Última atualização: 10/01/2021

Capítulo Único

abriu a porta do apartamento com o braço, enquanto segurava a mala com uma das mãos e carregava a mochila com a outra. Deu alguns passos, entrando no recinto, e deixou as bagagens ali mesmo, cansado de tê-las segurado pelos poucos instantes que levou para o elevador chegar ao seu andar.
Ele estava exausto.
– Ah, minhas costas doem… – Falou baixinho para si mesmo, ao tempo em que esticou os braços para cima a fim de alongar o corpo.
Sentiu a lombar estalar e, então, movimentou o pescoço de um lado para o outro, suspirando quando o músculo rígido reclamou de dor.
Olhou em volta, reparando na decoração do apartamento. Do seu apartamento. Estranhamente, ele sentia como se não pisasse ali havia meses, mas estivera fora apenas por alguns dias.
foi convidado para participar de um programa de entretenimento patrocinado por algumas grandes marcas. Não era como se ele tivesse tido escolha para recusar a oportunidade, então ele apenas aceitou a proposta de “tirar umas férias” – ou, pelo menos, ele havia sido abordado pelos organizadores do programa com essa promessa – em um local desconhecido, por uma semana.
Quando foi informado do tipo de roupas e acessórios que deveria colocar na bagagem, o rapaz até chegou a imaginar que ele seria levado para uma praia – o que deixou bastante ansioso para aquela viagem, já que ele gostava muitíssimo do mar – mas não foi exatamente isso que aconteceu.
Preso em um lugar recluso, a centenas de quilômetros da cidade, onde nem mesmo sinal de telefone ele tinha, se viu desafiado, dia após dia, a cozinhar suas próprias refeições, colher seus próprios legumes, construir sua própria fogueira, montar sua própria barraca, lavar as próprias roupas, além de realizar outras provas para o entretenimento dele e do público que, em breve, assistiria ao programa.
Em certo ponto, foi divertido, afinal de contas, ele gostava de desafios, gostava de ir até os seus limites. Mas também tinha sido desgastante.
Muito desgastante.
Suas pernas latejavam, suas costas doíam e os braços estavam rígidos pelo esforço do trabalho que viu-se obrigado a fazer na última semana. Mas, de todas as sensações que tomavam naquele momento, a mais predominante era o frio na barriga, a ansiedade lhe tomando o peito.
E ele não era o único ansioso ali.
ouviu os passos apressados vindos do corredor. Em questão de segundos, sentiu o corpo de se chocar contra o seu, ao mesmo tempo em que a garota o abraçou com força pelo pescoço. apertou a namorada com a mesma intensidade, sentindo-se saudoso, como se não a visse havia muito, muito tempo.
– Fiquei preocupada. – Ela disse, afastando-se apenas o suficiente para que pudesse olhá-lo nos olhos. – Tentei te ligar todos os dias, mas só caía na caixa postal.
Ele suspirou.
– Tentei te mandar uma mensagem quando percebi que estava indo para um lugar distante do litoral mas, quando me dei conta, o sinal já estava péssimo. Também tentei usar algum telefone da produção, mas disseram que eu não tinha permissão para conversar com ninguém enquanto gravava o programa.
balançou a cabeça em sinal de concordância.
– Eu sei, eu sei. Conversei com o seu agente e ele me explicou tudo. Disse que você estava seguro, mas incomunicável, e que voltaria logo para casa. Mas isso não diminuiu nem um pouco a minha preocupação.
Ele sorriu fofo para a namorada e para a preocupação dela.
tinha os cabelos bagunçados como se não visse um pente havia dias. Embaixo dos olhos, tinham olheiras, e as bochechas estavam vermelhas por conta da exposição diária ao sol forte.
– Você está cansado? – Ela perguntou, acariciando o rosto dele.
– Muito. – Suspirou.
Seus olhos falavam por si, pequenos e pesados.
– Você deveria tomar um banho e ir descansar.
Ele não contestou. Seguindo as orientações da namorada, caminhou a passos pesados e preguiçosos até o quarto, deixando a roupa pelo caminho. Abriu o registro e agradeceu pela pressão da água quente caindo sobre suas costas, lembrando-se das vezes que precisou entrar no riacho gelado da floresta em que ficou nos últimos dias – as atividades que tinha que cumprir na água foram as que ele mais odiou. Sentiu um arrepio com a lembrança.
Tomou um banho longo e demorado, massageando o couro cabeludo sem pressa, sabendo que não tinha hora para sair dali e nem tinha ninguém o esperando do lado de fora com uma câmera ligada e um roteiro para a próxima atividade radical a ser gravada.
Enquanto isso, terminava de arrumar as coisas dele, tirando as roupas de da mala, colocando fora do quarto o que teria que ser lavado e guardando as peças limpas. Quando o rapaz saiu do banho, vestindo um pijama fresco e bastante largo para o corpo, tinha a cama já pronta para recebê-lo.
respirou fundo.
– Não acredito que finalmente vou poder dormir na minha cama de novo.
soltou uma risadinha.
Jogou as cobertas longe e lançou-se sobre o colchão.
– Ah, minhas costas. – Reclamou de novo.
podia listar muitos benefícios que cercavam-lhe por ser alto. Mas a maior desvantagem, com toda certeza, era a dor nas costas, especialmente após passar dias agachado, fazendo provas e atividades no chão, na terra e no riacho. Além disso, a barraca que ele usara para dormir não era muito grande então, sempre que estava dentro da tenda, tinha que ficar com o corpo curvado.
Sua lombar realmente latejava.
Com o rosto contra o travesseiro e já quase fechando os olhos, ele percebeu a namorada se afastando.
, deita aqui comigo. – Ele pediu, fazendo biquinho. – Quero te abraçar.
– Primeiro, eu vou cuidar de você. – Ela respondeu.
Voltou para perto dele, dessa vez, segurando um vidro de creme hidratante. Como estava deitado de barriga para baixo e com o rosto virado para o lado contrário ao que estava, surpreendeu-se quando a garota começou a levantar a camiseta que ele usava.
– O que você está fazendo? – Abriu os olhos imediatamente, alerta.
Ela riu, divertida.
– Vou fazer uma massagem para te relaxar.
Deixou a camiseta dele no chão, ao lado da cama, e então abriu o vidro que segurava. O choque do creme frio com a sua pele quente fez ele se arrepiar. Começou pressionando os dedos nos músculos tensos do rapaz, primeiro nos ombros, depois embaixo. soltou um ou outro gemido, suspirando em aprovação.
– Você pode dormir se quiser. – Disse sussurrando, mas não obteve resposta.
A pressão dos dedos ficou maior, a massagem mais concentrada onde percebia maior rigidez do músculo. Desceu as mãos pela cintura dele e, então, para o quadril.
– Suas pernas também doem?
Mas apenas soltou um som gutural do fundo da garganta em afirmação.
puxou o short que ele usava sem receber nenhuma resistência por parte dele, totalmente entregue à massagem que a garota fazia, cansado demais, relaxado sobre a cama.
voltou a fazer pressão com os dedos, dessa vez, nas coxas dele, e então nas panturrilhas. havia parado de emitir qualquer som, fazendo-a pensar que ele havia caído no sono. Massageou as pernas dele mais algumas vezes e, por fim, fechou o vidro de creme, levantando-se silenciosamente da cama.
Foi surpreendida, contudo, quando sentiu seu punho ser segurado por ele.
– Você vai mesmo ter coragem de sair e me deixar aqui nesse estado?
A voz dele estava abafada pelo travesseiro e seus olhos estavam quase fechados, mas entendeu o que ele quis dizer. Soltou uma risadinha, satisfeita por saber que ela não era a única excitada ali.
Ela levou a mão até os cabelos dele, acariciando-os. Sentiu o ventre formigar com a ideia do que gostaria de estar fazendo com ele naquele momento. Não se viam havia uma semana, nem mesmo tendo trocado uma mensagem de texto. Aquilo era o bastante para criar uma saudade imensa do rapaz.
– Se eu não estivesse tão cansado… – Ele suspirou.
deu um beijo na testa dele, afastando os fios rebeldes da testa dele.
– Descansa, .
A garota se deitou do lado dele, ficando de lado, de modo que pudesse observar o rosto pacífico do namorado. mal havia puxado a coberta para cima quando começou a ressonar em um sono pesado e relaxado, o tipo de sono que ele precisava para recuperar as energias que havia gastado nos últimos dias.

--


Quando acordou, já era noite. Por terem ido dormir durante a tarde, não havia nenhuma luz acessa pelo apartamento, e a única iluminação no quarto era a que vinha do lado de fora e entrava pela janela entreaberta. ainda dormia profundamente então, mesmo que a garota não tivesse feito esforço para não fazer barulho algum ao levantar-se, duvidava que o rapaz acordaria.
Foi até a cozinha, pensando que o amado acordaria em breve, provavelmente com fome. Ela até poderia cozinhar alguma coisa para ele mas, conhecendo como conhecia, sabia que ele gostaria mais se tivessem pizza para o jantar. Fez o pedido pelo telefone, garantindo que o namorado tivesse seu prato favorito naquela noite, e aproveitou para colocar algumas cervejas para gelar.
estava de costas para a porta da cozinha, então ela não o viu entrando. foi silencioso, mas a garota o sentiu antes mesmo de vê-lo. Ele a abraçou por trás, primeiro levando ambas as mãos à cintura dela, apertando-a ali, e depois abraçou o seu corpo, apoiando o queixo no ombro dela.
Ele suspirou.
levou as mãos até os braços dele.
– Senti sua falta. – Ele disse.
Ela sorriu, doce.
costumava trabalhar até tarde, além de viajar com frequência. A garota, por outro lado, tentava conciliar seu trabalho na universidade, e os estudos do doutorado, com a agenda dele, de modo que ela pudesse ficar em casa quando ele também estivesse, mas não era sempre que conseguia. Ainda assim, mesmo com os desencontros, e raramente ficavam tantos dias sem ver um ao outro ou falarem-se, e isso foi o que mais pesou durante a ausência dele.
Ela o abraçou mais forte.
– Senti sua falta. – Repetiu a fala dele.
Ele levou os lábios ao pescoço dela, dando beijos por ali. Massageou a barriga da garota, as mãos pesadas sobre o tecido fino da camisola, como se estivesse reconhecendo um território há muito não explorado. Os beijos não pararam, tampouco a massagem com as suas mãos, as quais foram parar nos seios dela, seios estes que cabiam perfeitamente entre seus dedos longos.
sabia ser doce quando queria, e ele normalmente era. Mas aquele não era o momento de ser doce, afinal, ficar tanto tempo no meio da mata, incomunicável e longe de , tinha despertado nele uma fome que nem mesmo todas as pizzas da Coreia poderiam saciar.
Virou-a de frente para ele e beijou-a. Rápido, profundo, molhado. Levantou a camisola que ela usava, aproveitando para apalpar cada pedaço de pele exposta. Massageou gostoso o seio dela, do jeito que gostava, apertou os mamilos com as pontas dos dedos e voltou a agarrar a carne da garota. sentiu a intimidade latejar, a calcinha ficando molhada a cada investida que a língua atrevida, e muitíssimo experiente, do namorado dava contra a sua.
Bagunçou os cabelos dele na medida que os beijos foram descendo, do pescoço para o peito, do peito para os seios, dos seios para a barriga dela. O puxão mais forte veio no momento em que sentiu a boca seca. Estava com sede de , queria beijá-lo de novo e nunca mais parar.
Levantou uma perna na altura da cintura dele. a segurou pela coxa, os dedos longos apertando-lhe a carne, deixando marcas por ali. Ele pressionou o quadril contra o de , o pau duro batendo contra a barriga dela, fazendo-a gemer.
não era o único com fome ali.
Eles se separaram, as bocas vermelhas, os lábios latejando, entreabertos, de modo que o ar pudesse entrar por ali, já que a respiração estava pesada, difícil. Ele a segurou pela nuca de forma possessiva, desceu os lábios para o pescoço dela e lambeu toda a extensão, da base à clavícula. E, então, virou-a de novo.
De frente para a bancada, precisou apoiar-se na pedra, o corpo levemente inclinado para a frente, as costas arqueadas, a bunda empinada enquanto passava as mãos pela lateral do corpo da mulher e descia os beijos pelas suas costas.
Ao chegar no quadril, mordeu a área. Tirou a calcinha que ela usava, um pedaço minúsculo de pano molhado que apenas serviu para deixá-lo mais ansioso com o que iria encontrar ali. Abaixou-se, com as mãos espalmadas na bunda dela e beijou-a, deliciando-se com o gosto do qual mais sentira falta nos seus dias de reclusão.
soltou um gemido longo e sofrido, apertando os dedos na pedra. Ele a puxou mais para si, tomando tudo dela, brincando com a língua por toda a extensão, segurando-a firmemente na altura do seu rosto. Quando começou a mexer-se, rebolando de modo a aumentar o contato da intimidade contra a língua dele, soltou o primeiro grito da noite ao sentir a ardência do tapa que recebera na bunda.
– Hm… Você está tão molhada, tão gostosa… Como consegui ficar tanto tempo sem você, ?
E então tomou dela de novo, mais fundo, metendo a língua nela, brincando de vai e vem, sem dar à garota tempo para responder à sua pergunta, já que estava ocupada demais soltando gemidinhos baixinhos, quase como em um choro sofrido, pedindo por mais.
– Ah, ah… , eu quero você.
Ele soltou um gemido do fundo da garganta. Com mais força que antes, bateu na bunda dela outra vez, deliciando-se com o estalo que fez-se ouvir pela cozinha.
Mais algumas sugadas e arqueou as costas jogando a cabeça para trás, reprimindo o segundo grito da noite, dessa vez, por conta do orgasmo.
A garota sentia as pernas tremerem, o ventre vibrar e a pele toda arrepiar. Só causava isso nela, só ele.
– Você…
Mas ela não teve tempo de terminar a frase porque, no momento seguinte, os beijos atrevidos do namorado voltaram a fazer uma trilha de carícias no seu pescoço. Contrastando completamente com o momento que estavam tendo segundos atrás, a cobria com toques leves e gentis, beijos doces e castos, quase sem encostar os lábios na pele dela.
Mas não era isso que queria. Na verdade, estava bem longe de ser o que a mulher precisava no momento.
Quente, como se tivesse se banhado em chamadas, o corpo ardendo por ele, ela virou o rosto para trás, puxando-o pela nuca para um beijo, fazendo questão de tomar o controle. ainda tentou ditar o ritmo do beijo, mas recebeu uma mordida no lábio que foi o recado perfeito para que ele entendesse que quem estava no comando ali era ela.
– Hm… Adoro quando você fica toda mandona assim.
sorriu, levando a mão para a intimidade dele, massageando o membro por cima do tecido. Ele fechou os olhos, apreciando o contato.
– Eu quero beijar você. – Ela disse, passando a língua pelos lábios, e imediatamente entendeu onde ela queria beijá-lo.
Mas ele estava excitado demais, duro demais, necessitado demais. Mais do que isso, estava há tempo demais sem ela para aguentar brincando com seu pau antes de irem para os finalmentes.
– Mais tarde. – Prometeu.
fez um biquinho de insatisfação, mas não contestou. Sentiu quando o tecido que o cobria deixou seu corpo e o membro dele lhe tocou as costas. era muito mais alto que , mas isso nunca foi empecilho para que eles se perdessem no corpo um do outro, tampouco que se aventurassem nas mais diversas posições sexuais.
Com o joelho, afastou as pernas dela. deitou o corpo sobre a pedra da bancada e empinou a bunda o máximo que pôde, esperando, ansiosa, para receber de novo.
E ele veio.
Primeiro, devagar, de modo que pudesse acostumar-se com ele. Com a garota usando a bancada como apoio, levou ambas as mãos para o quadril dela e intensificou os movimentos. levantou o tronco, deixando apenas as mãos firmemente apoiadas na pedra que, àquela hora, estava molhada com o suor dela. Colaram os corpos, as costas dele grudadas nas costas dela, o suor se misturando, os suspiros se confundindo e os gemidos fazendo coro um com o outro.
Aproveitou a posição para levar a mão ao seio dela, apertando do jeito que ela gostava, a boca próxima ao seu ouvido, alternando entre falar doçuras, “sonhei com você todas as noites em que estive fora…” e sussurrar as safadezas que ele pretendia fazer com ela, “ah, , eu ainda vou te colocar de joelhos essa noite…”.
A garota tinha uma das mãos na nuca dele, puxando seus cabelos com força, ao tempo em que chamava pelo seu nome sem perceber.
… Ah, ah…
Ele sentiu o corpo começar a enrigecer.
Sem aviso, cessou os movimentos e saiu dela.
! – Ela reclamou.
Virou-a de frente para ele e, sem precisar explicar o que pretendia, levou ambas as mãos até seus ombros largos, tomando impulso para colocar as penas ao redor da cintura dele.
Apoiou-a na mesma bancada de antes e, então, começou a brincar com o pau duro na entrada dela.
– Hm… Você quer mesmo me provocar? – Ela perguntou baixinho, com a voz fina, quase como uma gatinha miando.
– Provocar você é o meu hobby favorito. – Ele disse de volta, com um sorriso lascivo.
A garota passou a língua pelos lábios, sedenta por tê-lo na boca, qualquer parte dele, sua pele desnuda, sua boca inchada, seu pau gostoso… Mas dois podiam brincar ali.
, então, passou as unhas levemente pela pele do peito dele, apenas acariciando a região, arrepiando-o, e então subiu os dedos pelos ombros, pescoço e nuca dele. Ali, puxou a maior quantidade de cabelo que pôde, de modo que ficasse com a cabeça jogada para trás, o pescoço todo exposto e à mercê dela. lambeu a pele dele, salgada pelo suor, deliciando-se quando passou pelo pomo de adão, e parou ao chegar no queixo, onde deu uma mordida de leve.
Ele soltou uma risadinha.
– Você é impossível, garota.
Ela sorriu de volta.
– Nunca disse o contrário.
Levou a mão até o membro dele, fazendo movimentos de vai e vem, da cabeça à base, ouvindo-o respirar pesado, e então ela mesma uniu os dois corpos novamente. Os movimentos voltaram a ser rápidos como antes, frenéticos. O choque dos corpos seria o único som no recinto se e já não estivessem suspirando, gemendo e falando sacanagens sem se importar em serem ouvidos pelos vizinhos.
O rapaz a segurou pela bunda, aumentando as investidas, mais curtas e mais fortes. O suor lhe escorria pela testa, pelas costas e pelos braços. tinha a cabeça escondida no pescoço dele, onde preocupava-se em deixar marcas que ele sabia que teria trabalho para esconder no dia seguinte.
segurou os cabelos dela e puxou. arfou em aprovação, gostava quando o namorado puxava o seu cabelo. Na verdade, a garota gostava de qualquer coisa que ele fizesse.
– Olha para mim.
Com a visão turva, o lábio entre os dentes, a testa encostada na dele, ela o olhou.
– Goza para mim, . Eu quero ver você gozando para mim.
E como se obedecesse à ordem dele, ela o fez. Pela segunda vez na noite, sentiu o ventre repuxar, a pele se arrepiar, as pernas e os braços ficaram tensos por um instante enquanto as correntes elétricas lhe tomavam conta. Dessa vez, cravou as unhas na pele de sem nenhum pingo de delicadeza, as pernas agarrando o corpo dele como se sua vida dependesse disso, a visão turva ficando escura por alguns segundos.
E, então, ela o ouviu chamar pelo seu nome de forma arrastada, a voz grossa contra a sua pele.
a abraçou tão forte, com seus longos braços, que quase pôde circular toda a cintura da garota. Então os movimentos dele foram diminuindo até pararem por completo. No local, os únicos sons eram os das respirações pesadas, descompassadas, eufóricas.
apoiou a testa no ombro dele e precisou lutar contra a vontade de fechar os olhos e entregar-se à moleza e ao cansaço quando passou a fazer carinho nas costas dela, lenta e delicadamente.
– Acho que eu já disse isso, mas eu realmente senti sua falta. – Ele disse, quebrando o silêncio.
Ela começou a rir, uma risada que se tornou uma gargalhada. Primeiro porque sim, ele já havia falado aquilo antes. E segundo porque ela estava de bom humor… Não, ela estava com um excelente humor. Rir alto parecia fazer sentido naquele momento.
Levantou a cabeça e olhou para ele, as mãos o segurando pelos ombros.
– Nunca mais fique tantos dias sem dar notícias ou eu posso fazer uma loucura.
Ele soltou uma risadinha.
– Do tipo ficar louca de preocupação e surtar completamente?
– Ah, mas isso eu já fiz. – Ela respondeu. – Não… Se você sumir de novo, eu juro que vou atrás de você, seja lá onde estiver. Nem que seja no meio da mata, no meio do nada, sem sinal de celular ou…
– Ou água quente para o banho? – ele brincou.
deixou o queixo cair.
– Você precisou tomar banho na água fria?
não tomou banho na água fria em nenhum dos dias que ficou fora gravando o programa, mas o fato de levar a mão até o seu rosto e acariciá-lo com delicadeza, prometendo-lhe que ele nunca mais teria que submeter-se àquilo, fez com que ele pensasse que não seria uma má ideia que a namorada acreditasse que ele havia sofrido bem mais que a realidade.
– … nem que eu mesma tenha que tomar banho com você e te esquentar com o meu próprio corpo. – Ela prometeu.
– Fechado!
A garota então voltou a rir, divertindo-se com a facilidade com que ele tinha para transformar o humor.
– Aliás, podíamos colocar a sua promessa em prática agora mesmo.
voltou a rir, dessa vez, apoiando a cabeça no ombro dele, cansada demais, satisfeita demais, para ter qualquer outra reação que não aquela.
Ela estava pensando em uma resposta provocadora, já que sabia que, se fossem tomar banho naquele momento, eles iriam, realmente, apenas tomar banho – afinal de contas, eles haviam acabado de transar na cozinha e mal haviam recuperado o fôlego ainda – quando ouviu o interfone tocar.
se afastou calmamente da garota, caminhando até o telefone ao lado da porta da cozinha.
– Ah, é mesmo? Obrigado! – E, voltando-se para , disse: – Você pediu pizza?
A garota se surpreendeu. Tinha esquecido completamente!
– Pedi! – Respondeu, rindo. – Você se importa de ir buscar? Não posso descer no estado em que estou.
não se importava de ir até a portaria do prédio buscar a pizza, na verdade, ele sempre fazia isso. Mas o que fez com que ele ficasse parado no lugar, sem responder a pergunta da namorada, foi reparar, de fato, no estado em que ela se encontrava: cabelos bagunçados, lábios inchados, a pele suada… E nua. Completamente nua, já que as roupas que usava estavam jogadas no chão perto dela.
– Amor?
– O quê? – Ele piscou algumas vezes.
– Você pode descer? Estou morrendo de fome.
– Ah, claro. – Respondeu depressa. – Eu já volto.
, então, correu para o quarto para colocar uma roupa – já que também estava nu – e foi, a passos largos, em direção ao elevador. Ele também estava com fome, e precisava jantar, afinal de contas. Mas a verdade era que sentia que poderia jantar o que quer que fosse e ele ainda continuaria com fome… E ele sabia que apenas uma noite ao lado de não seria o suficiente para saciá-lo. E pela forma como a garota o encarava quando despediu-se dela segundos atrás, tinha certeza de que não era o único ali que sentia-se daquela forma.
Sorte que ainda era cedo, e a noite estava apenas começando.


Fim.





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