Between Love and Friendship

Última atualização: 13/07/2017

Capítulo 1

Eu poderia tomar essa historia de um ponto antigo, mas antes preciso que entendam. Hoje é dia 01 de janeiro de 2016. E essa é minha historia, bonita ou não é real. E o final, bom eu ainda não descobri.
Rolei da cama ouvindo choro do e caminhei até o berço, encontrando- o sentado no berço, felizmente ou não, ele me lembrava o pai. E olha-lo ali me lembrava de varias coisas.

FlashBack On – Não sei o dia mas de uma lembrança boa.

Estavamos deitados tirando fotos aleatórias, enquanto ele elogiava meu sorriso.
- Quando tivermos um moleque eu quero que tenha seu sorriso. – disse e se escorou no braço me encarando.
- Não é moleque, amor. E ele tem que ter seus olhos.
- Só de ter um filho eu ficaria feliz, .
- Quer tanto ser pai?
- Eu largaria tudo, juro que faria que a gente fosse a família mais linda.
- Um dia ainda vamos ser. – Eu sorri e olhei pro teto pensando no meu futuro com .

FlashBack Off

E incrivelmente ele tinha os olhos do pai, o sorriso meu. Ele era todo o . O que foi bom por um lado, depois do meu termino com quando eu descobri estar gravida devido a ciúmes de um amigo, a tal duvida surgiu, e sim ele tentou correr da tal responsabilidade. Até o dia que o nasceu.



FlashBack On – 26 de março de 2015, 16:27

- Ele é sua cara, pai. – A enfermeira sorriu o entregando o bebê e nesse momento ele me encarou como em um pedido silencioso de perdão. Eu ignorei o seu olhar esperando algum tipo de reação da minha parte e sorri ao ver meu filho se aproximando, ele era o escrito. A enfermeira saiu do quarto alegando alguns exames e nós ficamos a sós após alguns procedimentos.
- Você tá bem? – Ele se aproximou da cama.
- Uhum – Eu pigarrei tentando ignorar-lo.
- Ele se parece comigo, mas tem o seu sorriso. – Ele sorriu de lado ainda meio sem graça.
- Pois é, acho que sua vontade foi cumprida. – Eu disse ainda seca.
- Um dos nossos desejos foram compridos. – Ele se sentou na cama e me encarou. – Agora faltam os outros.
- Não faltam, . Não há nada pra ser cumprido, você já tirou sua duvida ele é mesmo o seu filho e agora espero que tenha maturidade de me ajudar a cria-lo.
- ... – Ele tentou falar algo mas foi interrompido pela porta e o colocando a cabeça pra dentro da porta.
- Interrompo, pequena? – Ele perguntou com a sobrancelha erguida.
-Não pirralho. – Eu sorri em direção a ele e ele adentrou o quarto da maternidade ignorando a presença do ali. E me abraçando em seguida.
- Você tá horrível. – Ele sorriu e me deu um beijo na testa.
- Eu sei, idiota. – Eu sorri de volta.
- O é lindo. – Ele sorriu pra mim. – Vamos cuidar bem do mais novo mascote. – Ele continuou mas ouviu um muxoxo vindo do .
- , vou ir ver “nosso” filho – Ele frizou a palavra nosso e eu apenas assenti e voltei meu olhar pro que olhava com cara de tedio para a porta.

FlashBack Off

Acordar as 7:00 AM depois de uma festa de ano novo não é algo que eu aprecie, mas de alguma forma, vale a pena. Depois de pegar o no colo eu caminhei até a cozinha preparando a mamadeira. E fui atrás do meu celular para checar as mensagens.
Nada de interessante além da notificação do , bom de uns tempos pra cá as coisas andam meio diferentes entre a gente. Tem rolado um clima ali e outro aqui, mas nada que passasse de olhares, obvio. As vezes até os olhares são loucuras da minha cabeça, é normal alguém que não se envolve a tanto tempo enxergar coisa onde não tem.

<3 7:21 AM: Pirralha, eu estava pensando se como o vai pegar o a gente podia ir dar uma volta, certo?”
7:33 AM:< É, talvez seja uma boa ideia...”
Voltei pro quarto e fui arrumar as coisas do , minha mãe já havia saído então eu dei banho nele, troquei-o e coloquei ele no berço com um dvd ligado pra me arrumar, fui tomar um banho, e fui em direção ao guarda roupa pra me arrumar e peguei uma saia florida meio rodada, e um cropped branco colado, calcei minhas rasteirinhas e soltei o cabelo que estava com o ondulado natural, fiz uma maquiagem básica e ouvi a campanhia encontrando o do lado de fora. Certamente as 11:00 AM
Maldito.
O filho da puta era bonito, ele estava com a t-shirt preta e uma bermuda clara e o básico sapatênis vermelho da pollo, o cabelo pouco bagunçado e o maldito sorriso escancarado no rosto. Depositei um beijo na testa do e o entreguei pro , enquanto disfarçava meu olhar pra outro lado enquanto ele prendia o bebê conforto e eu esperava pra entrega-lo a bolsa. Ele parou na minha frente depois de colocar o no carro e me analisou de cima a baixo sem dizer nem uma palavra e quando ia se pronunciar, ouvi a voz do parando com o carro na minha frente.
- Já tá pronta, bonitinha? – Ele chegou sorrindo e eu olhei de soslaio pro que já tinha desviado o olhar, o entreguei a bolsa e tranquei a casa indo em direção ao , que olhava cinicamente pro . Esse ano com certeza havia começado interessante..

Depois de me acomodar no carro, liguei o som e vi que o olhar do subia pela altura da saia até meus olhos, olhei pro lado e o peguei sorrindo pra mim. Maravilha.
É muita coisa boa pra um dia só meu jesus cristinho. Sorri de volta a gente foi rumo ao shopping.
- O que a gente vai fazer? – Eu perguntei curiosa
- Vamos comer um maravilhoso BoB’S e depois pegar um cinema.
- Você quer me deixar gorda. – Eu gargalhei e dei um soco de leve no seu braço quando entramos na porta do shopping e ele passou o braço pelo meu ombro me puxando pra perto.
- Cala boca pirralha. – Ele gargalhou de volta e nós fomos rumo ao Bob’s.

(...)

Nós comemos entre brincadeiras e agora estávamos sentados na cadeiras do cinema do fundo esperando o filme começar.
- Eu não quero finni, senhor irritante. – Eu empurrei o pacote de bala pela quinta vez.
- Ah, vai se ferrar . O que você quer?
- Quero meu amandita ai dentro. – Eu olhei com carinha de fofa pra ele.
- Querer não é poder, bonitinha.
- Quem disse?
- Eu disse.
- E porque você acha isso? – Eu o encarei e ergui a sobrancelha.
- Não me encara não, ô pirralha. – Ele aproximou o rosto do meu tentando passar medo.
- Encaro sim. – Eu gargalhei. – Mas não enrola, porque pra você querer não é poder?
- Porque eu quero algo, e nem por isso eu posso.
- Mas quem decide o que pode ou não é você, faz o que quiser . – Eu dei ombros.
- Então tá, eu faço. – E dito isso eu recebi a reação mas inesperada do ano, ele embrenhou as mãos no meu cabelo e mordeu meu lábio inferior dando inicio a um beijo.
E que merda de beijo bom!



Capítulo 2

Não era de todo fácil, o que estava acontecendo, eu sabia que seria difícil. Mas não sabia que iria doer tanto. Depois de uma semana que eu havia saído com , eu voltei a ver o no fim de semana quando ele veio visitar o filho. Nosso relacionamento não era dos melhores, e eu o detestava por isso. Eu rezei tanto para que continuássemos bem, que pudéssemos ficar juntos, mas ele nunca mudaria, e eu devia saber. Ou, eu até sabia, mas é o que dizem, como explica pro coração? Terminei de me trocar, e de colocar o no berço e sai pra atender a campanhia. Agora é que vinha a parte difícil, olha-lo, me aproximar, eu não gostava disso. Não que eu fosse fraca, de longe. Mas perto dele as coisas mudavam, depois de mais de um ano as coisas ainda eram do mesmo jeito. Mas a gente sempre disse isso, as coisas entre a gente eram diferentes.


FlashBack – 23/05/14 1 ano de namoro.

- Se eu pudesse eu não te largava mais. – Ele me abraçou e sorriu.
- Não larga, não precisa. – Eu ri e me aninhei mais no seu abraço, era surreal a forma como que eramos diferentes juntos.
- Eu nunca liguei pra isso de amor, mas sei lá com você é diferente.
- Isso quer dizer que? – Eu o questionei com a sobrancelha erguida, ele nunca havia dito as três palavras.
- Ah, sei lá eu te amo . – Ele não me deu espaço pra resposta e me deu um selinho. – Com você é diferente, sabe? Eu fico tão menino e você também nem parece aquela menininha, sei lá. A gente se completa.
- Eu também te amo. – E então ele sorriu e me beijou.

Flashback off

Abri a porta e dei de cara com o idiota que havia me deixado a dias atrás. Ele raramente vinha ver o sozinho, ou até quando não o buscava, mandava alguém vir. Ele estava ali, do mesmo jeito que eu havia me deixado a meses. A t-shirt preta caia bem pelos ombros e a calça jeans clara e um tênis na mesma cor da blusa, o cabelo impecavelmente arrepiado. E o pior de tudo, o maldito sorriso estava ali. Eu não o correspondi no ato e dei espaço pra ele entrar que me analisou calmamente.
- Tá bonita. – Nesse exato momento eu o encarei como se questionasse o que ele queria com aquilo mas balancei a cabeça num gesto de agradecimento. Era aquilo o máximo que ele merecia. Passei do lado dele e indiquei o sofá.
- Senta ai, vou pegar o lá encima.
- Ele tá dormindo?
- Sim
- Então eu espero, fica aqui também. – Ele sorriu e levantou segurando minha mão que eu puxei prontamente.
- Eu vou busca-lo, espera aqui. – E sai rumo as escadas. Precisava ir pro quarto, respirar fundo e voltar pro show dele, entrei no meu quarto onde ficava o berço do e escorei na parede. Eu precisava desabar, não era pra mim. Não dava pra fingir, aquela não era eu. Quando eu cheguei próximo ao quadro de fotos onde nada ainda havia mudado senti uma movimentação na porta.
- Porque tá fugindo?
- Não tô fugindo, sai do meu quarto.
- Vir sozinha pro quarto chorar ,? Essa não é você.
- Essa não era eu, e por favor não finge que me conhece
- Te conheço muito bem, e você sabe. – Ele caminhou em minha direção e eu analisei os movimentos dele. – E não precisa resistir, tá com saudades também.
- Não encosta em mim.
- Engraçado que você nunca pediu isso. – Ele disse e pousou uma mão na minha cintura.
- Não se superestime, porque não vê teu filho e vai embora logo?
- Eu tentei que a gente desse certo, mas não sirvo pra isso, .
- Porque caralho você tá aqui então?
- Não sei, saudade talvez.
- Então para de sentir saudades e me esquece.
- Você não me esqueceu, que eu sei.
- Te esqueci no dia que você saiu da porta da minha casa porque foi a primeira vez que em todos esses anos que você foi embora, como se eu fosse um nada na sua vida.


Flashback - Belo horizonte, 04 de agosto de 2014

Não era algo que eu esperava nem para sete dias, nem para sete meses, nem pra sete anos. Ele estava indo embora como se tudo que tivesse acontecido entre a gente fosse, nada.
- Já chega , não da mais.
- E você acordou e decidiu isso?
- Voce devia saber que nada é pra sempre. – Ele me olhou pela ultima vez e então saiu do meu quarto. Que nada era pra sempre eu sabia. Mas eu achei que sabia que ele me amava também. Eu não era nenhuma mocinha de contos de fadas mas eu acreditava em promessas, inclusive na promessa que ele havia feito a sete anos atrás.



– 22 de fevereiro de 2007.

Eu estava sentada no escolar ao lado dele, enquanto eu tentava contar algo pra ele, mas ele estava concentrado demais nas cartinhas de algum jogo idiota.
-? – Eu chamei mas ele parecia estar no mundo da lua. - ? – Eu chamei mais alto na esperança de ele escutar.
-Oi ? – Ele respondeu ainda sem me olhar.
- Aconteceu alguma coisa? – Ele levantou o rosto pra me responder mas nessa hora o escolar parou na nossa rua, e ele apressou o passo pra descer. Eu ia grita-lo novamente se quando eu desci do escolar e olhei em direção a casa dele, não tivesse um caminhão de mudanças e ele tivesse me olhado como quem quisesse evitar de falar daquilo. Não era o que eu pensava, era? Ele estava indo embora, ignorei o olhar dele de não falar sobre isso e fui ate o portao dele.
- Tia, vocês estão fazendo o que? – Eu me direcionei a mae dele.
- , a gente vai se mudar. O não te disse?
- Não, ele não me disse. – eu olhei pra ele como quem questionava e ele veio em direção a mim.
- , eu ia te falar mas não queria te ver triste.
- Voce devia ter falado, você vai embora?.
- Mas eu vou voltar um dia, e não vou me esquecer de você.
- Promete, que sempre vai lembrar de mim?
- Prometo de dedinho que nos dois somos para sempre..


Flashback no flashback of.

“ Para sempre” era a palavra que ecoava o local. E todas as promessas se foram junto com ele quando ele saiu da porta do meu quarto e eu me encostei na parede querendo entender o porque de uma mudança tão repentina. Ouvi bip de mensagem no celular mas não quis responder, quem quer que fosse iria esperar. Minha mae bateu na porta me perguntando o que tinha acontecido e eu so pedi um tempo. Eu não precisava de falar com ninguém naquele momento. So precisava entender o que tinha acontecido. Olhei pra parede no mural de fotos que eu havia feito de nos dois ali. E cada foto tinha uma historia. A primeira foto nos estávamos com roupa de quadrilha, era a primeira festa junina que passamos juntos desde o dia que eu o conheci. Eu estava com vestido rosa, cheio de remendos e maria Chiquinha e ele de xadrez. Eu tinha o conhecido uma semana antes disso.


07 de junho de 2005
Eu estava descendo a rua com minha vo, pra irmos ate a vendinha da esquina. E ela parou na rua quando encontrou uma moça que estava com um menino ao lado, aparentava ter a mesma idade que eu e estava com o carrinho na mao. Ela parou e abraçou a mulher calorosamente como se elas se conhecessem a muito tempo e eu e o garotinho apenas olhávamos para o chão sem entender nada.
- Sua neta rosário? – A moça me olhou.
- Sim, e esse e o ? Já ta um rapazinho lindo.- Minha vo disse olhando pro garotinho que nem se moveu.
- , esse e o seu novo vizinho. – minha vo me olhou e eu sorri pro garoto e ele sorriu de volta.
- Voces vao ser grandes amigos. – A mae dele olhou pra nos dois e a gente se olhou ainda rindo. Elas estavam certas, seriamos grandes amigos.


FlashBack Off.

- Você lembra muito do passado.
- Você tem noção da merda que você fez comigo? Porra, você me estragou garoto e tira a merda das suas mãos de mim – Eu o empurrei com toda a força que tinha e abri a porta o empurrando. – Vai embora, e se quiser ver teu filho, aprende a lidar com o nada que existe entre nós. Desci as escadas na frente dele e abri a porta. – Só aparece quando souber lidar que não existe nada além da raiva que eu nutri por você.
- Porque as coisas são assim? Você deixou o amor sair e o orgulho prevaleceu?
- A raiva prevaleceu, eu te amava retardado. – E nessa altura eu já chorava na porta da minha casa, o traçou o portão da casa dele e viu o na porta, ele já sabia que havíamos brigado, estava na cara. Por isso ele veio caminhando até mim quando o se afastou e só me abraçou, e era daquilo que eu precisava, e precisaria daqui pra frente eu só não havia descoberto ainda.



Capítulo 3

Eu abri mão da gente, porque eu entendi que ficar agarrada a tudo que nos lembrava não ia te trazer de volta. E então eu voltei. Retomei as rédeas da minha vida e encontrei dentro de mim o que tanto me faltava. Eu fui meu próprio remédio, fui a minha cura contra toda aquela dor que você causou, e é só desse jeito que a gente se recupera de verdade. Somos só nós que podemos cuidar das nossas feridas. Foi trabalhoso me reerguer e voltar a andar com as minhas pernas, por isso eu prometi que manteria a porta fechada quando você voltasse, mas quando a campainha tocou eu senti o coração balançar de um jeito estranho.Eu ainda o amo, mas me amo mais.

- Não faz sentido você chorar por esse retardado.
- Não faz sentido, mas doi.
- Eu sei, . Mas olha tem tanto garoto te querendo e você ai.
- Ah claro, muitos.
- As vezes você só não percebe, ou não quer.
- Querer não é poder.
- Claro que é, eu por exemplo quero algo agora, mas não vou fazer só porque você ainda tá sensível.
- Ia me bater bonitinho?
- Ia te beijar mesmo. – me encarou e sorriu quando viu minha cara. Não seria tão mal beija-lo de novo, seria?.
- Talvez não seja uma má ideia.. – Ele me olhou de lado sentado no sofá e riu baixo, eu o olhei e ergui a sobrancelha. Até que ele se virou de lado com uma cara meio assustadora, ele ia fazer alguma merda, no segundo seguinte ele se jogou encima de mim e rodeou as pernas ao redor das minhas me prendendo no sofá e prendeu meu pulso pro alto..
- Não seria má ideia?
- Talvez não, bonitinho.
- Talvez não é resposta pra mim, não vou te beijar enquanto você não disser.
- Quero. – Eu ri e ergui a sobrancelha.
- Quer o que? – Ele aproximou a boca da minha bochecha e me deu um beijo ali.
- Você sabe, não me irrita.
- Diz, .
- Eu quero te beijar, idiota.
- Era só isso que eu precisava ouvir. – E dito isso ele soltou as mãos do meu pulso e envolveu nos meus cabelos e então me beijou. E pela segunda vez eu tive quase certeza que o que eu precisava era ele. Foram longos minutos ali. Até que ele se afastou e me encarou.
- Se você me acostumar mal, não vou te largar mais.
- Não precisa, se for com esses beijos. – Eu ri contra o pescoço dele.
- Ai garota, não brinca comigo, eu devia ter feito isso a muito tempo. – Ele me puxou pra mais perto dele e afundou o rosto no meu pescoço.
- Desde quando?
- Desde quando o que? – Ele se remexeu meio incomodado com a pergunta
- Você queria, sei la..
- Há muito tempo, .
- Muito tempo quanto? Eu preciso saber.
- Eu te quero a muito tempo. – Ele deu um riso fraco contra meu pescoço como se estivesse pensando no que ia dizer. – Há bastante tempo eu venho imaginando seu beijo, e me contentando só com seu abraço. – Nesse momento eu depositei um selinho no pescoço dele e ele afastou o rosto pra me encarar. – Mas não adianta, enquanto você quiser o idiota do Pedro, eu não consigo ficar com você
E então se levantou deixando um beijo na minha testa.
- Você já vai? – Eu perguntei ainda meio insegura de entrar naquele assunto
- Vou, mais tarde ligo ou mando mensagem. – E sem mais nenhuma palavra ele saiu porta a fora. E eu me afundei no sofá de novo. Eu mal sabia que merda eu estava fazendo, eu só queria ser feliz, cuidar do nicolas e arrumar minha vida. Fui acordada dos meus devaneios pela minha mãe entrando pela porta.
- Jogada em algum lugar, como sempre. – Ela saiu dando muxoxo enquanto eu me levantei sem dar uma palavra e caminhei até meu quarto. O nicolas estava dormindo como de costume e eu me joguei na cama voltando a lembrar de tudo que havia acontecido de um tempo pra cá, mas em especial meus momentos com . Eu tinha tudo pra ser feliz com ele, só não enxergava isso.



FlashBack on:

- Eu to puta da vida, .
- E qual seria o motivo? – Ele disse mexendo nos meus cabelos enquanto eu estava deitada no colo dele
- O , disse que faria de tudo pra voltar comigo e anunciou namoro serio no facebook.
- Sempre o otario...
- Eu sei, já tô enchendo teu saco né, bebê?
- Não, pequena.
- Canta?
- Agora?
- Sim, o violão tá atrás do guarda-roupa. – Ele se levantou fez um mini toque e começou
Ela mexe comigo, e pior que não sabe. Comentei com os amigos minha outra metade, ela.. ah eu morro de amores por ela...
- Apaixonado, baby?
- Super, por você.
- Idiota – Eu gargalhei, ele e as benditas brincadeiras.


Flashback off

E eu tinha uma única conclusão, eu era uma idiota.



Capítulo 4

, que saudades.. — Eu disse assim que ele me tirou do chão em um abraço longo e confortante. Era diferente a forma com que eu me encaixava no abraço dele, era confortante, calmo e me transmitia no minimo paz..
O caso é que de umas semanas pra cá eu e ele estamos nos aproximando cada vez mais, e eu tentava evita-lo a qualquer custo e até consegui quando ele viajou pra São paulo por uma semana com a mãe, eu morri de saudade, era claro. Mas, de alguma forma eu precisava pensar em tudo que estava acontecendo. Eu havia terminado há alguns meses e me aproximado cada vez mais dele. Começando a nutrir sentimentos jamais permitidos sentir por ele, havia começado a sentir saudades do abraço, do cheiro e principalmente eu havia gostado do beijo dele. Mas o pior, ou melhor. Ainda não conclui é que ele demonstra o mesmo. Tenho usado essa ultima semana pra pensar sobre isso, sobre nutrirmos sentimentos além da amizade um pelo outro. Por estarmos nos beijando sem ligar pra nada, e por quase transarmos. Isso não fazia sentido nenhum. Mas, eu não precisava de sentido, nesse momento quando nosso abraço cessou e ele me encarou sorrindo com a boca proxima a minha, o olhar castanho focado nos meus. E as mãos ainda na minha cintura, a uunica coisa eu precisava era beija-lo e foi o que fiz. Ou melhor, pedi pra que ele fizesse.
– Me beija —Sussurrei quase impossibilitando-o de ouvir, mas, quando ele sorriu eu soube que ele havia escutado, e melhor. Iria fazer. Acabou com toda a minima distancia que ainda impedia sua boca de encostar na minha e começar um selinho calmo que por ironia não forá correspondido por mim, eu não queria calma. Eu queria beija-lo, de verdade. Aproveitei a cara de confusão dada pelos olhos dele quando eu o impedi e puxei-o pelos cabelos curtos proximo a mim beijando-o furiosamente. E ele embora supreso não demorou a partir os labios e dar espaço pra que aprofundassemos o beijo. Nós dois suspiramos com a reação dos nossos corpos. Ele desceu as mãos mais uma vez pra minha cintura, dessa vez apertando-a sem piedade e me puxando pra si, como em um pedido para que eu não saisse dali. Eu mordia seu labio inferior hora ou outra, e recebia um aperto a mais na cintura e talvez até mãos mais ousadas proximo as minhas coxas. Eu queria beija-lo, queria muito mais se me deixasse ali. E senti-lo duro contra mim me fazia pensar insanamente sobre continuar. E se o não tivesse resmungado no berço ali e agora, Eu teria me esquecido de todos os impedimentos e ficaria ali mesmo com ele. Ele sorriu sem graça contra mim e se afastou lentamente como se estivesse esperando minha reação.
– Vá pegar o , eu te espero aqui. Aproveito pra é.. Beber uma agua — Eu apenas sorri do desconcerto dele e caminhei até o quarto. Se ele ficasse mais um misero segundo proximo a mim, eu não responderia mais por mim. Fui até o berço pegando o apenas pra nina-lo. E em poucos minutos ele já havia dormido novamente. E fui pra sala novamente, quando cheguei lá o estava encarando o teto sem esboçar nenhuma reação. Eu cocei a garganta quando me sentei no sofá do lado dele e ele sorriu me puxando pra deitar no seu colo.
– Preparada pra voltar às aulas na segunda-feira?
– Não, eu queria ficar dormindo mais um ano. — eu sorri fraco e ele afagou meus cabelos começando um carinho lento.
– Vai ser bom pra ti, pequena. Pessoas novas, ambiente novo.
– Boys novos. — Eu gargalhei e ele girou os olhos se mexendo incomodado no sofá. – E na faculdade? Tudo pronto pra começar?
– Sim, bastante empolgado, mesmo não sendo a que eu tanto tentei.
– Mas ainda tem a segunda chamada pra UFMG, não tem?
– Tem,. Mas não sei se passo, pelo menos têm umas gatinhas na PUC. — Revirei os olhos e me levantei lhe dando um empurrão.
– Idiota.
– Chata
– Retardado
– Ciumenta.
– Você está caçoando de mim,? Eu não tô com ciúmes nenhum.
– Claro que não…
– Você que está.
– Estou mesmo. — Ele disse dando ombros e eu arregalei os olhos e ele notou minha reação e se aproximou. – Sabe,. Não estou adaptado a ideia de ver outra pessoa te beijando do jeito que te beijei aqui. Nem te segurando da forma que eu te segurei. — Ele roçou os lábios no meu ouvido e eu suspirei.
– Se não quiser que aconteça nenhuma besteira, por favor não fica me provocando.
– Eu estou te provocando? — Ele disse depositando um beijo no meu pescoço seguido de uma mordida leve. Puta que pariu.
, merda. — Eu não sabia sequer se aquilo era um pedido para que ele parasse ou fosse direto ao ponto. Mas, pra ele foi como um sinal verde e avançou nos meus lábios novamente me puxando pra cima de si. Eu puxei a blusa preta que ele usava pra cima e voltei às mãos pros seus cabelos. E quando eu tinha certeza que ia acontecer a campainha tocou e ele resmungou um deixa tocar no meio do beijo mas eu gargalhei e desci do colo dele indo até a porta. E de todas as pessoas que eu sequer esperava receber encontrei e sua namorada na porta da minha casa.
? — Hoje não era dia dele aparecer, por isso tive uma grande curiosidade por ele vir e ainda trazer aquela menina com ele.
, onde está o ?. — Ouvi passos atrás de mim e quando o viu que o estava acompanhado ele chegou me abraçando por trás, ainda sem camisa. Notei os olhos de sobre nós dois como se analisasse o que estava acontecendo antes dele chegar.
– Está dormindo.
– Precisava levá-lo até um jantar da minha família.
– Acho pouco provável que isso aconteça, é tarde pra ele sair.
– Qual é,.
– Cara, o acabou de dormir e nós estamos indo também, deixe pra buscá-lo amanhã. — disse e o apenas levantou a sobrancelha levemente encarando o incrédulo.
– Cara, o é meu filho, e eu vou levá-lo até esse jantar. — Eu já previa o que iria acontecer ali.
, o tem apenas 10 meses pra sair pra um jantar depois das 21:00 da noite.
– Eu sei cuidar do meu filho.
– Nunca disse que não sabe, só disse que programe antes da próxima vez e que seja mais cedo.
– Programar de chegar um dia que você não esteja transando, você quis dizer? — apertou minha cintura como se estivesse se controlando pra não bater no, e de todas as respostas que eu esperava ele disse.
– Exatamente cara, ela estava desacostumada a chegar até o ponto máximo depois de tanto tempo com você e eu e ela estamos trabalhando nisso. Aliás, sugiro que vá fazer o mesmo com sua namorada, não que ela vá chegar até o fim porque, tenho provas de que isso não acontece. — E então sorriu sacana em resposta ao ver o rosto do se irritando.
– Me avisa se for pegar ele amanhã mais cedo, e tenha uma ótima noite. — E então finalmente fechei a porta. E olhei pro gargalhando. — Você não presta.
– Você gosta, cadê sua mãe?
– Eu nunca sei, deve ter saído com meu padrasto e o filho.
– Vou dormir aqui hoje.
– Ah. Tudo bem. Vou abrir a bicama. — e me virei pra subir.
– Nada de outra cama, eu durmo com você estou com saudades disso. E a propósito vamos pedir um sanduíche porque eu estou faminto.

(...)


Depois de comermos o sanduíche vendo Grey’s anatomy eu o chamei pra subirmos ainda pouco insegura por dormirmos juntos, não que isso nunca tivesse acontecido. Mas, agora estavamos reagindo diferente com a proximidade. Era como se cada toque causasse algo diferente. Cada abraço demonstrasse um sentimento diferente. Terminei de vestir uma blusa de frio grande e coloquei um short de pijama e me joguei na cama, olhando pra cara dele que já estava deitado.
–Vai dormir assim? - Perguntei quando ainda o vi de calça jeans e blusa de frio.
–Não vou tirar a roupa, né.
–Você sempre tira. - Eu ri revirando os olhos, acho que alguém estava com os mesmos medos que os meus ele girou os olhos vendo minha reação e se levantou tirando a blusa e a calça, ficando apenas de boxer e se jogando na cama.
–Boa noite, anã de jardim.
– Boa noite retardado. - Eu me virei pra ele e ele depositou um beijo na minha testa.
Assim que vi ele fechar os olhos eu me virei de costas, pronta pra dormir mas ele me puxou pra si. Encaixando nossos corpos em uma perfeita sicronia.

–Minha

Eu eu estava finalmente entendendo que tinha de largar esse medo de recomeçar, de me entregar. E permitindo-me sentir, de me apaixonar. Sei la, as vezes temos que arriscar pra saber se daria certo. Vai lá arrisca, dá uma chance. As vezes quem você devia estar junto está bem debaixo do seu nariz, mas você não se permite sentir. Aproveitar os momentos, os beijos, abraços, carinhos, é o certo. Se der tudo certo, otimo. Se não der, paciencia. Recomeçe. Mas com ele eu tinha total certeza, que daria certo. Eu já havia assumido isso pra mim mesma, só precisava assumir isso pra ele agora.



Capítulo 5

"Todas as conversas, os telefonemas, os áudios e as fotos que a gente vivia trocando um com o outro passaram a fazer parte do meu dia e que, se eu ficasse horas sem a sua presença virtual ou pessoal, sentia uma falta absurda. Você é uma daquelas pessoas que tem cheiro de Deus. Que gruda. Impregna. E que não dá vontade de deixar de sentir nunca de tão bom que é. Mas eu gosto disso, sabe, de quem chega assim; devagarzinho e vai conquistando o seu espaço e fica, não some, não corre, não foge"

Acordar e ver o dormir serenamente ao meu lado era impagável. Ele conseguia ser bonito e me transmitir paz mesmo sem fazer nada. Sorri ao encará-lo e me lembrar de ontem, mas o ouvi gargalhar também.
- Filho da puta! Não me assusta.
- Você que estava concentrada demais me encarando.
- Idiota.
- Bobona. Gostou de me ver dormindo?
- Não estava te vendo dormir. - Sorri mentindo pra ele e pra mim mesma.
- Ah, se estivesse eu ia achar bem bonitinho e até te daria um abraço.
- Você já tá me abraçando. - Eu disse segurando as mãos dele que envolviam minha cintura. Ele estava me encarando como se tentasse descobrir algo. Ou gravar a imagem na mente dele.
- Quando foi que chegamos nessa situação?
- Não sei, só sei que você colocou a mão na minha cintura enquanto a gente dormia. - Ele riu fraco e me deu um beijo na testa.
- Não era disso, pequena. Mas acho que não estamos prontos pra esse assunto. Preciso ir.
- Mas você mal acordou.
- Eu não acho que sua mãe gostaria de chegar e me ver aqui.
- Vai me deixar aqui mesmo?
- Não faz drama. Vamos, levanta essa bunda gorda daí. E me leva à porta. - Fiz bico e levantei bufando da cama.
- Obrigada por me abandonar no domingo.
- Você quer almoçar comigo? Peço minha mãe pra fazer aquele macarrão de forno maravilhoso que você ama. E aí vemos um filme e pronto.
- Pode ser. - Peguei a blusa de moletom dele mais rápido do que o mesmo e me vesti.
- Essa blusa é minha.
- Na hora que eu for pra sua casa eu levo. Agora vamos logo que o vai pegar o às onze e já são dez. - Ele sorriu para mim descendo as escadas e indo em direção à porta e, quando parou, me encarou pensando em como se despedir, suponho eu, já que eu pensava a mesma coisa. Sorrimos um pro outro e ele ergueu os braços em sinal de que esperava um abraço. Levantei os pés e passei os braços pelo pescoço dele. Enquanto ele me encarava e encostou a testa na minha.
- Você dormiu bem?
- Uhum.
- Te vejo daqui a pouco então, né?
- Sim.
- Isso tá estranho.
- A gente não sabe como agir.
- Você não sabe, . Eu sei, só não vou.
- Por que não vai? - Encostei o rosto mais no dele fazendo que assim nossos narizes se encostassem. E as respirações se misturarem por segundos.
- , por mim eu te beijava até não poder mais. Só que eu preciso saber que você quer realmente ficar comigo e você não tá pronta pra isso. Então por favor, facilita por mim.
- Não beija porque não quer. Eu estou aqui na tua frente, .
- Até a hora do almoço. - Depositou um beijo na minha testa e saiu. Enquanto eu me joguei na porta fechada e fechei os olhos. Eu estava definitivamente sentindo coisas pelo meu melhor amigo.
- Ele dormiu aqui? - Ouvi a voz da minha mãe surgir da cozinha e quase dei um pulo.
- Sim. - Respondi já subindo as escadas a fim de sair de uma possível discussão.
- Será que você não vai se valorizar?
- Oi?
- Parar com isso de pegar todos, já te disse que você tem que ficar com o pai do teu filho. E aprender a ser mãe de verdade.
- Eu não vou ficar com , sendo assim devia ficar com meu pai. E eu sou uma ótima mãe.
- Se fosse, cuidaria para que o tivesse um futuro com o pai. Não com a mãe que sai todos os dias com algum diferente.
- Não tente me ensinar a ser mãe.
- Eu vou te mostrar como é ser alguém na vida.
- Pode ter certeza que eu sou alguém que meu filho vai se orgulhar.
- Como? Vagabundando, escrevendo historinhas na internet e mal cuidando do seu filho? Você não é a filha que eu esperava.
- Você nunca foi a mãe que eu esperava. - Eu soltei tentando ignorar o que havia escutado e subi o resto das escadas. Quando cheguei no topo disse. - E se por acaso eu sou uma ótima mãe e uma ótima pessoa, eu não aprendi com você. - E por fim entrei pro quarto e me joguei na cama. Aquilo era cansativo, todos os dias nós brigávamos, ela dizia o quanto eu era vazia, uma péssima mãe, e uma péssima filha. Eu absorvia tudo e me trancava no quarto pra chorar. Ao menos eu tinha meu pai para ir às vezes. Me recompus e me levantei preparando as coisas pro banho do e separei uma roupa.

(...)


Logo que acabei de vestir o eu ouvi a campainha tocar e desci com ele nos braços, evitando ao máximo de sustentar um contato visual.
- Trago ele às sete - O se pronunciou.
- Ok.
- Só se você não for estar transando.
- Não é como se fosse da sua conta e se me dá licença, preciso de me arrumar.
- Tu não era assim.
- Fiquei melhor depois que você foi embora...
- Dormir com o melhor amigo é ser melhor?
- Ficar com alguém que me valorize é melhor. Tenha um bom dia, .
- Só não esquece de mim quando estiver lá. Sei que sou melhor. - Ouvi, mas bati a porta mesmo assim, subindo pro quarto enquanto escolhia alguma roupa. Optei por um short jeans e uma blusa jeans de botões fechada. Peguei uma rasteirinha e fui para o banho.
Assim que saí deixei meu cabelo solto e ele caiu completamente ondulado nas pontas. Peguei meus óculos de grau e desci as escadas, escutando minha mãe gritar algo que eu apenas ignorei dizendo "Tô saindo".
Cruzei o portão de casa, já era meio dia e meia e bati no portão do , vendo a mãe dele abrir.
- , eu tô de saída mas aproveitem o almoço.
- Mas onde você vai, tia?
- Vou em um almoço, mas com outra pessoa.
- Senti o clima, hein. - Gargalhei e mandei beijo fechando o portão e indo pra dentro de casa.
- ?
- Estou na cozinha.
- Ainda tá bravinho comigo? - Depositei um beijo na bochecha dele e ele deu um riso fraco.
- Não estava bravo, e vai cortar esses tomates.
- Só saiu da minha casa com uma cara de bunda enorme enquanto me ignora, não é?
- Não te ignorei, só evitei discussão.
- Nós não estávamos brigando, era uma conversa.
- Uma conversa que viraria briga.
- Tudo porque não quis me beijar.
- Eu quero, . Mas já te expliquei.
- Quem devia ter certeza de algo era eu, e se eu estava na sua frente querendo te beijar, você deveria ter beijado.
- Pique os tomates, . - Respirei fundo, uma, duas, três vezes. Me virei de costas e peguei os tomates. Se ele queria que fosse difícil, seria. Cortei todos os tomates e lavei as mãos, e desviava meu olhar do dele enquanto pegava os dois pratos e os talheres no armário e preparava um suco. E me sentei na mesa esperando ele terminar.
Comemos em um silêncio constrangedor e decidimos ver alguma coisa na TV.
- Vai ficar com cara de raiva pra mim até que hora?
- Eu?
- Sim, , você.
- Não estou com cara de nada.
- Cara de brava porque eu não te beijei.
- Não é como se eu quisesse que você me beijasse, como você disse preciso pensar, não é?
- ...
- Que foi? Só você pode negar?
- Não neguei, eu esperei por você por mais de quatro anos enquanto observava você e seu namoradinho de merda. E agora eu só quero ter certeza de que você realmente me quer.
- Chega disso por hoje pra mim.
- Não chega disso não.
- Chega sim, porra. Meu dia começou ótimo, e aí você vem com esse papo. Minha mãe com as brigas dela. E o me fazendo perder a paciência.
- Não fica assim, .
- Não fico assim? Como não fico assim se minha mãe insiste em me chamar de vadia, ou em insistir que eu saio 'dando' pra todo mundo, ou em dizer que eu sou uma péssima mãe?
- Você sabe que não é assim. - Ele se aproximou e quando ia me abraçar eu me levantei.
- E aí vem você. Todo idiota, enquanto eu estava tentando ficar de boa com você e levar nosso lance a frente. E agora vem me abraçar, ou tentar dizer que eu estou com 'cara de bunda' porque você não me beijou.
- .
- Nada de , não venha com apelido. Eu estou puta da vida e não quero me irritar mais, por isso vou embora.
- Você não vai embora, nós vamos ver um filme, comer algo. E você vai deitar aqui do meu lado e parar com isso.
- Deitar juntos, ver filme juntos, dividir brigadeiro são coisas que um casal faz no domingo. Inclusive casais se beijam, se abraçam, e ouvem músicas legais que combinam com eles.
- Amigos também fazem isso, só que sem o beijo.
- Tudo bem, quer agir como meu amigo? Faça o que quiser, seremos amigos.
- Isso foi uma ironia?
- Nunca falei tão sério, amigo. - Me joguei no sofá o encarando, esperando que ele ligasse o Netflix, ele passou pela lista selecionando Gossip Girl. Se sentou no sofá ao meu lado e passou a mão pela minha cintura me trazendo pra perto enquanto apertava um pouco e eu me forcei a não fechar os olhos e me entregar a vontade de agarrá-lo aqui. Eu virei o rosto para encará-lo com questionamento do que ele estava fazendo mas encontrei ele sorrindo de lado.
Maldito.
- Que cara é essa, amigo?
- Cara de quem quer te beijar.
- Amigos não se beijam.
- Amigos o caralho. Nós não somos só amigos.
- Olha, você precisa ter certeza do que quer, senão eu não vou te beijar... - Eu disse me levantando e pisquei pra ele. - Preciso ir embora, as aulas começam amanhã, tenho que me preparar. Nos vemos depois, amigo.
- Mas já?
- Eu preciso ir, e você precisa aprender a me tratar como amiga.
- Talvez seja porque eu nunca quis ser só seu amigo. - E então subiu a barra da minha blusa com a mão enquanto a outra se aproximava perigosamente da minha virilha. Soltou a boca da minha e desceu a trilha de beijos pro meu pescoço, colo, e por fim quase nos seios. Respirei e uni o resto de ar que eu tinha e o parei quase sussurrando.
- Se a gente não parar, isso vai ir longe demais.
- Você quer, não quer?
- Não quero ser rápida, não com você.
- Eu prometo que não vou além das preliminares. - Ele viu que eu não apresentei nenhuma objeção e segurou minhas coxas dando impulso pra que eu segurasse-o pela cintura enquanto caminhou comigo até o sofá e grudou o corpo no meu enquanto voltava a me beijar e subir minha blusa, interrompendo o beijo e me tirando-a, deixando apenas minha peça de renda branca. Sorriu contra minha boca e frisou contra minha intimidade.
- Não para.
- Não parar de fazer o que? Isso? - Ele disse e repetiu o gesto. Quando minhas mãos chegaram até a barra da blusa dele ouvi um barulho e em seguida a mãe dele gritou:
- Ai meu Deus.
- Calma, mãe. Isso não é o que você tá pensando.
- Vocês estão se pegando? Eu sabia! Sabia!
- Não estamos nos pegando, nós somos amigos. - Eu sorri sem graça e o gargalhou com a careta engraçada que a mãe dele fazia.
- Eu não!
- Vamos sim. - tentou me puxar novamente.
- Não vamos não, que vergonha .
- E a propósito - A mãe dele apareceu na sala de novo. - Eu não aguentava mais o falar de você e sobre a tal friendzone. - Eu gargalhei e ele girou os olhos pra ela.
- Agora não vamos mesmo não.
- Então saiu da friendzone?
- Bonitinha, eu tenho tentado, mas eu tenho uma amiga que é bem difícil com isso, sabe?
- Sua amiga estabeleceu as regras.
- Regras?
- Sim, linhas. Temos lugar pra sermos amigos e lugar para termos benefícios.
- Isso tudo por?
- Porque acima de tudo eu preciso do meu melhor amigo.
- Ah, entendi. - Ele me encarou com uma cara de frustrado e eu depositei um beijo na bochecha dele.
- Até amanhã, pirralho.
- Até amanhã, bonitinha. - Fui em direção a rua pensando na proporção que aquilo estava tomando.
- ? - Ouvi ele chamar enquanto eu ainda ia abrir o portão.
- Oi?
- Amo você, pirralha. - E eu só pude sorrir e ele entendeu o recado. Eu sabia que aquele eu te amo não era de amigo, e ele sabia que eu ainda não estava pronta pra dizer. Mas eu queria. E ele ia entender e esperar. Eu esperava que sim. As coisas são confusas, procuramos por tanto tempo a pessoa ideal, erramos ao amar alguém que não valoriza nosso amor. Enquanto quem merecia e fazia de tudo por você estava ali. Bem debaixo do nariz, tão perto quanto não esperávamos. E então a gente percebe que quem realmente quer vai conquistando assim aos poucos. E quando vê, já te consumiu.



Capítulo 6

Invadiu minha zona de conforto sacolejando forçadamente meu pseudo sossego, não pediu licença nem pra sentar e muito menos pra ficar, revirou minhas gavetas e abusadamente enfiou os pés nas minhas almofadas caríssimas. Sem-querer-querendo apossar-se dos meus pensamentos fazendo com que, sem mais nem menos, transbordasse dentro de mim um "nós" no nosso "eu e você". Perfumou os cômodos de casa com seu cheiro de macho-alfa, e passou até a esquecer a toalha molhada em cima da cama só para poder calar meus gritos esbravejados com teus beijos acalorados. Invadiu meu ego e desmontou minha armadura. Fez-se médico diante de minhas feridas, agasalhou minhas dores. (Nova Perspectiva)

Sexta-feira estava no seu fim, ia dormir com e eu só queria falar com . Eu não sabia o porquê, mas a necessidade de falar com ele só aumentava, eu podia ter feito mil coisas boas, mas se nós dois não nos falássemos eu não sentia que meu dia estava bom. Mas quando chegava mensagem dele ou ele aparecia na minha casa com um doce de Ninho e Nutella depois de um dia cansativo de faculdade, eu não precisava de mais nada. Desde o dia que a mãe dele pegou a gente se beijando, nunca mais rolou. Não por falta de vontade, mas estamos tentando nos controlar. Sabendo que não tinha mais o que fazer aquela hora da noite, me virei pro canto e adormeci.

(...)

Um barulho incansável da campainha da minha casa tocava sem piedade. Quem diabos tocava isso às 2h45 da madrugada? Desci as escadas coçando os olhos e abri a porta.
- ?
- Linda!
- Você tá bêbado.
- Mas você continua linda, mesmo com essa blusa da Minnie.
- Entra logo. - A expressão dele estava realmente engraçada, mas eu não entendia o motivo do idiota estar bêbado na porta da minha casa. - E sai da minha cama.
- Eu quero dormir.
- Você quer tomar um banho, eu queria dormir, mas estou aqui atendendo um bêbado.
- Banho não. - Eu o sentei na cama e comecei a tirar a blusa dele. - Isso tá sensual. - Não consegui evitar gargalhar.
- Tire a roupa sozinho então. - Ele se levantou fingindo que iria para o banho e ficou me encarando. Girei os olhos e o empurrei para o banheiro. Enfiando ele debaixo do box e ligando o chuveiro.
- Ai, praga, essa água tá gelada.
- Cala a boca e toma seu banho.
- Eu gosto de te olhar, você é bonita.
- Eu odeio ver você bêbado.
- Gosto de você.
- Chega de banho, vamos dormir. - Joguei a calça de moletom que ele tinha em casa para ele e sai do banheiro me jogando na cama. Eu não podia lidar com aquilo. Eu só precisava que ele dormisse, acordasse sem efeito de álcool e ficaria tudo bem. Ele saiu do banheiro me encarando e eu ergui a sobrancelha.
- Eu não tô tão bêbado.
- Sim, você está.
- Depois desse banho, eu não tô.
- Menos mal, agora deita e vai dormir.
- Eu não tô com sono.
- Eu sim.
- Chega pra lá. - Eu me arredei para o canto na cama de solteiro e ele se encaixou na ponta.
- Por que bebeu assim?
- Precisava relaxar.
- E porque veio pra minha casa às duas e quarenta e cinco da madrugada?
- Eu precisava beijar. - Eu arregalei os olhos mas ele não parecia estar brincando.
- E não tinha garotas lá?
- Eu precisava de beijar você. Não só beijar, mas eu queria você. - Ergui uma sobrancelha e continuei encarando o teto. Eu não sabia exatamente o que dizer, ou o que fazer.
- Eu não entendo você.
- Não entende o que? Eu sempre fui tão transparente.
- Você saiu da faculdade para beber, aproveitou a noite toda, e depois de encher a cara aparece na minha porta às duas e quarenta e cinco, completamente bêbado dizendo que me quer. Isso me soa confuso.
- Eu só estou sendo sincero.
- Você me disse que precisávamos de um tempo.
- , poder dormir. Eu vou também.
- Eu realmente não te entendo. - Eu disse me virando pra ele e fiz uma careta. Ele se virou me encarou, colocou a mão na minha cintura. Sorriu fraco e me deu um selinho.
- Boa noite, pequena. - Eu não quis entender mais nada, nem questionar o pseudo beijo ou qualquer outra coisa, eu só queria dormir com ele ali do meu lado.

(...)

O barulho de chuva do lado de fora me acordou e eu passei a mão na cama encontrando o vazio ali. Ele tinha ido embora, óbvio. Por que ele ficaria?
O único motivo dele ter ido até lá era a bebida, e depois de dormir e o efeito passar ele iria embora. Foi ele quem disse que precisávamos de um tempo, e ele tem razão. Às vezes penso que todo esse sentimento que criei por ele foi em vão. E não vai ser recíproco.

N/A: (Coloque - Friend do Ed sheeran pra tocar)

- Me levantei da cama sonolenta e caminhando até a sala e precisei coçar os olhos para enxergar de verdade o que tinha ali. Uma mesa pronta e um amigo completamente gostoso e fofo sem camisa me encarando.
- Eu já disse que você dorme muito? - Eu não sabia se respondia, se sorria ou se batia nele. - Tá zangada comigo? - Eu assenti e caminhei até a mesa. - Me responde direito, pelo menos.
- O que quer que eu diga?
- Que o café tá bonitinho?
- Tá bonitinho pra alguém que chegou tri-bêbado na minha casa, falou muita coisa e por fim dormiu.
- Eu... desculpa, !
- Amigos são pra isso.
- Nós não somos amigos. - Ele então caminhou até mim e eu dei dois passos para trás. - Nós nunca fomos amigos, talvez você nunca tenha percebido a maneira com que eu fico te encarando durante mais do que minutos, mas talvez porque você estava ocupada demais olhando pra outra pessoa. Eu juro que não queria me apaixonar por você. Eu realmente tentei me manter afastado o máximo possível, mas por mais que eu tente, algo sempre me puxa de volta pra ti. Quando você vai perceber que nós merecemos mais do que mensagens de boa noite? Quando vai tomar coragem de me olhar mais do que três segundos e parar de virar o rosto todas as vezes que eu noto você me encarando? Quando vai deixar de lado essa negação de que somos apenas amigos que se entendem muito bem? A gente precisa parar com esse medo bobo de abrir a porta pra esse sentimento que grita pedindo para ser ouvido. A gente precisa saber onde isso vai dar.



Capítulo 7

Flashback

- Nós não somos amigos. - Ele então caminhou até mim e eu dei dois passos para trás. - Nós nunca fomos amigos, talvez você nunca tenha percebido a maneira com que eu fico te encarando durante mais do que minutos, mas talvez porque você estava ocupada demais olhando pra outra pessoa. Eu juro que não queria me apaixonar por você. Eu realmente tentei me manter afastado o máximo possível, mas por mais que eu tente, algo sempre me puxa de volta pra ti. Quando você vai perceber que nós merecemos mais do que mensagens de boa noite? Quando vai tomar coragem de me olhar mais do que três segundos e parar de virar o rosto todas as vezes que eu noto você me encarando? Quando vai deixar de lado essa negação de que somos apenas amigos que se entendem muito bem? A gente precisa parar com esse medo bobo de abrir a porta pra esse sentimento que grita pedindo para ser ouvido. A gente precisa saber onde isso vai dar.
E de todas as respostas esperadas por ele apenas escutou dizer: - Eu ainda não estou pronta, preciso acabar com meu passado.
- Passado? Você tem noção do quanto ele te fez mal?
- Sim, por isso eu preciso colocar um fim. Me perdoe, mas eu preciso estar totalmente livre e saber o que é melhor pra mim.
- Eu sou melhor pra você. - Ele disse sem esperar que ela dissesse mais nada e saiu da cozinha.

Fim do flashback

tamborilava os dedos na mesinha do bar tentando entender o que tinha acontecido há duas semanas. E tudo por medo, ela se culpava insistentemente por não ter assumido sentimentos pelo amigo antes, por ter o rejeitado ontem e por ainda não ter tomado um rumo na própria vida, sabia que o ex-namorado não era o melhor pra si. Sabia que se perguntasse às amigas elas diriam que talvez fosse pelo simples fato dele ser o pai do seu filho, mas havia muito mais a se prezar do que isso. Ela sabia que podia formar uma família com ele, mas diante de tantas tentativas em vão, ela não podia tentar mais, ela sabia que não o amava mais. Só que a insegurança, o medo e o orgulho não a fizeram ir atrás de . Pegou o telefone abrindo o whatsapp e viu que havia mensagens do grupo de amigas virtuais e de Yasmin. Leu as mensagens e viu a hora no relógio.
01:30 AM
Ele já devia estar dormindo. Fechou os olhos repensando sobre a decisão que tinha tomado e se levantou indo em direção ao espelho do toillete, analisou a aparência pela última vez, recolheu as chaves e a bolsa, não havia bebido tanto e pediu o primeiro Uber que encontrou, tinha saído com o pai.
No caminho até a casa do melhor amigo ela pensou em desistir várias vezes, mas quando desceu na frente do portão dele, analisou a aparência pela última vez no vidro do carro. Era aquilo.
Um minuto e o silêncio permaneceu. Pensou em sair correndo, em desistir, mas não iria desistir agora, merecia a chance de ser feliz, merecia parar de inutilmente esconder o sentimento. Se preparou para ir embora morrendo de medo que depois de quase uma semana de rejeição ele tivesse desistido dela e ido em busca de amores durante a noite. Lembrou de quantas vezes havia aparecido na porta da casa dele em madrugadas quando brigava com e chegava chorando na porta do amigo que sempre a abraçava e dizia que ela merecia alguém melhor. E ela, tão tola, não percebeu que o melhor pra si sempre esteve ali, bem debaixo do seu nariz. Havia uma frase que ela costumava guardar do filme Lovie Rosie:
"Não foi uma amizade qualquer. Éramos inseparáveis, sendo sempre separados. Eu percebi que não importa onde você esteja ou com quem esteja, eu vou sempre, verdadeiramente, completamente, amar você". E era aquilo, sempre que ela pensava que iria dar certo, poderia assumir os sentimentos guardados, algo aparecia, ou ela se deixava levar pelas recaídas com o ex-namorado.
Quando ele abriu a porta com o cabelo completamente bagunçado com uma blusa branca e um samba canção coçando os olhos, ela teve certeza. Que em diversos bares, lugares e shows era ali que ela devia estar.
- ? - A cara de surpresa foi inegável, ele não imaginava que a garota aparecesse ali depois da última sexta na casa dela.
- Eu posso entrar?... - Ele não resistiu em curvar um sorriso de lado ao vê-la completamente arrumada aparecendo na porta da casa dele numa madrugada de sexta feira, não com cara de choro aparente. Ele tinha uma leve impressão de que daquela vez seria diferente, por isso e outros mil motivos cedeu espaço e a deixou entrar. Ela caminhou sem espera-lo para o sofá do garoto e se sentou tirando os saltos.
- O que aconteceu? - Ele perguntou encostando-se na parede próxima que encontrava-se ali.
- Eu não vim chorar ou me lamentar dessa vez, mesmo que você tenha me acolhido tantas vezes. - O pensamento de ambos voou pra longe e eles lembraram de uma das vezes que a menina apareceu aparentemente bêbada na casa dele e ele estava assistindo um filme qualquer na TV, mas foi onde ele disse uma das primeiras vezes que sentia algo por ela.

Flashback.

- Eu não sei mais o que sentir - A menina reclamou enquanto estava deitada no colo do amigo que fazia cafuné nos cabelos da garota.
- Larga ele, .
- Não dá, .
- Ele não é o melhor pra você.
- E quem é melhor pra mim?
- Eu.
- Eu tô bêbada, mas não burra. Não mente pra mim.
- Não tô brincando, idiota.
- Tá... tá falando sério?
- Eu posso ser melhor que ele, você merece alguém que te ame.

Fim do Flashback

POV


Me joguei no sofá de couro preto que tinha sala dele e fechei os olhos.
- O que veio fazer aqui? - Ele disse coçando os olhos com cara de confuso ainda.
- Primeiro me deixa falar e não me interrompe. - Ele me olhou e girou os olhos, ele provavelmente estava pensando algo sobre meu gênio ser forte ou eu ser mandona demais. - Eu sei que errei aquela noite quando você disse tudo que sentia e eu disse que não estava pronta. Eu peço desculpas por isso, aliás eu peço desculpa por tudo. Por te fazer acordar várias noites pra ir chorar, por todos meus dramas e por tudo que eu fiz com você. Peço desculpas por não conseguir me afastar de você e deixar você ser feliz, peço desculpas por estar aqui agora pra te dizer que eu estou completamente apaixonada por você. - Ele não esboçava reação nenhum e aquilo me dava medo, mas ao ouvir a última frase o sorriso foi involuntário.
- Ainda quer falar mais alguma coisa ou eu posso te beijar agora? - Ele disse segurando minha cintura.
- Você não vai falar nada? - Eu disse meio aérea em relação a isso.
- Você já sabe o que eu sinto, e mesmo que eu esteja morrendo de sono e amanhã seja sábado eu quero aproveitar o resto da noite com você.
- Você não existe!
- Vou provar que existo. - E então me beijou, me fazendo entender que de todos os lugares do mundo, ali era o melhor.
Era impossível não me recordar de tudo que eu já havia feito a ele nos últimos meses. Ele sempre fazia de tudo pra minha felicidade e agora eu entendia que quando ele disse que era o melhor pra mim, eu devia ter escutado, eu devia ter abraçado ele antes, devia ter beijado ele antes, mas sempre criava empecilhos ou me magoava por quem não merecia. Abri os olhos quando nosso beijo acabou e vi um sorriso surgir no rosto dele. E que sorriso!
- Você me tira do eixo.
- Você também, eu não pensei em me apaixonar de novo tão cedo.
- Eu quis isso por tanto tempo.
- Só te peço pra não me decepcionar, pra não se tornar parte da minha coleção de amores que não foram suficientes, moreno, eu sei que essa minha intensidade assusta, que a minha insegurança cansa, e que é difícil de entender todos os meus anseios, mas eu não espero muito, juro, eu só quero que você diga que ainda vai me amar quando o sol despertar.
- Eu vou estar aqui sempre, nos melhores ou piores momentos, sempre vai haver reciprocidade entre nós dois.
- Eu sei que eu fui uma babaca, mas eu precisava acordar pra vida.
- Eu fui bem idiota também, agora vem cá que eu preciso mesmo continuar te beijando.
Nem sempre a gente dá a sorte de cruzar com o príncipe encantado. Alguns amores são perdidos no meio do caminho porque o relógio não tocou, o ônibus atrasou ou alguém ligou no seu celular bem na hora que vocês se esbarraram. Noutras, o problema não está no tempo, tá na cara, tá no papo que não flui, e nas borboletas que se recusam a invadir seu estômago, tá na falta de sincronia, de afeto, de amor. Se uma parte não tem - e talvez nunca tenha - a chance de sentir um amor desses, uma outra tem a sorte de viver um encontro de almas. Eu acredito no acaso do amor, naquele encontro apressado no meio de alguma esquina da vida que podia ter passado batido se não fosse o cara certo na hora certa. É um encontro quase que programado a dedo por alguém que os projetou um para o outro. Ainda bem que eu esbarrei em você.
Veio com a fala mansa, o olhar doce, a pose serena. Veio como melhor amigo. Veio como amor da minha vida. E eu só assenti a sua chegada, apaixonada pelo seu jeito desajeitado de ser meu. Abri a porta da minha casa, da minha vida e do meu peito, em troca ganhei seu colo e seu amor. Te deixei bagunçar meu mundo para uni-lo ao seu, construímos um novo lugar dentro de nós, prometemos ao vento um milhão de coisas, mas nada de pra sempre, o que é eterno não precisa de confirmação. E a gente é.



Capítulo 8

"É melhor haver dois do que um. Se um cair, o outro ajuda a se levantar."
- Eclesiastes 4: 9,10

"Depois que uma das pessoas que você mais ama morre, a perda de qualquer um por motivo besta, nem faz a diferença na sua vida. Nada é pior do que isso! Eu jurava que já havia sentido todas as dores do mundo. De amor não correspondido, de decepções, de tapas, ou de qualquer outra coisa, mas nada se comparava com a dor de perder alguém. Nada se comparava com a dor de não meu pai comigo. "
Me dispersei dos pensamentos quando ouvi a campainha e vi me olharem com olhos preocupados. O que diabos a família do meu pai fazia ali?
Não que eu não os considerasse minha família, mas eles raramente apareciam aqui, eu ameaçava dizer que isso só aconteceu quando ganhei e em algum aniversario. Mas hoje não tinha data especial, não tinha aniversário, mas tinha algo ali.
Preocupação?
Angustia?
Dor?
- Aconteceu alguma coisa? - Foi a única pergunta que fiz e me arrependi no segundo seguinte.
- Seu pai... ele faleceu.
De todas as dores do mundo, eu senti a pior ali.
Eu senti a dor de não ter quem eu mais precisava do meu lado. Eu senti a dor de perder quem eu criei tanta base. Eu senti a dor de não ter quem me criou comigo e quem eu corria pra pedir colo quando tudo dava errado. Eu perdi meu protetor, meu super herói. Meu pai.

(...)

Quatro horas, era o tempo exato em que eu fiquei trancada no quarto enquanto tinha ido com Pai dele para que eu conseguisse me isolar por alguns minutos. Quatro horas em que eu ignorei qualquer pessoa na qual quisesse conversar comigo.
Exceto quem havia sussurrado meu nome do outro lado da porta agora.
- ? - Ouvi a voz de baixa me chamando.
- , me responde. - Eu não conseguia pronunciar nada, mas a voz dele me trazia uma paz enorme.
- Abre a porta pelo menos. - Caminhei até a mesma abrindo e a fechando em seguida quando ele entrou e me encarou com o olhar que eu não soube se era pena ou compaixão.
- Não me olha assim.
- Vem cá. - Ele abriu os braços e tudo que eu não podia negar ali agora, era ele. Eu precisava de alguém que me transmitisse paz, alguém que fosse meu ponto de equilíbrio daqui pra frente. E eu tinha plena certeza que seria ele.

Flashback 2014
Meu vestido rosa parecido com de princesa caia bem no corpo, sendo destacado na festa com tema totalmente rosa também.
A valsa tinha acabado e eu só conseguia me sentir agradecida enquanto me trocava no pseudo-camarim. Meu pai sempre fora mestre nisso. Cumprir meus sonhos.
Ele era uma espécie de herói.
Flashback Off

Flashback: 05 de Agosto – 2015
- Você vai sair desse quarto que horas?
- Quando eu parar de chorar
- Eu vou matar ele.
- Pai, você não mata nem formiga.
- Ah, mais ele eu mato!
- Eu não quero que mate ele.
- O que você quer?
- Ficar sozinha
- E pizza de frango à bolonhesa e chocolate?
- Quero também
- E ir pro shopping?
- Também quero.
- Então limpa essa cara de noiva cadáver, liga pro seu melhor amigo e vamos!
- Ah, eu amo você!
- Eu sei, filha. Eu sei.
Flashback Off

- , você precisa levantar.
- Eu quero ficar aqui.
- Eu sei, pequena.
- Só fica aqui comigo, por favor.
- Eu não vou sair daqui, nunca.
Nós percebemos o valor das coisas em duas situações, quando perdemos alguém pra sempre e quando percebemos quem está do nosso lado em todas as situações.
Felizmente ou não, eu percebi isso da pior forma.
Eu perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida.
E percebi que meu ponto de equilíbrio estaria do meu lado, por quanto tempo eu precisasse.
E tem certas coisas da vida que doem. Eu sei que dói. Todo fim dói. É uma dor inevitável, fazer o que? Mas a vida tem me ensinado a olhar todas as coisas ruins por um ângulo diferente e eu tenho tentado. Ai alivia, sabe? Porque a gente percebe que o fim não é realmente o fim, é só a vida nos dando uma segunda chance pra gente tentar fazer direito.
- ? Quer falar algo?
- Eu gosto de você, você sabe né?
- ... Sobre seu pai...
- Eu gosto de você porque você faz todo o resto fazer sentido.
Eu entendo o passado quando você chega perto. Entendo as voltas da vida e os meus tropeços e tudo que era confuso antes de você chegar. Eu gosto de você porque você não é um príncipe encantado perfeito, você é real, de carne e osso. Você tem defeitos. Vários. E eu gosto de cada um deles. Eu gosto de você porque você me tira do chão e me faz acreditar que se a gente quiser, dá pra voar. E eu quero. Eu gosto de você porque do seu lado eu perco o medo de altura e salto seja de onde for.
- Eu não gosto de você e já te disse isso. - Ele me disse em primeiro momento eu não entendi, olhei pra ele ainda com os olhos cheios de lágrimas. - Eu não quero você. Eu preciso de você. Não só um pouquinho, uma vez ou outra... eu preciso de você todos os dias. Todos os segundos. Eu preciso sentir tudo aquilo que é causado em mim por causa do seu nome. Eu preciso desejar, entende? Eu preciso fazer mil desejos pedindo você aqui, só para me deixar feliz, sem falar nada. Eu preciso do seu corpo junto ao meu, dos seus lábios com os meus, das suas mãos com as minhas. Eu preciso de nós. Eu preciso de qualquer coisa, desde que tenha você e eu. Eu não gosto de você. Eu te amo, .
E aí sim, nesses pequenos detalhes você percebe que Deus sabe direitinho quem ele coloca, e quem ele tira da sua vida. E quem vai estar ali quando tudo parecer desmoronado.
- Eu também amo você.

(...)

O pior de quando alguém morre é o dia seguinte, o dia seguinte pode ser melhor em algumas situações e pior em outras. Eu, por exemplo, só percebo que uma coisa é real quando chega o dia seguinte e ela está ali; e dessa vez mesmo sendo da pior maneira percebi que era real. A dor estava ali e estava muito mais forte, era real e isso doía.
O que doía de verdade era perceber que não era um pesadelo. Rolei para o lado e não encontrei que tinha dormido ali e sai pelo quarto indo em direção a sala, encontrando a melhor cena possível.
estava sentado com ele vendo Patrulha Canina e o sorriso transparecia felicidade. Encostei no batente da porta e observei por praticamente dez minutos até que o colocou sentado no sofá pra ir em direção à cozinha e me encontrou.
Foi um sorriso espontâneo, mesmo diante de problemas, da dor e de tudo que eu estava sentindo. Ter ele ali aliviava tudo.
O sorriso dele fez com que um meio sorriso meu aparecesse.
O olhar dele analisou meus olhos ainda vermelhos mais desceu pra boca e segurou minhas bochechas me dando um selinho terno.
Merda! Por que tão maravilhoso?
- Você tá bem, anjo? - Ele perguntou ainda me segurando
- Aos poucos fico bem, não é? E anjo?
- Fica tudo bem sempre.
- Você não me respondeu.
- Eu te chamo de anjo porque acho que você é uma.
- Serio?
- Muito.
- Então tá, amor.
- Ah, amor? - O sorriso que ele deu foi tão sincero que não consegui evitar. Ele tinha entendido o significado, ele sempre me entendia. Seu olhar tinha aquele “quero mais”, e o meu olhar sempre tinha aquele “vem aqui”, acho que é isso que chamam de amor, quando as pessoas se entendem com apenas um olhar.
- Vem comer...
- Você tem mania de mudar de assunto sempre.
- Eu prefiro deixar no ar.
- Chata. - Ele riu mostrando língua. Sorri de volta pegando meu celular e vendo algumas mensagens e tudo voltava novamente. Só que eu parei pra perceber uma coisa.
A vida tem um ciclo, não é? As pessoas chegam e vão embora, nascem e morrem. Mas de fato o que conta é se no período de vida elas foram felizes e eu tenho plena certeza de que meu pai foi extremamente feliz. Tudo que aconteceu ao longo da vida dele fez com que ele fosse em paz e eu sei que onde quer que ele esteja vai estar cuidando de mim; Acho que amar é isso não é? Vai sempre existir ele dentro de mim. E Deus faz tudo nos pequenos detalhes e fez com que meu pai fosse embora, mas deixou duas pessoas maravilhosas. Uma delas é um pedaço meu, literalmente. Eu nunca pensei que amor tivesse formato de gente e depois de ser mãe com 16 anos eu percebi que não importa minha idade, importa o amor que eu sinto por ele. E deixou alguém que não é a metade da minha laranja, aliás, grande bobeira isso de metade não é? Eu demorei anos pra entender que na vida nós somos inteiros e se chegar alguém que chegue pra transbordar e o estava ali pra isso. Pra me transbordar e ser quem eu sempre quis. E com tudo isso eu só consigo pensar que a vida é realmente isso. De tudo que já doeu, já sufocou, já foi insuportável e jurou que nunca ia passar, só restou lembrança. Junto da sensação de que todas as coisas eternas passam, e não há nada que seja infinito, a não ser o que se está vivendo no momento. Porque tudo não tem um fim, até ter: quando dor é cessada e inesperadamente suportada, quando as promessas são quebradas, as palavras perdem o sentido e os amores se vão. E a graça disso tudo é que você sempre vai estar pronto pra mais, mesmo pensando lá atrás que nunca esteve pronto pra nada. Sempre está. E sempre vai estar. A nossa vida está aqui como uma nova chance de recomeço todos os dias.
Porque tudo tem seu recomeço.
Eu tive três.
Um recomeço comigo mesma.
Um recomeço com novo amor.
E um recomeço ao ser mãe.
A vida é feita de recomeços e eu percebi isso ao me ver saindo de casa de mãos dadas com e , pronta pra enfrentar o mundo.



Fim




Nota da autora: Sem nota.





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Qualquer erro nessa fanfic e reclamações somente no e-mail.




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