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Capítulo Único


I live my day as if it was the last
Live my day as if there was no past
Doin' it all nite, all summer
Doin' it the way I wanna.
Lush Life – Zara

Janeiro. Verão. Praia. Eram três palavras que surgia em minha mente depois da virada do ano. Mas uma outra coisa que eu tentava ignorar a todo custo piscava em néon para que também não fosse esquecida: meu aniversário.
Éramos 5 ao todo, eu e mais 4 amigos, que mesmo com a faculdade permanecemos juntos desde o colégio. Joana, minha melhor amiga, estava em um relacionamento sério com o Pedro desde o 1º ano do ensino médio, e depois vieram o Leonardo e o . E assim nos tornamos algo como um quinteto inseparável.
Ou quase.
O mar já era visível pela janela do carro, Magic! estava tocando no aparelho de som, Joana falava sem parar ao lado de Pedro para que ele não ficasse com sono enquanto dirigia e eu me perdia em pensamentos no banco de trás do Ecosport vermelho ao lado do , que eu não fazia muita questão de saber se ele estava mesmo dormindo, ou apenas tentando. Leo não pode nos acompanhar nessa viagem, porque acabou não conseguindo a tão esperada férias após o Ano Novo.
Ele era uma pessoa importante no nosso grupo, mas Joana não queria que deixássemos a viagem de lado só por causa de um.
- A se não morrer de tanto beber, vai morrer de tanto comer. – ouvi a Jô comentando no banco da frente chamando minha atenção.
- Ou seja, ela vai morrer pela boca – Pedro riu.
- Ei, eu estou ouvindo – reclamei. – Não é como se eu fizesse isso todos os dias. – fingi estar ofendida, mas na verdade, eu não ligaria nem um pouco de morrer pela boca.
- , você desconhece limites. – Jô revirou os olhos. – É magra de ruim.
- Bom, o que eu posso dizer se meus genes são ótimos? – voltei a encostar minha coluna na poltrona.
Joana voltou a resmungar qualquer outra coisa sobre voltar a academia com Pedro e eu me desliguei novamente.
Ela era bonita, tinha o corpo bonito, não sei porque cismava tanto com mil e uma dietas e academia. Ela era baixinha, os cabelos pintados de loiro, os olhos escuros, filha de dois médicos e tinha um gênio teimoso, provavelmente herdado da sua mãe.
Estudava para medicina, por mais que não tivesse perfil nenhum para uma futura ortopedista.
Pedro, seu namorado, tinha vindo de Curitiba, e quando o conheci possuía um sotaque bem pesado, mas agora se parecia mais com um carioca. Seu cabelo era encaracolado e preto, contrastava bem com os olhos azuis e a pele bem clara. Pensei que ele se bronzearia na piscina do condomínio junto com a Jô, mas ele parecia ter deixado a loucura dela para se bronzear na praia. Era estudante de engenharia civil com um futuro brilhante pela frente.
Leo, o que eu era mais apegada por ser quase um irmão. A pele morena, cabelo escuro liso e os olhos castanhos o faziam ser facilmente comparado a um índio. O que ele não ligava nem um pouco, gostava de uma boa zoeira e naquela manhã quase chorou por não poder nos acompanhar. Ficou quase 10 minutos me abraçando, como se o ato fizesse o meu dia valer sem sua presença, mas de certa forma eu podia senti-lo comigo. Ele estava perto do fim do curso de administração e o banco onde trabalhava não cedeu para um descanso maior.
E por último, existia . O sarcástico e egocêntrico . Nossa relação sempre foi de ódio e amenidade, não sei bem quando nossa amizade se firmou, mas provavelmente foi quando ele se mostrou sensível depois de ter feito a merda de pegar a namorada de um amigo dele. Precisou de alguém para contar aquilo e pedir ajuda, e eu infelizmente estava sentada do lado dele durante alguma aula qualquer no último ano do ensino médio. Mas foi ali que a confiança passou a ser mútua, ele até era legal quando não estava se dando o trabalho de me provocar.
O filho da mãe era bonito, tinha os cabelos loiros, os olhos verdes, o corpo sarado de quem jogava futebol no fim de semana e tatuagens que cobriam o seu braço esquerdo inteiro. Estudava engenharia elétrica e era o pegador oficial do nosso quinteto. Às vezes eu me colocava no lugar das pobres coitadas que caíam na rede dele e chegava à conclusão que brincar com ele era muito mais interessante do que deixar que ele brincasse comigo. O que já tinha se tornado normal, um provocar o outro.
E eu? Eu sou a branquela de longos cabelos castanhos, olhos também castanhos e um pouquinho puxados. Era magra de ruim, o nome do projeto de ano novo das minhas amigas. “Ano que vem é projeto #.” E pra completar, eu ainda fazia publicidade.
- Chegamos. – deu um pulo do meu lado, dando coordenadas para que o Pedro entrasse com o carro no Hotel Resort perto de Angra dos Reis.

O lugar era imenso, da entrada até a recepção foram alguns minutos de carro pela ruazinha de paralelepípedo, explicava que para nos locomover ali seria ou de carro ou de ônibus, porque a pé era sem condições.
Enfim, Pedro estacionou o carro e pegamos as malas para fazer o check-in no hotel. Joana pegou a última suíte que tinha no segundo andar com Pedro e eu fui obrigada a dividir uma com no quinto andar. Tentei não demonstrar o quanto estava puta enquanto ele exibia um sorrisinho indecifrável, mas aceitei por ser apenas o início da nossa estadia e eu poderia muito bem ser tão insuportável a ponto de fazê-lo dormir na sala.
Entramos no elevador e Jô ria de algo que Pedro sussurrava em seu ouvido olhando para mim e , tentei ignorar ciente que nós dois juntos em um mesmo ambiente seria sim motivo de piada. O segundo andar chegou e minha amiga me desejou boa sorte falando que combinaríamos de irmos a praia mais tarde pelo whatsapp, piscou pra mim com um sorriso travesso e me deixou sozinha com o cidadão.
O silêncio permaneceu até a chegada do 5º andar, onde havia um corredor com portas brancas dos dois lados e vasos de plantas colocados entre elas. Puxei a minha mala fitando a pintura creme das paredes até a porta 503. Girei a chave na maçaneta e a abri, dando de cara com uma grande sala de estar com sofás aparentemente confortáveis na cor de areia, um tapete felpudo da mesma cor no chão, uma televisão imensa, home theater e um frigobar no canto.
Assim como a porta escancarou, a minha boca também ao perceber que todas as paredes eram de vidro, dava para ver os nossos vizinhos na sala conversando, mas não dava para ouvi-los. Andei até a porta dupla de vidro que tinha acesso a uma varandinha, foquei na vista que tínhamos para a piscina lá embaixo que se encontrava com o mar. Era maravilhosa.
Passado a primeira impressão adentrei o quarto, as paredes também de vidro mostravam mais do que era necessário e arregalei meus olhos ao ver o quarto do vizinho, um homem andava despreocupadamente nu até o banheiro. Fiquei paralisada largando a minha mala no chão, ouvi rindo atrás de mim enquanto uma cortina cobria o vidro por inteiro. Ele me entregou o controle e então senti um vento gelado tomando conta do quarto, ele também tinha ligado o ar condicionado.
- Você tem escolha se te veem ou não dentro do quarto. – se jogou na cama e eu olhei para o banheiro, ainda estática. – Fica tranquila, o banheiro é fechado.
- Você me trouxe pra um hotel de swing? – perguntei um pouco exaltada demais, eu queria dar e muito na cara dele.
- Não. – ele se sentou. – Te trouxe para um hotel um pouco diferente do convencional, eu sei que você tem um lado safado querendo ser explorado, .
Abriu um sorriso malicioso e se não fosse pelo meu celular tocando, eu jogaria a minha mala e os meus chinelos na cabeça dele.
- O que foi? – atendi a ligação da Jô com um humor não muito bom.
- Já tá brigando com o ? Pelo amor, , você tá num Resort. Põe um biquíni e vamos curtir o resto da tarde.
Olhei para o ser que estava sentado na minha frente, esperando o que faríamos a seguir e decidi que ir até a praia espairecer seria uma boa ideia.
- Tudo bem, já já descemos. – disse e finalizei a ligação. – Vamos pra praia.

Fomos de carro até a praia que era exclusiva para hospedes do Resort, então a areia era muito mais limpa e água límpida. Eu e Jô tiramos um milhão de fotos, em que uma ela escolheu para postar no instagram juntamente com o meu texto de aniversário. Também tiramos fotos com os meninos, que antes estavam jogando bola com um garotinho na areia.
Ficamos até um pouco mais de 7 horas curtindo o sol que já não queimava tanto e a brisa gostosa que vinha do mar, então decidimos que seria melhor voltarmos ao hotel para tomar banho e nos arrumarmos para irmos até um barzinho que tinha no Resort na intenção de celebrar o meu aniversário.
Coloquei uma blusa ciganinha que ia até um pouco acima do meu umbigo e um short jeans que combinava bem, fora o chinelo que já fazia parte do meu corpo para sair no verão. estava com uma bermuda e uma camisa que percebi ser um tom de rosa bem claro. Descemos o elevador em silêncio, só falávamos o básico e ele ainda não tinha me dado parabéns. Sim, ligo pra isso.
O resto da noite se resumiu em caipirinha, cerveja e porções de batata frita com tiras de filé mignon; fora que tivemos a sorte de ter show ao vivo no bar. O moço que estava cantando fez questão de cantar parabéns quando a Joana me apareceu com um cupcake que tinha uma velinha espetada já acesa. Era terça-feira, mas o lugar estava cheio e todos cantaram juntos. Eu podia facilmente dizer que aquele era meu melhor aniversário.
Quando o Pedro pareceu um pouco mais alterado resolvemos dar a noite por acabada e voltamos para as nossas suítes, eu ainda ria sem parar quando a vontade de fazer xixi foi maior de tudo e a primeira coisa que fiz quando cheguei no 503 foi correr para o banheiro.
Sai do compartimento e dei uma olhada no quarto que ainda estava com as paredes fechadas, por assim dizer, mas estava parado com uma caixinha de presente na mão. Antes de me aproximar dele não pude deixar de encarar o seu tronco desnudo, meus pensamentos desviaram um pouco do foco e então ele sorriu de lado percebendo o meu deslize.
- Sabe, fiquei sabendo que ainda é o aniversário de 20 anos de uma certa pessoa...
- Hmm... – incentivei-o a continuar.
- E eu queria ser o último a dar o presente, então, aqui está. – entregou-me a caixa e eu logo desfiz o laço, encontrando uma venda preta para dormir.
- Acho que agora finalmente vou poder dormir no carro. – ri sentindo o cheiro de perfume masculino no tecido.
- Não é para você dormir. – Seu sorriso abriu ainda mais e eu franzi a testa. – Confia em mim?
E foi então que cometi talvez o maior erro da minha vida, balancei a cabeça dizendo que sim e ele colocou a venda nos meus olhos. Começando a me guiar para o que eu adivinhava ser a sala, pegou a caixa da minha mão e me largou por alguns segundos para fazer sabe-se lá o que. Colocou as mãos na minha cintura me empurrando um pouco mais para frente, a única coisa que eu escutava era as ondas do mar e o sopro fresco da noite pela minha pele, além da presença do corpo dele atrás de mim.
- Mas o que... – tentei perguntar qual era a finalidade daquilo, mas ele logo me interrompeu.
- Shhh, só sinta. – pediu com a boca colada na minha orelha.
Seus braços agora passavam pela minha cintura em um abraço, senti-o passando o nariz pelo meu pescoço fazendo minha pele se arrepiar. Desgraçado. Foi o passe livre para que ele deixasse beijos por ali e a minha cabeça inclinasse involuntariamente a favor de suas carícias. Ok, não foi involuntariamente, mas a pouco eu não sabia que ele tinha tanto poder sobre o meu corpo, ou sabia e me negava.
parou do nada, se afastou e me deixou sozinha. Tentei tirar a venda, mas ele me impediu no mesmo segundo.
- Não consegue esperar só mais um pouquinho? – pediu e se eu não estivesse vendada, eu reviraria os meus olhos.
- O que te faz pensar que eu quero ficar aqui a sua mercê? – perguntei só para evitar o caso dele me deixar de fato largada ali.
- Eu não penso, eu tenho certeza que você quer ficar. – falou e eu me virei, já na intenção de parar com aquela palhaçada.
De novo seus braços passaram por mim e prenderam os meus na frente do meu corpo, entrelaçado com os seus, então as suas mãos que pareciam ter sido embebidas em óleo deslizaram pela minha pele subindo e descendo, depois foram para a parte da minha barriga que estava exposta. Ele fez uma massagem gostosa ali e depois seus dedões focaram na minha lombar.
Eu sentia o meu corpo quente, estava sedenta para que ele fizesse uma massagem no meu corpo todo e não só ali. E foi só eu pensar nisso que ele propôs.
- Você quer tirar a blusa? – ele pediu rente a minha orelha de novo. – Juro que só vou fazer o que você quiser.
Fiquei em silêncio, debaixo da blusinha eu ainda tinha um top, então tirei a peça e ele colocou as mãos na minha cintura e subiu até a barra do top, como se não fosse suficiente. Meu corpo estremeceu só com o pensamento de ficar nua naquele lugar onde qualquer um me veria.
- Não tem ninguém aqui fora. – deixou mais um beijo no meu pescoço, deslizando a mão pela minha barriga dessa vez até a barra do meu short.
- Como vou ter certeza disso? – questionei com a voz baixinha, tinha ficado um tempinho quieta, apenas curtindo as sensações.
- Eu não pedi para você confiar em mim?
- Eu... Não sei.
- Vou colocar mais um pouco de óleo nas minhas mãos, enquanto isso você pensa. – ele se afastou de novo e eu estava tentada a tirar o top. Como seria se seus dedos hábeis passeassem sem restrição pelas minhas costas? E meus peitos?
Por fim, tirei coragem da onde não tinha e tirei o top. Era agora. Pensei. De fato ele não tinha me obrigado a nada, ele fazia a proposta e eu concordava. Simples. Se eu já estava na chuva era para me molhar, se eu estava na varanda da droga de um hotel com os seios a mostra para o mar e de todas as pessoas hospedadas ali, que me observem então.
E foi então que cheguei a outra conclusão, me conhecia mais que eu mesma. Suas mãos foram de encontro com as minhas costas, subiram até os meus ombros onde ele tirou toda a tensão que existia ali, meu corpo quase flutuava, por um segundo desejei estar deitada de bruços totalmente disponível para que seus dedos milagrosos trabalhassem. Os mesmo então desceram pelas minhas costas e consegui sentir a pressa que ele teve em deslizar as mãos até a curva dos meus seios. Seu corpo grudou no meu por trás e ele focou em massagear aqueles dois pedaços de carne que se encaixavam perfeitamente em suas mãos. Foi inevitável não deitar a cabeça nos seus ombros enquanto seus dedos moviam habilmente, suspirei sentindo outra parte do meu corpo funcionar junto.
A minha calcinha estava ficando encharcada, os meus suspiros aumentaram e foi inevitável não abrir o zíper do meu short, mas quando coloquei uma mão ali dentro beliscou um dos meus mamilos como se fosse um castigo.
- Tsc tsc. – ele tirou a minha mão dali. – Que menina má.
Soltou uma risada e a minha ficha pareceu cair de que ele estava montando o circo o tempo inteiro. Massagear a minha barriga e lombar, porque sabia que eu ia querer mais, bem mais, massagear os meus peitos que são partes bem erógenas do meu corpo para chegar onde ele queria. Seus dedos passearam por toda a extensão da vulva e eu arfei.
- Você tá toda molhadinha, – falou no meu ouvido e mordeu de leve meu lóbulo. Ele me masturbava cada vez mais rápido de forma precisa, como se soubesse exatamente onde tocar, o cheiro do seu perfume me deixava inebriada, aquela sensação de que alguma coisa ia explodir dentro de mim crescia e as minhas pernas tremiam. Se não fosse seu braço forte me segurando eu já tinha desabado no chão.
Meu corpo se movia contra a sua mão quando ele decidiu me penetrar com os dedos, eu mordia os lábios tentando impedir que os gemidos saíssem alto, só aumentava a velocidade. Sua outra mão voltou para o meu peito, ele queria me deixar louca, era isso. Não demorou mais do que um minuto para que eu me derramasse em sua mão e ele sorria satisfeito, eu sabia porque podia sentir o seu sorriso na minha orelha.
Passado o momento, me pegou no colo e me levou até a cama, tirou a venda dos meus olhos, mas eu não queria mais enxergar nada. Ele colocou o pijama no meu corpo e eu apaguei, não antes de sentir o seu beijo de boa noite na minha bochecha.

Capítulo 2


Can't keep my hands to myself
I mean I could, but why would I want to?
Hands to myself – Selena Gomez


Acordei com o aos gritos na sala, quer dizer, ele não sabia não falar gritando no telefone.
E quando terminou, abriu a porta e se jogou ao meu lado na cama. Esforcei-me para abrir os olhos. Ele estava só de sunga, com um Yakult na mão e ainda fuçava no celular.
- Você devia falar mais baixo no telefone... – virei para o lado oposto e me arrependi quando vi todos os vidros abertos. – .
Minha voz saiu baixa e rouca demais, mas eu tinha certeza que ele tinha me escutado. O vizinho ao lado, o mesmo que estava nu no dia anterior, agora sentava com a mão na bunda de uma mulher que estava de quatro entre as suas pernas. O movimento de vai e vem e eu tentei, tentei mesmo não olhar, porém foi mais forte que eu.
- É “excitante”, não é!? – perguntou e eu me virei de novo para encarar a sua cara de pau, ele parecia à vontade com a ideia de volverismo.
- Por que você abriu? – questionei ainda muito cansada pra demonstrar o quanto estava irritada com aquilo.
- Pra você ver que é muito legal trocar o café da manhã por sexo. – terminou de tomar o líquido e piscou pra mim se levantando. – Enquanto você se acostuma com a ideia, pode levantar essa bunda daí e colocar um biquíni. Joana já me ligou umas 30 vezes pra perturbar.
Ele saiu do quarto e fechou a porta, não sei pra que se ainda dava para eu vê-lo na sala jogando a embalagem no lixo e mexer no celular.
E então minha mente ainda lenta rebobinou. Enquanto você se acostuma com a ideia, o que pretende fazer naquele quarto? Ele deve achar que eu vou dar para ele e que todo mundo vai assistir com um pote de pipocas. Ele só deve tá ficando louco.
Levantei da cama e sem querer me encontrei de novo olhando para o quarto ao lado, eles não estavam dando a mínima se tinha alguém assistindo ou não, estavam mais preocupados no prazer. O homem ainda metendo com força e a mulher se contorcendo na cama, arrancando os lençóis. Parecia realmente muito “excitante”.
Balancei a cabeça tentando focar em entrar no banheiro e colocar o biquíni, estava na hora de conseguir algumas marquinhas.

Descemos para tomar o café da manhã e lá encontramos o casal 20, logo fomos para a praia onde eu e a Jô torrávamos no sol e os meninos foram para a água.
- Você sabe como são os quartos no 5º andar, né!? – perguntei depois que ela falou que Pedro mal chegou ao quarto e foi correndo para o banheiro vomitar, era um fraco pra bebida mesmo.
- Eu tenho uma ideia, são todos de vidro pelo que percebi.
- Sim, são todos de vidro. E ontem eu dei de cara com o vizinho nu e hoje ele estava simplesmente comendo a mulher de boa, nada demais. – ironizei.
Estávamos as duas deitadas em uma tanga grande na areia da praia, o sol que parecia mais um maçarico queimando as nossas peles.
- Sabiaaaa! Sabia que ia fazer algo assim. – Jô falou rindo e eu me sentei olhando séria para ela.
- Você sabia?
- Acho que agora posso te contar, estava vendo se voltava para esse Resort porque ele já esteve aqui antes e falou que você tinha que experimentar as aventuras do 5º andar. Eu fiquei me perguntando o que tinha de tão interessante nesse andar em especial, mas aí ele falou que era um andar diferente dos outros e seria um ótimo presente de aniversário.
- Isso tudo foi ideia do então?
- Todos nós concordamos que você adorava praia, vir pra cá seria uma boa independente do que ele tava inventando.
- Tá, mas e se o Leo viesse?
- Vocês não ficariam no 5º andar, eu ficaria em um quarto com você e os 3 moços elegantes em um quarto só pra eles. – explicou.
- Então os planos mudaram ontem?
- Acho que sim. Por quê?
- Você sabe o que me deu de presente?
- Não foi o quarto pago? – ela perguntou se sentando também, parecia ter se interessado mais na conversa.
- Foi um orgasmo, Jô. – não pude deixar de sorrir com as lembranças de ontem.
- O quê? – soltou um grito. – Vocês se pegaram mesmo?
- Não, não nos pegamos ou sei lá, ele só fez uma massagem muito boa e então algumas coisas aconteceram até que os dedos dele desceram um pouco demais. – omiti algumas partes e ela me encarou curiosa.
- Isso com os vizinhos te assistindo?
- Não é bem assim, no quarto tem como tampar com umas cortinas. – falei. – Mas não estávamos no quarto.
- O que significa que vocês estavam na sala?
- Não. – engoli em seco, parecia loucura contando em voz alta. – Na varanda.
- Opa, ele te masturbou na varanda? – ela caiu na risada e eu apenas olhei séria para a cara dela.
- Não foi só isso. – sorri sarcástica. – Ele me deu uma venda; na verdade, eu estava vendada fazendo um top less maravilhoso para quem quisesse ver da varanda.
- Sua louca! – continuou rindo. – Isso é ótimo, realmente foi genial.
- O que tem de genial nisso?
- Ah por favor, se você puder fala pra ele ensinar o meu namorado a ser criativo assim também, agradecida.
- Eu não sei se vou continuar com isso, é bizarro. E ele ainda é meu... amigo.
- Sim, mas vocês estão se pegando casualmente... Não se pegando ainda, mas vão se pegar. – ela falou e eu ri.
- Nos sonhos dele, quem sabe.
- Poxa, ele te deu orgasmo, o que tem de errado dar uns beijos nele também? Retribuir ou sei lá. Você falou que o quarto é fechado, não precisa se expor mais do que ontem.
- Ele falou que não tinha ninguém do lado de fora olhando. – lembrei como se fosse uma informação importante. – Eu não sou boa nesse negócio de casualidade.
- Pois deveria. Você mais do que ninguém reclama todo santo dia que precisa de um bom sexo, precisa de alguém que saiba fazer direito, precisa de coisas diferentes e te escuta. Ele sabe que você tem ‘trocentos’ livros New Adult, sabe que você assistiu aquele filme sem graça do Jamie Dornan duas vezes, sabe que você perde o seu tempo vendo gifs pornô no tumblr de madrugada. Liberta-se, . Só deixa acontecer.
- Eu não sei... – absorvi o que ela falava e era realmente tentador deixar acontecer.
- Pelamor de Deus, ! Vai lá, dá uns beijos nesse homem, pede pra ele te comer em todas aquelas posições loucas, mas o mais importante: goza! Você merece. – deu uma risada. – Aliás, o que acontece em Angra dos Reis, fica em Angra dos Reis.
Joana se deitou de novo e eu pensei, era extremamente bom em deixar as coisas casuais e o mais importante, ele sabia o que estava fazendo. Então, se ele queria me dar um presente de aniversário com tudo o que eu tinha direito, eu não podia fazer mais nada do que deixar que ele me dê. Ainda não estava convencida sobre deixar os vidros abertos, mas só de abrir a minha mente já era grande coisa.
- Eu vou me molhar, tô sentindo a minha pele pegando fogo já.
- Faz o que te falei. – ela virou de costas e colocou os óculos escuros.
Tudo bem.
Sai correndo pela areia quente descalça e quando molhei os pés na água foi um alívio tão grande que quase chorei de emoção, mas a água do mar estava bem gelada e eu enrolei um pouco para entrar até um pouco abaixo da cintura. Os meninos que estavam bem lá no fundo vieram em minha direção, jogando água em mim e eu gritando para que ele parasse. Não parou. Fez o favor de me pegar no colo e me levar para o fundo, eu ainda aos gritos e risadas enquanto ele ria da minha cara e quando chegamos lá mergulhamos.
Quando voltei à superfície eu não conseguia apoiar meus pés na área, então me agarrei a ele. Seus 1 e 80 não competiam com meus 1 e alguma coisa mais baixa que ele, ele riu das tentativas frustradas que eu tinha de voltar para alguma parte que não fosse tão funda, porque, na verdade, ele estava me segurando pela cintura.
- Eu te odeio. – joguei água na cara dele com a mão livre, enquanto um dos meus braços estava preso no seu pescoço.
- Mentira. – ele mordeu de leve a minha bochecha.
Pedro chamou o em algum momento, mas a Jô logo o gritou nos deixando sozinhos em uma área boa de mar. Alguns outros turistas estavam mais distantes.
Fiquei um bom tempo apenas analisando o seu rosto, suas expressões agora totalmente relaxadas, a barba crescendo, as sardas que só ficavam bem aparentes quando vistas de perto. E parecia que tudo foi ficando quieto ao nosso redor. A água que passava pelo nosso corpo e fazia um barulhinho engraçado, as ondas quebrando na areia, as crianças gritando ao longe, tudo ficou em segundo plano quando ele sorriu de lado do jeito mais adorável possível.
No minuto seguinte eu o beijei, foi um impulso que tive e meu coração passou a contrastar com toda a calmaria enquanto ele acelerava. Eu tinha pegado de surpresa, ele demorou a reagir, mas quando pensei em me afastar suas mãos me puxaram para mais perto aprofundando um beijo que tinha começado com apenas lábios se tocando, agora tínhamos línguas somadas à equação.
O beijo só foi partido quando o ar passou a faltar nos meus pulmões, mais rápido do que eu imaginava, acho que por conta das ondas que sugavam um pouco de energia, nos obrigando a relaxar. Abri os olhos que eu nem tinha ideia de quando tinha os fechado encontrando a intensidade dos verdes dele junto com o azul do mar, era tão lindo que eu desejei que meus olhos tirassem fotos.
Então, meus olhos se fecharam novamente quando dessa vez ele tomou a iniciativa de um segundo beijo, e um terceiro.
- Se você me chamar de cachorra assim como você faz o favor de chamar as garotas que você pega, eu juro que eu vou te socar. – falei quando nos afastamos um pouco.
- Eu sei. – ele segurou uma risada.
- Eu ‘tô falando sério.
- Conto com isso. – respondeu e eu tomei impulso para nadar até algum lugar mais raso com a intenção de sair do mar.
veio atrás, fizemos uma corrida até a mesa da Brahma com um guarda-sol montado onde agora Joana estava sentada com o Pedro. Perdi, obviamente.
- Até que enfim! – Joana bateu palmas com os braços pra cima. – Eu já tava pensando nos esquemas de como fazer a cair acidentalmente com a boca na sua, .
- Ela já caiu. – disse sorrindo e eu revirei os olhos.
- , como foi que você ficou no 5º andar sozinho? – Pedro perguntou enchendo os copos descartáveis com cerveja gelada.
- Ficando ué, foi só uma noite e eu só faltei pegar uma pipoca pra assistir a orgia que tava tendo no quarto do lado do meu. – respondeu com um sorriso, falando como se tivesse sido algo memorável. – Acho que nunca fiz tão bom uso da minha mão no meu próprio pau igual aquele dia.
Era assim entre a gente, não existia restrição de assunto.
- Uma orgia? – Joana questionou. – E você não quis participar?
- Não, só no início que eu queria entrar lá só pra falar “comecem a se pegar logo, porra”.
- Bem a sua cara fazer isso. – comentei e que estava estirado na cadeira de plástico olhou para mim. O barzinho ali na frente tocava um disco antigo do Revelação e seus dedos batucaram na mesa.
- Eu estava sozinho, , mas se eu tivesse que levar alguém pro 503 seria você, naquele dia, naquele momento. – disse com a voz particularmente baixa enquanto Jô discutia algo paralelo com seu namorado.
- É mesmo? – perguntei curiosa. - Por quê?
- Porque ia ser engraçado ver a sua reação, além de ser excitante ia ser divertido. – sua voz entoava a gozação com a minha cara e lhe dei um tapa. – Te dei carinho amor, em troca ganhei ingratidão. Não sei por que, mas acho que é falta de compreensão!
- Vai se foder. – cruzei os meus braços ouvindo a sua risada ecoar e ele continuar a cantar a música.
Comemos peixe frito no almoço, ali mesmo no barzinho da praia enquanto tomávamos a nossa cerveja. E eu estava feliz, sem as preocupações de faculdade, família, conta pra pagar, apenas curtindo o Resort e a praia juntos dos meus amigos. As pessoas que eu tinha escolhido para ser minha família alternativa, aquela que a gente conta pra tudo.
Voltamos para o Hotel já era fim de tarde, nos enfiamos no elevador e eu analisava a minha recém-marquinha de biquíni feliz com o resultado. Além de mim, a Jô chegava a estar vermelha, assim como o Pedro que era branco demais e não devia ter se esquecido de passar mais protetor solar depois do almoço. só estava com a pele mais dourada.
O casal 20 se despediu de mim e do meu colega de quarto, amigo, ficante, futuro gigolô particular sem interesse em troca monetária, como ele mesmo se autodefiniu, nos deixando sozinhos no elevador. Aparentemente um perigo para a minha mente que tinha certos fetiches com aquele claustrofóbico lugar, e o pior de tudo era que sabia.
Olhei para ele de canto de olho, o ser levantava a camisa e abaixava um pouco a sunga junto com o short para ver como estava a sua marquinha. E droga, como aquilo era sexy. Nem percebi quando eu já estava totalmente virada de frente para ele encarando como uma maníaca cada movimento que ele fazia. apenas sorriu com uma calmaria invejável.
- Das duas uma. – ele se aproximou de mim, mas sem intenção de me tocar, pois colocou as duas mãos para trás do seu corpo, escondendo-as. – Ou você tá puta da vida e quer me bater agora ou você tá louca pra eu te beijar agora.
- Ou os dois. Serve? – falei com um sorriso irônico no rosto.
- Serve. – sorriu satisfeito e a porta do elevador abriu.
Entramos no quarto comportados, mas quando a porta se fechou eu só tive tempo de raciocinar o meu tronco sendo empurrado até a parede mais próxima e sua boca colar na minha em um desespero que eu achava totalmente contraditório com a calma de segundos atrás. Era um beijo intenso, suas mãos passearam pelo meu corpo e pararam na minha bunda, apertando a carne por baixo do tecido fino da saída de praia no mesmo momento em que as minhas brincavam na sua nuca.
Arfei quando seu quadril se chocou contra o meu, repetindo o movimento de novo e mais uma vez, me deixando louca. Quebrei o beijo quando me faltou o ar e as mãos de me deram impulso para que eu entrelaçasse suas pernas na sua cintura enquanto sua boca encontrava o meu pescoço, beijando, lambendo, chupando. Ele nos guiou até o sofá bege largo que tinha na sala um pouco grande demais para uma suíte, que era toda de vidro e tinha os vizinhos ali, logo ao lado. Porém, meus pensamentos evaporaram quando se levantou retirando a camisa e o short com um sorriso de lado no rosto, sem tirar os olhos dos meus exibindo aquele corpo... Gostoso.
Não tive tempo de dizer isso a ele, no entanto. Sua língua massageava a minha novamente, seu corpo em cima do meu e suas mãos em busca da barra da minha saída de praia, o que eu tive que dar uma ajudinha para tirá-la. Quando o tecido encontrou o chão, não tardou em desfazer os laços do meu biquíni.
- Você acredita que eu sonhei com os seus peitos? – perguntou com uma mão ao lado do meu rosto se apoiando e a outra puxando as pontas de tecido. Suas coxas musculosas me prendendo no meio das suas pernas como se eu fosse fugir.
Oh não, eu não fugiria.
- É mesmo? Se for pra tirar uma com a minha cara nem responda. – ele riu desatando o laço do meu pescoço e dedilhou as minhas costas em busca do outro.
- Eu não tive muito tempo de apreciá-los noite passada, mas no meu sonho eu podia fazer isso muito bem. – confessou e tirou a parte de cima do meu biquíni. – Puta merda, esses aqui são melhores.
- ... – coloquei as minhas mãos no seu rosto e o puxei para um beijo, só cala a boca e me chupa logo.
- Lembra quando a gente conversava sobre sexo? – questionou depois de partir o beijo, sua perna direita afastou a minha esquerda e a sua esquerda fez a mesma coisa com a minha direita, fazendo com que as minhas pernas se abrissem para ele. – Todas aquelas situações que você imaginava pensando em quem sabe um dia acontecesse com você... Elas vão acontecer, Luisa...
Beijou o meu pescoço e depois trilhou beijos pelo meu colo, abocanhou o meu peito e eu finquei as minhas unhas um pouco grandes nos seus ombros. Sua língua rodeou a aureola e chupou enquanto sua mão apertava o outro peito sem delicadeza alguma. Então, antes de partir para o outro seus olhos que agora estavam escuros encontraram os meus, deu um sorriso ao ver que eu o encarava com a mesma fome, totalmente entregue a ele.
- E vai ser eu que vou te mostrar. – abocanhou o outro peito e eu me contorci em suas mãos, minhas pernas fazendo certa pressão desesperada nas laterais do seu corpo.
beijou a curva dos meus seios, sua língua brincou pela minha barriga e dedilhava perigosamente a borda da calcinha do biquíni. Ele se sentou e tirou a última peça quando levantei as minhas pernas, seus olhos foram diretamente para o que tinha ali no meio, onde ele só tinha tocado até então.
Levantou-se inquieto e fez alguma mágica com o sofá que tinha acabado de se tornar uma cama plana, eu apenas o olhava esperando qual seria o seu próximo passo, um pouco desesperada pelo seu toque. Ele voltou a me analisar por inteira agora, seu sorriso foi aumentando e num impulso escancarei as minhas pernas em um convite mudo.
Minhas mãos vagaram pelo meu corpo, fechei os meus olhos, apertei os meus peitos e senti a necessidade gritante de me tocar, e foi o que fiz. Passei os meus dedos pelos lábios já encharcados, subi e desci, fui até o clitóris lhe dando certa atenção. Como aquilo era bom, era gostoso demais e não poderia ficar melhor quando finalmente senti duas mãos fortes nas minhas coxas, abri os olhos no exato momento que me lambeu, mas lambeu com gosto, também olhando para mim.
- Deixa comigo agora. – segurou a mão que eu usava para estimular o clitóris e passou a estimulá-la com a língua.
Sua língua não só trabalhou em cima daquele pedacinho, mas lambeu e chupou a minha vaginha inteira. Os gemidos saiam sem restrição alguma, meu quadril se movimentava contra a sua boca e ele passou a esfregar o meu clitóris freneticamente com os dedos. Uma das minhas mãos apertava o meu peito e a outra bagunçava os seus cabelos, às vezes quase os arrancando.
Eu estava quase chegando lá, estava mesmo.
- Não para seu filho da puta! – xinguei, sentindo a aflição crescer dentro de mim e ele se levantou rapidamente tirando a droga da sunga.
Eu ia morrer, as lágrimas desciam pelos meus olhos, mas eu não podia ficar mais feliz e emocionada quando finalmente colocou o pau pra jogo. Ajoelhou-se em cima do sofá e ergueu ainda mais as minhas pernas sobre os seus ombros, minha coluna se arqueando um pouco para que ele pudesse esfregar a extensão do seu pênis na minha vagina, sobe e desce, sobe e desce, sem penetração, e por incrível que pareça aquilo era muito gostoso. Meus dedos voltaram ao clitóris, o orgasmo vindo com o dobro de força agora, minhas pernas tremiam e ele deixava beijos carinhosos nelas, sim, carinhosos.
E quando finalmente veio ele não demorou muito para tirar o pênis de lá pingando. continuou se masturbando com a mão em pé diante de mim novamente, depois que me recuperei um pouco levantei para ajudá-lo.
- Vamos. – segurei a sua mão assim como ele tinha feito comigo, o impedindo de continuar se masturbando. – Senta aí. – pedi e ele se sentou, as pernas abertas; e eu me ajoelhei na sua frente.
Segurei a base com uma das mãos e rodeei com a língua em sua glande, lambi toda a sua extensão sentindo ainda mais o seu gosto e comecei a movimentar devagar a minha mão. Enfiei a boca só na cabecinha e puxei todo ar, fazendo que quando abrisse um barulho engraçado saísse. Sorri diante da minha mais nova constatação.
- Caralho, , você não vai ficar brincando com o meu pau não, né!? – chamou a minha atenção.
- Só um pouquinho. – sorri me divertindo com aquilo.
Enfiei de novo na boca um pouco mais do que só a cabeça, passei bem a língua em toda aquela parte, puxei o ar e então abri a boca de novo. Era muito divertido, mas parecia ser uma tortura para ele. Decidi então me focar em chupá-lo decentemente, se contorcia na minha mão e boca, suas mãos que estavam no meu cabelo resolveram ditar a velocidade e eu deixei que ele me guiasse. Ele gemia, falava o quanto eu era gostosa e estava toda linda ajoelhada aos pés dele. E ao ouvir aquilo parei na hora e levantei.
- Ah é mesmo? – perguntei, olhei para o vidro a minha frente e o casal não só assistia como estavam se deleitando também. Sorri, não estava com vergonha, nem nada, mas precisava colocar um certo no lugar dele.
Puxei seu cabelo para trás e ele me encarou com um sorriso no rosto. Empurrei o seu corpo para que deitasse e subi em cima dele, encaixei o seu pau já duríssimo na minha entrada e sentei.
- Que delícia. – ele apertava a minha bunda e eu me apoiava com as mãos no seu peito, não deixando de usar as unhas.
O suor cobrindo o meu corpo, os gemidos se misturando pelo cômodo e a minha buceta engolindo o seu pau.
- Você é uma safada sabia? – falou com a respiração entrecortada. – Cavalgando em cima de mim e esses peitos pulando, aposto que os vizinhos estão adorando.
Olhei para frente, para eles. Enquanto eu fodia com o , o vizinho comia uma mulher em pé e ela sentada no sofá. O cara comia ela, mas não tirava os olhos de mim.
- Aposto que o vizinho está amando olhar para o seu corpo, desejando ser eu, desejando a minha cachorra.
E quando eu escutei a palavra cachorra eu lhe dei um tapa forte no rosto. Tinha pedido para não me chamar daquele jeito mais cedo, mas ele não tinha jeito, sorriu com o tapa e quase urrou quando eu pressionei o seu membro com os músculos da minha vagina. Ah querido, eu também tenho os meus truques.
- Puta que pariu. – xingou e eu meti a unha no seu abdome arrastando até a virilha. – Minha cachorra. – repetiu e foi outro tapa seguido de nós dois jogados no chão.
tinha me puxado para os braços dele, um sorriso maldoso no rosto, se virou para que ficasse por cima e ambos caímos no chão, em cima do tapete confortável. Foi inevitável não rir. E mesmo rindo ele se ajoelhou e segurou as minhas duas pernas de um lado do seu corpo, levantou-os e meteu. Meteu gostoso, meus quadris se movendo, ele ditando os movimentos, nós dois felizes com um novo orgasmo.

- Espero que você esteja com muita fome. – falou fechando a porta atrás de si.
Eu estava sentada no que tinha voltado a ser um sofá assistindo televisão, estávamos de banho tomado e o relógio já batia um pouco mais de 9 horas da noite.
- É lógico que eu ‘tô, a gente não comeu nada des...
- Depois de todas aquelas posições você continua com fome? – perguntou com um sorriso de lado no rosto sentando-se do meu lado.
- Já disse que te odeio hoje? – olhei séria para ele como se fosse uma ameaça.
Então ele abriu uma caixa com dezenas de hot philadelphias.
- Já disse que te amo hoje? – reformulei a pergunta e ele levantou uma sobrancelha.
- Vou pensar se te deixo comer. – pegou um hashi e colocou um na boca. – Não me olha com essa cara de cachorro que caiu da mudança, .
Continuei fazendo a minha melhor carinha adorável até que ele colocasse um na minha boca, típica noite de quarta-feira jantando com o colega de quarto, amigo, ficante, atual gigolô particular sem interesse em troca monetária.
- Só estava tentando não passar a noite no sofá de novo. – deu um beijo no meu rosto depois que terminamos e perguntei por que ele estava sendo tão carinhoso.
- Obrigada pelo melhor presente de aniversário, aliás. – sorri.
- Você sabe como me agradecer.

You like it, I love it
That kinky, that yell
I know I'm in trouble, but I clean up well
Dirty mind – Flo Rida feat. Sam Martin


Capítulo 3


Say it louder, say it louder
Who's gonna love you like me, like me?
Say it louder, say it louder
Who's gonna touch you like me, like me?
Shameless – The Weeknd


O ar condicionado estava muito gelado. Muito mesmo. E eu estava completamente sem roupa, enrolada num lençol tentando me grudar mais com o corpo apagado do meu lado. Não estava dando muito certo.
- Marco? – tentei acordá-lo e ele murmurou um “hum”. – Tá muito frio aqui dentro. – sussurrei.
Ele puxou o edredom que tava no nosso pé na cama e nos cobriu, logo pegando o controle que estava jogado no chão para aumentar um pouco a temperatura do quarto. Abraçou-me de novo e voltou a dormir como se nada tivesse acontecido. E eu também faria o mesmo se o bendito não estivesse roncando.
- Marco? – o cutuquei novamente. – Pelo amor de Deus!
- Porra, como você é chata. – resmungou e começou a fazer um carinho no meu cabelo. – Dorme primeiro. – pediu e tudo que eu fiz foi realmente adormecer.

Onde você tá? Foi a mensagem que mandei pelo Whatsapp assim que acordei sozinha às 10 horas manhã. E menos de um minuto depois ele respondeu: Na academia, toma um café e vem pra cá.
Coloquei um maiô preto que tinha trazido na mala e um short rendado. Desci e tomei o café da manhã que se resumiu em misto quente, café e bolo de chocolate. Eu não sabia onde ficava a academia então tive que perguntar para a moça da recepção que prontamente me passou as coordenadas, não era muito longe e dava para ir andando. Cheguei lá e encostei-me a uma pilastra enquanto ele se exercitava naquelas barras de ferro que eu via muito quando era pequena na praça do bairro da minha avó, mas ali ficavam expostas em um pátio aberto. Porém o mais interessante era que Marco estava sem camisa, com um short de seda que parecia mais um pijama, fones de ouvido e um boné preto com a aba pra trás.
Ele não demorou muito pra me ver ali e tirar os fones, abrir um sorriso e se aproximar como se as nuvens que cobriam o céu, que deveria estar completamente azul, não afetasse o seu humor.
- Bom dia. – desejou e eu semicerrei os olhos, ele nunca dava bom dia.
- Bom dia... E o que você quer?
- Caminhar na praia, descobri um atalho e a gente chega lá rapidinho.
- E qual é a desse pijama? – sorri fazendo um coque com meu próprio cabelo.
- Não é um pijama. – respondeu e me puxou até a saída de trás do pátio.
Andamos pelo atalho que era mais uma trilha até chegarmos a beira da praia, onde eu logo corri para tirar uma foto do que parecia ser a lagoa verde. A água refletia um verde muito bonito, onde no fundo era possível enxergar um tanto de pedras e a areia. Marco logo me alcançou e pediu para tirar uma foto.
- Olha se for pra tirar uma selfie, meu celular já tá cheio deles...
- Fica quietinha aí, olha pra frente! – pediu e andou para trás de mim. – Pode falar que eu sou foda.
Marco me entregou o celular e eu pude ver a foto que ele tinha tirado de mim de costas, tinha realmente ficado muito boa. Eu não gostava muito de fotos de corpo inteiro, mas naquela foto estava sensacional, não sei se era por causa do mar atrás, as ondas mais fortes batendo em algumas pedras maiores bem mais ao fundo.
- Você é foda. – admiti.
- E você é linda demais. – soltou o elogio gratuito e eu sorri incerta quando ele simplesmente pegou a minha mão para caminharmos na areia, quando de vez em quando uma onda ou outra lambia os nossos pés.
A praia naquele horário não estava muito cheia, um pai também caminhava com a sua filha até metade da extensão de areia, mas eu e Marco continuamos até o outro extremo. Tínhamos começado a andar no lado esquerdo e agora chegávamos ao direito, onde mais algumas pedras se faziam presentes. Estava totalmente vazia então uma ideia meio louca surgiu em minha mente.
Ele me abraçou por trás quando paramos para ver o cruzeiro ao longe, ficamos um bom tempo ali enquanto eu me perdia em possíveis pensamentos que se tornariam realidade. Por fim, ele beijou o meu pescoço e sussurrou um “minha gostosa” no meu ouvido fazendo com que eu chegasse a conclusão de que ele merecia.
O mormaço já deixava o dia bem quente, o sol tímido se escondendo atrás de algumas nuvens, a água morna que molhava a minha canela me convidava para que eu entrasse de vez. Então, deixei os meus chinelos num lugar mais alto onde não tinha risco de ser arrastado pelas ondas, tirei o short e coloquei junto com o meu celular. E num pulo entrei na água, as ondas não batiam tanto e depois do mergulho eu olhei para Marco que estava de braços cruzados perto de onde eu tinha colocado minhas coisas.
- Vem aqui, badboy. – chamei.
- Nem pensar, essa água tá muito gelada.
- Não sei onde tá tão gelada assim! Se tivesse, eu nem teria entrado. – ele tirou os seus chinelos também e voltou a molhar os pés, ainda incerto. – Tá gelado, Marco?
- Tá. – ele ficou parado me olhando enquanto eu nadava mais para o fundo.
- Então, vamos esquentar.
Tirei o maiô debaixo da água e ele tentava entender de longe o que eu fazia, quando ergui o pedaço de tecido preto.
- E agora? – perguntei, sorrindo marota.
- Puta que pariu! – ele tirou o short que mais parecia um pijama correndo e entrou na água em um piscar de olhos só de sunga.
- Ué, tirou o pijama? – brinquei.
- Você sabe muito bem que não durmo com pijama.
- Uhum. – falei quando me alcançou.
- E você sabe muito bem que somos melhores pelados.

Eu e Marco encontramos com o Pedro e a Joana na hora do almoço, os dois falavam sobre a boate que tinha no resort que ficava dentro de uma caverna, enquanto eu e Joana conversávamos sobre aleatoriedades. Montamos o nosso prato no restaurante self service e me sentei ao lado do Marco e de frente pra minha amiga.
- Jô, aconteceu uma coisa muito inusitada ontem a noite. – abordei um assunto que eu precisava compartilhar.
- O que de tão inusitado pode ter acontecido dentro daquela suíte? Chamaram-te pra uma orgia? – Joana perguntou como se realmente não acreditasse na pergunta que estava fazendo.
- Bom, não foi uma orgia, mas...
- O quê? – me interrompeu quase cuspindo o suco de pêssego na minha cara e eu dei uma risada.
- Sabe, o vizinho de quarto é casado pelo que percebi com a mulher, mas o vizinho de sala é uma figura. Ele é um deus grego que cada momento tá com uma pessoa diferente, inclusive Marco me atentou falando que ele comia uma lá querendo que ela fosse eu. – ri e coloquei mais uma garfada de comida na boca. – Aí ele bateu na porta do 503 perguntando se eu queria fazer uma visita no 505.
- E você? – questionou curiosa, podia jurar que ela nem piscava.
- Marco só apareceu e fechou a porta na cara dele. – dei de ombros.
- Marco, seu empata foda! – ela quase gritou dentro do restaurante e eu tive que pedir pra ela falar mais baixo enquanto Marco nos olhava com várias interrogações na testa. – Por que não liberou a Ana para o deus grego do vizinho?
- Deus grego? – franziu a testa e me lançou um olhar feio. – Você queria foder com aquele cara que come umas 3 diferentes por dia?
- Não, não sei. – respondi. – Mas que ele é um deus grego, isso é bem verdade.
- Vou fingir que não escutei isso. – revirou os olhos e voltou a comer.
- Tá, continuando... – falei e Joana me apressou para falar logo. – Ele entrou de novo no quarto e apareceu no vidro sorrindo, exibindo as covinhas e eu estiquei os braços com uma cara de “não foi dessa vez”.
- Você falou de covinhas, mas como ele é? Quero detalhes.
- Hm, moreno, olhos castanhos, corpo bem definido, gostoso, cara de mal, mas quando sorri é tipo um oferecimento gratuito de orgasmo para quem recebe.
- Você tem que me mostrar esse homem, por favor. – riu e voltamos a comer mudando o assunto para algo mais aceitável durante o almoço.

O dia se arrastou no Spa, eu e Joana tivemos uma tarde completa no estilo “dia de princesa” e só saímos de lá quando já era noite e precisávamos nos arrumar para ir até a boate. Subimos nós duas e decidi só pegar as minhas roupas e descer para o quarto da Jô, enquanto os meninos já estavam lá.
Não resisti ao colocar um vestido soltinho e simples, era de alcinhas e tinha um elástico na cintura, de um tecido azul escuro e uma renda de flor no decote. Eu odiava saltos e só tinha colocado uma sandália mais ajeitadinha na mala, então aquela teria que servir. Joana colocou um vestido tomara que caia preto que ficava grudado no corpo, e totalmente ao contrário de mim, tinha levado os benditos saltos. Fizemos a maquiagem rapidamente e descemos para encontrar os meninos na boate.
A caverna não ficava muito longe, então fui andando confortavelmente enquanto Joana reclamava se apoiando em mim por causa do paralelepípedo no caminho.
- Ninguém mandou você ter colocado salto. – falei rindo quando entramos na boate.
A música alta tomava outras proporções dentro da caverna, as luzes coloridas piscavam e rodavam deixando qualquer desavisado louco. Joana me arrastou direto para o bar onde o Pedro estava, entretanto Marco tinha sumido no meio do tanto de gente que estava ali.
Eu não sabia dizer se eram apenas pessoas que estavam hospedadas no Hotel, ou era aberto para o pessoal de fora, mas pela multidão eu apostava na segunda opção. Tomei alguns drinques com eles, entre gin tônica e caipirinha, porque eu era uma pessoa exclusivamente de destilados.
Depois de jogar conversa fora, decidi ir pra pista dançar um pouco olhando de longe o casal para não me perder deles. Eu estava sorrindo desde que entrei ali, mas bastou uma olhada para o lado e o sorriso desaparecer.
Quem diabos paga uma suíte para dividir com você, te dá incontáveis orgasmos desde o dia do seu aniversário e dois dias depois está dando beijos em outra num canto da boate?
Eu não sabia nem o que sentir direito ao ver aquela cena, cometi o erro de me aproximar e constatar que era mesmo o Marco ali quando ele olhou para o lado me encontrando. Ele sorriu, falou alguma coisa com ela que também sorriu e me olhou de cima a baixo.
- Aí está você. – disse quando se aproximou de mim e eu semicerrei os olhos.
- Onde mais eu estaria? Beijando outros por aí? – com a música eletrônica ao fundo era quase impossível um não ouvir o outro sem gritar.
- Não é isso que você tá pensando. – a cara dele fechou na hora e então me puxou para fora da boate, onde a música não estava tão sufocante e um podia ouvir melhor o outro. – Eu queria te fazer uma surpresa.
- Beijando outra? – perguntei atônita. – Não sei se você tá ciente, mas a gente divide um quarto, e eu não tô nem um pouco a fim de ouvir você comendo outra. – soltei logo tudo o que eu estava pensando.
- E é por isso que você vai participar. – sorriu com um ar de malandragem e então eu entendi tudo.
- Ménage com outra mulher? Sério isso? E você nem pensou em sei lá, me perguntar o que eu achava sobre? Já chegou investindo em outra mulher que aceitaria isso? – eu estava puta da vida, estava sim.
- Eu pensei em novas experiências e que você fosse gostar de um ménage. – respondeu como se fosse algo simples.
- Mas querido, não se passou pela sua cabeça chamar outro homem, né?! Tipo o vizinho, por exemplo. Olha, vou ali rapidinho beijar ele e chamar pra um ménage. – lancei um sorriso irônico pra ele e eu ia mesmo entrar na boate só pra procurar o maldito.
Raiva e bebida não combinavam.
Porém Marco me puxou pelo braço, também não estava feliz com a minha birra.
- Você ia mesmo entrar pra procurar o cara?
- Ué, você pode beijar outra mulher e eu não posso beijar outro homem? – ri, sem sentir graça alguma.
- Tudo bem, vamos deixar isso pra lá e... – hesitou. – Vou falar pra Cecília que não deu certo.
- Cecília é a menina? – perguntei.
- Sim.
Então, um milhão de ideias se passou pela minha cabeça, a raiva ainda estava lá, mas a insegurança não era uma delas e eu sabia exatamente o que Marco queria. E ele não teria, no entanto.
- Ela achou você bonita. – falou depois que eu dei uma viajada rápida, o álcool fazendo efeito. - Ela é bi e tal.
- Cadê ela? – o puxei pra dentro da boate de novo, procurando a tal Cecília.
Não demoramos muito para achá-la, ela era morena, tinha algumas tatuagens espalhadas pelo corpo e peitos grandes. Abri um sorriso e ela piscou para mim, não deu outra. Soltei a mão de Marco e já fui ao encontro dela beijando-a. Não era como se aquela fosse a primeira vez e beijar outra mulher sempre era sensacional.
- O que você acha de dar um show pro meu amigo aqui? – perguntei no ouvido dela depois de alguns beijos.
Eu queria muito ter visto a reação de Marco, mas me mantive de costas pra ele.
- Que show? – perguntou sorrindo. – Ele tinha falado em ménage, mas estou aberta a outras sugestões.
O tom dela pingava tesão, ela estava mais interessada em mim do que em Marco, o que me fez comemorar internamente e sussurrar pra ela os planos da noite. Que claro, envolvia o 503.
E o vizinho.
Mentira, mas podia ser verdade. Eu não ia ligar.
Olhei para o Marco atrás de mim que mais se assemelhava a um adolescente prestes a ver o melhor filme pornô de todos os tempos. E eu ia realizar esse fetiche dele. Fomos os três para o hotel, conversamos sobre coisas fúteis do tipo “de onde vocês são?”, “trabalha com o que?”, “estuda?” e afins. Quando finalmente chegamos ao quarto, empurrei Marco para o cantinho e falei a única regra da noite para ele.
- Você vai ficar aqui, quietinho, só olhando. E se você se comportar quem sabe eu deixo você tocar em alguma coisa, ok?
- Eu não sou um cachorro, Luiza. – Estava mais agoniado do que qualquer outra coisa.
- Você quer assistir da sala então? Aliás, sei que você é um cara mais visual e eu mais auditiva, mas vai querer mesmo perder os sons? – perguntei fazendo bico e ele sorriu.
- Tô te criando direitinho.
- Você não sabe é de nada. – pisquei para ele dando as costas e focando na mulher que estava na minha frente.
Ela me beijou e logo depois tirou os saltos, para que assim ficássemos com o mesmo tamanho. Abri o zíper do vestido dela que ficava nas costas e o tecido caiu aos nossos pés já exibindo seus seios, ela era muito bonita e dava para fazer um bom trabalho por ali. Então voltamos a nos beijar e as minhas mãos passeavam pelo seu corpo sem restrições, ora apertando aqueles seios gostosos, ora a sua bunda, e por fim a empurrei para a cama. Ela se deitou direito enquanto eu tirava as sandálias.
Dei uma olhada em Marco e no aparente volume da sua calça, ele me encarava como se pudesse me morder de longe. Sorri satisfeita e me posicionei em cima de Cecília, beijando a sua boca, o seu pescoço, dei leves mordidas no seu colo e chupei seus peitos. Ela arfava debaixo de mim e resolvi andar logo com aquilo ao tirar a calcinha dela e jogar longe.
Eu nunca tinha feito sexo oral em nenhuma mulher antes, mas beijei os seus lábios e a passei a língua por seu clitóris, assim como eu queria que Marco fizesse comigo agora. Ela já estava encharcada, então rodei a língua por aquele lugarzinho divino e trabalhei com os dedos até penetrá-la.
Cecília gemia e eu não me aguentava mais dentro daquele vestido, então parei e o arranquei, tirando a calcinha e o sutiã logo em seguida, ao passo que ela se masturbava loucamente. Puxei Marco que já estava com uma mão dentro da cueca para que agora ele olhasse de perto duas mulheres nuas e gostosas em cima da cama que ele dormia.
Volte-me para Cecília. Chupei, lambi, beijei, cheguei até a penetrá-la com a língua, quando senti algumas mãos ágeis na minha bunda e depois dedos no meu clitóris. Marco tinha quebrado a única regra que eu tinha imposto e eu não estava me importando nem um pouco. O orgasmo dela estava chegando e eu acelerei mais os meus movimentos para viesse logo, mal segurando os gemidos que saiam da minha boca. Era uma loucura. Até que ela finalmente gozou e com prontidão Marco me jogou de costas na cama sem nenhuma delicadeza, estava completamente nu e arreganhou as minhas pernas para me foder de pé.
Ele resmungava algo sobre como não esperava aquilo de mim, que eu tinha o surpreendido e que eu era provavelmente a mulher da vida dele. O pau entrava com força. Cecília parecia ter se recuperado ao se posicionar em cima de mim e beijar o meu pescoço de cabeça pra baixo, ela segurava os cabelos com uma das mãos enquanto a outra apertava o meu seio. E depois era ela chupando os meus peitos e Marco me comendo. Era gostoso demais. Eu praticamente urrava quando o orgasmo veio e depois daquilo tudo só sobrou três corpos suados jogados na cama.

Eram 3 horas da manhã quando a Cecília se despediu da gente, fazendo mil elogios e que segundo as palavras dela “vocês são um casal maravilhoso, não deixa o fogo apagar”. Ela deve ter tirado essas conclusões talvez por causa de tudo que o Marco falava enquanto me comia. E ele estava diferente de certa forma, era como se alguma epifania tinha o atingido e aquilo o deixava louco. Mas não era louco de fodido da cabeça, era louco por mim. Eu sabia disso porque ele tinha dito com todas as letras que eu era a mulher da vida dele.
- Fora, Marco. – pedi assim que Cecília entrou no elevador.
- O quê? – perguntou descrente.
Nós dois estávamos parados na porta da suíte, eu vestida com o pijama e ele com o short de pijama que não usava para dormir. Eu estava com os braços cruzados tentando manter autoridade, mas ao mesmo tempo querendo me esconder de algo que eu ainda não tinha certeza.
- Eu quero você fora desse quarto essa noite. – repeti.
- Mas...
- Sem mas, eu quero pensar e depois dormir e não vou conseguir com você aqui. Então, se vira. – o empurrei para fora da suíte e bati a porta.
- Luiza? – chamou e eu encostei-me à porta tentando recordar o momento exato que tudo começou a desandar. – Ana? – Ele sempre me chama de Luiza. – Ana, por favor... – pediu baixinho como se soubesse que eu ainda estava ali no outro lado da porta.
Pensei em abrir a porta, deixar que ele entrasse, deixar que ele fizesse eu me esquecer de tudo que acontecera naquela noite. Mas eu não podia.
Então, fui para o banheiro e tomei um banho morno de meia hora na tentativa de relaxar e limpar a mente. O que deu parcialmente certo porque quando me deitei na cama e fechei todas as cortinas eu já conseguia colocar ordem nos meus pensamentos.
Eu nem parecia mais aquela mulher que tinha chegado à suíte e ficado impressionada porque era tudo de vidro, já tinha me exposto, já tinha colocado todas as posições que sempre quis experimentar em prática, já tinha transado dentro da água, já tinha feito sexo com uma mulher, feito um ménage. Mas tudo isso tinha começado com Marco e em nenhum momento ele tinha dito que seria uma amizade colorida, sexo casual, ou qualquer coisa do tipo. Não tínhamos definido aquilo que existia entre a gente e aquilo me matava.
Fora isso, o fato dele não ter ao menos perguntado a minha opinião sobre trazer outra mulher pra dentro daquele quarto me deixava puta, e outra coisa que me deixava nervosa era como ele agia quando eu falava de outro homem. Seria ciúmes?
Por fim cheguei a terrível conclusão de que Marco já planejava algo comigo bem antes de me trazer pro 503, era como se a suíte fosse só um teste e eu certamente tinha passado. O meu aniversário durante as férias tinha sido a oportunidade perfeita para ele botar em prática. O que me fez lembrar os outros dois relacionamentos sérios que ele já teve na vida, e ambos não deram certo porque ele sempre foi cafajeste demais.
Relacionamento e Marco eram duas palavras que eu não esperava ver juntas por um bom tempo, e já faziam 5 anos que ele não namorava ninguém. 3 anos que eu não namorava ninguém.
Tratei logo de mandar aqueles pensamentos pra alguma gaveta fechada dentro da minha mente e dormi.

Acordei com o meu celular tocando loucamente em algum lugar dentro daquele quarto, me arrastei até a ponta da cama e me espreguicei antes de levantar para atender o bendito. Mal tinha falado alô quando Joana danou a falar.
- Alô o caralho, você ficou louca? – gritou e então diminuiu a voz. – Porra, você e o Marco são o casal mais empata foda da vida. – reclamou. – Você sabe o que é tipo chegar dentro do seu quarto louca de vontade de trepar com o seu namorado até o amanhecer, mas aí o seu amigo chega bêbado dizendo que tinha sido expulso do quarto? É frustrante demais. E o Pedro é tão bonzinho que ficou lá sentado com o Marco na sala até ele resolver contar tudo. Por que você o expulsou, Ana Luiza?
- Eu não vou falar isso pelo telefone, Jô. - foi tudo que consegui pronunciar, já querendo voltar para a cama e passar o dia dormindo.
- Ok, tô subindo aí.
E desligou.
Enquanto ela não aparecia, troquei de roupa e escovei os dentes na tentativa de parecer mais apresentável. E assim que prendi o meu cabelo Joana bateu na porta, cheguei na sala para abrir e encontrei o vizinho do lado desmaiado no sofá, pelo menos estava de cueca e sozinho. Abri a porta e deixei que a loira entrasse.
Ela analisou todo o cômodo, inclusive a sala ao lado e me lançou um olhar que dizia “agora entendo o que você disse sobre ele”.
- Senta. – pedi a ela e liguei a televisão que já exibia um encontro com a Fátima.
O Xande estava no programa e eu logo me lembrei de Marco.
- O que aconteceu? – perguntou.
- Não é casual. – foi o que disse sem nem pensar. – E se eu estiver errada, eu não quero mais.
- Porque você não sabe ser casual e blá blá blá, ele sabe disso. – falou e eu arregalei os olhos. – Homem bêbado é uma bênção, ainda mais o Marco, fala que é uma beleza.
- O que ele te contou? – a curiosidade foi maior.
- Quero saber a sua versão primeiro. O que aconteceu ontem? – questionou novamente e eu fiz careta antes de começar.
- Ontem quando deixei vocês eu o encontrei beijando outra, então eu fiquei revoltada. E aí ele me viu ali e foi sorrindo falar comigo como se fosse a coisa mais normal do mundo ficar com uma garota na boate e depois ir falar com a que você está dividindo a droga de um quarto com um sorriso no rosto ainda por cima. – Eu tinha certeza que me enrolei durante a fala, mas continuei. – Nisso fomos conversar do lado de fora e ele falou que a ideia era um ménage e ela já tinha topado, eu fiquei pra morrer porque ele não pensou que talvez eu não quisesse, ou que talvez eu quisesse um ménage com dois homens. Marco só falta soltar fogo pelas ventas quando eu menciono o coleguinha ali do lado, mas acha legal ficar com outra na minha frente. – apontei para a sala ao lado.
“Nisso o álcool começou a fazer efeito e eu fui atrás da mulher... E aconteceu. Mas o problema nisso tudo é que ele falou que eu era a mulher da vida dele e acredito eu que tudo desandou ali. Eu não conseguia mais olhar pra ele sem que um furacão de palavras que ele disse, atitudes e todas aquelas pistas me engolissem de tal forma que chegava a doer. Por isso eu pedi pra ele sair, e desculpa se ele foi pedir abrigo logo no seu quarto.”
Terminei todo o meu monólogo e ela balançou a cabeça.
- Às vezes eu acho que Marco entende mesmo de mulher e não sei se você tá me enganando com essa coisa de ficar puta por ele não pedir a sua opinião ou porque ele estava ficando com outra, quando na verdade vocês não têm nenhum compromisso.
- Eu sei disso, não fiquei chateada porque ele estava ficando com outra mulher, foi só porque, poxa, a gente tá dividindo um quarto. – gesticulei mais do que eu queria e ela sorriu.
- Então o quarto é o compromisso? Pensei que você fosse mais esperta e já concluiria que ele estava só pescando mais uma pra um ménage. Ele não te excluiria dos planos dele, de qualquer forma. – explicou calmamente.
- Só acho que não tinha necessidade dele beijar ela, era muito mais fácil chegar e falar “oi, tá afim de um ménage?”.
- Você parece uma criança. – deu uma risada e continuou. – Ana, acorda, ele gosta de você! Não te traria aqui se fosse o contrário.
Parei tudo, todas as minhas hipóteses sendo confirmadas e um buraco pareceu abrir diante dos meus pés.
- E ele teve que apelar pro sexo? – ainda estava incerta.
- Ele é esperto, daqui a pouco pode ministrar um curso sobre como conquistar uma mulher e ir além da amizade colorida.
- Como assim?
- Eu não deveria te falar isso, mas nessa madrugada ele falou que se investisse da forma certa você ia abaixar a guarda. O que deu certo por um tempo... Bom, até você expulsar ele do quarto e ele ficar se perguntando onde tinha errado. – disse séria e depois abriu o sorriso que sempre abria quando via um cachorro fofo na rua. – Mas foi tão bonitinho ele sentar no sofá todo desolado e admitir que tava com medo de perder a amizade. Isso nunca aconteceu antes, porque ele é tão foda-se pra tudo.
Eu podia dizer “awn”, mas fiquei em silêncio, apenas absorvendo aquilo. Marco gostava de mim.
- Ana, fala alguma coisa! – ela estalou os dedos na minha frente e a encarei. – Você não gosta dele, é isso?
- Não. – respondi de imediato. – O que me deixa mais assustada é a velocidade com que as coisas aconteceram e... É difícil admitir que... – fechei os olhos. – Que merda!
- Vamos lá, não vai doer admitir que é recíproco. – ela pegou as minhas mãos. – Não vejo melhor pessoa pra estar com você no momento, do que ele. É tipo aquele clichê de um completar o outro, o que o Marco não tem você tem e vice-versa.
E foi então que eu ri, ri de verdade, de doer o estômago, porque só podia ser o universo gozando com a minha cara. Joana riu da minha risada e me acompanhou, mas parou para dizer que eu precisava conversar com o Marco e resolver isso logo. Concordei com ela e ela saiu da suíte não antes de babar um pouco com a visão do corpo escultural do vizinho.

Fiquei jogada no sofá assistindo televisão com a ansiedade me corroendo, estava perto de me levantar para andar de um lado para o outro igual maluca. Porém as batidas na porta foi quase um atentado ao meu estômago que parecia querer me matar aquela manhã de tanto se revirar.
Contei até três e abri a porta com a maior cara de nada que eu podia fazer, Marco estava impecável parado na porta usando uma camisa branca e shorts que eu apostava ser de Pedro. Abriu um sorriso e levantou uma bolsa.
- Trouxe o café da manhã. – falou.
- E eu achando que você ia me xingar de tudo quanto é nome, mas não, você traz o café da manhã. O que tá acontecendo com você? – perguntei com vontade de colocar a minha mão na sua testa, porém me liguei que seria perigoso.
- Vamos só comer primeiro, pode ser?
Então nos sentamos no tapete em frente da televisão e ele colocou dois copos de café em cima da mesinha, junto com dois pães de creme com frutas. Praticamente devoramos tudo enquanto víamos o jornal regional e comentávamos uma coisa ou outra.
- Marco, desculpa por te expulsar daquela maneira. – disse depois de terminar o meu café.
- Foi até bom. – ele respondeu. – Eu que tenho que te pedir desculpas, eu já cheguei a conclusão que você ia adorar e nem me liguei em te perguntar. Erro meu. Fora outras coisas.
- Fico feliz em ver você se desculpando por isso. – sorri. – Mas eu já fiquei com mulheres antes, Marco, e é algo que eu deixo guardado no fundo de um baú porque eu hetero, não sinto muita atração por mulheres.
- Preciso lembrar de como você foi sensacional ontem? – perguntou rindo e eu logo o cortei.
- Não, por favor. – respondi levantando a mão como se fosse algo que me envergonhava. – Fiz isso por você. – eu nem tinha percebido o que tinha falado quando ele parou de rir e me encarou sério.
- Luiza, sobre isso... – começou e nada mais saiu de sua boca.
- Eu sei. – suspirei. – Precisamos definir isso que nós temos.
- Tudo bem, hora de colocar as cartas na mesa. – ele se espreguiçou e fez toda uma preparação que me fez rir. – Vamos começar sobre como você me surpreendeu, eu esperava que você se libertasse sim, mas não esperava que sexo com você seria tão gostoso e divertido ao mesmo tempo. São dois tipos de prazer que me deixa louco e aí, porra, chega ontem e você faz aquilo comigo. – passou a mão no rosto.
- Marco? – chamei depois de gargalhar com a cena. – Não é casual, né!?
- Nunca foi. – confessou e respirei aliviada.
- Que bom.
- Isso é um sinal verde? – questionou se aproximando de mim e eu balancei a cabeça concordando.
- Tudo aconteceu tão rápido que eu precisava desse tempo sem você pra pensar no que estava realmente acontecendo com você e principalmente comigo, e essa segunda parte eu fugi um pouco, confesso. – ele passou o braço pela minha cintura e me puxou mais para perto. – Marco, nem tente mudar o foco!
- O que está acontecendo com você, Ana?
- O que está acontecendo com você, Marco?
Era óbvio que eu só ia admitir isso depois dele. E o fato dele cheirar o meu cabelo não ajudava muito em manter o foco da conversa.
- Eu quero tentar... Sem rótulos agora, mas eu quero tentar manter essa coisa não nomeada que a gente tem. Só nós dois, monogamia, caralho a 4 e tudo o mais. Cê topa?
- Eu, você, dois filhos e um cachorro? – brinquei. – Pensei que nunca fosse perguntar.
- Ah vamos lá, depois de todo o esforço que eu tive pra me expressar, você não vai falar nada? – se afastou me encarando indignado, o que me fez rir mais ainda e me ajeitar em cima do seu colo.
- Eu quero você, Marco. – falei no ouvido dele.
O que o fez me colocar deitada no tapete felpudo e sussurrar antes de finalmente me beijar:
- Aliás, quem vai te foder como eu?


Continua



Nota da autora: Oláaa, se você leu até aqui MUITO OBRIGADA! Espero que tenha gostado de viver essa aventura picante pelo 503 e seus arredores ahahah. O vizinho do 503 (o gostoso do 505) também vai ganhar um conto, então quem quiser saber o andamento é só entrar no grupo do facebook (https://www.facebook.com/groups/801623296624910/) ou me procurar no ask, que é raisaperosini, estou sempre a disposição. Um beijo e até a próxima!




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