Regan Respite: A London Tale

Última atualização: 26/02/2024

Capítulo Um



Minha aventura em Londres começou com a ansiedade e a expectativa pulsando em cada batida do meu coração enquanto o avião tocava o solo no Aeroporto Heathrow. Tudo o que eu precisava naquele momento era aquelas férias. Eu desembarquei pela porta dos voos internacionais e fui direto até a esteira de bagagem pegar minha mala. A imponência do aeroporto, com suas placas indicativas e uma mistura de idiomas ecoando pelos corredores só aumentava a minha excitação. A visão das bagagens girando na esteira era como o prelúdio para as descobertas que me aguardavam na cidade.

Fui caminhando pelos corredores e vi o chofer que eu tinha contratado quando fiz a reserva do hotel segurando uma placa com meu sobrenome. Acenei com a mão e ele veio ao meu encontro, pegando minha mala. Ao sair pela porta principal, o ar fresco de Londres me envolveu e eu pude sentir a magia da cidade. Lembram quando a Hallie trocou de lugar com a Anne em “Operação Cupido” e ela ficou boba enquanto passava de carro pelo centro da cidade? Era eu naquele momento.

E, então, ao chegar ao meu hotel, com a visão de monumentos famosos ao longe, eu sorri largo. Os edifícios imponentes e antigos e as ruas movimentadas pareciam me convidar para viver ali. Era o começo de uma jornada que, com certeza, seria marcada não apenas pelos pontos turísticos notáveis, mas algo me dizia que a minha vida ia mudar.

― Muito obrigada, senhor. Tenha um bom dia — sorri, descendo do táxi.
― Não se esqueça do Dia da Rainha, vai ser uma celebração incrível — comentou. ― Dia da Rainha? Ok. Obrigada pela dica — sorri, amigável, e bati a porta do carro devagar.

Entrei no prédio, fiz o check in e subi direto para o meu andar. Abri a porta do meu quarto e estava tudo milimetricamente organizado, com cheirinho de limpeza e só me esperando. Botei o cartão na fechadura eletrônica e fui tomar um banho relaxante. Quando acabei, vesti um pijama confortável, pesquisei sobre o evento que o motorista havia me falado e descobri que se chamava Trooping the Colour*. Comprei um ingresso e fiquei animada por conseguir participar de um evento local. Fiquei mais umas horas no quarto e decidi descer para comer algo que não fosse do hotel. Coloquei o GPS no celular e caminhei até chegar à uma lanchonete antiga, observando as pessoas. Pedi o lanche tradicional da casa que era o “London Burger”. Segundo a garçonete, ele era muito melhor que os de fast food conhecidos e que eu não me deixasse enganar por ele ser comum. Bem na minha frente tinha um suculento blend de carne, queijo cheddar derretido, alface, tomate e cebola, servido em um pão de hambúrguer macio e regado ao molho “Burger Sauce”, que era feito de maionese, ketchup, mostarda, picles picados ou relish, cebola em pó e temperos diversos.

― Então, o que achou? — a garçonete veio, sorrindo, até minha mesa. ― Você estava certa, é incrível — disse, colocando a mão na frente da boca. — Escuta, eu comprei ingressos para a comemoração do aniversário da Rainha. Como é a comemoração? ― Querida, se eu te contar, estraga toda a alegria da comemoração! — ela piscou. — Mas te garanto que você vai amar. Tem música, alegria, é colorido e os guardas fazem uma apresentação incrível. Acho que a família real pode até aparecer.
― Mal posso esperar! Parece ser exatamente o tipo de celebração que eu estava procurando — respondi, empolgada. — Muito obrigada pelo hambúrguer. Foi uma delícia provar a receita de vocês!
― Sempre às ordens, querida. Londres é cheia de surpresas maravilhosas e tenho certeza que você vai aproveitar cada momento — ela sorriu.

Após terminar a refeição, me despedi novamente da garçonete de nome Lola e caminhei pelas ruas iluminadas de Londres. Sob as luzes cintilantes, a cidade parecia um sonho. Com a promessa do Dia da Rainha no horizonte e o sabor do "London Burger" ainda nos lábios, eu estava pronta para desvendar cada segredo que essa cidade encantadora tinha a oferecer. Cheguei novamente ao hotel cumprimentando a todos e segui para meu quarto. Tomei um banho rápido e fiz minha higiene. Mandei algumas mensagens para familiares e amigos, indicando que estava tudo bem, e apaguei.

Capítulo Dois



Os corredores do Castelo de Buckingham ecoavam com a imponência de séculos de história enquanto eu caminhava com passos decididos. Cumprimentei quem passava por mim e aos meus colegas sempre com o uniforme impecável que denotava não apenas um serviço militar, mas uma dedicação profunda à proteção da realeza. Nós éramos responsáveis por manter aquilo funcionando. À medida que eu passava pelos corredores, era como se os retratos dos monarcas antigos me observassem com orgulho e aprovação.

Quando cheguei ao meu modesto alojamento, joguei minhas coisas na cama e fui tomar um banho. Ia ser um longo dia e ainda teria o treinamento para o evento de aniversário da Rainha Elizabeth. Não nego que eu me sentia cansado daquilo às vezes, mas era grande demais e eu era o motivo de orgulho da minha família. E o salário também era bom.

A responsabilidade de proteger o castelo e aqueles que nele residiam pesava sobre meus ombros, mas eu o fazia com um senso de dever imbatível. Cada passo, cada guarda mantida, era uma expressão de lealdade à Rainha e sua família.

― Mais um dia , você consegue — murmurei para mim mesmo enquanto ajustava a fivela do cinto.

O sol ainda não havia se erguido completamente quando me dirigi ao campo de treinamento, meu uniforme reluzente brilhando à luz tênue da manhã. Os pássaros riscavam o céu enquanto os corredores do Castelo de Buckingham me chamavam para mais um dia de trabalho. O dia de treinamento para o Trooping the Colour estava prestes a começar. Estava acompanhado por mais dois guardas e fomos ao encontro do resto.

O instrutor, um veterano da Guarda Real, nos aguardava com sua presença imponente. A disciplina era palpável. O campo de treinamento estava rodeado de soldados, cada um com a determinação de honrar a tradição e a história que envolviam o Trooping the Colour. Me encaixei no meu lugar e comecei a ouvir as instruções do mais velho.

Os exercícios se deram início com uma coreografia militar. Ele nos ensinava como marchar em sincronia, nossos passos ressoando como uma única batida de coração. Era a nossa “We Will Rock You”, mas com os pés. Cada movimento tinha que ser milimetricamente perfeito, cada gesto feito com a elegância e a solenidade que a ocasião exigia. O instrutor, com sua experiência, corrigia posturas e ajustava detalhes, garantindo que a Guarda Real estivesse impecável.

Depois, passamos para o ensaio das saudações e das trocas de guarda. A precisão dos nossos movimentos refletia não apenas na nossa habilidade militar, mas também no respeito pela tradição que nos cercava. Quanto mais o tempo passava, o sentimento de camaradagem entre os colegas de farda tornava-se mais evidente. Éramos uma equipe, uma unidade que se preparava para o espetáculo que era a marca registrada do Trooping the Colour.

O som dos tambores e trombetas ecoava pelo campo, marcando o ritmo da nossa preparação. Eu sentia a vibração das notas em cada célula do meu corpo. O treinamento não era apenas uma prática militar; era uma imersão em uma tradição, uma celebração da história que se desdobrava diante de nós. Os que vieram antes, os de agora, os que viriam depois de nós teriam essa tradição gravada na pele.

Ao final do dia, enquanto o sol beijava o horizonte londrino, a exaustão era nítida, mas a sensação de dever cumprido era ainda mais intensa. O Trooping the Colour era uma manifestação de honra, uma ode à realeza e um tributo à coragem da Guarda Real. Eu me preparei não apenas para um desfile, mas para fazer parte de uma tradição que transcendia gerações. E, à medida que recolhíamos nossos uniformes ao final do dia, eu sabia que estaríamos prontos para brilhar com todo o esplendor no dia da celebração real.

Capítulo Três



Uma semana depois.

O dia do Trooping the Colour finalmente havia chegado e eu me via imersa na agitação e na emoção que envolviam o grandioso evento. Vesti um vestido longo florido em tecido leve, uma ecobag com guarda-chuva, meus documentos, minha câmera e um cardigã fácil de remover. Nos pés, escolhi um par de tênis confortáveis, essenciais para andar a pé. Adicionei um toque de estilo com óculos de sol e um boné. Antes de sair, apliquei o protetor para me proteger dos raios solares, o joguei na minha bolsa e parti para a comemoração.

Assim, caminhei pelas movimentadas ruas londrinas, pronta para encontrar outras pessoas que, como eu, se deliciavam com os encantos da comemoração da cidade naquele dia. Até os locais agiam como se fossem ver algo inédito. As pessoas estavam eufóricas e tinham o rosto pintado com as cores da bandeira, as meninas estavam vestidas como Elizabeth e os meninos como os guardas reais. Eu registrava tudo o que eu podia para sempre me lembrar daquele dia. Um garotinho até passou por mim e me deu uma bandeirinha para que eu pudesse sacudir no ar quando o desfile começasse.

Me acomodei na multidão e fiquei esperando que o desfile começasse. O Castelo de Buckingham parecia ainda mais gracioso de perto, as bandeiras tremulando ao vento e os soldados alinhados, era como se eu fosse a protagonista de um filme.

No momento crucial, quando as cores vivas desfilavam pela Horse Guards Parade, a multidão aplaudia e a música preenchia o ar, eu me vi envolvida por uma sensação indescritível de orgulho e pertencimento. Cada passo dado pelos soldados, cada nota tocada pela banda, eu senti uma emoção completamente diferente de tudo que eu já havia sentido.

No entanto, a euforia da ocasião foi abruptamente interrompida por murmúrios nervosos quando um desentendimento acalorado eclodiu entre alguns membros da multidão. Logo depois, foi ouvido um disparo seco. Um tiro. A confusão se alastrou como fogo em palha seca, criando uma onda de agitação que chegou aos ouvidos sensíveis de um majestoso cavalo.

O animal, já inquieto pela movimentação intensa ao seu redor, viu-se repentinamente envolto em uma cacofonia de gritos e gestos raivosos. O tumulto gerado pela briga entre os espectadores despertou seus instintos mais primitivos, transformando o nobre cavalo em um ser assustado e imprevisível.

A multidão, antes unida, agora se via dividida e tomada pelo caos. As pessoas tentavam se afastar do epicentro da briga, mas o cavalo, temeroso e desorientado, reagiu de maneira imprevisível. O pânico se espalhou como uma sombra e a sinfonia alegre do desfile foi substituída pelo barulho caótico de uma multidão em tumulto.

A cena dramática, alimentada pela discórdia momentânea entre espectadores, ecoaria nas mentes dos presentes por muito tempo. Um episódio que, por um instante, transformou a celebração em um teatro de emoções mistas, deixando uma marca indelével na memória daqueles que testemunharam a briga nas ruas de Londres. Eu me vi presa no meio do caos enquanto tentava seguir algum caminho seguro, quando vi um garotinho nos seus cinco anos completamente perdido e chorando no meio da confusão. Meu primeiro instinto foi correr até ele quando eu vi que o cavalo estava indo na sua direção completamente tão perdido como nós. Joguei meu corpo para a frente, o protegendo quando o peguei no colo. Só fechei os olhos, preparada para ser golpeada pelo equino. Foi então que, como guiado pelo destino, um guarda real de aparência decidida, em um movimento rápido e coordenado, conseguiu tirar nós dois do caminho iminente do cavalo em descontrole. O olhei, surpresa pela sua agilidade, enquanto o garotinho continuava aninhado no meu peito.

―Vocês estão bem? — ele perguntou, sua voz suave contrastando com o caos recente.

Capítulo Quatro



A grande festa tinha virado um fiasco. Algum delinquente irresponsável disparou para o alto, desencadeando um tumulto que fez com que todos corressem em pânico, transformando a rua em um caos total. A confusão parecia ficar cada vez maior com tantos gritos e tumulto preenchendo o que antes era uma celebração bonita. Reuni alguns soldados e direcionei-os para dispersar algumas pessoas para lugares seguros. Enquanto isso, eu ia a pé, procurando alguém que pudesse estar perdido, e encontrei uma mulher abraçada em um menino e um dos nossos cavalos prestes a golpeá-los. Botei toda a força que eu tinha nas pernas e consegui alcançá-los antes que o pior acontecesse. O cavalo fugiu, assustado, quando eu cheguei e gritei para alguém buscá-lo.

―Vocês estão bem? — perguntei.
― S-sim — ela respondeu. — E você, lindinho? — ela direcionou o rosto para o garotinho agarrado nela.
― Eu quero minha mamãe.
― Eu sei. Vamos achá-la, prometo — disse, dando um beijo na testa dele. — Mas primeiro precisamos sair dessa bagunça, está bem?

Ele assentiu, visivelmente assustado. Ela segurava o menino com força, enquanto eu olhava ao redor, tentando determinar a melhor rota para sairmos da confusão. O tumulto continuava, mas os soldados já estavam ajudando a acalmar a situação.

― Vamos por aqui, ok? — indiquei uma rua lateral menos congestionada.

Enquanto caminhávamos, eu mantinha um olhar atento ao redor, certificando-me de que estávamos longe das áreas mais problemáticas. A mulher continuava abraçando o menino, tentando acalmá-lo enquanto eu liderava o caminho.

― Qual é o seu nome, nobre soldado? — perguntei, tentando distrair a criança.
― Oliver — respondeu, tímido.
― Oliver, meu nome é . Vamos encontrar sua mamãe, está bem? — disse, tentando transmitir segurança.

A mulher atrás de mim cantava alguma canção para o menininho que começou a rir baixinho quando a música mandava. Continuei a caminhar com eles até achar uma rua mais tranquila e, ao longe, avistei uma mulher correndo na nossa direção e os protegi, até ouvi-la chamando pelo nome da criança.

― Oliver! — ela disse, chorando
― Mamãe! — ele se soltou do abraço da moça e correu até sua mãe.

Os dois se abraçaram apertado e a mãe olhou para nós dois com o olhar agradecido.

― Vocês salvaram meu bebê, muito obrigada. ― Não foi nada, não é, Oliver? — a moça sorriu na direção dele, que concordou, sorrindo de volta.
― Agora vamos para casa. A mamãe vai fazer um bolo bem grandão de chocolate para você!

Oliver correu de volta até a moça, lhe deu um abraço apertado e saiu de mãos dadas com a mãe.

― Bom, acho que agora podemos nos apresentar formalmente. Meu nome é , sou um dos soldados da guarda real — estendi a mão em cumprimento.
― Meu nome é . Obrigada, . Eu não sei o que teria acontecido se você não tivesse chegado a tempo. — Apertou minha mão com gentileza.
― Você não é daqui — notei. — Estadunidense? — Ela concordou com um aceno de cabeça. — Onde está hospedada? ― Four Seasons. Park Lane. ― Vou te acompanhar.

Ela concordou e eu a acompanhei até a porta do hotel.

― Você não vai se encrencar? Quer dizer, a gente ouve falar do comportamento que vocês precisam ter. ― Não se preocupe — ri. — Vou dar um jeito. Foi um prazer conhecer você.
― Igualmente — ela sorriu, tímida, e acenou por cima do ombro antes de entrar no hall do salão.

Segui o caminho de volta até o palácio onde um dos soldados olhava pela rua até que veio na minha direção.

― Eles querem falar com você sobre o que aconteceu.



Continua...



Nota da autora: Sem nota.

Nota da beta: Eu queria ser a Sienna, viajando para Londres e ainda vivendo uma fic hahaha ❤️


Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.

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