Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

A maioria das pessoas acredita que bens materiais, fama e status são a verdadeira fonte de felicidade. Todos os dias, muitos abrem mão de sua saúde física e mental apenas para alcançar objetivos vazios. Deixam de lado até mesmo as relações pessoais para isso.
sabia que se dependesse de seus parentes seria esse o caminho que teria trilhado. Eles não se importavam com seus sentimentos, apenas com seu sucesso em manter os negócios da família.
Enquanto caminhava pela pequena sala do apartamento recém-comprado, pensava numa forma de decorá-lo a seu gosto, mandando embora aquela simplicidade das paredes brancas. Sabia que levaria algum tempo para se adaptar, todavia, não se preocupava nem um pouco.
Distraída, deu um pulo ao ouvir algo cair na cozinha. Revirando os olhos, foi até lá, já esperando um caos completo. Assim que passou pela porta, avistou as caixas de papelão espalhadas pelo piso. Sobre o balcão havia mais delas e uma estava aberta.
Franzindo o cenho, olhou em volta, procurando o responsável e então o rapaz surgiu de trás da bancada segurando a tampa de uma panela.
- O que você quebrou agora? – perguntou, se aproximando.
- Dessa vez nada. – colocou o objeto de volta na caixa.
- E posso perguntar por que está mexendo nessas coisas? – parou ao lado do balcão.
- Pensei que essas fossem as caixas com meus equipamentos. – deu de ombros. – Já vi que não.
- Suas coisas estão no segundo quarto. – subiu no mármore com um impulso.
O homem suspirou, largando os braços ao lado do tronco. Já estavam naquilo há quase três dias e não havia o menor sinal de que acabaria. Nunca havia pensado que mudanças eram tão trabalhosas.
- Como conseguiu arrumar suas coisas tão rápido? – questionou, indo até ela.
- Eu só não faço tudo ao mesmo tempo e assim consigo me organizar. – inclinou a cabeça para o lado. – Deveria tentar.
- Eu deveria. – riu abafado, parando entre suas pernas.
passou os braços em seus ombros e o puxou para mais perto. Com um olhar de admiração, deslizou os dedos pelo braço dele quase fechado de tatuagens até segurar sua mão, levando-a aos lábios.
Quando se recusou a viver a vida que havia sido planejada para ela, seus pais ficaram claramente decepcionados. Porém, nada se comparava com a maneira como reagiram quando começou a namorar Jeon Jungkook. Trazer para casa um mero tatuador, que diziam não ter um futuro na vida, foi pior do que estar com um assassino. E essa foi a gota d’água para que tomasse uma posição.
Deixou para trás a vida luxuosa que sempre teve, preferindo estar com ele e seguir o próprio caminho. Ainda precisava se acostumar com o fato de viverem juntos agora, porém, nada poderia fazê-la voltar atrás.
- Jungkook... – sussurrou. – Acha que estamos indo rápido demais?
- Você quer ir mais devagar? – ergueu a sobrancelhas.
- Não. – sacudiu a cabeça.
- Então por que a pergunta? – disse e ela riu.
- Não sei, apenas pensei. – respondeu.
- Gosta de me confundir, não é?! – se inclinou em sua direção. – Não deveria fazer isso.
- Por que não? – mordeu o lábio inferior.
- Você não gostaria de saber. – sussurrou perto dos lábios da garota.
- Com certeza, eu gostaria. – sorriu de lado.
Sem cerimônias, terminou a distância entre ambos, beijando-o com vontade. Com as mãos agarrando os fios negros, arfou quando ele apertou o seu quadril para trazê-la para mais perto e cruzou as pernas em volta dele.
Partindo o beijo pela falta de ar, gemeu baixinho com o toque de seus lábios em seu pescoço, já imaginando onde tudo aquilo iria parar. Jungkook enfiou as mãos sob a camiseta que ela usava, pronto para arrancá-la, porém, foram interrompidos pelo som do interfone.
Assustados, se afastaram e desceu do balcão ainda meio atordoada. Tentando controlar a respiração, passava as mãos pela roupa amassada, amaldiçoando quem quer que estivesse do outro lado da porta.
- Eu vou abrir. – o rapaz disse, seguindo para a sala.
A mulher terminou de ajeitar o cabelo, indo atrás dele logo em seguida. Chegou ao cômodo quando Jungkook terminava de abrir a porta, entretanto, não conseguiu ver quem estava ali, pois ele tomava a visão.
- Mas, o que... – ele murmurou abismado.
se apressava em tirar algumas coisas de cima do sofá para que o visitante pudesse sentar, mas a reação de Jungkook fez com que voltasse a atenção para lá novamente. Franziu o cenho com curiosidade, deixando a pilha de livros sobre a mesa de centro e foi até o noivo. Porém, parou subitamente quando a voz do outro lado chegou aos seus ouvidos.
- Onde ela está? – a pessoa disse de forma rude.
- Pai? – arregalou os olhos.
- Você está aí?! – o homem passou por Jungkook, que foi obrigado a abrir caminho.
A jovem o observou entrar carregando no rosto uma expressão de desgosto, que só aumentava à medida que olhava para o ambiente a sua volta. Olhou para as paredes, sacudindo a cabeça para os lados.
- Veja o estado desse lugar. – suspirou.
- O que está fazendo aqui? – questionou.
- Vim levá-la de volta. – falou com naturalidade. – Está na hora dessa brincadeira acabar, não?
- Como assim, brincadeira? – fez uma careta.
- Sejamos sinceros. – abriu os braços. – É essa a vida que deseja?
- O que sabe sobre os meus desejos? – rebateu.
- Você é minha filha. – deu dois passos em sua direção. – Então a conheço muito bem.
- Conhece mesmo? – cruzou os braços. – Então poderia começar me dizendo qual a minha cor favorita.
O homem parou, surpreso com aquele questionamento repentino. Tendo a certeza de que ele não saberia dizer a resposta, olhou para o lado, soltando um riso sem humor.
- Se não sabe nem algo tão simples, como pode entender o que eu sinto? – inclinou a cabeça para o lado.
- Já chega! – soltou o ar pelos lábios. – Arrume suas coisas e mandarei alguém buscá-la. Não vou permitir que continue morando com esse moleque!
- Não, eu digo que já basta. – o encarou indignada. – Essa é a minha casa, então não vou permitir que continue a insultar o meu noivo.
Soltando um riso de desdém, o homem de cabelos grisalhos olhou para Jungkook quando este se aproximava de sua filha. O rapaz sabia muito bem que estava sendo julgado até o último fio de cabelo, porém, já havia passado da fase na qual se importava.
- Você são apenas duas crianças. – insistiu. – Ainda não fazem ideia de como a vida os tratará.
- Por favor, vá embora! – engoliu seco.
- Eu vou. – passou a língua entre os lábios. – Apenas espero que um dia enxergue toda essa ingratidão que está mostrando. Já pensou em como sua mãe está?
- Diga a ela que sinto muito, mas eu vou ficar. – ergueu os ombros uma vez.
O homem a encarou desacreditado por longos segundos, mas ao perceber que havia perdido aquela batalha, soltou um longo suspiro. Lançando um último olhar fulminante à Jungkook, deu as costas ao casal e se retirou, deixando a porta aberta.
Enquanto o garoto ia até lá fechá-la, sentou-se no sofá, permitindo que a respiração que prendia escapasse pela boca. Passando as mãos nos cabelos, tentava parar de tremer, todavia, os calafrios em sua espinha eram fortes demais. Não gostava de enfrentar o pai, não gostava de estar contra nenhum deles. Porém, foi o preço que escolheu pagar para ficar com o amor de sua vida.
Quando ele sentou ao seu lado, se virou automaticamente em sua direção, o abraçando com força.
- Jungkook... – murmurou. – Me desculpe por isso, mas você sabe como ele é.
- Por que está pedindo desculpas? – a afastou de leve. – Não é culpa sua se seus pais decidiram não me aceitar.
- Eles poderiam ser mais gentis. – mordeu os lábios.
- Poderiam. – suspirou. – Mas você está ao meu lado e é isso que importa agora.
Levando a mão até o rosto dela, a tocou com cuidado, deslizando os dedos por sua bochecha. Havia sido julgado durante toda a vida e não se impressionava com a forma que a família de sua noiva o tratava, seria estranho se fosse diferente. Para ele, o que tinha real valor era saber que o amava. Enquanto ela quisesse continuar, ele a seguiria.
Fechando os olhos, a mulher apreciou a carícia e finalmente seu corpo relaxou. Era incrível o poder que ele tinha sobre ela, sendo um verdadeiro amparo quando as coisas começaram a se tornar difíceis.
- Eu estava pensando sobre o que seu pai disse. – de repente ele disse e ela o encarou.
- Ele diz muitas coisas. – franziu o cenho.
- Sobre o nosso futuro. – olhou para baixo por um breve instante. – Nós dois tivemos uma vida diferente, então eu entenderia se resolvesse partir um dia.
- Acha que minha vida se resume a comprar joias e vestidos caros? – riu abafado. – Por algum momento eu fiz parecer que tenho saudade do que deixei?
- Não. – balançou os ombros. – Mas talvez ele tenha razão, nós não sabemos o que nos espera.
- Jeon Jungkook... quero que saiba de apenas uma coisa a meu respeito. – tocou o seu rosto para que a encarasse. – Se eu estou aqui, é por que escolhi estar. Em todas as decisões que tomei até agora fiz o que desejava e, entre elas, está ficar com você. Não duvide disso, por favor.
- Eu não duvido. – passou a mão na nuca. – Nossa! Depois dessa, eu deveria mesmo me casar com você.
riu da fala dele, se inclinando para deixar um selinho em seus lábios, se surpreendendo quando Jungkook a puxou para seu colo.
- E agora? – ele disse de forma sugestiva.
- Poderíamos começar a arrumar a cozinha. – sugeriu.
- Ou poderíamos fazer outra coisa. – ergueu as sobrancelhas.
- Vamos começar limpando, depois esvaziamos as caixas. – fingiu não entender.
Rindo de leve, se deu por vencido quando se levantaram e ela o arrastou pelo apartamento. Enquanto varriam e limpavam a poeira dos móveis, a garota parou um segundo e o observou passar uma vassoura no teto.
- Jungkook. – o chamou.
- Hum... – a olhou meio distraído.
- Eu te amo. – sorriu com timidez.
- Eu também amo você! – respondeu, imitando se gesto.
Então voltaram aos seus afazeres, cientes de que aquele era só o começo. Ainda haviam muitas caixas para serem abertas e um longo caminho para que trilhassem juntos. Todavia, estavam dispostos a prosseguir mesmo com os obstáculos.

ALGUNS MESES DEPOIS

caminhava apressada pelos largos corredores da mansão. Enquanto o som de seus saltos ecoava pelo ambiente, ignorava a magnitude do local, seguindo diretamente para onde sabia que os pais estariam.
Não havia avisado antes que estaria li, pois era capaz de não ser recebida. Assim, arriscou aquela visita surpresa. Subindo as escadas, continuou até estar de frente para a porta da sala que seu pai usava para relaxar. Puxando o ar para os pulmões, apertou o objeto que trazia nas mãos, batendo duas vezes na madeira escura.
Após ouvir a voz do mais velho dizendo para que entrasse, segurou a maçaneta e a girou, empurrando a porta lentamente. Adentrando o recinto, não se intimidou com o olhar pesado deles sobre si, caminhando lentamente até estar próxima das poltronas onde permaneciam sentados.
- Bom dia! – disse de forma educada.
- ?! – sua mãe levou a mão ao peito.
- O que está fazendo aqui? – o homem disse de maneira rude.
- Não vou demorar, não se preocupem. – balançou a cabeça. – Vim apenas trazer isso.
Parando por um segundo, criou coragem para estender a eles o envelope que trazia. Por um momento continuou na mesma posição, mas logo sua mãe se levantou e o pegou.
- O que é isso? – perguntou.
- É o convite do meu casamento. – a olhou com um sorriso discreto.
- Vai se casar? – a mais velha arregalou os olhos.
- Sim. – respondeu. – Jungkook e eu decidimos para daqui a três meses.
- E por que veio até aqui nos dizer isso? – o homem se levantou. – Por acaso pretendia nos humilhar?
- Não. – o encarou. – Pai, esse será o dia mais importante da minha vida e eu quero que estejam presentes.
Suspirando discretamente, caminhou até ele. Parando em sua frente, não hesitou antes de segurar suas mãos com carinho. O homem não conseguiu esconder a surpresa diante de tal ato, porém, continuou impassível.
- Sei que tivemos alguns desentendimentos nesses últimos tempos e que não concordamos em muitas coisas, mas não quero que isso continue. – começou a falar. – Na verdade, sequer quis que começasse. É por isso que vim até aqui, para que saibam que eu tomei as minhas decisões, mas não significa que não os ame.
Se esforçando para não chorar, baixou os olhos um momento antes de voltar a encará-lo. Seu pai não esboçava nenhuma reação, todavia, isso não a impediu de continuar.
- Vocês sempre quiseram o melhor para mim e podem ter certeza de que tenho. – sorriu. – Nenhum homem seria capaz de me fazer feliz como Jeon Jungkook, então nos deem uma chance, por favor.
Sem mais palavras, se afastou dele e foi até a mãe. A abraçou com amor, tendo o gesto retribuído imediatamente. Contente com isso, se afastou e a beijou no rosto.
- Será daqui a três meses. – repetiu, apontando para o convite. – Espero do fundo do coração que estejam lá.
Então se retirou, sentindo uma paz indescritível tomar conta de si. Havia passado muito tempo agindo como uma criança, mas agora sua parte estava resolvida. Manteria contato com eles, caso quisessem. Esperava voltar a ter paz com sua família.
Deixando a mansão, saiu pelos grandes portões, dando de cara com Jungkook. Ele usava uma jaqueta preta de couro e a esperava escorado numa moto. Quando a avistou, ajeitou a postura.
- E então, como foi? – perguntou com curiosidade.
- Melhor do que esperei. – respondeu, pegando o capacete que ele oferecia. – Espero que eles aceitem.
Após colocarem a proteção, subiram no veículo e Jungkook deu a partida. Enquanto seguiam pelas ruas da grande cidade, apoiou o rosto nas costas largas dele, pensando no longo caminho que precisariam trilhar. Entretanto, era bom saber que continuariam juntos durante todo o percurso.


FIM



Nota da autora: Sem nota.

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