Última atualização: 25/03/2022

UM - A CHAVE DE PORTAL

Molly Weasley com o seu característico jeito meigo, entrou no quarto em que Gina dividia com Hermione e . As meninas dormiam tranquilamente, então a Sra. Weasley as chamou e esperou que levantassem. foi a última das três a despertar, pois tinha chegado de viagem no dia anterior e devido ao fuso horário sentiu certa dificuldade para pegar no sono, consequentemente dormido pouco para já estar de pé tão cedo; ainda estava escuro lá fora. Molly observou em seu longo ritual para despertar.
– Por que tão cedo? – a menina disse com a voz arrastada.
– Oh, querida! Sinto muito, mas é para que vocês consigam chegar a tempo. – Molly sorriu para a sobrinha e olhou as outras duas meninas que já tinham se levantado e se arrumavam.
– Acho que essa moleza é realmente de família, Rony estava do mesmo jeito a pouco.
Depois de sua fala a mulher com feições brincalhonas seguiu para outro cômodo.
– Vamos, ? – Gina perguntou quando terminou de colocar seu casaco e despertou, levantando finalmente.
– Vamos! Cadê a Mione?
– Já saiu.
– Ela é bem rápida. – disse enquanto terminava de colocar mais uma camada de roupa e pegava sua mochila ao mesmo tempo que Gina.
– Você que ainda está dormindo, sua dorminhoca.
– Eu não dormi quase nada, sua exagerada.
– Aposto que mesmo com a sua lenga o Rony ainda não está pronto.
– O seu irmão está num nível muito elevado.
– Tem razão.

Já na cozinha, estava sentada ao lado de Gina e de George que a explicava sobre algumas das Gemialidades Weasley enquanto olhava desconfiado para a mãe do outro lado. Fred tentava passar o dedo no canto da panela com o mingau que Molly tinha acabado de desligar e ela o repreendia. O Sr. Weasley sentado um pouco mais afastado verificava um maço de grandes bilhetes de entrada em pergaminho. Três crianças a mais, ele já estava preocupado. Quando todos já estavam servidos com o mingau, Harry e Rony entraram na cozinha, com uma Hermione logo atrás com cara de poucos amigos. Ela sentou ao lado de Gina, que perguntou o que tinha acontecido, mas ela desconversou. observou cada momento daquele café da manhã com um sorriso no rosto, todos interagiam com certa empolgação pelo evento que se seguiria. Ela amava passar um tempo com os tios e com os primos. O intercâmbio que faria aquele ano seria uma ótima oportunidade; ela sairia de Castelobruxo por um ano. era filha única de Diane e Esmo Weasley, irmão mais novo de Arthur. Ela morava no Brasil por conta do trabalho de Esmo e Diane no ministério: Departamento de Cooperação Internacional em Magia. Eles foram designados a trabalhar com governos mágicos de outros países, devido uma missão bem sucedida anos antes envolvendo a criação de regulações, não ficaram por muito tempo em solo londrino. Ela estava acostumada a sua vida só com os pais quando não estava na escola de magia e ficava deslumbrada com a família Weasley ali reunida, pois sempre sonhou em ter muitos irmãos.

Do lado de fora da toca a Sra. Weasley se despedia de todos e dava as últimas recomendações. Um por um, os gêmeos, como sempre, receberam puxões de orelha por ainda estarem com as Gemialidades em posse e tentou segurar o riso ao ver a tia conjurar os itens e seus primos tentarem segurar os que estavam escondidos em suas roupas.
! Quer que eu veja o seu material? – Molly perguntou quando chegou perto da menina.
– Eu adoraria, tia, mas será que a Copa vai demorar tanto assim? – perguntou.
– Às vezes chega a demorar dias, querida.
– Uma vez a partida demorou uma semana. – Fred disse para .
– Sério?
– Sim.
Um pouco a frente, Arthur olhava o relógio novamente e conferia suas mochilas. Já estava na hora de saírem sem se atrasar.
– Vamos, pessoal! Ainda temos que andar um bom pedaço. – Arthur disse enquanto iniciava a caminhada.
– Vamos a pé para a Copa Mundial? – perguntou Harry.
– Não, a Copa vai ser a quilômetros daqui. Só vamos andar até a chave de portal. – o Sr. Weasley o respondeu, sorrindo.
– É um evento grande, Harry, não podemos chamar atenção dos trouxas. – Hermione continuou, recebendo um revirar de olhos vindo de Rony. observou aquela cena com atenção e cutucou Gina ao seu lado, que segurou o riso.
Todos começaram a seguir o senhor Weasley floresta adentro enquanto deixavam Molly para trás que acenava. Com os braços enlaçados no da prima, tentava prestar atenção em todas as coisas que Fred e George falavam ao mesmo tempo. Eles contaram curiosidades sobre a Copa Mundial e sobre como ela iria se divertir em Hogwarts. Todos prestavam atenção nas argumentações dos gêmeos sobre qual casa deveria ser selecionada, mas é claro que eles tinham uma preferida.
, você tem que ser da Grifinória. – disse Fred de forma exagerada, fazendo Gina revirar os olhos e segurar o riso.
– Por quê? – ela perguntou com uma leve pontada de curiosidade na voz. Em Castelobruxo não existia essa rivalidade sobre as casas que eles sempre se referiam.
– Porque é a melhor casa, oras. – George disse, continuando com as afirmações do irmão.
Todos tinham um argumento para mandá-la para Grifinória.
– A vai se sair bem em qualquer casa. – Sr. Weasley se manifestou pela primeira vez, arrancando caretas dos gêmeos e risada das meninas.
– Menos Sonserina, . – Rony arriscou dizer depois.

Arthur chamou atenção dos jovens para que andassem um pouco mais depressa enquanto checava o seu relógio mais uma vez. Eles andaram por alguns minutos por entre as árvores em meio a conversas divertidas. Conversaram sobre os jogos da Copa que Harry Potter tinha perdido por estar na casa de seus tios e logo depois, todos se envolveram numa conversa ainda mais legal, sobre as suas matérias preferidas, tendo os gêmeos escolhendo “detenção”. e Hermione não paravam de conversar porque tinham descoberto que suas matérias preferidas eram as mesmas e os outros aproveitaram o restante do tempo para dizer qual era menos pior.
– Eu li uma vez que os estudantes de Castelobruxo são muito bons em Herbologia e Magizoologia, é verdade? – Hermione perguntou depois de um tempo.
– Magi… o quê? – Rony olhou, confuso, tentando acompanhar a conversa das duas.
– Magizoologia nada mais é do que o estudo das criaturas mágicas. O bruxo que atua nesse campo pode ser chamado também de naturalista.
– Isso mesmo, em Castelobruxo estamos sempre em contato com a natureza. – piscou para Hermione e elas continuaram o assunto enquanto andavam em direção a um morro, sendo guiadas por Arthur logo a frente.
– Você é boa nessa matéria, ? Essa que Hermione disse. – Rony perguntou, fazendo Hermione prestar atenção nele.
– Estou sem acreditar que você consiga pensar em um assunto que não seja quadribol. – Hermione disse a Rony.
tentou disfarçar o seu divertimento com a cara contrariada do primo com a fala da menina.
– Sim, Rony, mas não sou tão boa quanto alguns alunos que escolheram se especializar e aprender sobre as subcategorias também, Carlinhos por exemplo.
– Isso é muito para minha cabeça, nem me esforçando eu consigo acompanhar. – Rony disse, fazendo as garotas gargalharem da sua piada sobre si mesmo.
No fundo as duas sabiam que ele não parava de subestimar-se. O garoto seguiu para o lado de Harry que conversava com os gêmeos e Gina enlaçou os braços no de e Hermione começando a participar ainda da conversa anterior. Alguns minutos depois um grito cortou as conversas.
– Amos! Meu querido amigo. – escutaram a voz de Arthur Weasley.
Todos pararam enquanto observavam Arthur ir em direção a um homem um pouco mais baixo do que ele, que estava acompanhado de um jovem rapaz conhecido por quase todos ali por também estudar em Hogwarts.
– Meninos! Este é Amos Diggory, ele trabalha comigo no ministério. – o Sr. Weasley apresentou o homem.
Eles se cumprimentaram com um firme aperto de mãos enquanto se mostravam sorridentes e empolgados. Amos apresentou o jovem rapaz que o acompanhava a Arthur e observou o garoto, um pouco mais velho até que os gêmeos, apertar a mão do tio.
– Este rapaz quase maior do que eu deve ser Cedrico. – Arthur continuou sorridente, enquanto os outros iam ao seu encontro. – Creio que você já conhece todos do meu grupo, Amos. – ele continuou.
– Acho que alguns. São todos seus?
– Ah não, somente os ruivos. Hermione e Harry são amigos de Rony. – Arthur apontou para os dois que acenaram um pouco sem graça.
– Tem a também. – um dos gêmeos disse, apontando para a ruiva mais velha próxima às meninas.
Ao passo que todos viraram na direção de e Arthur se dava conta de um modo engraçado que tinha esquecido da menina; Cedrico a analisava dos pés à cabeça enquanto segurava o riso com a careta que ela tentava disfarçar. A cor das bochechas da menina mudaram instantaneamente, ficando quase que da cor de seu cabelo.
– Como pode perceber, nem todos os ruivos são meus. – Arthur disse, arrancando um sorriso da sobrinha. – Lembra-se do meu irmão Esmo? A é a filha dele.
– Claro! Como eu poderia não lembrar dele? Trabalhamos juntos antes da mudança. – Amos disse.
– A última vez que você a viu ela era um bebê e agora já está quase se formando. – Sr. Weasley disse com o peito estufado de orgulho.
– O meu Ced também. Ele é o melhor aluno do seu ano e ainda arrisco dizer que de Hogwarts. – o homem continuou a falar, deixando o filho envergonhado.
sorriu na direção de Cedrico e seus olhos se cruzaram, estabelecendo uma breve comunicação.
– Como está seu pai, querida? – o Sr. Diggory perguntou à menina, despertando os dois daquele breve transe.
– Ele está bem. Cuidando de tudo do Brasil mesmo.
– Espero que você aproveite seu período aqui e sinta-se à vontade para nos visitar sempre que quiser.
– Obrigada, Sr. Diggory.
– Lana ficará muito feliz em ver o quão crescida e bonita você está. – Amos disse, olhando de para Cedrico, notando uma sutil troca de olhares. – Agora, sigam-me! Ced e eu encontramos a chave, ela está um pouco à frente. – ele continuou.

Todos seguiram o Sr. Diggory em direção a chave de portal que ele tinha apontado estar mais à frente e entre algumas passadas rápidas da caminhada até concluir a subida ao morro, pegou Cedrico a encarando algumas vezes, como se fosse difícil demais não desviar o olhar. Ela o encarou de volta com a mesma curiosidade e retribuiu o sorriso que ele direcionou a ela, chamando atenção das meninas ao seu lado, que a encheram com cutucadas. O rapaz quebrou o contato a contragosto quando Amos e Arthur o incluíram na conversa que se seguia, falando sobre quem já estava na Copa Mundial e a quanto tempo, e sobre o próximo ano letivo de Hogwarts. Aos poucos todos pararam ao redor de uma bota velha e alguns aproveitaram para recuperar o fôlego, a subida ao morro tinha sido realmente difícil.
– Aqui! Todos aqui. – Arthur disse, chamando a atenção de todos para o par solitário de uma bota bastante surrada. – Encontrem um lugar confortável ao redor da bota e a toque ou segure. Vou iniciar a contagem. – e ele continuou fazendo uma contagem mental para se certificar de que todos estavam ali.
Gina puxou para seu lado e as duas se olharam, empolgadas. Assim que todos estavam tocando a bota Arthur fez a contagem que dissera e uma sensação agonizante de que um gancho estava sendo puxado por dentro dos seus umbigos os atingiu. Seus pés deixaram o chão e todos avançaram vertiginosamente em meio ao uivo do vento. Do mesmo modo ocorreu após a contagem do Sr. Weasley, totalmente de repente. A sensação de despencar sobre o ar os atingiu e a agonia de antes cessou assim que eles sentiram o chão. não conseguia lembrar da última vez que tinha sentido algo assim. Normalmente viajava pela rede de flu ou de avião – um tipo de transporte trouxa. A chave despencou perto de Harry enquanto o menino tentava se desvincular de Rony. fez o mesmo com Gina e quando estava prestes a levantar notou uma mão na sua frente.
– Obrigada, Cedrico. – ela disse, aceitando a mão estendida do rapaz.
Ele acenou com a cabeça e se pegou paralisada observando o quão bem ele estava mesmo com o que seguiu ao tocar a chave.
– Não precisa agradecer. – ele disse cordialmente e saiu em direção a seu pai.
Um pouco a frente, se encontravam dois homens com roupas surradas e um deles anunciou a chegada de todos.



DOIS - A COPA MUNDIAL DE QUADRIBOL

O Sr. Weasley estava mais do que satisfeito por ter todas as crianças reunidas com ele naquele evento e não poderia evitar ficar mais nostálgico do que quando observava os seus filhos e sua sobrinha. Tê-la por perto fazia com que o homem lembrasse da infância com seu irmão Esmo e de seus momentos antes da mudança para outro continente. Arthur sabia que o seu irmão estava feliz daquele jeito e a maior prova disso era a forma com que criou ; com muito amor e carinho. O homem passou os olhos por toda barraca e encontrou os gêmeos conversando na cozinha sobre o jogo que aconteceria a noite e bons pontos para se apostar com alguém. O trio de ouro tinha saído para apanhar água e as duas ruivas estavam sentadas entre as almofadas em outro canto, gargalhando de alguma coisa dita entre elas. Olhou o seu relógio de bolso e estava prestes a sair quando notou as meninas que antes estavam afastadas, vindo em sua direção.
– Tio! - o chamou. – Aconteceu algo? O senhor parece pensativo. - a menina perguntou.
– Estava viajando por aí. - Gina disse, fazendo o homem rir.
– Tem razão. Estava viajando por aí, pensando em como é bom ter a com a gente. - Arthur abraçou a sobrinha pelos ombros, fazendo as duas meninas sorrirem.
– Papai está um pouco sentimental. - Gina disse novamente e o Sr. Weasley bagunçou o seu cabelo.
– Por que vocês duas não saem um pouco? Ainda falta muito para o jogo.
– É uma boa ideia. - concordou.
– Gina, querida, é bom sua prima conhecer algumas pessoas antes de chegar em Hogwarts.
– Pode deixar! - a ruiva deu uns pulinhos empolgados.
– O senhor vai ficar bem sozinho? - perguntou, um pouco preocupada.
– Estou com os gêmeos. - ele disse e negou com a cabeça quando olhou para Gina e o olhar dela dizia que era o mesmo que nada. – Sim, querida. Podem ir e cuidado para não passar o horário do almoço.

As duas se despediram do Sr. Weasley e seguiram para fora. nunca tinha conseguido ir a uma Copa Mundial e estar ali com parte da sua família, era tudo que ela mais desejava. A menina seguiu a prima por entre as barracas e observou com atenção cada família que ali festejava. Alguns mais discretos, contudo, a maioria era exagerada e totalmente louca; levavam a torcida muito a sério. Ela sentiu Gina puxar seu braço para que andassem mais rápido e não se perdessem uma da outra, até que mais a frente tropeçou e acabou trombando com alguém um pouco mais alto do que ela. No instante em que levantou os olhos, deu de cara com Cedrico Diggory, o rapaz de mais cedo. Eles se encaram como antes; de modo intenso, estabelecendo uma comunicação imediata. Os dois se sentiam numa bolha quando estavam perto um do outro e isso era tão estranho, eles tinham acabado de se conhecer, mas poderiam ficar ali se encarando o dia todo.
– Nos desculpe, estávamos meio que correndo. – Gina despertou os dois e entrando no campo de visão do rapaz.
– Não tem problema, eu estava andando distraído. – Cedrico cortou o contato com , para olhar a outra menina.
– Vamos encontrar alguns amigos de Gina. - disse, tendo a atenção do rapaz outra vez.
– Estou indo encontrar alguns amigos também. - Cedrico falou, olhando de modo fixo para ela.
– Então nos vemos a qualquer hora. - Gina disse e puxou para longe dali.
Ced, ainda parado no mesmo lugar, tentava entender o que aconteceu. Ele não acreditava que tinha ficado travado. Gina continuou puxando a mais velha para longe e a ela tentava acompanhar seus passos.
– Calma! - parou bruscamente. – Por que está tão apressada?
– Estou tentando te salvar. - Gina disse simplesmente.
– Salvar de quê?
– De fazer papel de bobona. Você ficou encarando o Cedrico quase de boca aberta.
– Eu não fiz isso. - rebateu.
– Claro que fez e ele também, mas eu sou sua prima e tenho que te dar uma moral. - Gina puxou o braço da prima e continuou andando.
– Tadinho do Cedrico, o deixamos sem entender nada.
– Melhor assim! Vocês terão tempo em Hogwarts.
– Tempo para...?
– Tempo para se conhecer; é claro. – Gina sorriu, travessa
Um pouco mais adiante, elas encontraram um grupo de meninas mais ou menos da idade da mais nova e quase todas da Grifinória, a casa de Gina. Elas estavam em barracas próximas com as suas famílias e ficaram super empolgadas quando Gina disse que era sua prima e que estudava numa escola de magia em outro continente, milhares de perguntas choveram em sua direção e a mais velha respondeu cada uma de bom grado. Depois do papo ter sido colocado em dia e ter sido aceita pelas grifinórias e por Dino e Simas, que passavam por ali, as duas decidiram voltar para a barraca dos Weasley. Chegando perto, as ruivas avistaram todos sentados ao redor de uma fogueira já acesa na frente da barraca. Estavam servindo entre si salsichas com ovos, Gui e Carlinhos conversando com Arthur enquanto os gêmeos se ocupavam em perturbar Percy. Harry e Rony estavam conversando em outro canto possivelmente sobre Viktor Krum, a nova fixação de Rony no quadribol. Quando as meninas chegaram mais perto, foram notadas por Hermione.
– Vocês demoraram uma eternidade. Até os meninos chegaram primeiro. - Hermione disse para as duas. A amiga já tinha separado salsicha com ovos para elas também.
– Obrigada por se preocupar, Mione. - As ruivas disseram juntas.
– Quando vocês falam assim parecem com os gêmeos.
– É totalmente sem intenção. - Gina respondeu.
– Encontramos alguns conhecidos de Gina, conheci várias pessoas da Grifinória e eles foram bem receptivos.
– A encontrou o Cedrico.
– Já estão amiguinhos? - Hermione cutucou a mais velha e Gina riu da reação da prima. tinha ficado corada.
– Acho que ele não quer só amizade, Mione. - Gina disse a fim de deixar a prima mais sem jeito.
– Acho que Harry também não quer só amizade, não é, Gina? - continuou a comer e segurou a risada com a careta que a prima fez.
– Golpe baixo! - Hermione provocou Gina.
– Sério, Granger? Aposto que o Rony vai adorar saber que você está gostando dele.
– Você está gostando do Ron? - perguntou um tanto surpresa. – Eu pensei que estava vendo coisas.
– Não estava. Ela gosta dele, mas ele é muito lerdo para perceber. - Gina explicou a prima.
– Garotos são todos uns lerdos. - concordou com ela.
– Menos o Cedrico. - Hermione tentou voltar a conversa para
– Aceita minha mão para levantar? Eu sou muito cavalheiro. - Gina engrossou a voz numa tentativa de imitar o rapaz.
As três romperam em gargalhadas altas chamando a atenção de alguns dos meninos.
– Do que vocês estão rindo tanto? - Carlinhos se aproximou das meninas e elas encerraram o assunto.
– Carlinhos, meu primo maravilhoso, quanto tempo. Não estamos falando nada demais. - levantou-se com o prato ainda em mãos e abraçou o rapaz pela cintura, enquanto as meninas tentavam segurar o riso. – Pode voltar para lá com o tio.
– Nem tenta mudar de assunto, , eu sei que vocês estão falando sobre garotos. - Gui disse de repente ao lado de Carlinhos.
– Nossa, Gui! Que susto. – levou a mão livre ao peito.
– Vocês dois estão muito fofoqueiros. – Gina comentou.
– Aposto que a tia Molly vai adorar chamar vocês dois para o chá com a minha mãe no Natal. – disse e todos riram, imaginando a cena dos quatro falando de todo o mundo bruxo enquanto tomam chá da tarde.
O papo se estendeu até que Ludo Bagman apareceu. Todos já tinham terminado suas refeições e o Sr. Weasley conversava com o homem recém chegado. Os dois estavam bem empolgados e Sr. Weasley agradeceu mais uma vez pelas entradas para o jogo. Ludo era bem extrovertido e tratou de incluir todos em sua conversa com Arthur depois que ela deixou de ser sobre o ministério. Ele apostou com os gêmeos sobre o placar do jogo e perguntou a como estava seu pai, já que uma Copa Mundial exigia muito do setor em que ele trabalhava. Um tempinho depois o Sr. Crouch apareceu e Percy não perdeu tempo em bajulá-lo e então o homem também chamou Arthur para conversar. Era algo sobre o evento que aconteceria em Hogwarts, coisa que já sabia por conta de seus pais que trabalhavam no ministério e era também um dos motivos de a menina querer tanto o intercâmbio daquele ano. Uma atmosfera de excitação e ansiedade se espalhou pelo acampamento todo ao passo que a tarde avançava. Quando a noite chegou, os últimos vestígios de fingimento desapareceram e o Ministério parou de combater os indisfarçáveis sinais de magia que irrompiam por toda parte, as pessoas pareciam ainda mais despreocupadas; o jogo aconteceria em instantes. Ambulantes aparatavam de um lado a outro com bandejas e mercadorias diversas para torcer pelos dois países. Os meninos estavam muito animados, mas ninguém se comparava a Rony, que só falava sobre o apanhador da Bulgária. puxou Gina até um vendedor e comprou quase tudo do carrinho. A prima ficou de boca aberta, mas não disse nada; estava adorando ser mimada pela ruiva mais velha. No final de tudo, tinha comprado uma echarpe búlgara para ela mesma, chapéus verdes enfeitados com trevos para Gina, Fred e George, uma bandeira da Irlanda, miniaturas de Firebolts para todos e um par de Onióculos - óculos mágicos que poderia - rever o lance, passar em câmara lenta e ver uma retrospectiva lance a lance. O Sr Weasley não queria deixar que a menina pagasse nada daquilo, mas ela insistiu tanto; quase não gastava o dinheiro que ganhava dos pais - ela sempre estava visitando algum país com eles ou estava em Castelobruxo. Chegando à barraca dos Weasleys, ela entregou os chapéus aos gêmeos, que ficaram muito agradecidos. Todos já estavam arrumados e preparados para torcer muito, e então, eles ouviram um gongo grave e ensurdecedor bater em algum lugar por ali e lanternas verdes e vermelhas se acenderam entre as árvores e iluminaram o caminho até o campo.
– Está na hora! – exclamou o Sr. Weasley.
Ele estava tão animado quanto a turma que o acompanhava.
– Andem logo, vamos! - ele continuou.

Eles seguiram as luzes coloridas por entre as árvores para atravessar a floresta e as pessoas ao redor estavam tão animadas que era contagiante; a travessia havia se tornado algo totalmente surreal. A mistura de milhares de pessoas não poderia ser mais excitante e contagiante. O Sr. Weasley estava mais à frente guiando o grupo que se dividiu de maneira aleatória. Percy estava ao seu lado e não parava de falar no Sr. Crouch, logo atrás estava Gina e os gêmeos sendo seguidos por Harry, Rony e Hermione e caminhava por último com Gui e Carlinhos, conversando sobre a vida deles, já que fazia muito tempo desde que a visita dos três coincidia.
– Está empolgada para chegar em Hogwarts? - Carlinhos perguntou a menina.
– Sim, muito. Eu esperei tanto por isso que nem consigo acreditar. - o respondeu, batendo palminhas.
– Estou feliz que tudo tenha dado certo, lembro da época que eu tentei fazer intercâmbio. - Gui disse, abraçando a prima de lado. – Queria que o tio Esmo fosse o representante no Brazil quando eu tentei ir.
– Sinto muito, Gui. Foi realmente triste você não conseguir, se papai estivesse lá teria dado certo com certeza. - concordou.
– Vocês estavam nos Estados Unidos, não? - ele perguntou.
– Sim.
– Pelo menos você pegou o melhor ano. – Carlinhos disse, sorridente. – Vários eventos, , estou empolgado por você. – ele continuou.
– Não precisa fazer suspense, gente, eu sei o que vai rolar em Hogwarts. – a menina riu da cara de indignação dos dois.
– Quem te contou? Papai ou tio Esmo? – Gui perguntou.
– Os dois.
– Os gêmeos vão pirar quando descobrirem que você sabia desde o início. – Carlinhos disse enquanto tentava conter o riso, mas só de imaginar Fred e George fazendo drama, ele não conseguia segurar a risada.
– Eu não vou dizer que eu já sabia.
– Mas que graça isso teria? – Gui bagunçou o cabelo da prima, sendo seguido por Carlinhos, que começou a fazer cócegas nela.
– Vocês são uns covardes. – ela gritou, sem conseguir parar de rir.
– Agora um assunto sério. – Gui parou a brincadeira e olhou para . Carlinhos também a encarava e esperava o irmão prosseguir.
– O Diggory, hein? – Gui piscou para , como se já soubesse de muita coisa.
– Até vocês?
– Ele parece ser gente boa, lembro um pouco dele. – Carlinhos sorriu para a menina, que parecia um pouco sem graça, mas eles se davam tão bem, apesar da diferença de idade que ela não tardou em admitir.
– Eu até acho ele bonitinho.
– Bonitinho? Coitado, como você diz isso? – Gui fingiu uma expressão de incredulidade e os outros riram.
– Vocês são péssimos, já disse isso?
continuou o caminho de braços dados com os primos, enquanto se provocavam e tiravam risadas uns dos outros. Ela achava que as coisas não poderiam ficar melhores, e então viu Cedrico de longe com o seu pai e ele acenou para ela. Ele estava muito fofo, parecia estar corado e um sorriso tímido desenhava seus lábios. Seu tio Arthur conversava com Amos e parecia esperar os três para entrar de vez. Todos entraram juntos e Cedrico cumprimentou os Weasleys que faltavam, demorando seu olhar em .
Os meninos começaram a conversar com ele enquanto seguiam lado a lado até o camarote de honra. Chegando o mais alto possível, encontraram os seus lugares entre duas balizas de ouro. Gina tinha guardado um lugar para , que se despediu dos meninos e sentou entre a prima e Rony. Eles não paravam de falar um só minuto e se manter em somente uma conversa era uma tarefa quase impossível. A empolgação era tanta que a maioria nem deu bola às provocações de Draco Malfoy e seu pai a Harry Potter. Algum tempo depois, Ludo Bagman apareceu e fez as honras. As mascotes entraram em campo primeiro e depois os jogadores. Com o barulho que as cem mil pessoas faziam era impossível não acompanhar e fazer também. Com o cachecol da Bulgária e um chapéu verde, vibrava a cada passe feito e jogadores perto demais dos aros. Depois de muitas emoções e algumas faltas, todos se juntaram ali mesmo na arquibancada para comemorar a vitória da Irlanda. Krum tinha pegado o pomo, mas não adiantou muito, por dez pontos o time adversário tinha ganhado.
O caminho de volta teve mais algazarra do que no da ida. estava colada com Gina e Hermione, que conversavam sobre os melhores momentos do jogo. Aos poucos as garotas foram se silenciando e aumentavam os passos para chegar logo à barraca. Rony não parava de falar sobre Krum e quão bom ele tinha sido, de longe o melhor jogador da partida. Os gêmeos comemoram o dinheiro recuperado e o Sr. Weasley observava a cena como se quisesse eternizar aquele momento. Quando eles chegaram na frente das barracas, se despediram e entraram para enfim descansar. As meninas não demoraram muito em pegar no sono.
Algumas horas depois, foram acordadas por Hermione, que estava pálida e tremia um pouco. As três apanharam seus agasalhos e seguiram para a outra barraca na qual quase todos já estavam prontos para sair dali. O Sr. Weasley passava os olhos ao redor em total alerta e contava as crianças. Quando Gui, Carlinhos e Percy se juntaram a eles, Arthur começou a designar para onde cada um iria. No final das contas, ele seguiu com os três mais velhos em direção aos baderneiros para ajudar o ministério e mandou que os outros fossem para a floresta. Aparentemente eram seguidores do Lord das Trevas ou bruxos loucos o suficiente para insinuar isso.
Eles correram por entre as árvores como se a vida deles dependesse daquilo, mas acabaram se separando de Harry, Rony e Hermione seguindo por outro caminho. Era agonizante pensar no que estava acontecendo, não conseguia raciocinar com todo aquele pânico, a garota só estava conseguindo se mover, porque Fred a puxava pelo braço. Todos pararam de repente quando visualizaram o sinal de Você Sabe Quem no céu.



TRÊS - HOGWARTS

Quando chegaram da Copa Mundial, foram recebidos por uma Sra. Weasley muito preocupada. Ela os esperava na porta de casa e estava mais pálida do que o normal. A mulher questionava ao marido o que de fato tinha acontecido, ao passo que ia abraçando uma a uma as crianças. Todos ainda tentavam assimilar o que tinha acontecido e buscavam respostas para aquele evento. O Lord das Trevas estava de volta? As pessoas encapuzadas eram realmente seus seguidores? Alguns dias se passaram e Arthur mesmo de férias, estava indo ao ministério, ele se sentia responsável por uma das matérias publicadas no Profeta Diário. Do mesmo modo, Percy acompanhava o pai até o trabalho e quando voltava, a sua carga de bajulação ao Sr. Crouch vinha renovada.
Agosto estava chegando ao fim e todos procuravam uma maneira de se ocupar na Toca. Vez ou outra se reuniam para jogar quadribol no pomar e para tinha sido uma das coisas favoritas antes de chegar a Hogwarts, ali com todos os seus primos e novos amigos, jogando e se divertindo; se sentia a pessoa mais sortuda de todas. Ela era uma ótima artilheira e seu espírito competitivo não passou despercebido por Harry Potter que a encarava admirado a cada passe para Gina. Quando a menina jogou contra Rony, o deixou muito furioso, pois roubava a goles com muita facilidade. Gui e Carlinhos se divertiam com as discussões dos mais novos e se revezavam entre os times a fim de deixar tudo equilibrado, mas o maior desafio era separar os gêmeos, que mesmo em times distintos faziam de tudo para jogar juntos. Hermione Granger assistia aos jogos, mas na maioria das vezes se distraía lendo um livro ou ajudando a Sra. Weasley com algo que a menina fazia questão de inventar que a mulher precisava de ajuda.
Às vésperas de retornar a Hogwarts, mandou uma coruja para os pais, pedindo que os dois mandassem boas energias para o início das aulas. À noite, todos estavam reunidos na sala, ocupados demais nas suas próprias coisas para se preocupar com a chuva forte que caía lá fora. A Sra. Weasley distribuiu o material que comprou para cada um no beco diagonal e aproveitou para ir se despedindo. Um momento depois, acabando com qualquer resquício de tranquilidade, iniciou-se uma discussão acalorada entre Percy e Hermione ainda sobre a Copa Mundial de Quadribol e todos acabaram tendo que ir aos seus quartos mais cedo. As meninas seguiram para o quarto de Gina e alguns minutos depois, com todas terminando de arrumar o malão em silêncio, Molly Weasley adentrou o cômodo.
– Precisam de algo? – a mulher perguntou, docemente.
– Obrigada, Sra. Weasley. Está tudo certo. – Hermione a agradeceu.
! Está tudo certo com os seus materiais? Conferiu o uniforme? – Sra. Weasley perguntou à ruiva mais velha enquanto se aproximava e sentava entre elas.
– Está sim, tia. Acabei de guardar.
– Hermione, querida, coloquei um pouco mais de dinheiro bruxo na sua bolsa, para comprar a roupa a rigor. – disse a Sra. Weasley, sorrindo para a menina. – Não sabia como você queria o seu vestido.
– Muito obrigada, Sra. Weasley, mas que evento é esse afinal?
– Você descobrirá amanhã, querida. – disse Molly.
– Eu também vou levar roupa a rigor? – Gina perguntou a Sra. Weasley, que olhou para sem saber como explicar à menina que aquilo não era para o seu ano.
– Eu vou comprar com você, Gina, será meu presente de Natal. – sorriu na direção da menina e a tia respirou, aliviada.
– Obrigada, , mal posso esperar. – Gina a abraçou, empolgada.
– Você pode ir comigo também, ? – Hermione perguntou.
– Claro que sim, Mione.
– Podemos ir todas juntas. O que acham? – Gina disse ainda mais empolgada, dando pulinhos e batendo palmas.
– Não posso negar que estou ansiosa para escutar os relatos de vocês, mas já está muito tarde. – Molly chamou a atenção delas.
– Entendemos o recado, mamãe. Boa noite. – a menina levantou de sua cama e abraçou a mulher calorosamente.
Quando Gina se distanciou de Molly foi a vez de e Hermione se despedir e agradecer mais uma vez. As três meninas conversaram mais um pouco depois que Molly as deixou, mas não demorou muito até que pegassem no sono.
Na manhã seguinte, foi a primeira a acordar, vestindo-se confortavelmente e se agasalhando devidamente, por causa da chuva forte que ainda caía do lado de fora. Ela saiu do quarto depois de pronta e deu de cara com sua tia que estava prestes a entrar no cômodo para acordá-las.
– Bom dia, tia! – ela abraçou a Sra.Weasley e lhe deu um beijo na bochecha.
– Bom dia, querida. Dormiu bem?
– Maravilhosamente. Mesmo não tendo pego no sono de imediato.
– Imagino que esteja ansiosa. Esse ano terá muitas novidades. – Molly a olhou com carinho.
A mulher sabia o quanto queria ir para Hogwarts e o quanto desejava viver todas as aventuras que seus primos lhe contavam. A menina gostava muito da escola de magia que frequentava na América do Sul, mas nada se comparava à curiosidade de estudar na mais famosa de todas.
– Sim! E estou feliz, muito feliz por todos esses dias com vocês e mais ainda por estar prestes a realizar um sonho.
– Tenho certeza de que será mais do que perfeito, querida. – a Sra. Weasley disse, sorrindo para a sobrinha. – Vou chamar as meninas. Por que não adianta seu café da manhã? Será uma agonia quando o restante dos meninos acordarem.
seguiu o conselho da tia e rumou para a cozinha, onde encontrou seu tio Arthur. Ele andava de um lado para outro, procurando por algo, desesperado.
– O que houve, tio? – perguntou assim que ele percebeu a sua presença ali.
– Estou procurando pergaminho e pena, mas não acho em nenhum lugar e ainda tenho que trocar de roupa e tenho que… – o homem falava rapidamente atropelando as palavras.
– Pode ir se trocar, eu procuro o que o senhor precisa. – ela disse, disposta. O homem assentiu com a cabeça e saiu do cômodo.
começou a procurar e então tomou um susto quando um Amos Diggory com a cabeça em meio às chamas a cumprimentou. Ela o reconheceu de imediato lembrando de quem ele era pai. Sorriu em sua direção e brincou sobre o susto que tinha levado.
– Perdoe-me pelo mal jeito. Às vezes nem parece que cresci com magia ao meu redor.
– Não se preocupe, querida. Estava precisando de um pouco de humor nesta manhã.
– Problemas no ministério logo cedo?
– Digamos que sim e só Arthur pode resolver isto. – o homem disse, suspirando cansado.
Depois de uma breve conversa com o Sr. Diggory, seu tio retornou à cozinha acompanhado de sua tia e dos gêmeos. Ela entregou ao homem ainda apressado o pergaminho, tinteiro e a pena. Molly serviu Amos com torradas e a ajudou com o restante do café da manhã, enquanto ria de alguma piada dos primos ali presentes. Aos poucos os outros foram ocupando a mesa e o Sr. Weasley se despediu, ele iria atrás de Olho-Tonto Moody, um bruxo que conhecia bem, devido várias histórias por parte de seus pais e algumas visitas no qual o homem sempre fora gentil. O velho Auror estava com alguns probleminhas, que segundo os seus primos mais velhos, era por conta da idade. Percy saiu logo depois que Arthur, diretamente para o ministério fazendo todo o seu discurso que ninguém de fato prestava atenção.

Um pouco mais tarde, todos já estavam prontos para ir à estação de Londres. Gui e Carlinhos tinham se oferecido para os acompanhar até lá e de tempos em tempos soltavam algo sobre o evento que aconteceria em Hogwarts, deixando todos curiosos. Depois de uma viagem turbulenta com táxis trouxas e uma chuva muito forte que mais parecia uma tempestade, eles chegaram a King's Cross. Era a primeira vez de ali com propósito bruxo e ela ficou mais do que abobalhada quando teve que atravessar uma pilastra e ela se materializou, lhe dando uma visão incrível do Expresso de Hogwarts. Seus primos a enchiam com brincadeiras por conta de suas expressões faciais nada discretas e perguntavam se ela nunca tinha visto magia. "Tenho todo direito de ficar abobalhada" ela repetia para eles. Todos começaram a se despedir e os meninos entraram um pouco aborrecidos no trem. Gui, Carlinhos e até mesmo a Sra. Weasley brincavam com a curiosidade deles.
– Vocês não prestam. – disse enquanto ria junto com eles depois de todos terem embarcado.
– Você só está tranquila, porque já sabe. – Gui disse, a puxando para um abraço. – Um ótimo ano letivo, . – ele bagunçou os cabelos ruivos dela.
– Acho que ainda vamos nos ver esse ano, mas também te desejo um ótimo ano letivo pirralha. – Carlinho a abraçou em seguida.
– Pirralha? Olha quem fala. – ela retribuiu o abraço dele e sorriu para os dois ruivos.
– Já chega! Agora é a minha vez. – A Sra. Weasley disse enquanto puxava a menina para um abraço.
– Tia, eu já lhe agradeci, mas acho que não seja o suficiente. Obrigada por tudo desde quando cheguei, sempre me fazendo sentir muito amada. – disse, abraçando ainda mais apertado a Sra. Weasley e a mulher fungou. Parecia que iria chorar a qualquer momento. Ela gostava muito quando a garota ficava com eles; fosse por alguns dias ou por um período, como nas férias.
– Aproveite, querida, e lembre-se que todos nós te amamos.
Depois que se despediu da tia e dos primos, embarcou no Expresso. Parecia que todos os lugares já tinham sido ocupados, até que ela escutou uma voz a chamando.
– Está perdida? Guardei um lugar para você na minha cabine. – Gina disse assim que chegou perto o bastante. – Pensei que iria querer voltar para casa. Ficou uma eternidade lá fora.
– Claro que não, sua bobinha. Você sabe que eu sou sentimental. Isso tudo ainda é bem surreal para mim. – comentou.
Elas seguiram pelo corredor até uma cabine que, ao contrário do que achou que iria encontrar, já estava ocupada por uma garota.
, essa é Luna Lovegood, ela é do mesmo ano que eu. – Gina apontou para a menina loira sentada perto da janela.
– Prazer em te conhecer, Luna, você também é da Grifinória? – se aproximou da menina e a abraçou.
De fato, a Weasley mais velha era muito calorosa e animada. Luna sorriu para ela e retribuiu.
– Sou da Corvinal. É uma outra casa. – ela disse simplesmente. – Estava ansiosa para conhecer você também, .
– Eu fico muito feliz em saber disso. – sorriu e finalmente se acomodou no assento. – Ainda não sei muito sobre as casas de Hogwarts, mas já sei que terei boas companhias se for para Corvinal.
Gina se sentou ao lado de Luna e as três começaram a conversar sobre vários assuntos, desde a Copa Mundial de Quadribol e seu fatídico acontecimento, até alguns fatos sobre Castelobruxo. A maioria dos alunos tinha muita curiosidade sobre outras escolas de magia e tinha prazer em explicar e sanar as dúvidas de todos, principalmente da menina sentada com elas, porque do mesmo modo que todos – também tinha muita curiosidade sobre Hogwarts. Com o passar do tempo e a tarde se estendendo, resolveu explorar um pouco. Disse às meninas que queria ver como estavam os gêmeos e dizer oi para Hermione. Ela saiu da cabine e com as instruções precisas de Gina encontrou a cabine de Fred e George. Eles não estavam sozinhos e ficou ainda mais animada com o contato que teria com outros estudantes.
! Que honra te ter aqui na nossa cabine. – Fred a cumprimentou assim que viu sua cabeleira ruiva.
– Olá, bela senhorita. – Lino Jordan, um dos meninos que estava ali, levantou e cumprimentou com um beijo na mão. Ela deu risada da tentativa do menino de ser galante e o cumprimentou também.
– Deixa disso, cara, já disse que a não é para o seu bico. – George deu um tapinha na cabeça do menino, que protestou.
– Ela é nossa prima! – Fred bradou, dando um tapinha no menino também.
– Parem de se aproveitar. – Lino comentou, desviando de mais um tapa.
– Só passei para ver como vocês estavam. – a ruiva disse, sorridente. – Ainda não consigo acreditar.
– Espere para ver o castelo, , você vai amar. – George se contagiou com a empolgação da prima.
– Espero não ir para a enfermaria logo no primeiro dia por ter ficado tão empolgada. – ela falou para George.
Depois de um tempo de conversa com os gêmeos e seu amigo, reparou em um rapaz ao canto compenetrado nas suas anotações.
– Acho que vocês esqueceram de me apresentar o outro amigo. – apontou sutilmente com a cabeça.
– Esse é o Vincent, nosso novo patrocinador. – Fred disse, com um sorrisinho.
– Ele anda no mundo da lua ultimamente, acho que alguma garota quebrou o coraçãozinho dele nas férias. – George não deixou de observar.
– Ei! Não precisa ficar espalhando essas coisas, alguém pode realmente acreditar. – Vincent bravejou, ao passo que fechava a agenda e olhava finalmente para todos na cabine. Ele tentou disfarçar a expressão surpresa e as bochechas coradas quando viu a ruiva, mas aquilo não passou despercebido pelos gêmeos. – Não leve a sério o que eles dizem, por favor. – o rapaz dirigiu a palavra a e estendeu uma mão para cumprimentá-la.
– Eu não seria nada sensata se o fizesse. – ela disse e apertou a mão dele, sustentando o mesmo sorriso de antes nos lábios.
Com as devidas apresentações e agora conhecendo outro corvino, ela se despediu deles depois de mais algumas palavras e alguns conselhos sobre as gemialidades, já que os primos estavam reconstruindo o projeto que Molly tinha destruído em casa. Quando saiu da cabine dos meninos, se sentiu ainda mais leve; tinham dado boas risadas. Seguindo distraída para a cabine do trio, ela nem notou quando finalmente chegou, dando de cara com um garoto de cabelos platinados acompanhado de outros dois. Os meninos saiam da cabine praguejando vários xingamentos e então soube que aquele era o Malfoy.
Assim que entrou na cabine em que estava Harry, Rony e Hermione, ela notou que eles tentavam acalmar o ruivo.
, que susto! Você entrou do nada. – Hermione foi a primeira a falar com ela.
– Aconteceu algo? – a menina perguntou, notando as caras emburradas.
– Não. Não aconteceu nada. Só o Malfoy sendo o Malfoy. – Rony disse a ela.
– Eu estava andando por aí e decidi dar um oi. – disse, entrando na cabine e se sentando ao lado de Hermione.
– Oi, . – Harry disse um pouco sem jeito, sorrindo para a garota. Hermione olhou para o amigo e tentou entender o que se passava.
– O que está achando de tudo até agora? Muito diferente? – Harry tentou puxar assunto.
– Eu estou amando! É diferente, mas não tanto, eu não sei explicar bem. – ela disse, sorrindo sem mostrar os dentes.
– Sei que já dissemos isso, mas você realmente vai amar. – Hermione comentou.
– Principalmente a comida. – Rony continuou.
– Eu duvido um pouco que a comida de Hogwarts seja melhor que a de Castelobruxo. – disse para Rony de modo descontraído.
– Espero que esteja pronta para me dizer o contrário depois do jantar. – Rony disse.
A conversa sobre as comidas de ambas as escolas deixou o ambiente tranquilo e ao passo que o tempo passava, eles já não lembravam de Malfoy e suas implicâncias. Conversaram também sobre Você Sabe Quem, sua marca no céu e algumas teorias. voltou para a cabine em que estava com Gina e Luna assim que anoiteceu e pouco depois uma menina da Lufa Lufa passou as avisando para trocarem de roupa. Colocaram as vestes de Hogwarts e esperaram até que o trem parasse. Quando chegaram a Hogsmeade, elas se prepararam para descer e Gina explicou a que ela seguiria com os alunos do primeiro ano. A chuva ainda caia, mas a ruiva não deixou que isso a desanimasse. Hagrid ficou confuso quando a viu no meio dos primeiranistas e então ela o explicou que estava sendo transferida de outra escola bruxa. Ele sorriu gentilmente e a indicou um dos barquinhos que ela dividiu com outras duas meninas. Na travessia pelo lago negro, fez amizade com as primeiranistas e elas suspiraram juntas com a visão que estavam tendo do castelo. As torres de Hogwarts eram de tirar o fôlego realmente e a iluminação das janelas de vidro deixavam o castelo ter uma coloração mais viva e encantadora. Assim que os barquinhos pararam, todos começaram a descer e se amontoar ao redor de Hagrid. Alguns alunos olhavam para a menina mais velha entre eles sem entender, mas a Weasley não ligava e nem ficava envergonhada, apenas acenava e sorria para eles. Quando as portas do castelo se abriram e a professora Minerva McGonagall apareceu, ela cumprimentou a todos. Ela era a professora de Transfiguração e diretora da Grifinória, tinha escutando coisas muito boas sobre a professora.
– Bem-vindos a Hogwarts. O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. – ela dizia enquanto olhava para cada um dos alunos ali.
– A Seleção é uma cerimônia muito importante, porque, enquanto estiverem aqui, sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. – ela continuou a explicar enquanto eles subiam uma enorme escadaria e logo depois entraram no grande Salão Principal onde seria feita a seleção das casas pelo Chapéu Seletor. A ruiva andou um pouco atrás dos primeiranistas, e um tempo depois, ela visualizou os primos na mesa da Grifinória e mandou alguns beijos na direção deles, que riram da sua espontaneidade e retribuíram seus acenos fazendo algazarra. Quando todos estavam posicionados, o Chapéu começou a cantar. Era uma música sobre as quatro casas de Hogwarts e se sentia ainda mais feliz em estar ali. Os aplausos ecoaram pelo Salão Principal quando o Chapéu Seletor terminou de cantar.
– Começaremos a seleção pela aluna transferida. – A professora Minerva disse a pegando distraída e alguns murmúrios se ouviram. – Weasley.
andou até o banquinho e se sentou. Ela estava um pouco nervosa, todos olhavam em sua direção. Sentiu as suas pernas ficarem bambas e assim que o Chapéu tocou a sua cabeça, ele soltou uma exclamação para que todos escutassem.
– COMO É POSSÍVEL? MAIS UMA WEASLEY!! – alguns alunos riram da observação que o Chapéu Seletor fez e os acompanhou mesmo que ainda nervosa. A sua barriga estava revirada com o nervoso e suas mãos tremiam levemente. Então o Chapéu começou a falar na sua cabeça. "Interessante! Isso é muito interessante. Nunca vi alguém assim antes, com uma mente tão brilhante. Você parece ser uma combinação perfeita de todas as casas: é inteligente como um corvino deve ser, ambiciosa como um sonserino, corajosa como um grifinório e leal como um lufano. Nenhuma qualidade chega a se sobrepor, mas elas se equivalem. Vejo um coração puro e um desejo muito grande de ajudar e fazer o bem. Eu poderia deixar com que você escolhesse, mas a melhor escolha sem dúvidas é…"
– LUFA-LUFA! – o Chapéu exclamou finalmente para todos. Tanto os alunos da casa que ela foi selecionada como alguns da Grifinória e claro, os seus primos, aplaudiam muito. Ela levantou do banquinho quase dando pulinhos empolgados e um sorriso muito grande desenhava seus lábios. Os seus olhos brilhavam e ela jurava que poderia chorar a qualquer momento. Caminhou até a mesa da sua casa e sentou do lado de uma menina de cabelos escuros que a cumprimentou com um sorriso. Alguns alunos ao redor apertaram a sua mão e outros diziam "Bem-vinda", todos muito gentis. Ela notou Cedrico Diggory a alguns metros e ele a parabenizou discretamente lhe dando um sorriso mais do que satisfeito. A seleção continuou e mais alguns alunos foram selecionados para a Lufa-Lufa também, mas nenhum demorou como ela. Ainda muito encantada e emocionada, observava cada detalhe do Salão Principal agora que estava sentada. Ele estava bem decorado para a festa de abertura do ano letivo, e pratos e taças de ouro brilhavam à luz de centenas e centenas de velas que flutuavam no ar sobre as mesas. As quatro mesas longas das Casas estavam cheias de alunos que falavam sem parar e no fundo do Salão, os professores e outros funcionários sentavam-se a uma quinta mesa, de frente para os estudantes.
– Você é irmã dos Weasley ou é só o sobrenome? – a menina que estava ao seu lado a despertou de seus pensamentos.
– Sou prima, meu pai é irmão do pai deles. – disse, encarando a menina finalmente.
– Isso parece ser muito legal, não sabia que eles tinham primos e de outra escola de magia. – ela disse novamente. – A propósito, eu sou a Diana Douver. – ela lançou um sorriso amigável para .
– Prazer em te conhecer. – ela retribuiu o sorriso.
– Só tenho duas palavras para lhes dizer. – a voz grave de Alvo Dumbledore ecoou pelo Salão e as interrompeu. – Bom apetite!
Rapidamente travessas vazias se encheram magicamente com todo tipo de comida e todos não perderam tempo em comer. colocou um pouco de cada comida em seu prato, dando prioridade a algumas que ela não conhecia e entendeu na hora o que Rony queria dizer sobre a comida de Hogwarts ser a melhor. Diana puxou papo com a Weasley depois que as duas terminaram a refeição. E não demorou muito para que elas achassem um assunto em comum: o Quadribol. Não era novidade nenhuma para a família de que a garota fosse louca pelo esporte, mas tudo ficou ainda melhor quando elas começaram a falar de Runas Antigas, a matéria favorita das duas. Diana era nascida trouxa e morava em Londres, deixando a ruiva super animada sobre convidá-la para a Toca. Elas acabaram falando também sobre como seria divertido a lufana conhecer a sua casa no continente sulamericano. Quando as últimas migalhas desapareceram dos pratos e eles ficaram limpos outra vez, o diretor levantou-se e tornou a falar.
– Preciso mais uma vez pedir sua atenção, para alguns avisos. O Sr. Filch, o zelador, me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu… – o diretor disse e parou de prestar atenção para procurar o tal zelador. Os primos lhe disseram que o homem era um pé no saco, mas ela sabia que eles poderiam ser bem difíceis e riu com esse pensamento. Achou o homem ao canto segurando um gato que ela lembrou como Madame Nor-r-ra. Aproveitou que estava observando e passou os olhos pela mesa dos professores, reconhecendo o de cabelo seboso como o professor Snape de poções e Hagrid que os tinha recepcionado. Exclamações puderam ser ouvidas de todas as mesas e despertou de seus pensamentos.
– O que aconteceu? – ela perguntou a Diana.
– Não vai ter Quadribol esse ano. – a morena disse tão indignada quanto todos que protestavam alto.
– Nossa, que horrível! – tentou disfarçar que não estava triste e então voltou a prestar atenção em Alvo Dumbledore.
– Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo, mobilizando muita energia e muito tempo dos professores, mas eu tenho certeza de que vocês irão apreciá-lo imensamente. Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...
O diretor foi interrompido por uma trovoada ensurdecedora e as portas do Salão Principal se escancararam revelando um homem de aparência estranha apoiado em um longo cajado. Era Olho-Tonto Moody, sabia. Todas as cabeças no Salão Principal se viraram para o homem e ele abaixou o capuz, sacudindo uma longa juba de cabelos grisalhos e começou a caminhar em direção ao professor Dumbledore, eles se cumprimentaram e o diretor indicou um lugar vazio na mesa dos professores.
– Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas – disse Dumbledore, animado, em meio ao silêncio. – Professor Moody.
O Salão ainda estava em silêncio, no qual pôde se escutar as palmas solitárias de Dumbledore e Hagrid. Todos pareciam hipnotizados pela entrada exagerada do homem e por sua aparência.
– Quem é ele? – Diana perguntou tão impactada quanto a maioria.
– Alastor Moody, as celas em Azkaban estão cheias graças a ele. O melhor Auror de todos os tempos. – explicou a colega de casa.
– Ele parece um pouco biruta. – Diana disse observando o homem cheirar a comida antes de comer.
– Acho que os anos de serviço o deixaram assim. – a ruiva lamentou.
Dumbledore pigarreou outra vez para chamar a atenção de todos para o que ele estava dizendo e o silêncio se estabeleceu.
– Como eu ia dizendo, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.
Uma exclamação alta de Fred e George fez gargalhar assim como vários alunos, dispersando a atmosfera tensa. Gui e Carlinhos tinham razão sobre a reação deles e isso só tornava tudo ainda mais divertido. Dumbledore estava fazendo um discurso explicando para aqueles que não faziam ideia do que seria um Torneio Tribruxo, quando sentiu estar sendo observada. Ela olhou ao redor e então achou o par de olhos que a encarava; Vincent, amigo de seus primos. Ela acenou para ele, que retribuiu, ficando um pouco corado.
– Os diretores de Beauxbatons e Durmstrang chegarão com a lista final dos competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no Dia das Bruxas. Um julgamento imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio individual de mil galeões. – o professor foi interrompido pelas exclamações empolgadas dos alunos, mas no momento seguinte conseguiu retornar com a sua fala. – Os diretores das escolas participantes, bem como o Ministério da Magia, concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos participantes. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto é uma medida que julgamos necessária…
Várias pessoas protestavam, indignadas, ao ouvir suas palavras e os gêmeos Weasley, de repente, pareciam furiosos. Muitas vaias puderam ser ouvidas ao passo que o diretor olhava para todos pacientemente. tinha sido pega de surpresa do mesmo modo que todos, pois não sabia desse detalhe. Quando a ordem enfim retornou ao Grande Salão e de certo modo os estudantes estavam “contidos”, o diretor terminou o seu discurso. Era entendível a restrição de idade, já que as provas costumam ter o grau de dificuldade altíssimo de modo que seria pouco provável que os alunos abaixo da sexta e sétima séries se mostrassem capazes de dar conta delas. Quando todos foram dispensados, ouviu-se um estardalhaço de cadeiras batendo e se arrastando. Os alunos se levantaram e seguiram de uma só vez em direção às portas de entrada. Por conta disso, acabou se perdendo de Diana, a sua recém feita amiga, e então decidiu esperar até ver se encontrava alguém conhecido perto da saída, mas parecia que todos já tinham passado por ali; tinha perdido os alunos do primeiro ano também. Gina a tinha instruído a ficar perto deles nesse primeiro momento, para que ela pudesse conhecer tudo. Quando estava a se desesperar, reconheceu a risada de sua prima.
– Graças a Merlim alguém conhecido. – disse, chegando de supetão atrás da menina.
– Não acredito que você se perdeu dos alunos do primeiro ano… – Gina disse, negando com a cabeça.
– Eu sei, eu sei, mas estava uma confusão para sair. Eu pensei que iria desmaiar. – parou seu drama com Gina para cumprimentar as duas amigas da menina que as olhavam sem entender. – Olá!
– Oi! – elas disseram juntas e seguraram o riso.
– Você está com sorte, eu sei como te ajudar. – Gina olhou por cima do ombro da prima e sorriu. – EI, DIGGORY! – ela berrou na direção do menino e todos os olhares se voltaram para onde ela olhava.
Cedrico estava saindo do Salão principal com alguns amigos, que o deixaram seguir até as meninas e continuaram seus caminhos. A cor sumiu do rosto de e ela tentou ficar o mais calma possível, ao passo que o rapaz se aproximava delas.
– Ei, olá, Weasley! – ele cumprimentou Gina e acenou para as outras meninas. – E , como está? – Cedrico sorriu para assim que direcionou o cumprimento a ela.
– Oi, Cedrico, estou bem e você? Fez boa viagem? Essa chuva não deu trégua. – respondeu ao rapaz e se atrapalhou um pouco nas palavras, se xingando internamente.
– Estou bem sim, obrigado! E a viagem foi boa, tirando o fato de chegar encharcado. – ele fez uma careta ao terminar a frase. – Precisam de algo? – Ced perguntou para Gina.
– A precisa chegar no Salão Comunal da Lufa-Lufa e bem , você é um lufano. – ela segurou o riso e olhou para a prima que estava prestes a repreendê-la. Gina sabia provocá-la.
– Gina, por favor, Cedrico deve ter algo melhor para fazer. – tentou conter seu tom de voz que estava agudo devido a vergonha.
– O quê? Diggory não se importaria de ser seu guia. – Gina pontuou inocentemente.
– Não me importaria mesmo, . Eu já estava indo para lá.
– Não precisa se preocupar, Cedrico. – ela até tentou, mas Ced era cavalheiro demais para recusar ajudar.
– Claro que preciso me preocupar, não quero que você fique andando perdida por aí. Que tipo de colega de casa eu seria? – ele a respondeu com um sorriso de forma descontraída.
– Seria um tipo péssimo. Agora temos que ir. – Gina apontou para ela e as amigas. – Aposto que você está em ótimas mãos, .
As meninas se despediram e saíram aos risos, deixando os dois se encarando em silêncio.
– Então, o caminho é por aqui. – Ced indicou o lado oposto ao que Gina foi e seguiu corredor a dentro com .
– Não consegui dar as boas-vindas devidamente quando você foi selecionada. Espero que goste da Lufa-Lufa, . – ele disse, sem encará-la.
– Eu tenho certeza que irei gostar, todos foram muito gentis comigo. – observou o garoto sorrindo novamente com o elogio aos seus colegas. – Admito que fiquei um pouco assustada, todos da minha família foram da Grifinória e eu caí de paraquedas em outra casa.
– Talvez seja a sua chance de mostrar para a sua família que um Weasley pode se dar bem em qualquer lugar. – ele disse, a olhando de lado – Só não fique triste.
– Não estou triste, eu até esperava isso, mas quando as coisas acontecem de verdade dão um pouco de medo. – ela disse e o rapaz concordou, com um leve aceno de cabeça.
– Chegamos. – Ced indicou uma pilha de grandes barris. – Logo mais temos a cozinha, se você tem mania de acordar no meio da noite para fazer um lanche, essa é a sua chance de ouro.
– Acho que sei o motivo de ter sido selecionada para a Lufa-Lufa agora. – disse num tom de confissão.
– Você tem cara de quem adora lanches noturnos mesmo.
– Ei! Não era para concordar desse jeito. O comilão da família é o Rony. – eles riram da fala descontraída dela.
, é importante que memorize isso, você precisará saber essa senha para entrar. – Ced chamou a sua atenção. – Se você errar as batidas, os barris explodem e você vai ficar com um maravilhoso cheiro de vinagre impregnado nas suas roupas.
Cedrico tirou a varinha das vestes e tocou uma sequência de barris revelando instantes depois uma sala comunal perfumada e aconchegante. A expressão surpresa de estava ali outra vez e ela só conseguia pensar em como tudo era bonito e em como combinava com seu gosto particular. A sala circular nas cores amarelo e preto parecia ensolarada e alegre como se fosse dia, mesmo estando a noite, o teto era baixo em comparação a todos os lugares do castelo e tinha muitas plantas ao redor misturadas aos móveis de madeira polida. A ruiva entrou de uma vez no local e foi diretamente para um canto onde se encontrava um ramo de flores enormes.
– São sombrinhas. Flores sombrinhas, por isso esse aroma delicioso aqui. – ela disse, empolgada.
Cedrico a observava ir de um canto a outro, cumprimentando algumas pessoas que estavam na sala ainda e conversando com algumas plantas mágicas que davam leves piruetas e acenavam. Não era novidade alguma que Ced estava encantado por e tê-la ali com aquela luz interior, sendo mais lufana impossível, derretia o seu coração. Depois de seu momento empolgado na Sala Comunal, foi em direção a Cedrico.
– Obrigada por ter sido meu guia. Se não fosse você eu estaria vagando por aí.
– Foi um prazer, .
– A gente se vê amanhã?
– Pode apostar. – ele piscou para ela e se virou para ir ao seu dormitório. – ?
– Sim?
– Gostei de ter você na Lufa-Lufa.



QUATRO - A OUTRA WEASLEY

Para Gina Weasley, não tinha sido surpresa alguma sua prima transferida ter ido para uma casa diferente de toda a família. Seria quase como se estivesse escrito nas estrelas, se por algum momento Gina levasse em consideração as aulas da professora Sibila e acreditasse em Adivinhação. Logo depois de deixar a prima com Cedrico Diggory e seguir para a Sala Comunal, ela ficou imaginando se tinha sido o certo a se fazer, já que a outra ruiva não conhecia nada e poderia ficar um tanto chateada com ela em dado momento por sua petulância, mas esse pensamento dissipou-se mais rápido do que apareceu e Gina segurou o riso imaginando quantas coisas perguntaria a , que estava claramente balançada pelo lufano. No dormitório da Lufa-Lufa, um pouco depois do amanhecer, despertava sem nenhuma dificuldade. No primeiro momento, pensou que estivesse atrasada, por ter acordado tão espontaneamente e por ter dormido tão bem. A menina então deu-se conta que sua colega de quarto ainda se encontrava adormecida e as minúsculas janelas do cômodo estavam embaçadas, por estar tão cedo. Assim como o Salão Comunal da Lufa-Lufa, os seus dormitórios eram muito confortáveis e aconchegantes. Outro motivo que fazia com que os alunos da casa tivessem uma ótima noite de sono era o fato de a Lufa-Lufa não estar localizada em nenhuma torre, como a Grifinória e a Corvinal. Quando entrou em seu quarto na noite anterior, ela ficou impressionada com tamanha organização e pelo fato de seus pertences já estarem ao pé da cama que seria dela. Coincidentemente, sua colega de quarto era Diana Douver, a menina que conhecera no jantar de boas-vindas e que ficou próxima rapidamente. Elas conversaram até tarde e riram de alguns comentários que os colegas de casa estavam fazendo quanto ao seu nome e se ela era mais uma irmã dos Weasleys. A menina até achava engraçada toda aquela curiosidade acerca do seu nome, já que era ruiva como boa parte da família e caiu de paraquedas em Hogwarts. Depois do seu breve momento de reflexão, fez todo o seu ritual para realmente despertar e tratou de se arrumar e arrumar as poucas coisas que levou consigo. Prestes a sair do quarto, voltou alguns passos e permitiu–se admirar o reflexo no espelho, demorando o olhar nas suas vestes escuras de Hogwarts que agora incluía a cor amarela e o brasão da Lufa-Lufa. Sem fazer barulho, ela deixou o quarto e seguiu para o Salão Comunal, que contava com pouquíssimos alunos naquela hora, os quais a cumprimentaram. A Weasley sentou a uma mesa redonda no canto do Salão e começou a escrever a primeira das várias cartas que tinha em mente; Gui, Carlinhos, Molly e Arthur, sua mãe e seu pai, sem contar o quase livro que teria que escrever a sua amiga inseparável Kara Albuquerque. Quando terminou de escrever seu arsenal de cartas, procurou se informar com seus colegas de casa, onde ficava o Corujal, e eles a ajudaram de bom grado.

saiu do Salão Comunal e seguiu na direção indicada até o Corujal, claro que quase acabou no lugar errado, mas contou com a ajuda de Frei Gorducho para seguir pelo caminho certo. O Corujal ficava no alto da Torre Oeste e era uma sala circular revestida de pedra; um tanto fria, porque nenhuma das janelas tinha vidro. Centenas e mais centenas de corujas de todas as espécies estavam aninhadas ali em poleiros que subiam até o alto da torre, quase todas adormecidas. identificou a coruja cinza que Molly a tinha presenteado e foi em sua direção, recebendo um piado fino quando se aproximou. Em Castelobruxo eles costumavam usar araras azuis no lugar de corujas e pensou por um momento em Bicudinho e em como ele estava.
Um minuto depois, Willy estava pronto, sua bolsinha cheia de cartas, e o instruiu a ser ágil na entrega para que tivesse uma boa recompensa no final, o que não faria muita diferença, Willy receberia um petisco suculento de qualquer forma. Depois de observar a coruja sair pela janela sem cerimônia, a Weasley fez o caminho de volta, mas dessa vez tentando ir para o Salão Principal, contudo não encontrou fantasma algum para lhe orientar e os alunos pareciam nem ter levantado ainda. Milagrosamente, ou não, Fred e George estavam vindo em sua direção e não conseguiu evitar o sorriso de alívio.
– Primos! Que saudade.
– Ora, ora, se não é a traidora. – Fred encenou uma carranca digna de Malfoy.
– Como assim, traidora? – perguntou, sem identificar o divertimento do garoto ao vê-la confusa.
– Nos deixou para ficar com os certinhos da Lufa-Lufa. – George completou o raciocínio do irmão.
– Não! Claro que não, vocês são meus favoritos. – a menina abraçou os dois pela cintura, observando suavizarem as caretas. – E pensando nisso, vou ajudar vocês com a poção de envelhecimento.
– E como sabe que faremos uma poção assim? – Fred perguntou.
– Nunca faríamos algo para quebrar as regras. – George continuou.
– Ou desobedecer a um professor. – Fred completou a fala do irmão, ao passo que os dois sustentavam a cara mais lavada de todas.
– Então vou vender meu plano a outra pessoa. – cruzou os braços.
– Nós podemos escutar seu plano sem compromisso. – Fred disse. – Só não distribua planos por aí.
– Feito. – eles apertaram as mãos.
– Qual o plano? – George perguntou.
– Existe uma flor chamada flor da sorte e ela otimiza qualquer poção.
– E como não sabemos dela antes? Andou fuçando a estufa ?
– Porque ela só é cultivada no Brasil.
– Espera! – Fred pediu. – Não sabemos como a escolha do campeão é feita, como saberemos o nível da poção e se precisaremos dessa flor?
– Pensamos em falar com o diretor. – George disse.
– Eu sei como a escolha é feita. – disse, descontraída.
– Como? – os dois perguntaram, ansiosos.
– Eu revelo como, se ficarem me devendo dois favores sem justificativa.
– O quê? Isso é um absurdo. – Fred bradou.
– Absurdo! – George repetiu.
Sua prima os olhou sem dizer nada e fez de conta que iria dar meia volta.
– Aceitamos.
– O Cálice de Fogo escolhe o campeão, mas uma vez que as regras mudaram fica difícil saber se ele aceitará seus nomes, por isso precisam de sorte.
Que o drama era uma característica da nova geração Weasley, todo mundo sabia, mas que os gêmeos cediam ao drama de alguém, era algo novo. A verdade era que eles amavam testar a ingenuidade da prima e se divertiam com isso.
– Vantagem! Queremos a flor. – os gêmeos disseram juntos.
– Mandarei uma carta para Kara avisando da nova encomenda.
– Estamos ansiosos por esse momento. – Fred esfregou as mãos uma na outra totalmente empolgado.
– Fique atenta ao nosso chamado, reunião dos associados Weasleys em breve. – George entregou uma pedra .
– O que é isso? – perguntou.
– Uma pedra de aviso. Ela avisa quando temos reunião.
– Isso é muito legal.
– Nós sabemos, sua traíra. – os dois disseram juntos mais uma vez.
– Eu não sou traíra! Desculpa, mas o chapéu que escolheu.
– Nós sabemos, bobinha. – Fred foi o primeiro a dizer. – Só achamos muito engraçado o modo com qual você tenta se desculpar mesmo não sendo sua culpa.
– Sua cabeça fica fumaçando de ideias. – George pontuou.
– Vocês são piores que o Saci. – negou com a cabeça, sem deixar de rir.
– Quem? – eles perguntaram. – Deve ser um xingamento do Brasil. – os gêmeos cochicharam entre si e riu.
– Deixa para lá, seus espertinhos. Agora me levem até o Salão Principal, estou morta de fome.

Chegando ao Salão Principal, se assustou com a quantidade de alunos sentados à mesa tomando café da manhã e antes que pudesse se aproximar com os gêmeos, foi parada no meio do caminho por uma Gina um tanto carinhosa.
– Graças a Merlim você não se perdeu. – a mais nova a abraçou. – Estava pensando em como contaria ao papai que você está passando fome em Hogwarts, por conta de seu senso de orientação horroroso.
– Ei! Eu só me perdi uma vez e nem conta, porque eu achei os gêmeos e o Salão Principal... consequentemente. – disse a última parte mais para si.
– Enquanto vocês discutem, o café da manhã vai sumindo. – Rony disse do nada.
– Ron! A comida é realmente maravilhosa. – disse ao primo, com os olhos brilhando como ele descreveu que ela faria. – Onde está a Mione?
– Ela foi para a biblioteca. – Harry se incluiu na conversa também.
– Já? – perguntou.
– Vamos sentar, por favor? – Fred empurrou as meninas de leve.
– Queremos sentar. – disse George.
e Gina deram espaço para que eles se sentassem e Gina sentou logo depois. A ruiva mais velha ficou olhando todos sentados, tentando decidir onde sentaria.
– Você pode se sentar aqui, . – uma voz conhecida, mas um pouco distante, disse, a despertando do seu impasse. Era Diana, que estava sentada na mesa da Lufa-Lufa .
– Vocês se importam? – perguntou ao grupo que conversava antes.
– Digamos que já imaginávamos esse abandono. – George fingiu enxugar uma lágrima.
– É a mesa da sua casa, , não é como se você tivesse que escolher. – Gina deu de ombros e entendeu o que ela quis dizer. Todos estavam sentados nas mesas correspondentes a sua casa ali em Hogwarts.
– Nos falamos no almoço, família. – acenou para eles e seguiu para a mesa ao lado se sentando próxima de Diana.
– Você sempre acorda tão cedo? – Diana perguntou assim que a ruiva sentou ao seu lado.
– Normalmente sou expulsa do quarto, não gosto de atividades matinais.
– Acho que Hogwarts já está te transformando.
– Digamos que a cama daqui faz milagres. Eu me sinto novinha em folha.
– Daqui não. Milagres que só a Lufa-Lufa tem. – uma menina sentada perto delas disse, chamando a atenção delas.
, essa é Joalyn, uma das minhas primeiras amizades em Hogwarts. – Diana apresentou as duas.
– A melhor, antes de você me abandonar pelo time de Quadribol. – a menina disse, revirando os olhos.
– Você não me disse ontem que era do time.
– Você não perguntou. – Diana riu da falsa cara de choque que fez.
– Pegamos o seu horário, a professora Sprout passou por aqui antes da sua chegada. – Joalyn disse enquanto mordia uma tortinha.
– Obrigada! Acabei me distraindo com os gêmeos no caminho até aqui. – disse enquanto se servia também.
– Eles parecem ser bem legais a ponto de perder a noção do tempo mesmo. – Diana disse.
– Percebemos que ser discreto não faz parte da família. – Joalyn disse para si mesma, mas as outras duas escutaram e a olhou sem entender.
– Escutei que você quase se perdeu, o que acha de umas aulas de direção mais tarde? – Diana brincou, para mudar o foco.
– Não vou recusar. – sorriu e concordou com Diana. – Aposto que você roubou a ideia da Gina.
– Não olha agora, mas o Cedrico Diggory está vindo na nossa direção. – Joalyn disse mais uma vez chamando a atenção das meninas. As duas observaram a loira se arrumar e tentar achar a melhor posição para uma possível parada de Diggory e Diana revirou os olhos. Joalyn era sua amiga, mas passava um pouco do limite quando o assunto era Cedrico.
– Olá, meninas! – Cedrico cumprimentou as duas colegas de casa, assim que se aproximou. – Olá, , teve uma boa noite? – ele perguntou diretamente para a ruiva, a olhando do mesmo modo que nas outras vezes, como se todos ao redor simplesmente não existissem. Depois de alguns segundos no costumeiro transe, a Weasley respondeu.
– O–oi, Cedrico. – ela tentou falar sem deixar transparecer o quão nervosa ele a deixava. – Tive uma das melhores noites da minha vida. O colchão daqui é muito bom. – sentiu a sua bochecha esquentar por motivo algum.
– Fico feliz em saber que os nossos colchões são bons. – ele sorriu na direção dela. – Desculpe a falta de educação, esses são meus amigos, John e Oliver, o Wood da nossa casa. – Ced apontou para os dois rapazes que o acompanhavam. Todos trocaram mais algumas palavras e acenos de cabeça, até que continuaram suas refeições. Diana e falavam sem parar sobre o time de Quadribol da Lufa-Lufa e Joalyn tentava se incluir na conversa das duas.

Depois do café da manhã, não poderia pedir uma aula melhor. Defesa Contra as Artes das Trevas com a Grifinória. Claro que tudo foi de mal a pior por conta de Fred e George que nunca se abalavam com nada, mas na cabeça de , o que Olho-Tonto fez em sua aula, deveria ser proibido. Alguns alunos mais sensíveis, ficaram em choque com a apresentação que o professor fez das maldições imperdoáveis. não se lembrava de Olho-Tonto Moody assim, claro que ele era carrancudo e cabeça dura, mas ele estava num outro nível de indiferença e loucura, nem se lembrava dela e de como se davam bem.
– Vocês não acharam o Moody um pouco estranho? – perguntou aos gêmeos ao passo que andavam pelos corredores para as suas próximas aulas.
– Achamos que ele está do mesmo jeito de sempre. – Fred disse.
– Louco? – ela respondeu. – Claro que não estou falando disso.
– Ele só deve estar num dia ruim, . – George se pronunciou.
– Ou ele só está louco mesmo. – Fred disse outra vez, rindo junto com o irmão.
– Qual a aula de vocês agora? – ignorou os dois.
– Poções com o narigudo. – os gêmeos Weasley disseram juntos. – E você?
– Herbologia. Digamos que estou animada. – voltou ao seu estado normal, sem a carranca do assunto anterior.
– Então nos despedimos aqui. – George disse e abraçou a prima. – A estufa que você deve ter aula é por aquele caminho. – ele apontou para o lado oposto em que eles estavam seguindo. – Você vai andar um pouco e sair do castelo, por esse caminho que estamos te indicando, a estufa vai se tornar visível assim que você pisar do lado de fora.
– É tipo uma casinha, fácil, fácil. – Fred bagunçou os cabelos dela.
– Eu sei o que é uma estufa.
– Não precisa agradecer, sua traíra. – Os gêmeos responderam.

Com as instruções dos primos, não teve dificuldades em encontrar a estufa onde ocorreria as suas duas aulas. Ela estava tão animada com todas as coisas do primeiro dia, por todos que conheceu, conversou e aprendeu de certa forma que mal viu o tempo passar. Com um piscar de olhos, já era a hora do jantar outra vez e esse estava regado de confusão. Quando chegou ao Salão com Diana e Joalyn, identificou a cabeleira ruiva de Rony. Malfoy o estava insultando outra vez. se aproximou do amontoado de gente a tempo de escutar as considerações finais do loiro.
– E tem uma foto, Weasley! – acrescentou Malfoy, virando o jornal e mostrando-o. – Uma foto de seus pais à porta de casa, se é que se pode chamar isso de casa! Sua mãe bem que podia perder uns quilinhos, não acha? – olhou para Rony e ele tremia de fúria. Todos o encaravam. A ruiva mais velha não pensou duas vezes em ir até seu primo. Ele estava prestes a ceder às provocações do loiro.
– Não revide e vamos falar com algum professor. – ela disse baixo o suficiente para que somente seu primo escutasse. Rony relaxou seus músculos e olhou para onde ela estava, para confirmar que tinha mesmo outra Weasley ali e respirou fundo.
– Se manda, Malfoy – disse Harry. – Vamos Rony… – ele tentou puxar Rony sem nem notar Weasley ali.
– Ah, é mesmo, você esteve visitando a família no verão, não foi, Potter? – caçoou Malfoy. – Então me conta, a mãe dele parece uma barrica ou é efeito da foto?
– Você já olhou bem para sua mãe, Malfoy? – respondeu Harry. – Aquela expressão na cara dela, de quem tem bosta debaixo do nariz? Ela sempre teve aquela cara ou foi só porque você estava perto dela? – tentou se controlar para não rir, mas era impossível, nunca imaginaria uma resposta daquela vindo de Harry Potter. Algumas pessoas acompanharam a lufana nas risadas e o rosto pálido de Malfoy corou levemente.
– Não se atreva a ofender minha mãe, Potter.
– Então vê se cala essa boca – disse Harry, dando as costas ao sonserino. Antes que pudesse pensar, se deu conta do que viria a seguir. Draco atacaria Harry pelas costas.
Protego! – A Weasley se lançou em direção a Harry e conjurou o feitiço de proteção.
Várias pessoas gritaram pelo que tinha acontecido, comemorando ou só fazendo ainda mais confusão. Harry virou-se novamente a tempo de ver com a varinha estendida e Malfoy no chão. A menina estava pálida e Draco, mais pálido ainda e tentando esconder a careta de dor enquanto era ajudado por Crabbe e Goyle.
– Você vai se arrepender, garota! – Malfoy bradou.
– ISSO É UMA AMEAÇA? – Moody surgiu no meio da multidão e entrou no meio dos dois. – Eu o aconselharia manter a língua bem guardada dentro da boca.
– Meu pai vai ficar sabendo disso! – Draco dizia em completo desespero, querendo sair o mais rápido possível dali, mesmo ainda estando um pouco atordoado.
– Você quer que eu vá terminar de te encher de porrada, Malfoy? – deu um passo na direção do loiro, que se afastou ainda mais, assustado. Todos a olhavam, incrédulos, principalmente Rony e Harry.
– Chega! – uma voz firme e autoritária surpreendeu a todos. – O que está acontecendo aqui? Professor Moody, o senhor estava incitando essa briga? – a professora Minerva se dirigiu ao homem que não disse nenhuma palavra, enquanto Draco fazia cara de coitado ao lado da professora.
– A estrangeira selvagem me atacou, professora! – Draco disse, apontando para , que no mesmo instante sentiu o rosto esquentar. Seu rosto ficaria da cor do seu cabelo em um segundo.
– Como você ousa?! – gritou na direção do loiro.
– Silêncio os dois! – a professora tomou a frente mais uma vez.
– Senhor Malfoy, para a enfermaria agora. – ela disse, olhando em sua direção. – Weasleys e Potter, comigo. – disse para o trio e quando já estava de saída, se virou para o professor Moody e o lançou um olhar desaprovador.
– Se me permite, irei levar o Malfoy para as masmorras onde teremos uma conversa com meu amigo Snape. O garoto não pode sair sem culpa, atacou do mesmo modo. – disse o professor calmamente, como se fosse outra pessoa.
– Prossiga. – a professora determinou finalmente.
Os alunos foram se espalhando e os três seguiram a professora Minerva para fora do grande Salão. Ela estava claramente irritada, mas mantinha as suas expressões faciais inalteradas. Ela os guiou até o que parecia ser uma sala e parou em frente a porta. Os meninos soltaram um suspiro frustrado e ficou sem entender o motivo. Era a sala de troféus.
– Para que eu não aplique uma punição pior ao uso de feitiços em outro aluno, a detenção de vocês começará justamente agora. – a mais velha cortou o silêncio.
– Professora, eu lhe peço um momento. – tomou a fala, já que previa protestos que só piorariam a situação, vindos dos grifinórios.
– Tenha seu momento.
– Eu não usei feitiço ofensivo algum, estava protegendo Harry. Draco usou e então fez o seu feitiço ricochetear.
– Senhorita Weasley, entendo a sua intenção, mas agimos diferente em Hogwarts.
– Desculpe, professora. Não irá se repetir, mas peço que não aplique punição alguma aos dois, eles só estavam sendo provocados.
, não precisa dizer isso. – Harry começou a dizer, mas foi interrompido pela professora Minerva.
– Irei notificá-la para a professora Sprout e vocês dois, não quero mais nenhuma confusão. – ela respirou fundo e continuou. – Agora para suas Salas Comunais.
O trio se entreolhou e seguiu para o lado oposto ao da professora Minerva.
– A sala comunal da Lufa-Lufa é por este caminho, senhorita Weasley. – a professora apontou o caminho à sua frente e despediu-se dos dois meninos com um abraço.

seguiu o caminho apontado sozinha e sem olhar para trás como se conhecesse muito bem o castelo, mas ela não fazia ideia para onde aquele corredor a levaria. O caminho era reto e ela foi seguindo em frente, até que parou entre três caminhos diferentes, uma escada a esquerda que a levaria para o andar superior, um corredor a direita e uma escada que a levaria para a parte inferior do castelo. Usando seu breve conhecimento de poucas horas, optou por descer, lembrava que a sua Sala Comunal não a fazia subir para lugar algum. Depois de descer mais algumas escadas e passar por dois corredores super parecidos, decidiu parar e observar realmente onde estava e ela não fazia a menor ideia.
– Está perdida ou fugindo da professora McGonagall? – uma voz a despertou do seu transe.
– Cedrico! Você quase me assustou. – o olhou de lado. – Ela nos liberou.
– Isso é um milagre, pensei que teria que buscá-la na detenção. – ele disse um tanto surpreso e curioso sobre o que pôde ter acontecido de diferente.
– Não consigo acreditar, você está triste por eu não estar na detenção? – o encarou com uma falsa descrença.
– Não, claro que não. – Cedrico apressou a sua explicação. – Você me interpretou mal, eu só…
– Estou brincando com você, Ced. – sorriu na sua direção. – Posso chamá-lo assim, certo?
– Pode. – Cedrico disse fazendo careta, mas sorrindo também.
– O quê? Você não gosta? – tentou se controlar para não pedir milhares de desculpas por ser tão intrometida, mas Ced alargou o sorriso.
– Não é o meu apelido favorito, mas só meus pais me chamam assim. – ele disse, passando a mão pelo cabelo, tentando controlar o nervosismo que sentia por estar na presença dela. – Mas você pode me chamar assim, soa bem na sua voz.
– Bem, eu… – ela tentou começar um outro assunto, mas só o que conseguia fazer era abrir e fechar a boca.
– Você conseguiu jantar? – Ced perguntou. – Podemos passar na cozinha se quiser, só preciso terminar a ronda.
– As pessoas já terminaram de jantar no Salão Principal?
– Sim, mas não tem muito tempo.
– Perdi todo o tempo do jantar tentando achar o caminho de volta? – Cedrico confirmou a sua pergunta e bateu na própria testa. – Então o que estamos esperando? Vamos terminar essa ronda. – ela mudou rapidamente de triste para animada e puxou Cedrico pelo braço.
– Acho que vou te dar aulas de orientação. – Cedrico disse, sorrindo.
– Entra na fila. – o retribuiu.



CINCO - BEAUXBATONS E DURMSTRANG

Depois de um dos dias mais cansativos desde que tinha chegado em Hogwarts, só queria descanso, mas com os professores passado o dobro de atividades era muito difícil.
Um mês em Hogwarts e ela não conseguia explicar como não tinha percebido o tempo passando tão rápido. A lufana saiu da última aula sozinha depois de ficar para arrumar mesas e carteiras com o professor Flitwick e tentou não se distrair muito para que assim não se perdesse no caminho até o Salão Principal, por mais que já estivesse familiarizada, na sua opinião, o castelo ainda parecia um labirinto. Quando chegou ao saguão de entrada, ficou em alerta pela quantidade de gente amontoada, ainda estava apreensiva pela confusão com Malfoy. Se aproximou com calma e notou que era apenas muitos alunos tentando olhar um aviso que estava pendurando, todos no mesmo momento. Ela até pensou em tentar se esgueirar por entre as pessoas, mas sabia que se esperasse um pouco alguém apareceria na sua frente com a informação.
! – Diana acenou para ela da mesa da Lufa-Lufa.
– Que confusão toda é essa? – a ruiva perguntou a amiga.
– Beauxbatons e Durmstrang chegarão na sexta e seremos liberados uma hora mais cedo da última aula.
– Que bom, tirando que a última aula de sexta é bem legal. – disse.
– Concordo. O professor Binns entrou em um assunto muito interessante. – Diana completou o pensamento da outra sobre a aula de História da Magia.
Uns minutos depois, o trio de ouro parou do lado da ruiva, na mesa da Lufa-Lufa. Estavam todos empolgados para comentar algo sobre as delegações e o evento que seria iniciado com a sua chegada e a festa de boas-vindas.
, você concorda que os professores poderiam suspender todas as aulas do dia? – Rony disse, bocejando.
– Claro que não, Ronald. – Hermione disse no mesmo minuto. – Se suspenderem as aulas, teremos mais dever de casa.
– Mione tem razão, Ron e eu acho que já temos muitas tarefas para esses dias. – concordou com a grifinória.
– Quem vocês acham que vai se inscrever no torneio? – Harry perguntou do nada.
– Os gêmeos queriam muito. – disse.
– Mas não podem. – Hermione chamou a atenção e segurou uma risadinha.
– O que foi? – Rony perguntou.
– Nada. – a prima negou.
– Eles estão aprontando algo e a sabe. – Harry disse, rindo junto com a ruiva.
– Independente do que seja, não vai funcionar. – Hermione disse, respirando fundo.
– Acho que Cedrico quer se inscrever também. – voltou ao assunto. Ela tinha tido muito contato com o rapaz nos últimos dias por serem da mesma casa. Mas não passava disso, infelizmente, a Weasley pensava.
– Cedrico? – Rony repetiu sem entender.
– Diggory – Harry o respondeu.
– Aquele idiota, campeão de Hogwarts? – Rony disse, incrédulo. – Por Merlim!
– O que eu perdi? – perguntou, sem entender o motivo do desagrado de seu primo com seu colega de casa.
– Ele não é idiota, você simplesmente não gosta dele porque ele derrotou a Grifinória no quadribol – Hermione explicou. – Ouvi falar que é realmente um bom aluno e é monitor! – ela continuou como se encerrasse o assunto.
– Você só gosta dele porque ele é bonito – respondeu Rony, com desdém.
– Perdão, eu não gosto de pessoas só porque são bonitas! – retrucou Hermione, indignada.
– O que você tem com isso, Ron? E se ela realmente gostar dele por ser bonito? Muito bonito por sinal. – disse do lado da amiga. – Tirando o fato de ele ser realmente um bom aluno. – terminou de falar e reparou que deixou um Rony um tanto carrancudo. Os outros dois adolescentes mantinham expressões distintas, beirando surpresa e satisfação. Diana sentada ao lado de na mesa da Lufa-Lufa olhava tudo como se fosse a coisa mais engraçada de todas. E quando o trio se foi, encheu a ruiva com piadas envolvendo o que tinha dito sobre o Diggory.
Na véspera em que as delegações chegariam, a pedra que George tinha dado a para as reuniões brilhou e então ela soube que seria aquele dia, continuou a sua rotina de aulas normalmente e então no jantar ela teve a confirmação em forma de uma cartinha junto com um bolinho. Teria que sair depois do horário para encontrar a dupla e sentiu seu coração acelerar com a possibilidade de quebrar uma regra, ou outras mais quantas. Guardou o bilhete em um dos seus bolsos e continuou a conversar com Diana, Cedrico, que a todo momento direcionava algum assunto para ela, mesmo que a maioria fosse Quadribol, com John e Oliver ou Herbologia Brasileira, como comparação as aulas que tinham aquele ano na matéria em Hogwarts.

A semana foi passando e só se falava no Torneio Tribruxo, na chegada das delegações e quem seria o campeão de Hogwarts . Os boatos voavam de um aluno para outro como um germe excepcionalmente contagioso: quem ia tentar ser o campeão de Hogwarts, que é que o torneio exigia, e em que os alunos de Beauxbatons e Durmstrang se diferenciavam deles. Vários alunos perguntavam a nas aulas e nos intervalos delas, se a menina conhecia alguém dessas escolas que viriam a Hogwarts, já que a ruiva era o mais perto que a maioria sabia sobre outras escolas bruxas. Na sexta-feira dava para notar com clareza a faxina que o castelo tinha sofrido. Vários retratos encardidos tinham sido escovados para descontentamento dos retratados, que se sentavam encolhidos nas molduras, e de repente as armaduras brilhavam e mexiam sem ranger. Quando todos desceram para o café na manhã do dia 30 de outubro, descobriram que o Salão Principal fora ornamentado durante a noite e que grandes bandeiras de seda pendiam das paredes, cada uma representando uma casa de Hogwarts. Por trás da mesa dos professores, a maior bandeira de todas tinha o brasão de Hogwarts: leão, águia, texugo e serpente unidos em torno de uma grande letra H. estava muito encantada com tudo e assim como os outros alunos, não escondia a empolgação, contribuindo para o ar de festa e comemoração pelos corredores.
– Se ficar encarando o salão assim por mais tempo, seu café da manhã vai sumir. – Cedrico disse, sentando-se do lado da ruiva e dando um beijo rápido em seu rosto.
– Segundo a lei bruxa Ronald Weasley, código dos bruxos esfomeados. – Diana completou a fala do loiro.
– Vocês dois estão melhores que os gêmeos. – disse, sem conseguir conter o riso.
Perto da hora do café da manhã terminar, algumas corujas sobrevoaram as mesas e deixaram cartas e pacotes. Willy, a coruja de , vinha em sua direção com sua bolsinha consideravelmente pesada. pegou as encomendas e deu um petisco generoso para coruja, que não demorou muito a voar novamente para o Corujal. O pacote tinha vindo do Brasil e estava acompanhado de uma carta.

Querida ,
Desculpe o atraso para enviar a sua encomenda, tive dificuldades para pegar a flor sem ser vista e sem desencadear uma série de explicações. Espero que esteja curtindo muito suas aulas e o Torneio Tribruxo. Já está de olho em algum rapaz bonito? Vê se não me troca por alguma estrangeira, só aceito a Gina. Estou com muitas saudades e esperando ansiosamente as férias.

Com muito carinho, Kara!

Finalmente a Flor da sorte tinha chegado e poderia completar a poção do envelhecimento. Como se seus pensamentos estivessem conectados, Fred e George apareceram do seu lado na mesa da Lufa-Lufa. Seus amigos olharam, curiosos, mas não perguntaram nada.
– Estava pensando em vocês! – disse, sorridente.
– Reunião hoje à noite? – Fred perguntou e todos concordaram.
Ao longe, Rony observava curioso e comentava com Harry a movimentação estranha dos gêmeos e de sua prima, ao passo que eles claramente conversavam aos cochichos. Com o avanço do dia e o término das aulas, era palpável o clima agradável e tenso no ar. Os alunos não prestavam atenção nas aulas e os professores faziam de tudo para que todos estivessem impecáveis para o momento de receber as delegações. Quando a sineta tocou, os alunos foram para seus dormitórios trocar as vestes comuns de Hogwarts por capas e chapéus, aproveitando que estava começando a ficar muito frio do lado de fora. Quando estavam devidamente vestidos, foram encaminhados pelos diretores de suas casas para frente do castelo, no qual ficaram enfileirados por altura. A professora Sprout, sempre muito gentil, instruiu que os monitores ficassem atentos aos menos, por conta do frio. O fim da tarde vinha chegando devagarinho e uma lua pálida e transparente já brilhava sobre a Floresta Proibida, fazendo com que a empolgação diminuísse um pouco e deixasse a maioria inquieta. Um pouco ao fundo por ser consideravelmente alta e do sexto ano, esperava junto com Diana o momento que as delegações surgiriam nos terrenos de Hogwarts.
– Será que eles estão vindo de vassoura? – Diana perguntou.
– Acho que não. Eles estão vindo de longe, quase dois extremos. – a respondeu.
A conversa continuou para que tentassem se distrair do frio que se intensificava e continuou com as perguntas, enquanto respondia outras de Diana.
– E se permitissem todos aparatarem só por hoje?
– Não se pode aparatar nos terrenos de Hogwarts. – Ced disse quando se aproximou delas.
– Oi, querido monitor, terminou de orientar os mascotes? – Diana perguntou, fazendo careta.
– Estão todos confortáveis. – ele disse, rindo do que a amiga disse. – Está tudo bem, ? – perguntou para ruiva em seguida.
– Sim, só frio mesmo. – ela comentou, se abraçando. Cedrico se aproximou um pouco e a abraçou naquela mesma posição, na qual formou um amontoado de braços, que fez Diana rir da cara ruborizada da garota e fingir não notar o momento dos dois.
– E o que vocês estavam dizendo mesmo? – Ced tentou retomar ao assunto, mas foi interrompido por Dumbledore que falava em voz alta uma possível localização da delegação de Beauxbatons chegando.
– Onde? – vários alunos perguntavam ao diretor, que estava na última fileira.
– Ali! – gritou um aluno do sexto ano, apontando para o céu sobre a Floresta.
Alguns segundos depois eles viram uma enorme sobra tomar forma e dar lugar a uma carruagem azul-clara do tamanho de um casarão, que voava para eles, puxada por doze cavalos alados, todos igualmente grandes. As três primeiras fileiras de alunos recuaram quando a carruagem foi baixando para pousar a uma velocidade fantástica e então, com um baque estrondoso, os cascos dos cavalos bateram no chão. Um segundo mais tarde, a carruagem também pousou, balançando sobre as imensas rodas e o brasão com duas varinhas cruzadas confirmava a chegada de Beauxbatons.
Um garoto de vestes azul-claras saltou da carruagem, curvado para a frente e mexeu por um momento em alguma coisa que havia no chão da carruagem revelando uma escadinha, ele recuou respeitosamente, e de lá saiu a maior mulher de todas, conhecida também por ser a diretora da escola visitante: Madame Maxime. Ao pé da escada a mulher dividia a atenção dos estudantes que a encaravam de olhos arregalados. Ao entrar no círculo de luz projetado pelo saguão de entrada, ela revelou um rosto belíssimo, grandes olhos negros e um nariz um tanto bicudo. Seus cabelos estavam puxados para trás e presos em um coque na nuca. Vestia-se da cabeça aos pés de preto, que dava destaque às joias que brilhavam no seu pescoço também coberto pelo tecido.
Ela se aproximou do diretor e eles tiveram uma breve conversa sobre os cavalos alados e Hagrid cuidar deles. Seu sotaque arrastado era marcante e engraçado, o que fez pensar se ela própria tinha algum sotaque ou algo que marcasse a sua fala. Os convidados escolheram entrar para se aquecer, enquanto Hogwarts continuava a esperar a outra delegação, eram quase vinte alunos e alunas misturados e com roupas finas demais para o frio que fazia. Com a chegada de Beauxbatons pelos céus, muitos esperavam que Durmstrang também chegasse de modo parecido, mas uma movimentação estranha no lago, chamou a atenção.
– Olhem para o lago! – berrou Lino Jordan, um estudante da Grifinória.
Ocorria alguma perturbação no fundo do lago; grandes bolhas se formavam no centro, e suas ondas agora quebravam nas margens de terra – e então, bem no meio do lago, apareceu um rodamoinho, e então lenta e imponentemente o navio saiu das águas. Tinha uma estranha aparência esquelética, como se tivesse ressuscitado de um naufrágio, e quando emergiu completamente começou a deslizar para a margem. Diferente das roupas claras da outra escola, os alunos de Durmstrang usavam capas de pele escuras, que davam a impressão de serem maiores do que eram de fato.
O homem que os conduzia portava uma capa do mesmo modo, só que com um toque mais luxuoso. Cumprimentou Dumbledore de forma engraçada, mesmo sendo totalmente calculada. No seu encalço estava Viktor Krum, a maior celebridade dos últimos tempos no Quadribol.
Com a chegada da última delegação, todos os alunos foram instruídos a entrar e se acomodar em suas respectivas mesas. Cedrico enlaçou suas mãos na de e a fez esperar a multidão passar, a maioria dos alunos estavam eufóricos por conta do búlgaro e queriam uma chance de pelo menos chegar perto.
O evento mais aguardado por todos estava prestes a começar.



SEIS - O CÁLICE DE FOGO

O Torneio Tribruxo estava oficialmente aberto e quem quisesse se inscrever teria até antes do banquete do dia das bruxas para depositar seus nomes. Depois de uma mensagem calorosa de boas-vindas aos convidados, o diretor explicou alguns detalhes de uma parte daquele ano letivo. Para Cedrico, era um grande momento para decidir se realmente gostaria de colocar seu nome naquela seleção, mas antes mesmo de conseguir duvidar de si mesmo, sentiu uma grande vontade pulsar em seu peito, uma coragem, uma força de ir adiante e ganhar. Olhou para sorridente ao seu lado, conversando com Diana sobre os convidados, suas vestes e sobre como seu primo estava pirando por Krum estar sentado na mesa da sonserina. Desde o momento que ele viu a ruiva na floresta com a família Weasley, sabia que alguma coisa tinha mudado dentro de si e que aquele ano em Hogwarts seria o melhor ano de todos.
As travessas diante deles se encheram de comida como de costume e todos no salão não perderam tempo em apreciar a enorme variedade de pratos à mesa, sendo alguns de origem estrangeira. Os elfos domésticos na cozinha definitivamente pareciam ter se excedido e se superado em todos os pontos, aquele tinha sido sem dúvidas o melhor banquete. Depois que os pratos de ouro foram limpos, Dumbledore se levantou mais uma vez. Neste momento, uma agradável tensão pareceu invadir o salão. Todos olhavam muito curiosos para o professor, o observando com grande concentração.
– Chegou o momento, queridos e queridas. - disse o diretor, sorrindo para todos. – O Torneio Tribruxo vai começar, mas antes eu gostaria de dizer algumas palavras, mesmo que já tenham sido tantas. - ele continuou, descontraído.
Alguns alunos acompanharam o diretor, já que não era nenhuma mentira. Todos estavam muito ansiosos para saber cada detalhe, mas Dumbledore tinha seu próprio ritmo. Antes que ele pudesse falar qualquer coisa, duas figuras conhecidas por na copa mundial, estavam bem ali contrastando com todos na mesa dos professores.
– Primeiramente gostaria de apresentar àqueles que ainda não os conhecem o Sr. Bartolomeu Crouch, Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia e o Sr. Ludo Bagman, Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos. - Dumbledore apontou para os homens que tomaram o seu lado e aplaudiu junto com todos do salão.
– Eles trabalharam com meus pais no ministério uns anos atrás. - disse baixo para que somente Diana escutasse.
– Antes de você se mudar? - a amiga perguntou.
– Sim. - a ruiva respondeu e elas voltaram a prestar atenção no diretor.
– Nos últimos meses, o Sr. Bagman e o Sr. Crouch trabalharam incansavelmente na organização do Torneio Tribruxo e se juntarão a mim, ao Prof. Karkaroff e à Madame Maxime na banca que julgará os esforços dos campeões. - Dumbledore continuou.
Com a menção aos campeões, os estudantes começaram a redobrar a atenção nos dizeres do diretor e quase nenhum burburinho era ouvido.
– O escrínio, então, por favor, Sr. Filch.
Filch, que andava rondando despercebido, aproximou-se então de Dumbledore, trazendo uma arca de madeira, incrustada de pedras preciosas. Tinha uma aparência extremamente antiga. Alguns alunos menores de outras casas levantaram de seus lugares para conseguir enxergar melhor e a maioria inclinou suas cabeças para o lado a fim de encontrar um ponto de visualização que não tivesse sido ocupado ainda. tentava a todo custo acompanhar o escrínio salão adentro, mas só conseguiu uma visão rápida quando o homem passou com o objeto entre as quatro mesas principais. Filch depositava cuidadosamente a arca na mesa à frente do diretor enquanto ele observava com atenção.
– As instruções para as tarefas que os campeões deverão enfrentar este ano já foram examinadas pelo Sr. Crouch e Bagman – disse Dumbledore devagar. – E eles tomaram as providências necessárias para cada desafio. Haverá três tarefas, espaçadas durante o ano letivo, que servirão para testar os campeões de diferentes maneiras... sua perícia em magia, sua coragem, seus poderes de dedução e, naturalmente, sua capacidade de enfrentar o perigo.
Com todos os desafios finalmente divulgados, começou a refletir sobre tudo que conversou com sua família antes de ir para Hogwarts. Ela mal conseguia acreditar que estava escutando o que estava escutando e que em breve viveria cada palavra dita. Por um momento, temeu por Fred e George, que queriam se inscrever e por Cedrico que mal piscava ao seu lado.
– Como todos sabem, três campeões competem no Torneio, um de cada escola. Eles receberão notas por seu desempenho em cada uma das tarefas do Torneio e aquele que tiver obtido o maior resultado no final da terceira tarefa ganhará a Taça Tribruxo. Os campeões serão escolhidos por um juiz imparcial... o Cálice de Fogo.
Dumbledore puxou então sua varinha e deu três pancadas leves na tampa do escrínio e ela se desmanchou lentamente revelando um Cálice que poderia ser considerado comum, se não estivesse cheio até a borda com chamas branco-azuladas que davam a impressão de incontroláveis.
– Quem quiser se candidatar a campeão deve escrever seu nome e escola claramente em um pedaço de pergaminho e depositá-lo no Cálice - disse Dumbledore. – Os candidatos terão vinte e quatro horas para apresentar seus nomes. Amanhã à noite, Festa das Bruxas, o Cálice devolverá o nome dos três que ele julgou mais dignos de representar suas escolas. O Cálice será colocado no saguão de entrada hoje à noite, onde estará perfeitamente acessível a todos que queiram competir.
Depois da sua importantíssima declaração, o professor revelou que traçaria uma linha etária em volta do Cálice de fogo depois que ele fosse colocado no saguão, como forma de garantia de que nenhum aluno menor de idade conseguisse se inscrever. Quando estava prestes a seguir seus colegas da Lufa-Lufa, sentiu alguém segurar seus ombros por trás.
– Francamente, uma linha etária. - exclamou Fred e ninguém poderia dizer se ele estava irritado ou vislumbrado com o desafio da ideia.
– Meninos, que bom ver os dois. - disse e os abraçou. – Será que devemos nos preocupar?
– Bom, isso deve ser contornável. - disse George. – Temos a flor da sorte.
– Bem lembrado. Depois que o nome estiver no Cálice, ele não vai saber dizer se temos ou não dezessete anos! - Fred disse, rindo e confiante.
– Amanhã podemos finalizar a porção na estufa. - disse.
– Não nos entenda mal, mas não entramos numa aula extra da Lufa-Lufa. - os dois disseram de vez.
– Podemos fazer até um certo esforço para gostar de você depois de tudo... - George disse, respirando fundo de forma teatral.
– Mas não vai passar disso. - Fred completou a fala do irmão.
– Claro que não estou falando disso, não me castigaria dessa forma. - disse, sorrindo sapeca.
– O que quer dizer com isso? - os gêmeos perguntaram ao mesmo tempo, confusos.
– A flor está lá, meninos. - desconsiderou a pergunta e continuou com os seus questionamentos.

Alguns minutos de planejamento depois, eles finalmente chegaram na frente da sala comunal da Lufa-Lufa, com uma extremamente agradecida e os dois ruivos mostrando as verdadeiras intenções de levá-la assim que viraram o corredor que levava a cozinha. Tocando os barris com a varinha, perguntou-se para onde iria tanta comida, o jantar tinha terminado quase naquele instante. Entrando na sala comunal, ela percebeu que alguns colegas ainda estavam distribuídos por ali conversando e pensou um pouco em se juntar a eles, mas achou melhor ir direto para o dormitório. Amanhã teria um longo dia.

Mesmo dia seguinte sendo sábado e com a intenção de levantar mais tarde, acabou acordando no horário de sempre, por conta da pedra dos primos que não parava de vibrar e brilhar. A lufana levantou finalmente e decidiu tomar um longo banho, se arrumando depois com uma de suas roupas mais confortáveis. O salão comunal contava com mais gente do que ela esperava, ao contrário dos corredores, que estavam desertos. Saindo do castelo, ela chegou alguns minutos depois ao local combinado: a estufa.
– Olha só quem apareceu. - Fred disse, chamando a atenção de todos.
– Acordou finalmente. - George bateu palmas.
– Quanto exagero! - disse e abraçou cada um dos primos. – Bom dia, pessoal. - a ruiva disse, cordial, depois de notar que o amigo corvino dos meninos estava ali.
– Ela só foi educada, porque viu o Vincent. - George chamou a atenção.
– Francamente, . Menos cinquenta pontos para Lufa-Lufa. - Fred disse.
– Não liga para eles. - o Vincent disse e acenou para a ruiva, que acabou o abraçando também, deixando-o corado.
Em poucos minutos, eles começaram a conversar e colocar a mão na massa. Era um verdadeiro trabalho em grupo e todos estavam se divertindo muito com a possibilidade de dar certo. não deixava de ser positiva e incentivar, mas também tentava colocar o pé deles no chão com a possibilidade do erro, pois todos sabiam que Dumbledore era o melhor bruxo de todos e seus feitiços estariam no mesmo patamar de erro e acerto. Atrasados o suficiente para fazer uma entrada triunfal, o grupo decidiu voltar para o castelo.
– Acha que vai dar certo? -Vincent perguntou a ruiva enquanto seguiam atrás dos gêmeos.
– Acho que tem grande chance. - disse, sorrindo minimamente.
– Você não vai querer tentar também?
– Não tenho muita aptidão, gosto mais de ser espectadora.
– Boa resposta. Acho que só vou me inscrever por conta dos gêmeos.
– Você já tem dezessete? - perguntou, surpresa.
– Este é meu último ano em Hogwarts, digamos que a idade já está começando a me preocupar. - Vincent disse descontraído, fazendo a ruiva concordar e rir.
– Você seria um bom campeão para Hogwarts. - ela disse quando eles estavam prestes a entrar no grande salão.
– Fico feliz em saber. - o rapaz sorriu, tentando não ficar corado.
– Não tem medo de um dos seus primos se machucar no Torneio? - o corvino puxou assunto depois de um tempo.
– Sim, tenho muito medo. Mas eles são cabeças duras demais para mudar de ideia, então eu dou todo o meu apoio.

Quando eles entraram, os gêmeos começaram a anunciar o que estavam prestes a fazer. Eles praticamente chamavam todos para o show. Com somente um bolinho que os meninos levaram como petisco, sentiu seu estômago roncar e se despediu de Vincent seguindo em direção a mesa da Lufa-Lufa, mas precisamente onde estava sentada sua amiga Diana e beliscou o que estava no prato da menina.
–Que susto. O show dos gêmeos é para você aproveitar e roubar comida?
– Que isso, Douver? Não pode dividir um pouco com a sua amiga favorita? - disse, se dando conta logo depois que Joalyn poderia estar por perto, mas ela não estava.
– Ela não apareceu por aqui ainda. - Diana disse, bebendo um suco de abóbora. – Por que não senta e come direito?
– Estou nervosa com o plano dos gêmeos. - disse, voltando a olhar para os primos. – Eu os sabotei - a menina disse, deixando a amiga boquiaberta.
– Nesse momento, vamos tomar uma gota da nossa super poção - Fred disse alto e em bom som.
– Uma gota é suficiente para os meses que queremos. - George explicou.
– Antes de tudo, gostaríamos de agradecer a nossa prima por todo apoio. - Fred disse outra vez e apontou para a mesa da Lufa-Lufa pegando a ruiva mais velha com a boca cheia de comida e uma Diana ao seu lado sem reação.
– Aí está você, ! - eles disseram e bateram palma.
Todos olharam para onde ela estava e por um momento ela esqueceu de como se fazia para respirar e acabou se engasgando, sendo salva por Cedrico que estava logo atrás. A atenção das pessoas mudou no mesmo instante para os gêmeos, que tentavam decidir quem iria colocar o papel dentro do Cálice de Fogo primeiro.
– Você está bem? - Cedrico perguntou, preocupado.
– Sim, obrigada, Ced.
– Estava procurando por você. - ele disse, um pouco corado.
– Precisa de algo? - perguntou igualmente envergonhada.
Os dois foram interrompidos por uma onda de comemorações vindas dos alunos ao redor. A vibração dos alunos indicava que os gêmeos tinham passado pela linha etária e estavam prestes a colocar os papéis dentro do Cálice, e então, os dois ao mesmo tempo, fizeram.
– Eu estava pensando, o que você acha de eu me inscrever para o Torneio Tribruxo? A sua opinião é de extrema importância e eu…
Os dois foram interrompidos novamente e o silêncio feito pela tensão se rompeu em comemoração, todos pensavam que tinha dado certo, até que no segundo seguinte ouviram um chiado forte e os gêmeos foram arremessados para fora do círculo dourado, como se fossem bolas gigantes. Eles aterrissaram dolorosamente, a dez metros de distância, no frio chão de pedra e, para piorar a situação, ouviram um forte estalo e brotaram nos dois grossas barbas ruivas que os envelheceram uns dez anos.
O saguão de entrada ecoou de risadas. Até Fred e George riram um pouco depois de levantarem e se olharem com um espelho, dando uma boa olhada na barba.
– Nada mal. - disseram os dois.
– Eu avisei a vocês - disse uma voz grave e risonha, ao que todos se viraram e deram com o professor Dumbledore saindo do Salão Principal. Ele examinou Fred e George, com os olhos cintilando. – Sugiro que os dois procurem Madame Pomfrey. Ela já está cuidando da Srta. Fawcett da Corvinal e do Sr. Summers da Lufa-Lufa, que também resolveram envelhecer um pouquinho. Embora eu deva dizer que as barbas deles não são tão bonitas quanto as suas, acho que isso se deve ao item especial da senhorita Weasley.
Fred e George seguiram para a ala hospitalar acompanhados dos amigos, que rolavam de rir. gritou alguns pedidos de desculpas, mas sabia que os gêmeos cobrariam mais tarde de uma maneira muito engraçada e até divertida.
– Ced, me desculpe. Do que estava falando? - chamou a atenção do loiro, que estava distraído.
– Me deseje sorte! - Cedrico disse, a surpreendendo com um beijo demorado na bochecha. Ele levantou rapidamente, sem nem dar tempo para a ruiva reagir e seguiu até o Cálice de Fogo, movimentando vários alunos da Lufa-Lufa, que comemoravam a iniciativa.
Ambos ficaram corados, mas Cedrico estava no seu pico de adrenalina para se deixar afetar, e então, antes de depositar seu nome no Cálice, olhou intensamente para , que desejou boa sorte de maneira silenciosa. Assim que o papel deixou a mão de Cedrico, ele foi ovacionado pelas comemorações e seguiu com seus amigos para fora do salão principal.
– Acho que agora você quem está distraída. - Diana observou.
– O quê?
– Estou dizendo! - a morena riu. – Cedrico mexe muito com a sua atenção.
– Digamos, que ele mexe com mais do que só a atenção. - disse, ainda meio boba.

Depois de passar a tarde inteira na grama fresca pela chuva, e Diana voltaram para dentro do Castelo, esbarrando no caminho com Hermione, que estava com os meninos que a cumprimentaram e seguiram em frente.
– O que houve com eles? Nem falaram comigo direito. - perguntou a amiga.
– Digamos que Rony está com ciúmes da sua interação com os gêmeos - a grifinória respondeu.
– Eu trato todos igual.
– Claro que não. - As duas amigas da ruiva responderam no mesmo momento, o que fez as três gargalharem em seguida. Estavam num bom momento.
– Você é quase a terceira gêmea. - Diana disse.
– E você ainda defendeu o Cedrico na frente dele. - Hermione lembrou.
Elas continuaram conversando até que se dividiram e foram para onde seus colegas de casa estavam sentados. O salão estava totalmente ornamentado para o dia das bruxas, tendo muitas velas, morcegos e abóboras como destaque da decoração. O Cálice de Fogo fora mudado de lugar; agora se encontrava diante da cadeira vazia de Dumbledore, à mesa dos professores.
– Ele ainda não entrou no salão. - Diana disse depois de um tempo. A ruiva não conseguia disfarçar o olhar ao redor do lugar. Estava claramente procurando alguém.
– Ele quem? - a Weasley disse, olhando para a amiga com a melhor cara de desentendida.
– Nós sabemos que você está procurando o futuro campeão de Hogwarts.
– Estava procurando a Gina.
– Ela está bem ali. - a amiga disse, apontando para Gina a alguns metros conversando com muitas pessoas ao mesmo tempo.
– Aah, que bom que a encontrei.
Os alunos foram agraciados por mais um banquete super farto, e por mais que as comidas estivessem muito apetitosas, todos estavam muito ansiosos para a decisão do Cálice. Depois de muito tempo, os pratos voltaram a ficar limpos; houve um aumento acentuado no volume das conversas no salão, que parou quase instantaneamente quando Dumbledore se ergueu. A cada lado dele, o Prof. Karkaroff e Madame Maxime pareciam tão tensos e ansiosos quanto os alunos... Ludo Bagman sorria e piscava para vários alunos e o Sr. Crouch, parecia bastante desinteressado, quase entediado, um tanto ranzinza. Antes que Dumbledore começasse a falar, notou uma movimentação do seu lado, até que uma pessoa levantou e outra sentou. Era Cedrico. Ele estava visivelmente nervoso, mas tentava parecer tranquilo quanto a ansiedade de saber se seria digno de representar a escola que tanto amava ou não.
– Oi, - ele sorriu.
– Oi, Ced - ela retribuiu.
– Está um pouco frio, não? - ele perguntou, esfregando as mão compulsivamente.
– Está tudo bem, Ced, não precisa ficar assim. Você já é o grande campeão de Hogwarts para mim. - disse calmamente, e segurou as mãos do rapaz. Naquele momento, a batida sincronizada do coração de ambos poderia ser escutada. Eles estavam no famoso transe.

– Bom, o Cálice de Fogo está quase pronto para decidir – disse Dumbledore. – Agora, quando os nomes dos campeões forem chamados, eu pedirei que eles venham até este lado do salão, passem diante da mesa dos professores e entrem na sala ao lado onde receberão as primeiras instruções. – ele indicou a porta atrás da mesa e puxou a varinha e fez um gesto amplo; na mesma hora todas as velas, exceto as que estavam dentro das abóboras recortadas, se apagaram, mergulhando o salão na penumbra. O Cálice de Fogo agora brilhava com mais intensidade do que qualquer outra coisa ali, a brancura azulada das chamas que faiscavam vivamente quase fazia os olhos doerem. As chamas dentro do Cálice de repente tornaram a se avermelhar. Começaram a soltar faíscas. No momento seguinte, uma língua de fogo se ergueu no ar, e expeliu um pedaço de pergaminho chamuscado. Dumbledore apanhou o pergaminho e segurou-o à distância do braço, de modo a poder lê-lo à luz das chamas, que voltaram a ficar branco-azuladas.
– O campeão de Durmstrang – o professor leu alto e bom som – Será Viktor Krum.
Uma salva de palmas seguiu e Viktor Krum levantou-se da mesa da Sonserina, cumprimentou o diretor e desapareceu pela porta que levava à sala vizinha.
– Bravo, Víktor! – disse Karkaroff, com a voz tão retumbante que todos puderam ouvi-lo apesar dos aplausos. – Eu sabia que você era capaz!
Os aplausos e comentários cessaram e outra vez toda a atenção tornou a se concentrar no Cálice de Fogo, que, segundos depois, tornou a se avermelhar. O segundo pedaço de pergaminho voou de dentro dele, lançado pelas chamas.
– O campeão de Beauxbatons é Fleur Delacour!
A menina levantou-se graciosamente, sacudiu a cascata de cabelos louro-prateados para trás e caminhou impetuosamente entre as mesas da Corvinal e da Lufa-Lufa, fazendo com que vários garotos suspirassem. Quando Fleur Delacour também desapareceu, todos tornaram a fazer silêncio, mas desta vez foi um silêncio muito pesado de excitação que dava a impressão de que pudesse ser sentido. O campeão de Hogwarts era o próximo.
E o Cálice de Fogo ficou mais uma vez vermelho; jorraram faíscas dele; a língua de fogo ergueu-se muito alto no ar e de sua ponta Dumbledore tirou o terceiro pedaço de pergaminho.
– O campeão de Hogwarts – anunciou ele – Cedrico Diggory!
A mesa da Lufa-Lufa explodiu em comemoração, contagiando até mesmo as outras mesas. E sem nem pensar o mais novo campeão de Hogwarts tomou a ruiva mais velha em seu colo numa comemoração bastante acalorada, só ele sabia o quanto tinha se segurado para não beijá-la ali mesmo. Cada um dos alunos da Lufa-Lufa ficou de pé, gritando e pulando, quando Cedrico passou por eles, com um enorme sorriso no rosto, e se encaminhou para a sala atrás da mesa dos professores. Na verdade, os aplausos para Cedrico foram tão longos que passou algum tempo até que Dumbledore pudesse se fazer ouvir novamente.
– Excelente! – exclamou Dumbledore feliz, quando finalmente o tumulto serenou. – Muito bem, agora temos os nossos três campeões.
– Estou certo de que posso contar com todos, inclusive com os demais alunos de Beauxbatons e Durmstrang, para oferecer aos nossos campeões todo o apoio que puderem. Torcendo pelo seus campeões, vocês contribuirão de maneira muito real… - o diretor continuou falando, mas parou sua fala de maneira brusca, quando escutou um novo criptar vindo do Cálice. O fogo no Cálice acabara de se avermelhar outra vez. Expeliu faíscas. Uma longa chama levantou-se subitamente no ar e ergueu mais um pedaço de pergaminho. Com um gesto aparentemente automático, Dumbledore estendeu a mão e apanhou o pergaminho. Seus olhos se arregalaram para o nome que viu escrito e então houve uma longa pausa, durante a qual Dumbledore mirou o pergaminho em suas mãos. Ele pigarreou e leu...
– Harry Potter!





Continua...



Nota da autora: Ooi, gente, muito obrigada por terem lido até aqui e eu espero que vocês tenham gostado. Acho que esse é meu recorde de envio e tenho que admitir que gostei muito desse capítulo. Deixe um comentário me contando o que achou e se gostou desse formato com mais diálogos. Bjuss 💛💛

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Outras Fanfics:

The Scar Girl (Especial 20 anos Harry Potter no Brasil)

Nota da beta: Ai, eu amo tanto esse casal, meu Deus! Que lindinhos. Agora começa a saga do menino Potter e do Ced, ai, ai! Ansiosa pela continuação.

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