Última atualização: 10/01/2021

Capítulo Único

“O comandante Mark Wilson e sua tripulação, apresentam-lhes as boas vindas a bordo do Boeingin 737-200. Este é o vôo QF1, com destino a Dubai, Emirados Árabes Unidos. Pedimos a sua atenção para demonstração do nosso equipamento de emergência.”
A voz da comissária de bordo soava pelos alto falantes da aeronave quando ouviu o amigo bocejar do seu lado. Ajeitou-se na poltrona, agradecendo por não estarem viajando na classe econômica daquela vez, o que significava que o espaço entre os assentos não deixaria suas pernas longas encolhidas demais.
— Pensei em terminar a série que você me indicou semana passada, faltam só três episódios, mas estou com tanto sono que acho que vou dormir assim que der play no primeiro episódio. — disse.
soltou uma risadinha, tendo certeza que cairia no sono no momento em que decolassem e o avião se estabilizasse no ar. Mal haviam conseguido dormir na noite passada e o sono era evidente nos olhos do companheiro de grupo.
Atrás deles, ouviu comentar baixinho que estava com fome, logo sempre repreendido por , que pediu para que o rapaz ficasse quieto e prestasse atenção nas instruções dadas pela comissária de bordo.
“Os cintos deverão estar afivelados sempre que o sinal estiver aceso ou enquanto permanecerem sentados…”
Ele sabia que era importante prestar atenção nas instruções de vôo. Mas a verdade era que estava tão acostumado a ouvi-las, devido à frequência com que viajava, que poderia repeti-las com os ouvidos cobertos. Além disso, o rapaz estava com a atenção presa em outro foco ou, pelo menos, estava tentando encontrar o seu foco.
— Tem certeza que ela está neste vôo?
suspirou.
— Já disse que sim, só pode ser nesse.
tentou ver por cima dos assentos, mas como estava preso pelo cinto de segurança, seus esforços foram em vão.
— Mas você viu ela quando entrou no avião?
Ele nem se deu ao trabalho de respondeu ao amigo. Esticou o corpo o máximo que pode em direção ao corredor, olhando atentamente cada uma das aeromoças que estavam presentes.
— Com licença, senhor. Precisa de ajuda?
se assustou com a voz atrás de si.
— Ah, não, estou bem.
A moça sorriu simpática.
— Recomendamos que fique no seu lugar e tente não ocupar o corredor enquanto não decolarmos.
— Certo, obrigado. Desculpe.
Ela sorriu novamente e então foi atender outro passageiro que estava com problemas para entender as instruções em caso de emergência, descritas no assento da frente.
bufou frustrado.
— Dezenas de vôos saem todas as horas. — comentou. — Encontrá-la logo nesse seria uma coincidência gigantesca.
Mas não queria concordar com o amigo, mesmo sabendo que ele estava certo. A verdade é que ele havia criado uma expectativa, uma história montada na sua cabeça, com base apenas em uma ínfima possibilidade de encontrá-la trabalhando logo ali, no vôo em que ele estaria.
“A companhia Emirates agradece a preferência e deseja a todos uma boa viagem.”
Jogou o corpo contra a poltrona, desistindo de procurar por alguém que ele nem mesmo sabia se iria encontrar, frustrado por saber que as suas chances eram baixas, mas, ainda assim, tinha acreditado piamente que aquele poderia ser o seu dia de sorte.
E foi naquele momento que ele a viu.
Ali na frente, do lado da comissária de bordo que acabara de dar o recado aos passageiros, a pessoa que procurara desde o momento que pisou naquela aeronave deu uma última checagem nos passageiros, passando rapidamente pelo corredor, apenas para ter certeza de que que todos estavam devidamente seguros nos seus assentos.
Sem acreditar na maldita sorte que lhe acometeu, mal pôde disfarçar o sorriso que lhe tomou os lábios quando a mulher passou do seu lado. Mas se ela o reconheceu, da mesma forma que foi reconhecida por ele, não demonstrou. Porque o sorriso doce que ela deu para não tinha nada de diferente do sorriso que deu para as outras dezenas de passageiros em volta dele.
, que não perdeu a cena, soltou uma risadinha do lado do amigo, o que apenas serviu para piorar o humor de . Com a cara fechada e os olhos cerrados, ele bufou de novo e tratou de ignorar as provocações que vinham de .
— Ei, , aquela não é a…
começou a falar atrás dele, pelo vão entre as poltronas, mas foi interrompido quando o avião começou a se movimentar. Com a mesma rapidez que o mau humor veio, contudo, foi embora.
não era do tipo que se deixava abalar facilmente. Além disso, no momento em que a mulher se levantou do seu lugar e informou aos passageiros que já poderiam retirar os cintos, caso quisessem se movimentar pela aeronave, ele se lembrou do motivo pelo qual ficara tão animado com a possibilidade de estar no mesmo avião que ela de novo. Afinal de contas, conhecera em um vôo, também da companhia Emirates, vários meses atrás e, desde então, sempre imaginou quando teria a sorte de coincidir as suas viagens com a escala dela de novo. E ali estava ele. Era uma coincidência enorme, era bem verdade. Então, por que não aproveitar isso?
levantou a mão, chamando a atenção das funcionárias e demonstrando que precisava do serviço de bordo. Para a sua decepção, contudo, a aeromoça que veio atendê-lo não foi .
— Pois não?
Hum.. — ele pensou rápido. — Quando vão começar a servir as bebidas?
— E o jantar? — perguntou logo atrás dele.
A mulher sorriu educadamente.
— Em alguns minutos, estamos preparando o carrinho de bebidas para servi-los. Quanto ao jantar, logo mais vocês irão receber o cardápio e então poderão fazer os pedidos.
No momento em que ela terminou de falar, apareceu no início do corredor, saindo da cozinha, enquanto empurrava um carrinho de metal com diversas bebidas sobre as prateleiras.
— Ah, ali estão. — a comissária ao lado de comentou. — O que o senhor deseja beber? Vou providenciar já.
— Ah, não se preocupe. Vou esperar que ela chegue até aqui.
E a sua ideia parecia que realmente iria funcionar, afinal, estava a poucas poltronas dele quando o rapaz arrumou os cabelos para trás e deu uma última conferida nas olheiras embaixo dos olhos. Mas então, pouco antes de chegar a vez dele ser atendido, simplesmente deu as costas e voltou para a cabine que havia saído há pouco, sendo substituída por outra funcionária.
Ele mal pôde esconder a sua curiosidade. Se não fosse a comissária próxima a ele, oferecendo-lhe todas as bebidas disponíveis no cardápio da companhia, com certeza teria ido atrás de .
— Não estou com sede agora, obrigado. — ele respondeu sem realmente prestar atenção em quem falava com ele.
— Mas eu estou. — falou esticando o corpo por cima do amigo. — Gostaria de uma água com gelo, por favor.
E enquanto a mulher o servia, tentou enxergar por cima da cabeça das pessoas ao longo do corredor, mas havia sumido da sua vista.
— Mais alguma coisa?
— Não, obrigado. — deu um sorriso fechado.
Aquilo não era possível… estaria o evitando? Não era como se ela tivesse motivos para isso, certo?
— Tem certeza que não vai beber nada?
respirou fundo e então aceitou a garrafinha oferecida pelo amigo. Tomou alguns goles de água e continuou prestando atenção na movimentação dentro da aeronave. Aeromoças e comissários de bordo andavam de um lado para o outro atendendo passageiros, tirando dúvidas e lhes servindo com tudo o que o cardápio da companhia Emirates tinha a oferecer. Algumas pessoas se levantavam para esticar as pernas vez ou outra, mas em determinado momento as conversas começaram a diminuir. Por conta do horário, a maioria dos passageiros já se preparava para dormir e ainda não tinha tido sinal de .
Por um momento se perguntou se, de fato, a mulher que ele vira mais cedo tinha sido ela ou alguém muito parecida — esse era o seu nível de incômodo.
— Com licença? — ele chamou uma das comissárias que estava passando perto dele.
— Pois não?
Hum… — pensou rapidamente em como perguntaria aquilo sem parecer um doido. — A aeromoça Anna… — começou devagar esperando para ver a reação da moça ao seu lado. A depender de como ela reagisse, ele saberia se aquele nome era ou não conhecido por ela. — Onde ela está? Não a vi mais desde que decolamos.
— Oh, você conhece a ?
respirou aliviado. Ele não estava imaginando pessoas, afinal de contas.
— Conheço. Somos… Próximos.
A mulher ergueu uma sobrancelha e ele, imediatamente, arrependeu-se do que havia dito, com medo de que aquilo pudesse ser mal interpretado ou, até mesmo, vazado para a mídia.
Ela continuou o encarando em dúvida, como se não acreditasse que o idol, de fato, fosse próximo a uma das funcionárias da equipe daquele vôo.
— E então? Onde ela está? — insistiu.
A comissária, então, piscou algumas vezes antes de responder.
está na cabine de comando atendendo a um chamado do piloto.
Ele franziu o cenho, imaginando qual a relação de com o piloto daquele avião.
— Por quê?
Felizmente, contudo, a mulher interpretou de forma errada a sua pergunta.
— O senhor não precisa se preocupar com isso, está tudo sob controle. — e com um sorriso tranquilizador, continuou. — está na apenas cumprindo parte das suas funções.
ainda queria perguntar mais, queria saber quando a mulher seria liberada, onde poderia a encontrar, mas sabia que não adiantaria de nada fazer aquelas perguntas todas.
— Posso ajudá-lo com mais alguma coisa?
— Ah, não, obrigado.
Ela se afastou.
Ele encostou a cabeça na poltrona de novo, pensando se deveria desistir da sua missão de tentar falar com , quando foi surpreendido por uma voz conhecida perto dele.
— Posso oferecer uma coberta aos senhores?
nem precisou olhar para cima para saber quem era a dona daquela voz. Por mais ridículo que pudesse soar, apenas o fato de finalmente ter se aproximado dele, já havia sido o suficiente para que o rapaz se arrepiasse, especialmente porque a mulher fez questão de se abaixar, de modo que ficasse quase na altura dele e pudesse falar próxima ao seu ouvido.
— Por favor. — ele se viu respondendo.
Com o mesmo sorriso educado de mais cedo, o sorriso doce e profissional, singelo, estendeu uma coberta nas mãos de , que agradeceu o gesto e, então, na hora de entregar a coberta de , fez questão de colocá-la no colo dele. O movimento foi rápido demais, mas os dedos dela apertando a sua coxa, quase na altura da virilha, não foi um movimento que passou despercebido por ele.
— Posso oferecer mais alguma coisa?
— Eu estou bem, obrigado. — respondeu.
Mas era óbvio que não estava falando com ele. e estavam imersos em uma espécie de bolha particular, presos em um contato visual forte demais, intenso demais para ser quebrado, quase como se pudessem se comunicar apenas com o olhar.
Sim, queria mais dela, mas não podia lhe oferecer o que ele queria, não ali, pelo menos.
— Se precisarem de mais alguma coisa, podem me chamar. Estarei à disposição.
Ele a viu se afastar, o corpo se mexendo lentamente dentro das roupas justas, para longe dele. Esperou tanto tempo para finalmente encontrá-la para, então, perder o poder o poder de fala quando finalmente a teve por perto. se sentia meio patético. Por outro lado, não era como se ele precisasse de palavras para demonstrar o que queria com .
No momento em que foi informado que as luzes da cabine seriam apagadas, soube o que teria que fazer. Jogou as cobertas de lado, tirou o conto e, então, a passos decididos, foi até o final do corredor, chegando na cozinha.
— Oh, o senhor não pode entrar aqui. Precisa de algo?
— Estou apenas procurando por uma pessoa. — ele respondeu dando uma rápida olhada no lugar, mas não encontrou quem procurava.
Frustrado, virou-se para a direção contrária. Antes de voltar para o seu assento, contudo, foi até o banheiro. Mal havia aberto toda a porta quando foi surpreendido com uma mão no peito o empurrando para trás.
Quer dizer, os banheiros dos aviões não eram conhecidos por serem enormes e espaçosos, tampouco confortáveis. Mal cabia uma pessoa, quem dirá duas… Mas não parecia se importar com isso.
A mulher girou a tranca atrás dela, de modo que não fossem interrompidos pelos próximos minutos. mal pôde esconder a sua surpresa. Passara as últimas três horas procurando por ela, tentando chamar a sua atenção para, então, ser encurralado no menor espaço daquele avião, por quem ele chegara a pensar que estava tentando ignorá-lo.
— Ei, o que você…
Mas não deixou que ele terminasse a sua pergunta.
Levou ambos os braços para seus ombros largos, uma das mãos indo em direção à nuca do rapaz e então o beijou. Não um beijo lento e demorado, como ambos queriam, mas um profundo e molhado o bastante para matar a saudade que os dois estavam sentindo. Um beijo relativamente rápido demais se considerassem o tempo que não se viam, mas igualmente satisfatório a qualquer outro beijo que já haviam trocado antes.
— Você não pode me distrair no meu trabalho, . — ela disse suspirando após partir o beijo.
Ele encostou a testa na dela.
— Eu não quis atrapalhar. Só queria poder contar vantagem para os meus amigos sobre o quão gata a minha namorada fica quando usa esse uniforme.
A mulher soltou uma risadinha. nunca perdia a chance de elogiá-la quando estava vestida para trabalhar. Ele fez isso quando se conheceram, quase um ano atrás, em um vôo como aquele, e depois o fez no primeiro encontro deles. até mesmo já usara a roupa fora do seu horário de serviço apenas para dar a o prazer de tirá-la e jogar as peças no chão do quarto.
— Você é um bobo mesmo.
não negou. Ele sempre agia como um bobo quando estava perto dela, um bobo completamente apaixonado.
Abaixou-se para beijá-la mais uma vez, um beijo mais demorado que o primeiro, apenas porque sabiam que aquele encontro secreto seria o primeiro e o último que teriam naquela viagem. Afinal de contas, estava trabalhando, e ela precisava manter a sua postura profissional ali dentro — e dar escapadinhas proibidas para lugares escondidos para dar uns amassos no namorado não era exatamente o tipo de conduta que fazia parte das suas atribuições como comissária de bordo. Após pousarem em Dubais, contudo, teria uma folga de sete dias, os quais passaria todos ao lado dele, e só então embarcaria em outro avião para um novo destino.
— Eu preciso voltar para o meu posto.
voltou um gemido de insatisfação, não queria deixá-la.
— Trate de se comportar. Mais tarde eu vou até você para ver como está.
Ele estreitou os olhos e sorriu de lado, já imaginando que, talvez, pudessem dar mais uma escapadinha para o banheiro do avião ou para qualquer outro lugar privado e menos apertado, mas logo tratou de cortar as suas asinhas.
— Nada de novos encontros secretos. — ela respondeu depressa. — Já estou me arriscando demais aqui. Teremos bastante tempo para fazer isso e muito mais quando chegarmos em Dubai.
apertou o abraço na cintura dela.
— Promete que vai direto me encontrar no hotel assim que pousarmos?
— Prometo.
— Promete que vai deixar eu tirar esse seu uniforme?
A mulher jogou a cabeça para trás rindo alto.
— Eu prometo! Agora vamos sair daqui porque você precisa dormir e eu preciso trabalhar.
não tentou impedi-la dessa vez, afinal, ele sabia que eles teriam uma semana movimentada pela frente. Além dos trabalhos que ele iria realizar durante o dia com o grupo, ele também teria suas noites bastante ocupadas quando voltasse para o hotel. E ele mal podia esperar por isso.




Fim



Nota da autora: Fanfics de Chanyeol e aeromoças se tornaram meu tipo favorito de fanfic (além dessa, eu fiz outra fanfic, chamada Love, Sex and Flight, haha). Essa aqui foi bem curtinha e fofinha e eu espero que vocês tenham gostado! Se puderem, deixem um comentário cheio de amor no final e não deixem de ler as demais fanfics do especial Kpop Extreme <3
Beijos de luz
Angel





Outras Fanfics:
Finalizada:
Ainda Lembro de Você Em andamento:
It’s Always Been You Shortfics:
21 MonthsAccidentally in Love IAccidentally in Love IIAinda Lembro de NósAnother SpellmanBabá TemporáriaBecause of the WarCafé com ChocolateCall for YouCompletely in LoveElementalGive Love a TryLittle SecretMessage to YouMidnight WindMy Co-StarO Amor da Minha VidaO Conto da SereiaO Garoto do MetrôReencontro de NatalRefrigerante de CerejaRumorShe Was PrettySorry SorrySuddenly Love ISuddenly Love IIWelcome to a new wordWhen We Met Série 7 First Dates:
Terrace NightMovie NightShow TimeSurprise DateHot Chocolate Ficstapes:
02. Cool 05. The Man Who Never Lied 06. Every Road 06. Love Somebody 07. Face 09. Who’d Have Known ● <10. Sol Que Faltava 10. What If I 11. Woke Up in Japan 12. Epilogue: Young Forever 15. Afterglow15. Does Your Mother Know MVs:
MV: Change MV: Run & Run MV: Hola Hola



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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