Finalizada em 18/12/2020

Capítulo Único

Nós ainda estávamos no meio da semana e aquela já era a quarta vez que eu brigava com .
- Eu já disse que não. – repeti tentando controlar a voz.
- , por que você nunca faz nada por mim? – ele perguntou com um bico nos lábios.
- Repita isso e eu nunca mais olho para você, . – ameacei. – Eu faço absolutamente tudo por você, mas isso é demais.
- Eu não vejo nenhum problema nisso. – ele cruzou os braços sobre o peito.
- Eu tenho uma pergunta. – Minju, nossa amiga em comum, se meteu.
- Diga, Minju. – respirei fundo e esperei pela pergunta que eu já até sabia qual era.
- Quando vocês vão assumir esse namoro? – ela perguntou realmente interessada.
- não quer assumir. – deu de ombros. Estreitei os olhos para ele e ele me sorriu largo. Não iria rebater, aquela era uma meia verdade, afinal.
era a meu solzinho particular. Era extremamente fofo e simpático, cantava bem, tocava violão e se dava bem com todos. Além de ser lindo.
Mas também era altamente irritante e tinha como objetivo de vida me tirar do sério constantemente.
E eu nunca ia me achar suficiente para ele, apesar de ele repetir várias e várias vezes que eu era perfeita para ele de todas as maneiras possíveis.
- Assumir o que, ? – perguntei fingindo indiferença.
- Não tente negar, . – ele sorriu e me abraçou pela cintura, bem na frente de Minju, que ria de forma discreta.
- Você é insuportável. – respondi.
- O insuportável que você ama. – ele rebateu e passou o nariz por minha bochecha, me fazendo arrepiar e relaxar com um sorrisinho. Então eu lembrei que estava com raiva dele.
- Mas a resposta ainda é não.
- , que espécie de aluna de música é você que não quer cantar na frente de um número reduzido de pessoas? – ele perguntou realmente curioso. Nós éramos colegas de classe, eu a intercambista e ele o cara que me ajudou no meu primeiro dia. Bem coisa de filme adolescente.
- Eu sou do tipo que escreve as músicas para pessoas como você cantarem para o público. – rebati. – Por que não chama a Minju?
- Ah, eu não quero me meter na briga de vocês. Estou até saindo. – ela me abraçou de lado e apertou a bochecha de , saindo logo depois.
- Eu quero cantar com você, por favor, . – ele me olhou com aqueles olhos de cachorrinho abandonado e formou aquele bico nos lábios. Foi aí que percebi que minha batalha estava perdida.
era irritante e insistente, mas eu não conseguia negar nada a ele quando ele me olhava com aqueles olhos pidões. Nem quando sorria logo depois. Eu cedia aos seus pedidos e no segundo seguinte estávamos brigando novamente. Era um fato que eu não tinha lá muita paciência e que ele adorava testar o pouco que me restava, mas também era um fato que era absolutamente tudo para mim.
- Eu te odeio, . – cedi e ele riu, me tirando do chão e selando meus lábios. Olhei para ele de olhos arregalados e ele retribuiu o meu olhar, sabendo que tinha feito besteira. Todos sabiam do nosso relacionamento às escondidas, mas nós não demonstrávamos carinho em público, ainda mais no meio do campus.
- Desculpa. – ele pediu, ainda me segurando em seu braços.
- Me ponha no chão. – bati em seu ombro sem força. Ele me colocou sobre meus pés e sorriu sem graça.
- O que vai fazer mais tarde? – ele perguntou tentando mudar de assunto.
- Não sei, provavelmente vou ficar longe de você. – rebati irritada.
- , pare com isso. Foi só um selinho. – ele pediu. – Absolutamente todo mundo já sabe que a gente namora.
- , quando vai entender que eu não me acho suficiente para você? – perguntei.
- , quando vai entender que eu te amo e você é absolutamente perfeita para mim? – ele me abraçou pela cintura de novo e perguntou baixinho. – Você não me ama?
- Essa foi uma pergunta realmente idiota, . Acho que todo mundo já percebeu que sim, eu te amo. – respondi olhando em seus olhos.
- Então pare com isso. Me deixe dizer para todos que você é minha namorada. Me deixe gritar para todos que eu... – ele levantou a voz e eu tapei sua boca com a mão.
- Ficou doido? – perguntei sussurrando e ele riu contra a minha palma, deixando um beijinho na pele, que me causou cócegas.
- Vamos ensaiar mais tarde? – ele perguntou sorrindo, os olhos fechando no processo.
Você não tem o direito de ser tão irresistível, .
- Na sua casa ou na minha? – perguntei suspirando.

***


Às oito em ponto, minha campainha tocou, me fazendo revirar os olhos. Eu tinha plena noção de que era meu namorado ali, mas esperava que fosse Minju dizendo que esqueceu de pegar alguma coisa comigo. Levantei do sofá e me arrastei até a porta, abrindo e dando de cara com sorrindo para mim, a mochila pendendo no ombro.
- Veio de mudança? – perguntei olhando para a mochila que mais parecia um paraquedas. passou por mim e parou para selar meus lábios, me fazendo sorrir minimamente.
- Não sei que horas esse ensaio vai acabar, então vim preparado para passar a noite aqui. – ele respondeu e se jogou no sofá. Fechei a porta e fui me sentar ao seu lado, sendo prontamente abraçada pelos ombros, aconchegada no peito dele. – Está tudo bem?
- Eu só estou um pouco cansada. Nada de mais. – respondi e me aninhei mais ainda contra ele. – Já escolheu a música?
- Lucky, Jason Mraz. – ele respondeu. – Lucky I'm in love with my best friend... – ele cantou baixinho e eu sorri ainda mais.
- Lucky we're in love in every way... – cantei e senti quando ele beijou o topo da minha cabeça.
- Vai ser perfeito, . Você vai ver. – ele prometeu.
- Eu espero, . Eu espero. – suspirei.

***


No dia seguinte, chegamos ao campus de mãos dadas, depois de muita insistência de , e encontramos Minju bem na entrada.
- Bom dia, casal. Estão de bem hoje? – ela perguntou divertida.
- Tivemos uma boa noite. – respondeu e eu usei a mão livre para lhe acertar um tapa no braço. – De ensaio. – ele completou e passou a mão sobre o local acertado.
- Sei... – Minju sorriu maliciosa. – E o que estavam ensaiando?
- A apresentação para o show de talentos. – respondi com uma pitada de tédio na voz.
- Então vão cantar juntos mesmo? – nossa amiga perguntou animada.
- Me diga, Minju, tem alguma coisa que eu não faça por esse garoto? – perguntei e suspirei.
- Bom, até tem. Mas eu não quero você brava comigo, então vou ficar quieta. – ela riu e eu sabia do que ela estava falando: assumir o namoro publicamente, demonstrações de amor em público e essas coisas. – O que vão cantar? – ela perguntou.
- É uma surpresa. – anunciou orgulhoso.
- Como se a Minju fosse espalhar nossa música por aí. – rolei os olhos. – Bom, eu tenho que ir. Vejo vocês depois. – anunciei e me preparei para sair. , porém, me puxou em sua direção e segurou meu queixo com a mão livre, me beijando e não me dando outra opção a não ser retribuir. Ele finalizou o beijo com pequenos selares no meu rosto e sorriu largo, não parecendo nem um pouco preocupado com a expressão de choque e ódio que eu sustentava.
- Eu te amo. – ele confessou com a boca colada na minha. Fiquei em silêncio por alguns segundos, processando tudo aquilo. – , não me apavore e diga que me ama. – ele riu baixinho.
- Boa aula, . – respondi e saí, não sem ouvir um “Que mulher difícil!” vindo do meu namorado.
Fui para a aula, que era diferente da dele naquele dia, pensando sobre o beijo, a música e tudo que envolvia . Eu precisava me concentrar, pois o show de talentos era em quatro dias e eu tinha que destravar.
Na hora do almoço, decidi ir comer em outro lugar que não fosse o refeitório. Não queria encontrar Minju e suas alfinetadas. Estava debaixo da arquibancada quando a voz de me assustou, me fazendo bater a cabeça no concreto acima de mim.
- Acha que pode se esconder de mim, ? – ele perguntou divertido.
- Você me fez bater a cabeça, . – ralhei, massageando o local.
- Pode ser que seu juízo entre no lugar. – ele riu.
- Não tem graça. Diga o que quer. – ordenei e o vi sentar ao meu lado.
- Temos que ensaiar, não acha? – ele perguntou sugestivo.
- Você só está procurando uma desculpa para se enfiar na minha casa. – arqueei uma sobrancelha para ele.
- Isso não é de todo mentira. – ele deu de ombros.
- Você é um safado, . – bati em seu ombro e ele riu.
- Eu só quero ficar pertinho de você, já que você me rejeita quando estamos aqui. – ele me abraçou pelos ombros. – Nós quase brigamos porque você não queria entrar de mãos dadas comigo hoje.
- Você brigou sozinho. Era só ter aceitado minha negativa de primeira e estaríamos bem. – rebati. Ele se preparou para responder, mas o sinal de volta às aulas o cortou.
- Na minha casa hoje. – ele decretou e novamente me segurou pelo queixo, me beijando e não me deixando fugir. – Às oito. Não se atrase. – e saiu como tinha chegado. Olhei para onde ele tinha ido e para a comida que eu deveria ter comido e suspirei pesado.
Derrotada, juntei minhas coisas e fui para a aula. Encontrei Minju na porta da sala e ela sorriu largo.
- Me deixe adivinhar. ? – ela perguntou.
- Você sabe que sim. – suspirei de novo.
- Vocês brigam mais que qualquer outra coisa. Por que não terminam de vez? – ela sugeriu.
- Nem pensar! Eu amo aquele ser irritante. – confessei.
- Então pare de se colocar para baixo e assuma ele publicamente. – ela brigou. – O show de talentos será a oportunidade perfeita. Vocês podem terminar a apresentação com um beijo. Vai ser lindo. – ela bateu palmas, realmente animada.
- Eu não quero mostrar a cara nem para cantar, acha mesmo que eu vou sair beijando o por aí? – sussurrei a última parte.
- Eu desisto. Vocês são caso perdido. – ela suspirou. – Vem, vamos para a aula.

***


Depois de quase surtar em sala com todas as matérias, fui para casa, ensaiar sozinha enquanto a noite não chegava. Como , arrumei uma bolsa com algumas peças de roupa e segui para a casa dele. Toquei a campainha às oito e dois, sendo atendida por , o colega de apartamento de .
- Oi, Min. – cumprimentei. – Onde ele está?
- No quarto. Não largou o violão nem para comer. – me abraçou de lado e sorriu. Passei por ele, indo direto para o quarto, encontrando sentado na cama e dedilhando o violão.
- Planeja morrer de fome? – entrei no cômodo, larguei a bolsa no chão e me aproximei de , baixando o corpo para selar seus lábios.
- que é exagerado. – ele soltou o violão ao seu lado e me puxou para sentar em seu colo. Fiquei encarando suas orbes escuras e ele sorriu. – Já jantou? Acho que vou pedir uma pizza. – ele acariciou meu rosto com os dedos e eu fechei os olhos para receber o carinho.
- Eu não te mereço, sabia? – perguntei de olhos fechados.
- Eu que não mereço você. Uma garota linda e inteligente como essa me namorando. Onde já se viu. – ele riu baixinho.
- OK, não merecemos um ao outro. – rebati e o ouvi gargalhar.
- Mas felizmente estamos juntos e espero que você não me largue. – ele confessou.
- Minju perguntou por que não terminamos, já que vivemos brigando. – comentei.
- E o que respondeu? – ele perguntou curioso.
- Que nem pensar. Você é irritante...
- Mas você me ama. – ele completou.
- Exato. – sorri em concordância. – Vamos, peça a pizza e vamos ensaiar. Estou faminta e exausta.
- Você está mandona, . – ele reclamou, mas me fez levantar e foi pedir a pizza. Comemos com nos provocando, dizendo para não fazermos barulho demais porque ele precisava dormir. , vermelho como um pimentão, correu para o quarto assim que terminou de comer.
- Por que está vermelho, ? – perguntei para provocar.
- me deixa envergonhado às vezes. – ele comentou e pegou o violão. – Vamos ensaiar.
- Mas sem fazer barulho. – eu ri e ganhei um beliscão leve na coxa.
- Está muito soltinha. – ele semicerrou os olhos para mim. – Quero ver se estará assim no dia da apresentação.

#*#


Os dias seguiram normais na medida do possível. Eu estava à beira de um colapso, tentava me acalmar e Minju insistia que eu deveria parar de ser boba e dizer para todo o campus sobre o meu relacionamento.
- O que ninguém sabe, ninguém estraga, Minju. – rebati.
- Mas todo mundo sabe, . – ela riu e concordou ao meu lado, fazendo um biquinho adorável nos lábios. – A apresentação é amanhã. Você tem tempo para pensar.
- Vou fazer ela mudar de ideia, Minju noona. – sorriu vitorioso.
- Vamos mesmo discutir sobre isso? – perguntei a ele.
- Vai discutir sozinha. Eu não quero brigar. – ele se aproximou e colou a boca em minha orelha. – Eu quero você, . – e mordeu meu lóbulo, me fazendo fechar os olhos e suspirar.
- Consigam um quarto! – Minju gritou e eu voltei aos meus sentidos, empurrando para longe.
- Não me irrite, . – avisei.
- Mas é o que eu mais gosto de fazer depois de beijar você. – ele apoiou o queixo em meu ombro e sorriu para mim.
- Ridículo. – estreitei os olhos para ele.
- Mas você me ama. – ele beijou meu ombro.
- Argh, amo. – reclamei e nós rimos.
- Se vocês não disserem, eu mesma digo. Estejam prontos amanhã. – Minju ameaçou e saiu, nos deixando com a dúvida sobre sua ameaça.

#*#


Dia do show de talentos.
Nada de pânico.
Eu tinha dormido na casa de e comecei a me arrumar cedo para irmos para o campus. O show estava previsto para começar às cinco da tarde. Às três, eu já estava pronta, andando de um lado para o outro.
- , amor, você vai fazer um buraco no chão. – riu baixinho enquanto colocava o violão na capa. Ele estava com uma calça justa demais nas coxas fartas, uma camisa sem gola e um paletó preto perfeitamente ajustado, AllStar branco nos pés.
Eu estava com um tubinho preto de alças finas, uma jaqueta de couro e AllStar branco nos pés, como os dele.
- Eu estou nervosa. – confessei. Ele me segurou pelos ombros e sorriu para mim.
- Você está linda, como sempre, e canta bem. Fique calma, eu estarei com você. – e selou meus lábios.
- E se eu esquecer a letra, ? – perguntei realmente nervosa.
- , você é uma cantora incrível, isso não vai acontecer. E se esquecer a letra, eu estarei lá para continuar por você. Confie em mim. – ele pediu. Suspirei e concordei com a cabeça, recebendo outro selar em seguida. – Agora vamos. Temos que chegar cedo para checar os microfones.
Ele colocou o violão sobre o ombro e segurou minha mão, me arrastando para fora do apartamento. Fomos de táxi até o campus e não soltou minha mão quando descemos. Encontramos Minju e sorrindo um para o outro nos bastidores. Ela era da organização e ele, o apresentador.
- Finalmente chegaram. – Minju sorriu para nós.
- Estamos atrasados? – perguntou e tirou o violão do ombro, pronto para ligá-lo.
- Não, fique calmo. – Minju riu. – Como se sente, ?
- Nervosa. Acho que posso vomitar a qualquer momento. – confessei.
- Vai dar tudo certo, . Fique calma. – apertou meu ombro e sorriu.
- Vocês são muito calmos. – acusei.
- Você que é muito nervosa. Confie em você e no . Tenho certeza de que ele te ajudará no que for preciso. – Minju sorriu para me tranquilizar.
- Eu já disse para ela confiar em mim. Mas ela nunca me escuta, Minju, você sabe. – deu de ombros e tirou o violão da capa. Lhe empurrei pelo ombro e ele riu. – E ainda me agride. Vocês estão vendo? Eu só sofro. – ele formou um bico nos lábios enquanto e Minju riam.
- Então termine comigo e adote um coelho. – rebati risonha.
- Existem coisas que só você pode fazer. Você sabe. – ele sorriu de lado e selou meus lábios.
- Arrumem um quarto. – gritou.
- Parem de me amolar. Só estão me deixando mais nervosa. – pedi.
- Vocês são os quintos na lista. Trate de se acalmar, . – Minju ordenou e saiu, carregando consigo. Encarei e ele acariciou meu rosto.
- Eu vou ajustar o violão e os microfones e já volto. Não se desespere. – ele selou meus lábios e saiu. Estava tão nervosa que nem reclamei. voltou alguns minutos depois e nós ficamos nos bastidores até que nossa vez chegou. – Está pronta?
- Adianta se seu disser que não? – respondi sem conseguir olhar para ele.
- Fique calma. – ele segurou meu rosto com as mãos quentes. – Confie em mim. Eu te amo. – e selou meus lábios.
- E agora, eu vou chamar ao palco uma dupla que eu particularmente sou fã. anunciou e riu. – Com vocês, e !
- É agora. – segurou minha mão e me puxou para o palco, sem direito de resposta.
As palmas dos alunos me deixaram momentaneamente surda. Senti abraçar e beijar minha testa, me fazendo voltar à realidade e sorrir para ele e para o público. pegou o violão que lhe era gentilmente oferecido e se posicionou atrás de seu microfone. Tomei o meu nas mãos e me aproximei dele. Os dedos de fizeram soar as primeiras notas da música e eu respirei fundo.

Do you hear me, I'm talking to you (Você consegue me escutar? Estou falando com você)
Across the water across the deep blue ocean (Através das águas, do outro lado do profundo oceano azul)
Under the open sky oh, my, baby, I'm trying (Sob o céu aberto, oh, nossa, meu bem, estou tentando)

começou a cantar olhando para mim e eu respirei fundo para começar minha parte.

Boy I hear you in my dreams (Garoto, te escuto em meus sonhos)
I feel you whisper across the sea (Sinto o seu sussurro do outro lado do mar)
I keep you with me in my heart (Te guardo comigo em meu coração)
You make it easier when life gets hard (Você torna as coisas fáceis quando a vida fica difícil)

Começamos o refrão juntos, os olhos de nunca abandonando os meus. Nós estávamos em nosso próprio mundinho e ninguém seria capaz de furar aquela bolha que nos envolvia.

Lucky I'm in love with my best friend (Sortudo, pois estou apaixonada pelo meu melhor amigo)
Lucky to have been where I have been (Sortudo por ter estado onde estive)
Lucky to be coming home again (Sortudo por estar voltando para casa novamente)
Ooh
Comecei a segunda parte e fez a segunda voz para mim, sorrindo a cada palavra, me fazendo sorrir também.

They don't know how long it takes (Não sabem como demora)
Waiting for a love like this (Esperar por um amor como esse)
Every time we say goodbye (Toda vez que dizemos adeus)
I wish we had one more kiss (Queria que nos beijássemos novamente)
I wait for you I promise you, I will (Vou esperar você, juro que vou esperar)

Demos a nota mais alta juntos e em sincronia, começando o refrão também juntos.

Lucky I'm in love with my best friend (Sortudo, pois estou apaixonado pelo minha melhor amiga)
Lucky to have been where I have been (Sortudo por ter estado onde estive)
Lucky to be coming home again (Sortudo por estar voltando para casa novamente)
Lucky we're in love in every way (Sortudo por estarmos apaixonados de todas as maneiras)
Lucky to have stayed where we have stayed (Sortudo por termos ficado onde ficamos)
Lucky to be coming home someday (Sortudo por estar voltando para casa algum dia)

largou o violão, deixando um instrumental previamente preparado por ele tocar ao fundo, e tomou o microfone nas mãos, se aproximando de mim e pegando minha mão livre, sorrindo ao ver que eu ainda estava gelada.

And so I'm sailing through the sea (E então estou velejando pelo mar)
To an island where we'll meet (Para uma ilha aonde vamos nos encontrar)
You'll hear the music, feel the air (Você ouvirá a música preencher o ar)
I put a flower in your hair (Vou colocar uma flor em seu cabelo)

Comecei minha parte sorrindo para ele, que sorria largo em resposta, os dentinhos à mostra.

And though the breeze is through trees (Apesar da brisa das árvores)
Move so pretty you're all I see (Se moverem tão graciosamente você é tudo que vejo)
As the world keep spinning round (Enquanto o mundo continua girando)
You hold me right here right now (Você me abraça forte aqui, nesse instante)

Começamos o último refrão juntos e se aproximou o máximo que nossas mãos estendidas com o microfone permitiam.

Lucky I'm in love with my best friend (Sortuda, pois estou apaixonada pelo meu melhor amigo)
Lucky to have been where I have been (Sortudo por ter estado onde estive)
Lucky to be coming home again (Sortudo por estar voltando para casa novamente)
Lucky we're in love in every way (Sortudo por estarmos apaixonados de todas as maneiras)
Lucky to have stayed where we have stayed (Sortudo por termos ficado onde ficamos)
Lucky to be coming home someday (Sortudo por estar voltando para casa algum dia)
Ooh, ooh, ooh, ooh, ooh, ooh, ooh, ooh

Os alunos nos acompanharam no último ooh, como um grande coral, e explodiram em palmas quando acabamos. Movida pelo momento e pelo sorriso caloroso de à minha frente, venci toda a distância entre nós e selei seus lábios demoradamente.
- ... – ele me olhou assustado.
- Eu te amo, nada mais importa. Deixa eles saberem. – dei de ombros e ele abriu um sorriso lindo, o mais bonito que eu já tinha visto.
- E olha que apresentação memorável, amigos! – voltou ao palco, sorrindo. – Palmas para nosso novo casal, nem tão novo assim. – ele incentivou o público e me abraçou de lado.
- A casa é sua hoje, estou levando comigo. – sussurrei e pisquei para ele.
- Esses foram os maravilhosos e , amigos. – sorriu para o público e eu arrastei pela mão, nos levando para fora do palco.
- Você foi incrível! – ele me abraçou pela cintura e me tirou do chão, girando comigo no colo.
- Tudo por sua causa. – respondi rindo.
- Ficaram com medo da minha ameaça? – Minju se aproximou de nós.
- Eu não sabia de nada. planejou tudo sozinha. – riu e me colocou no chão.
- Minju, obrigada pela preocupação, mas eu estou saindo com meu namorado. Não me ligue. – pisquei para ela e segurei a mão de .
- Mas o violão... – ela tentou protestar.
- Peça a para levar. Aproveite e o acompanhe até em casa. – sorri maliciosa e a vi corar.
- Você está má, hoje. – riu ao meu lado.
- Alguém tem que dar um empurrão naqueles dois. – dei de ombros.
Entramos no primeiro táxi que vimos e fomos para o AP de , pegamos nossas coisas e fomos para a minha casa. Passei direto para o banheiro para me livrar da maquiagem, e, na volta, encontrei deitado de bruços na cama, usando nada além da calça que ele vestia antes, os cotovelos apoiados no colchão, e mexendo em algo no celular. Devagar, me aproximei e me deitei literalmente em cima dele, minhas mãos o abraçando pelo peito.
- O que está fazendo? – perguntei em seu ouvido e sua pele se arrepiou em contato com a minha.
- Vendo o vídeo da nossa apresentação. – ele respondeu sem me olhar. – Ainda não acredito que você me beijou na frente de todo mundo.
- Acho que te amo e não conseguia mais guardar isso. – sussurrei.
- Acha que me ama? – ele perguntou incrédulo e mexeu o corpo, me fazendo cair na cama e rapidamente se colocando acima de mim, olhando profundamente em meus olhos. – Até ontem, você me amava incondicionalmente e hoje você apenas acha?
- Eu nunca disse que te amava incondicionalmente. – rebati para provocar. Minhas unhas compridas arranharam a pele nua de sua cintura e ele fechou os olhos com força.
- Então eu estou indo embora. – ele ameaçou levantar e eu o segurei, enlaçando minhas pernas em seu quadril. – Me solte, . – ele pediu rindo.
- Você não quer realmente ir, quer? – perguntei o puxando para mim.
- Você está muito carinhosa, eu não te conheço assim. – ele confessou.
- Então vá embora. – soltei o aperto das pernas e o empurrei.
- Você não quer realmente que eu vá, quer? – ele perguntou e aproximou o rosto do meu pescoço, começando a distribuir pequenos selares por minha pele.
- Não. – me abracei ao seu pescoço e fechei os olhos para aproveitar seu carinho.
- E o que você quer, ? – ele sussurrou de encontro à minha pele, os lábios roçando a cada palavra.
- Você, . – sussurrei em resposta.
- E o que mais? – ele incitou.
- Seu amor. – respondi inconsciente.
- Isso você já tem, . – senti ele sorrir de encontro ao meu pescoço e seus dentes rasparam na minha pele.
- Então me ame, . – pedi sincera.
- Seu pedido é uma ordem, meu amor. – ele respondeu.
Seus lábios desceram por meu pescoço e alcançaram meu colo. Uma de suas mãos alcançou a alça da blusa do meu pijama e a puxou para baixo, levando o tecido com ela e expondo meu seio para seu deleite. A outra alça teve o mesmo destino e logo me vi com o tecido da blusa enrolado na cintura, os seios expostos sendo acariciados pelos lábios de . Quando sua mão alcançou o cós do meu short, eu o segurei.
- , podemos... – suspirei. – Não ter preliminares hoje?
- Está apressada? – ele riu baixinho.
- Eu só estou com saudade de você. – respondi sincera.
- Tudo por você, meu amor. – ele se afastou e sorriu. Desceu da cama e se desfez da calça e da boxer, me mostrando que já estava prontinho para mim. Me preparei para tirar o short e fui impedida. – Eu faço isso, . Espere um pouco. – ele pediu. Antes de subir na cama novamente, ele se protegeu e só então se aproximou, um joelho de cada lado do meu corpo.
Com um sorriso que apertava seus olhinhos, ele deslizou o short por minhas pernas, levando minha calcinha junto. A blusa foi logo depois e parou um momento para me observar.
- O que está vendo? – perguntei envergonhada.
- A mulher mais linda da Terra. – ele respondeu. – E você, o que vê?
- O amor da minha vidinha. – respondi. olhou para os lados e voltou a me olhar, um dedo no peito, perguntando de forma muda se eu falava dele. – Sim, você, seu irritante.
- Eu sou irritante... – ele se deitou sobre mim.
- Mas eu te amo. – completei no momento em que senti se deslizar para dentro de mim.
Nos amamos com calma e sem pressa. Não iríamos a lugar nenhum, afinal. Chegamos ao nosso limite juntos, como em sincronia, chamando um ao outro. Tomamos nosso banho juntos e deitamos para dormir abraçados, como sempre fazíamos, mesmo depois de todas as irritações do dia. Mesmo depois de tirar toda a minha paciência e depois de ele receber boas respostas minhas.
Estávamos ali, completos um para o outro, em nosso mundinho.




FIM



Nota da autora: Sem nota.



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