Finalizada em: 31/12/2020

Capítulo Único

Natal deveria ser a época mais linda e maravilhosa do ano, mas não para mim. Não que eu não goste, muito pelo contrário, o problema é que eu, , teria que passar as próximas doze horas, ou mais, acompanhada de Kim HongJoong, meu cozinheiro chefe e ex-colega de faculdade. Como assim doze horas? Deixa eu te explicar. Estamos trancados no meu restaurante depois de termos brigado (mais uma vez) no espaço onde ficavam os armários e não ouvimos Mingi, que eu tinha deixado de castigo, fechar o restaurante. Belo jeito de passar o Natal, não?


...



A manhã do dia vinte e quatro era sempre movimentada em toda a cidade e não seria diferente no ’s. O restaurante estaria cheio, mas não para os nossos almoços de rotina, eram os pedidos para as ceias de Natal que estavam bombando. Não iríamos servir ninguém, só atender aos milhares de pedidos de pessoas que queriam um prato especial para uma das noites mais badaladas do ano.
Minha chegada ao restaurante teria sido ótima, se eu não tivesse esbarrado em HongJoong logo na porta principal.
- Olha por onde anda, chatinha! – O Kim abusado disse.
Aqueles cabelos vermelhos, perdendo o tom, já estavam me deixando irritada. Quem deixa o cabelo nessa situação? Isso mesmo. Kim HongJoong, meu desafeto eterno.
- Olhe você por onde anda, cabelo de água suja! – O empurrei e entrei no restaurante, dando de cara com um Mingi rindo e balançando a cabeça. – Mingi, hoje você vai fechar o restaurante. Assim aprende a não rir dos outros. — Eu disse séria, fazendo o menino engolir em seco.
- Mas eu não estava rindo de ninguém! – O pobre garçom protestou, mas não adiantou muito.
- Você fecha o restaurante e não estamos mais falando sobre isso!
- Hyung? – Mingi tentou falar com o Kim cabelo de salsicha, mas ele não poderia tirar minha autoridade.
- Desculpa, Mingi. Quem manda é a chatinha! – HongJoong me chamou pelo apelido idiota de novo. – Seonghwa já chegou? Preciso do meu ajudante. Quero sair daqui o quanto antes e passar o Natal com meus amigos e família.
- Ele está separando os ingredientes para os pratos. Wooyoung está ajudando ele e Yunho já está no caixa. – Mingi respondeu um pouco triste.
- vai entender se você chegar um pouco atrasado Mingi. Se você quiser, eu falo com ela. – HongJoong tentou animar o amigo, mas a mim ele não enganava. Aqueles sorrisos gentis não surtiam efeito em mim. Quer dizer, não sei bem se sou imune ao sorriso de anjo dele.
- Você faria isso, hyung? – Meu funcionário-padrão estava mais que feliz com a ideia do Kim cabelo sujo.
- Claro! Vou mandar uma mensagem para San, ele irá passar o Natal com minha irmã, . Ela é amiga da sua namorada, não é? – O cozinheiro idiota perguntou. Eu estava bancando a fofoqueira? Talvez!
- Sim, as duas vivem juntas. – Mingi respondeu.
- Então está tudo resolvido. Não posso te tirar do castigo, mas posso te ajudar avisando sobre o atraso. Vou fazer questão de dizer que é tudo culpa da ! – Ele tinha que me alfinetar.
- Não falem de mim como se eu não estivesse por aqui! Mingi, vá limpar as mesas! – Dei a ordem já espumando de raiva. – Kim, pra cozinha, já irei ajudar também!
- Ela hoje está mais chata que nos outros dias! – HongJoong alfinetou mais uma vez. – O que foi? Seu paquera não tá te dando atenção? Como era mesmo o nome dele?
- Yeosang não é meu paquera! E você não tem nada com isso! – Quase gritei. – Já pra cozinha!
- Ui! Ela gosta de mandar! – O Kim debochou. – E eu gosto de obedecer. – Essa parte saiu mais como um sussurro.
Tentei não absorver a informação que o Kim tinha acabado de me dar e fui verificar como estavam as coisas. Passei pelo caixa e vi Yunho atendendo alguns clientes, aquele sorriso fofo dele era de derrubar qualquer um.
- Noona! – Ele me cumprimentou, sempre muito educado. – Os pedidos não param de chegar, precisamos de algumas coisas, será que o Wooyoung pode ir no mercado comprar?
- Vou falar com ele agora mesmo! – Peguei a lista que ele havia apontado depois que eu disse que iria falar com meu motoboy e saí enquanto Yunho atendia a mais um cliente.
Segui em silêncio pelo corredor que dava para a cozinha e fui direto para os armários, precisava colocar minha roupa e falar com Mingi, ele não tinha culpa das minhas brigas com o Kim. Troquei de roupa rapidamente e segui para o salão, Mingi limpava as mesas numa vagareza extraordinária.
- Se continuar nesse ritmo, você termina no réveillon! – Mingi deu um salto ao ouvir minha voz.
- Desculpa, noona! – Ele coçou a nuca. – Eu estava formulando um pedido de desculpas convincente.
- Não precisa se desculpar, Mingi! – Eu disse arrancando dele um esbugalhar de olhos que era impossível de ser descrito. – Notei que você não tava rindo de mim quando olhou pro celular e riu novamente.
- Sim! disse que tinha uma surpresa para mim essa noite e eu apenas ri, foi justo na hora que você e o hyung estavam entrando e soltando farpas. – Ele colocou a mão sobre a boca, um sinal para quem falou demais.
- Eu ia tirar seu castigo, mas só por causa da sua última frase, ele continua aí! – Saí rindo, enquanto Mingi batia na cabeça. – Divirta-se com as mesas e o chão!
Eu estava bancando a invejosa e mal amada? Talvez. Mas ele iria aprender a nunca mais fazer piadas sobre mim e o idiota do HongJoong. Não ligo se eles se conhecem desde sempre, eu não iria admitir que o Kim me tirava do sério em todos os sentidos.
Senti meu celular vibrar no bolso da calça, tirei o aparelho do bolso e vi uma notificação de Yeosang. Não, ele não é meu paquera, ele é alguém que minha mãe arrumou para que eu não passasse o Natal sozinha. Ele é um fofo, um amor, um rapaz super bondoso, mas não era ele que fazia meu coração disparar, ou que fazia minhas mãos suarem e meu estado de espírito mudar em segundos, mas não direi quem faz tudo isso comigo.
Nunca, jamais, em hipótese alguma irei admitir que o cozinheiro de sorriso grande e afetuoso me fazia sonhar com ele desde a época da faculdade!
Segui para a cozinha e entreguei a lista de afazeres para Wooyoung e lhe entreguei o cartão para pagar pelas compras.
- Quero você de volta em trinta minutos, Woo! – Disse lhe entregando a chave do carro.
- Certo, noona! – Ele praticamente gritou e saiu em disparada.
O silêncio na cozinha me assustava, mas era bom. Era um sinal de que HongJoong e Seonghwa estavam ocupados e que o Kim bocão não iria me perturbar tão cedo.
- Você está fazendo errado de novo, ! – HongJoong quebrou o silêncio e meu momento de paz interna. – Colocou farinha demais na massa!
- Tenta se concentrar nos seus pratos e deixa que eu faço os meus. Pode ser? – Falei entredentes.
- Se os clientes reclamarem, farei questão de dizer que a culpa é sua!
- Cala a porra dessa boca, Kim! – Gritei e voltei a me concentrar na massa dos biscoitos de gengibre.
- Já te pedi pra deixar ela em paz, HongJoong. – Seonghwa falou baixinho, mas ainda assim consegui ouvir.
- Eu gosto de como ela fica toda fofa e linda quando está brava. – O Kim tentou falar baixo, mas se tinha algo melhor que a minha habilidade na cozinha, eram os meus ouvidos.
Não vou negar que gostei da frase, mas nada muda o fato de que ele continua sendo o mais chato de todos os meus funcionários. Ninguém mais ousou mexer comigo, não até a chegada da irmã do Kim, que veio acompanhada do namorado e de sua amiga.
- Kim! Sua irmã e o namorado dela estão aqui! – Ouvi Wooyoung gritar.
- Quer parar de gritar, Wooyoung? – gritou mais alto que ele. Eram sempre assim, um mais barulhento que o outro.
- Choi San, por favor, será que você pode se acalmar, caramba? – disse para um San completamente inquieto ao lado dela.
Era sempre assim na visita deles ao restaurante. Nunca fui muito amiga deles, mas queria, eles eram sempre alegres e barulhentos, mas o “líder” do grupo não me agradava. Sim! O famoso Kim enche saco!
- ! – quase gritou meu nome ao me ver sair da cozinha e ir de encontro ao pequeno grupo próximo ao balcão. – O que Mingi fez dessa vez?
- Longa história! Não se preocupe, assim que todos os pedidos saírem, ele será liberado. – Assegurei, afinal, eu também não queria ficar ali.
- Tudo bem! Eu vou deixar passar essa, pois ele é um ótimo namorado.
Ri do casal, entreguei algumas encomendas no balcão, organizei algumas entregas e deixei o pequeno grupo conversando. Precisava me livrar do restante dos afazeres.


...



Eram quase oito horas da noite e eu estava terminando de limpar minha estação, o Kim fazia o mesmo, concentrado.
- Não deveria olhar demais! – Ele me pegou no flagra.
- Sonha, Kim! – Dei minha típica risada de deboche e continuei fazendo minha limpeza. Um a um os funcionários foram indo embora e desejando boas festas aos que ficavam.
Quando enfim terminei de limpar minhas panelas, vasilhas, colheres e estação de trabalho, fui me trocar. Coloquei meu uniforme dentro da bolsa e estava quase saindo quando HongJoong entrou no recinto e tirou toda a minha paciência.
- Vai passar o Natal sozinha e bebendo vinho barato? – Ele perguntou ao esbarrar de propósito no meu ombro.
- Não é da sua conta, Kim! – Lhe respondi áspera.
- Qual é, ? Você vai ficar assim pro resto da vida? – HongJoong cruzou os braços e bloqueou a passagem. – Pensei que nossa noite mágica na faculdade fosse te deixar mais mole, mas parece que você ficou mais chata do que era.
- Aquilo não significou nada, Kim! – Desviei meu olhar do dele.
- Sabe que eu sei quando você mente, né? – Ele se aproximou. – Eu sei tudo sobre você, !
Estávamos naquela brincadeira de gato e rato novamente, pela milésima vez. Era sempre assim, mas algo em minha cabeça avisou que alguma coisa por ali estava errada.
- Kim! – O afastei. – Está tudo muito quieto.
Corri para a entrada e as luzes e as portas já estavam trancadas, não ouvimos Mingi se despedir e muito menos, ele fechando todas as portas.
- E agora, HongJoong?
- Agora você me chama pelo nome, né?
- Você não consegue ficar um minuto sem fazer uma piada?
- Eu até tento, mas ver você bravinha me deixa mais feliz. – Ele sorriu, o maldito sorriso encantador.
- Me poupa, Kim! Estamos trancados no restaurante, na noite de Natal! Todos eles estão com os celulares desligados, ninguém vai querer ligação da chefe no Natal!
- Isso é verdade! – Ele concordou e eu dei um tapa em seu braço. – Ai! Não precisa bater! Mas você tem razão, ninguém quer ser incomodado nessa data, principalmente os casais felizes!
Respirei fundo e olhei para minha bolsa, peguei o celular e procurei pelo carregador, já que o mesmo estava descarregando, mas nenhum sinal do cabo. Ótimo! Passar a noite trancada com a pessoa que eu menos queria estar perto.
Tentei todos os meninos, nenhum celular chamava. Tentei as meninas, nada. Quando ia tentar ligar para a minha mãe, o maldito celular descarregou. Voltei bufando para a área dos armários e respirei fundo ao encontrar o Kim sem camisa.
Fazia tempo que eu não o via daquela forma e as lembranças vieram à tona. Dei as costas e saí para a cozinha, eu não iria ser testada daquela maneira. De jeito nenhum!


...



Era quase meia-noite quando o Kim veio em minha direção com duas taças de vinho e algumas coisas que ele havia preparado na cozinha.
- Não iria deixar você morrer de fome. – Ele deu de ombros.
- Obrigada! – Foi tudo que eu consegui dizer.
- Ei, chata. — Hongjoong me chamou, me vendo o encarar. — Feliz Natal, estressadinha.
- Vai à merda, Kim!
- Eu até iria, se você fosse junto! – Ele soltou a taça de vinho e veio em minha direção. – Quer saber, chefinha? Que se dane!
Foi então que ele me beijou. Eu não sabia que estava esperando aquele beijo por tanto tempo, não sabia que realmente era somente tensão sexual entre nós, até sentir as mãos de HongJoong em meu corpo.
Relutei em ceder ao beijo, mas ele era insistente até demais, eu diria. Suas mãos apertaram minha cintura e seu corpo se grudou ao meu, aquecendo minha pele.
- Joong, não... Não podemos. – O afastei de mim com dificuldade.
- , não finja que não quer isso. – Ele soprou contra o meu rosto. – Esqueça tudo, todas as nossas diferenças ao menos hoje, por uma noite. – Seus lábios tocaram meu pescoço devagar e seu nariz passeou pela minha pele em seguida.
Eu não poderia negar, queria aquilo mais que tudo, mais do que uma criança precisa de um presente do Papai Noel no Natal. Joguei um grande foda-se para a minha parte racional e comecei a despir HongJoong. Ele sorriu, mas dessa vez era um sorriso diferente, fazia tempo que eu não via aquele sorriso safado.
As roupas sumiram em questão de segundos, estávamos necessitados, carentes, eu precisava dele e ele de mim. Muito provavelmente nossa implicância mútua era somente a nossa tensão acumulada.
Com as roupas espalhadas e os lábios grudados, HongJoong me ergueu e seguiu às cegas até o cômodo dos armários, me colocou de pé e arrumou alguns dos colchonetes para descanso dos meninos nas nossas noites mais corridas. O Kim sentou sobre os colchonetes e me chamou com o dedo, apontando para seu colo. Mordi o lábio e obedeci sem rodeios. Sentei em suas coxas, sentindo sua ereção roçar em minha intimidade, a sensação gostosa dominando meu corpo, mas eu queria mesmo era findar com a distância entre nossos sexos e tê-lo dentro de mim.
HongJoong beijou novamente meu pescoço, me deixando arrepiada e totalmente entregue. Com uma mão em meu pescoço e a outra livre explorando meu corpo já quente e cada vez mais necessitado, a boca de HongJoong desceu de meu pescoço para meus seios, sugando-os alternadamente e sua mão foi de encontro à minha intimidade molhada e necessitada de atenção.
- Aaah... – Os gemidos que saíam de mim pareciam ser o estímulo perfeito para ele continuar as carícias.
- Deixa eu provar de você, hum? – O Kim esperou uma resposta minha, mas eu não estava em condições de responder. Ele apenas me deitou e seguiu com as carícias, sua língua sendo acompanhada por seus dedos habilidosos.
Me desfiz em questão de minutos. Estava há muito tempo sem um parceiro, era um preço alto a se pagar por amar alguém tão chato. Sim eu o amava, desde sempre! Como nos separamos, ninguém sabia. Talvez fossem os gênios fortes que não batessem. HongJoong deixou que eu me recuperasse e foi até seu armário, e mesmo com a respiração descompassada, eu pude ouvir o barulho de plástico sendo rasgado.
- Eu não aguento mais, ! – HongJoong se deitou sobre mim e me penetrou, as mãos grudadas nas minhas acima da minha cabeça. O ritmo lento e forte era sua marca registrada, e meu corpo estava totalmente entregue as suas investidas.
O Kim ergueu uma de minhas pernas e a colocou sobre o ombro, as investidas mais fortes e firmes, e se não houvesse tantos fogos de artifício ou música alta na rua, eu poderia apostar que os vizinhos chamariam a polícia, afinal, meus gemidos eram altos, a cada estocada de HongJoong era um gemido mais alto que o anterior.
Num movimento rápido, ele me virou e se afundou em mim novamente, suas mãos em minha cintura, nossos corpos se chocando forte, o barulho ritmado, o suor se acumulando em minha costas, e nas coxas de HongJoong. Eu queria mais rápido e mais fundo. E ele parecia ouvir meus pedidos mudos, fazendo exatamente como eu queria.
O Kim mudou novamente nossas posições, me deixando de frente para ele outra vez, seus olhos nos meus, atento aos meus gemidos e reações. Envolvi sua cintura com minhas pernas o trazendo para mais perto.
- Estou quase lá, ! – O Kim disse me trazendo de volta à Terra. – Vem comigo!
Eu apenas obedeci como a boa menina que era. Senti meu corpo apertar o membro de HongJoong e ele se derramar dentro de mim. Ficamos nos encarando por segundos que pareceram séculos. O sorriso de satisfação no rosto dele em sintonia com o meu.
O ser de cabelo desbotado se recuperou e foi se desfazer do preservativo. Voltou em silêncio e deitou ao meu lado, me puxando para seu peito e fazendo carinho em meu cabelo até que eu adormecesse.
- Feliz Natal, chatinha! Eu te amo! – Foi tudo que eu ouvi antes de dormir.


...



Acordei com um burburinho na porta da cozinha. Não sabia dizer bem o que ou quem era, meu corpo estava dolorido e cansado e eu ainda estava agarrada ao peitoral de HongJoong.
- Acho que eles se resolveram! – Ouvi a voz de , a irmã de HongJoong.
- Vamos deixá-los em paz! – Acho que era a voz de San.
- Vamos embora! Eles não precisam saber que os vimos pelados e abraçados. – Era , a voz séria não escondia o sorriso dela.
Minha cabeça processou todas a falas, mas meu corpo estava tão confortável que voltou a dormir. Aquele tinha sido o melhor Natal de todos!



Script feito pela pupila Ells.



FIM



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro no layout dessa fanfic, notifique-me somente por e-mail.


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