Fake Christmas Dating

Fanfic Finalizada

Capítulo Único

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Eu já balançava minha perna nervosamente naquela sala de reuniões. Connor falava sobre sua estratégia para as vendas fracassadas da linha de beleza, que havíamos lançado para o Natal, e não chegavam nem perto do mínimo que queríamos alcançar. Desde o início eu havia dito que era um risco, mas Connor ainda sim preferiu escutar , que era Gerente de Marketing, enquanto eu, era a Diretora de Comunicação. Claro que ele entendia mais do que eu.
? — ouvi meu nome ecoar pela sala, e fechei os olhos por alguns segundos antes de olhar de onde vinha — O que você sugere? — Connor perguntou, e eu abri um sorriso irônico, que levou a revirar os olhos. Eu ia mata-lo a qualquer segundo.
— Agora vocês querem a minha opinião? — intercalei o olhar entre os dois homens, e Connor apenas fechou os olhos, e respirou fundo, provavelmente para não me demitir. Até porque, ele sabia que não acharia alguém para colocar no meu lugar — Eu sempre falei do risco desse lançamento, mas vocês escolheram seguir em frente. — dei ombros, enquanto brincava com a caneta em minha frente.
— Todo mundo aqui já entendeu que você não concordava com o lançamento, e agora é tarde para você vir ser a bruxa narcisista que você costuma ser nesses casos. — rebateu já cansado daquilo, enquanto me encarava.
— Em primeiro lugar, bruxa narcisista é a p... — antes que eu pudesse continuar, Connor pigarreou me fazendo parar a frase ali mesmo — Em segundo lugar, eu sou a sua chefe, então meça suas palavras para falar comigo. — segurei a caneta firmemente em minha mão, e por alguns segundos, eu quis enfiá-la em .
— Vocês dois, ajam como adultos, não estou lidando com adolescentes recém chegados no colegial. — Connor falou com o tom de voz uma oitava acima do normal — , está certa de falar que ela foi contra, porque ela realmente nos deu todos os pontos negativos dessa campanha, antes mesmo de ela acontecer. — ele falou para , que concordou contra sua vontade, enquanto um sorrisinho brincava em meus lábios. Não havia uma sensação melhor do que ter a certeza de que eu estava certa, além de ver a cara de , ao ter que concordar com isto — E ... — Connor me olhou, e na mesma hora meu sorriso murchou. Ia sobrar pra mim — Eu aprovei a ideia do , apesar de você ser a Diretora de Comunicação, ele tem tanta competência quanto você, então pode muito bem dar ideias de sucesso. — dessa vez quem abriu um sorrisinho presunçoso, e por mais gato que ele fosse, um soco naquele rostinho, seria prazeroso.
— Não foi esse o caso. — rebati, e mais uma vez revirou os olhos naquela reunião, enquanto Connor se mantinha negando com a cabeça.
— Você tem alguma ideia ou vai ficar aqui só rendendo a reunião para mostrar que você estava certa? — já estava sem paciência, e eu adorava saber daquilo, ainda mais quando eu era o motivo.
— Obviamente, eu tenho uma ideia. — dei um sorrisinho forçado em sua direção, e ele se ajeitou na cadeira, pronto para ouvir a minha ideia, como Connor havia feito — É um lançamento de Natal, o que significa que não faz sentido a gente prorrogar essas vendas por muito tempo. Então, podemos mudar o foco da campanha. — expliquei, enquanto abria a pasta em minha frente, onde eu já havia anotado algumas ideias.
— Como faremos isso se todos os produtos possuem designs ligados ao Natal? — Connor perguntou, se mostrando realmente interessado no que eu tinha a dizer.
— Por enquanto a gente mantém o design atual dos produtos, mas depois das festas de fim de ano, eles precisarão ser ressignificados. O que eu estou pensando é em manter esses produtos por alguns meses, talvez até o meio de abril, que é quando começamos a focar em vendas para o dia das mães. — falei, enquanto refletia sobre as datas que eu pensava para manter as vendas.
— Não faz o menor sentido a gente manter um produto temático de Natal até o mês de abril. — falou simplesmente, mas ainda parecendo impaciente comigo e com a reunião.
tem razão. — Connor concordou — A gente mal conseguiu manter as vendas altas do início de novembro até aqui, como vamos mantê-las por mais três meses e meio? — ele me olhou, e eu empurrei na direção deles a pasta que eu havia montado.
— De acordo com as minhas pesquisas, os norte-americanos são os que mais amam o Natal e tudo o que a data representa. Pelo menos 60% da população ama a comemoração do feriado, mas principalmente o significado dela. — falei, enquanto eles analisavam os papéis — Eu, particularmente, amo o Natal. É o meu feriado favorito do ano por vários motivos. E para mim essa data tem uma importância o ano inteiro, apesar de acontecer apenas no fim do ano. E eu imagino que para outras pessoas que gostam, também seja assim. — intercalei o meu olhar entre os dois, mas eles pareciam focados na minha pesquisa, se mostrava até um pouco frustrado, e eu já imaginava o porquê. — Enfim, o que eu quero dizer é que se mudarmos a campanha, a gente pode aumentar as vendas, principalmente se mostrarmos às pessoas que elas podem ter o Natal em qualquer época do ano. A gente precisa trazer a elas a sensação de que os nossos produtos podem dar a elas a "magia do Natal" em qualquer dia do ano. — terminei de explicar a minha ideia, e a sala ficou em silêncio. Eles seguiam analisando os papéis, enquanto eu esperava por uma resposta.
Foram quase cinco minutos de silêncio ali, e eu já estava ficando nervosa com aquela demora. Homens realmente tinham uma dificuldade maior em fazer duas coisas ao mesmo tempo, porque era possível ler os papéis e prestar atenção no que eu falava ao mesmo tempo, mas nenhum dos dois conseguiu.
— Eu acho que isso pode dar certo. — confessou, deixando os papéis sobre a mesa e olhou para Connor, que balançou a cabeça em concordância — Mas para isso a gente precisa criar toda a campanha do zero, formular prazos e pensar nos designs. — ele continuou e eu me limitei a concordar — Como você planeja fazer isso, se estamos a três dias do Natal? — ele questionou, enquanto virava sua cadeira e se escorava de lado na mesa.
— É uma boa pergunta. — Connor me olhou — Tudo isso vai precisar de trabalho de alguns dias para sair como o planejado.
— Eu acho que a gente não deve mudar a campanha por enquanto. Podemos apostar em promoções, por exemplo, na compra de dois produtos da linha, o terceiro sai pela metade do preço. Ou, na compra acima de tal valor, ganhe um produto. — expliquei e Connor concordou, anotando tudo em um papel.
— Quanto ao resto da campanha, podemos lançá-la até o dia dois de janeiro, porque precisamos começar o ano com tudo pronto. — falou, e eu me vi obrigada a concordar com ele, até porque, era o que eu tinha pensado.
— Vocês dois trabalham bem quando não estão tentando se matar. — Connor falou bem humorado, e eu e reviramos os olhos sincronizadamente — Então, todo o planejamento da campanha está por conta de vocês dois. Precisamos de tudo pronto no dia dois de janeiro. — ele se levantou.
— Connor, eu não posso ficar responsável por isso, eu tenho uma viagem marcada para daqui dois dias. — falei, e soltou uma risada nasalada, enquanto Connor me olhou.
— A ideia foi sua, você precisa desenvolvê-la. — ele rebateu e abriu um sorrisinho debochado.
— Tudo bem, eu posso fazer isso sozinha, então. — comecei a juntar as minhas pastas. — Os produtos foram criação do , ele precisa estar envolvido em tudo que tem relação isso. — ele rebateu mais uma vez — Ele pode viajar com você. — deu ombros.
— NÃO MESMO! — nós dois falamos em uníssono, enquanto nos levantávamos da mesa.
— Nenhum de vocês dois têm escolha. — ele nos olhou — Eu não quero saber se ele vai viajar com você, ou se você vai ficar com ele, a única coisa que eu quero é aumentarmos nossas vendas dessa linha. Caso contrário, vocês dois estão na rua. — ele falou seriamente, e eu bufei, e acabou por fazer o mesmo.
— Connor, não faz sentido isso. pode tomar conta disso sozinha, eu realmente não me importo de ceder isso para ela. — falou, tentando parecer dócil, e eu quase caí na risada. Era um falso mesmo.
— Mas eu me importo. — Connor o olhou — Se você não tivesse criado uma estratégia tão ruim como foi, e se ela não fosse tão dona da razão e tivesse ajudado desde o início, nada disso teria acontecido. Então agora, vocês trabalhem juntos e façam isso dar certo. — ele voltou a intercalar o olhar entre nós dois, e concordou — Além do mais, vocês dois passam tanto tempo discutindo, a tensão entre vocês é tão grande, que eu tenho certeza que vocês dariam um ótimo casal. — ele falou debochado e deu as costas saindo da sala.
Eu encarei e me limitei a fazer uma careta enojada. Connor só podia estar de brincadeira com a minha cara.
— Eu não sei quais são os seus planos, mas desmarque-os, você vai viajar comigo. — falei, enquanto pegava minhas coisas e saía da sala.
— E quem disse que é você quem decide? — ele estava ao meu encalço e eu me virei para ele com um sorrisinho no rosto.
— Como você gosta de dizer... — fiz uma pausa e soltei uma risada nasalada antes de falar — A "bruxa narcisista" aqui é a sua chefe. E isso não foi um pedido, foi uma ordem. — dei uma piscadela para ele, e dei as costas indo em direção a minha sala.
Eu tinha certeza que se ele tivesse raios lasers nos olhos, havia um buraco em minhas costas naquele momento, mas eu não ligava. Ele havia nos colocado nessa, então o mínimo que ele podia fazer era viajar comigo. E talvez, mas só talvez, eu era mesmo uma bruxa narcisista.

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Eu estava puto, era a única forma de definir o que eu sentia naquele momento. causava isso em mim a todo momento. Ela podia até ser a minha chefe, mas ela me tirava do sério como ninguém.
— Nossos planos para o Natal estão pé? Bettany já convidou a Chelsea para ficar com a gente, e ela está animada para te reencontrar. — Benjamin falou, assim que eu passei pela porta da minha sala, onde ele me esperava sentado em minha cadeira.
— Meus planos acabaram de ser cancelados. — coloquei as pastas em cima da mesa e bufei alto. A minha vontade era de ir lá falar umas boas verdades para aquela arrogante — Vou passar o meu Natal com a . — afrouxei a gravata e tirei o blazer, o deixando sobre a mesa.
— Espera... O que eu perdi? — ele me olhou confuso — Você e a estão tendo algo? — seu tom se tornou malicioso, e eu soltei uma risada amarga.
— Nem nos meus piores pesadelos. — balancei a cabeça, e me sentei na poltrona que havia ali na minha sala, e que odiava quando entrava ali. Ela sempre a descrevia como uma mobília antiquada e de mal gosto. — Connor obrigou a gente a trabalhar juntos para recuperar as vendas da linha de Natal. teve uma ideia para a nova campanha e precisamos desenvolvê-la, mas ela vai viajar no Natal, e está me obrigando a ir com ela. — expliquei, enquanto deitava a cabeça no encosto da poltrona e encarava o teto branco.
— E você está puto porque vai viajar com a gostosa da sua chefe? — Ben falou com deboche, e eu me limitei a encará-lo — Vai falar que nunca pensou na hipótese de dar uns pegas nela? — ele arqueou a sobrancelha, e um sorriso malicioso brincava em seus lábios. Se eu falasse que não havia pensado naquilo em algum momento, eu estaria mentindo.
— Tudo o que ela tem de gostosa, ela tem dez vezes mais de insuportável. — soltei uma risada sem humor, e o pigarrear vindo da minha porta, tomou a minha atenção. Ela havia mesmo escutado a minha conversa com Benjamin? — Posso te ajudar? — falei impaciente, enquanto a encarava escorada em minha porta, com um sorrisinho debochado nos lábios.
— Eu preciso que você faça um planejamento com todas as estratégias e datas em que cada uma delas precisa estar pronta. — ela falou sem mudar a feição convencida de seu rosto — Quero isso pronto até amanhã no fim do dia, preciso organizar minha agenda de viagem com base nisso. — "agenda de viagem" ela precisava mesmo planejar tudo na vida dela? Ela realmente precisava ter controle de tudo?
— Quando a gente viaja? E para onde a gente vai? — questionei. Eu realmente precisava me preparar para aquela viagem, não seria fácil aguentar aquela mulher durante dez dias, justamente nas festas de final de ano.
— Viajamos no dia 23, às dez da manhã. E nós vamos para a Carolina do Norte. — foi notável, pelo menos para mim, que ela segurou um suspiro, o que me deixou um pouco curioso em saber o que se passava na cabeça dela — Não se preocupe que eu já pedi a Beverly para comprar sua passagem no mesmo horário que a minha. — ela forçou um sorriso, mostrando que estava tão "feliz" quanto eu, e eu apenas assenti.
— Mais alguma coisa? — falei, quando ela se manteve parada ali na minha porta.
— Quando você quiser falar sobre mim, fale diretamente para mim, principalmente quando quiser falar sobre eu ser insuportável... Ou gostosa. — ela falou com ironia na voz e deu as costas, saiu da minha sala pisando firme, como ela sempre fazia. era certamente uma mulher que fazia todo mundo suspirar por onde ela passava, ou era de vontade de matá-la, ou era admiração. Não dava para negar que a filha da mãe tinha uma personalidade notável.
— Cara, você está ferrado. — Benjamin falou entre risos, me tirando dos meus pensamentos, e eu me limitei a concordar. Aquilo realmente poderia dar muito errado.

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Eu estava exausta. Depois daquela bendita reunião com Connor e , tudo o que eu queria era chegar em casa e me jogar na cama com Loki e Afrodite, meus cachorros.
Assim que abri a porta do meu apartamento, a bolinha de pêlos branca, pulou em minhas pernas, enquanto latia e abanava o rabinho. Afrodite veio logo depois, com sua bela pelagem dourada, e seus lacinhos cor de rosa balançando em suas orelhas.
— Oi bebês, a mamãe estava morrendo de saudades de vocês. — fechei a porta, e me abaixei, pegando Loki no meu colo, já que o poodle era bem menor e mais leve que a golden — Vocês não fazem ideia do quanto a mamãe queria chegar em casa logo só para estar com vocês. — abracei Afrodite, depositando um beijo na cabeça de cada um deles.
Loki e Afrodite eram os amores da minha vida. Eram os seres que provavelmente mais me amavam e me compreendiam acima de tudo, dez vezes mais do que a minha família. E eles não me julgavam, independente de quantos erros eu cometesse.
Enquanto me livrava dos sapatos e das minhas roupas, com os dois cachorros brincando sobre a minha cama, que naquela altura já estava mais bagunçada do que a minha vida, ouvi meu celular tocar dentro da bolsa e a minha maior vontade era ignorar, mas eu não fiz. Peguei o celular, e logo que li o nome na tela, foi impossível não rolar os olhos. Era Brianna, minha prima.
— Brianna? Acontece alguma coisa? — atendi, já querendo saber do que se tratava, porque ela não me ligava à toa.
— Nossa priminha, que mau humor é esse? — ela perguntou com um tom um tanto sarcástico na voz, e foi impossível eu não revirar os olhos novamente.
— É cansaço! Eu acabei de chegar do trabalho, estava indo tomar um banho e descansar. — falei, enquanto andava até o banheiro e colocava a minha banheira para encher. Só assim eu conseguiria relaxar depois de tanto estresse por um dia.
— Como sempre, você vive trabalhando. Isso ainda vai matar você. — seu tom entediado, me fez querer vomitar. Se o trabalho não me matasse, minha família mataria de alguma forma. Minha saúde mental que o diga. — Enfim, eu só liguei para te perguntar se tudo bem Colin passar as festas de final de ano com a gente? Será o nosso primeiro Natal juntos em Beaufort, e eu não queria que fosse desconfortável para você. — e eu tinha certeza de que ela me ligou para tornar tudo ainda mais desconfortável, era o que ela fazia.
— Por que eu ficaria desconfortável? Vocês já estão juntos há dois anos, não é? — fiz uma pequena pausa, enquanto encarava minha feição desgostosa no espelho — Eu realmente não me importo. — falei, sentindo o amargo daquelas palavras na minha boca. Não por ainda ter algum sentimento por Colin, mas pela forma que eles ficaram juntos.
— Eu sabia que você superaria rápido. — ela falou bem humorada, e eu forcei uma risada — E além do mais, Abigail disse que esse ano você levaria alguém. Estou empolgada para conhecer seu namorado. — ela falou com certa empolgação, e naquele momento eu quis morrer.
No Natal anterior, eu havia comentado com Abigail que estava saindo com alguém, e que havia chance de virar algo sério. Então ela sugeriu que no próximo Natal, ou seja, neste ano, eu levasse o meu "namorado", e eu concordei. E como a gente raramente conversava durante todo ano, eu não havia contado para ela que logo depois que eu voltei para Nova York no início do ano, meu pretendente já estava comprometido, e não era comigo. E dois meses antes daquele Natal, eu posso ter insinuado que estava com alguém, mas apenas para me deixar em paz.
— Oh, é verdade. Eu disse para ela que eu levaria alguém, mas não sei se ele vai poder ir. — fingi uma falsa decepção e suspirei pesadamente. Ela precisava acreditar em mim.
— Ou, você mentiu sobre estar saindo com alguém, apenas não ser a vergonha da família mais uma vez. — ela falou com tom de humor, mas aquilo me parecia bem mais um julgamento disfarçado de piada. Era típico da Brianna. — Você não precisa mentir para mim, priminha, eu sei que depois de Colin, você não entrou em mais nenhum relacionamento. É muito para você ter que lidar. Você tem um medo enorme de rejeição. — ela soltou uma risada nasalada, e eu fechei os olhos. Brianna sabia como me tirar do sério sem precisar de muito.
— Eu queria dizer que você está certa, apenas para te agradar. Mas, como sempre, você está muito errada ao meu respeito. — soltei uma risada forçada, tentando manter o tom bem humorado, apenas para não gritar com ela — Ele vai estar comigo em Beaufort, pode ter certeza que eu farei o possível para ele conseguir ir. — falei com toda a certeza do meu coração, mesmo sabendo que não seria possível.
— Se você chegar em Beaufort sem ele, eu terei a certeza que você mentiu apenas para sair por cima. — ela riu do outro lado, e eu apenas mordi a língua para não gritar.
— Não se preocupe, eu não preciso mentir para estar por cima. — falei com certa ironia, e ela provavelmente sabia do que eu falava, porque a sua risada parou na mesma hora.
— Nos vemos em dois dias, priminha. — ela falou com aquele seu tom insuportável, e desligou.
Quase que no mesmo instante, o grito que eu segurava saiu com toda a força vinda dos meus pulmões.
Brianna me tirava do sério. Minha família me tirava do sério. Eu amava o Natal, mas eu odiava ter que viajar até a Carolina do Norte para aturar minha família. Se não fosse pelo meu pai, provavelmente eu nem voltaria mais naquela cidade.
E agora, eu estava ainda mais ferrada. Eu precisava levar alguém comigo, ou Brianna venceria aquela merda, e me faria de palhaça, mais uma vez.
Sem contar que eu ainda teria que aturar dez dias com atrás de mim. Se até o início de 2022 eu não surtasse, provavelmente eu não surtaria nunca mais.
Família. . E namorado inexistente. Era tudo o que se passava na minha cabeça naquele momento. E tudo o que eu queria, era me afogar na minha banheira.

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Naquela manhã eu já acordei meio mal humorado. Nos dois dias anteriores, simplesmente parecia mais insuportável do que o normal. Ela havia passado os dois dias com um mau humor tão grande, que havia me contaminado.
Me levantei da cama, contra a minha vontade, e fui direto para o banheiro. Eu tinha uma hora para me encontrar com no aeroporto, e ela deixou bem claro quando disse "Sem atrasos, ".
Tomei um banho um pouco mais longo que o normal, deixando que a água caísse em meu corpo, tentando melhorar o mínimo possível do meu humor. Qualquer coisa que ajudasse já seria válida.
Quando saí do banho, eu me vesti, passei um pouco de perfume e arrumei a pequena necessaire que colocaria na mala com alguns produtos que ia precisar durante a viagem. Joguei na mala, e a fechei, deixando-a sobre a cama. Eu já estava um pouco atrasado, então precisava correr para chegar no aeroporto no horário marcado com .
Escovei os dentes e peguei meu celular e minha carteira, então eu logo saí do apartamento, deixando tudo devidamente trancado.
Já no térreo, eu chamei um táxi que passava pela rua, e essa era a parte boa de morar no centro de Manhattan, tinha táxis em todo canto. Entrei no carro e o motorista logo deu a partida, seguindo para o aeroporto.
— Viagem de final de ano? Era tudo o que eu queria, mas infelizmente eu preciso trabalhar. — o motorista falou, e soltou uma risada fraca.
— Na verdade, é viagem de trabalho. — repeti a sua risada e balancei a cabeça negativamente — Meu chefe me obrigou a entrar nessa.
— E para onde você está indo? — ele me olhou pelo retrovisor, enquanto entrava na pista de acesso para o aeroporto.
— Carolina do Norte. — respondi, enquanto observava a mulher parada logo em frente a entrada do aeroporto, acompanhada de dois cachorros, um poodle e um golden retriever — Pode parar perto daquela moça com cara de vilã de Hollywood. — apontei para o motorista e ele acabou rindo.
— É uma bela mulher, o senhor está de parabéns. — ele parou o carro, e logo desceu, então eu fiz o mesmo.
— Ela é a minha chefe. — soltei uma risada nasalada, e observei o homem olhar de cima a baixo. Tenho certeza de que ela o mataria se não estivesse distraída com o celular — Obrigado! — paguei a corrida, após pegar em minha mala, e andei em frente a .
Quando me aproximei, os dois cachorros vieram na minha direção, o pequeno latiu algumas vezes, parecendo desconfiado, enquanto a maior, se limitou a me encarar, até que eu a fizesse carinho. Eles eram incrivelmente fofos, e dóceis. Era até engraçado pensar que eram de .
Logo que parei de brincar com os cachorros, eu parei em sua frente. Ela vestia uma calça jeans, um sobretudo vermelho e calçava um uma bota de saltos finos. Seu cabelo estava preso em no alto da cabeça, e ela usava seu usual óculos de grau, que eu havia a visto sem pouquíssimas vezes.
Em sua frente havia um carrinho com três malas enormes e ainda sua bolsa, não era possível que ela precisasse tanto. Ela digitava com uma mão no celular, enquanto na outra ela segurava um copo térmico descartável.
— Bom dia. — falei logo que me aproximei, chamando sua atenção e ela levantou seu olhar para mim.
— Bom dia. — ela respondeu, enquanto bloqueava seu celular, mas o manteve em sua mão — Comprei para você. — estendeu o copo de café em minha direção e eu fiz uma careta.
— Não, obrigado. — falei e ela arqueou a sobrancelha — Provavelmente você colocou veneno aí dentro. — soltei uma risada nasalada, e ela revirou os olhos.
— No máximo que eu colocaria era um laxante, mas eu não quero ser constrangida durante o voo. — ela rebateu com o mesmo deboche de sempre, e acabou me arrancando uma risada.
— Só vou aceitar porque não tive tempo de tomar café da manhã. — peguei o copo e ela balançou negativamente a cabeça — Mas por que você me compraria um café? — questionei, eu estava realmente confuso. Ela não era de fazer aquele tipo de gentileza para mim.
— Levando em consideração que você chega todos os dias na empresa, e Beverly quem compra seu café, eu tenho a certeza que você acorda sempre no limite da hora, e não tem tempo de tomar café em casa. — ela fez uma careta e deu ombros. Quando ela havia reparado tanto na minha vida?
— E desde quando você está tão interessada na minha vida? — falei, e ela soltou uma risada sem humor.
— Desde quando seu café atrasa o trabalho da minha secretária. — ela rebateu e eu ri sem humor dessa vez. Essa era a que eu conhecia.
Entramos no aeroporto e fomos fazer o check in. Depois de despachar nossas malas, e os cachorros serem direcionados para a sala onde os levariam para o avião, já que eles não poderiam viajar com a gente, fomos nos sentar na sala de embarque, e ela parecia bastante inquieta. O que eu já havia reparado sobre , em dois anos trabalhando para ela, é que ela tinha ansiedade, e quando ficava agitada demais, é porque algo a incomodava.
— Droga, não acredito que vou fazer isso. — ela sussurrou para si mesma, enquanto lia algo em seu celular, e eu a observei de soslaio.
— Está tudo bem? — perguntei como quem não estava prestando atenção em seu desespero.
— Eu preciso te pedir um favor. — ela falou simplesmente, e eu sabia que o café não era de graça. Mas só por ela usar a palavra favor, já parecia algo sério.
— Eu não sei se me preocupo por você estar me pedindo um favor, ou por saber usar essa palavra. — falei e ela revirou os olhos enfurecida.
— Tudo bem, deixa para lá. Eu me resolvo sem você. — ela balançou a cabeça e se levantou, indo para perto da janela da sala de embarque. Ela encarava o celular, e andava de um lado para o outro, parecendo que entraria em colapso a qualquer momento.
— Ei, eu estava brincando. Pode falar. — me levantei e fui até ela, enquanto jogava o copo de café, já vazio, na lixeira.
— Eu preciso que você finja ser o meu namorado nos próximos dez dias. — ela falou simplesmente, e eu me limitei a arregalar os olhos.
— O quê? — falei entre risadas e ela bufou — Mas que merda é essa, ? Você não me suporta, eu não suporto você, como você pensou nessa possibilidade? — eu realmente não conseguia controlar o riso, mas eu estava rindo de nervoso. Aquilo era tão confuso.
— Minha família mora na Carolina do Norte, e todos os anos eu viajo para lá nas festas de fim de ano, mas eu havia dito que esse ano eu levaria o meu namorado. E eu tinha esquecido disso, até a infeliz da minha prima, me lembrar há três dias atrás. — ela explicou, e revirou os olhos. Sua voz beirava o nervosismo. Eu nunca havia a visto daquela forma.
— Por que você falou para a sua família que levaria alguém sendo que você não tinha ninguém para levar? — perguntei perplexo e ela voltou para a poltrona onde estava antes.
— É uma longa história, e eu prefiro não falar sobre isso. — ela soltou uma risada sem humor, e só pela sua feição, aquilo a incomodava.
— O que eu ganho com isso? — me sentei novamente ao seu lado e ela riu amarga, como se já soubesse que eu falaria aquilo.
— Eu sei que você está de olho na Diretoria de Comunicação em Sydney, eu tenho influência na empresa, posso conseguir isso para você. — ela falou sugestivamente, e balancei a cabeça. Eu realmente tinha interesse naquela vaga, só precisava de uma oportunidade.
— Você anda mesmo interessada na minha vida dentro da empresa. — falei com certo deboche, e pela milésima vez naquela manhã, revirou os olhos — Eu aceito. — falei simplesmente e ela me olhou a procura de algum sinal de que eu estava brincando. — O que são dez dias fingindo que eu gosto de você, sabendo que depois eu não precisarei te suportar mais? — dei um sorrisinho e ela soltou uma risada nasalada.
— Pode assumir que você nunca teve uma chefe como eu. — ela falou com um sorrisinho debochado, e se levantou pegando sua bolsa, quando nosso vôo foi chamado.
— Insuportável, mandona e narcisista? — questionei, a seguindo para embarcarmos no avião e ela riu, se virando para mim.
— Você esqueceu de falar uma coisa... — ela levantou o indicador e eu arqueei a sobrancelha — Gostosa. — ela deu uma piscadela e deu as costas, e logo foi praticamente desfilando em minha frente.
A filha da mãe tinha um ponto. E eu já havia falado aquilo, ela provavelmente ia usar o tempo todo contra mim.
Embarcamos no avião e ficou sentada na janela, enquanto eu fiquei sentado na fila do meio do avião. Ela digitou algo em seu celular, e o desligou, o colocando dentro da bolsa.
— Oi, tudo bem com a senhora? — falei para a senhora sentada ao lado da minha chefe. apenas me encarou encabulada.
— Melhor agora com um rapaz tão bonito falando comigo. — a senhora falou de uma maneira completamente educada e eu sorri — O que eu posso ajudá-lo? — sorriu amorosamente.
— Essa moça sentada ao seu lado, é a minha namorada. E ela fica meio mal humorada quando viaja de avião, na verdade, com praticamente tudo, se eu não estou por perto. — fiz uma careta, e só a cara de poderia me matar a qualquer segundo — Você se importaria de trocar de lugar comigo para que eu possa viajar ao lado dela? — fiz a minha melhor cara de cão que caiu da mudança.
— Oh, meu querido, é claro que eu troco de lugar com você. — ela falou amigavelmente e eu sorri — E vocês dois formam um lindo casal. Está na cara dela que ela é apaixonada por você. — ela deu dois tapinhas na mão de , e eu fui obrigado a segurar o riso.
— Com certeza ela é. — falei, a ajudando a se levantar e ela logo foi para o meu antigo lugar, me deixando sentar ao lado da minha chefe, ou melhor, namorada de Natal.
— Você sabe que eu posso te demitir quando eu quiser, não é? — ela me olhou enquanto eu me ajeitava na poltrona.
— Você não fez isso até hoje, porque você não quer. — dei ombros e ela se encostou na poltrona, rindo fracamente — Como vamos fazer isso? — ela me olhou confusa — O nosso namoro de mentira. — falei com obviedade e ela pareceu se lembrar do pedido que me fez na sala de embarque.
— Teremos regras. — ela falou, mandona como sempre, e levantou três dedos — A primeira: você não pode flertar, beijar ou transar com ninguém, enquanto estivermos lá. Eu sei que é um sacrifício, mas a minha família não pode desconfiar de nada. — ela pontuou abaixando um dedo, e eu bufei.
— Dez dias presos a você, e eu sequer posso me divertir com alguém? — falei incrédulo e ela concordou com a cabeça.
— É uma cidade pequena, qualquer deslize pode atrapalhar tudo. — deu ombros — A segunda regra: se alguém te perguntar qualquer coisa sobre mim e sobre nosso relacionamento, pode mentir tranquilamente. Além do meu pai, ninguém da família se importa realmente para saber que é mentira. — ela falou, e desviou o olhar para a janela, soltando uma risada sem humor. Algo a incomodava muito naquela viagem, e eu não conseguia dizer o que era. Mas eu iria descobrir. — E aí é que está o problema, meu pai. Ele provavelmente vai ficar desconfiado, mas deixa que eu cuido disso. — ela voltou a me olhar e eu assenti, então ela abaixou o segundo dedo.
— E a terceira regra? — perguntei já curioso por aquele desfecho.
— Nada de beijos. Em hipótese alguma, você deve me beijar. — ela falou, fazendo uma careta enojada e eu repeti — Vamos fingir que não gostamos de demonstrações de afeto em público. — ela deu um sorrisinho, sem mostrar os dentes, e eu ri a fazendo me encarar confusa.
— Essa é de longe a regra mais fácil das três. Se tem uma coisa que eu não pretendo fazer nunca, é beijar você. — falei tranquilamente e ela balançou a cabeça negativamente com um sorriso debochado.
— Isso me lembrou de mais uma regra. — ela falou, levantando o indicador para pontuar novamente, e eu acenei com a cabeça para ela continuar — Não se apaixone por mim. — ela abriu um sorrisinho convencido e eu revirei os olhos, enquanto ria.
Não tinha como eu me apaixonar por ela...

As quase cinco horas de voo se passaram rápido. foi durante todo o caminho organizando coisas de trabalho, e eu já estava começando a ficar preocupado com o tanto que ela trabalhava fora de hora. Até questionei isso para ela.
— Trabalhar é uma das poucas coisas que não me fazem entrar em colapso, perdendo só para a companhia dos meus cachorros. — foi o que ela respondeu, sem ao menos me olhar. Ela era viciada em trabalho, simplesmente porque preferia evitar pensar.
Quando saímos do avião, a primeira coisa que fez foi ir buscar seus cachorros, e não só ela, mas eles também ficaram felizes com aquele encontro. Era até engraçado ver ela naquele momento, parecia uma completamente diferente. Até o brilho no seu olhar era diferente com a presença dos dois bichinhos.
basicamente me obrigou a empurrar o carrinho de malas dela, enquanto ela puxava a minha pelo aeroporto, e levava os cachorros pela guia. Eu ainda estava tentando entender o que ela fazia com três malas enormes para apenas 10 dias de viagem.
— Precisamos alugar um carro para terminarmos o restante da viagem. — ela me olhou, enquanto arrumava seu óculos, eu apenas assenti.
— Você quer que eu faça isso? — a olhei e ela concordou com a cabeça, mexendo em sua bolsa. Logo ela tirou a sua carteira, e me entregou o seu cartão.
— Pode pegar um carro grande. Temos quatro malas e dois cachorros bem espaçosos. — ela fez uma careta e eu ri.
A deixei ali na saída do aeroporto e fui até a locadora bem ao lado, para alugar um carro. Optei por pegar um Honda CR-V, que além de ser grande, como havia pedido, ele era a cara dela.
Fiz o pagamento do aluguel com o cartão dela, e depois de uns dez minutos, eu estava de volta, estacionando na saída do aeroporto. Desci do carro e coloquei as malas no porta-malas, enquanto colocava seus cachorros no banco de trás. Ela entrou ao lado do passageiro, e eu fiquei responsável por dirigir.
— Tem certeza que você não quer dirigir? — a olhei, enquanto entrava ao lado do motorista.
— Absoluta, meus pés estão doendo e eu prefiro não dirigir com essas botas. — ela apontou para os pés e fez uma careta. Ela ligou o GPS do carro, e colocou o endereço lá, depois começou a mexer no celular. A cada segundo que eu passava com ela, ela parecia cada vez mais ansiosa.
— Você já pensou em como vai manter essa mentira depois desses dez dias? — a olhei de soslaio, enquanto prestava atenção na estrada.
— Vamos ficar juntos por mais um mês, e mais ou menos no início de fevereiro o namoro vai acabar. — ela deu ombros, e deitou o seu banco um pouco para trás.
— E como vai ser esse fim? — a olhei rapidamente e ela deu um sorrisinho maldoso.
— Você vai dirigir loucamente pelas ruas de Nova York, e vai bater em um poste. Você não vai sobreviver ao acidente, e eu vou ficar desolada sem o amor da minha vida. — falou com uma falsa tristeza, mas gargalhou sozinha em seguida. Ela era louca, e aquilo eu não tinha dúvidas.
— Ou, eu posso receber uma proposta de trabalho na Austrália, e nós decidimos que não queremos um relacionamento à distância. — sugeri, e sua risada cessou, então seu olhar queimou em meu rosto.
— Eu prefiro a minha ideia. — ela falou, e pelo canto do olho, eu consegui vê-la dar ombros, foi impossível não rir.
— E como você pretende manter essa mentira caso algum dia alguém da sua família me encontre em algum lugar, por algum motivo? — questionei, e a olhei a tempo de vê-la fazer uma careta.
— Eu digo que você forjou um acidente, e enquanto eu sofria, você fugia para outro país. — ela dramatizou tudo e eu fui obrigado a gargalhar. tinha sérios problemas.
— Tudo bem, você decide isso depois. — dei ombros, enquanto o meu riso cessou — Depois de irmos ver a sua família, você pode me levar a algum hotel da cidade para eu reservar um quarto? — a olhei rapidamente, e ela assentiu.
— Reservamos dois quartos, e ficamos no hotel. Assim teremos onde trabalhar em paz, e não precisamos fingir o tempo todo. — ela falou e eu me limitei a concordar — E depois de conhecer a minha família, eu tenho certeza que você vai querer se esconder em um hotel. Isso se não quiser voltar para NY. — ela soltou uma risada sem humor, e eu não falei nada.
Depois daquela conversa, colocou seus fones de ouvido e foi durante o restante do caminho em silêncio. Só falou algo quando me pediu para parar, para que seus cachorros fizessem as necessidades, mas a verdade, era que ela precisava respirar. Ela estava no meio de uma crise de ansiedade, e eu notei durante o caminho, porque a cada segundo que passava ela apertava cada vez mais as mãos.
Eu até tentei ajudar, mas ela disse para eu não me meter na vida dela, que ela conseguia muito bem lidar com seus problemas sozinha. E a do dia a dia estava ali, mal humorada e impaciente. E eu só queria voltar para a casa, mas aquela seria uma longa viagem.
Gastamos por volta de duas horas na estrada, isso por causa da longa pausa que fizemos para se recuperar de seu surto. Ela ficou o resto do caminho se fazendo de sonsa, e fingindo que nada havia acontecido, e eu, tentava fingir o mesmo. Tudo o que eu precisava fazer naquela viagem, além de planejar o nosso trabalho, era fingir que era o namorado dela. E de quebra, eu começaria 2022 indo embora para a Austrália.
A cidade de Beaufort era a típica cidade de filmes. Uma cidade pequena, de mais ou menos, 12 mil habitantes. Tudo me lembrava muito cidades de filmes natalinos, ainda mais por conta das decorações espalhadas por ali.
Estacionei o carro em frente a enorme casa amarela, e tudo parecia perfeito demais. O gramado estava bem cortado, e meio úmido, devido a neblina. As decorações natalinas estavam espalhadas por ali, como um Papai Noel mediano no meio da grama, e as luzes em volta da casa.
desceu do carro com sua bolsa, e logo guardou seu celular. Abriu a porta de trás do carro, e logo seus cachorros desceram e começaram a brincar na grama, o que fez minha parceira de viagem sorrir.
Desci do carro, e logo dei a volta por ele, andando até a minha chefe. Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, agarrou a minha mão, e entrelaçou a sua, que tremia, e eu não sabia dizer se era pelo frio, ou pela ansiedade. E logo não demorou para que a porta da casa abrisse, mostrando o timing perfeito para o gesto dela.
— Pessoal, a chegou. — uma mulher, que aparentava ter mais ou menos a idade de , gritou, mas ninguém apareceu ali — E ela trouxe o namorado. — foi o que precisou para brotar pessoas até do chão naquela porta.
— Eu realmente duvidei que você traria alguém. — uma mulher, um pouco mais velha, talvez mãe ou tia de , falou.
— Todo mundo tinha certeza que você estava mentindo. — a garota falou novamente, e eu pude ver rolar os olhos.
— Não vai apresentar à sua mãe? — uma outra mulher, que aparentava ter a mesma idade da outra, falou se aproximando.
— Esse é o , meu namorado. — finalmente se pronunciou, e eu não pude deixar de notar a voz trêmula, que sequer parecia da mulher durona que era minha chefe — , essa é a minha família. — ela me olhou, e seus olhos brilhavam, devido as lágrimas que se formavam ali. Pelo que eu conhecia dela, ela não choraria, mesmo que quisesse.
— É um prazer conhecer vocês. — desviei o olhar da mulher ao meu lado para as pessoas em nossa frente, e pude notar que todos ali me analisavam.
— Até que você deu sorte, priminha. — a garota voltou a falar, e me olhava de cima a baixo sem nenhum pudor. Mas, eu não pude deixar de notar o deboche em sua voz ao se dirigir à .
O barulho de carro velho soou na rua, e todos os olhares se voltaram à velha picape que parava atrás de nosso carro. Um homem, de mais ou menos uns 60 anos, desceu do carro e soltou a minha mão correndo em sua direção.
— Pai. — ela falou com um misto de alívio e dor na voz, e se jogou nos braços do homem, que retribuiu ao abraço da filha.
— Eu estava com saudades da minha princesa. — ele falou, apertando contra seu corpo.
Eles ficaram um tempo ali abraçados, enquanto todo mundo se mantinha parado na porta da casa preocupados em me analisar e cochichar sobre algo que eu não estava interessado em saber, porque eu estava mais preocupado em observar .
O homem desfez o abraço, e segurou o rosto da filha entre as mãos, e pelo seu movimento, ele estava secando as lágrimas que escorriam pelo rosto dela, mas ele logo me observou ali atrás.
— Esse é o homem sortudo que conquistou o coração da minha filha? — ele falou andando em minha direção, e se manteve de costas por alguns segundos.
— Eu sou . — estendi a mão para ele, que logo a apertou.
— Eu sou o George, o pai da . — ele falou orgulhoso enquanto me puxava para um abraço. E ele realmente parecia o mais amigável ali.
— É um prazer conhecer o senhor, ouvi muito a seu respeito. — falei com um sorriso no rosto, e me encarou. Era notável seu nariz e bochechas vermelhos, num sinal de quem estava chorando.
— Diferente de você, que nós nunca ouvimos falar. — uma voz feminina falou, e eu nem tive tempo de notar quem era, pois George respondeu-a.
não deve satisfação da vida dela para ninguém, não precisa contar tudo o que acontece. — ele falou simplesmente, e olhou para a filha, que deu um sorriso sincero.
— Eu sou Abigail, a mãe dela. — ela se aproximou, e me cumprimentou com um abraço.
— Brianna é minha prima. — apontou para a garota loira escandalosa que anunciou a nossa chegada — Brian é irmão dela. — apontou para o garoto que observava do canto — Florence é a mãe deles, minha tia. — para a mulher, que antes eu achava que pudesse ser a sua mãe — Joshua é o meu irmão. — apontou para o outro homem escorado na porta, que apenas acenou com a cabeça.
Ela me apresentou um por um ali, e ninguém realmente parecia se importar com a chegada dela, apenas com a minha presença, que parecia coisa de outro mundo. Menos para George, que abraçou a filha, e não saiu de seu lado um segundo sequer.
— Eu não acredito que você trouxe esses pulguentos. — Brianna falou com certo desdém, enquanto guiava os cachorros pela coleira para dentro de casa. Eu fui obrigado a fazer careta.
— Eles provavelmente são mais limpos que você, Brianna. — Brian falou, e deu um sorrisinho cúmplice para o primo.
— Você sabe que o Colin é alérgico a cachorros. Aposto que fez isso de propósito, só porque eu disse que ele viria. — a garota falou, cruzando os braços em frente ao corpo, usando um tom que beirava a adolescência, o que não condizia com sua provável idade.
— Eu já traria meus cachorros antes mesmo de saber que Colin viria passar as festas de fim de ano aqui. E outra coisa, Colin não mora aqui, então se meus cachorros incomodarem ele, a porta está ali. — apontou para a porta, e Brian deu uma risada, o que levou sua mãe, Florence, a repreendê-lo.
— Você também não mora aqui, então não vai decidir nada na minha casa. — Abigail falou de forma fria, e não pareceu nada surpresa com o tom da mãe.
— Não se preocupe. A gente ia para um hotel de qualquer forma, não quero incomodar vocês. — falou com um tom de voz extremamente baixo.
— Você não incomoda, filha. Pode ficar aqui e seus cachorros também. — George falou abraçando — Colin nem faz parte da família, e para mim nem deveria vir aqui. — ele falou em alto e bom som, mas ninguém pareceu se abalar muito.
— É melhor a gente ir para um hotel, pai. Eu e temos trabalho a fazer durante a viagem, então é melhor assim. — ela falou forçando um sorriso, e por mais que ele fosse contra, ele concordou.
— Para variar, você nunca deixa o trabalho de lado pela sua família. Ele tem muito mais valor para você, do que a gente. — Abigail falou, mas não parecia haver mágoa ali, e sim, desdém.
— Na verdade, a culpa é minha. — falei, chamando a atenção de todos ali, inclusive de — Eu não ia poder vir, por causa de um trabalho que nós temos para entregar da empresa até o início do ano, mas me pediu para vir com ela, e não tem nada que eu não faça por essa mulher. — segurei a mão de , que me olhou, querendo entender o que eu fazia — Ela prometeu que me ajudaria, apenas para que pudéssemos ter mais tempo para aproveitar a viagem juntos. — eu abri o meu melhor sorriso e o retribuiu, seguida de George.
A cara de espanto de todos ali foi impagável, menos Brian, que segurava a vontade de rir de todo mundo que estava naquela sala. E aquela certamente foi a melhor mentira que eu contei na minha vida, e eles realmente não se preocupavam com , porque sequer viram a confusão estampada em seu rosto. A mulher não sabia mentir, suas feições a entregavam. E não precisava de mais nada para eu entender o porquê de estar tão tensa e ansiosa para aquela viagem. Sua família era horrível, e a tratavam como se ela não fosse nada.

pov's

Foi difícil, mas eu consegui convencer meu pai de que era melhor que eu e ficássemos no hotel. E mesmo contra a vontade dele, ele aceitou, com a condição de que fosse com a gente até lá, para passar mais tempo comigo. Eu não recusei, e nem pensou na hipótese.
Ele entrou na frente com e eu fui sentada no banco de trás com Afrodite e Loki. Eu estava acabada, e não era só fisicamente, porque emocionalmente eu estava pior. Só aqueles poucos minutos ali, foram suficientes para aquela família sugar toda a minha saúde mental.
— Como vocês se conheceram? — meu pai perguntou, e só então eu fui perceber que ele se referia a mim e .
— Na empresa, é a minha chefe. — respondeu por mim, e eu estava o agradecendo mentalmente, porque não estava conseguindo formular uma frase sem querer vomitar — Há dois anos eu comecei a trabalhar com ela na Start Beauty, e a minha admiração pela sua filha só cresce a cada dia. — ele falou, olhando rapidamente para o meu pai, enquanto eu observava, alheia da conversa.
— Parece que alguém te admira tanto quanto eu. — meu pai se virou para me olhar, e eu forcei um sorriso. Me doía mentir para ele, mas eu não tinha escolha.
— Todo mundo admira naquela empresa, não tem ninguém lá que não goste dela. — "só você" eu pensei, mas graças a Deus eu não tinha forças para falar nada, ou eu estragaria tudo em menos de uma hora na cidade.
Fechei os olhos e fiquei ali no banco de trás submersa em meus pensamentos. Eu sequer estava prestando atenção no que os dois homens falavam na frente do carro.
— Ei, chegamos. — falou, colocando sua mão sobre meu joelho, o que me fez dar um pulinho de susto, que o levou a rir.
Descemos do carro e entramos no Beaufort Hotel, que era um dos mais conhecidos ali pelos turistas, e provavelmente o mais caro também. Pelo menos ficaríamos bem instalados.
— Não podemos pedir dois quartos, meu pai vai desconfiar. — puxei , enquanto meu pai ia na frente com os cachorros, e ele assentiu.
— Mentira que a mulher mais bem sucedida de Beaufort está aqui. — Brandon falou com sua empolgação exagerada, enquanto saía de trás do balcão da recepção para me abraçar.
— Brandon, que saudades de você. — o apertei no abraço, enquanto ele me girava no lugar. Brandon era o meu melhor amigo de infância em Beaufort, era quem mais aturava meus surtos por causa da minha família.
— Por que você não me falou que vinha? — desfez o abraço e me olhou — E ainda acompanhada desse Deus Grego aqui. — ele analisou de cima a baixo, me fazendo rir alto.
— Eu venho todos os anos. — fiz uma careta e ele deu ombros — que é novidade dessa vez. — apontei para o homem ao meu lado.
— Prazer, eu sou o namorado dela. — falou com o seu tom amigável de sempre, e estendeu a mão para Brandon, que logo o abraçou.
— O prazer é todo meu. — meu amigo falou empolgado — Você nunca me disse que estava em um relacionamento. — ele me olhou desconfiado, e meu pai acabou nos observando.
— Eu vivo tão desorientada com tanto trabalho, que às vezes não lembro de comer. — fiz uma careta, e me encarou parecendo que havia descoberto um segredo obscuro sobre mim. Eu só não entendia o que era.
— Brandon, precisamos de um quarto para os dois. Algum disponível tão em cima da hora? — meu pai falou, mudando totalmente o rumo da conversa, para a minha felicidade.
— Temos alguns ainda, mas se vocês demorassem mais um pouquinho não iam achar. — ele apontou para a porta, por onde entravam vários turistas — Temos cinco quartos normais e a suíte presidencial, que por algum motivo, está vaga. — ele fez uma careta, enquanto voltava para trás do balcão.
— Não está mais, ela é nossa. — falei, tirando meu cartão da bolsa e entregando para ele.
— Você tem certeza disso? — me olhou.
— Nós vamos precisar de bastante espaço, temos trabalho a fazer. — o olhei e ele concordou.
— A cama é muito confortável para trabalhar. — Brandon falou malicioso, e foi impossível eu não gargalhar da cara que o meu pai fez. E pela primeira vez, eu vi constrangido. Aquilo era impagável, bendito seja, Brandon Cornigan.
Ele fez todo o nosso check in, e pediu para que pegassem nossas malas no carro. Nós quatro, e meus cachorros, entramos no elevador e subimos até a cobertura do hotel, onde ficava a suíte presidencial.
Quando chegamos no quarto, ele era enorme, parecia até um apartamento. O que eu achei ótimo, porque teria bastante espaço para Afrodite e Loki aproveitarem os dez dias de viagem. A cama era muito maior do que a minha, que já era enorme. E a vista que o hotel nos dava, era uma das partes boas de estar ali em Beaufort.
— Como vocês estão instalados, eu voltarei para casa. Vejo vocês lá para o jantar? — meu pai intercalou seu olhar entre eu e .
— Claro pai, estaremos lá. — falei, enquanto abraçava ele e depositava um beijo em sua bochecha.
— Você também está convidado Brandon. — ele olhou para o meu amigo.
— Com certeza, eu aceitarei o convite. — Brandon falou empolgado e eu ri — Vou deixar os pombinhos descansarem, até porque, preciso voltar ao trabalho. — ele mandou beijos no ar e logo ele e meu pai saíram do quarto, deixando eu e sozinhos ali.
Me joguei na cama, enfiando o rosto no travesseiro, eu queria poder gritar, mas provavelmente iria me achar ainda mais louca do que ele provavelmente já achava, então eu apenas fiquei ali, tentando me recuperar.
Senti a cama se mexer, e por um segundo eu achei que fosse Afrodite e Loki, mas nenhum dos dois veio até mim, então eu levantei a cabeça para olhar e era que me observava.
— Eu sei que você vai falar que eu não devo me meter na sua vida, mas você quer conversar sobre o que aconteceu na casa dos seus pais? — ele perguntou um tanto quanto receoso, como se pisasse em ovos.
— Tirando meu pai e Brian, o restante da família me odeia. — me sentei na cama, e comecei a tirar as botas — É sempre a mesma coisa quando eu venho aqui. — soltei uma risada sem humor e notei que ele ainda tinha seu olhar em mim.
— Sua mãe sempre te tratou dessa forma? — ele perguntou, parecendo incomodado e eu não o julgava, eu também estava.
— Ela não é a minha mãe. — dei um sorriso de escárnio e o encarei a tempo de ver a feição confusa em seu rosto — Quando eu nasci, a minha mãe acabou morrendo no parto, e meu pai ficou viúvo e acabou sendo pai solteiro por alguns meses. Ele conheceu Abigail no pediatra, já que Joshua também já era nascido e filho de uma outra relação dela. Ele tinha dois anos e eu seis meses quando nossos pais se conheceram. Meu pai e Abigail se casaram logo que eu completei um ano, e ele registrou Joshua como filho dele e ela acabou virando minha "mãe". — fiz as aspas no ar, e me levantei para tirar o meu sobretudo — Ela sempre odiou o fato de que meu pai me tratava como a princesinha dele. Para ela, ele demonstrava favoritismo por mim e excluía o Joshua, mas nunca foi bem assim. — me virei para ele, enquanto colocava uma das minhas malas sobre a cama — Ela sempre tentou fazer de tudo para colocar meu pai contra mim, mas a gente sempre foi muito ligado um ao outro e ele sempre me defendeu, então isso fez com que ela me odiasse cada vez mais. E quando eu fui para Nova York para estudar, tudo piorou, porque meu pai pagou o meu primeiro ano de faculdade, e no segundo ano, quando eu disse para ele que não precisava mais pagar, ele me deu um apartamento, para que eu pudesse sair do dormitório da faculdade. E como Joshua não foi para a faculdade, ele não teve os mesmos "benefícios". — expliquei tudo por alto, enquanto desfazia minha mala e colocava as coisas no armário que havia ali.
— E quanto ao resto da família? — perguntou curioso e eu ri fraco.
— Florence é irmã de Abigail, tomou as dores dela. Brianna nunca foi a minha prima favorita, a gente nunca se deu bem de verdade. E quanto ao resto, eles se envenenaram depois que eu fui embora daqui. — dei ombros e ele apenas concordou com a cabeça.
— Quem é Colin? — ele seguiu fazendo perguntas, e parecia até que o jornalista de formação era ele, não eu.
— Meu ex namorado. — falei com desdém, e balancei a cabeça negativamente.
— E por que seu ex namorado vai passar as festas de fim de ano com a sua família? — ele perguntou fazendo uma careta e eu ri com aquilo.
— Vou deixar para você descobrir no jantar, a versão deles é muito mais emocionante do que a minha. — falei com certo deboche e ele riu, balançando a cabeça em seguida — Preciso de um banho. — falei depois de colocar tudo de uma das malas no armário.
— E eu preciso tentar conseguir um quarto. — ele se levantou da cama.
— Você não pode fazer isso. — o olhei — Brandon vai desconfiar se você pedir outro quarto para ele. — expliquei.
— Ele não é seu amigo? Não contaria a verdade. — ele deu ombros.
— Brandon não sabe mentir. — soltei uma risada baixa.
— Nem você. — ele rebateu com deboche e eu arqueei a sobrancelha — Você tem sorte que a sua família não presta atenção em você, porque você é muito expressiva, se entrega facilmente. — ele riu e eu revirei os olhos — Igual quando eu falei sobre o trabalho, você se mostrou totalmente confusa. — o sorrisinho de deboche, me fez querer jogá-lo pela janela — Por falar em trabalho, você realmente esquece de comer às vezes, não é? — falou do nada, e eu fiquei confusa. O que aquilo tinha a ver com a nossa mentira? — Aquele dia que você estava quase desmaiando na reunião, você estava extremamente pálida e disse que era nervosismo. Você havia passado o dia todo sem comer, não foi? — ele questionou, e estava parecendo meu pai. E só então, eu fui entender a forma que ele me olhava na recepção do hotel.
— A ansiedade às vezes me impede de comer, e eu simplesmente não tenho fome. — dei ombros, e ele apenas assentiu, parecendo entender aquilo — Mas eu não vou morrer por isso. — forcei um sorrisinho e ele cerrou os olhos.
Dei as costas e fui em direção ao banheiro, enquanto Afrodite e Loki descansavam sobre o tapete felpudo do quarto. voltou a se jogar na cama e eu parei na porta do banheiro.
— Obrigada por ter me ajudado hoje. — falei simplesmente, e ele me olhou como se visse um monstro de sete cabeças. Então, eu entrei para o banheiro e me tranquei lá dentro, deixando que todas as lágrimas que eu segurei, até aquela hora, saíssem. Aquela viagem estava só no começo.

pov's

demorou pelo menos uns 40 minutos no banheiro, e eu sabia que na maior parte desse tempo, ela não estava tomando banho. Quando ela saiu do banheiro, seu nariz e bochechas estavam vermelhos e seus olhos, que já eram pequenos, estavam ainda menores. Eu sabia que ela estava demorando porque estava chorando no banheiro, ela segurou o tempo todo até chegarmos ao hotel.
Eu estava tentado a perguntar se estava tudo bem, mas ela provavelmente não iria gostar da minha intromissão. E além do mais, eu já sabia que ela não estava bem desde o aeroporto.
— A gente tem duas horas até irmos para o jantar. — ela falou sem me olhar, enquanto andava até as suas duas malas que ainda estavam fechadas — Podemos adiantar algumas coisas do trabalho. — ela deitou a mala no chão e se abaixou, a abrindo em seguida. Ela tirou dois bichinhos de pelúcia e mais algumas coisas dos seus cachorros de lá. Estava explicado o porquê de três malas, ela havia levado uma apenas com as coisas dos cachorros.
— Podemos, claro. — falei, enquanto observava cada gesto da mulher em minha frente. Ela tirou um comedouro da mala, e logo um pacote médio de ração, que ela abriu e serviu um pouco para seus cachorros, que logo correram para comer — Eu só vou tomar um banho rápido, e aí podemos começar. Pode ser? — perguntei e ela apenas balançou a cabeça, ainda de costas para mim.
Me levantei da cama, e fui em direção ao banheiro, mas não sem antes dar mais uma olhada em . Ela acariciava o pelo de sua golden, enquanto a cachorrinha — que de 'inha' não tinha muita coisa —, comia sua ração.
Entrei no banheiro e fechei a porta, começando a me despir em seguida. No banheiro, de um lado havia uma banheira enorme, do outro havia um box simples, e no meio estava a privada e a pia. Fora os armários que haviam espalhados pelo cômodo.
Entrei no box e abri o chuveiro, a água morna caiu sobre o meu corpo e eu nem havia notado o quanto estava tenso naquela viagem. era para ser o meu único motivo de irritação na viagem, mas no fim, ela estava sendo o motivo da minha tensão e preocupação. Eu não sabia lidar com a forma na qual estavam tratando-a, mas principalmente, o porquê dela deixar que a tratassem daquela forma, quando era a pessoa mais "durona" que eu conhecia.
Vesti o roupão que estava livre no banheiro, já que vestia o outro e logo em seguida saí dali. já estava sentada na penteadeira, com o notebook em sua frente, dividindo espaço com as maquiagens que ela estava usando. Ela já estava parecendo outra pessoa, a mulher que eu conhecia, não a que havia saído do banheiro completamente abalada.
— Por onde você quer começar? — questionei-a, enquanto me sentava na cama e ligava o meu notebook.
— Pelo começo seria uma boa. — ela falou com o sarcasmo de sempre, e eu me limitei a soltar uma risada baixa. Por algum motivo eu estava aliviado de a ouvir falar daquela forma comigo.
— Okay... — abri a planilha que havia formulado, e a primeira coisa que precisávamos entregar, era o conceito da campanha. O que incluía textos e designs, e isso precisava estar pronto até o dia 26 de dezembro — Você tem alguma ideia para o conceito da campanha? — a olhei, enquanto ela parecia concentrada em fazer o delineado em seu olho.
— Eu acho que a gente precisa manter a simbologia do Natal nessa campanha, nem que seja apenas as cores. Talvez podemos usar o verde e o vermelho no texto. — ela me olhou, quando acabou de fazer o desenho em um olho, e foi impossível não notar a perfeição na qual ela havia feito aquilo.
— Eu acho que a ideia das cores no texto é uma boa, porque assim a gente vai remeter ao Natal, mas sem deixar o design tão natalino. — eu falei e ela concordou com a cabeça, enquanto voltava a olhar no espelho, começando a fazer o outro olho — E quanto ao texto, podemos colocar algo como "Christmas Every day" ou "Christmas All Year". Se levarmos a campanha ao pé da letra, pode acabar sendo o conceito perfeito. — a olhei, e ela se manteve quieta terminando de fazer o delineado no outro olho, mas logo que ela acabou, ela se encarou no espelho e manejou a cabeça em um sinal de "talvez".
— Eu gosto da sua ideia, mas ela precisa de um complemento. — ela me olhou, eu assenti para que ela pudesse continuar — Levarmos ao pé da letra é uma boa intenção, mas vamos precisar complementar isso. — ela pontuou, e eu anotei em meu computador, para que depois não perdêssemos nada.
— Um complemento para o conceito principal pode ser a chave das vendas. — eu pensei um pouco e aquilo realmente poderia ser tudo o que precisávamos para a campanha.
— Que tal, "Christmas Every Day: A magia no Natal completando a sua rotina"? — ela falou pensativa, e eu a encarei por longos segundos. Aquilo era perfeito! Ela era realmente boa.
— Acho que nós temos o conceito inicial da campanha. — falei sem segurar um sorriso, e ela retribuiu o gesto — Não posso negar que você é boa. — confessei e ela deu um sorrisinho debochado, voltando a se olhar no espelho.
— Se vocês tivessem me escutado desde o começo, nada teria dado errado. — o sorriso convencido se mantinha em seus lábios e eu me limitei a revirar os olhos, mas estava me divertindo com aquilo.
— Por que você não pode aceitar que eu entendo muito bem o que eu estou fazendo? — rebati, e ela sequer me olhou, enquanto preenchia seus lábios com um batom vermelho.
— Se você entendesse tão bem assim, não estaríamos aqui refazendo a campanha agora. — ela falou, e acabou com toda a diversão. Ali estava a que adorava criticar o meu trabalho. A bruxa narcisista da minha chefe.
— Talvez o fato da sua família não gostar de você, não seja tão à toa como você disse. — falei irritado, e a forma com que ela me olhou, me fez ter a certeza de que eu era um idiota. Eu não deveria ter falado aquilo.
Ela se levantou da penteadeira, e abriu o armário tirando a roupa de lá e foi direto para o banheiro, onde ela se trancou. Respirei fundo, e abri a minha mala, escolhendo a roupa que vestiria, mas com a plena consciência de que havia pegado pesado demais.

saiu do banheiro depois de uns vinte minutos, e ela vestia uma calça de alfaiataria preta, e uma blusa de manga de malha branca, e com o seu cabelo preso da mesma forma que esteve o dia todo. Ela pegou um par de saltos na terceira mala, onde havia alguns sapatos e mais outras coisas, que eu não conseguia identificar o que era. Ela voltou para a penteadeira, passou um pouco de perfume atrás das orelhas e nos pulsos, e colocou um par de argolas na orelha, e logo em seguida, colocou seu usual óculos de grau. Ela vestiu o mesmo sobretudo de antes e pegou sua bolsa, enfiando algumas coisas dentro.
— Vamos logo para gente não se atrasar. — ela falou, parecendo indiferente, e prendeu as guias nas coleiras dos seus cachorros e saiu do quarto, sem ao menos me esperar.
, eu... — comecei a falar, enquanto entrávamos no elevador e ela me interrompeu.
— Não fala nada. Eu não recebo o suficiente para ter que te aturar aqui, e nem você para fingir que gosta de mim. — ela soltou uma risada nasalada e sequer me olhou. Eu nem ousei abrir a boca, ou ela me mataria só com o seu olhar.
Brandon já nos esperava na recepção, e para o alívio de todo mundo, ele iria com a gente no carro. O que evitava o acontecimento de uma tragédia, porque eu sabia que nunca havia me odiado tanto, como naquele momento.
entrou no lado do motorista, e eu ao lado do passageiro. Brandon foi no banco de trás com os cachorros, e para minha felicidade, ele desatou a falar com sobre algumas pessoas que eles conheciam. A mulher ao meu lado batia papo como se não estivesse se remoendo de ódio por dentro.
me ignorou durante todo o caminho até a casa de sua família, enquanto conversava com Brandon. Eu me limitei a escutá-los, a não ser quando Brandon, de alguma forma, me incluiu na conversa, mas para a felicidade de , eu e ela não precisamos interagir. Ela estacionou o carro e nós descemos. Brandon guiou os cachorros, enquanto entrelaçou nossas mãos, contra a sua vontade. Ela tocou a campainha e não demorou para que Joshua abrisse a porta.
— Joshua, como está? — Brandon falou amigável.
— Estou bem e você, Brandon? — ele perguntou, mas o outro nem respondeu muito bem, porque já estava entrando com os cachorros.
— Joshua. — acenei com a cabeça e ele fez o mesmo, mas deu as costas logo que olhou para , que revirou os olhos.
— Olha quem chegou. — Brianna falou empolgada, e se levantou envolvendo seus braços em meu pescoço sem nenhum pudor.
— Oi, Brianna. — falei, enquanto tentava me desvencilhar de seus braços. soltou a minha mão, parecendo nada feliz com toda aquela cena da prima.
A campainha tocou e foi o que fez Brianna me largar, enquanto se sentava ao lado de Brian, e tomava o saquinho de jelly beans que o garoto comia. Me sentei ao lado da minha "namorada" e ela pegou seu poodle, que eu finalmente descobri que o nome era Loki, e o deixou em seu colo, enquanto a golden, se deitava em meus pés.
já está aqui. — a voz de Brianna ecoou na sala, e todos olharam em sua direção. Ela estava acompanhada de um homem, alto, loiro e de olhos claros — Priminha, o Colin está aqui. — ela falou com seu deboche, e forçou um sorriso.
— É sempre um prazer te rever. — o homem falou, estendendo a mão para , que sequer a apertou, apenas acenou para ele.
— Pena que eu não posso dizer o mesmo. — ela falou sussurrando, mas eu consegui escutar, e acabei soltando uma risada.
— Esse é o namorado dela. — Brianna se jogou ao meu lado, e me abraçou pelo pescoço.
— Então você está mesmo namorando? — ele olhou para , e ela se limitou a concordar — Eu sou o Colin, ex da sua namorada. — ele falou com deboche e estendeu a mão, que eu logo apertei.
— Que bom que você é ex, assim eu tenho o prazer de ser o atual. — falei no mesmo tom que ele usou, e tirei o braço de Brianna do meu pescoço, enquanto abraçava .
— Como você namorou com esse cara? Minha irmã eu até entendo, mas você não faz sentido. — Brian sussurrou para , quando Brianna arrastou Colin para a cozinha, e eu ri.
— Brian, eu me pergunto até hoje o que eu tinha na cabeça. — ela respondeu fazendo uma careta, e Brandon logo se juntou a gente.
— Pelo menos ele é bom de cama? — ele questionou se curvando sobre Brian, para sussurrar para a amiga, que acabou gargalhando.
— De boca ocupada ele não é tão ruim. — ela falou entre risos, e tanto Brian, quando Brandon riram. Eu não estava diferente. poderia ser má quando queria.
Ficamos ali conversando os quatro, até George descer e se juntar a gente. parecia outra pessoa perto do pai, a paz que ela transmitia quando estava com ele, contagiava até a mim.
Florence avisou quando o jantar estava na mesa, e nós seguimos até lá. deixou os cachorros na sala, brincando com uma pelúcia que havia levado na bolsa, e se juntou a todos. Ela se sentou entre mim e seu pai, que estava em uma ponta da mesa, enquanto na outra, estava Joshua. Brandon e Brian estavam respectivamente ao meu lado, e Brianna, Colin, Abigail e Florence estavam do outro lado da mesa, de frente para a gente.
— Quanto tempo vocês estão juntos? — Colin perguntou, enquanto colocava uma generosa garfada da lasanha na boca.
— Há quatro meses. — respondi simplesmente, e sequer pestanejou — Apesar de que a gente lutou muito contra os nossos sentimentos, por causa do trabalho. — continuei, e Colin apenas assentiu com a cabeça.
— Eu tinha certeza que depois que eu e o Colin ficamos juntos, nunca mais ia superar e passar o resto da vida sozinha, cuidando de cachorros. — Brianna falou, rindo em seguida, sendo acompanhada de Colin, Florence e Abigail. Dava para entender um pouco do porquê não a suportava.
— Você namora com o Colin? — fiz uma careta confusa, e olhei para , que deu um sorrisinho de escárnio.
não te contou sobre nosso relacionamento? — Colin falou, enquanto acabava de mastigar. Eu nem o conhecia, e já o achava repugnante.
— Eu não tenho o menor interesse em saber sobre os ex-namorados da minha namorada. O passado amoroso dela, não limita meus sentimentos por ela. — rebati, e Colin se limitou a soltar uma risada nasalada. Enquanto , ela segurava o sorrisinho vitorioso que queria sair. Ela não me daria esse gostinho.
— Enfim, eu era namorado da , mas acabei me apaixonando por Brianna no decorrer do processo. Quando eu e a terminamos, eu e Brianna ficamos juntos. — ele explicou, e a risada escandalosa de tomou conta do lugar.
— Vocês não esperaram o seu namoro com terminar para ficarem juntos. — Brian rebateu, enquanto ainda gargalhava alto.
— Foi inevitável! A gente se apaixonou, e as coisas aconteceram. Igual naqueles filmes de romance. — ele continuou, enquanto bebia um longo gole da cerveja, e eu soltei uma risada sem humor.
— Traição não tem nada a ver com romance, tem a ver com falta de caráter. — rebati, e o silêncio na mesa só não foi notável, porque Brian, Brandon e começaram a rir. Enquanto, Florence, Abigail e Brianna me olhavam indignadas. Joshua não demonstrava nenhum sentimento, totalmente indiferente. Colin me olhava como se quisesse me dar um soco na cara, e provavelmente queria.
— Eu concordo com você. — George falou, tomando a atenção para si — Sem contar que qualquer homem que magoe a minha filha, não merece nem ao menos a simpatia dela. — ele segurou a mão de , depositando um beijo ali e ela sorriu.
— Qualquer homem que teve a chance de ter , mesmo que por pouco tempo, e teve a coragem de partir o coração dela, não passa de um grande idiota. Ela é a mulher mais incrível, forte, inteligente e admirável que eu conheço. E sem contar, que é de longe a mais bonita. — segurei a mão livre de , e a olhei, enquanto ela me olhava de volta — Mas eu agradeço todos eles, inclusive você... — olhei para Colin — Porque se vocês não fossem tão idiotas, eu não teria o prazer de ter conhecido a mulher da minha vida. — voltei a olhar para , e em seu rosto havia um misto de confusão e curiosidade. Certamente, ela estava tentando entender o que estava acontecendo, mas nem eu sabia, eu apenas não deixaria que ninguém a colocasse para baixo daquela forma, não enquanto eu pudesse impedir.
— Eu só sei que quero ser padrinho desse casamento. — Brandon falou, e eu desviei o meu de para ele, então eu sorri.
— Por falar em casamento... — Colin voltar a chamar a atenção para si, e se levantou da mesa — Brianna, você quer se casar comigo? — ele falou simplesmente, enquanto se ajoelhava na frente da moça e abria uma caixinha com um anel.
— Ai meu Deus! — Brianna gritou, enquanto colocava a mão sobre a boca — É claro que eu aceito me casar com você. — ela pegou o anel de sua mão, e o analisou. Pela sua cara, ela não havia ficado muito satisfeita, mas o colocou no dedo, ainda sim — Eu não acredito que vou me casar com o amor da minha vida. — voltou a olhar para Colin, e colou seus lábios aos dele.
— Eu não acredito que a minha filhinha vai se casar. — Florence falou eufórica, e se levantou para abraçar a filha — Precisamos começar a planejar tudo. — ela apertou a filha nos braços. e Brian trocaram olhares, e ambos seguravam a risada. Eu não os julgava, porque até eu queria rir da cena.
— Priminha, eu espero que você não se importe. — Brianna olhou para , que deu um sorriso debochado.
— Faço questão de dar a lua de mel de presente, tudo por minha conta. — falou com seu usual deboche, e eu tive que morder a língua para não gargalhar.
— Eu vou falar com o padre, já vamos marcar a data. — Florence continuou e Brianna concordou empolgada.
— Me preocupa vocês se casarem na igreja, porque o altar vai pegar fogo com tantos pecados. — Brian falou, e naquele momento foi impossível segurar a risada, até mesmo George acabou gargalhando. Florence quis matar o filho, enquanto Abigail olhava com desgosto.
O jantar se resumiu ao planejamento daquele casamento, o deboche de e as piadas de Brian. Eu e Brandon estávamos ali apenas nos divertindo com toda a história.
Quando acabamos de jantar, se apressou em irmos embora, e eu não a julgava. Colin e Brianna estavam fazendo de tudo para irritá-la com aquele casamento, mas ela não parecia se importar.
Durante o caminho até o hotel, tudo o que fizemos foi comentar sobre aquele jantar desastroso que havíamos saído. As gargalhadas eram incontroláveis.
— Eu tenho que agradecer seu pai por ter me convidado para esse jantar. — Brandon falou entre risos, enquanto entrávamos no hotel.
— Dá pra acreditar que aquele pedido de casamento aconteceu? — ela olhou para Brandon que negou com a cabeça.
— Eu não consigo acreditar que você ofereceu pagar a lua de mel. — ele riu, enquanto eu chamava o elevador. — Eu preciso dizer, nem o pedido de casamento foi páreo para a declaração e a química maravilhosa desse casal aqui. — ele abraçou eu e , cada um de um lado — Amiga, não perde esse homem. Porque ele é completamente apaixonado por você. — ele falou para , que sorriu, depositando um beijo em sua bochecha.
— Boa noite, Brandon. — ela falou, enquanto nós entrávamos no elevador e ele mandou beijos no ar.
Quando entramos no quarto, soltou a coleira dos cachorros e eles logo correram para a cama, o que levou a rir.
— Você fica com o sofá. — ela andou até a cama, e atirou dois travesseiros em minha direção — Eu e essas coisinhas aqui, ficaremos com a cama. — ela se deitou, depositando vários beijos nos pelos dos cachorros, o que me fez sorrir.
— Desculpa. — falei simplesmente, e ela levantou seu olhar para mim, totalmente confusa — Eu não quis falar aquilo mais cedo. — ela soltou uma risada nasalada e negou com a cabeça — Eu realmente não acho que sua família tenha motivos para te odiar, pelo contrário, eles têm muito mais motivos para gostar de você. — continuei, enquanto ela tirava seu sobretudo.
— Por que você fala como se gostasse de mim? Eu e todo mundo daquela empresa, sabemos que você não me suporta. Inclusive, você já falou isso. — ela soltou uma risada amarga, e eu neguei com a cabeça.
— Hoje eu comecei a perceber que é possível gostar de você. Você só precisa deixar. — falei, e fui em direção ao banheiro, mas parei na porta — Você é realmente uma mulher admirável, e tudo o que você conquistou e conquista todos os dias só me faz ter a certeza de que você merece tudo isso. — antes de fechar a porta, eu conseguir ver o sorriso brotando em seus lábios. E eu não podia negar, ela tinha um sorriso lindo.

pov's

Acordei na manhã seguinte com Loki lambendo o meu rosto e Afrodite a minha mão, era a melhor forma de acordar na minha opinião. Pisquei algumas vezes, e me espreguicei na cama, abrindo os olhos para observar meus cachorros, e foi impossível não sorrir.
— Bom dia, bebês. — falei sussurrando, fazendo uma vozinha fofa — Vocês dormiram bem? — me sentei na cama para acaricia-los, e ambos balançavam os rabinhos — A gente precisa fazer silêncio, porque ainda tem gente dormindo. — observei , que dormia desconfortavelmente no sofá, e eu acabei fazendo uma careta. — Hoje é véspera de Natal, e claro que a mamãe comprou presente para vocês. — voltei minha atenção para os dois cachorros em minha cama, e depositei beijinhos em seus pelos.
Peguei o meu celular na mesinha de cabeceira e olhei algumas mensagens que havia recebido. Respondi todas e voltei a deixar meu celular de lado. Só então, eu notei que Afrodite havia descido da cama e estava na frente do sofá onde dormia. Ela logo se aproximou dele, o que me levou a rir.
— Afrodite, não faz isso. — chamei a atenção dela, que parou o que fazia, mas já era tarde, porque já estava acordado.
— Bom dia, Afrodite. — ele falou com a voz rouca, enquanto esticava o braço para acariciar os pelos dela — Para você também, . — ele levantou a cabeça para me olhar, enquanto meu riso cessava.
— Bom dia. — respondi, enquanto me levantava da cama.
— Posso perguntar o porquê do nome dos cachorros? — ele falou e se sentou no sofá, enquanto Loki pulava em seu colo.
— Loki é por causa da Marvel. Sim, eu no auge dos meus 27 anos, sou apaixonada pela Marvel. — fiz uma careta, mas ri em seguida, sendo acompanhada por ele — Afrodite é por causa da Deusa mesmo. Na mitologia romana ela é conhecida como a Deusa de Vênus, que nada mais é que o "planeta do amor". Eu gosto do significado, e só não dei o nome de Vênus, porque eu tinha uma cachorrinha antes com esse nome, mas ela ficou doente e não resistiu. — expliquei, enquanto terminava a frase fazendo um bico. Era tão automático, que eu só fui perceber o que fazia porque riu e balançou a cabeça.
— Eu gosto dos nomes. — ele falou, enquanto brincava com Loki — E só para você saber, eu também gosto da Marvel. — deu uma piscadela e eu acabei rindo.
— Bom, vamos sair para dar umas voltas na cidade, preciso comprar algumas coisas. — falei, enquanto ia para o banheiro — Me faz um favor? — o olhei.
— Da última vez que você me falou isso, você me transformou no seu namorado de mentira. — falou bem humorado e fez uma careta, o que me levou a rir.
— Eu só ia te pedir para colocar ração para os cachorros. — soltei uma risada baixa, e ele a repetiu, assentindo em seguida.
Entrei no banheiro e comecei a me despir. Fui direto para o box e liguei a água quente, a deixando cair sobre o meu corpo. Era véspera de Natal, e eu tinha algumas coisas para fazer antes de ir para casa do meu pai.
Não demorei tanto no banho, e quando saí do box, me vesti com um roupão, e fui para a frente do espelho fazer uma skincare. Usei todos os meus produtos e logo em seguida escovei os dentes. Quando eu saí do banheiro, estava deitado no chão brincando com Afrodite e Loki, e o meu sorriso foi inevitável. Ele não era tão ruim assim.
Enquanto eu pegava uma roupa no armário, ele se levantou e foi para o banheiro. Aproveitei que ele estava lá para me vestir, e já começar a me arrumar.
Optei por não usar maquiagem, já faria isso à noite, então naquele momento era melhor não usar nada. Deixei para arrumar meu cabelo mais tarde, pois queria que ele estivesse impecável durante a noite.
saiu do banheiro, vestido com um roupão e eu fui ligar para a recepção, e pedir para que levassem Loki e Afrodite para a pet shop do hotel.
Depois que buscaram os cachorros no quarto e se vestiu, peguei a minha bolsa e nós saímos do hotel. Antes de começarmos a andar pela cidade, levei a uma cafeteria local, que eu amava, quando morava em Beaufort, mesmo odiando café.
— Eu, Brandon e alguns amigos, passávamos horas aqui. — falei depois que fizemos nossos pedidos.
— Você nem gosta de café. — ele fez uma careta de reprovação, e eu balancei a cabeça enquanto dava um sorrisinho debochado.
— E você presta muita atenção em mim. — falei com deboche e ele revirou os olhos, mas se divertindo com aquilo.
— Quem não presta atenção em você naquela empresa, ? — ele falou simplesmente, e eu arqueei a sobrancelha — Todo mundo te nota ali, seja por amor ou por ódio. — confessou e eu acabei rindo.
— Você é o único que me odeia naquela empresa, e nós dois sabemos disso. — falei convencida e ele riu, mas concordando com a cabeça.
— E eu sou o único que você odeia. — rebateu e eu ri, enquanto a garçonete servia nossos pedidos.
— Eu não odeio você. — falei sem encará—lo, enquanto bebericava o chocolate quente — Eu sempre perdi muitas oportunidades na minha vida por ser uma mulher negra, e aí quando você entrou na empresa, eu tinha certeza que eu perderia tudo, porque você é tão competente quanto eu, e é homem. — confessei, mas sem coragem de olhar para ele.
— Eu me sinto honrado de você pensar assim, mas eu nunca pegaria o seu lugar. Principalmente porque você é foda demais no que faz, impossível qualquer pessoa te superar. — ele falou, e eu levantei meu olhar para ele, em busca de algum sinal de mentira, mas não tinha. Ele estava sendo sincero. — Connor, inclusive, sempre fala muito bem de você.
— Quando você deu a sugestão da linha de Natal, eu não concordei porque eu estava brava por você ter dado uma ideia tão boa, que nem eu havia pensado antes. — soltei uma risada fraca, e ele cerrou os olhos — Tudo bem que eu sabia que muitas coisas ali podiam dar errado, inclusive, eu falei bastante. — ele concordou com a cabeça — Mas a ideia foi incrível, e eu estava rezando para que desse certo. Acredite você ou não. — o olhei e ele riu.
— Quando você não concordou com a ideia, eu disse para Connor que não deveríamos seguir com aquilo. Se você não estava concordando é porque algo não estava certo. — ele confessou também, bebericando um gole do seu café e eu balancei a cabeça.
— Que bom que o Connor não te ouviu. — mordi um pedaço do meu sanduíche.
— Você vai me contar o porquê de você ter falado que traria seu namorado para passar o Natal com sua família? — ele perguntou como quem não queria nada, e eu soltei uma risada sem humor.
— Quando eu descobri que Colin estava tendo um caso com a Brianna, eu surtei um pouco e acabei jogando um vaso na cabeça dele. Brianna veio tirar satisfação comigo, e a gente acabou brigando. Ela veio para cima de mim, e eu quebrei o nariz dela com um soco. — soltei uma risada nasalada e ele fez uma careta — Minha família surtou comigo, porque Brianna fez todo mundo acreditar que eu bati nela por raiva da traição, sendo que, eu não faria nada, porque quem tinha compromisso comigo era o Colin. E claro que para minha família, eu sempre fui a errada de toda história. E eles tinham a certeza de que eu nunca superaria o Colin. — revirei os olhos e balancei a cabeça negativamente — No Natal do ano passado, eu fui obrigada a escutar todo mundo falando que Brianna se casaria com Colin e eu nunca iria superar e arrumar alguém. E foi quando eu disse que nesse Natal eu traria o meu namorado, mesmo que eu não tivesse um. — dei um sorriso fraco e o olhei — Eu sei que para superar um relacionamento eu não preciso arrumar outro, mas a minha família não entende isso. E para eles, mesmo que eu conquiste o mundo, se eu não tiver um namorado, eu nunca vou ser feliz.
— Eu realmente não entendo o porquê de você ainda passar o Natal com eles. Você não precisa provar nada para ninguém, muito menos para quem não acredita no seu potencial. — ele falou e eu acabei concordando. Eu sabia daquilo, mas eu tinha um motivo para continuar passando o Natal em Beaufort.
— Amanhã seria o aniversário da minha mãe, e todo ano quando eu venho para cá, eu vou visitar o túmulo dela, por pelo menos uma hora no Natal. E tem o meu pai... — eu abri um sorriso triste — Ele sempre foi a única pessoa que me apoiou e acreditou em todos os meus sonhos. Meu pai foi o meu porto seguro a vida toda. E se eu aguento toda essa merda, é só porque eu posso estar com ele. — expliquei e assentiu, como se entendesse o que eu falava — E você? Quais os seus planos para o Natal que eu obriguei você a cancelar? — mudei de assunto e mordi mais um pedaço do sanduíche.
— Bom, eu sempre passo o Natal com os meus pais, até por eu ser filho único, é importante para eles. Mas esse ano, eles resolveram passar o Natal na Europa, só os dois. E eles falaram que no próximo ano passariam o Natal comigo e com a mulher da minha vida. — ele riu baixo e balançou a cabeça — E esse ano eu passaria com o Benjamin e a esposa dele, que levariam uma amiga da época da faculdade. — ele contou, e eu soltei uma risada baixa, que o levou a me encarar.
— Além de atrapalhar a sua transa de Natal, eu ainda atrapalhei o seu Natal do ano que vem, porque ela poderia ser a mulher da sua vida. — fiz uma careta e ele riu alto.
— Eu não acho que Chelsea seja o amor da minha vida, de qualquer forma. — ele deu ombros e eu ri acabando de beber o chocolate quente.
— E como você pode ter certeza disso? — arqueei a sobrancelha, e ele deu ombros.
— Porque eu sei que ela não é. — falou com certeza, e acabou de beber seu café, e colocou o dinheiro na mesa para pagar a conta, e nós saímos da cafeteria.

pov's

Eu e passamos um bom tempo andando pela cidade, e ela acabou comprando várias coisas. Apesar de ser uma cidade pequena, tinham várias lojas interessantes, até eu acabei me rendendo e fazendo compras.
Quando voltamos para o hotel, foi direto para o banheiro fazer sua skin care, e eu acabei entrando na onda e a deixando passar uma máscara de argila verde no meu rosto.
— Quando eu ia imaginar que eu estaria dividindo um quarto de hotel com você e te deixando fazer skincare em mim? — fiz uma careta e ela gargalhou, enquanto começava a lavar o rosto na pia.
— Eu sempre quis ter alguém para fazer skincare comigo dessa forma. — ela falou com deboche, e eu revirei os olhos enquanto ria.
Depois que eu tirei a argila do rosto, ela me expulsou do banheiro para que ela pudesse tomar banho. Enquanto ela tomava seu banho, eu me sentei na cama e fui responder a mensagem de Benjamin no celular.

"E aí, cara, como está sendo a viagem com a ? Ela já tentou te estrangular quantas vezes nesses dois dias?"

Acabei rindo com a mensagem, e pensando na ironia daquilo tudo. Até o dia anterior, antes da viagem, eu tinha certeza que nada ali daria certo, mas já no segundo dia, eu estava me divertindo.

"Acredite se quiser, nós estamos dando uma trégua. não é tão ruim como eu achava, na verdade, ela é outra pessoa."

Eu já imaginava que aquela mensagem causaria um alvoroço com Benjamin, mas eu não ligava, eu estava realmente gostando da viagem, pelo menos a parte que não tínhamos que lidar com a família de .
Ela saiu do banheiro duas horas depois, e boa parte do tempo, ela estava arrumando seu cabelo, porque eu pude ouvir por uns trinta minutos o barulho do secador. E quando ela abriu a porta, seu cabelo estava impecável, como sempre era.
— O que foi? — ela perguntou com humor, e só então eu percebi que a olhava por tempo demais.
— Eu gosto quando você usa seu cabelo assim, combina muito com você. — falei e ela sorriu.
— Desde o dia em que eu aceitei meu cabelo natural, eu nunca mais quis alisar ele novamente. — ela passou as mãos pelo cabelo, e o balançou levemente, deixando-o ainda mais volumoso.
— Que bom que você aceitou, porque está impecável. — sorri e me levantei da cama, indo para o banheiro.
Eu também acabei demorando um pouco mais no banho, pois precisei fazer a barba, e eu gostava dela bem feita. Como eu havia deixado o roupão no quarto, eu precisei sair com uma toalha na cintura, e quando eu abri a porta, estava se maquiando, mas acabou virando para me olhar.
Foi notável o quanto ela me analisou de cima a baixo, parou seu olhar em meu abdômen. Quando o seu olhar encontrou o meu rosto, eu estava com um sorrisinho debochado, e ao contrário do que eu achava, ela não parecia se importar.
— Você não deveria ficar andando pelo quarto apenas de toalha. — ela falou, enquanto voltava a se virar para o espelho e eu ri.
— Você não aguentaria se controlar, não é? — provoquei e ela voltou a me olhar com um sorrisinho de canto.
, querido, eu não sou o tipo de mulher que perde o controle, na verdade, eu é quem faço os homens perderem. — ela falou tranquilamente, e mordeu levemente seu lábio inferior, o que me fez pensar milhões de bobagens com aquela fala.
— Não é surpresa para mim que você gosta de ter o controle de tudo. — rebati e ela revirou os olhos em diversão — Mas eu duvido que você consiga manter o controle o tempo todo. — mantive meu olhar nela e um sorrisinho travesso escapou de seus lábios.
— E quem disse que na cama eu preciso manter o controle? — ela me olhou pelo reflexo do espelho, e foi impossível não sentir o efeito daquela mulher, entre minhas pernas — Eu sei que você já pensou nisso várias vezes, como seria transar com sua chefe insuportável e gostosa. — ela falou convencida, e eu me limitei a rir. Filha da puta, ela sabia como jogar tudo na minha cara como ninguém.
— Cada dia que passa eu tenho mais certeza de que você é uma bruxa narcisista. — rebati e ela gargalhou alto, me levando a fazer o mesmo.
— Agora vai se vestir, eu não sou obrigada a ficar te vendo sem roupa. — ela falou mandona, e eu revirei os olhos em diversão, enquanto pegava minhas coisas para ir me vestir no banheiro.
Quando acabei de vestir, saí do banheiro e já estava devidamente vestida e se olhava no espelho, ficando na ponta dos pés, já que estava descalço. Ela estava linda, e eu me limitei a analisa-la por longos segundos. Ela usava um vestido vermelho que batia no meio de suas coxas, tinha as mangas longas e um decote, que valorizava perfeitamente os seios dela. Ela carregava elegância e sensualidade sem precisar de muito.
— Espero que a falta de palavras seja por eu estar bonita. — ela falou me tirando dos meus pensamentos.
— Você está deslumbrante, como sempre. — respondi, e o sorriso se iluminou em seus lábios vermelhos.
— Você também não está nada mal. — ela deu uma piscadela, e se sentou na cama para calçar os saltos.
Calcei o meu tênis e passei um pouco de perfume, coloquei um relógio no pulso e observei , que passava seu perfume e colocava seus acessórios. As batidas na porta, me fizeram mudar o meu foco e eu logo fui abrir. Os dois cachorros entraram animados no quarto e correram em direção à .
— Ai meu Deus, vocês estão lindos. — ela falou fazendo uma vozinha infantil, enquanto se abaixava para dar atenção aos cachorros. Afrodite estava com dois laços vermelhos, um em cada orelha, e vestia um vestido canino vermelho. Já Loki, estava com uma gravata vermelha, e vestia o que parecia ser um suéter para cachorros. Eles estavam mesmo muito fofos.
Assim que acabou de se arrumar, ela arrumou sua bolsa e pegou os presentes, que eu me ofereci para levar, já que ela guiaria os cachorros, e vestiu um sobretudo. Quando chegamos no térreo, o carro já estava na porta, então eu coloquei as coisas no banco de trás, junto com Afrodite e Loki, e entrei ao lado do motorista, logo dando a partida.
Gastamos menos de quinze minutos para chegar na casa do pai de , e logo que chegamos, eu peguei os presentes e ela os cachorros, então fomos até a porta e ela tocou a campainha.
— Ainda bem que você chegou, era tortura isso aqui sem você. — Brian falou logo que abriu a porta e riu, depositando um beijo na bochecha do primo.
— Onde eu deixo os presentes? — olhei para , enquanto levantava as sacolas.
— Pode deixar ali perto da árvore. — ela deu ombros e se jogou no sofá, abraçando seu pai.
— Você está linda, filha. — George falou, depositando um beijo na bochecha de .
— Obrigada, pai. — ela sorriu e eu me sentei ao seu lado.
— Eu gostei do vestido, mas ele ficaria melhor em mim. — Brianna falou com humor, mas algo me dizia que ela não estava brincando — Brincadeira! — ela deu uma risada, e forçou um sorriso.
— Não se preocupe, quando eu enjoar dele, eu dou para você. — falou com o mesmo tom, e Brianna bufou entediada.
— Com certeza prefere ela sem o vestido. — Colin falou com deboche, e eu quis socá—lo.
— Esse é o tipo de comentário ridículo que eu preferia nem responder, mas só para você saber, eu prefiro ela de todas as formas, com vestido ou sem, eu ainda sou apaixonado por ela. — rebati, e simplesmente me abraçou de lado, depositando um beijo em minha bochecha. Foi um ato tão instantâneo, que ela só percebeu depois que fez.
— Você sempre tem uma resposta na ponta da língua, não é? — Colin falou com ironia, e eu dei um sorriso sarcástico.
— Para todo comentário idiota há uma resposta irônica. — dei um sorrisinho, e ele revirou os olhos, se levantando do sofá e saindo da sala com Brianna — Ele é sempre assim? — olhei para , que concordou com a cabeça.
— Depois que ele e Brianna começaram a namorar, isso piorou bastante. — ela fez uma careta.
— Eu não suporto esse cara. — George falou seriamente, e o olhou — Ainda bem que dessa vez você arrumou um cara que preste, porque se você ainda estivesse com esse Colin, eu nem sei o que eu faria. — ele olhou para , e pela sua cara, eu já imaginava o que se passava na sua cabeça.
— A única parte ruim é que ainda temos que aguentar ele na família. — Brian falou cortando o silêncio, e nós rimos.

pov's

A ceia de Natal foi até mais tranquila do que eu imaginei, até porque, Abigail, Florence e Joshua ficaram na cozinha preparando a comida. Brianna e Colin estavam bastante ocupados no quarto. Enquanto, eu, , Brian, e meu pai, que se dividia entre ajudar na cozinha e ficar com a gente na sala.
Enquanto estávamos à mesa, tiveram vários comentários ridículos como na noite anterior, mas era o normal da minha família, e rebatia a todos. O engraçado era que eu nunca havia pedido ele para me defender, nem nada do tipo, ele fazia por conta própria. E eu não podia negar que adorava aquilo.
Depois do jantar, fomos todos para a sala para a troca de presentes. Era a parte mais caótica todos os anos, e não seria diferente.
— Brianna, começo com o seu presente. — Abigail falou, entregando um embrulho para Brianna, que logo tratou de abrir, tirando de lá um vestido, que era a cara dela.
— Tia Abby, eu adorei. Muito obrigada! — Brianna falou empolgada, e abraçou Abigail.
— Joshua, filho, aqui está o seu. — ela entregou a pequena caixinha para Joshua, e lá havia um relógio, que pelo meu conhecimento, não era nada barato.
— Eu não acredito que você realmente comprou esse relógio. Mãe, você é a melhor. — meu irmão falou empolgado, e Abigail sorriu.
Para Florence ela deu um par de brincos, para Brian uma camisa, e para meu pai, ela deu uma carteira. Florence também distribuiu seus presentes, e para Brianna, ela deu um vestido de noiva, que foi o que ela havia usado em seu casamento com o pai de Brian e Brianna, o que eu achei irônico, pois era um casamento fracassado.
Para Brian, ela deu um box de livros do Harry Potter, mas não sem antes dizer que odiava a obsessão do filho por aquela saga. Ela também deu presente para Joshua, Abigail e até para o meu pai. Joshua só presenteou meu pai e Abigail.
— Agora o meu presente para minha noiva. — Colin falou, e entregou a caixinha para Brianna, que logo abriu, tirando de lá uma chave — É a chave do meu apartamento, para você poder morar comigo. — ele depositou um selinho nos lábios dela, e sua cara de decepção era impagável.
— Eu esperava por um presente melhor. — ela falou com certo desdém, e eu acabei rindo disfarçadamente.
, ninguém comprou um presente para você, porque você tem tudo, e é extremamente difícil te agradar. — Abigail falou fingindo que se importava e eu forcei um sorriso. Todo ano eu escutava aquilo desde que me mudei para Nova York, mas de qualquer forma, se não fosse pelo meu pai, eu nunca teria ganhado um presente de Natal da família a vida toda. E não era por ser difícil de agradar, como disse Abigail, porque eu ficava feliz até com uma pedra.
— Pois, eu comprei um presente para você. — meu pai falou sorridente e me entregou uma caixa um pouco grande, logo que eu abri, havia um desenho da minha mãe, e foi impossível não ficar emocionada com aquele presente.
— Pai, eu não tenho palavras para descrever o quanto eu amei o seu presente. — o abracei apertado.
— Eu tenho certeza que sua mãe morreria de orgulho da mulher que você é. E você está cada dia mais parecida com ela, forte, determinada e linda. — ele falou me olhando e uma lágrima teimosa escorreu em meu rosto, mas ele a secou.
— Eu amo você, pai, nunca esqueça disso. — depositei um beijo em sua testa, e ele sorriu.
— Eu também amo você, meu amor, mais do que qualquer coisa nesse mundo. — eu sorri dessa vez.
— Eu também comprei um presente para você. — Brian falou empolgado, e levantou me entregando a caixa, e logo eu tirei de lá um moletom do Capitão América.
— Mentiraaaaa! — falei empolgada e ele riu — Você é o melhor primo do mundo, você sabe disso não é? — abracei ele, enquanto ouvia o muxoxo de Brianna.
— Você compartilha comigo o amor pela Marvel, e quando eu vi na internet eu lembrei de você. — ele desfez o abraço e me olhou.
— Isso me dá a deixa para te entregar seus presentes. — falei, pegando uma caixa e uma sacola — Esse aqui, é porque você comentou comigo que o seu estava ruim, e agora que você entrou na faculdade, vai precisar muito. — entreguei a caixa.
— Quando eu falei para você que meu notebook estava ruim, não era para você me dar um novo. — ele falou depois de olhar o notebook e eu ri, dando ombros.
— Você precisa de um ótimo notebook para fazer seus designs, ou como você vai trabalhar comigo daqui uns anos? — o olhei e ele riu — E esse aqui, é porque eu sei o quanto você ama. — entreguei a sacola, e ele logo tirou o PlayStation 5 de lá.
— Caramba, ! Você é a melhor, eu juro pra você. — ele me abraçou apertado.
Para Florence e Abigail, eu dei um vale compras, porque as duas sempre criticavam os presentes, pelo menos assim, elas compravam o que quisessem. Para Joshua, eu dei um par de tênis, eu sabia que ele era fissurado. Para Brianna, eu dei uma bolsa da Gucci, e o grito dela podia ser ouvido por toda a cidade. E para Colin, eu fiz questão de comprar um presente, e era uma simples caneca. Apenas porque, eu sabia como era péssimo ver todo mundo trocando presentes e você ficar "chupando os dedos", mesmo que ele não merecesse.
— Pai, o seu presente só vai chegar durante a manhã, mas eu juro que você vai amar. — olhei para o meu pai.
— Você não precisa me dar nada filha. — ele falou tranquilamente e eu sorri.
— Mas você merece o mundo inteiro. — depositei um beijo em sua bochecha, e olhei para Abigail a tempo de vê—la revirar os olhos.
— Agora o meu presente para você. — falou, e eu o olhei confusa — O quê? — ele riu.
— Nós tínhamos combinado de não trocar presentes. — cerrei os olhos e ele deu ombros. A gente não tinha combinado nada, mas foi difícil esconder a minha surpresa ali. Eu não imaginava que ele me daria um presente. — E onde você enfiou esse presente que eu não vi você trazendo? — fiz uma careta.
— Eu coloquei no meio das suas sacolas, só assim para passar despercebido. — ele deu ombros novamente e eu ri — Aqui está. — me entregou uma sacola, e logo eu tirei de lá uma blusa escrito "A witch", e foi impossível eu não gargalhar alto.
— Você é ridículo. — o empurrei levemente e ele riu comigo.
— E você é uma bruxa narcisista. — ele falou com deboche e eu ri, enquanto balançava a cabeça.
— Ele te chama de bruxa narcisista e você acha engraçado? — Colin perguntou confuso.
— Isso é uma piada interna nossa, não faz sentido se eu explicar. — dei ombros, ainda encarando a blusa e rindo.
— Mas esse não é meu presente de verdade, eu tenho outro. — falou sério, e me olhou. O que me deixou ainda mais confusa, mas ele me entregou uma caixinha e havia um colar de cisne de origami — Há um ano atrás, quando você foi promovida a diretora de comunicação, você tinha uma apresentação para fazer logo de cara. Você estava tendo uma crise de ansiedade, mas não quis deixar ninguém saber disso. Eu lembro de chegar na sala de reuniões, e encontrar você sozinha, com seus fones de ouvido e brincando com um papel. Quando eu me aproximei, eu vi que você estava vendo um tutorial de como fazer um cisne de origami e era isso que você estava fazendo com aquele papel. — ele soltou uma risada nasalada, e eu arqueei a sobrancelha, tentando entender onde aquilo chegaria — Talvez para algumas pessoas parece bobeira, mas você estava fazendo aquilo para tentar controlar a sua ansiedade antes da apresentação, e para quem havia acabado de aprender, aquele foi um dos cisnes mais bem feitos que eu vi na minha vida. Como tudo o que você faz. Você é de longe a pessoa mais determinada que eu conheço, e eu admiro muito isso em você, porque mesmo em meio ao caos, você ainda dá o melhor de si, e mesmo quando você não sabe, você busca descobrir qual é a forma de fazer aquilo. E naquele dia, você fez uma apresentação impecável, como todas as outras, e mostrou para todo mundo que Connor tinha razão quando te promoveu àquele cargo, porque não havia ninguém melhor do que você para assumir. — ele deu um sorriso de canto — E só para você saber, eu guardo aquele cisne até hoje na minha cabeceira, porque sempre que eu estou desanimado e querendo desistir de algo, eu olho para ele e penso: "o que a faria nesse caso?" e aí eu continuo. Porque você é uma enorme inspiração para mim. — ele confessou olhando nos meus olhos, e eu sentia que ele não estava falando aquilo apenas para atuar para minha família, ele estava sendo sincero.
, eu amei o presente. — falei sorrindo, enquanto voltava a olhar para o colar — Pode ter a certeza de que eu nunca mais vou tirar ele daqui. — tirei o colar que eu usava, e coloquei o que ele havia me dado, virando de costas para ele abotoar — Eu também tenho um presente para você. — voltei a olhá-lo — E se você acha que você é o único que pensou em debochar da minha cara, você está errado. — falei já rindo, e ele cerrou os olhos.
— O que você aprontou? — perguntou desconfiado e eu ri.
— Não será possível te mostrar agora, porque está em Nova York, mas eu posso te dizer que antiquada e de mal gosto, nunca mais. — dei um sorrisinho debochado e ele gargalhou alto.
— Você jogou a minha poltrona fora sem me perguntar antes? — me olhou, e eu balancei a cabeça.
— Eu não joguei fora, pedi para a Beverly encontrar alguém e doar para essa pessoa. — dei um sorrisinho e ele revirou os olhos ainda rindo — Mas não se preocupe, eu comprei outra e pedi para colocarem no lugar. Agora sua sala está elegante, de bom gosto e bonita. — ele balançou a cabeça.
— Eu pretendia me livrar dela em algum momento, mas eu adorava quando você entrava na minha sala só para reclamar da poltrona. — ele falou e eu acabei rindo alto com sua confissão.
— Mas, eu também tenho outro presente para você. — entreguei a sacola para ele, e ele logo tirou o cachecol azul claro de lá — No dia em que eu te conheci, eu derrubei um copo de café em você e acabei com seu cachecol, que era exatamente igual a esse. E desde então, eu percebi que você sempre adorou usar cachecóis, eu até desconfio que você prefira o frio, só para se vestir assim. — soltei uma risada baixa — E você é um homem super elegante e moderno, e eu acho lindo a forma com que você combina cada cachecol com seu visual, e Nova York faz um frio extremo em algumas épocas do ano. — expliquei e ele assentiu — Eu sei que é um presente simples, mas ele me lembra você. — ele sorriu.
— Independente de ser um presente simples ou não, vindo de você, ele já se torna muito especial. — ele respondeu e eu sorri — E pode ter a certeza de que eu sempre usarei. — deu uma piscadela.
Depois da troca de presentes, todo mundo se espalhou pela casa. foi até a varanda ligar para seus pais, e quando eu cheguei lá, ele ainda falava com eles.
— Desculpa, não queria atrapalhar. — soltei uma risada fraca e ele sorriu.
— Você não me atrapalha. — ele respondeu.
— Com quem você está falando filho? Está com alguém? — sua mãe falou e ele me chamou com a mão.
— Mãe, pai, essa é a . — ele falou quando eu parei ao seu lado e apareci na câmera.
— Oi, Sr. e Sra. , é um prazer conhecer vocês. — eu sorri e eles fizeram o mesmo.
— Você é ainda mais bonita do que falou. — a mãe dele falou, e eu sorri encabulada, olhando , que estava vermelho como meu vestido.
— Obrigada! — falei envergonhada — Um feliz natal para vocês, e podem ter certeza de que eu estou cuidando do neste Natal. — sorri.
— Um feliz natal para você também. — Sr. falou sorridente.
— Fico feliz em saber que meu filho está em boas mãos. — Sra. falou e sorriu — Agora nós iremos descansar. Boa noite para vocês. Eu amo você filho. — mandou beijo.
— Eu amo vocês. — respondeu sorrindo.
— Boa noite. — falei antes deles desligarem — Então quer dizer que você fala sobre mim para os seus pais? — olhei para ele com deboche, enquanto me sentava no braço da poltrona que ele estava.
— Posso ter falado alguma vez. — deu ombros e eu cerrei os olhos desconfiada — E você que lembra o que eu vestia quando a gente se conheceu. — rebateu e eu gargalhei alto.
— Você guardou o meu origami na sua cabeceira, , não pode falar nada. — falei com deboche e ele riu.
— Eu estava andando por Nova York dois dias atrás e vi esse colar, e aí eu me lembrei de você. Como passaríamos o Natal juntos, era uma boa desculpa para te dar ele. — ele falou, enquanto segurava o pequeno pingente em meu pescoço.
— Você realmente se preocupou em comprar um presente para mim? — questionei e ele deu ombros.
— Independente de qualquer coisa, eu daria um jeito de te entregar. — me olhou e eu sorri.
— Só para você saber, eu também comprei seu presente em Nova York, não queria te obrigar a passar o Natal comigo e não receber um presente de Natal. — confessei e ele sorriu — E sobre a sua poltrona, eu só pensei nisso quando nós chegamos aqui, porque eu vi que você não era tão ruim. — ele riu baixo.
— Obrigado pelos presentes. — ele falou sincero e sorriu.
— E que tenho que te agradecer por não me deixar na mão nesse Natal. Eu não consigo imaginar como seria se você não estivesse aqui. — olhei em seus olhos, e seu sorriso se alargou.

pov's

Eu, e Brian passamos a noite na sala jogando videogame. George até tentou nos acompanhar, mas sua feição de cansaço, fez com que obrigasse o pai a ir dormir.
seguia com seu vestido, mas havia colocado por cima o moletom do Capitão América, que Brian havia lhe dado de presente, e tirou sua maquiagem. Ela ficava linda quando estava arrumada, mas quando estava sem nenhuma maquiagem, e sem nenhuma preocupação de ser ela mesma, tinha um brilho fora do comum. Aquela mulher exalava confiança, e além de sua aparência, provavelmente era o que a tornava ainda mais atraente.
Ela estava deitada no sofá com Loki sobre a sua barriga, e Afrodite deitada no chão. Ela digitava algo no celular, enquanto com a mão livre, ela acariciava os pelos de sua golden. Ela estava cansada, mas parecia querer lutar contra o sono.
, você pode parar de babar na minha prima e focar no jogo? — Brian falou com humor, e só então eu percebi que analisava por tempo demais.
Soltei uma risada nasalada ao perceber o que estava acontecendo, e voltei a focar no jogo. nem notara que eu a observava, ela estava tão focada no que fazia em seu celular, que parecia não existir mais nada a sua volta.
Era por volta das sete e meia da manhã quando uma buzina alta soou do lado de fora. deu um pulo do sofá, correndo até a varanda e voltou empolgada para a sala.
— Mas que barulho é esse? — Abigail falou irritada, já na escada acompanhada de George.
— Pai, lembra que eu falei que seu presente chegaria hoje de manhã? — olhou para o pai, e um sorriso extremamente infantil iluminava seu rosto — Vem, vamos lá fora. — ela o segurou pela mão e o puxou em direção a porta.
Ela abriu a porta e saiu na frente com seu pai, logo eu, Brian e todo mundo ali, saímos atrás deles. Na rua, havia um caminhão, mas logo saiu de lá uma picape azul novinha, com um laço enorme sobre ela.
— Eu sei o quanto você ama a sua picape, e a cada ano que passa, ela fica mais velha e gasta, então, eu comprei uma igual para você poder continuar usando. — explicou para o pai, que olhava para o carro parado em sua frente e ele sorriu.
— Você não precisava me dar um carro novo. Deve ter custado caro para você. — ele falou preocupado e sorriu.
— Pai, não há dinheiro no mundo que pague minha dívida com você. — ela depositou um beijo na testa dele e sorriu — E além do mais, se hoje eu sou bem sucedida a ponto de conseguir te dar um presente desses, você é o principal culpado disso.
— Se hoje você é bem sucedida dessa forma, é porque você correu atrás e conquistou tudo isso. — ele rebateu e ela sorriu, enquanto concordava.
— Vai lá ver o seu carro novo. — ela falou empolgada, e logo George seguiu em direção ao carro. continuou parada no mesmo lugar, então eu andei até ela.
— Era por isso que você estava agitada a madrugada inteira e lutando contra o sono? — parei ao seu lado e ela me olhou, enquanto concordava com a cabeça.
— Eu esperei por muito tempo pelo dia que eu poderia proporcionar luxos como esse para o meu pai. — ela falou sem tirar o sorriso do rosto.
— A cada minuto que passa dessa viagem, eu tenho cada vez mais admiração por você. — confessei e o sorriso se alargou em seu rosto.
— Eu tenho certeza absoluta que minha família me odeia ainda mais depois desse presente. — ela sussurrou, e eu acabei gargalhando alto com aquilo.
— Tio, vamos dar uma volta para estrear seu carro novo. — Brian falou empolgado, passando por mim e por , indo até George.
— Vocês vêm? — George olhou para mim e para , que bocejava.
— Pai, você ficaria bravo se a gente deixasse essa volta para depois? — fez uma carinha fofa, enquanto ia até seu pai — Eu virei a noite acordada com os meninos e não consegui pegar no sono de tanta ansiedade para o seu presente. — ela riu fracamente e abraçou seu pai.
— Não se preocupe, teremos tempo para isso. — ele depositou um beijo em sua testa e ela se virou para mim.
— Você pega os cachorros e as minhas coisas lá dentro, por favor? — ela fez um biquinho, que eu diria ser extremamente fofo, e eu sorri concordando.
Entrei de volta na casa, e peguei tudo o que precisávamos levar, e guiei os cachorros para fora. Coloquei algumas coisas no porta-malas, e os cachorros no banco de trás. se despediu de seu pai e de Brian, e logo nós entramos no carro. Ela se ajeitou ao lado do passageiro, e seus olhos, que já eram pequenos, estavam quase sumindo em seu rosto.
— Eu sei que esse não era o Natal que você esperava. — ela falou, enquanto me olhava.
— Foi bastante caótico, eu confesso. — falei e ela riu baixo, enquanto concordava — Não entendo o porquê de você ter dado presentes para todos, e presentes caros, enquanto ninguém se deu ao trabalho de te dar nem um abraço. — falei de uma vez, e a olhei rapidamente, a tempo de ver um sorriso amargo brotando em seu rosto.
— Meu pai sempre foi o único que me deu presentes de Natal. Quando eu era criança, ele comprava um presente equivalente a cada membro da família, apenas para que eu não ficasse triste e me sentisse excluída. — ela contou sem me olhar — Hoje eles ainda têm a desculpa de que eu tenho dinheiro suficiente para comprar tudo, então não precisam me dar presentes. Mas eu sempre faço questão de dar presentes para todos, porque eles adoram esnobar o fato de que eu conquistei tudo isso sem ajuda deles, e a melhor forma de ser superior, é mostrando que eu não sou igual a eles. — ela soltou uma risada fraca, e me olhou — E quanto ao Colin, ele sempre me disse que o pior presente que ele poderia ganhar era uma caneca. — ela deu um sorrisinho maldoso e eu acabei rindo.
— Eu não consigo entender como uma família pode ser tão amargurada dessa forma. — balancei a cabeça negativamente — Mas que bom que você teve o amor do seu pai, e do Brian, para ter se tornado essa mulher incrível que você é. — a olhei, e ela sorriu.
Quando chegamos ao hotel, nos ajudaram a subir com tudo e fomos direto para o quarto. apenas trocou sua roupa e se deitou, eu ainda fui me trocar.
— Ei... — ela chamou minha atenção quando eu me sentei no sofá — Se você não se importar, a gente pode dividir a cama hoje. — ela falou simplesmente, e eu arqueei a sobrancelha, já querendo fazer uma piada, que ela rebateu logo — Mas isso é só porque eu vi como você acordou desconfortável nesse sofá. — eu acabei rindo.
— Bom, eu não sou louco de recusar essa oferta, porque eu realmente odiei esse sofá. — fiz uma careta, e fui até a cama, me deitando ao seu lado — Mas pode confessar que você queria dormir comigo. — provoquei e ela riu, enquanto os cachorros se deitavam em nossos pés.
— Só no seu sonho. — rebateu ainda rindo — Sua sorte é que meu espírito natalino é grande, então eu aproveito para fazer essa caridade. — deu uma piscadela e eu ri.
— Vamos fingir que com todo esse teatrinho de namoro falso, você não está se apaixonando por mim. — falei com humor e a olhei, ela se limitou a revirar os olhos e sorrir.
— A gente sabe quem vai se apaixonar por quem. — ela rebateu e eu ri dessa vez.
— Eu já te disse uma vez, mas eu repito. É impossível eu me apaixonar por você. — ela riu, e eu fiz o mesmo.
— Feliz Natal, . Obrigada por estar aqui. — ela falou já bem sonolenta e fechou os olhos.
— Feliz Natal! — eu tinha certeza que ela já havia pegado no sono — Eu é que tenho que agradecer por você ter me dado a chance de te conhecer de verdade. — falei, mesmo sabendo que ela já nem me ouvia mais, e a observei dormir por alguns segundos antes de pegar no sono.

pov's

Quando eu acordei naquele dia, parecia que eu havia dormido por apenas quinze minutos. mexia no computador e parecia bem concentrado, tanto que mal viu que eu o observava.
Me remexi na cama, chamando atenção do homem em minha frente e dos meus cachorros, que estavam ocupados demais olhando trabalhar.
— Que horas são? — perguntei com a voz rouca, encarando no sofá.
— Onze e meia. — ele respondeu, após olhar em seu relógio no pulso.
— Parece que eu dormi por alguns minutos. — fiz uma careta e me sentei na cama, enquanto me espreguiçava — O que você tanto faz nesse computador em pleno Natal? — o olhei e ele se levantou vindo até a cama.
— Estou tentando pensar na identidade do nosso produto. — virou o computador para mim e o designer estava ficando incrível.
— Posso sugerir uma mudança? — ele concordou — Coloca o "Christmas Every Day" em verde, com uma aquarela no fundo em vermelho, e deixa a opacidade em 80%. — enquanto eu falava, ele fazia tudo no computador — E o restante do slogan você mantém como está, porque está perfeito.
— Você sabe que Connor vai se vangloriar quando souber que tinha razão sobre sermos uma boa dupla, não é? — ele me olhou e eu dei risada, enquanto concordava.
— Por falar nele, eu tenho um outro presente para você. — me levantei e ele me olhou confuso.
— Para quem não ia com a minha cara você está me dando presentes demais nesse Natal. — ele falou desconfiado e eu ri, pegando o envelope no armário.
— É porque na época de Natal eu fico mais amorosa. — falei com humor e ele riu — Connor queria te entregar, mas quando eu disse que faria isso, ele teve a certeza que era para eu me vangloriar em cima de você. — fiz uma careta e lhe entreguei o envelope.
— Você está entregando minha demissão? — ele repetiu minha careta e eu ri, enquanto negava com a cabeça.
— Estou te entregando a minha parte do acordo. — falei e ele abriu o envelope — Sua carta de admissão como Diretor de Comunicação da Start Beauty Austrália. — o sorriso brotou em seus lábios, e foi impossível não sorrir junto.
— Eu achei que você falaria com Connor apenas quando voltássemos para Nova York. — falou confuso.
— Na verdade, quando nós viemos para cá, eu já estava com isso pronto. — dei um sorriso fraco — Antes da nossa reunião, Connor me perguntou quem eu achava que deveria assumir o cargo, eu disse para ele que você era a única pessoa experiente o suficiente para assumir o cargo. E que eu confiava de olhos fechados que você faria um excelente trabalho. — cocei a nuca e ele sorriu — Talvez eu tenha usado isso para conseguir fazer com que você entrasse nessa loucura toda comigo.
— Pode assumir que você só falou tudo isso porque queria ficar longe de mim. — ele cerrou os olhos e eu ri.
— Também. — confessei e ele gargalhou — Mas você realmente era o mais indicado para essa vaga. Mesmo que eu odiasse assumir, você é um excelente profissional. Pode perguntar para o Connor, quantas vezes eu falei isso para ele. — dei ombros e ele sorriu.
— Só para você saber, eu teria aceitado ser o seu namorado de Natal sem nada disso. — apontou para o envelope e eu sorri.
— E você teria ganhado a promoção, mesmo que não tivesse aceitado. — dei uma piscadela e ele riu — Parece que você já vai começar o ano na Austrália.
— Antes de ir, nós temos uma campanha para entregar e ela vai sair perfeita para fechar com chave de ouro essa parceria. — ele sorriu e eu fiz o mesmo.
Eu e passamos o resto da manhã focados em terminar aquela primeira etapa da campanha. Quando tudo ficou pronto, eu fui para o banheiro e tomei um banho não muito demorado, e logo que eu saí, já estava devidamente pronto.
Me arrumei, peguei Afrodite e Loki, que brincavam com os brinquedos que eu havia lhes dado de presente, e saímos do quarto. Falei rapidamente com Brandon na recepção, e entrei no carro com , o deixando de passageiro dessa vez.
Não gastamos muito tempo para chegar na casa do meu pai, e todo mundo ali já estava bem agitado, como sempre. Meu pai estava extremamente feliz com o presente, e quando eu cheguei, ele me agradeceu mais umas mil vezes.
Eu estava exausta, então me sentei ao lado de , e deitei a minha cabeça no encosto do sofá, mas ao perceber que eu estava desconfortável, ele me puxou,e me abraçou pelo ombro, fazendo com que eu deitasse a cabeça em seu peito. Aquilo era o mínimo estranho, mas eu não iria questionar.
— Vocês dois nunca postam fotos juntos? — Brianna falou, fazendo uma careta e olhou para mim e — No seu instagram não tem nenhuma foto de vocês. — ela virou o celular para mim, e estava em meu perfil do instagram.
— Nós trabalhamos juntos, então precisamos ser bem discretos com o nosso relacionamento. Até para não acharem que há favoritismo da por mim. — respondeu, como se já planejasse aquela resposta, e eu nem me dei ao trabalho de abrir a boca.
— Vocês são um casal bem estranho. — Brianna continuou — Desde que chegaram aqui, eu não vi vocês dando um beijinho. Que namoro mais sem graça. — revirou os olhos.
— A gente não precisa ficar se agarrando na frente de ninguém não, Brianna. Temos um quarto de hotel para isso. — rebati, e segurou o riso.
— Para mim vocês dois só namoram por aparência e conveniência. — ela falou como quem não queria nada, e eu quis soca-la — Ou, vocês não são realmente apaixonados um pelo outro. Não duvido nada, que o arrume outra em alguns meses. — ela me olhou com deboche, e eu dei um sorriso de escárnio.
— Quer saber? — chamou a atenção para si, inclusive a minha — Se para você paixão tem que ser demonstrada com beijo, significa que você é muito vazia e fútil. Mas, se você acha que eu e não nos beijamos por não sermos apaixonados, posso te provar isso agora mesmo. — ele falou, e simplesmente segurou em meu queixo, me virou para ele e colou seus lábios aos meus.
O que começou com um selinho desajeitado, logo virou um beijo intenso. Ele envolveu seu braço em minha cintura e colou meu corpo ao seu, e eu me limitei a segurar em sua nuca. Era um beijo calmo, mas que não escondia o desejo que havia ali.
Cortei o beijo com um selinho, quando comecei a precisar de fôlego, mas algo dentro de mim pedia por mais.
me encarou, parecendo um pouco receoso e eu tinha certeza que estava com uma feição confusa. Eu havia pedido para não me beijar, mas eu sabia que ele fez aquilo apenas pela provocação de minha prima.
Tanto eu, quanto , parecíamos estar vagando por um mundo que só estava existindo entre nós dois. Só voltei à órbita, quando Loki latiu, puxando minha calça para leva-lo para fazer xixi. Ninguém mais prestava atenção na gente. Brian estava focado em seu videogame, Abigail e Florence, haviam sumido para a cozinha. Meu pai não estava ali, pois havia saído com Joshua para buscar algo, e Brianna e Colin estavam ocupados discutindo alguma coisa do casamento.
Não falei nada com , apenas me levantei e fui com Loki até o quintal da casa, onde ele correu por todos os cantos, para só então fazer suas necessidades. E só naquele momento eu soltei o ar que eu nem sabia que havia prendido.
— Mas que droga, . — falei comigo mesma, e acabei soltando uma risada com a ironia de tudo aquilo. Se me contassem uma semana antes, que eu viveria aquilo com , eu xingaria até a última geração da pessoa.
— Eu entendi o seu sinal. — a voz de Colin soou atrás de mim, fazendo com que me assustasse, e eu o olhei confusa — A caneca de presente, quando ninguém mais se importou comigo, e agora aquele beijo fajuto com seu namorado. — ele se explicou, e minha cara ficou ainda mais confusa.
— Que merda você está falando, Colin? — falei em confusão e ele riu negando com a cabeça.
— Você não superou a gente, , e todo mundo aqui já percebeu isso. — ele soltou uma risada nasalada — Eu achei que amava Brianna, mas desde que eu te vi, eu não consigo parar de pensar em você. — colocou sua mão em meu rosto e eu me afastei dois passo para trás.
— Você devia ter pensado isso antes. Porque agora, a única coisa que eu sinto por você é ódio, e além do mais, eu tenho um namorado. — forcei um sorriso, e dei as costas, mas ele puxou meu braço e prendeu meu corpo ao seu, segurando minha cintura.
— Você nem gosta dele de verdade. Eu vejo a forma que você olha para mim. — ele falou a poucos centímetros dos meus lábios, e eu tentei me desvencilhar dele.
— Me solta, Colin. — tentei empurrá-lo, mas foi em vão, e ele acabou colando seus lábios nos meus, enquanto eu me debatia para ele me soltar.
— Solta ela agora. — falou, e foi o que fez Colin me largar.
— Por favor, se poupe dessa ceninha. Você viu que ela queria, sem contar que ela se insinuou para mim várias vezes. — Colin riu, e foi o que bastou para lhe dar um soco.
— Eu vi você a agarrando a força, enquanto ela pedia para você a soltar. — o segurou pelo colarinho da camisa — Se você chegar perto dela de novo, eu acabo com você. — ele falou sério, e empurrou Colin para longe, mas ele foi para cima de , só que eu entrei na frente.
— PARA COM ISSO, COLIN. — gritei e ele me encarou nervoso, enquanto seu nariz sangrava.
— O que está acontecendo aqui? — Abigail falou, saindo para o quintal com toda a família.
me beijou, e simplesmente surtou e me bateu. — Colin se fez de coitado e eu o olhei indignada.
— Você me beijou a força. — acusei e ele riu de escárnio — Você me agarrou. — o empurrei.
— Agora você vai se fazer de vítima, não é? — ele me olhou com um sorriso sem humor — Quando eu cheguei aqui no quintal, você disse que queria se lembrar dos velhos tempos. — mentiu, e eu fiz uma careta.
— Para de mentir, cara. — falou, e quase o socou novamente, só não fez porque eu o segurei.
— Eu sabia! — Brianna falou, tomando a atenção para si — Você nunca superou, não é? Sempre quis Colin de volta, e era só um tapa buraco. — ela se aproximou de mim, e eu balancei a cabeça — Você se insinua para ele desde que chegou aqui, até presente você o deu. — ela soltou uma risada sem humor, e parou em minha frente — Você é uma vagabunda de quinta. — e logo eu senti sua mão estalando em meu rosto com força.
— Vamos lembrar que você é a única aqui que precisa dar em cima de homem comprometido, e quando eu falo dar em cima, é de todas as formas possíveis. — falei, enquanto colocava a mão em meu rosto — Você sabe que um relacionamento que começou como uma traição, só tem um fim. — dei um sorriso amargo.
— CALA A BOCA! — ela gritou, tentando vir para cima de mim, mas Colin a segurou.
— Você veio aqui só para estragar o Natal de todo mundo, não foi? — Florence falou impaciente — E para esfregar o seu dinheiro na nossa cara. Você acha que vai comprar o nosso amor com presentes caros. — ela balançou negativamente a cabeça — Mas adivinha só, você nem parte dessa família é de verdade. — e aquelas palavras soaram com um soco para mim.
— Eu nunca fiz questão de ser, de qualquer forma. — dei ombros e senti um nó se formar em minha garganta — Me encontra no hotel, leva os cachorros, tudo bem? — olhei para e ele me encarava preocupado.
— Eu posso sair daqui com você. — ele falou simplesmente e eu forcei um sorriso, mas neguei com a cabeça.
— Eu preciso ficar um tempo sozinha. — falei, e ele assentiu. Então, eu passei por todo mundo, peguei a minha bolsa e saí dali, andando para o único lugar que me acalmava naquela cidade.

pov's

estava desolada. Ela saiu dali como a culpada de algo que ela não passou de vítima. E aquelas palavras, atingiram em cheio a ela.
— Vocês são pessoas horríveis. — falei simplesmente, quando saiu — Eu perguntei mil vezes para o porquê dela ainda vir até aqui, e mesmo com todas as justificativas dela, eu não consigo entender. — balancei a cabeça negativamente — Se eu fosse dessa família, eu teria vergonha de vocês.
— Mas olha só, você não é. Nem deveria estar aqui. — Abigail rebateu.
— E por que não deveria? — George apareceu, e encarou ela — Alguém vai me falar o que está acontecendo aqui? — intercalou seu olhar entre todos ali — E cadê a minha filha? — sua voz soava firme.
— Colin tentou agarrar a , e se fez de vítima para todo mundo aqui. Mas é preciso ser idiota o suficiente para acreditar que daria em cima dele. — Brian falou, e olhou para Brianna — Bom, minha irmã assumiu esse papel, surtou com a , e lhe deu um tapa na cara. Logo em seguida, minha mãe falou coisas horríveis para ela, dizendo que ela nem faz parte dessa família. — ele olhou para George, e Florence queria mata-lo — disse que precisava ficar sozinha e saiu muito abalada daqui.
— VOCÊS ESTÃO FICANDO LOUCOS? — George gritou, se demonstrando realmente irritado com aquilo — Vai embora da minha casa agora. — ele falou diretamente para Colin.
— Mas foi a que... — Brianna começou, mas George a interrompeu.
— Você não pode ser burra nesse nível para acreditar que esse merda é inocente. — ele olhou para a sobrinha — E por mim que você vá com ele. — falou simplesmente.
— Mas ela é sua sobrinha, e essa casa também é minha. — Abigail falou.
— Em primeiro lugar, a casa é minha. Eu é quem paga a merda das contas, apenas eu e Joshua. Então, eu coloco quem eu quiser para fora daqui. — ele rebateu para a esposa — E quanto a Brianna, ela pode ser a minha sobrinha, ou quero for. é minha filha, e ela sempre virá em primeiro lugar, principalmente quando se trata de alguém que sempre a tratou mal. — ele voltou seu olhar para Brianna — E quanto a você, Florence, faz mais parte dessa família do que você. E graças a Deus que você pense assim, porque pelo menos ela não puxou o sangue ruim da sua família. — ele falou com seriedade — Eu estou cansado de vocês tratarem a minha filha como lixo, quando ela faz tudo por vocês. Eu nunca falei nada, porque ela me implorava para não brigar, mas agora, eu não ligo. Vocês mexeram com ela, e vão ter que me ouvir. — ela estava realmente nervoso, eu nunca havia o visto falar daquela forma desde que eu chegara ali — Você está esperando o quê para sumir da minha frente? — ele voltou a olhar para o Colin.
— Antes de você ir... — me virei para Colin — Nunca mais chega perto da , porque se você se quer se aproximar dela, eu juro que eu acabo com você. — ele não me respondeu, apenas saiu com Brianna, e logo em seguida, Florence e Abigail saíram também.
— Para onde foi? — George me olhou.
— Eu não sei, ela simplesmente disse que me encontrava no hotel, porque ela precisava ficar sozinha. — falei, mas eu estava realmente preocupado com .
— Acho que a gente deveria esperar, ela vai voltar logo. — Brian falou, e George concordou.
— Eu vou para o hotel, acho melhor eu esperar por ela lá. — cocei a nuca.
— Você não precisa ir só por causa do que Abigail falou. — George falou me olhando.
— Depois de tudo o que aconteceu aqui hoje com a , aquilo que ela me disse não é o que mais me preocupa. — falei e ele assentiu — Eu dou notícias quando aparecer. — falei, e entrei de volta na casa.
Peguei os cachorros e saí dali, indo direto para o carro. De longe observei Colin, Brianna e Florence, que pareciam irritados com o ocorrido. Brianna e Colin discutiam sobre algo, e eu não tinha o menor interesse em saber o que era.
Cheguei no hotel esperançoso de que estivesse lá, mas ela não estava. Me sentei na cama, enquanto os cachorros estavam deitados sobre o tapete, eles pareciam um pouco tristes, e eu imaginava que fosse pela ausência de .

Já eram quase nove da noite e nada de aparecer, eu estava realmente preocupado com ela. Ela não havia dado sinal de vida nas últimas quatro horas que se passaram, e eu não fazia a menor ideia de onde ela poderia estar.
— Ela chegou? — Brian falou do outro lado da linha, se mostrando preocupado com a prima.
— Até agora nada, nenhum telefonema. — falei, olhando em volta, onde Afrodite e Loki se mantinham quietos na cama. Observei o quadro com a foto da mãe de , e me lembrei de algo que ela havia me dito na manhã anterior — Brian, eu acho que eu sei onde ela está. Avisa George que está tudo bem e que eu ligo quando trazê-la para o hotel. — falei, já pegando a chave do carro e a guia dos cachorros. Desliguei o telefone e saí do quarto.
Passei na recepção e deixei Afrodite e Loki com Brandon, dizendo que ia atrás de , e ele não se opôs. Entrei no carro e coloquei o endereço do cemitério da cidade no GPS. Não era longe do hotel, então, eu gastei menos de quinze minutos. Desci do carro e entrei, em busca do túmulo da mãe de . De longe eu a avistei sentada ao lado da lápide e fui me aproximando devagar.
— Sabe mãe, tudo que eu queria era que você estivesse aqui, e que você estivesse orgulhosa de mim. — sua voz soava embolada, e ela estava claramente bêbada, o que eu confirmei ao vê-la soltar a garrafa vazia de vinho — Ninguém naquela família gosta de mim, e eu não faço ideia do que eu fiz para eles. Eu sempre tentei ser boa com todo mundo, mas eu acho que não deu certo. — ela soltou uma risada baixa e logo em seguida fungou.
— Ei. — me aproximei devagar, me abaixando ao seu lado.
. — ela falou o meu nome de uma forma um tanto quanto engraçada, e eu ri baixo — Você também me odeia, não é? E eu tenho certeza que me odeia ainda mais depois de te enfiar nessa roubada. — ela fez uma careta e gargalhou, mesmo que nada daquilo tivesse graça — Eu sei que tudo o que você mais quer é ir logo para a Austrália, para se livrar dessa bruxa narcicicisista aqui. — ela falou a palavra toda errada, e eu só não ri, porque ela fez uma carinha de choro.
— Quem disse que eu te odeio? — perguntei e ela me olhou desconfiada, apertando os olhos, provavelmente para tentar focar sua visão em mim, e logo em seguida apontou seu dedo para mim — E desde quando você me leva a sério? — rebati com um sorriso no rosto e ela deu ombros — Acho que se você não tivesse me pedido para fingir ser seu namorado, eu não teria o prazer de confirmar o que eu já sabia... Que você é uma pessoa incrível, com um coração enorme. — coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, e ela sorriu, mas fechou o sorriso ao soluçar.
— E por que a minha família me odeia? Na verdade... — ela riu sem humor — Eles não são minha família, não é? Foi o que Florence falou. — sorriu triste.
— Que seja! Você não precisa deles. — a olhei e ela fez um bico — Eles que estão perdendo a chance de ter você na vida deles. Porque eles nunca irão conhecer uma pessoa tão determinada, independente, inteligente, bondosa e incrível como você. — afirmei e ela fez uma careta.
— Você pode me tirar daqui? — falou de uma forma completamente infantil, e eu concordei a ajudando a se levantar — Pega essa garrafa para jogar no lixo, não podemos sujar o meio ambiente. — ela falou, mandona como sempre, e eu ri. Só para estar caindo de bêbada e se preocupar com o meio ambiente.
A levei para o carro, e a coloquei no banco do passageiro, a prendendo com o cinto. Entrei ao lado do motorista, e logo dei a partida, enquanto ela estava escorada no banco.
— Cadê meus nenéns? — ela fez uma careta ao olhar para o banco de trás vazio.
— Eles estão com Brandon no hotel. — expliquei, enquanto tentava focar em dirigir e cuidar da mulher ao meu lado.
Ela nem falou nada, apenas começou a cantarolar Happier Than Ever da Billie Eilish, de uma forma completamente incompreensível, e não demorou dois segundos para que ela estivesse chorando. Entretanto, quando ela soluçou no meio da música ela gargalhou, o que me levou a rir junto.
Quando chegamos ao hotel, pedi a ajuda de Brandon para subir com ela e com os cachorros. Ele nos deixou no quarto, depois que me ajudou a trocar as roupas dela, o que eu não me sentiria confortável em fazer com ela estando bêbada. Eu aproveitei que ele estava ajudando ela, e avisei Brian e George que estava bem e já no hotel, só omiti a parte que ela estava bêbada.
Quando Brandon saiu, ajudei a se deitar na cama, enquanto Afrodite e Loki se ajeitavam junto a ela, mostrando que sentiram saudades das últimas horas sem a dona.
— Quando você for para a Austrália, eu não vou ter mais ninguém para brigar comigo. — ela falou deitada na cama, e eu ri. Ela já parecia bem mais sóbria após o banho, ou menos bêbada.
— Eu te ligo todos os dias para brigar com você. — falei com humor e ela riu.
— Eu vou sentir a sua falta. — ela confessou e eu a olhei.
— Eu também sentirei a sua. — coloquei minha mão em seu rosto e acariciei sua bochecha com o polegar.
— Eu estou cansada. — ela falou, enquanto bocejava.
— Dorme, você precisa descansar. — ajeitei seu cobertor — Amanhã eu prometo que teremos um dia muito melhor, e eu farei questão de te proporcionar isso. — garanti e ela sorriu.
— Obrigada por ter socado o Colin e por ter ficado do meu lado. — ela falou olhando nos meus olhos.
— Eu poderia socar ele mais vezes, e de forma alguma, eu ficaria contra você. — assegurei e ela assentiu — Eu não vou permitir que nenhum deles machuquem você novamente, não enquanto eu estiver aqui com você. Foda-se se eu preciso brigar com todo mundo, ou socar alguém, se for para te proteger, eu faço qualquer coisa. Porque eu me importo com você, e não com nenhum deles. — falei simplesmente, e ela sorriu de lado — Por mais que você duvide, eu gosto de você, eu sempre gostei, na verdade. E agora, eu estou dando graças a Deus que você não se lembrará disso amanhã. — fiz uma careta e ri baixo, sendo acompanhado dela.
— Você quebrou minha regra. — ela pontuou, enquanto fechava os olhos devagar e eu ri. era mandona e insuportável, até mesmo quando estava bêbada — Mas eu gostei. — falou baixinho e logo o silêncio tomou conta do quarto, após aquela confissão embriagada de minha chefe.
A observei dormir feito um anjo, que parecia não haver nenhum problema lhe incomodando, e talvez não houvesse mesmo. Ela estava tranquila e em paz, como se nada pudesse lhe atingir. Sua respiração serena tomava conta do quarto, e seus lábios entreabertos a deixavam ainda mais bonita naquele sono.
— Eu também gostei. — confessei baixinho, depositando um beijo em sua testa e me deitei na cama, encarando o teto. Eu não só gostei do beijo, como eu queria mais. Pena que ela provavelmente não repetiria aquilo sóbria, nem que fosse obrigada, não da forma que era orgulhosa.
E foi pensando naquele beijo do meio da tarde que eu adormeci ao lado daquela mulher.

pov's

Acordei na manhã seguinte e eu estava sozinha na cama. Me remexi, sentindo que eu havia sido atropelada por um caminhão. Maldita seja a ressaca!
Olhei pelo quarto e não havia nenhum sinal de e nem dos meus cachorros, estava tudo um completo silêncio. Na mesinha de cabeceira havia um bilhete, que eu logo peguei e me sentei na cama.

"Levei Loki e Afrodite para dar uma volta, mas não se preocupe porque eu volto logo.
Ps: deixei um remédio para dor e um para enjôo. Se precisar, pode me ligar"


Era difícil acreditar, mas estava sendo a melhor companhia do mundo. Sem ele ali comigo, eu provavelmente já teria surtado. E eu não podia negar que a nossa conversa na noite anterior, enquanto eu estava bêbada, havia mexido comigo. Entretanto, eu não poderia falar nada, porque ele não queria que eu me lembrasse.
Me sentei na cama e peguei os remédios, me levantei e fui até o frigobar pegar uma água. Assim que engoli os remédios, a porta se abriu, me dando visão de um sorridente e dois cachorros agitados e muito felizes.
— Ei, vocês estão felizes demais, acho que eu estou com ciúmes. — fiz uma careta e me abaixei, enquanto os dois corriam em minha direção, e riu.
— Não se preocupe, eu provavelmente nunca serei a pessoa favorita deles. — falou com humor e eu o olhei sorrindo. Talvez, mas apenas talvez, ele estava sendo minha pessoa favorita. — Como está a ressaca? — falou, enquanto fechava a porta.
— Nada que eu não possa aguentar. — dei ombros e voltei a me levantar — A propósito, obrigada por ter cuidado de mim ontem. — o olhei, e me sentei na ponta da cama — Não só quando estava bêbada, mas, você sabe... — fiz uma careta e ele assentiu, sabendo do que eu falava.
— Eu nunca ia deixar Colin, ou qualquer um ali, te fazer mal. — ele falou sincero e andou até onde eu estava — Apesar de que, eu não pude impedir deles te magoarem. — falou com pesar e eu dei um pequeno sorriso.
— Talvez eu precisasse mesmo ouvir tudo aquilo para entender que eu nunca serei parte da família. — soltei uma risada fraca.
— Se você quer saber, depois que você saiu, seu pai falou umas verdades para eles. — ele contou e deu um sorriso maldoso, o que me levou a rir.
— Meu pai é o melhor. — dei um sorriso e ele concordou, se sentando ao meu lado. — O que você se lembra de ontem? — ele perguntou receoso, e eu sabia que ele não queria que eu me lembrasse.
— Praticamente nada. — menti e fiz uma careta — Lembro de estar sozinha no cemitério, com uma garrafa de vinho, e de alguns flashes da noite, mas nada demais. — dei ombros, e ele só não suspirou aliviado para não se entregar.
— Eu te trouxe para casa, Brandon te deu banho, porque se eu fizesse isso, você me mataria. — falou com humor e eu ri — E quer saber? Você é insuportável e mandona mesmo bêbada. — fez uma careta e eu gargalhei alto.
— Me respeita que ainda sou a sua chefe. — falei me fazendo de dura e ele revirou os olhos, então nós caímos na risada — E como está nossa campanha? — mudei o assunto e ele logo puxou o computador.
— Finalizada. — ele ligou, e logo colocou na pasta que estava a campanha. Ele me mostrou as peças e estava tudo perfeito, quando chegou a última, eu apenas o encarei — A campanha precisava de uma foto, nos bancos de imagem não tinha nada interessante, e eu me lembrei que havia tirado essa na madrugada de ontem. — deu ombros e eu voltei a olhar para a tela. Era uma foto minha sorridente, vestida com o moletom do Capitão América, sem maquiagem e sentada na frente da árvore com Loki e Afrodite.
— É coisa de psicopata ficar fotografando as pessoas escondido. — falei e ele riu.
— É porque se eu contasse que você tem um coração, ninguém acreditaria. — falou com humor e eu lhe mostrei a língua — Inclusive, temos que mandar para o Connor. — antes que eu pudesse abrir a boca e discordar ele enviou o email.
Não passou nem cinco minutos, a chamada de vídeo surgiu na tela, mostrando que era Connor, e logo atendeu.
— Eu amei a campanha! — Connor falou simplesmente — Vocês definitivamente formam uma ótima dupla. E , você deveria ser nossa garota propaganda. — me olhou convencido, e eu me limitei a revirar os olhos — Agora nós precisamos das estratégias, que serão colocadas em prática o mais rápido possível. A campanha entrará no ar hoje mesmo. — falou com empolgação, digna de Connor.
— Faremos isso e já te passaremos algumas coisas no fim do dia. — garanti e concordou.
, inclusive, parabéns pela promoção! fez questão de entregar. Espero que ela não tenha feito isso para se gabar por ficar longe de você. — Connor falou com humor e riu — Mas ela realmente falou muito bem de você. Eu já pensava em você para a vaga, mas a era uma chave importante para a minha escolha. — confessou e me olhou.
— Connor, eu agradeço muito por essa chance que vocês estão me dando. Prometo que vocês não irão se arrepender. — garantiu, e eu dei um pequeno sorriso.
— Eu sei que não, rapaz. — Connor afirmou — Bom, eu só liguei para parabeniza-los pelo trabalho, ficou realmente impecável. Aproveitem o resto da viagem de vocês e vamos nos falando. — ele sequer deu tempo de respondermos e desligou.
— Parece que nós somos uma ótima dupla. — olhei para , que sorriu — Vou colocar a banheira para encher, porque eu mereço esse descanso. E você poderia pedir o nosso café. — me levantei, enquanto ele guardava seu computador, e fui direto para o banheiro.
Liguei a torneira e voltei para o quarto, enquanto terminava de fazer o pedido do café. Dei um pouco de ração para Loki e Afrodite, e me sentei, enquanto respondia a algumas mensagens do meu pai no celular.
— Como você sabia onde eu estava ontem? — perguntei depois de um tempo, realmente curiosa com aquilo. Eu não havia falado com ninguém para onde dia.
— Eu me lembrei que você havia comentado que todo Natal ia visitar o túmulo da sua mãe, e tudo fazia sentido, porque você não queria ficar sozinha, você queria ficar em um lugar que você se sentisse segura e acolhida. — ele falou, enquanto se jogava ao meu lado na cama, e eu assenti.
— E você percebeu isso fácil assim? — cerrei os olhos e ele riu baixo.
— Por mais que você tente parecer fria, você é provavelmente uma das pessoas mais emotivas e sensíveis que eu já conheci. Sem contar que você é tão expressiva, que é possível ler seus sentimentos facilmente. — deu ombros, e eu ri fraco.
— Por que você está fazendo isso, ? — perguntei e ele arqueou a sobrancelha em confusão — Você não precisava entrar nessa história comigo, mas mesmo dentro de toda essa confusão, você não precisava cuidar de mim e me acolher dessa forma. Até porque, eu nunca fui uma boa pessoa para você. — soltei uma risada nasalada e desviei o olhar.
— No começo, eu tinha certeza de que só fazia isso para conseguir o trabalho na Austrália, mas desde o primeiro segundo que eu vi você surtar naquele carro, e apertar a sua mão com força, enquanto parecia sufocar com seus próprios pensamentos, eu sabia que você precisava de alguém do seu lado. E quando chegamos na casa do seu pai, eu descobri que eu seria o seu alguém, e nunca te deixaria na mão, mesmo com todos os nossos problemas. — ele falou sem desviar o olhar de mim, e eu dei um sorriso de leve.
— Você tem um coração enorme, . — o olhei e ele sorriu.
O café da manhã chegou, e eu fui desligar a torneira, vendo que a banheira já estava cheia. Voltei para o quarto e nós começamos a comer na cama mesmo. Enquanto comíamos, conversávamos sobre as possíveis estratégias para a campanha.
— Ei, esse é o último bacon. — falei, enquanto via pegar a última fatia de bacon na bandeja.
— E é meu. — deu ombros e eu cerrei os olhos.
— Mas você já comeu vários. — fiz uma careta e ele riu.
— Você está contando quantos bacons eu comi? — fez uma careta e eu ri dessa vez.
, por favor. — fiz uma vozinha infantil para convencê-lo.
— Se você conseguir pegar. — ele se levantou, e eu fui atrás dele, tentando pegar o bacon de sua mão.
Entre uma tentativa e outra, eu o prendi contra a parede, e em um movimento rápido, ele nos virou e me deixou presa dessa vez. Ele jogou o bacon sobre a mesa ao nosso lado, mas não se afastou, enquanto nossas respirações descompassadas, tomavam conta do quarto.
... — falei baixo e ele encarou meus olhos — Você vai me beijar? — perguntei com a voz falha, enquanto desviava o meu olhar dos seus olhos claros, para sua boca.
— Eu não quero que você fuja de novo. — ele falou no mesmo tom, mas ainda no mesmo lugar.
— Eu não fugi do nosso beijo, eu fugi da minha família. — expliquei, e ele umedeceu os lábios, parecendo buscar o que falar.
— Mas a sua regra dizia que eu não poderia te beijar, em hipótese alguma. — rebateu e eu soltei uma risada baixa.
— Quem se importa com essas regras? — mordi o lábio inferior, enquanto descansava minhas mãos em seu peito — Me beija, . — supliquei praticamente.
— Isso é um pedido? — questionou com um sorrisinho debochado nos lábios.
— É uma ordem. — rebati, e ele logo prensou seus lábios contra os meus.
Como no dia anterior, era um beijo calmo e sem pressa. desceu sua mão para minha cintura, e me manteve contra a parede. Minhas mãos subiram para sua nuca, que eu acariciei levemente.
Desci minha mão pelas suas costas, e fui fazendo um carinho ali, enquanto mantinha a mão firme em minha cintura e a outra na parede. Ele mordiscou meu lábio inferior, mas logo voltou a me beijar, mas dessa vez com mais vontade.
Sua mão que estava contra a parede, desceu pela lateral do meu corpo e foi parar na minha bunda, que ele logo apertou, o que me levou a soltar um gemido em seus lábios. Cortei o beijo com selinhos, e soltei o ar para recuperar o fôlego. Então o encarei por alguns segundos, mas logo voltei a colar nossos lábios.

pov's

Eu não sabia ao certo por quanto tempo duraria aquele beijo, mas quando ela o cortou para recuperarmos o fôlego, meus lábios suplicaram por mais. Subi o meu olhar de sua boca para seus olhos, e ela fez o mesmo, foi questão de segundos para um sorriso de canto brotar nos seus lábios.
— Seu beijo não é nada mal. — ela falou com certo deboche e eu ri baixo.
— Essa é sua forma de falar que quer mais? — rebati e ela sorriu.
— Nós dois sabemos que você é quem tá querendo repetir a dose. — ela se aproximou, mas voltou a se afastar com um sorrisinho vitorioso quando eu tentei beijá-la.
— Pelo menos não fui eu quem pediu pelo beijo. — falei e ela revirou os olhos, mas sem tirar o sorriso dos lábios.
— Eu tenho uma banheira cheia me esperando agora. — ela apontou para o banheiro, e eu olhei naquela direção por alguns segundos.
— E não foi até agora por quê? — arqueei a sobrancelha e ela pensou um pouco antes de responder.
— Porque você está me prendendo contra a parede. — ela soltou uma risada baixa e eu dei dois passos para trás, a deixando livre para sair dali.
Ela me encarou por alguns segundos, fez um barulho com a boca e então saiu dali, mas quando ela tentou se afastar, eu segurei seu braço e a puxei de volta, colando seu corpo ao meu.
— Você tem razão, eu quero repetir a dose. — falei em seus lábios e ela sorriu, mordiscando meu lábio inferior.
— Acho que a banheira tem espaço para nós dois. — ela falou, roçando seus lábios nos meus e eu sorri.
Coloquei as mãos em sua bunda e em um impulso ela estava com as pernas envoltas em minha cintura. Andei com ela até o banheiro e fechei a porta, a colocando sentada na pia, e logo colei nossos lábios novamente.
O beijo era lento, mas tinha ainda mais vontade do que antes. enfiou as mãos debaixo da minha camisa e acariciou minhas costas, alternando com leves arranhões.
Ela cortou o beijo apenas para tirar a minha camisa e a jogou em um canto do banheiro, voltando a me beijar em seguida. Sua mão tateou meu abdômen, e ela soltou um gemido baixo em meus lábios, quando minha mão envolveu seu seio, ainda por cima da camisa que ela usava.
Ela voltou a se afastar, e arrancou sua blusa, me dando completa visão de seus seios, e me fez salivar. Aquela mulher era ainda melhor do que eu imaginava. Antes que ela pudesse tomar qualquer atitude, eu abocanhei um de seus seios, o sugando com vontade.
Fiquei ali por alguns segundos, e só parei porque tirou a minha cabeça de seus peitos, e voltou a me beijar. Aproveitei minhas mãos livres e desci a calça que ela usava, já com a calcinha junto. Estávamos sem tempo para enrolação.
A puxei para a ponta da pia, e desci os beijos do seus lábios para seu pescoço, do pescoço para seus seios, para a barriga, e fui direto para suas coxas. Dei uma mordida de leve na parte interior de sua perna, e umedeci os lábios, antes de chegar a sua intimidade.
Quando coloquei a minha boca ali, já era bem evidente o quanto ela estava excitada. Com a língua, estimulei seu clitóris lentamente, sem nenhuma pressa. Eu fazia movimentos intercalados, ora rápidos, ora lentos e circulares.
Os gemidos dela tomavam conta do cômodo, e me deixavam ainda mais duro do que eu já estava. Por mais que eu quisesse estar dentro dela logo, eu queria deixa-la ainda mais louca e sedenta por mais, e só o fato de a satisfazer ali naquele banheiro, já me animava.
Ela segurou em minha cabeça com uma mão, e arqueou seu corpo, rebolando contra a minha língua. Levantei meu olhar para ela, a tempo de vê-la apertar os olhos, e deixar os lábios entreabertos enquanto soltava vários gemidos.
Segurei em sua mão, e a levei a sua intimidade, e ela, já bem alheia do que eu pretendia, penetrou dois dedos e começou a se tocar ali mesmo, enquanto levava sua outra mão até o seu seio e o massageava com vontade. Aproveitei a deixa, e continuei a chupá-la com vontade, eu queria fazê-la gozar na minha boca.
Não demorou muito, e logo soltou um gemido alto, enquanto derramava seu líquido em minha boca. Chupei todo o seu gozo e a encarei, enquanto tirava sua mão de sua intimidade e chupava seus dedos com vontade.
— Eu poderia retribuir o favor... — ela fez uma pausa, soltando o ar pela boca — Mas eu quero você dentro de mim agora. — ela falou de uma forma superior, o que era ainda mais sexy vindo dela e eu desci a minha calça e a cueca, dando-a visão de meu pênis completamente duro.
— Camisinha? — a questionei, e ela tateou a mão pela pia, e puxou a sua necessaire, logo ela tirou de lá uma cartela de camisinhas e me entregou, o que me fez a olhar desconfiado.
— Uma mulher prevenida sempre tem camisinhas. — ela deu ombros e eu ri, enquanto pegava um dos preservativos.
Abri a camisinha e logo a coloquei em meu membro, puxando para a ponta da pia novamente. Me encaixei no meio de suas pernas e segurei em sua cintura, a penetrando devagar.
Comecei com movimentos leves, enquanto colava nossos lábios novamente. À medida que eu aumentava a velocidade, os gemidos em seus lábios se tornavam constantes.
A tirei de cima da pia, e nos levei até a banheira, entrei com ela em meu colo e me sentei a deixando por cima, então ela começou a rebolar lentamente sobre o meu membro.
Ela apoiou suas mãos nas bordas da banheira, enquanto eu a segurava pela cintura, e se impulsionou para frente, cavalgando em meu colo.
Eu observava fazer aquilo, enquanto notava as expressões em seu rosto. Ela mordia seu lábio inferior, e tinha os olhos levemente fechados, numa expressão de puro prazer. Quando ela notou que eu a analisava, ela abriu os olhos e encarou os meus, e um sorriso brotou em seus lábios.
Ela aproximou seu rosto devagar, e depositou um beijo no canto de minha boca, fez o mesmo do outro lado, e logo em seguida segurou meus lábios entre os dentes, sem tirar seus olhos dos meus. Eu fui obrigado a fechar os olhos para manter o controle, ou eu gozaria ali mesmo.
— O que foi? — ela falou sussurrando de uma forma completamente sexy e aproximou os lábios da minha orelha — Não está aguentando mais? — ela mordiscou o lóbulo de minha orelha, e eu apertei sua cintura.
— Difícil aguentar quando é você montada em mim. — falei no mesmo tom, e senti sua risada nasalada em meu pescoço.
— Você sabe o que fazer para acabar com isso. — ela sussurrou de volta e mordeu o meu pescoço, me fazendo soltar um gemido rouco.
— Fica de quatro. — falei, e ela me olhou e passou a língua pelos lábios, piscando algumas vezes de forma inocente — Agora! — falei autoritário, e foi o que precisou para sua expressão mudar. Seus olhos se encheram de luxúria, e o sorriso malicioso em seus lábios, me deixou mais satisfeito.
Ela saiu de meu colo e virou de costas para mim, se ajoelhando na banheira e apoiando suas mãos na borda à sua frente. Quando eu peguei em sua cintura, ela me olhou por cima do ombro e mordeu o lábio inferior.
Penetrei o meu pênis em sua intimidade e me movi lentamente, aumentando a velocidade aos poucos. Envolvi um dos braços em sua cintura, e a outra mão, eu embreei em seu cabelo, que ela se mostrou gostar quando soltou um murmúrio de satisfação.
Acariciei sua cintura, e dei um tapa forte em sua bunda, a fazendo soltar um gemido mais alto. Passei minha mão em sua coxa, e a coloquei em sua intimidade estimulando seu clitóris, sem parar os movimentos, e quando ela gemeu alto, atingindo seu orgasmo, eu me deixei fazer o mesmo, e joguei a cabeça para trás enquanto gozava.
Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela se levantou e se virou para mim, envolvendo os braços em meu pescoço, então me beijou com calma, se mostrando totalmente satisfeita — o que era recíproco.
— Eu te disse que eu não gostava de ter controle sempre. — ela sussurrou em meus lábios, se referindo ao que eu havia dito para ela dias atrás, e eu ri baixo.
— Eu não sei se eu gosto mais quando você tem controle sobre mim, ou quando eu controlo você. — rebati e ela sorriu.
— Os dois gozando é importante. — ela falou, e me olhou, enquanto eu me desfazia da camisinha usada.
— Não é a primeira vez que eu gozo por você. — confessei, e o sorriso em seus lábios se tornou convencido, e sujo, eu diria.
— A recíproca é verdadeira. — ela falou, se ajeitando na banheira, e se sentando em um canto, e eu a olhei procurando resquícios de brincadeira.
— Você já... — antes que eu completasse a frase, ela riu e me chamou com o dedo, o que me levou a ir até ela. Quando me sentei na banheira, ela se sentou entre minhas pernas.
, eu nunca escondi o quanto eu te acho lindo... E gostoso. — ela falou, me olhando de lado — E o que eu posso fazer se discutir com você no escritório me dava tesão? — ela deu ombros e eu ri com a confissão.
— Eu tinha certeza de que você ficava com raiva e queria me matar. — falei, acariciando seu braço e ela riu.
— Mas eu ficava com raiva e queria te matar. — ela deu ombros — Só que ao mesmo tempo, eu queria calar a sua boca na cama, e como eu não podia te falar isso, eu usava meus brinquedinhos em casa. — eu fechei os olhos e suspirei imaginando toda aquela cena.
— Confesso que eu já quis transar com você naquele escritório, naquela sala de reuniões, na sua sala, e até na minha poltrona. — falei e ela me olhou com os olhos cerrados.
— Eu te falo que já me toquei pensando em você, e você vem me falar que queria transar comigo naquela poltrona horrível? — ela fez uma careta indignada e eu gargalhei alto.
— O fato de você odiar ela deixava o pensamento ainda mais excitante. — dei ombros e ela quem gargalhou dessa vez.
— Quem diria que Connor tinha razão? — ela falou simplesmente e eu a olhei confuso — Toda briga entre nós, não passava de tesão reprimido, e pior, a gente tem química. — ela soltou uma risada nasalada e eu fiz o mesmo concordando.
Quem diria que Connor estava certo, e ainda, que eu e estaríamos dividindo uma banheira, depois de um sexo intenso como o que havíamos feito?

pov's

Naquele domingo, depois de toda nossa agarração no banheiro, eu e passamos o dia no quarto pensando em estratégias para a campanha dos produtos, mas no fim, a gente toda hora acabava se perdendo nos beijos e deixando o trabalho de lado. No fim do dia, enviamos para Connor as estratégias e terminamos a noite assistindo filmes de Natal.
No dia seguinte, quando eu acordei, ainda dormia ao meu lado. O olhei e ele tinha uma feição serena e parecia realmente cansado, mas depois do nosso domingo, eu não o julgava, porque eu também estava extremamente cansada.
Sua mão estava sobre a minha perna, então eu a tirei com cautela para não acordá-lo e me levantei. Fui até o tapete onde Afrodite e Loki brincavam um com o outro, e me sentei ali com eles.
— Bom dia, amores da mamãe. — depositei um beijo em cada um, e logo fui jogada ao chão, sendo enchida de lambidas.
Fiquei ali com eles por alguns minutos, coloquei a ração em uma vasilha, ao lado de onde estava a água e fui para o banheiro.
Fiz minhas necessidades matinais, e fui escovar meus dentes. Depois que lavei o rosto, voltei para o quarto e ainda dormia. Me sentei na ponta da cama, peguei o meu celular e fui responder algumas mensagens de trabalho.
— Você está trabalhando a essa hora? — a voz rouca de soou em meu ouvido, me fazendo arrepiar de cima a baixo.
— Eu preciso fazer o meu trabalho. — dei ombros e bloqueei o celular — Bom dia! — o olhei por cima do meu ombro e ele sorriu.
— Um ótimo dia! — ele me puxou para mais perto e depositou um beijo em minha bochecha — Você dormiu bem? — ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
— Muito bem, e você? — me virei na cama, ficando de frente para ele.
— Melhor impossível. — ele falou e eu sorri — Quais os planos para hoje? — ele falou, enquanto Afrodite subia em seu colo.
— Tem um festival na cidade hoje, acontece todos os anos e tem várias coisas para fazer por lá, nós podemos ir. — dei ombros, enquanto ele sequer parecia estar me ouvindo, já que estava focado em fazer carinho no pelo de Afrodite.
— Acho uma ótima ideia. — levantou seu olhar para mim, enquanto Loki também pulava em cima dele.
— O que diabos você fez com meus cachorros que eles gostam tanto de você? — fiz uma careta e ele riu baixo.
— Ciúmes? — me olhou debochado e eu revirei os olhos — Eu conquistei eles da mesma forma que eu conquistei a mãe deles. — falou convencido e eu ri.
— Então você não conquistou ninguém. — falei entre risos, e a sua risada alta tomou conta do quarto.
— Não foi o que pareceu ontem quando você estava em cima de mim. — rebateu e eu ri, balançando negativamente a cabeça.
— Já ouviu falar em sexo sem compromisso? — debochei e ele revirou os olhos, ainda rindo.
— Orgulho mata, sabia? — ele me olhou e eu dei ombros.
— Temos trabalho a fazer antes de irmos para o festival. — mudei o assunto e puxei meu computador que estava na mesinha de cabeceira.
— Agora que a gente já tem as estratégias prontas, precisamos coloca-las em prática. — ele falou e eu concordei.
— Essa é a parte mais chatinha, porque vamos ter que decidir qual estratégia vai em cada rede social. — fiz uma careta e ele repetiu, eu sabia que ele também não gostava daquela parte.
Ficamos por pelo menos três horas ali discutindo qual a melhor estratégia para cada parte da campanha, acabamos nem tomando café. Quando acabamos o trabalho, me arrastou para o banheiro, onde passamos um bom tempo ocupados lá dentro.

Me vesti e prendi o cabelo em um afro puff, fiz uma maquiagem básica, apenas para não sair de cara limpa. Coloquei meus óculos, e um sobretudo por cima da roupa. Arrumei a minha bolsa, passei perfume e só então notei que me observava.
— O que foi? — o olhei, enquanto colocava os brincos.
— Não é nada. — ele falou, mas com um sorrisinho brincando, o que me fez olhá-lo desconfiada — Vamos? A gente ainda precisa comer alguma coisa. — ele se levantou da cama, e pegou as guias dos cachorros.
Saímos do quarto, e descemos de elevador. Quando chegamos na entrada do hotel, esperamos alguns minutos pelo carro, e quando chegou, colocou Afrodite e Loki no banco de trás e ele mesmo foi dirigindo.
Quando chegamos no restaurante, estacionou o carro e nós entramos, como permitiam entrada de animais, não tivemos problemas com meus cachorros. Fizemos nossos pedidos, e logo que o garçom anotou, ele se afastou.
— Você falou com seu pai? — me olhou, enquanto eu bebericava a água.
— Só ontem, mas ele provavelmente vai estar no festival hoje e vamos nos encontrar lá. — expliquei e ele assentiu — Ele não foi me ver no hotel porque estava com medo de me deixar triste depois de tudo o que aconteceu no Natal. — fiz uma careta.
— E como você está com tudo aquilo? — ele falou sem nenhum receio, já havíamos passado daquela fase.
— Eu não sei. — dei ombros — Parece que está tudo bem, ou talvez, eu só esteja fingindo para não ter que lidar com essa frustração. — soltei uma risada nasalada.
— Você sabe que se precisar conversar, eu estou aqui, não é? — ele segurou a minha mão sobre a mesa e eu assenti.
— De qualquer forma, tudo o que aconteceu aquele dia, não me surpreende, não vindo deles. — dei um sorriso de escárnio.
Nossa comida chegou e nós comemos enquanto conversávamos sobre o trabalho e vez ou outra, acabamos trocando alguma provocação, que não dava em nada além de risadas. Quando acabamos de comer, pagou a conta e nós saímos do restaurante. Fomos andando até o centro da cidade, que não era longe dali e era onde acontecia o festival. Assim que chegamos já estava bem movimentado.
guiava Afrodite e eu guiava Loki, enquanto nós andávamos lado a lado. Fui mostrando algumas coisas no festival para ele, era um festival beneficente, então haviam várias coisas para arrecadar dinheiro.
— Ei, eu duvido que você consiga ser melhor do que eu nesse jogo. — apontei para a barraca onde havia um jogo de acertar as argolas nas garrafas.
— O que eu ganho se eu for melhor que você? — ele me olhou e eu ri.
— Se você for melhor do que eu, eu faço o que você quiser até o final da viagem. — dei ombros e ele deu um sorrisinho travesso — Mas se não for, você vai fazer tudo o que eu quero. — eu que dei um sorrisinho dessa vez.
— Você sabe que você pode mandar eu fazer, literalmente, qualquer coisa, não é? Você é minha chefe. — fez uma careta e eu dei ombros.
— Eu só quero ter o prazer de te obrigar a fazer tudo para mim, sem você ser pago por isso. — dei um sorrisinho convencido e ele riu.
Fomos até a barraca e compramos os ingressos. Entreguei a guia de Loki para , e peguei as cinco argolas. Cada garrafa tinha um valor, então tinha a certa para acertar. Joguei a primeira argola acertando direto em uma garrafa de 100, e fui obrigada a dar um sorrisinho vitorioso para o homem ao meu lado, que não parecia nada impressionado com o meu talento para aquele jogo.
Quando joguei a última argola, na intenção de acertar a garrafa de 100, ela acabou indo parar na garrafa de 25 pontos, o que me deixou um pouco indignada, por terminar o jogo com 325 pontos.
— Tem alguma coisa que você seja ruim? — me olhou e eu dei ombros.
— Provavelmente ainda não inventaram. — falei com deboche e ele riu — Sua vez. — peguei as guias dos cachorros e ele pegou as argolas.
Na sua primeira jogada, ele acertou uma garrafa de 50, o que me fez ter certeza de que o jogo era meu. Na segunda, ele acertou mais uma, de 50 pontos.
— É melhor você desistir e deixar o jogo para quem sabe. — falei com humor e ele riu.
— Eu só estou começando, lindinha. — falou com deboche e jogou a terceira argola acertando na garrafa de 100 — Preparada para ser minha nos próximos dias? — ele deu um sorrisinho convencido e eu revirei os olhos.
— Você ainda não ganhou, amor. — falei com deboche e ele riu, jogando a quarta argola também em uma garrafa de 100.
— Eu já sei qual será o meu primeiro pedido para você. — me olhou com um sorrisinho de canto e eu cerrei os olhos.
— Joga essa argola logo, . — o empurrei levemente e enquanto ria, ele atirou a argola, acertando-a em uma garrafa de 50 pontos — Filho da puta. — silabei e ele gargalhou alto.
O homem que estava na barraca o parabenizou e escolheu seu prêmio, no qual era um coala de pelúcia enorme.
— O que você tem a dizer sobre minha vitória? — ele me olhou e eu revirei os olhos.
— Foi apenas sorte. — dei ombros e ele riu.
— Você pode assumir que eu sou melhor do que você, não dói. — falou debochado, e eu balancei a cabeça — É minha primeira ordem para você, assumir que eu fui melhor. — deu um sorrisinho vitorioso e eu queria soca-lo.
— Okay, , você venceu. Você foi melhor do que eu. — fiz uma careta, e dei as costas para ele, mas antes de qualquer coisa, ele me puxou de volta.
— Já falaram que você é a coisa mais linda do mundo quando fica emburrada? — ele falou, segurando minha cintura e prendendo o meu corpo contra o dele.
— Já falaram que você é insuportável? — rebati e ele riu, balançando a cabeça.
— Você já disse várias vezes. — falou pensativo e eu tive que segurar o sorriso que queria escapar — Isso é para você. — mostrou o coala — Para você lembrar de mim quando eu estiver na Austrália. — olhou da pelúcia para mim.
— Você vai me dar esse urso só para esfregar na minha cara que você ganhou de mim. — fiz uma careta e ele riu.
— Na verdade, eu queria ganhar de você apenas para te dar esse presente. — deu ombros e eu o olhei, então ele roubou um selinho.
— Você sabe que isso é coisa de casal de filme romântico clichê, não é? — questionei, arqueando a sobrancelha.
— E fingir ser seu namorado no Natal com a sua família não é coisa de filme romântico clichê? — rebateu e eu sorri colando meus lábios aos dele.
— Só para você saber... — falei em seus lábios e me afastei para olhá-lo — Você realmente é insuportável. — ele riu e logo voltou a me beijar.
— Vem comigo. — cortou o beijo com selinhos e saiu me puxando até uma cabine de fotos.
— Você está transformando isso em um filme de Natal, . — fiz uma careta e ele deu ombros, enquanto esperávamos na pequena fila.
— Se um dia eu contar que eu vivi esses momentos com você, ninguém vai acreditar em mim sem provas. — ele me olhou e eu ri.
— Benjamin faria uma festa. — pontuei e ele concordou, enquanto ria.
— Você sabe que ele sempre quis que eu pegasse você, porque ele é casado e não poderia fazer isso, não é? — ele falou e fiz uma careta incrédula, enquanto ele ria.
— Sinceramente, que merda acontece na cabeça de vocês homens? — falei e ele deu ombros.
— Às vezes nem eu sei. — falou com sinceridade e eu ri.
Entramos na cabine de fotos, com um pouco de dificuldade, já que Afrodite era enorme, e ainda tínhamos um coala de pelúcia para ocupar o espaço. Tiramos a primeira foto completamente bagunçada, já que era difícil manter aqueles cachorros quietos, o que resultou na segunda com a gente gargalhando daquele caos. Na terceira, já estávamos preparados, e acabou que nós dois fizemos caretas, e quando a última foto foi tirada, me roubou um selinho bem na hora, o que me fez encará-lo em seguida.
— Vamos, tem uma fila enorme de pessoas esperando lá fora. — me puxou para fora, desviando completamente o meu foco do que havia acontecido ali.
Saímos da cabine e pegou as fotos, e nós saímos andando por ali, enquanto ríamos sobre as duas primeiras.
— Filha? — ouvi a voz de meu pai me chamar, e o reconheci logo a frente de onde eu e estávamos — Estava procurando vocês, achei que não viriam. — ele me abraçou assim que eu me aproximei.
— Ela estava ocupada perdendo para mim em um jogo. — falou com deboche, e eu lhe empurrei levemente, o fazendo rir.
— Chegamos há algum tempo, jogamos e tiramos fotos, mas nada demais. — expliquei, enquanto desfazia o abraço com meu pai — Brian, estava com saudades de você. — abracei meu primo, que logo retribuiu ao abraço.
— Estava tão ocupada com o que esqueceu que tem um primo. — ele se fez ofendido e eu ri.
— Eu nunca me esqueço de você. — desfiz o abraço e cumprimentei apenas Joshua com um aceno de cabeça, enquanto Abigail, eu sequer me dei ao trabalho de olhar para ela.
— Como vocês estão? Ontem vocês sumiram, só me respondeu no final da noite. — meu pai falou, intercalando o olhar entre eu e , e eu olhei para meu "namorado" segurando uma risada.
— Está tudo bem. Só estivemos ocupados ontem. — ele respondeu me olhando, e Brian riu ao meu lado, percebendo do que falava.
— Tínhamos trabalho para fazer. — expliquei e Brian me olhou desconfiado, ainda rindo — E eu estava de ressaca. — fiz uma careta e riu, enquanto meu pai me olhava, parecendo alheio do que eu falava.
— Mas eu cuidei muito bem dela o dia todo. — tranquilizou meu pai e me abraçou pelo pescoço, depositando um beijo em minha bochecha.
— Fico feliz por ela ter você. — meu pai apertou o ombro de , que sorriu.
— Oi pessoal, achei que não ia encontra-los por aqui. — Brianna apareceu acompanhada de Colin e de Florence.
— Pai, a gente já vai. — olhei para meu pai e forcei um sorriso — Eu e temos muito o que fazer ainda. — olhei para que assentiu, mas bem alheio ao que acontecia ali.
— Tem mesmo? — Brianna me olhou desconfiada e eu a encarei confusa — Não precisa ir só porque eu cheguei, eu não tenho nada contra você, mesmo após você ter tentado roubar meu namorado. — ela falou, e eu soltei uma risada de escárnio.
— Brianna, sinceramente, nem perca seu tempo tentando me provocar, porque não há nada que você faça que vai me abalar, ontem eu tive um dia incrível com , e hoje também... — olhei para que sorriu — E não é você, Colin ou ninguém, que vai estragar isso. — forcei um sorriso e ela revirou os olhos.
— Vamos? Quero ver mais algumas coisas no festival ainda. — me olhou e eu assenti.
Me despedi de meu pai e de Brian e nós saímos dali, porque eu tremia de nervoso só de ter aqueles dois perto de mim. Andei o mais rápido que eu pude, e percebeu o que acontecia, pois me acompanhava. Quando nos afastamos o suficiente, ele parou em minha frente, e segurou meu rosto entre suas mãos.
— Eles já tiraram muito de você, não deixem que consigam tirar mais. — ele me olhou nos olhos e eu dei um sorriso fraco.
— O que eu disse lá é verdade, mas só de lembrar de tudo o que aconteceu, eu tenho vontade de vomitar. — fiz uma careta e ele balançou a cabeça.
— Então quer dizer que eu tenho te dado dias incríveis? — ele falou com humor, mudando completamente o assunto e eu ri ao perceber o que ele fazia.
— Não fique convencido, okay? Você não é tudo isso. — rebati no mesmo tom e ele sorriu.
— Você sabe que está caidinha por mim, não tem como negar. — ele falou convencido e eu gargalhei alto.
— Obrigada, , de verdade. — falei enquanto ele ainda ria.
— Por te deixar apaixonada? — cerrou os olhos e eu ri baixo.
— Por me fazer sorrir, quando tudo parece estar desmoronando. — falei o olhando nos olhos, e ele sorriu.
— É o mínimo que eu posso fazer por você. — ele falou, e antes que eu pudesse questionar, ele colou nossos lábios.

pov's

Eu e andamos mais um pouco pelo festival, mas no início da noite resolvemos voltar para o hotel, já que estava esfriando bastante, e as provocações dela estavam me deixando louco.
Quando chegamos no hotel, ela alimentou Afrodite e Loki e nós fomos direto para o banheiro, onde passamos pelo menos duas horas lá dentro.
Fomos dormir naquela noite após trocar várias carícias. Era engraçado pensar que ela parecia uma pessoa diferente, mas eu sabia que era apenas porque ela estava me deixando conhece-la a fundo.
Quando acordei na manhã seguinte, já não estava mais na cama, e nem no quarto. Como Afrodite e Loki também não estavam ali, deduzi que ela os havia levado para dar uma volta.
Enquanto estava no banheiro, fazendo minhas necessidades matinais, meu celular tocou no quarto, e quando eu fui atender, vi que era Benjamin, então eu logo atendi.
— Bom dia, Bela Adormecida! — ele falou com seu humor de sempre e eu soltei uma risada nasalada.
— Bom dia, Benjamin! — respondi, enquanto colocava um pouco de pasta de dente em minha escova.
— Só queria confirmar se você está ciente que a trocou a poltrona da sua sala. — ele falou, parecendo receoso com a minha reação — Tentei falar com você ontem o dia todo, mas você não respondeu nenhuma das minhas mensagens, fiquei até preocupado.
— Não ficou nada. — rebati e ele riu — Eu estava ocupado, ajudando com as estratégias da campanha. E sim, eu estou bem ciente de que ela trocou a minha poltrona. — soltei uma risada baixa.
— E como você reagiu a isso? — ele questionou curioso, como sempre.
— Como eu deveria reagir? — fiz uma careta e acabei rindo ao perceber que ele não podia me ver — Ela tem bom gosto, e eu só mantinha a outra poltrona aí para irritá—la. — dei ombros.
— O que eu perdi? Você está assumindo que a tem bom gosto e que ficou tranquilo com ela mudar as suas coisas. Isso é novo para mim. — eu conseguia saber exatamente a cara que ele estava fazendo naquele momento.
não é uma pessoa ruim, nunca foi na verdade, ela só pegava no meu pé mais do que o normal... — ri baixo — Mas a gente tem se dado bem na viagem, não tenho motivos para achar ruim um presente vindo dela. Inclusive, um outro presente que ela me deu, foi a minha contratação na Austrália. — pontuei e ele fez um barulho com a boca.
— Ela querendo te despachar para o outro lado do mundo e você vê isso como um presente? — falou com humor e eu ri — Você é estranho. — um barulho na porta chamou minha atenção, e quando eu coloquei a cabeça para fora do banheiro, vi segurando dois copos de café em uma mão e na outra, as guias dos cachorros.
— Benjamin, preciso desligar. Tenho coisas para fazer. — falei e antes que ele pudesse render aquilo, eu desliguei o telefone.
Escovei os dentes, lavei o rosto e fui de volta para o quarto, onde se desfazia de seu sobretudo e de suas botas.
— Bom dia! — ela me olhou com um sorrisinho de canto, que eu retribui.
— Bom dia! — fui até ela, e me sentei ao seu lado na cama.
— Trouxe café para você. — ela pegou um dos copos e me entregou — E chocolate quente para mim. — ela deu um sorrisinho infantil e eu ri.
— Depois você diz que não está apaixonada por mim. — brinquei e ela revirou os olhos, enquanto ria.
— Temos planos para hoje. — ela falou, mudando de assunto, e fez uma careta.
— E por que não me parece algo que te agrade? — questionei e ela soltou uma risada fraca.
— Bom, porque realmente não me agrada. — confessou e me olhou — Abigail me ligou, e pediu para que jantássemos lá hoje, porque meu pai estava meio triste por tudo o que aconteceu, e ela não quer que fique esse clima. — ela bebericou seu chocolate e eu concordei.
— Você sabe que não precisa ir se não quiser, não é? — a olhei e ela assentiu.
— Mas é o meu pai, a última coisa que eu quero é vê-lo triste. — ela deu um sorriso triste e eu a puxei para um abraço — Você não pode me abraçar toda vez que eu estiver frustrada, porque você vai para Austrália e eu vou ficar mal acostumada. — ela reclamou e eu ri.
— Sempre que você se sentir frustrada, você pode me ligar. Não vai ser um abraço, mas eu sempre estarei disponível para você. — ela me olhou com a sobrancelha arqueada — A qualquer hora. — dei ombros e bebi um gole do meu café.
— E depois eu é que estou apaixonada. — rebateu e eu não pude segurar o riso.

Quando chegou a hora do jantar, estava linda, como sempre. Eu não pude deixar de reparar no quanto ela estava apreensiva com aquele jantar, e era justificável, levando em consideração a última vez que havíamos pisado na casa de seu pai.
Ela estava tão nervosa que estava quieta, e eu respeitei o seu momento, mesmo que eu quisesse muito mostra-la que eu estava ali, para o que ela precisasse.
Chegamos na casa de seu pai, e só estava ali, George, Abigail e Joshua, o que deixou mais tranquila. Porém, enquanto esperávamos o jantar, a campainha tocou, e era Brianna, Brian e Florence, Colin não estava com eles.
— Priminha, vocês podem contar de novo como vocês se envolveram? — Brianna olhou para , enquanto nos sentávamos à mesa.
— Na empresa, Brianna, eu e trabalhamos juntos e as coisas acabaram acontecendo. — falou simplesmente, parecendo entediada com o assunto.
— Sabe, ontem, depois que saímos do festival, Colin terminou comigo. — Brianna contou, e só não revirou os olhos para evitar briga — Ele disse que não poderia se casar comigo, sabendo que a você é a mulher da vida dele. — quando ela terminou a frase, se engasgou com o suco.
— Como é? — ela perguntou com a voz falha, em meio a crise de tosses.
— Isso mesmo que você ouviu. — Brianna soltou um riso de escárnio — Quando chegamos lá, ouvimos uma fala curiosa vinda de ... — ela fez uma pausa e me olhou, o que me deixou um tanto quanto confuso — E claro que isso deixou Colin empolgado, porque o sentimento poderia ser recíproco. — ela balançou negativamente a cabeça.
— E o que você ouviu? Porque nada que você está dizendo faz sentido. — eu rebati, enquanto todos encaravam Brianna.
— Eu vou chegar nessa parte. — ela deu um sorriso maldoso, o que já estava me irritando — Eu fiquei indignada por Colin terminar comigo por sua causa. — ela olhou com desdém para — E eu queria ter certeza do que nós ouvimos, então eu liguei para o escritório que vocês trabalham... — sua risada debochada, fez com que o corpo de travasse, e eu fui obrigado a segurar sua mão por debaixo da mesa — Eu conversei com um tal Benjamin, e ele me disse que vocês dois... — apontou para nós dois — Sequer se dão bem na empresa, e foi o que confirmou a fala de para ontem, que foi exatamente: "E fingir ser seu namorado no Natal com a sua família não é coisa de filme romântico clichê?". — ela deu um sorriso de canto e se virou para — Ele não é e nem nunca foi o seu namorado. Esse tempo todo, não passou de fingimento, não foi, priminha? — ela falou com ironia, e todos os olhares se voltaram para nós dois. estava estática em seu lugar, ela abria e fechava a boca várias vezes, mas nada saía.
— Eu sabia que a sua vidinha não era perfeita como você sempre quis colocar. — Florence falou, e se virou para olhá-la — Você inventou toda essa mentira apenas para sair como superior, não foi? — ela soltou uma risada nasalada.
— E para fazer ciúmes no meu namorado. — Brianna falou indiferente — Pelo visto você conseguiu. — soltou uma risada nasalada.
— Filha, isso é verdade? — George perguntou, olhando para , e ela se virou para ele.
— Não, não é. — respondi por ela, então ela negou com a cabeça.
— Está tudo bem, . — ela me olhou e ficou de pé — não é mesmo meu namorado, na verdade, antes de virmos para cá, eu nem o suportava. — ela confessou, mas sem soltar a minha mão — Eu pedi para ele entrar nessa história comigo, mas não tem nada a ver com tirar o Colin de você... — ela olhou para Brianna — E muito menos, com me fazer de superior aqui. — ela olhou para Florence — Tudo o que eu queria era ser aceita nessa merda de família, porque por mais que a minha vida seja incrível, eu achei que vocês nunca me aceitariam se eu não estivesse em um relacionamento. — ela soltou uma risada nasalada, e secou a lágrima em seu rosto — Mas eu estava errada, porque vocês nunca vão me aceitar de qualquer forma. Eu não faço parte dessa família na visão de vocês, e a partir de hoje, eu também não faço mais questão. — ela balançou negativamente a cabeça — Brian, eu amo você, de verdade, e eu peço desculpas por ter mentido assim e ser uma decepção para você. — ela olhou para o primo.
— Você nunca vai ser uma decepção para mim. — ele a tranquilizou — Eu amo você demais, e se eu pudesse, eu trocaria de lugar com você, só para não fazer parte dessa família horrível. — ele olhou para a mãe e para irmã, jogou o guardanapo sobre a mesa e se levantou — Eu não ligo se você tem um relacionamento ou não, eu só me importo se você está feliz. — ele depositou um beijo na bochecha de , e saiu dali.
— Eu acho que essa é uma boa hora para sairmos daqui. — olhei para e ela assentiu, então eu me levantei.
— Você é uma vergonha para essa família, uma enorme decepção. Inventar uma mentira dessas, ultrapassou todos os limites. — Abigail falou, enquanto olhava para — Eu espero que você nunca mais pise aqui, porque a dor que você está causando no seu pai, é desumana. — ela apontou para George, que saiu da cozinha.
— Não se preocupe, Abigail, eu não pretendo voltar nunca mais nessa casa. — ela forçou um sorriso, e me puxou para fora dali — Leva os cachorros, me espera no carro — ela me olhou e eu assenti fazendo o que ela havia pedido.

pov's

Fui atrás do meu pai na varanda, e ele observava o céu. Eu não sabia o que ele estava pensando naquele momento, eu sequer conseguia decifrar o seu olhar, mas eu sabia o quão magoado ele estava.
— Pai? — o chamei, e ele se virou levemente para me olhar — Eu só quero que você saiba, que eu nunca quis magoar ou decepcionar você com essa história. — me aproximei dele — Eu pedi para fazer isso, porque eu não aguentava mais ouvir falarem que eu não superei Colin e Brianna. Eu só queria que, pelo menos uma vez na vida, essa família me aceitasse de verdade, mas nem assim aconteceu. — soltei uma risada fraca — Eu não te contei a verdade, porque eu sei o quanto você odeia mentiras, e que me faria desistir disso tudo. Eu tinha até medo que você desconfiasse e brigasse comigo. — confessei e balancei a cabeça, enquanto tentava segurar o choro.
— Eu não estou decepcionado com você. — ele falou, e eu o olhei confusa — Eu estou decepcionado comigo, por ter deixado as coisas chegarem a esse ponto, sendo que eu sempre soube a forma que você era tratada nesta casa. — ele soltou uma risada sem humor — Eu odeio mentiras, você tem razão, mas eu odeio ainda mais, saber que você está sofrendo por algo que eu poderia ter evitado lá atrás. — seus olhos estavam lacrimejando e sua voz começava a falhar — Eu sinto muito por você ter que fazer isso para se sentir aceita aqui. — ele segurou a minha mão e me abraçou.
— A culpa nunca foi sua, pai, você sempre fez o que pôde por mim. — o apertei em meus braços — Não se preocupe com isso, eu vou ficar bem melhor agora. — confessei e ele se afastou.
— Eu não desconfiei dessa sua história com o , porque eu nunca vi você tão feliz como você aparentava estar nesses últimos dias. não é uma pessoa ruim, pelo contrário, deu para perceber o quanto ele se importa com você, e até o quanto ele gosta de você... — eu fiz uma careta — Mesmo que tenha sido uma mentira, eu fico feliz que ele estava do seu lado durante todos esses dias. — ele beijou a minha testa.
— Eu voltarei amanhã mesmo para Nova York. — o olhei — Acho melhor passar os próximos dias lá, e a virada do ano também. Não tenho mais clima para ficar aqui. — olhei para dentro da casa e ele assentiu — Mas eu amo você, mais do que tudo nessa vida. E por mais que você ache que tenha falhado comigo, eu posso te garantir, que se eu me tornei tudo isso que eu sou hoje, foi graças a você e todo o seu apoio. — dei um pequeno sorriso.
— Eu tenho certeza que sua mãe está orgulhosa de você. — ele sorriu e eu o abracei — E eu também amo você, mais do que qualquer coisa nesse mundo. — me apertou em seus braços.
— Preciso ir agora. — desfiz o abraço e ele assentiu, enquanto eu me afastava.
— Filha? — eu o olhei — Não precisa fingir que você não criou sentimentos pelo , eu consigo ver isso só pela forma que você olha para ele. — ele deu um sorriso e eu fiz o mesmo, enquanto saía dali.
Por pior que tenha sido, eu estava feliz que havia acabado e que eu poderia voltar para Nova York. Eu sentiria falta do meu pai e de Brian, mas tudo o que eu queria, era sair daquela cidade, e ficar longe daquela família. E de quebra, eu tinha ganhado , que como meu pai disse, eu havia criado sentimentos nos últimos dias, por mais que eu fosse negá-los.

pov's

Conseguimos comprar a passagem de volta para a manhã seguinte, e , estava tão preocupada em arrumar as suas coisas, que nem falava comigo.
Quando fomos dormir naquela noite, ela ainda se mantinha em silêncio, mas se aconchegou em meu peito, o que me fez ter certeza de que ela não tinha problema algum comigo. Na verdade, o problema dela era com o que havia acontecido.
Acordamos cedo na manhã seguinte e fomos direto nos arrumar para irmos para o aeroporto. Passamos em uma lanchonete e eu comprei um café para mim, e sequer quis comer algo, disse que não estava com fome.
Chegamos em Nova York por volta das onze da manhã, e depois de pegar as nossas malas, fomos para a saída do aeroporto tentar encontrar um carro.
, quais os seus planos agora? — ela me olhou, enquanto esperávamos um táxi.
— Não sei, na verdade, eu desmarquei tudo o que eu tinha para fazer antes de irmos viajar. — dei ombros e ela balançou a cabeça — E você? O que vai fazer no Ano Novo? — a olhei.
— Vou ficar no meu apartamento com Afrodite e Loki. Todos os meus amigos são casados e estão viajando com as famílias, e eu, bom, eu planejava ficar em Beaufort. — ela fez uma careta.
— Eu tenho uma ideia. — ela arqueou a sobrancelha — Ninguém sabe que nós voltamos antes da hora, podemos passar os próximos dias juntos, inclusive, a virada do ano. — sugeri.
— Só se você aceitar que fiquemos no meu apartamento. — ela sugeriu e eu assenti, enquanto parava um táxi à nossa frente.
— Eu sempre quis conhecer a sua cama mesmo. — dei um sorriso malicioso e ela riu, enquanto colocava as malas no carro — Podemos passar no meu apartamento antes para eu deixar algumas coisas? — a olhei e ela concordou, entrando no banco de trás com os cachorros, enquanto eu fui na frente com o motorista.
Gastamos uns 25 minutos até o meu apartamento. Ela pagou ao motorista e nós descemos com as malas e os cachorros. Subimos até o meu andar, e eu logo destranquei a porta, dando passagem para ela.
— Não é nenhuma cobertura como a sua, mas dá para o gasto. — a olhei e ela riu.
— É um ótimo apartamento. — ela falou, soltando as guias do cachorros, que se deitaram no tapete da sala.
— Vem comigo. — estendi a mão para ela, que logo a segurou e nós fomos para o meu quarto — Fica à vontade. — quando eu falei aquilo, a primeira coisa que ela fez, foi pegar o cisne de origami na minha mesinha de cabeceira — Eu disse que havia guardado. — falei, enquanto tirava as roupas sujas da minha mala — Nada do que eu disse aquele dia, era mentira. — confessei e ela me olhou desconfiada.
— Há quanto tempo você é apaixonado por mim ? — ela falou com seriedade, o que fez o meu corpo resetar, e me deixou sem saber o que responder, até que ela gargalhou alto. — Eu só estava brincando. — ela falou entre risos, e eu soltei uma risada fraca.
— Você é uma péssima pessoa. — rebati e ela deu ombros, enquanto eu ria.
Quando acabei de pegar o que ia precisar nos próximos dias, descemos até o estacionamento, colocamos tudo no carro e saímos dali do meu prédio. No caminho, ligou o rádio, e deixou em uma música qualquer, enquanto respondia algumas mensagens no celular.
Gastamos apenas 10 minutos para chegar no prédio dela. Entrei com o carro no estacionamento e descemos, indo direto para o elevador. Quando entramos no apartamento dela, parecia coisa de revista, era enorme e muito bem decorado.
— Vem, deixa eu te apresentar tudo. — ela me puxou pelo braço, enquanto Afrodite e Loki estavam preocupados em correr pela casa, provavelmente para matar a saudades.
Ela me levou direto para seu quarto, onde havia uma vista incrível de Manhattan. Ela tirou as botas, e as deixou em um canto, e tirou em seguida, seu sobretudo.
— Achei que você ia me apresentar a casa. — a olhei confuso, enquanto tirava meu casaco. — Não, eu só quero te apresentar minha cama nesse momento. — ela me empurrou, me fazendo sentar na cama e se sentou em meu colo, deixando uma perna de cada lado.
— Como eu disse antes, eu sempre quis conhecer. — ela riu e colou seus lábios aos meus, me beijando calmamente.
O beijo durou por tempo suficiente para me deixar sedento por mais, mas, quando eu fui tirar sua blusa, Afrodite e Loki pularam na cama, e logo em seguida em cima da gente, o que nos levou a gargalhar.
— Eu achei que vocês fossem meus amigos. — falei olhando para eles, enquanto ria.
— No mínimo eles estão achando que nós dois estamos brincando. — ela falou ainda rindo, e eu fiz o mesmo.
— Essa brincadeira aqui, não é para vocês. — falei sério, mas acabei rindo em seguida e se levantou do meu colo, o que eu não queria deixa-la fazer.
Enquanto eu brincava com os cachorros, entrou em seu closet, e quando ela saiu de lá minutos depois, ela vestia apenas um blusão, o que a deixava ainda mais atraente.
— Você já parou para pensar que no ano que vem você estará passando o Natal na Austrália, com seus pais e a mulher da sua vida? — ela falou, e se jogou na cama, onde Afrodite e Loki logo pularam atrás dela.
— Você sempre volta ao assunto da mulher da minha vida, acho que você está com ciúmes. — a olhei e ela deu uma risada alta.
— Seu sonho. — ela rebateu e eu ri — Eu só acho que a mulher que se casar com você, terá muita sorte. Porque você é um cara incrível, super decente, apesar de ser insuportável... — ela fez uma careta e eu ri — É dedicado, talentoso, e além de tudo, é muito bom de cama. — ela deu um sorrisinho de canto, e desviou o olhar para Afrodite.
— E o homem que se casar com você, será ainda mais sortudo. Porque você é um mulherão, em todos os sentidos. Apesar de ser a pessoa mais mandona e narcisista do mundo... — ela riu alto — Você tem um coração enorme, é muito boa em tudo o que faz. Tem bastante atitude, e quando quer realmente algo, você não desiste. Sem contar que você é incrivelmente linda, extremamente gostosa e muito boa de cama, também. — dei uma piscadela e ela sorriu.
— Você realmente acha que eu irei me casar um dia? — ela falou cética — Você vê alguém se apaixonando por mim? Porque eu não vejo isso. — ela fez uma careta.
— Apesar de Colin ser um babaca, eu preciso assumir que ele teve um puta bom gosto. Ele e todos os outros que já se envolveram com você. E se você quer saber, lá na empresa, não tem um homem que não suspire por você. — falei, e me deitei na cama, escorando o queixo em sua barriga para olhá-la — Você é uma mulher apaixonante, , e qualquer pessoa no mundo consegue perceber isso. — falei com sinceridade, e ela balançou a cabeça — Você tem a certeza que ninguém se apaixonaria por você, porque você acha que sempre será rejeitada, principalmente por todas situações com sua família, e até mesmo com Colin. E justamente por isso, você não se permite viver, e muito menos acreditar que você seja capaz de viver um amor.
— E desde quando você sabe analisar as pessoas assim? — ela questionou, arqueando a sobrancelha.
— Minha mãe é terapeuta, eu cresci vendo ela fazer análises das pessoas. — justifiquei e ela balançou a cabeça em concordância — E além do mais, você se apaixonou por mim, então eu acho que nem tudo está perdido. — brinquei e ela gargalhou.
— Eu não me apaixonei por você, eu apenas me viciei no sexo que você me proporcionou, por isso, gostei tanto da ideia de você ficar aqui comigo nos próximos dias, porque assim, a gente ainda pode transar antes de você ir para a Austrália. — ela rebateu e eu ri alto.
— Eu realmente vou sentir falta de você quando eu for embora. — falei sincero e a olhei.
— Eu nunca pensei que você fosse dizer isso com tanta verdade. — ela me olhou — E eu também nunca pensei que também fosse sentir a sua falta. — confessou e fez um bico.
— Você sabe que tem uma chance imensa de você descobrir que está apaixonada por mim quando eu tiver indo embora, não é? — falei com humor e ela riu.
— Você fala tanto que eu estou apaixonada, que eu acho que você está rezando para isso acontecer. — ela cerrou os olhos e eu ri fraco.
— Eu só estou dizendo isso, porque é inevitável. — dei ombros e nós caímos na risada.
O clima ali estava leve, bem diferente de como estava em Beaufort. se mostrava extremamente despreocupada, como se tivesse tirado um peso das costas, e talvez, eu realmente tivesse tirado.

pov's

Ter passado aqueles dias no meu apartamento com , não poderia ter sido melhor. Aproveitamos para terminar o nosso trabalho, mas também passamos bastante tempo juntos. Estava tudo correndo bem, mas eu sabia que ele iria embora, e os sentimentos que eu havia criado por ele, não poderiam existir.
Já era véspera de ano novo, e em algumas horas entraríamos em 2022, onde tudo aquilo iria precisar ser deixado para trás, já que iria embora para a Austrália, ainda naquela semana. Entretanto, eu escolhi não pensar naquilo, e aproveitar meus últimos momentos com ele.
Saí do closet vestindo apenas uma lingerie rosa claro, e me olhou de cima a baixo, sem nenhuma discrição, o que me fez rir.
— Eu tenho certeza que 2022 será o melhor ano da minha vida, apenas porque eu terei o prazer de tirar essa lingerie de você. — ele falou, e eu ri baixo, balançando a cabeça negativamente — Você parece preocupada. — ele me analisou e eu fiz uma careta.
— É impressão sua. — dei um sorriso fraco, e andei até ele na cama.
— Você vai mesmo ficar assim? — ele apontou para a lingerie.
— Bom, não vamos para lugar algum, e eu espero que a meia-noite eu esteja sem nada. — dei ombros e ele deu um sorriso de canto, me puxando para mais perto dele.
— Realmente, será o meu melhor ano. — ele depositou um beijo em meu pescoço, o que me fez fechar os olhos.
Ficamos ali trocando beijos por um tempo, e só fomos interrompidos pelo telefone de tocando, e era Benjamin. Insisti para ele atender, e fui para a cozinha preparar algumas coisas.
apareceu na cozinha, assim que desligou o telefone e me ajudou a arrumar as coisas. Levamos tudo para o quarto, inclusive, o champagne, que já gelava no balde. Ficamos conversando por algum tempo, mas no fim das contas, eu estava sentada sobre , o beijando tranquilamente.
Quando deu meia-noite, parou de me beijar e me olhou nos olhos, com um sorriso nos lábios, que me levou a retribuir.
— Feliz 2022 para nós! — ele falou, e depositou um selinho em meus lábios.
— Feliz 2022. — respondi e ele puxou o champagne do balde, o abrindo ali na cama mesmo, então, virou a garrafa em sua boca, e logo em seguida na minha, o que acabou dando errado e derramando em mim.
— Acho que eu vou ter que limpar isso. — ele deixou a garrafa de lado, e me virou na cama, se deitando sobre mim, mas não sem antes tirar o meu sutiã.
Ele começou lambendo o meu pescoço, onde ele depositou alguns beijos e chupões, e logo em seguida desceu para os meus seios, onde ele passou longos minutos. Ele desceu os beijos pela minha barriga, e quando chegou na barra de minha calcinha, ele depositou um beijo em minha intimidade, ainda por cima do pano.
Ele tirou a minha calcinha lentamente, sem desviar seus olhos dos meus. Ele depositou um beijo no interior em minha coxa, e uma mordida no mesmo lugar em seguida. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, senti sua respiração contra minha intimidade, e automaticamente arqueei o meu corpo na cama.
Ele penetrou dois dedos ali, e começou a fazer movimentos lentos, mas logo começou a estimular meu clitóris com a língua, o que me deixou entorpecida e completamente entregue. Fechei os meus olhos, e segurei firme no lençol, enquanto ele seguia me chupando e me estimulando de uma forma totalmente prazerosa.
Ele continuou naquele trabalho por algum tempo, mas eu logo soltei um gemido alto, ao atingir o orgasmo. Ele saiu do meio das minhas pernas, lambendo os lábios, e eu o beijei, desesperada pelos seus lábios.
Mordi seu lábio inferior e o puxei entre os dentes, então, o joguei contra a cama e tomei o controle de tudo. Tirei a sua bermuda, já junto com a sua cueca e tive visão de um membro completamente duro em minha frente, o que fez a minha boca salivar.
Passei a língua por sua glande e o coloquei na boca devagar, fazendo movimentos circulares com a minha língua. Eu o colocava e tirava da boca, sem nenhuma pressa, enquanto ouvia o gemido rouco sair de sua boca. Ele embrenhou a mão em meu cabelo, mas não tomou o controle, deixou tudo por minha conta.
Não demorou muito para que gozasse em minha boca, e eu chupei todo o seu líquido, enquanto olhava em seus olhos, que estavam fixos nos meus.
Ele me puxou novamente para o seu colo, e me beijou, mas era um beijo diferente dos outros, eu não sabia explicar o motivo. estava focado em manter seus lábios aos meus, e eu levei a minha mão em seu membro, para enrijece-lo novamente, o que não demorou muito. Ele separou nossos lábios, e me ajeitou em seu colo, me penetrando de uma vez, o que me levou a fechar os olhos. Me movi lentamente em seu colo, enquanto rebolava, e ele beijou meu pescoço, depositando um forte chupão ali.
Ele envolveu o braço em minha cintura, e prendeu o meu corpo contra o dele, como se pudesse fundi-los em um só. Rocei meus lábios em sua orelha, e soltei um gemido rouco em seu ouvido, o que o levou a apertar a minha coxa.
Aumentei um pouco a velocidade, apenas o suficiente para enlouquecê-lo, mas voltei a me mover lentamente. Ele me deitou na cama devagar e ficou por cima de mim, dando estocadas fortes, mas em movimentos lentos.
Soltei a minha mão na cama, e ele logo a entrelaçou à sua, e olhando em meus olhos, nós chegamos juntos ao nosso ápice.
Ele fitava meus olhos, e eu fui obrigada a fechar os meus, porque eu queria muito chorar naquele momento, então ele me beijou, parecendo que sabia o que eu estava sentindo. Retribui ao beijo, segurando em sua nuca, enquanto ele mantinha nossas mãos entrelaçadas sobre a cama. Acariciei sua nuca lentamente, enquanto nossas línguas dançavam em nossas bocas. Ele mordiscou meu lábio inferior, e eu cortei o beijo com selinhos.
Abri os olhos a tempo de vê-lo querer falar algo, então eu apenas balancei a cabeça negativamente e ele concordou, não queríamos acabar com aquele momento ali.
Ele saiu de cima de mim, e se deitou ao meu lado da cama, me puxando para deitar em seu peito, o que eu não recusei. Passei meu braço por sua cintura, e fechei os olhos, enquanto ele acariciava meus cabelos.
Ficamos daquele jeito por algum tempo, até que ele acabou pegando no sono, e eu fiquei ali apenas imaginando o que eu faria no dia seguinte, quando precisaria terminar com tudo aquilo.

pov's Quando acordei na manhã seguinte, não estava mais na cama. Me levantei e fui para o banheiro fazer minhas necessidades matinais e escovar os dentes. Quando saí, respondi a mensagem de minha mãe, e fui caçar pelo apartamento. A encontrei na sala, deitada no sofá, com um travesseiro sobre o rosto.
— Ei, bom dia! — chamei sua atenção e ela tirou o travesseiro do rosto para me olhar.
— Bom dia! — ela respondeu baixo e se sentou.
— Está tudo bem? — me sentei ao seu lado, ela soltou uma risada fraca.
— Eu vou direto ao ponto. — ela falou sem me olhar — É melhor você ir embora. — ela falou simplesmente.
— Eu fiz alguma coisa de errado? Algo que te chateou? — perguntei confuso.
— A quem a gente quer enganar ? Você vai embora em três dias, e tudo isso aqui... — apontou para nós dois — Está indo longe demais. — soltou uma risada nasalada.
— Você sabe que você só precisa pedir, e tudo isso será diferente. — falei e ela me olhou, mas balançou a cabeça negativamente e se levantou.
— E por que eu faria isso? — ela estava de costas para mim, mas sua voz embargada a entregava — Tudo o que você queria era esse trabalho na Austrália, e eu não vou tirar isso de você. — ela suspirou e se virou para mim — E além do mais, nós não temos nada, tudo isso não passou de uma farsa. — soltou uma risada sem humor e eu balancei a cabeça.
— Foi uma farsa para você? — a olhei, tentando controlar a minha mágoa com aquela frase.
— E para você não foi? — ela fez uma careta — Tudo bem, a gente se deu muito bem, o sexo foi maravilhoso, mas foi apenas isso, , tudo não passou de conveniência. Você estava naquela viagem por causa do nosso trabalho, e não podia dormir com ninguém, e eu, bom, eu estava carente e decepcionada com quem eu chamava de família. Foi conveniente dormimos um com o outro, não acha? — ela forçou um sorriso e eu neguei.
— Eu não dormi com você porque você estava carente e decepcionada, muito menos, porque eu não podia dormir com ninguém. A gente transou porque aconteceu, e eu não me arrependo disso. — confessei e ela balançou a cabeça.
— Eu transei com você apenas para preencher o vazio que aquela viagem estava causando em mim. — ela falou e aquelas palavras soaram como um soco no estômago.
— Você é uma bruxa narcisista e eu já sabia disso, mas eu não acho que você seja essa vadia fria como você está se colocando. — soltei uma risada sem humor — Olha nos meus olhos, e fala que nada disso significou algo para você. — me aproximei dela, deixando nossos corpos bem próximos um do outro — Fala que ontem não teve nada diferente para você. — olhei em seus olhos, que estavam lacrimejando, e ela desviou o olhar.
Ela passou alguns segundos olhando para o lado, fechou os olhos por um momento, e me encarou logo em seguida.
— Foi apenas sexo, . — ela falou com a voz firme — Nada disso, muito menos você, significou algo para mim. — ela falou com tanta seriedade, que eu fui obrigado a encará-la a procura de algum sinal de brincadeira.
— Eu achei que eu havia te conhecido nos últimos dias, mas pelo visto, você é pior do que eu imaginava. Acho que agora eu consigo entender a sua família. — soltei uma risada nasalada, e me afastei dela.
Voltei para o quarto, juntei as minhas coisas, me vesti e saí com a mala, encontrando sentada no sofá, olhando para a TV desligada.
— Ei, foi bom conhecer vocês. — abaixei para brincar com Afrodite e Loki que logo vieram para cima de mim — Eu nunca vou esquecer de vocês dois. — acariciei os pelos deles e me levantei.
? — a voz embargada de me congelou ali na porta, e eu me virei para olhá-la — Boa sorte na Austrália, você vai fazer um ótimo trabalho por lá. — ela me olhou e eu assenti apenas, saindo logo de seu apartamento.
Por pior que aquilo fosse, eu não queria ter machucado com as minhas palavras. Eu sabia que ela estava mentindo para mim, havia significado algo para ela, mesmo porque, eu a peguei chorando naquela madrugada, e eu já tinha certeza ali mesmo, que estava tudo acabado entre a gente.

pov's

Depois que saiu do meu apartamento, eu desmoronei. Eu me sentia a pior pessoa do mundo por tê-lo magoado, mas aquele era o único jeito dele ir para a Austrália sem nenhum sentimento por mim. E mesmo com o que ele havia me falado, eu não conseguia odiá-lo, porque havia se tornado, naqueles últimos dias, o meu único refúgio.
Eu passei todo o final de semana em meu apartamento com Afrodite e Loki, saí dali apenas para leva-os para passear. Não respondi as mensagens no meu telefone, e simplesmente ignorei a existência do restante do mundo.
Na segunda, saí bem cedo para o trabalho, queria chegar à empresa antes de , porque eu não queria encontra-lo por lá. Quando cheguei, eu era a primeira, não havia ninguém ali, e eu aproveitei para ir à sala de .
A poltrona nova estava ainda coberta por plástico transparente, mas era possível ver o quão bonita ela era. Andei até lá, e me sentei sobre o plástico mesmo, olhando em volta, por um momento, todas os meus momentos com naquela sala se passaram diante dos meus olhos, e mesmo que eu tivesse um sorriso nos lábios, uma lágrima teimosa escorreu em meu rosto.
Passei a mão pelo rosto, secando a lágrima, e me levantei da poltrona. Peguei a caixinha em minha bolsa e a deixei sobre a mesa de , com um pequeno post it, que dizia: "Abra apenas no avião!"
Saí de sua sala, e quando estava indo para a minha, dei de cara com Connor e Benjamin, que saíam do elevador.
, você por aqui antes de todo mundo? — Connor me olhou confuso, enquanto se aproximava.
— Eu acabei de chegar também. — dei ombros.
— Tentei falar com você ontem para avisar que a campanha deu muito certo, mas você não atendeu minhas ligações. — ele me olhou — E nem me atendeu. — arqueou a sobrancelha, e Benjamin fez o mesmo.
— Eu não sei sobre , mas eu só queria descansar e ficar com meus cachorros, aproveitar o início do ano. — dei ombros e ele assentiu, então a porta do elevador se abriu, mostrando um completamente exausto, o que era possível notar por suas olheiras — Eu vou para a minha sala, porque eu tenho muito o que fazer. — dei as costas para os três homens, e pisei firme até meu escritório. Quando entrei, fechei a porta e respirei fundo. Eu não queria chorar, pelo menos não ali.

pov's

Assim que cheguei ao escritório avistei Connor e Benjamin falando com . Ela estava perfeitamente elegante, como sempre fora, mas seu olhar cansado e triste a entregou. Assim que ela me viu, ela deu um jeito de sair dali antes que qualquer pessoa pudesse falar algo.
— Eu achei que vocês estivessem dando uma trégua. — Benjamin me olhou com uma careta.
— Voltamos a vida real. — soltei uma risada nasalada.
— Está pronto para sua jornada na Austrália? — Connor me olhou.
— Acho que nunca estive tão pronto. — o olhei — Eu não tenho nada que me prenda aqui nos Estados Unidos, então, vai ser ótimo começar uma vida nova. — e eu realmente não tinha, ou pelo menos, não queria ter, não naquele momento.
— Bom, pode ter a certeza de que estou torcendo para que dê tudo certo na sua vida. — Connor me deu um tapinha no ombro e saiu para sua sala.
— O que aconteceu com a nessa viagem? — Benjamin me olhou, enquanto andávamos até a minha sala e eu o encarei confuso — Ela não parece a que eu conheço. — ele explicou e eu balancei a cabeça.
— Aconteceram muitas coisas nessa viagem, e com certeza é muito mais forte do que todo mundo imagina. — falei, me lembrando de tudo o que ela havia ouvido nos últimos dias e ele me olhou curioso — Mas, talvez, ela só não esteja em um bom dia hoje. — dei ombros e ele assentiu.
— E quanto a você? — eu arqueei a sobrancelha — Você também não parece nada bem hoje. — fez uma careta.
— Eu tive várias burocracias para resolver ontem para minha mudança amanhã, não dormi direito. — expliquei e ele assentiu, mas parecendo desconfiado.
— O que é isso aqui? — ele entrou na minha frente e foi na minha mesa — "Abra apenas no avião!" — ele leu o papel em cima e eu andei até lá.
— Benjamin, o que é isso? — o encarei, e ele deu ombros.
— Eu é que vou saber? — ele soltou uma risada nasalada — Você já viu a sua nova poltrona? Eu vou ficar com ela. — ele deixou a caixa sobre a mesa, e só então eu me lembrei do presente de ali na minha sala.
A poltrona era preta e seu estofado era aveludado, o que a tornava extremamente elegante e combinava totalmente com a minha sala.
— Não vai ficar, eu vou leva-la para Austrália. — andei até a poltrona e tirei o plástico que envolvia ela.
— Por que diabos você vai levar uma poltrona para o outro lado do planeta? — ele falou se mostrando indignado.
— Porque ela foi um presente e eu gostei muito dela. — dei ombros — Inclusive, você poderia me ajudar a arrumar minhas coisas por aqui. — olhei em volta.
Eu e Benjamin começamos a colocar em caixas tudo o que eu iria levar embora do escritório, e algumas outras coisas que eu não levaria, mas tiraria da sala. A pequena caixa continuou sobre a minha mesa, mas eu sequer tive tempo de abri—la, porque entrei em uma reunião com Connor, e mais alguns outros diretores da empresa para falar sobre meu novo cargo e como tudo iria ocorrer a partir dali. sequer se pronunciou, ela parecia tão distraída com seus papéis, e eu sabia que ela estava quase surtando de ansiedade, apenas pela sua inquietude.
Quando saímos da reunião, que durou por volta de umas três horas seguidas, eu saí para almoçar com Benjamin e mais algumas pessoas do escritório para me despedir. Quando voltamos, era meio da tarde, e todos me esperavam no hall da empresa, onde havia um cartaz escrito: "Boa sorte nessa nova jornada, ".
— Você sabia disso, não sabia? — olhei para Benjamin e ele deu um sorriso.
— Eu e todo mundo, não íamos deixar você ir embora sem uma despedida. — ele deu ombros.
— DISCURSO! DISCURSO! — todos começaram a gritar em uníssono, e eu fui até a frente onde todos estavam.
— Eu sou péssimo com despedidas. — fiz uma careta — Mas, nos dois últimos anos que eu estive aqui, eu fiz grandes amigos e certamente, sairei com muitas inspirações. — olhei em direção a , que estava bem no canto, escorada na parede bem alheia de tudo, mas completamente distante — Eu agradeço a cada um aqui por todos os momentos que tivemos, mas, eu preciso agradecer três pessoas em especial... Benjamin... — olhei para o meu amigo — Sem sua indicação e amizade, eu nem teria chegado aqui nessa empresa. Você sempre foi meu parceiro das boas e das péssimas horas, desde a faculdade. E de longe, você é um dos meus melhores amigos para a vida. — ele fez uma pose convencida, que me levou a rir — Connor, foi você quem me deu uma chance aqui. — olhei para o meu chefe — E é quem está me dando uma chance na Austrália também. Eu nem tenho como te agradecer por confiar em mim dessa forma, e por ter sido sempre um ótimo conselheiro e amigo. — ele sorriu — E com toda certeza do mundo, eu não posso deixar de agradecer à minha maior inspiração aqui dentro, e até fora daqui... — olhei na direção dela novamente — Em dois anos aqui, eu acho que a gente brigou mais do que o normal dentro dessa empresa... — fiz uma careta e soltei uma risada baixa — Mas, desde o início, eu sempre vi você como uma inspiração, e depois dos nossos últimos dias juntos, eu tenho certeza que você é foda. Eu duvido que metade das pessoas que te conhecem, sabem tudo o que você passou para chegar até aqui, e mesmo assim, essas pessoas te admiram, como eu te admirei desde sempre, mas depois de viajar com você, e ver a fundo quem é fora do trabalho, eu te admiro ainda mais. — ela se mantinha escorada na parede, mas as lágrimas tomavam conta de seu rosto, e eu também queria chorar naquele momento, porque eu queria abraça-la — A gente não terminou bem a nossa viagem, e tudo bem para mim, porque nós dois sempre tivemos uma relação conturbada. — fiz uma careta e as risadas ecoaram no lugar — Mas eu vou levar cada segundo, cada conversa, cada puxão de orelha que você me deu, e até as nossas brigas, para o resto da minha vida. Porque você, , você é como um cisne, além da beleza, você carrega muita coragem, nobreza e principalmente, elegância. — falei, mas sem tirar os olhos dela, e ela mantinha seu olhar no meu, enquanto as lágrimas banhavam seu rosto — Enfim, eu agradeço muito por cada um de vocês, e prometo fazer um trabalho digno dessa empresa enquanto estiver na Austrália. — falei e todos ali aplaudiram, menos , que parecia se escorar na parede, por não ter força para ficar de pé.
, depois de tantos elogios, acho que você deveria fazer um discurso. — Connor chamou a atenção dela, que passou as mãos pelo rosto.
— Eu sinto muito, mas eu não posso fazer isso. — ela falou com a voz falha e saiu de onde estava — Eu vou embora. — ela falou e simplesmente entrou na porta da escada e saiu por ali mesmo.
Todo mundo ficou confuso com a reação de , porque para eles, não fazia sentido, e talvez não fizesse mesmo. Para quem não havia sentido nada nos últimos dias, ela não deveria ter se afetado tanto com o que eu disse. Mas ela se afetou, e aquilo me trazia uma pontinha de esperança, bem lá no fundo.

Depois de toda a despedida na empresa, eu acabei indo embora mais cedo, tinha muito o que arrumar para a viagem. Eu ainda estava preocupado com , eu queria falar com ela, mas sabia que eu não podia fazer isso, e nem ela queria.
Em casa, eu arrumei tudo o que precisava, inclusive minhas malas, que foram as últimas coisas que eu deixei para fazer. Enquanto eu colocava minhas roupas, eu encontrei o cachecol que eu usara no meu primeiro dia na Start Beauty, e que havia derramado meu café, a mancha ainda estava lá, mesmo depois de tantas tentativas de tirá-la.
— Droga, ! Por que você foi me fazer viajar com você? — falei sozinho, olhando o pano em minha mão, e soltei uma risada nasalada — Eu podia estar indo embora tranquilamente agora. — balancei a cabeça.
Joguei o cachecol na mala, e terminei de arrumar tudo. Se eu continuasse pensando na , eu nunca iria embora de Manhattan.
Eu passei boa parte da minha noite naquele exercício de arrumar as malas. Quando Benjamin chegou na manhã seguinte, eu já estava pronto para ir embora de vez.
Ele me ajudou com as malas, e enquanto eu pegava a última, vi a caixinha sobre a minha mesa de centro, a peguei e saí do meu apartamento.
Durante o caminho até o aeroporto, eu fui escutando Ben, falando sobre seus planos de me visitar na Austrália, e por um momento, ele parecia bem mais empolgado do que eu.
Já no aeroporto, eu fiz o check in e fiquei esperando pela chamada do vôo, e enquanto fazia isso, eu observava a caixinha em minha mão, e só então, eu reconheci aquela letra, dos milhões de relatórios que eu via ela preencher.
Ignorei a ordem de abrir no avião, e logo abri a pequena caixinha de madeira, e de cara havia um cisne de origami ali, que me fez ter ainda mais certeza de que era dela.
Havia também uma carta, que estava dobrada em várias partes para caber ali dentro, então, eu a peguei e logo a abri.

",
Eu nem sei como começar a falar o que eu preciso. Uma hora dessas, você já deve estar a caminho da Austrália, se você seguiu as minhas ordens, como ainda, sua chefe.
Quando eu te intimei a viajar comigo, eu não fazia a menor ideia de que viveríamos em filme de Natal, na verdade, eu nem sabia que eu te faria a ridícula proposta de ser o meu namorado por 10 dias. Mas ainda sim, você acatou tudo, inclusive, o meu pedido aleatório e completamente maluco.
Os últimos dias com você, fizeram todos os meus outros Natais, valerem a pena. Você esteve do meu lado a todo momento naquela viagem, inclusive nos piores. Acho que agora é a hora que eu preciso confessar... Quando você me encontrou no cemitério, eu realmente estava bêbada, mas eu lembro de toda a nossa conversa. Eu lembro de cada palavra doce que você me disse para me confortar, inclusive, eu lembro que você disse que sempre gostou de mim. Pois então, eu também sempre gostei de você... Do meu jeito, é claro!
, você rebatia tudo o que eu falava para você e por mais puta que eu ficasse, eu gostava disso, porque era divertido ter com quem brigar por pequenas coisas do trabalho, que muitas vezes, poderiam ser facilmente resolvidas.
Nesses últimos dias com você, eu descobri coisas que eu sequer imaginava, e uma delas é que é possível se apaixonar por alguém do dia para noite. E eu descobri isso, porque eu me apaixonei por você.
Eu me apaixonei pela forma que você cuidou e se preocupou comigo. Pela forma que você me defendeu todas as vezes. E pela forma que você me fazia rir, quando tudo parecia um caos. Eu me apaixonei por seus abraços reconfortantes, pelos seus beijos, que me tiravam do chão. Eu me apaixonei pela forma com que você tocava o meu corpo, e como sussurrava besteiras no meu ouvido, que me levavam à loucura. Eu me apaixonei pelo que você era enquanto trabalhávamos, pelo de quando brigávamos, e principalmente, pelo , que se importava comigo. Eu me apaixonei por você por completo, e não dava mais para voltar atrás. Nunca foi apenas sexo!
Enfim, eu espero que sua jornada na Austrália seja brilhante. E espero também que você encontre a mulher da sua vida até o próximo Natal...

Da sua namorada de Natal...
XxMitchell"


Quando eu acabei de ler a carta, meu coração batia tão rápido, que parecia que eu estava tentando um ataque cardíaco. Meus olhos ardiam, enquanto eu segurava a vontade de chorar, mas era impossível segurar o sorriso que estava em meus lábios, naquele momento.
? — Benjamin me chamou e eu me virei para olhá-lo — Estão chamando seu voo. — ele apontou para frente e eu logo olhei na direção.
— Eu preciso falar com a . — guardei a carta e passei as mãos pelo rosto — Eu não posso ir para a Austrália sem falar com ela. — me levantei.
— Eu sabia! — Benjamin falou como se tivesse descoberto um novo segredo — Você transou com a naquela viagem, não foi? Por isso ela ficou tão abalada ontem quando você falou aquelas coisas, e você falou aquilo, porque você se apaixonou por ela. — ele falou pensativo e eu soltei uma risada baixa.
— Não tinha como eu me apaixonar por ela. — balancei a cabeça negativamente, e com ajuda de Benjamin fui pegar as minhas malas, para sair dali.

pov's

Depois daquele discurso do , eu saí correndo da empresa. Eu não fazia ideia de que ele falaria todas aquelas coisas na frente de todo mundo, não depois de tudo o que eu disse para ele.
Eu voltei para casa e me tranquei ali pelo resto do dia. Minha ansiedade me atormentou o tempo todo, e tudo o que eu queria fazer era ligar para , mas eu não o fiz.
No dia seguinte, eu resolvi trabalhar de casa, não queria ir à empresa tão cedo. Acordei mais cedo do que o normal, se é que eu havia dormido alguma coisa naquela noite. Fiz apenas um suco verde, para não ficar sem comer, coloquei a comida dos cachorros e me sentei na sala para trabalhar.
Eu tentava focar no meu trabalho, mas nada dava certo. Em um ato quase que instantâneo, eu levei a mão ao colar que havia ganhado de . Um pequeno sorriso se abriu em meus lábios, e antes que eu pudesse pensar em chorar, minha campainha tocou.
Na primeira vez, eu nem me dei ao trabalho de levantar. Nem na segunda, quem fosse, iria embora. Mas começaram a tocar desesperadamente, e já estava causando agitação em meus cachorros.
— Mas que merda, quem... — falei, mas me interrompi quando vi quem era do outro lado da porta — ? — minha confusão ficou ainda mais evidente — Você deveria estar em um avião. — fiz uma careta, enquanto Afrodite e Loki pulavam em suas pernas.
— Eu não poderia ir embora sem falar com você. — ele falou simplesmente, e eu balancei a cabeça.
— Você abriu antes de entrar no avião, não foi? — perguntei, me referindo sobre a caixinha que eu havia deixado em sua mesa na manhã interior.
— Você está falando disso? — tirou a carta do bolso, e soltou uma risada baixa.
— Tinha uma ordem clara para você não abrir. — arqueei a sobrancelha.
— Você não era mais a minha chefe, então, não era uma ordem. — ele deu ombros, e eu revirei os olhos — Não vai me convidar para entrar? — apontou para dentro do apartamento.
— Não, você pode falar tudo daqui mesmo. — dei ombros e ele soltou uma risada nasalada.
— Tudo bem. — ele riu baixo — 12 dias atrás, você me fez um pedido, no mínimo aleatório, isso depois de me obrigar a viajar com você. — ele fez uma careta — Eu até pensei em não aceitar, não minto, mas quando eu vi o seu desespero, seu nervosismo, e principalmente, seus olhos desesperados por ajuda, eu não conseguir negar. E aí, foi quando tudo começou. — eu me escorei na porta, e fiquei prestando atenção em cada palavra e cada gesto de — No avião mesmo, você mostrou o quão controladora você é... — ele fez uma pausa e eu ri — Você ditou algumas regras, que eu me lembro bem de cada uma. A primeira, era que eu não poderia beijar, transar ou flertar com alguém, o que não fazia sentido, já que naquele momento mesmo, ela estava sendo quebrada, porque eu flertei com você desde o primeiro segundo naquele aeroporto. E aí, eu beijei e transei com você, e não só uma vez. — ele deu um sorrisinho de canto, que me levou a soltar uma risada baixa e negar com a cabeça — O que me vem direto à terceira regra. Não beijar você, em nenhuma hipótese. Essa para mim era a mais difícil de todas, porque o tempo todo que eu olhava para você, eu queria te beijar, mesmo quando você ainda era uma insuportável bruxa narcisista. — fez uma careta e eu gargalhei alto — Inclusive, quando eu te beijei naquele dia, para provar que Brianna estava errada, eu não queria mais parar. Eu queria te beijar para sempre. — pontuou e eu sorri — Voltando à segunda regra... Você pediu para que eu mentisse sobre você, sempre que precisasse falar algo, mas eu também quebrei essa regra. Eu quebrei ela, porque nada do que eu disse sobre você foi mentira. Cada palavra, cada gesto, cada momento daquela viagem com você, foi tudo extremamente verdadeiro. Eu não precisava mentir, porque você é uma pessoa incrível e inspiradora, não tem o que inventar sobre isso. — naquela altura, eu já não conseguia mais segurar as minhas lágrimas — Você realmente me inspira como ninguém, . E depois dessa viagem, eu não consigo olhar para você sem admirar a mulher que você é. — ele parou um pouco e pigarreou, provavelmente para controlar a voz embargada — E sobre a última regra, eu não quebrei ela. Na verdade, não tinha como eu quebra-la. — ele fez uma cara pensativa, e eu a repliquei — Dois anos. — ele falou simplesmente.
— Dois anos o quê, ? — perguntei confusa, com a voz embargada.
— Quando nós chegamos em Nova York, você me perguntou há quanto tempo eu estava apaixonado por você. — ele se explicou, enquanto eu me recordava daquilo — Há exatos 2 anos 3 meses 8 dias e algumas horas. Eu sou apaixonado por você desde a primeira vez que eu te vi ao entrar naquela empresa, e tomar um banho com o meu café. — quando ele falou aquilo, eu me derramei em lágrimas — E por isso eu não poderia quebrar a sua última regra, eu não podia me apaixonar por você, porque eu sempre fui apaixonado. — ele sorriu, enquanto uma lágrima escorria em seu rosto.
, você... — eu até tentei, mas a minha voz não saía — Mesmo depois de tudo o que eu fiz para você? — passei as mãos pelo rosto, na tentativa falha de secar as lágrimas.
— Você nunca fez nenhum mal de verdade para mim. Você só discordava de praticamente tudo o que eu falava. — ele fez uma careta e eu ri enquanto concordava — Eu tentei, eu juro que eu tentei deixar o que eu sentia, mas, quanto mais tempo eu passava com você naquela empresa, mas eu ficava apaixonado. Eu me apaixonei por você, mesmo quando eu te achava uma bruxa narcisista. — ele deu um sorrisinho debochado e eu lhe empurrei levemente — E depois da nossa viagem, eu só tive certeza de que eu me apaixonei pela mulher certa. — ele deu dois passos, ficando a poucos centímetros de mim — Eu amo você, . Eu amo você com todos os seus detalhes, suas maluquices e manias, sua ansiedade. Eu amo você apesar de suas qualidades, que não são poucas. Eu amo você como eu nunca imaginei que pudesse ser capaz de amar alguém. — ele segurou em meu rosto, e secou as lágrimas que escorriam ali — Você que passar o próximo Natal comigo e com os meus pais? — ele falou com um sorrisinho brincando em seus lábios.
— Você não vai querer passar com a Chelsea? — deitei a cabeça para o lado, enquanto segurava o sorrisinho e ele riu.
— Eu sempre soube que você estava com ciúmes quando falava do meu próximo Natal. — ele falou debochado e eu revirei os olhos — E não, eu prefiro passar mais um Natal, com a mulher da minha vida. — falou seriamente e eu sorri.
— Eu amo você, . Eu amo você com todo o meu coração. — falei, olhando em seus olhos e ele sorriu, se aproximando para me beijar, mas eu o impedi — E como fica a sua mudança para a Austrália? — o olhei.
— Eu não me importo com nada disso se eu tiver você. — colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha — E além do mais, acho nós dois fazemos uma boa dupla. — deu um sorrisinho e eu concordei.
... — fiz uma pausa — Me beija? — falei, dando um sorrisinho travesso.
— É um pedido? — ele repetiu o sorriso.
— Não, é uma ordem! — foi o que precisou para ele colar nossos lábios, em um caloroso e apaixonado beijo.

Epílogo

Quase um ano havia se passado desde que havia largado tudo para ficar comigo. Ele voltou para seu cargo na empresa, e juntos nós tomamos conta da comunicação da Start Beauty. se mudou para o meu apartamento no mesmo dia, afinal, ele havia colocado o apartamento dele à venda para se mudar para Austrália, e eu dei a ideia de que ele morasse comigo, o que foi fácil de convencê-lo.
Após cinco meses juntos, resolvemos adotar mais um cachorro, e era um labrador chamado Zeus, para manter a ideia dos nomes de Deuses. Eu e nunca brigávamos, o que era irônico, já que antes de ficarmos juntos, a gente só brigava. Quando tínhamos algo para resolver, optávamos por resolver na base da conversa, o que não era difícil para dois profissionais da comunicação.
No Natal, os pais de viriam passar conosco em nosso apartamento, como Benjamin e Bettany também estariam presentes, como convidados do , e aquele seria o meu primeiro Natal longe do meu pai e de Beaufort.
— Eu não consigo entender como minha namorada pode ficar cada dia mais linda... E gostosa. — falou, sussurrando a última parte em meu ouvido, enquanto me abraçava pela cintura.
— É realmente uma coisa inexplicável. — falei convencida, enquanto terminava de colocar o brinco.
— E a bruxa narcisista continua viva. — ele falou com humor e eu ri alto — Você está maravilhosa. — ele segurou minha mão, e girou meu corpo, enquanto me analisava de cima a baixo.
— Você não está diferente. — falei, arrumando a gola de sua camisa, enquanto ele ainda observava meu vestido.
A campainha tocou e saiu do quarto para abrir a porta, enquanto eu colocava meus sapatos. Assim que fiquei pronta, fui para sala, e os pais de estavam ali, empolgados, conversando com o filho.
— Oi, sogrinhos. — falei empolgada, enquanto envolvia minha sogra em um abraço caloroso.
— Oi, querida, como você está? — Sr. retribuiu ao abraço.
— Bem melhor agora que eu tenho certeza que sou a mulher da vida do . — olhei para meu namorado, que riu, negando com a cabeça.
— Eu me pergunto como você tinha dúvidas disso. — falou, ainda rindo e eu dei ombros, enquanto a campainha tocou novamente.
Fiquei conversando com os pais de , enquanto ele ia abrir a porta. Eu tinha certeza que era Benjamin e a esposa, porém, quando a porta foi aberta, meu pai e Brian entraram pelo apartamento.
— Pai? Brian? — falei confusa, enquanto intercalava o olhar entre eles e , que carregava um sorrisinho nos lábios.
— Surpresa! — falou me olhando, e eu sorri largamente.
enviou as passagens, depois de pedir para que recusássemos seu convite, que veio alguns dias depois, para te fazer essa surpresa. — meu pai explicou, enquanto eu ia até eles.
— Eu já falei que eu te amo hoje? — olhei para , e ele deu ombros.
— Só eu sei o quanto passar o Natal com seu pai é importante para você, não iria deixar esse ano ser diferente. — ele se aproximou e eu lhe dei um selinho demorado, limpando sua boca borrada de batom, em seguida.
— Eu não ganho um abraço? — meu pai falou, abrindo os braços e eu logo me encaixei ali — Eu estava morrendo de saudades de você. — ele falou, depositando um beijo em minha testa.
— Eu também estava com saudades, pai. — o apertei e desfiz o abraço — De você também, Brian. — olhei para o meu primo, enquanto o abraçava.
— Achei que tinha esquecido de mim. — ele beijou minha bochecha e eu sorri.
— Nunca. — baguncei seu cabelo, e os puxei para apresenta-los aos pais de .
Benjamin e Bettany chegaram logo em seguida. Conversamos um pouco na sala, enquanto e terminávamos a ceia, e assim que ficou pronto, fomos para a cozinha e nos juntamos na mesa. Em toda a minha vida, aquela havia sido a melhor e mais tranquila ceia de Natal que eu tive.
Depois que comemos, fomos para sala trocar presentes, aquela foi de longe a parte mais divertida de todas, porque todo mundo estava bem feliz, diferente de como era em Beaufort.
— Eu tenho um presente para você. — falou me olhando, e eu cerrei os olhos.
— Esse ano nós realmente combinamos que não iríamos trocar presentes, . — o olhei e ele deu ombros.
— E quando você esperava que eu seguisse suas regras? — ele deu um sorrisinho, e eu ri balançando a cabeça — Há um ano, estávamos vivendo um momento parecido com esse, mas havia bastante angústias e mágoas ali, não da nossa parte, porque aquele momento foi extremamente verdadeiro para nós. — ele falou e eu concordei — Foi quando eu pude realmente conhecer você de verdade, e entender o porquê de você ser uma pessoa tão incrível, mesmo com toda a péssima situação. — ele fez uma careta e eu a repeti — Há um ano eu estava te dando esse colar, e te dizendo o quão ele significava para mim... — pegou o colar em meu pescoço — Eu nunca menti quando disse que você me inspirava, pelo contrário, eu nunca havia sido tão sincero em minha vida. E até hoje, mesmo depois de um ano juntos, dividindo a casa, a cama e a vida com você, você me inspira cada vez mais. E se eu sou um homem melhor, com certeza, você tem influência nisso. — ele segurou em minha mão, e eu já estava chorando, com toda a sensibilidade que eu me encontrava — E por isso, quebrar mais uma regra sua, era importante para mim hoje, porque como aquelas do avião, essa era necessária... — ele fez uma pausa e se ajoelhou em minha frente — Eu quero te perguntar uma coisa... — tirou a caixinha do bolso — Você quer passar todos os Natais da sua vida comigo? Você aceita se casar comigo? — ele abriu a caixinha me dando visão de um lindo anel de noivado.
... — fiz uma pausa, enquanto tentava controlar as minhas lágrimas — Você sabe a minha resposta, não é? — ele balançou a cabeça, com um sorriso nos lábios — É claro que eu aceito casar com você e passar todos os meus próximos Natais ao seu lado. — falei, enquanto ele secava minhas lágrimas, e então, ele colocou o anel em meu dedo.
— Eu prometo que você não vai se arrepender disso. — ele segurou em meu rosto, e eu sorri — E só para você saber, eu já queria fazer o pedido antes, mas não tivemos a oportunidade de ter nossas famílias juntas, além de hoje. Não tem nada a ver com aquela merda de pedido do Colin para a Brianna. — ele fez uma careta e eu gargalhei alto.
— Não se passou isso pela minha cabeça de qualquer forma, porque aquilo lá, não chega nem perto disso. — apontei para nós dois e ele concordou, me dando um selinho — E tem um presente para você... — ele fez uma careta.
— Então a história de não trocar presentes, não serviu para nada? — ele riu baixo.
— O presente não é meu. — dei ombros e puxei a caixinha para mais perto, e logo o entreguei. Ele se ajeitou ao meu lado, e colocou a caixinha em seu colo, a abrindo em seguida. Não demorou para que ele caísse no choro, ao ver o macacãozinho de bebê com um teste de gravidez positivo, e um bilhete dizendo: "Estou a caminho, papai!"
— Isso é sério? — ele me olhou, enquanto segurava o teste em sua mão.
— Muito sério. — eu sorri, sentindo minhas lágrimas voltarem a cair — A gente vai ter um bebê, . Eu estou grávida. — coloquei a mão sobre a barriga e sorri.
— Isso explica sua alteração de humor constante nos últimos dias, seus enjôos matinais e seus hormônios aflorados. — ele falou e eu concordei enquanto ria baixo — Obrigado pelo melhor presente que você poderia me dá. — colocou a mão sobre a minha — Eu amo você e amo esse bebê como eu nunca amei ninguém. — ele colou sua testa na minha e eu sorri.
— Nós também amamos você. — sorri e colei nossos lábios.
Naquela altura, não tinha uma pessoa ali que não estivesse emocionada e sorridente. Depois de nossas trocas de carinho, nossas famílias festejaram com as notícias. E eu, não poderia estar mais feliz. Eu estava realizada. Eu tinha meus cachorros, um noivo que eu amava de todo o coração, uma família que se importava comigo, e ainda, eu teria um filho com o homem que eu amava. Eu não poderia querer mais do que aquilo.
E quem poderia dizer, que uma viagem de trabalho e um relacionamento de mentira, se acabaria em uma história de amor?




Fim



Nota da autora: Oi Chuchus, como estão? Espero que tenham gostado da história, porque eu me diverti muito escrevendo. Esse casal é de longe um dos meus queridinhos de todas as fics que eu já escrevi, e talvez seja porque eu amo o Natal com todo o meu coração, e romances natalinos são tudo para mim.
Desejo a vocês um Feliz Natal e que 2022 seja um ano extremamente abençoado e alegre!
Beijoooooooos
XxDebs




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Nota da scripter: Meu deus, que delícia de história!!!
Eu sou suspeita pra falar, mas enemies to lovers com fake dating não tem coisa melhor, não é mesmo?
Eu amei demais esses personagens. Parabéns pela fic, Debs <3



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