Capítulo Único
3 anos atrás.
— Ah não, cara. Dormitório masculino de novo. — reclamou assim que abriu a porta do quarto e deu de cara com um calouro. Um rapaz que já passeava sem camisa pelo lugar.
— O que você tá fazendo aqui? — ele tentou cobrir o corpo com as mãos.
— Me chamo Arthur Young. Arthur é sobrenome. E se não se importar, sou sua nova colega de quarto. — ela respondeu sem ânimo e entrou no dormitório, fechando a porta atrás de si. — Não me diga para procurar o dormitório feminino. — ela interrompeu o que seria uma fala do rapaz. — Estou cansada de ter que explicar que Arthur é meu sobrenome. — ela suspirou. — Não é porque eu passei em engenharia que necessariamente sou um cara. Meu Deus, onde eu fui me meter. — ela reclamou baixinho.
— Eu ia dizer seja bem-vinda. — ele respondeu baixinho e correu para pegar a blusa largada em sua cama, a vestindo depressa. — Sou ) . Coreano, mas moro aqui há algum tempo. Pode me chamar de . — ele sorriu, os olhos ficando menores ainda no rosto forte. Ele era até bonitinho, precisava admitir. Bonito demais para alguém da idade deles, recém-saídos da escola.
— OK, . Precisamos estabelecer alguma regras aqui. — se sentou na cama livre. — Número um: nada de garotas, ou garotos, aqui. Número dois: sujou, limpe. Número três: bagunçou, arrume. Número quatro, e o mais importante: evite andar sem roupa. Lembre-se de que eu sou uma garota.
— Por que não se muda para o dormitório feminino? — ele se sentou de frente a ela.
— O diretor vai dizer que não tem mais vagas e que para eu me mudar, eu teria que esperar. Foi assim no colégio interno e aqui não seria diferente. — ela bufou. — Então, su casa, mi casa.
— Ah, eu não falo espanhol. — ele coçou a cabeça, desconcertado.
— Sua casa, minha casa, . — a garota se jogou de costas na cama. — Qual o seu curso?
— Engenharia. — ele respondeu sorrindo.
— Então eu tirei a sorte grande. Você vai ter que me aguentar. Não vou largar de você. — ela sorriu sem que ele pudesse ver.
💖
Dias atuais.
— Mas que droga, ! — gritou enquanto tirava uma calcinha da garota de cima da sua cama. estava no banheiro e sequer ouviu a reclamação do garoto.
O diretor até tentou tirar do quarto de alguns meses depois de perceber que tinha uma garota e um garoto dividindo um quarto, mas eles discutiram e, no final, a garota permaneceu exatamente onde estava.
— Vai acabar a água do dormitório! — ele gritou, agora na porta do banheiro. saiu de lá com uma toalha na cabeça e vestida na blusa do agora melhor amigo. — Sua calcinha estava em cima da minha cama. — ele cruzou os braços sobre o peito agora mais forte. — E essa camisa é minha.
— Correção: essa camisa era sua. Você me deu ela duas noites atrás. — ela sorriu vitoriosa e passou por ele, indo até sua cama e pegando a calcinha que havia jogado lá para colocá-la junto às roupas sujas.
— Eu não lembro disso. — ele foi atrás dela.
— Você estava estudando. Eu te perguntei e você disse sim. — ela sorriu quadrado.
— Eu só queria que você parasse de falar. — ele admitiu.
— Problema seu. Agora a camisa é minha. — ela sentou na cama. — O que vamos assistir hoje?
— Vamos continuar a série. — ele se aproximou e empurrou sua própria cama até que ela estivesse junto da de . Sempre faziam isso nas noites de sexta, quando se juntavam para assistir alguma coisa, fosse um filme ou uma série. — Você não assistiu sem mim, não é?
— , você acha que eu seria capaz disso? — ela perguntou com um tom que beirava a indignação. Tudo falso, pôde ver.
— Acho. — ele pegou o notebook e sentou ao lado dela, apoiando o aparelho nas pernas dobradas.
— , assim você me ofende. — ela se aproximou mais do amigo. — E desculpe pela calcinha na sua cama. Devo ter derrubado mais cedo e não percebi.
apenas lhe olhou e negou com a cabeça. Conhecia aquelas desculpas. A verdade é que estabeleceu regras que ela mesma descumpria.
— , podemos assistir outra coisa hoje? Eu peguei um spoiler de GOT e não quero ver o EP agora. — fez sua melhor carinha cão sem dono porque sabia que nunca resistia àquilo. — Juro que assistimos o EP depois. Mas eu quero distrair primeiro.
suspirou. Tinha acostumado muito mal. Fazia absolutamente tudo o que ela queria. Até ficou um dia suspenso por brigar com o diretor para que permanecesse ali, com ele.
— O que quer assistir? — ele perguntou, já abrindo a Netflix.
— Esse. — ela apontou para o filme que aparecia bem grande na tela inicial.
— 365 dias, ? Sério? — ele lhe olhou com as sobrancelhas franzidas. — Me disseram que esse filme é ruim.
— Pois eu ouvi as garotas da medicina dizendo que é ótimo. — ela rebateu. — Para acabar a dúvida, vamos assistir. — ela decretou.
— Vá pegar a pipoca, sua folgada. Você deixou em cima da mesa. — ele suspirou. levantou em um pulo e deu a volta no corpo do amigo, descendo da cama e correndo para pegar o balde que repousava em cima da pequena mesa que tinha ali. — O suporte. — ele lembrou e pegou a mesinha do notebook, carregando com ela para a cama.
Eles sentaram escorados às cabeceiras das camas e colocou o notebook na mesinha e deu play no filme.
— Agora entendi porque as meninas da medicina disseram que esse filme é ótimo. — ela riu com a primeira cena de nudismo no filme.
— Não acredito que adiamos GOT para ver isso. — reclamou.
— Shiu, fica quietinho, . — ela colocou o indicador sobre os lábios do rapaz e ele prontamente virou o rosto e mordeu o dedo alheio. estava tão concentrada que nem reclamou. continuou assistindo calado, atento à história.
— , não tem um nome para isso? — ele perguntou depois de um tempo em silêncio.
— Síndrome de Estocolmo, onde o sequestrado cria sentimentos pelo sequestrador. — respondeu sem tirar os olhos da tela e deitou a cabeça no peito do rapaz.
— , sai para lá. — rapidamente empurrou a garota. Seu corpo estava quente demais com as cenas do filme e não queria que reparasse. A garota lhe olhou com as sobrancelhas unidas em confusão.
— Você está muito agressivo hoje. Está de TPM? — ela perguntou séria, mas ele riu.
— Tá atrasada esse mês. Me deixa. — ele respondeu. — Quando você disse que não ia largar de mim, não imaginei que estava falando tão sério. — ele resmungou. riu incrédula e parou o filme.
— Quer me dizer alguma coisa, ? — ela cruzou os braços sobre o peito.
— Me desculpe. — ele sorriu e negou com a cabeça. — Podemos terminar o filme? Vem, deita aqui. — ele bateu no próprio peito, porém temeroso que reparasse na ereção que crescia entre suas pernas.
A garota ponderou e encarou o amigo, por fim, se dando por vencida e se aconchegando contra ele. Terminaram o filme em silêncio, vez ou outra soltando um suspiro pesado.
— Isso foi... — iniciou.
— Perturbador. — completou.
— Eu ia dizer quente. — ela riu.
— Enfim. Vou ao banheiro e já volto. Você não me escapa. — ele levantou da cama e apontou para a garota.
— Soou como uma promessa. Precisa de uma mão? — ela riu.
— Acho que essa daqui da conta. — ele ergueu a própria mão e riu.
levantou para beber uma água. O corpo estava quente e ela sentia um incômodo entre as pernas. Precisava arrumar alguém urgentemente. Não podia nem se resolver sozinha, porque dormia ao seu lado e poderia ouvir alguma coisa.
— Pronta? — ele saiu do banheiro com o rosto molhado e a camisa jogada no ombro.
— , regra 4. — ela lembrou.
— Até parece que nunca me viu sem camisa. Vamos logo. Quero ver o EP e dormir. — ele quase correu até as camas unidas.
— Podemos ver o EP amanhã. — ela sugeriu.
— Nem pensar. — ele negou com vontade. — Eu assisti ao filme e agora nós vamos ver GOT. Senta aqui. — ele quase ordenou e bateu na cama ao seu lado.
Derrotada, caminhou até ele e sentou ao lado do rapaz, os olhos atentos à tela. Assistiram ao episódio em um silêncio que era interrompido apenas pelas exclamações vindas dos dois.
— Está mais calmo? — ela perguntou risonha quando o episódio terminou.
— Eu não estava nervoso. — ele rebateu confuso.
— Estava sim. — ela acusou. Não queria dizer diretamente ao amigo que tinha visto a marca em sua calça moletom.
— Não estava... Quer saber? Não vou discutir. — ele riu. — Vou escovar os dentes.
Ele quase correu para o pequeno banheiro no quarto e tratou de colocar a cama dele no lugar. Não queria passar mais nenhum segundo grudada no amigo, ou era capaz de fazer uma loucura sem tamanho.
— Você guarda chumbo grudado na cama? Por que essa merda pesa tanto? — ela perguntou quando ele saiu do banheiro.
— Eu teria feito isso. — ele apontou para a cama e ela deu de ombros. — Boa noite, . — beijou o topo da cabeça da amiga e se deitou em sua cama. , cansada demais, foi para o banheiro, tentar se livrar daquele incômodo com um banho frio.
📝
tinha acabado de chegar de mais uma aula exaustiva. Quanto mais próximo do fim do curso, mais cansativo ficava. A garota havia tomado um banho demorado e vestido apenas um short de pijama e a blusa que havia roubado do amigo. Estava agora deitada de barriga em sua cama, os pés apontando para a porta do dormitório e o celular em mãos, vendo coisas triviais na internet. havia saído cedo, alegando que tinha sido chamado para uma entrevista em uma empresa próxima ao campus. presumiu que ele demoraria, mas suas presunções foram por água abaixo quando ouviu a porta do dormitório ser destrancada. Ninguém além dela e de tinha a chave, então só poderia ser ele. nem sequer olhou em direção à porta, sabia que apareceria ao seu lado a qualquer minuto.
O que ela não esperava é que o rapaz largasse a mochila e o sapato pelo caminho e simplesmente deitasse em suas costas, prendendo o corpo pequeno com o seu, enorme.
— ) ! Você acabou de chegar da rua! — ela reclamou, mas suas reclamações morreram quando passou a beijar sua nuca exposta diversas vezes, rindo como uma criança feliz. — Você vai me matar, sai! — se remexeu abaixo do rapaz que continuava rindo deitado sobre ela.
— Eu consegui! — ele abraçou a garota pelo ombros, impedindo qualquer movimento dela.
— Conseguiu o emprego? — ela perguntou, tentando olhar por cima do ombro, porém totalmente incapaz, paralisada pelo corpo grande em cima do seu, tão malditamente colado que conseguia sentir cada músculo dele.
sacudiu o corpo em cima do dela e sentiu o sangue gelar. Ele voltou a beijar rapidamente sua nuca, a lateral de seu pescoço e atrás da sua orelha, arrancando um arrepio dela.
— , me solta, porra! — ela reclamou e riu. Ele acompanhou o riso e levantou, estendendo a mão para ela, que aceitou e levantou também. Ele a abraçou assim que ela se pôs de pé e a tirou do chão. Por puro instinto, enlaçou as pernas na cintura do rapaz e ele passou a pular com ela no colo.
— , me coloca no chão e me conta isso direito. — ela pediu e foi cuidadosamente colocada sobre seus próprios pés.
— Eu recebi a ligação e fui lá. — ele começou apressado.
— Essa parte eu já sei. O que mais? — ela o instigou.
— Eu fiz uma entrevista e uma dinâmica de grupo bem esquisita, mas, no final, o cara da empresa disse que eu tinha sido o melhor. — ele sorriu largo. E sorriu junto. Era tão bom ver a vitória do melhor amigo.
— Eu tô tão feliz por você. — ela venceu toda a distância e o abraçou pela cintura. a abraçou de volta e apoiou a bochecha no topo da cabeça da garota. — Precisamos comemorar. — disse de repente.
— Vamos sair mais tarde. Podemos beber alguma coisa. — ele sugeriu.
— Chama o e o . — ela ordenou e seguiu em direção às gavetas onde guardava suas roupas. Precisava estar bonita ao lado dos amigos.
— , fala sério. Qual dos dois você quer pegar? — foi atrás dela.
— Eu queria pegar você. Mas você não me nota. — ela riu para disfarçar a verdade nas palavras. ficou em silêncio por longos segundos, não respondendo. E ele sempre respondia às provocações de . — O que foi, ? — ela se virou para encará-lo.
— Acho que assim que me estabilizar no emprego...
— Nem pense em dizer que vai embora daqui. — ela o cortou.
— , não podemos morar no dormitório para sempre. — ele argumentou.
— Mas podemos ficar até acabar o curso. E falta tão pouco, . — ela quase choramingou e suspirou.
— Podemos dividir o AP. — ele sugeriu de repente.
— Você me queria fora da sua vida há poucos segundos e agora está sugerindo que eu vá morar com você? — franziu as sobrancelhas. — E com o que eu pagaria as despesas? Com o corpo? — ela cruzou os braços na frente do peito, totalmente irônica.
lhe olhou por completo e passou a língua sobre os lábios, prendendo o inferior entre os dentes, um olhar de puro desejo sobre o corpo alheio.
— Até que não seria má ideia. — ele sussurrou.
— , vá tomar banho. Você chegou da rua e está aí todo imundo. — ordenou, nervosa com o olhar sobre si.
— Se bem me lembro, já nos abraçamos várias vezes. Você precisa de um banho também. — ele sorriu de lado.
— Mas só tem um banheiro. Então vai logo. — ela o empurrou levemente. riu e foi para o banheiro. Achava fofa a forma como ela ficava nervosa perto dele às vezes. Tomou um bom banho e saiu de lá com a toalha enrolada na cintura.
— Mas não tem uma roupa, meu Deus. — resmungou assim que viu o amigo de toalha.
— Você me empurrou para o banheiro e eu não tive tempo de sequer pegar uma cueca. — ele rebateu.
— Que Deus segure essa toalha então. — ela disse baixinho, porém não o suficiente.
— Agora a pouco você queria me pegar e agora não quer me ver sem roupa? , decida-se! — riu.
— Não quero nada. — ela levantou e rumou rápido para o banheiro, ainda ouvindo a risada alheia.
— Não demore. Temos que estudar para duas provas. — gritou do lado de fora do banheiro.
— Vá se ferrar, ! — a garota rebateu.
— Mal-educada! — ele gritou.
— Você me ama assim! — ela gritou de volta. E o silêncio que se seguiu pareceu ensurdecedor para ambos.
Alguns minutos depois, saiu do banheiro devidamente vestida e sentou ao lado de , que já lhe esperava com os livros abertos.
Estudaram pelo que se pareceram horas, até que deitou parte do tronco sobre a mesa, soltando um suspiro cansado.
— Chega. Se pretendia me matar, devia ter escolhido uma coisa diferente. — ela fechou os olhos e não viu o sorriso arteiro que brotou nos lábios de . Ela até ouviu a cadeira ao seu lado ser arrastada, mas não se dignou a abrir os olhos. — Você falou com os... Ah! Isso... — ela se interrompeu quando sentiu as mãos do amigo em seus ombros, os apertando com força medida.
— O que você perguntou? — perguntou divertido.
— Os meninos... Você chamou? — se embananou com as palavras. À medida que lhe apertava os ombros e nuca, ela soltava pequenos gemidos que não conseguia controlar.
— Quem? — ele perguntou baixinho, quase no ouvido dela, espalhando um arrepio pela pele da garota.
— , não desvie o assunto. — ela soltou uma frase inteira sem se perder na sensação boa que ele lhe proporcionava. — Chamou e ?
— Chamei. Você não iria sem eles mesmo. — o rapaz deu de ombros.
— Está com ciúme? — virou a cabeça para encarar os olhos apertados que fitavam o nada, parecendo chateado.
— Não, mas não acho que eles deveriam ir. — ele formou um bico nos lábios. — Essa é uma comemoração de uma conquista nossa.
— Uma conquista sua. Nada mais justo que chamar seus amigos. — tentou não sorrir, pois estava achando extremamente adorável.
— Se eu não tivesse chamado, eles nem saberiam. Belos amigos são. — ele parou o aperto nos ombros alheios e voltou para sua cadeira. quis protestar pela falta da massagem, mas desistiu e levantou, se colocando atrás de .
— Você precisa falar com eles, . Se não conversarem, não têm como saber nada um sobre o outro. — ela apertou os ombros fortes de , o ouvindo suspirar baixinho. Seus dedos escorregaram para dentro da gola da camisa que o rapaz vestia, trêmulos por estarem tocando tanta pele tão diretamente. , por sua vez, fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, encostando no estômago de .
— Eu não preciso deles. Eu tenho você. — ele murmurou com os olhos fechados. Sua mão segurou um braço de e ela parou os dígitos atrevidos que deslizavam pela pele do peito alheio. buscou a mão da garota e beijou sua palma. Passou o nariz em um carinho leve ali e beijou seu pulso.
— Eu preciso começar a me arrumar. — se remexeu, soltou seu braço do domínio de e se afastou, fazendo com que o rapaz perdesse o apoio e suspirasse cansado.
— Vou falar com os meninos. — ele se levantou e saiu, batendo a porta atrás de si.
se jogou na cama, cansada de guardar aquilo para si e temerosa de falar algo e acabar com a amizade entre os dois. Não sabia se sentia por ela o mesmo que ela sentia pelo rapaz. Tudo bem que ultimamente ele estava sendo mais amável e até demonstrando algo que achava ser ciúme, mas poderia ser só seu lado amigo protetor falando mais alto.
Depois de quase duas horas inteiras largada ali, decidiu não pensar mais naquilo, pelo menos por hora, ou acabaria se atrasando. Tomou outro banho, vestiu um vestidinho qualquer e foi fazer sua maquiagem. voltou na metade do processo e passou direto para o banheiro, não demorando muito lá e saindo com a toalha na cintura.
— Mas não tem um pingo de vergonha, meu Deus. — resmungou.
— Admita que eu sou...
— Um grande gostoso? — ela perguntou, o interrompendo. — Não precisa que eu te diga isso. Você já sabe. — ela deu de ombros.
— O que vai vestir? — ele a abraçou por trás, ainda de toalha, enquanto ela estava sentada, se maquiando, e soprou em seu ouvido.
— Será que pode não fazer isso? — se remexeu no abraço. — Sabe que eu sou sensível aí.
— Não te preocupa que eu esteja só de toalha? — ele perguntou ainda perto do ouvido alheio.
— Eu deveria? O que tem aí debaixo? — perguntou e levou a mão para trás, na intenção de tocar o outro, mas se afastou rapidamente.
— Não demore. Vou me vestir. — ele pegou algumas peças de roupa e sumiu no banheiro. respirou aliviada. Toda aquela proximidade e aquelas provocações estavam lhe tirando do sério.
Ela terminou a maquiagem e ponderou se trocaria de roupa ali mesmo, mas achou melhor não. Então juntou suas roupas, a lingerie e o vestido preto que usaria, e bateu na porta do banheiro.
— , sai. Eu quero me vestir. — ela gritou na porta, que se abriu de repente e revelou um de jeans escuro e camisa de botão preta, o cabelo perfeitamente arrumado e com um perfume que se espalhou por todo o quarto. — Nossa, para que esse perfume todo?
— Não sei quem vai me cheirar. Resolvi caprichar. — ele deu de ombros.
— Saia do caminho. Preciso me vestir. — ela empurrou o rapaz para longe da porta e passou por ele, batendo a porta em seguida.
Não se demorou lá, apenas vestiu sua roupa e arrumou o cabelo, também se perfumando.
— Nossa, para que essa produção toda? — perguntou quando ela saiu do banheiro.
— Não sei quem vai chegar em mim, resolvi caprichar. — ela repetiu as palavras dele. — Eu até sei quem queria que chegasse em mim, mas ele é lento demais. — e rolou os olhos.
— Os meninos disseram que vão nos encontrar lá. — ele mudou de assunto.
— Então vamos. — pegou a bolsa e o celular e saiu sem esperar o amigo.
No bar, tomaram lugar em uma mesa para quatro e ficaram esperando os outros dois, que demoraram a chegar de propósito.
— A tá tão na dele que chega a ser ridículo o fato de ele não ter reparado ainda. — comentou para , ambos do lado de fora do bar, observando sentada com as pernas quase em cima das coxas de , que ria de alguma bobagem que ela tinha falado.
— Eu já tô quase me oferecendo para tomar o lugar dele. — negou com a cabeça.
— Será que ele ia me odiar se eu desse mole para ela? — refletiu. — Só para ver se o lerdo do acorda.
— Você acha uma boa ideia? — perguntou.
— Eu acho ótima. Você não? — rebateu e confirmou, rindo. — Então partiu.
Os rapazes entraram no bar e se dirigiram à mesa onde o casal já estava.
— Já não era sem tempo. — se pôs de pé assim que viu os dois.
— Precisamos resolver umas coisas antes, mas enfim chegamos. — se aproximou e abraçou a garota, deixando um beijo estalado no rosto dela. trincou os dentes e precisou segurar o riso.
— Oi, . — cumprimentou de longe, não queria mais bravo do que já parecia.
— Você está lindo, . — sorriu. — Você também, .
— Tudo para você, gata. — piscou. — Na hora que você quiser.
— Oi para vocês também. — disse rabugento. — Eu estou bem. Obrigado por perguntarem.
— Parabéns de novo, . — foi o primeiro a desejar.
— Parabéns mesmo, . Sério. Você merece. — desejou e o puxou para um abraço.
— Pare de dar em cima da . — sussurrou.
— Ela é só sua colega de quarto. Por que eu que pararia? — devolveu no mesmo tom. — Vamos brindar ao sucesso do ! — ele sugeriu animado.
Pediram suas bebidas ao garçom e brindaram ao sucesso do amigo. sempre segurava o riso a cada careta que fazia quando sussurrava alguma coisa para .
— Quando começa no estágio, ? — perguntou para desviar a atenção do mais velho.
— Na próxima semana. — ele respondeu, sem tirar os olhos dos dois que ainda conversavam.
— E quando vai pedir a em namoro e parar com essas crises de ciúmes? — perguntou inocente.
— Eu ainda não decidi. — respondeu no automático, então encarou o amigo, os olhos arregalados por ter falado demais.
— Então a intenção existe? — se aproximou dele, como um bom fofoqueiro faria.
— Eu não sei se ela está na minha. Às vezes acho que sim. Às vezes acho que está só tirando uma com a minha cara. — suspirou.
— Vocês pareciam tão bonitos juntos quando chegamos. — o outro comentou. — E eu acho que ela está na sua.
— E por que ela está dando mole para o ? — cruzou os braços sobre o peito forte.
— Ela não pode te esperar para sempre, não é? — provocou.
— Eu preciso beber. Sério. — ergueu a mão para chamar o garçom. — Uma dose de uísque. Pura. — ele pediu.
— Acha uma boa ideia? — duvidou. A seu ver, era pura idiotice encher a cara em um momento como aquele. Era melhor fazer aquilo sóbrio.
— Se eu vou ficar olhando eles trocarem sussurros a noite toda, é melhor beber. — o mais alto explicou. O garçom lhe entregou a dose de uísque e ele virou de uma vez, o líquido forte queimando sua garganta e lhe deixando momentaneamente quente.
— É tão mais fácil você pedi-la em namoro! — ergueu levemente a voz, chamando a atenção de , que virou para olhar os rapazes.
— está apaixonado? — ela perguntou. Tentou parecer divertida, mas estava preocupada.
— Não. — ele respondeu na mesma hora que disse “Sim”.
— E por que não pede a garota em namoro, ? — deu ouvidos a . — Ou é um garoto?
— , por favor. — fez uma careta.
— , é sério. Se você está gostando de alguém, deveria dizer. Vai que a outra pessoa sente o mesmo. — ela não queria ter esperanças, mas estava falando de si mesma quando se referiu a “outra pessoa”.
— Eu já disse que não tem ninguém. — ele insistiu e bebeu o líquido do copo de por puro nervosismo, fazendo uma careta ao ingerir a cerveja já quente.
— Tá bom. Não precisa ficar nervoso. — apertou seu bíceps e teve que rir. Era ridiculamente fofo (e extremamente preocupante e apaixonante em níveis iguais) ela saber tudo sobre ele. Quando estava nervoso, ou quando não estava gostando de alguma coisa. — Se você quiser ir, a gente vai, tá? — ela completou baixinho.
— Está se divertindo? — ele perguntou e moveu uma mecha do cabelo da garota para detrás da sua orelha, recebendo um sorriso e um aceno positivo em resposta. — Então vamos ficar mais um pouco.
— Estão finalmente namorando? — perguntou.
— Se estivéssemos namorando, você não estaria pendurado nela a noite inteira. — rebateu.
— Então a peça em namoro e resolvemos isso. — desafiou. olhou para e ele nada respondeu. Um silêncio incômodo se instalou entre eles e se levantou de repente.
— Vou ao banheiro. Não quebrem nada. — e saiu.
— Fala sério, . tem razão. Vamos, admita. — provocou.
— Garçom, outra dose de uísque, por favor. — pediu.
— Vai mesmo encher a cara? — perguntou.
— E o que mais eu posso fazer? — o mais velho perguntou.
— Dizer “, eu gosto de você” era um bom começo. — cruzou os braços sobre o peito.
— E não me venha com “se você ama algo, deixe-o ir”, porque sabemos que ela não quer ir. — completou.
— Ela está voltando. Calem a boca. — quase suplicou.
— Outra dose, ? — foi a primeira coisa que reparou.
— Eu preciso beber enquanto não sou um homem de responsabilidades, . — virou a dose.
— O que acha de pedirmos a conta e irmos beber em casa? — com a ponta dos dedos, afastou os fios do topete de que lhe caíam sobre os olhos.
— Sabe que poderemos ter problemas, não é? — ele perguntou sussurrando.
— Não serão maiores que carregar você bêbado até em casa. — sorriu. e nada diziam, apenas observavam os dois com sorrisos nos rostos.
apenas fez um gesto para o garçom que apareceu com a conta minutos depois.
— O meu e o da garota. — ele colocou algumas notas junto da comanda.
— Eu ia pagar. — protestou.
— Agora já foi. Depois você me paga. — rebateu.
— Deveria ter pagado o nosso, já que agora você tem emprego. — alfinetou.
— Eu nem comecei vocês já querem me ferrar, impressionante. — riu para os amigos. Quando pagaram tudo, foi a primeira a se levantar.
— Vamos passar na loja de conveniência e comprar bebidas. Entramos sem fazer alarde para a senhora Smith não suspeitar. distrai ela. — riu.
— Você ganha todas mesmo, não é, ? — debochou e recebeu um soquinho fraco em resposta. E assim seguiram para a loja e depois para o dormitório. parou para conversar com a senhora da recepção e os demais passaram rápido, desejando um boa noite animado e sumindo de vista antes de serem capturados.
Entraram no quarto do casal de amigos rindo como crianças travessas. entrou logo depois, negando com a cabeça, mas também rindo.
— Você me faz passar por cada uma, . — ele suspirou.
— Você não viveria sem mim. Admita. — se pendurou no pescoço alheio e beijou a bochecha de , que ainda tinha traços do sorriso que estava custando a lhe abandonar naquela noite. estava culpando as doses de uísque, mas a verdade é que o culpado era seu coração, e talvez seu cérebro, que estava dando ouvidos a todas as palavras dos amigos em relação a . Sacudiu a cabeça para espantar os pensamentos. Beber, ele precisava beber.
— Quem vai começar os trabalhos? — a garota perguntou.
🍺
Muitas garrafas vazias depois, ria alto dos meninos bêbados. Tinha parado de beber há um tempo, conhecia seus limites, e agora se divertia às custas dos amigos. mal conseguia se colocar de pé.
— , acho melhor você o colocar na cama. — sugeriu referindo-se a .
— E deite-se com ele para poupar espaço. — alfinetou e recebeu um olhar de reprovação de .
— Vou fazer isso, . Agora, acho melhor vocês irem. — ela sorriu doce. — Eu levo vocês até a porta.
— Já vão tarde. — falou embolado por causa do elevado nível de álcool em seu sangue.
— Só ignorem. — riu. Se despediu dos meninos com um beijo no rosto e voltou para dentro. — O que eu faço com você, hein? — ela perguntou ao rapaz que apenas sorriu.
Tinham tomado todas ao redor da pequena mesa onde sempre estudavam juntos e estava sentado (lê-se: largado) na cadeira de sempre.
— Senta aqui. — ele bateu na própria coxa e riu, mas sentou-se de lado e abraçou o pescoço do amigo.
— Você me ama, ? — perguntou enquanto fazia um carinho com a ponta dos dedos no rosto de traços fortes.
— Mais do que eu amo meu curso ou meu futuro emprego. — ele riu e o acompanhou.
— Então você não me ama muito. Vive dizendo que odeia esse curso. — ela rebateu risonha.
— Mas eu amo você, muito, muito. — ele sorriu mais, os olhos se fechando no processo. — Você me ama, ? — ele devolveu a pergunta.
— Mais do que eu amo meu curso. — ela repetiu as palavras dele.
— Então é muito. Esse curso é sua vida. — ele constatou.
— Chega de declarações. Vem, vamos tomar banho. — ela levantou bruscamente e bateu palmas.
— Nós dois juntos? — se animou.
— Não, você sozinho, seu bêbado. — ela riu da careta que ele fez. — Mas eu vou te supervisionar. Vamos, tire a blusa. — ela ordenou, já levando as mãos à barra da camisa alheia, a puxando para cima. Assim que se viu com o tronco nu, passou as mãos sobre a barriga trincada e riu. negou com a cabeça, ainda sorrindo, e o puxou pela mão para tirá-lo da cadeira. Quando o pôs de pé, ela tratou de desabotoar a calça que ele vestia. — Eu disse para as minhas amigas que nunca cuidaria de homem nenhum e veja só onde eu estou. — ela suspirou e forçou a calça para baixo.
— Ei! — protestou e tentou segurar a peça de roupa no lugar.
— , não me dê mais trabalho, vamos. — ela quase suplicou.
— Só tiro se você tomar banho comigo. — ele fez birra, um bico adorável nos lábios.
— Não cabemos os dois no box. Vamos, tire a droga da calça. — ela ordenou com a voz mais firme, o fazendo ceder e soltar a calça.
Como uma criança birrenta, tirou a calça com a ajuda de , que tomava todo o cuidado do mundo para não acabar arrastando junto a única peça que cobria . Aos tropeços, empurrou o mais alto para o banheiro até colocá-lo debaixo do chuveiro, ligando a água fria em seguida, apenas para ouvi-lo reclamar.
— Cale a boca. Quem mandou beber tanto? — ela rebateu de imediato.
— Eu bebi por sua causa. — ele respondeu, já parecendo mais sóbrio.
— Não me culpe por sua bebedeira. Sou inocente aqui. — ela suspirou e desligou o chuveiro. — Agora preste atenção: você vai tirar essa boxer molhada e vestir uma seca. Tente não cair, eu já volto.
Dito isso, saiu do banheiro para encontrar uma peça seca para o amigo em meio às roupas bagunçadas. Achou outra boxer e voltou ao banheiro, encontrando completamente nu, de costas para si, a bunda bem desenhada completamente exposta.
— Por Deus, . Não podia ter esperado um pouco? Essa não era uma visão que eu queria ter. — ela reclamou e jogou a peça em , tentando a todo custo não olhar para a obra de arte que era o amigo nu.
— Essa é uma visão que você sempre quis ter. Confesse. — provocou e virou de frente para ela, a encontrando de costas para si. Rindo baixinho, ele vestiu a boxer e caminhou até ela, a abraçando por trás, o cabelo ainda pingando água.
— Você tá molhado e gelado. — ela reclamou e se separou dele, dando um passo à frente, que logo foi diminuído quando também deu um passo, a abraçando novamente.
— Deita comigo e me esquenta? — ele perguntou sussurrando e não pôde evitar o arrepio que se espalhou por seu corpo.
— Olha o seu tamanho. Como eu vou te esquentar? — ela perguntou. Percebeu que tinha sido uma má ideia quando ele passou o nariz em seu pescoço em um carinho leve.
— Eu sei de um jeito rápido e eficaz. — ele sussurrou novamente.
— Você tá bêbado. Cala a boca. Vamos dormir. — rompeu o abraço e caminhou de volta para o quarto. a seguiu, tentando segurar o riso e o desejo, e a encontrou deitada em sua própria cama. Com um pouco de esforço, afastou a sua até que estivessem as duas juntas e se deitou, novamente abraçando por trás e cheirando a pele sensível de sua nuca.
— Cheira tão bem. — ele disse, os lábios tocando a pele alheia devido à proximidade.
— Se chama perfume. As pessoas costumam usar. — ela rebateu. — Acho bom você dormir quieto, ou eu te expulso daqui.
— Boa noite, . — ele desejou e acomodou o corpo da garota contra o seu.
— Boa noite para quem? — suspirou. A noite ia ser longa.
🌃
acordou quando sentiu a mão de deslizar por sua cintura em direção aos seus seios. Nem poderia dizer que de fato acordou. Mal tinha dormido. Ela parou a mão alheia antes que chegasse ao destino e olhou por cima do ombro o rosto sereno de enquanto ele dormia.
— Você me faz passar por cada uma, . — ela tentou se mexer, mas ele novamente a apertou contra seu corpo. prendeu a respiração quando sentiu a extensão de seu membro contra ela. — , você...
— Eu sei. — ele sussurrou e movimentou o quadril para cima e para baixo para o completo desespero de . — Eu quero tanto você que dói.
— Você ainda está bêbado? — ela perguntou em um sussurro.
— Completamente sóbrio. — ele respondeu ainda de olhos fechados.
— Então pare já com isso. — ela ordenou.
— , que tal pararmos de negar o que sentimos um pelo outro? — ele perguntou, se afastando dela e apoiando o corpo sobre o cotovelo para que pudesse olhar a garota mais de perto.
— Você estava em negação. — ela deitou de barriga para cima e o encarou. — Eu sempre disse que gostava de você. Te disse isso o dia todo ontem.
— Eu achei que você estava me zoando. — ele rebateu, parecendo ofendido.
— É porque você não me leva a sério, ! — gritou e se sentou abruptamente na cama.
— Eu... , eu não queria assustar você! — ele rebateu e sentou como ela.
— Você estava com medo! — ela acusou.
— Estava! Não queria te perder. Se eu não pudesse te ter como minha namorada, queria te ter ao menos como minha amiga. — ele confessou.
avançou sobre ele, o pegando completamente de surpresa e selou seus lábios de forma demorada. Apenas quando pareceu entender o que acontecia e segurou sua cintura de forma leve, ela passou a língua sobre os lábios dele e ele lhe concedeu passagem. levou o corpo mais para perto e sentou no colo de coberto apenas pela boxer que marcava suas coxas firmes.
— Devia ter me perguntado se eu queria ser apenas sua amiga. — ela sussurrou quando partiu o beijo. — Poderíamos estar sentindo isso antes. — as mãos pequenas deslizaram pelos ombros largos e rebolou levemente sobre o colo alheio.
— Você precisa parar. Eu nem disse as palavras ainda. — sussurrou de olhos fechados.
— Então diga para que eu possa dizer as minhas. — quase ordenou.
— Arthur Young, quer ser minha namorada? — ele abriu os olhos para encarar o sorriso no rosto da garota.
— Sim, ) . Eu aceito. — ela respondeu e selou os lábios alheios.
— Agora saia. Eu estou completamente decadente. — ele deu dois tapinhas na coxa da garota, que lhe olhou boquiaberta.
— ... — ela travou no lugar.
— Eu estou falando sério, . Não sentiu o gosto amargo do álcool na minha boca? — ele fez uma careta. — Eu quero fazer isso direito.
— Você é inacreditável, sinceramente. — riu e reclamou, descendo do colo alheio para a cama.
— Você me ama mesmo assim. — beijou a testa da garota e levantou, indo para o banheiro. Mas travou no meio do caminho e voltou o corpo para encarar a namorada. — , você testou o box com outra pessoa? — ele perguntou de repente.
— O quê? — respondeu confusa.
— Ontem, quando disse para tomarmos banho juntos, você disse que não cabíamos os dois no box. Você testou com alguém? — ele cruzou os braços sobre o peito forte, parecendo levemente enciumado.
— Você está com ciúme? — ela perguntou risonha.
— Estou sim. A imagem da minha namorada nua com outro cara no chuveiro não me agrada em nada. — ele respondeu sério.
— Você nunca me viu nua. Como pode ter essa imagem na cabeça? — ela se levantou da cama e se aproximou, o abraçando pela cintura. — Tem fantasiado comigo?
— Todos os dias dos últimos dois anos. — ele confessou e descruzou os braços para lhe abraçar pelos ombros.
— Não, nunca testei o box com ninguém. Só não queria entrar lá e de repente te agarrar quando você estivesse bêbado. Você estava apaixonado demais ontem. E eu queria fazer isso quando você estivesse sóbrio. — ela sorriu.
— Quer testar? — convidou.
— Você não disse que queria fazer isso direito? Pois vá tomar um banho. Sozinho. — protestou e deixou um tapa leve no peito do namorado, separando o abraço e indo para a própria cama. tentou ir atrás dela, mas ela o parou. — Não. Banho e escova de dentes primeiro. — ela quase ordenou. tinha lhe tirado de um momento muito bom enquanto ela rebolava sobre o colo do rapaz, que inclusive ainda sustentava um bom volume entre as pernas.
— Eu quero te beijar mais. Te tocar mais. Eu já esperei o suficiente. Agora você vai ter que receber todo o amor que eu guardei durante esse tempo. — ele fez birra.
— Depois do banho. — quase cantou. Suspirando e batendo os pés como uma criança que não ganhou chocolate, foi para o banheiro, se demorando demais lá. esperou pacientemente até que ele saísse limpo e apresentável.
— Eu estou sóbrio agora. — saiu do banheiro e encarou , arqueando as sobrancelhas de uma forma cômica.
— Deita aqui. — bateu na cama ao seu lado. prontamente se jogou ali e puxou a garota para junto de seu corpo. — Eu diria que sonhei com esse dia, mas isso seria brega demais. — ela cheirou e selou a pele exposta que estava bem diante de seus olhos.
— Um encontro hoje à noite seria brega demais? — o rapaz perguntou e acariciou os cabelos de .
— Nosso primeiro oficial como namorados? — ela sorriu.
— Naquele restaurante chique que a gente viu e nunca foi. — ele respondeu também sorrindo.
— Só nós dois. — sorriu mais ainda.
— Por favor. Já chega daqueles dois. — revirou os olhos em uma falsa indignação. esticou o pescoço e selou os lábios do rapaz, o que fez com que o sorriso só aumentasse. — Vou fazer a reserva. — ele tomou o celular nas mãos.
— Vou procurar uma roupa. — pegou o próprio celular.
— Vai procurar uma roupa na internet, amor? — assim que o tratamento carinhoso saiu pelos lábios de , ele arregalou os olhos e corou violentamente.
— Foi tão fofo que me deu vontade de te morder. — confessou. — E sim, vou procurar roupa na internet. Só uma inspiração, amor. — ela repetiu o tratamento.
💐
fez as reservas para aquela noite. Se vestiram como um casal bonito. Jantaram debaixo de um lustre chique. tirou inúmeras fotos que pareciam misteriosas demais para . E voltaram de mãos dadas para o dormitório, cumprimentando a senhora Smith que sorria largo para as mãos dadas.
— Estou sem sono. Quer fazer alguma coisa? — perguntou. não pôde evitar o sorriso malicioso que se estampou em seu rosto. — Um episódio de GOT? — ele continuou, ainda alheio ao sorriso da namorada.
— Acha uma boa ideia? — ela perguntou enquanto pegava a camisola reveladora que tinha comprado, mas que nunca tinha tido a oportunidade de usar.
— Acho que sim. — deu de ombros, encarando o celular.
— Vai colocando aí. Vou só tirar essa roupa. — avisou e foi para o banheiro.
— Vou me trocar também. — ele avisou.
Começou a desabotoar a camisa e rapidamente vestiu uma calça moletom e nada mais. Deitou nas camas ainda unidas com o notebook no colo e esperou pela namorada. saiu com a roupa na mão e o hobby pendendo nos ombros. Tudo sob controle. Ela tinha costume de usá-lo às vezes. O que não estava esperando era o fino tecido preto que havia ali embaixo. Ela se jogou na cama e ele a encarou.
— De onde saiu essa camisola? — ele quis saber e nem tentou disfarçar o olhar desejoso para as pernas descobertas.
— Do meu armário. Tinha comprado para usar com meu namorado. Parabéns, você foi sorteado. — ela brincou. — E onde está sua blusa?
apenas apontou para o cesto de roupa.
— Não estou achando mais uma boa ideia ver um episódio. — ele confessou.
— Mas eu sim. Roda aí. — ela quase ordenou, mas sorriu. deu play no episódio enquanto se acomodava cada vez mais sobre seu peito. A cada movimento, a camisola subia um pouco mais, revelando muito mais que o necessário.
— , o que aconteceu com sua camisa que é minha camisa? — perguntou, pausando o episódio. apenas apontou para o cesto de roupa.
— Estou te desconcentrando? — ela perguntou com uma falsa inocência.
— Está! — ele respondeu e passou a mão livre sobre o rosto. Pelo suor frio, era possível perceber o esforço que ele estava fazendo para não jogar tudo para cima, literalmente, e agarrar a namorada.
— É nossa primeira noite como namorados. Queria que fosse especial. — ela formou um bico nos lábios. Não estava arrependida de verdade. Aquele era exatamente seu plano.
— Chega. — murmurou. Fechou o notebook com força suficiente para quebrá-lo, quase expulsou de cima de si e tirou tudo o que não era necessário da cama.
— Mas... — tentou protestar.
— Está pronta para receber meu amor? — ele perguntou parado ao lado das camas.
— Há algum tempo. — ela respondeu. negou com a cabeça e riu. Colocou um joelho sobre a cama e engatinhou até o corpo de , que nem se mexeu diante do possível ataque.
— Você queria me provocar desde o início, não é? — ele perguntou, o rosto pairando a centímetros de distância do dela.
— Foi você que começou hoje de manhã. — ela formou um bico nos lábios.
— Então isso é uma vingança? — perguntou e beijou o pescoço alheio. não conseguiu controlar o arrepio intenso que quase sacudiu seu corpo. Era sensível ali e sabia disso. Já o tinha dito inúmeras vezes.
— Um acerto de contas. Acho que agora estamos quites. — enrolou as pernas ao redor da cintura do namorado e o puxou para baixo. Os sexos parcamente cobertos se chocaram e ela teve que fechar os olhos para absorver a sensação. — , eu não aguento mais. Eu queria decorar cada pedaço seu, mas agora não vai dar.
— Sem preliminares? — ele perguntou sorrindo.
— Fica para a próxima. — ela respondeu em um sussurro. — Não é como se fôssemos dormir agora.
— Pretende ficar acordada por muito tempo? — ele perguntou, o quadril se movimentando lentamente sobre o dela.
— Depende do quanto você aguenta. — ela mordeu um sorriso. As mãos pequenas deslizaram pelas costas largas e encontraram o cós da calça. Os dedos atrevidos rapidamente adentraram o tecido e o sorriso de se alargou quando percebeu que não tinha nada mais que a calça ali. — Estava esperando por isso, amor?
— Você nem imagina o quanto. — respirou fundo quando as unhas curtas de lhe arranharam a pele. — , eu preciso de você.
— Eu também preciso de você, mas antes, proteção, bonitão. — ela piscou.
rapidamente levantou da cama e andou até seu armário, revirando atrás da proteção que ele sabia que tinha ali. Na volta, ele se desfez da calça, vestiu a proteção e parou ao pé da cama. As mãos grandes se ocuparam de tirar a calcinha rendada que vestia, deixando a camisola onde estava, enrolada na cintura. Ele colocou o corpo sobre o menor, apoiando o peso nos cotovelos.
— Eu pensei que esse momento nunca chegaria. — riu.
— Tem fantasiado com isso? — ele perguntou, o tom baixo e sensual, e beijou o pescoço sensível, arrancando de um gemido baixo.
— Todos os dias dos últimos dois anos. — ela confessou.
— A espera acabou. — ele sussurrou.
Com uma mão na cintura e outra segurando a coxa de , e ela se tornaram um. Os movimentos começaram lentos e provocativos, assim como os dois quando se deram conta de que gostavam um do outro. Mas como tudo naquele relacionamento, os movimentos se tornaram intensos, levando os dois a um ápice arrebatador, que levou todo o ar dos pulmões de enquanto ela chamava por em alto e bom som.
— Foi como você esperava? — perguntou rindo enquanto deitava ao lado de .
— Você vai ter que se esforçar mais na próxima vez. — ela suspirou e se aconchegou junto ao corpo grande e quente ao seu lado.
— Tem certeza? — ele perguntou risonho e beijou o topo dos cabelos molhados dela.
— Ah, sim. Me dê alguns minutos e vamos de novo. — ela piscou devagar, a satisfação e o sono a dominando.
— Eu te amo, sabia? — confessou.
— Sabia. — respondeu e riu baixinho, recebendo um cutucão em resposta. — Eu também te amo.
❣️❣️
Algumas semanas depois...
realmente tinha deixado o dormitório. Quando chegou da aula, ele já não estava mais lá. Ela viu apenas uma mala em cima da cama com um endereço escrito em um papel e uma chave pregados na mala. Ela sorriu sozinha e começou lentamente a arrumar a mala. Depois de algumas horas e com algumas caixas ao seu lado, registrou sua saída do dormitório da universidade e tomou um táxi até o endereço que lhe fora dado.
Subiu as escadas e tomou nas mãos a chave da porta de madeira escura. Abriu e girou a maçaneta. estava sentado no chão e a encarou assim que aporta foi aberta.
— O que você tá fazendo aqui? — ele perguntou com um sorriso de lado.
— Me chamo Arthur Young. Arthur é sobrenome. — ela deu de ombros. — E se não se importar, sou sua nova colega de quarto.
— Ah não, cara. Dormitório masculino de novo. — reclamou assim que abriu a porta do quarto e deu de cara com um calouro. Um rapaz que já passeava sem camisa pelo lugar.
— O que você tá fazendo aqui? — ele tentou cobrir o corpo com as mãos.
— Me chamo Arthur Young. Arthur é sobrenome. E se não se importar, sou sua nova colega de quarto. — ela respondeu sem ânimo e entrou no dormitório, fechando a porta atrás de si. — Não me diga para procurar o dormitório feminino. — ela interrompeu o que seria uma fala do rapaz. — Estou cansada de ter que explicar que Arthur é meu sobrenome. — ela suspirou. — Não é porque eu passei em engenharia que necessariamente sou um cara. Meu Deus, onde eu fui me meter. — ela reclamou baixinho.
— Eu ia dizer seja bem-vinda. — ele respondeu baixinho e correu para pegar a blusa largada em sua cama, a vestindo depressa. — Sou ) . Coreano, mas moro aqui há algum tempo. Pode me chamar de . — ele sorriu, os olhos ficando menores ainda no rosto forte. Ele era até bonitinho, precisava admitir. Bonito demais para alguém da idade deles, recém-saídos da escola.
— OK, . Precisamos estabelecer alguma regras aqui. — se sentou na cama livre. — Número um: nada de garotas, ou garotos, aqui. Número dois: sujou, limpe. Número três: bagunçou, arrume. Número quatro, e o mais importante: evite andar sem roupa. Lembre-se de que eu sou uma garota.
— Por que não se muda para o dormitório feminino? — ele se sentou de frente a ela.
— O diretor vai dizer que não tem mais vagas e que para eu me mudar, eu teria que esperar. Foi assim no colégio interno e aqui não seria diferente. — ela bufou. — Então, su casa, mi casa.
— Ah, eu não falo espanhol. — ele coçou a cabeça, desconcertado.
— Sua casa, minha casa, . — a garota se jogou de costas na cama. — Qual o seu curso?
— Engenharia. — ele respondeu sorrindo.
— Então eu tirei a sorte grande. Você vai ter que me aguentar. Não vou largar de você. — ela sorriu sem que ele pudesse ver.
Dias atuais.
— Mas que droga, ! — gritou enquanto tirava uma calcinha da garota de cima da sua cama. estava no banheiro e sequer ouviu a reclamação do garoto.
O diretor até tentou tirar do quarto de alguns meses depois de perceber que tinha uma garota e um garoto dividindo um quarto, mas eles discutiram e, no final, a garota permaneceu exatamente onde estava.
— Vai acabar a água do dormitório! — ele gritou, agora na porta do banheiro. saiu de lá com uma toalha na cabeça e vestida na blusa do agora melhor amigo. — Sua calcinha estava em cima da minha cama. — ele cruzou os braços sobre o peito agora mais forte. — E essa camisa é minha.
— Correção: essa camisa era sua. Você me deu ela duas noites atrás. — ela sorriu vitoriosa e passou por ele, indo até sua cama e pegando a calcinha que havia jogado lá para colocá-la junto às roupas sujas.
— Eu não lembro disso. — ele foi atrás dela.
— Você estava estudando. Eu te perguntei e você disse sim. — ela sorriu quadrado.
— Eu só queria que você parasse de falar. — ele admitiu.
— Problema seu. Agora a camisa é minha. — ela sentou na cama. — O que vamos assistir hoje?
— Vamos continuar a série. — ele se aproximou e empurrou sua própria cama até que ela estivesse junto da de . Sempre faziam isso nas noites de sexta, quando se juntavam para assistir alguma coisa, fosse um filme ou uma série. — Você não assistiu sem mim, não é?
— , você acha que eu seria capaz disso? — ela perguntou com um tom que beirava a indignação. Tudo falso, pôde ver.
— Acho. — ele pegou o notebook e sentou ao lado dela, apoiando o aparelho nas pernas dobradas.
— , assim você me ofende. — ela se aproximou mais do amigo. — E desculpe pela calcinha na sua cama. Devo ter derrubado mais cedo e não percebi.
apenas lhe olhou e negou com a cabeça. Conhecia aquelas desculpas. A verdade é que estabeleceu regras que ela mesma descumpria.
— , podemos assistir outra coisa hoje? Eu peguei um spoiler de GOT e não quero ver o EP agora. — fez sua melhor carinha cão sem dono porque sabia que nunca resistia àquilo. — Juro que assistimos o EP depois. Mas eu quero distrair primeiro.
suspirou. Tinha acostumado muito mal. Fazia absolutamente tudo o que ela queria. Até ficou um dia suspenso por brigar com o diretor para que permanecesse ali, com ele.
— O que quer assistir? — ele perguntou, já abrindo a Netflix.
— Esse. — ela apontou para o filme que aparecia bem grande na tela inicial.
— 365 dias, ? Sério? — ele lhe olhou com as sobrancelhas franzidas. — Me disseram que esse filme é ruim.
— Pois eu ouvi as garotas da medicina dizendo que é ótimo. — ela rebateu. — Para acabar a dúvida, vamos assistir. — ela decretou.
— Vá pegar a pipoca, sua folgada. Você deixou em cima da mesa. — ele suspirou. levantou em um pulo e deu a volta no corpo do amigo, descendo da cama e correndo para pegar o balde que repousava em cima da pequena mesa que tinha ali. — O suporte. — ele lembrou e pegou a mesinha do notebook, carregando com ela para a cama.
Eles sentaram escorados às cabeceiras das camas e colocou o notebook na mesinha e deu play no filme.
— Agora entendi porque as meninas da medicina disseram que esse filme é ótimo. — ela riu com a primeira cena de nudismo no filme.
— Não acredito que adiamos GOT para ver isso. — reclamou.
— Shiu, fica quietinho, . — ela colocou o indicador sobre os lábios do rapaz e ele prontamente virou o rosto e mordeu o dedo alheio. estava tão concentrada que nem reclamou. continuou assistindo calado, atento à história.
— , não tem um nome para isso? — ele perguntou depois de um tempo em silêncio.
— Síndrome de Estocolmo, onde o sequestrado cria sentimentos pelo sequestrador. — respondeu sem tirar os olhos da tela e deitou a cabeça no peito do rapaz.
— , sai para lá. — rapidamente empurrou a garota. Seu corpo estava quente demais com as cenas do filme e não queria que reparasse. A garota lhe olhou com as sobrancelhas unidas em confusão.
— Você está muito agressivo hoje. Está de TPM? — ela perguntou séria, mas ele riu.
— Tá atrasada esse mês. Me deixa. — ele respondeu. — Quando você disse que não ia largar de mim, não imaginei que estava falando tão sério. — ele resmungou. riu incrédula e parou o filme.
— Quer me dizer alguma coisa, ? — ela cruzou os braços sobre o peito.
— Me desculpe. — ele sorriu e negou com a cabeça. — Podemos terminar o filme? Vem, deita aqui. — ele bateu no próprio peito, porém temeroso que reparasse na ereção que crescia entre suas pernas.
A garota ponderou e encarou o amigo, por fim, se dando por vencida e se aconchegando contra ele. Terminaram o filme em silêncio, vez ou outra soltando um suspiro pesado.
— Isso foi... — iniciou.
— Perturbador. — completou.
— Eu ia dizer quente. — ela riu.
— Enfim. Vou ao banheiro e já volto. Você não me escapa. — ele levantou da cama e apontou para a garota.
— Soou como uma promessa. Precisa de uma mão? — ela riu.
— Acho que essa daqui da conta. — ele ergueu a própria mão e riu.
levantou para beber uma água. O corpo estava quente e ela sentia um incômodo entre as pernas. Precisava arrumar alguém urgentemente. Não podia nem se resolver sozinha, porque dormia ao seu lado e poderia ouvir alguma coisa.
— Pronta? — ele saiu do banheiro com o rosto molhado e a camisa jogada no ombro.
— , regra 4. — ela lembrou.
— Até parece que nunca me viu sem camisa. Vamos logo. Quero ver o EP e dormir. — ele quase correu até as camas unidas.
— Podemos ver o EP amanhã. — ela sugeriu.
— Nem pensar. — ele negou com vontade. — Eu assisti ao filme e agora nós vamos ver GOT. Senta aqui. — ele quase ordenou e bateu na cama ao seu lado.
Derrotada, caminhou até ele e sentou ao lado do rapaz, os olhos atentos à tela. Assistiram ao episódio em um silêncio que era interrompido apenas pelas exclamações vindas dos dois.
— Está mais calmo? — ela perguntou risonha quando o episódio terminou.
— Eu não estava nervoso. — ele rebateu confuso.
— Estava sim. — ela acusou. Não queria dizer diretamente ao amigo que tinha visto a marca em sua calça moletom.
— Não estava... Quer saber? Não vou discutir. — ele riu. — Vou escovar os dentes.
Ele quase correu para o pequeno banheiro no quarto e tratou de colocar a cama dele no lugar. Não queria passar mais nenhum segundo grudada no amigo, ou era capaz de fazer uma loucura sem tamanho.
— Você guarda chumbo grudado na cama? Por que essa merda pesa tanto? — ela perguntou quando ele saiu do banheiro.
— Eu teria feito isso. — ele apontou para a cama e ela deu de ombros. — Boa noite, . — beijou o topo da cabeça da amiga e se deitou em sua cama. , cansada demais, foi para o banheiro, tentar se livrar daquele incômodo com um banho frio.
tinha acabado de chegar de mais uma aula exaustiva. Quanto mais próximo do fim do curso, mais cansativo ficava. A garota havia tomado um banho demorado e vestido apenas um short de pijama e a blusa que havia roubado do amigo. Estava agora deitada de barriga em sua cama, os pés apontando para a porta do dormitório e o celular em mãos, vendo coisas triviais na internet. havia saído cedo, alegando que tinha sido chamado para uma entrevista em uma empresa próxima ao campus. presumiu que ele demoraria, mas suas presunções foram por água abaixo quando ouviu a porta do dormitório ser destrancada. Ninguém além dela e de tinha a chave, então só poderia ser ele. nem sequer olhou em direção à porta, sabia que apareceria ao seu lado a qualquer minuto.
O que ela não esperava é que o rapaz largasse a mochila e o sapato pelo caminho e simplesmente deitasse em suas costas, prendendo o corpo pequeno com o seu, enorme.
— ) ! Você acabou de chegar da rua! — ela reclamou, mas suas reclamações morreram quando passou a beijar sua nuca exposta diversas vezes, rindo como uma criança feliz. — Você vai me matar, sai! — se remexeu abaixo do rapaz que continuava rindo deitado sobre ela.
— Eu consegui! — ele abraçou a garota pelo ombros, impedindo qualquer movimento dela.
— Conseguiu o emprego? — ela perguntou, tentando olhar por cima do ombro, porém totalmente incapaz, paralisada pelo corpo grande em cima do seu, tão malditamente colado que conseguia sentir cada músculo dele.
sacudiu o corpo em cima do dela e sentiu o sangue gelar. Ele voltou a beijar rapidamente sua nuca, a lateral de seu pescoço e atrás da sua orelha, arrancando um arrepio dela.
— , me solta, porra! — ela reclamou e riu. Ele acompanhou o riso e levantou, estendendo a mão para ela, que aceitou e levantou também. Ele a abraçou assim que ela se pôs de pé e a tirou do chão. Por puro instinto, enlaçou as pernas na cintura do rapaz e ele passou a pular com ela no colo.
— , me coloca no chão e me conta isso direito. — ela pediu e foi cuidadosamente colocada sobre seus próprios pés.
— Eu recebi a ligação e fui lá. — ele começou apressado.
— Essa parte eu já sei. O que mais? — ela o instigou.
— Eu fiz uma entrevista e uma dinâmica de grupo bem esquisita, mas, no final, o cara da empresa disse que eu tinha sido o melhor. — ele sorriu largo. E sorriu junto. Era tão bom ver a vitória do melhor amigo.
— Eu tô tão feliz por você. — ela venceu toda a distância e o abraçou pela cintura. a abraçou de volta e apoiou a bochecha no topo da cabeça da garota. — Precisamos comemorar. — disse de repente.
— Vamos sair mais tarde. Podemos beber alguma coisa. — ele sugeriu.
— Chama o e o . — ela ordenou e seguiu em direção às gavetas onde guardava suas roupas. Precisava estar bonita ao lado dos amigos.
— , fala sério. Qual dos dois você quer pegar? — foi atrás dela.
— Eu queria pegar você. Mas você não me nota. — ela riu para disfarçar a verdade nas palavras. ficou em silêncio por longos segundos, não respondendo. E ele sempre respondia às provocações de . — O que foi, ? — ela se virou para encará-lo.
— Acho que assim que me estabilizar no emprego...
— Nem pense em dizer que vai embora daqui. — ela o cortou.
— , não podemos morar no dormitório para sempre. — ele argumentou.
— Mas podemos ficar até acabar o curso. E falta tão pouco, . — ela quase choramingou e suspirou.
— Podemos dividir o AP. — ele sugeriu de repente.
— Você me queria fora da sua vida há poucos segundos e agora está sugerindo que eu vá morar com você? — franziu as sobrancelhas. — E com o que eu pagaria as despesas? Com o corpo? — ela cruzou os braços na frente do peito, totalmente irônica.
lhe olhou por completo e passou a língua sobre os lábios, prendendo o inferior entre os dentes, um olhar de puro desejo sobre o corpo alheio.
— Até que não seria má ideia. — ele sussurrou.
— , vá tomar banho. Você chegou da rua e está aí todo imundo. — ordenou, nervosa com o olhar sobre si.
— Se bem me lembro, já nos abraçamos várias vezes. Você precisa de um banho também. — ele sorriu de lado.
— Mas só tem um banheiro. Então vai logo. — ela o empurrou levemente. riu e foi para o banheiro. Achava fofa a forma como ela ficava nervosa perto dele às vezes. Tomou um bom banho e saiu de lá com a toalha enrolada na cintura.
— Mas não tem uma roupa, meu Deus. — resmungou assim que viu o amigo de toalha.
— Você me empurrou para o banheiro e eu não tive tempo de sequer pegar uma cueca. — ele rebateu.
— Que Deus segure essa toalha então. — ela disse baixinho, porém não o suficiente.
— Agora a pouco você queria me pegar e agora não quer me ver sem roupa? , decida-se! — riu.
— Não quero nada. — ela levantou e rumou rápido para o banheiro, ainda ouvindo a risada alheia.
— Não demore. Temos que estudar para duas provas. — gritou do lado de fora do banheiro.
— Vá se ferrar, ! — a garota rebateu.
— Mal-educada! — ele gritou.
— Você me ama assim! — ela gritou de volta. E o silêncio que se seguiu pareceu ensurdecedor para ambos.
Alguns minutos depois, saiu do banheiro devidamente vestida e sentou ao lado de , que já lhe esperava com os livros abertos.
Estudaram pelo que se pareceram horas, até que deitou parte do tronco sobre a mesa, soltando um suspiro cansado.
— Chega. Se pretendia me matar, devia ter escolhido uma coisa diferente. — ela fechou os olhos e não viu o sorriso arteiro que brotou nos lábios de . Ela até ouviu a cadeira ao seu lado ser arrastada, mas não se dignou a abrir os olhos. — Você falou com os... Ah! Isso... — ela se interrompeu quando sentiu as mãos do amigo em seus ombros, os apertando com força medida.
— O que você perguntou? — perguntou divertido.
— Os meninos... Você chamou? — se embananou com as palavras. À medida que lhe apertava os ombros e nuca, ela soltava pequenos gemidos que não conseguia controlar.
— Quem? — ele perguntou baixinho, quase no ouvido dela, espalhando um arrepio pela pele da garota.
— , não desvie o assunto. — ela soltou uma frase inteira sem se perder na sensação boa que ele lhe proporcionava. — Chamou e ?
— Chamei. Você não iria sem eles mesmo. — o rapaz deu de ombros.
— Está com ciúme? — virou a cabeça para encarar os olhos apertados que fitavam o nada, parecendo chateado.
— Não, mas não acho que eles deveriam ir. — ele formou um bico nos lábios. — Essa é uma comemoração de uma conquista nossa.
— Uma conquista sua. Nada mais justo que chamar seus amigos. — tentou não sorrir, pois estava achando extremamente adorável.
— Se eu não tivesse chamado, eles nem saberiam. Belos amigos são. — ele parou o aperto nos ombros alheios e voltou para sua cadeira. quis protestar pela falta da massagem, mas desistiu e levantou, se colocando atrás de .
— Você precisa falar com eles, . Se não conversarem, não têm como saber nada um sobre o outro. — ela apertou os ombros fortes de , o ouvindo suspirar baixinho. Seus dedos escorregaram para dentro da gola da camisa que o rapaz vestia, trêmulos por estarem tocando tanta pele tão diretamente. , por sua vez, fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, encostando no estômago de .
— Eu não preciso deles. Eu tenho você. — ele murmurou com os olhos fechados. Sua mão segurou um braço de e ela parou os dígitos atrevidos que deslizavam pela pele do peito alheio. buscou a mão da garota e beijou sua palma. Passou o nariz em um carinho leve ali e beijou seu pulso.
— Eu preciso começar a me arrumar. — se remexeu, soltou seu braço do domínio de e se afastou, fazendo com que o rapaz perdesse o apoio e suspirasse cansado.
— Vou falar com os meninos. — ele se levantou e saiu, batendo a porta atrás de si.
se jogou na cama, cansada de guardar aquilo para si e temerosa de falar algo e acabar com a amizade entre os dois. Não sabia se sentia por ela o mesmo que ela sentia pelo rapaz. Tudo bem que ultimamente ele estava sendo mais amável e até demonstrando algo que achava ser ciúme, mas poderia ser só seu lado amigo protetor falando mais alto.
Depois de quase duas horas inteiras largada ali, decidiu não pensar mais naquilo, pelo menos por hora, ou acabaria se atrasando. Tomou outro banho, vestiu um vestidinho qualquer e foi fazer sua maquiagem. voltou na metade do processo e passou direto para o banheiro, não demorando muito lá e saindo com a toalha na cintura.
— Mas não tem um pingo de vergonha, meu Deus. — resmungou.
— Admita que eu sou...
— Um grande gostoso? — ela perguntou, o interrompendo. — Não precisa que eu te diga isso. Você já sabe. — ela deu de ombros.
— O que vai vestir? — ele a abraçou por trás, ainda de toalha, enquanto ela estava sentada, se maquiando, e soprou em seu ouvido.
— Será que pode não fazer isso? — se remexeu no abraço. — Sabe que eu sou sensível aí.
— Não te preocupa que eu esteja só de toalha? — ele perguntou ainda perto do ouvido alheio.
— Eu deveria? O que tem aí debaixo? — perguntou e levou a mão para trás, na intenção de tocar o outro, mas se afastou rapidamente.
— Não demore. Vou me vestir. — ele pegou algumas peças de roupa e sumiu no banheiro. respirou aliviada. Toda aquela proximidade e aquelas provocações estavam lhe tirando do sério.
Ela terminou a maquiagem e ponderou se trocaria de roupa ali mesmo, mas achou melhor não. Então juntou suas roupas, a lingerie e o vestido preto que usaria, e bateu na porta do banheiro.
— , sai. Eu quero me vestir. — ela gritou na porta, que se abriu de repente e revelou um de jeans escuro e camisa de botão preta, o cabelo perfeitamente arrumado e com um perfume que se espalhou por todo o quarto. — Nossa, para que esse perfume todo?
— Não sei quem vai me cheirar. Resolvi caprichar. — ele deu de ombros.
— Saia do caminho. Preciso me vestir. — ela empurrou o rapaz para longe da porta e passou por ele, batendo a porta em seguida.
Não se demorou lá, apenas vestiu sua roupa e arrumou o cabelo, também se perfumando.
— Nossa, para que essa produção toda? — perguntou quando ela saiu do banheiro.
— Não sei quem vai chegar em mim, resolvi caprichar. — ela repetiu as palavras dele. — Eu até sei quem queria que chegasse em mim, mas ele é lento demais. — e rolou os olhos.
— Os meninos disseram que vão nos encontrar lá. — ele mudou de assunto.
— Então vamos. — pegou a bolsa e o celular e saiu sem esperar o amigo.
No bar, tomaram lugar em uma mesa para quatro e ficaram esperando os outros dois, que demoraram a chegar de propósito.
— A tá tão na dele que chega a ser ridículo o fato de ele não ter reparado ainda. — comentou para , ambos do lado de fora do bar, observando sentada com as pernas quase em cima das coxas de , que ria de alguma bobagem que ela tinha falado.
— Eu já tô quase me oferecendo para tomar o lugar dele. — negou com a cabeça.
— Será que ele ia me odiar se eu desse mole para ela? — refletiu. — Só para ver se o lerdo do acorda.
— Você acha uma boa ideia? — perguntou.
— Eu acho ótima. Você não? — rebateu e confirmou, rindo. — Então partiu.
Os rapazes entraram no bar e se dirigiram à mesa onde o casal já estava.
— Já não era sem tempo. — se pôs de pé assim que viu os dois.
— Precisamos resolver umas coisas antes, mas enfim chegamos. — se aproximou e abraçou a garota, deixando um beijo estalado no rosto dela. trincou os dentes e precisou segurar o riso.
— Oi, . — cumprimentou de longe, não queria mais bravo do que já parecia.
— Você está lindo, . — sorriu. — Você também, .
— Tudo para você, gata. — piscou. — Na hora que você quiser.
— Oi para vocês também. — disse rabugento. — Eu estou bem. Obrigado por perguntarem.
— Parabéns de novo, . — foi o primeiro a desejar.
— Parabéns mesmo, . Sério. Você merece. — desejou e o puxou para um abraço.
— Pare de dar em cima da . — sussurrou.
— Ela é só sua colega de quarto. Por que eu que pararia? — devolveu no mesmo tom. — Vamos brindar ao sucesso do ! — ele sugeriu animado.
Pediram suas bebidas ao garçom e brindaram ao sucesso do amigo. sempre segurava o riso a cada careta que fazia quando sussurrava alguma coisa para .
— Quando começa no estágio, ? — perguntou para desviar a atenção do mais velho.
— Na próxima semana. — ele respondeu, sem tirar os olhos dos dois que ainda conversavam.
— E quando vai pedir a em namoro e parar com essas crises de ciúmes? — perguntou inocente.
— Eu ainda não decidi. — respondeu no automático, então encarou o amigo, os olhos arregalados por ter falado demais.
— Então a intenção existe? — se aproximou dele, como um bom fofoqueiro faria.
— Eu não sei se ela está na minha. Às vezes acho que sim. Às vezes acho que está só tirando uma com a minha cara. — suspirou.
— Vocês pareciam tão bonitos juntos quando chegamos. — o outro comentou. — E eu acho que ela está na sua.
— E por que ela está dando mole para o ? — cruzou os braços sobre o peito forte.
— Ela não pode te esperar para sempre, não é? — provocou.
— Eu preciso beber. Sério. — ergueu a mão para chamar o garçom. — Uma dose de uísque. Pura. — ele pediu.
— Acha uma boa ideia? — duvidou. A seu ver, era pura idiotice encher a cara em um momento como aquele. Era melhor fazer aquilo sóbrio.
— Se eu vou ficar olhando eles trocarem sussurros a noite toda, é melhor beber. — o mais alto explicou. O garçom lhe entregou a dose de uísque e ele virou de uma vez, o líquido forte queimando sua garganta e lhe deixando momentaneamente quente.
— É tão mais fácil você pedi-la em namoro! — ergueu levemente a voz, chamando a atenção de , que virou para olhar os rapazes.
— está apaixonado? — ela perguntou. Tentou parecer divertida, mas estava preocupada.
— Não. — ele respondeu na mesma hora que disse “Sim”.
— E por que não pede a garota em namoro, ? — deu ouvidos a . — Ou é um garoto?
— , por favor. — fez uma careta.
— , é sério. Se você está gostando de alguém, deveria dizer. Vai que a outra pessoa sente o mesmo. — ela não queria ter esperanças, mas estava falando de si mesma quando se referiu a “outra pessoa”.
— Eu já disse que não tem ninguém. — ele insistiu e bebeu o líquido do copo de por puro nervosismo, fazendo uma careta ao ingerir a cerveja já quente.
— Tá bom. Não precisa ficar nervoso. — apertou seu bíceps e teve que rir. Era ridiculamente fofo (e extremamente preocupante e apaixonante em níveis iguais) ela saber tudo sobre ele. Quando estava nervoso, ou quando não estava gostando de alguma coisa. — Se você quiser ir, a gente vai, tá? — ela completou baixinho.
— Está se divertindo? — ele perguntou e moveu uma mecha do cabelo da garota para detrás da sua orelha, recebendo um sorriso e um aceno positivo em resposta. — Então vamos ficar mais um pouco.
— Estão finalmente namorando? — perguntou.
— Se estivéssemos namorando, você não estaria pendurado nela a noite inteira. — rebateu.
— Então a peça em namoro e resolvemos isso. — desafiou. olhou para e ele nada respondeu. Um silêncio incômodo se instalou entre eles e se levantou de repente.
— Vou ao banheiro. Não quebrem nada. — e saiu.
— Fala sério, . tem razão. Vamos, admita. — provocou.
— Garçom, outra dose de uísque, por favor. — pediu.
— Vai mesmo encher a cara? — perguntou.
— E o que mais eu posso fazer? — o mais velho perguntou.
— Dizer “, eu gosto de você” era um bom começo. — cruzou os braços sobre o peito.
— E não me venha com “se você ama algo, deixe-o ir”, porque sabemos que ela não quer ir. — completou.
— Ela está voltando. Calem a boca. — quase suplicou.
— Outra dose, ? — foi a primeira coisa que reparou.
— Eu preciso beber enquanto não sou um homem de responsabilidades, . — virou a dose.
— O que acha de pedirmos a conta e irmos beber em casa? — com a ponta dos dedos, afastou os fios do topete de que lhe caíam sobre os olhos.
— Sabe que poderemos ter problemas, não é? — ele perguntou sussurrando.
— Não serão maiores que carregar você bêbado até em casa. — sorriu. e nada diziam, apenas observavam os dois com sorrisos nos rostos.
apenas fez um gesto para o garçom que apareceu com a conta minutos depois.
— O meu e o da garota. — ele colocou algumas notas junto da comanda.
— Eu ia pagar. — protestou.
— Agora já foi. Depois você me paga. — rebateu.
— Deveria ter pagado o nosso, já que agora você tem emprego. — alfinetou.
— Eu nem comecei vocês já querem me ferrar, impressionante. — riu para os amigos. Quando pagaram tudo, foi a primeira a se levantar.
— Vamos passar na loja de conveniência e comprar bebidas. Entramos sem fazer alarde para a senhora Smith não suspeitar. distrai ela. — riu.
— Você ganha todas mesmo, não é, ? — debochou e recebeu um soquinho fraco em resposta. E assim seguiram para a loja e depois para o dormitório. parou para conversar com a senhora da recepção e os demais passaram rápido, desejando um boa noite animado e sumindo de vista antes de serem capturados.
Entraram no quarto do casal de amigos rindo como crianças travessas. entrou logo depois, negando com a cabeça, mas também rindo.
— Você me faz passar por cada uma, . — ele suspirou.
— Você não viveria sem mim. Admita. — se pendurou no pescoço alheio e beijou a bochecha de , que ainda tinha traços do sorriso que estava custando a lhe abandonar naquela noite. estava culpando as doses de uísque, mas a verdade é que o culpado era seu coração, e talvez seu cérebro, que estava dando ouvidos a todas as palavras dos amigos em relação a . Sacudiu a cabeça para espantar os pensamentos. Beber, ele precisava beber.
— Quem vai começar os trabalhos? — a garota perguntou.
Muitas garrafas vazias depois, ria alto dos meninos bêbados. Tinha parado de beber há um tempo, conhecia seus limites, e agora se divertia às custas dos amigos. mal conseguia se colocar de pé.
— , acho melhor você o colocar na cama. — sugeriu referindo-se a .
— E deite-se com ele para poupar espaço. — alfinetou e recebeu um olhar de reprovação de .
— Vou fazer isso, . Agora, acho melhor vocês irem. — ela sorriu doce. — Eu levo vocês até a porta.
— Já vão tarde. — falou embolado por causa do elevado nível de álcool em seu sangue.
— Só ignorem. — riu. Se despediu dos meninos com um beijo no rosto e voltou para dentro. — O que eu faço com você, hein? — ela perguntou ao rapaz que apenas sorriu.
Tinham tomado todas ao redor da pequena mesa onde sempre estudavam juntos e estava sentado (lê-se: largado) na cadeira de sempre.
— Senta aqui. — ele bateu na própria coxa e riu, mas sentou-se de lado e abraçou o pescoço do amigo.
— Você me ama, ? — perguntou enquanto fazia um carinho com a ponta dos dedos no rosto de traços fortes.
— Mais do que eu amo meu curso ou meu futuro emprego. — ele riu e o acompanhou.
— Então você não me ama muito. Vive dizendo que odeia esse curso. — ela rebateu risonha.
— Mas eu amo você, muito, muito. — ele sorriu mais, os olhos se fechando no processo. — Você me ama, ? — ele devolveu a pergunta.
— Mais do que eu amo meu curso. — ela repetiu as palavras dele.
— Então é muito. Esse curso é sua vida. — ele constatou.
— Chega de declarações. Vem, vamos tomar banho. — ela levantou bruscamente e bateu palmas.
— Nós dois juntos? — se animou.
— Não, você sozinho, seu bêbado. — ela riu da careta que ele fez. — Mas eu vou te supervisionar. Vamos, tire a blusa. — ela ordenou, já levando as mãos à barra da camisa alheia, a puxando para cima. Assim que se viu com o tronco nu, passou as mãos sobre a barriga trincada e riu. negou com a cabeça, ainda sorrindo, e o puxou pela mão para tirá-lo da cadeira. Quando o pôs de pé, ela tratou de desabotoar a calça que ele vestia. — Eu disse para as minhas amigas que nunca cuidaria de homem nenhum e veja só onde eu estou. — ela suspirou e forçou a calça para baixo.
— Ei! — protestou e tentou segurar a peça de roupa no lugar.
— , não me dê mais trabalho, vamos. — ela quase suplicou.
— Só tiro se você tomar banho comigo. — ele fez birra, um bico adorável nos lábios.
— Não cabemos os dois no box. Vamos, tire a droga da calça. — ela ordenou com a voz mais firme, o fazendo ceder e soltar a calça.
Como uma criança birrenta, tirou a calça com a ajuda de , que tomava todo o cuidado do mundo para não acabar arrastando junto a única peça que cobria . Aos tropeços, empurrou o mais alto para o banheiro até colocá-lo debaixo do chuveiro, ligando a água fria em seguida, apenas para ouvi-lo reclamar.
— Cale a boca. Quem mandou beber tanto? — ela rebateu de imediato.
— Eu bebi por sua causa. — ele respondeu, já parecendo mais sóbrio.
— Não me culpe por sua bebedeira. Sou inocente aqui. — ela suspirou e desligou o chuveiro. — Agora preste atenção: você vai tirar essa boxer molhada e vestir uma seca. Tente não cair, eu já volto.
Dito isso, saiu do banheiro para encontrar uma peça seca para o amigo em meio às roupas bagunçadas. Achou outra boxer e voltou ao banheiro, encontrando completamente nu, de costas para si, a bunda bem desenhada completamente exposta.
— Por Deus, . Não podia ter esperado um pouco? Essa não era uma visão que eu queria ter. — ela reclamou e jogou a peça em , tentando a todo custo não olhar para a obra de arte que era o amigo nu.
— Essa é uma visão que você sempre quis ter. Confesse. — provocou e virou de frente para ela, a encontrando de costas para si. Rindo baixinho, ele vestiu a boxer e caminhou até ela, a abraçando por trás, o cabelo ainda pingando água.
— Você tá molhado e gelado. — ela reclamou e se separou dele, dando um passo à frente, que logo foi diminuído quando também deu um passo, a abraçando novamente.
— Deita comigo e me esquenta? — ele perguntou sussurrando e não pôde evitar o arrepio que se espalhou por seu corpo.
— Olha o seu tamanho. Como eu vou te esquentar? — ela perguntou. Percebeu que tinha sido uma má ideia quando ele passou o nariz em seu pescoço em um carinho leve.
— Eu sei de um jeito rápido e eficaz. — ele sussurrou novamente.
— Você tá bêbado. Cala a boca. Vamos dormir. — rompeu o abraço e caminhou de volta para o quarto. a seguiu, tentando segurar o riso e o desejo, e a encontrou deitada em sua própria cama. Com um pouco de esforço, afastou a sua até que estivessem as duas juntas e se deitou, novamente abraçando por trás e cheirando a pele sensível de sua nuca.
— Cheira tão bem. — ele disse, os lábios tocando a pele alheia devido à proximidade.
— Se chama perfume. As pessoas costumam usar. — ela rebateu. — Acho bom você dormir quieto, ou eu te expulso daqui.
— Boa noite, . — ele desejou e acomodou o corpo da garota contra o seu.
— Boa noite para quem? — suspirou. A noite ia ser longa.
acordou quando sentiu a mão de deslizar por sua cintura em direção aos seus seios. Nem poderia dizer que de fato acordou. Mal tinha dormido. Ela parou a mão alheia antes que chegasse ao destino e olhou por cima do ombro o rosto sereno de enquanto ele dormia.
— Você me faz passar por cada uma, . — ela tentou se mexer, mas ele novamente a apertou contra seu corpo. prendeu a respiração quando sentiu a extensão de seu membro contra ela. — , você...
— Eu sei. — ele sussurrou e movimentou o quadril para cima e para baixo para o completo desespero de . — Eu quero tanto você que dói.
— Você ainda está bêbado? — ela perguntou em um sussurro.
— Completamente sóbrio. — ele respondeu ainda de olhos fechados.
— Então pare já com isso. — ela ordenou.
— , que tal pararmos de negar o que sentimos um pelo outro? — ele perguntou, se afastando dela e apoiando o corpo sobre o cotovelo para que pudesse olhar a garota mais de perto.
— Você estava em negação. — ela deitou de barriga para cima e o encarou. — Eu sempre disse que gostava de você. Te disse isso o dia todo ontem.
— Eu achei que você estava me zoando. — ele rebateu, parecendo ofendido.
— É porque você não me leva a sério, ! — gritou e se sentou abruptamente na cama.
— Eu... , eu não queria assustar você! — ele rebateu e sentou como ela.
— Você estava com medo! — ela acusou.
— Estava! Não queria te perder. Se eu não pudesse te ter como minha namorada, queria te ter ao menos como minha amiga. — ele confessou.
avançou sobre ele, o pegando completamente de surpresa e selou seus lábios de forma demorada. Apenas quando pareceu entender o que acontecia e segurou sua cintura de forma leve, ela passou a língua sobre os lábios dele e ele lhe concedeu passagem. levou o corpo mais para perto e sentou no colo de coberto apenas pela boxer que marcava suas coxas firmes.
— Devia ter me perguntado se eu queria ser apenas sua amiga. — ela sussurrou quando partiu o beijo. — Poderíamos estar sentindo isso antes. — as mãos pequenas deslizaram pelos ombros largos e rebolou levemente sobre o colo alheio.
— Você precisa parar. Eu nem disse as palavras ainda. — sussurrou de olhos fechados.
— Então diga para que eu possa dizer as minhas. — quase ordenou.
— Arthur Young, quer ser minha namorada? — ele abriu os olhos para encarar o sorriso no rosto da garota.
— Sim, ) . Eu aceito. — ela respondeu e selou os lábios alheios.
— Agora saia. Eu estou completamente decadente. — ele deu dois tapinhas na coxa da garota, que lhe olhou boquiaberta.
— ... — ela travou no lugar.
— Eu estou falando sério, . Não sentiu o gosto amargo do álcool na minha boca? — ele fez uma careta. — Eu quero fazer isso direito.
— Você é inacreditável, sinceramente. — riu e reclamou, descendo do colo alheio para a cama.
— Você me ama mesmo assim. — beijou a testa da garota e levantou, indo para o banheiro. Mas travou no meio do caminho e voltou o corpo para encarar a namorada. — , você testou o box com outra pessoa? — ele perguntou de repente.
— O quê? — respondeu confusa.
— Ontem, quando disse para tomarmos banho juntos, você disse que não cabíamos os dois no box. Você testou com alguém? — ele cruzou os braços sobre o peito forte, parecendo levemente enciumado.
— Você está com ciúme? — ela perguntou risonha.
— Estou sim. A imagem da minha namorada nua com outro cara no chuveiro não me agrada em nada. — ele respondeu sério.
— Você nunca me viu nua. Como pode ter essa imagem na cabeça? — ela se levantou da cama e se aproximou, o abraçando pela cintura. — Tem fantasiado comigo?
— Todos os dias dos últimos dois anos. — ele confessou e descruzou os braços para lhe abraçar pelos ombros.
— Não, nunca testei o box com ninguém. Só não queria entrar lá e de repente te agarrar quando você estivesse bêbado. Você estava apaixonado demais ontem. E eu queria fazer isso quando você estivesse sóbrio. — ela sorriu.
— Quer testar? — convidou.
— Você não disse que queria fazer isso direito? Pois vá tomar um banho. Sozinho. — protestou e deixou um tapa leve no peito do namorado, separando o abraço e indo para a própria cama. tentou ir atrás dela, mas ela o parou. — Não. Banho e escova de dentes primeiro. — ela quase ordenou. tinha lhe tirado de um momento muito bom enquanto ela rebolava sobre o colo do rapaz, que inclusive ainda sustentava um bom volume entre as pernas.
— Eu quero te beijar mais. Te tocar mais. Eu já esperei o suficiente. Agora você vai ter que receber todo o amor que eu guardei durante esse tempo. — ele fez birra.
— Depois do banho. — quase cantou. Suspirando e batendo os pés como uma criança que não ganhou chocolate, foi para o banheiro, se demorando demais lá. esperou pacientemente até que ele saísse limpo e apresentável.
— Eu estou sóbrio agora. — saiu do banheiro e encarou , arqueando as sobrancelhas de uma forma cômica.
— Deita aqui. — bateu na cama ao seu lado. prontamente se jogou ali e puxou a garota para junto de seu corpo. — Eu diria que sonhei com esse dia, mas isso seria brega demais. — ela cheirou e selou a pele exposta que estava bem diante de seus olhos.
— Um encontro hoje à noite seria brega demais? — o rapaz perguntou e acariciou os cabelos de .
— Nosso primeiro oficial como namorados? — ela sorriu.
— Naquele restaurante chique que a gente viu e nunca foi. — ele respondeu também sorrindo.
— Só nós dois. — sorriu mais ainda.
— Por favor. Já chega daqueles dois. — revirou os olhos em uma falsa indignação. esticou o pescoço e selou os lábios do rapaz, o que fez com que o sorriso só aumentasse. — Vou fazer a reserva. — ele tomou o celular nas mãos.
— Vou procurar uma roupa. — pegou o próprio celular.
— Vai procurar uma roupa na internet, amor? — assim que o tratamento carinhoso saiu pelos lábios de , ele arregalou os olhos e corou violentamente.
— Foi tão fofo que me deu vontade de te morder. — confessou. — E sim, vou procurar roupa na internet. Só uma inspiração, amor. — ela repetiu o tratamento.
fez as reservas para aquela noite. Se vestiram como um casal bonito. Jantaram debaixo de um lustre chique. tirou inúmeras fotos que pareciam misteriosas demais para . E voltaram de mãos dadas para o dormitório, cumprimentando a senhora Smith que sorria largo para as mãos dadas.
— Estou sem sono. Quer fazer alguma coisa? — perguntou. não pôde evitar o sorriso malicioso que se estampou em seu rosto. — Um episódio de GOT? — ele continuou, ainda alheio ao sorriso da namorada.
— Acha uma boa ideia? — ela perguntou enquanto pegava a camisola reveladora que tinha comprado, mas que nunca tinha tido a oportunidade de usar.
— Acho que sim. — deu de ombros, encarando o celular.
— Vai colocando aí. Vou só tirar essa roupa. — avisou e foi para o banheiro.
— Vou me trocar também. — ele avisou.
Começou a desabotoar a camisa e rapidamente vestiu uma calça moletom e nada mais. Deitou nas camas ainda unidas com o notebook no colo e esperou pela namorada. saiu com a roupa na mão e o hobby pendendo nos ombros. Tudo sob controle. Ela tinha costume de usá-lo às vezes. O que não estava esperando era o fino tecido preto que havia ali embaixo. Ela se jogou na cama e ele a encarou.
— De onde saiu essa camisola? — ele quis saber e nem tentou disfarçar o olhar desejoso para as pernas descobertas.
— Do meu armário. Tinha comprado para usar com meu namorado. Parabéns, você foi sorteado. — ela brincou. — E onde está sua blusa?
apenas apontou para o cesto de roupa.
— Não estou achando mais uma boa ideia ver um episódio. — ele confessou.
— Mas eu sim. Roda aí. — ela quase ordenou, mas sorriu. deu play no episódio enquanto se acomodava cada vez mais sobre seu peito. A cada movimento, a camisola subia um pouco mais, revelando muito mais que o necessário.
— , o que aconteceu com sua camisa que é minha camisa? — perguntou, pausando o episódio. apenas apontou para o cesto de roupa.
— Estou te desconcentrando? — ela perguntou com uma falsa inocência.
— Está! — ele respondeu e passou a mão livre sobre o rosto. Pelo suor frio, era possível perceber o esforço que ele estava fazendo para não jogar tudo para cima, literalmente, e agarrar a namorada.
— É nossa primeira noite como namorados. Queria que fosse especial. — ela formou um bico nos lábios. Não estava arrependida de verdade. Aquele era exatamente seu plano.
— Chega. — murmurou. Fechou o notebook com força suficiente para quebrá-lo, quase expulsou de cima de si e tirou tudo o que não era necessário da cama.
— Mas... — tentou protestar.
— Está pronta para receber meu amor? — ele perguntou parado ao lado das camas.
— Há algum tempo. — ela respondeu. negou com a cabeça e riu. Colocou um joelho sobre a cama e engatinhou até o corpo de , que nem se mexeu diante do possível ataque.
— Você queria me provocar desde o início, não é? — ele perguntou, o rosto pairando a centímetros de distância do dela.
— Foi você que começou hoje de manhã. — ela formou um bico nos lábios.
— Então isso é uma vingança? — perguntou e beijou o pescoço alheio. não conseguiu controlar o arrepio intenso que quase sacudiu seu corpo. Era sensível ali e sabia disso. Já o tinha dito inúmeras vezes.
— Um acerto de contas. Acho que agora estamos quites. — enrolou as pernas ao redor da cintura do namorado e o puxou para baixo. Os sexos parcamente cobertos se chocaram e ela teve que fechar os olhos para absorver a sensação. — , eu não aguento mais. Eu queria decorar cada pedaço seu, mas agora não vai dar.
— Sem preliminares? — ele perguntou sorrindo.
— Fica para a próxima. — ela respondeu em um sussurro. — Não é como se fôssemos dormir agora.
— Pretende ficar acordada por muito tempo? — ele perguntou, o quadril se movimentando lentamente sobre o dela.
— Depende do quanto você aguenta. — ela mordeu um sorriso. As mãos pequenas deslizaram pelas costas largas e encontraram o cós da calça. Os dedos atrevidos rapidamente adentraram o tecido e o sorriso de se alargou quando percebeu que não tinha nada mais que a calça ali. — Estava esperando por isso, amor?
— Você nem imagina o quanto. — respirou fundo quando as unhas curtas de lhe arranharam a pele. — , eu preciso de você.
— Eu também preciso de você, mas antes, proteção, bonitão. — ela piscou.
rapidamente levantou da cama e andou até seu armário, revirando atrás da proteção que ele sabia que tinha ali. Na volta, ele se desfez da calça, vestiu a proteção e parou ao pé da cama. As mãos grandes se ocuparam de tirar a calcinha rendada que vestia, deixando a camisola onde estava, enrolada na cintura. Ele colocou o corpo sobre o menor, apoiando o peso nos cotovelos.
— Eu pensei que esse momento nunca chegaria. — riu.
— Tem fantasiado com isso? — ele perguntou, o tom baixo e sensual, e beijou o pescoço sensível, arrancando de um gemido baixo.
— Todos os dias dos últimos dois anos. — ela confessou.
— A espera acabou. — ele sussurrou.
Com uma mão na cintura e outra segurando a coxa de , e ela se tornaram um. Os movimentos começaram lentos e provocativos, assim como os dois quando se deram conta de que gostavam um do outro. Mas como tudo naquele relacionamento, os movimentos se tornaram intensos, levando os dois a um ápice arrebatador, que levou todo o ar dos pulmões de enquanto ela chamava por em alto e bom som.
— Foi como você esperava? — perguntou rindo enquanto deitava ao lado de .
— Você vai ter que se esforçar mais na próxima vez. — ela suspirou e se aconchegou junto ao corpo grande e quente ao seu lado.
— Tem certeza? — ele perguntou risonho e beijou o topo dos cabelos molhados dela.
— Ah, sim. Me dê alguns minutos e vamos de novo. — ela piscou devagar, a satisfação e o sono a dominando.
— Eu te amo, sabia? — confessou.
— Sabia. — respondeu e riu baixinho, recebendo um cutucão em resposta. — Eu também te amo.
Algumas semanas depois...
realmente tinha deixado o dormitório. Quando chegou da aula, ele já não estava mais lá. Ela viu apenas uma mala em cima da cama com um endereço escrito em um papel e uma chave pregados na mala. Ela sorriu sozinha e começou lentamente a arrumar a mala. Depois de algumas horas e com algumas caixas ao seu lado, registrou sua saída do dormitório da universidade e tomou um táxi até o endereço que lhe fora dado.
Subiu as escadas e tomou nas mãos a chave da porta de madeira escura. Abriu e girou a maçaneta. estava sentado no chão e a encarou assim que aporta foi aberta.
— O que você tá fazendo aqui? — ele perguntou com um sorriso de lado.
— Me chamo Arthur Young. Arthur é sobrenome. — ela deu de ombros. — E se não se importar, sou sua nova colega de quarto.
FIM
Nota da autora: Gente, que loucura! Eu terminei essa fic nos 45 do segundo tempo e espero que tenham amado esse casal tanto quanto eu amei. Vejo vocês por aí. Beijinhos!
Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.