Finalizada em: 11/05/2023

Prólogo

- O que acha? – Sam parou de falar.
A jovem de 23 anos tinha os olhos arregalados com tudo o que ela havia ouvido nesses quase 10 minutos. Talvez ser mãe aos 15 anos, depois descobrir que seu namorado se transformava em lobo pela “maldição” que envolve a reserva onde moram e, para finalizar, perder esse namorado para sua prima por causa de algo chamado imprinting totalmente mal explicado, não era o suficiente. Talvez ter aceitado a sugestão de sua avó maluca e ir morar longe daqui não era ruim e pensava se ainda tinha essa alternativa para ficar fora dessa insanidade para sempre.
- Leah! Está aqui? – A voz de seu pai soou mais alto e ela piscou os olhos escuros algumas vezes, feliz pela produção de lágrimas para hidratar seus olhos.
- Sim! – Sua voz saiu rápida e falhada, obrigando-a a tossir.
- Então, o que acha? – Seu ex-namorado repetiu.
- Você só pode estar de brincadeira comigo, não é, Sam? – Sua voz saiu com mais força que o esperado, deixando todos os presentes na pequena cozinha assustados, mas era Leah, não era exatamente uma surpresa.
- Leah, por favor...
- Não, não! Você vai me ouvir! – Ela se levantou, fazendo a cadeira arrastar pelo chão e apoiou uma mão na mesa, inclinando seu corpo em direção a Sam. – Depois de tudo o que a gente passou, você quer me tirar a única coisa que me mantém sã?
- Não quero te tirar a , Leah, eu quero protegê-la!
- PROTEGÊ-LA DO QUÊ? – A voz de Leah atingiu um tom mais alto, fazendo a mesa tremer abaixo de si e todos se entreolharam.
- Disso! – Sam respondeu, tentando manter a calma. – De ela se tornar alguém como nós.
- Eu não sou como você! – Leah falou rapidamente.
- Ainda não. – A voz de seu pai se sobressaiu.
- Harry! – Sue a repreendeu.
- Não venha com essa, Sue! Você conhece as histórias, assim que os frios voltarem, Leah não está livre da magia... Nem o Seth!
- Maldição! – Leah o corrigiu.
- Eu sei que você odeia a ideia de se tornar lobo, de viver tudo o que eu estou vivendo, odeia o que isso fez conosco, mas você não gostaria de livrar a disso? – Sam perguntou, sendo o único a manter a calma no cômodo.
- Mas para isso eu preciso viver longe dela. – Os olhos de Leah se encheram de lágrimas e ela forçou-as para dentro, como fazia há cinco anos, desde sua separação com Sam.
- Você não precisa ficar longe dela. Nós não precisamos ficar longe dela. Nós podemos visitá-las sempre e...
- É... Um feriado, um fim de semana, férias... – Leah soltou um longo suspiro. – Perder aniversários, datas importantes, como andar de bicicleta sem rodinhas, as primeiras provas escolares... – Seu corpo caiu na cadeira em que estava.
- Eu sinto sobre isso também. – Sam deu a volta na mesa, se sentando na cadeira mais próxima dela. – Mas é o mínimo que podemos fazer para evitar que isso aconteça com ela. – Leah recuou a mão quando Sam tentou tocá-la.
- E ela nunca saberia de nada disso? – Leah perguntou baixo.
- Quanto menos ela souber, menos curiosidade ela vai ter. – Sam disse.
- Forks é pequena, La Push menor ainda, minha mãe pode criá-la para ser forte, independente... – A voz de Sue saiu calma.
- Eu quero criá-la, mãe... – A voz de Leah saiu em um sussurro.
- E você quer criá-la aqui? Perto dos lobos? Em Forks? Com uma vida simples?
- Eu nunca vi problema nisso, mãe.
- Não, mas você sempre quis ir embora, fingir que nada disso aconteceu... – Sue disse. – Esquecer a magia, as lendas, os quileutes... – Leah engoliu em seco.
- Ela nunca teria isso? – Ela ignorou as falas da mãe e disse um pouco mais alto, focando principalmente em seu pai. – Se ela viver longe daqui... Ela nunca vai se transformar em lobo? Não vai precisar saber sobre isso e...
- Se ela ficar longe, não. – Sam disse e Leah respirou fundo.
- Onde ela está?
- Lá fora, brincando com meu filho. – Billy disse e a mais nova se levantou de onde estava.
- Leah...
Ela abanou a mão, seguindo em direção à porta e encontrou uma pequena roda de meninos ali no meio, todos de idade semelhantes. O filho dos Black, dos Ateara, dos Call e seu irmão mais novo, Seth, estavam em uma rodinha com , sua filha. Ela mexia no cabelo do menino dos Black que era quase tão grande quanto o seu. Ela tentava copiar as tranças que Leah fez mais cedo em seus cabelos.
Leah fraquejou quando ouviu a gargalhada da menina quando ela olhou o resultado no cabelo do menino e Leah riu junto de outra risada ao seu lado. Ela ergueu o rosto para sua prima, Emily, elas sempre foram coladas até o imprinting de Sam nela, depois disso a relação ficou completamente intragável. Afinal o tal imprinting parecia conversa de quem traiu e queria se livrar dessa.
- O que você acha que eu devo fazer? – A voz de Leah saiu antes de ela pensar sobre, fazendo Emily até se surpreender com a conversa.
- Sobre ? – Ela perguntou e Leah somente deu um aceno com a cabeça. – Não acho que eu deva palpitar sobre isso...
- Tente... – Leah disse em um sopro, vendo a cicatriz no rosto de sua prima se esticar em surpresa.
- Não acredito que vocês consigam mantê-la longe daqui para sempre, ela é curiosa demais já com oito anos... Mas vocês podem evitar a magia se manterem-na longe dos frios quando eles voltarem. Ao menos evitar a faseação. – Emily puxou a respiração forte. – Não é garantia, mas...
- Quanto é longe? – Leah interrompeu sua prima.
- Só fora da reserva, fora de Forks...
- Flórida? – Leah perguntou.
- É longe o suficiente. – Emily disse. – Até demais, na verdade. – A risada de Emily saiu fora de contexto, fazendo-a se calar logo em seguida.
- E se não der certo? E se eu perder esse tempo com ela? – Leah perguntou.
- Então peço que faça essa pergunta para si mesma: você quer sua filha nesse mundo ou prefere tentar? Mesmo que as chances sejam pequenas?
Leah desviou o olhar de sua prima com essas palavras e respirou fundo. A gargalhada de ecoou novamente e ela fazia cócegas em seu tio três anos mais novo. Ela sentiu um aperto em seu ombro e se virou, encontrando Sam ali. Ela optou por não causar problemas agora, tinha coisas piores para pensar.
- Ela vai ficar bem. – Sam disse.
- Como pode ter tanta certeza? – Ela perguntou.
- Eu não tenho. – Ele foi honesto. – Mas é uma chance. A única chance.



1. Mono

Uley


- Eca! – Suspirei ao passar as mãos nos cabelos, sentindo-os extremamente secos.
Acho que o estresse das provas finais estava começando a aparecer, mas tinha que ser justo no meu cabelo? Ele costumava estar tão bem, tão hidratado e agora literalmente parecia uma das folhas secas que escapavam da grande árvore nos fundos da casa.
Abanei a cabeça, passando os fios pelos cabelos, tirando o restante dos nós e atravessei minha parte do quarto, abrindo o armário e vi o cabideiro, encontrando um chapéu marrom, pouco mais claro que meus cabelos. Talvez seria bom o suficiente para esconder esses cabelos até eu conseguir fazer uma hidratação mais adequada...
Amanhã! Porque as chances de terminar a festa com cerveja no cabelo eram grandes. Muito grandes.
- EI, NOVATA! – Inclinei meu corpo para a janela, abrindo-a para o lado esquerdo e vi Jena lá embaixo. – VEM... – Franzi a testa quando o teste de som começou na mesma hora, fazendo somente seus lábios se moverem em um “ajudar”.
- ESTOU INDO! – Gritei de volta, não acreditando que ela tenha ouvido, mas eu havia entendido que era para descer.
Me sentei novamente na cama, colocando os coturnos pretos de saltos grossos e dei uma rápida entrada no banheiro para passar um batom marrom nos lábios. É, seria um dia interessante!
Saí do quarto enquanto vestia um casaco estilo quimono com uma estampa de folhagens e franzi os olhos com o som alto. Se estava assim às quatro da tarde, imagina como ficaria no final do dia. Meus tímpanos talvez estourassem e eu morava aqui há pouco mais de três meses e tivemos ao menos cinco festas, sem contar as festas das outras fraternidades na rua.
- O que precisam? – Parei atrás de Kathlyn, atual coordenadora da Delta Gamma.
- Ah, uma ajuda, graças a Deus! – Ela disse em um pulo. – As bebidas chegaram, poderia ajudar o pessoal? – Ela indicou a porta.
- Uhum! – Falei, girando os pés no carpete e descendo o último lances de escadas, dando em frente à porta aberta.
A bagunça na casa era a mesma de todos os dias de festa. Organizadores para todos os lados, as moradoras da fraternidade enroladas entre se arrumar ou ficar bonitas para os meninos da Alpha Tau Omega – nossos vizinhos de frente –, entre outras coisas. Parecia um tanto bagunçado, mas havia realmente encontrado uma família, já que o contato com a minha são duas vezes ao ano, férias de verão e Natal.
Apesar do pouco contato, não poderia reclamar sobre minha família. Eles moram no norte do estado de Washington, Forks, uma cidade minúscula com pouco mais de três mil habitantes. Para as pessoas acharem que eu sou legal, falo que sou de Vancouver, que é ao atravessar a fronteira. Papai é guarda florestal, bastante ocupado, e minha mãe trabalha com meu avô na barraca de comidas em La Push, a praia da reserva. Falar que eu moro em Forks talvez seja até elogio, mas eu sou natural de La Push mesmo, uma pequena e antiga aldeia indígena.
Vim morar em Miami com minha bisavó exatamente pelas condições. Mamãe e papai queriam que eu tivesse mais do que só a reserva, mas por algum motivo eles pareciam apegados demais àquele local do país. Bem, das poucas fotos da minha infância naquele lugar, eu realmente era feliz, mas uma cidade com três mil habitantes comparado com Tampa que possui quase 14 mil por cento a mais... Acho que eu gosto da vida um pouco mais agitada do que passar os fins de semanas pescando com meu avô materno e jantar na única lanchonete decente da cidade. Sem contar que eu realmente odeio peixe.
Mas eu ainda sou feliz, mamãe e papai não são exatamente os mais simpáticos quando estão juntos – afinal, quem seria quando meu pai largou minha mãe para ficar com a minha tia favorita? – mas eles faziam tudo para me agradar quando vinham passar o tradicional mês de julho e de dezembro... Quando dava. Nas férias do fim do ano eles não vieram, já que meu avô faleceu por um ataque cardíaco durante uma caçada, mas com minha aprovação na Delta Gamma, consegui outras formas de me distrair.
- Oi, ! – Sorri para os meninos da ΑΤΩ quando eles chamaram meu nome e alguns até assoviaram.
- Precisam de ajuda com isso? – Parei ao lado da camionete, apoiando o braço na porta do motorista.
- Você pode nos ajudar falando onde pode colocar, lindinha! – Matthew disse, soltando um gemido ao colocar o barril no gramado.
- Tem certeza de que só precisa disso? – Franzi os lábios e os dois meninos em cima do caminhão deram risadinhas provocativas.
- Claro, gata! O que você quer fazer? Carregar para dentro? – Ele riu fracamente.
- Bem... – Coloquei a mão na alça do barril, erguendo-o alguns centímetros do chão com uma mão.
- Não vai se machucar, gatinha! Você pode quebrar um osso assim. – Otis disse e contive uma risada para mim.
- É claro! Por que vocês não me seguem? Eu os mostro o lugar. – Falei, fechando minha mão em dois barris e os ergui com facilidade, caminhando para a entrada dos fundos da casa.
Não os vi se eles me seguiram, mas falar que eu era magra só por ser magra era literalmente o fim da picada. E não sei o que tanto Matthew estava morrendo de suar e ficar mais vermelho do que um pimentão, isso era incrivelmente leve! Segui perto do bar improvisado e deixei os dois barris lado a lado, depois peguei um deles e os empilhei.
- Já sabem onde colocar! – Falei, virando para Matthew, Otis e Simon que me olhavam com os olhos arregalados. – O que foi?
- Esses barris pesam pelo menos 25 quilos. – Matthew disse, apontando para ele.
- Eu puxo bem mais do que isso na academia, ok?! – Falei, rindo.
- Será que esse corpinho forte tem outra utilidade além de erguer barris de chope? – Otis perguntou, se apoiando no barril e fechei os olhos quando o barril tombou, caindo no chão.
- Tem sim, mas nenhuma que você vai descobrir. – Sorri, me aproximando do barril e o ergui com uma mão, deixando lado a lado. – Só não vai se machucar, ok?! – Levei a mão até o rosto de Otis, dando dois tapinhas de leve.
- Nossa, ! Você está quente! – Ele falou, se afastando.
- Hum, obrigada? – Franzi os olhos.
- Não, quente de verdade! – Ele levou as costas da mão para o meu pescoço. – Uau! Você está queimando de febre! – Levei a mão para minha testa, não sentindo nada diferente.
- Não estou, não! – Falei firme e foi a vez de Matthew levar a mão para minha testa.
- Ouch! – Ele reclamou. – Você precisa ir para enfermaria, ! Você deve estar com alguma coisa. – Suspirei.
- Eu estou bem! – Dei de ombros, dando alguns passos para trás, sentindo esbarrar em alguma coisa.
- Se você está com febre, , vá para a enfermaria agora. Não quero ninguém passando mal na festa. – Kathlyn disse firme e suspirei. Não tinha como fugir.
- Ela nunca está aí! Vou ficar lá a tarde toda. – Bufei, sentindo a loira passar as mãos em meu rosto e pescoço.
- Você vai falar com ela agora! Você está fervendo! Como você está bem? Você deveria estar na cama, mulher! – Revirei os olhos.
- Eu vou, ok?! – Ergui as mãos em sinal de rendição.
- E não volte aqui sem um atestado e uma prescrição médica! – Ela disse firme e bufei, revirando os olhos.
Saí da casa da fraternidade, andando pelas calçadas, vendo várias outras fraternidades fazendo algum tipo de programação, seja lavar carros, brechós, distribuição de mudas para plantio, entre outros, e fui até a pequena casa no final da rua sem saída. O pequeno posto de saúde das fraternidades. Deveria ser, mas era mais uma mulher em uma cadeira que normalmente não estava aqui pela falta de utilização. Talvez amanhã ela trabalhasse mais pelo excesso de bêbados precisando de algo a mais para conseguir ao menos caminhar até a prova de quarta-feira.
- Helga! – Bati duas vezes na porta. – HELGA! – Bati novamente, suspirando, fechando as mãos em punhos, me assustando quando minha mão atravessou a madeira da porta.
Minha mão ficou parada por alguns segundos enquanto eu me recompunha. Tirei minhas mãos devagar do meio da madeira, arfando quando uma madeira raspou em meu braço e um corte foi feito. Olhei para o risco em meu pulso e as pequenas gotas de sangue começando a aparecer dali.
- VOCÊ ESTÁ LOUCA? – Vi o rosto rechonchudo de Helga aparecer pelo buraco e ela abriu a porta. – Eu só estava no banheiro.
- Me desculpe! Eu não... Eu-eu... Eu não sei o que houve, acho que a madeira estava podre. – Suspirei.
- Você vai pagar!
- Eu pago, pode deixar! Me mande a conta! – Falei, franzindo os lábios.
- O que você quer? – Notei-a com as mãos nas calças e ela a abotoava, indo para dentro.
- O pessoal acha que eu estou com febre e me obrigaram a vir aqui. – Falei desanimadamente, entrando atrás dela e fechei a porta devagar, contendo qualquer tipo de movimento que eu não gostaria.
- Vem cá e senta. – Ela disse e entrei na pequena salinha, subindo os dois degraus que davam para a maca e me sentei nela. – Tire o casaco. – Joguei os ombros para trás, deixando o pano fino escorregar de meus braços e ela pegou o termômetro, se aproximando de mim. – Braço! – Ergui o braço de leve, sentindo a ponta gelada do termômetro e abaixei o braço segurando-o. – Tem algum outro sintoma?
- Eu estou bem! – Falei firme e suas mãos foram para meu pescoço.
- Você não está bem, você está queimando. – Ela disse. – Não sente nada?
- Nope! – Falei debochadamente.
- Dores nos músculos?
- Não!
- Ao engolir?
- Nã-não! – Continuei.
- Calafrio? Suor? Irritação na pele? – Fui negando. – Fadiga? Mal-estar? Perda de apetite? – Parei.
- Ah, isso sim, mas estamos nas provas finais, Helga. O que você espera? – Falei rindo. – É difícil dormir quando precisa estudar!
- Nem tudo é por causa das provas finais. – Ela disse sugestivamente.
- O que está querendo dizer? – Perguntei.
- Mononucleose é comum entre os jovens da sua idade. – Ela disse rindo.
- Mono o que? – Franzi a testa.
- Conhecida como a Doença do Beijo. E a senhorita é bem popular, senhorita Clearwater. – Suspirei, revirando os olhos.
- Só estou me divertindo. – Dei de ombros.
- Braço! – Ela disse e segurei o termômetro antes de erguer o braço, entregando a ela. – 42 graus, ! – Ela disse assustada.
- O QUÊ? – Falei surpresa. – Eu deveria estar morrendo, não?
- SIM! – Ela disse firme e agora foi minha vez de arregalar os olhos. – Você vai para casa agora, vai tomar o banho mais gelado que conseguir e vai descansar. Sem festas para você hoje, mocinha. – Revirei os olhos. – Vou te dar uma receita de medicamento e você vai pedir para alguém comprar com urgência para você. E vai avisar seus pais. Eles vêm quando?
- Primeira semana de junho! – Falei aleatoriamente.
- Eles vão vir antes. Isso é sério! – Ela virou para a mesa e pude ouvir a caneta rabiscando no bloco com força. – Você ligue para seus pais e os chame o mais rápido possível, se essa febre não baixar, eu vou te internar. Só não faço isso agora, porque preciso que um médico venha avaliar. E ele vai fazer isso amanhã! – Suspirei e ela me esticou duas prescrições. – Remédio e descanso! – Ela disse firme.
- Ok, ok! – Abanei a mão.
- Dúvidas? – Ela perguntou.
- Não, não... Na verdade, eu cortei meu braço com aquele pequeno acidente e... – E virei o braço, não encontrando o filete de sangue e virei o outro, tentando procurar e parecia que nada tinha acontecido.
- Perdeu alguma coisa? – Ela perguntou.
- Acho que eu me enganei, deve ter sido só uma farpa. – Suspirei, pulando da maca.
- Me escutou, não escutou, ? – Ela perguntou e suspirei.
- Sim, Helga! Banho, descanso, remédios, pais e nada de festa! – Falei entediada.
- Ótimo! Do contrário eu ligo para sua coordenadora! – Suspirei, abanando a mão e coloquei o casaco novamente.
- E me manda a conta da porta. – Falei.
- Eu me resolvo com eles. – Ela disse e assenti com a cabeça, dando um curto sorriso.
Saí do pequeno posto médico e peguei meu celular no bolso, procurando o número de casa. Mamãe deveria estar na praia, mas minha avó poderia estar em casa. Suspirei, esperando a ligação tocar algumas vezes e sei que estávamos há três fusos de distância, mas era uma e meia para eles já.
- Você ligou para a casa dos Clearwater, deixe seu recado após o bipe. – Ouvi a voz de minha avó.
- Ei, nana, tudo bem? Meus pais estão em casa? Eu estou ruim, com febre e a enfermeira mandou eu ligar para vocês que pode ser algo sério. Ela disse que é algo tipo mono... Mononucleo... Ah, sei lá, não entendi muito bem. Hoje tem festa, mas devo ficar de molho no quarto, me liguem quando puder. Beijos. – Enviei, desligando a ligação logo em seguida.
Enquanto eu mandava a mensagem, eu cheguei de volta na casa, vendo os meninos trabalhando novamente, me fazendo suspirar. Perder a última grande festa do fim do ano antes das férias de verão era a pior coisa possível. Ao menos ainda tinha mais maio inteiro e poderia ter algo para me animar.
- E aí, , tudo bem? – Matthew perguntou.
- Não, não está! Estou de castigo. – Suspirei. – Posso ter Mononucleose.
- Hum, a Doença do Beijo. – Otis me zoou e revirei os olhos.
- Se isso pode ser passado pelo beijo, eu daria uma checada, se fosse você! – Pisquei para ele, ouvindo o grito dos outros amigos e segui para dentro da casa novamente, encontrando Jena.
- Ei, ouvi que não está bem. – Ela disse.
- É, sem festa para mim. – Mostrei os papéis.
- Que chato! Melhoras! – Ela disse e assenti com a cabeça.
- Pode deixar! Boa festa! – Suspirei, subindo os degraus quase me arrastando. Ao menos eu teria tempo o suficiente para pensar em como eu consegui fazer um buraco na porta só por bater nela... Era totalmente irreal!

Black


Observar as táticas de treino do sanguessuga era algo que não me agradava. A ideia de se juntar a eles para proteger Bella não era uma das minhas favoritas, mas adoraria morder alguns sanguessugas só por diversão. E Bella precisava de qualquer ajuda possível para evitar o ataque iminente.
Eles falaram diversas vezes sobre “recém-criados”, essa expressão passou diversas vezes em minha cabeça, mas ainda não conseguia entender com perfeição a diferença de um recém-criado para os vampiros adultos. Eles eram mais fortes por ter sangue humano correndo nas veias ainda, mas os desprezava da mesma forma.
Jasper, namoradinho da louca, tinha ajudado a criar exércitos de recém-criado, tanto que foi criado com esse propósito, mas a experiência militar dele da sua “vida humana” parecia ser bem interessante para o que precisamos.
Ele só nos deu duas dicas: não deixar que nos abracem de costas e não ir direto para matar.
Não estava com planos de dançar com ninguém, queria ir direto para a cabeça, mas a louquinha disse que os recém-criados não conseguiam nos ver, então talvez nos dê alguma vantagem. Vampiros e lobos trabalhando juntos já era interessante, agora em guerra? Pior ainda.
Hoje só observamos. Nem tínhamos intenção de machucar esses sanguessugas, o que aconteceria caso nos levassem para o treino deles, mas precisávamos conversar na alcateia para analisar o que poderíamos alterar para a nossa realidade. A mente de todos, inclusive de Sam, ficou quieta durante a apresentação, mas veríamos as opiniões quando chegássemos na reserva novamente.
- Alguns de vocês se machucarão... – Bella disse quando me aproximei dele. – Alguns podem morrer por minha causa... – Virei a cabeça em sua direção, deixando a risada contida na garganta do lobo. – Vai ser cem vezes pior do que isso.
Você não precisa se preocupar com isso.
Foram as palavras que vieram em minha cabeça, mas a forma de lobo não me permitiu externalizá-las. Somente inclinei minha cabeça em sua direção e senti um carinho entre as orelhas, me fazendo suspirar em alívio e quase sorrir.
Meu rosto se ergueu para Edward com o nariz e lábios franzidos, como se tivesse cheirado algo que não gostasse, e desviei de ambos, seguindo pelo mesmo caminho em que o restante da alcateia seguiu. Dei uma última olhada para eles antes de seguir o caminho por entre as árvores.
As patas bateram com cada vez mais força no chão, seguindo os outros lobos. Não demorou mais do que segundos para eu avistar a casa de Emily e Sam. Esvaziei minha mente, fechando os olhos e senti o ar parar de sacudir a minha volta. Me vi de pé novamente e segui até as roupas jogadas na entrada e coloquei uma bermuda antes de entrar na casa.
- Então, como foi? – A voz de Emily se fez mais alta enquanto ela colocava vários pratos na mesa redonda.
- Não foi terrível. – Sam foi o primeiro a dizer.
- É... Não foi. – Falei, colocando um pedaço de pizza na boca.
- Não vejo motivo em fazer isso. – Leah disse.
- Já conversamos sobre isso. – Sam falou e Leah revirou os olhos.
- Claro, chefe! – Ela disse com desdém em sua voz, o que fez os mais novos rirem entredentes.
A relação deles não era exatamente fácil, mas também não posso julgar. Sam e Leah namoraram quando mais novos e tiveram algo bem sério, mas pelo imprinting de Sam com Emily, Leah ficou em segundo plano. Mas após a morte de Harry e com mais sanguessugas a nossa volta, a magia apareceu em Leah – seu irmão Seth – e agora precisávamos aguentar o drama do triângulo amoroso.
- Precisamos fazer nossos próprios treinos. – Sam disse.
- Deveríamos arranjar isso para mais tarde, isso vai acontecer em dois dias... – Falei.
- Vocês tomarão cuidado, não? – Emily disse. – Todos vocês. Não quero nenhuma perda do nosso lado por causa disso.
- Tomaremos cuidado, querida. – Sam disse carinhoso como sempre e aquilo até me fez sorrir.
Apesar de toda melação que o imprinting causava, talvez ter alguém que me trate assim não seja tão mal.
- Cuidado com os pensamentos, Jake. – Embry disse e fui pego pelos olhos de outros.
- Só estou dizendo... – Dei de ombros.
- Acho que temos outros problemas para lidar antes disso, Jacob. – Sam disse.
- Dá para não ficar lendo meus pensamentos? – Pedi irritado.
- Dá para não pensar com esse tom de pena? – Leah disse e revirei os olhos. – Tem gente com problemas piores...
- É... Bella! – Sam disse firme. – Vamos ajudá-los e nos livrar de vários problemas, pode ser?
- E arranjar umas bocas para o Jake beijar. – Jared me zoou e revirei os olhos.
- Vocês são terríveis. – Falei, enfiando outro pedaço de pizza na boca.
- Leah? Sam? – Me assustei com Sue, mãe de Leah e Seth, entrando na casa de Emily.
- Oi, mãe! O que está fazendo aqui? – Leah se levantou apressada junto de Seth.
- O que aconteceu, Sue? – Sam perguntou.
- Eu acabei de receber uma ligação da ! – Ela disse e a postura de Leah e Sam mudou automaticamente, quase como se estivessem mudando novamente.
- O que aconteceu? Ela está bem? – Leah perguntou apressada.
- Ela está com mononucleose!
- O QUÊ? – Leah falou rápido, virando para Sam. – VOCÊ DISSE QUE ELA NÃO TERIA PROBLEMAS COM ISSO.
- Como assim ela tem mono, Sue? Ela está há milhares de quilômetros daqui! – Sam disse.
- ELA ESTÁ MUDANDO? EU FIQUEI LONGE DELA PARA NADA?
- Gente, por favor! Vamos nos acalmar! – A voz de Sue se fez no meio de todas.
- Não, mãe! Como assim a tem mono? Você sabe o que acontece depois disso. – Leah disse.
- E onde ela está agora? – Emily perguntou firme.
- Na faculdade, não?! – Sam falou rápido.
Eu não tinha a mínima ideia de quem é , mas todos na sala sabiam o que mononucleose significava, especialmente se você tinha alguma relação com a tribo quileute. Essa tal estava se transformando em lobo e isso irritava Leah de uma forma que eu nunca vi.
- SILÊNCIO TODOS! – A voz de Sam saiu mais alta a ponto de minha cabeça tremer. – O que disse? – Ela virou para Leah.
- Que ela tem mononucleose e está com febre. – Sue disse. – Tinha uma festa hoje, mas vai descansar para ver se melhora.
- A titia está se transformando? – Seth perguntou.
Tia?
- Quais são as chances de ser realmente só mononucleose? – Sam perguntou.
- Com a nossa experiência? Nenhuma. – Paul disse em seu tom debochado.
Cala a boca, Paul! As vozes em minha cabeça ficaram mais altas.
- O que a gente faz, Sam? Isso não estava nos planos de 10 anos atrás, estava? – Leah disse com a voz debochada.
- Muita coisa não estava nos planos de 10 anos atrás, Leah. De 20 anos atrás não estavam. – Sam disse, fazendo a voz rosnar no meio do caminho.
- Onde ela está, mãe? – Leah ignorou Sam, se virando para ele. – Onde está minha filha?
- FILHA?! – Os pensamentos saíram mais altos que o esperado, misturados com outros membros da alcateia.
- Ela está em Tampa ainda. – Sue disse. – Não sei quanto tempo ela tem. – Ela disse.
- Eu preciso falar com ela agora. – Leah disse, saindo correndo apressada da casa.
- Vá com ela. – Emily sussurrou para Sam e o mesmo não pensou duas vezes antes de seguir Leah e Sue foi junto.
O silêncio reinou entre as outras sete pessoas da casa e o olhar foi para Emily automaticamente. O rosto sempre sereno apesar da grande cicatriz do lado esquerdo parecia evitar olhares agora enquanto escondia os lábios atrás de uma xícara.
- A gente vai ter que perguntar mesmo? – Quil foi o primeiro a falar e Emily soltou um suspiro.
- Não é meu dever contar a vocês. – Emily disse. – Sam é o alfa, se ele não contou, é porque não queria que soubessem.
- Do que está falando, Emily? – Seth perguntou. – Estamos falando da tia ?
- Seth, por favor... – Emily suspirou.
- Você está brincando, certo? É por isso que a mora na Flórida? Evitar que ela se transformasse? – O mais novo começou a se exaltar, fazendo o silêncio reinar. – Agora ela está lá? Se transformando sozinha? É isso? Sem ninguém para ajudá-la? – O mais novo socou a mesa, fazendo seu prato quebrar em dois. – NO MEIO DE UMA FRATERNIDADE UNIVERSITÁRIA?
- Não sabíamos que a magia seria forte a esse ponto, Seth. Ela está há mais de cinco mil quilômetros daqui, isso não deveria acontecer! Foi uma decisão da sua irmã e de Sam quando ele se transformou. Eles queriam proteger a a todo custo... – Emily disse. – Eu só respeitei a decisão deles.
- Não acredito nisso. – Seth disse, saindo apressado da casa e em dois passos ele se transformou, sumindo de minha visão rapidamente.
O silêncio prevaleceu por mais alguns segundos e ninguém se atreveu a falar nada, mas eu era o segundo em comando, caso eu precisasse decidir isso alguma vez, então os olhares se viraram para mim o que me obrigou a falar algo.
- Ok... – Suspirei. – Só para ter certeza... – Falei calmamente e Emily se virou para mim.
- Leah e Sam tiveram uma filha quando namoraram e ela está escondida na Flórida para não sofrer a magia da tribo. – Emily disse rapidamente. – O que claramente não deu certo. – Ela largou a xícara, saindo apressada para fora de casa e só consegui passar a mão na cabeça, respirando fundo.
- Ok... – Respirei fundo.
- Mais alguém em choque? – Embry perguntou.
- Isso é fodido! – Paul falou.
- Ninguém sabia disso? – Perguntei.
- Nã-nã-não. – Jared disse.
- Eu não sei o que me assusta mais, o segredo ou essa menina estar se transformando em lobo no meio de uma faculdade... – Falei, vendo os olhos se erguerem para mim com pressa.
- Um lobo?
- No meio da Flórida?
- Em uma faculdade? – As vozes se misturaram.
- MERDA! – O grito de todos ficou mais alto, fazendo com que largássemos tudo e seguíssemos correndo em direção à casa de Sue, ou onde é que eles estavam indo.

Uley


A música tocava alta lá fora, as paredes tremiam pelo volume e eu já havia desistido de fazer diversas coisas. Tentei estudar, tentei terminar meu trabalho, tentei até dormir, mas isso não seria possível até, pelo menos, o dia amanhecer, e estava longe disso.
Levantei da cama na pressa novamente e fui até o banheiro, pegando mais uma toalha. A enrolei e me aproximei da janela, colocando-a nas frestas e tentando prender com fita crepe. Tive a impressão de que o som foi abafado, mas durou somente alguns segundos quando a fita não aguentou o peso da toalha e foi para o chão novamente.
- Ótimo! Perfeito!
Apoiei as mãos no batente da janela e observei a festa que acontecia lá embaixo. Toda a rua deveria estar em nosso gramado e a quantidade de copos e bebidas espalhados pelos cantos faziam eu me arrepender de ser uma tremenda beijoqueira. Pelo menos não era herpes e nem DST... Eu espero.
Passei os olhos pelos conhecidos lá na festa e meus lábios se alargaram quando encontrei Otis e uma nojenta da Kappa Sigma se agarrando perto da cerca. As mãos dele se movimentavam pelo corpo dela, quase se fundindo e senti algo subir pela garganta. Poderia ser vômito ou choro.
- FILHO DA PUTA! – Minha voz saiu alta, fazendo a garganta tremer, mas isso não fez ambos se separarem.
Não que eu e Otis tivéssemos um relacionamento, longe disso, mas tínhamos alguma coisa e eu estava incrivelmente esperançosa por essa festa para ver se algo realmente aconteceria conosco. Foi só eu sumir de sua vista que ele pegou uma qualquer. Filho da puta!
Estendi o dedo do meio para a janela, na expectativa que ele pudesse ver e puxei o blecaute para baixo com pressa. Desviei o rosto da janela e me sentei na cama novamente, me encarando na frente do espelho. Otis não valia nada. Nenhum homem valia nada, essa é a realidade.
Respirei fundo, tentando manter a calma, mas a visão do beijo voltou aos meus pensamentos e senti os ombros doerem de tensão. Meus olhos negros me encararam de volta no espelho e a respiração saía forte de meus lábios. O corpo quente da febre fazia com que meu corpo exalasse uma fumaça deles, mas eu não sentia calor por isso.
- Será que esse corpinho forte tem outra utilidade além de erguer barris de chope? – A voz de Otis apareceu em minha cabeça novamente.
- Tem sim, mas nenhuma que você vai descobrir. – Minha risada saiu trêmula e algo pareceu crescer dentro de mim.
Fechei meus olhos e senti algo pulsar em meu peito, uma energia estranha e forte guiada pela raiva. Era como se eu não estivesse mais em meu corpo, como se eu conseguisse expandi-lo e pudesse pegar a cabeça de Otis e esmagar como um inseto.
Meus olhos se abriram novamente com um barulho forte e percebi que eu não encarava mais meus cabelos negros e lisos, agora eu encarava um lobo. Um lobo enorme e avermelhado. Dei alguns passos para trás, ouvindo mais barulhos altos e notei que meu corpo estava quebrando as camas, as escrivaninhas e os móveis. Meu corpo de lobo.
O QUE ESTÁ ACONTECENDO COMIGO?
Meu corpo caiu para trás como um cachorro e minhas pernas e braços se movimentavam como se eu estivesse pegando fogo.
ISSO É UM SONHO! ISSO É UM SONHO!
Girei meu corpo, encarando a pelagem brilhante e o grande rabo me seguindo e um grito saiu de minha garganta, mas não era um grito humano, era um uivo. Uivo de lobo.
DEUS, O QUE ESTÁ ACONTECENDO COMIGO?
Eu não conseguia falar, minha voz saía em formato de uivo, granido ou similar ao choro de um cão.
ISSO É UM SONHO! ISSO É UM SONHO!
Meus pés – ou patas – deslizaram no chão e percebi que a roupa que eu usava antes estava em pedaços perto da cama e foi como se o rugido saísse com mais força de minha garganta, se assemelhando a um lobo de verdade.
Me assustei quando a música parou e me deitei no chão, tentando me esconder pela sombra que poderia vir do blecaute.
- Alguém ouviu isso?
- O que foi isso?
MERDA!
O silêncio prevaleceu para o que foi alguns minutos. Me sentia uma fugitiva, como se alguém pudesse entrar aqui e ver o que eu era, no que eu havia me transformado. Seria ótimo pedir ajuda, mas eu poderia ser internada em um hospício se falar que me transformava em lobo, ou pior, levar um tiro do primeiro guarda que aparecer.
GUARDA!
PAI!
Será que eles sabem disso? Será que é por isso que eles não largam aquela vidinha em La Push?
Lembre-se das histórias, !
A voz de meu pai soou em minha cabeça quase como se estivesse ao meu lado e precisei olhar em volta para ter certeza de que ele não estava abrindo a porta do quarto.
Pai?
As histórias, !
A voz me respondeu e respirei fundo.
Ok, as histórias!
As histórias. Tribo quileute, tribo indígena, símbolo de lobo, Taha Aki. Taha Aki se separava do corpo para procurar por ameaças à tribo, um dia seu corpo foi morto e ele pediu a um lobo para compartilhar seu corpo. Taha Aki voltou a ser humano quando suas emoções se tornaram grandes demais para o lobo. Taha Aki gerou muitos filhos e, segundo as lendas, eles também poderiam se transformar em lobos.
EU POSSO ME TRANSFORMAR EM LOBO?
A voz não respondeu.
PAI?!
MERDA!
COMO EU VOLTO AO NORMAL?
Meu corpo foi em direção ao banheiro, olhando o largo corpo do lobo pelos diversos espelhos e a respiração acelerada retornou ao meu corpo.
Não olhe, . Não olhe!
Desviei meu corpo, sentindo a cauda derrubar alguns produtos e quebrar outras coisas.
DROGA! DROGA! DROGA! O PERFUME CARO DA VANESSA!
Observei as coisas quebradas e tentei sair dali devagar. Meu corpo escorregou no tapete e perdi meus sentidos quando minha cabeça bateu com força na banheira.
- MAYA? MAYA? – Entreabri meus olhos devagar, tentando me localizar no espaço e me assustei quando a porta se abriu com força. – Ah, você está aqui! – Identifiquei Kathlyn na porta. – O que aconteceu aqui?
- O quê? – Franzi a testa e percebi que ainda estava no banheiro.
- Hum, alguém fez sua própria festa. – Ela disse rindo. – Você sabe que vai limpar tudo isso, não sabe? – Ela disse e ergui meu corpo, vendo várias coisas quebradas e destruídas no banheiro.
- AH, MEU DEUS! – Olhei rapidamente em volta e percebi meu corpo completamente nu no chão.
- Eu não quero saber. – Kathlyn disse. – Mas as meninas estão bravas que você quebrou as camas e a escrivaninha.
- Mas eu não... Eu... – Olhei em volta. – Eu não sou um lobo...
- Lobo? Quê? , já falamos que drogas estão proibidas aqui... – Me levantei rapidamente, puxando a primeira toalha que vi.
- Eu não sei o que aconteceu ontem à noite, mas eu preciso ir para casa! – Falei firme, enrolando a toalha ao redor do corpo.
- Oh, espera aí! – Kathlyn me parou. – Você vai explicar o que houve aqui e... , você fez uma tatuagem?
- O QUÊ? – Virei meu corpo para o espelho quebrado e notei uma tatuagem preta e redonda em meu braço direito. Era um desenho tribal, mas não sabia o que estava acontecendo e nem como tinha aparecido ali.
- Você tem muito o que explicar, Clearwater. – Kathlyn disse.
- Eu não faço a mínima ideia do que aconteceu aqui, Kath, mas eu preciso falar com meu pai. – Falei com a respiração pesada. – Me manda a conta das coisas, mas eu preciso falar com meu pai. – Respirei fundo, seguindo até a porta.
- Você vai sair assim? – Vanessa, que estava na porta, perguntou e olhei para meu corpo em volta da toalha novamente.
- É melhor não...

Black


- Atende, atende… - A voz baixa de Sue saía com força enquanto ela segurava o telefone perto da orelha.
- Eu consigo sentir, Sam. Já aconteceu! – Leah disse. – E se a mataram?
- Leah! – Sam a repreendeu.
- Não fale uma coisa dessa, mana! – Seth falou firme.
- É um lobo gigantesco no meio da Flórida. O que acha que vão fazer? – A voz de Leah saiu mais alta. – O chefe Swam estava atrás de vocês ano passado, o que você acha que vai acontecer em uma cidade como Tampa?
- Não está ajudando, Leah! – Sam disse.
- ALÔ? – A voz de Sue ficou mais alta, fazendo todos focarem na mais velha. – Sim, eu sou avó de Clearwater. – Sue esperou. – COMO ASSIM ELA NÃO ESTÁ AÍ? ELA ESTAVA AÍ ONT... Ela foi embora? Para onde?
- Se algo aconteceu com ela, Sam... – Leah ameaçou o alfa da matilha e sabia que agora tinha muito mais em jogo do que alcateia e alfas, era a filha deles.
- O que aconteceu, Sue? – Emily perguntou quando Sue desligou o telefone.
- Ela foi embora. Disse que foi atrás do pai. – Sue disse.
- Falaram algo sobre lobo ou... – Perguntei.
- Não, mas disseram que ela enlouqueceu durante a noite e quebrou vários móveis e fez uma tatuagem... – Os membros da alcateia se entreolharam.
- Uma tatuagem? – Leah perguntou mais fraco.
- Sim... Uma tatuagem. – Sue falou, suspirando.
- Ela está vindo para cá... – Sam disse.
- E ela vem como? De carro? Ela vai demorar três dias para chegar. – Leah perguntou.
- Pelo menos ela vai chegar depois da luta. – Sam disse, olhando para Leah.
- Ah, merda! A luta. – Ela falou como se lembrasse, passando as mãos nos cabelos pretos.
- E se ela vier de avião? – Emily sugeriu e os olhos viraram para ela.
- A viagem até Olympia dura seis horas, depois mais três de carro. – Seth falou.
- A gente precisa treinar para amanhã. – Jared disse baixo, como se falar sobre isso fosse um crime com base nos recentes problemas familiares descobertos.
- Precisamos. – Sam disse.
- Não tem como rastreá-la? – Leah perguntou.
- Eu não sei nem se ela conseguiu me ouvir ontem à noite. – Sam disse. – Não consigo rastrear se ela não estiver consciente disso. Se ela se transformou, ela deve estar perdida. – Ele suspirou.
Acho que durante esse ano como lobisomem, nunca vi a guarda de Sam estar tão baixa quanto agora. Ninguém fez a pergunta com todas as palavras, acho que o medo de atingir alguma parte de Sam, Leah ou até de Emily nos fez ficar quietos, mas pelo que eu peguei, Leah e Sam tiveram uma filha quando tinham 15 anos, essa menina hoje tem 18, somente um ano mais velha do que eu. Ela viveu em La Push até seus oito anos, quando Sam se transformou pela primeira vez.
Há 10 anos ninguém tinha ideia de que as lendas da tribo eram verdade, eu pelo menos não, então era difícil julgar as ações dos dois. Só sei agora que existe um novo lobisomem de 18 anos em algum lugar nos Estados Unidos enquanto nos preparamos para uma batalha que pode terminar de uma forma bem ruim.
- Por que vocês não vão treinando? Eu fico com Sue tentando falar com ela, ela deve atender o celular. – Emily disse.
- Eu não vou a lugar nenhum até encontrar minha filha. – Leah disse.
- São quase cinco horas, precisamos patrulhar o perímetro. – Embry disse.
- Me ajude, Leah! O que quer que eu faça? Eu estou preocupado com ela também, mas não posso simplesmente ir atrás dela. – Sam disse de forma mais baixa.
- Precisamos encontrá-la. – Leah disse com os olhos cheios de lágrimas e foi a primeira vez que a vi assim.
Os olhos de Sam denunciavam que ele estava perdido. Eu também estava, mas eles precisavam resolver os problemas pessoais deles agora, não podíamos ter distrações para a batalha amanhã. Bella precisava da nossa ajuda. Não poderia deixar o amor da minha vida morrer.
- Posso... – Me levantei. – Posso dar uma sugestão? – Os olhos se viraram para mim. – Vocês ficam aqui, não estão com cabeça para batalha mesmo. Eu e os meninos vamos treinar e nos encontramos mais tarde para resolver as últimas coisas. Eu preciso levar a Bella para o acampamento mesmo. – Falei.
- Eu vou ajudar, Jacob. – Sam disse. – Eu sou o alfa, não vou deixar vocês irem sozinhos.
- Pode ser uma solução agora, Sam! – Emily disse. – Vocês não estão com cabeça para isso...
A voz de Emily foi bloqueada por uma freada brusca. O rosto de todos viraram para a entrada da casa de Emily e um carro SUV freou com força, fazendo a areia subir. Todos se levantaram e saíram para a varanda.
Uma menina saiu irritada do carro, ela bateu à porta com força, fazendo os vidros quebrarem e sabia que essa era a tal . Ela parecia uma universitária comum, bem estilo menina da Flórida mesmo. Short e blusa curtos, uma jaqueta nos ombros e longos brincos nas orelhas, mas os cabelos negros e lisos e a pele bronzeada denunciavam que essa era a menina de quem estavam falando.
- EU QUERO SABER QUEM VAI ME EXPLICAR O QUE ACONTECEU! – Sua voz saiu alta, quase como o rugido de Sam.
- Ah, você está bem! – Leah foi de encontro com a menina.
- EU PRECISO DE EXPLICAÇÕES! – A voz da menina saiu mais forte, mas ela não negou o abraço apertado de Leah.
- Prometo te explicar tudo. – Leah disse e a menina a abraçou fortemente.
Algumas lágrimas deslizaram pelos olhos da menina, tornando o abraço cada vez mais apertado. Sam passou por mim, acariciando o cabelo da menina e ela deu um sorriso para seu pai. Se eu não soubesse de todo drama entre eles e Emily, poderia dizer que era quase como uma família feliz.
- Eu estou tão assustada... – Ela sussurrou em meio a um gemido.
- Bom te ver inteira, criança. – Sam disse.
- Você me deve muitas explicações. MUITAS! – Ela disse firme, desviando do abraço de Leah para abraçar Sam.
- Você conseguiu me ouvir? – Ele perguntou.
- Foi você mesmo? Eu não estava louca? – Ela perguntou, se afastando dele e passou as mãos nos olhos.
- Foi! – Ele acariciou o rosto dela. – Vamos entrar para conversar. Feliz que tenha chegado aqui. Como você veio? Alugou um carro?
- Hum... Você pode dizer que sim. – Ela fez uma careta. – Eu só preciso devolver ele na polícia...
- VOCÊ ROUBOU UM CARRO? – Sam disse.
- EU ESTAVA DESESPERADA, OK?! O QUE QUERIA QUE EU FIZESSE? E SE ACONTECESSE DE NOVO NO AVIÃO? – Nossas risadas ficaram mais altas e seus olhos negros se viraram para mim.
E foi como se algo me atingisse com força e meu peito pegasse fogo.
Foi como...
É como...
Gravidade.
Seu centro muda totalmente.
De repente, não é mais a Terra que prende você aqui.
É ela!

Minha mente seguiu para longe e diversas imagens surgiram em minha mente.
Nossas mãos se entrelaçaram.
Depois veio um abraço.
E um beijo.
Correndo juntos pela floresta como lobos.
Nossas roupas ficaram pelo chão.
Depois terminando em uma transformação pela floresta.
Os corpos humanos rolando pelo gramado.
Um amor maior do que meu próprio corpo.
Você faria qualquer coisa.
Seria qualquer coisa que ela precisasse.

Um casamento...
Filhos...
Dois meninos e uma menina...
Dormir juntos abraçados.
Aninhados como eternos namorados.
O largo sorriso em seu rosto antes de eu roubar outro beijo dela.
Um amigo.
Um irmão.
Um protetor.

Meus olhos focaram nos dela de verdade e ela tinha os olhos arregalados para mim. Sua respiração saiu com força e senti seus braços em volta do meu corpo, me puxando para si. Fiz o mesmo, afagando seus cabelos e sabia que faria qualquer coisa para protegê-la do mundo.
Qualquer coisa.


2. Imprinting

Uley

- Você me deve muitas explicações. MUITAS! – Falei firme, desviando dos braços de minha mãe para abraçar meu pai.
- Você conseguiu me ouvir? – Ele me perguntou calmamente.
- Foi você mesmo? Eu não estava louca? – Me afastei e ele passou a mão em meu rosto e era como se uma calmaria me atingisse ao estar de volta com meus pais.
- Foi! – Ele fez um carinho em meu rosto. – Vamos entrar para conversar. Feliz que tenha chegado aqui. Como você veio? Alugou um carro?
- Hum... – Pensei por alguns segundos. – Você pode dizer que sim. – Fiz uma careta. – Eu só preciso devolver ele na polícia...
- VOCÊ ROUBOU UM CARRO? – Meu pai gritou em meio a um rosnado.
- EU ESTAVA DESESPERADA, OK?! O QUE QUERIA QUE EU FIZESSE? E SE ACONTECESSE DE NOVO NO AVIÃO? – Algumas risadas me acompanharam e desviei meu olhar para os outros moleques presentes ali, todos meio que da minha idade, peles amarronzadas e cabelos escuros.
Até que meu olhar parou no último deles e senti algo atingir forte em meu peito.
Dessa vez não era a possível transformação. Tinha acontecido somente uma vez, mas era diferente.
Queimava, mas de uma forma boa.
Minha cabeça saiu dos olhos negros dele e foi para vários anos à frente, não saberia dizer como.
De repente nós estávamos nos beijando e eu poderia declarar meu amor por ela agora, mesmo sem nunca tê-lo visto na vida.
Seu abraço pareceu ser o mais quente e gostoso de todos, como se pudesse tirar todos os problemas das minhas costas.
Sua carícia em meu rosto tinha aquele toque quente e sereno.
Minha mente passou alguns anos e vi um buquê de flores e meus olhos se ergueram para o espelho e eu usava um vestido de noiva. Em um piscar de olhos, ele estava do outro lado do altar, com o sorriso mais lindo que vi na vida.
Nossas mãos se entrelaçaram novamente e seu beijo nela fez todo meu corpo arder.
As imagens mudaram e agora eu segurava um bebê no colo, os mesmos olhos e cabelos negros. A risada ecoou com força e meus olhos foram para o homem e duas crianças correndo pelos campos verdes.
Nossos filhos.
Eu me sentia...
Completa.
Como nunca me senti em 18 anos.
Meus pés tocaram no chão novamente, quase como se eu flutuasse e notei que estava no plano real novamente. Eu não fazia a mínima ideia de quem era esse homem, mas eu estou completamente apaixonada por ele, não só isso, mas eu poderia dar minha vida por ele.
Minha respiração saiu com força e só segui em sua direção, passando meus braços sobre os dele. Como se soubesse o que acabou de acontecer comigo, ele passou os braços em volta de meu corpo, me puxando para si e confirmando as visões que eu tive. Seu abraço era calmo, quente e delicioso.
Eu não sabia o que falar, e não tive coragem de falar nada, honestamente, eu só me sentia bem com seu corpo próximo ao meu e como se existisse uma verdadeira bolha em volta de nós. Nossos rostos se afastaram da curvatura do pescoço do outro e encarei seus olhos castanhos escuros, o nariz de batata e os lábios finos quase escondidos no tom de sua pele.
- Quem é você? – Minha voz saiu fraca.
- Quem você quiser. – Ele falou como se fosse a coisa mais natural do mundo e, pior, eu entendi.
- Ah, ótimo. Você teve um imprinting com a minha filha. – Virei meu rosto apressado para meu pai que entrava na casa.
- Um o quê? – Perguntei, assustada, voltando para realidade.
- Temos muito o que te explicar, titia. – Seth disse e sorri com ele, desviando dos braços do estranho e apertei-o com força.
- Ah, Seth! Saudades de você! – Falei, suspirando.
- Também senti. – Ele disse em um sorriso e acariciei o rosto dele.
- Meu Deus! Você está velho. – Falei, dramatizando, ouvindo-o rir.
- 15 anos, o membro mais novo da matilha. – Franzi os olhos.
- Ok, eu preciso entender o que aconteceu aqui. – Falei, erguendo os braços em desespero.
- Uma coisa de cada vez, querida. – Virei o rosto e suspirei.
- Tia Emy... – Falei surpresa e ela me abraçou e apertei-a igualmente.
- Temos muitas coisas para resolver em pouco tempo.
- Por que não vão treinar e eu me resolvo com ela? – Meu pai sugeriu de dentro da casa e suspirei. – As coisas vão ficar bem agora, criança. – Assenti com a cabeça, olhando para os diversos estranhos e depois para o amor da minha vida. Como ficariam bem quando eu só tinha mais dúvidas?
Você vai entender.
Franzi com o som em minha cabeça e virei o rosto para o amor da minha vida.
- Foi você? – Sussurrei e ele assentiu com a cabeça. – Ok, eu preciso de uma explicação. – Falei, entrando apressada dentro de casa.
- Antes, acho que mereço um abraço da minha neta, não?
- Ah, vovó! – Abracei-a com força, sentindo-a me tirar do chão e rimos juntos. – Sinto sobre o vovô... Sinto não ter estado aqui... – Suspirei.
- Não sinta, meu anjo. – Ela tirou meus cabelos do rosto. – Tudo vai ficar bem agora. – Assenti com a cabeça. – Agora vá! Seu pai a espera. – Ela me soltou. – E todos vocês, para fora! – Ela disse firme e virei o rosto para lá.
Minha mãe me deu um curto aceno de cabeça que eu retribuí, depois vi o garoto especial e os outros saírem com pressa pelo local e meus olhos se arregalaram quando eles se transformaram em sete largos lobos em minha frente, de tamanhos e cores diferentes, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
- Eu vou fazer um chá. – Tia Emy anunciou e suspirei, vendo meu pai sentado no sofá em frente à cozinha.
- Você não é guarda florestal, não é? – Perguntei ao me aproximar e ele negou com a cabeça.
- Não, criança. – Ele me esticou a mão e me sentei ao seu lado. – Antes, quero saber como você está.
- Tirando o fato de que eu me transformei em um lobo na noite passada... Acho que está tudo bem. – Falei, ouvindo-o rir.
- Foi difícil? – Suspirei.
- Eu não sei, não lembro muito do que aconteceu. Eu estava com febre, estava com raiva e...
- É como costuma aparecer. – Ele disse e suspirei. – É da sua família, criança. A magia é ativada quando um inimigo nosso está por perto, por isso optamos pela Flórida, é longe o suficiente daqui.
- Que inimigos? – Perguntei.
- Não se lembra das lendas? – Ele perguntou com calma. – O único inimigo direto dos Quileutes...
- Os frios... – Falei fracamente e ele assentiu com a cabeça. – Não, pai! Você está brincando! Os frios são vampiros, não? Eles existem?
- Você acabou de se transformar em um lobo e vai começar a duvidar do sobrenatural agora? – Engoli em seco.
- Existem vampiros em La Push? – Perguntei fracamente.
- Em Forks, para ser mais exato. E agora estamos ajudando um grupo deles a proteger uma amiga do Jacob... – Ele riu sozinho. – Uh, agora as coisas vão ficar interessantes.
- Como assim? – Franzi a testa.
- Jacob dizia que era apaixonado por ela...
- E não é mais?
- Não, agora ele é completamente apaixonado por você e fará de tudo para te proteger. – Ele disse firme.
- O Jacob é o...?
- Sim, seu objeto de imprinting. – Engoli em seco.
- O que é isso, pai? – Perguntei. – Eu não conheço aquele garoto e poderia me matar por ele...
- É o que aconteceu comigo e com Emily. – Ele disse firme. – É uma coisa de lobo. É algo que acontece após a transformação. É como identificamos nossas almas gêmeas...
- Mas como isso acontece? Eu nunca o vi na vida... – Suspirei.
- Existem muitas coisas sobre a magia que eu ainda não consigo compreender, criança, mas é assim que acontece. – Ele sorriu. – E você já o viu antes, mas era criança, antes de te levarmos para Miami...
- Isso é tão confuso para mim, pai...
- É para todo mundo. O começo é difícil e bagunçado, mas as coisas serão compreendidas com o passar do tempo. – Suspirei. – Saiba que você pode confiar em mim e em todas as pessoas que estavam aqui.
- Mas se eu estava longe, como isso aconteceu comigo? Se não existem vampiros em Miami... Eu espero.
- Existem vampiros em todos os lugares, , talvez existisse algum à sua volta, mas não importa olharmos para trás agora. Você se transformou e sua vida nunca mais vai ser a mesma... Você não vai poder voltar para a Flórida... – Engoli em seco. – Você vai aprender a se controlar... A lutar...
- E se eu não quiser nada disso? – Perguntei fracamente.
- Sinto lhe dizer, mas você não tem escolha, criança... – Engoli em seco.
- Isso é... Perigoso?
- Sim, é sim, mas só atacamos quando somos ameaçados... Como é o caso de uma batalha que vai acontecer amanhã.
- Batalha? Pai, do que está falando? – Perguntei firme.
- Segure minha mão. – Ele esticou-a. – Talvez você possa encontrar respostas que procura... – Ele disse e suspirei.
- Vai machucar? – Perguntei.
- Não... – Ele disse em um sorriso e segurei sua mão, sentindo meu corpo ser puxado para outro plano novamente.

Black

- Então, você teve um imprinting com a minha filha... – Arregalei os olhos, virando para Leah.
- Eu não tive culpa! – Falei rapidamente.
- Eu sei... – Ela disse calma, suspirando.
- Eu estou me sentindo um idiota... – Ri fracamente.
- Por quê? – Ela perguntou.
- Eu nunca acreditei nessa coisa de imprinting... Agora, quando eu menos esperava... – Neguei com a cabeça. – Eu não sei o que fazer...
- Só cuide dela, por favor. – Ela falou. – Eu a perdi quando ela tinha oito anos, agora quando pensei que finalmente a teria por perto, ela se tornou sua...
- Eu não quero tirá-la de vocês, Leah. – Falei firme. – Eu não sei o que aconteceu ainda. Eu não entendo o que é um imprinting... Eu mal falei com ela... Eu... – Suspirei. – Eu não entendo como posso amar alguém que eu nunca vi na vida de uma forma tão grande... – Neguei com a cabeça e ela deu um sorriso.
- Também não entendi quando Sam disse para mim... – Ela suspirou. – Ver a felicidade deles depois de tudo... Foi estranho. – Ela pressionou os lábios. – Mas quando eu passei pela transformação, eu entendi. – Ela suspirou.
- É difícil? – Perguntei. – Ouvir os pensamentos dele?
- É... – Ela suspirou. – E eu odeio cada minuto disso. E odeio precisar rebater tudo o que eles falam ou fazem, por puro egoísmo... – Assenti com a cabeça. – Mas então eu ouvi os seus pensamentos agora pouco...
- Você ouviu? – Ela assentiu com a cabeça com um curto sorriso nos lábios.
- Eu não tenho nada contra você, Jacob. Eu só não queria fazer parte disso. – Assenti com a cabeça.
- Acho que ninguém realmente queria... – Comentei.
- Então, se seus pensamentos se realizarem... – Ela maneou com a cabeça. – Ela vai ser muito feliz. – Assenti com a cabeça.
- Eu vou fazer o possível para isso, Leah! – Falei e ri fracamente. – Eu nem a conheço e já estou prometendo isso. Que tipo de magia é essa? – Ela gargalhou alto e acho que foi a primeira vez que a vi Leah rir e me pareceu bom.
- Bem... Te garanto que você nunca vai ficar entediado. – Ela deu de ombros.
- Como assim? – Franzi a testa.
- Ela é uma menina da cidade grande, Jacob. Essa mudança brusca pode enlouquecê-la um pouco...
- Mais mudanças do que se tornar um lobisomem? – Perguntei e ela riu fracamente.
- É... Mais do que isso. – Ela suspirou. – Ela vai odiar isso!
- Tal mãe, tal filha... – Falei.
- Acredito que vá ser pior para ela. – Ela suspirou. – Eu conheço essa vida há 10 anos, sem nem acreditar nela. Ela está entrando nisso agora quando tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. – Suspirei.
- Você acha que Sam vai colocá-la para lutar amanhã? – Perguntei, virando para a casa e vendo Sam e conversando.
- Ele não é louco a esse ponto. – Leah disse. – Na verdade, ele deve estar divido... Empolgado por ela ter passado pela transição, mas desesperado do que pode acontecer com ela. – Sorri.
- Como você está? – Perguntei.
- Nem eu conheço minha filha direito, Jacob. Vou precisar começar novamente...
- Independente do que acontecer, eu não vou afastá-la de vocês. – Falei.
- Só cuide dela. – Leah pediu e assenti com a cabeça.
- Com minha vida. – Falei.
Virei o rosto para a porta, vendo e Sam se abraçando e suspirei.
Minha cabeça estava uma completa bagunça. Eu só tinha me apaixonado uma vez e ainda estaria se não fosse e seus olhos negros, estilo de menina da cidade grande e cabelos lisos. A última vez que conversei com Bella, eu estava tentando convencê-la de que era possível ser apaixonado por duas pessoas ao mesmo tempo e que só a beijaria novamente quando ela pedisse.
Agora eu não tinha a menor intenção de ficar com Bella e queria saber todos os detalhes de ou só passar o resto da minha vida com ela. É loucura pensar isso de alguém que eu acabei de conhecer, mas ela é incrível.
- Ela parece uma princesa... – Suspirei, ouvindo a risada de Leah. – Você ouviu isso?
- Sim! Eu ouvi. – Ela deu um toquinho em meu ombro. – Eu poderia dizer que é o imprinting falando, mas ela é... – Leah disse. – Boa sorte em ajudá-la com a vida calma de La Push. – Fiquei hipnotizado com vindo em minha direção que ignorei meu alfa ao meu lado.
Contenha seus pensamentos, Jacob. A voz de Sam apareceu em minha cabeça.
- Eu posso ouvir agora, gente! – disse e ri fracamente.
- Por que vocês não conversam? – Leah sugeriu e um rosnado saiu da garganta de Sam.
- É... Claro... – disse e sorri.
- Quer dar uma volta? – Sugeri.
- Uhum. – Ela disse e indiquei a cabeça para o lado, andando pelo gramado.

Uley

Minhas mãos suavam, mas não no sentido de meu corpo andar por volta de 42 graus sempre, elas suavam de nervoso. Fazia alguns minutos que eu estava andando a esmo para dentro da floresta com Jacob – o garoto que eu estou completamente apaixonada –, mas nenhum dos dois parecia falar nada e parecia que sua mente estava em branco agora.
Meu pai conseguiu me explicar um pouco sobre isso. Todas as lendas da tribo são verdadeiras. E só conseguimos nos transformar em lobos porque nossos inimigos estavam de volta em nosso território depois de 70 anos, quando meu tataravô Levi Uley, junto de Ephraim Black, bisavô de Jacob, e Quil Ateara II, bisavô de Quil, os enfrentaram.
E só tinha um inimigo dos lobos e esses são os vampiros, o que quer dizer que se eu tenho a capacidade de virar um lobo, vampiros rondavam Forks. Meu pai não mencionou nomes e nem entrou em detalhes nessa parte, mas sua mente estava muito elétrica sobre uma batalha e eu tinha medo do que isso queria dizer.
- Não tenha. – Virei para Jacob.
- O quê? – Perguntei.
- Eu... Desculpe, eu estou lendo seus pensamentos. Você está com medo do que pode acontecer com seu pai amanhã. – Ele disse.
- Não só com ele, com você também. – Falei rapidamente. – E comigo. Eu não sei me controlar, Jacob, eu só me transformei uma vez...
- Oh, vamos desacelerar! – Ele se colocou em minha frente, me fazendo parar o passo. – Você não vai lutar amanhã. Eu decido isso! – Ele apertou meus braços, me fazendo relaxar com suas mãos quentes em meu corpo. – Você precisa de um pouco mais de transformações antes de enfrentar um exército de recém-criados.
- O que eles são? – Perguntei, erguendo meus olhos para ele.
- Sanguessugas que acabaram de ser mordidos. – Ele disse, subindo as mãos para meus braços. – Estamos treinando tem alguns dias e...
- Ontem! – Falei firme. – Eu posso ler seus pensamentos também, não tente me enganar. – Ele riu fracamente.
- Mas temos experiência, estamos prontos para isso. – Ele disse. – Você não! E vamos te ajudar a passar por isso depois que os eliminarmos.
- Por que você diz com esse tom? – Perguntei.
- Que tom? – Ele falou, irritado.
- Esse tom! – Perguntei firme. – Eu não te conheço, mas você é fofo para falar assim... – Pressionei os lábios, vendo-o rir fracamente.
- Eles são nossos inimigos naturais e...
- Ok, os que estão tentando matar vocês, entendo. Mas meu pai disse que vocês estão ajudando um grupo de vampiros na cidade. O mesmo que estava aqui há 70 anos. Ou vocês pretendem matá-los também? – Ele suspirou.
É complicado...
- Eu prefiro falar, se possível! – Dei um sorriso, ouvindo-o rir.
- A mulher que vamos salvar... – Ele disse.
- Bella. – Falei. – Já vi o nome dela aí na sua cabeça... – Ele riu fracamente. – Sua ex?
- Não exatamente. – Suspirei. – Eu era apaixonado por ela.
- Oh. – Falei. – É algo recente?
- Essa manhã! – Arregalei os olhos.
- E agora estou no meio do caminho? – Perguntei, rindo de nervoso.
- Não! Essa é a questão... – Ele suspirou. – Esse imprinting faz eu amar você com cada fibra do meu corpo... – Ele riu fracamente. – Pela manhã eu entraria em uma briga com o vampiro que é namorado dela para fazê-la feliz...
- Agora? – Perguntei.
- Eu só quero você. – Dei um curto sorriso. – Do jeito que você me quiser...
- Um amigo, um irmão, um protetor? – Perguntei.
- É... – Ele sorriu.
- Um amante também? – Ele riu.
- O que você quiser. – Ele apertou suas mãos em meu corpo e ri fracamente, levando os dedos para seus lábios.
- Eu não costumo me apaixonar antes de beijar... Mas isso é diferente. – Falei, sentindo seus lábios deslizando pelos meus dedos e fechei a mão em seu rosto. – E você tem uma namorada para terminar antes...
- Eu não tenho uma namorada. – Ele disse, me fazendo rir. – Bem... Não aquela que você está pensando... – Ri fracamente.
- Você é bem atrapalhado, não é?! – Passei os braços em seus ombros e ele me apertou em um abraço, me fazendo rir.
- Eu estou louco para te conhecer, . – Ele disse e apoiei a cabeça em seu ombro.
- Sua cabeça me diz que você tem um compromisso antes. – Falei.
- Ah, merda! Eu tenho. – Ele suspirou. – Eu prometi que levaria a Bella para o topo da montanha.
- Por que você? – Perguntei.
- O cheiro. – Falei. – É difícil explicar, mas você vai perceber quando ficar perto de um vampiro. Isso se ficar. – Ele disse, me fazendo rir.
- Você não parece empolgado por isso. – Falei.
- Nem um pouco. – Ele sorriu. – Se eu pudesse, ficaria longe, mas seu pai é o alfa, ele que manda. – Assenti com a cabeça.
- Você seria o quê? O beta? – Perguntei, rindo.
- É... Algo assim. – Ele maneou com a cabeça.
- Eu não sei o que vai acontecer amanhã, mas tomem cuidado, ok?! – Pedi, acariciando seu rosto.
- Pode deixar. – Ele assentiu com a cabeça. – Só gostaria que isso tivesse acontecido em um momento mais calmo.
- Acabem com eles que podemos sair para jantar. Tem algum lugar bacana por aqui? – Perguntei e ele fez uma careta, ponderando com a cabeça. – Um McDonald’s?
- Ah, isso é certeza que não! – Rimos juntos. – Mas a gente dá um jeito. – Assenti com a cabeça.
- Bom! – Sorri. – Enquanto você luta com alguns vampiros, eu vou organizar minha vida. – Apoiei as mãos em seus ombros. – Sabe... Eu acabei de descobrir que me transformo em lobo, fiz muita bagunça por onde passei, larguei a faculdade, roubei um carro e não trouxe uma troca de roupa sequer... – Ele riu fracamente.
- Acho que você tem mais problemas do que eu. – Ele disse, rindo.
- É... Acho que sim. – Retribuí seu sorriso.

Black

- Você está mais quieto hoje. – Bella falou enquanto corríamos montanha acima.
- Não é nada. – Falei. – Só preocupado contigo.
- Nada de novo, só vampiros tentando me matar. – Ela disse, rindo.
- É... Para variar! – Ri fracamente, visualizando Edward no topo da montanha.
- Você ficará segura agora. – Falei, colocando Bella no chão e ajudei-a a desviar de algumas pedras até ficar no mesmo nível.
Observá-la abraçar Edward não me deu repulsa pela primeira vez na vida. Era loucura pensar que eu estava completamente apaixonado por uma menina que nunca vi na vida. Mas se pensar que até quatro horas atrás eu era apaixonado por Bella e já mudei minha visão, não era muito estranho.
Eu posso ler seus pensamentos, sabia? Ri com a voz de em minha cabeça.
Não é só você! Sam falou e neguei com cabeça.
Pai, cai fora!
Não funciona assim, filha!
- Do que está rindo? – Bella perguntou.
- Coisa de lobo. – Falei simplesmente.
- Obrigado por trazê-la! – Edward disse.
- É bom você voltar antes da tempestade. – Bella disse.
- Não, vou ficar! – Falei firme. – Precisará da minha ligação com a alcateia para saber o que se passa.
- Não vai lutar? – Bella perguntou, esperançosa.
- Seth me substituirá de manhã. – Falei. – Está triste de não participar, mas isso o manterá longe de encrenca.
Fico um pouco mais feliz em saber disso. Ele é muito pequeno. falou em meus pensamentos novamente.
- Vamos para dentro. – Edward disse para Bella e os observei ir para dentro.
Você não tinha algo a mais para fazer? Perguntei para .
Uh, alguém está na defensiva. Ela disse, rindo. Não gosta de ter alguém nos seus pensamentos sempre?
Não quando eu sei que seu pai está ouvindo isso agora.
Pelo que eu entendi, ele vai ouvir sempre.
Ela disse, rindo. Mas preciso assumir que é melhor do que mandar mensagem.
Isso é!
Falei sorrindo.
Eu vou fazer minhas coisas, só cuidado com seus pensamentos. Sorri.
Você realmente precisa ir?
Oh, agora você quer minha presença?
Ela disse, rindo.
Ah, ! Sua risada saiu alta.
Faça o que tem que fazer. Meu pai está organizando umas coisas para a batalha aqui e, pelo jeito, eu vou ter uma reunião com o conselho.
O QUÊ?
É! Por quê? É mal?
Ela perguntou.
Bem... Você vai conhecer meu pai e eu ainda não contei para ele que sofri um imprinting...
Pensar nisso é muito ruim para você, não é?
Seu tom de voz mudou.
Não! Nem um pouco! Eu estou feliz por ser você... Eu só... Eu não acreditava nessa baboseira até acontecer. Suspirei.
Bom! Nunca acreditei em amor à primeira vista também, mas pelo jeito a vida achou interessante zoar com a nossa cara.
A vida ou uma lenda de mais de oito séculos.
Suspirei.
É... Algo assim! Ela disse. Eu estou tão perdida quanto você, Jacob... Vamos descobrir juntos, que tal?
Estou doido para descobrir.
Pude ver seu sorriso em minha mente.
Nos vemos pela manhã. E cuidado com seus pensamentos.
Dorme bem, meu anjo.
Você também...
Ela disse calmamente.
Ri fracamente e me sentei em uma pedra, observando o sol se pôr aos poucos. Podia ser o imprinting falando, mas essa área do país era bonita. Nunca tinha apreciado até agora. Talvez seja a opção de ter em minha vida.
Quando a noite chegou, a tempestade que esperávamos chegou, fazendo uma neve fina e constante cair no topo da montanha. Não demorou muito para ouvir os dentes de Bella rangendo e era irônico como seu precioso sanguessuga não poderia ajudá-la nessa.
Pensamentos, Jacob!
Ri fracamente antes de seguir em direção à cabana. Puxei o zíper, encontrando ambos lá dentro. Bella estava com diversas cobertas, mas nada disso parecia ajudá-la a passar pelo frio.
- Não vou conseguir dormir com os dentes batendo. – Falei, vendo os olhos de Bella desesperados e me coloquei para dentro da cabana, fechando-a novamente.
Bella me olhou de forma suplicante e sabia que eu poderia ajudar com isso.
- Esqueça! – Edward disse.
- Ela pode precisar dos dedos um dia. – Falei firme. – E vamos combinar, sou mais quente do que você! – Falei e senti sua mão me pressionar. – Tire suas mãos de mim.
- Tire suas mãos dela. – Edward falou firme.
- Não briguem! – Bella disse.
- Se ela ficar doente, a culpa é sua. – Falei firme e ele observou Bella por mais alguns segundos antes de afirmar com a cabeça.
Me aproximei de Bella, deitando ao seu lado e não demorou para que ela me abraçasse, aninhando seu corpo em meu peito.
- Nossa! Você está congelando, Bella. – Falei. – Relaxa, você vai se esquentar em um instante. – Falei firme. – Mais depressa se você tirar a roupa.
PENSAMENTOS, JACOB!
- Jake! – Bella me repreendeu.
- Técnica básica de sobrevivência. – Falei.
Vai ser linda essa técnica de sobrevivência quando eu te ver amanhã. Sabia que eu quebrei uma árvore no meio com um soco? Imagina o que eu posso fazer contigo. A voz de surgiu irritada em meus pensamentos.
Uh, essa eu quero ver!
Não me teste! Você não vai gostar disso!
Ela disse firme.
Não demorou mais do que alguns minutos para que Bella estivesse dormindo. Meu corpo mais quente acalmou seus sentidos congelados rapidamente. havia ficado quieta em meus pensamentos, mas o sanguessuga não parava de olhar firme para mim.
- Algo mudou, certo? – Ouvi sua voz tão gelada quanto sua pele.
- O quê? – Ergui o rosto para ele.
- Você! Seus pensamentos... Não estão em Bella, estão fora daqui... – Deu um aceno de cabeça.
- Não quero falar da minha vida pessoal contigo. – Falei.
- Eu estou tentando ser legal, Jacob. – Ele disse.
- Não. Você quer saber se eu vou desistir da Bella. – Falei.
- Não posso negar que me deixaria muito feliz. – Ele disse com um sorriso no rosto.
- Eu não escolhi isso, a vida sim. – Falei, suspirando.
- Você teve um imprinting. – Ele disse firme e soltei um suspiro.
- É... Antes de vir para cá. – Falei, suspirando.
- Sam tem uma filha? – Ele perguntou.
- Sai da minha cabeça, cara. Está ficando superlotado aqui dentro. – Falei e ele deu uma fraca risada.
- Você vai falar para Bella? – Ele perguntou.
- Depois da luta, talvez... – Falei.
- Você está feliz com isso? – Ele perguntou e ergui o rosto para seus olhos dourados.
- Confuso. – Assumi. – Ela parece incrível, mas é bagunçado ainda. Eu amo alguém que eu vi pela primeira vez há oito horas. – Suspirei.
- Cuide-se amanhã e descubra. – Ele disse firme. – Apesar de você ter tentado tirar de mim a razão da minha existência, fico feliz de ter encontrado a sua. – Assenti com a cabeça.
Razão da sua existência? Isso é brega até para mim, mas gostei! Ri fracamente.
- O quê? – Edward perguntou.
- Não é contigo... – Indiquei a cabeça. – Ela. – Ele deu um aceno de cabeça.



3. Razão da Minha Existência

Uley

- Fique calma, ok?! – Ouvi meu pai falar. – Eles só vão te contar a história e te conhecer melhor. Ninguém esperava que você se transformasse lá da Flórida.
- É, relaxa, tia. Você vai adorar isso. – Seth disse e abracei-o pelos ombros.
- Você tem sorte por eu te amar muito, sobrinho! – Dei um beijo em sua cabeça, empurrando-o para frente, vendo-o avançar alguns metros.
- Oh, pega leve, ! – Ele disse, rindo e arregalei os olhos.
- Ok, eu sou muito forte. – Falei, sacudindo as mãos.
- Você vai aprender a se controlar com o tempo. – Minha mãe disse e suspirei.
- Vem! – Meu pai disse e segui em direção à fogueira que deixava aquele tempo mais quente. Se fosse alguns dias atrás, eu estaria com vários casacos e não gostaria de colocar a cara para fora de casa, mas a calça jeans, a regata e o quimono de sempre estavam aguentando bem o tempo.
Temperatura corporal de 42 graus tinha alguma vantagem.
- Você está pronta? – Vi minha avó e assenti com a cabeça.
- Nervosa. – Falei e ela me abraçou fortemente, dando um beijo em minha cabeça.
- Estamos aqui contigo. – Ela sussurrou e assenti com a cabeça.
- Vem... – Meu pai me puxou e suspirei, seguindo mais perto da fogueira, vendo o restante da alcateia, que eu havia descoberto mais cedo que eram Paul, Jared, Quil e Embry, além de papai, Jacob, mamãe e Seth. Agora eu. Junto deles tinha um homem de cadeira de rodas e um senhor mais idoso.
- Sam! Que surpresa, não?! – O homem na cadeira de rodas disse e me aproximei deles.
- Completamente inesperado, Billy! – Ele disse e soube que era o pai de Jacob.
- , é um prazer revê-la. – Ele disse esticando a mão e segurei-a, cumprimentando o homem.
- Desculpe... Eu não lembro do senhor. – Ele deu um aceno com a cabeça.
- Não se preocupe. – Ele sorriu. – É um prazer tê-la conosco.
- O prazer é meu. – Falei.
- Soube da melhor, Billy? – Seth passou rindo.
- O quê? – Ele perguntou.
- Ela é sua nora! – Ele me sacudiu.
- Ah, Seth! – Empurrei-o novamente, fazendo-o gargalhar.
- NÃO! – O senhor falou alto. – Imprinting?
- É. – Meu pai disse rindo. – Somos parentes agora, Billy.
- Uau! Por essa eu não esperava! – Billy disse e dei um curto sorriso. – Vai ser um prazer tê-la em nossa família.
- Podemos ir devagar com as coisas? – Pedi fracamente.
- Escondemos a realidade dela por muitos anos, agora precisamos recuperar o tempo perdido o mais rápido possível. – Meu pai disse.
- Ela vai participar da batalha amanhã? – Billy perguntou.
- Nem pensar! – Meu pai falou rapidamente. – Ela só se transformou uma vez, não tem controle da força, vai ter muito treinamento antes de ir para campo... – Pressionei os lábios.
- Bom saber. – Falei.
- Venha conosco e te explicaremos tudo. – Minha avó disse e virei o rosto para meu pai e ele deu um aceno com a cabeça. Segui com minha avó e Billy, me aproximando do outro idoso.
- Essa é o avô do Quil. – Billy disse. – Quil também.
- Um prazer te conhecer. – O cumprimentei com um aperto de mãos.
- Não tenha medo, criança. – Ele disse e assenti com a cabeça. – Venha! – Ele indicou com as mãos e me sentei em um tronco tombado entre minha avó e o velho Quil.
- Você lembra das histórias, criança? – Billy perguntou e assenti com a cabeça.
- Sim, as conheci quando mais nova. – Falei fracamente e senti um aperto em minha mão.
- Não tenha medo. – Minha avó disse e suspirei, apertando sua mão de volta.
- Eu não sei como não ficar. – Suspirei.
- Qual seu receio, criança? – Billy perguntou.
- Eu não queria nada disso. – Falei baixo, mas o silêncio em volta da roda com somente a fogueira crepitando parecia que eu falava alto. – Eu não acreditava nessas histórias até ontem. É por isso que são chamadas de lendas, não?
- , por favor... – Meu pai pediu.
- “Por favor” o quê? Vocês não acharam que seria interessante contar para mim que eu poderia virar um lobo um dia? – Perguntei com força. – Ou que eu me apaixonaria perdidamente por um garoto que eu nunca vi na vida? – Meu tom de voz aumentou e notei o fraco rosnado por trás dela.
- Sim, pensamos! – Meu pai disse. – Foram dias pensando se deveríamos te manter aqui ou te esconder na Flórida. Mas pensamos que você não gostaria de crescer com isso. – Ele disse.
- Deixa eu falar, Sam. – Minha mãe pediu e virei meu rosto para ela. – Te tivemos com 15 anos, filha. Te criar na época foi um desafio, mas passamos por todas as dificuldades e te criamos bem. – Ela suspirou. – Com 23 anos, com a volta de alguns vampiros nas redondezas, seu pai passou pela fase. Na época eu também achei que era loucura, mas eu vi a transformação com meus próprios olhos e vemos o que aconteceu com Emily... – Desviei o rosto para minha tia, engolindo em seco. – Eu não queria que fosse assim, mas eu queria te proteger, porque eu nunca quis isso, e achei que não quisesse também.
- É... – Suspirei. – Eu estou dividida. Parte de mim acha loucura e quer voltar para Flórida, mas parte de mim está inclinada a isso...
- É o imprinting. – Meu pai falou. – Sempre vai te puxar para perto do Jacob.
- Eu não o conheço! – Falei firme. – Como eu posso estar apaixonada por alguém que eu vi uma vez? – Suspirei.
- Magia?! – Meu pai tentou em tom animador e soltei um riso fraco, vendo-o ficar sério em seguida. – Eu gostaria de dizer que você tem escolha... Gostaria de dizer que sabemos como desligar isso, mas é algo que está em nosso sangue, . – Ele suspirou. – Não sei ainda como isso te afetou tão longe. Se a ameaça da batalha de amanhã é tão forte que te atingiu ou se você esteve perto de algum vampiro que não sabemos, mas eu preciso te proteger. – Engoli em seco.
- Do quê? – Perguntei fracamente.
- Da única coisa que matamos. – Ele disse sério.
- Vampiros... – Falei fracamente e ele assentiu com a cabeça.
- Eu... Eu vou ter que lutar? – Perguntei fracamente.
- Eu não sei. – Ele disse honesto. – Você vai ficar aqui amanhã. Não vou te colocar em batalha no seu primeiro dia... – Assenti com a cabeça. – Mas você precisa aprender a lutar e a se proteger, caso a luta de amanhã não seja a última. – Engoli em seco.
- E tem como saber? Se vai ser a última...
- Não. – Ele disse fracamente. – E com os vampiros em nosso território, nossos nervos sempre ficam mais aumentados.
- Mesmo esses que você me disse que possuem uma parceria? – Perguntei.
- Mesmo esses. – Ele disse e suspirei.
- E essa batalha de amanhã? O que estão protegendo? Por que precisa acontecer? – Perguntei.
- Vamos proteger Bella, namorada de um dos vampiros. Ela é filha de um amigo nosso. – Billy disse. – Humana.
- É a menina que estava nos pensamentos do Jacob... – Falei fracamente e ouvi algumas risadas fracas vindas dos meninos.
- É, ele era apaixonado por ela até hoje às 16:57. – Seth disse rindo e foi inevitável não rir junto.
- Enfim... – A voz de meu pai rosnou mais alta. – O namorado dela precisou matar um vampiro que estava caçando-a há uns dois anos. A namorada dele vem atrás de vingança. E, mesmo se não fosse alguém de Forks, vários vampiros estão vindo para o nosso território... Precisamos proteger. – Assenti com a cabeça.
- E o que eu faço? – Perguntei fracamente.
- Nada! – Meus pais falaram juntos, mas podia jurar que tinha outras vozes, inclusive uma em minha cabeça.
- Você vai ficar aqui. Quando tudo acabar, vamos começar seu treinamento como todos dessa roda. – Olhei para a roda e, apesar de meus pais serem muito novos, todos os outros eram tão novos quanto eu, talvez até mais. Seth tinha 15 anos, se eu não tiver perdido as contas, é loucura.
- Enquanto isso... – A voz de meu sobrinho foi ouvida. – Podemos nos divertir.
- Seth! – Minha avó o repreendeu.
- Ah, qual é, mãe! A força é legal! – Ele disse animado. – Vai, soca alguma coisa. – Arregalei os olhos, olhando para o pessoal em volta, terminando em meu pai.
- Vai, talvez mude sua ideia. – Ele disse e suspirei, levantando com Seth e o restante dos rapazes.

Black

- A noite número um é a que você disse que se casaria comigo, senhora Cullen. – Franzi a testa.
- Estamos no século 21, quero pelo menos usar os dois sobrenomes. – Ouvi a voz de Bella quando me aproximei.
- Vai casar com ele? – Perguntei, confuso no que estava sentindo.
- Jake, eu... – Bella se aproximou de mim, virando o rosto para Edward novamente. – Você sabia que ele estava ouvindo!
- Ele merece saber! – Edward disse em sua voz calma de sempre.
- Não se importem comigo, sério! – Falei, dando meia volta, rindo sarcasticamente.
Ok, eu tive imprinting com ontem e nada mais importava, mas isso não aconteceu noite passada. Isso é antigo e eu sentia algo estranho no peito.
Ciúmes, Jacob?
Sai da minha cabeça, !
Eu estou entediada, todos foram para a batalha.
Continue entediada, logo chegamos!
Bufei alto.
- JAKE! – Virei o rosto para Bella. – Por favor! Deixa eu explicar!
- Você não precisa explicar nada, Bella! – Falei firme.
- Sim, eu preciso! Você está bravo comigo e...
- Não tem nada mais que eu possa fazer, Bella! – Falei firme, olhando em seu rosto e só conseguia ver em seus olhos.
- Por favor... – Ela pediu fracamente.
- Eu vou descer para lá e ajudar o pessoal, ok?! Está tudo bem!
- Você não está sendo racional, não faça isso! – Ela falou em seu tom nervoso. – Fique! Por favor!
- Por quê? – Ri fracamente. – Pensei que tudo o que estávamos fazendo aqui fosse para te proteger! Sabíamos do risco!
- Eu não quero te perder também! – Ela gritou novamente. – Você é muito importante!
- Você também! É por isso que estamos nisso.
Eu consigo ler os pensamentos dela, sabe? Vai ser engraçado de assistir!
!
- Me beija! – Bella pediu e franzi a testa.
Essa vai ser interessante! falou risonha.
- Eu não posso. – Falei para Bella.
- O quê? – Bella pareceu confusa. – Estou pedindo para você me beijar, como você pediu. – Ela disse.
- Eu sei. – Suspirei, me aproximando dela. – Mas as coisas mudaram, Bella. – Pressionei os lábios.
Jake, você precisa ir. Ouvi os pensamentos de Seth.
- O que mudou? – Bella perguntou confusa e suspirei.
- Eu preciso ir! – Me afastei dela, correndo pedras abaixo e, com rapidez, já havia me transformado no grande lobo.
Descer para a clareira demorou mais do que o esperado, os pensamentos de Sam e do restante da alcateia eram intensos e confusos. Muito acontecia ao mesmo tempo. Precisei descobrir quando cheguei lá.
Havia cerca de cem recém-criados contra os seis vampiros e os oito lobos. Fiquei feliz por realmente não estar ali. Assim que coloquei as patas na clareira, eu já abocanhei algumas cabeças, sentindo o gosto de vidro em minha língua rapidamente.
Ajudei Emmett a se livrar de alguns e Jasper me ajudou em outras situações. A batalha, se pudesse dizer assim, não foi nada duradoura! Em menos de cinco minutos todos os tais recém-criados haviam se transformado em pedaços de diamantes na larga clareira.
Bem que Jasper disse que não seria uma grande batalha.
Carlisle e o restante deles atearam fogo nos corpos e foi prazeroso vê-los queimar.
Vocês estão quietos demais! Estão todos bem? A voz de se apareceu em minha mente de novo.
Sim, criança! Todos bem. Sam respondeu por nós e suspirei.
Observei os vampiros checarem os corpos um a um, enquanto eles viraram cinzas, completamente destruídos. Edward e Bella apareceram com notícias sobre os Volturi, a realeza deles, como eles mesmos citavam.
- Os Volturi estão chegando! – Alice anunciou.
- Quando tempo? – Edward perguntou.
- Alguns minutos! Talvez 10. – Ela respondeu.
- A alcateia deve partir. Os Volturi não honrarão a trégua com os lobisomens. – Edward disse. E apesar de querer uma boa briga, não era mais problema nosso.
Espera! Eu sinto algo...
O quê, Jake?
Sam perguntou.
ATRÁS DE VOCÊ, LEAH!
Leah foi em direção a um recém-criado que apareceu por entre as árvores e ele conseguiu mantê-la firme em seus braços, sufocando-a. Ataquei-o imediatamente, mordendo-o pela cabeça, mas ele lutou e meu corpo girou no chão contra o dele.
“Não deixe-o te apertar pelas costas. Eles te esmagarão na hora.”
A voz de Jasper veio rápido demais em minha cabeça quando me vi de costas para o sanguessuga. Foi necessário só um aperto para meus ossos estraçalharem e meu corpo cair no chão, em forma humana de novo.
JACOB!
As vozes se misturaram em minha cabeça, mas Carlisle e Edward já estavam ao meu lado, assim como Bella que apareceu em minha visão.
JACOB! gritava em meus pensamentos.
- Os ossos da parte direita estão quebrados. – Carlisle disse.
- Jacob! – Bella se debruçou. – Eu estou aqui! – Ela disse com um sorriso no rosto.
- Idiota! Ele estava em minhas mãos! – Leah e o restante da alcateia apareceram.
- Chega, Leah! – Sam disse.
- Preciso alinhar os ossos antes que a cicatrização comece. – Ouvi Carlisle dizer.
- Precisamos tirá-los daqui, não vamos vencer uma luta contra os Volturi! – Edward disse.
- Vamos levá-los para casa do Billy. – Sam disse.
- Vou assim que possível! – Carlisle respondeu.
- Aguente firme, Jake! – Bella disse e o restante da alcateia se colocou a minha volta, me erguendo devagar, fazendo meu corpo gritar em dor, misturando os ossos fora do lugar e a rápida cicatrização.
ALGUÉM ME RESPONDE! gritou novamente.
Eu estou bem, meu amor! Eu estou bem. Respondi antes de perder meus sentidos.

Uley

- Isso é culpa de vocês! – Falei andando em círculos.
- ! – Meu pai me repreendeu.
- “”, nada! Você não podia ter deixado isso acontecer! – Parei em frente. – Vocês não têm que ajudar os vampiros. Isso não é problema nosso!
- Talvez você devesse falar com o seu namorado sobre isso. Não queríamos nos envolver nisso. – Minha mãe disse.
- Leah! – Meu pai a repreendeu.
- Parem vocês dois! Cansei disso! – Falei firme. – Não ligo em quem é alfa e quem não é! Essa picuinha entre vocês é infantil! – Eles bufaram.
- Foi ideia do Jacob, e matar vampiros é nosso dever, . Deve aprender isso. – Meu pai disse.
- Talvez eu não queira. – Bufei, cruzando os braços.
- Aposto que Jake não acha que tenha sido uma péssima ideia. – Paul disse, me fazendo suspirar.
- Eu vou matá-lo! – Falei firme, sentindo um rosnado sair de minha garganta.
- Ele vai ficar bem, criança! – Meu pai me puxou para um abraço e suspirei, aceitando o carinho em minha cabeça.
Desviei meu corpo quando ouvi uma derrapada de carros e uma caminhonete antiga e vermelha parou na frente da casa de Jacob. De lá saíram duas pessoas. Uma menina, talvez da minha idade, cabelos e olhos castanhos contrastando com sua pele pálida. Bella.
O primeiro amor de Jacob.
Do outro lado alguém bem mais pálido do que ela, igual o médico que estava lá dentro.
Vampiro.
- A-A-A-A-A-AH! – O grito de Jacob ficou alto, fazendo cada espinha do meu corpo se arrepiar e as lágrimas deslizaram sem dó pela bochecha.
- Eu vou matá-lo! – Falei fracamente.
- Como ele está? – Ela perguntou e seu olhar veio em mim, a novata.
- Está gritando tem um tempo. – Quil disse. – O doutor está quebrando os ossos.
- Por que ele se meteu? Eu ia destruí-lo...
- Mãe! – Foi minha vez de repreendê-la e o olhar da tal Bella olhou para mim em confusão e desviei meu olhar dela, vendo o tal médico sair da casa e meu pai mudou a pose rapidamente.
- O pior já passou. Ele vai ficar bem! – O vampiro médico, incrível contradição, disse. – Dei morfina, mas o efeito passará logo com sua temperatura corporal. Vou voltar para fazer uma perfusão.
- Obrigado. – Billy disse, apertando a mão dele e dei um aceno de cabeça em seguida, vendo-o olhar para mim com os olhos dourados.
- Ele quer ver você. – Ele falou para mim e olhei rapidamente em volta.
- Vai... – Billy disse e ignorei todos antes de entrar na pequena casa de Billy e Jacob.
Não foi difícil achar o quarto. Tinha uma pequena sala, uma pequena cozinha e dois quartos. Jacob estava deitado em sua cama, completamente enfaixado do lado direito e o rosto pingando de suor. Não deveria ter sido nada confortável.
- Não foi! – Ele disse e dei um pequeno sorriso antes de me ajoelhar ao seu lado.
- Não faça isso de novo. – Falei fracamente. – Eu não posso te perder. – Peguei uma toalha ao lado da cama, passando em sua cabeça.
- Eu estou aqui... – Ele disse com a voz fraca. – Não vou a lugar nenhum. – Assenti com a cabeça.
- Eu ainda não sei o que é isso, Jacob...
- Jake. – Ele disse fracamente. – Me chame de Jake. – Dei um curto sorriso. – Acho que apelidos são permitidos, não?
- Jake. – Sorri, me debruçando na cama. – Jay talvez.
- Talvez... – Ele deu um curto sorriso e acariciei sua cabeça suada. – Eu não sei o que é isso também, ... – Ele suspirou. – Nunca acreditei nisso, nem com seu pai, nem com Jared, Quil, nenhum deles... – Deu um curto sorriso. – E agora estou pagando com muito mais do que só a língua. – Ri fracamente. – Mas acho que podemos descobrir isso juntos...
- É... – Assenti com a cabeça. – Os casais na Flórida costumam ir a um jantar antes de decidir passar o resto da vida juntos... – Ele riu fracamente.
- É, parece uma boa ideia. – Ele ergueu a mão livre para meu rosto, acariciando-o devagar com sua mão quente. – Eu quero saber tudo sobre você, ! Todo detalhe que pareça mínimo. – Assenti com a cabeça.
- Eu sou uma garota normal, só me transformo em lobo por hobby, mas quem não? – Ele abriu um largo sorriso.
- Que coincidência! – Rimos juntos. – Eu vou querer ver isso. – Sorri.
- Combinado! – Sorri, acariciando seu rosto.
Eu quero te beijar.
- Beija, então! – Falei, vendo-o me olhar surpreso. – Quer ajuda? – Me debrucei melhor sobre seu corpo e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.
Toquei nossos lábios devagar, sentindo uma mistura de sensações em minha barriga. Era muito mais do que borboletas no estômago. Era a maior queima de fogos que a Flórida já tinha visto na vida. Sua mão apertou meu rosto com meus cabelos e fechei uma mão em seu cabelo e a outra em cima do braço enfaixado.
Foi como se algo se mexesse em meu cérebro e eu não conseguisse mais afastar meus lábios dos seus. Em compensação, eu queria literalmente me jogar em cima dele, subir na cama e fazer algo que eu nunca fiz antes.
- Caham! – Meu corpo se afastou do dele direto para a parede atrás de mim e virei o rosto para a porta, encontrando a tal Bella.
- Bella! – Jacob falou, surpreso e passei a mão nos lábios.
- Bom ver que você está bem! – Ela disse e me levantei, olhando para Jake.
- Eu vou dar licença para vocês. – Falei.
- Você vai embora? – Ele perguntou.
- Não, vou dar uma força para seu pai, ele deve precisar de ajuda com o jantar. – Acariciei sua cabeça e ele deu sorriso antes de eu me virar para a porta novamente. Dei um aceno para a menina e saí do quarto, seguindo para fora novamente, vendo o pessoal acumulado ali ainda.
- Como ele está? – Billy perguntou.
- Ele está bem! – Falei, apoiando a mão em seu ombro e minha avó sorriu para mim.
- Tentamos segurar a Bella, mas não conseguimos. – Jared disse.
- Está tudo bem, eles precisam conversar. – Suspirei.
- E vocês não? – Seth me provocou e virei para ele.
- Vocês ouviram, certo? – Revirei os olhos.
- Os pensamentos de vocês são muito intensos. – Meu pai disse e arregalei os olhos.
- Você não vai ouvir tudo, vai? – Perguntei para ele.
- Eu vou tentar relevar muitas coisas. Já tive sua idade. – Franzi os olhos.
- Ah, droga! – Falei, ouvindo o restante dos meninos rirem.
- Relevamos muitas coisas, não se preocupe. Inclusive a briga dos seus pais! – Paul disse, me fazendo rir.
- Engraçadinho. – Meu pai disse e ri fracamente.
- Direitos iguais, pai! – Dei de ombros antes de abraçar minha mãe.

Black

- Como você está? – Bella perguntou assim que saiu.
- Eu estou bem. – Falei. – Cansado, mas bem... – Suspirei. – Bom ver que você está bem.
- É, eu... – Ela se abaixou ao meu lado, onde antes estava . – Eu não esperava encontrar isso, mas explica um pouco o que houve mais cedo...
- Eu não sabia como te contar. – Suspirei. – Foi muito irônico e repentino.
- Você teve um imprinting com ela? – Ela perguntou e assenti com a cabeça.
- Sim... Ontem. – Engoli em seco. – Eu não sabia da sua existência... Na verdade, eu sabia, mas eu não lembrava. – Suspirei. – Ela é filha do Sam com a Leah, eles tentaram escondê-la na Flórida quando Sam se transformou... Ela viveu lá pelos últimos 10 anos.
- E agora ela está de volta? – Ela perguntou.
- Ela se transformou. Na Flórida! – Falei em um suspiro. – Ninguém sabe ainda o que houve, mas ela veio para cá tão perdida quanto qualquer um da reserva que passa pela transformação...
- O que precisa para a pessoa passar pela transformação? – Ela perguntou.
- Encontrar com um vampiro, naturalmente nosso corpo tem a sensação do inimigo...
- Eu e Edward fomos visitar minha mãe em Jacksonville antes da formatura. – Ela disse. – Onde ela estava?
- Tampa, acho, não é tão perto, mas seria uma explicação. – Falei fracamente.
- É... E ela veio direto para você? – Ela perguntou.
- Você parece enciumada, Bella. O que te incomoda? – Perguntei, sentindo um gosto bom em falar isso.
- Não! É só... Foi repentino demais. – Ela disse rapidamente.
- É, foi... – Ri fracamente. – Eu não tenho ideia do que vai acontecer, mas pela primeira vez nos últimos anos, eu não estou sozinho...
- Você nunca esteve sozinho, Jake...
- Eu estive. – Falei firme. – Agora posso entender o que você sente pelo sanguessuga.
- Jake, não deveria ser assim.
- Não? É perfeito, Bella! – Abri um sorriso. – Há um ano você tenta me mostrar que sua vida é perfeita com ele, agora eu vou conseguir ver isso na prática com . É confuso, é repentino, mas é perfeito também. – Sorri. – E ela é incrível.
Você sabe que estou ouvindo, não? Ri fracamente com a voz de em minha cabeça.
- Eu ainda vou ser seu amigo... E finalmente vou entender os limites. – Ela riu fracamente.
- Até meu coração parar de bater, não?! – Ela perguntou e suspirei.
- Talvez até depois... – Falei e ela assentiu com a cabeça. – Eu só preciso de um tempo para entender tudo o que está acontecendo comigo. – Ela assentiu com a cabeça.
- Melhoras... – Ela sussurrou antes de se afastar.
Pressionei os lábios, suspirando e deixei meu corpo finalmente descansar, apesar dos pensamentos de serem tão intensos quanto os meus.
- Cuide dele. – Ouvi Bella pedindo para .
- Com a minha vida. – respondeu e o silêncio logo se fez novamente.
Abri um curto sorriso, lembrando do nosso beijo há alguns minutos e foi como se meu corpo estivesse pegando fogo, mas de uma forma calorosa. Meu corpo queria ficar perto dela, queria tê-la só para mim e se não fosse o braço enfaixado, vai saber o que teria acontecido aqui nesses minutos.
O imprinting podia ser estranho, mas meu corpo estava amando tudo isso e respondendo a ele de uma forma que nunca pensei. Sempre achei que fosse apaixonado por Bella, mas só esse beijo me mostrou que seria muito mais interessante do que com ela. é a mulher da minha vida.
- Você precisa tomar cuidado com seus pensamentos. – Vi aparecer na porta e adorava seu estilo de menina da Flórida.
- Muito ruins? – Perguntei.
- Para ela talvez, eu adorei cada segundo disso. – Sorri e ela se sentou ao meu lado.
- Eu estou contigo, . Hoje e para sempre. – Ela sorriu, levando a mão para meu rosto. – Nunca entendi a forma que o sanguessuga falava sobre a Bella. Agora entendo. – Ela assentiu com a cabeça. – Você é a razão da minha existência, . Hoje e para sempre.
- Você também. – Ela se debruçou sobre mim novamente e nossos lábios se tocaram levemente.
- Não faça isso. – Pedi.
- Por quê? – Ela se afastou, olhando confusa para mim.
- Está difícil para mexer e eu quero muito tocar em você... – Ela riu fracamente.
- Teremos tempo depois... – Sorri, dando um beijo em seus dedos quando ela acariciou meu rosto. – Os garotos querem te ver.
- Pode deixá-los entrar. – Ela assentiu com a cabeça.
- Depois descanse, ok?! O médico volta mais tarde. – Confirmei com a cabeça.
- Você vai ficar aqui?
- É claro. – Ela se debruçou, dando um beijo em minha testa antes de se levantar. – Me chame se precisar...
- Eu vou. – Ela sorriu, se retirando do quarto com um aceno de mão e um sorriso nos lábios.



4. Lobo 101

Uley

- Oi, família! – Falei animada, atravessando a cozinha.
- Uau! Alguém acordou animada! – Minha avó falou e estalei um beijo em sua bochecha.
- Por que eu não estaria feliz? – Falei, pegando um pote no armário. – Parece que tem até um pouco de sol saindo pelas nuvens! – Estalei um beijo na bochecha de minha mãe.
- O que você vai fazer com esse pote? – Minha mãe falou e sacudi os cabelos de Seth antes de seguir pela cozinha.
- Eu vou ver o Jacob! – Abri as panelas, vendo o ensopado de minha avó.
- Com um pote? – Minha avó disse.
- Ele está machucado, eu vou levar sopa! – Coloquei algumas conchas de sopa no pote, apoiando-o na bancada.
- Ele provavelmente não está mais machucado, tia! – Seth disse e ponderei com a cabeça. Lobos, temperatura corporal alta, rápida cicatrização...
- Mas nós dois teremos uma conversinha antes de você ir para casa do Jacob. – A voz de meu pai soou mais forte e o vi entrar na casa com tia Emy.
- O quê? Por quê? – Apoiei meu corpo na porta.
- Na sala! Agora! – Ele disse e franzi a testa.
- Você sabe que a gente pode ouvir, não é?! – Seth disse.
- Você sabe que eu posso cortar a ligação, não sabe? – Meu pai respondeu enquanto me empurrava para dentro da sala de estar.
- Então você pode parar de espiar minha conversa com o Jacob no meio da noite! – Falei.
- Você não deveria nem estar acordada às três da manhã. – Ele disse, fechando a porta.
- Ele está machucado! – Falei firme. – E eu não planejava sofrer um imprinting com ele, e eu nunca me apaixonei na vida, então deixa eu aproveitar, além de que é mais fácil do que por mensagem. – Dei de ombros.
- E é exatamente isso que eu quero falar contigo. – Ele indicou a poltrona e suspirei, me sentando ali. – Eu não sei como as coisas são na Flórida, mas lembro que você era bem popular...
- Ah... – Fiz uma careta. – A gente não vai falar de S-E-X...
- É, vamos! – Ele disse e fiz uma careta.
Ah, gostei disso!
- JACOB! – Minha repreensão e de meu pai saíram juntas.
- Ah, meu Deus! – Apertei as mãos no rosto.
- Eu consigo fechar a minha mente, mas não a sua, ! Foque! – Meu pai disse e suspirei.
- Você está falando de sexo comigo, pai! Isso é muito inconveniente... A mãe não pode fazer isso? – Fiz uma careta.
- Eu sou seu pai, , não pensa que isso não é incômodo para mim, mas eu passei a noite preparando o discurso. – Suspirei.
- Ok, fala logo, então! – Pedi, apertando as mãos no rosto.
- Sei que temos o poder de nos transformar em lobos e tudo mais, mas a parte sexual não muda muito. – Ele disse. – Você já tem 18 anos, mas só quero que você se cuide! – Ele disse. – Não sei se você já transou antes, ou se seria sua primeira vez, mas...
- Pai! Pai! PAI! – Falei mais alto. – Eu sou virgem, por favor! – Fechei os olhos.
- Ok, bom saber! Mas te garanto que isso não vai continuar por muito mais tempo.
- PAI! – Afundei meu rosto na mesa.
- Eu tenho que ser honesto contigo, , os sentidos de lobo ficam aguçados e...
- Eu não preciso de tanta honestidade assim. – Tombei a cabeça para trás.
- Só se cuide, ok?! Já fui pai com 15 anos, não quero ser avô aos 34. – Fiz uma careta.
- Espera! Você está mandando eu tomar cuidado, mas me teve aos 15 anos? Antes de passar pela faseação? – Dei um sorriso.
- Eu já fui jovem, ! – Ele me disse sério. – E se somos loucos e irresponsáveis quando jovens, quando se tem o instinto lupino e sofreu imprinting, tudo aumenta. – Ri fracamente. – Só se cuide, ok?! Camisinhas e métodos contraceptivos existem.
- Não se preocupe, pai! – Deu um aceno com a cabeça. – A vó de Miami deu todas essas dicas quando eu menstruei, coisa que vocês não estavam perto para ver. – Pressionei os lábios e ele suspirou.
- Me desculpe, criança. – Ele disse. – Achamos que te manter afastada seria o melhor. – Suspirei.
- Agora eu entendo, pai. – Falei. – Vai ser uma mudança radical para mim, mas eu entendo.
- Se você realmente quiser, você pode voltar a estudar. Seattle não é tão longe daqui, Port Angeles tem alguns cursos legais e Olympia também, só peço para passar esse começo. – Ele pediu em um suspiro. – Você vai ficar muito vulnerável a tudo, suas emoções vão ficar a flor da pele, mas depois você se acostuma. É só o que eu te peço. – Assenti com a cabeça.
- Eu preciso aprender, pai. – Suspirei. – Eu ainda não sei muito bem o que aconteceu ontem, a cabeça de vocês estava uma loucura, mas eu não posso ficar escondida na casa da vovó sempre.
- Parte de mim quer que você fique escondida aqui, mas minha liderança na matilha me impede disso. – Ele suspirou. – Você faz parte da matilha, . Da minha matilha... – Engoli em seco.
- O que isso quer dizer? – Ele segurou minha mão.
- Que você talvez tenha mais emoções daqui do que na Flórida. – Ri fracamente.
- Isso não é bom, é? – Ele suspirou.
- Um dia de cada vez. Vá com Jacob, nos falamos depois. – Confirmei com a cabeça.

Black

- Bom dia, pai! – Falei, vestindo uma camiseta.
- Como você está? – Ele perguntou. – Demorou para levantar.
- Eu estava ouvindo a conversa da com o Sam! – Falei rindo, me sentando na bancada da cozinha.
- Sam vai te matar por isso. – Ele disse e ri fracamente.
- Com toda certeza! Especialmente que a conversa era sobre sexo. – Falei, rindo.
- Eu não preciso ter essa conversa contigo, preciso? – Meu pai falou sério e arregalei os olhos.
- Não! Acho que os pensamentos da já foram inconvenientes o suficiente para um dia. – Ele assentiu com a cabeça.
- Camisinha! – Ele disse sério e ri fracamente.
- Pode deixar! – Ergui a mão como se fosse um escoteiro e ele assentiu com a cabeça.
- Bom! Espero que se vire com o almoço hoje, vou assistir futebol na casa do Charlie. – Ele anunciou.
- Pode deixar, meu delivery deve estar chegando a qualquer momento. – Falei e meu pai franziu a testa.
- Não sabia que tínhamos delivery em La Push. – Ele disse.
- Esse é especial. – Sorri.
- Você está feliz, filho? – Ele perguntou. – Digo... Você sempre odiou a ideia do imprinting e agora caiu no seu colo. – Ri fracamente.
Cuidado com a sua resposta, minha cabeça está bem limpa agora! Sorri com a fala de .
- Eu não sei, isso tudo é novo para mim. Todas as fibras do meu corpo estão fazendo com que eu goste de , mas é incrível! – Sorri, rindo sozinho e meu pai me acompanhou. – Eu sei que foram só dois dias, mas... – Suspirei.
- Ah, eu vivi para ver esse dia! – Ele deu um tapinha em minhas costas. – Aproveite, filho. Ela parece uma boa moça, aposto que conseguirão construir uma bela vida juntos. – Sorri.
- É estranho eu estar pensando nisso? – Ergui o rosto para ele.
- Não, filho. Aproveite! – Ele disse e sorri. – Eu vou esperar pelo Charlie lá fora.
- Divirta-se! – Falei.
- E não façam nada que eu não faria. – Ri fracamente.
- Pode deixar! – Falei, rindo.
Posso entrar? Eu estou esperando esse papo comovente acabar. Ri fracamente
- Pai? Pode abrir para ?
- Oi, senhor Black! Como está? – Ouvi sua voz, me fazendo sorrir.
- Bom te ver, ! Divirtam-se! – A vi falar com meu pai.
- Obrigada! – Ouvi sua voz e ela deu alguns passos, entrando em casa com um pote em mãos e os shorts de cintura alta, top e casaco. – Oi.
- Oi. – Sorri e ela apoiou o pote na mesa.
- Eu não sei como agir. – Ela disse rindo.
- Ainda bem que eu sei. – Puxei-a pelo braço, fazendo-a rir quando se sentou em meu colo e apoiei a mão em sua perna. – Oi.
- Oi. – Ela apoiou as mãos em meus ombros e aproximei nossos rostos.
Toquei nossos lábios, sentindo suas mãos subirem pelos meus ombros e aquele ardor quente em meu peito novamente, me obrigando a apertar minhas mãos em seu corpo. Sua mão subiu para meu rosto, nossas línguas se encontraram e puxei-a com facilidade.
- Jake... – Ela falou fracamente. – Eu sei que nossos corpos querem fazer isso e acabamos de ter a conversa com nossos pais, mas podemos...
- Ir devagar? – Sugeri e ela assentiu com a cabeça. – É claro! – Dei um beijo em sua bochecha. – Eu serei o que quer que você quiser. – Ela sorriu.
- Um namorado? – Ela sugeriu e sorri.
- Parece perfeito! – Falei e toquei nossos lábios novamente.
- Agora, me diga, como você está? – Ela perguntou.
- Depois da segunda perfusão, é como se eu não tivesse nada. – Falei.
- Eu ainda não consigo acreditar, eu fiquei tão assustada. – Sorri.
- Você não vai se livrar de mim tão fácil. – Ela riu. – Acredite! Não vai ser fácil.
- Você diz sobre o imprinting ou sobre a coisa de lobo? – Ri fracamente.
- As duas, com toda certeza. – Ela riu.
- Bom! – Ela estalou um beijo na minha bochecha. – Eu não me lembrei desse detalhe, mas eu trouxe o ensopado da minha avó e ele costumava fazer milagres quando eu era mais nova. – Ela se levantou. – Então, podemos comer sopa ou você pode me apresentar essa cidade adorável. – Ela falou sarcasticamente e ri fracamente.
- Podemos ir no Sully’s Burgers, eles são bons, garanto. – Franzi a testa. – Na verdade, não. Acabamos de assumir um relacionamento, eu deveria te levar em um lugar mais legal, com guardanapos de pano e...
- Eu sou uma garota do Norte que passou boa parte da vida no Sul, que acabou de descobrir que pode se transformar em um lobo, que vampiros existem e começou um relacionamento com um cara que ela se apaixonou perdidamente após conhecê-lo dois dias atrás. – Ri fracamente. – Eu acho que eu não só aceito um hambúrguer bem gordurento com uma porção de batatas do tamanho da minha cabeça e um litro de refrigerante, como eu preciso! – Abri um largo sorriso, dando um beijo em seu rosto.
- Hum, uma garota com apetite. – Brinquei, vendo-a se levantar com um sorriso nos lábios. – Gosto disso.

Uley

- Você sabe que isso não vai funcionar, certo? – Falei, andando alguns passos para dentro da clareira.
- Por que não? – Jacob mantinha a mão em minhas costas.
- Na primeira vez que isso aconteceu, eu estava com raiva, querendo literalmente bater em alguém, agora eu nunca me senti tão calma. – Dei de ombros, sentindo Jacob me virar de frente para os outros membros da matilha, inclusive meus pais.
- Mas você precisa praticar! – A voz de meu pai soou mais alta e suspirei.
- E como eu faço isso? Eu aperto um botão ou...
- Engraçadinha! – Jacob disse. – Se você não quiser rasgar seu casaquinho, indico tirá-lo agora. – Deixei o tecido escorregar pelos ombros e entreguei-o. – Boa sorte!
Ele disse como se eu fosse prestar vestibular novamente.
Talvez fosse mais fácil! Uma voz falou em minha cabeça e fiquei em dúvidas de quem havia sido, mas meu pai olhou irritado e tio Seth gargalhou.
- Silêncio! – A voz de meu pai se fez alta como um rugido e precisei tapar os ouvidos com as mãos.
- Esse definitivamente não é o jeito mais comum de fazer isso. – Minha mãe disse e respirei fundo.
- Podemos começar? – Sugeri, vendo todo mundo entre os risos como se eu fosse uma atração de circo que deu errado.
Respira, tudo vai ficar bem! Jake disse e dei um curto sorriso.
- Feche seus olhos, criança! – Meu pai disse e fiz. – Deixe a força vir do seu epicentro.
- Eu fazia biologia ambiental, pai, não anatomia! – Falei, ouvindo algumas risadas.
- Seu coração, ! – Ele disse. – Respire fundo! – Fiz o que ele pediu, soltando a respiração devagar. – Deixe isso vir de forma natural.
Suspirei, deixando que minha cabeça saísse de tudo o que acontecia aqui e tentei voltar às emoções que senti na primeira transformação. Eu estava irritada e me sentindo imponente por estar “doente” na festa mais importante do ano, para combinar tudo eu vi Otis beijando sei lá quem...
Ouça minha voz, . A voz de Jake se fez presente. Ignore esses pensamentos, deixe vir internamente, deixe o ar fluir a sua volta.
Minha respiração saiu devagar e senti o vento sacudir meus cabelos. O ar gelado entrou em minhas narinas e minhas mãos fecharam fortemente, meus olhos se pressionaram, fazendo como se algo forte saísse de meu peito, me forçando a abrir os olhos.
Os olhos de todos ainda estavam em mim e precisei descer os olhares para meu corpo, somente para encontrar minhas pernas com minhas botas de sempre.
- Você vai ter que tentar mais do que isso. – Ouvi meu pai falando e bufei.
- Eu não sei como! – Falei firme.
- Pensa em algo que te irrita! – Quil disse.
- Algo que Jacob fez de idiota! – Paul me fez rir.
- Não tem nada! – Falei firme. – Eu nunca estive tão em paz. – Suspirei.
- Pensa, sei lá, que eles te abandonaram lá na Flórida.
- SETH! – Ouvi mais do que duas vozes falarem.
- Isso poderia ajudar, mas não quero ficar a vida inteira fazendo terapia. – Falei em um rosnado e Seth ficou quieto.
- Você tem que fazer isso, ! – Meu pai disse.
- Ela não tem que fazer nada, talvez se isso não funcionar, seria melhor.
- Leah!
- Não fale assim com a mãe! Não é culpa dela! – Falei mais alto.
- Não! É sua culpa! Concentre-se! – Meu pai disse firme.
- COMO ISSO É MINHA CULPA? – Minha voz rosnou mais do que o esperado. – VOCÊS ESCONDERAM ISSO DE MIM DURANTE ANOS! E AGORA EU PRECISO ME CONCENTRAR? ISSO NÃO É JUSTO!
Aquele quente no peito subiu, fazendo com que meu corpo exalasse uma fumaça já conhecida. Senti meu peito pulsar e a raiva pareceu expandir. Foi como se eu sentisse meu corpo se transformar e, quando abri meus olhos novamente, o resto da matilha tinha olhos arregalados.
- DEMAIS! – A voz de Seth falou mais alta e o rosnado que saiu de minha garganta comprovou que eu não estava na minha forma natural mais.
- Uau! – Meu pai disse.
Você é linda! Ouvi Jake em minha cabeça.
- Você é vermelha! – Minha mãe falou, se aproximando. – Uau!
Como estou? Meu tom em validação saiu fraco.
Perfeita! Foi a vez de meu pai.
E como eu saio dessa? Perguntei.
Do mesmo jeito. Leah disse.
Espera! Meu pai disse. Precisamos te treinar!
Eu não vou ficar presa nessa forma para sempre, vou?!
Não, relaxa. Qualquer coisa a gente faz você ficar irritada com seu pai de novo.
Jake disse, me fazendo rir, se eu conseguisse.
JACOB! Meu pai rosnou e suspirei. Foco, criança! Vamos correr!
Segure-se, ! Jake disse.
O que quer dizer com isso?
Antes que eu pudesse completar meu raciocínio, oito lobos se transformaram quase em sincronia na minha frente, me deixando abismada.
Pronta? Meu pai perguntou e só consegui dar um aceno com a cabeça. Me siga!
Meu pai disse antes de sumir floresta adentro, fazendo os outros lobos seguirem-no e meu olhar ficou na pelagem mel de Jake que me olhava com seus olhos pretos.
Eu estou logo atrás de você! Ele disse.
Acenei com a cabeça e coloquei as patas para andar devagar, me acostumando com a nova forma a cada passo. Meu pai já estava há quilômetros de distância, mas conseguia vê-lo como se ele estivesse na minha frente.
Inicialmente eu parecia um bebê descobrindo os pés, tentando me acostumar com quatro apoios, mas parecia que meu corpo sabia exatamente o que eu estava fazendo, como se o passado realmente fluísse nas minhas veias.
Quando percebi, eu já corria por entre as árvores, desviava dos galhos e troncos caídos e pulava como um verdadeiro lobo, como se eu soubesse o que estivesse fazendo. Por mais estranho que fosse, o vento em meus cabelos e tudo o que acontecia em volta, só me dava certeza de que eu estava no lugar certo.

Black

Você consegue! Você já fez isso! Falei para . De dentro!
E como se ela acompanhasse o som da minha voz, seu corpo saiu da forma de lobo e estava sentado no meio das flores. Seus cabelos esconderam seus seios e a folhagem e a perna dobrada escondiam a parte de baixo. Vesti a bermuda rapidamente e peguei um cobertor, colocando em suas costas, vendo seus olhos negros erguerem para mim.
- Obrigada. – Ela disse, se enrolando nele e estendi minhas mãos.
Ela segurou com uma mão e puxei-a para cima com facilidade, vendo-a se enrolar com mais força ao cobertor. Leah se aproximou já vestida e esticou um vestido para . Desviei o olhar por alguns segundos enquanto ela se vestia.
- Você foi muito bem, filha! – Leah disse e a abraçou. – Bom trabalho.
- Obrigada. – deu um sorriso.
- Muito bem, criança! – Sam a abraçou de lado e vi seu sorriso. – Você está ok?
- Com um pouco de fome. – Ela disse, rindo fracamente.
- Isso é normal! – Jared disse. – Parabéns, garota!
- Obrigada! – riu.
- Você é incrível, titia! – Seth a abraçou e os outros acabaram cumprimentando-a.
- Você é linda! – Falei e ela virou o rosto para mim, rindo fracamente. – Digo... Acho que é o primeiro lobo vermelho que eu vejo.
- Obrigada... – Ela suspirou.
- E você é grande! Maior do que sua mãe. – Sam disse.
- Ainda é estranho. – Ela pressionou os lábios e passei o braço em seus ombros.
- Você se acostuma. – Dei um beijo em sua têmpora.
- Vem comer! – Emily disse e virou para mim.
- Vai! Pega seu primeiro muffin pós-transformação. – Falei e ela riu fracamente, seguindo para dentro da casa de Emily e Sam.
- Ela foi bem, certo? – Sam parou ao meu lado.
- Ela é natural, Sam! – Falei, virando para ele. – Pergunto se é a genética ou se é ela.
- Talvez seja você! – Ele disse. – sempre foi meio irritada com tudo, talvez a distância, as poucas informações que a gente lhe dava, tinha a cabeça de menina de cidade grande, mas parece que ela está se adaptando à Forks e a essa vida de imprinting.
- Isso é natural! – Falei. – Eu critiquei tanto e agora...
- Eu sabia! – Ele me deu dois tapas nas costas.
- Parece que não sei viver mais sem ela...
- Parte disso é o imprinting, mas parte é viver um relacionamento saudável.
- Louco! – Falei firme.
- Também! – Ele disse e vi voltar com um muffin nas mãos. – Se cuidem! – Ele disse. – Parabéns, criança! – Ele a puxou para deixar um beijo em sua cabeça.
- Obrigada, pai. – Ela disse antes de sorrir para mim. – Trouxe para você! – Ela me esticou um muffin.
- Você está melhor?
- Sim. – Ela sorriu e mordi metade do muffin em uma mordida.
- Quer dar uma volta? – Sugeri.
- Claro! – Ela disse e andamos para trás da casa de Emily, seguindo em direção à floresta.
- Como você se sentiu? – Perguntei, terminando de comer o muffin.
- É estranho! – Ela disse, rindo. – Parece que eu vou vomitar, depois parece que a alma sai do corpo... – Rimos juntos.
- Não vou dizer que é a coisa mais confortável de todas, mas você se acostuma... – Falei, ouvindo-a rir.
- Eu não entendo por quê. – Ela disse. – Digo, entendo, mas vocês possuem uma rixa com os vampiros da cidade, mas os ajudam para proteger uma humana...
- Esse foi um pedido meu. – Falei. – Quando achava que estava apaixonado pela Bella... Assim, mesmo contigo, ela é uma das minhas amigas mais antigas, não quero que morra. – Ela riu fracamente.
- Eu posso ler seus pensamentos, Jake, não se esqueça! – Ela disse, me fazendo sorrir.
- Mas já tivemos problemas com outro clã de vampiros no ano passado, nós protegemos nossas terras. E agora com os Cullen aqui, qualquer dia podemos receber visitas, e temos uma regra clara de que eles não podem transformar pessoas da cidade. – Falei.
- Eu não estou pronta para enfrentar algo assim. – Ela disse.
- Hoje foi seu primeiro treino, , vamos passar dias e dias assim, até que isso fique natural para você. – Segurei sua mão, vendo-a sorrir.
- Acho que prefiro estudar para as provas da faculdade. – Ela brincou e sorri, parando em sua frente.
- Uma coisa de cada vez. – Ela apoiou as mãos em meus ombros. – Daqui um mês você vai ver como isso é completamente natural para você. – Ela soltou um suspiro.
- Espero que sim. – Segurei-a pela cintura. – E preciso comprar mais roupas, não vou destruir meus quimonos.
- E nem seus shorts curtos, eu espero. – Colei minha testa na dela. – Não vemos muitas pernas por aqui...
- Não... – Ela disse, rindo e nossos lábios se tocaram levemente.
- Ah, eu tenho uma pergunta! – Falei, me afastando devagar.
- Qual? – Ela perguntou, rindo.
- Quem é Otis? – Perguntei e ela riu envergonhada.
- Era um cara da faculdade, achava que tinha algo, as coisas estavam andando... Tanto que minha primeira transformação foi porque ele estava ficando com outra menina... – Ela sacudiu a cabeça. – Mas nada disso importa, porque todo meu corpo quer você! – Ela segurou meu rosto e ri, colando nossos lábios.
- Vem, me segue! – Falei, segurando sua mão.
- Aonde vamos? – Ela perguntou e comecei a correr. – Jake! – Ela disse, rindo, entrelaçando nossos dedos e sua risada se misturou com a minha enquanto entrávamos na floresta.
Mais rápido! Sinta a energia em volta de você! Falei, correndo cada vez mais rápido. Deixa seu corpo falar por você.
Ah, Jake! Você não quer que eu...
Quero!
Minha risada ficou presa. Deixa fluir!
Fluir... Ok!
Nossas mãos se soltaram quando o lobo avermelhado se transformou ao meu lado, continuando a correr pela floresta e me transformei em seguida, correndo atrás dela.
Perfeito, ! Perfeito! Meus pensamentos explodiam entre gritos. Agora rápido!
Mais?
Mais!
Falei firme.
Corremos por entre as árvores e desviei dos troncos caídos. Passei à frente de , correndo alguns quilômetros à frente. Ouvi o rosnado de e pulei em sua frente.
JAKE! Ela gritou antes de bater de frente comigo, fazendo nossos corpos rolarem pela grama, se enroscando entre as folhas e fazendo a poeira subir.
Meu corpo se transformou de volta e, para minha surpresa, ela também. Nosso corpo girou pela terra por mais alguns metros antes de parar bruscamente em uma raiz de árvore. Meu corpo parou em cima do seu e suas mãos foram para o alto. Meus olhos naturalmente passaram pelos seus seios e ergui para seu rosto também.
- Me desculpe, . – Falei, ouvindo-a rir em seguida.
- Você é louco, Jacob! – Ela disse entre risadas.
- Treino de freio? – Brinquei, fazendo-a erguer o olhar para mim.
- Acho que não estou pronta para isso. – Ela disse e sorri.
- É melhor acharmos uma folha para nos cobrirmos. – Falei, apoiando as mãos no chão para levantar, mas ela apoiou as mãos em meus ombros.
- Não vá. – Ela pediu fracamente, mordiscando o lábio inferior.
- Estamos nus, . – Falei.
- Eu sei. – Ela disse fracamente, olhando em meus olhos.
- Você está certa disso? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.
Ela segurou meu rosto e encarei seus olhos negros, analisando seu rosto antes de nossos lábios se tocaram. Suas mãos deslizaram pelos meus ombros e abracei-a pela cintura. Pressionei nossos lábios, sentindo a velocidade aumentar cada vez mais, fazendo nossos corpos rolaram na terra. Nossas risadas aumentaram e nossos corpos começaram a responder aos estímulos como se já soubessem o que fazer, mas nesse momento acho que era só o imprinting mesmo.
E eu adorei cada segundo disso.



5. O para sempre para sempre

Uley

Parei a moto em frente à casa de Jacob, incomodada com as grossas gotas de chuva que começou a cair bem quando saí de casa. Minhas transformações e retornos estavam perfeitos com esse último mês de treinamento, mas eu não estava a fim de chegar nua na casa do meu sogro.
Estacionei a moto na varanda, encostando-a na parede e desci dela. Segui até a entrada, ajeitando o quimono e dei dois toques na parte envidraçada da porta.
- Entra, ! – Ouvi a voz de Billy e abri a porta, encontrando-o na mesa da cozinha.
- Oi, sogro, como o senhor está? – Dei um beijo em sua bochecha, vendo-o sorrir.
- Não te esperava aqui. – Ele disse.
- Por que não? Eu venho todo dia. – Dei de ombros, pegando uma maçã na fruteira e a mordi. – Cadê ele?
- Achei que estivesse contigo. – Ele disse e franzi a testa.
- Nós conversamos de manhã e eu falei que passava aqui. – Suspirei.
- Ah, Jacob! – Ele bufou.
- Onde ele está, Billy?
Jake? Pensei forte, sentindo minha cabeça vazia.
Não o encontro, ! Ouvi meu pai.
Ele está completamente no escuro, . Seth disse e suspirei.
- A Bella mandou o convite de casamento, ele surtou. – Billy disse.
- O quê? Por quê? – Pulei da mesa.
- Ele e a Bella tem uma história...
- Eu sei, mas achei que isso já tinha passado, imprinting, sabe? – Falei, bufando em seguida.
- Eu não sei. – Ele disse, negando com a cabeça.
- Você sabe onde ele pode estar? – Perguntei.
- Não tenho ideia. – Ele suspirou. – Pode falar com o Sam e ir atrás dele?
- Eu mesma vou. – Falei, seguindo pela porta.
NÃO VÁ SOZINHA, ! A voz de meu pai falou alto em minha cabeça, mas eu simplesmente ignorei.
Jake, onde você está? Me dê alguma coisa!
Quando eu entrei na floresta, meu corpo se transformou com rapidez, larguei minhas roupas para trás e deixei meu corpo ser guiado pelo instinto. A voz de meu pai gritava em minha cabeça, mas eu não queria saber. Eu estava irritava. Ele recebe o convite de casamento da outra e fica bravo por isso? Que situação era essa?
Água...
Freei quando ouvi uma fala, sentindo meus pés deslizarem pela areia e me vi nas margens da floresta, com o mar lá embaixo e as árvores atrás de mim.
Fala comigo, Jake!
Sua voz ficou em silêncio novamente e suspirei, água! Água! Onde ele pode estar? A praia da reserva não era das mais movimentadas, mas ele não estaria transformado em lobo, muito menos nu... Ao menos espero que não.
- À direita! – A voz saiu mais alta do que o esperado e virei meu rosto para o lado, vendo Jacob em sua forma humana na beirada do precipício abraçado às pernas.
Ah, Jacob! Murmurei antes de me transformar, sentindo aquela vergonha momentânea com os olhos dele em mim.
- Não fique tímida! – Ele disse e me aproximei dele, abraçando-o pelas costas e dei um beijo em sua cabeça.
- Não me acostumei ainda. – Falei e ele me puxou para sentar em seu colo. – Por que você fugiu? – Acariciei seu rosto, dando um curto beijo em seu rosto.
- Você não quer ouvir isso. – Ele disse e ri fracamente.
- Jake, estamos presos um no outro por uma magia do Norte. – Falei, ouvindo-o rir. – Eu posso ficar com ciúmes, mas você ainda está preso comigo. – Acariciei seu rosto, vendo-o sorrir.
- Ele está morto, . Digo... Ele é literalmente um morto-vivo. – Ele disse. – E ela vai casar com ele e quer se transformar em uma vampira. – Ele negou com a cabeça. – Eles são nossos inimigos naturais, como eu posso fazer isso?
- Só fazendo. – Falei, acariciando seu rosto. – A vida é assim, certo? As pessoas vão seguindo seus caminhos e, mesmo que a gente não goste das decisões das pessoas, precisamos aceitá-las.
- Mas ela vai morrer, ! – Ele disse mais firme.
- Talvez internamente, Jake, mas vocês ainda podem ser amigos, prometo deixar meu ciúme de lado. – Falei e ele suspirou.
- Você não entende. – Ele disse. – As regras da matilha, as condições, as...
- As o quê? – Perguntei. – Estamos falando de jantar com uma amiga, não ela ser uma ameaça para a região. – Falei. – Dá para separar essas duas coisas, não dá? – Ele suspirou.
- Ela vai se casar, , como isso funcionaria? Ela casada com um vampiro e amiga de um lobo?
- Isso funcionou pelos últimos anos, certo? Por que não funcionaria agora? – Ele ergueu os olhos para mim.
- Eu preciso de um tempo longe. – Ele suspirou, me apertando pela cintura. – Tanta coisa mudou em um mês que eu acho que não estou sabendo gerir. – Ele jogou a cabeça para trás.
- Eu posso te dar espaço, se quiser, eu só fiquei preocupada se você... – Me afastei devagar.
- Não! – Ele me apertou mais forte. – Vem comigo. – Ele pediu.
- Onde? – Franzi a testa.
- Longe de Forks, longe de La Push... – Ele negou com a cabeça. – Se eles estão seguindo em frente, eu mereço também, com você. – Dei um curto sorriso. – Como você mesma disse, estamos presos para sempre, certo? – Ri fracamente.
- Onde você quer ir? – Perguntei.
- Qualquer lugar. Contanto que esteja comigo. – Ele segurou minha nuca.
- Meu pai não vai gostar nada disso. – Falei e ele riu fracamente.
- Ele não precisa saber, posso te ensinar a fechar essa mente para ele. – Ele disse, me fazendo rir e nossos lábios se colaram.
Não se atreva, ! Ouvi a voz de meu pai.
Eu cuido da sua filha agora, Sam! Ouvi Jake, me fazendo rir.
- Eu estou contigo, ok?! – Sussurrei.
- Eu te amo, . – Ele disse, me fazendo sorrir.
- Eu te amo também, Jacob. – Falei, colando nossos lábios novamente.

Black

Saí do quarto devagar, vendo tudo escuro e abri a porta do quarto do meu pai devagar. Ele dormia calmamente e suspirei. Ele nunca teve problemas em cuidar de mim e de minha irmã apesar de sua deficiência, mas pensava se deixá-lo sozinho aqui seria uma boa opção.
Fechei a porta novamente, ignorando os pensamentos. Não seria para sempre, eu só precisava de um tempo para mim. Para mim e para , na verdade.
Voltei para o quarto e vesti a jaqueta antes de sair a passos lentos de casa. Fui até o barracão, pegando a moto e empurrei-a por vários metros pela rua antes de ligá-la. Montei nela e segui pela rua escura de La Push. Não demorou muito para eu chegar à casa de Sue e parei do outro lado da rua.
Estou aqui!
Já ouvi! E minha mãe e meu tio também!
Arregalei os olhos e vi sair correndo pela varanda com uma mochila nas costas e vi Leah vindo logo atrás dela.
- ! AONDE VOCÊ VAI?! – Ouvi a voz de Leah e subiu na garupa da moto.
- Vai! – Ela disse, rindo e acelerei a moto, saindo com rapidez dali.
- SEU PAI VAI TE MATAR! – A voz de Leah estourou em meus ouvidos.
- É melhor você fechar nossos pensamentos ou eles vão atrás da gente transformados. – Ela disse, apertando meus ombros.
- Merda! – Reclamei, fazendo-a rir.
- Vai, Jake! – Ela me apertou e acelerei pelas ruas.
! ONDE VOCÊ ESTÁ? INDO? A voz de Sam estourou em meus pensamentos.
- Ele sabe! – sussurrou.
- Feche sua mente, ! Feche sua mente! – Falei firme e senti sua cabeça apoiar em minhas costas.
- Você se esqueceu que a gente tem ouvidos aguçados, caramba! – Ela falou, rindo.
Eu já tinha experiência, mas os pensamentos de ficaram um pouco agitados enquanto eu atravessava a fronteira para o Canadá. Precisávamos de um tempo para tudo, mas não era como se eu nunca fosse voltar para casa. Eu tenho 18, fui controlado pelo meu pai depois por Sam nos últimos anos, estava na hora de fazer uma loucura.
Dirigi por umas três horas até o sol começar a nascer. As folhas estavam naquele tom alaranjado tradicional de outono, perfeito para relaxar. Talvez seja o que a gente precisa.
- Chegamos! – Falei e ergueu o rosto.
- Por que acho que estamos na floresta perto de casa? – Ela disse e eu ri fracamente, andando um pouco mais devagar, adentrando a floresta.
- Não é! – Falei, rindo, enxergando o chalé no meio das árvores. – Olha!
- O que é isso? – Ela perguntou.
- Um lugar que só eu e minhas irmãs sabemos.
- Ainda não acredito que a Rachel é sua irmã. – Ela disse, rindo e parei a moto ao lado do chalé.
- É... E ela ter um imprinting no Paul foi a pior coisa de todas no começo. – Falei, sentindo-a descer da moto.
- É... Dali eu realmente não sei quem é o pior! – Parei a moto, virando para ela.
- Em casos de imprinting? O Quil, com toda certeza! – Ele disse.
- Bem, mas a Claire vai crescer... – Ela disse.
- Mas vai dizer que não é estranho? – Ergui o capacho, pegando a chave dali.
- É, um pouco... – Ela fez uma careta, rindo em seguida. – Mas não é nosso problema. – Ela riu e eu abri a porta, sentindo aquele cheiro de fechado.
- Desculpe pelo cheiro! – Falei, entrando e fui até o disjuntor, ligando-o, vendo as luzes se acenderem. – É pequeno, mas dá para se esconder.
- É fofo! – Ela disse, deixando sua mochila no sofá. – De quem é?
- Era da minha mãe. – Falei e ela se virou para mim.
- Você nunca falou sobre ela.
- Eu tinha nove anos, não lembro muito. – Dei de ombros. – Minhas irmãs cuidaram bem de mim antes de seguirem seus caminhos. Nós vínhamos aqui quando mais novos antes do acidente. Depois Rebecca preferiu sumir de La Push por causa das memórias, Rachel conseguiu até uma visita e o imprinting com o Paul, e eu acabei pegando a herança da família. – Ela passou os braços em meus ombros. – Não que eu pensasse em fazer faculdade e tal, mas nunca fiz planos tão grandes.
- Eu já fiz muitos planos e a vida me levou para outro lado. – Ela disse e passei a mão em seu rosto.
- Te levou para mim. – Falei, vendo-a sorrir.
- É o que importa. – Ela sorriu e nossos lábios se tocaram levemente.
- Agora podemos fazer planos. – Falei.
- Planos? Você sabe que estamos presos pelo resto da vida, certo? – Ela brincou e ri fracamente.
- Sim, eu sei! Exatamente por isso. – Falei e ela riu.
- Bom! – Nossos lábios se tocaram levemente. – Agora, apesar das nossas temperaturas corporais, por que não acende essa lareira? – Sorrimos juntos.
- Eu vou pegar madeira lá fora! – Falei.
- Eu vou encontrar lençóis limpos e arrumar o sofá-cama. – Ela disse.
- Tem uma cama de casal lá em cima. – Cochichei, ouvindo-a rir.
- Ficou melhor ainda. – Ela riu. – Só espero que tenha comida também. – Fiz uma careta.
- Eu vou ter que te ensinar a caçar agora, senhorita Uley. – Ela riu fracamente.
- Eu era senhorita Clearwater na faculdade. – Ela disse.
- Clearwater Uley... Não combina. – Falei e ela riu fracamente.
- Combina sim! – Ela colou nossos lábios. – E é bom ter supermercado aqui perto, Jacob, não vou caçar minha própria janta, meu lado de garota da Flórida ainda está aqui! – Ela falou irritada, me fazendo rir.

Uley

Suspirei, girando meu corpo e abri os olhos devagar, sentindo o brilho da lareira me incomodar um pouco. Virei o rosto para o lado vendo Jacob sentado de frente para lareira.
- Dormimos no tapete de novo. – Resmunguei e ele se virou, deixando uma faquinha de lado.
- Eu sei. – Ele disse e subi a coberta para cobrir os seios.
- Não sei por que tentamos ir para cama. – Falei e ele riu, inclinando o corpo no meu.
- Conforto? – Ele brincou, colando nossos lábios. – Ou por que não conseguimos chegar lá? – Ri fracamente.
- Esse tapete é bem confortável. – Brinquei e ele sorriu.
- É sim. – Ele disse, rindo.
- Acho que eu preciso de comida. – Suspirei e ele sorriu.
- O que acha de panquecas quentinhas? – Sorri, me sentando devagar.
- Acho uma ótima ideia! – Falei, prendendo a coberta embaixo de minhas axilas.
- Antes disso... – Ele disse. – Eu quero te dar algo. – Ele disse e olhei em seus olhos negros.
- O quê? – Perguntei.
- Eu nunca fiz isso, então não fique brava. – Franzi o rosto.
- Do que está falando, Jake? – Perguntei.
- Se lembra do nosso papo no primeiro dia aqui? De fazer planos para o futuro e tudo mais? – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Claro! – Acariciei seu rosto.
- Todos à minha volta estão crescendo e evoluindo, e agora que eu tenho você, também sinto que está na hora de evoluir. – Ele disse.
- Uhum... – Falei.
- Eu fiz isso para você... – Ele me esticou um anel de madeira e dava para ver alguns pequenos detalhes na volta toda dele.
- O que é isso? – Perguntei, pegando o objeto delicado.
- Uma aliança. – Ele disse com um pequeno sorriso nos lábios e arregalei os olhos. – Eu não tenho dinheiro para comprar um brilhante, quiçá um diamante... – Dei um sorriso com sua bagunça e segurei seu rosto com as duas mãos, colando nossos lábios por alguns segundos.
- Eu te amo, Jacob! – Falei.
- Eu te amo, . – Ele disse, sorrindo. – Sei que nos conhecemos há pouco mais de um mês, mas me daria a honra de se casar comigo e compartilhar sua vida inteira comigo?
- Sim! – Falei, rindo e nossos lábios se tocaram antes de eu passar os braços pelos seus ombros. – Nunca pensei em me casar aos 18 anos, mas parece tão certo... – Suspirei. – Você vai colocar o anel ou vou ter que fazer isso sozinha?
- Eu vou! – Ele disse, apressado, se ajoelhando no chão e pegou a aliança em meu dedo, colocando-a em meu dedo anelar.
- É perfeito! – Ri fracamente.
- É sim! – Ele ergueu os olhos para mim. – Eu te amo, .
- Eu te amo! – Falei rindo, sentindo nossos lábios se colarem novamente.
- Achei que nunca fosse encontrar alguém para amar, mas então você está aqui... – Acariciei seu rosto.
- E não vou a lugar nenhum. – Sorri, vendo-o retribuir.
- Black combina, será? – Ri fracamente.
- Acho que é o que fica melhor. – Sorri, acariciando seu rosto.
- Agora seu pai me mata de verdade. – Ele disse, me fazendo rir.
- Eu te protejo. – Falei e ele riu.
- Você me faz feliz, ! Eu mudei muito por causa de você. – Sorri, colando minha testa na dele. – Se você me conhecesse há dois meses, provavelmente não gostaria de mim.
- Ainda bem que eu não tive escolha. – Brinquei, colando nossos lábios rapidamente. – Agora, chega de drama! Acho que mereço aquelas panquecas agora, não? – Rimos juntos.
- É para já! – Ele disse rindo antes de se levantar e olhei para o anel esculpido a mão, me fazendo sorrir.
Nunca pensei em me casar aos 18 anos, até dois meses atrás eu era virgem e achava que gostava de um garoto que provavelmente nunca me levaria sério. Agora eu tinha um homem que era meu parceiro e estava certa de que queria passar o resto da minha vida com ele. Parte disso era o imprinting, mas sentia que parte não.
E para fazer parte da vida dele, precisava fazer parte dela. Ele querendo ou não.
- Jake... – Falei fracamente, erguendo o olhar para ele, vendo-o com um avental na cintura.
- Sim. – Ele se virou com uma frigideira na mão.
- Por que não voltamos para casa? – Sugeri.
- O quê? Por quê? – Ele perguntou.
- Sua amiga se casa amanhã. – Falei fracamente.
- Eu sei. – Ele disse.
- Apesar de tudo que possa ter acontecido antes de eu vir para cá, se ela realmente é sua amiga, você deveria estar ao lado dela. – Suspirei, vendo-o erguer o olhar para mim. – E que eu me lembre, você é padrinho. – Ele bufou alto.
- Não, , eu não...
- Vem cá! – Lhe estiquei as mãos e ele suspirou antes de se aproximar novamente. – Eu não entendo isso de tratado, acordo e sei lá mais o quê, mas deixe as diferenças de lado um pouco, ela é sua amiga, você vai gostar de estar lá. – Ele se sentou em minha frente novamente.
- Eu disse algumas coisas que eu não deveria... Sobre as escolhas dela. – Ele disse.
- É o que amigos fazem, às vezes nem sempre estamos de bem. – Suspirei. – E agora que você superou a parte de estar apaixonado por ela, acho que não tem problema. – Ele deu um curto sorriso. – Ok?
- Ok! – Ele disse e dei um curto beijo em seus lábios.
- Vamos comer, depois partimos.
- Bem, o casamento é só amanhã no fim do dia... – Ele segurou minha nuca, jogando os cabelos para trás. – Acho que podemos aproveitar um pouco mais antes de receber sermão dos nossos pais. – Nossos lábios roçaram, me fazendo rir.
- Ah, você acha? – Brinquei, sentindo-o empurrar meu corpo para trás e sabia que minhas panquecas teriam que esperar.

Black

- Eles estão nos esperando. – falou em meu ouvido e suspirei.
- Preparado para o sermão da sua vida? – Falei e ela apertou as mãos em minha cintura.
- Deixa que eu cuido disso, ok? – Ela disse. – Eu ainda tenho a arma de ter sido largada por 10 anos na Flórida, ele vai me ouvir. – Ri fracamente, apertando minha mão na sua.
Assim que passamos a fronteira de volta para os Estados Unidos, minha cabeça voltou a ferver. Eu precisava de muita força para simplesmente ignorar a telepatia de lobo da matilha, e forçar a fazer isso também, era o dobro. Mas conforme nos aproximávamos da reserva, era impossível fugir disso, e a raiva nos pensamentos de Sam era forte demais.
O restante da matilha estava quieto. Temos que obedecer ao Sam, isso é fato, mas agora sentia que era algo muito maior do que alfa e betas, era de genro e sogro mesmo. Eu fugi com sua filha por duas semanas, ele já queria me matar por isso. Espero que dê para esconder sobre o pedido de casamento por mais alguns dias.
Assim que chegamos na reserva, os pensamentos de todos ficaram mais fortes e minha cabeça começou a doer com os diversos diálogos, mas o rosnado na garganta de todos me fez perceber que eu estava muito ferrado.
- Eles estão transformados. – Anunciei para .
- Ah, ótimo! – Ela disse ironicamente e observei a casa de meu pai.
Ele estava na porta com sua tradicional cadeira de rodas e o sorriso em seus lábios dizia como eu estava ferrado. Estacionei a moto perto do barracão e pulou antes de mim.
- Oi, sogrão! – Ela disse, animada e meu pai riu com sua animação.
- Olá, ! – Meu pai disse rindo. – Seu pai estava te procurando. – Ele disse.
- Somos um casal jovem de namorados, podemos fazer algumas loucuras de vez em quando, não? – Ela brincou e me aproximei de meu pai.
- Oi, pai. – Falei.
- Filho. – Ele foi sério. – Você não deveria ter feito isso.
- Eu precisava disso. – Falei. – E foi bom poder ser um jovem normal por alguns dias.
- Tirando o fato de que eu precisei caçar minha própria carne, tudo bem. – falou irônica e sorri.
- Eles estão esperando por vocês. – Meu pai disse sério, girando as rodas da cadeira e virei para .
- Vamos resolver isso! Você precisa tomar um banho antes de ir. – Ela disse, pegando minha mão e entrelacei nossos dedos.
Caminhamos por meio da clareira no fundo da casa e seguimos para dentro da floresta. Eu e nos entreolhamos e estávamos pensando a mesma coisa: ir ou não transformados. Se formos, Sam poderia ver como uma ameaça; se não, poderíamos ser atacados. E sei o quanto Paul estava louco para fincar os dentes em mim.
Ainda bem que sabe! Sua voz se fez presente em minha mente e deu um sorriso.
- Vamos assim! – Ela disse e deu um aceno de cabeça.
Não tínhamos pressa nenhuma para chegar, mas, quando chegamos na clareira atrás da casa de Sam, vi os seis lobos em formação, com exceção de Seth, me fazendo engolir em seco, mas a mão de apertou meus dedos.
- Oi, pai! Oi, mãe! – Ela disse com seu tom sarcástico de sempre e me contive em dar um riso. Ah, eu amo essa mulher!
Conversamos depois, ! A voz de Sam estourou em minha cabeça.
- Estamos juntos nessa, pai. Você goste ou não! – Ela disse e o rosnado de Sam a calou. – Você não vai usar o poder da matilha comigo. – Ela falou novamente.
! A voz de Sam estourou e apertei a mão dela.
- Pai! – falou firme.
- É melhor você me deixar falar. – Sussurrei para , apesar da telepatia.
- Não! – disse firme, dando dois passos para frente, soltando minha mão. – Jake precisava de um tempo! – Ela disse firme. – Pensar que sua melhor amiga quer se transformar no seu pior inimigo é algo que nem eu sei digerir para aconselhá-lo do que fazer. – Sua voz ressoava por entre as árvores, me deixando surpreso. – Mas nem anos de história podem separar uma amizade. Então eu sugeri que ele fosse ao casamento.
Para ele matar vários vampiros? A voz de Sam ressoou novamente.
- Seth vai ao casamento que eu sei! – Ela disse. – Por que seria diferente do Jake?
Você sabe os motivos, ! Sam disse novamente.
- Eu também não ficaria feliz em saber que um amigo vai morrer por simples capricho. – Ela disse.
Eu não falei sobre isso. Ele disse e ela suspirou.
- Ele está comigo agora, pai. – Ela disse. – Eu sei dos seus motivos. – Ela suspirou. – Você pode dar o sermão que quiser em mim depois, até nele... – Ri fracamente. – Mas ele vai ao casamento agora. E seria bom ter um pouco de proteção. – Ela falou sugestivamente.
Ah, era só o que faltava! A voz de Leah apareceu com a de Jared.
- Senão por ele, por mim, então. – pediu. – Eu vou ajudá-lo a se arrumar. – Ela anunciou, dando às costas aos lobos e me coloquei em posição de ataque. – Eles não vão me machucar. – Ela falou para mim. – Eu sou a filha do chefe, não? – Ela zombou, me fazendo sorrir e sua mão me puxou.
Meu olhar ficou em Sam e os lobos por alguns minutos antes de eu virar com ela. Meu corpo gelou com isso. Eu nunca tinha virado as costas para ele assim, mas parece que ter na matilha e um imprinting com ela mudavam um pouco as coisas.
- Vai tomar banho, eu vou encontrar algo decente para você usar. – Ela anunciou e assenti com a cabeça. – Billy, o senhor tem uma camisa social, por acaso?
- Camisa social, ? – Falei com desdém.
- Você vai usar e não vai reclamar! – Ela disse em um rosnado e ergui as mãos para cima.
- Eu já falei que adoro você, ? – Billy disse e sorri.
- Obrigada, sogrão! – Ela sorriu. – Agora vai, Jacob! – Ela estalou os dedos rapidamente. – Anda! Para meu pai aparecer e arrancar sua cabeça fora, não custa! – Arregalei os olhos. – VAI!
- Eu estou indo, eu estou indo!
Depois de finalmente sair do banho, havia achado uma camisa social branca e me ajudou a não parecer uma camisa de um homem bons quilos mais pesado do que eu. Quando eu estava quase pronto, ela aproveitou para ir para o banho também, colocando uma das roupas limpas de sua mochila. Sugeri que ela fosse para casa, mas ela sabia que Sam e Leah estavam prontas para dar lição de moral nela, seja como filha ou como beta da matilha.
O que disse ficou na minha cabeça. “Eu sou filha do chefe”, ela disse. Apesar de tudo ser novidade para ela, ela é a herdeira direta de Sam. Isso já se mostrou claro em sua força, sua facilidade em lidar com todas as transformações e o tom que ela respondia para Sam. Ela é natural com tudo, natural até demais.
Isso me fez pensar um pouco do futuro. Era para eu ser líder pelo sangue Black e Ateara, mas acabei negando e isso fez com que Sam mantivesse o líder, mas o que isso dizia para o futuro?
- Eu? Líder de matilha? Você está louco, certo? – se sentou ao meu lado.
- Me analisando? – Perguntei e ela segurou minha mão.
- Sempre! – Ela passou a mão em meus cabelos. – Pronto? Eles estão aqui.
- Não acredito que eles vieram. – Falei.
- Posso ser bem convincente. – Ela sorriu e nossos lábios se tocaram rapidamente.
Me surpreendi ao ver o restante da matilha humanizado do lado de fora. saiu à minha frente e foi em direção aos pais. Ela abraçou Sam primeiro, fazendo-o manter os olhos em mim enquanto a abraçava.
- Senti sua falta. – Ele disse.
- Eu também! – Ela sorriu. – Sei que temos muito o que conversar, mas amanhã, pode ser? – Ela sugeriu e ele deu um aceno com a cabeça. Ela abraçou sua mãe e depois virou para mim.
- Que bom que está bem. – Leah disse, fazendo-a sorrir.
- Eu estava com Jake, ele nunca deixaria nada acontecer comigo. – Ela falou e só consegui sorrir, ela estava certa.
- Conversamos amanhã, Sam, pode ser? – Falei, esticando minha mão para o mesmo e ele deu um aceno com a cabeça, retribuindo o aperto.
- Não podemos ir transformados no território deles, então não demore. – Ele disse e assenti com a cabeça.
- Vai comigo? – Virei para e ela deu um aceno de cabeça.
- É claro! – Ela esticou a mão e entrelacei, seguindo com ela lado a lado.
Atravessar a área dos vampiros era um tanto perigosa, mas estávamos todos juntos, com exceção de . E eu ainda tinha um convite para esse casamento. A parte ruim, foi que não eram só os Cullen que estavam nessa festa, meu corpo se enrijeceu de uma forma incomum ao me aproximar, vários outros vampiros estavam lá.
- Sou só eu ou o ar ficou mais rarefeito de repente? – comentou e apertei sua mão.
- Vampiros. – Falei. – Fique perto.
- Ok... – Ela disse fracamente enquanto nos aproximávamos do limite da casa dos Cullen e a música e a iluminação se faziam presente no meio do escuro da floresta.
- Edward nos ouviu. – Sam disse. – Eles estão vindo. – Dei alguns passos para frente.
- É melhor você ficar aqui. – Anunciei para e ela assentiu com a cabeça.
- Perto de mim, ! – Sam disse e engoli em seco, vendo Bella se aproximar com Edward.
Ela está linda!
É... Ela está!
concordou e sorri para ela.
- O que um presente de casamento está fazendo aqui fora? – Ouvi sua voz.
- O padrinho não teve tempo de arranjar um smoking! – Falei, chamando sua atenção.
- Jacob! – Ela disse, surpresa. – Jake! – Ela correu em minha direção e abracei-a fortemente.
- Oi, Bella! – Falei.
- Oi! – Ela sorriu.
- Foi gentileza sua. – Edward disse.
- Gentileza é comigo mesmo. – Falei, ouvindo algumas risadas em minha cabeça.
- Vou ver se a Rosalie quer dançar. – Edward disse e assenti com a cabeça, agradecendo pela privacidade.
- Desculpe pelo atraso. – Falei.
- Não faz mal. – Ela disse feliz. – Está tudo perfeito agora!
- Você dança comigo? – Sugeri e ela deu um aceno com a cabeça antes de me abraçar.
Rodei-a pelo gramado algumas vezes, fazendo nossas risadas se misturarem e tive aquela sensação de paz em meu peito. Seu coração sempre pertenceu ao Edward e só descobri isso quando o meu começou a pertencer à .
- Pode onde andou? Já íamos começar a distribuir sua foto como desaparecido. – Ela disse, me fazendo rir.
- Fiquei um pouco ao norte do Canadá. – Falei. – Precisava de um tempo. Desaprendi a agir como um humano com roupas. – Ela riu fracamente.
Jake! rosnou em meu ouvido e sorri. Adoro provocá-la.
- Você está bem? – Bella perguntou. – De estar aqui?
- Por quê? Com medo que eu acabe com a festa? – Brinquei, ouvindo o rosnado de Sam e suspirei. – Eu já devia estar acostumado a te dizer adeus. – Falei e notei os olhos cheios de lágrimas de Bella. – Qual é, não é você que deveria estar chorando. – Falei, sentindo-a me abraçar novamente.
- Todo mundo chora em casamentos. – Ela disse.
- É assim que vou me lembrar de você. – Falei. – Bochechas rosadas, dois pés esquerdos... – Rodei-a novamente. – Coração batendo...
- Por quê? Por que logo estarei morta para você? – Ela perguntou.
Cuidado com as suas palavras, Jake! falou.
- Desculpe, só quero aproveitar sua última noite como humana. – Falei, me afastando um pouco de Bella.
- Não é minha última noite. – Bella disse, me pegando desprevenido.
- Eu pensei que...
- Não queria passar minha lua de mel gritando de dor. – Ela anunciou.
- Do que adianta? Não é como se fosse ter uma lua de mel de verdade com ele. – Falei, rindo fracamente.
- Vai ser de verdade como de todo mundo. – Ela disse e me afastei um passo assustado.
Jake! falou em minha cabeça.
- É uma piada de mal gosto, Bella. Você está brincando, certo? – Falei firme e o olhar de confusão apareceu em Bella. – Enquanto você ainda é humana? – Me afastei mais um passo.
Ai, Jacob! Ignorei .
- Você não pode estar falando sério, Bella! Diga que não é tão burra!
JACOB!
Ele não vai te ouvir!
Paul disse.
- Isso não é da sua conta! – Ela disse.
- Não, você não pode... – Segurei os braços de Bella.
- Jake... – Ela disse.
JAKE!
- Me ouça, Bella! – Pedi.
- Me solta! – Ela afastou as mãos.
- Jacob, se acalme! – Edward apareceu.
- Você está louco? Você vai matá-la! – Falei firme e senti alguém me segurar pelas costas.
- Vá embora, Jake! – A voz era de Seth.
Eu iria lá se fosse vocês!
Embry e Quil me seguraram, me afastando deles.
- Chega, Jacob! – Sam disse firme.
- Fique longe disso, Sam! – Pedi.
- Não vou deixar você começar algo que teremos que terminar depois. – Ele disse sério e vi o olhar de atrás dele, pressionando os lábios.
- Ela vai morrer! – Falei.
- Não é mais nosso problema. – Sam disse e olhou confusa para ele.
Pai... disse.
- Agora não, ! – Sam disse alto, chamando a atenção de Edward e Bella para ela.
- Vamos, Jake! – Ela deu um passo para frente, esticando as mãos e engoli em seco, esbarrando em Sam antes de seguir até ela. – Tudo vai ficar bem! – Ela acariciou meu rosto.
- Vamos embora. – Pedi e ela assentiu com a cabeça.
Corri à sua frente, deixando meu corpo se transformar com facilidade e as pequenas explosões atrás de mim me indicaram que eles fizeram o mesmo.
Você precisa se acalmar, Jake! Sam disse.
Como posso me acalmar? Ele vai matá-la. Parei no meio da floresta, virando para ele. Isso muda tudo! O tratado não permite que eles transformem nenhum humano em vampiro no nosso território. Eles não podem!
Eu digo, Jacob!
Sam disse. Não é um acidente, ela escolheu!
Isso não é certo!
Não se atreva a se meter nisso, ou haverá consequências.
Sam disse firme, me fazendo bufar. Para casa agora! Sua voz ressoou alta. Todos vocês! Os lobos à nossa volta saíram em debandada. E amanhã conversaremos com calma. Nós três! Ele falou em um rosnado antes de sair de perto. E você dorme em casa hoje, ! Sem discussões.
Ok, ok! disse desanimada, sendo a única a ficar ao meu lado. Como você está? Ela perguntou.
Eu sei que isso aconteceria, mas não assim, ele tem uma força sobre-humana, ! Ele vai machucá-la. Matá-la!
Ele a ama, Jake. Ele não vai machucá-la.
Ela disse, se aproximando de mim, roçando o focinho em mim.
Ele não tem controle, .
Você teve.
Ela disse.
Nós temos a mesma força, ! É diferente.
Você é mais forte do que eu, Jake.
Ela lambou meu rosto, se aninhando em meu pescoço em seguida. Tenha um pouco de confiança.
Eu não tenho escolha, certo? Virei meu rosto para ela, lambendo seu rosto.
Vá para casa. Descanse, nos vemos amanhã. Suspirei.
Não tenho escolha também. Ela riu fracamente.
Eu te amo. Ela disse e sorri.
Também te amo. Obrigado por me fazer vir.
Sabia que se arrependeria se não o fizesse.
Ela disse e nossos focinhos se roçaram mais uma vez antes de ela andar à minha frente. O lobo avermelhado caminhou por entre o escuro da floresta, me fazendo suspirar.



6. Alcateia

Uley

- Você não pode simplesmente aceitar o fato de que eu tenho 18 anos e fui sair com meu namorado? – Falei, rindo sarcasticamente.
- Vocês fecharam suas mentes, ! – Ele disse, me fazendo suspirar. – O que o Jacob fez foi sério.
- Ah, pai, nem foi tão sério assim. É difícil namorar e ficar com a sua voz na nossa cabeça o tempo inteiro! – Falei firme. – Eu tenho 18, me transformo em lobo, sofri um imprinting, o que você espera? – Dei de ombros.
- Não preciso de detalhes, ! – Ele disse. – Você não entende a importância disso.
- Importância do quê, pai? Meu namorado estava chateado e saímos para acampar, que relevância isso tem para a matilha? Nós só nos transformamos duas vezes para caçar e não foi uma experiência muito boa. – Mordi o pão com força.
- Você é filha de um chefe, . Você vai liderar essa matilha no futuro...
- Ah, esse papo de novo! – Falei firme, me levantando.
- Que papo? Nunca falamos sobre isso! – Ele disse.
- Eu ouvi Jacob pensando nisso ontem. – Ele suspirou, jogando a cabeça para trás. – Do que se trata? – Perguntei.
- Oficialmente, o Jacob era para ser líder da matilha. – Ele disse. – Ele é neto de Ephraim Black, o primeiro líder Quileute, e tataraneto de outro, Quil Ateara II. Ele é o alfa legítimo da nossa matilha, mas ele negou logo após sua faseação. – Me sentei na cadeira à sua frente novamente. – Então, eu continuei como líder. – Ele suspirou.
- E por que isso é um problema? – Perguntei.
- Jacob tem o sangue de um líder, e o temperamento de um, talvez seja por isso que vocês tiveram o impriting, você também tem isso. - Suspirei. – Mas isso não é para ser um problema... – Ele ergueu o olhar para mim. – Contanto que as decisões da matilha permaneçam iguais. – Ele disse firme.
- Eu não vou sentar e concordar com o senhor, pai, se é isso que você espera. – Falei. – Eu sou nova nisso, não entendo metade das coisas, eu sei, mas eu entendo um pouco de amizade e lealdade. – Dei um olhar fixo para ele. – Eu entendo a frustração dele. – Dei de ombros. – E entendo querer fugir de tudo. – Pressionei os lábios. – Até um minuto antes de me conhecer ele era apaixonado por aquela menina. No minuto seguinte, ele me viu e toda sua vida mudou, como lidar com isso tão rápido? – Impedi que ele continuasse, emendando outra frase. – E não peça para eu tentar ajudá-lo. Eu nunca senti isso na vida. Eu tinha um namoradinho em Tampa, mas não era nada parecido com o que ele tinha com ela.
- O que você quer que eu diga, ? Que deixe você fazer o que bem entende?
- Por que não? – Dei de ombros. – Estamos seguros, não? – Dei de ombros. – Ela se casou com os vampiros por livre e espontânea vontade, se ela for transformada, isso também é por livre e espontânea vontade. – Olhei para ele. – A não ser que algo aconteça com ela, ou outros vampiros entrem em nosso território, acho que dá para relaxar. – Coloquei o restante do pão na boca, vendo-o dar um curto sorriso.
- Ah, como eu queria que fosse tudo prático como você pensa. – Ele disse.
- Talvez seja, pai. – Dei de ombros. – Talvez vocês que complicam tudo. – Ele assentiu com a cabeça. – Agora podemos ir? – Ele suspirou vencido.
- Claro. – Falei e ele se levantou da mesa.
Caminhei rápido pela porta de correr, abrindo-a e vi o restante da matilha inteira ali, além de vovó, tia Emy, Billy e Rachel, a irmã de Jake que teve um imprinting com Paul. Jacob deu um olhar firme para mim e assenti com a cabeça. Certeza que meu pai tinha fechado a nossa ligação com os outros lobos, do contrário não faria sentido nos trancar na outra sala.
- Tudo bem? – Minha avó perguntou e sorri.
- Uhum, tudo bem. – Sorri, estalando um beijo em sua bochecha.
- Talvez vocês gostariam de informar aos outros sobre o que aconteceu no Canadá, filha. – Meu pai disse, olhando sugestivamente para mim.
- Do que você está falando? – Franzi a testa e me aproximei de Jacob.
- Você pode fechar seus pensamentos, mas eu vi seu dedo. – Ele disse e arregalei os olhos, escondendo uma mão com a outra.
- Você não disse nada! – Falei firme.
- E eu tenho que dizer algo? – Ele disse, rindo. – É o imprinting, filha. Eu não tenho nem direito de brigar, tudo é previsto. – Ele disse.
- Do que ele está falando? – Minha mãe falou e mordisquei o lábio inferior.
- Você não faz essas coisas, pai! – Falei, rindo. – Não estávamos preparados para contar. – Falei.
- Dá para alguém explicar? – Tio Seth perguntou.
- Eu pedi para casar com ela. – Jake anunciou e ri fracamente.
- O QUÊ? – Os rapazes gritaram com um pouco de emoção e risada na voz e abracei Jacob pela cintura, apoiando a cabeça em seu peito.
- E eu disse sim. – Falei, rindo.
- O QUÊ?! – Minha mãe gritou, me fazendo rir. – Clearwater Uley, você está brincando, certo? – Neguei com a cabeça. – Não é cedo?
- Talvez sim... – Falei fracamente.
- É o imprinting, Leah. – Meu pai disse. – O corpo deles só querem saber disso. – Dei um curto sorriso.
- Apesar de tudo, o casamento da Bella me fez pensar que eu quero ter isso com alguém também. – Jake acariciou meu rosto, me fazendo sorrir. – E eu quero ter tudo isso com . – Ele beijou meu rosto.
- Eu preciso sentar! – Minha avó disse, me fazendo rir.
- Não entramos em muitos detalhes, mas queremos fazer as coisas do jeito certo. – Jake disse. – Com a presença de todos vocês. – Ele sorriu para mim.
- Mas vamos um pouco mais devagar. – Falei para ele. – Acho que me apaixonar e noivar em menos de dois meses já foi o suficiente para agora. – Brinquei, ouvindo-o rir.
- No seu tempo, meu amor. – Sorrimos juntos.
- Legal! Agora o Jake é o quê? Meu sobrinho? – Seth brincou, nos fazendo rir.

Black

- Eu posso trabalhar na loja com a minha avó. O Seth odeia lá e ele precisa focar nos estudos. – Ela disse.
- Achei que odiasse cheiro de peixe. – Falei, vendo-a parar de andar.
- Eu odeio, mas o foco não é esse! – Ela me indicou. – E com esse olfato aguçado eu sinto o cheiro de peixe o tempo todo. – Rimos juntos.
- Eu posso encontrar um trabalho também. Só não sei onde. – Falei.
- Nenhum com atendimento ao cliente. – Ela disse. – Você se irrita fácil, não dá para se transformar toda vez que alguém for grosso contigo. – Ela deu um sorriso e revirei os olhos, vendo-a se aproximar.
- Está engraçadinha demais, futura senhora Black. – Puxei-a pela cintura, ouvindo-a rir.
- Eu só estou feliz, depois do anúncio do nosso noivado, parece que meus pais estão mais calmos. – Ela deu de ombros, apoiando os braços em meus ombros. – É bom poder fazer planos igual uma pessoa normal. – Sorri, dando um beijo em seu rosto.
- Precisamos trabalhar igual pessoas normais. – Disse rindo fracamente. – Não tem nenhum serviço de segurança noturno, não?
- Eu sei o que está pensando, Jacob, e não. – Ela falou firme. – Você está tentando pensar nas duas situações. Você vai trabalhar em duas pernas, não em quatro. – Bufei.
- Mas eu não sou bom em nada! – Joguei a cabeça para trás.
- Você é bom de mecânica, nem vem! – Ela se levantou rapidamente. – Por que você não vai trabalhar para o Sal? – Ela sugeriu. – Você gosta, você é bom, rápido...
- Assim eu posso abrir uma auto mecânica, não? – Falei, me espreguiçando. – Tem todas as minhas tralhas aqui do lado já.
- Meu pai vai odiar isso. – Ela disse, se sentando na minha cama. – Aqui é quase parte do nosso esconderijo, amor, quanto menos pessoas souber, melhor... – Bufei.
- Sua avó não quer ajuda, não?
- Acho que a loja não é tão agitada para ela precisar de dois funcionários. – Ela disse, colocando um pirulito na boca. – Ainda mais nós dois.
- Ah, mas qual o problema? – Falei e ela tirou o pirulito para falar.
- Você vai querer me agarrar o tempo todo. – Ela piscou, colocando o pirulito na boca novamente.
- Você não está errada. – Falei e ela riu, brincando com o doce em seus lábios. – Eu não sei, precisamos do nosso canto, . Meu pai aqui e o seu lá, ou sua mãe, fica complicado. – Ela assentiu com a cabeça.
- A gente fala tanto sobre viver como jovens normais, talvez precisemos viver assim mesmo. Trabalhar e esperar ter dinheiro o suficiente para cumprir os sonhos. – Ela deu de ombros e pressionei os lábios.
- Meu pai vai nos expulsar logo mais, a gente quebrou a cômoda ontem. – Indiquei a gaveta caída e ela pressionou os lábios.
- Eu preciso falar com a minha mãe, talvez elas tenham alguma ideia.
- Com licença... – Viramos o rosto para porta e vi meu pai parar ali.
- Ei, pai. Estamos falando muito alto? – Perguntei.
- Não se preocupe sobre isso. Eu estava ouvindo a conversa de vocês e talvez tenha parte de uma solução. – Ele disse.
- 30 mil dólares ajudariam bastante! – Falei e ele riu fracamente.
- Não, isso eu não tenho, mas eu tenho o barracão aqui do lado. – Ele disse. – O fundo é de alvenaria, se vocês colocarem piso e trocar a cobertura, já dá para morar lá. – Virei para , vendo-a sorrir.
- A sorte às vezes bate na porta, literalmente! – Ela disse.
- Você sabe reformar algo, ? – Perguntei.
- Não, mas você sabe! – Ela disse sorrindo. – Eu talvez saiba um pouco de decoração. – Ri fracamente.
- E, eu posso estar enganado, ... – Meu pai saiu pelo corredor. – Mas, pelo que me lembro, sua bisavó na Flórida tinha deixado a herança dela inteira para você.
- OH, MEU DEUS! – falou mais alto. – Sogrão, o senhor é um gênio! – Ela disse animada. – Talvez eu tenha mais do que 30 mil dólares guardado. – Ela disse.
- Que podemos usar? – Perguntei.
- É claro! A regra era depois que eu me formar na faculdade, mas acho que ela não vai se importar se eu usar esse dinheiro com meu futuro marido. – Deslizei a cadeira para perto dela.
- Eu gosto como isso soa. – Assumi, vendo-a sorrir.
- Bom! – Ela disse, se aproximando para beirada da cama, tirando o pirulito da boca novamente. – Espero que esteja com pique para trabalhar, começamos amanhã.
- Seu pai vai surtar, você sabe disso, certo? – Falei e ela suspirou.
- Não, com isso ele está bem! – Ela abanou a mão. – A questão do imprinting ele aceita muito bem, agora você querendo matar todo mundo, não. – Sorri.
- Eu não vou matar todo mundo! – Falei firme e ela sorriu.
- Porque eu não vou deixar. – Ela tirou o pirulito da boca antes de colar nossos lábios. – Agora, por que não vamos lá no barracão ver o que precisa fazer?
- Eu vou adiantar para você, não é um lugar que você vai gostar. – Falei.
- Por quê? Por que sou patricinha? – Ela perguntou, me fazendo rir.
- É, garota da cidade grande, exatamente por isso. – Rimos juntos e ela me empurrou pelo peito, me fazendo deslizar para trás com a cadeira.
- Depois de tudo o que vivemos no meio da floresta, acho que essa parte já passou, não? – Ela disse sorrindo e ouvi uma bufada alta vinda da sala.
- Eu não me importo que vocês fiquem aqui e até prefiro, mas tem coisas que eu realmente prefiro não ouvir. – Ouvi a voz de meu pai, me fazendo rir.
- Desculpe, pai! – Falei antes de chutar a porta, fazendo-a fechar e olhei para rindo.
- Achei que fôssemos no barracão ver o que precisa. – Ela disse e me aproximei da cama novamente.
- Eu falei sério, , tudo! Precisamos de tudo. – Falei, rindo. – E eu vou querer deixar tudo perfeito para você. – Vi um sorriso se transformar em seus lábios.
- Gosto do jeito que pensa, Jacob Ephraim Black. – Ela piscou e me levantei.
- Ok, vamos lá! Talvez dê para encomendar algumas coisas na loja de materiais ainda hoje. – Puxei-a pela mão, fazendo-a rir quando se levantou.
- Às suas ordens. – Ela roçou nossos narizes por alguns segundos antes de seguir até a porta.

Uley

- Viu? Agora temos um quarto! – Falei sorrindo, vendo Jake colocar o quadro na parede.
- E um banheiro! – Ele disse animado, me fazendo sorrir.
- Está perfeito, Jake. – Suspirei, vendo-o vir em minha direção.
- Tudo para minha futura esposa. – Ele me abraçou pela cintura, me fazendo sorrir.
- Talvez precisemos marcar a data desse casamento agora. – Falei.
- Acho que seu pai pode oficializar isso. – Ele disse e ponderei com a cabeça. – Ou você está pensando em algo religioso e...
- Não! – Falei rapidamente, tirando uma mancha de gesso de seu ombro. – Estava pensando algo como fugirmos para Seattle, ir ao cartório e, uhul! Senhor e senhora Uley Clearwater Black. – Falei fingindo animação e ele riu comigo.
- Vamos ter todos esses sobrenomes? – Ele perguntou e fiz uma careta.
- Eu não pensei muito, ok?! – Ela disse rindo. – As coisas podiam ser resolvidas naturalmente.
- E elas estão. – Ele tirou o cabelo de meu rosto. – Eu pedi para casar contigo, agora estamos decidindo nosso canto, o próximo passo é oficializar isso. – Falei. – Ou podemos pular mais algumas etapas, se preferir. – Ri fracamente. – Pensando bem, eu nunca te levei para um encontro... Nunca te dei flores... Eu sou um péssimo namorado. – Sorri, dando um beijo em seu rosto.
- Nós fomos naquela hamburgueria quando nos conhecemos. – Falei, vendo-o rir. – Uma coisa de cada vez, Jake. – Sorri. – Depois que resolvemos tudo, vamos ter a vida toda para ir a encontros... – Ele sorriu. – Mas não seria nada mal um jantar, flores... Chocolate! – Ele riu comigo.
- Por que não saímos para jantar hoje à noite? Com luz de velas e tudo? – Ele sugeriu e assenti com a cabeça.
- Perfeito! Mas eu adoraria um banho antes. – Ele sorriu.
- Combinado!
- E passar uma maquiagem também, faz meses que eu não passo um batom sequer!
- Você é perfeita desse jeito. – Ele disse.
- E você é apaixonado por mim. – Estalei um beijo em sua bochecha. – Vamos!
Virei para o rosto e vi nosso quarto. A cama de casal com dossel no centro, armário do lado direito, uma poltrona do lado esquerdo, um tapete no centro da cama e alguns quadros fofos de árvores e flores na parede. A parede tinha um tom amarronzado e o teto era branco. Pequeno, mas perfeito para o que precisamos. O banheiro também era pequeno, um box quadrado, vaso sanitário e pia com duas escovas de dentes solitárias ali. Ideal para um casal de jovens namorados.
- Eu quero luz de velas e guardanapos de pano! – Falei para Jake, ouvindo-o rir.
- Você quer que eu use um paletó também? – Ele perguntou enquanto tranquei a casa e ri.
- Eu ia adorar. – Falei, vendo-o se virar confuso. – Ah, você deve ter algo no meio das suas blusas xadrez e camisetas pretas.
- Ah, ! – Ele me pegou pela cintura, me erguendo, fazendo com que minha risada ecoasse pelo local.
- Jake! – Falei, rindo, vendo-o parar em seguida. – O quê? – Virei o rosto para onde ele olhava e vi um carro de polícia parado na entrada da casa.
- É o carro do Charlie. – Ele disse, me soltando.
- Jake! – Ele seguiu a passos rápidos e o acompanhei antes de entrar na casa.
- Oi, filho! Como foi a reforma? – Billy perguntou enquanto alcancei-o.
- O que está acontecendo? – Jake perguntou e vi Charlie, pai de Bella, na cozinha de Billy. Eu já tinha conhecido-o antes, ele ia frequentemente na barraquinha de pesca de minha avó e aparecia em casa.
- Bella ligou para ele. – Billy disse e Jake atravessou o pequeno espaço e vi Billy pressionar os lábios e fiz o mesmo.
- Ei, Jacob! – Charlie disse. – Seu pai disse que está reformando aqui do lado. – Ouvi a voz do policial.
- É... – Jake falou aleatoriamente. – Teve notícias da Bella?
- Eles estenderam a viagem. – Charlie disse. – Parece que ela pegou uma virose. – Ele disse. – Querem que ela esteja melhor antes de viajar.
Dei um olhar firme para Billy que retribuiu. Mesmo ele não tendo a telepatia de lobos, eu entendi. Bella tinha se transformado em vampiro e estavam tentando esconder isso de seu pai.
- Ela está doente? – A voz de Jake era forte e sabia que a conversa com meu pai não daria em nada, se Bella morresse, Jake ainda tentaria matar Edward.
- Ela disse para eu não me preocupar, mas ela parecia estranha. – Charlie disse.
- Ela vai ficar bem, Charlie! – Virei para o lado, vendo minha avó ali.
- Vó! – Falei assustada.
- Oi, querida! – Ela disse e sacudi a cabeça. – Como está a reforma?
- Já temos onde dormir. – Sorri e ela confirmou com a cabeça.
- Venha, vamos comer! – Ela disse.
- Eu e Jake vamos sair para comer hoje. – Falei, olhando sugestivamente para ele. – Eu vou passar em casa para me arrumar.
Eu estou bem! Ele disse.
Você não mente para mim. Foi minha vez de responder.
- Não vão! – Billy falou, mas Jake saiu pela porta, me fazendo suspirar.
- Nos vemos depois, bom te rever, chefe Swam. – Falei.
- O prazer foi meu, ! – Ele disse e virei rapidamente, ouvindo a moto de Jake.
VOCÊ ME ESPERE! Minha voz foi firme e vi Jacob sentado na moto, olhando para mim.
Você não precisa ir, .
Eu não vou deixar você fazer merda, Jacob! Se você matá-lo, eles vão te matar também!
Fui firme enquanto me aproximava da moto. É um contra sete!
Eu não posso ficar de braços cruzados, . Não se ele a matou.
Eu duvido que ele tenha matado-a! Ele a ama.
Fazemos loucuras por amor!
Jacob foi ríspido.
Exato! E se for para você morrer, que eu morra contigo. Seus olhos negros me olharam assustados. Te coloquei medo, né?! Ótimo! Porque é assim que eu me sinto. Eu não posso te perder, Jacob. Não antes de seus cabelos ficarem brancos e você ficar mais chato do que o normal.
Eu nunca faria nada para te prejudicar, .
Se você morrer, você já vai me prejudicar, Jake. Deixa eu ir contigo. Talvez dê para eu colocar um senso na sua cabeça. Ou talvez ela realmente só esteja doente.
Eu duvido.
Ele falou vencido.
Ou você vai comigo, ou você não vai.
Sobe aí!
Ele disse e subi na moto, apertando os braços em sua barriga.
Vai dar tudo certo, Jake. Dei um beijo em suas costas, ouvindo a moto ser colocada em movimento. Odeio quando você entra nesse modo pronto para matar. Ele suspirou, segurando minha mão.
Eu prometo que não vou, ok?!
Se eu confiasse em você com isso, eu deixaria você ir sozinho, Jake.
Fui honesta.
Eu não vou, . Eu prometo! Ele foi sério e só me restou apoiar a cabeça em suas costas.
Eu tinha ido a casa dos Cullen somente uma vez, quando ele veio ao casamento e tudo tinha dado errado, mas não tinha visto mais do que a lateral da casa. Agora, olhando de frente, entendia um pouco da fama. Eles provavelmente não dependeram da herança da avó para se casar.
Jake praticamente pulou da moto quando parou e eu somente segui atrás dele. Sua respiração era forte, com os ouvidos aguçados ela ficava mais forte ainda. Como se nos esperássemos, o médico que cuidou de Jacob estava na porta.
- É verdade? – Jacob perguntou.
- Olá, Jacob, como vai? – Ele perguntou e dei um aceno de cabeça, vendo o homem pálido esticar a mão me convidando para entrar.
- Oi... – Falei fracamente, mal ouvindo minha voz.
- Olha, quero que me diga a verdade! – Ele pediu.
- Jake, é você? – Uma voz feminina mais baixa foi ouvida e olhei surpresa com ele.
- Ela está aqui? – Ele disse.
- Eles chegaram há duas semanas. – O médico disse enquanto Jake corria escada acima. – Jake! – O médico disse.
Subi apressada com eles e foi como se o ar ficasse rarefeito novamente. Vampiros. Meus pelos enrijeceram e até desacelerei os passos um pouco quando cheguei no segundo andar. Todos os vampiros estavam lá, inclusive a tal Bella. E um cheiro normal me fazia perceber que ela ainda era humana.
- Que bom que veio! – Sua voz foi calma e virei para o médico que indicou que eu podia dar alguns passos mais para frente.
- Pode parar. – Uma loira disse para Jacob.
- Qual o seu problema? – Ele disse e dessa vez preferi me manter fora dos pensamentos de Jacob.
- Rose, está tudo bem. – Bella disse e a loira deu espaço para que eu finalmente visse Bella.
Vê-la em um lindíssimo vestido de noiva e vê-la agora era como se tivesse passado anos. Poderia dizer que Bella tinha virado anoréxica. Os ossos de sua mandíbula estavam aparentes e suas mãos pareciam mais magras do que antes. As olheiras eram fundas e seu rosto estava sem maquiagem. Com toda certeza ela é humana ainda, a beleza do pessoal à nossa volta era loucura.
- Você está terrível. – Meu noivo falou delicado e segurei a risada em minha garganta.
- É bom ver você também. – Bella disse e o olhar do marido veio a minha direção e dei um aceno de cabeça, vendo-o repetir o gesto.
- Bem... – Jacob disse com o tom de voz mais calmo. – Vai me dizer o que você tem? – Ele perguntou.
- Rose, me ajuda a levantar? – Ela pediu e a loira se aproximou.
Não precisou que ela o fizesse, no momento em que a grossa coberta saiu de suas pernas, a grande barriga apareceu marcada pelas roupas e foi impossível não arregalar os olhos. Fazia pouco mais de um mês de seu casamento e agora ela estava com uma barriga de pelo menos sete meses.
- Você fez isso! – Jake foi para cima de Edward e, antes de eu chegar nele, o grandão perto de Edward o segurou.
- Não sabíamos que era possível. – O médico disse.
- O que é? – Jacob perguntou.
- Não sabemos. Ultrassom e agulhas não penetram. – O médico disse.
- Também não consigo ver. – Uma outra mulher de cabelos curtos falou ao lado. – Também não consigo ver o futuro da Bella mais.
- Pesquisamos em lendas, mas não temos muita informação, só sabemos que é forte e cresce rápido. – O médico disse e engoli em seco. Um pequeno vampiro crescendo dentro de uma humana?
- Algo assim. – Edward me respondeu, fazendo eu erguer o rosto para ele e sabia que precisava manter minha mente vazia aqui. Eles também possuem dons.
- Por que não fez nada? Tire isso dela?
- Jake! – Minha voz finalmente foi presente, chamando atenção demais para mim.
- Isso não é problema seu, cachorro. – A loira disse.
- Rose! – Outra mulher a repreendeu e engoli em seco. – Essa briga não é boa para Bella.
- O feto não faz bem para Bella! – A de cabelos curtos falou.
- Diga a palavra, Alice! Bebê! É apenas um bebezinho! – A tal Rose falou.
- Talvez. – Outro homem loiro falou atrás de Alice.
- Carlisle, tem que fazer alguma coisa. – Jacob disse.
- Jake! – O repreendi.
- O quê? – Ele virou apressado para mim.
- Não é escolha sua! – Falei firme. – Não é seu corpo, não é seu filho! – Engoli em seco, notando a atenção de todos em mim. – Não cabe a ninguém decidir isso, só ela. – Falei engolindo em seco, mas o pequeno sorriso de Bella e Rose me deram certa esperança de que eu não seria atacada.
- Jacob, preciso falar contigo. – Edward disse, saindo da sala e Jacob saiu com ele, me fazendo soltar a respiração fortemente.
- É melhor eu... – Indiquei para trás.
- Você é bem-vinda aqui. – A mais velha entre as mulheres falou rapidamente. – Você deve ser . – Assenti com a cabeça.
- Filha de Sam e Leah. – O médico falou e dei outro aceno. – É um prazer honesto te conhecer.
- O prazer é meu. – Minha voz saiu fraca como se tivesse areia em minha boca.
- Obrigada. – A voz de Bella se fez presente. – Por dizer isso. Imagino que não tenha sido fácil.
- O quê? Isso? – Me aproximei dela. – Não é a primeira vez que discordamos de alguma coisa e tenho certeza de que não será a última. – Apertei uma mão na outra, sentindo minhas mãos suarem.
- Mesmo assim... – Ela disse fracamente. – Ele não é fácil.
- Eu também não. – Falei, vendo-a dar um pequeno sorriso e retribuí, suspirando em seguida. – Eu não sei muito o que está acontecendo contigo, e nem sei muito ainda como posso me transformar em um lobo, mas.. – Pressionei os lábios. – Quando eu tinha oito anos, minha mãe fez algo para me proteger... Acabou não dando certo, mas... – Dei de ombros. – Eu tinha tudo para odiá-la e não querer nada com eles, até que eu entendi. – Pressionei os lábios. – Ficar longe de mim foi pior para ela do que para mim, e com essa questão estranha de matilha e afins, sei como é difícil para ela eu ser mais próxima do meu pai. – Engoli em seco. – Mas eu sei que ela faria tudo por mim. – Rose deu um sorriso e senti uma lágrima deslizar pela minha bochecha.
Eu te amo, criança! Ouvi a voz de minha mãe, me fazendo sorrir.
- Eu sofri imprinting com alguém que eu não lembrava da existência. – Falei. – Isso literalmente mudou o centro da minha vida. Ele é meu tudo, minha gravidade, meu Sol, minha Lua, tudo... – Suspirei, vendo Bella pressionar os lábios. – E sinto que é quase isso que acontece quando nos tornamos mãe. Não adianta falar, sua criança, independentemente de como ela venha, é sua gravidade agora. – Ela assentiu com a cabeça. – Mas não posso deixar de me compadecer com todos à sua volta. Eles te amam, você é a gravidade deles. – Falei, dando de ombros. – Mas saiba que você terá muitos desafios se quiser realmente aproveitar seu filho quando nascer.
- Obrigada. – Bella falou e assenti com a cabeça.
- Se não se importam, eu vou esperar lá embaixo. – Falei e eles assentiram com a cabeça.
Os pensamentos de Jake estavam fervendo com a conversa de Edward e sabia que ele logo precisaria de privacidade com ela para tentar fazê-la mudar de ideia, como Edward estava pedindo. Mas não adianta! Ele poderia tentar, e sei que tentaria, mas ela não vai mudar de ideia.

Black

- Você tem uma conexão com ela que eu nunca vou entender, talvez você consiga fazê-la mudar de ideia. – Edward disse. – Pode fazer com que ela viva.
- E se eu não conseguir? – Perguntei.
- Se ela morrer, você pode fazer o que sempre quis. – Ele disse sério. – Me matar.
A opção era tentadora e só fez com que eu desse um aceno de cabeça. Deixei-o no jardim antes de voltar para dentro da casa. estava sentada em uma poltrona e se levantou quando eu entrei.
- Jake! – Ela disse aflita.
- Eu estou bem! – Falei sério.
- Não fala assim! – Ela se aproximou de mim.
- Como não vou falar assim? Você foi contra mim.
- Eu não sou sua beta, Jacob! – Ela disse firme. – E isso não é algo de matilha, é algo humano.
- Aquela coisa não é humana! – Falei firme.
- Isso não é problema seu! – Ela disse firme.
- Se o que estiver dentro dela for um monstro, é sim! É nosso problema!
- Coloque um pouco de senso na sua cabeça, Jake. – Ela apertou meus braços. – Independente do que estiver dentro dela, a escolha é da Bella. – Meu corpo naturalmente relaxou com suas mãos em meu corpo. – Pensa no que minha mãe fez por mim, Jake. – Seu tom de voz estava embargado. – Ela estava assustada, sem saber o que fazer... Você não acha que a Bella está assim? Não acha que ela já está confusa com tudo? – Suas mãos subiram para minha nuca. – Não faça nada estúpido.
- Eu só vou falar com ela. – Falei mais calmo.
- Então fale com ela, não a pressione. – Ela pediu. – Espero que possamos entender o que é ser pais um dia, mas agora... Um pouco de empatia vai fazer bem.
- Eu achei que a questão toda fosse não deixá-la morrer. – Falei.
- A questão é ela decidir o que ela quer, Jake. – Ela negou com a cabeça. – É uma porcaria? É sim! Mas se a pessoa escolhe errado...
- É nosso dever fazê-la ver o erro. – Ela suspirou. – Por favor, , não me peça isso. Eu sei o quanto entende minha amizade com ela, mas não peça para eu vê-la morrer por algo desconhecido. – Foi minha vez de segurar seu rosto. – Eu te amo, mas não posso fazer isso agora.
Ela afastou as mãos de mim, erguendo-as em redenção e subi as escadas novamente. Bella agora estava somente com Rosalie ali, mas a loira saiu com um aceno de Bella.
- Edward pediu para falar comigo? - Ela disse.
- Mais ou menos. – Falei. – Mas não sei por que ele acha que você vai me ouvir, já que nunca ouviu. – Ela riu fracamente e suspirei. – Desde quando você e a loira são melhores amigas?
- Rose entende o que eu quero. – Ela disse.
- E o que você quer, Bella? – Perguntei. – Sério!
- Eu sei que parece assustador, mas não é... – Ela acariciava a barriga enquanto falava. – É como um milagre ou algo assim. – Ela suspirou. – Eu posso senti-lo.
- Então é um garotão saudável, eu deveria ter trazido balões azuis ou algo assim. – Falei sarcasticamente.
- Eu não sei, eu acho que sim. – Ela disse. – É um palpite! Veremos!
- Você não vai ver, Bella! – Falei, tentando ser delicado com as palavras.
- Eu vou, Jake. Sou forte o bastante. – Ela disse.
- Ah, por favor, Bella, você pode enganar seu sanguessuga, mas eu vejo o que isso está fazendo contigo. Está te matando. – Falei.
- Você está enganado. – Ela disse.
- Quando você morrer, de que terá adiantado? Eu amado você, você amado ele, eu amar a ? Como pode ser bom para alguém? – Perguntei. – Eu não entendo. – Suspirei, me sentando em sua frente novamente. – Só me escuta, por favor... – Falei em súplica. – Não faça isso. – Engoli em seco. – Viva, ok?! Por favor.
- Vai dar tudo certo, Jake! – Ela disse e senti as lágrimas chegarem em meus olhos. Me levantei novamente, suspirando.
- Jake, não vá!
- Eu sei como isso acaba, Bella. E não vou ficar aqui olhando. – Falei, dando uma boa olhada na minha amiga antes de descer as escadas a passos rápidos.
- Jake? – Ouvi e saí pela porta correndo. – JAKE! – Chutei a moto, vendo-a ir longe. – JACOB! – Me transformei, correndo floresta adentro.
JACOB! A voz de entrou em meus pensamentos e minha percepção dizia que ela estava logo atrás de mim.
Toda conversa que eu tinha lá dentro repassava em minha cabeça diversas vezes e era como se eu fosse consumido pela raiva. Meus olhos mal viam as árvores e galhos que passavam pela minha frente e eu desviava de tudo por puro instinto. Me assustei quando caí dentro da rodovia, ouvindo a derrapada de um carro.
JA-CO-OB! A voz de foi forte e desviei do carro na pressa, adentrando novamente na floresta. O uivo preso em minha garganta finalmente saiu, me fazendo voltar a correr pela floresta! PARA, JACOB!
Jake!
Jacob!
Os outros uivos me responderam, fazendo com que eu corresse com mais pressa até as docas.
JACOB!
Estamos chegando, Jake!
Não faça isso, Jake!
Me escondi entre os troncos, vendo os lobos aparecerem de todos os labos e o lobo avermelhado avançou em mim, me empurrando alguns metros para longe.
NÃO FAÇA ISSO! A voz de era forte.
Fique fora disso, ! Empurrei-a igualmente, ouvindo seu rosnado.
Não faça algo que você vai se arrepender depois! Ela disse forte, se colocando em posição de ataque e fiz o mesmo. Não faça isso!
É verdade? As vozes dos outros lobos apareceram quando eles se aproximaram
Está crescendo rápido! Saí da minha posição, vendo fazer o mesmo após alguns segundos, mas seu olhar firme ainda estava em mim.
O que será?
É anormal! Perigoso! Ouvi Leah.
Uma aberração! Na nossa terra!
Não podemos permitir isso!
O silêncio de me surpreendeu, mas seu olhar fixo se manteve no meu, com as quatro patas bem firmes no chão. Sua pose não era de ataque, mas ela o faria sem nem pensar duas vezes se fosse preciso.
Temos que proteger a tribo! A voz de Sam finalmente apareceu entre as outras e o vi em um ponto mais alto. O que eles geraram não vai conseguir controlar sua sede. Sua voz ressoava em meu ouvido. Todos os humanos correrão perigo.
Estamos prontos! Jared disse.
Não podemos perder tempo! Leah disse.
Agora? Foi minha vez de falar.
Temos que destruí-lo antes que nasça!
NÃO!
gritou.
Quer dizer matar a Bella? Seth perguntou.
A escolha dela afeta todos nós. Sam voltou a ressoar mais alto.
Bella é humana, temos que protegê-la! Falei, avançando um passo.
Ela vai morrer de qualquer jeito! Leah disse e avancei nela.
PARA! A voz de gritou com um rosnado forte, me fazendo afastar alguns passos.
Temos inimigos reais para combater essa noite. Sam disse, saindo da pedra mais alta.
Essa noite? Perguntei.
Você vai lutar com a gente, Jake! Sam disse firme, se impulsionando em nossa direção.
O instinto beta estava fazendo todos à minha volta se curvarem a Sam, mas eu não conseguia fazer isso. Ela é minha amiga! Eu não consigo fazer isso. Não dá!
Você vai lutar conosco, Jacob! Sam disse firme.
Eu... Não... Vou! Minha voz saiu firme, me fazendo erguer o corpo. Eu sou o neto de Ephraim Black. Minha voz ressoava alta. Eu sou neto de um chefe! Não nasci para seguir você! E nem mais ninguém!
Avancei em direção a Sam, desviando de seu caminho e subi das pedras, saindo de perto dali. Enquanto eu subia a montanha, um vazio passou pelo meu corpo. Uma mistura de alívio com dor.



7. A ruptura

Uley

Bella é humana, temos que protegê-la! Jake disse.
Ela vai morrer de qualquer jeito! Foi a vez de minha mãe falar e Jacob avançou nela. O nervoso falou mais alto e só consegui gritar.
PARA! Minha voz soou como um rosnado e me afastei alguns passos.
Temos inimigos reais para combater essa noite. Meu pai disse, se aproximando de nós.
Essa noite? Jacob perguntou.
Você vai lutar com a gente, Jake! Meu pai disse, se impulsionando para frente.
Algo estava fazendo com que todos à nossa volta se curvassem a ele, mas algo me impedia de fazer isso. E, diferente de Jacob, que estava se esforçando para negar isso, eu simplesmente não sentia nada. E mesmo se sentisse, isso não é certo!
Você vai lutar conosco, Jacob! Meu pai disse firme.
Eu... Não... Vou! Jacob falou firme, impulsionando seu corpo para cima. Eu sou o neto de Ephraim Black. Minha voz ressoava alta. Eu sou neto de um chefe! Não nasci para seguir você! E nem mais ninguém!
Ele empurrou meu pai, correndo montanha acima e a respiração pesada saiu de meus lábios.
“Jacob tem o sangue de um líder, e o temperamento de um, talvez seja por isso que vocês tiveram o impriting, você também tem isso. Mas isso não é para ser um problema... Contanto que as decisões da matilha permaneçam iguais.”
As palavras de meu pai se passaram em minha cabeça novamente e consegui entender. Jacob se tornou um líder agora, mas não o líder da nossa matilha, ele acabou de criar outra. Um lobo solitário talvez.
O choro preso em minha garganta saiu como um uivo alto e forte. A dor em meu peito era forte, como se uma faca tivesse entrado em meu coração, e, quando percebi, meu corpo estava sentado no chão com grossas lágrimas deslizando pela minha bochecha.
- ! – A voz de meu pai foi ouvida e eu me levantei com pressa, não me importando por estar nua.
- NÃO FALA COMIGO! – Falei firme, vendo o homem aparecer em minha frente.
- Você não fala comigo assim. – Ele disse firme. – Eu sou seu pai!
- E VOCÊ NÃO PENSOU NISSO ANTES DE PEDIR PARA O MEU NOIVO, SEU GENRO, MATAR A MELHOR AMIGA DELE? – Minha voz saiu aos gritos.
- Você não entende, .
- NÃO ENTENDO MESMO! – Mantive minha voz alta. – SE ISSO DAQUI É PARA GENTE MATAR HUMANO OU COISAS NOVAS, EU NÃO QUERO ENTENDER! – Empurrei-o com força. – É PARA ISSO QUE EXISTIMOS? PARA MATARMOS MULHERES E BEBÊS?
- Não é um bebê, ! É um monstro.
- VOCÊ NÃO SABE! – Empurrei-o novamente.
- E não quero descobrir! Você viu como foi há alguns meses, você quer vários vampiros recém-criados atrás de nós? Você quer morrer por isso? Eu estou cuidando de nós.
- EU NÃO QUERO QUE VOCÊ CUIDE DE MIM! – Falei firme. – EU NÃO QUERO ISSO! – O choro saiu forte de meus lábios. – Eu te odeio! – Minha voz saiu fraca. – Eu te odeio! – Neguei com a cabeça.
- ... – Foi a vez de minha mãe falar.
- Eu odeio vocês! – Engoli em seco. – Vocês mentiram para mim durante 10 anos para me proteger. Vocês me deixaram no escuro por algo completamente inevitável. – Afastei alguns passos. – Me esconderam um segredo por anos... – Neguei com a cabeça. – Mas vocês erraram, ao invés de me mandarem para Flórida, deveriam ter me mandado para a América do Sul ou me dado embora, talvez assim eu nunca precisasse saber sobre isso.
- Não fala isso. – Meu pai pediu.
- Eu tentei entender, pai. Estou há três meses tentando. – Neguei com a cabeça. – E o Jacob é o único que entende a confusão na minha cabeça e o único que me acalma.
- ...
- E AGORA! – Minha voz ficou mais alta. – VOCÊ CONSEGUIU TIRAR A ÚNICA CALMARIA QUE EU TIVE DESDE QUE EU ME TRANSFORMEI PELA PRIMEIRA VEZ. Obrigada! – Exagerei no sarcasmo. – Façam o que quiserem, mas não contem comigo para nada. Eu vou ser só a patricinha engraçadinha e boba que vocês todos pensam que eu sou. – Afastei alguns passos. – Prefiro ser assim a alguém que mata porque é divertido. – Engoli em seco. – É legal! É normal.
- Aonde você vai? – Ouvi meu pai.
- Não te interessa! – Minha voz saiu forte.
- Ele é uma ameaça, ! – A voz de meu pai saiu forte.
- É UMA PESSOA! – Gritei a plenos pulmões. – ACHEI QUE VOCÊS PROTEGIAM ESSAS PESSOAS! – Minha garganta doeu com o feito.
- Você vai até o Jacob? – Ele perguntou.
- Não! – Falei firme. – Porque se ele for igual a você, eu não quero saber também. – Engoli em seco. – Eu não sou uma assassina e não quero estar envolvida nisso.
Segui a passos pesados floresta adentro, sentindo meu peito doer com tudo e me impulsionei para cima, mas meu corpo se manteve no chão. O lobo avermelhado não apareceu e eu não sabia como fazê-lo aparecer.
E, o mais incomum, minha cabeça estava vazia, só tinha minha voz nela.

Black

Freei na frente da casa dos Cullen, vendo Edward na sacada.
- Eles vêm atrás da Bella. – Falei.
- Não vão tocar nela. – Edward respondeu.
- Concordo! – Falei, ouvindo passos rápidos e vi Seth aparecer por entre as árvores, e me coloquei em posição de ataque.
- Relaxa, não estão nos seguindo. – Ele disse.
- O que está fazendo aqui? – Perguntei forte.
- Saí da matilha do Sam. – Revirei os olhos.
- Vai para casa!
- Não vou apoiar ele! Não é certo! – Seth respondeu, sério.
- Sim, você vai! – Falei firme. – Não estou brincando, vai embora daqui!
- Isso é uma ordem? – Seth perguntou. – Vai fazer com que eu me curve também? – Isso me pegou de surpresa.
- Não estou dando ordens a ninguém. – Suspirei. – Eu estou agindo por conta própria.
- Legal! Então vou te dar cobertura! – Seth falou, sorrindo.
- Não, não vai! – Falei firme. – Se Sam vier atrás da Bella, você está pronto para lutar contra seus irmãos? Sua irmã? – Perguntei.
- Se for o certo a fazer... – Ele disse fracamente.
- Que seja... – Neguei com a cabeça, suspirando. – Faça o que quiser.
- Isso é legal! Uma matilha de dois! Dois contra o mundo! – Me afastei alguns passos.
- Você está me irritando, Seth! – Neguei com a cabeça.
- Meu Deus! Dá para sentir o fedor deles lá de trás. – Virei o rosto, vendo Leah se aproximando.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntei, me aproximando.
- Não vou deixar meu irmãozinho ser morto. – Ela disse.
- Vai embora, Leah! Eu sei me cuidar! – Seth disse e Leah revirou os olhos.
- É por você achar isso que eu sei que precisa de babá.
- Querem calar a boca? – Falei firme. – Sam mandou você? – Perguntei.
- Ele nem sabe que eu saí. – Ela disse e um uivo alto foi ouvido, seguido de outros.
- Acho que agora ele sabe. – Seth disse e engoli em seco.
- Jake, eu sei o plano dele. – Ela disse, me fazendo suspirar.
- Precisamos contar aos Cullen. – Falei e ela assentiu com a cabeça. – Edward! – O chamei novamente.
- Estou ouvindo! – Ele respondeu.
- Como ele está em menor número, ele vai cercar o lugar e esperar pela oportunidade. – Leah disse.
- Não violaremos o tratado. – A voz de Carlisle foi ouvida.
- O tratado não tem mais valor, ao menos não para Sam! – Leah disse.
- Para nós tem! – Ele disse novamente. – Obrigado pela informação, você nos prestou um grande favor. – Carlisle disse e deu um aceno com a cabeça.
- Se precisarem de algo, estamos aqui. – Edward disse e confirmei com a cabeça, me fazendo suspirar.
Não me senti à vontade com Leah e Seth ali em volta, mas a companhia era boa. Só faltava uma pessoa ali e não queria me atrever a perguntar sobre. O dia foi findando, a noite chegava, e o silêncio me incomodava. Eu não conseguia ouvir mais seus pensamentos e me perguntava se ela havia escolhido o lado do pai.
“A herdeira da matilha do Sam.”
Não queria acreditar que ela aceitaria isso, não com todas as palavras que ela falou para Bella. Agora sentia que a única pessoa com senso era ela. Não dê a sentença antes do crime. Talvez realmente fosse um bebê normal.
Ou um monstro devorador de gente, mas isso eu resolveria depois.
- Tentando ouvir algo? – Virei para o lado, vendo Leah.
- Sei que eles estão por aqui, mas não consigo ouvi-los. – Falei.
- Eu parei de ouvir também, no momento em que decidi sair. – Ela disse e suspirei. – Isso é bom! – Falei.
- Sabe que não pode ficar aqui.
- Não tenho onde...
- Não confio em você com os Cullen. – Falei. – Você os odeia demais. E nem gosta de mim.
- Eu não tenho que gostar. – Ela disse. – Eu só preciso te seguir.
- Seth não te quer aqui, nem eu, sendo bem honesto.
- Ser indesejada não é novidade para mim. – Ela disse. – Ouça, não vou me colocar no seu caminho, só não me faça voltar para a matilha do Sam e ser a patética ex-namorada da qual ele não consegue se livrar. – Ela suspirou. – Você não tem noção do quanto quis ter um imprinting em alguém só para me livrar disso. – Fechei os olhos, pensando em e suspirei. É a mãe dela.
- Tudo bem. – Falei em um suspiro, sentindo a garganta coçar.
- Não vai me perguntar sobre ela? – Leah perguntou.
- Eu não consigo mais ouvi-la. – Falei, engolindo em seco.
- Eu também não. – Ela disse em um suspiro. – Eu não sei como, mas ela quebrou a conexão. Eu andei a floresta inteira tentando procurá-la e não a encontrei.
- Como assim? – Perguntei.
- Quando você saiu, ela brigou com Sam... E comigo. – Ela engoliu em seco. – Como pais, talvez precisássemos disso, nossas decisões foram péssimas. – Suspirei. – Talvez ela tivesse guardado esse tempo todo. – Ela soltou a respiração forte. – Mas isso não importa agora, ela está perdida na floresta e eu não consigo rastreá-la. – O tom de dor ficou aparente em sua voz.
- Você acha que ela está em perigo? – Perguntei e ela negou com a cabeça.
- Eu não sei. – Ela soltou a respiração forte. – Ela é nova nisso.
- Ela é esperta, Leah. – Falei. – Talvez tenha faltado um pouco de confiança em vocês esse tempo todo.
- Eu sei... – Ela pressionou os lábios. – Ela pensa que você é como ele.
- O quê? – Falei.
- . Ela pensa que você é igual o Sam. – Engoli em seco.
- Não quero matar a Bella... – Falei.
- E o bebê? – Ela perguntou e fiquei em silêncio. – não se importa com as regras da reserva ou se os vampiros são maus, ela só não quer perder as pessoas que ela ama por brigas que não vão mudar nada na vida dela. – Engoli em seco. – Eu vou correr o perímetro, me avisa se conseguir ouvi-la, ok?!
- Você também. – Soltei a respiração pesada, vendo-a correr pela floresta.
, pode me ouvir? Tentei, esperando alguns segundos pela resposta. ?
Droga!

Uley

- Obrigada, Billy! – Falei, saindo do banheiro.
- Não precisa agradecer, criança. – Ele disse. – Espero que possam resolver seus problemas. – Suspirei.
- Eu não consigo ouvi-lo mais. – Falei fracamente, passando a mão nos olhos novamente. – Eu não sei o que eu fiz.
- Sente-se aqui! – Ele disse e caminhei até o sofá, me sentando em frente à sua cadeira. – Você fez o que é melhor para você. – Ele segurou minha mão. – Vocês vão se resolver, eu sei que sim.
- O imprinting faz isso... – Ele negou com a cabeça.
- Não, . O imprinting faz uma parte só, o restante são vocês. Vocês se aproximaram, vocês fugiram de nós, vocês decidiram se casar, vocês estão trabalhando para montar a casa de vocês, vocês estão falando em casamento... – Ele sorriu. – Vocês têm só 18 anos, se vocês não quiserem, nenhuma magia mantém vocês juntos. – Assenti com a cabeça. – E brigas fazem parte de um casal, seja por motivos bobos ou por coisas sérias.
- Eu não consigo achar normal, Billy. – Engoli em seco. – Eu sei que os vampiros são inimigos da nossa tribo, mas... Isso é muito arcaico. – Ele suspirou.
- Ainda existem vampiros arcaicos, . – Ele disse. – Mas não os Cullen. – Suspirei. – Eles são domesticados, digamos assim. – Assenti com a cabeça. – Mas o desconhecido é estranho para nós, então é uma ação comum...
- Mas meu pai... – Ele apertou minha mão.
- Essa é outra conversa, . – Ele disse. – Sam é um pouco cabeça dura, mas ele precisa entender que você não é desse mundo e, se for para ser, vai ser nos seus termos.
- Parece fácil dizer. – Ele riu fracamente.
- Talvez, mas ele vai perceber o erro que fez. – Confirmei com a cabeça. – Agora vá! Aproveite que o dia amanheceu e vá atrás do Jacob, ele pode te proteger, de quem for. Até do seu pai. – Sorri.
- Obrigada, Billy.
- E volte a me chamar de sogrão, era mais legal! – Ri fracamente e beijei as mãos dele antes de me levantar.
- Eu vou pegar a moto! – Falei.
- Fique à vontade, me dê notícias se possível. – Assenti com a cabeça.
Dei um beijo na cabeça de meu sogro antes de sair da casa e fui até o barracão. A frente da nossa casa era um monte de entulhos ainda, mas a parte de trás já tinha uma janela com uma jardineira e aquilo me fez sorrir. Que tenha sido só uma briga!
Aproveitei a solidão da parte de trás da casa e tentei me transformar mais uma vez. Algo estava me travando e impediu que eu fizesse isso, o que fez com que eu caminhasse a pé até em casa, chegando no meio da madrugada na casa de Billy com os pés pegando fogo, me impedindo de colocar os pés no chão. Esperava que a cicatrização fosse rápida, mas não aconteceu. Meus pés ainda estavam doloridos e lanhados, e agora descascavam, e só consegui colocar um tênis mais largo nos pés.
Era como se eu nunca tivesse sido lobo novamente. Não me transformava, não tinha rápida cicatrização, não tinha mais telepatia lupina e meu olfato e audição não estavam mais aguçados como antes. Algo aconteceu na noite passada e eu não sabia o que era. Como se todos os meus pedidos iniciais tivessem se realizado e eu fosse uma menina normal novamente.
Dirigi em direção à casa dos Cullen, contente por ainda ser boa com localização e freei a moto na frente da porta de vidro de antes. Desci e a primeira coisa que eu vi foram três lobos me encarando em pose de ataque. Jake, Seth e minha mãe.
- Eu não vim lutar. – Anunciei, subindo as escadas.
- Espera, ! – Senti a mão de Jacob em meus ombros. – Ah, meu Deus, você está bem! – Ele me apertou fortemente e suspirei, sentindo meu corpo relaxar com sua temperatura corporal. – Eu fiquei tão preocupado com você, eu não consigo te ouvir mais.
- Nem eu. – Falei fracamente, me afastando dele. – Ou qualquer um de vocês. – Puxei a respiração fortemente.
- Me desculpe! – Ele falou rapidamente.
- Não, Jake! Não faça isso. – Suspirei. – Eu não sou como vocês! Eu sou a patricinha tonta da cidade grande que acha que tudo isso é diversão! Legal, a diversão acabou, mas eu não vou deixar vocês machucarem inocentes. Eu não ligo se isso mantiver você, ou minha mãe, ou meu pai longe de mim. Um dia me ensinaram senso de bondade e ética e sempre me ensinaram que eu deveria fazê-lo sem me importar com quem fosse receber. – Engoli em seco, sentindo-o acariciar meu rosto. – Eu só queria ser uma menina normal, Jake, mas eu não vou deixar vocês a machucarem ou esse bebê, ok?!
- É por isso que estamos aqui. – Ele disse. – Seu pai ainda quer matá-lo, e se isso envolver a Bella, eu não posso deixar...
- Ninguém, Jacob! Não importa o que seja. – Falei firme, abaixando suas mãos de meu rosto. – Vocês querem matar o bebê depois que nascer, meu pai quer matar antes, o que torna vocês diferentes? – Dei de ombros. – Eu não escolhi nenhum lado, eu escolhi o meu, e isso talvez tenha me complicado pelo resto da vida, mas eu vou lutar, nem que seja descalça. – Falei firme.
- E é por esse e vários outros motivos que eu te amo. – Ele segurou minha cintura. – Eu estou contigo, . – Sua pele na minha me fez suspirar. – Eu vou protegê-la. – Suspirei.
- Não fala assim, eu ainda estou brava contigo. – Ele sorriu.
- Tudo bem, eu também estou bravo contigo por sair assim no meio da noite. Eu fiquei morrendo de preocupação.
- Eu estou bem, depois de umas oito horas, eu cheguei na casa do Billy e ele me deu abrigo. – Falei e ele negou com a cabeça.
- Espera! Oito horas? – Ele perguntou e me afastei um pouco.
- Eu não consigo me transformar, Jake. – Falei. – Eu não perdi só a conexão, eu perdi tudo. – Engoli em seco. – Meus pés estão machucados por ontem e não tem sinal de cicatrização... Não consigo te ouvir, não sinto o cheiro mais, nem a audição, nem sinto meu corpo arrepiar por estar aqui perto dos Cullen... – Dei de ombros. – Eu sou só uma menina normal.
- Isso não é possível. – Ele disse.
- Talvez seja. – Falei, mordiscando os lábios. – Ou um tipo de bloqueio.
- Você não pode ficar aqui, então. Não consigo garantir sua segurança.
- Você disse que cuidava de mim. – Falei.
- Eu sei! Mas você é humana, ! Os Cullen... Eles não se alimentam há semanas. – Ele disse fracamente.
- Não faremos mal a ela. – Uma voz falou ao nosso lado e vi o médico loiro. – Bom te ter de volta, senhorita Uley. – Ele disse.
- Black! – Falei. – Meu sobrenome é Black. – Falei e o médico assentiu com a cabeça.
- Gostei de ouvir isso. – Jake disse.
- Ainda brava contigo! – Me soltei de suas mãos e virei para o outro lado, vendo minha mãe e Seth. – Mamãe!
- Me desculpe! – Ela disse e desci as escadas, abraçando-a com força. – Me desculpe por te esconder tudo, criança! Eu perdi tanto tempo sem você, mas se estivesse comigo talvez pudéssemos ter te ensinado e...
- Não, mãe! – Pedi. – Eu estava irritada, magoada, eu falei muita coisa da boca para fora. – Suspirei. – Me desculpe, por favor. – Suspirei. – Eu amo vocês, vocês fizeram o melhor que podiam, eu só não estava pronta para isso.
- Ah, criança! – Ela acariciou meu rosto. – Não precisa se desculpar. Te escondemos muita coisa e te colocamos no meio de toda bagunça. Você não tem noção do quanto eu me arrependo de deixar seu pai me convencer disso. – Neguei com a cabeça. – As coisas talvez tenham ficado piores do que antes, a relação com seu pai tem ficado cada vez mais intragável com o passar dos anos, mas nós te amamos. – Ela acariciou meu rosto. – Mas agora precisamos te proteger.
- Eu estou bem, mãe. Talvez tenha alguém mais importante lá dentro precisando de ajuda. – Falei.
- E você vai ficar lá dentro. – Jacob disse. – Até descobrirmos por que você não se transforma, você vai ficar lá dentro protegida. – Assenti com a cabeça.
- A gente cuida de você, tia! – Seth disse, me fazendo sorrir e baguncei seus cabelos.
- Ah, pestinha! – O abracei, ouvindo-o rir.
- Que bagunça que você fez, hein?! – Ele brincou e sorri.
- Me ensinaram a lutar pelos meus ideais... Eu estou fazendo isso. – Falei firme.
- Eu também. – Ele disse e assenti com a cabeça.
- , dentro! – Jacob disse.
- Não me trata assim! – Falei para Jacob. – Eu não sou da sua matilha. Afinal, nem sou loba para fazer parte de uma matilha. – Subi as escadas novamente, vendo-o revirar os olhos.
- Por favor, , poderia ficar lá dentro em segurança? – Ele pediu com um falso tom de carinho em sua voz e ri fracamente.
- Eu fico, Jacob. – Dei um beijo em sua bochecha, vendo-o sorrir. – Me chamem se precisar de ajuda. E grita! Porque eu não consigo mais ouvir. – Ele riu fracamente.
- Eu chamo. – Ele disse sorrindo.

Black

- Os pés dela estão curados. – Carlisle anunciou enquanto dormia inclinada no canto do sofá.
- Demorou demais. – Falei, soltando uma lufada de ar.
- Duas semanas, a cicatrização de um humano normal. – Ele disse. – Sabe como ela perdeu os poderes? – Neguei com a cabeça.
- Quando eu quebrei a ligação com a matilha, Leah disse que ela brigou com Sam, com Leah e todo mundo... E logo em seguida ela não conseguiu se transformar... – Acariciei os cabelos de .
- Ela é nova nisso, talvez ela esteja negando a ponto do seu corpo rejeitar isso. – Edward disse.
- Isso nunca aconteceu. – Falei. – Nem com Leah que sempre odiou isso.
- Ela não falou com Sam ainda? – Bella perguntou e neguei com a cabeça.
- Ela está conosco desde aquele dia, e ele não apareceu aqui. – Falei.
- Talvez seja isso. – Ela disse.
- Não sei como ela fica bem com isso. – Tirei o cabelo de seus olhos.
- Você não sabe se ela está bem. – Edward disse e ergui o olhar para ele.
- Você pode ouvi-la? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça.
- Sam está em quase todos seus pensamentos. – Ele disse e suspirei.
- Pode ser um gatilho para essa trava. – Carlisle disse, se levantando.
- Eu não sei quando isso vai melhorar. – Suspirei, dando um beijo em , apoiando minha cabeça na sua.
- Ela aqui há dias, Jacob, vocês podem usar o quarto lá embaixo. Ela vai se sentir mais confortável. – Esme disse e deu um curto sorriso.
- Obrigado, Esme! – Falei. – Eu vou falar para ela.
- Alice. – Carlisle disse e ele deu um aceno para ela.
- Venha, Jasper. – Ela segurou as mãos de seu namorado e eles se afastaram.
- Aquela parte deliciosa de novo. – Falei, evitando fazer uma careta quando Carlisle trouxe o copo com sangue humano para Bella.
- Não é tão mal. – Ela disse e me arrepiei, vendo-a pegar o copo.
- Ao menos descobrimos algo que ele goste. – Edward disse e assenti com a cabeça.
- O humor da Bella até mudou depois disso. – Falei.
- E as bochechas... – Ouvi , vendo-a se movimentar e senti sua mão em meu peito. – As bochechas estão rosadas de novo. – Ela se espreguiçou e dei um beijo em sua cabeça.
- Ei... – Ela deu um sorriso para mim. – Esme disse que você pode usar o quarto lá embaixo para descansar...
- Eu estou bem! – Ela disse, apoiando a cabeça em meu ombro e abracei-a pela cintura. – Mas vou com a minha mãe um pouco.
- Eu vou contigo. – Falei, me levantando e puxei-a comigo.
- Com licença... – disse, puxando minha mão e segui com ela para o térreo da casa.
- Você vai ficar com a sua mãe ou...
- Xi! – Ela me empurrou para a parede e ri fracamente, puxando-a pela cintura antes de colar nossos lábios.
Nossos lábios colaram fortemente e aquele ardor em meu corpo começou a crescer. Como eu sentia saudades dela. Sua mão acariciou minha nuca, descendo pelo meu peito e puxei-a pela cintura, sorrindo com os lábios colados.
- Jacob... – Me assustei, me separando e vi Carlisle do lado. – Desculpe.
- Está tudo bem. – Falei.
- Podemos conversar? – Ele perguntou e assenti com a cabeça.
- Eu vou lá fora tomar um pouco de ar. – disse e sorri, vendo-a sair pela porta.
- O que houve? – Perguntei.
- A bolsa que demos para Bella é a última. – Ele disse.
- pode...
- Não! é humana agora, não podemos tirar sangue dela assim. Ela ofereceu uma vez e foi útil, mas não mais. – Ele disse. – E a Bella pode dar à luz amanhã, para ela ter alguma chance, ela precisa de mais sangue.
- E você precisa se alimentar. – Esme disse ao seu lado. – Precisa estar forte. Precisamos ir essa noite.
- Carlisle, você é o inimigo agora. – Falei. – Sam não vai hesitar, vocês serão massacrados.
- Emmett irá conosco. – Esme disse.
- Não vai ser o suficiente. – Falei.
- Não temos escolha! – Carlisle disse. – Se algo pode ser feito para salvar Bella, devemos tentar.
- Arriscariam a vida por ela?
- É claro! – Esme disse. – Bella faz parte da nossa família agora.
- Sim... – Suspirei, sentindo meu peito doer. – Essa realmente é uma família. Unida como aquela que eu nasci. – Neguei com a cabeça. – Eu sei o que devo fazer.
- No seu comando. – Ele disse e assenti com a cabeça.
- No final do dia. – Falei e ele confirmou com a cabeça.
Passei pela porta, vendo sentada nos primeiros degraus e Leah e Seth transformados embaixo das árvores. Me sentei ao seu lado e segurei sua mão.
- Está tudo bem? – Ela perguntou, entrelaçando nossos dedos e dei um beijo em sua cabeça.
- Eu preciso fazer algo. – Falei. – Que vai fazer seu pai me odiar.
- O quê? – Ela perguntou.
- Enganá-lo. Uma cortina de fumaça para eles poderem se alimentar. – Ela pressionou os lábios, assentindo com a cabeça.
- Ele vai odiar isso. – Ela disse e assenti com a cabeça.
- E você? – Perguntei.
- Eu estou do meu lado, Jake. E vocês estão do meu agora. – Ela disse, me fazendo sorrir.
- Parece que você é a alfa agora, . – Ela riu fracamente.
- Não... Eu só sou alguém normal. – Ela deu de ombros. – Faça o que achar melhor, ok?
- Eu quero que você se esconda. – Falei. – Seu pai não consegue nos ouvir, então se ele não souber que você está aqui, talvez eu consiga mantê-lo distraído até que os Cullen passem a fronteira.
- Eu fico. – Ela disse. – Mas talvez eu tenha uma ideia de como mantê-lo longe. – Ela disse.
- Como? – Perguntei.
- Um plano de cada vez. – Ela disse. – Cuide dos Cullen, depois cuidamos disso. – Assenti com a cabeça.
- Vá para dentro, logo mais anoitece. – Falei.
- Promete que vai ficar bem? – Ela perguntou e seu olhar distraído indicou que ela não falava só comigo.
- Vamos nos cuidar. – Falei por nós três e ela assentiu com a cabeça, virando para mim novamente.
- Eu ainda quero me casar contigo, Jacob. – Ela disse e sorri.
- Parece que nossa vida deu uma estagnada. – Falei e ela sorriu.
- Por uma boa causa. – Ela disse e colei meu nariz no seu. – Não faça nenhuma besteira.
- Não. – Falei e ela assentiu com a cabeça.
- Eu vou entrar. – Ela beijou meu rosto. – Nos vemos mais tarde.
- Sim... – Falei fracamente, vendo-a se levantar e fiquei com a imagem dos dois lobos em minha frente.



8. Traição e Reparação

Uley

Eu não conseguia mais ouvir os pensamentos de ninguém, mas ficar escondida atrás de uma das colunas era perto o bastante para que eu pudesse ouvir a conversa de Jacob. Sei que era uma armadilha, mas meu pai não era tonto a esse ponto. Ele deveria estar com raiva, não que fosse novidade, mas era algo totalmente diferente.
- Ele vai conseguir. – Virei para trás, vendo Bella com Alice e Rosalie.
- Eu sei que ele vai... – Suspirei. – Mas fico pensando no depois.
- O que exatamente? – Rosalie perguntou delicada e me perguntava qual era o problema de Jacob com ela, ela é muito simpática.
- Ainda temos uma grávida de algo que não sabemos o que é, e meu pai ainda vem atrás de sangue. – Dei de ombros, da forma mais teatral possível. – Desculpe, eu estou nervosa. – Suspirei.
- Por que você não me dá um palpite? – Bella disse.
- Claro! Do que precisa? – Me aproximei da mulher, me sentando na beirada do sofá.
- Você me odiaria muito se eu colocasse o nome do meu filho de Edward Jacob? – Dei um curto sorriso.
- Como eu poderia te odiar? – Ri fracamente. – Você o conhece a vida toda, conviveu com ele pelos últimos quatro anos. Apesar de algumas escolhas que ele acha completamente desnecessárias, ele ficou ao seu lado. Você ficou ao dele. – Ela deu um sorriso com os lábios pressionados. – Isso é amizade.
- Você é muito boa, . Você tem todos os motivos para me odiar e ainda tem me protegido de uma forma...
- Eu não tenho nenhum motivo para te odiar, Bella. – Falei. – Você não está tentando tirar meu namorado de mim, e tem conseguido fazê-lo ver com um pouco mais de clareza sobre tudo. Não vejo motivos para eu te odiar. Somos duas jovens adultas com namorados levemente complicados... – As três mulheres sorriram. – Temos mais semelhanças do que diferenças. – Ela assentiu com a cabeça. – Eu vou adorar que seu filho tenha o nome do Jacob.
- O que tem meu nome? – Virei para trás vendo Jacob subindo novamente.
- Você conseguiu? – Perguntei, andando em sua direção e abracei-o pelos ombros, sentindo-o fechar os braços em minha cintura.
- Está tudo bem. – Ele disse, dando um beijo em meu pescoço. – Paul provavelmente vai querer meu pescoço na próxima reunião de família, mas...
- Por favor, não diga isso. – Segurei seu rosto. – Não me assusta mais assim, ok?!
- Vou tentar. – Ele sorriu e nossos narizes se tocaram levemente. – Mas, então, o que as mulheres estavam fofocando?
- Bella escolheu o nome para o bebê! – Falei animada, dando espaço para ele se aproximar da amiga.
- E Rosalie está tentando fazer com que eu mude de ideia. – Bella disse. – Para menino, Edward Jacob... – Vi os olhos brilhando de Jacob e sorri, ele estava emotivo.
- Esse não é tão horrível. – Rosalie disse, me fazendo rir.
- Qual a opção para menina? – Perguntei.
- Estava brincando com os nomes das nossas mães, Renée e Esme. Pensei em algo tipo... Renesmee. – Bella disse e arregalei os olhos igual Jacob, vendo-o tentando não falar nada errado e ri fracamente. – Estranho demais? – Ela perguntou.
- Não, é lindo! – Edward disse.
- Acho que combina com a situação! – Falei, tentando quebrar o gelo e as mulheres riram fracamente.
- Eu gosto de Renesmee. – Edward disse e assenti com a cabeça.
Será que Sarah e Leah juntas dariam um nome legal? Sareah? Learah?
Ah, meu Deus. Estou pensando em nomes de bebês para um filho que nem existe.
- Beba tudo, Bella! – Rosalie disse, estendendo o copo de sangue para ela.
- Ele gosta! – Bella brincou com Rosalie, me deixando com a saliva presa na garganta com o que houve em seguida.
No momento que o Bella tentou pegar o copo, ele caiu no chão, rachando e derrubando sangue por todo carpete. Bella falhou as pernas e só consegui ouvir um estalo de suas costas e depois de seus dois joelhos batendo com força no chão. Para mim foi como câmera lenta, mas para os três vampiros e o lobo, eles chegaram nela antes de sua cabeça bater no chão.
- Para o consultório! – Edward disse.
- Carlisle não está aqui! – Rosalie disse.
- Precisamos fazer agora. – Edward disse e sua velocidade a pegou no colo, levando para o consultório já preparado para Bella.
Enquanto isso, Alice já estava no telefone com Carlisle e eu estava parada na sala sozinha, sem nem conseguir raciocinar direito. Foi como se os gritos de Bella me acordassem e segui o mais rápido possível para a sala.
- TIREM ELE AGORA! – Ela gritou forte e só vi Rosalie cortar com o bisturi a barriga de Bella, fazendo seus gritos me assustarem.
No momento em que a loira ergueu a mão com o sangue de Bella, o instinto vampiresco atingiu.
- TIRA ELA DAQUI! – Edward gritou e Jake pulou em cima dela, sendo amparada por Alice do outro lado.
- Ajude-a! Ajude-a! – Rosalie falava suplicante para mim.
- Salve-a, tem que transformá-la! – Jacob gritou.
- Não com ele aí dentro. Tenho que tirá-lo antes. – Edward disse.
- Tire-o! – Minha voz saiu forte e ambos olharam para mim rapidamente. – AGORA! – Corri em direção a eles.
- ELE ESTÁ SUFOCANDO!
- Fique conosco, Bella! Fique conosco! – Peguei um pano, molhando com a velocidade que minhas mãos humanas permitiam e coloquei-o na testa de Bella, pressionando-a contra a maca.
- RA-A-A-AH! – Os gritos de Bella me ensurdeciam enquanto Edward tentava chegar na placenta com os dentes.
- MAIS RÁPIDO! – Pedi, virando para ele e Bella parou de gritar quando o choro do bebê nos distraiu. Um bebê completamente normal e ensanguentado saiu de dentro dela.
- É Renesmee. – Edward disse embasbacado e olhei para Jacob que parecia ter visto o pior filme de terror de sua vida.
- Você é linda! – Bella disse fracamente e Edward lhe entregou seu bebê.
- Ela é realmente linda! – Suspirei, vendo o bebê mordiscar Bella, fazendo a mãe gemer.
- Ei! Ei! Ei! – Edward tomou-a de volta e meu corpo se virou para Bella que tinha um sorriso mórbido em seus lábios e o rosto sem vida.
- BELLA! – Gritei! – NÃO, ACORDA! BELLA! – Minhas mãos foram para o peito dela, começando a massagem cardíaca. – ACORDA, BELLA! VAMOS!
- Bella! – Jacob se aproximou, fazendo respiração boca a boca e dei espaço para que sua força e rapidez trabalhassem mais rápido.
- Jacob, segure o bebê! – Edward pediu.
- Tire ele de longe de mim! – Ele disse raivoso.
- Eu vou! – Me aproximei, esticando as mãos.
- Ela vai te morder, ! – Jacob falou raivoso.
- FOCA, JACOB! VAI! – Me aproximei de Edward. – Ela vai ficar bem, não se preocupe! – Falei, esticando as mãos. – Cuide da Bella! – Seu olhar pareceu destravar e ele me entregou o bebê.
É um bebê normal! É um bebê normal!
Passava essa voz rapidamente em minha cabeça e fui para outra sala, deitando o bebê na outra maca.
- Você é uma coisa fofa, estranha, mas assim fofa. E precisa de um banho! – Falei fracamente. – E eu não tenho a mínima ideia como fazer isso.
- ! – Me assustei, virando para Rosalie.
- NÃO SE APROXIMA! – Apontei para ela, usando meu corpo contra um escudo do bebê e de minhas mãos ensanguentadas.
- Eu estou bem! Eu prometo! Eu estou bem! – Ela esticou as mãos e suspirei.
- Desculpe! – Falei, sentindo meu corpo relaxar.
- Ajude-os! Eu cuido dela! – Ela disse e assenti com a cabeça antes de seguir de volta para a sala.
- Vamos, Bella! Vamos! – Edward dizia raivoso.
- Não vou matar você! Seria fácil demais! – Ouvi a voz magoada de Jacob. – Você merece isso! – Ele disse, se afastando do corpo sem vida de Bella.
- JAKE! – Chamei-o enquanto ele saía da sala.
- Você não está morta! Você não está morta! – Edward disse.
- Morde ela! – Falei rápido, vendo-o olhar para mim. – EU NÃO SEI! QUALQUER COISA É MELHOR DO QUE FICAR OLHANDO PARA ELA! – Minha voz entrou em desespero de novo, mas ele me obedeceu, me dando certo nojo ao vê-lo morder cada parte de seu corpo.
- Volte para mim, por favor! – Ele disse e um rosnado alto e longo me distraiu.
- Pai... – Minha respiração falhou por alguns segundos e saí correndo para fora da sala, descendo os lances de escada como se minha vida dependesse disso.
- ALICE! JASPER! – Edward gritou e os vampiros passaram com velocidade na minha frente antes que eu chegasse na porta da casa.
Os três vampiros estavam na rua e, à frente, sete lobos, além de minha mãe e Seth do outro lado. Faltava Jacob. Onde estava Jacob?
Os vampiros atacaram e os lobos também, me deixando travada por alguns segundos. Eram três contra sete, era impossível! Como se eu fosse ouvida, Emmett, Carlisle e Esme apareceram do outro lado e minha respiração falhou. Eu não tinha como ajudá-los.
Quando Seth e minha mãe lutaram contra os lobos, e meu pai os enfrentou de volta, meu corpo pareceu que destravou. Eu não pensei, eu só pulei os degraus restantes e tentei rosnar, mas para todo mundo só saiu como um grito.
- A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-AH! – Os olhares de todos viraram para mim. – PARA AGORA! VOCÊS NÃO VÃO MATAR NINGUÉM HOJE! – Meu olhar foi para o lobo preto com os caninos aparecendo.
- , NÃO! – Ouvi Jacob.
- NÃO! – Gritei forte. – ISSO JÁ FOI LONGE DEMAIS! – Minha pose era de ataque, mas eu não tinha nada na manga.
O rosnado de meu pai ficou cada vez mais alto e ele deu alguns passos em minha direção, mas não me mexi.
- Você não vai entrar nessa casa. – Falei firme.
- , NÃO! – Jacob falava ao meu lado.
Meu pai avançou, me fazendo dar um passo para trás, mas nossos olhares continuaram pareados.
- VAI, PAI! ME MATA! – Minha voz saiu alta. – Porque só assim você vai entrar nessa casa. Se você quiser matá-las, terão que passar por mim antes.
- Não faça isso, ! – A voz de Carlisle soprou em meu ouvido.
- FAÇA! – Gritei, sentindo as lágrimas deslizarem de meus olhos. – FAÇA ISSO AGORA!
Um rosnado de lado me pegou desprevenido e fui atacada por Paul. Meu corpo foi jogado para trás quase como um mortal e ouvi aquele estralo conhecido novamente, e caí com as quatro patas no chão novamente.

Black

Desci as escadas correndo, tropeçando nos degraus antes de cair no chão. As lágrimas deslizavam sem dó de meus olhos e um vazio havia se formado em meu peito.
Eu a perdi!
Depois de tudo, eu a perdi!
- Ela não resistiu! – Seth falou em um tom de confirmação e assenti com a cabeça, vendo o olhar de horror dele e de Leah e abaixei a cabeça.
Meu corpo fraquejou durante alguns minutos. Aquela dor mandando sinais para todas as partes do meu corpo fazia meu corpo reclamar.
Isso não é certo! Isso não é certo!
Tudo culpa daquele bebê idiota!
A raiva falou mais alto quando eu me levantei e meu corpo caminhou com pressa para dentro da casa, pulando os degraus e atravessando portas. Quando entrei na sala de estar dos Cullen, eu vi Rosalie e o demônio culpado por tudo isso. Se tivesse sido tirado antes da hora, nada disso teria acontecido. Sam estava certo!
Poderia atacar Rosalie por trás, direto na cabeça e tudo acabaria em segundos.
Meus pés caminharam sorrateiramente pela sala, evitando pisar em algum lugar errado, fazendo a madeira ranger, mas, quando me aproximei dela, meus ouvidos doeram, chamando a atenção de todos.
- A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-A-AH! – Rosalie se virou assustada para mim.
- É ! – Ela disse e meu corpo saiu correndo pelo mesmo lugar que veio.
- PARA AGORA! VOCÊS NÃO VÃO MATAR NINGUÉM HOJE! – Saí pela sacada, encontrando-a na frente da porta da casa, há uns 10 metros de mim, no meio de nove lobos e seis vampiros, sem nenhum poder.
- , NÃO! – Só consegui gritar.
- NÃO! – Ela falou por cima de mim. – ISSO JÁ FOI LONGE DEMAIS! – Ela estava em posição de ataque, encarando o lobo preto que era Sam.
- , por favor...
Algo nervoso começou a crescer em mim e não aguentaria perdê-la, muito menos vê-la ser morta pelo seu próprio pai. Leah estava ao lado dela, mas suas patas tremiam e Seth não estava muito diferente.
O rosnado de Sam ficou cada vez mais alto. Ele tentava fazê-la com que ela se curvasse a ele, e ele deu alguns passos em sua direção, mas não se moveu, fincando seus pés mais forte na terra.
- Você não vai entrar nessa casa. – Sua voz saiu baixa, mas firme.
Eu precisava me transformar e ajudar isso, mas ela não conseguia me ouvir se eu o fizesse.
- , NÃO! – Tentei falar o mais alto possível, mas isso não fez com que ninguém saísse de suas posições.
Muito pelo contrário, Sam deu um passo à frente e não se mexeu. Seu olhar ficou fixo no dele.
- VAI, PAI! ME MATA! – Meu coração parou quando ela falou isso e dessa vez fui eu quem travei ao me transformar. – Porque só assim você vai entrar nessa casa. Se você quiser matá-las, terão que passar por mim antes.
- Não faça isso, ! – Alguma voz falou e perdi a força das pernas.
- ... – Minha voz saiu em um sussurro.
- FAÇA! – Ela gritou novamente. – FAÇA ISSO AGORA!
- Por favor, não! – Tentei forçar a voz, mas foi inútil.
Um rosnado veio ao lado e Paul a atacou, fazendo meu corpo travar e um grito ficar escondido na garganta. foi jogada para trás, mas, enquanto seu corpo era jogado para cima, o lobo vermelho explodiu, fazendo com que suas roupas voassem para longe e o lobo vermelho caísse de quatro patas no chão novamente, brilhando a meia lua.
- ...
Minha respiração saiu falhada por alguns segundos, mas ver o lobo vermelho ali, com os caninos afiados à mostra, me deu forças para me mexer. Pulei da sacada, caindo de quatro patas ao seu lado, fazendo-a se surpreender e um aceno de cabeça fez com que ela desse uma confirmação silenciosa do que precisamos.
Não mexa. Falei fracamente.
Ele não vai me matar. Sua voz saiu com convicção.
É bom que não tente. A voz de Leah falou ao nosso lado.
Meus olhos estavam no lobo preto, mas agora só ele estava em posição. Os outros já haviam dado passos para trás. Não era algo de matilha, bebê demônio ou tratado, agora era uma briga de pai e filha. E estava vencendo fortemente.
Pensa com clareza, pai! falava e não sabia se ele estava ouvindo-a novamente, mas ela parecia usar todas as armas que haviam sobrado. Se você matarem-nos, eles farão o mesmo com vocês e isso não vai ter servido de nada. Não faça isso...
Virei para , vendo seus caninos afiados a mostra e sei o quanto ela estava odiando isso, mas é o que ela disse, não tínhamos escolha.
Voltei a formação quando Sam deu um passo à frente, fazendo com que eu, Seth e Leah fechássemos mais perto dela.
Deixa! Ela disse para nós.
Ela deu um curto passo para frente, ficando cara a cara com seu pai, e ele inclinou a cabeça para baixo, fazendo uma curva reverência para o lobo vermelho.
Ele está se curvando...?
Seth falou travado, mas o ignorou, ela deu mais um passo para frente, roçando os narizes antes de fazer o mesmo com o pescoço.
Ah, pai! Seus pensamentos pareciam aliviados e até meu coração pareceu fazer o mesmo. Eu te amo muito, muito, muito!
Sam se afastou, dando um aceno de cabeça para todos nós antes de dar meia-volta, sumindo pela escuridão da floresta. A adrenalina de meu corpo desceu rápida demais, fazendo com que eu caísse sentado sobre as patas.
- Muito obrigado! – Uma voz se direcionou a nós e só consegui dar um aceno com a cabeça.
O lobo avermelhado sumiu, fazendo os cabelos negros esconderem algumas partes do corpo nu de sentado no chão todo escolhido e meu corpo saiu da transformação.
- ! – Me aproximei dela, passando os braços em seu corpo e ela me apertou com força. Um choro fino saiu de seus lábios e a mantive perto de mim pelo máximo de tempo possível, esperando a adrenalina sair de seu corpo.

Uley

Fechei os olhos, entrando embaixo da água novamente e, dessa vez, eu só fiquei ali. A água fazia o vidro do largo box embaçar, mas eu não me importei, estava na mesma temperatura novamente. Eu não sabia o que tinha acontecido, em um momento eu não conseguia me transformar, de repente eu me transformei no ar e tudo voltou ao normal, inclusive os pensamentos de meu pai.
Se eu tinha dúvidas do porquê eu não poderia me transformar, agora eu tinha mais ainda. Por que eu conseguia ouvir todos das duas matilhas?
O difícil não foi o que eu ouvi, foi o que eu não ouvi. O silêncio de meu pai depois que eu me transformei novamente me deixou com tantas dúvidas que fazia minha cabeça doer, somado com as lágrimas que deslizaram de meu rosto quando a adrenalina baixou, eu tinha a pior enxaqueca de todas.
Tentei deixar os pensamentos para trás quando desliguei a torneira e puxei a toalha. Me sequei sem a menor pressa, eu sentia meu corpo fraco e os arranhados nas pernas podiam ter sumido, mas a dor do impacto ainda estavam nelas e em minhas costas.
Sequei os cabelos, prendendo a toalha neles e me olhei no espelho. A rápida cicatrização impedia que eu tivesse olheiras, mas o cansaço dizia tudo. Tirei a toalha da cabeça e penteei os cabelos com um pente que estava na gaveta e aproveitei para escovar os dentes. Não tinha nem palavras para agradecer o quanto Esme, Carlisle e o restante dos Cullen fizeram por mim todas essas semanas. Só espero que não tenha sido em vão.
Enrolei a toalha em meu corpo novamente e saí do quarto. Jacob ergueu o olhar para mim e sua feição de preocupação aliviou em um sorriso, mas o cansaço era aparente em seu rosto.
- Como você está? – Ele perguntou e só dei um aceno com a cabeça, assentindo com a cabeça antes de ir para as roupas que Alice havia separado para mim. Tirei minha toalha e coloquei a camiseta com babados e depois o short jeans.
Voltei para o banheiro, pendurando a toalha no box e voltei para o quarto. Jacob olhava com certa expectativa para mim, mas eu não sabia o que dizer, eu não quero brigar, eu não aguento mais isso.
- Não precisamos brigar. – Ele disse e suspirei. Havia me esquecido dos pensamentos. – Vem cá... – Ele esticou sua mão e subi na cama, engatinhando em sua direção até me sentar ao seu lado.
- Eu não sei o que dizer, Jake... – Minha voz saiu em um suspiro.
- Eu quero saber como você está! – Ele acariciou meu rosto, me fazendo suspirar. – Você quase me matou hoje, .
- Desculpe te assustar. – Falei em um suspiro.
- Não seria de susto, . – Ele disse firme. – Da mesma forma que você disse que, se eu morrer, você morre também; se você morrer, eu também morro. – Observei seus olhos negros. – O que você fez foi muito perigoso. Você não deveria ter feito isso.
- Eu não ia deixar minha família matar as pessoas que mais cuidaram de mim nessas semanas, e nem o contrário! – Suspirei.
- E se eles te matassem, ? E se... – Ele engoliu em seco. – Eu não aguentaria viver sem você, . Perder um amor... Um imprinting... – Ele negou com a cabeça e foi minha vez de afagar seu rosto. – Eu não consigo pensar nisso.
- Não pensa, estamos aqui. Estamos bem! – Subi a mão para seus cabelos.
- Não faça mais isso, por favor. – Ele pediu em um suspiro. – Eu consigo aguentar muitas coisas, mas não isso... – Assenti com a cabeça.
- Espero não precisar mais. – Suspirei. – Ainda precisamos encarar meu pai. Eu não posso deixar assim.
- Amanhã! – Ele disse firme. – Eu vou pegar comida para você e você vai dormir. – Falei em um aceno de cabeça.
- E como estão todos? Bella? O bebê? – Perguntei apressado.
- Bella se transformou... – Ele disse e franzi a testa. – Em vampira.
- Deu tempo? – Perguntei com um sorriso talvez largo demais.
- Sim. Ela está linda. – Sorri.
- Ainda bem! – Suspirei. – Posso vê-la? Posso...
- Ela não acordou ainda. Carlisle disse que vai demorar uns dias até tudo se completar. O corpo precisa acostumar para acordar.
- E o bebê? – Perguntei.
- Saudável, aparentemente. E parece um bebê de uns seis meses já. – Jacob disse.
- Ela cresceu? – Perguntei, confusa.
- Sim. – Ele disse. – Eles não sabem como vai ser o crescimento dela, mas o fato de ela não ser um bebê vampiro que fica parado no tempo, já é algo bom.
- Que bom, eu acho... – Suspirei, olhando para ele. – Onde estava, Jake?
- Quando? – Ele perguntou.
- No começo da briga. Você não estava com a mãe e nem com Seth, e com certeza não estava com os vampiros, porque eu estava! – Falei firme. – Você foi atrás do bebê, não foi? – Ele soltou um suspiro forte. – Jake...
- Eu fui! – Ele disse, negando com a cabeça. – Não sinto orgulho de assumir isso, ok?! Eu estava magoado, eu estava... – Ele suspirou e acariciei seu rosto. – Eu não sei...
- Matar o bebê não te levaria a lugar nenhum, amor. – Acariciei seu rosto. – Matar Edward ou qualquer outro, não faria diferença nenhuma.
- Eu sei...
- Eu só quero que entenda que algumas coisas simplesmente não têm culpados. A Bella escolheu isso. Quantas mulheres não optam por salvar o filho e morrem no parto? É algo sobrenatural? É, mas não adiantaria nada. – Falei e ele suspirou.
- É por isso que eu tenho você, . – Ele disse e neguei com a cabeça. – Você impede que eu faça besteiras.
- Não estou aqui para te impedir, estou aqui para te aconselhar. – Dei um beijo em sua bochecha. – E precisamos nos manter fortes nisso.
- Eu sei... – Ele soltou a respiração.
- E precisamos falar com meu pai. Eu não quero ficar brigada com eles. – Ele assentiu com a cabeça.
- Não vamos! Tudo já se resolveu.
- Como, Jake? Paul avançou em mim... Eles têm raiva ainda. – Suspirei e ele me abraçou, me puxando para si e apoiei a cabeça em seu peito.
- Você é a alfa agora, . – Ele disse e ergui o rosto para ele.
- O quê? Como? – Ele negou com a cabeça.
- Honestamente? Eu não sei. – Ele disse. – Mas depois que você enfrentou seu pai hoje e, talvez, me enfrentou naquele dia, tenha provado aos deuses que você é a alfa necessária para essa matilha... Essas matilhas.
- Como? Isso não faz sentido, Jake! – Falei firme.
- Não mesmo, eu sei. – Ele acariciou meus cabelos. – Mas você ouviu seu pai mais cedo, não?
- Sim... Todo mundo, na verdade. – Falei. – Você, mamãe, Seth... O idiota do Paul, do Jared...
- Eu só ouvi você, Leah e Seth. – Ele disse. – Estou pensando que, talvez, você tenha criado uma ponte entre nós? – Ele deu de ombros. – Eu preciso falar com o avô do Quil para saber mais, mas sua árvore genealógica, ... É óbvio! Você é ligada diretamente à toda linhagem de Taha Aki. – Ele suspirou. – Você é trineta de Levi Uley, ele foi parte da matilha original. Você também é trineta de Amelia Ateara que é irmã do Quil Ateara II, que também foi da matilha original. E, por mim, você sofreu um imprinting comigo, que sou bisneto de Ephraim Black. – Ele disse em um suspiro. – Parece óbvio para mim.
- Mas eu, Jake? Eu não sei nada! – Falei firme.
- Talvez não, , mas você acabou de se colocar entre 10 lobos e sete vampiros como uma humana normal! – Ele disse rindo com isso. – Isso é coisa que um líder faz. – Engoli em seco. – Ou alguém louco... – Ri fracamente. – O que deu na sua cabeça, hein?! – Suspirei, deitando a cabeça em seu ombro novamente.
- Eu não sei... – Neguei com a cabeça. – Mas me dá dor de cabeça só de pensar.
- Descanse, amor. Eu vou pegar algo para você comer... – Ele ameaçou se levantar e apertei minha mão na sua.
- Não vá! – Pedi, abraçando-o pela cintura. – Eu posso comer depois.
- Eu não vou... – Ele se deitou ao meu lado e me abraçou enquanto eu me ajeitava na cama confortável. – Amanhã vamos resolver tudo, ok?!
- Ok... – Falei em um sussurro.
- Descanse, eu estarei aqui quando você acordar. – Dei um curto sorriso, sentindo um beijo em meus lábios.
- Ok... – Falei em um suspiro, sentindo o corpo ainda tensionado de tudo o que aconteceu hoje.

Black

- Nós precisamos ir. – Anunciei quando encontrei os Cullen na cozinha.
- Mas já? Não vão esperar Bella acordar? – Edward perguntou e puxei pela mão, entrelaçando nossos dedos.
- Temos coisas mais importantes para cuidar agora. – Falei, vendo Renesmee no colo de Rosalie. O bebê que nasceu ontem já tinha até dentinhos. – Vocês conseguiram resolver com a sua família, é nossa vez.
- Os desejo muita sorte, e aguardamos seu retorno. – Carlisle disse.
- Seremos eternamente gratos pelo que fizeram por nós. – Esme disse e dei um aceno com a cabeça.
- Às vezes não é quem, mas por quê! – disse e sorri, dando um beijo em sua bochecha.
- Volto assim que possível para ver Bella. – Falei e eles concordaram.
- Estaremos esperando. – Edward disse e sorri.
- Pronta? – Sussurrei para e ela confirmou com a cabeça.
- Obrigada por tudo. – Ela disse.
- Nós agradecemos. – Foi a vez de Rosalie falar e, com um aceno de cabeça, seguimos escada abaixo.
Ao passar pela porta, encontramos os dois lobos transformados. Indiquei o caminho para e ela confirmou com a cabeça.
- Me sigam! – Ela disse e, enquanto pulava os degraus, o lobo vermelho explodiu e ela seguiu para dentro da floresta.
Me transformei também e corremos pela floresta até chegar nos limites da casa de Sam e Emily. Não precisava de muito para eu saber que a casa estava cheia. Sabia que eles estariam nos esperando.
Eles não vão nos atacar. disse.
Eles querem conversar? Seth perguntou e deu um aceno com a cabeça.
Sim! E já avisei que não vou brigar.
Saímos pela clareira, fazendo os quatro lobos andarem lado a lado e percebi as roupas dobradas em cima de quatro cadeiras na varanda.
Trégua. Falei.
Sim! disse, sendo a primeira a se transformar, vestindo os shorts, top e casaco de sempre e fiz o mesmo.
Quando todos estavam prontos, apertei o ombro de , vendo-a assentir com a cabeça e empurrar a porta, indicando mais do que só os lobos lá dentro. Meu pai, Emily e a família de estavam lá.
- Podemos entrar? – Perguntei.
- É claro! – Sam disse e demos alguns passos para frente.
O silêncio se instaurou de uma forma estranha. Ninguém falava nada, mas não podíamos simplesmente fingir que nada aconteceu. Sentenças foram dadas, promessas sérias foram feitas, não dava para passar uma borracha e esquecer.
- A voz é sua, . – Sam disse.
- Por quê? – Ela perguntou.
- Você se tornou uma pléon alfa*, . – Ele disse e até eu franzi a testa. – Você é uma ponte entre as duas matilhas. Você nos unificou, criança. – puxou a respiração fortemente. – Seja por seus ideais, seus valores, seu sangue... – Dei um aceno com a cabeça.
- Eu não sei fazer isso. – Ela disse devagar. – Eu não sou uma líder, eu não sei guiar, eu descobri isso não tem nem meio ano! – Ela falou firme, se aproximando alguns passos.
- Você é, ! – Sam disse firme, se aproximando dela e apoiando as mãos em seus ombros. – O que você fez ontem, ... – Ele soltou em um suspiro. – Eu nunca fiquei com tanto medo quanto ontem. – Ela pressionou os lábios. – E você não resistiu, não se afastou, você se manteve pelo que acreditava.
- Eu não podia deixar vocês fazerem aquilo. – Ela disse suspirando. – Ela é normal, pai. – Ela riu fracamente. – Uma criança linda, muito estranha e com um rápido crescimento, mas normal para os nossos padrões. – Ri fracamente.
- Somos uma família, com interesses diversos, mas ainda uma família. E você vai nos guiar.
- Eu não sei como... – Ela disse.
- Você sabe. – Ele disse firme. – Caso chegue a hora de algo assim ser resolvido novamente, você nos guiará. As respostas estão dentro de você.
- E, caso não, você tem dois alfas para te guiar. – Leah disse, fazendo engolir em seco.
- Eu agradeço por isso. – Ela disse em um suspiro. – Mereço um abraço? – Ele sorriu.
- É claro, criança! – Ele a abraçou, fazendo-a apertar os braços em seu pai e, as lágrimas deslizando de seus olhos e a mente limpa, demonstravam o alívio. – Eu sempre estarei aqui por vocês. – Ele disse.
- Desculpe por te atacar, . – Paul disse e ela virou o rosto.
- Desculpe, Paul. – Ela disse. – Só não faça de novo, não quero minha cunhada triste se eu tiver que matá-lo. – Ela disse séria, fazendo Paul arregalar os olhos. – Vocês são meus irmãos... Primos de sangue, eu nunca tive isso na minha vida, não gostaria de perdê-los agora. – Assenti com a cabeça.
- Podemos fazer isso. – Falei e Sam ergueu o olhar para mim.
- Trégua? – Ele me esticou sua mão e confirmei.
- Trégua. – Falei, apertando as mãos e abraços se seguiram pela sala de estar de Emily.
Sam, Leah e são aquela família difícil de explicar, mas vê-los unidos assim, como uma verdadeira família, me fez perceber que tudo ia se ajeitar. Seja em uma matilha, duas ou três. O que não podemos é nos afastar de nossas famílias.
- Bem... Se vocês não se importam... – se aproximou de mim, me abraçando pela cintura. – Eu gostaria de descansar agora.
- Não querem ficar para o almoço? – Emily ofereceu e negou com a cabeça.
- Os últimos dias foram complicados, eu gostaria de dormir na minha cama hoje. – Ela disse e deu um beijo em sua cabeça. – E gostaria de voltar a organizar meu casamento agora. – Ela sorriu para mim e ri com ela.
- Acho que agora eu serei o senhor Uley, não o contrário. – Falei, ouvindo-a rir.
- Nós dois podemos ser ambos. – Ela disse e toquei nossos lábios levemente, ouvindo alguns gritos e uivos vindo do pessoal à nossa volta.
*Não é citado nos livros de Crepúsculo.



9. Realidade e novos desafios

Algum tempo depois
Uley

- Nunca pensei que fosse ver isso. – Ouvi atrás de mim e virei para a porta, vendo minha mãe e Seth na porta e minha mãe tinha um lenço nas mãos.
- Ah, mãe! – Falei, vendo-a suspirar.
- Quem diria que minha filha se casaria antes de mim? – Ri fracamente, andando até ela e abracei-a. – Não faça isso, vai sujar o vestido.
- Eu não me importo. – Suspirei, sentindo algumas lágrimas escaparem de meus olhos. – Você vai encontrar o seu, mãe. Eu sei disso. – Ela deu um aceno com a cabeça.
- Não importa agora, criança. Eu estou feliz por você. – Sorri. – Assim, você vai casar com o Jacob, isso não é nada bom. – Ri fracamente.
- Você está linda, tia! – Seth disse e sorri, abraçando-o de lado e ele deu um beijo em minha bochecha.
- A noiva mais linda de todas. – Virei o rosto para meu pai e ele tinha os olhos pretos quase brilhantes.
- Ah, pai! – Falei, ouvindo-o rir. – O que acha? Muito moderno? – Ele riu fracamente.
- Você está incrível, criança. – Sorri, sentindo um beijo em minha testa.
- É isso que sempre sonhou para sua menina? – Perguntei e ele riu fracamente.
- Honestamente? Não é nada parecido com o que eu queria para você! – Ele sorriu. – Mas eu quero que esteja feliz.
- Eu estou, pai. Muito. – Ele sorriu.
- Eu estou pronto quando você estiver. – Ele disse e confirmei com a cabeça.
- Me dê dois minutos. – Pedi e ele assentiu com a cabeça.
- Leah? Me acompanha? – Ele perguntou e eu e Seth nos entreolhamos.
- Claro. – Minha mãe disse e ambos saíram de meu quarto e de Jacob.
Virei para o espelho novamente e ri comigo mesma. Talvez um longo vestido branco rendado e bufante fosse o sonho de muitas garotas, mas eu não tive tempo de sonhar com o casamento dos meus sonhos. Só me importava com o homem que eu encontraria do outro lado do altar, então o curto vestido branco, encontrado em uma lojinha em Forks, foi a minha escolha. Talvez até mais do que eu merecia.
Me sentei na ponta da cama para calçar os coturnos da mesma cor e me levantei. Os cabelos lisos e escorridos, a maquiagem de sempre, os coturnos de sempre, parecia que era só mais um jantar em nossa casa.
- Você está incrivelmente bonita, mas acho que o vô Ateara não vai durar por muito tempo na neve! – Seth disse e ri fracamente, virando para ele.
- Achei que ele tinha a temperatura igual a nossa. – Falei, ouvindo-o rir.
- Ele não se transforma há uns 60 anos, você vai confiar nisso? – Ri fracamente.
- Vamos, Seth! Me leve ao meu pai! – Ele sorriu, fazendo uma reverência exagerada e esticou o braço para mim, me fazendo rir.
Seguimos para fora do meu quarto, depois passamos pela pequena sala que era de visitas, TV e cozinha antes de seguir para fora da nossa pequena casa. Meu pai esperava na varanda da casa e sorri como ele estava bonito. Calça jeans e camisa, mas ainda lindo.
- Você está incrível, pai! – Falei e ele virou o rosto, rindo.
- Você também, criança! – Ele disse, me fazendo sorrir. – Pronta?
- Ironicamente sim! – Falei rindo, vendo-o sorrir.
- Não quer desistir? – Ele perguntou. – Não dá para fugir do imprinting, mas...
- Não! – Falei rindo. – Eu estou pronta, pai! – Sorri. – Vamos lá!
- Vamos lá! – Ele disse, dando o braço para mim e retribuí.
Demos a volta na varanda pelo lado de fora e uma pequena decoração havia sido montada. As flores em tons amarronzados contrastavam com o tapete de pétalas brancas. Quatro fileiras de cadeiras dividiam em duas fileiras. Os convidados eram poucos, nossas matilhas e os Cullen com Renesmee que já se assemelhava à uma menina de quatro anos.
E, no fim do pequeno corredor, Jake estava lá com minha mãe e Seth. A calça jeans escura, a camisa xadrez vinho e as botinas sujas de terra, não eram nada esperado para um noivo, mas ele não poderia estar mais bonito. E, no centro de todos, o avô de Quil.
- Você está linda! – Jake disse quando cheguei ao seu lado.
- Você também. – Rimos juntos e ele deu um beijo em minha cabeça antes de dar um aceno para meu pai.
Nenhuma palavra mais foi dita antes de nos colocarmos lado a lado. Quil recitou a história de amor de Taha Aki com sua primeira esposa, mas não prestei atenção em muitas coisas. A mão quente de Jacob na minha era tudo o que eu precisava. Hoje e para sempre.
- , você aceita Jacob para ser seu par por toda a eternidade? – Quil perguntou e ri fracamente, olhando para os olhos negros de Jacob.
- Sim. – Ri com isso, vendo o largo sorriso de Jacob.
- Jacob, você aceita para ser seu par por toda a eternidade? – Jacob abriu seu largo sorriso, me fazendo retribuir.
- Com toda certeza. – Ele disse rindo.
- Então, pelos deuses, eu os declaro unidos para sempre. – Quil disse e sorri para Jacob. – Pode beijá-la.
- Achei que não ia dizer nunca! – Jacob brincou, me segurando pela cintura e colou nossos lábios, inclinando meu corpo para trás e minhas mãos foram para seu ombro.
- Eu te amo. – Falei um sussurro.
- Eu te amo, chefe. – Ele falou e notei os aplausos discretos de todos a nossa volta.

Black

Coloquei o suco no copo, ajeitando-o na bandeja e abri uma fresta maior da janela da cozinha para tirar um ramo de flores. Elas já estavam secas por causa do inverno que chegava, mas estávamos acostumados com esse ambiente. Juntei com o muffin de chocolate e segui até o quarto. Apesar de toda questão lupina, minhas mãos tremiam.
Entrei no quarto devagar, vendo dormir abraçada ao travesseiro somente com a calcinha que ela havia colocado após a noite passada e me sentei na ponta da cama. A aliança com um pequeno solitário brilhava em seu dedo junto do anel de madeira, me lembrando da melhor escolha da minha vida. Mesmo que obrigado de certa forma.
Sofrer um imprinting foi o maior tapa na cara que eu recebi na vida depois de reclamar sobre a felicidade de todos à minha volta.
Apoiei a bandeja de um lado da cama e me sentei do outro lado, passando a mão nos cabelos de . Inclinei meu rosto até o seu e dei um beijo em sua cabeça, vendo um olho seu abrir, me fazendo sorrir.
- Bom dia, senhora Black. – Falei, ouvindo-a rir fracamente e ela escondeu o rosto no travesseiro para bocejar.
- Bom dia, senhor Clearwater. – Ela disse e ela virou o corpo de barriga para cima e nossos lábios se tocaram levemente. – Dormiu bem?
- Sempre bem. – Ela segurou minha mão e entrelacei nossos dedos.
- Eu trouxe café. – Indiquei com a cabeça e ela virou o rosto, virando o corpo enquanto se espreguiçava e sorri.
- Você é incrível, Jacob. – Ela virou o rosto de novo. – Pavio curto, mas incrível. – Sorri.
- Ei, estamos há quatro dias sem nenhum estresse. – Brinquei e ela riu.
- Faz quatro dias que não saímos de casa. – Sorri. – E acabamos de nos casar, não quero irritações.
- Talvez devamos sair e avisar nossos pais que estamos bem. – Falei e ele riu fracamente.
- Meus pais já sabem. – Ela disse.
- Eu esqueço que você tem contato direto com todos. – Suspirei, subindo na cama, passando uma perna em volta de seu corpo antes de me sentar no meio da cama.
- É mais fácil do que mandar mensagens. – Ela disse e ri fracamente. – E agora é melhor ainda, porque posso cortar a ligação quando eu quiser. – Sorri.
- Pléon Alpha! – Falei em um suspiro. – Quem diria?! Nem sabia que isso existia.
- Talvez não precise existir. – Ela disse. – Digo... Tirando o que houve com a Bella e a Nessie, nós temos os mesmos interesses: proteger os humanos e a reserva. E creio que a parte de proteção inclua todos que nos fazem mal de alguma forma... – Assenti com a cabeça. – Estamos juntos nessa. – Dei de ombros. – É quase como se fôssemos uma matilha só novamente.
- Bom, não podemos negar que seu pai ficou bem mais calmo depois de tudo. – Inclinei meu corpo sobre o dela, fazendo-a rir.
- Acho que eu sempre tive uma visão muito dura de meu pai, mas com tudo o que houve com minha mãe, com a tia Emy, ele acabou virando um velho com 33 anos. – Ri fracamente. – Acho que tirar essa responsabilidade das costas dele vai fazer bem para ele. – Ela passou os braços em meus ombros. – Só queria que minha mãe se ajeitasse. – Suspirei. – Até Seth se ajeitou antes, isso é triste.
- As coisas acontecem de formas estranhas, . – Falei.
- Eu sei... – Suspirei. – Mas todo mundo tem alguém agora. Eu tenho você, vovó tem Charlie, Seth tem a Nessie... – Neguei com a cabeça. – Pelo menos ela conseguiu quebrar a ligação com meu pai... – Ela deu um curto sorriso.
- Ela vai encontrar alguém. – Dei um beijo em sua bochecha. – Alguém que vai enlouquecê-la... E não no bom sentido. – Ri fracamente.
- Aposto que não! – Brinquei e nossos lábios se tocaram.
Apertei-o contra meu corpo, sentindo suas mãos irem para minhas costas e nossos lábios se movimentaram com pressa, fazendo nosso corpo virar na cama, me assustando com um barulho de vidro.
- Ah! – Nos afastei rapidamente.
- Oh, droga! – Jake disse, se levantando rapidamente e vi o copo de suco caído.
- Quebrou? – Perguntei.
- Não, mas molhou tudo. – Ele suspirou. – E destruiu o que eu tinha preparado para você.
- Está tudo bem, meu amor. – Ela disse com um sorriso curto. – Vamos arrumar isso, depois terminamos aqui. – Ri fracamente.
- Ah, eu adoro como você pensa. – Sorrimos juntos e ela mandou um beijo.

Uley

- Ei, Jacob. – Ouvi Jake entrar na porta e voltei a focar nos muffins no forno.
- Ei, como estão as coisas? – Ouvi Jake perguntar.
- Tudo bem. – Ele disse. – Como está a vida de casado? – Meu pai perguntou, fazendo as risadas se misturarem.
- Estamos nos mantendo ocupados. – Falei, ouvindo a gargalhada de Seth.
- JACOB! – Gritei, ouvindo-o rir.
- Ah, eu não preciso ouvir isso. – Minha mãe disse e senti minhas bochechas esquentarem.
- Está tudo bem. Foi bom tirar essa folga, agora precisamos voltar ao plano de contingência. – Jake disse.
- Falei brevemente com e creio que vocês podem deixar isso comigo e com Paul, somos os mais velhos e podemos...
- Eu posso também, Sam. – Minha mãe disse. – Temos a mesma idade.
- Creio que seja melhor esperar por , não? – Seth disse.
- Não é porque eu sou algo a mais entre as duas matilhas que eu preciso decidir tudo. – Caminhei até a divisão entre a cozinha e a sala da casa de minha avó. – Somos duas matilhas no mesmo território, caso nossos interesses sejam os mesmos, podemos sempre pegar um de cada matilha para isso. Ainda somos irmãos, não?! – Voltei para o forno.
- Sim, criança, creio que sim, mas minha matilha ainda é maior do que a sua.
- E a minha é mais jovem. – Jacob disse e revirei os olhos.
- E lá vamos nós de novo. – Falei, vendo minha mãe rir.
- Eu não vou aguentar por muito tempo. – Ouvi ambos batendo boca, fazendo minha cabeça doer. – Tem como eu fugir disso?
- Ter, até tem, mas depois do que aconteceu com Jacob, acha realmente que fugir vai ser a melhor escolha? – Minha mãe perguntou e ponderei com a cabeça.
- Você está certa. – Ouvi o timer do forno e o abri, sentindo o cheiro forte de chocolate, me fazendo sorrir. – Está pronto. – Deixei a fornada na bancada.
- Obrigada, filha! – Ela disse e segui para a sala novamente.
- É óbvio que você agiria assim! Se não for seu jeito, é ruim! – Meu pai disse.
- Ficamos três anos do seu jeito, Sam! Sabemos que as coisas não funcionam. – Jake retrucou.
- CALEM A BOCA! – Minha voz saiu alta, fazendo as paredes tremerem e ambos olharam para mim. – E eu digo isso com todo amor que eu tenho por vocês. – Falei firme. – Vocês estão discutindo sobre uma patrulha pelo perímetro, para quê? – Perguntei forte. – Está tudo bem! Estamos salvos! Ao todo temos 12 lobos para proteger uma pequena porção de terra e pessoas. Nossos maiores inimigos eram os Cullens e são nossos maiores aliados. A Renesmee não é o monstro que pensávamos. Chega! – Falei para ambos. – Comam uns muffins, estão quentinhos. – Suspirei, vendo ambos bufarem.
- Ei, Billy! – Sue disse quando meu sogro entrou com as cadeiras de rodas pela porta.
- Oi, sogrão! – Falei sorridente.
- Olá! Está cada vez mais fácil te ouvir, ! – Meu sogro disse, me fazendo rir.
- Ah, faz parte! – Dei de ombros. – Essas crianças que estão brigando! – Falei, ouvindo-o rir.
- Gostaria de um muffin, Billy? Acabou de sair! – Minha avó ofereceu.
- Agora não, obrigado, vim falar com vocês dois. – Billy indicou a mim e Jacob que nos entreolhamos.
- Aconteceu alguma coisa, pai? – Jake perguntou e me aproximei do homem.
- Acabei de receber uma ligação da Bella, ela quer ver vocês. – Ele disse e ergui o olhar para Jacob.
- Você estava dizendo, criança? – Meu pai me provocou e suspirei.
- Logo voltamos. – Falei, tirando o avental da cintura e deixei-o na mesa da cozinha antes de voltar para perto de Jake que já tinha sua mão esticada para mim.
- Nos mantenha informados. – Seth pediu e assenti com a cabeça, entrelaçando as mãos nas de meu marido.
Saímos pela porta e montamos na moto que estava na frente da casa de minha avó. Com a velocidade nada normal que Jacob andava pela estrada, chegamos rapidamente a casa dos Cullens. Não sentia mais aquele arrepio de antes, mas não estava com um bom pressentimento.
Antes de descermos da moto, Carlisle já estava na porta, abrindo-a para nós.
- Boa tarde, Carlisle! – Falei.
- Boa tarde, senhora Black! – Ele disse, me fazendo rir.
- Está tudo bem? – Jacob perguntou.
- Se estivesse, os chamaríamos para um café... – Ele disse e senti minha respiração falhar por alguns segundos. – Me sigam, por favor. – Ele disse e nossas mãos se mantiveram entrelaçadas enquanto subíamos pela escada.
- Jake! – Renesmee pulou animada em Jacob, me fazendo sorrir. – ! – Ela passou os braços em meus ombros.
- Oi, boneca! – Dei um beijo em sua bochecha, fazendo-a rir. – Quanto você cresceu dessa vez? – Perguntei.
- Muito! – Bella disse e coloquei no chão enquanto Bella abraçava Jacob.
- E como está o feliz casal? Tudo bem? – Emmett perguntou e ri fracamente.
- Tudo bem, obrigada! – Assenti com a cabeça, olhando para Esme, Alice, Jasper e Rose. – E vocês? Qual o motivo do chamado?
- Nessie, quer sorvete? – Rose a ofereceu.
- Uhum! – Ela disse animada.
- Vem comigo, então! Eu vou te dar! – Ela disse.
- Jake, você quer também? – Nessie perguntou fofa e sorri.
- Logo vou, boneca! – Ele disse e vi ambas saírem pela sala, fazendo a porta se fechar rapidamente.
- Então, imagino que tenha alguma relação com ela. – Falei e Edward me indicou uma poltrona e me sentei, vendo Jake se sentar no braço dela.
- Sim, tem. – Ele disse.
- Eu estava com Renesmee na floresta mais cedo e uma prima nossa do clã do Norte nos viu. – Bella disse. – Ela não nos cumprimentou, fugiu quando fui atrás dela, e agora achamos que a vida de Renesmee está em perigo.
- Por quê? – Jacob perguntou.
- Pensamos que ela crê que criamos uma Criança Imortal. – Edward disse.
- Uma o quê? – Jake perguntou novamente.
- Crianças que são transformadas em vampiros. – Carlisle explicou. – Elas eram famosas na antiguidade, mas por pararem de crescer no momento da transformação, elas não podiam ser controladas ou instruídas, então destruíram vilas e matavam pessoas em um ataque de raiva. – Ele suspirou. – Elas causaram muita destruição e foram exterminadas e proibidas pelos Volturi. – Assenti com a cabeça, apesar de sentir o estômago embrulhar.
- A matriarca desse clã do Norte, foi morta por ter criado uma criança imortal. E a pessoa que nos viu, é filha dessa mulher e era companheira do Laurent... – Franzi a testa.
- Espera... O cara de dreads? – Jake perguntou.
- Exato! – Bella continuou.
- Quem é Laurent? – Perguntei.
- Isso foi antes do seu tempo, mas ele tentou matar Bella há uns dois anos, vampiro selvagem, toda essa história. – Jake disse na brincadeira, me fazendo revirar os olhos. – Eu matei ele, relaxa.
- Ah, claro! – Neguei com a cabeça.
- O que isso ter a ver com vocês? – Perguntei.
- Os Volturi são a realeza dos vampiros, eles começaram tudo e eles controlam nossas leis. – Carlisle disse. – Pensamos que eles podem querer matar a Renesmee, e nós.
- Mas a Renesmee não é assim. Ela cresce, não? – Perguntei.
- Não dá para explicar isso para eles? – Jake perguntou.
- Eles só possuem as lembranças de Irina como prova. – Edward disse e suspirei.
- Então, lutaremos! – Jake disse.
- As armas deles são poderosas demais. – Jasper finalmente falou.
- Nossa estratégia é tentar convencê-los. – Bella disse. – Temos vários amigos espalhados pelo mundo, vamos pedir para eles testemunharem isso.
- E o que podemos fazer por vocês? – Foi minha vez de perguntar.
- Ajuda! Em caso de as coisas darem erradas e realmente precisarmos lutar. – Edward pediu.
- Sim, é claro! Ao menos quatro vocês podem contar. – Falei.
- Sabem dizer quantos vampiros vêm? – Jacob perguntou.
- Ainda não, mas esperamos pelo menos uns 20. – Carlisle disse e olhei para Jacob, vendo-o arregalar os olhos.
- O que aconteceu, Jake? – Ele suspirou.
- Com mais vampiros nas redondezas, mais lobos vão aparecer. – Ele disse. – Precisamos estar preparados.
- Iremos! – Falei firme. – Vamos nos preparar. – Jake sorriu.
- Obrigada. – Bella disse com a voz fraca e neguei com a cabeça.

Black

Ficar na casa dos Cullens estava ficando cada vez mais incômodo para todos nós. Cada dia que se passava, vampiros de diversas partes do mundo apareciam em Forks, fazendo meus instintos gritarem. O único receio era a caça. Esses vampiros não eram vegetarianos como os Cullens e se alimentavam de sangue humano. Apesar de concordarem em não caçar na cidade, existia o receio de que a sede falasse mais alto.
Todos foram convencidos quando Renesmee tocava sua bochecha. O imprinting dela com Seth tornava tudo um pouco pior. Apesar da ausência de Alice, ela tinha deixado um plano bem arquitetado para ambos fugirem caso algo saísse do controle. Se eu já pensava em ficar longe de Seth, imaginava como Bella se sentia quanto a Nessie. Não passaram nem seis meses e tudo estava bagunçado.
EI! EI! SE CALMA! OLHA PARA MIM! Ouvi em minha cabeça. Está tudo bem!
O que está acontecendo comigo? Como você tá ouvindo? Ouvi uma voz nova.
Está tudo bem! Respira fundo! dizia calma. Feche os olhos, respire fundo!
- Com licença... – Falei fracamente para Bella, tentando não chamar a atenção dos vampiros.
- Está tudo bem? – Ela perguntou.
- Mais um novo beta. – Falei. – Eu vou ajudar .
- Obrigada. – Ela disse e neguei com a cabeça.
- Está tudo bem. – Falei e dei um aceno de cabeça para Edward, depois para Carlisle antes de sair da casa.
Adentrei a floresta, deixando o lobo explodir e corri até onde estava . Encontrei à sua frente e o pequeno lobo cor de mel à sua frente com as quatro pernas tremendo.
- Você se lembra das histórias? – Ouvi a voz de . – A origem de nossa tribo? Elas são todas verdadeiras. – Ela disse e desviou o rosto para o lado, me vendo e dei um aceno de cabeça. – Esse é Jacob, se lembra dele?
Ss-si-im... A voz saía trêmula.
- Ele vai te ajudar com isso. Não precisa ter medo, é algo normal. – Ela disse.
Eu... Eu vou ficar assim para sempre? Ele perguntou.
- Você poderá se transformar para sempre, mas você logo voltará ao normal. – Ela virou para mim, tirando a mochila das costas e me transformei de volta.
- Você vai saber como se transformar e usar seus poderes para ajudar a proteger a nossa aldeia e a cidade. – Falei, recebendo uma bermuda das mãos de e vesti.
Proteger do quê? Ele perguntou.
- Da única coisa que matamos. – Falei e o silêncio se instaurou.
O qu-uê? Sua voz ainda saiu trêmula.
- Se lembre das nossas histórias! – disse. – Se lembre do começo de nossa tribo, do porquê nossa tribo pode se transformar em lobo para se proteger?
Os frios. Ele disse convicto e dei um aceno. Espera! Você está dizendo que vampiros existem? Isso é loucura!
- Disse o garoto que está transformado em lobo, falando conosco por meio de pensamentos!
- Jacob! – deu um tapinha em minha barriga, me fazendo rir.
- Absorva a ideia um pouco, você vai perceber que faz sentido. – Falei.
E como eu saio daqui? Ele perguntou.
- Você precisa se acalmar. Fechar os olhos e relaxar. Você está seguro aqui, não se preocupe. Tome o tempo que precisar. – disse calmamente, me fazendo sorrir. – Como foi nos Cullen?
- Tudo bem. Temos mais alguns olhos vermelhos lá. – Falei e ela suspirou.
- Eu estou começando a ficar preocupada com isso, eles não são com os Cullen, são? – Ela sussurrou e neguei com a cabeça. – Eles acabam com Forks se eles se juntarem.
- Carlisle garantiu que não farão isso. – Falei. – Com esse, quantos mais temos?
- Mais quatro. – Ela disse e assenti com a cabeça. – Ajude-o, por favor? – Ela perguntou.
- É claro! – Dei um beijo em seus lábios.
Tem certeza de que isso não é permanente? Ele perguntou e rimos juntos.
- Qual seu nome mesmo, garoto?
Brad... Ele disse.
- Ok, Brad. Deixa eu te ajudar! – Falei, fazendo sorrir e recebi um tapinha nas costas antes de me aproximar dele.



10. Vivendo em paz entre dois mundos

Uley

- Quando Aro quer alguém de um clã, não demora para aparecer testemunhas e provas que esse clã cometeu algum crime. – O homem do clã do Norte falava. – É tão raro que eu não havia percebido um padrão.
- Ele sempre perdoa uma pessoa que ele afirma ter se arrependido. – Carlisle disse.
- Essa pessoa sempre tem um dom. – O homem disse. – E eles sempre entram para a Guarda.
- É a Alice, não tem ninguém como ela. – Edward disse.
- Para que ele quer testemunhas? – Emmett perguntou.
- Para espalhar que a justiça foi feita. – O homem disse. – Depois que ele massacra um clã inteiro.
- Benjamin, Tia, estamos partindo. – O homem do clã indiano falou para o mais novo que podia controlar a natureza. O que eu mais me afeiçoei.
- E para onde vão? – Edward perguntou. – Por que acha que se satisfariam com a Alice? Temos Benjamin, Zafrina, Kate, todo mundo com dons. O objetivo é poder, aquisição. – Ele disse firme. – Carlisle não pedirá que lutem, mas eu sim.
- Pelo bem da minha família, mas das suas também. – Jake olhou para mim e só dei um aceno de cabeça.
- As matilhas vão lutar. – Ele disse, se levantando. – Nunca tivemos medo de vampiros. – Sua provocação foi evidente e me levantei ao seu lado.
- Nós lutaremos. – O clã Denali falou.
- Eu também!
- Lutaremos com vocês!
E assim, sem precisar de muito, todos os vampiros e lobos estavam juntos em um único propósito: acabar com a justiça feita pelo clã italiano.
- Esperamos que não precisemos lutar. – Edward disse.
- Veremos. – Alistair, o mais mal-humorado falou. Ele era o único que estava botando medo em todos, o pior é que todos caíam nisso. – Séculos de fuga, foi o que me proporcionou. Grande amigo, Carlisle!
- Você é uma pessoa bem detestável, não? – Falei, olhando para ele.
- Disse a lobinha. – Ele disse em desdém e dei um sorriso sarcástico para ele.
- A lobinha aqui, consegue ser muito mais simpática, em um lugar que não se sente confortável, do que você! – Falei firme, dando um sorriso com os lábios pressionados e deixei que um rosnado baixo saísse por eles.
Ele não respondeu, seguindo para o lado de fora de sempre e revirei os olhos, vendo o sorriso nos lábios de alguns vampiros.
- Eu não gosto de valentões, eles me irritam! – Me expliquei, vendo as risadas e dei de ombros.
- EI, OLHE POR ONDE ANDA! – Minha mãe gritou em meio a um rosnado e desci as escadas novamente, vendo minha mãe no chão, com Seth transformado ao seu lado, rosnando.
- Ah, mais uma lobinha! – Alistair disse, se virando para minha mãe.
- O que você diss...? – A voz da minha mãe ficou presa quando ela o encarou.
É como...
Gravidade.
Seu centro muda totalmente.
De repente, não é mais a Terra que prende você aqui.
É ele!
- Ah, ótimo! – Jake disse ao meu lado e arregalei os olhos, travada nos olhares fixos dos outros. – Por essa eu não esperava. – Engoli em seco. – Irônico, não? Sua mãe que sempre odiou vampiros, com o vampiro mais detestável. – Ele riu sozinho e não consegui responder. – ? ! – Ele me sacudiu e destravei, olhando para ele. – Está tudo bem?
- Eu nã... Eu não sei. – Falei em um suspiro.
- Completamente inesperado, certo? – Engoli em seco.
- É... – Eles se aproximaram e senti meu estômago revirar. – Acho que eu preciso vomitar.
- Ah, qual é! É legal! – Ele disse rindo. – Ele é nojento, terrível, indesejado. Sua mãe também. – Dei uma cotovelada nele. – AH!
- Cala a boca. – Falei firme.
- Ele vai ser um ótimo padrasto! – Ele disse ainda zoando.
- Cala a boca, Jacob! – Minha voz saiu mais forte que um rosnado e vi Alistair puxar minha mãe para um beijo.
- Eca! – Jacob disse e meu estômago revirou novamente.
- Eu preciso vomitar! – Saí correndo para a floresta, sentindo todo meu almoço voltar.

Black

- Jacob Noel chegou! – disse quando entramos na casa de Charlie.
- Há! Há! Há! – Falei sarcasticamente.
- Você que está com todos os presentes, meu amor! – Ela piscou, me fazendo rir. – Oi, gente!
- Oi! – Vi Sue, Leah e Seth ali, além de Bella, Renesmee e Nessie.
- Decidiram passar o Natal conosco? – Charlie disse.
- Claro! Me contaram que o senhor faz uma truta sensacional! – disse simpática como sempre e sorri.
- Sua avó! – Ele disse rindo.
- Jake! – Renesmee veio até mim e Seth segurou os presentes quando a mais nova abraçou meu marido.
- Cadê o meu? – Seth perguntou.
- Calma, apressado! – Falei, segurando Nessie.
- Ele não vai te dar presentes, Seth! – Nessie disse e ele revirou os olhos.
- Por que não? – Seth se fingiu ofendido e coloquei Nessie no chão. Ela já estava com uma aparência de uma menina de 10 anos, logo eles se encontrariam no meio do caminho.
- Porque não! – Nessie disse e Seth fez cócegas nela, fazendo-a rir. – Para, Seth!
- Eu gosto da sua relação com ela. – Sussurrei, sentindo Jake me abraçar pela cintura.
- Talvez possamos ter uma no futuro? – Ele sugeriu, me fazendo sorrir e dei um beijo em sua bochecha.
- Pensando no próximo passo? – Perguntei e ele roçou o nariz no meu, me fazendo sorrir.
- Muito cedo? – Ele sussurrou e neguei com a cabeça.
- Então, Leah, seu namorado não pode vir? – Charlie perguntou e ouvi um engasgo, vendo minha mãe cuspir água para fora, me fazendo rir.
- Ah, não! É recente ainda! – Ela disse e ri fracamente.
- Quero ver como vamos lidar com isso no futuro. – Jake sussurrou e dei de ombros.
- Não é problema meu. – Falei, ouvindo-o rir.
- Eu quero presentes! – Nessie disse.
- Eu vou começar! – Bella esticou um envelope para o pai. – Não deu tempo de embrulhar! – Ela disse e me sentei na poltrona, puxando Renesmee para meu colo e dei um beijo em sua bochecha, ouvindo-a rir.
- Cinco dias no rio Fraser? – Charlie perguntou animado. – Saindo amanhã? Eu não posso, eu...
- Já arranjei tudo no trabalho. – Minha avó disse, seguindo até Charlie e sorriu. Não estava aqui quando meu avô faleceu, mas estava feliz por minha avó.
Na verdade, creio que esse era o momento de mais calmaria da minha vida desde que eu era pequena. Meus pais não brigavam mais, com a separação das matilhas, minha mãe finalmente conseguiu se desapegar de meu pai. E agora, com o imprinting dela, eles haviam se tornado amigos, especialmente com meu pai insistindo que o cara não era flor que se cheire.
Um vampiro selvagem ser coisa boa? Tinha que dar razão ao meu pai, mas parecia funcionar. Quando estávamos juntos na casa dos Cullen, eles ficavam juntos, mas não tão grudentos quanto os outros casais de imprinting que eu conhecia. A seriedade dos dois os tornavam discretos, mas os pensamentos da minha mãe explodiam, e agradecia por não morar mais em casa.
Só pensava o que seria no futuro. Alistair seria um padrasto? Conviveria bem com os lobos? E minha mãe, estava pronta a ser uma nômade na vida? Não era algo que eu via de nenhum dos dois lados, mas não precisava me preocupar com isso, gostando ou não dele, ela estava em boas mãos.
- Eu tenho um presente para você. – Jake anunciou e Nessie pulou de meu colo, indo para perto de Bella.
- O que você me comprou, Jake? – Perguntei, ouvindo-o rir.
- Eu não te comprei nada. – Ele me esticou um pacote pequeno. – Você não me deixa. – Ri fracamente, abrindo-o e encontrei dois brincos de pequenas folhas feitas de madeira.
- Você fez isso? – Perguntei.
- Sim, achei que seria propício. – Aproximei meu rosto do seu, sentindo nossos lábios tocarem. – Eu te amo.
- Eu também te amo. – Suspirei. – Espero que dê tudo certo amanhã. – Falei, virando o rosto, vendo se Charlie e Sue já tinham voltado para a cozinha.
- Vai dar sim. – Ele disse, jogando meus cabelos para trás.
- Eu quero pedir algo para vocês... – Bella se sentou ao nosso lado.
- É claro. – Jake disse.
- Cuidem da Nessie. – Ela disse. – Os vampiros estarão focados em nós, então talvez vocês consigam fugir com ela se... – Ela deu de ombros. – Se precisar.
- Achei que seria só ela e Seth. – Comentei e ela suspirou.
- Eu pedi alguns documentos extras. – Ela disse com uma feição culpada. – Ele tem 15, não é fácil ele atravessar fronteiras sem parecer suspeito.
- Tem certeza? – Perguntei. – Vocês... – Ela negou com a cabeça.
- Tenho certeza de que Alice teve alguma visão e sabe como isso vai acabar. – Ela mencionou e suspirei.
- Espero que não precise chegar a isso. – Jake disse.
- Eu também. – Ela disse, apertando a mão de Jacob. – Mas, por favor...
- Você não precisa pedir duas vezes. – Falei. – Mas não vamos nos considerar derrotados antes da hora, ok?! – Ela deu um aceno de cabeça e apertei sua mão.
- E vocês se cuidem. – Minha mãe disse e suspirei.
- Todos nós. – Falei.
- Quem está pronto para comer? – Ouvi a voz de Charlie e abracei minha mãe de lado, suspirando.

Uley

Nunca achei que pudesse sentir frio com minha temperatura corporal, mas estando com todos os vampiros mais poderosos do mundo nos olhando, no meio da grossa camada de gelo, era outra realidade. O tal Aro, o líder dos Volturi, era um enorme ator. Sua voz excêntrica me deixava com mais medo do que se fosse um diabo com chifres e soltando fogo pelo nariz. Tirando a pele completamente branca, ele era normal.
Meu corpo se tornou uma pedra quando ele quis conhecer Renesmee de perto, aparentemente ele tinha o dom de poder ver os pensamentos das pessoas só tocando nelas e foi o que ele pediu para comprovar que Nessie não era uma criança imortal. Jacob e Emmett foram com eles e fui a primeira a segurar Seth perto de nós.
Sei dos sentimentos aflorados dele por Renesmee, mas ele ainda é como um irmão para mim, não queria que nada acontecesse com ele também.
Aro pareceu convencido quanto a veracidade dos fatos de Renesmee, mas isso acabou complicando para Irina, a informante do clã do Norte. Ela é irmã de Tanya e Kate, que estão conosco. Então, a possível calmaria, trouxe um pequeno drama quando Irina foi morta e queimada pelos Volturi. Apesar de sua óbvia culpa ao não contar todos os fatos, por simplesmente não sabê-los, não era fácil ver sua irmã ser morta.
Pegue-a, Jake! Falei para o mesmo e um rosnado fez com que Bella a montasse em Jacob e me coloquei ao seu lado.
- Aro, viu que nenhuma lei foi infringida aqui. – Carlisle disse.
- Mas não quer dizer que ela não é uma ameaça para nós. – O mesmo disse, discursando para todas as testemunhas, igual um político.
Ele quer Bella. Sam disse para mim.
Quer! Respondi em uma lufada de ar. Inicialmente ele queria Alice pelos seus poderes incríveis, mas Bella seria uma ótima adição pelo poder de escudo.
- Ele não vai consegui-la. – Edward falou ao meu lado e sabia que ele tinha ouvido.
Não mesmo! Respondi e uma pausa de Aro foi feita.
- Alice! – Edward disse e ela e Jasper apareceram pela floresta, seguindo em direção aos Volturi.
- Minha querida Alice. – Aro disse.
- Tenho evidências de que a criança não será um risco para nós. – Ela disse, esticando a mão a Aro.
Ele a pegou com tanta força, quase como se a pedisse em casamento. O silêncio que se instaurou entre os lobos e vampiros e os Volturi era incômodo. Somente o ar na larga clareira parecia nos atrapalhar.
Os olhos de Aro pareciam se arregalar com o que Alice lhe mostrava. A face calma se transformou em horror, até que ele puxou a mão dela em um instante. Seu olhar se virou para nós e sabia que estávamos envolvidos de alguma forma.
- Ele está assustado. – Edward comentou.
Parece sim! Respondi.
- Agora você sabe! Esse é seu futuro! A menos que mude seus planos. – Alice disse firme.
- Não podemos mudá-los. A criança ainda é uma grave ameaça. – O loiro estranho falou para Aro.
- E se soubessem que ficaria escondida do mundo humano? – Edward perguntou.
- Claro, mas não tem como saber! – O loiro falou.
- Na verdade, tem sim! – Edward disse com um sorriso no rosto e sabia que seus pensamentos estavam em Alice.
Adentrando a clareira novamente, duas pessoas, suas roupas eram similares que Safrina e Senna, então imaginei que elas pudessem ser da mesma região. A mulher era bonita e tinha uma aparência mais velha, agora o homem parecia uma criança no corpo de um adulto... Igual Nessie.
- Procurei minhas próprias testemunhas. – Alice anunciou. – Entre as tribos Ticuna do Brasil.
- Sou metade humano, metade vampiro. Como a criança. – O homem disse. – Um vampiro seduziu minha mãe, que morreu no parto. – Dei um sorriso, se fosse possível fazê-lo como loba. – Minha tia Huilen me criou como seu filho, e eu a tornei imortal.
- Qual sua idade? – Bella perguntou, receosa.
- 150 anos! – Ele disse e um alívio passou por todos os presentes.
O rápido crescimento de Nessie nos fazia temer se sua vida não seria breve, mas não.
- Com que idade atingiu a maturidade? – Aro foi quem perguntou.
- Tornei-me adulto sete anos depois do meu nascimento, e não mudei desde então. – Olhei para Nessie que tinha um sorriso nos lábios e senti meus olhos se encherem de lágrimas.
- Essas crianças são tão parecidas conosco. – O líder mais velho disse.
- Mas os Cullen se associaram a lobisomens. Nossos inimigos naturais. – A voz do loiro se fez e um rosnado saiu de nossos lábios.
Aro ficou quieto novamente. Seu tom excêntrico pareceu ir embora e um pouco de sensatez apareceu em sua cabeça. Ou sei lá o que Alice lhe mostrou.
- Meus caros, não há perigo aqui. – Ele anunciou, fazendo um alívio passar pelo meu corpo. – Não lutaremos hoje. – Ele anunciou, fazendo seu clã recuar.
Uma última olhada dele foi o suficiente para ele seguir junto de seu clã.
Graças a Deus! Falei em um suspiro e Nessie pulou de Jacob, seguindo para seus pais e ele veio para mim.
Eu falei que ficaria tudo bem.
Ah, Jake!
Nossos focinhos roçaram, depois nossos pescoços.
Está tudo bem agora, meu amor.
Quero saber por quanto tempo, eu não conseguia imaginar em perder qualquer um de vocês.
Minha voz saiu em um suspiro.
Eu sei. Ele disse. Você não precisa pensar mais nisso.
O que será que ela mostrou para ele?
Perguntei e um rosnado saiu de sua garganta.
A morte dele, aposto. Ele não recuaria à toa. Meu pai disse e o vi se aproximar.
Pai! Me aproximei, roçando nossos pescoços.
Está tudo bem agora, criança. Tudo vai ficar bem.
Espero que sim.
Falei fracamente.
Acho que está na hora de irmos para casa, senhora Black. Jake disse, roçando o focinho no meu.
Por favor, eu quero um banho gelado e minha cama.
E uma massagem?
Ele brincou e ri fracamente.
Eu vou adorar! Respondi.
Vamos! Ele disse e dei uma rápida olhada para trás, vendo Bella nos olhando e dei um aceno de cabeça.
Ela retribuiu, dando o mesmo olhar para Jacob e os outros lobos, e fui a primeira a correr, puxando as duas matilhas para dentro da floresta, em direção ao nosso lar.

Black

- Ah, Jake, me larga! – Seth reclamava enquanto eu o apertava cada vez mais.
- Não, espera! Só mais um pouco! – O abracei mais forte, fazendo Nessie rir ao nosso lado.
- Para, Jacob! Ele já entendeu. – puxou minha mão e Seth fugiu de mim, me fazendo rir.
- ! – Reclamei e ela me abraçou pela cintura, rindo.
- Amor, está tudo bem! – Ela disse rindo. – Foi só uma visão, Seth vai ficar te atormentando por muitos e muitos anos. – Virei o rosto para ela. – Só que agora ele vai poder te chantagear para sempre.
- Eu gosto dele, ok?! Ele é como um irmão para mim! – Falei bravo, fazendo-a rir.
- Eu sei! Não estou falando nada. – Ela ergueu as mãos em redenção e puxei-a pela cintura novamente.
- Ao menos gostei de saber que nada aconteceria contigo. – Falei.
- Confesso que adorei saber que meu pai mataria aquela loira infernal... – A voz de saiu irritada.
- Se ela fizesse algo com o Seth, te garanto que seu pai a destruiria com os dentes. – Falei.
- Não quer dizer que não teríamos perdas. – Ela disse, dando um beijo em meu rosto.
- Não... Sem mais perdas. – Falei, apertando-a fortemente. – Não aguento mais isso.
- Está tudo bem, amor. – Ela acariciou meu rosto. – Com essa vida, imagino que nunca estaremos livres dos perigos, mas estaremos juntos para enfrentá-los. – Ela disse calmamente.
- Já disse que você é boa com as palavras, senhora Black? – Ela riu comigo e nossos narizes se tocaram levemente.
- Talvez sim. – Ela sorriu, apoiando a cabeça em meu peito e fechei os braços em seu corpo. – Tudo vai ficar bem, não?
Olhei para mesma direção dela e os vampiros se despediam, começando a se dispersar. Leah e Alistair falavam discretos em um canto. Ele a havia convidado para viajar com ele, a condição de Leah é que ele se tornasse vegetariano como os Cullen. Eles iriam tentar. Sabia que estava sentida sobre isso. Elas ficaram 10 anos longe, e agora que tudo se ajeita, elas se separariam novamente. Sei que estava feliz por sua mãe, mas dava para sentir a dor em seu peito.
Alistair era tudo o que uma filha não gostaria para sua mãe, mas Leah agora o conhecia melhor do que ninguém, e eu conseguia ouvir em seus pensamentos que muito do seu jeito estranho é que ele nasceu no século XIV, então muito de si era antigo, e Leah é uma mulher atual de 33 anos, completamente dona de si e durona. Era um comparativo diferente.
Mas tinha uma vantagem também, por trás de toda fachada, do tom rude e arrogante, ele claramente era um homem apaixonado. A forma que sua mão tocava o rosto de Leah, delineando a linha do cabelo, era doce e suave. Nem parecia um homem selvagem. Em todos os sentidos possíveis. Me mostrava que eu precisava ser um pouco mais assim com . No meio da correria, eu esquecia de coisas simples como cortejá-la, mesmo sabendo que seu coração era meu.
Com certeza ele não seria um padrasto para ou um cunhado que Seth possa zoar, mas a felicidade da Leah era mais importante do que tudo agora.
- Ela vai ficar bem. – Sussurrei para .
- Eu sei que ela vai. – A respiração saiu forte. – Eu só vou sentir saudades.
- Ela estará conosco quando menos esperar. – Falei, vendo-o erguer o rosto para mim.
- E você? – Ela perguntou.
- Agora? – Perguntei confuso.
- Quais seus planos? – Ela passou os braços em volta de meu pescoço.
- Podemos ir para casa, eu te preparo um banho bem quente, depois vamos para cama, nos divertir... – Ela riu fracamente. – Eu vou roubar um beijo seu quando você estiver quase dormindo... – Ela sorriu. – E vamos dormir abraçadinhos.
- Parece um plano, senhor Black! – Pressionei meus lábios em seu rosto.
- Isso não é só para agora, não, tá? É para sempre. – Falei.
- Ficaremos juntos por toda a eternidade? – Ela perguntou com um sorriso no rosto.
- O que acha? Será que dá? – Perguntei.
- Contanto que você fique longe de problemas. – Ela disse rindo.
- Ih, isso vai ser difícil! – Brinquei e ela riu, roçando nossos narizes novamente e puxei-a pela nuca, colando nossos lábios rapidamente.



Epílogo

- Eu gosto de Mirabelle e Levi. – disse, colocando um pedaço de carne na boca.
- Ah, não! – Jacob reclamou. – Levi até vai, mas Mirabelle?
- É! É de uma tataravó minha. – Ela deu de ombros.
- Ah, agora entendi. Você quer colocar o nome de dois Uley nos nossos filhos? Nem vem! – Jacob disse exagerado, fazendo rir.
- O que sugere, então? – Ela perguntou irritada e Jacob acariciou a larga barriga de .
- Hum... Eu gosto Levi, de verdade. – Ele disse. – Mas que tal Sarah? – virou o rosto para ele.
- Como sua mãe? – perguntou e ele deu um aceno de cabeça.
- O que acha? – Ele perguntou.
- Parece perfeito, amor. – Eles trocaram um beijo, fazendo-a sorrir.
- Então, decidimos? – Ele perguntou, fazendo-a suspirar.
- Acho que foi fácil. – deu de ombros.
- Fácil? – Seth falou irritado. – FÁCIL?! Essas crianças nascem em menos de um mês e vocês decidem agora!
- Ei, elas não nasceram ainda, ainda pode mudar de ideia. – Leah falou, fazendo revirar os olhos.
- Não, para! Acho que agora eu estou satisfeita. – disse sorrindo.
- Eu preciso terminar de montar o quarto. – Jacob disse.
- Te ajudo amanhã. – Alistair disse e Jacob deu um aceno com a cabeça. Jake não era muito fã do cara, mas ele tentava se enturmar. Depois de seis anos, eles precisavam aceitar algumas coisas.
- O que acham dos nomes? – perguntou.
- Levi é meio...
- Amamos, criança! – Sam interrompeu Jared, dando um tapa em sua cabeça. – Já está na hora desses bebês terem nome.
- Chamar de Bebê 1 e Bebê 2 era legal. – Seth disse.
- Não tem graça, Seth! – Nessie disse, fazendo-o estalar um beijo em sua bochecha.
Nessie finalmente havia chegado à maturidade e a diferença deles não existia mais. Ela parecia uma jovem adulta de 20 anos. A mentalidade e personalidade bagunçada não afetavam mais quanto antes, agora ela só precisava lidar com Seth. Os 21 anos podiam ter chegado, mas não na cabeça.
- Me ajuda a levantar, Jake. – pediu e ele puxou os braços da mulher, aparando-a na frente.
- Onde vai?
- Fazer xixi! – Ela disse irritada, andando até o banheiro, fazendo o marido rir.
- E disseram que seria entediante. – Jacob pressionou os lábios, fazendo-os sorrirem.
- Onde estão seus pais, Nessie? Eles não vêm? – Sue perguntou.
- Vem sim, eles estavam falando com o vovô Carlisle. – Ela disse.
- Charlie logo estará aqui também. – Ela anunciou.
- Chegamos! Chegamos! – Edward disse, trazendo todos os Cullens com eles à casa de Sue.
- Feliz Natal! Feliz Natal! – Os Cullens foram menos efusivos nos cumprimentos, totalmente contrário aos Quileute.
- Onde está, ? – Bella perguntou.
- Precisei ir no banheiro! – falou aparecendo de novo.
- Esses bebês não vão sair daí, não? Minha gravidez foi muito mais rápida. – Ela brincou, fazendo a loba rir e ambas se abraçaram.
- Só mais um mês. – disse.
- Então, decidiram os nomes? – Edward perguntou.
- Sim, por enquanto. – Jacob disse.
- Não tem graça, Jacob! – o cutucou.
- E então? – Rosalie perguntou animada, acariciando a barriga de .
- Sarah, em homenagem à mãe do Jacob...
- De uma mãe somente, viu, Bella? Aprenda! – Emmett a provocou, fazendo todos rirem.
- E Levi, em homenagem a um dos três fundadores da matilha original, um dos que fizeram um tratado com vocês, anos atrás. – disse, fazendo os Cullen sorrir.
- Parece perfeito. – Bella disse e se sentou novamente na poltrona.
- E vocês? Algo de novo para contar? – perguntou, vendo os vampiros se misturarem entre os lobos.
- Tudo bem... – Eles disseram fracamente. – Recebemos uma carta dos Volturi, eles querem vir visitar.
- Ah. – Alistair foi o primeiro a reclamar, fazendo Leah lhe deixar um beijo na bochecha.
- Está tudo bem. – Ela disse fracamente.
- Algum problema agora? – Jake perguntou.
- Não exatamente. Eles gostariam de ver Renesmee que chegou à maturidade. – Edward disse. – Mas eles não são dos hóspedes mais simpáticos.
- Você acha que tem algo a mais por trás disso? – Sam perguntou.
- Talvez sim, Aro ainda se fascinou com os dons de Bella, e ficou incomodado com a ligação com as matilhas... Pode ser uma visita com motivos escusos. – Carlisle disse.
- Não deixaremos que nada aconteça a vocês. – Jacob disse. – Lutaremos novamente se for preciso.
- Eu mal consigo andar, mas se eu puder morder a cabeça daquele loiro... – As mãos de apertaram na poltrona. – Eu totalmente consigo.
- Você não consegue se transformar grávida, . Não invente! – Jacob disse sério e a menina revirou os olhos.
- Só estou comentando... – Ela deu de ombros.
- Nos mantenham informados, pode ser? – Sam falou e os Cullens confirmaram com a cabeça.
- Charlie chegou, melhor mantermos os papos mais baixo. – Sue disse.
- Já faz seis anos. Ele precisa começar a aceitar. – Bella disse. – Ele não tem como ignorar a Renesmee. Ela é uma mulher completa.
- Às vezes é bom ser ignorante em alguns assuntos, Bella. – disse, fazendo a vampira rir.
- Talvez seja isso.
- Ho! Ho! Ho Feliz Natal! – Charlie disse entrando na casa, parando na porta.
Talvez ser ignorante realmente fosse bom, mas às vezes era impossível ignorar a diferença somente pelo tom de pele e a diferença gritante das temperaturas ali.
- Vô! – Nessie disse animada, seguindo até o avô.
- Pronta para mais um Natal comigo, senhora Black? – Jake perguntou para .
- Contanto que eu possa comer muito peru! – disse e Jacob riu.
- Por três, meu amor. – Ele beijou sua bochecha. – Mas não estava falando disso.
- Você está em todos meus planos, Jacob. Não achei que precisasse falar.
- Ah... Não! Mas é bom falar! – Ele disse rindo.
- Aproveite seu Natal, amor. O próximo teremos duas crianças chorando no meio da ceia. Duas crianças de tamanhos normais com idade mental compatível. – Ele riu.
- E com o gene Quileute. – Jacob disse.
- Exatamente! – disse rindo e Jacob deu um sorriso nervoso antes de relaxar os ombros.
- Manda ver!


Fim.



Nota da autora: Oi, gente!
Att dupla para finalizar Once in a Blue Moon e cheio de surpresas!
O que acharam do casamento da e do Jake? E esse comecinho com Amanhecer? Apesar de isso não ter relação com nossos personagens, achei que fosse legal mostrar qual seria a relação e comportamento neles com isso tudo.
O que acharam de a Leah ter um imprinting com o Alistair? Pessoalmente ele é detestável, mas a Leah também é bem raivosa, acho que seria uma combinação boa, mas pensar nele como um padrasto ou sogro não é fácil! Hahahaha
E Seth com a Nessie? Acaba sendo previsto, né?! Hahaha
E o final foi meio rápido, mas como falei na n/a passada, é mais para mostrar como eles ficariam nessa situação, né?! Eles não são o foco.
Espero que tenham gostado do final! Depois de muitos anos pensando na ideia e sabendo que teve alterações, fico feliz de finalizar.
Agradeço à Naty por topar entrar em mais nessa comigo, aos leitores e ao FFOBS pelos destaques por causa dessa fanfic!
Beijos e até a próxima!





Nota da beta: Mano, que plot twist é esse da Leah e Alistair? Eu ameeeei, amei mesmo hhahaha pior que de um jeito torto deu muito certo. Gostei também do imprinting do Seth com a Nessie, previsível mesmo. E esse final? Que lindinhos, unindo todo mundo, sério amei os nomes dos babys, foram ótimas escolhas! Imagina, Flá, precisando, só falar!


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