Última atualização: 29/04/2018

Capítulo único

Uma mordida.
A mente é algo que não se pode brincar, porém ela brinca conosco.
Duas mordidas.
E essas brincadeiras mexem com todo o resto, podendo acabar com nossas vidas.
Três mordidas.
Mas talvez essas brincadeiras são apenas o que realmente somos. Afinal, por que temos que pensar em tudo, não é mesmo? Podemos só viver e acabou, fomos feitos para isso, ou não?
Terminei de comer minha maçã e a coloquei na bandeja junto com as embalagens vazias, o trem tinha parado e eu estava descendo para a minha nova vida. Ouvia “Why’d you only call me when you’re high” da banda Arctic Monkeys e desembarcava naquele lugar frio e nubloso. Ajeitei meu casaco branco e voltei a puxar minha mala de carrinho até a placa que dizia: TÁXI. Indo até lá um senhor veio até mim com um sorriso gentil e ajudou-me a carregar minhas coisas, enquanto ele as guardava no porta-malas me acomodei no banco de trás, pegando o endereço em um pedaço de papel. Assim que ele entrou no carro entreguei-o a ele que olhou surpreso para o papel e depois olhou para mim.
- Vai para o Creedmore Asylum? Parentes? – ele perguntou com cautela já dando partida no carro, sorri para ele e ajeitei os óculos de sol.
- Sou a nova psiquiatra de lá. – desviei o olhar do olhar surpreso dele e olhei a paisagem de Creedmore, uma cidadezinha pequena e fria, porém muito bonita.
- Boa sorte, sempre admirei os psiquiatras, sabe? Tentar conversar e curar aquelas mentes perturbadas de psicopatas almejando sangue. – ele disse, dirigindo calmamente, respirei fundo e o olhei.
- Todos nós almejamos sangue, porém, só alguns de nós tem coragem o suficiente para suprir esse desejo. – respondi, retirando os óculos e os guardando na bolsa, ele olhava-me pelo retrovisor sem ter o que responder. Ficamos em silêncio até o local que era em um lugar bem afastado mesmo, mas eu já esperava por isso. Assim que ele estacionou, desci do carro e olhei em volta, ele era incrivelmente enorme. Só a floresta que ficava em volta que dava arrepios, mas isso era o de menos.
- Boa sorte, senhorita. Há demônios aí dentro! – o motorista disse, deixando minhas bagagens ao meu lado, o olhei com um sorrisinho.
- E aonde é que não tem? – depois soltei uma risadinha.
- Está certa, mas o psicopata Jared Leto vive aí e aquele ser até os demônios correm. – ele disse entrando no carro e deixando-me ali sozinha.
Uma mulher que aparentava ter seus quarenta anos descia as escadas apressadamente até mim, atrás vinha um homem com seus cabelos brancos. Ela sorriu pra mim assim que estava chegando.
- Senhorita , seja muito bem-vinda ao nosso lar. Perdoe-me por não ter te esperado aqui, é que hoje o dia está tão tranquilo que acabamos cedendo à tranquilidade. Mas vai acabar descobrindo que esse sentimento não é algo muito comum aqui! – ela disse sorridente, ela já me chamava para que a seguisse, o senhor carregava minhas malas e eu o ajudava a trazer minha nécessaire e minha bolsa.
- O tempo é quase sempre assim, sempre cinza e digamos que hoje ainda está um belo dia. – ela disse olhando para o céu e depois bufando, ri disso. Por dentro era bem melhor do que por fora, mas ainda assim era um lugar velho que aparentava coisas velhas, o bom é que não tinha cheiro de mofo. Ela apresentava cada cômodo que passávamos, mas eram muitos, tinha muitas salas de descanso para os funcionários, o que eu achava um desperdício. A segui para a área onde eles estavam.
Era uma sala branca desbotada com algumas mesas, poltronas e cadeiras. Os pacientes como algo bem óbvio vestido com a mesma roupa, calça de moletom e camiseta, algumas mulheres usavam regatas brancas. Eles pareciam calmos, alguns sentados lendo livros, outros jogando cartas.
- Vou te mostrar o jardim! – a senhora disse, levando-me até o lugar esverdeado e ainda mais árvores. Mas era grande e muito aconchegante o jardim, tendo redes e cadeiras. Mais deles jogavam xadrez, mas alguém chamou minha atenção. Ele cuidava de umas flores, as aguava, até que se levantou para pegar algumas ferramentas.
Ele tinha os cabelos loiros e cumpridos até os ombros, lisos com algumas ondas, seu corpo tinha um certo bronzeado magnífico, era musculoso na medida certa. Ele usava óculos escuros e continuava com o seu trabalho.
- Aquele ali que roubou sua atenção, o que é de costume, ele é o famoso Jared Leto. – a senhora disse, trazendo-me de volta a realidade, acho que tinha até babado um pouco o olhando.
- Ele é o famoso assassino em série que matou umas vinte mulheres e vocês dão ferramentas para ele? Jura? – perguntei, totalmente surpresa a olhando, ela soltou uma risadinha concordando.
- Ele pode ter sido uma assassino em série que matou umas vinte mulheres, mas aqui ele nos ajuda e muito. Talvez ele tenha mudado, não sei, não sou a psiquiatra aqui, mas ele nunca fez mal algum a ninguém aqui e só nos ajuda em tudo. – ela disse, sorrindo de lado e voltando ao caminho. Antes de segui-la o olhei mais uma vez e deparei com o mesmo me encarando de volta, ele podia ter sido um assassino em série ou um demônio como o chamam, mas Jared Leto era o homem mais bonito que já tinha visto em toda minha vida.
Ela tinha me mostrado o resto do lugar enorme e de como tinha partes em que estavam abandonadas. Depois segui direto para o meu aposento que ficava no segundo andar junto com os outros funcionários. O quarto andar era o dos pacientes e ele era dividido por corredores, e esses corredores estavam a classificação dos pacientes. Os assassinos no último corredor, e os demais ficavam em níveis abaixo, considerados não perigosos.
Organizei minhas coisas no meu quarto que não era de luxo total, mas era aconchegante e bonitinho. Não consegui dormir muito bem, ouvia alguns gemidos e gritos, mas acredito que deste lugar deve ser o barulho mais comum de se ouvir mesmo.
O meu celular despertou às sete da manhã, levantei-me para se arrumar e ir para o café da manhã que seria às oito. Não demorei muito no chuveiro – como era de costume – e vesti minha calça social preta e uma camisa de seda da cor preta também, ajeitei meus cabelos em um rabo de cavalo bem ajeitadinho. Marquei meus cílios e passei um batom nude nos lábios, olhei-me mais uma vez no espelho e em seguida deixei meu dormitório seguindo para as escadas que me levaria ao refeitório.
- Bom dia, senhorita , sente-se aqui! – a mesma senhora que me guiou ontem, tinha me esquecido de seu nome novamente, abri um sorriso para ela e olhei para seu crachá: Gomez. Senhora Gomez (não irei mais esquecer, espero).
- Como passou a noite? – ela perguntou, tomei um pouco do café fraco que tinha em meu copo.
- Boa, senti um pouco de frio, mas nada que um casaco não tenha resolvido. – respondi terminando meu “chafé” e dando uma mordida na torrada meio queimada com um pouco de manteiga.
- Os barulhos não a assustaram? – ela perguntou, e eu a olhei com um sorriso.
- Estamos em um lugar que esses tipos de barulhos são bem comuns, o que seria incomum é se não tivesse barulho. – respondi e ela concordou soltando uma risadinha.
- A senhorita usa uma aliança, tem namorado? – notei que eu ainda usava a minha aliança, a alisei rapidamente e lembrei-me de Jesse. Seu sorriso sexy de lado enquanto vigiava-me trocar de roupa ou quando passeava pelado pelo apartamento exibindo suas tatuagens, as quais eu adorava. Até que caí na real.
- Ex namorado, mas sempre esqueço de tirar a aliança. – respondi, soltando o ar e terminando de comer minha torrada.
- Mas ainda são amigos? Que pena, tão jovem e já teve uma desilusão. – ela disse.
- Não quero falar sobre isso agora, se me der licença. – respondi de uma forma nada educada, levantei-me e segui para o meu escritório o que gravei bem o caminho. Minha primeira consulta seria daqui vinte minutos com uma garota chamada: Alice Bartless. Uma ex viciada e diagnosticada como esquizofrênica, claro. Vesti o jaleco branco que estava em cima da minha mesa e peguei meu gravador, coloquei-o em cima da mesa e ouvi baterem na porta.
- Doutora, a consulta leva trinta minutos, mas estarei aqui do outro lado da porta. – um enfermeiro/segurança disse-me, olhei em seu crachá e seu nome era Carlos, sorri para ele e assenti. A Alice era uma menina de cabelos negros, olhos esverdeados e branco feito um floco de neve. Tinha olheiras enormes e hematomas pelo braço, dei passagem para ela entrar e se sentar, ela o fez ficando encolhida na cadeira e olhava em volta.
- Esse lugar é novo para você? – perguntei e ela fez que não, sentei-me em frente ela.
- Mas está o estranhando, o que tem de diferente? Ou o que a incomoda? – ela demorou um pouco para responder, depois abaixou a cabeça.
- As paredes estão de outra cor. – ela respondeu baixinho, peguei o gravador e o liguei.
- E você não gostou da cor? – ela deu de ombros.
- Alice, eu me chamo , pode me chamar de . Toda segunda e quarta teremos trinta minutinhos, ok? Mas se precisar de alguma coisa posso lhe ajudar sempre. – ela assentiu, mas não olhou-me.
- Posso pedir algo agora? – fiz que sim e ela demorou um pouco para dizer. - Não deixe ele me bater! Por favor. – ela disse abaixando o tom de voz, estranhei aquilo e aproximei-me mais.
- Ele quem? Se não me disser quem, não terei como te proteger. – respondi apoiando-me na mesa.
- Jared... Jared... Não consigo. – ela gaguejava o nome dele, mas já sabia de quem ela falava.
- Leto, certo? Por que ele quer te bater? Ele já te fez algum mal? – seus olhos encheram-se d’água.
- Ele quer me fazer mal, ele quer cortar minha garganta como fez com as outras. – ela gaguejou, tremendo muito.
- Ele não lhe fará mal algum, fique tranquila. Quero que se mantenha longe dele e pare de pensar sobre isso, estamos combinadas? – pedi e ela tentava relaxar, mas ainda tremia.
- Alice, ninguém aqui lhe fará mal algum enquanto eu estiver aqui, entendida? Confia em mim! – ela olhou-me e senti um pouco mais de firmeza.
- Confio. – ela respondeu, sorri para ela e comecei a perguntar sobre como era os seus dias.
Tive umas quatro consultas, nenhuma fora do normal. Porém eu ainda não tinha pegado os piores, eles seriam para depois do almoço e o último que eu atenderia seria ele.
Peguei uma maçã verde e segui para debaixo de alguma árvore, não me importava de ficar perto deles, nenhum funcionário se mantinha perto de nenhum deles. Mas não via problema nisso, eles eram seres humanos e particularmente a mente deles era um incógnita. Nós temos medo do desconhecido, por isso não aceitamos algo diferente perto de nós.
Alguns deles observava-me de uma forma até engraçada, eles estavam surpresos de ver um médico ali no meio deles. Estava relaxada ali e era isso que eu realmente me importava. Peguei meu celular e meus fones de ouvido e coloquei “Brain” da Banks. Fechei os olhos por um momento e lembrei do sexo com Jesse, ele sabia que eu adorava essa música e sempre colocava quando íamos trepar. Sua língua me preenchendo, meus seios enrijecidos em suas mãos, a forma como gemíamos juntos e chegávamos ao orgasmo quase juntos. Ah Jesse!
Abri os olhos e deparei-me com a criatura mitológica de tão perfeita que era, Jared Leto. Ele tinha seus cabelos presos em um coque, ainda de óculos escuros, usava uma regata branca e o moletom cinza, era nítido seu corpo espetacularmente musculoso e perfeito. Ele virou na minha direção e ali permaneceu, parecia que ele me encarava, mas não podia ter certeza por causa dos óculos. Desviei o olhar e terminei minha maçã, depois levantei-me e segui para a minha sala, agora sim o trampo começaria.
- Você é a nova médica? Não é muito nova? – Evangelinny era uma sociopata maluca de pedra, todos os médicos tinham problemas com ela. Evangelinny tinha problemas de perseguição também, mas isso não me amedrontava.
- Me acha nova? Obrigada! – respondi, sorrindo de leve e com o gravador nas mãos. Ela tinha um sorrisinho no canto dos lábios e um ego tão enorme quanto seus seios. Seus cabelos eram compridos e loiros, seus olhos castanho claros e grandes.
- Eu a vi olhando para o demônio deste lugar. Irresistível, não é mesmo? Ninguém o resiste. Nem os anjos. – ela disse da forma mais sombria que poderia soar, ri do que ela disse.
- Acha que sou um anjo? – perguntei, arqueando a sobrancelha e encostando-me na cadeira, um pouco mais relaxada.
- Não te conheço para responder isso. – ela disse, concordei.
- Tudo bem, então conte-me como está passando seus dias. – coloquei o gravador em cima da mesa, ela deu de ombros.
Evangelinny mentiu que os dias a entediavam e ela só pensava na sua irmãzinha, o que era um monte de bostas. Depois da sessão dela veio Richard que deu mais trabalho, ele é bem hiperativo e não consegue parar quieto e se irrita muito fácil. Mas nada que eu não pudesse resolver, eu era boa no que eu fazia e eu sabia disso. Por último o tão famoso Jared Leto estava sentado à minha frente, do mesmo jeito que estava vestido na hora do almoço, porém sem os óculos agora. Seus olhos eram tão azuis que deixavam-me até tonta.
- Jared Leto, me chamo , mas pode me chamar de . – comecei a falar e liguei o gravador o deixando em cima da mesa.
- Só Jared também. - ele respondeu de uma forma tranquila e amigável, sua voz era rouca e totalmente sexy como todo o resto.
- Como anda sendo seus dias, Jared? – perguntei pela milésima vez aquele dia, ele sorriu de lado e abaixou o olhar.
- Normais e produtivos. – ele respondeu olhando para as próprias mãos.
- É fiquei sabendo que você é bem útil aqui. Parece que todos tem uma certa confiança em você! – ele olhou-me dessa vez com a sobrancelha um pouquinho arqueada.
- Está pensando que eles são doidos também, afinal sou um psicopata. Como que alguém pode confiar em mim, não é mesmo? – riu em seguida. Vou ignorar a palpitação estranha que senti em um determinado lugar ao ouvi-lo rir, talvez seja a abstinência de sexo e a falta que Jesse faz.
- Na verdade, estava pensando que a comida daqui é horrível e que provavelmente depois de dizer isso, terei que desgravar essa conversa. – comentei, fazendo uma careta ao olhar o gravador, ele soltou mais uma risada divertida.
- Acho bom, a dona Carmem se orgulha muito do que cozinha, mas sempre se esquece do sal. – ele disse abaixando o tom de voz deixando-o brincalhão e divertido, ri disso.
- Bom saber! – peguei o gravador e o desliguei.
- A Alice contou-me algo bem interessante hoje, sobre você querer batê-la. Por quê? – ele riu novamente e encostou-se na cadeira.
- Quando você cria uma reputação, você meio que só vive atrás dela. Não precisa fazer mais nada, só lembrar as pessoas sobre ela. – ele respondeu de uma maneira tranquila e já pude entender tudo, deixando uma risada sair.
- Imaginei mesmo que você não iria querer bater em uma menininha esquizofrênica. – ele juntou as sobrancelhas, depois ficou sério olhando-me, um sorrisinho surgiu no canto dos lábios.
- Você não me conhece, não sabe nada sobre mim, doutora. Não se esqueça das coisas que ouve sobre mim, se as pessoas acreditam nelas então elas devem ser verdadeiras. – então piscou um olho para mim.
- Sei o que está tentando fazer. Conheço sua reputação, Jared e vai por mim não está tão ruim assim. – ele sorriu assim que terminei de dizer.
- Alice roubou algo de mim e eu quero de volta, não vou bater nela, mas eu quero de volta. – ele me contou, respirando fundo.
- E terá. – respondi, levantando-me e indo pegar um copo de água.
- Os médicos são sempre assim? – ouvi a pergunta e a estranhei, sorri de lado e virei-me para ele.
- Assim como?
- Sempre cheios de si, do tipo que eu posso, eu consigo! – ele voltou a dizer e eu gargalhei.
- Não sei quanto aos outros, mas eu realmente consigo tudo o que quero. – dei um gole na água gelada com algumas folhas de hortelã depois de respondê-lo.
- Uau, com um ego desse falta muito pouco para ser uma de nós. – aprofundei meu olhar no dele e sorri de lado.
- E quem garante que eu já não sou? – pisquei e olhei para o relógio que apitava, o Carlos abria a porta e Jared se levantava ainda me olhando.
- Teremos consulta amanhã? – ele perguntou interessado e balancei a cabeça negativamente.
- Só quarta, Jared, mas se precisar de algo você sabe onde me encontrar. – respondi, dando-lhe um sorrisinho e guardando minhas coisas na gaveta.

Tomei um banho para tirar o cheiro de “trabalhei o dia inteiro” e coloquei um vestido preto colado que chegava uns três dedos antes do joelho. Deixei os cabelos soltos, marquei bem os cílios. Já era hora de jantar, sai do meu quarto e segui até o refeitório, a comida era horrível, mas ainda bem que tinha frutas naquele lugar.
Gostava de chegar um pouco depois, pois odiava filas, quando me notaram todos ficaram me encarando. Sabia que um vestidinho colado iria chamar atenção, mas era o meu estilo e não mudaria, afinal roupa não define caráter de ninguém. E eu até gostava de chamar um pouquinho de atenção. Alice passou perto de mim com um sorrisinho sacana no rosto, a olhei e sorri de lado, ela apenas mexeu os lábios pronunciando uma palavra: Vadia.
Soltei uma risada daquilo e agradeci, vadia não era um xingamento, muito menos vindo de uma garota problemática como ela. Não tinha mais filas, já iam me entregando um prato, mas neguei e peguei apenas uma maçã, uma pera e um cacho uvas, coloquei as frutas na bandeja e procurei um lugar para se sentar. A senhora Goméz chamou-me e fui me sentar ao lado dela, olhares tortos seguiam-me com todo movimento que eu fazia.
- A senhora está muito bonita com este vestido. – ela disse sorridente, sorri de volta.
- Obrigada e é senhorita, não sou casada mesmo usando uma aliança. – respondi olhando a aliança de volta.
- Verdade, me perdoe. – ela disse batendo de leve em sua testa e rindo.
Comi as frutas rapidamente, porém ainda continuava com um pouco de fome, mas isso teria que dar, me recusaria a comer mais uma gororoba sem sal daquelas.
- Se me der licença, vou para meu quarto descansar um pouco. – disse antes de me levantar, a senhora Goméz assentiu e sorriu docilmente para mim.
- Boa noite minha jovem, durma bem! – desejei o mesmo e levei a bandeja até o balcão e segui para o corredor, mas antes que subisse as escadas ouvi alguém me chamando. Assustei-me de início, mas logo vi que era Jared escondido atrás de uma pilastra, soltei uma risadinha e fui até ele.
- Vem comigo e relaxa que não vou te matar. – ele disse piscando e rindo, acabei rindo junto e o segui até o jardim. Ele levou-me para a lateral esquerda do lugar, onde ficava as plantações, porém tinha um lugarzinho coberto que era uma graça, corri atrás dele até lá onde tinha uma cesta.
- Você foi a única que teve coragem de reclamar da comida e acho que você merece ter uma boa refeição. – ele disse sorridente e abrindo a cesta, onde tinha legumes, algumas batatas assadas e algumas fritas também e lanches naturais prontos.
- Meu Deus, onde você conseguiu esse milagre? – disse surpresa e abrindo um enorme sorriso, ele soltou uma risadinha.
- Eu mesmo fiz, algumas vantagens de se ter confiança aqui. – ele confessou rindo, o olhei e ri junto.
- Muito bem e obrigada por compartilhar isso comigo. Não sabia se conseguiria viver somente de frutas e água. – admiti e ele riu um pouco mais alto e depois sentou-se no chão, sentei-me em frente a ele e peguei uma batata. Ele também pegou uma e aí que fui reparar de como ele estava novamente ainda mais bonito, seus cabelos soltos e úmidos. Sua barba por fazer, ele usava uma camiseta fininha de manga comprida cinza e uma calça de moletom preta. Seus olhos ainda mais azuis pela luz da lua que os refletia.
- Obrigada Jared, de verdade, você realmente salvou minha vida. – ele sorriu do que eu disse e ficou me olhando, voltei a comer mais batatas e pegar um pouco de legumes com um garfo de plástico que tinha ao lado da cesta.
- Que bom que você usou sal. – eu disse o fazendo rir e concordar.
- Sal é indispensável. – concordei e bati palmas.
- Seu marido não achou ruim você vir morar aqui? Com um bando de loucos? – ele perguntou terminando de mastigar, o olhei e o analisei por alguns instantes.
- Não tenho marido, mas mesmo se tivesse ele não teria que se importar. Foi o que eu decidi fazer, é o que eu amo, ajudar as pessoas. Acredito que muitas vezes as pessoas só precisam serem ouvidas. – ele concordou com o que disse e depois soltou o garfo e voltou a me encarar.
- Então a aliança é para afastar pessoas interessadas? – ele perguntou apontando para o anel em meu dedo.
- Tem alguém interessado? – perguntei arqueando a sobrancelha e ele deu de ombros com um sorrisinho no canto dos lábios.
- Namorava, mas não namoro mais, só que foram muitos anos usando isso que esqueço de tirar. – respondi girando o anel em meu dedo.
- Acho que está mais para não querer do que esquecer. Foi muito tempo e acredito que não dá para apagar tanto tempo assim da memória. – ele disse olhando para o anel e depois para mim.
- Você tem vocação para psicólogo. – zombei e ele riu.
- O que aconteceu com ele? – ele perguntou e dessa vez eu ri.
- Estou em uma consulta? Sério? Uau! – continuei brincando, ele riu também.
- Não quer responder? Não terminou bem, não é? – ele voltou a perguntar, eu estava incomodada com as perguntas, claro.
- Não pode tocar na ferida do paciente logo na primeira sessão, precisa de confiança primeiro. E se ele quiser contar algo, será a escolha dele e não porque foi forçado, este é o segredo. – eu disse e ele balançou a cabeça concordando depois de refletir um pouco.
- Me desculpe, faz um tempo que não converso com alguém. – ele comentou.
- E os outros médicos? – e ele olhou-me novamente.
- Eles só enxergam o demônio. – ele respondeu e eu entendi.
- Engraçado que ninguém quer olhar para o próprio nariz, todos temos defeitos, mas é mais fácil olhar para o dos outros do que para os nossos próprios. – ele sorriu assim que terminei de dizer.
- Exatamente por isso que resolvi te alimentar. – gargalhei depois que ele falou e voltei a pegar mais algumas batatas.
O ajudei a guardar as coisas e depois ele me acompanhou até as escadas, antes de subir virei-me para ele.
- Obrigada novamente Jared, foi muita gentileza sua.
- Como disse antes, você não julga ninguém por algo que já tenha ouvido e sim pelo que se vê. Você era o que esse lugar precisava! – ele disse sorrindo de lado. Jared podia ter aquela fama de psicopata frio e cruel, mas não era isso que eu via, o que eu via era um rapaz lindo por dentro e por fora.
- Você não sabe o quanto isso me deixa feliz. – eu disse e levei minha mão até seu rosto, ele se assustou um pouco, coloquei seu cabelo atrás da orelha e sorri. Ele um pouco sem graça se afastou tirando minha mão e sorriu de lado.
- Boa noite doutora . – e depois seguiu para o corredor que o levaria para seu andar. Ainda contente por ter sido alimentada por um cara lindo segui para o meu quarto e com certeza teria lindos sonhos.
Porém não tive. Só os anjos sonham com coisas boas, pessoas como eu se contenta com pesadelos.

- Você fica linda quando está dormindo, sabia? – Jesse dizia e alisava meu rosto enquanto eu ainda abria os olhos.
- Você fica tão calma, seus lábios ficam tão juntinhos que parece que você faz até bico. Fica tão sexy! – ele voltou a dizer e a passar o polegar nos meus lábios, sorri de leve e o olhei. Ele estava tão bonito, aquele sorriso sacana, porém com uma certa doçura. Seus cabelos negros bagunçados sobre o rosto pálido e um pouquinho amassado.
- Como eu adoro te ver dormir. – ele completou, soltei uma risadinha.
- Claro que gosta, você pode ser um imbecil que eu não estaria vendo. – rebati o fazendo tirar o sorriso no rosto na hora e rolar os olhos.
- Não, o motivo é esse pelo qual prefiro você dormindo. – ele falou se levantando, ele estava nu e caminhava até a porta do banheiro.
- Então por que você não namora a porra de um defunto? JÁ QUE ME PREFERE DORMINDO? – gritei e ele antes de fechar a porta me encarou.
- Por que você não vai se foder? – ele disse cerrando os olhos.
- Ah querido, mas você gosta tanto de fazer isso, me foder e deixar que outros o fodam também, não é? – levantei-me e disse sarcasticamente, dessa vez eu o tinha irritado ao extremo.
- O que foi que você disse? Repete vadia, repete novamente! – ele disse vindo até mim e segurando meu cabelo com força, fiz uma careta de dor.
- Você é um fodido, Jesse. – repeti o olhando e tentando me soltar, mas ele puxava ainda mais forte fazendo-me urrar de dor.
- E você é uma vadia louca. – arrastou-me até a cama de novo e me jogou de quatro.
- Sou um fodido, mas você também é. – ele disse e sem que eu pudesse fazer nada ele me penetrou com força, soltei um grito de dor e prazer ao mesmo tempo.
- Eu sei que você gosta. – sua voz saiu tão sexy, ele apertava minha cintura com força contra ele enquanto fazia as investidas com brutalidade, ele tinha razão... Eu adorava aquilo!
Eu gemia e ele também, olhei-o pelo espelho que tinha ao lado da cama e não era ele ali comigo, era Jared Leto.


Acordei com o barulho do despertador, olhei em volta e estava em meu quarto, eu estava pingando de suor. Respirei fundo e levantei-me rapidamente, eu precisava de um banho frio e um bom café preto. Que sonho!
A terça passou bem rápido, a quarta também, Jared e eu nos dávamos muito bem, ele sempre me levava barrinhas de cereais e eu o agradecia eternamente.
Semanas se passavam, mais consultas, mais barrinhas, mais jantares com o Jared as escondidas. Quando reparei já fazia meses que estava ali e não era um lugar tão desagradável quanto eu achei que seria. Estava em uma consulta com Alice novamente.
- Alice, você vai ou não devolver o que roubou do Jared? Já conversamos muito disso! – eu pedia novamente a Alice para devolver seja lá o que ela tivesse roubado dele.
- Ele precisa seguir em frente, eu precisava fazer isso pra ele me notar. Ele é tão bonito... tão bonito! – ela disse alisando os cabelos e sorrindo.
- Roubando as coisas dele não conseguirá nada com ele, agora devolva e quem sabe. – ela olhou-me e ficou pensativa.
- Você está louca por ele, abriria as pernas para ele na primeira chance que tivesse. E deixarei ele a penetrar com força para que gritasse o mais alto que pudesse, não é? – ela provocou, sabia o que ela queria fazer, apenas a ignorei.
- Alice não muda de assunto, você vai devolver o que ele quer ou não? – ela fez que não e mostrou os dentes amarelados em um sorrisinho maldoso.
- Assume que quer que ele o foda e eu devolvo. – cerrei os olhos para ela.
- Não estou com brincadeiras Alice. Não toleramos roubos aqui e você sabe disso! – ela respirou fundo e rolou os olhos, depois tirou uma fotografia do bolso do suéter desbotado. Colocou em cima da minha mesa, era a foto de uma moça muito bonita, era loira com um sorriso angelical, seus olhos esmeraldas de tão verdes que eram. Usava um vestido rodado e azul, estava em um balanço. Virei a foto e atrás estava escrito:

“Para você nunca se esquecer que tem alguém que te ama mais do que a si mesma.
Sempre serei sua, meu amor.
De: Anna
Para: Jared”


- Era a namorada dele que morreu e o deixou louco. – ouvi Alice dizer de uma forma cruel e sádica, a olhei e guardei a fotografia no bolso do jaleco. Levantei-me e fui até a porta, ela se levantou e veio até mim, mas antes de abrir a porta para ela sair, sussurrei em seu ouvido:
- Ele vai me foder muitas vezes e farei questão que você ouça eu gritar o nome dele enquanto ele me faz gozar várias vezes. Sua vadiazinha brega! – ela arregalou os olhos e antes que surtasse, abri a porta e Carlos a segurou pelo braço.
- EU VOU TE MATAR, SUA VACA! – a ouvi gritar e soltei uma risada assim que bati a porta.

Tinha acabado de almoçar e já estava voltando ao trabalho, mas vi Jared virando em um corredor e algo dentro de mim me fez segui-lo. Ele usava uma jaqueta de couro, jeans e estava descalço, notei que ele ia para o vestiário masculino. Parei e dei meia volta, mas fiquei parada refletindo e voltei a segui-lo.
Chegando lá, escondi-me atrás de um armário e fiquei o olhando tirar suas roupas, estávamos sozinhos, então nada me impedia de assisti-lo. A não ser meu caráter, mas eu já não tinha isso há muito tempo. Jared estava usando apenas cueca agora, era inevitável aquela palpitação surgir, afinal ele era um ser realmente muito bonito, não digo isso apenas porque é um hospício cheio de loucos, mas ele seria lindo em qualquer lugar, parecia um ator de Hollywood.
Ele seguiu para um dos chuveiros e fechou a cortina assim que ligou, ouvi a pressão da água e imaginei ela caindo sobre aqueles músculos tão desejáveis. Saí de trás do armário e sentei-me em um dos bancos, em frente o armário com as roupas dele e ali fiquei o aguardando. Podia deixar a foto ali e ir embora, mas queria vê-lo.
Jared saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura, seu corpo ainda molhada, seus cabelos jogados para trás, assim que ele me viu parou imediatamente com os olhos arregalados.
- Vim te devolver algo. – eu disse lhe mostrando a foto, ele a olhou surpreso e depois sorriu.
- Obrigado, deve ter sido trabalhoso fazer a Alice devolver. – ele disse vindo até mim e a pegando, levantei-me e fiquei de frente com ele.
- Não foi não, é a sua namorada na foto? – perguntei e ele fez que sim.
- Ela morreu, na verdade. – ele disse abaixando a cabeça e respirando fundo.
- Sinto muito. – disse e ele apenas assentiu olhando para a imagem, depois a dobrou e me olhou.
- Muito obrigado realmente pela foto, sabia que iria poder confiar em ti. – ele disse sorrindo de lado e se afastando um pouco.
- Não tem de que. – virei-me de costas e dei pequenos passos até a saída.
- Quero que se sinta a vontade a contar-me sobre ela, ok? – eu disse antes de sair, ele ficou pensativo e fez que sim. Saí dali e segui meu caminho, para meu consultório.

-//-


Evangelinny ficou me enchendo falando de como eu tinha sido cruel com a Alice e um monte de bla bla bla... Mas depois ficou rindo sozinha enquanto se lembrava da cara de medo e nojo da louquinha da Alice.
Em seguida foi a consulta com Jared e notei que ele estava feliz por ter conseguido a foto de volta e isso me incomodava, a garota tinha morrido e parecia que ela ainda estava viva, para falar a verdade eu estava concordando com Alice.
- Anna era minha namorada desde quando tínhamos doze anos, ela era tudo pra mim. Mas um dia quando estava indo passar o verão com ela. – ele pausou e engoliu em seco, porém prosseguiu. – Ela tinha sido encontrada morta e os pais dela não me avisaram, ninguém descobriu quem foi até hoje. – ele parou e respirou fundo.
- Jared, eu li a reportagem, a perícia confirmou que ela cometeu suicídio. – eu disse e ele olhou-me nervoso e bateu na mesa com força. Carlos entrou rapidamente e eu fiz um movimento para ele sair e disse que estava tudo bem. Jared se acalmou e olhou-me novamente.
- Ela não tiraria sua vida, tenho certeza disso! – ele confirmou com mais calma.
- Você a conhecia melhor que ninguém, então deve ter algum suspeito, certo? – perguntei e ele ficou pensativo.
- Ela era dócil e amável, quem teria coragem de fazer isso? – ele disse puxando o cabelo para trás.
- Como você mesmo disse ela era amável e se alguém gostasse dela? Talvez tentou algo com ela e não conseguiu e a matou. – eu disse e pareceu que acendi alguma coisa dentro dele, seu olhar ficou obscuro e ali eu consegui ver o psicopata de quem me falavam.
- Jared, quem quer que tenha sido terá o que merece, mas pela lei natural das coisas. Acredito que tudo que fazemos tem consequência. – ele parecia não concordar.
- Então deve ser por isso que estou aqui. – ele disse dando de ombros.
- Jared, me responda uma coisa, foi você que matou aquelas garotas realmente? – perguntei e ele olhou-me com aquele olhar pelo qual todos temiam.
- Se não tivesse sido eu, por que eu teria sido pego? – ele respondeu sorrindo de lado.
- E como você se sentiu matando aquelas meninas? Sentiu prazer? Dor? Felicidade? – ele não entendia o porquê das perguntas, apenas deu de ombros.
- Agora não sei mais, por que quer saber? - bufei e encostei-me na cadeira.
- Talvez porque na morte nós encontramos algum tipo de paz que não existe em vida. – respondi o fazendo arquear a sobrancelha.
- Já matou alguém? – ele perguntou e arregalei os olhos.
- Claro que não! – respondi rapidamente e levantando-me.
- Acabou nossa consulta. – antes que chegasse até a porta ele me alcançou e jogou-me contra a parede. - Você está
mentindo, não está? – ele questionava-me e passeava com aquele olhar doentio por todo meu rosto, por fora eu transmitia medo e por dentro desejo.
- O que você acha? – retruquei mordendo os lábios de leve, surgiu um sorrisinho no canto dos lábios dele e ele se afastou.
- Acho que você omiti muitas coisas doutora. – ele afirmou abrindo a porta e saindo. Ainda encostada na parede abri os botões do jaleco e respirei fundo. Jared Leto me deixava sem ar.

Em vez de ir jantar eu saí daquele lugar e fui dar uma volta pela cidade minúscula, fui em uma Starbucks, quer dizer a única da cidade. Pedi um frapuccino e pães de queijo, sentei-me na mesa e fiquei olhando para a neblina que tinha lá fora. Chegando meu pedido tomei um gole da minha bebida e digamos que “mergulhei” nos pães de queijo, afinal que saudades!

Flashback on:

- Mais um aniversário na Starbucks, vou ter que pedir uma vela e colocar no pão de queijo para você assoprar e fazer um pedido. – Jesse disse encarando-me, sorri para ele.
- Seria maravilhoso. – ele soltou uma risada e tirou a vela do bolso, abri a boca e arregalei os olhos.
- Você ficou maluco? – perguntei olhando em volta enquanto ele ascendia à vela em cima de um pão de queijo. Ele riu e começou a cantar parabéns para mim, soltei uma gargalhada e tampei o rosto de vergonha, as pessoas nos olhavam e sorriam. Jesse cantava animadamente e depois que terminou riu também.
- Faça um pedido! – ele disse, olhei para a vela acesa em cima do pãozinho e soprei-a.
- Primeiro pedaço vai pra quem? – ele perguntou, ri mais ainda e entreguei o pão de queijo, ele soltou uma risada e antes de morder ele disse:
- Achei que seria pro senhorzinho que não tira os olhos de você. – gargalhei e ele mordeu depois entregando-me.
- Você é incrível sabia? – eu disse o fazendo sorrir.
- Sabia sim. – ele respondeu se achando, joguei um pedaço de pão nele que o fez rir.
- Quero que tenhamos mais aniversários como este, aliás, esse foi meu pedido. – eu disse ele olhou-me.
- Não deveria ter falado agora não vai se realizar. – ele lembrou-me e eu fiz uma careta.
- Vai sim, farei de tudo para que se realize. – ele concordou e se apoiou na mesa para me dar um beijo.


Flashback off.

- Senhorita? Mais alguma coisa? – despertei-me dessa lembrança, olhei para a garçonete e fiz que sim.
- Quero um muffin, pra falar a verdade, vou querer dois e mais um potinho de pão de queijo para a viagem. – ela anotou o pedido e saiu. Assim que ela me entregou o pedido, paguei e fui embora, voltando para o Creedmore’s Asylum.
Chegando lá, fui até o lugar das plantações onde Jared sempre jantava, chegando lá, ele estava sozinho olhando a foto da Anna novamente.
- Faz quanto tempo que não come nada da Starbucks? – perguntei, o fazendo se assustar e depois sorrir.
- Muito tempo. – ele disse e depois lhe entreguei o saquinho que o fez alargar ainda mais o sorriso.
- Minha vez de devolver o que anda fazendo por mim e o muffin de lá é espetacular. – eu disse ele já comia alguns.
- Eu tinha realmente sentido falta disso, obrigado. – ele disse comendo, sorri e sussurrei de nada.
Depois de comermos e jogarmos algumas conversas fora, estávamos caminhando de volta para nossos dormitórios.
- Jared você tem que superar ela alguma hora, se não nunca viverá em paz, sei o quanto é difícil. – eu disse o fazendo parar de andar e olhar-me.
- Disse a pessoa que ainda usa a aliança do ex namorado. – ele retrucou, cerrei os olhos.
- Como é que é? Você não sabe nada sobre ele ou sobre mim, já te disse que uso porque esqueço de tirar, faz parte de mim. Mas eu já o superei ao contrário de você que fica se remoendo por dentro e aposto que matou todas aquelas mulheres porque não a superou! – eu disse aumentando o tom de voz.
- Agora você falou como uma funcionária daqui que só enxerga o próprio nariz. – soltei uma risada sarcástica.
- Sabe Jared não enxergo para o meu próprio nariz, é o meu trabalho analisar as pessoas.
- Jura? Quem precisa de uma análise é você mesma, você tem mais problemas que muitos de nós, você é solitária e arrogante, é egocêntrica e não pensa realmente em mais ninguém além de você mesma. – ele disse, apontando o dedo pra mim.
- Cuidado, Jared, agora você que está falando como alguém que só pensa em si mesmo. – ele arqueou a sobrancelha e ficou me encarando.
- O que você quer de mim? – ele perguntou encostando-me na parede.
- Eu é que te pergunto isso. – nós dois ficamos nos encarando por alguns segundos.
- Quero a verdade. – ele disse soltando o ar. Fiquei o olhando e acabei fazendo o que eu não deveria ter feito, colei meus lábios nos dele tentando iniciar um beijo, mas ele me empurrou de volta para a parede.
- Nunca mais faça isso! – ele disse secando os lábios e se afastando de mim. Ainda ofegante comecei a subir as escadas para meu dormitório. Não sei o que tinha dado em mim, mas eu queria mais... Muito mais!

Passavam-se dias, semanas e até meses, os pesadelos com Jesse e Jared estavam piores. Não conseguia nem dormir direito mais, Jared invadia minha mente todos os dias, todo momento. O próprio parou de me convidar para piqueniques e as sessões eram monótonas, ele não confiava em mim e isso estava me matando, até que em uma sessão:
- O que aconteceu com o Jesse? – Jared me perguntou antes que se levantasse para sair do consultório, arregalei os olhos e senti meu coração se apertar dentro de mim, seus olhos azuis estavam ainda mais profundos nos meus, eram tão obscuros quanto sua alma.
- Como você sabe o nome dele? – perguntei assim que tomei fôlego e coragem, ele sorriu de lado e deu de ombros. - Jared, me responda agora, como você sabe o nome dele? – ele apoiou-se na mesa e ficou me encarando. - Quer saber, que se foda, já acabou nossa sessão agora saia imediatamente daqui. – levantei o tom de voz e segui até a porta, mas antes que abrisse, Jared segurou meu braço com força e me jogou contra a parede, senti sua mão forte e pesada sobre meu pescoço e a outra na minha cintura, seu corpo colado ao meu. Como todas as pessoas normais sentiriam medo de ter um psicopata violento te segurando desta maneira, mas eu sentia apenas prazer.
- Você o matou, não é mesmo? – ele sussurrou tão próximo dos meus lábios que pude sentir seu hálito de menta, seu nariz roçava no meu e seus cabelos soltos se encostavam em minhas bochechas.
- Como ousa me acusar disso? – cerrei os olhos e tentei o empurrar, mas ele apertou mais a mão em meu pescoço, parei de me mover no mesmo momento.
- Não estou acusando, estou dizendo a verdade, não estou? – fiquei apenas o olhando sem dizer nada, não estava me sentindo desconfortável ali e isso que realmente me incomodava.
- A verdade, Jared, é que você está cheio de tesão por mim e não assume e fica dando esses shows achando que sabe tudo sobre mim, ou vai falar que essa sua mania de ficar me prensando contra a parede é normal? – tive que falar, era mais forte que eu, desci o olhar para os seus desejáveis e deliciosos lábios.
- Você não tem medo de ficar me provocando? Eu podia te matar, sabia? Aliás, um serial killer sente falta de sangue. – ele disse cerrando os olhos, soltei uma risadinha e desci minhas mãos pelo seu peitoral por cima da camiseta branca que marcava bem os músculos.
- Então me fode e depois me mata, ambos ficamos satisfeitos. – sugeri e sorri de lado, ele revirou os olhos e se afastou. - Marica! – ele me olhou furioso assim que ouviu, cruzei os braços e sorri de lado.
- Você é doida e fica bem longe de mim. – ele disse apontando o dedo para mim, soltei uma gargalhada.
- Sou sua psiquiatra, vai ser impossível ficar longe! – disse assim que parei de rir, voltei para a minha mesa e sentei em cima dela.
- Você matou o Jesse, eu sei disso. – ele voltou a falar sobre o Jesse, revirei os olhos.
- Se você tem tanta certeza disso por que ainda está perguntando? E você não respondeu minha pergunta de como você sabe o nome dele. – Jared ficou parado me encarando.
- Passei no corredor do seu quarto um dia e ouvi você chamar por ele, aliás, gemer o nome dele. – ele disse desviando o olhar.
- E você quis que fosse o seu, imagino. – mordi os lábios e sorri para ele que me olhava furioso.
- Já disse pra parar de me provocar. – ele ameaçou apontando o dedo novamente.
- Tem medo de cair na tentação? – arqueei a sobrancelha e continuei sorrindo.
- Eu sei o que está fazendo, está mudando de assunto e tentando me deixar constrangido para nunca mais voltar a tocar no assunto. Muito esperta doutora, mas eu quero saber o que aconteceu, sinto que você precisa desabafar com alguém sobre o que aconteceu. Se não vai acabar como paciente. – ele disse e foi até a porta, antes que virasse a maçaneta.
- E eu ainda o farei admitir que me deseja, Jared Leto. – o ouvi rir e em seguida abriu a porta e seguiu seu caminho.
Não sei o que estava dando em mim, mas era uma sensação que eu tinha quando era adolescente, quando eu cismava com alguma coisa eu fazia qualquer coisa para conseguir e foi assim com o Jesse.

Flashback on:

- Você aqui de novo garota? Estou achando que você não tem casa! – Jesse disse pendurando seu violão nas costas e soltando a fumaça do cigarro para o outro lado.
- Eu tenho casa, só que ficar te seguindo é bem melhor que ficar no meu quarto me masturbando pensando em você. – respondi me desencostando da parede e aproximando-me dele.
- Gostei da sinceridade! – ele disse rindo e tragando.
- Por que ter vergonha de dizer a verdade, não é mesmo? - Jesse riu e concordou.
- Então você não tem vergonha de nada? – ele perguntou terminando seu cigarro e o jogando longe.
- Não disse isso, afinal todos tem medo de alguma coisa. – respondi e ele ficou me olhando.
- Infelizmente sim. Mas vem cá garota, você não acha estranho perseguir alguém? – soltei uma risada e dei de ombros.
- Não te persegui, só vou a todos os seus shows. – respondi e ele riu.
- E aos lugares que frequento também. – ele completou, ri e concordei.
- Te assustei? – ele ficou me olhando e fez que não.
- Quando comecei a tocar já tinha colocado na cabeça que talvez haveria fãs que ficassem nos seguindo. – abri a boca decepcionada.
- Não sou só uma fã, Jesse eu sempre te quis e isso foi antes da banda. – respondi voltando a me aproximar.
- Pode parar por aí, olha você é linda e gostosa. Mas não estou no clima de sair com ninguém, estou curtindo o momento de só ligar para música. – ele disse dando um passo para trás.
- Ei fica calmo, não vou te amarrar na cama e nunca mais te soltar, sei disso e me importo. Sei também que você curte ficar com outros meninos o que é bem normal, mas eu sou a única que posso te entender do jeito que você é. Posso te apoiar em sua música, posso ser sua música, posso ser seu instrumento... – enquanto ia dizendo fui me aproximando, ele ficou parado me ouvindo atentamente, permitiu minha aproximação e deixou eu colocar minhas mãos na gola da sua camisa branca, continuei dizendo:
- Vou te acompanhar para onde quiser, serei seu ombro amigo, serei aquela que te dará prazer quando você quiser. Ah Jesse você poderá me comer de todas as formas possíveis. Querido eu quero ser sua vadia! – Jesse fechou os olhos enquanto eu falava, subi minhas mãos até sua nuca e puxei seu cabelo com um pouco de força, passei minha língua em seu queixo até chegar em seus lábios os mordendo e iniciando um caloroso beijo, por um segundo achei que ele me empurraria, mas ele retribuiu com aquele desespero que eu queria.


Flashback off.

Depois do jantar fui até o lugar onde Jared e eu comíamos, soltei meu cabelo no caminho e abri uns três botões da minha camisa e subi mais um pouco minha saia deixando um pouco mais das minhas coxas amostras. Jared estava sentando comendo, relaxado em sua calça de moletom cinza e sua regata preta, seus cabelos presos.
- Pois é o nome dele era Jesse. – Jared se assustou assim que me ouviu, virou-se rapidamente e ficou parado me estudando.
- Eu era louca por ele e ainda sou. – continuei dizendo e sentei-me ao seu lado, Jared continuava me encarando.
- Ele maluco, sabe? Era engraçado como a maluquice dele me completava, era daqueles que se sentia vontade de algo ele fazia naquele momento, ele odiava deixar à vontade passar. – ele me ouvia atentamente.
- Mas eu o provocava tanto, afinal nem tudo é perfeito e nosso relacionamento que o diga. Quando o problema não era as drogas que ele usava, era eu e meu ataque de ciúmes que veio com o tempo. – respirei fundo e voltei a olhar aquele par de olhos azuis fixos em mim.
- Eu o tirava do sério e foi aí que ele se segurava para não me espancar e descontava no sexo selvagem, o que funcionou por um tempo, mas teve uma hora que nem o sexo o segurava de me dar uns socos. – engoli em seco e abaixei a cabeça.
- Foi legítima defesa? – Jared perguntou e eu fiz que sim, enxugando a lágrima da minha bochecha.
- Mas então não foi sua culpa, você não devia se culpar. – ele disse fazendo-me olhar para ele.
- Jared, eu gostei... Eu gostei de ter tirado sua vida, senti prazer nisso, eu tive um orgasmo vendo seu corpo sem vida no chão. – pela primeira vez eu tinha admitido isso em voz alta, o que foi ótimo, foi libertador.
- Isso não te torna uma psicopata, se é que é disso que tem tanto medo. Talvez o prazer veio por ver que finalmente você revidou, isso deve ter sido confortável e ter causado o orgasmo. – ele disse tranquilo.
- Sabe, Jared, acho bem bonitinho você tentar ver o bem em tudo, de verdade. Mas você não me conhece, tem uma parte em mim que realmente não presta, essa parte me deixa doida.
- , essa parte é você mesma te acusando de algo que não foi sua culpa. – ele disse segurando minha mão e a alisando.
- Jared, você não pertence a esse lugar. – eu disse levando uma mão ao seu rosto, alisando sua barba por fazer, ele sorriu de lado.
- E é o seu? – ele perguntou e eu dei de ombros.
- Já há algum tempo que eu não sei qual é meu lugar. – respondi umedecendo os lábios e voltando a olhá-lo e aí notei que ele estava perto novamente no mesmo dia. Tive que tentar mais uma vez, tinha que fazer isso. O puxei para mais perto e encostei meus lábios nos dele, senti ele tentar se afasta, mas não permiti. - Não se afasta, eu sei que você quer. – sussurrei e tentei iniciar o beijo, mas ele não deixava, prosseguiu com os lábios fechados até que me empurrou.
- , para com isso, já disse que não estou pronto pra isso. – ele disse se levantando, bufei.
- Para de se reprimir tanto, de se guardar para alguém que nem existe mais, isso está te corroendo por dentro e você é lindo, deveria deixar-se viver um pouco mais. Há quanto tempo você não transa? Aposto que muito tempo e tenho certeza de que nem se masturba mais. – levantei-me também e bati as mãos na saia para limpá-la, Jared me olhava e podia jurar que tinha raiva ali, mas ele era bom em demonstrar o que sentia.
- Enquanto houver amor dentro de mim ela ainda vai existir! – ele disse e fiz cara de nojo.
- Que coisa mais fofa, tão fofa que me dá ânsia. Eu amava o Jesse e ainda o amo mesmo depois de tudo, mas a vida continua e temos que vive-la, afinal ela curta meu amigo.
- Qual o seu problema comigo? Aposto que todos os outros caras daqui dariam tudo para tê-la, por que eu? – fiz uma careta e coloquei as mãos na cintura.
- Você parece um adolescente reclamão, eca. Nossa, Jared, é só uma foda, não é nada demais, ninguém nunca te falou que às vezes sexo é só sexo? – ele rolou os olhos e passou as mãos no cabelo.
- O que você não entende é que eu não quero fazer sexo com você, é isso. – ele disse alto e claro, fiquei o olhando por algum tempo.
- Não quer? Jura? Pois saiba, Jared Leto, que eu sou uma mulher que NUNCA desiste do que quer. NUNCA! – eu disse batendo o pé, ele soltou uma risada.
- E eu sou um homem de palavra, não vou NUNCA transar com você! – ele retrucou sorrindo de lado vitorioso, gargalhei e comecei a voltar para dentro do lugar e falei alto para ele ouvir:
- Existe sexo oral, anal, uma trepadinha rápida, um selvagem. – o ouvi rir antes de entrar e seguir para as escadas.

-\\-


Eu estava piorando a cada dia, estava alucinando e praticamente descontrolada. Tive que fazer uns favores sexuais para Carlos, o que foi bem nojento, mas necessário, pois não queria que ninguém soubesse do que estava decidida a fazer com um paciente. Andava vendo Jesse também, o que não é nem um pouco normal, afinal ele morreu.
- Deixa esse pobre garoto em paz, deixe-o fora de suas loucuras. – Jesse estava deitado em minha cama assim que saí do banheiro.
- E você não devia estar no inferno ou algo do tipo? – ele riu do que eu disse e sentou-se na cama.
- Purgatório, minha cara, inferno está reservado especialmente para você. – ele disse piscando e sorrindo.
- Que ótimo que vou para lá sozinha. – sorri de lado e peguei minha roupa em cima da cama.
- , deixe o Jared em paz, você deveria se tratar. – ele disse se levantando e entregando-me minha calcinha, sorri agradecendo.
- Me tratar? Por quê? – comecei a me vestir o mais rápido que conseguia.
- Porque você não está bem, você não estava preparada para voltar a sua profissão. você ficou afastada por anos! – ele disse aumentando o tom de voz.
Soltei os cabelos e cerrei os olhos para ele.
- Exatamente, fiquei anos sem fazer o que amo, estava mais do que na hora para voltar. – respondi pegando o pente e virando-me para o espelho.
Jesse apareceu atrás de mim no reflexo, sua cabeça agora sangrava.
- Isso não te incomoda nem um pouco? Ficar me vendo? Ou eu ter sido a segunda pessoa que você já matou e gostou? – fiquei o encarando pelo reflexo sem ter o que responder.
- Você sente vontade de matar novamente, eu vejo isso e Jared Leto também. – terminei de pentear meu cabelo e virei-me de frente para ele.
- Tenho vontade e vou se eu não conseguir o que eu quero, agora fique fora do meu caminho. – o empurrei e segui meu caminho.

-\\-


- Jared querido, você fingir que está passando mal para não ir as nossas consultas é jogar sujo. – ele se assustou ao me ver novamente no vestiário.
- Jogar sujo é você ficar me espionando enquanto tomo banho, sua doente. – ele retrucou segurando a toalha em volta da cintura, arqueei a sobrancelha.
- Ui sabia que isso me excitou, Jared? – respondi, passando a língua nos lábios, ele rolou os olhos e pegou sua roupa em cima do banco, mas viu que tinha uma peça faltando.
- Devolve agora. – ele disse olhando-me sério.
- E o que eu ganharei em troca? – perguntei, levantando-me.
- Eu volto para as consultas. – ele disse, fiquei pensando enquanto descia meu olhar por ele.
- Muito pouco, prefiro ficar com essa peça de presente. – abri um sorriso e comecei a me afastar.
- Você precisa se tratar! – ele exclamou alto, soltei uma risada.
- Já ouvi isso hoje. – respondi saindo dali com um presentinho.
-\\-


Alguns meses depois:

Eu mesma tinha me diagnosticado com: TOC (transtorno obsessivo – compulsivo). Sempre suspeitei que eu já tivesse isso desde a época em que era criança e que piorou na adolescência e quando consegui o Jesse melhorou, mas agora estava pior do que antes. Eu precisava ter Jared Leto, se não eu mataria e morreria, mas eu tinha que ter.
Escolhi ser psiquiatra por esses problemas pessoais e por causa do meu pai que tinha transtorno de bipolaridade ou hipomania, não consegui cuidar dele então isso me incentivou ainda mais para minha profissão. Mas a minha profissão piorou o meu estado e só vem piorando.
Na verdade eu cheguei naquela fase em que não tem mais o que se fazer, eu recusava remédios, também nunca me internaria, então Jared Leto tinha que ser minha cura de uma forma ou de outra.
- Você tem que se tratar, , estou falando como alguém que queira seu bem. Isso não é normal, você está emagrecendo, parando de se cuidar para ter mais tempo de me perseguir. Você não consegue ver isso? Você é médica, formada e exerce já faz anos, sei que você sabe o que tem e sei que tem cura. – Jared estava mais desesperado que eu, afinal eu andava invadindo seu quarto as noites.
- Eu sei o que eu tenho e infelizmente não tem cura. – respondi encostando-me em seu ombro, senti-o recuar um pouco, mas ele não me tirou.
- Tem sim, tudo tem uma cura, eu acredito nisso. – ele disse segurando minha mão de uma forma delicada e doce, suas mãos eram grandes e fortes, porém eram tão seguras e acolhedoras.
- Você é a minha cura, Jared. Eu quero ser sua! – eu disse levantando a cabeça e o encarando de perto.
- Você não pode me obrigar a isso. – ele disse com cautela.
- Não posso, mas eu quero. Jared é só uma noite, só o que te peço! – segurei seu rosto e encostei minha testa na dele.
- , por favor, me deixa em paz! – ele tirou minhas mãos de seu rosto e se levantou.
- Saia daqui agora e se você voltar novamente eu juro que não respondo por mim. – ele ameaçou, mas não olhou nos meus olhos.
- Então me bata, anda, vem cá! Seria muito melhor e muito mais prazeroso do que sua piedade. – levantei e fui até ele.
- Não vou encostar em você. – soltei uma risada abafada.
- Tanto bla bla bla que até me enoja. – tentei encostar no braço dele, mas recebi um tapa na mão.
- Ok Jared, eu não queria fazer isso, mas vou. – afastei-me e segui para a porta, ele ficou me olhando confuso.
- Alguém vai se machucar por sua infantilidade. – ele arregalou os olhos.
- Você não faria isso. – o olhei antes de sair e sorri de lado.
- Não? Tem certeza que não? Pergunte ao Jesse se não! – eu disse rindo e saindo dali, ouvi-o bater na porta depois que sai, gargalhei e segui pelo corredor, passei pelo dormitório de Evangelinny que me olhava pela grade.
- Prevejo sangue. – ela sussurrou quando passei.
- Senhorita ? Está tudo bem? – a senhora Goméz agora me perseguia.
- Estou cansada só, mas por quê? – parei de andar e virei-me de frente para ela.
- Não anda comendo direito e anda até mais magra, sua aparência já teve dias melhores, ando preocupada com sua saúde, uma moça tão jovem e linda. – ela disse sorrindo lado.
- Obrigada pela preocupação, mas estou ótima. – respondi e voltei para meu caminho.
Entrei no escritório exausta e digamos que cochilei ali mesmo, só despertei-me quando vi alguém bater os pés de leve como se fosse numa sinfonia.
- Dormindo no trabalho? Não anda conseguindo dormir à noite? – Jared estava sentado à minha frente, estava cada dia mais lindo.
- Por sua culpa que invade meus sonhos e os transforma em pesadelos. – respondi, sorrindo de lado e coçando os olhos, tentando despertar.
- Não é minha culpa se você está obcecada por mim. – ele respondeu sorrindo de lado, cerrei os olhos e levantei-me sentando na mesa em frente a ele, colocando uma perna na cadeira no meio de suas pernas semi abertas.
- Também não é minha culpa se minha buceta fica molhada por você. Ah Jared, ela fica tão molhada. – suspirei alto logo em seguida e subi um pouco a saia, ele abaixou o olhar para minhas pernas e sorriu de lado.
- Você não vai desistir, não é? – fiz que não e abri mais as pernas e subi ainda mais a saia, ele começou a passar a mão no meu joelho e a subir para minhas coxas, gemi baixo o fazendo sorrir. Começou a tocar “I wanna be yours” da banda Arctic Monkeys (https://www.youtube.com/watch?v=Y4NGoS330HE) em algum lugar da sala o que deixou-me ainda mais excitada, a voz do Alex Turner com aquela letra, aquela melodia misturada naquele tesão todo, era tudo que eu precisava.

I wanna be your vacuum cleaner
Breathing in your dust
I wanna be your ford cortina
I will never rust


Sua mão atingia minha calcinha ultra úmida, apertando-a ali, fechei os olhos e suspirei alto.

If you like your coffee hot
Let me be your coffee pot
You call the shots, babe
I just wanna be yours


Ele agora empurrava para o lado e penetrava-me com dois dedos, soltei um gritinho de tesão. Era a melhor sensação que já tinha sentido em toda minha vida.

Secrets I have held in my heart
Are harder to hide than I thought
Maybe I just wanna be yours
I wanna be yours, I wanna be yours


Senti ele passar a língua na lateral da minha coxa e subindo, ela era quente e macia, era deliciosa como todo o resto. Joguei minha cabeça para trás, meu coração batia desesperadamente forte, era tanto tesão que não cabia mais em mim.

Let me be your lacking meter
And I'll never run out
Let me be the portable heater
That you'll get cold without
I wanna be your setting lotion (wanna be)
Hold your hair in deep devotion (how deep?)
At least as deep as the pacific ocean
I wanna be yours


Sua língua chegou a minha virilha a raspando, eu gemia e suspirava ao mesmo tempo, arranhava a mesa, até que o ouvi gargalhar, mas não era ele gargalhando, era Jesse.
Ah não, por favor, não poderia ser um sonho!
Acordei e estava sozinha no consultório, bati com força na mesa e gritei de raiva.

-\\-


- Você está horrível. – Alice me disse com aquela sua feição angelical, mas era uma puta e desgraçada por dentro.
- Horrível vai ficar sua cara. – respondi passando a mão pelos cabelos e rolando os olhos, ela riu.
- Jared, nunca vai querê-la, NUNCA! – ela disse cerrando os olhos e sorrindo maldosamente.
- Por que você não vai se foder? – levantei e empurrei a cadeira para ela se levantar.
- Caí fora daqui sua virgem maluca. – segurei seu braço e a empurrei para a porta.
- Jared, preferiria me comer do que a você, cadela velha. - ela disse rindo, a olhei furiosa.
- Você engolirá sua língua e é uma promessa, agora saia daqui imediatamente. – ela engoliu em seco e saiu dali na mesma hora.

-\\-



Estava deitada na cama de Jared com a minha lingerie vermelha de renda, usava uma cinta-liga da mesma cor e um scarpin preto. O homem mais lindo entrou apenas com sua cueca boxer branca e assustou-se assim que me viu, mas seu olhar desceu por todo meu corpo várias vezes.
- Gostou? Diga a verdade, esquece toda aquela porra de bom moça. – ele continuou parado perplexo.
- Você é uma bela mulher, , você sabe disso. – ele disse voltando ao seu normal, sorri.
- Então vem cá e abuse dessa mulher que está doida por você. – virei-me de bruços e joguei os cabelos para o lado, ele sorriu e abaixou a cabeça.
- Vá dormir, , por favor, estou exausto. – ele disse respirando fundo e cruzando os braços musculosos, rolei os olhos e fiz que não.
- Hoje será uma noite decisiva, Jared Leto, sabia? – ele arqueou a sobrancelha curioso.
- Eu terei o que quero custe o que custar. – mordi os lábios e bati na cama ao meu lado para ele se sentar, mas ele continuou parado.
- Tem medo de se aproximar? – ele fez que não.
- Temos até uma amiguinha para nos ver! – eu disse alargando o sorriso e levantando-me, puxei a moça pelos cabelos debaixo da cama, Alice estava desacordada ainda, estava amarrada e com uma mordaça na boca, peguei uma caixinha ao lado dela e retirei uma faca dali. Jared me olhava aterrorizado e sem ter o que fazer.
- , não faça isso. – ele disse se aproximando, mas pressionei a faca no pescoço dela o fazendo parar.
- Você só precisa fazer uma coisa para que ela fique viva. – passei a faca no pescoço como simulação que o fez se desesperar ainda mais, soltei uma gargalhada.
- você foi longe demais, não é mais uma brincadeira, é a vida de outra pessoa que está em jogo agora. – ele disse levantando os braços pedindo calma.
- Jared...Jar.... – Alice acordava molenga, abri um sorriso para ele a olhei.
- Agora sim vamos nos divertir um pouquinho, não é Alice? Diga para o Jared o que eu quero e o que você quer, para todos saírem felizes. – ela começou a chorar e a olhá-lo pedindo socorro.
- Jared, não dê a ela o que ela quer. – ela disse e eu furei seu pescoço deixando o sangue escorrer, ela gemeu de dor.
- não a machuque, por favor. – ele disse aumentando o tom de voz.
- Podem gritar, ninguém virá os salvar aqui em cima. E os seguranças deste lugar trabalham ao meu favor. – comentei, piscando para ele e depois virando-me para ela, apertei sua bochecha a fazendo abrir a boca.
- Seria uma pena estragar esse rostinho tão bonito. – ironizei, observei Jared se aproximar e aprofundei mais a faca a fazendo gemer alto.
- Fique aí mesmo onde está! – ele ficou parado me olhando assustado, Alice ainda estava mole por causa dos remédios que eu tinha lhe dado, peguei uma tesoura cirúrgica na caixinha, Jared arregalou os olhos.
- Lembra o que te falei hoje mais cedo querida? – sussurrei no ouvido dela que chorou ainda mais.
- , eu faço o que você quiser. – ele disse, mas o ignorei, era mentira. Apertei mais a bochecha dela abrindo sua boca, ela não tinha forças contra mim, puxei a língua dela com a tesoura mesmo a cortando um pouco na ponta, Alice sabia que se puxasse cortaria mais.
- , você me ouviu? – ele agora falava alto, rolei os olhos e com força e agilidade posicionei a tesoura no meio de sua língua e a cortei. Alice tentou gritar mas o sangue já invadia sua garganta a fazendo se engasgar. Jared se aproximou mais, porém coloquei a tesoura no pescoço da garota.
- Ela vai morrer engasgada. – ele disse apontando para ela que tossia.
- Não vai não. – respondi abaixando a cabeça da garota um pouco, ela vomitava agora. O olhei e sorri, peguei a língua nojenta recém cortada, Jared não sabia o que fazer, apenas virou-se de costas. Puxei ela para cima novamente e coloquei a língua dentro de sua boca a fechando com força.
- Engula agora, vadiazinha malcriada. – ela esperneava e gemia alto, os olhos dela reviravam de dor.
- Jared Leto, você é um mentiroso e um frouxo desgraçado e você pagará mais ainda por isso. – eu disse e em seguida esfaqueei Alice no pescoço várias e várias vezes ao redor dele, com a mesma tesoura. Jared gritou assim que viu o corpo sem vida e coberto de sangue de Alice cair ao chão, alarguei o sorriso e joguei a tesoura no chão, Jared estava tão furioso que me excitava até mais. Ele correu até mim e subiu em cima de mim me enforcando, sufocada e o olhando por cima de mim com os olhos cerrados e profundos, sombrios também.
- Me...me...mata! – exclamei com a voz falhada, ele afrouxou a mão no pescoço, mas continuou me segurando.
- Não vou te dar esse prazer. – ele disse e em seguida me deu um tapa no rosto, senti-o arder, gargalhei. Senti o segundo tapa do outro lado agora, continuava rindo e ele repetiu mais algumas vezes e mais forte, meu rosto doía e ardia extremamente, chegava a queimar.
- Está gostando? Quer mais? – ele perguntou e seu tom de voz era doentio, mordi os lábios e fiz que sim.
- Fala em voz alta. – ele disse puxando meu cabelo com força me fazendo arfar.
- Me bate mais, eu quero mais, muito mais. – eu disse o fazendo sorrir maleficamente e me dar outro tapa.
- Agora fala que você que é uma vadia. – ele disse me jogando de volta no travesseiro.
- Sou uma vadia. Sou sua vadia! – ele riu e me deu outro tapa. Depois se levantou, deixando-me livre, ele respirava fundo e passava as mãos no cabelo. Soltei um grito pedindo socorro e em seguida os seguranças entraram e o prenderam, ele me olhava incrédulo.
- FOI ELA QUE FEZ ISSO! EU JURO, AS DIGITAIS DELA ESTÃO NA TESOURA! ME SOLTEM, ELA É LOUCA. – Jared berrava e eu chorava, eles vieram até mim e me ajudaram a se levantar, o que me ajudou foi meu rosto estar um pouco inchado pelos tapas.

-//-



Tinha passado algumas horas, não dei queixa é óbvio, estava em meu banheiro tirando a lingerie coberta de sangue, liguei o chuveiro quente e entrei sentindo a água quente tirar o sangue grudento de Alice. ( https://www.youtube.com/watch?v=mdJDPepGOAM )
Ouvi alguém entrar no banheiro e apagar a luz, mas antes que eu abrisse o vidro do box, Jared abriu-o e jogou-me contra a parede. Tentei gritar, mas ele tampou minha boca, a água o molhava também, ele usava apenas uma calça jeans, estava sem camisa e descalço.
- Você me obrigou a machucar pessoas e agora você vai pagar por isso. Você quer morrer? Então lhe darei isso! – ele disse pressionando-me ainda mais na parede, tentei gritar, mas sua mão abafava o som. Então apenas relaxei e esperei ele me matar, algo em seu olhar me dizia que não era isso que ele tinha vindo fazer.
Jared apenas me olhava, não fazia nada para me machucar, ele estava confuso e era notável. Não me mexi e nem tentei fazer nada, ele teria que decidir o que fazer sozinho. E então ele decidiu, seus lábios se grudaram aos meus e iniciaram um caloroso e prazeroso beijo, retribui da mesma maneira. Suas mãos passeavam e apalpavam meu corpo, agarrei seus cabelos e abracei sua cintura com minhas pernas. Senti-o apertar minha bunda com força fazendo-me roçar em seu ereto membro por baixo da calça. Soltei um gemido alto entre o beijo desesperado e intenso, ele chupava e mordia minha língua tão forte que me fez sentir o gosto salgado do sangue.
Ele desceu o beijo para o meu pescoço deixando fortes chupões, só ouvia-se meus gemidos de tesão e dor. Suas mãos subiram da minha bunda para os meus seios, os apertando e amassando-os. - Ah Jared! – gemi fechando os olhos.
- Cala a boca. – ele ordenou mordendo minha orelha com força, gritei e arranhei suas costas o fazendo arfar. Ele prosseguiu seu caminho de chupões até um de meus seios o abocanhando com brutalidade e desejo. Deixando-o duro e dolorido ele partiu pro outro, desci minha mão até seu membro e o segurei, Jared gemeu alto quanto a isso. O alisei e comecei o vai e vem rapidamente, mas Jared segurou minha mão e a tirou de lá.
- Vai ter que ser do meu jeito. – ele disse olhando-me, engoli em seco e fiz que sim. Seus lábios encostaram-se ao meu novamente, mordi seu lábio inferior e o chupei levemente e em seguida começamos a nos beijar novamente, dessa vez mais lento e ainda mais gostoso. Jared pressionava seu membro contra mim com força e o roçava ali, eu gemia alto durante o beijo. Não me aguentava mais, era muito desejo, era tanto que eu poderia explodir. Mas tudo que é bom dura pouco, senti uma pontada estranha na minha barriga e de repente tudo começou a ficar embaçado. Jared parou de me beijar e se afastou com uma expressão estranha, abaixei o olhar até onde vinha a dor e ali estava: A tesoura que eu tinha matado Alice enfiada em mim.

JARED


Ela escorregava pela parede até atingir o chão, ainda olhando o ferimento assustada, depois levantou o olhar até mim, seus olhos cheios d’água e pavor.
- Achou que eu não seria capaz? – perguntei arqueando a sobrancelha e respirando fundo. - Na verdade eu achei que você fosse me matar realmente. Aliás isso só comprovou o que eu sempre soube. – ela disse com um pouco de dificuldade.
- Você nunca matou ninguém, apenas estava no lugar errado e na hora errada. Você não é um serial killer e nunca vai ser. – ela voltou a dizer com um sorriso no rosto.
- Sempre soube? – perguntei e ela fez que sim rindo e tossindo sangue.
- Jared, você é um frouxo. – ela disse tossindo ainda mais.
- Pode até ser, mas você vai apodrecer aqui e vai ficar bem longe de mim. – eu disse e sai dali. Peguei as chaves dela e sai de seu dormitório, desci pela escada de emergência que nunca era usada e as câmeras não funcionavam. Antes de chegar ao final dela ouvi gritos e alarme de incêndio tocando, tinha feito aquilo. Pensei em voltar, mas eu nunca sairia daqui ou me livraria dela, respirei fundo e voltei a correr para a saída.
A fumaça tinha me alcançado, mas consegui sair pelo jardim dos fundos mesmo assim, virei-me e vi a mansão em chamas. Sem pensar duas vezes voltei a correr o mais rápido que pude até a porta lateral do jardim, rezei para que estivesse aberta e não estava.
Ouvi um rifle atrás de mim, fechei os olhos e tentei me acalmar, virei-me e estava apontando uma arma para mim, ela vestia uma camisa branca já coberta com seu próprio sangue, ela apertava a ferida com uma mão. Ela chorava enquanto apontava a arma para mim.
- Se é isso que você quer realmente fazer então faça, não pense muito. – eu disse e ela soluçou.
- Por que tem que ser assim, Jared? Aliás por que teve que ser assim com o Jesse também. Eu amo vocês dois, eu posso fazê-lo feliz, posso concertar o que eu fiz com ele. – ela não dizia coisa com coisa, apenas chorava.
- , eu não sou o Jesse e nem nunca vou ser. – ela tentava se acalmar e segurava mais firma a arma agora.
- Não mesmo Jared, nunca vai ser. Você é bom e o Jesse era cruel! – ela disse, parando de chorar.
- Como você. – respondi soltando o ar, ela sussurrou um adeus. Mas antes que apertasse o gatilho alguém a acertou na cabeça a fazendo desmaiar rapidamente. Era a senhora Goméz, abri um sorriso para ela que estava com um bastão na mão.
- Jared, querido vá antes que a polícia chegue, aqui estão algumas roupas e fique tranquilo, você morreu no incêndio. – ela disse entregando-me uma mochila e depois olhou para no chão. – E ela vai pagar pelo que fez! – a senhora Goméz chutou a arma para mim e sorriu docilmente.
- Muito obrigado mesmo, não sei se algum dia poderei retribuir. – tentei agradecê-la, mas ela não deixou eu terminar.
- Jared, não agradeça apenas corra, não terás outra chance. – ela disse e voltou para dentro da mansão. Olhei para no chão e virei-me dando um ponta pé na porta e a abrindo. E foi naquele momento em que eu me senti feliz novamente depois de muito tempo.

-//-


Cinco anos depois:

- Jared, o que faz aqui? – a senhora Goméz estava com o cabelo ainda mais branco, mas ela sorriu da mesma maneira como sempre quando me viu. A abracei forte e a mesma retribuiu.
- Vim retribuir. – eu disse entregando-lhe um envelope com dinheiro.
- Não precisava, te disse isso. – ela respondeu devolvendo o envelope, mas não aceitei.
- Você vai aceitar. – ela riu e guardou.
- Está se arriscando muito vindo para cá, podem te reconhecer, mesmo com o cabelo cortado e penteado. – ela disse rindo, acabei rindo junto.
- Sei disso, mas precisava agradecer pelo o que fez por mim, se estou bem e feliz hoje é porque você foi bondosa comigo. – ela alargou o sorriso.
- Eu que fico feliz ao ouvir isso, Jared, eu sempre soube que o que aconteceu com você foi injusto, sei que nunca matou ninguém. Eu via a bondade no seu olhar e não me importava com o que os outro diziam. – ela disse, a abracei novamente.
( https://www.youtube.com/watch?v=vh2D2rTrHiY)
Andava pelo hospício uma última vez, lembrei-me de como era infeliz e sozinho ali até que apareceu. Ela tinha sido a primeira pessoa que quis conversar comigo e me conhecer realmente além da senhora Goméz. Eu tinha visto algo maravilhoso em e isso mexeu comigo e infelizmente mexia comigo até hoje. Queria que ela tivesse cura e teve um momento em que eu realmente pensei em ceder para ela. Mas ela nunca vai saber disso.
Estava parado em frente ao quarto dela, respirei fundo e olhei para dentro e lá estava ela, com o cabelo bagunçado e desbotado, ela usava uma camisa de força e estava sentada no chão olhando para a parede. Segui seu olhar e a parede estava coberta com meu nome e algumas fotos minhas de jornais. Ela ainda estava obcecada e acredito que morreria assim, mas eu não era a cura e sim ela mesma.
- Jared... Me abraça! Por favor! Sinto falta dos nossos piqueniques, você não falou mais comigo como antes. – ela dizia chorosa, me senti mal por isso.
- Sinto muito, , mas você está sozinha agora. – eu disse a fazendo se virar e me ver, seus olhos se arregalaram e um sorriso enorme surgiu em seu rosto ainda bonito.
- Jared eu sabia que você voltaria, eu sabia... eu sabia...eu sempre soube. – ela disse como se delirasse.
- Não , eu não voltei. – retruquei e sorri de lado depois sai dali e ouvi-a gritar meu nome repetidamente. Acredito que ela fazia isso com frequência, pois ninguém se importou com seus gritos.
E aquela foi a última vez que vi a senhora Goméz. O Creedmore Asylum. Os jardins. E claro, , a minha vadia preferida.

She texts me like, "I love you" (yeah)
(Ela me escreveu tipo, "Eu te amo")

I told her back like, "Fuck you"
(Eu escrevi de volta tipo, "Foda-se")



=

Fim



Nota da autora: Olá, peixinhos laranja! Espero que tenham gostado da história como eu amei escrevê-la, só achei o final um tanto corrido por causa do tempo, mas não imagino outro final a não ser esse! Haha Amo vocês e comentem o que acharam comigo! Meu twitter: @lovejunes



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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