Lover Boy

Finalizada em: 16/08/2021.

Capítulo Único

Havia acabado de chegar em casa, mais uma vez, exausta. A vida dupla de escritora para uma coluna de jornal e publicitária de uma grande empresa não era fácil. Ainda tinha que conciliar meu tempo com o curso de fotografia que eu decidira fazer. Mal me joguei no sofá, meu celular tocou.

Chegou bem? — era minha amiga do jornal para o qual eu escrevia minha coluna semanal. Ela era âncora junto com o namorado, um chinês de olhos grandes demais e extremamente bonito. Ela não trabalhava no jornal impresso, mas havia me indicado para a coluna que falava sobre tudo.
— Sim e estou exausta. — respondi e suspirei.
Você ao menos jantou, ? — ela perguntou preocupada.
— Não. E nem vou. Preciso de um banho e da minha cama. — rebati e fechei os olhos quando minha barriga reclamou.
Saco vazio não fica de pé, noona. — Lucas riu no telefone.
— Não me chame de noona, seu chinês abusado. — briguei. Eu tinha tido um relacionamento com um rapaz coreano uma vez, um mais novo que eu. E ele me chamava de noona... Naquelas horas. E eu amava isso. Mas já estava sem há muito tempo. Meu relacionamento com meu korean boy não tinha durado muito. Ele tinha voltado para a Coreia a trabalho e desde então eu nunca mais o vi.
Eu já falei para ele parar com isso. Mas Lucas é teimoso. — ela explicou. — Vou ligar para a minha pizzaria favorita e pedir para te mandarem uma pizza. Por minha conta.
— Amiga, não precisa. — tentei impedir.
Claro que precisa, seu dia foi cheio hoje. É o mínimo que eu posso fazer. — ela explicou e, pelo que eu a conhecia, ela estava sorrindo. — Vá tomar um banho. A pizza chega em 40 minutos. Coma e descanse.
— Você é um anjo. Não sei o que faria sem você na minha vida. — confessei.
Você provavelmente morreria. — ela riu. — Até depois.

Ela nem me esperou responder e já desligou. Derrotada, me arrastei até o banheiro e tomei um banho demorado, tentando tirar a tensão do corpo. Vesti meu pijama e fiquei esperando a campainha tocar, ansiosa pela pizza. Assim que o som irritante se espalhou pelo apartamento, praticamente corri até a porta.

? — um rapaz asiático de bochechas grandes e olhos bonitos perguntou. Segurava uma pizza nas mãos e me sorria.
— Eu mesma. — respondi.
— A noona sua amiga mandou para você. — ele me entregou a pizza. — Bom apetite.
— E você é? — perguntei curiosa por ele ter chamado minha amiga de noona.
— Hyuck, o entregador. — ele sorriu de lado. — Sua amiga é cliente fiel da pizzaria e eu sempre vou entregar na casa dela. Lucas não gosta de mim. — ele riu, um fofo.
— Lucas é um idiota. — comentei e ouvi sua risada mais alta. — Obrigada, Hyuck.
— Se precisar, é só ligar. — ele piscou e se foi. Entrei e devorei minha pizza. Tenho que lembrar de ligar para minha amiga depois.

***


Dois dias depois de ver o belo rosto do entregador de pizza, era dia de ir ao jornal. E, óbvio, iria agradecer pessoalmente à minha amiga. Por causa dela, eu estava mais necessitada, querendo desesperadamente ouvir um “noona” sussurrado de novo. Maldito momento em que me apaixonei por um coreano e seu vocabulário.
Estava passando entre as mesas do jornal, quando a cadeira e o corpo comprido de Lucas entraram na minha frente.

— Sua amiga quer falar com você. — ele avisou e sorriu.
— Credo, parece um fantasma. — reclamei.
— Só vá logo, . Ela já me mandou 18 mensagens perguntando se eu te vi. — ele suspirou.

Entortei a boca para ele e segui o caminho até a sala da minha amiga. Ela tinha se tornado redatora-chefe e tinha ganhado uma sala exclusiva, despertando a fúria do namorado, que seguia em uma mesa da “ilha” junto de outros jornalistas e colunistas.

— Queria falar comigo? — entrei na sala e fechei a porta, me jogando em uma cadeira.
— Eu, como redatora-chefe e sua amiga, estou te dispensando do expediente aqui hoje. Vá trabalhar em casa. — ela me respondeu sem tirar os olhos do computador. — Mas seja rápida. Depois tome um bom banho, vista alguma coisa decente, e com decente quero dizer sexy, e me espere.
— Que tipo de proposta é essa? — perguntei confusa. — Sabe bem que não curto mulheres, mas se quiser levar o Lucas, bom... Podemos conversar.
— Tire os olhos de cima do meu namorado, ! — ela quase gritou, nervosa.
— Desculpe, não falo mais. — ergui as mãos em rendição.
— Tenho uma surpresa para você. — ela riu ladina e, cara... Aquilo me assustou. Ela não dava ponto sem nó.
— Não estou gostando disso. — avisei.
— Sei que sente falta do seu antigo namorado. — ela começou, e não estava mentindo. — Sei que está sem nada há meses. E por “sem nada”... — ela fez as aspas no ar. — Estou falando de sexo.
— E como exatamente você vai resolver isso? — perguntei sem saber aonde aquela conversa ia levar.
— Vou pedir a um amigo que te busque para sairmos. — ela riu baixinho, mas eu ouvi.
— Você? E Lucas concordou com isso? — franzi as sobrancelhas para ela.
— Lucas não tem de concordar com nada. — ela rebateu no momento em que Lucas entrou na sala.
— Não tenho que concordar com o quê? — ele perguntou e nem esperou pela resposta. — Amor, o chefe que falar com a gente, nós dois.
— O que você fez, Lucas? — ela passou as mãos sobre o rosto, cansada.
— Por que sempre desconfia que fui eu? Pode ter sido você. — ele acusou.
— Nós vamos discutir isso mais tarde, lá em casa, me ouviu? — ela apontou para o namorado e algo me diz que Lucas havia gostado de ouvir aquilo. — E a senhorita... — ela apontou para mim. — Se arrume. Lingerie.

Eles saíram e eu ainda pude ouvir um “ vai participar da discussão?” vindo de Lucas e o tapa estalado que ele levou depois de fazer tal pergunta. Peguei minha bolsa e fui para casa. A redatora-chefe tinha me dispensado para o home office, afinal.
Passei toda a tarde trabalhando na coluna e na próxima campanha. Enviei o e-mail para o jornal com o texto do dia seguinte e o esboço da campanha seguiu me atormentando. Desisti próximo das 7 da noite, quando levantei para tomar banho. Ignorei completamente minha amiga e vesti minha boxer e uma camisa larga, indo até a cozinha procurar algo para comer. Estava juntando algumas frutas quando a campainha tocou. Conformada de que era minha amiga maluca, apenas abri a porta como estava, dando de cara com um rapaz de calça branca, camisa da pizzaria e uma jaqueta pesada nos ombros, os cabelos num tom de rosa clarinho se destacando. Ele tinha um sorriso safado no rosto que não combinava com o olhar doce.

? — afirmei com a cabeça. Ele me olhou de cima a baixo e eu me senti quente com aquilo. Aquele garoto não era brincadeira. — Me chamo Na Jaemin. Sua amiga me mandou aqui.
— Primeiro Hyuck, agora você. E você não está carregando uma pizza. — acusei e ele riu de lado. Aquele sorriso era capaz de derreter um iceberg.
— Não sou entregador. Sou garçom. E hoje não estou aqui para servir pizza. — ele foi entrando na minha casa como se tivesse sido convidado, soltou minha mão da maçaneta e a levou ao seu pescoço, fechando a porta com o pé. — Estou aqui para servir a você. Peça e eu farei, noona.

Espera... Ele era...

Me soltei dele e dei dois passos para trás.

— Garoto, você ao menos é maior de idade? Olha o que está me dizendo, Na Jaemin. — quase gritei, assustada com a ideia de que minha amiga tinha me enviado um... como ela chamava? Ah, sim. Lover boy. Jaemin riu para mim, como se minha expressão fosse engraçada. E talvez fosse.
— Noona, não precisa se assustar. Eu já sou maior de idade. Não há nada de errado. — ele se aproximou sorrateiro e me pegou pela cintura. — Seja uma boa noona e me deixe te servir. — ele me empurrou até a parede mais próxima e me prensou lá.
— Jaemin, pare de me chamar de noona. — pedi sem forças.
— Não gosta? Prefere ? ? Eu gosto de . — ele praticamente sussurrava no meu ouvido.
— Jaemin, se afaste. — pedi firme. Ele suspirou pesado e me soltou. Fechei os olhos, respirei fundo e voltei a lhe encarar. — Na Jaemin, você é lindo, mas, me desculpe, eu não posso fazer isso.
, eu fui pago para te servir essa noite. Eu... Eu não posso simplesmente voltar para lá. O dinheiro é importante. — ele suspirou e voltou a se aproximar. — Me deixe concluir. — ele pediu olhando no fundo dos meus olhos. Acho que vi tristeza neles. Jaemin não estava feliz com aquilo.
— Jaemin, eu não posso. Me desculpe. — baixei a cabeça para não lhe encarar. E, de repente, tive uma ideia. — Mas já que foi pago para me servir... — me soltei de seus braços e caminhei de volta para minhas frutas. — Venha cá, me ajude.

Ele me olhou e riu de verdade. Balançou a cabeça negativamente e caminhou até mim. Lhe entreguei uma faca e apontei para as frutas.

— É a primeira vez que venho servir uma cliente e ela me faz de empregado na cozinha. — ele riu.
— Quanto tempo dura um... — não quis dizer a palavra “programa”. Parecia pesada demais.
— Depende da disposição da cliente. Eu aguento uma noite toda. — ele mordeu o lábio inferior e meu íntimo doeu de tesão reprimido.
— Então você é meu por uma noite? — perguntei.
— Você aguenta uma noite toda, noona? — ele sorriu de lado de novo e eu quase me cortei com a faca das frutas.
— Por que o dinheiro é importante, Jaemin? — mudei de assunto.
— Eu pago minha faculdade de arquitetura com ele. Hyuck é meu colega de classe. — ele sorriu abertamente, um sorriso doce de criança.
— Hyuck também é um... Lover boy? — perguntei cautelosa.
— Sim. Foi ele que me indicou o serviço. A noona sua amiga foi cliente dele. — ele riu. — Eu comecei trabalhando como garçom, mas não estava conseguido pagar a mensalidade. Então Hyuck me contou o que fazia para ganhar mais. E eu aceitei. Minhas clientes são altamente selecionadas e eu só faço isso duas vezes por semana. — ele praticamente cuspiu as palavras, tamanha era sua sinceridade.
— E você gosta? — perguntei.
— Eu penso no meu curso. E na grana. — ele deu de ombros, desconversando.
— E como... Funciona? — perguntei apontando para seu membro. — A causa é nobre, mas você precisa de mais para... Funcionar.
— É impossível não funcionar quando a cliente vem abrir a porta usando uma boxer e uma camisa amarrada na cintura, que, apesar de folgada, me deixa ver perfeitamente o contorno dos seus seios. Eu sou homem, afinal. — ele mordeu o lábio inferior de novo. Só então eu me dei conta de que estava seminua na frente de um estranho e me senti corar. — Não precisa ficar vergonha, noona.
— Jaemin, olha como eu estou vestida. — apontei para mim.
— O que tem de errado? — ele perguntou e se aproximou por trás de mim. — Eu gosto.
— Jaemin, não. — repreendi.
— Noona, eu admiro a sua força de vontade. Ninguém costuma resistir tanto. — ele se afastou e riu.
— Fique ali, onde eu possa te ver. — apontei para o meio da sala e ele foi até lá. Comecei a comer minhas frutas enquanto o analisava. — Jaemin, já pensou em fazer outra coisa para ganhar dinheiro? — perguntei curiosa.
— Se souber de algo que me pague bem, aceito qualquer coisa. — ele respondeu.
— Tire essa jaqueta. — ordenei e ele prontamente me obedeceu. A camisa da pizzaria não tinha mangas e Jaemin tinha os braços torneados de quem malha muito para se manter em forma. — Tire essa camisa também. — ordenei e percebi que tinha sido uma má ideia. Ele tinha um abdômen incrivelmente definido, com veias que se perdiam no cós da cueca visível por causa da calça baixa. Minha boca salivou e, sem conseguir evitar, passei uma coxa na outra, tentando aliviar o tesão.
— Quer que eu tire a calça também? — ele perguntou já levando os dedos ao botão.
— Não! — gritei e ele riu. — Já vi o suficiente. Pode se vestir.
— Por que me mandou tirar? Achei que finalmente ia me deixar te servir... — ele formou um bico nos lábios finos.
— Acho que tenho um trabalho para você, Jaemin. — pensei alto.
— Ótimo. Onde fica a cama? — ele perguntou.
— Garoto, pare de pensar nisso. — repreendi. — Não é esse tipo de trabalho. — ele me olhou com a cabeça torta como um filhotinho, um bico na boca bonitinha. — Eu estou planejando uma nova campanha e estamos precisando de um modelo. Você não tem altura para passarela, mas tem para fotografia.
— Modelo? — ele perguntou com as sobrancelhas franzidas.
— Sim, Na Jaemin. Vem comigo. — desci do banco onde estava sentada e corri para o quarto, sendo seguida por Jaemin. — Pare de olhar para a minha bunda, seu pervertido. — ralhei, de costas para o garoto.
— Você recebe um homem na sua casa usando apenas uma boxer e não quer que eu olhe para a sua bunda? Por favor, . — ele disse debochado. Peguei o notebook e me joguei na cama, olhando para ele parado de pé ao meus pés.
— Jaemin, você não é bem um homem, não é? Quantos anos tem, 18? — perguntei rindo.
— Se você parasse de resistir, eu podia te mostrar o quão homem eu sou. — ele se ajoelhou na cama aos meus pés.
— Senta aqui, Jaemin. — bati na cama ao meu lado e vi quando ele chutou os sapatos para fora, se aconchegando ao meu lado, o corpo forte próximo demais do meu.

Comecei a apresentar a campanha para ele, mostrando os tipos de fotos. Não sei bem quando dormi, mas acordei sem o notebook no colo e com um corpo firme colado às minhas costas, o membro semidesperto pressionado contra minha bunda. Seus lábios tocaram minha nuca e um arrepio percorreu minha espinha.

— Na Jaemin, eu não acredito que dormiu aqui. — eu disse de olhos fechados, aproveitando a sensação boa dos seus lábios contra a minha pele.
— Nem eu, noona. Fazia tempo que eu não dormia tão bem. — ele respondeu num sussurro rouco.
— Como eu dormi? — essa era uma pergunta que estava martelando na minha cabeça.
— Você começou a falar coisas incoerentes e a rir, então eu tirei o notebook de você, você me mandou tirar a calça e deitar e se aconchegou contra mim de uma forma tão gostosa, que eu não tive outra alternativa a não ser te abraçar e dormir. — ele apertou o braço em volta da minha cintura, me pressionando mais contra seu corpo.
— Você está... Sem as calças? — perguntei controlando a vontade de levar as mãos até suas coxas para conferir se elas eram tão firmes quanto pareciam.
— E sem a camisa. — ele riu contra a pele da minha nuca. — Pronto para você. — ele sussurrou rouco. Eu não podia negar que estava pronta para qualquer coisa que Jaemin quisesse, mas aquilo me parecia tão errado. Eu não o queria naquela condição.
— Você ainda não desistiu? — perguntei e me forcei a rir.
— Noona... — ele passou a ponta do nariz pela minha pele. — Me deixe te tocar. Só tocar. Eu prometo que vai ser bom.
— Jaemin, isso não me parece certo. — rebati, tentando ser forte.
— Não tem nada mais certo que você e eu, aqui, nessa cama. Veja como eu estou. — ele pressionou mais o quadril contra o meu corpo, me mostrando sua ereção notável.
— Deixe seu telefone anotado ali. — apontei para a mesa de cabeceira e me desvencilhei de seus braços, levantando da cama. — Eu vou precisar falar com você sobre a campanha. Vou tomar banho e não quero te encontrar deitado quando voltar. Levante e vá fazer algo útil.

Quase corri até o banheiro, escutando o gemido frustrado de Jaemin no quarto. Ele realmente deixou o telefone anotado, mas sumiu do apartamento. Provavelmente foi embora com raiva de mim.
Levei a nova campanha para a empresa e começamos a trabalhar nela. Liguei para Jaemin dois dias mais tarde, para que ele fosse até a sede da empresa e o apresentei ao restante da equipe. Todos, sem exceção, concordaram em tê-lo como nosso mais novo modelo.

— E quem vai me agenciar? Você, noona? — ele perguntou enquanto saímos da sala. — Você quem me descobriu. Deveria ter os créditos.
— Eu vou ficar de olho em você. Pode deixar. — rebati e vi seu sorriso se alargar.

E realmente tentei manter os olhos sobre ele. Jaemin era bonito demais para ficar solto entre tantas mulheres que trabalhavam na agência. Minha rotina tripla teve que ser alterada. O curso de fotografia foi pausado para que eu pudesse acompanhar meu modelo em todas as sessões de fotos que fiz questão de supervisionar. O garoto se encaixava em absolutamente todos os conceitos de roupa e, devido ao tamanho da agência, logo choveriam convites para aquele ser de cabelos rosa.
A autora do encontro, minha amiga do jornal, infernizou minha vida por duas semanas seguidas para saber se eu tinha me tornado cliente regular de Jaemin, até que eu não aguentei mais e contei toda a verdade.

— Eu dormi com o Jaemin na noite em que você me enviou ele. Mas não fizemos nada. — confessei irritada.
— Como assim, ? Olhe para aquele garoto e me diga: como pôde resistir? — ela perguntou incrédula.
— Resistindo, ora. Jaemin parece um bom menino. Eu não podia fazer aquilo. — suspirei.
— Ele estava sendo pago para aquilo. — ela sussurrou irritada.
— Exatamente. Ele foi um anjo. Safado, mas um anjo. Dormiu comigo, aliviou minha carência por falta de companhia e ainda salvou minha campanha. — eu sorri.
— Está de olho nele? — ela perguntou maliciosa.
— Estou. A agência tem muitas mulheres. — respondi cansada.

Jaemin entre as estagiárias era um perigo. Principalmente quando a mocinha de cabelos vermelhos e óculos de armações grandes estava lá. Ela provavelmente tinha a idade dele, e eles pareciam se dar tão bem. Óbvio que eu não tinha qualquer direito sobre o de cabelos rosa, mas as conversinhas e a quantidade de risinhos que eles trocavam eram demais.

— Estou perguntando no outro sentido. — minha amiga arqueou uma sobrancelha.
— Ah... — o sexual. Bom, para aquela pergunta, eu não tinha qualquer resposta.
— Está interessada nele, ? — ela insistiu.
— A noona interessada em alguém? — Lucas se intrometeu e barrou minha resposta. — Achei que seu coração tinha ido embora com o... — ele começou a falar mas levou um beliscão da namorada. — Amor! Por que fez isso?
— Para você calar a droga dessa sua boca grande. — ela rebateu e eu ri. Sim, meu coração provavelmente tinha ido embora com meu ex.
— Sim, Lucas. De fato, meu coração foi embora quando meu ex partiu. Você tem razão, eu não tenho coração. — levantei da cadeira da sala da minha amiga e suspirei. — Estou indo. Ainda tenho que acompanhar uma sessão de fotos hoje.

Saí da sala, deixando meu casal de amigos sozinho. Lucas sofreria hoje por ter a boca grande demais. Dirigi até a agência e dei de cara com Jaemin e uma estagiária na porta, saindo.

— Onde vão? — perguntei confusa.
— Fotos externas, noona. — ele beijou meu rosto, perigosamente perto da boca. — Vamos. — me tomou pela mão e me levou de volta ao meu carro, deixando a estagiária frustrada ao ver que ele iria comigo e não com ela. — As estagiárias não gostam de você.
— Problema delas. — respondi sem tirar os olhos da estrada.
— Noona, você é tão centrada que chega a me assustar. Seu controle é incrível. — ele comentou.
— Por que diz isso, Nana? — perguntei confusa e o vi sorrir. Só o chamava de Nana em poucas ocasiões, quando me desconcentrava do lado profissional.
— Você resiste bravamente a mim. — ele respondeu e apertou minha perna, próximo ao joelho. — E trabalha sem se importar com o que as pessoas pensam.
— Se eu fosse me importar com tudo o que dizem de mim, não estaria onde estou hoje, Nana. E desista de mim, garoto. — sorri para ele assim que paramos no local das fotos. — Desça do carro. Não ficarei hoje. Preciso terminar o texto para a coluna do jornal. — menti. A verdade era que eu já tinha terminado o texto, mas não queria ficar ali. Jaemin estava especialmente perigoso e eu estava desesperadamente necessitada. Receita para dar errado.
— Eu não gosto da palavra desistir. Então eu evito. — ele piscou e sorriu de lado. Aquele mesmo sorriso quente da primeira vez que nos vimos. — Apareço mais tarde. Espere por mim. — ele esticou o corpo e se aproximou rapidamente, como se quisesse me roubar um beijo. Virei o rosto e recebi um selar na bochecha. Ele murmurou alguma coisa e eu só entendi a última palavra antes que ele descesse do carro: escapa.

Tudo o que eu tenho feito ultimamente é escapar.

Dirigi de volta para casa, tomei um bom banho, vesti um short de corrida, daqueles bem frouxos, uma camiseta de alças e nada mais. Queria liberdade. Queria poder andar nua no apartamento, mas a falta de cortinas blackout não me permitia isso. Passei o resto da tarde jogada no sofá, assistindo, ensaiando algum texto para a semana seguinte ou procurando ideias para somar à campanha. A campainha tocou por volta das 8 da noite. Resolvi fingir que não tinha ninguém em casa, quem sabe assim a pessoa iria embora.

noona! — a voz de Hyuck gritou do lado de fora. Ele e Jaemin eram amigos. Poderia ter acontecido alguma coisa. Corri para abrir e encontrei Hyuck sorrindo, com uma pizza em mãos. — Wow. Tenho que lembrar de trazer mais pizzas aqui.
— O que quer, Hyuck? — perguntei tentando me esconder atrás da porta. — Veio só entregar pizza ou...
— Eu vim trazer pizza, mas se você quiser, eu posso ficar e te fazer relaxar. — ele riu de lado.
— Pode deixar que eu faço isso. — Jaemin apareceu atrás de Hyuck, com um refrigerante nas mãos. — Eu ia trazer vinho, mas o cara da loja não me deixou comprar. — ele formou um bico nos lábios e entrou na minha casa, dessa vez tendo sucesso ao me roubar um selar rápido. — Hyuck, pode deixar a pizza aqui em cima. — Jaemin gritou de detrás do balcão que separava a cozinha da sala. Hyuck entrou sorridente e deixou a pizza em cima do balcão.
— E quem paga por isso, Jaemin? — perguntei segurando a porta aberta.
— Eu já deixei certo com a chefe. Pago amanhã, quando passar lá para pegar o restante das minhas coisas. — ele explicou enquanto pegava dois copos. — Obrigado, Hyuck. — Jaemin agradeceu e o de pele morena sorriu largo.
— Vai dar um tempo? — Hyuck abraçou Jaemin.
— Vou seguir o ramo da moda. Se não der certo, eu volto. — Jaemin riu e acompanhou Hyuck até a porta. O entregador parou para me analisar.
— Se não der certo com o Jaemin, sabe onde me encontrar, noona. — ele piscou.
— OK, Hyuck. Já chega. Obrigado por tudo. — Jaemin expulsou Hyuck e fechou a porta. — Ele desconhece o significado da palavra limite. — ele se virou para mim. Eu permanecia estática, tentando processar as informações. Jaemin deixara de ser um lover boy? — Por que está calada, noona? — ele me abraçou pela cintura e me encarou.
— Você não vai mais... — deixei a pergunta no ar.
— Seu trabalho de modelo me paga bem. Estou confortável. — ele respondeu enquanto me empurrava para trás, até me ter contra o balcão, e me ergueu com facilidade, me sentando no mármore frio.
— O que significa tudo isso? — perguntei, vendo-o se encaixar entre minhas pernas.
— Estamos comemorando meu novo trabalho. — ele sorriu de lado. Ele sabia que aquele sorriso me abalava. — E agora que eu não estou aqui como um lover boy, eu achei que você fosse...
— Eu quero. — respondi rápido. — Eu sempre quis. Apesar de achar errado. Não porque você era um lover boy.
— Então por quê? — ele perguntou com uma carinha confusa, a boca formando um biquinho adorável.
— Você é muito novo, Jaemin. — eu ri sem graça. — E olha para mim, com vinte e...
— Não interessa. — ele me interrompeu. — Eu já servi mulheres bem mais velhas, acredite. E isso acabou. Eu não quero te servir. Eu só quero você.
— Nana, me deixe comer. Eu não consigo pensar bem quando estou com fome. — deslizei pelo balcão e sentei com as pernas para cima, em posição de lótus.
, você sabe como quebrar o clima. Parabéns. — ele riu e abriu a caixa da pizza. Comemos em silêncio, Jaemin, vez ou outra, lançando olhares nada castos para minhas coxas descobertas.
— Pare de olhar para as minhas pernas. — ralhei.
— Não estou olhando para elas. Estou olhando para onde deveria estar sua calcinha. — ele confessou.
— Jaemin! — fechei as pernas rapidamente. — Seu pervertido.
— Estava realmente esperando por mim, noona? — suas mãos deslizaram por minhas coxas, forçando um espaço entre elas. Afastei as pernas de forma quase vergonhosa, lhe dando acesso.
— Eu só queria ficar à vontade em casa. — respondi e fechei os olhos quando o vi se aproximar novamente.
— Eu quero ficar à vontade também, noona. — ele fez uma voz de birra.
— Não me teste, Na Jaemin. — abri os olhos e o encarei. Má ideia. O sorriso estava lá, decorando o rosto bonito. — Dane-se. Vem aqui. — o puxei pela gola da camisa e abracei seu corpo com as pernas. Jaemin me beijou quente e eu fui ao céu com aquilo. Sua língua se enroscou na minha de uma forma deliciosa e suas mãos me puxavam cada vez mais para si.
— Tem gosto de pizza. — ele comentou quando nos separamos para tomar ar. — Eu amo pizza. — ele tomou meus lábios outra vez, me puxando pelo quadril e me tirando do balcão. Com mais força do que eu imaginava que ele tinha, ele me carregou no colo até meu quarto e sentou na cama, me deixando sentada em seu colo, um princípio de ereção já visível ali. Uma de suas mãos se deslizou por entre nossos corpos e tocou minha intimidade por sobre o short.
— Nana... — chamei em alerta.
— Chama outra vez, noona. — ele pediu meio embriagado de prazer.
— Nana, vamos logo. — pedi.

Sem delicadeza, Jaemin puxou minha camiseta para cima, expondo meus seios, me jogou ao seu lado na cama e literalmente caiu de boca neles, sugando e mordiscando enquanto sua mão ágil deslizou pelo meu corpo e dois de seus dedos afastaram meu short e começaram a brincar em minha intimidade. E assim eu cheguei ao ápice pela primeira vez.

— Eu disse que seria bom. Devia ter me deixado te tocar na primeira noite. Assim você não estaria explodindo de tesão. — ele riu. O desgraçado riu. Moleque atrevido. Apertei minhas pernas em sua cintura e usei toda a força que tinha para nos girar na cama, sentando em seu colo.
— Então quer dizer que você está bem, não é? — perguntei rebolando em seu colo.
— Eu aguento uma noite toda, lembra? — ele voltou a me jogar na cama e se colocou por cima de mim. Estiquei as mãos e desabotoei sua calça, na intenção de tirá-la do caminho. A boxer vermelha que ele usava parecia apertada demais. Sentei na cama e lhe encarei.
— Tira essa camisa. Me deixa te ver. — pedi. Ele sorriu aberto, os dentes certinhos deixando o rosto mais lindo.
— Por que não tira você mesma? — ele perguntou com a sobrancelha arqueada e sentou sobre os calcanhares. Levei minhas mãos à barra da sua camisa e a puxei para cima, revelando aquele corpo sensacional, passando meus dedos sobre as veias que se perdiam na boxer. Forcei a calça e a boxer para baixo, vendo seu membro quase saltar, duro como pedra.
— Você aguenta mesmo a noite toda? — passei o dedo sobre sua glande, ouvindo um gemido baixo dele. — Tira essa calça e vem cá. — arrumei o corpo na cama e tirei eu mesma meu short. Assim que me viu nua, Jaemin se apressou com os movimentos, quase caindo ao tirar o jeans. — Nana, tente ficar inteiro. Será melhor. — eu ri. Ele rapidamente buscou um preservativo no bolso da calça e o vestiu, e a cena era linda. Jaemin era uma obra de arte viva.
— Está achando engraçado, não é? — ele subiu na cama e se posicionou entre minhas pernas. — Quero ver se vai continuar rindo depois que eu te fizer gozar várias vezes seguidas. — ele completou, a voz rouca me causando um arrepio. Com um resquício de cuidado, ele afastou minhas pernas e me penetrou devagar. Assim que se viu todo em mim, ele sorriu satisfeito. — Quente. Apertada. Como eu imaginei. — ele começou a se movimentar rápido, e eu estava mesmo explodindo de tesão, pois não aguentei muito tempo de novo. — Já, noona? — ele perguntou rindo quando cheguei ao limite rápido demais.
— Tesão reprimido. — respondi.
— Respire fundo. Eu estou longe de acabar. — ele piscou e voltou a se movimentar, sem me dar tempo para respirar. Um de seus dedos encontrou meu clitóris e ele passou a estimular ali enquanto estocava forte e fundo. Atingi o limite de novo, gritando por ele. — Três e contando. — ele comentou.
— Nana, vá devagar. Eu não sou tão resistente. — pedi sôfrega.
— Eu vou mais devagar. Prometo. — ele me beijou calmo e saiu de mim. Enrosquei as pernas em sua cintura, e ficamos nos beijando até que senti seu dedo médio em minha intimidade.
— Nana... — chamei em alerta.
— Noona, eu estou quase explodindo. Eu preciso de você. — ele sussurrou contra meus lábios.
— Me tenha. — respondi igualmente baixo. Ele posicionou o membro em minha entrada e me penetrou devagar outra vez, gemendo baixinho e sussurrando um “noona” rouco e sofrido. — Devagar, Nana. — ordenei firme e ele começou a se mover lento, tirando quase todo o comprimento e voltando a me penetrar num ritmo delicioso. — Isso, bom menino.
— Noona, não fala assim. — ele pediu de olhos fechados.
— Por quê? Meu Nana não é um bom menino? — perguntei passando a mão em seu rosto.
— Eu posso ser seu bom menino. — ele sorriu ladino. — Mas eu prefiro ser um menino mau. — ele acelerou os movimentos e nós chegamos ao ápice juntos, chamando um pelo outro. Ele me beijou calmo até que nossa respiração voltasse ao normal e me sorriu no fim do beijo.
— Na Jaemin, me prometa que não vai sorrir assim para todo mundo. — pedi. — Ou eu vou ter muitos problemas por sua causa.
— Esse sorriso é seu e só para você. Porque eu sei que te desestabiliza. — ele confessou.
— Menino mau. Não me faça te punir, Na Jaemin. — ameacei.
— Ah, noona. Talvez seja por isso que eu prefiro ser um menino mau. Eu adoro as punições. — ele selou meus lábios e se levantou, indo para o meu banheiro, parando na porta para fazer um gesto com a cabeça, me chamando.

Alguma coisa se aqueceu no meu peito. Não sei... Talvez fosse meu coração que voltara a bater com força por causa de um certo garoto de cabelos cor-de-rosa.




Fim



Nota da autora: Essa fic foi escrita na época do Dream Show, quando o Nana quase matou todo mundo do coração (e antes que alguém fale, ele já era maior de idade). Eu espero que vocês tenham gostado dessa leitura rapidinha e se estiver muito, mas muito ruim, me contem, tá? Beijinhos!



Nota da Scripter: Mais uma fic HOT ON FIRE, meu Deus, eu amo!
Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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