Última atualização: 31/08/2021

Único

Não estava sendo um dia fácil para .
A reunião da manhã havia sido um caos. A apresentação que havia preparado deu erro por cinco minutos antes de finalmente conseguir abri-la, dispersando toda a equipe com a pausa e foi um sacrifício trazer a atenção das pessoas para si novamente quando ela não podia simplesmente gritar e mandar todos calarem a boca. Após o almoço seu cérebro resolveu que simplesmente não focaria a atenção em nada que não fosse sexo. Ela viu a pilha de papéis sobre sua mesa crescer, o calor disparando pelo seu corpo enquanto sua mente projetava imagens muito explícitas de todos os lugares do escritório em que ela poderia transar se tivesse um parceiro naquele momento.
Sorriu, tomando o celular em mãos e buscando um contato em específico na agenda, mas foi interrompida pela chefe que pediu uma cópia de um relatório que ela já deveria ter terminado. Olhou para a tela do computador, o texto se embaralhando à sua frente, mas forçou-se a finalizar as poucas páginas que faltavam no arquivo, o que a distraiu de enviar uma mensagem para .
fora um dos primeiros amigos que fizera ao chegar em Nova York. Ele, britânico; ela, porto riquenha. Os dois acabaram sendo reunidos pela sensação de serem estrangeiros em um novo lugar e pelo amor por futebol. Não o futebol americano, futebol de verdade, como ele costumava dizer.
E isso já fazia mais de sete anos. Passaram por muitos altos e baixos juntos e sabiam que sempre podiam contar um com o outro para tomar uma cerveja e rir de qualquer coisa juntos. o confortou quando a avó dele faleceu e juntou todos os cacos do coração dela quando o noivo a traiu nas vésperas do casamento. Foram meses difíceis e a porto riquenha tinha certeza que teriam sido ainda piores se não fosse pelo companheirismo do britânico que fazia pose de durão, mas que tinha o coração tão macio quanto bolo recém saído do forno.
Porém a dinâmica entre eles havia mudado há alguns meses.
Estavam no bar que costumavam frequentar sempre e, naquela tarde de sábado, o local estava lotado por conta do jogo que estava sendo transmitido em várias televisões ao mesmo tempo. Chelsea e Tottenham estavam empatados por dois a dois desde o início do segundo tempo. O calor do início do verão contribuiu para que eles tomassem muito mais cervejas que o normal e o nervosismo do empate pediu por algumas doses de tequila.
notou que algo estava errado quando o Chelsea perdeu um gol praticamente feito e não esboçou nenhuma reação, olhando fixamente para alguma coisa do outro lado do bar.
— Tá tudo bem? – ela questionou, parecendo tirá-lo de um transe.
— Tudo ótimo. – sorriu, voltando os olhos para ela enquanto tomava o último gole de sua cerveja. Ele sabia que nunca conseguiria mentir para ela, então resolveu sair de perto. – Vou ao banheiro. Pede mais uma cerveja pra mim, por favor?
assentiu, mas o homem não viu. No caminho para o banheiro, confirmou suas suspeitas: em uma mesa no canto do bar estava Stephen, ex-noivo de , com um grupo de amigos. Ele se lembrava muito bem de como ela havia ficado por muito tempo depois do término e a última coisa que queria era ver a amiga naquela fossa novamente. Foram meses, mas pareceu uma eternidade, em que a morena vivera como um zumbi, no modo automático e, quando demonstrava alguma emoção, era sempre na forma de um choro torrencial e insegurança, o completo oposto da personalidade brilhante e confiante da porto riquenha.
Ao voltar para o balcão, encontrou-a de pé, gesticulando veementemente para a TV enquanto despejava uma série de xingamentos contra o juiz que não tinha dado um pênalti, mas sorriu ao ver o amigo e o entregou sua cerveja. distraiu-se com o jogo novamente, mas seu corpo entrou em estado de alerta quando viu Stephen levantar-se do outro lado do bar e começar a abrir caminho entre as pessoas no bar, vindo na direção dos dois.
Hermosa, olha pra mim. – segurou-a pelo rosto, as mãos em ambas as bochechas enquanto mantinha o rosto dela perto do seu. Primeiro ela riu frouxo, por causa do álcool, mas parou subitamente quando ouviu as palavras do britânico. – Stephen está aqui. E está vindo na nossa direção agora.
Os olhos dela se arregalaram ao processar a frase, seu cérebro afetado demais pelo álcool para tomar uma decisão racional.
— Tem certeza que é ele?
— Absoluta. – olhou sobre os ombros de brevemente, o ex-noivo ainda caminhando em direção a eles. – O que quer que eu faça?
encarou o britânico que a observava com ar preocupado. Sua imaginação embebida em álcool projetou todos os cenários em que Stephen se aproximava e apresentava sua nova namorada, ria da cara dela por ter sido tão trouxa e por ainda estar sozinha depois de todo aquele tempo. esperou, ainda segurando o rosto da morena, e viu quando os olhos dela se acenderam com uma ideia. Ela falou logo em seguida.
— Eu vou te beijar, ok?
— O quê? – ele quase gritou, mas manteve as mãos no rosto dela. – Como isso vai resolver o problema?
não respondeu. Ao invés disso, encerrou a pouca distância entre o seu rosto e o do amigo. permaneceu imóvel por um momento quando os lábios da morena se chocaram nos seus. Passado o susto, ele se entregou ao beijo que começou cauteloso, mas que logo progrediu quando a língua de pediu passagem, que ele concedeu de bom grado ao notar o quanto os lábios dela eram macios e se moviam devagar, mas de forma muito provocante. Desceu as mãos para as costas da mulher, trazendo-a um pouco mais para perto de si enquanto as línguas dançavam juntas. Apesar de já terem se abraçado milhares de vezes, nunca tinha reparado como os corpos deles se encaixavam tão bem.
As mãos dele já tinham alcançado o cós do short de cintura alta que usava e ele certamente teria as subido de volta sob a blusa da amiga caso uma voz próxima aos dois não chamasse o nome de .
Ela quebrou o beijo, permanecendo muito próxima a por um segundo que pareceu durar uma eternidade antes de quebrar o contato visual e voltar-se para o ex-noivo, que os encarava bastante confuso. A adrenalina pareceu duplicar o efeito do álcool que tinham consumido e o resto da noite passou num borrão. Nenhum deles conseguia lembrar do conteúdo da conversa com Stephen ou como pagaram a conta do bar.
Acordaram na manhã seguinte completamente nus, enrolados nos lençóis da cama de , uma trilha de roupas que ia da entrada do apartamento até o quarto. Ao se dar conta do que havia acontecido, encararam-se por alguns segundos, caindo na gargalhada logo em seguida.

*


Já estava escuro lá fora quando finalmente enviou o relatório, desligando o computador antes de sair do escritório. “Que tal pizza e donuts hoje à noite?”, ela enviou a mensagem antes de sair do prédio em direção à estação de metrô mais próxima. A resposta nunca veio, mas assim que entrou em seu apartamento, as luzes da sala estavam acesas. Viu as caixas de pizza e do Dunkin Donuts sobre a bancada da cozinha antes de vê-lo sentado confortavelmente em seu sofá, como se fosse o dono da casa.
Apoiou-se na bancada, chutando os sapatos para fora dos pés de qualquer jeito, livrando-se deles o mais rápido possível, enquanto o observava. Usava calça jeans preta, camiseta comum e jaqueta de couro que escondia todas as tatuagens que ela amava. Estava concentrado em algo no celular, mas levantou os olhos ao ouvir o som dos saltos batendo no chão. Sentado de maneira despojada no sofá, ele deixou o aparelho de lado, chamando-a para perto com os dedos enquanto batia a outra mão na coxa, indicando que ela se sentasse ali.
suspirou, apertando uma coxa contra a outra, porque era uma delícia.
Ela não pensou duas vezes, caminhando até ele e sentou-se em seu colo, uma perna de cada lado do corpo dele. Inalou o perfume amadeirado, sentindo um arrepio correr pelo seu corpo quando os braços largos envolveram sua cintura.
¿Qué pasó? – Perguntou, o sotaque britânico carregado até mesmo quando arriscava algumas palavras em espanhol. Os olhos dele, que naquela noite pareciam de um cinza límpido, escrutinaram a amiga. Ele conhecia o suficiente para saber que pizza e donuts não eram uma combinação para um dia qualquer.
— Dia difícil no trabalho. – Suspirou novamente, ajeitando uma mecha do cabelo dele que sempre ficava pra cima, independente de quanto gel ele usasse. – A reunião foi uma droga, não consegui me concentrar o dia todo e perdi alguns prazos. – Analisando-o de perto, ela reparou que ele estava arrumado demais para quem ia ficar em casa. O pensamento lhe fugiu da cabeça quando as mãos dele entraram em contato com suas coxas, sob o tecido da saia que tinha subido quando ela se sentou. Um novo arrepio se manifestou, concentrando-se dessa vez nos mamilos, que, endurecidos, logo ficaram aparentes sob a camisa social fina. A reação não passou despercebida pelo amigo.
— Parece que alguém está no clima, hein? – Um sorriso brincava no canto dos lábios dele, mas antes que respondesse, ele sustentou o corpo da morena pelas coxas, levantando-se apenas para colocá-la no sofá, deixando um beijo na bochecha da amiga antes de se afastar. – Pena que eu tenho um encontro hoje.
— Um encontro? – as palavras deixaram a boca de com um mais indignado do que ela pretendia, fazendo-o rir pelo nariz.
não era mulher de implorar. Era linda, dona de si, tinha o sangue quente latino correndo nas veias e sabia que cinco minutos no Tinder a renderiam um encontro, mas não era isso que queria. Queria o sexo fácil, gostoso e divertido que sempre a proporcionava e depois, quem sabe, pudessem assitir TV enquanto tomavam uma cerveja. não era mulher de implorar, mas ainda assim levantou-se do sofá rapidamente, segurando-o de frente para si pela gola da jaqueta enquanto falava, fazendo manha.
— Você bem que podia ligar pra ela e cancelar, hein, cariño?
, a reserva está marcada pra daqui a quinze minutos, seria muito injusto desmarcar agora que ela já deve ter feito toda essa rotina que vocês mulheres fazem. – Ele colocou uma mecha do cabelo castanho atrás da orelha dela. – Além do mais, ela é bailarina e você sabe como as bailarinas são flexíveis…
quase estapeou aquele sorriso safado dos lábios dele, mas o que ela queria mesmo era tê-lo entre suas coxas.
— Aposto que ela é loira, europeia e frígida. – murmurou com desdém. O sorriso do britânico só aumentou.
— Eu não sei de onde ela é, mas pode ficar tranquila que só tem lugar pra uma latina no meu coração. – ele se afastou, voltando ao sofá para pegar o celular, enquanto rolava os olhos e cruzava os braços. – Eu preciso ir, mas tenho certeza de que você estará muito bem acompanhada daquela coleção de sextoys que você tem na gaveta ao lado da cama. – estalou um tapa na bunda dela antes de fazer o caminho até a porta, o que serviu apenas para deixá-la mais excitada e mais frustrada. – Pense em mim quando estiver gozando.
E com um último sorriso travesso, ele sumiu porta afora.
O que deixou mais irritada foi a constatação de que era exatamente aquilo que faria. Pra que servia uma amizade colorida se ela não podia desfrutar dos benefícios quando precisava deles? Bufou, pegando uma fatia da pizza de pepperoni antes de seguir para o banho.

*


O encontro foi um desastre. O restaurante escolhido pela bailarina parecia não servia nada além de salada, a mulher ficou tensa o encontro todo, mas ainda assim o convidou para seu apartamento, o que resultou num sexo desajeitado e pouquíssimo prazeroso para , que logo arranjou uma desculpa para sair de lá. Assim que entrou no elevador de seu prédio, ouviu seu estômago roncar e imediatamente pensou nas caixas de pizza e donuts que havia deixado sobre a bancada de . Ela com certeza não tinha comido tudo sozinha. Ao invés de apertar o botão que levava ao seu andar, ele apertou o da amiga, alguns andares acima.
Quando ele entrou no apartamento usando a chave que ela lhe dera há alguns anos atrás, as luzes estavam apagadas, mas podia ouvir a TV ligada no quarto. Três quartos da pizza ainda estavam na caixa e ele se serviu de duas fatias e um donut, colocando-os em um prato antes de seguir até o quarto. Bateu duas vezes na porta antes de ouvi-la dizer para entrar.
já estava deitada sob as cobertas, desviando minimamente os olhos da TV, que passava uma série em espanhol, para quando ele entrou no quarto. Sentou-se na cama, finalmente tirando uma mordida da pizza. Ficaram em silêncio e só falou quando o episódio acabou, alguns minutos depois.
— Foi tão ruim assim?
deu de ombros, fazendo uma careta enquanto mastigava o último pedaço de donut. riu, mas não um riso zombeteiro e sim reconfortante. Por mais que gostassem de importunar um ao outro, também sabiam se confortar quando necessário. Naquela noite, porém, o britânico resolveu dar à amiga um gostinho de vitória.
— Era loira. – começou, logo depois de descansar o prato sobre a mesa de cabeceira. – Não era europeia, mas... definitivamente frígida.
A morena gargalhou, sem conseguir evitar, escondendo o rosto nos travesseiros. a acompanhou porque a risada dela era extremamente contagiante. Ele então contou sobre o cardápio duvidoso do restaurante, sobre a atitude nervosa da mulher, inclusive na hora do sexo.
— Espera, – ela o interrompeu, sentando-se ereta na cama – você transou com ela?
— Sim, eu já estava no apartamento dela, o que eu ia fazer?
— Ah, ! – fez uma careta desgostosa. – Você transou com ela e veio sentar na minha cama? Que nojo! – ela o empurrou para fora da cama, enquanto ele ria. – ¡Sal de aquí ahora!
Buenas noches, hermosa. – Ainda rindo, ele se levantou, depositando um beijo rápido na bochecha de , que ela limpou logo em seguida, fingindo asco, mas não conseguiu evitar rir junto com ele.

*


foi retirada bruscamente de seus deliciosos sonhos eróticos pelo despertador que gritava sobre a mesa de cabeceira. Sim, havia conseguido alguns orgasmos na noite anterior, mas um vibrador em nada se comparava a ter um par de mãos lhe puxando os cabelos, apertando a bunda e beliscando os mamilos. Era aquele o contato que queria e estava decidida a consegui-lo naquele dia. No caminho para o trabalho, deu uma olhada no Tinder em busca de algum cara que parecesse minimamente decente. A notificação de match veio no meio da manhã e ela passou o horário do almoço todo conversando com ele. Às três da tarde, ela já sabia o endereço do bar, o horário em que deveria encontrá-lo e a roupa com que iria.
Não trabalhou nenhum minuto além do horário naquela sexta-feira. Faltando quinze minutos para as sete, já estava pronta e só estava dando o toque final na maquiagem quando ouviu a porta da frente de seu apartamento abrir e fechar. Ela ouviu a voz de se anunciando da sala, mesmo que ele não o precisasse fazer, já que vivia mais no apartamento da amiga que no próprio.
— A minha TV já era, então hoje vamos ter que ver o jogo aqui e… – a frase morreu devagar nos lábios de quando ela apareceu na sala, terminando de colocar um dos brincos.
Sentado no sofá, ele retirou o fiel boné, deixando-o de lado, e a encarou de cima a baixo. Seus olhos se prenderam no curto pedaço de pano que usava como saia e deixava as deliciosas pernas torneadas bastante à mostra. lembrava-se muito bem da peça que ela não usava há algum tempo. Recordou-se da noite em que foram em um bar qualquer, de como ela estava deliciosa e ele não conseguia parar de encarar as coxas dela, mas não falou nada porque só a ideia de que as coisas entre eles pudessem ficar estranhas fazia com que seu estômago se revirasse. Naquela noite, foi pra casa sozinho, mas conheceu Stephen e o resto era história.
— Encontro? – indagou, mesmo que já soubesse a resposta.
— Sim, um cara do Tinder – Ela confirmou, enquanto colocava alguns itens dentro da pequena bolsa apoiada sobre a bancada. – Mas você pode ficar pra ver o jogo na TV.
Por um rápido descuido, a identidade de caiu no chão e ela se abaixou para pegar, dando a uma bela visão da calcinha de renda preta que falhava miseravelmente em cobrir qualquer pedaço de pele da mulher. Ele grunhiu baixo, o som sendo abafado pelo barulho da TV que havia acabado de ligar, mas não conseguiu evitar levantar-se e ir até .
— Tudo isso pra um cara que você nem conhece?
colocou-se atrás dela, tirando o longo cabelo para a lateral antes de roçar o nariz suavemente no pescoço de , inalando o perfume suave e sorrindo quando viu a pele se arrepiar. Moveu-se para frente, roçando de leve a ereção que já se formava em suas calças contra a bunda da morena, que ela empinou de propósito. Em um movimento rápido, o britânico a imprensou contra a bancada, arrancando dela uma risadinha que logo se transformou em suspiro quando envolveu ambas as coxas com as mãos e depositou um beijo lânguido na região logo abaixo da orelha de , o que sempre a deixava com as pernas fracas.
A morena pendeu a cabeça para o lado, dando a mais espaço para espalhar vários beijos pela região. Uma das mãos dele subiu da coxa, sob a saia até encontrar o limite da pequena calcinha. Como se lesse a mente de , separou mais as pernas, dando-o espaço para adentrar a peça com as pontas dos dedos, descendo pela virilha até tocar as dobras já úmidas da mulher, que instintivamente forçou mais os quadris contra os dele, ambos suspirando em uníssono.
Tão molhada, . – murmurou, os lábios roçando na orelha da mulher a cada palavra. – E eu nem comecei ainda.
não podia vê-lo, mas ela sabia que a voz rouca vinha acompanhada de um sorriso convencido. Quando ele finalmente tocou o ponto inchado, mas permaneceu parado, a mulher apoiou os antebraços na bancada à sua frente, rebolando em lentos movimentos circulares contra a ereção do homem às suas costas. Foi a vez da morena sorrir quando ouviu a respiração entrecortada deixar os lábios dele.
apreciou quando ela inclinou-se mais um pouco contra a bancada. A ereção começava a incomodar dentro do jeans e ele investiu para frente, arfando quando a saia subiu e lhe deu a perfeita visão da bunda quase nua de rebolando em seu pau coberto por camadas demais de roupas.
Ele pretendia dar-lhe um bom tapa em cada nádega, depois enredar os dedos no cabelo da nuca e trazê-la para um beijo, mas se afastou, segurando pelo pulso a mão que a masturbava e retirando-a de sua calcinha. Ele levou um segundo para processar a frase que ela falou em seguida, o sorriso atrevido no canto da boca enquanto arrumava o cabelo.
— Meu uber chegou.
Ele piscou diversas vezes enquanto ela ajeitava a saia ao redor dos quadris e alcançava a bolsa sobre a bancada. observou, com um sorriso, o momento em que ele entendeu que ela seguiria com seus planos para o encontro daquela noite, o queixo caindo em uma expressão incrédula e indignada.
— Você realmente vai me deixar assim? – gesticulou para a própria pelve e a protuberância na parte frontal de seu jeans.
— Parece que você vai ter que resolver o problema com as próprias mãos. – tentou ficar séria, mas riu assim que virou-se de costas para ele, encaminhando-se para a saída do apartamento. Voltou-se para ele mais uma vez, bem a tempo de vê-lo esfregando o rosto com ambas as mãos, visivelmente frustrado. – Pense em mim quando estiver gozando.
Não deu a ele tempo de responder, fechando a porta atrás de si logo que saiu do apartamento, mas ouviu-o gritar algo como “você vai se arrepender, !” antes mesmo de caminhar a curta distância até a porta do elevador.
bufou, apertando as palmas das mãos contra os olhos antes de coçar a cabeça, olhando ao seu redor quase desorientado. Ele riu de si próprio, ajeitando a dolorosa ereção, antes de se voltar para a TV novamente. Ainda faltava mais de meia hora para o jogo, então havia tempo suficiente para tomar um banho gelado e aliviar-se antes que ficasse com as bolas roxas.
Conhecia o apartamento de como se fosse seu, então seguiu para o banheiro sem cerimônias. Ao sair do banho, vestiu o roupão felpudo apenas para tirar algumas fotos na frente do espelho para enviar a , porque sabia que aquilo arrancaria dela uma risada. Como provavelmente ficaria sozinho pelo resto da noite, ele vestiu somente a boxer preta e jogou-se no sofá com uma cerveja em mãos, bem a tempo do jogo começar.
Enquanto a tela da TV mostrava a escalação do time para o jogo, a mente de vagou até . Deu-se conta da sensação estranha que era não estar na companhia da amiga naquela noite, quando era tudo que ele mais queria depois de uma semana particularmente ruim. Mais estranho ainda era saber que ela estava num encontro, toda gostosa, toda cheirosa, a calcinha molhada pela excitação que ele tinha provocado, mas terminaria a noite na cama de outro cara.
nunca tinha se incomodado com um encontro de antes. Muito pelo contrário, foi ele quem incentivou ela a sair novamente depois de toda a merda com Stephen e, mesmo depois que se viram ocupando a cama um do outro com frequência, nunca pensou duas vezes sobre qualquer cara com quem a amiga saísse, assim como ela também não se importava.
Ele havia se dado conta na noite anterior. Logo assim que deixou o apartamento de , arrependeu-se e o sentimento amargo o seguiu pelo resto da noite. Talvez a bailarina nem fosse tão ruim assim, ela só não era .
Engolindo o orgulho junto com mais um gole de cerveja, ele alcançou o celular e enviou uma foto, digitando algumas mensagens em seguida. Encarou o aparelho por alguns minutos, mas como não obteve resposta, deixou-o de lado e voltou a atenção para o jogo, dando-se por vencido.

*


fingiu rir de mais alguma coisa, tomando um novo gole de seu drink que continha vodka e mais alguma coisa. O homem à sua frente tomava alguma bebida que ela não tinha prestado atenção qual era e continuava a falar sobre uma de suas últimas viagens como se estivesse muito interessada. Não estava.
Assim que entrou no bar, ela reconheceu o cara da foto que tinha visto em seu perfil. Era um moreno alto, de olhos azuis muito claros, que não deixava em nada a desejar para os rapazes da Abercrombie & Fitch. Uma surpresa em tempos de fotos tão enganosas nas redes sociais. Além de tudo, foi extremamente educado, perguntando sobre os interesses de e falando sobre os seus, mas fugindo um pouco da tradicional conversa fiada.
Nos primeiros vinte minutos, só queria sair dali e ir para o motel mais próximo. Ainda sentia a pele quente onde havia a tocado, a calcinha melada tornando-se mais incômoda a cada minuto que passava. Depois disso, ela se deu conta de que não estava prestando atenção em uma só palavra do que ele dizia e foi então que trocou a cerveja por uma bebida mais forte.
Ela se pegou observando-o nos pequenos detalhes e, para sua própria surpresa, encontrando os defeitos – ou a falta deles. O cabelo caía perfeitamente onde deveria estar, nenhum fio espetado para cima contra a vontade dele. Os olhos eram definitivamente azuis, nenhuma sombra de verde ou cinza nas orbes. Os dentes, perfeitamente alinhados, pareciam quase falsos e não tinham nenhum charme. E foi então que se deu conta de que estava o comparando com desde o início.
Tomou mais um longo gole de sua bebida, esvaziando o copo. Não era que o homem à sua frente não fosse interessante ou bonito ou provavelmente o objeto de desejo de muitas outras mulheres no bar, só não era quem queria. Riu de si própria, sentindo-se patética, o álcool não deixando que ela processasse bem a informação como deveria. Por sorte, o moreno também ria de algo, então o timing foi perfeito.
O celular dela se iluminou sobre a mesa, mostrando o nome de na barra de notificações. resistiu ao impulso de pegar o aparelho imediatamente, mas, alguns minutos depois, retirando-se para o banheiro, ela finalmente abriu a mensagem que ele havia enviado. Primeiro, havia uma foto de em seu banheiro, usando seu roupão rosa choque e fingindo uma cara sexy que beirava o cômico e, logo abaixo, ele digitou “olha o que você perdeu”, fazendo gargalhar na fila para o banheiro feminino.
Logo em seguida, ele havia digitado mais algumas mensagens.

“Devia ter visto o presente que estava pronto pra você debaixo desse roupão.” 19:52
“Eu e o seu presente estamos pensando nessa tua bunda gostosa” 19:54
“Você devia dar o fora nele e voltar pra cá” 20:10
“O jogo ainda está no primeiro tempo, se você vier agora ainda temos tempo para uma rapidinha no intervalo ;) ” 20:35


suspirou, mordendo o lábio inferior e apertando as coxas uma contra a outra. Ela sabia muito bem que não havia rapidinhas com . Ele tomava tempo provocando-a, tocando em todos os pontos certos para fazê-la delirar. adorava, particularmente, quando ele fazia um carinho gostoso em sua bunda, os dedos roçando na pele muito de leve antes de apertarem a carne com vontade enquanto lhe beijava calorosamente.
Guardou o celular sem o responder quando chegou sua vez de usar o toalete. Assim que voltou à mesa, ouviu o homem murmurar algo como “quer sair daqui?” e se viu concordando com mais veemência do que pretendia.
*


Dizer que o jogo estava um tédio era um eufemismo dos grandes. Nenhum dos dois times estava atacando de verdade, então o primeiro tempo se resumiu em passes intermináveis no meio de campo. Quando o segundo tempo começou da mesma forma, desistiu do jogo e mudou para a Netflix, clicando no primeiro filme que apareceu na tela. Parecia um filme de ação meia boca, mas ainda sim era melhor que o jogo.
Aconchegou-se no sofá ridiculamente confortável da amiga, afundando o corpo entre as milhares de almofadas depois de checar o celular uma última vez. Nenhuma mensagem de .
ouviu a chave girar na fechadura, mas permaneceu exatamente onde estava. Ao entrar no apartamento, deixando os sapatos perto da porta, o encontrou abraçado a uma almofada rosa choque e sorriu, jogando-se na sua poltrona preferida sem dizer uma palavra. Ele desviou os olhos para ela, rapidamente, antes de voltá-los para a TV.
— E aí?
Ela suspirou antes de respondê-lo, declarando a derrota.
— Não fazia meu tipo.
— Achei que você não tivesse um tipo. – Ele desviou os olhos da TV para olhá-la de soslaio, um sorriso pequeno nos lábios.
sabia muito bem o que aquele sorriso queria dizer. Segundo o britânico, ela praticamente transava com qualquer coisa que se mexesse. Em sua lista de conquistas tinha homens das mais diversas classes sociais, profissões, tipos físicos, raças e credos. adorava as milhares de histórias inusitadas que ela sempre tinha pra contar.
— Esse cara não passou nos meus critérios. – ela deu de ombros e o amigo riu, voltando a assistir o filme. – O que aconteceu com o jogo?
— Tão ruim que estava me dando nos nervos.
— Parece que nenhum de nós dois teve sorte hoje.
— É o que parece.
Certificando-se que ainda estava com a atenção na TV, ela aproveitou para observar o corpo seminu do amigo em seu sofá. Iluminado apenas pela tela a sua frente, as cores que mudavam constantemente projetavam sombras multicoloridas no rosto, peito e abdômen à mostra. A barba começava a crescer, emoldurando os lábios carnudos que sempre observava por tempo demais.
Ele era absurdamente gostoso e talvez fosse exatamente pelo fato de que não tentava ser. O corpo jogado no sofá de maneira descuidada era o de um cara que mantinha uma rotina razoavelmente saudável, mas que gostava muito de uma cerveja no final do dia. Ainda sim, quase podia sentir a boca salivar ao correr os olhos pelo torso coberto de tatuagens. Seu olhar demorou-se um pouco mais no pedaço de pele entre o umbigo e o cós da boxer que ela adorava beijar sempre que tinha a oportunidade.
Tudo que mais queria naquele momento era sentar-se sobre as coxas de e beijá-lo até que ele estivesse duro o suficiente para penetrá-la – o que não costumava demorar muito. Porém, por causa de seu showzinho mais cedo e de ter literalmente o deixado na mão para sair com outro cara, seu bom senso a alertou de que aquela seria uma ideia muito mesquinha. Cruzou as pernas, pressionando-as juntas em busca de algum alívio, fechando os olhos para buscar qualquer imagem mental que a distraísse daquela sensação.
O restinho de álcool em seu corpo a enganou, fazendo-a acreditar que estava sendo muito discreta, mas o movimento e a expiração entrecortada que ela deixou escapar chamaram atenção de no sofá ao lado. Ele sorriu, deixando de lado as almofadas para aproximar-se de .
— Precisa de ajuda, ?
Ela abriu os olhos, sobressaltando-se ao perceber ajoelhado à sua frente, segurando ambas as pernas dela pela parte traseira dos joelhos e descruzando-as. Ele se pôs entre elas, aproximando os rostos, mas esperou que desse o primeiro passo. Por um instante, a porto riquenha encarou os olhos que ela nunca tinha certeza absoluta de que cor eram. Ela acariciou a barba na área da bochecha, sorrindo, e ele espelhou a ação, antes de finalmente tomar os lábios dela nos seus.
As línguas se movimentavam juntas, num beijo lânguido que crescia em intensidade a cada minuto. Os seios de preencheram perfeitamente as mãos do homem e ele os massageou delicadamente, roçando os dedos nos mamilos já endurecidos. A mulher o envolveu com as pernas, puxando os quadris dele para mais perto dos seus com os calcanhares, fazendo rir ao partir o beijo.
— Se ele te deixou com tanto tesão assim, por que não foi pra casa com ele?
abriu os olhos, encarando-o confusa por um instante, antes de sorrir, uma das sobrancelhas levantadas sugestivamente.
— Não foi ele que me deixou com tesão…
Ela viu quando os olhos dele pegaram fogo, antes que ele atacasse os lábios dela com os seus. Beijou-a passionalmente, afastando-se por um breve instante apenas para remover a blusa de de forma bruta, fazendo-a rir.
— Você devia ter dito isso no minuto que entrou pela porta. – Os lábios do britânico trilharam um caminho de beijos do queixo, pelo pescoço até o colo da mulher.
— Não tinha certeza se era a coisa certa a fazer. – Ela suspirou, fechando os olhos quando a boca dele cobriu um de seus mamilos, os dedos trabalhando agilmente no outro. – Considerando que eu deixei você aqui pra sair com outro cara e…
A frase morreu na boca de , sendo substituída por um gemido baixo quando sugou o mamilo dela com força antes de segurá-la pelo queixo para que ela o olhasse enquanto ele falava.
— Eu não me importo, . Desde que seja no meu colo que você rebole no fim da noite, eu não me importo. – sorriu, puxando-o para um beijo caloroso.
sentiu um gosto estranho no fundo da garganta. Seu corpo rejeitou as palavras, que ele achava que eram verdade, com tanta veemência que ele quase se sentiu tonto. Foi puxando-o contra os quadris dela novamente que o trouxe de volta à realidade.
Ele partiu o beijo, vendo-a sorrir enquanto trilhava o caminho pelo abdômen dela até alcançar o cós da saia. As mãos do britânico sumiram sob a peça, apertando as laterais das coxas de enquanto trazia o corpo dela para mais perto da borda do assento. Ele correu os dedos até os joelhos dela pela parte externa da perna, fazendo o caminho contrário logo em seguida, acariciando a área interna das coxas enquanto as separava.
depositou um beijo sobre a renda úmida que cobria a intimidade de , fazendo-a forçar os quadris para frente, as pontas dos pés apoiadas no chão para dar impulso. Ele sorriu, desfazendo-se da peça sem pressa.
— Ele não faz a mínima ideia do que perdeu, né?
— Shh. – franziu o cenho. – Chega de falar dele, cariño.
Ela viu um sorriso convencido surgir nos lábios dele antes de desaparecer entre suas coxas. Os olhos da morena rolaram para dentro das órbitas quando envolveu o clitóris com os lábios, sugando delicadamente antes de circulá-lo com a língua. Ele a observou na luz fraca quando ela abriu os olhos e se encararam em um olhar intenso que incendiou os dois.
O britânico já conhecia muito bem o corpo de e já tinha decorado todos os pontos sensíveis, então não tardou em subir as mãos pelo torso dela, aprisionando ambos os mamilos entre os dedos e pressionando-os com pouca força. reagiu com um gemido estrangulado e levantou os quadris do assento, empurrando-os contra o rosto de involuntariamente. Num movimento rápido, ele colocou ambas as coxas da morena sobre seus ombros e as mãos dela voaram para o cabelo do britânico, puxando-o ainda mais contra si quando ele voltou a beliscar os mamilos.
Labaredas de fogo correram por todo o corpo de , concentrando-se exatamente no ponto em que a língua e os lábios de trabalhavam com afinco. Seu sexo pulsou deliciosamente enquanto ela gemia o nome do britânico, a agonia se desfazendo em uma onda de calor quando finalmente teve o alívio que tanto desejava. Ele a lambeu uma última vez, causando um espasmo no corpo dela seguido de um riso frouxo, antes de colocar os pés dela de volta no chão e traçar um caminho de volta pelo corpo dela até os mamilos, sugando-os novamente.
suspirou, correndo os dedos pelos cabelos do amigo, o corpo derretendo-se na poltrona, mas ainda assim, respondendo ao estímulo de . Ele afastou os lábios da pele dela, apoiando o queixo no vale entre os seios da morena, os olhos grudados nos dela. Um sorriso arrogante estava ameaçando aparecer no canto dos lábios dele quando falou.
— Aposto que você pensou nisso a noite toda.
Ela trouxe o corpo do homem para mais perto do seu, abraçando-o com as pernas enquanto acariciava a lateral do rosto dele antes de responder.
— Desde ontem, na verdade. – riu, sincera, sentindo a cabeça leve por conta do orgasmo. – Tudo que eu queria ontem é que você me fodesse até eu não aguentar mais, mas você preferiu a bailarina…
riu, o pau latejando ao ouvi-la, sentindo-se ao mesmo tempo o homem mais sortudo e mais idiota da face da Terra. Ele rolou os quadris contra os dela, buscando algum alívio. Ele ainda ria quando chocou os lábios nos de , apreciando a sinceridade da morena. Adorava o quanto era fácil estar com ela, sem joguinhos, e a forma como conheciam o corpo do outro como a palma da própria mão.
Ela correu as mãos pelos ombros largos, percorrendo as costas enquanto desceu os lábios para o pescoço de , cobrindo-o de beijos lentos e algumas mordidas que o fizeram rir. A respiração dele, no entanto, ficou presa na garganta quando adentrou uma mão na boxer que ele usava, envolvendo a ereção em um aperto suave, o polegar roçando na glande bem de leve e o homem forçou a pelve contra a mão dela, em busca de fricção.
— As camisinhas estão no banheiro. – soprou próximo a orelha dele, lambendo o lóbulo logo em seguida.
segurou-a pelas coxas, levantando-se do chão em um movimento rápido e trazendo junto de si. Ela soltou um gritinho e riu com o susto, agarrando-se a ele enquanto era levada até o banheiro. Quando seus pés tocaram o piso frio do banheiro, ela aproveitou-se da distração momentânea de para girar ambos os corpos, aprisionando o dele entre o seu e a bancada da pia. Deixou sua língua dançar contra a dele sem pressa, enquanto as mãos se ocupavam em desfazê-lo da boxer e acariciar a ereção em um ritmo lento, mas firme.
quebrou o beijo, descendo o corpo devagar, os olhos ainda presos nos dele quando o abocanhou sem muitos rodeios. Ela viu fechar os olhos, os dedos agarrando nas bordas da bancada ao lado do corpo, e chupou-o com a mesma atenção que ele havia dedicado a ela alguns minutos antes. Um gemido estrangulado deixou os lábios carnudos quando a língua da morena acariciou a glande deliciosamente enquanto a mão direita se movimentava por toda a extensão. O britânico abriu os olhos bem a tempo de vê-la colocando-o na boca por completo e juntou algumas mechas que lhe caíam no rosto, segurando todo o cabelo lustroso de em um rabo de cavalo, dando ao homem uma visão ainda melhor.
Ele sentiu-se perigosamente perto do limite e, com delicadeza, afastou de si. Com um sorriso travesso, a morena deu uma última lambida por toda a extensão, mantendo os lábios tão próximos que ele sentiu a respiração dela batendo na glande quando falou:
— Foi nisso que você pensou quando estava gozando?
deixou escapar algo entre uma risada e um grunhido ao puxar de volta para cima, tomando os lábios dela em um beijo selvagem enquanto tateava cegamente a primeira gaveta até encontrar o preservativo e vesti-lo em tempo recorde.
— Quer saber no que eu estava pensando enquanto me masturbava no seu banheiro?
Sem dar tempo para que ela respondesse, virou com rapidez, o corpo da morena agora contra a bancada, curvando-a para frente enquanto a penetrava de uma só vez. Os dedos de encontraram seu caminho até a nuca da mulher, puxando os cabelos o suficiente para que ela levantasse a cabeça e ele pudesse ver o prazer estampado na cara dela através do espelho enquanto ele estocava sem esperar que ela se ajustasse, porque sabia que adorava o limite entre a dor e o prazer.
Sem aviso prévio, o britânico estalou um tapa em cada coxa da morena, aumentando ainda mais o ritmo quando ouviu o gemido que ela deixou escapar. Puxou-a pela nuca, onde segurava o cabelo, trazendo o corpo de mais perto do seu para sussurrar bem próximo a orelha dela:
— Eu imaginei você aqui, . Desesperada, me pedindo pra deixar você gozar.
A morena rolou os olhos, curvando o corpo para frente novamente enquanto empinava a bunda em direção a . Ele sorriu, desferindo mais alguns tapas na pele macia, arrancando gemidos dos dois. O britânico viu quando uma das mãos de desceu entre suas próprias pernas e agiu rápido, segurando-lhe o pulso para impedir o movimento. Ela grunhiu, frustrada, xingando-o quando cessou os movimentos. Ele se afastou, colocando-o sentada sobre a bancada, e beijou-a antes de respirar fundo.
— Você vai mesmo me fazer implorar, cariño? – ronronou contra os lábios dele.
— Não, hermosa. – ele riu, enfiando as mãos pelas mechas de enquanto beijava-lhe o pescoço. – Nós dois já esperamos demais.
Como se soubesse o que faria a seguir, agarrou o pacote de preservativos antes que ele a carregasse pelo corredor até o quarto, onde a depositou sobre a cama com cuidado, beijando-a novamente. Ajoelhou-se entre as coxas de , enterrando-se fundo dentro dela em um único movimento que arrancou um gemido dos dois.
Ele puxou uma das pernas da morena, esticando-a contra o seu torso, e abraçou a cintura dele com a outra perna, dando mais espaço para rolarem os quadris juntos. segurou ambas as coxas, distribuindo beijos molhados até onde os lábios conseguiam alcançar na panturrilha de . O som da pele de seu peito e abdômen colidindo com as coxas e a bunda da mulher se tornava cada vez mais ritmado, misturando-se ao ranger da cama, às respirações ofegantes e aos murmúrios dos dois.
parou de mover-se bruscamente, as pontas dos dedos cravando na pele da mulher, quando ela apertou os anéis vaginais ao redor dele duas vezes, num movimento que ela sabia que o levava à loucura.
— Ainda não. – ronronou, com os olhos fechados, depois que um gemido estrangulado escapou de sua garganta. Quando abriu os olhos novamente, depois de respirar fundo, encontrou um sorriso safado nos lábios de e sorriu também, curvando-se para frente rapidamente para dar-lhe um beijo.
O britânico voltou a se movimentar, dessa vez devagar, rebolando a pelve contra a mulher toda vez que a preenchia completamente. Alisou devagar ambas as pernas dela antes que um de seus polegares encontrasse o caminho até o clitóris, roçando ali com movimentos gentis porém precisos. Em resposta, ela apertou as coxas ao redor dele, as mãos afundando nos lençóis ao seu lado.
— Brinca com seus peitos pra mim, . – soprou, a voz grave chegando aos ouvidos de como uma carícia. Ela obedeceu, aprisionando ambos os mamilos entre os indicadores e os dedos médios, apertando-os com a mesma pressão que desejou que o fizesse. – Isso, garota. Me mostra como você gosta.
Ele reagiu diminuindo a velocidade de suas carícias, observando-a com atenção enquanto ondulava os quadris em busca de mais contato.
La puta madre, ... ¡Mas rapido!
Ele diminuiu para um ritmo dolorosamente lento, rindo quando despejou uma série de impropérios em espanhol e apoiando ambos os pés no colchão para impulsionar os quadris contra o homem. deixou escapar um lamúrio, frustrada, mas segurou um sorriso ao lembrar-se do que havia lhe confessado alguns minutos antes.
Dejame correrme cariño. – Implorou, apertando a ereção do britânico dentro de si mais uma vez. – Por favor, dejame correrme.
rendeu-se, sabendo que qualquer coisa que lhe pedisse, ele cumpriria; especialmente com aquela voz manhosa lhe pedindo pra gozar. Curvou-se para frente, tomando os lábios dela nos seus, e aumentou o ritmo, a boceta encharcada permitindo que ele escorregasse para dentro e para fora com facilidade enquanto ainda a masturbava. derramou um gemido longo e agudo dentro da boca dele, as pernas o abraçando pelos quadris novamente, enquanto o corpo tremia sob o dele. parou de mover-se e manteve a pressão gentil sobre o ponto pulsante, prolongando o orgasmo da mulher porque não havia sensação melhor no mundo que gozando ao redor de seu pau. O êxtase dela ocasionou o seu e bastou algumas estocadas para que o homem gozasse, com um grunhido sôfrego e os olhos girando dentro das órbitas.
Deixou o torso cair sobre o da mulher, a respiração errática dos dois se misturando. o abraçou, as pernas ainda ao redor dele, e depositou uma série de beijos rápidos na lateral do rosto e pescoço do homem, provocando um riso bobo em ambos. Assim que a respiração normalizou, levantou-se para descartar a camisinha e voltou para a cama em seguida, deitando a cabeça sobre o peito da morena. Instintivamente, as mãos de foram para o cabelo dele, num carinho preguiçoso e gostoso. Não levou cinco minutos até que ela pudesse ouvi-lo ressonar suavemente. Embalada pelo sono de e com o corpo dele entrelaçado ao seu, dormiu.
Ao abrir os olhos, não soube dizer quanto tempo havia se passado, mas ainda era noite. Moveu-se com cuidado para não acordar , mas assim que conseguiu se desprender dos braços dela, a morena se moveu, segurando-o em meio a seu sono e sussurrou suavemente.
Quédate aquí, cariño.
Ele sorriu, puxando as cobertas sobre seus corpos antes de deitar ao lado de novamente. Ela se remexeu, virando-se de costas para ele e puxando um dos braços do homem para abraçá-la de conchinha. a envolveu, aconchegando-se próximo a ela e depositou um beijo casto em seu pescoço antes de se entregar ao sono novamente.

Era manhã quando abriu os olhos novamente e, por um segundo, sentiu-se confuso até que ele se lembrasse que estava no quarto de e não no seu. Ela estava ao seu lado, uma confusão de mechas castanhas espalhadas pelo travesseiro. Dormia como um anjo e ele não conseguiu evitar um sorriso que surgiu nos lábios. Puxou a mulher contra si e ela se aninhou em seu peito com naturalidade, como se já tivesse repetido aquele movimento uma infinidade de vezes.
Sem conseguir dormir novamente, se pôs a acariciar o cabelo dela da forma mais suave que podia, desejando silenciosamente que todos os seus dias começassem daquela forma. Não demorou muito para que despertasse, desejando-lhe bom dia preguiçosamente, enquanto tirava o cabelo do rosto.
Os olhos de encararam os lábios de por um instante antes que ele respondesse o cumprimento, sorrindo. Ele quis beijá-la. Não só fodê-la a noite toda, mas também acordar ao lado dela todos os dias, com o rosto enfiado nos cabelos bagunçados. Ele não se surpreendeu com a ideia por si só, mas com a intensidade com a qual ela o atingiu.
reparou o movimento dos olhos do britânico e desejou silenciosamente que ele a beijasse. Ela repassou mentalmente todos aqueles meses desde a fatídica noite em que beberam demais e percebeu que eles nunca haviam se beijado sem que houvesse sexo envolvido.
Foi por isso que, quando se espreguiçou, puxando o corpo dela para mais próximo do seu logo em seguida, encerrou a distância entre os lábios dos dois, num beijo sereno. O homem sorriu em meio ao beijo, acariciando o rosto da morena suavemente. Quando se afastou, roçou o nariz no dela, seus olhos azuis observando o castanho dos dela, mantendo-se perto.
— Se algum dia eu vir o idiota do Stephen por aí, me lembre de pagar uma cerveja pra ele.
— O quê? – se afastou um pouco, o cenho franzido num misto de confusão e indignação.
— Se não fosse por ele aparecer naquele bar e te fazer surtar, – ele gesticulou para os espaço entre os dois, antes de envolvê-la pela cintura e puxá-la de volta para si, suas pernas entrelaçando nas dela. – isso nunca teria acontecido.
Ela riu, e dessa vez foi o britânico quem a beijou, apertando os lábios contra os dela com suavidade.
— Eu estive pensando… – ele começou, desenhando formas invisíveis nos ombros de , e a voz não passava de um sussurro. – O que acha de sermos exclusivos?
o encarou por um instante, mas o tempo se arrastou devagar. a observou em busca de suas reações, seu cérebro trabalhando em capacidade máxima para contornar a situação caso houvesse um pingo de rejeição nos olhos da porto riquenha. Quando ela compreendeu, no entanto, um sorriso brotou em seus lábios e foi aumentando gradativamente.
— Por acaso, esse é o seu jeito torto de me pedir em namoro?
Havia um zombeteiro na voz dela, mas o sorriso entregava tudo. riu também, se sentindo um idiota por tentar contornar as palavras com quando ela podia lê-lo como um livro aberto. Ela segurou-o pelo rosto com ambas as mãos, trazendo-o para um beijo intenso, a língua explorando a boca dele sem impedimento, antes de murmurar “sim” repetidas vezes, e ambos gargalharam. Quando a risada cessou, permaneceu um olhar cheio de carinho e cumplicidade no silêncio daquela manhã de sábado.
— Sabe o que podemos fazer para comemorar? – ele murmurou contra os lábios de , afastando o cabelo para distribuir beijos rápidos pelo pescoço dela. A morena sentiu-se derretendo nos braços do homem e envolveu uma das pernas na cintura dele enquanto respondia.
— Sexo matinal?
riu, sentindo-se endurecer contra as coxas de uma ainda nua da noite anterior.
— Eu tinha pensado em te servir café da manhã na cama, mas…
Num movimento rápido, sentou-se sobre os quadris do britânico, transformando a risada em um gemido.
— Primeiro sexo, depois o café.
— Seu desejo é uma ordem.

*


Três anos depois.

Era uma tarde ensolarada no fim de julho. As ruas estavam abarrotadas de turistas e estudantes aproveitando a liberdade das férias de verão. Sentado sobre o encosto de um banco de rua e com os pés sobre o assento, observava o vai e vem de pessoas em uma feira de comida de rua perto do píer em Long Island, quando ouviu alguém chamar seu nome. Ele riu, desacreditado, ao reconhecer o dono da voz.
— Quanto tempo, cara! Achei que tinha voltado pra terra da rainha.
Stephen o cumprimentou com um aperto de mão ruidoso e um meio abraço. Perguntou amenidades enquanto o escrutinava por baixo da aba de seu boné, esperando até que o homem finalmente fizesse a pergunta que estava enrolando para fazer.
— E a ? Tem visto ela por aí?
— Se enfiou aí atrás de uma cerveja. – apontou para as barracas do outro lado da rua. – Daqui a pouco ela aparece.
— E vocês estão namorando? – quis saber depois de hesitar um segundo, coçando a nuca.
— Namorando? – deixou escapar uma risada cínica. – Não, cara.
— Porque daquela última vez que a gente se viu, vocês estavam…
— Muito bêbados. – o interrompeu, rindo. O homem riu também, a expressão corporal que começava a aliviar se fechando novamente quando o outro continuou. – tá casada agora.
O britânico assistiu os olhos de seu interlocutor se arregalarem um pouco.
— Casada?
— Pois é. Faz pouco tempo, foi uma cerimônia bem pequena, numa praia em Porto Rico. – deu um sorriso de lado. – Ela tava gostosa pra cacete num vestidinho apertado, sabe como ela é.
Stephen acompanhou o riso, mas parecia prestes a se despedir quando apontou para a rua.
— Falando no diabo, lá vem ela.
Ele virou a tempo de assistir atravessando a rua depois que um carro a deu passagem. Os shorts jeans deixavam boa parte das coxas à mostra enquanto ela caminhava rebolando até eles, uma cerveja em cada mão. Ela sorriu, o olhar preso em , e ele retribuiu, aceitando a garrafa que ela o entregou. Foi só quando ela se colocou ao lado do britânico, empurrando-o de leve com o ombro que reparou a presença de Stephen. Ao invés de um gaguejar inseguro, ela o cumprimentou com um sorriso confiante. O tempo de influência de Stephen em sua vida tinha ficado pra trás.
estava me contando sobre o seu casamento. Parabéns, aliás.
— Estava, é? – olhou para desconfiada enquanto abria sua cerveja. Ele, por sua vez, olhou para a garrafa ainda fechada em suas mãos e a estendeu para Stephen, que negou educadamente.
— Eu insisto, cara.
Enquanto Stephen pegava a cerveja, claramente tentando buscar uma desculpa para sair dali, escondeu um riso tomando um gole de sua garrafa. Ela passou o braço esquerdo sobre o ombro de e dividiu sua cerveja com ele. Enquanto levava a garrafa à boca, Stephen assistiu o britânico entrelaçar os dedos aos da morena, o par de alianças brilhando juntas, e se engasgou com a bebida quando trocaram um selinho cúmplice.
— Opa, cuidado aí. Enfim, vamos marcar de tomar uma cerveja com calma qualquer dia desses. – se levantou, enlaçando pela cintura. Stephen ainda tossia. – Agora eu preciso ir. Ainda estamos em fase de lua de mel e minha querida esposa é praticamente insaciável.
Ao concluir a frase, olhou para a morena com um sorriso sugestivo, deixando um tapa brincalhão na bunda dela. riu, adorando a cena que o marido estava fazendo na frente de Stephen. Ela quase podia sentir o gosto doce de vingança na boca. Fez uma nota mental de recompensar muito bem o britânico assim que chegassem em casa.
— Tchau, Stephen. – ela acenou, tentando esconder a ironia sem sucesso, enquanto deixavam o homem ainda tossindo para trás. – Você fez isso só pra se amostrar, né?
Já estavam a alguns metros de distância de Stephen. riu, satisfeito, como se tivesse acabado de completar um álbum com uma figurinha rara.
— Claro que sim. Acha que eu ia perder a oportunidade de esfregar na cara dele que ele foi babaca o suficiente pra perder a mulher mais gostosa de Nova York? – meneou a cabeça. O marido segurou-a pela nuca para lhe dar um beijo na têmpora antes de sorrir. – Além do mais, eu devia uma cerveja pra ele.




FIM.



Nota da autora: Ai, esse casal… não vou negar que tô apaixonada por esses dois, viu? Talvez, SÓ TALVEZ, eu tenha mais coisas planejadas pra eles no futuro hahaha
Eu me diverti demais escrevendo essa fanfic e espero que vocês tenham gostado. Muito obrigada por ter lido até aqui e não se esqueça de deixar aquele comentário gostoso me dizendo o que achou.
Até a próxima!

Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.

Outras Fanfics:
Devoted to Please YouCapitão América, Restritas, Shortfic


Nota da Scripter:
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus