Nas Garras do Lobo

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Última atualização: 31/10/2020

Capítulo Único

Remus estava se sentindo razoavelmente bem apesar de saber que aquela noite enfrentaria mais uma lua cheia. Após a ajuda de Lily com o preparo de algumas poções para amenizar as dores antes e durante a transformação, ele estava feliz por não estar tão abatido como nas outras vezes, assim podendo andar pelo castelo sem atrair muitos olhares.
Como era 31 de outubro, Hogwarts estava parcialmente enfeitada para a comemoração de Halloween. Os fantasmas transitavam pelos corredores e distribuíam sorrisos aos alunos, menos claro, o Barão Sangrento. Até mesmo Pirraça demonstrou entusiasmo: já fazia uma semana que ele vinha assustando alunos do primeiro ano que se aventuravam pelo castelo à noite. Filch, no entanto, parecia cada vez mais irritado. Ele e Madame Norra teriam muito trabalho durante a festa e era algo que ele vinha evitando, por isso passou o dia inteiro atrás de Sirius, James e Peter. Ele podia quase sentir quando aqueles garotos iam aprontar algo.
— Aluado! — Remus ouviu a voz de James assim que entrou no salão principal. Sirius e Peter apenas acenaram, ambos de boca cheia. O maroto se aproximou e sorriu para Delilah no caminho, a garota estava tomando café bem ao lado de James. Assim que sentou, ela lhe estendeu um copo de suco de abóbora que foi logo agradecido.
— Bom dia pra vocês também — Remus disse, Peter se apressou a engolir o que comia, enquanto Sirius apenas abriu a boca e mostrou o que estava mastigando.
— Credo, Black. Deixe de ser deselegante ao menos por um minuto. — foi Delilah quem disse, encarando Sirius com uma expressão desgostosa.
— Por que não vai se sentar com alguém do seu círculo de amigos? — Sirius revidou.
Remus podia estar se sentindo bem sem sentir tantas dores como de costume, mas aqueles dois discutindo logo cedo, obviamente, estavam mudando seu estado de espírito e lhe proporcionando uma dor de cabeça crescente. James notou o desconforto do amigo e, imaginando o quanto deveria estar sendo difícil para ele, já que estavam naquela época do mês, resolveu interceder.
— Não comecem, vocês dois. — Potter reclamou e viu Delilah bufar, Sirius apenas sorriu vitorioso. Remus revirou os olhos e comeu uma torrada com geleia. — Ei, Aluado. Como você está hoje, numa escala de um a cinco?
— Três e meio, eu diria. — respondeu vago, o que acabou chamando a atenção de Delilah para si. Remus não havia contado a ela sobre seu pequeno problema, mas de algum jeito, ela sempre ficava mais empática com ele durante a época das transformações. Talvez fosse algum sexto sentido ou porque eles haviam se tornado bons amigos, mas Lupin estava grato em saber que ela também se importava com a sua saúde.
— Você deveria se deitar e tirar o dia para descansar, eu posso fazer sua tarefa de Herbologia, se quiser — a garota se ofereceu, Remus estava prestes a recusar gentilmente, porém Sirius riu alto. Delilah era péssima em Herbologia. — Você por acaso consegue ficar perto de mim sem ter que chamar minha atenção, Black?
— Como se eu quisesse a sua atenção, Saint-Laurent — debochou.
Remus assistiu os dois voltando a trocar farpas, James no meio tentando apaziguar e Peter… Já era de se imaginar que ele continuava comendo.
Ele se levantou e, pegando um pedaço de torta de maçã para comer no caminho, deixou os amigos em busca de alguma paz antes das aulas.

[...]


— Como você espera terminar o seu pergaminho assim? — Severus disse para e a amiga bufou contrariada. Os dois estavam há meia hora na biblioteca terminando o dever de História da Magia, mas a garota não estava conseguindo se concentrar.
— Talvez eu termine isso mais tarde, não sei. — ela deu de ombros e começou a juntar o próprio material sob o olhar acusador de Snape — Não adianta me olhar assim, você sabe que não vai conseguir me impedir. — ela sorriu e o garoto revirou os olhos sem dizer mais uma palavra. era mais teimosa que um trasgo faminto.
A sonserina saiu apressada da biblioteca e se encaminhou para a entrada da Torre do Relógio. sabia que Remus tinha aula de Estudo dos Trouxas naquele horário e que depois viria ao seu encontro. Ele estava estranho nos últimos dias, ela tinha lhe achado relativamente abatido no café da manhã conversando com os amigos. estava preocupada.
— Esperando por mim? — Remus disse pegando a garota de surpresa e ela logo se virou para ele sem conter o sorriso.
— Pretensioso demais para ser um grifinório, Lupin. — a garota brincou, mas se aproximou o suficiente para que pudesse envolvê-lo em um abraço que foi logo aceito. O garoto estava mais cansado agora, sempre ficava assim ao longo do dia, mas o abraço de foi o suficiente para deixá-lo confortável — Você está bem? — ela questionou se afastando o bastante para esquadrinhar o rosto do namorado.
— Estou melhor porque estamos juntos, . — disse e beijou os lábios da namorada levemente percebendo que a sonserina sorria enquanto aprofundava o contato.
O beijo durou o bastante para que os dois ficassem sem fôlego e eles se separaram com sorrisos. Claro que Remus se sentia muito melhor ao lado de , mas não podia ignorar a pontada de dor que insistia em pressionar sua cabeça.
— Rem, o que está acontecendo? — ela insistiu quando viu que ele se afastou com as mãos nas têmporas.
— Só estou com uma dorzinha na cabeça, linda — ele fez pouco caso e puxou a garota para si, abraçando a sua cintura e depositando um beijo em sua testa — Ouvir Deli e Sirius brigando acaba com qualquer um. — ele inventou e viu a sonserina assentir, mesmo que ainda desconfiada — Bem, o que você queria me perguntar? — desconversou.
— Ah sim! — a sonserina ficou animada se lembrando do bilhete que mandara para Remus no dia anterior — Eu sei que não podemos ser vistos juntos na festa de Halloween de hoje, mas podíamos fazer alguma coisa, né?
— O quê? — ele perguntou surpreso e se afastou de preocupado. Ela queria mesmo fazer algo com ele justo naquela noite?
— Eu sei que as pessoas pensam que estou com Severus, mas ele pode sobreviver a uma noite de perguntas sobre eu não ficar até o final da festa. — ela começou a andar pela sala sem perceber muito bem a cara de pânico do grifinório — E nós poderíamos ir, não sei, fazer um piquenique na orla da Floresta Negra e observar as estrelas, a lua e — ela se interrompeu quando viu que Remus estava encolhido em um canto da torre com as mãos na cabeça — Rem, fala comigo, por favor. O que está acontecendo? — ela correu até ele e fez um carinho em seus cabelos.
— Só não estou me sentindo bem, . Só isso. — ele desconversou e seus olhos se encontraram com os verdes da garota e, mais do que nunca, quis contar a ela o que acontecia. Ele quis dizer que era um lobisomem e mandar ela se afastar, mas não tinha forças pra isso. Remus Lupin era um filho da puta egoísta!
— Remus Lupin, se você ficar escondendo as coisas de mim, não vamos ter futuro. — ela brigou, mas o olhar dele a desarmou e ela o abraçou, balançando seus corpos como se o ninasse. Ele se sentia como uma criança que precisava ser cuidada — Me conta o que está acontecendo, amor. Por favor?
— Eu estou bem, . Nada está acontecendo. — ele disse depois de um tempo em silêncio e ouviu a garota suspirar resignada. sabia que ele não pediria ajuda para algo que estava errado. Cabeça dura até o fim!
— Nós podemos nos encontrar mais tarde? — ela perguntou baixo e percebeu o garoto estremecer ainda no abraço — A menos que você queira que eu passe todo o meu tempo ao lado de Severus — ela sugeriu risonha e Remus bufou. Ele não gostava da proximidade dos dois e isso piorava ainda mais quando a lua cheia chegava. Sua cabeça latejava agora.
— Eu tenho uma condição para isso. — começou — Não podemos ficar até o final da noite, apenas por algumas horas — ele disse sério e lhe encarou confusa — Tenho muitos deveres para terminar, . Só isso. — justificou sem olhar para ela e a garota assentiu, fingindo acreditar.
Os dois passaram mais alguns minutos juntos antes que a sineta indicasse que a próxima aula começaria. deixou mais um beijo nos lábios de Remus e correu para as masmorras para encontrar Severus e poder acompanhar o amigo na aula de Poções. Lupin já estava se sentindo febril pela burrada que tinha feito. Ele respirou fundo e se apressou para encontrar Sirius, James e Peter para a próxima aula do dia. Sua cabeça não parava de pensar que não podia arriscar sua garota dessa forma.

[...]


— Tem certeza de que não quer que a gente vá com você e espere dar a hora? — Sirius perguntou, apesar de estar louco para apenas ficar na festa antes da lua cheia. — Não falo só por mim, todos nós sabemos o quão difícil é pra você.
Remus e os amigos estavam sentados no dormitório e ele estava esperando um bom momento para contar sobre o encontro aos amigos. Não só porque eles não guardavam segredos uns dos outros, mas porque se sentiria extremamente culpado caso algo desse errado e, de algum jeito, machucasse . Seria demais para ele suportar.
De fato, a companhia dos amigos antes das transformações fazia muita diferença. No entanto, Remus não queria estragar a noite deles e esperava que aquela festa causasse algum impacto em Sirius, talvez ver Delilah com outro o fizesse tomar alguma atitude.
— Tenho. Ainda vou encontrar antes de ir pra Casa dos Gritos — revelou e os três sorriram.
— Tá vendo só, James? Até o Aluado vai dar uns beijos hoje e você não — Sirius zombou do amigo que revirou os olhos.
— Eu não quero beijar outra garota, só a Evans já é suficiente pra mim — ele se defendeu.
— Sério, cara, é por isso que você precisa beijar outras garotas — Sirius disse arrastando a voz, como se estivesse entediado e Remus sorriu, encontrando a oportunidade perfeita para provocá-lo.
— Ele está certo, Pontas. — Remus disse, fazendo James o encarar como se fosse um absurdo Remus Lupin concordar com Sirius Black. Até mesmo Sirius estava boquiaberto. Lupin não esperava que James fosse realmente lhe dar ouvidos, surpreso por ter a atenção de Potter, ele continuou. — Por que você não tenta conhecer outras meninas? Que tal a Delilah? Vocês dois estão bastante próximos e Sirius descobriu que ela tinha uma quedinha por você, não é?
— Isso é verdade? — James perguntou curioso. Delilah era uma das poucas meninas que não ficavam lhe cercando pela escola. Sirius assentiu, mesmo de cara feia. — Bom, acho que posso tentar, Deli é realmente interessante.
— Sério? Logo a Saint-Laurent? — foi Sirius quem perguntou. Remus estava realmente sugerindo aquilo?
— Você parece não ter gostado da ideia, Sirius. Algo contra? — Remus provocou, vendo Sirius negar ainda com a expressão de quem comeu e não gostou. — Bom, então está combinado. Mas agora, preciso que me prometam que se algo acontecer, vocês estarão lá para ajudar.
— Relaxa, Aluado. Alguma vez deixamos você na mão? — Peter perguntou e Remus poderia citar inúmeras situações em que ficou na detenção por conta deles, mas deixou passar e negou com um sorriso. — Você tem a nossa palavra, vai dar tudo certo.

[...]


— R.J. me convidou ontem, mas decidimos que seria melhor se ninguém soubesse — Delilah explicou a que esteve lhe cercando durante uma semana inteira para saber com quem ela iria à festa de Halloween.
Sendo proibida a entrada de alunos da Sonserina na sala comunal da Grifinória e vice versa, agradeceu a Merlin por ter seu próprio quarto como um dos privilégios de ser monitora. Ela e Delilah passaram uma boa parte das horas livres antes da festa trancadas no quarto, fofocando e preparando suas fantasias.
— Ah, é o bonitinho do quadribol? O que levou o time de vocês a vitória no último jogo contra a Sonserina?
— O próprio.
— Ótimo, já o odeio. — resmungou e Deli riu.
— Mas vem cá, você e Remus vão se encontrar durante a festa, hein? — Deli perguntou com um sorriso malicioso e revirou os olhos, mas não pôde evitar o sorriso que deu. — Olha só, 'tá até sorrindo.
— Sossega, Delilah. Não é como se fosse a primeira vez que nos encontramos por aí. — respondeu e vestiu a capa vermelha.
— Ótimo, não está mais aqui quem falou. — Deli resmungou e pegou o livro que estava lendo. Alternando o olhar entre a capa do conto infantil e , sorriu tanto que achou que o rosto da amiga pudesse se desfazer. — Você 'tá perfeita.
— Eu sei, eu nasci assim. — brincou balançando os cabelos pretos, fazendo Delilah jogar uma almofada nela. — Pare de me agredir e mostre aquelas maquiagens que você falou. E seja rápida, não quero que você demore a se arrumar por estar me ajudando.
— Espera até eu te maquiar e você vai se achar uma deusa. — Delilah disse se levantando e pegando uma bolsa de maquiagem — Pobre Remus. — Saint-Laurent disse com falso pesar — Espero que ele não tire os olhos de você essa noite, porque depois que eu terminar aqui, ninguém vai tirar.

[...]


Os marotos, pelo menos Sirius, James e Peter, estavam animados com a festa de Halloween que aconteceria no meio da tarde pra noite e não escondiam que provavelmente iriam aprontar algo. Tudo para manter as pessoas distraídas enquanto eles fugiam para o Salgueiro Lutador e para passarem a noite cuidando de Remus durante sua transformação. Eles também precisavam ficar a postos pro caso de algo dar errado com o encontro do amigo com a sonserina.
Lupin se sentia culpado por todo esse trabalho extra já que seria a primeira festa de Halloween em que seus amigos iriam acompanhados, mesmo que ele não fosse comparecer. Até Peter tomou coragem e convidou Mary Macdonald. No entanto, ainda que Remus insistisse que eles não precisavam se preocupar e que não demoraria com , Sirius havia dito que na hora certa todos estariam próximos à entrada da Casa dos Gritos e que manteriam um olho nele pelo mapa. E isso, querendo ou não, deixava o maroto mais tranquilo.
Ansioso com seu encontro e também receoso, Lupin quase correu até a sala comunal da Sonserina e cancelou tudo com , mas seus amigos lhe incentivaram a ir. Eles confiavam em Remus e lhe garantiram que ficaria segura. Ele ainda ria do dia que tivera de contar para os amigos que estava se encontrando com . Memorável e impagável, ele diria. Sirius e James ficaram boquiabertos por alguns segundos antes de sorrirem orgulhosos. Peter apenas disse que já sabia, o que impressionou os outros dois que sempre lhe acharam mais lerdo que eles.
A única a saber antes dos garotos foi Delilah, que inúmeras vezes o atormentava para que ele tomasse uma atitude e fosse até . Então, um dia, Saint-Laurent simplesmente arrastou pela biblioteca até o lugar onde Remus estava sentado e saiu deixando os dois a sós. A situação poderia ter ficado esquisita, mas o clima foi quebrado com uma risada de e logo ambos estavam conversando animados. Ele tinha muito a agradecer a Saint-Laurent.

[...]


O tempo passou absurdamente rápido, para o desgosto de Remus, e logo a festa de Halloween começou. Sirius deu a ideia de que fossem fantasiados com algo que representassem seus patronos, mas Remus não viu a necessidade em se vestir também já que não iria à festa. Ele sorriu ao ver Peter com um enfeite na cabeça que pareciam orelhas cinzentas. Sirius estava com um também, na cor preta. James, mesmo que a contragosto, usou uma com grandes chifres. O salão principal estava muito bem decorado, com inúmeras abóboras e velas flutuando.
Eles saíram do quarto e desceram as escadas, encontrando Lily, Delilah e Hestia. Lily estava adorável em seu vestido de princesa. Delilah havia optado por se fantasiar de gata, o que renderia muitas piadas mais tarde devido a fantasia de Black. Hestia vestia um conjunto roxo e asas, como uma fada.
— Olá, garotas — James disse sorrindo ao ver Lily. Quando Sirius sugeriu que usassem fantasias combinando, Potter recusou a ideia de primeira, já que estava cercando as meninas para saber que fantasia a ruiva iria usar. Ele achou que, se usassem fantasias combinando, talvez os outros alunos pensassem que eles estavam juntos.
Marlene desceu as escadas e abraçou Sirius, que seria seu par na festa. Remus viu Delilah torcer o nariz, claramente incomodada. Ele sorriu para a amiga que mordeu os lábios totalmente sem graça por ter sido pega no flagra. Logo Mary também estava com eles, usando o uniforme de quadribol que James gentilmente cedeu para a fantasia da garota e o grupo deixou a sala comunal.
— Você vai, pelo menos, nos acompanhar até lá, certo, Remus? — Delilah enganchou o braço no do maroto e o puxou com eles para fora do salão comunal. Lupin ainda tentou discutir, mas a garota não lhe deixou falar nada e continuou andando. Saint-Laurent iria com R.J. King, atual capitão do time de quadribol, mas podia fazer seu par esperar mais uns minutinhos para presenciar a cara do amigo quando visse a fantasia de .
Antes que adentrassem o salão principal, Lily já estava acompanhada de Amos Diggory, enquanto o par de James caminhava lentamente em sua direção. Dorcas Meadowes estava absolutamente estonteante, mas não era exatamente com quem ele queria estar ali.
Remus não queria entrar na festa, já que faltava pouco para o seu encontro com , mas Delilah não parecia ouvir quando ele protestava e o mantinha ao seu lado. Você vai me agradecer depois, ela sussurrou para que só ele ouvisse e Lupin suspirou tentando conter a irritação. De que diabos a garota estava falando?
Então, apurando seus sentidos que estavam bem mais aguçados, ele aspirou o ar com cuidado e sentiu o perfume de ficando mais próximo. Quando ele olhou para a porta do salão, vinha de braços dados com Severus Snape, mas não foi exatamente isso que lhe chamou atenção, mesmo sem gostar da companhia do garoto. estava fantasiada de Chapeuzinho Vermelho, com direito a saltos, meia arrastão, cesta, capa vermelha e um Remus Lupin boquiaberto com o coração batendo mais forte. Ele tinha reconhecido a personagem e não podia achar mais irônico, pra além de sexy, que estivesse vestida justo assim.
— Fecha a boca, Aluado. — Sirius riu quando viu a reação do amigo vendo a namorada, mesmo que não reconhecesse a fantasia de lugar nenhum — Do que ela está vestida?
— Chapeuzinho Vermelho, Black. É uma história trouxa bem antiga de uma garota que acaba quase sendo devorada por um lobo. — Deli disse com a voz tranquila, mas pode ver Potter arregalando os olhos e Peter cochichando algo em seu ouvido.
— Devorada, tipo de verdade? — James perguntou esganiçado e Delilah riu dos garotos. Remus não tinha conseguido tirar seus olhos de que agora falava algo com o irmão, ainda que estivesse muito perto de Snape. Perto demais, uma voz falava na cabeça dele e lhe esquentava o sangue.
— É, mas Chapeuzinho é uma garota inteligente e sabe bem lidar com lobos — completou com a voz sugestiva e riu das caras dos meninos — Agora você pode ir encontrar com ela, Lupin. Eu só queria ver mesmo. — a garota empurrou o amigo de leve e saiu andando para onde seu par estava.
Os marotos ainda tiraram sarro do garoto por alguns minutos, antes que ele resolvesse que não queria ficar mais tempo do que deveria observando a própria namorada de risinhos com Snape. Lupin apenas se despediu dos amigos e voltou para a sala comunal para que pudesse buscar o que tinha preparado, dando uma boa olhada no salão e vendo que finalmente tinha notado a sua presença. Ela não tinha entendido nada com a saída carrancuda do garoto.
dispersou dos companheiros da Sonserina e, com um olhar, Severus já sabia para onde a amiga iria. Ela ainda pensou em dar uma palavrinha com Delilah, mas a grifinória também já sabia de seu encontro com Remus, então não precisava de nada que lhe deixasse mais nervosa. Ela precisava relaxar: era só Rem, seu namorado.
Se escorando entre as sombras, a garota foi andando cuidadosamente até chegar do lado de fora do castelo e manteve a varinha em mãos pro caso de dar de cara com Filch ou Madame Norra. Pirraça, pelo que ela tinha ouvido, estava assustando os alunos próximos à cozinha, então ela podia respirar mais tranquila.
O dia já estava quase escurecendo, mas ela conseguiu reconhecer a figura de Remus de costas para o castelo enquanto observava a Floresta Negra. Os ombros largos e os cabelos bagunçados eram característicos do maroto e ela sorriu, enquanto se aproximava devagar e tampava os olhos do namorado com as mãos. Quando ele a puxou para que sentasse em seu colo, a sonserina riu assustada, mas logo beijou-lhe os lábios sendo correspondida com vontade.

[...]


ainda voltou à festa duas vezes para roubar um pouco de Whisky de fogo que os alunos conseguiram contrabandear para dentro do castelo. Ela bebia sozinha, já que Remus havia dito não poder tomar álcool naquela noite, incentivando-a a parar de beber também. não sabia o porquê, mas Remus Lupin ficava tão mais confiante quando eram apenas eles dois sob a luz da lua.
Lupin resmungou duas vezes sobre ter que ir embora, mas ela o ignorou e continuou abraçada a ele, que não teve coragem de se afastar. Lutando contra si mesmo, ele aproveitou o máximo até sentir que atingiu o limite. Precisava que se afastasse, ele tinha que estar na Casa dos Gritos, não ali com ela.
Tentando sobreviver à dor que crescia, ele começou a se distanciar da garota. No entanto, Remus já nem sentia mais as pernas. Era como se a fera já tivesse tomado conta daquela parte de seu corpo.
— Rem, 'tá tudo bem? — o olhou preocupada. O rosto dele estava ficando cada vez mais pálido e Lupin se torcia em dor, enquanto resmungava algo ininteligível e se arrastava para longe dela. — Remus, nós precisamos ir à enfermaria. Você não parece bem.
Um grunhido veio do garoto que ainda estava de costas para ela, tentando gritar para que ela fugisse. Com a lua cheia quase alcançando seu ponto alto no céu, Remus sentia o outro lado querendo se apossar de seu corpo, mas não poderia deixar acontecer ali. Não na frente de . Ele implorava a Merlin, aquilo não poderia acontecer. Mas a fera dentro de Remus Lupin não se importava com os sentimentos do garoto, muito menos sabia quem era . E, foi por isso, que a namorada de Remus assistiu com espanto o exato momento em que o corpo do namorado ficou relativamente maior e tomou uma forma que ela só havia visto em livros, nunca ao vivo.
cambaleou pra trás. A garota não era de se assustar tão facilmente, mas não ia esconder o impacto. Ela poderia correr e pedir socorro, mas não o fez pelo fato de que era Remus ali. Seu namorado. O mesmo garoto que passava horas a fio na biblioteca e elaborava inúmeras pegadinhas com os amigos. Então todas as idas à enfermaria fizeram sentido, assim como as doenças repentinas e as cicatrizes em seu rosto. Remus Lupin era um lobisomem. Seu namorado era um lobisomem.
E quando o silêncio já causava uma tensão enorme, assim como o animal imóvel, se moveu sorrateiramente para tentar sair, mas o lobisomem estava bem ciente da presença dela. Ele podia ouvir o pulso acelerado da garota e se virou para encará-la. Não entendia como ela ainda não havia corrido, mas ele gostava da caça.
finalmente tomou a coragem para correr, mas não para o castelo. Se o fizesse, ele iria atrás e na tentativa de impedi-lo de chegar até ela, alguém poderia machucá-lo. Ela correu para dentro da Floresta Negra. A fera queria a perseguição, então não foi atrás logo na hora. Apenas quando ultrapassou a orla da floresta para dentro, ele começou a correr e seguir os rastros que a menina deixava, fosse seu perfume ou as batidas desenfreadas do coração.

[...]


Dentro do castelo, James e Sirius estavam em busca de Peter. Estava no horário de encontrarem com Remus perto da Casa dos Gritos e Peter havia simplesmente sumido. Eles não queriam sacar o Mapa do Maroto ali no meio de tanta gente. Delilah dançava com R.J. quando notou Sirius inquieto do outro lado do salão. A garota sorriu para o acompanhante e pediu que ele fosse buscar um pouco de ponche. Assim que o garoto se afastou, ela andou rápido até Sirius.
— O que houve? — perguntou sem rodeios e Sirius deu de ombros, mas Delilah notou que ele ainda batia o pé. — Ótimo, não vai falar. Muito adulto.
— Só estamos procurando o Peter, temos uma coisa importante para fazer e ele simplesmente sumiu — resmungou e Deli sorriu.
— Banheiro feminino, segundo andar. — ela disse e Sirius fez cara de nojo — Bata antes de entrar, não quero sequer imaginar o que ele e Mary estão fazendo.
Sirius agradeceu e saiu praticamente correndo, Delilah revirou os olhos e R.J. King veio até ela com as bebidas.
— Você me trocou pelo Black? — ele brincou e entregou um copo a ela.
— Não se preocupe, tem Delilah pra todo mundo — ela brincou.
— Eu 'tava pensando, talvez devêssemos sair daqui e ir para um lugar mais privado. Talvez dar uma volta e observar o céu. Essa lua cheia de hoje 'tá linda.
Delilah gelou com a última frase. Lua cheia, ela repetiu mentalmente. Olhou em volta em busca de e notou que a amiga não havia voltado. King ficou sem graça com a falta de resposta da garota.
— Não tão linda quanto você, devo acrescentar. — sorriu galante e Delilah mordeu o lábio inferior antes de olhar para ele.
— R.J., eu adoraria sair daqui com você, mas antes preciso fazer algo. Se importa de me esperar aqui? Prometo que não demoro.
King assentiu e foi o suficiente para Delilah deixar o salão às pressas, indo direto para a Floresta Negra. Só esperava não chegar tarde demais ou nunca se perdoaria.
Deli quase tropeçou algumas vezes, odiava correr e qualquer atividade física, era atrapalhada demais para isso. Quando estava prestes a sair pelo portão, um corpo se chocou contra o dela e ambos caíram. Por sorte, não havia se arranhado, já que a outra pessoa amorteceu a queda. Sabendo que tinha problemas maiores para resolver, ela apenas se levantou rápido e já estava saindo quando sentiu puxarem seu braço.
— Delilah, não! — James a segurou e só então ela notou que havia sido nele que esbarrou. — Você não pode ir lá fora, está tar-
— James, corta o papo furado. está lá fora e eu preciso ir até ela — a garota disse decidida.
— Você não entende, é perigoso. — James insistiu.
— Potter, eu sei sobre o Remus. — ela quase gritou e por fim James largou seu braço lhe encarando como se ela estivesse louca. Delilah não tinha tempo para enrolação e sabia que ele negaria para defender o amigo, mas também sabia que Remus nunca iria se perdoar caso algo acontecesse com . — Eu sei de tudo. Encontre o Sirius, temos que ajudar a antes que algo ruim aconteça.

Antes que James se afastasse em busca de Sirius, Black veio correndo de encontro a eles. Havia achado Peter e Mary se agarrando no banheiro, Murta que até então não tinha visto o casal, começou a gritar com a presença dos três e os espantou.
— O que ela ‘tá fazendo aqui? — Sirius perguntou e Delilah viu Peter sem fôlego atrás dele.
— Não temos tempo pra isso, Black. Vocês distraem o Remus, eu tiro a de lá — explicou e saiu do castelo, deixando os meninos para trás.
— Como ela sabe? — Sirius perguntou e eles correram até Delilah.
A garota tirou os sapatos, tentando não fazer tanto barulho quando andasse. Ela não poderia gritar, tinha medo de chamar atenção de alguém do castelo e isso só iria piorar a situação.
Quando se virou para falar com os meninos, seus olhos se arregalaram ao ver Sirius se transformar em um enorme cão negro que saiu em disparada, floresta a dentro.
— O que acabou de acontecer? — dessa vez Delilah estava realmente surpresa.
— Você disse que sabia tudo! — James acusou.
— Aparentemente não tudo — Peter disse e logo em seguida se transformou também. Delilah olhou em volta, buscando o garoto. James apontou para uma coisinha pequena correndo pra a floresta.
— Um rato? — Delilah fez uma careta.
— Não julgue, ele é o melhor rato que temos. — James falou e sorriu. — Preciso acompanhar eles, vem comigo. Assim que distrairmos ele, você precisa pegar a e correr de volta pro castelo.
— Combinado.
— Precisa de uma carona? — ele perguntou e Delilah o olhou confusa.
— Você por acaso vira uma vassoura?
Saint-Laurent perguntou, fazendo James rir e logo em seguida o garoto já não estava mais ali, apenas um majestoso cervo. Legal, ela pensou e montou no animal com todo o cuidado, colocando os braços em volta do pescoço dele. O animal começou a correr na mesma direção que os outros foram e Delilah não conseguia deixar de pensar o quanto aquela cena era cômica.

[...]


tentava não fazer barulho a medida que corria, seus sapatos já tinham sido esquecidos em algum lugar e ela tinha lançado em si mesma um feitiço desilusório, ainda que soubesse que não adiantava. Ela podia ouvir o lobisomem se aproximando com muita facilidade, já que ele não estava preocupado em se esconder. A fera só queria caçar. Os galhos se quebrando e os uivos só ficavam mais claros. Ele não ia parar até que tivesse devorado sua presa.
Ela tentou acalmar a própria respiração enquanto se escondia atrás de uma árvore. Seus ouvidos estavam apurados pro caso do lobisomem aparecer do nada e ela se pegou tendo uma ideia. Tirou a capa que ainda vestia e a levitou para que parecesse ter alguém ali. Quando viu que o animal já estava bem perto, ela mandou a capa para o lado contrário enquanto se esgueirava pra tentar voltar a direção que acreditava ficar o castelo. sabia que não ia demorar muito tempo até que ele percebesse, mas esperava ser o suficiente.
O relógio em seu pulso indicava que a noite não estava nem perto de terminar, então, a garota correu ainda mais rápido, tropeçando e se machucando em diversos momentos. Um uivo a poucos quilômetros seguido de um estrondo lhe avisou que o animal tinha descoberto a farsa e que agora estava ainda mais irritado.
Estava tudo tão escuro que não conseguia mais distinguir nada muito à frente, não havia nem sinal do castelo e ela não tinha muito lugar pra se esconder. Remus não era a única criatura da Floresta Negra e já implorava a Merlin pra que não encontrasse nenhuma outra.
— Merda, Remus! — ela praguejou quando ouviu as patas mais furiosas do lobo chegando em seu perímetro e manteve a varinha pronta pro caso de precisar atacar, mesmo sabendo que ali era seu namorado.
Quando a garota virou, ela viu o lobo parado a uns bons cinco metros de distância lhe estudando enquanto arreganhava os dentes e rosnava em sua direção. Os olhos amarelados do animal encontraram os seus e ela sentiu um arrepio percorrer a espinha. Se Remus estava ali, pelo visto estava bem escondido, porque não o via na superfície.
— Isso não precisa terminar assim, Rem. — ela ainda tentou com a voz trêmula, a varinha empunhada firmemente pra fera que circundava seu espaço — Você pode só se lembrar de mim e me deixar ir embora.
Mas a fera, como se tivesse ficado ainda mais eriçada com a voz da garota, deu mais um uivo antes de partir pra cima dela como uma flecha pronto para abocanhar, mas foi atingido por um “Incarcerous” berrado por . O lobisomem caiu se revirando enquanto grossas cordas de ar prendiam seu corpo em vários lugares.
Ele estava se ferindo. Quanto mais se retorcia para se soltar, mais as cordas se apertavam e o lobisomem machucava e mais sangue saia fazendo engolir em seco e se aproximar cuidadosamente, segurando as próprias lágrimas vendo o que estava lhe causando. Ao seu Remus.
— Rem, sou eu, por favor. — implorou vacilante concentrada em manter o lobo preso ao seu feitiço — Você precisa se lembrar de mim e, eu sei que não vai querer me machucar. — ela chegou mais perto e o lobo lhe encarava atentamente, os rosnados já controlados, ainda que ele não tirasse os olhos dela.
Foi tudo muito rápido. O lobisomem esperou pelo momento de fraqueza da bruxa e se soltou das cordas invisíveis. tombou pra trás de susto batendo a cabeça numa pedra, mas foi se arrastando a medida que o animal se aproximava lentamente. Seus braços estavam ainda mais ralados e sua saia já tinha rasgado, assim como as meias. Ele estava quase em cima dela. ia morrer.
— Lumos Maxima! — ouviu uma voz gritar em sua direção e quando ela abriu os olhos, um clarão ofuscante tomou conta do lugar, fazendo o lobisomem se afastar.
Delilah desceu das costas de James-cervo e correu para a amiga enquanto os marotos investiam contra o lobisomem para distraí-lo. Saint-Laurent tentou focar na garota que estava em choque e que agora tremia em seus braços enquanto sangrava em alguns lugares.
— Deli? Deli, o Remus. Eles vão machucar o Remus, Delilah! — estava desesperada vendo um cervo e um cão brigarem com o lobisomem — Temos que fazer alguma coisa!
— Calma, . Respira. Temos que nos concentrar em sair daqui agora! — a grifinória disse ajudando a amiga a se levantar e teve que usar toda a força pra segurar a sonserina pela cintura antes que ela saísse correndo atrás deles.
— Delilah, me escuta! Eles vão matar o Remus assim, temos que ajudar ele!
, são os meninos. — Delilah teve que contar — Agora, vamos. A gente precisa sair daqui agora! — ela quase gritou e arrastou a sonserina pelo caminho contrário dos marotos, vendo que a amiga vez ou outra virava para trás e procurava pelos lados.
Elas demoraram um pouco pra chegar à orla da Floresta Negra, entre os tropeços de e os gritos de Delilah pra que andasse mais rápido. Foi só quando elas viram as luzes da cabana de Hagrid que as duas respiraram mais aliviadas, ainda que o guarda-caças estivesse em choque por ver o estado delas.
— Meninas, meninas! O que aconteceu? — o meio gigante preocupado se apressou em chegar nas duas e, antes que Delilah pudesse inventar uma desculpa esfarrapada, desfaleceu entre seus braços sem ouvir mais nada.

[...]


não sabia nem quando tinha adormecido. Acordou no dia seguinte cheia de curativos, apesar de não ter nenhum ferimento grave, apenas arranhões aqui e ali após tanta correria e uma leve pontada na cabeça graças a batida na pedra. Delilah dormia numa poltrona e já não estava mais fantasiada, mas ao contrário do que esperava, não estavam na enfermaria. Ela se mexeu na cama e reconheceu o próprio dormitório, acordando Delilah sem querer quando conseguiu se sentar.
— Ah, finalmente você acordou. — Saint-Laurent resmungou, apesar de estar preocupada com a amiga — Você ocupou toda a cama, tive que dormir nessa coisa dura.
Por mais que quisesse saber o que aconteceu após desmaiar, apenas uma coisa ocupava sua mente.
— Como está o Remus? Onde ele está? — perguntou sem rodeios e Delilah suspirou.
— Ele está bem. Os meninos estão com ele na enfermaria. — explicou e se levantou da poltrona — Bom, já que você se sente melhor eu estou indo, mas antes eu preciso conversar sobre o que aconteceu ontem. — assentiu, esperando Delilah continuar — Eu sei que pode ter sido um grande susto pra você, mas por favor não seja má com o Remus. Ele é a pessoa mais gentil que conheço e não merece nada disso.
— Delilah, acorda. — revirou os olhos e se levantou da cama, pronta para trocar de roupa e colocar vestes adequadas para ir à enfermaria — Eu nunca o trataria diferente, ele continua sendo meu Rem.
— Bom, por essas e outras que fico feliz em ser sua amiga. — Deli sorriu agradecida e sorriu de volta. — Ele deve estar se sentindo bem culpado, vou passar pra ver como ele está. Tome um banho e vá visitá-lo assim que possível.
— Pode deixar. — disse — Obrigada por ter ido atrás de mim ontem, Deli. E não diga a Remus que estou indo até lá, preciso chegar de surpresa ou ele irá encontrar um jeito de me evitar.

se esgueirou para dentro da enfermaria assim que notou estar praticamente vazia. Sirius e James também estavam em leitos, lado a lado e um terceiro estava envolto com a cortina, tinha certeza de que Remus estava naquele. Quando estava prestes a abrir a separação, Madame Pomfrey surgiu do nada e já começou a repreendê-la dizendo que o leito estava vazio e que ela deveria tê-la chamado. Para sua sorte, Pomfrey falou alto o suficiente para acordar James que sorriu ao vê-la ali.
— Tá tudo bem, Poppy. Ela sabe. — James sussurrou.
— Ah sim. — a mulher respondeu também sussurrando e suas bochechas coraram ao entender a situação — Você pode falar com ele, mas seja breve. Ele precisa descansar.
— Obrigada. — disse e puxou a cortina, apenas o suficiente para entrar. Sua entrada na enfermaria, com seus passos nada discretos — de acordo com ele -, já tinha feito Remus se sentar na cama e teve que se conter para não se debulhar em lágrimas. Nunca tinha lhe visto tão machucado, de algum modo ela sabia o quanto ele deveria estar se sentindo culpado, pois se culpava também — Ei, Rem. — ela cumprimentou baixinho e viu o garoto desviar o olhar para as próprias mãos.
— Como você está? — ele perguntou incerto, já que percebeu que a garota levava um curativo na testa. tinha tomado o cuidado de colocar uma calça e blusa de manga para que Lupin não precisasse ver os outros machucados.
— Não é importante, Rem. — ela deu de ombros e se surpreendeu com a fúria que viu nos olhos do grifinório.
— Não é importante? Como não é importante? Eu podia ter matado você! — ele falava rápido, fazendo força para controlar a voz e a garota apenas se aproximou sem sentar na maca.
— Talvez eu tenha me expressado mal. — ela revirou os olhos — Mas eu estou bem, Rem. Quero saber como está você. — se sentou e percebeu que o maroto se afastou levemente para que seus corpos não se encostassem. Ela engoliu em seco.
— Já estou acostumado. — ele disse amargurado e ela assentiu — E-eu, , eu preciso que você me perdoe por ontem. Foi um completo descuido da minha parte estar contigo justo na noite de lua cheia. Eu entendo se quiser reportar a Dumbledore, eu mereço ser expulso por ter quase te matado. Talvez até Azkaban e -
— Você quer calar a boca, garoto? — ela interrompeu o monólogo de Remus e ouviu algumas risadas vindas por trás da cortina. Sirius e James estavam bem atentos a conversa, pelo visto — De onde você tirou que eu vou contar alguma coisa a Dumbledore ou que alguém vai te mandar pra Azkaban?
— Eu quase matei você, ! Você consegue entender isso?
— Grifinórios são tão burros, meu Merlin! — ela bufou e pegou a mão do maroto entre as suas. Dessa vez ele não tentou desviar — Eu estou bem, Rem. Estava mais preocupada com você. Depois que vi a burrada que tinha feito, eu não quis te machucar mais do que você já faria sozinho — a sonserina comentou passando os dedos pelas marcas no braço do namorado — Eu te lancei um incarcerous. — confessou baixo.
— Eu queria matar você.
— Você é bem repetitivo, Remus. — ela riu sem humor — Eu já entendi, assim como seus amigos que estão prestando atenção em toda a nossa conversa por trás das cortinas. — “Tá vendo, eu disse que ela sabia!”, eles ouviram a voz de Delilah quase sussurrada enquanto ela brigava com os meninos. Peter soltou uma risada de leve, ele não tinha se machucado a ponto de parar na enfermaria — O que acontece agora?
— Como assim?
— Entre nós. Como ficamos a partir de agora?
— Não existe mais um nós, . — ele olhou nos olhos dela pela primeira vez, mas a sonserina não se intimidou — Eu não posso te arriscar dessa forma de novo. Nunca me perdoaria se te machucasse.
— Se você quer uma desculpa pra terminar comigo, é bom pensar em algo melhor, Remus John Lupin! — ela arqueou a sobrancelha em desafio — Você não vai me tirar da sua vida por causa disso.
— Mas eu quase mat-
— Se você falar mais uma vez que quase me matou, quem vai pra Azkaban sou eu e por te amaldiçoar com uma das imperdoáveis. — ela disse irritada, mas logo suavizou o rosto e tocou com cuidado a bochecha do namorado, passando delicadamente os dedos pelos lábios dele. Remus se controlou para não fechar os olhos e aproveitar o carinho — Eu não vou te abandonar por isso, amor.
— Não vai?
— Claro que não. Vai ser meio chato não poder aproveitar as luas ao seu lado, mas posso sobreviver a isso. Você pode?
— Eu tenho alguma escolha?
— Claro que tem. — ela se aproximou e deixou um selinho demorado no garoto. Era o que ele podia ter agora — Concordar comigo e entender que você ser um lobisomem não muda o que eu sinto por você. — finalizou o assunto e Remus sentiu seu coração bater mais forte. tinha sido um achado. Tanto pro bruxo, quanto pro lobo.




Fim!



Nota da autora: Olá amores! Sejam bem-vindas ao spin off de uma fic que ainda não publicamos mas já estamos ansiosas demais haha.
Esperamos que cada uma de vocês ame esse casal, porque honestamente, não tem como não gostar da Teo e do Remus. Obrigada por acompanharem nossas fics.
A short desse casalzão logo mais tá aí pra vocês conhecerem cada passo desse romance super "proibido". Largamos a bomba e corremos. Beijos.




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