Getting out of my Control

Finalizada em: 29/12/2020

Capítulo 1

Trabalhar em um dos maiores e melhores hospitais do país tinha suas vantagens e desvantagens, mas meu amor pelo trabalho era maior que qualquer problema. Amo cuidar de cada um de meus pacientes, a ala cardiológica do hospital era um pouco movimentada.
! Na minha sala agora!
O diretor Zhang era um ótimo senhor, já o rapaz ao seu lado, Zhang Yixing, era um pouco, digamos, frio e autoritário. Ele era meu superior e eu devia obedecer às suas ordens, mas às vezes meu coração mole passava por cima delas e fazia de tudo para ajudar meus pacientes.
— Está ferrada de novo, ? — Meu amigo me cutucou e falou ao meu lado.
— Vá se ferrar, Jongdae!
— Que boca suja! — Ele colocou a mão em minha boca e riu. — Os pacientes podem ouvir!
Retirei sua mão de minha boca e começamos a rir juntos, era sempre assim, brigas, alfinetadas e muitas risadas.
— Você sabe que não fico calada com nada aqui, muito menos com o filho do chefe! — Sussurrei para Jongdae, como se aquilo fosse algum segredo mortal.
— Ainda vai se dar mal com isso, ! — Jongdae advertiu, porém seu rosto sustentava um sorriso zombador.
— Ele é um idiota mercenário! — Disparei alguns dos muitos elogios que eu tinha para Yixing. — Agora me deseje sorte, porque vou precisar!
— Boa sorte, pequena! — Ele beijou minha testa.
Me dirigi até a sala do senhor Zhang. Yixing estava de braços cruzados e me fuzilou com o olhar enquanto eu entrava.
— Demorou demais! — Minha vontade era de esganar ele.
— Desculpa, senhor Zhang! — Me curvei para o diretor, deixando Yixing ainda mais bravo.
— Sente-se, , tenho uma proposta para você, algo que você vai gostar! — O senhor de cabelos parcialmente grisalhos sorria enquanto esperava que me sentasse.
E assim o fiz. Estava tentando acalmar meu coraçãozinho, eu cuido dos pacientes cardíacos, mas isso não significa que eu sou de ferro.
— Então, , preciso que assuma o centro cirúrgico e ajude Yixing com isso, ele ser chefe dos dois setores está atrapalhando um pouco o noivado dele.
Noivado? Alguém aguenta esse cara? Ela merece o prêmio Nobel da Paz!
— Bem, senhor Zhang. — Fiz uma pausa dramática. — Eu aceito!
— Ótimo! — Ele se levantou e apertou minha mão. — Yixing irá te passar tudo que ficará na sua responsabilidade.
— Obrigada por confiar em mim, senhor Zhang! — Me curvei para ambos e saí dali com um sorriso enorme no rosto. Jongdae me olhou com uma das sobrancelhas arqueadas.
— Você está muito feliz! O que houve lá dentro?
— Sou sua chefe agora! — Ri da cara que ele fez.
— O quê? Pensei que você levaria mais uma bronca por atender alguém sem plano.
— Por enquanto, não foi isso, mas agora, meu subordinado, sua primeira tarefa é me trazer café!
— Como é? Eu não estudei por anos para trabalhar pegando café para você! Se você quer, vá buscar, minha mãe não pagou anos na faculdade para que eu sirva café para uma anã que nem você!
— Pode respirar agora, Jongdae! Eu quase não consigo acompanhar seu ataque. — Comecei a rir. — Mas só por ter me chamado de anã, você vai pagar meu almoço! — Entrelacei nossos braços.
— Você é uma cobra! — Ele me abraçou.
— E você me ama! — Seguimos para o refeitório. — Minha mãe mandou perguntar quando nos casamos. — Ele me olhou torto.
— Pensei que ela gostasse de mim. — Ele riu e eu dei um tapa em seu braço.
— Cale sua boca! Eu sou uma ótima pessoa e serei uma boa esposa, já você, eu não sei!
— Não disse isso em nenhuma das vezes que dormiu na minha cama. — Ele sorriu de lado e depois deu de ombros.
— Combinamos que não falaríamos mais sobre isso. — Eu já deveria estar vermelha.
— Isso o quê? — Ele tomou um gole do suco que havia pedido. — Que somos amigos com benefícios? Ah , me poupe, isso é tão comum hoje em dia, não há mal nenhum em se divertir de vez em quando!
— Chega, Jongdae! Estamos trabalhando! — Protestei.
— Tudo bem! — Ele ergueu as mãos. — Mas ainda sei te deixar vermelha. — Ele riu, mas parou no mesmo instante.
— O que houve? — Perguntei preocupada.
— O Zhang está vindo nessa direção. — Quando eu ia falar algo, senti uma mão em meu ombro.
— Preciso falar com você, de preferência agora. — O olhei por um instante, pensando se deveria.
— Tudo bem! — Olhei para Jongdae. — Volto rápido.
— Vou esperar aqui. — Ele continuou bebendo seu suco. Segui Yixing até a área externa do hospital, o rapaz parecia nervoso.
— Sei que não nos damos bem, mas é apenas porque você não segue as regras do hospital, mas não é sobre isso que quero falar, preciso da sua ajuda. — Ele soltou assim que chegamos à área externa.
— O que é tão importante para você ter de vir pedir minha ajuda? — Yixing riu nervosamente.
— Preciso que finja ser minha noiva! — Ele despejou.
— O quê?
— Eu menti para meu pai, sobre namoro, sobre noivado, sobre tudo! — A única coisa que consegui fazer foi rir. — Qual a graça?
— O senhor perfeição não é tão perfeito afinal!
— Por favor, ! Eu sei que pego no seu pé, mas tenho meus motivos.
— Você é maluco! — Me virei para sair, mas o maior pegou em meu braço.
— Por favor, !? — Ele fez uma carinha tão linda que quase cedi, veja bem, eu disse quase.
— Você vai resolver uma mentira com outra mentira e ainda por cima me colocando no meio?
— Eu conheço um pouco sobre você, não vai ser tão difícil falar de você para os meus pais, só vou ter que me livrar do seu amigo. Sei das coisas que fazem e não quero minha futura noiva com esse tipo de amizade.
— Você está começando a me assustar!
— Eu precisava saber tudo sobre quem eu gos... — Ele parou. — Sobre quem trabalha comigo!
— Suspeito, muito suspeito!
— Por favor, ! Você é a pessoa mais indicada para me ajudar. — E lá estava a carinha fofa de novo.
— Eu... Você tá maluco? Seu pai acabou de me dar um cargo de confiança e você vai me fazer mentir para ele?
— Não é mentir, é só me ajudar um pouco.
— Você realmente é maluco! — Fiz menção de ir embora novamente.
— Então saia comigo uma noite?
— Eu... — Fiquei sem palavras.
— Por favor? Só um encontro?
— Tá bem! — Ele sorriu. — Eu aceito, mas só essa vez, eu não vou mudar minha opinião sobre você e sobre essa situação!
— Você não vai se arrepender, ! — Ele beijou minha bochecha, me pegando de surpresa. Voltei para perto de Jongdae ainda em choque.
— O que aconteceu lá? Ele estava pegando no seu pé de novo? — Apenas neguei. — ? O que aconteceu?
— Ele me convidou para sair. — Toquei minha bochecha inconscientemente. — E beijou minha bochecha.
— Parece que alguém gostou! — Jongdae debochou.
— Eu já mandei você calar a boca hoje?
— Umas mil vezes! — Revirei os olhos.
— E então por que não mantém ela fechada? Não gostei de nada, ele me pediu para fingir ser a noiva dele.
— Espera, o quê?
— Isso mesmo! Ser a noiva de mentira dele. Aquele cara de pau!
— Você disse o quê?
— Claro que eu disse não, ou você também é maluco?
— Não, não! Eu iria dizer que você era a maluca se aceitasse.
— Mas aceitei sair com ele.
— Não vejo problemas nessa parte, vai que você gosta, ouvi pelos corredores que ele é assim porque gosta de você!
— Não fale asneiras!

Yixing POV

Onde eu estava com a cabeça para dizer ao meu pai que estava noivo? Eu não deveria ter dito isso. Suspirei pesadamente. Quem seria a pessoa mais indicada para me ajudar com isso?
Estava andando pelos corredores quando avistei e seu amigo conversando. Confesso que tenho inveja dele, ele pode estar perto dela.
Foi então que a ideia veio em minha mente, mas só não contava com a ideia de meu pai, ele colocou como chefe do centro cirúrgico e me deixou cuidando de todo o resto.
Como eu conseguiria convencer a sair comigo?
Foi com muito choro, era difícil na queda, não queria de jeito nenhum me ajudar, mas a essa altura do campeonato, não quero mais que ela me ajude, e sim, quem sabe, realmente conquistá-la.
é uma mulher incrível, mas não sei bem demonstrar meus sentimentos para ela. Eu sei que pego no pé dela como chefe, mas é algo automático. Ela muitas vezes quebra as regras do hospital, fazendo procedimentos não autorizados pelos planos de saúde dos pacientes, ou outras vezes ela simplesmente atende pacientes sem plano. Acho muito bonito o que ela faz por eles, mas ainda somos uma empresa e meu pai exige que eu tenha pulso firme com todos os funcionários e isso inclui minha paixão platônica.

***

Combinei o horário de buscar e lá estava eu, exatamente na hora indicada. Não posso negar que ela estava perfeita, sua roupa estava linda e ela parecia uma bonequinha saída de um desenho animado, tão fofa e perfeita que estava. Acho que eu acabei encarando demais, já que pigarreou e me olhou com a sobrancelha levantada.
— Estou tão feia assim?
— Muito pelo contrário, você está linda! — Pude jurar que ela ficou com vergonha.
— Para onde vamos?
— É surpresa! — Guiei até meu carro e segui para o restaurante que eu mais gostava, o local em que sempre me refugio nas horas vagas. Sim, eu me escondo em um restaurante, um dos garçons já era até meu amigo.
— E aí, Yixing? — Luhan me cumprimentou. — O que vai querer hoje?
— Uma mesa para dois, por favor, Luhan.
— Por aqui. — Ele nos guiou e indicou umas das mesas vagas. — Ela é linda! — Ele cochichou baixinho.
— Calado! — Eu e Luhan rimos juntos e tentava entender a situação ali. — É um amigo de longa data, sempre venho aqui quando estou com problemas.
— Ah! — Foi a única coisa que ela exclamou antes de voltar sua atenção ao cardápio.
— Tudo aqui é maravilhoso, mas sou suspeito para falar algo.
— Vou tentar aproveitar como você pediu.
— Não sabe o quanto fico feliz em ouvir isso! — Sorrimos juntos, ela tem um sorriso maravilhoso.
— Mas não abuse da sorte!
— Estraga prazeres!
Sorrimos bastante, conversamos e depois do restaurante, fomos passear pelo parque. era alguém realmente cativante, me contou várias coisas a seu respeito e eu contei muito sobre mim e não deixei de lado a parte em que preciso realmente que ela me ajude.

POV

Yixing foi um amor durante toda a noite, eu não poderia mentir sobre isso, mas ainda achava a ideia dele um absurdo, não fingiria ser algo que não era.
— Então... Você está entregue e segura. — Ele disse enquanto parava o carro em frente à minha casa.
— Eu adorei o passeio, não poderia mentir para você.
— Então aceita repetir a dose depois do seu plantão de depois de amanhã?
— Okay! Eu aceito!
— Você não vai se arrepender! — E mais uma vez ele se despediu de mim com um beijo na bochecha.

***

Na manhã seguinte, eu não tive tempo de dar nem bom-dia para Jongdae e ele já veio me bombardeando de perguntas.
— Como foi? Onde ele te levou? Vocês comeram juntos? Ele foi legal com você? Vocês se beijaram?
— Calma, homem! Respira! — Comecei a rir. — Não sei se devo te contar!
— Aigo! Ela é perversa! Por favor! Se não me contar, vou falar para sua mãe que você dorme na minha cama pelada depois da balada!
— Golpe baixo, Jongdae!
— Ela gosta de mim, mas não vai permitir que sejamos tão íntimos assim. Se ela souber, você vai ser obrigada a casar comigo amanhã!
— Não aconteceu nada demais! Ele só foi legal comigo, só isso!
— Como ele é devagar! — Jongdae revirou os olhos.
— Sabe que ele não gosta de você, né?
— Deixa ele achar que a concorrência é forte!
— Você realmente não presta! Quando vai arrumar uma namorada e sair do meu pé?
— Será que eu já não arrumei e você nem notou?
— Me conta essa história direito, Kim Jongdae!
— Tô brincando, ainda sou todo seu!
— Convencido! Vamos trabalhar! — Saí empurrando Jongdae pelos corredores do hospital, o dia foi tão cheio que nem ao menos vi Yixing pelos corredores ou consultórios. O plantão passou voando e tudo o que eu queria fazer era chegar em casa e dormir.
? — Me virei na direção da voz e encontrei Yixing correndo até mim. — Você tem carona para casa?
— Na verdade, eu ia com Jongdae, mas ele ainda está se trocando.
— Quer que eu te leve?
— Eu aceito, mas preciso avisar Jongdae que não irei com ele.
— Okay! — Yixing seguiu para o estacionamento e eu saí à procura de Jongdae.
— Jongdae! — O chamei de longe. Ele estava conversando com uma das enfermeiras e ria bastante, seria a vítima da semana.
— Espero que seja importante, eu estava bastante ocupado.
— Então aproveite muito, Yixing se ofereceu para me levar em casa.
— Já está me trocando? — Ele ergueu uma das sobrancelhas.
— Você nem vai fazer tanta questão assim, afinal, agora está livre.
— Isso é ciúmes?
— Não! Pode ir lá com ela.
— Okay! — Ele ergueu as mãos. — Aproveita sua carona, senhora não tenho ciúmes do meu amigo!
— Tchau, Jongdae. Use camisinha!
— Aish! Sua bocuda!
Segui pelos corredores até a área externa do hospital e encontrei Yixing encostado em seu carro, me esperando e abrindo um sorriso quando finalmente me viu.
— Pronta? — Ele perguntou já abrindo a porta do carro.
— Sim.
— Seu amigo não vai ficar chateado? — Soltei uma risada involuntária. — Por que está rindo?
— Ele não liga para isso, se surpreenderia com as coisas que ele me perguntou.
— Quando você estiver mais à vontade comigo, você me conta.
— Quem sabe... Quem sabe...
— Você e seus enigmas, hum... Você está muito cansada?
— Depende. — Respondi o encarando.
— De? — Ele perguntou rindo mais uma vez, aquela porra de sorriso lindo.
— Do que você quer fazer.
— Ah, só quero te levar para conhecer meu lugar favorito.
— Outro?
— Dessa vez não tem comida, só uma surpresa!
— Poxa, se não tiver comida eu não vou! — Fingi estar aborrecida.
— Não me faça falar demais, só vamos.
— Okay, vamos! — Ele sorriu e começou a dirigir. Seguimos até sair da avenida principal e chegar à rodovia, o som do carro deixava o silêncio mais suave e sem aquele incômodo.
Estávamos subindo em uma estrada que dava acesso a um morro, nada muito alto, mas dava para ver todas as luzes da cidade mais abaixo. Yixing parou o carro e desceu, deu a volta e abriu a porta para mim.
— Gostou? — Ele perguntou um pouco ansioso.
— Aqui é lindo! Dá para ver toda a cidade, todas as luzes! — Falei empolgada. Eu acho que ele notou a felicidade em meu tom de voz.
— Aqui sempre é assim, precisa ver o pôr do Sol, é ainda mais mágico!
— Você vem sempre aqui?
— Só quando preciso esquecer dos problemas do hospital.
— Deve ser difícil ser chefe e ainda ser o filho do dono.
— Eu gosto do que faço, mas existem decisões difíceis, ter a vida de outras pessoas em suas mãos é bem difícil.
— Sei bem como se sente, mas as vidas que salvamos compensam cada estresse do trabalho!
— Você tem razão, mas vamos falar de coisas boas?
— Só se for sobre comida, eu estou com fome, Yixing. — Fiz bico.
— Você adora estragar a surpresa! — Ele saiu de perto de mim e foi até o porta malas do carro, trazendo consigo uma cesta. — Eu não iria deixar você sem comer.
— Ainda bem! — Peguei em sua mão livre e o puxei para sentar na frente do carro, o maior tirava cada coisa de dentro da cesta com cuidado, tinha frutas, pães, suco e uma garrafa de vinho.
— Estava em dúvida, então trouxe um pouco de tudo. — Ele deu de ombros.
— Eu gostei. — Eu não poderia mentir sobre nada, iria aproveitar.
— Que bom. Mais uma vez, você me deixa feliz.
Acabamos rindo muito, conversando e tomamos apenas uma taça de vinho, afinal, ele estava dirigindo e não queríamos que nada de ruim acontecesse.
— Feche os olhos! — Yixing pediu. Ele estava me dando alguns petiscos na boca. — O que é isso?
Abri a boca e saboreei um pouco do que ele havia me dado, a mistura doce do chocolate com o azedo do morango era muito gostosa.
— Essa é fácil! Morango com chocolate! — Coloquei o resto do morango na boca e acabei derramando um pouco de chocolate na lateral da minha boca. Yixing me olhava e tudo parecia ir em câmera lenta, o polegar dele que foi até minha bochecha, retirando o chocolate dali, sua mão segurando meu rosto e seus olhos que pareciam implorar para que eu o desse permissão.
Aproximei mais ainda nossos rostos e Yixing finalmente colou seus lábios nos meus. Seu toque era suave, nada afoito, um beijo calmo, estávamos aproveitando cada segundo daquele momento. Suas mãos desceram até minha cintura e o rapaz me puxou para mais perto de si, aprofundando ainda mais o ósculo, nosso beijo era ainda mais quente, Yixing me apertava cada vez mais contra si.
Nos separamos quando não deu mais para respirar, realmente seu beijo era de tirar o fôlego. Ficamos nos encarando com as testas coladas e Yixing depositou um último selinho antes de me ajudar a levantar e juntar tudo para irmos embora.

***

Os meses seguintes foram os mais confusos da minha vida. Eu não sabia ao certo qual o tipo de relacionamento eu e Yixing tínhamos e nem ao menos tive uma noite decente com Jongdae. Ele mesmo dizia que eu não estava presa, mas ajudar para que eu me resolvesse, isso ele não fazia.
— Ah, qual é, ? Outra vez? — Um Jongdae sem camisa reclamou.
— Desculpa, eu não consigo mais.
— Já é a segunda vez que você chama o nome dele. — Ele bufou. — Quer imaginar que é ele, pode imaginar, mas segura sua língua, por favor, isso é broxante!
— Eu tento ser séria perto de você, mas não dá, você mesmo não se leva a sério.
— Vem cá, você realmente tá apaixonada! — Ele me abraçou e se deitou comigo. — Acho que perdi minha companheira de foda.
— Você está me consolando ou chorando?
— Os dois, agora aproveita que a partir de hoje serei apenas seu ombro amigo.
— Parece até que é o fim do mundo. — Revirei meus olhos.
— Você cresceu, agora é uma mulher madura, acho que não preciso mais te dizer como bater nele se ele te machucar, certo?
— Eu sei me defender muito bem!
— Deveria realmente se resolver com ele, ele já disse que gosta de você, talvez devesse dar uma chance a ele.
— Não sei, Dae, nunca estive em um relacionamento que envolvesse sentimentos nele, talvez eu não saiba amar.
— Ninguém sabe, , ninguém sabe! — Jongdae fez carinho em meus cabelos e acabamos dormindo. Quase perdemos a hora da troca de plantão, chegamos em cima da hora. Como eu, sendo chefe, me atraso dessa maneira?
Cheguei à minha sala e logo ouvi batidas. Dei permissão para que a pessoa entrasse e Yixing entrou, acompanhado de um outro rapaz, muito bonito por sinal. Foi então que lembrei que era o novo cirurgião que seria integrado à minha equipe.
, esse é Kim Jongin, seu novo cirurgião. — O novato estendeu a mão em minha direção e eu fiz o mesmo. Ao invés de ele me cumprimentar normalmente, Jongin virou minha mão e depositou um beijo nela.
— É um prazer conhecê-la, ouvi coisas maravilhosas a seu respeito!
— Espero que possamos nos dar bem, seu currículo é de dar inveja em muitos por aí.
— Eu só faço o melhor pelos meus pacientes.
— Entendo você, quer conhecer o hospital? — Ouvimos o pigarrear de alguém na sala, foi só então que lembrei que Yixing ainda estava ali.
— Vejo que se deram muito bem. Vou indo. , depois venha na minha sala, por favor. — Apenas acenei e Yixing saiu da sala.
— Se eu o conhecesse, diria que ele está com ciúmes. — Jongin ri.
— Não, isso é coisa da sua cabeça. — Ri nervosamente.
“Talvez ele esteja.”, pensei.
— Ainda vai me levar para conhecer o hospital, ou terei que te convidar para almoçar logo de cara?
— Vamos conhecer o hospital primeiro, o almoço fica para a próxima. — Ele assentiu e me seguiu pelos corredores.
Conversamos sobre cada um dos pacientes que estavam na fila para transplante e sobre cada caso, dos mais graves aos mais leves. Jongin ouvia tudo atentamente e anotava em seu celular tudo que ouvia. Quando finalizamos a ronda completa, Jongin fez algumas perguntas sobre alguns casos que chamaram sua atenção, fiquei fascinada com a dedicação dele, sendo que ele estava ali há poucas horas.
Levei Jongin até sua sala e concluímos as anotações dele, não tínhamos nenhuma cirurgia marcada para aquele dia, estão estudamos cada um dos casos mais graves. Jongin me explicou algumas técnicas usadas para pacientes com doenças terminais e nem percebi o tempo passar.
— Não deveria ir falar com o Doutor Zhang? — Ele perguntou rindo. Me levantei depressa, peguei minhas pastas em cima da mesa e o reverenciei várias vezes antes de sair de sua sala.
— Ele vai arrancar meu pescoço, nos vemos depois, Doutor Kim!
— Até depois, chefinha!
Segui pelos corredores e bati na porta de Yixing com um pouco de receio.
— Entre! — Ele gritou de dentro. Entrei e me sentei de frente para sua mesa. — Pensei que tinha me esquecido.
— Me empolguei falando sobre alguns pacientes.
— Com os pacientes ou com o médico novo?
— Menos, Doutor Zhang, menos!
— Desculpa, sei o quanto ama cada um de seus pacientes, mas isso não vem ao caso agora. Por que não me atende ou não responde minhas mensagens?
— Eu... — Fiquei sem resposta.
— Eu deveria mudar minha abordagem com você? Ser mais direto? Não ser tão paciente?
Nada saía de minha boca, Yixing levantou e foi até a porta trancando-a, depois veio em minha direção em passos lentos e ficou na minha frente.
— Terei que usar a última carta que tenho na manga?
— O que vai fazer? — Eu sabia bem o que ele ia fazer.
— Você vai ver, ou melhor, vai sentir! — Yixing segurou em minha mão e me levantou, me deixando entre a parede e sua mesa. Devagar, ele aproximou seus lábios dos meus e me beijou, um beijo totalmente diferente do nosso primeiro, um beijo necessitado, seu corpo prensou o meu contra a parede e acabei soltando um arfar um pouco mais alto, fazendo com que Yixing nos se separasse de mim e sorrisse vitorioso.
— Acho que estamos indo bem. — Ele então voltou a me beijar e me mudou de posição, dessa vez fui colocada sentada sobre a mesa dele.
As mãos grandes de Yixing passearam por todo o meu corpo e o maior se posicionou entre minhas pernas. Minha cabeça dizia que aquilo era errado, não pelo que fazíamos e sim pelo local onde fazíamos. Meu jaleco foi jogado no chão e nem ao menos vi quando o maior o tirou.
A sala já estava ficando quente, eu queria continuar com nosso momento, mas ali não era o lugar indicado.
— Yixing... É melhor sairmos daqui, alguém pode ouvir! — Sugeri.
— Para onde devemos ir? Nosso plantão nem acabou.
— Você acha que aguenta? — Comecei a rir.
— Por você? Sim! — Ele mordeu meu pescoço uma última vez e me soltou. — Te vejo no final do plantão!
Sabe quando o tempo parece passar ainda mais devagar? Então, passei o restante da tarde olhando para o relógio e aqueles malditos ponteiros não saíam do lugar. Quando enfim terminei de passar meu plantão para o outro responsável, saí praticamente correndo até os vestiários, tomei um banho e procurei por algo decente dentro de meu armário, ainda bem que tinha lingerie bonita e roupa decente também.
Me arrumei e coloquei minhas roupas usadas em minha mochila, tentei ao máximo andar devagar até a saída, mas estava impossível.
— Aonde vai com tanta pressa? — Jongdae perguntou e segurou minha mão.
— Resolver um problema importante! — Ele riu e me soltou.
— Então seu problema importante está resolvendo um problema também. Ele passou aqui quase correndo.
— Não sei do que está falando.
— Ainda vai mentir para mim e para você? — Ele beijou minha testa. — Vai logo, ele já está na frente do hospital.
— Tchau, Jongdae!
— Ah! Depois você vai me contar que história é essa de ter outro cara trabalhando com você!
— Depois conversamos! Beijo! — Continuei meu caminho até o lado de fora e encontrei Yixing sentado ao volante. Ao me ver saindo, ele saiu do carro e veio para o lado do passageiro, me puxou e depositou um beijo rápido em meus lábios. Eu não sabia onde enfiar minha cabeça, todos do lado de fora estavam nos olhando.
— Ainda vai sair comigo? — Ele abriu a porta para que eu pudesse entrar.
— Ainda duvida? — Disse enquanto entrava no veículo. Yixing deu a volta no carro e entrou.
— Só temos um problema.
— E qual seria?
— Não tenho para onde te levar. — Ele riu.
— E você ri?
— Eu moro com meus pais e eles estão em casa a essa hora.
— Eu posso rir? — Perguntei. Ele me respondeu com uma careta. — Okay, não posso. Podemos ir para o meu apartamento, mas vou logo avisando, ele é minúsculo.
— Para o que vamos fazer, uma cama ou um sofá é suficiente.
Disse meu endereço e Yixing dirigiu até meu apartamento. Assim que entramos, Yixing jogou minhas bolsas no chão e fechou a porta rapidamente, seus braços envolveram minha cintura e me puxaram para mais perto de si.
Sua boca encontrou a minha ainda no escuro e meu corpo foi colocado encostado à porta. Ele me soltou apenas para começar a se livrar de nossas peças de roupa.
— Quarto? — Yixing perguntou após tirar minha calça e a sua. Apenas acenei com a cabeça na direção da porta do quarto.
O maior colocou suas mãos em minhas coxas e me ergueu do chão, me fazendo enlaçar as pernas em sua cintura, e seguiu para o quarto.
Quando chegamos ao quarto, Yixing me deitou suavemente na cama, sua boca depositava leves mordidas em meu pescoço, deixando meus arfares cada vez mais altos.
— Yixing... — Gemi manhosamente.
— Diz pra mim o que você quer!
Quando ia responder alguma coisa, ele desceu sua mão até minha intimidade e começou a fazer movimentos por cima de minha calcinha. Sua outra mão foi até meu sutiã, abrindo o fecho e deixando meus seios expostos. Yixing levou sua boca direto para um deles e passou sua língua sobre o bico, me fazendo gemer mais.
— Não sabe há quanto tempo espero por isso! — Yixing disse antes de descer sua boca por minha barriga, indo até minha calcinha.
Ele depositou um beijo em minha intimidade sobre a calcinha sem cortar contato visual. A última peça que impedia Yixing de continuar o que estava fazendo era minha calcinha, que foi rasgada nas laterais e desapareceu.
— Ei! Eu gosto de todas as minhas lingeries!
— Depois te dou outra, agora vamos ao que interessa. — Ele encostou sua boca em minha intimidade e a chupou com vontade. Meu corpo estremeceu e eu me agarrei aos lençóis abaixo de mim quando ele introduziu sua língua em meu interior, meus gemidos ficando cada vez mais altos.
Meu corpo já dava indícios de que um orgasmo estava chegando, mas Yixing não me deixou chegar lá. Ele parou seus movimentos e se posicionou entre minhas pernas, seu membro ainda preso pela cueca roçando em minha intimidade e me fazendo arfar.
Minhas mãos desceram até sua boxer e eu a retirei rápido, aproximei nossas intimidades e deslizei seu membro para dentro de mim. Gememos junto com o contato e Yixing começou a se movimentar contra mim, seu gemido rouco contra meu ouvido era um som muito gostoso de se ouvir.
As estocadas eram rápidas, o corpo de Yixing contra o meu fazia com que eu gemesse seu nome a cada novo movimento. Ele ergueu uma de minhas pernas, assim eu podia sentir seu membro cada vez mais fundo.
Yixing sabia como me satisfazer, nossos movimentos eram sincronizados e rápidos. Inverti nossas posições e passei a cavalgar em seu membro. Yixing segurou firme em minha cintura me auxiliou nos movimentos. Tentei ir o mais rápido e fundo que consegui e meu ápice chegou, quase me fazendo desabar sobre Yixing. Ele continuou me movimentando contra ele, chegando ao ápice dele logo em seguida.
Depois de um tempo tentando recuperar o fôlego, deitamos de frente um para o outro.
— Desisti de mentir para o meu pai.
— Por quê?
— Cansei de fingir algo só para agradá-lo.
— Você faz bem, mas por que foi adiante com as investidas em mim?
— Gosto de você de verdade e quero fazer tudo da maneira correta.
— Eu... Eu...
— Não precisa ser minha namorada ou noiva, só precisa aceitar sair comigo.
— Aceito, mas vamos continuar saindo só para isso?
— Isso o quê?
— Sexo?
— Não! Eu quero dizer que vamos continuar nos conhecendo e nos encontrando. Se você não quiser, nada acontece.
— Okay, vamos resolver isso com o tempo, agora vamos tomar banho e comer, estou cansada.

***

Estava distraída na cozinha e não percebi que ele me observava. Yixing estava sem camisa e de braços cruzados, e eu rebolava enquanto cozinhava, completamente alheia.
— Deveria fazer isso mais vezes, gostei da visão da sua bunda balançando enquanto cozinha!
— Que susto!
Ele veio em minha direção e me abraçou por trás, me fazendo sentir seu membro ereto.
— Olha só o que você fez comigo!
— Eu não fiz nada, sua mente suja que fez!
— Então cozinhar só de calcinha e camiseta não é um pecado? E ainda dançando? Acho que você fez de propósito... — Ele sussurrou contra o meu ouvido
— E o que você vai fazer?
— Que tal isso? — Ele me segurou e me colocou sentada no balcão, colou sua boca na minha e me beijou com muita volúpia. Suas mãos apertam minha bunda e eu arfei imediatamente, estava quase cedendo de vez, quando ouço meu telefone tocar.
— Aish! Quem é uma hora dessas? — Atendi ao telefone e Yixing ficou me observando. — Alô!
Doutora Lim?
— Sim, sou eu, o que houve?
Um de seus pacientes entrou na sala de cirurgia, precisamos da senhora aqui agora!
— Qual deles? — Eu estava ficando nervosa.
A senhora Park, você precisa vir rápido.
— Estarei aí o mais rápido possível. — Encerrei a ligação e corri para meu quarto, sendo seguida por Yixing de perto.
— O que houve? — Ele me perguntou enquanto eu tentava me arrumar.
— A Senhora Park está indo para a sala de cirurgia, precisam de mim lá agora.
— Você quer que eu te leve?
— Se não for incomodar você, eu aceito.
— Não incomoda em nada, nossa noite juntos pode esperar mais um pouco.
— Obrigada por entender. — Saímos e Yixing me deixou em frente ao hospital.
— Depois nos falamos. — Ele gritou para mim enquanto eu corria em direção à entrada.
Eu corri bastante até chegar ao quarto da senhora Park. Quando adentrei o local, Chanyeol, filho da minha paciente me recebeu.
— Ainda bem que você chegou, doutora Lim! — Ele levantou rapidamente e veio em minha direção.
— Onde está sua mãe? E qual o motivo dessa cirurgia assim, de repente?
— Ela foi levada pelo médico novo, ela teve mais um infarto e ele solicitou alguns exames e levou-a para a sala de cirurgia. Eu que pedi para que chamassem você.
— Fez certo, Chanyeol. Não se preocupe, vou ver como estão as coisas e te digo.
— Obrigado, doutora Lim!

***

Jongin realmente conseguiu salvar a senhora Park. Ele notou algo que passou despercebido por mim e em algumas semanas ela poderia enfim voltar para casa.
— Ótimo trabalho que você fez lá dentro! — Disse para Jongin assim que chegamos em sua sala.
— Não fiz muito, só solicitei exames mais detalhados nos aparelhos novos do hospital. Aquelas geringonças caras têm de ajudar a curar os pacientes, não é mesmo?
— Você tem razão. O filho dela estava muito nervoso, eu acho que agora realmente me sinto a chefe do setor, não realizei a cirurgia e estava cuidando da parte burocrática, mas isso não faz muito o meu estilo.
— Você vai se acostumar, Doutora Perfeita! Esse é o apelido que escolhi para você, já que você é linda, inteligente e ama muito seus pacientes. Não existe no mundo alguém tão perfeita como você.
— Tão exagerado!
— Soube que Yixing beijou você em frente ao hospital. — Jongin disse enquanto terminava algumas anotações. — Vocês namoram?
Eu não sabia o que responder, não estávamos namorando, mas estamos saindo de vez em quando. Somos amigos?
— Não sei o que somos, mas não namoramos.
— Isso é bom!
— Por quê?
— Posso tentar mudar sua cabeça, posso talvez tentar algo… — Ele levantou e veio em minha direção. Estava perto demais, perigosamente perto demais. Ele ficou me observando, mas antes que pudesse fazer algo, alguém entrou de uma vez na sala.
— Jongin, você viu a ? — Jongdae perguntou, e quando me viu perto de Jongin, fez uma cara de poucos amigos. — Acho que a encontrei.
— Pode ir com ele, depois conversamos. — Jongin piscou para mim. Saí da sala dele e segui para a minha sala em silêncio, sendo seguida por Jongdae de perto. Ele não perguntou nada, não falou e nem fez nenhuma piada, aquilo era esquisito até mesmo para ele.
— O que você tem? — O perguntei assim que entramos.
— Ele ia te beijar? — Ele perguntou sério.
— Era só isso? Estava começando a ficar preocupada que você estivesse com algum problema.
— Eu estou, mas você não pode resolver, não é algo que você entenderia.
— Você está esquisito, Jongdae.
— Esqueça, . Vá para casa descansar, deve estar cansada, não dormiu e ainda teve voltar aqui.
— Tudo bem, depois vamos conversar, minha cabeça não está processando bem as coisas.
— Se cuide, ! — Ele beijou minha bochecha e saiu.
A semana seguiu normalmente, na medida do possível. Jongdae mal falava comigo, Yixing estava atarefado com algo da família e Jongin estava cada vez mais empenhado em me conquistar. Todas as manhãs eu recebia flores com um cartão.
— Quando vai sair comigo?
— Não sei se isso é uma boa ideia.
— Você não tem nada com o Zhang e ele agora está na China, resolvendo assuntos da família, e te deixou aqui.
— Ele não deixou ninguém, eu não tenho nada com ele.
— Outro motivo para você ao menos aceitar um jantar comigo. O que me diz?
— Não, Jongin, muito obrigada, mas não vai rolar.
— Eu ainda não desisti. — Ele piscou e foi embora.
Jongdae aparentemente estava se escondendo de mim. Toda vez que o encontro no corredor, ele misteriosamente some. Eu precisava descobrir o motivo dessa birra besta. Éramos amigos desde que eu me entendia por gente, a faculdade foi difícil e nos apegamos demais, eu meio que o amava, era algo muito de adolescente ainda, afinal, eu ainda tinha dezoito anos. Mas Jongdae era um pegador, não ficaria ou namoraria a melhor amiga, foi então que eu lhe dei aquela ideia maluca de amizade com benefícios, só que eu era a única a envolver sentimentos em nossas transas. Jongdae era “fiel” até eu dizer que não queria mais, depois disso, passamos a ter nossas noites só depois das baladas, foi quando desisti dos sentimentos. Homem nenhum era suficiente para mim, até agora, mas ainda sinto falta do meu dinossauro perto quando preciso.
Lembro como se fosse ontem a nossa primeira vez, ele ria tanto depois que eu pensava que tinha feito algo errado, mas ele era sempre assim, fofo na hora certa e perigoso também.


Capítulo 2

Jongdae POV

Como consegue ser tão cega e por que eu ainda me importo? Há tempos que disse a mim mesmo que nunca mais iria sentir isso, mas essa porra de ciúmes volta para estragar tudo, nossa amizade, nossa felicidade... Eu deveria estar feliz por ela, não?
Primeiro foi o médico certinho que é um pé no saco como chefe, agora o novato bom em tudo e eu sou o quê? O amigo de faculdade, de colo para consolo, de cama.
Por que naquela época, na faculdade, eu não falei nada? Como perdi o controle de tudo? nem ao menos nota nada, acha que tenho qualquer coisa, menos que o cara que está com ela desde sempre a ama.
Era meu horário de descanso e resolvi me esconder de , ficar perto dela era um pouco difícil agora. Rodei na pequena cama e acabei pegando no sono.

***

Acordei com mãos sobre meu peito, estava deitada ao meu lado e abraçada a mim, seu cheiro doce era perfeito e ela ressonava baixo. Quando ela entrou ali? Fiz o mínimo de movimentos possível e tentei levantar, mas ela acabou acordando.
— Ia fugir de novo? — Ela coçou os olhos e me analisou.
— Quando entrou aqui? — Respondi com outra pergunta.
— Você não lembra? — Neguei. — Você me chamou. Mesmo fugindo, você ainda me quer.
— Você não está falando nada com nada, eu dormi sozinho e você não sabia onde me achar!
— Se eu não sabia, por que eu sei o motivo do seu amigo... — Ela apontou para a minha calça. — Estar assim por minha causa?
chegou mais perto e mordeu minha orelha, me fazendo sorrindo involuntariamente. A menor estava me provocando e isso era surreal, sempre era eu a tomar a atitude. desceu sua boca até a minha e a mão até minha calça, arfei baixo e puxei-a para um beijo, estava quase descendo minha mão até seu busto, quando começou a parecer um borrão e as batidas na porta ficaram mais fortes.

***

Era tudo um maldito sonho, um dos enfermeiros bateu na porta avisando que meu horário de descanso havia acabado e que tinha alguém esperando por mim em minha sala.
Saí resmungando por ter sido acordado num momento tão crucial, andei devagar até meu consultório, e, quando entrei, me deparei com sentada, me esperando.
— Finalmente!
— O que foi? Cansou do novato e veio atrás de mim? Ou tá com saudade do chinês e eu sou o reserva?
— Qual o seu problema, Jongdae? — Ela gritou.
— Sua cegueira! — Gritei de volta.
— O quê?
— Você é muito lerda! É isso!
— Que droga, Jongdae, você ficou com ciúmes só por que um cara novo chegou? É isso? Ele é só mais um colega de trabalho.
— E é isso que eu vou continuar sendo? O amigo? O colega de trabalho?
— Você está sendo infantil!
— Eu amo você! Droga! É difícil entender?
Fomos interrompidos por alguém que bateu na porta. Yixing havia voltado e já estava rondando a presa.
Saí da sala, deixando o casalzinho feliz matar a saudade.

POV

Jongdae jogou tudo na minha cara e eu nem ao menos pude falar nada, já que Yixing chegou na mesma hora.
? Aconteceu alguma coisa? — Yixing me perguntou ao ver Jongdae sair da sala irritado.
— Não se preocupe, mas preciso falar com ele, depois falo com você. — Saí da sala quase correndo.
Saí praticamente abrindo todas as portas daquele hospital. Quando o encontrei, Jongdae estava sentado no terraço e olhava para longe.
— Por que você foge depois de soltar uma bomba dessas?
— Segurei por muito tempo, acabou me sufocando, sei que você não gosta de mim da mesma forma.
— Você não sabe de nada, como podemos dizer que somos amigos e não nos conhecemos tão bem assim?
— Você é lerda e eu, um idiota! — Rimos juntos.
— Vou ter que concordar com tudo, mas você só dificultou as coisas!
— O que eu realmente sou para você, ?
— Você é... É difícil explicar agora, Jongdae. — Ele me olhou com um sorriso forçado no rosto.
— Sempre será difícil, afinal, você gosta do mala.
— Não diga isso dele. — Pedi e ele bufou. — Durante muito tempo meu coração pertenceu a você em silêncio, vivendo de um relacionamento que não existia. Você era meu porto seguro, você me protegeu desde sempre, mas não se entregou, então eu desisti e apenas curti o sexo.
— Você não sabe o que eu sentia... — Jongdae divagou e depois suspirou.
— Você nunca contou. Só agora resolveu que era a hora certa? Você não pensou na hipótese de sua melhor amiga sentir algo por você?
— Eu não era, na verdade não sou, seguro em momento algum. Nossas noites eram maravilhosas, você era mais que apenas alguém para diminuir minha tensão sexual, eu fazia amor com você e não sexo.
— Isso tudo é muita informação, Jongdae, eu preciso pensar, minha cabeça e meu coração estão totalmente bagunçados, essa confissão só piorou tudo.
— Pode ir, vou te dar o espaço que precisar, eu espero quanto tempo for preciso! — Jongdae me abraçou e eu cedi, colocando meus braços ao redor do corpo do maior. Ficamos ali abraçados em silêncio por um bom tempo.
Quando nos soltamos, Jongdae beijou minha testa e seguiu pela porta, me deixando sozinha. Me recompus e desci até minha sala, Yixing estava ali me esperando.
— Não demorou tanto quanto achei que seria. — Ele sorriu. — Você está bem?
— Estou sim, só uma discussão entre amigos.
— Preciso conversar com você. — Ele fitou o chão. — Tenho uma notícia ruim e uma boa, qual você quer saber primeiro?
— A notícia ruim, nada pode ficar pior do que está.
— Terei de me mudar para a China.
— O quê? Por quê?
— É aí que que vem a notícia boa, finalmente contei ao meu pai toda a verdade sobre namoro, tudo, mas ele não gostou muito do que contei.
— Você vai embora de vez? O que ele falou?
— Não vou embora, ficarei mais tempo lá, mas virei aqui sempre que puder. — Ele sorriu. — Tivemos uma discussão bem feia, algo sobre confiança, nunca mentir, ele perguntou se eu não o amava, essas coisas.
— Por que você mentiu para ele?
— Não aguentava mais a pressão deles tentando me arrumar encontros e namoradas.
— Quantos anos você tem? Por que não disse que não queria e acabou logo com isso?
— É, eu sei... Tudo saiu do controle, eu pensei que conseguiria sustentar isso.
— Homens e seus achismos!
— Eu tenho algo a pedir. — Ele fez aquela carinha fofa.
— Não caso com você! — Cruzei os braços.
— Yah, não é isso! Quero que espere eu resolver tudo com meu pai para poder voltar para você.
Ia responder Yixing, mas Jongdae e o tempo que pedi para mim vieram à cabeça.
— Não sei, Yixing, não temos nada sério, você escolheu assim.
— Vai mesmo ficar assim por que seu amiguinho disse que te ama? — Ele perguntou e eu o encarei.
— Você ouviu tudo? — Eu realmente estava com raiva.
— Como não ouvir? Vocês estavam tendo uma DR dentro do consultório. — Yixing estava sendo irônico.
— Você realmente ouviu tudo que ele disse? O que mais você sabe, Yixing?
— Sei que ele está sendo um babaca se acha que você vai ficar com ele, que ele poderia ter dito isso muito tempo atrás, mas só resolveu fazer isso agora. Muito conveniente para ele, não acha?
— Não é porque eu gosto de você um pouco que eu não posso dizer umas coisas para você! Você sabe demais da minha vida, não importa se você escuta ou não pelos corredores, não se meta na minha amizade com Jongdae. O amando ou não, gostando dele ou não, ele sempre esteve ao meu lado, posso não corresponder aos sentimentos dele, mas você não tem nenhum direito de se meter na minha amizade.
— Mas... — Não deixei que ele continuasse.
— Não esqueci o que me disse na primeira vez em que me fez aquela proposta horrorosa. Não me afastarei de Jongdae. Mesmo que sejamos apenas amigos, nada vai me afastar de quem sempre esteve ao meu lado.
— Ele não quer perder a transa fácil! — Ele gritou. Não consegui controlar minha raiva e desferi um tapa em Yixing, saindo de perto dele logo depois. Peguei minha bolsa e rumei em direção à saída.
! — Yixing segurou em meu braço. Apenas me soltei e fui embora, estava farta daquele maldito dia, precisava ir para casa e descansar.
Ao chegar em casa, enchi a pequena banheira e comecei a me despir, precisava desse banho, meu estresse estava no limite, e isso só com um dia. Entrei na banheira e relaxei com a água morna. Estava quase dormindo quando a porta da frente abriu e ouvi Jongdae me chamando.
? — Jongdae me procurou pela casa.
— Eu estou no banheiro! — Gritei para Jongdae.
— Eu posso entrar? — Ele entrou com a mão nos olhos.
— Bobo, não é nada que não tenha visto nos últimos anos.
— Mas agora sou apenas o amigo.
— Se for falar merda pode ir embora, já basta o Yixing.
— O que aquele idiota disse?
— Nada que precise se preocupar, valentão! — Acabei rindo.
— Aigo! Ainda consigo te fazer rir!
— Seu bobo! Pode pegar meu roupão? A água está esfriando. — Ele assentiu e me entregou, virando o rosto.
— Vou deixar você se trocar. — Ele estava saindo do banheiro, mas segurei sua mão. Jongdae me olhou um pouco apreensivo.
— Posso te fazer uma pergunta? — Ele apenas assentiu. — Se eu não te corresponder, você vai se afastar?
— Sua bobinha! Eu amo você, como amigo e como homem, se você não me quiser, será difícil, seguirei em frente, mas sempre estarei ao seu lado.
— Por que você tem que ser tão fofo e tão profundo? — O abracei.
— Eu sempre fui assim, mas posso ser atrevido se você quiser! — Ele piscou.
— Seu pervertido!
— O babaca deve ter falado que só quero transar com você, né? — Assenti. — Será que ele também não quer?
— Não comece!
— Tudo bem! Eu vim para te ajudar mesmo, vi você saindo às pressas, resolvi que viria te ver.
— Você sabe tudo de mim, né? — Ele assentiu mais uma vez. — Tenho medo de perder você!
— Não precisa perder. — Ele passou o polegar sobre meu lábio inferior, nos olhamos por um tempo e então ele me beijou. Coloquei meus braços em seu pescoço e correspondi ao beijo, suas mãos me apertam e Jongdae me guiou para fora do banheiro, sem interromper o beijo.
Jongdae fez com que deitássemos na cama e então começou a desamarrar o laço de meu roupão. Sua mão parecia tremer, ele estava nervoso, provavelmente com medo de que eu o afastasse. Mas seu beijo estava tão bom, tão gostoso.
Jongdae roçou sua intimidade contra a minha, me fazendo arfar. Deixei que ele continuasse com as investidas, e mesmo vestido, senti seu membro sobre o jeans roçar em meu ponto sensível.
— Você está muito vestido! — Resmunguei.
— Podemos resolver isso agora mesmo. — Jongdae se afastou de mim e começou a de despir. Ele o fazia devagar, quase como um castigo. Pegou um preservativo em sua carteira e veio em minha direção.
— O que devo fazer por você? — Ele mordeu meu pescoço.
— O que você sabe fazer de melhor! — Rimos juntos, era um sorriso de cúmplices.
— Seu pedido é uma ordem! — Com meu corpo totalmente exposto, Jongdae distribuiu beijos por minha perna, subindo pela coxa, arrastando sua língua até minha intimidade. A língua quente de Jongdae em contato com minha pele sensível era uma sensação que não dava para ser descrita, o maior sabia exatamente onde tocar e quando tocar.
Eu apenas gemia com cada toque e cada carícia, Jongdae introduziu dois dedos em mim, me fazendo gemer mais alto e agarrar o lençol na cama, meu corpo respondia a ele como um submisso dos carinhos de Jongdae.
— Ah, Jongdae! — Gemi manhosa e pude sentir meu íntimo se contrair, me desfazendo na boca de Jongdae.
Sem pensar muito ou me dar tempo para reagir, Jongdae logo colocou o preservativo e se posicionou entre minhas pernas. Suas mãos seguram as minhas e ele as colocou sobre minha cabeça, sua boca logo vindo de encontro a minha. Seu membro me invadiu aos poucos e gememos juntos, as investidas de Jongdae eram calmas, ele realmente estava entregue e fazendo amor de verdade comigo.
— Diz para mim como você quer que eu te ame! — Ele sussurrava para mim.
— Não. Faça. Isso! — Eu não conseguia formar frases inteiras devido às estocadas do maior.
— Se não falar, irei parar. — E ele realmente parou os movimentos.
— Aish! — Resmunguei. — Mais rápido, por favor! — Pedi manhosa.
Jongdae voltou a investir contra mim, cada vez mais rápido, fazendo a cama bater na parede. Na manhã seguinte, o síndico iria me dar um sermão gigante, mas eu não ligava. Inverti nossas posições e fiz Jongdae segurar em minha cintura enquanto eu cavalgava com força em seu membro. Jongdae gemeu meu nome cada vez mais rouco.
— Isso, ! Eu estou quase! — Jongdae inverteu novamente a posição e me deixou por baixo, me fazendo gemer mais alto e chegar ao ápice. Jongdae estocou mais forte e se desfez, caindo ao meu lado depois.
— Essa foi a melhor noite que tivemos. — Ele disse ofegante.
— Você me fez implorar, eu nunca imploro!
— Uma vez não mata! — Ele riu, depositando um beijo em minha testa. Ficamos conversando por um tempo até a campainha tocar.
— Será que já reclamaram com o síndico? — Jongdae perguntou rindo.
— Tomara que não! — Rimos.
— Você abre ou eu abro?
— Você se veste mais rápido, então você vai enquanto me visto. — Lhe respondi.
Jongdae começou a se vestir e foi atender à porta. Me vesti rapidamente e fui até a sala. Ao chegar à sala, encontrei Jongdae e Yixing se encarando sem dizer nada.
— O que faz aqui, Yixing? O que me disse no hospital não foi o suficiente? — Perguntei.
— Vim me desculpar e me despedir. Mas agora que já sei que realmente não irá me esperar, não tenho mais nada para falar.
— Espero que sua viagem seja tranquila e que mude seu modo agir. Fingir ser fofo e depois virar alguém totalmente diferente não é bom.
— Não me dê sermão, você não tem esse direito, eu realmente estava arrependido do que falei.
— Deveria ter pensado antes de insinuar coisas que não existem.
— Se algum dia gostou de mim de verdade, pense em tudo que você fez também. Quem sabe nos vemos novamente um dia e resolvemos tudo isso, palavras ruins foram ditas dos dois lados e isso deixou marcas.
. — Jongdae me fez lembrar da presença dele ali. — Vou sair, deixar você resolver isso.
— Não precisa, Jongdae, eu já vou, cuide bem dela. — Jongdae apenas assentiu e Yixing saiu, nos deixando sozinhos.
— O que acabou de acontecer aqui? — Jongdae perguntou ao fechar a porta.
— Eu pensei que você fosse bater nele!
— Vontade não faltou, mas ele é maior e mais forte.
— Não seria legal.
— Você está bem com isso tudo? — Apenas assenti. — Que tal assistir um filme?
— Ótima ideia!

***

Duas semanas haviam se passado desde que Yixing foi embora. Eu e Jongdae continuávamos bem, um pouco mais melosos do que de costume, mas íamos bem.
— Olha só quem está aqui! — Jongin me cumprimentou no corredor. — Desde que o patrão foi embora você sumiu.
— Não enche, Jongin! Eu estou atarefada.
— Você realmente me odeia? O que eu te fiz? Ou eu não fiz e por isso você não gosta de mim?
— Você não sabe ser sincero? Tipo falar sem ser sarcástico? Ser você mesmo? Já vi você com seus pacientes e você não é assim.
— Eu...
— Quando você crescer, venha conversar comigo! — Saí de perto do mais novo, feliz de finalmente conseguir me impor perto dele. Estava fazendo a ronda do final do plantão, quando recebi uma mensagem de Jongdae.

“Minha casa depois do plantão, tenho uma coisa especial esperando por você.”

O que ele estava aprontando? Depois do fim da ronda, me troquei e me dirigi até o apartamento de Jongdae. Ao destrancar a porta, encontro pequenas luzes de Natal brancas em fila no corredor, que iam até seu quarto. Fora as luzes pequenas, nada estava aceso, não conseguia encontrar Jongdae ali.
Segui até o quarto do maior, e quando adentro o local, encontro mais luzes e diversos cartazes na parede com a mesma frase.

“Namora comigo?”

Jongdae surge de algum lugar, me abraçando por trás, tudo estava lindo.
— E o que você achou? — Ele me perguntou em um sussurro.
— Está tudo lindo! Perfeito!
— E qual sua resposta?
— Eu aceito! Eu aceito! — O abracei apertado.
— Vou te fazer muito feliz! — Ele distribuiu beijos por todo o meu rosto.
— O que vamos fazer agora, namorado? — Perguntei rindo.
— Vamos para segunda parte da surpresa! — Ele me puxou para fora do quarto e me levou para a sala. A mesa estava montada com um jantar para nós dois, uma taça em cada lado da mesa, uma garrafa ao centro, e velas de mentira que iluminavam o recinto. Jongdae não queria que a casa pegasse fogo! Eu sempre me perguntei o porquê de ele guardar aquelas coisas.
— Gostou, Jagi? — Jongdae sorriu em minha direção. — Fiz tudo para você!
— Não me acostume mal!
— Só o melhor para você!
— Sem melação, Jongdae, nós não somos assim!
— É verdade! — Ele riu. — Mas aproveite bem a noite, será a primeira de muitas noites melosas e grudentas que teremos.
— Você passou na fila do romantismo umas cem vezes hoje! — Nos sentamos e conversamos sobre a época em que nos conhecemos, o mala que Jongdae era, a tímida e medrosa que desmaiou no primeiro dia de aula... Rimos tanto.
Jongdae me fazia realmente bem, eu o amo tanto, não sei o que eu faria sem ele.
— Quer jogar videogame ou fazer amor? — Jongdae perguntou enquanto lavava os pratos.
— Tão direto! — Dei um tapa em seu ombro.
— Vamos fazer assim, jogamos e quem ganhar pede o que quiser! Topa?
— Certo, mas não pense que ganhará de mim tão fácil!
— Certo, senhora jogadora!
Jogamos quase todos os jogos que Jongdae tinha naquela estante e em todos eu perdi, ele era melhor que eu em todos. Quando paramos de jogar, ele se jogou em cima de mim.
— Hora da minha recompensa! — Jongdae me beijou e depois me levou para o quarto.

***

Estávamos de folga, nosso aniversário de dois anos estava chegando e Jongdae sempre preparava algo especial para nós, um café da manhã, um jantar, um passeio romântico, uma viagem. Sempre fazíamos alguma coisa juntos.
Levantei mais cedo e comecei a arrumar uma pequena mochila, passaríamos o dia na Ilha de Jeju. Coloquei tudo o que precisávamos na mochila e acordei Jongdae, o maior resmungou, mas logo se levantou.
Alguns eternos minutos e já estávamos na estrada, o som baixo do carro fazia nosso silêncio ficar bem tranquilo.
Estava quase cochilando quando o carro freou abruptamente e Jongdae colocou as mãos na cabeça. Seus resmungos de dor eram altos, não era a primeira que o via reclamar de dor de cabeça, mas era a primeira que elas o faziam perder o controle e o foco.
— Você está bem, Jongdae? — Perguntei acariciando seus cabelos.
— Estou sim, Jagi! Nada que precise se preocupar. — Ele sorriu e pegou uma caixa de comprimidos em seu bolso, tomou um e depois pegou a garrafa de água que estava próxima ao volante.
— Se você sentir mais alguma dor, nós vamos ao hospital! — Disse firme.
— Okay, futura Senhora Kim!
— Gostei do título! — Segurei em sua mão. — Quer que eu dirija?
— Não precisa, Jagi, eu realmente estou bem. — Ele sorriu e apertou minha mão.
Continuamos a viagem tranquilamente, Jongdae não voltou a ter dores de cabeça naquele dia. Quando chegamos a Jeju, fomos direto para a praia, a vista era linda. Passamos um tempo abraçados apreciando a vista.
— Jagi, vamos primeiro andar na praia ou comer?
— Eu quero comer, Dae, estou com vontade de comer ensopado, arroz frito e kimchi.
— Que fome enorme, hein? — Ele riu e segurou minha mão. — Vamos!
Entramos no carro novamente e seguimos para o restaurante, fizemos nosso pedido e Jongdae pediu para ir ao banheiro.
Quando a tão sonhada comida chegou e começamos a comer, meu estômago começou a embrulhar. Jongdae perguntou o que eu estava sentindo, mas eu não estava sentindo nada além de um desconforto na barriga, resolvi que não conseguiria comer tudo e comi somente o ensopado. Nosso passeio pela praia foi calmo e revigorante, nossas promessas à beira da praia seriam todas cumpridas.
— Promete que vai estar sempre feliz e me amando? — Perguntei a Jongdae.
— Prometo, mas você tem que me prometer que vai parar de ser esfomeada! — Ele riu.
— Isso é impossível! Comer é bom demais! — Beijei sua bochecha.
Jongdae entrelaçou nossas mãos e ficamos deitados na areia, apenas olhando para o céu. As estrelas estavam enfeitando nossa noite perfeita.
— Dae?
— Hum?
— O que você quer ganhar de aniversário esse ano?
— Uma família! — Ele me respondeu feliz.
— Filhos? — Ele assentiu. — Mas nem nos casamos, na verdade, ainda nem noivamos.
— Não seja por isso! — Ele pegou uma caixinha em seu bolso e me entregou. — , aceita ser minha esposa? — Ele perguntou e eu dei gritinhos, o encarando sorrindo logo depois.
— ACEITO! — O abracei. — Você estava com tudo planejado, né? Essa viagem, esse passeio, o pedido.
— Talvez! — Ele riu.
— Eu te amo tanto!
— Eu também te amo! — Ele selou nossos lábios.
— Começamos de novo.
— O quê?
— A melação.
— É bom. — Ele me abraçou. — Gosto quando diz que me ama.
— Também gosto.
— Quando vamos começar a tentar gerar meu presente?
— De fofo e meloso para tarado em menos de um minuto, incrível. Vamos apenas aproveitar o céu e o tempo fresco.
— Chata!
— Certas coisas na vida nunca mudam, não é mesmo, Kim Jongdae? — Ele riu, mas parou e colocou a mão na cabeça. — Dae, acho melhor irmos a um hospital, você está começando a me preocupar!
— Deve ser estresse, preciso de férias.
— Você não vai me enrolar, vamos agora! — Ele ia protestar, mas as dores pareceram aumentar. — Você vai sim e agora!
— E a nossa viagem?
— Que porra de viagem, Jongdae, vamos para casa e vou levá-lo até o hospital.
O ajudei a levantar, entramos no carro e dirigi de volta para casa. No caminho, ele tomou outro comprimido e dormiu, estava quase amanhecendo quando consegui chegar ao hospital. Acordei Jongdae e seguimos até o escritório de Minseok, era o único no plantão.
Minseok o examinou, fez algumas perguntas e pediu exames mais detalhados. Quando ele mencionou ressonância, eu comecei a me preocupar ainda mais. Mas Jongdae disse para que eu não me preocupasse, era algo que passaria rápido.
Após terminar todos os exames, Minseok receitou alguns remédios para Jongdae e fomos para casa. As dores sumiram naquele restante de fim de semana, mas eu não tirei meus olhos de Jongdae. Na segunda pela manhã, Minseok não esperou nem que eu entrasse direito.
, precisava conversar com você! — Ele disse seguindo em minha direção.
— O que houve? — Perguntei apreensiva.
— Precisamos conversar sobre o estado de Jongdae. — Imediatamente gelei.
— Entre! — Entramos em meu consultório. — Não enrole muito, diga logo.
— Há quanto tempo Jongdae anda tendo essas dores e tomando esses comprimidos?
— Faz alguns meses, as dores eram fracas, por isso ele tomava os comprimidos. — Ele olhou os papéis em suas mãos.
...
— Fale logo, Minseok! — Ele suspira.
— Ele está com um tumor no cérebro, tudo indica que era benigno e ele cresceu e se tornou maligno devido à medicação errada que ele está tomando.
Eu não consegui proferir nenhuma palavra, abaixei a cabeça na mesa e comecei a chorar.
— Podemos reverter isso? Não posso perdê-lo, Minseok! — Eu continuava a chorar.
— Desculpa, ... — Ele suspirou mais uma vez. — Você precisa ser forte e cuidar dele.
— Não sei se vou conseguir... — Comecei a chorar mais. Como eu contaria isso para Jongdae?
, preciso ir, mas preciso que converse com Jongdae, conte para ele e peça que ele faça o tratamento. — Ele deixou os papéis sobre a mesa e saiu.
Fiquei de cabeça baixa e continuei chorando, mas ouvi batidas na porta e rapidamente enxuguei meu rosto.
? Que horas será a reunião com os residentes? — Jongin me observou. — Está tudo bem?
Apenas neguei com a cabeça. Jongin veio em minha direção, me abraçou e ficou em silêncio.
— Vai ficar tudo bem, seja lá o que for, vai ficar tudo bem.
— Não vai, Jongin! — Eu parecia uma criança de tanto chorar.
— O que aconteceu? Brigou com Jongdae? Pensei que vocês tinham passado o fim de semana em Jeju para comemorar os dois anos de namoro.
— Ele te contou?
— Uhum! Mas eu quero saber o porquê de você estar chorando tanto.
— O Jongdae... Ele está... — Eu não conseguia formar a frase.
— O que aconteceu com ele? — Jongin estava nitidamente preocupado.
— Minseok disse que ele está doente. — Enfim consegui contar.
— O que ele tem? — Jongin me olhou e depois olhou para a mesa, encontrando os exames ali. Ele leu cada uma das folhas, suspirou pesadamente e sentou. — Como seu amigo, eu espero poder te ajudar nesse momento, e como médico, aconselho que você conte a ele imediatamente. — Ele disse sério.
— Eu sei que tenho que contar, mas não sei como, ele me pediu em casamento nesse fim de semana.
— Eu sinto muito, .
— Eu não sei o que fazer, Jongin!
— Que tal conversar com Yeri? Ela é neurocientista, ela deve saber de algo que possa te ajudar.
— Sua namorada? Ele não gosta de mim.
— Que besteira! Eu só não deveria ter contado que quase te beijei. — Ele riu.
— Vocês nem se conheciam, mas isso não vem ao caso, ela estaria disponível para uma consulta amanhã?
— Vou mandar uma mensagem para ela, mas, por favor, não deixe de contar para ele. Se ele se recusar a fazer o tratamento, será pior. — Jongin saiu já com o telefone em mãos.
Fiquei sozinha mais alguns minutos e depois que realmente consegui controlar o choro, fui até o consultório de Jongdae. Assim que entrei, o encontrei desacordado sobre a mesa. Imediatamente me desesperei, corri para o corredor e chamei um dos enfermeiros.
Jongdae foi socorrido e levado para uma das salas de cirurgia, já que Minseok já sabia do que se tratava, e pediu imediatamente a preparação da sala.
Eu andava em círculos naquela droga de corredor. Com certeza já podia ser visto um buraco abaixo de mim. Foram as cinco horas mais longas da minha vida, quando finalmente Minseok saiu para me dar notícias.
— Conseguimos retirar o tumor, mas ele está em observação na UTI. Infelizmente tivemos que induzi-lo ao coma e ele está tomando morfina para não sentir as dores.
— Eu posso vê-lo?
— Daqui a alguns minutos a enfermeira lhe chama e você pode vê-lo!
— Obrigada! — Me curvei e continuei ali.
Após mais de uma hora, minha paciência já havia ido embora. Eu sabia que eles tinham que entuba-lo e preparar toda a UTI para que a mesma se adequasse à necessidade de Jongdae, mas eu queria vê-lo.
Finalmente a enfermeira me chamou e eu pude entrar na UTI. A visão de Jongdae entubado e cheio de aparelhos ligados nele não foi como eu imaginava, foi mil vezes pior, meu corpo não aguentou a pressão e acabei desmaiando ali.
Quando recobrei os sentidos, eu não estava mais perto de Jongdae, estava em uma enfermaria e Jongin me observava de longe.
— Quando ia contar a ele sobre o outro assunto?
— Que assunto? — Disse tentando me levantar.
— Você desmaiou e as enfermeiras ficaram em pânico. Eu te trouxe até aqui, Junmyeon, que é o clínico de plantão, fez alguns exames para saber se você estava bem e digamos que ele encontrou algo que precisava de mais atenção.
— Você está enrolando demais! — Reclamei.
— Como você não percebeu que estava grávida, ?
— Grávida? Mas eu e Jongdae... — Foi então que lembrei, dois meses atrás não tomei minha injeção anticoncepcional e não nos protegemos.
— A gestação é recente, você desmaiou por não ter se alimentado direito e por sua pressão ter baixado ao ver Jongdae daquele jeito.
— Eu... Eu não posso estar grávida, Jongin. Eu tenho que cuidar do Dae agora! — Levantei arrancando a agulha do braço e tentando descer, a vertigem ainda era forte e só não caí porque Jongin foi muito mais rápido.
— Você não está em condições de entrar lá agora. Se alimente e eu penso se você pode entrar lá ou não.
— É meu noivo lá, Jongin! Ele precisa de mim!
— Eu sei, , mas essa criança também precisa de você, então, por favor, não insista. Eu posso ficar com ele durante esse tempo em que você está aqui.
— Tudo bem! Assim que passar essa droga de mal-estar eu vou ficar ao lado dele e só saio quando ele acordar.
— Se alimente e depois conversamos! — Jongin saiu e apontou para a bandeja ao lado da maca.
Grávida? Eu realmente estava grávida? Logo num momento tão delicado como esse? Não que essa criança tenha culpa, mas não estou preparada psicologicamente para uma criança agora, não com Jongdae em coma.
Olhei para a bandeja e cogitei a ideia de enganar Jongin, mas eu estava com fome. Comi um pouco de cada item da bandeja e depois acabei cochilando um pouco.

***

? — Jongin me chamou baixinho. — Você pode ir vê-lo, mas ele ainda não acordou. — Suspirei e levantei devagar.
— Ele vai acordar? Diz, Jongin! Ele vai acordar e vou poder contar para ele que seremos papai e mamãe? — Jongin me abraçou e tentou me confortar.
— Você não pode se estressar agora, . Pense no melhor, seu Jongdae vai voltar para você e vai cuidar do filho de vocês.
Abracei Jongin apertado e tentei ao máximo segurar as lágrimas. Respirei fundo e segui até o quarto onde Jongdae estava. Suspirei mais uma vez antes de entrar e, quando o faço, tento ao máximo não chorar, vê-lo daquele jeito estava me matando por dentro. Me aproximei da cama e fiz carinho em seu rosto.
— Ah, Dae! Volta pra gente! — Depositei um beijo em sua testa. — Agora temos um serzinho crescendo aqui dentro, Dae, vamos ter um bebê!
Nesse momento, os monitores oscilaram e começam a apitar. Minseok entrou no quarto e verificou tudo, nada aconteceu, era só um dos remédios que havia acabado.

***

E assim seguiram os dias. Jongin brigando para que eu me alimentasse direito e descansasse, eu chorando cada vez que ficava sozinha naquele quarto ou em casa e Jongdae sem nenhuma melhora.
Foi então que dias se tornaram semanas e essas semanas se tornaram meses, minha barriga começou a crescer, já estava com seis meses e a pequena SunHee estava cada vez mais saudável. Segui à risca todas as recomendações do médico e tentei ao máximo cuidar da pequena sem abandonar Jongdae.
Estava mais uma vez no hospital e conversava com Jongdae, contava como tinha sido a consulta no obstetra.
A rotina era sempre a mesma, conversava com Jongdae sobre nossa filha que ainda não havia nascido e conversava com SunHee sobre o pai maravilhoso que ela tinha.
Acabei cochilando ao lado de Jongdae, segurando sua mão, e quando acordei, o quarto estava um caos, Minseok e Jongin tentando me acordar e me tirar dali. Minseok e alguns enfermeiros ficaram no quarto e eu não conseguia distinguir o que acabara de acontecer. Jongin a todo momento me pedia calma e me fazia olhar para ele e não para dentro do quarto.
Foi então que todo meu mundo desabou. Minseok saiu do quarto com um olhar triste em minha direção e apenas balançou a cabeça negativamente. Jongin segurou forte em meus braços, eu não sabia o que fazer, se chorava ali mesmo, ou se corria para dentro do quarto e ficava ao lado de Jongdae.
Jongin me soltou e em passos lentos segui para dentro do quarto, nada estava diferente, somente o barulho dos bips dos monitores que haviam cessado.
— Por que você fez isso? Por que você desistiu? Por que você foi embora? — Eu comecei falando baixo, mas no final saiu como um grito. — Você tinha que vê-la nascer, você tinha que voltar você não podia fazer isso comigo!
Desabei sobre a cama e não me restou nada que eu pudesse fazer além de chorar. Depois de alguns minutos em silêncio, Jongin entrou e me pediu para deixar os médicos trabalharem.

***

A parte mais difícil foi dizer o último adeus. Minha família e a família de Jongdae tentaram ao máximo me consolar, Jongdae esteve ao meu lado todos os minutos que se passaram desde a notícia fatídica até a hora de me despedir dele para sempre.
— Eu te amo, Jongdae. — Sussurrei.
Minha mãe não me deixou voltar para nosso apartamento, em nenhum momento ela me tirou de meu luto ou tentou me impor algo, ela apenas ficou ao meu lado e me ajudava em tudo o que eu precisava.

Capítulo 3

— Ma-mamãe!
— Eu disse que ela ia falar primeiro mamãe! — Comemorei rodando SunHee em meus braços.
— Isso não vale, titio é mais fácil! — Jongin bufou.
— A filha é minha, Kim Jongin! — Revidei.
— E minha afilhada! — Se dependesse de Jongin, essa briga iria continuar por horas.
— Vocês poderiam parar de discutir na frente da menina? — Minha mãe surgiu na sala e nos repreendeu.
— Desculpa, senhora! — O mais novo pediu, se curvando.
— Já disse para não me chamar de senhora!
— Mãe! Deixe-o em paz! — Acabei rindo.
— Vocês não iam sair com a minha neta?
— Verdade, para onde íamos mesmo? — Perguntei a Jongin.
— Você decide!
— Que tal irmos ao parque de diversões? Ainda não levamos a Sun em um.
— Ela só tem um ano e meio, , não é muito perigoso?
— Um carrossel é perigoso, Jongin? — Revirei os olhos. — Onde está sua namorada? É um milagre ela ainda não ter ligado.
— Terminamos. — Ele disse calmo.
— Como assim? Ela era louca por você, louca até demais! — Peguei SunHee no colo e levantei para dar banho nela.
— Ela me fez escolher entre SunHee e ela. — Ele afagou a cabeça da pequena antes de ela entrar na banheira. — Eu não abandono a mulher mais linda e fofa da minha vida!
— Não deveria fazer isso, ela não é uma responsabilidade sua, Jongin, você tem que viver sua vida.
— Eu prometi a ele que cuidaria de vocês e eu vou cumprir. Se alguém me quiser, vai ter que aguentar vocês duas!
— Parece até que somos difíceis de lidar, somos um amorzinho!
— Ela pode até ser, mas você? Nem tanto!
— Ei! — Jongin riu e me entregou a toalha para enrolar SunHee. — Não sei porque aceitei deixar você de padrinho.
— Porque eu sou um tio muito lindo e forte! — Ele pegou Sun de meus braços e foi trocá-la.
— Muito modesto também! — Fechei a porta do banheiro e tomei um banho rápido. Quando saí do banheiro, Jongin já havia arrumado a pequena Sun com a ajuda de minha mãe.
— Tudo pronto? — Jongin perguntou, olhei a bolsa em minhas mãos e acenei positivamente. — Vamos, princesa! — A pequena sorriu para Jongin e ele ficou mais alegre. — Nós vamos brincar em todos os brinquedos e deixar a chata da sua mãe de fora!
— Eu estou ouvindo! E não sou chata!
— É sim, deveria arrumar um namorado e me deixar cuidando da minha afilhada.
— Por que você não faz um filho e cuida do seu?
— Ainda não achei a mulher certa! Ou achei e ela é cega demais para perceber. — Ele falou mais baixo, mas ainda assim consegui ouvir.
Saímos e seguimos para o parque. A tarde se resumiu em Jongin e SunHee correndo na grama e indo em todos os brinquedos seguros do parque. Estava concentrada demais tirando foto e filmando os dois e não senti alguém se aproximando e observando também.
— A filha de vocês é linda! — Levei um susto ao ouvir aquela voz. — Desculpa!
— Deveria ter dito pelo menos um oi antes de me matar de susto. — Reclamei. Jongin observa tudo de longe.
— Desculpa mais uma vez. Você não mudou nada, está muito bem!
— Obrigada, eu acho... — Observei Jongin e SunHee brincando.
— Então você não podia me esperar por que queria ficar com ele?
— O quê? — Ele realmente aparece do nada e vem me perguntar o motivo de não ter esperado por ele?
— Você e Jongin. Ele sempre quis ficar com você e agora vocês têm uma filha. — Soltei um riso baixo.
— O tempo não fez bem para os seus olhos, Yixing. SunHee não é filha do Jongin, é filha do Dae.
— E onde ele está? — Suspirei.
— Ele se foi. — Disse com dificuldade.
— Então ele só te enganou? Eu disse que ele não era confiável!
— Ele morreu! — Quase gritei. — Ele morreu sem ao menos conhecer a filha.
, eu... Desculpa... Eu não deveria ter feito nenhum tipo de suposição. É que perto de você, eu ainda não sei como agir.
— Você não é nenhum adolescente! Deveria pensar antes de falar, palavras doem.
— Desculpa mais uma vez. Mas se você e Jongin não estão juntos, não tem problema nenhum você me dar seu número novo e a gente conversar um pouco, não é?
— Não posso. As coisas não são como antes, Yixing, você não pode chegar fazendo suposições e achando que vou desculpar assim, fácil. Eu posso não ter um relacionamento sério com Jongin, mas é ele quem tem cuidado de mim e da minha filha. Ele abriu mão de muita coisa para me ajudar. Você não pode aparecer e achar que tem preferência na fila, pois minha vida não é assim, pense antes de agir.
— Aconteceu alguma coisa, ? — Jongin me perguntou ao ver meus olhos marejados.
— Não, só vamos embora, a tarde ficou chata. — Peguei SunHee no colo e andei rápido até o carro.
— O que aconteceu lá atrás, ?
— Esqueça isso, Jongin! — Disse colocando SunHee na cadeirinha.
— Aquele idiota voltou só para fazer você chorar?
— Deixa para lá, vamos para casa, você tem que trabalhar amanhã.
— Quando acabam suas férias? Sabe que ele vai voltar, né?
— Sei, mas vou continuar trabalhando normalmente. Eu demorei para juntar os pedaços quando o Dae se foi e me martirizar por causa do Yixing e das besteiras que ele fala não é o que o Dae iria gostar.
— Muito bem, vamos, vou deixar vocês em casa e vou dormir.
— Por que você é tão bom com a gente? Comigo? Eu fui tão dura com você no passado.
— Justamente por você ter sido dura, eu me tornei um homem melhor. Você me fez ser um cara que não pensa só em si.
— Tão profundo. — Debochei.
— Aish! Sua besta! — Ele fingiu dar um peteleco em minha testa.
— Você realmente amadureceu, Jongin! — Falo com sinceridade.
— Vamos comer pizza? — Ele mudou totalmente o rumo da conversa. Era sempre assim, sempre tentando me distrair.
— Você ainda pergunta? — Arqueei as sobrancelhas.
— Sua fome desenfreada não tem limites, tinha esquecido essa parte! — Jongin debochou.
— Cale sua boca, Kim Jongin! Sou sua noona, me respeite! — Dei um peteleco em sua testa.
— Noona? Por dois meses? Não me venha com essa!
— Essas crianças de hoje em dia não respeitam mais os mais velhos! — Balancei a cabeça negativamente.
— Tudo bem, ahjumma! — Rimos o restante do trajeto.
Jongin realmente se esforçava muito para que em momento nenhum eu ficasse triste. Nesses dois anos, ele sempre esteve lá, não houve momento nenhum que ele passasse do nosso limite de amizade ou que ele não conseguisse me fazer esquecer qualquer problema. Às vezes acho que não mereço tal amizade.

***

O resto das férias passou voando e já era hora de voltar ao trabalho e de reencontrar Yixing. Não seria fácil esquecer as palavras duras e sem filtro, mas meu amor pelo trabalho era maior que tudo isso.
Quando entrei em minha sala, havia flores espalhadas por todo lado, diversas espécies diferentes, tudo lindo, se não fosse pelo cartão colocado em cada um dos buquês.
“Me desculpe!”
Se Yixing achava que eu cederia somente por conta das flores, ele estava muito enganado! Durante todo o dia, novos buquês foram chegando e todos com os mesmos dizeres. Ao final do dia, resolvi o que fazer com tantas flores. Estava prestes a chamar Jongin, quando ele entrou em minha sala e quase caiu ao ver tudo aquilo.
— Ele realmente está achando que isso apaga as merdas dele? — Jongin riu. — Avisa a ele que eu sofri pacas!
— Menos, Jongin, bem menos, quase nada. Preciso da sua ajuda. — Disse enquanto recolhia alguns buquês.
— Vamos fazer alguma missão secreta?
— Não tão secreta assim. Vamos dar essas flores aos pacientes, vamos deixá-los mais alegres com elas.
— Você sempre pensa neles em primeiro lugar, né? Uma mulher normal jogaria tudo no lixo.
— Eles são muito importantes e eu sou normal! — Reclamei.
— Vamos continuar fingindo isso. — Ele sorriu.
Dei um tapa em seu ombro e comecei a juntar todas as flores. Com a ajuda de Jongin, fomos em todos os pacientes do hospital e deixamos algumas flores com eles, nenhum ficou sem.
Estava saindo ao lado de Jongin quando o maior parou o que falava repentinamente.
— O que houve? Você não é muito de ficar calado, muito menos de uma hora para outra.
— Queria conversar com você, mas não acho que seja a hora certa.
— Pode falar, Jongin, nós passamos da fase de desconforto.
— Eu... Eu queria cuidar de você, de vocês, de um jeito mais profundo. Não quero substituir Jongdae, só quero um espaço maior aí dentro. — Ele apontou para o meu coração.
— Jongin... — Suspirei. — Preciso de tempo, Jongin. Você é especial, mas não sei se estou pronta para esse passo. — Jongin fez carinho em meu rosto.
— Eu espero o tempo que precisar, tudo em seu tempo.
— Você existe mesmo? O que houve com o Jongin que pegava no meu pé? — Ele riu.
— Cresceu!
— Aceita jantar comigo?
— Você já viu Kim Jongin recusar comida? Ainda mais na sua companhia? — Dei um tapa de leve em seu braço.
— Pare! Está me fazendo ficar com vergonha!
— Isso é bom, mostra que mexo com você!
— Sempre direto, isso não mudou!
— Mas a paciência sim, vou esperar o tempo que você quiser, só não me dê falsas esperanças!
— Eu nunca faria isso, brincar com os sentimentos dos outros é errado!
O passeio até em casa foi calmo e nossa passada na pizzaria rendeu algumas caixas que levamos para minha casa. Quando chegamos juntos, minha mãe sorriu por me ver junto a Jongin. Ela acha que me engana...
Jongin brincou bastante com SunHee e quando a pequena dormiu, ele foi para casa. Eu estava na cozinha, arrumando as coisas, quando minha mãe entrou no cômodo.
— Deveria dar logo uma chance para ele, ele me pediu para namorar você. — Minha mãe riu. — Quem pede para os pais de uma adulta, com filha, para namorar? Em pleno século XXI? — Ri junto com minha mãe.
— E o que a senhora respondeu? — Perguntei curiosa.
— Que ele tinha minha bênção, mas quem decide é você. Você não é mais adolescente, quem decide sua vida é você, meu anjo. Eu vou te apoiar e ficar do seu lado para sempre.
— Vocês hoje querem me fazer chorar!
— Então ele pediu mesmo? — Minha mãe estava nitidamente feliz.
— Sim mãe, o pedido foi perfeito!
— E o que você disse?
— Que preciso de tempo, não sei como está meu coração nessa situação.
— Você sabe que ninguém vai substituir Jongdae, né? Você só precisa abrir espaço para alguém te amar e te completar mais uma vez. Não espere demais, , ele pode cansar.
— Eu sei, mãe, mas não sei como me sinto em relação a ele.
— Pense em todos os momentos em que ele esteve com você. Se você sentir algo aí dentro, você vai saber o que fazer! — Depois de dizer isso, minha mãe me deixou sozinha.
Realmente considero Jongin alguém especial, não apenas um amigo. Mas a vida já foi tão injusta comigo, eu deveria tentar mais uma vez? Terminei na cozinha e subi para verificar SunHee, que dormia tranquilamente, segui para meu quarto e tomei uma ducha rápida. Estava quase pegando no sono quando recebi uma mensagem de Jongin.

“Durma bem e pense em mim!”

Ri com aquele pequeno texto e o respondi.

“Não seja convencido! Boa noite!”

“Não sou convencido, só um pouquinho talvez. Durma com os anjos e sonhe comigo!”

Apenas ri e voltei a deitar. A noite passou calma e sem nenhum sonho desconfortável. Na manhã seguinte, acordei com SunHee pulando em minha cama.
— Omma!
— Oi, meu anjo? — Abracei a pequena. De seu jeito ainda difícil de se comunicar a pequena falou que queria comer, então desci e preparei nosso café.
O dia passou tranquilo, não era meu horário de trabalho ainda, então a manhã inteira era para SunHee. Fizemos todas as brincadeiras que a pequena gostava e passar o tempo com SunHee era ótimo, ela era meu presente mais valioso.

***

— Desculpa pelo atraso, estava resolvendo umas coisas para algo especial amanhã. — Jongin disse depois que entrei em seu carro.
— Algo especial? — Olhei para ele desconfiada.
— Surpresa! E você não vai descobrir de jeito nenhum, você não lembra nem do próprio aniversário! — Ele riu.
Fiquei o caminho inteiro tentando arrancar informações de Jongin, mas ele realmente não falava nada.
— Seu plantão vai durar vinte e quatro horas hoje?
— Sim, o que você está aprontando, Jongin?
— Você realmente esqueceu, né?
— O que eu esqueci, Jongin?
— Nada. Amanhã à noite você vai descobrir. — Ele depositou um beijo em minha bochecha e foi embora.
— Chato! — Gritei para ele e ele saiu rindo. Não tive tempo de pensar no que Jongin estava aprontando, meu plantão foi corrido, algumas cirurgias e entradas de novos pacientes fizeram minha cabeça ficar ocupada durante todo o tempo.
Quando cheguei em casa, não encontrei ninguém, meus pais e SunHee não estavam lá. Segui a passos lentos para meu quarto, precisava de uma ducha e dormir um pouco.
Quando abri a porta do quarto, encontrei um bilhete e um vestido formal sobre a cama.

“Feliz aniversário, sua esquecida! Descanse, vista esse vestido e me espere às vinte horas, chegarei na hora certa!”

Eu realmente tinha esquecido do meu aniversário, e já era a terceira vez seguida. Olhei o vestido na cama e pensei que Jongin realmente tem muito bom gosto, o vestido azul escuro era muito bonito.
Olhei o relógio e ainda eram duas da tarde, tomei um banho e me joguei na cama, dormindo rápido. Quando finalmente acordei, era por volta das seis da noite.
Levantei coçando os olhos e pensando no que deveria fazer primeiro, andei pela casa e ninguém estava por ali ainda, o que era muito estranho.
Procurei meu estojo de maquiagem e alguns itens para fazer uma trança embutida, deixei tudo sobre a cama e fui tomar um banho. Vesti a lingerie, arrumei a trança, deixando o cabelo bem apresentável, e fiz uma maquiagem leve.
Fiquei pronta por volta de dez minutos antes de Jongin chegar. Até tentei ligar para minha mãe, mas não tive nenhuma resposta dela. Estava andando de um lado para o outro quando ouvi a campainha tocar. Abri a porta e me deparei com Jongin, que abriu um enorme sorriso ao me ver.
— Você está linda! — Ele beijou minha bochecha. — E antes que você tenha um troço, sua mãe, seu pai e SunHee estão nos esperando.
— Você lê pensamentos? Obrigada pelo vestido e você está muito bonito também! Para onde vamos?
— Surpresa, senhora esquecida! E sobre o vestido, escolhi o que ficava melhor em você!
— Você conseguiu me deixar envergonhada de novo!
— Eu aprendi como fazer bem! Sei fazer outras coisas também, se me deixar eu te mostro!
— Kim Jongin! Pode parar com isso!
— Isso o quê? Não fiz nada! Vamos? — Assenti e Jongin me guiou até o carro e dirigiu em silêncio pela cidade. Paramos em frente ao restaurante preferido dele, o lugar era simples, mas parecia estar fechado. Quando Jongin abriu a porta para mim, vários colegas de trabalho, meus pais e SunHee surgiram gritando “surpresa”, me deixando totalmente sem reação.
— Feliz aniversário, ! — Jongin sussurrou em meu ouvido, me fazendo arrepiar pelo tom mais sexy que ele usou. Aquilo era coisa da minha cabeça?
— Obrigada! — Tentei soar o mais estável possível.
— Divirta-se! — Jongin me puxou para perto de meus pais e logo o jantar foi servido.
O jantar seguiu tranquilo, as poucas pessoas que estavam ali se divertiram bastante. Jongin, como sempre, estava cuidando de SunHee e conversando comigo. Minha mãe vez ou outra me cutucava e apontava para Jongin alimentando a pequena e a fazendo rir, a cena era muito linda e engraçada às vezes.
Sempre que ele me pegava o observando, ele soltava um sorriso que eu não sabia distinguir o significado. Meu coração estava me pregando alguma peça, pois ele começou a acelerar com aqueles sorrisos. Maldição! Ao fim de tudo, eu havia ganhado alguns presentes, todos maravilhosos.
Jongin fez questão de nos levar até em casa. SunHee já dormia em meu colo e minha mãe fez questão de levá-la até seu quarto e me deixar sozinha com meu amigo.
— Aproveite o resto do aniversário, filha!
— Sua mãe está muito empenhada em me ajudar. — Jongin disse rindo depois que a mais velha saiu.
— Está sim, ela me deu até alguns conselhos!
— Posso saber quais foram? — Jongin perguntou se aproximando mais de mim.
— Que eu deveria deixar de acreditar que estaria traindo Jongdae e me entregasse ao que quer que fosse que eu esteja sentindo por você. — Jongin sorriu satisfeito.
— E o que você sente? — Não o respondi, apenas o beijei.
Jongin, ainda surpreso com minha atitude, me abraçou e aos poucos colocou seus braços ao redor de minha cintura, me puxando para mais perto. uma de suas mãos subiu até meu cabelo e se agarrou a ele, o beijo era bastante selvagem, parecia que ambos esperavam por aquilo havia muito tempo.
Jongin me guiou até o sofá e deitou meu corpo sobre o estofado delicadamente, sem nos separar em nenhum momento, parecia que eu fugiria se ele me soltasse.
Nos separamos para respirar, mas Jongin rapidamente tornou a me beijar. Sua mão desceu até minha coxa e a apertou com força. Soltei um gemido baixo e Jongin sorriu ainda com os lábios nos meus. Aos poucos o maior foi diminuindo a intensidade do beijo e depositou selares rápidos em meus lábios.
— Eu queria muito ir adiante, mas nós temos dois problemas.
— E quais seriam?
— SunHee e seus pais! — Rimos juntos. Jongin olhou para a escada novamente e depois olhou para mim.
— Podemos ir para a sua casa, lá não tem ninguém e minha mãe pode cuidar da SunHee. Uma noite não vai matar ninguém. — Sugeri.
— Certo, avisa a ela e eu te espero no carro. — Sorri para Jongin e subi as escadas quase correndo.
— Mãe? Ainda está acordada? — A mais velha abriu a porta.
— Pode ir, eu cuido da minha neta e use camisinha! Não quero outro neto agora!
— A senhora estava ouvindo? Mãe! — Gritei envergonhada.
— Eu não tenho culpa se passei na sala e vocês estavam quase se comendo ali!
— A senhora não tem jeito! Volto de manhã bem cedo, talvez dê tempo de levar SunHee para a escola. — Ela balançou as mãos em sinal de negação.
— Não se preocupe com isso, eu a levo, e você trate de se divertir com o meu futuro genro! — Ela me empurrou e desci as escadas rindo.
Quando cheguei perto do carro de Jongin, o rapaz me abraçou e, mais uma vez, me beijou, mas eu nos separei devagar.
— Calma, Jongin. Teremos muito tempo, minha mãe estava ouvindo tudo, então ela praticamente me expulsou de casa.
— Eu sabia que tinha ouvido alguém! — Ele riu. — Vamos logo, quero poder te dar um presente de aniversário que você mereça!
Ele selou nossos lábios e abriu a porta do lado do carona para que eu entrasse, entrando em seguida e dando a partida. O caminho até sua casa foi silencioso, mas Jongin não deixava de me olhar pelo canto do olho, vez ou outra o maior mordia o lábio e apertava minha coxa.
Fazer esse tipo de coisa com alguém que não sabe o que é sexo há uns dois anos ou mais, não é legal. Quando finalmente chegamos, foram os cinco minutos mais longos da minha vida, Jongin não me deu tempo para reação, seu corpo foi de encontro ao meu em questão de segundos, sua mão apertava meu corpo, me fazendo sentir o quão necessitado ele estava, sua boca percorria do meu pescoço até onde estava descoberto pelo vestido.
Ainda no escuro, seu corpo guiou o meu até o sofá da pequena sala, e sua mão foi até minha calcinha por baixo do vestido, a retirando.
— Vamos começar com o seu presente! — A luz do abajur ao lado do sofá foi acesa, me permitindo uma visão melhor de Jongin. O maior me posicionou na ponta do sofá e seu rosto sumiu entre minhas pernas, sinto selares serem depositados em minha intimidade.
A língua quente de Jongin em meu íntimo me fazia gemer manhosa. Agarrei seus cabelos entre meus dedos e tentei fazer meu corpo ir para mais perto do seu. A cada movimento da língua de Jongin, era um gemido mais alto meu.
Logo senti dois dedos do maior me invadirem junto de sua língua e não pude conter o grito baixo que escapou de meus lábios. Os dedos de Jongin entravam e saíam com rapidez e junto com eles os meus gemidos. Não aguentei muito e cheguei ao meu ápice. Jongin sorriu satisfeito com seu trabalho e me ajudou a ficar de pé.
— Agora eu quero você deitada na minha cama e gemendo meu nome bem alto, do jeito que eu imaginei.
No caminho até o quarto, nossas roupas foram tiradas e Jongin me deitou no meio de sua cama. Sua boca distribuiu beijos por minha perna, subindo até minha coxa e parando em minha barriga.
O maior se levantou e pegou um preservativo em sua mesa, revestiu seu membro e voltou a deitar sobre mim, se encaixando entre minhas pernas.
Sua boca procurou pela minha e assim que iniciou mais um de seus beijos famintos, senti seu membro me invadir, meu gemido sendo contido por sua boca.
Os movimentos de Jongin eram lentos, porém fundos, seu corpo se encaixava perfeitamente ao meu. Jongin começou a acelerar seus movimentos e me faz gemer mais ainda contra seus lábios, nossos corpos se chocando era um som muito gostoso de se ouvir.
Sua mão desceu até minha coxa e fez minha perna subir até sua cintura, fazendo o espaço entre nós diminuir. Jongin acelerou cada vez mais os movimentos e acabei gemendo por mais e mais alto, meu corpo não aguentaria muito daquilo.
Jongin mudou nossas posições rápido e me deixou por cima. Sua mão foi até minha cintura e guiou meus movimentos, ambos estávamos ofegantes e suados. Meu ápice me atingiu mais forte que o primeiro e fez com que eu deitasse sobre o peito de Jongin. O maior continuou seus movimentos e logo se desfez também. Ficamos um tempo olhando um para o outro, ofegantes, até que Jongin quebrou o silêncio.
— Isso foi melhor do que todos os meus sonhos com você!
— Seu pervertido! — Jongin riu e acariciou minhas costas.
— Eu sonho muitas coisas com você, uma delas é ser muito mais que amigo ou uma noite de sexo!
— Jongin, eu... — Ele colocou o dedo sobre meu lábio.
— Xii, vamos apenas dormir e aproveitar!
Na manhã seguinte, abri os olhos e procurei Jongin pelo quarto, nenhum sinal dele. Levantei quase me arrastando e enrolada no lençol, o procurando pela casa, ainda nenhum sinal, a mesa da cozinha estava sem nenhum sinal de café.
Olhei para o relógio na parede e ainda marcava sete horas, ele não iria trabalhar pela manhã, então ele deveria estar ocupado com outra coisa. Procurei minhas peças de roupa espalhadas pelo corredor e pela sala e voltei para o quarto. Metade de mim diz que preciso tomar banho e ir para casa, a outra metade diz para voltar para cama.
Decidi deitar por mais cinco minutos, os cinco minutos viraram mais uma hora, e acordei novamente sentindo um beijo ser depositado em minha bochecha.
— Hora de levantar, Jagi! Eu já corri, comprei nosso café e você aí dormindo, sua preguiçosa! — Jongin riu.
— Falar é fácil!
— Vamos tomar banho!? — Ele beijou meu ombro. — Sei de um jeito de te acordar rapidinho!
Suas mãos puxaram o lençol e depois desceram até minha bunda, desferindo um tapa ali.
— Seu filho de uma...
— Que boca suja, mocinha! Vem, vamos tomar banho e tomar café!
— Aish! — Mesmo a contragosto, levantei e fui tomar banho junto de Jongin. Foi um pouco impossível me concentrar no banho com suas mãos passeando por meu corpo e vendo seu corpo molhado.
Foi o banho mais longo e mais gostoso de toda minha vida! Quando terminamos o café, Jongin fez questão de me deixar em casa novamente, brincou um pouco com SunHee e ficou para o almoço. Minha mãe ficava o tempo todo fazendo perguntas ao maior, o fazendo rir e me deixando mais envergonhada que o normal.
— Já que estamos aqui... SunHee é meu alvo. — Jongin riu, segurando a pequena em seu colo. — Sun, você me deixa namorar a sua mãe?
A pequena riu e assentiu freneticamente.
— Acho que agora só falta sua mãe aceitar, não é mesmo? — Jongin olhou em minha direção. — Quer ser minha namorada?
— Eu... Eu...
— Não precisa responder agora. Eu deixo você pensar no assunto, mas não demore muito, SunHee já deixou! — Ele riu, beijando a bochecha da pequena, e olhou para o relógio.
— Já sei, Sun. — Estendi meus braços para minha filha. — A mamãe vai trabalhar agora, cuide bem da vovó!
Recebi um beijo como resposta e saí ao lado de Jongin. Mesmo tendo deixado meus sentimentos saírem, ainda não sei se devo dar esse passo.

***

Estava imersa em pensamentos quando ouvi batidas na porta do consultório. Ainda de cabeça baixa, permiti que a pessoa entrasse.
— Está ocupada? — Ouvi a voz de Yixing e tomei um leve susto. — Podemos conversar agora?
Concordei e vi o maior sentar na cadeira de frente para minha mesa. Ele me observou por um tempo enquanto eu arrumava o restante da papelada do plantão.
— O que você queria conversar? — Perguntei fechando a pasta.
— Eu queria me desculpar com você, eu sei que errei quando comentei aquelas coisas quando te vi. Depois de tanto tempo, eu deveria ter amadurecido.
— E encher minha sala de flores era um jeito muito bom de pedir desculpas, né?
— Queria pedir desculpas por isso também. — Ele disse coçando a nuca.
— Elas foram dadas aos pacientes, então considere que foi feita uma boa ação.
Yixing sorriu, mas logo seu sorriso sumiu.
— Soube que ontem foi seu aniversário, parabéns atrasado.
— Obrigada, eu acho.
— Eu... — Ele parou por um momento. — Soube também que o Jongin fez uma festa para você.
— Claro que você não veio aqui só para pedir desculpas.
— Vocês estão juntos? — Ele perguntou ainda receoso. — Eu o ouvi conversando com Minseok e ele parece gostar mesmo de você.
— Nós estamos juntos sim!
— Ah! — Yixing fez cara de decepção, mas logo sorriu. — Espero que ele te faça feliz, é o que você merece, nada menos que isso.
— Obrigada, Yixing! — Sorri de volta. Ele estendeu a mão em minha direção e eu a apertei de bom grado.
Estávamos conversando sobre as coisas do hospital, já que ele também foi ali para resolver problemas do hospital, quando ouvimos batidas na porta.
? — Jongin entrou. — Ah, desculpa interromper, volto quando vocês terminarem de conversar.
Jongin estava quase saindo, mas Yixing se levantou.
— Já terminamos de resolver tudo! — Yixing saiu da sala, mas antes ele olhou para Jongin. — Cuida dela direito, tá?
Jongin ficou surpreso, mas apenas acenou.
— O que houve aqui? — Jongin perguntou assim que Yixing passou pela porta.
— Ele veio pedir desculpas e perguntar se estávamos juntos. — Disse digitando tudo o que havia resolvido com Yixing.
— E estamos? — Jongin perguntou feliz. — Você aceita meu pedido?
— Claro que aceito, Jongin!
Jongin veio para o meu lado, me puxou para que eu ficasse de pé e me beijou. Seu beijo demonstrava o quanto ele estava feliz com minha resposta.
Assim que o moreno me soltou, ele encostou sua testa na minha e sorriu para mim. Se aquilo não era uma das maravilhas do mundo, não sei o que era.
— Vamos jantar? Nosso plantão ainda não acabou e podemos tirar nosso descanso juntos! — Ele piscou.
— Kim Jongin! Pode tirar essa ideia agora da sua cabeça!
— Mas eu não pensei em nada! — Ele roubou um selinho e segurou em minha mão.
— Conheço você a tempo suficiente para saber o que essa piscadinha significa.
— Namorar uma amiga tem suas desvantagens também, mas vamos logo, eu estou faminto!
— E quando você não está? — Ri da cara que ele fez, mas o segui até a lanchonete.

Alguns meses depois — madrugada

— Jagi? Você tá dormindo? — Jongin me abraçou e beijou minha bochecha.
— Ainda não, acabamos de deitar, se você não lembra.
— Grossa! — Outro beijo. — A gente não conseguiu namorar hoje, que tal se a gente, você sabe...
— Não sei se aguento ficar acordada. — Disse tentando conter o riso.
— Jagi... — Ele disse manhoso e deu uma leve mordida em meu ombro.
— Você está jogando baixo, Jongin. — Disse encostando minha cabeça em seu corpo, dando mais acesso a ele.
— Eu sei que você gosta! — Senti um beijo seguido de uma mordida em meu pescoço.
— O pescoço é meu ponto mais sensível, Jongin!
— Eu sei disso! — Senti sua mão descer até minha cintura e apertar o local. — Ainda quer dormir?
Deixei que ele continuasse seus carinhos, sua mão foi até minha coxa e a apertou também.
— Vai enrolar muito? — Perguntei, já ficando irritada.
— Calma, Jagi, quero você bem acordada e molhada para mim! — Jongin deslizou sua mão até minha intimidade e seus dedos fizeram movimentos lentos sobre meu ponto sensível. Soltei um gemido baixo e aproximei meu corpo do dele.
Jongin riu baixo contra minha orelha e colocou um dos dedos dentro de mim. Seus movimentos aumentavam e diminuíam de velocidade de acordo com o volume de meus gemidos, ele não queria fazer barulho para que meus pais ou SunHee acordassem.
— Geme baixinho, Jagi, ou nossa brincadeira pode acabar!
Jongin deu mais algumas estocadas com seu dedo e depois o retirou. Rapidamente ele se levantou e me posicionou no meio da cama, colocando seu corpo sobre o meu. Sua boca foi em direção à minha e sua mão voltou para onde estava. Joguei minhas mãos por cima dos ombros de Jongin e o puxei mais para perto, com um pouco de dificuldade usei uma das mãos para tirar a calça de moletom do maior.
Depois de algumas risadas baixas e alguns deslizes, finalmente Jongin estava totalmente nu na minha frente. O maior beijou por entre meus seios e depois retirou minha camisola. Sua mão agarrou em meu meio direito e sua língua passou sobre o bico do seio esquerdo, meu corpo todo se arrepiando com seus toques.
Jongin desceu sua boca, indo até minha intimidade, depositou alguns beijos ali, e depois introduz sua língua em minha entrada. Ele sugava e fazia movimentos com a língua que eu jamais imaginava que pudessem me fazer gemer tanto.
Seus dedos entram em minha intimidade, me fazendo aumentar cada vez os gemidos. Meu corpo tencionou e fui atingida por um orgasmo maravilhoso. Jongin ergueu seu rosto e ainda com a pouca luz do abajur pude vê-lo sorrir.
Depois de recuperar meu fôlego, puxei Jongin e troquei de lugar com ele. Minha mão foi até seu membro ereto e o masturbei devagar, fazendo-o gemer meu nome em forma de súplica.
... Por favor... — Depois de ouvi-lo implorar mais algumas vezes, coloquei seu membro em minha boca e o suguei com força, fazendo Jongin gemer um pouco mais alto.
Minha cabeça subia e descia em seu membro, e Jongin agarrou meu cabelo, tentando fazer com que seu membro alcançasse mais fundo em minha garganta. Quando senti que ele já estava chegando ao seu máximo, retirei seu membro de minha boca e peguei um preservativo na gaveta da mesa de cabeceira. Jongin me ajudou a colocá-lo em seu membro e me deixou guiar.
Sentei sobre seu corpo e deslizei seu membro para dentro de mim aos poucos. Gememos em sincronia quando senti seu membro totalmente dentro de minha intimidade.
Aos poucos, comecei a me movimentar mais rápido e Jongin, que estava com as mãos nos lençóis, agarrou minha cintura, me fazendo ir mais rápido ainda.
Nossos gemidos, o som de nossos corpos e o suor eram presentes no quarto. Eu tentava ao máximo gemer baixo, mas Jongin fazia questão de ir mais fundo quando eu conseguia controlar meus gemidos.
Jongin mudou nossas posições novamente e me beijou para abafar qualquer sinal de barulho que fosse feito a partir dali.
Seu corpo se movimentava rapidamente contra o meu e meu corpo já dava indícios de um novo orgasmo. Jongin soltou de minha boca para poder chupar meu seio e se movimentou cada vez mais rápido, seus gemidos ficando cada vez mais rápidos e praticamente chegamos ao orgasmo juntos.
Jongin saiu de cima de mim e deitou de frente comigo, seu sorriso era enorme em seu rosto. Ficamos ali até recuperar o fôlego, saímos da cama e tomamos um banho rápido, voltando a deitar logo em seguida.
— Posso te acordar todas as madrugadas? — Jongin perguntou rindo para mim.
— Não é todo dia que estou nesse pique, não, Kim Manhoso Jongin!
— Gostei do nome do meio! — Ele me puxou mais para perto. — Boa noite, Jagi! Eu amo você!
— Também amo você, Nini!
— Mais um apelido? — Ele me apertou mais contra seu corpo. — Gostei!
— Está me sufocando, Kim Jongin!
— Desculpa! Agora vamos dormir! — Nos ajeitamos na cama e Jongin faz carinho em mim até que eu pegasse no sono profundamente.

Abri meus olhos e não reconheci o lugar onde estava, ou talvez reconheça, mas minha cabeça tinha feito questão de esquecer aquele lugar, o apartamento de Jongdae.
Eu me encontrava deitada na cama dele, podia ouvir risadas e sentir o cheiro de comida vindo da cozinha. Me levantei devagar e caminhei em passos lentos até a cozinha. Sun estava sentada em uma das cadeiras, observando o pai na cozinha, enquanto Jongdae cozinhava algo para o café da manhã. A pequena ria de cada uma das gracinhas feitas pelo pai e eu senti uma lágrima escorrer por meu rosto. Quando comecei a chorar?
SunHee me viu na porta do corredor e chamou por Jongdae, que sorriu ao me ver ali. Ele disse alguma coisa, mas eu não conseguia ouvir. SunHee continuou sorrindo junto ao pai, e, aos poucos, a cena de Jongdae e SunHee sorrindo para mim some, dando lugar a uma lembrança recente e real. Nela Jongin corre atrás de SunHee, brincando de esconde-esconde com a pequena no jardim, os dois sorrindo alegremente. Aquela cena era uma das mais fofas que tenho guardadas em minha mente.

Fui retirada do mundo dos sonhos por Jongin, que me chamou gentilmente e perguntou se estava bem, passando a mão em meu rosto e enxugando minhas lágrimas.
— Está tudo bem, Jagi! Estou aqui com vocês! Eu sempre vou estar! — Ele me abraçou forte. — Você estava chamando o nome de Jongdae.
— Desculpa! — Disse um pouco sem graça.
— Não tem porque se desculpar, você estava dizendo adeus. — Ele beijou minha bochecha. — Acho que finalmente ele pode descansar e você pode viver sem ressentimentos.
— Eu realmente estava falando dormindo?
— Sim! Você falou algo sobre “obrigada, Jongdae”, adeus e que estava feliz agora.
— Não lembro de ter dito nada disso durante o sonho.
— Às vezes nosso subconsciente guarda somente o que queremos realmente guardar. Você passou por tanta coisa, Jagi, você é forte, guerreira e uma mulher incrível!
Ficamos ali conversando sobre meu sonho até SunHee invadir o quarto e roubar Jongin para brincar de boneca com ela.

***

O tempo foi passando e SunHee foi crescendo, se tornando uma menina cada vez mais parecida com o pai e cada vez mais teimosa como a mãe.
Foram incontáveis as vezes em que eu a coloquei de castigo por algo errado na escola e Jongin a ajudou a fugir do castigo. Ela cresceu tão rápido, agora com seus seis anos, estava em uma discussão feroz com Jongin.
— Mãe! Tio Jongin não me deixa colocar o Jaeyoon no colo. — Ela disse cruzando os braços e fazendo bico.
— Mas meu anjo, seu irmão ainda é muito pequeno para você colocá-lo no braço.
— Eu já tenho seis anos, mamãe! Posso ajudar a trocar meu irmãozinho!
— Já conversamos sobre isso, SunHee! Eu troco ele e você canta para ele dormir, que tal? — Jongin tentou barganhar um acordo com a pequena teimosa.
— Você promete, tio? — Ela desfez o bico e sorriu.
— Prometo. Agora deixa sua mãe alimentar seu irmão. Vamos brincar enquanto ela cuida dele, que tal?
— Só brinco se eu puder pintar suas unhas!
Jongin olhou para mim como se pedisse socorro e eu apenas ria enquanto amamentava Jaeyoon.
O pequeno ser em meus braços tinha apenas algumas semanas. Lembro quando convidei Yixing para ser o padrinho do meu casamento, eu podia fazer isso, afinal, ele me convidou para ser a madrinha dele quando se casou com uma chinesa que conheceu em mais uma de suas viagens de negócios. O rapaz realmente se amarrou por completo e se dedicou à esposa e ao hospital.
Jaeyoon era totalmente a cara de Jongin, às vezes me pergunto o que fiz para que nenhum de meus filhos se pareça comigo.
Estava imersa em meus pensamentos quando Jongin deitou ao meu lado e mostrou as unhas rosas recém-pintadas.
— Combinou com você, amor! — Disse rindo.
— Tão engraçada! — Ele beijou o topo de minha cabeça. — Consegui fazer com que ela comesse e terminasse o dever de casa.
— Você é um ótimo tio-pai! — Ele sorriu mais ainda.
— Amo ver nossa família assim, grande e feliz!
— Somos muito felizes, não é mesmo? — Ele sacudiu as mãos para o esmalte secar mais rápido.
— Muito felizes. Agora preciso ir, SunHee ainda vai me maquiar e arrumar meu cabelo para a festa das princesas!
Jongin saiu do quarto me deixando só e rindo da cena que seria vê-lo todo maquiado.
Minha vida não poderia estar melhor, tenho dois filhos lindos e um marido dedicado. A vida me ensinou da maneira mais dura que eu poderia sim ser feliz, se eu quisesse.


Fim.



Nota da autora: Bem, é isso! Espero não ter matado ninguém do coração e nem de raiva! Hahaha! Obrigada pela leitura e até a próxima.



Outras Fanfics:
Sensei [Restritas – NCT]
Evil [Restritas – EXO]


Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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