Capítulo 1
K-Arts. Início de semestre.
Estava andando distraída, lendo meus horários, feliz demais por finalmente ter sido aceita depois de dois vestibulares, quando esbarrei em alguma coisa que julguei ser uma parede. Caí de bunda no chão e minha bolsa foi jogada para longe. Abri os olhos depois do impacto e vi um lindo, e enorme, rapaz loiro de lábios cheios me olhando com preocupação.
— Me desculpe, eu não vi você. — ele disse com uma voz grave que me causou um arrepio.
— Tudo bem. Eu também estava distraída. — respondi.
— . — ele se apresentou e me estendeu a mão para me ajudar a levantar.
— . — estendi a mão e segurei a sua, enorme por sinal. Sem muito esforço, ele me levantou e pegou minha bolsa, colocando-a levemente no meu ombro.
— Primeiro dia? — ele perguntou. Sempre que alguma palavra saía da boca dele, eu me concentrava em como seus lábios se moviam e faziam um bico involuntário.
— É tão perceptível assim? — perguntei retoricamente. Ele sorriu minimamente e eu sorri junto.
Ótimo, . Você mal entrou na faculdade e já tem um crush.
— Já fazendo contato, ? — um rapaz de cabelos laranja perguntou vindo em nossa direção. Ele tinha os olhos expressivos e bonitos e me lembrava muito o Jack Frost. Fiquei pensando como ele ficaria com o cabelo branco. Ele era alto e magro e tinha uma graça ao andar, como se tivesse nascido para ser dançarino.
Logo atrás dele, vinha outro rapaz. Assim que bati meus olhos nele, fiquei fascinada. Seu rosto era milimetricamente proporcional. Os lábios desenhavam um sorriso discreto. Sua pele branca e seus cabelos pretos pareciam uma combinação perfeita. Ele andava graciosamente com uma mão no bolso.
Ótimo, . Você nem saiu da porta e já tem outro crush.
Assim que eles se aproximaram completamente, o de cabelos pretos tocou o polegar no meu rosto.
— Seja bem-vinda, querida. — e sorriu abertamente, mostrando os dentes.
Conquistador barato.
— Eu te conheço? — perguntei com ironia, tirando sua mão do meu rosto.
— Não, mas pode conhecer. . — sua mão deslizou do meu ombro até meus dedos e ele levou minha mão aos seus lábios, depositando um beijo suave. Estreitei os olhos em sua direção e puxei levemente a mão.
— Acho que ela não caiu, . — o de cabelos laranja comentou baixinho, mas eu ouvi.
— OK, . Parece que ela não caiu na sua. — uma garota morena surgiu ao meu lado. — Vocês não têm aula? — ela perguntou olhando para cada um deles.
— Não se mete, . — o de cabelos laranja retrucou.
— Eu já te mandei ir se ferrar hoje? Acho que não, né, ? — ela respondeu com os braços cruzados sobre o peito. — Ela é minha caloura. Pode ir vazando. Vem, , eu estava procurando você. — ela me segurou pelos ombros e me arrastou para longe dos três. Só tive tempo de olhar e acenar um tchau contido para enquanto era arrastada dali.
É. Estudar na K-Arts ia ser bem interessante.
praticamente me arrastava enquanto caminhávamos em direção a sabe-se lá onde.
— Desculpe por isso. É que esses três são impossíveis. Não confie neles. — ela me olhou diretamente nos olhos enquanto falava. Parecia falar muito sério.
Olhei para trás e vi que o Jack Frost, ou melhor, nos seguia.
— Ah, , o Jack Frost tá seguindo a gente. — quase sussurrei.
— Quem? — ela me olhou confusa bem no momento em que venceu toda a distância entre nós e colocou um braço em meu ombro.
— Sua caloura? — ele perguntou à morena. — . Ao seu dispor. — e piscou para mim.
— Como sou a atual representante do curso, todos os calouros são meus. — ela parou de andar e respondeu confiante, encarando que ainda estava com o braço descansado em meu ombro.
Fiquei olhando aqueles dois que pareciam trocar faíscas com os olhos e me perguntei mentalmente se estava perdendo alguma coisa. Algo não se encaixava naquelas atitudes, mas eu descobriria depois.
— Ah... — interrompi a intensa troca de olhares. — Por que nos seguiu? — perguntei curiosa.
— Ela não te contou? — ele perguntou analisando minha expressão.
— Eu estava prestes a fazer isso, se você não tivesse se metido. — respondeu e me olhou. — cursa dança. Acho pouco provável que vocês tenham alguma aula juntos nesse semestre, mas no próximo... — suspirou cansada.
— Ei, veterana do segundo semestre, não temos aula agora? — ele perguntou sorrindo, como se irritar fosse seu passatempo favorito.
— Você tem aula agora. Ela começou já tem... — ela checou o relógio de pulso. — Cinco minutos. Vou mostrar a faculdade para e fui dispensada. Boa aula, . — ela usou uma grande carga de ironia ao pronunciar o apelido dele. estreitou os olhos na direção de e olhou para mim.
— Até mais, gata. — piscou e saiu, nos deixando a sós no corredor.
Olhei para e depois para saindo e pisquei devagar. Se os primeiros minutos foram intensos assim, imagina o resto do semestre.
— Enfim, . Como você já sabe, sou do segundo semestre e sou a representante do curso de Dança. Vem, vou te explicar os horários e te mostrar o lugar. — ela me levou para dentro de uma sala que julguei ser a sala dos professores e começou a explicar o horário.
Assim que ela acabou de falar, me tomou pela mão, me levando pelo corredor para me mostrar o campus, mas eu quase não prestei atenção no que ela dizia. Meus pensamentos estavam parados no momento em que esbarrei em e vi . E em como era um babaca.
— Como você... Entrou um pouco tarde, vai ser a mais velha da turma. — ela sorriu. — Mas não se preocupe, eles são fáceis de lidar. — ela parou em frente a uma porta de madeira e me olhou. — Pronta?
— Espero por isso há muito tempo. — respondi sorrindo.
bateu com os nós dos dedos na porta e a abriu levemente.
— Professor, com licença. — ela colocou apenas a cabeça para dentro da sala. — Sua última aluna. — e abriu a porta completamente, me dando passagem. Entrei na sala e encarei todos aqueles alunos. Poucos meninos. Muitas meninas. O professor me sorriu acolhedor e fez um gesto para que eu me aproximasse.
— Turma, esta é . A aluna que faltava. — e apontou para mim.
A turma respondeu com um “annyeonghaseyo” alto demais para o meu gosto. Fiz uma reverência de noventa graus e sorri.
— Sente-se ali, ao lado da Sunmi. — me apontou uma cadeira vazia e eu quase corri para o meu lugar. — Todos vocês sabem onde é a próxima aula, sim? — ela perguntou e todos responderam afirmativamente. Menos eu. Não fazia ideia de onde teria que ir, talvez devesse apenas seguir a turma.
me olhou e disse “Me espere na porta” sem nenhum som. Só entendi porque sou boa com leitura labial. Acenei com a cabeça e sorri.
— Vejo vocês mais tarde. Qualquer dúvida, sabem onde me encontrar. — piscou e saiu da sala para que o professor continuasse.
O senhor Kim, descobri seu nome porque a tal Sunmi não parava de fazer perguntas, dava aula de Introdução à arte. Mas, de novo, eu mal estava prestando atenção. A única coisa na minha cabeça era o mínimo sorriso de e como seus lábios se mexiam quando ele falava. Pareciam indiretamente pedir um beijo.
, concentre-se. Só despertei do meu transe quando o sinal tocou e eu percebi que teria de ir para a outra aula. Juntei meu material intocado e saí depois de todo mundo, dando de cara com me esperando.
— Eu sou algum tipo de aluna especial? — perguntei rindo.
— Só quero me assegurar de que você estará em segurança. — ela respondeu também rindo.
— Está falando dos meninos? — arqueei uma sobrancelha em sua direção.
— Completamente. — ela fez um gesto exagerado ao confirmar. — E, tenho certeza, você não estava prestando atenção enquanto eu falava sobre o campus, então você não faz ideia de para onde tem que ir, estou certa? — ela me lançou um sorriso vitorioso dessa vez. Suspirei derrotada e confirmei com a cabeça. Essa garota é boa em ler pessoas. — Ótimo. Vamos. Você tem vinte minutos para comer alguma coisa antes de encarar a próxima aula.
saiu andando e só me restava correr atrás dela para que eu não me perdesse.
Paramos em frente a uma espécie de galpão que julguei ser o refeitório. O barulho ensurdecedor dos alunos conversando e rindo quase me fez desistir de comer. Então, olhei para dentro e vi o objeto da minha distração. olhava para lugar nenhum enquanto mexia desinteressado na comida. Ao seu lado, mexia no celular e, logo após, piscava e acenava para as meninas apenas para lhes ver suspirar e quase caírem aos seus pés. travou no lugar quando os viu.
— É por isso que eu quero me certificar de que você esteja segura. — ela disse apontando para os três. — Você parece legal e não quero que seja mais uma na listinha dele.
Ela parecia... rancorosa. Como se a atitude de fosse diretamente relacionada a ela.
— Ele partiu seu coração, sunbae? — perguntei antes que pudesse me controlar.
— O quê? Não. Definitivamente não. Isso nem seria permitido. — ela respondeu exacerbada.
— Vocês são primos? — perguntei confusa e ela negou. Maquinei mais um pouco. — Oh, meu Deus. Vocês são irmãos. — levei as mãos à boca, completamente chocada e cobriu minhas mãos com a sua, olhando para os lados como que para checar se alguém tinha escutado.
— Não fale isso em voz alta, pelo amor de Deus. — ela praticamente sussurrou. — Está calma? — ela perguntou ainda tapando minha boca. Confirmei sem nenhum som e ela finalmente me soltou.
— Sunbae, ele não se parece em nada com você. — afirmei.
— Pare de me chamar de sunbae, . — ela pediu e sorriu. — Sobre não sermos parecidos, somos filhos de mães diferentes. Por isso meu nome é estrangeiro e o dele não.
Acho que minha expressão era de entendimento no momento. respirou fundo antes de continuar.
— sempre teve todas as meninas aos seus pés. Basta lançar aquele sorriso de dentes brancos, acenar e pronto, já era. — ela explicou. — Sério, elas estão quase criando um clube e fazendo disso uma atividade extracurricular. “Garotas que caíram nos encantos de ”. — ela fez um gesto como se estivesse abrindo um letreiro luminoso. Eu tive que rir. E acho que fiz isso alto demais, pois olhou para mim e abriu um lindo sorriso de dentes enormes. Acenou levemente e eu retribui da mesma forma.
— E quanto ao , ? — perguntei ainda olhando para o loiro.
— Parece um bom menino, mas é amigo do . Portanto, nunca se sabe. Vem, vamos comer. — me arrastou para uma mesa vazia e me jogou sentada lá enquanto ia pegar nossos lanches.
fez menção de se levantar e isso chamou a atenção de , que olhou na mesma direção que ele e, consequentemente, me viu sentada sozinha. Antes que levantasse, levantou, empurrando a cadeira para trás e caminhando em minha direção. Olhei para com uma súplica no olhar e ele simplesmente deu de ombros, como se me dissesse que não podia fazer mais nada.
caminhou gracioso em minha direção. Seria lindo, se não fosse um idiota. Puxou a cadeira delicadamente, desabotoou o casaco que vestia e sentou, cruzando as pernas em seguida.
— O que você quer, ? — perguntei sem paciência.
— Não seja tão rude, . — ele sorriu ao pronunciar meu apelido.
— Não sei quem te disse meu apelido, mas, para você, eu sou . Ou senhorita . Como preferir. — cruzei os braços sobre o peito e lhe encarei. Seu sorriso aumentou consideravelmente.
— Você é sempre assim? — ele levou uma mão ao queixo, com um questionamento no olhar.
— Direta? Impaciente? Sim, sou. — respondi e olhei ao redor à procura de , para que ela me salvasse.
— Difícil de lidar. — ele respondeu e eu lhe olhei novamente. — Eu gosto disso.
pegou minha mão que repousava na mesa e fez um carinho leve com o polegar. Meu corpo estremeceu levemente e eu fechei os olhos. Uma corrente elétrica se espalhou pela minha mão e correu pelo meu braço, indo direto para meu coração e fazendo ele falhar uma batida.
, é o . Lembre-se disso.
— Olha, . — abri os olhos de repente e puxei minha mão da sua. — Eu não sei com quem você anda flertando, mas comigo as coisas não funcionam assim. — levantei assim que vi se aproximar e fui em sua direção. — Livre-se dele. — murmurei quando passei por ela.
Quando passei pela mesa onde estava sentado, atônito, por sinal, nem precisei dizer nada. Ele apenas levantou e me seguiu discretamente. Assim que saí da loucura do refeitório, soltei o ar que nem sabia que estava prendendo.
— Me desculpe por isso. — a voz grave de me assustou levemente. — sempre tem tudo o que quer e não sabe a hora de parar.
Olhei em seus olhos e vi sinceridade neles. Por que diabos andava com pessoas tão diferentes dele?
— Não se preocupe. Ele vai aprender a lidar comigo. Uma hora ou outra, ele vai perceber que não é assim que as coisas funcionam. — respondi confiante e sorriu minimamente.
Céus, por que ele é tão bonito?
— Ele vai enlouquecer quando finalmente perceber que você não caiu na conversa dele. — ele murmurou.
— Achei você! — se aproximou com um sanduíche e uma caixa de suco nas mãos. — ? — ela olhou com desconfiança para o loiro e ele deu de ombros novamente.
— Esse lanche é para mim? — perguntei para evitar o possível interrogatório que se seguiria.
— Ah, sim. — ela me entregou o sanduíche e o suco ainda encarando , que já estava ficando sem graça. — está rindo de nervoso lá dentro. Está possesso. — ela comentou e riu. — Acho melhor você ir acalmar seu amigo, . Ou ele pode quebrar mais algumas coisas, além de corações. — cruzou os braços sobre o peito enquanto sugeria o que deveria fazer.
— Ele é seu irmão, . Esse não deveria ser o seu papel? — ele perguntou enquanto cruzava os braços. Eu tive que segurar o riso. tentando encarar era quase cômico.
— Não quando fui eu quem deixou ele com raiva. — ela rebateu.
— Vocês deveriam parar com isso. Nem parece que são irmãos! — praticamente gritou, parecendo bem irritado.
— Fala mais alto. Vai. Aquele cara que está no canto do refeitório não ouviu, . — o desafiou. respirou fundo e encarou .
— Me desculpe, mas é que vocês dois... Sinceramente. — ele passou as mãos sobre os cabelos. — Bom... Vou nessa. Vejo você depois. — ele se aproximou de mim e depositou um selar em meu rosto, os lábios tão macios que quase me fizeram suspirar. Quase.
Assim que ele saiu, se virou para mim e me olhou com uma sobrancelha arqueada.
— Que foi? — perguntei fingindo inocência.
— Você me pede para me livrar do e quando te encontro, você está com o . Você tá corada, sabia? — ela perguntou apontando para minhas bochechas.
Passei as costas da mão no rosto, tentando disfarçar meu rubor e falhando.
— Ele acabou de me dar um beijo no rosto. — rebati. — Você sabe o quanto aqueles lábios são macios?
— Sei. — ela respondeu secamente e eu lhe encarei de olhos arregalados. — Eu tô brincando! , você tinha que ver sua cara agora. — começou a rir. De mim. — Eu nunca beijei ele. Fica tranquila. — ela me deu uma batidinha leve no ombro. — Não é ele que me interessa. — completou baixinho.
— Não mesmo. É o . Que também parece ter os lábios bem macios. — instiguei.
— Sim, devem ser tão macios... — respondeu suspirante sem ao menos se dar conta do que estava dizendo.
— Peguei você. — afirmei para mim mesma. — Vem, . Eu preciso ir para a aula.
Lhe tomei pelo braço e segui em frente. imediatamente nos virou, me indicando a direção oposta. Comecei a rir e me acompanhou, me chamando de lerda e me levando para a última aula da manhã.
Para um primeiro dia, até que não foi nada mal.
Depois do encontro com a novata no corredor, parecia distraído demais. também a encontrou, fez seu joguinho com minha irmã, o que, sinceramente, já estava tirando minha paciência, mas ele descobriu seu nome. Bom... pelo menos seu apelido. o sabia desde mais cedo, mas, por algum motivo inexplicável, não quis me dizer.
Estávamos todos no refeitório. , e eu, sentados na nossa mesa de sempre. O intervalo entre as aulas era ótimo para saber quem tinha acabado de chegar.
— está arrastando a novata para todos os lados. Nem pisou na aula de hoje. — comentou. Parecia irritado. tentou lhe repreender com o olhar sem que eu percebesse, mas eu vi.
— Não pense que estará protegendo ela. — disse sem olhar para . levantou os olhos e me lançou aquele sorriso de quem não acredita no que eu digo.
apenas murmurou um “tanto faz” e voltou a mexer em seu lanche sem realmente comer o que estava ali.
Voltei a olhar para as meninas do campus reunidas no refeitório. Elas lançavam sorrisos fáceis, como se dissessem “me nota”. Acenei para algumas delas e sorri quando lembrei de e de como ela não tinha caído nos meus encantos. E percebi que faria de tudo para fazê-la mudar de opinião.
Ouvimos uma risada alta. Normal, considerando que era hora do intervalo. Percebi a inquietação de , mas não lhe dei atenção até que ele mudou de atitude. Olhei na mesma direção que ele e vi quando praticamente jogou sentada na cadeira e saiu. Sinceramente, não sei como essa garota pode ser minha irmã.
mal fez menção de se levantar, mas apertei de leve seu joelho por baixo da mesa, para que ele ficasse exatamente onde estava. Esse jogo era meu.
Levantei, arrumei a roupa e caminhei calmamente até . Ela olhou para quase suplicante. não sairia do lugar. Eu sabia disso. Por isso, nem me dei ao trabalho de olhar para trás. Sentei ao lado de e ela me lançou um olhar de desprezo. Completamente adorável.
— O que você quer, ? — ela perguntou ríspida.
— Não seja tão rude, . — não evitei o sorriso ao pronunciar seu apelido. Afinal, não tínhamos sido apresentados. Pelo menos não ela.
— Não sei quem te disse meu apelido, mas, para você, eu sou . Ou senhorita . Como preferir. — ela cruzou os braços sobre o peito e meu sorriso aumentou consideravelmente.
— Você é sempre assim? — levei uma mão ao queixo, completamente curioso.
— Direta? Impaciente? Sim, sou. — ela se apoiou na mesa, repousando as mãos ali, e me respondeu sem realmente olhar para mim.
— Difícil de lidar. — respondi. Ela me olhou e eu sorri de novo. — Eu gosto disso.
Peguei sua mão que repousava na mesa e fiz um carinho leve com o polegar. estremeceu levemente e fechou os olhos. Quando os abriu, parecia outra pessoa ali.
— Olha, . — ela puxou sua mão bruscamente. — Eu não sei com quem você anda flertando, mas comigo as coisas não funcionam assim. — e levantou, me deixando sozinho na mesa. Apenas observei para onde ela ia e vi quando passou por ela e as duas cochicharam alguma coisa.
caminhou firmemente em minha direção e sentou-se ao meu lado. Fiz menção de levantar, mas sua voz me fez parar no lugar.
— Não se mexa. Faça aquela cara de quem não liga para uma palavra do que eu digo, mas preste bem atenção, porque eu só vou dizer uma vez. — ela ordenou baixinho. Ajeitei o corpo na cadeira e olhei para lugar algum enquanto ela começava a falar. — Deixe a em paz. — ela começou e eu tive que rir. — Ela pode ter chegado hoje, mas com certeza ela é uma daquelas garotas que os caras idiotas dos filmes lutariam para ter. Caras idiotas como você.
ficou em silêncio por um longo tempo. Olhei em sua direção apenas para encontrá-la comendo seu sanduíche calmamente. Respirei fundo e me preparei para levantar, mais uma vez sendo interrompido.
— Você é lindo e tem tudo o que quer. Todos sabemos disso. — ela continuou a falar. — Mas se você quer que a seja apenas mais uma na sua lista infinita, apenas saia do caminho e deixe ela ser feliz como merece. Ela com certeza vai achar alguém mais decente que você.
pegou o lanche que, supus, tinha trazido para e saiu, também me deixando sozinho na mesa.
— Isso já está ficando irritante. — resmunguei sozinho e me levantei para voltar à minha mesa. tinha largado o celular e agora nos procurava entre os alunos. Nos procurava. havia sumido.
— sumiu? — perguntei o óbvio. não me respondeu e analisou minha expressão, que devia ser de tédio naquele momento.
— te deu sermão de novo? — ele perguntou divertido. Apenas rolei os olhos. — Open your eyes, guy. Sua irmã está se achando a maioral só porque é representante de turma. Isso já está passando dos limites. Você deveria dar um jeito nela.
Estreitei os olhos na direção de . Só quem o conhecia bem poderia perceber o duplo sentido daquela frase.
— Você adoraria fazer isso, não é, ? Adoraria dar um jeito na . — perguntei sério. Vi quando passou a língua sobre os lábios, completamente malicioso. — Oh, meu Deus. Não quero nem saber o que se passou na sua cabeça pervertida. — fechei os olhos e respirei fundo. Encarei novamente bem na hora em que ele tentava mudar de expressão. Estava falhando.
— Deus que me livre. — ele respondeu falso e estremeceu o corpo, para dar efeito ao seu falso nojo.
Todos, absolutamente todos, sabiam que eles tinham uma queda um pelo outro, mas eles eram orgulhosos demais para dar o braço a torcer. Eles trocavam farpas desde que havíamos nos conhecido, antes mesmo de entrar na K-Arts.
Assim que pensei em rebater, voltou para a mesa. Sorridente. Muito diferente de como ele estava antes de eu me levantar para conversar com .
— Ganhou na loteria? — perguntou antes de mim.
— Quase. — ele respondeu ainda sorrindo.
— Onde você estava? — perguntei desconfiado.
— Não é da sua conta. — ele respondeu rindo e começou a comer. Claro que ele não me responderia, mas eu tinha minhas suspeitas.
— Esse jogo é meu, . — alertei.
— Fique à vontade. — ele deu de ombros. — Quando se cansar de jogar, eu estarei aqui para a partida final. — respondeu desafiador. Ele sabia do que eu estava falando e não fez questão de negar isso.
— Por que estamos falando de futebol de repente? Vocês entraram para o time? — perguntou confuso. Nós rimos. , abertamente, daquele jeito escandaloso dele. E eu sorri e abaixei a cabeça.
Indiretamente, tínhamos um time e partidas formadas ali. Só me restava jogar.
Capítulo 2
Depois do meu altamente movimentado primeiro dia, fui para casa sozinha, após ignorar as milhares de ofertas de carona que me fez. Ir com significava ir no mesmo carro que , colocando minha vida nas mãos dele, já que era ele quem dirigia.
No dia seguinte, resolvi sair da última aula e ir estudar um pouco na biblioteca. Perguntei a como chegar até lá e ela insistiu várias vezes que iria comigo, mas desistiu depois que eu lhe lancei meu melhor olhar de desprezo.
— OK. Vá sozinha, então. — ela me respondeu. — Siga por esse corredor, depois vire à direita, suba as escadas, vire à esquerda e você verá uma grande porta de madeira. Lá é a biblioteca. Espero que se perca. — e saiu, aparentemente irritada.
— Nota mental: odeia que recusemos sua ajuda. — falei sozinha. Segui pelo corredor e, assim que virei à direita, ouvi uma voz me chamar. Olhei para trás e vi caminhando em minha direção. O cabelo raspado na lateral e meticulosamente cortado em cima lhe dava um ar sexy enquanto ele caminhava sorrindo para mim.
foi meu primeiro amigo depois que cheguei a Seul decidida a estudar na K-Arts. Era, e ainda é, meu vizinho. Me incentivava como ninguém a estudar para passar na prova, mas nós nos afastamos depois que eu passei a ficar quase oito horas trancada, estudando, e mais quatro horas fora para praticar minha apresentação de admissão. é dois anos mais velho que eu e está em seu penúltimo semestre e último ano aqui na K-Arts.
Parei e esperei que ele chegasse até mim. O sorriso aumentou à medida que ele chegava mais perto. Quase suspirei como uma garota apaixonada. era bem bonito de se olhar. Usava uma camiseta preta e jeans rasgados nas coxas levemente definidas. As mangas da camisa mostravam apenas o necessário de seus braços levemente musculosos.
— ! — ele venceu toda a distância entre nós e me abraçou como se sua vida dependesse disso. — Não sabe o quanto estou feliz de te ver aqui. — ele praticamente sussurrou no meu ouvido. Um leve arrepio percorreu minha espinha. Meu ouvido é meu ponto sensível. E a voz de sussurrada perto não ajuda.
— Oppa! — exclamei. — Não sabe o quanto eu estou feliz de eu estar aqui. — soltei o abraço e nós rimos.
— Não está feliz em me ver? — ele perguntou fingindo estar magoado.
— Muito! Não sei como conseguimos ser vizinhos e nunca nos vemos. — respondi.
— Você sumiu, pirralha. — ele rebateu.
— Foi por uma boa causa, oppa. — retruquei e ajeitei a mochila no ombro. apenas assentiu, concordando. — Já está indo embora? — perguntei.
— Ah, não. Estou indo estudar na biblioteca. Preciso me dar bem nas provas. — ele respondeu.
— Que coincidência. Eu estou indo para lá. — afirmei.
— Sério? — apenas confirmei com a cabeça. — Então vamos. — ele me estendeu o braço como um bom cavalheiro. Enlacei meu braço ao seu e seguimos caminhando e conversando até chegar ao nosso destino final.
As primeiras semanas seguiram normalmente na medida do possível. Me encontrava com todos os dias, estudávamos juntas às vezes, eu recusava sua carona todos os dias. sorria para mim sempre que cruzava comigo no corredor, e ainda atormentavam um ao outro e ainda tentava me derrubar na conversa, quase conseguindo depois que eu finalmente notei as covinhas que surgiam em seu rosto quando ele sorria verdadeiramente. Aí eu me lembrava de que era apenas o convencido e me mantinha firme.
Era véspera de feriado prolongado e tudo costumava dar errado para mim nesses dias. Exceto hoje. Assim que saí pela porta da minha casa, saiu do outro lado, com uma chave em mãos.
— Bom dia, oppa. — cumprimentei.
— Bom dia, . Carona? — ele perguntou sorrindo e balançando as chaves.
— Seria ótimo. — respondi e me apressei para entrar no carro. Conversamos sobre coisas aleatórias durante o trajeto. Descobri que e os colegas estavam preparando uma espécie de festival para o final do curso e que seria aberto para os outros estudantes.
— Eu posso garantir sua vaga, se quiser. — ele sorriu e piscou para mim.
— Eu muito certamente vou querer. — respondi rindo.
— Vou me lembrar disso. Bom dia, pequena. — ele apertou minha bochecha.
— Bom dia, oppa. — sorri e desci do carro. Caminhei até a entrada e dei de cara com me olhando surpresa.
— O que você estava fazendo no carro de ? — ela perguntou antes mesmo de me dizer bom-dia.
— Bom dia, . é meu vizinho e amigo. Por quê? — perguntei curiosa.
— é o veterano mais quente do momento e você me diz que é vizinha e amiga dele, assim, na maior? — ela perguntou. Parecia nervosa.
— Nos conhecemos desde que me mudei para cá. Ele foi o primeiro amigo que tive aqui. E ele é ótimo. — respondi sorridente.
— Vocês já ficaram? — ela perguntou de repente.
— Não, . Meu Deus. Eu não sou assim, tá? — respondi ofendida.
— Me desculpe. — ela pediu baixinho.
— Vontade não faltou, mas não. Não ficamos. — completei.
— Safada! — ela me acusou e nós rimos.
— , olhe para o e me diga se tem como negar alguma coisa a ele. Ele é lindo, simpático e é um amor de pessoa. Não dá. — rebati.
— Realmente... — ela ponderou. — Mas eu não te esperei aqui para falarmos daquele pedaço de mal caminho. — ela iniciou e eu lhe olhei feio. — Desculpa. Enfim... Vamos ao cinema amanhã?
— Só você e eu? — perguntei. Sair com significava ter o trio irresistível a tiracolo.
— Infelizmente, e os meninos vão também, mas a gente senta longe deles. — ela respondeu e riu.
— Tá, . Eu tô precisando mesmo espairecer. — me dei por vencida e aceitei. Afinal, fazia parte do trio.
— Obrigo o a passar lá ou nos encontramos no shopping? — ela perguntou incerta.
— Encontro vocês lá. Não me leve a mal, mas não quero que descubra onde eu moro. Temo que minha vida vire um real inferno. — respondi.
— Eu te entendo. Se eu não fosse irmã do , eu também iria querer distância dele. — ela disse e nós rimos abertamente.
— Falando de mim? — perguntou com voz suave. Nem reparei na hora que ele chegou.
— Só falamos de coisas importantes. — respondi. segurou o riso.
— Por que você é sempre tão arisca comigo, ? — ele perguntou enquanto colocava uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha. Seus dedos gélidos resvalaram na minha orelha e aquele arrepio, que me atingiu quando segurou minha mão pela primeira vez, me atingiu de novo.
— Não sou arisca. Sou sincera. É diferente. — dei de ombros.
— Você não é assim com o . — ele murmurou baixinho. Me aproximei lentamente dele e respondi próxima ao seu rosto.
— Ele não dá em cima de mim. — sorri e me virei para . — Vamos, . Temos aula. — a puxei pelo braço e saímos sem ao menos nos despedirmos de .
Passei o dia todo evitando e, consequentemente, os meninos. Antes de ir embora, uma ideia me surgiu.
— . — chamei assim que encontrei a morena na saída. — Posso chamar o oppa para ir amanhã com a gente? — perguntei incerta.
— Ah, como eu queria ter o prazer de chamar o de oppa... — ela suspirou baixinho. — Pode sim. Pelo menos nos distraímos daqueles três.
— Ótimo. Vou mandar uma mensagem para ele. — abracei e nos despedimos.
Saquei o celular da bolsa e enviei uma mensagem para .
Oppa, cinema amanhã?
Foi mal, pequena. Projeto do festival.
OK, oppa. Fica para a próxima. Estude e fique saudável. 😘
Vou me cuidar. Divirta-se. 😘
Fechei a conversa de e abri a de .
Online
furou. 😔
Que pena. 😭
Não deixa a princesa se atrasar ou vamos perder a sessão. 😒
Pode deixar. Até amanhã. 😘
Guardei o celular na bolsa novamente e rumei para o ponto de ônibus. Só queria deitar e dormir até a hora do filme.
Acordei no feriado às 11 horas. Me apressei, tomei uma xícara de café e fui arrumar minha bolsa para que pudesse sair. Tomei um banho demorado, escolhi um vestido bonito, calcei meu tênis branco, passei uma maquiagem leve, peguei a bolsa, o bolo que tinha feito no dia anterior e saí em direção à porta de . Toquei a campainha e esperei. abriu a porta com uma cara de cansado, provavelmente ainda estava trabalhando no projeto.
— Bom dia, oppa. — cumprimentei.
— Bom dia, pequena. — ele sorriu fraco.
— Achei que tinha dito para você se cuidar. — ralhei.
— Eu juro que estou tentando. — ele respondeu. — Já vai sair? Não quer entrar?
— Não, oppa. Vim só deixar um bolo que fiz para você. — sorri e lhe entreguei a bandeja.
— É alguma ocasião especial? — ele perguntou duvidoso.
— Não. Apenas me deu vontade de cozinhar e resolvi preparar um bolo para você também. — dei de ombros. — Almoce e descanse. — ordenei.
— OK, mãe. — ele respondeu rindo e me abraçou de lado. — Divirta-se. — ele beijou o topo da minha cabeça e nos separamos. Acenei tchau e fechou a porta.
Saquei o celular da bolsa e pedi um carro pelo aplicativo. Estava bonita demais para andar de ônibus. Assim que entrei no carro, mandei uma mensagem para avisando que almoçaria no shopping e que esperava por eles na praça de alimentação.
Andei um pouco pelo shopping e comprei uma blusa antes de finalmente ir almoçar. Assim que terminei, vi caminhando em minha direção. O trio irresistível vinha logo atrás, como As Panteras andando juntas no filme. Ri sozinha da minha própria comparação.
— Vem, vamos para a fila. — me tomou pela mão sem ao menos me deixar protestar. Caminhamos em direção à fila do cinema ouvindo os suspiros das meninas que olhavam para , e atrás de nós.
— Ainda é meio-dia e você já está irritada com o ? — naquele estado só significava isso.
— Aquele moleque é insuportável. Argh... — ela respondeu.
— Amiga. — segurei seus ombros assim que paramos na fila. — Eu não costumo dizer isso para ninguém além de mim mesma, mas... Fica calma.
respirou fundo e riu da minha fala.
— Qual filme de mulherzinha nós vamos assistir? — a voz de me assustou.
— Vingadores: Guerra Infinita. — eu e respondemos em uníssono.
— Achei que nós fôssemos ver um filme bem feminino para vocês se emocionarem e nós estarmos aqui para consolar vocês. — ele argumentou.
— , três coisas. — levantei os dedos na altura de seus olhos. — Primeiro: de tristeza, já basta a minha vida. — gargalhou alto ao seu lado. — Segundo: não gostamos de “filmes de mulherzinha”. — fiz as aspas no ar.
— E terceiro: não precisamos de vocês para nos consolar. — completou.
— E nós somos duas, e vocês são três. Alguém ia sobrar e algo me diz que seria o . — sorri vitoriosa.
— Ela está claramente dizendo que prefere a mim. — se pronunciou. — Ouviu, não é, ?
— Idiota. — ralhei com e esmurrei seu peito. — Nossa. — murmurei baixinho e espalmei a mão ali, sentindo a firmeza dos músculos. Desci em direção ao seu abdômen e me parou no meio do caminho.
— Já chega, . Não acha que está passando dos limites aqui? — ele perguntou irritado.
— Não ouvi o reclamar. — rebati. — Você e eu temos algum tipo de relacionamento? Oh, meu Deus! Você e o namoram! — exclamei completamente irônica.
— Definitivamente não. — respondeu. — Meu sinal está verde. — ele completou sorrindo ladino. Corei até as orelhas com o comentário. E fui salva pela moça do caixa nos dizendo boa tarde.
— Vingadores? — a moça perguntou incerta.
— Sim. — respondi.
— As namoradeiras? — ela perguntou outra vez olhando de para parados um de cada lado do meu corpo.
— Não, moça. Só se os meninos quiserem sentar juntos. — disparei e ela riu.
— Quais os lugares? — ela expôs na tela as cadeiras disponíveis.
— J 9 e 10 para nós duas. — respondi pela .
— Mas não vamos caber todos aí. Só tem dois lugares. — protestou.
— Exatamente. — lhe respondeu, sorrindo quase maléfica.
— K 9, 10 e 11 para nós. — respondeu irritado.
A moça assentiu e fechou nossa compra. saiu batendo os pés e sentou em uma mesa próxima à entrada da sala para esperar os 15 minutos que faltavam para a sala abrir. e eu, nervosas, paramos próximas à entrada e esperamos em pé. Entramos, assistimos nosso filme e choramos, bem mais do que choraríamos se estivéssemos vendo um “filme de mulherzinha”. Assim que saímos da sala, me encarou.
— Estava chorando? — ele perguntou o óbvio.
— Imagina. Por que eu choraria? — respondi rindo.
— Quer um abraço? — perguntou. Ensaiei um “vai se ferrar”, mas fui interrompida antes que ele saísse.
— Que tal comermos? — perguntou.
— Ah, eu não... — iniciei, mas me interrompeu com as palavras que eu mais gosto de ouvir.
— Eu pago. — e sorriu para mim.
— Sendo assim... — se adiantou. — paga o meu. Vamos. — e me tomou pela mão, me arrastando até o restaurante fast food mais próximo.
Pedimos nossos hambúrgueres, um suco para mim, refrigerante para os meninos e e nos sentamos. praticamente correu para sentar ao meu lado. fez questão de sentar ao lado de e restou para apenas a opção de puxar uma cadeira e sentar na ponta da mesa. Comecei a comer calmamente, quando, pela terceira vez na tarde, fui interrompida.
— . — me chamou e eu lhe encarei. — Tem um pouco de molho... Aqui. Canto da boca. — ele disse gesticulando e apontando para a própria boca.
— Onde? Aqui? — perguntei passando os dedos na boca.
— Do outro lado. Deixa que eu... — inclinou o corpo para frente e sugou o cantinho da minha boca, seus lábios cheinhos fazendo um barulho estalado quando ele se afastou. Mais um pouco e teria sido um longo selar. Senti as orelhas esquentarem e sabia, sem mesmo me olhar, eu que estava completamente vermelha. Olhei para e minha amiga estava atônita à minha frente. Nem arrisquei um olhar para . — Pronto. Limpei. — completou sorrindo.
— , tem um... — tentou iniciar.
— , eu juro que se você encostar essa sua mão suja de ketchup em mim, eu corto ela fora. — o interrompeu de olhos fechados e respirando fundo.
— A gente nem pode tentar... — murmurou baixinho.
— O que, ? — perguntou. — Ser amigável? Romântico? A gente se detesta, lembra?
— Eu não teria tanta certeza sobre isso. — soltei. apontou para mim em sinal de concordância com minhas palavras.
permanecia em silêncio. Estava quieto demais para o meu gosto. Isso podia significar alguma maquinação sua. Pisei no pé de por baixo da mesa e ela me olhou feio. Maneei a cabeça na direção de e disse um “estranho” sem fazer nenhum barulho. “Sempre”, ela respondeu da mesma forma. Neguei com a cabeça.
— Está tudo bem, ? — perguntei.
— Está preocupada comigo? — ele me olhou, os olhos brilhando em expectativa.
— Estou preocupada com os planos mirabolantes que você possa estar arquitetando nessa sua cabeça. — respondi.
— Só estou pensando em algumas coisas. Você vai saber quando for a hora certa. — ele me lançou um sorriso doce e acariciou minha bochecha. Novamente o arrepio se fez presente. Era um tipo de reação que só provocava. Nem quando quase me beijou agora a pouco, eu não senti nada igual. sentiu minha pele eriçada contra seus dedos e seu sorriso aumentou visivelmente.
— Gosta disso? — ele perguntou ainda acariciando meu rosto. Eu estava quase movendo a cabeça contra sua mão em busca de mais carinho, quando me dei conta do que estava acontecendo. Rapidamente me afastei dele e me endireitei na cadeira.
— Não viaja. — respondi seca. me olhava curiosa, comia em silêncio e alternava o olhar entre e eu.
— Ah... — quebrou a tensão que se instalara ali. — Eu estava quase esquecendo. , posso dormir na sua casa esse fim de semana? É que meus pais viajaram e eu não tô afim de ficar sozinho.
— E sua babá? — perguntou em tom de riso.
— Ela foi dispensada faz tempo e você sabe disso, idiota. — respondeu irritado e eu tive que segurar o riso.
— Uma babá? Seus pais se preocupam mesmo, não é, ? — perguntei rindo.
— Cala a boca, . — ele ordenou e amassou o guardanapo com força. — E então, ?
— ? — pronunciou o nome da irmã com seriedade. Vi respirar fundo antes de lhe olhar nos olhos e balançar a cabeça positivamente. — OK, pode ir.
Eu achava isso legal no . Mesmo sendo os amigos dele, ele sempre pedia a opinião da quando o assunto envolvia a casa dos dois.
— E quanto a você, ? — perguntou ao loiro.
— ? — perguntou incerto olhando para . Minha amiga apenas revirou os olhos, como se sua permissão fosse óbvia. — Vou com vocês.
— está te esperando em casa ou você vem conosco? — perguntou se voltando para mim.
— Não que seja da sua conta, mas eu não moro com o oppa. Somos vizinhos. E apenas amigos. — expliquei e cruzei os braços sobre o peito.
— Definitivamente a vai com a gente. Não vou conseguir suportar vocês três a noite toda sem ajuda. — se pronunciou.
— Então eu vou. — sorri para .
— Terminei de comer. Podemos ir. — disse de boca cheia. Nos levantamos todos e seguimos para o estacionamento, os meninos na frente e e eu atrás, vendo o quão engraçados eles ficavam caminhando daquele jeito.
— Parecem as Panteras. — comentou baixinho.
— Eu estava pensando nisso desde a hora que vocês chegaram. — respondi rindo.
— Vão conversar muito ou vão andar? — perguntou com seu mau humor habitual.
— Vai se ferrar, . — respondi baixinho.
— Eu ouvi, . — ele rebateu de costas para mim. Bufei e finalmente chegamos ao carro. foi na frente e eu fui espremida entre e no banco de trás. OK, não era tão ruim assim estar colada em . Seu corpo emanava um calor natural que me aquecia.
— Está confortável? — ele perguntou colocando o braço por trás da minha cabeça.
— Bastante. — respondi sorrindo.
— Vão continuar flertando dentro do meu carro? — perguntou.
— Para de ser chato, . Já conversamos sobre isso. — ralhou. Eu gostaria de saber o conteúdo da conversa. vai me explicar isso depois.
Caímos no silêncio até chegarmos à casa de . Assim que parou o carro, empurrei para fora e desci. A casa era enorme por fora, com uma área externa propícia para uma festa na piscina. parou ao meu lado e me encarou.
— Eu já quis dar uma festa na piscina. não deixou. — ela suspirou.
— Seu irmão é um pé no saco. — parou do meu outro lado.
— Eu não queria, mas eu concordo com você. — comentei.
— Banho de piscina? — perguntou, se juntando a nós enquanto admirávamos a piscina.
— Nem pensar. Não tenho roupa para isso. — respondi.
— Podemos nadar sem elas. — soltou enquanto se aproximava. Todos olhamos para ele com uma expressão de choque. — Eu estou brincando. Vamos entrar. — e saiu como se não tivesse dito nada demais. Olhei para e ela deu de ombros.
— Ele é adotado. — ela afirmou e todos rimos, seguindo para dentro.
— Senhorita . — uma senhora reverenciou .
— Oh, senhora Kim. Ainda por aqui? Seu turno já acabou. — Lily abraçou a senhora.
— Estava esperando vocês chegarem. Vão comer alguma coisa? — ele perguntou preocupada.
— Não mesmo. Acabamos de comer no shopping. — Lily respondeu com a mão sobre a barriga.
— E quem é essa moça de cabelos bonitos? — ela perguntou me medindo.
— A nova integrante desse grupo barulhento de jovens. — Lily disse e riu. — Essa é . Ou só mesmo. É novata na escola e eu estou de olho nela. — Ela confidenciou.
— Menino ? — a senhora Kim perguntou baixinho e Lily confirmou. — Ele não toma jeito mesmo. — ela disse em tom de reprovação. — Já que não precisam de mim, eu estou indo. Volto na segunda. Não destruam nada e não toquem fogo na casa. Tchau, meu anjo. — ela beijou a testa de , a minha, deu um tapinha no ombro de , apertou a bochecha de e apenas acenou para , saindo porta afora e nos deixando sozinhos.
— Gostei dela. — comentei.
— Ela é como uma mãe para nós. — foi quem respondeu.
— O que vamos fazer agora? Filme? — perguntou enquanto se jogava no sofá.
— Não. Não aguento mais chorar hoje. — se pronunciou.
Minha cabeça martelou um pouco e um sorriso apareceu involuntariamente nos meus lábios.
— Vamos jogar. — sugeri.
— Videogame? — perguntou.
— Verdade ou desafio. — respondi desafiadora.
— Tá louca? — perguntou.
— Pode ser divertido. — sorriu. — Vamos trocar de roupa. Nos encontramos aqui em 15 minutos para começarmos. — e saiu, subiu as escadas e fechou a porta do que parecia ser seu quarto com força. Depois que saiu da sala, encarei , que me olhava com uma espécie de fúria no olhar.
— Tem noção do que acabou de fazer? — ela me perguntou.
— Qual é, ? Vai ser divertido. — se pronunciou.
— Não fala comigo, . — ela rebateu. — Vem, . Vamos nos trocar. — e me arrastou escada acima sem me deixar protestar. e nos seguiram e entraram no quarto de , na porta vizinha à de .
— Não fica brava comigo. Vai ser divertido. E nós não temos nada para fazer mesmo. — me pronunciei. Estava disfarçadamente pedindo desculpas.
— Não quero nem saber o que vocês vão inventar. — ela começou seu discurso enquanto entrava no closet. — Minha experiência nesse jogo é horrível. Sempre dava alguma coisa errada. Toma, vai vestir. — ela jogou um short escuro e uma camiseta preta em minha direção. Me apressei em pegar as peças e corri para o banheiro.
— Sinceramente, esse short não cobre nem minha bunda. — disse saindo do banheiro. já estava devidamente trocada, de short e camiseta preta, como eu.
— Em mim fica ótimo, mas você vai ficar com esse em castigo por ter dado essa ideia ridícula. — ela me respondeu.
— As princesas não vão descer? — a voz de se fez ouvir do lado de fora o quarto.
— Não enche. Estamos descendo. — respondeu irritada. — Vamos, . Ou daqui a pouco eles invadem o quarto.
Segui escada abaixo e encontramos os meninos sentados no sofá, segurando uma garrafa vazia na mão.
— Vamos organizar isso aqui. — ordenei. — Vamos sentar todos no chão. , senta aqui. — e indiquei o sofá grande da sala. — , do lado direito do . , do lado da e , do lado do . Eu vou sentar aqui. — e sentei entre e . — Garrafa no centro, garotos. Vamos começar. — e sorri maléfica para sentada à minha frente. , que tem o maior par de braços da história da humanidade, colocou a garrafa no centro e girou.
— Gargalo pergunta. Boa sorte, . — riu de mim. A garrafa havia parado com o gargalo apontando para e o fundo para mim. Logo, eu seria a desafiada.
— Verdade ou desafio? — perguntou maléfica.
— Desafio. As verdades eu posso te dizer depois. — respondi confiante.
— Te desafio a incitar o até ele querer te beijar. — seu sorriso aumentou.
— Achei que você estivesse do meu lado. — rebati.
— Achei que você quisesse ser desafiada. — ela respondeu ainda sorrindo.
Me virei na direção de e lhe sorri. A cor havia sumido de seu rosto e ele estava mais branco que o habitual. Segurei em seu rosto e sua pele se arrepiou sobre meus dedos. fechou os olhos quando eu aproximei meu rosto do seu e passei delicadamente os lábios sobre sua bochecha. Mordi o lóbulo de sua orelha e sorri quando o ouvi arfar. Colei minha testa à sua.
— Olha para mim, . — ordenei. abriu os olhos e suas pupilas estavam dilatadas. Ele moveu os lábios na intenção de me beijar e eu me separei dele, sorrindo. pendeu o corpo para frente em busca de contato e riu baixinho do amigo. — Era só isso? — perguntei, satisfeita por saber que, sim, me queria. Mas ele teria de mudar se quisesse que isso realmente acontecesse.
— Ela não precisou de muito. está caído por ela. — comentou e levou um chute de que estava ao seu lado.
— Próximo! — gritou e girou a garrafa, que rodou de um jeito torto e acabou apontando para ele e .
— Gargalo pergunta. Boa sorte, . — desejei.
— Verdade ou desafio? — perguntou. Seu olhar dizia que não vinha coisa boa por ali.
— Verdade. Tenho medo do desafio. — respondeu.
— Você gosta da ? — perguntou e imediatamente fechou os olhos, suspirando. Se ele mentisse, todos nós o acusaríamos. Depois de respirar fundo várias vezes, ele tomou coragem para responder.
— Eu poderia dizer que não, mas eu estaria mentindo. — ele respondeu e sorriu triste para minha amiga. o olhou com desprezo e encarou com ódio.
— Não me olha assim. — ele ergueu as mãos em rendição. — É ele que gosta de você.
— Mas foi você que perguntou. — ela gritou de volta.
— Próximo! — gritei para evitar a confusão que se iniciaria. se apressou em girar a garrafa. Novamente ela girou de um jeito torto e ele foi o escolhido. Mas, dessa vez, a vítima era .
— Meu amigo, . — ele riu. — Verdade ou desafio?
— Desafio. — respondeu sorrindo.
— Te desafio a fazer a rir. — ele soltou. Olhei para , incrédula.
— Sério, ? — perguntou indignado. apenas confirmou com a cabeça. se voltou para mim e iniciou uma série de piadas sem graça e flertes baratos, que com certeza funcionariam com as garotas que ele costuma pegar por aí. Eu apenas revirava os olhos a cada palavra que saía de sua boca. — Eu desisto. — ele se pronunciou, irritado. — Essa garota não tem sentimentos.
— Talvez ela só não goste de você, dude. — respondeu e se esticou em minha direção. — , toc toc.
— Quem é? — perguntei.
— I’m Groot. — ele respondeu, imitando a voz do Groot adolescente. A princípio, eu ri. E então meus olhos se encheram de lágrimas, lembrando das cenas do filme de mais cedo.
— Droga, ! Era para fazer ela rir, não chorar. — ralhou e me abraçou de lado.
— Eu estou bem, . — respondi, sorrindo boba por conta da preocupação e limpando a lágrima que insistiu em cair.
— Me desculpe. — pediu.
— Tá tudo bem, . — lhe tranquilizei.
— Próximo! — foi a vez de gritar. me soltou relutante e girou a garrafa. Dessa vez, ela apontou para e eu.
— Gargalo pergunta. Boa sorte, . — me lançou um sorriso vitorioso, como se fosse fazer algo de ruim.
— Vou perguntar só para tirar a dúvida. Verdade ou desafio? — perguntou.
— Desafio. — respondi confiante. cruzou os braços sobre o peito e me sorriu ladino.
— Te desafio a fazer um lap dance para o . — ele soltou. engasgou com a saliva e os olhos de quase saíram do rosto. nos olhou confuso.
— Que foi, gente? É tão ruim assim? — ele perguntou inocente.
— Você vai descobrir. — respondi. — Senta no sofá, . Música, . — os dois me obedeceram sem pestanejar. Me virei para e lhe segurei pelo queixo. — Não me interrompa. E você, mocinho. — apontei para . — Mãos atrás da cabeça. Você não tem permissão para me tocar. — sorri maléfica.
conectou o celular, via Bluetooth, ao aparelho de som presente na sala e as notas iniciais de Sex trip, do Jay Park, preencheram o cômodo. Ri sozinha da escolha de música daquele moleque atrevido. Levantei do chão sob os olhos atentos de todos na sala. Fui até o centro do círculo torto que formávamos e virei de costas para . Assim que ouvi a voz dizer “Your ass will go up and your face will go down”, imitei o movimento e empinei a bunda na direção de . Ouvi um “wow” abafado e sabia que vinha dele.
— ... — ele chamou baixinho. — Você tem noção de que esse short, ele...
— Cala a boca, . — ordenei ainda de costas. Eu sabia que o short não estava servindo de muita coisa, mas se ele continuasse falando, eu provavelmente desistiria daquilo.
Continuei movendo o corpo sensualmente de costas para , e consequentemente de frente para , e , até que me senti confortável para encarar o loiro sentado no sofá. Caminhei até ele e baixei o quadril até que minha bunda encontrasse seu íntimo. Sentei entre suas pernas e rebolei de leve. Nem sabia mais o que estava fazendo. Não me prolonguei muito e logo virei de frente para ele, sentando em seu colo, com uma perna de cada lado do seu corpo, meus seios na altura de seu rosto e meus braços tendo apoio em seus ombros. Senti o ritmo da música e deixei que meu corpo se movesse por conta própria. No ponto alto da música, quiquei duas vezes e na terceira, sentei em seu colo com força. engoliu um gemido e sua barriga se contraiu. Ondulei em seu colo duas vezes e achei melhor parar. Já estava sentindo o que não devia.
— Acho melhor você tomar um banho frio. — murmurei em seu ouvido. Desci de seu colo e vi que a situação não estava nada boa. A calça moletom de marcava uma semiereção. Rapidamente separei seus joelhos e sentei entre suas pernas. ajeitou o corpo no sofá e aproximou o tórax das minhas costas, em um quase abraço.
— Obrigada pela atenção, senhoras e senhores. — gracejei.
— É para isso que você vai para a faculdade, ? Vou considerar com o papai a sua mudança de curso. — se pronunciou. — Você canta bem. Vou te arrastar para a Música. Não quero minha irmã aprendendo isso nas aulas.
— Nós não aprendemos isso na faculdade, idiota. Aprendemos na vida. — rebati.
— Acho que o jogo acabou. — devaneou.
— Nem pensar. — respondi. — e eu ainda não perguntamos e e ainda não responderam. E, seguindo o código das garotas, eu pergunto para e pergunta ao . — sugeri. — Pode começar, .
— Primeiro, você não vai descer daí? — ele apontou para o sofá onde eu ainda estava sentada com .
— Daqui a pouco. Não enrole e faça sua pergunta. — respondi fingindo irritação.
— Verdade ou desafio, ? — ele perguntou quase bufando.
— Verdade. Não tenho condições para mais nenhum desafio hoje. — respondeu e eu tive que sorrir.
— Você queria beijar a agora? — perguntou com uma pitada de ciúme na voz.
— Sim. — respondeu sem pestanejar. Virei o rosto, dando de cara com seus olhos me encarando, e selei seus lábios, sem deixar que ele aprofundasse o beijo.
— Pronto. Agora é minha vez. Verdade ou desafio, ? — perguntei.
— Desafio, . — ela respondeu confiante. Eu quase gargalhei, tamanha era minha satisfação.
— Te desafio a beijar o até que vocês fiquem sem fôlego. — cruzei os braços sobre o peito e esperei sua reação.
me olhou incrédula e depois encarou na esperança de que ele se metesse naquilo. Mas apenas deu de ombros, como quem não se importa. Vendo que não tinha outra opção a não ser cumprir o desafio, ela jogou uma perna de cada lado do corpo de , ainda sentado no chão, sentando em seu colo e tomando seus lábios em um beijo afoito. Todos nós sabíamos da tensão e do desejo envolvidos ali. espalmou as mãos na base das costas de e ela lhe bagunçou os fios laranja, que já desbotavam, com suas mãos inquietas. Ficamos em silêncio, observando quando aquilo ia acabar e então finalizou aquele beijo ardente com vários selares. Colou a testa na de e sorriu satisfeito. levantou do seu colo, ficou de pé e me encarou.
— Jogo finalizado. Vamos dormir. — ela me tirou do sofá e percebeu a marca na calça de . — Você vai ter que dar um jeito nisso sozinho. — ela apontou para o íntimo de que sorriu sem graça. — Boa noite, senhores. — ela desejou e me puxou escada acima, sem ao menos me deixar dizer tchau para os meninos. Assim que entramos em seu quarto, ela trancou a porta e me encarou. — Ficou louca?
— Você acabou de sentar no colo do e beijar ele como se sua vida dependesse disso, e eu que estou louca? — perguntei.
— Era meu desafio. — ela rebateu.
— Ah, me conta outra, . Eu disse para vocês se beijarem. Não protagonizarem uma cena de beijo de filme pornô. — expliquei.
— Você quer falar de pornô? O tá duro até agora por causa da sua dança. Acho que também. Aliás, onde você aprendeu aquilo tudo? Ninguém conseguia tirar os olhos de você. — ela me questionou.
— É um tipo de dança, . Eu estudei todos os tipos. Nunca se sabe o que será pedido numa prova de admissão. — lhe sorri.
— Qual a probabilidade de pedirem um lap dance numa prova de admissão? — ela perguntou divertida.
— Nunca se sabe. — dei de ombros.
— Toma esse pijama e vai se aprontar para dormir. Tem escova de dentes debaixo da pia. — ela me indicou a pia do banheiro. — O final de semana vai ser longo. — ela bocejou, se espreguiçou e se deitou na sua king size. Terminei de me ajeitar e deitei ao seu lado.
— Fim de semana longo. — fechei os olhos e adormeci.
Eu só queria tomar um banho bem frio para acalmar meus ânimos, deitar e quem sabe dormir o fim de semana todo para não ter que encarar outra vez. Mas estava demorando demais no banho e eu nem podia acreditar que ele estava fazendo o que eu estou pensando que ele estava fazendo.
— ! — gritei na porta do banheiro.
— Você não pode julgar ele, . — se pronunciou. Estava jogado na minha cama de qualquer jeito e mexia no celular. Provavelmente algum jogo idiota.
— Tem certeza? — perguntei.
— A dança nem foi para você e olha como você está. Todo vermelho, nervoso e... — ele apontou para o meu calção.
— Já acabei, . — saiu do banheiro e passou por mim com a mesma calça de antes, sem camisa e com a toalha jogada no ombro.
— , que espécie de desafio foi aquele? — aquela era uma pergunta que não me saía da cabeça.
— Foi para você perceber que a é diferente e que ela não vai cair na sua tão fácil. Precisa se esforçar mais. — ele disse e entrou no closet para pegar o colchão que ele sabia que tinha lá. Não caberíamos os três na cama. Começou a encher o colchão inflável que eu mantinha no quarto para situações como aquela. — E, na boa, que pergunta foi aquela?
— Eu queria testar a reação dela. Quer dizer, vocês praticamente transaram na minha sala e ela nem sequer te deixou tocar nela. Achei que estava fazendo aquilo apenas pelo desafio. — respondi.
— Bom, viu que não. — ele me respondeu sorrindo. — E se ela quiser me beijar de novo, ela tem total liberdade para isso. — e se jogou no colchão, tomando o celular nas mãos. Revirei os olhos e entrei no banheiro. Tirei toda a roupa e meu amigo ainda dava sinais de vida. Decidi deixar a água o mais fria possível e entrei debaixo do chuveiro, tentenado me acalmar e não bancar o adolescente com os hormônios à flor da pele.
Recapitulei todos os ocorridos da noite e percebi que se eu realmente quisesse pegar a , eu ia ter que mudar de estratégia. Terminei o banho, vesti uma calça moletom e saí do banheiro.
— Oi, delícia. — provocou, mordendo o lábio inferior de um jeito que ele julgou sexy.
— Levanta daí e vai tomar banho. — ordenei.
— Ai, . Você só me maltrata. — levantou da cama e veio em minha direção.
— Achei que você gostasse da , . — comentou.
— Nem me fala dela, . Nem me fala. — ele mudou de atitude e praticamente correu para o banheiro. Me joguei na cama e encarei o teto.
— Não pensa muito. Vai explodir. — comentou.
— Cala a boca, . — ordenei, virei para o outro lado e apaguei.
Capítulo 3
Acordei cedo no sábado, morrendo de fome e determinada a ir para casa. Precisava de um banho e de uma roupa limpa. dormia tranquilamente e não se mexeu quando levantei da cama. Fiz minha higiene, tentei dar um jeito no cabelo, e, quando não consegui, amarrei em um coque alto. Vesti o mesmo vestido do dia anterior, peguei minha bolsa e desci. Encontrei na cozinha, de bermuda jeans e com um pano jogado sobre o ombro desnudo, a pele branca quase reluzindo com a luz do Sol da manhã. Ele mexia alguma coisa no fogo e meu estômago roncou, anunciando minha chegada.
— Bom dia, . — desejei.
— Bom dia, . Com fome? — ele perguntou por cima do ombro e se movimentou na cozinha, pegando um prato com torradas e geleia e colocando sobre o balcão na minha frente.
Comecei a comer desconfiada, enquanto encarava as costas nuas de , estranhando o fato de ele ter me chamado pelo nome e não ter feito nenhuma piada das que ele costumava fazer todos os dias. Pelas bênçãos de Odin, ouvi passos na escada e me estiquei para ver quem era. descia dois degraus por vez, com a mesma calça moletom da noite anterior e também sem camisa.
— Qual o problema desses garotos hoje? — perguntei baixinho para mim mesma.
— Bom dia, . — desejou e se aproximou, depositando um beijo demorado em minha testa. Não nego que fiquei frustrada por não ter recebido um selar daqueles lábios cheinhos.
se aproximou de para ver o que ele mexia no fogão e lhe encarou, fazendo um bico fofo nos lábios, como quem pede um beijo.
— Idiota. — bateu na cabeça de e se afastou, abrindo a geladeira como se estivesse em casa.
— É sempre assim, . Chega carne nova, — ele me olhou com desprezo — e você me despreza.
O tom ofendido na voz de Jaehyun foi demais para mim e eu não contive o riso.
— Parabéns, . Você fez a rir. — lhe felicitou. Jaehyun sorriu minimamente, como se aquilo fosse uma grande vitória.
— O que estamos comemorando? — perguntou no topo da escada. Descia com um sorriso bobo nos lábios, seguido por uma emburrada. Camisa de ? Inexistente. Ele se aproximou e nós trocamos um soquinho, nos cumprimentando. — E aí, ?
— Bom dia, . — cumprimentei. — Bom dia, amiga. — cumprimentei .
— Bom dia. — ela praticamente se jogou em mim e me abraçou. Cheirava a... ? Resolvi não perguntar nada. — Desculpe esse show de nudismo. Sei que você não está acostumada.
— Eu posso me acostumar. — respondi rindo. — E aonde a mocinha pensa que vai? — ela perguntou quando sentiu a alça da minha bolsa.
— Para casa. Preciso de um banho. — respondi e fiz uma careta.
— Tenho roupas novas aqui. Posso te dar elas. — comentou.
— Não, . Eu moro sozinha e minha casa está abandonada desde ontem. — disse triste.
— E deve estar preocupado com ela. — se pronunciou baixinho, quase inaudível.
— Por que você implica tanto com o , ? Por que ele pega mais meninas que você? — perguntei divertida.
— Eu não implico com o . — ele respondeu.
— Ele gosta de você e o está no caminho. — completou. usou o pano do seu ombro para bater em e o barulho estalado me fez pensar que tinha doído.
— Para de agredir o menino, . — defendeu e eu e olhamos curiosos em sua direção. — Fome. O que está preparando aí? — ela perguntou e mudou de assunto.
— Omelete. — ele respondeu e colocou a frigideira sobre o balcão. Comemos em silêncio, juntos, no balcão da cozinha mesmo, e eu comecei a me movimentar para ir embora assim que terminei. me segurou pelo pulso e me fez parar no lugar. Deu a volta no balcão e abraçou por trás. sorriu, suas covinhas ficando evidentes de uma forma muito fofa.
— Oppa... — fez aegyo e encostou seu queixo no ombro do irmão. — Vamos passar o dia na piscina, hm? A gente pede o almoço depois e fica tudo certo.
— Vai com os meninos na casa deles enquanto eu ajeito tudo aqui? — ele perguntou ainda sorrindo.
— Uhum. — ela respondeu. — Passamos na casa da também.
— A gente pode fingir que se odeia, mas o que eu não faço por você quando você faz aegyo? Eu sou muito idiota. — ele se repreendeu. — A chave do carro está na estante. — ele anunciou.
— Volto em um minuto. — beijou o rosto de , soltou o abraço e correu escada acima.
— Vou buscar nossas camisas. — anunciou e também correu escada acima.
— Traz meus óculos! — gritou na esperança de que ouvisse.
— Foi muito fofo da sua parte. — apontei para . — Não sabia que você tinha sentimentos. — sorri.
— Eu posso não ser o melhor irmão do mundo, mas eu não consigo negar nada a ela. — ele sorriu de volta.
— É melhor você tomar cuidado com o . Se continuar agredindo seu cunhado, a vai te matar. — comentou avoado.
— Você acha mesmo? — perguntou e deu de ombros. Então ele me olhou.
— Não sou capaz de opinar. — respondi. deu de ombros e começou a recolher as coisas do café. e estavam demorando uma vida para descer. Já estava considerando ir até lá para buscá-la quando ela despontou na escada, segurando os óculos e uma carteira, seguida por um devidamente vestido e com a camisa e os óculos de na mão.
— Já estava considerando ir te buscar. — comentei.
— Não estava achando meus óculos. — ela mentiu. Sim, porque era mentira. Qualquer um, a quilômetros de distância, podia ver que ela e estavam trocando beijos escondidos. Os lábios vermelhos de não o deixavam mentir.
— Vamos? — perguntou, devidamente vestido e de óculos.
— Cuidado. — advertiu e nós fomos em direção à garagem.
— , se você tem carteira, por que não compra um carro? — perguntei.
— Para que se eu tenho o dirigindo para mim na hora que eu quiser? — ela respondeu e nós rimos. Chegamos ao carro e tomamos nossos lugares, e eu na frente e os meninos no banco de trás.
— Primeiro na casa do , que é mais perto daqui, então e por último você. Então voltamos e, finalmente, piscina.
— OK. — eu, e respondemos em uníssono. ligou o carro e, em seguida, o som. Saiu tranquilamente com o carro da garagem e virou uma louca quando tomou as ruas. Eu ria de nervosismo sentada ao seu lado. e mexiam em seus celulares como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. freou e parou em frente a um portão preto.
— Dez minutos, . — anunciou. — Contando a partir de... Agora.
saltou do carro quase desesperado e entrou na grande casa correndo. começou a cantarolar uma música qualquer que passava na rádio enquanto continuava a jogar no celular. Fiquei olhando a fachada da casa enquanto não voltava, analisando a quantidade de janelas dali. O tempo estava passando e eu estava preocupada se faria a mesma coisa comigo. Não sei se conseguiria arrumar tudo em dez minutos. saiu pela porta, ofegante e com uma mochila pendurada no ombro. Entrou rapidamente no carro e bateu a porta.
— Não faça mais isso, . — ele pediu ofegante.
— Você demorou quatorze minutos e eu nem te deixei aí. Não reclama. — rebateu enquanto ligava o carro e nos colocava na estrada novamente, em direção à casa de .
— Você é o próximo, . Pode se preparar. — ela anunciou quando virou numa esquina.
— Você não me deixaria aqui. — rebateu convencido.
— Quer mesmo me testar? — perguntou lhe encarando pelo retrovisor. O carro nem tinha parado e já estava descendo. e eu rimos, eu de nervoso. correu mansão adentro e sumiu por nove minutos e meio. Voltou correndo, com a mochila no ombro e uma boxer ainda na mão. Entrou no carro assim como , ofegante.
— Você ainda me mata, . — ele disse com a voz entrecortada.
— Espero que não desse jeito. — comentou baixinho e só eu ouvi. — Casa da . — ela disse em alto e bom som para que todos nós ouvíssemos.
— Eu só vou ter dez minutos também? — perguntei incerta.
— Claro que não. Todos nós vamos descer e você vai me mostrar sua casa. — respondeu como se fosse óbvio. Respirei aliviada e ela notou. — Claro que eu não ia colocar você no patamar desses dois. — ela olhou para os meninos por cima do ombro, com desprezo no olhar. lhe olhou incrédulo e eu tive que rir. — Me diga as direções. — ordenou.
Comecei a ditar o caminho para a minha casa. Percebi que passou a olhar para os lados quando entramos no meu bairro. Eu não era rica. O bairro era simples e a casa também. Nem sei porque morava nela. Talvez fosse pelo preço. Indiquei minha casa e parou o carro rente à calçada.
— É aqui? — ela perguntou olhando desconfiada para mim.
— É, eu não sou rica. — respondi e saí do carro. — Vem, . — gritei já do lado de fora do veículo. Lucas saiu do carro primeiro, seguido por e . Caminhei pela trilha de pedrinhas e abri a porta. Esperei que todos passassem e entrei, fechando a porta atrás de mim. — Tem biscoito recheado no pote e refrigerante na geladeira. Podem comer. Volto em um minuto. — anunciei.
— Tem o quê? — perguntou.
— Biscoito recheado, . Vem lá do país onde eu nasci. Pedi para mamãe me mandar por uma amiga que foi para lá recentemente. — peguei o pote e coloquei em suas mãos. Abri a geladeira e tirei uma garrafa de Coca Cola, coloquei em cima do balcão e peguei os copos. encarava o pote de biscoito aberto. — Você pega um desses e come. — peguei o biscoito e coloquei todo na boca. Abri a garrafa e me servi refrigerante. Assim que terminei de mastigar, bebi um gole longo. Os meninos me olhavam como se eu fosse maluca. E talvez, só talvez, eu fosse mesmo. — Experimentem. Eu volto logo. — e sumi quarto adentro. Arrumei minha bolsa com calma e saí para a cozinha novamente. Quando voltei, estava com a boca e camisa cheias de farelos escuros do biscoito de chocolate. Acabei rindo.
— , isso é muito bom! — ele exclamou audivelmente e concordou sem nenhum som. concordou balançando a cabeça, mas revirou os olhos para os meninos. Peguei um pacote do meu precioso estoque e lhe entreguei.
— Divida com seus amigos. — ordenei.
— ? — a voz de preencheu a casa, assustando a todos, menos a mim. Devido ao fato de a casa ser geminada e dividirmos uma parede, escutava absolutamente tudo que acontecia ali. Até o que não devia.
— Já vou aí, oppa! — gritei. — Vamos, gente. — joguei a mochila no ombro e saí. Esperei que todos passassem e tranquei a porta. Saí de minha varanda e fui bater na porta de . Quando estiquei a mão, a porta se abriu e eu quase caí de cara no chão, mas fui amparada pelo peito de bem na minha frente para me dar apoio.
— Tudo bem? — ele perguntou preocupado e me abraçou forte. — Onde a senhorita dormiu? — ele perguntou me espremendo no abraço.
— Oppa... — tentei falar, mas minha bochecha estava espremida contra seu peito. — Ar. — pronunciei de forma sofrida.
— Ah, claro. — ele me soltou e eu respirei aliviada. olhou desconfiado para e depois para mim.
— Dormi na casa da . — falei baixinho. — Não se preocupe, está tudo bem.
— Não some assim. Eu fiquei preocupado. — ele disse enquanto enrolava a ponta do meu cabelo. era tão fofo.
pigarreou alto, chamando minha atenção. Me virei na direção do som e encontrei três pares de olhos me encarando. Sorri sem graça e tomei a mão de , me aproximando de .
— Acho que você já conhece todo mundo. — falei para Taeil. — , e . — apontei para e os meninos.
— Sim, sim. — confirmou. Tomou a mão de e depositou um beijo suave no dorso e apertou a mão de e . — não veio com vocês? — ele perguntou curioso.
— Deus que me livre. — murmurei baixinho e sorriu.
— Não, mas está nos esperando. — respondeu. — Vamos, ? — ela me perguntou.
— Vamos sim. — lhe respondi e me virei para encarar . — Oppa, eu provavelmente só volto amanhã. Pode dar uma olhada na minha casa? Pode me ligar se houver qualquer problema. — fiz minha melhor cara de “gatinho do Shrek” enquanto pedia.
— Não faz essa cara para mim, . — ele me repreendeu e riu em seguida. — Olho sim. Me liga se precisar. Eu vou te buscar na hora. — acenei positivamente com a cabeça e beijou minha testa. Nos despedimos dele e seguimos para o carro. Tomamos os mesmos lugares de antes, eu apenas joguei minha mochila no banco de trás.
— é sempre carinhoso assim? — perguntou com uma pitada de ciúme na voz. Lhe olhei por cima do ombro, pronta para rebater, mas foi mais rápida que eu.
— Está com ciúmes, ? — ela perguntou.
— Não! — ele se apressou em responder. — É só que... Você ia gostar se a fosse assim, toda melosa com o ? — ele perguntou. Esperei ansiosa pela resposta de .
— Eu não tenho nada com o , por que eu me importaria? — respondeu seca. Olhei para a tempo de lhe ver suspirar triste. Essa tinha doído.
— é o irmão mais velho que eu nunca tive, . — me pronunciei. — Não precisa desse ciúme. — sorri de lado.
— Eu não tô com ciúme. — ele respondeu emburrado e cruzou os braços sobre o peito definido.
— Conta outra... — debochou.
— Vamos falar sobre você, ? — se virou na direção do amigo, lhe encarando acusadoramente.
— Eu nem disse nada. — se defendeu.
— Meninos, podem ficar calmos? — pedi. — Deixem para se matar em casa. Pelo menos lá só os dois morrem. Se bater esse carro, morremos todos nós.
— Está duvidando da minha capacidade de dirigir, ? — perguntou ultrajada.
— Oh, meu Deus. Não, . Só... Vamos para casa, sim? — pedi quase triste. pisou no acelerador e não parou até que estivéssemos em casa. desceu quase passando mal e não dizia uma palavra. Entramos cambaleando em casa e eu sentei assim que possível.
— A sua irmã tentou assassinar a gente! — praticamente gritou na cara de .
— Quem duvidou dela? — ele perguntou olhando para todos nós. e , os traidores, automaticamente apontaram para mim.
— Eu só disse que seria perigoso vocês discutirem no carro! — me defendi.
— A é um pouco difícil de lidar. Tenha cuidado. — ele disse segurando meu rosto. — Você está bem? Olha para mim.
Olhei em seus olhos e vi somente gentileza ali. Jaehyun tinha mudado da noite para o dia, mas, infelizmente — para ele —, eu não acreditava naquilo. Ninguém deixaria de ser um embuste em sete horas.
— Preciso de água. — respondi.
— Vou buscar. Não se mexa. — ele me largou sentada no banco e quase correu até a geladeira.
— Para nós você não oferece nada, não é, ? — acusou. Parecia irritado.
— Essa casa é quase sua, . Sabe onde estão as coisas. — respondeu. Ele voltou com um copo com água e me entregou. Vigiou enquanto eu bebia tudo e depois colocou o copo sobre o balcão. — Está melhor? — ele me perguntou. Apenas confirmei com a cabeça. — Ótimo. Vão trocar de roupa. Já está tudo arrumado lá fora.
saiu pela porta da cozinha e e subiram correndo. passou por mim e me deu um tapinha no ombro, seguindo escada acima.
— Vamos nos trocar antes que eles enlouqueçam. — ela riu.
Mexi na minha bolsa e tirei de lá a parte de cima do meu biquíni e um short jeans curto, que eu usava apenas nessas ocasiões. Invadi o banheiro de e me troquei, demorando um pouco mais para passar protetor solar. estava como eu, de biquíni e short.
Descemos as escadas rindo e conversando e encontramos tudo silencioso demais. provavelmente estava do lado de fora, mas nem sinal de e . O Sol me aqueceu assim que saí pela porta. Resolvi que ia me sentar em uma das cadeiras espalhadas e apenas aproveitar, porém senti um par de mãos me pegar pela cintura e me tirar do chão. Só tive tempo de ver o rosto sorridente de antes de cairmos na água. Quando submergi, vi discutindo avidamente com . Não ouvia nada que não fosse a risada de ecoando nos meus ouvidos, feliz como uma criança em um parque de diversões.
— Você quase me matou! — gritei para ele.
— Eu não te deixaria morrer. Faria até respiração boca a boca, se fosse preciso. — ele sorriu e me abraçou pela cintura, abaixando o rosto para ficar mais perto do meu. Sorri também e deixei que ele se aproximasse mais. Porém resolveu interromper meu momento quando empurrou e este caiu na piscina, não sem antes tentar segurá-la, fazendo os dois caírem, espalhando água para todos os lados.
— Eu vou te matar, ! — gritou quando voltou à superfície.
— Espera! — gritou de fora da piscina. — Ninguém vai matar ninguém. — e correu até uma cadeira que estava na sombra, tomando o celular nas mãos. — Deixa eu ligar a câmera. — ele se aproximou novamente e apontou o celular para o casal ao meu lado. — ! — protestou e jogou uma grande quantidade de água no irmão, errando por pouco, rindo como uma criança.
É, esse final de semana ia ser bom.
Naquela tarde de sábado, apoiada na borda da piscina da casa de , com ela ao meu lado, logo depois dela, e sentados na grama na nossa frente, eu pude conhecer de perto o talento dos irmãos . Em certo momento, subiu e voltou com um ukulelê nas mãos. pulou animado e tratou de se secar, tomou o ukulelê das mãos de e sentou, fazendo com que nós o imitássemos.
— O que vamos cantar? — ele perguntou enquanto brincava com as cordas do pequeno instrumento que ficava ainda menor comparado ao seu tamanho.
— ? — chamou incerto. — AKMU? — ele perguntou. Os olhos de brilharam ao meu lado.
— . I love you. — ela disse simplesmente. Olhei assustada para e depois para , que não demonstrava nenhuma reação. começou com notas tímidas que foram ganhando ritmo e eu finalmente entendi que eles falavam da música. Ri sozinha com a minha idiotice.
começou a cantar e meu queixo foi ao chão. A voz dela era maravilhosa. Combinava perfeitamente com a música. Quando cantou, meu coração pulou uma batida, tamanha era minha surpresa. A voz dele era suave e combinava perfeitamente com a de .
Quando começou a cantar o refrão final, vi que seus olhos encontraram os de por breves segundos e ele sorriu abertamente.
You saranghaeyo (Você, eu te amo.)
Neol boneun narimyeon dulman mannaneun nari anindedo (Nos dias em que eu te vejo, mesmo que não estejamos apenas nós dois)
Neoegeman jal boiryeogo mak geurae nan geurae (Eu tento fazer com que você me note, eu sou assim)
I love you saranghaeyo (Eu amo você, eu amo você)
Neol boneun narimyeon dulman mannaneun nari anindedo (Nos dias em que eu te vejo, mesmo que não estejamos apenas nós dois)
Mak seollego geureondanikkanyo (banbok) (Preciso te dizer que meu coração dispara)
I love you (Amo você)
Todas as palavras soavam como uma declaração. até chegou a repetir um “I love you” sem emitir nenhum som. Estava me sentindo uma intrometida ali. Aquele momento era só deles. Olhei para e ele tocava de olhos fechados, com um sorriso bobo no rosto, como se aquele fosse o seu maior prazer.
E então os olhos de me capturaram. Suaves, porém firmes. Ele me olhava como olhava para . Quase com paixão nos olhos. Ele me sorriu e cantou um “I love you” com os olhos fixos nos meus. Me senti corar de repente. O que era isso? Uma declaração disfarçada? Depois do momento atencioso de mais cedo, meu coração trouxa estava acreditando em tudo.
Me senti um pouco Lara Jean Covey, em Para todos os garotos que já amei. Seria possível se apaixonar por dois caras ao mesmo tempo?
e cantaram por metade da tarde. apenas tocava e eu observava atenta, querendo participar, mas sem conseguir escolher uma música. Quando finalmente os irmãos se cansaram, a música perfeita me surgiu.
— Do you hear me, I'm talking to you. — comecei tímida.
— Across the water across the deep blue ocean. — continuou para mim. O tom era baixo demais para que eu alcançasse.
tomou o ukulelê nas mãos novamente e começou a tocar e cantar Lucky, do Jason Mraz com a Colbie Caillat, junto comigo. Nossas vozes pareciam ter sido feitas para estarem juntas. Jaehyun me olhava com olhos encantados.
I feel you whisper across the sea (Sinto o seu sussurro do outro lado do mar)
I keep you with me in my heart (Te guardo comigo em meu coração)
You make it easier when life gets hard (Você torna as coisas fáceis quando a vida fica difícil)
Eu cantava olhando diretamente para . A vergonha estava me consumindo e eu estava tentando não parar de cantar. O sorriso de ao meu lado também me incentivava a continuar.
Lucky to have been where I have been (Sortudo por ter estado onde estive)
Lucky to be coming home again (Sortudo por estar voltando para casa novamente)
Ooh
e me acompanharam no refrão. Acho que a música também dizia muito sobre eles. Não que eles fossem exatamente melhores amigos, mas a frequência com que se viam os aproximava bastante, assim como e eu.
Waiting for a love like this (Esperar por um amor como esse)
Every time we say goodbye (Toda vez que dizemos adeus)
I wish we had one more kiss (Queria que nos beijássemos novamente)
I wait for you I promise you, I will (Vou esperar você, juro que vou esperar)
A nota mais alta foi dada por mim. Originalmente, deveria ser de , mas ele me olhou com os olhos suplicantes e eu apenas segui.
Lucky to have been where I have been (Sortudo por ter estado onde estive)
Lucky to be coming home again (Sortudo por estar voltando para casa novamente)
Lucky we're in love in every way (Sortudo por estarmos apaixonados de todas as maneiras)
Lucky to have stayed where we have stayed (Sortudo por termos ficado onde ficamos)
Lucky to be coming home someday (Sortudo por estar voltando para casa algum dia)
Novamente e nos acompanharam no refrão. Aquela parecia ser uma tarde de declarações.
To an island where we'll meet (Para uma ilha aonde vamos nos encontrar)
You'll hear the music, feel the air (Você ouvirá a música preencher o ar)
I put a flower in your hair (Vou colocar uma flor em seu cabelo)
And though the breeze is through trees (Apesar da brisa das árvores)
Move so pretty you're all I see (Se moverem tão graciosamente você é tudo que vejo)
As the world keep spinning round (Enquanto o mundo continua girando)
You hold me right here right now (Você me abraça forte aqui, nesse instante)
não desviava os olhos dos meus. Apesar de estar olhando diretamente para , eu podia sentir os olhos de sobre mim, me analisando enquanto eu cantava, quase queimando minha pele.
Lucky to have been where I have been (Sortudo por ter estado onde estive)
Lucky to be coming home again (Sortudo por estar voltando para casa novamente)
Lucky we're in love in every way (Sortudo por estarmos apaixonados de todas as maneiras)
Lucky to have stayed where we have stayed (Sortudo por termos ficado onde ficamos)
Lucky to be coming home someday (Sortudo por estar voltando para casa algum dia)
Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh, ooh, ooh, ooh
Terminamos o “ooh, ooh” todos juntos e eu sorri abertamente quando piscou o olho para mim e soltou o ukulelê, batendo palmas animado.
— , eu não sabia que você cantava! — exclamou surpresa.
— É, dá para o gasto. — respondi tímida.
— Eu, como estudante de música, afirmo: sua voz é ótima. — sentenciou. apenas concordou enquanto sorria bobo. Escondi o rosto com as mãos, envergonhada com tudo aquilo, e resolvi mudar o foco da atenção.
— E você, ? Não vai nos mostrar seu talento vocal? — perguntei divertida.
— Mas eu já não fiz isso? — ele respondeu.
— Quando? Alguém viu? — perguntei aos demais.
— Você estava absorta demais cantando e olhando para o e não percebeu. — ele respondeu e arqueou uma sobrancelha, como se me desafiasse a discordar. Não discordaria, porque era realmente verdade. Então apenas fechei a boca e encarei que sorria abertamente.
— Bom... — se pronunciou. Parecia momentaneamente desconfortável. — Eu não sei vocês, mas vou tomar um banho e sair para comer alguma coisa. Já está escurecendo. Alguém me acompanha? — ele nos perguntou.
— Vamos tomar banho juntinhos? — perguntou sorrindo bobo. Ótima encenação.
— Só não vou dizer para você ir tomar banho com essa aí, — ele apontou para — porque ela é minha irmã e eu não quero você grudado nela.
arregalou os olhos e olhou para . Eu fazia o possível para controlar o riso.
— Então vamos nós dois? — perguntou e passou o indicador lentamente no ombro exposto de , sorrindo com todos os dentes.
— Vai com essa aí. — ele apontou para mim, completamente afetado. Não consegui segurar a gargalhada que rompeu meus lábios.
— Meninos, segurem essa franga. Ninguém vai tomar banho com ninguém. — se pronunciou. — Para cima, . — ela ordenou e se levantou para seguir o garoto.
— Mas... — tentou protestar.
— Nada de “mas”. Vai, anda. — bateu nos ombros de . — Depois você sobe. Termino o banho em vinte minutos. — ela me disse. levantou e saiu, sendo seguido por .
Quem não a conhece, que compre essa história. Eu sei bem o que ela ia fazer com no andar de cima.
— Vocês acham mesmo que eles terminam em vinte minutos? — perguntou inocente. Arregalei os olhos e lhe encarei. A frase tinha claramente dois sentidos.
— ! — gritou. — Percebeu o que acabou de dizer? Meu Deus, você me fez imaginar coisas horríveis. — ele ralhou e passou as mãos sobre a testa diversas vezes. — Saiam, pensamentos. Saiam.
— Mas eu estava falando do banho... Oh, meu Deus! , você é horrível! — respondeu chocado. Eu estava com a mão sobre a boca, tentando não rir. De novo.
— Meninos, por favor. — pedi quase desesperada. Eu iria morrer com uma crise aguda de riso.
— , vai dizer que também entendeu o mesmo que o ? — reclamou.
— Desculpa, mas sim. — respondi. Ele me olhou chocado. — Aliás, pode me contar o que você sabe sobre os dois e eu não sei.
— Eu não sei de nada. — ele respondeu levantando do chão. — Meu Deus. Vocês dois se merecem. Só pensam besteira. — ele saiu resmungando e batendo os pés. Segurei o riso e olhei para , que apenas deu de ombros. Saí da borda da piscina e me sentei ao lado dele.
— Está tudo bem para você? Digo, o relacionamento conturbado da com o . — perguntei a .
— Ele tem plena consciência de que se partir o coração da , eu vou quebrar a cara dele em várias partes. — ele respondeu. Achei extremamente fofo da sua parte o sentimento de proteção. — Pode não parecer, mas é minha bebê, minha princesa. — ele sorriu me mostrando suas covinhas. Sorri junto involuntariamente. — Eu até prefiro que seja o . Eu conheço ele, confio nele. E eles se gostam muito. Só não vê quem não quer.
Sorri boba e fiquei um momento contemplando seu rosto bonito sob a luz do pôr do Sol. Até que ele me olhou de volta e eu percebi que estava encarnado por tempo demais. Virei o rosto rapidamente.
— Tudo bem, não precisa ficar vermelha. — ele comentou divertido e tocou minha bochecha.
— Eu não tô vermelha. — menti. Eu tinha plena consciência de que estava vermelha sim.
— Você fica fofa assim. — ele sorriu e se aproximou, na intenção de ver meu rubor mais de perto. Encarei seus lábios bonitos tão próximos dos meus e meu ato seguinte foi completamente impensado.
Eu beijei .
Capítulo 4
Eu beijei .
No primeiro momento, parecia paralisado pelo choque. Mas isso só durou uma fração de segundos. No momento seguinte, seus lábios se envolveram com os meus e eu dei passagem para sua língua. E então eu caí na real.
Eu estava beijando , o maior idiota de todos os tempos. Dono das covinhas mais lindas que eu já tinha visto.
Me separei dele na mesma velocidade que o beijei. Seus lábios estavam vermelhos e molhados, altamente convidativos. Jaehyun me olhou com os olhos nublados e sorriu ladino.
— O que foi que eu fiz? — perguntei para mim mesma. Devido à nossa proximidade, ouviu.
— É o que eu estou me perguntando, mas a gente pode continuar e você tenta descobrir. — ele se aproximou novamente, já levando uma mão ao meu rosto.
— Nem pensar! — quase gritei e levantei rapidamente. Saí correndo escada acima, me mantendo o mais longe possível dele. Subi as escadas como o Flash e bati na porta do quarto de . — , eu vou te dar cinco minutos para você se vestir e sair. — gritei do lado de fora. Precisava que abrisse antes que ou me alcançassem.
Ouvi uma movimentação e sussurros no quarto. De repente, a porta se abriu, revelando um de lábios inchados e cabelo assanhado.
— Eu estava vestido. Só para você saber. — ele passou por mim parecendo irritado.
— E como vocês conseguem fazer estando vestidos? — gritei para .
— Você nos interrompeu antes de começarmos! — ele gritou de volta.
— ! , por favor! — gritou de dentro do quarto.
— Desculpa. Eu não consegui evitar. — dei de ombros e entrei, trancando a porta do quarto atrás de mim.
— Vamos lá. Que merda aconteceu? — me perguntou, sentando-se na cama.
Respirei fundo antes de começar.
— Não acha que foi óbvia demais lá embaixo agora? — me perguntou enquanto subia as escadas e me olhava por cima do ombro. Suas costas nuas e a curva bonita de sua bunda eram ótimas visões.
— Não é como se eles não soubessem de nada. — respondi.
O fato é que eu não estava mais ligando. Meg tinha quase 99% de certeza de que eu e estávamos nos encontrando escondidos. , bom, ele desconfia. não é o melhor para esconder as coisas. E ... Não tinha surtado. Ainda. Então eu não dava muita importância.
passou direto da porta do meu quarto, indo em direção ao quarto que ele estava dividindo com e .
— Aonde está indo? — perguntei parada na porta do meu quarto.
— Para o meu quarto. — ele respondeu.
— , o seu quarto é o quarto do . Eu não vou entrar aí. — cruzei os braços sobre o peito e lhe encarei.
— Não acha que pode subir a qualquer momento e nos pegar aí? — ele questionou.
— Não acha que e podem chegar a qualquer momento e nos pegar aí? — rebati. — Pelo menos aqui é só a e eu tenho certeza de que ela não vai surtar.
suspirou, se dando por vencido, e caminhou de volta em minha direção.
— Assuma a responsabilidade caso sejamos descobertos. — ele venceu toda a distância e me abraçou pela cintura.
— Quer que eu te assuma publicamente? — perguntei incrédula. Ele apenas confirmou com a cabeça. — E como ficam as shippers que acham nossa briga a coisa mais fofa do mundo? — perguntei enquanto entrava no quarto com ele ainda abraçado à minha cintura. Tranquei a porta só por segurança. — E como vão ficar as milhares de meninas que acham que têm uma chance com você? — perguntei e recebi um lindo sorriso e um selar demorado em resposta.
— Não sei quem são essas meninas, mas elas deveriam ter notado que eu só tenho olhos para você. — dessa vez, eu tive que sorrir. Esse fofo e romântico só aparecia em momentos como esse. — Quanto às shippers, quem garante que nossas brigas vão acabar? — ele sorriu ladino e me beijou ardentemente, pressionando meu corpo contra a porta fechada. O fato de ele estar sem camisa deixava tudo mais quente. Era pele com pele. Maldito biquíni que não me permitia mais.
nos girou no quarto e me obrigou a andar de costas até a cama, sem quebrar o beijo que já começava a me tirar o fôlego. Caí deitada e ele posicionou seu corpo acima do meu, colocando um joelho entre minhas pernas, num encaixe perfeito. Passou a atacar meu pescoço sem piedade. Quando começou a descer uma trilha de beijos molhados em direção aos meus seios cobertos pelo maldito biquíni, ouvi passos apressados na escada e três toques leves na porta. suspirou cansado e eu não consegui controlar o riso.
— , eu vou te dar cinco minutos para você se vestir e sair. — a voz de gritou do lado de fora.
— Eu falei que seríamos pegos. — ele sussurrou irritado. Bagunçou os cabelos e eu quase pude sentir sua frustração.
— Poderia ser pior. Poderia ser o abrindo a porta e nos pegando assim... — apontei para nós. Ele sem camisa e eu com o pescoço vermelho pelos sucessivos beijos distribuídos ali.
— Manda ela voltar depois. — ele pediu.
— Não posso, . Ela não subiria se não fosse urgente. — segurei seu rosto e selei seus lábios. — Agora vai. Minha amiga precisa de mim.
— Assuma as responsabilidades. — ele apontou um dedo para mim e se levantou, indo em direção à porta. — Eu estava vestido. Só para você saber. — ele passou por e disse com a voz irritadiça.
— E como vocês conseguem fazer estando vestidos? — gritou para um que descia as escadas pisando forte.
— Você nos interrompeu antes de começarmos! — ele gritou de volta.
— ! , por favor! — gritei de dentro do quarto.
— Desculpa. Eu não consegui evitar. — ela deu de ombros e entrou no quarto, trancando a porta atrás de si.
— Vamos lá. Que merda aconteceu? — perguntei, sentando na cama.
respirou fundo antes de soltar a frase que abalaria minha tarde.
— Eu beijei o . — ela disse tudo de uma vez.
— Você o quê? — gritei. — Não, . Você não fez isso. — eu estava chocada. Eu protegi essa garota para ela não fazer exatamente isso.
— Eu fiz, . Me desculpa. É que ele estava sorrindo, as covinhas evidentes, todo fofo. Eu não resisti. — ela gesticulava exageradamente enquanto falava. Por um lado, não podia culpá-la. tem sim um lado fofo que é irresistível. Já vi várias garotas caírem nesse mesmo sorriso. Respirei fundo e coloquei a mão na testa, prevendo minha dor de cabeça futura.
— OK, . Não é o fim do mundo. Foi só um beijo rápido. E não é como se você estivesse perdidamente apaixonada, né? Quer dizer, tem o na jogada e tal... — disparei. Por um momento fiquei tensa, achando que ela ia dizer que sim, estava perdidamente apaixonada pelo meu irmão.
— Sim. Tem o . Mas eu não sei, . Minha cabeça tá confusa. Socorro! — ela pediu e riu. Lhe acompanhei no riso, mas o meu era de puro nervosismo.
— , eu só não quero que você se machuque. Acredite em mim quando eu digo para não cair na conversa do . Ele é meu irmão e eu o conheço bem. — adverti.
— OK. — ela suspirou.
— Você está parecendo a Lara Jean, dividida entre o Peter e o John. é o Peter, claro. é o John, todo fofo. Eu escolheria o John. — divaguei.
— Eu estava pensando a mesma coisa! — ela parecia assustada.
— E você interrompeu meu momento. — cruzei os braços sobre o peito.
— Você quer dizer a sua foda? — ela rebateu também de braços cruzados. Senti o rosto corar e apenas confirmei com a cabeça. — Antes eu que seu irmão. Imagina se ele sobe e te vê gemendo, cheia de “Ah, ”. — fez uma voz afetada e eu cobri sua boca com minha mão.
— Cala a boca, garota! Tá doida? — ordenei. riu de mim. — Para de se divertir às minhas custas e vai tomar banho. Vamos dar uma voltinha. — pisquei. correu para o banheiro e eu caí de volta na cama.
Depois que me beijou e saiu correndo, me joguei de costas na grama e fiquei admirando o céu. O que tinha dado nela era a pergunta que rondava minha cabeça. Mas que aquele tinha sido o melhor beijo da minha vida, eu não tinha dúvidas.
Toquei meus lábios ainda sentindo os da sobre os meus, como um cara apaixonado.
Essa palavra me assusta.
Apaixonado.
— Apaixonado, eu. Conta outra. — falei sozinho e ri.
— As vozes na sua cabeça estão falando com você? Cadê a ? — perguntou enquanto voltava para perto da piscina segurando dois copos de suco nas mãos.
— Foi tomar banho. — respondi e peguei o copo que ele me ofereceu. — Acho que a gente deveria fazer a mesma coisa.
— Nós três juntos? — apareceu de repente, nos assustando.
— Você... — a confusão estampava o rosto de enquanto ele apontava de para onde deveria ser a escada para o andar de cima. — Achei que já estivesse pronto.
— Tive um imprevisto. — respondeu.
“Que tem nome e sobrenome e atende por ”, pensei sozinho.
— Eu vou subir. Preciso realmente sair. Espairecer. — levantei do chão e comecei a caminhar até a porta da casa, ouvindo passos atrás de mim. Virei apenas para confirmar que estava sendo seguido pelos outros dois. — Para onde vão? — perguntei a eles.
— Tomar banho. — respondeu.
— Você não disse que nós iríamos sair? — perguntou.
— Eu disse que eu ia sair. — respondi rindo.
— Isso inclui todos nós, amor. — respondeu e me alcançou, me abraçando pela cintura.
— Vocês estão muito gays hoje. O que tá acontecendo? — rebati rindo e entrei no quarto com ainda abraçado em mim e nos seguindo.
— Sentimos sua falta. — deu de ombros.
— Tá, mas eu ainda vou tomar banho sozinho. — me desvencilhei dos braços de e corri para o banheiro, trancando a porta atrás de mim, só por precaução.
Tirei a roupa que ainda me restava no corpo e encarei meu reflexo no espelho. Estava tenso. Era a segunda vez em dois dias. E a culpa era de . Só podia ser. Eu sabia do que precisava, mas, novamente, não iria agir como um adolescente. Liguei o chuveiro na água fria e entrei debaixo, meus músculos relaxando quase imediatamente. Ensaboei todo o corpo e fiquei lá, sentindo a água quase me lavar a alma.
— , precisa de uma mãozinha? — ouvi a voz de do lado de fora. Sorri sozinho. Meus amigos são inacreditáveis.
— Não. A minha é suficiente. — rebati. Houve um minuto de silêncio e se pronunciou novamente.
— , seu safado! Eu queria saber se precisa de ajuda para lavar as costas. Você estava deitado na grama. — ele riu. — Seu indecente.
Fechei o registro e sequei rapidamente o cabelo. Enrolei a toalha na cintura e destranquei a porta, encontrando parado com um sorriso divertido.
— Devia ter escolhido as palavras certas então. — respondi. — Vai tomar banho. Vão atrasar a gente.
correu para o banheiro e nem se dignou a tirar os olhos do celular para me olhar. Passei para o closet, sequei o corpo e vesti uma boxer, calças jeans escuras e uma camiseta preta. Peguei uma jaqueta de couro pesada para quando saísse. Voltei para o quarto e me deitei ao lado de na cama. Fiquei observando intensamente seu rosto até ele se pronunciar.
— Será que pode parar de me encarar? Está me incomodando. — ele pediu sem tirar os olhos da tela.
— Estou tentando entender porque você ainda não está banhado e arrumado. — comentei.
— Eu tive um imprevisto. Já falei. — ele disse sem tirar os olhos do celular. Não estava conversando com , eu podia ouvir os gritos dela e de no quarto ao lado.
— Aham. — respondi simplesmente.
— Sua irmã estava gritando porque tinha uma barata no quarto, OK? Tive de procurar e matar. Isso tomou meu tempo. — ele disse, agora me encarando. Aquela era a desculpa mais esfarrapada que eu já tinha ouvido. Era um fato que tinha pânico de baratas, por isso a dedetização da casa estava sempre em dia.
— OK. Já disse que entendi. — rebati. Quando ele respirou fundo para colocar outro ponto para tentar me convencer, saiu do banheiro enrolado na toalha, os cabelos escorrendo água.
— Vai, Tae. Eu tô morrendo de fome. — ele soltou e sumiu no closet. largou o celular e se arrastou até o banheiro.
— As princesas vão demorar muito? — a voz de perguntou divertida do lado de fora. Me arrastei até a porta e abri apenas uma fresta, afinal, ainda passeava de toalha pelo quarto.
— Estávamos ocupados. — disse com um meio sorriso. me respondeu com uma gargalhada. Linda.
— Vocês estão me fazendo duvidar da heterossexualidade de vocês. — ela respondeu com os braços cruzados na frente do peito coberto por uma blusa curta demais para a minha sanidade.
— Eu posso te provar, se você quiser. — saí do quarto e fechei a porta atrás de mim.
— Ninguém vai provar nada para ninguém. — se pronunciou. Nem tinha notado ela ali. — Vem, . Estamos esperando vocês na garagem. — ela disse para mim e saiu arrastando pelo braço. Entrei de volta no quarto e encontrei e devidamente vestidos, apenas arrumando os cabelos. Peguei a carteira, a jaqueta e descemos os três, encontrando e na garagem.
Tomamos as ruas de Seul no meu carro. Paramos para comer alguma coisa em um fast food qualquer. Passei toda a noite absorto em pensamentos, lembrando dos lábios de sobre os meus. Eu mal ouvia falando comigo. Tinha de parar com aquilo. Que espécie de idiota eu era? Não estava apaixonado. Tinha sido só mais um beijo, não era?
Quando saímos, anunciou que precisava ir para casa. Morava só e a propriedade estava abandonada. Segui as direções que ela receosamente me indicou e enfim chegamos a uma casinha geminada em um bairro escuro.
— Bom, é aqui que eu me despeço. — ela anunciou no banco de trás, espremida entre e . Pude ver pelo retrovisor que ela abraçou de lado e apertou a bochecha de , que apenas lhe sorriu. tinha o poder de desarmar a pose de . — Tchau, . Tchau, . — observei com atenção quando ela projetou o corpo para frente, atento aos seus próximos movimentos. se colocou entre o meu banco e o de e virou o rosto no mesmo instante em que virou o dele e os dois trocaram um selinho demorado.
Meu sangue ferveu no banco ao lado. desceu e acenou para nós do lado de fora do carro.
Eu não podia acreditar. Talvez aquilo fosse ciúme. Talvez eu estivesse mesmo apaixonado. Grande droga.
continuava lá, com a maior cara de idiota de todos os tempos.
— Alguém pode me explicar o que foi isso? — fez a pergunta que estava rondando minha cabeça. — Estão namorando?
Só a simples menção de namorando fez meu sangue borbulhar de novo.
— Conversamos um pouco. Estamos... Sei lá, ficando? — respondeu e deu de ombros. — Não é nada sério. Ainda. — ele sorriu bobo.
Ainda. Ainda. Como se eu fosse deixar isso acontecer.
De repente, me vi repreendendo a mim mesmo. Que espécie de atitude é essa?
— Então há uma possibilidade? — perguntou. Olhei rapidamente para e ele continuava sorrindo.
— Talvez. — ele deu de ombros novamente, como se aquilo não fosse nada demais.
— Que bom, . A merece alguém que goste dela e trate ela bem. Não merece ser só mais uma numa lista infinita. — soltou de repente e passou a mão no braço de , num carinho discreto. e olharam para e depois para mim. Aquela não tinha sido uma indireta. Tinha sido um soco. Bem direto, na minha cara.
Tranquei o maxilar, tentando controlar a vontade de rebater. Mas o que eu diria? não tinha dito mais que a verdade. era realmente uma garota que valia a pena. Talvez fosse a única que me fizesse acabar com minha “lista”.
Permaneci em silêncio até chegar em casa e corri para o meu quarto, disposto a trancar a porta e não deixar ninguém entrar. Mas passou por mim como uma flecha, alcançando o quarto primeiro que eu. Sem mais nada que eu pudesse fazer, me joguei na cama e decidi que era melhor ignorar os seres que agora dividiam meu quarto comigo.
Minha cabeça estava uma completa bagunça.
Tinha beijado por livre e espontânea vontade. Mas, como falou, talvez não fosse o cara certo e talvez eu me tornasse apenas mais uma em sua lista infinita. Talvez eu até criasse o clube das garotas que tiveram o coração partido por .
Então decidi dar uma chance ao . não tinha percebido, estava absorto demais durante toda a noite. Na verdade, acho que ninguém percebeu, mas e eu passamos toda a noite flertando. Ele era um fofo.
A cara de choque da , do e, principalmente, do foi impagável.
— ? — perguntou através da parede.
— Cheguei, oppa. — respondi.
— Estou indo aí. — ele disse. Pude ouvir seus passos se distanciando, me avisando que ele estava indo até a porta.
Levantei do banco da cozinha e me dirigi até a porta, abrindo e dando de cara com um de mão estendida, pronto para bater. Lhe abracei pela cintura com força e inalei o cheiro bom que se desprendia de sua camisa. Me acalmava, trazia uma sensação de proteção, de casa.
— Está tudo bem? — ele perguntou. — Você parece cansada. — ele acariciou meus cabelos.
— E estou. Queria férias. — respondi.
— Mas o período acabou de começar, pequena. — ele respondeu e nós rimos. — Tá tudo bem mesmo? Foi o , não foi? — ele perguntou incerto e me apertou mais em seus braços. Pelo visto, todo mundo tinha conhecimento da fama de .
— Eu... — respirei fundo e me preparei para um pequeno surto. — Eu tô com o . Conversando.
me afastou e me olhou com os olhos arregalados.
— Isso é sério, ? — ele perguntou. Apenas confirmei com a cabeça. — Mas isso é bom. O parece ser um cara legal.
— Nada de surto? — perguntei incerta.
— Ainda não. Mas deixe o aviso a ele. Eu posso quebrar a cara dele a qualquer momento. — ele respondeu sério. Sério demais. era realmente o irmão mais velho que eu nunca tive.
— OK, oppa. Vou avisar a ele. — respondi sorrindo. — Já jantou? — perguntei e ele negou com a cabeça. — Então entra. Vamos pedir alguma coisa.
Puxei pelo braço, fechei a porta e começamos a procurar o telefone de algum delivery que servisse uma comida decente. Sentei de frente para enquanto esperávamos nossa comida chegar. Ele tomou minha mão na sua e sorriu, beijando os nós dos meus dedos em seguida. Lhe olhei com um questionamento no olhar e ele apenas deu de ombros.
Sentada de frente para , olhando em seus olhos serenos, entendi seu gesto. Ele estava feliz porque eu parecia feliz. E parecia querer que eu realmente fosse feliz. Percebi que ali, mesmo longe de casa, eu tinha uma família.
No primeiro momento, parecia paralisado pelo choque. Mas isso só durou uma fração de segundos. No momento seguinte, seus lábios se envolveram com os meus e eu dei passagem para sua língua. E então eu caí na real.
Eu estava beijando , o maior idiota de todos os tempos. Dono das covinhas mais lindas que eu já tinha visto.
Me separei dele na mesma velocidade que o beijei. Seus lábios estavam vermelhos e molhados, altamente convidativos. Jaehyun me olhou com os olhos nublados e sorriu ladino.
— O que foi que eu fiz? — perguntei para mim mesma. Devido à nossa proximidade, ouviu.
— É o que eu estou me perguntando, mas a gente pode continuar e você tenta descobrir. — ele se aproximou novamente, já levando uma mão ao meu rosto.
— Nem pensar! — quase gritei e levantei rapidamente. Saí correndo escada acima, me mantendo o mais longe possível dele. Subi as escadas como o Flash e bati na porta do quarto de . — , eu vou te dar cinco minutos para você se vestir e sair. — gritei do lado de fora. Precisava que abrisse antes que ou me alcançassem.
Ouvi uma movimentação e sussurros no quarto. De repente, a porta se abriu, revelando um de lábios inchados e cabelo assanhado.
— Eu estava vestido. Só para você saber. — ele passou por mim parecendo irritado.
— E como vocês conseguem fazer estando vestidos? — gritei para .
— Você nos interrompeu antes de começarmos! — ele gritou de volta.
— ! , por favor! — gritou de dentro do quarto.
— Desculpa. Eu não consegui evitar. — dei de ombros e entrei, trancando a porta do quarto atrás de mim.
— Vamos lá. Que merda aconteceu? — me perguntou, sentando-se na cama.
Respirei fundo antes de começar.
— Não acha que foi óbvia demais lá embaixo agora? — me perguntou enquanto subia as escadas e me olhava por cima do ombro. Suas costas nuas e a curva bonita de sua bunda eram ótimas visões.
— Não é como se eles não soubessem de nada. — respondi.
O fato é que eu não estava mais ligando. Meg tinha quase 99% de certeza de que eu e estávamos nos encontrando escondidos. , bom, ele desconfia. não é o melhor para esconder as coisas. E ... Não tinha surtado. Ainda. Então eu não dava muita importância.
passou direto da porta do meu quarto, indo em direção ao quarto que ele estava dividindo com e .
— Aonde está indo? — perguntei parada na porta do meu quarto.
— Para o meu quarto. — ele respondeu.
— , o seu quarto é o quarto do . Eu não vou entrar aí. — cruzei os braços sobre o peito e lhe encarei.
— Não acha que pode subir a qualquer momento e nos pegar aí? — ele questionou.
— Não acha que e podem chegar a qualquer momento e nos pegar aí? — rebati. — Pelo menos aqui é só a e eu tenho certeza de que ela não vai surtar.
suspirou, se dando por vencido, e caminhou de volta em minha direção.
— Assuma a responsabilidade caso sejamos descobertos. — ele venceu toda a distância e me abraçou pela cintura.
— Quer que eu te assuma publicamente? — perguntei incrédula. Ele apenas confirmou com a cabeça. — E como ficam as shippers que acham nossa briga a coisa mais fofa do mundo? — perguntei enquanto entrava no quarto com ele ainda abraçado à minha cintura. Tranquei a porta só por segurança. — E como vão ficar as milhares de meninas que acham que têm uma chance com você? — perguntei e recebi um lindo sorriso e um selar demorado em resposta.
— Não sei quem são essas meninas, mas elas deveriam ter notado que eu só tenho olhos para você. — dessa vez, eu tive que sorrir. Esse fofo e romântico só aparecia em momentos como esse. — Quanto às shippers, quem garante que nossas brigas vão acabar? — ele sorriu ladino e me beijou ardentemente, pressionando meu corpo contra a porta fechada. O fato de ele estar sem camisa deixava tudo mais quente. Era pele com pele. Maldito biquíni que não me permitia mais.
nos girou no quarto e me obrigou a andar de costas até a cama, sem quebrar o beijo que já começava a me tirar o fôlego. Caí deitada e ele posicionou seu corpo acima do meu, colocando um joelho entre minhas pernas, num encaixe perfeito. Passou a atacar meu pescoço sem piedade. Quando começou a descer uma trilha de beijos molhados em direção aos meus seios cobertos pelo maldito biquíni, ouvi passos apressados na escada e três toques leves na porta. suspirou cansado e eu não consegui controlar o riso.
— , eu vou te dar cinco minutos para você se vestir e sair. — a voz de gritou do lado de fora.
— Eu falei que seríamos pegos. — ele sussurrou irritado. Bagunçou os cabelos e eu quase pude sentir sua frustração.
— Poderia ser pior. Poderia ser o abrindo a porta e nos pegando assim... — apontei para nós. Ele sem camisa e eu com o pescoço vermelho pelos sucessivos beijos distribuídos ali.
— Manda ela voltar depois. — ele pediu.
— Não posso, . Ela não subiria se não fosse urgente. — segurei seu rosto e selei seus lábios. — Agora vai. Minha amiga precisa de mim.
— Assuma as responsabilidades. — ele apontou um dedo para mim e se levantou, indo em direção à porta. — Eu estava vestido. Só para você saber. — ele passou por e disse com a voz irritadiça.
— E como vocês conseguem fazer estando vestidos? — gritou para um que descia as escadas pisando forte.
— Você nos interrompeu antes de começarmos! — ele gritou de volta.
— ! , por favor! — gritei de dentro do quarto.
— Desculpa. Eu não consegui evitar. — ela deu de ombros e entrou no quarto, trancando a porta atrás de si.
— Vamos lá. Que merda aconteceu? — perguntei, sentando na cama.
respirou fundo antes de soltar a frase que abalaria minha tarde.
— Eu beijei o . — ela disse tudo de uma vez.
— Você o quê? — gritei. — Não, . Você não fez isso. — eu estava chocada. Eu protegi essa garota para ela não fazer exatamente isso.
— Eu fiz, . Me desculpa. É que ele estava sorrindo, as covinhas evidentes, todo fofo. Eu não resisti. — ela gesticulava exageradamente enquanto falava. Por um lado, não podia culpá-la. tem sim um lado fofo que é irresistível. Já vi várias garotas caírem nesse mesmo sorriso. Respirei fundo e coloquei a mão na testa, prevendo minha dor de cabeça futura.
— OK, . Não é o fim do mundo. Foi só um beijo rápido. E não é como se você estivesse perdidamente apaixonada, né? Quer dizer, tem o na jogada e tal... — disparei. Por um momento fiquei tensa, achando que ela ia dizer que sim, estava perdidamente apaixonada pelo meu irmão.
— Sim. Tem o . Mas eu não sei, . Minha cabeça tá confusa. Socorro! — ela pediu e riu. Lhe acompanhei no riso, mas o meu era de puro nervosismo.
— , eu só não quero que você se machuque. Acredite em mim quando eu digo para não cair na conversa do . Ele é meu irmão e eu o conheço bem. — adverti.
— OK. — ela suspirou.
— Você está parecendo a Lara Jean, dividida entre o Peter e o John. é o Peter, claro. é o John, todo fofo. Eu escolheria o John. — divaguei.
— Eu estava pensando a mesma coisa! — ela parecia assustada.
— E você interrompeu meu momento. — cruzei os braços sobre o peito.
— Você quer dizer a sua foda? — ela rebateu também de braços cruzados. Senti o rosto corar e apenas confirmei com a cabeça. — Antes eu que seu irmão. Imagina se ele sobe e te vê gemendo, cheia de “Ah, ”. — fez uma voz afetada e eu cobri sua boca com minha mão.
— Cala a boca, garota! Tá doida? — ordenei. riu de mim. — Para de se divertir às minhas custas e vai tomar banho. Vamos dar uma voltinha. — pisquei. correu para o banheiro e eu caí de volta na cama.
Depois que me beijou e saiu correndo, me joguei de costas na grama e fiquei admirando o céu. O que tinha dado nela era a pergunta que rondava minha cabeça. Mas que aquele tinha sido o melhor beijo da minha vida, eu não tinha dúvidas.
Toquei meus lábios ainda sentindo os da sobre os meus, como um cara apaixonado.
Essa palavra me assusta.
Apaixonado.
— Apaixonado, eu. Conta outra. — falei sozinho e ri.
— As vozes na sua cabeça estão falando com você? Cadê a ? — perguntou enquanto voltava para perto da piscina segurando dois copos de suco nas mãos.
— Foi tomar banho. — respondi e peguei o copo que ele me ofereceu. — Acho que a gente deveria fazer a mesma coisa.
— Nós três juntos? — apareceu de repente, nos assustando.
— Você... — a confusão estampava o rosto de enquanto ele apontava de para onde deveria ser a escada para o andar de cima. — Achei que já estivesse pronto.
— Tive um imprevisto. — respondeu.
“Que tem nome e sobrenome e atende por ”, pensei sozinho.
— Eu vou subir. Preciso realmente sair. Espairecer. — levantei do chão e comecei a caminhar até a porta da casa, ouvindo passos atrás de mim. Virei apenas para confirmar que estava sendo seguido pelos outros dois. — Para onde vão? — perguntei a eles.
— Tomar banho. — respondeu.
— Você não disse que nós iríamos sair? — perguntou.
— Eu disse que eu ia sair. — respondi rindo.
— Isso inclui todos nós, amor. — respondeu e me alcançou, me abraçando pela cintura.
— Vocês estão muito gays hoje. O que tá acontecendo? — rebati rindo e entrei no quarto com ainda abraçado em mim e nos seguindo.
— Sentimos sua falta. — deu de ombros.
— Tá, mas eu ainda vou tomar banho sozinho. — me desvencilhei dos braços de e corri para o banheiro, trancando a porta atrás de mim, só por precaução.
Tirei a roupa que ainda me restava no corpo e encarei meu reflexo no espelho. Estava tenso. Era a segunda vez em dois dias. E a culpa era de . Só podia ser. Eu sabia do que precisava, mas, novamente, não iria agir como um adolescente. Liguei o chuveiro na água fria e entrei debaixo, meus músculos relaxando quase imediatamente. Ensaboei todo o corpo e fiquei lá, sentindo a água quase me lavar a alma.
— , precisa de uma mãozinha? — ouvi a voz de do lado de fora. Sorri sozinho. Meus amigos são inacreditáveis.
— Não. A minha é suficiente. — rebati. Houve um minuto de silêncio e se pronunciou novamente.
— , seu safado! Eu queria saber se precisa de ajuda para lavar as costas. Você estava deitado na grama. — ele riu. — Seu indecente.
Fechei o registro e sequei rapidamente o cabelo. Enrolei a toalha na cintura e destranquei a porta, encontrando parado com um sorriso divertido.
— Devia ter escolhido as palavras certas então. — respondi. — Vai tomar banho. Vão atrasar a gente.
correu para o banheiro e nem se dignou a tirar os olhos do celular para me olhar. Passei para o closet, sequei o corpo e vesti uma boxer, calças jeans escuras e uma camiseta preta. Peguei uma jaqueta de couro pesada para quando saísse. Voltei para o quarto e me deitei ao lado de na cama. Fiquei observando intensamente seu rosto até ele se pronunciar.
— Será que pode parar de me encarar? Está me incomodando. — ele pediu sem tirar os olhos da tela.
— Estou tentando entender porque você ainda não está banhado e arrumado. — comentei.
— Eu tive um imprevisto. Já falei. — ele disse sem tirar os olhos do celular. Não estava conversando com , eu podia ouvir os gritos dela e de no quarto ao lado.
— Aham. — respondi simplesmente.
— Sua irmã estava gritando porque tinha uma barata no quarto, OK? Tive de procurar e matar. Isso tomou meu tempo. — ele disse, agora me encarando. Aquela era a desculpa mais esfarrapada que eu já tinha ouvido. Era um fato que tinha pânico de baratas, por isso a dedetização da casa estava sempre em dia.
— OK. Já disse que entendi. — rebati. Quando ele respirou fundo para colocar outro ponto para tentar me convencer, saiu do banheiro enrolado na toalha, os cabelos escorrendo água.
— Vai, Tae. Eu tô morrendo de fome. — ele soltou e sumiu no closet. largou o celular e se arrastou até o banheiro.
— As princesas vão demorar muito? — a voz de perguntou divertida do lado de fora. Me arrastei até a porta e abri apenas uma fresta, afinal, ainda passeava de toalha pelo quarto.
— Estávamos ocupados. — disse com um meio sorriso. me respondeu com uma gargalhada. Linda.
— Vocês estão me fazendo duvidar da heterossexualidade de vocês. — ela respondeu com os braços cruzados na frente do peito coberto por uma blusa curta demais para a minha sanidade.
— Eu posso te provar, se você quiser. — saí do quarto e fechei a porta atrás de mim.
— Ninguém vai provar nada para ninguém. — se pronunciou. Nem tinha notado ela ali. — Vem, . Estamos esperando vocês na garagem. — ela disse para mim e saiu arrastando pelo braço. Entrei de volta no quarto e encontrei e devidamente vestidos, apenas arrumando os cabelos. Peguei a carteira, a jaqueta e descemos os três, encontrando e na garagem.
Tomamos as ruas de Seul no meu carro. Paramos para comer alguma coisa em um fast food qualquer. Passei toda a noite absorto em pensamentos, lembrando dos lábios de sobre os meus. Eu mal ouvia falando comigo. Tinha de parar com aquilo. Que espécie de idiota eu era? Não estava apaixonado. Tinha sido só mais um beijo, não era?
Quando saímos, anunciou que precisava ir para casa. Morava só e a propriedade estava abandonada. Segui as direções que ela receosamente me indicou e enfim chegamos a uma casinha geminada em um bairro escuro.
— Bom, é aqui que eu me despeço. — ela anunciou no banco de trás, espremida entre e . Pude ver pelo retrovisor que ela abraçou de lado e apertou a bochecha de , que apenas lhe sorriu. tinha o poder de desarmar a pose de . — Tchau, . Tchau, . — observei com atenção quando ela projetou o corpo para frente, atento aos seus próximos movimentos. se colocou entre o meu banco e o de e virou o rosto no mesmo instante em que virou o dele e os dois trocaram um selinho demorado.
Meu sangue ferveu no banco ao lado. desceu e acenou para nós do lado de fora do carro.
Eu não podia acreditar. Talvez aquilo fosse ciúme. Talvez eu estivesse mesmo apaixonado. Grande droga.
continuava lá, com a maior cara de idiota de todos os tempos.
— Alguém pode me explicar o que foi isso? — fez a pergunta que estava rondando minha cabeça. — Estão namorando?
Só a simples menção de namorando fez meu sangue borbulhar de novo.
— Conversamos um pouco. Estamos... Sei lá, ficando? — respondeu e deu de ombros. — Não é nada sério. Ainda. — ele sorriu bobo.
Ainda. Ainda. Como se eu fosse deixar isso acontecer.
De repente, me vi repreendendo a mim mesmo. Que espécie de atitude é essa?
— Então há uma possibilidade? — perguntou. Olhei rapidamente para e ele continuava sorrindo.
— Talvez. — ele deu de ombros novamente, como se aquilo não fosse nada demais.
— Que bom, . A merece alguém que goste dela e trate ela bem. Não merece ser só mais uma numa lista infinita. — soltou de repente e passou a mão no braço de , num carinho discreto. e olharam para e depois para mim. Aquela não tinha sido uma indireta. Tinha sido um soco. Bem direto, na minha cara.
Tranquei o maxilar, tentando controlar a vontade de rebater. Mas o que eu diria? não tinha dito mais que a verdade. era realmente uma garota que valia a pena. Talvez fosse a única que me fizesse acabar com minha “lista”.
Permaneci em silêncio até chegar em casa e corri para o meu quarto, disposto a trancar a porta e não deixar ninguém entrar. Mas passou por mim como uma flecha, alcançando o quarto primeiro que eu. Sem mais nada que eu pudesse fazer, me joguei na cama e decidi que era melhor ignorar os seres que agora dividiam meu quarto comigo.
Minha cabeça estava uma completa bagunça.
Tinha beijado por livre e espontânea vontade. Mas, como falou, talvez não fosse o cara certo e talvez eu me tornasse apenas mais uma em sua lista infinita. Talvez eu até criasse o clube das garotas que tiveram o coração partido por .
Então decidi dar uma chance ao . não tinha percebido, estava absorto demais durante toda a noite. Na verdade, acho que ninguém percebeu, mas e eu passamos toda a noite flertando. Ele era um fofo.
A cara de choque da , do e, principalmente, do foi impagável.
— ? — perguntou através da parede.
— Cheguei, oppa. — respondi.
— Estou indo aí. — ele disse. Pude ouvir seus passos se distanciando, me avisando que ele estava indo até a porta.
Levantei do banco da cozinha e me dirigi até a porta, abrindo e dando de cara com um de mão estendida, pronto para bater. Lhe abracei pela cintura com força e inalei o cheiro bom que se desprendia de sua camisa. Me acalmava, trazia uma sensação de proteção, de casa.
— Está tudo bem? — ele perguntou. — Você parece cansada. — ele acariciou meus cabelos.
— E estou. Queria férias. — respondi.
— Mas o período acabou de começar, pequena. — ele respondeu e nós rimos. — Tá tudo bem mesmo? Foi o , não foi? — ele perguntou incerto e me apertou mais em seus braços. Pelo visto, todo mundo tinha conhecimento da fama de .
— Eu... — respirei fundo e me preparei para um pequeno surto. — Eu tô com o . Conversando.
me afastou e me olhou com os olhos arregalados.
— Isso é sério, ? — ele perguntou. Apenas confirmei com a cabeça. — Mas isso é bom. O parece ser um cara legal.
— Nada de surto? — perguntei incerta.
— Ainda não. Mas deixe o aviso a ele. Eu posso quebrar a cara dele a qualquer momento. — ele respondeu sério. Sério demais. era realmente o irmão mais velho que eu nunca tive.
— OK, oppa. Vou avisar a ele. — respondi sorrindo. — Já jantou? — perguntei e ele negou com a cabeça. — Então entra. Vamos pedir alguma coisa.
Puxei pelo braço, fechei a porta e começamos a procurar o telefone de algum delivery que servisse uma comida decente. Sentei de frente para enquanto esperávamos nossa comida chegar. Ele tomou minha mão na sua e sorriu, beijando os nós dos meus dedos em seguida. Lhe olhei com um questionamento no olhar e ele apenas deu de ombros.
Sentada de frente para , olhando em seus olhos serenos, entendi seu gesto. Ele estava feliz porque eu parecia feliz. E parecia querer que eu realmente fosse feliz. Percebi que ali, mesmo longe de casa, eu tinha uma família.
Capítulo 5
Segunda.
Passei todo o domingo conversando com pelo celular. Saímos para assistir a um filme e voltamos realmente muito tarde. Consequentemente, dormi demais e perdi a carona de . Juntei minhas coisas e peguei um ônibus até a faculdade. Ao chegar, encontrei As Panteras e parados no meio do campus, conversando numa rodinha.
— De quem estamos falando mal? — perguntei abrindo espaço entre e . imediatamente me abraçou pela cintura e me beijou. Não um selinho rápido. Um beijo de verdade, quase com paixão. Seus lábios eram tão macios que eu poderia ficar o dia todo beijando ele, mas pigarreou alto, chamando nossa atenção. Escondi o rosto no peito de , completamente envergonhada.
— Desculpa, gente. Eu não resisti. — pediu. Bati em seu peito levemente.
— Pare de dizer isso. Estou ficando mais envergonhada. — falei baixinho. Respirei fundo e me virei no abraço, ficando com as costas coladas ao seu corpo, e encarei o restante dos meus amigos. não me olhava, tinha um sorriso bobo nos lábios e estava com os lábios comprimidos em uma linha fina, como se estivesse se controlando para não falar nada.
— Eu ainda não me acostumei com isso. Foi mal. — se pronunciou.
— Mas enfim. De quem estavam falando? — perguntei curiosa. — Quero participar.
— Não estávamos falando de ninguém. Ainda. — respondeu.
— É que o passou aqui agora a pouco e falou sobre o festival do fim do semestre. — explicou. — Eu queria participar, mas esses dois idiotas não querem ir comigo. — ele apontou para e .
— Eu posso dançar com você, se você quiser. — praticamente sussurrou no meu ouvido. — Ou cantar, quem sabe.
— Com a você quer dançar, não é, ? — bufou irritado.
— Você dançando, ? — perguntei lhe olhando desconfiada.
— Ei, eu danço, OK? — ele rebateu ofendido. Estreitei os olhos em sua direção. — , fala para ela. — ele pediu a .
— Esse idiota é ridiculamente bom em tudo o que se propõe a fazer. Então com um pouco de dedicação, sim, você pode transformar ele... Em mim, o melhor dançarino do mundo. — respondeu e eu não evitei rir.
— Seu ego vai sufocar todos nós. — , calado até então, finalmente se pronunciou.
— Eu só estou falando a verdade. — deu de ombros.
— OK, senhor melhor dançarino do mundo. — respondeu. Ele estava, no mínimo, esquisito.
— Então tá. Olha, , tenho certeza de que nossa coreografia de casal ficaria linda, mas eu vou ter que recusar você. — disse a que me olhou chocado. — Para dançar. — completei rapidamente e selei seus lábios. — Minha apresentação é com a .
sorriu satisfeita e me puxou dos braços de .
— As duas melhores dançarinas juntas. — ela me abraçou de lado, colocando a mão na minha cintura enquanto eu descansava meu braço em seu ombro.
— Ah, não. era minha última esperança, . Qual é? — reclamou. — Por que você não dança sozinho, ? — perguntei.
— Não é a mesma coisa. Eu vim trabalhando numa coreografia para um trio, na esperança de conseguir arrastar o e o . — ele suspirou. — Estava pensando em criar com a , mas você me roubou ela. — ele cruzou os braços e fez um bico fofo. apertou minha cintura com força. Lhe lancei um olhar que dizia “controle-se”.
— Se nossa apresentação já não estivesse oitenta por cento pronta, eu dançaria com você. — respondi e apertei sua bochecha. balançou a cabeça e sorriu. Fofo.
— Espera. Então você já sabia do festival? — perguntou.
— Por que está surpreso, ? Ela praticamente mora com o , lembra? — perguntou. Fiz minha melhor cara de tédio para ele. Implicante.
— E por que não disse nada para nenhum de nós, com exceção da ? — perguntou. — me pediu segredo, . Eles estavam finalizando o projeto. E eu não podia ensaiar com a sem que ela soubesse para o que estávamos ensaiando. Desculpa. — pedi e fiz minha melhor cara de gatinho do Shrek. — OK. Agora que sabemos que a esconde coisas importantes do resto de nós e que ficará na plateia nesse festival, podemos ir para a aula? — perguntou. Santo Batman. Que cara irritante. Apenas bufei para ele e me separei de .
— Vejo vocês no intervalo. Tchau, príncipe. — selei os lábios de e saí correndo. Estava quase atrasada.
***
A verdade é que eu tentei encontrar todo mundo na hora do intervalo. Mas tinha sumido, ainda estava bravo e tinha ficado com ele na intenção de acalmá-lo. No fim, só eu e estávamos na mesa. Como sempre.
— Acha que ele vai me odiar para sempre? — ela perguntou baixinho.
— Fala sério, . não consegue ficar bravo com você por muito tempo. — respondi. — Aliás, estamos assumindo um relacionamento às escondidas aqui? — perguntei divertida. Ela sorriu.
— está mostrando um interesse repentino em não ficar mais escondido. — ela respondeu baixinho. — Não sei como reagiria.
— Ele não parece se opor. Na verdade, disse que prefere que seja ele, porque ele conhece e confia no amigo. — repeti as palavras que tinha me dito.
— E quando falaram sobre isso? — ela perguntou interessada.
— Sábado, quando você subiu para “tomar banho”. — fiz as aspas no ar.
— Antes ou depois de vocês se beijarem? — ela arqueou uma sobrancelha em minha direção.
— Podemos, por favor, fazer de conta que esse beijo nunca existiu? Grata. — pedi quase desesperada.
— E o ? — ela sorriu safada.
— Beija bem para um caral... — comecei, mas fui interrompida por uma voz atrás de mim.
— ? — um rapaz me perguntou.
— Pois não? — lhe olhei curiosa.
— me pediu para vir te entregar isso. — ele me estendeu uma folha. — Disse para você preencher, assinar e entregar a ele quando ele chegasse em casa. — ele me lançou um sorriso arteiro. Provavelmente deu a entender que morávamos juntos.
— Só para você saber... — tomei a folha de suas mãos. — e eu somos vizinhos. E muito obrigada.
— Disponha, . — ele saiu quase correndo.
Olhei para e percebi que ela tentava segurar o riso.
— Você é a caloura mais badalada de todos os tempos. — ela riu. — Dois terços das garotas te odeiam porque você não dá bola para o . O um terço restante te odeia porque você tá de amasso com ninguém menos que . E agora todo o último ano acha que você mora com . Parabéns, . Sua entrada na K-Arts foi triunfal. — ela riu abertamente. Quando me preparei para responder, o sinal tocou, anunciando o fim do intervalo. — Vem, vamos para a aula.
se levantou e me puxou pelo braço, me arrastando em direção ao mar de alunos que saía do refeitório. E sim, as meninas estavam me olhando esquisito.
Ótimo. Parabéns, .
***
Assim que cheguei em casa, encontrei escorado na soleira da minha porta.
— Tem noção de que todo o último ano acha que moramos juntos? — perguntei antes mesmo de dizer boa noite e dei um tapinha em seu peito. ... Riu. Como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.
— Só temos uma parede fina como papel nos separando. É quase como se morássemos juntos. — ele respondeu.
— , as meninas já me odeiam. Umas por eu não ligar para o , outras porque me viram beijar o hoje. E você ainda me aparece com essa história. Você precisava ver a cara do garoto do recado hoje. — cruzei os braços sobre o peito.
— Relaxa, pequena. Eu já conversei com todo mundo. — ele me abraçou. — Trouxe a ficha?
— Claro. — respondi. — Já jantou?
— Estava te esperando. Hoje é por minha conta. — ele sorriu.
— Acho bom. — rebati tentando parecer brava. Nós rimos e entramos na minha casa. Quase nossa.
***
Os ensaios com se intensificaram durante as semanas seguintes. As primeiras provas chegaram e, para o bem da verdade, eu quase não me encontrei com , salvos os dias em que nos víamos na hora do almoço.
— Eu vou morrer antes do fim desse semestre. — se jogou na cadeira ao meu lado na hora do almoço. e eu ocupávamos nossa mesa de costume. Mas, excepcionalmente hoje, os meninos resolveram sentar conosco.
cutucou e praticamente o obrigou a levantar e sentar perto de . Sentou ao meu lado e me abraçou de lado, apoiando a cabeça no meu ombro. , com sua pose inabalável, sentou na ponta da mesa.
— Eu vou morrer. — comentou baixinho.
— Não mesmo. Nem pense nisso. — repreendi.
— Como estão as provas, ? — perguntou. Já disse que eu não gosto quando ele me chama de ? Pois é.
— Normais. Acho que estou indo bem. — respondi e dei de ombros.
— Você não parece nem um pouco cansada. — observou.
— Eu estou. Um pouco. Nada que me faça querer morrer. Ainda. — rebati.
— E como estão os ensaios? — perguntou ao meu lado, com a cabeça ainda apoiada no meu ombro.
— Devem estar bem ruins porque o talento da família veio todo para mim. não dança tão bem quanto eu. — respondeu impassível e jogou nele o guardanapo amassado. Não segurei o riso.
— Você dança, ? — perguntei divertida.
— Por que você nunca acredita quando a gente diz que dança? — levantou a cabeça e me encarou. — Estamos na Coreia, princesa. Ser um artista completo é quase obrigatório. — ele sorriu e, vendo minha cara de tédio em sua direção, selou meus lábios rapidamente. — Precisamos sair para dançar. Nós quatro.
pigarreou alto, chamando nossa atenção. Apontou para todos nós e encarou novamente.
— Acho que nós somos cinco, . — comentou sorrindo.
— Ele é de Humanas. — riu.
— Enfim, vamos marcar de sair sim. Mas agora, — chequei o relógio — eu preciso ir. — beijei o rosto de e levantei.
— Onde vai? — foi quem perguntou. Lhe olhei com uma sobrancelha arqueada.
— Acho que essa informação não é da sua conta. Até onde eu sei, eu estou com o , não com você. — respondi. — Essa doeu. — comentou baixinho.
passou a língua sobre os lábios e quando eu achei que ele responderia, ele apenas virou o rosto para o outro lado, me ignorando completamente.
Dei de ombros e saí. Precisava encontrar e falar sobre minha música.
***
Faltando poucas semanas para o festival, com a aproximação das provas finais, resolvemos seguir o conselho de e marcamos de sair. Era sexta à noite e eu estava correndo de um lado para o outro, tentando não me atrasar.
— ? — a voz de soou incerta.
— Estou atrasada, oppa! — gritei de volta.
— Onde vai? — ele perguntou preocupado.
— Boate com e os meninos! — gritei. Ele certamente saberia quem eram os meninos. Corri de volta para o quarto e peguei a carteira.
— Tome cuidado! Divirta-se! — ele gritou uma última vez. Peguei o celular sobre a mesa e chequei a roupa uma última vez no espelho que tinha instalado na sala.
Calça preta de cintura alta, cropped preta, Vans nos pés, uma jaqueta preta grande demais para mim, uma choker cujo pingente era um pentagrama, olhos marcados e batom escuro e, para finalizar, o cabelo em duas tranças boxeadoras. É, eu estava parecendo um projeto de bruxa moderna ali.
Peguei tudo que era necessário e saí de casa correndo. Não queria brava. Precisava dela na apresentação.
— Me ligue se precisar! — gritou assim que passei pela minha porta.
Lancei um beijo em sua direção e vi seu sorriso aumentar. Corri até o carro que já me esperava e segui para a casa dos . Assim que entrei, fui recebida pela senhora Kim.
— ! Chegou cedo. — ela me abraçou.
— Sim, senhora Kim. Não quero a brava. Preciso dela para a minha apresentação. — lhe confidenciei. A senhora Kim gargalhou alto.
— Ela está no quarto. Menino também já chegou. Está diferente. — ela sorriu de canto.
— E ? — perguntei curiosa.
— Não o vi por aqui hoje. — ela respondeu pensativa. Dei outro abraço nela e subi as escadas, porém, antes de completar meu caminho, meu celular tocou alto. Chamada de vídeo do .
— Oi, gatinho. — atendi com um sorriso.
— Oi, prin... nossa, você tá linda. — ele comentou. Sorri envergonhada. — Está na casa do ? Aquele idiota não me atende.
— Estou. Quer falar com ele? — perguntei o óbvio.
— Quero falar com todos vocês. está aí? — ele perguntei e eu confirmei com a cabeça. — Ótimo. Reúne todo mundo.
— Segura aí. — corri até a porta do quarto de e bati apressadamente. Ela saiu linda e impecável com sua saia de pregas e seu cropped moletom. Arrastei pela mão até a porta ao lado. — ! O quer falar com você. — gritei do lado de fora.
— Por que ainda não está aqui? Essa ideia foi sua. — tomou o celular das minhas mãos e ralhou com . Ouvi a risada gostosa dele do outro lado. Quando ia me virar para falar com ele novamente, saiu do quarto vestindo apenas uma calça skinny preta, justa demais para o seu próprio bem, e secando os cabelos. Acompanhado por ... de cabelos brancos?
— Eu já ia ligar, inferno. Estava no banho. Cadê você, ? — ele já saiu do quarto irritado. virou um pouco o celular e todos nós tentamos nos colocar na frente da tela.
— Foi justamente por isso que eu liguei. — respondeu. — Eu não vou.
— Você o quê? — perguntei alto demais.
— Eu não vou poder sair com vocês hoje, princesa. Meus pais inventaram uma viagem de última hora e eu só soube hoje. Desde então, estou arrumando uma mala e daqui a pouco estou saindo para o aeroporto. É alguma coisa sobre visitar parentes. Não tenho a opção de não ir. — ele completou triste.
— Ótimo, . Você inventa e não vai. — acusou.
— Deixa ele, . — repreendi. — Não é culpa dele.
— Que lindo minha princesa me defendendo. — sorriu com todos os dentes. — É isso, galera. Boa festa para vocês. Marcamos de novo quando eu voltar. Até mais. — ele soltou um beijo e desligou.
— Bom, é isso. Vamos terminar de nos aprontar. — declarou e entrou no quarto, seguido por . Encarei .
— está mais parecido com o Jack Frost. Eu sei. — ela afirmou.
— O Jack é meu crush dos desenhos. Só avisando. — alertei.
— Você não ousaria. — ela estreitou os olhos na minha direção.
— O não ia me querer de qualquer forma. — dei de ombros.
— Eu o quê? — saiu do quarto de repente. Percebi que a roupa dele combinava com a de . Calça moletom e camiseta pretas, tênis branco nos pés, casaco e boné. Lado a lado, eles pareciam tão bonitinhos.
— Está parecendo meu crush, Jack Frost, e está lindo. — comentei. sorriu sem graça.
— Estão prontas? — saiu do quarto com sua calça justa e de camisa preta, casaco nas mãos e tênis preto. Estávamos muito góticos.
— Eu nasci pronta, bebê. — apertei sua bochecha e saí arrastando .
Entramos no carro de , na frente com ele e eu e no banco de trás.
— Está triste por que seu namorado não vai, ? — perguntou e me olhou pelo retrovisor.
— Eu não namoro o . Só para você saber. E não estou triste. Estou frustrada porque não vou vê-lo dançar. — respondi. — Espero que você não me decepcione.
sorriu ladino.
— Está pronta para gastar esses sapatos, ? — perguntou. — Sabe, eu nunca te vi dançar.
— Vai ver hoje, . — pisquei para ele.
Seguimos em silêncio até o clube. milagrosamente tinha conseguido colocar nossos nomes na lista, então não pegamos fila. Passamos por todas as pessoas paradas, ouvindo suas reclamações. esbanjava superioridade. Nós o seguimos até a porta.
— e . e . — anunciou. O segurança nos encarou e, obviamente, pediu nossos documentos. Depois de devidamente verificados, recebemos nossos cartões de compra no bar e finalmente entramos, a música alta me deixando momentaneamente surda.
— Já volto. — gritei para e segui para o bar. Precisava de um drink, apenas para me fazer relaxar e curtir a noite. A semana tinha sido difícil. Pedi uma dose de vodca e bebi toda de uma vez, o álcool deixando meu sangue quente e se espalhando pelo meu corpo, me dando uma sensação boa.
— Mal chegou e já vai se embebedar? — perguntou atrás de mim, próximo demais. Me virei e lhe encarei, o rosto bem próximo do seu.
— Eu preciso disso para relaxar. — respondi. Voltei para a pista de dança e encontrei e dando um verdadeiro show. Algumas pessoas pararam para observar enquanto eles dançavam. Fiquei de longe observando, até que a música acabou e a seguinte praticamente me obrigou a dançar.
Shape of You, do Ed Sheeran, soou nos alto-falantes e meu corpo vibrou em antecipação. Automaticamente comecei a dançar. Eu não me importava se as pessoas ao meu redor estavam me achando louca. Eu só queria continuar dançando. Simplesmente amo essa música.
No primeiro refrão, senti mãos possessivas na minha cintura e uma voz grave cantando ao meu ouvido.
I’m in love with the shape of you (Eu estou apaixonado pela sua forma)
We push and pull like a magnet do (Como ímãs, nossa atração nos faz ir e voltar)
Although my heart is falling too (Mesmo que meu coração esteja se apaixonando também)
I’m in love with your body (Estou apaixonado pelo seu corpo)
Me virei para encarar o dono da voz, mesmo já sabendo que era ali. Meu corpo se arrepiou por completo quando suas mãos me tocaram, mesmo que por cima do tecido das roupas. Era uma sensação que só ele causava. Me separei dele e continuei a dançar sozinha, agora lhe provocando apenas para ver aquele sorriso ladino que ele sustentava.
Como se tivéssemos ensaiado, começou a dançar comigo, nossos corpos suados em contato constante. Fiquei realmente surpresa com sua habilidade. Ele era um excelente dançarino.
Nos últimos segundos da música, colou sua testa na minha e começou a repetir “Come on, be my baby, come on” (Vamos lá, seja minha namorada, vamos lá), olhando diretamente em meus olhos. Meu corpo se aqueceu por inteiro, e não era só por causa da dança ou do calor do corpo de junto ao meu. Era alguma coisa a mais. Alguma coisa que eu não sabia explicar.
acompanhou Ed Sheeran no último “I’m in love with the shape of you”, porém se calou logo depois de dizer “I’m in love” e sorriu. Arqueei as sobrancelhas, claramente não acreditando no que ele dizia. De repente, tomou meus lábios em beijo afoito e, surpresa, não consegui me soltar dele. Aceitei aquele beijo quente e me separei dele apenas quando me faltou o fôlego.
Parabéns, . viajou não tem nem três horas e você já está com a boca grudada na de outro cara.
Completamente atordoada com o pensamento de estar traindo , corri até o bar e pedi um shot de tequila. Virei todo de uma vez, sentindo o líquido queimar minha garganta, e balancei a cabeça como sempre fazia, para o álcool se espalhar. Quando estiquei a mão para pedir outro shot, me achou e me parou. Reparei que ela e estavam de mãos dadas. Sorri minimamente.
— Quer sair daqui arrastada? — ela perguntou divertida.
— Sim. Você e o conseguem me levar. — respondi. Estiquei a mão de novo, mas, dessa vez, foi que me impediu.
— Eu não vou te carregar. — ele me olhou sério. — Eu vi você dançando. Parabéns. Mas eu sou melhor. — ele se gabou e eu ri. Mas depois me bateu um nervosismo. Se ele tinha me visto dançar, tinha visto... ah, não. Lhe encarei de olhos arregalados. — Não se preocupe. Eu sei que foi um impulso do . Não vou contar nada. — e piscou. Respirei aliviada e desci os olhos para a mão dele enlaçada à de . Encarei minha amiga e ela deu de ombros, sorrindo em seguida.
— Viemos aqui para dançar. Então vamos dançar. — decretou e me puxou pela mão até a pista de dança. sumiu e só reapareceu quando estávamos na saída, pedindo aos céus para chegar logo em casa. Fomos todo o caminho em um silêncio quase sepulcral. e eu entramos no quarto dela e e entraram no quarto do mais velho. Tomei um banho e me deitei, pedindo às vozes na minha cabeça que me deixassem dormir.
***
Quando acordou, eu já estava acordada. Na verdade, eu estaria mentindo se dissesse que consegui dormir.
— Que bicho te mordeu? Você não dormiu? — perguntou assim que abriu os olhos e me viu encarando o teto.
— Não. Estava pensando no . — respondi sem lhe olhar.
— Own. Você está com saudades. Está apaixonada. Que lindo. — ela se deitou de lado e passou a me olhar.
— Não, . Você não entendeu. — deitei de lado também, lhe encarando. — Passei a noite pensando em como terminar seja lá isso que eu e ele estamos tendo.
— O quê? Ficou louca, ? — arregalou os olhos.
— Não. Só... sei lá. Eu sinto que nós não estamos na mesma vibe. Eu não quero ver ele sofrer. — eu nem sabia o que estava dizendo, exceto pela parte de não querer ver sofrendo.
— Foi o , não foi? — perguntou. Fechei os olhos e lembrei de tudo da noite anterior. De como dançamos juntos e de como parecíamos ter sido feitos um para o outro. De como o corpo dele se encaixava perfeitamente no meu e das reações que só ele provoca.
— Talvez o maldito do seu irmão tenha uma parcela de culpa nisso. — respondi.
— , eu já te falei sobre o . De como ele é. Mas se você quiser insistir nisso... — ela respirou fundo. — Eu não vou te impedir. É a sua vida. Eu vou estar aqui para te dar apoio depois, se você precisar. Tenta falar com o com calma, OK? Ele pode ser muito sensível às vezes. — ela sorriu. — Vem, vamos tomar café.
levantou e desceu. Eu fiquei no quarto, reunindo coragem para encarar . Malditas covinhas que me fizeram perder o caminho.
***
chegou de viagem na terça e avisou apenas a que, então, nos avisou. Combinamos de nos encontrarmos na hora do almoço, mas assim que saí do bloco onde estava tendo aula, dei de cara com parado como uma estátua, me encarando. Caminhei em sua direção, disposta a lhe dar um último selar e pôr um fim naquilo. Quando me estiquei para selar seus lábios, me segurou pela cintura e me impediu. Parecia triste.
— Eu vi o vídeo. — ele soltou de repente.
— Que vídeo? — lhe encarei sem entender. sacou o celular do bolso e virou a tela na minha direção. No tal vídeo, eu e dançávamos e a cena era de dar inveja. No final, o câmera conseguiu capturar nosso beijo. Fechei os olhos e respirei fundo.
— Não foi culpa minha. Você viu. — argumentei.
— Eu sei, mas você não o afastou, . — ele rebateu e respirou fundo. — Eu sabia que não tinha nenhuma chance. Sabia que já tinha perdido essa partida antes mesmo de ela começar. não desiste fácil. E ele não vai te deixar em paz agora. Então... vamos apenas continuar como amigos, OK? Eu... não quero me machucar mais no futuro. — ele concluiu. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu não evitei chorar. Lhe abracei apertado pela cintura.
— Desculpa, . — pedi baixinho. — Por favor, me desculpa.
— Tá tudo bem, . Eu estou acostumado. — ele riu sem vontade. — Eu vou estar aqui se você precisar de mim, OK? — ele beijou o topo da minha cabeça e passou as mãos nos meus cabelos. Eu chorava como uma criança que tinha perdido o brinquedo. Estava quase soluçando. — Só... não se machuca, tá? Você é importante para mim.
Lhe encarei e sorri. era um anjo na minha vida. Não controlei o impulso e lhe selei os lábios uma última vez. Ele sorriu para mim, aquele sorriso com todos os dentes, perfeito. Secou meu rosto com o dorso da mão e me soltou. Caminhamos até o refeitório conversando sobre como tinha sido a viagem.
— Ah, não. Lá vem o casal insuportável. — comentou quando nos aproximamos. parou de andar e olhou ao redor.
— Mas vocês já não estão aqui? — ele perguntou apontando para e . Ri baixinho de que estava vermelha como um tomate.
— Não somos mais um casal. — anunciei. Pude ver abrir um sorriso quase vitorioso.
— Como é? — perguntou exasperado. — Vocês começam do nada e terminam do nada. Nunca vou entender.
— Só saiba que voltamos a ser os cinco amigos do começo do semestre. A não ser que você e anunciem que estão namorando agora. — atiçou. e se encararam por uma fração de segundo.
— Não. — ela respondeu simples. Sem escândalos. Olhamos desconfiados para ela, inclusive , que franziu as sobrancelhas em sua direção. — O que foi? Não estamos namorando, OK?
— OK. — eu, e respondemos juntos.
— Vamos almoçar e ensaiar, . O festival é daqui duas semanas. — ela se pôs a comer em silêncio. Encarei e ele parecia esconder alguma coisa. OK, eu descobriria depois.
Passei todo o domingo conversando com pelo celular. Saímos para assistir a um filme e voltamos realmente muito tarde. Consequentemente, dormi demais e perdi a carona de . Juntei minhas coisas e peguei um ônibus até a faculdade. Ao chegar, encontrei As Panteras e parados no meio do campus, conversando numa rodinha.
— De quem estamos falando mal? — perguntei abrindo espaço entre e . imediatamente me abraçou pela cintura e me beijou. Não um selinho rápido. Um beijo de verdade, quase com paixão. Seus lábios eram tão macios que eu poderia ficar o dia todo beijando ele, mas pigarreou alto, chamando nossa atenção. Escondi o rosto no peito de , completamente envergonhada.
— Desculpa, gente. Eu não resisti. — pediu. Bati em seu peito levemente.
— Pare de dizer isso. Estou ficando mais envergonhada. — falei baixinho. Respirei fundo e me virei no abraço, ficando com as costas coladas ao seu corpo, e encarei o restante dos meus amigos. não me olhava, tinha um sorriso bobo nos lábios e estava com os lábios comprimidos em uma linha fina, como se estivesse se controlando para não falar nada.
— Eu ainda não me acostumei com isso. Foi mal. — se pronunciou.
— Mas enfim. De quem estavam falando? — perguntei curiosa. — Quero participar.
— Não estávamos falando de ninguém. Ainda. — respondeu.
— É que o passou aqui agora a pouco e falou sobre o festival do fim do semestre. — explicou. — Eu queria participar, mas esses dois idiotas não querem ir comigo. — ele apontou para e .
— Eu posso dançar com você, se você quiser. — praticamente sussurrou no meu ouvido. — Ou cantar, quem sabe.
— Com a você quer dançar, não é, ? — bufou irritado.
— Você dançando, ? — perguntei lhe olhando desconfiada.
— Ei, eu danço, OK? — ele rebateu ofendido. Estreitei os olhos em sua direção. — , fala para ela. — ele pediu a .
— Esse idiota é ridiculamente bom em tudo o que se propõe a fazer. Então com um pouco de dedicação, sim, você pode transformar ele... Em mim, o melhor dançarino do mundo. — respondeu e eu não evitei rir.
— Seu ego vai sufocar todos nós. — , calado até então, finalmente se pronunciou.
— Eu só estou falando a verdade. — deu de ombros.
— OK, senhor melhor dançarino do mundo. — respondeu. Ele estava, no mínimo, esquisito.
— Então tá. Olha, , tenho certeza de que nossa coreografia de casal ficaria linda, mas eu vou ter que recusar você. — disse a que me olhou chocado. — Para dançar. — completei rapidamente e selei seus lábios. — Minha apresentação é com a .
sorriu satisfeita e me puxou dos braços de .
— As duas melhores dançarinas juntas. — ela me abraçou de lado, colocando a mão na minha cintura enquanto eu descansava meu braço em seu ombro.
— Ah, não. era minha última esperança, . Qual é? — reclamou. — Por que você não dança sozinho, ? — perguntei.
— Não é a mesma coisa. Eu vim trabalhando numa coreografia para um trio, na esperança de conseguir arrastar o e o . — ele suspirou. — Estava pensando em criar com a , mas você me roubou ela. — ele cruzou os braços e fez um bico fofo. apertou minha cintura com força. Lhe lancei um olhar que dizia “controle-se”.
— Se nossa apresentação já não estivesse oitenta por cento pronta, eu dançaria com você. — respondi e apertei sua bochecha. balançou a cabeça e sorriu. Fofo.
— Espera. Então você já sabia do festival? — perguntou.
— Por que está surpreso, ? Ela praticamente mora com o , lembra? — perguntou. Fiz minha melhor cara de tédio para ele. Implicante.
— E por que não disse nada para nenhum de nós, com exceção da ? — perguntou. — me pediu segredo, . Eles estavam finalizando o projeto. E eu não podia ensaiar com a sem que ela soubesse para o que estávamos ensaiando. Desculpa. — pedi e fiz minha melhor cara de gatinho do Shrek. — OK. Agora que sabemos que a esconde coisas importantes do resto de nós e que ficará na plateia nesse festival, podemos ir para a aula? — perguntou. Santo Batman. Que cara irritante. Apenas bufei para ele e me separei de .
— Vejo vocês no intervalo. Tchau, príncipe. — selei os lábios de e saí correndo. Estava quase atrasada.
A verdade é que eu tentei encontrar todo mundo na hora do intervalo. Mas tinha sumido, ainda estava bravo e tinha ficado com ele na intenção de acalmá-lo. No fim, só eu e estávamos na mesa. Como sempre.
— Acha que ele vai me odiar para sempre? — ela perguntou baixinho.
— Fala sério, . não consegue ficar bravo com você por muito tempo. — respondi. — Aliás, estamos assumindo um relacionamento às escondidas aqui? — perguntei divertida. Ela sorriu.
— está mostrando um interesse repentino em não ficar mais escondido. — ela respondeu baixinho. — Não sei como reagiria.
— Ele não parece se opor. Na verdade, disse que prefere que seja ele, porque ele conhece e confia no amigo. — repeti as palavras que tinha me dito.
— E quando falaram sobre isso? — ela perguntou interessada.
— Sábado, quando você subiu para “tomar banho”. — fiz as aspas no ar.
— Antes ou depois de vocês se beijarem? — ela arqueou uma sobrancelha em minha direção.
— Podemos, por favor, fazer de conta que esse beijo nunca existiu? Grata. — pedi quase desesperada.
— E o ? — ela sorriu safada.
— Beija bem para um caral... — comecei, mas fui interrompida por uma voz atrás de mim.
— ? — um rapaz me perguntou.
— Pois não? — lhe olhei curiosa.
— me pediu para vir te entregar isso. — ele me estendeu uma folha. — Disse para você preencher, assinar e entregar a ele quando ele chegasse em casa. — ele me lançou um sorriso arteiro. Provavelmente deu a entender que morávamos juntos.
— Só para você saber... — tomei a folha de suas mãos. — e eu somos vizinhos. E muito obrigada.
— Disponha, . — ele saiu quase correndo.
Olhei para e percebi que ela tentava segurar o riso.
— Você é a caloura mais badalada de todos os tempos. — ela riu. — Dois terços das garotas te odeiam porque você não dá bola para o . O um terço restante te odeia porque você tá de amasso com ninguém menos que . E agora todo o último ano acha que você mora com . Parabéns, . Sua entrada na K-Arts foi triunfal. — ela riu abertamente. Quando me preparei para responder, o sinal tocou, anunciando o fim do intervalo. — Vem, vamos para a aula.
se levantou e me puxou pelo braço, me arrastando em direção ao mar de alunos que saía do refeitório. E sim, as meninas estavam me olhando esquisito.
Ótimo. Parabéns, .
Assim que cheguei em casa, encontrei escorado na soleira da minha porta.
— Tem noção de que todo o último ano acha que moramos juntos? — perguntei antes mesmo de dizer boa noite e dei um tapinha em seu peito. ... Riu. Como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.
— Só temos uma parede fina como papel nos separando. É quase como se morássemos juntos. — ele respondeu.
— , as meninas já me odeiam. Umas por eu não ligar para o , outras porque me viram beijar o hoje. E você ainda me aparece com essa história. Você precisava ver a cara do garoto do recado hoje. — cruzei os braços sobre o peito.
— Relaxa, pequena. Eu já conversei com todo mundo. — ele me abraçou. — Trouxe a ficha?
— Claro. — respondi. — Já jantou?
— Estava te esperando. Hoje é por minha conta. — ele sorriu.
— Acho bom. — rebati tentando parecer brava. Nós rimos e entramos na minha casa. Quase nossa.
Os ensaios com se intensificaram durante as semanas seguintes. As primeiras provas chegaram e, para o bem da verdade, eu quase não me encontrei com , salvos os dias em que nos víamos na hora do almoço.
— Eu vou morrer antes do fim desse semestre. — se jogou na cadeira ao meu lado na hora do almoço. e eu ocupávamos nossa mesa de costume. Mas, excepcionalmente hoje, os meninos resolveram sentar conosco.
cutucou e praticamente o obrigou a levantar e sentar perto de . Sentou ao meu lado e me abraçou de lado, apoiando a cabeça no meu ombro. , com sua pose inabalável, sentou na ponta da mesa.
— Eu vou morrer. — comentou baixinho.
— Não mesmo. Nem pense nisso. — repreendi.
— Como estão as provas, ? — perguntou. Já disse que eu não gosto quando ele me chama de ? Pois é.
— Normais. Acho que estou indo bem. — respondi e dei de ombros.
— Você não parece nem um pouco cansada. — observou.
— Eu estou. Um pouco. Nada que me faça querer morrer. Ainda. — rebati.
— E como estão os ensaios? — perguntou ao meu lado, com a cabeça ainda apoiada no meu ombro.
— Devem estar bem ruins porque o talento da família veio todo para mim. não dança tão bem quanto eu. — respondeu impassível e jogou nele o guardanapo amassado. Não segurei o riso.
— Você dança, ? — perguntei divertida.
— Por que você nunca acredita quando a gente diz que dança? — levantou a cabeça e me encarou. — Estamos na Coreia, princesa. Ser um artista completo é quase obrigatório. — ele sorriu e, vendo minha cara de tédio em sua direção, selou meus lábios rapidamente. — Precisamos sair para dançar. Nós quatro.
pigarreou alto, chamando nossa atenção. Apontou para todos nós e encarou novamente.
— Acho que nós somos cinco, . — comentou sorrindo.
— Ele é de Humanas. — riu.
— Enfim, vamos marcar de sair sim. Mas agora, — chequei o relógio — eu preciso ir. — beijei o rosto de e levantei.
— Onde vai? — foi quem perguntou. Lhe olhei com uma sobrancelha arqueada.
— Acho que essa informação não é da sua conta. Até onde eu sei, eu estou com o , não com você. — respondi. — Essa doeu. — comentou baixinho.
passou a língua sobre os lábios e quando eu achei que ele responderia, ele apenas virou o rosto para o outro lado, me ignorando completamente.
Dei de ombros e saí. Precisava encontrar e falar sobre minha música.
Faltando poucas semanas para o festival, com a aproximação das provas finais, resolvemos seguir o conselho de e marcamos de sair. Era sexta à noite e eu estava correndo de um lado para o outro, tentando não me atrasar.
— ? — a voz de soou incerta.
— Estou atrasada, oppa! — gritei de volta.
— Onde vai? — ele perguntou preocupado.
— Boate com e os meninos! — gritei. Ele certamente saberia quem eram os meninos. Corri de volta para o quarto e peguei a carteira.
— Tome cuidado! Divirta-se! — ele gritou uma última vez. Peguei o celular sobre a mesa e chequei a roupa uma última vez no espelho que tinha instalado na sala.
Calça preta de cintura alta, cropped preta, Vans nos pés, uma jaqueta preta grande demais para mim, uma choker cujo pingente era um pentagrama, olhos marcados e batom escuro e, para finalizar, o cabelo em duas tranças boxeadoras. É, eu estava parecendo um projeto de bruxa moderna ali.
Peguei tudo que era necessário e saí de casa correndo. Não queria brava. Precisava dela na apresentação.
— Me ligue se precisar! — gritou assim que passei pela minha porta.
Lancei um beijo em sua direção e vi seu sorriso aumentar. Corri até o carro que já me esperava e segui para a casa dos . Assim que entrei, fui recebida pela senhora Kim.
— ! Chegou cedo. — ela me abraçou.
— Sim, senhora Kim. Não quero a brava. Preciso dela para a minha apresentação. — lhe confidenciei. A senhora Kim gargalhou alto.
— Ela está no quarto. Menino também já chegou. Está diferente. — ela sorriu de canto.
— E ? — perguntei curiosa.
— Não o vi por aqui hoje. — ela respondeu pensativa. Dei outro abraço nela e subi as escadas, porém, antes de completar meu caminho, meu celular tocou alto. Chamada de vídeo do .
— Oi, gatinho. — atendi com um sorriso.
— Oi, prin... nossa, você tá linda. — ele comentou. Sorri envergonhada. — Está na casa do ? Aquele idiota não me atende.
— Estou. Quer falar com ele? — perguntei o óbvio.
— Quero falar com todos vocês. está aí? — ele perguntei e eu confirmei com a cabeça. — Ótimo. Reúne todo mundo.
— Segura aí. — corri até a porta do quarto de e bati apressadamente. Ela saiu linda e impecável com sua saia de pregas e seu cropped moletom. Arrastei pela mão até a porta ao lado. — ! O quer falar com você. — gritei do lado de fora.
— Por que ainda não está aqui? Essa ideia foi sua. — tomou o celular das minhas mãos e ralhou com . Ouvi a risada gostosa dele do outro lado. Quando ia me virar para falar com ele novamente, saiu do quarto vestindo apenas uma calça skinny preta, justa demais para o seu próprio bem, e secando os cabelos. Acompanhado por ... de cabelos brancos?
— Eu já ia ligar, inferno. Estava no banho. Cadê você, ? — ele já saiu do quarto irritado. virou um pouco o celular e todos nós tentamos nos colocar na frente da tela.
— Foi justamente por isso que eu liguei. — respondeu. — Eu não vou.
— Você o quê? — perguntei alto demais.
— Eu não vou poder sair com vocês hoje, princesa. Meus pais inventaram uma viagem de última hora e eu só soube hoje. Desde então, estou arrumando uma mala e daqui a pouco estou saindo para o aeroporto. É alguma coisa sobre visitar parentes. Não tenho a opção de não ir. — ele completou triste.
— Ótimo, . Você inventa e não vai. — acusou.
— Deixa ele, . — repreendi. — Não é culpa dele.
— Que lindo minha princesa me defendendo. — sorriu com todos os dentes. — É isso, galera. Boa festa para vocês. Marcamos de novo quando eu voltar. Até mais. — ele soltou um beijo e desligou.
— Bom, é isso. Vamos terminar de nos aprontar. — declarou e entrou no quarto, seguido por . Encarei .
— está mais parecido com o Jack Frost. Eu sei. — ela afirmou.
— O Jack é meu crush dos desenhos. Só avisando. — alertei.
— Você não ousaria. — ela estreitou os olhos na minha direção.
— O não ia me querer de qualquer forma. — dei de ombros.
— Eu o quê? — saiu do quarto de repente. Percebi que a roupa dele combinava com a de . Calça moletom e camiseta pretas, tênis branco nos pés, casaco e boné. Lado a lado, eles pareciam tão bonitinhos.
— Está parecendo meu crush, Jack Frost, e está lindo. — comentei. sorriu sem graça.
— Estão prontas? — saiu do quarto com sua calça justa e de camisa preta, casaco nas mãos e tênis preto. Estávamos muito góticos.
— Eu nasci pronta, bebê. — apertei sua bochecha e saí arrastando .
Entramos no carro de , na frente com ele e eu e no banco de trás.
— Está triste por que seu namorado não vai, ? — perguntou e me olhou pelo retrovisor.
— Eu não namoro o . Só para você saber. E não estou triste. Estou frustrada porque não vou vê-lo dançar. — respondi. — Espero que você não me decepcione.
sorriu ladino.
— Está pronta para gastar esses sapatos, ? — perguntou. — Sabe, eu nunca te vi dançar.
— Vai ver hoje, . — pisquei para ele.
Seguimos em silêncio até o clube. milagrosamente tinha conseguido colocar nossos nomes na lista, então não pegamos fila. Passamos por todas as pessoas paradas, ouvindo suas reclamações. esbanjava superioridade. Nós o seguimos até a porta.
— e . e . — anunciou. O segurança nos encarou e, obviamente, pediu nossos documentos. Depois de devidamente verificados, recebemos nossos cartões de compra no bar e finalmente entramos, a música alta me deixando momentaneamente surda.
— Já volto. — gritei para e segui para o bar. Precisava de um drink, apenas para me fazer relaxar e curtir a noite. A semana tinha sido difícil. Pedi uma dose de vodca e bebi toda de uma vez, o álcool deixando meu sangue quente e se espalhando pelo meu corpo, me dando uma sensação boa.
— Mal chegou e já vai se embebedar? — perguntou atrás de mim, próximo demais. Me virei e lhe encarei, o rosto bem próximo do seu.
— Eu preciso disso para relaxar. — respondi. Voltei para a pista de dança e encontrei e dando um verdadeiro show. Algumas pessoas pararam para observar enquanto eles dançavam. Fiquei de longe observando, até que a música acabou e a seguinte praticamente me obrigou a dançar.
Shape of You, do Ed Sheeran, soou nos alto-falantes e meu corpo vibrou em antecipação. Automaticamente comecei a dançar. Eu não me importava se as pessoas ao meu redor estavam me achando louca. Eu só queria continuar dançando. Simplesmente amo essa música.
No primeiro refrão, senti mãos possessivas na minha cintura e uma voz grave cantando ao meu ouvido.
I’m in love with the shape of you (Eu estou apaixonado pela sua forma)
We push and pull like a magnet do (Como ímãs, nossa atração nos faz ir e voltar)
Although my heart is falling too (Mesmo que meu coração esteja se apaixonando também)
I’m in love with your body (Estou apaixonado pelo seu corpo)
Me virei para encarar o dono da voz, mesmo já sabendo que era ali. Meu corpo se arrepiou por completo quando suas mãos me tocaram, mesmo que por cima do tecido das roupas. Era uma sensação que só ele causava. Me separei dele e continuei a dançar sozinha, agora lhe provocando apenas para ver aquele sorriso ladino que ele sustentava.
Como se tivéssemos ensaiado, começou a dançar comigo, nossos corpos suados em contato constante. Fiquei realmente surpresa com sua habilidade. Ele era um excelente dançarino.
Nos últimos segundos da música, colou sua testa na minha e começou a repetir “Come on, be my baby, come on” (Vamos lá, seja minha namorada, vamos lá), olhando diretamente em meus olhos. Meu corpo se aqueceu por inteiro, e não era só por causa da dança ou do calor do corpo de junto ao meu. Era alguma coisa a mais. Alguma coisa que eu não sabia explicar.
acompanhou Ed Sheeran no último “I’m in love with the shape of you”, porém se calou logo depois de dizer “I’m in love” e sorriu. Arqueei as sobrancelhas, claramente não acreditando no que ele dizia. De repente, tomou meus lábios em beijo afoito e, surpresa, não consegui me soltar dele. Aceitei aquele beijo quente e me separei dele apenas quando me faltou o fôlego.
Parabéns, . viajou não tem nem três horas e você já está com a boca grudada na de outro cara.
Completamente atordoada com o pensamento de estar traindo , corri até o bar e pedi um shot de tequila. Virei todo de uma vez, sentindo o líquido queimar minha garganta, e balancei a cabeça como sempre fazia, para o álcool se espalhar. Quando estiquei a mão para pedir outro shot, me achou e me parou. Reparei que ela e estavam de mãos dadas. Sorri minimamente.
— Quer sair daqui arrastada? — ela perguntou divertida.
— Sim. Você e o conseguem me levar. — respondi. Estiquei a mão de novo, mas, dessa vez, foi que me impediu.
— Eu não vou te carregar. — ele me olhou sério. — Eu vi você dançando. Parabéns. Mas eu sou melhor. — ele se gabou e eu ri. Mas depois me bateu um nervosismo. Se ele tinha me visto dançar, tinha visto... ah, não. Lhe encarei de olhos arregalados. — Não se preocupe. Eu sei que foi um impulso do . Não vou contar nada. — e piscou. Respirei aliviada e desci os olhos para a mão dele enlaçada à de . Encarei minha amiga e ela deu de ombros, sorrindo em seguida.
— Viemos aqui para dançar. Então vamos dançar. — decretou e me puxou pela mão até a pista de dança. sumiu e só reapareceu quando estávamos na saída, pedindo aos céus para chegar logo em casa. Fomos todo o caminho em um silêncio quase sepulcral. e eu entramos no quarto dela e e entraram no quarto do mais velho. Tomei um banho e me deitei, pedindo às vozes na minha cabeça que me deixassem dormir.
Quando acordou, eu já estava acordada. Na verdade, eu estaria mentindo se dissesse que consegui dormir.
— Que bicho te mordeu? Você não dormiu? — perguntou assim que abriu os olhos e me viu encarando o teto.
— Não. Estava pensando no . — respondi sem lhe olhar.
— Own. Você está com saudades. Está apaixonada. Que lindo. — ela se deitou de lado e passou a me olhar.
— Não, . Você não entendeu. — deitei de lado também, lhe encarando. — Passei a noite pensando em como terminar seja lá isso que eu e ele estamos tendo.
— O quê? Ficou louca, ? — arregalou os olhos.
— Não. Só... sei lá. Eu sinto que nós não estamos na mesma vibe. Eu não quero ver ele sofrer. — eu nem sabia o que estava dizendo, exceto pela parte de não querer ver sofrendo.
— Foi o , não foi? — perguntou. Fechei os olhos e lembrei de tudo da noite anterior. De como dançamos juntos e de como parecíamos ter sido feitos um para o outro. De como o corpo dele se encaixava perfeitamente no meu e das reações que só ele provoca.
— Talvez o maldito do seu irmão tenha uma parcela de culpa nisso. — respondi.
— , eu já te falei sobre o . De como ele é. Mas se você quiser insistir nisso... — ela respirou fundo. — Eu não vou te impedir. É a sua vida. Eu vou estar aqui para te dar apoio depois, se você precisar. Tenta falar com o com calma, OK? Ele pode ser muito sensível às vezes. — ela sorriu. — Vem, vamos tomar café.
levantou e desceu. Eu fiquei no quarto, reunindo coragem para encarar . Malditas covinhas que me fizeram perder o caminho.
chegou de viagem na terça e avisou apenas a que, então, nos avisou. Combinamos de nos encontrarmos na hora do almoço, mas assim que saí do bloco onde estava tendo aula, dei de cara com parado como uma estátua, me encarando. Caminhei em sua direção, disposta a lhe dar um último selar e pôr um fim naquilo. Quando me estiquei para selar seus lábios, me segurou pela cintura e me impediu. Parecia triste.
— Eu vi o vídeo. — ele soltou de repente.
— Que vídeo? — lhe encarei sem entender. sacou o celular do bolso e virou a tela na minha direção. No tal vídeo, eu e dançávamos e a cena era de dar inveja. No final, o câmera conseguiu capturar nosso beijo. Fechei os olhos e respirei fundo.
— Não foi culpa minha. Você viu. — argumentei.
— Eu sei, mas você não o afastou, . — ele rebateu e respirou fundo. — Eu sabia que não tinha nenhuma chance. Sabia que já tinha perdido essa partida antes mesmo de ela começar. não desiste fácil. E ele não vai te deixar em paz agora. Então... vamos apenas continuar como amigos, OK? Eu... não quero me machucar mais no futuro. — ele concluiu. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu não evitei chorar. Lhe abracei apertado pela cintura.
— Desculpa, . — pedi baixinho. — Por favor, me desculpa.
— Tá tudo bem, . Eu estou acostumado. — ele riu sem vontade. — Eu vou estar aqui se você precisar de mim, OK? — ele beijou o topo da minha cabeça e passou as mãos nos meus cabelos. Eu chorava como uma criança que tinha perdido o brinquedo. Estava quase soluçando. — Só... não se machuca, tá? Você é importante para mim.
Lhe encarei e sorri. era um anjo na minha vida. Não controlei o impulso e lhe selei os lábios uma última vez. Ele sorriu para mim, aquele sorriso com todos os dentes, perfeito. Secou meu rosto com o dorso da mão e me soltou. Caminhamos até o refeitório conversando sobre como tinha sido a viagem.
— Ah, não. Lá vem o casal insuportável. — comentou quando nos aproximamos. parou de andar e olhou ao redor.
— Mas vocês já não estão aqui? — ele perguntou apontando para e . Ri baixinho de que estava vermelha como um tomate.
— Não somos mais um casal. — anunciei. Pude ver abrir um sorriso quase vitorioso.
— Como é? — perguntou exasperado. — Vocês começam do nada e terminam do nada. Nunca vou entender.
— Só saiba que voltamos a ser os cinco amigos do começo do semestre. A não ser que você e anunciem que estão namorando agora. — atiçou. e se encararam por uma fração de segundo.
— Não. — ela respondeu simples. Sem escândalos. Olhamos desconfiados para ela, inclusive , que franziu as sobrancelhas em sua direção. — O que foi? Não estamos namorando, OK?
— OK. — eu, e respondemos juntos.
— Vamos almoçar e ensaiar, . O festival é daqui duas semanas. — ela se pôs a comer em silêncio. Encarei e ele parecia esconder alguma coisa. OK, eu descobriria depois.
Capítulo 6
O fim do semestre chegou voando e com ele as provas finais. Nosso grupo estranho de amigos estava mais que desencontrado. Apenas eu e continuávamos nos encontrando para ensaiar. Às vezes, consequentemente me esbarrava em e em . Aliás, esbarrar em estava se tornando comum demais. Ele andava muito na casa dos . Mais do que era aceitável para duas pessoas que não namoravam, como ele e viviam dizendo por aí.
Sempre que encontrava nos corredores, ganhava um abraço tão apertado e acolhedor que me fazia praguejar e amaldiçoá-lo por me fazer mudar o caminho dos meus sentimentos e largar .
— As senhoritas não vão ensaiar hoje? — nos perguntou quando se jogou ao lado de na hora do almoço. umedeceu os lábios e mordeu o inferior, encarando com intensidade.
— Podem se beijar. — sussurrei para os dois. Eles me olharam assustados. — Não finjam que não namoram escondido. Eu posso perceber a tensão entre vocês. — completei. se adiantou na direção de , pronto para lhe beijar, mas foi empurrado por ela. Ele lhe encarou incrédulo e acho que aquela era a minha expressão no momento.
— Qual o problema, ? — ele perguntou. — A já sabe.
— Estamos no meio do refeitório. — ela rebateu.
— Achei que já tínhamos conversado sobre isso. — comentou irritado. — , por favor. — pediu. Eu estava calada, observando, tentando entender o que estava acontecendo.
— Eu disse para você assumir sua responsabilidade, . Quando vai fazer isso? — ele perguntou irritado e saiu sem esperar resposta. me olhou com uma cara que misturava cansaço e vontade de chorar.
— É culpa sua. — ela me acusou.
— Você não quer assumir e beijar seu namorado na frente das pessoas e a culpa é minha? — me defendi.
— Ele tinha dado um tempo nisso de assumir para todo mundo, . Então sim, é culpa sua. — ela me acusou novamente.
— Vocês estão enrolados desde antes das provas iniciais e você adiando isso. E a culpa é minha? Tem certeza? Assuma suas responsabilidades, . — ralhei. — é um cara legal e não merece isso. — apontei o dedo na cara da minha amiga, a acusando disfarçadamente. — Vamos ensaiar. Temos uma semana até o festival.
Levantei e saí, vendo quase correr para me seguir.
***
Estava na casa de , numa sexta à noite, jantando com ela e , que me lançava olhares furtivos e sorria discretamente.
— O festival é amanhã e espero que vocês estejam prontas. Se vocês falharem, eu finjo que não conheço você e nego para todos que perguntarem se somos irmãos. — ele apontou para mim e depois para .
— Você já faz isso, . — acusei.
— Ei, eu tenho melhorado quando o assunto é a , OK? — ele rebateu.
— Mas, às vezes, ainda faz de conta que não conhece a . Mesmo tendo praticamente acabado o lance dela com o e mesmo com todos nós sabendo que você é caidinho por ela. — provocou.
— Eu não acabei o lance de ninguém. — ele respondeu rápido.
— Você não negou que está caidinho por mim, . — observei rindo e coloquei minha mão sobre a dele que descansava sobre a mesa.
— Porque talvez eu esteja mesmo. — ele respondeu com aquele maldito sorriso de canto e tomou minha mão na sua. Levou minha mão para próximo de seu rosto e passou o nariz no dorso, em um carinho gostoso. Seus lábios bonitos beijaram os nós dos meus dedos e eu puxei a mão delicadamente. A corrente elétrica que passava da mão dele para a minha já estava ficando insuportável. Meu corpo inteiro estava em alerta, arrepiado.
— Será que vocês não preferem arrumar um quarto? — perguntou com sua expressão atônita. soltou uma risada fofa e me encarou com intensidade. Não desviei o olhar.
— Bom, o festival é amanhã. Vão ensaiar e boa sorte. — ele mudou de assunto. Bagunçou os cabelos de , levantou, deu a volta na mesa e selou meus lábios demoradamente. Me olhou nos olhos e sorriu, saindo em seguida.
— O que foi isso? — perguntou divertida.
— Se eu soubesse, te diria. — respondi atônita. nunca tinha feito aquilo. Exceto no dia que saímos para dançar. E naquele dia não tinha esse toque de carinho como hoje. Sacudi a cabeça, tentando afastar os pensamentos e me levantei de súbito. — Termina de comer. Temos o último ensaio hoje. — e subi para o quarto.
***
Sábado.
Dia do festival.
Eu estava nervosa, tanto que mal tinha dormido. estava pior que eu, andando de um lado para o outro no quarto, colocando tantas coisas na bolsa que eu duvido que ela fosse capaz de carregar.
— , você já pegou uma segunda pele. — alertei quando a vi colocar outro shortinho na bolsa. Ela tirou a peça, jogou na cama, depois tornou a colocá-la na bolsa. Comecei a rir. Talvez de nervoso.
— Eu não vou conseguir fazer isso brigada com o . — ela suspirou de repente.
— Ei... Fica calma, tá? Ele vai te perdoar e vocês vão se entender hoje. — lhe abracei. ainda insistia sobre assumirem o namoro e ainda tinha um pé atrás com essa história. O porquê eu não sei.
— Estão prontas? — gritou do lado de fora. Caminhei até a porta e abri, colocando apenas a cabeça do lado de fora.
— Te interessa? — perguntei rindo. selou meus lábios de novo, também sorrindo. — Você precisa parar com isso, . — entortei a boca para ele.
— Não faz isso. — ele sorriu, as covinhas à mostra.
— O quê? — perguntei confusa.
— Esse bico involuntário que me faz querer te beijar. — ele rebateu e se aproximou novamente.
— Já chega, . — interrompeu o próximo beijo que eu receberia. Puxou a porta e jogou minha mochila em mim. — Vamos, estou pronta. Leva para mim. — jogou sua bolsa em e saiu pisando forte, não nos deixando outra alternativa a não ser segui-la. Tomei meu lugar no banco de trás do carro de e sentou na frente junto dele.
— Eu vou deixar vocês lá e depois vou para a casa do esperar o horário em que vão liberar a entrada dos mortais. — anunciou e riu. — Aliás, obrigado pelos ótimos lugares, .
— Agradeça ao . — respondi. entortou a cara e eu não controlei o riso. — Você precisa parar de ter ciúmes de , . — alfinetei.
— Eu não tenho ciúme do . — ele rebateu.
— Jura? — perguntou. — Porque eu acho que tem sim.
— Não se mete, . — ele ordenou.
— , você está todo amável, não negou que tem uma queda pela , anda beijando ela como se tivesse o direito, como se ela fosse sua, e ainda entorta a cara sempre que falamos do oppa. — acusou e entortou a cara de novo. Devido aos ensaios e todo o lance do festival, passara a chamar de oppa, e ele parecia não se importar, então ela apenas continuou. — Se você não estiver apaixonado e isso não for ciúme, eu não sei o que é.
— Eu não estou apaixonado, OK? — ele perguntou irritado.
— OK. — eu e respondemos. Eu acreditava plenamente em . Bem sabia que ele só estava querendo me derrubar na conversa como fazia com todas as meninas com as quais tinha ficado até hoje.
— Só vamos logo. Temos uma maquiagem para fazer. — sentenciei e o silêncio reinou no carro até chegarmos na K-Arts.
***
As pessoas começavam a lotar o ginásio da K-Arts. , e haviam conseguido lugares privilegiados na primeira fila graças à que havia praticamente implorado para que fizesse isso. Os garotos tomaram seus lugares e os apresentadores subiram ao palco para que o festival tivesse início.
— Tem a ordem das apresentações? — perguntou nervoso para um que não tirava os olhos do celular.
— Elas são as sextas. — ele respondeu indiferente.
— Calem essas bocas. Vai começar. — ralhou.
— Boa noite, senhoras e senhores, estudantes e professores da K-Arts. Eu sou Kwan e esse cara aqui é o Junhee. — um apresentador começou.
— Fala, galera. — o tal Junhee cumprimentou. — Nós somos os anfitriões do Festival de calouros de hoje. E sem mais delongas, vamos começar. Nossa primeira apresentação de hoje: Zutter, com as lindíssimas Minhee e Choa.
Junhee saiu do palco seguido por Kwan e a plateia explodiu em aplausos. As apresentações se seguiram até que a hora de e chegou.
— Eu tô nervosa. — comentou com a amiga.
— Respira. Vai dar tudo certo. oppa está com a gente. — segurou a amiga pelos ombros e lhe abraçou.
— E agora, a apresentação surpresa da noite. As meninas decidiram não revelar a música para fazer suspense. — Kwan disse.
— Então vamos chamar nossa representante de curso, , e nossa novata, . Boa apresentação, meninas. — Junhee desejou.
havia montado a música com extrema calma e pedido a ajuda de para que corresse tudo na mais perfeita ordem.
subiu ao palco sozinha, usando uma blusa de botões branca por dentro de uma saia colegial preta, calçando sapatos brancos, parte do cabelo escuro presa por um laço preto atrás da cabeça. Segurava um som portátil, que colocou na linha de marcação do centro do palco. Abaixou-se e apertou um botão, simulando um play na música. , nos bastidores, soltou a música preparada por e uma melodia leve se fez ouvir enquanto se posicionava no centro do palco. As notas iniciais de Rough, do G-Friend, foram ouvidas e iniciou seu número sozinha.
— Aquilo é um short jeans preto por baixo da saia? — perguntou a , que lhe olhou com incredulidade.
— Estava olhando para a bunda da minha irmã, ? — ele perguntou sério.
— Não! — o de cabelos brancos assustou-se. — É que ela girou e a saia... Ela subiu e... — se enrolava nas palavras e fez um gesto para que ele parasse de tentar.
— . — chamou o loiro ao seu lado.
— Hm. — ele respondeu concentrado.
— Viu um short jeans na ? — perguntou.
— Eu vi que ela tá usando um short, mas as garotas sempre fazem isso quando estão de saia. Mas jeans? Não, não reparei. — respondeu sem tirar os olhos do palco. encarou com as sobrancelhas arqueadas, como quem exige uma confissão.
— Tá. Eu admito. Eu estava sim olhando para a bunda da . — confessou com os olhos baixos.
— Achei que se odiassem. — rebateu.
— Eu não teria tanta certeza sobre isso. — se intrometeu. — Agora calem a boca e prestem atenção. — o loiro exigiu.
No exato momento em que voltou os olhos ao palco, subia por uma coxia, usando um body preto colado ao corpo, um short hot pants, que deixava suas coxas muito à mostra, uma jaqueta jeans amarrada na cintura, uma choker e tênis brancos. Seus cabelos estavam presos em tranças boxeadoras e seus olhos marcados pelo delineador, assim como os de , agora reparava.
— Caralho... — ouviu alguém dizer. Provavelmente algum colega de turma. Não se deu ao trabalho de rebater porque, nessa hora, o primeiro refrão da música acabava e se aproximou do som portátil, apertando o mesmo botão de , parando a música.
olhou para a amiga, sorriu amarelo e deu um tchauzinho, encenando perfeitamente. abriu os braços para um abraço e se aproximou toda feliz. abraçou parcialmente a amiga e deslizou as mãos pela lateral do corpo de até parar em seus quadris. Segurou um lado da saia e usou o corpo para empurrar a amiga, usando os braços assim que foi possível.
girou pelo palco e sua saia se tornou apenas um pedaço de pano nas mãos de , que riu diante da reação da plateia. Revelou-se então o tal short jeans do qual falava. chamou com um dedo, mas a veterana se recusou a se aproximar. chamou uma segunda vez, agora com mais autoridade. Com uma falsa relutância, se aproximou da morena, que começou a puxar a blusa de para fora do short, revelando um grande blusão estilo baseball.
, sempre com um sorriso ladino, tirou o laço que usava no cabelo, o analisou com uma cara de desdém e o lançou na mesma direção da saia, bagunçando os cabelos da outra. Tomou a amiga pela gola da camisa e, com o olhar fixo nos olhos de , umedeceu o lábio inferior e o prendeu entre os dentes. Começou então a desabotoar a camisa de , botão a botão, com uma lentidão quase tortuosa, revelando uma cropped preta por baixo da camisa branca. Tomou certa distância e analisou , que estava corada de vergonha. Olhou novamente para a plateia, com atenção especial em e maneou a cabeça em direção a , como se a oferecesse.
trincou os dentes. O que estava pensando oferecendo daquele jeito? era sua. Sua garota. Sua... OK, não era sua namorada ainda, mas isso não passaria daquela noite, ele prometeu a si mesmo.
apontou para o centro do palco e caminhou timidamente até lá. Ergueu os braços como quem pergunta “e agora?” e então abaixou-se e apertou o botão do som, contando novamente com a ajuda de .
As notas de I’m not sorry, do Dean, se iniciaram e caminhou sensualmente até . As duas então iniciaram sua coreografia perfeitamente ensaiada. O rap ficou por conta de , que se posicionou próxima à borda do palco, fazendo com que quase levantasse da cadeira na intenção de chegar mais perto.
— Cara, tua namorada é muito gata. — alguém comentou para . quis perguntar que história era aquela, mas começou a lhe olhar diretamente nos olhos enquanto dançava, o fazendo perder o foco.
A apresentação acabou e imediatamente se levantou.
— Aonde ele vai? — perguntou a um atônito.
— Sei lá, mas acho melhor irmos atrás dele. — respondeu, levantando-se e sendo seguido por .
Ainda no palco, recebendo os elogios de Kwan e Junhee, e não reparam na saída repentina dos garotos. Agradeceram ao público e saíram, dando de cara com um que lhes aplaudia orgulhoso.
***
— Eu sempre achei que você fosse boa, mas hoje descobri que é excelente. — comentou enquanto me abraçava. — Parabéns, . Você foi ótima. — ele parabenizou minha amiga ainda me segurando contra seu peito.
— Obrigada, oppa. — agradeceu.
Ainda estava abraçada a quando senti um par de mãos me puxar pela cintura e meu corpo ser colado a um peito firme.
— Vamos para casa. — sussurrou em meu ouvido. Eu podia sentir toda a tensão que emanava de seu corpo.
— Ficou louco, ? — perguntei me soltando daquele abraço inesperado. Vi e se aproximando, os olhos de fixos nas coxas de expostas pelo short.
— Vamos para casa, . — ele me tomou pela mão e me puxou em sua direção. — Esse short mal cobre sua bunda. — ele sussurrou. Olhei para na esperança de que ele me ajudasse, mas ele apenas deu de ombros, tentando conter o riso.
— , me ajuda. — pedi quase desesperada. Ele novamente deu de ombros, mostrando que não ia mover um músculo para me ajudar.
— Vem. Preciso tirar você daqui. — me puxou, me arrastando para fora do ginásio e deixando os demais com expressões de incompreensão. Ia ser uma longa viagem até em casa.
— Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui? — pediu e eu lhe olhei, tão incrédula quanto ele.
— Será que o finalmente percebeu que vale a pena lutar pela ? — perguntou.
— Eu não estou entendendo mais nada. — me pronunciei.
— . — se virou na minha direção. — Eu adoro você, mas se o partir o coração da minha princesinha, eu vou ser obrigado a partir a cara dele. — ele disse sério enquanto me olhava nos olhos.
— Oh, meu Deus, oppa. Pare de ser tão fofo ou eu vou me apaixonar. — sorri para o moreno.
— Seria uma honra me apaixonar por você. — colocou a mão em meu rosto e acariciou minha bochecha com o polegar.
— Vamos para casa, . — , que ainda não tinha se pronunciado, me puxou para longe de .
— Outro. — suspirei cansada. Os ataques de ciúmes desses meninos estavam passando dos limites hoje. — Eu vou de táxi. — soltei meu braço de seu aperto. Com me abandonando como se eu não existisse, era minha única opção.
— Você vai comigo. Nem sob jura de morte eu vou deixar você sair sozinha com esse short. Vamos, . — ele me puxou pela mão e bateu no ombro do amigo.
— Eu não ia embora agora. — pareceu emburrado.
— Nós viemos no seu carro e eu vou dormir na sua casa, lembra? E temos que tirar a daqui antes que eu seja obrigado a quebrar alguém. — ele parecia furioso. Olhou diretamente nos olhos de ao fim da frase.
— Eu não posso acreditar que os ataques de ciúmes de vocês vão prejudicar a minha noite. — comentou.
— Vamos, ! — apressou o loiro emburrado que nos seguia.
— Que Deus me ajude. — suspirei enquanto era arrastada dali por com em meu encalço.
praticamente me jogou sentada no banco do carona. Tirou o casaco que vestia, jogou no banco de trás e assumiu seu lugar atrás do volante. Respirou fundo antes de segurar o volante e deu partida no carro. Tomou as ruas como um louco, me assustando completamente.
— , será que você pode ir devagar? Eu não tenho família aqui e não queria enviar pedaços meus para serem enterrados. — pedi. fingiu não me ouvir e continuou acelerando. — , por favor. — pedi, colocando a mão em sua coxa. Senti ele tensionar o músculo e relaxar o pé do acelerador. — Ótimo. Melhor assim. Tá tudo bem, ? — perguntei acariciando sua perna.
— Não. — ele respondeu seco, a mandíbula travada.
— O que tá errado? — perguntei com calma. riu daquele jeito sarcástico que, confesso, eu achava extremamente fofo.
— Olha bem para você e me diz o que está errado. — ele desviou os olhos da estrada por uma fração de segundos para me analisar, se demorando em minhas pernas descobertas.
— A minha roupa? Tudo isso por causa de uma roupa, ? — perguntei incrédula.
— Isso e o fato de você estar pendurada no sempre que possível. — ele completou.
— Mas vem cá, quem você acha que é para agir assim? Não foi você mesmo que disse hoje de manhã que não estava apaixonado por mim? Você não tem nenhum direito sobre mim, . — cruzei os braços sobre o peito. Agora eu estava irritada.
— Eu sou a droga do cara que tá disposto a desistir de tudo para ficar contigo, OK? — ele parou o carro em frente à minha casa e me olhou sério. — Chegamos. Pode descer. Até amanhã.
Como assim “pode descer”? Ele joga uma coisa dessas na minha cara e quer que eu simplesmente vá embora?
Fiquei parada no lugar, olhando para com uma expressão de choque.
— Então é assim? Você tem um surto de ciúme, joga as coisas na minha cara e quer que eu saia? Não acha que precisamos conversar? — perguntei com um tom de irritação.
— Não, . Você já pode descer. — ele respondeu sem me olhar.
— Pare de me chamar de , . Essa pose indiferente não combina com você. — rebati.
— Como eu disse, não temos nada para conversar, . Pode descer. Até amanhã. — ele respondeu sarcástico com aquele riso fofo.
Irritada demais com tudo aquilo, soltei o cinto de segurança e fui em direção a . Joguei uma perna de cada lado de seu corpo e sentei sobre suas coxas. Segurei seu rosto com as mãos e lhe obriguei a me olhar.
— Você vai falar direito comigo e explicar tudo isso ou nós vamos ficar nesse joguinho para sempre? — perguntei olhando em seus olhos iluminados apenas pela luz que vinha da rua.
— Já disse que não temos nada para falar. — ele insistiu. Foi a minha vez de sorrir sarcástica. A quem ele estava querendo enganar? Eu podia sentir toda a tensão dele sobre meu corpo.
— , por favor. Não tente me enganar. — disse sarcástica.
— O que você quer que eu diga, ? — ele perguntou baixinho, olhando em meus olhos. Existia um brilho ali que eu não tinha visto antes.
— Desistir de tudo, ? Desistir do quê? — perguntei igualmente baixo.
— Das farras, das festas e das garotas. Por você, . Porque você vale a pena. Porque você é incrível. — ele passou o polegar na minha bochecha e sorriu.
— E o que aconteceu para você mudar de ideia assim? — perguntei curiosa.
— Ninguém tinha feito meu coração acelerar desse jeito. — ele levou minha mão que repousava em seu pescoço para seu peito, que tinha um ritmo descompassado. — Céus, eu quase enlouqueci quando você subiu naquele palco hoje. Eles não tinham o direito de ver tudo isso. — senti as mãos de nas minhas coxas expostas. Mordi o lábio inferior e lhe encarei. tomou meus lábios de forma voraz, os dedos apertando minhas coxas. Colei mais ainda meu corpo ao seu e levei minhas mãos à sua nuca, puxando os fios com força, tentando descontar todo o desejo que estava passando da pele dele para a minha.
Porém, uma buzina e uma luz alta me fizeram saltar do colo de para meu lugar de novo. Nós estávamos no meio da rua. Já podia ouvir todos os vizinhos falando de mim no dia seguinte.
Encarei assustada e ele... Riu. Uma risada gostosa e contagiante. Comecei a rir junto enquanto procurava a fonte do meu susto. Vi o carro de parado em frente à sua casa e parei de rir na hora. notou minha mudança e parou de rir também.
— chegou. Preciso entrar. — avisei e bufou. — , por favor. Sabe que eu não tenho nada com o . — Sei, mas não gosto dessa aproximação de vocês. — ele respondeu e cruzou os braços sobre o peito, com um bico fofo nos lábios.
— Você fica lindo com ciúmes, mas eu preciso ir. — segurei seu queixo e beijei seus lábios rapidamente. Estava me preparando para sair do carro quando me segurou pelo pulso.
— Dorme lá em casa hoje. Queria ficar mais tempo com você. — ele pediu baixinho. Um sorriso cresceu no meu rosto.
— Nem pensar, mocinho. — respondi e lhe ouvi bufar outra vez. — E, se quer saber minha opinião, eu não dormiria lá se fosse você. — lhe encarei com um sorriso de canto.
— Por que não? — ele perguntou com as sobrancelhas franzidas.
— Caramba, ! não parecia muito feliz e rebate tudo o que ele diz. Conhecendo a como eu conheço, ela vai querer ir para casa e vai com ela, com certeza. Coisas podem acontecer hoje e eu não ia querer ouvir se fosse você. — esclareci. Quando a compreensão lhe atingiu, ele me olhou incrédulo.
— , você está dizendo que a e o , eles... — ele não concluiu a frase.
— Eles namoram escondido. Ainda não tinha percebido? — lhe olhei chocada. é lento às vezes.
— Não, sobre isso eu já suspeitava. Mas você está dizendo que eles fazem... Coisas debaixo do meu teto? — ele perguntou, a voz abandonando a incredulidade e adotando um tom de raiva.
— O teto também é da , meu anjo. — sorri.
— , me deixa ficar aqui? Não vou conseguir ficar em casa pensando nisso. Ainda mais se estiver por lá. — ele estremeceu o corpo.
— não vai te deixar dormir aqui. — respondi rindo.
— A casa é sua. — ele respondeu rápido. Fechei os olhos e suspirei.
Eu estava muito ferrada.
— Para o carro direito que eu vou pedir uma roupa do para você dormir. — me dei por vencida. Ia ser uma longa noite tentando resistir a e implorando a todos os heróis para não surtar.
Sempre que encontrava nos corredores, ganhava um abraço tão apertado e acolhedor que me fazia praguejar e amaldiçoá-lo por me fazer mudar o caminho dos meus sentimentos e largar .
— As senhoritas não vão ensaiar hoje? — nos perguntou quando se jogou ao lado de na hora do almoço. umedeceu os lábios e mordeu o inferior, encarando com intensidade.
— Podem se beijar. — sussurrei para os dois. Eles me olharam assustados. — Não finjam que não namoram escondido. Eu posso perceber a tensão entre vocês. — completei. se adiantou na direção de , pronto para lhe beijar, mas foi empurrado por ela. Ele lhe encarou incrédulo e acho que aquela era a minha expressão no momento.
— Qual o problema, ? — ele perguntou. — A já sabe.
— Estamos no meio do refeitório. — ela rebateu.
— Achei que já tínhamos conversado sobre isso. — comentou irritado. — , por favor. — pediu. Eu estava calada, observando, tentando entender o que estava acontecendo.
— Eu disse para você assumir sua responsabilidade, . Quando vai fazer isso? — ele perguntou irritado e saiu sem esperar resposta. me olhou com uma cara que misturava cansaço e vontade de chorar.
— É culpa sua. — ela me acusou.
— Você não quer assumir e beijar seu namorado na frente das pessoas e a culpa é minha? — me defendi.
— Ele tinha dado um tempo nisso de assumir para todo mundo, . Então sim, é culpa sua. — ela me acusou novamente.
— Vocês estão enrolados desde antes das provas iniciais e você adiando isso. E a culpa é minha? Tem certeza? Assuma suas responsabilidades, . — ralhei. — é um cara legal e não merece isso. — apontei o dedo na cara da minha amiga, a acusando disfarçadamente. — Vamos ensaiar. Temos uma semana até o festival.
Levantei e saí, vendo quase correr para me seguir.
Estava na casa de , numa sexta à noite, jantando com ela e , que me lançava olhares furtivos e sorria discretamente.
— O festival é amanhã e espero que vocês estejam prontas. Se vocês falharem, eu finjo que não conheço você e nego para todos que perguntarem se somos irmãos. — ele apontou para mim e depois para .
— Você já faz isso, . — acusei.
— Ei, eu tenho melhorado quando o assunto é a , OK? — ele rebateu.
— Mas, às vezes, ainda faz de conta que não conhece a . Mesmo tendo praticamente acabado o lance dela com o e mesmo com todos nós sabendo que você é caidinho por ela. — provocou.
— Eu não acabei o lance de ninguém. — ele respondeu rápido.
— Você não negou que está caidinho por mim, . — observei rindo e coloquei minha mão sobre a dele que descansava sobre a mesa.
— Porque talvez eu esteja mesmo. — ele respondeu com aquele maldito sorriso de canto e tomou minha mão na sua. Levou minha mão para próximo de seu rosto e passou o nariz no dorso, em um carinho gostoso. Seus lábios bonitos beijaram os nós dos meus dedos e eu puxei a mão delicadamente. A corrente elétrica que passava da mão dele para a minha já estava ficando insuportável. Meu corpo inteiro estava em alerta, arrepiado.
— Será que vocês não preferem arrumar um quarto? — perguntou com sua expressão atônita. soltou uma risada fofa e me encarou com intensidade. Não desviei o olhar.
— Bom, o festival é amanhã. Vão ensaiar e boa sorte. — ele mudou de assunto. Bagunçou os cabelos de , levantou, deu a volta na mesa e selou meus lábios demoradamente. Me olhou nos olhos e sorriu, saindo em seguida.
— O que foi isso? — perguntou divertida.
— Se eu soubesse, te diria. — respondi atônita. nunca tinha feito aquilo. Exceto no dia que saímos para dançar. E naquele dia não tinha esse toque de carinho como hoje. Sacudi a cabeça, tentando afastar os pensamentos e me levantei de súbito. — Termina de comer. Temos o último ensaio hoje. — e subi para o quarto.
Sábado.
Dia do festival.
Eu estava nervosa, tanto que mal tinha dormido. estava pior que eu, andando de um lado para o outro no quarto, colocando tantas coisas na bolsa que eu duvido que ela fosse capaz de carregar.
— , você já pegou uma segunda pele. — alertei quando a vi colocar outro shortinho na bolsa. Ela tirou a peça, jogou na cama, depois tornou a colocá-la na bolsa. Comecei a rir. Talvez de nervoso.
— Eu não vou conseguir fazer isso brigada com o . — ela suspirou de repente.
— Ei... Fica calma, tá? Ele vai te perdoar e vocês vão se entender hoje. — lhe abracei. ainda insistia sobre assumirem o namoro e ainda tinha um pé atrás com essa história. O porquê eu não sei.
— Estão prontas? — gritou do lado de fora. Caminhei até a porta e abri, colocando apenas a cabeça do lado de fora.
— Te interessa? — perguntei rindo. selou meus lábios de novo, também sorrindo. — Você precisa parar com isso, . — entortei a boca para ele.
— Não faz isso. — ele sorriu, as covinhas à mostra.
— O quê? — perguntei confusa.
— Esse bico involuntário que me faz querer te beijar. — ele rebateu e se aproximou novamente.
— Já chega, . — interrompeu o próximo beijo que eu receberia. Puxou a porta e jogou minha mochila em mim. — Vamos, estou pronta. Leva para mim. — jogou sua bolsa em e saiu pisando forte, não nos deixando outra alternativa a não ser segui-la. Tomei meu lugar no banco de trás do carro de e sentou na frente junto dele.
— Eu vou deixar vocês lá e depois vou para a casa do esperar o horário em que vão liberar a entrada dos mortais. — anunciou e riu. — Aliás, obrigado pelos ótimos lugares, .
— Agradeça ao . — respondi. entortou a cara e eu não controlei o riso. — Você precisa parar de ter ciúmes de , . — alfinetei.
— Eu não tenho ciúme do . — ele rebateu.
— Jura? — perguntou. — Porque eu acho que tem sim.
— Não se mete, . — ele ordenou.
— , você está todo amável, não negou que tem uma queda pela , anda beijando ela como se tivesse o direito, como se ela fosse sua, e ainda entorta a cara sempre que falamos do oppa. — acusou e entortou a cara de novo. Devido aos ensaios e todo o lance do festival, passara a chamar de oppa, e ele parecia não se importar, então ela apenas continuou. — Se você não estiver apaixonado e isso não for ciúme, eu não sei o que é.
— Eu não estou apaixonado, OK? — ele perguntou irritado.
— OK. — eu e respondemos. Eu acreditava plenamente em . Bem sabia que ele só estava querendo me derrubar na conversa como fazia com todas as meninas com as quais tinha ficado até hoje.
— Só vamos logo. Temos uma maquiagem para fazer. — sentenciei e o silêncio reinou no carro até chegarmos na K-Arts.
As pessoas começavam a lotar o ginásio da K-Arts. , e haviam conseguido lugares privilegiados na primeira fila graças à que havia praticamente implorado para que fizesse isso. Os garotos tomaram seus lugares e os apresentadores subiram ao palco para que o festival tivesse início.
— Tem a ordem das apresentações? — perguntou nervoso para um que não tirava os olhos do celular.
— Elas são as sextas. — ele respondeu indiferente.
— Calem essas bocas. Vai começar. — ralhou.
— Boa noite, senhoras e senhores, estudantes e professores da K-Arts. Eu sou Kwan e esse cara aqui é o Junhee. — um apresentador começou.
— Fala, galera. — o tal Junhee cumprimentou. — Nós somos os anfitriões do Festival de calouros de hoje. E sem mais delongas, vamos começar. Nossa primeira apresentação de hoje: Zutter, com as lindíssimas Minhee e Choa.
Junhee saiu do palco seguido por Kwan e a plateia explodiu em aplausos. As apresentações se seguiram até que a hora de e chegou.
— Eu tô nervosa. — comentou com a amiga.
— Respira. Vai dar tudo certo. oppa está com a gente. — segurou a amiga pelos ombros e lhe abraçou.
— E agora, a apresentação surpresa da noite. As meninas decidiram não revelar a música para fazer suspense. — Kwan disse.
— Então vamos chamar nossa representante de curso, , e nossa novata, . Boa apresentação, meninas. — Junhee desejou.
havia montado a música com extrema calma e pedido a ajuda de para que corresse tudo na mais perfeita ordem.
subiu ao palco sozinha, usando uma blusa de botões branca por dentro de uma saia colegial preta, calçando sapatos brancos, parte do cabelo escuro presa por um laço preto atrás da cabeça. Segurava um som portátil, que colocou na linha de marcação do centro do palco. Abaixou-se e apertou um botão, simulando um play na música. , nos bastidores, soltou a música preparada por e uma melodia leve se fez ouvir enquanto se posicionava no centro do palco. As notas iniciais de Rough, do G-Friend, foram ouvidas e iniciou seu número sozinha.
— Aquilo é um short jeans preto por baixo da saia? — perguntou a , que lhe olhou com incredulidade.
— Estava olhando para a bunda da minha irmã, ? — ele perguntou sério.
— Não! — o de cabelos brancos assustou-se. — É que ela girou e a saia... Ela subiu e... — se enrolava nas palavras e fez um gesto para que ele parasse de tentar.
— . — chamou o loiro ao seu lado.
— Hm. — ele respondeu concentrado.
— Viu um short jeans na ? — perguntou.
— Eu vi que ela tá usando um short, mas as garotas sempre fazem isso quando estão de saia. Mas jeans? Não, não reparei. — respondeu sem tirar os olhos do palco. encarou com as sobrancelhas arqueadas, como quem exige uma confissão.
— Tá. Eu admito. Eu estava sim olhando para a bunda da . — confessou com os olhos baixos.
— Achei que se odiassem. — rebateu.
— Eu não teria tanta certeza sobre isso. — se intrometeu. — Agora calem a boca e prestem atenção. — o loiro exigiu.
No exato momento em que voltou os olhos ao palco, subia por uma coxia, usando um body preto colado ao corpo, um short hot pants, que deixava suas coxas muito à mostra, uma jaqueta jeans amarrada na cintura, uma choker e tênis brancos. Seus cabelos estavam presos em tranças boxeadoras e seus olhos marcados pelo delineador, assim como os de , agora reparava.
— Caralho... — ouviu alguém dizer. Provavelmente algum colega de turma. Não se deu ao trabalho de rebater porque, nessa hora, o primeiro refrão da música acabava e se aproximou do som portátil, apertando o mesmo botão de , parando a música.
olhou para a amiga, sorriu amarelo e deu um tchauzinho, encenando perfeitamente. abriu os braços para um abraço e se aproximou toda feliz. abraçou parcialmente a amiga e deslizou as mãos pela lateral do corpo de até parar em seus quadris. Segurou um lado da saia e usou o corpo para empurrar a amiga, usando os braços assim que foi possível.
girou pelo palco e sua saia se tornou apenas um pedaço de pano nas mãos de , que riu diante da reação da plateia. Revelou-se então o tal short jeans do qual falava. chamou com um dedo, mas a veterana se recusou a se aproximar. chamou uma segunda vez, agora com mais autoridade. Com uma falsa relutância, se aproximou da morena, que começou a puxar a blusa de para fora do short, revelando um grande blusão estilo baseball.
, sempre com um sorriso ladino, tirou o laço que usava no cabelo, o analisou com uma cara de desdém e o lançou na mesma direção da saia, bagunçando os cabelos da outra. Tomou a amiga pela gola da camisa e, com o olhar fixo nos olhos de , umedeceu o lábio inferior e o prendeu entre os dentes. Começou então a desabotoar a camisa de , botão a botão, com uma lentidão quase tortuosa, revelando uma cropped preta por baixo da camisa branca. Tomou certa distância e analisou , que estava corada de vergonha. Olhou novamente para a plateia, com atenção especial em e maneou a cabeça em direção a , como se a oferecesse.
trincou os dentes. O que estava pensando oferecendo daquele jeito? era sua. Sua garota. Sua... OK, não era sua namorada ainda, mas isso não passaria daquela noite, ele prometeu a si mesmo.
apontou para o centro do palco e caminhou timidamente até lá. Ergueu os braços como quem pergunta “e agora?” e então abaixou-se e apertou o botão do som, contando novamente com a ajuda de .
As notas de I’m not sorry, do Dean, se iniciaram e caminhou sensualmente até . As duas então iniciaram sua coreografia perfeitamente ensaiada. O rap ficou por conta de , que se posicionou próxima à borda do palco, fazendo com que quase levantasse da cadeira na intenção de chegar mais perto.
— Cara, tua namorada é muito gata. — alguém comentou para . quis perguntar que história era aquela, mas começou a lhe olhar diretamente nos olhos enquanto dançava, o fazendo perder o foco.
A apresentação acabou e imediatamente se levantou.
— Aonde ele vai? — perguntou a um atônito.
— Sei lá, mas acho melhor irmos atrás dele. — respondeu, levantando-se e sendo seguido por .
Ainda no palco, recebendo os elogios de Kwan e Junhee, e não reparam na saída repentina dos garotos. Agradeceram ao público e saíram, dando de cara com um que lhes aplaudia orgulhoso.
— Eu sempre achei que você fosse boa, mas hoje descobri que é excelente. — comentou enquanto me abraçava. — Parabéns, . Você foi ótima. — ele parabenizou minha amiga ainda me segurando contra seu peito.
— Obrigada, oppa. — agradeceu.
Ainda estava abraçada a quando senti um par de mãos me puxar pela cintura e meu corpo ser colado a um peito firme.
— Vamos para casa. — sussurrou em meu ouvido. Eu podia sentir toda a tensão que emanava de seu corpo.
— Ficou louco, ? — perguntei me soltando daquele abraço inesperado. Vi e se aproximando, os olhos de fixos nas coxas de expostas pelo short.
— Vamos para casa, . — ele me tomou pela mão e me puxou em sua direção. — Esse short mal cobre sua bunda. — ele sussurrou. Olhei para na esperança de que ele me ajudasse, mas ele apenas deu de ombros, tentando conter o riso.
— , me ajuda. — pedi quase desesperada. Ele novamente deu de ombros, mostrando que não ia mover um músculo para me ajudar.
— Vem. Preciso tirar você daqui. — me puxou, me arrastando para fora do ginásio e deixando os demais com expressões de incompreensão. Ia ser uma longa viagem até em casa.
— Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui? — pediu e eu lhe olhei, tão incrédula quanto ele.
— Será que o finalmente percebeu que vale a pena lutar pela ? — perguntou.
— Eu não estou entendendo mais nada. — me pronunciei.
— . — se virou na minha direção. — Eu adoro você, mas se o partir o coração da minha princesinha, eu vou ser obrigado a partir a cara dele. — ele disse sério enquanto me olhava nos olhos.
— Oh, meu Deus, oppa. Pare de ser tão fofo ou eu vou me apaixonar. — sorri para o moreno.
— Seria uma honra me apaixonar por você. — colocou a mão em meu rosto e acariciou minha bochecha com o polegar.
— Vamos para casa, . — , que ainda não tinha se pronunciado, me puxou para longe de .
— Outro. — suspirei cansada. Os ataques de ciúmes desses meninos estavam passando dos limites hoje. — Eu vou de táxi. — soltei meu braço de seu aperto. Com me abandonando como se eu não existisse, era minha única opção.
— Você vai comigo. Nem sob jura de morte eu vou deixar você sair sozinha com esse short. Vamos, . — ele me puxou pela mão e bateu no ombro do amigo.
— Eu não ia embora agora. — pareceu emburrado.
— Nós viemos no seu carro e eu vou dormir na sua casa, lembra? E temos que tirar a daqui antes que eu seja obrigado a quebrar alguém. — ele parecia furioso. Olhou diretamente nos olhos de ao fim da frase.
— Eu não posso acreditar que os ataques de ciúmes de vocês vão prejudicar a minha noite. — comentou.
— Vamos, ! — apressou o loiro emburrado que nos seguia.
— Que Deus me ajude. — suspirei enquanto era arrastada dali por com em meu encalço.
praticamente me jogou sentada no banco do carona. Tirou o casaco que vestia, jogou no banco de trás e assumiu seu lugar atrás do volante. Respirou fundo antes de segurar o volante e deu partida no carro. Tomou as ruas como um louco, me assustando completamente.
— , será que você pode ir devagar? Eu não tenho família aqui e não queria enviar pedaços meus para serem enterrados. — pedi. fingiu não me ouvir e continuou acelerando. — , por favor. — pedi, colocando a mão em sua coxa. Senti ele tensionar o músculo e relaxar o pé do acelerador. — Ótimo. Melhor assim. Tá tudo bem, ? — perguntei acariciando sua perna.
— Não. — ele respondeu seco, a mandíbula travada.
— O que tá errado? — perguntei com calma. riu daquele jeito sarcástico que, confesso, eu achava extremamente fofo.
— Olha bem para você e me diz o que está errado. — ele desviou os olhos da estrada por uma fração de segundos para me analisar, se demorando em minhas pernas descobertas.
— A minha roupa? Tudo isso por causa de uma roupa, ? — perguntei incrédula.
— Isso e o fato de você estar pendurada no sempre que possível. — ele completou.
— Mas vem cá, quem você acha que é para agir assim? Não foi você mesmo que disse hoje de manhã que não estava apaixonado por mim? Você não tem nenhum direito sobre mim, . — cruzei os braços sobre o peito. Agora eu estava irritada.
— Eu sou a droga do cara que tá disposto a desistir de tudo para ficar contigo, OK? — ele parou o carro em frente à minha casa e me olhou sério. — Chegamos. Pode descer. Até amanhã.
Como assim “pode descer”? Ele joga uma coisa dessas na minha cara e quer que eu simplesmente vá embora?
Fiquei parada no lugar, olhando para com uma expressão de choque.
— Então é assim? Você tem um surto de ciúme, joga as coisas na minha cara e quer que eu saia? Não acha que precisamos conversar? — perguntei com um tom de irritação.
— Não, . Você já pode descer. — ele respondeu sem me olhar.
— Pare de me chamar de , . Essa pose indiferente não combina com você. — rebati.
— Como eu disse, não temos nada para conversar, . Pode descer. Até amanhã. — ele respondeu sarcástico com aquele riso fofo.
Irritada demais com tudo aquilo, soltei o cinto de segurança e fui em direção a . Joguei uma perna de cada lado de seu corpo e sentei sobre suas coxas. Segurei seu rosto com as mãos e lhe obriguei a me olhar.
— Você vai falar direito comigo e explicar tudo isso ou nós vamos ficar nesse joguinho para sempre? — perguntei olhando em seus olhos iluminados apenas pela luz que vinha da rua.
— Já disse que não temos nada para falar. — ele insistiu. Foi a minha vez de sorrir sarcástica. A quem ele estava querendo enganar? Eu podia sentir toda a tensão dele sobre meu corpo.
— , por favor. Não tente me enganar. — disse sarcástica.
— O que você quer que eu diga, ? — ele perguntou baixinho, olhando em meus olhos. Existia um brilho ali que eu não tinha visto antes.
— Desistir de tudo, ? Desistir do quê? — perguntei igualmente baixo.
— Das farras, das festas e das garotas. Por você, . Porque você vale a pena. Porque você é incrível. — ele passou o polegar na minha bochecha e sorriu.
— E o que aconteceu para você mudar de ideia assim? — perguntei curiosa.
— Ninguém tinha feito meu coração acelerar desse jeito. — ele levou minha mão que repousava em seu pescoço para seu peito, que tinha um ritmo descompassado. — Céus, eu quase enlouqueci quando você subiu naquele palco hoje. Eles não tinham o direito de ver tudo isso. — senti as mãos de nas minhas coxas expostas. Mordi o lábio inferior e lhe encarei. tomou meus lábios de forma voraz, os dedos apertando minhas coxas. Colei mais ainda meu corpo ao seu e levei minhas mãos à sua nuca, puxando os fios com força, tentando descontar todo o desejo que estava passando da pele dele para a minha.
Porém, uma buzina e uma luz alta me fizeram saltar do colo de para meu lugar de novo. Nós estávamos no meio da rua. Já podia ouvir todos os vizinhos falando de mim no dia seguinte.
Encarei assustada e ele... Riu. Uma risada gostosa e contagiante. Comecei a rir junto enquanto procurava a fonte do meu susto. Vi o carro de parado em frente à sua casa e parei de rir na hora. notou minha mudança e parou de rir também.
— chegou. Preciso entrar. — avisei e bufou. — , por favor. Sabe que eu não tenho nada com o . — Sei, mas não gosto dessa aproximação de vocês. — ele respondeu e cruzou os braços sobre o peito, com um bico fofo nos lábios.
— Você fica lindo com ciúmes, mas eu preciso ir. — segurei seu queixo e beijei seus lábios rapidamente. Estava me preparando para sair do carro quando me segurou pelo pulso.
— Dorme lá em casa hoje. Queria ficar mais tempo com você. — ele pediu baixinho. Um sorriso cresceu no meu rosto.
— Nem pensar, mocinho. — respondi e lhe ouvi bufar outra vez. — E, se quer saber minha opinião, eu não dormiria lá se fosse você. — lhe encarei com um sorriso de canto.
— Por que não? — ele perguntou com as sobrancelhas franzidas.
— Caramba, ! não parecia muito feliz e rebate tudo o que ele diz. Conhecendo a como eu conheço, ela vai querer ir para casa e vai com ela, com certeza. Coisas podem acontecer hoje e eu não ia querer ouvir se fosse você. — esclareci. Quando a compreensão lhe atingiu, ele me olhou incrédulo.
— , você está dizendo que a e o , eles... — ele não concluiu a frase.
— Eles namoram escondido. Ainda não tinha percebido? — lhe olhei chocada. é lento às vezes.
— Não, sobre isso eu já suspeitava. Mas você está dizendo que eles fazem... Coisas debaixo do meu teto? — ele perguntou, a voz abandonando a incredulidade e adotando um tom de raiva.
— O teto também é da , meu anjo. — sorri.
— , me deixa ficar aqui? Não vou conseguir ficar em casa pensando nisso. Ainda mais se estiver por lá. — ele estremeceu o corpo.
— não vai te deixar dormir aqui. — respondi rindo.
— A casa é sua. — ele respondeu rápido. Fechei os olhos e suspirei.
Eu estava muito ferrada.
— Para o carro direito que eu vou pedir uma roupa do para você dormir. — me dei por vencida. Ia ser uma longa noite tentando resistir a e implorando a todos os heróis para não surtar.
Capítulo 7
Encarei , em um pedido mudo para que ele me ajudasse ou para que pelo menos acalmasse a fera que atendia pelo nome de . Mas tudo o que recebi foi um maldito sorrisinho de canto e dois braços enormes erguidos em sinal de rendição. Sério, eu tinha minhas dúvidas de que realmente poderia ser chamado de amigo.
Pelo menos em momentos como aquele.
OK, era totalmente compreensível que ele não fosse se meter em nossas briguinhas infantis e ciumentas, mas, poxa, uma ajudinha não ia pegar mal.
— Eu tô vendo. — resmungou e eu revirei os olhos.
— Não tem nada aqui para você ver. — respondi e foi a vez de ele revirar os olhos.
— Eu posso, por favor, pular do carro e deixar vocês dois sozinhos brigando até a morte? — disse e eu segurei um risinho. — Não esperei nove meses para nascer e ter dois idiotas ciumentos e inseguros como amigos.
— Eu não sou ciumento. — torceu a cara. — Então admite que é inseguro? — cutucou e eu observei atentamente enquanto se calava e focava o olhar na estrada.
E pelo curto período de tempo que levava do local do festival até a casa de , eu me permiti pensar em algumas das minhas prioridades. Eu realmente estava empurrando meu suposto relacionamento com para debaixo do tapete por birra (coisa afirmada, decretada e registrada em cartório por e – talvez – ) ou tinha realmente algum motivo justo além da minha (gigantesca) insegurança?
Porque, convenhamos, a desculpinha de que “não quero relacionamentos fixos agora” não era inteiramente o que eu queria que fosse. Claro, eu não estava 100% mentindo. Mas também não estava dizendo 100% a verdade, eu não queria um relacionamento fixo antes de começar a me envolver com . E agora estava usando essa desculpinha para omitir o fato de que sim, eu queria, mas não, não iria jogar ele contra a parede e gritar na cara dele: namora comigo!
Com o canto dos olhos, eu observei os movimentos do . Ele não era o tipo que conseguia esconder muito bem as coisas e a forma rígida como ele estava agindo me dizia que as palavras de não tinham sido apenas uma provocação inocente. Elas tinham um fundo de verdade e, por mais que o tom fosse brincalhão, toda verdade doía ou fazia refletir em algum ponto ou ação. Só que… não atingiu somente , ele me atingiu também. Por longos – e tortuosos – minutos eu apenas observei a rua, e , que fazia gestos no banco de trás.
Não vou nem comentar o tanto de vezes que ele usou as pernas longas para bater no meu banco, como se me ordenasse a falar algo, qualquer coisa.
Suspirei derrotada assim que o carro parou. e começaram a conversar enquanto eu saía do automóvel. Amarrei na minha cintura a blusa que o praticamente jogara na minha cara quando entramos no carro e caminhei até a entrada da casa. Liberdade é algo que esse grupo precisa seriamente discutir. Abri a porta da frente sem cerimônias e entrei, fazendo da casa do mais alto a minha própria residência. Sentei em um dos sofás e esperei, esperei enquanto se aproximava, reclamando sobre ser o único solteiro e agradecendo por ser o único solteiro. Ele me encarou e informou que estava de saída, daria uma volta, comeria algo e depois voltaria para ver como as coisas estavam, além de, claro, praticamente implorar para que a gente não destruísse nada.
Nem que fizéssemos coisas indecentes na sala, no seu quarto, ou em qualquer lugar que não fosse o quarto de hóspedes onde dormiria.
E então eu esperei que se aproximasse.
Não sei se era azar ou sorte, mas o fato de a casa de ser relativamente cercada por muros altos e ser em um bairro tranquilo poderiam ajudar na nossa conversa caso ela chegasse a tons elevados de timbres vocais. E ela certamente chegaria.
Na mesma proporção que não poderia, já que se eu decidisse meter um belo de um chute na canela do , não teria ser vivo nesse lugar que impedisse ele de me jogar na piscina da família de .
— Será que agora podemos conversar? — ele me encarou de forma séria.
— Podemos? — perguntei duvidosa.
— ...
— Eu não sei, OK? — respondi enquanto passava as mãos pelos fios escuros. — Eu não sei de mais nada e isso vai me enlouquecer ou me dar cabelos brancos antes dos trinta.
— Não gosto de discutir com você, mas... Chegou a um ponto onde não podemos mais evitar essa conversa. — ele me forçou a encará-lo, segurando meu queixo com delicadeza. — Eu gosto de você, gosto muito de você. — ele riu baixinho, mordendo o lábio inferior. — Gostar é pouco, eu te amo pra caralho e eu não quero ser só um cara com quem você fica às escondidas.
— E eu não quero ser mais uma na boca de toda a universidade. — confidenciei, vendo o olhar de ficar um pouco confuso. — Você é popular, , assim como o e o . Vocês sempre vão ser os motivos dos olhares, dos corações partidos... Das fofocas. E eu, , não estou pronta para nenhum dos olhares ou das fofocas, ou até mesmo para a parte do coração partido. Eu tenho medo, .
— E quem te garante que eu vou partir seu coração? — ele parecia realmente confuso e eu acabei suspirando de novo, afastando sua mão com cuidado do meu rosto.
— Pare para analisar toda essa situação, . Nós dois não somos nenhum casal de dorama, nenhum de nós dois é protagonista de uma minissérie ou de comédias românticas. — passei minhas mãos pelo rosto, sentindo as lágrimas virem. — Você não é nenhum Troy Bolton e eu não sou uma Gabriella Montez, não estamos no High School Musical. Eu não vou fazer toda uma legião de babacas intrometidos mudarem seus pontos de vista porque comecei a namorar o cara popular que, por consequência, deixou de ser o motivo das fofocas e agora é o maior exemplo a ser seguido. — suspirei. — Essa história não é para mim, nem para você. Nem para nenhum de nós dois. A universidade não vai abandonar os costumes e as alcunhas só porque nós dois começamos um relacionamento. Eu não quero virar a mais nova fofoca daquele lugar e se o ao menos sonhar que o meu nome anda rodando de boca em boca, ele te mata e depois vem me matar!
Parei para tomar um pouco de ar, estava jogando as coisas em uma enxurrada de frases sem sequer esperar por uma resposta dele. Apenas falei.
Mesmo que não estivesse dizendo coisas que realmente fizessem sentido.
suspirou. Não sei se isso seria um bom sinal ou se era um péssimo. Por precaução, decidi ficar encarando o chão, era agora ou nunca. Ou seríamos um casal ou voltávamos à indecisão de antes e, sinceramente, as duas opções me assustavam em dimensões e proporções diferentes. Claro que eu queria ser o casal fofinho que anda de mãos dadas, fala coisas melosas e irrita o irmão/cunhado fazendo coisinhas de casal. Mas, ao mesmo tempo, saber que não temos rótulos ou que ninguém sabe que estamos juntos me dava uma segurança momentânea.
A segurança que estava começando a me deixar insegura.
Porque, droga, eu sou capaz de socar meio mundo por esse cara e eu sei que ele faria o mesmo por mim.
Ele levantou, começou a andar de um lado para o outro e a roer as unhas. Era um hábito estranho e fofo que ele tinha, sempre roía as unhas quando estava concentrado ou preocupado demais com algo. Seria engraçado – se não fosse apaixonadamente ridículo – dizer que eu sabia de todos os detalhes da personalidade dele, desde as manias e os costumes exagerados de limpeza até os medos bobos que ele tinha.
Lembro-me com exatidão do dia que ele, e resolveram ir a uma casa dos horrores no começo do ano passado. Devo admitir que eu nunca havia rido tanto quanto naquela dia, parecia um filhotinho de cachorro assustado. ficou cerca de meia hora sentado no sofá, olhando para o nada e só resmungava coisas desconexas, completamente traumatizado. Já parecia um gatinho assustado. Arisco e agressivo.
Assim como o que eu sempre conheci.
— Eu estou disposto a ignorar esses olhares, esses boatos e até mesmo disposto a abrir mão das coisas que eu tenho o tempo todo ao meu lado por você. — ele voltou a sentar-se ao meu lado. — Eu realmente te amo, . Mais do que poderia e queria, amo nossas conversas pelo telefone, amo quando você manda 27 memes e um áudio de um minuto rindo deles. Amo ver você rindo e brincando com a , amo quando você bate no mesmo ele sendo um poste perto de você e amo todos os momentos que passo em sua companhia. — ele segurou minhas mãos e sorriu. — Mas se você não parar de ser uma filha da puta que se importa mais com as pessoas ao seu redor do que com a sua felicidade, eu vou ter que gritar no meio da universidade que eu te amo. Só assim para você parar de ser tão cabeça dura e entender que eu tô me fodendo para eles já que a minha felicidade tá bem aqui na minha frente...
Soltei uma risadinha. Que logo virou uma risada alta e ele acabou me acompanhando. Segurei seu rosto e deixei que uma singela lágrima escorresse dos meus olhos já tão repletos delas.
Era assim, sempre ia ser assim. e eu sempre teríamos uma ligação que beirava um relacionamento entre namorados ou amigos, ele nunca parou de implicar comigo e eu nunca parei de mandá-lo tomar banho porque estava fedendo.
Ou mandá-lo ir tomar no meio do cu quando ele me irritasse.
Não. Se fizéssemos coisas comuns de casais, nós não seríamos nós.
— Eu também te amo. — realmente não foi difícil admitir isso.
Todas as minhas inseguranças, medos e incertezas foram embora quando eu vi um sorriso surgir em seus lábios. Sim, eu ainda vou alimentar os monstrinhos que criam as paranoias na minha mente porque não é algo que eu consiga esquecer ou fingir que não existe, mas eu tentaria. Eu queria tudo e mais um pouco com ele, queria todas as coisas melosas, queria a segurança e a insegurança, queria tudo com ele.
Fechei meus olhos quando senti os lábios de tocarem os meus. Lábios macios, delicados. Os lábios de .
E, por mais idiota que as pessoas conseguiam ser no campus da K-Arts, eu não iria voltar atrás com meus sentimentos por causa dos olhares ou das palavras proferidas por gente invejosa e sem uma louça para lavar.
Passei as mãos por cima de seus ombros, tocando-os e subindo meus dígitos para a pele de seu pescoço. era extremamente sensível naquele ponto, e eu sabia disso porque era uma coisa em comum que partilhávamos. Senti suas mãos tocarem minha cintura, apertando a pele com vontade. Mordi seu lábio e me afastei o puxando, vi um sorriso sacana surgir em seu rosto e acabei copiando o gesto.
Levantei do sofá, tirei minha blusa, a joguei em cima de e comecei a andar lentamente até ao corredor. Sabia que ele me seguiria e sabia, com toda a certeza do mundo, que o corpo de já estava esquentando. Abri o botão do meu short e o tirei, me virei e sorri ao ver o me seguindo. Sua camisa estava em suas mãos, assim como a minha. Seu olhar queimava em meu corpo e foi impossível não sorrir mais ainda com isso. Soltei a peça de roupa no chão e continuei andando, dessa vez de frente para ele e de costas para o corredor, mantendo meu olhar preso ao dele.
Meu cabelo, que eu tinha prendido no meu momento de desespero dentro do carro, foi solto lentamente, soltei o pequeno prendedor no chão e o esperei. Quando estava próximo o suficiente, tirei meu sutiã e sorri de forma inocente para ele – coisa que eu definitivamente não era. Mordi meu lábio inferior, passei o dedo indicador pelos meus lábios em forma de dúvida e ele riu.
— Pensando em quê? — ele perguntou.
— Em quando você vai parar de me olhar e vai finalmente agir. — disse e ele soltou minha blusa no chão.
Praticamente correndo até mim, me pegou em seus braços e iniciou um beijo desejoso e cheio de luxúria. As mãos dele foram de encontro à minha bunda, apertando com vontade antes de erguer meu corpo. Seu tipo físico realmente era enganoso, quem olhasse para diria que ele não era o que os boatos diziam. Mas agora, sentindo seus braços ao meu redor, e sentindo também toda a sua excitação presa naquela calça, começo a crer que os boatos eram sim verdade.
No entanto, nenhum boato chegava aos pés da realidade.
abriu a porta do quarto em meio ao nosso beijo, afastando-se apenas para conferir se estávamos no quarto certo. Depois disso, ele caminhou até a cama e lá me jogou. Seus beijos desceram pelo pescoço, e somado a eles estavam as mordidas e os chupões em minha pele. A respiração dele era quente e acelerada entrando em contato com a minha pele arrepiada. Suas mãos tocaram o elástico da minha calcinha, brincando com ele antes de tirá-la por completo. Seus beijos começaram a tomar rumos que eu esperava, mas que não me deixaram menos nervosa. Indo do pescoço para meus seios, decidiu brincar comigo de forma sacana e eu quase dei um tapa nele quando o safado mordeu meu mamilo. Nos encaramos e, olhando para aqueles olhos, eu tive mais certeza ainda do que sentia. Nosso momento de amor e fofura se foi quando seus lábios trilharam o caminho perfeito até minha intimidade.
Eu esperava algo assim dele, só não esperava que ele fosse continuar com os olhos focados nos meus.
sorriu de novo, seus olhos conectados aos meus enquanto ele começava a acariciar meu clitóris com sua língua. Joguei a cabeça para trás, sabia que se o encarasse não controlaria minha língua e nem mesmo minhas ações. Meus braços, que eu só notei estarem me sustentando naquele momento, cederam e eu praticamente caí na cama, mordendo os lábios e gemendo baixinho. Suas mãos acariciavam minhas coxas e impediam que meu corpo fechasse minhas pernas de forma involuntária. Não sou a pessoa mais religiosa desse mundo, mas se usasse seu pênis com a mesma habilidade que sabia usar sua língua, eu estaria no paraíso antes mesmo que notasse.
Apertei os lençóis com força, erguendo um pouco a cabeça para encarar o que ele fazia. Péssima ideia. Se antes estava com seu foco inteiro em mim, agora, com todos os gemidos e suspiros que eu soltei, ele tinha total motivação para continuar me encarando como o pervertido safado que ele era. Mordi os lábios, sentindo que se continuasse assim, eu seria a única a provar de todas as coisas boas que uma boca conseguia fazer. Segurei seus fios e os puxei, forçando a se afastar. O que causou uma reclamação não só por parte dele, como minha também. Ora, estava muito bom, quem não reclama depois de ter um oral desses interrompido?
Nota mental: a língua de não serve apenas para xingamentos, serve para coisas deliciosas também.
— … — ele quase gemeu.
Sorri de canto antes de beijá-lo, o empurrando na cama e subindo em seu colo. Me afastei puxando seu lábio inferior e depois sorrindo de forma quase inocente. Eu sabia que lia minhas expressões tanto quanto lia minhas atitudes. O sorriso e a sobrancelha erguida demonstravam que ele sabia qual seria meu próximo passo, eu só precisava dá-lo. O que, de fato, não era fácil. Não que eu nunca tivesse tido um namorado. era o terror e o maior pesadelo de todos eles, claro. Mas eu nunca tinha me dedicado tanto a alguém quanto estava me dedicando a , o sentimento era muito mais forte do qualquer paixonite que tive. E, claramente, não seria uma foda como outra qualquer.
Desci por seu corpo, beijando o meio de seu tórax, depois um pouco abaixo de sua caixa torácica, beijei sua barriga com alguns músculos salientes e por fim encarei o membro preso naquela peça chata de roupa.
— Isso é muito injusto, … — disse portando um tom extremamente falso de inocência. — Por que eu sou a única sem roupas aqui? Você deveria tirar as suas também.
Tirar a roupa de foi tão fácil quanto tirar sua paciência. Talvez fosse o momento ou, quem sabe, a completa falta de amarras a respeito de tudo o que estava acontecendo agora. Eu realmente não sei, só consigo afirmar que a expressão surpresa de quando eu toquei seu membro e comecei o sobe e desce nada inocente valia a pena.
Valia cada implicância, cada dia remoendo meus sentimentos, cada palavra ou piada que soltaria quando voltasse para casa.
— Acha que o vai xingar a gente? — perguntei, soltando uma risadinha quando ele revirou os olhos.
— Isso aqui não é nada comparado ao que ele já fez na minha pobre casinha, então relaxa… — ele sorriu, tocando meu rosto com cuidado. — Pensa só na gente, deixa o resto do mundo se ferrar…
Sorri de canto, se eu poderia um dia surpreender , aquele momento e aquele dia eram os prefeitos. Lambi os lábios antes de beijar sua glande e o gemido surpreso que ouvi foi o combustível que me faltava. Posso não me vangloriar de muitas coisas, mas garanto que pelo menos um boquete bem feito eu sei fazer. E se os gemidos e xingamentos de não forem a prova disso, eu não sei mais o que pode ser.
Comecei a mover minha cabeça, pressionando a língua na veia saltada e sorrindo da forma que conseguia quando senti seu corpo se mover contra a minha boca. Segurei seu quadril, o mantendo parado enquanto continuava movendo minha cabeça, aumentando a velocidade gradativamente e relaxando minha garganta para que ele pudesse ir o mais longe possível. Senti suas mãos em meus cabelos, mas isso não me impediu de continuar por certo tempo. Até que ele me forçou, murmurando que não era ali que ele queria gozar. Soltei uma risadinha, limpando o canto da minha boca e encarando o mais alto com intensidade antes de engatinhar por cima de seu corpo.
— Eu te amo e confio em você, você sabe disso. — sorri e ele passou os dedos por meus lábios. — Mas eu preciso perguntar…
— Camisinha?
— É.
— Tenho. — ele me colocou na cama, saindo dela e depois caminhando para onde suas roupas estavam. — me mata se eu sequer pensar em não usar isso.
— Matar? Ele faz algo pior… — me mantive sentada no meio da cama, tocando meu corpo enquanto o encarava. — Castração, quem sabe...
— Nem brinca com isso. — ele fez uma careta, virando para me encarar e mordendo o lábio. — Puta que pariu...
— Gostando do que vê? Que tal vir aqui… — vi seu olhar cair rapidamente onde minhas mãos tocavam meu corpo. — Para de me olhar assim, vem aqui e me fode logo ou eu deixo você na mão amiga.
Fiz um gesto com uma das mãos que significava masturbação e ele estreitou os olhos. Como um caçador que esgueira sua presa, caminhou até a cama. Segurando meu cabelo com força, ele me puxou para mais um beijo. Mordendo meus lábios ou apenas puxando meu cabelo, estava brincando comigo e isso se mostrou verdadeiro quando ele forçou seu corpo por cima do meu. Deitada na cama e tendo mais um beijo interrompido, vi colocar a camisinha com os olhos fixos em cada reação minha. Esse homem era o pecado em forma de pessoa e eu sabia que estava me afundando ainda mais nele, mas quem se importa quando eu já estou a um passo do inferno, não é mesmo? Ele segurou minhas pernas e puxou meu corpo em direção ao seu. Mordi o lábio em antecipação e apenas esperei. Esperei que penetrasse seu pênis em mim, que começasse a se mover enquanto gemia meu nome. Que acelerasse e depois diminuísse a velocidade de seus movimentos, enquanto eu circulava seu corpo com minhas pernas.
Que me fizesse sentir arrepios e espasmos em meu corpo conforme ele apertava e massageava meus seios, enquanto ia fundo. Quando começou a beijar meu pescoço ou quando murmurou que me amava, com sua voz rouca e que demonstrava sua excitação. Não sei se foi quando ele me beijou ou quando gemeu ao sentir minhas unhas em suas costas, não sei afirmar se eram os chupões em meu pescoço ou o quão excitada eu estava, só posso afirmar que aquela estava sendo a melhor rodada de sexo da minha vida.
Sim, rodada. Porque nenhum de nós sai daqui hoje.
Não tão cedo.
— … — comecei, queria provocá-lo, mas todo o meu vocabulário tinha ido para o ralo junto com a minha habilidade de coesão e coerência. — Puta que pariu.
Mordi meus lábios ao sentir meu orgasmo, fechei ainda mais minhas pernas ao redor de seu corpo e gemi alto seu nome. não demorou muito tempo para se juntar a mim, soltando um belo de um palavrão e deixando seu corpo suado cair por cima do meu. Ele beijou meu ombro e fez um carinho na minha cintura, enquanto eu ainda sentia seu corpo tremer e sua respiração acelerada. Sentia tudo isso enquanto ainda estávamos conectados.
Acabei rindo baixinho.
— Tá rindo do quê? — ele me encarou.
— Do seu peso. Sai de cima, eu quero respirar também. — resmunguei e ele revirou os olhos antes de sair de cima e de dentro de mim.
O encarei e vi seus olhos fechados, estalei a língua e virei meu corpo na cama, podendo encará-lo melhor, vendo seu perfil e toda a calma pós-sexo que ele emanava.
— Espero que não esteja cansada… — ele disse abrindo um dos olhos. — Não pretendo sair desse quarto tão cedo.
— Olha bem para a minha cara e me diz se tem algum resquício de cansaço aqui. — ri e ele copiou o gesto. — Hoje você me paga todas as vezes que tive que usar os meus dedos.
— E você vai me pagar todas as punhetas que eu bati.
e eu acabamos rindo. Nosso relacionamento não estava fadado à normalidade. Eu soube disso quando coloquei meus olhos nele, quando ele era apenas o amigo novo, metido e de cabelo colorido de . Soube disso quando admiti o que sentia, soube até mesmo quando tentei esquecê-lo namorando outras pessoas. Esse relacionamento estava fadado a dar certo, assim como estava fadado a ser uma confusão completa.
Se não fosse com , não seria com mais ninguém. Porque somos perfeitos, principalmente juntos.
Capítulo 8
Me preparei para sair do carro e me dei conta de que, na pressa de para me tirar do festival, tinha deixado minha bolsa com as chaves lá.
— Droga, . — ralhei.
— Que foi? — ele perguntou desentendido.
— Você me arrastou e eu deixei minha bolsa na K-Arts. Parabéns, estamos trancados do lado de fora. — expliquei. — Volte para casa. Eu vou dormir na casa do até conseguir pegar minha bolsa.
— Vai o quê? — quase gritou. — Nem pensar. Vou voltar na K-Arts agora para buscar sua bolsa. — ele anunciou e levou a mão à chave para ligar o veículo.
— Perda de tempo. Se já chegou, não tem mais ninguém lá. Não vão te deixar entrar. — suspirei.
— Então eu durmo com você na casa do . — ele decretou, pegou a jaqueta e saiu do carro. Desci também, completamente chocada com aquela crise de ciúme repentina.
— não vai te deixar dormir aqui. — expliquei enquanto corria atrás dele que caminhava até a porta de .
— Não ligo. Não vou deixar você sozinha com ele. — ele rebateu e eu tive que rir. — Vamos, , se apresse.
Apressei o passo até lhe alcançar e automaticamente envolveu minha mão na sua. Paramos em frente à porta de e ele bateu.
— Vamos dormir aqui. — ele anunciou assim que abriu a porta.
— O que está acontecendo aqui, ? — perguntou. — Achei que já estivesse na cama. De preferência sem esse... Sem o do seu lado.
— não quer ir para casa e se convidou para dormir aqui. Só que ele foi idiota o suficiente para me arrastar da K-Arts sem me deixar pegar minha bolsa. — olhei feio para que encarava . — Então eu estou trancada do lado de fora, ou seja, vou ter que dormir aqui, mas ele não quer me largar. — ergui minha mão que estava sendo fortemente segurada pela de .
— E quem ele acha que é para se convidar para dormir na sua casa? Por acaso ele é seu namorado? — perguntou sério.
— Sim. — respondeu na mesma hora em que eu disse um sonoro “Não”.
— O que disse? — perguntei baixinho a .
— Sim. — ele disse de novo em um sussurro.
— Nós não namoramos, ! — sussurrei com raiva.
— O que quer de mim? Um pedido formal? — ele perguntou.
— Era o mínimo que você poderia fazer. Um aviso de que estamos namorando teria sido útil também. — rebati. se virou completamente na minha direção, soltou minha mão e me segurou pela cintura, aproximando nossos corpos. Colou sua testa na minha e me olhou nos olhos com intensidade.
— , quer ser minha namorada? — ele perguntou baixinho, para que apenas eu escutasse, e sorriu. Sorri junto.
— Só se você prometer que eu vou ser a única. — respondi.
— I promise. — ele respondeu com uma voz grave. Quando cogitei lhe beijar, pigarreou alto para nos lembrar de que ele ainda estava ali. — Esqueci que você estava aí. — disse com uma cara de descontentamento.
— Lindo momento, mas se você partir o coração da , eu te quebro. — prometeu.
— Não vou partir o coração da . E não tenho medo de você, . — disse debochado.
— Que bom. Odeio bater em covardes. — respondeu. — Sobre suas chaves... — ele se virou para mim, abriu totalmente a porta e apontou para minha mochila jogada no sofá. — conseguiu levar a dela. não é tão idiota. — ele explicou. Larguei e corri para pegar a mochila.
— Obrigada, oppa. Você é o melhor. — agradeci e lhe dei um beijo no rosto.
— De nada, princesa. Agora, para a cama. Tá tarde. — ele ordenou com aquela voz autoritária de irmão mais velho.
— Sim, pai. — brinquei.
— Juízo. E lembre-se: eu posso ouvir tudo o que acontece. — ele alertou olhando para .
— Até mais, oppa. — me despedi. fechou a porta e eu me virei para ir para casa.
— Isso foi estranho. Ele realmente pode ouvir tudo? — perguntou caminhando atrás de mim.
— Absolutamente tudo. Então tome cuidado. — adverti sorrindo. Coloquei a chave na maçaneta e abri a porta. — Ah, minha casa... — suspirei, tirei os sapatos e comecei a soltar as tranças que estavam me apertando.
— ? — a voz de ecoou pelo local e assustou .
— Esqueci alguma coisa, oppa? — gritei em resposta.
— Não. Só queria dizer que o público estava falando muito bem de vocês. E tente dançar mais vestida. Eu ouvi cada coisa vinda dos rapazes... — ele suspirou.
— Finalmente concordamos em alguma coisa. — se meteu.
— OK, oppa. Vou tentar. Boa noite. — me despedi.
— Boa noite, pequena. — ele respondeu.
— Cara, como você consegue viver com essa invasão de privacidade? — perguntou baixinho.
— Eu não tenho nada para esconder, . — respondi em tom normal. provavelmente estava rindo em sua casa.
— Mesmo assim, isso é desconfortável. Como você... Sabe, quando traz um namorado para cá, como vocês... — ele se enrolou nas palavras e corou violentamente. Me aproximei dele e colei a boca em seu ouvido.
— Eu nunca trouxe um namorado aqui. Você é o primeiro. — confessei baixinho e mordi o lóbulo de sua orelha. — Mas você só vai dormir aqui porque eu sou boazinha. Não se anime, mocinho.
suspirou cansado e se separou de mim. Quando tirou a jaqueta que vestia, uma coisa me ocorreu.
— Droga. — xinguei. — Oppa! — gritei para .
— , vá dormir, garota! — ele riu.
— Pode emprestar uma roupa para o não dormir de jeans? — pedi.
— Não precisa se preocupar, . — gritou e eu lhe encarei. Atrevido.
— Ah, preciso sim. Estou indo aí. — respondeu. me encarou e balançou a cabeça em negação. Alguns minutos depois, bateu na porta.
— Pode entrar, oppa. — permiti.
— Essa calça está muito grande para mim. — ele jogou uma calça moletom na direção de . — poderia te emprestar uma das camisetas masculinas que ela usa, mas eu trouxe uma. — e jogou uma blusa preta para , que pegou as duas peças no ar e agradeceu com uma reverência contida. — Estou de olho em você. — ele disse para mim.
— O que acha que eu sou, ? — perguntei com uma falsa irritação.
— Eu não confio nele. — ele respondeu e apontou para .
— Eu nunca fiz nada para você desconfiar de mim. — rebateu.
— Só iludiu metade das garotas da K-Arts e dormiu com a outra metade. — cruzou os braços sobre o peito. — Sua reputação te precede, .
— Ei, eu sei que minha reputação não é das melhores, mas eu não posso trair a confiança da . — ele se aproximou e me abraçou por trás. — Nós estamos juntos agora, você gostando ou não, . E é melhor você aceitar isso. — ele concluiu sério. Lhe olhei por cima do ombro e ele me sorriu e selou meus lábios.
— OK, . Você marcou dez pontos no meu teste. — sorriu. — Pode ficar à vontade, mas minha promessa de te dar uma surra ainda está de pé.
— Será que vocês dois podem parar se ameaçar e de falar de mim como se eu não estivesse aqui? — pedi.
— Eu estou saindo. — anunciou e se aproximou de mim. — Não faça muito barulho, eu preciso dormir. — ele praticamente sussurrou. Levou uma fração de segundo para que eu entendesse o que ele estava dizendo.
— ! — bati em seu peito. — Para de falar isso, seu pervertido.
— A acústica do quarto é melhor. Não faça nada na sala. — ele sugeriu.
— , vai embora. Você está me deixando envergonhada. — empurrei um que ria descontroladamente até a porta. Praticamente bati a porta na cara dele e tranquei. Escorei nela e respirei fundo. me encarava de braços cruzados e com um sorriso divertido. — Não começa, .
— Eu não disse nada. — ele respondeu rindo.
— não costuma falar bobagens como essa. — me expliquei.
— Aham. — ele concordou ainda sorrindo e se aproximou perigosamente.
— Vai tomar banho, . — ordenei.
— Vou sim. Só... Me dá um beijo. — ele pediu sensual enquanto colocava as mãos na minha cintura. Passou o nariz no meu pescoço, naquele carinho gostoso que só ele fazia, e subiu por meu rosto até encontrar meus lábios. O beijo de era firme e sensual. Suas mãos apertavam minha cintura com força medida e as minhas se agarraram aos fios de sua nuca, como se minha vida dependesse daquilo. Quando nos faltou o fôlego, passou a atacar meu pescoço como um vampiro faminto. Ele deslizou as mãos pela minha cintura até chegar aos meus quadris e me deu um impulso. Coloquei minhas pernas em volta de sua cintura e me sustentou com as mãos espalmadas na minha bunda. Começou a andar pela casa até encontrar a porta do quarto. Quando senti minhas costas de encontro a ela, acordei para a realidade.
— , banho. — disse com dificuldade.
— ... Só mais um pouco. — ele pediu manhoso.
— Não, . Banho. Já. — ordenei. Era difícil falar com mordendo meu pescoço e apertando minha bunda. me colocou no chão com calma e suspirou.
— OK. Vamos no seu tempo. — ele sorriu. Me largou no quarto e voltou à sala para pegar a roupa emprestada por . — Onde tem toalha? — ele perguntou.
— No armário debaixo da pia do banheiro. — respondi no automático. — Tem escova de dentes lá também.
Ele apenas acenou e sumiu no banheiro. Me joguei na cama e esperei. Ele voltou algum tempo depois vestido na calça que emprestara, que estava justa demais por sinal, e com a camisa jogada no ombro.
— A camisa do não deu em mim. Ele é baixinho demais. — ele riu.
— Pelo visto, a calça também não deu, mas você insistiu em se enfiar nela, não é? — perguntei sentando cama onde estava pacientemente esperando que ele saísse do único banheiro da casa. caminhou até mim com um sorriso safado no rosto.
— Preferia que eu deitasse só de boxer? Ou sem nada? — ele perguntou enquanto se encaixava entre minhas pernas, meu rosto ficando na altura de seu estômago. segurou meu rosto e curvou o corpo para me encarar.
— Preferia que você tivesse ido para casa. — respondi e tentei sair de seu domínio.
— Que péssima namorada você é. — ele reclamou.
— Eu sou um anjo que te deixou dormir aqui e ainda arrumou uma roupa para você. — rebati e lhe abracei pela cintura, minhas mãos percorrendo a linha da sua coluna. Mordi sua barriga sarada e beijei o local em seguida, apenas para vê-lo suspirar.
— , não faça isso. — ele advertiu. — Você acabou de dizer que é um anjo.
— E sou. — respondi enquanto deslizava meus dedos até sua bunda marcada pela calça justa.
— Está mais para demônio. Atentando as pessoas. — ele respondeu de olhos fechados.
— Eu sempre quis fazer isso. — meus dedos encontraram sua bunda durinha e eu apertei o local com força, só então me dando conta de que tinha tecido de menos ali. — ? — lhe encarei com um questionamento no olhar.
— Que foi? — ele me encarou de volta.
— Tem tecido de menos aqui. Eu tô sentindo sua pele quente. Onde está sua cueca? — perguntei rápido.
— Junto com o resto das roupas no banheiro. — ele respondeu com um bico fofo e apontou para o banheiro. Automaticamente tirei minhas mãos de seu corpo e me afastei. — Que foi? Por que se afastou?
Encarei o corpo de na minha frente, vestido apenas com a calça justa demais, meu olhar passando por seu abdômen trincado, se demorando em suas coxas e observando as entradas que levavam diretamente para... lá.
— Você vai dormir no sofá. — decretei.
— Mas por quê? Eu queria dormir aqui com você. — ele fez um bico que quase me convenceu do contrário.
— , você tá seminu. Não tem chance nenhuma de eu deitar com você e conseguir dormir. — fechei os olhos. Eu não estava conseguindo me concentrar com o peito nu de na minha frente e a calça marcando todo aquele volume.
— Eu tô vestido, . — ele se explicou e deu uma volta na minha frente, me mostrando todo o corpo branco, coberto unicamente pela calça.
— Sem chances, . Pega. — me estiquei na cama e peguei um travesseiro, o entregando. — Vai. Eu já levo um cobertor para você.
fez um bico lindo nos lábios bem desenhados e me roubou um selar rápido. Saiu batendo os pés e eu ouvi quando ele se jogou no sofá.
— Se você quebrar esse sofá, eu te mato, . — gritei do quarto. Levantei da cama e procurei um cobertor para ele. Caminhei até a sala e praticamente joguei o cobertor em seu rosto. — Se sentir frio...
— Eu vou deitar com você? — ele completou esperançoso.
— Eu trago outro cobertor. — conclui.
— OK, . — ele disse irritado.
— Boa noite, . — me abaixei em sua direção e selei seus lábios rapidamente.
— Boa noite, . — ele respondeu seco.
— Não dorme com raiva de mim. Faz mal. — alertei divertida.
— Tchau, . — ele puxou o cobertor sobre a cabeça e virou de lado para não me encarar. Quase, repito, quase mudei de ideia e o arrastei para o quarto. Peguei uma calcinha fina no guarda-roupa e uma camisola preta e rumei para o banheiro. Tirei toda a maquiagem e tomei um banho relaxante, tirando toda a tensão do corpo. Sequei o corpo, vesti minhas peças e me joguei na cama, braços e pernas abertas, ocupando todo o espaço. Quase senti pena de encolhido no sofá enquanto eu tinha todo esse espaço, mas era melhor assim. Pensei nos acontecimentos do dia. Agora eu namorava , que estava dormindo seminu no meu sofá. Queria poder ligar para , mas ela provavelmente estaria com e eu não queria atrapalhar. Resolvi que era melhor dormir. Ajeitei o corpo na minha posição favorita, de bruços, e relaxei. Já estava quase pegando no sono quando ouvi uma movimentação na casa. Abri os olhos apenas para ver entrando no quarto arrastando parte do cobertor, como uma criança mimada. Ele jogou o celular na mesa de cabeceira ao lado da cama, deitou ao meu lado e puxou meu corpo para si, nos encaixando perfeitamente, como no dia em que dançamos na boate.
— Me desculpa. Eu sei que eu sou um idiota e sou mimado, mas eu não vou conseguir dormir se não for aqui. — ele disse com uma voz que beirava a tristeza. Ri sem humor e me dei por vencida, arrumei o corpo contra o seu coloquei minha mão sobre a sua, que descansava em minha cintura.
— Só... Não se anima, tá? Não tô afim de acordar com... Isso encostando na minha bunda. — pedi.
— Eu prometo. — ele beijou a parte exposta da minha nuca. — Eu... Eu te... — ele iniciou, mas eu o cortei.
— Não, . Não diz isso. Absorve esse sentimento primeiro. Depois você diz se me ama. — pedi. Tudo era muito recente e, convenhamos, sequer sabia o que era amor. Senti os olhos pesarem, cansada demais por todos os acontecimentos do dia e pela noite anterior mal dormida e finalmente dormi.
Acordei no domingo com uma música suave que tocava na casa, mas não sabia identificar que música era, ou a fonte dela, então presumi que fosse , comemorando o sucesso de seu festival.
Quando senti todas as terminações nervosas do corpo, percebi que ainda estava colado em mim, com uma perna por cima das minhas, a respiração batendo fraquinha no meu pescoço. Tentei me mexer somente para ter o corpo mais preso ao dele. não queria me deixar sair dali. A pele exposta dele estava quente demais contra a minha coberta apenas pela camisola fina e, bem... seu membro desperto estava pressionado demais contra minha bunda devido à posição.
— ... — chamei baixinho. Ele não se mexeu. Curiosa demais com a situação, e com a posição favorável, rebolei de encontro ao seu membro, sentindo toda a extensão ereta de encontro à minha bunda, e ganhei um gemido baixo em resposta. — , acorda. — chamei de novo. Mais uma vez, ele não se mexeu. Rebolei novamente, ganhando um gemido mais longo e uma mordida leve no ombro. mexeu o quadril, simulando uma penetração lenta, e foi minha vez de gemer arrastado. — Nós precisamos levantar. Tá tarde. — disse com dificuldade.
— Não precisamos. Hoje é domingo. — ele respondeu e continuou a movimentar o quadril junto de mim.
— , eu disse para você... — não conclui a frase, pois movimentou o quadril com força na minha bunda quase descoberta.
— Foi você quem começou. — ele rebateu.
— E agora estou dizendo para você parar. — pedi sem saber se realmente queria aquilo.
— Acha que pode me provocar e não arcar com as consequências? — ele sussurrou rouco no meu ouvido e movimentou o quadril com força novamente, me arrancando um gemido longo. — Começou, agora aguenta.
Senti meu corpo sendo virado e encarei de olhos arregalados. Ele forçou uma perna entre minhas coxas e sua ereção bateu dura e pesada em meu baixo ventre. sufocou meu possível gemido com um beijo ardente. Sua mão quente espalmou na minha coxa exposta e subiu para meu quadril, levando minha camisola no processo. Quando nos faltou o fôlego, nos girou na cama, se colocando por cima de mim, e passou a atacar meu pescoço com vontade.
— , você... Isso vai ficar roxo. — disse entre suspiros.
— É para todo mundo saber que agora você é minha. — ele respondeu sussurrando e sorriu ladino. Não evitei o sorriso que tomou meus lábios. continuou beijando meu pescoço e desceu para o meu colo coberto pelo tecido fino da camisola.
E então o maldito celular tocou ao lado da cama.
— , o celular. — avisei.
— Eu... Eu ouvi, . — ele avisou enquanto descia a alça da minha camisola com os dedos finos.
— Pode ser importante. — alertei. esticou o braço e pegou o aparelho.
— É a . — ele me olhou sério.
— Atende. Pode ser importante. — insisti. levantou da cama e meus olhos caíram diretamente no seu membro ereto sob a calça justa demais.
— O que foi, ? — ele atendeu com o celular longe da orelha.
— Nossa, que grosseria. — pude ouvir a voz da, agora, minha cunhada. — Liguei para saber se você estava vivo, seu ingrato.
— Caralho, . Estou na casa da e eu não atrapalhei sua foda para saber se você estava viva. — ele respondeu irritado, as orelhas vermelhas. Adorável.
— Você e a ... Vocês... — ela deixou a frase no ar.
— Sim. Estamos namorando. — ele me olhou sorrindo. — E você nos atrapalhou.
— Oh, meu Deus, . Vocês não estão fazendo nada enquanto falamos, não é? — ela perguntou incerta.
— Não, . Seu irmão está de pé ao lado da cama, com as orelhas vermelhas. — respondi rindo.
— Estamos no viva-voz? — ela perguntou.
— Sim, cunhada. — respondi. — E você e o ? — perguntei incerta. ficou em silêncio e depois riu.
— OK, eu não preciso saber de mais nada. Até mais, . Não me ligue. — nos interrompeu e desligou o celular, o arremessando no móvel ao lado da cama. — Nunca mais me peça para atender o telefone em momentos assim, . — ele se colocou acima de mim, braços e pernas sustentando o próprio peso, o membro ereto marcando a calça e batendo da minha coxa. Os músculos dos braços estavam tensos e ele parecia incomodado com a calça que ainda lhe cobria. Passei minhas unhas por seu abdômen definido e ele fechou os olhos, suspirando pesado.
— Me desculpe, , mas podia ser importante. — pedi baixinho.
— Nada pode ser mais importante que nós. — ele respondeu sorrindo e me beijou de novo. Não sei se era culpa da frase fofa ou do beijo sensual de , mas eu me sentia ofegante. Me separei minimamente dele e ele me olhou confuso.
— Eu preciso respirar. — esclareci. me sorriu e desceu novamente os beijos pelo meu pescoço, como fazia antes de sermos interrompidos. Desceu a outra alça da minha camisola e beijou meu ombro exposto. Deslizou os lábios pela pele do meu colo e entre os seios. — , será que você pode fazer logo isso? Estou esperando desde antes de sermos interrompidos. — pedi rindo. me acompanhou.
— , tenha paciência, OK? — ele pediu sorrindo. Procurou a barra da camisola e levou a peça para cima, me deixando apenas de calcinha na cama. Encarou meus seios expostos e sorriu ladino, baixando o corpo até que seus lábios macios encontraram um de meus mamilos rígidos. Não consegui evitar o gemido que rompeu pela minha garganta. — , você vai ter que ficar quietinha. — ele indicou a parede com a cabeça, dando a entender que poderia nos ouvir. Mordi o lábio inferior com força e afirmei com a cabeça.
voltou a tocar um dos meus seios com a boca enquanto acariciava o outro com a mão. Quando se deu por satisfeito, desceu por entre os meus seios, distribuindo leves mordidas até chegar ao meu umbigo. Minhas pernas se separaram sem que eu me desse conta.
Que vergonhoso, .
riu da minha ação e enganchou um dos dedos no elástico da calcinha, forçando levemente a peça para baixo. Fiz um gesto com as mãos para que ele continuasse, não estava mais aguentando aquela tortura. Com uma risada baixa, senti a peça finalmente deslizar pelas minhas pernas. Em seguida, senti os lábios de na parte interna da minha coxa, mordendo a pele e fazendo meu estômago se retorcer em ansiedade. Ele chegou à minha intimidade e soltou um suspiro pesado, o ar quente me atingindo e me fazendo arrepiar.
— Quero que saiba que nunca fiz isso por uma garota. — ele confidenciou.
— Estou honrada de ser sua primeira. Você vai se sair bem. — encorajei. beijou delicadamente minha intimidade e eu arfei. Seus lábios desceram por toda a minha fenda e, no local certo, penetrou sua língua em mim. Juro que mordi o lábio com força para não gritar. A língua dele era áspera e quente e ele estava fazendo um ótimo trabalho me levando à loucura. Seus dedos encontraram passagem e logo se uniram à língua no trabalho. Ele passou a sugar meu clitóris enquanto seus dedos me penetravam com precisão.
— ... Eu vou... . — tentei lhe avisar que meu ápice estava próximo, mas não conseguia formular a frase.
— Vem para mim, . Quero sentir seu sabor por inteiro. — ele sussurrou contra a minha intimidade e aquilo foi a gota d’água. Meu corpo tremeu violentamente e eu tive o melhor orgasmo da minha vida. ainda passou um tempo ali, lambendo e sugando e tratando de me deixar preparada de novo. Subiu o rosto e me olhou com um sorriso cretino. — Você é deliciosa. — e me beijou de novo, me fazendo sentir meu gosto em seus lábios.
— Você precisa parar com isso. — bati em seu peito. — Fala com tanta naturalidade, que parece que repetia isso para todas as meninas que caíam na sua cama.
— Em minha defesa, nunca foi na minha cama. — ele respondeu.
— Então você não nega que falava para todas. — acusei. Enlacei minhas pernas em sua cintura, trazendo seu corpo para perto do meu e nos girando na cama, ficando por cima.
— Você também é a primeira que escuta isso. — ele me segurou pelos ombros e nos girou de novo, me colocando deitada novamente. — É que meu charme é natural.
— E que outros charmes você tem? — deslizei minha mão por seu abdômen e pousei sobre seu membro. O pré-gozo já manchava a calça cinza e ele ofegou quando circulei a marcha com os dedos. Sua glande estava ali e ele sentiu o toque. — Não acha que está muito vestido? — perguntei.
Rapidamente vi sair da cama e sumir pelo banheiro, voltando com alguma coisa nas mãos e, com uma pressa notável, tirou a calça, fazendo seu membro praticamente saltar pulsante. Ele subiu na cama novamente e se colocou de joelhos entre minhas pernas. Tentei esticar a mão e lhe tocar, mas fui delicadamente impedida.
— Eu adoraria que você me mostrasse seus dons e me desse prazer. Mas hoje se trata de te agradar. Então vamos deixar para depois, OK? — ele sorriu e levou o que segurava à boca. Percebi que era uma camisinha quando ele rasgou a embalagem e prontamente posicionou o látex no membro. — Me avise se estiver, sei lá, doendo. Sim? — e me beijou calmo.
— , só para você saber, eu não sou mais virgem, OK? — esclareci. Porém fiquei pensando em quanto tempo eu não fazia aquilo. Provavelmente incomodaria. Ainda mais levando em consideração o que tinha entre as pernas.
Ele respirou fundo e separou minhas pernas, posicionando o membro em minha entrada. Penetrou devagar, me fazendo sentir cada centímetro seu me preenchendo. Prendi a respiração até que ele estivesse totalmente dentro e respirei devagar, tentando aliviar a dorzinha incômoda presente. ficou me encarando até que eu balançasse a cabeça afirmativamente, informando que ele poderia continuar. Seu ritmo era lento, tirando quase tudo e voltando a penetrar até que eu me acostumasse com aquela invasão. Ele, vez ou outra, me beijava ou brincava com meus seios, no intuito de me aliviar, mas eu só conseguia sentir um prazer crescente e a lentidão já estava me irritando.
— , pode... Pode ir mais rápido? — perguntei.
— Tem certeza? — ele perguntou incerto.
— Absoluta. — respondi firme.
me lançou outro sorriso cretino e começou a acelerar os movimentos. Ergueu minha perna direita e colocou a esquerda ao redor de sua cintura, todos os movimentos se intensificando pela posição favorável. Meu corpo começou a balançar junto com a cama devido à intensidade dos movimentos, mas eu não estava me importando. Só queria mais e mais de . Quando o ritmo se tornou frenético, senti baixar minha perna e puxar meu corpo em sua direção, me colocando parcialmente sentada em seu colo. Comecei a subir e descer por seu membro, sentindo-o tocar fundo em mim. me abraçou pela cintura e eu coloquei minhas mãos em seu pescoço, juntando nossas testas.
— Juntos? — ele perguntou.
— Juntos. — respondi e cheguei ao ápice com um grito que não consegui controlar, sendo seguida por um que praticamente urrou. Nos beijamos rapidamente, sem parar de se movimentar, prolongando nosso momento.
— Eu te amo. — ele soltou de repente. Encarei seus orbes escuros, procurando a verdade neles, e fechou os olhos rapidamente, parecendo arrependido do que tinha dito. — Me desculpe. Eu não devia ter dito isso. Eu não...
— Tá tudo bem, . Eu também te amo. — segurei seu rosto entre as mãos e depositei um selar casto em seus lábios vermelhos demais pelos beijos trocados. Permanecemos abraçados, eu ainda em seu colo, até que conseguíssemos normalizar nossas respirações.
— É... Namorada, será que poderíamos tomar café? É que você acabou comigo, sabe? — ele pediu baixinho, provavelmente estava com as bochechas vermelhas.
— Tudo bem, namorado. Eu vou só tomar banho e vou preparar alguma coisa para nós. — beijei seu nariz e me levantei lentamente. Peguei uma roupa qualquer e sumi no banheiro. Dez minutos depois, vi a porta ser aberta e entrar de fininho.
— Namo... — ele começou, mas eu o cortei.
— Se vai ficar me chamando de namorada, eu vou terminar com você. — brinquei.
— Tudo bem, amor. — ele disse a última palavra com uma incerteza palpável.
— Amor está melhor. E você não vai tomar banho comigo. Pode sair. — ordenei.
— Você não muda nunca. — ele reclamou e riu, se livrando da camisinha usada antes de sair.
Para namorar , o cara mais popular da faculdade, eu teria que ser grossa. Porque as meninas iriam querer minha cabeça em uma bandeja. E, bem, ele ia ter que se acostumar com isso.
Capítulo 9
e eu passamos o domingo nos mimando. Chamamos para almoçar conosco e ele foi embora rapidamente com a desculpa de nos deixar a sós. Estava conhecendo um lado de que nunca tinha visto, um lado fofo e sensível que realmente se preocupava comigo o tempo todo.
Na segunda, acordei cedo e me arrumei, praticamente derrubando da cama para que ele acordasse. Ele precisava passar em casa para trocar de roupa antes de irmos para a K-Arts. Assim que parou o carro em sua garagem, parou seu carro ao nosso lado. Olhei confusa para e desci do carro no mesmo momento em que desceu do carro de , vestindo o mesmo short da apresentação e uma camisa dele.
— Onde você estava, ? — perguntou descendo do carro.
— Na casa do meu namorado. E você, ? — rebateu com os braços cruzados sobre o peito.
— Na casa da minha namorada. — respondeu sério.
— Então estamos quites. — respondeu e entrou em casa, sendo seguida por um que resmungava. Encostei no capô do carro de e me imitou.
— Credo, como você aguenta ela? — perguntei a , mas olhando para a porta da casa.
— Do mesmo jeito que você aguenta ele. — respondeu.
— ainda está com a roupa de sábado ou você veio buscar roupas para ela? — perguntei curiosa.
— Ela não precisou muito das roupas ontem. Deu tempo de lavar a que ela estava usando. — disse simplista.
— Informação desnecessária, . — brinquei.
— está com a mesma calça do sábado. — ele apontou.
— Diferente de vocês, passamos a maior parte do tempo vestidos. deu uma calça para . — rebati.
— Então são um “trisal”? — ele perguntou rindo. — Achei que fosse chamar o para isso.
— Cala a boca, . — empurrei seu ombro. — Vocês finalmente se acertaram? — perguntei me referindo a e ele.
— Graças a Deus. Não aguentava mais ter que esconder todo esse sentimento aqui. — ele bateu no peito de um jeito sôfrego. Achei a declaração a coisa mais bonitinha do mundo. Virei em sua direção e lhe dei um abraço apertado.
— Parabéns, . Você merece ser feliz. — apertei sua bochecha.
— , tire as mãos de cima do meu namorado! — saiu da casa gritando. Usava um vestido preto com uma estampa de flores e tênis brancos. A roupa da aula provavelmente estava na bolsa enorme que ela carregava. vinha em seu encalço, com um jeans rasgado nos joelhos, tênis brancos e camiseta preta sem mangas, uma jaqueta pendendo em um ombro e a mochila no outro. Ele se aproximou de mim e me abraçou pela cintura. Levei meu nariz ao seu pescoço e inspirei o perfume gostoso que vinha dali.
— Você está uma delícia com essa roupa. — comentei baixinho.
— Não me obrigue a te levar para dentro para testarmos minha cama. — ele respondeu sussurrando.
— Se vão transar, arrumem um quarto. — gritou. Olhei para ela de olhos arregalados.
— O que tá acontecendo com você, garota? — perguntei assustada.
— aconteceu. Vamos, não quero me atrasar. — ela respondeu e entrou no carro.
— Eu não tenho nada a ver com isso. — se defendeu.
— Vamos, . — chamei, rindo da cara de desgosto de .
e foram no carro de e e eu os seguimos no carro de . Chegamos na K-Arts com alguns bons minutos de antecedência e encontramos deitado na grama, olhando o céu.
— Você não deu notícia o final de semana inteiro, . Onde dormiu no sábado? — chutou sua costela.
— Ai! Não é da sua conta, . — ele respondeu passando a mão sobre o lugar que tinha chutado
— Anda, . Levanta. — estendi a mão em sua direção e ele aceitou prontamente. Segurou na mão de e nós lhe demos impulso para levantar. — Onde passou a noite de sábado? — perguntei enquanto tirava a grama que tinha se prendido ao seu cabelo.
— Fui dormir na casa de um amigo. Não queria ouvir a gemer a noite inteira. — ele respondeu. chutou sua canela. — Você está violenta hoje, .
— Quem é a garota? — perguntou.
— Já disse que fui dormir na casa de um amigo, caramba. — rebateu. — Vocês vão conhecer ele em breve.
— , pode nos contar. Quem é a garota? — insistiu. lhe lançou um olhar de tédio. Depois olhou por cima da cabeça de , acenando para alguém atrás de nós. Me virei para ver quem era e vi uma figura magrinha, de cabelos castanhos caindo sobre os olhos apertadinhos pelo sorriso que estampava seu rosto. O rapaz caminhou até nós e parou ao lado de .
— Oi, . — o rapaz cumprimentou.
— Oi, . Gente, esse é o , o amigo que me abrigou sábado enquanto eu fugia de vocês, cães no cio. — apresentou.
— Oi, gente. Prazer. — sorriu e nos reverenciou. — Eu preciso ir. Tenho que falar com a galera do grupo. — ele explicou a , que acenou com a cabeça. Nos deu um tchauzinho e passou a mão delicadamente no braço de , que lhe bagunçou os cabelos antes de ele sair. nos olhou sorrindo.
— Cara, isso foi tão gay. — comentou.
— Nossa, . Seu comentário foi tão preconceituoso. — rebati. — Dois caras não podem ser amigos? Você e o são. Você e o . e .
— Mas a gente não fica se alisando por aí. — se explicou.
— Vai me negar agora, docinho? — perguntou passando a mão no peito de .
— Sai daqui, . — ele afastou a mão de rindo.
— Diferente de você, algumas pessoas são carinhosas. — alfinetou.
— OK, me desculpa. — pediu e abraçou de lado.
— Melhor assim. Vamos? — chamou.
Todos concordamos e pegou minha bolsa e pendurou no seu ombro junto com sua mochila. Me abraçou de lado e me incentivou a andar. abraçou por trás e foram caminhando aos tropeços enquanto ria.
— Estão namorando? — perguntou alternando o olhar entre nós.
— Sim. — respondemos os quatro em uníssono.
— Droga. Não acredito que sobrei. Devia ter ido com o . — ele reclamou, me fazendo rir. se apressou para a sala, e foram para a aula e me acompanhou até a porta da minha sala, recebendo vários olhares pelo caminho.
— Nos vemos no almoço? — perguntou enquanto colocava minha bolsa de volta no meu ombro e me abraçou pela cintura.
— Claro que sim. — lhe abracei pelo pescoço. Beijei calmamente seus lábios e sorri no final do beijo.
— Eu te amo. — ele sussurrou com os lábios colados nos meus. Acho que ele tinha gostado da sensação que as palavras provocavam no peito. Ele nunca tinha falado isso para ninguém, mas não parava de repetir para mim.
— Eu também te amo. — sussurrei volta. Roubei um selar rápido e me soltei dele, entrando na sala e sendo acompanhada por olhares invejosos.
— O que você estava fazendo colada no e por que estava beijando ele? — uma das meninas perguntou. Eu realmente não lembrava seu nome.
— Não é da sua conta? — perguntei de volta.
— nunca beija as conquistadas no dia seguinte. — ela cruzou os braços sobre o peito. Ri sozinha. O dia seguinte tinha sido ontem. E fizemos muito mais que apenas nos beijar.
— Querida, eu não sou só mais uma conquistada. Por enquanto, está fora de jogo. — ri com ar superior.
— Você não está falando sério. nunca namora. — ela rebateu.
— Se não acredita, pergunte a ele. — incentivei. A garota saiu da sala a passos rápidos. Fiquei olhando incrédula para a porta por onde ela tinha saído. A garota era doida. Ela surpreendentemente voltou arrastando pelo braço e o soltou no meio da sala.
— O que ela quer? — ele me perguntou e rolou os olhos.
— Como ela te alcançou? — perguntei surpresa.
— Eu parei para conversar com os caras. — ele apontou displicente para o lado de fora. As meninas permaneciam todas em silêncio, observando enquanto conversávamos de longe. A louca não tinha deixado eu me aproximar.
— , essa daí... — ela me olhou com desdém. — Disse que você está namorando.
— Estamos. — passou por ela e me abraçou. — Muito cuidado com o que você fala, garotinha. Vocês não vão querer falar mal da minha namorada, vão? — perguntou com um olhar quase ameaçador. As meninas estampavam uma expressão de choque no rosto. E eu sorria vitoriosa e orgulhosa de ter transformado o cara pegador em um namorado protetor. — Tenho que ir. — ele roubou um selar e saiu quase correndo da minha sala. A professora entrou e mandou que todas sentássemos.
— Por que estão com essas caras? — a professora perguntou rindo. — Ah... , eu vi você e abraçados... — ela deixou a frase no ar.
— Estamos namorando, professora. — respondi sorrindo.
— Agora eu entendi o choque coletivo. — ela riu. — Vamos, melhorem essas caras. — ela ordenou e tentou prosseguir a aula, mas vez ou outra se ouvia um suspiro. Esse namoro ainda ia dar o que falar.
Depois que se separou de nós e foi deixar na sala dela, e eu fomos para a nossa sala de aula. Ele estava o tempo todo agarrado à minha cintura.
— , você pode me largar só um pouquinho? — pedi rindo.
— Nem pensar. Tá maluca? Agora que você me aceitou, eu vou ficar o tempo todo no seu pé. — ele respondeu rindo e beijou meu rosto várias vezes enquanto entrávamos na sala.
— . — uma das meninas chamou. — Você pode me emprestar o só um pouquinho? — ela sorriu maliciosa para . Olhei para com a sobrancelha arqueada.
— Vai lá, . — incentivei. suspirou cansado.
— MinHee, eu sinto muito. Eu tô com a minha namorada agora. Não vai dar. — me abraçou apertado.
— Sua o quê? — a garota perguntou quase gritando.
— Ainda mais essa surda. — sussurrou no meu ouvido. — Minha namorada, . Entendeu agora? — ele perguntou calmamente. Eu estava adorando a forma como ele falava as palavras “minha namorada”. Tinha alguma coisa nelas, talvez amor.
— E desde quando o grande namora? — outra menina perguntou e minha vontade era mandar que elas calassem a boca, mas eu precisava preservar a imagem da representante de curso simpática.
— Desde que eu me apaixonei pela , assim que coloquei meus olhos nela. Desde que finalmente nos entendemos e ela aceitou me namorar. — respondeu e meu peito se encheu de orgulho. — Eu amo essa baixinha. — ele quase sussurrou a última parte. Me virei no abraço e lhe olhei sorrindo.
— Eu também te amo, coisa irritante. — respondi e nós rimos.
— Não acredito que perdemos o também. — ouvi alguém dizer ao longe. Então elas já sabiam sobre e .
— ainda está solteiro. — comentei para algumas meninas. Se ele soubesse o que eu estava fazendo, me mataria.
— , o vai te matar. — me alertou, rindo no meu ouvido.
— Eu só queria dar um pouco de esperança a elas. — dei de ombros.
— ... — ele chamou incerto, uma expressão esquisita no rosto. Parecia... Preocupado? — Você acha que o ...
— É gay? — completei e ele arregalou os olhos.
— É que ele tava todo cheio de sorrisos com o cara magrinho e tal... — ele refletiu.
— E isso vai mudar alguma coisa na amizade de vocês, ? — perguntei incerta.
— Claro que não, . — ele pareceu irritado. — É que é estranho, sei lá. — ele riu.
— Então pare com as insinuações. — passei a mão sobre sua bochecha e ri. — Se, por acaso, ele aparecer namorando o , ele vai precisar de apoio.
Era o que me faltava. , um dos poucos homens do curso de dança, talvez o único hétero, sendo preconceituoso. Tenho certeza de que ele estava na sala quando o professor nos disse para nos livrarmos da forma e que o importante era a essência. Se ele continuasse com aquilo caso dissesse realmente que estava saindo com outro homem, nós certamente brigaríamos.
— . — chamei e ele me encarou. — Você está pronto para isso? Para apoiar o caso ele diga por aí que é bi ou mesmo gay?
— , é quase um irmão para mim. É para lá que eu corro quando meus pais resolvem sumir e me deixar sozinho. É ele que me apoia nas minhas maiores loucuras. Ele tava comigo quando eu tomei meu primeiro porre. Por sua causa. — ele riu, o que me fez sorrir. — Foi com ele que eu já dividi a king size tantas vezes e foi com ele que eu passei noites em claro jogando videogame. É claro que eu vou apoiar ele.
— Eu te amo. Você é incrível, sabia? — perguntei com os olhos marejados. Nunca tinha visto tanta sensibilidade vindo dele.
— OK, o clima de romance está na K-Arts. Alguém me traga um inseticida, por favor. — a professora entrou gritando na sala. — Vocês são assunto em todos os corredores. e também. Não fazem ideia de quantas meninas eu já vi chorando hoje. Nem de quantos rapazes emburrados não responderam o meu bom-dia.
— Espera, rapazes? — perguntou por cima da minha cabeça. A professora tinha entrado na sala e ele nem ao menos tinha me soltado.
— Sim, . Rapazes. — ela riu debochada. — Acha que você e o eram os únicos desejados aqui? Faz ideia de quantas vezes eu já tive que responder que “não, eu não tenho o número da ”? — ela perguntou com a voz afetada. — Ou de quantas vezes eu disse que não fazia ideia de onde estava a , mesmo quando eu tinha acabado de deixá-la na porta da sala de prática? Tem sorte de a gostar de você, ou você teria sido trocado há muito tempo. Assim como o foi.
Ela riu e eu corei de vergonha. Pelo visto, eu não conseguia esconder meu sentimento de ninguém nessa escola.
— Vá se trocar, . — ela ordenou.
Saí da sala sob o olhar debochado dela e o irritado de . É, esse namoro ainda ia render.
***
Saí da sala de aula exausta e corri para o banheiro. Me arrumei rapidamente e praticamente corri para o refeitório. Com certeza já estaria lá, me esperando, completamente impaciente como só ele era.
— Gostando das fofocas? — apareceu ao meu lado no corredor, abraçada a que ria.
— Eu não aguento mais o olhar de nojo das meninas. Credo. — revirei os olhos.
— Só vai piorar. Vamos entrar no campo de concentração delas. — debochou. Respirei fundo e olhei para frente, lançando olhares de puro tédio a quem me encarava. estava em toda a sua beleza, apoiado no portal do refeitório olhando para o chão. A jaqueta tinha sumido e seus braços brancos demais estavam à mostra.
— Oi, gatinha. — ele me cumprimentou quando me aproximei e me abraçou pela cintura, roubando um selar rápido. — Estava com saudades.
— Cara, eu não sabia que você era tão meloso. — fez uma cara de nojo.
— Me erra, . — ele riu. — Como foi sua aula? — ele me perguntou. Começamos a caminhar os quatro para nossa mesa. não tinha dado sinal ainda.
— Um saco. — respondi e rolei os olhos. — As meninas não me deixaram em paz dois períodos inteiros.
— está bravo porque a professora disse que viu alguns caras emburrados, . — comentou e riu.
— Caras? — perguntei confusa. Sentamos no nosso lugar de sempre, e eu de um lado, e do outro, minha amiga de frente para mim.
— Aparentemente, alguns deles queriam o lugar dos dois idiotas que chamamos de namorados. — ela cruzou os braços sobre o peito com uma expressão vitoriosa.
— Adorei. — respondi sorrindo.
— Não adorou nada. Fica quieta, . — me abraçou pela cintura. Possessivo. Quando me preparei para responder, vi entrando no refeitório acompanhado de . O sorriso de quase não cabia em seu rosto. E tinha as bochechas coradas.
— Eles são tão fofos juntos. — comentei e deitei a cabeça no ombro de .
— Ele é seu ex-namorado e você acha bonitinho ele com outro cara? — perguntou risonho.
— Outro... — resmungou.
— E daí, ? Caramba, vocês tão demais hoje. Eu só disse que eles são bonitinhos juntos. O que tem de mais nisso? — perguntei.
— É, guy, não está fácil para nós. Elas parecem bravas hoje. — se meteu.
— Não tá fácil por quê? — perguntou quando finalmente chegou à mesa.
— Oi, gente. — cumprimentou baixinho.
— Vocês se importam se o sentar com a gente? — perguntou. Olhei para todos na mesa e evitou me encarar. Pisei no seu pé por baixo da mesa e ele me olhou de olhos arregalados e suspirou.
— Não. Senta aí, cara. — disse e riu.
— Senta aqui, . — chamei e bati no banco ao meu lado. Espremi e dei espaço para . O sorriso dele se alargou. — E então, o que cursa aqui na K-Arts e como conheceu esse ser inútil que é o ? — perguntei.
— Ei! — protestou. — Você não me achava inútil quando tava com a boca grudada na minha, não é? — ele perguntou me encarando.
— Ela é a garota? — perguntou, baixinho de novo. Talvez fosse coisa dele. Timidez, sei lá. A voz dele era suave e ele parecia um bebê que podia chorar a qualquer momento. Isso me fazia querer ficar por perto para consolar ele na hora que ele precisasse.
— Sim, . Essa é a , a garota que partiu meu coração. — respondeu e fez cara de choro.
— , não fale assim. Ela vai se sentir culpada. — ralhou e fez um bico fofo. Parecia um cãozinho bravo. Me dava vontade de apertar.
— É, . Não fale assim comigo. — rebati com um bico nos lábios.
— OK, . Vá buscar sua comida ou vai ficar com fome. — ordenou.
— Quer que eu traga seu lanche, ? — ele perguntou. Eu e suspiramos. Ouvi rindo ao meu lado. Devia estar me achando louca. Olhei para ele e ele apertou meu nariz, selando meus lábios rapidamente.
— Ah, não. Não estou com fome. Pode ir. Obrigado. — respondeu rapidamente.
Tentamos enturmar ele o máximo possível e ele parecia mais confortável com o passar do tempo. pareceu mais receptivo, mas ainda iríamos conversar sobre. era só sorrisos o tempo todo. A troca de olhares entre ele e era intensa. “Ele não me olhava assim”, pensei e ri sozinha.
— Vamos, veteranos. Estamos atrasados. — chamou. — E você novata... — ela apontou para mim, negando com a cabeça. — Que vergonha.
Isso arrancou uma risada bonitinha de .
— , eu posso levar ele para mim? — me abracei a . — Por favor.
— Enlouqueceu, garota? — ele puxou pela mão, o tirando do meu abraço e o colando ao seu corpo, em um abraço de lado meio torto. — Quem vai ficar comigo quando vocês, cães no cio, sumirem? Para onde eu vou fugir? — ele perguntou e todos rimos.
— OK, eu deixo você levar ele, mas você vai ter que me emprestar às vezes. — decretei com uma expressão séria.
— Gente, tem para todo mundo. Fiquem calmos. — disse baixinho e riu.
— Você acabou de criar um monstro, . Vem, vamos embora. — disse e saiu arrastando com ele, sem nos dar o direito de protestar.
— Acho que eu errei quando disse que o ainda estava disponível. — refletiu.
— É, acho que sim. — eu e concordamos e fomos para nossas salas.
Na segunda, acordei cedo e me arrumei, praticamente derrubando da cama para que ele acordasse. Ele precisava passar em casa para trocar de roupa antes de irmos para a K-Arts. Assim que parou o carro em sua garagem, parou seu carro ao nosso lado. Olhei confusa para e desci do carro no mesmo momento em que desceu do carro de , vestindo o mesmo short da apresentação e uma camisa dele.
— Onde você estava, ? — perguntou descendo do carro.
— Na casa do meu namorado. E você, ? — rebateu com os braços cruzados sobre o peito.
— Na casa da minha namorada. — respondeu sério.
— Então estamos quites. — respondeu e entrou em casa, sendo seguida por um que resmungava. Encostei no capô do carro de e me imitou.
— Credo, como você aguenta ela? — perguntei a , mas olhando para a porta da casa.
— Do mesmo jeito que você aguenta ele. — respondeu.
— ainda está com a roupa de sábado ou você veio buscar roupas para ela? — perguntei curiosa.
— Ela não precisou muito das roupas ontem. Deu tempo de lavar a que ela estava usando. — disse simplista.
— Informação desnecessária, . — brinquei.
— está com a mesma calça do sábado. — ele apontou.
— Diferente de vocês, passamos a maior parte do tempo vestidos. deu uma calça para . — rebati.
— Então são um “trisal”? — ele perguntou rindo. — Achei que fosse chamar o para isso.
— Cala a boca, . — empurrei seu ombro. — Vocês finalmente se acertaram? — perguntei me referindo a e ele.
— Graças a Deus. Não aguentava mais ter que esconder todo esse sentimento aqui. — ele bateu no peito de um jeito sôfrego. Achei a declaração a coisa mais bonitinha do mundo. Virei em sua direção e lhe dei um abraço apertado.
— Parabéns, . Você merece ser feliz. — apertei sua bochecha.
— , tire as mãos de cima do meu namorado! — saiu da casa gritando. Usava um vestido preto com uma estampa de flores e tênis brancos. A roupa da aula provavelmente estava na bolsa enorme que ela carregava. vinha em seu encalço, com um jeans rasgado nos joelhos, tênis brancos e camiseta preta sem mangas, uma jaqueta pendendo em um ombro e a mochila no outro. Ele se aproximou de mim e me abraçou pela cintura. Levei meu nariz ao seu pescoço e inspirei o perfume gostoso que vinha dali.
— Você está uma delícia com essa roupa. — comentei baixinho.
— Não me obrigue a te levar para dentro para testarmos minha cama. — ele respondeu sussurrando.
— Se vão transar, arrumem um quarto. — gritou. Olhei para ela de olhos arregalados.
— O que tá acontecendo com você, garota? — perguntei assustada.
— aconteceu. Vamos, não quero me atrasar. — ela respondeu e entrou no carro.
— Eu não tenho nada a ver com isso. — se defendeu.
— Vamos, . — chamei, rindo da cara de desgosto de .
e foram no carro de e e eu os seguimos no carro de . Chegamos na K-Arts com alguns bons minutos de antecedência e encontramos deitado na grama, olhando o céu.
— Você não deu notícia o final de semana inteiro, . Onde dormiu no sábado? — chutou sua costela.
— Ai! Não é da sua conta, . — ele respondeu passando a mão sobre o lugar que tinha chutado
— Anda, . Levanta. — estendi a mão em sua direção e ele aceitou prontamente. Segurou na mão de e nós lhe demos impulso para levantar. — Onde passou a noite de sábado? — perguntei enquanto tirava a grama que tinha se prendido ao seu cabelo.
— Fui dormir na casa de um amigo. Não queria ouvir a gemer a noite inteira. — ele respondeu. chutou sua canela. — Você está violenta hoje, .
— Quem é a garota? — perguntou.
— Já disse que fui dormir na casa de um amigo, caramba. — rebateu. — Vocês vão conhecer ele em breve.
— , pode nos contar. Quem é a garota? — insistiu. lhe lançou um olhar de tédio. Depois olhou por cima da cabeça de , acenando para alguém atrás de nós. Me virei para ver quem era e vi uma figura magrinha, de cabelos castanhos caindo sobre os olhos apertadinhos pelo sorriso que estampava seu rosto. O rapaz caminhou até nós e parou ao lado de .
— Oi, . — o rapaz cumprimentou.
— Oi, . Gente, esse é o , o amigo que me abrigou sábado enquanto eu fugia de vocês, cães no cio. — apresentou.
— Oi, gente. Prazer. — sorriu e nos reverenciou. — Eu preciso ir. Tenho que falar com a galera do grupo. — ele explicou a , que acenou com a cabeça. Nos deu um tchauzinho e passou a mão delicadamente no braço de , que lhe bagunçou os cabelos antes de ele sair. nos olhou sorrindo.
— Cara, isso foi tão gay. — comentou.
— Nossa, . Seu comentário foi tão preconceituoso. — rebati. — Dois caras não podem ser amigos? Você e o são. Você e o . e .
— Mas a gente não fica se alisando por aí. — se explicou.
— Vai me negar agora, docinho? — perguntou passando a mão no peito de .
— Sai daqui, . — ele afastou a mão de rindo.
— Diferente de você, algumas pessoas são carinhosas. — alfinetou.
— OK, me desculpa. — pediu e abraçou de lado.
— Melhor assim. Vamos? — chamou.
Todos concordamos e pegou minha bolsa e pendurou no seu ombro junto com sua mochila. Me abraçou de lado e me incentivou a andar. abraçou por trás e foram caminhando aos tropeços enquanto ria.
— Estão namorando? — perguntou alternando o olhar entre nós.
— Sim. — respondemos os quatro em uníssono.
— Droga. Não acredito que sobrei. Devia ter ido com o . — ele reclamou, me fazendo rir. se apressou para a sala, e foram para a aula e me acompanhou até a porta da minha sala, recebendo vários olhares pelo caminho.
— Nos vemos no almoço? — perguntou enquanto colocava minha bolsa de volta no meu ombro e me abraçou pela cintura.
— Claro que sim. — lhe abracei pelo pescoço. Beijei calmamente seus lábios e sorri no final do beijo.
— Eu te amo. — ele sussurrou com os lábios colados nos meus. Acho que ele tinha gostado da sensação que as palavras provocavam no peito. Ele nunca tinha falado isso para ninguém, mas não parava de repetir para mim.
— Eu também te amo. — sussurrei volta. Roubei um selar rápido e me soltei dele, entrando na sala e sendo acompanhada por olhares invejosos.
— O que você estava fazendo colada no e por que estava beijando ele? — uma das meninas perguntou. Eu realmente não lembrava seu nome.
— Não é da sua conta? — perguntei de volta.
— nunca beija as conquistadas no dia seguinte. — ela cruzou os braços sobre o peito. Ri sozinha. O dia seguinte tinha sido ontem. E fizemos muito mais que apenas nos beijar.
— Querida, eu não sou só mais uma conquistada. Por enquanto, está fora de jogo. — ri com ar superior.
— Você não está falando sério. nunca namora. — ela rebateu.
— Se não acredita, pergunte a ele. — incentivei. A garota saiu da sala a passos rápidos. Fiquei olhando incrédula para a porta por onde ela tinha saído. A garota era doida. Ela surpreendentemente voltou arrastando pelo braço e o soltou no meio da sala.
— O que ela quer? — ele me perguntou e rolou os olhos.
— Como ela te alcançou? — perguntei surpresa.
— Eu parei para conversar com os caras. — ele apontou displicente para o lado de fora. As meninas permaneciam todas em silêncio, observando enquanto conversávamos de longe. A louca não tinha deixado eu me aproximar.
— , essa daí... — ela me olhou com desdém. — Disse que você está namorando.
— Estamos. — passou por ela e me abraçou. — Muito cuidado com o que você fala, garotinha. Vocês não vão querer falar mal da minha namorada, vão? — perguntou com um olhar quase ameaçador. As meninas estampavam uma expressão de choque no rosto. E eu sorria vitoriosa e orgulhosa de ter transformado o cara pegador em um namorado protetor. — Tenho que ir. — ele roubou um selar e saiu quase correndo da minha sala. A professora entrou e mandou que todas sentássemos.
— Por que estão com essas caras? — a professora perguntou rindo. — Ah... , eu vi você e abraçados... — ela deixou a frase no ar.
— Estamos namorando, professora. — respondi sorrindo.
— Agora eu entendi o choque coletivo. — ela riu. — Vamos, melhorem essas caras. — ela ordenou e tentou prosseguir a aula, mas vez ou outra se ouvia um suspiro. Esse namoro ainda ia dar o que falar.
Depois que se separou de nós e foi deixar na sala dela, e eu fomos para a nossa sala de aula. Ele estava o tempo todo agarrado à minha cintura.
— , você pode me largar só um pouquinho? — pedi rindo.
— Nem pensar. Tá maluca? Agora que você me aceitou, eu vou ficar o tempo todo no seu pé. — ele respondeu rindo e beijou meu rosto várias vezes enquanto entrávamos na sala.
— . — uma das meninas chamou. — Você pode me emprestar o só um pouquinho? — ela sorriu maliciosa para . Olhei para com a sobrancelha arqueada.
— Vai lá, . — incentivei. suspirou cansado.
— MinHee, eu sinto muito. Eu tô com a minha namorada agora. Não vai dar. — me abraçou apertado.
— Sua o quê? — a garota perguntou quase gritando.
— Ainda mais essa surda. — sussurrou no meu ouvido. — Minha namorada, . Entendeu agora? — ele perguntou calmamente. Eu estava adorando a forma como ele falava as palavras “minha namorada”. Tinha alguma coisa nelas, talvez amor.
— E desde quando o grande namora? — outra menina perguntou e minha vontade era mandar que elas calassem a boca, mas eu precisava preservar a imagem da representante de curso simpática.
— Desde que eu me apaixonei pela , assim que coloquei meus olhos nela. Desde que finalmente nos entendemos e ela aceitou me namorar. — respondeu e meu peito se encheu de orgulho. — Eu amo essa baixinha. — ele quase sussurrou a última parte. Me virei no abraço e lhe olhei sorrindo.
— Eu também te amo, coisa irritante. — respondi e nós rimos.
— Não acredito que perdemos o também. — ouvi alguém dizer ao longe. Então elas já sabiam sobre e .
— ainda está solteiro. — comentei para algumas meninas. Se ele soubesse o que eu estava fazendo, me mataria.
— , o vai te matar. — me alertou, rindo no meu ouvido.
— Eu só queria dar um pouco de esperança a elas. — dei de ombros.
— ... — ele chamou incerto, uma expressão esquisita no rosto. Parecia... Preocupado? — Você acha que o ...
— É gay? — completei e ele arregalou os olhos.
— É que ele tava todo cheio de sorrisos com o cara magrinho e tal... — ele refletiu.
— E isso vai mudar alguma coisa na amizade de vocês, ? — perguntei incerta.
— Claro que não, . — ele pareceu irritado. — É que é estranho, sei lá. — ele riu.
— Então pare com as insinuações. — passei a mão sobre sua bochecha e ri. — Se, por acaso, ele aparecer namorando o , ele vai precisar de apoio.
Era o que me faltava. , um dos poucos homens do curso de dança, talvez o único hétero, sendo preconceituoso. Tenho certeza de que ele estava na sala quando o professor nos disse para nos livrarmos da forma e que o importante era a essência. Se ele continuasse com aquilo caso dissesse realmente que estava saindo com outro homem, nós certamente brigaríamos.
— . — chamei e ele me encarou. — Você está pronto para isso? Para apoiar o caso ele diga por aí que é bi ou mesmo gay?
— , é quase um irmão para mim. É para lá que eu corro quando meus pais resolvem sumir e me deixar sozinho. É ele que me apoia nas minhas maiores loucuras. Ele tava comigo quando eu tomei meu primeiro porre. Por sua causa. — ele riu, o que me fez sorrir. — Foi com ele que eu já dividi a king size tantas vezes e foi com ele que eu passei noites em claro jogando videogame. É claro que eu vou apoiar ele.
— Eu te amo. Você é incrível, sabia? — perguntei com os olhos marejados. Nunca tinha visto tanta sensibilidade vindo dele.
— OK, o clima de romance está na K-Arts. Alguém me traga um inseticida, por favor. — a professora entrou gritando na sala. — Vocês são assunto em todos os corredores. e também. Não fazem ideia de quantas meninas eu já vi chorando hoje. Nem de quantos rapazes emburrados não responderam o meu bom-dia.
— Espera, rapazes? — perguntou por cima da minha cabeça. A professora tinha entrado na sala e ele nem ao menos tinha me soltado.
— Sim, . Rapazes. — ela riu debochada. — Acha que você e o eram os únicos desejados aqui? Faz ideia de quantas vezes eu já tive que responder que “não, eu não tenho o número da ”? — ela perguntou com a voz afetada. — Ou de quantas vezes eu disse que não fazia ideia de onde estava a , mesmo quando eu tinha acabado de deixá-la na porta da sala de prática? Tem sorte de a gostar de você, ou você teria sido trocado há muito tempo. Assim como o foi.
Ela riu e eu corei de vergonha. Pelo visto, eu não conseguia esconder meu sentimento de ninguém nessa escola.
— Vá se trocar, . — ela ordenou.
Saí da sala sob o olhar debochado dela e o irritado de . É, esse namoro ainda ia render.
Saí da sala de aula exausta e corri para o banheiro. Me arrumei rapidamente e praticamente corri para o refeitório. Com certeza já estaria lá, me esperando, completamente impaciente como só ele era.
— Gostando das fofocas? — apareceu ao meu lado no corredor, abraçada a que ria.
— Eu não aguento mais o olhar de nojo das meninas. Credo. — revirei os olhos.
— Só vai piorar. Vamos entrar no campo de concentração delas. — debochou. Respirei fundo e olhei para frente, lançando olhares de puro tédio a quem me encarava. estava em toda a sua beleza, apoiado no portal do refeitório olhando para o chão. A jaqueta tinha sumido e seus braços brancos demais estavam à mostra.
— Oi, gatinha. — ele me cumprimentou quando me aproximei e me abraçou pela cintura, roubando um selar rápido. — Estava com saudades.
— Cara, eu não sabia que você era tão meloso. — fez uma cara de nojo.
— Me erra, . — ele riu. — Como foi sua aula? — ele me perguntou. Começamos a caminhar os quatro para nossa mesa. não tinha dado sinal ainda.
— Um saco. — respondi e rolei os olhos. — As meninas não me deixaram em paz dois períodos inteiros.
— está bravo porque a professora disse que viu alguns caras emburrados, . — comentou e riu.
— Caras? — perguntei confusa. Sentamos no nosso lugar de sempre, e eu de um lado, e do outro, minha amiga de frente para mim.
— Aparentemente, alguns deles queriam o lugar dos dois idiotas que chamamos de namorados. — ela cruzou os braços sobre o peito com uma expressão vitoriosa.
— Adorei. — respondi sorrindo.
— Não adorou nada. Fica quieta, . — me abraçou pela cintura. Possessivo. Quando me preparei para responder, vi entrando no refeitório acompanhado de . O sorriso de quase não cabia em seu rosto. E tinha as bochechas coradas.
— Eles são tão fofos juntos. — comentei e deitei a cabeça no ombro de .
— Ele é seu ex-namorado e você acha bonitinho ele com outro cara? — perguntou risonho.
— Outro... — resmungou.
— E daí, ? Caramba, vocês tão demais hoje. Eu só disse que eles são bonitinhos juntos. O que tem de mais nisso? — perguntei.
— É, guy, não está fácil para nós. Elas parecem bravas hoje. — se meteu.
— Não tá fácil por quê? — perguntou quando finalmente chegou à mesa.
— Oi, gente. — cumprimentou baixinho.
— Vocês se importam se o sentar com a gente? — perguntou. Olhei para todos na mesa e evitou me encarar. Pisei no seu pé por baixo da mesa e ele me olhou de olhos arregalados e suspirou.
— Não. Senta aí, cara. — disse e riu.
— Senta aqui, . — chamei e bati no banco ao meu lado. Espremi e dei espaço para . O sorriso dele se alargou. — E então, o que cursa aqui na K-Arts e como conheceu esse ser inútil que é o ? — perguntei.
— Ei! — protestou. — Você não me achava inútil quando tava com a boca grudada na minha, não é? — ele perguntou me encarando.
— Ela é a garota? — perguntou, baixinho de novo. Talvez fosse coisa dele. Timidez, sei lá. A voz dele era suave e ele parecia um bebê que podia chorar a qualquer momento. Isso me fazia querer ficar por perto para consolar ele na hora que ele precisasse.
— Sim, . Essa é a , a garota que partiu meu coração. — respondeu e fez cara de choro.
— , não fale assim. Ela vai se sentir culpada. — ralhou e fez um bico fofo. Parecia um cãozinho bravo. Me dava vontade de apertar.
— É, . Não fale assim comigo. — rebati com um bico nos lábios.
— OK, . Vá buscar sua comida ou vai ficar com fome. — ordenou.
— Quer que eu traga seu lanche, ? — ele perguntou. Eu e suspiramos. Ouvi rindo ao meu lado. Devia estar me achando louca. Olhei para ele e ele apertou meu nariz, selando meus lábios rapidamente.
— Ah, não. Não estou com fome. Pode ir. Obrigado. — respondeu rapidamente.
Tentamos enturmar ele o máximo possível e ele parecia mais confortável com o passar do tempo. pareceu mais receptivo, mas ainda iríamos conversar sobre. era só sorrisos o tempo todo. A troca de olhares entre ele e era intensa. “Ele não me olhava assim”, pensei e ri sozinha.
— Vamos, veteranos. Estamos atrasados. — chamou. — E você novata... — ela apontou para mim, negando com a cabeça. — Que vergonha.
Isso arrancou uma risada bonitinha de .
— , eu posso levar ele para mim? — me abracei a . — Por favor.
— Enlouqueceu, garota? — ele puxou pela mão, o tirando do meu abraço e o colando ao seu corpo, em um abraço de lado meio torto. — Quem vai ficar comigo quando vocês, cães no cio, sumirem? Para onde eu vou fugir? — ele perguntou e todos rimos.
— OK, eu deixo você levar ele, mas você vai ter que me emprestar às vezes. — decretei com uma expressão séria.
— Gente, tem para todo mundo. Fiquem calmos. — disse baixinho e riu.
— Você acabou de criar um monstro, . Vem, vamos embora. — disse e saiu arrastando com ele, sem nos dar o direito de protestar.
— Acho que eu errei quando disse que o ainda estava disponível. — refletiu.
— É, acho que sim. — eu e concordamos e fomos para nossas salas.
Capítulo 10
E as férias finalmente tinham chegado. Eu não viajaria, ficaria com a maior parte do tempo já que e iam a Jeju visitar alguns parentes. Fui convidada para ir, mas recusei gentilmente. Claro que ainda estava altamente emburrado pois “queria que a tia fulana me conhecesse e finalmente parasse de perguntar sobre as namoradinhas”. passaria alguns dias lá, depois viajaria com os pais. ficaria seis dias com a gente e passaria o resto do período fora e não nos contou o que estava aprontando.
Ele estava cada vez mais fazendo parte deste grupo e algo me leva a crer que ele e não eram apenas amigos unidos demais. Tinha alguma coisa ali. Eu só não sabia o que era.
— Oi, gata. — se jogou ao meu lado no sofá da casa de e sorriu.
Ele viajaria em dois dias, então nós tínhamos combinado de sair. Nós seis. e eu, e , e . Como de costume, tínhamos marcado de nos encontrarmos na casa dos para irmos todos juntos.
— Me erra, . — reclamei.
— Nossa, que grossa. não está... — ele começou a falar, mas eu lhe acertei uma almofada no rosto.
— Não conclua a frase. — ordenei, vermelha até as orelhas pela insinuação dele.
— Eu ia perguntar se ele não estava em casa. — ele reclamou passando a mão no nariz.
— Sei... — disse desconfiada.
— Eu acabei de chegar, . Me dá um desconto. — ele reclamou com um bico nos lábios cheios.
— , tem que parar de fazer esses bicos perto de mim. — fechei os olhos com força.
— Por que, ? — ele perguntou divertido. — Tem saudades?
— Eu não disse isso. — respondi rindo.
— ! — ele gritou em direção à porta do quarto. — está dizendo que tem saudades dos meus... — lhe acertei a almofada no rosto outra vez, agora com mais força.
— Cale a droga dessa boca! — gritei rindo. — Quer acabar meu namoro?
— tem o quê? — desceu as escadas com uma calça preta tão justa que eu me pergunto como ele estava conseguindo andar. Se aproximou de mim por trás do sofá onde eu estava sentada e levantou meu queixo delicadamente, selando meus lábios no maior estilo homem-aranha. — Onde está ? — ele perguntou confuso. Depois de uma longa conversa, ele e tinham aceitado a ideia de que provavelmente tinha uma relação especial com o rapaz magrinho e de voz baixa.
— Disse que tinha que resolver algumas coisas e que nos encontraria lá. — respondeu desgostoso.
— e ? — perguntou de novo.
— chegou, entrou no quarto da e ainda não saiu de lá. — respondi.
Dos quatro que já estavam na casa, eu era a única que estava pronta. Calça cintura alta preta e moletom cropped branco, combinando com o sapato de mesma cor. Meus cabelos estavam presos em tranças boxeadoras (sim, eu as amava de fato) e eu tinha passado uma maquiagem leve, dando destaque apenas ao meu batom roxo. estava de calça preta e só. tinha chegado arrumado. chegou quase pronto, mas algo me dizia que ele precisaria se arrumar de novo.
— Esses garotos parecem coelhos no cio. — reclamou baixinho.
— Você não pode julgar eles, . — rebateu e pegou a almofada do meu colo e o acertou no rosto. — Vocês estão muito violentos hoje! — quase gritou.
— Desculpe, . — pedi e beijei seu rosto. me olhou com uma careta.
— Eu vou terminar de me arrumar e você vem comigo. — ele decretou e me puxou pela mão.
— Ei! Eu vou ficar exatamente aqui. — protestei e me soltei de seu aperto.
— Então você vem comigo, . — ele ordenou. De repente, entendi o que ele estava fazendo. Não queria me deixar a sós com o .
— , você não confia em mim? — perguntei incrédula. — Vá se vestir e nos deixe em paz. Eu não vou agarrar o quando você sair. — cruzei os braços sobre o peito, lhe encarando com uma expressão de puro tédio. — E apresse a , ou eu largo vocês aqui, volto para a minha casa e você só vai me ver no final das férias.
— Eu estou de olho em você, . — ele disse com uma pitada de arrogância na voz, virou meu rosto em sua direção e me beijou com raiva, puxando meu lábio inferior com os dentes no final do beijo. Subiu as escadas novamente, gritou na porta do quarto de e entrou no seu.
— Eu não sabia que ele era tão ciumento. — riu.
— Nem eu. — respondi cansada. não parava de me surpreender.
— E aí, casal. — desceu as escadas seguido de . Usavam uma roupinha combinando, como aqueles casais do Tumblr. E ficavam extremamente fofos daquele jeito.
— Estão bonitinhos juntos. Você nunca quis usar roupa combinando comigo, não é, ? — comentou com uma falsa expressão triste.
— Eu nunca achava roupas para três. Não podíamos deixar o de fora, . — respondeu e bagunçou os cabelos de . Passou por mim e puxou uma de minhas tranças, sentando no outro sofá e puxando para seu colo. Minha amiga apenas revirou os olhos e riu.
— ? — ela perguntou olhando ao redor.
— Vai nos encontrar lá. — respondi rápido.
— E por que meu irmão está tão irritado? — ela perguntou de novo. — Não estão... — joguei uma almofada nela.
— Vocês estão muito interessados na minha vida sexual com o . — rebati. sorriu, confirmando que ia perguntar exatamente o que eu achava que ela ia perguntar.
— irritado só pode ser por isso. — ela deu de ombros.
— Isso o quê? — perguntou descendo as escadas novamente. Vestia uma camisa preta como a calça e uma jaqueta, o tênis branco nos pés combinando com o meu.
— Você irritado. Deve ser falta de... — começou, mas tapou sua boca.
— Não precisamos de um mais irritado. Estamos prontos? Podemos ir? — perguntou.
Todos confirmamos e fomos para os carros. ia no seu, pois iria para casa depois e levaria consigo. , e eu iríamos no carro de , prometendo deixar em casa depois.
Como tinha furado na primeira vez, decidimos sair para dançar. Encontramos na porta, nos esperando. Ele nos sorriu e abraçou de lado. Entramos todos e, como de costume, me dirigi ao bar. Pedi uma dose de tequila e virei de uma vez.
— Já vai se embebedar? — perguntou me abraçando por trás.
— Você sabe que eu preciso de um pouco de álcool para relaxar. — respondi.
— Eu poderia te fazer relaxar de tantas formas... — ele sussurrou rouco no meu ouvido. Meu corpo arrepiou por inteiro.
— , para. — pedi baixinho, certa de que ele não me ouviria por conta do barulho no lugar.
— Qual é, ? Vamos mesmo ficar aqui? — ele sussurrou de novo e mordeu o lóbulo da minha orelha. Me virei no abraço e levei minha boca ao seu ouvido.
— Claro que vamos. Nós acabamos de chegar. Você vai ter outras oportunidades de me fazer relaxar. Não se preocupe. — respondi. Saí para a pista de dança no exato momento em que I’m not sorry começava a tocar. Minha música. A que eu dancei no festival. Procurei com os olhos e a encontrei se soltando de e se dirigindo para a pista de dança. Hora do show.
já abria espaço na pista enquanto eu me aproximava devagar, dançando entre as pessoas. Fizemos nossa coreografia perfeitamente sincronizada, como no dia do festival. Nos primeiros “So I'm turnin'”, se aproximou e me abraçou por trás.
— Para de mexer essa bunda. — ele ordenou. Me soltei do abraço e me aproximei de , continuando a dançar. Ele tentou avançar novamente, mas o segurou pelo peito, rindo. estava quase espumando de raiva. Continuamos com nossa coreografia até que o segundo “So I'm turnin'” chegou. Me aproximei de e passei a rebolar de encontro ao seu membro, empinando a bunda no final, apenas para provocar. e eu terminamos nossa coreografia sob aplausos fervorosos dos presentes.
— Você tá proibida de dançar essa música. — me tomou pela mão e tentou me levar para longe dos outros.
— Você não manda em mim, . É meu namorado, não meu dono. — rebati e me soltei de seu aperto, caminhando até .
— , meu Deus, vocês foram maravilhosas! — me abraçou empolgado e foi abraçar . — disse que vocês dançaram no festival. Com bem menos roupa. — ele riu. — Queria ter visto.
— Vão existir outras oportunidades, . — respondi sorrindo, mas olhando para .
— Ele quase estragou tudo, não foi? — perguntou rindo.
— Esse idiota está altamente fora de controle hoje. — respondi irritada.
— Ele só está tentando proteger você porque ele te ama. — sorriu doce. — E vocês vão ficar separados nas férias. Ele só quer marcar território.
— Ele só está me irritando, . — rebati e cruzei os braços sobre o peito. conversava desconfiado com , e de repente avançou na minha direção, mas o toque da música seguinte o fez travar no meio do caminho. As notas de Take you down, do Chirs Brown, soaram alto no local. largou e puxou pelo braço. Então aquela era a apresentação que deveria ter sido feita no festival?
passou por mim, parando para roçar os lábios nos meus, sem me beijar de verdade, e se juntou aos amigos. As pessoas abriram um círculo para os ver dançar. E a sincronia era incrível. tinha feito um ótimo trabalho naquela coreografia. Os movimentos eram altamente insinuativos e simulavam um ato sexual. Eu já estava ficando sem ar olhando aqueles três dançando.
Na segunda parte da música, simplesmente tirou a camisa, a arremessando em direção a , que pegou a peça no ar, rindo. se aproximou de mim e pegou minhas mãos, as colocando em seu abdômen por baixo da camisa, sem parar de se mexer. Arranhei sua pele e ele gemeu baixinho, todos os pelos se eriçando em contato com a minha palma. Ele puxou a blusa para cima e eu a segurei no lugar. riu ladino, e com uma expressão desafiadora puxou a blusa com força. Eu sabia que aquela era sua vingança.
Com o tronco desnudo, ele voltou para o centro do círculo e assim terminou coreografia, ele e sem camisa, e devidamente vestido. Agradeceram ao público e se aproximaram de nós, suados e quase pelados.
— Então você dança. — comentei para .
— Eu te falei, princesinha, mas você nunca acreditou em mim, não é? — ele perguntou rindo.
— Vocês foram ótimos. — sentenciou.
— , se importa de pegar um táxi com o ? — o perguntei baixinho.
— Vai errar, não é? — ele perguntou malicioso.
— Vou acertar, baby. — respondi e rimos abertamente.
— Vai, garota. Acerta mesmo. Se despede porque vocês vão ficar um tempo separados. — me abraçou.
— Boa viagem, . — abracei .
— Vocês já vão? E eu? — ele perguntou triste.
— , nós vamos de táxi. precisa resolver um assunto urgente com o . — explicou e sorriu malicioso, me dispensando com um gesto de mão.
— Pronto para ir? — perguntei a um ainda sem camisa. Eu segurava a peça e não estava disposta a devolvê-la.
— Já? Eu estava começando a me divertir. — ele colou o corpo suado ao meu e raspou os dentes no meu pescoço.
— Precisamos ir. Tive um imprevisto. Se despeça do . Te espero no carro. — despejei as ordens e saí, me despedindo de e , e indo para o carro ainda com a camisa de em mãos. Segundos depois, ele se aproximou, vestido apenas com a jaqueta.
— Eu acho que essa blusa é minha. — ele reclamou. — O que você tem? Está se sentindo bem?
Não respondi e ataquei seus lábios furiosamente. Levei minhas mãos para dentro da jaqueta e deslizei a peça por seus ombros, o deixando com o tronco nu novamente. escorregou as mãos para a minha bunda e puxou meu corpo mais para perto do seu, como se quisesse nos fundir em um só. Minha mão livre, a que não segurava as peças de roupa, foi para seus cabelos e as mãos dele, para as minhas coxas, me dando um impulso para enlaçar as pernas em sua cintura, e eu assim o fiz.
— ... — ele me chamou ofegante quando partiu o beijo.
— , aqui. Tem que ser aqui. Rápido. — pedi. entendeu a que eu me referia e destrancou o carro, dando a volta e afastando seu banco para longe da direção. Entrou comigo no colo, completamente desajeitado, e fechou a porta. Joguei a camisa e a jaqueta de no banco e me apressei em descer minha calça. fez o mesmo, descendo a calça parcialmente e puxando o membro já ereto para fora da boxer.
— Você precisa se livrar dela. Não vamos conseguir. — ele me alertou. Saltei para o banco do carona e rapidamente puxei a calça pelas pernas, me livrando dos sapatos, dela e da calcinha, ficando apenas de moletom, e voltei a sentar no colo de , as intimidades nuas se tocando. — Tem certeza? — ele perguntou incerto. Nunca tínhamos cometido uma loucura como aquela.
— Rápido, . — ordenei. Ele segurou o membro pela base e o pincelou em minha entrada algumas vezes. Coloquei minha mão sobre a sua, o fazendo parar, e sentei de uma vez, sentindo toda a sua extensão me penetrar. — Eu disse rápido, .
Apoiei as mãos em seus ombros e comecei a subir e descer por seu membro, tendo as mãos dele em meus quadris para me dar apoio.
— Você tá tão molhada. Tão gostosa. — ele sussurrou rouco.
— Fala. Continua falando, . — pedi.
— Eu adoro te foder assim. Você me engolindo desse jeito... — ele sussurrou e levou uma mão de encontro à minha intimidade, estimulando meu clitóris com maestria enquanto começava a se movimentar abaixo de mim. — Gosto quando você senta em mim, porque me faz ir fundo em você. — ele disse e eu gemi alto, jogando a cabeça para trás em deleite. Senti a mão livre de apertar meu seio coberto pelo sutiã e ouvi ele gemer rouco.
— , mais. Eu preciso de mais. — pedi quase desesperada. segurou meus quadris com força e passou a estocar freneticamente.
— Meu pau tá indo fundo em você, ? — ele perguntou e eu contraí a intimidade por puro reflexo. — Isso, . Contrai para mim. Aperta meu pau como só você sabe fazer. — ele mandou e desferiu um tapa em minha coxa. Gemi alto e contraí de novo, chegando ao ápice em seguida. — Só mais um pouco, . — pediu e continuou a se movimentar até que atingiu o ápice com um gemido alto e rouco no meu ouvido. Me abracei ao seu pescoço e tentei acalmar a respiração. — Será que você pode me explicar o que foi isso? — ele perguntou calmo enquanto passava as mãos nas minhas costas.
— Tesão acumulado. — respondi baixinho em seu ouvido. — E você me provocou hoje, com aquela coreografia.
— Quem estava esfregando a bunda em mim? — ele perguntou e riu.
— Você estava pedindo. — rebati. — Talvez agora você pare com essa sua crise de ciúmes. — alfinetei.
Soltei o abraço e peguei a camisa dele largada no banco. Vesti a peça por cima do meu moletom, fazendo dela um vestido, e saí de seu colo, sentando no banco do carona. Peguei a jaqueta e cobri as pernas. Não me dei o trabalho de procurar minha calcinha, não precisaria dela essa noite. pegou um pano limpo que ele mantinha no porta-luvas e se limpou como pôde. Vestiu a calça e me encarou.
— Será que podemos ir para casa para eu fazer amor com minha namorada como ela merece? — ele perguntou sério e eu sorri.
— Forte e fundo? — perguntei maliciosa.
— Lento e provocativo. Eu gosto quando você senta em mim, mas amo fazer bem devagar, observando as expressões de prazer no seu rosto bonito. — ele disse e passou a mão na minha coxa descoberta. — Adoro descobrir você aos poucos e te ver implorar por mais. — ele mordeu o lábio e sua mão deslizou para minha intimidade, procurando meu clitóris de novo.
— ... — chamei em tom de alerta.
— Eu quero tanto foder você de novo, devagar, apreciando o momento. — ele disse provocativo.
— Vamos para casa? — perguntei. — Lembrando que você viaja depois de amanhã. Temos que aproveitar.
— Espero que não esteja com sono. — ele riu de lado.
— Para você, eu estou sempre disposta. — sorri. me beijou calmo, me mostrando que, acima de tudo, de toda a safadeza, de todos os problemas que ele me causava na faculdade e de todas as raivas que ele me fazia passar, ele era sim o namorado perfeito e era com ele que eu seria feliz.
***
Papai tinha inventado aquela viagem de férias e eu não estava gostando nada daquilo. Estávamos no avião indo para Jeju e nada de chegarmos. Eu já estava me cansando.
— , quando chegamos? — perguntei impaciente. Não perguntaria nada a porque ele sustentava um bico de desgosto enorme. tinha recusado o convite e ele tinha acabado por vir só, já que papai fez questão que ele viesse.
— Estamos chegando, amor. Só mais uns minutos. — respondeu e sorriu.
— ... — chamei o moreno emburrado.
— Eu tô bem, . Não se preocupe. — ele respondeu e soltou um longo suspiro. podia ter colaborado, mas disse que não estava pronta para conhecer o resto da família .
— Você sabe que ela não fez por mal, não é? — me agarrei ao seu braço e deitei a cabeça em seu ombro. Estávamos sentados numa poltrona tripla, eu no meio, de um lado e do outro.
— Sei, mas queria que ela tivesse vindo. — ele aumentou o bico nos lábios. — Ah, papai pediu para te avisar que colocou você e em quartos separados. — ele riu.
— O quê? — eu e gritamos juntos, chamando a atenção de algumas pessoas.
— “Não vou deixar minha princesa dividir a cama com um homem bem debaixo dos meus olhos, .” — imitou a voz do papai e riu. Acabei rindo de sua imitação horrível.
— Não tô nem aí. vai dormir comigo sim. — dei de ombros.
— , papai odeia ser desafiado. — ele alertou.
— , tenho certeza de que ele não teria colocado a em outro quarto senão no seu. Direitos iguais, maninho. — bati em seu ombro e encarei , que estava branco como uma folha de papel. — Você vai ficar bem, . Não se preocupe. — o tranquilizei.
— Já estou achando que vir para cá foi uma ideia ruim. — ele murmurou.
— Eu te conheci mais corajoso, . — alfinetei.
— Ei! — protestou. — Eu sou corajoso. Só não estou afim de desafiar seu pai, . — ele cruzou os braços com uma expressão de raiva.
— Papai é superprotetor, mas faz tudo que a pede. Não se preocupa, cara. Ele não vai surtar. — disse rindo.
— Atenção, senhores passageiros, pousaremos em cinco minutos. — a aeromoça anunciou e eu joguei as mãos para o céu, agradecendo a Deus por estarmos chegando. Me preparei para o pouso, apertando as mãos de e . Eu odiava pousos.
Assim que saímos da aeronave, pegou minha mala e a sua e me estendeu a mão. Enlacei meus dedos aos seus e caminhamos juntos pelo aeroporto, ouvindo rindo bem atrás de nós.
— Princesa, como você está linda! — papai gritou assim que me viu. Eu estava realmente surpresa por ele ter ido até o aeroporto para nos buscar. Ele me abraçou apertado e a sensação era boa. — Estava com saudades de vocês. Menino . — ele reverenciou e depois lhe estendeu a mão. — Espero que esteja cuidando bem da minha filha.
— Ele está, papai. Não desgruda dela um minuto sequer. — disse logo atrás de nós. Papai me separou de e passou por nós, abraçando com força, bagunçando seus cabelos.
— Meu filho. Está ótimo. Acho bom que esteja de olho nela. — ele olhou para mim e encolheu no lugar. — E onde está sua garota? — papai perguntou e suspirou triste. Eu teria que ligar para imediatamente.
— Ela não pôde vir, papai. Ficou presa com um projeto da faculdade. — menti.
— Que pena. Queria muito conhecê-la. — papai disse, realmente triste. — Mas vamos para o hotel. Devem estar cansados.
— Papai, já que falou no hotel... — comecei baixinho.
— Já sei o que vai me pedir, . — ele estreitou os olhos para mim. — Pode dormir com o menino . Mas eu estou de olho em vocês.
— Obrigada, papai. — lhe beijei o rosto.
Entramos no carro e foi todo o caminho no mais completo silêncio. conversava animadamente, mas sempre suspirava quando falava de . Papai tentou puxar assunto comigo, mas eu estava mais preocupada com o Jack Frost mudo ao meu lado.
— ? — lhe chamei. Ele me olhou com o canto dos olhos, sério demais. Eu conhecia aquela expressão. estava planejando alguma coisa e isso não era nada bom.
— Vamos oferecer um jantar hoje à noite. Descansem bem e estejam no salão às 20h. Podem ir. — papai nos entregou nossas chaves e fomos para nossos quartos. largou as malas e se jogou na cama como estava.
— , não vai tomar banho? — perguntei incerta.
— Agora não. — ele respondeu e levantou o tronco para se livrar da camisa. Chutou os sapatos dos pés e fechou os olhos. Decidi deixá-lo em paz e fui tomar banho. Vesti meu pijama e deitei ao seu lado. — Trouxe sua saia de pregas? — ele perguntou de olhos fechados, me assustando.
— Sim, por quê? — perguntei curiosa.
— Vista ela mais tarde. — ele ordenou.
— E por que isso de repente? — perguntei de novo.
— Só me obedeça, . Garanto que você vai ser bem recompensada. — ele respondeu sem abrir os olhos.
— , o que está aprontando nessa sua cabecinha? — perguntei apoiando o peso do corpo em um braço para conseguir lhe olhar.
— Quer uma prévia? — ele perguntou tranquilo.
— Eu adoraria. — respondi já impaciente com toda a tranquilidade dele. abriu os olhos e me encarou, as pupilas dilatadas.
Me obrigou a deitar novamente, de barriga para cima, e colocou o corpo sobre o meu, uma de suas coxas entre as minhas, pressionando minha intimidade coberta apenas pelo tecido fino do short do meu pijama. Passou a sugar a pele do meu pescoço devagar, fazendo um barulhinho estalado sempre que se separava de mim.
— ... — ele sussurrou contra meu pescoço, me causando um arrepio. — Eu preciso que confie em mim, que me dê carta branca, só hoje. — ele pediu. Sua mão apertou meu seio por cima da camiseta e eu apenas gemi em resposta. — Diga que é toda minha, baby. — ele quase gemeu a última palavra contra meu ouvido.
— Sou. — respondi rápido, incapaz de dizer mais alguma coisa.
— Diz para o seu daddy que vai ser uma baby girl boazinha. — ele pediu com a voz mais firme, a mão nunca abandonando o carinho em meu seio e a coxa se movimentando contra minha intimidade.
— Sim. — respondi ofegante.
ia mesmo jogar aquele jogo de daddy comigo?
— Sim o que, baby girl? — ele perguntou com a voz grave.
— Sim, daddy. — respondi completamente mole por conta de todos os estímulos.
— Boa menina. — ele selou meus lábios rapidamente e se afastou de mim, deitando novamente e me deixando completamente excitada ali. — Descanse. Temos um jantar mais tarde.
— ? Você vai mesmo me deixar assim? — perguntei incrédula, sentando na cama de repente.
— Assim como, ? Eu te disse que era uma prévia. — ele sorriu satisfeito. Lhe encarei com as sobrancelhas arqueadas, sem acreditar naquilo. — Não me olha assim. Seu pai mandou você descansar. Seja obediente. Vou deitar no sofá. E não se toque. Se eu ouvir um mínimo gemido seu... — ele deixou a frase no ar e mordeu o lábio. Aquilo me soou como uma ameaça, mas foi altamente sexy. Ele selou meus lábios novamente e se levantou, indo para o sofá na antessala.
Fiquei sentada no meio da cama, completamente molhada e frustrada. Enfiei a cabeça num travesseiro e sufoquei um grito, ouvindo rir no sofá.
— Eu vou te matar, ! — gritei para que ele ouvisse.
— Você vai descansar. Temos três horas até o jantar, . — ele rebateu. Tentei procurar uma posição confortável para não sentir tanto a umidade entre minhas pernas e adormeci.
Acordei algumas horas depois com as mãos fortes de em minha cintura.
— Baby, acorde. — ele pediu e selou minha nuca devagar.
— , me deixa dormir, inferno. — reclamei.
— O jantar, . — ele alertou.
— Não ligo. Tô com sono, caramba. — resmunguei.
— ... — ele chamou em tom de alerta. Desceu a mão da minha cintura para o meu quadril e enfiou a mão por dentro do tecido do short, apertando minha bunda. — Levanta e vai tomar banho antes que eu perca a paciência, baby.
Não me mexi. Não estava com saco para joguinhos. deslizou a mão pela minha bunda e encontrou minha fenda. Passou um dedo ali, forçando um pouco e me arrancando um gemido.
— ... — mexi o quadril contra sua mão.
— Não. — ele tirou a mão de lá rapidamente. — Você vai levantar e tomar banho. Vai vestir sua saia de pregas e nós vamos jantar. Depressa. Estamos quase atrasados. — ele desferiu um tapa em minha bunda quando terminou de falar. Levantei assustada com sua autoridade repentina.
estava com a toalha presa na cintura e os cabelos molhados. Eu tinha que me apressar se não quisesse ele mais irritado. Saí da cama de mau gosto e passei reto por ele, com ódio nos olhos por ter sido acordada. Tomei um banho rápido e voltei ao quarto. estava remexendo na minha mala.
— O que pensa que está fazendo, ? — perguntei irritada. Ele ergueu uma calcinha minúscula em uma mão e minha saia na outra.
— Vista isso. E escolha uma blusa preta. — ele colocou as peças sobre a cama e foi terminar de se arrumar. Agora eu estava irritada de verdade. Vesti o que ele escolheu e uma camiseta colada que realçava meus seios. Peguei meu maior salto e calcei. Arrumei os cabelos e fiz uma maquiagem rápida, apenas o básico. Encontrei de jeans preto e uma camisa de botões também preta, soltinha, com os primeiros botões abertos.
— Pronto? — perguntei lhe encarando. Ele se aproximou de mim e ergueu minha saia, como para checar se eu realmente estava usando o que ele tinha escolhido.
— Pronto. — me ofereceu o braço e eu enlacei o meu ao dele.
— Você está altamente abusivo hoje, . — comentei enquanto caminhávamos para o elevador.
— Você prometeu ser uma baby girl boazinha e não está cumprindo sua palavra, . — ele respondeu baixinho e sorrindo.
— Você é um daddy muito mau. Me acordou. — respondi fazendo bico. Entramos no elevador completamente sozinhos
— Você sabia do jantar. Não me olhe com essa cara ou eu vou te castigar aqui mesmo no elevador. — ele sussurrou. Estava me decidindo se pagaria para ver me castigando.
O jantar foi um saco. Pessoas ricas dizendo que são ricas. pelos cantos, sozinho. Ainda vi umas duas ou três garotas tentando arriscar a sorte, mas ele as rejeitava educadamente.
, em certo momento, alisou minha coxa por baixo da mesa e apertou os dedos na parte interna dela, me forçando a abrir as pernas para lhe dar espaço. Lhe encarei tentando não demonstrar nenhuma expressão e ele me olhou rindo. Desgraçado.
— O que pensa que está fazendo? — perguntei com um sorriso falso.
— Preparando minha baby para mim. — ele respondeu também sorrindo.
— , estamos no meio do jantar. — alertei. se aproximou e beijou meu rosto.
— Você disse que não queria vir e que está um saco. Estou tentando deixar ele mais interessante. — ele sussurrou próximo de mim.
— Vamos embora. — pedi.
— Ainda não comemos a sobremesa, baby. — ele me lembrou. — Se bem que minha sobremesa é você... — completou sussurrando e passou o dedo no meu clitóris sobre a calcinha. Minha pele arrepiou com a ação repentina.
— , por favor, vamos embora. — pedi em tom de desespero.
— Pede direitinho. — ele disse sorrindo ladino. Me aproximei dele.
— Por favor, daddy. — sussurrei e beijei seu rosto. tirou a mão que mantinha entre as minhas pernas e encarou meu pai.
— Senhor , estamos saindo. — ele anunciou. — não está se sentindo bem.
— Precisa de alguma coisa, princesa? Um remédio, médico? — papai perguntou preocupado e esticou o corpo para me olhar. Encarei meu irmão com olhos suplicantes e ele sorriu arteiro. Sabia porque estávamos saindo.
— Deve ter sido alguma coisa no avião, appa. Ela só precisa descansar. — tentou acalmar nosso pai.
— Então descanse. Se você não melhorar amanhã, procuraremos um médico. — papai decretou. Confirmei com a cabeça e nos levantamos, e eu. Ele reverenciou meu pai e saiu. Abracei papai rapidamente e quase corri atrás de , o alcançando e agarrando seu braço. Assim que entramos no elevador, me virei para lhe encarar.
— Precisa descansar, baby? — ele perguntou rindo e se aproximou de mim. — Preciso confirmar se você está prontinha para mim. — ele colocou a mão entre as minhas pernas novamente e habilidosamente afastou a calcinha, passando o dedo sobre minha fenda. — Como eu esperava.
Venci toda a distância tomei seus lábios com fúria. me respondeu na mesma intensidade, mas se separou rapidamente de mim quando o elevador apitou para indicar que as portas estavam abrindo. Graças aos deuses, era nosso andar. Saí apressada e abri a porta do quarto com um grudado no meu corpo, beijando minha nuca.
Assim que tranquei a porta, fui prensada contra ela e ele voltou a atacar meus lábios, uma mão voltando para minha intimidade enquanto a outra puxava minha perna para cima, para melhorar seu acesso.
— Está tão molhada. Você me quer, baby? — ele perguntou com a voz grave. Quase gemi.
— Yes, daddy. — respondi e senti o dedo de ir mais fundo, me penetrando. Ele movimentou o dedo algumas vezes enquanto me olhava. Eu estava lutando para me equilibrar sobre os saltos e não cair. — , a cama. — pedi.
parou seu trabalho e retirou o dedo de mim, levando a mão para a minha outra perna e a impulsionando para cima. Coloquei as pernas em volta de sua cintura e ele me apoiou, as mãos na pele quase nua da minha bunda. Caminhou até a cama e me jogou lá. Se desfez rapidamente da própria roupa, ficando apenas de boxer e voltou a subir na cama.
— Você acha que foi boazinha, baby girl? — ele perguntou enquanto tirava meus saltos.
— Sim, daddy. — respondi tentando parecer inocente.
— E você acha que merece ser recompensada? — ele perguntou de novo e levou os dedos às laterais da minha calcinha, a retirando e me deixando apenas com a saia na parte de baixo.
— Sim, daddy. — respondi de novo.
— Mas você foi mau, baby. — ele disse sério. — Você gritou com seu daddy hoje. Tenho que te castigar.
Sorri abertamente. Estava pagando para ver me castigando.
— De quatro. — ele ordenou e eu prontamente obedeci. desferiu um tapa estalado contra minha bunda parcialmente coberta pela saia e eu gemi em um misto de dor e prazer. Ele saiu da cama e se colocou na minha frente. Tirou o membro da boxer e praticamente o colocou na minha boca. — Chupa. — ordenou. Lhe encarei desafiadora. — Obedeça seu daddy, baby girl. — ele ordenou de novo.
Coloquei apenas a glande na boca e suguei com vontade. jogou a cabeça para trás e gemeu arrastado. Comecei a sugar devagar, colocando na boca tudo que conseguia, raspando os dentes de leve, ouvindo os gemidos de saindo controlados. Senti a mão dele me puxando os cabelos, me afastando de si. Umedeci os lábios com a língua, sempre lhe encarando, e ele sorriu safado. Me obrigou a sentar sobre os calcanhares e se aproximou mais ainda.
— Muito bem. Uma baby girl boazinha faz assim. — ele sussurrou e levou a mão ao meio das minhas pernas separadas pela posição. Sem aviso, penetrou dois dedos em mim, me fazendo quase pular pela invasão repentina. Começou com movimentos lentos, sem nunca deixar de me olhar nos olhos. – Rebola para mim, baby.
Apoiei as mãos em seus ombros e comecei a rebolar em seus dedos. permanecia imóvel me observando enquanto eu me mexia em meu próprio ritmo.
— ... – sussurrei, tentando lhe dizer que não aguentaria muito tempo. me obrigou a parar e tirou os dedos de mim. Soltei um muxoxo de desgosto e ele riu. Puxou minha blusa pela minha cabeça, vendo que não tinha mais nada debaixo dela, e me obrigou a deitar de novo, a maldita saia ainda em mim. Se livrou da boxer, separou minhas pernas e ergueu a direita, guiando o membro para a minha entrada e gemendo quando terminou de me penetrar totalmente.
—Você vai gemer pro seu daddy, baby? – ele perguntou. Apenas confirmei com a cabeça e ganhei um tapa estalado na coxa. — Responda, . – ele ordenou.
— Sim, daddy. – respondi com a voz que me restava.
— Boa menina. — ele sorriu satisfeito e começou a estocar freneticamente, o corpo balançando e se chocando contra o meu, fazendo um barulho alto ecoar pelo quarto. Gemi audivelmente quando ele levou uma mão ao meu seio e a outra ao ponto de prazer entre minhas pernas, estimulando os dois sem parar de estocar.
— ... — chamei com dificuldade. — Eu…
— Vem para o daddy, baby. — ele ordenou e eu me desfiz completamente, com um quase grito. gemeu rouco quando atingiu seu ápice e saiu de mim, caindo ao meu lado. — ... — ele chamou baixinho. Virei o rosto para lhe encarar. — Eu adoro que você seja dominadora, mas, convenhamos, você submissa é tão mais... Excitante.
Eu ri incrédula. era uma caixinha de surpresas mesmo.
— Gostou do que fizemos hoje, daddy? — perguntei para provocar. Me arrastei na cama e deitei em seu peito, a saia ainda em meu corpo me incomodando completamente.
— Você não? — ele perguntou e me abraçou, a mão inquieta fazendo carinho nas minhas costas.
— Talvez precisaremos tentar de novo para eu ter uma opinião formada. — respondi e senti seus lábios beijando o topo da minha cabeça.
— Sabe, ... Eu acho que te amo. — ele disse de repente.
— Acha, ? — levantei o rosto para lhe encarar.
— Eu te amo, baixinha. Não duvide disso. — ele selou meus lábios e sorriu.
— Eu também te amo. Insuportável. — selei seus lábios. — E da próxima vez, tire a saia. Ela incomoda. — ordenei.
— Você só sabe reclamar. Vou te fazer calar a boca. — ele colocou o corpo por cima do meu e me beijou, me mostrando que realmente sabia como me calar e que aquela noite ia ser longa.
***
tinha me ligado (realmente uma coisa para se preocupar) e praticamente tinha gritado comigo no telefone, dizendo que não aguentava mais ver triste pelos cantos. Que eles estavam em Jeju há dois dias e que não tinha demonstrado animação para nada. Ela desligou na minha cara e, no segundo seguinte, eu recebi um e-mail com uma passagem para Jeju, não me dando outra alternativa senão ir até lá.
Desci do avião e um motorista estava me esperando com uma plaquinha com “ ” escrito nela. Segui de carro até o hotel e deixei que ele levasse minha mala, depois de muita insistência.
Avistei sentado no bar, sozinho e cabisbaixo. Era engraçado como o cara popular e pegador tinha se transformado naquilo. Em outras épocas, ele estaria rodeado de mulheres de biquíni, achando aquilo maravilhoso. Caminhei até ele e sentei ao seu lado.
— O que um cara bonito como você faz aqui sozinho? — perguntei com uma voz sensual.
— Desculpe, eu não... — ele começou a recusar antes mesmo de me olhar. Assim que o fez e me viu, seus olhos arregalaram de surpresa. — , o que faz aqui?
— Não gostou de me ver? Eu posso ir embora. — levantei e me preparei para sair. me segurou pelo braço e me beijou demoradamente. Quando nos separou, segurou meu rosto e ficou me encarando, a testa colada na minha e os olhos brilhando.
— Ótimo, você chegou! — a voz de preencheu o local. — Pode parar de chorar, !
— Essa é sua garota, filho? — um homem perguntou. Pela semelhança, só podia ser o pai dele.
— Sim, appa. — respondeu sem tirar os olhos dos meus.
— Agora a família está completa? — o homem perguntou de novo e eu sorri.
— Eu agora faço parte da família ? — perguntei baixinho.
— Começou a fazer parte quando tomou meu coração para você. — ele respondeu igualmente baixo. Selei seus lábios e deixei que me apresentasse para o restante da minha “família”.
Era bom me sentir acolhida e, pelo visto, eu tinha ganhado mais uma família para se somar às já existentes: minha mãe, que estava longe de mim, , , e, consequentemente, , e agora os . Eu estava exatamente onde queria estar e realizando meu maior sonho. É, talvez estar longe de casa não fosse assim tão ruim.
Ele estava cada vez mais fazendo parte deste grupo e algo me leva a crer que ele e não eram apenas amigos unidos demais. Tinha alguma coisa ali. Eu só não sabia o que era.
— Oi, gata. — se jogou ao meu lado no sofá da casa de e sorriu.
Ele viajaria em dois dias, então nós tínhamos combinado de sair. Nós seis. e eu, e , e . Como de costume, tínhamos marcado de nos encontrarmos na casa dos para irmos todos juntos.
— Me erra, . — reclamei.
— Nossa, que grossa. não está... — ele começou a falar, mas eu lhe acertei uma almofada no rosto.
— Não conclua a frase. — ordenei, vermelha até as orelhas pela insinuação dele.
— Eu ia perguntar se ele não estava em casa. — ele reclamou passando a mão no nariz.
— Sei... — disse desconfiada.
— Eu acabei de chegar, . Me dá um desconto. — ele reclamou com um bico nos lábios cheios.
— , tem que parar de fazer esses bicos perto de mim. — fechei os olhos com força.
— Por que, ? — ele perguntou divertido. — Tem saudades?
— Eu não disse isso. — respondi rindo.
— ! — ele gritou em direção à porta do quarto. — está dizendo que tem saudades dos meus... — lhe acertei a almofada no rosto outra vez, agora com mais força.
— Cale a droga dessa boca! — gritei rindo. — Quer acabar meu namoro?
— tem o quê? — desceu as escadas com uma calça preta tão justa que eu me pergunto como ele estava conseguindo andar. Se aproximou de mim por trás do sofá onde eu estava sentada e levantou meu queixo delicadamente, selando meus lábios no maior estilo homem-aranha. — Onde está ? — ele perguntou confuso. Depois de uma longa conversa, ele e tinham aceitado a ideia de que provavelmente tinha uma relação especial com o rapaz magrinho e de voz baixa.
— Disse que tinha que resolver algumas coisas e que nos encontraria lá. — respondeu desgostoso.
— e ? — perguntou de novo.
— chegou, entrou no quarto da e ainda não saiu de lá. — respondi.
Dos quatro que já estavam na casa, eu era a única que estava pronta. Calça cintura alta preta e moletom cropped branco, combinando com o sapato de mesma cor. Meus cabelos estavam presos em tranças boxeadoras (sim, eu as amava de fato) e eu tinha passado uma maquiagem leve, dando destaque apenas ao meu batom roxo. estava de calça preta e só. tinha chegado arrumado. chegou quase pronto, mas algo me dizia que ele precisaria se arrumar de novo.
— Esses garotos parecem coelhos no cio. — reclamou baixinho.
— Você não pode julgar eles, . — rebateu e pegou a almofada do meu colo e o acertou no rosto. — Vocês estão muito violentos hoje! — quase gritou.
— Desculpe, . — pedi e beijei seu rosto. me olhou com uma careta.
— Eu vou terminar de me arrumar e você vem comigo. — ele decretou e me puxou pela mão.
— Ei! Eu vou ficar exatamente aqui. — protestei e me soltei de seu aperto.
— Então você vem comigo, . — ele ordenou. De repente, entendi o que ele estava fazendo. Não queria me deixar a sós com o .
— , você não confia em mim? — perguntei incrédula. — Vá se vestir e nos deixe em paz. Eu não vou agarrar o quando você sair. — cruzei os braços sobre o peito, lhe encarando com uma expressão de puro tédio. — E apresse a , ou eu largo vocês aqui, volto para a minha casa e você só vai me ver no final das férias.
— Eu estou de olho em você, . — ele disse com uma pitada de arrogância na voz, virou meu rosto em sua direção e me beijou com raiva, puxando meu lábio inferior com os dentes no final do beijo. Subiu as escadas novamente, gritou na porta do quarto de e entrou no seu.
— Eu não sabia que ele era tão ciumento. — riu.
— Nem eu. — respondi cansada. não parava de me surpreender.
— E aí, casal. — desceu as escadas seguido de . Usavam uma roupinha combinando, como aqueles casais do Tumblr. E ficavam extremamente fofos daquele jeito.
— Estão bonitinhos juntos. Você nunca quis usar roupa combinando comigo, não é, ? — comentou com uma falsa expressão triste.
— Eu nunca achava roupas para três. Não podíamos deixar o de fora, . — respondeu e bagunçou os cabelos de . Passou por mim e puxou uma de minhas tranças, sentando no outro sofá e puxando para seu colo. Minha amiga apenas revirou os olhos e riu.
— ? — ela perguntou olhando ao redor.
— Vai nos encontrar lá. — respondi rápido.
— E por que meu irmão está tão irritado? — ela perguntou de novo. — Não estão... — joguei uma almofada nela.
— Vocês estão muito interessados na minha vida sexual com o . — rebati. sorriu, confirmando que ia perguntar exatamente o que eu achava que ela ia perguntar.
— irritado só pode ser por isso. — ela deu de ombros.
— Isso o quê? — perguntou descendo as escadas novamente. Vestia uma camisa preta como a calça e uma jaqueta, o tênis branco nos pés combinando com o meu.
— Você irritado. Deve ser falta de... — começou, mas tapou sua boca.
— Não precisamos de um mais irritado. Estamos prontos? Podemos ir? — perguntou.
Todos confirmamos e fomos para os carros. ia no seu, pois iria para casa depois e levaria consigo. , e eu iríamos no carro de , prometendo deixar em casa depois.
Como tinha furado na primeira vez, decidimos sair para dançar. Encontramos na porta, nos esperando. Ele nos sorriu e abraçou de lado. Entramos todos e, como de costume, me dirigi ao bar. Pedi uma dose de tequila e virei de uma vez.
— Já vai se embebedar? — perguntou me abraçando por trás.
— Você sabe que eu preciso de um pouco de álcool para relaxar. — respondi.
— Eu poderia te fazer relaxar de tantas formas... — ele sussurrou rouco no meu ouvido. Meu corpo arrepiou por inteiro.
— , para. — pedi baixinho, certa de que ele não me ouviria por conta do barulho no lugar.
— Qual é, ? Vamos mesmo ficar aqui? — ele sussurrou de novo e mordeu o lóbulo da minha orelha. Me virei no abraço e levei minha boca ao seu ouvido.
— Claro que vamos. Nós acabamos de chegar. Você vai ter outras oportunidades de me fazer relaxar. Não se preocupe. — respondi. Saí para a pista de dança no exato momento em que I’m not sorry começava a tocar. Minha música. A que eu dancei no festival. Procurei com os olhos e a encontrei se soltando de e se dirigindo para a pista de dança. Hora do show.
já abria espaço na pista enquanto eu me aproximava devagar, dançando entre as pessoas. Fizemos nossa coreografia perfeitamente sincronizada, como no dia do festival. Nos primeiros “So I'm turnin'”, se aproximou e me abraçou por trás.
— Para de mexer essa bunda. — ele ordenou. Me soltei do abraço e me aproximei de , continuando a dançar. Ele tentou avançar novamente, mas o segurou pelo peito, rindo. estava quase espumando de raiva. Continuamos com nossa coreografia até que o segundo “So I'm turnin'” chegou. Me aproximei de e passei a rebolar de encontro ao seu membro, empinando a bunda no final, apenas para provocar. e eu terminamos nossa coreografia sob aplausos fervorosos dos presentes.
— Você tá proibida de dançar essa música. — me tomou pela mão e tentou me levar para longe dos outros.
— Você não manda em mim, . É meu namorado, não meu dono. — rebati e me soltei de seu aperto, caminhando até .
— , meu Deus, vocês foram maravilhosas! — me abraçou empolgado e foi abraçar . — disse que vocês dançaram no festival. Com bem menos roupa. — ele riu. — Queria ter visto.
— Vão existir outras oportunidades, . — respondi sorrindo, mas olhando para .
— Ele quase estragou tudo, não foi? — perguntou rindo.
— Esse idiota está altamente fora de controle hoje. — respondi irritada.
— Ele só está tentando proteger você porque ele te ama. — sorriu doce. — E vocês vão ficar separados nas férias. Ele só quer marcar território.
— Ele só está me irritando, . — rebati e cruzei os braços sobre o peito. conversava desconfiado com , e de repente avançou na minha direção, mas o toque da música seguinte o fez travar no meio do caminho. As notas de Take you down, do Chirs Brown, soaram alto no local. largou e puxou pelo braço. Então aquela era a apresentação que deveria ter sido feita no festival?
passou por mim, parando para roçar os lábios nos meus, sem me beijar de verdade, e se juntou aos amigos. As pessoas abriram um círculo para os ver dançar. E a sincronia era incrível. tinha feito um ótimo trabalho naquela coreografia. Os movimentos eram altamente insinuativos e simulavam um ato sexual. Eu já estava ficando sem ar olhando aqueles três dançando.
Na segunda parte da música, simplesmente tirou a camisa, a arremessando em direção a , que pegou a peça no ar, rindo. se aproximou de mim e pegou minhas mãos, as colocando em seu abdômen por baixo da camisa, sem parar de se mexer. Arranhei sua pele e ele gemeu baixinho, todos os pelos se eriçando em contato com a minha palma. Ele puxou a blusa para cima e eu a segurei no lugar. riu ladino, e com uma expressão desafiadora puxou a blusa com força. Eu sabia que aquela era sua vingança.
Com o tronco desnudo, ele voltou para o centro do círculo e assim terminou coreografia, ele e sem camisa, e devidamente vestido. Agradeceram ao público e se aproximaram de nós, suados e quase pelados.
— Então você dança. — comentei para .
— Eu te falei, princesinha, mas você nunca acreditou em mim, não é? — ele perguntou rindo.
— Vocês foram ótimos. — sentenciou.
— , se importa de pegar um táxi com o ? — o perguntei baixinho.
— Vai errar, não é? — ele perguntou malicioso.
— Vou acertar, baby. — respondi e rimos abertamente.
— Vai, garota. Acerta mesmo. Se despede porque vocês vão ficar um tempo separados. — me abraçou.
— Boa viagem, . — abracei .
— Vocês já vão? E eu? — ele perguntou triste.
— , nós vamos de táxi. precisa resolver um assunto urgente com o . — explicou e sorriu malicioso, me dispensando com um gesto de mão.
— Pronto para ir? — perguntei a um ainda sem camisa. Eu segurava a peça e não estava disposta a devolvê-la.
— Já? Eu estava começando a me divertir. — ele colou o corpo suado ao meu e raspou os dentes no meu pescoço.
— Precisamos ir. Tive um imprevisto. Se despeça do . Te espero no carro. — despejei as ordens e saí, me despedindo de e , e indo para o carro ainda com a camisa de em mãos. Segundos depois, ele se aproximou, vestido apenas com a jaqueta.
— Eu acho que essa blusa é minha. — ele reclamou. — O que você tem? Está se sentindo bem?
Não respondi e ataquei seus lábios furiosamente. Levei minhas mãos para dentro da jaqueta e deslizei a peça por seus ombros, o deixando com o tronco nu novamente. escorregou as mãos para a minha bunda e puxou meu corpo mais para perto do seu, como se quisesse nos fundir em um só. Minha mão livre, a que não segurava as peças de roupa, foi para seus cabelos e as mãos dele, para as minhas coxas, me dando um impulso para enlaçar as pernas em sua cintura, e eu assim o fiz.
— ... — ele me chamou ofegante quando partiu o beijo.
— , aqui. Tem que ser aqui. Rápido. — pedi. entendeu a que eu me referia e destrancou o carro, dando a volta e afastando seu banco para longe da direção. Entrou comigo no colo, completamente desajeitado, e fechou a porta. Joguei a camisa e a jaqueta de no banco e me apressei em descer minha calça. fez o mesmo, descendo a calça parcialmente e puxando o membro já ereto para fora da boxer.
— Você precisa se livrar dela. Não vamos conseguir. — ele me alertou. Saltei para o banco do carona e rapidamente puxei a calça pelas pernas, me livrando dos sapatos, dela e da calcinha, ficando apenas de moletom, e voltei a sentar no colo de , as intimidades nuas se tocando. — Tem certeza? — ele perguntou incerto. Nunca tínhamos cometido uma loucura como aquela.
— Rápido, . — ordenei. Ele segurou o membro pela base e o pincelou em minha entrada algumas vezes. Coloquei minha mão sobre a sua, o fazendo parar, e sentei de uma vez, sentindo toda a sua extensão me penetrar. — Eu disse rápido, .
Apoiei as mãos em seus ombros e comecei a subir e descer por seu membro, tendo as mãos dele em meus quadris para me dar apoio.
— Você tá tão molhada. Tão gostosa. — ele sussurrou rouco.
— Fala. Continua falando, . — pedi.
— Eu adoro te foder assim. Você me engolindo desse jeito... — ele sussurrou e levou uma mão de encontro à minha intimidade, estimulando meu clitóris com maestria enquanto começava a se movimentar abaixo de mim. — Gosto quando você senta em mim, porque me faz ir fundo em você. — ele disse e eu gemi alto, jogando a cabeça para trás em deleite. Senti a mão livre de apertar meu seio coberto pelo sutiã e ouvi ele gemer rouco.
— , mais. Eu preciso de mais. — pedi quase desesperada. segurou meus quadris com força e passou a estocar freneticamente.
— Meu pau tá indo fundo em você, ? — ele perguntou e eu contraí a intimidade por puro reflexo. — Isso, . Contrai para mim. Aperta meu pau como só você sabe fazer. — ele mandou e desferiu um tapa em minha coxa. Gemi alto e contraí de novo, chegando ao ápice em seguida. — Só mais um pouco, . — pediu e continuou a se movimentar até que atingiu o ápice com um gemido alto e rouco no meu ouvido. Me abracei ao seu pescoço e tentei acalmar a respiração. — Será que você pode me explicar o que foi isso? — ele perguntou calmo enquanto passava as mãos nas minhas costas.
— Tesão acumulado. — respondi baixinho em seu ouvido. — E você me provocou hoje, com aquela coreografia.
— Quem estava esfregando a bunda em mim? — ele perguntou e riu.
— Você estava pedindo. — rebati. — Talvez agora você pare com essa sua crise de ciúmes. — alfinetei.
Soltei o abraço e peguei a camisa dele largada no banco. Vesti a peça por cima do meu moletom, fazendo dela um vestido, e saí de seu colo, sentando no banco do carona. Peguei a jaqueta e cobri as pernas. Não me dei o trabalho de procurar minha calcinha, não precisaria dela essa noite. pegou um pano limpo que ele mantinha no porta-luvas e se limpou como pôde. Vestiu a calça e me encarou.
— Será que podemos ir para casa para eu fazer amor com minha namorada como ela merece? — ele perguntou sério e eu sorri.
— Forte e fundo? — perguntei maliciosa.
— Lento e provocativo. Eu gosto quando você senta em mim, mas amo fazer bem devagar, observando as expressões de prazer no seu rosto bonito. — ele disse e passou a mão na minha coxa descoberta. — Adoro descobrir você aos poucos e te ver implorar por mais. — ele mordeu o lábio e sua mão deslizou para minha intimidade, procurando meu clitóris de novo.
— ... — chamei em tom de alerta.
— Eu quero tanto foder você de novo, devagar, apreciando o momento. — ele disse provocativo.
— Vamos para casa? — perguntei. — Lembrando que você viaja depois de amanhã. Temos que aproveitar.
— Espero que não esteja com sono. — ele riu de lado.
— Para você, eu estou sempre disposta. — sorri. me beijou calmo, me mostrando que, acima de tudo, de toda a safadeza, de todos os problemas que ele me causava na faculdade e de todas as raivas que ele me fazia passar, ele era sim o namorado perfeito e era com ele que eu seria feliz.
Papai tinha inventado aquela viagem de férias e eu não estava gostando nada daquilo. Estávamos no avião indo para Jeju e nada de chegarmos. Eu já estava me cansando.
— , quando chegamos? — perguntei impaciente. Não perguntaria nada a porque ele sustentava um bico de desgosto enorme. tinha recusado o convite e ele tinha acabado por vir só, já que papai fez questão que ele viesse.
— Estamos chegando, amor. Só mais uns minutos. — respondeu e sorriu.
— ... — chamei o moreno emburrado.
— Eu tô bem, . Não se preocupe. — ele respondeu e soltou um longo suspiro. podia ter colaborado, mas disse que não estava pronta para conhecer o resto da família .
— Você sabe que ela não fez por mal, não é? — me agarrei ao seu braço e deitei a cabeça em seu ombro. Estávamos sentados numa poltrona tripla, eu no meio, de um lado e do outro.
— Sei, mas queria que ela tivesse vindo. — ele aumentou o bico nos lábios. — Ah, papai pediu para te avisar que colocou você e em quartos separados. — ele riu.
— O quê? — eu e gritamos juntos, chamando a atenção de algumas pessoas.
— “Não vou deixar minha princesa dividir a cama com um homem bem debaixo dos meus olhos, .” — imitou a voz do papai e riu. Acabei rindo de sua imitação horrível.
— Não tô nem aí. vai dormir comigo sim. — dei de ombros.
— , papai odeia ser desafiado. — ele alertou.
— , tenho certeza de que ele não teria colocado a em outro quarto senão no seu. Direitos iguais, maninho. — bati em seu ombro e encarei , que estava branco como uma folha de papel. — Você vai ficar bem, . Não se preocupe. — o tranquilizei.
— Já estou achando que vir para cá foi uma ideia ruim. — ele murmurou.
— Eu te conheci mais corajoso, . — alfinetei.
— Ei! — protestou. — Eu sou corajoso. Só não estou afim de desafiar seu pai, . — ele cruzou os braços com uma expressão de raiva.
— Papai é superprotetor, mas faz tudo que a pede. Não se preocupa, cara. Ele não vai surtar. — disse rindo.
— Atenção, senhores passageiros, pousaremos em cinco minutos. — a aeromoça anunciou e eu joguei as mãos para o céu, agradecendo a Deus por estarmos chegando. Me preparei para o pouso, apertando as mãos de e . Eu odiava pousos.
Assim que saímos da aeronave, pegou minha mala e a sua e me estendeu a mão. Enlacei meus dedos aos seus e caminhamos juntos pelo aeroporto, ouvindo rindo bem atrás de nós.
— Princesa, como você está linda! — papai gritou assim que me viu. Eu estava realmente surpresa por ele ter ido até o aeroporto para nos buscar. Ele me abraçou apertado e a sensação era boa. — Estava com saudades de vocês. Menino . — ele reverenciou e depois lhe estendeu a mão. — Espero que esteja cuidando bem da minha filha.
— Ele está, papai. Não desgruda dela um minuto sequer. — disse logo atrás de nós. Papai me separou de e passou por nós, abraçando com força, bagunçando seus cabelos.
— Meu filho. Está ótimo. Acho bom que esteja de olho nela. — ele olhou para mim e encolheu no lugar. — E onde está sua garota? — papai perguntou e suspirou triste. Eu teria que ligar para imediatamente.
— Ela não pôde vir, papai. Ficou presa com um projeto da faculdade. — menti.
— Que pena. Queria muito conhecê-la. — papai disse, realmente triste. — Mas vamos para o hotel. Devem estar cansados.
— Papai, já que falou no hotel... — comecei baixinho.
— Já sei o que vai me pedir, . — ele estreitou os olhos para mim. — Pode dormir com o menino . Mas eu estou de olho em vocês.
— Obrigada, papai. — lhe beijei o rosto.
Entramos no carro e foi todo o caminho no mais completo silêncio. conversava animadamente, mas sempre suspirava quando falava de . Papai tentou puxar assunto comigo, mas eu estava mais preocupada com o Jack Frost mudo ao meu lado.
— ? — lhe chamei. Ele me olhou com o canto dos olhos, sério demais. Eu conhecia aquela expressão. estava planejando alguma coisa e isso não era nada bom.
— Vamos oferecer um jantar hoje à noite. Descansem bem e estejam no salão às 20h. Podem ir. — papai nos entregou nossas chaves e fomos para nossos quartos. largou as malas e se jogou na cama como estava.
— , não vai tomar banho? — perguntei incerta.
— Agora não. — ele respondeu e levantou o tronco para se livrar da camisa. Chutou os sapatos dos pés e fechou os olhos. Decidi deixá-lo em paz e fui tomar banho. Vesti meu pijama e deitei ao seu lado. — Trouxe sua saia de pregas? — ele perguntou de olhos fechados, me assustando.
— Sim, por quê? — perguntei curiosa.
— Vista ela mais tarde. — ele ordenou.
— E por que isso de repente? — perguntei de novo.
— Só me obedeça, . Garanto que você vai ser bem recompensada. — ele respondeu sem abrir os olhos.
— , o que está aprontando nessa sua cabecinha? — perguntei apoiando o peso do corpo em um braço para conseguir lhe olhar.
— Quer uma prévia? — ele perguntou tranquilo.
— Eu adoraria. — respondi já impaciente com toda a tranquilidade dele. abriu os olhos e me encarou, as pupilas dilatadas.
Me obrigou a deitar novamente, de barriga para cima, e colocou o corpo sobre o meu, uma de suas coxas entre as minhas, pressionando minha intimidade coberta apenas pelo tecido fino do short do meu pijama. Passou a sugar a pele do meu pescoço devagar, fazendo um barulhinho estalado sempre que se separava de mim.
— ... — ele sussurrou contra meu pescoço, me causando um arrepio. — Eu preciso que confie em mim, que me dê carta branca, só hoje. — ele pediu. Sua mão apertou meu seio por cima da camiseta e eu apenas gemi em resposta. — Diga que é toda minha, baby. — ele quase gemeu a última palavra contra meu ouvido.
— Sou. — respondi rápido, incapaz de dizer mais alguma coisa.
— Diz para o seu daddy que vai ser uma baby girl boazinha. — ele pediu com a voz mais firme, a mão nunca abandonando o carinho em meu seio e a coxa se movimentando contra minha intimidade.
— Sim. — respondi ofegante.
ia mesmo jogar aquele jogo de daddy comigo?
— Sim o que, baby girl? — ele perguntou com a voz grave.
— Sim, daddy. — respondi completamente mole por conta de todos os estímulos.
— Boa menina. — ele selou meus lábios rapidamente e se afastou de mim, deitando novamente e me deixando completamente excitada ali. — Descanse. Temos um jantar mais tarde.
— ? Você vai mesmo me deixar assim? — perguntei incrédula, sentando na cama de repente.
— Assim como, ? Eu te disse que era uma prévia. — ele sorriu satisfeito. Lhe encarei com as sobrancelhas arqueadas, sem acreditar naquilo. — Não me olha assim. Seu pai mandou você descansar. Seja obediente. Vou deitar no sofá. E não se toque. Se eu ouvir um mínimo gemido seu... — ele deixou a frase no ar e mordeu o lábio. Aquilo me soou como uma ameaça, mas foi altamente sexy. Ele selou meus lábios novamente e se levantou, indo para o sofá na antessala.
Fiquei sentada no meio da cama, completamente molhada e frustrada. Enfiei a cabeça num travesseiro e sufoquei um grito, ouvindo rir no sofá.
— Eu vou te matar, ! — gritei para que ele ouvisse.
— Você vai descansar. Temos três horas até o jantar, . — ele rebateu. Tentei procurar uma posição confortável para não sentir tanto a umidade entre minhas pernas e adormeci.
Acordei algumas horas depois com as mãos fortes de em minha cintura.
— Baby, acorde. — ele pediu e selou minha nuca devagar.
— , me deixa dormir, inferno. — reclamei.
— O jantar, . — ele alertou.
— Não ligo. Tô com sono, caramba. — resmunguei.
— ... — ele chamou em tom de alerta. Desceu a mão da minha cintura para o meu quadril e enfiou a mão por dentro do tecido do short, apertando minha bunda. — Levanta e vai tomar banho antes que eu perca a paciência, baby.
Não me mexi. Não estava com saco para joguinhos. deslizou a mão pela minha bunda e encontrou minha fenda. Passou um dedo ali, forçando um pouco e me arrancando um gemido.
— ... — mexi o quadril contra sua mão.
— Não. — ele tirou a mão de lá rapidamente. — Você vai levantar e tomar banho. Vai vestir sua saia de pregas e nós vamos jantar. Depressa. Estamos quase atrasados. — ele desferiu um tapa em minha bunda quando terminou de falar. Levantei assustada com sua autoridade repentina.
estava com a toalha presa na cintura e os cabelos molhados. Eu tinha que me apressar se não quisesse ele mais irritado. Saí da cama de mau gosto e passei reto por ele, com ódio nos olhos por ter sido acordada. Tomei um banho rápido e voltei ao quarto. estava remexendo na minha mala.
— O que pensa que está fazendo, ? — perguntei irritada. Ele ergueu uma calcinha minúscula em uma mão e minha saia na outra.
— Vista isso. E escolha uma blusa preta. — ele colocou as peças sobre a cama e foi terminar de se arrumar. Agora eu estava irritada de verdade. Vesti o que ele escolheu e uma camiseta colada que realçava meus seios. Peguei meu maior salto e calcei. Arrumei os cabelos e fiz uma maquiagem rápida, apenas o básico. Encontrei de jeans preto e uma camisa de botões também preta, soltinha, com os primeiros botões abertos.
— Pronto? — perguntei lhe encarando. Ele se aproximou de mim e ergueu minha saia, como para checar se eu realmente estava usando o que ele tinha escolhido.
— Pronto. — me ofereceu o braço e eu enlacei o meu ao dele.
— Você está altamente abusivo hoje, . — comentei enquanto caminhávamos para o elevador.
— Você prometeu ser uma baby girl boazinha e não está cumprindo sua palavra, . — ele respondeu baixinho e sorrindo.
— Você é um daddy muito mau. Me acordou. — respondi fazendo bico. Entramos no elevador completamente sozinhos
— Você sabia do jantar. Não me olhe com essa cara ou eu vou te castigar aqui mesmo no elevador. — ele sussurrou. Estava me decidindo se pagaria para ver me castigando.
O jantar foi um saco. Pessoas ricas dizendo que são ricas. pelos cantos, sozinho. Ainda vi umas duas ou três garotas tentando arriscar a sorte, mas ele as rejeitava educadamente.
, em certo momento, alisou minha coxa por baixo da mesa e apertou os dedos na parte interna dela, me forçando a abrir as pernas para lhe dar espaço. Lhe encarei tentando não demonstrar nenhuma expressão e ele me olhou rindo. Desgraçado.
— O que pensa que está fazendo? — perguntei com um sorriso falso.
— Preparando minha baby para mim. — ele respondeu também sorrindo.
— , estamos no meio do jantar. — alertei. se aproximou e beijou meu rosto.
— Você disse que não queria vir e que está um saco. Estou tentando deixar ele mais interessante. — ele sussurrou próximo de mim.
— Vamos embora. — pedi.
— Ainda não comemos a sobremesa, baby. — ele me lembrou. — Se bem que minha sobremesa é você... — completou sussurrando e passou o dedo no meu clitóris sobre a calcinha. Minha pele arrepiou com a ação repentina.
— , por favor, vamos embora. — pedi em tom de desespero.
— Pede direitinho. — ele disse sorrindo ladino. Me aproximei dele.
— Por favor, daddy. — sussurrei e beijei seu rosto. tirou a mão que mantinha entre as minhas pernas e encarou meu pai.
— Senhor , estamos saindo. — ele anunciou. — não está se sentindo bem.
— Precisa de alguma coisa, princesa? Um remédio, médico? — papai perguntou preocupado e esticou o corpo para me olhar. Encarei meu irmão com olhos suplicantes e ele sorriu arteiro. Sabia porque estávamos saindo.
— Deve ter sido alguma coisa no avião, appa. Ela só precisa descansar. — tentou acalmar nosso pai.
— Então descanse. Se você não melhorar amanhã, procuraremos um médico. — papai decretou. Confirmei com a cabeça e nos levantamos, e eu. Ele reverenciou meu pai e saiu. Abracei papai rapidamente e quase corri atrás de , o alcançando e agarrando seu braço. Assim que entramos no elevador, me virei para lhe encarar.
— Precisa descansar, baby? — ele perguntou rindo e se aproximou de mim. — Preciso confirmar se você está prontinha para mim. — ele colocou a mão entre as minhas pernas novamente e habilidosamente afastou a calcinha, passando o dedo sobre minha fenda. — Como eu esperava.
Venci toda a distância tomei seus lábios com fúria. me respondeu na mesma intensidade, mas se separou rapidamente de mim quando o elevador apitou para indicar que as portas estavam abrindo. Graças aos deuses, era nosso andar. Saí apressada e abri a porta do quarto com um grudado no meu corpo, beijando minha nuca.
Assim que tranquei a porta, fui prensada contra ela e ele voltou a atacar meus lábios, uma mão voltando para minha intimidade enquanto a outra puxava minha perna para cima, para melhorar seu acesso.
— Está tão molhada. Você me quer, baby? — ele perguntou com a voz grave. Quase gemi.
— Yes, daddy. — respondi e senti o dedo de ir mais fundo, me penetrando. Ele movimentou o dedo algumas vezes enquanto me olhava. Eu estava lutando para me equilibrar sobre os saltos e não cair. — , a cama. — pedi.
parou seu trabalho e retirou o dedo de mim, levando a mão para a minha outra perna e a impulsionando para cima. Coloquei as pernas em volta de sua cintura e ele me apoiou, as mãos na pele quase nua da minha bunda. Caminhou até a cama e me jogou lá. Se desfez rapidamente da própria roupa, ficando apenas de boxer e voltou a subir na cama.
— Você acha que foi boazinha, baby girl? — ele perguntou enquanto tirava meus saltos.
— Sim, daddy. — respondi tentando parecer inocente.
— E você acha que merece ser recompensada? — ele perguntou de novo e levou os dedos às laterais da minha calcinha, a retirando e me deixando apenas com a saia na parte de baixo.
— Sim, daddy. — respondi de novo.
— Mas você foi mau, baby. — ele disse sério. — Você gritou com seu daddy hoje. Tenho que te castigar.
Sorri abertamente. Estava pagando para ver me castigando.
— De quatro. — ele ordenou e eu prontamente obedeci. desferiu um tapa estalado contra minha bunda parcialmente coberta pela saia e eu gemi em um misto de dor e prazer. Ele saiu da cama e se colocou na minha frente. Tirou o membro da boxer e praticamente o colocou na minha boca. — Chupa. — ordenou. Lhe encarei desafiadora. — Obedeça seu daddy, baby girl. — ele ordenou de novo.
Coloquei apenas a glande na boca e suguei com vontade. jogou a cabeça para trás e gemeu arrastado. Comecei a sugar devagar, colocando na boca tudo que conseguia, raspando os dentes de leve, ouvindo os gemidos de saindo controlados. Senti a mão dele me puxando os cabelos, me afastando de si. Umedeci os lábios com a língua, sempre lhe encarando, e ele sorriu safado. Me obrigou a sentar sobre os calcanhares e se aproximou mais ainda.
— Muito bem. Uma baby girl boazinha faz assim. — ele sussurrou e levou a mão ao meio das minhas pernas separadas pela posição. Sem aviso, penetrou dois dedos em mim, me fazendo quase pular pela invasão repentina. Começou com movimentos lentos, sem nunca deixar de me olhar nos olhos. – Rebola para mim, baby.
Apoiei as mãos em seus ombros e comecei a rebolar em seus dedos. permanecia imóvel me observando enquanto eu me mexia em meu próprio ritmo.
— ... – sussurrei, tentando lhe dizer que não aguentaria muito tempo. me obrigou a parar e tirou os dedos de mim. Soltei um muxoxo de desgosto e ele riu. Puxou minha blusa pela minha cabeça, vendo que não tinha mais nada debaixo dela, e me obrigou a deitar de novo, a maldita saia ainda em mim. Se livrou da boxer, separou minhas pernas e ergueu a direita, guiando o membro para a minha entrada e gemendo quando terminou de me penetrar totalmente.
—Você vai gemer pro seu daddy, baby? – ele perguntou. Apenas confirmei com a cabeça e ganhei um tapa estalado na coxa. — Responda, . – ele ordenou.
— Sim, daddy. – respondi com a voz que me restava.
— Boa menina. — ele sorriu satisfeito e começou a estocar freneticamente, o corpo balançando e se chocando contra o meu, fazendo um barulho alto ecoar pelo quarto. Gemi audivelmente quando ele levou uma mão ao meu seio e a outra ao ponto de prazer entre minhas pernas, estimulando os dois sem parar de estocar.
— ... — chamei com dificuldade. — Eu…
— Vem para o daddy, baby. — ele ordenou e eu me desfiz completamente, com um quase grito. gemeu rouco quando atingiu seu ápice e saiu de mim, caindo ao meu lado. — ... — ele chamou baixinho. Virei o rosto para lhe encarar. — Eu adoro que você seja dominadora, mas, convenhamos, você submissa é tão mais... Excitante.
Eu ri incrédula. era uma caixinha de surpresas mesmo.
— Gostou do que fizemos hoje, daddy? — perguntei para provocar. Me arrastei na cama e deitei em seu peito, a saia ainda em meu corpo me incomodando completamente.
— Você não? — ele perguntou e me abraçou, a mão inquieta fazendo carinho nas minhas costas.
— Talvez precisaremos tentar de novo para eu ter uma opinião formada. — respondi e senti seus lábios beijando o topo da minha cabeça.
— Sabe, ... Eu acho que te amo. — ele disse de repente.
— Acha, ? — levantei o rosto para lhe encarar.
— Eu te amo, baixinha. Não duvide disso. — ele selou meus lábios e sorriu.
— Eu também te amo. Insuportável. — selei seus lábios. — E da próxima vez, tire a saia. Ela incomoda. — ordenei.
— Você só sabe reclamar. Vou te fazer calar a boca. — ele colocou o corpo por cima do meu e me beijou, me mostrando que realmente sabia como me calar e que aquela noite ia ser longa.
tinha me ligado (realmente uma coisa para se preocupar) e praticamente tinha gritado comigo no telefone, dizendo que não aguentava mais ver triste pelos cantos. Que eles estavam em Jeju há dois dias e que não tinha demonstrado animação para nada. Ela desligou na minha cara e, no segundo seguinte, eu recebi um e-mail com uma passagem para Jeju, não me dando outra alternativa senão ir até lá.
Desci do avião e um motorista estava me esperando com uma plaquinha com “ ” escrito nela. Segui de carro até o hotel e deixei que ele levasse minha mala, depois de muita insistência.
Avistei sentado no bar, sozinho e cabisbaixo. Era engraçado como o cara popular e pegador tinha se transformado naquilo. Em outras épocas, ele estaria rodeado de mulheres de biquíni, achando aquilo maravilhoso. Caminhei até ele e sentei ao seu lado.
— O que um cara bonito como você faz aqui sozinho? — perguntei com uma voz sensual.
— Desculpe, eu não... — ele começou a recusar antes mesmo de me olhar. Assim que o fez e me viu, seus olhos arregalaram de surpresa. — , o que faz aqui?
— Não gostou de me ver? Eu posso ir embora. — levantei e me preparei para sair. me segurou pelo braço e me beijou demoradamente. Quando nos separou, segurou meu rosto e ficou me encarando, a testa colada na minha e os olhos brilhando.
— Ótimo, você chegou! — a voz de preencheu o local. — Pode parar de chorar, !
— Essa é sua garota, filho? — um homem perguntou. Pela semelhança, só podia ser o pai dele.
— Sim, appa. — respondeu sem tirar os olhos dos meus.
— Agora a família está completa? — o homem perguntou de novo e eu sorri.
— Eu agora faço parte da família ? — perguntei baixinho.
— Começou a fazer parte quando tomou meu coração para você. — ele respondeu igualmente baixo. Selei seus lábios e deixei que me apresentasse para o restante da minha “família”.
Era bom me sentir acolhida e, pelo visto, eu tinha ganhado mais uma família para se somar às já existentes: minha mãe, que estava longe de mim, , , e, consequentemente, , e agora os . Eu estava exatamente onde queria estar e realizando meu maior sonho. É, talvez estar longe de casa não fosse assim tão ruim.
Fim.
Nota da Autora: Nota da Daph: E aí, gente?
Eu não tenho muito a dizer não. Só gradecer imensamente a quem acompanhou esse fic e a Lou V. por ter embarcado nesse surto comigo. Esse hot final foi feito por mim a pedido dela (espero que tenha ficado bom).
Espero que tenham gostado! Obrigada a quem leu.
Vejo vocês por aí! Beijinhos!
Nota da Lou V.: Olá, Lou V falando (ou seria digitando?). Gostaria de agradecer imensamente quem leu e acompanhou toda a história, quero agradecer a quem caiu agora de paraquedas também, mas que chegou nesse final. A presença de vocês foi importantíssima e apesar de ter passado boa parte dessa história no background (ajudando com partes, lendo, fazendo comentários e dando esse plot para essa pessoa incrível) eu me diverti com cada piada, comentário, expressão e frases dos personagens.
Muito obrigada de verdade por terem chegado até aqui, saber que leram significa muito pra mim. Beijinhos de luz e aguardem nossos próximos projetos/nossas próximas histórias.
Nota da Scripter: Meninas, Daph e Lou, foi um prazer scriptar a fic de vocês. Eu amei MUITO acompanhar essa história (sim, eu li haha) e sinto-me honrada em tê-la scriptado.
Espero trabalhar com vocês novamente <3
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Eu não tenho muito a dizer não. Só gradecer imensamente a quem acompanhou esse fic e a Lou V. por ter embarcado nesse surto comigo. Esse hot final foi feito por mim a pedido dela (espero que tenha ficado bom).
Espero que tenham gostado! Obrigada a quem leu.
Vejo vocês por aí! Beijinhos!
Nota da Lou V.: Olá, Lou V falando (ou seria digitando?). Gostaria de agradecer imensamente quem leu e acompanhou toda a história, quero agradecer a quem caiu agora de paraquedas também, mas que chegou nesse final. A presença de vocês foi importantíssima e apesar de ter passado boa parte dessa história no background (ajudando com partes, lendo, fazendo comentários e dando esse plot para essa pessoa incrível) eu me diverti com cada piada, comentário, expressão e frases dos personagens.
Muito obrigada de verdade por terem chegado até aqui, saber que leram significa muito pra mim. Beijinhos de luz e aguardem nossos próximos projetos/nossas próximas histórias.
Nota da Scripter: Meninas, Daph e Lou, foi um prazer scriptar a fic de vocês. Eu amei MUITO acompanhar essa história (sim, eu li haha) e sinto-me honrada em tê-la scriptado.
Espero trabalhar com vocês novamente <3
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