Darkest Little Paradise

Última atualização: 07/09/2023

 

 

Capítulo 1

Zurique, Suíça.

estaria mentindo se dissesse que teve os melhores dias de sua vida assim que chegou à Suíça com . Ela ainda se sentia triste pelo que havia acontecido e exausta pela longa temporada, mas teve que fazer o que fazia quando chegava ao paddock: usar uma capa sobre seus sentimentos.
O primeiro dia havia sido uma verdadeira desgraça, e nem a sua melhor expressão de felicidade podia ajudá-la. Decidiu ficar no quarto a maior parte do tempo, saindo apenas para as refeições com e os pequenos ) — recebendo olhares curiosos e preocupados em sua direção.
Todas as vezes em que pensava em como aquele deveria ser um momento feliz e de descanso após a longa temporada, ela se sentia ainda mais culpada por não estar conseguindo aproveitar. De dentro do quarto, ouvia as risadas de Benedict, Rosa e , e ficava chateada consigo mesma por não estar em seu melhor humor para dividir momentos com eles.
O toque de seu celular ecoou pelo quarto e a loira soltou um grunhido, apertando um pouco o rosto contra o travesseiro antes de esticar a mão direita para o lado e pegar o aparelho.
Louise.
Rolou os olhos ao ler o nome da amiga e decidiu que era melhor desligar o aparelho. Desde o dia de sua demissão a ruiva tentava entrar em contato, e sabia que era para questionar o porquê de ela haver saído da Red Bull.
Não negava que queria contar. Queria gritar aos quatro ventos a razão de ter deixado a equipe, mas havia assinado um contrato que a proibia, e, além do mais, contar a razão de sua saída significava ter que assumir a sua relação com ) — o que ela ainda não queria.
Mentir para o austríaco não havia sido fácil. Ele parecia sentir que havia algo de errado com ela, a perguntando várias vezes se estava tudo bem e parecendo não acreditar muito ao ouvir a resposta positiva dela. Porém, eventualmente, ele parou de perguntar, e se sentiu um pouco melhor por isso.
Ela podia dizer que a única razão para não ter desabado na frente do austríaco a respeito da sua demissão quando o viu na porta de seu apartamento era porque havia se consultado com Dorothea.
Os seus sentimentos não estavam tão confusos, e a crise havia melhorado quando seus olhos se encontraram com as irises castanhas preocupadas com o seu sumiço.
O barulho da porta do quarto sendo aberta fez com que ela mexesse a cabeça, encontrando , com o maior cuidado, entrando no quarto. Ele tinha o celular dele em mãos e sorriu fraco na direção da loira.
– A Louise quer falar com você.
– Diga a ela que eu ligo depois. – Lançou um sorriso na direção dele, que concordou com a cabeça antes de colocar o celular no ouvido após retirar a chamada da espera.
– Ela disse que vai te ligar depois – murmurou para a ruiva ao telefone, escutando suas reclamações e ameaças para caso a loira não ligasse, e encerrou a chamada instantes depois.
se sentou na beira da cama, deixando o celular ao seu lado, e soltou um longo suspiro antes de pôr uma das pernas de sobre o seu colo. Ele começou uma massagem leve, com a ponta dos dedos, no calcanhar da loira, que arfou.
– Por que está fugindo da Smith?
Ela soltou uma risada fraca, balançando a cabeça de um lado para o outro e fechando os olhos.
– Eu não estou fugindo da Louise.
– Ela disse que te ligou umas cinco vezes hoje e que você não atendeu.
– Eu estava dormindo. – Balançou os ombros, como se aquilo não fosse nada demais, e foi a vez de concordar com a cabeça, antes de soltar um suspiro. – O que foi?
– Eu não quero soar chato e nem repetitivo…
– Mas…
– Mas… – Ele fez uma breve pausa, lançando um sorriso na direção da loira. – Está tudo bem com você? – Encarou os olhos azuis dela, à espera de uma resposta que ele considerasse convincente. – Você está estranha desde a reunião em Milton Keynes.
A loira conteve a vontade de suspirar ao morder o lábio inferior, fechando os olhos para que pudesse fugir do olhar curioso de . Sentia-se levemente culpada por não ter falado a verdade para ele, mas também não queria que, de alguma forma, o austríaco interferisse em seu trabalho.
Muito menos queria que ele soubesse que, na reunião, havia sido tratado a relação dos dois, e que aquela tinha sido a razão para a sua demissão. Não porque sentia vergonha, mas porque acreditava que o homem poderia ficar chateado com a situação – e ela queria evitar um cenário pior.
– Está tudo bem – respondeu, finalmente, forçando um sorriso na direção do austríaco quando voltou a encará-lo, mas sustentou o olhar sobre ela por alguns minutos, apenas para que pudesse estudar a expressão que havia no rosto dela.
Por fim, ele soltou uma risada fraca, balançando a cabeça de um lado para o outro e voltando a movimentar os dedos sobre as panturrilhas da inglesa até que seus olhos repousassem sobre ela novamente.
– Por que eu sinto que isso é uma grande mentira?
– Por quê?
– Porque você está passando mais tempo dentro desse quarto do que conosco, está fugindo da Louise e está fugindo de mim. – Ele parou de massagear as pernas da mulher para que pudesse contar as razões através dos dedos, indicando um para cada motivo. – Está fugindo do meu olhar, do meu toque, das minhas perguntas…
– Eu não estou fugindo... – ela murmurou em um fio de voz e soltou um suspiro, antes de correr as mãos pelos cabelos em um sinal de puro nervosismo.
– Tudo que você tem feito desde que chegamos aqui é fugir, – respondeu, abrindo um pouco os braços.
suspirou, retirando as pernas do colo do austríaco e sentando-se devagar sobre a cama, levantando-se alguns minutos depois. Não queria transformar aquele momento em uma discussão e não queria ter que contar para ele a razão de ter saído da Red Bull. Então, naquele momento, a única solução que encontrou fora deixar o quarto.
Ficar longe de .
– Inclusive, está fugindo nesse exato momento – ele falou, apontando para ela ao perceber que a loira iria deixá-lo sozinho dentro do quarto.
Os ombros de se levantaram no momento em que ele pronunciou a frase e ela soltou o ar devagar, sentindo-se constrangida por não ter coragem de falar a verdade para ele. O nó em sua garganta estava formado, e seus olhos lacrimejaram com tanta força que ela precisou tomar uma lufada de ar para que não acabasse desabando.
, nós evoluímos muito esse ano. – começou em um tom de voz baixo, também se levantando. – Eu já te disse um milhão de vezes que eu estou do seu lado pra tudo, mas eu preciso que você confie em mim. Eu preciso que você se abra comigo sobre os seus sentimentos e sobre o que acontece na sua vida, assim como eu faço com você... A gente precisa ter uma comunicação para isso aqui – apontou com o indicador para ela e depois para si – ir para frente.
, outra vez, deixou com que um suspiro saísse por seus lábios, fechando os olhos, e seguiu parada no meio do quarto. Não conseguiu continuar os passos em direção ao banheiro porque não tinha coragem para fazer isso – assim como não tinha coragem de falar para a razão da sua demissão.
O seu peito doía, as suas mãos suavam e uma parte dentro dela dizia que ela deveria seguir o que ele estava dizendo. Ela confiava em , a questão não era essa, mas era sobre como ele reagiria acerca da situação – a qual ela já se sentia mal o suficiente, apesar de ter consciência de que havia sido a melhor decisão a ser tomada por ela.
Os passos do austríaco em direção à porta do quarto fizeram com que ela abrisse os olhos, mas não conseguiu encará-lo, manteve a sua atenção nos próprios pés, apenas o escutando deixar o local em silêncio, claramente magoado com a falta de respostas e com o comportamento dela.
levantou os olhos, vendo as costas do homem no exato momento em que ele se preparava para deixar o quarto, e tomou uma breve lufada de ar, preenchendo os pulmões de coragem para falar a mais pura verdade do que havia acontecido.
– Eu não pedi demissão.
A frase saiu tão baixa que ela nem mesmo teve certeza de que o homem havia escutado, mas, quando ele virou o corpo e seus olhos se encontraram, ela soube que ele havia escutado o que ela tinha dito.
– Eu fui demitida da Red Bull.
A boca de ) se abriu e os ombros dele se elevaram, assim como toda a sua expressão, em uma completa surpresa com a informação que havia acabado de receber, enquanto curvou os ombros, não acreditando que havia sido capaz de soltar o que havia acontecido de verdade.
– Demitida? – repetiu as palavras apenas para que pudesse se certificar de que havia escutado tudo corretamente. – , a Red Bull acabou de ser a grande campeã da temporada! – O homem soltou uma risada completamente desacreditada e a loira suspirou, passando o dorso da mão pela maçã do rosto para que pudesse secar as lágrimas que escorriam.
– Sim, mas nada disso impediu Dietrich de me mandar para o olho da rua.
– A reunião foi para mandar você embora? – deu alguns passos, parando próximo à loira, e esticou as mãos para que pudesse segurar as dela, encarando as irises azuis que demonstravam toda a tristeza que sentia.
– Aparentemente, estar com você é um conflito de interesses e a confiança deles em mim ficou muito abalada – relembrou as falas da conversa.
– Eu não sei por que eu ainda fico surpreso com o tanto de merda vindo deles. – Riu sem humor. – Por que você não quis me contar isso antes?
– Eu não queria que você ficasse chateado ou que se envolvesse na situação.
– Não me envolvesse? – O austríaco uniu as sobrancelhas em sinal de confusão. – Schatzi, eu já estou envolvido na situação…
A loira suspirou, soltando as mãos das do homem e caminhando em direção à cama outra vez, enquanto ele girava o corpo para que pudesse observá-la. se sentou, cruzando as pernas sobre o colchão macio, e levantou o olhar para que pudesse olhar para ele outra vez.
– Você não está envolvido na situação, .
– Claro que eu estou. Você foi demitida por estar em uma relação comigo. – Ele balançou os ombros. – A gente pode ver com o Brad alguma forma de levar isso para a imprensa. Se você quiser, eu posso…
– Eu não quero. – O cortou apressada, fazendo com que ele virasse o rosto rapidamente em sua direção, surpreso com a resposta que havia recebido.
Como não queria expor uma situação grave daquelas?
– Não quer?
– Não. – Enfatizou a sua posição, balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto ) cruzava os braços e a encarava com um semblante curioso. – Eu tive que assinar um contrato que me proíbe de falar que eu fui demitida. Por isso também que eu falei pra você que eu me demiti…
– É claro que eles não seriam burros ao ponto de te deixar livre para falar que foi demitida... – riu, levando a mão para o cabelo. – Quer que eu peça pra um dos meus advogados analisar o contrato? Eles podem procurar alguma brecha…
abaixou os olhos, encarando as próprias mãos por alguns segundos para analisar aquela proposta.
Sabia que era uma boba, mas não queria atirar a Red Bull aos leões. Por mais que estivesse triste e com raiva pela sua demissão, sabia que uma atitude tomada em meio à raiva traria consequências muito pesadas — ela precisava pensar nas pessoas que trabalharam com ela e que poderiam ser afetadas também.
Era nobre não pensar apenas na dor que sentia, mas nos outros também.
– Eu não quero fazer nada contra a Red Bull. Não quero expor essa situação, por mais que eu esteja com raiva daqueles dois por todas as coisas machistas que eles me disseram. – Fechou os olhos com força e também as mãos em punho, ao se lembrar de tudo que havia ouvido.
As risadas de Dietrich e Helmut ainda estavam presentes em sua memória e traziam a ânsia de vômito. A forma como os dois pareciam se completar nos pensamentos machistas era algo que fazia sua raiva por eles aumentar.
– Por que não?
– Isso vai soar muito bobo, mas eu sou grata a Red Bull por ter me aberto as portas há dez anos. Eu sei que lá era um ambiente um pouco tóxico, mas eu não quero tomar nenhuma atitude com raiva. – Fez uma pausa. – Fora que, revelar o real motivo da minha saída, implicaria em revelar o nosso namoro.
) maneou a cabeça, esperando que ela falasse algo a mais sobre aquela parte da conversa, mas a loira permaneceu em silêncio, deixando a frase solta no ar e uma pergunta na cabeça dele.
Ela não queria tornar público o relacionamento dos dois?
– A única razão para a gente não ter revelado nosso namoro era porque estávamos em equipes rivais – murmurou em um tom mais baixo, encarando a loira. – Por que não podemos fazer isso agora?
– Porque as pessoas vão falar. Eu já terei que lidar com os comentários e as perguntas sobre a minha saída, como você mesmo disse, acabei de ganhar o título da temporada, por que eu pediria demissão? – Ela riu. – Eu não quero ter que responder a isso e às perguntas sobre o nosso namoro.
Um suspiro escapou pelos lábios dele, enquanto se encostava na parede ao lado da porta do quarto para que pudesse absorver as palavras dela.
Por mais que lhe doesse ter que continuar vivendo às escondidas com ela, ele entendia que ainda não era o momento para os dois caminharem de mãos dadas pelo paddock a cada Grande Prêmio.
Era melhor esperar que a poeira quanto à demissão de se abaixasse para que eles pudessem surgir com uma outra grande novidade.
– E o que você vai fazer agora fora da RBR?
Aquela era a pergunta de milhões.
Ela não fazia a menor ideia.
Nos últimos dez anos, não havia um dia em que ela não acordou sem saber o que faria. Ou se arrumava para ir para Milton Keynes ou se arrumava para ir para o paddock no fim de semana de algum Grand Prêmio. Ela nem mesmo se lembrava como era a vida antes disso — e, se lembrasse, faria muita questão de esquecer.
As palavras de Dorothea rondavam a sua cabeça. Era cedo demais para decidir qualquer coisa, e ela precisava, primeiro, compreender a sua saída para que pudesse estar pronta para entrar em um novo compromisso.
Um período sabático estava longe de ser considerado. Ela sabia que queria continuar trabalhando. Queria continuar presente no paddock, assistindo a corrida no fim de semana. Como ela faria para que isso continuasse presente em sua vida? Não tinha a menor ideia.
– Eu não tenho a menor ideia – respondeu com sinceridade e balançou os ombros.
levou uma das mãos até o queixo, coçando o local de forma leve enquanto sua mente confabulava uma forma que pudesse ajudar . Ele estava havia tanto tempo na Fórmula 1, possuía tantos parceiros de negócios, que poderia ser fácil arranjar uma nova posição para ela.
Sem contar o fato que era a chefe da equipe campeã da temporada. Era óbvio que mais de uma equipe gostaria de tê-la em seu corpo de funcionários. Afinal, ela tinha a chave para o sucesso.
– Eu posso conseguir um cargo para você na Williams – falou assim que a ideia passou pela sua cabeça, e os olhos da loira se arregalaram em sua direção. – Eu ainda sou um dos acionistas... abri mão de ter um piloto Mercedes porque o Jost quis o Albon. Acho que pode ser a hora de ele me retribuir o favor…
bufou em sinal de reclamação e parou de falar para que pudesse encará-la, porque não havia entendido a reação dela à sua proposta. Porém, antes mesmo de fazer qualquer pergunta ou ouvi-la expressar com palavras a sua insatisfação, uma nova ideia surgiu na cabeça do chefe da Mercedes.
Ou eu posso conseguir uma vaga para você na Aston Martin – ele sorriu, mais contente com essa ideia, porque o time inglês seria mais competitivo que a Williams apesar de possuírem um resultado baixo. – Eu ouvi rumores que o Otmar irá para a Alpine no próximo ano.
A loira teve vontade de rolar os olhos, mas conseguiu se conter e continuou parada, com o olhar fixo no moreno até que ele parasse de falar alto os próprios pensamentos e voltasse a encará-la. Assim que o fez, percebeu o olhar negativo que era lançado em sua direção e engoliu em seco.
– O que foi? – perguntou, preocupado, antes de balançar a cabeça e bater de leve com uma das mãos no rosto. – Eu sei! Você deve estar pensando porque eu não ofereci uma vaga na Mercedes. – Ele apontou o dedo indicador na direção dela. – Schatzi, eu sou o chefe da equipe, e, pelos próximos anos, não pretendo deixá-la... Então, eu teria que te oferecer um cargo não executivo, como o que o Niki tinha. Acho que você não gostaria disso. Eu te conheço bem e sei o quanto você gosta de dominar.
Hayes rolou os olhos com o comentário de duplo sentido enquanto sorriu de forma maliciosa em direção dela antes de encerrar suas propostas de ajuda.
– Eu agradeço o seu empenho, mas eu não aceito nenhuma dessas opções. – Sorriu na direção dele antes de voltar a se levantar da cama. – Eu não quero entrar em uma nova equipe em um cargo que me foi arranjado por você. Eu quero entrar em uma nova equipe pelo meu próprio esforço e pelo meu mérito.
– Mas a vaga seria pelo seu próprio esforço, . Eu já disse que você é a campeã da temporada! Qualquer equipe ficaria feliz em ter você…
– Então, vamos deixá-las me fazerem propostas. – A loira balançou os ombros, mantendo um sorriso na direção do homem.
Nem ela mesma conseguia entender porque estava tão calma quanto àquele assunto. Talvez fosse a consulta com Dorothea, o fato de ela ter entendido que precisava dar um tempo para compreender e se curar da saída da RBR antes de pensar em outra coisa.
Talvez fosse o fato de já ter conseguido superar tanta coisa na vida que lhe mostrava que seria capaz de superar mais aquela adversidade. Se a Red Bull a quis fora, não era ela quem ficaria se lamentando eternamente.
– Tem certeza?
– Absoluta. – Balançou a cabeça para confirmar e se aproximou do austríaco, colocando as mãos ao redor do pescoço dele e ficando na ponta dos pés. – Obrigada por querer me ajudar.
– Eu sempre vou fazer de tudo para vê-la feliz.
– Eu amo você, .
Os lábios dos dois se uniram em um beijo demorado e casto. Era um daqueles momentos em que eles apenas aproveitavam a companhia um do outro, se sentindo felizes por sentir a presença do outro e também por ter o colo um do outro.
Aquele momento em que eles usavam para agradecer pela existência do outro e por conseguirem se completar como jamais haviam imaginado que um dia conseguiriam.

🏎🏆✨


acordou pela manhã e estranhou o fato de não encontrar ao seu lado na cama. Após a longa conversa que os dois tiveram na noite anterior, eles aproveitaram apenas a companhia um do outro e adormeceram abraçados.
Ela se sentia feliz por ele ter aceitado de boa o seu pedido para não tornar pública o motivo da sua demissão, e que ela não queria a ajuda dele para entrar em uma nova equipe.
Tinha combinado consigo mesma que só pensaria no que poderia fazer no próximo ano. Iria tirar os últimos dias para descansar e curtir a companhia de ) antes de focar total em voltar a trabalhar com algo voltado ao automobilismo. Ela vivia aquilo.
A loira fez a higiene matinal e pegou um casaco no closet antes de deixar o quarto. O aquecedor deixava a temperatura no interior da casa muito amena, mas ela gostava de usar um casaco por cima do pijama — ainda mais se iria em busca de ).
– Bom dia! – disse em um tom mais alto ao ver Benedict deitado no sofá da sala de estar assim que chegou ao primeiro andar da casa. – Caiu da cama? – Bom dia, ! – O menino sorriu, retirando os olhos do celular para encarar a loira. – Acho que eu fiquei um pouco ansioso para irmos esquiar.
– É um bom motivo. – Riu. – Eu, por outro lado, não estou ansiosa para os tombos que irei levar…
– Você nunca esquiou? – o menino de cabelos castanhos-claros questionou em um tom surpreso, e a loira concordou com a cabeça em meio a um sorriso tímido. – Fique tranquila... Há muitas aulas e técnicas para os iniciantes, mas o tombo é certo.
– Obrigada pelo voto de confiança, Ben! – disse em um tom irônico. – Onde está o seu pai?
– Escritório. – Apontou para o corredor com uma expressão entediada no rosto, e a loira uniu as duas sobrancelhas antes de agradecer ao menino e seguir em direção ao local indicado.
Em sua mente correu a possibilidade de estar indo contra o seu pedido e tentando usar de sua influência para conseguir um cargo para ela na Aston Martin ou na Williams. Precisou parar por uns segundos e torcer para que ele não estivesse fazendo aquilo — ou teriam uma discussão feia.
Girou a maçaneta da porta devagar, escutando falar em alemão no interior da sala, e pôs apenas a cabeça para o lado de dentro. O austríaco estava usando uma camisa social verde clara e falava bem diante do notebook, provavelmente em alguma reunião.
Ela permaneceu parada entre a porta e o batente por alguns minutos, notando que a atenção dele não saía do que falava, e optou por voltar a fechar a porta e deixar o local. Parecia ser uma reunião importante e ela não queria atrapalhá-lo.
– Ben, eu vou fazer o café da manhã – disse para o menino quando retornou à sala, e ele balançou a cabeça em sinal de confirmação. – Seu pai está em uma reunião e parece ser bem sério…
– Ele está nessa desde quando eu acordei. – O rapaz riu fraco. – Quer ajuda?
sorriu e balançou a cabeça em sinal de confirmação antes de seguir para a cozinha, sendo acompanhada pelo menino para que pudessem preparar o café da manhã.
x


– Então é isso – Martin anunciou, indicando o fim daquela longa reunião, ainda sobre o que havia acontecido em Abu Dhabi. – Agora, nós temos que esperar a FIA analisar todo o ocorrido e dar o seu parecer.
– Antes do início da nova temporada, eu espero – murmurou, fechando os olhos e colocando os dedos sobre as pálpebras por alguns segundos antes de ouvir a voz de Evan.
– Falando em nova temporada, completamente surpreendente a ter pedido demissão da Red Bull…
– Sim – Bradley concordou, e o austríaco focou os olhos no inglês assim que voltou a prestar total atenção no que acontecia. – Há rumores que eles vão trazer o Christian Horner de volta.
– Ele não saiu para ficar mais tempo com a família? – Martin questionou.
– Dois anos em casa com a família é tempo suficiente... – ) murmurou em meio a uma risada, fazendo com que os outros homens rissem também. – Estou surpreso com ele voltando, mas acho que já deveria ser esperado…
– Não haveria outra pessoa para querer o cargo. – O diretor de comunicação balançou os ombros. – Ele teve a prova que dá para bater a gente, só não consigo acreditar que será capaz de fazer isso.
– Até porque, nós não permitiremos. – O chefe da equipe sorriu fraco, erguendo um dedo na frente do rosto e vendo os outros homens concordarem com a cabeça. – A pior coisa que poderia ter acontecido para a Mercedes aconteceu, e a gente precisa ir atrás para superar isso.
– Então, a palavra da próxima temporada será superação. – Loyd sorriu. – Acho que temos muito trabalho pela frente…
concordou com a cabeça, já tendo plena ciência do tanto de trabalho que teria pela frente já nas primeiras semanas do ano; mas aquilo o deixava feliz. Era o que ele gostava de fazer e o que o deixava realizado.
Além do mais, existia um desafio para a temporada e nada o deixava mais animado do que ser desafiado — não só pela RBR, mas pelas mudanças feitas no regulamento e toda a nova temporada.
Encerrou a chamada de vídeo, desligando o notebook, e soltou um suspiro antes de esfregar as mãos no rosto. Em sua mente ainda estava muito presente o fato de ter sido demitida, e ele se questionava sobre o que fazer para ajudá-la.
Sim, ela havia dito que não queria a ajuda dele e que iria esperar a dor da demissão passar para que pudesse pensar no que fazer da vida, mas ) não gostava de ficar parado e esperar as coisas acontecerem.
Ele gostava de agir.
Buscou o celular ao lado do notebook e acessou os e-mails, para que pudesse redigir um para o primeiro nome que cruzou a sua cabeça naquele momento. Ter tantos parceiros de negócios e manter boas relações no paddock era bom, porque ele sempre poderia pedir alguns favores.
Em troca de outros, é claro — porque nada naquele universo acontecia apenas em uma via única.
Assim que enviou o e-mail, ele checou o horário e decidiu se levantar da cadeira. Já estava havia tanto tempo naquela reunião que tinha quase perdido a noção da hora, e precisava ter mais algumas horas de descanso.
Quando saiu do escritório, conversas e risadas vindas da sala de jantar fizeram com que ele unisse as sobrancelhas. Ele podia escutar a voz de e dos filhos, o que fez com que um sorriso surgisse em seus lábios.
Primeiro porque a loira havia não só se juntado aos dois, como também estava de bom humor. Segundo porque ele adorava saber que os três estavam se dando bem — era algo que ele havia torcido muito para que acontecesse.
– Bom dia! – falou em um tom de voz mais alto ao entrar na cozinha, para que conseguisse atrair a atenção dos três. – Perdi alguma coisa?
– Quase perdeu o café. – A loira sorriu em sua direção, apontando para a mesa, e ele balançou os ombros, aproximando-se dela. – Você estava em reunião e eu não quis atrapalhar...
– Tudo bem. – Balançou os ombros, curvando-se para que pudesse encostar os lábios nos dela antes de sentar em uma das cadeiras vazias. – Sobre o que falavam que estava causando tantas risadas?
– A gente estava contando para a de quando você caiu de bicicleta... – Benedict murmurou em meio a uma risada, e fez uma careta, podendo sentir a dor na costela ao se lembrar daquele fatídico dia.
– Eu lembro dessa história ter corrido pelo paddock, mas não a conhecia com tantos detalhes... – Ela riu fraco, porque se lembrava de ter visto o chefe da Mercedes, ainda quando era engenheira da Red Bull, com o braço engessado e uma proteção na coluna.
– Nunca corra de bicicleta em um pelotão – ele disse em tom de aviso, dando os ombros antes de levar o café aos lábios, e os três riram.
– O bom de você ter experiência com quedas é que vai poder me ajudar muito nessas férias... – uniu as sobrancelhas, olhando para a loira, e, antes que pudesse questionar, Rosa contou:
falou que não sabe esquiar! – A menina riu. – Eu disse que a gente pode ensinar...
– Claro que podemos ensinar. – o mais velho sorriu na direção da filha antes de voltar a encarar outra vez. – Você ficará com alguns roxos, mas isso não é nada novo...
tentou disfarçar como os olhos se arregalaram com o duplo sentido da frase e levou o copo de suco até os lábios para que não precisasse usar palavras para responder ao homem, que parecia se divertir com a cena.
– Podemos ir nos arrumar? – Rosa perguntou e, quando recebeu um aceno positivo em resposta, se levantou da cadeira, saindo em disparada do local e sendo seguida por Benedict.
– Isso era algo que eu sonhei algumas vezes, sabia?
A voz de fez com que girasse o pescoço para encará-lo. O seu olhar estava perdido pelo corredor que os dois haviam acabado de seguir e a voz do austríaco a despertou.
– Me ver caindo ao tentar esquiar? – questionou em um tom divertido e ele soltou uma risada fraca, mas balançou a cabeça de um lado para o outro.
– Me sentar à mesa para tomar café da manhã com você e as crianças. – respondeu com um sorriso genuíno nos lábios e a loira balançou a cabeça, absorvendo as palavras dele.
Já não era mais tão estranho quanto antes estar perto de Benedict e Rosa, mas, em diversos momentos, ela ainda não sabia muito bem como agir diante deles e preferia ficar mais na sua.
Porém, não podia negar que se sentia bem perto da família . Adorava a maneira como os pequenos adoravam o pai e a relação próxima que eles possuíam. Era incrível saber que estava começando a fazer parte disso.
– Está sendo bem melhor do que eu imaginei... – elevou e abaixou os ombros, soltando uma risada fraca.
– Eu falei para você que eles não eram monstros, não é? – levantou as sobrancelhas e a loira concordou com a cabeça.
– Definitivamente, eles não são monstros. – piscou na direção do austríaco, levantando-se da cadeira para que pudesse retirar a mesa e subir para o quarto para se arrumar para saírem.
– Você sabia que eles vão trazer o Horner de volta? – questionou, vendo a loira girar o corpo sobre os próprios calcanhares para que pudesse observá-lo. – Bradley disse na reunião que esse é o rumor do momento.
– Vocês ficam falando da Red Bull durante as reuniões? – riu, balançando a cabeça. – Eu não vou ficar surpresa se isso for concretizado... Dietrich e Helmut falaram que eles não o demitiriam, caso fosse ele na minha situação, porque ele nunca faria uma coisa dessas.
soltou uma risada, surpreso e revoltado em saber que os homens haviam dito um absurdo daquele para . Bateu os dedos na ponta da mesa e levantou o olhar para que pudesse olhá-la antes de deixar um suspiro sair por seus lábios.
A loira fechou os olhos por alguns instantes e apoiou ambas as mãos na ilha da cozinha, fazendo com que seus cabelos caíssem por seu rosto enquanto um longo suspiro escapava pela sua garganta.
Ela entendia perfeitamente que tinha as melhores intenções ao falar sobre a Red Bull, mas ela estava cansada. Não queria ter que ouvir notícias sobre a equipe austríaca ou ter que decidir já o que faria no próximo ano. Ela simplesmente queria descansar e aproveitar para espairecer as ideias.
– O que foi?
A pergunta fez com que ela levantasse o rosto e se assustasse ao ver o namorado tão perto de seu corpo. Ajeitou a própria postura e lançou um sorriso fino na direção dele antes de fazer o pedido que havia acabado de aparecer em sua mente e que, sem dúvidas, a deixaria muito mais tranquila para lidar com tudo que havia acontecido.
– Eu não quero ficar falando sobre esse assunto. – disse. – Eu quero apenas ficar alguns dias sem pensar em trabalho, sem pensar no que aconteceu e, certamente, eu não quero definir nada sobre o meu futuro agora.
– Por que você está sendo tão pacífica quanto a essa situação toda? – cruzou os braços na frente do corpo, encarando a loira com uma expressão preocupada.
– Eu não quero fazer nada só porque eu estou com raiva. – murmurou, soltando o ar de forma pesada. – Porque não vai adiantar nada eu ficar revoltada com o que aconteceu. Ou você acha que gritar aos quatro cantos o que aconteceu vai fazer Dietrich me contratar como chefe da equipe de novo?
– É óbvio que não, . – riu desacreditado. –Mas, vai expor tudo o que eles falaram para você e isso perante a imprensa vai ser...
– Perante a imprensa? – foi a vez da loira soltar uma risada enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro. – Você só quer que eu fale para a imprensa o que aconteceu para que a Red Bull se torne uma grande vilã? – arqueou as sobrancelhas. – E eu acreditando que você estava realmente com raiva da situação.
– Eu estou com raiva da situação, . – apressou-se em dizer, segurando o bíceps da loira para que ela não deixasse a cozinha. – Eu estou furioso com o que aconteceu. Primeiro por eles serem dois grandes merdas que não reconheceram o valor do seu trabalho. Segundo porque eu estou vendo você triste e eu detesto isso. Não consigo parar de pensar que isso, de um certo modo, acabou sendo culpa minha. Se tivéssemos sido um pouco mais cuidadosos...
– Certamente não é minha culpa ou sua, . A gente não pode escolher por quem se apaixona. – balançou os ombros, girando o corpo para que pudesse ficar de frente para o austríaco, segurando as mãos dele. – Como você disse, eles não souberam reconhecer o valor do meu trabalho e, por mais que ainda seja doloroso, eu não posso ficar para sempre me lamentando. – soltou uma risada fraca. – Sinceramente, eu espero que eu não fique.
soltou uma risada, concordando com a cabeça e segurou o rosto da loira com as duas mãos, aproximando-se para que pudesse beijá-la. Era um beijo leve, apenas uma expressão do carinho e do amor que os dois tinham um pelo outro e a forma que tinham de demonstrar que estariam ali, sem precisar usar nenhuma palavra.

🏎🏆✨


– Ok, eu estou cansada! – murmurou, soltando os bastões ao lado do próprio corpo quando, pela quinta vez, caiu sentada na neve, fazendo com que o austríaco a sua frente soltasse uma série de risadas.
– Ok, nós podemos parar para almoçar. – ele esticou uma mão para que a loira pudesse pegá-la para conseguir se levantar. – Aliás, o que você acha de sairmos para jantar hoje?
– Apenas nós dois? – arqueou as sobrancelhas e balançou a cabeça em sinal de afirmativo, permitindo que um sorriso ladino surgisse em seu rosto. – Me parece que você teve uma ideia excelente, senhor .
O austríaco soltou uma risada, curvando o corpo para que pudesse selar os lábios nos da loira, pouco se importando em estarem em um local público, onde pessoas poderiam reconhecê-los. O que mais importava para ele era que ela estava ao seu lado.
– A partir de amanhã, quando Audrey e Evie chegarem, e a gente ficar aqui nos chalés, teremos mais privacidade...
– Você diz isso porque não conhece Audrey e Evie. – a loira murmurou em meio a uma risada.
– Por falar nelas, teve algum contato com a sua irmã desde o dia em que esteve em Bristol?
– Não. – suspirou, olhando para baixo e passando uma das mãos na calça preta que usava. – Eu vou esperar as duas chegarem para saber como está o clima por lá para saber se eu devo ir para falar com a Brook.
– Ela nem te parabenizaram pela vitória? – perguntou, curioso, e a mulher balançou a cabeça de um lado para o outro.
– Scott me mandou uma mensagem. – riu, lembrando-se do conteúdo da mensagem que tinha recebido do cunhado quando estava na festa do título, ainda em Abu Dhabi. – Ele me deu parabéns por ter chutado a bunda da Mercedes e mandou dizer que sentia muito por você.
O austríaco soltou uma risada mais alta, balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto a loira ria também.
Scott era um grande fã da Mercedes, então, era no mínimo, engraçado que ele estivesse feliz pela cunhada ter conseguido conquistar o campeonato - o que fazia a loira acreditar que aquela mensagem era um desejo verdadeiro.
– Ele disse que a Brooke ainda está chateada, mas que ela expulsou o Billy quando ele foi visitá-los logo depois do dia em que eu estive em Bristol...
– Isso é bom, não é? – arqueou as sobrancelhas e a loira estalou a língua no céu da boca, tendo a atenção tomada por Benedict e Rosa descendo a montanha a alguns metros de distância de onde o casal estava. Era fácil de notar os dois pequenos porque Benedict usava um casaco azul escuro e Rosa usava um casaco rosa neon.
– Como eles conseguem fazer isso parecer tão fácil? – questionou, noventa e nove por cento maravilhada com a destreza dos dois e um por cento com inveja por não conseguir fazer o mesmo. Ao seu lado, soltou uma nova gargalhada, colocando uma mão em seu ombro.
– Anos fazendo isso nas férias de inverno, schatzi. – murmurou, depositando um beijo em sua bochecha. – Mas não se preocupe...
– Por que um dia eu vou conseguir fazer isso de forma perfeita também?
– Claro. – afirmou com a cabeça, aproximando os lábios dos ouvidos de para ter certeza que ela escutaria o que ele iria dizer e ter uma melhor visão da expressão que iria aparecer no rosto dela. – E o nosso filho também.
se engasgou com a própria saliva ao ouvir a frase e sentiu o arrepio percorrer o seu corpo. Não teve nem tempo para reclamar contra aquela frase porque se afastou para receber as crianças que já estavam se aproximando, falando em tons de vozes super animados sobre as suas descidas, enquanto ela se perdia nos próprios pensamentos sobre o futuro.
afastou o olhar do trio a sua frente, procurando ter uma visão melhor das outras pessoas presentes na estação, e também querendo afastar o arrepio de seu corpo. O simples pensamento de ter um bebê era capaz de causar uma crise nela e, por isso, precisou se concentrar um pouco em respirar corretamente para que não acabasse estragando o dia.
Mas, como o universo era uma verdadeira praga, os seus olhos pararam sobre uma criança que parecia ter uns cinco anos. Estava devidamente agasalhado, protegido para o frio, e com as botas de esqui nos pés, enquanto brincava com a neve ao lado de uma mulher de cabelos cacheados que aproveitava para tirar fotos.
A loira suspirou, fechando os olhos por alguns instantes para que pudesse afastar tudo aquilo de sua mente, e, quando ouviu seu nome ser chamado por Benedict, retornou a atenção para os , encontrando com as sobrancelhas arqueadas em sua direção, certamente também tendo visto o que ela viu.
Porém, diferente dela, tinha um largo sorriso no rosto e não um olhar assustado.

x


– Eu não vou negar que estava sentindo falta de partilhar momentos assim com você – disse ao devolver a taça de vinho para a mesa, e a loira deu um sorriso em sua direção.
– Já aconteceu tantas coisas nos últimos dias que nem parece que tivemos vinte e quatro horas bem felizes em Paris.
– Nem me fale. – O austríaco soltou uma risada fraca, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Quando o piloto me ligou para avisar que você não tinha aparecido, eu tive flashbacks do dia que você me deixou plantado no aeroporto antes das férias de verão...
– Eu não fiz de propósito, você sabe. – a loira soltou um suspiro, colocando uma mecha do cabelo para trás da orelha. – Eu tive uma crise depois da minha reunião e precisei ter uma consulta com a minha psicóloga.
– É compreensível... – balançou os ombros e lancou um sorriso na direção dela. – Mas, se eu me recordo, nós combinamos que não falaríamos mais sobre isso, não foi?
– Certo! – a loira apontou com o dedo indicador e piscou na direção do austríaco. – Vamos esquecer um pouco desses últimos dias.
– Eu prometo me esforçar para isso. – ergueu a taça de vinho na direção da loira, em um pedido silencioso para que ela o acompanhasse em um brinde e riu antes de fazê-lo.
Enquanto as duas taças se encontravam lentamente e tintilavam, e se encararam por alguns longos segundos, mantendo os sorrisos em seus rostos.
não sentia, desde o momento em que deu a sua resposta na reunião, que havia tomado a decisão errada. Não era sobre ter escolhido ao invés da Red Bull, mas sobre ter escolhido o que lhe fazia feliz.
Ainda que a equipe austríaca fosse uma parte bem importante da sua felicidade, ela não podia ficar em um ambiente em que as pessoas não confiavam nela, muito menos onde queriam se meter em sua vida pessoal.
Aquilo era sobre ter escolhido ser feliz — e estar sendo mais feliz do que nunca. Era sobre estar vivendo sem culpas com , aproveitando todos os momentos com ele.
As palavras de Dorothea voltaram a sua mente e ela sorriu internamente. O que ela mais precisava era dar tempo ao tempo, abrir o seu coração para a vida fora da Fórmula 1 e aproveitar o que quer que o universo fosse mandar para sua vida.
– Eu amo você.
A voz de a despertou de seus pensamentos e ela sentiu as bochechas corarem levemente antes de esticar a mão sobre a mesa para que pudesse encontrar a dele em uma carícia delicada.
O coração foi afagado naquele momento com as palavras do austríaco, servindo para acalmar a sua mente e repassar a mensagem para que fosse, de uma vez, compreendida.
O tempo seria bom para ela, sem dúvida.

🏎🏆✨


deixou a sala de estar com o celular em suas mãos. A manhã inteira havia pensado em ligar para Louise, mas não havia tido tempo para fazer isso e decidiu aproveitar que passariam a tarde esperando as duas mulheres da família chegar para se juntarem a eles para entrar em contato com a amiga.
A ruiva havia ligado para ela tantas vezes no dia do anúncio que havia saído da Red Bull e ela não teve coragem de ligar de volta, até aquele momento.
Não podia negar que estava sentindo falta de ouvir da ruiva, mas também das palavras dela. Certeza que ela seria capaz de acalmá-la em relação a tudo.
Finalmente, você resolveu dar o ar da graça!
A voz brava de Louise fez com que soltasse uma risada fraca e rolasse os olhos enquanto se sentava na cama.
– Eu sei, eu deveria ter falado com você antes, mas eu não estava a fim de atender ligações.
Amiga, o que aconteceu? – a ruiva perguntou, não fazendo nenhum tipo de rodeio. – Essa história de você ter se demitido não combina com você... Não depois de conseguir o que você tanto sonhou!
– Eu fiz o que precisava ser feito, Lou.
Por quê? – Smith ouviu a loira suspirar e correu a mão pelo rosto. – , me diz o que aconteceu.
– Foi apenas isso o que aconteceu. – disse, por fim, não querendo ter que prolongar o assunto. Já havia dito para a razão de ter sido demitida e, por mais que confiasse em Louise, não queria acabar descumpridor o acordo que tinha feito.
Eu não acredito em você, mas eu vou aceitar a sua resposta. –Suspirou enquanto abria o notebook em cima da cama. – E o que você vai fazer da vida agora?
– Eu não tenho a menor ideia. – Riu, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Agora, eu estou somente me permitindo viver as férias e depois eu penso nisso.
Oh, você está com o e as crianças! – ela riu ao se recordar que a amiga havia viajado com o namorado. – Como está sendo a experiência, madrasta ?
– Estranha, mas, definitivamente, ótima.
Por que usou a palavra "estranha" primeiro?
– Porque é como se eu estivesse brincando de casinha com o .
E isso não seria bom?
– Eu tenho medo de acabar recaindo no meu passado... – soprou. – Estou sem um emprego, em casa e com um companheiro que, claramente, tem mais poder aquisitivo do que eu.
Eu acho que você está se esquecendo da parte mais importante.
– Que seria...
não é o Billy– a ruiva apontou. – Pensa nisso e você vai perceber que não vai recair no seu passado.
concordou com a cabeça. Ainda precisava lembrar o seu emocional, em alguns momentos, que não estava mais ao lado do ex-marido. As coisas eram diferentes e ela não precisava mais ter tanto medo quanto antes.
– E você? Está em Bournemouth? – mudou de assunto, ouvindo a amiga soltar uma risada fraca.
Não... – Fez uma breve pausa. – Eu estou aqui no México.
– México?! – A loira soltou uma risada totalmente desacreditada.
Eu já fiz a minha escolha.
– Está no México para ficar com o Pérez? – Os olhos azuis da loira se arregalaram em pura surpresa ao ouvir o silêncio vindo do outro lado da linha. – Quer falar sobre isso?
Eu não quero te encher com os meus problemas.
– Eu te encho com os meus... – riu fraco, com os olhos atentos na tela do notebook enquanto ouvia a amiga fungar fraco. – Louise.
Está tudo bem, . – A ruiva suspirou. – Eu não quero por mais um problema na sua cabeça...
– Eu adoraria te ajudar, Louise.
Eu também adoraria saber porque você se demitiu da Red Bull. – Smith soltou uma risada fraca. – Acho que não podemos ter tudo na vida, não é?
balançou a cabeça de um lado para o outro em meio a um sorriso fraco e passou uma das mãos pelo rosto. Não iria contar para mais ninguém sobre a sua saída da RBR.
– Você quer vir passar o Ano Novo conosco?
Eu adorei o convite, mas não quero me meter no momento em família de vocês. – estalou a língua no céu da boca. – A gente se vê quando você retornar à Inglaterra, que tal?
– Acho que eu vou voltar logo no início do ano... Eu preciso ir a Bristol para falar com a Brooke.
Ela ainda não te perdoou? – Louise suspirou. – Quer dizer, ela não tem que te perdoar por nada... Ela tem que cair em si!
– É difícil para ela, Louise. Eu preciso entender isso...
Foi difícil para você viver tudo aquilo, . Não há razão para a sua irmã continuar chateada com você...
– Eu não vou atirar pedras nela, Lou. – a loira soltou um suspiro e ouviu batidas sendo dadas na porta de seu quarto. Logo, Rosa colocou a cabeça para dentro do quarto ir uma pequena frecha e sorriu em sua direção.
– Papai pediu para avisar que elas estão chegando.
– Eu já vou descer, Rosa. Obrigada! – Piscou na direção da menina e Louise riu do outro lado da linha.
Quem diria que eu viveria para escutar uma coisa dessas... – a chefe da comunicação murmurou. – Madrasta !
– A coisa mais importante da vida é estar sempre em evolução, Louise – respondeu em meio a uma risada fraca. – Bom, como você ouviu, eu preciso ir...
Tudo bem... Quando você estiver em Londres, me liga para que a gente possa sair.
– Claro! Tenha boas festas, Louise, e mande um abraço para o Checo.
Boas festas, ! Um abraço para o , Audrey e Evie... Sinto falta delas!
As duas riram de como era curioso que estivessem se despedindo uma da outra e citando um piloto e um chefe de uma equipe da Fórmula 1, que eram os seus namorados.
deixou o celular de lado, focando os olhos na tela de seu notebook. Quando havia ligado para a amiga, apareceu uma notificação de um novo e-mail que possuía como assunto que era algo importante e confidencial.
A sua curiosidade ainda permitiu que ela falasse com Louise pelo telefone, mas, definitivamente, já estava quase a matando naquele momento. Tinha que descobrir o que era porque não conseguiria parar de pensar naquilo.
Clicou no e-mail em questão e os seus olhos, que já se arregalaram ao ver o nome da pessoa que era o remetente, praticamente saltaram das próprias órbitas ao terminar de ler o conteúdo da mensagem.
Não era possível.
Repetiu para si mesma enquanto voltava a ler o que estava escrito para que pudesse ter a certeza que tinha lido corretamente. Aproveitou para checar outra vez o nome do remetente para se certificar que não era um perfil fake ou algo do tipo.

"Senhorita ,
Acompanhei o seu trabalho da Red Bull, tendo os levado ao sucesso na temporada, e lamento que tenha decidido sair da equipe.
O motivo do meu contato é porque gostaria de ter uma conversa com você para, quem sabe, analisar a possibilidade de tê-la ao nosso lado. Com o novo regulamento e tantas mudanças, seria importante ter alguém experiente e vitoriosa.
Tem um tempo livre na segunda semana de janeiro?
Aguardo a resposta.

Zak Brown."

Parecia ser bem real.
Ela realmente tinha em seu e-mail uma proposta da McLaren.
E não fazia a menor ideia de como reagir ou como responder.


Capítulo 2

não sabia precisar quantas vezes havia lido o e-mail. Seus olhos percorriam a tela de seu notebook várias em vezes de uma forma atônita enquanto o seu coração batia de uma forma apressada, completamente surpresa com o conteúdo que estava ali.
Um emprego na McLaren.
Um leve sorriso surgiu em seus lábios ao pensar na mera possibilidade de retornar à Fórmula 1. Sentiu o coração se apertar com aquele pensamento e pensou se deveria responder o e-mail para confirmar a reunião com Zak.
Enquanto uma parte dela dizia que, talvez, a melhor forma de digerir a sua demissão da Red Bull fosse estar ficar longe da Fórmula 1, uma outra – e muito maior – dizia que ela deveria permanecer dentro do esporte que tanto amava, mesmo que fosse em uma outra equipe e em um outro cargo.
A loira estalou os dedos, pronta para começar a digitar uma resposta para Zak Brown para confirmar a reunião, mas a voz de a impediu de continuar a redigir uma resposta, porque o austríaco estava avisando que as mulheres da família haviam chegado à residência e se apressou para fechar a tela do notebook, deixando o aparelho sobre a cama de qualquer maneira e se levantando da cama para que pudesse ir para o primeiro andar da casa.
A resposta para Zak Brown ficaria para um outro momento.
, é ótimo revê-lo! – Audrey sorriu para o homem, abrindo os braços para que pudesse lhe dar um abraço, que saiu um pouco desajeitado devido a diferença de altura de ambos, o que fez com que a idosa soltasse uma risada fraca.
– Onde está a ? – Betty perguntou, entrando na sala de estar após a avó e olhando ao redor em busca da prima mais velha, que descia a escada naquele momento.
– Estou aqui! – a loira disse em um tom de voz mais alto, escondendo as emoções sobre o e-mail em seu interior para que pudesse aproveitar o fato de ter algumas das pessoas que mais amava todas juntas no mesmo lugar.
– Querida, como você está? – Audrey se apressou na direção da neta, abrindo os braços para recebê-la. – Betty me contou sobre a sua saída do time. Eu pensei te ligar, mas imaginei que você fosse querer um tempinho sozinha...
– Eu estou bem, Audrey. – sorriu na direção da mais velha, acariciando o ombro da mesma. – Eu quis ter um tempinho apenas para mim logo depois do que aconteceu, mas agora eu estou bem.
– E por que você se demitiu? – Betty encarou a prima com uma expressão de curiosidade presente no rosto e a loira soltou um suspiro antes de deixar seu olhar se encontrar com o de .
O austríaco sabia que queria fugir daquela pergunta e, simplesmente, não sabia o que poderia fazer para ajudá-la. Para sua alegria – e o alívio de – Benedict e Rosa entraram na sala de estar naquele momento, entretidos em uma conversa animada que atraiu a atenção de todos os adultos.
– Audrey, Betty e Evie, esses são Benedict e Rosa, os filhos do . – apontou para os dois, que tinham os olhares atentos nas três mulheres, até então, desconhecidas. – Ben e Rosa, essa é minha avó, Audrey, minha prima, Betty, e a noiva dela, Evie.
– Então, você é a famosa Rosa? – Audrey sorriu para a menina, aproximando-se de onde ela estava parada para que pudesse lhe dar um abraço. – E você, rapazinho, é a cara do seu pai!
– Definitivamente, uma versão melhorada – murmurou, com um sorriso divertido no rosto.
– Você é a avó da que ensinou ela a tocar piano? – Rosa perguntou com uma expressão de animação no rosto, associando perfeitamente a mulher com a história que havia contado quando tocou na visita a família na Áustria.
– Eu mesma. – Audrey sorriu, contente não só por saber que tinha tocado piano novamente, mas pela alegria da menina ao relembrar aquele fato, mostrando que gostava tanto ela. – me disse que você também gosta de tocar...
– Eu estou aprendendo ainda – Rosa respondeu, encolhendo os ombros em sinal de timidez. – Você poderia me ensinar aquela música que a tocou?
– Claro que sim! – a mais nova comemorou com uns pulinhos, fazendo com que os adultos dessem risadas por sua alegria.
– Então, teremos um concerto de Natal? – murmurou de forma animada, aproximando-se de e parando atrás dela enquanto uma de suas mãos circundavam a cintura da loira.
– Quem sabe, não é? – Audrey encarou Rosa, estendendo a mão para tocar o ombro da menina e piscou na direção do chefe da Mercedes, antes de se virar para Benedict. – E você, Ben, também é fã do piano?
– Não. – ele balançou os ombros em meio a uma risada. – Eu sou mais dos números e do esporte... Eu gosto de jogar futebol.
– Eu achei que ele fosse dizer que gostava de automobilismo... – Betty murmurou, balançando os ombros, surpresa com a resposta do menino e abriu os braços, movimentado a cabeça para o lado.
– Não me puxaram nesse quesito...
– Mas a prometeu que nos levaria para andar de kart! – Rosa disse, apontando para a loira que abriu a boca antes de soltar uma risada, recordando-se do convite que havia feito quando esteve na casa dos na Áustria.
– O final do campeonato foi um pouco... Intensa. – Ela pôde ouvir rir de forma anasalada em seu ouvido, e balançou a cabeça de um lado para o outro. – Mas, podemos fazer isso quando voltarmos para casa... Aposto que seu pai conhece uma pista de kart boa.
está entrando na tentativa de fazê-los gostar de kart... – encarou Betty, soltando uma risada porque já havia tentando muitas vezes aquilo e não tinha obtido sucesso, mas, quem sabe a dupla se rendia aos encantos da loira?
– Vocês devem estar cansadas... – a loira sorriu na direção dos familiares. – Ou com fome. O que vocês querem fazer primeiro?
– Eu adoraria tomar um longo banho. – Evie murmurou em um tom de voz baixo, fazendo com que Betty risse. – A sua prima, eu tenho certeza, que está morrendo de fome.
– Nada contra os lanchinhos do seu jato, , mas eles não alimentam nem para um voo de quarenta minutos. – a de cabelos laranjas reclamou, recebendo um leve tapa no ombro da noiva enquanto os outros riam de seu comentário e o austríaco balançava os ombros.
– Obrigado pelo aviso, Betty. Eu vou pedir para que eles melhorem o lanche... – disse com um sorriso divertido no rosto. – Quem sabe na volta para casa não esteja melhor?
– Ela soou como uma má educada, mas eu juro que ela não é assim normalmente. – Audrey falou, lançando um olhar de repreensão para a neta mais nova e Betty elevou os ombros, projetando os lábios para frente em um pequeno bico.
– Tudo culpa do lanchinho... – murmurou. – A fome me deixa mau humorada.
– Certo. – limpou a garganta. – Bom, acho que nós podemos pedir algo para comer para melhorar o humor da Betty.
– Ótima ideia, . – a loira sorriu para o namorado, girando o corpo para beijá-lo na bochecha antes de encarar a avó. – Eu posso levá-las até os quartos enquanto isso...
concordou com a cabeça, dando espaço para que se afastasse dele, e a loira se aproximou de Audrey para que pudesse pegar a mala que ela havia trazido. Benedict se apressou em ajudá-la também, e guiou a todos para o segundo andar da casa.
A residência de era quase um chalé. Era um ambiente inteiramente de madeira, dando um ar rústico, mas também aconchegante em meio a toda a vista branca que a janela dava, das montanhas do país. Era tão afastada que poderia ser considerada quase que um lugar para escapar e se esconder do mundo.
Naquele momento, era o que mais gostava da casa. Era bom estar longe de qualquer burburinho que não fosse feito por nenhum membro da sua família ou dos . Estava feliz por estar ali.
– Agora que estamos sozinhas, – Audrey iniciou após fechar a porta de seu quarto, uma dos sete que havia na casa, com os olhos na neta que estava parada no meio do local. – eu vou perguntar mais uma vez e eu quero a sua resposta honesta.
A loira concordou com a cabeça, nem mesmo tendo que pensar muito para saber qual era a pergunta que a mais velha faria. Era o que ela mais estava ouvindo das pessoas mais próximas nos últimos dias.
– Você está realmente bem?
– Eu estou bem, Audrey. – sorriu, balançando a cabeça para que pudesse confirmar que era real o que estava sentido e a mais velha a estudou por alguns minutos até lhe lançar um novo sorriso.
Já estava começando a ficar cansada daquela pergunta. Era óbvio que não estava tão bem quanto gostaria, a saída e as palavras ditas naquela sala ainda estavam em sua mente, mas, se havia algo que ela tinha aprendido em sua vida era que não podia viver para sempre remoendo algo.
Não seria ela a ficar chorando pelos cantos a sua saída da Red Bull. Eles que deveriam se arrepender por tê-la tirado.
– Você saiu por causa do ? – Audrey perguntou com uma expressão de preocupação no rosto e a loira balançou a cabeça de um lado para o outro.
– Audrey, eu adoraria não ter que falar sobre isso. – sorriu na direção da mais velha, e, para o seu alívio, a senhora a conhecia o suficiente para saber quando a mais nova realmente não queria falar sobre alguma coisa.
Por mais que tivesse mudado nos últimos anos, Audrey ainda era uma das pessoas que mais lhe conheciam. Ela sabia quando um assunto a irritava ou a deixava triste, por isso, entendia perfeitamente que falar sobre a saída da Red Bull não era algo que a neta queria fazer.
– Eu vou respeitar isso. – Audrey sorriu na direção da loira. – Mas, saiba que, seja lá qual for a razão da sua saída, se você está feliz e de bem com isso, eu estou também. Eu tenho certeza que você deve ter tido os seus motivos para deixar a equipe que acabou de ajudar a tornar campeã, o que você sempre sonhou desde que assumiu o cargo. Isso demonstra a sua coragem e me deixa com ainda mais orgulho de você, .
piscou algumas vezes, tentando conter as lágrimas que surgiram em seus olhos, mas foi impossível. Uma solitária escapou por sua bochecha e ela se apressou em envolver a avó em um abraço pelos ombros, para que pudesse disfarçar e guardar a vontade que tinha de contar o que havia acontecido.
– Obrigada, Audrey. – murmurou, soltando o ar pela boca de forma devagar para que pudesse acalmar suas emoções e afastando-se da mais velha. – Agora, me diga, como estão as coisas em Bristol?
– "As coisas" você se refere a Brooke? – soltou uma risada fraca, caminhando em direção a cama que havia no quarto e se sentando na beira da mesma para que pudesse retirar os sapatos de saltos baixos e grossos que usava. – Ela ainda está chateada com o que você contou. Eu tentei falar com ela naquele dia mesmo e ela não quis ouvir... Ela acha um absurdo o fato de que Betty e eu sempre soubemos o que aconteceu e nunca falamos nada para ela.
– Ela não está falando com vocês? – a loira levou as mãos até a boca, cobrindo o choque que tomava conta do seu rosto.
– Ela fala, mas sempre muda o assunto quando tocamos em seu nome. – Audrey riu fraco, encostando-se na macia cabeceira da cama.
– Scott me disse, por mensagem, que ela expulsou o Billy quando ele esteve na casa deles...
– Sim, ela fez isso. Disse que jamais o perdoaria por ter feito você sofrer tanto e por tê-la feito acreditar que você era a errada na situação. – a mais velha balançou os ombros. – Eu acredito que o que a deixa chateada é saber que foi a última pessoa a saber de tudo. Ela meio que acredita que você, por ser irmã dela, deveria ter contado para ela o que tinha acontecido...
– Eu nem mesmo iria contar para vocês, se a Betty e a Evie não tivessem me encontrado em Londres. – riu fraco, virando o corpo para que pudesse ficar de frente para a avó. – Você acha que eu devo ir a Bristol para conversar com ela outra vez?
– Você já fez a sua parte, . Já foi corajosa o suficiente para contar para todos o que aconteceu, não precisa voltar a esse tópico apenas porque a sua irmã não conseguiu entender. – a senhora de cabelos brancos balançou os ombros e ouviu a loira soltar um suspiro. – Dê tempo a Brooke... Uma hora ela vai perceber que ela está sendo irracional.
A loira concordou com a cabeça, batendo levemente com as mãos nas coxas antes de posicioná-las na beira do colchão para que pudesse se levantar, sob o olhar atento da senhora , que se preocupava com a neta.
– Eu vou deixar você descansar, Audrey. – murmurou com um sorriso leve nos lábios, começando a caminhar em direção à porta do quarto. – Caso você precise de alguma coisa...
– Não fique se cobrando em relação à Brooke. – Audrey lhe lançou um olhar caridoso e a loira concordou com a cabeça antes de acenar em despedida, optando por sair do quarto em silêncio.
parou no corredor, unindo uma mão na outra e aproveitou para respirar fundo algumas vezes. Ouvir Brooke chamá-la de vadia sem coração havia se tornado algo que não a afetava tanto quanto antes porque ela realmente acreditava que tinha se tornado essa mulher. Porém, não ter a irmã querendo ter contato com ela, era algo que a machucava já que, apesar de tudo, as duas eram unidas.
A mais velha queria, mais do que tudo, que a mais nova fosse capaz de entender as suas razões para não ter contado nada sobre o casamento antes. Queria que Brooke se arrependesse por tê-la comparado à Margarethe. E, as palavras de Audrey, faziam muito sentido... Não era ela que deveria voltar aquele assunto. A sua parte já estava encerrada — se Brooke não quisesse acreditar ou concordar, elas seguiriam a vida da maneira que estavam.
– Está tudo bem?
A loira se sobressaltou ao perceber que estava parado ao seu lado com uma mão em seu ombro e soltou uma risada nervosa antes de bufar, correndo as mãos pelo rosto de uma forma impaciente.
– Por que está todo mundo me fazendo essa pergunta nos últimos dias? – grunhiu, começando a caminhar em direção ao final do corredor em direção a suíte que os dois dividiam.
balançou os ombros, soltando uma risada e seguiu a loira. Talvez as perguntas sobre como ela estava fossem chatas mesmo, mas ele não podia deixar de fazê-la porque estava realmente preocupado com ela, desde o momento em que os dois se encontraram em Londres após a reunião dela em Milton Keynes — e triplicou quando ele soube a verdadeira razão da sua saída da RBR.
– Eu pergunto porque eu realmente me preocupo com você, Lina – murmurou, entrando no quarto no momento em que a loira começava a tirar as peças de roupa que usava.
– Eu sei, mas eu estou bem. – bufou, atirando a blusa sobre a cama. – Eu não quero ter que ficar explanando como eu estou me sentindo a cada cinco minutos durante um dia.
– Tudo bem. – balançou os ombros. – Eu não vou mais perguntar como você está, mas eu vou acreditar que você será sincera o suficiente para me falar quando não estiver se sentindo bem.
– Obrigada, . – sorriu na direção dele, deixando com que sua expressão se suavizasse antes de soltar uma risada fraca. – Me desculpe por ser uma grossa!
– Eu entendi o seu lado e tudo que eu mais quero é fazer você se sentir bem.
A loira sorriu, caminhando na direção dele e colocando as mãos ao redor do pescoço do mais alto, ficando nas pontas dos pés para que pudesse encostar os lábios nos dele em um beijo delicado. sorriu ao sentir os lábios da loira tocarem os dele e levou uma das mãos até a cintura dela, apertando o local e fazendo com que seus corpos se colassem.
– Eu estou morrendo de saudade de você. – confessou em um sussurro, após romperem o beijo, e permaneceram com as testas coladas enquanto o austríaco soltava uma risada fraca.
– Eu posso dizer a mesma coisa – murmurou, selando os lábios nos dela outra vez. – Por que não encurtamos os dias por aqui?
– Nós acabamos de chegar, . – Ela soltou uma risada, balançando a cabeça de um lado para o outro antes de se afastar dele para caminhar em direção ao banheiro. – E o que nós faríamos, se não ficássemos mais dias por aqui?
– Poderíamos ir para algum outro lugar... Apenas nós dois. – disse, parando ao lado do batente da porta do banheiro e a loira girou o corpo no exato momento em que viu o austríaco piscar em sua direção. – Qualquer lugar com você é bom para mim...
– Você não precisa estar em Brackley nesse começo de ano?
– Schatzi, eles não precisam de mim para cuidar das partes técnicas do carro.
sorriu, apreciando o esforço e o desejo para que os dois tivessem um momento apenas deles. Estava gostando de estar junto das crianças e, certamente, adoraria estar junto deles e de parte da família , mas não podia dizer não para ter alguns dias com .
– O que acha da Itália? – a voz do homem a despertou dos seus pensamentos e ela sorriu com a ideia – Eu conheço alguns hotéis pequenos próximos a Monza e acho que pode ser bom...
– Qualquer lugar com você é bom para mim. – repetiu a mesma frase que ele havia dito, fazendo com que o homem soltasse uma risada fraca.
– Você é algo a mais, sabia?
– Isso é bom ou ruim? – indagou, com uma expressão confusa no rosto.
– Isso é ótimo. – sorriu, rompendo a distância entre os dois para que pudesse envolvê-la em um beijo demorado. As mãos de foram parar em sua nuca enquanto ele se apressava em manter o seu corpo próximo, descendo a mão por sua cintura enquanto os seus lábios se movimentavam de forma lenta, mas repleta de desejo um pelo o outro.
– Eu vou descer – murmurou ao interromper o beijo. – Ainda preciso resolver algumas coisas antes de entrar cem por cento em recesso.
– Tudo bem... Eu vou tomar um banho e responder a alguns e-mails.
concordou com a cabeça, escondendo a expressão de surpresa que surgiu em seu rosto, apenas depositando um beijo na têmpora da loira antes de deixar o banheiro. Em sua mente, a frase sobre responder a e-mails se repetia, e ele não podia deixar de se questionar se a mulher havia recebido um e-mail em especial.
Apressou-se para chegar até o escritório e buscou o próprio celular para enviar uma mensagem para saber se o seu pedido havia sido atendido. Ele queria ver feliz e não mediria esforços para que isso acontecesse.

🏎🏆✨


Os dias se passavam de forma tranquila e, cada vez mais, os e os se aproximavam no tempo em que passavam juntos na Suíça. , Audrey e Rosa passavam tempo o suficiente no piano enquanto Betty e Evie se divertiam no videogame com Benedict.
participava de ambas as atividades, mas não podia negar que o que ele mais gostava era de ficar do lado de fora, apenas assistindo a interação de todos e aproveitando o tempo com a família.
Durante o dia, costumavam ir para a estação de esqui e a diversão também era grande. Assim como , Betty e Evie não sabiam esquiar, — e Audrey dizia que era velha demais para participar daquela atividade — mas se saíram melhor no snowboarding com Benedict enquanto a ex-chefe da Red Bull dava boas risadas com e Rosa por suas falhas tentativas.
Estava sendo uma excelente oportunidade para que todos pudessem se conhecer um pouco mais, mas também era importante para ver as pessoas que mais gostava se dando tão bem.
A loira abriu os olhos ao perceber uma movimentação dentro do quarto. O seu sono, geralmente, era leve, o que a fazia acordar com qualquer barulho estranho que ouvia ao seu redor, e, logo, seus olhos focaram na figura de Rosa entrando em seu quarto em passos tímidos. – Você está acordada? – a menina perguntou em um tom de voz baixo e a inglesa soltou uma risada fraca, levando as mãos até os olhos para que pudesse coçá-los antes de se sentar na cama.
– Estou. – Riu fraco, encostando-se na cabeceira da cama. – Aconteceu alguma coisa?
Naquele dia, havia optado por não ir para a estação de esqui, mas ir até o centro com Audrey para que pudessem comprar algumas coisas para o Natal. A senhora reclamou que a casa não estava decorada para a festividade, além das coisas que queria para que pudesse preparar algumas comidas para a ceia.
– Audrey pediu para te chamar. – A menina sorriu fraco. – Precisamos montar as coisas do Natal.
– Certo, certo. – Riu, empurrando as cobertas e se levantando da cama enquanto a menina caminhava em direção à janela do quarto. – Eu vou trocar de roupa e já vou descer, tudo bem?
Rosa concordou com a cabeça, mantendo o olhar para fora do quarto enquanto a loira seguia até o closet para pegar alguma roupa antes de ir para o banheiro. Enquanto não estava no quarto, Rosa abriu a porta da varanda, apertando mais o casaco contra o próprio corpo e rindo ao ver os bonecos que havia feito com o irmão mais velho, Betty e Evie mais cedo.
Não era o seu primeiro Natal longe da mãe, mas não podia negar que ficava um pouco triste por não a ter ao seu lado. Por outro lado, ficava feliz por gostar de incluí-la e incluir Benedict nas atividades, diferente da ex-esposa de , a quem nunca havia gostado mesmo. Na visão da menina, era diferente, muito mais legal.
saiu do banheiro, já devidamente vestida, e pegou o celular na mesa ao lado da cama, franzindo o cenho ao ver a porta da varanda aberta. Quando os seus olhos pararam sobre Rosa no local, ela sorriu e aproveitou para desbloquear a tela do celular para fazer um registro da mais nova naquele momento. Era óbvio que não iria postar a foto sem perguntar a , — ou até mesmo a Stephanie — mas havia ficado um clique tão bonito que ela tinha quase certeza que eles não iriam se importar.
– Rosa? – chamou a menina que girou o corpo, sorrindo em sua direção.
– Eu estava esperando você – a mais nova confessou. – A sua família é muito legal, !
– Você achou? – perguntou, animada e a menina balançou a cabeça para confirmar. – Que bom que você gostou delas porque elas são pessoas muito importantes na minha vida.
– Família é importante. – Rosa disse como se fosse uma adulta e conteve a risada, optando por balançar a cabeça, concordando com ela. – Eu posso fazer uma pergunta?
– Claro que pode. – sorriu na direção dela, cruzando os braços na frente do peito e esperando que ela fizesse a pergunta, já conhecia a pequena o suficiente para saber que poderia vir algo difícil de responder naquele momento.
– Você vai se casar com o meu pai?
A loira soltou uma risada misturada com o engasgo que preencheu a sua garganta. Levou uma das mãos ao rosto enquanto sua mente pensava em uma maneira de fugir daquela pergunta, mas a menina voltou a falar.
– É porque o papai se casou com a Susie e eu não gostava dela, mas eu gosto de você. – projetou os lábios para frente em um bico. – Eu queria que você se casasse com ele... Você é muito legal.
suspirou, balançando os ombros e se atentou a parte da frase que ela não gostava de Susie. Tinha quase certeza que Stephanie também havia falado algo sobre isso, mas focou a atenção na menina à sua frente, não querendo ser invasiva para perguntar a razão de ela não gostar da outra loira.
Era melhor esquecê-la.
– Obrigada, Rosa. – murmurou com um sorriso nos lábios, colocando uma das mãos no ombro da menina e curvou um pouco o corpo para ficar na altura dela. – Eu fico feliz de saber que você me acha muito legal e gosta de mim porque eu também te acho super legal e gosto de você.
Rosa sorriu de forma contente ao ouvir aquela frase e foi impossível para a loira não soltar uma risada pela evidente felicidade da menina sobre o seu sentimento por ela. Jamais poderia imaginar que um dia estaria falando isso para uma criança, mas era ótima a relação que estava tendo com a menina.
– E você vai se casar com meu pai?
– Foi ele que mandou você me perguntar isso? – estreitou os olhos na direção da menina. estava um pouco diferente nos últimos dias, talvez estivesse escondendo alguma coisa, mas, como a menina de cabelos castanhos balançou a cabeça de um lado para o outro, aquela possibilidade foi afastada.
– Se ele te pedir em casamento, você não ia aceitar?
– Por que a gente não desce para ajeitar as coisas? – arqueou as sobrancelhas, não querendo continuar a falar sobre aquele assunto e Rosa balançou os ombros, dando-se por vencida para o alívio de .
Casamento já não era um tópico que ela adorava falar sobre, ainda mais com uma criança. Então, a única solução era distrair a cabeça da menina para que pudesse distrair o próprio coração também, que batia acelerado com aquele assunto. Era claro que a relação com estava séria e ela não tinha dificuldades em ver o futuro ao lado dele, mas ainda preferia levar as coisas com calma. Daria um passo de cada vez, sem se apressar para nada.
– Onde está o ? – perguntou para a menina, assim que as duas chegaram a sala de estar e Rosa apontou para a cozinha da casa. sorriu, indicando um minuto para ela antes de caminhar até o outro cômodo, já conseguindo ouvir as vozes de Audrey e , fazendo com que ela parasse de caminhar para escutar o que eles falavam.
é uma mulher muito forte, . Eu sei que você está preocupado com ela, e com razão porque essa saída dela da equipe foi estranha, mas ela deve saber exatamente o que ela quer para o futuro dela. Não se intrometa na situação, por mais que você tenha os seus contatos e queira ajudá-la. Se ela diz que ela está bem, a gente precisa acreditar e estar aqui para ela...
– Eu sei. – o austríaco murmurou e soltou um suspiro. – Mas eu também sei que a Fórmula 1 é muito importante para ela e eu não quero que ela sofra estando fora do esporte. Além do mais, – ele soltou uma risada fraca. – nós vamos ficar afastados com ela fora da RBR.
– Isso te assusta?
– Isso é uma realidade diferente. – respondeu e voltou a falar após uma breve pausa. – É algo que fez o meu outro casamento acabar.
– Então, você precisa olhar o que você fez de errado e tentar fazer certo na relação com a . – Audrey disse, virando o rosto para encarar o homem. – Talvez convencê-la a viajar com você...
– Essa é difícil. – O austríaco riu mais uma vez. – A sua neta ainda não quer revelar publicamente a nossa relação.
– Compreensível. – A inglesa balançou os ombros, deixando a faca sobre a pia e apoiando as duas mãos no mármore antes de levar o olhar até o homem outra vez. – Deixe a descobrir sozinha o que ela quer fazer da vida dela a partir de agora. Eu imagino que não vai ser fácil, mas ela vai descobrir.
– Eu acho que eu me manter longe disso vai ser um pouco difícil...
franziu as sobrancelhas ao escutar a resposta do namorado, mas antes que pudesse prestar atenção no que ele continuaria a falar, Rosa apareceu em sua frente com os braços cruzados na frente do peito e uma expressão fechada no rosto — que a deixava parecida com o pai.
! – a chamou em um tom de voz mais alto. – Por que está demorando tanto? Nós temos que montar a árvore de Natal!
arregalou os olhos ao ouvir a voz da filha tão próxima e se levantou da cadeira em que estava sentado, atravessando a cozinha em um rompante até a porta que dava no corredor que levava até a sala de estar, encontrando parada próxima enquanto Rosa estava um pouco para trás.
– Lina? – a chamou, fazendo com que a loira o encarasse com um sorriso um pouco sem graça no rosto e engoliu seco, na esperança que ela não tivesse escutado o que ele havia falado para Audrey.
– Eu vim chamar você! – murmurou, coçando a própria nuca enquanto sua mente funcionava atrás de uma desculpa para o fato de ela estar ouvindo a conversa dele com a sua avó. – Eu prometi a Rosa que iríamos montar uma árvore de Natal e... Bom, eu não sou a pessoa mais alta do mundo.
– E eu sou? – soltou uma risada divertida, fazendo com que a loira rolasse os olhos, e quis crer que ela não tinha ouvido nada, senão o clima não estaria tão aparentemente bom quanto aquele.
– Não, mas você é o cara mais alto que eu conheço. – piscou na direção dele que balançou os ombros. – Pode nos ajudar?
– Claro... Rosa, chama o Ben para nos ajudar também – disse para a filha antes de se virar para o interior da cozinha. – Audrey, eu vou ajudar a com a árvore...
– Tudo bem... Betty já deve estar voltando do mercado. – A mais velha balançou os ombros e sorriu, aproximando-se de e pondo as mãos na cintura da loira antes de guiá-la para a sala de estar. Depositou um beijo rápido na curva do pescoço dela, sentindo a loira se arrepiar lentamente e sorriu com isso.
, não comece algo que não vai terminar... – murmurou em um tom de voz baixo para que o austríaco escutasse a célere frase que ele mesmo sempre dizia quando ela o provocava no paddock e o homem riu fraco contra a nuca dela, trazendo o corpo mais para frente, de uma forma que ficasse mais colado nela.
– Você sabe muito bem que eu adoraria terminar isso, ... – a resposta veio no mesmo tom de voz que ela utilizou e a loira precisou fechar os olhos para que pudesse se concentrar em outra coisa que não fosse as sensações que percorriam o seu corpo. Era inegável que ela estava sentindo falta das carícias íntimas do austríaco, mas precisava se controlar.
soltou o ar, afastando-se de assim que os dois chegaram à sala de estar, fazendo com que ele soltasse uma risada divertida, antes de passar uma das mãos pelos cabelos em sinal de nervosismo. Balançou a cabeça de um lado para o outro, sentando-se no sofá e virou o rosto na direção do homem.
– Onde você acha melhor montar? – questionou, o encarando, e rolou os olhos ao vê-lo arquear as sobrancelhas em sua direção. – A árvore de Natal, .
– Próxima a janela, talvez. – ele balançou os ombros. – Há alguma tradição de Natal na família ?
– Acho que é a mesma coisa de todos. – a loira fez uma breve pausa. – Jantamos na véspera, mas ficamos mais animados pelo dia seguinte porque tem os presentes e, como ingleses, ficamos mais animados com o boxing day.
– Você disse que costumava passar o Natal com Audrey e Betty. – ela concordou com a cabeça ao ouvir a frase, sorrindo fraco por se lembrar de alguns momentos natalinos com as duas enquanto permitiu que a sua curiosidade falasse mais alto ao questionar: – Falam muito pouco sobre os pais da Betty... O que aconteceu com eles?
– O pai dela, Marco, faleceu quando ela era pequena em um acidente e a mãe dela, minha tia Antonieta, faleceu há quatro anos por causa de um câncer. – o tom de voz triste ao contar a história fez com que encolhesse um pouco os ombros por ter trazido a tona um assunto melancólico como aquele.
– A julgar pelos nomes, Antonieta era a irmã de Ruggero? – soltou uma risada fraca apontando que ambos os nomes eram italianos e concordou com a cabeça, colocando as mãos nos quadris.
– Exatamente. – Riu fraco. – Meu avô adorava a Itália porque viveu lá até a adolescência, quando seus pais se mudaram para a Inglaterra. Ele adorava esses dois nomes, contou para Audrey quando ela estava grávida de Ruggero, eles nem mesmo tinham descoberto se seria menino ou menina, mas já haviam decidido que os filhos seriam Antonieta e Ruggero.
concordou com a cabeça, mas estalou a língua no céu da boca, fazendo com que a loira arqueasse as sobrancelhas, um pouco curiosa para saber o que ele iria comentar e um arrepio característico percorreu o seu corpo quando ouviu a frase dita por ele.
– Eu sempre gostei do nome Rosa... Benedict foi a Stephanie quem escolheu. –as palavras saíam por seus lábios, mais como se ele estivesse pensando no assunto e se recordando de tudo. – Eu gostava de Jack – confessou, levando os olhos ao encontro das írises azuis de . – Você acha Jack um bom nome?
– Será que você poderia parar com isso? – pediu em um tom de voz baixo, mas um pouco ríspido e arqueou as sobrancelhas em sinal de confusão.
– Para com o que exatamente? – questionou de forma pausada, tentando entender o que estava irritando a loira e ela soltou um suspiro, levantando-se do sofá.
– Parar de ficar falando sobre termos filhos.
tentou esconder a sensação de banho de água fria que havia tomado naquele momento. Era como se estivesse vendo a sua esperança de construir uma família com ir inteira pelo ralo com aquela simples frase e o olhar duro, combinado com a expressão fechada, que a loira mantinha em sua direção.
– Nós não estamos no tempo e nem no momento certo para falar sobre isso. – murmurou, já ouvindo as vozes de Benedict e Rosa se aproximando, o que indicava que os dois estavam chegando para ajudá-los a montar a árvore.
– Sobre casamento, podemos falar?
! – ralhou, lançando um olhar cerrado na direção do homem antes de virar o corpo para que pudesse encerrar de uma vez aquele assunto que ainda não era o momento certo de ser tratado.
A loira suspirou ao ver Rosa se aproximar e, enquanto Benedict e tratavam de montar a árvore próxima à janela, ela aproveitou para pegar alguns outros enfeites para colocar pela sala de estar.
Tinha vontade de rir todas as vezes que pensava naquele espírito natalino que estava tendo naquele fim de ano porque, por mais que celebrasse a data com Audrey e Betty, não era comum ficar tão animada quanto naquele ano. Não tinha dúvida que era a influência dos em sua vida e, por muitas vezes, se sentia feliz por isso – por estar conseguindo colocar um novo significado em algumas de suas memórias.
Audrey deixou a cozinha por alguns instantes. Além do piano, cozinhar era uma das grandes paixões de sua vida, especialmente em datas comemorativas, quando poderia reunir as netas para celebrá-las, e sorriu ao ver a cena que estava bem diante dos seus olhos ali na sala de estar.
A senhora ainda se lembrava perfeitamente do dia em que encontrou com a neta, logo após descobrir que ela estava vivendo em Londres. Se recordava de como lhe machucou ouvir as dores de sobre tudo que havia vivido no casamento, de como foi sua mudança para Londres e o início da vida na universidade da cidade.
Havia passado os últimos anos de sua vida torcendo para que a neta mais velha encontrasse uma pessoa legal para viver, mesmo que ela lhe dissesse que não procurava por aquilo e que era autossuficiente, Audrey sabia que não era bom passar a vida sozinha.
Presenciar aquele momento de com e as crianças era a prova que ela precisava para saber que não apenas a neta estava bem, mas estava cercada por pessoas que haviam a acolhido e que a amavam tanto quanto ela.
Podia se sentir em paz.

🏎🏆✨


sorriu ao ver o e-mail de Zak Brown em sua caixa de entrada, confirmando um café na própria sede da McLaren em Woking, na Inglaterra. Seu estômago dava voltas em sinal de nervosismo e de ansiedade para aquela reunião, tentando imaginar qual seria o cargo oferecido para ela — será que Brown estava considerando a demissão de Andreas Seidl?
A loira balançou a cabeça de um lado para o outro, já decidida a não pensar naquilo. Esconderia aquele e-mail em sua caixa de entrada e a conversa com Zak no fundo de sua mente até que soubesse exatamente qual seria a propostas dele. Apenas, após isso, falaria para alguém o que estava acontecendo.
A porta do quarto foi aberta e ela retirou os olhos da tela, encontrando entrando na sala em passos lentos. Ele usava os seus óculos de leitura e tinha os cabelos levemente bagunçados, mas estava com um sorriso no rosto.
– Eu achei que havíamos combinado de não trabalhar nas férias...
– Se você parar para pensar, eu não tenho mais um emprego, então, teoricamente, eu não estou trabalhando. – riu, fechando a tela do notebook e o homem balançou a cabeça de um lado para o outro, rindo junto com ela. – Eu posso fazer uma pergunta?
– Estou surpreso que você esteja perguntando. – ele sorriu, fechando a porta do quarto atrás de si e sentando-se na beirada da cama, de frente para a namorada.
– Eu ouvi você e a Audrey conversando quando eu fui procurar você para decorara sala... – o austríaco balançou a cabeça, demonstrando que estava entendendo a situação e a loira respirou fundo. – O que você quis dizer com "está difícil me manter afastado"?
tentou disfarçar que havia engolido seco a pergunta da loira e aproveitou para estalar a língua no céu da boca antes de levar as mãos para segurar as dela, acariciando o dorso com os seus polegares.
– Eu estava falando que é difícil não querer fazer algumas ligações e te colocar como chefe em alguma equipe. É difícil porque eu sei que você não quer que eu me meta, quando tudo que eu mais desejo é vê-la feliz.
– A minha felicidade não está condicionada a Red Bull. – murmurou com um sorriso leve no rosto. De repente, o e-mail de Zak Brown cruzou a mente da loira e ela cerrou os olhos na direção do homem a sua frente. – Você não fez nenhuma ligação, não é?
– Claro que não! – respondeu prontamente como se aquilo fosse quase que um ataque a ele e a loira balançou a cabeça, entendendo que aquela reação poderia ajudar a comprovar que ele não tinha nada a ver com a história e que Zak realmente poderia ter enviado o e-mail porque quis. – Por que? Surgiu algum convite?
– Não foi você que disse que a gente não ia falar sobre o trabalho? – desconversou, lançando um sorriso na direção do moreno e pegou o notebook para colocar sobre a mesa de cabeceira enquanto balançava a cabeça, achando justa aquela resposta e se cobrando de mandar um novo e-mail para o diretor executivo da McLaren.
– Eu posso aproveitar que estamos a sós para dar o presente que eu comprei para você? – resolveu mudar de assunto, lançando um sorriso para a loira antes de voltar a se levantar da cama.
– Isso vai fazer com que eu me sinta uma péssima namorada porque eu não comprei um presente para você. – murmurou, projetando os lábios para frente em um bico enquanto ele soltava uma risada divertida.
– Ter você ao meu lado já é o meu presente.
– Brega. – pontuou, rolando os olhos. – Mas, tudo bem, me dê o presente... Agora, eu fiquei ansiosa.
riu, balançando os ombros antes de seguir em direção ao closet da suíte para buscar no fundo de uma das prateleiras as duas caixas que havia deixadas escondidas no local. Ele pegou as duas em suas mãos, uma pequena e uma outra um pouco maior, onde estavam o anel e a pulseira que ele havia comprado, respectivamente.
Observou as ambas, tendo a vontade de levar a caixinha azul turquesa para a loira, mas tendo ciência que, talvez, aquilo não fosse ser recebido da forma como ele queria. Era certo que não ficaria bem com aquilo e muito menos quando ele completasse a entrega do presente com o pedido.
suspirou, devolvendo a caixa menor para dentro do armário e a deixando no fundo do espaço da prateleira, voltando a cobri-la com algumas peças de roupa que estavam no local. Passou a caixa maior de uma mão para a outra, tentando acalmar a própria cabeça que aquele ainda não era o momento certo para dar o próximo passo – não por ele, mas por . Acima de seus desejos, precisava saber se ela estava pronta.
mordeu o lábio inferior, ansiosa já pela demora do austríaco em retornar para o quarto, cruzando as pernas sobre a cama e esperando, repleta de expectativa, que o austríaco retornasse para o quarto. Sentia-se como uma criança quando alguém dizia que iria lhe dar um presente.
– Eu espero que você goste. – disse enquanto retornava ao quarto, esticando a mão para que uma sacola em tom creme ficasse na altura dos olhos da loira. – Achei que combina com você...
– Há alguma chance de isso ser uma lingerie? – perguntou, divertida e o homem riu, jogando a cabeça para trás, surpreso com a pergunta enquanto a loira abria o presente.
– Não, mas é uma boa ideia para o próximo... Dia dos namorados, talvez?
– Vermelho é uma ótima cor, caso fique em dúvida. – piscou na direção dele, voltando a atenção para a pequena e delicada caixa que retirou de dentro da sacola enquanto afastava de sua cabeça a imagem de em uma lingerie vermelha.
prendeu o ar por alguns segundos ao encarar a caixa que tinha em suas mãos. Em sua mente passou a ideia de que o que tinha em suas mãos poderia ser um anel e ela precisou fechar os olhos por alguns segundos porque a ideia de lhe pedindo em casamento fazia o seu coração acelerar.
– Lina? – franziu o cenho, encarando a loira que tinha o olhar perdido enquanto segurava a caixa em mãos.
– Desculpe. Eu fiquei... Perdida em meus pensamentos. – Riu fraco, abrindo a caixa e sorriu, um pouco aliviada, ao notar que se tratava de uma pulseira com.
– Eu também fiquei... Especialmente em um que envolve eu retirando uma lingerie vermelha de você. – riu de forma maliciosa e a loira rolou os olhos antes de sentir o austríaco se aproximar, colocando uma mão de cada lado do seu corpo.
– Eu adoro como você vai do clichê a sensualidade em uma questão de poucos minutos. – murmurou antes de deixar o corpo cair sobre a cama macia, não dando importância para a pulseira no momento em que tinha com o corpo sobre o dela.
As duas mãos ao lado de seus braços lhe davam uma sustentação para não deixar seu peso cair sobre o coro de , mas suas respirações já se misturavam e a loira fechou os olhos ao sentir o contato do membro dele com a sua intimidade por alguns segundos, mesmo com todas as camadas de roupas que usavam naquele momento.
– É isso que você faz comigo... – murmurou enquanto começava a distribuir beijos pelo pescoço da loira, fazendo com que ela se movesse em seus braços. – Me leva a loucura em poucos minutos.
levou as mãos até a nuca do austríaco, o afastando de seu pescoço e fazendo com que ele a encarasse antes de unir os lábios dos dois em um beijo apressado que fazia com que ela praticamente se derretesse naquele momento.
Estava sentindo tanta falta de ter aquele contato a mais com , de estar ao lado dele que foi realmente como ir ao céu em poucos segundos. A forma como o austríaco segurava o seu corpo e a movimentava os quadris contra os seus era capaz de fazer o seu corpo entrar quase em ebulição.
se afastou para que pudesse retirar de forma rápida as roupas que usava e aproveitou para fazer o mesmo em meio a risadas abafadas pela pressa que os dois possuíam naquele momento. As peças de roupa voaram pelo quarto porque não eram nada interessantes e, logo, retornou para próximo de , dessa vez, ficando no meio de suas pernas.
Voltou a distribuir beijos por seu pescoço, intercalando com leves mordidas enquanto seus dedos passeavam pela intimidade da loira de uma forma lentamente prazerosa. Ela se contorcia, levando as mãos aos cabelos do austríaco para que pudesse puxá-los como uma forma de aliviar toda a tensão que percorria o seu corpo e mordia o lábio inferior o máximo que conseguia para que os gemidos saíssem o mais abafado possível.
ergueu um pouco o corpo, sorrindo ao olhar o tronco nu da loira e como aquela era uma de suas visões favoritas. Não estaria mentindo se dissesse que era perfeita porque ela era... Perfeita para ele.
Lentamente, introduziu o membro na intimidade da mulher, fazendo com que ela cravasse as unhas em seus antebraços e curvou o corpo sobre o dela, a ouvindo soltar o ar de forma pesada bem próxima ao seu ouvido. Os movimentos de seus quadris se iniciaram lentos, mas logo foram ganhando um pouco mais de velocidade enquanto as mãos de subiam e desciam por suas costas.
O calor tomava conta do quarto e o som de seus corpos se chocando era o único barulho que poderia ser ouvido naquele momento, já que os gemidos eram abafados da melhor forma que podiam.
Os dedos do austríaco rodeavam o clitoris da loira, fazendo com que ela apertasse ainda mais os olhos e os lábios enquanto os movimentos dos quadris ganhavam um novo ângulo. podia sentir o corpo inteiro começar a dar os sinais de seu orgasmo e aproveitou para envolver os quadris de com as próprias pernas para que ele se afundasse dentro dela no exato momento em que suas paredes internas se contraíram e ela atingiu o próprio ápice.
sorriu com a visão. A forma como o sorriso inebriado tomava conta do rosto da mulher e como ela parecia ter ido a uma outra dimensão por alguns milésimos, além da sensação pura de êxtase eram o suficiente para deixá-lo louco também.
Mais algumas estocadas foram o suficiente para que o austríaco atingisse o próprio ápice e deixasse o seu corpo cair sobre a cama, com cuidado para não machucar a namorada.
– Eu senti falta disso... – murmurou em meio a uma risada, ainda um pouco intoxicada pelas sensações que dominavam o seu corpo, principalmente o cansaço, e deitou a cabeça sobre o peito do moreno.
sorriu, contente por ouvir aquilo e feliz por ter a loira em seus braços. Jamais medirá esforços para vê-la feliz e para terminar as noites sempre dessa maneira: com ela em seus braços.
– Eu amo você, Lina. – disse, movimentando um pouco a cabeça para que pudesse deixar um beijo no topo da cabeça dela antes de começar a acariciar os fios loiros, observando parte do rosto dela sobre o seu peito. – Obrigado por ter aceitado passar esses dias aqui.
– Eu iria para qualquer lugar com você, . – murmurou com a voz abafada porque estava com o rosto contra o peito do austríaco e ele riu fraco, completamente em êxtase ao ouvir aquela frase.
Há alguns meses era praticamente impossível pensar que, um dia, estaria assim com e a ouvindo dizer coisas como aquela. podia sentir o coração bater mais rápido e sentiu também, porque ergueu a cabeça para encará-lo, soltando uma risada fraca antes de depositar um beijo sobre o local e voltar a deitar a cabeça ali.
Era assim que queriam passar os próximos dias de suas vidas.

🏎🏆✨


Há alguns dias, o Natal havia sido comemorado da mesma forma em que os e se encontravam naquele momento. Haviam tido uma farta ceia, conversaram sobre diversos assuntos, relembraram momentos de suas vidas e Audrey se revezou ao piano com Rosa.
Uma pequena troca de presentes foi feita, já que havia comprado algo para todos – e as crianças estavam animadas para entregar para o presente que haviam comprado para ela com a ajuda de Stephanie. A loira fez a nota mental de agradecer a austríaca depois pela lembrança e de comprar algo para ela em retorno.
Para a noite de Ano Novo, os planos eram os mesmos, apesar de terem sido convidados para uma pequena reunião em um restaurante próximo, mas optaram por passar o convite.
estava sentada no braço do sofá e tinha um de seus braços ao redor da cintura da loira enquanto a outra segurava uma taça de vinho. No chão, próximo a lareira, Benedict estava sentado, já Betty e Evie estavam no sofá do outro lado da sala. Ao piano, Audrey e Rosa dividiam o assento e o teclado, cumprindo o pedido de para que fizessem um concerto naquela noite.
A loira mantinha os olhos fechados, com a mente viajando por tudo o que tinha acontecido nos últimos doze meses enquanto a melodia de La Vie en Rose a fazia praticamente levitar de tão tranquila que se sentia em momentos como aquele.
Voltou a abrir os olhos próximo ao fim da música, sorrindo ao ver novamente a imagem de Audrey e Rosa de costas para ela. Aquela cena a lembrava muito as vezes em que ela estava no lugar da pequena , tocando junto com a avó e criando boas memórias para o Natal. Ficava feliz por ver a menina conseguindo fazer as mesmas memórias e tocando piano tão bem.
Ao seu lado, sorria totalmente orgulhoso com a cena. Quando a canção chegou ao fim, ele deixou a taça de vinho sobre o móvel para que pudesse aplaudir as duas com afinco, inspirando os outros a fazerem o mesmo.
, sua filha é uma exímia pianista – Audrey disse após o fim da salva de palmas, girando no banco em que estava sentada e olhando para o austríaco.
– Eu disse que ela era talentosa. – o austríaco murmurou, sorrindo na direção da mais velha antes de buscar a taça outra vez. – Parabéns, querida! – sorriu para a menina que balançava as pernas em sinal de timidez e voltou a se virar para a senhora . – E obrigado, Audrey.
– Você gostou, ? – a pequena encarou a loira que arqueou as írises azuis em sinal de surpresa pela pergunta. Sentiu os dedos de acariciarem a parte de trás de sua cintura e sorriu na direção da menina.
– Foi lindo, Rosa. – disse, rindo ao vê-la fazer uma dancinha em comemoração aos elogios, antes de levar a taça de vinho até os lábios.
– Por que você não toca também, ? – Evie questionou, olhando para a loira, que abriu os olhos em sinal de surpresa outra vez.
– Aquela música que você tocou lá em casa foi muito legal... – Benedict disse com um sorriso no rosto. – Toca ela de novo!
– A Rosa aprendeu a tocá-la, não foi? – encarou a filha que balançou a cabeça em sua direção e soltou o ar.
– Eu aprendi um pouco... A Audrey ainda está me ensinando. – apontou para a mais velha antes de se levantar do banco em que dividia com ela. – Pode tocar, .
– Isso é um complô dos contra mim? – perguntou em um tom divertido, arrancando risadas de todos e depositou um beijo em seu braço, fazendo com que ela girasse a cabeça em sua direção.
– Estamos apenas muito contentes por termos três pianistas conosco essa noite e queremos aproveitá-las ao máximo.
– Tudo bem, tudo bem... – murmurou, dando-se por vencida e se levantando do sofá. – Mas, lembrem-se que eu estou um pouco enferrujada.
– Está nada! – Benedict ralhou.
– Aquele dia você tocou muito bem – Rosa completou, e ela soltou uma risada com as sobrancelhas arqueadas antes de murmurar, olhando para a avó:
– Definitivamente é um complô dos contra mim.
A loira deixou a taça de vinho de lado, ajeitando o seu vestido dourado antes de sentar no banco que antes era usado por Audrey e Rosa. Estalou os dedos e respirou fundo antes de voltar sua atenção para o teclado a sua frente para poder relembrar a canção.
O silêncio da sala se desfez quando a melodia tomou conta do local e todos pareceram ir para uma nova dimensão, aproveitando a beleza que era aquela cena e murmurando baixinho a letra da canção.
Audrey sorria, sentindo as lembranças do passado baterem em sua memória, mas ficando feliz por ver a neta conseguindo ressignificar aquela música de uma forma tão bela, ainda mais por conseguir ver como os olhos de brilhavam ao vê-la tocar.
Quando terminou, os aplausos tomaram conta da sala outra vez e ela suspirou, afastando as mãos do teclado antes de pegar a taça de vinho e virar o corpo sobre o banco, encarando os outros.
– Satisfeitos? – Seu olhar foi de Benedict para Rosa e todos riram ao ver os dois concordarem com a cabeça.
– Na próxima, eu vou tocar ukulele. – o jovem murmurou com uma expressão divertida no rosto. – Mayla está me ensinando a tocar.
– Mayla é a namoradinha do Ben – Rosa explicou para os outros, enquanto o jovem ficava com as bochechas coroadas e reclamava. – Ele fica hooooras no telefone com ela...
– E você é uma grande fofoqueira – rebateu o mais velho, causando mais um pouco de risos nos adultos.
– Mais cedo ou mais tarde, você vai entender isso, Rosa. – murmurou para a menina, em meio as risadas, e a expressão de terror tomou conta do rosto de . – E vai deixar o seu pai com cabelos brancos.
– Podemos mudar de assunto? – pediu, limpando a garganta antes de girar todo o resto do vinho que existia em sua taça.
Um outro assunto se iniciou, para o alívio do austríaco, e as horas pareceram passar mais rápido do que antes. Rosa quem anunciou que faltava dez minutos para a virada do ano, já que todos estavam entretidos demais em suas conversas para perceberem, e guiou dos a família para a varanda da casa.
apertou o casaco de lã contra o corpo para que pudesse se proteger um pouco mais do frio e, logo, sentiu dois braços circundarem sua cintura e um corpo rígido se postar atrás de si. Sorriu, sentindo a respiração quente de na lateral de seu rosto e observou os fogos tomarem conta do céu após a contagem liderada por Betty, Evie e Rosa.
– Feliz Ano Novo, . – A voz de sussurrada em seu ouvido fez com que ela sorrisse e girasse sobre os próprios calcanhares, colocando as mãos ao redor do pescoço dele.
– Feliz Ano Novo, . Obrigada por ter feito deste, um ano tão incrível – murmurou no mesmo tom de voz que ele, selando seus lábios.
O momento dos dois foi interrompido por duas pessoas se chocando contra eles e o casal se afastou, rindo ao perceber que estavam sendo envolvidos em abraços desajeitados por Benedict e Rosa.
retirou as mãos do pescoço de para que pudesse colocar sobre as crianças, já que cada um estava de um lado, e desejou um feliz ano novo para eles também.
Ela aproveitou para fechar os olhos por alguns segundos, aproveitando e guardando aquele momento em sua memória depois de um longo ano, mas ainda sim o mais especial de sua vida até agora.

Capítulo 3

Londres, Inglaterra.

Estar de volta a Londres depois de duas semanas na Suíça era diferente, mas não podia negar que estava sentindo muita falta de estar em seu cantinho, em seu quarto e, óbvio, de ter Ariel ao seu lado.
A cachorra também não ficou para trás na saudade e tratou de tentar lamber o rosto da dona a todo custo enquanto seu rabinho se movia de forma frenética, completamente contente por estar em casa com ela outra vez.
levou cerca de uma hora para desfazer a mala e colocar tudo em seu devido lugar, fosse no closet ou para lavar. Depois disso, decidiu tomar um longo e demorado banho na banheira — o maior luxo que havia se permitido ter em sua vida — enquanto sua mente já começava a trabalhar sobre a realidade para qual havia retornado.
O seu plano era decidir o que fazer da sua vida apenas quando as férias terminassem, e o momento havia chegado antes do que ela esperava, se fosse pra ser sincera. Se pudesse, teria ficado mais uns dias na bolha que os dias na Suíça havia se tornado para ela — apenas para não ter que enfrentar o fato de estar fora da Red Bull.
A loira riu sem humor ao se recordar de todas as frases que ouviu na reunião, os absurdos que tanto Dietrich e Helmut não tinham a menor vergonha de expor. Como eles a trataram como uma mulher que não fosse competente para fazer o seu trabalho, dias depois de ter conquistado o título mundial. Poderia ser algo considerado cômico, se não fosse trágico.
Nem mesmo percebeu quando as lágrimas começaram a tomar conta de seu rosto, mas permitiu que elas escorressem sem se preocupar. Apoiou a mão na borda da banheira, colocando a mão fechada em punho na testa enquanto seu corpo balançava devido ao seu choro — de raiva misturado com a tristeza e o medo do que faria a partir dali.
O e-mail de Zak Brown em sua caixa de entrada soava como um ponto de esperança, mas ela não queria se agarrar cem por cento nele. Primeiro porque não estava claro qual seria o seu cargo e segundo porque ela sabia que Andreas Seidl tinha um longo contrato na equipe.
Ela não queria chegar impondo qualquer coisa, mas não queria estar em um cargo em que não fosse trabalhar diretamente com a equipe. Não queria ser apenas uma executiva, mas estar na parte técnica, na parte de desenvolvimento e de ação da corrida.
Suspirou, encostando o corpo na banheira e se acalmando aos poucos. Tratou de se lembrar dos dias magníficos que tivera com e a família na Suíça, da maneira como o austríaco fazia de tudo para deixá-la feliz e fazia questão de mostrar o quanto admirava a profissional que ela era — além de amá-la.
– Eu preciso de um vinho – murmurou para si mesma, erguendo o corpo devagar e saindo da banheira com cuidado, esticando-se para pegar a toalha que estava pendurada ali perto. Enrolou a peça branca ao redor do corpo após se secar e deixou o banheiro, caminhando em direção ao quarto no exato momento em que o toque de seu celular ecoou pelo local.
curvou o corpo sobre a cama, pegando o aparelho e sorrindo ao ver o nome de Louise na tela. Deslizou o dedo sobre a tela para atender a chamada, colocando no viva-voz para que pudesse se vestir enquanto falava com a amiga.
Feliz ano novo, ! – Louise falou animada do outro lado da linha, assim que a amiga atendeu a chamada, e a loira sorriu. – Já está em Londres?
– Feliz ano novo, amiga! Eu cheguei deve ter umas três horas e você? Ainda está no México? – deixou o celular sobre a ilha que havia em seu closet e começou a procurar uma roupa confortável para vestir.
Estou! Eu volto no fim de semana... O que acha da gente tomar um café no domingo?
– Um café? – riu alto. – Do jeito que anda a minha vida, eu quero encher a cara sempre que tiver a oportunidade.
Uh-oh. – Louise riu fraco, assustando-se com a frase da loira. – Estamos com problemas no paraíso?
– Não são problemas, mas o meu medo do futuro apontando. – Riu, vestindo uma lingerie e escolhendo uma calça de moletom verde escuro. – falou algumas vezes sobre ter filhos nessas férias...
Eu consigo vê-lo cortando um dobrado para cuidar de uma versão miniatura de . – a ruiva gargalhou do outro lado da linha e foi impossível não surgir um sorriso no rosto de ao imaginar a cena, ainda que tivesse rolado os olhos a princípio. – Ou, talvez, um novo mini ?
– Certamente os genes dele são muito fortes porque Ben e a Rosa são parecidíssimas com ele... – a voz da loira saiu, revelando o seu pensamento. Sorriu ao imaginar uma criança com os seus traços misturados aos de ... Talvez um menino com os seus cabelos loiros e os olhos escuros do austríaco? Ou uma menina com os seus cabelos loiros?
Qual era o seu medo mesmo? – Smith soltou uma risada nasalada e balançou a cabeça de um lado para o outro, sentindo os seus músculos relaxarem com a brincadeira da outra. – Conversa com ele, . O segredo de um relacionamento é a conversa.
– E você tem conversado com o Checo?
Mais do que conversado. – a ruiva disse de uma forma maliciosa e soltou uma risada antes de rolar os olhos. – Estamos bem, se é isso que você quer saber.
– Eu quero saber isso e muito mais... – Riu. – Estão oficialmente namorando?
Estamos. – a boca de se abriu em choque enquanto uma risada fraca espalhou. – Inclusive, acho que eu já me tornei parte da família Pérez...
– Isso não aconteceu na corrida do ano passado? – A loira riu, se lembrando de como a ruiva comemorou o terceiro lugar do mexicano próxima à família dele. – Eu tenho quase certeza que os pais dele adoraram você...
É o meu charme. – Louise riu e teve certeza que, naquele exato momento, ela jogou o cabelo por cima do ombro. – Por falar em corrida, você viu que teremos o Christian de volta?
havia me dito antes do Natal que esse era o rumor que estava correndo nos bastidores. Sinceramente, eu não estou surpresa... – riu fraco, balançando os ombros.
Por que a sua não surpresa? mordeu o lábio inferior, tomando cuidado para não falar demais sobre aquele assunto e a ruiva bufou do outro lado da linha com raiva da amiga não lhe contar a razão de sua saída da equipe. – Isso tem algo a ver com seu pedido de demissão?
– Nada a ver. Só disse que não estava surpresa porque não acho que existiria outra pessoa tão Red Bull quanto o Christian.
Tá. – Smith fez uma breve pausa, tentando entender a frase da amiga, ainda que achasse suspeita a sua demissão, mas sabia que não queria falar sobre o assunto. – Será que vamos conseguir manter o nível da última temporada?
– As regras e os carros mudaram... Talvez demore um pouco para a gente ver o carro sendo competitivo. – a loira balançou os ombros. – Eu vou estar assistindo de fora.
Eu sei que estará. – A ruiva riu. – Bom, eu preciso ir...
– Tudo bem. Mande lembranças ao Checo e me avise quando você estiver na cidade.
As duas se despediram e, quando a ligação se encerrou, retornou para o quarto, agora devidamente vestida, e seguiu para a cozinha. A ideia de beber uma taça de vinho ainda estava presente em sua mente e era tudo o que ela precisava.

x


encarava o celular em cima da mesa do seu escritório. O seu primeiro dia de volta a casa havia começado com uma reunião de negócios que tomou boa parte da sua manhã, mas, agora, estava ali, sentado em sua cadeira, analisando alguns documentos que lhe foram enviados e com o pensamento inteiro em .
Ele achava curioso que, mesmo tendo acabado de chegar de uma viagem onde ficou mais de quinze dias ao lado da mulher, já sentia falta dela como um louco. Era o mesmo sentimento que ele tinha após as férias de verão, a primeira vez que ele experimentou a maravilha que era acordar e ter a imagem serena da loira dormindo ao seu lado.
Claro, ele tinha a chave do apartamento de . Ela havia dado o passe livre para que ele entrasse em seu apartamento, mas, conhecendo a loira, ele tinha um certo receio de ela reclamar de sua chegada inesperada e preferia esperar o convite para ir para lá ou ligaria para ela perguntando se poderia.
O silêncio de sua casa trazia uma leve sensação de solidão para o austríaco, ainda que ele gostasse de ficar sozinho algumas vezes. Os dias na Suíça, especialmente os primeiros antes da família de chegar, quando ele estava apenas com a loira e os filhos, mostrava para ele a maravilha que poderia ser viver com ela.
Deixando a caneta que segurava entre seus dedos de lado, ele curvou o corpo um pouco para o lado esquerdo para abrir uma gaveta da mesa. Por debaixo de alguns papéis que haviam no local, ele retirou a pequena caixinha de veludo vermelha e a segurou em suas mãos por alguns segundos apenas olhando para a mesma até ter a coragem de abri-la.
A forma como a pedra de diamante reluziu fez com que um sorriso fraco surgisse em seus lábios, ainda mais quando sua mente divagou para a imagem de com aquela peça em seu dedo anelar.
Ele havia comprado o anel junto com a pulseira com a qual presenteou a amada no Natal. Ainda podia se lembrar do frio da barriga que sentiu quando foi até o closet da suíte na Suíça e demorou alguns segundos para escolher qual caixa iria entregar para a loira. Pela fala que ela tivera antes, ele achou que talvez fosse melhor entregá-la a pulseira é assim fez.
Desde então, a caixa do anel foi deixada de lado por ele. Agora, estava bem ali em suas mãos, o fazendo pensar em uma maneira de sondar a loira para que tivesse a certeza se estava próximo do momento certo. Depois, ele pensaria em como seria feito o pedido e no local.
A primeira parte do plano era saber se estava na mesma página que ele.
buscou o celular, desbloqueando a tela e indo até a sua lista de contatos para ligar para a loira. Colocou o aparelho próximo a têmpora e sorriu largamente ao escutar a voz doce da inglesa do outro lado da linha.
Olá, .
– Oi, schatzi. – Riu. Adorava a forma como o seu nome saía pelos lábios da loira. – Vamos jantar juntos hoje? – Já está sentindo a minha falta?
– Sinto sua falta sempre que você está longe de mim. – ele balançou os ombros, encostando o corpo na parte de trás da cadeira e esticando as pernas, colocando uma sobre a outra. – Eu tinha pensado em simplesmente aparecer no seu apartamento...
Você tem a chave... – a loira pontuou, soltando uma risada fraca e aproveitou para morder os lábios por alguns segundos para que pudesse engolir as palavras dela.
Aquele era um passe livre?
– Eu tenho carta branca, então?
Acho que nem precisa fazer uma pergunta dessas...
– Eu sempre gosto de me certificar sobre algumas coisas. – soltou uma risada do outro lado da linha e tentou esconder a sua alegria, mantendo o silêncio enquanto passava uma das mãos pelo rosto.
Eu vou pedir o jantar. – ela murmurou após longos minutos em silêncio. – Te vejo em uma hora, .
A chamada foi encerrada após ele ouvir um risinho por parte da loira, talvez por ele ter ficado sem palavras para a frase que ela havia acabado de soltar. Seu coração bateu rápido e um sorriso surgiu em seus lábios, antes de ele deixar o celular sobre a mesa e colocar o anel de volta a caixinha a qual pertencia.
Ainda encarou a peça por mais algum tempo. Estava vislumbrando dar aquele passo com há alguns meses já, mas ainda precisaria esperar mais um pouco. Estava quase na hora certa.

x


– Eu definitivamente poderia me acostumar com isso... – murmurou enquanto se aconchegava no sofá ao lado de , deixando a taça de vinho sobre a mesa de centro da sala de estar.
Os dois haviam jantado ao som de algumas músicas de Michael Bublé e, após o jantar, tinham feito coisas de um casal normal: lavado e guardado a louça, antes de irem para o sofá do apartamento.
A loira esticou as pernas assim que o austríaco se sentou, as colocando sobre o colo dele enquanto suas costas ficavam na parte do braço do sofá. Em suas mãos, sobre as suas coxas, estava a sua taça de vinho, já parcialmente vazia.
– Eu posso dizer a mesma coisa... – disse com um sorriso discreto nos lábios e girou o pescoço para que pudesse encará-la. – Eu adoro ter a sua companhia.
– Você não faz ideia de como me deixa feliz ouvir isso, ... – falou, não escondendo o sorriso largo que se formou em seu rosto e lançando uma singela piscada de olho na direção dela enquanto suas mãos se posicionavam sobre as suas canelas para iniciar uma cuidadosa massagem. – Acredito que eu já tenha deixado claro o suficiente que eu quero um futuro com você...
mordeu o lábio inferior enquanto sentia o estômago se revirar ao ouvir a frase. Os polegares brincaram um com o outro próximo a taça e ela levou os olhos até o homem outra vez.
– Você não acha que estamos indo rápido demais?
– Rápido demais? – Riu. – Para mim, estamos até demorando.
Ela soltou uma risada, balançando os ombros e trouxe a taça de vinho até os lábios, dando um longo gole. O seu coração ainda batia acelerado quando ela pensava no futuro, mas, quando conseguia projetar que ele seria com ao seu lado, se sentia um pouco mais tranquila.
– Me diga o que você pensa para o futuro – pediu em um tom de voz baixo, e a frase fez com que franzisse o cenho, surpreso e confuso com o pedido. – O que você pensa para nós...
O chefe da Mercedes esticou o corpo para frente, interrompendo a massagem e buscando a sua taça de vinho. Deu um longo gole no conteúdo, encostando-se na parte de trás do sofá antes de encarar as irises azuis da mulher ao seu lado.
– Eu me imagino vivendo com você em nossa casa. Estaríamos casados, com um filho... – Estalou a língua no céu da boca antes de sorrir fraco. – Ou, talvez, dois. Dois. Seriam quatro, no total... Eu acho um bom número. – Balançou os ombros. – Nós dois, na nossa casa, casados, com Ariel, os nossos filhos, Ben e Rosa.
O estômago de parecia que iria sair pela boca a cada palavra, mas ela não sentia medo naquele momento. Existia um sentimento agridoce dentro dela que, apesar de se preocupar com o futuro, sorria para tudo que o austríaco estava planejando.
Existia o claro medo por já ter planejado aquilo tudo uma vez e nada ter dado certo, mas ela já havia entendido que nenhuma relação era igual a outra e, acima de tudo, que era diferente.
– Eu não sei se eu estou pronta para ter filhos. – murmurou após um tempo em silêncio, perdida em seus próprios pensamentos, e balançou a cabeça, compreendendo o que ela havia dito. – Pelo menos, eu não quero por agora... E a ideia de duas crianças me causa um arrepio.
– Tudo bem. – Ele sorriu de leve na direção dela. – Essa é uma decisão que deve ser tomada por você, acima de tudo, porque você também tem os seus objetivos profissionais. Eu acho que teremos tempo ainda para decidir tudo.
– Sem dúvida eu quero voltar a trabalhar – disse, concordando com a parte sobre a sua vida profissional. – Eu ainda quero conseguir ter uma carreira de sucesso antes de fazer planos para a minha vida pessoal.
– Uma coisa não depende da outra, você sabe, não é? – arqueou as sobrancelhas e a loira soltou uma risada anasalada antes de concordar com a cabeça.
– Sei, mas eu ainda preciso amadurecer a ideia da maternidade. Me assusta um pouco. – Suspirou antes de balançar os ombros. – Então, eu ainda quero focar na minha carreira...
concordou, comprimindo os lábios por alguns segundos antes de beber mais uma vez o conteúdo de sua taça, finalizando todo o líquido em um gole só, quando sua mente se atentou a um fato interessante.
havia se mantido quieta quanto à questão do casamento.
Ele sorriu levemente, passando a língua no lábio inferior, sentindo o gosto do vinho, e voltou a deixar a taça sobre a mesa a sua frente antes de girar o pescoço para olhar para a mulher que tinha a expressão focada nas próprias mãos.
– Você não disse nada sobre o plano do casamento e ou de vivermos juntos... – murmurou devagar como se esperasse que ela fosse reclamar, mas a loira soltou uma risada fraca.
– Se teve algo que eu aprendi nos meus anos fazendo terapia é que nenhuma relação é igual a outra. Além do que, você já me deu provas suficientes que não é igual a... Ele. – engoliu seco pro ter mencionar o nome do ex e passou uma mão pelo rosto. – Acho que compromisso não me assusta mais tanto como quando nós estávamos vivendo o nosso acordo. – Ergueu a taça, parando no ar antes de levá-la até os lábios. – Só acho que precisamos de um pouco mais de tempo.
– Mais quanto tempo?
– Eu não sei. – Riu, balançando os ombros e dando um gole em seu vinho. – Por que?
– Porque eu estou começando a achar um empecilho a distância que estamos um do outro. – murmurou e a loira arqueou as sobrancelhas, não compreendendo o sentido da frase. – Oxfordshire e Londres estão a uma hora e meia de distância.
– Você quer se mudar para cá? – indagou. – Eu já te dei a chave, ...
– Porque nós não mudamos para Oxford?
A loira engoliu seco, mas manteve os olhos presos no homem a sua frente, tentando compreender perfeitamente o que ele havia acabado de dizer. Era um convite para que morassem juntos.
– A minha casa é mais espaçosa – começou a falar, em uma tentativa de convencer a namorada. – Me desculpe, schatzi, mas o seu apartamento é pequeno demais.
– Ei! – reclamou, saindo de seu pequeno transe pelas palavras dele para erguer o corpo e depositar um tapa leve no bíceps dele. – O tamanho não deveria importar!
– Nunca disseram isso para mim... – murmurou de forma atrevida e soltou uma gargalhada antes de revirar os olhos com o duplo sentido claro na frase.
O silêncio retornou e voltou a ficar presa em seus próprios pensamentos porque era algo que ela queria muito, apesar de ainda existir um medo dentro dela. Balançou a cabeça de um lado para o outro, optando por ouvir a voz mais alta dentro de si e sorriu na direção do austríaco, que tinha um semblante preocupado.
– O que me diz?
– Eu aceito, ... Não morar, acho que precisamos de um lugar com as nossas próprias digitais, mas eu aceito começar a ficar mais tempo em Oxford com você.
queria poder deixar a loira de lado sobre o sofá e se levantar para dar pulos em plena sala de estar do apartamento dela para comemorar aquela pergunta. Se alguém tivesse dito, há um ano, que um dia iria dizer isso para ele, ele teria rido.
Porém, era mais do que real. Os dois haviam não só discutido planos para o futuro, como ela havia acabado de propor dar o primeiro passo. Era óbvio que ele achava lindo, era óbvio que ele concordava com tudo.
Tudo que passava em sua mente naquele momento era o futuro com .

🏎🏆✨


abriu os olhos assim que o som de seu despertador tomou conta do quarto. Lentamente, ao retornar aos seus sentidos, ela percebeu que estava com a cabeça apoiada sobre a cabeça do peito de e levantou a cabeça para se certificar que o austríaco ainda estava adormecido.
Sorriu ao notar o rosto sereno dele, claramente não incomodado pelo barulho de seu despertador, e a loira girou o corpo para que pudesse desligá-lo. Estar nos braços de era tão bom que fazia com que ela jamais quisesse sair dali.
Porém, a reunião na McLaren era importante. Muito importante. E foi isso que fez com que a mulher lutasse contra a vontade de permanecer na cama com o chefe da Mercedes e se levantasse de forma apressada, ainda que delicada para não o despertar, e seguisse para o banheiro.
abriu os olhos lentamente, alguns minutos após a saída de . Esticou os braços para cima de sua cabeça, esticando todo o corpo antes de girar a cabeça para o lado em busca de sua amada. Uniu as sobrancelhas ao perceber que a cama estava vazia e se ajeitou sobre o macio, buscando o próprio celular na mesa ao lado.
Seguindo o seu ritual matutino, ele checou a caixa de entrada de seu e-mail, já percebendo que haviam alguns marcados como urgência, e se atentou para as mensagens para ver se havia algum importante. Bloqueou a tela do aparelho, o deixando de lado novamente e começou a empurrar o lençol para que pudesse se levantar da cama.
O toque do celular de ecoou pelo quarto e o homem girou o corpo, se questionando se deveria atender ao aparelho ou não, mas a loira logo surgiu no quarto, usando apenas uma lingerie rosa e correndo em direção ao aparelho, quase nem percebendo que o austríaco havia acordado.
– Alô?
? Aqui é a Chloe Mitchell! – a voz feminina saudou do outro lado da linha, e passou uma das mãos pelos cabelos, ainda molhados. – Eu sou a assistente do senhor Brown... Estou ligando apenas para confirmar a sua reunião com ele hoje às nove e meia.
– Oh, certo. – Sorriu ao saber quem era a tal da Chloe. – Pode confirmar, Chloe.
Certo... Eu peço que, em caso de algum imprevisto, tente avisar, tudo bem?
observou trocar mais algumas palavras com a pessoa do outro lado da linha, correndo os olhos pelo corpo da loira, e, somente quando ela encerrou a ligação, ele se manifestou.
– Cada dia você me faz ter mais vontade de acordar ao seu lado... – soltou uma risada, balançando os ombros enquanto deixava o celular sobre a mesa outra vez.
– Bom dia para você também, . – Sorriu para ele, caminhando em direção ao closet para que pudesse procurar uma roupa para usar.
– Bom dia, querida – murmurou, levantando-se da cama e seguindo atrás da loira. – Tem algum compromisso hoje?
– Sim, agora pela manhã – respondeu, enquanto terminava de abotoar a calça preta que havia escolhido. – Eu vou a Woking.
sorriu internamente ao ouvir o nome da cidade, mas, por fora, optou por apenas balançar a cabeça em sinal de concordância para a frase da loira.
– Quer que eu te leve?
– Claro que não. – Sorriu na direção dele antes de procurar uma blusa em meio ao closet. – Eu posso muito bem usar o trem.
– A sua demissão da Red Bull te fez perder o carro? – indagou, curioso e a loira balançou os ombros. – Eu posso te emprestar o meu, se quiser. Não é como se fosse fazer muita falta mesmo...
– Não precisa se preocupar com isso.
– Você sabe que essa frase não funciona comigo. – Ele riu fraco. – Eu vou sempre me preocupar com você.
fingiu bufar, retirando uma blusa do cabide e a vestindo antes de se virar para encarar o homem outra vez. Ele tinha os braços cruzados na frente do peito e um olhar preocupado em sua direção, mas ela procurou não se importar muito com aquilo.
– Eu vou de trem. – Comunicou a sua decisão com um sorriso nos lábios. – E, não se preocupe, porque eu posso arrumar um carro para mim.
– Por que você é tão orgulhosa? – murmurou em tom baixo, claramente chateado com as negativas da loira as suas tentativas de ajudá-la e rolou os olhos.
– Não é orgulho – pontuou. – Eu só não quero que você pense que eu estou com você por causa das coisas materiais que você pode me proporcionar.
– Estamos há um ano nisso... O que te faz crer que eu pensaria dessa forma agora? – Arqueou as sobrancelhas, suspirando e deixando os seus braços caírem ao lado do seu corpo. – Lina, eu nunca pensei e jamais pensaria isso sobre você. Estou apenas tentando te ajudar porque eu posso fazer isso.
– Mas eu não me sinto confortável. – Foi a vez dela suspirar. – Ainda mais agora que eu estou, oficialmente, sem nada para fazer.
– Então, se você conseguir voltar a trabalhar eu posso te oferecer um carro?
– Eu não vou discutir isso com você, . – disse em um tom mais alto antes de caminhar em direção ao banheiro para que pudesse fazer uma maquiagem rápida e soltou uma risada, balançando os braços.
Era curioso o tanto que a mulher era resistente a receber presentes seus, quando apenas queria poder ajudá-la, mas torcia para que pudesse convencê-la. Porém, naquele momento, se havia algo que ele estava torcendo mais, era para que desse tudo certo na visita dela a McLaren.

x


Ainda que tivesse passado dez anos na fábrica da Red Bull, não podia negar que a entrada da fábrica da McLaren era muito mais imponente que a da equipe austríaca.
Havia um largo elevado, ao lado de um lago artificial na entrada do local, que levava até o estacionamento da fábrica. Porém, o taxista parou próximo à entrada principal e ela desceu do carro após pagar, tendo poucos minutos para apreciar a vista que o local tinha.
– Bom dia. – Sorriu para os três funcionários da recepção. – Eu tenho uma reunião com Zak Brown.
– Bom dia. – O recepcionista sorriu em sua direção. – O seu nome, por favor?
. – Ele digitou no computador e pareceu ler uma informação que surgiu na tela antes de voltar a encarar a loira.
– Eu avisei a Chloe... – avisou, pegando um crachá de visitante e entregando para ela. – Eu peço que a senhorita use isso, por favor.
– Claro. Muito obrigada. – Sorriu para o rapaz e se afastou um pouco da recepção, colocando o crachá em seu peito antes de unir uma mão na outra na frente do próprio corpo, respirando fundo para que pudesse se manter calma.
Aproveitou para analisar o lugar em que estava. Era uma das coisas que servia para acalmá-la quando estava ansiosa e sorriu ao notar os dois carros de Fórmula 1 estacionados na entrada. Ver aqueles carros na entrada das fábricas era algo que ela achava muito imponente é que nunca cansava de achar bonito.
– Eu também fico fascinado por esses carros... – A voz fez com que ela girasse o corpo e encontrasse Zak Brown parado a alguns metros de distância. Ele usava uma blusa branca socialmente tinha os dois braços para trás do corpo e um sorriso no rosto. – , é um prazer recebê-la aqui na fábrica da McLaren.
– Eu fiquei lisonjeada com o convite, Zak. – Estendeu a mão para que pudesse cumprimentá-la e sorriu quando ele o fez. – E, sem dúvidas, os carros de Fórmula 1 são fascinantes.
– O que acha de conversarmos no meu escritório? Depois posso pedir ao Andreas para levá-la para um tour pela fábrica.
– Me parece bom. – Balançou os ombros. – A ideia do tour também porque eu sou uma engenheira de coração. Me sinto mais feliz participando da produção do carro, ajudando a fazer melhorias nele.
– Isso é ótimo... Eu não escondo que eu sou o cara dos negócios. A parte da engenharia, eu faço questão de deixar para quem entende de verdade. – o homem riu, indicando o elevador e apertou o botão para o terceiro andar, onde ficava a sua sala. – Mas gosto de ver as coisas acontecendo, ainda que meu entendimento seja bem mínimo.
– É incrível o quanto de possibilidades o automobilismo é capaz de nos dar. – Riu fraco. – Podemos gostar ou não da engenharia, mas, definitivamente, gostamos de ver o carro na pista.
– Oh, isso, sem dúvida. – Riu, balançando a cabeça. – Eu estou um pouco curioso para saber como serão as coisas com esse novo regulamento.
– Eu também estou. Quero ver se vamos conseguir tornar o esporte tão competitivo como a Liberty deseja... – murmurou, seguindo o diretor da equipe para corrida do elevador e percebendo alguns olhares dos funcionários em sua direção, parecendo estarem curiosos com a sua presença no local.
– Eu acho que, no início, até pode ser mais competitivo, mas, em algum momento, uma equipe ou um piloto irá despontar e vai ser difícil pará-lo. – Zak deu os ombros, abrindo a porta de seu escritório e permitindo que entrasse primeiro. – Aceita um café? – perguntou, da porta, e balançou a cabeça. – Chloe, por favor, duas xícaras de café.
se acomodou em uma das cadeiras em frente a mesa de Brown, podendo ver alguns porta-retratos no local, e outros espalhados pela sala, dele com seus filhos e sua esposa — além de uma foto pódio de Ímola do último ano, em que Ricciardo e Norris haviam chegado em primeiro e segundo lugar, respectivamente.
, eu vou ser sincero. – Zak iniciou, fechando a porta atrás de si e caminhando em direção a própria mesa. – A sua saída da Red Bull pegou a todos nós na mais absoluta surpresa. Você acabou de ser campeã! O que te fez sair de lá?
Ela engoliu seco, se questionando se poderia falar a verdade para o homem, mas uma luz pairou em sua mente, alertando que talvez não fosse a melhor coisa a ser feita e ela suspirou.
Como uma enviada dos céus, Chloe entrou na sala para deixar o café e permitiu que tivesse alguns segundos a mais para pensar em sua resposta.
– O ambiente não estava saudável. – Balançou os ombros. – Foi meio que inevitável sair.
– Esse é um tipo de resposta que o relações públicas da equipe me faria dar. – Zak balançou a cabeça de um lado para o outro, mas optou por relevar a resposta da loira, ainda que estivesse curioso para saber a verdade por trás de sua saída. – Você estaria disposta a trabalhar em uma nova equipe?
– A Fórmula 1 é o que eu amo fazer. – Sorriu. – É óbvio que eu estou disposta a trabalhar em uma nova equipe.
– Certo. – Ele sorriu, se ajeitando sobre a cadeira em que estava sentado. – Eu não posso te oferecer o cargo de chefe de equipe. – Sorriu em um pedido de desculpas silencioso, e a loira concordou com a cabeça. – Quando eu aceitei falar com você, eu disse ao que tirar o Andreas desse cargo seria impossível, porque estamos satisfeitos com o trabalho dele. Porém, eu pensei que poderíamos te oferecer o cargo de...
O chefe da McLaren não percebeu que os olhos da mulher em sua frente se arregalaram ao ouvir o nome do austríaco sendo citado por ele. nem mesmo conseguiu continuar acompanhando o que ele falava, porque sua mente estava travada na parte que havia conversado com Zak.
Fechou os olhos por alguns segundos, enquanto o homem à sua frente ainda falava, e respirou fundo. Havia deixado claro que não queria que ele se intrometesse na situação e nem usasse do seu poder dentro da Fórmula 1 para conseguir uma nova equipe para ela.
Quando voltou a abrir os olhos, já querendo sair dali para falar com , notou que Zak a encarava e se lembrou que não havia prestado atenção em nada que ele havia falado.
falou com você? – questionou, curiosa apenas para se certificar. – ?
– Sim. Acredito que você saiba que a Mercedes é a nossa fornecedora de motores e, bom, – Zak riu fraco, dando um breve gole em seu café. – às vezes, ficamos devendo favores um para o outro... me enviou um e-mail, falando da sua saída e pedindo para que eu tentasse inseri-la aqui na McLaren como chefe de equipe. Como eu disse, esse cargo é do Andreas, apesar de você ser uma excelente profissional e a campeã mundial com a Red Bull. Eu tenho princípios e não posso demitir quem já está na equipe há tanto tempo, sabe?
– Claro que eu entendo, Zak. Eu fico um pouco chateada pela postura do porque eu queria que você tivesse me chamado aqui para conversar somente pelo meu trabalho; e não por causa do meu trabalho e do pedido do .
– Isso quer dizer que você não vai aceitar o cargo?
A pergunta fez com que comprimisse os lábios, puxando o ar pelo nariz por alguns segundos antes de soltá-lo. Não tinha a menor ideia para aquela pergunta. Por mais que quisesse voltar a trabalhar na Fórmula 1, não queria estar em um cargo que fora mais conseguido por causa de do que pelo seu trabalho.
Ela sempre quis ser independente, ainda mais dentro da sua vida profissional, queria mostrar que conseguia as coisas por ela.
– Eu posso pensar e te dar uma resposta depois? – perguntou, após alguns minutos em silêncio.
Precisava pensar e precisava falar com antes de tomar uma decisão final.
– Claro. – Brown balançou os ombros. – Mas pense que queremos contar com o seu sucesso. Acredito que você poderá somar bastante junto a nossa equipe.
Ela balançou a cabeça, decidindo não falar mais nada e se levantou da cadeira, depois de cumprimentar o chefe da equipe com um aperto de mãos. Desistiu até mesmo da tour pela fábrica que teria com Andreas Seidl.
Só queria estar sozinha. A sua mente estava um turbilhão e ela não sabia exatamente o que pensar. A atitude de a deixava em alerta porque parecia que ele estava, de alguma forma, querendo controlar a sua vida e isso a assustava.
Com o celular em mãos, digitou uma mensagem para o austríaco. Já havia dito que ele poderia ir ao apartamento dela sempre que quisesse, mas, especialmente hoje, queria que ele fosse até lá.
Precisavam conversar.
Ela precisava saber a razão de ele ter falado com Zak, de ter feito aquele pedido para que ela fosse chefe da equipe.
Além disso, ela precisava tomar uma decisão.

🏎🏆✨


balançou a cabeça de um lado para o outro ao ver o e-mail que Zak Brown havia enviado logo após a reunião dele com . O austríaco retirou os seus óculos de leitura, os deixando sobre a mesa de qualquer jeito e passou as mãos pelo rosto de forma repetida.
A mensagem enviada pelo diretor executivo da McLaren relatava que a loira havia deixado a sede da equipe em Woking dizendo que pensaria a respeito da proposta para ser vice chefe da equipe inglesa.
Ele buscou o celular sobre a mesa e percebeu que havia uma mensagem da loira que ele não havia aberto – provavelmente, enviada no momento em que ele estava na fábrica acompanhando o trabalho nos carros da temporada com Mike Eliott e James Vowles.

"Jantamos juntos hoje?".


Sorriu, contente com a pergunta, e se apressou em enviar uma resposta para a loira para que pudesse confirmar o convite. Estava claro que ela queria contar que havia sido contatada por Brown e, talvez, quisesse que o namorado emitisse a sua opinião – e não podia negar que estava ansioso para falar que ela deveria aceitar o convite para trabalhar na equipe inglesa.
Trabalhar na Fórmula 1 era o que fazia feliz. Ela já havia dito isso várias vezes e ele fez o que estava ao alcance dele para poder ajudá-la, então, torcia para que ela aceitasse o cargo que Zak havia sugerido. Ainda que imaginasse que fosse ruim para o relacionamento dos dois que eles continuassem como rivais, já que talvez fosse difícil para eles que fossem vistos como um casal, era melhor ver a loira feliz.

"Claro que sim.
Saio daqui a pouco de Oxford. Te vejo em uma hora."

Respondeu, voltando a bloquear o celular e recolocando os óculos para resolver algumas outras questões de trabalho. Como a temporada ainda não havia começado, o trabalho não estava tão puxado, mas ainda precisava dar atenção aos patrocinadores e cuidar da parte executiva da equipe.
Porém, a mensagem de o deixava ansioso para estar perto dela. Desde a noite anterior, quando ela havia perguntado sobre os planos para o futuro, especialmente quando ela falou abertamente sobre o seu medo da maternidade e concordou que os dois poderiam passar mais tempo juntos no apartamento dela.
Aquilo era o início do primeiro passo que ele tanto esperava para o futuro – e que, agora, entendia que ela já estava na mesma página. Era ótimo ter essa noção e começar a se preparar para isso.
Cerca de trinta minutos depois, ele decidiu que era o suficiente, e que poderia, finalmente, seguir para Londres para encontrar a namorada. Ainda tinha uma estrada para enfrentar, mas era clichê o suficiente dizer que sabia que a recompensa seria boa o bastante.

x


era fã de cozinhar, especialmente quando estava chateada com alguma coisa. Era incrível como ficar sozinha em sua própria companhia, preparando uma refeição e com uma taça de vinho em mãos era capaz de levá-la a uma outra dimensão.
Naquele momento, sua mente ainda estava presa nas palavras de Zak Brown de que havia o procurado para que um cargo fosse dado a ela. Ainda achava aquilo um tremendo absurdo, ainda mais quando parava para pensar que ele havia mentido para ela – além de ter ido contra os seus repetidos pedidos.
A loira deu um longo gole em seu vinho, soltando uma risada fraca ao perceber que Ariel estava deitada no chão da cozinha, apenas esperando que algo caísse no chão para que ela pudesse aproveitar. Deixou a taça sobre a ilha que separava os ambientes da cozinha e da sala de estar para buscar o celular que estava ali em cima.
Precisava falar com alguém, ou iria acabar enlouquecendo antes mesmo de conversar com .
, aconteceu alguma coisa? – Louise perguntou, assustada com a ligação, já que ultimamente era sempre ela quem procurava a loira.
– Eu preciso conversar com alguém ou eu vou acabar bebendo uma garrafa de vinho inteira sozinha e fazendo comida o suficiente para acabar com a fome no mundo, apenas para conseguir ficar menos estressada.
O que aconteceu? – A ruiva riu pela forma que ela havia falado e se ajeitou no sofá do apartamento de Checo, aproveitando que o piloto não estava por perto.
– Eu recebi um e-mail do Zak Brown nas férias para ter uma reunião com ele nesse começo de ano. – Fez uma breve pausa. – Foi hoje e ele me ofereceu o cargo de vice chefe de equipe.
Isso é incrível! – Louise comemorou, soltando um gritinho de felicidade que fez com que a loira risse fraco, apoiando os cotovelos sobre a bancada de mármore e curvando um pouco o corpo. – No início, você soou como se tivesse um problema. Por que ter um emprego em outra equipe seria um problema?
– Porque foi o que interferiu para que o Zak me chamasse para conversar. – Suspirou. – Depois de eu ter pedido para que ele não se intrometesse na situação.
A ruiva mordeu o lábio inferior, balançando a cabeça, ainda que a amiga não pudesse ver aquela sua reação, mas porque sabia que aquele era um tópico que a atingia.
Certo. E você já falou com ele sobre isso?
– Ainda não. – Tamborilou os dedos. – Nós vamos jantar juntos hoje e eu vou falar com ele.
E, como eu te conheço, imagino que você está com raiva por ele ter se metido na situação depois de você ter pedido para que ele não fizesse isso…
– Exatamente. – A loira suspirou. – O que você acha?
Eu acho que ele apenas está tentando ajudar você. Todos nós sabemos que o automobilismo é a sua paixão e ele deve estar preocupado com você, por isso, que tentou dar um jeito de te ajudar. Por que você vê isso como algo ruim?
– Porque vai parecer, para os outros, que eu pedi para ele fazer isso.
... – A ruiva riu fraco. – Eu já te disse algumas vezes que você tem que se preocupar menos com o que as pessoas vão pensar sobre você. Se você sabe que não foi isso que aconteceu, não importa o que as pessoas vão pensar. – Fez uma breve pausa.
– Você não acha que isso pode me deixar à sombra dele?
Claro que não. Você precisa se lembrar que foi a chefe da equipe campeã mundial da temporada de 2021 e que fez parte da Red Bull por dez anos. O seu nome já está escrito na lista dos grandes do automobilismo, .
A loira soltou uma risada, balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto colocava uma mão sobre os olhos, ouvindo Louise rir do outro lado também. Ainda era um pouco estranho, mas precisava se acostumar com o fato de que havia levado a RBR ao título no ano anterior. Ela era um nome na história da Fórmula 1.
Um suspiro escapou pelos lábios da loira e a sua mão foi para os cabelos. Havia uma ideia circulando a sua mente desde o meio das férias e, agora, parecia que era a melhor coisa a ser feita.
– Eu andei pensando em uma coisa durante as férias... – murmurou em um tom baixo e Louise grudou ainda mais no celular, sabendo que viria algo sério apenas pelo tom de voz dela.
O quê? – perguntou quando a loira fez uma longa pausa.
nem mesmo percebeu que, durante o seu momento de pausa, em que lutava contra o receio de contar para a amiga o que havia pensado, a maçaneta da porta do apartamento foi girada.
– Eu não vou voltar para a Fórmula 1.
O pequeno molho de chaves e o celular que estavam nas mãos de foram de encontro ao chão, causando um barulho que foi capaz de retirar da bolha em que ela estava na conversa com a chefe de comunicação da Red Bull, o que fez com que seus olhos recaíssem sobre o austríaco, parado próximo à entrada, enquanto a ruiva arfava na linha, também surpresa com o que havia acabado de escutar.
... – A voz de , apesar de baixa, demonstrava o seu tom de preocupação com a loira e Louise arqueou as sobrancelhas, entendendo que o homem havia chegado à casa de – precisou franzir o cenho por não ter escutado a campainha tocar e fez uma nota mental para perguntar à amiga depois sobre aquilo.
Você quer que eu te ligue mais tarde?
– Ahn... Eu agradeceria, Lou.
Não faça nada que vá se arrepender mais tarde – murmurou em tom de aviso para a amiga, e a ouviu suspirar antes de encerrarem a ligação. deixou o celular sobre o mármore outra vez e sorriu ao perceber que Ariel já estava próxima a , com as duas patas nas canelas do homem, demandando um pouco de carinho, mas ele se mantinha impassível.
– Dê um pouco de atenção para Ariel – disse, apontando para a Jack Russell Terrier, e soltou uma risada, desacreditado pela forma como a loira estava fugindo do assunto, mas optou por atender ao seu pedido, agachando-se para acariciar o topo da cabeça da cachorrinha.
pegou a taça que havia sido deixada de lado em sua conversa com Louise e virou o conteúdo vermelho de uma vez só, mas com as irises azuis focadas no homem a poucos metros de distância.
– Podemos falar sobre o que eu acabei de ouvir ou você ainda quer mais tempo para fugir? – falou, erguendo-se do chão após alguns poucos minutos de carícia em Ariel, e soltou um suspiro, apoiando ambas as mãos na ilha da cozinha, abaixando a cabeça em seguida.
– Por que você pediu para que o Zak me oferecesse um cargo? – questionou, levantando o rosto para encarar o austríaco e cruzou os braços na frente do peito.
– Porque eu me preocupo com você e quero o seu bem – respondeu, sem desfocar os olhos dos da mulher. – Porque eu sei o quanto trabalhar na Fórmula 1 significa para você e eu me sinto um pouco culpado pela nossa relação ter afetado o seu cargo na Red Bull.
– Depois de eu ter dito que eu não queria que você se envolvesse nisso. – Arqueou as sobrancelhas, relembrando o seu pedido feito quando ainda estavam na Áustria, e o moreno soltou um suspiro. – Depois de eu ter perguntado se você tinha falado com alguém sobre esse assunto, quando você me disse que era difícil não querer interferir.
– Não, você me perguntou se eu liguei para alguém e eu disse que não. – Apontou o dedo indicador na direção da loira antes de balançar os ombros. – Eu mandei um e-mail para o Zak.
– Você acha que vai ganhar essa discussão por causa do termo que eu usei? – riu de forma sarcástica antes de balançar a cabeça de um lado para o outro.
– Eu não quero ganhar a discussão, . Eu quero que você entenda que eu não fiz por mal e que você não deve me crucificar por isso... Eu apenas quis te dar uma ajuda.
– Me ajudar, mandando que alguém me desse um emprego porque eu sou a sua namorada? Isso é tudo que eu nunca quis, . Você sabe que eu não quero viver a sua sombra.
– Eu não obriguei que ele contratasse você, eu perguntei se ele não existia uma forma de colocar você lá dentro. – Balançou os ombros. – E outra, o Zak não é bobo. Você foi a chefe da equipe responsável por derrubar a hegemonia da Mercedes. Ninguém é louco de não querer você na equipe. Eu teria você na minha em um piscar de olhos, se você quisesse trabalhar comigo...
– Qual a parte do "eu não quero viver à sua sombra" que você não entendeu? – Bufou, cruzando os braços na altura dos seios, e o austríaco balançou os ombros, soltando um suspiro.
O silêncio recaiu no local, e caminhou em direção a ilha que separava os ambientes, colocando as mãos sobre o mármore da parte que ficava para a sala de estar, com os olhos presos na loira, que tinha o olhar perdido.
– Podemos falar agora sobre o que você dizia ao telefone quando eu cheguei? – questionou em um tom de voz baixo, suavizando o olhar na direção dela. – Foi a minha atitude que te fez querer deixar a Fórmula 1 de vez?
– Isso não tem nada a ver com o que você fez. Embora eu ainda esteja brava por você ter feito isso pelas minhas costas, eu consigo entender um pouco das suas razões, e eu vou acabar me acalmando quanto a isso.
– Lembre-se que eu tive a melhor das intenções. Eu escolhi a McLaren porque você é próxima ao Ricciardo... Achei que poderia ser um bom ambiente. – Balançou os ombros, tentando diminuir um pouco o clima pesado.
– Não se esqueça do Michael – disse, sorrindo sarcástica na direção do moreno que rolou os olhos ao ouvir a menção do australiano.
– É, acho que a McLaren não é uma boa escolha mesmo – murmurou, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Talvez seja melhor tentar algo na Ferrari...
– Perto do Carlos Sainz? – Arqueou as sobrancelhas, em pura provocação, e soltou uma risada ao ver a careta que surgiu no rosto do chefe da Mercedes, que balançou a cabeça de um lado para o outro mais uma vez, dessa vez pela brincadeira que ela estava fazendo. – Mas, sem brincadeira agora, eu andei pensando sobre isso quando estávamos de férias. Eu acredito que, enquanto a gente for um casal, vai ser difícil para eu me afastar da sua imagem e ter o meu próprio caminho dentro da Fórmula 1, sabe? Poxa, você é o cara sete vezes campeão! Sem dúvida que, quando as pessoas souberem da nossa relação, vão falar como você me deixou ganhar.
– Então, você acha que deixar a Fórmula 1 de vez vai ser bom para você?
– Acho que vai ser bom para nós. – Riu nasalado, balançando os ombros para cima e para baixo.
– Isso vai te deixar feliz?
– Eu já te disse que a minha felicidade não depende da Red Bull. Além do que, eventualmente, eu vou encontrar algo para fazer e vou me sentir bem de novo.
a encarou com uma sobrancelha encarada, tentando estudar a expressão que havia no rosto da loira. Ela parecia... Tranquila – o que o assustava um pouco porque aquela era uma questão muito séria e parecia bem demais com a decisão que havia tomado.
O austríaco optou por contornar a ilha da cozinha, caminhando na direção da loira e a envolveu pela cintura em um abraço apertado, ainda que um pouco desajeitado.
o envolveu pela cintura, deixando sua cabeça encostar na blusa azul marinho que ele usava e respirando fundo ao sentir o cheiro amadeirado do perfume que ele usava.
– Me desculpe por ter falado com o Zak sem você saber – murmurou, apoiando o queixo sobre o topo da cabeça da loira. – E, se você estará feliz trabalhando em outra coisa, eu estarei feliz por você.
– Eu amo você, – disse, virando o rosto para que pudesse deixar um beijo no lado esquerdo do peitoral do austríaco, o sentindo afagar os seus cabelos em um carinho silencioso que demonstrava todo o seu carinho e amor.

🏎🏆✨


O dia ainda não havia amanhecido, mas já estava de pé, parada em frente a janela de seu apartamento, olhando para o céu carregado de nuvens escuras e assistindo a garoa fina que caía, nada muito diferente do esperado para o mês de janeiro na cidade Londres.
Em suas mãos, ela segurava a caneca de café recém feito enquanto sua mente estava um verdadeiro turbilhão, mas não de uma forma negativa. Estava ansiosa para ir para Oxfordshire com e para ver como seria viver com o austríaco, mas também estava ansiosa para saber o que iria fazer para o seu futuro.
A decisão de não continuar na Fórmula 1 era a forma de priorizar a sua relação com , mas também era a forma de encontrar uma outra coisa que ela gostasse de fazer. Havia passado tanto tempo pensando apenas em ter sucesso na Red Bull que agora precisava ter algo para chamar de dela – por mais que ela pudesse dizer que havia levado a equipe à conquista do campeonato.
Fora que, as palavras de Dietrich e Helmut ainda estavam em sua mente, por mais que ela tentasse esquecê-las. Não queria ter que lidar com esses comentários de novo e torcia para que nenhuma outra mulher dentro do automobilismo tivesse que ouvi-las também.
suspirou, levando a caneca até os lábios para dar um gole no líquido preto e voltou seu olhar para o lado de fora. Seria bom ter uma outra visão da Fórmula 1, pela primeira vez em dez anos, por mais que fosse sentir falta de toda a correria que era a sua vida com as viagens para cada Grande Prêmio e os trabalhos diários na fábrica.
A loira fechou os olhos por alguns segundos, voltando a pensar em como não queria que nenhuma mulher mais sofresse o que ela sofreu em sua saída da equipe austríaca e um sorriso breve surgiu em seus lábios quando uma ideia repentina tomou acendeu em sua mente.
O som do despertador fez com que abrisse os olhos lentamente e esticasse o braço para o lado direito para buscar o celular para que conseguisse silenciar o barulho que vinha do aparelho. Assim que o fez, ele largou o iPhone de qualquer jeito sobre a mesa de cabeceira e girou o corpo para o outro lado da cama em busca de , mas se deparou com o vazio.
O austríaco franziu as sobrancelhas ao perceber que estava sozinho e, antes de se levantar para ir à procura da loira, aproveitou para esticar o corpo, levando os braços para cima e, depois, os usando como apoio para se levantar da cama.
Os seus olhos foram para o chão em busca de seus chinelos e ele soltou uma risada fraca ao perceber que Ariel estava deitada ao lado da cama do casal em sua caminha azul com estampas de cereja. As orelhas da cachorra se levantaram e ela girou a cabeça na direção do austríaco.
– Onde está a sua mãe, hein, garota? – murmurou ao ver que a Jack Russell Terrier se levantou e caminhou em sua direção, fazendo com que ele curvasse o corpo para frente para poder acariciar suas orelhas. – Vamos procurar ela?
se levantou da cama e Ariel saiu em disparada, assim que a porta do quarto foi aberta, fazendo com que ele soltasse uma risada, deixando o quarto também e passando pelo curto corredor que dava até a sala de estar.
Sorriu ao ver a figura da loira parada próxima a janela que se agachou para que pudesse acariciar Ariel. A cachorra latiu, contente com o carinho e soltou uma risada alta, surpresa com a reação dela, deixando a caneca de lado para que pudesse usar as duas mãos para fazer carinho na cabeça dela.
– Bom dia, schatzi. murmurou em um tom de voz baixo para que não a assustasse e ela riu, virando o rosto para encará-lo. – Você acordou cedo demais... Aconteceu algo?
– Bom dia. – Sorriu na direção dele. – Na realidade, eu perdi o sono... Fiz um café e fiquei observando a garoa que está caindo desde cedo.
– Perdeu o sono por algum motivo específico? – questionou, preocupado, parando ao lado dela e vendo o momento em que a loira levantou e abaixou os ombros, deixando que um suspiro escapasse por seus lábios.
– O seu convite – confessou, e os olhos do moreno se arregalaram em surpresa.
– Isso é bom ou ruim? – Riu fraco, agachando-se ao lado dela. – Se você não quiser ir, está tudo bem...
– Não é isso. – Balançou a cabeça de um lado para o outro. – Eu quero ir. Só estava ansiosa para isso. – A risada que escapou pelos lábios dela fez com que risse também e projetasse o corpo para frente para que pudesse beijá-la.
O austríaco ainda estava querendo dar saltos de alegria porque havia aceitado o seu convite, agora que sabia que, além de tudo, ela estava ansiosa para aquilo, ele sentiu como se seu coração fosse bater fora do peito. Era uma felicidade tão grande e que, por muito tempo, ele julgou que jamais iria sentir.
Estava aliviado por estar sentindo, por ter ao seu lado, e por tudo que tinha certeza que eles iriam começar a viver.

Capítulo 4

saiu de casa pela manhã, um pouco inseguro por ter que deixar sozinha, e com milhares de promessas que voltaria para levá-la para almoçar em um dos seus restaurantes favoritos da cidade.
A loira balançou os ombros quando caiu em si que estava sozinha, e pensou em tudo o que poderia fazer — além de assistir o que havia disponível nos catálogos da Amazon e Netflix.
Decidiu começar olhando um pouco mais da casa de , analisando os três quartos extras que haviam no local, nos quais os dois primeiros haviam sido devorados de acordo com o gosto de Benedict e Rosa, já que eram para eles, enquanto o terceiro era um quarto de hóspedes mais clean, mas tão bonito e confortável quanto os outros.
Depois, decidiu seguir para o escritório, onde dava para perceber a presença do austríaco em todo o espaço, não só pelo perfume amadeirado ainda presente por lá mas também pela decoração escura, misturada com um verde água que ela já havia notado ser um dos tons favoritos de .
No escritório dele, ela aproveitou para usar a confortável cadeira de couro e ligar o próprio notebook, para começar uma série de pesquisas referente à ideia que havia passado por sua cabeça pela manhã anterior.
Se queria fazer algo para que mais ninguém passasse pelo que ela passou, precisava trabalhar, e era isso o que ela iria fazer. Iria se esforçar ao máximo para ajudar a tornar o automobilismo um ambiente com uma presença maior de mulheres.
Ariel se ajeitou ao seu lado, como a fiel companheira que era, e seguiu fundo em sua pesquisa, quase engolindo a tela do computador para que pudesse entender as questões iniciais, principalmente como pôr a ideia em prática.
A loira não conseguia pensar em quanto tempo havia se passado exatamente. Estava tão entretida em suas pesquisas, lendo com tanto afinco o que precisaria fazer para dar o primeiro passo para o seu novo projeto que, praticamente, se esqueceu do mundo exterior — o que fez com que ela se sobressaltasse quando o celular tocou, assustando até mesmo à Ariel.
riu ao perceber que era uma ligação de Louise e se apressou para deslizar o dedo sobre a tela para atender a chamada, recostando-se na cadeira para atender a amiga.
, está tudo bem? – Louise questionou assim que a loira atendeu a ligação, soando um pouco preocupada, e franziu o cenho.
– Está... Aconteceu alguma coisa?
– Eu estou na porta do seu apartamento. Já te chamei um milhão de vezes e não ouço nada... Nem os latidos da Ariel. – A ruiva soltou uma risada nasalada. – Achei que você tivesse morrido...
– Eu não estou em casa.
– Isso é meio óbvio, já que eu constatei que você não está morta. – rolou os olhos com o comentário. – Se está pela rua, vamos tomar um café juntas... Me diga onde está que eu vou te encontrar...
A loira mordeu o lábio inferior, balançando a cabeça de um lado para o outro e se preparando para proferir as palavras que iriam causar um grande choque na ruiva, já que ela a conhecia tão bem.
– Eu estou na casa do .
– Uau, essa me surpreendeu. – Riu. – Bom, podemos nos encontrar amanhã?
– Claro! Podemos almoçar, o que acha? Agora, eu meio que tenho muito tempo livre...
– Se está te deixando com tanto tempo livre assim, ele precisa resolver essa situação... – Smith murmurou do outro lado da linha, e arregalou os olhos, surpresa com o comentário de duplo sentido vindo por parte da amiga.
– O que Sérgio Pérez fez com a minha amiga puritana? – indagou em meio a uma risada. – Acho que eu preciso muito saber o que rolou no México...
– Prometo te contar tudo amanhã no nosso almoço!
– Espero ansiosa por isso, dona Louise Smith! – As duas riram antes de encerrar a ligação, e a loira voltou a deixar o celular sobre a mesa antes de focar os olhos na tela do notebook outra vez.
Em sua cabeça, já estava claro o que ela queria fazer em sua vida profissional dali para frente, mas o fato era que ela não tinha a menor ideia de qual seria o primeiro passo a ser dado. Soltou uma risada desacreditada, encostando o corpo na cadeira, e fechou os olhos.
As únicas pessoas que poderiam lhe ajudar naquele momento eram e Louise. Poderia falar com o namorado assim que ele voltasse da fábrica da Mercedes, em busca de uma resposta para o primeiro passo que ela poderia dar, e depois ter a ajuda da ruiva para, até mesmo, participar do projeto junto com ela.
Um sorriso contente e aliviado surgiu no rosto da loira, completamente feliz por ter encontrando o que fazer – mesmo que nada tivesse saído do papel ainda.
O seu momento de pensamento foi interrompido por Ariel saindo em disparada do escritório. A forma como o rabo da cachorrinha balançava e a sua empolgação demonstravam para a loira que havia retornado, o que foi confirmado quando ela ouviu a voz do austríaco cumprimentando a Jack Russell Terrier.
– Onde está a sua mãe? – perguntou para a Ariel, deixando a mala preta que costumava levar para Brackley de lado e passando o olhar pela sala até encontrar saindo do seu escritório, o que fez com que ele arregalasse um pouco os olhos. – Você... Estava no meu escritório?
– Olá para você também, . – Sorriu na direção dele. – Eu estava pesquisando algumas coisas.
– Pesquisando? – tossiu de leve, levando uma das mãos até a própria nuca. – Você não encontrou nada por lá, não é?
uniu as sobrancelhas, encarando o austríaco e achando curioso o incômodo que ele parecia estar tendo com o fato de ela estar em seu escritório. Ele mesmo havia dito pela manhã que era para que ela se sentisse em sua própria casa.
– Não. – Balançou os ombros. – Eu deveria ter encontrado o quê? – Arqueou a sobrancelha, tentando estudar um pouco a expressão no rosto dele para que conseguisse entender o que estava o deixando daquela maneira. – Uma arma?
– Por que eu teria uma arma? – o austríaco rebateu em meio a uma risada, ficando mais aliviado pela loira não ter encontrado o anel que estava guardado em uma das gavetas de seu escritório, mas a expressão dela ainda estava franzida em sua direção.
– Sei lá, você que está agindo todo estranho. – Balançou os ombros outra vez. – Você mesmo disse, antes de sair, que era para eu me sentir em casa... Eu fui usar o seu escritório para trabalhar.
– Trabalhar? – um sorriso genuíno surgiu no rosto do austríaco.
– Sim, eu tive uma ideia muito boa...
– E não vai me contar?
– Eu irei contar quando estivermos no restaurante. – Piscou na direção dele. – Eu vou me arrumar, tudo bem?
– Claro, schatzi. – Sorriu, caminhando na direção dela, antes que ela deixasse o primeiro andar da casa, para selar os lábios dos dois em um beijo carinhoso. – Enquanto isso, eu vou terminar de responder alguns e-mails...
confirmou com a cabeça antes de seguir em direção à escada com Ariel em seu encalço enquanto seguiu para o escritório. Ele não queria que descobrisse sobre o anel para evitar qualquer tipo de mal estar entre os dois e para que pudesse conseguir fazer uma surpresa, quando sentisse que fosse o momento correto para fazer o pedido.
O austríaco se apressou para guardar a caixa em uma das gavetas que eram possíveis de trancar com um pequeno cadeado em seu escritório, onde costumava deixar alguns documentos importantes.
Ele soltou uma risada fraca, lembrando-se da forma como seu coração havia palpitado há alguns minutos, quando lhe disse que havia estado no local, mas estava aliviado por ela seguir sem ideia da existência do anel.
sentiu o celular vibrar no bolso de sua calça e, enquanto retornava para a sala de estar, buscou pelo aparelho, rindo ao ver o nome da ex-mulher na tela em uma ligação de vídeo, deslizando logo o dedo sobre a tela para que pudesse atendê-la.
– Oi, Ste! – Sorriu ao ver a imagem da austríaca que estava com os cabelos mais curtos do que antes. – Está tudo bem?
Olá, ! Está tudo bem, fique tranquilo. – Sorriu, acenando para ele através da tela. – Apenas a Rosa querendo saber se você virá para Viena na semana que vem...
Stephanie virou o telefone, mostrando a menina, que sorriu e acenou ao ver o pai do outro lado da tela, ajeitando-se ao lado da mãe para que pudesse falar com ele.
– Há algo importante na semana que vem?
retornou à sala de estar, agora devidamente vestida para que pudessem ir almoçar fora, e franziu as sobrancelhas ao ouvir a pergunta do homem, se mantendo em silêncio para que pudesse escutar o que Stephanie e Rosa falariam.
O seu aniversário! – a voz infantil da menina disse, como se aquilo fosse óbvio, e ele soltou uma risada enquanto a loira batia com a mão na testa por ter se esquecido da data. – É quarta-feira...
– Ahh... Eu não sei, querida. – Riu fraco. – Eu estarei em Mônaco neste fim de semana… – Coçou a nuca com a mão livre, porque não era fã de comemorar o próprio aniversário, e também tentando fugir de qualquer festa que a filha pudesse estar pensando em preparar. – Eu não sei se eu chegaria a tempo em Viena...
– Claro que vamos. – A voz de fez com que levantasse o olhar e sorrisse ao perceber que ela já havia retornado.
É a ? – Rosa soltou um gritinho e o mais velho inverteu a câmera do celular, filmando a namorada no meio da sala, que riu e acenou para a menina. –, diga para o papai vir para a gente comemorar o aniversário dele! Podemos ir até andar de kart...
– Você não gosta de ir andar de kart comigo, mas quer ir com a ? – perguntou, voltando a câmera para a frontal e olhando para Rosa como se estivesse chocado com aquela informação enquanto a loira se sentava ao seu lado.
É porque você faz tudo ser uma competição – a menina murmurou, encolhendo os ombros enquanto e Stephanie partilharam uma risada antes de balançarem a cabeça de um lado para o outro. – Você vem, não é, ? Podemos andar de kart, ir ao Prater de novo e...
Respira, querida – Stephanie disse, passando uma das mãos pelos cabelos castanhos da menina enquanto ela concordava com a cabeça.
– Eu vou, Rosa. – Sorriu, virando o rosto para encarar o namorado antes de dizer por ele: – E o seu pai também vai... Podemos fazer um almoço para comemorar o aniversário dele, o que acham?
Acho uma ótima ideia. – Stephanie riu e Rosa balançou a cabeça, concordando com a ideia da inglesa também.
– Ótimo. Eu vou fazer uma lista de convidados com o e falar com a Ülla para preparar alguma coisa... – sorriu fraco por perceber que já estava bastante enturmada com a sua família e já tomava decisões por ele.
Ok, . Se precisar de alguma ajuda, pode me mandar mensagem.
– Pode deixar. – Sorriu, acenando em despedida, e se recuperou do transe para se despedir das duas também, soltando um suspiro enquanto voltava a encará-lo. – Por que você não queria comemorar o seu aniversário?
– Porque não há graça nenhuma em ficar velho – disse, projetando os lábios para frente enquanto a loira soltava uma risada fraca.
, você preparou uma grande surpresa no meu aniversário em novembro...
– Para celebrar a sua existência, a mulher que me faz feliz. – Riu, deixando um beijo na bochecha dela antes de se levantar. – Eu vou fazer quarenta e cinco anos. Isso não é divertido.
– Seu problema é a idade, então? – questionou em tom divertido, também se levantando do sofá. – Podemos deixar o bolo sem velas, querido. E existe o botox para retirar as linhas de expressão que a idade traz...
balançou a cabeça de um lado para o outro enquanto ela ria com o próprio comentário. Jamais poderia imaginar que ele não gostava de comemorar aniversários porque não queria ficar velho, já que possuía uma imagem de ser tão durão.
– Além do mais, eu pensei que poderíamos aproveitar a data para fugirmos, sabe... – Estalou a língua no céu da boca, pegando as chaves do carro, e virou o corpo para encarar a loira. – Do mesmo jeito que fizemos no seu aniversário.
– Podemos fazer isso depois de comemorar seu aniversário. O que você acha?
– Me parece uma ideia boa... Seria perfeita se pudéssemos retirar essa parte de comemorar o meu aniversário. – Balançou os ombros, aproximando-se dela para colocar as duas mãos em sua cintura e curvar o corpo para depositar um beijo em sua testa.
– Pare de dizer isso. – Riu. – Eu poderia reclamar de comemorar o meu aniversário com a minha família, você já viu como eles são problemáticos... – Rolou os olhos, e ele riu antes de concordar com a cabeça, já ciente de como era uma festa com a família : cheia de acontecimentos.
– Tudo bem... – Afastou uma das mãos da cintura dela, para erguê-la em sinal de rendição, e voltou a beijar a mulher, mas dessa vez nos lábios. – Obrigada por fazer isso.
– Não há porque agradecer. – Piscou na direção dele, selando os lábios em um beijo demorado, antes de encarar as irises escuras outra vez. – Vamos? Eu realmente estou com fome...
A gargalhada soltada pelo austríaco fez com que ela risse também, antes dos dois se despedirem de Ariel e seguirem para fora da casa de em direção à Mercedes estacionada em sua garagem.

x


– Amanhã eu irei a Londres para encontrar com a Louise – murmurou para o austríaco, assim que o garçom recolheu os menus, após ambos terem feitos os seus pedidos; e levantou as sobrancelhas.
– Tudo bem. – Sorriu. – Quer usar o meu carro?
– Não precisa. – Balançou os ombros. – Eu posso ir de trem. – soltou uma risada fraca, balançando a cabeça de um lado para o outro, e ela arqueou as sobrancelhas. – O que foi?
– Não que tenha algo de errado em usar o transporte público, mas por que você não usa o meu carro? Será mais rápido, menos cansativo e está a sua disposição, não precisa nem mesmo me comunicar. – Soltou um suspiro, levando um dedo para o vínculo entre as sobrancelhas antes de encarar a loira.
– Eu não estou sendo orgulhosa. – Sorriu de forma irônica na direção dele, apoiando as duas mãos no pano branco que cobria a mesa. – E eu já disse que não preciso do seu carro.
– Eu digo que faço questão.
e sustentaram os olhares duros na direção um do outro por alguns segundos, até o retorno do garçom, dessa vez com o vinho que o austríaco havia pedido, pronto para servi-los.
sorriu, tentando disfarçar o clima que havia se instaurado na mesa, e, depois de provar o vinho, permitiu que o funcionário o servisse para os dois. Assim que o terceiro se afastou, ele voltou a encarar a loira à sua frente, que estava recostada em sua cadeira e com os braços cruzados em frente ao peito, claramente chateada por estar sendo contrariada.
– Eu já disse que você não precisa ser orgulhosa e que eu jamais acharia que você está comigo por querer vantagens pessoais, . – fez uma pausa, esticando a mão sobre a mesa e virando a palma para cima para que ela pudesse encaixar a sua sobre a dele. – Você só precisa entender que eu posso e eu quero te ajudar com o que eu tenho.
A loira rolou os olhos, ainda que soubesse que aquela era a melhor coisa a ser feita, já que ela estava sem carro desde a saída da Red Bull. Suspirou, passando uma das mãos pelo rosto antes de voltar a olhar para o namorado, colocando sua pequena mão sobre a dele e usando o polegar para acariciar uma parte do dorso.
– Tudo bem. – Soltou o ar de forma pesada e um sorriso largo surgiu no rosto do homem à sua frente, fazendo com que ela risse fraco. – Eu vou usar o seu carro amanhã. – Sorriu. – Satisfeito?
– Você não sabe o quanto. – Piscou na direção dela, aproveitando a mão livre para buscar a taça de vinho e levá-la até os lábios para dar um longo gole.
A loira soltou a mão da dele e pegou sua taça também, dando um gole na bebida que tanto gostava. Ainda não se sentia bem por ter que usar o carro de , mas não quis prolongar aquela discussão e resolveu aceitar a ajuda dele, já que, além de encontrar com Louise, teria uma consulta com Dorothea.
a observou com um sorriso ladino no rosto – o que ele tanto gostava de fazer. Ela estava perdida em seus pensamentos, tinha os olhos fixos na taça que devolvia à mesa.
– Eu ouvi você falar algo sobre ir para Mônaco no fim de semana, quando estava ao telefone com a Rosa e a Ste...
– Eu ia falar com você. – Sorriu. – É aniversário do Lewis e vai ter uma pequena reunião pra comemorar... Eu gostaria que você fosse comigo.
Os olhos azuis da loira se arregalaram em total surpresa com o convite, enquanto o austríaco mantinha uma imagem tranquila, com um sorriso repleto de expectativa no rosto.
Aniversário de Lewis Hamilton.
repassou a frase em sua mente, analisando o convite brevemente. Era estranho receber um convite desses porque nunca havia sido próxima de Lewis, mas sabia que era e o pedido dele para a sua presença era plausível — mesmo que ela tivesse um certo receio de ficar deslocada.
O garçom se aproximou para colocar os pratos na frente dos dois e piscou os olhos algumas vezes antes de pegar a taça de vinho outra vez, ainda sob o olhar atento de .
– O que me diz? – questionou, apoiando os cotovelos sobre a mesa e entrelaçando os dedos.
– Eu adoraria ir com você.
O austríaco esperou algum "mas" após a frase da loira e sorriu de uma forma bem larga quando percebeu que não viria. Aquela era a resposta final de : eles iriam juntos para o aniversário de Lewis.
– Eu vou pedir à Jessica para reservar um quarto e avisar ao piloto do jato que viajamos quinta à noite. – Sorriu. – Está tudo bem para você?
Uma ideia surgiu na mente de e ela comprimiu os lábios, disfarçando o sorriso enquanto concordava com a cabeça como resposta ao namorado que parecia feliz de verdade pela loira ter aceitado as duas coisas que ele havia sugerido.
– Agora, – ele estalou a língua no céu da boca – se eu me lembro bem, você prometeu que me contaria sobre o seu projeto quando estivéssemos no restaurante... — Abriu os braços, indicando o local, e ela soltou uma risada fraca, balançando a cabeça.
– Certo... – tomou uma lufada de ar, soltando uma risada fraca porque se sentia nervosa para expor a ideia de seu projeto. – Eu fiquei pensando sobre o que Dietrich e Helmut me disseram no dia da fatídica reunião e esse momento foi apenas um outro episódio de machismo que eu já enfrentei dentro do automobilismo. Então, eu pensei que eu não quero que nenhuma outra mulher sofra com isso, sabe? Eu sei que é um longo caminho para percorrer porque é algo já enraizado no esporte, mas eu quero iluminar o problema e fazer parte do início de uma mudança para que a futura geração não sofra o que eu ou outras mulheres sofreram. – fez uma pausa, aproveitando para beber mais um pouco do vinho antes de voltar a falar. – Assim, eu pensei que a melhor forma de fazer isso é colocando mais mulheres no automobilismo. Você sabia que na Red Bull, na parte técnica, só existia eu de mulher? – arregalou os olhos, surpreso com a pergunta, e a loira riu fraco. – Claro que em outras áreas, como na comunicação, existiam outras mulheres, mas, ainda sim, elas eram poucas.
– Na Mercedes, junto com o Lewis, nós temos alguns programas de inclusão, que também abrangem tentar ter um número maior de mulheres – murmurou o austríaco, olhando para a loira. – Claro que não observamos apenas os programas de inclusão. Nós acreditamos no conhecimento delas e as contratamos porque elas mostram ser capacitadas por seus currículos. – A loira concordou com a cabeça, sorrindo fraco por saber daquilo, já que na Red Bull as coisas eram completamente diferentes.
– Então, eu pensei que a melhor maneira de inserir mulheres no automobilismo é mostrar para elas o esporte. Fazer eventos para que elas possam conhecer mais sobre um carro de Fórmula 1, apresentar mulheres que trabalham no meio, seja jornalista, engenheira ou uma piloto... Mas mostrar que é possível chegar a esse esporte, ainda que seja difícil, para a gente conseguir mudar esse cenário daqui em diante.
– Para que tenhamos várias na Fórmula 1. – A frase do austríaco fez com que ela soltasse uma risada divertida antes de balançar a cabeça de um lado para o outro, sentindo as bochechas ficarem coradas com o comentário.
– O que você acha?
tinha o queixo apoiado em uma das mãos, e assistia com um sorriso no rosto a forma entusiasmada com que a loira expôs a ideia. Ela parecia realmente feliz com todo aquele projeto, que era realmente importante e necessário para o esporte.
– Eu achei uma ideia fantástica! – disse, projetando os lábios para frente antes de lançar um sorriso na direção da namorada. – De verdade, é um problema, como você disse, enraizado no nosso esporte. Incrível que você queira se empenhar nisso e eu te dou todo o apoio que você precisar.
– Você achou boa de verdade? – indagou, com um sorriso discreto no rosto e balançou a cabeça em sinal de confirmação. – Eu preciso da sua ajuda porque eu não sei como começar a estruturar tudo isso...
– Certo, a gente pode começar aos poucos... Você já tem um nome em mente? – A loira balançou a cabeça de um lado para o outro, e ele concordou. – Então, vamos começar pensando em um nome, depois você pode começar a ver como que você gostaria que esse projeto acontecesse. Acho que um passo importante é ir atrás de alguns parceiros para serem patrocinadores... – fez uma pausa. – Eu tenho alguns contatos e posso te passar para que você entre em contato com eles. Além disso, acho que seria bom você falar com um advogado para resolver as questões legais da criação da organização.
– Obrigada pela ajuda, . – sorriu, esticando a mão para que pudesse tocar na dele outra vez. – Eu vou começar a pensar em um nome e fazer isso que você me disse... Acho que na semana que vem já terei alguma coisa.
– No seu tempo, schatzi. – Elevou e abaixou os ombros, sorrindo na direção dela.– E não há porque me agradecer. Eu já disse que eu quero e eu posso te ajudar em algumas situações... Isso não é um problema para mim. – Suspirou antes de confessar: – Eu fico muito feliz quando você aceita minha ajuda.
– Eu não gosto quando você se intromete nas situações – murmurou após a confissão dele. – Eu não gostei de você ter ligado para o Zak pelas minhas costas. Ainda mais depois que eu te disse que eu não queria que você se metesse. – Soltou o ar, passando uma mão pelo rosto. – Eu sei que eu posso parecer orgulhosa, talvez eu seja um pouco, – riu fraco – mas eu acho que não é pedir muito para que você me deixe conquistar as minhas próprias coisas, sem ter a sua ajuda.
– Eu entendo que eu fiz mal em falar com o Zak por trás de você; apesar de eu achar que não fiz nada de ruim em te ajudar, mas há momentos em que você não precisa ser tão orgulhosa... Como a situação do carro – pontuou, bebericando um pouco de seu vinho antes de voltar a atenção para a loira. – Não há problema em usar o transporte público, mas sem dúvida é mais seguro e mais rápido usar um carro. Por mim, não há problemas que você use o meu... Eu posso conseguir um outro para usar ou, se você quiser, você pode escolher um modelo de Mercedes que goste e ter para você. Eu não quero que a gente brigue por essas coisas pequenas e nem que você fuja de mim quando algo que você não gosta aconteça.
– Eu ainda não vejo razão na situação do carro, mas eu não quero transformar esse almoço em uma grande discussão de relação. – Riu fraco, balançando os ombros. – A gente pode decidir isso depois, mas você precisa entender que eu nunca tive uma relação assim antes e eu sempre fui acostumada a fazer tudo sozinha. Sempre foi eu por mim mesma, .
– Mas, não há razões para você querer continuar agindo sozinha, se eu estou ao seu lado e quero apenas te apoiar. – balançou os ombros, antes de pegar a taça de vinho outra vez a erguendo um pouco para que propusesse um brinde. – Podemos brindar ao sucesso do seu projeto?
Ela concordou com a cabeça, erguendo a própria taça também e eles encostaram uma na outra, compartilhando sorrisos antes de darem mais um gole na bebida, ambos felizes com a conversa que haviam tido e a ideia de , que tinha tudo para ser um sucesso.

🏎🏆✨


foi a primeira a chegar na The National Café, onde Louise havia marcado para que as duas conversassem. Dorothea precisou cancelar a consulta porque, segundo a secretária da psicóloga, ela precisou ir a um compromisso fora da cidade, o que fez com a loira ficasse livre mais cedo e fosse para a cafeteria.
Cerca de uma hora e quarenta minutos depois, quando já estava quase saturada de rolar o feed de seu Instagram, a ruiva apareceu dentro do café, aproximando-se da mesa e soltando um gritinho alto ao rever a amiga depois de tantos dias.
– Meu Deus, , você está deslumbrante! – Riu ao observá-la de perto após o abraço, e a loira encolheu os ombros. – Isso tudo é felicidade?
– Acho que podemos dizer que sim... – Sorriu, indicando as cadeiras e as duas se sentaram de frente uma para a outra.
– Então, me conte tudo! – Bateu palminhas de leve. – Ao que parece, eu fiquei um mês longe e um ano se passou na sua vida... – Louise murmurou em meio a uma risada, enquanto balançava os ombros, já tranquila com toda a situação.
contou tudo o que havia acontecido, desde quando havia sido mandada embora da RBR até a conversa com Zak Brown, passando pelo fato de ter aceitado passar mais tempo na casa de até a sua recente decisão de realmente se afastar da Fórmula 1.
Os olhos de Louise se arregalavam a cada parte que a amiga contava, completamente surpresa pela mulher que estava a sua frente, tratando daquele assunto de uma forma tão natural que nem mesmo parecia ser a mesma mulher de antes.
– Vamos por partes e, em especial, pela que mais me surpreendeu... Sair da Fórmula 1 de vez? O que te fez tomar essa medida tão drástica?
– Eu fiquei pensando muito sobre isso durante as férias... Continuar sendo rival do não vai ajudar o nosso relacionamento. A gente já viu durante a última temporada que as coisas podem ficar ruins, e fica difícil para nós ter que lidar com isso. – Suspirou. – Fora que eu vou viver na sombra dele.
– Então, vocês vão se assumir publicamente?
– Ainda não falamos sobre isso, mas eu acho que, eventualmente, isso vai acontecer, não é? Não há razão para que a gente continue se escondendo como antes...
– Como uma assessora, – a ruiva sorriu, apontando com os dedos indicadores em sua direção – eu digo que, se vocês se assumirem como um casal com você estando em uma outra equipe, não vai ser bom para o como o diretor executivo da Mercedes. Meio que um conflito de interesses, sabe? – Arqueou a sobrancelha na direção da loira e ela balançou a cabeça em sinal de concordância. – Como amiga, eu só quero saber se você está feliz e tranquila com essa sua decisão. Se você estiver, eu fico também, apesar de achar uma tristeza a chefe da equipe campeã pedir demissão e se afastar do esporte... Meio Nico Rosberg, algo bem 2016.
rolou os olhos, gargalhando ao ouvir a parte final da frase de Smith, chegando a balançar os ombros ao ser comparada ao antigo piloto da Mercedes que se aposentou no dia seguinte à conquista do campeonato de pilotos pela equipe alemã.
– Por incrível que pareça, eu estou feliz e tranquila com essa situação. – Sorriu fraco. – É algo meio que inevitável, sabe, especialmente se eu quero estar com o no futuro.
– E isso nos leva para a segunda coisa que mais me surpreendeu – a ruiva murmurou após dar um gole em sua cerveja, aproveitando para colocar uma mecha de cabelo para trás da orelha enquanto se ajeitava na cadeira. – Você está na casa dele!
– Quem diria, não é? – Curvou os ombros, sorrindo na direção dela. – Acho que já está mais do que visível que o é muito diferente daquele troço. – Louise gargalhou ao ouvir a forma como se referiu ao ex-marido, mas sorriu na direção dela, balançando a cabeça.
– Isso é ótimo, ... De verdade. – Sorriu verdadeira, porque se sentia muito bem em ouvir tudo aquilo, já que havia experienciado os baixos da vida dela. – E posso dizer que eu estou ansiosa para te ver de noiva.
– Ok, ainda há um certo arrepio no meu corpo quando falam sobre esse assunto – murmurou em meio a uma risada, apontando para o braço esquerdo, que havia ficado um pouco arrepiado com aquele assunto; e a ruiva soltou uma gargalhada. – Agora, vamos sair do assunto "vida de " e vamos para "vida de Louise" – disse, antes de levar a cerveja até os lábios para que pudesse molhar a garganta. – Me recapitule que eu acho que perdi algumas coisas... Você não estava na dúvida entre ele e o Valtteri?
– Então... – a ruiva cantou a palavra. – As minhas expectativas com o Valtteri acabaram um pouco antes da corrida do México... Estava meio claro que não seria algo mais do que amizade, sabe? Ele é incrível, ama café e hóquei assim como eu, mas o Checo é mais o que eu procuro em um homem. – Soltou uma risada anasalada, sentindo as bochechas se avermelharem. – Eu tive ótimos dias com o Checo depois da corrida no México e, nessa época, ele já tinha falado sobre eu me mudar para lá... Mas foi no Natal que veio o convite. Meio que vai ser difícil a gente estar junto, sendo que eu estou na Inglaterra e ele está no México, sabe.
– Mas você acabou-se iniciar um namoro e não está colocando fé nele? – A loira arqueou as sobrancelhas.
– Não é que eu não esteja achando que não vai dar certo... Eu estou apenas pensando que nós vamos viver uma relação a distância e eu não sei se estou preparada para isso... – Suspirou. – Você e o mesmo, estão a uma hora e meia de distância e já estão sofrendo... Imagine dois países!
– Mas vocês não conversaram sobre isso? Uma amiga me disse que diálogo é a chave de uma relação. – Soltou uma risada enquanto a ruiva toalha os olhos.
– Ele não quer sair do México e eu não quero sair da Inglaterra. – balançou os ombros. – Esse é o saldo até agora.
– Bom, eu posso dizer, por experiência própria, que ficar se encontrando somente nos fins de semana de corrida não é algo ruim... – Arqueou uma sobrancelhas, fazendo com que a amiga risse antes de rolar os olhos. – Mas, fala com ele, quem sabe não dá para achar um meio termo, eu não sei...
– Eu vou esperar para ver como será a primeira semana pra falar alguma coisa... – Fez uma pausa antes de sorrir na direção da amiga. – Mas eu estou feliz e tranquila quanto a isso.
– Como você disse para mim agora a pouco, se você está feliz e tranquila com essa decisão, eu também estou feliz e tranquila por você.
– À nossa felicidade!
sorriu, erguendo a sua garrafa para que pudesse tocar de leve na da ruiva, e as duas soltaram risadas de alegria, contentes por estarem felizes em suas vidas pessoais e profissionais.

x


Você vai voltar para casa hoje?
– Ainda é um pouco estranho ouvir essa pergunta. – a loira riu fraco, girando a maçaneta da porta e entrando em seu apartamento enquanto equilibrava o celular entre o ouvido e o ombro. – Mas, eu pensei em ir amanhã... Isso afeta a nossa viagem para Mônaco?
– Não, claro que não. – o homem riu. – Eu falei com a minha assistente para programar a viagem para amanhã à noite.
– Certo... Então, eu volto amanhã para Oxford.
Para casa. riu do outro lado da linha e fechou os olhos por alguns segundos. – Poderia ser a nossa casa, mas você ainda não quer…
– Ainda estamos nos acostumando com a ideia de viver juntos, . Vamos com calma, lembra? – arqueou as sobrancelhas, retirando os sapatos de salto e deixando a bolsa sobre o sofá. – Eu vou tomar um banho agora.
Podemos fazer uma chamada de vídeo depois?
– Olha só você, ... – murmurou em um tom de repreensão e o austríaco gargalhou do outro lado da linha.
É a falta que você faz, – Suspirou.
– Eu te ligo depois.
Eu vou esperar ansioso. – riu fraco. – Te amo, schatzi.
– Amo você.
A loira encerrou a chamada e correu para o aplicativo de mensagens para buscar o contato da assistente de , que havia pedido para Louise, quem tinha contato com pessoas de outras equipes do paddock.
– Jessica?
Sim, quem é?
. – mordeu o lábio inferior e ouviu a mulher estalar a língua do outro lado da linha. – O falou com você sobre a viagem dele para Mônaco amanhã e pediu para que você ajeitasse algumas coisas...
Sim... Eu tratei tudo como ele pediu hoje cedo, já está tudo agendado.
– Perfeito! – riu, animada. – Mas eu queria saber se você poderia me ajudar em uma surpresa...
Claro. O que você precisa?
se animou ainda mais, sentando-se no sofá de sua casa e começou a falar a sua ideia para a ruiva, explicando os detalhes do que queria. Apesar de ter dito nas férias que os dois poderiam passar alguns dias na Itália, ela queria aproveitar os dias que eles teriam em Mônaco para celebrar o aniversário dele — assim, poderiam viajar para Viena depois.
Jessica anotou aos pedidos, ainda que achasse um pouco estranho o fato da chefe da Red Bull estar ligando para pedir algumas exigências, mas achou que fosse melhor atendê-las, já que sempre se mantinha reservado quanto a sua vida pessoal — e não seria ela a perguntar algo.
Depois de cerca de quarenta e cinco minutos de ligação, decidiu que era o momento de ir tomar uma ducha. Ao se levantar do sofá, a loira olhou ao redor do apartamento e sentiu um pequeno aperto no peito por não ter Ariel ali, a sua fiel companheira, antes de soltar uma risada ao imaginar a Jack Russell Terrier com em Oxford.
O som da campainha fez com que ela nem mesmo conseguisse completar o caminho até o próprio quarto. Suspirou, girando sobre os calcanhares e indo em direção a porta de entrada do apartamento, girando a magenta sem nem checar quem era através do olho mágico.
Talvez, se tivesse feito aquilo, o seu choque pudesse ser menor.
– Brooke?
– Será que eu posso falar com você?
concordou com a cabeça, dando um passo para trás e permitindo que a mais nova entrasse em seu apartamento, fechando a porta assim que ela passou e girando o corpo para encarar a irmã, que parou no meio da sala.
– Aconteceu algo com o Ruggero? – questionou, preocupada, levando uma mão ao peito, mas a mais nova balançou a cabeça de um lado para o outro.
– Eu não estou aqui para falar do papai. – disse para que pudesse tranquilizar a irmã. – Estou aqui para falar da mamãe. – teve que se controlar para não rolar os olhos com aquela frase porque não se importava com Margarethe, mas não queria deixar a situação entre ela e a irmã ainda pior.
– O que há com a Margarethe?
– Ela está doente, . – a mais nova suspirou. – Eu estive com ela nas festas de fim de ano e o marido dela me mostrou os exames... Ela meio que estava escondendo de mim por causa da minha gravidez, mas a verdade é que ela está doente.
A loira optou por balançar a cabeça e comprimiu os lábios, pensando no que deveria falar — se é que deveria falar alguma coisa porque o seu coração não conseguia sentir o mínimo de pena por Margarethe.
– Você não vai falar nada?
– O que você quer que eu fale, Brooke? – Riu de uma forma nervosa e a mais nova bufou em sinal de raiva.
– Eu quero que você seja uma boa filha, pelo menos uma vez na sua vida, entre na porra de um avião e vá visitar a nossa mãe! Aliás, pegue o jatinho do seu namorado e vá visitá-la! – falou em um tom de voz mais alto, fazendo com que arregalasse os olhos, surpresa com a atitude. – Ou você só pode fazer isso quando é para levar a vovó, Betty e a namorada dela para brincar de casinha e bancar a família feliz?
– Isso não tem nada a ver com a situação que a gente está lidando aqui, Brook. – disse com o maxilar travado e o dedo em riste na direção dela. – Você quem virou as costas para mim quando eu contei sobre o meu casamento com o Billy. Por isso que você não foi convidada pra passar as festas de fim de ano com a gente porque você veria que não foi apenas "brincar de casinha", mas estar genuinamente feliz.
– Eu não estou aqui para falar sobre isso.
– Ah, ótimo, está aqui para me criticar por ter viajado com Audrey e Betty, mas não pode ouvir umas verdades? – cruzou os braços na frente do corpo enquanto a outra fechou os olhos brevemente, soltando o ar de forma pesada.
Ouvir umas verdades? – repetiu a frase e soltou uma risada fraca. – Você, como sempre, quer ser a dona da razão. – rolou os olhos antes de respirar fundo para se acalmar e não desviar do foco principal daquele conversa. – Eu não estou aqui para discutir. Eu estou aqui para dizer que a nossa mãe está doente e que ela, assim como eu, espera que você tenha o mínimo de sentimento e vá para Porto para visitá-la.
– Logo você que sempre me chamou de vadia sem coração está querendo que eu tenha um sentimento pela Margarethe? – soltou uma risada. – E estar doente não a faz ser perdoada por fazer da minha vida um inferno e nem apaga tudo o que ela já fez contra mim.
– Eu sempre disse que você é uma vadia sem coração, você sempre negou que fosse, mas cada dia se confirma mais como uma... – Brooke balançou a cabeça de um lado para o outro, como se repreendesse a irmã mais velha e precisou respirar fundo para não perder a paciência.
– Se você veio aqui somente para isso, você pode ir embora, Brook. – sorriu na direção dela, girando o corpo e caminhando de novo para perto da porta.
A mulher de cabelos castanhos soltou um suspiro alto, girando o corpo também e seguindo para a porta, parando em frente a irmã antes de sair.
– Eu espero que você mude de ideia, .
– Pode ficar tranquila que isso não vai acontecer. – piscou na direção dela e, quando a saiu de seu campo de visão, ela se apressou para fechar a porta antes de soltar um longo suspiro.
Quando viu a irmã em sua sua porta, pensou que poderia ser ela vindo para se desculpar pela forma que havia agido quando ela contou sobre o fim de seu casamento, mas Brooke parecia mais interessada em discutir.
A loira esfregou as mãos pelo rosto, lembrando-se das palavras de Audrey sobre não se preocupar com aquele assunto e que Brooke iria cair em si. Ela torcia para que isso acontecesse, mas sabia que não podia ficar presa a essa esperança.
E ela não se preocuparia com o estado de saúde de Margarethe, já que jamais aconteceu a preocupação da forma contrária.
A vida de seguiria, independente das duas.

🏎🏆✨


tinha prometido a si mesma que não deixaria o acontecido com Brooke interromper a sua vida ou afetar a sua alegria — muito menos quando estava à caminho de Mônaco com para um fim de semana em que celebrariam o aniversário dele.
O austríaco por sua vez, percebeu que a expressão da loira estava um pouco diferente assim que ela chegou em Oxford e até questionou se estava tudo bem, o que ela respondeu que sim. Então, ele decidiu não perguntar outra vez para não soar repetitivo e dar a ela o espaço necessário para que falasse quando se sentisse bem.
– Você sabe quem vai à festa do Hamilton? – questionou, ajeitando-se não poltrona de couro ao lado do homem que virou o rosto para olhá-la.
– Não, mas Penny disse que seria algo pequeno. – projetou os lábios para frente. – Acho que a Angela deve estar lá, o irmão dele...
– Hm... – concordou com a cabeça. – Eu achei que ele não estava com clima para festas, ele meio que sumiu das redes sociais...
– Não é fácil em um momento ser o campeão mundial e, de repente, ter o título tirado de você da forma como foi em Abu Dhabi. – murmurou, balançando os ombros.
– Não vamos entrar nesse tópico, . – a loira pediu, querendo evitar uma discussão e riu fraco, concordando com a cabeça. – Você acha que eles podem fazer esse tipo de comentário na festa? Porque, assim, eu vou defender o título da Red Bull.
– Bom, então teremos uma briga boa... – o austríaco riu, balançando os ombros, parecendo se divertir com a ideia enquanto a loira rolava os olhos. – Mas essa questão ainda é um pouco dolorosa para nós. Acho que não vamos falar sobre isso.
– Certo... E quem é Penny?
– Ciúme?
abriu a boca, um pouco surpresa com o comentário e antes que pudesse responder que era apenas a sua curiosidade, deu dois leves tapinhas em sua coxa, rindo pela expressão no rosto dela.
– É brincadeira, schatzi. – piscou. – Penny é a namorada do Lewis. A relação deles é discreta porque ela também é a consultora dele. Acho que você já deve ter a visto no paddock...
– Acredito que eu nunca tenha sido apresentada a ela... – balançou os ombros, não conseguindo encontrar em sua memória algum momento em que havia sido apresentada à tal da Penny.
– Mais alguma pergunta? – balançou a cabeça de um lado para o outro e esticou a mão para que pudesse segurar a dela, entrelaçando os seus dedos. – Fique tranquila. Todos vão ser super bons com você.
– Por que eu sou a namorada do chefe?
– Não, porque você é incrível e eles poderão ver isso com os próprios olhos. – piscou um olho na direção dela antes de esticar o corpo para que pudesse beijá-la.
sorriu com o comentário antes de ser envolvida pelos lábios de . Se mexeu em sua poltrona, chegando o corpo para frente o máximo que podia, devido ao cinto de segurança que ainda usava e o braço lateral do assento, levando uma das mãos para a nuca do austríaco para que pudesse afagar os seus cabelos.
O beijo foi interrompido quando os dois precisaram de um pouco mais de ar e o austríaco trilhou uma sequência de beijos pelo maxilar da loira enquanto suas mãos correram, às cegas, para desafivelar o cinto que ela ainda usava.
sorriu ao sentir as mãos de em sua cintura, a apertando e tentando levá-la para mais perto dele, já que a poltrona estava dificultando um pouco a situação. Decidida, a loira se afastou dele, no momento em que uma de suas mãos já entrava por debaixo de sua blusa grossa para protegê-la do frios que fazia em Mônaco, deixando o chefe da Mercedes com um semblante confuso no rosto.
riu, aproveitando-se da confusão dele para se sentar em seu colo, devidamente com uma perna de cada lado e o homem teve que fechar os olhos por alguns segundos, especialmente ao sentir as mãos da mulher em seu couro cabeludo. Ela riu fraco, passando levemente as unhas na nuca do austríaco e voltou a juntar os lábios nos dele.
A forma como os lábios deles se conectavam era algo que ainda os deixava perplexos. Se entregavam àquele momento de uma forma tão única, deixando que as milhares de sensações os dominassem sem nem mesmo se importar com o que acontecia ao redor.
A loira movimentou os quadris em círculos sobre o colo do homem e foi a vez dela interromper o beijo para levar os lábios até o maxilar de . intercalava beijos, leves mordidas e chupões por toda a pele branca dele, não se importando muito com possíveis marcas futuras.
levou as mãos para os quadris dela, as posicionando uma de cada lado do local, dando o suporte para que ela seguisse movimento o corpo sobre o seu colo, sentindo o seu membro prestes a rasgar a calça que usava de tão duro que estava naquele momento.
começou a abrir os botões da camisa cinza que ele usava de uma forma bem lenta, já que suas mãos tremiam e ela não queria interromper os beijos para fazer aquilo.
Assim que abriu o máximo de botões que conseguia, já que estava sobre o colo dele, deixou sua unha percorrer todo o abdômen do austríaco, ouvindo ele xingar em alemão de uma forma sussurrada, fazendo com que ela risse contra a sua pele.
abriu os olhos, encontrando as irises azuis de voltadas em sua direção e sorriu, a trazendo para um novo beijo repleto de desejo e de paixão.
O austríaco ergueu o quadril contra o de , exatamente como fazia durante a penetração, e a mulher gemeu contra a sua boca, interrompendo o beijo e fazendo com que ele sorrisse outra vez.
As mãos grandes de foram para a barra da blusa que ela usava, puxando a peça com uma certa pressa e a atirando em um lugar qualquer da aeronave. Um arrepio percorreu o corpo da loira devido a diferença de temperatura e aproveitou para se desfazer do sutiã de uma vez, mas segurou a peça da lingerie com as mãos pela parte da frente, o que fez com que ele levantasse o olhar.
– Não acha que está na hora de irmos para aquele quarto que você já me disse que há ali atrás? – indicou com o olhar o fundo do jato e soltou uma risada fraca.
– Está com medo de nos flagrarem? – questionou, com um olhar divertido no rosto, e notou que as bochechas da loira ficaram ainda mais vermelhas.
– Não é medo... – Mordeu o lábio inferior, balançando a cabeça e ele arqueou a sobrancelha, erguendo um pouco o corpo para frente, para depositar beijos em seu pescoço.
– Não acha que é excitante, ? – indagou com os lábios próximos a pele dela. – Saber que eles podem nos ouvir ou, caso você consiga se manter em silêncio, o que eu duvido, saber que eles poderiam entrar aqui e nos pegar nus?
voltou a morder o lábio, sentindo os dedos de puxarem levemente o sutiã de seus braços, fazendo com que a peça fosse ao chão enquanto sua mente fermentava quanto a ideia de se entregar para ele bem ali: no meio da aeronave.
Os lábios de foram para os seus seios. A forma como ele mordiscou o bico enquanto apertava o outro fez com que a loira arqueasse o corpo para trás e deixasse um gemido escalar por sua boca, para o mais puro deleite de .
segurou a cabeça dele, o apertando contra o seu corpo enquanto rebolava contra o seu quadril, sentindo, mesmo com as camadas de roupas que ainda vestiam, uma série de sensações percorrerem o seu corpo.
Duas batidas leves foram dadas em sua coxa, o suficiente para que ela abrisse os olhos, e ela olhou para o austríaco, que tinha um sorriso nos lábios.
– Tira a calça – apontou para a peça preta que ela usava, e soltou uma risada fraca.
– Estava sentindo falta de te ouvir mandar – murmurou em meio a uma risada fraca antes de voltar a sua concentração para conseguir se levantar do colo do austríaco, já que as pernas estavam tremendo o suficiente.
, ... – o sobrenome escapou por sua boca em sinal de aviso, fazendo com que ela se virasse para encará-lo com uma expressão divertida no rosto enquanto ele balançava a cabeça de um lado para o outro. – Eu estava sentindo falta de estar assim com você...
– Assim como? – perguntou, retornando para o colo dele, que já havia se livrado da parte de baixo de sua roupa e tinha a blusa aberta, mostrando o seu peito.
– Assim tão entregue a mim. – sorriu fraco, levando as mãos para os quadris da loira para que pudesse levantá-la um pouco e posicionou seu membro em sua entrada, inclinando o corpo até que a testa estivesse encostada no ombro esquerdo dela.
– E quando eu não estive? – murmurou, deixando que um gemido mais alto saísse por sua garganta quando o austríaco forçou o seu quadril para baixo, entrando nela de uma forma lenta e incrivelmente prazerosa.
mordiscou o ombro da loira, posicionando as mãos na parte de trás do corpo dela para que ela começasse a se movimentar, e ela sorriu, iniciando os movimentos da mesma maneira lenta que ele havia feito.
subia e descia, apoiando-se na parte de trás da poltrona do chefe da Mercedes, fazendo movimentos circulares com o quadril e sentindo o homem apertar cada vez mais o seu corpo, fechando os olhos de forma apertada.
Ela adorava poder ver todas as expressões que tomavam conta do rosto dele quando os dois estavam em meio ao momento, e mordia o próprio lábio inferior para abafar os seus gemidos.
levou uma das mãos até o seio da loira, girando o bico entre seu dedo polegar e indicador, fazendo com que apertasse os olhos antes de soltar uma risada fraca. Logo, a mão dele tomou o caminho de seu pescoço e ela jurou que pode ver as estrelas.
O som de seus corpos se chocando um no outro se misturava com os gemidos abafados e as palavras sussurradas, tornando aquele ambiente nada convencional incrivelmente sensual.
colocou uma das mãos sobre o pulso de e o polegar dele apertou de uma forma leve e cuidadosa uma veia que saltava no exato momento em que se mexeu para que pudesse levar o seu quadril para cima para ir de encontro ao dela.
A loira voltou a morder o lábio, mantendo os olhos fechados e sentindo a sua intimidade se contrair. soltou o ar com força, murmurando um palavrão e abriu os olhos, encontrando as irises castanhas vidradas nela no exato momento em que seu corpo atingiu ao ápice.
sorriu, levantando o corpo da poltrona e colocando a loira sobre a mesa que ficava em frente as poltronas e forçando o quadril contra o dela com força antes de buscar suas mãos para que pudesse entrelaçar os seus dedos.
sorriu fraco, inebriada pelo momento e curvou o corpo, unindo os lábios nos da loira enquanto sentia um nó se formar em seu corpo, investindo mais algumas vezes até atingir o clímax.
– Uau...
Os dois soltaram risadas fracas e soltou um muxoxo triste quando sentiu o namorado se retirar de dentro dela, voltando a se sentar na poltrona enquanto ela tentava voltar a ter controle de seu próprio corpo, que ainda parecia fraco o bastante.
– Puta que pariu, . –Riu, balançando a cabeça de um lado para o outro, e apoiou as duas mãos na mesa para que pudesse se levantar, colocando os pés no chão da aeronave com cuidado.
Em passos lentos, ela começou a caminhar para buscar as suas peças de roupas, que estavam espalhadas, mas a mão de em seu pulso fez com que ela parasse e abaixasse o olhar.
– Está tudo bem? – questionou, preocupado, aproveitando para analisar o pescoço dela para saber se não havia a machucado.
– Tirando o fato de termos parecido dois coelhos? – Arqueou as sobrancelhas, voltando a balançar a cabeça de um lado para o outro. – Está... – Sorriu, antes de confessar em um tom mais baixo, enquanto levava a sua mão livre para a base de seu pescoço: – Eu meio que gosto quando você faz isso.
, não comece algo que você não vai terminar... – ele murmurou em um tom de repreensão, fazendo com que ela risse.
– Dois coelhos – repetiu, puxando o seu braço ao seu enlace, mas o austríaco ainda a manteve presa a ele. – Será que eu posso me vestir ou você está virando adepto ao nudismo?
– Não seria nada mal... – Balançou os ombros, projetando os lábios para frente antes de levar o dorso da mão da loira até a sua boca para depositar um beijo no local. – E não se preocupe... Eles – as suas sobrancelhas se arquearam em direção à porta da cabine da equipe de bordo –, não podem ouvir nada, e só vêm aqui quando eu aperto aquele botão. – Apontou para um botão sobre a mesa que ficava perto da lateral, e ela rolou os olhos.
– Você é ridículo, ! – murmurou em meio a uma risada, afastando-se dele para que pudesse, finalmente, pegar suas roupas, enquanto ele ria e também começava a se vestir.
– Mas você me ama, schatzi.
– Esse é o pior de tudo. – Fingiu rolar os olhos e ele se aproximou, a envolvendo pela cintura enquanto parava atrás dela e depositava um beijo em seu pescoço.

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O Monte Carlo Bay Hotel & Resort era um dos hotéis mais renomados de Mônaco, na Península de Larvotto a apenas cento e vinte metros da fronteira com a França, e também um dos favoritos de quando estava no país, já que não tinha mais sua casa lá.
Depois de fazer o check-in no hotel, e seguiram para o décimo sexto andar, onde a recepcionista havia informado que eles estariam hospedados, em uma das suítes principais e exclusivas do hotel.
O austríaco abriu a porta com o cartão magnético, permitindo que a loira entrasse antes e a seguiu. As malas do casal já estavam no lobby do quarto e eles seguiram para dentro do mesmo, passando pela porta que separavam os dois ambientes.
Os olhos azuis de percorreram o local. Havia uma parede laranja claro na parte de trás da cama de casal, uma mesa ao lado da parede próxima a cama onde estava postada a garrafa de champanhe que ela havia pedido.
A vista do mar azul que o quarto possuía era de tirar o fôlego e a loira aproveitou para observá-la por algum tempo até a vó de retirá-la de seus pensamentos.
– Uau... Jessica achou que eu estou comemorando alguma coisa. – o chefe da Mercedes comentou ao perceber que havia um champanhe de rótulo rosa dentro de um balde com gelo e duas taças, além de alguns chocolates e morangos.
– Talvez você devesse ler o cartão. – disse, apontando para o cartão próximo ao balde com o champanhe e ele uniu as sobrancelhas, encarando a loira antes de soltar uma risada fraca e buscar o envelope para ler o que havia escrito.
– "Ao homem que tem feito os meus dias mais felizes. Alguns dias de pura comemoração do seu aniversário apenas para nós dois. Feliz aniversário! Eu amo você, ."
O homem retirou os olhos do cartão em suas mãos e os levou em direção a loira que estava tão feliz em ter conseguido surpreendê-lo que ria de uma forma nasalada, balançando os ombros.
– Surpresa! – abriu os braços, rindo e balançou a cabeça de um lado para o outro, querendo saber como que a loira havia conseguido tudo aquilo.
– Como que você...
– Eu liguei para a sua assistente. – contou, balançando os ombros. – Ela nem questionou o que eu pedi, acho que ela já imaginava que a gente estivesse namorando...
– Não é como se a tivéssemos escondido muito dela, não é? – arqueou as sobrancelhas em meio a uma risada. – Mas, se depender de mim, o mundo inteiro vai ficar sabendo sobre nós.
A loira concordou com a cabeça, não conseguindo conter o sorriso em seus lábios de crescer e colocou as mãos ao redor do pescoço do austríaco, mantendo seu rosto longe do dele.
– Eu estou pronta para isso. – piscou algumas vezes com a revelação, podendo sentir o seu coração bater mais rápido com aquela frase, já que, por muitas vezes achou que jamais se tornaria público a sua relação com devido ao medo da loira.
Mas era real. Eles estavam em uma constante há muito tempo, estavam bem e felizes. estava tomando as decisões da relação de forma tão natural que nem mesmo sentia o peso delas e podia ser feliz sem nenhum tipo de culpa.
– Eu acho que esse é o melhor presente de aniversário.
Ela gargalhou antes de selar os lábios nos dele, murmurando um novo "feliz aniversário", completamente feliz.

Capítulo 5

O caminho até o apartamento de Lewis Hamilton havia sido tranquilo. se sentia nervosa, mas não ao ponto de ter alguma crise, e se arriscaria a dizer que era uma espécie de um nervosismo bom, porque ela e estavam prestes a dar um passo importante na relação. Um passo que ela jamais imaginou que daria.
Estar em uma festa, ainda que fosse algo reservado e para poucas pessoas, com era o início de uma relação pública que iria viver com ele. Não era mais a chefe da Red Bull, não existia nenhum tipo de conflito de interesses, e ela poderia ter a liberdade de mostrar ao mundo que estava cem por cento feliz.
, que bom que você veio! – A mulher que acreditou ser Penny foi quem abriu a porta para recebê-los, e cumprimentou o austríaco com um rápido abraço.
– Penny, essa é , minha namorada – se manifestou, apontando para ela, e a loira sorriu na direção da mulher, notando uma breve expressão de surpresa em seu rosto ao reconhecê-la, mas que logo foi substituída por um sorriso na direção dela.
Os olhos azuis da loira recaíram sobre a mulher negra com cabelos trançados, de olhos em tom de mel, e uma maquiagem leve no rosto. Ela usava um vestido com estampa colorida que parecia reluzir ainda mais em seu tom de pele.
, é um prazer conhecer você. – Esticou a mão para cumprimentá-la, e balançou a cabeça em sinal de confirmação para retribuir as palavras dela.
– Eu digo o mesmo, Penny.
– Vamos, entrem. – A mulher de cabelos cacheados deu um passo para trás, permitindo que os dois entrassem no apartamento, e deixou que a namorada entrasse primeiro, colocando uma das mãos em sua cintura para que pudesse passar um certo tipo de apoio para ela.
A campainha voltou a tocar, e a mulher parou sobre os próprios calcanhares, dizendo para o casal antes de se virar para atender a porta outra vez:
– Estão todos na varanda. Fiquem à vontade!
Os dois concordaram com a cabeça e seguiram pelo caminho indicado, passando pela extensa e bem decorada sala de estar da casa de Lewis Hamilton, a qual fez questão de analisar por algum tempo, até chegarem na varanda.
– O chefe chegou! – Valtteri exclamou animado, e todos os olhares dos quatro presentes caíram sobre os recém chegados, fazendo com que encolhesse um pouco os ombros em sinal de timidez.
– Ex-chefe, não? – indagou em meio a uma risada, afastando-se de para que pudesse cumprimentar o finlandês que, para essa temporada, iria pilotar para a Alfa Romeo. – Deixe-me apresentar, minha namorada, . – apontou para a loira, que sorriu e acenou na direção deles. – , esses são Valtteri; Angela e Paul.
– Claro que a conhecemos! – Paul, marido da fisioterapeuta de Hamilton, disse com um sorriso no rosto ao reconhecer a loira que acompanhava o chefe da Mercedes. – A chefe da Red Bull, certo?
Ex-chefe – murmurou, balançando os ombros. – É um prazer conhecer vocês, apesar de já conhecer a Angela e o Valtteri do paddock.
– Onde está o Lewis? – perguntou ao notar a ausência do piloto inglês, e Angela se manifestou:
– O Nicholas está chegando com ele...
– Ele não sabe da festa? – riu ao perguntar, e a mulher balançou a cabeça de um lado para o outro.
– Não. Ele não estava muito a fim de comemorar por conta de todo o roubo em Abu... – A voz de Angela morreu ao notar os olhos azuis de sobre ela, no momento em que iria falar sobre a última corrida, e optou por apenas balançar os ombros, sem terminar a frase.
– Está tudo bem. – sorriu fraco, tentando aliviar o clima. – Nós temos visões diferentes sobre o que aconteceu em Abu Dhabi, mas eu respeito.
– É que é um pouco estranho falar dessa forma na sua frente. Parece que eu estou menosprezando o título que você e a sua equipe ganharam... – Balançou os ombros outra vez. – Eu sei como é duro ser invalidada por uma conquista própria.
– Se você parar para analisar, nós teríamos ganho o campeonato dos construtores independente da vitória naquela corrida, porque o Valtteri não a terminou. Então, você meio que estaria invalidando apenas o título do Matt. – Piscou na direção dela, enquanto soltava uma risada fraca. – De qualquer forma, pode se sentir à vontade para falar de Abu Dhabi. – Balançou os ombros e curvou um pouco o corpo para frente, como se fosse contar um segredo à fisioterapeuta. – Se quiser falar mal da Red Bull, eu posso ajudar também.
– Obrigado por lembrar da má sorte que eu tive naquele fim de semana – o finlandês murmurou, fingindo estar afetado pela lembrança, mas logo soltou uma risada para tentar aliviar o clima também.
– Eu acho que toda a Mercedes teve um pouco de má sorte naquele fim de semana... – balançou os ombros. Ainda sentia dor de cabeça apenas de lembrar daquele dia, e conseguia reviver toda a raiva que passou.
– Eu não posso reclamar das ocasiões de falta de sorte de vocês... – balançou os ombros outra vez e se virou na direção de Valtteri. – Como estão as coisas na Alfa?
– Estão tranquilas. – Ele balançou os ombros, projetando os lábios para frente. – Eu estive por lá um pouco antes do natal para conhecer as coisas, fazer algumas fotos e fiz o meu teste de assento... Estamos animados para a próxima temporada.
– E quem não está, não é? – riu. – As mudanças do regulamento nos tiraram um pouco o sono.
– Oh, nem fale nisso. – Valtteri o acompanhou na risada.
– O calendário também está muito apertado – Angela disse, encarando os dois homens. – Talvez alguém precise dizer para a FIA que fazer uma temporada com vinte e quatro corridas é beirar a insanidade.
– E você, , não vai se juntar à nenhuma equipe? – Bottas perguntou, encarando a loira com suas curiosas irises azuis, e ela sorriu fraco, negando com a cabeça.
– Eu decidi focar em outros projetos. – Balançou os ombros, trocando um breve olhar com o namorado, que comprimiu os lábios, permitindo que ela falasse. – Passei dez anos da minha vida trabalhando na Fórmula 1 e achei que talvez fosse o momento de dar uma pausa.
A loira teve vontade de fazer uma careta. Detestava a ideia de ter que mentir para as pessoas quanto à sua saída da Red Bull. Se pudesse, falaria tudo o que havia acontecido naquela sala, apenas para que todos conhecessem as pessoas que comandavam a equipe.
– Mas a pausa se refere a não trabalhar na Fórmula 1? – Angela indagou, e, ao perceber o olhar da loira sobre si, levou uma das mãos até os lábios. – Oh, desculpe se eu estou sendo invasiva... É só que você conquistou a última temporada! É meio estranho ver você dando uma pausa, logo depois disso.
– Eu entendo, Angela. – Sorriu, balançando os ombros para demonstrar que não havia nenhum clima pesado. – A pausa é no trabalho com a Fórmula 1, mesmo. Eu vou focar em um outro projeto, ainda relacionado com o automobilismo.
– Ótimo saber que você vai continuar no esporte. – Cullen sorriu. – Já pode falar sobre o novo projeto ou ele ainda é um mistério?
riu ao ver a namorada tomar uma lufada de ar antes de começar a contar um pouco para a fisioterapeuta sobre o seu projeto, e levou as mãos até a parte debaixo das costas dela, aproximando-se de seu ouvido para avisar que iria buscar algo para que os dois pudessem beber.
nem mesmo pareceu se importar muito com a sua saída, estava focada na conversa com Angela, que também era ouvida por Valtteri e Paul. Ele se sentiu tranquilo em relação a isso, porque a loira estava nervosa para aquele evento e ainda em razão do pequeno clima pesado que havia se instaurado quando o assunto de Abu Dhabi foi trazido à tona.
O austríaco sorriu ao notar que havia garrafas de vinho à disposição e escolheu um tinto, o favorito da inglesa, além de uma cerveja para si. Estava prestes a girar sobre os seus próprios calcanhares para retornar à varanda do apartamento quando a voz de Penny chamou a atenção de todos os poucos convidados.
– Gente, o Lewis está chegando!
Rapidamente, as luzes foram desligadas por algum amigo do piloto inglês, o volume da música foi reduzido e o silêncio se instalou no ambiente. Por conta da escuridão, não conseguiu retornar para o lado de fora outra vez, permanecendo parado onde estava e com a atenção para a porta de entrada.
A maçaneta da porta foi girada e, assim que a figura de Lewis surgiu, todos gritaram em bom som "surpresa", fazendo com que ele se sobressaltasse em meio à risadas em choque antes de levar as mãos até o rosto.
soltou uma risada ao ver os sobrinhos do piloto correndo na direção dele e o abraçando pela perna antes de seguir o caminho para a varanda, vendo parada próxima à porta que separava os ambientes ao lado de Angela.
– Eu fiquei preso do outro lado da sala durante a surpresa – murmurou, estendendo a taça na direção da loira antes de depositar um beijo em sua têmpora.– Está tudo bem? – sussurrou, preocupado, e confirmou com a cabeça ao perceber que Hamilton se aproximava para cumprimentá-los.
Primeiro, o inglês abraçou sua fisioterapeuta. Os dois trocaram algumas palavras, e alguns longos minutos se passaram até que ele cumprimentasse Paul, o marido de Angela, e Valtteri. Logo depois de receber as felicitações dos dois homens, ele se virou na direção de , sorrindo surpreso ao vê-lo acompanhado por .
– Ei, vocês dois! – riu, abrindo os braços e sendo envolvido por um abraço do austríaco, recebendo alguns tapinhas em suas costas em meio a uma risada. – Obrigado por ter vindo, cara, apesar de eu não ter tido a menor ideia sobre essa festa.
– Feliz aniversário, cara! Dizem que os trinta e sete anos combinam com o oitavo título... – brincou, afastando-se do inglês para que pudesse cumprimentá-lo e ela sorriu fraco, incerta se deveria abraçá-lo como todos os outros ou apenas dar um aperto de mão.
Não era tão próxima de Lewis e nem queria forçar uma amizade com ele. Então, preferiu estender a mão em cumprimento, especialmente ao notar que ele também estava incerto sobre a maneira como cumprimentá-la.
– Feliz aniversário, Lewis! Espero que seja um ótimo ano – sorriu para o inglês, recebendo o aperto de mão dele e um sorriso em sua direção.
– Obrigado, . – Lewis balançou a cabeça. – Então, vocês dois... – As sobrancelhas do piloto se arquearam na direção deles, e e trocaram olhares antes de soltarem risadas.
– Oficialmente juntos – disse, com um sorriso no rosto na direção do conterrâneo, e ele balançou a cabeça outra vez, percebendo a notável felicidade de ambos.
– Acho que isso significa o fim do nosso namoro, não é? – Hamilton questionou, fazendo com que o casal soltasse uma risada.
– Meu Deus, eu quase me esqueci disso... – levou uma das mãos até o próprio rosto, balançando a ombros em meio à risada que saiu de sua garganta. – Estou surpresa por eles ainda não terem relacionado a minha saída da RBR com o nosso suposto namoro...
– Eu acho que circulou na internet uma foto minha com a Penny em Dubai no Ano Novo – Lewis murmurou. – Os meus amigos me enviaram algo da Hello falando sobre a gente.
– Ou talvez eles tenham percebido que não existia a possibilidade de ser verdade... – balançou os ombros e Hamilton abriu a boca, fazendo uma expressão de surpresa forçada e causando risadas na loira.
– Por acaso, você está dizendo que eu não faço o seu tipo, ?
– Sinto muito, Sir Hamilton, mas o meu tipo é um certo austríaco, com quase dois metros de altura, empresário, chefe de uma equipe sete vezes campeã e muito bonito… – a loira murmurou, como se fosse um segredo, apontando com o dedo indicador para o homem atrás dela, e sorriu, movimentando o polegar de uma forma carinhosa pela cintura dela ao ouvir a frase enquanto o piloto do carro número quarenta e quatro ria.
– Muito bom ver vocês dois juntos e felizes – o inglês disse, colocando a mão sobre o ombro do chefe da equipe alemã. – Seja bem-vinda à Mercedes, . Eu acho que vou gostar mais de você agora. – Piscou na direção dela antes de unir as duas mãos, pedindo licença para ir falar com os outros convidados que estavam no local.
– Ninguém gostava de mim antes, quando eu era da Red Bull? – indagou em meio a uma risada desacreditada, e riu contra sua cabeça.
– Não é que a gente não gostasse de você, mas você também não fazia isso ser fácil, não é? – o austríaco murmurou, fazendo com que ela girasse o corpo para encará-lo.
– Você gosta mais de mim agora que eu estou fora da Red Bull?
– Cada dia eu amo mais você, , e isso independe da equipe ou cargo que você está ocupando. – Selou os lábios nos dela de forma demorada, mas muito casta. – Você é a mulher da minha vida.
piscou algumas vezes, encarando os olhos castanhos que estavam voltados para ela, e sentiu o coração se aquecer por alguns segundos. Ela cruzou os braços ao redor do pescoço dele, ficando um pouco mais alta devido aos saltos finos que usava, e sorriu contra o rosto de antes de selar os lábios nos dele outra vez.

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Os olhos de percorriam a sala de estar do apartamento de Hamilton, notando, além das pessoas presentes no espaço, um pouco da decoração do ambiente. Ela podia ver uma prateleira no canto que possuía alguns dos capacetes dele e alguns dos prêmios de primeiro lugar que ele havia ganho — além de um capacete que ela reconheceu ser uma réplica do que Ayrton Senna usava em suas corridas e um boné vermelho parecido com o de Niki Lauda.
Já passava da uma da manhã e algumas pessoas ainda estavam na casa do piloto, como ela e , Angela e o marido, além dos familiares do inglês. Sentada no sofá, já havia checado o seu Instagram e se encontrava um pouco entediada enquanto o namorado parecia estar em uma conversa entretida o suficiente com Lewis e Anthony, o pai do piloto.
Os olhos da inglesa foram como ímãs para o austríaco, e ela tentou esconder o sorriso malicioso que surgiu em seus lábios. Não conseguia explicar, mas havia algo extremamente excitante em ver tão concentrado como ele parecia estar naquele momento. A maneira como seu braço estava cruzado sobre o peito enquanto o outro estava para cima, tocando levemente o lábio inferior enquanto ouvia o senhor Hamilton falar sobre alguma coisa que ela não fazia a menor ideia do que era.
– Você pode segurar para mim, por favor? – a voz infantil fez com que a loira saísse dos pensamentos impuros e se deparasse com uma pequena, de cabelos loiros-lisos, com um unicórnio em mãos.
– Claro. – Sorriu, retirando o brinquedo branco com fios nas cores do arco-íris como parte de sua crina e vendo a menina correr pelo apartamento, soltando uma risada fraca por não entender a razão de ela ter entregado o brinquedo.
, você tem um minuto? – Valtteri se aproximou, sentando-se no lugar vazio no sofá ao lado da loira, e ela balançou os ombros, lançando um sorriso na direção do finlandês.
– Claro, Valtteri. – Confirmou com a cabeça, permitindo que ele pudesse falar, e observou o momento em que o rapaz soltou o ar, fazendo com que ela entendesse perfeitamente sobre o que ele queria conversar.
Ou, melhor, sobre quem ele queria conversar.
– Quer falar sobre a Louise?
– Você agora lê pensamentos também? – Riu fraco, esfregando as mãos sobre o jeans que usava, e inclinou um pouco a cabeça, voltando a balançar os ombros.
– Eu acho que ela é um dos temas que temos em comum, tirando o automobilismo. – Sorriu. – O que quer saber sobre ela?
– Você, como amiga dela, acha que eu ainda posso ter chances?
– Valtteri... – comprimiu os lábios, tentando entender o que poderia dizer para o piloto da Alfa Romeo. Não queria ser a responsável por destruir as suas expectativas e muito menos dar falsas esperanças.
– É o meu nome – ele murmurou, rindo fraco em uma tentativa de diminuir o clima que pareceu ter ficado pesado.
– Eu não posso afirmar com cem por cento de certeza sobre assuntos da minha vida, imagine da vida da Louise... – Riu. – Ela me parece estar feliz com o Checo, apesar das dúvidas da relação, mas há a distância entre eles. Nenhum dos dois quer abrir mão do seu país...
– Eu abriria mão de qualquer lugar por ela.
teve vontade de soltar um "aw" ao ouvir a frase, mas acabou deixando apenas um sorriso em seu rosto, boba com a frase. Não queria confundir a amiga, mas era certo que ela saberia sobre a frase de Bottas.
– O que eu posso dizer é, se você acha que pode fazer dar certo, não desista. Porém, tenha em mente que ela está com o Checo agora. – Sorriu na direção dele e Valtteri concordou com a cabeça.
– Certo... Obrigado, . –Sorriu. – Acho que eu vou continuar como eu sempre estive, apenas aqui para ela como um amigo, sabe...
– Sim, deixe o destino seguir o seu curso...
– Ele adora nos pregar peças, não é?
– Olhe para o e eu. – Soltou uma nova risada, balançando os ombros. – Quem diria, não é mesmo?
– Mas eu acho que todos nós imaginávamos que algo podia acontecer... O tanto que vocês falavam mal um da equipe do outro, isso não podia ser normal. – O finlandês soltou uma risada, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Você parecia que iria matar ele depois do incidente em Silverstone.
– Eu adoro esse discurso de vocês que aquele lance foi um incidente. – Foi a vez dela rir. – Mas, é, eu acho que, em alguns momentos, a gente deixou bem na cara que algo estava acontecendo.
– Isso acontece... A gente fica tão apaixonado que passa a não se importar se os outros vejam. – Balançou os ombros. – Enfim, era isso que eu tinha para falar com você, . Se você quiser escolher um lado para ajudar, espero que seja o meu, sabe...
– Valtteri, eu escolho o lado que é melhor para a Louise. – Sorriu na direção dele, que concordou com a cabeça antes de se afastar. riu, buscando o celular outra vez e abrindo o aplicativo de mensagens para enviar uma para a amiga o mais rápido que conseguisse.
Precisava que a ruiva soubesse que Bottas ainda parecia estar gostando dela e pronto para não desistir de tê-la — o que ela achou fofo. Deus, precisava contar para ela sobre a frase de que ele abriria mão de tudo por ela.
– O que você tanto sorri para o celular? – A voz de fez com que ela se sobressaltasse e soltasse uma risada fraca.
– Estou rindo porque a Louise está ferrada – murmurou, colocando o braço sobre a coxa do austríaco, já que ele havia se sentado no braço do sofá ao seu lado. – Valtteri veio perguntar sobre ela e dizer que ainda gosta dela.
– Mas, ela não está com o Pérez? – O austríaco uniu as sobrancelhas. – Está um pouco difícil acompanhar a vida amorosa da Louise...
– Está, mas eles vão ter que lidar com a distância. Lembra que eu te falei sobre isso? – Arqueou as sobrancelhas e ele concordou, lembrando que ela havia falado um pouco sobre a conversa que tivera com a amiga quando as duas saíram para tomar um café em Londres.
– Ele não quer sair do México e ela não quer sair da Inglaterra. – concordou com a cabeça e riu fraco. – Relacionamento é sobre ceder. Nem sempre você vai ter tudo o que quer, mas precisa abrir mão de algumas coisas para ver o outro feliz e vice-versa.
– Acho que eles ainda não perceberam isso, mas o Valtteri já disse que abriria mão por ela. – Deixou o celular sobre o colo outra vez, dividindo espaço com o brinquedo que a sobrinha de Lewis havia entregado para ela. – O que você conversava com os Hamilton?
– Sobre esse período afastado do Lewis, as chances de ele não voltar... – Balançou os ombros. – Você.
se engasgou com a própria saliva e girou o pescoço de forma rápida na direção de , com os olhos bem abertos em sinal de surpresa.
– Eu tinha ficado surpresa com a parte da aposentadoria do Lewis,mas… Vocês falaram sobre mim?
– Anthony Hamilton estava um pouco surpreso com a presença da chefe da Red Bull que falou mal do filho dele durante Silverstone. – balançou os ombros. – Eu expliquei que você não é mais chefe da RBR e Lewis disse que você se desculpou sobre o acontecido após a corrida.
– Ele me detesta, não é? – Arqueou as sobrancelhas, levando uma das mãos até a testa e soltando um suspiro. – Não que eu discorde, acho que eu também iria detestar alguém que falasse mal do meu filho...
– Ele não detesta você. – balançou os ombros, curvando o corpo para depositar um beijo em sua testa enquanto a loira soltava uma risada completamente desacreditada. – Nem a Carmen detesta você, e olha que não existe ninguém que defenda mais Lewis Hamilton do que a mãe dele.
– Achei que você ganhasse dela nesse quesito – brincou, fazendo com que o austríaco balançasse a cabeça enquanto ela ria.
– Obrigada por segurar. – A voz infantil fez com que retirasse os olhos de e encontrasse a sobrinha de Lewis à sua frente de novo. – Oliver queria brincar de pega-pega e eu não conseguia pegar ele com o unicórnio na mão.
– Você conseguiu pegar ele?
– Sim, eu peguei ele duas vezes... Mas ele me ganhou!
– Nossa, vocês são realmente bons nessa brincadeira – murmurou em meio a uma risada, vendo a menina de cabelos loiros concordar com a cabeça. – E agora vocês vão brincar de quê?
– Tio Lewis prometeu que lutaria karatê comigo quando todos fossem embora... – Ela girou o corpo, ficando de costas para o sofá e olhando ao redor antes de voltar a olhar para . – Agora só tem você, o seu namorado e a tia Angel... Acho que ele vai querer lutar comigo!
– Uau, você luta karatê! sorriu, maravilhada com a informação, e bateu palmas com as pontas dos dedos. – Isso é demais.
– Sim, a mamãe diz que eu tenho que saber me defender. – Ela balançou os ombros em meio a uma risada fraca. – E, no meu próximo aniversário, eu vou ganhar um kart.
– Você gosta de corridas?
– Eu gosto de ver o meu tio ganhar. – riu com a resposta, ainda mais porque aquilo acontecia com muita frequência. Então, a menina deveria amar as corridas. – Você gosta de corridas?
– Eu amo! – Sorriu de forma espontânea. – Eu fui a chefe da equipe campeã no ano passado, sabia? – Arqueou as sobrancelhas, e a pequena balançou a cabeça de um lado para o outro.
– Você ganhou do tio Lewis?
– E do tio . – Desviou o corpo para o lado, apontando para o austríaco sentado atrás de si, que estava apenas maravilhado com a forma como estava conversando com a sobrinha de Hamilton.
Ele sempre adorava vê-la interagindo com crianças, porque fazia o sentimento dentro dele prosperar ainda mais. Era como se o futuro pudesse estar bem diante dos seus olhos e ele adorava isso.
– Isso é muito legal! – A pequena sorriu, erguendo os braços para comemorar e fazendo com que risse junto com ela. – Mas você não pilota, né?
– Não, mas você pode pilotar, se você quiser. – balançou os ombros. – Precisamos de mais meninas no esporte.
A menina balançou a cabeça e, logo, o irmão mais velho se aproximou para chamá-la para brincar. Ela se despediu de com um aceno e saiu em disparada na companhia de Oliver, fazendo com que a loira risse antes de girar o pescoço na direção do namorado.
Não havia reparado antes, mas, com a fala da sobrinha do aniversariante, percebeu que a maioria dos convidados já haviam ido embora, e talvez fosse o momento certo para ela e irem também.
– O que foi? – perguntou, curiosa ao notar que os olhos castanhos dele estavam fixos nela e possuíam um brilho que ela não conseguia decifrar.
soltou uma risada nasalada antes de balançar a cabeça de um lado para o outro e aproximar o rosto do de para devolver a pergunta:
– Tem certeza que não está pronta para ter filhos? – O sorriso que estava presente no rosto dele fez com que um arrepio percorresse o corpo da loira, e ela fechou os olhos por alguns segundos.
... – O nome dele saiu dos seus lábios como uma forma de repreensão, e ele optou por balançar os ombros antes de beijá-la nos lábios de forma casta, como se dissesse que o tópico estava encerrado.
se sentiu contente com isso, muito embora o bichinho seguisse dentro de sua mente. Já havia pensado muito em maternidade no início do seu casamento, mas como o ex-marido sempre detestou a ideia, ela passou a detestá-la também.
Depois, com o foco em sua vida profissional, a maternidade deixou ainda mais de ser um desejo e passou a ser algo que ela sempre quis evitar. Em todos os seus planos de vida, ter um filho não estava presente neles, e, mesmo sem perceber, ela já havia escolhido ter uma carreira antes da remota possibilidade de ter um bebê.
Se fosse para algum dia ter um bebê, ela precisaria se sentir segura em sua carreira para conseguir se sentir bem em relação a isso. E, no momento, com a sua busca para o que seguir, ela não se sentia pronta e muito menos queria ter um filho — por mais que o seu inconsciente a fizesse pensar na fofura que seria ter uma criança que fosse uma mistura dela com correndo pela casa.

🏎🏆✨


– Então, hoje as surpresas serão todas por sua conta? – questionou após beijar os lábios da namorada, em agradecimento à bela mesa de café da manhã que estava posta na varanda da suíte em que os dois estavam hospedados.
Ele havia acabado de sair do banho, estranhando o fato da loira ter recusado diversas vezes os convites para se juntar a ele, mas, quando saiu, já de roupão, ele entendeu o motivo da atitude dela.
– Teoricamente, é na sua conta. – Sorriu de forma maliciosa e arqueou as sobrancelhas, sem entender a resposta. – A reserva é no seu nome.
A risada do austríaco fez com que ela risse também e, logo, os braços dele a envolveram, fazendo com que suas costas batessem levemente em seu peito.
– Bom, nesse caso, eu posso cobrar de você, não é? – sentiu um arrepio percorrer o seu corpo ao ouvir a frase do austríaco bem próxima ao seu ouvido e, em seguida, os lábios dele sendo postos na curva de seu pescoço.
– Merda, ... – murmurou, arfando ao sentir a mão do austríaco entrar levemente por debaixo do tecido do seu robe, indo de encontro com a sua pele quente.
– Não gosta? – provocou, afastando os lábios da pele dela apenas o suficiente para que pudesse falar, e subindo a mão em direção a calcinha da mulher que, em compensação, levantou a mão e a levou para trás, colocando-a na nuca dele.
– Você sabe que eu gosto... – Mordeu o lábio inferior ao sentir dois dedos do austríaco passarem por sua intimidade e fechou os olhos com força. – Mas, eu tinha planos para o dia de hoje...
riu contra o pescoço dela, movimentando os dedos em círculos sobre o seu ponto de prazer e fazendo com que um gemido escapasse pelos lábios da loira enquanto seus quadris começavam a se mexer de forma involuntária em busca de mais contato.
– Algum deles envolve nós dois em uma cama? – questionou, aumentando os movimentos de seus dedos e rindo contra o pescoço dela outra vez ao perceber que não receberia nenhuma resposta. Diminuiu os movimentos para que pudesse chamar a sua atenção e abriu os olhos, virando o rosto para o lado para olhá-lo. – É melhor me responder com palavras ou paramos por aqui... – Sorriu, afastando-se do pescoço dela. – Qual era o seu plano para hoje?
piscou algumas vezes, tentando se lembrar do que havia acordado com a assistente de , mas tudo que tinha em sua mente naquele momento era arrancar as próprias roupas e deixar que ele a fizesse dele mais uma vez, como ela tanto gostava.
... – O nome saiu como um aviso e a loira respirou fundo, começando a sentir a mão dele se retirar de dentro de sua calcinha. Apressou-se em segurar o pulso do austríaco com toda a força que tinha no corpo e focou seus olhos nele, lembrando-se de como falar.
– A droga do meu plano era irmos para alto mar – murmurou com a voz sôfrega. – Iríamos reviver o que fizemos quando estávamos no Grande Prêmio de Mônaco...
– Hm. – estalou a língua no céu da boca, soltando uma risada fraca ao se lembrar que, naquele fim de semana, ele havia se aberto para e descoberto um pouco da vida dela, já que ela ainda era resistente à ideia dos dois serem um casal.
Ele se lembrava perfeitamente que haviam celebrado o fato de ela não sair da cabeça dele havia um ano naquele fim de semana.
– Por favor – pediu em um fino de voz, forçando a mão dele contra o seu quadril, e soltou uma risada fraca, voltando a afundar o rosto no pescoço dela.
– Confesso que eu gostei mais da ideia de te foder em alto mar… – murmurou, retirando a mão de dentro da calcinha dela, e arfou, incrédula com a atitude dele.
– Eu não acredito nisso, ! – ralhou em um tom de voz mais alto, extremamente frustrada, ao vê-lo seguir em direção ao armário do quarto com um sorriso sacana nos lábios.
– Foi você mesma quem disse que tínhamos planos para o dia de hoje... Eu estou apenas seguindo o que você me disse, schatzi.
bufou, contrariada e frustrada, enquanto puxava a cadeira para se sentar à mesa de café da manhã posta, e, sem nem mesmo esperar pelo austríaco, começou a se servir. O seu rosto demonstrava o mau humor instalado, mas ainda tinha um sorriso nos lábios quando se aproximou, já devidamente vestido.
– Quando estivermos em Viena, você vai provar um típico café da manhã alemão – murmurou enquanto se servia de uma xícara com café e leite zero lactose, enquanto a loira apenas deu ombros, ainda chateada demais para falar alguma coisa. – Vai provar um pumpernickel com ovos, manteiga e sal.
Ele soltou uma risada fraca ao perceber que ela tentava fugir ao máximo de seu olhar, dando goles em seu café com o rosto virado para a vista da varanda. Era claro que ela não estava chateada, mas estava brava o suficiente por ter sido deixada daquela forma.
– Vai me deixar no tratamento silencioso? – Arqueou as sobrancelhas antes de levar sua xícara de café até os lábios, e deixou a sua sobre a mesa, girando o corpo sobre a cadeira para encará-lo.
– Eu deveria era deixar você na mão pelo resto do dia – ralhou com raiva, fazendo com que ele soltasse uma risada fraca enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro.
– Uma pena, porque eu também tenho algumas surpresas para hoje... – A loira arregalou os olhos, surpresa com o comentário dele, deixando o seu croissant de lado para que pudesse encará-lo. – O que foi?
– É o seu aniversário, eu que deveria surpreendê-lo.
– Há uma regra para isso? – indagou, divertido e rolou os olhos. – Você planejou algo para amanhã?
– Pensei em ir almoçar juntos... A Jessica disse que o voo para Viena estava agendado para a parte da noite. – balançou os ombros. – O que você quer fazer amanhã?
– Pensei em darmos uma volta por Monte Carlo. O que você acha?
– Me parece uma boa ideia. – sorriu, balançando os ombros. – Eu só conheço de Mônaco o que vemos quando estamos em um fim de semana de corrida.
– Não há muito para ver, mas é a Côte d'Azur e estaremos dentro de uma Mercedes. – piscou na direção dela, soltando uma risada fraca.
– Então, você escolhe o lugar para o jantar, tudo bem?
– Eu posso me contentar com isso. – ele sorriu, balançando a cabeça e riu.
O resto do café da manhã transcorreu de forma tranquila entre risadas e beijos castos até que a loira decidiu que era hora de se arrumar. Seguiu para o banheiro, deixando o namorado a mesa enquanto tomava um banho e se preparava para o dia que teriam pela frente.

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– Eu preciso só dizer que é uma porcaria fazer uma surpresa para você... – murmurou enquanto os dois entravam no primeiro andar do iate e o austríaco soltou uma risada, jogando a cabeça para trás.
– Disse a mulher que fez com que um chefe internacional preparasse o nosso almoço e o enviasse para alto mar...
– Eu tive que me esforçar muito para ter essa ideia e mais ainda para convencer o Frantzen a isso...
– Como você sabia que Björn é um dos meus favoritos?
– Um bom mágico nunca revela os seus truques, . – piscou na direção dele, apontando a cama para que ele se sentasse e soltou uma risada fraca, balançando a cabeça de um lado para o outro antes de obedecer ao comando dela.
– Bom, você se superou nessa surpresa, se quer saber...
– Ótimo, porque eu fiquei pensando no que eu poderia dar para um homem que já tem tudo. – O austríaco inclinou a cabeça, projetando os lábios para frente antes de murmurar:
– Eu não tenho tudo.
– Não seja modesto, . – riu, caminhando em direção a bolsa que havia levado consigo para o dia e ele balançou os ombros. – Me diga algo que você não tem.
– Eu não tenho o oitavo título de Construtores. – Ele balançou os ombros e teve vontade de rolar os olhos.
– Algo pessoal, , que você ainda não tenha.
Ele parou para pensar por alguns segundos, mantendo os olhos presos nos dela até que surgiu em sua mente algo que ele não tinha e que era o que ele mais sonhava em ter.
– Eu ainda não tenho o seu sim.
– O meu sim? – uniu as sobrancelhas em sinal de confusão. – Pelo que eu me lembre, eu te disse sim no Brasil, quando você me pediu em namoro e me deu esse anel. – Ergueu a mão, exibindo a joia que não saía mais de seu dedo anelar desde o dia em que havia sido colocado lá.
– Você sabe que há dois sim em especial que eu mais espero ouvir de você...
– Talvez, quando você fizer a pergunta, poderá ouvir o que espera. – balançou os ombros, abaixando-se perto da bolsa para pegar o presente para o austríaco enquanto ele permanecia da mesma maneira de antes, completamente travado na posição anterior.
O anel que estava escondido na gaveta de seu escritório passou por sua mente e ele se arrependeu por não ter levado a peça para aquele fim de semana. Poderia ter sido o momento perfeito para fazer o pedido — e ele não iria se atrever a fazer sem ter um anel em mãos.
As coisas estavam fluindo tão naturalmente com que às vezes ele se assustava com a forma tranquila que ela respondia às suas investidas quanto a vida a dois porque, anteriormente, ela teria desconversado, ou o colocado para correr.
Mas, não.
Agora, ela embarcava nas ideias dele ou deixava claro o momento em que ela queria que aquilo acontecesse. Estar dessa forma com a loira era algo que ele sempre havia buscado, mas ainda era diferente vivenciar aquela realidade — não que estivesse reclamando porque adorava ter dessa forma.
– De qualquer forma, aqui está o seu presente. – sorriu, esticando a sacola na direção do austríaco e fazendo com que ele saísse dos próprios pensamentos.
esticou o corpo para frente para que pudesse beijar os lábios da namorada em agradecimento enquanto ela se sentava para assisti-lo abrir o presente. Havia passado boas horas pensando no que poderia dar de presente para o austríaco — considerando que ele possuía condições para comprar tudo o que bem quisesse.
O assistiu, mordendo o lábio inferior em expectativa e sorriu ao ver o relógio prateado. O analisou por alguns instantes antes de colocá-lo no pulso e virou o rosto na direção de , sorrindo e mostrando como a peça havia ficado.
– Se você olhar com atenção, vai ver que dentro, tem as suas iniciais. – murmurou, balançando os ombros e concordou com a cabeça, sorrindo ao ver o TCW no fundo do relógio. – É algo simples, mas...
– Eu adorei, . – a cortou, com uma sorriso no rosto e esticou-se para frente outra vez para que pudesse beijá-la mais uma vez. – É um ótimo presente. – murmurou ao romper o beijo, mantendo a testa próxima a dela. – Obrigado.
sorriu, voltando a beijá-lo e jogando o corpo contra o de , fazendo com que ele se esticasse sobre a cama. De forma apressada, e sem retirar os lábios dos dele, ela atirou a sacola do relógio em um canto qualquer do quarto, aprofundando o beijo no namorado.
sorriu entre os beijos, encostando-se nos travesseiros que estavam sobre a cama e levou as mãos para as pernas da loira, cobertas por uma saída de praia, a trazendo para o seu colo.
O beijo foi rompido quando a loira se sentou sobre o colo do austríaco, movimentando o quadril em círculos e fazendo com que ele apertasse os olhos em meio a uma risada fraca.
se apressou em retirar a saída de praia e parte de cima do biquíni que usava, fazendo com que um sorriso surgisse no rosto do austríaco quando ele voltou a abrir os olhos. Ela curvou o corpo sobre o dele, voltando a beijá-lo de forma apressada e deixando com que sua mão se embrenhasse entre os fios dos cabelos dele.
O homem sorriu antes de inverter as posições, deixando a loira deitada sobre a cama e se afastando por alguns segundos para que pudesse se livrar, de uma vez só e de forma apressada, das peças de roupa que ele usava antes de retornar para a cama.
Subiu os seus lábios até o pescoço da loira, traçando uma linha de beijos por todo o seu corpo, gastando alguns minutos em seus seios e seguindo por sua barriga até a barra da parte debaixo do biquíni que ela usava. A loira sorriu, sentindo o arrepio percorrer o seu corpo, ainda mais quando os seus olhos se encontraram com o de .
A calcinha praticamente escorreu por suas pernas e, logo, foi descartada também. afastou as pernas dela, colocando-se no meio e passou os dedos por sua intimidade, sorrindo fraco ao ver a forma como ela apertou os lençóis e arqueou o corpo.
– Droga, . – riu, balançando a cabeça de um lado para o outro, antes de depositar um beijo em cada parte interna de suas coxas. – Cada vez que eu saboreio você, parece que eu me vício mais...
O fim do comentário fez com que um sorriso surgisse no rosto da loira e logo os dentes superiores tomaram conta do seu lábio inferior em uma tentativa de conter o gemido que quis escapar quando a língua de entrou em contato com a sua intimidade.
O austríaco intercalava os movimentos de sua língua, ora para cima e para baixo, e, em outros momentos; para os lados, fazendo com que ela apertasse cada vez mais os lençóis e que gemidos saíssem sem nenhum pudor por sua garganta.
Quando introduziu dois dedos em sua entrada, fechou os olhos com força, levando uma das mãos até os cabelos dele em uma tentativa de aliviar tamanho o prazer que sentia naquele momento proporcionado por ele.
retirou os lábios da intimidade da loira, ouvindo-a reclamar e soltando uma risada fraca antes de se ajeitar entre as pernas dela. Uma de suas mãos ergueram uma perna dela, a colocando próxima em seu ombro e introduziu o seu membro de uma vez só — fazendo com que ambos fechassem os olhos ao sentirem aquele momento em que ele a preenchia.
Os olhos de se conectaram aos de , não conseguiam se retirar dali. A forma como as pupilas dele estavam dilatadas e o brilho que existia nos olhos dele em pura luxúria por aquele momento, em ouro desejo por ela. A forma como ele entrava e saía de dentro dela, a preenchendo perfeitamente enquanto os gemidos escapavam pelos lábios dela, assim como as palavras sussurradas que ajudavam a exalar todo o prazer que ela sentia.
segurou o rosto de com as duas mãos, sentindo o corpo começar a ficar fraco, ainda mais quando o polegar dele foi de encontro ao seu clítoris. Era tudo perfeito, tudo bom demais e a loira sentia que a qualquer momento iria cair de seu ápice, mas estava feliz.
– Eu te amo, . – murmurou em meio a um gemido enquanto continuava a se afundar dentro dela, sentindo um nó surgir em seu interior.
Ele curvou o corpo sobre o dela, enterrando o rosto em seu pescoço e aproveitando para morder o local enquanto a preenchia por inteiro, ao mesmo momento em que sentia o corpo inteiro tremer em puro prazer.
Os dois voltaram de seus ápices devagar, o peso do corpo de sobre o da loira, fazendo com que ela risse fraco enquanto uma de suas mãos passeavam pelas costas brancas dele, fazendo um singelo carinho com o seu dedo indicador.
O silêncio não era algo incômodo, mas era a forma que eles tinham para se recuperar e para aproveitar um pouco mais o momento que eles tinham vivido. Era como se quisessem aproveitar por mais tempo o momento em que estavam como se fossem um só e ambos amavam isso.

🏎🏆✨


O restante segundo dia em Mônaco havia sido aproveitado totalmente no iate de . Apesar do clima não estar quente no país, os dois ainda puderam aproveitar um pouco do sol e momentos juntos até o sol se pôr e eles retornarem para o hotel para que pudessem aproveitar um jantar à noite.
No segundo dia, a surpresa era por parte de , apenas porque ele não podia se conter. Queria sempre mostrar a o quanto ela era importante em sua vida, o quanto ele a amava. Não tinha receio nenhum em demonstrar os seus sentimentos por ela e queria fazê-lo mesmo que, teoricamente, a data importante fosse o aniversário dele.
O austríaco resolveu buscar a sua Mercedes-Benz 300 SL. Um modelo clássico e que ele não havia levado de volta para a Inglaterra, mas deixado em Mônaco para usar em algum momento que ele julgasse ser especial.
Além disso, ele decidiu que, ao invés de almoçar, os dois jantariam juntos em um dos seus restaurantes favoritos no país, de um dos chefes de cozinha mais renomados. Se era para celebrar o aniversário dele, por mais que detestasse, faria algo que gostasse.
O sol estava se pondo, deixando o céu com o alaranjado típico do horário se misturando ao azul que havia predominado durante o dia inteiro. tinha os braços de ao redor de sua cintura e podia sentir a respiração dele em seus cabelos enquanto sua atenção estava no celular que tinha em mãos com a câmera ativada para conseguir registrar aquele momento simples, mas puramente especial.
– Podemos tirar uma foto? – perguntou, girando o pescoço e olhando para cima para que pudesse encarar o rosto do austríaco que arregalou os olhos em surpresa com a pergunta.
– Uma foto?
– É. – sorriu. – Pelo que eu me lembro, a gente não tem uma foto nossa.
– Eu não sou o maior fã de selfies... – riu fraco e a loira teve vontade de rolar os olhos com o comentário, mas decidiu apenas ignorá-lo e apertou na tela do celular para que a câmera frontal fosse ativada antes de erguer um pouco o braço para que conseguisse encaixar o seu rosto e o de .
A luz batia um pouco sobre o rosto dos dois e fez com que fosse um pouco difícil para ambos ficar com os olhos totalmente abertos diante da câmera, mas os sorrisos foram os mais largos possíveis. O polegar da loira tocou no botão branco na tela repetidas vezes para que conseguisse tirar um número considerável de fotos –– porque era assim que ela fazia para encontrar uma do seu agrado.
se afastou um pouco da parte de trás do corpo dela, girando o rosto e depositando um beijo em sua bochecha, já cansado das fotos. riu, abaixando o braço e trazendo o celular para perto do rosto para que pudesse ver as fotos que havia feito.
– Podemos ir? – encarou que ainda tinha a atenção no celular, passando as imagens pela tela para checar se estavam boas. – Temos uma reserva e não podemos nos atrasar...
– Certo, certo. – riu, levantando o rosto e girando o corpo para que pudessem voltar para o carro. – O que você pensa sobre eu postar uma foto dessas que tiramos?
– Postar?
– É, no meu Instagram. – sorriu, animando-se com a ideia e o namorado balançou os ombros de um lado para o outro.
A parte de assumir a relação não era um tópico muito abordado pelos dois, mas, recentemente, a loira havia dito que estava pronta para que o mundo soubesse sobre os dois. Acontece que o austríaco havia pensado que ainda levaria algum tempo para que isso acontecesse.
Era surpreendente ver tão segura de si e da relação que os dois tinham. Isso fazia com que seu coração não só batesse mais forte, como também ficasse imensamente feliz porque era tudo o que ele sempre buscou para os dois.
– Schatzi, se você se sentir bem com isso, pode postar. – Sorriu na direção dela.
– É que isso vai tornar tudo real para o mundo... Eu penso também nas consequências. – Projetou os lábios para frente em um pequeno bico, antes de voltar a encarar o austríaco. – A frase que eles me disseram sobre representarmos duas marcas ainda está na minha cabeça. Quer dizer, eu não represento mais a Red Bull, mas ainda acho que pode ser algo prejudicial para você, como diretor da Mercedes...
caminhou na direção da loira, colocando as mãos em sua cintura e fazendo com que ela levantasse o rosto para o encarar. Ele levou uma das mãos para o rosto dela, encostando a palma em sua bochecha e projetando o corpo para frente para que unisse os lábios nos dela em um beijo delicado e carinhoso.
– A gente nunca vai saber das consequências se você não o fizer. – murmurou no exato momento em que ela reabria os olhos após o beijo e as irises azuis se voltaram em sua direção. – Agora, se você quer a minha aprovação ou algo do tipo, eu realmente preciso dizer que quero que o mundo inteiro saiba sobre nós? Achei que já tivesse deixado isso bem claro...
– Mas não te assusta pensar que isso, de alguma forma, possa se tornar algo prejudicial?
– Schatzi, eu já passei por coisas muito piores na Mercedes. – Riu, balançando os ombros e aproveitou para acariciar a cintura dela, antes de depositar um beijo em sua têmpora. – O máximo que vai acontecer são alguns burburinhos da imprensa, mas nada que um bom assessor não consiga lidar... Brad vai ter algum trabalho, mas vai tirar de letra.
suspirou, concordando com a cabeça e deixando seus ombros caírem. Estava contente com a própria ideia no início, embora os contras da situação pesassem sobre a sua mente, mas a forma como parecia animado com a ideia serviu para deixá-la um pouco mais tranquila.
encarou o seu relógio da ICW, percebendo que, se não saíssem logo, acabariam se atrasando para a reserva que ele havia feito em um de seus restaurantes favoritos em Monte Carlo.
– Se a gente não for agora, iremos nos atrasar...
– Tudo bem. – Sorriu, deixando as ideias de lado. Poderia postar a foto em um outro momento, iria aproveitar o momento que estava tendo com o namorado.
se apressou, dando a volta na Mercedes 300 SL prateada em que as portas abriam para cima e sorriu ao perceber que a luz do sol se pondo iluminava perfeitamente o carro que havia a deixado boquiaberta quando viu estacionado na porta do hotel em que estavam hospedados.
– Espera só um minuto! – pediu, retornando para a frente do carro e se posicionando de uma forma que pegasse o austríaco dentro do mesmo. A loira se agachou, encostando um joelho no chão e voltou o celular para o carro, ativando a câmera e fazendo um registro do namorado.
pareceu não ter ouvido o pedido dela, porque não olhou para a foto sendo tirada, o que a deixou ainda mais natural e ela adorou o resultado. Se levantou do chão, correndo em direção ao carro para que pudesse mostrar a foto para ele analisar.
– Acho que, ao invés de postar uma foto nossa, eu vou postar essa...
– Uma foto minha?
– Não dá para exatamente ver o seu rosto, – riu fraco – mas, sim, uma foto sua.
– Pelo menos, as pessoas vão saber que agora você tem bom gosto. – Balançou os ombros. – Está na companhia de alguém que tem uma Mercedes-Benz 300 SL.
– Uma mulher de sorte, não é mesmo? – Sorriu, esticando-se para depositar um beijo em sua bochecha antes de retornar para o banco do passageiro.
Enquanto começava a movimentar o veículo para seguir para o restaurante, ela acessava o Instagram para que pudesse publicar a foto que havia tirado dele. Pensou por alguns minutos em uma legenda, decidindo que, talvez fosse melhor desejar um feliz aniversário para ele.
Era simples, uma mensagem curta, mas que para ela e para ele era um grande passo sendo dado. Um passo que já os deixava orgulhosos do quanto haviam caminhado e que mostrava para o mundo o amor que partilhavam.

🏎🏆✨


despertou um pouco antes das seis. Ainda tentou dormir por mais algumas horas, mas não conseguiu e decidiu que era melhor se levantar da cama do que acordar porque já se sentia entediada — por melhor que fosse a visão de tê-lo adormecido ao seu lado.
Afastou as cobertas com cuidado, fugindo do braço dele sobre o seu corpo devagar, para que ele não fosse despertado do sono tranquilo que parecia estar tendo, e seguiu para o banheiro para tomar um banho.
Devidamente vestida, voltou ao quarto para buscar o celular e desceu as escadas com cuidado, seguindo para a sala de estar enquanto olhava as suas mensagens e e-mails.
– Bom dia, . – A voz de Ülla fez com que ela se sobressaltasse e a mais velha riu fraco, pedindo desculpas pelo susto.
– Bom dia, Ülla. – Sorriu. – Está preparando o café?
– Na verdade, eu vou ao centro para comprar algumas coisas para o café... – Balançou a cabeça. – A Stephanie ligou para avisar que iria passar aqui para deixar a Rosa.
– Eu estava respondendo a mensagem dela. – Riu, balançando o celular que tinha em mãos. – me disse que queria que eu provasse um café da manhã típico. Algo com um pumper...
– Pumpernickel! – pronunciou a palavra, fazendo com que a loira concordasse com a cabeça. – É um pão típico alemão. Eu posso comprar no mercado...
Antes que pudesse concordar com a ideia, a campainha tocou e as duas dirigiram o olhar até a porta até que decidiu ir atender, esperando que fossem Stephanie e Rosa.
– Bom dia! – sorriu ao se deparar com as duas do outro lado da porta e Rosa deu um braço para frente para que pudesse abraçar a sua cintura. – Oi, Rosa! Como você está?
– Eu estou bem, , e você? Eu queria ter vindo para cá ontem, mas a mamãe não deixou. – projetou os lábios para frente em um bico, fazendo com que ela soltasse uma risada fraca.
– Eu disse que eles estariam cansados da viagem. Fora que seu pai disse que ficaria alguns dias por aqui...
– Ele sempre diz e volta para a Inglaterra. – Balançou os ombros e lançou um sorriso triste na direção da menina.
– Mas, dessa vez, vamos ficar uns dias por aqui. Eu me lembro bem que tínhamos prometido ir andar de kart, não é?
– Sim! – a forma como o semblante da menina se alterou fez com que as duas mulheres rissem e Stephanie agradeceu a por aquilo. – Podemos ir amanhã?
– Claro! Vamos ver com o seu pai se ele conhece algum lugar para que a gente possa ir... – sorriu. – Onde está o Ben?
– Disse que virá mais tarde porque precisava ir à casa da Mayla... – Balançou os ombros. – está trabalhando?
– Ele está dormindo. – Riu, dando passagem para que as duas entrassem na casa e fechando a porta. – Eu estava pensando em ir acompanhar a Ülla até o mercado.
– A gente pode comprar coisas para decorar a casa! – Rosa ergueu os braços, sorrindo na direção de .
– Essa é uma ótima ideia, Rosa. – Sorriu. – Quer nos acompanhar?
– Eu tenho um compromisso agora...
– Vamos, mamãe! – Rosa sorriu para a mulher e Stephanie soltou uma risada fraca antes de balançar a cabeça, soltando um suspiro. – Por favor.
– Tudo bem... Eu vou ligar para o Ärhus para avisar que vou sair com vocês. – sorriu na direção das duas e concordou com a cabeça.
– Ülla, nós vamos ao centro. – avisou, procurando pela chave da Mercedes de , já que ele havia dito que ela podia usar o carro em Oxfordshire, poderia usá-lo em Viena também. – Se o acordar antes da gente voltar, diga que saímos no carro dele.
A governanta concordou com a cabeça e seguiu, junto com Rosa e Stephanie, até a garagem da casa para que pudessem sair com o carro.
, você sabe falar alemão? – Rosa perguntou, ajeitando-se no banco de trás e a loira soltou uma risada, balançando a cabeça de um lado para o outro.
– Não... Quando eu estive aqui pela primeira vez, você falou uma frase para mim em alemão e eu não entendi nada. – Riu, encarando pelo espelho retrovisor do meio do carro. – Você quer me ensinar?
– Não dê ideias, ... – Stephanie murmurou baixo, fazendo com que a loira risse ainda mais.
– Sim, eu posso te ensinar alemão! – a pequena sorriu, batendo palmas animada. – Você pode começar aprendendo a falar "feliz aniversário".
– Ótimo! – Sorriu. – Como eu digo feliz aniversário em alemão?
Alles Gute zum Geburtstag.
– Como é? – Soltou uma risada alta, fazendo com que as duas austríacas rissem ao seu lado também e Rosa repetiu a frase devagar para que a loira conseguisse entender exatamente como era a pronúncia.
A cena se assemelhava a quando, em Friends, Phoebe tentava ensinar Joey a falar francês. Quando Rosa e Stephanie pronunciam as palavras separadas, conseguia repetir, mas, quando falava a frase inteira, saía completamente diferente — o que causava risada das duas e as fazia retornar para o início: repetir as palavras separadamente.

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detestava celebrar o seu aniversário. Não conseguia encontrar uma explicação plausível para alguém querer comemorar o fato de estar ficando mais velho. Um ano a menos de vida, por que comemorar isso?
Essa sua aversão a aniversários referia-se apenas ao seu. Quando se tratava dos aniversários dos filhos ou o de , além de se lembrar das datas, ele também fazia questão de comemorá-las, mas porque celebrava a presença de cada um em sua vida — o que mais importava mais para ele.
Entretanto, Rosa sempre gostava que ele comemorasse a data e, com a ajuda de Stephanie, ela sempre preparava algo para que o aniversário dele não passasse em branco. Dessa vez, a pequena tinha uma nova companhia e ajudante para preparar a celebração: .
Quando abriu os olhos, não encontrou a loira ao seu lado na cama e, a julgar pela forma que a parte dela na cama estava frio, fazia bastante tempo que ela já havia se levantado.
Após tomar um banho, vestir novas roupas e checar alguns de seus e-mails, o austríaco desceu a escada que levava para o primeiro andar, encontrando em sua cozinha: , Rosa, Stephanie e Ülla — o que fez com que ele soltasse uma risada divertida, antes de balançar a cabeça de um lado para o outro somente por imaginar o que as quatro poderiam estar fazendo reunidas.
– PAPAI! – Rosa foi a única a notar a presença dele e a primeira a correr para cumprimentá-lo. riu pela força que a menina se atirou sobre ele, conseguindo abraçar somente a sua cintura devido à diferença de altura entre ambos. – Feliz aniversário!
– Obrigado, querida. – Sorriu, curvando-se para que pudesse depositar um beijo no topo da cabeça da mais nova e afagou seus cabelos em um carinho singelo antes de voltar a ficar com o corpo ereto, soltando uma risada fraca ao perceber que as duas loiras o encaravam. – Eu não sei se eu fico feliz ou preocupado por ter vocês duas unidas dessa maneira...
– Recordando-se de como era com sua ex-esposa, se eu fosse você, eu ficaria aliviado. – Stephanie murmurou, balançando os ombros e assistindo o momento em que caminhava em direção a com um sorriso no rosto.
Alles Gute zum Geburtstag – disse, com o cenho franzido por estar com um pouco de receio de pronunciar a frase errada, depois de tanto ter treinado com Rosa mais cedo e o austríaco soltou uma risada ao ouvi-la tentar falar alemão.
– Obrigado, schatzi. – Envolveu um braço ao redor da cintura da loira, trazendo o seu corpo para mais próximo do dele e espalmou uma das mãos sobre a camisa verde escuro que ele usava para que pudessem selar os lábios em um beijo casto.
A mão de apertou com um pouco mais de força a cintura da loira e sua língua tentou pedir passagem para que pudesse aprofundar o beijo, mas ela se apressou para rompê-lo. Afastou-se dele com um leve sorriso no rosto e foi a vez de franzir as sobrancelhas, insatisfeito pelo curto beijo.
– Papai, eu estou ensinando alemão para a ! – Rosa disse com uma entonação de pura felicidade na voz, fazendo com que o mais velho arqueasse as sobrancelhas na direção da namorada enquanto ela procurava se afastar dele para que conseguisse controlar o próprio corpo.
– Estou ansioso para acompanhar essas aulas – murmurou em meio a uma risada enquanto a loira rolava os olhos e Stephanie se levantava para que pudesse cumprimentá-lo.
– Se eu já sofri para conseguir pronunciar uma frase, imagine para conseguir realmente manter uma conversa... – suspirou, causando risadas nos outros e apoiou as mãos na bancada da cozinha.
– No início é difícil, mas depois, quando começar a ficar mais tempo aqui em Viena, vai começar a sair naturalmente... Quando você perceber, estará falando alemão. – Stephanie disse para a loira, balançando os ombros e prendeu a sua atenção na parte da frase que ela passaria mais tempo em Viena. Um sorriso fraco surgiu em seus lábios pela forma como todos ao seu redor tratavam do seu futuro com como algo comum e balançou a cabeça, concordando com a frase dela.
– Já tomou café? – indagou, encarando que negou com a cabeça. – Eu nem vi você sair da cama...
– Eu fui ao centro com a Rosa e a Ste para comprar as coisas para o café. – Balançou os ombros. – Eu falei para a Ülla que você queria me apresentar a um típico café da manhã austríaco.
disse que nunca provou Pumpernickels! – Rosa murmurou na direção do pai, ainda em choque pela informação e ele deu risada.
– Um verdadeiro absurdo a ex-chefe de uma equipe austríaca falar que nunca comeu algo tão típico... – Balançou a cabeça de um lado para o outro e a loira rolou os olhos. – Ste vai nos acompanhar no café da manhã?
– Eu adoraria, mas eu tenho um compromisso agora... – Balançou os ombros. – Eu disse ao Ärhus que eu viria aqui bem rápido e – encarou o relógio que tinha em seu pulso esquerdo. – estou aqui há quase uma hora.
– Nos vemos mais tarde! – se despediu da loira, que foi acompanhada até a porta pela filha, enquanto o casal seguia para a sala de jantar, já que Ülla já havia terminado de preparar a mesa do café.
seguia para se sentar em uma das cadeiras quando sentiu seu corpo ser puxado para trás e, logo, chocar-se com a parede. Ela arfou, levemente surpresa com o movimento, e, em questão de segundos, sentiu os lábios de sobre os seus em um beijo completamente diferente do que havia sido dado há minutos.
As suas mãos foram parar no pescoço do austríaco, encaixando-se perfeitamente no espaço e arranhando levemente o local enquanto aproveitava para pressionar mais o próprio corpo contra o dele, forçando a mulher contra a parede.
O beijo foi rompido de forma lenta, e, ainda que pudesse ver que os lábios de estavam vermelhos devidos a intensidade, iguais aos seus, provavelmente, traçou uma linha de beijos pelo maxilar da loira, descendo por seu pescoço e a sentindo se contorcer levemente sobre o seu toque.
... – A voz saiu mais como um gemido do que como uma repreensão, devido ao fato de estarem no meio da sala de jantar, e ele não se importou com isso –– e nem com o aperto mais forte que ela deu em seus cabelos, tentando chamar a sua atenção.
Da porta que separava o ambiente da sala de estar com a outra, Ülla viu o momento íntimo do casal e decidiu não os interromper, girando sobre os calcanhares para retornar para a cozinha.
se afastou do pescoço de após ouvi-la arfar com uma mordida que havia sido deixada no local e aproveitou para tomar os lábios dela nos seus mais uma vez, de forma lenta, saboreando o máximo que podia e aproveitando para deixar as suas mãos passearem pelo corpo dela.
– Isso é um cumprimento para um aniversariante, – murmurou após encerrar o longo beijo, selando os lábios nos dela outra vez antes de se afastar para se sentar à mesa.
A loira soltou uma risada, sentindo o corpo praticamente ferver, e balançou a cabeça de um lado para o outro, arrumando um pouco a blusa que havia saído do lugar sob o olhar atento do austríaco –– que a fazia querer arrancar as roupas que usava. Porém, a voz de Rosa a lembrou que aquele ainda não era o momento.



Capítulo 6

encarou a própria figura no espelho para que pudesse analisar a roupa que havia escolhido, sentindo-se um pouco incerta não só em relação a sua escolha para o dia quanto a conhecer mais familiares e amigos de .
Fazia tempo que o seu estômago não rodava tanto daquela forma e que ela não se sentia tão nervosa, mas a realidade era que, quando ela se sentia dessa maneira, nada parecia bom o suficiente.
Uma parte de si tinha vontade de rir porque sabia que já era querida o suficiente por pessoas importantes da vida do austríaco e isso deveria ser o suficiente para fazê-la ficar tranquila, no entanto, não era o suficiente.
Duas batidas na porta foram ouvidas e arqueou as sobrancelhas, estranhando que o namorado não chamasse. Girou sob os calcanhares, saindo da frente do espelho, e seguindo para fora do closet, encontrando Benedict parado, ainda do lado de fora do quarto, com a porta entreaberta.
– Eu achei que fosse o seu pai... – disse, fazendo com que o menino soltasse uma risada fraca e balançasse aos ombros.
– Ele pediu para te chamar porque a vovó já chegou.
– Ótimo, diga que eu já vou descer. – o menino concordou com a cabeça e analisou a expressão em seu rosto por alguns segundos, questionando antes de ele se afastar. – Ben, está tudo bem com você?
– Está sim, .
– Sua expressão não está muito boa. – murmurou, o encarando com um sorriso leve nos lábios e o menino balançou os ombros outra vez, parecendo pensar no que responderia a loira. – Se quiser conversar...
– Agora não é o melhor momento, eu acho. – sorriu, coçando a nuca. – Mas, obrigado.
balançou a cabeça, sorrindo na direção do menino e ele se afastou da porta do quarto. Ela pode ouvir os passos dele na escada enquanto rumava de volta para o closet, parando ao perceber que, de dentro do quarto, conseguia ouvir as vozes dos convidados que já haviam chegado.
A janela da suíte ficava de frente para o jardim, onde ela havia decidido que era o melhor lugar da casa para que o jantar ocorresse. Apressou-se, nas pontas dos pés para chegar ao ponto de forma rápida, e seus olhos correram pelo vidro para tentar entender quem já estava por lá.
Ela jamais havia visto a mãe de ou alguém da família dele, que não fosse Benedict e Rosa — e até mesmo Stephanie —, o que a deixava um pouco nervosa. Tinha que se apegar ao fato de que, com toda a certeza, eles seriam muito mais fácil de lidar do que a sua família e isso era o suficiente para acalmá-la.
A loira retornou ao closet para que pudesse finalizar a sua maquiagem e aproveitou para se certificar quanto a sua roupa outra vez. O dia havia amanhecido um pouco nublado, devido ao inverno, o que fez com que ela escolhesse um suéter cor de rosa e uma saia xadrez, com uma meia calça por baixo para que pudesse se proteger da temperatura baixa.
buscou o celular sobre a bancada e deixou o closet, respirando fundo antes de deixar o quarto, no exato momento em que seu corpo bateu de frente com uma superfície mais alta que ela.
– Desculpe, querida. – murmurou em meio a uma risada, colocando as mãos nos ombros da loira e a impedindo de acabar caindo, fazendo com que ela risse. – Está tudo bem com você?
– Está. – riu, tirando algumas mechas de cabelo do rosto. – Eu estava terminando a maquiagem...
– Ben disse que você já estava pronta. Eu achei estranho a sua demora e vim te procurar. – balançou os ombros.
– Ele parece meio triste hoje. Você achou isso também?
– Stephanie disse que ele brigou com a namorada. – disse em um tom baixo e a loira concordou com a cabeça, sorrindo de leve. – Ele não quis falar nada, mas, quando o evento que vocês preparam, passar, eu vou falar com ele.
– Evento. – rolou os olhos. – Nós preparamos um jantar de aniversário para você, .
– Tem mais de cinquenta pessoas no meu jardim. Para mim, isso é um evento.
– Não seja exagerado. Nós não convidamos nem mesmo trinta pessoas. – balançou os ombros. – Benedict disse que a sua mãe já chegou...
– Sim, minha mãe e mais algumas pessoas da minha família. Somos bem poucos, na verdade. – sorriu. – Vamos descer?
– Claro! – concordou com a cabeça, segurando no braço do homem para que pudesse ficar na ponta dos pés, mesmo com os salto finos, para que pudesse depositar um beijo nos lábios dele. – Eu amo você!
– Eu amo você, schatzi. – sorriu, segurando em sua cintura. – E obrigado pelo evento.
A loira soltou uma risada antes de rolar os olhos outra vez e seguindo o austríaco para o primeiro andar da casa. Já na sala de estar, ela pode ver Rosa ao lado de duas meninas que não conhecia e o namorado apontou para as três.
– Aquelas são Ella e Sophie, minhas sobrinhas. – concordou com a cabeça, observando as meninas de cabelos escuros, diferente dos de Rosa.
– Elas são gêmeas? – indagou ao perceber a semelhança das duas e confirmou com a cabeça, dando um passo para o lado para que ela pudesse passar primeiro para o jardim.
– Elas são... Têm nove anos. – respondeu com um sorriso no rosto. – E tem o August, que é da idade do Benedict. – procurou o garoto pelo jardim, mas balançou a cabeça ao não encontrá-lo. – Deve estar por algum lugar...
concordou com a cabeça, seguindo com um pouco de cuidado atrás de , devido aos seus saltos finos no gramado da casa, percebendo que ele parou próximo a um grupo de pessoas, no qual ela apenas reconhecia Ärhus e Stephanie.
! Quanto tempo! – Stephanie murmurou de forma irônica, fazendo com que a loira soltasse uma risada divertida, abrindo os braços para abraçá-la. – Você conseguiu preparar uma bela festa, mesmo a distância...
está reclamando dizendo que isso é um evento. – fingiu rolar os olhos, ouvindo risadas da loira e cumprimentou o marido dela. – Ärhus, como vai?
– Estou bem, , e você? – sorriu, apertando a mão da inglesa. – Achei que você já tivesse imaginado que não dava para esperar pouca coisa dessa dupla.
– Bom, eu deixei claro que queria algo pequeno. – balançou os ombros, soltando o ar de uma forma divertida e fazendo com que os outros rissem. – , deixe-me apresentar... Essas são minha mãe, Marit, minha mãe; minha irmã, Ana; e meu cunhado, Marius.
Os olhos de recaíram sobre os três, de acordo com as apresentações de . A primeira era uma senhora de cabelos brancos, não tão alta quanto ele, mas ainda alguns bons centímetros maior que ela. Estava bem agasalhada e tinha um óculos sobre seu nariz, além de um olhar curioso na direção da loira.
A segunda, Ana, era extremamente parecida com , incluindo a altura, mas seus olhos esverdeados a diferenciavam do irmão. Ela tinha uma franja caída sobre os olhos e aparentava ter, aproximadamente, uns quarenta anos.
Marius, assim como a esposa, era alto e de cabelos escuros, não parecia ser tão jovem quanto ela, mas possuía um olhar carismático.
– É um prazer conhecê-los. – a loira sorriu, esticando a mão para que pudesse cumprimentar um a um e Ana foi a primeira a se manifestar verbalmente.
, ouvimos muito falar sobre você. – sorriu, cumprimentando a loira que franziu as sobrancelhas, olhando por alguns segundos para o homem ao seu lado na expectativa de que ele falasse alguma coisa, mas Ana se apressou em continuar: – Rosa não parou de falar sobre você!
– Eu acho que a Rosa está disputando com o quem gosta mais da ... – Ärhus murmurou, fazendo com que todos rissem outra vez e o chefe da Mercedes inclinou a cabeça para o lado, sabendo que ele ganhava aquela competição com muita folga.
– Ela adora o fato de a ser uma mulher no automobilismo. Se interessou bastante pelo esporte nos últimos meses... – Stephanie confessou, fazendo com que a inglesa arqueasse as sobrancelhas em surpresa.
– Por isso que ela quer tanto ir andar de kart... – murmurou em um tom baixo como se aquilo fizesse total sentido naquele momento e a mãe de Rosa concordou com a cabeça. – Rosa é uma menina muito especial.
– Não é porque é minha neta, mas eu preciso concordar. – Marit sorriu, balançando a cabeça na direção da loira. – É ótimo saber que ela está tendo uma nova inspiração para tentar outras coisas. Nessa idade, ela precisa mesmo explorar o mundo para descobrir o que faz o coração dela bater forte.
– Sim, temos que entender que, às vezes, eles não gostam de algo e, tempos depois, voltam a gostar. – Ärhus murmurou em meio a uma risada. – Ste já teve que lidar com a Rosa querendo sair do balé algumas vezes.
– Pense em uma criança que quer fazer mil atividades ao mesmo tempo... – a loira murmurou, balançando os ombros e todos soltaram risadas.
– Isso é bom para gastar a energia dela também. – Ana sorriu. – As meninas fazem bastante atividade durante o dia, além da escola, para que possam estar com menos energia quando chegam em casa.
– Isso também é um pouco de complexo nosso. – disse, fazendo com que os olhos se virassem para ele. – Queremos proporcionar para eles o que não tivemos na idade deles...
– E não há nada de errado nisso, desde que se consiga diferenciar que eles são diferentes de nós.
concordou com a cabeça, se mantendo em silêncio por não ter nenhuma experiência no assunto. Tanto em relação a sua infância quanto a sua vida, já que não tinha filhos.
– Não se preocupe, , você, certamente vai passar por essa experiência. – a loira murmurou para a outra com um sorriso leve no rosto e tentou conter um pouco a expressão de surpresa no rosto enquanto ria atrás de si.
– A família já vai aumentar? – Ana perguntou, encarando o casal com uma expressão de surpresas misturada com alegria em seus olhos, encarando o irmão com muita expectativa.
– Não. – se apressou em responder porque já imaginava que a namorada estava desconfortável o suficiente com o comentário de Ste. – Ainda não estamos pensando nisso.
teve vontade de rir pela forma como o austríaco mentiu na resposta porque, se existia alguém que pensava naquilo, era realmente ele, mas agradeceu por ele ter tomado a rédea para responder porque ela não tinha ideia de como fugir daquela pergunta sem ter a expressão de pânico no rosto.
– Bom, nós vamos cumprimentar outras pessoas... – anunciou, aproveitando para se afastar da família, que balançou a cabeça, compreendendo que existiam mais no local.
Ele colocou as mãos de cada lado da cintura da loira, a guiando pelo jardim e soltou o ar de forma pesada em meio a uma risada fraca enquanto ele caminhava para o seu lado.
– Desculpe por isso. – murmurou, balançando os ombros. – Acho que já percebeu de quem Rosa puxou o dom de falar demais...
– Eu nunca tive dúvida que esse dom havia vindo da Ste. – respondeu, soltando uma risada e parando de caminhar para que pudesse ficar de frente para . – Obrigado pela resposta também... Acho que eu não conseguiria me sair tão bem quanto você.
– Já são anos fugindo desse assunto... – balançou os ombros, como se aquilo não fosse nada importante e uniu as sobrancelhas em sinal de confusão com a resposta que ouviu.
Estava pronta para perguntar ao que ele se referia, porque a sua curiosidade havia sido aflorada, mas percebeu um casal desconhecido se aproximar e o homem colocar as duas mãos nos ombros do aniversariante, fazendo com que ele girasse o corpo para trás para reconhecê-lo e cumprimentá-lo.
Assim, ela teve que guardar a sua curiosidade para um outro momento, porque não era pertinente agora — já que, no instante seguinte, estava sendo apresentada para as duas pessoas que haviam se aproximado e engatado em uma conversa com a mulher sobre o tempo em Viena.

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Apesar do céu ter se mantido nublado e o clima não ser um dos melhores, não havia nenhum sinal de chuva, o que permitiu que o jantar ocorresse no extenso jardim da casa de .
estava sentada ao lado de à mesa. Do outro lado dela, estava Stephanie, e, do outro lado do aniversariante estava Rosa, que havia feito questão de se sentar próxima ao pai.
A loira observava um pouco a relação familiar dos e como eles eram completamente diferente das reuniões dos . Não só porque era um ambiente bem mais tranquilo, mas porque todos pareciam ser muito próximos um do outro.
E essa era uma das coisas que ela mais gostava do que o namorado era capaz de proporcionar, a chance de ter uma família que ela nunca teve. Achava divertido o fato de como se sentia tão naturalmente acolhida, mesmo sendo a primeira vez que estava no mesmo ambiente que a maioria daquelas pessoas.
– Já teve a oportunidade de conhecer alguma coisa de Viena, ? – Ana questionou quando a loira terminou de beber um gole de água e ela balançou a cabeça de um lado para o outro.
– É a segunda vez que eu estou aqui, fora de um fim de semana de corrida. – riu fraco. – Da outra vez, Rosa e Ste me levaram ao Prater e, ontem, fomos ao centro, mas não vi nada além disso.
– Eu não acredito que o está te mantendo trancada! – a mulher murmurou, fingindo estar brava com o irmão mais velho e rolou os olhos. – Até quando vocês ficam por aqui? Podemos sair para almoçar amanhã, o que você acha?
– Amanhã nós já temos uns planos antigos com o Benedict e a Rosa. – respondeu, fazendo com que Stephanie soltasse uma risada. – Prometemos que amanhã iremos andar de kart. Se quiser nos acompanhar...
– Eu passo esse passeio. – Ana soltou uma risada, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Mas, podemos passar o nosso almoço para sexta-feira. O que acha?
– Acho ótimo! – sorriu, balançando a cabeça. – Quer se juntar a nós, Stephanie?
– Oh, eu não quero parecer uma intrusa... – murmurou em meio a uma risada fraca.
– Óbvio que não será, Stephanie! – a morena balançou a mão, como se aquilo não fosse grande coisa. – Você é parte da família e nós vamos ter um dia das garotas.
riu com a frase da cunhada, virando o rosto para encarar a loira no momento em que sentiu a mão grande de sobre a sua coxa, atraindo a sua atenção e fazendo com que ela o encarasse, percebendo que ele estava com um sorriso leve nos lábios.
– Tudo bem? – questionou, notando que a loira chegou o corpo para frente para que pudesse ficar mais próxima do dele e ela concordou com a cabeça, depositando um beijo casto em seus lábios.
– Estou marcando um almoço com a Ana na sexta. – comentou, balançando os ombros e uma expressão de surpresa surgiu no rosto dele, sendo logo substituída por um sorriso por saber que ela estava sendo muito bem recebida por sua irmã. – Amanhã iremos para o kart com as crianças.
– Parece que você já organizou a nossa agenda dos próximos dias... – uniu as sobrancelhas em um sinal de confusão e aproximou um pouco mais o rosto do namorado para que ele pudesse ouvir a sua pergunta:
– Isso é ruim?
– Não, claro que não. – sorriu, balançando a cabeça de um lado para o outro e sentiu o alívio percorreu a sua espinha enquanto um sorriso tomava conta de seu rosto. – É só que amanhã eu precisarei voltar para a Inglaterra.
– Por que?
– Tenho uma reunião em Brackley. – balançou os ombros, buscando a mão da loira e atrasando até os seus lábios para depositar um beijo no dorso, antes de ter a sua atenção chamada por Benedict enquanto ela voltava para falar com Ana e Stephanie.
Não podia negar que havia ficado um pouco triste por descobrir que o austríaco retornaria para a Inglaterra no dia seguinte, mas decidiu não se preocupar com aquilo no momento. Estava tendo um momento tão bom que não se permitirá deixá-lo ser estragado.

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assistia, de longe, a forma como parecia se sentir bem à vontade em uma conversa com sua mãe, e não pôde deixar de sorrir com a cena, recordando-se do caos que havia sido quando conheceu a família da loira. Sem dúvida que, as duas ocasiões em que ela havia conhecido membros da família dele, haviam sido mil vezes mais tranquila e ela havia conseguido conquistar a todos.
Aliás, na cabeça dele, esse era um dos dons que a loira possuía: conseguir conquistar todos à sua volta. Era incrível como ela conseguia minguar entre as rodas de conversa, ainda que se sentisse um pouco desconfortável no início, mas ela sempre acabava de enturmando e tratando dos assuntos que eram pertinentes a pessoa.
– Olha, já fazia algum tempo que eu não via esse sorriso bobo no seu rosto... – a voz fez com que o austríaco girasse o corpo e se surpreendesse ao encontrar Birgit parada ao seu lado. – Feliz aniversário, !
– Birgit, eu não sabia que você viria! – Se aproximou para abarcá-la de forma desajeitada, e a mulher soltou uma risada fraca. – Como está? Onde estão as crianças?
– Rosa e as gêmeas já os pegaram. – Balançou os ombros, apontando para o interior da casa com o dedo polegar. – Eu estou bem e, ao que me parece, você também está, não é? Eu não menti quando falei do seu sorriso bobo.
– Bom, acho que você já me conhece a tempo suficiente para poder dizer isso com propriedade. – Foi a vez dele balançar os ombros em meio a uma risada fraca. – Aquela mulher ali, , tem feito os meus dias melhores.
– Eu imagino! Para te fazer dar um jantar desses para comemorar o seu aniversário, ela deve ser uma pessoa especial.
– Ela é – murmurou, virando a atenção para onde a loira estava e sorrindo quando os seus olhos pararam sobre ela. – Muito especial.
– É bom vê-lo feliz dessa maneira... Niki deve estar feliz por você também.
– Ele teria adorado conhecê-la! Ela me deu um grande trabalho para aceitar namorar comigo e eu acho que ele iria se divertir muito com essa história. – Riu, lembrando-se de forma saudosa do amigo e Birgit sorriu fraco. – E você, como está?
– Eu estou bem. – balançou a cabeça em sinal de confirmação com um sorriso no rosto. – Eu tenho focado no bem estar das crianças e no trabalho.
– Isso é ótimo. – sorriu animado. – Já tem alguma ideia de quando fará uma nova exposição? Eu adoraria levar a para ver algumas peças...
– Acho que apenas no meio do ano. – Deu os ombros. – Talvez você devesse levá-la até a galeria.
– É uma boa ideia. Acho que vamos ficar mais alguns dias por aqui, então, vou ver se consigo levá-la até a galeria.
– Me avise o dia para que eu possa estar por lá para recebê-los.
concordou com a cabeça, claro que avisaria para que pudesse ter a própria responsável pelas obras guiando uma apresentação por todas as suas obras.
– Eu sei que esse não é um bom momento para falar de negócios...
– Sempre é. – sorriu, arqueando a sobrancelha e a austríaca soltou uma risada, balançando a cabeça de um lado para o outro.
– Eu consegui uma pessoa para o seu projeto. Eu faço tratamento com ela em Londres desde quando o Niki faleceu e ela é uma excelente profissional.
– Você conversou sobre o projeto com ela? Disse qual era a minha ideia?
– Eu falei um pouco sobre porque quis deixar para você explicar tudo perfeitamente. – riu. – Ela ficou animada com a ideia porque é algo importante, considerando o momento que nós estamos vivendo.
– Sim, cada vez mais pessoas, especialmente jovens, sofrendo com problemas psicológicos. – estalou a língua no céu da boca e sorriu ao perceber que se aproximava por trás de Birgit. – Me passe o número dela para que eu entre em contato. Você disse que ela é de Londres?
– Claro que eu passo! – sorriu, abrindo a sua clucth para buscar o celular e abriu o braço, recebendo . A loira parou ao lado de seu corpo e ele colocou a mão em sua cintura, sentindo o braço dela rodear a sua cintura também, aproveitando para depositar um beijo rápido em sua têmpora. – Ela atende em Londres.
– Médico? – indagou, não aguentando a sua curiosidade e encarando o namorado que balançou a cabeça em sinal de confirmação.
– Psicóloga, porém não é para me consultar. – balançou os ombros, notando o olhar curioso da loira sobre si. – Para isso eu já tenho o meu psiquiatra.
se surpreendeu com a resposta, permanecendo com os olhos fixos em por mais alguns minutos e ele girou o rosto, sorrindo em sua direção antes de se virar na direção de Birgit.
– Birgit, deixe-me apresentar, essa é . – Gesticulou para a loira ao seu lado. – , essa é Birgit Lauda.
– Ah, a esposa do Niki! – A loira sorriu, reconhecendo o sobrenome da mulher e esticou a mão para que pudesse cumprimentá-la. – É um prazer conhecê-la, Birgit.
– Eu digo o mesmo, . – Sorriu. – Estava aqui dizendo ao como ele aparenta estar feliz e preciso parabenizá-la por isso também... Além de dar parabéns pelo sucesso na Red Bull na temporada passada!
– Obrigada. – Sorriu. – Quanto a felicidade dele, eu acho que é uma via de mão dupla. Ele também me faz imensamente feliz...
– Isso é fantástico. – Birgit sorriu. – É a melhor coisa encontrar alguém para se amar. concordou com a cabeça, apertando os dedos ao redor da cintura da e ela colocou a mão livre sobre a dele, balançando a cabeça na direção da artista plástica antes de virar a atenção para o amado outra vez.
– Eu vim chamá-lo para o parabéns. – O austríaco concordou com a cabeça, pedindo licença para Birgit e seguindo a sua amada em direção à mesa. – Sua mãe estava me contando várias histórias da sua infância...
– Espero que ela tenha contado as menos embaraçosas. – Balançou a cabeça de um lado para o outro. – É normal eu me sentir envergonhado com isso?
– É normal para um adolescente. – Balançou os ombros. – Mas ela não contou nada embaraçoso, quem fez isso foi a Ana.

– Desde pequenos, a Ana me faz ter cabelos brancos. – soltou uma risada, balançando a cabeça de um lado para o outro e parando próxima à mesa onde estava o bolo.
– Eu marquei de sair com ela e a Stephanie na sexta-feira – contou. – A sua irmã disse algo sobre você não me levar para conhecer a cidade.
– Ana e Stephanie juntas sempre foi algo que me causou um certo medo... As duas com você me causa calafrios. – Balançou os ombros, fazendo com que a loira rolasse os olhos. – Mas acredito que será um ótimo passeio, schatzi.
concordou com a cabeça, depositando um beijo rápido nos lábios de e ele aproveitou para rodear a sua cintura, a mantendo próxima ao seu corpo.
– Acho que eu devo agradecer por essa noite, não é?
– Seria bom escutar você dizendo que estava errado e que a festa foi uma ótima ideia... – Balançou os ombros, fingindo olhar para o alto e soltou uma risada contra o pescoço dela.
Já não podia mais negar que havia sido uma boa ideia. Se reunir com os seus familiares e alguns dos seus amigos próximos, ainda que para celebrar o seu aniversário, havia sido algo que ele tinha aproveitado bastante — já que quase não os via muito com toda a vida movimentada das corridas.
– Obrigado por essa festa, – murmurou, levando os lábios até os dela, tentando manter o controle para beijá-la de uma forma mais casta sob o olhar atento de alguns convidados.

🏎🏆✨

O sono de costumava ser muito leve e isso fazia com que ela despertasse com o mínimo de barulho no quarto. Assim, ela abriu os olhos ao ouvir o barulho do chuveiro e girou o corpo sobre a cama, encontrando lado de vazio.
Ela se movimentou, deitando sobre o travesseiro do austríaco e suspirando ao sentir o cheiro do perfume dele que estava impregnado no lençol, sorrindo fraco enquanto os seus olhos se fechavam, lutando um pouco contra o sono.
Cerca de quinze minutos depois, a loira voltou a abrir os olhos, encontrando já devidamente vestido e guardando algumas peças de roupa dentro de uma mala que estava na ponta da cama.
– Você realmente precisa ir? – perguntou enquanto se ajeitava, sentando-se sobre a cama e cruzando o braço sobre o peito.
A loira — junto com Rosa — já havia planejado o dia inteiro que eles teriam. Primeiro, iriam finalmente andar de kart e depois iriam aproveitar o dia no parque de diversões que haviam levado na primeira vez em que ela estivera por lá, o Prater.
Porém, com o anúncio da viagem repentina do austríaco, os planos pareciam ter ido todos por água abaixo e na cabeça da loira a lamentação de Rosa sobre ele "sempre prometer ficar mais tempo e ir embora" se fazia presente com força.
– É algo importante – murmurou em resposta, enquanto colocava mais uma peça de roupa dentro da mala.
– Mas você prometeu que iria andar de kart com as crianças e ir ao Prater hoje...
. – soltou uma risada fraca, voltando a erguer o corpo e se virando na direção dela. – As crianças nem gostam de kart. Eles estão insistindo nisso porque querem agradar a você.
– Me agradar? – Riu, desacreditada e balançou a cabeça de um lado para o outro. – E, se for somente para me agradar, você não precisa estar lá?
– Se eles querem te agradar, será irrelevante a minha presença por lá. – Balançou os ombros. – Fora que, eu já estive nessa situação algumas vezes no passado. Susie e eu já tentamos levá-los para o kart... Duas voltas e os dois estavam fora do carro, já perguntando quando iríamos para casa.
– Isso te faz pensar que vai ser igual dessa vez?
– Sempre é. – Sorriu, retornando ao closet enquanto a loira rolava os olhos e respirava fundo, tentando controlar a raiva que estava presente em seu corpo naquele momento.
– Certo. – Conteve a vontade de suspirar e desfez o nó de seus braços, os deixando cair ao lado de seu corpo enquanto encarava o austríaco terminar de fechar a mala. – Então, tenha uma boa viagem.
colocou a mala no chão, puxando a alça para cima e encarando a loira que se levantava da cama para ir em direção ao closet. Ele uniu as sobrancelhas, sorrindo fraco na direção dela antes de dizer:
– Eu não ganho nem um beijo de despedida? – soltou uma risada nasalada, girando sob os calcanhares e caminhando em sua direção para que pudesse selar os lábios nos dele.
Era incrível como qualquer atmosfera ruim parecia se dissipar quando os dois selavam os lábios num do outro. Parecia que tudo que acontecia no mundo se tornava um mero ruído enquanto eles se afundavam e se saboreavam, como se fosse a última coisa que fizessem na vida.
– Eu vou tentar voltar hoje ainda, mas não posso prometer muita coisa – murmurou, com os braços ainda ao redor da cintura da loira e ela concordou com a cabeça, ainda presa no efeito que o beijo lhe causava. – Amanhã eu tenho certeza que estarei aqui.
– De qualquer forma, eu vou mudar os planos. – Balançou os ombros. – Vamos ao Prater primeiro e depois para o kartódromo.
Schatzi…
– Qual parte você ainda não entendeu, ? – indagou, já cansada de dizer nas entrelinhas que queria que ele estivesse presente no momento. – E não compare essa situação a que vocês viveram com a Susie. – o nome da ex-mulher de escapou por seus lábios de uma forma desgostosa. – Eu não sei o que aconteceu entre vocês, mas, claramente, ela não era muito querida por aqui... Se Ben e Rosa querem fazer isso, mesmo que seja por mim, como você disse, eu acho que valeria a pena o mínimo de esforço. Mesmo que eles deem duas voltas e peçam para vir para casa.
Ao finalizar suas palavras, se afastou dos braços de e ele a encarou com as sobrancelhas arqueadas, surpreso não só com as suas palavras, mas com a atitude de se afastar dele.
– Me desculpe por ter abordado isso – murmurou, aproximando-se dela outra vez e a abraçando pela cintura, deixando um beijo em sua bochecha. – Eu agradeço o seu esforço e vou me esforçar para conseguir voltar ainda hoje, tudo bem?
sorriu de forma mínima e ele aproveitou para selar os lábios nos dela outra vez, mas de uma forma mais rápida que antes — ainda precisava ir embora ou acabaria se atrasando.
– Agora, eu preciso ir.
– Quer que eu te leve ao aeroporto? Eu só preciso mudar de roupa e...
– Não há necessidade. – sorriu de forma gentil. – Aproveite mais algumas horas de sono.
Concordou com a cabeça, despedindo-se dele mais uma vez e o assistindo deixar o quarto, puxando a mala antes de atirar o corpo sobre a cama outra vez. Já não tinha mais sono como antes e, depois que havia descoberto como era bom dividir a cama com o austríaco, era quase sempre uma dificuldade dormir sem ele — ao menos que estivesse muito exausta.
suspirou, buscando o notebook próximo a cama e o abrindo para que pudesse voltar a fazer pesquisas sobre o seu projeto. havia passado o contato de algumas pessoas que ele conhecia e sabia que gostariam de patrocinar a sua ideia, mas, antes de tudo, ela precisava ter algumas coisas estruturadas, como um nome.
Fechou os olhos, tentando colocar a mente para funcionar enquanto pensava em qual poderia ser o nome para o que estava criando. Ela sempre detestou ter que dar nome para algo, levou dias para conseguir escolher um nome para Ariel e até pensou em trocar várias vezes, mas acabou se acostumando com o nome da cachorrinha.
A loira pensou em quando decidiu ser engenheira, se lembrando de como gostava de ficar próxima a Ruggero quando ele estava mexendo nas motos da loja dele. Ela se lembrava das pessoas dizendo que ela era uma menina diferente porque querer seguir naquilo e de ouvir que aquele da um cargo mais para homens, ainda mais dentro da Fórmula 1. Teve vontade de rolar os olhos ao se lembrar das palavras de Dietrich e Helmut.
Diferente.
repetiu a palavra em sua mente, tentando buscar alguma coisa que pudesse fazer sentido com aquela palavra. Não podia negar que ela era diferente das outras porque ainda, infelizmente, não era comum ter um número alto de mulheres dentro do esporte. Então, ela se atrevia a ser diferente.
Bateu uma palma, contente. Havia encontrado o nome do seu projeto! Estava na ponta de sua língua, fresquinho em sua mente, mas ela fez questão de anotar para que não se esquecesse e decidiu que aquele era o momento para começar a fazer ligações.

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Quando chegou à cozinha, por volta das oito da manhã, estranhou o fato de encontrar a televisão da sala de estar já ligada e Benedict deitado no sofá em frente a ela. O jovem estava de bruços e parecia não estar prestando atenção em nada do programa matinal que passava na tela.
Se questionou por alguns segundos se deveria falar alguma coisa, afinal, já tinha notado que o menino não parecia muito contente desde o dia anterior e ele havia dito que não queria conversar naquele momento. Não queria ser invasiva de modo algum, mas, se havia algum problema com ele, gostaria de ajudá-lo.
– Bom dia, Ben! – cumprimentou, decidindo que iria deixar com que ele falasse, se sentisse confortável para isso. – Já tomou café? – O pequeno girou o corpo sobre o sofá, encarando e lançando um sorriso fraco em sua direção.
– Bom dia, . – Sorriu, respondendo ao cumprimento. – Eu não tomei ainda. Estava esperando alguém acordar ou a Ülla chegar...
– Seu pai deu folga para a Ülla após a festa – ela informou ao garoto com um leve sorriso no rosto.
– Onde ele está? – perguntou, se sentando no sofá. – Ele sempre acorda mais cedo que todo mundo, mas não está no escritório...
– Ele teve que ir para a Inglaterra para uma reunião em Brackley. – Balançou os ombros. – Havia algo de especial que você quisesse falar com ele?
Benedict se questionou internamente algumas vezes se deveria ou não conversar com e soltou o ar de uma forma mais pesada, batendo com as mãos na lateral do sofá.
– Eu vou preparar o café da manhã – a loira anunciou, dando mais tempo para que o garoto pudesse pensar e seguiu em direção a cozinha, não querendo pressioná-lo.
começou a se movimentar pela cozinha, já bem mais ambientada a casa do que antes, conseguindo localizar tudo o que ela precisava para que começasse a preparar um café da manhã simples. A sua atenção estava inteira no que estava fazendo, quando ouviu a voz de Benedict atrás de si:
– Você promete que não vai contar para a minha mãe?
girou sob os próprios calcanhares, deixando a frigideira de lado, e virando sua atenção para o jovem , arqueando as sobrancelhas na direção dele.
– Eu prometo não contar nada a ela, mas não posso dizer o mesmo sobre o seu pai... – Benedict concordou com a cabeça, soltando uma risada fraca. – Qual foi a besteira que você fez?
– Não foi uma besteira. – Coçou a nuca. – Eu só estou com vergonha...
– Por que você está com vergonha? – questionou, focando sua atenção na frigideira outra vez e Benedict agradeceu aos céus porque podia falar sem ter os olhos da madrasta preso em si, o que o deixava um pouco menos envergonhado.
– Mayla terminou comigo. – A loira arregalou os olhos, surpresa com a informação e pode ouvir o menino suspirar de forma pesada. – Ela está com um outro cara da nossa turma.
Rapidamente, ela colocou o ovo mexido em um prato e girou o corpo, o entregando para o menino antes de cruzar os braços na altura do peito, percebendo a expressão triste no rosto dele.
– Eu sei que é ruim, mas essas coisas acontecem. Se tem algo que eu aprendi nessa vida é que agora vai doer bastante e parecer o fim do mundo, mas não é. Você ainda é jovem, vai conhecer novas meninas, ter outros namoros e um dia vai dar risada disso... Ou nem mesmo se lembrar dela.
– Demora para isso acontecer? – Riu sem graça, e balançou os ombros, sorrindo de forma mínima na direção dele.
– Pode demorar um pouco, mas também pode demorar muito. Vai depender de como você vai reagir a isso...
– O que isso quer dizer?
– Quer dizer que você que vai decidir quanto tempo vai se permitir ficar triste. Se você ocupar a sua mente com o que você gosta, menos tempo você vai ter para pensar no que aconteceu. – piscou. – Distrair a sua cabeça vai ser bom. Por exemplo, Rosa e eu combinamos de ir ao Prater e ao kartódromo hoje. Quer nos acompanhar?
– Sem o meu pai? – riu, surpreso, e a loira confirmou com a cabeça. – Geralmente é ele quem insiste para que a gente vá no kart.
– Bom, dessa vez é a sua irmã que está insistindo nesse passeio. – Sorriu, servindo uma xícara de café para si. – E o seu pai está na Inglaterra.
– Então, eu vou com vocês. – Riu. – Quero ver se você vai ser uma chefe de equipe mais calma que o meu pai quando a gente estiver correndo...
– Pelo que você fala, ele é competitivo até nisso?
– Ele só queira que nós fôssemos os melhores da pista e a gente só queria ir embora. – o menino balançou os ombros, soltando uma risada ao se lembrar dos momentos. – Até que um dia a gente decidiu bater um no kart do outro e ele ficou um pouco traumatizado porque era o que o Lewis e Nico estavam fazendo nas corridas...
– Ele me disse que esse foi o pior tempo da Mercedes. – Riu fraco, balançando a cabeça de um lado para o outro, tentando imaginar o austríaco tendo que lidar com o mesmo problema duas vezes. – Eu imagino ele querendo se distrair das corridas e vocês causando o mesmo problema das pistas...
– E foi assim que a gente parou de ir para o kart. – Ben abriu os braços, antes de buscar o prato e levá-lo para a mesa da sala de jantar. – Você gosta de andar de kart?
– Confesso que não muito. – soltou uma risada fraca, girando o rosto para encontrar o menino e sorriu ao ver que ele estava arrumando a mesa para que pudessem tomar o café da manhã. – Eu sempre gostei mais de ficar do lado de fora, cuidando da parte técnica. Mas, eu gosto muito de pilotar moto.
– Você faz motocross? – Benedict arregalou os olhos, surpreso, colocando as mãos sobre as mesa.
– Eu pilotava até alguns anos atrás... – Balançou os ombros, pegando algumas xícaras e copos para que ele colocasse em cima da mesa.
– O que aconteceu para você parar? – O rapaz abriu a porta da geladeira para que pudesse pegar alguns produtos, e soltou uma risada fraca.
– Eu sofri um acidente. – Riu fraco. – Ao passar por um obstáculo, eu perdi o pé de apoio na moto e não consegui colocar de volta. Caí e me quebrei bem feio... Tenho até algumas cicatrizes pelo corpo.
– Ouch, deve ter doído bastante. – Benedict soltou uma risada fraca, parando próximo a cadeira da sala de jantar. – Acho que já coloquei tudo... Você quer que eu faça as torradas?
– Você vai querer? – indagou, vendo o rapaz negar com a cabeça. – Pode deixar que eu faço para mim, então.
– Tudo bem. – Ele balançou os ombros. – Você acha que pode me levar para pilotar motocross algum dia?
arregalou os olhos com a pergunta, soltando uma risada alta antes de girar o corpo para encarar o menino que tinha um olhar repleto de expectativa. Ela não parecer má e negar o pedido do menino, mas também sabia que não era ela quem deveria permitir aquilo.
– Se seus pais deixarem... – Arqueou uma sobrancelha na direção dele, querendo demonstrar quem tomava aquela decisão e ele concordou com a cabeça, compreendendo o que ela queria dizer.
– Meu pai é fácil de convencer. Você consegue fazer ele deixar eu ir porque você é a namorada dele. – Benedict balançou os ombros. – O maior problema vai ser a minha mãe...
– Então, pense em como você vai conseguir convencê-la. – Piscou na direção dele, depois de rir por saber que ela iria conseguir convencer a deixá-lo pilotar uma moto. – Se ela deixar, podemos pilotar algum dia que formos a Bristol.
– Por que tem que ser em Bristol?
– Meu pai tem uma loja de motos em Bristol – explicou, vendo o mais novo concordar com a cabeça. – Eu ainda tenho a minha moto lá e seria fácil de arranjar uma moto para você.
– Agora, eu fiquei animado! – ele bateu palmas, soltando uma risada alta. – Falta muito para gente ir para Bristol?
– Falta você conseguir convencer o seu pai e a sua mãe. Quando eles liberarem, a gente se programa para ir para Bristol.
– Ótimo! Eu vou falar com meu pai assim que ele chegar – disse com um sorriso largo no rosto, fazendo com que ela risse pela animação. – Eu vou chamar a dorminhoca da Rosa para tomar café...
A loira concordou com a cabeça, vendo o menino caminhar em direção a sala de estar e aproveitou para pegar uma xícara para se servir de café antes de ouvir o seu nome ser chamado por Benedict. Ela girou o corpo, o encarando com curiosidade e ele sorriu, antes de falar:
– Obrigado.
– Sempre que precisar, Ben. – Acenou com a cabeça, sorrindo para o menino que subiu as escadas de uma vez enquanto um sorriso largo surgia no rosto da loira, agora, sozinha na cozinha da casa.
Foi impossível não se lembrar da primeira vez que viu Benedict ao lado de , ainda no Grande Prêmio de Barcelona. Ela ainda podia sentir todo o medo que percorreu a sua espinha quando a família de apareceu para ela pela primeira vez.
Também teve uma ligação que a fez praticamente fugir de um jantar em que estava com . Ela conseguia se lembrar de como ele não havia entendido nada da situação porque somente ela entendia o medo que sentia naquela época.
Teve o medo de estar com a família quando veio para a Áustria pela primeira vez para conhecê-los oficialmente. Se lembrava de avisando que eles não eram monstros e, agora, depois daquela longa conversa com Benedict, ela se sentia patética por ter sentido medo.
A sua relação com a Rosa sempre foi muito boa. A menina a adorava e o sentimento era recíproco, mas ela se sentia um pouco afastada de Benedict. Sempre acreditou que era pelo fato de ele ser adolescente e ser um pouco mais fechado, então, ficou feliz por ter conseguido aproveitar alguns minutos com ele.
A loira sorriu e, quando viu os dois pequenos chegando à cozinha, foi impossível não desejar que estivesse por ali também para que pudesse aproveitar aquele momento com ela.

x

podia jurar que fazia muito tempo que ela não se divertia tanto daquela maneira. Por longas horas, foi como sua mente estivesse vazia de qualquer problema ou preocupação e ela pode aproveitar as horas no Prater com Benedict e Rosa, indo em alguns brinquedos com a mais nova ou, somente a assistindo de longe.
Depois de quase duas horas e quarenta minutos dentro do parque, os três seguiram para um dos restaurantes favoritos deles, para que pudessem lanchar. A loira dirigia a Mercedes de pelas ruas de Viena, sendo guiada Ben é apresentada a alguns lugares da cidade que ela não conhecia.
estava gostando de estar na companhia dos dois. Era divertido estar passando um dia inteiro sem se preocupar com os problemas da vida adulta, assistindo apenas como os dois irmãos implicavam um com o outro, o que nunca falhava em causar risadas nela.
Já devidamente vestida com o seu macacão branco, ela ajudou Rosa a colocar o macacão para que pudesse ir pilotar o kart, mas se afastou ao sentir o celular vibrar em seu bolso, no momento em que o instrutor começava a explicar algumas coisas sobre o que eles fariam no Speedworld,, o kartódromo que havia na cidade de Viena. Ela desbloqueou o aparelho, vendo o nome de Louise brilhando sobre a tela.
– Oi, Lou! – cumprimentou a amiga, com o cenho franzido em preocupação. – Está tudo bem?
Oi! – a ruiva murmurou, parecendo contente, o que fez com que a loira se acalmasse um pouco. – Está! Eu estou te ligando porque recebi um e-mail da Sky Sports da Inglaterra querendo uma entrevista com você.
– Uma entrevista? – riu, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Por que eles querem falar comigo?
Aparentemente, é para saber detalhes sobre a sua saída da RBR... Ou, pelo menos é isso que diz o e-mail.
– Eu não posso falar sobre a minha saída, Louise.
Não pode? – Smith repetiu as palavras da amiga, com uma expressão de confusão no rosto, como se ela estivesse à sua frente para ver. – Como assim?
levou a mão livre pelo rosto, contendo a vontade de suspirar enquanto sua mente trabalhava em uma maneira de fugir daquela pergunta. Para a sua mais pura sorte, uma nova chamadas surgiu em seu telefone e ela afastou o aparelho do ouvido, sorrindo de forma aliviada ao ver o nome de na tela.
– Louise, eu te ligo depois... O está tentando falar comigo.
Espera! – a ruiva praticamente gritou. – , você não pode fugir de mim!
– Eu não estou fugindo – mentiu. – Eu só estou esperando o para um compromisso e preciso falar com ele...
Tudo bem, você vai me explicar o porquê dessa sua resposta depois – bufou. – Mas o que eu respondo para o e-mail da Sky?
– Diga que eu não estou interessada e que eu não estarei no futuro. – Suspirou, balançando os ombros. – Eu te ligo depois, Lou. A chamada foi encerrada e ela atendeu à ligação de , voltando a encostar o celular no ouvido. O sorriso ao ouvir o cumprimento do austríaco do outro lado da linha foi quase inevitável.
Schatzi, como estão as coisas?
– Acabamos de chegar no Speedworld – respondeu, voltando os olhos na direção dos dois e sorrindo só ver como eles pareciam prestar atenção nas informações que eram passadas pelo instrutor. – Por favor, me diga que você já está em Viena...
Querida...
– Eu não acredito, – bufou, interrompendo a sua frase e fazendo com que ele permanecesse quieto do outro lado da linha. – Estamos planejando isso desde o ano passado e estamos fazendo isso sem você.
Eu sei, eu sei. – suspirou. – Como foi no Prater mais cedo?
– Eu não deveria te falar nada, mas eu quero que você se sinta arrependido por não estar aqui, então... – Riu. – Foi ótimo. As crianças se divertiram bastante, principalmente a Rosa. E Benedict se tornou meu amigo. – Sorriu. – Ele quer pilotar motocross, sabia?

– Ele quer o quê? – A voz soou perto demais e girou o corpo, encontrando parado a alguns metros de distância dela, com um rosto exalando toda a sua surpresa com a frase que ela havia acabado de dizer pelo telefone.
A loira se apressou para caminhar na direção dele, encerrando a ligação e o envolvendo em um abraço desajeitado enquanto ficava na ponta dos pés para selar os lábios nos dele.
– Você veio!
– Você disse que estávamos planejando isso desde o fim do ano passado, não teria como eu ficar fora, não é mesmo? – Sorriu, balançando os ombros e abraçando a loira pela cintura. – Você disse, no telefone, algo sobre o Ben querer pilotar motocross? Eu ouvi direito?
girou o pescoço, vendo o olhar apavorado no rosto do namorado e soltou uma risada antes de balançar a cabeça de um lado para o outro. Voltou a ficar na ponta dos pés, mas dessa vez para deixar um beijo na bochecha do austríaco.
– Ele disse que eu conseguiria fazer você mudar de opinião porque eu sou a sua namorada.
– Não vai ser tão fácil assim, ... – A loira arqueou as sobrancelhas, deixando que um sorriso malicioso surgisse em seus lábios antes de murmurar, em um tom baixo para que apenas ele escutasse, já que estavam em público:
– O que eu vou precisar fazer?
sorriu de ladino, balançando a cabeça de um lado para o outro, antes de levar um das mãos na direção da nuca da loira para que ela encarasse os seus olhos castanhos.
– Eu vou pensar no que você vai precisar fazer, mas, como eu disse, não vai ser fácil, . – uniu os lábios nos dela outra vez em um beijo mais demorado, o que fez com que as pernas de quase se desmanchassem.
Era quase um absurdo o quanto que ela sentia falta desse homem, mesmo tendo estado com ele há poucas horas. Ele a conhecia como a palma de sua mão e sabia perfeitamente como satisfazê-la nos mínimos detalhes.
– Agora, se eu me lembro bem, primeiro temos uma corrida de kart, não é mesmo? – Arqueou as sobrancelhas e a loira sorriu, concordando com a cabeça antes de segui-lo em direção ao local em que as crianças estavam.
– Quando eu vi os capacetes, eu sabia que você iria aparecer... – Benedict disse, aproximando-se para abraçar o pai, depois de apontar para os quatro capacetes que estavam em cima de uma mesa.
– Por que não disse nada? – perguntou, mas sem tirar os olhos dos capacetes enquanto menino balançava os ombros e projetava os lábios para frente em um bico.
– Achei que ele queria fazer uma surpresa...
riu, concordando com a cabeça e observando como examinava atentadamente os capacetes. O dele era um azul com detalhes em tons de rosa e amarelo, além do símbolo da Mercedes na frente, próximo a viseira. Na lateral, estava uma bandeira da Austria.
O de Rosa era um em tons de rosa e vermelho com algumas estrelas na parte de cima, também contando com a bandeira da Áustria e o nome da menina de forma cursiva. Já o de Benedict era um que se inspirava no capacete de Nico Rosberg, preto com detalhes em cinza.
O de era branco com detalhes em azul e em vermelho, com uma estrela pequena na lateral e o símbolo da Mercedes à frente. Não possuía o nome dela porque não era um capacete customizado, o austríaco não havia tido tempo hábil para mandar fazer um.
– Não consegui nenhum sem o símbolo da Mercedes... – murmurou em um tom provocativo, e ela rolou os olhos. – E não tive tempo para fazer um capacete para você, mas podemos fazer isso depois.
– Não foi o Lewis que disse que eu agora sou bem vinda na Mercedes?
– Isso quer dizer que o amor pela Red Bull ficou para trás? – indagou, com as sobrancelhas arqueadas em surpresa, e ela balançou os ombros, pegando o capacete em mãos.
– Você sabe bem quando o meu amor pela Red Bull terminou – murmurou em um tom baixo antes de soltar um suspiro. – Restam as boas lembranças, mas o sentimento já não é mais o mesmo...
concordou com a cabeça, colocando uma mão ao redor dos ombros da loira e curvando o corpo para que pudesse deixar um beijo em sua têmpora.
– Você é sempre muito bem vinda na Mercedes.
Ela concordou com a cabeça, destratando como aquele momento havia se tornado triste, mas Rosa tratou de iluminar o ambiente outra vez, aproximando-se dos dois para chamá-los para irem para os seus carros. e colocaram os seus capacetes e foram em direção aos seus karts.
– Como vamos fazer? – Benedict encarou os dois mais velhos e sorriu. – Todos contra todos?
– Podemos começar assim. – sorriu, balançando os ombros. – O melhor de vinte voltas.
Os carros estavam alinhados de forma que Rosa era a primeira, seguida por Benedict, e . Os karts saíam da lateral da pista, um atrás do outro e, quando entravam na pista, começava a corrida de verdade.
Não demorou muito para que Benedict conseguisse ultrapassar a irmã, o que fez com que a menina reclamasse em um tom mais alto, chateada por ter perdido a primeira posição, enquanto tentava se defender de que tentou ultrapassá-la na primeira reta do circuito, dando risada pela forma como a adren percorria o seu corpo.
Mais quatro voltas foram dadas e eles permaneceram da mesma forma que antes. tentava não acelerar muito para que não ultrapassasse Rosa porque sabia que a menina acabaria chateada, mas também não queria que a ultrapassasse porque não queria perder para ele.
sorria por debaixo do seu capacete, mantendo a aceleração de seu kart, conseguindo perceber que a loira não queria passar por Rosa. Ele conseguiu passar pela loira, um pouco antes de uma volta do circuito, retirando uma das mãos do volante para que pudesse acenar para ela.
teve vontade de rolar os olhos ao ser ultrapassada, mas, perto da última volta, ela conseguiu passar por e recuperar a terceira posição. A bandeira quadriculada foi dada e os quatro pararam os seus karts no início da pista.
Benedict desceu do seu, comemorando que havia chegado em primeiro lugar enquanto Rosa se lamentava, já e apenas riam do diferente humor dos dois, contentes porque ambos pareciam felizes com a brincadeira.
– A não conseguiu me passar! – Rosa comemorou, fazendo com que a loira risse e fingisse estar triste por ter terminado em terceiro lugar.
– Você estava muito rápida... – Balançou os ombros, dividindo olhar entre os dois pequenos . – Gostaram?
– Sim! – Benedict respondeu em um tom mais alto. – Eu já estou animado para pilotar a moto em Bristol... – soltou uma risada ao ver a expressão no rosto do namorado e balançou a cabeça de um lado para o outro. – Podemos tirar uma foto no pódio?
Os quatro seguiram para lá e se posicionaram nos degraus de acordo com as suas posições no fim da pequena corrida, o que fez com que ficasse no chão para a diversão da loira. Algumas fotos foram tiradas pelo funcionário da Speedworld com Benedict, Rosa e ocupando, respectivamente, o primeiro, segundo e terceiro lugar, enquanto estava ao lado.
– Vem, sobe aqui. – esticou a mão, chegando para o lado para que o namorado subisse no mesmo degrau que ela e o envolveu pela cintura para que não corresse risco de acabar se desequilibrando.
Mais algumas fotos foram tiradas e a loira ergueu o rosto, sorrindo na direção do austríaco antes de receber um beijo rápido nos lábios e vê-lo murmurar um obrigado em um tom baixo o suficiente para que somente ela escutasse.
– Podemos ir de novo? – Rosa perguntou, animada depois da sequência de fotos, e encarou , que tinha uma expressão mista de surpresa e felicidade no rosto, e acabou balançando a cabeça em sinal positivo para a menina.
De mãos dadas, o casal decidiu ficar do lado de fora da pista para que pudessem assistir aos dois pilotando. parou atrás de , a envolvendo com seus braços, e permaneceram assim, apenas aproveitando o momento e se sentindo feliz o suficiente por ter conseguido chegar a tempo para participar daquele momento.
Sem dúvidas valeu a pena o esforço para estar ali.



Capítulo 7

O retorno da Áustria para a Inglaterra aconteceu no sábado à tarde, no dia seguinte ao almoço que teve na companhia de Ana e Stephanie –– as responsáveis por fazê-la conhecer um pouco mais da cidade, além da casa de , do Prater e do Speedworld.
Apesar de Ana e Stephanie relembrarem momentos que partilharam juntos, quando a segunda ainda era casa com o chefe da Mercedes, não houve nenhum constrangimento e tampouco foi deixada de fora das histórias, que abrangeram desde a infância dele até o seu início na Fórmula 1. As margueritas que as três tomaram também contribuíram para que o ambiente ficasse mais leve e para que elas deixassem o restaurante próximo das seis da tarde.
ainda conseguia se lembrar de ter chegado em casa um pouco alcoolizada e do sorriso fraco na cara de , além dos repetitivos maneios de cabeça que ele lançava em sua direção enquanto ela contava sobre o almoço divertido que tivera, ficando contente pela amizade das três mulheres.
O restante do mês de janeiro transcorreu de forma mais tranquila e, enquanto fazia visitas mais frequentes à fábrica da Mercedes para que pudesse participar da preparação para o novo carro, que seria apresentado no mês seguinte, trabalhava em seu projeto.
Já existia um nome e o nicho que ela queria ter como parte, agora ela começava a tratar com patrocinadores –– tendo entrando em contato com vários dos que haviam sido indicados por e conseguindo uma resposta positiva da maioria para agendar uma reunião para expor a totalidade do projeto.
– Como foi o dia? – a loira perguntou para enquanto os dois jantavam. Já não era mais estranho as coisas comuns do dia a dia e eles adoravam poder ter aqueles momentos para eles depois de um longo dia de trabalho.
– O carro está finalizado para a apresentação – respondeu após limpar o canto dos lábios, e lançou um sorriso na direção da namorada. – Aliás, você quer me acompanhar na apresentação e no shakedown?
– Posso ver alguma foto? – questionou, curiosa e o austríaco soltou uma risada alta antes de concordar com a cabeça, levantando-se de seu lugar para buscar o celular que estava no outro cômodo.
deu um gole em seu vinho, aguardando que o namorado retornasse, remexendo-se de forma ansiosa sobre a cadeira. havia mostrado alguns desenhos do carro para que ela pudesse ter uma ideia de como ficaria, mas ela ainda não havia visto realmente como que havia ficado.
– E é claro que eu aceito ir com você para a apresentação e o shakedown – anunciou sua resposta quando o moreno retornou a sala de jantar, e ele sorriu de forma larga, antes de perceber uma certa insegurança na frase dela.
– Mas...
– Mas... – riu, porque ele sempre percebia quando ela queria dizer algo a mais, e soltou o ar de uma forma mais leve. – Isso quer dizer que vamos sair publicamente pela primeira vez? – inclinou a cabeça, lançando um sorriso na direção da loira antes de concordar com a cabeça.
– Sim... Há algum problema nisso? – perguntou antes de colocar os óculos de grau para olhar para a tela do celular, em busca das fotos do carro, e mordeu o lábio inferior, sentindo algumas borboletas em seu estômago em puro sinal de nervosismo. – ?
– Problema nenhum – riu, balançando a cabeça de um lado para o outro. – A gente já conversou sobre isso em Mônaco... Eu também quero que o mundo saiba que a gente está junto, mas me sinto um pouco nervosa com isso.
– Por que? – Ele retirou a atenção da tela, encarando a loira com um olhar curioso e ela deu os ombros antes de sorrir em sua direção, fazendo com que ele compreendesse o que ela sentia. – Schatzi, eu já disse que você não precisa se preocupar com o que as pessoas pensam...
– Eu sei – suspirou, concordando com a cabeça. – Mas eu fico um pouco nervosa com isso, principalmente com a apresentação... Me questiono o que as pessoas da Mercedes vão pensar quando nos virem juntos.
– Vão pensar que nós formamos um belo casal. – jogou um beijo da direção da loira, fazendo com que ela soltasse uma gargalhada pelo comentário enquanto ele balançava os ombros. – O que eles pensam é problema deles.
– Tudo bem. – Balançou os ombros. – Eu vou aprender a me importar menos com a opinião das pessoas. – Piscou na direção do austríaco. – Agora, eu quero ver as fotos do carro!
– Com o tempo, e talvez com a experiência da vida, você vai aprender que o burburinho de fora não será importante. – sorriu, aproximando-se dela para que pudesse mostrar as fotos que haviam em seu celular.
A loira focou os olhos na tela do celular, sorrindo ao ver o carro prateado dentro dos novos padrões do regulamento da Fórmula 1. O namorado já havia adiantado que, para essa temporada, a equipe alemã retornaria para as flechas prateadas e ela se lamentou porque achava que os carros pretos eram mais bonitos.
– As flechas prateadas estão bonitas – confessou, virando o rosto para encará-lo e estendendo o braço para entregar o celular de volta. – Está confiante para essa temporada?
– Estou. – Riu. – Estamos preparando uma surpresa...
– Que tipo de surpresa?
– O nosso carro para os testes em Barcelona e, consequentemente, para a temporada, vai ser bem diferente do que vamos apresentar amanhã.
– Eu não acredito! – riu, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Eu achei que o máximo de blefe de vocês era o Lewis dizendo que os pneus estavam sem aderência... – riu com ela, balançando a cabeça de um lado para o outro antes de retornar para o seu lugar.
– A parte aerodinâmica é diferente, incluindo os sidepods... – Balançou os ombros. – Estamos apostando bem alto, mas acho que vamos nos sair bem.
– A gente vai precisar ver os outros carros para saber. – A loira balançou os ombros. – O Binotto diz, desde 2020, que a Ferrari está preparando o carro para esse ano.
– Eu acho que essas mudanças, apesar de terem o intuito de nos prejudicar, vão ser surpreendentes para a categoria.
– Prejudicar vocês? – Franziu o cenho, não entendendo aquela parte da frase e deu um gole em seu vinho enquanto balançava os ombros.
– É, fazer a Mercedes parar de ganhar campeonato, acabar com a nossa hegemonia. – Ele deu os ombros e a loira soltou uma risada nasalada. – Veja, eu não estou desmerecendo o título da sua Red Bull...
– Eu sei, eu sei. – A loira riu, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Eu não concordo com essa sua tentativa de vitimismo, mas espero que as mudanças deixem o campeonato mais disputado.
– Não é vitimismo. – Se defendeu, balançando os ombros. – Mas, talvez seja melhor a gente não entrar nessa discussão...
– Certo. – Piscou, soltando uma risada. – Amanhã eu irei a Londres. Tenho uma consulta e vou encontrar a Louise...
– Contar para ela sobre o que o Valtteri disse no aniversário do Lewis?
– Eu ia contar por mensagem, mas preferi fazer isso pessoalmente. – Riu, balançando a cabeça, antes de pegar a taça mais uma vez. – Acho que ela está ferrada.
– Se for para dar apoio para algum deles, eu diria que torço para o Valtteri... Seríamos uma grande família Mercedes. – levou uma das mãos até a boca, a cobrindo para que não acabasse cuspindo o vinho que estava em sua boca, enquanto o homem balançava os ombros, rindo também por ter declarado torcida em um assunto que nem o cabia.
– O Checo tem esse charme mexicano que é difícil de explicar. – Balançou os ombros, quando conseguiu se recuperar da risada. – Como a Louise mesmo diz, ele tem cara de pai de família.
– Cara de pai de família? – O austríaco arqueou as sobrancelhas em meio a uma risada. – O que diabos isso significa?
– Conceitos que Louise Smith possui e somente ela sabe explicar.
– Então, você é time Pérez?
– Eu vou ser clichê e dizer que eu prefiro ser do time da felicidade da minha amiga.
– Não, não, . – Ele balançou o dedo indicador de um lado para o outro. – Escolha um lado aqui... Bottas ou Pérez?
– Isso é alguma aposta? – questionou, rindo da cara de impaciente do austríaco – Eu acho que ela combina mais com o Checo.
– Até nisso a gente fica um do lado da Red Bull e outro da Mercedes.
– O Bottas não é mais da Mercedes. Você se lembra disso, não é? – riu, levantando-se para que começasse a retirar a mesa e ele balançou a cabeça. – Que bom, achei que estivesse começando a ter problemas de memória.
– Bottas vai ser sempre parte da Mercedes, na verdade. – Sorriu, levantando-se de sua cadeira também para que pudesse ajudá-la. – Mudando de assunto, você disse que estará em Londres amanhã. O que acha de ficarmos o resto da semana por lá? Eu tenho uma reunião com a FIA no dia 12.
– No dia de São Valentim?
– Parece que o início do meu dia dos namorados será com os outros chefes de equipe. – fez um ligeira careta, fazendo com que a loira risse fraco. – Queria que você ainda fosse chefe e estivesse por lá, pelo menos, seria uma forma bastante curiosa de passar o dia.
– Nós podemos fazer algo à noite...
– Claro que faremos algo a noite. – O olhar malicioso do austríaco fez com que ela balançasse a cabeça de um lado para o outro, soltando uma risada um tanto quanto desconcertada.
– Você prefere jantar em casa ou sair? – Ignorou o seu comentário e ele riu, antes dos dois começarem a planejar o que fariam quando ele retornasse da reunião, que ele não fazia ideia de que horas terminaria, mas não quis deixar isso claro para a namorada para que não acabasse estragando os planos que eles estavam fazendo.
O austríaco sorria internamente, porque o presente da namorada já estava escolhido. Se havia algo que o fazia gostar de datas comemorativas como o dia de São Valentim, era o fato de podê-la usar como desculpa para presentear quem ele amava.
Era óbvio que reclamaria do presente, ele já estava acostumado a ela não querer ser paparicada, mas era o seu desejo fazer aquilo. Esperava que a loira pudesse compreender que ele queria, de alguma forma, ajudá-la em sua independência em Oxfordshire e na vida que eles estavam construindo.

🏎🏆✨

entrou no consultório de Dorothea com um sorriso nos lábios e um ar que parecia de uma pessoa serena. Não mais se comparava à que havia entrado naquele mesmo espaço há dois anos, quando tomou coragem para iniciar um acompanhamento psicológico para que pudesse aprender a lidar com os seus traumas.
A saúde mental nunca havia sido um estigma para ela, mas, até um certo ponto de sua vida, a loira jamais havia visto aquilo com um problema. Quando se deu conta do que era, as vezes que Margarethe ligava e ela sentia o corpo inteiro tremer ou todas as vezes que fugia de algo sério com algum cara, ela decidiu que era o momento de buscar um profissional e encontrou a inglesa.
Ainda se lembrava de como se sentiu nervosa na primeira consulta e que passou o primeiro mês inteiro praticamente apenas chorando na uma hora em que ficava com a psicóloga até que conseguiu melhor passar a expor os seus sentimentos, as suas razões e os acontecimentos. Passou a compreender melhor as análises de Dorothea, o que ela falava e o que ela conseguia despertar em si.
Foi um longo processo para se sentir leve e feliz, ainda mais em um relacionamento como que possuía com , e ela se sentia bem por estar dessa maneira. Sentia-se feliz por ter seu coração batendo de forma acelerada apenas quando o olhava, mas não por uma crise, e sim pelo puro sentimento de amor.
Ela havia conseguido se abrir para o amor.
Dorothea a encarou por debaixo das lentes de seus óculos de grau, estudando um pouco da forma como ela se portava enquanto relatava sobre o que havia acontecido em sua vida desde a sua última consulta, quando havia sido demitida da Red Bull.
A psicóloga fazia algumas anotações em seu bloco de folha, mas quase nunca retirava os olhos dela, o que a fazia perceber como a paciente parecia estar bem mais leve do que as outras vezes em que estava no consultório.
– Na última vez que você esteve aqui, estava em uma crise por causa da sua saída da Red Bull. Como você está se sentindo em relação a isso agora?
– Antes eu estava muito triste. Acho que hoje eu estou mais conformada com a saída, mas ainda sinto raiva das coisas machistas que eu tive que ouvir dentro daquela sala de reuniões. – Suspirou. – Eu me sinto cada vez mais cheia de vontade de contar para o mundo as razões da minha saída.
– Por que não o faz?
– Porque eu assinei um contrato em que eu me comprometo a dizer que a saída foi uma decisão minha e eu não tenho provas das coisas que eles me disseram. – Balançou os ombros e soltou o ar devagar. – Além disso, eu teria que revelar o meu namoro.
– Mas você acabou de me dizer que vocês conversaram sobre tornar pública a relação. Por que tem esse medo?
– Eu não usaria a palavra medo, acho que é muito forte para o que eu estou sentindo. – Balançou os ombros. – Eu acho que eu estou com receio do que as pessoas podem achar sobre isso.
– E por que a opinião delas importaria para você?
– Não é que importaria, mas geraria um alarde desnecessário para nossa relação.
– Até acontecer algo mais interesse no paddock. – A psicóloga balançou os ombros. – O importante é você se sentir bem com o que está fazendo.
A loira concordou com a cabeça, ainda que soubesse que ela mesmo já havia sido a responsável por dar um primeiro passo no que se referia a tornar a relação pública. Tudo bem que publicar uma foto em que o austríaco não aparecia completamente, em sua mente, parecia ser uma coisa muito mais simples de fazer do que atravessar o paddock inteiro ao lado dele.
Talvez fosse o fato de os dois estarem mais reservados das reações, já que os comentários feitos no Instagram dela não chamariam tanta atenção quanto os olhares que poderiam receber em um fim de semana de corrida.
Mas, no fundo, ela sabia que os dois eram a mesma coisa. Estava mostrando para o mundo que estava namorando com — e ele já havia deixado claro que era o que ele mais queria fazer. Não havia mais razão para ter medo disso.
– Você ainda tem receio de ser vista como a namorada dele?
– Eu tenho receio de ser vista como a namorada dele. Eu tenho receio de ser vista somente como isso, ainda que eu tenha noção que eu não sou.
– Se você tem noção que você não é, você está em um ótimo caminho. – Dorothea balançou a cabeça na direção dela e fez mais algumas anotações em seu bloco, antes de voltar a olhá-la. – Você me disse que está investindo em um projeto seu. Me parece que continua independente o suficiente...
– Eu estou e eu me sinto muito independente, mas acho que eu ainda tenho alguns problemas para conseguir entender que está tudo bem ele me ajudar em alguns aspectos da minha vida.
– Que seriam...
– Nós tivemos algumas discussões porque ele gosta de se intrometer nas coisas – riu fraco. – Ele buscou um contato em uma outra equipe para que conseguissem uma vaga para mim lá, mesmo depois de eu ter dito que não queria que ele se metesse, e ele me deixou usar o carro dele enquanto eu estiver em Oxford... Meio que não quer que eu venha para Londres no transporte público.
– Por que você vê isso como um problema?
– Eu meio que sentia isso como uma forma de ele querer determinar o que eu vou fazer da minha vida.
– Nenhuma das situações me soa como uma imposição, mas tentativas dele para agradá-la. Talvez por saber o que o automobilismo significa para você e para que você possa ficar mais confortável em Oxfordshire. Você não consegue ver a situação dessa maneira?
– O carro eu consigo ver. Realmente, estar sem o meu é uma porcaria – riu fraco. – Mas, buscar o chefe de uma outra equipe para arranjar um cargo para mim, depois de eu ter tido que não, me chateou um pouco.
– Você expôs o seu sentimento para ele?
– Sim... Ele concordou que não faria mais, mas acredito que seja uma missão difícil. – A loira balançou os ombros.
– Agora, retornando ao ponto anterior, você disse que tem receio de ser vista somente como a namorada dele. – Dorothea leu a frase que havia escrito em seu bloco antes de voltar a encarar a paciente. – Por quê?
– Ainda há uma parte de mim que se preocupa com o que as pessoas vão pensar sobre mim, mas, cada vez mais, eu me torno mais ciente que eu não preciso me preocupar com isso.
– Por que você sente esse medo se ele não te dá razões para isso?
A loira quis soltar uma risada fraca com a pergunta e balançou a cabeça, compreendendo a pergunta feita pela especialista. O seu medo nunca havia sido como se referiria a ela, mas sobre como as pessoas, o mundo do automobilismo, iria reagir ao fato de ela ser a namorada do chefe da Mercedes.
Era uma bobagem ainda pensar dessa maneira porque já havia percebido que, não só a sua felicidade dependia apenas dela, como não deveria se importar com a forma como as pessoas a viam. Ela havia sido a campeã da última temporada da Fórmula 1, passou quase dez anos trabalhando dentro de uma equipe, ela sabia que não era apenas a namorada de . Ele sabia disso também –– e era tudo o que mais importava.
– Tem razão... – reconheceu, balançando a cabeça em sinal de confirmação. – É uma bobagem pensar dessa forma, mas eu meio que não consigo evitar.
– Só de você perceber o que está acontecendo, já é um começo, . Talvez, quando vocês aparecerem juntos publicamente pela primeira vez, nem atraia tanta atenção quanto você pensa e você se sentirá mais tranquila. Porque você consegue entender que não importa o que as pessoas de fora pensam sobre você... – encolheu um pouco os ombros e sorriu na direção da psicóloga que anotou mais algumas coisas em sua folha de papel antes de encarar o relógio em seu pulso e se virar na direção dela.
, eu preciso dizer que, por tudo que você me relatou hoje e todo o processo aqui, eu estou considerando você estável.
Dorothea começou a explicar de uma forma lenta. Aquele assunto já havia sido abordado próximo ao fim da temporada e nem mesmo a situação da demissão da inglesa alterou a sua estabilidade, o que deixava a profissional com apenas uma coisa a ser feita.
– As nossas consultas passaram a ser mais espaçadas e, mesmo assim, você permanece em uma constante. Você já conseguiu se libertar dos seus medos e dos seus traumas, entende que eles não comprometem o seu futuro e consegue tomar decisões de forma mais leve. – A psicóloga fez uma breve pausa. – Por isso, eu estou te dando alta. Eu acredito que não será mais necessário você ter um acompanhamento psicológico, .
A loira piscou algumas vezes, sem acreditar no que ela estava ouvindo, mas, mesmo não sendo psicóloga, conseguia perceber a sua diferença quando pensava na primeira vez em que esteve no consultório de Dorothea para aquele exato momento em que estava ali, escutando que teria alta.
– Eu não sei nem o que dizer... – riu, balançando um pouco os ombros, e a profissional deixou de lado o seu bloco de notas, levantando-se de sua poltrona ao mesmo tempo em que a loira se levantava do sofá. – Eu sei que agora vai parecer estranho, mas acredito que você consegue perceber que está em um lugar melhor agora e que o tratamento te fez evoluir.
– Isso é verdade. – Sorriu fraco, balançando a cabeça em sinal de concordância. – Eu estou em um lugar emocional hoje que, por muitos anos, eu achei que jamais estaria.
– Qualquer coisa, você tem o meu número e sabe onde fica o meu consultório. – A profissional sorriu, e as duas se despediram com um abraço breve, que fez com que a loira sentisse o coração ficar um pouco mais tranquilo em relação ao fim do tratamento.
Era estranho pensar em como seria a vida a partir daquilo, mas se a profissional dizia que ela estava bem para seguir, e ela também se sentia dessa maneira, tinha certeza que conseguiria continuar em uma constante.

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– Noite das garotas! – Louise murmurou, erguendo a garrafa de vinho rosé que tinha em suas mãos assim que a amiga abriu a porta e a loira soltou uma risada alta, balançando a cabeça de um lado para o outro, e fazendo com que Ariel latisse ao seu lado.
As duas mulheres se abraçaram por longos minutos e sorriu porque se sentia bem por estar próxima a amiga. Já fazia algumas muitas semanas que as duas haviam se visto e, apesar pelo contato quase diário pelo celular, não existia nada melhor do que estarem juntas presencialmente.
– Acho que você tem muito para me contar, ... – Smith murmurou, atirando a bolsa sobre o sofá e se agachando para cumprimentar Ariel que já havia a seguido para dentro do apartamento. – Festinha na casa de Sir. Lewis Hamilton em Mônaco... Que vida difícil a de primeira dama da Mercedes AMG Petronas!
fechou a porta, soltando uma risada alta ao ouvir o apelido e girou o corpo sob os próprios calcanhares, encarando a amiga.
– Primeira dama da Mercedes?
– É... Você namora o cara que manda em tudo lá dentro. – Balançou os ombros, levantando o corpo do chão e caminhando em direção à cozinha. A ruiva já ia abrindo as portas dos armários da cozinha, buscando pelas taças para que as duas pudessem beber o vinho que ela havia trazido, como se estivesse em casa. – Aliás, como estão as coisas?
– As coisas estão ótimas – riu, balançando a cabeça de um lado para outro, vendo como a amiga agia e aproveitou para se sentar em um dos bancos em frente a bancada que dividia a sala da cozinha. – Eu conheci a família do .
– Uau! – Louise riu, animada, empurrando uma das taças, agora cheia, na direção da amiga. – Como foi conhecer o sogro e a sogra?
– A mãe dele foi muito gentil comigo, conversamos um pouco. Eu me dei bem mesmo com a irmã dele, que ainda é muito amiga da Stephanie.
– Stephanie é a ex-esposa dele? – Arqueou as sobrancelhas, soltando uma risada ao ver a amiga concordar com a cenas. – Não é estranho sair de uma família que te detestava para uma em que você é amiga até da ex-esposa dele?
– É incrível – riu. – Stephanie é ótima também... Acho que por isso que nos demos tão bem!
– Estou ficando com ciúmes... – Rolou os olhos enquanto a amiga dava um gole no vinho e ria fraco. – Você vai ter que me levar para a Áustria porque eu quero conhecer essa Stephanie e a sua cunhada...
– Queira conhecer a Rosa também. Ela é uma menina incrível! – Sorriu, animada. – E você está mais do que convidada para ir à Áustria... E não só para lá! Pode ir me visitar em Oxfordshire também, Lou.
– Claro, eu estou louca para conhecer a sua nova casa!
arregalou os olhos com a frase e soltou uma risada fraca antes de murmurar:
– Não é a minha casa. – Balançou os ombros. – Eu ainda não tive um convite formal para morar lá... Ou melhor, para morarmos juntos, eu não quero ficar no mesmo lugar que ele morou com a ex.
– Aquela pode não ser a sua casa, mas é óbvio que você e o já estão quase casados... Só falta o anel. – A ruiva balançou os ombros. – E você já sabe o que vai fazer com esse apartamento?
Ainda não considerava o seu tempo na casa de como "morar juntos", porque o convite era apenas para que ela passasse mais tempo lá, e não para que morasse com ele. Além do fato de ser uma casa que não havia sido escolhida ou decorada por ela...
Não conseguia ter uma sensação de lar.
Estava há menos de um mês vivendo com , e Louise já considerava os dois como casados. A loira soltou uma risada, balançando com a cabeça e sabendo que não era certo discutir aquilo com a amiga porque nada a faria mudar de ideia.
– Eu não queria me desfazer desse apartamento...
– Não foi você mesma que me disse que não se começa uma relação já pensando em terminar?
– O que? Não, não! – a loira se apressou em dizer em meio às risadas. – Eu estava me referindo a toda história que eu tenho aqui... Por muitos anos, esse apartamento foi o meu cantinho, o meu porto seguro. Não queria ter que me desfazer disso.
– Eu sinto o mesmo em relação ao meu. – Smith murmurou de forma saudosista e soltou uma risada fraca. – Não quero sair de Londres.
– Então, vai viver uma relação à distância?
– Eu também não queria isso – riu. – Nos tornaríamos meio que uma nova versão de você e o , nos vendo apenas nos fins de semana de corrida.
– Para nós deu certo. – balançou os ombros.
– Eu não quero isso, . – A ruiva suspirou, e a loira achou que, talvez, aquele fosse o momento certo para trazer o que havia escutado Valtteri falar.
– Como você disse quando chegou, eu estive no aniversário do Lewis em Mônaco – iniciou, vendo a amiga concordar com a cabeça. – Valtteri estava por lá e ele veio falar sobre você.
– Falar sobre mim? – Louise franziu as sobrancelhas. – O que ele disse?
– Ele disse que abriria mão de tudo por você, quando eu disse que você estava com problemas por causa da distância.
A loira assistiu a amiga arregalar os olhos e levar a taça até os lábios enquanto dava um longo gole, fazendo com que ela soltasse uma risada alta, balançando a cabeça de um lado para o outro.
– O que você me diz sobre isso?
– Eu digo que eu estou fodida – Louise respondeu após terminar o líquido que havia em sua taça e encarar a amiga. – O que mais você quer que eu diga?
– Louise...
– Eu quero dar certo com o Sérgio, . Eu realmente quero, mas essa ideia de viver a distância é demais para mim, e eu também não quero abrir mão da minha vida aqui por causa disso.
– Você já experimentou falar isso para ele?
– Eu espero conseguir. – Suspirou, balançando os ombros, e entendeu que aquilo mostrava que o assunto estava encerrado para ela.
caminhou de volta a sala em busca do celular para que pudesse pedir algo para que as duas pudessem jantar e, depois de muita discussão, elas decidiram pedir comida japonesa e partiram para o sofá na companhia de Ariel.
, tem um assunto que você ainda não comentou...
– Qual? – Arregalou os olhos e a amiga sorriu fraco em sua direção, fazendo com que a ficha caísse sobre a loira, lembrando da última vez que elas haviam se falado pelo telefone, quando ela estava no Speedworld com as crianças. – Louise, eu não posso...
– Não pode uma ova! Eu sou sua amiga há tempo suficiente e mereço saber a verdade sobre a sua saída da Red Bull. Eu não superei o discurso do Helmut que você saiu por conta própria.
soltou um suspiro, balançando a cabeça de um lado para o outro. A razão para ela não contar porque havia saído da Red Bull era o fato da amiga ainda estar ligada à equipe. Não queria que, de alguma forma, pudesse prejudicá-la ou fazê-la reclamar por sua saída –– conhecia a ruiva o suficiente para saber que ela também não ficaria quieta em relação a isso.
... – A voz de Louise a retirou de seus próprios pensamentos. – Por que você saiu da Red Bull?
A loira soltou um suspiro, pegando a taça de vinho mais uma vez e finalizando o resto do conteúdo que havia ali em um gole só, antes de encarar os olhos tons de mel da amiga para, finalmente, expor a verdade quanto a sua saída da equipe austríaca:
– Eu fui demitida da Red Bull – confessou, notando os olhos de Louise se arregalarem em surpresa. – Durante toda a temporada, Helmut ficava me jogando algumas piadinhas até que, na Arábia, ele disse algo sobre eu ter um amor na Mercedes, mas me garantiu que não faria nada com essa informação. Então, ele me viu almoçando em Paris com o , um pouco antes da premiação da Federação e, coincidentemente, Dietrich me ligou na manhã seguinte me chamando para uma reunião antes da festa na fábrica...
– Eles te mandaram embora por namorar o ? – Smith questionou, vendo a amiga concordar com a cabeça enquanto comprimia os lábios.
– Aparentemente, o nosso relacionamento seria um conflito de interesses, e eles não teriam tanta confiança em mim.
– Eles sabem que você fez a Red Bull ser campeã enquanto se relacionava com o ? – Louise soltou uma risada nasalada, surpresa e com raiva de toda aquela história, enquanto balançava a cabeça, confirmando. Ainda se sentia ultrajada com a história, mas já não mais tinha raiva de Dietrich ou Helmut.
– Eles me fizeram assinar um contrato em que eu não poderia falar sobre a minha saída. Eu teria que sempre dizer que eu pedi para sair...
– Por isso que você não quis falar com a Sky?
– E nenhuma outra emissora. – Sorriu sem mostrar os dentes. – Eu tenho uma série de e-mails deles na minha caixa de entrada, mas eu me recuso a propagar ainda mais essa mentira. O comunicado que eles lançaram já foi o suficiente.
– Eu estou chocada e, ao mesmo tempo, absolutamente com ódio dessa situação toda. – A ruiva riu, ainda sem acreditar que os dois chefes tiveram a coragem de fazer algo como aquilo.
– Eles me disseram tantas coisas machistas, Lou... Se fosse apenas a demissão por eu estar namorando o , mas, eles me falaram tanta besteira e riram como se isso fosse uma coisa idiota. – Rolou os olhos. – Eu perguntei se eles demitiram o Christian, caso a situação fosse com ele, e eles me disseram que ele não faria algo do tipo... Isso é típico de mulheres.
– Eu estou com tanto nojo que eu nem sei se consigo olhar na cara deles. – Louise revirou os olhos, buscando por sua taça de vinho mais uma vez, virando a garrafa para que pudesse preenchê-la antes de levá-la até os lábios.
– Por favor, Louise, não se intrometa na situação – pediu, encarando a amiga com suas írises azuis. – Eu entendo que você queira me defender, mas eu não posso falar sobre isso publicamente e nem quero prejudicar todos que trabalham lá dentro.
– E você vai guardar para você tudo isso? – A ruiva riu de forma sarcástica. – Óbvio que não, ! Você precisa jogar isso na imprensa e conseguir chamar atenção para o problema. O Marko vem falando merda há muito tempo... Ele precisa sofrer alguma consequência, mesmo que seja mínima.
– Eu vou fazer isso de outra forma – murmurou em um tom baixo, sorrindo na direção da amiga que arqueou as sobrancelhas em sinal de curiosidade.
– Como?
– Eu estou criando um projeto para ajudar a inserir mais meninas no automobilismo. – Sorriu, ajeitando-se em seu banco. – Ainda está cem por cento no papel, mas se chamará Dare To Be Different e vai ser algo independente, somente meu, mas eu consegui uma grande ajuda em relação a patrocinadores e as coisas já estão começando a caminhar. Acho que vai ser uma forma de poder abordar como o esporte ainda é machista e como ainda há poucas mulheres em cargos de chefia. – Fez uma breve pausa. – Talvez, quando eu começar de fato o projeto, eu fale sobre o machismo que eu tive que lidar.
– Eu achei esse projeto fantástico, ! Ainda mais a parte que você vai falar sobre o machismo que sofreu... – Sorriu para a amiga. – Há alguma forma que eu possa participar?
– Oh, há várias formas para você participar, amiga! – Bateu uma palma para mostrar a sua animação. – Eu pensei em fazer eventos com a exposição de um carro real de Fórmula 1, como o disse que quer me ajudar, isso será fácil, mas contando com mulheres de outras áreas dentro do esporte, sabe? Para que elas possam conversar com as meninas e mostrar que há uma infinidade de carreiras dentro do automobilismo.
– Nem foi um convite, mas eu aceito fazer parte disso! Me diga a hora e o lugar que eu vou estar presente. – Louise estendeu as mãos sobre o mármore da bancada e a loira sorriu em sua direção, colocando as mãos sobre as dela. – Eu estou muito, muito feliz por você. Vai conseguir transformar esse episódio péssimo em algo incrível! Eu te admiro, dona , e não é pouco...
– Obrigada, amiga! – As duas se abraçaram de forma atrapalhada por causa da bancada, das taças e da garrafa entre elas, e soltaram risadas divertidas, antes de retornarem para os seus lugares.

🏎🏆✨

Fazia anos que não sabia o que era comemorar o dia dos namorados. Até mesmo quando era casada, depois do primeiro ano, passou a não ter o costume de celebrar a data e, depois que ficou solteira, era apenas mais um dia comum de sua vida.
Contudo, desde que havia dito que havia uma reunião com a FIA naquele dia, ela podia dizer que havia ficado um pouco triste, porque era a primeira vez que se sentia bem o suficiente em uma relação e estava com vontade de celebrar a data, mas o namorado tinha um compromisso.
Os dias em que ela ficou em Londres e ele em Oxfordshire, resolvendo as últimas coisas para a apresentação do carro da equipe, ela aproveitou para decidir o que poderia comprar de presente para ele, e como os dois poderiam comemorar a data.
A sua principal ideia era uma nova viagem, mas ela sabia que o calendário do austríaco começaria a ficar um pouco mais apertado nas próximas semanas que antecediam o início da temporada –– além do fato de ela ter reuniões com mais alguns potenciais patrocinadores para o seu projeto.
A loira suspirou, atirando o corpo sobre o sofá e rindo ao sentir Ariel em seus pés. Sua mente tentava pensar em algo porque não era fácil dar um presente para alguém que já tinha absolutamente tudo — ou poderia ter o que quisesse.
Fechou os olhos e as palavras de Louise pareceram lhe atingir como uma flecha, bem no ponto exato do que ela precisava. Talvez a conversa com a amiga fosse o que ela precisava para dar um estalo em sua mente e mostrar que faltava algo.
Bateu com as mãos na ponta do sofá, abrindo os olhos e se levantando em um pulo, fazendo com que Ariel latisse em sua direção, se levantando também de forma ágil. A loira sorriu, curvando-se para acariciar a cabeça da cachorrinha e murmurando:
– Eu encontrei o presente ideal para o , Ariel! – comemorou, contente com a ideia que acabara de ter e depositou um beijo nos pelos macios da Jack Rusell Terrier antes de se levantar e correr até o quarto para que pudesse trocar de roupa para ir à rua.
Estava orgulhosa de sua ideia, mas, principalmente, estava orgulhosa do passo que iria dar. Era mais do que certo que iria ficar feliz com aquilo. O melhor presente que ela poderia pensar.

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– Como foi a reunião?
mandou a cabeça para o lado, sorrindo ladino em direção ao paparazzi que seguia ele e Lawrence Stroll pela rua em que ficava o prédio da FIA em Londres.
– Está feliz com o resultado? – O homem insistiu em ter uma resposta do chefe da Mercedes, ainda mais porque o sorriso que ele havia dado poderia demonstrar que a Mercedes tivesse conseguido o que buscava.
– Eu estou sempre feliz – respondeu, balançando os ombros e o homem pareceu contente com a resposta, parando de fazer perguntas e de filmar o austríaco, permitindo que ele seguisse até a sua Mercedes clássica que estava havia sido trazida por um manobrista.
– Acredito que tivemos o melhor resultado que poderíamos ter – Stroll murmurou ao seu lado, enquanto se aproximava do próprio carro, e concordou com a cabeça.
– O justo, na realidade, seria uma anulação daquele resultado, mas nós dois sabemos bem que a Federação jamais daria o braço a torcer quanto a isso – disse. – Mas, eu aceito a proposta de não se repetir o que ocorreu em Abu Dhabi.
– Espero que dê tudo certo na temporada – o dono da Aston Martin disse com um sorriso fraco no rosto, e o austríaco balançou os ombros. Aquela também era a sua torcida: que os diretores de prova que assumissem fossem capazes de ajudar a manter o nível da Fórmula 1, diferente de Michael Masi.
Os dois homens se despediram com um aperto de mãos e seguiu em direção ao seu carro, entrando do lado do motorista e deixando a pasta sobre o banco do carona.
Checou o horário no celular do painel, notando que já passava das cinco da tarde, e pensou em ligar para para que os dois pudessem almoçar em algum lugar, quando o seu celular tocou — o que fez com que ele dissesse, porque seria uma conexão incrível se fosse a loira tentando falar com ele.
– Alô? – atendeu, apertando um botão no volante, mas, para sua frustração, não era a voz de sua amada do outro lado da linha.
Tudo bem, ? – Jessica o cumprimentou, e ele tamborilou os dedos no volante.
– Oi, Jessica. Tudo bem... Aconteceu alguma coisa?
Você pediu para que eu te avisasse quando o presente da estivesse pronto e, bom, – Ela soltou uma risada fraca – está.
– Ótimo! – Se animou, mexendo-se dentro do carro. – Você acha que eles conseguem mandar para o apartamento dela?
Acredito que sim... Você quem manda! – a ruiva riu. – Você consegue me passar o endereço?
– Eu te envio por mensagem... – respondeu, mantendo a atenção na pista. – Mas, peça para que eles levem mais tarde... Por volta de umas sete ou oito horas, tudo bem?
Claro. Quer que eu te mande mensagem para avisar que foi entregue?
– Sim, Jess, por favor.
Ótimo. Por volta das sete e meia estará na porta do prédio da .
sorriu sozinho dentro do carro e agradeceu a assistente por ter ajudado, antes de encerrar a ligação. Conhecendo a namorada que tinha, ele certeza que ela reclamaria bastante, mas torcia para que ela acabasse aceitando porque era algo que ele sabia bem que ela precisava.
estacionou o carro na porta do prédio de , descendo do mesmo e seguindo para dentro. No elevador, apertou o botão do andar que ela residia e retirou o celular do bolso para checar as últimas notificações.
Faltavam três dias para o lançamento do carro da equipe e a parte do marketing e comunicação decidia os últimos detalhes das coisas que aconteceriam no dia — as mais importantes passavam pelo seu e-mail, e ele tinha que tomar ciência de alguma delas.
Mais uma vez, tinha decidido pedir que o jantar fosse preparado por um chef de um restaurante, ainda que gostasse de cozinhar, achava que era melhor ter um jantar refinado em datas como essa.
Ela estava em frente ao espelho de seu quarto, analisando a roupa que havia escolhido para o jantar. Ainda que eles fossem ficar em casa, fazia questão de usar uma boa roupa e os seus indispensáveis scarpins.
– De qualquer jeito, você ficará linda. – A voz de fez com que ela se sobressaltasse, levando uma das mãos até o colo e soltando uma risada fraca. – Desculpe. Eu não quis assustá-la.
Ariel correu em sua direção e ele se curvou para acariciar a cachorra com um sorriso nos lábios. A pasta havia sido descartada na sala de estar, assim como seu casaco e ele já estava com sua blusa social cinza.
– Eu estava tão concentrada que não ouvi você chegar... – riu. – Como foi a reunião?
– Eles ainda vão divulgar o relatório oficial, mas basicamente reconheceram que houve um erro humano na decisão do Mais, alegando que ele teve boa fé. – Balançou os ombros, começando a desabotoar os botões de sua blusa e fazendo com que a loira arqueasse as sobrancelhas, girando o corpo para encará-lo.
– Erro humano? – A loira soltou uma risada desacreditada enquanto o austríaco suspirou.
– Querida, o artigo do regulamento não foi seguido a íntegra. – balançou os ombros. – Você pode defender e reivindicar o seu título o quanto quiser, eu também faria isso na sua posição, mas a verdade é que houve uma falha na interpretação e isso foi reconhecido, ainda que tenha ocorrido uma tentativa de suavizar a situação colocando a Mercedes e a Red Bull como culpadas em partes por ficarem tentando contato com o diretor de provas.
– Eu sigo não vendo nenhuma infração e acho que a Federação disse isso apenas para dar um meio termo para que ambas as equipes esquecessem esse campeonato de uma vez. – Balançou os ombros e o austríaco riu outra vez.
– Tudo bem, , não vamos entrar nesse mérito e acabar discutindo... – Sorriu na direção dela, retirando a camisa antes de anunciar, mais do que foi decidido: – Mas não é mais diretor de provas, ele vai assumir uma outra função.
– Isso era o que você mais queria, não é?
– O que eu mais queria era que a Mercedes fosse declarada campeã e a vitória do Hakvoort fosse declarada errônea. – Sorriu na direção dela. – Estou me ferrando para o que vai acontecer com a vida do Masi.
– Mas, essa atitude da Mercedes corroborou para a retirada dele do cargo...
– A Mercedes cobrou o que estava errado e muita gente concordou que estava errado. Tanto que tínhamos um dos maiores advogados esportivos ao nosso lado para que pudéssemos brigar na Corte Internacional... Não o fizemos por causa da punição que levaríamos e da segurança para o esporte. – Balançou os ombros. – Essa questão nunca foi pessoal contra o Michael, apesar de eu achá-lo sempre muito rude com os pilotos e em suas rádios.
– Eu nunca vi nenhum problema nele. – Balançou os ombros em meio a uma risada fraca, e rolou os olhos.
– Claro, ele parecia seguir o que você e o Jonathan pediam... – o chefe da Mercedes murmurou, soltando um suspiro, e ela rolou os olhos.
– Enfim, mudanças serão feitas. Isso te deixa feliz?
– Eu sempre estou feliz, . – Piscou na direção dela antes de romper a distância curta que havia entre os dois e depositar um beijo em sua bochecha. – A FIA vai divulgar o parecer antes do ínicio da temporada, mas, oficialmente, esse assunto é uma página virada.
– Ótimo, eu já estava cansada de falar sobre isso. – Riu. – Como foi com o Christian na reunião?
– O novo presidente da federação comentou que os representantes da Mercedes e da Red Bull estavam em uma boa harmonia, deveria ser por causa do dia dos namorados... – soltou uma gargalhada enquanto o austríaco rolava os olhos. – Mal sabem eles que eu gostava mais de discutir com você.
– Eu tenho certeza que o Christian vai manter o nível... Ele te detesta também.
– Também? – arqueou as sobrancelhas na direção dela. – Eu achei que você me amasse... Eu tenho quase certeza que escuto essa frase há alguns meses.
– Eu amo, mas te detestava como chefe da Mercedes. – Sorriu sem mostrar os dentes. – Era como se fossem duas pessoas diferentes.
– Isso é estranho, mas eu vou dar ouvidos apenas à parte que você diz que me ama – murmurou antes de selar os lábios nos dela de forma muito breve. – Eu vou tomar um banho. Onde vamos jantar?
– Eu pensei em ser aqui mesmo, o que você acha?
– Com a sua companhia, qualquer lugar é incrível, schatzi.
sentiu o corpo quase se derreter com o comentário e soltou uma risada fraca, depositando um novo beijo nos lábios do austríaco antes deles se separaram para que ele pudesse tomar um banho.
Ela ainda estava com a mente presa na reunião que ele tivera, querendo ser uma mosca para que pudesse saber o que havia sido dito porque ela havia sido uma das partes na situação.
Afastou aquele pensamento de sua mente porque não poderia ficar para sempre chorando por causa da sua saída da Red Bull. Estava feliz com o projeto que estava criando e com a certeza que poderia estar envolvida no esporte de outra forma.
A loira saiu do quarto sozinha, porque Ariel parecia preferir esperar pelo austríaco, e soltou uma risada fraca enquanto ia para a cozinha abrir uma garrafa de vinho para eles.
Enquanto se vestia, ouviu o som de uma nova mensagem no celular e abandonou a blusa polo sobre a cama para que pudesse checar o que havia chegado.
O austríaco sorriu ao ver que era uma mensagem de Jess avisando que o presente de já havia chegado, e essa informação foi suficiente para que ele se arrumasse mais rápido para que pudesse chegar logo à sala e convidar a namorada para ir recebê-lo.
havia arrumado a mesa com alguns toques vermelhos para combinar com a aura que o dia dos namorados trazia. O presente de estava sobre o aparador próximo à janela, e eles teriam que esperar a entrega do jantar.
Com uma mão apoiada na mesa, ela levou a taça de vinho até os lábios, dando um longo gole, e ouviu uma risada, girando o corpo para encontrar o austríaco chegando à sala com Ariel em seus braços, fazendo com que ela risse.
– Eu queria fotografar essa cena – murmurou, tirando alguns segundos para analisar todo o homem à sua frente e rindo outra vez, porque a cena, além de fofa, era engraçada. – Causando no paddock e, em casa, carregando a Ariel nos braços.
– Lembra que eu disse que não teria outro cachorro, não é? – riu, balançando os ombros e se curvou para deixar a cachorra no chão. – Já começou sem mim?
– Estou ansiosa – confessou em meio a uma risada, e uniu as sobrancelhas em sinal de confusão.
– Com...
– O presente que eu comprei para você.
Os olhos de se arregalaram e a loira inclinou a cabeça antes de balançar os ombros, lançando um sorriso na direção dele.
– Eu posso abrir agora? – questionou, vendo a mulher soltar o ar de forma pesada enquanto balançava a cabeça em sinal positivo, apontando para a pequena caixa dourada sobre o aparador.
caminhou até o aparador, pegando a caixa em suas mãos e a analisando por alguns segundos antes de virar o rosto para encarar a loira, que tinha um sorriso nervoso nos lábios.
fez um movimento com as mãos, indicando que ele abrisse a caixa, e voltou a encarar o objeto, desfazendo o laço com uma das mãos e tirando a parte de cima da tampa devagar.
se remexeu em seu lugar por puro nervosismo, ainda mais quando pode ver que ele pareceu ter franzido o cenho ao notar o que havia ali, parecendo não estar feliz com o que havia encontrado.
Ela tratou de esconder o medo que surgiu em seu corpo, afastando as borboletas que estavam em seu estômago, e tomou uma lufada de ar quando os olhos castanhos de encontraram com os seus.
Ele pegou o presente na mão e o segurou. A namorada estava com os olhos cerrados, porque não havia entendido muito bem o que aquilo sinalizava. Talvez tivesse alguma explicação que somente poderia dar.
– Uma chave?
Ela sorriu fraco, balançando a cabeça, e esperou pela explicação para entender bem o que aquilo significava.
– É simbólico. – encarou os próprios pés antes de voltar a focar suas írises azuis nas do austríaco e lançar um sorriso delicado em sua direção. – Para a futura casa que nós vamos morar... – Os olhos do homem se arregalaram em pura surpresa, e esfregou as mãos nas laterais de seu vestido. – Isso é, se você quiser morar comigo, e...
– Você está de brincadeira, não é? – soltou uma risada, deixando a caixa cair de sua mão e apertando a chave com força com a outra. – É óbvio que eu quero morar com você, .
Ela sorriu, sentindo um peso, que ela nem sabia que segurava, sair de suas costas enquanto o austríaco rompia a distância que existia entre eles e a puxava para um beijo.
Suas mãos correram para envolver o pescoço dele enquanto ele a enlaçava pela cintura, deixando que seus lábios se misturassem e partilhassem todo o amor e felicidade que ambos estavam sentindo naquele momento.
O beijo foi interrompido de uma forma lenta, mas eles continuaram com as testas próximas por alguns minutos enquanto as respirações retornavam ao normal. soltou uma risada fraca e os olhos de se abriram, fazendo com que ela o encarasse de uma forma intensa devida à proximidade dos dois.
– Feliz dia dos namorados, amor.
– Eu amo você, – murmurou, colocando uma das mãos na nuca dela e a trazendo para perto para que pudesse beijar seus lábios mais uma vez. – Eu amo você.
sorriu com a frase, selando os lábios nos dele outra vez.
– Eu amo você, .
sorriu de forma larga, sentindo o coração bater de forma mais acelerada, e acariciou o rosto da mulher.
Era tudo o que ele queria, começar a viver a vida com , e saber que ela estava, finalmente, na mesma página que ele, era tudo o que ele mais havia sonhado.
– Eu também comprei um presente para você... – A loira arregalou os olhos, ainda que não estivesse surpresa, porque adorava presenteá-la. – Está lá embaixo.
– Lá embaixo? – Uniu as sobrancelhas em confusão e o austríaco sorriu, concordando com a cabeça.
– Vamos lá? – Concordou com a cabeça, vendo o homem guardar a chave no bolso da calça que usava e estender a mão em sua direção para que os dois pudessem deixar o apartamento.
o seguiu em silêncio, porque sua mente tentava adivinhar qual seria o presente, enquanto não conseguia desfazer o sorriso de seu rosto, completamente contente com o que ela havia acabado de dar para ele.
A lembrança do anel de noivado em sua gaveta fazia com que seu sorriso aumentasse, porque cada vez mais parecia que o momento certo para usá-lo se aproximava. Ele já conseguia ver aceitando o seu pedido — e só isso era capaz de fazer seu coração bater mais rápido que o normal.
– Está tudo bem? – A voz de fez com que ele se virasse para olhá-la, soltando uma risada fraca. – Você está com uma cara um pouco de bobo...
– Talvez porque parece que eu estou nas nuvens – confessou em meio a uma risada fraca, e a loira riu junto com ele. – Já estou começando a pensar em quando poderemos procurar a casa.
– Acho que é melhor começarmos antes da temporada... Talvez depois do shakedown na semana que vem.
– Não acha que depois da apresentação do carro é melhor? Está mais perto. – Riu, balançando os ombros, e a namorada concordou com a cabeça. – Ótimo, eu vou pedir a Jess para verificar algumas imobiliárias.
– Tudo bem. – Balançou os ombros e sorriu ao ver as portas do elevador se abrirem.
permitiu que a loira saísse primeiro e a seguiu para fora do elevador. olhou ao redor, procurando alguma caixa ou algo tipo e franziu as sobrancelhas, virando-se para encarar o homem.
– Lá fora. – apontou para o lado de fora do prédio e ela soltou ar, começando a caminhar de forma rápida como uma criança que estava ganhando um presente de Natal, para a diversão do austríaco.
olhou pela rua, sem entender o que poderia ser o seu presente, até que os seus olhos recaíram sobre uma Mercedes AMG Class G 63 preta estacionada e com um laço vermelho colado na parte de trás do espelho retrovisor.
As duas mãos da loira foram em direção ao seu rosto e ela tampou a boca enquanto se aproximava para parar ao seu lado, a envolvendo com uma mão enquanto a outra balançava a chave eletrônica na frente do seu rosto.
– Parece que nós combinamos em dar chaves um para o outro hoje... – Riu. – Feliz dia dos namorados, schatzi.
... – murmurou em meio a um suspiro, fazendo com que ele soltasse uma risada fraca. – Eu não posso...
– Nem pense em dizer que você não pode aceitar, .
– Mas, eu não posso! – reclamou, soltando o ar em meio a uma risada nervosa. – Isso é demais! – O austríaco balançou a cabeça de um lado para o outro em meio a uma risada fraca.
– Você sabe que isso não me custou nem um mísero euro, não é? – Arqueou as sobrancelhas. – Eu sou o chefe da equipe Mercedes, mas eu também sou um dos diretores executivos. Eu tenho direito a tantos carros quanto eu quiser... Questões contratuais. – Balançou os ombros. – Então, como eu já disse uma vez, eu quero e eu posso proporcionar isso para você, , e eu ficaria muito feliz se você aceitasse.
– A questão não é ter gasto ou não. – A loira respirou fundo enquanto colocava uma mecha de cabelo para trás da orelha antes de voltar a encarar o austríaco. – A questão é que eu não quero que pareça que eu estou me aproveitando de você...
– Eu sei que que não está e você sabe que não está. – Sorriu, aproximando-se dela para que pudesse envolvê-la pela cintura, e aproximou os lábios de sua têmpora em um beijo delicado, afastando-se o suficiente para murmurar: – Acho que eu já derrubei o seu ponto.
soltou uma risada nasalada, ainda balançando a cabeça de um lado para o outro antes de deixar seus olhos recaírem sobre o carro à sua frente. Era completamente louca por carros altos e não podia negar que aquela Mercedes era um dos presentes na lista dos seus favoritos –– agora, estava ali para ser sua.
A conversa com Dorothea repassou em sua mente sobre ela não ter que ter medo do que as pessoas iriam achar da sua vida. Era algo que dependia e cabia apenas a ela. E o que havia dito ajudava a corroborar o sentimento que a loira ainda precisava fortalecer.
sorriu, retirando os braços do austríaco de sua cintura e fazendo com que ele a encarasse de forma alarmada. esperava que a loira virasse as costas e retornasse para o prédio ou que retirasse o seu convite para que eles fossem viver juntos, mas se surpreendeu ao vê-la caminhar até a porta do lado do motorista da Mercedes.
Sorriu contente por ver que ela, aparentemente, havia aceitado o presente e, apressadamente, retirou a chave que havia colocado no bolso de sua calça, o responsável pela entrega havia deixado na recepção, e se aproximou da namorada para que pudesse estender na direção dela.
Enquanto a loira analisava o carro por dentro, permaneceu com as mãos dentro dos bolsos de sua calça e os olhos vidrados no sorriso que parecia ir de orelha a orelha, e que também estava presente no rosto dele porque não havia outra forma de expressar a felicidade com tudo que havia acontecido naquela noite.

🏎🏆✨

Brackley, Inglaterra

brincava com a ponta do cachecol que usava ao redor do pescoço, devido ao frio do rigoroso inverno inglês, com toda a atenção voltada para o próprio colo enquanto tinha a atenção na pista que levava até a fábrica da Mercedes em Brackley.
Ele sabia que quando era a primeira vez que ela ia a algum lugar que considerava importante — ou para conhecer alguém —, ela sempre adotava o modo silencioso devido ao seu nervosismo. sentia que era um dever seu fazer com que ela se sentisse bem porque sabia que ela iria se dar bem no fim.
tinha um dom de encantar as pessoas. Sabia conversar sobre qualquer assunto e se misturava muito bem até em locais em que não conhecia ninguém.
– Você já esteve em Brackley?
A pergunta fez com que ela levantasse o rosto, olhando para a frente antes de girar o pescoço para encarar o moreno.
– Cem por cento Red Bull Racing. – Ele rolou os olhos com o comentário e ela soltou uma risada fraca.
– Até quando você era mais nova, você era fã da RBR? – Ele estreitou os olhos, demonstrando que não confiava muito na resposta dela e ela riu fraco.
– Quando eu comecei a acompanhar, eu não tinha uma equipe certa para torcer, mas quando eu comecei na Red Bull foi meio que amor à primeira vista.
– E, a partir de agora, você é uma mercedista ou ainda teremos que disputar com os bulls?
– Acho que, se eu disser que ainda torço para a Red Bull vai ser um problema... – Balançou os ombros. – Porém, é óbvio que eu quero que a Mercedes ganhe.
– Esse é o tipo de coisa que eu gosto de ouvir. – fingiu rolar os olhos e balançou a cabeça de um lado para o outro em meio a uma risada fraca. – E não precisa se preocupar, ninguém na Mercedes vai ter algo contra você.
– Bom, se o Lewis não teve... – Balançou os ombros. – Mas acho que vai ser um pouco curioso para as pessoas me verem por lá, ainda mais depois da reunião da comissão.
– Eles vão criar um milhão de coisas, mas o importante é que a gente sabe como foi que tudo aconteceu...
A loira concordou com a cabeça, já tinha noção que poderiam surgir muitas histórias sobre o seu relacionamento com , ele estava certo quanto a eles saberem como havia sido.
O casal chegou à fábrica em menos de vinte minutos e sorriu ao notar a bela entrada que o local possuía, toda em tons de preto e cinza, além de um extenso gramado e um rio artificial por toda a parte lateral, separando o prédio do estacionamento.
virou o corpo para trás, assim que chegou a frente do carro, estendendo a mão para que a segurasse, e ela sorriu em sinal de agradecimento antes de seguir em direção ao prédio que tinha um grande símbolo da estrela da Mercedes na porta.
– Eu confesso que nas vezes que pensei que um dia entraria aqui, nenhuma delas foi por estar namorando o chefe. – soltou uma risada baixa, balançando a cabeça.
– Então, você já pensou em trabalhar na Mercedes?
– Quem não pensaria em trabalhar na equipe sete vezes campeã de forma consecutiva? – Riu fraco. – A Ferrari também já foi parte dos meus sonhos... Trabalhar em uma marca daquele tamanho e com todo o simbolismo que eles possuem deve ser incrível.
– Eu sabia que eu deveria ter conversado com o Binotto sobre uma vaga por lá... – O austríaco estalou a língua no céu da boca e rolou os olhos antes de dar um leve tapa no ombro dele. – Bom, essa é a recepção da Mercedes AMG Petronas F1 Team.
Os olhos da loira seguiram por todo o espaçoso local que tinha tons claros, além de um carro de Fórmula 1 de 2020, o último ano que a equipe havia ganho o campeonato.
– Bom dia. – cumprimentou as recepcionistas e sorriu em cumprimento a elas também. – Vocês poderiam conseguir um crachá de visitante para a senhorita ?
– Claro, senhor – a mulher de cabelos cacheados disse com um sorriso no rosto, antes de começar a digitar algo no computador, enquanto os olhos de ainda percorriam o local como uma criança em uma loja de brinquedos.
– Aqui, schatzi. – A voz de a despertou e ela riu fraco, agradecendo pelo crachá e o colocando no pescoço. – Agora, nós vamos para o segundo andar, onde fica a minha sala. – Ele indicou o elevador e ela concordou com a cabeça, caminhando até o local.
– Achei que eu fosse ganhar uma visita guiada...
– Podemos fazer isso, com calma, depois da apresentação. – sorriu, apertando o botão do segundo andar no painel. – Eu tenho alguns compromissos antes.
– Tudo bem... – Riu. – Eu que estou meio embasbacada com a beleza desse lugar. Meio que me sinto em um parque de diversões!
– É ótimo ver esse sentimento genuíno. – Sorriu, permitindo que ela saísse do elevador primeiro que ele, e hesitou um pouco, sentindo um frio percorrer a sua espinha.
optou por tomar a frente, esticando a mão outra vez para que ela o acompanhasse, e assim a loira fez. Foi inevitável não deixar o seu olhar percorrer o espaço, que se assemelhava ao da Red Bull, com várias mesas e pessoas trabalhando.
Alguns deles chegaram a levantar o olhar, mas outros pareciam estar ocupados demais para acompanhar a chegada do chefe da equipe ao local, o que fez com que ela sorrisse.
– Bom dia, Jessica. – cumprimentou a sua assistente, seguindo para dentro de sua sala de vidro, que o deixava ter uma visão completa do andar e dos funcionários. – Essa é minha sala.
observou o lugar de forma atenta. Havia uma mesa comprida, além de uma outra redonda com mais algumas cadeiras, um sofá e uma prateleira com alguns troféus e capacetes, além de uma foto de com algumas pessoas: Ben e Rosa; Niki Lauda; Sir Frank Williams; com Lewis Hamilton e Valtteri Bottas na comemoração do último título.
– Esse capacete é do Nico? – indagou, apontando para um capacete escuro que havia em uma das prateleiras, e ele concordou com a cabeça.
– Sim. E o outro é do Valtteri. – Apontou para o capacete azul. – Eu queria ter ficado com o que ele usou na última corrida, era especial com momentos dele na Mercedes, mas ele não quis abrir mão.
– Eu faria o mesmo. – Riu, balançando os ombros e duas batidas foram dadas na porta, atraindo a atenção dos dois.
– Desculpem atrapalhar... – Jessica sorriu fraco. – , você precisa se reunir com os pilotos do nosso programa junior.
– Claro, Jessica. – Balançou a cabeça. – George e Lewis já chegaram?
– Chegaram há poucos minutos – respondeu. – George está gravando algumas coisas com nosso time de mídia e Lewis está com os engenheiros, você sabe como ele é...
O austríaco soltou uma risada porque o piloto era tão perfeccionista quanto ele — talvez essa fosse uma das razões para a parceria dos dois.
, eu vou ter algumas reuniões antes da apresentação e...
– Claro, não se preocupe comigo. – Sorriu, abanando uma mão nor ar para demonstrar que não era grande coisa e riu de forma nasalada.
– Vão ser trinta minutos no máximo, eu prometo. – Piscou na direção dela antes de se virar para encarar a assistente outra vez. – Jess, você consegue acompanhar a para a sala onde será a apresentação?
– Sim, . – Concordou com a cabeça e a loira sorriu animada. – O Brad está esperando por você na sala de reuniões dois.
O chefe da Mercedes se aproximou da namorada, curvando o corpo para que pudesse beijá-la de forma rápida em despedida, e sorriu fraco ao vê-lo sair da sala de forma apressada.
– Vamos? – Jessica sorriu e ela concordou com a cabeça, aproveitando para seguir a ruiva pelo local.
Ao retornar em direção ao elevador, dessa vez mais atenções se viraram na direção dela, e Jessica virou o rosto ao ouvi-la soltar uma risada fraca.
– Isso é porque é a primeira vez que você está aqui... – disse antes de apertar o botão para chamar o elevador. – A gente fica surpreso na primeira vez e depois se acostuma.
– Você se surpreendeu também? – questionou, curiosa, e a mulher soltou uma risada fraca.
– A primeira vez que eu vi vocês conversando muito próximos sim, mas depois eu meio que senti que existia uma atmosfera diferente e entendi o que acontecia. – Balançou os ombros. – Aquela vez que você me chamou na Bélgica para ir a sala dele meio que confirmou.
– Parece que não éramos um segredo para muitas pessoas. – A loira riu, entrando no elevador depois da assistente de .
– Talvez, se eu não visse vocês de conversas ou a forma como o parava de andar pelo paddock para esperar você se aproximar, eu não reparasse.
– Por isso que você não estranhou quando eu te liguei perto do aniversário dele...
– E nem quando a Louise me ligou para pedir o endereço dele antes das férias de verão... – Riu fraco. – Eu meio que achei que ela estivesse com ele, mas depois da desculpa que ela deu, eu tive certeza que era você.
– O que a Louise disse? – perguntou em meio a uma risada.
– Ela disse que você queria mandar algo para ele para se desculpar pelas palavras em Silverstone...
soltou uma nova risada pela criatividade da amiga e Jessica balançou os ombros. Ela era uma pessoa muito observadora e trabalhar tão próxima a fez com que ela tivesse uma boa noção do que acontecia entre os dois, mas não havia contado para ninguém porque sabia o tanto que o chefe preservava a vida pessoal.
foi levada até uma sala que mais parecia um estúdio de televisão. Havia cadeiras para maquiagem, equipamentos de filmagem e uma mesa repleta de botões e computadores para a transmissão que a Mercedes faria.
Além disso, o carro já estava preparado embaixo de uma lona preta enquanto próximo existia um pequeno cenário montado com alguns bancos, onde, provavelmente, e os pilotos se sentariam para acompanhar a apresentação.
– Quem vai apresentar?
– Naomi Shiff e Natalie...
? – Uma voz feminina desconhecida fez com que a loira girasse sobre os próprios calcanhares e seus olhos recaíram sobre a mulher de cabelos em um corte chanel.
Natalie usava um conjunto de blaser e calça rosa, além de saltos finos altíssimos que a deixavam alguns poucos centímetros mais alta que a loira.
– A ex-chefe da Red Bull na Mercedes? Há algo que você possa me contar? – questionou em meio a uma risada, enquanto se aproximava para cumprimentá-la.
– Olá, Natalie, como vai? – sorriu. – Eu estou acompanhando o .
fingiu não perceber a forma como os olhos da jornalista se arregalaram ao ouvir a informação, e a viu balançar a cabeça em sinal de confirmação.
– Oh, então é por isso que não quis aceitar o convite que fizemos?
– Não, não... Eu não aceitei o convite porque eu não quero falar sobre a minha saída da Red Bull. – Pinkham concordou com a cabeça mais uma vez e começou a buscar uma maneira de fugir daquela breve conversa com a mulher, caso ela insistisse no assunto.
– Bom, mas eu posso dizer que, além da entrevista, o diretor da Sky Sports queria fazer um convite para você...
– Um convite?
– Sim... – Uma pessoa chamou a apresentadora e ela pediu um minuto antes de voltar a olhar para a loira. – O que acha de me passar o seu número? Vocês podem marcar para você encontrá-lo e terem uma conversa.
balançou os ombros, mas, ainda que estivesse incerta, decidiu passar o seu número para a inglesa, a vendo sorrir de forma contente antes de se afastar para finalizar alguma coisa da preparação.
Uniu as sobrancelhas e, enquanto Jessica sorria ao seu lado, levantando os ombros e encolhendo o pescoço em sinal de animação, ela estava um pouco confusa quanto ao que havia acabado de ouvir, mas também ansiosa para descobrir.



Capítulo 8

se sentou em uma cadeira que Jessica indicou para ela na parte lateral do estúdio improvisado. À sua lateral estavam as câmeras que transmitiriam o momento para o mundo, e a loira conseguiria ter uma boa visão da apresentação do carro, principalmente de onde se sentaria junto de seus pilotos e das apresentadoras.
A sua mente ainda estava focada na breve conversa com Natalie, se questionando qual seria a proposta que a Sky Sports poderia ter para ela. Já havia deixado claro que não tinha interesse em uma entrevista porque não queria, pelo menos nesse momento, falar sobre a sua saída da Red Bull de forma pública.
Mesmo com o pensamento distante, a loira conseguia reparar os olhares curiosos que eram lançados em sua direção pelos funcionários da equipe alemã que entravam no local e, por mais que tivesse Jessica ao seu lado, quem havia deixado como sua babá, e que conversava o bastante para que ela pudesse ficar um pouco mais leve, ela tentava não encolher os ombros com os olhares que eram lançados.
Era mais do que óbvio que todos fossem estranhar a sua presença no local, ainda mais em dia tão importante, mas eles percebiam a presença da assistente do chefe da equipe ao seu lado e, provavelmente, ligavam as duas coisas. Porém, se preparava para as perguntas que ela sabia que viriam.
, como está? – A voz suave carregada de sotaque inglês como o dela fez com que ela girasse o pescoço, e encontrasse Lewis Hamilton parado ao seu lado. Ele usava uma camisa preta de mangas compridas com o símbolo da Mercedes e de patrocinadores.
– Oi, Lewis. – Sorriu, esticando uma mão para cumprimentá-lo. – Estou bem e você? Animado para apresentar o carro para o mundo?
– Bem e muito animado. – Riu, balançando os ombros. – Como você está se sentindo tendo um dia na sua antiga rival? já te levou por um tour pelo prédio?
– Ele me prometeu esse tour após a apresentação porque ele precisou se reunir com os pilotos do programa Junior... – Sorriu fraco. – Até agora estou me sentindo bem por aqui... Tirando alguns olhares curiosos.
– Oh, os comentários são somente sobre a sua presença aqui hoje. – O inglês soltou uma risada, fazendo com que a loira risse também enquanto balançava os ombros. – Acho que é, se eu não soubesse da situação, também acharia curiosa a presença da ex-chefe da Red Bull por aqui.
– Na primeira fila para assistir ao novo carro de vocês... – soltou uma risada divertida, mas acabou balançando a cabeça de um lado para o outro.
– Eu participei do início da reunião com os pilotos Juniors também, mas precisei gravar algumas coisas antes de vir para cá. – Lewis colocou as mãos nos bolsos da frente de sua calça jeans de lavagem escura. – Acho que George está por lá também.
– Eu não sou a única novata por aqui hoje, está vendo? – balançou os ombros, lembrando-se que aquele dia também marcava a estreia do jovem inglês na equipe, ainda que ele tivesse participado do teste de assentos em dezembro.
Lewis balançou os ombros ao seu lado e os olhos da loira recaíram sobre o austríaco que entrava no estúdio na companhia de Bradley, o responsável pela comunicação da equipe alemã que ela conhecia do paddock, e George a alguns passos de distância.
O chefe da Mercedes parecia ouvir atentamente o que o Bradley falava ao seu lado, balançando a cabeça em sinal de concordância enquanto seus olhos percorriam o local em busca da loira. sorriu sem mostrar os dentes ao notar que a procurava e, quando os seus olhos se encontraram, ela acenou em sua direção e, foi questão de pouco tempo para que ele se aproximasse.
Diferente da última vez que haviam se visto, estava com a blusa social branca da Mercedes com as mangas fechadas até os pulsos e sorriu de forma larga ao parar junto da namorada.
– Como está se sentindo sendo a sensação do dia? – questionou de forma divertida, fazendo com que ela rolasse os olhos antes de soltar uma risada fraca, balançando os ombros.
– Um pouco agoniada com o tanto de olhares que eu estou recebendo, mas acho que vai passar. – se levantou de sua cadeira no momento em que Lewis aproveitou para se afastar, porque Bradley havia o chamado. – Por que você não dobra as mangas?
– Pelo menos você não recebeu perguntas. – O austríaco arqueou as sobrancelhas na direção da loira, para enfatizar, enquanto começava a desabotoar a manga esquerda da blusa para que pudesse dobrá-la, como a loira havia dito.
– Quem perguntou?
– Alisson e a Victoria. – riu.
– A Victoria eu não conheço. – Ela balançou os ombros depois de franzir a testa, tentando se lembrar da mulher que ele havia citado. Conhecia algumas pessoas da Mercedes, mas muitas das vezes era apenas de vista. – O James é figura conhecida.
– Victoria é a diretora de marketing – o homem esclareceu, e balançou a cabeça. – E a esposa do outro James, o Vowles.
– James do "Valtteri, é o James?" – Foi a vez dela arquear as sobrancelhas, mas em sinal de curiosidade, e soltou uma risada fraca antes de balançar a cabeça para cima e para baixo em sinal de concordância.
– Ele mesmo. – O austríaco assentiu. – Um pouco antes da reunião, eu combinei um almoço com George e Lewis após a apresentação. Está tudo bem para você?
– Claro. – A loira balançou os ombros, lançando um sorriso na direção do amado. – Eu posso ir para casa sozinha...
– Não, schatzi. – O austríaco riu fraco e balançou a cabeça de um lado para o outro. – Você está convidada também. – Os olhos da loira se arregalaram em sinal de surpresa, mas ela balançou a cabeça em sinal de confirmação, entusiasmada com o convite. – Penny e a namorada do George também irão...
concordou com a cabeça, com um sorriso leve no rosto, porque havia realmente ficado feliz com aquele passeio. Em seu tempo como chefe da Red Bull não era comum ter essa proximidade com seus pilotos, a não ser quando Checo e Louise começaram a se envolver.
– Desculpe interromper. – Bradley se aproximou dos dois com um sorriso envergonhado no rosto, e o casal se virou em sua direção. – Faltam cinco minutos para começar a apresentação.
– Certo, Brad. – acenou com a cabeça em sinal positivo para o homem barbudo, e se virou na direção da namorada com um sorriso leve no rosto, momentos antes de adquirir sua feição mais séria de diretor executivo e chefe da equipe Mercedes. – Qualquer coisa que você precisar, pode pedir à Jessica. – Apontou para a ruiva, que estava um pouco distante dos dois e falava com outras funcionárias. – Te vejo em alguns longos minutos.
soltou uma risada, concordando com a cabeça, murmurando em tom baixo para que ele ficasse tranquilo, e o austríaco a surpreendeu, levando os lábios aos dela em um beijo casto que voltou a atrair a atenção das pessoas presentes no local.
se afastou da loira com um sorriso no rosto, enquanto colocava as mãos nos bolsos da calça e se dirigia para o seu lugar, já voltava a sentar na cadeira que estava antes, focando os olhos no cenário a sua frente.
Uma contagem regressiva se iniciou por algum produtor e, logo, foi anunciado que Natalie e Naomi estavam no ar. Os olhos de se prenderam as duas mulheres por alguns segundos, vendo a maneira como Pinkham estava segura diante das câmeras e falava os detalhes do que aconteceria em poucos minutos enquanto Naomi, que parecia não estar tão segura quanto a outra, por ser piloto da W Series e não uma jornalista como a outra, mas conseguia se sair muito bem.
foi o primeiro a ser chamado pela dupla de apresentadoras e entrou no cenário montado para apresentação com um sorriso nos lábios, sentando-se na primeira das três cadeiras altas que estavam no local, ficando na direção das duas mulheres.
, é claro que estamos todos na expectativa de ver o carro para essa temporada, mas vamos começar falando sobre o campeonato – Natalie iniciou, encarando o austríaco, que balançou a cabeça em sinal positivo. – A Mercedes amargurou o segundo lugar no ano passado e, em especial, no Campeonato dos Pilotos, foi de uma forma bem dolorosa. Como está o sentimento da equipe para essa temporada?
– Primeiro, bom dia a todos. – O austríaco sorriu levemente antes de começar a sua resposta. – Sem dúvidas o ano passado foi doloroso para nós, mas isso tudo está no passado. Estamos todos saindo do zero e olhando com bons olhos para essa temporada, talvez com um novo combustível, que vem da perda do campeonato do Lewis. Todos os anos somos céticos sobre vencer o campeonato. Essa é a nossa mentalidade.
– Estamos diante de um novo regulamento e, após o ocorrido em Abu Dhabi, a FIA também prometeu mudanças no corpo diretor das provas. Você acha que isso vai realmente deixar o campeonato mais acirrado?
– A proposta são carros diferentes a partir de agora. Nada que foi feito nos anos anteriores fará você vencer o campeonato porque o carro voltou ao zero. Acredito que teremos disputas mais acirradas, mas que também precisaremos de algum tempo para que possamos conhecer mais do carro.
– Nós ainda não vimos o W13, mas qual é a sua sensação e a de todos do time em relação a ele? – Naomi questionou, vendo o chefe da equipe alemã soltar uma risada fraca.
– Desde que o trabalho no W13 começou, eu vi um entusiasmo no nosso time como nunca antes, graças à quantidade de oportunidades que o regulamento técnico oferece. Quando começou o projeto de construção, eu senti uma paixão em toda a organização, não só aqui em Brackley e não apenas na nossa área técnica, mas em nossa base em Brixworth. Estamos com uma boa mentalidade quanto a esse carro e, obviamente, estamos ansiosos para vê-lo na pista.
Em seu lugar, comprimia os lábios, observando a forma como dominava inteiramente o ambiente. Ele conseguia responder prontamente as perguntas feitas, mantendo os pés no chão quanto ao campeonato que teriam pela frente, mas também se mostrando incrivelmente animado com o que a sua equipe havia produzido.
Mais algumas perguntas foram feitas pelas duas mulheres até que George e Lewis foram chamados para entrarem na apresentação. O piloto do carro 44 foi o primeiro a entrar, sendo seguido pelo novato, e ambos se sentaram nas cadeiras vagas ao lado do chefe da equipe.
– Lewis, você esteve bastante ausente nas últimas semanas, o que fez surgir os rumores sobre uma aposentadoria, mesmo com o contrato de mais dois anos com a Mercedes. Como foi lidar com isso? E, para você, pessoalmente, o acontecimento de Abu Dhabi também está no passado?
– Bom, eu nunca disse que iria me aposentar – Hamilton murmurou em meio a uma risada, sendo seguido pelo austríaco. – Pessoalmente, foi doloroso a forma como tudo aconteceu, ainda mais porque lutamos bravamente e tínhamos chances reais de conseguir aquele campeonato, mas, especialmente, por todo o trabalho que os homens e as mulheres aqui de Brackley e de Brixworth tiveram ao longo do ano. E, sim, está no passado. Toda a minha atenção e vontade estão nesse ano, em conseguir ganhar esse campeonato.
A loira tinha vontade de rolar os olhos todas as vezes que Abu Dhabi era mencionado porque ela era a chefe da equipe campeã daquela temporada. Porém, se recordava que estava no território da equipe alemã e que aquela era a primeira vez em que o piloto inglês estava em uma aparição pública desde a corrida.
Então, por mais que não gostasse, entendia os questionamentos –– e se sentia grata por saber que o assunto estava no passado para eles também. Ela, quem havia ganhado, nem mais se lembrava direito de qualquer discussão sobre aquela corrida, mas somente sobre ter conseguido coroar a Red Bull Racing como a campeã de 2021.
– Agora, sobre o novo carro, o que você achou? Quais as suas impressões? – Schiff perguntou e Lewis sorriu, antes de iniciar a sua resposta, claramente animado:
– Me parece impressionante, como sempre. – Fez uma pausa. – Sinto como se fosse o primeiro dia, ainda mais porque eu os vi trabalhar, toda a paixão e a entrega que foram postas para produzir esse carro. Estou ansioso para pilotar e ver como vamos evoluir durante a temporada.
Enquanto Lewis respondia à pergunta feita, não pode se conter e permitiu que seu olhar fosse em busca da namorada. estava no melhor lugar para assistir à apresentação, e também no local específico para que ele pudesse vê-la sem ninguém à sua frente para atrapalhar.
A loira balançou a cabeça de um lado para o outro ao receber uma piscada de olho em sua direção, e pode perceber que o austríaco se segurou para não rir naquele momento antes de sibilar um "amo você", completamente distraído das perguntas que eram feitas por Naomi e Natalie para George Russell.
Era tão estranho ver o austríaco em um momento sério como aquele, ainda que fosse somente a apresentação do carro, tendo momentos descontraídos com que ela porque ele geralmente adotava o modo chefe da Mercedes e, com isso, ganhava a pose de sério. O que fazia ter certeza que a maioria dos olhares dos funcionários presentes naquela sala notavam também a mudança da postura do chefe.
– George, todos nós já vimos aquela sua foto clássica com o Lewis. Qual é a sensação de estar ao lado do piloto que é considerado o melhor da história? – Naomi questionou, encarando o novato da equipe alemã e ele sorriu em sua direção, ajeitando-se na cadeira antes de começar sua resposta.
– É realmente uma sensação incrível. Acho que naquela foto fica claro que eu sou um fã do Lewis desde cedo e é ótimo ser testemunha de tudo que ele conseguiu conquistar. Então, tenho certeza que vamos trabalhar bastante juntos e que eu vou ter a chance de aprender muito com ele.
– E precisamos dizer que vocês melhoraram muito depois daquela foto, como um bom vinho... – Natalie comentou, e os cinco deram risadas enquanto George concordava com a cabeça.
– Lewis sim, mas o George definitivamente – disse, girando o rosto para encarar o piloto do carro 63, fazendo com que as risadas aumentassem e o mais novo erguesse a mão para atrair a atenção para a sua resposta enquanto Lewis se divertia discretamente.
– Nós melhoramos desde que essa foto foi tirada. Eu não posso dizer o mesmo sobre você, mas... – inclinou a cabeça, permitindo que uma expressão divertida de ultraje tomasse conta de seu rosto enquanto as entrevistadoras riam e Natalie se apressou em comentar:
– George, essa não é a maneira correta de se falar com o novo chefe... – brincou. – Sempre elogie o chefe.
– Menos um ponto para você – murmurou, encarando o mais novo, enquanto mais risadas tomavam conta do ambiente.
, quais são as suas expectativas para essa nova dupla de pilotos?
– A minha expectativa, acima de tudo, é que a gente tenha um carro competitivo. Eu não sei se estaremos na caçada pelo título, mas eu sei que essa equipe é capaz de sair de situações desvantajosas. Eu sei que nós faremos de tudo para ser competitivo. A minha expectativa é que o carro seja rápido e que Lewis e George estejam felizes com a direção.
As apresentadoras mudaram o tópico da conversa da temporada para o programa de jovens pilotos da Mercedes, já que seis estavam no estúdio para serem apresentados e toda a atenção recaiu para eles enquanto Naomi e Natalie se alternavam nas perguntas.
– Agora, é o momento que todos nós estamos esperando – Pinkham disse com um sorriso no rosto, movimentando-se em seu próprio assento. – É hora de revelar o carro da Mercedes AMG F1, o W13.
As luzes se apagaram por completo no estúdio até que um novo jogo de luzes começou junto com uma música misteriosa. girou seu pescoço para o outro cenário, agora vendo o carro descoberto, assistindo o momento em que George e Lewis começaram a caminhar para o local, subindo na plataforma em que o W13 estava para que pudessem ficar mais próximos.
– Ao vivo é muito mais bonito, não é? – a voz sussurrada e próxima ao seu ouvido fez com que se sobressaltasse levemente em seu assento, causando uma risada fraca em .
Merda, . – Riu baixo, não querendo chamar atenção e nem causar problemas durante a apresentação, levando uma das mãos até a testa enquanto o homem ao seu lado tinha um sorriso divertido no rosto. – E, sim, é lindo... Confesso que eu gostava muito do preto do ano passado, mas esse também é muito bonito.
– As flechas prateadas estão de volta – murmurou, retirando a atenção do perfil da mulher para encarar a cena que acontecia a sua frente, os dois pilotos já haviam se retirado do palco, e dois diretores técnicos da equipe falavam sobre todo o processo de preparação do carro e sobre o regulamento da temporada.
– Eu espero que ele vá rápido – murmurou em meio a uma risada fraca, girando o corpo para que pudesse ver a expressão no rosto dele quando ouvisse a sua próxima frase: – Porque vocês precisam ganhar.
O austríaco arregalou os olhos em surpresa, e manteve uma sobrancelha arqueada na direção da loira. Era estranho ouvi-la dizer alguma frase de apoio em relação à Mercedes, ainda mais quando a loira tanto defendia o acontecido em Abu Dhabi.
– O que foi? – perguntou com uma expressão de ironia no rosto, aproveitando para cruzar as pernas enquanto tinha seus olhos azuis presos nos olhos escuros do namorado. – Eu só aceito ver você perdendo para a RBR, se eu for a chefe da equipe. Como eu não sou mais, é meio que sua obrigação os vencer.
estava pronto para soltar uma risada, completamente surpreso com a frase e a torcida da loira, mas Victoria se aproximou e foi questão de poucos segundos para Natalie Pinkham o chamar de volta para o palco para dar as suas considerações sobre o carro, agora já revelado, e as considerações finais daquela apresentação.
sorriu sozinha com a leve provocação que havia feito, mas que era a verdade. Por mais que fosse grata a RBR por seus anos na equipe, não fazia sentido torcer para eles, quando não mais trabalhava para eles e estava se relacionando com o chefe da Mercedes.
A loira riu fraco ao perceber que a sua era de torcedora da equipe austríaca havia chegado ao fim.

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se sentia em uma das visitas ao museu durante a sua época de escola. Ela se lembrava de como o guia narrava os fatos com uma emoção tremenda e de como ela queria ter aquela sensação quando falasse sobre o seu trabalho. Era aquele o nível de paixão que ela sempre sonhou em ter pelo que fazia, mesmo que tivesse que repetir tudo várias vezes para diversas pessoas.
Era essa paixão que ela sentia em enquanto ele a apresentava toda a sede da Mercedes. A cada andar que os dois passavam, o chefe da equipe alemã explicava o que ocorria no local e as funções das pessoas.
Porém, pode sentir, além da paixão, o orgulho do austríaco pela equipe, especialmente quando eles foram para a sala ficavam expostos os sete troféus ganhos pela Mercedes no Campeonato dos Construtores, além de alguns dos troféus dos pilotos ganhos nas corridas e o carro da temporada de 2020, o último ano em que a equipe foi campeã.
– É uma sensação única saber que você é parte de todo esse sucesso, não é? – questionou ao ver o brilho nos olhos do mais alto e riu fraco. – Quer dizer, eu, como chefe, consegui ganhar somente um como chefe de equipe e acredito que não há nada melhor do que essa sensação. Imagine ganhar sete vezes...
– Sim, a sensação é única e cada um tem um gosto especial. – sorriu, balançando a cabeça. – Não que um valha mais ou menos do que o outro, mas alguns me lembram de temporadas que foram marcantes.
– Quais?
– O primeiro, em 2014, foi especial porque foi o meu primeiro ano na Mercedes. O de 2016, do Nico, porque a gente passou por muita coisa em razão da rivalidade dele e do Lewis; o de 2018 porque foi uma temporada acirrada do Lewis com o Sebastian na Ferrari; e o de 2019 porque foi uma homenagem ao Niki... Mas, há um sentimento especial para cada um deles. – Balançou os ombros. – Todos são frutos de muito trabalho.
– É muito bonito a forma como você fala, a paixão que você tem, sobre isso. – A loira sorriu de forma genuína na direção do moreno. – Adrian, Christian e Helmut costumavam dizer que você não podia ter o total mérito do que a Mercedes é hoje porque você a pegou em uma crescente depois do Brawn.
O austríaco soltou uma risada, voltando a balançar os ombros porque já havia ouvido aquela frase dita por Horner em algum momento, mas não se importava muito com aquilo porque ele sabia exatamente o trabalho que tivera para transformar a equipe em um caso de sucesso.
– Eles podem não achar grande coisa, mas, certamente, muitas pessoas acham. – sorriu fraco. – Inclusive, uma professora de Harvard.
Harvard? arqueou as sobrancelhas em sinal de surpresa com o comentário, e balançou a cabeça em sinal de confirmação enquanto passava a língua pelo lábio inferior com um sorriso contente nos lábios. – O que aconteceu que eu não estou sabendo?
– Uma professora, Anita Elberse, fez um estudo de caso no ano passado sobre o sucesso da Mercedes e me chamou para uma visita à instituição. Para falar sobre liderança e o sucesso...
– Uau – a loira murmurou, levando as mãos até a boca para que pudesse cobri-la enquanto soltava uma risada desacreditada. – Isso é fantástico, ! Você realmente merece porque, olhe para isso tudo o que você conquistou! – gesticulou, apontando para os troféus enfileirados na prateleira à sua frente.
– Eu não fiz isso sozinho, você sabe, não é?
– Muita modéstia não combina com você. – Fez uma careta. – Mas, certamente, você conduziu essas pessoas ao sucesso. De qualquer forma, é merecido o reconhecimento.
– Obrigado, querida. – Sorriu, aproximando-se dela para que pudesse selar os lábios em um beijo casto, mas demorado. – O que acha de irmos até o meu escritório? Eu preciso pegar as minhas coisas para irmos almoçar...
– Certo. – Sorriu, mordendo o lábio inferior. – Você não teve tempo de me mostrar a sua sala mais cedo... – A loira cerrou o cenho na direção do austríaco, fazendo com que um sorriso malicioso surgisse nos lábios dele.
– Será um prazer apresentar cada canto dela para você, .
A forma como ele dizia o nome completo dela em um momento como aquele, repleto de malícia e sensualidade, era algo que nunca falhava em deixá-la com um certo calor por todo o corpo.
tinha um efeito poderoso sobre ela.
O austríaco esticou a mão e ela a segurou, pronta para deixar a sala, quando uma ideia surgiu em sua mente e ela sorriu animada, parando de caminhar e voltando a soltar a mão dele.
– O que foi? – perguntou, preocupado, virando o corpo para olhá-la.
– Pode tirar uma foto minha? – pediu, retirando o celular do bolso e entregando para ele. – Eu quero registrar esse momento e postá-lo.
– Claro. – Ele soltou uma risada, pegando o aparelho das mãos dela e selecionando a câmera para que pudesse registrar o momento como ela queria. – Sente-se sobre a roda.
A loira concordou com a cabeça, fazendo o que foi pedido e, como uma fã da equipe alemã, se sentou, abrindo os braços enquanto tirava as fotos com uma expressão divertida no rosto.
– Rosa diz que eu não sou o melhor fotógrafo, então, tirei mais de uma para garantir... – Riu fraco, devolvendo o celular para a loira. – E, como dizem? Acho que você vai quebrar a internet com essa foto.
– Uma reviravolta, não é? – A loira riu, seguindo o namorado para o elevador. – Em um dia chefe da Red Bull, no outro publicamente me relacionando com o chefe da Mercedes.
– Daquela digna de filmes – respondeu, permitindo que a loira entrasse no elevador antes dele. – E uma bela reviravolta, não acha? Afinal, eu sou um ótimo partido...
– Eu disse que a modéstia não combinava com você. – riu, guardando o celular no bolso. – Você havia dito que foi chamado para uma visita em Harvard...
– Oh, sim. Será daqui a duas semanas. – Balançou os ombros. – Gostaria de me acompanhar?
– Não é como se eu tivesse muita coisa pra fazer nesse momento... – Balançou os ombros para cima e para baixo.
– Não diga isso, você está cuidando dos detalhes do seu projeto... Neri me disse que a reunião que vocês tiveram foi um sucesso. – Sorriu.
– Eu não acredito que você foi atrás do Neri para perguntar sobre a reunião, ! – ralhou, mas o austríaco ergueu o dedo indicador, antes de começar a se defender.
– Em minha defesa, eu não fui atrás dele. Nós íamos entrar em uma reunião para tratar alguns assuntos relacionados a Mercedes e o patrocínio da HPE, quando ele falou comigo sobre a reunião de vocês. – Sorriu na direção dela. – Eu apenas escutei e fiquei orgulhoso.
– Eu acho bom mesmo que você esteja falando a verdade e não seja como a situação com o Zak.
– Você disse que não queria que eu ligasse…
– O que significava que eu não queria que você interferisse na situação. – A loira respirou fundo, fechando os olhos e voltando a abri-los minutos antes de encarar o namorado. – Esse já é um assunto passado.
concordou com a cabeça. Já haviam se resolvido quanto a sua atuação naquela situação e, ainda que considerasse que não havia agido errado, ele havia entendido que não queria que ele interferisse em sua carreira — e ele iria tentar não fazer isso.
– A propósito, o diretor executivo da Mercedes também quer uma reunião para saber como apoiar o projeto...
Os olhos azuis da loira foram em sua direção, e um sorriso ladino se formou nos lábios dela, no exato momento em que as portas do elevador se abriram. Porém, isso não impediu de murmurar:
– Claro, podemos tratar disso agora na sua sala. O que acha?
sorriu largamente, apressando-se para seguir a loira para a sua sala, depois de pedir a sua assistente que cancelasse todos os seus compromissos da parte da tarde. A sua ideia era aproveitar o almoço e o resto do dia ao lado de .
– Você realmente precisava ter um escritório inteiro de vidro? – questionou, colocando as duas mãos de cada lado da própria cintura e lançando um olhar negativo na direção do moreno assim que ele entrou na sala.
O austríaco soltou uma risada alta, balançando a cabeça de um lado para o outro antes de caminhar em direção à lateral de uma das janelas para apertar um dos botões que havia próximo aos interruptores de luz da sala.
Logo, persianas escuras começaram a descer pelo teto, deixando a sala completamente reservada e fazendo com que soltasse uma risada surpresa.
– Parece que você pensa em tudo, ... – murmurou, estalando a língua no céu da boca enquanto observava o austríaco caminhar em direção a cadeira atrás de sua própria mesa.
– Sabia que, depois da minha cama, esse é um dos lugares que eu sempre sonhei em ter você? – A expressão de surpresa tomou conta do rosto da loira, e ela também caminhou para a mesa do austríaco, parando no espaço disponível entre os dois.
– Sua sala? – arqueou as sobrancelhas, cruzando os braços na altura do peito enquanto se sentava na ponta da mesa, ficando com uma perna de cada lado de . – Achei que tínhamos resolvido isso na Bélgica...
– Durante a bandeira vermelha? – sorriu, apoiando o queixo sobre uma das mãos e passando o dedo pelo local enquanto as lembranças daquele dia flutuavam por sua mente.
– Sim, você me fez ir até a sua sala...
– Bom, essa aqui também é a minha sala, e ela pode ficar com ciúme do que aconteceu na sala da Bélgica. – A loira soltou uma risada alta, balançando a cabeça de um lado para o outro antes de sentir as mãos do austríaco sobre as suas coxas. – Mas... Você precisa ser silenciosa.
– Eu preciso ser silenciosa? – A loira arqueou uma das sobrancelhas na direção dele, levando um de seus pés para a coxa dele, passeando pelo local de uma forma lenta até o meio de sua calça. – Eu adoro como você consegue fingir que não fica louco e barulhento.
– Nem um terço perto de você. – piscou na direção dela, e a loira voltou a balançar a cabeça de um lado para o outro, aproveitando para se afastar da mesa e se sentar sobre o colo do austríaco.
tomou os lábios de em um beijo demorado. Suas mãos seguravam a nuca dele, controlando perfeitamente o beijo da forma como ela queria enquanto as mãos dele a guiavam sobre o seu colo, fazendo com que uma fricção de seus corpos surgisse, mesmo apesar das camadas de roupas que eles usavam.
A loira rompeu o beijo quando sentiu que precisava respirar, mas levou os lábios para o pescoço de , intercalando os movimentos de seus quadris, ora lento e outras com um pouco mais de força.
– Vamos ver se você consegue ser silencioso? – A pergunta foi feita enquanto ela se afastava do pescoço dele, levando as mãos para os botões da blusa da Mercedes que ele usava. – Será que você consegue ficar sem proferir os seus xingamentos em alemão? – riu fraco, movimentando o quadril com um pouco mais de força que antes. – Sem falar que me ama? – Suas írises azuis buscaram as castanhas do austríaco. – Sem nem mesmo me dizer que está prestes a gozar?
tossiu de leve, surpreso com as palavras, mas deixou com que um sorriso desafiador surgisse em seus lábios enquanto assistia a loira descer de seu colo, depois de ter aberto toda a sua camisa, deixando seu abdômen exposto.
– Eu adoraria ver você tentar. – Piscou, sorrindo em antecipação ao ver levar as mãos para a braguilha de sua calça, abrindo lentamente o botão e o zíper.
– Não precisa mentir, . – Sorriu, puxando a calça para baixo e austríaco ergueu o quadril para que as peças saíssem facilmente, revelando seu membro. – Nós dois sabendo que você fica aos meus pés.
As mãos da loira estavam em suas coxas, passando as unhas compridas pelo local lentamente apenas a fim de provocá-lo. Seu desejo era levar a loucura naquela tarde.
– Não é o que está acontecendo bem aqui... – murmurou com um sorriso sarcástico nos lábios, e a loira arqueou as sobrancelhas, mordendo o lábio inferior antes de tomar o membro de em suas mãos, fazendo com que o sorriso sumisse dos lábios dele.
Lentamente, subia e descia a mão direita sobre o membro do austríaco, apertando com o polegar a parte da cabeça e sorrindo ao ver como ele mordia o próprio lábio inferior, não querendo se dar por vencido.
– O gato comeu a sua língua, schatzi? – Repetiu o apelido que ele havia dado para ela apenas por provocação, e, no exato momento em que a encarou para respondê-la, levou a boca até o seu membro.
teve que se segurar para não gemer ao sentir o membro dele em sua boca. Demorou alguns segundos até que ela começasse a se movimentar e, quando sentiu a mão de na parte de trás de sua cabeça, ela teve vontade de soltar uma risada, mas aproveitou para demorar ainda mais para fazer o primeiro movimento.
começou a chupar de forma devagar o pênis do austríaco. Era um ritmo que ela sabia que ele detestava, mas ela não iria se render aos encantos e pedidos dele, já que queria provar que ele também não conseguia ser silencioso. Nem que toda a sede da Mercedes precisasse ouvir.
Era fácil ler o corpo de . A forma como abdômen dele se contraía, como ele se esforçava para manter a respiração de uma forma tranquila enquanto agonizava por dentro pela forma lenta que seus lábios o tomavam por inteiro.
Ela afastou os lábios dele, voltando a movimentar a mão por toda a sua extensão e erguendo o rosto para encará-lo. tinha a cabeça jogada para trás e os olhos estavam fechados, o que fez com que ela sorrisse antes de levar a mão livre para o abdômen dele, passando as unhas por toda a extensão do local.
As mãos dele apertavam as laterais da cadeira com mais força que o normal e passou o polegar novamente pela cabeça do membro dele, ouvindo um suspiro mais forte escape de seus lábios.
...
A voz saiu como um sussurro e sorriu, já começando a se sentir vitoriosa, voltando a levar os lábios para o membro do namorado e o chupando com um pouco mais de esforço do que antes.
já conseguia sentir o pré gozo do austríaco, tendo plena ciência que ele não demoraria muito para atingir o ápice, e se concentrava em conseguir respirar corretamente enquanto forçava mais o membro contra a sua boca.
levou as mãos até os cabelos de , os prendendo em um rabo desajeitado enquanto começava a forçar o próprio quadril contra o corpo dela, conseguindo meter o seu membro de forma funda. Os gemidos começavam a escapar, ainda que ele buscasse não permitir que isso acontecesse para que não ganhasse.
voltou a fincar as unhas nas coxas dele, sentindo um pouco de saliva escorrer por sua boca e caindo sobre a blusa que usava, mas nada importava naquele momento que não fosse escutar as palavras que escapavam do homem à sua frente.
Scheiße!
O xingamento em alemão saiu em um tom alto de sua boca no exato momento em que o líquido quente preenchia toda a boca da loira. A sensação que percorria o corpo do homem fez com que ele travasse o maxilar, apertando as mãos na parte de trás da cabeça da loira enquanto mais alguns palavrões saíam de seus lábios.
As mãos de se afastaram dos cabelos loiros de e seu corpo recaiu sobre a própria cadeira, enquanto a mulher voltava a erguer um pouco o corpo, levando o dorso da mão para os lábios, limpando os vestígios do gozo do austríaco e lançando um sorriso fraco na direção dele.
– Acho que eu consegui provar o meu ponto, não é? – questionou, apoiando-se nas pernas do austríaco para que conseguisse se levantar e soltou uma risada.
– Muito bom ver a sua pose de durona – ele disse em um tom baixo, levantando-se da cadeira e, em apenas um movimento, girando o corpo da loira, de modo que ela ficasse de frente para a mesa e de costas para ele. – Pena que eu também consigo provar que você não sabe ser silenciosa...
Ela riu, mordendo o lábio inferior e balançando a cabeça de um lado para o outro, movimentando minimamente o quadril contra o membro do austríaco, fazendo com que ele fechasse os olhos com a mesma força que apertou as laterais do quadril dela.
– Eu adoraria vê-lo tentar, .
nunca havia sido muito fã de seu nome. Desde que era criança, ele sempre se questionava de onde os pais haviam tirado inspiração e, como era conhecido pelo apelido, passou a usar cada vez menos seu nome — muitas vezes, só era chamado assim quando ia ao médico.
Porém, ele havia passado a adorar seu nome quando ele saía da boca de , especialmente em momentos como aquele, em que ela tentava deixá-lo louco, ou quando ela o gemia em seu ouvido durante o ato.
Suas mãos foram de forma apressada para os botões da calça que ela usava. Não demorou muito para que a peça descesse por suas pernas e ele grudou ainda mais o corpo no dela para que pudesse pronunciar em seu ouvido:
– Tire o casaco e a blusa.
se apressou em se livrar das peças, rindo fraco da forma patética que obedeceu ao comando dele, e nem mesmo se certificou em observar onde as peças haviam ido parar. Não importava naquele momento.
– O sutiã também, murmurou, depois de puxar a alça do ombro esquerdo e deixar com que ela batesse na pele da loira, fazendo com que ela se contorcesse levemente.
A mulher levou uma das mãos para a parte de trás do próprio corpo, abrindo o fecho com habilidade e, logo, descartando a lingerie também.
sorriu ao vê-la quase nua, já que ainda mantinha a calcinha em seu corpo, e, colocou as mãos na parte inferior de suas costas, fazendo com que ela curvasse o corpo sobre sua mesa. gemeu baixo com o contato dos seios com o vidro gelado da mesa e levou as mãos até a borda para que pudesse se segurar.
Os olhos de percorreram a mulher naquele instante e foi impossível que um sorriso não tomasse conta de seu rosto enquanto se agachava atrás dela. De forma lenta, quase angustiante, ele desceu a última peça que ela usava. Fez questão de deixar as suas unhas curtas entrarem em contato com a pele dela e grunhiu em reclamação, fazendo com que o sorriso dele aumentasse.
– Afaste as pernas, .
Outra vez demandou e outra vez foi obedecido, mas se manifestou, apenas para provocá-lo:
– Eu não me lembro de ter te dado tantas ordens...
– Porque nós dois sabemos que você adora ser mandada nesse momento.
– Oh, nisso você está correto, – murmurou com um sorriso sacana nos lábios, girando o rosto para o lado para que ele pudesse ver a expressão em seu rosto. – O único momento que eu me curvo para um homem é na hora do sexo.
sorriu com o comentário, embora sentisse seu ego um pouco ferido por ela ter tido "um homem" e não "para ele". Sabia que era bobeira, sentia-se bobo por deixar que aquele bichinho do ciúme tomasse conta de si naquele momento, mas, sinceramente, não pode evitar.
sentiu uma das mãos dele em sua nádega e fechou os olhos, sabendo o que viria. já a conhecia o suficiente para saber que haviam duas coisas, dentre todas, que a deixavam louca em um momento como aquele.
E foram dois.
Dois tapas seguidos em sua nádega. Tão bem estralados que pareceu ecoar pela sala ao ponto de fazer a loira temer que pudesse ter sido ouvido do lado de fora.
"Merda", pensou, mordendo o lábio inferior com uma força e com um autocontrole que nem ela sabia que tinha enquanto sentia os dedos do austríaco começarem a trilhar caminho pela sua intimidade de uma forma lenta, que ela sabia que era apenas para provocar.
Forçou o quadril contra a mão dele algumas vezes, mas tudo que recebia eram risadas fracas em resposta. Ele não a tocava propriamente e nem falava nada, o que já começava a irritá-la.
Puta merda, ! – reclamou de forma verbal, voltando a girar o rosto para que conseguisse encará-lo. – Por que você está demorando tanto para...
Um gemido em meio a um leve gritinho de susto escapou pelos lábios da loira, fazendo com que os dois arregalassem os olhos, ainda que o austríaco não parecesse tão preocupado quanto ela. Seus dois dedos estavam, finalmente, dentro da intimidade da loira e ele sorria por senti-la se contrair sob eles.
– O que você dizia, schatzi? – questionou de forma sarcástica e, no momento que pareceu que ela tomava uma lufada de ar para respondê-lo, ele levou sua boca até a intimidade dela.
Seus dedos, somados à forma como ele conseguia chupá-la, faziam com que apertasse as mãos contra a mesa e mordesse o lábio inferior, tentando concentrar-se em não emitir nenhum som alto. Mas, merda, como era difícil não deixar o mundo saber como que era capaz de deixá-la louca.
Os dedos de entravam e saíam de forma rápida, indo o mais fundo que conseguia enquanto alternava o que fazia sob o inchado clitóris dela – ora passava a língua, outras sugava e até dava mordidas de leve.
A loira levantou o corpo da mesa, forçando mais o quadril para trás. O seu corpo começava a dar os sinais de cansaço, aquele prazer dominante começava a percorrer cada poro do seu corpo e ela não sabia se seria capaz de se manter no modo silencioso por mais tempo.
Isso, . – o murmúrio saiu de seus lábios e ela não percebeu o sorriso que surgiu no rosto do austríaco. Os movimentos foram aumentados e a própria levou as mãos até os seios, os apertando com força. – Isso, ... Merda! Isso é tão bom.
abriu os lábios quando sentiu a onda de prazer começar a percorrer o seu corpo, projetando o corpo para frente de uma forma abrupta que a fez apoiar as mãos sobre a mesa enquanto pequenos espasmos tomavam conta dela.
Um gemido saiu por seus lábios no momento em que ela deixou o corpo cair sobre a mesa, completamente satisfeita, e se levantou, sorrindo consigo mesmo enquanto levava os dedos até a boca, completamente saciado.
A imagem de caída sobre sua mesa era, sem dúvidas, algo que ele sempre iria se lembrar quando estivesse ali.
Ele curvou o corpo sobre o dela, aproximando os lábios de sua orelha enquanto seu membro roçava na entrada da intimidade dela, fazendo com que ela se contorcesse embaixo dele.
– Acho que eu também consegui provar o meu ponto... – murmurou, estalando a língua no céu da boca antes de deixar um beijo abaixo do ouvido dela. – O que você acha?
– Eu acho que... – Outra vez, ele não deixou que ela terminasse a frase. De uma vez, a penetrou, vendo a loira se movimentar e deixar que um gemido mais alto escapasse por sua boca. – Filho da puta!
sorriu com o xingamento, levantando o corpo e começando a movimentar os quadris com um pouco mais de agilidade, forçando o corpo da loira contra a mesa e a ouvindo suspirar em meio às tentativas de esconder.
– Não esconda, schatzi. – Levou as mãos para os braços da loira, erguendo seu corpo também e tirou os cabelos molhados do rosto dela antes de levar uma das mãos para o meio de suas pernas. – É hora de deixar esse andar inteiro saber que nenhum homem te faz se curvar para ele – repetiu as palavras dela de minutos atrás – como eu.
apertou a borda da mesa, fechando os olhos com força e vendo uma atmosfera preta naquele momento. Seu interior começava a formigar novamente e seus quadris se mexiam de forma involuntária em busca de mais contato com que parecia se divertir com como ele a tinha sob seu poder em um momento daqueles.
Soltou uma das mãos da mesa, a levando para trás e puxando o cabelo do austríaco com força como uma forma de se aliviar antes de sentir o corpo tremer por inteiro. Havia alcançado o ápice novamente e parecia que estava nas estrelas.
sorriu ao sentir as suas paredes internas apertarem o seu membro e forçou o quadril contra o dela, permitindo-se desfazer dentro da mulher outra vez enquanto travava a mandíbula com força.
O rosto do austríaco caiu no vão entre o pescoço e o ombro dela e voltou a colocar as mãos sobre a mesa porque suas pernas estavam incrivelmente bambas. Sentia que iria ao chão a qualquer momento.
O único som que foi ouvido na sala foi a respiração dos dois. Estavam aceleradas devido às movimentações, mas agora começaram a se acalmar assim como os seus batimentos cardíacos.
– Eu não sei com que cara eu vou encarar os funcionários quando eu sair daqui de dentro... – ela murmurou após longos minutos em silêncio, e sentiu a vibração da risada do austríaco contra a sua pele.
– É o preço que se paga por não ser silenciosa o suficiente. – Ele balançou os ombros e recebeu um tapa estalado no local. – Ouch!
– Você também não estava sendo nada silencioso, seu cara de pau!
– Oh, você quer sair e perguntar para as pessoas que estão aí fora quem eles ouviram mais? – indagou em um tom divertido, e a loira rolou os olhos. – Eu tenho certeza de qual seria a resposta...
– Eu passo essa brincadeira. – Balançou os ombros, fazendo com que ele retirasse o rosto dali, e girou o rosto. – Mas você pode assumir que foi um empate.
riu, depositando um beijo demorado na bochecha da loira antes de murmurar que a amava e se retirar de dentro dela. suspirou com a sensação de vazio e ainda precisou de alguns minutos para conseguir começar a pegar as roupas pelo local.
De uma das gavetas de sua mesa, o austríaco retirou alguns lenços umedecidos e estendeu para a namorada para que ela pudesse se limpar enquanto fechava os botões de sua camisa.
– Ainda temos um almoço para ir – ele relembrou, checando seu relógio para ver o horário. – Parece que teremos um almoço tardio... Já são quase uma da tarde.
– Bem tardio. – Sorriu. – Precisamos passar em casa para tomar um banho e trocar de roupa. – Ele concordou com a cabeça, deixando com que um sorriso ladino surgisse em seus lábios e chamasse a atenção da loira: – O que foi?
– Essa história de banho... Foi um convite? – gargalhou antes de balançar a cabeça de um lado para o outro.
– Nós não queremos transformar o nosso almoço em um jantar.
– Não queremos?
As sobrancelhas arqueadas fizeram com que ela rolasse os olhos e desferisse um tapa leve em seu braço, seguido de uma reclamação enquanto começava a se vestir de forma rápida para que pudessem deixar a sala.
fez questão de seguir até o elevador sem nem olhar ao redor enquanto o austríaco ria ao seu lado, fazendo questão de abraçá-la pela cintura e depositar um beijo em sua têmpora sob o olhar atento das pessoas do andar até que as portas do elevador se fechassem.

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Quando chegaram ao Maze, um dos restaurantes do famoso chef Gordon Ramsay, que havia sido escolhido por Lewis Hamilton como o local para o almoço, e foram guiados por um dos funcionários do local para uma área reservada, onde os pilotos e as suas respectivas companheiras já os aguardavam.
– Ora, se não é o casal do dia! – Lewis exclamou, arrancando risadas do casal. – Como estão se sentindo sendo a sensação do dia em Brackley?
– Isso no dia em que apresentamos o carro da temporada – murmurou, puxando a cadeira para que a namorada se sentasse, e lançou um sorriso na direção dele, sentando-se na cadeira e ficando de frente para Penny, enquanto se sentava ao seu lado, ficando de frente para Lewis. George e a namorada estavam do lado esquerdo do austríaco.
– Eu adoraria ter chamado um pouco menos de atenção, mas acho que isso era algo meio impossível. – sorriu, balançando os ombros. – Aliás, George, é um prazer revê-lo. – esticou o braço na frente do namorado para que pudesse cumprimentar o mais novo e o inglês sorriu, apertando a mão da loira.
– Eu digo o mesmo, . – Ele acenou com a cabeça, antes de apontar para a morena que estava ao seu lado. – Essa é a Carmen, minha namorada.
sorriu na direção da moça de cabelos escuros que parecia regular a mesma idade de George e tinha um sorriso levemente tímido no rosto, mas não ao ponto de parecer desconfortável no ambiente.
– É um prazer conhecê-la, . – Carmen sorriu, cumprimentando a loira. – Ótima temporada ano passado... Foi incrível!
– Oh, obrigada. – Sorriu, feliz pelo comentário da mulher. – Apesar de achar que o assunto "temporada passada" seja quase proibido nessa mesa... – A frase saiu em um tom mais baixo e a loira apontou, com os olhos, para Lewis e .
– Não é proibido agora que o Masi foi tirado do cargo – Hamilton murmurou, balançando os ombros e arregalou os olhos em surpresa porque desconhecia aquele fato.
não havia dito totalmente o resultado da reunião para evitar qualquer tipo de desgaste entre os dois e ela ficou apenas sabendo que haveria mudanças no corpo diretivo da federação.
– Assim, nada contra o Matt, mas o que aconteceu no ano passado foi inaceitável – Russell comentou. – Era meio que justo que o Michael fosse retirado do cargo.
– É o que as pessoas chamam de karma. balançou os ombros em meio a uma risada, mas a cessou ao perceber que a namorada não tinha uma expressão divertida no rosto. – Mas, acho melhor a gente mudar de assunto...
– Nós não queremos uma briga com a – Penny disse de forma divertida antes de encarar o casal com os olhos repletos de curiosidade. – Aliás, eu ia perguntar isso no aniversário do Lew, mas não tive a oportunidade... Como isso.. – seu indicador foi de para em questão de segundos – aconteceu?
– Quanto tempo você tem? – a loira questionou de forma divertida, arrancando risadas de todos na mesa.
– As discussões de vocês nas coletivas não era à toa... – George riu.
– Eu sou apaixonado por ela desde que a vi na entrega de troféus de 2019. Eu estava com o Lewis, conversando com o Sebastian, quando ela chegou com o Christian... – O austríaco fez uma careta fraca ao pronunciar o nome do inglês.
– Uau! – Carmen riu. – Então, vocês estão juntos secretamente por esse tempo todo?
Oh, não. – riu, balançando a cabeça de um lado para o outro. – Apenas no ano passado que nos tornamos um casal de forma oficial.
– Alguém sabia sobre vocês? – Penny questionou, e Lewis ergueu a mão discretamente, fazendo com que a mulher abrisse a boca em sinal de surpresa antes de desferir um leve tapa no ombro dele. – Você sabia sobre isso? – perguntou, forçando uma expressão de ultraje ao ver o inglês concordar com a cabeça. – Por que não me contou?!
– Porque eu não tenho que ficar me preocupando com a vida sexual do chefe da minha equipe. – A frase de Lewis arrancou risadas de todos os presentes na mesa e inclinou a cabeça para o lado, movimentando as sobrancelhas. – Eu fiquei sabendo em Baku, na verdade... Estava indo tomar café da manhã e me deparei com os dois se beijando. – Riu. – Sorte deles que a Angela precisou voltar ao quarto dela para buscar algumas coisas ou todo mundo ficaria sabendo bem antes...
– Isso é verdade. – Thow riu, colocando uma mão sobre o colo. – Angel é uma fofoqueira!
– Ainda bem que ela nunca soube. – riu, balançando os ombros. – Mas, a Louise sabia e nos ajudava com o que podia.
– Espera... Lewis sabia e nunca ajudou? – George provocou em meio a uma risada, e o outro inglês riu também.
– Eu ajudei ficando em silêncio quando inventaram que ela era minha namorada! – rebateu, fazendo com que todos rissem e a loira levasse uma das mãos até a testa ao se recordar daquele episódio.
– Eu me lembro disso... – Carmen riu fraco. – Foi uma foto com algo da Mercedes, não é?
Minha camisa. – sorriu antes de balançar a cabeça de um lado para o outro, fazendo com que a morena concordasse com a cabeça. Ela se lembrava de ter ouvido as amigas comentarem sobre a fofoca de Lewis Hamilton estar namorando a chefe da Red Bull. – Mas os tempos de se esconder ficaram para trás. – O austríaco girou o pescoço, olhando para a namorada e, por debaixo da mesa, segurou a mão dela, que concordava com a cabeça.
– Então, hoje, além de estarmos dando boas vindas ao Carmen e ao George, estamos dando boas vindas para a também? – Penny perguntou, sorrindo de forma animada.
– Tirando o fato que a minha vinda para a Mercedes era algo esperado... – George ergueu o dedo indicador ao comentar, causando risadas em todos os presentes enquanto balançava a cabeça em sinal de concordância.
De fato, era muito mais esperado pelo público ver George Russell fazendo parte da Mercedes do que ela, a antiga chefe da Red Bull.
Com isso, a loira riu ao se lembrar das fotos que havia tirado dela próximo ao carro da equipe alemã. Depois que todos fizeram seus pedidos, ela aproveitou para sacar o celular do bolso, se ausentando das conversas que tomavam conta da mesa naquele momento, para acessar o seu Instagram para publicá-las.
Em sua mente, tudo que se passava era a reviravolta que aquilo iria parecer para as pessoas que a seguiam, mas em seu coração estava toda a felicidade do momento, de estar ao lado de .
Bloqueou a tela do celular, o deixando de lado, antes de olhar para todos que estavam na mesa por alguns segundos. Era muito diferente do ambiente que havia na Red Bull e era quase impossível para ela não fazer aquele tipo de comparação — por mais que não quisesse ter que ficar pensando no antigo trabalho o tempo inteiro.
Havia prometido a si mesma que focaria no seu novo projeto e estava animada porque ele saía cada vez mais do papel. Agora faltava muito pouco para que ele se tornasse realidade.
– O que você acha, ? – A voz de Penny fez com que ela piscasse algumas vezes e balançasse a cabeça ao notar que todos os olhos estavam voltados para ela.
– Desculpe... – Riu, sem graça por não ter prestado atenção nos últimos minutos de conversa porque estava entretida com seus próprios pensamentos. – O que vocês diziam?
– Estávamos fazendo alguns planos para as semanas no Bahrein... – Thow explicou com um sorriso discreto no rosto. – Nós vamos para os testes e passaremos a semana por lá até a primeira corrida.
balançou a cabeça antes de dar os ombros. Ainda que parecesse confortável com a ideia, eles ainda não haviam conversado sobre como fariam no começo da temporada
Então, optando por não diminuir o clima de animação do ambiente, sorriu, concordando com a cabeça e entrando em uma longa conversa com Carmen e Penny enquanto assistia de forma contente.

🏎🏆✨

tomava seu café da manhã de forma tranquila enquanto assistia a falar ao telefone, caminhando de um lado para o outro pela sala de estar de seu apartamento — atraindo também o olhar de Ariel, que estava parada próxima a ilha onde a loira estava sentada.
A loira não conseguia entender o que ele falava porque o austríaco usava sua língua materna naquele momento — a ideia de aprender alemão realmente se fazia presente em sua mente naquele momento porque ela adoraria ter completa noção do que ele falava em momentos como aquele.
Dentro de algumas horas, a Mercedes completaria a apresentação de seu carro com um shakedown em Silverstone e ela estava animada para ver como seria a primeira vez do carro em uma pista.
O austríaco também estava animado, mas, para ele, aquele dia ia além da animação porque ele precisava gerenciar tudo o que aconteceria, como o chefe da equipe que era. Então, além de animado, o dia também era estressante para ele, mas tinha quase certeza que adorava.
Ao finalizar a ligação, colocou as mãos de cada lado do quadril e soltou um suspiro, antes de caminhar em direção à ilha para se sentar em frente a loira.
– Está tudo bem? – perguntou, curiosa e preocupada, e ele balançou a cabeça antes de projetar o corpo para frente para selar os lábios nos dela. – Você parece nervoso...
– Está tudo ótimo. – Lançou um sorriso na direção dela. – Eu tenho uma reunião na quarta-feira sobre um novo projeto e a Birgit iria me acompanhar, mas ela não vai mais conseguir.
– Birgit, a esposa do Niki? – perguntou antes de vê-lo dar um gole no próprio café e concordar com a cabeça. – Qual é o projeto?
– Estou desenvolvendo uma startup focada em cuidar da saúde mental – explicou, vendo uma expressão de surpresa tomar conta do rosto da loira. – Uma plataforma online onde iremos juntar psicólogos e psiquiatras com pessoas que estejam à procura de tratamento.
– Isso me parece uma ótima ideia. – Sorriu. – Por que a Birgit está envolvida?
– Eu queria um psicólogo que pudesse ser o diretor da plataforma porque eu preciso delegar essa função. – Riu fraco. – O meu psiquiatra, por questões éticas, não poderia participar.
A loira piscou os olhos algumas vezes, surpresa com a informação que acabara de receber — apesar de imaginar que a maioria das pessoas mais bem sucedidas no mundo lidavam com problemas mentais —, e lançou um sorriso na direção dele.
– Brigit conseguiu esse profissional?
– Sim... Era ela que faria o contato entre nós dois nessa reunião, mas surgiu algo sobre a fundação em Vienna na quarta-feira que a impedirá de estar presente. – Balançou os ombros. – É ruim, mas é bom para ela porque a fundação é o que ela gosta de fazer.
– Você quer que eu acompanhe você nessa reunião?
– Não precisa, schatzi. – Sorriu na direção dela. – É só que, quando voltarmos da minha apresentação em Harvard, eu terei que ficar alguns dias aqui em Londres.
Oh, você vai ficar direto? – Acho que é melhor do que ir para casa e depois ter que voltar... – Balançou os ombros, arqueando as sobrancelhas na direção dela, e mordeu o lábio inferior.
– O que me faz lembrar... Você quer que eu vá para o Bahrein com você para os testes? – questionou, se lembrando da conversa durante o almoço do dia anterior e balançou os ombros outra vez.
– Eu não quero que você faça nada que não queira fazer. – Sorriu.
Mas… – Foi a vez da loira incentivá-lo a continuar uma frase, e ele riu fraco, apontando o dedo indicador na direção dela para demonstrar que estava contente por ela ter percebido que ele queria falar algo a mais.
Mas, eu adoraria que você estivesse no Bahrein comigo. – Fez uma pausa. – Ou em qualquer lugar do mundo, na verdade.
– Essa é uma declaração e tanta – debochou, soltando uma risada fraca enquanto o observava comer algumas das melancias cortadas em cubos.
– Ano passado era mais fácil porque você estava no mesmo lugar que eu. Para esse ano, nós vamos precisar de alguma logística para estar junto...
– Eu estou percebendo isso. – Riu fraco.
– E, se você não quiser ir, está tudo bem. Eu posso sempre agendar o vôo de volta para a madrugada de domingo.
– Isso me dia exaustivo demais. – murmurou, o encarando com o cenho franzido. – Podemos fazer um experimento nos testes e depois vamos ver como será. O que você acha?
– Me soa como uma boa ideia, querida. – sorriu.
– E, quanto a volta dos Estados Unidos, eu também vou precisar ficar em Londres porque um dos diretores da Sky Sports quer falar comigo... – foi a vez de arquear as sobrancelhas, surpreso com o comentário, voltando a deixar a xícara de café sobre a mesa.
– Foi isso que a Natalie falou com você ontem?
– Sim. A Louise já havia recebido um e-mail deles querendo uma entrevista comigo, mas eu neguei porque eu não quero falar sobre a minha saída da Red Bull. Mas a Natalie me disse que não era somente isso. – balançou os ombros. – Alguma ideia do que pode ser?
– Nenhuma ideia. – projetou os lábios para frente em um bico enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro. – E, antes que você pergunte, eu não me intrometi nisso. Pode não parecer, mas eu não tenho tanta influência por lá. – riu, fazendo com que a namorada risse também enquanto balançava a cabeça.
– Mas, com certeza, se pedisse algo para a Pinkham, teria o que queria em poucos minutos...
Oh. – uma expressão exagerada de ultraje tomou conta de seu rosto e ele riu fraco, levando uma mão na direção do peito. – Eu não tenho culpa se sou um homem charmoso...
– Realmente. – a loira abriu os braços enquanto voltava a rir da expressão no rosto dele.
sorriu antes de pegar um dos últimos pedaços de melancia de seu prato e jogar no chão para Ariel, que o encarava e tinha as patas sobre sua coxa, esperando algum agrado.
uniu as sobrancelhas ao ver o austríaco olhando para baixo e se mexeu em sua cadeira, virando o corpo para lateral em tempo de ver a cachorrinha comendo de forma apressada algo que ele havia atirado para ela.
– Não fique dando coisas para a Ariel. – pediu, vendo a cachorra levantar as orelhas com a menção de seu nome e acariciou a cabeça dela, virando os olhos na direção da namorada.
– É fruta. – justificou, balançando os ombros. – É saudável.
rolou os olhos com o comentário enquanto ele ria e conversava com a Ariel que a "a mãe dela era brava", fazendo com que a loira balançasse a cabeça de um lado para o outro ante de seguir para o quarto para buscar o casaco para que pudessem ir para Silverstone.

x

O frio e a leve garoa marcavam apenas mais um dia comum em Londres. Nenhum inglês se sentia estranho com aquele clima ou com a temperatura baixa, já que eram extremamente acostumados com ambos — mas para todos os envolvidos no shakedown era, no mínimo, incômodo ter que trabalhar ao ar livre naquelas condições.
e desceram da Mercedes que ele parou no estacionamento do circuito e a loira tentou ignorar os bichinhos que se movimentavam em seu interior.
Claro que não existia um público grande no local ou tantos jornalistas quanto em um dia de corrida, mas ainda sim, existiria um número significativo de pessoas em Silverstone — e ela já tinha tido um gosto de como as pessoa reagiam ao vê-la com , quando os dois estiveram em Brackley.
– Tudo bem? – perguntou ao vê-la se aproximar dele mordendo o interior da boca e ela sorriu fraco, tentando mostrar que estava bem. Ele aproveitou para deixar um beijo delicado em seus lábios.
entrelaçou os dedos nos dela, começando a caminhar para a entrada lateral do circuito. Na entrada não haviam muitos jornalistas, mas os que estavam presentes demonstraram todo o choque ao ver o casal de mãos dadas.
tentou não se mostrar desconfortável com alguns dos flashes que surgiram em sua direção e focou em seguir a , mantendo o olhar na direção do circuito e ignorando, assim como o austríaco as perguntas que eram feitas para os dois.
– Bom dia, . – Bradley os recebeu próximo às catracas da entrada do local, entregando o crachá da loira e lançando um sorriso para ela. – Bom dia, .
– Obrigado, Brad. – o chefe da equipe agradeceu, antes de encarar a mulher ao seu lado. – É provável que você já o conheça, mas, , esse é o Bradley Loyd, diretor de comunicação da Mercedes. Brad, essa é , minha namorada.
– Obrigada pela apresentação formal. – provocou em um tom divertido, esticando a mão para cumprimentar o homem barbudo. – É um prazer conhecê-lo, Bradley.
– É um prazer conhecê-la, . – acenou com a cabeça. – Ansiosa para ver um shakedown da Mercedes?
– Pode apostar que sim. – sorriu, balançando a cabeça para confirmar e fez um sinal para que ela andasse, soltando sua mão. – Ansiosa para ver o carro na pista pela primeira vez.
– Com a pista molhada, eu espero que nenhum deles acabe no muro. – Loyd murmurou em meio a uma risada, acompanhando o casal até a garagem da Mercedes.
– Seria vergonhoso demais. – riu. – Mas não poderíamos esperar muita coisa de um dia em pleno fevereiro em Londres, não é?
– Ou de qualquer lugar na Europa nesse momento. – o diretor da comunicação riu, balançando os ombros antes de levar uma das mãos até o bolso ao sentir o celular vibrar. – Eu encontro vocês na garagem. – murmurou antes de colocar o celular no ouvido para atender a ligação e permitindo que o casal andasse a sua frente.
– Como você está se sentindo até agora? Eu acho que o pior já passou... Os jornalistas da entrada, no caso.
– Oh, os olhares curiosos dos funcionários da Mercedes ainda estão por vir. É certo que o pior não passou... – balançou os ombros. – Mas eu estou bem. Não se preocupe.
– Não me preocupar com você está fora de cogitação, . – piscou antes de beijar os lábios dela.
Ao chegarem na garagem da Mercedes para aquele dia importante, tentou soltar a mão da de para que ele pudesse se aproximar dos funcionários para cumprimentá-los sem carregá-la consigo, mas ele não permitiu e a manteve próxima a ele.
A loira acenou para algumas pessoas com quem o austríaco falava e cumprimentava enquanto se permitia ser guiada para o interior da garagem até uma das salas montadas no fundo, onde estavam George e Lewis, além dos engenheiros da equipe.
Nesse momento, ela preferiu ficar mais próxima a porta, percebendo que o assunto eram alguns gráficos de análises de desempenho do carro nos testes que foram feitos ainda na fábrica.
James Alisson era o responsável por mostrar os números e as linha coloridas em uma tela de computador para os pilotos e o chefe da equipe, que usavam fones para se comunicar com o restante das pessoas que estavam no local — pelas contas da loira, havia cerca de quinze pessoas trabalhando ali.
– Acho que o que a gente precisa agora é vê-lo na pista. – o diretor técnico, Mike Elliot, disse ao final da apresentação, que havia durado cerca de trinta minutos, e todos comemoraram, fazendo com que a loira risse fraco.
Aos poucos, todos foram se levantando e retirou os fones de ouvido, os segurando em suas mãos enquanto caminhava na direção da loira.
– George e Lewis vão se arrumar e nós vamos para a garagem. – avisou, apontando para a porta e ela concordou com a cabeça, girando o corpo para deixar a sala com o austríaco atrás dela. – O que você achou da apresentação?
– Achei que vocês têm um carro rápido. – riu. – Mas que parece pular um pouco... Pelo que Alisson disse, pelo menos.
– Isso não é uma preocupação para o momento. Vamos ver melhor como ele será na pista para depois ver se precisaremos mudar alguma coisa.
– A gente precisa saber dos outros também... Talvez esse não seja um problema exclusivo da Mercedes.
concordou com a cabeça e, assim que os dois retornaram para a garagem, a figura de Bradley se aproximou com um sorriso apologético no rosto.
, preciso que você dê algumas entrevistas antes do shakedown…
– Certo, Brad. – concordou com a cabeça, virando-se na direção da loira que compreendia perfeitamente que em um dia como aquele não teria como ele ficar ao seu lado o tempo inteiro. Afinal, aquele era o ambiente de trabalho dele.
, há uma cadeiras no fundo da garagem, você pode se sentar nelas, se quiser. Elas são para os convidados que vem visitar a equipe... – Brad apontou para o lugar e ela sorriu, concordando com a cabeça.
lançou um sorriso na direção dela, seguindo para o lado de fora da garagem na companhia de Loyd e seguiu para a direção oposta, sentando-se em uma das confortáveis poltronas acolchoadas que havia por ali.
Mesmo de longe, ela conseguia enxergar . O austríaco falava para uma jornalista que ela não conhecia, mas isso não importava porque sua atenção estava apenas no homem. A forma como ele gesticulava e como os seus largos ombros se movimentavam durante as falas dele eram incríveis para ela.
Conseguia sentir um calor pelo corpo apenas por ver na posição que ela tanto gostava: chefe da equipe. O poder que ele exalava, a forma como ele parecia conseguir comandar tudo o que acontecia ali apenas com um olhar...
Droga.
Conteve a vontade de suspirar, retirando os olhos dele ao ouvir o toque do celular, indicando uma nova mensagem. Se apressou para retirar o aparelho da bolsa e desbloqueou a tela, vendo o nome de Louise nas últimas notificações.
Assim que abriu a conversa, ela viu que a ruiva havia enviado um print de uma página no Instagram que já tinha a foto dela e entrando no paddock há uma hora. Abaixo daquela mensagem, estavam os comentários de Smith:

Eu estou vendo certo?
Não acredito que estou viva para presenciar isso!!!
Me mande uma foto na garagem da Mercedes, eu preciso disso para a posteridade!!
Me conte depois como foi tudo!!!

sorriu, digitando uma mensagem para a amiga e enviando uma rápida selfie dentro da garagem, em que o símbolo da Mercedes aparecia bem atrás de si, além de garantir que contaria tudo para ela depois.
Por alguns instantes, a ideia de pesquisar o seu nome ou o de para descobrir o que as pessoas estavam falando surgiu em sua mente. Não que estivesse curiosa, mas sentiu um desejo de fazer isso apenas por fazer — quando a voz de Dorothea surgiu em sua mente sobre ela não precisar da aprovação dos outros para tomar suas decisões.
– Os fones para você. – estendeu os fones pretos da Bose na direção dela e ela levantou o olhar em um agradecimento silencioso. Havia ficado tão entretida na troca de mensagens com Louise e seus pensamentos que nem percebeu ele se aproximando. – Vai começar.
Comemorou antes de colocar os fones de ouvido e o austríaco se curvou, deixando um beijo casto em seus lábios antes de se dirigir ao seu assento, um pouco na frente do de , na estação de engenharia no meio da garagem.
A loira olhou ao redor, sorrindo consigo mesma e não precisou de muito para entender que não importava o que o mundo estava achando sobre ele e .
O que mais importava era que ela estava feliz por estar ali, dentro da garagem da Mercedes, em meio aos preparativos para o shakedown.



Capítulo 9

– Lembra quando eu disse que apoiava você morar em Oxfordshire com o ? – Louise encarou a amiga, cruzando os braços. – Eu retiro o meu apoio. Eu preciso de você em Londres!
gargalhou, balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto se sentava na cadeira à sua frente. Há cerca de quinze minutos, a ruiva havia batido em sua porta, dizendo que estava com sentindo a sua falta e que elas tinham que muitos assuntos para colocar em dia.
– Bom, nós estamos procurando uma nova casa. – riu ao confessar. – Mas, acho que não será em Londres... precisa estar perto da fábrica da Mercedes.
– Eu preciso estar perto da minha melhor amiga!
– Para chorar por causa do Checo?
– Eu passei dois anos te ouvindo dizer que não tinha nada com o . – murmurou com um sorriso sarcástico no rosto. – Qual o problema de me ouvir falar sobre o meu namoro confuso?
– Confuso por que? – franziu o cenho, servindo o café nas xícaras, afinal, duas horas da tarde ainda não era hora para beber álcool. – Você não escolheu o Checo, Louise?
– Sim, eu estou ciente da minha escolha... Obrigada. – sorriu, levando brevemente a xícara até os lábios. – Mas ele está no México desde o começo do mês. Eu tive que ficar trabalhando, não tive como ir para lá e estamos vivendo assim.
– Eu vou fazer uma simples pergunta, Louise Smith. – riu fraco. – Por que você não vai para o México? Eu acredito que você consiga fazer um home office por algumas semanas. – balançou os ombros. – Apenas para que, caso não dê certo, no futuro você possa olhar para trás e dizer que fez tudo que poderia fazer.
– Eu não posso deixar o meu trabalho para trás, ... Estou surpresa que você esteja me dizendo isso!
– Eu não estou dizendo para você deixar a sua vida para trás! Eu estou dizendo para você passar uns dias no México e, depois, convença o Checo a passar uns dias em Londres. Acho que vai ser bom para vocês dois tentarem se adaptar a rotina juntos e a rotina um do outro fora do ambiente de corrida.
– Bom para dar errado, não é? – Louise riu, balançando os ombros e a loira rolou os olhos antes de dar um gole em seu café no momento em que algo pareceu se acender em sua mente.
– Lou... – a chamou em um tom de voz baixo, ainda alinhando o próprio pensamento para que pudesse questionar a amiga. – Você não está dizendo que seu relacionamento com o Checo está dando errado para poder encontrar uma razão para ir atrás do Bottas, não é?
Uma expressão de ultraje tomou conta do rosto da loira e ela balançou a cabeça de um lado para o outro repetidas vezes antes de pronunciar, para confirmar a sua posição:
– Claro que não, ! – suspirou. – É só que não está dando certo com o mexicano, por mais afetada que eu tenha ficado pelas palavras do finlandês...
– Certo... Porque você também teria que sair de Londres para viver com o Valtteri. – murmurou e a confusão surgiu no rosto da ruiva. – Ele não mora em Mônaco?
– Acho que o único piloto do grid que não mora em Mônaco é o Sérgio. – Louise rolou os olhos com seu próprio comentário.
– O Sebastian vive na Suíça. Quase certeza que o me falou algo sobre eles terem morado próximos por um tempo... – riu. – Acho que o Mick e o Esteban moram em Genebra e o George mora em Londres.
– Eu adoro quando você demonstra conhecimento da vida dos outros... – a ruiva voltou a balançar a cabeça de um lado para o outro.
– Você quer dizer que gosta quando eu faço fofoca?
– Se você quiser usar essa palavra... – deu os ombros, fazendo um bico e soltou uma risada alta. – Mas, Mônaco seria mais tranquilo. Eu acho que daria para viver por lá e trabalhar na Red Bull... Sem contar que eu continuaria na Europa.
– Claro, se você não se importar em pegar dois voos todos os dias. – foi a vez de dar os ombros. – Eu não sei se conseguiria viver assim. e eu não aguentamos duas horas de distância...
– Porque vocês estão no auge da paixão. Querem ficar juntos o tempo inteiro e transar como dois coelhos!
A expressão de choque que tomou conta do rosto de pela forma direta que a frase havia sido proferida foi logo substituída por uma risonha enquanto Louise balançava a cabeça e levava uma mão até a testa.
– Eu me lembro que antes de começar a se relacionar com o Checo, você era muito mais fechada, dona Louise... – a loira secou as lágrimas que escorriam dos cantos de seus olhos por tantas risadas e encarou a amiga. – Eu não diria que eu estou na fase da paixão porque essa fase termina e eu amo o .
– Não falou nada sobre transarem iguais dois coelhos. – mordeu o lábio inferior, elevando os ombros enquanto Louise desferia um tapa em seu braço. – Meu Deus, !
– Eu estou aproveitando! – se defendeu. – Daqui a pouco a temporada começa e eu não vou ficar o seguindo por todo o canto apenas como a namorada dele.
– O que há de errado nisso? – questionou. – Vai ficar trancada nessa casa?
– Eu não sou um objeto que o pode me levar para todo canto, Louise. Não quero ficar aparecendo em páginas de wags no Instagram por conta do meu look no fim de semana...
– Existe isso? – a ruiva arregalou os olhos antes de abaixar a cabeça, a apoiando em sua mão e riu outra vez. – Eu não quero fazer parte disso!
– Há algumas que adoram... – balançou os ombros, não dando tanta importância para aquilo e suspirou. – Eu quero continuar tendo a minha própria identidade.
– Você já falou isso com o ? – concordou com a cabeça. – O que ele disse?
– Que ficará feliz que eu esteja ao lado dele em qualquer lugar do mundo, mas também disse que pode pegar sempre o primeiro voo depois de uma corrida para voltar para casa.
– Eu não sabia que os austríacos eram tão românticos... – Smith riu depois de murmurar um "aw" para a frase que ouviu e rolou os olhos. – Ele deixou a decisão para você... Achei o máximo!
– Mas eu não quero isso...
– Eu vou dizer a mesma coisa que você me disse: por que você não vai para os testes no Bahrein? Você só vai saber se te faz bem ou não, se tentar.
mordeu o lábio inferior, encarando a amiga por alguns minutos antes de soltar uma risada ao ver como ela conseguiu reverter o seu conselho. Porém, sabia que Louise estava certa, assim como ela estava certa quando falou sobre ela dar uma chance para a vida com Checo.
Se havia algo em sua vida que não queria se arrepender, era de não ter feito alguma coisa. Então, ela iria tentar ver como era acompanhar as corridas, pelo menos uma.
– Temos um trato? – indagou, encarando a amiga, que arqueou as sobrancelhas em sinal de confusão. – Eu vou aceitar ir a uma corrida com o e você vai aceitar passar dias com o Checo no México.
– Por que você está misturando os nossos problemas? – ralhou, fazendo com que risse.
– Porque você misturou o meu conselho. – balançou os ombros. – Estamos fechadas quanto a isso?
Louise rolou os olhos e, antes que ela pudesse responder, os latidos de Ariel preencheram o ambiente e a cachorra correu em direção a porta, fazendo com que a ruiva arregalasse os olhos em sinal de surpresa.
– Acho que o chegou. – avisou para a amiga que soltou uma risada alta, entendendo a animação da Jack Russell Terrier.
– Cara, vocês são uma família perfeita! – Smith gargalhou alto no momento em que abriu a porta principal, sendo recebido por Ariel em suas pernas com o rabo balançando e, praticamente, implorando por um carinho.
Oh, olá, Louise! – cumprimentou a ruiva, levantando-se do chão depois de gastar alguns longos minutos acariciando a barriga de Ariel e deixou sua pasta sobre o sofá. – Como está?
– Estou bem, , obrigada. – sorriu. – E você? – Bem também. – acenou com a cabeça, parando próximo a cadeira em que estava sentada e pondo uma mão na parte de trás antes de se chegar para que pudesse depositar um beijo casto nos lábios dela. – Como foi o dia? Já recebeu alguma ligação do tal diretor?
– Diretor? – Louise repetiu a palavra em tom de curiosidade, mas mordeu o lábio inferior ao perceber que o casal a encarou. Sua expressão fez com que risse fraco, antes de responder:
– Na apresentação do carro da Mercedes, a Pinkham me disse que aquele contato que eles tentaram comigo era não apenas para uma entrevista, mas para um convite. Ela pediu o meu número para passar para um diretor do canal e eu estou esperando o contato. – balançou os ombros, encarando o namorado para responder a sua pergunta. – E não, ele não entrou em contato.
– Você não sabe qual é o convite? – a loira balançou a cabeça de um lado para o outro. – Será que eles querem te oferecer um emprego, talvez?
– Eu pensei nisso, mas não queria que criar uma expectativa. – murmurou, balançando os ombros e concordando com Louise. – Também pensei que precisa contratar um assessor...
Oh, eu adoraria ter esse papel, mas estou comprometida com a Red Bull... – Smith murmurou em tom triste, fazendo com que a loira risse, balançando os ombros. – Eu posso indicar um colega, se você quiser.
– Eu ainda estou aqui, ok? – murmurou, atraindo a atenção dos dois em meio a uma risada. – E, eu não sei se eles vão me dar um emprego, mas confesso que eu estou curiosa para saber o que é. – riu. – E eu também acho que preciso de um assessor ou assistente, mas não para agora. Acho que ainda posso ficar por mais algum tempo sem delegar funções, pelo menos até ter mais de uma coisa para fazer.
– Por falar nisso, você já tem um nome para a sua fundação?
– Já... – sorriu. – Eu decidi há algumas semanas. Já estamos nos trâmites para resolver as últimas coisas para que eu possa lançá-la.
– Vai me contar o nome ou eu terei que esperar até o dia do lançamento?
– Como você é dramática, Smith. – rolou os olhos. – O nome é Dare To Be Different. – sorriu. – O que acha?
– Eu acho incrível! Desde que você me contou da ideia, ela me parece sensacional... – Louise sorriu. – Pode me colocar como a número dois nesse primeiro evento... Porque o número um, eu acho que vai ser um certo chefe de equipe. – apontou para o homem que deu uma risada, concordando com a cabeças era óbvio que ele estaria no primeiro lugar para poder assistir ao sucesso da loira.
– Está certíssima, Louise. – sorriu, encarando as irises da loira e lançando um sorriso em sua direção. – Eu sou um fã do projeto, mas ainda mais fã dessa mulher maravilhosa.
sentiu as brochuras queimarem, balançando o rosto e usando uma mão pra cobri-lo antes de esticar o corpo para depositar um beijo nos lábios do namorado em agradecimento pelo apoio dele.
– Vamos jantar? – perguntou, olhando para a loira com um sorriso no rosto. – Louise, gostaria de nos acompanhar?
– Eu adoraria, mas eu já tenho um compromisso...
– Vamos deixar para próxima... – balançou os ombros e ela concordou com a cabeça.
– Talvez quando ela conseguir trazer o Checo para Londres.
– Um jantar com ex chefe da Red Bull, o atual piloto da equipe e o chefe da Mercedes? Me parece um prato cheio para a internet. – Smith riu, animada e os dois balançaram a cabeça, entendendo como aquilo iria chamar atenção das pessoas.
– Bom, eu me sentiria mais confortável se, no lugar do Pérez, estivesse o Bottas e eu não me refiro ao assento na Red Bull. – disse antes de depositar um beijo na testa da namorada, deixando a sala de estar para que pudesse tomar um banho e trocar de roupa para ir jantar com enquanto Louise mostrava toda a sua surpresa com a boca aberta pela fala do austríaco.
– Foi isso mesmo que eu ouvi? – balançou a cabeça em sinal de concordância enquanto a ruiva se lamentava por ter feito uma escolha há meses e parecer que, até aquele momento, sua vida se mantinha confusa.

x
Cambridge, Massachusetts

– E você vai simplesmente colocar um carro de Fórmula 1 no meio do pátio de Harvard? – encarou em meio a uma risada divertida, balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto ele concordava com a cabeça.
– Não é "um carro de Fórmula 1". – a corrigiu com um sorriso irônico nos lábios. – É o carro campeão da Mercedes, a equipe sete vezes campeã de forma consecutiva.
A loira ergueu as mãos na altura do colo em sinal de rendição para demonstrar que não iria provocá-lo quanto aquele assunto e ele riu.
– Se sente nervoso com essas palestras?
– No início sim, mas agora eu já me tornei acostumado. Percebi que está meio que no meu gene querer propagar para as pessoas como serem bem sucedidas em seus negócios ou como os gerirem de uma forma boa, como eu faço na Mercedes.
A loira concordou com a cabeça com um leve sorriso nos lábios e voltou a atenção para o café enquanto o austríaco manteve os olhos presos nela por alguns minutos somente para observá-la.
era linda. A forma como seus cabelos loiros estavam levemente com ondas, caindo sobre parte do seu rosto, ainda sem nenhum pingo de maquiagem, a deixavam ainda mais bela. As írises azuis em sua direção o faziam lembrar como ele era o homem mais sortudo do planeta.
– Nós vamos para Nova Iorque hoje mesmo?
– Sim, eu tenho alguns negócios para tratar. – disse em meio a um sorriso fraco e balançou a cabeça, não questionando quais eram os negócios porque já entendia que possuía vários e diversos interesses.
– Não vamos nem ter tempo para visitar a cidade?
– Podemos retornar a Nova Iorque quando você quiser...
– Vai ser difícil a sua agenda permitir. – riu. – Logística complicada...
– Teremos duas corridas nos Estados Unidos nesse ano: Miami e Austin. Eu acho que pode ser fácil dar um pulo em NYC por um fim de semana. – ele balançou os ombros. – Além do mais, NYC vai se tornar uma cidade especial...
A loira piscou os olhos com o comentário antes de franzir o cenho e encarar o austríaco, tentando entender o que ele queria dizer com aquela frase.
– Estou me referindo aos negócios. – riu, explicando para ela. – Vai ser uma parceria importante para a Mercedes.
A forma nervosa com que ele soltou uma risada fez com que cerrasse os olhos em sua direção, mas acabou sendo interrompida de questionar com o olhar a frase do austríaco porque seu celular tocou.
Ela se levantou da cadeira em que estava sentada e foi em direção a cama para buscar o aparelho sobre a mesa de cabeceira. O número desconhecido na tela fez com que a loira estranhasse, mas, mesmo assim, atendeu a ligação.
Do outro lado do quarto, respirava um pouco mais aliviado depois de ter fugido do olhar inquisitório da namorada. Uma simples frase e quase que ele conseguia estragar toda a surpresa que estava planejando há algumas semanas já.
O austríaco girou o corpo sobre a cadeira ao ouvir a forma animada que a mulher falava ao telefone, curioso para saber quem estava do outro lado da linha, mas sabendo que se tratava de algo bom pela expressão que ela tinha no rosto.
– E você poderia me adiantar o assunto? – a viu perguntar e, alguns minutos depois, ela ergueu o olhar em sua direção, arregalando os olhos em sinal de surpresa com o que ouvia da pessoa com quem falava. – Oh... – fez uma pausa, emitindo uma risada. – Isso é incrível! Eu fico muito feliz com o convite. – mordeu o lábio inferior antes de decidir: – Eu posso pensar sobre isso e nos falamos na semana que vem? – uma nova pausa, como se ela escutasse a resposta da pessoa do outro lado da linha. – Certo. Ficamos combinados assim.
Ao notar que a ligação terminava, retornou à posição anterior, para terminar de tomar o café. Seu relógio marcava sete e quarenta e três e as nove ele deveria estar na Universidade.
– Eu descobri o que a Sky Sports quer comigo. – a loira murmurou com um sorriso no rosto ao retornar à mesa sob o olhar atento do austríaco que se movimentou sobre o assento em razão da demora dela em revelar o conteúdo da ligação.
... – riu ao notar que ela tentava fazer um suspense e a loira soltou o ar antes de revelar, finalmente, o que havia conversado no telefone há alguns minutos.
– Eu fui convidada para fazer parte da cobertura in loco das corridas!
A expressão de surpresa misturada com alegria tomou conta do rosto do austríaco enquanto ele se levantava de sua cadeira, deixando o guardanapo que estava em seu colo ir de encontro ao chão e, até mesmo batendo levemente com a coxa na ponta da mesa, devido a forma abrupta que se movimentou para abraçar a namorada.
– Isso é fantástico! – riu, depositando um beijo nos lábios dela para que pudesse parabenizá-la. – Parabéns, querida. É um novo projeto, mas eu não tenho dúvida que você vai se sair muito bem.
– Obrigada. – sorriu. – Meu estômago está dando voltas desde o instante em que ele fez a oferta e eu estou um pouquinho insegura quanto a isso, mas... – soltou o ar de forma nasalada. – Acho que eu preciso pensar.
– Pensar no quê?
– Você me ouviu dizer que eu estou insegura? – riu fraco, colocando as duas mãos ao redor do rosto do mais alto antes de brincar com ele. – Tadinho, já está ficando velho?
... – a forma como o sobrenome saiu pelos lábios dele, fez com que ela se arrepiasse e rolasse os olhos para aquela sensação que dominava o seu corpo naquele instante. – Eu entendo você estar insegura. É normal ficar assim em frente a um novo desafio, mas você precisa saber que é uma mulher extremamente competente. Você tem um olhar bem apurado para estratégias e sempre faz comentários pertinentes em relação a Fórmula 1. Eu não vejo motivos para negar essa oferta. – balançou os ombros, projetando os lábios para frente. – Na realidade, já consigo imaginar você me entrevistando depois de alguma corrida.
A loira soltou uma risada fraca, balançando a cabeça de um lado para o outro com a expressão que viu no rosto do austríaco e ficou nas pontas dos pés para que pudesse unir os lábios aos dele em um beijo delicado e carinhoso.
– Obrigada pelo apoio e incentivo, .
– Não há o que agradecer, schatzi. – balançou os ombros outra vez, voltando a unir os lábios nos dela em um beijo que seria aprofundado, se não fosse pelas batidas dadas na porta do quarto do casal.
riu ao ver grunhir pela interrupção antes de soltar o ar de forma mais pesada, começando a caminhar em direção à porta. De onde estava, próxima a varanda do quarto, ela pode ver Bradley no corredor com um sorriso apologético nos lábios assim que o chefe da Mercedes abriu a porta.
– Desculpe atrapalhar... – Loyd fez uma breve pausa. – Mas, temos que estar em Harvard em uma hora.
– Eu só preciso colocar meu casaco. – avisou para o inglês, girando o corpo para encontrar a loira ainda parada no mesmo lugar. – Você vai terminar seu café, querida?
– Não, meu estômago está embrulhado demais para isso. – respondeu em meio a uma risada fraca e arqueou uma sobrancelha em sua direção, fazendo com que ela balançasse os ombros. – Eu só preciso calçar meus sapatos e pegar meu casaco também.
– Eu espero vocês no saguão. – Bradley informou e concordou com a cabeça, fechando a porta assim que o diretor de comunicação girou o corpo, caminhando em direção o elevador do andar.
girou sobre os próprios calcanhares, indo em direção a sua mala para que pudesse calçar seus scarpins. Para a ocasião, ela havia escolhido uma calça de alfaiataria de cintura alta e uma blusa de gola alta brancas, além de um sobretudo bege e uma bolsa branca da Yves Saint Laurent.
buscou seu sobretudo preto, o colocando por cima de sua blusa social azul escura e girou o corpo na direção da loira para encará-la, sorrindo de leve em sua direção.
– Podemos ir? – concordou com a cabeça, seguindo para fora do quarto na companhia de enquanto sua mente ainda estava na ligação que havia recebido da Sky Sports.
Acreditava que era normal que estivesse se sentindo insegura, afinal, jamais havia pensado em trabalhar na televisão –– mesmo que fosse para fazer cobertura da Fórmula 1, algo que ele tanto amava e sabia perfeitamente falar sobre.
O frio em sua barriga era óbvio, mas ela sentia que queria se aventurar em um novo projeto. Estar envolvida no ambiente da Fórmula 1 era tudo o que ela mais queria, desde a sua saída da RBR, então, ela estava animada com aquele convite que recusá-lo não parecia ser uma opção.

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A última vez que havia estado em uma Universidade era quando ela ainda era estudante, há pouco mais de dez anos. Mas, adorava estar dentro de um ambiente como aquele porque ela se lembrava de tudo que havia percorrido para conseguir se graduar na Universidade de Londres e de tudo que havia vivido durante os anos de estudo de engenharia.
Harvard era uma das universidades mais conceituadas do mundo inteiro. Então, mesmo que fosse apenas para acompanhar na apresentação que ele faria naquela quarta-feira, ela se sentia feliz por estar ali.
– O que foi? – questionou ao encarar a loira ao seu lado e ela soltou uma risada fraca antes de balançar os ombros, como se não fosse nada importante.
– Estou me lembrando dos meus tempos de estudante em Londres! – riu novamente. – Fazia muito tempo que eu não entrava em uma universidade.
– Você estudou em Londres, não foi? – ela concordou com a cabeça sob o olhar atento de .
– Foi a razão de eu ter fugi... mudado – se corrigiu ao perceber o olhar curioso, ainda que tentasse ser disfarçado de Bradley, mostrando também estar atento na conversa. – de Bristol para Londres.
– Engenharia sempre foi a primeira opção?
– Era meio que a única opção. – riu, antes de morder o lábio inferior. – Eu sempre sonhei em trabalhar com automobilismo, não pensava que trabalharia na Fórmula 1, propriamente dito, mas sempre sonhei em trabalhar com isso. E Londres foi o único caminho que eu tive porque eu consegui uma bolsa... Foi meio que uma oportunidade única.
Meio? riu, balançando os ombros. – Foi totalmente uma oportunidade única e você ainda saiu de lá direto para a Red Bull.
– Sim, o universo tratou de me mostrar para onde eu deveria ir. – sorriu fraco. – E que tudo que eu havia feito tinha valido a pena...
– Sua história é incrível. – sorriu, acariciando o dorso da mão da loira com o seu polegar. – Por falar em Bristol, quando iremos retornar para visitar Audrey e Betty? Eu não posso negar que eu não esteja sentindo falta das duas...
Foi inevitável que um sorriso surgisse no rosto da loira ao ouvir a frase dita pelo homem. Quase parou de caminhar para que pudesse passar um pouco mais de tempo o encarando somente para perguntar se ele realmente havia dito aquilo. Tipo, ele estava mesmo sentindo falta das duas pessoas que ela mais amava de sua família?
– O que foi? – ele questionou ao notar como os olhos da loira pareciam inquietos e soltou uma risada fraca.
– Você quer mesmo ir à Bristol para visitar Audrey e Betty?
– Você não quer? – a resposta com uma nova pergunta fez com que soltasse o ar de uma forma mais pesada fazendo com que o homem soltasse uma risada, dessa vez mais divertida por ter conseguido tirá-la do sério. – Talvez a gente possa vê-las quando retornamos do Bahrein?
concordou com a cabeça, não tendo tempo para responder com palavras porque percebeu que eles já estavam se aproximando da figura loira que esperava por , Anita Elberse, a professora que havia escrito o artigo que tornara a visita do chefe da Mercedes à instituição.
Lentamente, soltou a mão do homem, permitindo que ele pudesse se aproximar da americana e cumprimentá-la com aperto de mãos enquanto a ouvia dizer o quanto era incrível ter a presença dele no local.
– Os alunos estão empolgados com a sua visita. – Elberse comentou em meio a uma risada. – Acho que ficará surpreso quando ver o alto número de fãs da Mercedes que há no campus.
– É bom ver como a Fórmula 1 ultrapassa as fronteiras. – sorriu. – Acho que boa parte disso também se deve a série da Netflix... Eles adoram criar um drama a mais para atrair o olhar dos jovens.
– A competição acirrada também ajuda. – Anita balançou a cabeça. – Talvez falte apenas a presença de um americano...
Oh, isso eu não posso garantir. – riu, balançando os ombros, fazendo com que a mulher risse também. – Anita, deixe-me apresentar, está é , minha namorada.
As duas mulheres se entreolharam por alguns segundos e lançou um sorriso, dando um passo à frente para que pudesse apertar a mão que havia sido estendida por Elberse.
Oh... Não que eu seja do time da fofoca, mas eu acompanhei a temporada passada de perto e... Isso é surpreendente! – soltou uma risada, balançando os ombros. – É um prazer conhecê-la, .
– Nós estamos nos acostumando com essa reação de tanto que a recebemos... – sorriu, encarando o mais alto que balançou a cabeça, concordando com as suas palavras. – É um prazer conhecê-la também... Estou ansiosa para ver esse aqui – apontou para – lecionando.
– Eu também estou animada para isso. – Anita riu, antes de encarar o relógio em seu pulso. – Aliás, já podemos começar?
concordou com a cabeça e a mulher seguiu para uma porta de madeira que havia por ali. A empurrou, entrando primeiro, e fez um gesto para que passasse antes dele — o qual ela sorriu em agradecimento.
A loira riu fraco com a salva de palmas que se iniciou na sala quando o austríaco entrou no local e o viu balançar a cabeça, acenando levemente em sinal de agradecimento — e até mesmo um pouco de vergonha por toda a movimentação.
Elberse indicou uma cadeira na lateral para que se sentasse, bem ao lado de onde ela sentaria, já que havia uma placa com o nome dela.
– Bom dia a todos. – Anita começou, parando no tablado no centro da sala depois de se equipar com um microfone, assim como , observando a turma. – Há alguns meses, eu desenvolvi e publiquei um estudo de caso sobre o sucesso da equipe Mercedes AMG Petronas de Fórmula 1. Era dezembro de 2021 e a equipe estava próximo de ganhar o seu oitavo título consecutivo, depois de mais uma temporada fantástica. Apesar de não ter ganho, e aqui nós não estamos para discutir a situação envolvendo Lewis Hamilton e Matt Hakvoort, a Mercedes sob o comando desse homem – apontou para o austríaco que ainda estava parado na lateral e riu fraco. – tem toda razão de reivindicar o título de equipe mais bem sucedida da Fórmula 1, a maior e mais prestigiada categoria do automobilismo. Estamos próximos do início de mais uma temporada e a primeira pergunta que temos é se conseguirá levar a equipe a mais uma vitória. Mas, além disso, também nos perguntamos qual é o segredo do sucesso dele e da Mercedes? Eu disse que a próxima temporada está perto de começar e ela está com um novo regulamento que muda diversas questões aerodinâmicas e promete transformar em um esporte mais competitivo — como que o e o time dele podem ter certeza que vão manter a Mercedes no topo? – ela fez uma pausa. – Essas perguntas e muitas outras, mas talvez não todas, vão ser muito bem respondidas hoje pelo . Então, eu convido vocês para assistirem e tirar lições de tudo o que ele falar aqui. – Anita girou o corpo, gesticulando para o chefe da Mercedes e ele sorriu, caminhando para o centro do tablado também. – , por favor, sinta-se à vontade.
– Bom dia a todos. – sorriu largamente seguido de seu cumprimento. – Acredito que, primeiro, eu preciso agradecer a oportunidade de estar aqui. Então, muito obrigada professora Elberse pelo convite e pela magnífica análise que fez sobre o meu sucesso e o da Mercedes. É fantástico ter um reconhecimento desse tamanho porque a vida na Fórmula 1, na maioria das vezes, ela requer que abdiquemos de muitas coisas de nossas vidas pessoais. – abanou uma mão no ar, soltando uma risada fraca antes de abrir os botões de seu sobretudo, retirando a peça e permanecendo apenas com sua blusa social azul. – Mas, eu sei que vocês não estão aqui para saber somente sobre isso. Para falar sobre o meu sucesso na Mercedes, eu preciso voltar um pouco no tempo...
não sabia precisar se estava piscando porque simplesmente não conseguia tirar os olhos de . A forma como ele falava em frente aquele grande número de pessoas, como era capaz de fazer todos darem risadas de algumas de suas frases ou, até mesmo, se emocionar com a sua história era incrível.
Ainda que conhecesse a história dele, ela se sentia exatamente como cada um daqueles alunos: completamente maravilhada com o austríaco e com o sucesso que ele fazia parecer algo fácil — muito embora, ela soubesse que não era nem um pouco.

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não sabia nem mesmo precisar quanto tempo havia se passado desde o início da aula de . Talvez uma hora e meia? Ela estava tão concentrada, assim como os alunos, em assistir o que o chefe da Mercedes falava que nem se deu ao trabalho de checar o celular ou fazer qualquer coisa que afastassem seus olhos dele.
Assim que a fala dele terminou, Anita se encaminhou para o centro do tablado, e agradeceu a participação dele, garantindo aos alunos que uma surpresa esperava a todos na saída principal do prédio e que responderia a algumas perguntas.
– O que achou? – questionou ao se aproximar da namorada, curvando-se para deixar um beijo casto em seus lábios.
– Achei que eu já tinha passado da fase de ter crush em um professor. – murmurou em um tom baixo para que ele ouvisse e mordeu o lábio inferior ao ver o austríaco atirar a cabeça para trás em meio a uma risada longa e gostosa — que fez com que ela risse também.
– Inapropriado. – comentou ao cessar sua risada. – Mas, além disso, o que você achou?
– Além disso, eu achei incrível. Você sabe que eu adoro escutar a sua história e que eu acho foda o que você conquistou conquistar com a Mercedes. – sorriu. – Acredito que chegar ao impressionante oito títulos de Campeonato de Construtores vai ser algo incrível... Consegue imaginar que você vai ter o seu nome na história do automobilismo para sempre? Tipo, isso é incrível.
– Ao lado do seu nome, como a primeira mulher chefe de uma equipe campeã? – arqueou as sobrancelhas com um sorriso no rosto e ela soltou uma risada fraca.
– Talvez, mas é óbvio que o seu nome terá muito mais destaque... Você ganhou sete vezes!
– Não importa se foi uma, duas ou se foram dez vezes, . Um campeão é sempre um campeão e você vai sempre carregar esse título. – balançou os ombros, esticando a mão para que a loira pudesse pagá-la para que saíssem da sala. – Isso é algo que Dietrich e Helmut não vão conseguir tirar de você.
A loira sorriu, aceitando a mão de e se permitindo ser guiada para o portão principal. Se havia algo que ela adorava nele, era a maneira como ele sempre enaltecia o seu sucesso, a sua independência e a profissional que ela era.
Ela se recordava se quando ele disse que as mulheres independentes apenas assustavam homens que não sabiam lidar com a sua independência e sentia seu coração superaquecer.
Jamais havia se imaginado em uma relação tão tranquila, mas, acima de tudo, jamais havia se imaginado com alguém que a admirasse e amasse da maneira que fazia. Se sentia plena o tempo inteiro.

🏎🏆✨

Nova Iorque
Naquela manhã, e haviam tomado o café da manhã no quarto do hotel, como já era costume dos dois, para que pudessem aproveitar ao máximo a companhia um do outro.
Durante toda a refeição, ela podia sentir o austríaco um pouco nervoso. Seu olhar fugiu do dela quando foi questionado o que havia de errado e ele mexia muito no cabelo — sem contar as inúmeras vezes em que ele olhava para a tela do celular, o que apenas levantava mais suspeita na inglesa.
A desculpa da reunião com um patrocinador importante para a Mercedes já não mais colava, mas, ao perceber que não queria expor a situação, ela decidiu que era melhor não pressioná-lo. Se havia algo de errado, mais cedo ou mais tarde, ele iria acabar contando para ela.
Assim, recebeu um beijo casto nos lábios e viu o namorado deixar a suíte em que estavam de forma apressada, com sua inseparável pasta em punho, antes de se atirar na cama enquanto se perguntava o que poderia fazer.
A inglesa somente havia estado em Nova Iorque uma vez, ainda na adolescência. Por isso, decidiu que deveria visitar a cidade e, talvez, fazer algumas compras. Não queria ver nenhum ponto turístico, apenas transitar pelas ruas até encontrar alguma vitrine que chamasse a sua atenção.
Por cerca de duas horas, foi isso que ela fez. Nem mesmo percebeu que o almoço se aproximava, somente quando seu telefone apitou com uma mensagem de para avisar que não conseguiria jantar com ela, mas que a esperava em um restaurante que ela julgou mal pelo nome diferente.
deixou claro na mensagem que se tratava de um jantar de negócios. Ele se sentia um pouco mal por estar enganado a namorada naquele nível, mas sabia que era o que ele precisava fazer para que pudesse ter a surpresa perfeita para ela.
A sua frente estava a caixinha azul turquesa.
O presente comprado há meses para a , o que ele tanto temia em entregá-lo.
Havia decidido há poucos dias que faria isso quando os dois estivessem nos Estados Unidos. Como era totalmente avesso a internet, ele pediu para Jessica o ajudar a encontrar o local perfeito e a assistente indicou um restaurante em Nova Iorque.
Então, teve que arranjar toda uma desculpa para que pudessem sair de Boston para Nova Iorque. Estava feliz por ter acreditado em suas palavras, ainda que o seu estômago estivesse dando voltas e mais voltas desde o momento em que eles aterrizaram na cidade.
Teve que se controlar para não fazer o pedido assim que pôs seus olhos na loira pela manhã. Ao mesmo tempo em que queria algo simples, ele também queria que ela fosse surpreendida. Queria ter todo um cenário montado para que ela pudesse se lembrar para sempre da experiência dos dois.
Ele queria que aceitasse se tornar .
Seu coração pulsava mais forte e seus lábios se curvavam em um sorriso ainda mais largo quando ele pensava na mudança no sobrenome da loira. Porém, nada disso era melhor do que poder repetir o nome e o sobrenome em voz alta.
Ele amava mais do que tudo e aquele era apenas o primeiro passo.

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O One if by the Land, Two if by the Sea era um restaurante fundado em 1767 ficava no Greenwich Village em Nova Iorque e era um belo local, com uma decoração que misturava o luxo e a antiguidade sem parecer cafona ou brega.
Por sua história e por todo o ambiente, que contava também com um jardim externo lindo, o restaurante havia sido escolhido como o mais romântico da cidade e era o quinto mais romântico do mundo.
Porém, desconhecia todas essas características e, quando entrou no local, ela apenas se surpreendeu com a sua beleza — notando como tinha um incrível bom gosto para restaurantes, ainda que fossem para reuniões de negócios.
Ela não entendia porque a sua presença faria tanta diferença naquele jantar. Não que estivesse reclamando porque jantar em restaurante que, claramente, parecia ter todas as estrelas do guia Michelin era muito melhor do que comer a comida do hotel, mas ainda estranhava a necessidade de sua presença no local.
Porém, decidiu olhar pelo lado bom, pelo menos, teria a companhia de , mesmo que ele não desse muita atenção para ela por causa das outras pessoas que estadual no local. Não importava para ela, além de estar ao lado dele.
– Boa noite. – a funcionária do restaurante sorriu em sua direção. – Nome da reserva?
– Boa noite. – sorriu na direção dela. – .
A atendente chegou em uma das listas que havia a sua frente e a loira percebeu que um sorriso leve surgiu nos lábios dela antes de balançar a cabeça, parecendo ter encontrado o nome que ela tinha dito.
– Eu irei acompanhá-la até à mesa. – concordou e a mulher gesticulou para que ela a seguisse antes de entrar no restaurante.
Enquanto era guiada por dentro do restaurante, tentava seguir a atendente, mas deixava os seus olhos flutuarem por todo o espaço, analisando a decoração — que era sempre uma parte capaz de tirar seu fôlego nos ambientes.
O One if by the Land, Two if by the Sea tinha o piso inteiro de madeira, e as paredes com azulejos revestidos de madeira, deixando um ambiente escuro que, possuía luzes baixas e algumas velas em candelabros pendurados às paredes, além de diversos quadros com imagens da cidade.

Havia uma escada de madeira que levava ao segundo andar do restaurante, mas que também dava para um andar inferior. Os olhos de se arregalaram em surpresa quando a mulher a sua frente parou de caminhar e deu um passo para o lado, bem na ponta da escada, lançando um sorriso em sua direção.
– O senhor pediu para que a senhora seguisse sozinha a partir daqui. – soltou uma risada pelo nariz, balançando a cabeça e encarou a mulher para ter certeza do que havia acabado de escutar:
– Seguir sozinha? – riu outra vez, vendo a mulher concordar com a cabeça, indicando com as mãos para que ela seguisse. – está lá embaixo?
A mulher movimentou os ombros, mantendo o sorriso no rosto e a loira suspirou, olhando para as escadas. Já estava acostumada a ficar em salas reservadas quando saía para jantar com o austríaco, mas, naquele restaurante, estava suspeito demais.
balançou os ombros, agradecendo a mulher antes de começar a dar o primeiro passo para descer a escada. Apoiou a mão direita no corrimão para que pudesse ter um certo apoio enquanto descia lentamente em direção aquele local desconhecido.
conseguia ouvir o barulho dos saltos de na escada e se balançava sobre os seus próprios pés. As mãos, entrelaçadas uma na outra, suavam mais do que durante toda a adren de uma corrida, e ele queria que a mulher aparecesse logo em seu campo de divisão, mas parecia levar uma eternidade para que isso acontecesse.
Faltavam cerca de cinco degraus para que terminasse de descer a escada, e ela podia ver uma série de velas acesas no chão próximo a lateral do andar, fazendo com que ela franzisse o próprio cenho antes de se apressar para terminar os degraus pra entender o que era aquilo tudo.
Quando finalmente colocou seus pés no chão, ela viu um caminho de pétalas de rosa que levava até uma única mesa que havia ali. Havia um arranjo de rosas vermelhas e rosas claras sobre a mesa, além de velas ao lado das duas cadeiras que estavam ali.
A luz baixa do espaço fazia com que as velas dessem um tom de romance que era estava elevado ao cubo devido a toda decoração presente — que foi capaz de tirar o fôlego da loira.
As duas mãos estavam em seu rosto, cobrindo a própria boca enquanto ela tentava entender perfeitamente o que estava acontecendo ali — mesmo que estivesse bem diante dos seus olhos.
...
A voz baixa de fez com que ela girasse sobre os próprios calcanhares, vendo o austríaco parado a alguns metros de distância. Ele usava uma calça social azul escura, uma blusa azul clara e um paletó do mesmo tom da calca, estando com as duas mãos nos bolsos de sua calça.
... – soltou uma risada, desacreditada, retirando as mãos do rosto e as colocando na cintura. – O que é isso? Eu achei que você estivesse em uma reunião de negócios...
– Eu tive que dizer isso para você para não correr o risco de contar os meus planos... Ou deixar você descobrir. – riu, balançando os ombros enquanto caminhava até ela. Ele fez com que ela girasse o corpo, colocando as mãos em sua cintura e o pescoço sobre o ombro dela, murmurando depois de deixar um beijo na curva de seu pescoço: – Gostou?
– Isso é... – riu, buscando alguma palavra melhor até perceber que era melhor dizer o simples, já que nada chegaria aos pés de explicar a beleza do local. – Lindo.
– Eu fico feliz que você tenha gostado. – ele sorriu, acariciando a sua cintura com o polegar.
sentiu o momento em que soltou a sua cintura e pareceu se afastar dela, fazendo com que seu cenho se franzisse outra vez. Lentamente, ela girou o corpo, encontrando o austríaco novamente a alguns metros de distância.
... – sorriu, pronunciando o nome dela lentamente. – Eu me apaixonei por você na primeira vez que eu coloquei meus olhos em você. Todas as vezes que você me dizia que a gente não era um casal e que tudo que tínhamos era casual, eu me apaixonava mais. Por diversas noites em que você estava em meus braços, eu imaginava como seria ter a chance de passar todos os dias da minha vida ao seu lado. – riu. – Eu pude te conhecer de perto, ver as suas fraquezas, entender a sua coragem e a sua força. E eu sei que vai parecer bem louco, mas isso só ajudou os meus sentimentos crescerem. Há muito tempo que eu não te vejo fora da minha vida e já não me imagino longe de você. – fez uma pausa, girando a caixinha em suas mão dentro do bolso de sua calça enquanto seus olhos estavam presos em que voltou a colocar as duas mãos na frente da boca.
Ambos sentiam os seus corações baterem mais rápido que o normal e, apesar de não estarem fazendo nenhuma atividade, suas respirações estavam levemente descompassadas devido ao que estava acontecendo bem ali.
– Uma vez eu te disse que mulheres independentes assustam homens que não sabem lidar com a sua independência e eu quero que você saiba que eu não quero diminuir ou acabar com a sua independência. Eu quero ajudar você, quero estar ao seu lado para continuar assistindo seu sucesso. – soltou uma risada fraca. – Sinceramente, eu já não sei mais o que falar... – balançou os ombros, retirando, finalmente a mão de dentro do bolso junto com a caixa em tom turquesa com seus olhos presos nas irises azuis da loira. – Então, eu só tenho uma coisa para dizer.
quis gritar internamente, mas também quis correr ao ver se agachar sobre um joelho com a caixa em mãos, abrindo lentamente para revelar um anel que possuía a pedra mais brilhosa que ela já tinha visto em sua vida.
... – soltou o ar em meio a uma risada nervosa e tomou uma lufada de ar. – Você aceita se casar comigo?
A loira comprimiu os próprios lábios, sentindo o corpo inteiro tremer com a intensidade que o austríaco sustentava o olhar em sua direção. Tinha certeza que seu corpo poderia entrar em combustão apenas com aquele olhar, mas estava em êxtase com a surpresa, com o pedido... Com o homem que estava bem a sua frente.
Era a felicidade pura.
Não tinha nenhum peso sobre os seus ombros ou medo do que aquele compromisso poderia trazer para a sua vida. Havia a certeza que só existia uma resposta para aquela pergunta.
se agachou à altura dele, mantendo seus olhos em contato com os castanhos do austríaco e colocou as mãos na parte de trás de sua nuca para que pudesse dar a resposta que tanto sonhou em ouvir.
– É claro que eu aceito me casar com você, .
O homem se esqueceu completamente da caixa que tinha em mãos e uniu os lábios nos da loira em um beijo demorado, que transbordava alegria e desejo.
– Eu amo você, .
– Eu amo você, .
Os dois permaneceram com as testas coladas por alguns minutos enquanto apenas curtiam aquele momento em que eles estavam inseridos. Era uma bolha de felicidade que nenhum deles queria sair, mas planejar o futuro também era algo que eles queriam.
– Você não tem que me dar o anel? – a loira questionou em meio uma risada depois de receber mais um beijo do austríaco e riu também, afastando-se para procurar a caixa.
– Essa caixinha está comigo desde o Natal... – revelou ao pegá-la no chão e os olhos de se arregalaram em surpresa. – Quando eu te entreguei o seu presente, eu fiquei em dúvida se eu deveria ou não te entregar logo o anel e fazer o pedido.
– O que te fez não me entregar naquele dia na Suíça?
– O medo de você atirá-lo no meu rosto? – riu, fazendo uma careta. – Certamente o medo de você não aceitar porque eu não conseguia sentir que você estava pronta para isso.
– E o que te fez mudar de ideia?
– Você aceitar morar comigo, querer procurar uma outra casa... – balançou os ombros, retirando o anel de dentro da caixa. – Olhei para trás e vi o quanto que a gente caminhou até aqui, percebi que esse momento era mais do que certo.
– Eu sempre tive medo de me abrir pra um outro relacionamento, confesso. Fiz longos anos de tratamento para conseguir me abrir novamente para viver um amor de verdade e eu me sinto feliz que seja com você que eu esteja vivendo isso, .
selou os lábios nos dela outra vez antes de colocar o anel no dedo da mão esquerda da loira de forma lenta, fazendo com que seguisse a joia com os olhos antes de soltar uma nova risada fraca.
– É lindo.
– Não tanto quanto você.
– Brega.
– Alguns diriam que é clichê. – sorriu, balançando os ombros e ela rolou os olhos antes de voltar a beijá-lo. – Eu prometo sempre fazê-la feliz, .
– Você já me faz muito feliz, . – piscou na direção dele, sentindo o nariz dele encostar em sua bochecha enquanto deixava um beijo no local e fechava os olhos, focando apenas na carícia sem nenhuma malícia que recebia.
Se há alguns anos, alguém dissesse que algum dia ela iria ter um sentimento tão forte quanto o que ela tinha por , ela acharia que era uma loucura. Ainda achava que era um pouco, mas estava certa que estava adorando ser uma louca.




Continua...



Nota da autora: Sem nota.





Outras Fanfics:
Don't Blame Me


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