Finalizada em: 14/10/2020

Prólogo

Estamos aqui agora, a guerra está prestes a se iniciar e ele não está comigo; me sinto sozinha e com medo, não queria que isto estivesse acontecendo, mas não tivemos outra escolha. Eles precisavam ser chamados ou todos nós viveríamos em um mundo de tristeza e depressão.
? - Escutei uma voz me chamar. Quando olhei para trás eu o vi, corri em direção aos seus braços e assim que ele os passou em volta de minha cintura o mundo pareceu perfeito novamente.


I

Antes
Pov

, você se importa de me contar exatamente o que aconteceu? - me olhava com um sorriso de orelha a orelha.
– Ah, você sabe como essas coisas acontecem. Você já passou por isso – viu a amiga revirar os olhos e pegar um travesseiro preparando-se para atacar se ela não começasse a contar os detalhes. – Ok, ok, a gente estava na festa e ai começamos a conversar, ele me beijou e me perguntou se poderíamos ir para um lugar mais sossegado e então fomos para um quarto vazio e enfim, aconteceu. Ele é uma boa pessoa , você sabe. E eu me envolvi. Claro que não foi como eu esperava, talvez um pouco mais de romance e com alguém que eu estivesse apaixonada e namorando, mas foi assim que aconteceu e tá tudo bem. Estou feliz! - Expliquei. Não estava a fim de dar muitas informações de como perdi minha virgindade, qual é ela é minha melhor amiga mas eu sou uma pessoa tímida, não gosto de compartilhar essas coisas.
– Só isso? , por favor! Não se perde a virgindade todo o dia - ela falava batendo as mãos no travesseiro que agora estava em seu colo.
! Pare de falar desse jeito, está me deixando mais envergonhada. Não quero comentar sobre isso agora. Sabe como é difícil para uma pessoa de 22 anos que perdeu a virgindade ontem falar sobre isso? - Disse e por fim me levantei. - Vou tomar um banho e enquanto isso a senhorita vai usar os seus anos de faculdade para fazer alguma coisa para comermos.
– Mas...
– Sem mas, já chega! Não devia nem ter te contado! – Falei e virei as costas entrando no banheiro. Tirei a minha roupa enquanto escutava gritar algumas coisas que eu não entendia.
e eu somos amigas desde que temos 6 anos. Depois que terminamos a nossa escola nos mudamos para Leesburg, no interior da Virginia, apesar de ser uma pequena cidade é ótima para se viver, tem ótimos restaurantes, a arquitetura é linda e as lojas dão ótimos descontos. Com 22 anos, nós já terminamos a nossa faculdade, é formada em gastronomia e eu, em psicologia. Aqui conhecemos os melhores amigos que alguém poderia ter, Beatrice e Liam.
Apesar da minha vida parecer o que muita gente chamaria de perfeita, ela é, na realidade, vazia. E eu gostaria que ela fosse preenchida com alguma coisa que faça meu coração parar de bater ou bater muito rápido - algo que vá além da psicologia e das lojas com grandes descontos; algo que me mate tão rápido quanto me faz sentir viva. Ainda não achei o que é essa coisa, nem sei se ela existe, mas todos dias eu procuro por ela.
Depois de um longo e quente banho, vesti minha roupa e quando saí notei que não estava mais em meu quarto, provavelmente já estava na cozinha preparando alguma coisa. Tirei a toalha da minha cabeça e passei pelos meus cabelos para deixá-los secar naturalmente. Desci as escadas da nossa casa e fui em direção a cozinha.
? - Pedi mas não obtive resposta. - ? Me desculpe se fui grossa, mas você sabe como eu sou... - parei de falar quando fui interrompida por uma estridente na sala.
CORRE AQUI. ESTÁ ACONTECENDO MESMO. SEUS PAIS ESTAVAM CERTOS!
– Do que diabos você está falando? - Perguntei me sentando ao seu lado no sofá, simplesmente apontou para a TV.
“Durante séculos, o homem viveu, perante nossa misericórdia, em uma bela manhã iluminada pelo sol, sob a luz da ignorância e do falso livre-arbítrio. A existência, a vida, como a conhecem só é possível porque a fraqueza e a estupidez ainda não foram tiradas do homem. Entretanto, aqui estamos nós, prontos para provar que nenhum Deus é capaz de garantir que todo ser que pisa nessa terra esteja livre da irremediável falta de esperança! Nenhum destino é de tal modo superior que não possa ser superado pelo desprezo, sendo assim, preparem-se para encarar o absurdo e o horror que habita dentro de cada um de vocês.
Nós fomos subjugados e retirados dessa bela manhã que ilumina-os por tanto tempo, mas a noite finalmente chegou.”

E então a TV voltou ao normal com os plantões dos jornais falando sobre o acontecido.
Eu sabia que esse dia ia chegar, meus pais me alertaram.
, o que vamos fazer? - perguntou aflita.
– Não sei, temos que ver o que eles realmente vão fazer, para NÓS vermos o que vamos fazer.
– Não acha melhor chamá-los logo?
– Não! Está louca?! Não tá na hora.
– Eu to com medo, .
– Eu sei , também estou, mas nós temos que ser fortes. Qualquer coisa já sabemos o que fazer - falei e nós nos levantamos. - Vamos comer, não vamos nos preocupar com isso agora, esperaremos e no momento certo iremos agir - seguimos para a cozinha quando o meu celular tocou.
- Alô? Oi Liam, tudo bem? Sim, estamos bem! Vimos, um horror, o que será que eles são? Vocês não querem vir pra cá para conversamos melhor? Ok então, beijo, até depois!
– Eles vão vir pra cá? – se aproximou de mim com um prato de macarronada.
– Sim, daqui a pouco eles chegam.
Após alguns minutos, a campainha tocou e encontrei um Liam e uma Beatrice visivelmente aflitos na porta.
– Oi, ! – Liam me abraça.
Liam trabalhava na escola comigo, é professor de história e um ótimo amigo. As pessoas achavam incrível a capacidade que ele tinha de dar aula a um bando de adolescentes em desenvolvimento e com os hormônios a flor da pele, e mais, os fazer entender a matéria. Ao olhar para ele depois me soltar notei que a beleza de Liam não havia sido afetada nem 1% pelo discurso assustador que havíamos ouvidos na televisão há pouco, seus olhos azuis estavam com mais brilho e cor mostrando que apesar de sua face mostrar tranquilidade eles o entregavam colocando para fora o sentimento de curiosidade e aflição.
– Oi, amiga! - Beatrice chegou vestida com um avental branco. Beatrice é professora de Química, tem a pele morena e os cabelos castanhos cacheados até os ombros e todo sexta de tarde ela e alguns alunos da turma de encontram no laboratório da escola. Sabe se lá Deus o que eles fazem.
– Oi, pessoas, entrem e fiquem à vontade - falei e dei espaço para eles passarem.
Depois de cumprimentarem , nos sentamos na sala e então Liam perguntou:
– O que vocês acharam desses caras que apareceram na TV?
– Eu acho que é só mais uma piadinha de mal gosto, talvez algum hacker ou algum diretor maluco tentando promover um filme. Eles adoram fazer isso, deixam a população com medo, à beira de um colapso e depois aparecem “Haha, venham ver nosso filme, será lançado dia X e blá, blá, blá”- Beatrice falou dando ombros.
Liam olhou para ela abismado e deu risada, provavelmente já estava acostumado com discursos parecidos, visto que era professor de História. Beatrice sempre se mostrou bastante cética e do tipo “só acredito vendo”, isso normalmente faz com que ela e Liam entrem em discussões sobre religião e alienígenas por horas.
– Hm... não sei – respondi tentando mudar o assunto, eles me conhecem bem demais e eu não sou muito boa em mentir.
– Não sei o que falar - disse. - Talvez sejam hackers mesmo, suspirou nervosa, vamos esperar – todos nos entreolhamos em silêncio e então Beatrice viu a cara pensativa e assustada de Liam e se pronunciou:
– Qual é, todo mundo sabe que não existe vida fora da Terra. Certeza que são alguns idiotas.
, posso falar com você um minutinho? - me chamou e nós fomos para a cozinha.
– Algum problema?
– Não acha que devemos falar pra eles? Quem sabe eles não podem nos ajudar.
– Não sei, , acho melhor não envolver eles nisso. Nem sabemos se é verdade, às vezes são só uns babacas mesmo - falei e me virei voltando para a sala.
– Espera! Me prometa que se for verdade você vai contar para eles! – Relutei um pouco. Colocar meus amigos em perigo não é um dos meus maiores sonhos e vontades, mas será que deixá-los no escuro ao invés de avisar para que saibam o que fazer não é melhor? Por fim, respondi minha amiga que olhava ansiosa:
– Eu prometo - falei e finalmente voltei para a sala.
– O que vocês escondem da gente? - Trice pediu divertida.
– Nada, só a que me pediu uma coisa sobre a noite passada, sabe sobre o Vin -disse dando um risinho e abaixou a cabeça.
– Em falar no Vin, como foi a noite senhorita ? - Liam falou.
– Nada demais.
– Nada demais? – Beatrice repetiu com ar de dúvida. – Sinto que você está mentindo para nós.
- Conta pra eles, ! – exclamou se animando novamente e dando pulinhos. Qual é o problema dessa garota?
– Tá bom, mas depois disso acabou o assunto - falei e eles se olharam cúmplices.

xxx

Depois de Trice e Liam comerem a macarronada de , nos sentamos na frente da TV novamente para assistirmos algum filme quando a tela ficou toda preta e uns símbolos estranhos apareceram, virou-se para mim com os olhos arregalados. Todos nós já sabíamos o que estava por vir.


II

“Quando o espetáculo da ignorância se tornar incapaz de arrancar risos, quando há recusa ao conforto as tragédias e misérias serão postas em relevo. Nós seremos seus Deuses da Verdade, responsáveis por levar a humanidade novamente ao momento de lucidez, capaz de notar o quão limitada e inacabável é sua razão.’’

Então escutou-se uma risada, a tela ficou preta novamente e tudo voltou ao normal.
da mentira e da servidão, vocês, humanos, reconhecerão a inutilidade das regras morais e experimentarão tempos de indignação, rebeldia e insatisfação, onde todas – Hackers ou diretores de cinema, né? - Liam pediu e nós estremecemos.

xxx

Já fazia um mês que tudo aconteceu e até o momento os “Deuses da Verdade’’ não deram nenhum sinal de vida; estava realmente começando a acreditar que eram alguns idiotas que resolveram brincar com essas coisas.
Era domingo então resolvi pegar o carro e ir até a antiga casa da minha família que fica em Albany na Georgia, são, no máximo, uns 15 minutos de viagem. Apesar de querer começar uma vida em outro lugar, não queria morar tão longe da antiga cidade pois, pelo trabalho dos meus pais, eu iria precisar algum dia ir até a velha casa, mas isso não vem ao caso, não sinto que está na hora de contar tudo. Já fazia muito tempo que não ia até Albany, para falar a verdade, desde que meus pais morreram, e tinha algumas coisas lá que eu precisava pegar pois seriam essenciais caso não fosse realmente uma brincadeira. Peguei as chaves do carro, meu celular e as chaves da minha casa e sai, resolvi não avisar a pois queria fazer isso sozinha e com certeza ela iria ficar enchendo a minha paciência até eu esperar ela sair do emprego pra ir junto.
Já estava quase chegando na casa quando meu coração começou a acelerar e minhas mãos suavam, não entendia porque estava tão nervosa. Parei o carro quando vi os altos portões pretos fechados e procurei minhas antigas chaves no fundo da bolsa. Me aproximei do portão e percebi que minhas mãos estavam trêmulas, e então com certa dificuldade finalmente abri o portão. Como a casa estava vazia há um certo tempo, tive medo do que poderia me esperar, talvez mendigos ou drogados e até mesmo ratos. Voltei para dentro do carro e entrei no pátio que dá acesso à porta da frente. Antes de descer, dei uma olhada em volta para ver se não tinha ninguém escondido ou alguma coisa estranha, tudo parecia normal. Desci do carro e, encontrei meu velho balanço, diversas memórias inundam minha cabeça.

Narrador Observador

Flashback

– Papai, papai!! – A menininha correu até os braços do homem. - Me balança?
– Claro meu amor, vou guardar essa pasta e já volto - Nate entrou na casa e voltou alguns minutos depois. A menina já estava sentada no balanço batendo as perninhas esperando seu pai. Era raro ele estar em casa então quando ele chegava ela tentava aproveitar o tempo o máximo possível. Nate se aproximou da menina e começou a balançá-la.
– Mais alto papai, mais alto! - Ela gritava enquanto ria.
– NATE! - Escuta-se uma voz doce gritar, Nate então olha para a porta e vê sua querida esposa, Ella. - Vá mais devagar assim vai derrubar a menina!
– Mas... - O homem tentou contestar, contudo a mulher apenas ergueu uma das mãos calando-o.
– Não demorem para entrar, o jantar já está pronto!
- Você escutou a chefa, vamos filhota! – Falou com carinho.
Assim o pai de á desceu do balanço e pegou nas mãos da menina indo até a enorme casa.
Flashback off

Pov

Sentia as lágrimas molharem o meu rosto, tantas lembranças, tão curtas! Eu só queria ter aproveitado ao máximo o tempo que tive, se soubesse que eles iriam cedo eu teria falado mais vezes que os amava. Só peço desculpas!
Depois de me recompor dei a volta no velho e abandonado chafariz que tinha bem no centro e subi os pequenos degraus que levavam até a porta, girei a chave e coloquei uma das mãos na maçaneta, demorei uns segundos procurando a coragem para girá-la. Quando a porta se abriu fez um enorme barulho e então eu pude ver o interior da casa, tudo estava exatamente como eu me lembrava, exceto, pelo excesso de pó, dei alguns passos indo para o meio da sala, então a porta com um baque se fechou, senti meu coração acelerar por causa do susto, mas logo passou.
Fui em direção a uma estante que tinha por ali e vi algumas das fotos, eu estava sempre sorrindo nelas, sempre fui uma criança feliz. Peguei a que era minha favorita: Minha mãe estava ajoelhada ao lado esquerdo, eu no meio e meu pai também ajoelhado no lado direito nós sorrimos para a câmera, na minha frente também estava meu velho cão Spooky que morreu uns três anos depois, guardei a foto em minha bolsa e continuei a examinar a casa.
Nunca tive coragem de vendê-la ou alugá-la, poderia estar ganhando bastante dinheiro com isso, mas só de pensar em outras pessoas vivendo em um lugar que eu fui tão feliz me faz ficar triste. Egoísta, eu sei, mas um dia, espero, voltar a morar aqui, quem sabe para construir minha família. Subi as enormes escadarias brancas que tinha os corrimões dourados e fui em direção ao quarto dos meus pais, estava tudo igual e ao olhar para a cama me veio a sensação de que meus pais ainda estavam ali, de que aquela era ainda a casa em que morava e de que a qualquer momento mamãe iria me chamar para ajudá-la no jardim. Senti meus olhos lacrimejarem, balancei a cabeça me negando a chorar.
– Chega de chorar , você já sofreu demais! - Falei para mim mesma.
Ao me virar dei de cara com a penteadeira de minha mãe, lembro-me que sempre via Ella pentear seus longos cabelos castanhos ali enquanto conversávamos, mas alguma coisa me chamou a atenção. Em cima da penteadeira havia uma carta. Não me lembrava dela ali quando fui embora, me aproximei lentamente e então peguei a carta colocando-a na bolsa, decidi que leria com calma quando chegasse em casa.
Sai do quarto dos meus pais e fui até o meu, me lembro muito bem de como ele é, as paredes ainda estavam pintadas de tons claro e minha cama de casal estava arrumada perfeitamente com alguns ursos em cima, eu vivi com os meus pais nessa casa até os 12 anos, depois eu fui morar com minha avó, fiquei sem ver por 4 longos e solitários anos, só conversávamos por telefone, e então minha avó morreu quando eu tinha 17 anos. Por sorte, tinha acabado de terminar o terceiro ano, me reencontrei com e com o dinheiro que tínhamos guardados e que recebi de herança dos meus pais e de minha avó, nos mudamos para New York, aos 21 anos terminamos a nossa faculdade lá mesmo, mas como as coisas estavam começando a ficar caras já não conseguimos mais nos sustentar em NY e nos mudamos, finalmente, para Leesburg.
Esses 4 anos foram os nosso piores e melhores anos, nós tivemos que aprender a nos virar sozinhas muito jovens, quase crianças, e ainda em uma cidade enorme que é New York, mas por sorte deu tudo certo e conseguimos viver bem. Eu trabalhava como psicóloga em uma escola e era chef em um restaurante, não ganhávamos a quantia que a nossa profissão merece, mas já era o suficiente.
Sai do meu quarto ao escutar meu celular tocar e vejo na tela que é .
– Oi, .
– OI, ? OI, , ? ONDE DIABOS VOCÊ SE ENFIOU? ESTOU IGUAL UMA RETARDADA PROCURANDO VOCÊ!
– Ok, ok primeiro se acalma! Respira e inspira - falei segurando o riso. - Eu estou aqui em Albany - disse e escutei emitir um som um tanto quanto estranho.
– Mas o que você está fazendo aí? - Ia responder mas ela logo continuou. - Ah, já sei! Não precisa nem me falar. Está na casa né? - Eu apenas respondi com um "uhum" pois escutei um barulho alto vindo da cozinha. - Que barulho foi esse? Foi você? - Podia sentir o desespero crescer em sua voz.
– Não sei, espera que eu vou checar - comecei a andar em direção a cozinha que, por algum motivo, estava toda escura; senti minhas mãos suarem e o meu coração começou a acelerar novamente. Quando cheguei ao local apenas vi um rato enorme andando em cima da pia, ele havia derrubado uma panela. - Não foi nada, apenas um rato.
– Ata. Que susto! Que horas você volta?
– Não sei, mas não irei demorar muito, logo estou em casa, vou desligar, beijo - falei e desliguei sem nem esperar uma resposta. odiava que desligue o celular na cara dela, pensar em sua cara de indignação do outro lado da linha me fez rir.
Então fui para a biblioteca.
Assim que abri as pesadas portas um vento forte me atingiu fazendo meus cabelos voarem para trás. Não entendi de onde estava vindo pois todas as janelas estavam fechadas, decido deixar isso para lá e pegar rapidamente o que eu precisava, pois queria sair logo dessa casa, ela já estava começando a me amedrontar.
Me aproximei da prateleira e percebi que o livro que eu precisava estava na última parte, bufei largando minha bolsa no chão, ao olhar para os lados em busca de uma solução lembrei-me que papai guardava uma escada atrás da porta, fui até lá e notei que estava cheia de teias de aranha, mas mesmo assim peguei-a arrastando até perto da prateleira, assim que subi no último degrau consegui pegar o enorme livro de veludo vermelho, soprei um pouco para sair a poeira e pude ver que estava escrito de dourado "Anjos". Apenas isso. Mais nada. Nem uma sinopse, uma foto ou o nome do autor.
– Bingo! - Falei sorrindo. Desci as escadas fechei a porta e então voltei até a porta principal, olhei toda a casa e fechei os olhos como se me despedisse, tranquei-a e assim que entrei no meu carro vi uma sombra negra passar muito rápido atrás do mesmo. Meu coração acelerou pela terceira vez, se não é hoje que infarto não é nunca mais! Algo me dizia para sair rapidamente dali, liguei o carro o acelerando e dei a volta passando pelo portão, sabia que tinha que fechá-lo para vândalos não entrarem na casa, mas estava com muito medo de descer. Resolvi parar o carro e esperar um pouco, depois de uns 5 minutos saí correndo do carro e puxei um dos portões com força fechando-o rápido, contudo, quando fui puxar o outro algo o impedia, ele estava preso no chão, não sabia como isso havia acontecido, mas precisava ser rápida pois o vento começava a ficar muito forte e estava com a sensação de estar sendo observada.
– Vamos, ! - Falei para mim mesma tentando me motivar.
Quando puxei o portão com toda a minha força finalmente ele se desprendeu, mas algo me jogou para trás me fazendo bater as costas em cima do carro, minha cabeça começou a girar e minha visão ficou embaçada. Olhei para frente tentando ver o que tinha me atingido e vi uma sombra preta caminhar em minha direção, em uma de suas mãos havia uma espécie de faca, ele estava se aproximando muito rápido e eu não conseguia me mover, meus sentidos estavam travados e já sentia lágrimas escorrerem por minha face. Então era assim que eu morreria? Sem ao menos ter uma chance de lutar? Quando a sombra chegou perto ela ergueu a sua faca e então eu percebi que ali era o meu fim, fechei os olhos pronta para sentir dor e depois não me lembro mais de nada.

xxx

Abri meus olhos lentamente tentando me acostumar com a luz do lugar, percebi que não estava mais em cima do carro e também aquele lugar não parecia ser o inferno ou o céu, sentei-me com as mãos sobre a cabeça que estava latejando de tanta dor, parecia que ia explodir e então percebi onde estava. No meu quarto. Não sabia como tinha ido parar ali pois a última coisa que me lembro é de estar sobre o capô do meu carro e de uma sombra preta vindo em minha direção.
Me levantei rápido demais e minha visão ficou preta, sentei-me novamente e esperei uns segundos antes de uma nova tentativa, assim que consegui fui em direção ao banheiro. Quando me deparei com minha imagem no espelho quase me assustei, eu estava deplorável! Meus cabelos estavam desgrenhados, eu tinha um machucado na testa e meus olhos estavam com olheiras enormes, como se não dormisse a uma semana, resolvi tomar um longo banho. Pensava em todas as maneiras de ter chegado em casa, mas nenhuma me parecia convincente, logo desisti e decidi esperar a explicação de .
Alguns minutos mais tarde, sai enrolada na toalha e me sentei na cama pensando no que vestir, depois de muito tempo resolvi apenas colocar um pijama quentinho, assim que me vesti voltei para o banheiro penteando os meus cabelos e pude ver que saía um pouco de sangue do meu machucado, peguei um band aid na gaveta e coloquei sobre o ferimento. Quando escutei minha barriga roncar segui rapidamente até a cozinha ver o que fazia e tentar entender como vim parar aqui em casa.
Ao descer as escadas vi que a casa estava vazia e tinha um bilhete em cima da mesa.
", se você acordar saiba que fui trabalhar. Não se preocupe com o seu emprego já liguei na escola e disse que você havia sofrido um acidente, eles desejaram melhoras e falaram para você repousar hoje e amanhã! Tem bolo de chocolate na geladeira e lasanha no forno. Não saia de casa! Chego as 18:00. Eu sei que você me ama, xoxo. Sel"
Dei risada com a referência a Gossip Girl e então lembrei: Como assim ir trabalhar? Que dia é hoje?


III

Pov

Eu tinha que ajudá-la, eu sentia a sua dor e o seu medo, mas não pude fazer nada.
Ele chegou antes! Maldito.
Eu o odeio tanto. Essa era a minha missão, fui designado a cumpri-la muito antes de morrer, mas me impediram, disseram que não estava na hora. Não entendi, obviamente que estava, eu sentia, nós estávamos conectados e ela estava sofrendo, a dor que ela sentia era mil vezes pior em mim, mas então me prendeu aqui.
Na minha casa.
E ele foi lá, ele a ajudou, ele lutou com aquela criatura para defendê-la e não eu.
Eu estava à mil, minha cabeça girava por causa de meus pensamentos. Não entendia como isso estava acontecendo. Por quê? Ela era minha. Eu tinha que protegê-la.
Anjos, na teoria, não devem sentir ciúmes do seu protegido, nem amá-lo, seu dever é zelar por sua proteção até que a missão na terra fosse finalizada. Depois, os anjos da morte cuidavam do que aconteceria com eles na pós vida ou na forma como a morte ocorreria. Porém, devo admitir que quando foi mandado no meu lugar o ódio instalou-se em mim e eu só queria bater no meu superior.
Andava de um lado para o outro sem saber o que fazer, ainda não tinha voltado. UM DIA. Um dia havia se passado e nada dele aparecer. O que será que ele estava fazendo? Nessas horas, ser anjo e ter poderes para ver o que se passava com era uma completa inutilidade. Tinha que seguir ordens para não ser, novamente, punido. foi bem específica quando me mandou ficar longe.
Sentia que Ele estava brincando comigo, as horas pareciam demorar cada vez mais para passar, já não aguentava ficar sem notícias da minha protegida. Um hidu¬ a jogou para cima do carro e na distância na qual ela se encontrava aquilo podia tê-la matado. só não morreu com o baque porque sua história estava longe de terminar, claro que eu agradeço por isso, porque se ela tivesse morrido com certeza algum anjo do Conselho Superior iria querer falar comigo por deixar acontecer outra vez. Pelo menos dessa vez poderia pôr a culpa em . Ela não me deixou ir.
Meus pensamentos estavam me deixando louco, resolvi tomar um pouco de ar e ver se tinha notícias.
? - Bati na porta entrando na sua sala que era exageradamente clara com tons de branco e dourado.
– O que foi, ? - A loira perguntou olhando para mim com cara de poucos amigos.
– Alguma novidade?
– Não. ainda não voltou.
– E qual o motivo de tanta demora? - Perguntei impaciente.
– Ele tem que ficar de olho nela, para ver se os Hidus não voltam.
– MAS ESSA É A MINHA MISSÃO! MAS QUE INFERNO! - Gritei e arregalou os olhos.
! - Ela gritou. - Você sabe que essa palavra não é bem vinda aqui. - Disse mais calma e sentou-se novamente na cadeira.
– Eu sei, sinto muito. - Falei abaixando a cabeça e fazendo o sinal da cruz.
era uma supervisora de anjos, ela estava um nível acima de mim e uns dez níveis abaixo dos anjos que faziam parte do Conselho, as coisas no céu funcionam como uma pirâmide. Cada anjo tem um nível que determina o seu lugar.
A supervisora tem longos cabelos loiros e olhos verdes e também é minha melhor amiga, mas nos últimos tempos andávamos nos estranhando, para ser mais específico, desde que virou um Supervisor também. Eu não o suportava! Não entendia como ele virou supervisor se ele nunca foi Protetor. e ele viraram amigos rapidamente e num segundo ela já o colocou no meu lugar. Posso ter parecido dramático, porém, foi a primeira pessoa que me recepcionou aqui e que me deu total apoio quando a merda toda aconteceu, então, sim, me sentia no direito de ter ciúmes da minha amiga.
- Só não entendo como você mandou protegê-la. Primeiro porque ele não é Protetor, segundo porque a missão é minha e terceiro: Ele NÃO é protetor! - Frisei a palavra "não".
– Olha , eu entendo, mas não fui eu. Foi Miguel, ele disse que sua missão começará daqui alguns dias, e então nem e nem qualquer anjo vai protegê-la, a responsabilidade vai ser toda sua. - ela falou dando um sorriso suave. - Agora deixe-me trabalhar. - finalizou e eu saí da sua sala sem falar mais nada.
Talvez eu me senti um pouco mal por ter ficado com raiva de e de , talvez eu devesse ter ficado com raiva de Miguel ou talvez eu devesse ter perguntado tudo para antes de ficar com raiva de alguém. Talvez eu estivesse me sentindo culpado. Talvez.
? - escutei me chamar e assim que me virei vi Stefan, meu irmão. - O que está fazendo parado aí na frente da sala da ?
– Acabei de ter uma conversa com ela.
– Ah já sei, é sobre sua protegida? - Ele me perguntou.
– Sim, - Soltei um suspiro. – Ela fo... – Não consegui terminar de falar, logo fui interrompido pelo grito de meu irmão.
– AI! - Stefan gritou colocando a mão em sua cabeça e se ajoelhando no chão, me aproximei dele ajudando-o a ficar em pé.
– O que foi Stefan? - Perguntei.
– Sarah. - Ele falou e no segundo seguinte desapareceu. Sarah era a protegida de meu irmão, ele a protegia desde que ela nasceu, quando seu pai morreu no caminho do hospital e sua mãe no parto. Stefan era muito ligado a ela.

Pov Narrador Observador

Já eram 17:30 e havia devorado metade do bolo de Caroline e metade da lasanha também, enquanto olhava para seu prato pensando em como estava cheia e não conseguia mais comer uma garfada se quer, escutou a campainha tocar e levantou-se apressadamente para ver quem era.
? - O carteiro questionou.
– Sim. – A garota respondeu dando um leve sorriso.
– Encomenda para você. - entregou uma caixa. - Assine aqui, por favor. – Depois de assinar o papel o homem virou-se desejando uma boa-noite e seguindo seu caminho.
“Estranho” pensou a garota, “o carteiro normalmente vêm as 15:00.” Olhou para a caixa toda embalada e levou-a para a mesa, depois de alguns segundos pensando no que poderia ser resolveu saciar a curiosidade que a remoía por dentro.
– Como isso veio para cá? - Perguntou para si mesma quando viu um livro de capa vermelha e dura escrito “Hidus” em dourado.
A garota foi para perto da janela para ver se encontrava algo ou alguém lá fora, mas estava tudo um breu, desde que as aparições começaram na televisão os dias eram mais curtos e a noite chega levando qualquer resquício de luz. Quando virou-se para voltar a cozinha viu pelo canto do olho um vulto branco passar pela janela. Tão rápido como veio ele se foi e uma onda de paz atingiu a menina.

xxx

Ao chegar ao céu foi chamado para conversar com o Conselho, ele fora quem tinha deixado o presente para , os seis anjos do arco não haviam gostado nada da intromissão do anjo.
– Eu sei, eu sei! - começou assim que pôs seus pezinhos angelicais na sala principal - O que eu fiz foi errado... Mas, olhem, pensem comigo... Ela não vai sobreviver cinco minutos quando o Saunders entrar na jogada. Eu sei sobre o passado dele e ela precisava de uma ajuda pelo menos para começar! - falou tentando se justificar enquanto Raguel o olhava acusador. - Não sei se perceberam o que está acontecendo, mas era pra ELA nos chamar e não a gente ficar rondando ela por livre e espontânea vontade. – Quando Miguel ergueu a mão, notou que estava começando a dar palpites demais e se calou.
, pode ter certeza que eu e todos os anjos estamos a par de tudo, todas as medidas que estão sendo tomadas, é pelo bem-estar dela. Por ora, vamos deixar assim. E, por favor, da próxima vez sou eu quem falo primeiro. – Disse com rigidez - Pode ir. - ele falou.
- Da próxima vez sou eu quem falo primeiro. – repetiu com uma voz infantil. – Como se fossemos ter uma próxima vez.
Assim que pôs os pés para fora, bufou. Estava cansado disso, todos estavam o julgando.
- A culpa não é minha se o Conselho se reuniu e decidiu que eu me sairia melhor como Supervisor. – Falou baixinho para si.
? – Escutou alguém o chamar e virou-se.
– Sim, Esther? - falou assim que viu a garotinha de 15 anos, ela morreu em um acidente um tanto quanto suspeito quando estava em um Campo de Férias há uns 3 meses e trabalhava ajudando as almas de crianças que acabavam de chegar e estavam com dificuldades para aceitar a morte.
está louca atrás de você. – diz dando um risinho sapeca.
– Ok, já estou indo, e a senhorita volte ao trabalho! – Disse o anjo quando lembrou-se de que os supervisores também tem que cuidar do trabalho dos Recepcionistas. Eles estão um nível abaixo dos Protetores, mas também tem um trabalho muito importante, ajudam crianças recém-chegadas a se adaptarem e a entender tudo a sua volta, imagine o caos que seria de crianças chorando desesperadas sem eles?
As vezes sentia inveja de , sabia que não era certo esse tipo de sentimento, mas o rapaz queria ser um anjo protetor e ir o Plano Terreno para cuidar de alguém. Proteger e zelar, mas isso não era possível e era o que o deixava frustrado.
Não, nunca quis o trabalho como Supervisor, mas não tinha o que fazer, só obedecia ordens e não deveria nunca questioná-las. Quando os anjos querem ser ruins eles podem ser sim.
? - perguntou entrando na sala dela que acabou virando dele também.
! – gritou assustando-o - Finalmente. - Pulou da cadeira e foi ao encontro do amigo para abraçá-lo. - Estava começando a pensar que tivesse acontecido alguma coisa.
– Não. Está tudo bem. - Falou lhe dando um sorriso verdadeiro.
– E então? Como foi? - Pediu ela curiosa enquanto voltava para o seu lugar e ele a acompanhava.
– Normal. - Não queria contar todos os detalhes a ela.
– Não é isso que os anjos estão falando. - Ela diz sorrindo. “Merda”, pensou.
– Ah é? Bom... eu só entreguei o livro dos "Hidus" pra ela. – Coçou a nuca tentando parecer inocente.
– Você sabe que isso é proibido! Você é um Supervisor, não deve se intrometer na vida dos mortais, principalmente os que são protegidos por outros anjos. – revira os olhos ao ouvir as palavras de .
– Sim, eu sei. Não comece esse papo você também, já tive uma pequena conversinha com Miguel. – disse lembrando que na verdade mal o deixou falar, sentou-se em sua cadeira e viu a quantidade de papeis que tinha em cima. - O que é isso?
– O seu trabalho. Esses são os anjos que arrumaram encrenca ontem e hoje. O tempo que você esteve fora. - Ela respondeu sem olhar para mim.
– Meu.... - Parou assim que percebeu o que iria dizer "Não diga o nome do Pai em vão", lembrou-se da voz de falando em sua cabeça assim que chegou.

Pov

iria chegar a qualquer momento. Depois de guardar o novo livro em meu quarto desci para cozinha para esperar minha amiga, não havia tocado nem no livro de anjos ainda quem dirá que começaria logo com os “hidus”.
Nos últimos dias havia tanta novidade que minha cabeça ficava zonza só em começar a imaginar. A verdade é que eu não tinha a mínima noção do que estava acontecendo.
Meus pais sempre me falaram que quando “a coisa” fosse acontecer eu saberia a hora de chamar os seres celestiais, o problema é que, provavelmente, eu perdi o timing e eles estavam vindo disfarçadamente até mim. Ou era o que achavam né?
?
? Onde está?
– Aqui na cozinha! – Falei para ela me localizar.
– Oi! – Disse animada ao me ver - Você está melhor? - A morena encosta-se na porta perguntando com o semblante preocupado.
– Novinha em folha. - Respondo.
– Que bom! Estava pensando em pedir um X-salada o que você acha?
– Você querendo pedir comida pronta e não cozinhar? Quem é você e o que fez com a minha melhor amiga? – Me levantei rápido pegando uma colher de pau fingindo ser uma espada e apontei para ela.
- Boba. – Disse rindo. – Só estou cansada e abriu um restaurante gourmet novo. Vamos ver se são tão bons quanto os meus. – Falou competitiva e eu ri.
- Sendo assim, irei ligar enquanto você toma um banho. - Digo e ela assente saindo dali me mandando um beijinho.

xxx

Depois de comermos e de me contar sobre o seu dia, lembro-me de pedir uma coisa para ela.
... Como cheguei aqui?
– Ah... Você veio de carro, não se lembra?
– Não. - Franzo o cenho. - Me conte direito.
– Eu estava na varanda tomando um chá enquanto lia um livro, então vejo você estacionar o carro e assim que desce vi uma quantia enorme de sangue na sua roupa e no seu rosto, você pede ajuda e antes que eu possa fazer qualquer movimento para te amparar tu desmaia. Tive que ligar para o Liam vir me ajudar pois não estava conseguindo te trazer para dentro de tão nervosa que fiquei. Quando fui procurar vestígios do que poderia ter acontecido contigo, só noto pingos de sangue no banco do motorista e seu capô completamente amassado. - Ela finaliza bebericando um pouco do café que havíamos feito, pois o tempo tinha esfriado.
Não consegui proferir nenhuma palavra, não lembrava de ter acordado e dirigido até em casa depois de ter sido atacada. Algo estava muito errado.
? - me chama.
– Sim?
– Pode me dizer você o que aconteceu ontem? - Ela pergunta.
– Então... - Comecei a contar tudo para , desde a carta achada até eu ter sido jogada em cima do carro e desmaiado.
– Como pode? Você veio dirigindo.
– Eu sei, isso está muito entranho. - Digo.
– Pegue a carta. Vamos ver o que tem nela. - pede, então vou até o corredor onde minha bolsa sempre estava e retiro a carta. Assim que volto para onde nós nos encontrávamos dou a carta para . - Estranho. - Ela fala e faz um biquinho.
– O que?
– Está dizendo "De: Sr. e Sra. - Para: Saunders. PS: SOMENTE para o Sr. .”
– Mas quem diabos é ? – Nos olhamos e minha mão já começava a coçar com vontade de abri-la e ver o que estava escrito.

Pov

Estava em minha casa. Apesar de não sentirmos necessidades de dormir ou comer, temos casa. Quando escuto alguém bater na porta, me levanto e vou até lá:
– Daniel, entre. - Falo dando espaço para o anjo. Daniel é o nosso Mensageiro Celeste ele nos avisa de coisas importantes e fica junto com os anjos dos Seis Arcos.
Os Seis Arcos são constituídos por: Gabriel, conhecido como Herói de Deus, guerreiro chefe do Reino, e dizem que ele senta ao lado esquerdo do Senhor. Miguel, é o líder do Arco, o Príncipe da Lua, o anjo da virtude, da honestidade e da salvação. Diferente dos outros Miguel é o único que faz "serviços" com o Anjo da Morte ou como os humanos o chamam: Diabo. Rafael, conhecido como Medicina de Deus, porque é um curador e seu dever é supervisionar o bem-estar físico daqueles sob seus cuidados na Terra. Ele é o mais carinhoso dos Arcanjos, quando fui chamado para uma reunião com eles Rafael foi o único que sentiu pena de mim e ficou do meu lado. Uriel, considerado o Fogo do Senhor, já foi o anjo da punição, e foi um dos convocados para devastar Sodoma e Gomorra. Raguel, que tem a função de velar sobre os outros no arco e assegurar que eles ajam de acordo com o código estabelecido pelo Senhor. Raguel também é o que fala com os anjos que fazem alguma coisa grave quando os Supervisores não dão conta e quando ele não consegue resolver o problema – o que é bem raro – ou quando o problema é grave de mais – que é mais raro ainda – ele é quem marca a reunião com os outros. Zacariel, o anjo do Sol, mantém vigilância constante sobre o céu e a Terra. E, por último, Ramiel, que inspeciona as visões divinas concedidas aos eleitos na Terra. É também o seu dever levar as almas a julgamento quando a hora delas chega. Eu só me encontrei uma vez com eles e foi o dia que eu senti mais medo. Nem a morte me assustou tanto.
, você está me escutando? - Daniel perguntou.
– Hã? Não! Me desculpe. Me perdi em devaneios.
– Tudo bem! Só vim avisar que você vai para o Plano Terrestre.
– Ok... OPA! COMO ASSIM? - Questionei. “Como assim ir para o Plano Terrestre?”
– Os Hidus já chegaram na Terra como você sabe e corre perigo, mas você só pode aparecer para ela e revelar a verdade quando ela te chamar e como isso ainda não aconteceu, você vai como um Anjo Terrestre e cuidará dela por lá. Por favor, cumpra as regras!
– Tudo bem, - falei ainda meio atordoado. – mas vocês sabem que ela provavelmente já sabe ou está desconfiada por causa dos “eventos” que ocorreram com ela né?
– Sim. – falou seco. Daniel nunca foi de muita conversa. - Se apronte, temos que ir falar com Marciel, ele que cuida dos Anjos Terrestres e vai lhe passar as informações.


IV

Pov

Fui foi falar com o Marciel e ele me contou que eu vou ser professor de música da escola e assim poderei me aproximar da sorrateiramente.
"Tenho 23 anos, sou nascido na Califórnia." Pensei comigo mesmo. Não posso esquecer.
– Quando irei partir? - Perguntei interessado.
– Daqui a pouco. Não podemos demorar muito. - Marciel falou - Quer alguma coisa?
– Na verdade sim. – o anjo suspirou, claramente arrependido de ter perguntado - Quero que vá comigo. - Disse dando ombros.
– Porque? - Marciel perguntou.
– Ela é mulher, pode conseguir se aproximar da de uma maneira mais singela do que os meus métodos e não é burra, já deve estar ciente ou pelo menos com uma pulga atrás da orelha sobre o que está acontecendo. Se os pais dela contaram realmente tudo para ela, não vai demorar muito pra ela juntar 2 + 2. - Respondi dando meu melhor sorriso.
– Boa ideia. Vá comunicar a Srta. .
Sai sem ao menos responder.
Cheguei a sua sala e ela e riam de alguma coisa.
?! Algum problema? - Ela perguntou me olhando com semblante sério.
– Na verdade não. Só tenho um comunicado para você. - Falei e ela arregalou os olhos.
– Q-que comunicado? - se levantou. Ops! Péssimo sinal, com certeza ela iria me matar.
– Você vai comigo para o Plano Terreno.
– EU O QUE? - A menina gritou e no outro segundo só consegui desviar de um vaso de cactos. CHEIO DE ESPINHOS. - EU VOU TE MATAR. COMO ASSIM?
– Eu to vendo, está ficando louca? – passei uma das mãos em minha testa como se limpasse o suor do susto. soltou uma risadinha pelo nariz. - Enfim, não importa, eu preciso ir para o Plano Terreno e me aproximar da e você vai comigo, assim pode se aproximar mais facilmente, não quero parecer um maníaco assassino.
– Não vou, não vou, não vou - Ela repetia andando de um lado para o outro. - E o trabalho? E se tivermos algum problema?
– Tem o e tem o . - Falei.
– E se o não der conta?
– Ele dá sim, pra alguma coisa ele serve. - Falei e escutei um "Ei!" vindo do rapaz que até então estava quieto. – E não adianta reclamar, Marciel que mandou aqui, sem discussões. – Continuei omitindo a parte de que a ideia foi minha.
– Tudo bem – Falou suspirando e passando as mãos nos cabelos. - Quando partimos?
– Daqui a 15 minutos. – Falei devagarinho esperando a sua reação, mas apenas recebi um olhar raivoso, é.... não vai ser fácil. - Se apronte. - Falei e sai às pressas.

xxx

Depois de demorarmos 20 minutos para achar a casa, finalmente, conseguimos nos instalar. A casa era bem confortável, nada muito grandioso e chamativo, afinal, não íamos ficar muito tempo e também não queríamos chamar a atenção. Com apenas dois quartos, um banheiro, sala, cozinha e uma pequena varanda ela confortava todas as nossas necessidades.
Os anjos deram conta de arrumar tudo para não termos nenhum problema. Me acomodei em um dos quartos e logo fui para a sala.
– Começaremos amanhã. - Falei. – Qual a história que iremos contar sobre nossas vidas?
– Você que me trouxe aqui, resolva os problemas sabichão. – ela disse se jogando numa poltrona.
- Podemos ser meio-irmãos, minha mãe pode ter conhecido seu pai, se apaixonaram e foram felizes para sempre.
- É, pode ser.
- Vamos ter de dar um jeito de te enfiar na escola, eles conseguiram vaga apenas para mim já que a sua descida foi de última hora. O que você sabe fazer?
- Meu amor, eu sei fazer várias coisas. – sorriu presunçosa.
- Diga uma então, e vai ser sobre isso que você vai dar aula. – ela pareceu pensar e não chegou em nenhuma conclusão. Suspirei. – várias coisas, hum?
- É que faz tempo que eu não faço nada humano.
- Você não era dançarina antes de morrer? – perguntei me lembrando que ela já havia comentado algo em uma de nossas conversas sobre o passado.
- Realmente...é, pode ser. – deu ombros. Ficamos em silencio por algum tempo, eu pensava sobre e como seria estranho vê-la pela primeira vez pessoalmente, eu tinha que agir normalmente ou seria fácil de estragar tudo e ser mandando para o limbo. – Ok, bem já está tarde e essa viajem me deixou cansada vou me deitar. - falou e subiu para o seu quarto.
Lá no céu não temos necessidades, mas quando viemos para a Terra na nossa forma humana acabamos ficando mais frágeis e então fazemos tudo que os humanos fazem. Isso nos lembra um pouco de como éramos antes de tudo acontecer.
Às vezes eu acho estranho falar "lá no céu" ou "nós anjos" porque eu também já fui humano e agora isso parece um absurdo.
Não demorei muito e me retirei, novamente, para meu quarto.

Pov

Era terça-feira, o "atentado" havia acontecido no domingo e como me sentia renovada estava pronta para voltar a trabalhar.
Me levantei fiz a minha higiene matinal e coloquei uma roupa simples, apenas uma calça jeans, uma blusa branca e um sobretudo cinza claro por cima, nos pés um tênis. Desci as escadas e fui para a cozinha onde preparava um delicioso café.
– Hmm, isso está com um cheiro ótimo. - Apontei para os bolinhos.
– Obrigada, receita nova. - Ela disse sorrindo.
Depois de comermos eu peguei a minha bolsa e fui para a escola e assim que coloquei os pés lá um grupo de alunas histéricas passou por mim falando:
– Você viu? Ele é muito gato! Agora sim que eu apareço nas aulas de música.
Mexi a cabeça em negação e quando fui me virar trombei em alguém e quase cai, se a pessoa não tivesse me segurado eu teria me esborrachado no chão "Já começou o dia bem, !" pensei comigo.
– Me desculpe, acabei de chegar e estou meio perdido. - O homem me colocou no chão com delicadeza.
– Ah, não tem problema, sei bem como é isso. Sou a . - Falei e estendi a minha mão. Assim que toquei na dele um choque percorreu o meu corpo e uma sensação de paz me atingiu. Nesses últimos dias eu estava sendo constantemente atingida por sensações de paz. Estranho.
– Sou , novo professor de música. - Ele falou e abriu um sorriso, e que sorriso! Dentes brancos perfeitamente alinhados, sem falar nos seus olhos que parecem pequenos pedaços do céu, nessa hora entendi perfeitamente as alunas.
– Sou a psicóloga. – sorri ainda embasbacada com a beleza do homem em minha frente – Então...- pigarreei - quer ajuda com a diretoria? - Falei e assim que ele ia me responder escutei uma voz atrás dele.
! Estava te procurando. - Uma menina um pouco mais alta que eu, de cabelos loiros e olhos verdes apareceu atrás dele com as mãos na cintura. - Já falei com a diretora, tome esse é seu horário e aqui está tudo que você precisa saber. - Ela despejou. – Acho incrível que você teve um tempão para arrumar toda a papelada, mas eu que cheguei de última hora tenho que fazer isso por você, seu nível de responsabilidade é zero né? Mas escuta aqui, eu não sou sua mãe e se vamos fazer isso você vai ter que...
! – interrompeu a menina que não parava de falar e gesticular com as mãos ficando cada vez mais vermelha. - Olha a falta de educação. - Ele falou e apontou para mim.
– Ah me desculpe. – Ela olhou para mim e ruborizou percebendo a minha presença. - Sou , meia-irmã do .
– Sem problemas! Sou a . Você vai dar aulas aqui também?
– Sim sou professora de dança.
– Ah que legal! - Falei e olhei no meu relógio. - Me desculpem tenho que conversar com um menino daqui 5 minutos, mas se quiserem posso levar vocês até a suas alas.
– Se não for te atrasar. – falou.
– Claro que não, venham comigo. - Assim que saí andando percebi que todos os alunos olhavam em minha direção e as meninas histéricas reviraram os olhos e escutei uma ruiva falar "Como não pensei nisso? Ótima ideia tropeçar para ele me segurar!" ri e abaixei a cabeça.
– Então, vocês são de onde? - Perguntei.
– Califórnia, Texas. - Os dois falaram juntos e eu ergui uma sobrancelha.
– Quer dizer, eu sou da Califórnia e a mãe da e ela são do Texas, nossos pais acabaram se conhecendo quando elas se mudaram. - falou nervoso.
– Destino, não? – Comentei analisando os dois que ainda se olhavam apreensivos e apenas concordaram com a cabeça rapidamente. Depois de mais uns minutos conversando eles me contaram várias coisas sobre a vida deles, as vezes se atrapalhando e fazendo ficar vermelho e dar tapas em sua própria testa negando com a cabeça e então chegamos na ala deles. - Bom, é aqui. - Disse parando em frente de um corredor escrito "ARTES".
– Muito obrigado. - Os dois falaram juntos.
Me despedi rapidamente deles assim que olhei no relógio e percebi que havia me atrasado, sai às pressas do corredor indo em direção a minha sala.

Pov

Uau! é realmente muito bonita. Quando a vi entrando pelas enormes portas da escola não sabia como chegar sem parecer um louco, mas notei que ela estava distraída, chegar esbarrando foi a melhor ideia que eu consegui pensar no momento.
Então, ali estava eu me preparando para a minha primeira aula de música, na Terra. Repito: Na Terra. Não estava nem acreditando! Depois de 150 anos.
– Você é o novo professor? - Escuto uma voz masculina me despertar dos meus devaneios.
– Sim. Você é meu aluno? - Perguntei com o semblante curioso, já que ele é bem mais velho para estar em uma escola. Ele riu.
– Não! Sou o professor de História. Liam, Liam Banner. - Falou ele me estendendo a mão.
– Ah, prazer! . Professor de música. - Disse e ri. Ele já sabia. - Então Liam, o que te traz aqui?
– Vim apenas dar as boas-vindas. Sei como é difícil dar aulas em lugares diferentes. - Ele falou sorrindo abertamente e então um sinal tocou. - Bem, tenho aula agora. Até mais , um prazer te conhecer. - Ele disse e eu apenas acenei com a mão e sorri.
E de repente, como um passe de mágica a sala em que eu estava se encheu de adolescentes e o meu coração deu uma aceleradinha. O que é que eu vou fazer?

Pov

“Uma ideia de girino essa do me trazer com ele, e pior, ele nem teria me contado se não tivéssemos encontrado Marciel e ele ter dito que ficou feliz que eu aceitei, assim poderia por nos trilhos. Eu poderia mata-lo se ela já não estivesse morto. O que eu, uma anja Supervisora, vem fazer na Terra? Qual, já fazem 350 anos que morri, e não sinto nem um pouco de saudades.” Pensava sozinha.
Quando chegamos aqui, eu levei um baita de um susto. A cidade é normal e conservadora como cidades antigas, mas o que me chamou a atenção foi a quantidade de celulares e outros aparelhos eletrônicos. pareceu ver o meu espanto e me explicou tudo. Como ele é um Protetor ele acaba vendo essas coisas e entendendo. Realmente me senti uma velha, mas não tem problema, pois agora estou a par de tudo. Eu acho.
Podem achar que eu era burra, mas na verdade eu passava tanto tempo enfurnada naquela sala atrás de papéis e anjos problemáticos que não tinha tempo para dar uma olhadinha aqui em baixo. E cá entre nós, o Chefe não estava muito afim de modernizar o céu.
Estava analisando a minha sala quando o sinal tocou e um bando de adolescentes a invade sem a mínima educação.
– Bom dia alunos. – Falei alto e pude reparar a cara de espanto de alguns deles. O que quer dizer?
– Bom dia. - Responderam todos em uníssono.
– Bom, eu sou a nova professora de dança, me chamo , mas podem me chamar apenas de . - Falo enquanto escrevo meu nome um pequeno quadro que havia ali. - Gostaria que me falassem o nome de vocês e que tipo de dança preferem, para os conhecer melhor e saber no que devo começar a trabalhar. – Se é pra fazer esse papel ridículo, que façamos direito. Todos assentiram e então começou;
– Me chamo Anne Flinn e gosto de dançar Ballet. – Sorri, “não vai ser tão difícil” pensei.

xxx

FINALMENTE! Indo para casa! Estava super cansada, o dia não havia sido ruim, mas como professora de dança acabava me movimentando muito o que me causava cansaço "óbvio que se tivesse no céu não estaria praticamente no chão de tão cansada. Ah, !" pensei comigo.
Sai da sala e fui em direção a porta de saída para esperar , quando me chamou. Ela estava acompanhada de uma morena baixinha e de um cara alto, forte e muito, muito lindo. “, para!” me reprendi em pensamento.
– Olá ! - Falei enquanto a cumprimentava. - Oi. - Falei timidamente para os outros.
– Gente, essa aqui é a e ela é a nova professora de dança. - falou apontando para mim. - , esses são Liam Banner professor de história e Beatrice Bennett professora de química. - Dei a mão para eles falando um "prazer".
– Então como foi o seu primeiro dia? - Beatrice pediu interessada.
– Foi cansativo, mas muito divertido. - Falei e ela riu.
Conversamos mais um pouco quando , finalmente, chegou. Não quero ser indelicada, mas as minhas pernas pareciam que iam cair se eu não fosse para casa.
– Irmãozinho! Onde estava? – Pedi irônica.
– Me desculpe pela demora, estava conversando com uma aluna. - Ele disse com um sorrisinho.
"Uhum, ta bom bonitão!"
– Olá , é um prazer vê-la novamente. Liam. - Ele falou e os dois se cumprimentaram. - Creio que não te conheço. - falou se direcionando para a Beatrice.
– Não, sou Beatrice Bennett professora de química.
– Prazer, . Professor de música.
Depois disso saímos andando para a casa e olha que coincidência, risos, fomos todos na mesma direção. Lancei um olhar significativo para que apenas deu ombros e fez um sinal discreto para cima.
– Como vocês se conhecem? - falou apontando para Liam e de repente.
– Fui dar boas-vindas a ele. - Liam falou sorrindo abertamente. - Vocês são namorados? - Liam falou olhando para mim e para o .
– Ah, não! - Falei rápido. - somos meios-irmãos.
– Ah sim, me desculpe. - Liam falou vermelho.
Assim que chegamos numa esquina cada um foi para um lado e assim nos despedimos.
Depois de mais 15 minutos caminhando finalmente chegamos e a minhas pernas estavam doendo muito, pareciam que iam cair a qualquer momento. Saudades de minha forma angelical, dores humanas são horríveis.
– Precisamos de um carro. - Falei me jogando no sofá.
- Você não sabe dirigir e nem eu! – falou lembrando de um ponto importante e eu apontei meu dedo na cara dele como se concordasse.

Pov

Cheguei em casa e contei as coisas para , sobre e e também sobre Samuel um menino que eu conversei hoje. A mãe dele morreu no sábado, e como não fui trabalhar só pude falar com ele hoje e ele estava arrasado, não queria perder as aulas por ser bolsista e estar no seu último ano.
– Como é o nome do professor de música mesmo? - perguntou enquanto mexia uma sopa de mariscos.
. Por quê?
? Como na carta? – Ela me responde e eu arregalo os olhos, não tinha feito essa conexão. Mas logo me lembro de algo. - Não pode ser, a meia-irmã dele se chama .
– Meia-irmã ou irmã?
– Meia-irmã.
– Então eles tem sobrenomes diferentes. - Ela falou e desligou o fogo pondo a comida na mesa. Comemos em silêncio. Depois de lavar a louça fui para meu quarto.
"Será possível? Será ele o homem que meus pais se referiram? Claro que não ! Existe vários Nathanieis no mundo e além do mais ele teria falado alguma coisa. Mas e se ele não sabe? Ou pior. E se ele sabe e está esperando eu falar?”
Nesse momento chacoalhei minha cabeça me livrando dos pensamentos. Não é ele. Não pode ser.
“Se esse for o meu ele mentiria para mim? Prefiro pensar que não.”


V

Pov

A semana passou bem rápido, já estávamos na sexta e tudo ocorreu bem até agora. não se meteu em encrenca e não vi nenhum Hidus...por enquanto.
– Porque está tudo tão quieto? - falou enquanto se sentava na mesa para tomar café.
– Você acha? - Perguntei.
– Sim. Hidus não costumam ser assim, eles já chegam destruindo tudo. Mandaram aquelas mensagens pelas televisões e sumiram? Estranho, não? - Ela respondeu pensativa. - Eles estão planejando algo, algo muito grande. E alguma coisa me diz que não envolve somente a Terra. - Ela prosseguiu. estava com as sobrancelhas unidas e isso não era bom sinal.
– Falaremos disso mais tarde. - Disse me levantando. - Termine logo ou vamos chegar atrasados.
Ela assentiu e dois minutos depois nós saímos de casa.

Pov

Eu estava em uma floresta, densa e escura, ventava muito e eu sentia as gotículas de chuva cair sobre minha pele descoberta.
Estava com medo.
De repente, animais me rodearam, mas eles não eram qualquer tipo, eram diferentes. As asas deles passaram por seu corpo e eles viraram humanos, onde tinha asas agora era uma capa.
Um deles se aproximou de mim com um sorriso cruel em seu rosto. Eu queria correr, mas não conseguia, minhas pernas não me obedeciam. Senti um gosto de água salgada em minha boca e quando dei por mim, estava chorando. Tudo que conseguia fazer era pedir a Deus que me ajudasse.
Quando tudo ao meu redor começou a girar e aquelas estranhas criaturas ficaram assustados, me olhavam com dúvida. Foi quando percebi que eu era que fazia tudo aquilo, mas como?
Uma luz forte começou a sair dos meus olhos fazendo todos ficarem cegos e então um par de asas enormes e brancas surgiram em mim, não conseguia entender, o que estava acontecendo? Só sabia que eu tinha um grande poder. Olhei ao meu redor e via várias pessoas iguais a mim, com asas, nós nos parecíamos com anjos.
Senti alguém entrelaçar meus dedos e quando olhei para o lado vi a coisa mais linda do mundo. .
– Tudo vai ficar bem. Eu estou aqui. - Ele falou para mim e então uma luta começou.

Acordei assustada. Minhas mãos soavam e eu tremia.
– O que foi isso? - Falei para mim mesma. Levantei-me e decidi que era melhor tomar um banho e ir logo trabalhar.
Depois de me vestir, desci as escadas e fui até a cozinha onde colocava um bolo de chocolate e morango em cima da mesa já com as xícaras de café prontas.
- Bom dia, dormiu bem? – perguntou assim que me viu.
- Mais ou menos, e você?
- Maravilhosamente bem, obrigada. O que aconteceu? – Me sentei na mesa e beberiquei um pouco do meu café.
- Tive um sonho esquisito. – Respondi me lembrando dos detalhes e um arrepio subiu pelo meu corpo.
- Que tipo de sonho? – amava sonhos, toda vez que eu tinha algum sonho diferente ela me obrigava a contar detalhe por detalhe e depois pesquisava na internet para ver os significados, eu não acreditava muito nessas coisas, mas nunca falei nada, a fé de para alguns pontos da vida eram inabaláveis. Depois de detalhar minuciosamente olhei para a minha amiga que mastigava o último pedaço de bolo do seu prato e me encarava com um sorrisinho malicioso.
- Eu nem preciso pesquisar para saber o que isso significa.
- Então me diga, mestra dos sonhos.
- Você está gostando dele! – respondeu e jogou a cabeça para trás rindo alto.
– O QUE? Claro que não! - Falei sorrindo. - Katherine não se apaixona em duas semanas, parece que não me conhece. - Me levantei. - Vou sair com o meu carro. - Disse pegando as chaves, fazia tempo que não ando com o meu bebê, desde o acidente para ser mais exata. Meu carro fora um presente herdado da família. Vovó contou que era de meu avô e como ela não sabia dirigir e eu era a única neta, no futuro seria meu.
Quando liguei a chave pensamentos vieram em minha mente.
"Será que estou gostando dele? Claro que não! Mas ele estava no seu sonho, lindo como um anjo. Literalmente. Não, e não! pare já com isso! Você só está nervosa com o novato e isso a fez sonhar com ele. Nada mais. Se concentre! Você conheceu ele ontem e também não é mais nenhuma adolescente que fica suspirando de amores por ai. Haja como a adulta que se tornou."
Minha mente travava uma batalha para decidir quem estava certo, e obviamente, o lado que fala "VOCÊ NÃO ESTÁ GOSTANDO DE SEJA LÁ QUAL FOR O SOBRENOME " ganhava.
Assim que cheguei na escola estacionei o meu carro no estacionamento de professores e desci. Assim que coloquei meu pé dentro do grandioso prédio ouvi meu nome sendo chamado.
! - ao ao me virar vejo com um violão em mãos vindo em minha direção.
– Oi . - Falei e começamos a andar.
– Vejo que você atrai olhares. - Ele falou e piscou para umas garotas.
– Você também pelo visto. Se a diretora ver você piscando para as alunas... - Falei e dei uma risadinha e ele me acompanhou - Mas onde está ? - Perguntei interessada.
– Não sei, viemos juntos, mas logo ela desapareceu. - Ele disse com o semblante preocupado.
– Nós poderíamos sair hoje, o que acha? - Perguntei.
– Nós... - Ele apontou para mim e para ele.
– Não! - Falei rapidamente. - Quer dizer, também, mas a minha amiga quer conhecer vocês – Falei. - Poderíamos sair eu, você, , , Liam e Beatrice.
– Claro. Parece ótimo. – Disse sem jeito.
– Nos encontramos no Grill às 20:00? - Disse e ele assentiu.
, me ajuda, aconteceu uma coisa e está me tirando o sono, preciso conversar contigo antes que... – Daniela, uma das minhas pacientes, veio até mim e começou a falar até notar do meu lado. – Desculpe. – falou e ficou levemente vermelha.
– Sem problemas, Dani. - Falei. - Com licença, . - Ele sorriu e eu sai dali.
Depois de falar com Daniela decidi fazer uma pausa e ir até a sala dos professores pegar um café já que a minha máquina estava quebrada. Assim que cheguei lá me deparei com Beatrice sentada em uma mesa com as mãos no rosto, parecia preocupada.
– Beatrice? Aconteceu alguma coisa? - Perguntei me sentando ao seu lado.
– Não, não! - Ela falou e rapidamente limpou as lágrimas.
– Bea... - Comecei. - Nós somos amigas, você sabe que pode me contar tudo e qualquer coisa. - Falei pegando em uma de suas mãos e olhando dentro dos seus olhos que brilhavam por causa das lágrimas.
– Meu pai... - Ela falou com calma e fungou. – Acabou de sofrer um acidente de carro. O caminhão desgovernado veio para cima dele. - Ela disse e começou a chorar mais ainda. Ó meu Deus! Não estava acreditando.
- Ele... – Comecei devagar sem saber muito como terminar a frase.
- Ah! – Ela se apressou. – Não, não, mas está em estado grave.
– Vá para casa de sua mãe, fique com ela! Pode deixar que eu falo com a Sra. Muffin. - Disse me referindo a diretora.
– Tem certeza? - Ela perguntou.
– Sim, claro! Não vai te ajudar em nada dar aula nesse estado, ele é seu pai e sua família merece toda a atenção do mundo agora. Além do mais você pode pôr fogo no laboratório de Química. - Falei e ela riu assentindo.
– Tudo bem. - Então ela falou e saiu dali.
Me levantei e peguei o meu café e então fui até a sala da Sra. Muffin.
– Com licença? - Questionei batendo na porta e a abrindo.
– Sim, . - A Sra. Muffin é uma mulher de em média 55 anos muito querida e simpática, a escola é da família dela.
– Queria apenas lhe comunicar que a professora de química, Beatrice Bennett, teve de ir para a casa de sua mãe, pois seu pai acaba de sofrer um acidente de carro. - Falei e a velhinha em minha frente pôs a mão na boca, assustada.
– Tudo bem. - Ela falou rapidamente mexendo em alguns papéis. - Pode ir , e obrigado. - Depois disso saí e só escutei um "alô" vindo de dentro da sala.

xxx

Já era noite e eu estava em casa, já tinha avisado todo mundo que iríamos no Grill encontrar os .
Estava me arrumando quando entra no meu quarto com dois vestidos.
– Qual acha que fica melhor? - Ela disse colocando os dois na frente do corpo, um era branco de alças finas e o outro era azul com uma manga lateral, descia justo e abria levemente na parte da saia.
– O azul. - Respondi e ela saiu saltitante.
Quando terminei de me arrumar já eram 19:45, coloquei um shorts jeans com um cropped com estampas de girassóis e então desci esperar . Não demorou muito e ela desceu pronta e então fomos para o Grill.
– Você chamou a Beatrice? - Perguntou Liam. e ainda não tinham chegado.
– Sim, fora visitar o pai hoje e está bastante abalada, mas disse que seria bom pensar em outras coisas e as tias iriam fazer companhia a mãe, chegará um pouco mais tarde. - Respondi.
– Oi!! Desculpem o atraso. - falou colocando sua bolsa na cadeira depois abraçando todo mundo. Ela estava linda, vestia uma calça jeans toda rasgada, em cima um body ciganinha branco e nos pés um tênis também branco. - Eu sou a . - Falou estendendo a mão para a ;
– Prazer, . - falou com um sorriso.
– E onde está ? - Liam pediu curioso.
– Foi ao banheiro. - Ela falou revirando os olhos e todos nós rimos.
Depois de uns dois minutos apareceu e UAU! Ele estava muito gato, vestia uma regata branca e um casaco de couro preto em cima com calças escuras e bem coladas com um tênis preto.
- Quer um guardanapo para limpar a baba? - falou no meu ouvido dando risada e eu apenas a ignorei.
cumprimentou todo mundo e então começamos a conversar.
– Nunca vi você na escola, trabalha no que? - pediu para .
– Sou Chef de cozinha no Fall's. - Ela falou sorrindo.
– Ah que legal! Temos que ir lá da próxima vez. – falou e nós assentimos.
faz uns cupcakes maravilhosos. - Falei. - São os melhores. - Finalizei e corou.
– Obrigada!
– Com licença, o que vão querer? – Matt, um garçom amigo nosso, pediu se aproximando da mesa e virou o rosto. Eles haviam namorado por um tempo mas não deu nada certo e hoje mal se olham.
– Pode ser uma porção de camarão com batatinhas fritas? - Liam pediu para nós que concordamos prontamente.
– E para beber?
– Eu quero um suco de abacaxi. - Disse e as meninas pediram o mesmo, já Liam pediu cerveja e um suco de laranja.
– Não bebe? - Pedi para .
– Bebo, mas hoje prefiro ficar no suco. - Ele falou sorrindo abertamente mostrando aqueles dentes maravilhosos. , chega!” me repreendi em pensamento.
– Mas então... - falou parando de rir depois de uma piada que Liam contou. Nesse momento Beatrice já tinha se juntado a nós. - Vocês são irmãos?
– Não e sim. - falou. - é meu meio-irmão.
– Ah sim. Que legal! - Não entendi o porquê de estar fazendo essa pergunta, já que eu havia falado isso para ela. - E os pais de vocês são de onde? - Ela perguntou animada.
Ó não! Já sei onde quer chegar! Numa tentativa de chutar as pernas de para ela ficar quieta acabei chutando as de .
– Ai! - Ela disse.
– Ui, me desculpe! - Falei rapidamente. - Fui me esticar.
– Ah, sem problemas! - Ela falou sorrindo e bebericando de seu suco. - Então , respondendo a sua pergunta, eu e minha mãe somos do Texas e o e seu pai são da Califórnia, acabamos nos mudando para Califórnia depois da morte do meu pai, eles se conheceram, se apaixonaram e juntaram as escovas de dente– Sorriu amarelo.
– Califórnia? Adoro! Já fui para lá num congresso de culinária. Ano passado, foi 1 mês incrível - falou com os olhos brilhando. - Tenho familiares lá também. – Mentiu. - Qual é o sobrenome do seu pai ? Vai que somos primos distantes. - Ela falou e todo mundo riu da empolgação e curiosidade da garota – . - Nesse momento eu que estava bebendo de meu suco cuspi tudo na cara de Liam e todos me olharam assustados.
- Ta tudo bem? – perguntou enquanto me olhava e entregava alguns guardanapos para Liam.
– M-me desculpem, vou ao banheiro. - Falei rapidamente e sai correndo.
"Meu Deus, meu Deus" eu pensava enquanto passava batendo pelas pessoas. Ao chegar no banheiro me olhei no espelho assustada.
? Ta tudo bem? - Beatrice e entraram rapidamente no banheiro.
– T-ta. - Falei ainda tremendo.
– O que foi aquilo? - Beatrice pediu.
– Beatrice, se importa de cuidar a porta do banheiro e não deixar ninguém entrar? Preciso ter uma conversa com a .
– Claro. - Ela falou e saiu.
Comecei andar de um lado para o outro sem saber o que fazer.
! - me pegou pelos ombros e me chacoalhou. - TE ACALMA MULHER! - Ela gritou, jeitinho de ser.
– Ai! Não grita. - Falei. - O que vamos fazer? O que você fez?
– Eu não fiz nada, somente te ajudei. Eu sei que no fundo você queria saber.
– Não, eu não queria. - Falei passando as mãos pelos meus cabelos e ela me olhou arqueando a sobrancelha. – Ok, eu queria, mas não dessa forma, ! Ele vai pensar que sou louca, vai que ele nem saiba das coisas? Vou jogar o menino nessa loucura?
– Tudo bem. - Ela falou com as mãos na cintura. - Mas agora você sabe e nós vamos lá em casa, você vai pegar aquela carta e vai dar para ele. - Ela falou decidida.
– Não! Não sabemos se é ele. - Falei e ela arregalou os olhos.
– VOCÊ ESTÁ BRINCANDO? É ÓBVIO QUE É ELE . - Ela falou se exaltando de novo.
– Ta, ta. - Disse erguendo as mãos e me rendendo. - Mas não vou fazer isso agora. Deixa eu me aprofundar no terreno, nós acabamos de nos conhecer. - Falei e ela assentiu. - Eu vou para casa, não tenho mais coragem de olhar para eles. Você fica e fala que eu passei mal.
– Ta bom. - Ela falou e nós saímos do banheiro. Me despedi de Beatrice dando uma desculpa qualquer e fui para a casa.
Tenho muito o que pensar.


VI

Pov

Depois do surto de Katherine no Grill eu e nos olhamos desconfiados, havia alguma coisa errada ali, mas decidimos não demonstrar para nossos amigos e continuamos a agir normalmente. Porém eu sentia o nervosismo de Katherine em mim, sentia que ela estava desconfiada de alguma coisa e de que isso a estava deixando tensa.
– Nossa, está muito tarde. - Falou olhando em seu celular.
– Pois é! - Concordou Beatrice.
– Bem, acho que já está na minha hora. Katherine está sozinha em casa e esqueceu a bolsa. - falou se levantando. - Vou ir. Beijos pessoal, até mais! - Ela falou soprando beijos no ar e saiu em direção a porta.
– Eu também vou. - Liam falou e se despediu de nós saindo pela porta.
– Essa é a minha deixa. - Beatrice falou rindo.
– Bom, vamos então? - Perguntei a que riu e assentiu.
– O que você acha que foi aquilo com a ? - Perguntei assim que chegamos em casa.
– Não sei. Mas algo me diz que ela não passou mal.
– Pois é, foi depois que eu falei meu sobrenome.
– Será que ela sabe de alguma coisa? - perguntou preocupada.
– Não! Isso é impossível. O que ela sabe é o que os pais dela deixaram para ela, a ensinaram desde nova, mas nunca foi falado sobre mim, sobre o anjo dela. - Falei me sentando no sofá.
- Você tem total certeza sobre isso? – questionou arqueando as sobrancelhas.
- Não, mas se ela soubesse com certeza iria vir falar comigo.
– Sim, você tem razão. - Ela falou mais tranquila. - Vou me deitar. - Completou e saiu dali.
"O que será que Katherine sabe? Eu sei que quando os pais dela explicaram tudo para ela, deixaram um ritual de como invocar os anjos caso eles estivessem certos sobre os hidus, mas será que eles deixaram o meu ritual? O do anjo da guarda ou um mais... aleatório? Katherine não lida bem com mentiras e omissões, se ela já sabe sobre mim, se os pais delas a ensinaram como me chamar, eu terei um grande problema pela frente, custando até a confiança de guardião e protegido." pensava comigo enquanto ia para o banheiro tomar um banho quente e relaxante.
– Tenho que dar um jeito de falar com ela. - Falei para mim mesmo e adentrei no box.

Pov

chegou em casa e eu desci as escadas na velocidade da luz, queria muito saber como foi o resto do jantar sem mim.
– E então? - Perguntei assim que ela colocou o pé dentro da casa.
– Ocorreu tudo bem. Exceto por Liam que ficou reclamando sobre a blusa. - Ela falou dando risinhos.
– Acho que devo desculpas e uma blusa nova. - Falei me jogando no sofá. Tinha acabado de sair do banho e ainda estava com a toalha na cabeça. - Será que eles não desconfiaram? - Perguntei me referindo a e .
– Se desconfiaram não deixaram-se mostrar. - falou dando ombros. - Vou tomar outro banho e depois quero falar com você. - Ela disse subindo as escadas.
– Putz! – Joguei a cabeça para trás enquanto subia junto com ela novamente. Lá vem!
Depois de sair do banho ela foi até o meu quarto para conversarmos.
– O que quer falar? - Perguntei curiosa chamando ela para se sentar ao medo lado na cama.
– Lembra-se do nosso trato? - Ela pediu arqueando as sobrancelhas e franzindo o cenho.
– Qual deles? - Pedi fazendo graça.
– O que se fosse verdade esse negócio todo de Hidus, que seus pais falaram, nós iriamos contar para Liam e para Beatrice.
– Sim, mas não temos certeza se eles existem. - Falei e me tacou uma almofada. – quer parar de jogar as coisas em mim?
– Helloo – ela disse me ignorando - se seus pais estavam certos sobre com certeza estão certos sobre os Hidus. - Falou ela toda cheia de si pela sua lógica óbvia.
– Ta, tanto faz. Vou confirmar sobre e sobre os Hidus e SE for verdade nós contamos. - Falei pronta pra expulsar ela do meu quarto para que eu pudesse secar meus cabelos e ir dormir.
– Então prepare seu discurso meu bem. Pois nós vamos contar. - Ela falou e saiu dali me deixando pensativa. Como vou contar para Beatrice e para Liam? E o mais importante: Eu chego falando pro o que eu sei ou me faço de doida e chamo ele da maneira que meus pais me ensinaram? Aliás, ele sabe que eu sei? Ou ele só foi enviado por precaução?
As perguntas rodeavam minha cabeça me deixando zonza, as coisas andavam acontecendo de maneira tão abrupta que eu já não sabia mais o que pensar e nem como me organizar, já tinha entendido que o tempo de avisar o céu que algo estava acontecendo já tinha passado, a prova é que se o for o dos meus pais, eles provavelmente já estavam bem mais informados que eu.
Meus pais sempre me avisaram, primeiro avise os anjos, depois chame seu protetor, ele vai te ajudar, te defender e te explicar as coisas, só não entendi quando foi que eu fiquei tão ingênua a ponto de ignorar tudo que me foi ensinado e deixar que eles tomassem alguma atitude.
Me sentir inútil já não era somente um pensamento, era um fato, me sentia incapaz de fazer qualquer coisa de tão perdida, o clichê “mais perdido que cego em tiroteio” já nem servia mais, com certeza estava mais perdida que isso.
Suspirando profundamente, tirei a toalha de minha cabeça e passei a mão em meus cabelos úmidos na tentativa de desembaraçar um pouco, levantei-me da cama e fui em direção a minha sacada, sentei-me na cadeira que havia ali e olhei para cima, o céu estrelado que normalmente me dava paz agora me deixava mais nervosa.

Pov Narrador Observador

Após sair de seu banho resolveu tomar alguma atitude, olhou a hora em seu celular e apesar de já passar da uma decidiu que falaria com naquele momento mesmo, ele não podia mais esperar, precisava tomar as rédeas da situação, sentia confusa e perdida, precisava aliviar a tensão que a garota sentia, ajuda-la entender tudo, organizar as coisas em sua vida.
Os hidus estavam quietos, desde a última aparição a única coisa fora do normal que passou a acontecer foram os dias ficarem mais curtos, mas a verdade que eles até então disseram que iam mostrar ainda estava sob os panos.
sentia medo, sabia que não fazia sentido eles simplesmente atacarem a terra do nada, pois se isso fosse acontecer nem showzinho em televisão teria, porém não deixava de pensar no que eles estariam tramando para demorarem tanto a dar um sinal.
O anjo caminhava em direção a casa de sua protegida, mas ao passar na frente de um beco escuro seus instintos gritaram que algo estava errado, parou abruptamente e olhou para o fim do beco, mas devido ao enorme breu não enxergou nada, e até que as coisas não ficassem claras com os seus poderes estavam trancados. Tentou normalizar sua respiração e aguçar sua audição para tentar escutar algo, foi então que alguns gemidos e um choro baixinho puderam ser ouvidos.
entrou na rua estreita e assim que chegou próximo ao fim do beco viu que três homens rodeavam uma garota.
– Posso saber o que está acontecendo aqui? - Perguntou indo até os homens que viraram furiosos para ele, assim que eles abriram um pequeno espaço notou que a menina não tinha mais de 17 anos e estava encolhida no canto, chorando.
– É da polícia? - Um dos homens pediu.
– Não. - Falei cruzando os braços na altura do peito, confortavelmente.
– Então saia daqui. Você não tem nada a ver com isso. - Outro respondeu imitando o gesto de .
O anjo não moveu um músculo para sair dali, então o mais alto do grupo partiu para cima dele tentando lhe acertar um soco, com agilidade pegou a mão do homem e a torceu, juntamente com seu braço para atrás das costas, assim que o homem gemeu de dor ele o largou no chão se preparando para defender-se do próximo ataque, em poucos minutos os três se encontravam no chão gemendo e resmungando de dor, sorriu de lado vendo a cena.
- Acho melhor vocês irem embora. – mandou sério e um trovão cortou o céu. Os homens olharam desesperados para ele e então rapidamente levantaram e saíram correndo. – Está tudo bem com você? - Perguntou preocupado se abaixando até ficar na altura da menina.
– Sim, graças a você eles não tiveram tempo de fazer nada comigo. - Ela respondeu ainda com a voz embargada por conta do choro e o abraçou.
– Que bom, agora a senhorita vá direto para casa. Entendido? - Falou e ela assentiu saindo dali e entrando em um prédio no final da rua.
Assim que levantou-se do chão analisou em volta para ver se tudo estava tranquilo e após constatar que mais nada de errado acontecia, suspirou cansado e decidiu voltar para casa.
Sentia-se cansado, afinal, fazia tempo que não precisava lutar e ao mesmo tempo que se sentia frustrado por ter de deixar a conversa com para mais tarde, sentia-se orgulhoso por ter ajudado uma menina e de quebra mostrado para si mesmo que ainda estavam em forma.

XXX

havia levantado tarde, após passar grande parte da madrugada sentada na sacada tentando tomar uma decisão que não a levou para lugar nenhum decidiu voltar para sua cama e descansar. Ao acordar fez sua higiene matinal, abriu seu guarda-roupa, vendo a bagunça que estava dentro do mesmo, decidiu ficar de pijama.
– Bom dia, dorminhoca. - falou com uma colher de madeira na boca.
– Bom dia. Você não se cansa de cozinhar? - Pediu vendo a amiga mexer alguma coisa na panela.
– Não, e além do mais hoje temos visitas.
– Temos? - Perguntou. – Não me lembro de termos convidado ninguém.
– Sim, convidei mais cedo e para almoçar conosco.
– VOCÊ O QUE? - Gritou levantando-se da cadeira que recém tinha sentado.
– Um dia desses os vizinhos irão bater na nossa porta e eu vou colocar a culpa todinha em ti por ser uma surtada. – respondeu dando ombros. - Você e o PRECISAM ter aquela conversa e se não for por mim você só vai tomar a iniciativa quando uma guerra ocorrer ao seu redor. – voltou a atenção para o fogão em sua frente, escutou bufar e resmungar que iria se arrumar.
– Porque? Ta ótima assim. – apontou para o pijama de renda preta que vestia.
– Porque eu estou de pijama. – Falou.
- Tenho certeza que iria A-M-A-R – Soletrou dando uma gargalhada, revirou os olhos e falou que a amiga era uma devassa.
Ao abrir novamente a porta do guarda-roupa, quis chorar, não conseguia achar uma peça descente no meio da montanha de roupas empilhadas.
- É só um almoço, não surta. – falou baixinho para si mesma, resolveu pôr um shorts jeans e uma blusa de girassol, ao olhar-se no espelho sentiu falta de uma gargantilha, sentou-se na frente de sua penteadeira, abriu sua caixinha de joias e pegou um colar que era de sua mãe. o amava, lembrava-se que Ella sempre contava a história do colar antes de dormir.
Meio dia em ponto a campainha da casa de toca e depois de uma mini discussão com sobre não querer ir atender a porta a garota é vencida por uma ameaça de uma colherada na cabeça e vai.
– Oi gente. - Falou e em seguida deu um beijo na bochecha de e um beijo na bochecha de . No curto caminho da cozinha a porta de entrada, a menina decidiu que se faria de louca, iria esperar.
– Oi! - Os dois falaram juntos.
está na cozinha terminando o almoço. Vamos lá. - Falou e eles a seguiram. - Espero que não se importem com a bagunça da casa, só me avisou que vocês iriam vir quando eram 10:00 horas. - continuou e abriu a boca chocada por estar recebendo a culpa.
– Até avisaria antes se você acordasse mais cedo. - Ela respondeu fazendo mostrar a língua pra ela.
– Espero que não estejamos atrapalhando. - disse com um sorriso brincalhão no rosto ao ver como as duas amigas se tratavam.
– Não, claro que não. É sempre um prazer ter divindades em nossa casa. - falou fazendo e arregalaram os olhos.
e suas piadinhas. – riu nervosamente e jogou um olhar ameaçador para a amiga.
- Bom, o almoço está servido. – falou assim que colocou a última panela na mesa. – espero que gostem, é risoto de camarão.
- Como adivinhou? É o meu favorito! – falou dando um sorriso largo e pegando seu prato para se servir.
Após alguns minutos onde o único som que se escutava era dos talheres batendo nos pratos, resolveu quebrar o clima.
– Belo colar.
– Obrigada. Minha mãe que me deu quando eu era pequena. - Respondeu e virou a cabeça para ver qual colar era.
– Eu amo esse colar e a história dele. - Ela falou entusiasmada.
– Qual a história? - pediu enquanto servia-se mais uma vez.
– Bom...- Começou . - Minha mãe contou quem tinha um anjo... - ela franziu o cenho como se tentasse se lembrar do nome. - Qual era o nome mesmo ?
. – Respondeu sorrindo. - Está ai um nome que nunca vou me esquecer.
– Também pondera você só sonhava com um rapaz com esse nome. - falou e as duas riram. mandou um chamado mental para , assim que a amiga abaixou as barreiras o anjo falou “Esse é o nosso ?” “Eu não sei, mas não existem muitos anjos com esse nome.” “Como é possível se quando ainda era criança ele já havia sido punido?” “Não sei, cala a boca e escuta a história, nossos poderes estão fracos até tudo ser revelado, isso está me dando dor de cabeça” - Enfim... esse fez uma coisa boa lá no céu, segundo minha mãe, mas foi mal compreendido, a verdade foi maquiada e ele foi traído, sendo assim foi punido e virou um anjo caído, minha mãe falava que esse colar só tem uma asa porque quando ele caiu perdeu a outra. Nunca entendi a ligação do colar, com minha mãe e com o anjo, e ela nunca me contou também. - Ela disse dando ombros e passando na mão do colar. Ele era prata, tinha uma pedra vermelha no centro seguido de somente uma asa do lado esquerdo.
Depois de mais alguns comentários de sobre como era injusta por não dar o colar para ela, já que era ela que sonhava com um rapaz de mesmo nome o almoço seguiu normalmente.
Após o almoço o grupo foi para a sala em busca de algo divertido para assistir, quando deu o terceiro intervalo do filme, decide que é um bom momento para fazer mais pipocas e chama para ajudá-la.
- Vai falar que hora? – perguntou pegando mais um saco de pipocas e colocando no micro-ondas enquanto fazia a cobertura.
- Não vou falar, isso não pode ser feito dessa forma, e se estivermos erradas?
- E se não estivermos? , essa não é você, amiga, você precisa falar, ajeitar as coisas, tem noção de que uma guerra pode acontecer a qualquer momento e você está sentada de braços cruzados por medo? Ella sempre disse que você é o principal meio de conversar com os anjos e ajudar os humanos, já está na hora de começar a se mexer. – o micro-ondas começou a apitar e pegou a pipoca e a cobertura voltando para a sala deixando para trás uma pensativa.
Alguns minutos haviam se passando e a menina ainda não voltara, preocupado com que algo pudesse ter acontecido com ela, levantou-se sorrateiramente para não atrapalhar o filme das garotas e foi em busca de sua protegida, ao chegar na cozinha notou que ela não estava mais lá, então caminhou para a varanda e a encontrou sentada numa cadeira olhando para o jardim de forma vidrada.
- Algum problema? Não estava gostando do filme? – falou colocando a mão suavemente no ombro da garota o que a fez pular de susto. – Desculpe, não foi a intenção.
- Sem problemas. – ela respondeu dando um sorriso chocho, sentou-se ao seu lado e decidiu que ficaria ali fazendo companhia para ela, mesmo que fosse em silêncio, algo perturbava , ele precisava saber o que era. Depois de notar a garota abrir e fechar a boca várias vezes, soltar diversos suspiros e praticamente roer todas as unhas ele desistiu e resolveu perguntar, quando fez a menção de abrir a boca falou. – precisamos conversar.


VII

Narrador observador

O coração de batia acelerado, as palavras de ricocheteavam em sua cabeça, ele já imaginava, mas não queria acreditar.
- Não estou entendo... o que exatamente você sabe? – tentou.
- Por favor, somos dois adultos, cansei desse joguinho, você sabe do que eu estou falando.
- , juro, você tem que me contar, eu não sei exatamente o que você quer dizer.
- Eu sei que você é um anjo, , eu sei sobre tudo. – Ela deu ombros e virou-se novamente para frente.
prendeu a respiração e soltou-a devagar.
- Ok.
- Ok? É isso que você tem pra me falar? – o encarou indignada. – Porra, ! Eu acabei de te falar que eu sei toda a verdade e você me responde com um “ok”? Você está achando que eu sou uma palhaça?
- Não, meu... – ele se interrompeu. – jamais pensaria isso de você, é só que... eu estou muito chocado, eu imaginava, mas... – notou que o anjo em sua frente estava desnorteado e não conseguia formular as frases, então, deu um tapa em suas próprias coxas e levantou-se.
- Olha, só quero te dizer que eu sei sobre tudo, e eu sei que posso ter errado por demorar na hora de chamar vocês e que, provavelmente, vocês já estão bem mais adiantados que eu, mas eu me sinto enganada por você e por , e eu acho que estou no meu direito, então, eu vou me retirar daqui, você e a vão para casa, resolvam o que tem para resolver e amanhã bem cedo você volta aqui, vamos conversar, cansei de ignorar todos os sinais, cansei de ficar calada, o mundo literalmente pode acabar amanhã e eu não quero mais ficar de braços cruzados e muito menos no escuro, e quem sabe até lá o gato devolve a sua língua. – A garota então virou-se e saiu da varanda, passando reto pela sala e indo direto para o seu quarto, ela lutava contra as lágrimas, não queria chorar, não tinha motivos para chorar.
Já era noite e e haviam ido embora, não contara para sobre a conversa que tivera com na varanda, a menina na verdade nem saíra do quarto e achou melhor deixa-la quieta e no seu canto, imaginava que não tinha sido fácil, pois assim que voltou para dentro da casa, apenas chamou para ir embora e saíram sem nem se despedir direito, não que tenha levado a leve falta de educação para o coração.
Sendo assim, entediada e com sono resolveu que era uma boa hora para ir deitar-se, depois de lavar a louça das pipocas e organizar a sala ela subiu as escadas rezando para ter uma boa noite de sono.

estava em uma floresta, estava tudo escuro e começava a garoar, a única coisa que via eram árvores e uma trilha, seguiu esse caminho. Quando chegou no final da trilha viu uma enorme casa amarela, mas só depois de alguns minutos percebeu que aquela era a sua casa. Correu para dentro tentando se safar da chuva que havia ficado mais forte, tentou chamar pelo pai e pela mãe, mas não tinha ninguém em casa, subiu as escadas rumo ao seu quarto, porém antes de conseguir entrar escutou um barulho vindo do mesmo, deu um pulo para trás com o susto, a porta não estava totalmente fechada tinha uma pequena fresta na qual ela podia enxergar dentro.
Um homem.
Tinha um homem sentado em sua cama, mas a garota não sentia medo, ela o conhecia! Abriu devagar a porta e assim que enxergou melhor pode vê-lo com total clareza, o rapaz que era muito mais alto que a menina, ao ouvir a porta abrir ergueu a cabeça com o semblante assustado, mas assim que reconhecera abriu um enorme sorriso.
! – Falou surpresa em vê-lo. Fazia tanto tempo.
! Eu não acredito, você pode me ver? – Ele perguntou entusiasmado.
– Sim, eu posso. – Respondeu.
Ele levantou as pressas e foi abraça-la, demorou um pouco para corresponde-lo por conta do susto, mas logo estava com seus braços ao redor da cintura do anjo.
– Você está tão linda. – Ele falou olhando-a de cima a baixo e as lágrimas começavam a escorrer por sua face.
– Como? Faz tanto tempo! – Questionou passando a mão no seu rosto limpando-as.
– Eu sei! E temos muito pouco tempo, preciso ser rápido!
– O que? Do que está falando?
– Venha irei te explicar tudo.
Ele puxou-a para a cama e sentou-se ao seu lado. Estava demorando a acreditar que ele estava mesmo ali, depois de todos esses anos.
– Eu vou ser rápido antes que desconfiem, e depois respondo as suas perguntas. – Ele falou e a menina apenas assentiu. Não estava entendendo nada. – Eu estou preso em um lugar que é entre a Terra e o Inferno mais conhecido como o Limbo, e preciso muito da sua ajuda e a de . – Ele continuou. – Quando eu falava com você eu já havia sido banido do Céu, pensei que iria direto para o Inferno, mas eles resolveram me mandar para a Terra e assim eu vagaria eternamente ainda com meus poderes, assim poderia falar com você a qualquer hora e você não precisaria crer em mim. Um dia Demitri, um demônio que pode atravessar todas as passagens me encontrou e a serviço do Anjo das Trevas ele me questionou o porquê de eu estar ali e o que eu sabia sobre O Plano, quando eu falei que não sabia de nada e que ele estava louco ele chamou o Trem, que a princípio eu pensei que só levava caçadores, e me colocou dentro dele me levando para o Limbo, eu estou aqui até hoje em uma cela onde meus poderes não funcionam e eu preciso sair daqui para descobrir sobre O Plano e derrubar aqueles que me enviaram para cá injustamente.
– Senhor! – Falou chocada. – Mas se agora você não tem mais poderes como consegue entrar em meu sonho? – Perguntou.
– Se eu tivesse ficado na Terra, eu ainda teria controle sobre os meus poderes, então poderia falar contigo o tempo inteiro e não teria desparecido, mas no Limbo eu não tenho esse controle, para conversar com as pessoas eu preciso que elas acreditem em mim, que se lembrem, hoje, por algum motivo, você se lembrou. – Ele disse com um sorrisinho.
– Ah, ok... – abaixou a cabeça constrangida. - mas quem são Eles? – Perguntou lembrando-se do que ele disse.
– São alguns anjos muito importantes, não mais importantes que os anjos dos 6 arcos, mas ainda assim importantes, e tudo o que eu sei é que eles estão formando um rebelião no Céu e quando eu descobri e ameacei contar para Gabriel eles me baniram e inventaram uma história lá em Cima julgando-me como Pecador. – colocou a sua mão por cima da dele como forma de apoio.
– Como e eu podemos lhe ajudar? –Questionou.
– Falem com algum anjo de confiança, o invoquem, sei lá, mas eu preciso que me tirem daqui. Tenho algumas coisas para esclarecer.
– Tudo bem, nós iremos falar com e .
e ?
– Sim, e . – Disse e ele arqueou a sobrancelhas. – apesar que eu não sei mesmo se esses são os sobrenomes reais deles... – completou pensativa.
– Como vocês os conhecem?
veio para a Terra se passando de professor de música junto com a que seria professora de dança na escola de . Acho que ele é o anjo da guarda dela.
– Mas como vocês descobriram?
foi até a sua antiga casa e encontrou uma carta da Ella e do Natan direcionado a , então só precisamos perguntar o sobrenome dele quando ele chegou e bingo! Já sacamos tudo. Na verdade eu saquei. – Falou balançando a mão no ar e riu. - Ele e tiveram uma conversa hoje à tarde sobre isso, mas ela ainda não me contou os detalhes. – Falou se lembrando da conversa que teria com a amiga.
– Hm, isso significa que os Hidus chegaram na Terra? A Profecia estava correta? – assentiu - Tudo bem, olhe estou aqui a muito tempo, logo os guardas irão perceber que não estou mais na cela, então tenho que ir!
– O que? Já? Mas eu nem te contei tudo.
– Eu sei princesa, mas eu realmente tenho que ir. – ele passou a mão no rosto dela, tirando uma mecha que estava sob os olhos.
– E se eu não ver mais você?
– Isso nunca vai acontecer, independente de quaisquer coisa eu estarei sempre com você. – Então ele deu um beijo suave na testa de e sumiu.


acordou suando, parecia que tinha corrido uma maratona, seu coração estava tão acelerado que ela achava humanamente impossível, quando se deu conta de tudo o que acontecera nesses minutos deu um pulo de susto.
– Ó meu Deus!! apareceu, ele está bem! Não acredito!!! – Falou para si mesma levantando-se da cama e indo em direção ao banheiro, queria lavar o rosto com água gelada para se refrescar e tirar um pouco o suor, mais um banho estava fora de cogitação.
sempre soube que todos os sonhos com na sua infância nunca tinha sido apenas a sua imaginação infantil trabalhando, e agora ela tinha a total certeza de que ele era real. A sua única dúvida sobre isso, era que que depois que crescera ele nunca mais tinha aparecido e a garota não entendia o porquê, mas agora tudo fazia sentido, a lenda contava que ele tinha caído a muito tempo, e ele mesmo lhe informara que quando ela era criança ele já estava preso.
“Preciso contar para sobre esse sonho e assim que ela me contar sobre sua conversa com , nós iremos chama-lo e fazer um plano de como vamos salvar !” Pensou, após jogar a água no rosto e abrir as janelas para o vento entrar, deitou-se novamente em sua cama, ainda faltava muito para amanhecer.

XXX

– Bom dia! – Falou quando chegou na cozinha e notou que já estava lá.
– Bom dia, o que aconteceu para você dormir tanto? – Ela pediu enquanto tentava virar uma panqueca na frigideira. Sem sucesso. A amiga balançou a cabeça negativamente e tomou o lugar dela.
– Um sonho. – Respondeu.
– Uh, me conta, acho que você passou um pouco do seu amor por sonhos. – Ela falou enquanto pegava suco na geladeira.
– Conto sim, mas primeiro a senhorita vai me contar a conversa com o Anjo Gostosão. – falou referindo-se a .
sentou-se na mesa e após dar um longo gole no suco começou a contar detalhadamente os acontecimentos do dia anterior.
- Como assim ? Você simplesmente despeja tudo na cara do menino sem mais nem menos e quando ele fica sem palavras sobre como a situação foi relevada você apenas o manda ir embora e voltar no outro dia? Qual o seu problema? A gente tinha combinado que vocês iam sentar e conversar, não que você abriria a matraca e o mandaria embora. – revirou os olhos com o monólogo da amiga. – enfim, - continuou . – você já o que vai fazer quando ele chegar?
– Não, mas agora você me conte sobre seu sonho. – mudou rapidamente de assunto, sua cabeça doía só em pensar na conversa que teria mais tarde com seu anjo.
– Ele voltou!!! – Comemorou com pulinhos, nesse momento teve certeza de que a amiga tinha uns parafusos a menos.
– Quem?
– O , ele voltou para os meus sonhos.
– Meu Deus, isso só pode ser brincadeira. Todo mundo resolveu dar as caras agora? – questionou e deu ombros. – Me conta logo, quero os detalhes, o que ele disse?

XXX

contou tudo nos mínimos detalhes para a amiga, inclusive como continuava lindo, esse comentário fez revirar os olhos.
– Temos que ligar para o e para ! – falou após uns minutos de silencio.
– Calma, calma, um problema de cada vez, primeiro eu vou conversar com que... – olhou a hora em seu celular – já deve estar chegando e depois que nos acertarmos eu te chamo para falar com ele e salvarmos o seu precioso anjinho.
- Combinado, bom, já que ele está vindo, eu vou me retirar para os meus aposentos e tomar um longo e relaxante banho, beijinhos. – A morena voltou para a escada e sumiu ao virar o corredor do andar de cima.
bufou, sua barriga começava a doer pelo nervosismo, teve uma longa noite para pensar que talvez tenha exagerado um pouquinho no dia anterior.
Querendo deixar o nervosismo de lado e ocupar a cabeça até a chegada do rapaz, a menina subiu até o seu quarto e voltou para a sala com o livro de Anjos que pegara na sua antiga casa em mãos, jogou-se no sofá e o abriu começando a lê-lo.
Passando alguns longos minutos, percebeu que não havia nada de novo ali, ela já sabia sobre tudo isso, feitiços, aparência, história, como chamar seu próprio anjo da guarda, fechou o grosso livro irritada, nada que poderia lhe ajudar, nada que poderia lhe dar uma luz sobre o que estava prestes a acontecer, infelizmente, para a garota, a única pessoa que poderia lhe ajudar sobre isso era o anjo na qual, no momento, ela estava brigada e que teria uma longa e angustiante conversa.
Prestes a levantar-se e ir guardar o livro em seu lugar, escutou a campainha tocar, deixou-o na mesinha de centro, passou a mão em seus cabelos e respirou fundo.
Chegara a hora de pôr os pingos nos i’s.

ANTES

Pov Poirier


Lá estava eu, mais uma dia, preso naquele lugar e sem meus poderes. Fazia muito tempo que eu estava lá, mas as horas não passavam e a sensação era de que tinham me trancafiado a minutos. Naquela cela fria eu me encontrava sentado no chão em algum canto tentando me lembrar de como eu tinha deixado as coisas chegarem naquele estado. Já não sentia mais medo. A única coisa que havia dentro de mim era saudades e raiva, raiva de mim mesmo por ser tão burro.
Soquei a parede.
Bufei.
Sabia que não podia deixar as coisas chegarem a aquele ponto, eu precisava de ajuda. Mas de quem? Sem meus poderes não poderia chamar ninguém. A única coisa que ainda me restara era o "rádio", como gostávamos de chamar, mas na verdade é só uma coisa que os anjos tem para se comunicar entre si. Na época que eu caí eles falavam muito de mim, na verdade eu era o assunto principal, mas hoje nem se quer se lembravam.
Todo santo dia desde a minha primeira vez aqui eu tentava fazer contato com ela mas parece que até ela havia me esquecido.
Pesadelos.
Há muito não sabia o que era uma noite de sono tranquila. Se eu tivesse sido mais cuidadoso! Eu já estava preso quando falava com ela, mas a diferença é que ela acreditava em mim! Quando eles descobriram me colocaram aqui onde é impossível usar os meus poderes e eu só posso me comunicar com ela se ela acreditar. A única coisa que posso usar para me manter sã, são as memórias.

Flashback on

Novamente estava eu tentando avisa-la do perigo que ela corria. Posso ser idiota por estar falando com uma criança mas ela é inteligente vai saber que é verdade e que não é um simples sonho.
– Você corre perigo! - Falei para ela mais uma vez e a pequena garotinha revirou os olhos.
– Eu sei! Você já disse isso. - Ela falou com as mãos na cintura.
– Só quero lhe proteger.
– Você é meu anjo da guarda? - Ela pediu sorrindo.
– Sim. - Falei e ela pulou, seus olhinhos estavam brilhantes.
– Eu pensei que anjos tinhas cabelos cacheados como miojo. - A menina falou enrolando o próprio cabelo e eu soltei uma larga gargalhada.
– Fazemos vocês pensarem isso.
, a também corre perigo? - Todo o brilho que havia em seu olhar tinha desaparecido.
– Sim, pequena.
– Mas o anjo da guarda dela também vai protege-la, não é?
– É complicado. - Falei me lembrando dele que ainda estava no nível um: recebendo as crianças.
– Porque? Ela não tem um anjinho?
– Tem, todos tem. Mas o dela ainda não está pronto ele nem sabe que protege ela, e muito menos do tamanho do perigo. - Falei e vi o semblante da pequena garotinha ficar confuso. - Você é muito nova, mas um dia eu te explico. - Disse e ela riu assentindo.
– Vamos, quero te contar como foi meu dia. - Ela me puxou pelas mãos e fomos para um banco. adorava falar como foi seu dia na escola com e de como a menina ficava irritada facilmente.

Flashback off


Saudades de . Ela deve estar uma linda mulher hoje. Queria tanto vê-la. Eu sei que as pessoas pensam que quando se cresce não tem mais anjos da guarda, mas não é isso que acontece, uma vez que você tenha um anjo ele estará para sempre com você independente de qualquer coisa. E você só perde o anjo se ele morrer te salvando, se ele for morto por outros anjos ou por outras criaturas “místicas”. Anjos caídos também não são mais considerados realmente anjos, ou seja, se for levar ao pé da letra não tem mais anjo da guarda. Não tem mais a mim. Não tem ninguém para salva-la quando tudo começar. Ou é isso que eu quero que eles pensem! Porque eu não morri e muito menos virei anjo caído por algo ruim que eu fiz. Eles me jogaram aqui, eles enganaram a todos e eles precisam pagar por seus pecados. Mas antes, eu preciso sair daqui.
Por favor, ! Acredite! – Pensei.

DEPOIS

Andava de um lado para o outro em minha cela na tentativa quase falha de controlar a minha felicidade, voltara a acreditar em mim, não podia acreditar em tamanho acontecimento e o melhor, consegui contar para ela tudo e no tempo certo, pois assim que voltei um dos guardas veio até a minha cela ver se estava tudo bem.
Apesar de muito feliz, não poderia deixar de me sentir nervoso, se já estava tendo contato com a e já andava entre os humanos, as coisas estavam pior do que eu imaginava.
De repente escuto um barulho vindo do início do corredor e depois ouço vozes. Eram dois guardas fazendo ronda. Não entendo o porquê de tantas rondas já que eu era o único ali.
– O Chefe disse que vai começar hoje. – Um deles falou.
– Vai ser ótimo ver aquele mundinho finalmente cair em desgraça. – Disse o segundo e eles deram uma gargalhada.
– Viu só? – Eles pararam em frente à minha cela. – Seus amados humanos vão sofrer hoje, sofrer muito e você vai estar ai sendo inútil. Como sempre. – O guarda mais alto disse e eu me segurei para não avançar sobre a cela, afinal não adiantaria de nada, eu apenas ficaria mais fraco, e então ele saiu.
“Preciso sair daqui.” Pensei desesperado.


VIII

Pov Edwyn Keen

Hoje é o dia em que tudo irá começar, cansei de jogos e brincadeiras, está na hora da minha diversão, logo todos os humanos estarão comendo em minha mão, depois os anjos, e então darei o meu golpe final e ninguém poderá me deter.
Me aproximei do Globo Terrestre e sorri. É agora.
– Amigos, comecem o trabalho! – Falei e vi todos os meus homens saírem dali.

Narrador Observador

Todos pensam que Deus foi quem criou todas as pessoas, plantas e tudo o que há no mundo e fora dele. Mas todos estão totalmente enganados. Deus já existe a muito tempo, muito antes de qualquer coisa, ele apareceu assim. Do nada. Sem qualquer explicação. Ninguém, nem mesmo os religiosos, conseguem explicar como isso ocorreu.
Muitas pessoas fazem a seguinte pergunta todos os dias: Se Deus nos criou, quem criou Deus? Mas alguns não entendem que a condição espiritual humana é tão baixa que apenas aceitar a existência de Deus já é privilégio para poucos. Entendam que como Deus sempre existiu e que isso não tem explicação outros Seres também podem existir sem explicação, sem ser criaturas criadas por Ele, outros Seres podem aparecer assim do nada.
E foi assim que os Hidus apareceram. Do nada. Exatamente em 8000 a.C em um planeta muito longe da Terra, um planeta que ninguém sabe da existência.
Os Hidus nem sempre foram cruéis, eles já foram seres bons, nunca pretenderam fazer mal a ninguém e até gostavam de Deus. Mas um dia um dos primeiros Reis foi fazer um acordo com o Senhor:
– Deixe-nos morar na Terra, prometeremos nos manter em paz e nunca mostrar nossa verdadeira identidade. – Ele pediu. Deus é um ser de muita piedade, mas também é muito esperto e sabia que aquele Rei mentia, sabia que ele não era bom e sabia que ele iria atacar. Esse Rei foi o primeiro Rei corrupto e foi ele que estragou todo o resto. O planeta deles estava desmoronando aos poucos, concomitantemente à ascensão do rei ao poder.

A ERA DE EDWYN
2000 anos antes a.C

– HIDUS! ACABARA DE NASCER EDWYN KEEN O NOSSO NOVO PRINCÍPE – Um dos ajudantes do castelo gritava para que todos ouvissem e assim que terminou a frase o povo comemorou animado, ninguém acreditava que finalmente a Rainha tinha ficado grávida e que era um menino.
Todos ficaram felizes e festejaram uma semana inteirinha o príncipe nasceu e segundo a profecia era esse que dominaria a Terra algum dia.
Edwyn cresceu ouvindo histórias sobre a profecia e sobre o dever que ele havia de cumprir, quando tinha apenas 15 anos já se tornara um dos melhores lutadores e isso deixava Celazar, seu pai, orgulhoso. Anos depois, quando o Príncipe completou 22 anos ele se tornou Rei e seu pai aposentou-se.
De tantas vezes que Edwyn ouviu sobre o que deveria fazer quando chegasse a sua hora ele já havia decorado as palavras do Pai, todos sabiam da sua capacidade, inclusive ele que fazia questão de mostrar isso para todos. Sem sombra de dúvidas Edwyn é o Rei mais cruel, mesquinho e desumano de todos e o mais temido também.
Os anos se passaram e Edwyn ficava mais forte e inteligente, a cada década que surgia algo novo na Terra ele já ficava a par para que sua chegada fosse extraordinária. De um modo, que ninguém nunca soube, Edwyn conseguiu mandar clandestinamente algumas de suas melhores criaturas para arrumar o lugar onde ele iria ficar.
Ele é o tipo de Rei que quer estar junto na batalha e não ficar olhando de cima. Além do mais, nada tiraria dele o gosto da vitória quando ele matasse todos, inclusive os amados anjos do Senhor.
E então uma semana antes de tudo acontecer Edwyn começou a mandar as suas mensagens, ele já estava na Terra nesse momento, mas queria que as pessoas pensassem que ele estava chegando.
Todos em seu planeta pensavam que ele não tinha medo de nada, que era simples o que ele deveria fazer. “Qualquer um faria” era o que uns diziam, mas eles estavam enganados. Somente o Rei podia ver a profecia e assim que Edwyn a viu algo tomou conta do seu ser pela primeira vez em sua vida: O medo. Mesmo que ele não se deixasse abalar ou desistir, ainda estava lá. Entre suas entranhas e tomando conta de todos os centímetros de seu corpo. E se ele falhasse? E se a profecia se realizasse, mas não da forma que todos imaginassem, mas sim com a sua derrota? Edwyn tremia só de imaginar. Iria decepcionar uma nação. Iria decepcionar seus pais e, principalmente, iria decepcionar a si mesmo.

Profecia:
“O Rei que nascer no ano de 2000 antes de Cristo será aquele que conseguirá dominar a raça humana, mas tem o porém, ele tem que ser forte o suficiente para resistir aquela que poderá destruí-lo e para isso ele deve matá-la.”

Após inúmeras buscas Edwyn finalmente encontrara , foi difícil pois a menina estava escondida na pequena cidade e ele não conseguira encontrar anjos por perto, mas assim que uma jovem garota chegou a antiga casa dos mensageiros e saiu de lá com um livro bem suspeito o Rei soube que era ela, sentiu dentro de si algo diferente, naquele momento algo despertou dentro de seu interior e percebeu que deveria agir rapidamente e assim, sem avisos, sem pensar ele a atirou em cima de seu próprio carro na tentativa de matá-la de forma rápida, mas seu plano falhou, o Rei não teve tempo de dar o golpe final, o maldito anjo aparecera para salvá-la e ele sumiu antes que o ser celestial percebesse quem ele era.

Agora

- Senta, fica à vontade. – disse para assim que ele entrou na casa.
- Meio difícil me sentir à vontade com você me olhando como se fosse me matar a qualquer momento.
- Não estou te olhando assim, – Ela colocou as mãos na cintura. – mas se eu tiver, saiba que você merece. – sentou-se no sofá e foi seguida pelo anjo.
- Olha, , antes de começarmos eu gostaria de me desculpar... – ergueu a mão e o anjo se calou.
- Não, nada de desculpas, deixa isso pro final.
- Tudo bem. – ele passou as mãos na calça para limpar o suor que começava a se acumular.
Céus, o rapaz nunca ficara tão nervoso, só o pensamento de que o elo protetor-guardião pode ter se quebrado entre eles o fazia querer vomitar todas as tripas.
- Você pode começar me contando o que você já sabe? De tudo? Assim que sei que caminho seguir... – o anjo pediu e assentiu.
- Tudo bem. – respirou fundo. – Bom, tudo começou quando eu era pequena, a minha mãe desde muito cedo deixou tudo muito claro pra mim, me contou tudo que era possível, me ensinou a chamar vocês quando as coisas começassem a ficar estranhas e me ensinou até a chamar o meu anjo da guarda. – ergueu o olhar para a garota.
- Então porque você não nos chamou? Porque esperou nós virmos?
- Eu acho que fiquei com medo e com um pé atrás, nunca ficou muito claro o que exatamente eles iriam fazer, hoje em dia é tão comum as pessoas divulgarem filmes de maneiras esquisitas, sei lá, me deu um pane, então um dia eu fui jogada em cima do meu próprio carro quando fui até a minha antiga casa e voltei de maneira misteriosa pra cá, foi ai que notei que vocês provavelmente já estavam cientes de tudo.
- E mesmo assim não chamou?
- Não é que... ai, não sei, , eu fiquei com medo e se vocês já estavam aqui mesmo, não adiantaria mais, adiantaria?
- Na verdade sim. – ele riu pelo nariz.
- Ok, então já que vocês estavam aqui, sabiam de tudo, e blá, blá, blá, porque não foram claros desde o início? – rebateu a garota.
- , as coisas não funcionam assim, você acha que eu não queria mais que tudo aparecer e te contar tudo, te...conhecer? Mas isso não é possível, a gente não pode simplesmente aparecer para os nossos protegidos, mesmo que eles não sejam qualquer protegido. Você tinha que chamar a gente, estávamos esperando o seu sinal. Eu e viemos para cá, não somente para te sondar, mas para estarmos por perto caso algo desse errado. – ficou muda. – Em nenhum momento queríamos enganar você, nem a , nós apenas viemos cumprindo ordens, não podemos quebrar as regras. – mudou seu lugar no sofá e sentou-se mais perto da garota pegando a sua mão. – Eu me importo com você, muito, eu me importava antes como seu anjo, mas me importo mais ainda como seu amigo. Não quero que nossa relação fique fragilizada ou termine por conta de algo que eu não pude controlar, eu queria que contar, juro, mas eu não pude. Sinto muito. – abraçou o anjo e lágrimas escorriam de seus olhos.
- Eu sinto muito, não deveria ter sido tão dura, tão julgadora, mas me senti traída, pensei que vocês estavam nos enganando, estavam tão próximos apenas pelos... negócios. – riu em meio as lágrimas e a apertou mais no abraço.
- Jamais faria isso com você. – A garota saiu do abraço, passou a mão nos olhos para limpar as lágrimas, suspirou fundo e falou:
- Nossa, eu pensei que isso seria bem mais difícil e que eu terminaria jovando um vaso em sua cabeça. – a menina colocou a mão no rosto envergonhada por ter feito tempestade em copo d’água e o anjo gargalhou. Bem, agora que estamos entendidos... temos mais um pequeno probleminha.
- Ah não, , o que você fez?
- Por que que tem que ser sempre eu? – disse indignada. - ! – a garota berrou assustando o anjo. – Desculpe.
- O que foi, ? Mas será que as coisas só funcionam nos berros nessa cas... ah, oi, Nath... espera, nós ainda somos amigas dele? – perguntou olhando para a amiga.
- Sim. – riu.
- Ai que ótimo, a gente tem um problema, !!! – correu desesperada sentando ao lado do anjo.
- Foi pra isso que eu te chamei, pode contar pra ele.
- Ta, é o seguinte...

Pov
Meses depois
O mundo está um caos. Brigas, roubos, assassinatos, tudo acontecendo junto. Pessoas ruins sempre existiram, o mal sempre esteve por ai, mas a um bom tempo a Terra estava conseguindo manter uma certa paz. Com o final das guerras em todos os países e alguns acordos, todo mundo entrou em um consenso de que a vida humana e a vida do planeta é mais importante do que picuinhas religiosas e políticas, as pessoas estavam se respeitando, aceitando suas diferenças, mas desde que os Hidus resolveram atacar, todos parecerem esquecer disso e estávamos regredindo novamente.
e ficam sempre entre o céu e a terra tentando achar um jeito de destruir os Hidus, mas está cada vez mais difícil. Eles realmente estão muito fortes e preparados.
Estamos no dia primeiro de Dezembro e está todo mundo de férias. e eu já cansamos de ir na minha casa em busca de livros ou coisas que pudessem nos ajudar e nunca encontramos nada.
Eu já havia contado para Beatrice e Liam sobre tudo e não foi nada legal, Beatrice riu da minha cara quando eu falei sobre anjos, hidus, demônios e custou bastante para ela aceitar. Com isso quero dizer que tive que chamar para mostrar para ela, já Liam foi bem mais fácil, ele é o tipo de homem que acredita em tudo.
Ainda não conseguimos soltar , mas toda noite ele e se falam, ela conta como estamos e ele tenta achar meios de nos ajudar, mas tudo o que temos é isso.
O placar entre o bem e o mal está bastante diferente. Estamos na estaca zero.
Eu e nos aproximamos bastante nesses últimos tempos, acho que é a ligação que temos por ele ser meu anjo da guarda. Eu estou amando! Ele é tão atencioso e carinhoso, se preocupa muito comigo, já falou que é porque ele é apaixonado por mim, mas eu não acredito. Anjos da guarda não se apaixonam por suas protegidas.

Pov

Eu estou apaixonado. Admito, estou mesmo! E não sei o que fazer para demostrar para ela, e o pior de tudo é que os anjos superiores não podem saber se não me tiram da missão. Eles já aceitaram namoros angelicais, mas entre anjos, entre anjo e humano? Nunca! E nunca vão aceitar. Eu estou ferrado.
Liam, eu e nos tornamos bem próximos, pois é. Finalmente eu e nos acertamos, depois que conseguiu um passe para ele vir para a Terra ela nos colocou frente a frente trancados dentro do quarto e nos deixou lá até nós nos resolvermos, depois de trocarmos farpas, ameaças e eu quebrar um abajur na cabeça dele finalmente nos entendemos. Agora todos nós vivemos em harmonia. Tenho que me lembrar de agradecer a por isso.
me contou que está gostando de , e eu confesso que já imaginava, eles estão tão próximos que até o cego veria. Dei maior apoio para ele falar com os Anjos Superiores, pois eles precisam ser informados, caso as coisas fiquem mais sérias entre eles, quem diria, eu seguindo as regras.
Os anjos se reuniram lá no céu e agora todos estão se preparando para o pior, nós já conseguimos falar com o Edwyn, mas ele está irredutível, então não vemos outro jeito há não ser começar a guerra. Isso vai ser horrível pois os Humanos não têm culpa. Vamos fazer o máximo para protege-los.
ainda é contra, mas ela sabe que não tem outro jeito. Nós ainda estamos tentando achar uma solução, mas está cada vez mais difícil.
Temos que ser fortes!

Pov Narrador Observador

estava na cozinha, ela segurava uma xícara de café na mão enquanto lia o jornal.
– Eu não entendo! – Ela se levantou e foi em direção a sala onde se encontravam Liam, Beatrice, , , e . – A gente precisa fazer alguma coisa! Olhem isso. – A garota jogou o jornal na mesinha de centro onde a reportagem se destacava:
“30 pessoas assassinadas em um cinema. O assassino ainda não foi preso.” – Trinta pessoas? – Liam perguntava, mas ninguém o respondeu. – É muita gente!
se sentou ao lado de e encostou a cabeça em seu ombro. Era isso que a garota sempre fazia quando tinha medo, ia atrás do seu anjo. Ele sempre a ajudava, ela sabia que tudo ia ficar bem se estivesse ao lado dele.
Os sete amigos ficaram em silêncio por mais cinco minutos e então Nath, e se levantam rapidamente dando um susto nos outros.
– O conselho superior está chamando todos os anjos. Temos que ir. – fala e sem esperar respostas todos desaparecem.

Xxx

se encontrava andando de um lado para o outro enquanto a reunião não começava.
– Desse jeito você vai furar o piso. – falou, ele já estava estressado com o barulho que os sapatos de faziam.
Quando o amigo ia responder Gabriel entrou na sala junto com os outros anjos Superiores e eles mandaram todos se sentarem.
– Bom, vocês já devem saber o motivo de termos chamados todos. A guerra está muito próxima. Todos os dias tentamos falar com o Edwyn, mas nada o faz dar um passo para trás então não teremos outra escolha. – Assim que Gabriel termina de falar todos os anjos falam ao mesmo tempo.
– SILÊNCIO! – Uma voz grossa grita na sala e então Miguel fica de pé. – Eu sei que ninguém aqui quer isso, mas vai ser necessário. Então TODOS vocês, somente exceção das crianças, terão que lutar, peço já que se preparem. Por enquanto é isso, podem se retirar.
Todos os anjos se levantaram e seguiram em direção a porta, alguns estavam raivosos por terem que lutar, já outros estavam animados e claro, tinha aqueles que não se importavam.
Assim que ia sair da sala ele escuta uma voz lhe chamado e tem de voltar.
– Algum problema? – Ele pergunta vendo todos os anjos lhe encarando.
– Queremos saber como está indo com a Humana. – Miguel fala.
– Está tudo sob controle, ela já sabe de tudo. – Falou calmamente.
– Com isso você quer dizer que ela sabe dos pais dela e dos poderes? – Gabriel pergunta com uma sobrancelha arqueada.
– Tudo bem, ela sabe de QUASE tudo. – Falou o anjo abaixando a cabeça já imagino o sermão que ia levar. – mas espera, os pais dela... ela sempre soube dos pais dela, eles sempre deixaram tudo bem claro.
- Eles deixaram claro sobre o que eles sabiam do céu, não como eles sabiam e nem no que trabalhavam diretamente.
- Céus.... Porque ninguém me disse isso antes? – Passou as mãos nos cabelos.
– Tudo bem , você tem essa semana para contar absolutamente tudo para . – Ezequiel um dos anjos Superiores falou e então se retirou.
Assim que saiu para fora viu e o encarando.
– O que queriam com você? – Pergunta a anja apressada.
– Só queriam saber como as coisas estavam.
Os três decidiram ficar mais um tempo no céu pois estavam com saudades e depois voltariam aos seus afazeres.
passou pelo campo de batalha onde todos os anjos se encontravam para começar a preparação, passou pela praça, e por mais alguns lugares e quando se deparou estava em frente à sua casa.
? – Escuta uma voz lhe chamar e ao se virar vê Stefan.
– Stefan! Ó meu Pai! Quanto tempo! – Ele se aproxima do irmão e os dois se abraçam.
– Sim, por onde anda? – Stefan perguntou enquanto os dois entravam na casa.
– Sabe, ainda estou cuidando da .
– Ah sim, a sua protegida! Aquela que pode acabar ou salvar tudo.
– Não fale assim, fico até com medo. – fala e ri. Assim que o Anjo repara nas feições do irmão percebe que ele está abatido. – E você, o que anda acontecendo?
– Sarah. – Stefan responde e já o entende.
– O que tem ela?
– Descobriu recentemente que está com câncer, não terá muito tempo de vida.
– Céus, Stefan! – Fala e o abraça e então Stefan começa a chorar.
O anjo de olhos cor do oceano sabia que a única coisa que deixava Stefan triste eram os seus protegidos, ainda mais quando não conseguia ajuda-los.
A pequena Sarah estava com câncer e os anjos não podem intervir em doenças naturais, somente quando foi algum ser do mal que amaldiçoou, mas nesse caso os dois sabiam que havia sido Deus e isso queria dizer que a missão de Sarah na Terra havia acabado.
– Eu já estou preparando tudo para a chegada dela no céu, quero que esteja tudo perfeito. – Stefan falava com emoção e sorriu, queria que tivesse sido assim quando foi com ele.
– Isso é ótimo Stefan! – Assim que fala, entra na casa.
temos que ir. Olá Stefan. – Stefan e não se davam bem, na verdade a maioria dos anjos não se davam bem com . Seu jeito engomado e despreocupado com a vida os irritava.
– Tudo bem. – assente e se despede do irmão, voltando com e para a Terra.

Xxx

já estava deitada, mas não conseguia dormir. Alguma coisa impedia o seu sono aquela noite. Ela rolava de um lado para o outro na cama e então desistiu e se levantou indo para a sua sacada.
“Nada melhor que uma boa vista” – pensou a garota.
Ela se sentou na cadeira de balanço que havia lá e olhou para a lua fechando os olhos.
Mil coisas passavam na cabeça de naquele momento, tudo o que havia acontecido desde o início até agora. A cabeça dela já começava a doer de tanta informação e então ela decidiu parar um pouco. Não era um bom momento para pensar.
Assim que abriu os olhos se deparou com um homem em sua frente e quando foi gritar apenas viu tudo ficar escuro.
já estava em sua casa e conversava com e sobre contar as coisas para quando sentiu uma pontada forte em seu coração.
? O que está acontecendo? – pergunta se levantando rapidamente e indo ajudar o amigo.
. Perigo. Muito. Perigo. – Ele falava entre pausas com gemidos. sentia que seu coração estava sendo arrancado e não conseguia fazer aquela dor parar para ir ajudar aquela por quem daria a vida.


IX

Pov

Acordei com uma forte dor de cabeça e demorei a abrir os olhos com medo do que eu encontraria em minha frente, mas assim que os abri eu não vi nada, apenas a escuridão. Não sabia onde estava e nem como havia ido parar ali, mas de uma coisa eu tinha certeza: estava encrencada e dessa vez nem me acharia.
– Ora, ora vejo que a princesa acordou. - Uma voz ecoou dentro daquele lugar e logo uma sombra preta apareceu em minha frente, todos os pelos do meu corpo se arrepiaram, mas eu não senti medo.
– Quem é você? - Pedi e minha voz soou mais firme do que imaginava.
– Eu me chamo Edwyn. - Ele falou e meu coração bateu mais forte, eu estava muito, muito encrencada.

Pov

Eu não aguentava mais esperar, já fazia duas horas que Elijah, um anjo amigo que andava por todos os planos, havia ido atrás de informações e até agora não havia voltado. andava de um lado para o outro na sala e a cada cinco minutos começava a chorar novamente. e estavam sentados no sofá em silêncio, ninguém sabia o que fazer ou falar. Nós ainda não havíamos contado para Beatrice e Liam, mas eles logo saberiam já que iriam vir aqui de manhã cedo.
– Tenho notícias. - Elijah falou aparecendo na sala dando um susto em .
– Diga-as. - Falei nervoso.
– Edwyn se cansou dos anjos indo até ele e mudou a localização, mas ninguém sabe para onde ele foi, o céu está a mil por hora só se vê anjos para lá e para cá em busca de notícias.
- Como assim ninguém sabe para onde ele foi? – perguntou.
- Parece que em seu novo esconderijo ele lançou um feitiço contra anjos, não conseguimos localiza-lo mais e isso indica que não conseguirá sentir até que ela esteja fora do local.
– E agora? Como vamos achar a ? - Pediu , mas ninguém o respondeu.
Eu estava com raiva, muita raiva. COMO ASSIM ELES DEIXARAM O EDWYN SUMIR? Incompetentes.
, chamar os anjos de incompetentes não irá trazer a Humana de volta, por favor se acalme. - Elijah falou me olhando e eu arregalei os olhos.
Elijah era um anjo muito poderoso, tinha vários poderes que a maioria dos anjos não tinha, ele havia sido chamado para fazer parte dos 6 arcos, mas havia negado dizendo que não queria ser esse tipo de anjo.
– Desculpe. - Falei quase em um sussurro e subi até o quarto de . Quando cheguei eu olhei para todos os cantos em busca de alguma pista ou sei lá, mas a única coisa que eu via de diferente era a sua coberta na sacada, onde provavelmente ela estava na hora do sequestro. Me deitei em sua cama buscando em minha mente alguma coisa que podia me ajudar, mas todas as tentativas foram em vão.
- Onde você está? - Pedi, mas já sabia que não haveria resposta.

Pov

Fazia horas que eu estava ali e Edwyn havia me deixado sozinha, a única coisa que eu pedia era pra Deus enviar o para mim, não me sentia pronta para morrer, de alguma forma, sabia que a minha missão na Terra não havia acabado.
De repente, o barulho da imensa porta estoura no salão onde me encontrava e criaturas não demoraram a entrar no lugar, me pegando pelos braços com brutalidade e mesmo que eu tentasse me debater e me soltar era inútil, assim que eles me largaram novamente, percebi que estava no que parecia ser uma sala, seus moveis eram rústicos e antigos nos tons de marrom e vermelho.
– Sabe , eu conheci seus pais. - A voz de Edwyn ecoou na sala. - Eles formavam um casal muito bonito, belos mensageiros celestiais*.
- O que?
- Seu anjo não lhe contou? - Ele falou e deu uma risada alta jogando seus cabelos negros compridos para trás. – Ora, ora, e há quem diga que eles são seres e confiança.

Pov Narrador Observador

sempre soube que seus pais trabalhavam para o céu, ela nunca entendeu exatamente no que, eles explicaram para a garota que seu trabalho era intervir na Terra caso algo acontecesse.
– Se você está falando que meus pais eram ajudantes de anjos, fique sabendo que eu sempre soube. Eles me contaram a história. – Falou rapidamente aproveitando para frisar a palavra “ajudantes” que era o que seus pais eram e mostrando que sabia da verdade, ou pelo menos achava que era a verdade.
– Vejo que eles contaram uma história diferente para você, seus pais não eram ajudantes de anjos, princesa, eu estou falando que seus pais eram os próprios anjos, mensageiros celestiais para ser mais específico. - A garota apenas ergueu uma sobrancelha enquanto era levada para uma cadeira por um hidus que estava ali. - Ah, você não sabe disso? Pelas Galáxias, pensei que fosse mais inteligente! Estou decepcionado. Mas, como boa pessoa que sou irei explicar, porém quero deixar claro que eu não gostaria de fazer isso, sabe isso é papel daquele anjo... como é o nome dele mesmo? ? Enfim, tanto faz, se eu fosse você teria uma séria conversa com ele... ah, é, você já teve né? E mesmo assim ele mentiu para você, como se confia em alguém que mente na sua própria cara? Olhando dentro dos seus olhos e o pior de tudo: por meses! – Edwyn gargalhou ao ver o semblante irritadiço da menina.
- Se sua intenção é tentar encher minha cabeça de minhocas para ficar ao seu favor fique sabendo que não vai funcionar, até agora você enrolou e não me falou nada. – sorriu presunçosa.
- Ok, ok, então escute a minha breve história e depois você me conta se eu estou tentando te enganar mesmo, vamos lá, mensageiros celestiais são anjos. - A menina revirou os olhos e bufou. - mas anjos diferentes, eles vieram para cá passar uma mensagem para as pessoas, eles ajudavam sempre que era necessário matar algo do mal. - Edwyn andava de um lado para o outro. – Seus pais eram Originais, anjos puros, tinham muito poder, pena que infelizmente morreram. Trágico, não é? – Perguntou olhando para a menina e riu ao ver os olhos dela mudarem de curiosidade para tristeza. - Mas eles deixaram você, princesa. - Edwyn sorriu para . - que tem mais poder que , , e todos os outros anjos. Juntos. - A menina abriu a boca assustada. "O que?", pensou.
– C-como isso é possível? Eles sempre deixaram claro que por gerações nossas famílias trabalhavam ajudando o céu, mas que eles não eram anjos, apenas os ajudavam, e-eu... eu não entendo. – Ela falou baixinho, Edwyn virou-se de costas para enchendo um copo de água e pingando umas gotinhas do feitiço de desaparecimento nele.
– Água? – Ofereceu e mesmo relutante a garota resolveu aceitar, fazia muitas horas que não bebia nada e estava com a garganta seca e doendo, e também caso ela conseguisse fugir dali precisava estar minimamente hidratada. - Fique contente, eles não te enganaram totalmente, quando seus pais decidiram que queriam montar uma família, Deus permitiu que isso tudo acontecesse, mas que eles teriam que se tornar humanos e vir para a Terra para sempre, assim eles se tornaram apenas o que te contaram.
- Então como é possível eu ter poderes se eles já não eram mais anjos quando eu nasci? Você só pode estar delirando.
- Outch, já fui chamado de muita coisa, mas louco é a primeira vez, sabe, eu até gosto de você, é atrevida. – Ele se aproximou de pondo os braços apoiados na cadeira onde ela estava sentada e sussurrou perto de sua orelha. – a história ainda não acabou. – Um arrepio percorreu o corpo da menina e ele sorriu. – a junção de um grande amor, verdadeiro e avassalador, mais uma gotinha dos incríveis poderes de ser um anjo original é igual um bebê saudável e extremamente poderoso: você. É realmente uma pena que eles nunca foram sinceros contigo, bom, agora vou deixar você pensar um pouquinho sobre como foi traída não só pelos seus pais, mas também pelo seu fiel anjo da guarda. Levem ela de volta. – Ordenou antes de se retirar dos aposentos.
A garota ficou com a boca aberta por uns cinco minutos até ser levada para aquele lugar horrível de novo. Era muita informação para a pobre garota e ela estava com raiva de por ter, novamente, escondido isso dela, estava com raiva de seus pais por terem mentido para ela.
Como é possível? Por que eles não me contaram toda a verdade?
A cabeça da garota girava, ela estava cansada, queria sua cama, sua casa, um banho, uma ajuda para sair daquele lugar, mas principalmente queria a verdade. E dessa forma, com raiva e dor de cabeça, ela acabou pegando no sono.

“ – Guarde seu rancor para mais tarde, ! Você precisa sair daí. Corre perigo!
? O que diabos você está fazendo no meu sonho? - perguntou assustada quando viu o moreno na sua frente. – Você pediu por ajuda. Eu vim te ajudar, fiquei mais forte depois que passou a conversar comigo, e estou no seu subconsciente mesmo você não notando, enfim, vou lhe passar as informações por aqui, mas antes preciso que visualize onde está.
– Tudo bem!"


XXX

Um dia havia se passado e ainda não tinha pistas sobre .
– Gente, eu tenho novidades. - chegou saltitante.
– O que foi? - perguntou ansiosa.
– Falei com e ele conseguiu contatar . Ela conseguiu fugir!!! - gritou e todos se abraçaram pulando.
– Mas onde ela está agora? - pediu curioso.
– Bem, esse é o problema. Não sei. – disse cabisbaixa e todos se sentaram.
A campainha da casa toca e vai abrir.
– Trice, Liam... Já? - A menina falou nervosa.
– Já são oito horas, algum problema? - Beatrice pediu e entrou na casa. - Oi gente!
– Oi. - Falaram todos em uníssono. Liam apenas fez um cumprimento de cabeça.
"Contamos para eles?" - pediu em pensamento.
"Hm...não sei, acho melhor não." - Respondeu . - "o que acha ?"
"Vamos contar, eles merecem saber."

– Onde está ? - Pediu Liam vendo que a amiga não se encontrava ali.
– Então... - Começou .

5 horas mais tarde, por volta de 13:00. Boston.

Depois de seguir todas as instruções de a garota tinha conseguido fugir, os guardas de Edwyn não eram muito inteligentes e pelo visto tinham uma carga horária abusiva já que a grande maioria dormia, a menina não queria nem imaginar o que aconteceria com eles assim que Edwyn descobrisse que eles seriam os culpados por sua fuga. Agora ela andava pelo centro de Boston, estava suja, com fome e cansada. Por sorte havia chegado até ali como carona de uma velhinha bondosa, mas duvidava que conseguisse outra carona. Parecia uma mendiga. A menina foi até um telefone público e tentou fazer uma ligação para casa, mas não deu certo.
“Pensa , o que você pode fazer?” - Pensava a menina, foi quando olhou para o outro lado da rua e viu um banco - “Bingo!”. Assim que ela entrou o segurança ficou olhando com uma cara estranha para a garota.
“Tenho que ser rápida, antes que ele venha pra cá”. Ela chegou ao caixa mais próximo e entrou em sua conta sacando cerca de mil e quinhentos dólares. “Espero que isso seja suficiente!”. Ela sorriu para o guarda e então se retirou do local. Foi até uma estação de trem e comprou uma passagem para Leesburg “14 horas de viagem, que ótimo!" pensou.
A barriga de começou a fazer barulhos estranhos o que fez a menina lembrar que estava com fome e antes de embarcar no trem ela comprou um salgadinho e um refrigerante, assim que entrou sentou-se em um banco no fundo e comeu sua comida e depois caiu no sono.

XXX

- E ai, , ela já saiu do esconderijo, consegue capitar alguma coisa? – perguntou para o anjo que a olhou de forma triste.
- Não, eu não estou entendendo, já era para mim saber onde ela está.
- Isso está muito errado, . – disse passando as mãos nos cabelos nervosa.

14 horas depois, 4:00 da manhã, Leesburg

– Graças a Deus! – gritou assim que pôs os pés na sua cidade e então seguiu o mais rápido que conseguia para casa, não queria ser encontrada por Edwyn novamente.
– Pensou que ia ser fácil, princesa? – Escutou uma voz atrás de si, olhou assustada para trás. "Droga!" Foi a primeira coisa que pensou assim que viu Phillipe, ela havia escutado Edwyn falar com ele.– Sério , quando me falaram de você eu pensei que fosse inteligente, mas estou enganado. Todos nós, na verdade. - Quando ele falou isso mais dois Hidus apareceram.
– Por favor, me deixem em paz. - A menina já estava quase chorando.
queria ser forte, queria mesmo, ela queria ser aquele tipo de garota que luta até o fim e que não tem medo de nada, mas ela não era assim, ainda mais depois que descobrira tudo, ficou muito abalada e só queria deitar em sua cama e chorar.
– Eu queria, mas sabe como é temos que obedecer a chefia. - Ele riu. - Então colabore. O Rei está muito chateado com você, mas ele pode relevar se você vier com a gente.
– Eu não vou com vocês. - falou e saiu correndo, por sorte estava perto de casa, mas infelizmente isso não foi o suficiente porque eles foram mais rápido e a capturaram, a garota só teve tempo de gritar.
! - O garoto escutou chamar e deu um pulo no sofá saindo para fora com todos ao seu alcanço, a única coisa que conseguiu ver foi ser levada pro alto com um Hidus a segurando.
– Malditos! - O garoto xingou. - Temos que ir atrás dela. Vamos! - Ele olhou para e e então eles voaram.
– Uau! - Beatrice disse abestalhada olhando para os amigos. - Eles t-tão...
– Uhum. - Liam disse boquiaberto. Era a primeira vez que eles viam os amigos voar.
– Mas eles não estão com asas, estão? - Beatrice perguntou estranhando.
– Não. - respondeu. - São anjos na forma humana as asas não aparecem.
- Espero que eles sejam rápidos o suficiente para pegar a , não aguento mais essa aflição. – Beatrice falou e Liam a abraçou.
- Vai dar tudo certo! Eles sabem o que estão fazendo, vão salvar ela, agora pelo menos sabemos onde ela está. – Beatrice o abraçou mais forte.
- Ele tem razão, eu confio neles. – disse olhando para a rua, algumas casas começaram a acender as luzes devido a gritaria. – Vamos para dentro, acho que chamamos a atenção dos vizinhos.
Os minutos viraram horas e já estava ficando com raiva, eles ainda não tinham voltado e ela queria ajudar.
– Temos que fazer alguma coisa! - Falou se levantando do sofá.
– Ah claro, vamos no nosso esconderijo secreto para colocarmos nossas roupas de heróis. - Liam falou debochando. - Não tem nada que possamos fazer, gênio.
apenas deu-lhe um sorrisinho sínico.
– Vou tentar falar com . - Falou e subiu para o seu quarto.
– Vai lá. - Trice respondeu com uma voz tediosa. - Vou fazer um café.
Exatamente cinco minutos depois desceu as escadas.
– Não consigo dormir. - Se jogou no sofá e Beatrice apareceu na sala com uma xícara entre as mãos.

XXX

, eu já estou cansada. Estamos a horas voando e não achamos nenhuma pista, não podemos voltar e chamar o Elijah? - falou enquanto pousava no telhado de uma casa, os primeiros raios de sol começaram a surgir e logo eles não poderiam mais voar sem chamar a atenção.
– Não, e se está cansada pode voltar. Aliás, os dois podem, eu sigo sozinho. - falou olhando para e .
– Tudo bem, eu não estou cansado, posso seguir com você na busca. - falou indo para o lado de e os dois encaram .
– Eu vou voltar, aqueles três já devem ter arrancado os cabelos, qualquer coisa me chamem. - E saiu dali.
– Vamos. – falou, mas entes que pudesse sair voando, falou:
- , espere!
- O que foi? Não podemos perder tempo!
- Eu sei, mas... você é o anjo da guarda dela, porque seus poderes nãos estão funcionando?
- Porque ela não sabe de tudo, , eu não contei toda a verdade para ela ainda. Vamos logo, eu preciso encontrar a minha garota!

XXX

Enquanto isso em outro galpão abandonado se encontrava presa em uma cadeira. De novo. A menina já estava se acostumando com isso.
– Ah , não pensei que você fosse fazer uma coisa dessas. Me magoou. - Edwyn falou aparecendo fazendo um biquinho e seus capangas riram.
– Me deixa em paz! - falou, ela já começava a se cansar de Edwyn. A garota tentava pensar em como fazer para desbloquear os poderes, agora que sabia que os tinha, porém não conseguia nada. Estava se sentindo inútil.
– Não precisa se estressar, querida. - Edwyn se aproximava mais da garota até chegar a centímetros do seu rosto. - Se tem uma coisa que eu odeio, é que me desobedeçam e você me desobedeceu, coração. – os apelidos enojavam . - Juro que não queria fazer isso com você, mas sabe como é eu sou o vilão dessa história. - Então ele saiu andando e apenas fez sinal para dois Hidus que iam na direção da .
– O que vocês vão fazer? - Perguntou a menina, ela já estava com lágrimas nos olhos.
"Você tem que ser forte, " - Pensou.
A garota olhava para todos os lados em busca de algum meio para se safar, mas não conseguia pensar em nada, os hidus se aproximaram de , mas antes de fazerem alguma coisa escutaram uma voz.
– Hey! - Todos olharam pra trás. - Deixe ela comigo.
– Raquel! - Um dos Hidus falou. - O que está fazendo aqui?
– Vim cuidar dela. - Ela deu risada e os Hidus saíram. - Olá Katerina.
. - Falou rangendo os dentes. - Quem é você?
– Me chamo Raquel e vim conversar com você. - A menina pegou uma caixa que tinha ali e sentou-se.
– O que quer saber?
– Como está ?
– O que? Quem é você? - Pediu ela assustada. Como conhecia ?
nunca falou de mim? - Ela perguntou e pode-se ver nos olhos da garota a tristeza de ser rejeitada.
- Ele deveria? – questionou, estava ciente que iria morrer e quanto mais rápido melhor, afinal, ela era inútil, não fez uma única coisa certa desde que essa bagunça toda começou.
– CANALHA! - A garota gritou e deu um tapa no rosto de fazendo ela virar o mesmo. - Como ele pode? Depois de todos os anos juntos. Ele mentiu para mim! - Raquel falava e andava de um lado para o outro, não entendia o que estava acontecendo, mas sabia que aquela garota sentia algo muito forte por , só não sabia dizer se era amor ou ódio.
– Na verdade... - começou, juntando toda a coragem que tinha dentro de si. - Pensando bem, acho que ele já falou de você sim. - Raquel parou de andar e foi até novamente. - Ele me falou que você era muito bonita. - Raquel sorria. - Mas ele não gostava de você, na verdade... nunca gostou. Parece que anjos também não prestam, quem diria né?
– Eu odeio ele, eu odeio ele, eu odeio ele... - Ela começou a repetir, a raiva que Raquel sentia era quase palpável. – Pelo menos para saco de pancada você deve servir, porquê para o resto... - Ela sorriu diabolicamente e começou a bater em cada vez mais forte, socos, tapas, chutes que a fizeram cair de sua cadeira, Raquel estava cada vez mais incontrolável e sentia cada parte do seu corpo ser machucada, seu rosto estava tão ferido que engolia e se afogava no próprio sangue enquanto Raquel chutava sua barriga, foi quando pelo canto do olho a viu pegar uma faca e ali teve a certeza de que sua vida acabaria, queria soltar um suspiro de alívio, pois toda a dor iria acabar, mas nem isso tinha forças para fazer.
Raquel pegou a cadeira onde estava com brutalidade e ergueu de novo, o sangue escorria grudando seu cabelo no rosto e a visão turva também colaboravam para a garota não enxergar quase nada em sua frente, apenas tinha um relance dos movimentos da outra, quando sentiu a ponta da faca na sua garganta fechou os olhos com força esperando a dor, mas um estrondo fez Raquel parar seus movimentos.
- LARGA ELA, RAQUEL! - Pode-se escutar uma voz grossa como trovão cortar o galpão e então Raquel se virou.

Mensageiros Celestiais: A palavra "anjo" (hb. Malak; gr. Angelos) significa "mensageiros". Os anjos são mensageiros ou servidores celestiais de Deus (Hb 1:13,14), criados por Deus antes de existir a terra (Jó 38:4?7; Sl 148:2,5; Cl 1:16).
No Apocalipse os anjos são descritos como mensageiros de Deus, questionadores da verdade, libertadores de forças espirituais, guerreiros, portadores de oráculos, guardadores de cidade, soldados nas batalhas espirituais, anunciadores de juízo e adoradores incessantes na presença de Deus.


X

reconheceria a voz de a quilômetros de distância, queria poder pular e respirar aliviada por finalmente ser encontrada, mas as amarras em suas mãos e as dores devido a surra que havia levado não a deixavam.
? – A voz de Raquel falhou e ela engoliu seco. – Co- como você me encontrou? – Perguntou ainda assustada.
– Eu não te encontrei, eu encontrei , você é só o problema que veio junto. - Ele respondeu com uma arrogância assustadora. nunca tinha visto o anjo daquele jeito. Ele foi até a cadeira de e a desamarrou e em seguida entra apressadamente.
– Tentei controlá-los o máximo que pude, mas eles estão em muitos. - disse e assentiu.
– Hora de ir. - Ele pegou no colo e sumiu dali.

XXX

Horas mais tarde acorda assustada, mas se acalma quando percebe que está em casa. Ela sorri agradecida. A garota decide levantar e tomar um banho, imaginando estar parecida com um zumbi, mas ao olhar seu reflexo percebe que os machucados e as olheiras tinham sumido. Ela estava novinha em folha.

“Tenho que lembrar de agradecer aos meninos” a menina fez uma nota mental.

Depois que saiu do banho, enrolou uma toalha em seus cabelos molhados e pôs uma roupa confortável, deitando-se na cama novamente, quando se lembrou: Que dia era? ganhou férias em Novembro já que as aulas iam acabar em alguns dias e a escola não via necessidade de segurar a garota ali, então ela se levanta novamente e vai até o calendário que tem atrás da porta: 20/12 fazia quarenta dias que estava de férias ou seja: Fazia um pouco mais de um mês que os Hidus começaram a atacar e os mundo estava um caos. Calculando descobriu que ficou dois dias e meio no cativeiro, e concluiu que não tinha tempo para descansar, tinha que buscar informações, libertar , saber sobre Raquel, sobre sua família, aprender seus poderes e salvar o mundo. Era muita coisa para uma simples garota. Uma simples garota que também tinha muito pouco tempo.
Ela saiu do quarto e desceu as escadas encontrando todos na sala em silêncio.
– O que aconteceu? - Perguntou vendo a cara de preocupação dos amigos e depois de dar um abraço caloroso em todos, sentou-se no sofá. - Me contem! - Insistiu.
– Os hidus atacaram de novo. Parece que Edwyn ficou com muita raiva de sua fuga e resolveu atacar as pobres crianças do orfanato. Todas morreram. - Liam fala calmamente tentando fazer com que não se desespere. Não deu certo.
– Puta que pariu! Pobres crianças! – a garota passou as mãos nas cochas nervosamente. – É tudo culpa minha, tudo, tudo, tudo culpa minha. – Repetia enquanto lágrimas grossas escorriam pelo seu rosto livremente, se levantou e começou a dar passos desesperados enquanto tentava assimilar tudo que estava acontecendo.

“Pobres crianças, crianças sozinhas, é tudo culpa minha, eu quem estou matando essas pessoas inocentes!” pensava inquieta.

levantou e puxou para o sofá ao lado dele, enquanto passava a mão no cabelo dela tentando acalmá-la.
– Nós temos que dar um jeito de parar com a chacina, mais quantas pessoas irão ter que morrer? Ele está atacando em grande escala somente aqui, mas e quando tudo isso acabar? Quando ele se cansar? Vocês tem alguma dúvida de que eles não ataquem o resto do mundo? Vocês estão vendo os noticiários, presidentes de diversos países não estão gostando disso e muitos deles já começaram a guerrear novamente. Isso que Edwyn nem tocou os pés lá. - falava às pressas sem pausa para respirar. - Temos que salvar o , ele pode nos ajudar. - Ela continuaria a falar se Beatrice não tivesse a mandado ficar quieta.
, respira!
– Nós temos que criar um plano se não isso vira uma bagunça. - Liam protestou e recebeu um olhar desaprovador de .
– Vocês dois. - Apontou para Beatrice e Liam - Ficarão longe, isso não é problema de vocês e sim nosso. - Ela falou dura.
– Isso passou a ser um problema nosso quando vocês - Trice apontou para e - contaram para gente e quando o mundo começou a ser atacado. - A menina finalizou cruzando os braços e franzindo o cenho, , Liam e sabiam que quando ela fazia isso era porque estava decidida.
– Tudo bem. - Suspirou. Sabia que não adiantaria discutir com os dois, só tinha que aceitar e rezar para que tudo desse certo e no final todos ficassem bem, e vivos. - Alguém tem um plano? - Ela perguntou e Liam ergue a mão e todos vão para a cozinha e sentam-se ao redor da bancada para terem uma melhor explicação.
– Nós primeiro temos que salvar esse tal de , seja lá quem for, ele parece ser importante. - Liam começou e e se olharam percebendo que não haviam contado tudo, tudo para eles. - Depois nós damos um jeito de salvar o mundo. Simples! - Ele falou e olhou chocada para o amigo.
– Na verdade não é tão simples já que TEMOS QUE SALVAR O MUNDO. - Protestou. - e além do mais acho que tem algo a nos dizer. - ela falou encarando-o o que fez o anjo arregalar os olhos. – Como assim meus pais não eram somente anjos e sim anjos MENSAGEIROS – frisou a palavra – e mais, anjos mensageiros ORIGINAIS? Por que eles mentiram para mim que tinham virado humanos quando vieram para cá? O que eu sou? Como uso meus poderes? Porque nunca me contou? - jogou as perguntas pra cima do anjo e pode-se escutar um “vish” de que recebeu uma olhada severa de .
– Será que eu posso te explicar tudo isso mais tarde? - Ele pediu visivelmente desconfortável com a situação.
– Tudo bem, sobre minha família e sobre mim você pode me contar mais tarde em particular, mas aqui e agora você vai me contar quem é Raquel. Chega de segredos. Nos conte sua história, . - falou desafiadora e engoliu seco. Era hora dela saber de tudo.
– O que quer saber? - Ele questiona.
– O que você fez de tão grave que os anjos Superiores tiveram que lhe chamar para uma conversinha? - Todos olhavam atentos para os dois. – Não adianta tentar me enganar. Eu quero somente a verdade.
– Eu matei minha protegida. - Nesse momento todos abrem a boca chocados e fica sem reação. - Mas não foi porque eu quis, foi porque eu fui incompetente e não fiz meu trabalho como deveria. - Ele prosseguiu e esperou alguns minutos, vendo que ninguém se manifestaria continuou. - Ela se chamava Melissa e tinha 8 anos, em um acidente de carro não tão acidental assim a família toda morreu e eu como anjo da guarda deveria ter ido salva-la, mas estava ocupado demais com....com - engoliu a seco - Raquel.
– VOCÊ FEZ O QUE? - gritou revoltada. - NÃO ESPERA, MELHOR AINDA, VOCÊ ESTAVA COM QUEM? - Ela se revoltou mais, não esperava essas atitudes de , para ela ele era um anjo perfeito. Sem defeitos. Pelo jeito ela estava mais do que enganada.
, por favor, mantenha a calma. - Ele falou baixinho e provavelmente se todos estivessem falando ao mesmo tempo, isso nem poderia ter sido escutado. apenas revirou os olhos. – Eu me culpo por isso todos os dias da minha existência, você acha que eu não sei que errei? Você acha que eu fiz de propósito? - Ele pedia e podia-se ver os olhos de marejados.
Todos foram saindo da cozinha sorrateiramente, preferiram deixar e resolverem aquilo, os dois estavam tão concentrados se olhando que nem perceberam que os amigos não estavam mais ali.
– O que você estava fazendo com Raquel, ? - falava pausadamente, ela tentava se controlar para não tacar uma das banquetas no anjo em sua frente.
– Eu estava… - ele respirou fundo e não precisou dizer mais uma palavra, havia entendido. Eles estavam transando.
– Como… - fechou os olhos. Jesus ela não esperava isso de , ele era perfeito nos olhos dela. Claro. Um perfeito diferente já que ela sabia que o jeito de era o estilo “bad angel” todo estressadinho, ela sabia que os outros anjos evitavam relações sexuais e qualquer outro tipo de envolvimento, a não ser que estejam muito apaixonados, mas ele era e ela tinha certeza que quando era humano ele era galinha. Pelo jeito ele continua. - Você foi um completo canalha, . Ela tinha oito anos! E ela era a SUA prioridade. - levantou e bateu as duas mãos na mesa.
– EU SEI KATHERINE! - Ele gritou e ela se assustou. Era a mesma voz que ele usou com Raquel e pela primeira vez sentiu medo da ira de , a garota deu dois passos para trás e antes que ele pudesse se desculpar entrou correndo na cozinha.
– Ok, vocês dois - Ela olhou para eles - Parem agora! porque está julgando desse jeito? E você , porque está gritando com ? - Eles iam responder mas foi mais rápida. - Não me respondam! Cada um vai pra um lado e quando os DOIS se acalmarem vocês conversam. Sem discussão. - Assim que terminou de falar levantou-se furiosamente e saiu da casa batendo a porta, se jogou na cadeira novamente, pois suas pernas estavam bambas de mais para ela sair dali e só, então, quando olhou para as mãos percebeu que elas estavam roxas pois havia segurado a cadeira com uma força desnecessária.
– O que foi isso? - Ela falou para si, já que havia se retirado dali.

Pov

Eu a amo. Cada dia mais tinha certeza disso, todos esses anos eu ouvi falar sobre alma gêmea, metade da laranja, tampa da panela e todos esses outros adjetivos para amor da sua vida, mas já estava mais do que certo de que nunca acharia a minha, pelo visto me enganei. Eu amo .
Nesse exato momento um trovão corta o céu.
– O QUE É? VOCÊ NÃO MANDAM NO CORAÇÃO! - Gritei olhando para cima e chamando atenção de algumas pessoas.
Eu estava na rua, depois do meu ataque na casa de segui as instruções de e decidi me acalmar. Agora a culpa me dominava. Eu havia explodido com ela, fazia muito tempo que isso não acontecia.
Depois de uma hora andando sem rumo decidi que era melhor voltar e continuar minha conversa. Dessa vez com calma. Assim que chego na casa vejo que está um silêncio e concluo que não tem ninguém, subo as escadas rumo ao quarto de , mas está vazio, então, vejo a sacada aberta e vou até lá.
– Hey. - Ela fala me olhando e percebo que chorava. – Eu queria pedir desculpas por mais cedo, será que podíamos conversar? - Falo sorrindo e ela assente se levantando e arrumando a sua roupa. - Porque chorava? - Pergunto e ela me olha com aqueles olhos brilhantes.
– A vida, . Eu só queria uma vida normal sem essa coisa toda de anjos, guerras, hidus e seja lá qual outro ser existir.
– Está triste porque Eu, e estamos aqui?
– Não, vocês são a parte boa de tudo isso. - Ela se senta na cama e eu a acompanho sentando afastado. - Então, vamos continuar de onde paramos – Passa as mão em baixo dos olhos tentando limpar as lágrimas insistentes. - Você estava ocupado com Raquel e Melissa morreu, depois foi chamado pelos Anjos Superiores e o que eles fizeram?
– Eles falaram que eu não ia mais ser anjo da guarda de ninguém e que o que eu tinha feito era muito grave com direito a expulsão, mas como eu era muito novo no ramo eles tiveram piedade e me deixaram ficar. Sabe como é difícil conseguir uma segunda chance lá em cima? Fiquei muito grato quando ocorreu.
– Se você foi proibido de ser anjo da guarda de outras pessoas, como virou meu anjo?
– Muito antes de irmos para o céu, ou inferno, o nosso destino já está traçado, claro que temos o livre árbitro de fazer nossas escolhas, mas o final sempre será o mesmo. Sendo assim, quando eu fui para o céu o meu destino como anjo já estava traçado e eu teria um papel muito importante. - solta um risinho - Minha família tem um papel essencial como anjo e todos os integrantes dela tem uma missão importante, menos Stefan parece que a missão dele ainda não chegou. - Falo me lembrando dele.
– Então quer dizer que você estava predestinado a ser meu anjo muito antes disso?
– Sim.
– Entendi, quem foram meus pais?
– Seus pais faziam parte dos anjos Originais, foram os primeiros anjos a serem criados, eles tinham um papel importante como mensageiros e isso quer dizer que eles teriam que proteger a Terra a qualquer custo.
– Edwyn disse que eu tenho poderes e sou a única que posso derrota-lo, como isso aconteceu?
– Assim que seus pais se viram eles logo se apaixonaram, dizem que o amor deles foi tão forte e tão poderoso que quando eles morreram todos os poderes deles passaram a você e que com a força desse amor você acabou ganhando outras habilidades que nenhum outro anjo tem, deve ser por isso que você é a única que pode derrotar Edwyn. Você é a única que pode comandar o exército, .
– Nesse caso eu sou um anjo?
– Sim, e como você é um anjo nascida de anjos originais quer dizer que se você morrer em batalha você some, ou seja, você não tem o direito de ir pro céu já que morreu como anjo em batalha. Mas se você morrer por causas naturais você vai pro céu e, provavelmente, vai ser anjo da guarda de alguém. - Sorri pensando na possibilidade de cuidando de alguém, ela enlouqueceria.
– Se eu tenho tantos poderes assim, porque eles nunca apareceram?
– Isso vem com o tempo, eles vão aparecendo aos poucos, em sonhos ou em momentos de estresse.
– Entendi, você acha que até a guerra eu já consigo domina-los?
– Eu não sei, o que preocupa na realidade é, será que até lá todos eles aparecerão? - Nesse momento nós dois ficamos em silêncio e percebo que fica preocupada.
- Porque meus pais nunca me contaram toda a parte dos originais?
- Não tenho certeza, pequena, mas eles a amavam muito e você era nova, com certeza queriam lhe proteger. – Ela sorriu timidamente e então levantou o olhar para mim.
, eu tenho uma última pergunta.
– Sim?
– O que Raquel foi pra você?
– Sabe... – Suspirei. - No início eu pensava que amava ela, realmente achei que fosse o amor da minha vida, mas depois que Melissa morreu eu percebi que o que sentia por Raquel era mais atração física do que amor. Eu sei que parece egoísta já que ela me amou de verdade, mas pelo período que ficamos juntos eu admito que só a usei. - fica em silêncio.
– É, você conseguiu fingir bem que estava apaixonado por ela. - Falou depois de alguns minutos.
– Eu não fingi, ela que só enxergava o que queria. Lembro que falei várias vezes para ela que não a amava, ela não me dava ouvidos, mas como você soube dessas coisas?
– Sobre minha família Edwyn que contou, acho que ele queria que eu brigasse com você assim nos afastaríamos e Raquel me falou de vocês ela parecia uma louca.
– Ela é louca, .
– Como ela foi banida do céu?
– Todos os anjos começaram a perceber que ela estava seguindo por caminhos errados e já não era tão boa assim, foi quando descobrimos que haviam anjos corrompidos nos céu e então todos eles foram banidos, Raquel estava entre eles.
– Nesse caso ela deveria estar com Lúcifer, não?
– Sim, não sei como Edwyn a encontrou, mas , se você já sabia de tudo, meus poderes estariam desbloqueados e eu poderia lhe encontrar, porque não consegui?
Ela ficou um tempo quieta pensando, depois de uns dois minutos finalmente falou:
- Eu acho que tinha alguma coisa na água que Edwyn me ofereceu.
- É um desgraçado. – Falei e concordou com a cabeça, aos poucos ela veio caminhando em minha direção e puxou-me para ficar de pé também, então passou seus braços ao redor de minha cintura e me abraçou.
- Obrigada por tudo, , e desculpa os surtos. – riu pelo nariz.
- Farei tudo por você, , e desculpa os segredos.

Pov Narrador Observador

– Chefe, aqui está o gravador.
– Muito bem, Johnny, chame Raquel.
– Mandou me chamar? - Raquel aparece alguns minutos depois e Edwyn a olha sorrindo.
– Quero te fazer uma proposta.
– Que proposta? - Edwyn faz um sinal com as mãos para Johnny sair da sala e fica sozinho com Raquel.
– Quero que mate e traga para mim.
– Não posso matar , sei que ele ainda me ama. Sempre me amou. - A garota falou, furiosa.
– Não tenha tanta certeza. Mandei Johnny ir atrás deles e olha o que ele me trouxe. - Então Edwyn solta o gravador: “Sabe, no início eu pensava que amava ela, realmente achei que fosse o amor da minha vida mas depois que Melissa morreu eu percebi que o que sentia por Raquel era mais atração física do que amor. Eu sei que parece egoísta já que ela me amou de verdade, mas pelo período que ficamos juntos eu admito que só a usei.”
Raquel começa a chorar, Edwyn revira os olhos para tanto drama, quando já estava perdendo a paciência com o anjo caído em sua frente ela fala:
– Eu aceito.
– Muito bom. – Sorriu maldoso. - Agora o que acha de nos divertirmos um pouco? Tirar toda essa tristeza do seu corpinho. - Edwyn se aproxima de Raquel que demora a entender o que está acontecendo, mas assim que percebe sorri perversa e os dois se beijam, Raquel entrelaça as pernas ao redor de Edwyn que a leva até um sofá de veludo que tem no lugar, os dois sentem uma urgência e rapidamente Edwyn arranca a blusa de Raquel e joga em qualquer lugar da sala, mas antes que pudesse tomar alguma outra atitude ouve-se a porta ser aberta e os dois param rapidamente.
Raquel estava descabelada, com o rosto vermelho e sem blusa quando George entra no lugar fazendo Edwyn ficar furioso.
– O QUE QUER? ESPERO QUE SEJA MUITO IMPORTANTE!
– Desculpe, sim é importante, Ele quer falar com o Senhor. Agora.

Pov

e eu estávamos assistindo uma série chamada Scream, que segundo era a melhor, quando e aparecem na sala bem em frente a TV.
– Elijah contatou-nos e disse que tem novidades sobre . - fala e arregala os olhos. Em seguida entram , Beatrice e Liam na sala, eles tinham ido dar uma volta pelas redondezas.
– Não sei se você lembram, mas não somos anjos. - Beatrice fala com dificuldade.
– Conte-nos logo sobre ! – pede com urgência.
– Vocês não sabem? – Perguntei.
– Não, ela nos encontrou na metade do caminho e disse que só contaria com todos nós juntos. - Liam disse se referindo a .
– Tudo bem, Elijah disse que Lúcifer chamou uma ajuda e mandou tirar da prisão.
– Como assim? está entre os mundos quem poderia ter tirado o de lá? - Perguntei confuso.
– E porque Lúcifer iria querer ? - Foi a vez de .
– Parece que Lúcifer se juntou com Edwyn, a coisa está maior do que imaginávamos. - Disse .
– Mas isso ainda não explica porque querem . - falou.
– Explica, é o único que pode ensinar a mexer com os poderes.
– Espera, isso quer dizer que é o tutor de ? Mas não seria ? – questionou.
– Parece que os pais de deixaram e cuidarem dela caso alguma coisa acontecesse. Não sabemos explicar, mas logo Elijah estará aqui, assim que ele descobrir pra onde foi levado.


XI

Pov Narrador Observador

Elijah pouco tempo depois apareceu e começou a explicar a história para os amigos.
Ele contou que os pais de deixaram como anjo da guarda supervisor, caso acontecesse algo com e como ele é bem mais experiente ele irá treinar ela para a batalha. ficou um pouco chocado pela falta de confiança, mas resolveu ficar calado. perguntou se era possível ser anjo da guarda de duas pessoas e Elijah respondeu que não, mas que não era o anjo da guarda original e somente o supervisor, ele é anjo original da . Depois de responder as perguntas, não tão importantes, do grupo Elijah se foi e deixou eles para trás ainda com a dúvida de que: Porque Edwyn e Lúcifer se juntaram e onde está ?

XXX

– VOCÊS TEM QUE ME SOLTAR!!! - gritava desesperadamente, ele estava em uma sala escura preso a uma cadeira.
– Se ele gritar mais uma vez eu vou lá e acabo com a raça dele. - Edwyn falou sem paciência, ele e Lúcifer estavam em uma sala ao lado.
– Calma, ele está fraco daqui a pouco desiste. Vamos falar dos negócios.
- Acredito eu que não tenhamos mais nada para acertar, afinal, agora somos uma dupla, não?
- Sim, com certeza. – Edwyn bebericou seu vinho. – o que eu quero dizer é que uma hora dessas eles com certeza já sabem que estamos unidos, então pensei em acertamos os detalhes.
- Hm... – Lúcifer pareceu pensar. – Porque estamos com mesmo? – falou após ouvir mais alguns gritos vindos do anjo caído.
- Ele sabe de mais, vamos tortura-lo um pouco, ver o que ele nos conta e além de tudo, recebi informações valiosas.
- Que tipo de informações?
- Parece que os pais de eram bastante inteligentes, eles deixaram a garota sob proteção dos dois anjos, mas apenas está apito para treina-la, pensei em arrancarmos informações sobre os poderes dela, é sempre bom estar um passo à frente e saber com o que vamos lidar.
– Ótima ideia, bem... você se vira com isso, por mais que eu adore uma tortura, acredite eu sou experiente nisso, infelizmente tenho algumas dívidas a cobrar e algumas pessoas para levar embora. - E então sumiu.

XXX

andava de um lado para o outro pensando em todas as possibilidades de chamar sem ser dormindo, a garota não dormia direito a uns 3 dias, mas mesmo assim continuava sem sono.
– Tem que acreditar! - repetiu pela milésima vez.
– Eu acredito!! - falou entre dentes. Queria arrancar a cabeça do anjo.
– Acredita mais então, alguma coisa tu está fazendo de errado e eu acho que sej...
– Cala a boca, ! - apareceu. - Ele deve estar fraco demais, provavelmente sente o chamado, mas não consegue responder. - Ela falou sorrindo para e tocou em sua testa fazendo-a dormir.
– Porque você sempre me manda calar a boca? Pode até ser minha “chefe” lá em cima, mas aqui... - Ele se aproximou de , mas antes que pudesse tomar alguma atitude e entraram na sala.
– MAS QUE POUCA VERGONHA É ESSA?! - gritou fazendo os dois darem um pulo e se afastarem rapidamente. caiu na gargalhada. - Desculpem, não resisti. - Ele falou depois de receber um olhar raivoso de .
Quatro horas haviam se passado e nada de pistas de e nem de Elijah. continuava dormindo.
Os amigos estavam rodeados de livros velhos e empoeirados que e tinham ido buscar na antiga cada dela.
– Não tem nada aqui que possa nos ajudar! - reclamou.
– Tem mais uns 5 livros vamos continuar... - falava, mas foi interrompido por um som de campainha. se levantou e foi abrir a porta e tinha apenas uma caixa com um envelope em frente a porta no chão, ela entrou novamente e se sentou no tapete ao lado de , quando foi tirar o laço pra abrir o embrulho escutou gritar:
– NÃO ABRE ISSO SUA LOUCA!
– Porque não? - Pediu.
– Vai que seja uma bomba.
– Não é uma bomba, . - Então ela puxou o laço e a caixa se desmontou mostrando uma caixinha de som aberta em formato de carrossel e uma música suave começou a tocar, ela pegou o envelope que veio junto e começou a lê-lo

Doce ,
Aqui é seu, atualmente, pior inimigo. Decidi fazer da forma antiga e lhe mandar uma carta para contar-lhe que estou com seu amigo e, coitado, ele está bem debilitado. Então quero lhe propor um acordo: venha até mim essa noite a 00:00 e eu lhe entrego seu amigo, mas em troca você fica comigo. Pode trazer somente a sonsa da . Sem anjos! Se não sofrerá graves consequências.
Com amor, seu malvado favorito Edwyn”

revirou os olhos com a última frase. Do outro lado da carta estava o endereço para qual deveria ir.
Você não está pensando mesmo em ir né? - perguntou.
– Claro que vou, precisamos de .
– Mas precisamos de você também. Você não vai! Nós vamos achar um jeito. - falou.
– Eu vou sim, não tentem me impedir, ao invés disso, vamos montar um plano. – Todos assentiram com a cabeça e resolveu concordar, mesmo contrariado, ele sabia que a garota não cederia e eles realmente precisavam de .

XXX

– Vem cá, vocês vão encontrar o Edwyn ou vão para um desfile de moda? - questionou curiosa.
– Primeiro que uma garota deve estar sempre bem vestida… - começou.
– E segundo que Edwyn disse que está escrito na profecia que eu posso acabar com ele, nada melhor que acabar com um homem fazendo-o se apaixonar. - finalizou piscando os olhinhos docemente.
– Sim, querida - entrou no quarto. - Mas o plano não é esse… você não vai fazer ele se apaixonar.
– Dúvida da minha capacidade, Nathanielzinho? pediu se aproximando e sorrindo.
- Quer passar o plano mais uma vez? – pediu o anjo colocando uma mecha de atrás da orelha, a garota revirou os olhos.
- , não é a coisa mais complicada do mundo falar três palavras em latim.
- Eu sei, mas não sabemos se vai funcionar, se você já consegue isso.
- É, mas é o que temos para hoje, se não funcionar a gente improvisa na hora. – abriu a boca abismado e já estava pronto para dar um sermão sobre como planos feitos em última hora não funcionam quando e Liam entraram falando que estava na hora.
Era meia noite em ponto e se encontrava de baixo de um salgueiro na praça da cidade, a garota vestia uma calça jeans, com uma bota até os joelhos e na parte de cima uma blusa preta com um casaco de couro, misteriosamente, havia começado a nevar, ao seu lado estava uma que tremia de medo, e de frio, a garota tinha colocado um vestido de manga longa e uma meia calça, nos pés uma bota curta de salto.
O combinado era ir somente ela e , mas é claro que não permitiria e ele se encontrava escondido atrás de arbustos junto com e Liam e só sairiam de lá se o plano desse errado. Liam havia insistido em ir mesmo com a reprovação de e com falando que ele seria inútil caso fossem descobertos. havia ficado na casa e usava um de seus poderes de miragem caso os inimigos resolvessem dar uma passadinha. Beatrice ficou lhe fazendo companhia.
– Pensei que eles fossem mais pontuais. - reclamou olhando no relógio. 00:15.
– Desculpem-nos, sabe como é o trânsito. - As meninas dão um pulo e ao se virarem para trás encontram Edwyn e alguns Hidus.
– Onde está ? - perguntou ignorando totalmente o comentário. Edwyn estalou os dedos e dois Hidus apareceram trazendo um pálido, fraco e com vários roxos pelo corpo.
colocou a mão na boca em choque e controlou-se para não chorar e correr até os braços do seu anjo.
– Venha, minha querida. - Edwyn falou.
– Não! , você não precisa fazer isso. - falou fracamente, sua voz saiu quase como um sussurro e ele só pode ser ouvido pois os outros estavam em completo silêncio;
– Cala a boca. - Edwyn disse. – Venha, !
– Primeiro o . - A menina cruzou os braços e fez biquinho. Pensava que seu charme daria certo, mas só fez Edwyn rir.
– Homens! - Edwyn falou e os Hidus jogaram na direção de que rapidamente o pegou abraçando-o, o clima estava cada vez mais frio e estava apenas com uma calça, seu peitoral definido estava à mostra o que o fazia tremer e fazia notar as diversas cicatrizes.
Anjos não sentem frio, mas estava muito debilitado.
- Agora venha, ! - Edwyn falou entre dentes, mas somente fechou os olhos rezando para que o plano desse certo e então proferiu as três palavras que haviam encontrado em único livro na casa da garota:
“dazzled inimici sunt” (ofuscados sejam os inimigos.) - cegou os olhos com uma mão e com a outra ajudou e nesse momento uma luz branca muito forte apareceu em torno de fazendo com que os Hidus ficassem desnorteados.
saiu dos arbustos junto com e Liam, então ele segurou na mão de e fazendo os dois desaparecerem, depois segurou na mão de Liam e de e assim que eles sumiram. A luz desapareceu fazendo com que Edwyn gritasse desesperadamente ao ver que as duas garotas haviam sumido.
Quando todos eles apareceram na casa, já se encontrava na porta com Beatrice segurando duas malas, uma roxa e outra rosa.
– Tudo pronto? - Ela perguntou e todos assentiram, então segurou em uma mão uma das malas, a outra já estava na mão de , e na outra segurou a mão de Beatrice e todos sumiram novamente.
Eles haviam mudado de cidade. Agora se encontravam em Boston e moravam em uma casa amarela com um terreno generoso, a localização da casa estava fora dos alcances de Edwyn pois estava sendo protegida por Elijah. Eles iriam ficar ali até terem um ótimo plano e aprender todos os poderes necessários para acabarem com qualquer inimigo que resolvesse aparecer na luta.
Assim que chegaram, a casa estava toda preparada para eles. Elijah havia tomado conta de tudo.
– Bem... - Começou . - Vamos deixar descansar e recomendo que todos façamos o mesmo para estarmos dispostos pra uma batalha. - Todos assentiram e cada um foi para seus respectivos quartos.
A casa é necessariamente grande, tem seis quartos e por uma divisão ficou decidido que e dormiriam em um, , Liam, Bonnie e dormiriam em quartos separados e e no mesmo quarto, pois alguém deveria ficar de olho no anjo, também tem uma sala, cozinha, sete banheiros, um em cada quarto e um na sala, e um quintal com piscina e uma extensa área verde para poderem lutar. Segundo não era necessário uma casa desse tamanho e com tanto luxo, mas Elijah disse que eles teriam o mesmo pensamento então, o último lugar que procurariam seria uma casa luxuosa.

XXX

No outro dia foi a última a acordar e ao chegar na cozinha tinha uma mesa farta em sua frente e um comendo como um louco.
– Faz quanto tempo que esse menino não come? - perguntou rindo quando ele praticamente se jogou em cima dos biscoitos que havia feito.
– Comida decente? Faz muito tempo. - Ele falou de boca cheia e recebeu um tapa na cabeça de que logo depois se retirou para a sala.
– Onde está ? - questionou novamente.
– Ele está dormindo, mais cedo fui lá e curei os ferimentos dele. - respondeu e assentiu.
– Nesse caso está tudo certo! - Sorriu. - deixe uns biscoitos pra mim!! - Ela rapidamente colocou a mão na bandeja conseguindo pegar o último, murmurou algo como “vou fazer mais” e voltou a atenção para o forno.
olhou em sua volta, analisando com cuidado a situação na qual estava envolvida: e estavam na sala brigando pelo controle da televisão, xingando baixinho pois tinha colocado fermento de mais nos biscoitos, devorando um pão com manteiga e sorrindo desajeitadamente pra ela assim que viu que o observava, Liam em cima de uma boia em formato de pizza na piscina fazendo bobagens feito criança e Beatrice na espreguiçadeira rindo das besteiras de Liam. Pela primeira vez em muito tempo ela estava feliz, se sentia dentro de uma família, claro que uma família bem estranha, mas ainda sim uma família. Ela não tinha com o que se preocupar por pelo menos três semanas, ela estava, finalmente, livre de Edwyn e, agora, provavelmente de Lúcifer. Tudo está tomando as rédeas novamente.
Escuta-se um barulho nas escadas e os três amigos olham pra trás se deparando com sem camisa somente com um shorts jeans claro e com o cabelo todo despenteado. Assim que ele percebe que estava sendo observado ele olha para cima e sorri mostrando seus lindos dentes brancos.
! – é a primeira a falar, ela havia desistido de disputar o controle com e já estava de volta na cozinha para implicar com que não parava mais de comer. - Que saudades!!! Como você está?!
– Oi ! - Ele retribui o abraço sorrindo. - Estou muito bem, obrigada por cuidar dos meus ferimentos!
- Ah, não fui eu, foi o . – Disse apontando para o garoto que deu um joinha enquanto limpava a boca com um guardanapo.
Quando os outros perceberam que estava na cozinha foram aparecendo e sorrindo ao ver a alegria dos anjos. Depois que todos se abraçaram e se conheceram eles se sentaram ao redor da mesa.
– Bom, não queria trazer esse assunto tão cedo, mas precisamos começar a nos preparar. - falou com o semblante sério.
– Mas já? Sem nenhuma folguinha? - falou com voz chorosa lembrando-se das três semanas que havia imaginado apenas descansando.
– Não temos muito tempo . - Ele fala com um leve sorriso e revira os olhos enciumado.
– Acredito em você! - A garota pega na mão de e agora foi a vez de revirar os olhos.
– BEM. - grita batendo na mesa vendo que a cena estava se estendendo mais do que o necessário. - Por onde começamos?
– Primeiro temos que ver todos os pontos fracos e fortes dos nossos inimigos, devemos estuda-los para montarmos o nosso plano. - Todos assentem e então eles começam a discutir como as coisas deveriam acontecer.
– TODO MUNDO CALA A BOCA! - grita tomando uma iniciativa. Os amigos se assustam com a atitude do garoto e então ele respira profundamente começando a falar. - Porque nós não pesquisamos enquanto ajuda com os poderes?
– Gênio! - abraça o garoto que sorri.

Uma semana depois

– Vamos começar logo com os treinamentos, a senhorita já teve muita folga. - e estavam no quintal da casa, eles iam começar os treinamentos. - Primeiro você deve saber que anjos tem níveis de poderes de 1 á 100, mas sempre pulando alguns números como: nível 3 e nível 5 ou até mesmo mais como: nível 65 á nível 75. Entendeu?
– Mais ou menos.
– Bem, então eu vou explicar os níveis para você: {Nível 1} - Perícia com Arco: Qualquer anjo sabe manejar o Arco tão bem como se tivesse manejando-o a vida toda.

{Nível 2} - Cura: cura ferimentos não muito graves, como cortes, machucados e queimaduras leves.

{Nível 4} - Levitação I: move pequenos objetos, levitando-os e podendo arremessá-los a longa distância.

{Nível 7} - Localização: Pressente presenças ameaçadoras num local, o pressentimento aumenta conforme o anjo se aproxima da localização exata do indivíduo.

{Nível 10} - Asas Alvas: Ao atingir esse nível, surge no anjo belas asas brancas, que podem ser recolhidas. Tais asas são parecidas com as dos pássaros, cheias de penas brancas, e passam a fazer parte do anjo, tanto que qualquer pena que for arrancada provoca grande dor, como a de um corte. Entendido até aqui? – Perguntou e a garota assentiu. – Então vamos continuar com as explicações de níveis. {Nível 12} - Ofuscamento: cria luz em torno do anjo, capaz de ofuscar a visão dos que estão a sua volta. Se expostos por muito tempo, pode levar os outros indivíduos à cegueira. Esse, pelo que me contaram, você já conseguiu. – Ela sorriu orgulhosa por ter começado já com o nível 12. {Nível 15} - Ilusionismo I: capacidade de acrescentar imagens na visão do oponente, mas em um curto espaço de tempo. Ex: rochedos, outros oponentes, etc.

- usou esse para distrair os hidus caso eles aparecessem na casa quando nós estávamos salvando você. – a garota o interrompeu para fazer o comentário.

- Ela é muito boa com o ilusionismo, enfim, vamos continuar: {Nível 20} - Telepatia: comunica-se com outros anjos telepaticamente que estejam no mesmo ambiente. Pode ser feito contato com vários ao mesmo tempo. APENAS ENTRE ANJOS. Nós costumamos usar muito esse, é muito mais fácil e prático, fora que evita muita confusão pois os humanos não conseguem ouvir.

{Nível 25} - Barreira Elemental: cria uma cúpula invisível, capaz de proteger um indivíduo de ataques que utilizem fogo, água, terra ou ar. O anjo pode usá-la para proteger qualquer ser, mas apenas uma vez com duração de no máximo 4 rodadas.

{Nível 35} - Relances: pode prever ações do oponente antes que ele ataque outras pessoas.

{Nível 40} - Levitação II: permite a locomoção de objetos de tamanho médio ou outros seres.

{Nível 45} - Relâmpago: faz com que um raio vindo das nuvens acerte o oponente. Poder letal, porém muito desgastante.

{Nível 50} - Transmutação física: o anjo é capaz de disfarçar sua aura e assumir a aparência de qualquer outro ser, sendo impossível de identificá-lo.

{Nível 55} - Transferência vital: cura grandes ferimento, podendo até consertar fratura de alguns ossos, mas enfraquece a si mesmo temporariamente.

{Nível 60} - Ilusionismo máximo: causa alucinações na pessoa desejada. Cria ilusões muito reais, podendo chegar a fazer o indivíduo acreditar que estar em outro lugar ou que está até mesmo sendo atacado.

{Nível 65} - Sucção: se usado com concentração, pode absorver a energia de um ataque recebido, fortalecendo o anjo.

{Nível 75} - Reflexão: desvia o ataque de volta para quem o lançou. Funciona para ataques com poderes de até nível 70.

{Nível 80} - Controle dos ventos: pode "moldar" o vento a seu favor para os mais diversos usos, seja para desnortear o oponente ou criar barreiras, etc.

{Nível 85} - Alteração de memórias: apaga ou altera memórias do alvo desejado, mas é necessário manter contato visual.

{Nível 90} - Levitação III: move objetos enormes, mas exige bastante energia.

{Nível 95} – Ressuscitar: Capacidade de salvar alguém que está à beira da morte. O anjo "doa metade de sua vida" sem se enfraquecer, porém estabelece uma conexão entre ele e a quem está salvando. Se um dos dois morrer, ambos perdem a vida. Só pode ser feito uma única vez e em uma única pessoa.

{Nível 100} - Lumincinese: Capacidade de acessar mentalmente uma dimensão de energia luminosa, onde poderá falar com seu deus/deusa (Dependendo de sua espécie). Tal deus será um conselheiro e raramente um amigo, dependendo de sua personalidade.

– É muita coisa!!! - falou se jogando no chão desapontada. - Eu não vou conseguir.
– Claro que vai, eu não vou ensinar tudo isso agora e você vai aprendendo com o tempo, vamos começar com os básicos dos primeiros níveis.
– Porque não começamos logo com os que eu vou usar na batalha já que é mais importante?
– Porque você tem que começar pelos básicos pra aprender a controlar. Não adianta você aprender os mais fortes como o nível 90 e ficar, por exemplo, atirando carros por ai sem controle. Pra aprender a controlar tem que começar com os básicos. Vamos começar com Levitação I que é de pequenos objetos.
– Tudo bem. – Suspirou frustrada.

3 semanas depois

havia aprendido tudo muito rápido em 4 semanas ela já estava dominando quase todos os poderes, dizia que era o seu sangue muito poderoso que fez ela aprender tão depressa. estava muito orgulhoso da menina, mas com muito ciúmes pois ela e haviam se aproximado muito, e o anjo percebendo que o amigo estava estranho foi falar com ele:
, o que está acontecendo com você? - perguntou sentando-se numa cadeira de frente para o amigo.
– Nada, estou normal! - falou com deboche nos olhos o que fez suspirar cansado, sabia muito bem como era sentir ciúmes de uma pessoa.
– Olha, não precisa ficar com ciúmes de mim e da , nós somos só amigos e você sabe que eu amo a , sempre amei. Sou apenas o tutor da e o anjo da guarda reserva. Não se preocupe, não vou roubar a sua garota. - Então se levantou e os dois se abraçaram e sussurrou “me desculpe”.
- Estava mesmo sendo um tolo. – falou depois de soltarem-se do abraço.
- Vou ter que concordar. – riu e ganhou um tapa no ombro.
– O que está acontecendo? - e aparecem sorridentes vendo a cena.
– Nada não, só saudades! - fala passando a mão na nuca.
– Vamos sair, ? Estou cansada de ficar aqui dentro. Os vizinhos devem estranhar que em 4 semanas ninguém saiu. - Ela riu lembrando-se da velhinha que fica 24hrs tentando espiar o que eles estavam fazendo pela fresta da cortina.
– Só vou me arrumar. - Ele falou olhando pra calça do pijama e assentiu dizendo que ia fazer o mesmo.
Quando os dois estavam prontos eles deram as mãos e saíram.
– A nossa relação é meio estranha, não acha? - perguntou enquanto eles andavam em direção a uma sorveteria.
– Como assim?
– Sei lá, eu gosto de você e eu sei que você gosta de mim, mas nós nunca tomamos uma iniciativa ou conversamos sobre isso. É estranho. Se fosse outra pessoa já teria me agarrado. - soltou uma gargalhada alta.
– Eu gosto de fazer as coisas com calma. - Ele falou olhando nos olhos dela.
– Sim, mas temos uma guerra para lutar. - Ela sussurrou. - Vai que o pior aconteça, nunca vamos ter tentado. - sentiu seus olhos marejarem só de pensar em perder .
Fazia alguns dias que ela tinha aceitado que o amava e e falaram que ele a amava também, mas a garota sentia vergonha de falar. Isso acabou quando ela escutou uma conversa de com falando que ele tinha medo de morrer e perder .
Em falar em e eles estavam namorando a um tempinho, os dois foram fazer uma visitinha para os Superiores e pediram uma permissão. E eles deixaram. Normalmente eles não são chatos com isso, deixam quando veem amor de verdade e não atração física. e Raquel faziam tudo pelas costas, então quando tudo aconteceu os Superiores ficaram mais furiosos com a mentira do que de fato com a tragédia.
, você quer tentar? - Ele parou de andar e se colocou na frente da garota.
– Isso é um pedido de namoro?
– Não, isso é um pedido pra tentar. Se a gente ver que vai dar certo eu te peço em namoro da forma mais romântica possível. - Ela riu e abaixou a cabeça.
– Vamos tentar. - Confirmou. Então os dois se beijaram, queimando todos os desejos que eles tinham desde a primeira vez que se viram. Sentiram uma conexão imediata enquanto suas línguas dançavam em perfeita sincronia. Uma chuva suave começou a cair e um arco-íris luminoso apareceu na mesma hora. Ambos sorriram durante o beijo, estavam felizes, alguma coisa em meio aquele caos tinha que dar certo.
Enquanto passava as mãos nos cabelos macios do anjo, ela pensava em quanto não queria sair daquele abraço, daquele beijo nunca mais e no quanto o que ela sentia por ele era importante, é mais que amor, ela diria que é um encontro de almas.


XII

Pov Narrador Observador

Assim que o beijo acabou eles olharam para o céu e começaram a rir.
– Acho que alguém aprova a nossa tentativa. - falou sussurrando no ouvido da garota fazendo-a se arrepiar.
– Eles poderiam ter demonstrado isso apenas com um arco íris – Um trovão soou forte. – Desculpa! – Ela olhou pra cima. – Mas a gente ficou molhado! - falou com voz chorosa olhando para seu look que agora estava encharcado.
deu ombros rindo da garota conversando com o céu e puxou ela pra ir na sorveteria.
e namoravam um pouquinho no sofá, segundo eles tinham que aproveitar esses momentos a sós, pois eles eram raros de acontecer já que o grupo estava sempre junto e unido.
… - parou o beijo. - Eu estou um pouco preocupada.
– Com o que?
– Você não acha que Edwyn está demorando muito? Estamos a 3, quase quatro, semanas aqui e pelo que Elijah falou nem uma vez ele nos procurou.
– Tem razão, alguma coisa está errada.
e estavam sentados ao redor da piscina. contava as histórias mais engraçadas que ela passou ao lado de fazendo rir como uma criança.
– … Ai ela caiu na frente da faculdade toda, e quando foi se levantar ela apoiou a mão na estátua do diretor e a cabeça dele caiu. - Ela terminou de contar e caiu na gargalhada.
– Agora estou preocupado, ela aprendendo todos esses poderes e desastrada do jeito que é pode destruir a casa.
– Oh meu Deus! - falou fazendo cara de preocupada e os dois riram. - Ai, fazia muito tempo que eu não ria assim.
– Eu também. - deitou a cabeça no ombro do anjo, ele a olhou com carinho, mas logo um pensamento divertido passou pela cabeça do anjo mais velho e sem pestanejar a jogou na piscina.
POIRIER! – Gritou fazendo o garoto levantar-se e sair correndo antes que a menina pensasse em puxar suas pernas.
Liam e Beatrice estavam assistindo um filme no quarto, os dois amigos nunca estiveram tão próximos.
– Essa parte é boa. - Liam falou colocando pipoca na boca.
– Você me disse que nunca tinha assistido.
– Não assisti, vi no trailer.
– Sei.
– Juro.
– Acredito em você. - A menina olhou pra ele ainda com um olhar desconfiado.
– Está desconfiando de mim? - Ele deixou a pipoca de lado e subiu em cima da garota prestes a fazer cosquinha.
– Não! - Ela falou gargalhando já imaginando o que vinha a seguir. - Talvez... – Falou devagar fechando os olhos com medo da reação de Liam.
– Ah Beatrice, nunca desconfie de um professor de História. - Ele começou a fazer cócegas na garota que riu até lágrimas saírem de seus olhos. Quando eles pararam se olharam, uma sensação estranha pairou no ar.

XXX

– Sabe, acho que devemos voltar. Está ficando tarde. - falou enquanto olhava uma vitrine. - Esse vestido é lindo, não? - Ela olhou para o garoto que riu da sua repentina mudança de assunto.
– Vamos experimentar. - Ele falou puxando a menina para dentro da loja.
– Então o que achou? - Ela apareceu minutos depois com um vestido vermelho com alças finas e a saia rodada no corpo.
– Uma voltinha. - A menina revirou os olhos. - Por favor. - deu uma voltinha parando em uma pose erguendo um braço para o alto e o outro na cintura fazendo cara de inocente.
– Incrível. - Ele abriu um sorriso.
resolveu dar o presente para a garota e enquanto ele foi pagar esperava do lado de fora da loja.
– Moça, mandaram te entregar essa caixa. - Um menino de 13 anos falou entregando a caixa nas mãos de .
– Quem mandou?
– Não posso falar, mas ele disse que não deve sair de casa quando uma guerra está para acontecer. - Então o menino saiu.
– Vamos . - puxou o anjo assim que ele saiu da loja com a compra, ele estava sorrindo, mas assim que viu a cara preocupada da protegida foram o mais rápido possível para casa. O anjo percebendo que não estavam sozinhos pegou a menina pela mão e virou em direção a outra rua.
– O que está acontecendo, ? Essa não é a rua da casa.
– Shh, temos que despistar. - Ele olhou para trás e viu três homens vestido de pretos longe.
Edwyn me mandou essa caixa.” - Falou a garota por pensamento.
Ele nos viu?” – Questionou o anjo.
“Acho que sim. Ele mandou um garotinho me entregar. Será que ele achou a casa?”
“Creio que não, acho que ele só sabe a nossa localização. Boston, mas não a casa por isso temos que despistar. Olhe para trás, discretamente”
olhou de canto de olho e viu os mesmos homens. Eles foram por uma rua mais movimentada e se perderam no meio das pessoas.
Depois de uns 15 minutos andando para despistar, o casal percebe que eles não estão mais os seguindo.
– Vamos pra casa. – diz e eles seguem o caminho silenciosamente com segurando a caixa receosa.
Assim que chegaram eles depararam-se com todos os amigos na sala conversando animadamente.
– Edwyn. - fala e todos entendem, então ela senta-se ao lado de no chão e abre a caixa com as mãos tremendo. Dentro havia um lindo colar dourado com uma pedra enorme azul Tiffany no meio e um bilhete escrito:
Que a guerra comece, . Ps: Espero que esteja usando esse colar no dia. Com amor, Edwyn.”
– O que será que tem dentro do colar? - Beatrice perguntou e abriu vendo uns pozinhos azuis brilhantes. - O que é isso?
– Não sei. Nunca vi antes. - falou.
– Hum… esses pós não me são estranhos, mas no momento não lembro aonde vi. Juro que vou fazer o máximo pra lembrar! - piscou e assentiu fechando o colar e colocando de volta na caixa.
– Por um instante eu pensei que tivesse um coração ai dentro. - falou e todos riram.
– Seria muito clichê para o Edwyn. - Liam comentou.
– Bem… - começou. - Só eu que estou animado para a guerra? – Todos olharam assustados para o rapaz. - Acho que podemos vencer se for só os demônios e os hidus, porque demônios é só falar umas frases e desenhar umas estrelas que pronto, e Hidus não gostam de luz.
– Não vai ser tão fácil assim, , além de ser em grandes quantidades acho que eles terão mais ajuda. - falou com o semblante sério.
– O que você sabe que nós não sabemos, ? - perguntou.
– Então, tenho uma coisa para contar para vocês. Acho que todos vocês, ou pelos menos a maioria, devem saber que eu fui banido do céu por algo que eu, supostamente, fiz. Então, para entenderem melhor eu irei contar a história.
“Era de manhã quando os anjos superiores me chamaram no parlamento para temos uma “conversinha”, eles pediram porque eu havia os traído passando informações importantes para os demônios, quando eu disse que não havia feito nada eles falaram que era para eu parar de mentir, pois anjos de “confiança” haviam contado a verdade. Então, sem ao menos eles deixarem com que eu me defende-se eles me baniram. Quando eu estava caindo, quatro anjos de "confiança" me cercaram e cortaram uma das minhas asas.”
– Mas , porque você e não outro anjo? - Questionou .
– Porque eu sabia da verdade, estava tendo uma rebelião no céu. Eles queriam a queda dos superiores e para isso acontecer estavam ajudando os demônios. Naquela manhã eu iria contar toda a verdade, mas eles foram mais rápidos. Eles ainda estão lá, a rebelião ainda está acontecendo e no dia da guerra eles vão trair os anjos. Não tem como vencermos se os anjos não souberem a verdade.
– Temos que contar! - levantou-se rapidamente.
– Eles provavelmente não vão acreditar, os anjos da rebelião já devem, de alguma forma, ter feito a cabeça deles. Nós temos que arrumar outro jeito, se perdemos a guerra... - Ele suspirou pesadamente - Considerem-se mortos.
– Nem com a e seus super-poderes podemos vencer? - Beatrice perguntou fazendo graça.
– Não, se os anjos se juntarem com os demônios e com os Hidus eles poderão ser mais fortes. Eles podem proteger os inimigos com os poderes angelicais, que são muito mais poderosos. Apesar de ser um anjo de pais originais e possuir grandes poderes, até maiores que os nossos, os anjos da rebelião são mais velhos e já sabiam de na história. Eles estão muito mais preparados que todos nós.
– Elijah é de confiança, creio que ele pode nos ajudar. - disse esperançosa. - Vou ir falar com ele e de quebra saber novidades. - Então sem ao menos esperar uma aprovação ela sumiu.
– Vamos esperar. - suspirou levantando-se e indo para a cozinha com ao seu alcanço. - Eu pensei que as coisas seriam mais fáceis, sinceramente eu estou começando a me cansar. - Ela falou sem olhar para ele.
– Eu sei, mas logo, logo tudo acabará e nós, se tudo der certo, seremos vencedores e poderemos ficar juntos para sempre. - Ele a abraçou por trás. – Eu amo você, - A garota virou assustada para trás e deu de cara com os olhos cor de mar de .
– O que você disse? – Ela perguntou boba. O guardião nunca havia falado que a amava, queria guardar as palavras no coração.
- Eu disse que eu amo você, garota. – Sorriu apaixonado.
- Eu amo você. – Ela respondeu e então finalmente selaram seus lábios em um beijo de tirar o folego.
– Os pombinhos se acertaram? - Os amigos apareceram na sala rindo.
– Sim!! - respondeu animada e todos bateram palmas fazendo comemorações e soltando gritinhos como "Uhul" ou " Finalmente".
Uma hora havia se passado e ainda não havia voltado.
– Estou preocupado. - falava pela vigésima vez. - Vou atrás dela.
– NÃO! - Todos gritaram.
– Se acalma que ela já volta. - falou, ele conhecia a garota e sabia que ela demorava quando ia pro céu, porque queria resolver os problemas com o seu trabalho mesmo tendo outro anjo no lugar.
– Gente! - apareceu e deu um grito agudo colocando a mão do lado esquerdo do peito. - Vocês não vão acreditar, aquilo lá está uma loucura os anjos estão andando para lá e para cá parece até um hospício, sem falar que todos estão estressados se perguntando como deixaram a situação chegar a esse ponto. Eles já sabem sobre ter sido solto, mas não sabe que ajudou , na verdade eles pensam que foi o .
– Mais alguma coisa? - Perguntou Liam.
– Já falei com Elijah e ele irá vir ao nosso encontro.
– Ele nunca pode contar nada, já perceberam? Ele sempre tem que vir até nós, é bem mais fácil se ele passar a informação pra um e... – reclamava quando foi interrompido:
– Desculpem a demora. - Elijah brotou na sala fazendo ter um mini infarto novamente. Ela nunca se acostumaria com isso. – ! - Eles se abraçaram. - Sempre soube que você era inocente. - Poirier sorriu. - Fico feliz em saber que você conseguiu, , mas agora temos que nos concentrar, sei que o problema está grandioso e que temos 50% de chance de perder essa guerra, mas nós vamos achar um plano.
– Sim, você tem que dar um jeito de falar com os anjos e contar sobre a rebelião. - disse.
– Eu sei, mas não será fácil. O céu está cheio de problemas, temo não conseguir. - Elijah abaixou a cabeça com tristeza. Odiava se sentir um fracassado, mesmo sendo um dos anjos mais poderosos.
– E se implantarmos uma prova lá? - falou de repente e todos olharam para a menina sem entender. - Olha, se conseguirmos encontrar alguma pista que prove que está tendo uma rebelião podemos achar algum, outro, anjo de confiança que ninguém suspeitaria e pedir para ele entregar para os superiores.
– Mas que prova? - Questionou Beatrice. - E que anjo?
achava uma graça o quanto Liam e Beatrice haviam se envolvido no assunto, as vezes parecia até que eles eram os anjos.
– Stefan! - falou. - Meu irmão pode ajudar nos ajudar. Só precisamos de uma prova.
– Vou voltar e ver se encontro alguma coisa que seja útil e tente se lembrar de alguma coisa que seja palpável e pense em algo que possa nos ajudar. - Elijah falou e sumiu.
– Enquanto isso eu vou procurar sobre o pó azul do colar da . - subiu as escadas.
– Gente. - Beatrice chamou. - No bilhete do Klaus está escrito “Que a guerra comece. Espero que esteja usando esse colar no dia” ou algo assim, mas ele não falou qual o dia. - arregala os olhos e vai até seu quarto em busca da caixa, ela não havia pensado nisso, tudo estava acontecendo de uma forma tão rápida que chegava a assustar, quando a encontrou ela volta para sala.
– Vou ver se tem algo que deixei passar. - vira a caixa em cima de um tapete e então um papel roxo cai. - Achei algo! “Dia 01/01/2025 20hrs:00min″, no ano novo!
– Ele foi bem específico. - Liam comenta. - Mas porque no primeiro de ano?
– Boa pergunta. - diz.
– É o Edwyn, não podemos esperar que algo faça sentindo vindo dele. - revirou os olhos.
– Estamos sem comida nessa casa. - apareceu, saindo da cozinha. Os amigos olharam para ele com deboche, não entendiam como o anjo continuava tão calmo em uma situação dessas. - Todo o estoque que tínhamos acabou.
– Menino, eles tão te deixando amarrado? – questionou dando risada. - Eu vou comprar. - Se levantou, mas foi impedida por .
– Está louca? Os Hidus estão lá fora e... – não conseguiu terminar de falar pois ouve-se gritos na rua e todos vão até a janela ver o que havia acontecido.
Uma camionete passou em alta velocidade e atropelou uma menina, a vizinhança estava toda na rua e já tentavam ligar para a emergência.
– Eu vou lá! - saiu correndo e abriu a porta se ajoelhando ao lado da menina que tinha a respiração fraca. Não ia viver até a ambulância chegar. - Deem espaço. - Ela falou e todos começaram a se afastar.
– Você é medica? - A mãe da menina se perguntava em prantos.
– Quase isso. - Ela piscou pra que entendeu o recado.
“- Quer que eu cuide disso? - chamou a garota em pensamento.
– Não, eu preciso tentar!”
A garota então se lembrou de tudo o que falou sobre curar pessoas e se concentrou, ela colocou as mãos no peito da garota e pensou em coisas positivas para acalmá-la, quando conseguiu, se concentrou no corpo da menina para ver quais tinham sido os ferimentos, percebeu que ela sentia muita dor e a sua coluna estava quebrada então, provavelmente, ela perderia os movimentos, o coração dela havia sido esmagado e isso faria a garota morrer, então ela começou a falar umas palavras em latim: “Curarent omnem dolorem. Curarent omnem vulnera. Adducam motionis et vitae. Ipsa felix. Hoc autem non est finis. (Cure toda a dor. Cure todos os ferimentos. Traga os movimentos e a vida. Deixe-a ser feliz. Esse não é o fim.) havia salvado a pequena menina e isso era assustador, mas para não desconfiarem ela deixou alguns ferimentos leves, e então a menina havia desmaiado.
– Ela está bem, só ouve alguns ferimentos. Um verdadeiro milagre! - riu e os pais da menina a abraçaram agradecendo-a.
Quando estava chegando em casa ela caiu desmaiada e foi segurada pelos braços de .
! - chamou o garoto que estava ao seu lado. - O que está acontecendo?
– Ela desmaiou porque usou muita da sua força.
– Isso é um problema não é? - questionou. - Ela não vai conseguir lutar na batalha, vai ser usado muito mais que isso.
. - falou o nome do amigo de novo, dessa vez entredentes e com a mandíbula travada, não era preciso muitas explicações para saber o que iria acontecer.
, eu... ela concordou. - Ele suspirou e os amigos olhavam sem entender.
– ELA CONCORDOU, ? VOCÊ DEIXOU ELA CONCORDAR COM ESSA BABAQUICE?
- Com o que ela concordou? – Liam perguntou aflito.
- Eu e conversamos – começou. – Deixei claro para ela que mesmo ela sendo um anjo extremamente poderoso, ela usaria muita força e provavelmente não irá resistir a batalha, mas ela insistiu, disse que sabia dos riscos, e me pediu para não contar para nenhum de vocês, ela não queria preocupa-los, não antes da hora.
– ELA NÃO PODE MORRER EM BATALHA ! ELA NUNCA MAIS VAI VOLTAR! Você vai arrancar a vida dela assim? - perguntava e já sentia as lágrimas escorrerem por seus olhos. Ele já sentia a dor da perda, não podia perder o amor da sua existência.
Não podia acreditar que isso estava acontecendo, estava sendo egoísta! iria morrer em batalha ele ia perde-la. Se ela virasse anjo ele poderia estar feliz por ficarem para sempre juntos, mas não ela não vai virar anjo, ela vai morrer. Morrer!
Depois de colocar a amada na cama, subiu ao céu. Precisava falar com os superiores.
! - Gabriel falou. - Fico feliz que tenha conseguido ajudar , soube que ela está ótima, até ajudou uma garotinha hoje.
– Sim, ela está muito bem, mas não é sobre isso que vim falar.
– Algum problema?
vai morrer em batalha, vocês sabem disso! E ela não pode virar anjo. Mudem isso!
– Não podemos, esse é o destino dela. Eu sei que você a ama e que ela ama você, vimos o beijo. Por isso vamos aprovar o relacionamento para pelo menos vocês aproveitarem os últimos dias de .
– Por favor! Deixe-a viver, eu faço qualquer coisa! – se ajoelhou.
– Sinto muito . – Gabriel falou dando um tapinha nos ombros de e saiu deixando o anjo sozinho e desolado.
Quando ele voltou para a casa já estava acordada e se encontrava na sala.
, eu... - Ele não deixou a menina falar subiu para o seu quarto.
não queria ouvir, ele apenas queria chorar como uma criança de cinco anos, não precisava de ninguém o perturbando nem tentando explicar para ele que esse era o destino e o ciclo da vida, ninguém vive para sempre!
Ele estava no seu quarto enrolado nas cobertas já fazia algumas horas, as lágrimas já começavam a secar em seu rosto e agora ele pensava em como estava sendo esses últimos meses, e no fim chegou à conclusão de que ele já tinha ido para o Céu e o Inferno várias vezes, tinha sorrido e chorado, teve medo e coragem, foi burro e esperto, mas acima de tudo ele amou, amou incondicionalmente, amou mais que Romeu e Julieta, amou mais do que o possível, tinha ultrapassado todas as barreiras existentes e havia infligido muitas regras, mas ele continuava lá: Firme e forte por ela.
reconheceu que não podia deixar na mão, ela também deveria estar sofrendo sabendo que em breve ela nunca mais veria ninguém, por isso ele juntou todas as suas últimas forças ergueu a cabeça e pensou “Eu vou estar com ela”, o garoto sabia o quão difícil seria, mas ele não ia abandonar o seu amor em uma hora dessas e mais ainda, não iria deixa-la morrer já tinha quebrado vários termos de conduta angelical até ali, então, porque não quebrar mais alguns? Ele não sabia como faria isso, mas tinha certeza: viveria com ele por muito, muito tempo.
Edwyn estava a quilômetros de distância da casa dos anjos, mas havia escutado tudo, quer dizer, tudo que foi dito fora da casa, por mais que ele não soubesse exatamente a localização dos grupo, ele ainda tinha acesso a eles enquanto eles estavam fora da residência, e assim ele soube do relacionamento de e e soube que ela ajudou a garotinha e que morreria na batalha, o Rei não poderia estar mais contente.
– Então, irá morrer na batalha? Ora, ora veja se não é uma boa notícia, hã? - Perguntou olhando para Raquel que estava nua sentada em sua cama com uma taça de vinho na mão.
– Excelente notícia meu Rei! Para comemorarmos porque não repetimos a dose?
– Eu adoraria, mas falta uma semana para a batalha e eu preciso pensar em um plano para acabar com antes disso e sabe, ter vantagem!
– Uma semana é muito tempo, não? Venha, não me faça buscar outros recursos. - A garota começou a passar a mão pelo corpo descendo por sua barriga sorrindo.
Ele então sorriu maliciosamente e juntou-se a ela, mais uma vez.


XIII

Pov Narrador Observador

A semana havia passado rápido, isso era o que os amigos pensavam. Já era dia 31/12 e todos estavam muito ansiosos.
Dois dias antes os amigos sentaram-se espalhados pela sala e explicou sua situação para eles. Contou que morreria em batalha e não tinha nada que pudesse ser feito, apesar de seus esforços a garota ainda era muito fraca para usar tanto poder em tão pouco tempo. As amigas correram abraça-la e todos choraram um pouquinho, mas garantiu que ia ficar bem e que já tinha aceitado seu fim, queria os amigos felizes, por mais difícil que fosse, e que vivessem suas vidas. Lógico que ainda não estava aceitando muito bem a notícia, elas eram amigas desde sempre e ela não conseguia imaginar o mundo se não estiver nele, e mesmo chorando baixinho todas as noites, as duas já tinham conversado e tentava parecer forte todos os dias.
— Querem passar o plano mais uma vez? - pediu e todos negaram com a cabeça.
— Amor, a gente já entendeu o que é para ser feito! Não vamos mais repetir isso! - falou carinhosamente.
— Se você começar a explicar o plano mais uma vez, eu juro que te mato. – falou passando as mãos pelos cabelos.
— Tudo bem! - suspirou cansado e se sentou. O horário era 19:00 e eles não sabiam se ficavam acordados para comemorar mais um ano e, talvez, o último deles ou se iam dormir para no outro dia, as 7:00, acordarem dispostos para treinar.
, você já achou o significado dos pós azuis, no colar? - perguntou curiosa.
— Hm… ainda não, mas estou procurando. - Ela falou. estava a semana toda rodeada de livros de tudo quanto é tipo e todos achavam estranho ela ainda não ter encontrado. – Elijah disse que me traria um livro que está na biblioteca lá no céu que talvez pudesse nos ajudar.
Minutos mais tarde o anjo poderoso apareceu na sala e simplesmente deixou o livro com a garota sumindo novamente. Com a correria pré-batalha ninguém estava com muito tempo para conversas paralelas.
lia o livro com atenção em busca da resposta para o pó misterioso no colar de . Todos estavam em silêncio e esperavam pacientemente a resposta da anja.
- ACHEI! – A mulher gritou fazendo , que estava quase dormindo no peito de , pular no sofá e tirar um pequeno sorriso do seu guardião que se fechou no momento em que a menina lhe deu um tapa no braço.
— E o que está escrito? - perguntou ignorando o casal de amigos e dando um pulo indo até o lado da amiga. Antes que pudesse responder escutaram lá fora alguém gritar:
— ONZE E CINQUENTA E CINCO! – marcou a página e fechou o livro achando melhor falar sobre isso com calma no outro dia cedinho.
— Vamos dormir? – pediu.
— Faltam só cinco minutos! - falou choramingando, ela amava o ano novo. Os novos planos, novos sonhos, novas metas e dessa vez mesmo eles tendo uma guerra ela estava ansiosa e confiante de que 2025 seria um ano excelente, para os seus amigos, pois infelizmente, a garota não passaria o segundo ano do dia viva – Por favor, é a minha última virada de ano. – Ela olhou para os amigos e todos ficaram melancólicos com a lembrança.
— Vamos esperar. – falou sorrindo para a amiga.
Os minutos haviam se passado e já se escutava a contagem regressiva na rua e os amigos saíram para ver os fogos.

10
e se deram as mãos.
9
Os amigos se colocaram lado a lado.
8
Todos se olhavam e sorriam, ansiosos.
7
puxa para mais perto.
6
Ele sussurra no ouvido dela.
5
“Eu te amo” e a garota se arrepia.
4
Rindo ela olha para o namorado.
3
“Eu te amo” responde sorrindo.
2
Os dois sorriem e se juntam mais.
1
a beija apaixonadamente, como se fosse o último beijo do casal. Quem sabe fosse mesmo.
0
Fogos explodem no céu de todas as cores deixando os anjos encantados, a vizinhança começa a se abraçar e desejar coisas positivas uns para os outros enquanto abriam seus espumantes. O show durou trinta minutos e então cada um foi para a sua casa.

XXX


Piiiiiiiiiiiiiiiiiii
deu um murro no despertador infernal e olhou a hora, 5:00, “só pode estar de brincadeira” ela se levantou e saiu para o corredor, a casa toda estava em silêncio.
— Ele deve ter quebrado. – Sussurrou para si. Quando a garota se preparava para voltar ouve-se um barulho no andar de baixo. - ? - Ela chama descendo as escadas. - Amor? - Nada. – ? – Mais um estrondo que fez a menina pular. – Liam? – Ninguém respondia e ela começava a ficar assustada. – Alguém? - Os pelos do seu corpo se arrepiaram e lágrimas surgiam em seus olhos “Tem algo de errado.” Pensou ela.
estava voltando para o quarto afim de chamar alguém para ir com ela até lá em baixo, mas algo a impedia.
— Largue mão de ser medrosa, garota! Você vai lutar em uma batalha, aposto que não deve ser nada! – Falou para si mesma e terminou de descer os degraus.
— Eu fiz o café, meu amor. – Quando ela chegou na cozinha e ele falou e travou.
— O-o que você está fazendo aqui?
— Uma visitinha antes da guerra… sabe como é. – Edwyn debochadamente.
— Não, eu não sei! E quero que você vá embora. – Ela tentou falar firmemente, mas sua voz saiu falhada.
— Quase posso sentir o cheiro do seu medo.
— Como você descobriu a casa?
— Elijah pode ser forte e inteligente, mas as vezes ele é meio esquecido. – esperou ele completar a frase e vendo que não aconteceria ficou com uma pulga atrás da orelha “o que ele havia esquecido? Foda-se, não é mais importante, ele já descobriu mesmo.” — Sente-se e tome café comigo. – Ele apontou para a cadeira e , só então, notou a mesa com panquecas e café, franziu a sobrancelhas.
— Nem morta. – Ela cruzou os braços abaixo dos seios “Edwyn está na minha casa e estamos conversando civilizadamente? Não, não” – O que você quer?
— Vim lhe fazer uma visita, eu posso ser muito legal mesmo todos achando que sou o vilão.
— Você é o vilão, não tem como ser legal e eu lembro MUITO bem que você quer me matar, então…
— Quero mesmo. – Ele afirmou e uniu as sobrancelhas novamente. - É mania?
— Oi?
— Unir as sobrancelhas?
— Não, só quando eu estou confusa.
— Então eu te deixo confusa? – Ele perguntou se aproximando da garota que tremeu com a mudança repentina de personalidade, o homem segurou o queixo de e se aproximou devagar. - Então, , eu te deixo confusa?
— Você está tentando flertar comigo, Edwyn? – A garota sussurrou para o Rei em sua frente. Edwyn a encarou e depois abaixou os olhos, alguma coisa nele estava estranha, mas o que?

Uma semana antes…

Edwyn estava na sacada de , a garota dormia calmamente junto com , ele havia visto o showzinho que ela e o anjo deram na rua, pedido de namoro, beijo apaixonado, chuva, tão fofo… “pena que vai acabar”. Ele olhava a garota prestando atenção em todos os detalhes dela, os cabelos castanhos e longos cacheados, o pijama de unicórnio, os lábios entre abertos com um leve sorriso e por um momento Edwyn pensou que seria ótimo ter ela apaixonada por ele, ter ela sonhando com ele, falando que o amava.
— O que eu estou pensando? Paixão, amor tudo isso são sentimentos de pessoas fracas, eu não preciso disso. – Assim, ele voltou para o seu esconderijo. No fundo ele não via a hora que tudo acabasse para ele finalmente sair dali e viver em um palácio com dignidade.

Quatro dias antes…

O vilão encontrava-se novamente observando , era 16:00 e ele ria das palhaçadas que a garota fazia com os amigos, mas foi quando ela beijou que Edwyn sentiu uma emoção diferente algo parecido com…. Ciúmes? Claro que não! Ele não se dava a esse luxo.

Três dias antes…

O senhor vai ir vê-la novamente?
— Claro que não Sebastian, da onde tirou isso?
— Todo dia o Rei vai ver como a garota está, pensei que hoje faria o mesmo.
— Você não pensa nada, saia daqui! - O cavaleiro obedeceu-o prontamente.
Edwyn ia tanto ver que realmente havia virado parte da sua rotina e ele nem ao menos podia impedir, quando via já estava lá vigiando a garota.
— Só faço isso para estuda-la e descobrir seu ponto fraco. - Ele falou para si, mas nem ele acreditava nisso. – Já que agora descobri que ela não viverá o suficiente, não irei mais vê-la. - Decidiu.

Algumas horas antes….

— Ano novo. Eee!! – Raquel falou fingindo uma empolgação. – O que está acontecendo com você? Está desde ontem olhando a merda desse papel.
— Raquel, faz um favor? - A garota murmurou algo em resposta. - Cala a boca antes que eu arranque a sua língua.
O homem passou um mês estudando a profecia ele já havia decorado cada palavra do papel e se perguntou como deixou as coisas chegarem aquele ponto, a menina nem tinha feito nada, ela apenas tinha sido ela mesma, o culpado de tudo era ele. Essa era a única explicação plausível.
Mas também, ele ia vê-la todo dia para “descobrir os seus pontos fracos” acabou se encantando com o jeito leve da menina levar a vida, mesmo com tanta responsabilidade. “Eu não estou apaixonado por ela, amor é para fracos! Nunca me deixei levar por ninguém. Podia estar escrito na profecia, mas profecias erram! Isso já aconteceu? Não. Mas, tem uma primeira vez para tudo na vida. Inclusive se apaixonar... pare com isso! Não estou apaixonado!” Parecia ter duas pessoas na cabeça de Edwyn discutindo se ele estava ou não apaixonado pela garota. “Eu não estou apaixonado e isso está decidido, bom… agora que eu tenho CERTEZA que NÃO estou apaixonado chego à conclusão que: O que estou pensando? Eu deveria estar comemorando, assim não tenho ninguém que possa me derrotar, com anjos, Lúcifer, demônios e meus Hidus ninguém poderá comigo e eu finalmente poderei dar o lar que a minha espécie merece, sem aquele Deus maldito. E a profecia errou.” Depois de ter esse pensamento ele sorriu maleficamente, estava feito. Ninguém poderia derrota-lo. Ele não estava apaixonado e a profecia estava errada. ”Se bem que… ela é gostosinha, podia deixa-la viva e depois de matar todos tê-la como esposa. Que porra Edwyn, para com isso! Ela é poderosa!” E mais uma vez ele estava brigando consigo mesmo.
— Desse jeito você vai enlouquecer. - Raquel falou se aproximando do amante, ela viu todas as caras e bocas que ele fazia a cada pensamento e sabia que tinha alguma coisa errada ali.
— Tem razão, eu vou tomar uma atitude. E vai ser agora! - Edwyn subiu para o seu quarto disposto a pôr uma roupa de pessoa normal e tirar aquela capa marrom, ele iria visita-la e essa seria sua última vez. - Vou rapta-la, assim ela não entrará na guerra e será minha. Somente minha.

Agora....

Após a pergunta da menina, Edwyn se afastou dela como se estivesse pegando fogo, com o olhar arregalado e totalmente atordoado, o Rei começou novamente uma briga interna. Vendo a distração, mentalizou o segundo andar da casa e apareceu no quarto de e :
— ACORDEM! – Ela gritou e os dois levantaram em um pulo.
— O que aconteceu? – perguntou assustado.
— Edwyn, está lá embaixo!!! – Ela falou nervosa e os três desceram as escadas rapidamente, chegando lá em baixo não havia ninguém somente o café na mesa.
— Acho que você sonhou. – falou bocejando. – Não são nem seis horas, amiga.
— Eu não sonhei, ! - A menina repetia pela décima vez, agora, todos estavam acordados e tomavam o café que Edwyn tinha deixado pronto. - Ele até tentou... até... tentou... - queria falar, mas não conseguia.
— Tentou? - Pheobe incentivou.
— Ele te machucou? - pediu sentindo seus músculos tencionarem.
— Nada disso, muito pelo contrário ele.... A PROFECIA! - deu um pulo na cadeira e bateu a mão na própria testa e então começou a explicar tudo.
Meia hora depois os amigos conversavam na sala tentando fazer mais planos para derrotar Edwyn e agora que sabiam sobre a paixão por iriam usar isso como ponto fraco.
— Eu sei que vocês até tentaram pensar em algo que possa avisar os anjos da rebelião e eu sei que vocês não conseguiram, então eu vim dizer que eu e Stefan já resolvemos isso. - Elijah apareceu na sala e dessa vez todos levaram sustos.
— Dá próxima vez aperta a campainha. - Liam falou com a mão no coração.
— Como vocês fizeram isso? - Perguntou .
— Achamos um dos anjos da rebelião, persuadimos ele e fizemos confessar na frente dos Superiores. - Elijah falou convencido.
— Espertos... - Beatrice falou sorrindo.
— O que Gabriel falou sobre isso?
— Ele ficou chocado e puto, disse que fingiria que não saberia de nada e assim arrumariam um plano. Tenho que ir. – E da mesma forma que apareceu foi embora. Como sempre.
XXX


Mas que merda!” pensou Edwyn “Tive a minha oportunidade de ouro perdida!” Ele já havia chegado em seu esconderijo e acabara de quebrar um vaso. Edwyn estava irredutível nunca sentiu tanto ódio e confusão ao mesmo tempo. O rei agora tinha duas certezas: a primeira era de que a profecia estava certa, ele se apaixonou mesmo pela garota e aquele amor estava o destruindo, ele ficara totalmente desnorteado na presença da garota, não conseguia nem pensar, e isso o estava o deixando puto. E a segunda certeza era de que não morreria esta noite. Edwyn acabara de dar a sentença: estava condenado.


XIV

Estamos aqui agora, a guerra está prestes a se iniciar e ele não está comigo, me sinto sozinha e com medo, não queria que isto tivesse acontecendo, mas não tivemos outra escolha. Eles precisaram ser chamados ou todos nós iriamos viver em um mundo de tristeza e depressão.

XXX

? - Escutei me chamarem e quando olhei para trás eu o vi e corri em direção as seus braços, e o mundo pareceu perfeito novamente.— Você não vai morrer! - abraçava a garota, ele havia ido no céu e conseguiu chegar a tempo de vê-la antes da guerra. - O plano não tem como dar errado. Eu te amo!
— Você conseguiu! - Ela sorriu. - Eu te amo!
O horário? 19:30 e todos estavam nervosos, mesmo não deixando parecer, todos os que iriam lutar contra Edwyn estavam aglomerados em uma floresta perto do ponto da guerra.
— Acho melhor nós irmos. – falou para que assentiu e as duas deram as mãos e sumiram.
— Esse plano tem que dar certo. - falou olhando para os amigos.

20:00
Todos se encontraram em uma clareira no meio da floresta, onde nenhum mero mortal conseguiria ver.
— Ora, ora vejo que conseguiram um exército. - Edwyn falou aparecendo batendo palmas, ele olhou em volta e notou que não estava ali. - Onde está a garota? - Perguntou.
— Ela não pode vir, algo como cólica ou coisa parecida, mas ela mandou boa sorte e uns beijinhos. - falou sorrindo.
— Muito engraçado, , mas a luta não começa sem ela.
— Então vamos para casa pessoal, porque não virá. - Foi a vez de falar, o olhar de Edwyn escureceu e uma flecha foi lançada em sua direção, mas o garoto desviou rapidamente. - Lento demais. - Nisso ele sumiu e reapareceu atrás de Edwyn e antes que pudesse fazer alguma coisa um dos demônios de Lúcifer lhe acertou nas costas com uma, outra, flecha.
— Lento demais. - Falou.
No mesmo instante Gabriel gritou a frase que iniciou a guerra:
— ATACAR!!!!! - E então a luta começou, os anjos estavam indo muito bem, mas eram poucos para lutar com o grande exército de Edwyn.
estava tentando chegar até Edwyn e mata-lo, mas quando foi faze-lo foi impedido por Raquel.
— Você não! - Ele falou pegando sua espada e travando com a dela.
— Não tem coragem de me matar, ? - Perguntou fazendo voz doce enquanto desviava da espada de .
— Muito pelo contrário, querida, eu terei prazer. - Então enfiou a espada na perna dela que caiu no chão. - Soube que está apaixonado pela minha namorada, como está sendo saber que ela não corresponde? - conseguiu chegar até Edwyn, o Deus o olhou com ódio e enfiou uma espada no seu braço direito.
— Ainda... ela não corresponde ainda. - Edwyn falou.
— Pobre iludido, você acha mesmo que ela vai amar um ser como você? Conte outra piada. - falou e conseguiu, levemente, atingi-lo com sua espada.
— Cuidado para não ter seu coração quebrado ao final dessa guerra. - Edwyn falou e enfiou mais uma vez a espada em que caiu no chão.
Muitos anjos já haviam sido feridos nessa guerra, e graças a forças maiores nenhum havia morrido, já os demônios de Lúcifer não tiveram tanta sorte a metade já havia sido morta e a outra metade estava presa em uma estrela, que em um momento de distração um dos anjos havia feito no chão.
Beatrice e Liam tiveram algumas aulas e mesmo sabendo que tinham poucas chances de sobrevivência, insistiram em participar e estavam lutando com alguns anjos caídos, estavam já muito feridos, e não tinham mais forças então em um segundo os levou para uma cabana longe dali e voltou para a guerra.
— Ai meu Deus, vocês estão muito machucados! - falou desesperada e foi até os amigos que estavam caídos na porta. - Vamos ver o estrago... eu falei para vocês que não era uma boa ideia, nunca me escutam... - continuava a murmurar enquanto curava os machucados mais graves.
— Está quase na hora de você aparecer, . - Liam falou fracamente.
— Sim. A maioria dos "soldados" de Edwyn estão mortos, mas infelizmente muitos anjos se feriram e preferiram sumir de lá até ficarem um pouco melhores e depois voltar. – Beatrice disse.
— Tudo bem, Elijah disse que me avisa, vocês viram ?? Ele está bem? - Liam e Beatrice se olharam. – A última vez que o escutei, ele estava bancando uma de engraçadinho com o Edwyn. – revirou os olhos.
— Então temos a mesma informação, porque quando fomos tirados de lá, ele estava na mesma. - Beatrice falou e olhou-a desconfiada.

XXX

, está tudo bem? - Elijah chegou até que ainda estava no chão.
— Minha perna, rápido. - Ele falou e Elijah passou a mão por cima e ela logo se curou, estava fraco demais para curar-se sozinho.
— Posso chamar a ? - assentiu levemente enquanto se levantava.
"Está na hora, " Elijah chamou-a em pensamento
"Tudo bem"
— EDWYN - gritou aparecendo em sua frente e ele parou de lutar imediatamente e olhou para a garota que estava com um vestido longo branco, o tempo começou a ficar lento e borrado e parecia que só tinha os dois ali. - Você me ama, não é? A profecia estava certa. Você se apaixonou por mim. Eu tenho uma proposta: vou com você, juro que não irei fugir e nem tentar lutar ou te matar – sorriu marota - Mas pare de lutar agora! Acabe com essa guerra. - Ela se aproximava lentamente dele enquanto falava.
— Eu não posso, minha família precisa de um lar. - Edwyn largou a espada no chão. - E se pra isso eu tenha que te matar, eu irei!
— Você não conseguirá. - Ela agora estava perto. - Você me ama...e - Ela parou e olhou para que lutava com um anjo caído. - E eu posso ir com você para o seu mundo, não é? Nós dois podemos deixa-lo um lugar melhor. Juntos. - Ela pegou a mão do homem. – Eu sei que você pretende me levar contigo. – jogou verde.
— Você nunca deixará .
— Para a guerra acabar e o mundo voltar a ser o que era? Eu farei o que for necessário.
— Você não me ama.
— Eu posso aprender, não? Você mesmo disse que eu ainda não estava te amando. Por favor não torne isso mais difícil, ordene que essa guerra acabe! - deixava algumas lágrimas caírem livremente dos seus olhos.
— Eu... - Edwyn olhou para todos.
— Se você ama a sua família, não deixe que eles morram com essa guerra, eles estão lutando, mas você sabe que a maioria não irá resistir. - sentiu que ia começar a ficar tonta, estava usando muita força, então decidiu que era melhor voltar ao normal, no exato momento a guerra voltou a ficar real ao redor deles e alguns paravam de lutar por uns estantes para olhar os dois. - Eu irei morrer nessa guerra, Edwyn! Não deixei isso acontecer. - Ela ainda segurava a mão do Deus, então ele gritou em alto e bom som.
— PAREM TODOS! AGORA! - A voz dele saiu como um trovão e todos pararam.
— O que você está fazendo? Vamos acabar com eles. - Raquel falou.
— Eu e fizemos um trato, ela será a minha rainha em troca a guerra acaba.
— Esse não era o combinado. - Lúcifer foi para perto dele.
— Foda-se o combinado, Lúcifer! Eu é que mando. - Ele disse e pegou sua faca acertando no coração do demônio que sumiu levando os seus companheiros juntos, exceto Raquel. Agora só restavam os Hidus, Anjos Caídos e os Anjos.
— Você está ficando maluco? Essa garota não ama você, ela irá te trair. - Raquel falava enquanto se aproximava de Edwyn.
— CALA A BOCA SUA VADIA! - Ele gritou e a garota parou imediatamente, ele estava cego de amor, o plano estava dando certo. –Tudo o que eu queria de você eu consegui. – Ele olhou para Raquel com desprezo. - Vamos? - Pediu para que sorriu diabolicamente e se aproximou para abraça-lo, fez uma bolha protegendo todos os anjos e com um pensamento derrubou todos os anjos caídos e Hidus. Edwyn olhou sem entender o que estava acontecendo e viu sua vista ficar turva e ela quase desmaiou, mas antes disso conseguiu pegar uma faca batizada e enfiou no coração dele.
— Hoje não, amor. - Sorriu matando o Deus e ao mesmo tempo ela caia morrendo e sem forças no chão, mas antes de fechar os olhos completamente sem vida, a garota olhou para o seu anjo e proferiu suas últimas palavras. – Eu te amo. Pra sempre. – E então uma lágrima escorreu por sua face.
— KATHERINE NÃO! - Gritou correndo para o corpo de sua protegida que caia lentamente. – Não era esse o nosso combinado! Era para ela ficar lá na cabana, era pra ela usar pouca força, ela não precisava ter dado esse show ela... – desabou ao lado de chorando dolorosamente.
— O plano não tinha como funcionar, , esse era o destino dela. - Gabriel falou se aproximando do anjo.
, acorda meu amor... volta por favor. - estava abraçado com o corpo da garota em mãos, ele arrancou o colar de Edwyn, finalmente havia lhes contado para que servia aquele pó.
não era o único que queria ela viva, Edwyn também e o pó continha uma poção que a impedia de ficar fraca mesmo usando os poderes, parece que não funcionou. O anjo havia pensado em cada detalhe do plano.
só aparecia no final e assim não precisaria usar tanta força, só derrubar os poucos rivais que restariam, faria a proteção contra o poder da para não atingir os anjos, ela usaria o colar de Edwyn para impedir de ficar fraca, mas usou mais poder que o necessário para falar com Edwyn e desacelerar o tempo, isso não estava no plano de , era muita força para a garota e para o colar.
— Porque você teve que dar mais do que aguentava, meu amor? Você é tão teimosa! Isso não estava no meu plano, você iria ficar viva. - falava sussurrando.
, você sabia que estava no destino dela e mesmo com o plano mais perfeito do mundo ela não iria viver, essa menina nasceu para acabar com a guerra e completar a sua missão. - Miguel falava se aproximando do corpo de e de .– Fosse lutando do começo ao fim, ou fazendo algum plano mirabolante. – Ele suspirou.
— Eu te amo. Pra sempre. - sussurrou, então os amigos se juntaram o abraçando.

Pov
Eu me sentia leve, mas não sabia o que estava acontecendo, eu tinha certeza que estava morta e que não voltaria e então eu acordei. Estava deitada em uma cama branca e confortável e aquele com certeza não era o meu quarto, minha visão foi se acostumando com a claridade do lugar e assim que me levantei eu cai de novo, ainda estava fraca.
— Querida, por favor deite-se! Ainda não está forte o suficiente. - Uma voz suave e ao mesmo tempo grossa falou, eu me virei para trás assustada, havia uma pessoa ali e ela estava coberta pela luz, mas eu não sentia medo dele, muito pelo contrário ele me acalmava, então eu fiz o que ele pediu e me deitei.
— Quem... quem é você? - Falei fracamente, minha garganta estava seca e ele apontou para um copo de água que tinha ao lado da cama.
— Você não sabe quem eu sou? - Ele pediu saindo da luz e então...uau!
— Jesus? - Falei com um sussurro.
— Sim.
— O que está acontecendo? Sinto que você não conversa com todo mundo que morre. – Falei sincera e ele riu.
— Realmente, não converso, mas digamos que eu descumpri umas regrinhas do meu pai. , pela sua coragem e bondade eu resolvi lhe dar mais uma chance de vida.
— Eu irei voltar para meus amigos?
— Sim, mas entenda, enquanto estiver humana você não terá poder nenhum. Não podemos correr o risco da senhorita morrer como anjo novamente, se não, não poderei fazer nada. O dia que morrer como humana, você irá subir e assim tomará sua forma de anjo novamente. - Assenti entendendo.
— E ? ? ? Elijah? Eu nunca mais verei eles?
— Pela coragem deles e pela amizade que vocês construíram eu resolvi deixá-los na Terra cumprindo umas missões mais pequenas, agora que a paz voltará a reinar, claro que nem tudo ficará perfeito sempre tem aqueles mais rebeldes. - Ele falou e eu ri, ele tinha um jeito único e tentava se comunicar comigo da maneira mais clara e informal possível. – Sinto que essa minha maneira moderna de falar não está muito boa, né? - Ele questionou e eu assenti fazendo-o rir. -Infelizmente não temos muito tempo, querida, você terá que ir logo e eu não posso demorar aqui, antes de você ir só mais uma coisa.
— Sim?
— Não conte para eles sobre a nossa conversa. Se eles perguntarem fale que não sabe o que aconteceu. Agora deixe-me lhe mandar de volta antes que ele tampem o caixão. – Soltou uma risadinha.
— O QUE? - Arregalei os olhos. - Eu sou claustrofób... - Não consegui terminar de falar pois ele tocou em minha testa e eu cai adormecida novamente.

XXX

Estavam todos vestidos de preto e chorando ao redor do caixão de , estava inconformado.
— Está na hora. - fala soltando-se do abraço de que chorava e indo até , o menino apenas assentiu fraquinho com a cabeça.
Antes que pudesse pegar a tampa se levanta e todos se assustam.
? Como? - perguntou paralizado, o padre estava olhando perplexo para o caixão.
— Eu não...sei. - falou sorrindo enquanto olhava todo mundo ao seu redor. correu até a sua amada e a pegou no colo. - Eu te amo. - Ela sorriu para seu anjo e o beijou.
— Eu te amo.


Epílogo

Pov Narrador Observador

Meses depois…
Os amigos iriam se mudar, todos decidiram que seria bom novos ares e então depois de uma disputa acirrada entre Nova York e Miami, Miami venceu pelo voto de Beatrice, todos pegaram suas malas e entraram nos táxis em direção ao aeroporto e a vida nova.
tinha arrumado um emprego em um hospital famoso, ganharia bem mais do que no seu antigo emprego.
trabalharia em um grande restaurante, diversas celebridades faziam refeições lá e o coração da garota acelerava só de pensar que seus pratos estariam na boca de Leonardo DiCaprio. Isso fazia revirar os olhos enciumado.
Beatrice e Liam seguiam como professores, mas dessa vez de uma universidade.
, , e ainda não sabiam o que fazer entre uma missão angelical e outra, mas tinham certeza de que logo arrumariam alguma coisa.
Os amigos decidiram continuar morando juntos, pelo menos até certo tempo e até os casais arrumarem uma boa economia para que cada um possa ter seu cantinho. Logicamente um perto do outro. Ninguém iria conseguir separar esse grupo, que por mais diferentes que fossem se amavam como família.

XXX

— Ok - começou a falar com uma vassoura na mão. - A casa é enorme eu não aguento mais limpar isso sozinha.
— Eu até te ajudaria, mas eu estou atrasada. Hoje eu tenho um caso bem complicado.
— Eu também, hoje tem um jantar importante no restaurante. – falou tentando piscar disfarçadamente para que colocou a mão na testa decepcionado.
— O que foi isso? - pediu curiosa.
— Nada. - falou rápido e deu um selinho nela.
— Amiga, antes de você ir deixa eu te avisar que vamos sair essa noite. - Beatrice falou.
— Vamos aonde?
— Noite de garotas, faz tempo que não fazemos nada sem essas crianças atrás. – Apontou para os garotos que estavam discutindo por qualquer besteira.
— Por mim tudo bem! - Então cada um foi para o seu respectivo emprego.
A noite Beatrice apareceu no quarto de e perguntou:
— Está pronta?
— Estou quase. - Respondeu sem olhar para a amiga. – Pronto. - Ela se virou para a amiga.
— Maravilhosa! – Respondeu Beatrice. vestia um vestido preto justo no corpo, nos pés um salto também preto e nos lábios um batom vinho. Pegou sua bolsa em cima da cama e preparou-se para descer as escadas junto da amiga.
— Você também está incrível. – Falou enquanto olhava para amiga. Beatrice vestia um vestido amarelo, que em contraste a sua pele negra ficava lindo, nos pés a garota tinha um sapato branco e nos lábios apenas um gloss. Assim que chegaram no andar de baixo Beatrice pegou a bolsa de e questionou:
— Vamos?
— Sim, porque está levando a bolsa da ?
— Iremos encontrar ela.
— Ah, meu carro ou seu?
— Vamos no meu carro, os rapazes resolveram sair e ter uma noite só para eles também e adorou a ideia de dirigir o seu Camaro 69. – revirou os olhos rezando para que nada acontecesse com o seu bebê. O carro, é claro.
— E a ?
— Ela disse que iria nos encontrar no restaurante, precisava comprar alguma coisa no shopping. – Falou nervosamente, era esperta e Beatrice rezava para que ela não estragasse a surpresa.
Depois de alguns minutos as meninas pararam no La Forchetta, restaurante em que é chefe.
— Porque estamos aqui? A disse que tinha um jantar importante hoje, ela irá jantar conosco?
— Não, trouxe a roupa para ela porque eles irão apresenta-la hoje.Vamos.
— O que? Não! Vai lá, eu espero aqui.
— Vamos, !! - Beatrice fez cara de pidona.
— Droga! - saiu do carro e as duas deram os braços prontas para entrar no restaurante, mas antes de fazer isso travou. - Está tudo escuro lá dentro. - Sussurrou.
— Não está, é só o vidro que parece, para de ser chata. – Beatrice desconversou puxando pelo braço e abriu a porta do restaurante, realmente estava tudo escuro lá dentro e a única luz que se via era de uma mesa ao fundo. - Vou entregar a roupa pra espera aqui. – A morena falou e saiu dali sem ao menos esperar uma resposta.
De repente mais luzes se acendem e o lugar fica um pouco mais iluminado, e no fim do corredor se via a sombra de uma homem.;
- Olá, amor! – Escutou ele falar.
? - perguntou em dúvida e foi se aproximando, quando chegou perto confirmou que era o namorado e questionou — O que você está fazendo aqui?
— Eu vim te pedir uma coisa.
— O que?
, a gente se conheceu de uma forma estranha, mas também não podia ser diferente conosco e passamos por muitas coisas juntos, eu não tenho dúvida de que amo você e de que é a mulher da minha vida, talvez esteja cedo ou tenhamos que esperar mais um tempo, mas eu estava ficando louco e precisava lhe pedir, eu te amo e deixo claro isso para todo mundo.
"Um dia embaixo de um arco íris. – Ele falou lembrando e a deu um risinho fraco. - Você falou que iriamos tentar e que se ao final da guerra desse tudo certo era para mim te pedir em namoro, mas eu resolvi ir adiante e fazer algo maior que isso. Eu não vejo mais a minha vida sem você nela, nem aqui na Terra e nem no Céu. Eu preciso de ti para me sentir completo, você me tem de todas as formas, cada molécula do meu corpo pertence a você e quando seu corpo não está colado no meu me sinto em abstinência. Você me deixa louco, de todas as maneiras, e mesmo assim eu necessito de você em minha vida. Eu te amo mais que tudo e mais que qualquer coisa que já amei ou pessoa. – A menina já se encontrava em prantos com as palavras de seu guardião. - Então para selar o nosso amor… - Ele se ajoelhou. – , você aceita se casar comigo?"
pôs a mão na boca e tentava segurar as lágrimas, ela estava emocionada e extasiada, não conseguia dizer palavra nenhuma, nunca esperaria uma coisa dessas de , ela o amava só Jesus sabia o quanto e com certeza não dava para expressar isso em palavras, mas uma vida inteira juntos? Um casamento? Isso mostraria o quão forte ele é, afinal, eles já passaram mesmo por muita coisa, guerras, Deuses e demônios, vai saber quanto tempo eles teriam até a próxima batalha. Vendo a feição do amado murchar um pouco com a demora, a menina se apressou em limpar um pouco as lágrimas antes de responder:
— Sim! – colocou a aliança no dedo dela depois levantou-se lhe dando um beijo, então as luzes se acenderam por completo e todos os amigos apareceram gritando. - O que? – A menina olhou em volta assustada.
— Eu disse que tinha um jantar importante hoje. - abraçou a amiga. – Parabéns, vadia! - E assim um por um foram parabenizando o casal.
Depois os amigos usufruíram a comida de e se divertiram a noite toda, todo mundo estava muito feliz e ansioso, pois em breve teriam um casamento!
Desde a morte de seus pais e da família de , sempre foi só as duas contra o mundo, mas agora ela sentia que uma família estava sendo construída ali, com certeza uma família bem estranha, porém perfeita, com brigas, brincadeiras, amor e tudo que elas tem direito.
Apesar de tudo, agradecia pela vida que tinha, agradecia por cada conquista, cada perda, cada lágrima e cada sorriso, agradecia por estar viva e poder desfrutar os momentos felizes e difíceis ao lado de quem ama. Ao olhar em volta, abriu ainda mais seu sorriso vendo os amigos. Ela amava os observar, amava os momentos em que todos estavam distraídos com algo e ela podia olha-los com calma, analisar todos, e pensar em seus sentimentos por cada um.
e estavam disputando quem era mais forte numa queda de braço fazendo cair na gargalhada e revirar os olhos tentando segurar o riso com as bobagens que falava para desestabilizar o concorrente.
Beatrice e Liam discutiam sobre seres místicos, desde que tudo aconteceu o, agora então, casal entrava em constantes discussões sobre o que era real e não e apesar de todos os anjos já terem falado para Liam que vampiros não existem o garoto ainda teimava que sim.
Ao seu lado, também olhando toda aquela confusão, estava seu amor, seu anjo, seu companheiro e agora seu noivo. pegou na mão de e deu um beijinho fazendo-o olhar para a garota e sorrir.
- Obrigada por tudo! – Ela falou e beijou seu homem.

XXX

No dia do casamento as coisas estavam uma loucura, já estava na igreja e tremia de nervoso, como seu padrinho estava ao lado, mas no momento só queria mata-lo, pois ele falava que desistiria.
— Para de incomodar ele, ! - Stefan falou e deu um beliscão nele, finalmente, o fazendo calar a boca. Todos tinham vindo para o casamento e aqueles que não puderam faziam a festa no céu.
— Ela vai entrar, e está incrível! - falou andando no tapete vermelho, junto com Beatrice, as meninas estavam lindas e quando seus respectivos namorados as viram, se sentiram o noivo. estava com um vestido que havia lhe dado de presente, era rosa bebê e ia justo até metade das pernas, depois abria sereia e tinha uma pequena calda atrás. Beatrice estava com um azul marinho que em contraste com sua pele deixava-a linda, ele era bem longo e reto, marcando apenas nos lugares certos, também tinha uma fina cinta prateada na cintura. estava com um vermelho que tinha detalhes na frente e era aberto nos lados e nas costas para dar um charme a garota tinha prendido seu cabelo em um coque alto e firme.
Todo mundo se levantou quando a marcha nupcial começou a tocar, assim que pisou no igreja todos prenderam a respiração com a beleza da mulher, seu vestido era estilo princesa, bem marcado na cintura e depois se abria majestosamente, a saia era toda branca e tinha pequenas pedrinhas brilhantes espalhadas, conforme ela andava as pedrinhas brilhavam parecendo várias estrelas, o cabelo preso em um coque desarrumado deixava alguns fios cacheados soltos e a maquiagem leve com apenas um batom vermelho deixavam a garota parecendo verdadeiramente um anjo.
Ela chegou até que pegou em sua mão e sussurrou, em meio a lágrimas, que estava linda e assim viraram-se para o padre que começou a cerimônia.

XXX

, você aceita como seu legitimo esposo? Para ama-lo e respeita-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até que a morte os separe?
— Aceito! - Sorriu.
, você aceita como sua legitima esposa? Para ama-la e respeita-la na alegria e na tristeza, na saúde e na doença até que a morte os separe?
— Aceito! – lhe entregou as alianças, enquanto dava o buquê a .
— Eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva!

XXX

— Eu vou jogar o buque!! - falou e todas as meninas se aglomeraram.
— Ah não , não estou afim de casar! - falou pegando o braço da namorada.
— Pelo jeito terei que arrumar outro namorado. – Falou soltando-se e deixando um anjo emburrado para trás junto com os amigos que o zoavam.
—1... - Gritou.
— Pra mim amiga! Lembra dos anos de amizade. - gritou.
— 2...
sem chantagem, mas lembra-se que fui eu que fiz a bolha de proteção. - falou empurrando .
— 3... - ria.
— Meninas, até parecem que estão desesperadas para casar. - Beatrice falou rindo. - Mas quem arrumou o seu emprego fui eu , lembra disso!
— 4...
— Joga logo! - As três gritaram juntas.
— 5!!! - fechou os olhos com medo e começou a rezar para não ser a namorada e então jogou o buque que caiu certinho nos braços de . A garota saiu pulando até o namorado e falou:
— Tem certeza que quer me deixar procurar outro noivo? - Então ele a agarrou pela cintura beijando-a enquanto pensava que amava a garota, mas faria de tudo para enrolar o casório.
e foram para a pista de dança começar a valsa e todos se levantaram para olha-los.
tentou beijar a garota, mas antes que conseguisse ela falou:
- Fico extremamente feliz de que você tenha chorado. – Ele olhou com uma cara de confuso. – Caso o contrário, eu entraria de novo até você chorar. – O garoto soltou uma estrondosa gargalhada e jogou a cabeça para trás, quando se recompôs deitou a cabeça no ombro do marido e então ele falou em seu ouvido:
— Até o final dessa noite eu irei dizer mil vezes que te amo, que está linda e que é a mulher da minha vida.
— E eu vou adorar ouvir todas as vezes. Te amo. Pra sempre.
- Eu amo você. Pra Sempre – Então desencostou de seu ombro e o puxou pela gravata grudando seus lábios em um beijo com um sabor de amor, felicidade e um tiquinho de champanhe.
E assim eles estavam prontos para viver felizes para sempre.


Fim.



Nota da autora: Meu deus... acabou. Gente? Eu estou embasbacada, faz alguns minutos que finalizei, mas ainda estou olhando para essas três letrinhas que significam tanto. Eu avisei no capítulo anterior que faltavam 2 capítulos, mas eu decidi juntar o penúltimo e o ultimo em um só e agora estamos aqui.
Em primeiro lugar eu queria agradecer a todos vocês que leram, recomendaram, comentaram e me apoiaram, eu fico extremamente grata e feliz, eu sei que cometi alguns erros ao decorrer da fanfic e também sei que atrasei mais do que deveria, mas aconteceu tanta coisa nesse ano que meu senso de organização foi parar lá onde Judas perdeu as botas, mas agora tudo isso acabou. Infelizmente (ou felizmente) Protectie acabou. Mas quero deixar claro que vocês mesmo sendo poucos foram essenciais, pois eu não teria prosseguido sem apoio.
Em segundo lugar eu gostaria de agradecer a algumas pessoas que foram de suma importância: a minha prima, Hellen, por me aguentar desde sempre e por me ajudar todas as vezes, me dando dicas, bancando a beta, e sendo sincera me falando quando estava muito ruim kkkk todos os seus conselhos foram fundamentais. Muito obrigada, por tudo! Agora quero agradecer a Kari, minha primeira scripter e amiga, que lia tudo e sempre me ajudava também, muito obrigada, e eu entendo que você teve que sair, mas mesmo assim não posso deixar de te agradecer, então: obrigada de coração, e, é claro, quero agradecer a minha segunda scripter, Carol, não tivemos muito contato, mas eu percebi que tu é uma pessoa incrível e sempre apoia suas autoras e eu acho isso maravilho e quero muito trabalhar contigo futuramente de novo, obrigada por ter aceito a minha história e para finalizar (vocês devem ter percebido) quero agradecer a Chris, última scripter de Protectie, obrigada por ter aceito minha história, tenho certeza que ela caiu de paraquedas na sua vida, obrigada mesmo! ♥
Então é isso, me despeço com um coração cheio de amor e um olhar cheio de lágrimas, vou sentir muita falta dos meus anjinhos e humaninhos favoritos, mas prometo que volto, afinal eu amo isso aqui. Um beijo, obrigada a todos e isso não é um adeus, é um até breve, tchauzinho!






Essa fanfic é de total responsabilidade da autora. Eu não a escrevo e não a corrijo, apenas faço o script.
Qualquer erro no layoult ou no script dessa fanfic, somente no e-mail.


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