Capítulo 1
tinha tomado uma decisão pouquíssimo inteligente.
Se somasse isso ao fato de pertencer ao “lar dos sábios”, o resultado seria ainda pior.
Quem, em sã consciência, se aproxima de uma explosão para salvar a vida de outra pessoa? (Grifinória, favor não se ofender)
“Bem, estávamos em guerra, isso é natural.”
A bruxa pensou enquanto seus olhos se fixavam no teto azulado da sala na qual tinha sido acomodada. O braço utilizado para executar todas as tarefas, incluindo feitiços, estava completamente coberto com uma substância verde musgo que, segundo dois ou três curandeiros, era a última solução para seu problema.
“Mas não pulamos na frente de uma explosão para salvar alguém que mal liga para nossa existência.”
, extremamente incomodada com a falta de mobilidade, continuou a discutir com a voz interna que dizia que ela tinha tomado a decisão correta.
“Eu jamais pularia na frente de pedras explosivas pelo Malfoy.”
“Sua tonta, o Malfoy é inimigo! Fred Weasley é parte da família de seus melhores amigos!”
Bom, caso o fluxo descontrolado de pensamentos tenha o confundido, é possível que algumas explicações sejam necessárias…
, nossa ilustre salva-vidas, estava presente na batalha de Hogwarts.
Caso deseje explicações mais aprofundadas, indico que procure outro livro, pois estamos todos calejados de pensar naqueles momentos terríveis.
Apesar de tudo, escolheu o lado certo e assumiu o compromisso de lutar ao lado de Harry Potter e outros amigos que a tinham acolhido como nunca havia acontecido antes. E tudo corria surpreendentemente bem — ou o melhor que poderia, considerando a batalha que acontecia — até que a corvina decidiu se aproximar de um corredor ao ouvir vozes, imaginando que os donos delas poderiam precisar de ajuda.
A bruxa chegou a tempo de notar um feitiço silencioso lançado por um dos inimigos em direção aos garotos ruivos que duelavam com os comensais logo à frente.
E, tomada pela cegueira de achar que os Weasley eram os únicos ruivos do mundo, jogou-se em meio a explosão para tirar de lá um ruivo alto específico que estava prestes a ser atingido por um bloco enorme proveniente de uma das pilastras.
Funcionou. Para ele, claro.
Fred Weasley saiu sem nenhum arranhão ao ter o corpo desviado pelos braços desengonçados da corvina.
No entanto, o comensal em questão não ficou muito feliz com o desvio de e decidiu jogar um dos blocos caídos no chão em sua direção que, por um milagre de Merlin, não chegou nem perto de sua cabeça.
— Que mira de merda, hein?! Acho que até minha av… — ela lembra de ter dito ao lançar o próprio corpo em direção ao chão a fim de evitar que algo se quebrasse sobre ela de outra forma.
Mal tinha feito Percy (Percy!!) e os gêmeos (Fred incluso!!) rirem de seu leve deboche quando foi atingida em cheio no braço com que segurava a varinha.
E, caso isso nunca tenha lhe ocorrido, quebrar todos os ossos do braço ao mesmo tempo não é muito divertido.
Antes que o pior acontecesse e fosse esmagada, Harry, Rony e Hermione, recém-chegados à cena, mandaram os comensais para o espaço.
Uma pena que o sabor da pequena vitória não chegasse aos lábios quando se está caída no chão com a horrível sensação de um bloco amassando uma das partes de seu corpo.
Os amigos tentaram ajudar mesmo que o ambiente fosse desfavorável, porém, nenhum dos remédios e feitiços possuíam uma duração muito longa, o que culminou em desmaiando no meio de batalhas quando a dor aguda a atingia novamente.
A bruxa terminou sendo transportada para o hospital St. Mungus antes que pudesse sugerir que transformassem Voldemort em comida de trasgo quando vencessem.
Tinha pensado em escapar umas duas vezes, mas sabia que não seria nada além de um peso em uma batalha.
Agora, estava ansiosa para reencontrar os amigos e ajudar a reconstruir a escola que tanto amava, quem sabe até passar no seu fast food favorito se tivesse uns trocados sobrando.
Alguns minutos depois, sentiu o braço gelar, exatamente como o curandeiro disse que aconteceria caso a garota respondesse bem ao tratamento.
sorriu consigo mesma, estava começando a pensar que jamais recuperaria o braço esfarelado.
— Sir Carmilo? — a corvina convocou, exatamente como tinha sido instruída ao dar entrada no hospital.
Naquele mesmo momento, duas pessoas iniciavam uma conversa a poucos metros do quarto de .
A sra. Weasley mal sabia como agradecer a jovem que tinha salvado a vida de seu filho. É verdade que todos tinham corrido um enorme perigo, mas chegaram à conclusão de que Fred foi o que chegou mais perto entre os Weasley.
Assim, Molly Weasley esperava notícias sobre o tratamento que o curandeiro tinha apontado como “a última solução”. E claro que tinha levado Fred consigo, mesmo que contra a vontade dele.
— Não podemos simplesmente mandar uma coruja pedindo notícias? — o ruivo perguntou, coçando os olhos numa tentativa de afastar o sono que o consumia — A Gina disse que viria aqui mais tarde.
— Não, Fred! — a mulher rebateu, balançando a cabeça negativamente na direção do filho — Onde está sua compaixão? A salvou sua vida!
— Mãe, nós estávamos em uma batalha! — o ruivo respondeu, desajeitando os cabelos com impaciência — Todo mundo salvou a vida de todo mundo.
— Fred!
— Eu só disse a verdade! — ele respondeu antes que a mãe iniciasse mais um sermão — Eu estou muito grato por ela ter feito isso por mim, mas eu nunca fui amigo da , mãe, é falta de noção eu ficar extremamente presente agora só por isso, vai me fazer parecer um... sei lá, interesseiro?!
— O caso dela é diferente, filho. — Molly disse, encarando profundamente os olhos do filho antes de segurar o braço dele afetuosamente — A está apaixonada por você.
Fred encarou a mãe por alguns segundos antes de gargalhar alto, o que imediatamente fez a mulher revirar os olhos.
— De onde você tirou isso, mãe? — o ruivo perguntou, ainda rindo, era o seu jeito de disfarçar o nervosismo — Foi a Rita Skeeter que te disse, é?
— Eu não estou brincando, Fred Weasley!
— Mãe…
— Você pode até não perceber, mas ela olha para você de um jeito diferente, os olhinhos até brilham mais…
— Agora você tirou isso de uma daquelas revistas que a Gina lia, não é possível.
— Fred, para você o ato de salvar uma vida é imediato, é quase instintivo. — Molly começou a explicar — Mesmo que seja um ato nobre que qualquer um é capaz de realizar, temos que lembrar que a está na Corvinal por algum motivo.
— E o que isso tem a ver com a sua teoria da “paixão”?
— Corvinos vão pensar em uma estratégia para salvar uma vida, Fred, eles usam a mente para isso e, pelo que seus irmãos me disseram, não tinha nada de estratégico na forma como a te tirou do caminho porque ela usou o coração, filho, não a lógica.
Fred, sinceramente, não sabia o que responder, ele não achava que aquilo poderia durar tantos anos… Ou sequer se tornar um sentimento mais sério.
— Você sabe que eu não mentiria sobre isso. — Molly continuou — Eu tenho certeza de que a gosta muito de você ao ponto de arriscar a própria vida por alguém que fazia um esforço enorme para demonstrar que não se importava com ela.
— Se você quer me fazer sentir mal, tá conseguindo…
— E eu não sei exatamente o que fez ela gostar de você…
— Mãe!
— Até porque vocês não trocaram mais de dez palavras nesses anos todos por culpa sua, só acho que você poderia ser ao menos mais atencioso com ela, não custará nada, é uma garota extremamente querida.
— Apesar de eu achar que ela vai odiar esse tratamento especial só depois que ela esfarelou um braço por minha causa, prometo me esforçar.
— Obrigada, querido — Molly disse, secando uma lágrima rápida que surgiu ao pensar no que seria de seu filho se não tivesse tanto afeto por ele.
Se somasse isso ao fato de pertencer ao “lar dos sábios”, o resultado seria ainda pior.
Quem, em sã consciência, se aproxima de uma explosão para salvar a vida de outra pessoa? (Grifinória, favor não se ofender)
“Bem, estávamos em guerra, isso é natural.”
A bruxa pensou enquanto seus olhos se fixavam no teto azulado da sala na qual tinha sido acomodada. O braço utilizado para executar todas as tarefas, incluindo feitiços, estava completamente coberto com uma substância verde musgo que, segundo dois ou três curandeiros, era a última solução para seu problema.
“Mas não pulamos na frente de uma explosão para salvar alguém que mal liga para nossa existência.”
, extremamente incomodada com a falta de mobilidade, continuou a discutir com a voz interna que dizia que ela tinha tomado a decisão correta.
“Eu jamais pularia na frente de pedras explosivas pelo Malfoy.”
“Sua tonta, o Malfoy é inimigo! Fred Weasley é parte da família de seus melhores amigos!”
Bom, caso o fluxo descontrolado de pensamentos tenha o confundido, é possível que algumas explicações sejam necessárias…
, nossa ilustre salva-vidas, estava presente na batalha de Hogwarts.
Caso deseje explicações mais aprofundadas, indico que procure outro livro, pois estamos todos calejados de pensar naqueles momentos terríveis.
Apesar de tudo, escolheu o lado certo e assumiu o compromisso de lutar ao lado de Harry Potter e outros amigos que a tinham acolhido como nunca havia acontecido antes. E tudo corria surpreendentemente bem — ou o melhor que poderia, considerando a batalha que acontecia — até que a corvina decidiu se aproximar de um corredor ao ouvir vozes, imaginando que os donos delas poderiam precisar de ajuda.
A bruxa chegou a tempo de notar um feitiço silencioso lançado por um dos inimigos em direção aos garotos ruivos que duelavam com os comensais logo à frente.
E, tomada pela cegueira de achar que os Weasley eram os únicos ruivos do mundo, jogou-se em meio a explosão para tirar de lá um ruivo alto específico que estava prestes a ser atingido por um bloco enorme proveniente de uma das pilastras.
Funcionou. Para ele, claro.
Fred Weasley saiu sem nenhum arranhão ao ter o corpo desviado pelos braços desengonçados da corvina.
No entanto, o comensal em questão não ficou muito feliz com o desvio de e decidiu jogar um dos blocos caídos no chão em sua direção que, por um milagre de Merlin, não chegou nem perto de sua cabeça.
— Que mira de merda, hein?! Acho que até minha av… — ela lembra de ter dito ao lançar o próprio corpo em direção ao chão a fim de evitar que algo se quebrasse sobre ela de outra forma.
Mal tinha feito Percy (Percy!!) e os gêmeos (Fred incluso!!) rirem de seu leve deboche quando foi atingida em cheio no braço com que segurava a varinha.
E, caso isso nunca tenha lhe ocorrido, quebrar todos os ossos do braço ao mesmo tempo não é muito divertido.
Antes que o pior acontecesse e fosse esmagada, Harry, Rony e Hermione, recém-chegados à cena, mandaram os comensais para o espaço.
Uma pena que o sabor da pequena vitória não chegasse aos lábios quando se está caída no chão com a horrível sensação de um bloco amassando uma das partes de seu corpo.
Os amigos tentaram ajudar mesmo que o ambiente fosse desfavorável, porém, nenhum dos remédios e feitiços possuíam uma duração muito longa, o que culminou em desmaiando no meio de batalhas quando a dor aguda a atingia novamente.
A bruxa terminou sendo transportada para o hospital St. Mungus antes que pudesse sugerir que transformassem Voldemort em comida de trasgo quando vencessem.
Tinha pensado em escapar umas duas vezes, mas sabia que não seria nada além de um peso em uma batalha.
Agora, estava ansiosa para reencontrar os amigos e ajudar a reconstruir a escola que tanto amava, quem sabe até passar no seu fast food favorito se tivesse uns trocados sobrando.
Alguns minutos depois, sentiu o braço gelar, exatamente como o curandeiro disse que aconteceria caso a garota respondesse bem ao tratamento.
sorriu consigo mesma, estava começando a pensar que jamais recuperaria o braço esfarelado.
— Sir Carmilo? — a corvina convocou, exatamente como tinha sido instruída ao dar entrada no hospital.
Naquele mesmo momento, duas pessoas iniciavam uma conversa a poucos metros do quarto de .
A sra. Weasley mal sabia como agradecer a jovem que tinha salvado a vida de seu filho. É verdade que todos tinham corrido um enorme perigo, mas chegaram à conclusão de que Fred foi o que chegou mais perto entre os Weasley.
Assim, Molly Weasley esperava notícias sobre o tratamento que o curandeiro tinha apontado como “a última solução”. E claro que tinha levado Fred consigo, mesmo que contra a vontade dele.
— Não podemos simplesmente mandar uma coruja pedindo notícias? — o ruivo perguntou, coçando os olhos numa tentativa de afastar o sono que o consumia — A Gina disse que viria aqui mais tarde.
— Não, Fred! — a mulher rebateu, balançando a cabeça negativamente na direção do filho — Onde está sua compaixão? A salvou sua vida!
— Mãe, nós estávamos em uma batalha! — o ruivo respondeu, desajeitando os cabelos com impaciência — Todo mundo salvou a vida de todo mundo.
— Fred!
— Eu só disse a verdade! — ele respondeu antes que a mãe iniciasse mais um sermão — Eu estou muito grato por ela ter feito isso por mim, mas eu nunca fui amigo da , mãe, é falta de noção eu ficar extremamente presente agora só por isso, vai me fazer parecer um... sei lá, interesseiro?!
— O caso dela é diferente, filho. — Molly disse, encarando profundamente os olhos do filho antes de segurar o braço dele afetuosamente — A está apaixonada por você.
Fred encarou a mãe por alguns segundos antes de gargalhar alto, o que imediatamente fez a mulher revirar os olhos.
— De onde você tirou isso, mãe? — o ruivo perguntou, ainda rindo, era o seu jeito de disfarçar o nervosismo — Foi a Rita Skeeter que te disse, é?
— Eu não estou brincando, Fred Weasley!
— Mãe…
— Você pode até não perceber, mas ela olha para você de um jeito diferente, os olhinhos até brilham mais…
— Agora você tirou isso de uma daquelas revistas que a Gina lia, não é possível.
— Fred, para você o ato de salvar uma vida é imediato, é quase instintivo. — Molly começou a explicar — Mesmo que seja um ato nobre que qualquer um é capaz de realizar, temos que lembrar que a está na Corvinal por algum motivo.
— E o que isso tem a ver com a sua teoria da “paixão”?
— Corvinos vão pensar em uma estratégia para salvar uma vida, Fred, eles usam a mente para isso e, pelo que seus irmãos me disseram, não tinha nada de estratégico na forma como a te tirou do caminho porque ela usou o coração, filho, não a lógica.
Fred, sinceramente, não sabia o que responder, ele não achava que aquilo poderia durar tantos anos… Ou sequer se tornar um sentimento mais sério.
— Você sabe que eu não mentiria sobre isso. — Molly continuou — Eu tenho certeza de que a gosta muito de você ao ponto de arriscar a própria vida por alguém que fazia um esforço enorme para demonstrar que não se importava com ela.
— Se você quer me fazer sentir mal, tá conseguindo…
— E eu não sei exatamente o que fez ela gostar de você…
— Mãe!
— Até porque vocês não trocaram mais de dez palavras nesses anos todos por culpa sua, só acho que você poderia ser ao menos mais atencioso com ela, não custará nada, é uma garota extremamente querida.
— Apesar de eu achar que ela vai odiar esse tratamento especial só depois que ela esfarelou um braço por minha causa, prometo me esforçar.
— Obrigada, querido — Molly disse, secando uma lágrima rápida que surgiu ao pensar no que seria de seu filho se não tivesse tanto afeto por ele.
Capítulo 2
estava irritada.
Aparentemente, mesmo que o tratamento com as algas estivesse sendo um sucesso, ela teria que ficar mais um dia em observação.
A corvina não aguentava mais aquele lugar! Além da sensação de impotência, se sentia péssima por não ter comparecido ao funeral coletivo dos abatidos na batalha.
Precisava se mexer, fazer alguma coisa de útil já que tinha sido completamente inútil na única função que tinha recebido: lutar.
Não havia momento pior para Fred Weasley se aproximar da cama onde ela estava.
— ? — o ruivo disse, tentando chamar a atenção da garota que, por algum motivo, encarava o teto da sala — ?
A garota tinha ouvido da primeira vez, mas não sabia se queria lidar com aquilo agora.
— Sim? — ela respondeu, finalmente encarando o rosto dele.
— Alguma notícia sobre o tratamento? — Fred perguntou, esperando que o nervosismo incomum à sua personalidade não fosse tão aparente quanto ele imaginava.
— Funcionou, mas ainda terei que utilizar as algas por mais duas semanas e voltar a cada três dias — ela respondeu, arrependendo-se imediatamente por falar tanto sobre algo que ele não se importava.
— Ah, notícia boa, então!
— Duas semanas cheirando a sereiano foi tudo que eu pedi! — a corvina resmungou, sem perceber que o comentário tinha feito Fred relaxar quase imediatamente.
— O importante é você ficar melhor — o ruivo disse, sorrindo, talvez o primeiro sorriso dele que tinha recebido em anos.
— Você não precisa fazer isso, Fred — disse, desviando os olhos para o teto novamente.
— Isso o quê?
— Você sabe… — respondeu, desviando os olhos para os dele por alguns segundos — Fingir que se importa comigo só porque aparentemente eu salvei sua vida.
— Aparentemente? — Fred disse, tentando desviar a conversa do tópico “fingimento” — , você salvou a minha vida.
— Enfim, não precisa mesmo — a corvina continuou, ignorando a tentativa do bruxo — Por favor, não se sinta obrigado a fazer qualquer coisa por mim só por esse motivo.
— , eu-...
— Acho melhor você ir, imagino que tenha muito o que fazer para perder tempo comigo — deu um sorriso mínimo que, surpreendentemente, causou um pequeno aperto no peito do ruivo.
— Tudo bem… — Fred conseguiu responder — A Gina vem aqui te visitar mais tarde, ok?
— Ok, obrigada por avisar.
Fred pensou em se aproximar e se despedir corretamente, mas a bruxa já voltava a encarar o teto.
O ruivo virou as costas e saiu.
Fred ainda pensava em como tinha o olhado enquanto desaparatava na Toca.
O ruivo jamais tinha pousado os olhos na corvina tão detalhadamente, era verdade, mas se esforçou para ficar mais atento desta vez e encontrar o tal “brilho” que sua mãe havia descrito. E não achou nada.
parecia mesmo não gostar muito dele, isso sim.
— Que cara é essa? — ouviu uma voz feminina perguntar quando ele entrou em casa — Aconteceu algo com a ? Algum problema na loja?
— Ah, ela vai ficar bem, o tratamento com as algas vai dar certo — Fred respondeu, jogando o corpo no sofá próximo à poltrona onde Gina estava sentada — Fala a verdade, Gina, ela me odeia?
— Por que você acha isso?
— A ficou completamente na defensiva quando eu perguntei como ela estava e tudo mais…
— É de se esperar que ela te ache um parvo quando você só decide perguntar um “tudo bem?” depois que ela se joga na frente de uma explosão por você.
— Gina, eu já estou me sentindo péssimo, não precisa humilhar — Fred disse, coçando os cabelos com irritação — O que eu poderia fazer?
— Fred, sinto muito, mas, como amiga da , tenho que dizer que você sempre a tratou diferente da Mione e do Harry.
— O que você quer dizer com isso, Gina?
— Ué, você sempre foi muito mais gentil e atencioso com eles do que com a — Gina respondeu, revirando os olhos para o irmão mais velho, sabendo que ele teria dificuldades em admitir aquilo para si mesmo — Se isso é óbvio para mim, imagina para ela.
— Discordo.
— Admitir que errou não tira pedaço, Fred — a irmã rebateu, erguendo as pernas para a parte superior da poltrona — E se você continuar com esse papinho, eu vou desconfiar que você sabia muito bem o que estava fazendo.
— Me diga um momento em que eu tratei a diferente da Mione e do Harry.
— Posso ficar a tarde toda listando, mas, só para calar a sua boca, vou dizer as incontáveis vezes que ela veio aqui e toda vez que a falava, você cortava a vez dela, também posso relembrar quando ela tentava dialogar com você, você ignorava e perguntava algo para o Harry ou para a Mione, até que a parou de tentar.
— Eu nunca tinha percebido isso…
— Bom, até o Jorge percebeu e, se você não quer acreditar em mim, pergunte para o seu gêmeo.
— Gina, não é possível…
— Ah, é possível sim — a ruiva continuou, balançando a cabeça negativamente na direção do irmão — E agora com o que o Rony descobriu, fico com mais raiva de você.
— O que o Rony descobriu?
— Você não merece saber.
— Ah, Gina, fala sério! — Fred exclamou, sentando-se para olhar mais firmemente para a irmã — Eu estou tentando reparar um erro aqui!
— Quando fomos visitar a no primeiro dia, ela entregou uma carta para o Rony e pediu que ele levasse até a irmã dela — Gina explicou, vencida pelo cansaço — Acho que ela pensou que fosse morrer.
— Eu não sabia que ela tinha uma irmã.
— É claro que não sabia, me impressiona você saber o nome dela.
— Gina!
— Enfim, Rony foi até o endereço e descobriu que era a casa da família dela — Gina prosseguiu, ignorando o protesto do irmão — A , irmã da , atendeu a porta e, quando o Rony explicou tudo, ela chorou!
— Imagino.
— E contou que ela sentia muito a falta da desde que ela saiu de casa.
— Como assim saiu de casa?
— A foi expulsa de casa no ano da Copa de Quadribol.
— Que? Por que, Gina?
— Os pais dela são aqueles religiosos fanáticos e acham o fato dela ser uma bruxa algo terrível — a irmã explicou, suspirando — E a pressão em casa foi tanta que a explodiu e foi expulsa.
— Meu Merlin, isso é um absurdo! — Fred exclamou, sem acreditar — Que tipo de pais expulsam a filha de casa com essa idade?
— Pensei a mesma coisa, isso é crueldade.
— E onde ela tem morado desde então?
— Num quartinho em um cortiço no centro de Londres, a disse que manda uma quantia escondida dos pais e que a trabalha nas férias para conseguir sobreviver sozinha quando volta de Hogwarts.
— E ela nunca contou isso para nenhum de vocês? Vocês nunca desconfiaram?
— Ela já tinha dito que quase não tinha vindo para Hogwarts por conta dos pais, mas nada além disso — a ruiva respondeu, sentindo os olhos lacrimejarem — Fico tão mal de pensar que a estava ali, do meu lado, precisando de ajuda e apoio e eu nunca soube de nada! Eu pedindo conselhos para ela sobre coisas tão banais enquanto ela tinha problemas reais…
— Gina, eu sei que é difícil pensar nisso — Fred disse, levantando sofá para se ajoelhar na frente da irmã e segurar as mãos dela — Mas você só poderia ajudar a se ela quisesse, ela não contou para vocês porque não se sentia bem dividindo isso.
— é tão incrível, Fred… — Gina disse, sorrindo levemente para o irmão enquanto ele enxugava as poucas lágrimas que ela derrubou — Se você soubesse…
— Prometo que vou me redimir, Gina — Fred acrescentou, sentindo-se triplamente pior com relação a corvina — Ela já sabe que vocês sabem?
— Vou contar hoje — Gina respondeu — Estava pensando em chamar ela para ficar aqui, não quero que ela se sinta sozinha nunca mais, principalmente agora que está se recuperando da fratura.
— É uma ótima ideia.
— Pena que ela não vai aceitar…
— E por que não aceitaria?
— Ela parou de vir aqui quando você estava porque sentia que estava incomodando — Gina revelou, segurando um sorriso quando o irmão espalmou as duas mãos no próprio rosto em incredulidade — Eu ia perguntar “você não reparou que ela parou de vir aqui?”, mas é claro que não.
— Gina, estou me sentindo a pior pessoa do mundo.
— E eu estou me sentindo a pessoa mais feliz do mundo com isso.
— Você me odeia?
— Não, seu bobo, só acho que é merecido que o “primeiro ministro” de Hogwarts, simpático com todos,, esteja percebendo agora que deixou uma pessoa de lado.
— Já sei o que fazer para consertar! — Fred exclamou, praticamente pulando do lugar que estava e levando Gina junto — Pergunte o dia que ela recebe alta e eu vou lá fazer o convite para ficar com a gente.
— Não vai dar certo.
— Vai sim, seja esperançosa, maninha — Fred disse, apertando as bochechas dela como fazia quando eram crianças antes de subir para o quarto para, finalmente, ter um cochilo decente.
Aparentemente, mesmo que o tratamento com as algas estivesse sendo um sucesso, ela teria que ficar mais um dia em observação.
A corvina não aguentava mais aquele lugar! Além da sensação de impotência, se sentia péssima por não ter comparecido ao funeral coletivo dos abatidos na batalha.
Precisava se mexer, fazer alguma coisa de útil já que tinha sido completamente inútil na única função que tinha recebido: lutar.
Não havia momento pior para Fred Weasley se aproximar da cama onde ela estava.
— ? — o ruivo disse, tentando chamar a atenção da garota que, por algum motivo, encarava o teto da sala — ?
A garota tinha ouvido da primeira vez, mas não sabia se queria lidar com aquilo agora.
— Sim? — ela respondeu, finalmente encarando o rosto dele.
— Alguma notícia sobre o tratamento? — Fred perguntou, esperando que o nervosismo incomum à sua personalidade não fosse tão aparente quanto ele imaginava.
— Funcionou, mas ainda terei que utilizar as algas por mais duas semanas e voltar a cada três dias — ela respondeu, arrependendo-se imediatamente por falar tanto sobre algo que ele não se importava.
— Ah, notícia boa, então!
— Duas semanas cheirando a sereiano foi tudo que eu pedi! — a corvina resmungou, sem perceber que o comentário tinha feito Fred relaxar quase imediatamente.
— O importante é você ficar melhor — o ruivo disse, sorrindo, talvez o primeiro sorriso dele que tinha recebido em anos.
— Você não precisa fazer isso, Fred — disse, desviando os olhos para o teto novamente.
— Isso o quê?
— Você sabe… — respondeu, desviando os olhos para os dele por alguns segundos — Fingir que se importa comigo só porque aparentemente eu salvei sua vida.
— Aparentemente? — Fred disse, tentando desviar a conversa do tópico “fingimento” — , você salvou a minha vida.
— Enfim, não precisa mesmo — a corvina continuou, ignorando a tentativa do bruxo — Por favor, não se sinta obrigado a fazer qualquer coisa por mim só por esse motivo.
— , eu-...
— Acho melhor você ir, imagino que tenha muito o que fazer para perder tempo comigo — deu um sorriso mínimo que, surpreendentemente, causou um pequeno aperto no peito do ruivo.
— Tudo bem… — Fred conseguiu responder — A Gina vem aqui te visitar mais tarde, ok?
— Ok, obrigada por avisar.
Fred pensou em se aproximar e se despedir corretamente, mas a bruxa já voltava a encarar o teto.
O ruivo virou as costas e saiu.
Fred ainda pensava em como tinha o olhado enquanto desaparatava na Toca.
O ruivo jamais tinha pousado os olhos na corvina tão detalhadamente, era verdade, mas se esforçou para ficar mais atento desta vez e encontrar o tal “brilho” que sua mãe havia descrito. E não achou nada.
parecia mesmo não gostar muito dele, isso sim.
— Que cara é essa? — ouviu uma voz feminina perguntar quando ele entrou em casa — Aconteceu algo com a ? Algum problema na loja?
— Ah, ela vai ficar bem, o tratamento com as algas vai dar certo — Fred respondeu, jogando o corpo no sofá próximo à poltrona onde Gina estava sentada — Fala a verdade, Gina, ela me odeia?
— Por que você acha isso?
— A ficou completamente na defensiva quando eu perguntei como ela estava e tudo mais…
— É de se esperar que ela te ache um parvo quando você só decide perguntar um “tudo bem?” depois que ela se joga na frente de uma explosão por você.
— Gina, eu já estou me sentindo péssimo, não precisa humilhar — Fred disse, coçando os cabelos com irritação — O que eu poderia fazer?
— Fred, sinto muito, mas, como amiga da , tenho que dizer que você sempre a tratou diferente da Mione e do Harry.
— O que você quer dizer com isso, Gina?
— Ué, você sempre foi muito mais gentil e atencioso com eles do que com a — Gina respondeu, revirando os olhos para o irmão mais velho, sabendo que ele teria dificuldades em admitir aquilo para si mesmo — Se isso é óbvio para mim, imagina para ela.
— Discordo.
— Admitir que errou não tira pedaço, Fred — a irmã rebateu, erguendo as pernas para a parte superior da poltrona — E se você continuar com esse papinho, eu vou desconfiar que você sabia muito bem o que estava fazendo.
— Me diga um momento em que eu tratei a diferente da Mione e do Harry.
— Posso ficar a tarde toda listando, mas, só para calar a sua boca, vou dizer as incontáveis vezes que ela veio aqui e toda vez que a falava, você cortava a vez dela, também posso relembrar quando ela tentava dialogar com você, você ignorava e perguntava algo para o Harry ou para a Mione, até que a parou de tentar.
— Eu nunca tinha percebido isso…
— Bom, até o Jorge percebeu e, se você não quer acreditar em mim, pergunte para o seu gêmeo.
— Gina, não é possível…
— Ah, é possível sim — a ruiva continuou, balançando a cabeça negativamente na direção do irmão — E agora com o que o Rony descobriu, fico com mais raiva de você.
— O que o Rony descobriu?
— Você não merece saber.
— Ah, Gina, fala sério! — Fred exclamou, sentando-se para olhar mais firmemente para a irmã — Eu estou tentando reparar um erro aqui!
— Quando fomos visitar a no primeiro dia, ela entregou uma carta para o Rony e pediu que ele levasse até a irmã dela — Gina explicou, vencida pelo cansaço — Acho que ela pensou que fosse morrer.
— Eu não sabia que ela tinha uma irmã.
— É claro que não sabia, me impressiona você saber o nome dela.
— Gina!
— Enfim, Rony foi até o endereço e descobriu que era a casa da família dela — Gina prosseguiu, ignorando o protesto do irmão — A , irmã da , atendeu a porta e, quando o Rony explicou tudo, ela chorou!
— Imagino.
— E contou que ela sentia muito a falta da desde que ela saiu de casa.
— Como assim saiu de casa?
— A foi expulsa de casa no ano da Copa de Quadribol.
— Que? Por que, Gina?
— Os pais dela são aqueles religiosos fanáticos e acham o fato dela ser uma bruxa algo terrível — a irmã explicou, suspirando — E a pressão em casa foi tanta que a explodiu e foi expulsa.
— Meu Merlin, isso é um absurdo! — Fred exclamou, sem acreditar — Que tipo de pais expulsam a filha de casa com essa idade?
— Pensei a mesma coisa, isso é crueldade.
— E onde ela tem morado desde então?
— Num quartinho em um cortiço no centro de Londres, a disse que manda uma quantia escondida dos pais e que a trabalha nas férias para conseguir sobreviver sozinha quando volta de Hogwarts.
— E ela nunca contou isso para nenhum de vocês? Vocês nunca desconfiaram?
— Ela já tinha dito que quase não tinha vindo para Hogwarts por conta dos pais, mas nada além disso — a ruiva respondeu, sentindo os olhos lacrimejarem — Fico tão mal de pensar que a estava ali, do meu lado, precisando de ajuda e apoio e eu nunca soube de nada! Eu pedindo conselhos para ela sobre coisas tão banais enquanto ela tinha problemas reais…
— Gina, eu sei que é difícil pensar nisso — Fred disse, levantando sofá para se ajoelhar na frente da irmã e segurar as mãos dela — Mas você só poderia ajudar a se ela quisesse, ela não contou para vocês porque não se sentia bem dividindo isso.
— é tão incrível, Fred… — Gina disse, sorrindo levemente para o irmão enquanto ele enxugava as poucas lágrimas que ela derrubou — Se você soubesse…
— Prometo que vou me redimir, Gina — Fred acrescentou, sentindo-se triplamente pior com relação a corvina — Ela já sabe que vocês sabem?
— Vou contar hoje — Gina respondeu — Estava pensando em chamar ela para ficar aqui, não quero que ela se sinta sozinha nunca mais, principalmente agora que está se recuperando da fratura.
— É uma ótima ideia.
— Pena que ela não vai aceitar…
— E por que não aceitaria?
— Ela parou de vir aqui quando você estava porque sentia que estava incomodando — Gina revelou, segurando um sorriso quando o irmão espalmou as duas mãos no próprio rosto em incredulidade — Eu ia perguntar “você não reparou que ela parou de vir aqui?”, mas é claro que não.
— Gina, estou me sentindo a pior pessoa do mundo.
— E eu estou me sentindo a pessoa mais feliz do mundo com isso.
— Você me odeia?
— Não, seu bobo, só acho que é merecido que o “primeiro ministro” de Hogwarts, simpático com todos,, esteja percebendo agora que deixou uma pessoa de lado.
— Já sei o que fazer para consertar! — Fred exclamou, praticamente pulando do lugar que estava e levando Gina junto — Pergunte o dia que ela recebe alta e eu vou lá fazer o convite para ficar com a gente.
— Não vai dar certo.
— Vai sim, seja esperançosa, maninha — Fred disse, apertando as bochechas dela como fazia quando eram crianças antes de subir para o quarto para, finalmente, ter um cochilo decente.
Capítulo 3
agradeceu aos curandeiros e confirmou que voltaria em três dias.
A corvina estava com as algas enroladas no braço e, por cima delas, Sir Carmilo tinha colocado uma espécie de gesso que imobilizava o membro e potencializava o efeito curativo da substância verde.
Assim que se aproximou das portas do hospital, quase esbarrou em uma figura alta que tentava entrar ao mesmo tempo que ela saía.
— Ah, que bom que te encontrei — a figura alta, que era nada mais, nada menos que Fred Weasley, disse, com um sorriso — Como você está?
— O que você está fazendo aqui? — disse, caminhando como se não tivesse o encontrado.
— Vim saber se você está bem — Fred respondeu, seguindo a corvina.
— Quantos galeões você recebeu para fazer isso?
— Assim você me ofende, — Fred exclamou e, apesar de ter dito aquilo com um tom brincalhão, se sentiu mal novamente por pensar que realmente deveria ser um “parvo” com a garota para ela sequer cogitar aquilo.
— Você realmente não tem o que fazer? — perguntou, olhando para ele muito brevemente — Porque se desbancar da Toca até aqui só para isso, é perda de tempo.
— Ok, eu menti — Fred disse, segurando levemente o braço dela para que eles parassem de andar — Eu também queria te fazer um convite.
— Não.
— Você nem ouviu o convite!
— Eu não vou servir de cobaia para seus produtos! — a garota exclamou, o ruivo estava determinado a irritá-la.
— Por que raios você pensou que o convite era esse?
— Você já fez isso e eu aceitei! — a corvina explicou, afastando alguns fios de cabelo do rosto — E eu passei mal duas vezes com seus testes.
— Eu não sabia disso…— Fred confessou, passando a mão pelo cabelo, estava começando a ficar com vergonha de falar com .
— É claro que não — resmungou — O Jorge disse que você estava muito ocupado para fazer uma visita na enfermaria e que sentia muito, uma pena que ele não saiba mentir tão bem quanto você.
— Desculpa, — Fred lamentou, o que fez estreitar os olhos — Acho que só agora percebi o quão idiota eu fui com você esses anos. E tudo por um motivo bobo…
— Ah, então temos um “motivo”? — debochou, era impossível ter feito alguma coisa grave para o ruivo — Posso saber exatamente qual foi o crime que eu cometi?
— Quase perdi minhas chances com a Angelina porque ela ouviu você dizendo que gostava de mim para a Gina — Fred explicou, estava tão envergonhado que não conseguia olhar para o rosto de , caso a encarasse, teria visto o vermelho tomar conta do rosto dela — E ela disse que você era tão simpática que não conseguiria ficar comigo sabendo daquilo.
— Meu Deus — conseguiu dizer — A Angelina ouviu errado…
— E eu fiquei tão irritado que descontei mais em você do que imaginei, talvez esperando que com isso você esquecesse que gostava de mim e a Angelina tirasse aquilo da cabeça— Fred continuou, ignorando o que a garota tinha dito por puro nervosismo — Mas agora eu sei que você está apaixonada e eu tenho dimensão do jeito que agi e…
— Espera aí! — interrompeu, aumentando o tom de voz e fazendo ele finalmente encarar seu rosto — Eu não sei de onde você está tirando essa informação de que eu sou apaixonada por você, mas é mentira! Acha mesmo que eu seria tão idiota de gostar de alguém que me tratou de forma tão indiferente esses anos? E, agora que eu sei, por um motivo completamente supérfluo?
— Mas a Angelina…
— A Angelina ouviu errado, Fred! — exclamou, passando os dedos pela testa — E entendeu tudo errado! Eu posso ser muitas coisas, mas eu sei meu lugar e não me envolvo onde sei que não devo.
— Eu juro que me arrependo, — Fred lamentou novamente — Não tenho defesas, tomei uma decisão imatura com base em um motivo infantil, exagerei, fui egoísta e só quero me redimir com você.
— Porque eu salvei sua vida e você acha que fiz isso por ser apaixonada por você — o cortou, balançando negativamente a cabeça — Fred, passei anos sendo um inseto incômodo para você e posso muito bem continuar vivendo com isso, não precisa mudar seu jeito porque está se sentindo em dívida, por favor, esqueça isso.
“Inseto incômodo” ainda rondava na cabeça de Fred conforme se afastava, sua atitude a tinha impactado mais do que ele imaginava.
No entanto, mesmo que a bruxa afirmasse que a paixão era mentira, Fred não estava completamente convencido daquilo.
Por que? Não fazia a menor ideia.
A corvina estava com as algas enroladas no braço e, por cima delas, Sir Carmilo tinha colocado uma espécie de gesso que imobilizava o membro e potencializava o efeito curativo da substância verde.
Assim que se aproximou das portas do hospital, quase esbarrou em uma figura alta que tentava entrar ao mesmo tempo que ela saía.
— Ah, que bom que te encontrei — a figura alta, que era nada mais, nada menos que Fred Weasley, disse, com um sorriso — Como você está?
— O que você está fazendo aqui? — disse, caminhando como se não tivesse o encontrado.
— Vim saber se você está bem — Fred respondeu, seguindo a corvina.
— Quantos galeões você recebeu para fazer isso?
— Assim você me ofende, — Fred exclamou e, apesar de ter dito aquilo com um tom brincalhão, se sentiu mal novamente por pensar que realmente deveria ser um “parvo” com a garota para ela sequer cogitar aquilo.
— Você realmente não tem o que fazer? — perguntou, olhando para ele muito brevemente — Porque se desbancar da Toca até aqui só para isso, é perda de tempo.
— Ok, eu menti — Fred disse, segurando levemente o braço dela para que eles parassem de andar — Eu também queria te fazer um convite.
— Não.
— Você nem ouviu o convite!
— Eu não vou servir de cobaia para seus produtos! — a garota exclamou, o ruivo estava determinado a irritá-la.
— Por que raios você pensou que o convite era esse?
— Você já fez isso e eu aceitei! — a corvina explicou, afastando alguns fios de cabelo do rosto — E eu passei mal duas vezes com seus testes.
— Eu não sabia disso…— Fred confessou, passando a mão pelo cabelo, estava começando a ficar com vergonha de falar com .
— É claro que não — resmungou — O Jorge disse que você estava muito ocupado para fazer uma visita na enfermaria e que sentia muito, uma pena que ele não saiba mentir tão bem quanto você.
— Desculpa, — Fred lamentou, o que fez estreitar os olhos — Acho que só agora percebi o quão idiota eu fui com você esses anos. E tudo por um motivo bobo…
— Ah, então temos um “motivo”? — debochou, era impossível ter feito alguma coisa grave para o ruivo — Posso saber exatamente qual foi o crime que eu cometi?
— Quase perdi minhas chances com a Angelina porque ela ouviu você dizendo que gostava de mim para a Gina — Fred explicou, estava tão envergonhado que não conseguia olhar para o rosto de , caso a encarasse, teria visto o vermelho tomar conta do rosto dela — E ela disse que você era tão simpática que não conseguiria ficar comigo sabendo daquilo.
— Meu Deus — conseguiu dizer — A Angelina ouviu errado…
— E eu fiquei tão irritado que descontei mais em você do que imaginei, talvez esperando que com isso você esquecesse que gostava de mim e a Angelina tirasse aquilo da cabeça— Fred continuou, ignorando o que a garota tinha dito por puro nervosismo — Mas agora eu sei que você está apaixonada e eu tenho dimensão do jeito que agi e…
— Espera aí! — interrompeu, aumentando o tom de voz e fazendo ele finalmente encarar seu rosto — Eu não sei de onde você está tirando essa informação de que eu sou apaixonada por você, mas é mentira! Acha mesmo que eu seria tão idiota de gostar de alguém que me tratou de forma tão indiferente esses anos? E, agora que eu sei, por um motivo completamente supérfluo?
— Mas a Angelina…
— A Angelina ouviu errado, Fred! — exclamou, passando os dedos pela testa — E entendeu tudo errado! Eu posso ser muitas coisas, mas eu sei meu lugar e não me envolvo onde sei que não devo.
— Eu juro que me arrependo, — Fred lamentou novamente — Não tenho defesas, tomei uma decisão imatura com base em um motivo infantil, exagerei, fui egoísta e só quero me redimir com você.
— Porque eu salvei sua vida e você acha que fiz isso por ser apaixonada por você — o cortou, balançando negativamente a cabeça — Fred, passei anos sendo um inseto incômodo para você e posso muito bem continuar vivendo com isso, não precisa mudar seu jeito porque está se sentindo em dívida, por favor, esqueça isso.
“Inseto incômodo” ainda rondava na cabeça de Fred conforme se afastava, sua atitude a tinha impactado mais do que ele imaginava.
No entanto, mesmo que a bruxa afirmasse que a paixão era mentira, Fred não estava completamente convencido daquilo.
Por que? Não fazia a menor ideia.
Capítulo 4
— Algum de vocês sabe de quem é essa coruja? — Fred perguntou, afastando-se da janela da cozinha ao se aproximar da sala, onde a família Weasley e Harry estavam reunidos, com uma coruja caramelo no braço, ela segurava uma carta em seu bico — Pode ser Rony e Mione avisando se acharam os pais dela.
— É da — Percy, que, após se desculpar com a família, tinha voltado a viver na Toca, respondeu, o que fez Fred erguer uma das sobrancelhas em surpresa.
— Eu não sabia.
— É claro que não — Jorge disse, lançando um sorriso zombeteiro para o irmão.
— Até você, Jorge? — Fred resmungou, tirando a carta do bico da coruja antes de acariciá-la.
— Abre isso daí logo e pare de ficar reclamando — Gina interrompeu, aproximando-se do irmão para visualizar a carta.
“ Oi, é a .
Desculpe o horário, mas acabei colocando fogo no meu quartinho meia boca aqui no cortiço e fui expulsa.
Acho que vou aceitar sua oferta e passar uns dias na Toca até meu braço melhorar, se não for um incômodo para a sua família, claro.
Se estiver tudo bem, pode vir me ajudar aqui?
Obrigada!”
— Meu Merlin — Arthur exclamou quando o filho terminou de ler a carta — Será que ela está bem?
— E ela ainda acha que vai incomodar! — Molly exclamou, ajeitando-se no sofá.
— Essas horas a deve estar querendo morrer — Harry exclamou, preocupado com a amiga — Você sabe o que ela acha de sucessão de problemas, Gina.
— Vou buscá-la — Gina disse, jamais deixaria a amiga sozinha na rua à noite — Você vem comigo, Harry?
— Claro, eu conheço o lugar que ela mora — o garoto concordou, levantando-se do sofá — Imagino que a ainda esteja por perto.
— Por que ela não aparata até aqui? — Fred perguntou inocentemente.
— A passa mal quando aparata sozinha — Jorge respondeu.
— Como você sabe disso? Eu não sabia!
— É claro que não — Arthur disse, fazendo uma careta para o filho.
— Até você, pai?
— Queridos, por favor, vamos ser gentis com o Fred — Molly disse, levantando-se para alimentar a coruja de — Ele está se esforçando para ser uma pessoa melhor com a .
— Continua sendo engraçado usar isso contra ele, mãe — Jorge zombou, abraçando o irmão pelas costas depois de tirar todos os fios de cabelo dele do lugar com as mãos.
estava morando com os Weasley há uma semana e não tinha se arrependido da decisão. Com o seu braço ainda em recuperação, a corvina se tornava mais desastrada que o normal e a família estava sendo muito solícita ao ajudar a bruxa.
Um deles solícito até demais.
Fred Weasley não deixava mexer sequer um dedo, tirava e colocava o prato dela nas refeições, se oferecia para arrumar o quarto onde ela dormia, perguntava se ela queria algo do Beco Diagonal sempre que saía com o irmão para trabalhar na loja e não a deixava ficar em silêncio numa conversa, sempre perguntando se ela queria acrescentar algo.
— Fala sério, — Gina sussurrou para ela — Você está amando isso!
As duas garotas estavam se arrumando para um jantar com os membros restantes da Ordem da Fênix no quarto da ruiva.
— Apesar de tudo, estou achando até engraçado.
— Tem coisa melhor que o carinha que você era apaixonada e te ignorava completamente quase se arrastando no chão só para te agradar?
— Fala baixo! Vai que ele escuta — exclamou, ajeitando os cabelos — E eu ainda quero saber como raios ele descobriu isso! Porque uma coisa é a Angelina repassar “gostar” para ele…
— E outra é chegar “paixão” — Gina concluiu, concordando com a amiga — Acho que tem dedo da minha mãe nisso, , ela percebeu e resolveu contar para ele depois do que você fez na batalha como forma de agradecimento, talvez.
— E eu menti, mesmo que não seja completamente mentira — explicou, ajudando a amiga com a maquiagem — Eu não quero que ele se sinta obrigado a me dar atenção por isso.
— Olha, tem um pouco disso? Tem — Gina opinou, encarando a amiga — Mas, para mim, é mais uma redenção pelo tratamento que ele te deu ao longo dos anos, Fred estava sendo sincero sobre isso.
— Provavelmente, sim — concordou, com uma careta ao pensar em como poderia ainda ter sentimentos por ele — Mas não quero muita aproximação, consegui superar uma vez, não desejo ter que fazer de novo.
— Confesso que achei que você mentiu para mim quando os meninos disseram o que você fez.
— Ah, a gente não esquece algo de anos em poucos meses, Gina — explicou, aplicando um pouco de rímel nos cílios — Fiz aquilo porque o sentimento não sumiu completamente ainda, só não é tão forte quanto antes.
— Então precisamos trabalhar para isso sumir!
— E aí, como faz para parar? — perguntou quando as duas saíram do quarto e desceram as escadas, os gêmeos já estavam lá embaixo também.
— Arruma um gatinho, boba.
— Do que vocês duas estão falando? — Jorge perguntou ao vê-las rirem alto.
— Estou dizendo que a precisa arrumar um gatinho — Gina repetiu, observando atentamente o quanto Fred prestava atenção na conversa.
— Isso aí a gente ajeita facinho, — Jorge exclamou, com um sorriso maroto — Conheço uns seis de Hogwarts que fariam de tudo por uma chance com você.
— Quem? — Fred resmungou.
— Ah, Jorge, é uma pena que eu goste mais de cachorros — acrescentou antes que o ruivo respondesse a pergunta do irmão, arrancando uma gargalhada de Jorge e Gina.
desceu as escadas da Toca cuidadosamente, já era tarde e não queria incomodar ninguém da família.
No meio da noite, a bruxa começou a sentir dores no braço, era um bom sinal (segundo os curandeiros).
Isso significava que seus ossos estavam se ajeitando novamente no lugar.
Porém, Sir Carmilo havia dito que, se a dor chegasse ao nível máximo, a espécie de gesso que cobria as algas deveria ser aberta e fechada novamente após três minutos para alívio.
Por isso, ela decidiu ir até a cozinha e tentar realizar o procedimento.
— ? — ouviu alguém dizer atrás dela quando chegou à sala.
— Que susto, Fred! — a garota sussurrou, colocando a mão sem o curativo no peito — O que você está fazendo aqui?
— Não estava conseguindo dormir — ele respondeu, sorrindo levemente, achava que era um enorme progresso o tom de voz dela parecer normal, sem a rudeza de antes — Você está bem?
— Só senti umas dores e desci para fazer o que o curandeiro sugeriu — explicou, voltando-se para a cozinha.
— Quer ajuda?
— Não quero te atrapalhar.
— , não é trabalho algum — Fred disse, seguindo-a até a cozinha — E eu sei que você machucou o braço que você usa para tudo e não tem domínio nenhum com o outro, deixa eu te ajudar.
— Tudo bem, vou aceitar porque provavelmente eu acordaria todos tentando fazer sozinha — concordou, sentando-se em uma das cadeiras da mesa, Fred ocupou a cadeira do lado — É só você fazer um corte nessa parte e fechar de novo depois de três minutos.
— Tudo bem, vou usar a varinha, ok? — o ruivo informou, recebendo um aceno positivo da corvina — Se eu estiver fazendo algo de errado, me avisa.
Fred, através de um feitiço mudo, abriu vagarosamente uma faixa no gesso que envolvia as algas, até que a cor esverdeada delas ficasse visível. Assim que o bruxo completou a primeira parte, suspirou e fechou os olhos em alívio.
Fred aproveitou que não tinha o olhar rígido de sob seu rosto para observar as feições dela mais atentamente.
Ele passou anos com próxima sem prestar atenção a qualquer detalhe dela e, agora, seus dias consistiam em tentar descobrir quais eram as informações sobre ela que tinha perdido por birra.
Os pais fanáticos, a irmã cursando Direito (seja lá o que isso for), a cor favorita dela ser azul, ela sempre tomar café sem açúcar (maluca) e muitos outros detalhes que todos a sua volta tinham conhecimento, menos ele.
— Para de me olhar, Fred — a voz dela o despertou, abriu vagarosamente os olhos.
— Que eu saiba, pessoas apaixonadas adoram quando são olhadas por quem gostam — provocou o ruivo, ele queria achar uma prova de que sua mãe estava certa e sempre que tinha a oportunidade, lançava provocações do tipo.
Quem sabe ele não venceria pelo cansaço?
— Nada vai te convencer de que eu não sou apaixonada por você, não é? — a garota debochou.
— Nada, .
— Talvez a lógica te ajude, Weasley — ela disse, aproximando o corpo do dele repentinamente, deixando seus rostos próximos como nunca antes.
— Como assim? — ele perguntou, surpreso quando colocou a outra mão em um dos lados do seu rosto, fazendo um leve carinho, Fred sentiu os pensamentos embaçados.
— Se eu estivesse mesmo apaixonada por você — ela disse, olhando nos olhos dele antes de descer para a boca por alguns segundos e completar o famoso “triângulo” ao voltar a encarar os olhos — Eu já teria me aproveitado que você está fazendo o bonzinho cheio de culpa e te pedido um beijo, mas eu não fiz, fiz?
E antes que Fred pudesse sequer raciocinar sobre a pergunta, a proximidade dela, a mão que acariciava seu rosto ou a forma que ela tinha olhado para sua boca, se afastou, rindo.
— Muita informação para sua cabeça? — ela perguntou, percebendo que ele tinha travado.
— Talvez…
— Imaginei — exclamou com um sorriso maroto nos lábios que Fred não conseguia deixar de espiar — Sempre achei que você fosse do tipo que ladra, mas não morde.
O que ele poderia dizer? Ela não estava errada.
Quando se tratava de , Fred aparentemente esquecia o que sabia sobre si mesmo.
— É da — Percy, que, após se desculpar com a família, tinha voltado a viver na Toca, respondeu, o que fez Fred erguer uma das sobrancelhas em surpresa.
— Eu não sabia.
— É claro que não — Jorge disse, lançando um sorriso zombeteiro para o irmão.
— Até você, Jorge? — Fred resmungou, tirando a carta do bico da coruja antes de acariciá-la.
— Abre isso daí logo e pare de ficar reclamando — Gina interrompeu, aproximando-se do irmão para visualizar a carta.
“ Oi, é a .
Desculpe o horário, mas acabei colocando fogo no meu quartinho meia boca aqui no cortiço e fui expulsa.
Acho que vou aceitar sua oferta e passar uns dias na Toca até meu braço melhorar, se não for um incômodo para a sua família, claro.
Se estiver tudo bem, pode vir me ajudar aqui?
Obrigada!”
— Meu Merlin — Arthur exclamou quando o filho terminou de ler a carta — Será que ela está bem?
— E ela ainda acha que vai incomodar! — Molly exclamou, ajeitando-se no sofá.
— Essas horas a deve estar querendo morrer — Harry exclamou, preocupado com a amiga — Você sabe o que ela acha de sucessão de problemas, Gina.
— Vou buscá-la — Gina disse, jamais deixaria a amiga sozinha na rua à noite — Você vem comigo, Harry?
— Claro, eu conheço o lugar que ela mora — o garoto concordou, levantando-se do sofá — Imagino que a ainda esteja por perto.
— Por que ela não aparata até aqui? — Fred perguntou inocentemente.
— A passa mal quando aparata sozinha — Jorge respondeu.
— Como você sabe disso? Eu não sabia!
— É claro que não — Arthur disse, fazendo uma careta para o filho.
— Até você, pai?
— Queridos, por favor, vamos ser gentis com o Fred — Molly disse, levantando-se para alimentar a coruja de — Ele está se esforçando para ser uma pessoa melhor com a .
— Continua sendo engraçado usar isso contra ele, mãe — Jorge zombou, abraçando o irmão pelas costas depois de tirar todos os fios de cabelo dele do lugar com as mãos.
estava morando com os Weasley há uma semana e não tinha se arrependido da decisão. Com o seu braço ainda em recuperação, a corvina se tornava mais desastrada que o normal e a família estava sendo muito solícita ao ajudar a bruxa.
Um deles solícito até demais.
Fred Weasley não deixava mexer sequer um dedo, tirava e colocava o prato dela nas refeições, se oferecia para arrumar o quarto onde ela dormia, perguntava se ela queria algo do Beco Diagonal sempre que saía com o irmão para trabalhar na loja e não a deixava ficar em silêncio numa conversa, sempre perguntando se ela queria acrescentar algo.
— Fala sério, — Gina sussurrou para ela — Você está amando isso!
As duas garotas estavam se arrumando para um jantar com os membros restantes da Ordem da Fênix no quarto da ruiva.
— Apesar de tudo, estou achando até engraçado.
— Tem coisa melhor que o carinha que você era apaixonada e te ignorava completamente quase se arrastando no chão só para te agradar?
— Fala baixo! Vai que ele escuta — exclamou, ajeitando os cabelos — E eu ainda quero saber como raios ele descobriu isso! Porque uma coisa é a Angelina repassar “gostar” para ele…
— E outra é chegar “paixão” — Gina concluiu, concordando com a amiga — Acho que tem dedo da minha mãe nisso, , ela percebeu e resolveu contar para ele depois do que você fez na batalha como forma de agradecimento, talvez.
— E eu menti, mesmo que não seja completamente mentira — explicou, ajudando a amiga com a maquiagem — Eu não quero que ele se sinta obrigado a me dar atenção por isso.
— Olha, tem um pouco disso? Tem — Gina opinou, encarando a amiga — Mas, para mim, é mais uma redenção pelo tratamento que ele te deu ao longo dos anos, Fred estava sendo sincero sobre isso.
— Provavelmente, sim — concordou, com uma careta ao pensar em como poderia ainda ter sentimentos por ele — Mas não quero muita aproximação, consegui superar uma vez, não desejo ter que fazer de novo.
— Confesso que achei que você mentiu para mim quando os meninos disseram o que você fez.
— Ah, a gente não esquece algo de anos em poucos meses, Gina — explicou, aplicando um pouco de rímel nos cílios — Fiz aquilo porque o sentimento não sumiu completamente ainda, só não é tão forte quanto antes.
— Então precisamos trabalhar para isso sumir!
— E aí, como faz para parar? — perguntou quando as duas saíram do quarto e desceram as escadas, os gêmeos já estavam lá embaixo também.
— Arruma um gatinho, boba.
— Do que vocês duas estão falando? — Jorge perguntou ao vê-las rirem alto.
— Estou dizendo que a precisa arrumar um gatinho — Gina repetiu, observando atentamente o quanto Fred prestava atenção na conversa.
— Isso aí a gente ajeita facinho, — Jorge exclamou, com um sorriso maroto — Conheço uns seis de Hogwarts que fariam de tudo por uma chance com você.
— Quem? — Fred resmungou.
— Ah, Jorge, é uma pena que eu goste mais de cachorros — acrescentou antes que o ruivo respondesse a pergunta do irmão, arrancando uma gargalhada de Jorge e Gina.
desceu as escadas da Toca cuidadosamente, já era tarde e não queria incomodar ninguém da família.
No meio da noite, a bruxa começou a sentir dores no braço, era um bom sinal (segundo os curandeiros).
Isso significava que seus ossos estavam se ajeitando novamente no lugar.
Porém, Sir Carmilo havia dito que, se a dor chegasse ao nível máximo, a espécie de gesso que cobria as algas deveria ser aberta e fechada novamente após três minutos para alívio.
Por isso, ela decidiu ir até a cozinha e tentar realizar o procedimento.
— ? — ouviu alguém dizer atrás dela quando chegou à sala.
— Que susto, Fred! — a garota sussurrou, colocando a mão sem o curativo no peito — O que você está fazendo aqui?
— Não estava conseguindo dormir — ele respondeu, sorrindo levemente, achava que era um enorme progresso o tom de voz dela parecer normal, sem a rudeza de antes — Você está bem?
— Só senti umas dores e desci para fazer o que o curandeiro sugeriu — explicou, voltando-se para a cozinha.
— Quer ajuda?
— Não quero te atrapalhar.
— , não é trabalho algum — Fred disse, seguindo-a até a cozinha — E eu sei que você machucou o braço que você usa para tudo e não tem domínio nenhum com o outro, deixa eu te ajudar.
— Tudo bem, vou aceitar porque provavelmente eu acordaria todos tentando fazer sozinha — concordou, sentando-se em uma das cadeiras da mesa, Fred ocupou a cadeira do lado — É só você fazer um corte nessa parte e fechar de novo depois de três minutos.
— Tudo bem, vou usar a varinha, ok? — o ruivo informou, recebendo um aceno positivo da corvina — Se eu estiver fazendo algo de errado, me avisa.
Fred, através de um feitiço mudo, abriu vagarosamente uma faixa no gesso que envolvia as algas, até que a cor esverdeada delas ficasse visível. Assim que o bruxo completou a primeira parte, suspirou e fechou os olhos em alívio.
Fred aproveitou que não tinha o olhar rígido de sob seu rosto para observar as feições dela mais atentamente.
Ele passou anos com próxima sem prestar atenção a qualquer detalhe dela e, agora, seus dias consistiam em tentar descobrir quais eram as informações sobre ela que tinha perdido por birra.
Os pais fanáticos, a irmã cursando Direito (seja lá o que isso for), a cor favorita dela ser azul, ela sempre tomar café sem açúcar (maluca) e muitos outros detalhes que todos a sua volta tinham conhecimento, menos ele.
— Para de me olhar, Fred — a voz dela o despertou, abriu vagarosamente os olhos.
— Que eu saiba, pessoas apaixonadas adoram quando são olhadas por quem gostam — provocou o ruivo, ele queria achar uma prova de que sua mãe estava certa e sempre que tinha a oportunidade, lançava provocações do tipo.
Quem sabe ele não venceria pelo cansaço?
— Nada vai te convencer de que eu não sou apaixonada por você, não é? — a garota debochou.
— Nada, .
— Talvez a lógica te ajude, Weasley — ela disse, aproximando o corpo do dele repentinamente, deixando seus rostos próximos como nunca antes.
— Como assim? — ele perguntou, surpreso quando colocou a outra mão em um dos lados do seu rosto, fazendo um leve carinho, Fred sentiu os pensamentos embaçados.
— Se eu estivesse mesmo apaixonada por você — ela disse, olhando nos olhos dele antes de descer para a boca por alguns segundos e completar o famoso “triângulo” ao voltar a encarar os olhos — Eu já teria me aproveitado que você está fazendo o bonzinho cheio de culpa e te pedido um beijo, mas eu não fiz, fiz?
E antes que Fred pudesse sequer raciocinar sobre a pergunta, a proximidade dela, a mão que acariciava seu rosto ou a forma que ela tinha olhado para sua boca, se afastou, rindo.
— Muita informação para sua cabeça? — ela perguntou, percebendo que ele tinha travado.
— Talvez…
— Imaginei — exclamou com um sorriso maroto nos lábios que Fred não conseguia deixar de espiar — Sempre achei que você fosse do tipo que ladra, mas não morde.
O que ele poderia dizer? Ela não estava errada.
Quando se tratava de , Fred aparentemente esquecia o que sabia sobre si mesmo.
Capítulo 5
Jorge conhecia seu irmão gêmeo tanto quanto se conhecia.
E sabia que ele estava inquieto.
— Anda, Fred — ele disse enquanto arrumavam o estoque da Gemialidades antes do horário de abertura — Fala para mim o que é que está fazendo você trocar bombas de bosta por caramelos incha-língua.
— Você não vai acreditar — Fred comentou, trocando os produtos de lugar após o aviso do irmão.
— É a , não é?
— É, não consigo parar de pensar nela — Fred respondeu — Mas não é do jeito que você está pensando.
— Você não sabe o que estou pensando.
— Te conheço, Jorge.
— E eu também te conheço.
— Por que você nunca, sei lá, me deu um tapa na nuca quando eu fazia isso com ela? — Fred exasperou, interrompendo a tarefa para encarar o gêmeo.
— Porque quem dá tapas é você, eu tentei conversar contigo umas dez vezes — Jorge explicou, rindo da cara de frustração do irmão — E você só ouviu e não mudou.
— E eu não consigo entender o motivo!
— Você sabe que, provavelmente, você era para a o que o Malfoy é para a gente, não sabe? — Jorge sugeriu, rindo.
— Muito obrigada, Jorge — Fred resmungou, o que só fez o gêmeo rir mais — Estarei me jogando da escada até o fim do dia.
— Acho que você só estava, inconscientemente, se poupando de ter que descobrir que errou na mão, sabe? — Jorge explicou, guardando alguns outros produtos — A ignorância é uma benção às vezes e você se aproveitou disso.
— E quase morrer me fez parar?
— Pode ser, nunca se sabe — Jorge respondeu — Eu, particularmente, acho que você reduziu a chatice. Tudo bem que ela parou de aparecer quando você estava, só que, por não ter a presença constante dela, você não precisava encarar sua culpa e erro em forma de bruxa com tanta frequência e pegou mais leve.
— Tenho medo de ser algo irreparável.
— Não é porque a é incrível demais para te devolver no mesmo galeão — Jorge disse, sorrindo para o gêmeo — E também porque, por algum motivo, aquela maluca gosta de você, você tem sorte.
não conseguia definir exatamente qual era a sensação de estar ali, no que um dia já foi o Grande Salão, após a batalha terminar.
Ali tinha sido escolhida e recebido uma confirmação de que era algo além do que seus pais podiam controlar, ali tinha firmado laços com seus melhores amigos, porém, ali, também, tinha desviado maldições da morte, visto amigos serem abatidos e quase perdido a esperança.
O lugar que a trazia conforto também se tornou assustador e ela esperava que pudessem transformá-lo.
— Gostaria de agradecer imensamente todos que estão dispostos a dedicar um tempo de suas rotinas para auxiliar na reconstrução de Hogwarts — ouviu a grandiosa professora McGonagall discursar para o enorme grupo de pessoas reunidas — É gratificante ver o quanto estão dispostos a garantir o futuro de nossos alunos e preservar a memória daqueles que bravamente lutaram, mas, infelizmente nos deixaram.
observou alguns bruxos enxugando os olhos com as pontas dos dedos e outros sorrindo nostalgicamente, quase como se ainda pudessem enxergar aqueles que os deixaram.
— Vamos dividi-los em grupos por região ou andar da escola, assim, todos poderão se concentrar em uma área específica e o trabalho será equilibrado e agilizado — McGonagall prosseguiu — Quando ouvirem seu nome, por favor se dirijam até lá e, em breve, um de nossos líderes se juntará a vocês para maiores instruções.
aguardou por alguns minutos, até que a voz da professora anunciou que ela havia sido convocada para a Torre da Corvinal no sexto andar.
— — alguém disse atrás da corvina — É bom te ver aqui.
interrompeu o percurso para que a pessoa a alcançasse e percebeu que era Matthew Silver, aluno da Corvinal que estava no mesmo ano que ela.
— Matt! — ela disse, sorrindo, costumavam estudar juntos para algumas matérias na biblioteca — É bom te ver aqui também.
— Ouvi dizer que você se machucou feio — o bruxo disse, apontando para o braço da bruxa.
— Algum maluco esfarelou todos os ossos do meu braço, mas eles voltaram para o lugar — brincou, mostrando a pequena cicatriz no pulso — E sua família?
— Infelizmente perdemos a Cecília — Matthew respondeu com uma expressão visivelmente abatida ao falar da irmã mais velha, uma lufana que estava no sexto ano — Ainda é um pouco difícil pensar nela, sabe?
— Acho que nunca fica fácil, Matt — disse, passando um dos braços pelos ombros do amigo em consolo — Cecília era uma garota incrível, sinto muito por vocês.
— É quase impossível não pensar nos sonhos que ela construiu aqui quando ando pela escola — ele continuou, olhando para cima brevemente para afugentar as lágrimas — Por isso voltei, Cecília amava esse lugar mais do que nossa própria casa, ela merece que o local que a fez sonhar continue a dar isso aos próximos, incluindo nossa irmãzinha.
— Fique tranquilo — assegurou, com um sorriso repleto de conforto para o corvino — Em cada pedacinho que colocarmos de volta no lugar, haverá um pouquinho da Cecília.
— Relaxa aí, garanhão — Fred, do outro lado do salão, foi despertado por Gui com um tapa na parte de trás da cabeça — Ela está o consolando.
— Não entendi o que você quis dizer — Fred exclamou, passando a mão no local em que o irmão havia o estapeado.
— É claro que não — Jorge sussurrou antes de cair na gargalhada com o irmão mais velho.
odiava aparatar.
E provavelmente, algum dos deuses bruxos a odiava também.
Quando era uma criancinha que sonhava escondido com super-poderes e magia (enquanto escondia dos pais as coisas estranhas que aconteciam com ela), o que mais desejava era o “teletransporte” e, agora que tinha a oportunidade de tê-lo, passava mal toda vez que aparatava sozinha e acabava em locais completamente aleatórios.
E, mesmo que fizesse isso na companhia de amigos, como tinha acabado de acontecer, chegava ao lugar desejado completamente tonta e com a garganta seca, como se não bebesse água há dias.
— Vem aqui, — ouviu Fred dizer antes de segurar seus braços delicadamente e colocá-la sentada em uma das cadeiras da mesa de jantar — Vou pegar um copo d'água para você.
Quando o ruivo se afastou, viu que os membros da família seguravam risadas diante do comportamento de Fred.
— Obrigada — agradeceu quando ele retornou com o copo — Já pensou em trabalhar no Três Vassouras?
— Se todas as clientes forem como você, posso até considerar — Fred flertou, piscando um dos olhos para a corvina.
— Parece que eu estou em outra dimensão — Percy disse, rindo quando Fred jogou uma almofada nele.
— Vocês foram uns queridos nessas últimas semanas — agradeceu, sorrindo para a sua segunda família — Agora que meu braço já está utilizável, vou começar a procurar novos quartos.
— Você é idiota? — Gina perguntou, sentando-se ao lado dela — Você não vai a lugar nenhum.
— Exatamente, — Jorge concordou com a irmã — Não tem porque você procurar um quarto se você pode ficar com a gente.
— Eu não quero dar trabalho para vocês — a garota explicou, bebendo mais um gole de água.
— Querida, entenda uma coisa — Molly disse, aproximando-se da cadeira dela para passar as mãos no seu cabelo carinhosamente — Não é trabalho algum te ter aqui conosco, você faz parte da família.
— E se a senhorita não tivesse nos escondido o que seus pais fizeram — Arthur exclamou com um leve tom de bronca — Já moraria aqui há muito tempo.
— Mentira que o Fred daria um jeito de expulsar ela — Percy zombou, recebendo outra almofadada do irmão.
— Cara, cala boca — Fred resmungou enquanto o restante da família, incluindo , gargalhavam — , por favor, continue aqui com a gente, pelo menos até você realmente precisar de um lugar só seu.
— Pedindo desse jeitinho… — disse, piscando para o ruivo — Eu fico.
A piscadinha da corvina pode até ter sido brincadeira, mas o calor no peito de Fred Weasley definitivamente não era.
— Você já pensou no que vai fazer a partir de agora? — Fred perguntou enquanto passava a pá para no gramado da casa dos Weasley.
A corvina tinha experiência com jardinagem após trabalhar temporariamente com isso para se sustentar e tinha se oferecido para cuidar do jardim da casa e dar um novo ar ao local.
E, mesmo que o braço dela estivesse completamente curado, Fred havia insistido em ajudar para que ela não fizesse o trabalho sozinha.
— Vou voltar para terminar o ano, é claro.
— Não seria uma boa corvina se não fizesse — Fred concordou, recebendo a pá de volta e passando o regador para a garota.
— E eu estava dando uma olhada no guia de profissões que a escola nos deu e achei várias interessantes — disse, regando o canteiro recém-aplanado — Mas eliminei todas que necessitavam de aparatação constante.
— Você sempre pode usar um carro voador — Fred sugeriu.
— Nada é tão rápido quanto a aparatação, infelizmente — ela lamentou — Mas fiquei com três muito nobres.
— Quais?
— Professora, membro do Esquadrão de Execução de Leis da Magia e curandeira.
— Completamente diferentes — Fred apontou e a corvina concordou rindo.
— Tenho médias o suficiente para qualquer uma delas e poderei pensar melhor ao longo do último ano — explicou, sorrindo para o canteiro novo — E você? Planos para a Gemialidades?
— Queremos uma filial em Hogsmeade e, quem sabe, ao redor do mundo bruxo? — Fred compartilhou.
— Acho que vocês têm muito potencial — elogiou, tirando as luvas de jardinagem — E as duas vezes que eu passei mal como cobaia têm que valer a pena.
— Sabe o que eu estava pensando? — Jorge, que tinha acabado de sair da casa pela porta lateral, exclamou, mudando de assunto — Eu ouvi você e a Gina conversando sobre como você ainda gostaria de um emprego porque se sente mal de ficar aqui sem fazer nada.
— Fofoqueiro, hein — zombou.
— E pensei que você poderia trabalhar com a gente na loja — Jorge sugeriu, sendo imediatamente apoiado pelo irmão — Estamos mesmo precisando de ajuda nas vendas e você é a miss simpatia de Hogwarts, vai vender horrores.
— É uma ideia excelente — Fred concordou, observando o rosto incerto de — Assim você se ocupa até voltar para Hogwarts e tira essa culpa desnecessária da sua cabeça.
— Exatamente — Jorge disse, sorrindo antes de dizer — E aí, aceita? Prometemos excelentes condições de trabalho.
E sabia que ele estava inquieto.
— Anda, Fred — ele disse enquanto arrumavam o estoque da Gemialidades antes do horário de abertura — Fala para mim o que é que está fazendo você trocar bombas de bosta por caramelos incha-língua.
— Você não vai acreditar — Fred comentou, trocando os produtos de lugar após o aviso do irmão.
— É a , não é?
— É, não consigo parar de pensar nela — Fred respondeu — Mas não é do jeito que você está pensando.
— Você não sabe o que estou pensando.
— Te conheço, Jorge.
— E eu também te conheço.
— Por que você nunca, sei lá, me deu um tapa na nuca quando eu fazia isso com ela? — Fred exasperou, interrompendo a tarefa para encarar o gêmeo.
— Porque quem dá tapas é você, eu tentei conversar contigo umas dez vezes — Jorge explicou, rindo da cara de frustração do irmão — E você só ouviu e não mudou.
— E eu não consigo entender o motivo!
— Você sabe que, provavelmente, você era para a o que o Malfoy é para a gente, não sabe? — Jorge sugeriu, rindo.
— Muito obrigada, Jorge — Fred resmungou, o que só fez o gêmeo rir mais — Estarei me jogando da escada até o fim do dia.
— Acho que você só estava, inconscientemente, se poupando de ter que descobrir que errou na mão, sabe? — Jorge explicou, guardando alguns outros produtos — A ignorância é uma benção às vezes e você se aproveitou disso.
— E quase morrer me fez parar?
— Pode ser, nunca se sabe — Jorge respondeu — Eu, particularmente, acho que você reduziu a chatice. Tudo bem que ela parou de aparecer quando você estava, só que, por não ter a presença constante dela, você não precisava encarar sua culpa e erro em forma de bruxa com tanta frequência e pegou mais leve.
— Tenho medo de ser algo irreparável.
— Não é porque a é incrível demais para te devolver no mesmo galeão — Jorge disse, sorrindo para o gêmeo — E também porque, por algum motivo, aquela maluca gosta de você, você tem sorte.
não conseguia definir exatamente qual era a sensação de estar ali, no que um dia já foi o Grande Salão, após a batalha terminar.
Ali tinha sido escolhida e recebido uma confirmação de que era algo além do que seus pais podiam controlar, ali tinha firmado laços com seus melhores amigos, porém, ali, também, tinha desviado maldições da morte, visto amigos serem abatidos e quase perdido a esperança.
O lugar que a trazia conforto também se tornou assustador e ela esperava que pudessem transformá-lo.
— Gostaria de agradecer imensamente todos que estão dispostos a dedicar um tempo de suas rotinas para auxiliar na reconstrução de Hogwarts — ouviu a grandiosa professora McGonagall discursar para o enorme grupo de pessoas reunidas — É gratificante ver o quanto estão dispostos a garantir o futuro de nossos alunos e preservar a memória daqueles que bravamente lutaram, mas, infelizmente nos deixaram.
observou alguns bruxos enxugando os olhos com as pontas dos dedos e outros sorrindo nostalgicamente, quase como se ainda pudessem enxergar aqueles que os deixaram.
— Vamos dividi-los em grupos por região ou andar da escola, assim, todos poderão se concentrar em uma área específica e o trabalho será equilibrado e agilizado — McGonagall prosseguiu — Quando ouvirem seu nome, por favor se dirijam até lá e, em breve, um de nossos líderes se juntará a vocês para maiores instruções.
aguardou por alguns minutos, até que a voz da professora anunciou que ela havia sido convocada para a Torre da Corvinal no sexto andar.
— — alguém disse atrás da corvina — É bom te ver aqui.
interrompeu o percurso para que a pessoa a alcançasse e percebeu que era Matthew Silver, aluno da Corvinal que estava no mesmo ano que ela.
— Matt! — ela disse, sorrindo, costumavam estudar juntos para algumas matérias na biblioteca — É bom te ver aqui também.
— Ouvi dizer que você se machucou feio — o bruxo disse, apontando para o braço da bruxa.
— Algum maluco esfarelou todos os ossos do meu braço, mas eles voltaram para o lugar — brincou, mostrando a pequena cicatriz no pulso — E sua família?
— Infelizmente perdemos a Cecília — Matthew respondeu com uma expressão visivelmente abatida ao falar da irmã mais velha, uma lufana que estava no sexto ano — Ainda é um pouco difícil pensar nela, sabe?
— Acho que nunca fica fácil, Matt — disse, passando um dos braços pelos ombros do amigo em consolo — Cecília era uma garota incrível, sinto muito por vocês.
— É quase impossível não pensar nos sonhos que ela construiu aqui quando ando pela escola — ele continuou, olhando para cima brevemente para afugentar as lágrimas — Por isso voltei, Cecília amava esse lugar mais do que nossa própria casa, ela merece que o local que a fez sonhar continue a dar isso aos próximos, incluindo nossa irmãzinha.
— Fique tranquilo — assegurou, com um sorriso repleto de conforto para o corvino — Em cada pedacinho que colocarmos de volta no lugar, haverá um pouquinho da Cecília.
— Relaxa aí, garanhão — Fred, do outro lado do salão, foi despertado por Gui com um tapa na parte de trás da cabeça — Ela está o consolando.
— Não entendi o que você quis dizer — Fred exclamou, passando a mão no local em que o irmão havia o estapeado.
— É claro que não — Jorge sussurrou antes de cair na gargalhada com o irmão mais velho.
odiava aparatar.
E provavelmente, algum dos deuses bruxos a odiava também.
Quando era uma criancinha que sonhava escondido com super-poderes e magia (enquanto escondia dos pais as coisas estranhas que aconteciam com ela), o que mais desejava era o “teletransporte” e, agora que tinha a oportunidade de tê-lo, passava mal toda vez que aparatava sozinha e acabava em locais completamente aleatórios.
E, mesmo que fizesse isso na companhia de amigos, como tinha acabado de acontecer, chegava ao lugar desejado completamente tonta e com a garganta seca, como se não bebesse água há dias.
— Vem aqui, — ouviu Fred dizer antes de segurar seus braços delicadamente e colocá-la sentada em uma das cadeiras da mesa de jantar — Vou pegar um copo d'água para você.
Quando o ruivo se afastou, viu que os membros da família seguravam risadas diante do comportamento de Fred.
— Obrigada — agradeceu quando ele retornou com o copo — Já pensou em trabalhar no Três Vassouras?
— Se todas as clientes forem como você, posso até considerar — Fred flertou, piscando um dos olhos para a corvina.
— Parece que eu estou em outra dimensão — Percy disse, rindo quando Fred jogou uma almofada nele.
— Vocês foram uns queridos nessas últimas semanas — agradeceu, sorrindo para a sua segunda família — Agora que meu braço já está utilizável, vou começar a procurar novos quartos.
— Você é idiota? — Gina perguntou, sentando-se ao lado dela — Você não vai a lugar nenhum.
— Exatamente, — Jorge concordou com a irmã — Não tem porque você procurar um quarto se você pode ficar com a gente.
— Eu não quero dar trabalho para vocês — a garota explicou, bebendo mais um gole de água.
— Querida, entenda uma coisa — Molly disse, aproximando-se da cadeira dela para passar as mãos no seu cabelo carinhosamente — Não é trabalho algum te ter aqui conosco, você faz parte da família.
— E se a senhorita não tivesse nos escondido o que seus pais fizeram — Arthur exclamou com um leve tom de bronca — Já moraria aqui há muito tempo.
— Mentira que o Fred daria um jeito de expulsar ela — Percy zombou, recebendo outra almofadada do irmão.
— Cara, cala boca — Fred resmungou enquanto o restante da família, incluindo , gargalhavam — , por favor, continue aqui com a gente, pelo menos até você realmente precisar de um lugar só seu.
— Pedindo desse jeitinho… — disse, piscando para o ruivo — Eu fico.
A piscadinha da corvina pode até ter sido brincadeira, mas o calor no peito de Fred Weasley definitivamente não era.
— Você já pensou no que vai fazer a partir de agora? — Fred perguntou enquanto passava a pá para no gramado da casa dos Weasley.
A corvina tinha experiência com jardinagem após trabalhar temporariamente com isso para se sustentar e tinha se oferecido para cuidar do jardim da casa e dar um novo ar ao local.
E, mesmo que o braço dela estivesse completamente curado, Fred havia insistido em ajudar para que ela não fizesse o trabalho sozinha.
— Vou voltar para terminar o ano, é claro.
— Não seria uma boa corvina se não fizesse — Fred concordou, recebendo a pá de volta e passando o regador para a garota.
— E eu estava dando uma olhada no guia de profissões que a escola nos deu e achei várias interessantes — disse, regando o canteiro recém-aplanado — Mas eliminei todas que necessitavam de aparatação constante.
— Você sempre pode usar um carro voador — Fred sugeriu.
— Nada é tão rápido quanto a aparatação, infelizmente — ela lamentou — Mas fiquei com três muito nobres.
— Quais?
— Professora, membro do Esquadrão de Execução de Leis da Magia e curandeira.
— Completamente diferentes — Fred apontou e a corvina concordou rindo.
— Tenho médias o suficiente para qualquer uma delas e poderei pensar melhor ao longo do último ano — explicou, sorrindo para o canteiro novo — E você? Planos para a Gemialidades?
— Queremos uma filial em Hogsmeade e, quem sabe, ao redor do mundo bruxo? — Fred compartilhou.
— Acho que vocês têm muito potencial — elogiou, tirando as luvas de jardinagem — E as duas vezes que eu passei mal como cobaia têm que valer a pena.
— Sabe o que eu estava pensando? — Jorge, que tinha acabado de sair da casa pela porta lateral, exclamou, mudando de assunto — Eu ouvi você e a Gina conversando sobre como você ainda gostaria de um emprego porque se sente mal de ficar aqui sem fazer nada.
— Fofoqueiro, hein — zombou.
— E pensei que você poderia trabalhar com a gente na loja — Jorge sugeriu, sendo imediatamente apoiado pelo irmão — Estamos mesmo precisando de ajuda nas vendas e você é a miss simpatia de Hogwarts, vai vender horrores.
— É uma ideia excelente — Fred concordou, observando o rosto incerto de — Assim você se ocupa até voltar para Hogwarts e tira essa culpa desnecessária da sua cabeça.
— Exatamente — Jorge disse, sorrindo antes de dizer — E aí, aceita? Prometemos excelentes condições de trabalho.
Capítulo 6
aceitou.
A corvina não entendia completamente o motivo, mas não conseguia evitar a sensação de “ser um fardo” que a acompanhava.
Por isso, aceitou a oferta dos irmãos como alternativa para ajudar nos custos extras que traria para Molly e Arthur durante sua estadia.
— E isso aqui, funciona mesmo, ? — uma das clientes do dia, Matilda Chapman, lufana do sexto ano que a conhecia da escola, disse com um pequeno frasco de Desiderium nas mãos.
— Sabe a fama que esses dois têm, não sabe? — sussurrou, apontando para os gêmeos — Te garanto que Fred e Jorge estudaram muito para chegar na fórmula perfeita da fragrância do desejo.
— Você já testou, ? — outro aluno sextanista perguntou, também segurando o frasco púrpura nas mãos.
— Usei um pouco antes da loja abrir e agora aquele ruivo ali não consegue tirar os olhos de mim — zombou, apontando para Fred, que observava a corvina em ação ao lado do irmão nas escadarias que levavam para o estoque, imediatamente disfarçando ao notar que a corvina e os clientes ao redor da prateleira de Desiderium olhavam em sua direção — Eu, se fosse vocês, levaria uns dois frascos.
Gina observava de longe, próxima à prateleira de kits mata-aula, como estava se saindo na função de vendedora.
A melhor amiga já trabalhava no local há um mês e Gina tinha ouvido inúmeros elogios dos irmãos pela performance incrível que ela possuía, conseguindo atrair os clientes para os lançamentos pós-guerra da loja, como os vários frascos de Desiderium que ela tinha acabado de vender.
A ruiva não poderia estar mais feliz pela amiga, tinha se sentido péssima ao imaginar o quanto ela havia sofrido sozinha e em silêncio ao longo desses anos, o coração de Gina se enchia de felicidade ao vê-la em um lar de verdade e um trabalho que não a explorasse como os vários outros desempenhados anteriormente.
De longe, viu um dos corvinos da sala de se aproximar quando uma cliente se afastou, se estava bem lembrada, era Matthew Silver, que sempre pareceu ter uma quedinha por .
Determinada a provar uma teoria que construía em sua cabeça, aproximou-se da escada onde os irmãos estavam e não demorou a identificar Fred pois ele era o único dos dois que não tirava os olhos dos corvinos que conversavam próximos à fragrância para atrair pretendentes criada por ele.
— Se eu fosse você, — Gina sussurrou ao irmão após subir os lances de escada e tomar o lugar à esquerda de Fred — eu conversaria com ela.
Fred não sabia por onde começar.
— Vai furar a fila na casa do… — Fred ouviu uma das moças na fila gritar antes do balconista impedir que ela terminasse a frase.
— As coisas são sempre assim? — o ruivo perguntou para , que gargalhava com a reação do bruxo a uma enorme fila em um restaurante trouxa.
— Horário de almoço londrino, Fred — respondeu, apoiando as costas na parede — É disso aqui para pior.
A bruxa havia dito que existia um restaurante que ela não frequentava desde que tinha saído da casa dos pais e que possuía a melhor comida libanesa da cidade. Fred, obviamente, sugeriu na hora que os dois fossem buscar o almoço do dia lá, imediatamente deixando a corvina mais radiante do que nunca.
Agora, há vinte minutos esperavam para receber o pedido, enquanto a fila para pagar e pedir só aumentava. Realmente deveria ser a melhor da cidade para ter tanta gente em um espaço tão pequeno.
— Nunca ouvi tantos palavrões na minha vida.
— E olha que você se escuta, viu?
Fred e riram quando uma mulher com terninho empurrou um homem que tentava furar a fila bem a sua frente.
— Se você responder minha pergunta, eu consigo nosso pedido em dois minutos — Fred sussurrou, abaixando-se levemente para ficar mais próximo da orelha esquerda de .
— Duvido.
— Responde e veremos, .
— Ok, Weasley — a corvina concordou, cruzando os braços em desconfiança — Qual a pergunta?
— Fala a verdade, — Fred começou, utilizou novamente o apelido da garota pela segunda vez, já que ela não tinha reclamado anteriormente — Você é apaixonada por mim, não é?
— Cara, você ganha pelo cansaço! — disse, rindo — Já que você quer tanto saber e eu estou com fome demais para ficar mais meia hora aqui esperando, vou te responder.
— Então…?
— Já fui apaixonada por você sim, Fred, mas não sou mais — respondeu, observando atentamente a expressão indecifrável do ruivo — Como eu já te disse, não sou idiota o suficiente para continuar apaixonada por alguém que parecia profundamente me odiar.
— E o que sente agora?
— Essa vai ficar para a próxima fila gigantesca, Fred — exclamou, a segunda pergunta já era demais — Agora eu quero ver você conseguir nossa comida em dois minutos.
— Você é boa atriz?
— Não sei… por que?
— Vai descobrir agora — Fred respondeu depois de abrir um enorme sorriso maroto no rosto — Em três, dois, um…
Fred colocou um dos joelhos atrás do joelho esquerdo de discretamente, o movimento inesperado fez seu corpo bambear levemente para o lado, porém, o ruivo a segurou antes que ela pudesse chegar ao chão.
— Ah, meu Deus — Fred gritou, atraindo a atenção de todos os clientes e dos funcionários que operavam atrás do balcão — Querida, está tudo bem?
— Não está, não — lamentou, tentando parecer confusa — Acho que estou passando mal, meu bem.
— O que aconteceu, moço? — uma senhora trouxa perguntou com uma feição preocupada.
— Minha esposa está grávida — Fred mentiu, soando desesperado, a mentira era tão absurda que a garota teve que se esforçar para não rir — Estamos aqui esperando há horas e ela não comeu!
— Tudo isso por conta de um desejo — exagerou, tombando para os lados como se sua pressão estivesse baixa — Acho melhor irmos, querido, nem que seja para só tomar um café aqui do lado.
— Nada disso, desejo de grávida é coisa séria — um executivo disse, próximo a eles — Ei, não tem como agilizar o pedido do casal aqui, a moça tá grávida e precisa comer.
— Qual o número? — o balconista perguntou.
— 77.
— O 56 que acabou de sair é igualzinho o de vocês — o balconista disse — Se o 56 ceder o deles, podem levar, se não, mais quinze minutos.
— É o meu — o executivo disse, olhando para o casal — Tenho seis filhos e sei bem como é, podem pegar e eu espero mais quinze.
— Muito obrigada, senhor — Fred disse, soltando por um momento para cumprimentar o homem — Minha esposa e eu somos gratos.
— Agora vai lá pegar o pedido, garoto — a senhora ao lado deles disse — Não queremos que a criança nasça com cara de Baba Ganoush!
Já do lado de fora, o “casal”, dividindo um charuto de repolho, andava calmamente em direção ao Caldeirão Furado.
— Você é um canalha — murmurou, sem conseguir esconder o sorriso.
— Eu sei que você gosta — Fred disse, sorrindo para a “esposa grávida” ao seu lado.
— Se você olhar mais, vai abrir um buraco na cabeça do Silver — Gui sussurrou ao lado do irmão.
Os dois finalizavam os últimos detalhes das paredes do Grande Salão próximos de e Matthew Silver, que terminavam de ajustar a magia do céu do salão com outros bruxos.
— Não sei o que aconteceu — Fres exclamou, apontando a varinha para a ponta da pilastra que estava remodelando — Eu passei anos irritado com o fato da possivelmente gostar de mim e agora não consigo parar de pensar que ela já foi apaixonada por mim e eu não estava nem aí.
— Está até a chamando de , que bonitinho — Gui zombou, revidando a cotovelada que o irmão lhe deu — Mas falando sério, você está obcecado com o fato de que ela já foi apaixonada e não é mais ou com ela em si?
— Os dois? — Fred disse, um tanto incerto — Sobre ela, especificamente, eu consigo notar o quanto fui grosseiro e como perdi a chance de conhecer a pessoa incrível que ela é.
— Uma hora você tinha que perceber, né? — Gui murmurou, ajustando o tom da pedra da parede com a sua varinha — O seu jeito com ela não combinava em nada com sua personalidade.
— E quanto mais eu percebo isso, mas eu sinto que não faz o menor sentido uma pessoa tão completa e extraordinária como ela gostar de alguém que nem eu — Fred explicou, toda vez que pensava nas vezes que fez os pensamentos inteligentes de se calarem com sua grosseria, ele queria que aquele bloco atingisse sua cabeça — Mas, ao mesmo tempo, tem algo de… excitante em saber que ela era apaixonada por mim e agora não é mais, isso faz sentido?
— Se pensarmos que ser levemente narcisista é seu pior defeito, faz sim — Gui respondeu, notando que o irmão tinha feito uma careta — Está gostando dela, não admite porque passou anos evitando qualquer tipo de aproximação da e tem medo de receber um fora porque Fred Weasley não leva foras.
— Essa doeu, Gui, vai com calma.
— E tem algo de “excitante” em saber que ela foi apaixonada por você porque você ama ser admirado, Fred — Gui prosseguiu, rindo — Agora, você só quer reconquistar essa admiração que você mesmo diminuiu, mas não só porque você é meio narcisista, e sim porque você está gostando da além do amor que ela já teve por você que basicamente fez ela salvar sua vida.
— Você está praticando legilimência? — Fred perguntou, surpreso com a assertividade dos conselhos do irmão.
— Eu sei que você está pensando se isso não é só fruto da gratidão pela ter salvado sua vida porque tenho certeza que ela já te falou isso umas dez vezes — Gui explicou, parando o trabalho para encarar o irmão — Mas, Fred, pensa aí no que te levou a gostar da , duvido que assim que ela foi levada para o hospital você caiu de amores.
— Não foi assim…
— E muito menos assim que ela saiu de lá — Gui continuou — Também não ficou caidinho assim que ela saiu do hospital, você estava tentando melhorar a relação por culpa pelo tratamento injusto que você a deu ao longo dos anos, mas agora a relação de vocês já está boa, não está?
— Sim, além de colegas de trabalho, conversamos mesmo que não tenha outra pessoa no ambiente — Fred respondeu, sorrindo levemente — Isso não acontecia antes sem ficar esquisito.
— Exato, irmãozinho — Gui apontou, sorrindo — Se você só estivesse grato ou se sentindo culpado, não iria querer mais agora, você quer mais porque só ser amigo da não é suficiente.
— Quando foi que você virou bom conselheiro, hein? — Fred brincou, tentando disfarçar o quanto as palavras do irmão tinham tocado — Até ontem era um cara de pau.
— Me respeita, sou mais velho que você — Gui disse, deixando um leve tapa na parte traseira da cabeça do irmão — Vê se usa esse conselho a seu favor e começa a trabalhar para reconquistar a , já tem gente na fila para pegar o lugar que você ocupava antes.
E assim, discretamente, Gui apontou a varinha para Matthew e , que ria de algo que o amigo havia dito.
A corvina não entendia completamente o motivo, mas não conseguia evitar a sensação de “ser um fardo” que a acompanhava.
Por isso, aceitou a oferta dos irmãos como alternativa para ajudar nos custos extras que traria para Molly e Arthur durante sua estadia.
— E isso aqui, funciona mesmo, ? — uma das clientes do dia, Matilda Chapman, lufana do sexto ano que a conhecia da escola, disse com um pequeno frasco de Desiderium nas mãos.
— Sabe a fama que esses dois têm, não sabe? — sussurrou, apontando para os gêmeos — Te garanto que Fred e Jorge estudaram muito para chegar na fórmula perfeita da fragrância do desejo.
— Você já testou, ? — outro aluno sextanista perguntou, também segurando o frasco púrpura nas mãos.
— Usei um pouco antes da loja abrir e agora aquele ruivo ali não consegue tirar os olhos de mim — zombou, apontando para Fred, que observava a corvina em ação ao lado do irmão nas escadarias que levavam para o estoque, imediatamente disfarçando ao notar que a corvina e os clientes ao redor da prateleira de Desiderium olhavam em sua direção — Eu, se fosse vocês, levaria uns dois frascos.
Gina observava de longe, próxima à prateleira de kits mata-aula, como estava se saindo na função de vendedora.
A melhor amiga já trabalhava no local há um mês e Gina tinha ouvido inúmeros elogios dos irmãos pela performance incrível que ela possuía, conseguindo atrair os clientes para os lançamentos pós-guerra da loja, como os vários frascos de Desiderium que ela tinha acabado de vender.
A ruiva não poderia estar mais feliz pela amiga, tinha se sentido péssima ao imaginar o quanto ela havia sofrido sozinha e em silêncio ao longo desses anos, o coração de Gina se enchia de felicidade ao vê-la em um lar de verdade e um trabalho que não a explorasse como os vários outros desempenhados anteriormente.
De longe, viu um dos corvinos da sala de se aproximar quando uma cliente se afastou, se estava bem lembrada, era Matthew Silver, que sempre pareceu ter uma quedinha por .
Determinada a provar uma teoria que construía em sua cabeça, aproximou-se da escada onde os irmãos estavam e não demorou a identificar Fred pois ele era o único dos dois que não tirava os olhos dos corvinos que conversavam próximos à fragrância para atrair pretendentes criada por ele.
— Se eu fosse você, — Gina sussurrou ao irmão após subir os lances de escada e tomar o lugar à esquerda de Fred — eu conversaria com ela.
Fred não sabia por onde começar.
— Vai furar a fila na casa do… — Fred ouviu uma das moças na fila gritar antes do balconista impedir que ela terminasse a frase.
— As coisas são sempre assim? — o ruivo perguntou para , que gargalhava com a reação do bruxo a uma enorme fila em um restaurante trouxa.
— Horário de almoço londrino, Fred — respondeu, apoiando as costas na parede — É disso aqui para pior.
A bruxa havia dito que existia um restaurante que ela não frequentava desde que tinha saído da casa dos pais e que possuía a melhor comida libanesa da cidade. Fred, obviamente, sugeriu na hora que os dois fossem buscar o almoço do dia lá, imediatamente deixando a corvina mais radiante do que nunca.
Agora, há vinte minutos esperavam para receber o pedido, enquanto a fila para pagar e pedir só aumentava. Realmente deveria ser a melhor da cidade para ter tanta gente em um espaço tão pequeno.
— Nunca ouvi tantos palavrões na minha vida.
— E olha que você se escuta, viu?
Fred e riram quando uma mulher com terninho empurrou um homem que tentava furar a fila bem a sua frente.
— Se você responder minha pergunta, eu consigo nosso pedido em dois minutos — Fred sussurrou, abaixando-se levemente para ficar mais próximo da orelha esquerda de .
— Duvido.
— Responde e veremos, .
— Ok, Weasley — a corvina concordou, cruzando os braços em desconfiança — Qual a pergunta?
— Fala a verdade, — Fred começou, utilizou novamente o apelido da garota pela segunda vez, já que ela não tinha reclamado anteriormente — Você é apaixonada por mim, não é?
— Cara, você ganha pelo cansaço! — disse, rindo — Já que você quer tanto saber e eu estou com fome demais para ficar mais meia hora aqui esperando, vou te responder.
— Então…?
— Já fui apaixonada por você sim, Fred, mas não sou mais — respondeu, observando atentamente a expressão indecifrável do ruivo — Como eu já te disse, não sou idiota o suficiente para continuar apaixonada por alguém que parecia profundamente me odiar.
— E o que sente agora?
— Essa vai ficar para a próxima fila gigantesca, Fred — exclamou, a segunda pergunta já era demais — Agora eu quero ver você conseguir nossa comida em dois minutos.
— Você é boa atriz?
— Não sei… por que?
— Vai descobrir agora — Fred respondeu depois de abrir um enorme sorriso maroto no rosto — Em três, dois, um…
Fred colocou um dos joelhos atrás do joelho esquerdo de discretamente, o movimento inesperado fez seu corpo bambear levemente para o lado, porém, o ruivo a segurou antes que ela pudesse chegar ao chão.
— Ah, meu Deus — Fred gritou, atraindo a atenção de todos os clientes e dos funcionários que operavam atrás do balcão — Querida, está tudo bem?
— Não está, não — lamentou, tentando parecer confusa — Acho que estou passando mal, meu bem.
— O que aconteceu, moço? — uma senhora trouxa perguntou com uma feição preocupada.
— Minha esposa está grávida — Fred mentiu, soando desesperado, a mentira era tão absurda que a garota teve que se esforçar para não rir — Estamos aqui esperando há horas e ela não comeu!
— Tudo isso por conta de um desejo — exagerou, tombando para os lados como se sua pressão estivesse baixa — Acho melhor irmos, querido, nem que seja para só tomar um café aqui do lado.
— Nada disso, desejo de grávida é coisa séria — um executivo disse, próximo a eles — Ei, não tem como agilizar o pedido do casal aqui, a moça tá grávida e precisa comer.
— Qual o número? — o balconista perguntou.
— 77.
— O 56 que acabou de sair é igualzinho o de vocês — o balconista disse — Se o 56 ceder o deles, podem levar, se não, mais quinze minutos.
— É o meu — o executivo disse, olhando para o casal — Tenho seis filhos e sei bem como é, podem pegar e eu espero mais quinze.
— Muito obrigada, senhor — Fred disse, soltando por um momento para cumprimentar o homem — Minha esposa e eu somos gratos.
— Agora vai lá pegar o pedido, garoto — a senhora ao lado deles disse — Não queremos que a criança nasça com cara de Baba Ganoush!
Já do lado de fora, o “casal”, dividindo um charuto de repolho, andava calmamente em direção ao Caldeirão Furado.
— Você é um canalha — murmurou, sem conseguir esconder o sorriso.
— Eu sei que você gosta — Fred disse, sorrindo para a “esposa grávida” ao seu lado.
— Se você olhar mais, vai abrir um buraco na cabeça do Silver — Gui sussurrou ao lado do irmão.
Os dois finalizavam os últimos detalhes das paredes do Grande Salão próximos de e Matthew Silver, que terminavam de ajustar a magia do céu do salão com outros bruxos.
— Não sei o que aconteceu — Fres exclamou, apontando a varinha para a ponta da pilastra que estava remodelando — Eu passei anos irritado com o fato da possivelmente gostar de mim e agora não consigo parar de pensar que ela já foi apaixonada por mim e eu não estava nem aí.
— Está até a chamando de , que bonitinho — Gui zombou, revidando a cotovelada que o irmão lhe deu — Mas falando sério, você está obcecado com o fato de que ela já foi apaixonada e não é mais ou com ela em si?
— Os dois? — Fred disse, um tanto incerto — Sobre ela, especificamente, eu consigo notar o quanto fui grosseiro e como perdi a chance de conhecer a pessoa incrível que ela é.
— Uma hora você tinha que perceber, né? — Gui murmurou, ajustando o tom da pedra da parede com a sua varinha — O seu jeito com ela não combinava em nada com sua personalidade.
— E quanto mais eu percebo isso, mas eu sinto que não faz o menor sentido uma pessoa tão completa e extraordinária como ela gostar de alguém que nem eu — Fred explicou, toda vez que pensava nas vezes que fez os pensamentos inteligentes de se calarem com sua grosseria, ele queria que aquele bloco atingisse sua cabeça — Mas, ao mesmo tempo, tem algo de… excitante em saber que ela era apaixonada por mim e agora não é mais, isso faz sentido?
— Se pensarmos que ser levemente narcisista é seu pior defeito, faz sim — Gui respondeu, notando que o irmão tinha feito uma careta — Está gostando dela, não admite porque passou anos evitando qualquer tipo de aproximação da e tem medo de receber um fora porque Fred Weasley não leva foras.
— Essa doeu, Gui, vai com calma.
— E tem algo de “excitante” em saber que ela foi apaixonada por você porque você ama ser admirado, Fred — Gui prosseguiu, rindo — Agora, você só quer reconquistar essa admiração que você mesmo diminuiu, mas não só porque você é meio narcisista, e sim porque você está gostando da além do amor que ela já teve por você que basicamente fez ela salvar sua vida.
— Você está praticando legilimência? — Fred perguntou, surpreso com a assertividade dos conselhos do irmão.
— Eu sei que você está pensando se isso não é só fruto da gratidão pela ter salvado sua vida porque tenho certeza que ela já te falou isso umas dez vezes — Gui explicou, parando o trabalho para encarar o irmão — Mas, Fred, pensa aí no que te levou a gostar da , duvido que assim que ela foi levada para o hospital você caiu de amores.
— Não foi assim…
— E muito menos assim que ela saiu de lá — Gui continuou — Também não ficou caidinho assim que ela saiu do hospital, você estava tentando melhorar a relação por culpa pelo tratamento injusto que você a deu ao longo dos anos, mas agora a relação de vocês já está boa, não está?
— Sim, além de colegas de trabalho, conversamos mesmo que não tenha outra pessoa no ambiente — Fred respondeu, sorrindo levemente — Isso não acontecia antes sem ficar esquisito.
— Exato, irmãozinho — Gui apontou, sorrindo — Se você só estivesse grato ou se sentindo culpado, não iria querer mais agora, você quer mais porque só ser amigo da não é suficiente.
— Quando foi que você virou bom conselheiro, hein? — Fred brincou, tentando disfarçar o quanto as palavras do irmão tinham tocado — Até ontem era um cara de pau.
— Me respeita, sou mais velho que você — Gui disse, deixando um leve tapa na parte traseira da cabeça do irmão — Vê se usa esse conselho a seu favor e começa a trabalhar para reconquistar a , já tem gente na fila para pegar o lugar que você ocupava antes.
E assim, discretamente, Gui apontou a varinha para Matthew e , que ria de algo que o amigo havia dito.
Capítulo 7
Antes que Fred abrisse a porta da casa, ele já conseguia ouvir a risada de .
Quando entrou, encontrou a corvina sentada no sofá, gargalhando com um livro na mão.
— O livro é tão bom assim? — Fred disse, aproximando-se de onde a bruxa estava para tentar ver a capa melhor.
— É um livro trouxa sobre casamentos que deram errado — disse, enxugando as lágrimas provenientes do ataque de risos dos cantos dos olhos — É tão sem noção que chega a ser hilário.
— E desde quando você se interessa por casamentos? — Fred perguntou, curioso.
— Ah, eu não tenho interesse nenhum — disse, fazendo um sinal com a mão da testa até o meio do peito, passando pelo os dois ombros que Fred não entendeu — Minha irmã me recomendou esse livro e enviou através da Robbie.
— A Robbie é pequena, mas faz um baita serviço, hein? — Fred elogiou a coruja de .
— Falando em serviço — disse, com um sorriso maroto — Fiz um bolo e acabou de sair, você pode experimentar e dizer se está bom?
— Você fez um bolo? — Fred perguntou, acompanhando a garota até a cozinha — Achei que fosse péssima na cozinha.
— Estou tentando melhorar, por isso fiz esse bolo — disse, tirando um pedaço da forma para o prato sem deixar ele notar que o bolo já tinha sido cortado antes por ela — Experimenta e me diz como está.
— Claro — ele concordou, pegando o pratinho com a fatia e o garfo das mãos dela — Recebeu o convite da McGonagall para a comemoração da reconstrução de Hogwarts?
— Recebi hoje mais cedo — ela respondeu, assistindo Fred cortar um pedaço generoso da fatia e colocar na boca com pena e vontade de rir do bruxo — Mal posso esperar…
A garota obviamente tinha experimentado sua própria receita antes.
Ela sabia que tinha errado a mão de um dos ingredientes e que aquilo estava insustentável.
Fred colocou a fatia na boca e, impressionantemente, conseguiu disfarçar a careta.
Ele mastigou e engoliu tudo antes de dizer:
— Isso aqui tá ótimo, — ele pegou mais um pedaço — Acho que eu poderia comer o bolo inteiro.
não conseguiu mais segurar a risada presa na garganta e, imediatamente, começou a rir da mentira do ruivo.
— Fred, eu sei que esse bolo está horrível! — disse, tirando o prato e o garfo da mão dele antes que ele tentasse comer mais — Eu comi antes, por que você mentiu?
— Ah, eu não queria que você se sentisse mal — Fred disse, rindo também — Você se esforçou para fazer o bolo e parecia tão animada.
— Você não é de fingimentos com ninguém, só comigo — exclamou, sorrindo para o ruivo — Pode parar com isso, ok? Você não tem que comer um bolo horrível que fiz só porque salvei sua vida.
— Para compensar meu erro — Fred disse, aceitando o copo de água que a corvina tinha entregue para ajudar a digerir o bolo — Posso te ensinar a como fazer um bolo de verdade, o que acha?
— E você cozinha bem? — perguntou, debochando da possibilidade de Fred ter algum dom na cozinha.
— Tão bem que estou pronto para casar com uma bruxa que coloca fogo quando vai fazer macarrão, conhece alguma? — Fred flertou, fazendo referência ao fatídico ato que levou a ser expulsa do quartinho que morava antes.
— Em minha defesa, meu braço bom estava comprometido! — disse, utilizando uma das colheres de madeira da família para bater levemente no braço dele.
— E você fez esse bolo com o braço bom funcionando, qual a desculpa agora? — Fred brincou, recebendo outra colherada no braço — Continua me batendo que eu vou querer mesmo casar com você.
— Você é um canalha.
— Um canalha que vai te ensinar a fazer um bolo decente, pega lá seu avental, salva-vidas.
Talvez aquela fosse a noite mais feliz de em meses.
Após um árduo trabalho conjunto de diversas pessoas, Hogwarts estava inteira e pronta para receber novamente seus alunos.
O Grande Salão, com a magia restaurada por e outros bruxos, mostrava um céu noturno repleto de estrelas e praticamente sem nuvens. As paredes estavam lotadas de homenagens àqueles que tinham sido peças essenciais na batalha de Hogwarts, milhares de velas de baunilha flutuavam acima das cabeças dos bruxos, as quatro longas mesas tinham sido substituídas por mesas redondas com toalhas que variavam entre as cores das quatro casas e alguns instrumentos mágicos tocavam músicas diferentes na parte mais alta do salão onde a mesa dos professores costumava ficar. Além disso, diversas mesas com salgados, doces e bebidas estavam espalhadas nas extremidades do local e um espaço no centro do ambiente havia sido deixado para aqueles que quisessem dançar.
tinha achado o vestido usado no Baile de Inverno do quarto ano amassado entre outras peças da mala em que costumava guardar suas roupas quando vivia no quartinho apertado no cortiço e resolveu reutilizar a peça, afinal, ela definitivamente preferia utilizar seu salário da Gemialidades Weasley com livros.
Era um vestido de cetim verde sálvia, com alças fininhas e uma fenda nem um pouco discreta na perna esquerda e ela se sentia extremamente bem nele.
— Você vai voltar, não vai, ? — Hermione, recém-chegada da viagem que havia realizado com Ron para desfazer o feitiço de memória executado nos pais, perguntou.
, Gina e Hermione estavam ao lado da mesa de doces, fofocando e bebendo um pouco de cerveja amanteigada.
— Com certeza — a corvina respondeu após dar um gole em sua bebida — Acha que eu tenho cara de quem abandona a escola?
— Não mesmo — Mione respondeu, rindo — Mas tem cara de que adora quem abandona a escola.
— Adorava — corrigiu, sabendo que a grifinória estava pensando em quando Fred e Jorge fugiram da escola no quinto ano deles — Passado, Mione, passado.
— E, pensando aqui, nós duas temos cara de quem adora quem abandona a escola — Gina acrescentou, apontando para ela e Hermione com o indicador — Tenho certeza de que Harry e Ron não vão voltar.
— Eles ainda precisam de notas altas para tentar a carreira de Auror — Hermione disse, puxando umas das tortinhas de abóbora da mesa para Gina.
— Mione, fala sério — disse, rindo — Quero só ver quem vai ser o corajoso que vai olhar para Harry Potter e Rony Weasley depois da batalha e dizer “Desculpe, mas preciso ver se você tem um ‘Ótimo’ em Defesa Contra as Artes das Trevas antes de te aprovar no Programa de Aurores”.
As garotas riram da imitação de voz séria da corvina e acabaram concordando que os dois não precisavam se agarrar em notas para seguirem a carreira dos sonhos.
— Agora, temos um assunto muito sério em questão — Mione exclamou, sorrindo marotamente para — finalmente tomou coragem e deu uma Amortentia para Fred, foi?
— E eu tenho cara de maluca? — disse, conhecia muito bem os efeitos colaterais de se utilizar a poção do amor para conquistar alguém — Fiz absolutamente nada, não sei o que aconteceu com ele.
— Ele só acordou mesmo — Gina acrescentou, observando disfarçadamente o irmão dançando com sua mãe há poucos metros — Pena que isso só aconteceu depois que a literalmente o salvou da morte.
— Homens, não é? — Mione exclamou, revirando os olhos levemente — Sempre os últimos a saberem quem é a pessoa certa.
— E quem disse que eu sou a pessoa certa, Mione? — questionou, olhando para as amigas.
— Eu sempre soube que era — Gina respondeu, dando de ombros — Para mim, Angelina combina mesmo com o Jorge.
— E você com o Fred — Hermione completou, concordando com a amiga.
— Parei de acreditar em fantasias faz tempo — esclareceu, tomando mais um gole da cerveja amanteigada — Vocês deveriam esquecer isso.
— E quando foi que você parou de sonhar que era perfeita para ele? — Hermione perguntou, observando o assunto trocar a dança com Molly por uma dança com Angelina.
— Acho que no casamento do Gui e da Fleur — respondeu, tendo a atenção das amigas que claramente não tinham visto o que a corvina viu — Quando notei ele subindo para o quarto com a prima da Fleur.
Gina engasgou com a cerveja amanteigada.
— Cretino! — ela exclamou, batendo o pé no chão.
— Por que? Ele não fez nada de errado — disse, entregando um guardanapo para a ruiva — E ele não percebeu que eu vi.
— E você não pensa na possibilidade agora que ele é um cavalheiro com você? — Hermione sugeriu.
— Não, aquele encanto de apaixonada que acha que seu objeto de desejo é a pessoa mais incrível do mundo passou — explicou, observando Fred e Angelina dançarem sem sentir um pingo de incômodo — Não deixei de ter alguma atração física por ele, só não amo mais.
— Nunca pensei que fosse ouvir isso — Hermione disse, orgulhosa da amiga.
É claro que sempre quis que os dois ficassem juntos, mas achava que era inteligente demais para continuar morrendo de amores por alguém que a destratava.
— Bem agora que ele está começando a gostar de você — Gina disse, rindo — Se bem que acho que ele merece sofrer um pouquinho.
— Tirou isso de onde, Gina? — perguntou, balançando a cabeça negativamente para a ruiva.
— Ah, isso é óbvio, — Hermione respondeu pela cunhada — Ele flerta com você o tempo todo e fica envergonhado quando você responde à altura.
— E justamente por isso ele merece sofrer! — Gina defendeu sua ideia, terminando a tortinha que comia — Por que ele não te chamou para dançar?
— Porque é burro — Ron, que se aproximava das garotas com Harry, disse — E não é tão corajoso quanto o Chapéu Seletor achava.
— E concordou com a minha namorada, — Harry disse, segurando as mãos da ruiva — Enquanto tiramos nossas garotas para dançar, você deveria se vingar.
— E quem disse que vou dançar com você? — Gina brincou, sorrindo e dando um beijo breve nos lábios de Harry — Mas eu apoio a vingança.
— Eu também — Ron acrescentou, beijando levemente o ombro descoberto pelo vestido da namorada.
— E você sabe como se vingar, — Hermione afirmou, sorrindo — Conte tudo depois.
E então, os dois casais deram as mãos e deixaram a corvina sozinha ao lado da mesa de doces para dançar a música
Vingança não era algo que apreciava muito, a bruxa tinha compreendido o que os amigos haviam sugerido. Porém, para aquilo funcionar, o alvo precisava, ao menos, ter alguma atração por ela.
E não acreditava que aquele era o caso de Fred Weasley.
Do outro lado do salão, Fred Weasley observava sozinha, encarando o chão do ambiente como se ele pudesse responder às dúvidas que tinha. Fred tinha reparado que ela olhava para um ponto fixo sempre que não sabia o que fazer.
— O que você está esperando, Fred? — ouviu Angelina sussurrar para ele — Eu sempre te disse que nunca estou errada e eu também não estava errada sobre e você.
— Eu errei com a , Angelina — Fred sussurrou de volta, observando outra parte do salão conforme girava a amiga no passo da dança — Não sei se é reversível.
— Se não fosse, ela nem conversaria com você — Angelina justificou, notando que começava a caminhar na direção das portas do salão — Ela está saindo, é sua chance de consertar o erro de não tê-la chamado para dançar! Anda!
Angelina soltou os braços de Fred e ele ficou parado no centro da pista de dança por dez segundos antes de sair correndo atrás da corvina.
encarava a paisagem do jardim da escola iluminado por mais velas, de longe, ela notou o brilho da lua refletido nas águas do lago e a cabana de Hagrid um pouco mais distante, próxima à Floresta Proibida que a amedrontou durante um bom tempo.
— Também já pensei em pular no lago — a voz de Fred Weasley disse atrás dela e a corvina virou o corpo para olhar diretamente.
— Eu não estava pensando em pular no lago — respondeu, sorrindo.
Fred sempre era desnecessariamente bonito, hoje, porém, ele se destacava ainda mais com o conjunto de camisa, gravata, calça e sapatos pretos.
— Então estava pensando em mim.
— Deixa de ser convencido! — exclamou, rindo — Meus dias de pensar em você vinte e quatro horas já acabaram.
— Bem quando os meus começaram? A vida é injusta — Fred disse, forçando uma expressão de “cachorrinho abandonado”.
— Essa sua cara não funciona comigo.
— Mas já funcionou, não é? — Fred perguntou.
— Foi com ela que você me convenceu a testar a vomitilha que me fez parar na enfermaria.
— Merlin, quantas vezes eu fui um idiota com você? — Fred exclamou, batendo a própria mão na testa — Como você sequer se apaixonou por mim, ?
— No primeiro ano, eu estava completamente perdida e amedrontada na estação por conta da briga com meus pais antes de ir para Hogwarts — contou, sorrindo com a memória — Esbarrei em uns garotos mais velhos, eles derrubaram minha mala no chão e saíram rindo, acho que perceberam que eu era nascida-trouxa, eu estava pronta para dar meia volta e sair dali, mas você apareceu, me ajudou com as malas, falou “espero que seu primeiro ano seja incrível” e foi embora.
— Eu não lembro disso — Fred disse, notando pela primeira vez os olhos de com um brilho diferente, exatamente como sua mãe havia descrito.
— Imaginei que não, você é prestativo, deve ter ajudado muita gente — continuou — E uma atitude espontânea sua me fez conhecer o meu mundo e descobrir que eu podia fazer parte de algo incrível, mesmo que meus pais passassem dias me dizendo o contrário.
— Então você se apaixonou pela minha gentileza?
— Seu rosto ajudou, também — brincou, sorrindo para o ruivo — Mas se fosse só isso, eu teria me apaixonado pelo Jorge também.
— Você se apaixonou pela minha gentileza e eu passei anos sendo o total oposto de gentil com você? — Fred exclamou, cada vez que mencionava algo de anos atrás, o bruxo só ficava mais irritado consigo mesmo.
— Gentileza, autenticidade, prestatividade, coragem — elencou, levantando os dedos quando dizia algo novo — Passei dois anos observando você de longe e a lista de qualidades nunca parava de crescer, antes disso eu não tinha visitado a Toca e mal conversava com você, então, não sabia que você me trataria de maneira oposta, tive dois anos inteiros só de admiração.
— E depois?
— Quando você não correspondeu às minhas expectativas, achei que tinha feito algo errado — respondeu, quase rindo quando o ruivo bateu a mão na testa de novo — E me esforcei para melhorar e conseguir algo bom de você, mas nada funcionava.
— Você pode, por favor, me afogar no lago? — Fred implorou, a vontade de morrer ao pensar em se esforçando para agradá-lo por uma infantilidade dele era inevitável.
— E então eu comecei a ficar com raiva de não conseguir deixar de gostar de você — prosseguiu, sorrindo — Queria realmente te afogar no lago! Você era tão incrível com os outros e eu assistia tudo de longe, sempre pensando “Quando vai chegar a minha vez?”.
— Eu realmente estou considerando deixar você me afogar no lago.
— Percebi que em algum momento, eu não sentia nada tão forte quanto antes — explicou, era importante esclarecer tudo e confessar aquilo a ele, principalmente agora que construíam uma relação de verdade — Pode ser porque eu percebi que não merecia aquilo ou por maturidade mesmo, sabe? Eu era mais nova, Fred, é normal que os sentimentos fossem mais explosivos.
— E o que te fez ter certeza de que queria desistir disso e que o sentimento tinha se transformado?
— Você e a prima da Fleur subindo para o seu quarto no meio da festa.
— Pode deixar que eu me afogo no lago sozinho! — Fred quase gritou, não sabia que tinha visto aquilo.
— Acontece, Fred — respondeu, observando o lago brevemente antes de voltar a encarar os olhos cor de mel do bruxo — Eu precisava daquele balde de água fria.
— Eu vou passar a minha vida inteira tentando compensar meu comportamento e nunca vai ser suficiente — Fred lamentou, toda vez que observava o rosto de e pensava que tinha trazido tristeza àqueles olhos tão bonitos, sentia vergonha.
pensou na conversa com os amigos há poucos minutos e resolveu contar com a sorte.
— Você pode fazer algo agora mesmo para compensar — a corvina disse, aproximando-se dele.
— O que? — Fred perguntou, levemente nervoso, a aproximação dela significava algo para o ruivo, mas, se tratando de , ele nunca tinha certeza de nada.
— Realiza meu antigo sonho, Fred — respondeu, o corpo dela agora próximo o suficiente para que ele sentisse o aroma doce do perfume que ela normalmente usava — Sabemos que você sabe qual é.
Fred observou os olhos dela descerem rapidamente para seus lábios antes de voltar a encarar seus olhos, ela abriu um dos sorrisos mais charmosos que já tinha visto ela esboçar.
O ruivo colocou uma das mãos na cintura da garota, sentindo o macio do tecido de cetim sobre a pele dela antes de puxar o corpo de para si e grudar os seus lábios nos dela.
Fred percebeu que uma das mãos de agarrou sua gravata enquanto a outra segurou seu pescoço com uma força que não sentia há muito tempo, como se estivesse agarrando algo desejado há muito tempo.
Então, quando a garota apertou alguns fios do cabelo dele ao aprofundar o contato entre os lábios, ele lembrou que, durante anos, realmente tinha desejado muito aquilo.
Fred sentiu o corpo aquecer e subiu uma das mãos para o ombro parcialmente descoberto de porque passar as mãos pela pele dela era uma necessidade.
— É muito melhor do que eu imaginava — , que tinha separado o beijo contra a vontade dele, sussurrou sem afastar o rosto dele do seu.
Fred tentou a beijar novamente, mas se afastou, deixando-o levemente confuso, antes de descer os próprios lábios para o pescoço do ruivo.
— — Fred arfou, sentindo que qualquer contato que tivesse com o corpo dela era insuficiente enquanto ela beijasse uma das partes que mais o faziam sentir as pernas vacilarem de desejo.
O ruivo encostou as costas de na pilastra mais próxima e levantou a perna esquerda dela com a mão até que esta estivesse grudada à sua cintura, apertando a coxa exposta pela fenda do vestido ao sentir os lábios dela ainda mais profundamente próximos à orelha dele.
Quando Fred decidiu que as bocas deles já tinham passado tempo demais separados, deu uma risadinha e o empurrou levemente para frente para se afastar.
— Acho que isso aqui compensou um mês de erros seus — brincou, ajeitando parte do vestido ao sorrir para Fred.
— Só isso? — Fred zombou, querendo retomar o contato anterior o mais rápido possível — Se você me der outra chance, posso compensar um ano inteiro.
— Não sou de dar segundas chances, Fred — disse, com um sorriso maroto — Agora tenho que ir, prometi ao Matt que dançaria com ele ao menos uma vez antes da festa acabar.
Fred não acreditou, mas aquilo tinha acontecido mesmo.
deu uma piscadinha para ele, virou as costas e saiu, voltando para o Grande Salão e o deixando completamente inerte, sozinho, cheio de desejo e com um gostinho de quero mais.
O que Fred poderia dizer?
Ele merecia.
Quando entrou, encontrou a corvina sentada no sofá, gargalhando com um livro na mão.
— O livro é tão bom assim? — Fred disse, aproximando-se de onde a bruxa estava para tentar ver a capa melhor.
— É um livro trouxa sobre casamentos que deram errado — disse, enxugando as lágrimas provenientes do ataque de risos dos cantos dos olhos — É tão sem noção que chega a ser hilário.
— E desde quando você se interessa por casamentos? — Fred perguntou, curioso.
— Ah, eu não tenho interesse nenhum — disse, fazendo um sinal com a mão da testa até o meio do peito, passando pelo os dois ombros que Fred não entendeu — Minha irmã me recomendou esse livro e enviou através da Robbie.
— A Robbie é pequena, mas faz um baita serviço, hein? — Fred elogiou a coruja de .
— Falando em serviço — disse, com um sorriso maroto — Fiz um bolo e acabou de sair, você pode experimentar e dizer se está bom?
— Você fez um bolo? — Fred perguntou, acompanhando a garota até a cozinha — Achei que fosse péssima na cozinha.
— Estou tentando melhorar, por isso fiz esse bolo — disse, tirando um pedaço da forma para o prato sem deixar ele notar que o bolo já tinha sido cortado antes por ela — Experimenta e me diz como está.
— Claro — ele concordou, pegando o pratinho com a fatia e o garfo das mãos dela — Recebeu o convite da McGonagall para a comemoração da reconstrução de Hogwarts?
— Recebi hoje mais cedo — ela respondeu, assistindo Fred cortar um pedaço generoso da fatia e colocar na boca com pena e vontade de rir do bruxo — Mal posso esperar…
A garota obviamente tinha experimentado sua própria receita antes.
Ela sabia que tinha errado a mão de um dos ingredientes e que aquilo estava insustentável.
Fred colocou a fatia na boca e, impressionantemente, conseguiu disfarçar a careta.
Ele mastigou e engoliu tudo antes de dizer:
— Isso aqui tá ótimo, — ele pegou mais um pedaço — Acho que eu poderia comer o bolo inteiro.
não conseguiu mais segurar a risada presa na garganta e, imediatamente, começou a rir da mentira do ruivo.
— Fred, eu sei que esse bolo está horrível! — disse, tirando o prato e o garfo da mão dele antes que ele tentasse comer mais — Eu comi antes, por que você mentiu?
— Ah, eu não queria que você se sentisse mal — Fred disse, rindo também — Você se esforçou para fazer o bolo e parecia tão animada.
— Você não é de fingimentos com ninguém, só comigo — exclamou, sorrindo para o ruivo — Pode parar com isso, ok? Você não tem que comer um bolo horrível que fiz só porque salvei sua vida.
— Para compensar meu erro — Fred disse, aceitando o copo de água que a corvina tinha entregue para ajudar a digerir o bolo — Posso te ensinar a como fazer um bolo de verdade, o que acha?
— E você cozinha bem? — perguntou, debochando da possibilidade de Fred ter algum dom na cozinha.
— Tão bem que estou pronto para casar com uma bruxa que coloca fogo quando vai fazer macarrão, conhece alguma? — Fred flertou, fazendo referência ao fatídico ato que levou a ser expulsa do quartinho que morava antes.
— Em minha defesa, meu braço bom estava comprometido! — disse, utilizando uma das colheres de madeira da família para bater levemente no braço dele.
— E você fez esse bolo com o braço bom funcionando, qual a desculpa agora? — Fred brincou, recebendo outra colherada no braço — Continua me batendo que eu vou querer mesmo casar com você.
— Você é um canalha.
— Um canalha que vai te ensinar a fazer um bolo decente, pega lá seu avental, salva-vidas.
Talvez aquela fosse a noite mais feliz de em meses.
Após um árduo trabalho conjunto de diversas pessoas, Hogwarts estava inteira e pronta para receber novamente seus alunos.
O Grande Salão, com a magia restaurada por e outros bruxos, mostrava um céu noturno repleto de estrelas e praticamente sem nuvens. As paredes estavam lotadas de homenagens àqueles que tinham sido peças essenciais na batalha de Hogwarts, milhares de velas de baunilha flutuavam acima das cabeças dos bruxos, as quatro longas mesas tinham sido substituídas por mesas redondas com toalhas que variavam entre as cores das quatro casas e alguns instrumentos mágicos tocavam músicas diferentes na parte mais alta do salão onde a mesa dos professores costumava ficar. Além disso, diversas mesas com salgados, doces e bebidas estavam espalhadas nas extremidades do local e um espaço no centro do ambiente havia sido deixado para aqueles que quisessem dançar.
tinha achado o vestido usado no Baile de Inverno do quarto ano amassado entre outras peças da mala em que costumava guardar suas roupas quando vivia no quartinho apertado no cortiço e resolveu reutilizar a peça, afinal, ela definitivamente preferia utilizar seu salário da Gemialidades Weasley com livros.
Era um vestido de cetim verde sálvia, com alças fininhas e uma fenda nem um pouco discreta na perna esquerda e ela se sentia extremamente bem nele.
— Você vai voltar, não vai, ? — Hermione, recém-chegada da viagem que havia realizado com Ron para desfazer o feitiço de memória executado nos pais, perguntou.
, Gina e Hermione estavam ao lado da mesa de doces, fofocando e bebendo um pouco de cerveja amanteigada.
— Com certeza — a corvina respondeu após dar um gole em sua bebida — Acha que eu tenho cara de quem abandona a escola?
— Não mesmo — Mione respondeu, rindo — Mas tem cara de que adora quem abandona a escola.
— Adorava — corrigiu, sabendo que a grifinória estava pensando em quando Fred e Jorge fugiram da escola no quinto ano deles — Passado, Mione, passado.
— E, pensando aqui, nós duas temos cara de quem adora quem abandona a escola — Gina acrescentou, apontando para ela e Hermione com o indicador — Tenho certeza de que Harry e Ron não vão voltar.
— Eles ainda precisam de notas altas para tentar a carreira de Auror — Hermione disse, puxando umas das tortinhas de abóbora da mesa para Gina.
— Mione, fala sério — disse, rindo — Quero só ver quem vai ser o corajoso que vai olhar para Harry Potter e Rony Weasley depois da batalha e dizer “Desculpe, mas preciso ver se você tem um ‘Ótimo’ em Defesa Contra as Artes das Trevas antes de te aprovar no Programa de Aurores”.
As garotas riram da imitação de voz séria da corvina e acabaram concordando que os dois não precisavam se agarrar em notas para seguirem a carreira dos sonhos.
— Agora, temos um assunto muito sério em questão — Mione exclamou, sorrindo marotamente para — finalmente tomou coragem e deu uma Amortentia para Fred, foi?
— E eu tenho cara de maluca? — disse, conhecia muito bem os efeitos colaterais de se utilizar a poção do amor para conquistar alguém — Fiz absolutamente nada, não sei o que aconteceu com ele.
— Ele só acordou mesmo — Gina acrescentou, observando disfarçadamente o irmão dançando com sua mãe há poucos metros — Pena que isso só aconteceu depois que a literalmente o salvou da morte.
— Homens, não é? — Mione exclamou, revirando os olhos levemente — Sempre os últimos a saberem quem é a pessoa certa.
— E quem disse que eu sou a pessoa certa, Mione? — questionou, olhando para as amigas.
— Eu sempre soube que era — Gina respondeu, dando de ombros — Para mim, Angelina combina mesmo com o Jorge.
— E você com o Fred — Hermione completou, concordando com a amiga.
— Parei de acreditar em fantasias faz tempo — esclareceu, tomando mais um gole da cerveja amanteigada — Vocês deveriam esquecer isso.
— E quando foi que você parou de sonhar que era perfeita para ele? — Hermione perguntou, observando o assunto trocar a dança com Molly por uma dança com Angelina.
— Acho que no casamento do Gui e da Fleur — respondeu, tendo a atenção das amigas que claramente não tinham visto o que a corvina viu — Quando notei ele subindo para o quarto com a prima da Fleur.
Gina engasgou com a cerveja amanteigada.
— Cretino! — ela exclamou, batendo o pé no chão.
— Por que? Ele não fez nada de errado — disse, entregando um guardanapo para a ruiva — E ele não percebeu que eu vi.
— E você não pensa na possibilidade agora que ele é um cavalheiro com você? — Hermione sugeriu.
— Não, aquele encanto de apaixonada que acha que seu objeto de desejo é a pessoa mais incrível do mundo passou — explicou, observando Fred e Angelina dançarem sem sentir um pingo de incômodo — Não deixei de ter alguma atração física por ele, só não amo mais.
— Nunca pensei que fosse ouvir isso — Hermione disse, orgulhosa da amiga.
É claro que sempre quis que os dois ficassem juntos, mas achava que era inteligente demais para continuar morrendo de amores por alguém que a destratava.
— Bem agora que ele está começando a gostar de você — Gina disse, rindo — Se bem que acho que ele merece sofrer um pouquinho.
— Tirou isso de onde, Gina? — perguntou, balançando a cabeça negativamente para a ruiva.
— Ah, isso é óbvio, — Hermione respondeu pela cunhada — Ele flerta com você o tempo todo e fica envergonhado quando você responde à altura.
— E justamente por isso ele merece sofrer! — Gina defendeu sua ideia, terminando a tortinha que comia — Por que ele não te chamou para dançar?
— Porque é burro — Ron, que se aproximava das garotas com Harry, disse — E não é tão corajoso quanto o Chapéu Seletor achava.
— E concordou com a minha namorada, — Harry disse, segurando as mãos da ruiva — Enquanto tiramos nossas garotas para dançar, você deveria se vingar.
— E quem disse que vou dançar com você? — Gina brincou, sorrindo e dando um beijo breve nos lábios de Harry — Mas eu apoio a vingança.
— Eu também — Ron acrescentou, beijando levemente o ombro descoberto pelo vestido da namorada.
— E você sabe como se vingar, — Hermione afirmou, sorrindo — Conte tudo depois.
E então, os dois casais deram as mãos e deixaram a corvina sozinha ao lado da mesa de doces para dançar a música
Vingança não era algo que apreciava muito, a bruxa tinha compreendido o que os amigos haviam sugerido. Porém, para aquilo funcionar, o alvo precisava, ao menos, ter alguma atração por ela.
E não acreditava que aquele era o caso de Fred Weasley.
Do outro lado do salão, Fred Weasley observava sozinha, encarando o chão do ambiente como se ele pudesse responder às dúvidas que tinha. Fred tinha reparado que ela olhava para um ponto fixo sempre que não sabia o que fazer.
— O que você está esperando, Fred? — ouviu Angelina sussurrar para ele — Eu sempre te disse que nunca estou errada e eu também não estava errada sobre e você.
— Eu errei com a , Angelina — Fred sussurrou de volta, observando outra parte do salão conforme girava a amiga no passo da dança — Não sei se é reversível.
— Se não fosse, ela nem conversaria com você — Angelina justificou, notando que começava a caminhar na direção das portas do salão — Ela está saindo, é sua chance de consertar o erro de não tê-la chamado para dançar! Anda!
Angelina soltou os braços de Fred e ele ficou parado no centro da pista de dança por dez segundos antes de sair correndo atrás da corvina.
encarava a paisagem do jardim da escola iluminado por mais velas, de longe, ela notou o brilho da lua refletido nas águas do lago e a cabana de Hagrid um pouco mais distante, próxima à Floresta Proibida que a amedrontou durante um bom tempo.
— Também já pensei em pular no lago — a voz de Fred Weasley disse atrás dela e a corvina virou o corpo para olhar diretamente.
— Eu não estava pensando em pular no lago — respondeu, sorrindo.
Fred sempre era desnecessariamente bonito, hoje, porém, ele se destacava ainda mais com o conjunto de camisa, gravata, calça e sapatos pretos.
— Então estava pensando em mim.
— Deixa de ser convencido! — exclamou, rindo — Meus dias de pensar em você vinte e quatro horas já acabaram.
— Bem quando os meus começaram? A vida é injusta — Fred disse, forçando uma expressão de “cachorrinho abandonado”.
— Essa sua cara não funciona comigo.
— Mas já funcionou, não é? — Fred perguntou.
— Foi com ela que você me convenceu a testar a vomitilha que me fez parar na enfermaria.
— Merlin, quantas vezes eu fui um idiota com você? — Fred exclamou, batendo a própria mão na testa — Como você sequer se apaixonou por mim, ?
— No primeiro ano, eu estava completamente perdida e amedrontada na estação por conta da briga com meus pais antes de ir para Hogwarts — contou, sorrindo com a memória — Esbarrei em uns garotos mais velhos, eles derrubaram minha mala no chão e saíram rindo, acho que perceberam que eu era nascida-trouxa, eu estava pronta para dar meia volta e sair dali, mas você apareceu, me ajudou com as malas, falou “espero que seu primeiro ano seja incrível” e foi embora.
— Eu não lembro disso — Fred disse, notando pela primeira vez os olhos de com um brilho diferente, exatamente como sua mãe havia descrito.
— Imaginei que não, você é prestativo, deve ter ajudado muita gente — continuou — E uma atitude espontânea sua me fez conhecer o meu mundo e descobrir que eu podia fazer parte de algo incrível, mesmo que meus pais passassem dias me dizendo o contrário.
— Então você se apaixonou pela minha gentileza?
— Seu rosto ajudou, também — brincou, sorrindo para o ruivo — Mas se fosse só isso, eu teria me apaixonado pelo Jorge também.
— Você se apaixonou pela minha gentileza e eu passei anos sendo o total oposto de gentil com você? — Fred exclamou, cada vez que mencionava algo de anos atrás, o bruxo só ficava mais irritado consigo mesmo.
— Gentileza, autenticidade, prestatividade, coragem — elencou, levantando os dedos quando dizia algo novo — Passei dois anos observando você de longe e a lista de qualidades nunca parava de crescer, antes disso eu não tinha visitado a Toca e mal conversava com você, então, não sabia que você me trataria de maneira oposta, tive dois anos inteiros só de admiração.
— E depois?
— Quando você não correspondeu às minhas expectativas, achei que tinha feito algo errado — respondeu, quase rindo quando o ruivo bateu a mão na testa de novo — E me esforcei para melhorar e conseguir algo bom de você, mas nada funcionava.
— Você pode, por favor, me afogar no lago? — Fred implorou, a vontade de morrer ao pensar em se esforçando para agradá-lo por uma infantilidade dele era inevitável.
— E então eu comecei a ficar com raiva de não conseguir deixar de gostar de você — prosseguiu, sorrindo — Queria realmente te afogar no lago! Você era tão incrível com os outros e eu assistia tudo de longe, sempre pensando “Quando vai chegar a minha vez?”.
— Eu realmente estou considerando deixar você me afogar no lago.
— Percebi que em algum momento, eu não sentia nada tão forte quanto antes — explicou, era importante esclarecer tudo e confessar aquilo a ele, principalmente agora que construíam uma relação de verdade — Pode ser porque eu percebi que não merecia aquilo ou por maturidade mesmo, sabe? Eu era mais nova, Fred, é normal que os sentimentos fossem mais explosivos.
— E o que te fez ter certeza de que queria desistir disso e que o sentimento tinha se transformado?
— Você e a prima da Fleur subindo para o seu quarto no meio da festa.
— Pode deixar que eu me afogo no lago sozinho! — Fred quase gritou, não sabia que tinha visto aquilo.
— Acontece, Fred — respondeu, observando o lago brevemente antes de voltar a encarar os olhos cor de mel do bruxo — Eu precisava daquele balde de água fria.
— Eu vou passar a minha vida inteira tentando compensar meu comportamento e nunca vai ser suficiente — Fred lamentou, toda vez que observava o rosto de e pensava que tinha trazido tristeza àqueles olhos tão bonitos, sentia vergonha.
pensou na conversa com os amigos há poucos minutos e resolveu contar com a sorte.
— Você pode fazer algo agora mesmo para compensar — a corvina disse, aproximando-se dele.
— O que? — Fred perguntou, levemente nervoso, a aproximação dela significava algo para o ruivo, mas, se tratando de , ele nunca tinha certeza de nada.
— Realiza meu antigo sonho, Fred — respondeu, o corpo dela agora próximo o suficiente para que ele sentisse o aroma doce do perfume que ela normalmente usava — Sabemos que você sabe qual é.
Fred observou os olhos dela descerem rapidamente para seus lábios antes de voltar a encarar seus olhos, ela abriu um dos sorrisos mais charmosos que já tinha visto ela esboçar.
O ruivo colocou uma das mãos na cintura da garota, sentindo o macio do tecido de cetim sobre a pele dela antes de puxar o corpo de para si e grudar os seus lábios nos dela.
Fred percebeu que uma das mãos de agarrou sua gravata enquanto a outra segurou seu pescoço com uma força que não sentia há muito tempo, como se estivesse agarrando algo desejado há muito tempo.
Então, quando a garota apertou alguns fios do cabelo dele ao aprofundar o contato entre os lábios, ele lembrou que, durante anos, realmente tinha desejado muito aquilo.
Fred sentiu o corpo aquecer e subiu uma das mãos para o ombro parcialmente descoberto de porque passar as mãos pela pele dela era uma necessidade.
— É muito melhor do que eu imaginava — , que tinha separado o beijo contra a vontade dele, sussurrou sem afastar o rosto dele do seu.
Fred tentou a beijar novamente, mas se afastou, deixando-o levemente confuso, antes de descer os próprios lábios para o pescoço do ruivo.
— — Fred arfou, sentindo que qualquer contato que tivesse com o corpo dela era insuficiente enquanto ela beijasse uma das partes que mais o faziam sentir as pernas vacilarem de desejo.
O ruivo encostou as costas de na pilastra mais próxima e levantou a perna esquerda dela com a mão até que esta estivesse grudada à sua cintura, apertando a coxa exposta pela fenda do vestido ao sentir os lábios dela ainda mais profundamente próximos à orelha dele.
Quando Fred decidiu que as bocas deles já tinham passado tempo demais separados, deu uma risadinha e o empurrou levemente para frente para se afastar.
— Acho que isso aqui compensou um mês de erros seus — brincou, ajeitando parte do vestido ao sorrir para Fred.
— Só isso? — Fred zombou, querendo retomar o contato anterior o mais rápido possível — Se você me der outra chance, posso compensar um ano inteiro.
— Não sou de dar segundas chances, Fred — disse, com um sorriso maroto — Agora tenho que ir, prometi ao Matt que dançaria com ele ao menos uma vez antes da festa acabar.
Fred não acreditou, mas aquilo tinha acontecido mesmo.
deu uma piscadinha para ele, virou as costas e saiu, voltando para o Grande Salão e o deixando completamente inerte, sozinho, cheio de desejo e com um gostinho de quero mais.
O que Fred poderia dizer?
Ele merecia.
FIM
Nota da autora: Sem nota.
Outras Fanfics:
→ 25. Don't You [Ficstape Fearless - Taylor’s Version]
→ Bye, dear friend [Shortfic - Harry Potter]
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