Prólogo
“Anabeth estava saindo de um bar era por volta das duas da madrugada. Ouviu duas pessoas às suas costas, e imaginando ser clientes do bar, não deu importância, prendendo mais firme seu casacão rosa em volta do corpo.
Ela estava andando na rua vazia, quando alguém a puxou pelos cabelos, colocando a mão em sua boca. Ela se debatia, mas não conseguia se soltar.
A pessoa virou para trás, era William, um homem por volta dos quarenta anos, que vez ou outra passava dos limites com as cantadas e mãos. Ela já tinha deixado claro que não queria, mas ele não a ouvia.
Até que ela o viu pegar um graveto, então lembrou que, há pouco mais de dois meses, o sobrinho soubera que era bruxo, entendeu que William era um também e que aquilo era uma varinha.
Tremia de medo.
— Agora que tenho sua atenção, trouxa, preciso que me sirva, já que está abaixo de mim e a notei por sua beleza incomum. — passou a mão de leve em seus cabelos.
Ela se encolheu.
— Senhor William, eu não faço esse tipo de coisa. Por favor, só me deixa ir pra casa. — ela pedia.
Ele aproximou a varinha do pescoço dela.
— Sabe que posso forçá-la, certo? Acho de bom tom que não me obrigue, criatura insignificante. — falava, como desse uma ordem.
Ela tremia, mas parou, olhando de forma dura para ele, então sorriu, o chamando com o dedo.
Ele baixou a varinha, a colocando no bolso. Se aproximou dela, e quando estava perto o suficiente, recebeu um chute nas pernas, soltando um grito.
Ele ainda a pegou pelo braço, a empurrando contra a parede com força. Ela bateu as costas, soltando um gemido de dor.
— Sua trouxa maldita! Vai me pagar. — bradava, com raiva.
Ela o viu ir pegar a varinha, então correu pelo beco até subir o olhar, vendo um lobo preto mostrando os dentes e rugindo, ele parecia furioso.
O que tá acontecendo aqui? Um lobo?
Ela voltou a tremer, até ver o lobo vindo em sua direção. Ele parou por um momento rápido, a avaliando, era como se fosse um ser que entendia o que havia ali.
Ela ficou confusa e hipnotizada, sem conseguir se mover, mas aqueles olhos negros estavam carinhosos com ela, até olhar para trás, voltando a ter fúria.
Anabeth olhou para trás, vendo William pedir desculpas, abaixando a varinha e tentando convencer o lobo, que não quis ouvir, correndo até ele e mordendo sua perna. Sangue jorrou dali junto ao grito do homem.
Anabeth não quis saber mais, correndo logo para casa, assustada, ainda ouvindo o som de dilaceração de carne e o grito do homem, vendo o olhar negro como a noite daquele grande lobo com a pelagem escura.”
Ela estava andando na rua vazia, quando alguém a puxou pelos cabelos, colocando a mão em sua boca. Ela se debatia, mas não conseguia se soltar.
A pessoa virou para trás, era William, um homem por volta dos quarenta anos, que vez ou outra passava dos limites com as cantadas e mãos. Ela já tinha deixado claro que não queria, mas ele não a ouvia.
Até que ela o viu pegar um graveto, então lembrou que, há pouco mais de dois meses, o sobrinho soubera que era bruxo, entendeu que William era um também e que aquilo era uma varinha.
Tremia de medo.
— Agora que tenho sua atenção, trouxa, preciso que me sirva, já que está abaixo de mim e a notei por sua beleza incomum. — passou a mão de leve em seus cabelos.
Ela se encolheu.
— Senhor William, eu não faço esse tipo de coisa. Por favor, só me deixa ir pra casa. — ela pedia.
Ele aproximou a varinha do pescoço dela.
— Sabe que posso forçá-la, certo? Acho de bom tom que não me obrigue, criatura insignificante. — falava, como desse uma ordem.
Ela tremia, mas parou, olhando de forma dura para ele, então sorriu, o chamando com o dedo.
Ele baixou a varinha, a colocando no bolso. Se aproximou dela, e quando estava perto o suficiente, recebeu um chute nas pernas, soltando um grito.
Ele ainda a pegou pelo braço, a empurrando contra a parede com força. Ela bateu as costas, soltando um gemido de dor.
— Sua trouxa maldita! Vai me pagar. — bradava, com raiva.
Ela o viu ir pegar a varinha, então correu pelo beco até subir o olhar, vendo um lobo preto mostrando os dentes e rugindo, ele parecia furioso.
O que tá acontecendo aqui? Um lobo?
Ela voltou a tremer, até ver o lobo vindo em sua direção. Ele parou por um momento rápido, a avaliando, era como se fosse um ser que entendia o que havia ali.
Ela ficou confusa e hipnotizada, sem conseguir se mover, mas aqueles olhos negros estavam carinhosos com ela, até olhar para trás, voltando a ter fúria.
Anabeth olhou para trás, vendo William pedir desculpas, abaixando a varinha e tentando convencer o lobo, que não quis ouvir, correndo até ele e mordendo sua perna. Sangue jorrou dali junto ao grito do homem.
Anabeth não quis saber mais, correndo logo para casa, assustada, ainda ouvindo o som de dilaceração de carne e o grito do homem, vendo o olhar negro como a noite daquele grande lobo com a pelagem escura.”
Capítulo Um
Anabeth andava apressada por Londres. Era noite, com uma lua grande que brilhava em cima. O vento frio que subiu a fez sentir um pouco de medo, sabia que por ali era cheio de bruxos. O único que tinha contato era Philip, seu sobrinho que estava para entrar em Hogwarts e ganhara a carta há pouco tempo para que começasse a assistir às aulas.
Ela andava mais rápido, chegando à livraria Wolf bookstore. Tinha medo, já que não conhecia bem esse mundo. Abriu a porta da livraria para trouxas e bruxos, a sineta anunciou sua chegada e não tinha ninguém ali perto.
Ela entrou depressa, chamando por alguém que estava atarefado entre uma pilha de livros. De costas, o homem tinha cabelos que iam até os ombros e eram castanhos escuros.
— Pode entrar, senhorita. Logo atendo você. — sua voz era suave.
Ela balançou a cabeça em sinal positivo, colocando as mãos dentro dos bolsos do casacão grande rosa que vestia. Não sabia se aquilo ofenderia quem atendesse ou se denunciava que era trouxa, mas seguiu entre as prateleiras, vendo títulos normais. Pegou do bolso a lista dos livros que precisava comprar, mas não encontrou nada ali.
Passou as mãos nos cabelos longos e loiros, nervosa. Foi andando para trás, de costas, querendo ver de longe se tinha deixado passar algum título, até bater num corpo e mãos brancas envolveram seus braços, a amparando.
Anabeth se virou para a pessoa, se desculpando, mas percebeu que ele tinha algo de diferente. Vestia roupas que pareciam antigas e seus olhos negros como a noite de fora a encaravam brilhosos em curiosidade.
— Boa noite, senhorita? — sorria de forma educada.
Ela sorriu sem graça de como seria a etiqueta.
— Boa noite. Me chamo Anabeth e o senhor?
Ele pegou a mão dela, dando um beijo breve.
— Sirius Black ao seu dispor, Anabeth. — sorriu de forma encantadora.
Ela deu um sorrisinho.
— Desculpe, é que não sei como agir e não quero desrespeitar ninguém. Sou trouxa e vim comprar esses livros para meu sobrinho. Saí do trabalho tarde, por isso vim a essa hora. — explicou.
Ele se aproximou dela.
— Não desrespeita ninguém em ser você mesma, amor. — esticou a mão para a lista que ela segurava.
Anabeth tinha o peito batendo forte, porém entregou a Sirius a lista.
Ele olhou sorrindo.
— Ah, bem, chegam amanhã os livros do primeiro ano de Hogwarts, mas te recomendaria ir ao beco diagonal para fazer as compras do material escolar completo. Aqui só vendo os livros. — explicou, de modo gentil.
Ela acenou em sinal positivo com a cabeça.
— Desculpe perguntar, mas o senhor é um bruxo, certo? — tinha curiosidade.
Ele assentiu.
— É complicado fazer negócios com trouxas? Tenho tantas perguntas! — falou, animada.
Ele apontou uma cadeira que apareceu ali do nada.
Será que não tinha reparado?
Olhando de soslaio, percebeu ele colocar no bolso do casacão que vestia um pedaço pequeno de galho.
Ela deu um gritinho, se controlando em seguida.
— É uma varinha? Nunca vi uma de perto. — se aproximou dele, querendo ver melhor.
Ele guardou a varinha, soltando um riso meio rouco.
— É a primeira trouxa que vejo não sair correndo de medo. Sim, é uma varinha e é melhor não pedir a qualquer bruxo para ver outras varinhas, mas, como sou eu, tudo bem. — ele deu um olhar malicioso.
Ela ficou corada, seguindo para a cadeira e se sentando lá.
Uma mesinha, que não estava ali antes, surgiu com xícaras com chá e biscoitos. Ele ofereceu a ela, que prontamente atendeu, bebericando e comendo.
Sirius estava extasiado por aquela estranha, já tinha muitos anos que não olhava para outras mulheres. A família Black vinha pegando no seu pé nos jantares e almoços de finais de semana sobre arranjar uma esposa, fizeram listas com famílias que tinham bruxas puras e queriam mesmo era que se casasse com a prima, o que ele não concordava.
Passara muito tempo afastado da família porque tomara a guarda de Harry, seu afilhado e agora filho, se mudando para o mundo do trouxas como condição de criá-lo ali sem a fama que teria e o faria virar a cabeça quando fosse mais velho.
Ele não se arrependera de ter criado Harry. Sim, fora difícil no início, mas, com ajuda de trouxas, conseguira se reerguer abrindo uma livraria para ambos os povos, o que deixava a família Black ainda mais com raiva.
Como ele estava cansado de ouvir coisas absurdas sobre ele se casar, pensou em fazer uma proposta a Anabeth. Ele queria era conhecê-la melhor, mas poderia se enganar um pouco.
Ele parou de pensar, saindo de olhar aqueles olhos cor de mel calorosos e voltando à realidade.
— Anabeth, o que acha de conhecer mais sobre o mundo mágico se me fizer um favor por apenas uma vez? — ele tinha um olhar pidão.
Ela ficou mexida, então acenou para que continuasse.
— Eu tenho problemas com minha família que é preconceituosa e não aceita minhas escolhas quanto a me envolver com trouxas. A mãe do meu afilhado que crio era trouxa e uma pessoa fantástica. Quero saber se poderia fingir ser meu par num almoço na casa de minha família? — perguntou, ansioso.
Ela baixou a cabeça para o lado, como se fosse um bichinho de estimação, talvez uma coruja.
Anabeth estava estranhamente inclinada a concordar. Ele parecia ser do bem, mostraria mais de seu mundo.
Se ela queria tentar, por que seu peito estava receoso?
— Ah, Sirius, não te conheço. Como posso saber que não é um bruxo do mal? — ela estava com receio de aceitar.
Ele olhou para ela com atenção, concordando com a cabeça.
— Fazemos o seguinte então, por que você não vem aqui amanhã por volta do meio dia e saímos para almoçar comigo e meu afilhado? O que acha? Peço que não conte sobre meu mundo a outros, é por nossa segurança. — ele perguntava, um pouco ansioso e preocupado.
Por que seus olhos me lembravam alguém?
— Tudo bem. Amanhã estarei aqui, não se preocupe que não contarei. Até mais, bruxo. — falou, de modo divertido.
Ele sorriu de modo charmoso, se levantando junto dela.
— Até mais, amor. — soltou, suave, quando ela saía de seu alcance.
Ambos sentiram uma faísca percorrer seus corpos ao encontro de peles, se soltando rapidamente e seguindo seus caminhos.
Anabeth chegou em casa. Ainda morava com a irmã mais velha, pois seu emprego de musicista, tocando piano em bares e restaurantes, não estava sendo de muita serventia.
Ela tinha um sonho de ensinar a crianças, mas, para isso, precisava de dinheiro para manter as aulas.
Deitou-se no quartinho pequeno que a irmã fez, às pressas, no porão pequeno. Olhou seu teclado que pendia perto da parede e sentiu vontade de tocar, mas se segurou, indo deitar.
Ela andava mais rápido, chegando à livraria Wolf bookstore. Tinha medo, já que não conhecia bem esse mundo. Abriu a porta da livraria para trouxas e bruxos, a sineta anunciou sua chegada e não tinha ninguém ali perto.
Ela entrou depressa, chamando por alguém que estava atarefado entre uma pilha de livros. De costas, o homem tinha cabelos que iam até os ombros e eram castanhos escuros.
— Pode entrar, senhorita. Logo atendo você. — sua voz era suave.
Ela balançou a cabeça em sinal positivo, colocando as mãos dentro dos bolsos do casacão grande rosa que vestia. Não sabia se aquilo ofenderia quem atendesse ou se denunciava que era trouxa, mas seguiu entre as prateleiras, vendo títulos normais. Pegou do bolso a lista dos livros que precisava comprar, mas não encontrou nada ali.
Passou as mãos nos cabelos longos e loiros, nervosa. Foi andando para trás, de costas, querendo ver de longe se tinha deixado passar algum título, até bater num corpo e mãos brancas envolveram seus braços, a amparando.
Anabeth se virou para a pessoa, se desculpando, mas percebeu que ele tinha algo de diferente. Vestia roupas que pareciam antigas e seus olhos negros como a noite de fora a encaravam brilhosos em curiosidade.
— Boa noite, senhorita? — sorria de forma educada.
Ela sorriu sem graça de como seria a etiqueta.
— Boa noite. Me chamo Anabeth e o senhor?
Ele pegou a mão dela, dando um beijo breve.
— Sirius Black ao seu dispor, Anabeth. — sorriu de forma encantadora.
Ela deu um sorrisinho.
— Desculpe, é que não sei como agir e não quero desrespeitar ninguém. Sou trouxa e vim comprar esses livros para meu sobrinho. Saí do trabalho tarde, por isso vim a essa hora. — explicou.
Ele se aproximou dela.
— Não desrespeita ninguém em ser você mesma, amor. — esticou a mão para a lista que ela segurava.
Anabeth tinha o peito batendo forte, porém entregou a Sirius a lista.
Ele olhou sorrindo.
— Ah, bem, chegam amanhã os livros do primeiro ano de Hogwarts, mas te recomendaria ir ao beco diagonal para fazer as compras do material escolar completo. Aqui só vendo os livros. — explicou, de modo gentil.
Ela acenou em sinal positivo com a cabeça.
— Desculpe perguntar, mas o senhor é um bruxo, certo? — tinha curiosidade.
Ele assentiu.
— É complicado fazer negócios com trouxas? Tenho tantas perguntas! — falou, animada.
Ele apontou uma cadeira que apareceu ali do nada.
Será que não tinha reparado?
Olhando de soslaio, percebeu ele colocar no bolso do casacão que vestia um pedaço pequeno de galho.
Ela deu um gritinho, se controlando em seguida.
— É uma varinha? Nunca vi uma de perto. — se aproximou dele, querendo ver melhor.
Ele guardou a varinha, soltando um riso meio rouco.
— É a primeira trouxa que vejo não sair correndo de medo. Sim, é uma varinha e é melhor não pedir a qualquer bruxo para ver outras varinhas, mas, como sou eu, tudo bem. — ele deu um olhar malicioso.
Ela ficou corada, seguindo para a cadeira e se sentando lá.
Uma mesinha, que não estava ali antes, surgiu com xícaras com chá e biscoitos. Ele ofereceu a ela, que prontamente atendeu, bebericando e comendo.
Sirius estava extasiado por aquela estranha, já tinha muitos anos que não olhava para outras mulheres. A família Black vinha pegando no seu pé nos jantares e almoços de finais de semana sobre arranjar uma esposa, fizeram listas com famílias que tinham bruxas puras e queriam mesmo era que se casasse com a prima, o que ele não concordava.
Passara muito tempo afastado da família porque tomara a guarda de Harry, seu afilhado e agora filho, se mudando para o mundo do trouxas como condição de criá-lo ali sem a fama que teria e o faria virar a cabeça quando fosse mais velho.
Ele não se arrependera de ter criado Harry. Sim, fora difícil no início, mas, com ajuda de trouxas, conseguira se reerguer abrindo uma livraria para ambos os povos, o que deixava a família Black ainda mais com raiva.
Como ele estava cansado de ouvir coisas absurdas sobre ele se casar, pensou em fazer uma proposta a Anabeth. Ele queria era conhecê-la melhor, mas poderia se enganar um pouco.
Ele parou de pensar, saindo de olhar aqueles olhos cor de mel calorosos e voltando à realidade.
— Anabeth, o que acha de conhecer mais sobre o mundo mágico se me fizer um favor por apenas uma vez? — ele tinha um olhar pidão.
Ela ficou mexida, então acenou para que continuasse.
— Eu tenho problemas com minha família que é preconceituosa e não aceita minhas escolhas quanto a me envolver com trouxas. A mãe do meu afilhado que crio era trouxa e uma pessoa fantástica. Quero saber se poderia fingir ser meu par num almoço na casa de minha família? — perguntou, ansioso.
Ela baixou a cabeça para o lado, como se fosse um bichinho de estimação, talvez uma coruja.
Anabeth estava estranhamente inclinada a concordar. Ele parecia ser do bem, mostraria mais de seu mundo.
Se ela queria tentar, por que seu peito estava receoso?
— Ah, Sirius, não te conheço. Como posso saber que não é um bruxo do mal? — ela estava com receio de aceitar.
Ele olhou para ela com atenção, concordando com a cabeça.
— Fazemos o seguinte então, por que você não vem aqui amanhã por volta do meio dia e saímos para almoçar comigo e meu afilhado? O que acha? Peço que não conte sobre meu mundo a outros, é por nossa segurança. — ele perguntava, um pouco ansioso e preocupado.
Por que seus olhos me lembravam alguém?
— Tudo bem. Amanhã estarei aqui, não se preocupe que não contarei. Até mais, bruxo. — falou, de modo divertido.
Ele sorriu de modo charmoso, se levantando junto dela.
— Até mais, amor. — soltou, suave, quando ela saía de seu alcance.
Ambos sentiram uma faísca percorrer seus corpos ao encontro de peles, se soltando rapidamente e seguindo seus caminhos.
Anabeth chegou em casa. Ainda morava com a irmã mais velha, pois seu emprego de musicista, tocando piano em bares e restaurantes, não estava sendo de muita serventia.
Ela tinha um sonho de ensinar a crianças, mas, para isso, precisava de dinheiro para manter as aulas.
Deitou-se no quartinho pequeno que a irmã fez, às pressas, no porão pequeno. Olhou seu teclado que pendia perto da parede e sentiu vontade de tocar, mas se segurou, indo deitar.
Capítulo Dois
Anabeth acordou agitada e suada, aqueles olhos a atormentavam ainda. Ela não sabia por que tinha acontecido aquilo, mas, de alguma forma, encontrar Sirius a lembrou de coisas sombrias.
Ela olhou o relógio, vendo que era onze e meia da manhã.
Merda, tinha dormido demais”.
Correu para o chuveiro. A casa estava vazia porque a irmã e o marido tiravam férias juntos para curtir o filho, já que logo ele iria estudar longe.
Ela optou por uma calça jeans, uma camisa estilo ciganinha branca e um chapéu pequeno vermelho junto de tênis all star pretos. O cabelo ficaria solto. Colocou um casaco fino na bolsa, levando dinheiro e cartões, e correu para pegar o ônibus, parando perto da livraria Wolf bookstore.
Ela entrou com o sininho a denunciando e viu Sirius com uma roupa elegante, mas diferente. Um menino, que devia ter seus oito anos, estava do lado dele, com um boné na cabeça.
Que estranho.
Aproximou-se, tocando o ombro de Sirius, que virou já com um sorriso encantador no rosto.
— Então você não fugiu. Corajosa, amor, tenho que admitir. — pegou sua mão, dando um beijo um pouco mais longo que o da noite anterior.
O menino virou, retirando os olhos do livro. Ele tinha os olhos verdes e era branquinho, bochechas rosadas, uma fofura.
Ela se abaixou na frente do pequeno.
— Então você é o famoso afilhado do Sirius? — perguntou para o menino, sorrindo encantada.
Ele olhou para o tio.
— Ele é meu papai. Pai, ela é a minha mamãe? — sorriu travesso.
Harry queria ter uma figura feminina em casa, só que seu pai, que era seu padrinho, não namorava com nenhuma mulher. Aquilo o deixava triste porque ele achava que era por sua causa.
Sirius tossiu sem graça.
— Harry, o que o pai já falou? Você não tem idade pra essas coisas. — mas não estava verdadeiramente discordando com o que o menino disse.
Anabeth se levantou um pouco vermelha no pescoço de vergonha, balançando o pé no chão.
Sirius segurou na mão do afilhado, se aproximou de Anabeth, sentindo seu perfume doce que não o enjoava, e levantou seu queixo a encarando.
— Vamos, amor, ou perderemos as reservas. — a encarou com um brilho animado no olhar.
Ela foi sendo guiada com a mão de Sirius em suas costas até a saída. Chegaram a um restaurante perto dali e sentaram-se à mesa. Ela pediu uma macarronada com coca cola e ele pediu um prato elaborado para ele e alguma comida do cardápio infantil para Harry, que sorriu quando veio macarrão com queijo.
— Não sei como esse menino gosta de comida estadunidense, está vendo muita televisão — reclamou um pouco, mas logo ficou quieto, o observando comer alegre.
Aquela cena preencheu o coração de Anabeth.
Eles comeram batendo papo.
— Então sua família é diferente de você, mas por quê? — perguntava, enquanto se servia de sorvete para sobremesa, junto de Harry.
O rosto de Sirius ficou mais fechado e tinha mágoa no olhar.
— Nem todos os bruxos são bons, é como os trouxas, e tem a minha família que acredita serem bruxos puros. Isso é errado de tantas formas, mas não é um assunto fácil. Só preciso que você me acompanhe para ficar em paz com Harry. –— disse, nervoso por fim.
Os olhos negros dele a avaliavam com esperança.
— Ah, tudo bem, só me diga o dia. E me explique mais sobre seu mundo. — ela falou, baixinho, em tom de confidência.
Ele sorriu mais aliviado, confirmando que seria na sexta feira, o que seria no dia seguinte. A viu ficar nervosa, então colocou a mão por cima da sua na mesa. Ela parou por um segundo, o observando e se acalmando.
— Vai dar tudo certo, amor. — passou certeza para ela.
Anabeth acreditou, porém, no fundo, sabia que ir para uma casa de gente que pensava aquele tipo de coisa não seria fácil.
Não falou de suas preocupações com Sirius, que estava animado. Eles foram com Harry à pracinha, onde ele brincou com os dois. O menino se sentia parte de uma família e tinha o sorriso solto.
Anabeth entrou junto dos dois na livraria para fazer a retirada dos livros do sobrinho e ficar um pouco mais com Sirius, o que a deixava intrigada.
Uma senhora entrou e Harry foi direto até ela, dando um abraço.
— Lucinda! Hoje foi tão legal, vamos pra casa. — o menino segurava a mão da senhora, que estava confusa, mas seguiu com ele para a porta que tinha acabado de passar.
Sirius falava que a mãe e o pai tinham uma relação estranha, já que não tinha amor e cumplicidade, era mais algo como poder e ordens.
Falou que teve uma vez, quando ele era mais jovem, que o fez tentar pegar um gnomo junto da prima, que não gostava dele nem um pouco.
Foi uma situação engraçada porque Bellatrix achava que, por ele ser conhecido como bobinho, a deixaria vencer, e ficou furiosa quando ele a derrubou no chão, sujando seu vestido e pegando de primeira o gnomo.
Eles sorriam, Sirius continuou falando e embrulhando os livros do sobrinho dela.
A sineta da porta da livraria tocou e Sirius olhou para a porta, fazendo cara de poucos amigos.
Anabeth pegou um livro qualquer, fingindo prestar atenção, até ouvir um pigarro e levantar os olhos para o homem, que tinha os cabelos longos loiros, porte duro e olhar arrogante.
Ele usou uma bengala pequena para indicar que saísse da sua frente e ela olhou para aquilo já imaginando ser uma varinha pelas vestes do homem, que eram novas, finas, porém excêntricas assim como de Sirius.
Ficou o avaliando e ele não gostou. Foi para seu lado, empurrando seu ombro no dela, que se desiquilibrou, quase caindo, mas voltou a si, se agarrando a um cabideiro que não estava ali antes.
Sirius.
Sorriu para si.
— Você não devia confraternizar com esse tipo de gente, Black. Sua família anda preocupada, sabe? Não acredito que não se casou com Bellatrix por causa do garoto, ficando perto dessa gente. — tinha repulsa em sua voz.
Sirius sentiu raiva o tomar, seu olhar ficando afiado. Ele saiu de trás do balcão, encarando Lúcio.
— Escute aqui, Malfoy. Acredito que minha vida não lhe diz respeito e exijo que respeite minha namorada e meu FILHO. — deu ênfase, o que deixou um Lúcio perplexo.
— Namorada? Essa daí? E seu filho? Só porque o menino é famoso. — destilou veneno.
Anabeth foi para o lado de Sirius, o puxando pelo casaco para longe daquele homem.
— Deixa pra lá, Sirius, não vale a pena. — disse, de forma suave, tentando acalmá-lo.
Ele respirou fundo, seguindo Anabeth, que estava de costas. Ao olhar de relance para trás, viu quando Lúcio puxou a varinha e, por reflexo, se colocou na frente dela com a varinha na mão.
— Expelliarmus. — disse, para o homem, que foi arremessado para trás junto de sua varinha, que foi para outro lado.
Ele se levantou atordoado da parede, se arrumando, tomando a varinha.
— Você vai me pagar, Black. Primeiro meu tio e agora eu? — saiu, deixando a ameaça no ar.
Anabeth viu de relance o que aconteceu, e quando virou para trás, viu o homem de antes no chão. Por alguma razão, aquilo a fez se sentir vingada.
Que homem soberbo.
Sirius estava com uma expressão tensa no rosto.
Apesar do que Lúcio tinha feito, ele tinha atacado antes dele o fazer, por Merlin.
Anabeth olhava para Sirius com medo de alguma forma ele se prejudicar.
— Desculpa, Sirius. Eu não quis ofendê-lo, só achei injusto como ele estava te tratando. — sua voz estava trêmula.
Ele virou para ela, colocando a mão quentinha em seu rosto, fazendo um carinho que fez ela fechar os olhos.
— Por que eu sinto querer proteger você, amor? — a voz dele tinha preocupação.
Ela abriu os olhos, mas ele apenas sorriu.
— Não foi nada demais. Ele não está acostumado a bruxos falarem de igual para igual com ele. Trouxas então, não é comum. Vamos que vou te acompanhar até o ponto de ônibus. — disse, para que ela fosse logo antes que fizesse algo.
Ele pegou os pacotes, levando na mão. Andaram lado a lado, olhando as pessoas passarem por ali os observando. Vez ou outra, alguém com uma roupa excêntrica passava cumprimentando Sirius e olhando curioso para ela.
As pessoas trouxas passavam dando risadinhas para as roupas de Sirius e ela só queria os xingar.
Não via problema nenhum.
O ônibus chegou e Sirius entregou os pacotes na mão dela, dando um beijo em sua testa rápido. Ela ficou um segundo desnorteada, correndo e subindo para o ônibus, e o viu do lado de fora sorrir, dando um tchau com a mão.
Ela olhou o relógio, vendo que era onze e meia da manhã.
Merda, tinha dormido demais”.
Correu para o chuveiro. A casa estava vazia porque a irmã e o marido tiravam férias juntos para curtir o filho, já que logo ele iria estudar longe.
Ela optou por uma calça jeans, uma camisa estilo ciganinha branca e um chapéu pequeno vermelho junto de tênis all star pretos. O cabelo ficaria solto. Colocou um casaco fino na bolsa, levando dinheiro e cartões, e correu para pegar o ônibus, parando perto da livraria Wolf bookstore.
Ela entrou com o sininho a denunciando e viu Sirius com uma roupa elegante, mas diferente. Um menino, que devia ter seus oito anos, estava do lado dele, com um boné na cabeça.
Que estranho.
Aproximou-se, tocando o ombro de Sirius, que virou já com um sorriso encantador no rosto.
— Então você não fugiu. Corajosa, amor, tenho que admitir. — pegou sua mão, dando um beijo um pouco mais longo que o da noite anterior.
O menino virou, retirando os olhos do livro. Ele tinha os olhos verdes e era branquinho, bochechas rosadas, uma fofura.
Ela se abaixou na frente do pequeno.
— Então você é o famoso afilhado do Sirius? — perguntou para o menino, sorrindo encantada.
Ele olhou para o tio.
— Ele é meu papai. Pai, ela é a minha mamãe? — sorriu travesso.
Harry queria ter uma figura feminina em casa, só que seu pai, que era seu padrinho, não namorava com nenhuma mulher. Aquilo o deixava triste porque ele achava que era por sua causa.
Sirius tossiu sem graça.
— Harry, o que o pai já falou? Você não tem idade pra essas coisas. — mas não estava verdadeiramente discordando com o que o menino disse.
Anabeth se levantou um pouco vermelha no pescoço de vergonha, balançando o pé no chão.
Sirius segurou na mão do afilhado, se aproximou de Anabeth, sentindo seu perfume doce que não o enjoava, e levantou seu queixo a encarando.
— Vamos, amor, ou perderemos as reservas. — a encarou com um brilho animado no olhar.
Ela foi sendo guiada com a mão de Sirius em suas costas até a saída. Chegaram a um restaurante perto dali e sentaram-se à mesa. Ela pediu uma macarronada com coca cola e ele pediu um prato elaborado para ele e alguma comida do cardápio infantil para Harry, que sorriu quando veio macarrão com queijo.
— Não sei como esse menino gosta de comida estadunidense, está vendo muita televisão — reclamou um pouco, mas logo ficou quieto, o observando comer alegre.
Aquela cena preencheu o coração de Anabeth.
Eles comeram batendo papo.
— Então sua família é diferente de você, mas por quê? — perguntava, enquanto se servia de sorvete para sobremesa, junto de Harry.
O rosto de Sirius ficou mais fechado e tinha mágoa no olhar.
— Nem todos os bruxos são bons, é como os trouxas, e tem a minha família que acredita serem bruxos puros. Isso é errado de tantas formas, mas não é um assunto fácil. Só preciso que você me acompanhe para ficar em paz com Harry. –— disse, nervoso por fim.
Os olhos negros dele a avaliavam com esperança.
— Ah, tudo bem, só me diga o dia. E me explique mais sobre seu mundo. — ela falou, baixinho, em tom de confidência.
Ele sorriu mais aliviado, confirmando que seria na sexta feira, o que seria no dia seguinte. A viu ficar nervosa, então colocou a mão por cima da sua na mesa. Ela parou por um segundo, o observando e se acalmando.
— Vai dar tudo certo, amor. — passou certeza para ela.
Anabeth acreditou, porém, no fundo, sabia que ir para uma casa de gente que pensava aquele tipo de coisa não seria fácil.
Não falou de suas preocupações com Sirius, que estava animado. Eles foram com Harry à pracinha, onde ele brincou com os dois. O menino se sentia parte de uma família e tinha o sorriso solto.
Anabeth entrou junto dos dois na livraria para fazer a retirada dos livros do sobrinho e ficar um pouco mais com Sirius, o que a deixava intrigada.
Uma senhora entrou e Harry foi direto até ela, dando um abraço.
— Lucinda! Hoje foi tão legal, vamos pra casa. — o menino segurava a mão da senhora, que estava confusa, mas seguiu com ele para a porta que tinha acabado de passar.
Sirius falava que a mãe e o pai tinham uma relação estranha, já que não tinha amor e cumplicidade, era mais algo como poder e ordens.
Falou que teve uma vez, quando ele era mais jovem, que o fez tentar pegar um gnomo junto da prima, que não gostava dele nem um pouco.
Foi uma situação engraçada porque Bellatrix achava que, por ele ser conhecido como bobinho, a deixaria vencer, e ficou furiosa quando ele a derrubou no chão, sujando seu vestido e pegando de primeira o gnomo.
Eles sorriam, Sirius continuou falando e embrulhando os livros do sobrinho dela.
A sineta da porta da livraria tocou e Sirius olhou para a porta, fazendo cara de poucos amigos.
Anabeth pegou um livro qualquer, fingindo prestar atenção, até ouvir um pigarro e levantar os olhos para o homem, que tinha os cabelos longos loiros, porte duro e olhar arrogante.
Ele usou uma bengala pequena para indicar que saísse da sua frente e ela olhou para aquilo já imaginando ser uma varinha pelas vestes do homem, que eram novas, finas, porém excêntricas assim como de Sirius.
Ficou o avaliando e ele não gostou. Foi para seu lado, empurrando seu ombro no dela, que se desiquilibrou, quase caindo, mas voltou a si, se agarrando a um cabideiro que não estava ali antes.
Sirius.
Sorriu para si.
— Você não devia confraternizar com esse tipo de gente, Black. Sua família anda preocupada, sabe? Não acredito que não se casou com Bellatrix por causa do garoto, ficando perto dessa gente. — tinha repulsa em sua voz.
Sirius sentiu raiva o tomar, seu olhar ficando afiado. Ele saiu de trás do balcão, encarando Lúcio.
— Escute aqui, Malfoy. Acredito que minha vida não lhe diz respeito e exijo que respeite minha namorada e meu FILHO. — deu ênfase, o que deixou um Lúcio perplexo.
— Namorada? Essa daí? E seu filho? Só porque o menino é famoso. — destilou veneno.
Anabeth foi para o lado de Sirius, o puxando pelo casaco para longe daquele homem.
— Deixa pra lá, Sirius, não vale a pena. — disse, de forma suave, tentando acalmá-lo.
Ele respirou fundo, seguindo Anabeth, que estava de costas. Ao olhar de relance para trás, viu quando Lúcio puxou a varinha e, por reflexo, se colocou na frente dela com a varinha na mão.
— Expelliarmus. — disse, para o homem, que foi arremessado para trás junto de sua varinha, que foi para outro lado.
Ele se levantou atordoado da parede, se arrumando, tomando a varinha.
— Você vai me pagar, Black. Primeiro meu tio e agora eu? — saiu, deixando a ameaça no ar.
Anabeth viu de relance o que aconteceu, e quando virou para trás, viu o homem de antes no chão. Por alguma razão, aquilo a fez se sentir vingada.
Que homem soberbo.
Sirius estava com uma expressão tensa no rosto.
Apesar do que Lúcio tinha feito, ele tinha atacado antes dele o fazer, por Merlin.
Anabeth olhava para Sirius com medo de alguma forma ele se prejudicar.
— Desculpa, Sirius. Eu não quis ofendê-lo, só achei injusto como ele estava te tratando. — sua voz estava trêmula.
Ele virou para ela, colocando a mão quentinha em seu rosto, fazendo um carinho que fez ela fechar os olhos.
— Por que eu sinto querer proteger você, amor? — a voz dele tinha preocupação.
Ela abriu os olhos, mas ele apenas sorriu.
— Não foi nada demais. Ele não está acostumado a bruxos falarem de igual para igual com ele. Trouxas então, não é comum. Vamos que vou te acompanhar até o ponto de ônibus. — disse, para que ela fosse logo antes que fizesse algo.
Ele pegou os pacotes, levando na mão. Andaram lado a lado, olhando as pessoas passarem por ali os observando. Vez ou outra, alguém com uma roupa excêntrica passava cumprimentando Sirius e olhando curioso para ela.
As pessoas trouxas passavam dando risadinhas para as roupas de Sirius e ela só queria os xingar.
Não via problema nenhum.
O ônibus chegou e Sirius entregou os pacotes na mão dela, dando um beijo em sua testa rápido. Ela ficou um segundo desnorteada, correndo e subindo para o ônibus, e o viu do lado de fora sorrir, dando um tchau com a mão.
Capítulo Três
O jantar na casa dos Black.
Anabeth optou por um vestido que ia até abaixo de seus joelhos e com uma saia rodada, era preto com pétalas brancas por ele, tinha bolsos e um decote em forma de coração. Prendeu o cabelo longo num coque, colocou sapatilhas estilo bailarina da cor preta, sem acessórios, só com blush de leve e um batom nude.
Colocou o casacão rosa por cima, seguiu para a livraria e de lá iriam andando até a casa da família de Sirius.
Ele estava com um terno antigo, da cor azul marinho, com um relógio pendendo de seu bolso, uma túnica preta por cima e os cabelos penteados, com Harry segurando sua mão como se fosse uma versão menor dele.
Aquilo a fez sorrir e seu coração se expandir e esquentar por aquela família pequena.
Quando estava na calçada da livraria, Harry a viu e soltou da mão de Sirius, correndo até ela e dando um abraço apertado em sua cintura.
— Oi, Anabeth! To animado! Vamos que o papai tá nervoso achando que você não vinha. — confidenciou, para ela, sorrindo divertido.
Ela segurou a mão do menino e logo Sirius estava na sua frente e depositou um beijo em sua testa.
— Está linda, amor, vamos? — perguntava, pela última vez, dando a chance de fugir se ela quisesse.
Ela apenas acenou em confirmação e ele segurou a outra mão de Harry, andando alguns quarteirões até chegar a um conjunto com vários prédios, o que achou bem normal. Até o chão tremer, surgindo um outro conjunto, mas em vez de prédios acabou sendo uma imensa casa que saiu do lado daquele conjunto de prédios. Anabeth ficou boquiaberta, porém tratou de fechar a boca.
Como não sentiam aquilo?
Olhava dos prédios, alternando para a casa e tentando encontrar uma resposta.
Sirius, achando que ela estava assustada por aquele encontro, segurou sua mão, chamando sua atenção para si.
— Esse encontro é apenas uma vez, tudo bem? — disse, tentando confortá-la.
Ela abriu um sorriso, deixando o clima mais leve.
— Só estava pensando em como isso funciona. Ninguém sente o tremor? — perguntou, se aproximando dele.
Ele deu uma risada, achando engraçado.
— Você se esqueceu de uma coisa. Magia, amor. — explicou para ela, que arregalou os olhos compreendendo.
Ficou com as bochechas vermelhas, soltando a mão dele e levando Harry consigo. Ela olhou para baixo e viu o menino cabisbaixo.
Apertou a mão do garotinho que estava de boné.
— Vai dar tudo certo, estamos aqui com você. — passou a mão nas costas do menino, que ficou mais alegre.
Uma mulher com porte elegante e com um vestido preto cobrindo toda a pele, a encarou de volta com o mesmo olhar de Lúcio e aquilo a fez ficar receosa.
Olhou para o filho carrancuda e deu passagem a eles, dando uma olhada rápida para o garotinho.
Um anão muito feio apareceu para pegar seus casacos e ela o estendeu para ele, que ficou reclamando, Sirius instruiu para que o deixasse para lá porque era rabugento assim como a família.
Na sala de jantar com uma mesa grande, tinha uma mulher, que devia ser sua prima por ter a cara de louca, como Sirius tinha descrito, com um homem ao seu lado. Este parecia simpático e só com o olhar esnobe como os outros. Um homem que tinha alguns fios de cabelos brancos e deveria ser o pai de Sirius, pois tinha traços dele e os inconfundíveis olhos pretos, estava sentado na cadeira do meio da mesa com cara de entediado. Ele avaliava ela e o menino que segurava sua mão.
Sirius, Anabeth e Harry se sentaram do mesmo lado, o menino sentou-se no meio deles, ficando menos tenso, então a mãe de Sirius sentou-se à mesa na outra ponta.
— Você trouxe essa trouxa pra me envergonhar ainda mais? O menino até tento entender, mas ela não. O que significa isso? — soltou, com veneno na voz.
Anabeth olhou para o prato vazio que estava em sua frente com vergonha.
Sirius segurou sua mão.
— Mãe, peço que respeite minha noiva. E o mesmo serve para o meu filho. — falou, com orgulho.
Harry tinha os olhos brilhando para o pai.
Anabeth levantou a cabeça quando a família arfou.
— Você vai se casar com uma trouxa, filho? Vai ser sangue puro jogado fora. — o pai resmungou, preocupado.
— O mesmo serve para você, pai, e para a família. Nada de tratar mal a minha família. — segurava a mão dos dois.
O silêncio tenso reinou até a mãe dele bater palmas e surgirem na mesa comidas de diferentes tipos. Anabeth arfou em surpresa, Sirius sorriu para ela e a família Black se limitava a ficar em silêncio com olhar de reprovação.
Ele disse noiva, não amiga ou namorada. Seu peito queria pular para fora do corpo de tanto que batia rápido.
Começou a comer, a comida tinha um gosto diferente, porém seguiu mastigando e se acostumou aquilo.
Ao terminar, foram todos para uma sala, onde os homens conversavam sobre o ministério da magia. As mulheres se sentaram em frente ao xadrez, começando a jogar.
Harry ficou de mão dada com Anabeth, se sentindo menos sozinho. Seguiu vendo as mulheres jogando e queria tentar também.
Quando elas saíram da mesa do jogo, Anabeth o indicou a cadeira, então se sentaram tentando jogar. As peças de Harry se mexiam, as de Elizabeth ficaram no lugar, então ela usou a mão para mover.
A mãe de Sirius se aproximou.
— Que coisa mais absurda! Jogar o xadrez bruxo dessa forma displicente. Tinha que ser uma trouxa. — ralhou ao lado dela.
Anabeth fingiu não ouvir. Sirius, junto aos homens, ficava olhando de tempos em tempos para Anabeth e Harry, que pareciam se divertir. Viu a mãe se aproximando e cochichando algo, mas logo em seguida saiu.
Viu a tensão de Anabeth, que manteve o rosto impassível quando a mãe dele falava, então voltar a ficar leve, o que o deixou mais aliviado.
Estava tudo correndo na medida do possível.
Anabeth então tentou dizer uma palavra mágica que conhecia para que as peças mexessem.
— Abracadabra. — murchando em seguida por não ter tido efeito.
Ela sentiu tensão no ar, então uma mão feminina a puxou, empurrando ela de encontro à parede de forma brusca, colocando a varinha em seu pescoço.
Sirius correu até ela, só que tarde, e pegou a varinha, apontando para Bellatrix.
— Um passo e a vadia trouxa morre. — deu a ordem a Sirius, que ficou parado no lugar.
Ele olhou para trás.
— Vocês não vão dizer nada? Qual o problema de vocês? — grunhiu, frustrado.
— Você não devia fazer piadas com o que não sabe, sua trouxa imbecil. — falou, calmamente, para Anabeth, que estava apavorada.
A mulher refletia maldade e loucura no olhar, uma combinação horrível.
Sirius gritou para soltá-la, mas Bellatrix ficou com ainda mais raiva.
Olhou para Anabeth, sorrindo.
— Crucio.
Anabeth sentiu o corpo doer inteiro como nunca antes e não sabia por que aquilo acontecia.
O marido de Bellatrix entrou na frente de Sirius com a varinha, a mãe e pai dele saíram da sala tensos.
— Saia da minha frente, Lestrange. — ele estava perturbado com aquilo.
Anabeth gritava com dor, Harry tentou empurrar Bellatrix, que o jogou para o outro lado da sala.
Aquilo fez com que Sirius desarmasse o marido de Bellatrix quando olhou brevemente para trás ao ouvir o barulho, e se transformasse em lobo, correndo até ela e mordendo sua perna, o que a fez soltar Anabeth e gritar de dor, largando a varinha.
Ele se transformou de volta, levantou Anabeth, que ainda sentia dores e calafrios pelo corpo, e foi até Harry, o pegando no colo, ele choramingava um pouco.
Anabeth tentava acalmá-lo com o pai dele.
Eles foram para a saída, ouvindo os berros da mãe e do pai dele atrás.
Pegaram seus casacos, indo para a rua mais aliviados. Correram até dar de cara com uma casa de dois andares com um lindo jardim.
Não é minha casa.
Anabeth estava um pouco confusa, mas seguiu Sirius, que os conduzia para dentro.
Lucinda apareceu, levando Harry para o quarto agora que estava mais calmo. Sirius pegou chá, o levando até Anabeth, que ainda tremia sem perceber.
— Me desculpe, amor. — pedia, com culpa nos olhos.
Anabeth bebeu o chá, dando um sorriso fraco.
Apertou sua mão.
— Não foi culpa sua, Sirius. — disse, de modo suave.
Ele não sabia se era por alívio dela estar bem, ou o momento de adrenalina. Quando ela terminou de beber o chá, colocando na mesinha da sala, ele a puxou para junto de si, dando um beijo em sua boca de forma suave.
Anabeth arqueou de surpresa, mas logo permitiu, aprofundando o beijo e colocando os braços em volta de seu pescoço.
Ela parou o beijo, olhando com a respiração pesada para ele.
— Foi você que me salvou no beco dois meses atrás? — queria ouvir sua resposta para saber que não estava louca.
— Não ia deixar aquele homem fazer o que quisesse com você, nem com nenhum outro trouxa. — falou, sério.
Ela sorriu.
— E sobre ser apenas uma vez? — apontou para eles dois, em expectativa.
Ele se aproximou, dando um beijo profundo em sua boca, descendo por seu pescoço.
— Só será apenas uma vez se você quiser, amor. — disse, de maneira sedutora, a trazendo para junto de si. Ela sorriu em meio aos beijos junto dele.
Sirius acordou vendo Anabeth ressonar baixinho em seu peito. Deu um beijo em sua testa, a deixando deitada no travesseiro e cobrindo seus ombros desnudos. Pegou seu robe preto que pendia no baú no pé da cama, o colocando e seguiu até a janela onde tinha uma porta que abria para a varanda.
Fechando a porta devagar, pegou o charuto que deixava ali na mesinha que tinha na varanda coberta e começou a fumar calmo.
Ele fumava à tarde com sua vestimenta que não era comum aos trouxas, mas nunca se importou em ser diferente. O problema foi que quando estava numa cafeteria perto dali, estava aguardando seu pedido e encontrou um grupo religioso que não respeitava seu jeito.
Dois homens estavam o encarando desde que entrara na cafeteria. Como tinha muitos trouxas ali, não poderia se transformar ou lançar feitiços como quisesse, teria que ser como nos velhos tempos, com as mãos.
Apoiou a mão na mesa, aguardando seu pedido. Viu eles cochicharem na mesa ao lado, rindo dele e aquilo o estava enfurecendo aos poucos, mas, então, algo chamou sua atenção. Uma mulher, com cabelos loiros longos, um casacão rosa a cobrindo e com olhos cor de mel olhava indignada para aqueles homens.
É mais uma que não fará nada”.
Já tinha desistido de encontrar trouxas que revidassem quanto ao seu jeito diferente. Ele foi chamado e se levantou, pegando o café da atendente e seguindo para fora, mas o homem gordo o esbarrou propositalmente, entornando o café nele.
Tinha diversão no olhar.
— Então, anormal, não vai fazer suas esquisitices? — falava, com raiva.
O mais jovem olhava orgulhoso para o mais velho.
— É, você devia sair daqui, esquisito! — falou, alto, deixando as pessoas olharem para eles.
Sirius fechou o punho de frustração para não socar seus rostos.
— Senhor, acredito que me deva um café. Sabe que temos direitos para ser quem quisermos de acordo com as leis, certo? — tentou puxar a racionalidade dele.
Ele se aproximou de Sirius, tocando-o de forma grosseira com seu dedo indicador gorducho.
— Ei, você é que tem que sumir daqui. Eu não gosto da sua gente. São perigosos com essa magia negra profana. — dizia, mais alto, para os outros, que ficaram com os rostos assustados.
“E era por trouxas assim que tinham problemas, tendo que se mudar de tempos em tempos”.
Aquilo o fez chegar ao limite, o fazendo dar um passo para trás, com o braço subindo e pegando impulso para em seguida descer no homem, quando apareceu na frente dele a moça do casacão rosa.
Era ainda mais linda de perto e corajosa também”.
Quase sorriu, esquecendo a situação em que passava.
Ela colocou a mão no seu peito, o impedindo de ir em frente, virada para o gorducho com seu indicador pequeno em riste.
— O senhor devia ter vergonha de julgar as pessoas dessa forma. Deixa esse senhor aqui viver como quiser, ele alguma vez machucou o senhor ou alguém que conheça? — perguntou, com a voz trêmula.
Ela olhou de soslaio para ele, o avaliando rápido.
Sirius quis gargalhar.
A mulher devia torcer para que ele não fosse um criminoso”.
O velho gaguejou, assim como o jovem.
Ela tomou aquilo como resposta, abaixando o dedo e retirando a mão do peito de Sirius.
Ele se sentiu um pouco vazio sem seu toque, mas ficou quieto observando.
— Então se não tem problemas, pare de querer arranjar um. Não tem uma família para cuidar? Um trabalho? — perguntou, para o homem.
Ele a olhou vermelho de vergonha, soltando reclamações baixinho e levando o jovem com ele para fora dali.
Ele foi agradecer a mulher, que voltou ao caixa, buscando seu café e mais um copo. Voltou para onde Sirius estava ainda parado, dando o outro copo.
— Obrigado, senhorita. — sorriu para ela, sentindo seu peito bater rápido.
Ela o olhou, tentando buscar na memória se o conhecia, mas ele era excêntrico demais, geralmente estava em casa.
— Sem problemas, senhor. Da próxima vez, me chame. — sorriu, piscando o olho para ele.
Foi até a porta e ele a seguiu, sendo parado por William Malfoy, primo de Lúcio, o que o deixou com raiva porque queria ir atrás dela. Assim que conseguiu o despistar, saindo da cafeteria, não a via em lugar algum.”
Sirius soltou a fumaça do charuto mais uma vez, olhando para Anabeth, que fazia barulho ao sair para a varanda. Ela estava coberta com o lençol e se aproximou dele, se sentando ao seu lado e o abraçando por querer ficar um pouco mais com ele.
Ambos ficaram olhando para o céu, vendo o dia amanhecer. Sirius deu um beijo na testa de Anabeth, vendo ao longe uma estrela brilhando no alto do céu.
E pensar que tudo começara com uma confusão e terminara assim, ele poderia estar mais feliz por ter encontrado sua parceira de vida?
Anabeth optou por um vestido que ia até abaixo de seus joelhos e com uma saia rodada, era preto com pétalas brancas por ele, tinha bolsos e um decote em forma de coração. Prendeu o cabelo longo num coque, colocou sapatilhas estilo bailarina da cor preta, sem acessórios, só com blush de leve e um batom nude.
Colocou o casacão rosa por cima, seguiu para a livraria e de lá iriam andando até a casa da família de Sirius.
Ele estava com um terno antigo, da cor azul marinho, com um relógio pendendo de seu bolso, uma túnica preta por cima e os cabelos penteados, com Harry segurando sua mão como se fosse uma versão menor dele.
Aquilo a fez sorrir e seu coração se expandir e esquentar por aquela família pequena.
Quando estava na calçada da livraria, Harry a viu e soltou da mão de Sirius, correndo até ela e dando um abraço apertado em sua cintura.
— Oi, Anabeth! To animado! Vamos que o papai tá nervoso achando que você não vinha. — confidenciou, para ela, sorrindo divertido.
Ela segurou a mão do menino e logo Sirius estava na sua frente e depositou um beijo em sua testa.
— Está linda, amor, vamos? — perguntava, pela última vez, dando a chance de fugir se ela quisesse.
Ela apenas acenou em confirmação e ele segurou a outra mão de Harry, andando alguns quarteirões até chegar a um conjunto com vários prédios, o que achou bem normal. Até o chão tremer, surgindo um outro conjunto, mas em vez de prédios acabou sendo uma imensa casa que saiu do lado daquele conjunto de prédios. Anabeth ficou boquiaberta, porém tratou de fechar a boca.
Como não sentiam aquilo?
Olhava dos prédios, alternando para a casa e tentando encontrar uma resposta.
Sirius, achando que ela estava assustada por aquele encontro, segurou sua mão, chamando sua atenção para si.
— Esse encontro é apenas uma vez, tudo bem? — disse, tentando confortá-la.
Ela abriu um sorriso, deixando o clima mais leve.
— Só estava pensando em como isso funciona. Ninguém sente o tremor? — perguntou, se aproximando dele.
Ele deu uma risada, achando engraçado.
— Você se esqueceu de uma coisa. Magia, amor. — explicou para ela, que arregalou os olhos compreendendo.
Ficou com as bochechas vermelhas, soltando a mão dele e levando Harry consigo. Ela olhou para baixo e viu o menino cabisbaixo.
Apertou a mão do garotinho que estava de boné.
— Vai dar tudo certo, estamos aqui com você. — passou a mão nas costas do menino, que ficou mais alegre.
Uma mulher com porte elegante e com um vestido preto cobrindo toda a pele, a encarou de volta com o mesmo olhar de Lúcio e aquilo a fez ficar receosa.
Olhou para o filho carrancuda e deu passagem a eles, dando uma olhada rápida para o garotinho.
Um anão muito feio apareceu para pegar seus casacos e ela o estendeu para ele, que ficou reclamando, Sirius instruiu para que o deixasse para lá porque era rabugento assim como a família.
Na sala de jantar com uma mesa grande, tinha uma mulher, que devia ser sua prima por ter a cara de louca, como Sirius tinha descrito, com um homem ao seu lado. Este parecia simpático e só com o olhar esnobe como os outros. Um homem que tinha alguns fios de cabelos brancos e deveria ser o pai de Sirius, pois tinha traços dele e os inconfundíveis olhos pretos, estava sentado na cadeira do meio da mesa com cara de entediado. Ele avaliava ela e o menino que segurava sua mão.
Sirius, Anabeth e Harry se sentaram do mesmo lado, o menino sentou-se no meio deles, ficando menos tenso, então a mãe de Sirius sentou-se à mesa na outra ponta.
— Você trouxe essa trouxa pra me envergonhar ainda mais? O menino até tento entender, mas ela não. O que significa isso? — soltou, com veneno na voz.
Anabeth olhou para o prato vazio que estava em sua frente com vergonha.
Sirius segurou sua mão.
— Mãe, peço que respeite minha noiva. E o mesmo serve para o meu filho. — falou, com orgulho.
Harry tinha os olhos brilhando para o pai.
Anabeth levantou a cabeça quando a família arfou.
— Você vai se casar com uma trouxa, filho? Vai ser sangue puro jogado fora. — o pai resmungou, preocupado.
— O mesmo serve para você, pai, e para a família. Nada de tratar mal a minha família. — segurava a mão dos dois.
O silêncio tenso reinou até a mãe dele bater palmas e surgirem na mesa comidas de diferentes tipos. Anabeth arfou em surpresa, Sirius sorriu para ela e a família Black se limitava a ficar em silêncio com olhar de reprovação.
Ele disse noiva, não amiga ou namorada. Seu peito queria pular para fora do corpo de tanto que batia rápido.
Começou a comer, a comida tinha um gosto diferente, porém seguiu mastigando e se acostumou aquilo.
Ao terminar, foram todos para uma sala, onde os homens conversavam sobre o ministério da magia. As mulheres se sentaram em frente ao xadrez, começando a jogar.
Harry ficou de mão dada com Anabeth, se sentindo menos sozinho. Seguiu vendo as mulheres jogando e queria tentar também.
Quando elas saíram da mesa do jogo, Anabeth o indicou a cadeira, então se sentaram tentando jogar. As peças de Harry se mexiam, as de Elizabeth ficaram no lugar, então ela usou a mão para mover.
A mãe de Sirius se aproximou.
— Que coisa mais absurda! Jogar o xadrez bruxo dessa forma displicente. Tinha que ser uma trouxa. — ralhou ao lado dela.
Anabeth fingiu não ouvir. Sirius, junto aos homens, ficava olhando de tempos em tempos para Anabeth e Harry, que pareciam se divertir. Viu a mãe se aproximando e cochichando algo, mas logo em seguida saiu.
Viu a tensão de Anabeth, que manteve o rosto impassível quando a mãe dele falava, então voltar a ficar leve, o que o deixou mais aliviado.
Estava tudo correndo na medida do possível.
Anabeth então tentou dizer uma palavra mágica que conhecia para que as peças mexessem.
— Abracadabra. — murchando em seguida por não ter tido efeito.
Ela sentiu tensão no ar, então uma mão feminina a puxou, empurrando ela de encontro à parede de forma brusca, colocando a varinha em seu pescoço.
Sirius correu até ela, só que tarde, e pegou a varinha, apontando para Bellatrix.
— Um passo e a vadia trouxa morre. — deu a ordem a Sirius, que ficou parado no lugar.
Ele olhou para trás.
— Vocês não vão dizer nada? Qual o problema de vocês? — grunhiu, frustrado.
— Você não devia fazer piadas com o que não sabe, sua trouxa imbecil. — falou, calmamente, para Anabeth, que estava apavorada.
A mulher refletia maldade e loucura no olhar, uma combinação horrível.
Sirius gritou para soltá-la, mas Bellatrix ficou com ainda mais raiva.
Olhou para Anabeth, sorrindo.
— Crucio.
Anabeth sentiu o corpo doer inteiro como nunca antes e não sabia por que aquilo acontecia.
O marido de Bellatrix entrou na frente de Sirius com a varinha, a mãe e pai dele saíram da sala tensos.
— Saia da minha frente, Lestrange. — ele estava perturbado com aquilo.
Anabeth gritava com dor, Harry tentou empurrar Bellatrix, que o jogou para o outro lado da sala.
Aquilo fez com que Sirius desarmasse o marido de Bellatrix quando olhou brevemente para trás ao ouvir o barulho, e se transformasse em lobo, correndo até ela e mordendo sua perna, o que a fez soltar Anabeth e gritar de dor, largando a varinha.
Ele se transformou de volta, levantou Anabeth, que ainda sentia dores e calafrios pelo corpo, e foi até Harry, o pegando no colo, ele choramingava um pouco.
Anabeth tentava acalmá-lo com o pai dele.
Eles foram para a saída, ouvindo os berros da mãe e do pai dele atrás.
Pegaram seus casacos, indo para a rua mais aliviados. Correram até dar de cara com uma casa de dois andares com um lindo jardim.
Não é minha casa.
Anabeth estava um pouco confusa, mas seguiu Sirius, que os conduzia para dentro.
Lucinda apareceu, levando Harry para o quarto agora que estava mais calmo. Sirius pegou chá, o levando até Anabeth, que ainda tremia sem perceber.
— Me desculpe, amor. — pedia, com culpa nos olhos.
Anabeth bebeu o chá, dando um sorriso fraco.
Apertou sua mão.
— Não foi culpa sua, Sirius. — disse, de modo suave.
Ele não sabia se era por alívio dela estar bem, ou o momento de adrenalina. Quando ela terminou de beber o chá, colocando na mesinha da sala, ele a puxou para junto de si, dando um beijo em sua boca de forma suave.
Anabeth arqueou de surpresa, mas logo permitiu, aprofundando o beijo e colocando os braços em volta de seu pescoço.
Ela parou o beijo, olhando com a respiração pesada para ele.
— Foi você que me salvou no beco dois meses atrás? — queria ouvir sua resposta para saber que não estava louca.
— Não ia deixar aquele homem fazer o que quisesse com você, nem com nenhum outro trouxa. — falou, sério.
Ela sorriu.
— E sobre ser apenas uma vez? — apontou para eles dois, em expectativa.
Ele se aproximou, dando um beijo profundo em sua boca, descendo por seu pescoço.
— Só será apenas uma vez se você quiser, amor. — disse, de maneira sedutora, a trazendo para junto de si. Ela sorriu em meio aos beijos junto dele.
Sirius acordou vendo Anabeth ressonar baixinho em seu peito. Deu um beijo em sua testa, a deixando deitada no travesseiro e cobrindo seus ombros desnudos. Pegou seu robe preto que pendia no baú no pé da cama, o colocando e seguiu até a janela onde tinha uma porta que abria para a varanda.
Fechando a porta devagar, pegou o charuto que deixava ali na mesinha que tinha na varanda coberta e começou a fumar calmo.
Ele fumava à tarde com sua vestimenta que não era comum aos trouxas, mas nunca se importou em ser diferente. O problema foi que quando estava numa cafeteria perto dali, estava aguardando seu pedido e encontrou um grupo religioso que não respeitava seu jeito.
Dois homens estavam o encarando desde que entrara na cafeteria. Como tinha muitos trouxas ali, não poderia se transformar ou lançar feitiços como quisesse, teria que ser como nos velhos tempos, com as mãos.
Apoiou a mão na mesa, aguardando seu pedido. Viu eles cochicharem na mesa ao lado, rindo dele e aquilo o estava enfurecendo aos poucos, mas, então, algo chamou sua atenção. Uma mulher, com cabelos loiros longos, um casacão rosa a cobrindo e com olhos cor de mel olhava indignada para aqueles homens.
É mais uma que não fará nada”.
Já tinha desistido de encontrar trouxas que revidassem quanto ao seu jeito diferente. Ele foi chamado e se levantou, pegando o café da atendente e seguindo para fora, mas o homem gordo o esbarrou propositalmente, entornando o café nele.
Tinha diversão no olhar.
— Então, anormal, não vai fazer suas esquisitices? — falava, com raiva.
O mais jovem olhava orgulhoso para o mais velho.
— É, você devia sair daqui, esquisito! — falou, alto, deixando as pessoas olharem para eles.
Sirius fechou o punho de frustração para não socar seus rostos.
— Senhor, acredito que me deva um café. Sabe que temos direitos para ser quem quisermos de acordo com as leis, certo? — tentou puxar a racionalidade dele.
Ele se aproximou de Sirius, tocando-o de forma grosseira com seu dedo indicador gorducho.
— Ei, você é que tem que sumir daqui. Eu não gosto da sua gente. São perigosos com essa magia negra profana. — dizia, mais alto, para os outros, que ficaram com os rostos assustados.
“E era por trouxas assim que tinham problemas, tendo que se mudar de tempos em tempos”.
Aquilo o fez chegar ao limite, o fazendo dar um passo para trás, com o braço subindo e pegando impulso para em seguida descer no homem, quando apareceu na frente dele a moça do casacão rosa.
Era ainda mais linda de perto e corajosa também”.
Quase sorriu, esquecendo a situação em que passava.
Ela colocou a mão no seu peito, o impedindo de ir em frente, virada para o gorducho com seu indicador pequeno em riste.
— O senhor devia ter vergonha de julgar as pessoas dessa forma. Deixa esse senhor aqui viver como quiser, ele alguma vez machucou o senhor ou alguém que conheça? — perguntou, com a voz trêmula.
Ela olhou de soslaio para ele, o avaliando rápido.
Sirius quis gargalhar.
A mulher devia torcer para que ele não fosse um criminoso”.
O velho gaguejou, assim como o jovem.
Ela tomou aquilo como resposta, abaixando o dedo e retirando a mão do peito de Sirius.
Ele se sentiu um pouco vazio sem seu toque, mas ficou quieto observando.
— Então se não tem problemas, pare de querer arranjar um. Não tem uma família para cuidar? Um trabalho? — perguntou, para o homem.
Ele a olhou vermelho de vergonha, soltando reclamações baixinho e levando o jovem com ele para fora dali.
Ele foi agradecer a mulher, que voltou ao caixa, buscando seu café e mais um copo. Voltou para onde Sirius estava ainda parado, dando o outro copo.
— Obrigado, senhorita. — sorriu para ela, sentindo seu peito bater rápido.
Ela o olhou, tentando buscar na memória se o conhecia, mas ele era excêntrico demais, geralmente estava em casa.
— Sem problemas, senhor. Da próxima vez, me chame. — sorriu, piscando o olho para ele.
Foi até a porta e ele a seguiu, sendo parado por William Malfoy, primo de Lúcio, o que o deixou com raiva porque queria ir atrás dela. Assim que conseguiu o despistar, saindo da cafeteria, não a via em lugar algum.”
Sirius soltou a fumaça do charuto mais uma vez, olhando para Anabeth, que fazia barulho ao sair para a varanda. Ela estava coberta com o lençol e se aproximou dele, se sentando ao seu lado e o abraçando por querer ficar um pouco mais com ele.
Ambos ficaram olhando para o céu, vendo o dia amanhecer. Sirius deu um beijo na testa de Anabeth, vendo ao longe uma estrela brilhando no alto do céu.
E pensar que tudo começara com uma confusão e terminara assim, ele poderia estar mais feliz por ter encontrado sua parceira de vida?