Finalizada em: 09/08/2022

Capítulo Único

— Seu telefone está tocando, não vai atender? — Marion alertou, mantendo-se concentrada no que fazia em seu iPad. Com a ausência de qualquer resposta de , ela completou: — Deve ser outra vez. Ele já sabe que estamos em Seul.
— Seria estranho se não soubesse. — Maya murmurou, respirando fundo em seguida. — "Crewling está em Seul para mais uma rodada de apresentações, o grupo da vez é o BTS". Isso soa como uma fofoca intensa pra mim, direto na Dispatch. — Seu tom saiu brincalhão ao recitar a matéria recente que rodava no portal coreano de fofocas, mas carregava uma certa ironia pelo nervosismo. Ela era assim, sempre, sem nenhum gap de falha, principalmente quando se tratava do nome que mais lhe atormentava a cabeça e todos os seus instintos carnais.
Marion bloqueou a tela do aparelho e virou o rosto para a dançarina ao seu lado, ajeitando os óculos na ponte de seu nariz. Analisando a postura de , ela resolveu insistir no assunto. Odiava ser a pessoa que iria dizer para sua artista o que fazer ou não de sua própria vida; contanto que fizesse tudo com responsabilidade, Marion se proporia até mesmo lhe oferecer qualquer ajuda necessária e possível. trabalhava demais com seu grupo para ficar presa somente nisso.
Trabalho demais também poderia fazer muito mal. Não queria sua artista na listagem das estatísticas ruins, além de que, era fã número 1 da felicidade de sua pequena Bloom. E Marion sabia que fazia muito bem a ela, por mais que a relação fosse casual e com um único objetivo.
nunca te fez mal para você ignorá-lo assim — disse serenamente, encarando o perfil de por cima das lentes dos óculos.
— Não faz. Mas eu tô decidida a não colocar em perigo o meu e o trabalho de todo mundo da companhia porque minha diva interior se contorce por ele e aquele… Aquele complexo todo que faz dele um tremendo gostoso. — Os ombros de se abaixaram e ela resmungou manhosa, deitando a cabeça na janela. — Ele é um tormento, Marion. O que eu faço?
Marion riu fraco.
— Não faz, ué. Se você quer e gosta, contanto que tenha responsabilidade, nem eu nem contrato nenhum poderá impedir. E, outra, vocês ainda não foram descobertos.
— Ai é que está! Eu perco todo o privilégio de ser taxada de responsável se atender essa ligação. — sentiu o celular vibrar em seu colo e olhou rapidamente para a tela. — Falando no diabo…
— Para de ser boba. Me dê isso aqui… — puxou o aparelho, sem tempo de ela poder revidar ou se proteger.
fechou os olhos, pressionando forte as pálpebras numa tentativa de conter seu tom para não acordar as meninas que descansavam nos bancos da frente. Estava todo mundo cansado dos ensaios e trabalhos de gravações dos últimos dias, sendo aquela noite a primeira folga que teriam em semanas. Mereciam um descanso, mas mesmo assim, Maya insistiu para que fossem assistir ao show do grupo que ela estava começando a acompanhar — certamente porque tinha alguém ali no meio que despertava seu interesse, sabia e já tinha debatido isso com Laura.
Só não contavam que o tal grupo era o mesmo de .
Quando saíram do ensaio daquele dia, logo no final da tarde, já tinha seu celular abarrotado de mensagens dele, mas foi forte e ignorou todas. Era difícil demais lidar com seu desejo por , principalmente pelo fato de ele não cooperar e insistir, dar corda, ser por muitas vezes o mais interessado. Logo que ela se sentiu vitoriosa e responsável por não pensar com seus instintos e sim dar vazão para sua razão, Maya veio com o banho de água fria, mostrando os tickets que tinha conseguido para entrar e aproveitar o show. O nome do grupo brilhava como as luzes de natal da sua avó, que iluminavam toda uma mansão por si só.
Maya articulou tudo direitinho, obviamente, porque ela sabia muito bem que estaria naquele palco. Certamente, toda a calmaria e segurança que tinha alimentado em seu ser, se esvaiu ao saber que não teria como dizer não para a amiga. Maya poderia ser muito insistente quando queria. E se ela tivesse mesmo um interesse específico, de sair para superar a briga com o namorado — ou ex, não dava para saber, os dois sempre tinham um intervalo longo de tempo separados —, não teria como sair pela tangente.
Tanto é que estava no banco da van. Ouvia Marion falando com como se ele fosse um velho conhecido tão querido e ela sabia bem como funcionava a lábia e o papo dele. Ela mesmo não conseguia se esquivar, principalmente quando envolvia o sorriso e os olhos hipnotizantes dele, que a faziam querer tocá-lo, senti-lo de todas as formas possíveis. Era como um isqueiro aceso na ponta de um pavio curtíssimo. O jeito que ele falava, se portava, tudo, exatamente tudo contribuía para que a levasse de graça para onde quisesse e quando bem entendesse.
— Vou passar pra ela.
A voz de Marion subiu um pouquinho mais e ficou petrificada, saindo de seu devaneio profundo. Seus olhos arregalados encararam o sorriso ladino de sua agente e ela respirou fundo, pegando o celular, no exato momento que Maya e Laura acordaram, ajoelhando-se em seus respectivos bancos, curiosas demais.
— Alô… — disse com a voz firme.
Ouvir a respiração dele do outro lado já lhe rendeu o primeiro arrepio inconsciente.
— Então você planejava não me atender? — A voz de saiu rouca, arrastada, e ela teve a certeza de que ele sorria, mordendo o lábio inferior com lentidão.
Um perfeito método para instigar sua imaginação e sequer haviam trocado uma dúzia de palavras: imaginar como ele estaria do outro lado.
Se pensasse muito, desistiria de qualquer sanidade mental.
— O meu plano passava longe de ser notada em Seul. Mas a Hybe é muito exibida e boca aberta pra permitir que isso acontecesse. — Ela tentou usar seu humor velado. — Você está na companhia certa, sabia? É um bom match.
Mas não estava para brincadeira. Como sempre.
— O único match interessante e certo é o nosso, Bloom. Onde está agora? — Ele foi direto ao ponto, fazendo a respiração dela errar a sequência e quase se afogar com a própria saliva que se acumulava.
ergueu o olhar para as amigas, vendo Wendy acordar também, assim que foi anunciado a chegada delas no local de destino. Tomou esse tempo para respirar fundo e pensar, não conseguindo dar o seu melhor.
Aliás, aproveitou para se questionar quando iria conseguir esquivar-se de .
— Soube que vai ter um show hoje na cidade, tô indo fazer hora porque Maya tem um novo interesse na Coreia — respondeu, por fim.
A risada dele foi o som abafado que ela ouviu. Parecia que ele estava ali do seu lado, soprando o riso em seu ouvido.
— Eu juro que vou ignorar o fato de você ter me evitado todos esses dias. — arrastou a respiração, causando mais arrepios em . Mas ela estava firme em seu próprio lugar, focada demais para que ele descobrisse todo aquele efeito em uma ligação tão curta. — A sua sorte é que eu estava ocupado com os ensaios, Bloom.
— Você está muito confiante em achar que o contrário teria mudado alguma coisa. Vim a Seul para trabalhar, não foi para passear.
— Se eu não tivesse a minha confiança, jamais teria tido qualquer momento com você.
As respostas de sempre vinham automáticas, como se ele pudesse ler a mente de e estivesse pronto para qualquer coisa.
— E isso ficou no passado. — Ela rebateu.
Um breve silêncio se fez presente, sendo interrompido com o suspiro pesado dele.
, eu tô com saudade.
— É um problema seu.
— Nosso. Porque eu sei que você também está. E se negar, vou saber que é mentira. — insistiu firme.
, a gente não pode. Ok? Eu trabalho em uma companhia que tem um contrato com sua e blá-blá-blá. Devo te lembrar o quão errado é? — mudou seu tom sem notar, soando mais manhosa e arrependida.
— Engraçado que até hoje você nunca se lembrou disso.
— Porque você sempre conseguiu me passar a perna.
— Não só a perna. — Ele riu.
O que bastou para irritar .
— Ai! Você é impossível. Que droga! — Ela bateu na própria testa, fechando os olhos e respirando fundo. Era tanta coisa para sentir no mesmo momento, que seus sentidos estavam começando a se perderem. — Escuta, , eu tô indo com as meninas porque a Maya quer se divertir. Mas só isso! Nada mais! Então, por favor, a gente não vai levar para outro nível.
— Por que você faz tudo ir pro caminho mais difícil? — A voz dele saiu manhosa também.
O bico, ele estava fazendo um bico. Ela tinha certeza.
Merda! Sem ir por esse caminho, Bloom., brigou consigo mesmo.
— Eu te ode...
Ela não conseguiu terminar, trincando a mandíbula em frustração.
— Não vou implorar pelo mínimo de paz, ok? — tentou ser serena.
— Então tá bom, Bloom. — Sarcástico, ele estava usando sarcasmo agora, justamente por notar que havia causado efeito nela. — Espero que aproveite bem o show… e foque bastante no que preparamos pra hoje.

A música acabou e sentiu todo seu corpo relaxar no momento exato do impacto contra o chão, ao cair deitada com as costas no assoalho. Sua respiração ofegante tomava a trilha sonora do ambiente e ela encarava o teto com os olhos bem abertos, ainda que estivesse cansada, a adrenalina era maior. Seus pensamentos pareciam desbravar uma aventura ao rodarem por toda sua memória recente no meio daquela manhã, e o relógio sequer estava próximo do meio dia.
Maldito era e a tentação que ele lhe representava. Não existia um momento de paz em sua vida quando pisava em Seul e as agendas coincidiam. Mas ela também não fazia questão nenhuma de viver harmoniosamente, sendo bem honesta. Era interessante demais poder dividir com aquele desejo carnal. E quanto mais corda ele dava, maior o seu tesão nele se tornava.
Passou a noite em claro, revirando na cama com seus pensamentos libertinos e frágeis rodando sempre nele, somente ele. Foi tortuoso estar na arquibancada da arena e ver no telão as diversas vezes que erguia a camisa, fazia caras e bocas, além de parecer procurá-la ali próximo do palco. A noite toda o nome dele era citado nas redes sociais, com todo o público de fãs querendo descobrir o que estava acontecendo com que “estava mais perigoso que o normal” em cima daquele palco, como se algo tivesse possuído seu corpo, e sabia. Ele estava provocando-a, obviamente, com seu jogo sujo, como sempre fazia e jamais deixaria de fazer.
Às vezes ela queria voltar no tempo e mudar um pouco do seu destino, se tornando freira, como sua avó queria. Só assim não cairia na tentação que era aquele homem.
Perturbação, era assim que deveria ser chamado.
Depois do show, Maya insistiu que deveriam ir para o backstage, porque ela queria tirar fotos com eles.
sabia bem com quem ela queria tirar foto. Mas foi forte, dona de si, firme, e seguiu para a van. Esperou por horas, temendo que pudesse aparecer de repente a atormentando, fazendo todo seu esforço ir embora ligeiramente. Porém, ele não apareceu — o que também lhe causou uma certa decepção, haja visto seu inconsciente lhe pregando uma peça e desejando mais do que podia por vê-lo.
A noite foi difícil. Dolorida. Tenebrosa. mal havia tocado em e ela estava mais acesa do que o sol, incluindo em ardência. E isso não tinha passado.
Estava deitada ali naquele chão gelado, mas parecia que seu corpo emanava tanto calor, tanto fogo, que foi suficiente para transformar a sala gigantesca em uma sauna. Sequer notou onde estava agora, tão afundada em seus pensamentos, com os olhos fechados e as mãos não mais pousadas na barriga, estando próximas de seu ventre. Só podia estar louca ou com algum problema, não podia ser a falta de sexo, até porque não fazia tanto tempo assim que ela tinha estado com outra pessoa. Era o efeito dele, o maldito e seu complexo composto por tanta tentação.
— Merda! — reclamou baixo, abrindo os olhos e vendo-o ali, sentado ao seu lado. Se não estivesse tão absorta em seus desejos libertinos, teria gritado.
O cheiro do perfume dele começou a deixá-la mais mole do que já estava.
Se não tivesse montado todo um terreno protegido na noite anterior, teria pulado no pescoço dele naquele exato instante que o viu. estava lindo, como sempre, e o boné dando sombra em seu rosto só a deixava mais atormentada. Temeu que abrir a boca para falar qualquer coisa pudesse lhe render um gemido incontrolável. Agora também teria de fazer greve de silêncio — talvez fosse mais fácil do que sexo.
— Acordei você? — Ele disse neutro. Estava apoiado nos braços estendidos para trás, com as pernas esticadas e pôde, inclusive, ver que a camiseta preta, uma regata, embaixo da jaqueta jeans, grudava no abdômen dele.
Merda, outra vez ela praguejou, mil vezes merda!
A feição sonsa também não ajudava muito. era baixo, muito baixo…
— Não estava dormindo — respondeu, tentando usar o mesmo tom.
— Então você melhorou em sua prática de meditação, fiz todo barulho possível e não me ouviu entrando. — moveu um dos braços, ajeitando o boné, e ela sentiu o coração errar a batida. Talvez seu órgão estivesse correndo pelo corpo naquele momento, uma maratona sem fim.
Tinha que se manter longe dele a todo custo, o perfume já estava lhe fazendo fraquejar, se houvesse qualquer toque, por mais simples que fosse, não saberia mais reagir.
E só de pensar na mão macia dele tocando sua perna nua a partir de dois palmos acima do joelho… Péssima ideia a escolha do shorts para dançar naquela manhã! Como não imaginou que ele poderia aparecer?
revirou os olhos, olhando para cima.
— O que achou do show ontem?
Claro, ele ia tocar nesse assunto.
— Não prestei atenção. Maya era a mais interessada… — mentiu, fazendo pouco caso.
— Ah, isso é bom. Não vou precisar lidar com seu ciúmes então…
— Por que? Por ter sido um exibido em cima do palco? — Ela ainda não o encarava.
— Então prestou atenção.
Mais do que ela gostaria, aliás.
Virou o rosto para ele, buscando algum metro naquele corpo que pudesse olhar sem se sentir necessitada de tocar. Claro que seria em vão. O gosto de veio em sua memória, traindo sua compostura.
E pior do que isso foi ter ele erguendo o rosto o suficiente para que ela pudesse ver melhor seus olhos quase totalmente cobertos pela aba do boné e sua sombra. Ali estava a sua comoção. Dela e sua “diva interior”.
— Foi um bom show, vocês são bons. — deu de ombros.
Em questão de segundos seu coração fez outro passeio por seu corpo, parando em seu ventre desta vez. Batia tanto que era bem possível sentir o prédio tremer. A mão de . que estava ao lado de sua perna, foi erguida e pela força e velocidade, sua mente divagou na lembrança marcante de todas as vezes que aquela mesma intensidade foi usada contra sua pele. Foi uma breve lembrança que se tornou alimento de uma imaginação perturbada, fertilizando seu solo de criações. pensou que ele ia pousar em sua coxa, mas não foi isso que aconteceu, ele o fez na própria perna, ajeitando a calça de moletom que marcava coisas até demais.
Mesmo que tenha sido um resultado decepcionante, não deixou de sentir que seu coração estava no lugar errado. Ela só não diria em voz alta, tampouco iria implorar, dizendo que estava errada e se precipitou. Obviamente a porcaria de um contrato entre as duas empresas não iria impedir que ela continuasse desejando .
— O que foi? Você ficou pálida de repente. — Então ele teve sua desculpa para tocar nela, mas no lugar que ela não queria, na testa, curvando seu corpo por cima do dela. O que também era aceitável.
— Eu não tô com febre. Não externa. — respirou fundo, o suficiente para que seu pulmão se enchesse a ponto de seu peito encontrar com o dele, de tão próximos que ficaram pela posição de em cima dela.
Os dois se encaram em silêncio. manteve o sorriso presunçoso bem guardado, mas ela conseguia ver o reflexo no rosto dele e em seus olhos brilhantes. Naquela batalha ele tinha levado a melhor, mas quem poderia tirar o maior proveito era ela — mas também não se tratava de uma competição; o melhor entre eles sempre foi o companheirismo e não importava se as pessoas iriam julgar ou dizer ser impossível ser tão parceiro como eles eram sem envolver paixão, somente o sexo casual.
não precisaria dizer em voz alta, já tinha demonstrado seu desconcerto. Agora era só partir para a próxima fase.
— Eu sabia que não ia levar muito tempo para você mudar de ideia… — disse sussurrando contra o rosto dela, passando o frescor do hálito de menta.
— Gostaria de ver você no meu lugar, tendo que se fazer de firme e só olhar aquelas barbáries que você fez em cima do palco… O seu jogo é sujo, , até parece que eu resistiria. — entrelaçou as duas mãos na nuca dele.
— Eu jamais negaria você, Bloom.
não deu tempo de responder, tomou os lábios dela e foi o ponto de choque.
Tão certo quanto dia e noite.
Intenso como todo o tesão que ela sentia.
Beijar era um paraíso sem porta de saída. Era como se as estações do ano vivessem todas numa só, em harmonia. Um dia de sol com uma brisa leve; um dia de carol com uma noite fresca. Simplesmente não havia explicação alguma o encaixe tão perfeito.
E as mãos dele sempre tinham a direção certa pela qual seguir por seu corpo. Enquanto se aprofundava no beijo, aproveitando todo o fôlego que tinha, ele passeava os dígitos por sua silhueta em um ritmo delicioso, próprio, capacitado para deixá-la cada vez mais louca, se tornando inimiga fiel do fim. A cada aperto por cima do tecido da sua camiseta de três números maiores, ela sentia a resposta em todas as regiões extremas de seu corpo, incluindo a sua intimidade ansiosa, necessitada.
No momento que sentiu a pele dos dedos dele em contato com a sua barriga, entrando por dentro da camiseta, seu ar faltou. precisou cessar o beijo para soltar o gemido arrastado que estava preso e não deu nenhuma pausa para ela raciocinar qualquer coisa, seus lábios fizeram o caminho por todo o rosto até o pescoço, descendo por entre beijos e chupões, no mesmo ritmo que sua mão nada boba se aprofundava por dentro da roupa dela. Ele usaria as duas se não precisasse de uma para sustentar o corpo em sua dela, mas por ora apenas aquela seria suficiente. E sabia muito bem que seria.
Ela remexeu o quadril como aviso, por mais que não fosse necessário, e ele riu fraco contra a pele de sua clavícula, exposta pela gola da camiseta.
Outra vez resmungou o que estava preso em sua garganta, emitindo o som que representava como seu corpo todo havia entrado em chamas por ele. Maldito e seu complexo todo que o fazia ser um tremendo gostoso irresístivel.
As mãos dela se apoiaram nos ombros dele, querendo puxá-lo de volta para poder saciar seu desejo por outro beijo, mas seu pedido foi negado.
— A gente não tem muito tempo até todo mundo chegar… — erguendo um pouco do rosto, na altura do peito dela, ele disse.
— Então me dá licença.
foi rápida.
estava entre suas pernas, tinha as mãos cada uma de um lado do quadril dela, firmes no cós do shorts, mas ela puxou as pernas e ficou em cima dos próprios joelhos, empurrando-o pelo peito para que deitasse.
— Hoje sou eu quem estou com saudade, gatinho — disse ao tirar a camiseta, tendo ele com o tronco levemente erguido por se apoiar nos cotovelos.
Ele sorriu e deixou que puxasse a sua camiseta para cima, se despindo e jogando o tecido para qualquer canto. Ela se ajeitou em cima das pernas dele, em seu colo, e o beijou com mais intensidade, possuindo um fogo surreal em seus lábios ávidos. Demorou, mas o ar faltou, e aproveitou a diferença nas alturas por ela estar em seu colo para afundar o rosto no pescoço dela outra vez, usando uma das mãos para soltar o cabelo do rabo de cavalo que ela tinha, entrelaçando seus dedos pelos fios e apertando ali, para que puxasse mais para trás e ela ficasse completamente exposta.
E depois do pescoço, clavícula e busto, não perdeu seu tempo, deitando-a novamente no chão e continuando o que tinha planejado fazer antes dela o impedir.
— Não seja ansiosa. Eu estava com saudade primeiro. — Ele fez um bico antes de beijar da cintura dela para baixo.
— Filho da m...
não conseguiu completar, mordendo o lábio quando ele começou a remover sua peça de baixo, tirando junto sua calcinha minúscula. Olhou para o teto, com medo das preces que estava fazendo para quem pudesse lhe responder ao pedido de que aquilo não fosse interrompido ou durasse menos do que ela podia aproveitar.
Tamanha blasfêmia. Mas ela não se importava.
Abriu um pouco mais suas pernas, tendo os joelhos dobrados até sentir pegar em suas coxas com firmeza, a puxando mais para perto de seu rosto e passando as pernas por cima de seus ombros.
O primeiro contato foi tortuoso e saber que era só o começo fez o corpo dela arder mais.
— Eu causo tudo isso em você? — disse soprando contra a lubrificação dela, dedilhando algum dedo ali, que ela não sabia qual era. Obviamente ele teria de ser um cretino e enrolar. — Você passou a noite se segurando assim, ? Tudo isso para não dar o braço a torcer? — riu fraco, distribuindo beijos pela região pubiana dela, desde a virilha. — Que maltrato… Ainda bem que eu sou insistente, não é?
Ela teria mandado ele ir a merda, mas quando respirou fundo e estava pronta, o toque dele em seu clitóris lhe fez perder um pouco dos sentidos.
Mas que merda, que febre era aquela por causa dele?
Ao invés de falar, ela gemeu e contraiu o quadril. Então foi o suficiente para continuar com beijos, a ponta da língua de cima a baixo… Tudo isso para que pudesse penetrar nela seus dedos e conceber para as sensações mais prazerosas que só ele podia propiciar em um oral. Se o corpo dela fosse uma represa e ele a água, somente aquele sexo já a deixaria com a capacidade beirando à total.
Porém, ela odiava ser sempre a primeira a se desfazer, principalmente em situações que era contrariada daquela forma.
Em um dos movimentos que ele ergueu o rosto, circulando seu clitóris apenas, usou os braços para se apoiar e puxar as pernas de cima dos ombros dele.
— Deita. Agora — ditou e ele o fez. — Você vai ver o que provoca em mim, .
engatinhou até ele, se colocando entre suas pernas e o beijando brevemente, cortando o beijo quando pareceu se acender mais. E ela pôde sentir esse reflexo quando apalpou forte a calça dele, na região de seu membro. Rindo fraco, satisfeita e cheia de si, claramente desejando chegar logo àquela etapa, se afastou, puxando o lábio dele com uma leve mordida.
Desta vez foi o gemido arrastado de que ecoou pela sala.
As unhas dela alisavam a pele dele, olhando-o admirada, e ela se posicionou em um ângulo perfeito para que conseguisse se curvar e lamber toda a extensão do peitoral de , até seu umbigo, arranhando onde seus dedos alcançavam. Uma de suas maiores tentações era essa: desbravar todo o corpo dele como se fosse uma floresta encantada, com um tesouro muito bem guardado. O tesouro ele tinha, se fosse observar por uma outra perspectiva e fazer analogias. Para era um tesouro muito valioso.
Pela posição em que estava, ficou empinada demais para a tentação dele, no caso, e, sem prever, sentiu um tapa forte em sua bunda, seguido de um aperto forte, capaz de fazê-la transportar-se para outra dimensão.
A voz rouca dele dizendo “gostosa” a fez vibrar.
— Tem camisinha dentro da minha bolsa, pega ali. Eu não vou aguentar mais, … — resmungou embolado e ela se virou para trás, inebriada por tê-la chamando pelo apelido único e usado somente por ele mesmo.
Foi rápida puxando a bolsa pela alça e abrindo o zíper, tirou do fundo o pacote quadrado e colocou entre os dentes, fechando outra vez o zíper e jogando pra longe o acessório. Porém, ao se virar, veio a surpresa. não estava mais ali.
Não tinha ninguém na sala.
Ela estava sozinha.
E agora ouvia algo no fundo. Algo como o barulho de uma chave.
Merda, estava sonhando!
— Eu juro que não foi combinado! — Ela ouviu assim que abriu os olhos e se deu conta de que havia saído de seu sonho de forma definitiva.
passou as mãos pelo rosto e se sentou, encarando parado à porta com a chave de seu carro numa mão e um café em outra. Diferente de seu sonho, ele só usava uma bermuda curta, camiseta regata, slipper e sem boné, com uma bolsa transpassada em seu corpo.
Ela se levantou rápido, o assustando.
— Você está bem? ? — perguntou, recebendo o silêncio.
A greve de silêncio deveria servir.
— Você está vermelha… Me desculpa se te acordei… Não me disseram que estava aqui nessa sala. — Ele continuou tentando, sem tirar os olhos dela.
Ao lado de tinha uma mesa, onde estava a bolsa dela. pegou rapidamente, tentando não demonstrar como estava tremendo. Precisava de um banho gelado imediatamente.
Quando foi passar por ele para ir até a porta, a segurou pelo braço.
— Nossa, você está quente, ! Está doente? — Se assustou, tocando a testa dela.
— Não! Eu tô bem. — Ela respondeu, finalmente conseguindo dizer qualquer coisa sem que soasse como um gemido, tal qual seu sonho. — Me deixa ir. Por favor.
estreitou os olhos para ela, fazendo um bico e demonstrando sua tristeza. Deixou o café em cima da mesa e levou as mãos aos bolsos, dando de ombros.
— Seu voo é amanhã, mas… — iniciou, soando incerto pela primeira vez desde que tinham se conhecido. Olhou para os próprios pés e depois para ela. — Boa viagem. Foi bom te ver.
Ela respirou fundo, mordendo a bochecha por dentro.
Sem nenhuma resposta, levou a mão para a maçaneta.
Mas ela não podia fazer isso consigo mesma. Ao invés de abrir, trancou a porta, ninguém mais poderia entrar até que ou ela ou acabassem.
Um banho frio não iria resolver seu problema.
Um banho frio não era .
Um banho frio não tinha um corpo delicioso para ela lamber.


FIM.



Nota da autora: Olá, espero que tenha gostado. Não esqueça o comentário, ele é muito importante!

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