Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida... — canto baixinho para mim, apoiada no balcão da cozinha, de frente para um pequeno cupcake que possuía uma única vela fina entre a cobertura de chocolate. — Feliz Aniversário, .
É solitário comemorar seu aniversário sem a companhia de ninguém, ainda mais na véspera de Natal, uma data em que famílias se reúnem para apreciar um banquete cheio de comidas deliciosas e trocarem presentes uns com os outros. Mas, para mim, desde pequena, isso tornou-se normal, já que cresci e vivi a maior parte da minha vida em um orfanato.
No dia 24 de dezembro, eu comemorava mais um ano de vida.
Era véspera de Natal, um dos dias mais felizes do ano. Entretanto, para mim, era o mais odiado de todos. Uma menina que foi abandonada, crescendo solitária, não sendo adotada por nenhuma família, não tinha o porquê de comemorar esta data. Era só mais uma no calendário.
Hoje, sem nem ter começado a cursar uma faculdade por falta de dinheiro, apesar de trabalhar em uma cafeteria, morando em um apartamento minúsculo, que dá dó, sem família, sem ninguém, completo 21 anos de idade.

***


O mundo é tão grande que eu me sinto um Zé ninguém, até porque sou um realmente. É engraçado pensar que, até os meus 6 anos de vida, eu era até considerada feliz, que interagia com os coleguinhas e tudo mais. Lembro, até hoje, um pouco antes do meu aniversário, quando o Papai Noel foi ao orfanato e as crianças tinham que sentar em seu colo e falar um pouco com ele.

FLASHBACK ON

?! É sua vez de falar com o Papai Noel! Vamos? — tia Clau me chama, e a sigo até a cadeira em que o homem de vermelho está sentado.
Aquele era o Seu Noel.
— Ho ho ho! Olá, queridinha! — ele fala assim que me sento em seu colo. — Qual é o seu nome?
— Eu sou a , seu Noel — respondo, logo abrindo um sorriso que mostrava a janelinha que havia no meio dos meus dentes, já que dois deles, que ficavam na frente, haviam caído um tempinho atrás.
, que nome muito bonito! Quantos anos tem a pequena ?
— Vou completar 6 anos no dia 24. — Sorrio mais uma vez.
Eu gostava do seu Noel. No ano passado, escrevi uma cartinha, com ajuda da professora Lena, pedindo uma boneca do novo filme da Barbie e a ganhei. Fiquei muito feliz, então, neste ano, irei me aventurar e pedir algo que quero muito, e que as outras crianças com que brinquei neste ano pediram no ano anterior e ganharam.
— E você foi uma menina comportada neste longo ano, menina ? Papai Noel só dá presentes a crianças comportadas. — Ele me olha sério, mas logo abre um sorrisão.
— Fui, sim, seu Noel. — Faço uma posição de sentido, deixando minhas costas retinhas. — Fiz todas as tarefas de casa, não disse palavras feias e fui dormir na hora certa do soninho. — Sorrio ao terminar de falar.
— Que menina boa... E o que a senhorita vai querer de Natal? Conta ao Noel aqui.
— É uma coisa muito, muito, muiiiiito especial o que eu quero e, se o senhor me der, irei te amar mil vezes mais. Mas... — Encolho-me um pouco em seu colo. — Posso falar no seu ouvido? Porque é meio que um segredo. Eu escrevi outra coisa na cartinha para o senhor... — falo baixinho.
— Claro! — ele responde.
Aproximo-me do seu ouvido, faço um formato de concha com minhas pequeninas mãos e falo baixinho:
— Eu quero uma família.


FLASHBACK OFF

Quando o Natal chegou, naquele ano, percebi que o que eu tinha pedido não chegaria muito cedo e nem chegou. No ano seguinte, esperava que o meu presente de Natal fosse chegar, e no próximo, e nos que seguiram. E, por causa disso, fui me distanciando das crianças, até ficar só.

FLASHBACK ON

— O que foi, ? Por que anda tão tristinha? — tia Clau pergunta a mim, que está sentada no meio do parquinho, arrancando uns pedacinhos da grama.
— Eu acho que não fui uma boa menina nesses anos — respondo baixinho.
— Que nada. Você é uma excelente menina.
— Então por que o Papai Noel não me deu o que eu pedi de presente de Natal? — pergunto, levantando minha cabeça para olhá-la. Meus olhos estavam esbugalhados, com algumas lágrimas nos cantos, e meus lábios faziam um bico de choro.
— Ué... Mas o que você escreveu nas suas cartinhas, você ganhou. — Ela me olha desconfiada e com pena.
— Não... No ano em que ele veio aqui, eu pedi outra coisa.
— E o que foi que você pediu, querida? — Ela se abaixa para ficar mais próxima a mim. Reluto em dizer. — Não precisa ter medo, . A tia é legal. Você sabe, né? Não vou te julgar.
Respiro fundo, antes de dizer:
— Eu tinha pedido uma família... Mas parece que nenhuma me quer.
Ela arregala os olhos e abre a boca, assustada.
... Não é culpa do Papai Noel isso.
— É, sim! Ele deu uma família a todas as outras crianças com quem eu brincava, pois elas tinham pedido a ele uma também, e por que só pra mim que ele não quer dar? — respondo braba.
... — Ela tinha lágrimas nos olhos, assim como eu, que já chorava. — É uma situação complicada. Você tem que ter calma, pois até as crianças com quem você brincava tinham esses problemas.
— Mas...
— Sem mas, ok? Respire fundo, limpe essas lágrimas, porque você é uma garota forte e, para ter uma família, tem que ser uma pessoa forte e sorridente. Agora, levante-se da grama! — ela fala, logo me ajudando a me levantar. — Um dia, você terá sua própria família, se casará com um homem lindão... — Eu rio do jeito que ela fala. — E vai ter uma filha lindona igual a você.
— Posso ter um cachorrinho chamado Dino? — pergunto, me imaginando com essa família que tia Clau mencionou.
— Claro que sim! — ela fala, sorrindo.


FLASHBACK OFF

Infelizmente, a tia Clau faleceu alguns meses atrás e, nestes últimos meses, a minha vida só mudou de ruim para pior, e nada do que eu tentava fazer me alegrava.

***


Para aliviar um pouco a tensão que se acumulava em minha mente, ao me lembrar desses acontecimentos, pego meu casaco de inverno e saio porta afora, em direção à rua coberta com neve.
Passava em frente a algumas casas da região, que eram enfeitadas com luzinhas e estátuas de Papai Noel, e renas cobertas pela neve. Dava para escutar algumas risadas altas quando passava na frente de alguma moradia que possuía alguns carros no meio-fio. Já em algumas, a cortina estava aberta e, pela janela, eu via a família reunida em volta da mesa, compartilhando aquele momento que parecia estar sendo incrível, menos para mim.
— Ho ho ho! Feliz Natal!
Havia chegado à parte em que o comércio era mais amplo, e algumas lojas, supreendentemente, estavam abertas, e alguns Papais Noéis, de frente para algumas lojas, balançavam sinos para cima e para baixo, exclamando, para que todos aqueles que estavam nas ruas, passeando, tivessem um ótimo Natal.
— Vá se ferrar! — digo a um enquanto me dirijo para a praça que havia ali perto.
Quando cheguei à praça, vou à procura de um banco para me sentar; acho um rapidamente e, quando chego perto, escuto um som de violão, juntamente com uma voz.

I don't want a lot for Christmas
There is just one thing I need
I don't care about the presents
Underneath the Christmas tree


Fui em direção aonde imaginava que era o local em que a pessoa, que cantava, estaria, para escutar melhor. Apesar de tudo, eu gostava daquela música. Chegando perto, tiro minhas conclusões de que era um homem cantando, mas me surpreendo mais ainda quando chego mais perto. Ele estava sentado na muretinha, tocando violão, cantando, a caixa do violão aberta à sua frente, só que sem nem uma nota de dinheiro dentro. Ele era muito talentoso e, reparando melhor, muito atraente.

I just want you for my own
More than you could ever know
Make my wish come true
All I want for Christmas is you


Era uma versão bem diferente da que eu costumava escutar, sendo a qual cantava uma mais calma, mais bonita e perfeitamente combinando com sua voz. Ele ainda não tinha percebido que eu estava ali, apreciando-o. Tocava o violão com praticidade e firmeza, olhando-o, não errando uma nota e, às vezes, até fechava os olhos. Era lindo de se ver! Ninguém passava por ali. Algumas pessoas que passeavam um pouco mais longe olhavam para o local com curiosidade, mas não se aproximavam. Não sabiam o que estavam perdendo.
Depois de um tempo, ele termina a música, e eu aplaudo. Ele levanta a cabeça rapidamente, com os olhos assustados.
— Desculpa ter te assustado! — digo assim que paro de aplaudi-lo.
— Não, não, está tudo bem... — ele diz, logo dando um sorriso.
— Você toca e canta muito bem! — digo, sendo um pouco simpática.
— Obrigado. Tem alguma música que quer pedir?
— Pode ser não natalina? — pergunto.
— Ué... Por quê? Não gosta do espírito natalino? — Ele ri um pouquinho, e desvio meu olhar dele.
— Não gosto do Natal, mesmo.
— Sério? — Ele levanta-se. — Não quer me contar o porquê disso enquanto tomamos um chocolate quente? — pergunta. Olho-o com meus olhos arregalados, surpresa. Penso em recusar. — Vamos lá... Está frio e quero uma companhia nesta noite.
— Hum... Pode ser, então.
Espero-o guardar o violão, colocar em suas costas, para que, em seguida, fôssemos em direção à cafeteria perto da praça. Até lá, não falávamos nada, mas o silêncio entre nós não era desconfortável e, sim, muito aconchegante.
Chegando lá, já na entrada, percebo a decoração de Natal que haviam colocado, vermelho e verde, por todo lado, e alguns galhos de árvore espalhados pelo teto. Havia algumas pessoas sentadas pelo ambiente, apreciando um belo chocolate quente ou outra bebida quentinha para espantar o frio. Entramos na fila para pedirmos algo. Não estava muito grande a mesma. Umas 4 pessoas à frente.
— Então... Qual é o nome da garota com quem estou saindo? — ele pergunta, colocando as mãos no bolso da jaqueta, aparentemente, pesada, preta.
. — Sorrio timidamente. — E o seu?
, mas te deixo me chamar de . — Ele pisca, e eu coro.
Nunca fui de me aproximar muito de garotos. Eram poucos os com quem eu conversa, e esses eram colegas de trabalho, nada mais.
Chega nossa vez de fazer nossos pedidos e, como fomos juntos, ele implora para pagar a minha parte e, apesar de relutar um pouco, deixo, no final, e o agradeço pela gentileza. Após pegar meu muffin de chocolate e a bebida quente, vou em direção a uma mesa perto da janela e me sento.
vem logo em seguida.
— Então, , vou direto ao ponto. — Ele me olha, dando um gole em sua bebida. — Por que não gosta do Natal?
— Hum... É uma longa história... — respondo, sem o olhar, pegando um pedaço do muffin.
— Bom... Temos uma longa noite pela frente e, se não me engano, aqui ficará aberto até à meia-noite, e são... Dez horas.
— Então são duas horas para contar minha história... — digo, olhando-o, ainda com a cabeça abaixada.
— Exato. — Ele sorri, fazendo com que eu também sorrisse.
— Bom... Morei em um orfanato minha vida toda... — Respiro fundo, antes de começar a contar: — E a mulher que me pariu me deixou por lá logo na véspera de Natal.
— Nossa! Sinto muito! — ele diz com os olhos arregalados.
— Não tem problema. Já passou e vivo nos limites. Bem... Quando criança, menina boba que eu era, pedi uma família como presente de Natal ao Papai Noel e, bem... Não ganhei e nem fui adotada por todo esse tempo... — digo, logo fazendo um barulho com a boca, como se fosse uma coisa óbvia.
— Mas família não precisa ser composta por um pai e mãe... Você poderia ter adotado um gato, e ele seria sua família — ele fala como se fosse uma coisa fácil, e dou risada de sua maneira de expressão.
— Sim, sim, eu sei, mas não tenho tempo para cuidar de um gatinho ou até de um peixe, que parece ser mais simples.
— É... Tem que tomar cuidado com eles. Podem morrer afogados... — ele diz com uma voz melancólica, olhando tristemente para seu croassain.
— O quê? — Gargalho em seguida, juntamente com ele. — Mas e você? Contei uma coisa bem séria sobre mim, mesmo não nos conhecendo direito, então tenho o direito de saber algo sobre ti.
— Hum... Deixe-me lembrar... — Ele faz cara de pensativo. — Algo em relação ao Natal? — Assinto. — Lá pelos meus 7 anos, meus pais estavam no meio de um divórcio, e escrevi uma cartinha para o Papai Noel, mesmo sabendo que ele não existia naquela idade, pedindo que meu pai e minha mãe não se separassem e que vivêssemos uma vida muito feliz para o resto de todo o sempre. — Ele faz uma pausa. — No final de tudo, acho que o camarada do Norte não recebeu minha carta, e meus pais se separaram. — Ele faz cara de óbvio.
— Você sofreu muito naquela época? — pergunto relutante por causa de separação de pais ser um assunto meio que delicado.
— No início era estranho, mas, depois, me acostumei e nem reclamava muito, até porque ganhava dois presentes em cada data especial, sendo que, antes, era só um. — Ele abre um sorriso bem grade, e o admiro.
Ele era um cara muito legal, gentil e engraçado. Estava gostando dele, a cada minuto, mais e mais.
— É, né... Bom para você.
— Bem... Mas Papai Noel não me ajudaria de uma forma ou outra na separação dos meus primogênitos, da mesma forma que ele não ajudaria você na sua adoção — ele fala, e o olho com dúvida.
— Como assim?
— Você sabe que Papai Noel não existe, né? Ou tu acreditas? — Ele arregala os olhos, mas logo volta a falar, após minha afirmação de que eu não acredito no bom velhinho: — Então, assuntos assim são mais difíceis de serem resolvidos, e criança não sabe bem dessas coisas por ser algo complicado. E, também, o Noel só dá brinquedos e essas coisas como presentes, não é da laia dele dar famílias, como o teu caso, ou a não separação de pais, como o meu. Mas, independentemente do que aconteceu comigo e com você, de uma maneira ou outra, é até melhor esses acontecimentos. — Eu continuo encarando-o, tentando entender melhor o que falava. — Na minha vida, na época pré-divórcio, era só briga, bate boca, mais briga, e eu quase fiquei traumatizado com o que escutava, e, às vezes, via, no pós-divórcio. Minha mãe voltou a ser uma mulher feliz e, agora, está no auge da vida, pegando um cara aí. Já meu pai fundou a empresa dele e tá sendo um pai melhor atualmente. E você... — Ele aponta para mim. — Se tivesse sido adotada, muito provavelmente, não estaria aqui, sentada, tomando um delicioso achocolatado com a minha excelente companhia.
Eu rio.
— É... Mas, muito provavelmente, eu poderia te encontrar em outro momento, mesmo se nem ter sido largada numa noite fria de véspera de Natal.
— Pois é! Eu iria adorar, se isso acontecesse, mas você não precisa ter raiva, ou sei lá o que você sente pela mulher que trouxe esse anjo ao planeta Terra. Isso é passado, e o que passou já passou. Você não pode mudar o que aconteceu, mas você é muito capaz de mudar o que vai acontecer. É só você tentar ser diferente no agora.
— Que inspirador. — Sorrio, apreciando sua fala. — Muito obrigada pelas sábias palavras! Alegrou toda a escuridão que havia no meu dia!
— Muito de nada! Sou um filósofo e tanto! — Ele sorri, e eu suspiro.
— Se você tem uma família, por que estava cantando na praça àquela hora e não está com eles? — pergunto-lhe, tomando um dos últimos goles da minha bebida já não tão quente.
— Minha mãe viajou para o Japão com o namorado dela, e meu pai não mora na cidade, e eu não pude viajar para nenhum lugar pela falta de grana. Daí, para juntar o bom com o melhor, fui à praça, ver se arranjava uns trocados a mais e divulgar o meu talento, e ver se eu encontrava alguém para um chocolate quente comigo.
— E vejo que conseguiu encontrar, pelo menos, sua companhia. — Sorrio. — Você deveria tentar cantar à luz do dia para divulgar seu talento nato. Vai que um caça talentos esteja na cidade, à procura de um ser igual a você?
— Nossa... Muito obrigado pela ideia! — Ele coloca a mão sobre o peito, e olho para o local, tendo pensamentos nada legais. Rapidamente, volto a olhar em seus olhos, bebendo o último gole da bebida. — Hum... Você tá com... É... — Ele passa o dedo pelo buço, e não entendo o que ele quis dizer.
— O quê?
— Pera aí! — Ele levanta-se da cadeira em frente à minha e vai ao meu lado. — Aqui. — Pegando um guardanapo que estava em cima da mesa, ele aproxima-se de mim, muito perto, e passa-o em cima de meus lábios. — Prontinho... Agora, você já pode voltar a respirar.
Nem tinha percebido que tinha prendido minha respiração, mas, com a aproximação muito próxima de , tive que fazer. Nunca fiquei tão próxima de alguém como agora e, ainda mais, de um garoto bonito, aliás. A imaginação de ele me beijando perambulava minha mente.
Tão rápido, ele afasta-se.
— Eu gostei de você, — ele sussurra.
— Também gostei de você, . — Sorrio.
— Vamos ter que marcar outro dia para nos encontrarmos.
— Concordo.
— Tenho um pensamento me cutucando no cérebro de que há muito mais a se descobrir sobre...
! — alguém grita, me tirando do devaneio que eu criei, enquanto me concentrava nas palavras de . Era Lena, minha colega de trabalho, que vem, andando, com um avental em mãos. — O que faz aqui, guria? Não é teu turno, e você está de folga hoje. — Ela chega perto da mesa onde eu estava. Olha para e me olha com uma cara maliciosa. — E quem é o bonitão aí?
— É só um amigo, Lena — respondo, sentindo que estava totalmente corada.
— Hum... Sei.
— Você trabalha aqui? — pergunta com os olhos arregalados.
— É... Trabalho — respondo, rindo um pouco da pouca coincidência.
— E não fala nada, né?
Apenas encolho meus ombros.
— Sim, ela trabalha, mas está de folga nesta última semana do ano, pois trabalha que nem louca aqui. — Lena fala. — Ah, , tenho que te entregar teu presente. Fui ao shopping, hoje, e achei aquele livro que tu querias muito ler. Deve estar lá no armário. Segure-a aí, boy, para não fugir.
— Hum... Não precisava, Lena, mas obrigada. — Sorrio em agradecimento.
— Feliz Aniversário, viu? Vinte e um anos de pura gostosura! — ela grita enquanto vai em direção à porta somente destinada aos funcionários.
Fico olhando-a, até alguns segundos depois que ela some depois da porta, volto meu olhar ao , e ele está sorrindo.
— É seu aniversário? Hoje?
— Uhum.
— E você nem iria me contar?
— Quem sabe? — Dou uma pequena risada.
— Na véspera de Natal?
— Sim.
— Quando a mulher que te pariu te deixou?
— Exatamente.
— Então é por isso que você tem certa aversão ao Natal?
— É, por aí...
— Hum... Então, querida, meu grandioso parabéns. — Ele sorri, e o acompanho. — Esta data não pode passar sem uma comemoração. Espera aí!
— Não, , não precisa. Já comemorei meu aniversário hoje. — Seguro-o pela mão, e a sensação arrepia meus pelos.
— Comemorou com quem? — Ele olha debochadamente.
— Sozinha?
— Então não comemorou. É rápido, ! Já volto!
Espero alguns poucos minutos, e ele volta com o mesmo cupcake que eu havia comprado horas atrás. Dou risada e o olho, admirada. Algumas lágrimas começavam a ser formadas no canto interior dos meus olhos.
— Agora, sim. — Ele sorri como um campeão enquanto coloca o prato que tinha o cupcake na mesa. — Cadê aquela tua amiga? — Só de ele falar em Lena, ela aparece ao fundo, carregando a sacola da minha livraria preferida.
— Voltei, queridos! Aqui está teu livro, amiga.
Pego a sacola e agradeço.
— Agora... — toma fôlego e começa a cantar ao mesmo tempo em que lágrimas de alegria escorrem por meu rosto. — Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida... — eles comemoram, juntamente a mim, que rio. — Feliz Aniversário, ! — ele sussurra em meu ouvido, e apenas aprecio o momento, já sabendo que aquele seria o melhor Natal dos últimos anos.

Fim



Nota da autora: (28/01/2017) Espero que tenham gostado dessa short tanto quanto eu. Nunca tinha feito uma história natalina e eu gostei muito do resultado final. Feliz Natal -suuuuper atrasado- a vocês.
Se quiserem me acompanhar nesta jornada de histórias, entrem no meu grupo do Facebook: https://www.facebook.com/groups/1235642799801709/ . Beijos cheios de neve e até a próxima.




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