Hopnung

Última atualização: 20/03/2021

Prólogo

31 anos antes.

Achava que não sobreviveria.
Estava suando, gotas grossas pingavam de seu corpo para a cama. A força sobrenatural que fazia estava deixando-a esvaída de tal a cada movimento do ponteiro dos segundos. Estava quase desmaiando, mas não poderia fazê-lo, não agora que estava quase lá. Portanto, continuou com o empenho, sem notar que a cada empuxo um som gutural extremamente alto saía de si. Sangue tingia a água de vinho e o odor que exalava por todo o recinto já estava quase neutro para a mulher. Era como se tudo o que importava naquele momento fosse finalizar o que começara.
Em uma saleta estava ele, o homem que ela de certa forma temia. Ele andava de um lado para o outro, pensando, desejando que tudo ocorresse conforme o esperado. Ouvir os gritos que vinham do outro lado da porta o deixavam nervoso. Não era como se ele nunca tivesse escutado gritos de tal magnitude, já estivera em batalhas, em missões e teve de fazer trabalhos sujos, mas aquele grito era diferente, se é que possível. O som era incômodo, mas saber o motivo em que ele surgia o deixava com um ar menos tenebroso. Talvez estivesse tudo bem, e logo tudo acabaria. Mas o homem não podia negar que os ruídos eram repulsivos.
Ela escutou algo vindo da outra mulher a sua frente, mas resolveu apenas seguir com o plano e continuou o trabalho. Até que um pequeno choro invadiu seus ouvidos e tudo o que pode enxergar fora a pequena criatura nas mãos da parteira, totalmente ensanguentada. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios e então desmaiou.
O homem escutou o choro vindo do quarto e pousou a mão sobre a espada na bainha como reflexo. As portas foram escancaradas e de lá enxergou o mais importante de tudo, o propósito de toda aquela dor e sofrimento.
— Ele chegou, Vossa Majestade. É um menino! – A parteira estava com a criança em seu colo, enquanto ela ainda chorava e chorava sem pudor. O rei sorriu e se aproximou do bebê. Ele fez menção de pegá-lo e a criada, já de prontidão, esticou seus braços com o pano enrolado na criança, entregando-a ao homem. Ele segurou o menino, ainda sorrindo.
— Olá, pequeno. – Ele esticou o indicador e passou pelo rostinho do bebê, sujando sua pele com o líquido viscoso vermelho. Em seguida, sussurrou: – Tenho grandes planos para você.


Agora.

Ela encarou o imenso campo de batalha e sentiu a respiração pesar pela milésima vez. Já não tinha mais noção alguma de a quanto tempo estava lutando, mas uma coisa era certa: tinha entrado naquilo de corpo e alma e voltar não era uma opção. Correu os olhos pelo lugar, de forma que pudesse tomar nota de cada movimento à sua volta e deu-se conta de algo que poderia dar-lhes vantagem, então encarou aquele que era como sua alma gêmea e apenas com uma troca de olhares, ficou claro o que fariam a seguir.
Em um rompante, a mulher olhou para a grande parede de pedra e procurou uma rota, uma que fosse a mais rápida. Ao passo que ela se jogou para cima, forçando seu corpo a subir e escalar, inclinando-se com o impulso das mãos, ele pegou sua espada em reflexo e enterrou-a no coração do soldado mais próximo. O homem seguiu correndo e acertando cada indivíduo que se colocava em seu caminho, perfurando suas armaduras e rasgando-lhes as carnes.
Ela conseguia enxergar a janela que entregaria seu destino e esticou o braço, encontrando um apoio para impulsionar seu corpo para cima e o fazendo, alcançando o parapeito. Olhou para dentro do castelo e viu-o entrando no corredor e sendo cercado por guardas reais. Logo, ele, sem ao menos a mulher conseguir piscar duas vezes, chegou até a porta com a espada ensanguentada e lançou-lhe um olhar transbordando desejo. O mais velho a ajudou a entrar no castelo, esticando uma das mãos e segurando a dela, enquanto seu braço enlaçou-a na cintura e a puxou para dentro. Os dois se fitaram como se fosse a última vez e sorriram. Aquela estava longe de ser a última e eles tinham certeza disso.
Então, com um empurrão forte, eles abriram juntos a porta que guardava o objetivo final deles, e, como se já os esperasse, o homem estava sentado, seu rosto sereno e com um dos cantos da boca erguido.
— Achei que não chegariam nunca. – Ele disse em um tom tedioso e até sarcástico.


Continua...



Nota da autora: Como vocês estão, pessoal?? Digam para nós, o que acharam desse prólogo. Gostaram?? Estão animades para a continuação?? Só sabemos que nós estamos! Hahahah
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Kisses,
Ass: Giulia M. e Vane.

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