Última atualização: 31/10/2020

Prólogo

— Garriet captura o pomo, encerrando a partida! As Harpias de Holyhead vencem a partida com 270 a 140, ganhando a melhor posição no placar geral até agora!
Eu estava tão animada que não pude deixar de dar um looping no ar, o público fazendo coro a minha animação. Ganhamos. Ganhamos! Desci para o chão onde minhas outras seis companheiras vestidas de verde comemoravam muito animadas.
— Garriet, parabéns! — Eu a cumprimentei muito agitada no meio daquela confusão de alegria.
— Obrigada, ! Você também jogou muito bem! — A apanhadora me cumprimentou e as meninas fizeram coro.
Depois de ouvir um discurso da nossa capitã sobre pontos positivos e negativos da partida, fomos liberadas para o vestiário para nos trocar, os gritos do público ficando cada vez mais afastados.
Aquele estava sendo meu dia de sorte. Eu, , recém formada em Hogwarts, tinha conseguido uma vaga no time reserva das Harpias de Holyhead há uns cinco meses, um time completamente feminino com muitas vitórias, o que já era muito. Mas, por completa sorte do destino, no dia de uma das partidas mais importantes contra o time da União de Puddlemore, nosso maior rival, a artilheira titular Joanne Goldstein teve uma lesão e eu pude jogar! Quer dizer, sinto muitíssimo por ela, mas era uma chance única para uma novata. Além disso, eu tinha marcado 5 dos 12 gols da partida, o que era uma boa porcentagem.
Estava tão elétrica que nem percebi quando Vernie Greengrass chegou aos pulos no vestiário.
— Meninas, acabamos de receber um convite dos jogadores do Puddlemore para a festa de Dia das Bruxas que eles vão fazer amanhã!
Vários gritinhos percorreram o vestiário, principalmente por parte das mais novas. Allie Grace, que já era mãe, foi uma das menos empolgadas.
— Mas pera aí. Eles não são, tipo, nossos rivais e inimigos? — Eu indaguei, muito confusa. Na minha cabeça, aquilo seria o mesmo que Sonserina e Grifinória confraternizarem juntos depois de um jogo.
— Rivais no campo, , rivais no campo. Mas gatos demais para serem levados como rivais na vida. — Greengrass piscou e as outras meninas concordaram nas gargalhadas.
— E eu soube que eles estão com um reserva novo, como você, mascotinha! — Georgina, uma das batedoras, comentou, usando o apelido bobo que elas me deram. — Qual é, qual foi a última vez que você beijou na boca? — Ela replicou, ao ver minha careta.
Uma rápida lembrança de um beijo roubado durante a emoção de uma última partida de quadribol passou pela minha cabeça, me fazendo corar. Havia rolado apenas mais um depois desse, com o mesmo garoto, com quem eu infelizmente havia perdido contato, justamente quando achei que algo ia acontecer. Mas namoricos de escola nunca duram mesmo, é o que eles dizem.
— Isso não vem ao caso!
, sei que o Halloween se decora com teias de aranha, mas isso não significa que você tem que ter teias de aranha na boca. — Garriet riu.
— Vocês estão muito abusadas pro meu gosto. — Eu comentei, mas sem conter o riso. Era tão fácil entrar na brincadeira, aquele time já havia me acolhido como se me conhecessem há anos, mesmo eu sendo a mais nova do time. — Bom, já que parece que vão ficar no meu pé, eu vou deixar a decisão pra Guga, já que ela é nossa capitã.
Guga Jones, no meio dos seus 30 anos, colocou as mãos no queixo, fingindo pensar.
— Pois então eu digo para todas nós irmos!
O time inteiro comemorou e eu acabei entrando na onda, me empolgando.
Afinal, era apenas uma festa. Não seria nada demais.


Parte I

Bati na porta de Georgina, onde o time marcou de se encontrar antes da festa. Como foi tudo em cima da hora, eu vesti umas roupas pretas e botei um chapéu de bruxa. Um clássico se não fosse a roupa cotidiana de várias pessoas que eu conhecia.
— Mascotinha! Você veio! — Garriet disse, abrindo a porta e me abraçando. — Fiquei com medo de que fosse faltar. Allie e Gabriella ficaram com os filhos, Joanne ainda está de cama e as outras duas batedoras e as duas artilheiras reservas tinham outros planos. E aí? Vai se arrumar aqui?
— Ah, eu tô pronta. — Falei, abrindo um sorriso confiante.
— Mas não tá mesmo! Como você ousa, bonita desse jeito, ir em uma festa assim? Não, eu não aceito.
Garriet me puxou para dentro da casa, aonde outras cinco meninas davam os toques finais em suas fantasias.
! Você veio! — Greengrass me cumprimentou.
— Bem vinda, mascotinha! Por favor, sinta-se em casa. — Georgina sorriu para mim. — Mas não tão em casa. Essas ogras já destruíram meu bisbilhoscópio.
— Ah, por favor, foi você quem pisou nele! — Pauline Gulliver retrucou.
— Pisei porque vocês derrubaram!
— Gente, isso fica para depois! A festa começa logo e a mascotinha precisa urgente do nosso senso de moda. — Garriet interrompeu aquele papo.
— Ei, meu senso de moda é excelente!
— Para esportes, , mas não para uma festa. — Guga riu.
Logo, Lola Galgster e Pauline já estavam me maquiando, enquanto Garriet e Georgina montavam meu visual. Guga e Greengrass davam palpites frequentes.
Por fim, eu estava completamente diferente da pessoa que pisara naquela casa. Vestia apenas um maiô preto com meias três quartos arrastão, uma orelha de gatinho e um rabo falso para combinar. Apenas meu coturno preto ficou ileso àquela transformação.
— Perfeita! — Georgina comemorou.
— Ela é um gato ou um amasso? — Pauline indagou e muitas reviraram os olhos.
— Tanto faz! O importante é que ela tá maravilhosa! — Lola replicou.
— E aí, ? O que achou? — Garriet finalmente se lembrou da minha opinião.
Eu me olhei no espelho. Eu normalmente era bem prática com minhas roupas, afinal, é um inferno treinar quadribol com roupas curtas e justas e penteados elaborados. Mas, naquele momento, eu me sentia muito grata que minhas colegas soubessem se arrumar, porque eu me sentia extremamente sexy.
— Acho que estou perfeita para uma festa! E aí? Vamos logo?
— Essa é a atitude! — Greengrass comemorou.
Aparatamos em um beco perto da casa do anfitrião da festa conforme fomos instruídas, para não assustar alguns trouxas que moravam na região. Certamente, o aparecimento repentino de sete mulheres fantasiadas chamaria a atenção.
Seguimos pela rua e eu não pude deixar de reparar nas crianças trouxas indo pedir doces nas casas. Eram tão fofos! E uma estátua particular de uma bruxa me fez morrer de rir. Nem a McGonagall, que provavelmente era a bruxa mais velha que eu conhecia, tinha verrugas daquele jeito.
Enfim, chegamos em uma casa completamente decorada com abóboras iluminadas e flutuantes, teias de aranha falsas, luzes brilhantes e, por Merlin, aquilo eram fadas mordentes? O jeito que os trouxas passavam reto pela casa me fazia pensar que tinha algum encantamento para ocultá-la.
— Não era pra estar rolando alguma música animada? — Perguntei, sentindo o clima parado.
— Espere e verá, mascotinha. — Guga me acalmou.
Batemos na porta e logo um homem muito bonito atendeu. Tinha físico de jogador, um sorriso branco e parecia saber explorar cada músculo que deveria ficar à mostra.
— Boa noite, meninas, sejam bem vindas. Eu sou Luke. Por favor, fiquem a vontade.
— Obrigada por nos convidar, Luke. — Georgina disse, sem perder a oportunidade de jogar charme.
— A honra é minha de ter as convidadas mais lindas de toda a Grã-Bretanha. – Ele sorriu para cada uma de nós e eu não pude segurar o risinho que escapou quando ele me olhou. O cara era bom!
Entramos e a música começou a tocar imediatamente, o que me fez pensar que devia haver algum feitiço para abafar o som para fora da casa. As decorações do lado de dentro eram tão boas quanto as que estavam no exterior e, somado à música, dança, casais, doces e bebidas, mostrava perfeitamente o que era uma festa de Halloween.
— Hm, acho que vou beber alguma coisa!
— É essa atitude que eu gosto, mascotinha! Vem, eu te acompanho. — Garriet disse antes de segurar minha mão e me puxar com ela.
Peguei um pouco do doce e suspeito ponche, mas não podia negar que estava gostoso. As festas de Hogwarts eram jantares arrumados e bonitos. Aquilo sim era uma grande festa de verdade.
— Garriet? É você? — Um homem que se aproximava da gente se pronunciou, os olhos completamente focados na minha companheira de time.
— Peter? Quanto tempo!
— Então é você mesma! Quando vi a garota mais linda da festa passar por aquela porta tive que investigar. Mas é claro que tinha que ser você.
Garriet e Peter continuaram em um conjunto de risadinhas e flertes, se afastando de mim, que tinha sido completamente esquecida. Bom, melhor que ser empata foda. Fiquei no meu canto bebendo mais daquele ponche quando vi Luke, o mesmo cara de antes, me olhando do fundo da festa. Ele sorriu para mim e eu não pude deixar de sorrir de volta. Ele estava se aproximando aos poucos no salão. Com certeza, ia tentar algo. Eu torcia por isso. Estava cada vez mais perto...
?
Aquela voz. Não era possível. Eu só a escutava nos sonhos que eu preferia esquecer, um som que pertencia ao passado. Era uma voz que eu fingia para mim mesma que não mexia mais comigo.
Olhei para trás e tive que piscar algumas vezes para associar que eu não estava sonhando e que ele estava realmente ali.
— Olivio?
O cabelo de Wood tinha crescido um pouco desde a última vez que eu o vira. De algum modo, o idiota parecia ainda mais bonito. As roupas casuais que usava também o deixavam melhor ainda do que no uniforme da escola. E do jeito que ele me olhava, parecia chegar a mesma conclusão.
— O que você tá fazendo aqui? — Perguntei, tentando quebrar o silêncio e a confusão mental que eu enfrentava.
— O time decidiu fazer uma festa de Halloween, então aqui estou eu. — Olivio deu de ombros.
— Espera. Então, você tá jogando pela União de Puddlemore? Não lembro de você ontem.
— Eu tava no banco. Sou reserva. Fiquei chocado por te ver como titular.
— Por quê? Não sou boa o suficiente? — Indaguei, mau humorada. Esse era o efeito que ele tinha em mim, me fazia sentir que estava sempre duvidando da minha capacidade.
— Porque somos novatos e é difícil termos uma chance muito rápido. Já é uma sorte extrema entrar no time reserva. — Ele justificou.
— Ah, bom, a nossa artilheira se machucou e eu tive a oportunidade de jogar.
Antes que continuássemos conversando, no entanto, Luke veio na nossa direção. Levei um susto. Depois que Wood apareceu, eu esqueci completamente dele.
— E aí, madeirinha? Vejo que já tá atacando essa noite! — O homem mais velho riu.
Madeirinha?
— Não é o que pensa, Hudson. Somos antigos colegas de escola e de time. — Wood respondeu, casual.
Ah, então ele era o madeirinha. Não pude deixar de rir, mas logo depois me dei conta do jeito que ele descreveu nossa relação. Ele não estava errado. Nunca tivemos nada sério, mas ouvir de sua boca continuava sendo doloroso.
— Ah, então pode me apresentar a essa belezinha. — Luke sorriu galanteador.
— Eu posso me apresentar sozinha. Sou . .
Eu estendi a mão para cumprimentá-lo, mas ele apenas me puxou para si, depositando um beijo em minha bochecha.
— É um prazer conhecê-la, . — Ele falou, perto do meu ouvido, me deixando arrepiada. — Sabe, você jogou muito bem ontem. Parabéns.
— Obrigada. Você não parece chateado com isso.
— Bom, há prêmios melhores que vitórias de jogos. — Ele replicou, piscando para mim.
— Bom, vou procurar Paul e Kyle. — Wood disse simplesmente, acenando em despedida.
— Tchau, madeirinha. — Luke se despediu, sem tirar os olhos de mim.
E lá estava Olivio Wood, mais uma vez indo embora. Eu devia deixá-lo ir. Devia esquecê-lo. Não era porque havíamos nos reencontrado que significava alguma coisa. No entanto, algo dentro de mim não se segurou e quis falar um pouco mais.
— Tchau, Wood, espero que a gente se veja de novo. De preferência, com você jogando. Foi muito fácil a última partida com aquele goleiro do time de vocês.
Vi meu antigo capitão arregalar os olhos enquanto Luke os cerrava.
— Acha nosso goleiro ruim?
— Sem ofensa, Luke, mas foi muito fácil! Claro que os batedores também poderiam estar melhores, mas aquele goleiro... Você tinha que ver Wood na escola, ele vai ser um goleiro duro de vencer no seu time!
Eu vi um sorriso mínimo se abrir na cara de choque de Olivio e senti a vergonha percorrer meu corpo. Desde quando eu o elogiava tanto assim?
— Bom, eu vou pegar uma bebida. Já volto. — Luke disse repentinamente e saiu apressado dali.
— Vocês estão bem? — Eu falei, com a sobrancelha franzida, estranhando o comportamento dos dois.
... Luke é o goleiro titular do nosso time. — Wood disse, deixando escapar a risadinha.
Meu Deus, como eu sou burra! Eu precisava mesmo prestar mais atenção nos jogadores em campo. Cacete, eu tinha acabado de ofender o garoto que estava dando em cima de mim!
— Acho que perdi minha ficada da noite. — Eu pensei alto, ainda em choque.
— Bom, certamente foi algo interessante de se ver. — Olivio ria. — Então, quer dar uma volta por aí?
Suspirei, já me arrependendo do que eu estava prestes a dizer.
— Claro, agora não tenho nada melhor para fazer.
Andamos um pouco pelo local e pegamos nossa bebida. Eu a virei rapidamente, ainda um pouco transtornada.
— Uou, aquela é Erika Rath?! — Olivio comentou, assombrado.
Bom, não era surpresa que a festa estava cheia de jogadores famosos, afinal, estava acontecendo na casa de um jogador famoso também. Mas eu sempre me sentia infantil e animada quando reconhecia um deles.
— Por Merlin, é ela mesma! Lembra dos jogos de quadribol que assistimos no nosso primeiro ano de Hogwarts? Carlinhos era nosso apanhador, Parkin era artilheira da Corvinal e Rath batedora da Sonserina!
— Os jogos eram incríveis! Nunca mais foram o mesmo nível.
— E mesmo assim, conseguíamos perder todos. — Reclamei.
— Demos muito azar, isso sim.
— Pelo menos, agora estamos dando sorte.
— Você que o diga! Jogou até que bem ontem, .
— Olha quem fala, reserva. — Eu bufei, irritada.
— Calma, estressadinha! Eu tô te elogiando.
— Falar que eu joguei até que bem não significa dizer que eu joguei bem.
— Sabia que você fica linda irritada assim? — Ele disse, abrindo um sorriso que virou uma gargalhada.
Entrei em completo choque. O que estava acontecendo? Por que ele tava me elogiando assim? Meu coração parecia que ia saltar do peito. Eu estava pensando no que falar quando uma voz nos interrompeu.
— Mascotinha! Já arrumou um par para essa noite?
— Georgina, ele não é meu par. — Eu a corrigi, entre irritação e vergonha. — Wood, esta é Georgina Valley. Georgina, esse é Olivio Wood, o novo reserva dos Puddlemore.
— Tudo bem? — Ele cumprimentou animado, afinal, era uma jogadora famosa.
— Eu te disse que você ia gostar do novato deles! — Ela comentou, animada.
— Eu não estou com ele! Nós éramos da mesma escola e do mesmo time e por acaso nos reencontramos. Só isso.
— Ah, sei. — Georgina disse, mas não parecia acreditar em uma única palavra. — Bom, eu vou deixar os dois ex companheiros de equipe sozinhos. Tchau! Ah! — Ela estava saindo, mas logo se virou de novo. — Antes que eu me esqueça. — Ela se aproximou e sussurrou no meu ouvido. — Use proteção, mascotinha.
Antes que eu pudesse replicar que tomava pílula e aquilo não tinha nada a ver, ela já havia se misturado no meio da festa
— Então... — Wood começou a falar. — Mascotinha?
— Cala a boca, madeirinha. — Eu repliquei e nós dois começamos a rir.
— Sabe, é uma pena que a gente tenha perdido contato. — Wood admitiu.
— É mesmo. Apesar de ser irritante, você era o único que entendia o amor pelo quadribol. – Concordei com ele.
— Eu esperei você me escrever.
— E eu esperei uma carta sua. Achei que... bom, achei que você tinha se arrependido. – Falei, antes que pudesse me conter.
— Me arrependido? — Ele perguntou, parecendo chocado.
— É, tipo, não sei, achei que você não tivesse gostado do nosso tempo juntos. Quer dizer, claro que não gostou, não que isso importe. — Engoli em seco, nervosa e irritada comigo mesma. — Olha, eu vou me retirar antes que isso fique muito constrangedor, ok? Tchau! — Eu falei, rápida, antes de me virar para sair. Caramba, como eu era uma tagarela idiota!
Mas, antes que eu pudesse ir, Olivio segurou meu braço delicadamente, mas me mantendo no lugar.
— Espera! Não vai. Já foi difícil te achar de novo.
Eu me virei para ele, encarando seus olhos escuros. Os mesmos olhos que conseguiam me tirar do sério ao me desafiar.
— Sabe — Ele continuou. -, eu achei que você não tivesse, bem, gostado do que rolou. Que tivesse sido um passatempo de fim de ano. Não consegui te escrever achando que você ficaria de saco cheio lendo aquilo. Não quis te pressionar, entende?
Meu coração batia descontrolado no peito.
— Olivio, seu idiota! Você me fez achar que você não gostava de mim! E esse tempo todo... tinha sido medo?
— Bom, você disse que sentiu o mesmo. — Ele comentou, parecendo mexido como eu.
— Então, você ainda gosta de mim?
— Ei, eu não disse que gostava antes.
— É verdade. De acordo com você, somos apenas ex-colegas de time. — Eu falei, sem conseguir conter o sarcasmo.
— Você disse a mesma coisa.
— Porque você disse primeiro!
— É claro! Você estava com Hudson que já tava quase te devorando só com os olhos!
— Isso por acaso é ciúmes, madeirinha?
— Claro que não! — Ele afirmou, rápido demais, e eu apenas levantei uma sobrancelha. — Bom, talvez, mas não temos nada para eu sentir isso. Quer dizer, não que eu sinta alguma coisa. Na verdade, eu sinto, mas não importa, as coisas mudaram, agora a gente nem se fala mais e tudo bem se a gente for só amigos. Ou nem isso! Eu vou entender e...
— Wood, cala a boca. — Eu disse, puxando-o para mim e selando nossos lábios.


Parte II

O primeiro beijo entre mim e Wood foi algo muito rápido e de momento, embora emocionante. Não durou um minuto inteiro, se eu fosse parar para contar. Nosso segundo beijo, poucos dias antes do final das aulas, em uma espécie de encontro, foi tímido e inseguro, além de ter sido um tanto esquisito.
Mas nada, nada se comparava ao beijo que estava acontecendo.
Eram muitas emoções ao mesmo tempo para ter certeza. Saudade, desejo, medo, ansiedade, paixão. Tudo isso se passava pela minha cabeça e parecia refletir também o que Olivio sentia. Eu sentia seu gosto com um toque do gosto da bebida e sentia o seu cheiro que parecia me lembrar quadribol e tortinhas de abóbora.
No momento em que eu decidi beijá-lo e ele me correspondeu, eu deixei para trás minha vergonha. Abri seus lábios com a língua, intensificando o beijo. Explorava seus braços e sua nuca com os dedos e ele retribuía, intenso, as mãos ávidas me puxando para mais perto pela cintura.
— Está com pressa, Wood? Você parece ansioso. — Eu o provoquei, mordendo seu lábio em seguida.
— Sabe, , você fica ainda mais bonita quando está quieta.
Ele retomou o beijo logo em seguida e não pude deixar de suspirar baixinho. Meu Deus, eu claramente menti para mim mesma dizendo que eu o havia esquecido. E, por Merlin, como ele podia me beijar tão bem assim?
As coisas estavam ficando intensas e tivemos que nos afastar um pouco para recuperar o fôlego.
— Sabe, , você estava tão linda quando eu te vi essa noite que achei que era uma miragem. — Ele disse, olhando em meus olhos e eu não pude deixar de sorrir.
— Ficou simpático de repente, Olivio?
— Você com certeza sabe estragar o clima. — Ele bufou.
Me aproximei dele lentamente, sem romper o contato visual, tocando levemente seu abdômen coberto pela blusa, antes de traçar uma linha de beijos em seu pescoço até alcançar seu ouvido e sussurrar:
— Estraguei mesmo, Wood?
Ele grunhiu em seguida e se afastou, meio cambaleante. Não era exatamente a reação que eu esperava.
— Você não pode fazer isso. — Ele falou, a voz meio rouca.
— Ok, recado recebido, já entendi. — Eu falei, revirando os olhos e me preparando para sair.
— Não entendeu não. — Ele retrucou, me puxando de leve pelo braço. — Você não pode fazer isso enquanto estamos cercados de tantas pessoas. Assim, eu não consigo retribuir da maneira que eu gostaria.
Quando ele falou isso, notei a seriedade e o desejo em seu olhar e não pude deixar de sorrir comigo mesma, sentindo um leve arrepio e uma contração no baixo ventre.
— E o que você gostaria de fazer comigo?
Olivio se aproximou mais e começou a beijar meu pescoço, me deixando tonta. Quando sua mão roçou discretamente na parte interior das minhas coxas, eu arquejei, contra a minha vontade.
— Acho que isso passa uma ideia. — Ele sorriu, parecendo muito contente com a minha reação. — Só precisamos de algum lugar.
Aquele idiota. Por que ele tinha que ser tão gostoso e mexer tanto comigo?
— E quem disse que eu quero também?
— Seu corpo inteiro está reagindo ao meu toque, . Essa seria a minha pista. — Logo em seguida, ele deu um passo para trás e fiquei frustrada ao sentir a ausência do seu corpo. — A não ser que você não queira.
Mais um passo para trás. Enquanto isso, meu corpo se movia por conta própria na direção dele.
— Pra sua sorte, eu estou muito boazinha essa noite, Wood, então eu vou aceitar a ideia.
— Como quiser, . — Ele falou, abrindo um grande sorriso, antes de segurar minha mão e começar a me guiar por entre as pessoas.
Não sei dizer se por efeito da bebida ou de alguma coisa que ele provocava, mas eu abstraí as pessoas, abstraí a música e as decorações flutuantes e tudo o que eu enxergava era o corpo de Olivio na minha frente, me conduzindo pela festa, uma demora deliciosamente torturante.
Subimos a escada e nos deparamos com alguns casais que pareciam estar a procura de um lugar mais privado como nós. Na verdade, todos os quartos estavam ocupados. Wood xingou baixinho.
— Acho que não demos muita sorte por aqui. — Eu resmunguei.
— Não precisa ficar chateada, , eu não vou abrir mão de te ter assim tão fácil.
— E o que você vai fazer? Invadir algum quarto? — Eu ironizei, tentando disfarçar o quanto estava mexida.
— Acho que não é preciso tanto. — Ele replicou, o olhar fixo no final do corredor, aonde havia uma pequena janela.
— O que você tá pensando?
— Eu vim voando até aqui e vi que a casa tem um terraço. Perguntei para Luke e ele disse que bloqueou a escada da casa até o terraço com alguns feitiços. Mas não disse nada sobre não conseguir chegar lá por outros meios.
Não se passou um segundo da sua conclusão antes que ele estivesse me arrastando escada abaixo agora, trombando em algumas pessoas no caminho.
— Wood, não sei se você sabe, mas isso não é nada romântico e nem prazeroso.
— Fica calma, , que eu prometo compensar.
— Eu estou calma! — Eu protestei, mas minha voz não conseguiu esconder a ansiedade que eu sentia.
Finalmente, alcançamos a porta da frente e saímos. O súbito silêncio se instalou no ar, seguido por um ar frio que, para meu corpo pouco coberto, era demais. Olivio percebeu meu estado e me abraçou.
— Eu vou só pegar a vassoura e prometo te deixar bem quente depois disso. — Ele sussurrou com a voz rouca no meu ouvido e eu senti um arrepio que não era por causa da brisa gelada.
Voltando com a sua Comet , Olivio montou e me estendeu a mão.
— Não se acostume a isso, . Na próxima vez, vai ter que me acompanhar com sua própria vassoura.
— Bem melhor, assim não fico à merce de um lerdo. — Eu sorri enquanto sentava atrás dele, segurando em seu tronco.
Era estranho não estar no comando, mas não era de todo ruim. O corpo de Wood estava quente e me passava conforto e segurança. No momento em que ele decolou e eu senti a emoção deliciosa que voar me causava, apertei as mãos mais firmemente ao seu redor, aproveitando todas as sensações que aquele momento causava.
O voo foi mais rápido do que eu gostaria, mas valeu a pena quando pousamos no terraço que ele havia visto mais cedo. Não tivemos nenhum problema para entrar e não pude deixar de reparar em quão incrível o lugar era.
Havia uma parte coberta com uma bancada e uma porta, provavelmente a ligação com a casa, e uma parte aberta com duas espreguiçadeiras e uma piscina que mais parecia uma banheira, de tão pequena que era. Além disso, com tudo escuro, as estrelas e a lua completavam o cenário com uma luz maravilhosa. Não pude deixar de suspirar.
— Aqui é lindo, não é?
— É sim. — Ele respondeu, mas não olhava para o céu e nem para o terraço. Não pude deixar de abrir um pequeno sorriso. Sentei em uma das espreguiçadeiras e percebi que ele se sentou na outra.
— Sabe — Comecei a falar olhando o céu, com certa vergonha de encará-lo, mas movida pelo desejo de finalmente poder me abrir com alguém. -, eu achei que nunca mais ia te ver na vida. E isso era bem ruim. Mesmo a gente tendo brigado tanto, você sempre foi um bom amigo, Olivio. E achei que tinha perdido todas as minhas chances com você. Mas parece que a vida me deu mais uma.
— E isso é bom, ?
— É ótimo. — Eu respondi, ainda olhando para as estrelas.
— Mesmo quando eu estou implicando com você? — Ele caçoou.
— Não, nessas horas você é insuportável. — Eu repliquei e nós dois acabamos rindo. — Mas sério, é inveja ou o quê? Fica querendo dar pitaco o tempo todo.
— Eu só tento te pressionar a dar o seu melhor. Você tem talento, , e eu queria que você o usasse.
— Boas intenções, Wood, mas eu sempre o usei sem seu incentivo. Não precisava daquelas reclamações sem sentido. Tipo do último jogo. Lembra? "Foco, ". Aquilo foi uma palhaçada! — Eu resmunguei distraída enquanto tirava a orelha de gatinho.
— Mas você precisa de foco, . — Ele respondeu simplesmente.
— Não preciso não! Meu foco é excelente.
— Eu discordo. — Olivio falou antes de se levantar e vir em minha direção. Com a luz fraca do luar, ele se parecia uma miragem, mas eu sabia que não era. Quando ele tocou em mim, tudo era real e bom demais para eu estar imaginando.
Seu dedo passou carinhoso por meu rosto, antes de descer por meu pescoço e depois pelo meu colo, se aproximando de uma das alças do maiô. Enquanto a puxava, se aproximou e depositou um beijo no canto da minha boca. Aquilo foi suficiente para me tirar do sério. Eu já estava pronta para devolver o beijo.
— Como eu disse, sem foco. — Ele replicou, sorrindo maroto.
Garoto gostoso dos infernos.
— Você jogou sujo, isso não conta.
— Claro que conta. Um jogador com foco vai mantê-lo em qualquer situação se for necessário.
— Você manteria seu foco em uma situação dessas?
— E claro que sim. — Ele respondeu e aquilo para mim foi quase o mesmo que dizer: “ eu duvido que você prove o contrário”.
Agora, era questão de honra. E só por isso eu decidi agir como eu agi.
Me afastei dele, saindo da espreguiçadeira e me levantei, sentindo seu olhar arder contra a minha pele. Lentamente, como se apenas soubesse o que fazer, afastei a outra alça do maiô e o deixei cair pelo meu corpo, restando apenas as meias três quartos e uma lingerie preta que eu usava por baixo. Eu vi o seu olhar percorrer o meu corpo e ele engolir em seco.
Caminhei lentamente em sua direção, o empurrando de leve para se sentar aonde antes eu estivera deitada e me acomodei em seu colo. O volume embaixo de mim roçando com minha intimidade me tirou um pouco a determinação calculista, mas também me assegurou que as coisas estavam dando certo.
Desci a mão por todo o seu tronco até chegar na barra da blusa que ele logo se apressou em tirar. Não pude conter uma risadinha.
— Excelente foco, capitão. — Eu caçoei.
— Tenho mesmo. Não perdi o foco do meu objetivo nem por um segundo. — Ele me olhou intensamente e não pude deixar de sentir um calor subir por meu corpo.
Como eu era idiota, eu tinha acabado de me colocar na situação que ele queria: seminua e entregue para ele.
A essa altura, quem eu queria enganar? Era a situação que eu também desejava.
Ele colou os lábios nos meus novamente e tudo o que eu sentia se intensificou. Sua língua disputava espaço com a minha em uma dança que parecia estar entranhada em mim, tamanha a familiaridade. Suas mãos logo estavam explorando meu corpo e eu sentia a pele exposta arrepiar em cada local que ele encostava. Eu aproveitava para explorar seu abdômen forte e os braços, ambos maravilhosamente esculpidos.
Quando ele começou a beijar meu pescoço, eu involuntariamente me mexi em cima dele e senti uma sensação muito gostosa. Olivio soltou um som rouco e baixo que parecia de aprovação, o que me fez continuar. Era maravilhoso senti-lo embaixo de mim.
— Por Merlin, , só assim você está me deixando louco.
— Quão louco? — Eu sussurrei em seu ouvido.
— Louco para querer te fuder a noite inteira.
Arquejei quando ele disse aquilo e ele aproveitou o momento para nos girar, me colocando deitada sobre a espreguiçadeira e se inclinando por cima de mim. Ele me olhava com uma paixão comparável ao seu olhar para a taça de quadribol e um desejo semelhante a quando apresentava nossas chances de vitória. Sob aquele olhar, eu sentia que eu era a partida que ele desejava vencer.
Sua mão começou a acariciar meu seio direito por cima do sutiã e como aquilo era bom! Gemi em aprovação e ele começou a deslizar a alça do sutiã como havia feito antes com o maiô, uma de cada vez, em uma tortura lenta.
— Não pode ir mais rápido? — Eu resmunguei, sentindo um calor crescer entre as coxas.
— Você é muito impaciente, . – Ele falou, terminando de puxar a segunda alça e deixando meus seios expostos na brisa gelada. Um clique do fecho e logo a peça havia voado para perto do maiô.
— Eu não sou impaciente, Olivio, você que é insuportavelmente impli... ah!
Eu perdi a fala e os sentidos quando sua boca envolveu meu mamilo, sugando com vontade, enquanto sua mão fazia carinho na barra da minha calcinha.
— Ficou quieta de repente, . — Ele provocou e eu juro que seria capaz de estuporar Olivio Wood se eu não estivesse tão embriagada com aquelas sensações maravilhosas. A sorte dele era que a boca e as mãos valiam a pena mesmo com as idiotices.
Ele partiu para o outro seio e me fez esquecer qualquer coisa que não fosse aquelas sensações. Quando pareceu satisfeito, começou a trilhar os beijos pela minha barriga em direção a região que estava mais sensível a ele. Quando chegou ao final da barriga, passou para minhas coxas, mordiscando de leve cada uma delas antes de suas mãos alcançarem as laterais da peça íntima. Uma ansiedade tomou meu corpo enquanto ele deslizava a calcinha por minhas pernas. Olivio Wood era mais do que só implicante. Era completamente cruel com suas carícias tão lentas.
Ah, mas tudo valeu a pena quando eu senti a boca dele beijando de leve minha intimidade. Meu quadril se remexeu, por impulso, e não pude deixar de arquejar com o mínimo contato. Algo me dizia que ele estava sorrindo consigo mesmo, tão típico dele. Mas, quando ele começou a me lamber e chupar com mais intensidade, percebi que não ligava que ele sorrisse igual um idiota desde que não parasse com aquilo nunca mais.
Eu tentava me segurar para não fazer muito barulho, principalmente sem saber se o feitiço que silenciava a casa também cobria aquela parte. Porém, conforme ele acelerava os movimentos, o pouco controle que eu tinha ia se esvaindo e logo esqueci qualquer preocupação com o silêncio. Quando ele, por fim, colocou lentamente um dedo em mim enquanto ainda me estimulava com a língua, eu me senti ir aos céus. Eu me remexia enquanto ele me estimulava e acelerava os movimentos, sem conseguir conter os gemidos. Pouco depois, eu pude sentir o orgasmo me atingir em cheio e a sensação maravilhosa se espalhou pelo meu corpo, um alívio com o prazer que escorria por mim.
Demorei para perceber que Wood havia se afastado e estava em pé me analisando de cima, lambendo o dedo que antes estivera dentro de mim. Por algum motivo, aquilo era enlouquecedor.
— Você é muito linda, sabia? — Ele murmurou, os olhos se prendendo no meu corpo de um jeito que deveria dar vergonha, mas fazia eu me sentir adorada e poderosa.
— E você é injusto, sabia? — Eu o encarei e seus olhos voltaram para meu rosto, confuso. — Me deixa nessa condição enquanto você ainda está quase todo vestido.
Ele riu baixinho, as mãos descendo para o botão da própria calça.
— Mais uma vez, impaciente. Não se preocupe, , estamos apenas começando.


Parte III

Olivio Wood era uma visão por si só, por mais que eu fosse orgulhosa demais para admitir.
Mas agora, Olivio Wood sem nenhuma peça de roupa parecia o próprio paraíso: ou o mais pecaminoso inferno.
Eu tinha aproveitado o momento para tirar as meias e, por fim, estávamos completamente nus um em frente ao outro: não só fisicamente, mas também estávamos expostos em todos os nossos sentimentos. A tesão gritava dentro de cada um de nós, mas eu sabia que não era a única coisa entre a gente.
Avancei para romper a distância entre nós. Eu precisava tê-lo, era algo maior do que qualquer racionalidade minha. Quando nossos corpos finalmente se encontraram, o calor que eu sentia aumentou e a brisa fria parou de me incomodar. Sua boca estava convidativa e o logo o beijei, sentindo traços do meu próprio gosto ali. Suas mãos seguraram minhas coxas e me puxaram para cima. Entrelacei as pernas em seu quadril, sentindo seu membro roçar em mim, enquanto ele se sentava comigo em seu colo, sem parar de me beijar.
— Isso é tão bom que parece um sonho. — Eu murmurei.
— Anda sonhando comigo, ?
— Pensando melhor, tá mais pra pesadelo. — Eu retruquei, mas era impossível levar o que eu disse a sério quando ele já estava descendo os beijos de novo para meus seios, me tirando o ar.
Desci minhas mãos por seu tronco até alcançar seu membro. Não pude deixar de conter um risinho ao pensar que seu apelido no novo time estava bem errado. Eu senti Wood se enrijecer quando comecei a tentar alguns movimentos. Agora, era a minha vez de jogar. Eu é que estava no comando.
Saí lentamente do seu colo e, sem romper o contato visual, me abaixei na sua frente, ficando na altura do seu membro. Continuei com os movimentos enquanto aproveitei para começar a usar a língua de leve. O gemido rouco que ele soltou me deixou completamente elétrica.
Depois de provocá-lo por mais um tempo, envolvi seu membro com a minha boca, excitada ao ver os efeitos que eu causava nele e por me sentir no controle. Trabalhando com mão e boca, eu sentia o controle dele se esvaindo, os olhos cada vez mais turvos, o membro latejando...
, acho que não vou demorar muito mais para gozar. — Ele anunciou, a respiração entrecortada, como antes eu estava por causa dele.
Tirei a boca e continuei apenas o estimulando com a mão, enquanto eu me levantava até meus lábios alcançarem os dele. Com o ritmo intenso, não demorou muito até ele chegar no ápice. Porém, com um pequeno imprevisto que no momento esquecemos.
— Wood, você me sujou inteira! — Eu falei, sentindo o líquido quente nos meus seios.
— Me desculpa. — Ele parecia genuinamente culpado e preocupado.
— Tudo bem, eu sabia que isso podia acontecer e continuei. — Eu suspirei, sem muitas opções.
— De qualquer jeito, desculpa. Se ajuda, você tá muito gata desse jeito. — Ele falou, a rouquidão novamente na sua voz.
— Eu preciso de um banho, isso sim.
— Se você diz. — Olivio falou baixinho e antes que eu entendesse qualquer coisa, ele me pegou no colo e se levantou.
— Wood, o que você tá fazendo?
— Te levando para um banho, ora.
E, antes que eu pudesse replicar, ele entrou dentro da piscina junto comigo e eu senti o choque da água fria com a brisa da noite.
— Você tá maluco?! A gente vai sujar tudo! E tá gelado!
— Nada que um feitiço não resolva depois. E pode deixar que eu te esquento. — Ele me apertou mais forte.
— Me larga. — Eu falei, deixando escapar um riso.
— Como quiser, milady.
Sem mais nem menos, ele me soltou do colo dele e eu mergulhei completamente. Me surpreendi ao alcançar o fundo tão rápido e percebi que Wood estava ajoelhado no azulejo do fundo. Quando fiquei de pé, apenas metade das minhas coxas para baixo estava submersa e eu senti um frio súbito ao ter tantas partes molhadas expostas.
Wood se levantou e eu suspirei completamente com aquela visão. A água só ia até seus joelhos e seu corpo maravilhoso estava pingando exposto, maravilhosamente delicioso e definitivamente pronto para mais.
— E então, melhorou? — Sua voz me tirou do transe.
— Han?
— A sujeira. Se limpou? — Ele perguntou, embora parecesse estar se divertindo muito com a minha falta de atenção.
— Ah! É... isso. Sim, me limpei.
— Que bom. — Ele sussurrou, cada vez mais perto.
Meu corpo já sentia falta do dele. De sua boca e de suas mãos. E estava desesperada para ter mais dele. Não me surpreendi quando ele me alcançou e imediatamente me beijou, suas mãos contornando minha cintura até chegar em minha bunda e deixar um tapa forte. Não demorou muito até eu estar gemendo de novo.
Wood poderia facilmente ser um vício. Sabia quando ser carinhoso e quando ser mais firme, a boca vermelha e inchada era boa demais para deixar de beijar. E com cada mínimo toque dele, eu sentia o calor no meu baixo ventre aumentar cada vez mais.
Olivio me prensou na parede baixa da piscina e sua mão desceu novamente até minha intimidade. Não foi preciso muito esforço para eu estar novamente molhada em seus dedos, enquanto com a outra mão ele se masturbava me olhando. Era excitante demais e eu sentia que já estava preparada para mais.
E justamente quando eu pensei isso, ele se afastou, me deixando ávida e frustrada.
— Por que você fez isso?
— Impaciente de novo, . Vira de costas.
— Você não manda em mim, Wood.
— Não mando mesmo, mas tenho a sensação que você gosta que eu mande.
— Sensação errada. — Eu bufei, mas ele tinha razão. Eu amava ter o controle, mas, por algum motivo, amava quando ele me dominava também. Por isso, eu virei de costas, empinando a bunda em sua direção.
— Já te disse que você fica linda assim irritada?
— Já, mas isso é idiota.
— Pra sua sorte, você fica mais bonita de uma outra maneira.
— Que maneira? — Eu virei a cabeça para enxergá-lo e vi Olivio se aproximar mais, colocando uma mão na minha cintura possessivamente
— Quando você tá gemendo pra mim. — Ele falou baixinho antes de eu o sentir entrar dentro de mim lentamente.
O calor que eu sentia dentro de mim parecia explodir, cada vez mais ávido. E agora com Wood fazendo alguns movimentos, eu só conseguia arquejar e me movimentar involuntariamente. Meu quadril se mexia em encontro ao dele enquanto nós dois sentíamos o que era estar entregue um para o outro.
Tudo com Olivio parecia ser a melhor coisa do mundo. Mas não existe sensação que se compare a quando ele começou a investir cada vez mais rápido, puxando meu cabelo a cada investida. Nossos gemidos se misturavam na noite e uma fome insaciável crescia dentro de mim. Parecia que nada era o suficiente, eu precisava de mais. De mais dele. Naquele momento, eu esqueci completamente sobre qualquer implicância nossa, querendo sentir aquelas sensações para sempre.
Então, eu me senti desmanchar em prazer quando finalmente atingi o ápice, a respiração completamente descompassada e as pernas bambas. Logo em seguida, Wood também gozou.
A intensidade de tudo aquilo ainda se refletia em nossos corpos suados, quentes e trêmulos. Eu me virei de frente para ele de novo, me apoiando na bancada para manter o equilíbrio. Olivio se inclinou para frente e afastou meu cabelo para trás das orelhas, depositando um beijo na minha testa.
— Quem diria, Wood, que ser goleiro não é a única coisa que você faz bem.
Ele sorriu para mim, entrando naquela fácil descontração.
-Queria dizer o mesmo de você, .
Olhei para ele, chocada.
— O que você quer dizer, seu imbecil?
— Quero dizer que você não é boa. É excelente. Em ambas as coisas. — Ele riu da minha cara de brava que rapidamente se desfez.
— Acho que nunca vou me acostumar com seus elogios.
Ele sorriu para mim, me puxando para um abraço.
— Acho que vou ter que continuar te elogiando até a gente ver se você se acostuma.
Ele me conduziu para fora da piscina e me levou para uma das espreguiçadeiras, aonde deitamos juntos, abraçados naquele espaço apertado. Eu me sentia em paz, como se sempre tivesse sido para as coisas terminarem assim.
— Olivio?
— Diga, .
Olhei em seus olhos para ele entender a seriedade do que eu falava.
— Eu não quero perder você de novo.
Ele abriu um pequeno sorriso e fez carinho no meu braço.
— E não vai. Não mesmo.
— Promete?
, eu passei anos da minha vida escondendo meus sentimentos até de mim mesmo. Eu te ganhei para logo depois te perder de novo. E agora, o acaso me deu mais uma chance de ganhar você. Eu nunca vou jogar isso fora, se não eu vou me arrepender pro resto da vida. Vai ter que se acostumar comigo por perto.
Eu sorri para ele, sentindo meu estômago se revirar com uma ansiedade gostosa.
— Sabe, Wood, você não é tão irritante sempre.
Ele soltou uma gargalhada baixinha.
— Também gosto de você, .
E ali ficamos, olhando as estrelas, unidos como um, aproveitando o presente que recebemos ao nos reencontrar.




Fim!



Nota da autora: OIE PRA VOCÊ QUE CHEGOU ATÉ AQUI!
Olha, primeiro, MUITO obrigada por ter chegado até aqui e por ter dedicado um pouco do seu tempo para ler essa história! Vocês pediram continuação... e ela veio! Espero que vocês gostem, de verdade! (Ansiosa e nervosa)
Segundo, eu amei pensar nessa relação deles com os novos times e construir mais dos personagens, das implicâncias e, senhor, dos pegas também HAHAHAH
Terceiro, se quiser conhecer mais das minhas histórias e saber das minhas atualizações, sigam o meu instagram @elena.n.stuff! Vou amar ver você lá 😊
Por último, apesar da nossa PP tomar pílula, nunca se esqueça da camisinha principalmente ao se relacionar com estranhos! Mais do que gravidez, temos ISTs e não estamos (infelizmente) no universo mágico de HP para curá-las (falando antes que eu dê exemplo errado hahahah)
Obrigada de coração por ter lido, comenta o que achou e espero ter atendido às suas expectativas e ter te proporcionado uma boa leitura! Beijos e muita luz no coração pra você ❤


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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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