Finalizadqa Em: 11/12/2019

Prólogo

No mundo dos esportes não tem como ficar longe dos holofotes, seja fora ou dentro das quadras. Quando o casal ideal do voleibol da Bulgária anuncia o término do relacionamento de sete anos, passar despercebido se torna uma missão impossível. Matey e eu chegamos a viver na comodidade de uma rotina de fracassos, o que de certo modo nos prendia no último ano, era o nosso filho de quatro anos. Ainda morávamos no mesmo prédio.
Eu ainda o amava, não podia negar a ninguém, a nossa conexão era intensa, mas chegamos em um momento que passou despercebido de nossos olhos, em que nos perdemos em algum lugar, como se uma tocha recebesse um balde de água gelada em seu fogo, era tão visível que o encaixe tinha se relaxado e ficado bambo.
Não seria justo pedir um tempo, não em uma relação como a nossa, não existia isso de tempo, a nossa vida não poderia ficar presa nessa desculpa, seria como se ainda estivéssemos casados e tentando ter na agenda um tempo para nós dois, um tempo cronometrado para nós nos amarmos pela madrugada.
Correríamos o perigo de encontrar alguém pelo caminho, eu correria esse perigo de vê-lo encontrar uma nova companheira. Porque eu não estaria pronta para me relacionar com qualquer pessoa que fosse.
Eu estava afastada com uma torção no punho ocorrida em um treino, estava jogando em outra posição, quando em um bloqueio a ligação do punho com a minha mão vacilou e ela virou toda para trás. O lado bom disso, se é que posso dar esse título, é que além de ficar mais tempo com meu filho, ficar longe dos últimos acontecimentos envolvendo o nome do clube. Ficar em casa evitava de alguém me perguntar sobre, querendo sempre uma palavrinha.
Aos trinta você só quer um colchão macio, um pijama confortável e uma chuva de novembro.


Capítulo 1

A comissão técnica estava desfalcada há quase um mês, Lliya estava sendo rígido em sua escolha. Mas o que estava deixando o time feminino da klub Maritsa tão apreensivo? O time tinha um casal de profissionais em disponibilidade de suas atletas, o casal de fisioterapeutas, Ethan, o antigo membro, se envolveu com a fisioterapeuta e no momento que eclodiu, esse caso extraconjugal tomou proporções jamais contraíveis, sendo destaque nos jornais impressos da cidade. “O que se passa nos bastidores do Maritsa” “Traição na sala de massagem” e outros vários títulos sem noção. O presidente tentou de todas as formas abafar o escândalo, e resultou na demissão dos amantes.

– Boa tarde meninas – Ivan Petkov, nosso técnico saudou. Ao seu lado tinha o Lliya Dinkov e o restante de toda esquipe.
– Boa tarde – Dinkov. – Depois de muita procura para pouco tempo, nós apresentamos a vocês o novo membro da equipe técnica, – apontou para o rapaz, que parecia ser novo demais para estar aqui.
– Bom! Eu sou o – se atrapalhou. – Apesar de não ter anos de experiencia como todos os meus colegas de equipe, pretendo fazer um ótimo trabalho por aqui – concluiu.
– Ótimo – Ivan cortou qualquer extensão. – Eu quero aproveitar a presença de todos aqui para frisar, que depois do último acontecimento ocorrido dentro do nosso clube, se torna extremamente proibido qualquer tipo de relacionamento que não seja de âmbito profissional entre atletas, dirigentes e demais funcionários do time.
– Essa é uma das cláusulas descritas no novo contrato de toda a nossa equipe e que pedimos a vocês atletas que, apesar de não houver modificação contratual, que respeitem essa regra – complementou o presidente. – Daqui uma semana terá a nossa festa em comemoração a classificação para o torneio, todos receberam seus convites. Bom treino – se retirou com a metade da delegação.
– Hoje o treino se resumirá em apenas um conversa minha com vocês, amanhã começaremos a avaliar todas – seu telefone tocou. – Só um minuto – disse indo ao canto da quadra.
– Seja bem-vindo – Alessa o cumprimentou, seguida das outras mulheres do time. Apenas aceno do meu lugar arrumando minha fixa no pulso. Não havia perigo em que alguma jogadora se interessasse por ninguém ali, eu imaginei quando Lliya disse aquilo, todas eram de alguma maneira compromissada, casadas, noivas ou divorciada com uma criança pequena, que era meu caso. Não demorou para que Ivan voltasse e começasse com suas orientações, explicando tudo ao seu novo integrante de equipe.

, aparentemente uns vinte e cinco anos, pareceu bastante tranquilo e familiar em uma ambiente com tantas mulheres mundialmente famosas.


Capítulo 2

As festas da equipe eram com certeza as melhores do mundo, poderia até ser eleita pela Forbes. O buffet estava de parabéns, as jogadoras animadas além da medida por conta da bebida, à pista de dança se fazia presente alguns casais de amigos ou namorados.

– Eu sempre vou amar esse canapés – Domeneka falando de boca cheia.
– Todos vão pensar que só viemos pela comida – ri.
– Mas isso todo mundo sabe, garotas – Ivan se sentou conosco. – Vai ficar de pé ? – questionou. – Essas garotas são as únicas que mantem o emprego do buffet em nossas festas – cutucou o rapaz.
– Eu faço até marmita para madrugada – a atacante falou. – UHUL, Let’s Marvin Gaye and get it on, eu amo essa música – parou de comer. – Vamos dançar pessoal – estendeu a mão para o técnico.
– Eu olho vocês daqui – falei rápido.
dança com ela – Ivan nos esperou. – A música vai acabar, andem logo – levantei–me indo para pista sem esperá-lo. Petkov pausaria a canção e ainda pegaria um microfone se fosse preciso para nos chamar.
– Eu não sou muito bom com dança – sorriu mostrando os dentes.
– Meu pé auxilia – em apenas um passo dado e ele já tinha conseguido pisar no meu pé.Vamos devagar antes que você me machuque – comecei a conduzir a dança.
– Desculpe – me – pediu. – Pelo menos a sua amiga está com um parceiro bom de dança.
– O treinador é um pé de valsa, como dizem – encarei – o. – Domeneka também dança como ninguém.
– Você também é boa para dança – elogiou. – Não só para dança – falou baixo.
– O que você disse? – inquiri.
– Seu vestido é muito bonito – olhou para o decote, descarado. – A fenda é sensual, você é sexy – falou a última palavra em meu ouvido.
– Eu não aceitei dançar com você, , para ser cantada – me separei.
– Você vai me deixar na metade da música? – sussurrou.
– Quer que eu lhe chute no meio das pernas? – respondi com outra pergunta.
– Eu não queria te constranger – segurou minha mão.
– Se você não soltar o meu braço, farei um escândalo – respondi entredentes.
– me chamou. Dei as costas, andando rapidamente até minha mesa agarrando de qualquer jeito minha bolsa de mão. – Espera – não dei resposta, procurei a saída e guiei meu corpo até ela, chegando ao lado de fora do local.
– Meu carro por favor – pedi ao manobrista.
– Não precisa ir embora por causa do que aconteceu – em meu encalço.
– Muito desrespeitoso da sua parte e ao contrário do senhor que fica com galanteios em cima de uma pessoa que só foi simpática – rebati. – Eu tenho mais o que fazer – peguei minha chave.
– Eu não devia ter dito aquilo, me descontrolei. Não é assim que chega em alguém – argumentou.
– Eu não sou ‘qualquer um’ e nem sou um produto para que cheguem em mim e me ganhe – abri a porta.
– O que vou dizer ao treinador? – confuso.
– Você fala demais, então deve saber arrumar uma desculpa – contrapus.


Capítulo 3

Eu mal dormi a noite, revirando a cama, tentando achar um monte de palavras que pudesse gerar um mal-entendido. Não estava acreditando que aquele garoto com uns seis anos mais novo que eu e com uma cláusula em seu contrato, estava realmente dando em cima de mim, descaradamente. Ele estava ali na minha frente, a poucos metros, com sua ficha analisando cada jogadora, com uma postura inteiramente profissional e me ignorando. Esse fato poderia me aliviar, mas eu odiava ser ignorada até em um simples aceno na rua, e o seu maldito perfume não saia do meu nariz.

– Vamos começar – Ivan ajeitou um cone à sua frente. – Precisamos montar o time para ir para o torneio, o time de quadra e as reservas – olhou para o lado. – Enquanto vocês se aquecem e treina o individual, – apontou para o homem, que acenou. – Vai anotando tudo sobre vocês do outro lado da quadra. Pretendo montar ainda hoje o time forte e com garra que preciso.

O auxiliar de quadra trouxe as bolas, começaríamos com saque. Eu sentia seus olhos em mim, de forma disfarçada é claro. Eu estava frustrada ao triplo é claro, ele era petulante, desde que cheguei ao ginásio ele me ignorou totalmente enquanto socializava com as outras, e por fim estava puta comigo por dar importância a tudo isso e ficar pensando. Balancei a cabeça tentando manter o foco.

, mantenha o foco – gritou Petkov. Meus saques não estavam saindo como o esperado, estava tentando preservar para quando fosse levantar a bola, na próxima atividade, eu não sentia dores, mas o receio de ficar fora desse torneio estava fritando meu cérebro.
, se seu punho ainda estiver doendo, é melhor não tentar – disse olhando para a prancheta em seu braço e escrevendo algo. Escarnio.

Assim que a bola foi jogada de volta para mim, peguei com toda raiva e força e saquei, atingindo meu alvo. A cena a seguir? Foi um Ivan correndo em direção do seu mais novo membro da comissão que estava caído no chão com a mão no rosto se contorcendo de dor.

– Domeneka chamou minha atenção. – Sem dúvidas esse foi seu saque matador – riu nervosa.
– Gente, dê espaço para ele respirar – outro membro da equipe falou.
– Acho que ele quebrou o nariz – Merlin cochichou.
– Acho melhor você ir mais perto, para mostrar um arrependimento pelo acidente – disse Albena. Eu não tinha planejado acertar uma bola com toda a força no meio da cara de ninguém, eu fiquei estática com a mão na boca olhando meu estrago.
vá com ele na enfermaria. – Ivan deu um tapa em minhas costas. O caminho foi silencioso e ele a todo momento segurava um papel toalha em seu nariz.
– O médico já vem – quebrei o gelo vendo–o se deitar na maca. – Olha, não foi proposital, talvez um pouco de raiva ou pressão.
– Um pouco de raiva? – perguntou. – Eu não consigo nem falar direito de tanta dor que estou sentindo, porra , não era mais fácil ter me dado um tapa na cara na festa? – me encarou. – Eu nem sei se vou ter um nariz mais, só sai sangue e sinto um gosto horrível na boca.
– Desculpe a demora, o trânsito estava um caos – Dr. Eric adentra a sala. – O que aconteceu aqui? – analisou. – Uou! Destroncado, uma boa notícia é que podemos resolver na hora. E a má é que vai doer.
– Eu vou ficar li de fora – gesticulei. Segurando o vomito, após uns gritos, o médico do clube sai da sala.
– Ele vai precisar passar esse remédio duas vezes ao dia e beber esses dois remédios, um analgésico. No mínimo uma semana de repouso.
– Obrigada – adentrei a sala. – Dr. Eric foi falar com Ivan sobre o repouso.
– Uma semana? – perguntou.
– No mínimo – olhei para o papel. – Sem dor? – perguntei.
– Só um leve incomodo e a lembrança de que tem algo errado no meu rosto – respondeu.
– Eu quero te pedir sinceramente desculpas, não foi minha intenção, não premeditei te acertar, pode parecer que eu quis descontar algo – tentei não o olhar fixamente. – Eu não gostei do modo que você se comportou comigo, existe um respeito e um limite a ser mantido – fui firme. – Eu não preciso ter que te mandar ler sua cópia do contrato, está mais que explicito que entre todos os funcionários daqui, seja presidente, técnico, atleta ao zelador, relação inteiramente profissional e de respeito.
– Você estava deslumbrante naquele vestido, me desculpe por não me conter – mexeu o nariz fazendo uma careta.
– Você está prestando atenção o que eu falei? – indaguei. – Eu não tenho intenção nenhuma de ter um relacionamento com ninguém, ainda mais com uma pessoa de uns quatro, cinco ou seis anos mais novo. Eu sou extremamente profissional, eu tenho um filho de quatro anos, uma vida já feita pronta, sem espaços.
– Eu não quero te desrespeitar e nem te constranger, talvez seja esse o meu problema – tentou achar uma maneia de me olhar, achando uma posição adequada para o nariz. – Eu não soube falar com você, na real, eu nem sei como fazer para chegar em alguém, não quero parecer desrespeitoso e respeito sua opinião.
– Estamos entendidos? – perguntei.
– Como queria – assentiu. – Aceito suas desculpas.
– Tchau – Saí sem ao menos escutar sua resposta.

A culpa do nariz dele estar quebrado era minha? Sim, era, uma semana sem ele aliviaria? Claro.

Eu não queria ter que pensar em uma pessoa da idade da minha irmã e nem em hipótese queria descumprir uma regra ou deixar minha honra de atleta responsável entre outros atributos, ir por água abaixo.

– Como ele está? – Alabama ao lado do bebedouro.
– Quem? A! o – balancei a cabeça. – Já está bem, destroncou o nariz e foi colocado no lugar. Uma semana sem vir aqui.


Capítulo 4

Eu poderia estar tomando sol em volta da piscina do condomínio, quem sabe dormindo o dia inteiro com o ar condicionado modo Alasca, mas não, eu estava servindo de motorista para o , quando o número desconhecido me ligou, eu deveria ter deixado tocar até se cansar. Assim que entrou no carro, fez questão de falar que Ivan passou meu número a ele, porque já que eu fiz aquilo com o nariz dele, eu o ajudaria a consertar. O real motivo era que ele tinha uma preguiça enorme de ter que levar alguém a algum lugar, e sempre usava alguém como desculpa ilusória para o momento, se esquecendo que no contrato do jovem proibia de se envolver com companheiros (as) de equipe.
Quase uma hora sentada naquele sofá sem sentir direito minha bunda, meu olho já tinha percorrido cada milímetro daquele consultório todo branco com azul, nem saberia dizer quantas vezes a recepcionista sorriu para mim. Minha ansiedade estava a mil.

– Já podemos ir? – perguntei assim que se despediu da recepcionista.
– Você nem me perguntou como que foi a consulta? – fingiu mágoa.
– Como foi? – caminhei para meu carro.
– Ele tirou o único ponto já, e posso voltar a trabalhar – colocou o cinto de segurança. – Só que preciso manter distância de certa jogadora por um tempo.
– Você não sabe o quão aliviada me sinto agora – sorri de volta. – Não ficou nenhum defeito né?
– Não, só um pouco na estética – apontou o local. – Mas não um coisa tão perceptível.
– Novamente quero dizer que não foi premeditado – assegurei. – Mas já que está tudo bem.
– Eu ainda preciso evitar o sol, água quente demais no nariz – comentou. – E preciso de algo gelado, vamos tomar sorvete no Stan?
– Vai enfiar o sorvete no nariz? – virei a esquina.
– Não, mas devido ao calor que está – ficou mudo pelo resto do caminho.

Eu poderia ter ido embora e deixado ele na porta da sorveteria, mas eu o veria na manhã seguinte de treino, eu pensei em fazer isso no consultório. Tomei meu sorvete silenciosamente, torcendo para que ele entendesse o recado. O levei de volta para seu apartamento assim que terminamos.

– Muito obrigado pela gentileza – destravou o cinto
– Agradeça ao Ivan – movi meus dedos no volante.
– Prefiro pensar que você fez de boa vontade – respondeu.
– Se fosse de má vontade eu teria te atropelado quando tive a oportunidade – ri irônica.
– Eu já tenho o seu número, então, nos vemos no ginásio – saiu do carro.
– Até – pisei no acelerador desejando deitar–me em meu colchão macio o mais depressa possível.


Capítulo 5

– O treino de hoje foi excelente – vibrou Ivan. – Estamos quase no time ideal, por pequenos detalhes.
– MAMÃE – olhei para trás confusa.
– James – peguei no colo assim que desgrudou das minhas pernas. – O que faz aqui? – ohei para porta observando o homem fazer o mesmo trajeto.
– Filho, eu te disse para esperar do meu lado – reclamou. – Ivan, pessoal – cumprimentou.
– Ele não ia jantar com seus pais? – Perguntei.
– Você não atendia o celular, ele não parava de chorar e te chamar, tive que trazê-lo – Balançou a cabeça. – Já viu a mamãe rapazinho, vamos? – recebeu um aceno negativo.
– A sua avó está te esperando, meu amor – tentei tirá-lo do meu colo.
– Não quero – agarrou meu pescoço.
– James, a vovó Ângela já preparou a sua torta – Matey tentou pegá-lo, arrancando um chorinho. – Vou ter que deixá-lo com você, me desculpa – fez menção de despedir. – Vou ligar para minha mãe.
– Me espera fora da quadra, que vou terminar a conversa e vamos para o jantar, se não se importar que eu vá – digo sem pensar, Ângela amava o neto e era raro quando ele ia a casa dela.
– Tem certeza? – franziu o cenho. – Te espero então.
– Desculpa fazer vocês esperarem – adentrei a roda. – Ele está manhoso hoje – justifiquei.
– Tudo bem – mexeu no cabelo do pequeno. – Então, como eu estava falando, falta menos de uma semana para eu entregar a lista do time oficial que vai para o torneio, algumas de vocês não irão, mas continuarão treinando para outros campeonatos – olhei para o lado vendo Matey e o auxiliar conversando. – Amanhã será a folga de vocês, estão dispensadas.

Alessa me entregou minha bolsa que ela tinha buscado no vestiário, eu ainda encarava a cena um tanto quanto curiosa na saída, saí em direção dos dois homens.

– Vamos Kaziyski – chamei.
– Só um momento – pediu . – Você se importaria de me dar um autografo e tirar uma foto? – e direcionou ao atacante.
– Claro – sorriu para o celular à sua frente. – Onde eu assino? – indagou.
– Pode ser na minha blusa mesmo, já que eu não tenho outra coisa – enquanto ele autografava a camisa de uniforme, senti que James tinha dormido. – Muito obrigado cara, sou muito seu fã, seu desempenho nos jogos, um jogador muito habilidoso, tem um saque muito bom, e isso é fundamental nos dias de hoje, completo – tietou, recebendo um sorriso confiante do jogador.
– Podemos ir? – perguntou–me, me despertando.
– Você poderia levar o nosso filho pro carro, estou esperando a Samantha me trazer as talas. – Desconversei. Ele apenas assentiu e foi para o carro.
– Desde quando você é fã dele? –questionei.
– Acompanho ele bem antes da faculdade – contrapôs. – Fiquei parecendo fanático chato?
– Tirando a parte que você pegou na mão dele cinco vezes, se despediu três e o elogiou como uma manchete de jornal – ironizei. – Acho que não.
– Ele é um grande jogador, um ídolo – examinou a saída.
– Porque você nunca me pediu um autografo ou foto, digo para todas nós – consertei.
– Não me leve a mal, eu acho vocês incríveis, mas não sou fã – tentei manter a boca fechada com o choque. – Eu convivo com vocês, isso é o suficiente para arrancar inveja de qualquer um que ama o esporte – eu engoli todas as frases que pensei em dizer, tentando não entrar em atrito pelo meu ego ferido.
– Boa folga e final de semana – me retirei sem olhar pra trás. Quem ele pensava que era para dar aquela resposta? Matey não era melhor que eu, eu sou a melhor levantadora atualmente, um ultraje.
– Está tudo bem? – indagou ao me ver entrando no carro.
– Está sim, foi só um assunto paralelo – liguei o rádio, escutando os primeiro acordes de thunder.
– Seu carro ainda está na oficina? – apenas assenti, olhando os prédios pelo caminho.


Capítulo 6

Eu não sei se era a decima taça de champagne, mas eu estava começando a achar o um tremendo gatinho, se é que ainda falava assim. Tinha três meses que ele estava na nossa equipe, do qual se ausentou por duas semanas por causa da pequena lesão no nariz.
A maior parte da festa eu passei sentada na bancada do bar, algumas pessoas se divertiam na pista de dança, como e alguns membros da equipe, e outras estavam espalhadas no lado de fora, no jardim. Era aniversário do Lliya. Desci do banco com um pouco de dificuldade por conta do salto fino, passei pela grande porta de vidro, olhando com curiosidade o grande jardim, eu nunca tinha imaginado uma coisa tão linda, e que seria na casa do presidente durão do time.

– Decidiu sair da toca? – me assustei com sua voz próxima.
– Precisava de um ar – encarei o chafariz.
– Aquilo é um labirinto de arbustos? – roubou minha atenção.
– Não vou mentir que fiquei curiosa para ver – especulei. – Mas quem teria um labirinto de arbustos no quintal de casa? – não fazia sentido.
– Vou dar uma olhada – olhou para trás. – Você não vem?
– Só um minuto – tirei minha sandálias e segurei o excesso do vestido. – Espero que não tenha nenhum problema.
– Será que tem uma saída? – olhou para os lados.
– O que será que terá na saída – corrigi.
– Só vamos saber se descobrirmos o caminho – seguiu reto.
– Se nós perdermos? – perguntei.
– Isso não deve ser muito grande e além do mais, tem uma faixa verde florescente na lateral escondido ali – apontou. – Deve indicar algo.
– Nem é tão grande – comentei ao olhar a placa escrita “The End.”
– Uma casa na arvore? – questionou. – Para quem tem isso em um jardim, o final sem criatividade é um deboche.
– Pelo menos não abafa o som – comentei movimento meu corpo.
– Pensei que você não sabia dançar – desdenhou.
– Isso é um desafio? – me aproximei.

Hoje à noite eu tô pensando
Só nós dois numa privê
Num vem e vai de enlouquecer
Cê vai ver.


Meu corpo se movia sensualmente, a fenda do meu vestido marca minha coxa subindo e descendo. Não demorou muito para que ele colocasse suas mãos firmes me minha cintura. Seu corpo movia em perfeita sincronia com o meu, empinei minha bunda escutando – o arfar, levei minhas mãos ao meu joelho, rebolando, sentando e requebrando.

Imaginei nós dois numa cama redonda
Cidra Cereser pra gente tirar uma onda
Rosa vermelha espalhada pela cama
Cê tá querendo sua cara não me engana, eu disse


Seus lábios se chocaram com os meus de forma voraz, minhas costas tocaram os arbustos, senti seu órgão pressionado contra o meu, puxei levemente seus cabelos, puxei seu lábio inferior fazendo ele me encarar. Levei minha mão até a lateral do meu vestido descendo o zíper.
Passei as alças por meus braços, ficando apenas de calcinha, arrancando um misto de malicia e surpresa em sua feição. Novamente me beijou segurando meu seio esquerdo com sua mão, então a outra brincava com minha calcinha.

– Fio vermelho, quer me enlouquecer – comentou, deixando um tapa em meu glúteo. Sua mão adentrou minha calcinha atingindo o ponto que precisava de sua atenção. Molhou os dedos enterrando dentro, fazendo movimentos lentos.

Não para tá gostoso, eu disse
(Ai papai)
Não para, não para
(Ai papai)
Não para tá gostoso, eu disse
(Ai papai)
Cê tá querendo mais


Um pouco tremula retirei seu cinto, abrindo o zíper da calça social preta. Retirou dois dedos de dentro de mim, me pegando no colo. Rebolei em cima do seu volume, sentindo umedecer sua box preta. Respirei fundo marcando seu pescoço evitando um barulho.

– Meu telefone – exclamou.
– Não – grunhi sendo colocada no chão.
– Oi mãe – atendeu se afastando. Com as pernas ainda bambas puxei meu vestido para cima, fechando–o no meu corpo. – Minha sobrinha está queimando de febre, preciso levar ela ao médico. Não esperei ele vestir a roupa e saí, eu precisava urgentemente de um banho frio.


Capítulo 7

– Ivan – chamei ao entrar em sua sala com a porta já aberta. – Você me chamou? – senti uma mão em minha boca enquanto a porta se fechava.
– O Ivan não vem hoje, levantadora – frisou a última palavra. – Hoje dançamos conforme a minha música – sussurrou.
, enlouqueceu? – disse assim que ele triou sua mão. – E se alguém chega? – perguntei.
– Uma adrenalina um tanto excitante – mordiscou minha orelha. Seu corpo colado ao meu, quente. – Dança para mim, quero você como ontem – sussurrou.

Te pego de jeito
E se pegar fogo
Deixa queimar.



Fechei meus olhos me lembrando da música e a cena passava como um slide, senti sua mão por baixo do meu short passeando por minha intimidade. Em questão de minutos já estávamos nus.

Te beijo gostoso
Eu tiro sua roupa
Te levo pro paraíso


(...)


Os meus ombros batiam a cada estocada na parede, as minhas unhas estavam enterradas em suas costas enquanto as suas apertavam minha cintura. O suor descia em sua testa e a sala pegava fogo. Elevei minhas mão acima de minha cabeça segurando em um quadro, não demorou muito para escutarmos um barulho.

– O quadro – sibilei.
– Shi! – passou o polegar nos meus lábios. Ainda em seu colo, fui colocada na mesa do técnico, eu nunca mais olharia com outros olhos aquela mesa. O móvel frio encostando em meus glúteos, fui deitada entre alguns papeis, que na hora não tinham a mínima importância, sua mão esquerda segurava meu pescoço, enquanto a direita pressionava a minha cintura.
– soltei um muxoxo. – Mais...

O rangido da mesa não era mais alto que o barulho do seu corpo contra o meu, seus lábios de encontro aos meus, percorrendo pelos seios, barriga. Levantei minhas pernas apoiando em seus ombros, exigindo mais contato. Lançou–me um sorriso malicioso, aumentando cada vez mais a velocidade. O Suor descia pelo seu tronco definido, me dando uma bela visão do seu corpo, ele ficava tão sexy de terno, melhor ainda sem ele. Espalmou suas mãos em minhas coxas abrindo minhas pernas novamente, saiu de dentro de mim, recebendo um grunhido de reprovação. Sua boa se chocou com minha vagina me arrancando um espasmo, automático foi minha mão ao seu cabelo, por uma pequena fresta aberta dos meus olhos pude notar que enquanto ele me chupava e introduzia dois dedos, ele me encarava. Captando cada gesto meu.

– Me mostre o que você quer – encarou–me segurando seu pênis. – Me chama, implora o meu amor.
– Me acende que eu quero sentir calor
– falei ficando de quatro empinando a bunda em sua direção. Como se fosse uma ordem, ele acatou. Segurou firme em meu cabelo, puxando e me entrando com certa rapidez. – Own – recebi um forte tapa nas nádega.
– Rebola para mim – com as duas mãos apoiadas, sustentei meu corpo tremulo, iniciei um vai e vem me acostumando com aquela posição. Comecei a rebolar devagar recebendo outro puxão de cabelo. Aos poucos fui aumentando, sentindo seus dedos me estimularem, quando estava sentindo o terceiro espasmo, me puxou colocando–me com os pés no chão. – Você sabe que não gosto de papai e mamãe e isso está morno tanto como.

Suas coxas batiam firmemente nas minhas, suas estocadas eram rápidas e fortes, eu sentia que a qualquer momento eu chegaria ao meu limite. Meus lábios provavelmente estariam inchados de tanto reprimir os gemidos altos. Assim que percebeu que um orgasmo se aproximava, foi diminuindo o ritmo, iniciando lento e finalizando rápido, como se brincasse com minha intimidade. Mordi meu próprio braço abafando um grito e deitando meu tronco no mogno suado. Com mais algumas investidas senti ele saindo.

– Quero gozar na sua bunda – escutei a camisinha sendo retirada e senti seu órgão bater no lado direito, preenchendo – a com todo seu líquido. Seu gemido era grave, sendo abafado com uma mordida em meu ombro, enquanto seu corpo repousava sobre o meu.


Capítulo 8

– Conseguiu despistá-los? – perguntou assim que abriu a porta sem ao menos checar que era eu.
– Consegui – entrei pelo espaço cedido. Eu tinha ido jantar no Le Bugaria e por coincidência encontrei na porta, nos sentamos juntos e conversamos aleatoriamente durante a refeição. Ele era cativante e parecia saber mais da vida do que sua idade aparentava. Em um certo momento, o garçom nos avisou discretamente que havia paparazzis nos fotografando. Tentei parecer tranquila para não me complicar mais do que aquela foto iria fazer. Eu poderia ter saído pela porta dos fundo e ido para minha casa, mas não, antes de fingir ir ao banheiro, olhei na barra de notificação sabendo qual endereço ir.
– Vem – me chamou ao sentar–se no sofá. Me sentei em seu colo, me divertindo com os botões da sua blusa.
– Se você se comportar, será recompensado – mordi sua orelha. Levantei pegando meu celular e colocando a música para tocar. Parei na sua frente, retirando cada peça de roupa do meu corpo vagarosamente, espalhando pela sala. Quando fiquei apenas de lingerie preta, sentei novamente em seu colo. Colocando seu rosto entre meus seios, recebendo a devida atenção, comecei a desabotoar sua camisa social branca enquanto rebolava vagarosamente sobre seu membro, despi seu tronco descendo um rastro de beijos trilhando um caminho até seu volume. Me agachei no chão fazendo questão que ele visse minha bunda naquela posição. Passei minha mão por cima do local ainda coberto por sua calça, abrindo vagarosamente o zíper, eu queria saber até quando ele se controlaria. Com sua calça e cueca no chão, coloquei a camisinha com a boca chupando seu pênis e sugando a cabecinha, sua mão foi aos meus cabelos ditando o movimento.

Arranhei seu abdômen, tentando manter contato no olhar enquanto o levava a loucura. Puxou meu cabelo me trazendo para beijar seu lábios. Me deitou de barriga para baixo no sofá empinando minha bunda tendo uma ampla visão.

Aonde foi parar o seu juízo?
Já são quatro da manhã
Daqui a pouco liga o síndico
Será que tem como a moça gritar baixinho?
Sei que 'tá bom, mas as paredes têm ouvido
E era pra ser escondido, já que não é mais


Senti um choque percorrer meu corpo quando sua língua me tocou intimamente, ele sugava e me penetrava dois dedos fazendo movimento circular com o dedão na parte superior da minha vulva. Não demorou muito para que eu sentisse seu pênis deslizar pela minha vagina.
Começando a se movimentar lentamente e aumentando gradativamente, senti suas coxas batendo na parte de trás das minhas, enquanto pronunciava palavras desconexas que eu nem mesmo saberia reproduzir outrora, suas estocadas eram rápidas e fortes.

– gemi. Me puxou para trás colando minhas costas em seu tronco, comecei a quicar aproveitando que ele se posicionou sentado, meus seios subiam e desciam acompanhando meu ritmo.
– grunhiu. Seus lábios passeavam por meu pescoço deixando marcas quentes.

(...)


Me pegou no colo ainda dentro de mim e andou, descobri que era seu quarto ao sentir o colchão em minhas costas. Abafou meu gemido com sua boca me beijando fervorosamente, lacei minhas pernas em sua cintura pedindo um contato maior.

– Quer brincar de papai e mamãe, – disse rouco. Virei nossos corpos ficando por cima.
– Quero cavalgar em você, – respondi com voz sensual. Com seu braço levemente dobrado, enlaçou suas mãos na minha me dando suporte para me movimentar, eu quicava e rebolava, seus olhos estavam fechados, mordendo lábio abafando.

(...)


Vamos' acordar esse prédio
Fazer inveja pro povo
Enquanto eles 'tão indo trabalhar
A gente faz amor gostoso de novo




– Quase lá – avisei sentindo minha barriga espasmar. – – gritei jogando meu corpo para trás. Saiu de dentro de mim se livrando da camisinha, seu pênis ainda estava rígido, levei minhas mãos até ele.
– Vou gozar – anunciou. Aumentei os movimentos com as mãos, sentindo seu líquido derramas em minha barriga. – Sempre vou me surpreender com você – comentou ainda recuperando o ar. Me puxou para seus braços, senti meus olhos pesarem e sem ao menos lutar, adormeci ali.

Deixa o mundo saber, baby, como você é
E os problemas a gente resolve depois, né?
Porque quando você desce a Lua também desce pra ver
Já me ganhou, agora é só me levar pra você.




Capítulo 9

– Agora que estão os dois aqui, posso começar –olhei de soslaio vendo–o sentar–se ao meu lado. Comecei a movimentar meus pés impaciente, eu já sabia mais ou menos o que esperar, mas olhando a nova moldura daquele quadro, minha imaginação ou peso na consciência gritava. – Eu vi a fotografia de um paparazzi de vocês dois em frente um restaurante.
– É perto da minha casa, eu estava caminhando a procura de algo para jantar e encontrei a atleta adentrando o local – tentou amenizar.
– Isso não pode acontecer – levantou a sobrancelha. – Quando for um jantar, almoço ou qualquer tipo de refeição com toda equipe é totalmente normal, uma socialização – retirou os óculos. – Quando dois membros da minha equipe são vistos juntos, apenas os dois, ainda mais depois do último acontecimento, a relação de casal e de o que pode estar acontecendo dentro desse ginásio, vem as especulações novamente – puxou o ar. – Eu esperava não ter que repetir o que eu disse na quadra há quase dois meses atrás. – me encarou. – Eu esperava mais de você, anos que trabalhamos juntos, você é a melhor profissional de toda a minha trajetória, pontual, responsável, respeitosa.
– Eu saí de casa para jantar, sinceramente Ivan – apoiei minhas mãos na mesa. – Eu dirigi até aquele restaurante, entreguei meu carro ao metre e encontrei o dirigente quase porta – narrei o real acontecido. – Nos cumprimentamos, ele mencionou que não conhecia aquele restaurante ainda e eu recomendei. Ele disse se podia me acompanhar e não vi problema, talvez a culpa de ter jogado a bola na cara dele, ou por não querer passar como sem educação, ou dando margem de que ele pense que não goste dele – finalizei.
– Te entendo , mas os patrocinadores estão com os ânimos a flor da pele e com razão – afirmou. – O que tanto olha para esse quadro ? – Gelei.
– Nunca tinha visto ele – desconversou.
– Ele tinha outra moldura – apontou. – Alguém da limpeza deve ter deixado a janela aberta e o vento o derrubou, quando cheguei aqui pela manhã na segunda, ele estava caído no chão entremeio aos cacos – explicou.
– Bela moldura – pisei em seu pé.
– Espero poder contar com vocês – pigarreou.
– Sim senhor – se levantou.
– Não precisa se preocupar Ivan, eu não pretendo dar dor de cabeça ao club – me levantei. – Na minha vida não tem espaço para ninguém além meu filho, eu não me separei do Matey para estampar os jornais locais com um novo escândalo no Maritsa, e nem muito menos me envolver com qualquer pessoa que seja – me retirei da sala com em meu encalço.
“Eu não me separei do Matey para estampar os jornais locais com um novo escândalo no Maritsa, e nem muito menos me envolver com qualquer pessoa que seja.” – me imitou.
– Não menti, eu não quero uma encrenca na minha vida – eu disse. – Imagina se ele souber o que aconteceu na sala dele – arregalei os olhos.
– Só de imaginar seu corpo nu, eu fico com sérios problemas – disse sacana. – Da sua boca passeando pelo meu corpo, quando você se senta em mim ou o quanto sua vagina se contrai quando me sente – mordeu meu pescoço.
– Me esquece, – segui até o vestiário.
– Eu queria, mas você falando meu sobrenome assim, não consigo – riu.


Capítulo 10

– Matey, eu não preciso que você se explique – era a terceira tentativa. – Nós estamos separados, você sai com quem você quiser, modelo linda, alta e loira padrão.
, eu só não queria que você interpretasse errado – pegou o bob esponja que o nosso filho tinha jogado.
– Eu nem estava sabendo se você não tivesse contado – soltei.
– Eu só não quero que isso gere um mal-estar entre a gente – gesticulou. – Que isso afete o James.
– Ele só tem quatro anos, Kaziyski – girei os olhos. – E se você demorar a levá-lo para o passeio, ele vai acabar dormindo no carpete.
– Está tudo bem entre a gente então? – eu tinha uma enorme vontade de gritar e piorou quando o terrível barulho da campainha tocou.
– Era só o que me faltava – aabri a porta. – ? O que faz aqui? – questionei.
– Eu estava passando e lembrei que você morava aqui – respondeu logo em seguida olhando Matey. – Não quero atrapalhar.
– Você é o auxiliar do Ivan – Matey fez cara de quem se lembrava.
– Isso mesmo, como vai? – estendeu a mão.
– Vou bem – apertando a mão do outro. – O que faz aqui?
– Eu só estava de passagem e trouxe esse caça palavras para o seu filho – a situação estava desagradável.
– Meu filho tem quatro anos nem se ele quisesse ele saberia usar – Matey cortou.
– Muito obrigada , quem sabe quando ele crescer mais um pouco – peguei o papel, tentando amenizar.
– Vou ao parque antes que o nosso filho durma – me deu um beijo na testa. – Com licença – Pediu ao que estava no meio da porta.
– Me desculpa pelo Matey, sinceramente eu não sei o que deu nele – segurei a maçaneta. – Quer entrar? Uma água?
– Eu aceito uma água – respondeu.
– Já volto – se meu e–marido não estivesse aqui, eu brigaria com por ter aparecido no meu prédio, mas tive que me conter para não demostrar nada, Matey estava desconfiado, é claro, ele não agiria assim nem se o auxiliar tivesse feito algo com ele. – Merda – exclamei quando o copo caiu. Peguei outro enchendo rapidamente. – Aqui está.
– Bonitas fotografias – levou o copo na boca. – Vocês voltaram?
– Não, é o final de semana dele com o James – justifiquei. – O que veio fazer aqui ? Enlouqueceu?
– Eu estava passando pela rua, e me lembrei que você se morava aqui então resolvi te ver – se sentou.
– Como você passou pelo porteiro? – indaguei
– Ele estava entretido com uma moça na academia e deixou a porta aberta – replicou.
– Eu não acredito que nossa segurança está com o tarado da academia – me sentei. – Alguém te viu entrando? Paparazzi ou algo tipo.
– Não que eu tenha notado – tornou.
– Isso que dá dar liberdade para um moleque de vinte e quatro anos – respirei fundo. – Você pirou, se alguém tirou uma foto sua na portaria do prédio estamos ferrados, é só associar a do restaurante.
– Não foi só a liberdade que você deu para um moleque de vinte e quatro anos – foi ríspido.
– Ivan vai me matar, não só ele, Lliya vai me esganar se tiver a oportunidade – andava de um lado para outro.
– Você foi ao meu prédio, não deixou os vizinhos dormirem a madrugada toda com seus gemidos, e eu não posso vir na sua casa? – inquiriu.
– A questão é que eu fui as escondidas e não teve nenhum dano – repontei. – Você vem aqui na maior tranquilidade, de surpresa.
– Eu não pensei nisso na hora – disse.
– Pois eu penso, eu penso nisso todo dia, o quão errado é isso que fazemos – vociferei. – Eu sou seis anos mais velha que você, me separei recente, tenho um filho de quatro anos e tenho a responsabilidade de um clube em minhas costas. Eu não estou aqui para brincar.
– A idade é só um detalhe – o cortei.
– Para mim é só mais um peso – caminhei até a porta. – A minha vida já está bagunçada com a separação, em todo lugar que eu vou essa é a pauta, ainda mais agora que ele saiu com uma modelo da Victoria Secrets.
– Fica calma, ninguém me viu entrar aqui, além do mais, eu estava com papeis na mão, poderia indicar que eu estava olhando algum apartamento.
– Eu estou indo para um torneio muito importante, o meu desempenho poderá me levar a terceira vez para seleção, você é novo arruma emprego e eu? – perguntei. – Uma mulher de trinta anos demitida do clube por uma relação proibida, o que vou conseguir?
– É isso então? – indagou. – Eu peço demissão então, eu procuro outro serviço, qualquer que seja, esperamos um tempo e podemos ficar juntos – falou. – Ninguém vai poder dizer nada da gente, vamos poder nos ver quando e onde quisermos e na hora que dermos vontade. Vamos poder sair na rua como um casal – me segurou pelos ombros. – , eu gosto de você, a nossa conexão não tem explicação.
– Vai embora, sai do meu prédio sem que ninguém o veja – embora uma parte de mim gritava para abraçá-lo, eu não podia fazer nada disso, eu gostava dos nossos momentos juntos, de todo carinho, das suas mensagens.
– O que? – indagou.
– Seja qualquer nome que você tenha dado a isso, acabou – afirmei. – Nossa relação será apenas profissional como requer a regra.
– Você não pode simplesmente me chutar por esse descuido – objetou.
– Só fica longe de mim, por favor – a essa altura eu já estava tentando segurar as lagrimas, havia um nó em minha garganta e parecia que ia explodir.
– Eu não vou mais insistir, te pressionar. Não vou dizer o que está preso em minha garganta – segurou meu rosto. – Descanse, o voo é as nove amanhã – bateu a porta.

Sentei–me no sofá tentando me localizar ente os destroços, não tínhamos uma relação, eu nunca tive outra além de Matey, eu estava presa a uma balança, que só tinham grandes pesos.


Capítulo 11

Antes do avião decolar, minha mãe fez uma chamada de vídeo, o meu pequeno estava brincando no chão do quarto de brinquedos, ele era tão lindo e calmo. Conversamos diversos assuntos, ela estava animada com o noivado da minha irmã, não parava de falar sobre decoração, maquiagem. Já meu pai, dava para escutar sua voz no fundo falando “Deixa a menina falar, Carmem.” Tagarela como sempre. Após encerrar a ligação, relaxei meu corpo na poltrona zero nove, e acordei quando estava pousando, com uma mensagem do meu pai, uma foto do James dormindo no seu colo, vestido de Batman, era difícil não sorrir olhando para tela do telefone.

– Não vejo a hora de chegar no hotel e me deitar – comentei com a levantadora reserva.
– Você veio o voo todo dormindo – riu.
– Eu estou tão nervosa com o início do jogos – justifiquei.
– Logo você, nervosa, então devo me preocupar – Samantha
– Quando você chegar na minha idade vai entender, é um passo para a finalização da carreira.
– Você ainda pode jogar mais seis anos – Latedja pegando sua bagagem.
– Alguém está péssimo – olhei para o lado para acompanhar o comentário. – É a terceira lata de energético do , até parece que ele que vai jogar – riu.
– Uns querendo dormir muito e outros brigando para ficar acordado – Ivan me cutucou.

(...)


– Preparadas? – perguntou Ivan. – Eu quero que vocês façam o que melhor sabem, joguem com garra, coragem e com o coração.
– Quero desejar sorte para todas vocês, e dizer que depois de todo tempo analisando cada uma, eu fico feliz por esse time estar prestes a entrar dentro da quadra – assumindo seu lugar ao lado do treinador.
, ajuda a a colocar a proteção do pulso e dos dedos – o homem agachou ao meu lado.
– Não aperta muito que pode te desestabilizar – fechou as tiras.
– Seus olhos estão vermelhos – encarei.
– Falta de sono – respondeu abaixando o olhar.
– Ou o uso excessivo de energético – ralhei.
– Isso não é assunto para agora – cortou
– Tem razão – arrumei a faixa do dedo. – Preciso aquecer – me levantei.
– Boa sorte, você é muito mais que esse jogo por qualquer que seja o resultado, a melhor levantadora que já vi – foi para o seu lugar.

Eu tinha um torneio longo pela frente se dependesse da garra da nossa equipe, eu não tinha tempo para pensar no , eu tinha a obrigação de liderar esse time, encorajar, buscar cada vitória. Ele tinha o papel de avaliar o desempenho de cada uma de nós, não daríamos certo nunca. Ele era a sensação de dançar no escuro, andar descalço na grama, correr debaixo da chuva e eu... apenas uma garotinha assustada com o vento lá fora.
Tudo o que nós “tínhamos” se foi agora e agora, quando tudo se foi, não há nada a dizer.
Quando a chuva estiver caindo e sua roupa estendida no varal não faz sentido recolher, não se volta para vasilha o leite derramado. Vivendo em um mundo que está em chamas, sentindo a catástrofe, sofrendo por antecipação. Eu era certinha demais para me deixar envolver com outra pessoas que não fosse meu ex, mesmo com todo apoio da minha mãe para que eu sempre continuasse em frente, eu não conseguiria me ver exposta.

She's just a girl, and she's on fire.






Fim.



Nota da autora: Ei! Fico feliz que você tenha lido e se puder deixar seu comentário.
Estou muito feliz por ter participado desse especial, obrigada as meninas do site por essa oportunidade e em especial a Staff que teve essa ideia #13 Continua em 08. For you ( Ficstape Phoenix - Rita Ora)





Outras Fanfics:
LY – Short fics finalizadas

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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