ela perguntou nervosa. – JAMES ESTÁ DENTRO?
- Sim, seu namorado está aqui, ! – Ele respondeu, fazendo deixar seu corpo cair aliviado no chão. – YO-HUL! – Magro gritou, fazendo-a rir sozinha.
- Eu estou bem, ! Eu estou bem. – Ele disse suspirando, se virando para o amigo vulcano. – O que eu faria sem você, Spock? – James disse, fazendo todos sorrirem.
Capítulo Sete - Capítulo 7 – Data Estelar 2263.07
4 anos antes
- Você pode ficar e voltar quando quiser... – Jim disse e ela afirmou com a cabeça.
- Uma coisa de cada vez, James. – Ela pediu, suspirando. – Fica bem, ok?! – Ela tocou sua mão delicadamente antes de dar um passo para trás.
- Você também – disse, deixando um sorriso em seu rosto quando Pike saía do quarto.
- Será que finalmente esses dois vão parar de se matar? – Magro cochichou para Spock e o Vulcano até poderia rir se demonstrasse emoções, mas sabia que tinha pelo menos dois anos de ressentimentos entre ambos.
- Sabe a pior parte? – James perguntou, tendo a atenção dos dois amigos. – Eu não parei de pensar nela durante essa missão – suspirou.
- Como assim, capitão? – Spock perguntou.
- Toda nossa história, todos nossos problemas... – James suspirou, sentindo os olhos se encherem de lágrimas. – Eu amo ela...
- O quê? – Magro se aproximou, achando que tinha ouvido errado.
- É... – James disse em um suspiro. – Acho que eu sei disso desde o dia que eu a conheci, mas pensei que fosse besteira, que fosse só o prazer de estar com ela...
- James... – Magro falou surpreso.
- E a única vez que conversamos sobre isso, eu praticamente debochei por ela ter se apaixonado – James negou com a cabeça. – Mas eu senti muito a falta dela...
- Por que você não falou isso para ela? – Magro perguntou e James fungou.
- Eu a machuquei demais... – Ele disse. – Ela foi embora de São Francisco por causa de mim, ela voltou para Iowa para estudar... – suspirou. – Ela merece ser feliz.
- E você acha que ela não seria feliz contigo? – Magro perguntou.
- Eu não tenho nem coragem de falar com ela sobre o assunto – James suspirou.
- Ah, Jim... – Uhura entrou no quarto. – Fico feliz em ver você caindo na real... – Ele deu um sorriso. – O senhor não tem noção como eram bons juntos.
- Na época, eu pensava muito... – suspirou. – Tinha muitos contratempos ao ficar com ela, a começar pela idade, posição... – negou com a cabeça. – Mas agora, eu só consigo pensar como nada disso importa – suspirou.
- Temos uma missão de cinco anos pela frente, por que não a chama para ir conosco? – Spock ofereceu. – Se eu não estiver errado, ela se forma esse ano. E creio que ela está trabalhando com geologia, ideal para uma missão de exploração...
- Eu não posso... – disse fracamente. – Ela seguiu em frente.
- E por causa disso você não acha que merece dar uma chance a vocês? – Uhura perguntou com o tom de voz baixo.
- Eu não poderia pedir isso a ela... – Ele suspirou. – Mas temos uma missão de cinco anos pela frente, muito pode acontecer.
- Talvez, Jim, mas temos pelo menos um ano aqui, não acha que deva ir atrás dela? – Magro lhe perguntou.
- Não – disse em um suspiro. – Ele está na Academia, ela acabou de perder o pai... – suspirou. – Creio que depois de tudo, se for para acontecer, vai acontecer... – Ele suspirou.
- Espero que esteja certo, Jim. É terrível encontrar sua alma gêmea e simplesmente deixá-la ir embora – Uhura disse e isso ficou na sua cabeça. – Enfim, como o senhor está?
- Vivo... – disse em um suspiro. – Muito vivo.
- É bom te ver vivo. – Ela brincou, fazendo-o sorrir e sua cabeça tombou para o outro lado novamente, deixando mais algumas lágrimas deslizarem pela sua bochecha.
Atualmente
Os olhos de James se abriram devagar e ele tentou se localizar no espaço tempo. Mais uma vez estava dentro do hospital. O mesmo quarto e o mesmo local que estava da última vez. Não estava morrendo de radiação dessa vez, mas não se lembrava como havia chego ali. A última coisa que se lembra é de suas mãos escaparem da alavanca e ele ser sugado para o espaço.
Ele virou o rosto para o lado, vendo dormindo encolhida em uma poltrona com alguns curativos discretos em seu rosto. Ele só conseguiu sorrir com isso. Da última vez que se encontraram num hospital, percebeu que estava apaixonado por ela. Nunca imaginaria que quase quatro anos depois estava ao lado dela novamente.
- ? – Ele a chamou. – Ei, ... – Ele falou um pouco mais alto, fazendo-a abrir os olhos devagar. – !
- Ah, meu Deus, James! – Ela se levantou apressada, deixando a coberta cair aos seus pés e se aproximou da cama. – Como você está?
- Ei, relaxa, eu estou bem – suspirou. – Você não vai se livrar fácil de mim assim... – Ela deu um curto sorriso.
- Não é a primeira vez que eu ouço isso – disse e ele deu um sorriso para ela.
- O que aconteceu? – perguntou.
- Magro acha que a adrenalina foi forte demais para você, quando baixou, você simplesmente desmaiou – Ela disse. – Está há dois dias desacordado.
- Ah, Deus! Eu tenho o costume de fazer isso. – Ele disse, fazendo-a rir.
- É, você tem – Ela passou a mão nos cabelos dele. – Mas está tudo bem agora – sorriu. – Sem Krall, sem perigoso, nada – suspirou. – Acho que deveria se aposentar. – Ele riu fracamente.
- Eu tenho que falar com a Almirante ainda, dessa vez eu destruí a Enterprise de verdade. Impossível consertar depois daquilo. – deu um curto sorriso e James beijou sua mão. – Mas eram cinco anos no espaço, eu fiquei só três.
- Você nunca terminou uma missão, James... – Eles riram. – Mas acho que depois dessa, você merece um descanso.
- Talvez... – Ele suspirou.
- O que Edison quis dizer quando falou que leu seus diários de bordo? – perguntou.
- Eu repensei muito durante esses três anos, em largar a Frota ou até sair da linha de frente...
- Eu lembro que me disse que se candidatou ao cargo de vice-almirante.
- Exato – disse, suspirando. – Eu estava me sentindo um pouco perdido. – Ele segurou a mão de – Mas não mais. – Ele ergueu seus olhos azuis para a menina e ela deu um curto sorriso. – Tudo que eu falei nesses dias foi sério, . – Ele engoliu em seco. – Há quatro anos quando me encontrou aqui nesse mesmo hospital, eu percebi que você era a mulher da minha vida e, de alguma forma, a vida te levou de volta para mim. – Ela deu um curto sorriso. – E eu não quero mais ficar longe de você. – Ela deu um sorriso. – Mas eu queria que me desculpasse antes, da forma que tudo terminou, eu era imaturo e não sabia lidar com aquilo.
- Está tudo bem, Jim. Quantas mulheres não disseram que te amavam e você não teve o mínimo de tato em não falar o mesmo? – Ele riu fracamente. – Eu sei que lá atrás era tudo diferente, minha idade, nossas posições...
- Mas isso nunca importou, . E não é agora que vai importar. Nossa diferença ainda é a mesma. – Ela deu um sorriso.
- Ao menos agora eu sou uma tenente, não mais uma cadete. – Ele deu um sorriso.
- Não importa. Você é incrível de qualquer forma. – Ela sorriu e seus rostos se aproximaram, colando os lábios por alguns segundos.
- Mas antes de cumprirmos todas as suas promessas desses dias, que tal começarmos com um encontro? – Ela perguntou. – Você, eu, fora de quartos e cabines...
- É perfeito para mim. – Ele disse. – Eu só preciso encerrar esse caso, descobrir o que farei em seguida e te darei o encontro que eu sempre te devi. – Ela assentiu com a cabeça.
- Combinado, capitão Kirk. – Eles sorriram cúmplices.
- Ah, o senhor dramático acordou! – Magro falou, entrando no quarto e até o médico tinha uns curativos no rosto.
- Ei, Magro! Obrigado, cara! – Ele disse.
- Ah, eu só pilotei, foi o Spock que te salvou de novo. – Ele abanou a mão, fazendo o capitão rir.
- Agradeço por ser bom de direção, então. – Ele disse em um suspiro.
- E como você está? Já marcaram o casamento? – Ele brincou, fazendo sorrir.
- Ele me deve um encontro antes – disse.
- E flores e chocolates! – James disse, fazendo-a sorrir.
- Posso ir junto? – Magro brincou, fazendo-os sorrir.
- Há décadas a Federação ensina que ele foi um herói – A Almirante Paris disse enquanto os arquivos de Edison e de sua tripulação eram finalizados no sistema. – O tempo julgará a todos nós.
- Ele esqueceu quem era – James respondeu.
- Você salvou toda a base – Ela falou. – Milhões de almas, obrigada.
- Não fiz sozinho. Nunca faço. – James lhe respondeu.
- Desnecessário dizer que a posição de vice-almirante é sua. – Ela falou. – Ninguém é tão merecedor. – James sorriu com a informação, mas não poderia aceitar. Não quando havia encontrado sua inspiração.
- Vice-almirantes não voam. – Ele disse.
- Não, eles não voam. – A Almirante disse.
- Sem querer ofender, senhora, mas qual é a graça disso? – Ela lhe deu um sorriso, assim como em pé do outro lado da mesa.
- Você está certo – Ela disse.
- Eu terei que declinar a posição, senhora. Eu finalmente me encontrei. – Ele esticou a mão para , sentindo-a segurar. – E decidimos enfrentar novas aventuras juntas, sejam elas quais forem. – A Almirante sorriu.
- Como sua superior, fico chateada, mas compreendo... – Ela disse. – Agora, como tia, fico feliz por vocês. – sorriu.
- Obrigada – Ela disse.
- Obrigado, senhora. – James disse. – Posso pedir algo, senhora? – pediu.
- Depois de salvar a todos, creio que está no seu direito. – Ela disse.
- Eu gostaria de voltar a minha missão anterior. – Ele pediu. – Com o foco em descobrir e estudar a Nebulosa. Penso que podemos descobrir bastante com o que ela esconde.
- Permissão concedida, capitão...
- Obrigada, senh...
- Mas tenho uma condição. – Ela falou e ele olhou confuso. – Que espere a Enterprise ficar pronta. Ela virá com o novo sistema do qual lhe falei e trará muito mais segurança a todos. – Eles sorriram.
- Com certeza, senhora. – Ele disse e ela bateu uma continência, fazendo com que James e repetissem o movimento. – Agora, senhora, se não se importa, eu gostaria de relaxar um pouco.
- Sim, filho. Descansem e divirtam-se. – Ela disse e as mãos do capitão e da tenente se entrelaçaram antes de sair da sala da Almirante.
- Fico feliz que tenha decidido o que quer. – disse.
- Eu estava perdido, . Agora me encontrei, e com você aceitando fazer parte da tripulação, não tenho motivos para me prender à Terra. – Ele disse.
- Diga isso para sua mãe – Ela disse rindo.
- Além de que Yorktown é um lugar legal, mas tudo funciona bem até demais. – Eles riram.
- Talvez sim... Mas você precisa me prometer que não vai destruir nenhuma nave mais, James. – Ela pediu firme.
- Ah, ! Isso eu não posso te prometer. – Ele disse rindo.
- Você tem sorte, James T. Até o dia que não vai ter.
- Que forma de me chamar é essa? Virou a Jaylah agora? – Ele perguntou, fazendo-a rir.
- Ah, às vezes pega. Ela é um pouco estranha, mas é legal. – Ela disse. – E Scott está completamente apaixonado por ela...
- Vai ser bom tê-la por perto. – James disse.
- Sim, vai! – Eles falaram saindo da base de controle de Yorktown e pararam na praça da frente.
- Então, aonde vamos? – Ele perguntou. – Minha casa ou sua casa?
- Tem casa em Yorktown agora e eu não sei? – Ela brincou e ele fez uma careta.
- Droga, esqueci que não estamos em São Francisco... – Ele segurou suas mãos, se colocando na frente dela.
- Ou Iowa. – Ela disse rindo.
- Bom, acho que nos sobra a base. – Ele disse e ela riu sarcasticamente.
- Nem vem, você me prometeu um encontro, James. – Ela disse rindo.
- Bom, acho que estou livre agora. – Ele se aproximou dela. – Jantar?
- Perfeito. – Ela sorriu.
- Só vamos voltar para a base e trocar de roupa. – Ela aproximou os rostos.
- Nã-não, eu adoro um homem de uniforme. – Ela sussurrou com os lábios quase colados.
- Hum, bom saber. – Ele disse rindo, colando os lábios em poucos segundos.
James e entraram aos risos no quarto na base de Yorktown após James errar quatro vezes a senha de acesso e quase bloqueá-los do lado de fora. Entre risadas, James prendou na parede, fazendo-a jogar na mesa o buquê de flores enquanto o capitão puxava a porta.
Eles riram antes de seus lábios se tocarem e os braços de foram para seus ombros enquanto as mãos dele deslizavam pelo corpo uniformizado de . Seus lábios se movimentavam devagar, deixando que eles descobrissem a boca um do outro como se nunca tivessem feito isso antes.
Logo as mãos de James suspenderam a mais nova pelo ar, descolando-a da parede e levando-a até a cama no centro do quarto. Ele a deixou delicadamente no lo, inclinando o corpo para cima do dela e se livrou das botas antes de subir em cima dela. A mulher também se livrou de seus sapatos e abraçou James pela cintura, mantendo o corpo do homem mais perto do seu.
James deixou que seu corpo caísse em e as mãos da mais nova apertaram suas costas, deixando seu corpo mais colado. Os lábios se tocavam de forma lenta, mas criavam velocidade conforme os corpos deslizavam pela cama. As mãos de subiram e começaram a acariciar o rosto de James enquanto ele explorava seu corpo com as mãos.
O ar começou a esquentar dentro do quarto e os sorrisos nos lábios de ambos eram a comprovação de todos os sentimentos guardados durante anos. Suas mãos foram para o uniforme festivo que usavam e abriu o casaco dela, e ela se sentou para tirar a peça de roupa. As mãos de James foram para o zíper do vestido azul e abriu-o.
O corpo de se virou sobre o dele, se ajoelhando na cama e ele fez o mesmo para ajudá-la a tirar a peça de roupa, encontrando o curativo em sua barriga da queda em Altamid. Naquela posição, James aproveitou para tirar seu casaco e puxar sua blusa para cima e deixou as mãos de redescobrir seu corpo.
A mão do capitão foi para cima da dela, fazendo seus olhos se encontrarem novamente e os lábios de ambos se colaram mais uma vez. James apertou o corpo dela com mais firmeza e deitou-a na cama novamente. Seus narizes se roçaram em um carinho gostoso e os lábios se tocaram por alguns segundos.
James deixou beijos pelo corpo da mulher e aproveitou parar tirar a peças que lhe sobravam antes de deixar o corpo cair sobre o dela novamente. Seus braços se envolveram, fazendo os sorrisos se misturarem e seus lábios tocaram novamente, deixando que seus corpos causassem explosões maiores do que a formação de estrelas.
James sorriu quando se separaram e deixou seu corpo cair ao lado da menina. As mãos dele a puxaram pela cintura e passou uma perna pelas dele e apoiou uma mão em seu peito junto de sua cabeça. Ele a abraçou pelos ombros, trazendo-a para perto de si.
- Eu te amo, . – Ele disse, fazendo-a erguer os olhos para ele.
- Eu te amo, Jim. – Ela disse, rindo fracamente, fazendo-o retribuir e seus lábios se tocaram mais uma vez. – Pronto para viver em um relacionamento sério e maduro com uma mulher só?
- Nenhum pouco. – Ele disse rindo. – Mas eu enfrento o que precisar para ficar contigo. – Ele disse, deixando a menina sorrir pela milésima vez nesses últimos dias.
- Nem tentou reduzir nosso tempo aqui? – Magro perguntou a James.
- Para quê? – James falou incrédulo. – Magro, já sabemos o caminho da Nebulosa. Imagina o que vamos encontrar.
- Déspotas querendo nos matar? Vírus e bactérias mortíferas? – Magro dizia no seu natural desgosto pela vida espacial enquanto andavam pela base. – Anomalias cósmicas que nos desintegram em um instante.
- Vai ser muito divertido. – James disse sonhador. – Ei, não íamos beber alguma coisa? – Ele parou na entrada de um dos salões da base.
- Sei que pediu para ficar entre nós, mas...
- Feliz aniversário! – A tripulação restante da Enterprise e seus familiares falaram lá dentro, deixando James rir de forma embasbacada.
- Senhor sensível? – James brincou com o amigo e Scott entregou um drink para cada um.
- Para você, meu amigo.
- Pessoal, um brinde ao capitão James T. Kirk. – Magro disse, fazendo os copos se erguerem.
- Capitão Kirk. – Eles responderam.
- Obrigado a todos. – James disse envergonhado, fazendo sorrir. – À Enterprise.
- À Enterprise. – Eles responderam.
- E aos amigos ausentes. – James disse sorrindo.
- A eles! Saúde! – Disseram e os copos se tocaram e James foi até , fazendo-a dar um beijo em sua bochecha.
- Feliz aniversário. – Ela sorriu.
- Você sabia e não me falou nada? – Ele brincou e ela sorriu, passando a mão levemente no roxo ainda próximo ao olho dele.
- Magro prometeu que eu não falaria nada. E, também, não acredito que não me contou. – Eles riram juntos.
- Trinta e cinco, . Não é um número prazeroso. – Ela deu um curto sorriso.
- É sim. – Ela disse. – Você está aqui comigo. – Ela disse e deu um beijo na bochecha dele, fazendo-o sorrir.
- Eu já volto. – Ele disse, vendo Scott com Jaylah e ela confirmou com a cabeça.
- O capitão mexeu em alguns pauzinhos. – Scott lhe disse. – A sua admissão na Academia de Frota Estelar, se quiser.
- Há muitas regras, não siga todas. – James disse.
- Terei que usar aquele uniforme? – Ela perguntou, fazendo-os rirem.
- Creio que sim. – James respondeu, se afastando de ambos e foi até Spock que encarava a grande janela onde era possível ver a nova nave Enterprise sendo montada.
- Soube do Embaixador Spock. – James disse. – Era isso que queria me contar aquele dia no turboelevador?
- Mais ou menos. – Spock disse. Pensava em sair da Frota para ajudar Vulcano após sua dizimação há quase seis anos. – Imagino que teve uma boa reunião com a Almirante Paris.
- Mais ou menos. – James lhe disse, fazendo-o assentir com a cabeça.
- Quer mesmo voltar para lá? – Magro se aproximou de ambos, observando a nave à sua frente.
- Não sem ela. – Ele indicou conversando com Chekov um pouco mais à frente e seus dois amigos sorriram.
- Vai! – Magro disse e James deixou sua bebida em uma mesa antes de se aproximar de , puxando uma aliança de seu bolso.
- ... – Ele a chamou e Chekov se afastou devagar. – Olhando sua nova casa? – Ela riu fracamente.
- Bem, não sei se tão bonita quanto a anterior, mas acho que não dá para notar a diferença depois de todas as trocas e queimaduras na fuselagem. – Ele riu fracamente.
- Você vai conosco? – Ele perguntou, fazendo-a virar o rosto para ele.
- É claro, James! Já falei isso diversas vezes. Vocês precisam de um oficial de geologia para essa missão, e eu não vou ficar mais um dia longe de você. – Ela falou séria e ele deu um sorriso.
- Bom. – Ele disse, fazendo-a olhar para ele novamente. – Então, eu quero oficializar isso. – Ele se colocou em um joelho, fazendo-a franzir os olhos. Ele segurou a aliança entre o polegar e o indicador e lhe estendeu para ela. – Pike, você aceita ser minha esposa e me acompanhar em todas as aventuras que esse universo nos guarda? – Ela riu em meio a um sorriso, nunca esperava ver James ajoelhado, muito menos para ela. – Eu falei sério quando disse que queria casar contigo. Eu também não quero ficar mais um dia longe de você. – Ela riu fracamente.
- Você tem certeza de que isso vai dar certo? Relacionamento, trabalho, tudo isso juntos, enfiados na Enterprise? – Ela perguntou, fazendo-o rir.
- Eu tenho certeza. – Ele perguntou, fazendo-a sorrir, assentindo com a cabeça.
- É claro, James! É claro que eu aceito casar contigo. – Ela disse e ele segurou sua mão, colocando a aliança e se levantou, abraçando-a pela cintura, fazendo os aplausos de seus amigos ecoarem enquanto seus lábios se tocavam em um beijo.
- Você sabe que isso tem tudo para dar errado, não sabe? – Ela disse, colando suas testas.
- Eu vou lutar contra qualquer batalha para ficar contigo, senhorita Pike. – Ele disse.
- Kirk, você pode me chamar de Kirk. – Ela disse, fazendo o sorriso de James se alargar e sua mão foi para o rosto da mulher, colando seus lábios mais uma vez.
Epílogo - Data Estelar 2267.08
3 anos depois
entrou no turboelevador e tocou a tela com seu polegar para o último andar, permitindo que suas digitais fossem lidas. A sensação de que nada se mexeu a atingiu novamente, mas quando as portas se abriram novamente, ela estava na entrada da ponte.
O barulho dos aparelhos e a conversa dos tripulantes mais próximos do Capitão foram atingidas e ela entrou devagar, sendo recebida com sorrisos por alguns mais pertos.
- Capitão... – Ela o chamou e James se virou de sua cadeira para vê-la.
- ... – Ele bufou, se levantando, indo até sua esposa e segurou suas mãos. – Pensei que tinha dito que iria descansar hoje.
- Eu sei, eu sei... – Ela apoiou as duas mãos nos ombros do marido. – Mas estou impaciente. – James sorriu, deixando um beijo em sua bochecha, fazendo os tripulantes mais perto sorrirem com isso.
- Não me surpreendo. – Ele sorriu. – Mas estamos logo chegando...
- Quanto tempo mais? – Ela perguntou.
- Senhor Sulu? – O Capitão perguntou ao seu oficial do leme.
- Duas horas e quarenta e sete minutos, senhor. Em dobra. – Ele disse e fez uma careta.
- Tudo isso? Não acho que tenho todo esse tempo.
- Você dormiu mal essa noite, , você precisa descansar...
- Tudo culpa do seu filho! – Ela disse firme e as mãos de James desceram para a barriga de nove meses da mulher.
- Ele vai nos dar trabalho como eu dei para minha mãe... – James riu e deu um sorriso.
- Eu não dei trabalho, ok? Essa culpa vai ser sua. – Eles sorriram.
- Descanse, , chegaremos logo. – Ela suspirou.
- Eu não consigo, Jim... – Ela disse rindo.
- Você consegue! Já ouvi você dizer isso milhares de vezes...
- Eu não consigo esperar, James... Seu filho não consegue esperar. – Os olhos de James se arregalaram.
- ? – Ele olhou para sua barriga.
- A bolsa estourou, James. Ele está vindo! – Ela disse rindo.
- Ah, merda! SPOCK, CHAME O MAGRO AGORA! – A voz de James saiu forte.
- Uhura, ligue a ala médica agora! – Spock disse.
- Você sente-se! – James segurou as mãos de , fazendo-a se sentar na cadeira de capitão. – Você está com dores?
- Eu estou bem, James. Se acalme! – Ela segurou a mão do marido.
- Tudo vai ficar bem, senhora Kirk! – Spock se aproximou dela.
- Não tem como aumentar esses propulsores? – Ele sussurrou para Chekov e Sulu.
- Senhor Scott? – A voz de Sulu foi ouvida.
- Sim?
- Tem como aumentar a propulsão desses motores? – Sulu perguntou.
- O que Jim está tentando fazer? Estamos no fim da nossa missão, ele não quer destruir outra nave, quer? – A voz do oficial de engenharia foi ouvida e riu.
- Não, Scott, mas lie está dando à luz e não...
- AGORA? KEENSER! AUMENTE A PROPULSÃO DESSES MOTORES AO MÁXIMO! – riu.
- Você parece desesperado, amor. – falou para James.
- Desesperado? Eu? Por que meu primeiro filho vai nascer no espaço como eu e você? Não, não, tudo bem, tudo sob controle...
- Pelo menos não estamos sendo atacados. – Spock disse e James revirou os olhos.
- É assim que as coisas dão errado, Spock. – Uhura disse.
- Está tudo bem, James. Talvez ele espere chegarmos lá. A entrada na atmosfera é um pouco abrupta, mas...
- McCoy na ponte! – Chekov o anunciou e o médico e amigo de James apareceu na vista de ambos. – Então, senhora Kirk, não podia ter esperado mais três horas? – Ele disse em sua ironia sulista e ambos riram.
- É filho do Jim, Magro, milagre ter esperado nove meses! – disse e Magro olhava a tela do aparelho em suas mãos que era como uma ultrassonografia ao vivo.
- Péssima noite de sono, senhora Kirk?
- Terrível. – Ela suspirou, fazendo uma careta com uma pontada. – E aqui vem as contrações.
- Pelas contrações, parece que vai ser possível esperar até chegar na Terra, mas talvez seja melhor esperar lá na enfermaria. – McCoy disse.
- É, claro. – disse e o marido e Spock a ajudaram a se levantar, vendo-a fazer uma careta.
- Eu vou assim que possível! – James disse, tirando uma mecha de cabelo de seu rosto.
- Capitão, vá com ela! – Spock disse. – É seu filho, você deve estar com ela. – James olhou para seus oficiais e amigos.
- Está tudo bem, capitão! Cuidamos de tudo aqui! – Chekov disse e todos tinham sorrisos no rosto.
- Tem certeza? – Ele disse.
- Vá, Jim! Isso é mais importante! Muito mais importante! – Uhura disse sorrindo e Spock segurou sua mão.
- Não destrua minha nave, Spock! – James anunciou, fazendo a sala de comando inteira sorrir e o capitão se virou para que era amparada por Magro.
- Eu vou contigo! – Ele anunciou, fazendo sorrir e ele trocou de lados com Magro, andando para o turboelevador de novo. – Chekov, ligue para nossas mães! Diga para nos encontrarem no hospital da Frota! As quero lá conosco! – Ele anunciou.
- Sim, Capitão! – Foi o que James ouviu antes do elevador se fechar.
- Então, já decidiram o nome? – McCoy perguntou e James ocupou a barriga de com sua mão, em cima do vestido azul da divisão de ciências.
- Acho que sim. – sorriu, virando para James.
- É bom escolherem logo, de hoje ele não passa. – Magro disse e o elevador se abriu novamente na ala médica. Os dois homens a guiaram para uma das macas e se sentou ali.
- Vai ser Christopher. – James anunciou, virando para Magro. – Christopher George Kirk. – deu um sorriso ao ouvir os nomes de seus dois pais que morreram pela Frota Estelar.
- Ah, que sentimental! – Magro disse ironicamente, fazendo rir e James passou a mão em sua cabeça.
- Ao menos não é Tiberius. – James anunciou seu segundo nome em homenagem ao avô paterno e riu.
- Se ele for um por cento do que você é, sei que ele nos dará muito trabalho, mas vai ser um homem incrível! – sorriu.
- Mal posso esperar pelo dia em que ele vai estar correndo pela Enterprise, deixando todos nós loucos. – James disse sorrindo.
- Isso definitivamente vai acontecer. – Eles sorriram.
- Mas vamos devagar, , ainda temos muitas fraldas para trocar. – Ela sorriu.
- Vai finalmente tirar umas férias?
- Uns seis meses, que tal? A tripulação também está precisando descansar um pouco...
- Acho ótimo, mas duvido que vá aguentar ficar tudo isso sem voar. – disse e James riu.
- Eu vou ter você e o bebê, vou ter bastante como me distrair. – sorriu.
- Bom! – Ela disse.
- Capitão? – A voz de Sulu foi ouvida.
- Sim. – Ele disse.
- Tenho duas notícias para o senhor. – Sulu disse.
- Manda!
- Senhor Scott conseguiu aumentar a potência dos propulsores e estaremos na Terra em uma hora de trinta e quatro minutos...
- Mas...? – James disse e ele e se entreolharam.
- Ele talvez tenha superaquecido o motor de dobra e precisaremos ser rebocados para a base quando chegarmos à Terra. – e James riram, sabendo que algo similar sempre aconteceria.
- Obrigado, senhor Sulu! – O Capitão disse, se sentando na beirada da maca de . – Quanto tempo demora para consertar um motor de dobra?
- Eu não tenho ideia! – Ela disse rindo.
- Será que o bebê aguenta sair daqui em um módulo de resgate? – Ele perguntou de novo e ela suspirou.
- Ele eu não sei, mas eu não gostaria de ter essa experiência de novo, já não basta aquela vez. – Ela disse e ele pegou seu comunicador.
- Senhor Scott? – Ele chamou-o.
- Sim, capitão.
- A senhora Kirk não quer sair daqui em um módulo de fuga em pleno trabalho de parto. Alguma chance de resfriar os motores para chegarmos em inércia com a ajuda de paraquedas?
- Hum... Eu... Sim, sim! Eu vou ver o que eu posso fazer.
- Você tem uma hora de meia para isso! – James disse, desligando o comunicador.
- Não sei como você ainda tem essa tripulação contigo... – disse e Magro lhe colocou em uma espécie de soro.
- Não temos escolha. – O médico disse, fazendo-a rir. – Isso vai te acalmar, senhora Kirk.
- Obrigada. – Ela disse, sentindo o corpo mole.
- Talvez seja melhor tirar uma soneca, amor. – James disse.
- Espero estar na Terra quando acordar. – Ela disse em um suspiro, fechando os olhos.
- Eu também espero. – Magro disse.
- Não quero más surpresas, Magro. Não com o nascimento do meu filho. – James disse.
- Não terão, James. Não se preocupe! – Ele disse e James deu um beijo na testa de sua mulher.
- Pronta para mais aventuras, ? – James perguntou e ela sorriu.
- Contanto que eu esteja ao seu lado. – Ela disse, fazendo-o sorrir.
- Vai estar. – Eles trocaram um rápido selinho. – Para sempre agora.
Continua...
Nota da autora: : Oi, gente!
Chegamos ao final de And Beyond! Eu sou apaixonada pela saga de filmes e precisava escrever algo sobre eles.
Ficou curtinha, mas como é um mundo bem vasto, tinha medo de falar algo errado, mas gostei do resultado final.
Agradeço à Fê pela betagem, à Nath pelas opiniões enquanto a história era escrita e a vocês que leram.
Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar!
Beijos.
Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Chegamos ao final de And Beyond! Eu sou apaixonada pela saga de filmes e precisava escrever algo sobre eles.
Ficou curtinha, mas como é um mundo bem vasto, tinha medo de falar algo errado, mas gostei do resultado final.
Agradeço à Fê pela betagem, à Nath pelas opiniões enquanto a história era escrita e a vocês que leram.
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