Capítulo Único
As pessoas costumam dizer que, a partir de uma determinada idade, as chances de se ter conhecido o amor de sua vida é grande. Que talvez o seu companheiro esteja bem ao seu lado e que seja justamente aquele vizinho que mora no final da rua.
poderia ter acreditado em todas essas coisas. Na realidade, chegou a acreditar por um tempo. Mas ela sabia que a vida não era assim tão simples. Não poderia entregar o seu coração a alguém apenas para ter uma vida tranquila. Ela queria mais, pois sabia que merecia. Todos mereciam.
Entretanto, nem que tivesse esperado por cem anos, pensaria encontrar alguém como Kim Namjoon. Ele havia cativado a sua alma e esse foi o indício para que soubesse que era a pessoa certa. E, em todas as vezes que pensava na decisão que havia tomado, a resposta era apenas uma: sim.
A mulher não fazia ideia do horário, pois as cortinas fechadas não permitiam a entrada da luz do sol. Enrolada nos lençóis brancos, se encolheu por conta da friagem causada pelo ar condicionado. Planejava dormir mais um pouco, quando sentiu um braço envolver sua cintura.
Não demorou a sentir o peitoral dele contra suas costas, aquecendo seu corpo nu e soltou um leve suspiro sem perceber. Tê-lo assim tão perto era o suficiente para que se sentisse acolhida.
- Hora de acordar, bela adormecida! – ele sussurrou contra seu ouvido.
Com os pelos arrepiados pelo som grave de sua voz, gemeu em protesto. Queria dormir mais e queria que ele continuasse ali ao seu lado.
- O que eu deveria fazer para você acordar? – continuou, permitindo que sua respiração açoitasse sua orelha. – Te encher de beijos seria uma opção?
se encolheu quando os lábios de Namjoon tocaram sua pele. Primeiro o lóbulo, depois o toque carinhoso seguiu para o pescoço à mostra. Sem conseguir mais se concentrar, a mulher gemeu novamente e então ele parou, soltando um riso abafado.
Vencida, abriu os olhos, virando-se para ele, que sustentava um belo sorriso. Contagiada pelo bom humor, sorriu de volta, pensando que só aquele homem conseguiu deixá-la feliz numa manhã de segunda-feira.
- Então deu certo. – o rapaz riu outra vez.
- Talvez você seja um príncipe encantado com o poder de despertar princesas adormecidas. – falou num tom debochado.
- Eu posso ser o que você quiser. – levou os dedos até os fios de cabelo que caiam sobre os olhos dela.
observada Namjoon enquanto este se concentrava em seu cabelo. O olhar cuidadoso, as mãos delicadas, como se pudesse machucá-la ao menor descuido. Ele era um homem gentil e ela amava isso.
- Por que me acordou a essa hora? – pegou o celular debaixo do travesseiro, fitando o visor. – Ainda não são nem sete da manhã!
- Se eu deixasse, você só levantaria duas da tarde. – ergueu as sobrancelhas.
- Nada mais justo, depois de ontem à noite. – imitou seu gesto.
Após anos de relacionamento, conhecia bem Namjoon. Foi justamente por isso que se surpreendeu com ele na sua primeira noite de lua de mel. Rindo internamente, imaginava que levaria alguns dias para poder andar normalmente.
- Desculpe. – sorriu meio envergonhado. – Eu deveria ter pegado mais leve.
- Pelo contrário. – disse num tom malicioso. – Deveríamos repetir mais vezes.
- Não sabia que gostava das coisas mais... quentes. – franziu o cenho.
- Eu também não sabia. – deu de ombros. – Mas pra tudo tem uma primeira vez.
- Pode ter uma segunda. – falou sugestivo.
A mulher sabia exatamente onde ele queria chegar. Tentando esconder o sorriso que se formava, baixou o olhar, percebendo que os dois ainda estavam sem roupa. Sabia que tinham marcado compromissos para aquela manhã, mas quem se importava? Estavam livres por toda aquela semana e poderiam fazer o que bem entendessem. Inclusive não fazer nada.
Quando voltassem, seriam assolados pelos problemas do mundo real, por isso deveriam aproveitar o quanto pudessem. Dois jovens unidos pelos mesmos sentimentos, com a chance de poder desfrutar de sua vida de recém-casados.
Voltando a fitar o rapaz, se inclinou em sua direção, depositando um beijo suave em seus lábios. Sem deixá-la se afastar, passou uma mão em sua cintura, a puxando para mais perto. Apesar da friagem do ambiente, os corpos permaneciam aquecidos sob os lençóis, aumentando ainda mais a temperatura após o primeiro toque. Os outros vieram naturalmente e não sabia que precisava tanto deles até ter os dedos de Namjoon tocando sua intimidade.
~o~
Se espreguiçando, bocejou satisfeita. Após um começo de manhã agitado ao lado do marido, haviam voltado a adormecer. Abrindo os olhos lentamente, o observou dormindo tranquilo. Sorrindo com a visão, enfiou a mão sob o travesseiro e pegou o celular, desbloqueando o visor. Este marcava duas da tarde.
Rindo abafado, deixou o aparelho no colchão e jogou o lençol para o lado, levantando com cuidado para não acordar Namjoon. Vestiu um roupão branco, seguindo para o banheiro. Após um banho quente e relaxante, vestiu uma roupa leve e voltou para o quarto.
Caminhando pelo recinto, parou em frente às cortinas e as abriu, permitindo que a luz entrasse pelo vidro. Abrindo a porta de correr, suspirou contente com a brisa que chegou até o seu rosto, sentindo o cheiro da maresia. Da sacada do hotel, viu a vastidão azul lá embaixo. Na areia, algumas pessoas circulavam, praticavam esportes ou apenas permaneciam deitadas em espreguiçadeiras para bronzear o corpo.
se animou com a visão, ciente de que ainda poderiam aproveitar o restante daquele dia. Na ponta dos pés, voltou até a cama, sentando-se com cuidado ao lado de Namjoon. Se inclinando na direção dele, depositou um beijo em seu testa e o viu se remexer. Em seguida, ele abriu os olhos e parecia um pouco perdido.
- Parece que dessa vez a bela adormecida despertou o príncipe com um beijo. – debochou.
- Parece que sim. – falou com a voz rouca, se sentando. – Que horas são?
- Mais de duas da tarde. – olhou para o celular que segurava.
- Como perdemos a hora assim? – passou a mão no rosto amassado.
- Nós sabemos o motivo. – sorriu, continuando. – Mas ainda podemos aproveitar o resto da tarde.
- Posso dar um jeito de remarcar nosso passeio de barco para amanhã. – pegou o próprio aparelho móvel. – E vejo se consigo uma nova reserva para almoçarmos naquele restaurante que combinamos.
- Pode ser. – concordou com ele, acariciando sua nuca. – Mas é melhor tomar um banho e comer algo primeiro, acabou de acordar.
Namjoon concordou com um aceno de cabeça. Precisava mesmo de um banho depois da noite anterior. Também estava morrendo de fome, pois haviam perdido o café da manhã. Suspirando, se levantou e seguiu para o banheiro.
- Não vai vestir um roupão? – questionou.
- A visão não está agradando? – olhou por cima do ombro.
- É justamente por isso. – respondeu.
Rindo com a observação da esposa, o homem adentrou o banheiro e tomou um banho rápido. Após vestir um short e uma regata, voltou e a encontrou na sacada. Por um minuto a analisou de longe, vendo como o vento balançava seu cabelo e como ela parecia se sentir acolhida por todo aquele clima tropical. Talvez o fato de ter nascido em um lugar assim fosse a resposta para isso.
Haviam crescido em diferentes mundos, com diferentes culturas e idiomas. Criados por famílias distintas, cada qual com seus costumes e crenças. Porém, nada disso foi suficiente para impedi-los. Nenhuma barreira foi forte o bastante para afastá-los. Pelo contrário, foram as diferenças que chamaram a atenção e eles se completavam no fim.
Caminhado até ela, a abraçou por trás, apoiando o queixo em seu ombro. permaneceu parada, mantendo os olhos fixos no mar.
- Isso me lembra da minha infância. – disse num tom nostálgico.
- O mar? – perguntou com curiosidade.
- Todo esse ambiente. – apontou para baixo. – Até parece que estou em casa outra vez.
- Sente falta de sua família? – beijou seu ombro com carinho.
- Alguns dias mais do que outros. – revelou. – Foi bem vê-los no nosso casamento.
- Então, na próxima viagem que fizermos, podemos ir para lá. – sugeriu.
- E a sua família? – questionou.
- Minha família está mais perto, podemos vê-los sempre. – a virou de frente para ele. – Eles não vão se importar.
- Sei que não. – jogou os braços em seus ombros.
- E agora, qual a programação? – inclinou a cabeça para o lado.
- Temos algumas opções. – enumerou pensativa. – Podemos usar a piscina do hotel ou tomar um banho de mar. Também podemos nos juntar àqueles grupos de esporte lá na areia ou apenas ficar deitados tomando sol.
- Confesso que prefiro todas essas a viajar de barco. – mordeu os lábios.
Rindo da fala do marido, o puxou para um abraço. Após alguns minutos, voltaram para dentro e vestiram roupas de banho, descendo para a praia que ficava logo em frente ao hotel. De mãos dadas procuraram um lugar, sentando-se sobre um sombreiro.
Logo Namjoon havia se enturmado com um grupo de jovens que jogavam futevôlei e esse foi o prato cheio para uma tarde regada a risadas. Sentada numa espreguiçadeira, gargalhava de cada lance errado do marido, fazendo questão de registrar tudo com o celular.
Quando o homem se deu por vencido, voltou para perto da esposa. Exausto e cheio de areia, se sentou na cadeira ao lado dela de uma só vez.
- E então, como foi lá? – tentava prender o riso.
- Não vejo a hora de nosso passeio de barco chegar. – soltou o ar pelos lábios de uma só vez.
- Não pode ter sido tão ruim. – riu, esticando a mão para pegar a dele.
- Você riu do começo ao fim. – olhou para ela. – Isso já indica algo.
- É que ver você jogando é muito fofo. – mordeu os lábios.
- Fofo, sei... – olhou para frente.
Após um tempo pensando, se levantou. Sem entender, Namjoon também o fez, vendo-a colocar os pertences na pequena mochila que usava.
- O que está planejando? – franziu a testa.
- Vamos caminhar um pouco. – sugeriu. – Dizem que a paisagem daquele lado é ainda mais bonita.
Sem poder protestar, o homem teve apenas tempo de calçar suas sandálias, sendo arrastado na direção oposta de onde a concentração de pessoas ficava. Caminharam em silêncio por vários metros e logo estavam perto de algumas grandes rochas. Soltando a mão de Namjoon, correu até uma delas, subindo com facilidade. Realmente, havia valido a pena a longa caminhada.
- Esse lugar é incrível! – a moça apontou na direção do horizonte.
- Cuidado para não cair! – disse, subindo na rocha ao lado.
- Eu estou bem. – olhou para ele com um sorriso de lado. – Apenas olhe.
Namjoon o fez e a visão era de tirar o fôlego. O céu azul sem nuvens se misturava com o azul intenso das águas do mar e apenas a linha do horizonte era capaz de delimitá-los. Soltando um assovio de admiração, ele pôde entender mais plenamente a paixão dela por lugares assim. Era simplesmente magnifico.
Quando o sol começou a se pôr, resolveram retornar, caminhado pela areia agora fria. De longe, já avistavam as poucas pessoas ainda na praia.
- Sabe, eu nunca pensei que me casaria. – de repente disse.
- Nunca quis se casar? – Namjoon a fitou confuso.
- Não é isso. – balançou a cabeça. – Eu sempre quis, mas acho que a forma como as pessoas tratavam a situação me fez pensar muito antes. Eu não queria estar ao lado de alguém apenas por estar.
- Pensou assim no nosso caso? – voltou a olhar para frente.
- Sim. – admitiu. – As pessoas costumam dizer muitas coisas e isso pode confundir.
- E já chegou a pensar em desistir? – voltou a encará-la.
- Mais de uma vez. – parou e ele fez o mesmo. – Mas no fim, o que importa não é o que as pessoas dizem e sim o que seu coração diz.
- E o que o seu coração diz sobre mim? – sorriu.
Virando-se para ele, permaneceu alguns segundos quieta. O que seu coração dizia sobre Kim Namjoon? Talvez fosse possível escrever um livro sobre o assunto. Em sua mente tantas coisas passavam, dando-lhe a certeza de que tinha feito a escolha correta. Queria poder dizer tudo o que sentia, mas apenas uma coisa saiu de seus lábios.
- Ele diz que você é a pessoa certa! – se aproximou.
- Então parece que nossos corações estão em sintonia. – deu um passo até ela.
Provavelmente, sempre estiveram. Precisavam apenas se encontrar e a vida fez esse favor para ambos.
Segurando a mão da esposa, Namjoon observou a aliança que em seu dedo anelar, passando o polegar sobre a joia dourada. Tinha a noção de que aquele conto de fadas terminaria em alguns dias, todavia, desejava aproveitar bem o tempo restante.
Terminando a pouca distância entre seus corpos, a beijou com carinho, expressando todo o amor que sentia. retribuiu o gesto com a mesma intensidade, deixando claro que sentia o mesmo.
Ambos sabiam que um dia os problemas viriam, pois nenhum casamento era perfeito e estavam prontos para lidar com isso. Por ora, preferiam se concentrar nos bons momentos que compartilhavam ali, naquele instante. O futuro poderia esperar mais um pouco.
poderia ter acreditado em todas essas coisas. Na realidade, chegou a acreditar por um tempo. Mas ela sabia que a vida não era assim tão simples. Não poderia entregar o seu coração a alguém apenas para ter uma vida tranquila. Ela queria mais, pois sabia que merecia. Todos mereciam.
Entretanto, nem que tivesse esperado por cem anos, pensaria encontrar alguém como Kim Namjoon. Ele havia cativado a sua alma e esse foi o indício para que soubesse que era a pessoa certa. E, em todas as vezes que pensava na decisão que havia tomado, a resposta era apenas uma: sim.
A mulher não fazia ideia do horário, pois as cortinas fechadas não permitiam a entrada da luz do sol. Enrolada nos lençóis brancos, se encolheu por conta da friagem causada pelo ar condicionado. Planejava dormir mais um pouco, quando sentiu um braço envolver sua cintura.
Não demorou a sentir o peitoral dele contra suas costas, aquecendo seu corpo nu e soltou um leve suspiro sem perceber. Tê-lo assim tão perto era o suficiente para que se sentisse acolhida.
- Hora de acordar, bela adormecida! – ele sussurrou contra seu ouvido.
Com os pelos arrepiados pelo som grave de sua voz, gemeu em protesto. Queria dormir mais e queria que ele continuasse ali ao seu lado.
- O que eu deveria fazer para você acordar? – continuou, permitindo que sua respiração açoitasse sua orelha. – Te encher de beijos seria uma opção?
se encolheu quando os lábios de Namjoon tocaram sua pele. Primeiro o lóbulo, depois o toque carinhoso seguiu para o pescoço à mostra. Sem conseguir mais se concentrar, a mulher gemeu novamente e então ele parou, soltando um riso abafado.
Vencida, abriu os olhos, virando-se para ele, que sustentava um belo sorriso. Contagiada pelo bom humor, sorriu de volta, pensando que só aquele homem conseguiu deixá-la feliz numa manhã de segunda-feira.
- Então deu certo. – o rapaz riu outra vez.
- Talvez você seja um príncipe encantado com o poder de despertar princesas adormecidas. – falou num tom debochado.
- Eu posso ser o que você quiser. – levou os dedos até os fios de cabelo que caiam sobre os olhos dela.
observada Namjoon enquanto este se concentrava em seu cabelo. O olhar cuidadoso, as mãos delicadas, como se pudesse machucá-la ao menor descuido. Ele era um homem gentil e ela amava isso.
- Por que me acordou a essa hora? – pegou o celular debaixo do travesseiro, fitando o visor. – Ainda não são nem sete da manhã!
- Se eu deixasse, você só levantaria duas da tarde. – ergueu as sobrancelhas.
- Nada mais justo, depois de ontem à noite. – imitou seu gesto.
Após anos de relacionamento, conhecia bem Namjoon. Foi justamente por isso que se surpreendeu com ele na sua primeira noite de lua de mel. Rindo internamente, imaginava que levaria alguns dias para poder andar normalmente.
- Desculpe. – sorriu meio envergonhado. – Eu deveria ter pegado mais leve.
- Pelo contrário. – disse num tom malicioso. – Deveríamos repetir mais vezes.
- Não sabia que gostava das coisas mais... quentes. – franziu o cenho.
- Eu também não sabia. – deu de ombros. – Mas pra tudo tem uma primeira vez.
- Pode ter uma segunda. – falou sugestivo.
A mulher sabia exatamente onde ele queria chegar. Tentando esconder o sorriso que se formava, baixou o olhar, percebendo que os dois ainda estavam sem roupa. Sabia que tinham marcado compromissos para aquela manhã, mas quem se importava? Estavam livres por toda aquela semana e poderiam fazer o que bem entendessem. Inclusive não fazer nada.
Quando voltassem, seriam assolados pelos problemas do mundo real, por isso deveriam aproveitar o quanto pudessem. Dois jovens unidos pelos mesmos sentimentos, com a chance de poder desfrutar de sua vida de recém-casados.
Voltando a fitar o rapaz, se inclinou em sua direção, depositando um beijo suave em seus lábios. Sem deixá-la se afastar, passou uma mão em sua cintura, a puxando para mais perto. Apesar da friagem do ambiente, os corpos permaneciam aquecidos sob os lençóis, aumentando ainda mais a temperatura após o primeiro toque. Os outros vieram naturalmente e não sabia que precisava tanto deles até ter os dedos de Namjoon tocando sua intimidade.
Se espreguiçando, bocejou satisfeita. Após um começo de manhã agitado ao lado do marido, haviam voltado a adormecer. Abrindo os olhos lentamente, o observou dormindo tranquilo. Sorrindo com a visão, enfiou a mão sob o travesseiro e pegou o celular, desbloqueando o visor. Este marcava duas da tarde.
Rindo abafado, deixou o aparelho no colchão e jogou o lençol para o lado, levantando com cuidado para não acordar Namjoon. Vestiu um roupão branco, seguindo para o banheiro. Após um banho quente e relaxante, vestiu uma roupa leve e voltou para o quarto.
Caminhando pelo recinto, parou em frente às cortinas e as abriu, permitindo que a luz entrasse pelo vidro. Abrindo a porta de correr, suspirou contente com a brisa que chegou até o seu rosto, sentindo o cheiro da maresia. Da sacada do hotel, viu a vastidão azul lá embaixo. Na areia, algumas pessoas circulavam, praticavam esportes ou apenas permaneciam deitadas em espreguiçadeiras para bronzear o corpo.
se animou com a visão, ciente de que ainda poderiam aproveitar o restante daquele dia. Na ponta dos pés, voltou até a cama, sentando-se com cuidado ao lado de Namjoon. Se inclinando na direção dele, depositou um beijo em seu testa e o viu se remexer. Em seguida, ele abriu os olhos e parecia um pouco perdido.
- Parece que dessa vez a bela adormecida despertou o príncipe com um beijo. – debochou.
- Parece que sim. – falou com a voz rouca, se sentando. – Que horas são?
- Mais de duas da tarde. – olhou para o celular que segurava.
- Como perdemos a hora assim? – passou a mão no rosto amassado.
- Nós sabemos o motivo. – sorriu, continuando. – Mas ainda podemos aproveitar o resto da tarde.
- Posso dar um jeito de remarcar nosso passeio de barco para amanhã. – pegou o próprio aparelho móvel. – E vejo se consigo uma nova reserva para almoçarmos naquele restaurante que combinamos.
- Pode ser. – concordou com ele, acariciando sua nuca. – Mas é melhor tomar um banho e comer algo primeiro, acabou de acordar.
Namjoon concordou com um aceno de cabeça. Precisava mesmo de um banho depois da noite anterior. Também estava morrendo de fome, pois haviam perdido o café da manhã. Suspirando, se levantou e seguiu para o banheiro.
- Não vai vestir um roupão? – questionou.
- A visão não está agradando? – olhou por cima do ombro.
- É justamente por isso. – respondeu.
Rindo com a observação da esposa, o homem adentrou o banheiro e tomou um banho rápido. Após vestir um short e uma regata, voltou e a encontrou na sacada. Por um minuto a analisou de longe, vendo como o vento balançava seu cabelo e como ela parecia se sentir acolhida por todo aquele clima tropical. Talvez o fato de ter nascido em um lugar assim fosse a resposta para isso.
Haviam crescido em diferentes mundos, com diferentes culturas e idiomas. Criados por famílias distintas, cada qual com seus costumes e crenças. Porém, nada disso foi suficiente para impedi-los. Nenhuma barreira foi forte o bastante para afastá-los. Pelo contrário, foram as diferenças que chamaram a atenção e eles se completavam no fim.
Caminhado até ela, a abraçou por trás, apoiando o queixo em seu ombro. permaneceu parada, mantendo os olhos fixos no mar.
- Isso me lembra da minha infância. – disse num tom nostálgico.
- O mar? – perguntou com curiosidade.
- Todo esse ambiente. – apontou para baixo. – Até parece que estou em casa outra vez.
- Sente falta de sua família? – beijou seu ombro com carinho.
- Alguns dias mais do que outros. – revelou. – Foi bem vê-los no nosso casamento.
- Então, na próxima viagem que fizermos, podemos ir para lá. – sugeriu.
- E a sua família? – questionou.
- Minha família está mais perto, podemos vê-los sempre. – a virou de frente para ele. – Eles não vão se importar.
- Sei que não. – jogou os braços em seus ombros.
- E agora, qual a programação? – inclinou a cabeça para o lado.
- Temos algumas opções. – enumerou pensativa. – Podemos usar a piscina do hotel ou tomar um banho de mar. Também podemos nos juntar àqueles grupos de esporte lá na areia ou apenas ficar deitados tomando sol.
- Confesso que prefiro todas essas a viajar de barco. – mordeu os lábios.
Rindo da fala do marido, o puxou para um abraço. Após alguns minutos, voltaram para dentro e vestiram roupas de banho, descendo para a praia que ficava logo em frente ao hotel. De mãos dadas procuraram um lugar, sentando-se sobre um sombreiro.
Logo Namjoon havia se enturmado com um grupo de jovens que jogavam futevôlei e esse foi o prato cheio para uma tarde regada a risadas. Sentada numa espreguiçadeira, gargalhava de cada lance errado do marido, fazendo questão de registrar tudo com o celular.
Quando o homem se deu por vencido, voltou para perto da esposa. Exausto e cheio de areia, se sentou na cadeira ao lado dela de uma só vez.
- E então, como foi lá? – tentava prender o riso.
- Não vejo a hora de nosso passeio de barco chegar. – soltou o ar pelos lábios de uma só vez.
- Não pode ter sido tão ruim. – riu, esticando a mão para pegar a dele.
- Você riu do começo ao fim. – olhou para ela. – Isso já indica algo.
- É que ver você jogando é muito fofo. – mordeu os lábios.
- Fofo, sei... – olhou para frente.
Após um tempo pensando, se levantou. Sem entender, Namjoon também o fez, vendo-a colocar os pertences na pequena mochila que usava.
- O que está planejando? – franziu a testa.
- Vamos caminhar um pouco. – sugeriu. – Dizem que a paisagem daquele lado é ainda mais bonita.
Sem poder protestar, o homem teve apenas tempo de calçar suas sandálias, sendo arrastado na direção oposta de onde a concentração de pessoas ficava. Caminharam em silêncio por vários metros e logo estavam perto de algumas grandes rochas. Soltando a mão de Namjoon, correu até uma delas, subindo com facilidade. Realmente, havia valido a pena a longa caminhada.
- Esse lugar é incrível! – a moça apontou na direção do horizonte.
- Cuidado para não cair! – disse, subindo na rocha ao lado.
- Eu estou bem. – olhou para ele com um sorriso de lado. – Apenas olhe.
Namjoon o fez e a visão era de tirar o fôlego. O céu azul sem nuvens se misturava com o azul intenso das águas do mar e apenas a linha do horizonte era capaz de delimitá-los. Soltando um assovio de admiração, ele pôde entender mais plenamente a paixão dela por lugares assim. Era simplesmente magnifico.
Quando o sol começou a se pôr, resolveram retornar, caminhado pela areia agora fria. De longe, já avistavam as poucas pessoas ainda na praia.
- Sabe, eu nunca pensei que me casaria. – de repente disse.
- Nunca quis se casar? – Namjoon a fitou confuso.
- Não é isso. – balançou a cabeça. – Eu sempre quis, mas acho que a forma como as pessoas tratavam a situação me fez pensar muito antes. Eu não queria estar ao lado de alguém apenas por estar.
- Pensou assim no nosso caso? – voltou a olhar para frente.
- Sim. – admitiu. – As pessoas costumam dizer muitas coisas e isso pode confundir.
- E já chegou a pensar em desistir? – voltou a encará-la.
- Mais de uma vez. – parou e ele fez o mesmo. – Mas no fim, o que importa não é o que as pessoas dizem e sim o que seu coração diz.
- E o que o seu coração diz sobre mim? – sorriu.
Virando-se para ele, permaneceu alguns segundos quieta. O que seu coração dizia sobre Kim Namjoon? Talvez fosse possível escrever um livro sobre o assunto. Em sua mente tantas coisas passavam, dando-lhe a certeza de que tinha feito a escolha correta. Queria poder dizer tudo o que sentia, mas apenas uma coisa saiu de seus lábios.
- Ele diz que você é a pessoa certa! – se aproximou.
- Então parece que nossos corações estão em sintonia. – deu um passo até ela.
Provavelmente, sempre estiveram. Precisavam apenas se encontrar e a vida fez esse favor para ambos.
Segurando a mão da esposa, Namjoon observou a aliança que em seu dedo anelar, passando o polegar sobre a joia dourada. Tinha a noção de que aquele conto de fadas terminaria em alguns dias, todavia, desejava aproveitar bem o tempo restante.
Terminando a pouca distância entre seus corpos, a beijou com carinho, expressando todo o amor que sentia. retribuiu o gesto com a mesma intensidade, deixando claro que sentia o mesmo.
Ambos sabiam que um dia os problemas viriam, pois nenhum casamento era perfeito e estavam prontos para lidar com isso. Por ora, preferiam se concentrar nos bons momentos que compartilhavam ali, naquele instante. O futuro poderia esperar mais um pouco.
FIM
Nota da autora: Sem nota.
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