Ela não tem medo

Finalizada em: 24/10/2017

Capítulo Único

A noite foi incrível. Mas não dou credito ao evento. Este foi como os outros. Várias pessoas esnobes, exibindo seus vestidos caros, suas jóias desenhadas exclusivamente para o Baile, e os sorrisos falsos escondendo as horas semanais de terapia. Até a balada, que deveria ser animada, estava monótona sem seus amigos e com um DJ meia boca. Eu teria morrido de tédio, se não fosse pelo meu melhor amigo. No entanto, apesar da possibilidade baixa de diversão em um evento como este, eu e ele sempre dávamos um jeito. Tínhamos o costume de inventar diversos jogos, como adivinhar quantos casamentos alguma senhora cheia de botox teve, ou um shot a cada pessoa que vinha em nossa direção perguntar se estávamos namorando. Depois de muitos shots, e eu quase esquecendo meu nome (o que precisa de muito esforço devido minha memória fotográfica) resolvo levar meu amigo que estava pior que eu para o hotel.
- Vem, vou te ajudar - falei mole, agarrando as alças de sua calça e o guiando pra perto da cama.
- Hum... - murmurou, fechando os olhos, provavelmente tonto com o movimento. Quando paramos perto da cama eu trombei no pé dela, me apoiando com Harry de frente para mim. De repente o homem apoiou as mãos nas minhas, que estavam em sua calça, pressionando-as para baixo, fazendo o zíper estourar e a calça arriar.
- STYLES! - me assustei. - Levanta essa calça.
- Ué... Eu durmo de cueca. - Falou confuso.
- Espera eu sair do quarto antes de ficar nu, tapado - respondi enquanto meus olhos traidores, e bêbados, pairaram em sua cueca azul marinho. Um arrepio percorreu meu corpo.
- Nha - aproximou-se de mim com um sorriso malicioso - Nada disso, você vai dormir aqui hoje. - Falou perto do meu ouvido, arrancando-me mais arrepios e então agarrou minha cintura e me empurrou em direção a cama. Dei um berro quando minhas costas foram pressionadas pelo colchão do hotel e o corpo dele caiu sobre o meu, me dando dificuldades pra respirar. Harry apoiou a cabeça na curva do meu pescoço - Hum... Pronto, estou confortável, boa noite.
- Ahhhh não - falei um pouco alto de mais, o álcool evacuara o meu bom senso. - Sai daquiiiiiiiiii... - tombei a cabeça para o lado fazendo careta e tentando movimentar meu corpo para tirá-lo de cima de mim.
- Só se você pedir por favorzinho - levantou o rosto deixando-o perto de meu, e fez beicinho. Gargalhei, ou tentei, já que seu peso em cima de mim limitava o movimento da minha barriga.
- Nem a pau! - fiz careta e o empurrei com toda minha força, fazendo-o cair ao lado do meu corpo, de bruços. Graças ao álcool creio que o ele mal sentira o baque, apenas enfiou a cabeça no travesseiro suspirando. Ficou ali paralisado, e achei que tinha dormido.
- Hey, Styles - cutuquei-o virando de lado, minha barriga e minhas pernas encostaram-se à lateral do seu corpo. - Não dorme, não quero ficar aqui sozinha.
- Não tô dormindo. - continuou na mesma posição e suspirei derrotada. Como seu nariz estava enfiado no travesseiro, sua respiração estava pesada, possibilitando que eu conseguisse ouvir cada inspiração e expiração, acompanhando o ritmo dela.
Enfiei minha mão entre seus cabelos que caiam na nuca, um pouco desengonçados. Fiz carinho naquela região tentando acompanhar o ritmo da respiração dele.
Quando eu era mais nova e morava no Rio, depois das cenas horríveis de briga entre minha mãe e o Bruno, ela se escondia no quarto para que eu não a visse machucada, depois que Bruno saia de casa enraivecido sem dar nenhuma explicação. Eu me sentava na frente da porta do seu quarto e ficava ali por horas ouvindo sua respiração ofegante. Quando finalmente eu só conseguia ouvir suspiros leves sabia que ela estava adormecida, então eu me permitia dormir também, muitas vezes ali no chão mesmo. Algumas noites eu acordava na minha cama, e lembranças de Bruno me colocando ali me condenavam. Geralmente eu só conseguia me recordar de algumas imagens dele roçando em mim, ou passando a mão pelo meu corpo. Porém, um dia eu acordei sem calcinha. A partir daí, quando minha mãe se trancava no quarto, eu apenas me escorava perto da porta ainda de pé, esperava que ela parasse de chorar e, antes que ela adormecesse, ia para o me quarto, trancava a porta e muitas vezes nem dormia com medo dele aparecer. Uma noite, ele ficou descontrolado quando tentou abrir a porta do meu quarto e ela estava trancada. Minha mãe acordou com o barulho dele arrombando a porta. Ela quase morreu por minha causa naquela noite.
Apertei os olhos com força, e meu punho que estava nos cabelos de Harry, a raiva e a culpa circulando minhas veias, fazendo com que uma sensação de queimação inflamasse a minha garganta.
- Tá tudo bem? - Quando abri os olhos, o rosto de Harry estava virado em minha direção, e sua respiração batendo em minha bochecha. Pisquei acordando do transe que acabei embarcando.
- Uhum - foi o que me permiti responder.
- Lembranças ruins? - Harry virou todo seu corpo ficando de frente para mim e seu dedão roçou pela minha bochecha, me fazendo fechar os olhos para aproveitar aquele carinho.
- Elas costumam vir mais fortes e mais constantemente quando eu bebo. - Seu lábio tomou o lugar de seu dedo e começou a passear pelo meu rosto, indo da maçã do meu rosto até o canto do meu lábio e depois até o queixo. Agarrei o tecido de sua blusa sobre sua barriga, apertando-a entre meus dedos e segurando os suspiros.
- É um crime uma mulher como você ter tantas lembranças ruins - falou contra meu rosto.
- Pelo menos quem cometeu esse crime está preso nesse momento - abri os olhos e respirei fundo, fitando os olhos de Harry concentrados no caminho que sua boca fazia no meu rosto. -E, aliás, se nada disso tivéssemos acontecido, nós não estaríamos aqui. - Harry parou o movimento pelo meu rosto, e me encarou com os olhos sempre cintilantes emoldurando o semblante sério do seu rosto.
- Não me faça agradecer aquele cara Dani, por favor.
- Me desculpa - suspirei colando minha nesta na dele, a sensação de embriagueis voltando a me incomodar. Era engraçado o jeito que Harry sofria, às vezes mais do que eu, com o que eu passei. - Não vamos falar disso...
- Não vamos... - esfregou seu nariz no meu, nossos olhares interligados, enquanto sua mão pressionava meu quadril me trazendo para mais perto. O hálito de álcool que ele exalava contribuía para que eu ficasse um pouco mais tonta. Queria quebrar aquele olhar para olhar sua boca, mas tinha algo mais forte ali que não me deixava fazê-lo. Eu odiava e amava ao mesmo tempo sentir aquilo tudo. Era horrível me sentir tão vulnerável assim, mas ao mesmo tempo eram incríveis as sensações que só ele causava em mim.
Passamos alguns minutos nos encarando, enquanto ele fazia carinho nas minhas costas, só aproveitando a companhia do outro, até que Harry quebrou o silêncio.
- Dani... - ele sussurrou, sua voz denunciando que estava tão bêbado quanto eu. - Você é a garota mais bonita que eu conheço. - Passou a mão pela curva da minha cintura parando no osso do meu quadril. - E a mais gostosa.
- Pera aí - me ergui de repente, ignorando o frio na barriga que eu senti com aquelas palavras, pegando-o de surpresa. - Vou pegar a câmera para registrar você falando isso e jogar na sua cara quando você estiver sóbrio.
- Vai tomar no cú, Daniela – disse e me puxou de volta pra cama enquanto eu gargalhava. Bati com a cabeça no travesseiro e virei meu rosto para olhá-lo com um sorriso no rosto, diferente dele que estava com cara -falsa- de bravo.
- Você podia pelo menos dizer “Nossa, Harry, muito obrigada, você também é o cara mais lindo, sensual, e gostoso que eu conheço". De nada, Dani, de nada.
- Sabe por que eu não vou dizer isso, Styles? - Me aproximei de seu corpo e dei uma estala no seu nariz com meu dedo indicador. - Porque eu não conto mentiras. Você não o cara mais bonito que eu conheço, esse cara é o Chris.
- Vai lá com o Chris então - tentou me empurrar parar longe, mas eu não deixei, empurrando sua mão para longe.
- Eu bem que queria né, mas você não me deixou sair do quarto - brinquei e ele fez uma careta.
- Aff, escrota. - Se desvencilhou dos meus braços, mas eu não desisti.
- Mas olha pelo lado positivo - o apertei em um abraço, colocando meu rosto na curva de seu pescoço e fungando ali mesmo. - Quem vai dormir de conchinha comigo na cama é você, não ele. - Harry me deu um sorriso indecifrável, seus olhos analisando milimetricamente meu rosto.
- Não sei se isso é um ponto positivo ou negativo.
- Aham - dei um tapinha de leve em seu peito, rindo. - Me engana que eu gosto garanhão. - Harry se juntou a minha risada com uma gargalhada gostosa que fez meu coração esquentar e se acomodou de frente para mim, na posição que estávamos antes.
- Se você quer um elogio, eu tenho um - ergui uma sobrancelha em tom de desafio. - Seus olhos, eu amo eles. São a minha parte preferida do seu corpo. Definitivamente.
- Poxa, que clichê, Capezzo - reclamou e eu dei de ombros - Esperava algo mais criativo da sua parte.
- Ah é? Tipo o que?
- Hum... - Fez cara de pensativo e me envolveu com seu braço, dedilhando minhas costas com os dedos vagarosamente. - Meu incrível porte atlético, por exemplo - ri de sua cara enquanto ele deu um leve aperto no meu ombro e voltou a descer a mão pelo meu corpo, olhando fundo nos meus olhos, seus lábios formando um discreto sorriso de lado - Meu tanquinho sensacional - sibilei um "aham" debochado enquanto meu ventre se contraia e uma sensação gostosa passava na minha barriga, seguindo o caminho de sua mão. - Ou meu umbigo em forma de barquinho... - girou o dedo no meu umbigo me dando cosquinha. Remexi-me um pouco na cama.
- Umbigo em forma de barquinho? Quantos anos você tem? - fiz careta e ele riu sem tirar os olhos dos meus, analisando-os como se pudesse ler através deles.
- Até mesmo essa leve banha aqui nessa região - senti sua mão em contato com minha pele. Olhei para baixo e percebi que meu vestido tinha subido até a metade da minha bunda. A mão de Harry estava pousada no começo da minha bunda e o dedão acariciava o osso do meu quadril. Quer saber, foda-se, esse carinho tá gostoso. Olhei de novo para ele, os olhos verdes transmitindo que ele também gostara daquele carinho, mas o sorriso não saiu dos lábios. - Elas são sexy.
- Quem te disse isso Styles, sua mãe? - tentei disfarçar a tensão no meu tom de voz.
- Ela nunca mente tá bom? - fez um biquinho engraçado arrancando uma gargalhada de mim. Ele rindo também, me puxou para mais perto - com a mão no lugar indevido - e mordeu meu lábio. Eu sabia que aquilo não deveria ter acontecido, estávamos quebrando barreiras que eu prometi não quebraria mais. Mas quem disse que eu parei por aí?
- Qual é a sua parte favorita do meu corpo? - disse brincalhona. Nossas bocas roçando conforme eu movia os lábios, e a minha mão em sua nuca para não deixá-lo afastar o rosto. Não que ele quisesse.
- Bom... - sua mão desceu mais um pouco pelo meu glúteo dando leves apertos. Fechei os olhos dando alguns suspiros. - Seus seios.
Meu corpo esquentou. Ele tinha dito isso mesmo? Encarei seus olhos vidrados nos meus, antes de dar uma resposta sem pensar.
- E por que você esta apalpando minha bunda então? - seus olhos imediatamente tomaram um tom mais escuro e desceram percorrendo a parte visível do meu corpo naquela posição. Os meus benditos seios.
- Isso foi um convite para apalpar seus seios, Capezzo? - indagou a voz em um sussurro rouco quase inaudível.
De repente diversas lembranças me ocorreram. Seu corpo no meu, seus lábios pela extensão da minha pele, sua voz rouca no meu ouvido, nossas respirações descompassadas. Não seria tão errado repetir, seria?
- Entenda como quiser- sorri, fazendo o tremer por inteiro enquanto apertava sua mão mais fortemente contra mim.
- Não faz isso comigo - escondeu o rosto na curva do meu pescoço respirando fundo.
- Harry... - disse meio embriagada. Por que ele não tinha aceitado meu convite? O que tinha de errado? Eu nunca pedia, por que agora ele estava tão receoso, logo quando eu praticamente imploro pra ele me tocar? Puxei-o, aflita, pelos seus cabelos de modo que seu rosto voltara a se colar no meu. Foi o tempo de eu raspar nossos narizes, e ele já havia saído do meu lado, ficando por cima de mim, seu antebraço apoiado na cama mantendo uma pequena distância entre nossos troncos. Senti um alívio quando sua mão voltou ao meu quadril, subindo mais o meu vestido. Prendi a respiração e fechei os olhos, quando ele desceu uma das alças do meu vestido, exibindo meu seio descoberto, aonde distribuiu alguns beijos antes de substituir a boca pela mão, enquanto os beijos subiam pelo meu colo, pescoço, até atingir a orelha. Soltei o ar de uma vez quando ele mordeu meu lóbulo e eu pude senti-lo sorrir contra mim.
- A orelha sempre foi seu ponto fraco - comentou voltando o rosto para perto do meu, a mão que estava no meu colo envolveu minha bochecha carinhosamente. Nossos troncos estavam colados agora, a não ser pela mão que envolvia meu seio, e eu podia sentir seu coração tão descompassado quanto o meu.
- Você me conhece... - Respondi com a voz fraca e um sorriso sincero no rosto. Eu e o Harry tentávamos evitar chegar a situações como essa. Apesar de a química entre nós ser constante, eu não queria perdê-lo, e a probabilidade disso acontecer caso tivéssemos um romance era muito alta (eu tinha um talento nato de estragar qualquer relacionamento). No entanto, toda vez que nos deixávamos levar era incrível. Era como se nada mais importasse. Como se meu passado não existisse. Eu me sentia leve e de um jeito que ninguém mais fazia eu me sentir, e eu podia sorrir com uma sinceridade que no dia a dia me faltava.
- Melhor do que ninguém - respondeu em um sussurro, antes de colar nossas testas na eminência de um beijo. Meu corpo estava em êxtase só de pensar em beijá-lo de novo. Fazia tanto tempo. No entanto, ele só roçou nossos lábios, me fazendo soltar um leve suspiro de frustração.
- Harry... - saiu quase como um sussurro. Todo um conflito dentro de mim começa a se despertar. Esse é o meu melhor amigo, o que eu estou fazendo? Em um lapso de consciência tento me afastar.
- Não. - Franziu os olhos, como se estivesse sentido alguma dor física, e me puxou de volta. Encaro seus olhos verdes ainda mais profundos que o normal. Consigo sentir o desespero em sua voz. - Não me afasta, por favor. Eu preciso disso. Eu preciso de você.
- Eu não vou - meu corpo responde sozinho, sem permitir que minha paranóias o bloqueiem. - Pelo menos não hoje.
E então ele finalmente me beija. Finalmente me vejo imersa em seus lábios novamente, esquecendo completamente de qualquer coisa que não envolvesse aquela sensação única. Seus lábios estavam tão macios como me lembrava, e continuávamos a nos encaixar perfeitamente. Ainda consigo sentir o gosto de graperfruit dos cosmopolitan que tomamos, e seu cheiro de menta parece invadir ainda mais fortemente meu sistema. Suspiro entre o beijo, exalando o alivio de finalmente estar ali de novo. Era como viajar entre as nuvens. Era como se todo o peso que eu carregava nos ombros finalmente deixasse de existir. Era como se o meu passado se apagasse. Era como se meu coração finalmente encontrasse seu ritmo. Era como encontrar o ar depois de sair do mar. Era como tragar pela primeira vez. Era me sentir livre. Era incrível.
- Eu gosto tanto de te beijar – não me contive e relevei em um sussurro.
- Eu podia te beijar pra sempre - respondeu e logo me tomou em seus lábios novamente.
E então emergirmos em um mundo só nosso. Suas mãos subiram pelo meu corpo, contornando todas as curvas e me fazendo sentir arrepios por todas as partes do meu corpo. Lentamente senti sua mão se aproximando da minha virilha e suspirei entre seus lábios.
- Me dói de mais saber que alguém já teve a coragem de te machucar – comentou baixinho contornando minha cicatriz ali na região.
- Não importa mais, Harry - olho em seus olhos como se fosse a última coisa que eu fosse fazer na vida.
E então sinto sua mão invadindo minha calcinha. Solto um gemido baixinho enquanto ele faz um carinho por ali, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo. Harry sempre foi assim comigo, me tratava com algo especial, mais especial do que eu jamais poderia ser.
-Você é tão quente – fala antes de enfiar um dedo em mim, me fazendo perder o controle que me restava. E com uma força que não sei de onde vem, inverto as posições, me mantendo em cima. Arranho suas costas enquanto ele continua a movimentar a mão enquanto ajudo com meu quadril.
Outro dedo entra em mim, me fazendo tentar unir mais nossos corpos em um abraço, enquanto arranhava suas costas sem piedade.
Paro por um momento e olho em seus olhos. Não quero perder a mágica do momento.
- Droga, você é tão... - perco as palavras quando ele envolveu meu rosto com a mão livre, e soltou o ar lentamente contra minha boca.
- Dani eu... - ele ia concluir seu pensamento, mas assim como eu não consegue. Voltamos a nos beijar, com mais intensidade. Começou a descer os beijos pelo meu pescoço, me deixando a enlouquecer, quando uma batida incessante na porta nos interrompe. Ele franziu a testa, como se os murros na porta os atingissem diretamente. - Não acredito...
- Shhh – digo e me escondendo entre seus cabelos, minha boca em sua orelha. – Uma hora ele vai ter que ir embora.
Mas ele não vai. Ficamos ali apenas ouvindo nossas respirações entre as batidas na porta. Seu peito batendo rapidamente contra o meu, enquanto seus dedos ainda se apertavam entre minha parede interna. Sua outra mão percorria pelas minhas costas, bunda e pernas, como se quisesse gravar cada detalhe antes que fosse tarde demais.
De repente o som das batidas cessou. Trazendo-nos um alivio plenamente exposto no olhar intenso que trocamos. E quando estávamos com as bocas quase coladas novamente, o som do celular nos interrompe mais uma vez.
- Harry - suspiro pesadamente depois de alguns minutos do toque insistente do maldito telefone. Afasto nossos rostos lentamente. – Deve ser importante...
Não me responde. Apenas assente com a cabeça, evitando olhar nos meus olhos. Saio relutante de cima dele, respirando pesadamente, como se estivessem me ameaçando com uma faca. Eu não queria parar por ali, mas algo grave deveria estar acontecendo para insistirem assim.
- Alô – atendo com a voz fraca. - Capezzo - a voz de Brian, o chefe da segurança, soa grave e preocupada no telefone e também conseguimos ouvi-la através da porta - tivemos um problema na casa de vocês em Los Angeles, a senhorita vai ter que ir pra lá imediatamente.
- Como assim, que problema?
- Parece que assaltaram a casa em Los Angeles – disse alarmado e fazendo meu coração parar por um momento.
- O que? – me exaspero - Tá todo mundo bem? Alguém se machucou?
- Tá tudo bem, na medida do possível – suspira - Apenas a Srta. Jalebert estava na casa no momento, ela está um pouco assustada agora, mas não se machucou. Mas a senhorita precisa ir para lá para fazer a denuncia já que a casa está no seu nome. A polícia já está lá.
- Ok, eu ... – fico confusa, sem saber muito bem o que fazer. Respiro fundo de olhos fechados, buscando retomar o controle. – Me encontre em 15 minutos lá no saguão, para irmos.
- Sim, senhora – diz e desliga. Espero o som dos seus passos se distanciarem do quarto para me voltar para Harry.
- Assaltaram a casa, mas tá tudo bem- digo rapidamente, andando afobada par ao quarto a procura de minhas roupas. – Eu vou precisar ir pra lá agora.
- Eu vou com você – se aproxima me segurando pelo pulso carinhosamente quando termino de colocar o vestido.
- Não, não precisa – respondo com sinceridade calçando os sapatos – amanhã você tem uma entrevista aqui em Vegas, não quero que perca. E não há muito que você possa fazer.
- Tudo bem... - responde simplesmente, sem saber muito mais o que dizer. Termino de me vestir com velocidade, os pensamentos voando pela minha cabeça.
- Tchau – digo rapidamente passando por ele. Sinto seu olhar queimando em minhas costas.
- Espera. - Me puxa, colando nossos corpos uma última vez. Envolve meu rosto com a mão e me beija lentamente. Perco o ar por alguns segundos.
- Harry, o que...
- Tchau – diz simplesmente, com um sorriso de lado, e me deixa ir, com mais dúvidas na cabeça que eu poderia contar nos dedos das mãos.
O que acabou de acontecer?


Fim!



Nota da autora: Oi genteee!
Espero que vcs tenham gostado da short! Sei que algumas coisas não fizeram sentido, mas vou explicar pra vocês: essa é uma cena de uma fic que tá se elaborando na minha nega cabeça há uns 5 anos já! Pois é!!! Mas eu nunca consigo gostar anda coloco no papel e sempre bate aquela insegurança né!! Por isso resolvi publicar essa cena, que é a única que eu gosto por enquanto, para ver a resposta e se eu devo continuar a fic!!! Por isso o comentário de vocês é MUITO importante pra mim por isso vim pedir para que deixem um Feedback aqui pra mim!
Bom é isso, obrigadinha e até maisss!!!



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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