Última atualização: 15/08/2022

Prólogo

1 de novembro de 1981

Era tarde, Remo Lupin podia jurar que estava perto da meia noite, a menos de 24 horas soube da morte de seus grandes amigos, estava confuso, inconformado, não conseguia acreditar que seu outro amigo poderia tê-los traído de forma tão covarde, um resmungo não tão baixo o tirou de seus pensamentos, o pequeno embrulho de mantas parecia estar incomodando o bebe recém acordado, olhou para a garotinha, sua afilhada, imaginando o futuro que poderiam ter juntos se não fosse um lobisomem, aquilo não era justo, perder os pais de maneira tão violenta, crescer longe do irmão, sem saber quem realmente é.
Dumbledore aconselhou Remo a deixa-la o mais longe possível de toda a bagunça que se instalara no mundo bruxo, e de preferência, da Inglaterra, alegando que seria demais entregar dois bebês aos trouxas da família Dursley e para sua própria segurança, a pequena Hanna Lilian Potter seria dada como morta.
Grato por não ser noite de lua cheia, e poder ser ele mesmo, o bruxo voara em sua vassoura durante horas até chegar ao Brasil, São Paulo, mais especificamente, estava à procura de um bom orfanato, todos os que encontrara possuíam aparências assustadoras, não pareciam dignos de sua afilhada, a verdade é que queria passar o máximo de tempo com a menina, não queria deixa-la, mas era o melhor a ser feito. Ao sobrevoar um hospital se deparou com um casal saindo com jalecos brancos do mesmo, a mulher estava em prantos enquanto o marido a abraçava, consolando-a, Remo se aproximou para ouvir melhor a conversa, havia estudado algumas línguas além do inglês o que fez com que compreendesse sem muita dificuldade o português que conversavam.
– Eu só queria um filho, um filho Léo, e esse papel aqui diz que não posso. – A mulher escondeu o rosto no peito do marido, chorando.
– Fique calma meu amor, não é o fim do mundo, é claro que eu quero uma família com você, claro que eu quero um filho, quero mais que tudo, mas temos outras opções, eu te amo e quero uma vida inteira ao seu lado, quero que seja feliz, amanhã mesmo vou dar entrada com os papeis no serviço de adoção, o que você acha?
Remo ouvira o suficiente para uma ideia lhe surgir a mente. Naquela noite, enquanto e terminavam de jantar após um longo dia de plantão no hospital em que trabalhavam, a campainha tocou, a mulher se levantou, abriu a porta e se deparou com um bebê a olhando, silencioso, em sua manta havia apenas um bilhete com os dizeres:
Cuidem bem dela, mantenham-na em segurança, agora ela é sua filha.



Capítulo 1

A gêmea de Harry Potter


acordou de manhã muito animada, era dia de voltar para Hogwarts e começar o seu sexto ano, suas amigas Hermione e Gina já tinham se levantado e estavam brigando pelo banheiro. A garota de longos cabelos avermelhados e olhos castanhos estava hospedada na casa dos Weasley, se juntou a eles nas últimas semana das férias, era a melhor forma de ficar perto de seu irmão que tinha acabado de perder o padrinho, Sirius Black e dos amigos também é claro. Sim irmão, gêmeo! Harry Potter.
Até seus 13 anos, acreditava ser , filha única, sempre soube que foi adotada, por dois trouxas, médicos, e , cresceu em uma grande, movimentada e famosa, cidade no Brasil nas melhores escolas do mundo trouxa, claro sempre percebendo que era diferente, mais esperta que as crianças de sua idade, com uma facilidade incomum para aprender a falar outras línguas e coisas estranhas aconteciam principalmente quando estava com raiva, mas nunca entendeu o motivo, até que um dia, quando acabara de completar seus 11 anos recebeu uma carta que dizia que ela tinha uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria e Hogwarts e uma visita inesperada de seu diretor, Alvo Dumbledore. Ao final de seu terceiro ano na escola de magia, descobriu por Sirius Black e Remo Lupin que era irmã de seu melhor amigo.

- Flashback on-

Estavam na casa dos gritos, logo após o estranho cão negro arrastar Rony pela perna e os outros três entrarem no túnel depois de uma boa batalha contra o Salgueiro Lutador.
– Cadê o cão? – Harry disse exasperado assim que adentraram o cômodo em que Rony estava.
– É uma armadilha! Não é um cão! É um animago! – Gritou, e quando Harry, Hermione e se viraram, encontraram um Sirius Black exalando ódio pelo olhar. Hermione logo entrando na frente de Harry e dizendo que se quisesse matar o garoto teria que matar a todos, rapidamente se pondo ao lado do amigo olhando fundo nos olhos do ex prisioneiro e apontando a varinha.
– Fique longe dele! – Avisou a garota, selecionando qual feitiço conhecido por ela seria eficaz em defende-los do homem a frente.
– Somente uma pessoa vai morrer aqui hoje.
– Será você! – Harry se soltou de Hermione e e, prontamente pulou em cima do bruxo, lhe apontando a varinha, continuou empunhando sua varinha na direção dos dois, por precaução.
– E você vai me matar, vai Harry? – Logo em seguida o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Remo Lupin adentrou a sala gritando um feitiço que fez com que a varinha do menino voasse longe. Indicando a Harry que se afastasse com um sinal de cabeça, inexplicavelmente depois de algumas ofensas, rindo e abraçando o suposto assassino em massa, como velhos amigos.
– Ele está aqui! Vamos mata-lo! – Bradou Sirius Black. Hermione logo começou seu discurso de como havia confiado no professor que a tempos descobrira ser um lobisomem. não acreditando no que via e ouvia, durante todo o ano, parecia que o professor fizera questão de se aproximar, oferecendo aulas extras a ela e a Harry e sempre contando histórias sobre os pais do garoto, o que a fazia pensar que foi uma grande pena tudo o que aconteceu a eles, com certeza pareciam ser pessoas que gostaria de ter conhecido. Todas as aulas extraordinárias, os conselhos, como aquilo tudo poderia ser encenação?
– Tudo bem mate-o, mas espere, eles têm o direito de saber o motivo. – Disse Lupin, estendendo a varinha ao velho amigo. – Eu sei por quê! Ele traiu meus pais! Estão mortos por causa dele! – Havia algo errado, muito errado, só ainda não conseguia descrever o que, por que Black não tirava os olhos de Rony, quando queria matar Harry? A garota continuava apontando sua varinha, deixara passar algo, mas o que? Deixou as indagações para depois agora era importante defender Harry.
– Fiquem longe dele! – Repetiu a garota – Não vão mata-lo, não vou deixar. Você é um traidor Lupin! Vocês dois são. – A ruiva praticamente gritou, empunhando a varinha com força em tom de ameaça, juntando toda a coragem que tinha para enfrentar dois adultos, mais um movimento em direção a Harry e ela iria agir.
Como se somente agora tivessem notado sua presença ali os olhos dos dois adultos se arregalaram, e o que pareceu ser a tentativa frustrada de um sorriso brotou no rosto de Black. Se direcionando a garota.
– Você tem os olhos do seu pai! Veja Remo! – Se virou novamente para o amigo. – Os dois juntos, são iguais aos pais! Vejo Lilian e Thiago neles!
Os dois juntos, o que ele quisera dizer com isso? Como podia ele dizer a que ela tinha os olhos de seu pai? Sequer aquele homem tinha visto seu pai alguma vez, e muito menos sabia que seus olhos não poderiam ser iguais ao dele pois fora adotada ainda bebê, ela era brasileira.
– Não foi o Sirius que traiu seus pais Harry, alguém realmente o fez, mas não foi ele, foi alguém que até recentemente pensei que estava morto. – Lupin disse como se tivesse que separar por prioridade os tópicos daquela conversa.
– E quem foi então? – Harry deu um passo a frente, por instinto segurou seu braço, para mantê-lo longe dos adultos.
– Pedro Pettigrew. E ele está aqui neste cômodo. Vamos Pedro apareça! Vamos brincar! – O ex prisioneiro gritava como louco, sendo interrompido pelo surgimento de um Snape com muita raiva, que desarmou Black falando sobre um sonho que tinha que vingança contra o bruxo. De repente os três adultos pareciam discutir como crianças, claramente uma rixa antiga, todos foram surpreendidos quando Harry tomou a varinha de Hermione e estuporou Snape.
– Harry, o que foi que você fez? – Rony questionou o amigo, pasmo.
– Você atacou um professor! – Exclamou a garota, enquanto estava absolutamente chocada, imaginando o tamanho da detenção que receberiam caso sobrevivessem. Mas Harry queria ouvir a história que tinham para contar.
– Falem desse Pedro Pettigrew.
– Ele estudou conosco, achávamos que era nosso amigo.
Por instantes, parou de prestar atenção na conversa, algo ali estava muito errado, aquele homem do qual estavam falando, estava morto, não estava? Mas Harry tinha lhe dito certa vez que o mapa tinha mostrado este nome, não sabiam da procedência do mapa do maroto, então acreditaram que o mapa estava enganado.
– O mapa nunca mente. – Ela ouviu Black dizer sem muita paciência.
Aquele assunto estava cada vez mais confuso, nada fazia sentido e sentia que ela seus amigos estavam se enfiando cada vez mais em uma encrenca enorme, precisava dar um jeito de todos saírem dali em segurança, e encontrar alguém responsável, já que seu amigo fizera o favor de deixar o único adulto que poderia protege-los desacordado, sim, ela tinha certa simpatia pelo professor Snape, ao contrário do que fazia com Harry, o bruxo sempre a tratou com educação, era a única da Grifinória a quem ele presenteava com pontos, raras vezes, mas ainda assim o fazia, havia algo nele, não conseguia descrever, mas ele, de certo modo, era bom, ela gostava de acreditar nisso. Foi tirada de seus pensamentos quando Sirius arrancou o rato Perebas das mãos de Rony que gritava para deixa-lo em paz, Hermione tentando conforta-lo e quando o animal estava quase fugindo por um buraco na parede se transformou em um homem, gordinho, seu rosto com aparência que lembrava realmente um roedor.
– Remo! Sirius! Meus velhos amigos. – Tentando escapar novamente, o homem que até então era um rato, foi segurado por Lupin e Black.
Ali, a ruiva entendeu o que acontecia, o rato de Rony era na verdade Pettigrew, quem realmente havia traído os pais de Harry, entregando-os a Voldemort incriminando Black, que era inocente, cortou seu próprio dedo para que fosse dado como morto, e assumiu a forma de um rato pelos últimos doze anos. Os dois bruxos adultos a sua frente prestes a mata-lo, pela traição e morte dos Potter.
– Harry, não podemos deixar que o matem, Black é seu padrinho, sob uma sentença pior que a morte, se entregarmos Pettigrew as autoridades, ele será inocentado.
A garota sussurrou próxima ao amigo, este, prontamente assentiu e se prontificou a tentar impedi-los. Propondo entrega-lo aos dementadores, Pettigrew claramente o olhando apavorado, pedindo por misericórdia. Até que, como se uma luz ao fim do túnel surgisse diante de seus olhos, Pedro se virou, a fim de olhar para a garota de cabelos ondulados em tons avermelhados e olhos castanhos, com uma fisionomia bastante familiar.
– Garota boazinha, menina doce, diga a ele para que tenha piedade, Harry sempre escuta você. Você se parece tanto com a sua mãe, Lilian também era muito piedosa.
– Não ouse dirigir a palavra a ela, você a prejudicou tanto quanto o Harry seu covarde! A privou de conviver com os pais, com irmão, de saber quem ela realmente é! – Bradou Lupin, a raiva estampada em seu rosto a pontando a varinha para o outro com mais vontade.
– Do que é que vocês estão falando? – Harry e disseram juntos, o que deixou ambos surpresos.
– Conte Remo, ela merece saber quem realmente é. – Disse Sirius ao amigo.
– Mas Sirius, Dumbledore...
– Dumbledore terá que entender que Harry merece saber que tem família, uma família de verdade. E Hanna também.
– Quem é Hanna? – Perguntou , com medo da resposta que ouviria, ela já estava juntando os pontos, foi adotada com pouco mais de um ano de idade, alguém a deixou na porta de sua casa com apenas um bilhete, dia 1 de novembro de 1981, era o dia em que seus pais comemoravam seu aniversário, já que nunca souberam a real data de seu nascimento, um dia depois do assassinato dos pais de Harry. Não, não podia ser.
– Hanna Lilian Potter, é você ! – Remo Lupin disse de uma vez, enquanto Sirius se certificava de que Pedro não iria fugir novamente, mantendo a varinha em punho e apontada para ele. – Você não nasceu no Brasil, foi apenas criada lá, foi eu quem te deixou lá, para ser adotada pelos trouxas, pois sou seu padrinho, e como sabem, sou um lobisomem, péssima escolha dos seus pais eu sei, mas não podia ficar com você e Dumbledore me pediu para deixar você longe de tudo isso, em segurança. Seus pais são Lilian e Thiago Potter você e Harry são irmãos, gêmeos.
– Não... não pode ser, por que não me mandaram junto para os tios do Harry? Quer dizer, meus tios também, eu estou confusa.
– Sorte a sua – Harry disse para a garota, sua irmã, seria mesmo isso possível? Muitas dúvidas começaram a surgir em sua mente. – Por que ninguém nunca me disse? Que eu tenho uma irmã?
– Já era muita dor ter perdido seus pais Harry, e sua irmã foi dada como morta também, ninguém queria ser o responsável a te contar que perdeu alguém a mais naquela noite. Voldemort atacou Harry primeiro, a intenção dele, não tenho duvidamos, era matar a família inteira, incluindo as duas crianças, mas ele não conseguiu. Somente eu, Dumbledore e agora Sirius sabíamos que vocês dois tinham sobrevivido, não podíamos mandar dois bebês a sua tia biruta Harry, você ainda é muito jovem para entender, mas estava em segurança com sua tia e sua irmã estava mais segura no Brasil, longe de tudo isso, até de você infelizmente.
– Longe da verdade também, você quis dizer, agora tudo faz sentido, por isso eu vim para Hogwarts ao invés de Castelobruxo, porque não sou brasileira, sou inglesa.
– Você tem uma vaga nesta escola desde que nasceu. Vocês são tão parecidos com seus pais, é até curioso, Harry tem a fisionomia de seu pai e os olhos verdes da mãe, já você Ha.. quer dizer , imagino que prefere ser chama assim, tem os olhos castanhos de seu pai e é tão parecida com a sua mãe.
estava tentando conter as lagrimas, mas elas vieram mesmo assim, aquilo era muito injusto, ela cresceu muito bem em uma casa confortável com pais maravilhosos, sem nem saber da existência de seu irmão que desde pequeno sofria nas mãos dos Dursley, mas também estava feliz, algo no fundo de seu coração sempre dizia que ela e Harry eram ligados de alguma forma, agora ela sabia o motivo, eles eram irmãos. Sentiu uma mão pegar a sua e quando olhou para Harry ele estava no mesmo estado que ela, chorando, sem pensar duas vezes ela pulou em seus braços, o envolvendo em um abraço apertado.
– Meu irmão!
– Minha irmã!

– Flashback off –

Depois daquele dia, tudo mudou, fez Remo prometer que faria parte de sua vida, e que sempre manteria contato, não guardou rancor, o entendeu, e agradeceu por ter lhe deixado em um lar tão maravilhoso, não se opuseram a deixar que todos soubessem quem a garota realmente era, rapidamente no mundo bruxo, deixou de ser chamada de “ ” para ser “ Potter” ou como era apelidada, seus pais trouxas não foram contra também, gostaram de saber a origem da filha, a real data de seu aniversário, ficaram apenas preocupados por saber que filha quase fora assassinada quando ainda era bebe. Essa era sua história. Quem ela realmente era.
– O que tem de tão interessante no meu guarda roupa, ? Você está olhando fixo para ele. – A garota se distraiu de seus pensamentos quando Gina entrou no quarto com Hermione.
– Estava distraída, tecnicamente não estava bem o olhando, embora seja realmente um móvel encantador. – As garotas riram juntas.
– Característica típica de , já devia ter se acostumado Gina. – Disse Hermione se desviando de uma almofada lançada pela amiga.
– Mamãe disse que o café já está pronto, vamos descer?
– Eu vou fazer minha higiene matinal já que as donzelas já liberaram o banheiro, desço em cinco minutos.
– Contando... – Hermione disse já descendo as escadas.

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Qualquer refeição na casa dos Weasleys era como uma festa, apesar da condição financeira desfavorecida a mesa era sempre farta e a senhora Weasley era uma ótima cozinheira. Na metade do caminho, nas escadas o cheiro de torradas e bacon já era presente, apressou seus passos, chegando a cozinha e encontrando a mesa cheia de gente, senhor e senhora Weasley ocupavam as pontas, do lado direito da mesa, estavam George, Fred e Gina respectivamente, na esquerda Rony, Hermione, um lugar vago, que ela deduziu ser reservado para si e posteriormente, Harry. Faltavam alguns irmãos de Rony, a quem acreditava que já tinha saído mais cedo.
– Bom dia a todos! – Ela disse recebendo a resposta em conjunto de todos ali presentes. Se colocou ao lado do irmão, bagunçando ainda mais o cabelo mesmo (se é que isso era possível) com uma das mãos, e se sentando em seu lugar logo em seguida.
– Qual é ! – Harry disse tentando arrumar seus cabelos, sem sucesso.
– Relaxa maninho, não fez diferença nenhuma. – Ela disse se servindo, de generosas fatias de bacon, ovos e torradas e recebendo um olhar mal-humorado do garoto. – Está sempre bagunçado.
– Então , não vi vocês indo embora da loja naquele dia, e você ainda não me disse que o achou. – George disse com Fred assentindo ao seu lado.
– Eu adorei, é claro, fiz várias comprinhas, estou ansiosa para usa-las neste ano! Achei tudo incrível! Nunca neguei que sou uma admiradora dos produtos Gemialidades Weasley, vocês sabem. – Respondeu animada.
– Espero que não use em mim. Eu sempre sou a vítima das suas peças. – Reclamou Harry.
– Nem em mim. – Acompanhou Rony.
– Vocês reclamam demais. Fred, George desculpem ter saído apressada daquele jeito da loja, é que alguém estava praticamente me arrastando. – Ela se virou olhando para o irmão.
– Precisava comprovar minhas suspeitas. – Harry disse fazendo e Hermione revirarem os olhos.
– Que suspeitas? – Gina quis saber.
– É Harry, que suspeitas? – se virou para encarar o irmão, ele podia ver o quase sorriso presunçoso se formando no rosto da garota.
– O café da manhã está maravilhoso senhora Weasley, como sempre. – Ele desconversou. Recebendo agradecimentos de Molly pelos elogios. Isso não passou despercebido pela irmã, com certeza ela usaria isso em um momento oportuno.
– Então Harry é o gêmeo apressado. Coisa de gêmeo mais velho. – George voltou o assunto, olhando de soslaio para seu irmão gêmeo, Fred, que era apenas alguns poucos minutos mais velho, recebendo um olhar furioso do mesmo.
– Como assim? – Hermione questionou.
– Nem pergunte Mione, coisa deles, nem tente entender. – Rony
– Coisa de gêmeo, Roniquinho quis dizer. – Respondeu Fred chamando o irmão mais novo pelo apelido zombeteiro que o deram. – Resumindo, o mais apressado nasce primeiro, a boa e velha sabedoria popular.
– O pior é que eu sou mesmo o mais velho. Mais esperto, mais bonito... – Harry brincou e riu quando percebeu que a irmã pulara ao receber seu cutucão na costela.
– A mas é claro irmãozinho, já ouviu dizer primeiro vem o rascunho e depois a obra prima? – As respostas foram as mais diversas, os gêmeos gargalharam alto por vezes soltando um “boa , muito boa”, Hermione, Rony e até mesmo Senhor e Senhora Weasley que até então estavam em silencio apenas apreciando a conversa dos mais jovens riram, Gina segurou o riso claramente em compaixão a Harry, que estava vermelho.
– Eu peço permissão para utilizar este termo . – George tentava parar de rir, lagrimas já saiam de seus olhos por rir tanto.
– Permissão absolutamente concedida.
– Tá bem, eu mereci essa. – Harry riu também.
– Então crianças compraram tudo o que precisam para este ano? – Senhora Weasley perguntou quando os risos cessaram e as atenções voltaram aos pratos a frente, recebendo um “sim senhora” de todos os alunos de Hogwarts ali presentes.
– Estão acontecendo cada vez mais ataques de sequestradores, incluindo no mundo trouxa, os comensais estão querendo chamar a atenção, tomem muito cuidado, os tempos estão ficando cada vez mais difíceis. – Senhor Weasley fez-se ouvir depositando a edição do dia do jornal Profeta Diário em cima da mesa. O silencio predominando posteriormente com o peso da realidade que enfrentavam, Voldemort estava cada vez mais forte e seu número de devotos aumentando, o que será que ele planejava dessa vez?

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Todos já estavam praticamente prontos, esperando no primeiro andar da Toca, o horário para irem à estação King’s Cross, exceto que estava demorando consideravelmente para conseguir colocar sua coruja na gaiola.
– Ai! Não faz assim Flash! – A coruja claramente não estava a fim de entrar ali, dando bicadinhas doloridas das mãos de sua dona. – Eu sei que está chateada, eu também estou, mas eu não posso fazer nada, ele não responde as minhas cartas, enviei você dez vezes, DEZ, não obtive resposta, sei que gostaria de ver a coruja dele, mas eu tenho meu orgulho sabia? – Flash deu um pio alto– Eu sei que as coisas devem estar difíceis para ele por causa do pai, mas eu não tenho culpa, tenho? E qual é o problema em voar com Edwiges ela é uma coruja legal também! – Outra bicada. – Colabora comigo, se não, não vou te levar pra Hogwarts esse ano, seria uma pena, acho que você poderia encontrar a Lady no corujal. – Como num passe de mágica a coruja entrou na gaiola por livre espontânea vontade. – Finalmente! – A garota exclamou travando a gaiola e a juntando ao seu malão, pronta para leva-los para baixo.
– Quer ajuda? – George, apareceu na porta, sempre muito atencioso e prestativo, ainda mais quando se tratava da garota a sua frente. – O pessoal está te esperando lá embaixo, achei melhor vir ver se está tudo bem.
– Flash não está de bom humor ultimamente, não queria entrar na gaiola. Teimoso.
– Como a dona.
– Eu não sou teimosa. – Ela disse com um sorriso culpado. Arrancando um riso do amigo.
– Vou sentir falta da minha parceira de piadas. Poderia até voltar para Hogwarts esse ano para não ficar tanto tempo longe de você.
– Você tem o Fred para parcerias com piadas, e realmente acredito que você não seria muito aceito na escola, vide acontecimentos do ano passado. – Ambos riram com a menção da armação contra Umbridge.
– Você e Fred não tem o mesmo efeito. Não mesmo! Vou visita-la em Hogsmead assim que puder, as coisas na loja estão uma loucura, Fred e eu ainda estamos nos adaptando, e me escreva, está bem? Use a coruja do seu irmão se o Flash estiver revoltado.
– Com certeza! Também vou sentir sua falta por lá, quem vai me ajudar a pregar peças no Harry? Sem contar o time de quadribol da Grifinória, o que faremos sem o nosso melhor batedor? – Ela se aproximou ao amigo e o abraçou, sendo imediatamente retribuída. – Fiquem bem ok? Não fechem a loja, mantenham a esperança de todos, o trabalho de vocês é lindo e muito importante, a alegria deve ser compartilhada principalmente nesses tempos difíceis. Não posso expressar com palavras a admiração e orgulho que tenho por tudo o que criaram.
– Você ajudou muito, sabe disso.
– Foi mais o Harry. Ele quem ganhou o torneio tribuxo e doou o prêmio.
– Fred e eu sabemos que foi você quem deu a ideia. – A garota apenas riu. Se separando do abraço. – Já que você se ofereceu, aceito a ajuda. – Ela disse indicando sua bagagem com a cabeça.

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– Vou dar uma volta. – Harry disse frustrado, saindo da cabine do expresso de Hogwarts após mais uma conversa com Hermione, Rony e , tentando convence-los de sua teoria de que Draco Malfoy era um comensal da morte.
– Harry, espere. – Ele parou no corredor ao ouvir sua irmã o chamar.
– Não fique chateado, só não queremos que você se meta em confusão por causa de suas desconfianças.
– Sei que você não gosta de ver maldade nas pessoas maninha, mas já está na hora de admitir que Draco Malfoy não é só um garoto mimado que gosta de colocar os outros para baixo, ele é mau, está tramando algo, e eu vou descobrir o que é. – A garota pegou na mão do irmão.
– Como você está? – Ela mudou o assunto sabia que insistir naquilo os faria discutir, era o que ela menos queria. – Digo, depois do que aconteceu no fim do ano passado, você não disse nada, até agora. Estou preocupada com você. Não finja que está levando tudo na boa, você pode mentir pra todos, menos para mim.
– Estou tentando seguir em frente , é só o que nos resta. Não quero conversar sobre isso.
– Você poderia aceitar meus convites de passar um tempo em casa, com meus pais, faz mais de um ano que não nos faz uma visita, eles sempre perguntam sobre você, sabem que você também é minha família, não teriam problema em te aceitar como filho também já te disse.
– Eu gostaria de não ter que ficar na casa dos Durleys, mas tem aquela história de proteção da mamãe com a tia Petúnia, já conversamos sobre. Você é quem deveria ir conhecer nossa tia, não digo se hospedar lá, é claro, mas passar lá, antes de irmos para os Weasley, quando disse a ela que você sobreviveu quase pude ver um fio de tranquilidade em seu rosto. – A garota olhou para o irmão com cara de deboche.
– Definitivamente não, se ela ou seu tio te maltratarem na minha frente virar balão seria o melhor que os aconteceria, dois bruxos na casa deles? Não seria nada bem-vinda. – Ela colocou a mão no ombro do garoto. – De qualquer forma, sabe que pode contar comigo, não sabe?
– Sempre.
– Está bem, vou voltar para a cabine, ainda vai dar uma volta?
– Vou sim, quero encontrar alguns amigos.
– Se estiver querendo ver a Gina não aconselharia ir agora, tenho certeza que ela está com o Dino. – Ela disse só para o garoto ouvir, rindo quando percebeu que o irmão corou. Se distanciando a caminho da cabine.
– Só... cale a boca Potter! – Ele disse alto para que ela pudesse ouvir com a distância e o barulho dos trilhos, ouvindo o riso ainda mais alto da irmã, que adentrou a cabine. Harry seguiu pelos corredores do trem, em busca de respostas.


Capítulo 2

De volta Hogwarts

A viagem estava correndo normalmente, até ir ao banheiro do trem e voltar a cabine quieta e pensativa, sem conseguir prestar mais atenção no que Rony e Hermione conversavam, ambos perceberam que algo tinha acontecido, mas quando questionaram a amiga receberam um vago “nada” como resposta, percebendo que seja lá o que fosse, não era um bom momento para questiona-la, Hermione tinha um palpite mas a perguntaria quando estivessem sozinhas.
Encarando o horizonte pela janela de vidro, poderia dizer que estava apreciando a paisagem, era o que ela queria que aparentasse, mas não estava dando a mínima para as belas montanhas verdes da Escócia. Não conseguia tirar a conversa que ouvira no corredor do trem quando estava indo em direção ao banheiro, ao passar por duas meninas do quinto ano, da Sonserina, ouvira algo que a estava atormentando “Malfoy está namorando a Parkinson”. Cretino! Não, não poderia ser verdade, ele teria contado a ela, não teria? A verdade é que tinha algo muito estranho naquilo tudo, fazia cerca de dois meses que Draco não respondia suas cartas quebrando o trato secreto que fizeram a praticamente dois anos atrás.

-Flashback on-

estava perambulando pelo jardim de Hogwarts sem se importar muito com o destino, queria somente se distanciar o máximo possível do grande salão, onde ainda acontecia o baile de inverno do Torneio Tribruxo, seu vestido longo de cor vermelha, arrastando no chão e provavelmente sujando a barra, não se lembrava da última vez que tinha reparado a beleza do céu noturno com sua infinidade de estrelas cintilantes, muitos já haviam se recolhido para suas respectivas salas comunais, outros continuavam a dançar músicas românticas com seus pares, ela praticamente fugira, disse a seu par que estava cansada, claramente uma mentira, George Weasley era um bom garoto, bom não, ótimo, sempre a tratava muito bem, lhe enchia de elogios, a fazia rir, uma excelente companhia, mas aquilo não era justo, ele era um amigo, apenas um amigo, e ela sabia que pelo andar das conversas que estavam tendo durante as danças no baile, ele estava prestes a se declarar, sabia dos sentimentos do garoto por ela, não era nada difícil de perceber, e por mais que quisesse, não conseguia retribuir, aquele lugar em seu coração já estava preenchido, e ela nunca admitiria isso em voz alta, não admitiria de forma nenhuma.
- Sabe, se você planejava se esconder, usar um vestido vermelho como este foi péssima ideia, impossível passar despercebida. O que aconteceu? O Weasley pisou no seu pé ou você simplesmente não aguentava mais o bafo dele? - A garota se virou num pulo, assustada, encontrando olhos azuis acinzentados penetrantes, Draco Malfoy conseguia estar ainda mais lindo em traje de gala, e muito perfumado também, por que ele tinha que ser tão atraente? E afinal, ela acabara de receber um elogio? Dele?
- Obrigada, eu acho, e o George não tem bafo. – Rebateu, se esforçando para não manter contato visual com o garoto a sua frente.
- Não é o que parece, você não estaria aqui se ele realmente fosse uma boa companhia, que eu saiba o baile ainda não acabou, os que saíram estavam entediados ou realmente cansados, e você não está cansada, ou estaria em seus aposentos e não perambulando em um jardim a luz do luar. – À medida que o garoto se aproximava, ela dava passos para trás, manter uma distância segura era sempre bom.
- Já que é assim, suponho que a Parkinson não seja assim tão agradável, ou você estaria dançando com ela, ao invés de estar aqui, desperdiçando meu tempo, ou seja lá o que for... – A garota tentou fingir interesse nas flores ali plantadas, rosas vermelhas , adorava rosas.
- Você sempre tem uma resposta na ponta da língua não é mesmo Potter? Acho que é isso que te faz sempre tão... diferente. Você não se rende, não abaixa a cabeça, você enfrenta. Confesso que sempre escolho momentos de inspiração para tirar onda da cara do idiota do seu irmão, você sempre está lá para provocar um debate no mínimo, interessante, eu diria. – O garoto acompanhou seu olhar, se aproximou de uma roseira, agitou sua varinha e retirou uma rosa vermelha da planta, depois a olhou com um sorriso maroto – E só pra você saber, sim, eu dei um jeito de despachar a Pansy, muito irritante, sempre concorda com tudo que eu digo, faz tudo que peço, não tem graça. - A garota agora encarava o jovem rapaz com uma clara interrogação na expressão
– Mas não é disso que você gosta? Que todos façam o que manda...
- Depende. – Ele deu mais um passo em sua direção, dessa vez ela não se afastou. – Não te entendo Malfoy, nenhum pouco, juro que tento, por vezes posso jurar que vejo você sorrir pra mim quando passamos pelo mesmo corredor, mas nunca fala comigo, uma conversa descente eu digo, ofensas, zombarias e desprezo não contam, se você quer saber, não acho que você seja tão ruim quanto demonstra, isso é claramente uma máscara, só não sei o que você esconde e muito menos o porquê. – O loiro soltou um riso fraco e depois a encarou, olhando em seus olhos, como adoraria interpretar o que se passava ali.
– Você não respondeu a minha pergunta, o que faz aqui sozinha? – Ele mudou o assunto, isso não passou despercebido por ela.
– Estou apenas pensando, não quero voltar para a sala comunal agora, sei que vou deitar a cabeça no travesseiro e ficar minha cabeça não vai parar, pelo menos aqui eu tenho distrações. – A ruiva voltou a andar pelo jardim, Malfoy a acompanhando.
– Acredito que gostaria de conversar com alguém sobre isso, não? – Ele andava a seu lado carregando a rosa que arrancara a pouco na mão esquerda. O garoto estava sendo cordial, praticamente gentil, uma parte dela a dizia para sair correndo dali, pois o loiro ao seu lado só significava uma coisa: problema. Mas outra parte estava curiosa e até mesmo apreciando a inusitada companhia, afinal o que ele pretendia ali?
– Talvez, eu sei que você é o todo poderoso Draco Malfoy, mas já sentiu alguma vez que, durante a sua vida inteira você acreditou em algo, e depois descobriu que a realidade não é bem assim? – Ela o olhou rapidamente, encontrou uma expressão de compreensão em sua face.
– Isso é por causa do que descobriu no ano passado? Digo, quando você descobriu ser irmã do Potter? – assentiu.
– Um irmão que não tem um segundo de paz e que vive arriscando a vida você quer dizer, eu vivo preocupada com ele, e agora ele é um campeão do torneio. – Ela suspirou – E não é apenas isso. Eu costumava imaginar de onde eu vim biologicamente, uma curiosidade que quase todo filho adotado possui, mas não era algo como se algum dia eu fosse sair em uma missão maluca a procura dos meus pais ou da minha mãe biológica, eu sempre a imaginei como uma pessoa que por algum motivo não podia ficar comigo, que me deu a vida, e depois me deu a melhor coisa do mundo inteiro, meus pais, e que se um dia por ironia do destino eu a encontrasse, eu diria apenas obrigada por me dar a oportunidade de ter a melhor família do mundo. E então... eu descubro que não foi uma escolha, que meus pais foram heróis, morreram para nos salvar, que eu tenho um irmão gêmeo que diferente de mim foi criado pelos trouxas mais babacas que existem, e pior, que se não fosse por um bruxo das trevas a minha vida seria absolutamente diferente, não teríamos crescido separados e ele nunca teria sido maltratado. E ai eu me sinto culpada, não é justo com meus pais adotivos, e eu gosto quando me chamam de Potter, sinto orgulho de ser filha de Lilian e Thiago, e que todos saibam disso, mas as vezes tenho medo de estar negando aqueles que me criaram com tanto amor e carinho, eu não sei quem eu sou ou quero ser.
– Seja as duas, até onde eu sei, seu verdadeiro nome é Hanna, e não vejo ninguém se dirigir a você dessa forma. Tudo isso faz você ser quem é, uma bruxa poderosa, e uma garota incrível. E também, você não é san... digo nascida trouxa, como todos pensavam. Isso é bom. – A última parte ele disse mais baixo. A garota resolveu ignorar, fez apenas uma careta em resposta ao nome, que deveria ser seu.
– Hanna não, sou , ou só . Pode me chamar de Potter se quiser, mas não desse nome, não sinto que seja meu. – Draco riu.
– Eu acho que posso entender como você se sente, por vezes eu penso diferente de como deveria pensar, gostaria de fazer coisas que pessoas como eu e minha família não fazem, eu também gostaria de ser só o Draco, sem Malfoy e todo o peso que tem por trás disso. Faço coisas como, por exemplo, enviar cartas anônimas para uma garota que até chute nas partes baixas já me deu.
parou de andar, encarou o garoto incrédula, desde o início do ano letivo, vinha recebendo cartas e bilhetes sem assinatura, os conteúdos das cartas eram os mais diversos, desde dizeres sobre como o seu cabelo estava bonito nas aulas, ou com poemas mais bonitos e elaborados, sempre as manteve muito bem escondidas, guardou todas em uma caixa, mostrara algumas para Hermione apenas, que a ajudou nos possíveis suspeitos a serem seu admirador secreto, nunca, pensaria em Malfoy.
– É você? Eu.... eu pensei que fosse o George, ou o Simas.
– Você parece surpresa... Foi a única maneira que encontrei de dizer o que sinto, não poder conversar com você me sufoca. E duvido que o Weasley ou o Finnigan seriam capazes disso. Você gostou?
– Se eu gostei? Mas é claro que sim. – De repente a expressão dela mudou de suave para muito brava. – Se isso for algum tipo de brincadeira Malfoy, saiba que não tem a mínima graça, faz sentido até, brincar com os sentimentos da irmã do seu inimigo, se for isso, eu juro Draco que o soco que eu vou te dar na cara vai ser pior do que o chute que mencionou, e... O que pensa que está fazendo? – O rapaz se aproximou dela, delicadamente pegou os braços da garota e os colocou em volta de seu pescoço, descendo os seus braços e os posicionando em volta da cintura dela, começando a se mover e a conduzi-la de acordo com a música vinda do grande salão ao qual era possível ouvir mesmo sendo um volume mais baixo pela distância.
– Dançando, é claro. – Ela agora acompanhando seus passos, ele arriscou até roda-la. – Estou dançando com a garota que eu realmente queria ter convidado para ser meu par no baile.
– Por que não convidou? – A ruiva teve somente um riso fraco como resposta. Continuaram dançando por mais duas músicas, em perfeita sincronia, até que de repente Draco parou, em uma das mãos de , depositou a rosa que colhera a alguns minutos, estava sem espinhos, a outra mão se direcionando para o rosto da ruiva, que prendia a respiração e sentia borboletas em seu estomago, ele fez um carinho delicado em seu rosto. – Você é linda demais . – Ele falou baixo, devagar, como um sussurro, os olhos se focando um no outro por alguns segundos, o mundo de ambos parou de girar por um momento, os olhos castanhos dela focados nos azuis acinzentados de Draco, ele passou um de seus braços pela cintura da garota, a outra mão que estava em seu rosto agora rumando para o pescoço, aproximou o rosto do seu e hesitou como se esperasse que ela o impedisse, como não se opôs, selou seus lábios, a princípio o beijo não passou de um selinho, depois outro, e enfim suas línguas começaram a dançar em perfeita sincronia, Malfoy apertou sua cintura e a puxou para mais perto colando seus corpos, era o primeiro beijo da jovem, uma mistura de sentimentos envolvidos, não sabia se estava fazendo certo, ela realmente estava beijando Draco Malfoy, seu coração batia forte, quando o ar começou a faltar eles se afastaram um pouco, mantendo o contato pelo olhar.
– Isso foi.... – não foi capaz de completar a frase.
– Perfeito.
– E o que exatamente isso quer dizer?
– Por Merlin , juro que não estou brincando com você, não seria capaz disso nem se quisesse, tudo o que foi dito naquelas cartas é verdade, e eu precisava falar com você pessoalmente, dançar com você, te dar um beijo, nem que fosse uma vez, sei o que parece, mas não, não quero te fazer nenhum mal. Eu sinto algo diferente por você, desde o dia em que te vi, pela primeira vez, no expresso de Hogwarts, no primeiro ano, torci para você ir pra Sonserina, não sabia quem era você, se tinha família bruxa. Sei que não podemos ficar juntos, um dia quem sabe, mas agora não, sei que seu irmão não ia gostar, nem minha família e não quero problemas para mim e nem para você, no momento, isso viraria uma guerra no mínimo. Por isso eu não vou te procurar mais, eu só precisava de uma vez. Vamos deixar isso aqui, nesse momento, assim, eternizado, sempre lembrado. Só nosso. Não conte isso a ninguém está bem? – O garoto pegou em sua mão entrelaçou os dedos, claramente não era o que gostaria de dizer, parecia que sentia dor.
– Espera, você acabou de me beijar e está dizendo que vai fingir que isso nunca aconteceu? Você tem que saber o que você quer Malfoy, você está claramente confuso, mais do que eu. – A menina se afastou dele encarou o chão e depois o olhou com ressentimento no olhar.
– Eu não tenho escolha , eu nunca tenho, saiba que essa é única coisa que eu realmente quis fazer em muito tempo, esse sou eu. Dizem que você sempre vê bondade até nas pessoas mais improváveis, por favor me veja assim.
– Por que você é assim? Por que não deixa as pessoas verem quem você realmente é? – Ele inclinou a cabeça para o lado a olhando, ela nunca iria esquecer aqueles olhos penetrantes, num tom cinza com azul, a puxou para um abraço, o cheiro dele era maravilhoso, meio amadeirado, não sabia qual era o perfume, mas com certeza era caro.
– Vamos fazer um acordo? Eu vou continuar a te escrever as cartas, só que dessa vez, você responde, poderemos conversar, sem assinaturas, em segredo, e eu posso te mostrar um lado meu que ninguém conhece, apenas você, não vou magoa-la, é uma promessa, vamos, nos conhecer, sem compromisso. Como amigos, de verdade. Se você quiser. E um dia quando formos mais velhos, poderemos enfrentar tudo e todos.
Por que não? Ela pensou, poderia dar uma chance, conhece-lo, não lhe faria mal, e era óbvio que o garoto a sua frente precisava de uma pessoa verdadeira em sua vida, tinha serias dúvidas sobre a veracidade das amizades que ele tinha, se o seguiam apenas por interesse e ninguém merece ter amizade só por interesse, ainda mais o garoto a sua frente, a quem ela não sabia descrever o que sentia realmente, mas, se não poderiam conversar pessoalmente, poderiam conversar por cartas.
– Temos um acordo então, você começa, me conte algo que ninguém sabe sobre você. Vamos usar um termo, para nos identificar, todas as minhas cartas para você virão com um “ps: guarde segredo” ao final. – A garota começou a se distanciar, em direção ao castelo. – Está tarde, acho que o baile já acabou. – Já fazia alguns minutos que não ouvia a música vinda do grande salão. – Melhor irmos para nossas respectivas casas comunais, ou corremos risco de pegar uma detenção. – Ela parou por um instante e se virou para olhar o rapaz uma última vez. –Sobre o chute que te dei no ano passado, desculpe, mas você mereceu, e o soco da Hermione também, não seja um babaca que mata animais inocentes. Boa noite Draco. – Malfoy riu, e sorriu para ela, colocando as mãos nos bolsos e escorando em um pilar, digno de uma foto.
– Nem lembre daquela galinha sanguinária. Boa noite .

Flashback off

Daquele dia em diante, ambos sempre se comunicavam por cartas, nunca ficaram mais que uma semana sem se falar, a garota conheceu lados de Draco Malfoy que nunca imaginaria que existissem, um lado atencioso, carinhoso, romântico e gentil. Até a batalha no ministério, que resultou na prisão e recém julgamento de Lúcio Malfoy, na última carta que recebera o loiro dizia estar muito preocupado com o julgamento e com algumas coisas que andavam mudando em sua casa, não entrou em detalhes. Depois disso, nada, a ruiva enviara dez cartas durante dois meses, até que desistiu por não obter resposta, claro que aquilo a estava incomodando, e agora o boato do namoro com Pansy, com certeza tinha algo errado e ela precisava falar com Draco, sentia sua falta, e já que não respondia suas cartas, teria que dar um jeito de o encontrar pessoalmente, mas como?
O trem parou de mover, a tirando de seus pensamentos, chegaram a Hogwarts, e quando contou os membros da cabine onde se encontrava notou que faltava um.
– Onde está o Harry?
– Eu estava me perguntando a mesma coisa. – Respondeu Hermione.
– Deve estar na plataforma, vem, vamos embora. – Rony disse já se direcionando a porta sendo seguido por Hermione que estava com expressão preocupada. sentia que algo estava errado.
– Eu acho melhor procurar pelo trem, vai que ele cochilou ou algo do tipo, vou conferir, vão na frente, encontro vocês depois.
seguiu vasculhando cada cabine, de cada vagão, nunca tinha realmente reparado o quão imenso era aquele trem até ter que atravessa-lo todo, estava procurando em um dos últimos vagões, esse estranhamente estava com a porta fechada.
– Harry? Está por aqui? – estava conferindo as poltronas, quase desistindo, e muito brava por não encontrar Harry, de repente, ela tropeçou em algo, algo que apenas sentiu ,não viu, sua queda foi tão brusca e inesperada que a garota não teve tempo de apoiar os braços e bateu o nariz no chão, imediatamente sentiu uma dor insuportável no mesmo.
– Ai! – Levou a mão ao rosto e notou a presença de sangue ali, com certeza tinha quebrado. Olhou para trás para conferir em que tinha tropeçado, e não tinha nada, a não ser que... Ela começou a apalpar o chão se sentiu no te que tinha tropeçado, puxou o tecido da capa de invisibilidade e encontrou seu irmão aparentemente petrificado. Imediatamente pegou sua varinha e apontou para o garoto.
– Finite! – Harry voltou a se mover e soltou um gemido de dor. – O que aconteceu? O seu nariz está péssimo. – disse ao notar que além de torto, o nariz do garoto também sangrava.
– Aparentemente está igual ao seu, não vou nem perguntar se você se machucou com a queda. – Ela o ajudou a se levantar.
– Você não respondeu a minha pergunta, o que aconteceu?
– Malfoy aconteceu, me escondi na capa para ouvir o que conversavam, mas algo me denunciou, quando o trem parou e todos desceram ele me enfeitiçou e cobriu com a capa, ele fez esse favor também, disse que foi pelo pai. – Apontou para o nariz. – Se você não tivesse aparecido eu voltaria para Londres.
– Achei que eu tinha quebrado o seu nariz quando tropecei em você. Assim como o meu. Preciso dizer o quão perigoso foi o que você aprontou Harry Potter? E não é nada educado ouvir as conversas dos outros, mamãe ficaria decepcionada, tenho certeza.
– Eu digo que Malfoy me atacou e você praticamente diz que eu estou errado!
– Eu não disse... – Sua fala foi interrompida por uma terceira pessoa entrando no vagão, Luna Lovegood, amiga dos dois, estava usando óculos um tanto quando peculiares, o que não era novidade.
– Olá Harry e ! A cabeça de vocês está cheia de zonzóbulos.

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– Me desculpem ter feito vocês perderem a carruagem. – Harry disse quando já estavam chegando aos portões de Hogwarts.
– Pelo meu nariz quebrado ninguém pede desculpas. – reclamou.
– Essa a gente coloca na conta do Malfoy também. – O garoto disse mudando a expressão com raiva, a irmã acompanhou o olhar e avistou Malfoy ralhando com Filch o zelador da escola.
– Não tem problema, foi como ficar com amigos. – Luna disse
– Mas nós somos seus amigos Luna. – Ambos irmãos sorriram para ela.
– Ah! Ai estão vocês, estava ficando preocupado. – O professor baixinho, Flitwick, os chamou a atenção. – Nomes por favor! – revirou os olhos.
– Professor já nos conhece a cinco anos.
– Sem exceções, Potter.
– Quem é essa gente? – se referia aos bruxos desconhecidos que acompanhavam Filch.
– Aurores, por segurança. – Flitiwick respondeu.
Snape aparecendo para livrar Draco da vistoria na entrada não passou despercebido por Harry, nem .
– Belo nariz, Potter. – Draco disse para Harry, estreitando os olhos quando notou que a garota ao seu lado também estava com o membro torto e inchado, talvez até uma preocupação passando por seus olhos. o encarou também, fazendo questão de transparecer ressentimento pelo olhar, na intenção de que o loiro entendesse a que exatamente ela se referia, Draco abaixou a cabeça.
– Posso concerta-los para vocês, embora acho que fiquem bem melhores assim, agora posso ver uma semelhança em vocês. – Luna disse prestativa.
– Já consertou um nariz antes? – Harry perguntou só para ter certeza.
– Não, mas já consertei vários dedões, e são muito parecidos.
– Está bem, mas o Harry vai primeiro. – apontou para o irmão que a olhou assustado.
– Episkey!

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– Onde vocês estavam? E o que aconteceu com seus rostos? – Hermione perguntou assim que Harry e se sentaram a mesa da Grifinória para jantar, atrasados, já trajando o uniforme da escola e cada um segurando um saquinho de gelo no nariz, ambos sangrando.
– Explicamos depois. – disse.
– O que nós perdemos? – Foi a vez de Harry.
– O chapéu seletor nos incentivou a ser corajosos nesses tempos difíceis. Fácil para ele falar. É um chapéu! – Todos concordaram. aproveitou para cumprimentar os outros amigos de casa que ainda não tinha visto, Neville Longbottom, Simas Finnigan, Dino Thomas, Parvati Patil e Lilá Brown que parecia muito ocupada encarando Rony com interesse e rindo como idiota de tudo que ele dizia. A conversa dos colegas foi interrompida quando Dumbledore, o diretor, iniciou sua fala sobre o início do ano letivo, apresentando o novo professor de poções e Snape que finalmente tinha conseguido o cargo de Defesa Contra as Artes das Trevas que claramente almejava a anos, depois discursando sobre como as maiores armas que os comensais poderiam ter seriam os próprios alunos, discretamente olhou para a mesa da Sonserina, avistando um Draco Malfoy cabisbaixo e aéreo a tudo o que estava sendo dito, sem nenhum vestígio da presunção e superioridade que emanava durante todos os outros anos, e para a infelicidade de , com Pansy com os braços em volta de seu pescoço como realmente um casal, algo estava realmente errado com o garoto, e ela iria descobrir o que.

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Hermione e já se aprontavam para dormir, tinham acabado de arrumar suas coisas nos quartos, estava em cima da sua cama entretida com o conteúdo de uma caixa vermelha de madeira. Cartas.
O seu cabelo estava incrível hoje na aula de poções, os raros cinco pontos que o Snape te concedeu com toda certeza foram pela beleza dele.
PS: guarde segredo

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Confesso que fiquei muito chateado por termos perdido o jogo de quadribol para Grifinória, mas me esqueci de tudo quando olhei para você sorrindo e comemorando em cima daquela vassoura, os cabelos ao vento, você tem o dom de me deixar sem ar sabia. O uniforme do time de quadribol fica ótimo em você, qualquer coisa fica ótima em você, você tem esse dom.
Uma coisa sobre mim: meus doces favoritos são os de abóbora.
PS: guarde segredo

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As coisas em casa estão mais tensas do que o normal, mamãe tem me dito para ser forte, para não me deixar abalar pelos recentes acontecimentos, mas eu sinto falta do meu pai, por mais severo que ele seja, espero que ele seja absolvido no julgamento, torça por nós .
PS: guarde segredo

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– Ele não tem te respondido, não é? – Hermione questionou se sentando na beira da cama da amiga, chamando sua atenção.
– Não sei do que você está falando. – se assustou com a pergunta.
– A mas é claro que sabe, vou iluminar a sua mente, seu amigo secreto, isso porque sou ótima em fingir que não sei que é Draco Malfoy.
– Você DEDUZ que seja ele, nunca confirmei nem contrariei essa sua teoria Mione. – Ela deu ênfase na palavra.
– Isso por que você é uma péssima mentirosa, e sabe que o que quer que diga não vai me convencer do contrário. – Mione piscou. – E por qual outro motivo você se recusaria a me contar com que você se comunica por essas cartas, se não for o Malfoy? Ou qualquer outro garoto de sua gangue da Sonserina, ok, mas tem aquelas trocas de olhares de vocês. Não te julgo amiga... eu guardo o seu segredo, sabe que pode confiar em mim.
– De qualquer maneira, eu nunca te disse nada mesmo. – A ruiva sorriu para a amiga. Mas não a encarava nos olhos estava olhando fixo para a rosa que sempre ficava a beira de sua cama, dentro de um pote de vidro, era a rosa que tinha ganhado de Draco no quarto ano, no dia de seu primeiro beijo, uma prova e lembrança de que aquele momento realmente tinha acontecido, se dedicou muito para encontrar um encantamento que fizesse com que a flor nunca murchasse, a garota era realmente muito boa com encantamentos, isso não foi um problema.
– Você é minha melhor amiga, você já deveria saber que eu sou bem observadora eu vejo o modo como olha para ele, e como por vezes, tentando até disfarçar ele corresponde. Embora você pareça bem preocupada ultimamente e não a vi se escondendo para escrever nenhuma vez no período em que estávamos na Toca, suponho que algo não esteja funcionando como gostaria.
– Falando em olhares, acho que meu irmão finalmente se tocou e começou a reparar na Gina. – mudou de assunto e Hermione não se opôs, era sempre assim quando tocava no assunto das cartas ou no garoto misterioso que para ela não era tão misterioso assim. A conversa durou mais alguns minutos antes das garotas irem realmente dormir, estavam de volta Hogwarts, finalmente.

Capítulo 3

Plano em ação.


O café da manhã estava animado, primeiro dia de aula, com uma consideravelmente ansiosa para conhecer o novo professor de poções, seu padrinho tinha lhe contado que fora também professor de seus pais na época de escola, um dos favoritos de sua mãe.
Rony devorava seu café da manhã como se fosse a última refeição de sua vida, Harry parecia muito entretido com a leitura do Profeta Diário que as corujas tinham entregue minutos atrás. Hermione e conversavam animadas.
– Acredito que ele será mais receptivo que o Snape, pelo menos teremos mais chances de ganhar pontos para Grifinória. – Hermione disse, enquanto conversavam sobre Horácio Slughorn o novo professor de poções.
– Snape só dava raros pontos para você , não acho que ele goste de você, acho que ele só não te detesta e o motivo eu nunca vou entender. – Rony disse de boca cheia sendo logo repreendido por Hermione.
– Eu também não, até porque ele claramente possui um ódio declarado em relação ao papai, o que talvez explique raiva que ele tem por mim, mas a também é filha dele. – Harry se pronunciou, começando a prestar atenção na conversa.
– Ele, assim como nós, nem sempre soube disso, simpatizou comigo e quando soube a verdade, era tarde demais – disse e logo depois piscou brincalhona para o irmão que revirou os olhos.
– Vocês não estão preocupados com os NIEMS? Precisamos nos esforçar nesses anos, nossas futuras carreiras dependem disso. – Hermione disse mudando o assunto. – Já pensaram em quais profissão vão seguir? – Harry e Rony imediatamente disseram a palavra “auror” em uníssono.
– Espero que meu “Excede Expectativas” em poções nas NOMS não atrapalhe esse sonho. – Harry disse irônico e Rony apenas concordou.
– Disse O Eleito. – disse baixo apenas para os três a sua volta ouvirem.
– Essa história de ser o escolhido já nos custou muitas perdas, , já estou cansado disso. Cansado de profecias, expectativas.
– Tem havido muita conversa sobre isso, até mesmo entre os fantasmas, pelo que ouvi. Encontrei um Sr. Nick bem animado conversando sobre isso na entrada do salão, agora a pouco. – comentou.
– Sim! - Disse Rony - Todos querendo saber se você realmente é o escolhido.
– Todo mundo, está questionando, precisamos tomar cuidado. - Choramingou Hermione.
O som de risadas ecoou do outro canto do salão, eles apressadamente olharam para a mesa da Sonserina. Draco Malfoy estava imitando o nariz de Harry se despedaçar e arrancava aplausos e risadas. não pode deixar de pensar que para quem estava com olhar de peixe morto momentos antes, zombar maldosamente dos outros era um grande avanço, talvez incluiria oscilações de humor na lista de características do rapaz. E se Draco pensava que ela engoliu o nariz quebrado do irmão, estava muito enganado.
Harry por sua vez voltou sua atenção para sua torta, seu interior queimando de raiva. O que ele daria para lutar corpo-a-corpo com Malfoy... Fechou os olhos e as mãos fechadas em punho. Abrindo os olhos ao sentir uma mão segurar a sua, vendo sua irmã com um sorriso triunfante no rosto.
– Deixa essa comigo. – Ela sussurrou. E se virou a fim de ficar de frente para a mesa onde todos ainda riam e Draco continua sua encenação. A garota disse em alto e bom tom para quem quisesse ouvir. – Por que está tão preocupado com seu nariz Malfoy? Ele claramente está no lugar, não posso dizer o mesmo do seu cérebro, infelizmente.
Era isso, ela realmente adorava provocar ou responder as provocações dos Sonserinos, principalmente Draco, era até divertido, as vistas de todos, eram claramente inimigos, secretamente, conversavam sobre essas “discussões” com muito humor. Mas naquele momento, ela estava disposta a atingi-lo de verdade, tinha muitos motivos para estar zangada, o principal deles estava praticamente pendurado no pescoço do loiro rindo de todas as baboseiras que ele falava, Pansy.
As risadas agora vinham da mesa da Grifinória. Malfoy a encarava com um misto de raiva e nervosismo, até mesmo um rubor foi tomando conta de seu rosto, junto com um sorriso malicioso.
– Não espere que eu me de ao trabalho de te responder Potter, estou ocupado demais para isso. - Malfoy se virou para Parkinson e a beijou, na frente de todos, risinhos e murmúrios de garotas de todas as casas podiam ser ouvidos. Agora quem queria soca-lo era , que apenas ouviu um “deixa pra lá” baixo de Hermione quando se virou de costas para ele e revirou os olhos, tentando disfarçar o desconforto e os verdadeiros motivos de sua raiva, não queria ver aquela cena.
– Podemos voltar para o assunto anterior? – Reclamou Harry. – Adoraria saber o que o futuro reserva para minha irmãzinha. – Fez força para mudar de assunto, antes que se levantasse e seguisse para a mesa da Sonserina para dar uma surra em Malfoy sem se importar se ele estivesse quase engolindo uma garota ou não.
– Acho que vou seguir os passos dos meus pais, os adotivos no caso, eles são praticamente heróis, salvam vidas, ajudam pessoas, curam pessoas, acho que vou ser uma boa curandeira. – suspirou, ainda tentando esquecer o que acabou de ver, e disfarçar o quanto mexeu com ela. – O que significa que eu preciso de uma alta marca de Ótimo ou Excede Expectativas em: Poções, Transfiguração, Herbologia, Feitiços e Defesa Contra as Artes das Trevas. Eu estou realmente preocupada, vou me matar de estudar. – Ela fez uma careta para parecer cansada.
– Você é uma ótima aluna , vamos estudar juntas. – Hermione sorriu para a amiga.
– E você Mione?
– Ainda estou com algumas dúvidas, tenho algumas opções, mas quero lutar pelos direitos de pessoas e criaturas, acredito que eu vá tentar algo no departamento de execução das leis da magia.
– Conseguir você quis dizer, se a Hermione não conseguir, ninguém consegue. – Rony disse e todos concordaram.
– Nenhum de nós escolheu cursar Trato das Criaturas Magicas com o Hagrid esse ano, não devíamos falar sobre isso? – disse e todos se entreolharam, incertos.
– Ele vai ficar chateado. – Sussurrou Hermione e todos novamente, concordaram em um trato silencioso de que depois precisariam fazer algo a respeito.

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Para um primeiro dia de aula, começou em grande estilo, Harry levou uma detenção na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas por responder Snape, não conseguia parar de encarar Malfoy com ressentimento estampado no olhar, levando alguns cutucões de Hermione por “estar dando muito na cara”, o que Hermione não notou é que o garoto foi pego por inúmeras vezes a encarando também, quando seus olhos se encontravam ele desviava o olhar, aquela situação estava a deixando realmente inquieta, precisava dar um jeito de conversar com Malfoy, independente da ceninha que o rapaz fizera pela manhã, ela precisava de respostas. No mais, a aula correu normalmente, aprenderam a lançar feitiços não verbais.
Assim que adentraram a sala de aula de poções, aromas um tanto peculiares atingiram , procurou de onde vinham e apenas se deparou com substâncias dentro de caldeirões em uma mesa no centro da sala.
– Hermione? Está sentindo cheiro de chocolate? – Sussurrou para a amiga.
– Chocolate? Não, por quê?
– Deixa pra lá.
O professor logo iniciou a aula, se apresentando e depois apresentando a importância do preparo de poções, Harry e Rony o interromperam brevemente ao adentrar a sala atrasados, sendo cordialmente recebidos por Slughorn, ouviu Hermione bufar ao seu lado algo sobre Lilá estar encarando Rony e ainda conseguiu ver uma certa disputa entre os dois ao pegar os livros em um armário, segundos depois, estavam ao seu lado, Rony com um livro inteiro e Harry com um caindo aos pedaços, o professor continuou a explicar.
– Achei que não ia mais cursar poções. – Sussurrou para o irmão.
– Também achei, parece que Slughorn não se importa. – Respondeu tendo um aceno de cabeça da irmã como resposta.
Nada surpreendente, Hermione sabia responder ao professor sobre cada uma das poções ali apresentadas.
– Essa é a Amortentia, a poção do amor mais poderosa do mundo, tem um cheiro especial para cada pessoa dependendo do que a atrai, por exemplo, sinto cheiro de grama cortada, pergaminho novo e pasta de dente de... hortelã.
descobriu de onde vinha o aroma que sentiu antes, ao contrário da amiga, sentia um forte cheiro de chocolate, rosas e... madeira. O cheiro foi embora quando o professor tampou o caldeirão dizendo que aquela seria a poção mais perigosa presente naquela sala, rapidamente seguindo para a próxima a Felix Felicis mais conhecida por sorte liquida, quem a tomasse obteria sucesso em qualquer feito. Após prometer o pequeno frasco a quem preparasse uma poção do Morto Vivo, dando instruções das páginas do livro que seriam utilizadas, Slughorn liberou os alunos para começarem os preparos.
não sabia descrever o que acontecia, nunca na vida tinha visto seu irmão ir tão bem no preparo de poções, o que não fazia nenhum sentido, por vezes ele realizava o preparo de modo diferente do que era solicitado no livro, Hermione até chegou a questionar o garoto, que teimou em dizer que estava seguindo as instruções apenas, e a poção de Harry aparentava estar exatamente como o livro dizia que deveria, quando foi que Harry Potter se tornou um mestre em poções?
– Como você está conseguindo Harry?
– Está escrito no meu livro, faz igual!
continuou tentando seguir a risca a descrição do livro, acabou não resistindo e por uma ou duas vezes fez o mesmo que Harry, o que não ganhou a aprovação de Hermione, não poderia dizer que o resultado fora um desastre total, sua poção adquiriu uma cor lilás, melhor que a de Hermione que tinha coloração purpura e nem chegou perto da de Harry, que estava transparente.
– Como eu desconfiava! – Slughorn exclamou assim que chegou perto da bancada onde os caldeirões de e Harry Potter jaziam. – Sua poção está perfeita Harry! – Ele se virou para a garota. – E a sua também não está nada mal, sabia que era a filha de Lilian assim que entrou nesta sala, você tem o talento de sua mãe, Hanna, posso chama-la pelo primeiro nome?
senhor. Pode me chamar pelo meu primeiro nome, que é . – sorriu, tentando fazer com que a correção fosse o menos rude possível.
– Oh claro, claro. Por um momento esqueci da história de sua criação, uma pena, terem crescido separados. Mas, parabéns ! – Ele sorriu ao dizer o nome correto da garota. – Você tem dom para o preparo de poções!
– Obrigada Senhor. – não pode deixar de sorrir, gostava de ouvir quando diziam que se parecia com a sua mãe, se sentia mais próxima a ela, seu padrinho Remo Lupin e Sirius Black viviam repetindo que além da aparência, ela possuía muito da personalidade de Lilian, forte, decidida, atenciosa, caridosa, corajosa, animada e até mesmo um tanto teimosa.
Malfoy era quem não estava nem um pouco feliz ao fim daquela aula, Harry ganhou o prêmio, obviamente, e Draco parecia bem empenhado a consegui-lo também, sua expressão não era das melhores ao perceber seu resultado, muito menos o favoritismo e interesse do novo professor em Harry Potter. A carranca de sua expressão se suavizou ao notar o sorriso no rosto da garota Potter, por segundos seus olhares se encontram, o sorriso dela sumindo um pouco, dando lugar a uma sobrancelha levantada em sinal de questionamento, tendo como resposta apenas um quase imperceptível balançar de cabeça do rapaz em sinal de “não”, posteriormente o mesmo desviou seu olhar.
Mas aquilo não era resposta suficiente para , que tinha certeza de que tinha algo muito errado acontecendo com Draco, queria ajudar, queria dizer que estava ao seu lado, não que já não tivesse dito isso, mas precisava de algo em retorno, e uma simples expressão de “não”, não a faria desistir.

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Alguns dias se passaram e os testes para o time de quadribol da Grifinória tinham sido um sucesso, mantivera seu posto de artilheira juntamente com Gina e Cátia Bell, Harry também continuou apanhador e Rony conseguiu o posto de goleiro do time, por pouco, Cormaco McLaggen também estava empenhado a conseguir posto e inexplicavelmente perdeu a última bola. Os membros do time e companheiros de casa adentraram a sala comunal muito animados.
– Preciso admitir, achei que ia perder a última bola. – Rony confessou. Os olhos fixos no fogo da lareira. – Vocês não facilitaram nos testes em...
– Claramente estava torcendo pra você Rony, mas não seria certo facilitar, meus parabéns aliás, você entrou porque é bom, defendeu todas.
– Espero que o Córmaco fique numa boa, sabia que ele está a fim de você, Hermione? – Todos se viraram para encarar Hermione que fez uma careta.
– Ele é um nojo. – Ela disse e revirou os olhos, se perguntava até quando aqueles dois iriam ignorar a tensão clara que existia ali, eram feitos um para o outro.
O grupo de amigos então entrou em uma conversa sobre o novo/velho livro de poções de Harry, com Hermione insistindo que não poderia ser coisa boa. Mais tarde, Rony e Hermione se recolheram, deixando os irmãos sozinhos.
– Como tem sido as aulas com Dumbledore?
– Esclarecedoras. – Harry respondeu simplesmente, a atenção no objeto em suas mãos, o mapa do maroto. – Malfoy está aprontando alguma, não sei como faz isso, ele tem perambulado pelo castelo a noite por vezes, e ele simplesmente some do mapa, como é possível que ele suma do mapa?
– Não faço ideia... – Uma mentira, naquele exato momento a mente de se iluminou, já tinha conversado antes com Hermione, a Sala Precisa, não aparecia no mapa, enxergou ali uma oportunidade, só precisava elaborar melhor.
– Harry, posso ficar com a capa e o mapa hoje?
– O que você vai fazer?
– Quero entrar na sessão restrita, pesquisar sobre a família Gaunt que você mencionou, sobre Você-Sabe-Quem, para você sabe, ajudar...
– Não sei não... Dumbledore disse para manter a capa sempre por perto, para o caso dele me chamar para as aulas.
– Ele não te chamou hoje até agora, não vai chamar mais, e se lembre que eu também tenho direito de ficar com a capa, ela era do NOSSO pai, e você fica com ela a maior parte do tempo, hoje eu preciso dela, e do mapa, você tem que dividir.
– Tá bem, tá bem, ela fica com você hoje, você consegue ser chata quando quer. – Harry fez uma careta para a irmã.
– Você também não é legal cem por cento do tempo, sabia?
– Promete que vai tomar cuidado?
– Quando eu não tomo?

--------------


Naquela noite, depois do horário de recolher, munida da capa de invisibilidade de seu pai e do mapa do maroto, saiu decidida a seguir os passos de Draco Malfoy, não ficou surpresa ao ver no mapa que o rapaz também estava fora da cama, Harry já havia lhe dito que por vezes via Malfoy perambular a noite no castelo pelo mapa, ela colocou a capa por cima de si mesma e seguiu a fim de encontra-lo.
Encontrou o garoto parado em frente a tapeçaria de trasgos no sétimo andar, uma porta enorme surgindo diante deles depois de alguns instantes revelando a Sala Precisa. Ela adentrou o cômodo logo atrás de Malfoy, que não podia vê-la graças a capa. Diferente do modo como surgiu para ela e seus amigos no ano anterior, a sala deixou de lado os equipamentos de treinamento em magia para dar lugar a uma tremenda bagunça, as mais diversas coisas jaziam ali, moveis distintos, mesas, cadeiras, armários, montanhas de livros, objetos estranhos, como se fosse um deposito. retirou a capa, mas o loiro não percebeu a sua presença, estava concentrado procurando algo.
– Sabe, as pessoas costumam responder as cartas que recebem. – O garoto se virou para encara-la num pulo, sua expressão não demonstrava susto, estava mais para desespero, os olhos arregalados, ele praticamente tremia.
– Como você entrou aqui? – Perguntou colocando uma mão no rosto e a outra se apoiando em uma pilha de cadeiras.
– Eu te segui.
– Impossível. – Ele fechou os olhos, claramente perturbado. – Eu me certifiquei de que não estava sendo seguido.
– Eu tenho alguns truques sobre isso. – Ela sorriu ao se lembrar o quão útil era a capa da invisibilidade que escondia entre suas vestes. – Relaxa, não estou aqui para espionar o que você anda fazendo com essa bagunça, isso aqui está precisando de uma faxineira a propósito. – Ela passou o dedo em uma pilha o mostrando completamente empoeirado. – Eu quero conversar com você.
– Escolheu uma péssima hora, eu diria. – Draco disse a encarando.
– Como se você me desse alguma escolha. – O tom de voz dela se mudou de firme, para tremulo, ela ensaiara tantas vezes o que diria ao loiro a sua frente quando o encontrasse e agora não sabia o que dizer.
– Você não devia estar aqui, não é seguro, volte para sua sala comunal.
– Você não me dá ordens Malfoy! – Falou um pouco mais alto. – E eu não precisaria estar aqui se você respondesse as minhas cartas. Acho que já bateu o recorde de detenções que um único aluno pode pegar por não fazer deveres em plenos anos decisivos para os N.I.E.M.S. É sério? Eu te enviei dez cartas, dois meses sem resposta, sem contar essa expressão perdida e derrotada que você quase não tira do rosto, você claramente não está bem, e está me afastando, eu só quero te ajudar! E ainda tem essa história de namoro com a Pansy. Isso não se faz, é baixo, até mesmo para você.
– Muita coisa mudou , acredite, você não pode estar próxima a mim. E eu não posso ficar perto de você. Você não pode me ajudar, e duvido que se soubesse de tudo, realmente iria querer faze-lo. – O garoto juntava todas as forças que tinha para encara-la, se esforçando para não demonstrar o que realmente sentia e lançar o olhar mais indiferente que conseguia.
– Você não desmentiu! Realmente está com a Parkinson! Achei que fosse só mais um dos seus rolos. O que aconteceu com o “ela não tem graça, fácil demais”? – Ela o encarava com mágoa, sentia que poderia dar um soco em seu rosto e nem assim passaria. Claro, eles não tinham um relacionamento concreto, nem prometiam exclusividade, era tudo muito complicado, também já tinha ficado com outros garotos durante esse tempo, mas nada que significasse nada, nada comparado ao que ela sentia pelo garoto a sua frente. Aparentemente ele não enxergava do mesmo modo.
– Ela pertence ao meu mundo, entende minhas prioridades, coisas que você jamais entenderia. E nunca disse que não me relacionaria com outras pessoas, outra coisa que você não entende, eu sou homem sabe.
– Você nem sequer tentou! Não tente colocar palavras em minha boca Draco Malfoy e muito menos assumir o que é melhor ou pior para mim, eu, e somente eu, é quem decide isso. – A ruiva suspirou. – Você está decidindo por nós dois, e isso não é justo, me afastar desse jeito não é justo, estou no escuro.
– Aceite Potter, esse jogo de cartas foi interessante, eu me diverti, mas agora, eu enjoei, não quero mais falar com você. Não pedi sua ajuda, não pedi que viesse atrás de mim, pelo contrário, quero mesmo, é que se afaste.
– Então é isso, acabou? – Ela se aproximou dele, o encarando nos olhos procurando alguma insegurança ali, mas o loiro não era capaz sequer de olha-la nos olhos.
– Sequer algum dia tivemos algo para que pudesse acabar. – A garota levantou a mão direita, ele esperou pelo tapa, merecia aquilo, mas a mão dela parou no ar, lançando lhe um olhar de decepção, incrédulo, dolorido, ele preferia que ela tivesse o batido, doeria muito menos que o buraco que estava se abrindo em seu peito ao notar os olhos marejados da garota.
– Cansei de tentar te entender Malfoy, cansei de aceitar suas desculpas ridículas sobre deixar tudo escondido, cansei de você dizendo que não tem escolha, você tem sim escolha, só é covarde demais para faze-las. Se é o que você quer, ótimo! Como você adora: que seja feita apenas a sua vontade. Eu não dirijo mais a palavra a você, sequer vou olhar para você. Fique com seu mundinho perfeito rodeado de pessoas ricas, interesseiras, egoístas, preconceituosas, invejosas e falsas, um dia você vai crescer e perceber sozinho o quão fútil é tudo isso, e aí você pode não sair disso nunca mais, porque vai ser tarde demais. E: você é um péssimo cumpridor de promessas.
não esperou resposta, não estava conseguindo segurar o choro e não permitiria que Malfoy a visse chorando por sua causa. Se virou e saiu daquela sala o mais rápido que conseguiu batendo a porta com raiva atrás de si, as vistas já estavam embaçadas e as lagrimas já caiam em seu rosto. Adentrou o primeiro banheiro feminino que viu, e ali se permitiu chorar, estava se sentindo ridícula, envergonhada, como pode esperar que isso levasse a algo, era claro que Draco Malfoy a magoaria, ela se deixou apaixonar por ele, por hipóteses, por mentiras, expectativas e ilusões com uma pessoa criada em sua imaginação, aquele “relacionamento” se é que poderia ser chamado assim estava fadado ao fracasso desde o momento em que ele pediu para que ele não dissesse para ninguém, será que ele tinha vergonha dela? Diversão, ele mesmo disse, era isso que ela tinha sido para ele por dois anos. Ela tinha decidido que ia chorar tudo o que precisava ali, no momento em que saísse daquele banheiro enterraria qualquer sentimento que um dia teve por Draco Malfoy e não olharia para trás. Entre os soluços do choro ela olhou seu reflexo no espelho, seu rosto estava inchado e vermelho, mas o espelho também mostrou que ela não estava sozinha.
– Olá Murta! – Ela disse sem muito animo. – Se vai gritar me denunciar para o Filch vá em frente, não tem como meu dia ficar pior.
– Olá ! Quanto tempo! Você cresceu, não foi mais me visitar desde que abriram aquela porta estranha no meu banheiro. Harry me contou que vocês são irmãos, como ele está? – A fantasma flutuava ao seu lado.
– Está bem. – A garota se limitou em dizer, abrindo a torneira da pia a sua frente e lavando o rosto.
– E você? Por que você está chorando? – A fantasma voou e pairou em cima do espelho a frente de , as mãos apoiando o rosto em sinal de interesse.
– Não é nada, ou melhor ninguém. Ninguém que mereça uma lagrima minha sequer, eu sou uma idiota. – Ela secou o rosto e foi rumando para a porta do banheiro, ela queria ficar sozinha, e naquele banheiro não era possível. – Boa noite Murta.
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Draco Malfoy tentava pela milésima vez se concentrar no concerto do armário sumidouro a sua frente, sem nenhum avanço, abriu alguns botões de sua camisa social, estava se sentindo totalmente sufocado, passou a mão pelos cabelos os puxando um pouco, estava inquieto desde a conversa com a garota Potter, , por que ela tinha que ter vindo atrás dele? Ele não queria ter dito tudo aquilo para a garota, era o certo a se fazer, não era? Deixa-la de fora de toda a bagunça que sua vida se tornara. Então por qual motivo tudo parecia errado e que faltava uma parte de si próprio? Draco, odiava esse sentimento, odiava a possibilidade de ter ferido os sentimentos da garota e afasta-la, odiava ter que executar aquela missão, mas realmente não tinha escolha, Voldemort mataria seus pais, não poderia suportar isso. E ele a conhecia, sabia que ao dizer aquelas coisas horríveis, seu orgulho seria ferido, e ai não teria volta, ela nunca mais olharia na cara dele a não ser que fosse para trocar farpas, de verdade dessa vez, e o rapaz não sabia como iria conviver com isso, como iria conviver sem suas cartas, sentia falta dela mais que tudo, mas precisava protege-la, não suportava a possibilidade de vê-la em risco por sua causa, e era só o que ele poderia oferecer: perigo. Realmente era um egoísta, mas aquela foi a primeira atitude que tomou pensando no melhor de outra pessoa além de si mesmo.
Percebendo que não conseguiria nenhum progresso estando naquele estado, Malfoy desistiu e resolveu que era um bom momento para voltar ao seu quarto e tentar dormir, passando por um banheiro no meio do caminho, resolveu lavar o rosto.
– Droga! – Ele suspirou vendo a água escorrer a sua frente, frustrado, as palavras de assombrando a sua mente “e aí você pode não sair disso nunca mais, porque vai ser tarde demais” já era tarde demais, não tinha volta, a ardência da marca negra recém tatuada em seu braço era um ótimo lembrete disso. Uma lagrima teimosa insistiu em cair de seus olhos, o rapaz logo a limpou, ele precisava de força, toda força que jamais teve, para proteger sua família.
– Todos resolveram chorar esta noite neste castelo. – Não precisava nem se virar para saber qual fantasma estava ali, choramingando e gemendo pelos esgotos, Murta-Que-Geme disse que vira alguém chorando, poderia ser...
– Quem estava chorando?
– A garota Potter. – A fantasma choramingou o nome da garota de seus sonhos, fazendo-o fechar os olhos. – Estava triste e com raiva, disse que era idiota e que chorava por alguém que não merecia suas lagrimas. E você, por que choras?
– Por alguém que sei que não mereço.

Capítulo 4 - Talvez Harry esteja certo

Betado por Caah Jones a partir desse capítulo



Minha querida
Não posso dizer que estou impressionado com o claro favoritismo que o velho Slug tem demonstrado a você e a Harry, tinha certeza que vocês entrariam na seleção de alunos dele.
Você disse em sua última carta que “a sua vida acadêmica estava bem” o que isso quer dizer? Tem tido problemas? É algum garoto? Quer que eu peça ao Harry para dar um jeito em alguém aí em Hogwarts? Se for de fora me avise, ninguém se mete com a minha garotinha.
Gostaria de ter passado mais tempo com você nas férias, mas são tempos difíceis, a ordem tem tido muito trabalho, os comensais realmente não querem mais se esconder, tem havido cada vez mais ataques e também tenho alguns assuntos pessoais que pretendo lhe contar pessoalmente, o quando está meio distante, acredito que só nos veremos no Natal, prometo que vou compensar isso. Fique atenta, perto dos amigos e cuide bem do seu irmão, não deixe que ele se meta em confusão (se é que isso é possível).
De seu padrinho, Remo.
PS: eu sei que são seus doces favoritos, então aproveite os chocolates, dívida com seu irmão.

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Cara ,
Como sempre se destacando por onde passa, o que me surpreende é o Harry ser bom em poções, esse tal livro é um tanto milagroso, não acha? Os negócios estão indo bem, considerando a realidade, Fred e eu estamos animados, as pessoas tem buscado desesperadamente motivos para rir, a volta das aulas aumentou muito as vendas também.
Roniquinho entrou para o time de quadribol da Grifinória? Diga a ele que se fizer o time perder ele vai se ver conosco aqui em casa, mas com você no time acho difícil acontecer, você não me contou quem são os novos batedores que estão no meu lugar e do Fred, aguardo essa novidade... Me diga quando será o passeio a Hogsmead, irei te visitar.
Carinhosamente, George.

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Nossa querida ,
Não se preocupe tanto assim, suas notas serão as melhores, confiamos no seu potencial, você é muito dedicada, sempre nos enche de orgulho. Também já estamos morrendo de saudades, este ano vamos conseguir reunir toda a família para o Natal, chame o Harry e nos avise com antecedência caso ele aceite o convite, diga a ele que, como sempre, ele será muito bem vindo, e que já está ficando feio tantas recusas a nos fazer uma visita. Convide Rony e Hermione também, não custa tentar não é, adoraríamos conhecê-los melhor, são bons amigos para você.
Os turnos no hospital estão uma loucura, a pediatria anda lotada ultimamente, seu pai está quase se arrependendo de ter aceitado o cargo de cirurgião chefe, mas ele não vai dizer isso em voz alta. Enviamos um dinheiro para você comprar seus doces e o que precisar, quando for àquele vilarejo perto da escola, nós nunca lembramos o nome.
Se cuide! Fique perto do seu irmão e dos seus amigos.
Com amor mamãe e papai
Ps: estamos te enviando doces que sabemos que você adora e não irá encontrar em nenhum lugar da Grã-Bretanha, aproveite as paçocas.


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finalmente conseguira um tempinho para ler as cartas que tinha recebido pela manhã, não pôde deixar de sorrir ao ver as caligrafias de seu padrinho, George e seus pais, não demorou para começar a abrir os embrulhos que vieram com as cartas.
– Esse é aquele doce brasileiro trouxa que você sempre traz? – Rony perguntou.
– É sim! Só vai ganhar um pedaço quem disser o nome corretamente!
– Não vale! – Foi a vez de Harry. – Não falamos português!
– Esperem! Isso é PA-COU-CA! Acertei? – Hermione tentou falar, arrancando risos de pela tentativa meio falha.
– Valeu a tentativa, Mione! – Ela jogou um doce para a amiga, um para o irmão e outro para Rony. – Almocem primeiro, a sobremesa é depois. – Ela levantou o dedo e engrossou a voz para parecer uma mãe. – E o nome é PA-ÇO-CA, se lembrem da próxima vez!
– É claro que Hermione iria saber! Soube que ensina português para ela toda noite! – Rony comentou.
– Não é toda noite, e é uma língua muito difícil, mas vocês também deveriam aproveitar a oportunidade de aprender! – Hermione retrucou.
– Deviam mesmo! Ia ser muito útil na próxima visita aos . – Disse Harry. – É meio estranho, e os pais dela tem que traduzir tudo o que os outros parentes deles falam.
– Era engraçado quando até a tinha sotaque nos primeiros anos. – Rony lembrou, rindo.
– Isso foi só no primeiro e segundo ano, a convivência com vocês me fez perder o sotaque, afinal na maioria do tempo agora eu falo inglês. A propósito! – Ela se virou para Harry. – Você foi praticamente convocado para dar uma passadinha lá no Natal, nem que depois vamos juntos para os Weasley.
– Temos tempo para programar isso. – Harry respondeu, erguendo as mãos em sinal de rendição.
Algumas semanas se passaram desde o encontro de com Draco na sala precisa, desde então, a garota estava mais empenhada que o normal nas tarefas e com ainda mais garra no quadribol, alguns podiam jurar que ela jogava a goles com fúria no olhar, de quem quer que fosse o rosto que ela imaginava na bola, ninguém queria estar em sua pele.
– Nós temos que nos explicar. – Disse Hermione, olhando diretamente para a imensa cadeira vazia frente a mesa dos professores na hora do almoço.
– Hagrid não tem comparecido as refeições no Salão Principal, o que já é um mau sinal, sem contar as poucas vezes que temos o encontrado nos corredores ou nos jardins, ele estava muito misterioso para sequer nos notar ou ouvir nossos cumprimentos. – Foi a vez de .
– Isso é loucura meninas! Nós estamos bem longe de ter tempo livre e vamos visitar o Hagrid? – Rony disse mal-humorado.
– Exatamente isso! – Confirmou Hermione.
– Nós temos que treinar quadribol esta tarde! – Retrucou Rony. – E vamos supostamente praticar aquele Feitiço Aguamenti do Flitwick! De qualquer forma, vamos explicar o quê? Como vamos contar que odiamos aquela matéria idiota?
– Nós não odiamos. – Disse Hermione, com acenando a cabeça em sinal de concordância.
– Falem por vocês mesmas, eu ainda não esqueci dos explosivins. – Rony continuou – Nós escapamos por pouco.
– Eu odeio ficar sem falar com Hagrid. – Hermione disse, parecendo chateada.
– Eu também! Detesto isso... – fez uma careta.
– Iremos até lá depois do quadribol. – Harry assegurou, também sentia falta de Hagrid, embora, como Rony, pensava que estavam melhores sem um Grope ou qualquer outra criatura mágica e perigosa em suas vidas. Mas os treinos iriam levar a tarde toda, os jogos estavam se aproximando e tinham muitos membros novos no time. Mesmo distraído em seus pensamentos com planos para o quadribol, não pôde deixar de notar na mesa da Sonserina, um pouco mais a frente.
– Vocês notaram? O lugar do Malfoy está tão vazio quanto o do Hagrid ultimamente. – Harry comentou. – Tem se ausentado das refeições, das aulas...
– E o que tem isso? – Hermione olhou rapidamente para a mesa da outra casa, voltando a fitar Harry. Ignorando a tensa ao seu lado ao ouvir aquele sobrenome.
– Muito suspeito. Ele está tramando algo, eu sei que está.
– Ainda está nessa Harry? Ele é um imprestável, o que poderia estar tramando além de ser um pé no saco? – Rony revirou os olhos. Mas não conseguia tirar isso da mente desde o encontro com o rapaz na sala precisa, o que ele estava procurando? Por que ele ficou tão assustado quando a viu? E mais preocupado ainda quando ela disse que o havia seguido. Draco realmente estava escondendo alguma coisa, talvez Harry não estivesse tão equivocado assim.
– O que você acha ? – Foi tirada de seus pensamentos pelo irmão.
– Acho que temos os N.I.E.Ms para nos preocupar, matérias para estudar, a Ordem pra ajudar e quadribol para treinar. Não sobra muito tempo para seja lá qual for a frescura do Malfoy, deve ter garotas demais pra ficar.
– Achei seu comentário meio irônico, . – Harry disse encarando a irmã.
– Você só me chama de quando está bravo! Pode parar, o que tem de mal em fazer um comentário irônico? Eu faço isso sempre!
– Você parece estar com ciúme! Eu te conheço, tem rancor na sua voz.
– Ciúme? – franziu o cenho. Tentando disfarçar, olhou para Hermione como um pedido de socorro. – Ciúme de que?
– De quem! Do Malfoy! – Harry disse e Rony riu tanto que se engasgou.
– Você está ficando maluco, cara? jamais nos daria um desgosto como esse.
– Exatamente! – Hermione, por milagre, concordou com Rony (claramente para ajudar a amiga). – Chega disso Harry, você está ficando paranoico, deveríamos começar a nos preocupar?

--------------


O Sol estava se pondo, o treino de quadribol acabara de ser encerrado, o desempenho de Rony estava melhorando, mas achava que seu desempenho poderia ser ainda melhor, precisava apenas vencer a insegurança, ou realmente poderia atrapalhar os jogos, claro que não diria isso ao amigo. Harry, Rony, e Hermione (que sempre assistia os treinos dos amigos) estavam rumando a cabana de Hagrid, conversando sobre estratégias e jogadas quando o caminho foi impedido por Draco Malfoy, Vicente Crabbe, Gregório Goyle, Blásio Zabini e Pansy Parkinson, ou como também eram conhecidos, a Gangue do Malfoy.
- Ora, ora, ora. Se não é o clubinho do Eleito, vejo que estão treinando para perder no quadribol. – Malfoy disse, ele e seu grupo dificultando a passagem dos grifinórios. revirou os olhos, sequer olhou para o rosto de Draco, evitava olhá-lo desde o ocorrido na sala precisa, não queria olhar para ele, falar com ele, falar dele, sequer pensar nele, a última parte sendo a mais difícil de cumprir, mas ela fazia questão de compensar nas outras. A frequência das provocações dos sonserinos tinham sido reduzidas consideravelmente naquele ano, mas ainda sim faziam questão de dar o ar da graça vez ou outra.
- Saia da frente, Malfoy, parece que você anda meio cansado, não seria difícil te derrubar. – Harry já estava ficando se paciência.
– Por que você não tenta, Potter? – Malfoy deu um passo à frente, Harry fez o mesmo, achou melhor intervir, segurou levemente o braço do irmão em sinal de pedido para que ele ficasse no lugar.
– Acabou a palhaçada, se não vão sair da nossa frente, ótimo! Vamos dar a volta, temos mais o que fazer. – disse brava, indicando o caminho aos seus amigos com a cabeça, soltou o braço de Harry e saiu na frente a passos pesados, se distanciando um pouco dos outros, Hermione quase correndo para alcançá-la.
– O que foi isso? – Sussurrou assim que chegou perto de se certificando de que os outros mais atrás não a ouviriam.
– O que?
– Você sequer olhou para ele. – Ela disse ainda baixo.
– Não precisa mais se preocupar com isso.
– Quer falar sobre? – Hermione questionou colocando uma mão no ombro de sua amiga. a olhou e suspirou.
– Não.
Entendo que não era o melhor momento para aquela conversa, Hermione deixou por isso mesmo, por enquanto.
As duas diminuíram o passo para esperar pelos meninos, o quarteto continuou seu caminho encontrando um Hipogrifo cinzento e grande, Bicuço, estava em frente à cabana de Hagrid, com a morte de Sirius, o animal retornou a seu antigo dono.
– Oh meu Deus! Ele ainda é meio assustador, não é?
– Sai dessa, Mione! Você montou nele, não montou? – Rony disse. Harry deu um passo à frente e fez uma reverência para o hipogrifo mantendo o contato visual e sem piscar. Após alguns segundos, Bicuço afundou-se em grande reverência, logo atrás repetindo os passos.
– Como você está? – Harry perguntou em uma voz baixa, acariciando suas plumas, fazendo-o mover a cabeça levemente.
– Nós sentimos sua falta. Mas você está bem aqui com o Hagrid, não está? – se juntou ao irmão fazendo carinho no animal.
Hermione bateu a porta da cabana, puderam ouvir um latido de Canino, o que significava que Hagrid estava em casa, mas não os respondia.
– Hagrid! Abra, nós queremos falar com você! – chamou um pouco mais alto. Não havia mais nenhum som vindo do interior da cabana.
– Se você não abrir a porta, nós a explodiremos! – Harry disse, puxando sua varinha.
– Harry! – Hermione disse, chocada. – Você não pode fazer isso! – já entendo o plano do irmão também sacou a varinha.
– Sim, ele pode fazer e eu também! Saiam do caminho... – Rony e Hermione os olhavam incrédulos.
Antes que pudessem dizer qualquer outra coisa, a porta se abriu de uma vez, Harry sorriu, sabia que abriria, Hagrid os olhava bravo.
– Eu sou um professor! – O meio gigante bradou. – Um professor, Potter! Como vocês ameaçam derrubar a porta da minha cabana?
– Me desculpe, SENHOR. – Harry, enfatizou a última palavra quando guardou sua varinha dentro de suas vestes.
– Desde quando você me chama de 'senhor'?
– Desde quando você nos chama de 'Potter'?
Depois de relutar um pouco, e das mil desculpas e explicações vindas principalmente de Hermione e , o meio gigante acabou cedendo e voltando a ser amigável com o quarteto, que aproveitou o fim de tarde para tomar um chá com o velho amigo.

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estava na biblioteca, o professor Snape conseguia ser ainda mais exigente em DCAT do que em Poções, passava inúmeros deveres. O livro da garota se elevou um pouco na mesa com o impacto de outro livro sendo depositado a sua frente, ao levantar um pouco o olhar, deu de cara com uma Hermione com sobrancelhas erguidas.
– Estou estudando, Mione, você mais do que ninguém deveria entender.
– É exatamente essa a questão, nas últimas semanas você tem somente estudado, sei que é o necessário, mas tem algo realmente errado acontecendo e o episódio no campo de quadribol só me confirmou isso. Precisamos falar sobre Draco Malfoy.
– Só se falarmos sobre o Ronald Weasley também. – Era um truque, sabia que Hermione sempre se esquivava desse assunto, o que a fez perceber o quanto a amiga estava empenhada quando ouviu um “que seja” em resposta. A ruiva suspirou.
– Eu falei com ele.
– Como assim, você falou com ele? Ele respondeu as cartas? – A garota contou tudo, cada palavra que ouvira e como se sentiu.
– Não entendo, realmente achei que ele gostasse de você. – Hermione disse depois de ouvir tudo. – Que idiota! Que cretino! Que filho da puta. – A garota se assustou consigo mesma ao ouvir o palavrão que saiu de sua boca.
– É o Malfoy, não sei por que eu esperava algo diferente vindo dele. – suspirou novamente.
– Ele anda mais estranho que o normal, parece estar doente.
– Eu não quero mais saber, ele quis assim.
– Nunca achei que veria você com tanta raiva. – Hermione se levantou e se sentou ao lado da amiga. – Quer um abraço? Quer que eu dê outro soco no Malfoy? – negou com a cabeça, os olhos marejados, mas não se permitiria chorar. – A propósito, você deu mole hoje pela manhã ao dizer aquilo daquela forma, até o Harry percebeu, foi por pouco. Obrigada por me contar , sei que não está fácil, mas conte comigo, ok?
– Obrigada, Mione. Não me peça mais para falar sobre isso, ok? Me dá vontade de chorar e eu jurei pra mim mesma que não faria mais isso. – A amiga assentiu e ela encerrou o assunto. – Mas agora é sua vez! Quando você e o Rony vão parar de se engalfinhar e assumir um romance? – Disse num tom risonho, rindo ainda mais quando a amiga revirou os olhos.
– Até parece! Rony ainda tem que amadurecer muito para notar algumas coisas.
– Essa tensão toda? Tem que ser muito idiota pra não notar, acho que a questão aqui é aceitar. E falo de vocês dois.
– É melhor deixar tudo exatamente como está. E se isso estragar a nossa amizade?
– Ah não vem com essa, Hermione Jean Granger!

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– Não te incomoda? Não saber quem é esse Príncipe Mestiço? – Hermione questionou mais uma vez assim que os quatro amigos adentraram o Três Vassouras.
– Não. – Harry respondeu simplesmente.
– Eu acho que era um gênio em poções com um apelido brega. – comentou brincalhona. Percebeu Harry tenso ao seu lado, seguiu o olhar do irmão e percebeu que ele encarava Draco Malfoy adentrando o banheiro do estabelecimento, o loiro olhava para todos os lados, como se não quisesse ser seguido, no mínimo suspeito, mas a garota estava lutando para não pensar nisso. O quarteto de amigos se acomodou em uma mesa, cada um fazendo seu pedido de cerveja amanteigada de acordo com seus gostos.
– Que cara mais idiota. – Rony resmungou e os outros seguiram seu olhar encontrando Gina beijando Dino Thomas em uma mesa mais afastada.
– Rony! – Hermione criticou. – Eles só estão de mãos dadas, e.... se beijando. Ok.
– Eu quero ir embora. – Rony já ia se levantando, sendo segurado por Hermione de um lado e de outro.
– Para com isso! – revirou os olhos.
– Está brincando né?
– Aquela ali é a minha irmã! – Disse indignado.
– E daí? E se ela olhasse para cá e visse você me beijando? Você iria querer que ela fosse embora? – Hermione disse tão naturalmente. olhou para Harry e notou que assim como ela, estava se esforçando para conter o riso. A ruiva agradeceu mentalmente a chegada das bebidas e aproveitou para dar um grande gole a fim de disfarçar.
– Diga que concorda comigo Harry, isso é estranho, ele namora minha irmã, então tenho que odiá-lo, uma questão de princípios. – Rony cutucou Harry, e o olhou boquiaberta.
– Você concorda com ele? Maninho?
– Ah! Eu não discordo, tenho que admitir que a ideia de você ter um namorado é meio estranha. – Harry disse, tentando distanciar um pouco sua cadeira da de sua irmã, a cara dela não era das melhores.
– Isso é ridículo!
– Me diz você! Detestava a Cho!
– Mas é claro que detestava! Ela não era nada simpática, você merece coisa melhor. – Discretamente e se certificando que Rony não a veria por estar a seu lado, ela inclinou a cabeça em direção a mesa em Gina estava com Dino, recebendo uma cara feia de Harry como resposta. – Acha que o que? Eu vou ser uma solteirona que mora com 7 gatos? Você não acha que eu nunca sequer beijei um garoto, não é?
– Eu não quero nem pensar nisso! – Harry quem resmungou nessa hora.
– Peça conselhos a Hermione... ela andou muito ocupada com o Krum no quarto ano! – Rony disse aparentemente rancoroso. Hermione revirou os olhos.
– De novo com isso, Rony? Krum é uma excelente companhia, ele sabe como tratar bem uma garota.
Rony estava prestes a retrucar e engatar mais uma das inúmeras discussões com Hermione, Harry e já se arrependendo por terem entrado naquele tipo de assunto, estavam cansados de testemunhar as desavenças dos dois, quando claramente se amavam, quando o garoto abriu a boca, o quarteto foi surpreendido pela presença de Horácio Slughorn.
– Harry, meu rapaz! Como vai?
– Olá Senhor, é muito bom vê-lo. – estranhou aquela atitude a princípio, o favoritismo do professor de poções os incomodava bastante, já havia chamado os Potter para reuniões particulares com “alunos seletos” várias vezes, ia as vezes com Hermione, que também era convidada claro, mas Harry sempre arranjava uma desculpa, o que Izzy invejava, não tinha coragem para recusar os convites, mas os encontros até aquele momento eram entediantes... o professor sempre perguntava muito sobre Harry. A mente se iluminou ao se lembrar que Harry comentara com ela sobre um pedido um tanto peculiar de Dumbledore, para que ele se aproximasse especialmente daquele professor. Aparentemente o irmão levava aquilo bem a sério.
– Ah Harry, é bom ver você também! – O professor respondeu animado.
– Então, o que o traz aqui?
– Tenho uma relação com o bar mais antiga do que eu gostaria de admitir. – Harry riu, um riso forçado, sua irmã podia notar, mas estava se saindo muito bem. O professor estava claramente distraído (talvez efeito do excesso de consumo do líquido em sua caneca), se empolgou um pouco, derrubando cerveja amanteigada em Hermione.
– Cuidado com a onda, Granger! – Slughorn riu mais uma vez.
– Na próxima semana realizarei mais uma das minhas ceias, você vem dessa vez, não vem?
– Claro Senhor, dessa vez eu irei! E será uma honra!
– Ótimo, aguarde a minha coruja, claro que as senhoritas Potter e Granger também serão muito bem-vindas, como sempre. – O velho já ia saindo – Foi bom te ver Wolaby.
– O que você está querendo? – Rony não tinha entendido nada, mas parou de prestar atenção na conversa, outra cabeleira ruiva adentrou o estabelecimento, George Weasley, ela o avisara sobre a data da visita a Hogsmead e aguardava a visita do amigo.
– Onde você vai? – Harry perguntou quando ela bebeu rapidamente o resto de cerveja amanteigada em sua caneca e se levantou da mesa.
– Vou conversar o George. – Ela indicou com a cabeça e o ruivo mais a frente e deu um aceno quando percebeu que o olhavam. – Já volto. – Ela correu para abraçá-lo.
– Que tal irmos dar uma volta? Seu irmão está me encarando com uma cara tão feia, acho que poderia me bater... – George disse e a garota riu.
– Está com medo do meu irmão?
– Ele é Harry Potter, derrotou você-sabem-quem ainda bebê! – Ele exclamou e riu mais alto, saindo do Três Vassouras com George logo atrás dele.

- Flashback on-


– Perverso é o que ele é – disse Rony, com amargura, àquela noite na sala comunal da Grifinória. – Dar um teste no último dia. Estragar o finalzinho do trimestre com um monte de revisões. – Se referia a Snape que, contemplando a turma com um ar malvado, informou que aplicaria um teste sobre antídotos a venenos na última aula do trimestre.
– Hum... mas não se pode dizer que você esteja se matando de estudar, não é? – comentou Hermione, olhando para o garoto por cima dos seus apontamentos sobre Poções. Rony estava entretido construindo um castelo de cartas com o baralho de Snap Explosivo.
– É Natal, Hermione – disse Harry cheio de preguiça; o garoto estava relendo um livro sobre seu time de quadribol favorito, pela décima vez, numa poltrona ao lado da lareira. Hermione lhe lançou, também, um olhar severo, a acompanhando.
– Você deveria estar fazendo outras coisas construtivas além de aprender antídotos, irmão. – disse, ainda estranhando chamar o garoto de irmão, mas era o que eles eram, e ela fazia questão de se acostumar.
– Como o quê? – perguntou Harry, enquanto ainda não tirava os olhos das imagens de seu livro.
– Aquele ovo! É claro. – disse simplesmente. – Você ainda não desvendou a pista para a segunda tarefa, o tempo está passando Harry.
– Tenho até o dia vinte e quatro de fevereiro, dois meses para ser mais exato. – Respondeu o garoto, dando de ombros, Harry guardara o ovo de ouro em seu malão no dormitório e não o abrira desde a festa de comemoração da primeira tarefa, não estava a fim de ouvir aquele berro de agouro novamente tão cedo.
– Mas pode levar semanas para você chegar a uma conclusão! Você vai parecer um perfeito idiota se os outros campeões souberem a resposta para a próxima tarefa e você não. – Comentou Hermione.
– Deixem-no em paz, ele conquistou o direito de tirar uma folga, ele acabou de derrotar um dragão. Um dragão! – Disse Rony enquanto colocava as duas últimas cartas no topo do castelo e a coisa toda explodiu, chamuscando suas sobrancelhas.
– Ficou legal, Rony... vai combinar bem com as suas vestes a rigor, ah, vai. – Eram Fred e George. Sentaram-se à mesa com os três garotos enquanto Rony apalpava o rosto para avaliar o estrago feito.
– Rony, podemos pedir Pichitinho emprestado? – perguntou George.
– Não, ele está fora entregando uma carta. Por quê?
– Porque Jorge quer convidar sua coruja para ir ao baile – Disse Fred sarcasticamente.
– Porque nós gostaríamos de mandar uma carta, seu panacão – Disse George em tom zombeteiro.
– Para quem é que você tanto escreve? – Perguntou Rony.
– Não mete o nariz, Rony, ou vou queimar ele para você também – Disse Fred, acenando a varinha num gesto de ameaça. sorriu para os gêmeos, sabia que deveriam ser negócios dos produtos “Gemialidades Weasley” estavam tentando meios de financiamento para expandi-los.
– Então... vocês já arranjaram par para o baile? – Continuou Fred, olhando de George para , praticamente segurando o riso.
– Não – Respondeu Rony.
– Então é melhor andarem depressa, ou todas as garotas legais vão estar ocupadas – Disse Fred.
– Com quem é que vocês vão, então?
– Angelina – Disse Fred prontamente, sem o menor constrangimento. Ao contrário de seu irmão gêmeo, um rubor surgindo em suas bochechas.
– Quê? – Disse Rony espantado. – Você já a convidou?
– Bem lembrado – disse Fred. E virando a cabeça gritou para o outro extremo da sala comunal. – Oi! Angelina!
Angelina, que estava conversando com Alícia Spinnet perto da lareira, olhou para o garoto.
– Que foi? – Angelina perguntou em resposta.
– Quer ir ao baile comigo? – Angelina lançou um olhar a Fred como se o analisasse.
– Tudo bem. – Disse ela e tornou a se virar para Alícia para retomar a conversa, com um sorrisinho no rosto.
– Pronto – Disse Fred a Harry e Rony – Foi moleza.
– E você George? Com quem você vai?
– É melhor usarmos uma coruja da escola, então, Fred, vamos... – George olhou de relance para e sorriu para ela, Fred levantou-se e se espreguiçou. Os gêmeos Weasley saíram.
– A gente devia começar a se mexer, sabe Harry.. Precisamos convidar alguém. Eles têm razão. Não queremos acabar com um par de trasgos.
– Espero que você não esteja se referindo a garotas como “trasgos”. – Hermione deixou escapar uma exclamação de indignação.
– Hermione, , vocês são garotas! – Rony disse como se tivesse tido uma ideia brilhante.
– Ah, você jura? – respondeu sarcástica.
– Bem observado! – Exclamou Hermione com ainda mais indignação.
– Hermione vai comigo, com Harry, tudo resolvido. Um menino ir sozinho tudo bem, mas uma menina é deprimente.
– Nada é mais deprimente do que ir ao baile com meu próprio irmão, me tira fora dessa!
– E eu não vou sozinha porque acreditem ou não alguém me convidou, e eu aceitei! – Hermione disse brava se levantou e foi em direção ao dormitório feminino. Rony olhou para e ela revirou os olhos já adivinhando o que ele diria.
– Você poderia ir comigo então , se importa, Harry? – O garoto Potter fez que não com a cabeça.
– Você é um idiota, Ronald Weasley! – disse alto. – E não! Não poderia ir com você, porque eu também já tenho par.
– Quem convidou você? – Harry perguntou.
– Não que seja da sua conta. – A ruiva disse mal-humorada. – Mas vocês vão saber de qualquer jeito mesmo. Eu vou ao baile de inverno com George Weasley. Tenham uma boa noite. – Se levantou e fez o mesmo caminho trilhado por Hermione instantes antes.


- Flashback off -


– Me conte as novidades! O que o profeta tem escondido? – A neve já se fazia presente, o que fazia a tarefa de andar rápido ser um tanto mais difícil, mas não estavam com pressa.
– Vejamos. – Ele fingiu pensar. – Você quer as boas ou más notícias primeiro?
– As boas por favor! Acho que já atingi a cota da minha vida de notícias ruins.
– Bom, Gui e Fleur vão se casar!
– Que legal! Mas sinto te informar que eu já sabia. – O ruivo a olhou incrédula. – Harry me contou sobre a estadia com eles na Toca antes de eu chegar. A pergunta que não quer calar é: a sua mãe ainda detesta ela?
– Ela está se conformando, eu diria. Você é a única garota que eu conheço que não fala dela com tom invejoso. – Eles pararam, estavam quase chegando à casa dos gritos, “a casa mais mal assombrada da Grã Bretanha” a ruiva sabia muito bem que não, talvez para ela fosse a mais abençoada, ali ela tinha ganhado os melhores presente de todos, seu irmão e sua verdadeira história.
– A aparência dela é maravilhosa, só um tolo diria o contrário, mas eu nunca teria inveja de um campeão do Torneio Tribuxo, as atrocidades pelas quais foram obrigados a passar.... Eu estou muito bem assim, bem segura e sem traumas relacionados a dragões, sereiranos ou labirintos com uma surpresa mortal em cada esquina. – disse e George riu, abrindo um sorriso, a olhando. – O que foi?
– Você é tão bonita quanto a Fleur, e não tem toda essa questão de torneio. – George começou a se aproximar.
– Obrigada George, sempre me deixando sem graça. – Ela riu, o rapaz se aproximando cada vez mais.
– Sabe, há muito tempo eu venho querendo uma oportunidade para lhe dizer algo, mas nunca dá certo, acho melhor eu te mostrar. – A ruiva sabia o que estava por vir, em certo ponto, ela queria muito aquilo, mas não pelos mesmos motivos do ruivo a sua frente, por um momento se questionou como seria se amasse George, ele com certeza a faria muito feliz, ele jamais a expulsaria de sua vida como Draco tinha feito, pensando nisso, conforme o rosto de George se aproximava do dela, ela não recuou, parte sua queria muito aquilo... mas como um estalo, se tocou de algo: era um de seus melhores amigos a sua frente, não poderia usá-lo daquela forma, não era justo, era?

Capítulo 5 – Escolhas

se afastou de George, que imediatamente entendeu o recado, a expressão triste e decepcionada agora tomando conta de seu rosto.
– Eu... eu não posso fazer isso com você George! Me desculpe. – A garota abaixou a cabeça.
– Não, . – Ele a chamou pelo nome e não pelo apelido, ela sabia que ele estava chateado. – Eu é quem sinto muito, não deveria ter investido assim. Eu achei que... – Ele parou ao notar que a garota olhava para o chão e tentava esconder o rosto com as mãos. – Você está chorando?
– Não. – Ela tentou negar, mas até sua voz estava trêmula. – Droga!
– Ei! . – Ele a chamou e segurou o rosto da garota a fazendo olhá-lo. – O que foi? O que está acontecendo?
– Eu prometi, eu jurei a mim mesma que não ia mais chorar. ¬– Ela soluçou, lágrimas caindo freneticamente de seus olhos e ela estava detestando perder o controle. – Mas isso é tão.... errado... injusto. – Soluçou novamente. – Eu queria, por Merlin, George, como eu queria gostar de você dessa maneira, você é simplesmente um garoto incrível, eu não me perdoaria se te beijasse por beijar, entende? Você é especial demais pra eu te usar para tentar esquecer outra pessoa. – O ruivo não pensou em fazer outra coisa se não abraçar a garota à sua frente, seu coração doendo por vê-la daquela forma, se culpando por ter tentado beijá-la. aceitou o abraço, tentando controlar o choro que vinha tão naturalmente, não conseguindo tirar a imagem de um certo rapaz loiro de sua mente e se detestando por isso.
– Se acalme, , está tudo bem. Você gosta de outro garoto certo? – Ela apenas assentiu com a cabeça sem se desvencilhar do abraço. – Bom se ele te faz sofrer dessa maneira, ele realmente não te merece.
– Eu não consigo suportar a ideia de que você pode se sentir assim. – apontou para o próprio rosto. – Por minha causa, George! Não dá, você não merece isso.
– Ei! , olha para mim. – George para mim. – Eu tô legal, você é uma garota incrível, e não pense que eu vou desistir, eu sou bem persistente, e eu estou feliz em estar ao seu lado nesse momento e ser o ombro amigo pra você chorar, eu sou bem paciente, e quando esse lugar no seu coração deixar de ser preenchido, eu vou estar aqui para te mostrar que você merece o mundo inteiro. Você é linda por dentro e por fora, eu estou grato por você ser sincera comigo, isso só me faz gostar mais ainda de você. Ou talvez eu use uma das poções do amor da loja em você.
– Você não se atreveria! – A ruiva disse ainda chorosa.
– Está me desafiando? – Ele limpou as lágrimas do rosto dela. – Agora pode por favor parar de chorar? Eu mereço pelo menos ter o meu dia iluminado por um sorrido seu, não é? Vamos lá, o que eu faço para conseguir um? Uma careta? – Ele fez uma careta. – Ou eu posso...dançar, sabemos que não sou um bom dançarino, você sempre me ajuda com isso. – George Weasley começou a dançar, tentando imitar os passos de ballet que um dia lhe mostrara na Toca juntamente com Hermione. Tentativas realmente frustradas e totalmente erradas, ali sim, soltou uma gargalhada sincera, juntamente com um sorriso.
– É exatamente disso que eu estou falando, senhorita Potter.
– Obrigada, George.

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– Então, sobre o que você e o George conversaram? – Harry perguntou, os quatro estavam voltando de Hogsmead para Hogwarts.
– Hmmm. – fez suspense, na verdade para selecionar mentalmente o que devia e não devia contar. – Muitas coisas, sobre como está indo a loja, planos da Ordem da Fênix, os novos membros do time de quadribol, ele disse que está feliz por você, Rony.
– Mesmo? – Rony perguntou. – Não ameaçou atentar contra a minha vida se eu fizer o time perder? – apenas riu. – Já entendi!
– Relaxa, Rony, você vai jogar bem. – Hermione o encorajou.
– Vocês dois, seria legal. – Harry comentou.
– O que exatamente você quer dizer maninho?
– Que se você namorasse com o George, seria legal. – Harry disse e Hermione começou a tossir, o olhou como se uma nova cabeça estivesse brotando de seu pescoço.
– Harry, agora a pouco você disse que não queria nem pensar na possibilidade de me ver namorando...
– Mas um dia você vai, melhor que seja com ele, um garoto legal.
– Você seria minha cunhada , até eu percebo que ele gosta de você e mamãe iria adorar ter você na família, não que já não seja considerada, seria a nora favorita dela comparada a Fleur. – Rony comentou e fechou os olhos e riu de nervoso mesmo.
– Obrigada, Rony, mas eu e George somos amigos, nada mais que isso, quer dizer, o George é incrível, mas não o vejo assim.
– Coitado, meu irmão está na friendzone. – Rony disse e recebeu uma bola de neve na cabeça jogada pela ruiva. – Ei!
– E de quem é que você gosta, maninha?
– De quem é que você gosta, maninho? – devolveu a pergunta de Harry, sabia que era território perigoso com Rony bancando o irmão ciumento. Os quatro estavam rindo do rumo que a conversa tomara quando de repente perceberam uma movimentação estranha vinda de duas garotas também da Grifinória, que caminhavam mais a frente, quando se deram conta, Cátia Bell estranhamente levitou no ar, emitindo sons um tanto peculiares e depois caiu bruscamente no chão gelado coberto por neve, não precisava ser nenhum gênio para saber que ela foi vítima de um feitiço muito ruim, perigoso. Uma maldição talvez?

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Uma semana havia se passado desde o ataque a Cátia Bell, era impossível ignorar os rumores que se passavam nos corredores da escola, o mais estranho é que o pacote que a garota carregava não era para si, e sim para Dumbledore, para estava claro que alguém estava tentando atingir o diretor, e assim como o mesmo previu no primeiro dia de volta a Hogwarts, utilizando os próprios alunos da escola, era claro que Bell tinha sido enfeitiçada, mas quem o teria feito? Harry insistia em dizer que foi Draco Malfoy, realmente também o tinha visto em Hogsmead, mas aquilo não era prova suficiente, ou ela queria acreditar que não, o garoto com quem trocava cartas não seria capaz de tal maldade, mas o loiro parecia ser outra pessoa ultimamente.
Naquela manhã e seus amigos tinham aula de Herbologia com os alunos da Lufa-Lufa.
– Isso é basicamente uma tortura! Voldemort matou nossos pais, destruiu a nossa família e Dumbledore faz você ver toda a história dele? – sussurrou para não levar uma bronca da professora Sprout
– Também não entendo, por que ele está te mostrando todas essas memórias? – Rony também quis saber.
– Ele diz que é importante conhecê-lo, assim saberemos o que fazer para derrotá-lo. – Harry explicou.
– Então o que nós já sabemos sobre Você-Sabe-Quem? – Hermione perguntou.
– Que ele é um psicopata desde criança. – respondeu e todos riram. – Eu e Hermione fizemos algumas visitas à biblioteca, a família Gaunt era bem tensa, absolutamente estranhos pra dizer o mínimo, muito me admira Tom Riddle pai ser um trouxa, dada a criação absolutamente preconceituosa dessa família, descendentes de Sonserina... – Ela disse tentando mais uma vez colher a vagem que insistia em fugir.
– A mãe dele estava realmente apaixonada. Raiva, é isso que ele devia sentir, se formos parar para pensar, Voldemort deve ter matado a família por permitirem que ele fosse mestiço. – Hermione completou.
– Já pararam para pensar nisso? Os comensais da morte prezam tanto por essa baboseira de sangue puro e seguem fielmente o filho de um trouxa, com o nome de um trouxa. Não faz nenhum sentido. – falou e todos concordaram. Voltando suas atenções às vagens que insistiam em lutar para não serem colhidas, naquele momento todos queriam ser como Neville, que já colhia sua quarta vagem sem muita dificuldade.
– Então, como foi a reunião do “Clube do Slugue”? – Rony quebrou o silêncio novamente, não tinha obtido sucesso com nenhuma vagem ainda.
– O de sempre, puxa saco pra cá, bruxos famosos pra lá, pelo menos a comida estava muito boa dessa vez. – deu de ombros. – Você não está perdendo nada, Rony.
– O Harry adorou a sobremesa. – Hermione comentou e entendeu na hora ao que se referia, rindo das bochechas recém coradas do irmão, Gina tinha chegado atrasada, na hora da sobremesa.
– Acho besteira essas festinhas do Slugue, não iria nem se fosse convidado. – Rony disse mal humorado.
– O professor disse que podemos levar um convidado na próxima festa. – Harry desconversou.
– Sério? Hermione com certeza vai levar o McLaggen. – Rony disse e Hermione o olhou inexpressiva.
– Na verdade eu ia convidar você.
– Jura?
– Sim. Mas não vou mais nem me dar ao trabalho. – Hermione respondeu e novamente Harry e reviraram os olhos e se olharam, uma maneira silenciosa de se perguntarem por quanto tempo Rony e Hermione manteriam essa “guerra”.

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– Não não não ! O Harry não, por favor. Deixe os meus filhos em paz, por favor! São apenas crianças. – A mulher gritava e, com um último urro em pedido por misericórdia, um jato de luz verde a atingiu. Segundos depois, o bruxo encapuzado se desviou do corpo já sem vida de Lilian que jazia no chão, a varinha foi apontada para o primeiro berço no quarto o outro logo ao lado, os bebês choravam assustados, tanto pelos gritos da mãe quanto pela presença estranha.
– Avada Kedavra! – O bruxo falou, um jato de luz verde se direcionando ao garoto Potter bem na frente de sua irmã.

? ? – Quando a garota abriu os olhos, avistou uma Hermione preocupada, seguida por Parvati e Lilá que resmungavam algo sobre terem sido acordadas.
– O que foi, Mione? – Ela perguntou sem entender nada.
– Você estava gritando, , cada vez mais alto, estava tendo um pesadelo? – Hermione explicou, ignorando os resmungos das outras duas garotas com quem dividiam o quarto.
– Eu estava tendo um pesadelo, um que eu não tinha há muito tempo. – parou e colocou a mão na testa, reparando o quanto estava suada. – Eu sempre achei que era apenas um pesadelo, agora entendo que é mais uma lembrança. Me desculpem! O que foi que eu disse?
– Você ficou o tempo inteiro gritando: não. – Lilá disse e olhou para a janela. – Ótimo, já amanheceu, não vamos conseguir dormir novamente. – Ela disse e logo saiu do quarto, sendo seguida por Parvati.
– Você também disse: “Não mate o Harry” uma vez, com o que você estava sonhando? – Hermione perguntou, se sentando a beira da cama da amiga.
– Eu acho que estava revivendo o dia do ataque em Godric’s Hollow, tinha... uma mulher gritando muito, um quarto de bebê, um bruxo encapuzado e muitos jatos de luz verde saindo de sua varinha. – se levantou e pegou o quadro com a foto da família Potter que tinha ganhado de seu padrinho, ficava ao lado de sua cama junto com a rosa que tinha ganhado de Draco, ela levantou a foto e mostrou para a amiga, a bebê no colo do pai Thiago Potter, e o bebê no colo da mãe Lilian Potter a quem apontava. – Ela estava lá, gritando, implorando pelas nossas vidas. – Depois apontou para o garotinho na foto. – Quando eu acordei, o feitiço tinha atingido o Harry. Foi uma lembrança, nem sabia que eu conseguia me lembrar disso. Eu estava revivendo o dia do assassinato dos meus pais e quase o do meu irmão, eu ia ser a última. – A ruiva se sentou na cama novamente. Encarando a foto.
– Eu... sinto muito, , você está bem? – Hermione perguntou, mas não respondeu, parecia ocupada olhando para o lado de sua cama.
– Eu preciso me livrar disso! – Apontou para a rosa encantada a beira de sua cama. – Não faz sentido nenhum guardar.
– Você pode se arrepender se fizer isso. – Disse Hermione entendo a distração da amiga.
– Acho que não, bom vou fazer isso mais tarde, agora eu preciso ver o Harry.

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Harry tinha acordado animado, era dia de jogo, estava confiante sobre o resultado, só precisava dar um jeito de tirar a insegurança de seu melhor amigo, Rony parecia estar passando mal, assim que colocou os pés na sala comunal da Grifinória naquela manhã, sua visão foi tampada por uma cabeleira ruiva, alguns fios até entraram em sua boca, a irmã rapidamente colocando os braços em volta dele, que mesmo sem entender a demonstração gratuita de carinho, correspondeu o forte abraço.
– Eu tive um pesadelo, mamãe estava nele, você e... Voldemort. Foi algo horrível! – sussurrou ainda sem soltar o irmão. – Por Merlin Harry, como sou grata por você estar vivo. – Harry não pode deixar de se preocupar com a irmã, sabia que ambos estavam no cômodo quando a família foi atacada, ele foi atacado, sua irmã com certeza assistiu tudo, mesmo sem entender o que acontecia pela pouca idade, foi algo traumatizante de se ver, ele próprio sabia, pois todas as vezes que era atacado por Dementadores, era o grito de sua mãe que ouvia.
– Você está ok?
– Estou. – disse finalmente soltando o irmão. – Eu sei que não digo tanto quanto deveria, mas... você é minha família, meu sangue, eu amo você!
– Eu também amo você, irmã! – Harry disse sorrindo para ela, passando uma mão no cabelo de para arrumar alguns fios que se bagunçaram com o urgente abraço. – Seu cabelo é tão mais organizado que o meu, não entendo como isso é possível! Acha que o pesadelo foi uma lembrança?
– Acho que sim, eu costumava ter esse pesadelo quando era criança, sempre acordava gritando, meus pais ficavam preocupados, nunca entenderam, bom eu também não entendia. Agora eu sei.
– Eu também tenho pesadelos assim.... Só você mesma pra me entender. – Harry levantou a mão e eles deram um high five.
– Nós passamos por muita coisa juntos, irmãozinho. É como Fred e George dizem: É coisa de gêmeo. – disse tentando imitar os gêmeos Weasley.
– Não espere que comecemos a falar as coisas juntos. – Harry riu.
– Jamais! – disse fazendo careta ao imaginar aquela possibilidade.
– Bom dia pessoal! Hoje é o grande dia! As apostas na Grifinória estão bem altas, boa sorte! – Neville Longbottom disse aos Potter, animado, sendo seguido por Dino Thomas e Simas Finnigan.
– Grande jogo! – Simas exclamou. – Não nos decepcione capitão! – Ele apontou para Harry e riu.
– Sem pressão, não é mesmo. meninos? – Ela brincou.
– Não vou nem te desejar sorte, . – Simas pegou a garota no colo e a fez girar. – Você, Gina e Harry no mesmo time... só temos feras esse ano, A COPA JÁ É NOSSA. – A colocou de volta no chão.
– Não se esqueça do Rony! – A ruiva disse. – Onde ele está, por falar nisso?
– Ele ainda não saiu do quarto! – Neville falou. – Acho melhor você ir ajudar, Harry. – Harry assentiu. – Vamos tomar café da manhã, nos vemos mais tarde, nos acompanha?
– Vou esperar a Hermione, ela ainda não saiu do quarto. Guardem nossos lugares!
– Pode deixar! – Neville e Simas disseram juntos, saindo pela porta da sala comunal. Dino se sentando em uma poltrona, provavelmente esperando por Gina, que também não tinha aparecido ainda.
– Harry?! – chamou quando o garoto já estava subindo as escadas para os quartos. Quando ele a olhou ela prosseguiu. – Ele está muito mal?
– Eu acho que tenho um plano, espero que funcione. – Harry piscou maroto para a irmã.
– Pode começar a contar!

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O jogo foi um sucesso, para os alunos da Grifinória, é claro, e para infelicidade dos alunos da Sonserina, o desempenho de Rony no jogo foi incrível, ele ficara muito mais confiante depois de supor que Harry tinha colocado um pouco da poção “Felix Felicis” em seu suco matinal, de acordo com foi um ótimo plano.
Gina e conseguiram marcar uns bons pontos, estavam até preocupadas com o substituto de Cátia Bell, mas não foi um problema, o garoto até que ajudou muito em algumas jogadas, faltaram alguns jogadores da Sonserina, o que colaborou com a vitória também, além de claro, Rony ter feito todas as defesas com maestria. não pôde deixar de notar a ausência de Malfoy, tanto no campo jogando, como na arquibancada. Por mais que tentasse, não conseguia parar de se importar, em suas cartas, era nítido o quanto ele amava o esporte, um sentimento de impotência a invadia, junto com o sentimento de orgulho, Draco tinha dito para a garota ficar longe dele, ela não iria tentar novamente, se não poderia ajudar, com certeza era melhor se afastar.
A comemoração na sala comunal da Grifinória estava a todo vapor, os sonoros “Weasley é nosso rei!” ecoando por toda a torre, todos muito felizes, comemorando e dançando, foi para seu quarto trocar suas vestes do time de quadribol por roupas mais confortáveis (menos suadas) e comuns. Ao voltar, tanto Harry como Rony e Hermione não estavam mais na sala comunal.
– Gina? – perguntou a garota, meio sem graça por ter atrapalhado os amassos da mesma com Dino. – Você viu Harry, Rony ou Hermione?
– Harry e Hermione eu não sei , mas o Rony saiu agora pouco com a Lilá. – Gina explicou e e olhou confusa.
– Como assim? Com a Lilá?
– Em que mundo você estava ? Você não viu o beijão que meu irmão e a Lilá protagonizaram aqui agora a pouco? – A garota Weasley contou e a ideia de Rony com Lilá quase embrulhou o estomago de , não tinha absolutamente nada a ver.
– Eu estava me trocando, me conta isso direito, por favor.
Logo depois que Gina contou todo o ocorrido a pouco só conseguia pensar em uma coisa: precisava encontrar Hermione. Depois talvez ela poderia socar o Rony. Não foi preciso procurar, Harry e Hermione logo entrando pela porta da sala comunal, pode perceber os olhos vermelhos da amiga, ela havia chorado, Harry fez um sinal para a irmã com a cabeça que entendeu rapidamente o pedido, se aproximando dos dois.
– Mione, está uma barulheira danada por aqui. O que você acha de irmos para o dormitório? Aqui não dá para conversar. – disse e Hermione assentiu em resposta, as garotas tinham uma longa conversa pela frente.

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Era sábado à tarde, estava aproveitando seu horário livre para se sentar as margens do lago negro congelado, de vez em quando gostava de ficar sozinha, para pensar, escorada em uma arvore, hora ou outra jogava uma pedra no lago, se não estivesse puro gelo poderia fazê-las quicar antes de afundar, tinha aprendido maneiras de jogar as pedras corretamente com seu pai quando acampavam quando era pequena, mas se contentava com o barulho delas batendo e as vezes quebrando o gelo.
As baixas temperaturas do inverno fazendo questão de se fazer presentes, o vento gelado batendo em seu rosto, fazendo seus cabelos longos voarem a faziam sentir um pouco de saudade de casa, do calor do Brasil, nunca foi muito apreciadora do frio, foi uma das coisas mais difíceis em sua adaptação no Reino Unido. Fechou um pouco mais seu casaco, realmente estava fazendo muito frio naquele dia, ouviu uma movimentação e, quando olhou para o lado, avistou o garoto de cabelos loiros também ao vento, a encarando. Ela se virou para a frente novamente, fazendo força para encarar o lago, não conseguiu, então fechou os olhos, a imagem do garoto gravada em sua mente, por que é que ele tinha que ser tão bonito? Ela, suspirou, de repente começou a se sentir sufocada, seu coração cheio de vontade de ao menos encará-lo, correr em sua direção e abraça-lo, sua mente gritando para que saísse dali, pois a única coisa que poderia ganhar seria sofrimento. E foi o que ela fez.
Abriu os olhos e se levantou, caminhando de volta ao castelo, ainda não estava longe quando ouviu um “eu sinto muito” vindo da voz que ela conhecia muito bem, vivia sonhando com ela. parou, mas não se virou, se questionando se tinha realmente ouvido algo ou fora apenas fruto de sua imaginação.
– Não vou repetir, . Eu sei que você me ouviu. – Ele esperou que ela se virasse em resposta, mas como não o fez, continuou. – Sabe, eu estava preparado, imaginei que você iria me odiar, brigar comigo, gritar comigo, até mesmo me bater, eu conseguiria conviver com isso, mas isso, eu não consigo suportar, não posso viver com você fingindo que eu não existo.
A garota se virou e o encarou, Draco não sabia dizer se ela iria gritar algum xingamento para ele ou socá-lo, ele sorriu, era a primeira vez em muito tempo que ele podia olhar em seus olhos e ter o olhar dela em resposta. Ela pensou em não responder, virar as costas e sair, mas precisava deixar algumas coisas bem claras.
– Inacreditável! – o olhava incrédula, balançando a cabeça de um lado para o outro em negação.
– O que? – Ele deu passos à frente, chegando perto da garota, sua mão indo em direção ao seu rosto, mas ela segurou seu braço bem acima da marca negra recém colocada ali, ela não sabia disso, Draco deixou escapar um gemido de dor e a garota rapidamente soltou seu braço, se questionando sobre a quantidade de força que tinha aplicado ali, não era sua intenção machucá-lo, mas ela não pediria desculpas, ele não deveria ter tido a audácia de tentar tocar seu rosto.
– Você! Você é inacreditável! Eu não sou um mero brinquedo, Malfoy, que você brinca quando tem vontade e depois joga fora quando não quer mais. Talvez você não tenha percebido, mas eu tenho sentimentos. Sentimentos esses que não suportam essas suas mudanças repentinas de humor. Não mais. Você não pode viver com alguém fingindo que você não existe? Experimente enviar cartas para alguém durante dois meses como uma idiota sem receber uma mísera resposta.
– Eu nunca quis magoar você. Você precisa acreditar nisso. – A afirmativa soou mais como um pedido, uma súplica. Desculpas.
– Só estou fazendo o que VOCÊ disse que era melhor a fazer, esse lance de ficar me provocando ou aos meus amigos com a sua gangue? É ridículo!
– É a única forma de falar com você. – Ele tentava olhá-la nos olhos, mas ela sempre desviava. – Eu... eu preciso saber, eu vi você quase beijando um gêmeo Weasley em Hogsmead, vocês estão.... namorando? – Ele fechou os olhos, estava apavorado com a resposta que iria ouvir, aquela cena não saíra de sua mente desde que a vira, nunca tinha sentido inveja de um Weasley antes, mas aquele gêmeo (ele não sabia dizer qual era) naquele momento estava segurando seu mundo inteiro e Draco nunca quis tanto socar alguém como naquele dia.
– Engraçado, está com ciúme, Malfoy? Sinto lhe informar, isso realmente não é da sua conta. – poderia muito bem ter negado, mas gostou da ideia de Draco pensar que ela estava seguindo em frente, tomar um pouco do próprio veneno (se é que aquilo realmente o incomodava), já que ele parecia muito determinado a ser o maior pegador de Hogwarts e viver agarrando garotas diferentes pelos corredores.
– Não estou mais namorando a Pansy.
– Eu não perguntei, mas... que pena! Não é o que aparenta, você faz questão de praticamente engolir a garota pelos corredores. – disse em tom sarcástico. – Fiquem à vontade para continuar as provocações se quiserem, mas não esperem algo em resposta, eu CANSEI! Como foi mesmo que você chamou? – Ela fingiu pensar apontando para ela e para ele em seguida – Ah! Jogo! Você mesmo disse que tinha acabado, era importante pra mim, sabia? Mas você deixou bem claro que não é recíproco. E eu não quero jogar. Eu mereço muito mais que isso.
– Finalmente concordamos em algo, você realmente merece muito mais. – Ele disse e ela suspirou.
– Acho melhor você não tentar mais falar comigo, não que eu me importe, mas acredito que não fará bem a sua tão “respeitada” reputação, ser visto com uma Grifinória, você claramente se importa com isso. Fez suas escolhas, Draco, conviva com elas. – soltou um riso fraco, balançou a cabeça novamente.
– Eu queria ser bom para você, mas eu não sou. Eu queria poder explicar, por Merlin, como eu queria, mas você só me odiaria mais. – revirou os olhos, novamente ele estava querendo decidir algo por ela, a única que saberia quem era bom ou não para si era ela mesma. – Parabéns pelo jogo, todos estão dizendo que você foi brilhante.
– Você não tem como saber, não é mesmo? Não estava lá para ver...
– Então você sentiu minha falta? – Draco perguntou, um sorriso convencido brotando em seu rosto. A ruiva olhou uma última vez para o loiro, suspirou novamente, tinha muito a falar, mas não valeria a pena. Se virou e voltou a andar em direção ao castelo.
– Você vai continuar me ignorando? Fingindo que eu não existo? – O garoto perguntou esperava um “sim” ou “não” vindo da garota, mas o silencio serviu como uma resposta ainda mais certeira. – Que droga, . – Draco sussurrou vendo a garota se distanciar cada vez mais até desaparecer a sua frente. Estava estático, não conseguia se mover. – Eu sinto sua falta.

Capítulo 6 - O pedido de Snape

A situação entre o quarteto da Grifinória nunca esteve tão complicada. Hermione contara a sobre a briga feia que teve com Rony no dia do jogo de quadribol, o ruivo agora estava namorando com Lilá Brown, o que resultou em uma Hermione bem chorosa sendo aconselhada pelos Potter e, desde então, Rony e Hermione não se falaram mais, Harry e se revezavam, em alguns momentos o garoto ficava com Rony e a irmã com Hermione, depois trocavam, e assim iam seguindo.
– Eu nunca prometi nada para Hermione. – Rony resmungou para , era seu “turno” com o amigo, estavam saindo do grande salão depois do jantar, talvez Harry estivesse na biblioteca com Hermione naquele momento. – Quero dizer, eu poderia ir com ela para a festa de Natal de Slughorn, mas ela nunca disse nada. Somos apenas amigos. O que significa que sou uma pessoa livre... não sou?
– É claro que é! – disse. – Bom... depende, você tem um compromisso com a Brown, não é?
– Tenho... é claro, e estou muito feliz com isso!
– Que bom! Agora só falta você e a Hermione voltarem a se falar.
– Volto a falar com ela quando vier me pedir desculpas por ter me atacado.
– Não foi bem um ataque Rony, foram alguns passarinhos.
– Você diz isso porque não viu, eu poderia ter me machucado seriamente. – Disse dramático.
– Claro... como quando Almofadinhas te arrastou pela perna e você ficou gritando por aí que iam ter que amputar.
– Aquela foi por pouco! Mais algumas mordidas e o Sirius teria me aleijado.
– Ah, com certeza viu. – revirou os olhos e riu. – Mas me conte... o que tem de tão especial na Lilá?
– Ela é... quente! – As bochechas de Rony começaram a corar.
– Ok! Não preciso saber disso, me arrependi de perguntar. – fechou os olhos a abanou as mãos tentando afastar as imagens que estavam lhe surgindo na mente. O ruivo gargalhou alto.
– Poderiam ser você e George, mas você não colabora... Fica colocando meu irmão na friendzone. – Rony comentou, no mesmo momento, bem à frente da dupla, Draco Malfoy passava pelo outro lado do corredor, uma oportunidade se iluminou na mente de .
– George é um sonho! – Ela disse em alto e bom tom, claramente em uma intenção infantil de que o loiro ouvisse, não pode deixar de sorrir vitoriosa ao ver que Draco a encarou brevemente. Ele tinha ouvido, e sorriu vitoriosa. Rony por sua vez a olhou com a sobrancelha erguida. – Mas... eu não posso mandar no meu coração, ele é meu amigo, não consigo vê-lo de outra forma.
– E quem é que você vê dessa forma, ? Ninguém aqui parece ser bom o bastante pra você, que Harry não me ouça, mas a maioria dos caras da escola são a fim de você e você não está nem ai!
– Você é quem pensa! – A ruiva piscou para o amigo, que a olhou boquiaberto.
– A irmã do meu melhor amigo come quieto? Vou ter que dizer isso a ele.
– A irmã do seu melhor amigo é sua melhor amiga, babaca, e isso não diz respeito a ele, de qualquer maneira. – Ela bagunçou os cabelos do amigo.
– Ei! Não é não, Hermione é minha melhor... – Ele parou a fala no meio do caminho se lembrando da atual situação.
– O que você estava dizendo Rony? – Quem gargalhava era agora.
– Você é uma chata! – Rony disse rindo também.
– O que tem tanta graça, Won-won? – Foram surpreendidos por Lilá Brown pulando nas costas de Rony. Lilá encarava , que podia jurar que a garota estava com raiva.
– Estávamos relembrando alguns momentos engraçados do passado. – A ruiva desconversou. – Peça para o Rony te contar. – A Potter parou no meio do caminho. – Vou me juntar a Harry e Hermione, devem estar na biblioteca. – Ela disse para Rony e se virou para a garota loira. – Não precisa me olhar assim, Brown, ele é todo seu. Até mais. – Saiu andando.
Won-won... com certeza iria usar esse apelidinho fofo contra Rony em um momento oportuno. Seguiu pelos corredores rumando para a biblioteca, encontrando Harry e Hermione de saída do local.
– Ela vai te proibir de ir à biblioteca se você não tiver cuidado. Por que você tinha que trazer aquele livro estúpido?
– Não é minha culpa que ela está latindo furiosa, Hermione. Ou você pensa que ela não escutou que estávamos zoando o Filch? Eu sempre achei que havia algo entre eles... – Harry sugeriu e Hermione riu.
– De quem é que vocês estão falando mal? – disse se fazendo ser notada pela dupla.
– Madame Pince. – Hermione respondeu ainda rindo. – Praticamente expulsou Harry da biblioteca quando viu o estado de seu livro de poções. – Eles voltaram a andar pelos corredores.
– Madame Pince tem um caso com o Filch? – fez uma careta. Aproveitaram a caminhada ao longo dos corredores desertos, iluminados pelos abajures rumo a sala comunal, discutindo se Filch e Senhora Pince poderiam estar secretamente apaixonados.
– Com quem você vai à festa do Slug, ? – Harry mudou o assunto. A irmã arregalou os olhos.
– Eu realmente tinha me esquecido desse detalhe! Preciso resolver isso. Com quem você vai? A Hermione eu já sei.
– Eu estava pensando em convidar a Luna, como amigos mesmo, mas podemos ir juntos também.
– Nós vamos estar lá juntos de qualquer maneira, irmão. Vamos dar chance para mais gente curtir a festa. – disse e finalmente chegaram à porta da sala comunal.
- Bugigangas! – Disse Harry à Mulher Gorda, que respondeu abrindo a porta para os três.
– Oi, Harry! – Disse Romilda Vane, uma garota do quarto ano, correndo assim que ele apareceu pelo buraco de retrato. – Aceita um gelinho? – Hermione deu-lhe um olhar de aviso sobre os ombros. não entendeu o que acontecia.
– Não, obrigado. – Harry disse depressa. – Não gosto muito. – ficou ainda mais sem entender, ele gostava sim.
– Bem, leve estas de qualquer maneira. – Disse Romilda, enquanto empurrava uma caixa nas mãos do garoto. – Caldeirões de chocolate, têm sabores neles. Meus avós os enviaram a mim, mas eu não gosto.
- Oh, certo, muito obrigado. – Disse Harry que não pôde pensar em mais nada para dizer. – Eu preciso ir agora. – E voltou a acompanhar Hermione e .
– O que foi isso? – A ruiva quis saber.
– Hermione acha que Romilda e as amigas estão tentando me fazer tomar poções do amor. Não ajuda o fato de que não convidei ninguém para a festa de Natal ainda. – Harry explicou.
– Mas que vacas! – disse. – Me conta isso direito depois, Mione.
– Tá. – Hermione disse, mas de repente sua face ficou branca, ela avistou Rony e Lilá sentados na mesma poltrona. – Bem, boa noite a vocês. – Disse indo para o dormitório feminino sem dizer mais nada.
– Quando é que isso vai acabar? – Harry resmungou para a irmã.
– Logo, eu espero. – Ela respondeu, a mesma expressão de cansaço em sua face.
– Eu vou para o dormitório também, vai ficar ok por aqui? – Harry disse.
– Eu tenho algo para resolver, pode ir, daqui a pouco eu vou. – sorriu para o irmão, que correspondeu, depois virou as costas e se foi para o quarto.
caminhou apressadamente em direção a Simas Finnigan, que estava mais ao canto da sala comunal conversando com Neville Longbottom.
– Boa noite, meninos! – Os garotos a responderam no mesmo tom rapidamente.
– Simas, eu posso falar com você? – Ela perguntou apontando com a cabeça para conversarem à sós.
– Ok. – Ele se levantou e se afastaram um pouco de Neville. – Pode falar.
– Antes vou deixar claro que isso não tem intenção nenhuma de ser um “remember”, ok? Você gostaria de ir à festa de Natal do Slughorn comigo? Como amigos.
– Eu não recuso uma festa por nada! Com certeza. – O garoto exclamou. – Tem certeza que não pode rolar um “remember”? – revirou os olhos e o olhou.
– Não faça eu me arrepender de te convidar, Finnigan! Sabe que eu e você não damos certo, somos ótimos como amigos.
– Não custa tentar ué. Uns beijos sem compromisso não fazem mal a ninguém, sabe. – Ele riu e ela o acompanhou negando com a cabeça.
– Estamos combinados então, até lá. – se virou na direção dos dormitórios.
– Valeu, heim! Até! – Simas disse se voltando para a mesa onde estava sentado conversando com Neville.
Claro que na mente da garota um sentimento de frustração estava presente, ela queria ter convidado um certo garoto loiro da Sonserina, mas ele disse que não a queria por perto, então o que ela poderia fazer além de sentir falta de suas cartas? Adentrou o quarto e Hermione estava escondida embaixo das cobertas, não sabia se estava chorando ou dormindo e achou melhor não a incomodar. Olhou para a cabeceira de sua cama, a rosa ainda jazia ali, assim como a caixa vermelha cheia de cartas, ainda estava embaixo de sua cama, não tivera coragem de se livrar dos itens, ainda diziam tanto sobre si mesma, sobre um Draco Malfoy que ela queria saber onde estava, porque o garoto cabisbaixo e sem foco que andava pelos corredores do castelo não era o mesmo.
Naquela noite, foi para a cama se confortando que teria apenas mais um dia letivo para o semestre acabar e que depois a festa de Slughorn, ela e Harry seguiriam juntos para passar alguns dias no Brasil com sua família, depois seguiriam para a Toca.
– Mione? – chamou, mas não obteve resposta. – Bem, boa noite!
Parecia impossível que Rony e Hermione fizessem as pazes antes dos feriados, mas talvez, de alguma maneira, o afastamento lhes daria tempo para se tranquilizar e pensar melhor nos seus comportamentos... Quem sabe o mesmo não se aplicaria a ela e Draco?

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A professora Minerva também não estava facilitando, na verdade, nenhum professor estava para brincadeira naquele ano. Eles tinham entrado em um tópico extremamente difícil de transfiguração humana, trabalhando em frente a espelhos, onde tentavam mudar a cor das próprias sobrancelhas. andava calmamente pelos corredores, acabando de sair da aula de Transfiguração, tentando organizar a bagunça de pergaminhos e livros que carregava, de repente, os papéis de suas mãos começaram a voar, a garota bufou assim que avistou Pansy Parkinson empunhando a varinha, em companhia de Daphne Greengrass e Emilia Bulstrode que estavam rindo alto, “haja paciência” pensou, logo se abaixando para pegar os papeis, tentando controlar o impulso de lançar uma azaração em Parkinson. Ao se levantar teve o caminho bloqueado pelas três.
– Será que vocês podem sair da minha frente? Ou será que o intelecto das senhoritas não é capaz de entender o que eu falo? – tentava, mas era difícil não se irritar com aquelas garotas.
– Como está o seu irmão, Potter? Diga a ele para aproveitar o tempo que lhe resta, não vai demorar muito para que o Lorde das Trevas chegue até ele, mal posso esperar para ver isso. – Pansy disse, o sorriso triunfante no rosto ao notar a irritação na expressão da garota a sua frente.
– Retire o que disse, Parkinson! RETIRE AGORA! – A varinha de já estava em punho. A paciência acabou, não se importava muito se zombassem de si, mas NINGUÉM poderia falar algo assim de sua família, não aceitaria ameaças a Harry, fossem elas vindas de qualquer pessoa.
– Olha só! A Potter quer brigar. – Pansy disse apontando a varinha para a ruiva. – Ou deveria chamá-la de ? Combina mais com você, é mais... sangue-ruim.
– Me chame do que quiser, eu tô cagando para o que você e as idiotas das suas amigas falam de mim, mas não se atreva a falar do meu irmão!
– Você vai se arrepender por falar assim comigo, garota! – A morena praticamente gritou, ainda apontando a varinha para a ruiva. – Anteoculatia! – Mas Pansy não pegou de surpresa, ela esperava por isso.
– Protego! – bradou, a varinha em direção a morena.
O feitiço ricocheteou, chifres como de cervos começaram a crescer na cabeça de Pansy, que gritava de raiva enquanto suas amigas tentavam lhe ajudar. não conseguiu conter o riso.
– Não é como se você já não usasse esse acessório na cabeça, Parkinson, só ficou mais... visível. Já que estão tão ocupadas, eu vou indo meninas, aproveite os chifres Pansy!
Foi tudo muito rápido, assim que virou as costas para o outro lado do corredor, Daphne Greengrass para vingar a amiga, atingiu a ruiva com um feitiço estuporante, a garota Potter girou no ar, ao bater no chão percebeu que algo amortecera sua queda, o que ajudou, mas não a livrou de sentir algumas dores pela pancada, meio tonta, ao tentar se levantar, percebeu não caiu em algo e sim em alguém, o cheiro de perfume amadeirado tão familiar inundando suas narinas, ao abrir os olhos pode notar a gravata verde e prata, caíra perfeitamente em cima do peito de Draco Malfoy, rapidamente olhou para seu rosto, conferindo se o tinha ferido, encontrando apenas olhos azuis bem abertos, assustados e uma expressão não conhecida no rosto, talvez dor. Para foi como se tivesse novamente quatorze anos, a última vez que ficara tão próxima assim de Malfoy, nenhum dos dois soube dizer por quanto tempo ficaram se encarando ali, deitados no chão, acordaram do transe com uma garota de voz irritante e chifres de cervo gritando, aparentemente preocupada.
– DRAQUINHO! DRAQUINHO! ESSA IDIOTA MACHUCOU VOCÊ? – Pansy empurrou de cima do garoto, se desiquilibrando pelo novo peso na cabeça.
– Que merda é essa? – Ele perguntou, não sabia dizer se falava sobre a cabeça da morena ou sobre o recente “ataque” que sofrera, estava ocupada demais tentando se levantar, conferindo visualmente se tinha machucado o loiro, claramente não, visto que se levantou mais rápido que ela e nem se quer ofereceu-lhe ajuda. Típico.
– Eu posso saber que confusão é essa? – Bradou um Severo Snape com expressão nada amigável no rosto.
– Potter me atacou, professor! – Parkinson acusou apontando a cabeça. – Olha o que ela fez!
– Sua mentirosa! Eu apenas me protegi! Você tomou do seu próprio veneno, sua cobra! – retrucou.
– Chega! – Snape disse praticamente entrando no meio das duas. – Malfoy! – Ele chamou e se virou para o loiro. – Você parece estar de fora da situação, o que aconteceu?
– A Potter está dizendo a verdade. – Draco respondeu e tanto quanto Pansy não conseguiam acreditar no que ouviam. – Eu estava virando o corredor quando vi Pansy lançar o feitiço e ela se defender, Daphne a estuporou quando já tinha virado as costas, caiu em cima de mim.
– Eu machuquei você? – não conseguiu se controlar, precisava saber.
– Não fale com ele! – Pansy disse com sua voz esganiçada, mas Malfoy fez sinal de não com a cabeça.
– Certo! – Snape falou. – Parkinson vá para a enfermaria Madame Pomfrey vai dar um jeito.... – Ele fez cara de nojo. – Nisso. Potter, na minha sala, agora! – bufou, sabia que responder seria em vão, e aquilo era muito injusto.

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A sala de DCAT nunca foi tão escura, tinha vontade de sair abrindo todas as janelas do lugar para ver se o clima tenso passava, mas Snape continuava a encarando sem dizer nada, inexpressivo.
– Desculpe, professor. – Ela começou. – O senhor vai me aplicar alguma detenção ou não? – Ainda não estava entendendo o motivo do professor não ter tirado no mínimo 50 pontos da Grifinória.
– Não a chamei aqui para lhe aplicar uma detenção, senhorita. Está aqui para que eu possa parabenizá-la, os resultados dos seus últimos testes foram impressionantes. A melhor nota da turma. – Snape retirou um pergaminho de uma gaveta, entregando-lhe a prova com sua letra, gabaritada.
– Impossível. Melho0r que a Hermione? Não pode ser! – Ela recebeu apenas uma sobrancelha erguida de Snape em resposta. – Obrigada. – Na verdade, não sabia nem como agir.
– Não pude deixar de notar, que a senhorita tem estado mais focada ultimamente. Alguma razão em especial?
– Preciso passar nas NIEM’s, quero ser curandeira. Tenho me dedicado muito senhor.
– Ótimo! Realmente ótimo. – Deu uma pausa como se quisesse ter certeza do que iria dizer em seguida. – Tenho uma proposta a lhe fazer, quero que ajude o senhor Malfoy com os deveres, ele tem tido... dificuldades ultimamente. – Snape disse simplesmente, queria rir, aquilo parecia uma piada de muito mal gosto. Era sim, uma baita detenção. – Você receberá todos os devidos créditos estudantis de uma tutora, é claro.
– Acho que seria melhor ter perdido pontos da minha casa. – A garota riu, não sabia nem como agir diante daquilo.
– Ainda posso mudar de ideia. – Snape disse sem humor.
– Professor, eu acredito não ser a pessoa mais indicada para isso, Malfoy me odeia, não vejo possibilidade de isso dar certo. – não conseguia parar de pensar de onde o professor tirara aquela ideia, no mínimo, maluca. – Com certeza deve ter alguém mais qualificado para isso.
– Não foi o que eu vi hoje senhorita, o senhor Malfoy a defendeu, não é algo que faz o perfil dele, e como foi eu quem indicou, ele vai aceitar a sua ajuda, não terá escolha. Você é uma garota muito bondosa, , não consigo te ver recusando ajudar alguém. Escolhi você por acreditar que é a mais qualificada para a tarefa.
– Mas... é o Malfoy, senhor!
– Não se prenda às atitudes dele, vou lhe contar uma breve história: eu tinha uma amiga em minha época de escola, uma garota incrível, inteligente e corajosa, mas eu cometi um erro, um erro terrível, e ela nunca mais falou comigo, não tem um dia sequer que não me arrependa disso, eu não tive uma segunda chance... O que eu quero dizer é que: algumas pessoas merecem o benefício da dúvida, me entende? Dê ao menos uma chance, se junte a ele na biblioteca por algumas horas na semana, ajude-o com os deveres. – suspirou. Não sabia explicar, mas a história de Snape estava quase amolecendo seu coração.
– Eu sinto muito, professor, digo pela sua amiga. – A garota não sabia muito bem o que dizer.
– Eu também sinto, senhorita, todos os dias da minha vida. – O professor fechou os olhos.
– Não tem possibilidade de ter o perdão dela? – não sabia explicar, mas seu coração se entristeceu muito com o pequeno desabafo e conselho do professor, talvez realmente estivesse pegando pesado com Draco, talvez ele merecesse uma segunda chance, o sentimento de ajudá-lo ainda estava em seu coração, junto com a mágoa, mas estava. E não significava que precisavam ter o mesmo relacionamento de antes.
– Receio que não. Espero que guarde segredo quanto a isso, menina.
– Claro senhor, não vou dizer a ninguém. Não é uma história minha para contar. Supondo que eu aceite... estamos perto do Natal.
– Vai começar a ajudá-lo depois do feriado, é claro, não há o que fazer neste momento. Então posso contar com você? – Snape a olhava, enigmático. nunca conseguia definir bem se o professor estava zangado ou feliz. A garota fechou os olhos e suspirou novamente, tomando coragem.
– Tudo bem, eu aceito, mas por favor, diga ao Malfoy para se comportar e colaborar comigo, uma gracinha e não o ajudarei mais.

Capítulo 7 - Interesse

estava animada para a festa de Slughorn, ouvira dizer que até mesmo um vampiro estaria presente, o que aumentou consideravelmente a sua curiosidade, além de que, adorava festas, música e boas conversas. Finalmente ficou pronta, sua mãe lhe enviara um vestido especialmente para a ocasião, a garota deixou os cabelos soltos e escovados, fez uma maquiagem clara. Se olhou no espelho, gostou muito do que viu, se perguntou o que Draco pensaria se a visse com aquele vestido, logo balançou a cabeça, espantando os pensamentos, impossível, ele não iria a festa, não pertencia ao “Clube do Slugh”, muito menos alguém o teria convidado. Havia combinado com Simas de o encontrar na sala comunal para irem juntos a festa, que seria na sala do professor de Poções, Hermione já havia saído para encontrar Córmaco, a intenção da amiga de provocar Rony ao fazer isso aparentemente deu certo, visto que o ruivo empalideceu “inexplicavelmente” ao ouvir quem iria acompanha-la à festa no dia anterior.
– Desculpe a demora. Eu realmente perco um pouco da noção do tempo quando estou me arrumando. – disse assim que encontrou Simas a esperando sozinho na sala comunal. O garoto a olhou de cima a baixo.
– A espera valeu muito a pena. – Simas disse com um sorriso torto no rosto. – Você está lindíssima, . Vamos?
– Obrigada Simas! Você também está encantador! – Ela disse simpática ao rapaz que usava um traje de festa preto e vermelho. Eles começaram a caminhar lado a lado.
– Estou muito animado, ouvi dizer que Slugh convidou grandes nomes da magia para esta noite, não vou esquecer essa chance , eu realmente lhe agradeço.
– Imagina! A companhia é muito boa, eu não perderia a chance de chamar um amigo, quanto mais gente, melhor.
– Eu claramente concordo, acho legal isso sabia? Apesar do que rolou entre a gente, somos amigos.
– Nós somos pessoas muito maduras, podemos dizer. – A ruiva riu. – E... nos beijamos, foi bom, repetimos algumas vezes, começamos a discordar no quesito “volta de Voldemort”, não rolou mais, vida que segue.
– Eu fui um idiota no ano passado, você é incrível , uma das garotas mais legais e bonitas dessa escola. Espero não ter ferido seus sentimentos.
– Ambos sabemos que era mais uma colaboração mútua pra suprir carência! – Ela riu da cara de ofendido de Simas.
– Você me usou, eu me sinto ofendido. – Ele riu também. – Quando quiser me usar novo, me chama tá?! – O moreno piscou para a garota.
– Você está precisando se apaixonar de verdade, Simas.
– Posso aproveitar antes disso.
– Não vou discordar, mas não vai aproveitar comigo. – respondeu a piscadela.
A cada passo que davam, os sons de risada, música e conversação alta estavam aumentando cada vez mais. não sabia se tinha sido construído assim, ou talvez o professor tivesse usado algum artifício mágico para fazê-lo, mas o escritório de Slughorn parecia ser muito maior que os escritórios de professores habituais. O teto e paredes brilhavam com esmeraldas, rubis e ouro, se assemelhando a uma tenda, uma luz vermelha fixa a um abajur dourado fazia parte da decoração, ornado, brilhando no centro do teto no qual fadas de verdade voavam em volta, como pontos brilhantes de luz.
A música era alta, acompanhada pelo que pareciam bandolins soando em um canto distante, realmente havia muitas pessoas ali, alunos, alguns professores e grandes nomes do mundo bruxo. Vários duendes estavam servindo-os, do modo deles, por entre as pernas dos bruxos, quase não era possível vê-los embaixo das travessas prateadas pesadas de comida que eles estavam carregando, acima de suas cabeças, pareciam pequenas mesas andando de um lado para o outro entre as pessoas.
– Minha querida , seja muito bem-vinda! Gostaria de lhe apresentar a algumas pessoas, venha, seu irmão já chegou! – Slughorn estava usando um chapéu aveludado decorado com bolas para combinar com sua jaqueta. Pegou o braço da garota e a conduziu em meio aos inúmeros rostos presentes ali, a ruiva olhou para trás a procura de Simas e viu que o garoto estava muito bem distraído perto da mesa de doces. Pararam perto de Harry e Luna que conversavam com dois homens, um deles com aparência estranhamente pálida e olhar vazio.
, eu gostaria que você conhecesse Eldred Worple, um antigo aluno meu, o autor de “Os Irmãos consanguíneos: Minha Vida Entre os Vampiros” e, claro o amigo dele, Sanguini.
– Senhorita Potter é um grande prazer conhecê-la. – Worple disse beijando a mão da garota. – Estava agora mesmo dizendo ao seu irmão o quanto gostaria de ajudá-lo a escrever uma biografia, seria um prazer escrever isto. As pessoas almejam saber mais sobre Harry Potter. Se você estiver disposta a me conceder algumas entrevistas, contando a sua versão, digo por terem crescido separados, nós poderíamos ter um livro pronto dentro de meses.
– Uma biografia? – olhou segurando o riso para Harry. – Muito interessante!
– Eu definitivamente, não estou interessado - Disse Harry firmemente, fechando a cara. Ambos os irmãos não puderam deixar de notar o olhar faminto do vampiro Sanguini a um grupo de garotas do outro lado da sala, já se direcionando a elas.
– Sanguini, fique aqui! – Worple disse, duramente, para o vampiro. – Aqui, distraia-se com isto. – O homem disse, enquanto agarrava um duende que passava e o deu na mão de Sanguini antes de voltar a dar atenção para Harry. – Meu jovem, o ouro que poderíamos ganhar, você não tem ideia.
fechou a cara junto a Harry, achou as atitudes do homem à sua frente um tanto quanto rudes.
– Acabei de ver uma amiga, se me derem licença. – Harry disse educadamente, rapidamente pegando nas mãos de Luna e e as trazendo consigo, caminhando até Hermione que estava mais ao fundo.
! Harry! Oi Luna, ainda bem que encontrei vocês, acabei de deixar o Córmaco, debaixo do visco. – Hermione explicou. – Ele é muito grudento.
– Por que você o convidou então? – Harry perguntou severamente.
– Para provocar o Rony.
– Esse objetivo foi atingido. – falou. – Nem te conto Mione. – Ela olhou do irmão para a amiga. – Estão querendo fazer uma biografia do Harry.
– Estava demorando! – Harry cutucou a costela da irmã e revirou os olhos. – Você não tinha trazido o Simas? Onde ele está?
– A última vez que o vi estava comendo doces. – Deu uma olhada rápida pelo local e não encontrou o moreno, deu de ombros. Hermione tentando se esconder atrás dos amigos.
– Eu disse que seria melhor você convidar o Smith. – disse a amiga.
– Estou começando a considerar que talvez fosse melhor mesmo, McLaggen faz Grope parecer um cavalheiro. – Os quatro dirigiram-se para o outro lado do salão, quase atropelando duendes no caminho. A professora Trelawney os parou, aparentando estar consideravelmente bêbada reclamando por ter que dividir sua matéria com o centauro Firenze, quando finalmente conseguiram se desvencilhar da professora alterada, Harry se afastou um pouco e sussurrou para Hermione, conseguiu ouvir:
– Você planeja contar ao Rony que você interferiu nas provas de goleiro? – Harry perguntou e Hermione elevou as sobrancelhas.
– Você realmente acha que fiz isso Harry? – Harry olhou seriamente para ela. parou de prestar atenção na conversa dos dois, avistou McLaggen caminhando na direção deles, achou melhor avisar.
– Gente, ele vem vindo aí. – Foi muito rápido, Hermione saiu para o outro lado da sala, olhou para Harry e ele assentiu, entendo que ela iria seguir a amiga, aproveitando para pegar e comer alguns petiscos das bandejas no trajeto. A comida e bebida da festa realmente estavam uma delícia.
– Então você fez aquilo? Com o Córmaco, fez ele perder a bola nos testes? – perguntou quando já estavam distantes.
– O Rony queria tanto entrar no time, eu sei que foi errado, mas... eu só queria ajudar.
– Eu te entendo, Mione, sei das suas intenções, mas isso foi arriscado, o que aconteceu com “eu prefiro morrer a ser expulsa”? – sorriu para a amiga, colocando uma mão em seu ombro em sinal de apoio.
– Virei amiga de vocês. – Hermione disse rindo.
– Está dizendo que somos más influências? – fez cara de ofendida.
– Péssimas! – Ambas riram, juntas. –Você disse mais cedo que precisava me contar algo, o que era?
– O Snape me pediu para... – estava tomando coragem para contar aos amigos sobre a tarefa que Snape lhe passara, talvez contar a Hermione primeiro lhe traria mais coragem para contar a Harry e Rony, não conseguia imaginar qual seria a reação deles. – Para ser tutora do Draco, ajudá-lo com as matérias, as notas dele estão muito baixas.
– O que? Como assim? E você aceitou? – Hermione disse boquiaberta.
– Aceitei. Eu preciso... dos créditos.
– Ah eu sei quais são esses créditos. – Hermione riu e fez cara de ofendida. – E o que o Draco acha disso?
– Eu não sei, o Snape disse que ele concordaria... Não entendi por que eu, tem garotas mais inteligentes, como você.
– O Snape é cruel, não burro, acha que ele mandaria alguém com... meus pais?
– Isso não significa nada Mione, pare com isso.
– Para eles significa. Você sabe como é , acharam que você era nascida trouxa por três anos.
– Sei, mas você sempre deu mais importância pra isso do que eu. Eles são... – foi interrompida por uma aparente confusão se instalando: Draco Malfoy sendo arrastado pela orelha em direção ao centro da festa por Argo Filch. Uma corrente elétrica percorreu toda a espinha da ruiva.
– Professor Slughorn – Ofegou Filch. – Eu peguei este menino espreitando um corredor do andar superior. Ele diz ter sido convidado a sua festa e estar atrasado. Você realmente o convidou? – Malfoy se livrou das mãos de Filch, aparentemente furioso.
– Não, eu não fui convidado! – O loiro disse furiosamente. – Eu estava tentando entrar de penetra, satisfeito?
– Não, não estou! – Disse Filch, numa declaração de superioridade estampada em sua face. – Você está muito encrencado rapaz! As ordens mandam não rondar por aí, a menos que você tenha permissão, não é?
- Certo, Argo está certo. – Disse Slughorn. – É Natal, e não é um crime querer vir a uma festa. Então, nós esqueceremos qualquer castigo e você pode ficar, Draco.
A expressão de furiosa decepção do velho era perfeitamente visível, o homem saiu da sala resmungando a passos pesados. sabia que Malfoy não estava realmente querendo entrar na festa, no andar superior Filch tinha dito... ele estava rondando a sala precisa, aquilo estava começando realmente a incomodá-la, afinal, o que ele tanto fazia ali? No dia em que conversaram, ele parecia estar à procura de algo, mas o que? E por que ele sempre se dirigia a sala em horários um tanto suspeitos? se aproximou discretamente para ouvir e ver melhor o que procederia, do outro lado, Harry fazia o mesmo.
Malfoy forçou um sorriso no rosto e agradeceu a Slughorn por sua generosidade.
– Não é nada, nada. – Slughorn disse renunciando aos agradecimentos de Malfoy. – Eu conheci seu avô, afinal de contas...
– Ele sempre falou muito bem sobre você, senhor. – Malfoy disse depressa. – Dizia que você era o melhor para fazer poções que ele havia conhecido...
encarou Malfoy. Era absolutamente normal vê-lo puxando saco dos professores da Sonserina, o que a incomodava era sua aparência, cada vez pior, o olhar baixo, sem brilho, parecia doente, suas olheiras extremamente escuras, sua pele apresentava uma cor cinzenta. A preocupação imediatamente invadiu seu coração, mesmo que não quisesse, não conseguia parar de pensar nos motivos de todo aquele visível sofrimento do rapaz, e não poder fazer nada só piorava toda aquela sensação.
– Eu gostaria de ter uma palavra com você, Draco. – Snape disse de repente.
- Agora, Severo? – Slughorn disse soluçando novamente. – Por Merlin, não seja muito duro.
– Eu sou o Diretor da Casa dele e eu decidirei quão duro, ou caso contrário, gentil, devo ser. – Snape disse, ríspido. – Siga-me, Draco.
Eles partiram, Snape à frente com Malfoy o seguindo, de cara feia. Harry saiu da festa logo em seguida e estava decidida a segui-los, mas seus planos foram atrapalhados por um Simas Finnigan muito alegre.
– Hey , aquela ali é Guga Jones! A Guga Jones, capitã das Harpias de Holyhead! Esta festa está demais! E o vampiro! Você viu o vampiro? Eu o achei meio assustador, parece estar com fome, e bem, nós somos a comida, não?

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Demorou um pouquinho, mas conseguiu sair da festa depois de apresentar Worple e seu amigo vampiro a Simas, os corredores escuros dificultavam sua visão, retirou os sapatos de salto para que seus passos não ecoassem pelos corredores anunciando a sua chegada, ao virar um corredor deu de cara com Snape e Draco vindo de frente para si. tentou disfarçar, mas eles já a tinham visto, não tinha muito o que fazer.
– Veja só Malfoy, a festa não está tão interessante assim, os convidados já estão até mesmo indo embora. Boa noite senhorita Potter! – Snape disse cordial.
– Bo... boa noite senhor. – Ela disse tentando não parecer nervosa. – Achei melhor ir me deitar, grande viagem terei amanhã, até o Brasil.
– Certo, estava mesmo dando as boas notícias ao senhor Malfoy, espero que o tempo que passarão juntos seja produtivo.
– Você realmente concordou com isso, Potter? – Draco falou pela primeira vez se direcionando a garota.
– Me surpreende mais você ter concordado Malfoy, até onde eu sei, você não gosta muito de ajuda. E eu já especifiquei as minhas condições.
– Não é como se o professor Snape me desse a chance de recusar.
– É, parece que você realmente não tem tido muita escolha... não é o que você sempre diz? – Ela nem queria, mas alfinetar o garoto estava ficando praticamente automático.
– Você não faz a mínima ideia. – Draco disse, suspirou e olhou feio para Snape, que correspondeu o olhar apenas com uma sobrancelha erguida. A curiosidade incomodando , parecia que escondiam algo. O loiro bufou, se virou e saiu a passos pesados virando no primeiro corredor a sua frente.
– Peço desculpas pela falta de educação do meu aluno, tenha uma boa noite, Potter. – Snape disse cordial e se virou, seguindo na direção oposta a que Draco tinha ido.
– Boa noite, professor. – Ela respondeu, mas não tinha exatamente certeza se ele tinha ouvido, o que lhe restava era ir para a sua sala comunal, não tinha mais clima para voltar a festa, seguiu no mesmo caminho que Draco Malfoy fizera minutos atrás. Não imaginava que ao virar o corredor daria de cara com o loiro.
– Eu preciso saber: por quê? – Draco perguntou, mas ela não estava necessariamente prestando atenção no que ele dizia, levou a mão no peito e suspirou, ele lhe dera um baita susto.
– Ai que susto! – Ela sussurrou.
– Estamos quites então, pela noite na sala precisa, responda a minha pergunta.
– Duas coisas Malfoy: primeira, não ouvi o que você disse, estava ocupada demais tentando não deixar o meu coração sair pela boca, e... segunda, ainda não estou falando com falando com você!
– Difícil hein.... considerando que depois do feriado vamos ter que estudar juntos. É loucura, por que concordou com isso? As pessoas podem... descobrir sobre nós. – Draco perguntou a olhando nos olhos, naquele momento queria dizer a verdade, que aceitou porque era uma maneira de manter algum tipo de contato com ele, mas seu orgulho ainda estava muito ferido, por isso mentiu.
– Se é com isso que está preocupado fique tranquilo, não existe um “nós” – fez o sinal de aspas com as mãos – para que descubram, não existe nada. Aceitei unicamente porque a proposta de Snape foi muito boa, vou ganhar créditos por isso, eu preciso muito sabe, para depois que me formar, a carreira em que pretendo entrar não é muito fácil... não quer dizer que precisamos ser amigos. É uma relação estritamente profissional: eu ensino, você aprende, eu ganho créditos e você não bomba nos NIEMs! Todo mundo sai ganhando! Você deveria me agradecer.
– Então é apenas por interesse? – Draco se aproximou da garota, esperava que ela recuasse, mas ela não o fez, apenas o lançou um olhar firme, talvez fosse um aviso de que fosse melhor não se aproximar. – O que o seu namoradinho Weasley acha disso? Ele sabe que você levou o Finnigan para a festa hoje?
– Puro interesse... no meu futuro! E eu já disse que esse assunto não é da sua conta, ninguém tem que achar nada. – Ela disse rabugenta.
– Acho que ele não vai gostar de saber que você vai passar tanto tempo com alguém tão... interessante, quanto eu. – Ele deu um sorriso torto.
– Eu tinha me esquecido do quão convencido você é! Ou essa cena toda seria ciúme, de novo... Malfoy?
– Talvez sim, talvez não... você gostaria de descobrir? – Draco disse e a ruiva revirou os olhos, se virou e ia andando quando ele segurou em sua mão. – Espera... Não precisa me tratar como um estranho, sabe que não somos. – Aquelas palavras a desarmaram, se virou para olhá-lo novamente e naquele momento ela viu o verdadeiro Draco, o garoto com quem teve seu primeiro beijo, com quem trocou cartas por dois anos, aquele a quem contou seus segredos e guardava os dele.
– Já que estamos procurando respostas, me diga: por que me defendeu naquele dia? Por que disse ao Snape que a Parkinson me atacou?
– Porque é a verdade.
– Você nunca pareceu se importar com isso, sinceramente. – A ruiva disse o olhando nos olhos.
– Eu mudei, muito. – Ele correspondeu o olhar.
– Não tem como eu saber disso, você não me quer por perto, se lembra? – disse, se esforçando para que sua voz não parecesse embargada pela quantidade de mágoa que aquelas palavras traziam. Draco por sua vez continuou a se aproximar, a garota foi dando passos para trás até bater as costas na parede, o olhou nos olhos, o loiro escorou suas mãos na parede ao redor de , estavam tão próximos que podiam sentir o hálito um do outro, as respirações ofegantes.
– Perto assim? – O garoto perguntou, não conseguia raciocinar direito, o coração batendo rapidamente. – E você, ? Quer que eu me afaste agora? – Ela apenas balançou a cabeça em sinal de negação. Esse foi o sinal que o garoto precisava para seguir em frente. Uma mão subiu até encontrar uma mecha de cabelo solta no rosto da ruiva e colocou atrás de sua orelha, estavam muito expostos, a qualquer momento poderiam ser vistos, mas naquele momento, Draco não se importava, sua vida estava uma bagunça, uma onda de sofrimentos, ameaças e medo, ele precisava de alguma coisa, alguém, que enchesse seu coração de alegria novamente, e sabia bem que a garota a sua frente era a única capaz de tal feito.
Aproximaram seus rostos, ele encostou os lábios nos dela delicadamente, ela imediatamente fechou os olhos, a mão livre de Draco foi parar em sua cintura, o beijo começou devagar, suas línguas como velhas amigas se reencontrando. Aos poucos, foi se aprofundando, ambos com um misto de sentimentos, saudade, paixão, desejo, urgência.
Os pés descalços da garota faziam o rapaz ficar consideravelmente mais alto que ela, o que fazia com que a nuca do rapaz precisasse se inclinar levemente para chegar até seus lábios. O loiro apertou sua cintura com mais empenho, dessa vez com as duas mãos, apertando o corpo contra o dela, a prensando levemente na parede fria, a ruiva direcionou uma mão aos cabelos loiros dele, vez ou outra os puxando devagar, a outra fazia leves carinhos em sua nuca, o arrepiando. Aquele vestido dela não estava o ajudando a raciocinar direito, nenhum dos dois estava raciocinando direito naquele momento, apesar da parede fria em que estavam encostados, tudo estava quente. Seus corpos tão colados que poderiam ser um só. As mãos da garota desceram da nuca do rapaz até encontrar seu peito, o empurrando, sem uso de muita força, para trás, descolando seus lábios. Ambos respirando fundo e apenas se olhando, para recuperar o folego.
Como quem acorda de um sonho, processara o que acabara de acontecer ali, seu desejo era pular nos braços do garoto novamente e ficar ali a noite inteira, mas não era assim que deveria ser, não, porque o garoto a sua frente era Draco Malfoy, nada relacionado a esse nome poderia ser simplesmente fácil, ela voltou a olhá-lo, séria.
– Bom, nos vemos depois do feriado, peço ao Snape para lhe comunicar meus horários livres. – Soltou-se dele, virou as costas e começou a andar. Estava confusa, precisa pensar, e naquele ambiente, perto daquele garoto em especial, ela não conseguiria.
– Ou você pode me mandar uma carta me informando seus horários. – Ele disse um pouco mais alto para que ela pudesse ouvir com a distância, passando os dedos nos lábios mais para provar que aquele beijo não tinha sido mais um de seus sonhos.
– Escrever para você? Espere sentado. – Ela gritou de volta, sem se virar para olhá-lo.
– Eu não ligo. – Draco disse, o tom mimado exalando em sua voz. – Pois eu vou te escrever no feriado, aguarde, Lady vai bater em sua janela. – Draco disse, ela revirou os olhos e não se virou novamente para olhá-lo.

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sempre achou a viagem no Expresso de Hogwarts muito divertida, podia estar com os amigos e apreciar as lindas paisagens, os mais próximos a conheciam bem e sempre deixavam o lugar mais perto da janela reservado para ela. Estava na cabine com Rony e Harry, tinha recém chegado, encontrou-se com Hermione e Gina anteriormente, já que estava praticamente impossível que Rony e Hermione dividissem o mesmo espaço. Ouvira, há pouco, o irmão contar que estava ainda mais convicto de suas suspeitas a respeito de Draco Malfoy, ouvira uma conversa muito suspeita do rapaz com Snape na noite anterior, Snape tinha feito um voto perpetuo, voto esse que quem quebrasse morreria, o que isso queria dizer? Draco Malfoy, aquele nome a tinha custado o sono na noite anterior, a lembrança do beijo como um loop em sua cabeça, claro, foi um lapso, se deixou levar pelo momento, pela saudade, e não deixaria que acontecesse novamente, não queria se envolver, não mais do que já estava envolvida, mas os olhos azuis acinzentados do loiro não saiam de sua mente, repetindo várias perguntas, as principais “porque tudo tinha que ser tão complicado quando se tratava de Draco?” ou “o que significava aquele beijo?”. E que beijo! Muito melhor que seu primeiro, a garota emburrou a cara ao pensar que se devia pela “experiência” adquirida pelo rapaz.
– O que você tem, ? Tá fazendo uma cara estranha. – Harry perguntou e foi a deixa que ela precisava para contar tudo o que precisava, ou, quase tudo.
– Tá legal, não surtem, ok? – suspirou tomando coragem pela milésima vez.
– Toda vez que diz isso você joga uma bomba na gente. – Rony disse de boca cheia, ele e Harry estavam devorando doces do trem.
– Certo, não deixa de ser... – Ela suspirou. – Quando eu briguei com a Parkinson no corredor....
– Preciso dizer que você arrasou! – Rony a interrompeu. – Aqueles chifres ficaram hilários! Assunto da semana...
– Não foi bem intencional da minha parte, mas... O Snape não me deu uma detenção, na verdade, ele me fez um pedido.
– Pedido? Que pedido? – Harry perguntou.
– Lá vai: ele me pediu para fazer tutoria com Draco Malfoy, já que as notas dele estão muito baixas. E eu aceitei. Eu preciso dos créditos extras...– As reações foras diversas, Rony arregalou os olhos, chocado. Harry a princípio estreitou os olhos, mas depois sua expressão se suavizou.
– Você ficou maluca? Vai ajudar aquele bosta? Aquele cara não merece nada.... nunca nos deixou em paz! – Rony disse alto. fitou o irmão, esperando que dissesse algo.
– Na verdade, isso vai ser bem útil. – Harry disse e quem fez cara de desentendida foi . Então ele continuou: – Você vai poder espionar de perto, saberemos o que ele está tramando.
– Você não só nem ficou bravo com isso, como gostou e quer que eu espione o Malfoy? – disse boquiaberta. – Harry Potter você está se ouvindo? Você está obcecado maninho.
– Você vai ver que tenho razão. Você não ouviu o que eu ouvi ontem, ele estava se gabando por ter sido escolhido para algo. Acho que Voldemort lhe deu uma missão. E você não acha estranho o fato de Snape ter te pedido para ajudar? Os dois são farinha do mesmo saco, e agora poderemos saber de tudo mais de perto. – Ele disse e revirou os olhos. – E eu não preciso me preocupar com isso, você sabe se cuidar sozinha, eu tenho pena do Malfoy caso ele faça alguma gracinha.
– Isso é verdade, jamais vou me esquecer da surra que você e Hermione deram nele no terceiro ano. – Rony comentou, depois olhou para a porta da cabine, parecia aterrorizado, quando seguiu o olhar do amigo viu Lilá Brown escrevendo coraçõezinhos para Rony no vidro embraçado, saindo logo depois de dizer que sentia saudade.
– Que lindo! – Harry disse rindo.
– O que meu irmão quis dizer foi: eca! – completou rindo também.
– Que inferno! – Rony resmungou. – Ela é sufocante...
– Você está com problemas, Won-won. – disse sorrindo brincalhona para o amigo. – Devemos falar sobre isso?

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A estação Kings Cross estava belíssima como sempre, achava que os tijolos à vista davam um toque especial na paisagem, que só melhorava quando estava cheia de pessoas queridas, os primeiros a serem notados pela ruiva e seus amigos foram os Weasley, sempre alegres e carinhosos, questionaram quando e Harry se juntariam a eles, os Potter iriam passar alguns dias no Brasil na casa da família adotiva de , Hermione já se dirigia a seus pais, sentiria falta da amiga na Toca , a briga dela com Rony já estava passando dos limites, mas quem teria coragem de interferir? Olhando ao redor pôde ver Draco mais a frente, acompanhado de uma belíssima mulher loira de expressão presunçosa, sua mãe, Narcisa Malfoy, não pode deixar de notar o carinho com que acolhia o filho, realmente, em suas cartas o rapaz sempre disse que sua mãe era doce, a descrevia como sua ancora, naquele momento invejou a mulher, não por aparência ou riqueza, mas por poder estar com ele, cuidar de Draco, protegê-lo, por mais que não quisesse admitir, aquele era o maior desejo de seu coração.
Outra coisa incomodara : a ausência de seus pais no espaço, será que tinham se atrasado? Seus pensamentos se esvaíram de sua mente assim que viu Remo Lupin de braços abertos a sua frente, não pensou duas vezes e correu na direção do mesmo.
– Padrinho! Achei que só o veria na Toca! – Ela disse sem o soltar do abraço.
– Surpresa! – Ele disse para a garota. – Seus pais estão um pouquinho mais ocupados que o normal e me pediram para levar você e o Harry para o Brasil, eu estou com tempo livre por esses dias e as companhias ofertadas são as melhores, não pude recusar! – Remo disse e estava quase dando pulos de alegria. – Claro, vamos ter que tomar algumas medidas de segurança, feitiços de desilusão por exemplo, mas passaremos um bom tempo juntos.
– Isso significa que vamos viajar de vassoura? – Disse animada. – Meus pais sempre me buscam de avião, nada contra, mas.... Vassouras são muito mais legais. – Ela piscou para o padrinho. – Ouviu isso, Harry? – Ela gritou o irmão que estava conversando com o senhor Weasley. – Nós vamos para casa com o Remo. – Harry sorriu e caminhou na direção deles.
– Achei que seus pais viriam nos buscar! – Ele disse para já se prontificando a abraçar Lupin.
– Eu também achei, mas agora acredito que eles não usam corujas apenas para falar comigo. – Ela deu de ombros. – Você vai pelo menos jantar conosco, não vai? Nós temos muitos assuntos pendentes, e mamãe e papai ainda não puderam te agradecer devidamente por ter me deixado na porta deles.
– Eu é que serei eternamente grato a eles por terem criado tão bem a minha garotinha. – Ele disse abraçando a garota de um lado e Harry do outro. – Não posso dizer o mesmo aos Dursley, esses merecem um soco... Na verdade uma verdadeira surra.

Capítulo 8 - Família

A viagem estava tranquila, cada um em sua vassoura, os três protegidos por feitiços de desilusão, realizados por Lupin, seria um prato cheio para os Comensais da Morte saber que Harry Potter estaria viajando tão exposto assim.
– Me conte, Harry. – Começou Lupin. – Como andam as aulas com o Dumbledore.
– Estamos tentando decifrar o significado de algumas lembranças, tem uma em especial, de Slughorn, Dumbledore acredita que está alterada, e é importante que saibamos a verdade, mas o professor está relutante.
– Estamos procurando meios de fazer com que ele fale. – completou. E Remo assentiu em resposta.
– Como andam os negócios da Ordem fora do castelo? – Harry perguntou.
– Movimentados, estamos conseguindo muitos aliados, infelizmente posso dizer o mesmo sobre nossos adversários, o número de comensais tem aumentado muito também. A cada dia o número de assassinatos aumentam, até mesmo no mundo bruxo, aqueles a quem Você-Sabe-Quem recruta e se recusam a se juntar a ele, tem como destino a morte.
– Liberdade mandou lembranças. – respondeu irônica. – Você disse que tinha algo para contar, acho que esse é um bom momento para começar... Tem alguma relação com a sua aparência? Você está parecendo muito cansado. – A ruiva disse, não tinha como não reparar, Lupin estava mais magro, com olheiras, parecia muito abatido.
– Bem... – Começou Lupin. – Vou direto ao ponto, não vejo uma maneira fácil de contar isso a vocês: eu estou apaixonado.
Os irmãos se entreolharam, ambos acreditavam saber a quem Lupin se referiam, tinham até comentado um com o outro sobre a possibilidade de falar com o homem sobre a sua relutância a algo que estava tão claro para todos.
– Então você e a Tonks finalmente estão juntos? – disse sorrindo.
– Não exatamente... como vocês sabem que estou falando da Tonks?
– Vocês não estavam realmente disfarçando toda essa tensão entre vocês na Toca no início do ano letivo. E... – A garota olhou para o irmão, o incentivando a continuar.
– O patrono dela mudou, se parece com um lobo agora... – Harry disse.
– E foi você quem nos ensinou sobre patronos, sabemos que podem mudar de acordo com a pessoa amada. – completou. – Já aceitou o fato de que você tem o direito de ser feliz e de estar com quem ama? – Remo suspirou.
– Eu não sou um bom partido, sou perigoso, tenho tentado evitar me aproximar, que futuro eu posso dar a ela?
– Claramente ela não está bem, o cabelo dela, sempre foi brilhante, colorido e agora está opaco e sem vida, pode até ser que a morte do primo dela... – Ela parou um instante. – Que a morte de Sirius a tenha abalado assim como fez com todos nós, é algo que não superamos e talvez nunca iremos, nos resta aprender a conviver com isso, mas realmente tem algo mais a incomodando.
– Eu tive essa mesma impressão, você não está sendo justo, Remo. – Harry concordou com a irmã.
– E se... eu me deixar envolver e tivermos filhos? Como alguém como eu poderá ser pai? Pior! E se a criança herdar a minha maldição? – Remo disse, a cabeça baixa.
– Você não vai estar sozinho, padrinho. – deu ênfase em sua última palavra dita. – Eu gostaria muito que você enxergasse o quão mais que um lobisomem você é! Especialmente para mim, meus pais não poderiam ter me dado um padrinho melhor, você é meu herói! Meu anjo da guarda, minha família. Eu entendo que em outra época você não pôde ficar comigo, cuidar de mim, porque você estava sozinho, mas agora não precisa mais ser assim, você tem pessoas ao seu redor que te amam, uma mulher incrível que te ama, e você está perdendo-a, sentindo medo quando poderia tê-la ao seu lado e ser muito feliz.
– Onde é que eu assino para fazer das suas palavras as minhas, irmã? – Harry riu.
– Obrigado! Vocês realmente são muito parecidos com seus pais, me senti falando com eles agora, sempre enxergaram além do monstro.
– Você não é um monstro, padrinho, longe disso.
– Não mesmo. – Harry acrescentou.
– Prometa que vai pensar com carinho em tudo que dissemos. – pediu.
– Eu prometo. – Lupin assentiu fazendo força para oferecer o sorriso mais sincero para seus garotos.
– Agora me diga Remo, o que você sabe sobre votos perpétuos? – Harry voltou a um assunto que andava o incomodando bastante.
– Vai começar! – revirou os olhos.

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Assim que os três pousaram na frente da casa dos , Lupin desfez os feitiços de desilusão e puderam ser recepcionados pelo casal que os aguardava ansiosamente, foi a primeira, correu para abraçar os pais.
– Eu estava morrendo de saudade de vocês! – Ela disse em português abraçando e beijando as bochechas dos pais.
– Nós também querida! Você faz muita falta por aqui. – O pai falou fazendo carinho em seu rosto. – É melhor falarmos em inglês para incluir todos na conversa, não é mesmo? – Ele disse já na língua inglesa, piscando para a filha e logo depois sorrindo para Harry e Remo. – É um prazer recebê-los em nossa casa, sejam muito bem vindos!
Os haviam preparado um verdadeiro banquete para as visitas, o jantar corria muito bem, Harry já tinha estado ali durante alguns dias das férias de verão antes de iniciar o quarto ano em Hogwarts, logo após descobrirem ser irmãos, fizera questão de apresentá-lo aos pais e não aceitou não como resposta, não que Harry reclamasse, a família de sua irmã sempre o tratou muito bem, gostavam de cuidar dele, assim como os Weasley, muito melhor do que seus tios, se não fosse todos os riscos que corriam somente pela presença de Harry Potter em sua casa, com certeza o garoto de olhos verdes os visitaria com muito mais frequência. Ficava imensamente feliz, por sua irmã ter tido uma infância muito mais feliz e confortável que a dele, longe dos Dursley.
– Remo, eu e estamos muito felizes por ter aceitado nosso convite, finalmente podemos ter uma conversa longa com o homem que nos confiou o melhor presente de nossas vidas. Sei que já dissemos por cartas, mas obrigada por ter depositado sua confiança em nós e ter nos entregue esse tesouro. – disse, os olhos brilhando, se enchendo de lagrimas. – Quando chegou contando sua verdadeira história, há três anos, sentimos que precisávamos conhecê-lo, sinta-se parte de nossa família, será sempre muito bem vindo em nossa casa.
– Eu é que preciso agradecer a hospitalidade de vocês. – Lupin disse sorrindo, um tanto envergonhado. Não estava acostumado a receber honras e elogios. – Vocês criaram nossa menina muito bem, com muito amor e carinho, quando eu não pude oferecer isso a ela, tem sorte em ter pais como vocês, fico feliz por ter feito a escolha certa.
– Eu também gostaria de agradecê-los. – Harry se pronunciou. – Obrigada por amarem a minha irmã, é nítido como ela foi e é feliz aqui, isso me deixa muito feliz também, diferente do que teria sido se ela também fosse criada por nossos tios.
– Claro, foi uma fatalidade tudo que aconteceu a sua família de origem. nos contou sobre as atrocidades de Você-Sabe-Quem. – olhou para a filha como se pedisse a confirmação de que estava se referindo ao bruxo das trevas corretamente, a garota assentiu. – Realmente, sinto muito por seus amigos, Remo. – O bruxo apenas sorriu em resposta. – Espero estar fazendo tão feliz quanto sei que seria com os Potter. Falando nisso, sempre achei curioso o fato de não querer conhecer seus tios, Harry, eles são tão terríveis assim? – O pai de quis saber.
– Terríveis? Você está com dó, papai? Desprezíveis, desumanos, cruéis, seriam as palavras ideais para descrevê-los, já contei um pouco para vocês, tratavam Harry como um empregado, faziam ele dormir em baixo de uma escada, deixavam ele sem comer, durante 11 anos esconderam dele a verdade sobre nossos pais e já chegaram até a colocar grade na janela para que ele não voltasse para Hogwarts, eu definitivamente não quero conhecê-los, já os vi, na estação de trem em Londres e está de bom tamanho, eu realmente não tenho nada de bom para dizer a eles. – disse, a indignação clara em seu tom de voz, respirou fundo, levantou a taça de vinho à sua frente. – Eu quero fazer um brinde, a minha família, que hoje aqui na minha casa, está completa, meus pais, meu irmão e meu padrinho. Eu não poderia estar mais feliz, um brinde à família!
– À família! – Todos levantaram suas taças e disseram juntos.
Era em momentos como aquele que mais se atentava aos detalhes, eram tempos difíceis e algo em si dizia que cada vez ficariam piores, por isso tudo aquilo era valioso, estar rodeada dos amigos e da família... Comensais da Morte poderiam até estar rondando por ali, mas estavam protegidos, por enquanto.

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Para a família (com exceção dos pais e avós de que sabiam sua real origem), Harry era um amigo órfão bolsista da escola (escola essa que era apenas um internato comum na Grã- Bretanha) que às vezes passava alguns dias com a família da amiga, se chamavam de irmão e irmã por se considerarem assim, todos sabiam que havia sido deixada na porta de sua casa quando bebê, não era difícil acreditar que teria uma ligação forte com um órfão que “não teve a mesma sorte que ela”.

Flashback on


tinha passado a tarde toda no parque do bairro, brincado com amigos da escola, chegou em casa perto da hora do jantar, as roupas sujas de terra denunciando sua recente diversão, ao adentrar sua casa teve uma surpresa, seus pais se encontravam na sala de estar com uma figura peculiar lhes fazendo companhia: um homem alto, magro e aparentemente muito velho, de longos cabelos e barba prateados os olhos eram azuis claros, luminosos e cintilantes, o nariz comprido e torto, usava óculos em meia-lua e vestes muito chamativas.
– Mamãe, papai, desculpem, não sabia que teriam visitas, eu estaria mais apresentável... – estava envergonhada, chegara em casa desarrumada e com roupas sujas, seus pais poderiam ter-lhe avisado.
– Não tem problema algum, eu devia ter anunciado a minha chegada anteriormente. – O velho falou, em português, devagar com um sotaque carregado, a garotinha estava tentando decifrar de onde vinha...
– O senhor pode falar em inglês, ela compreende. – , disse em inglês ao homem. – Filha, esse é... Alvo Dumbledore, ele gostaria de conhecê-la.
– Muito prazer, senhor. – disse seguindo seu pai em inglês, meio tímida, lhe estendendo a mão. – Meu nome é .
– Sem querer lhe assustar senhorita, mas crendo que seja algo pouco provável dadas as circunstâncias.... eu com certeza sei quem você é. – Dumbledore disse, apertando a mão da menina, devagar, observando a menina por cimas de seus óculos. A menina por sua vez foi para o lado da mãe, com uma interrogação em seu olhar.
– Escute o que ele tem a dizer, querida. – A mãe disse à filha, que apenas assentiu em resposta.
– Bom. Como seu pai já lhe disse, sou Alvo Dumbledore, diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, e... não tem um jeito fácil de explicar isso. Venho lhe entregar esta carta. – O homem esticou a mão com o envelope para a menina que, meio receosa, pegou o papel e rapidamente começou a ler.
– Prezada Senhorita ... Por que eu tenho uma vaga na sua escola? Eu nem me candidatei. E é realmente uma escola de magia? Eu... não estou entendo nada mamãe. Isso é algum tipo de brincadeira?
– Escute tudo o que ele tem a dizer, meu amor. – A mulher disse, tentando parecer calma.
– Você é uma bruxa, senhorita. – Dumbledore foi direto ao ponto. – Você com certeza já fez coisas inexplicáveis acontecerem... quando está muito feliz, ou muito brava, correto?
– Sim, mas nunca foi de propósito! – A garotinha disse culpada, tentando se defender.
– Oh, não se preocupe, não há mal algum nisso, pelo contrário, mostra o quanto você é especial, você tem magia em suas veias e devo dizer que Hogwarts irá te ajudar a ser uma bruxa extraordinária. – Dumbledore explicou tudo o que pôde sobre a escola e sobre o mundo bruxo, a família toda o escutava atentamente, começava a entender que não era uma brincadeira como estava desconfiando, na verdade, o que o velho dizia, fazia até muito sentido.
– Mas... é tão longe. Vocês vão me deixar ir? – A garotinha disse olhando incerta para os pais, que se entreolharam.
– Você quer ir? – O pai perguntou, naquele momento, Alvo apenas observava a dinâmica da família.
– É quem eu sou, não é? Eu realmente sempre soube que tinha algo diferente em mim, as coisas estão começando a fazer mais sentido agora... eu sei falar inglês, só vou sentir saudade. Vocês ficarão bem sem mim por aqui?
– Se você estiver feliz, estaremos também, , você é nosso tesouro, nosso presente, e não somos seus donos, você tem que fazer o que seu coração mandar e é nosso dever te apoiar, claro que também vamos sentir saudade de você, mas daremos um jeito, vamos manter contato e você virá para casa nos feriados e férias. Nosso amor supera qualquer distância, você sabe disso. – disse fazendo um carinho no rosto da filha, o pai concordando com tudo o que ela dizia. suspirou e sorriu olhando dos pais para o velho a sua frente.
– Então eu... vou para Hogwarts.


- Flashback off -


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adentrou seu quarto, encontrando uma coruja conhecida à beira de sua janela, Flash, sua própria coruja, fazendo um tremendo escândalo para ser libertada de sua gaiola a fim de se juntar à sua velha amiga, Lady, a coruja de Draco Malfoy. A ave trazia consigo um envelope e um pequeno embrulho de cor prata, não conseguia acreditar no que via, então ele realmente lhe escrevera? Rapidamente, a garota tratou de pegar o embrulho e o envelope da coruja, depois, abriu a gaiola de Flash.
– Pronto Flash, vá voar com a Lady, só não volte tarde, okay? – Com um pio alto como resposta, a coruja cinzenta levantou voo, sendo acompanhada pela marrom visitante.
Olhou para os objetos em suas mãos dividida entre abrir a carta ou o embrulho primeiro, optou pela carta, quem sabe algo em seu conteúdo não indicaria o que continha no embrulho.

Hey,
Como eu disse, cá estou eu, lhe escrevendo novamente. Eu não tenho palavras para pedir desculpas por tudo que te disse, sei que a magoei muito, mas eu sinto sua falta, muito mais do que gostaria de admitir, você desperta um lado meu mais leve, mais sincero, e eu muito gosto disso. Não posso dizer que espero que responda esta carta, mas eu gostaria muito que, como sempre, você me surpreendesse.
Apenas entenda que eu fiz o que fiz porque as coisas estão difíceis, achei que seria melhor te afastar de toda essa merda que é a minha vida, mas eu, como bom egoísta que sou, não consigo perder um grande motivo de alegria da minha vida, ainda mais agora. Sobre o nosso último encontro... eu não consigo tirar aquele beijo da mente, foi incrível, para se dizer no mínimo. Sentir o gosto do seu beijo novamente, depois de anos, aqueceu meu coração, acredite, eu realente precisava daquilo e, pela intensidade, acho que você também, mesmo que tenha fugido depois.
Confesso que fiquei assustado com a proposta, mas agora estou muito ansioso para o retorno das aulas, poderemos passar um bom tempo juntos.
Estava passando por uma joalheria no Beco Diagonal e encontrei isso, não pude deixar de imaginá-la em seu braço, achei válido comprá-la para que essa imagem saísse de minha imaginação e se tornasse realidade. Claramente, ela seria muito mais bonita se suas cores fossem verde e prata, mas infelizmente você é da Grifinória... seu único defeito.
Espero que você tenha um feliz Natal! E que pense em mim, como eu penso em você.
PS: Guarde segredo


não conteve o sorriso ao ler a carta, como sentia falta das palavras de Draco, como sentia falta de seu lado doce, a curiosidade a atingiu, rapidamente abriu o embrulho prateado, revelando um bracelete de ouro com o brasão da Grifinória, maravilhada, não pensou duas vezes em colocar a pulseira em seu braço, “eu gostaria muito que, como sempre, você me surpreendesse” se lembrou das palavras do garoto, mas dessa vez ela não o responderia, uma pequena vingança pelos meses sem resposta não seria nada mal, e ela o agradeceria pessoalmente pelo presente. Levou os dedos aos lábios, se recordando de seu beijo, como tinha sido cheio de saudade e... desejo, ambos queriam reviver aquilo há muito tempo, foi uma atitude imprudente e poderiam ter sido pegos, ainda assim, foi o melhor beijo de sua vida.
Não pôde deixar de ficar preocupada, ele defensivamente admitira a ela que algo estava errado, queria muito saber o que estava acontecendo, precisava saber, e não estava gostando nada de suas suspeitas, das suspeitas de Harry.
? O almoço está servido, chame o Harry e desçam para comer. – Sua mãe disse um pouco alto, para que pudesse ouvir sob a distância dos cômodos.
– Está bem, mamãe! – Ela respondeu, olhando novamente para a pulseira, decidindo se deveria ou não descer com ela em seu braço, qual seria a desculpa que daria para a presença do objeto?

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O último dia de Harry e no Brasil estava sendo muito animado, a família estava praticamente em peso, avós, tios e primos, que conversavam e riam alto, Harry gostava daquela normalidade, ali era apenas um garoto, sem o peso de um nome e história, uma prima de , da mesma idade até, não tirava os olhos dele, notou isso, a menina era muito bonita por sinal e ela também sabia falar inglês (quesito esse que facilitava a comunicação, já que não precisaria da ajuda de ou de seus pais para traduzir), mas estava incerto sobre o que fazer, sentia-se muito mais ansioso para encontrar a caçula dos Weasley no dia seguinte. Estava tão distraído que nem percebeu quando sua irmã se aproximou, apenas quando se sentou na rede de balanço, fazendo com que se inclinasse e mexesse um pouco é que percebeu sua presença.
– A Larissa parece estar empenhada em chamar a sua atenção. – disse sorrindo, lhe estendendo um prato cheio de carne de churrasco cortada.
– Eu notei, mas eu nem sequer sei pronunciar o nome dela corretamente. – Comentou pegando alguns pedaços de carne com a mão mesmo, estranhava um pouco esse ato, mas aprendeu que churrasco com brasileiros era diferente.
– É esse o problema? Ou tem outra garota na parada? – Ela disse e Harry revirou os olhos.
– Você sabe que tem! – Harry disse e percebeu o quanto aquilo era injusto, Harry sempre lhe contara tudo, quando não contava, ela percebia, porque ambos sempre se conheceram bem, mesmo antes de descobrirem ser irmãos, eram ligados de alguma forma, e ela mentia para ele. Como queria poder contar a Harry sobre seus sentimentos, sobre as cartas que tinha trocado com um garoto, como seu primeiro beijo tinha sido mágico. Medo, essa era a explicação, não conseguia imaginar a reação de Harry caso descobrisse que sua irmã gêmea era apaixonada por seu inimigo da escola, será que ficaria com raiva? Decepcionado? O fato é que o recente beijo e a pulseira que agora jazia em seu pulso só a faziam se sentir ainda mais culpada.
– O que você acha, ?
– Desculpe Harry, eu não ouvi tudo o que disse... – Ela disse sem graça despertando de seus pensamentos.
– Você sempre faz isso, fica olhando para o nada, distraída. Gostaria de saber no que estava pensando. – Harry riu. – Eu disse que comprei um presente de Natal para Gina, acho que ela vai gostar, mas não sei como entregar, quer dizer, tem o Rony, sabe como é...
– E se você entregar quando o Rony não estiver por perto?
– Isso não seria trair a nossa amizade? – Harry parecia inseguro.
– Não... Harry, eu acho que o Rony deveria ficar feliz pelo fato de alguém como você gostar da irmã dele. Me diz, o que você comprou?
– Um kit de manutenção de vassouras todo ornado em roxo, é a cor favorita dela, assim como nós, ela também gosta dessas coisas. – Disse animado.
– Eu tenho certeza que ela vai amar. E o que você vai dar para a Romilda? Ela tem te dado tantos presentes ultimamente.... – riu da expressão brava do irmão.
– Pode parar! Aquela garota me assusta. – Harry olhou para o pulso de . – Ei! Bela pulseira, como conseguiu?
– Ah, eu praticamente acabei de ganhar. – Ela riu, uma verdade. – Veio com um bilhete, anônimo, não sei quem foi que me deu... mas eu realmente amei. – Mais uma mentira.
– Acha que é da mesma pessoa que te enviava cartas anônimas no quarto ano? Achei que esse cara já tinha desistido. – Harry bufou a olhando.
– Achei que você já tinha esquecido desse fato.
– Eu acho que sou mais curioso do que você para saber desse seu “admirador secreto”, confesso que fiquei chateado, na época, por ter descoberto, achei na sua mochila, você poderia ter me contado. Achava que era o George, mas agora não faz mais sentido. Achei que você tinha parado de recebê-las também. Realmente não lhe incomoda o fato de não saber de quem elas vem?
– Me incomoda o fato de você ter mexido na minha mochila, isso sim!
– Eu queria dar uma olhadinha no seu dever de feitiços. – O garoto sorriu.
– Copiar o meu dever de feitiços, você quis dizer. – Disse brava, Harry levantou as mãos em sinal de culpa e ela revirou os olhos. – Eu não me importo mais... com quem quer que seja essa pessoa. Bom, de qualquer maneira, elas chegam com bem menos frequência do que antes mesmo... Mudando do assunto. Já se acostumou em ser o novo proprietário da “nobre casa dos Black”? – Ela tentou imitar a voz do elfo que servia a casa, falhando miseravelmente, Harry riu.
– Eu meio que deixei nas mãos da ordem, uma casa cheia de quadros que berram e um elfo preconceituoso que quer sempre arranjar uma maneira de fugir para o lado dos comensais da morte, eu só mantenho aquilo pela memória do Sirius. – Harry suspirou.
– Devia tentar tratar melhor o elfo... a minha teoria é de que, trate alguém como um monstro durante muito tempo e ele acaba se tornando um. – Ela sorriu para o irmão e se levantou. – Quer mais carne?

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O Natal na Toca havia sido muito alegre também, cheio de alegria e risos com a trilha sonora da desafinada bruxa Celestina Warbeck ao fundo, em uma próxima oportunidade, presentearia os Weasley com discos de músicas mais decentes. O mais marcante foi a troca de presentes, tinha enviado o presente de Hermione antes de ir a Toca, se surpreendeu ao ver que o seu presente vindo da amiga foi entregue lá mesmo. A visita de Percy Weasley, juntamente com o atual Ministro da Magia, Rufo Scrimgeour, também foi um tanto inusitada, acompanhara desde sempre o quão ingrato o jovem rapaz era com sua família, lhes dando as costas em sua busca por poder e influência no Ministério da Magia, uma pena, quem perdia era apenas ele, pois ela mesma amava os momentos preciosos que tinha com a família de cabelos ruivos, mas logo entendeu o real motivo da inesperada visita, quando o Ministro pediu para dar uma volta no jardim com Harry, revirou os olhos, Percy era na verdade apenas um oportunista fingindo visitar a família com muitas segundas intenções.
Acreditava que as coisas entre ela e George ficariam meio tensas depois do quase beijo, pelo contrário, o garoto parecia estar cada vez mais empenhando em agradá-la, lhe deu um belo colar com o leão da Grifinória como pingente, combinava perfeitamente com a pulseira que ganhara de Draco, se tivessem combinado, não tinha dado tão certo.
– Vai, , me conte alguma novidade! – Gina perguntou em tom entediado, ambas estavam em seu quarto depois do jantar, estavam bem longe de irem dormir, mas não estavam muito interessadas em jogar Snaps Explosivos com os meninos na cozinha.
– Eu estou sentindo muita falta da Hermione. – se deitou no colchão que jazia no chão e riu ao ver Gina revirar os olhos e deitar de bruços em sua cama, a fim de encarar a amiga.
– Isso não é nenhuma novidade, todos estamos, Rony também, mas ele é idiota demais para admitir. Bom, pelo menos ele não convidou a Lilá para vir para cá, já pensou? Aguentar a Fleur e ela juntas aqui em casa? Por Merlin... eu ia surtar. – Gina disse fechando os olhos, tentando espantar aquela ideia de sua mente.
– Você tem problemas com todas as suas cunhadas mesmo ou é impressão minha? – ria das expressões irritadas de Gina.
– Quando você tiver a sua você vai entender, .
– Eu não vou ter problema nenhum se minha cunhada for você! – O rosto da mais nova corou tanto que estava quase da mesma cor de seus cabelos.
– Será que os gêmeos te pregaram uma peça e colocaram algo no seu suco de abobora no jantar? Você não está falando coisa com coisa! Eu estou com o Dino, se esqueceu? – Ela disse evitando olhar diretamente para a mais velha.
– Eu vou precisar mesmo falar sobre o quão errado me parece esse relacionamento? Gina, vocês só brigam! E não adianta negar, ontem mesmo eu vi quando se escondeu no banheiro para chorar, curiosamente logo após ler uma carta vinda dele... E eu não vou nem comentar o presente bosta que ele te enviou. Desculpe estar dizendo isso dessa maneira, mas você sabe que eu falo o que penso. – esperava que Gina lhe lançasse um olhar matador, gritasse e a mandasse sair de seu quarto. O que a mais nova fez foi levantar e se certificar de que a porta do quarto estava bem trancada e que ninguém ouviria sua conversa.
– Você precisa me prometer que essa conversa morre aqui, ! – Gina disse baixo voltando a se sentar em sua cama ficando de frente para a amiga.
– Você tem a minha palavra! – disse no mesmo tom, erguendo a mão em sinal de juramento.
– Dino quer dar um passo a mais na relação e eu não sei se estou pronta! – A mais nova soltou de uma só vez.
– Se você está se referindo a sexo... – suspirou – se não sabe se está pronta é porque não está pronta. E eu espero que ele não esteja te pressionando.
– Não! Quer dizer, não diretamente, mas ele fica bem chateado quando as coisas esquentam e eu fujo.
– Defina chateado.
– Ele para de falar comigo. – Gina disse olhando para baixo e revirou os olhos. – Como sei se ele é o cara certo?
– Definitivamente ele não é! Minha mãe sempre me disse que o garoto certo te entende e te apoia, que se gostar mesmo de você, ele vai esperar o seu tempo e não a fara se sentir mal nem por um segundo, porque tudo que ele quer é te fazer sorrir. – A mais velha sorriu, se lembrando de como sua mãe lhe dava tais conselhos, sempre depois de lhe contar um conto de fadas, lhe dizendo que príncipes podem sim ser reais, mas que estes sempre procuram por garotas corajosas, com almas de verdadeiras princesas prontas para defender o que acreditam.
– Que lindo! A sua mãe parece ser alguém bem agradável para se conviver, talvez eu pare para conversar com ela da próxima vez que a ver na estação Kings Cross. – A mais nova sorriu para amiga. – Bom, há um tempo venho pensando... se estou realmente feliz com o Dino.
– Algo me diz que você sabe a resposta, Gina.
– Acho que preciso de coragem, isso vai magoá-lo. – Gina confessou, suspirando.
– Você precisa pensar se vale a pena, magoar a si mesma e enganá-lo, para não o magoar.
– Chega de falar de mim! Definitivamente não encontrei o cara certo....
– Eu tenho certeza que ele está mais perto do que você imagina... na cozinha eu diria!
– Para, ! – As meninas riram juntas. – Você já...?
– Transei com algum garoto? Posso ter chegado perto, mas não. Às vezes eu só demonstro segurança, não quer dizer que eu sempre tenha. – A mais velha suspirou.

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– Então, amanhã você volta para Hogwarts... – George disse, um meio sorriso em seu rosto, o olhar direcionado a garota que olhava da janela a neve caindo no quintal, enquanto Harry e Rony tentavam treinar jogadas de quadribol apesar da pouca visão devido a neve.
– É... e você para a loja e os negócios da Ordem. – disse, seu olhar agora pairando sobre o ruivo alto ao seu lado este com um olhar surpreso.
– Como você sabe?
– Que tem viajado para recrutar novos aliados? Meu padrinho não é muito bom em esconder as coisas de mim, acho que ele se sente meio culpado pelos anos em que eu não sabia quem realmente era. – parou, buscou olhar o rapaz nos olhos. – Só... tome cuidado, está bem? Se algo acontecer com você eu...
– Ei! Relaxa, , de qualquer modo nunca vou sozinho. Fred e eu nos protegemos. Fico feliz que se preocupe comigo, mas não quero que fique aflita. Tenho certeza que em menos de dois anos, quando terminar os estudos, estaremos lutando lado a lado e vamos vencer. – O rapaz também a olhou nos olhos tentando passar o máximo de confiança possível. – Você ainda está triste? Digo, quando fui lhe visitar em Hogsmead....
– Eu estou muito melhor, obrigada por perguntar, George. – tentou mostrar um sorriso sincero.
– Ele está em Hogwarts também? Então eu o conheço? Foi ele quem lhe deu a pulseira, eu aposto.
– Eu não vou te dizer quem é George, desculpe.
– Eu sei, mas, eu preciso te dizer uma coisa, , eu sei que gosta de outro cara, mas eu não ligo, eu sei que recusou meu beijo tentando me proteger, mas eu não quero ser protegido, eu preciso pelo menos tentar. – George pegou a mão da garota e a trouxe mais para perto, fazendo com que ambos saíssem da vista da janela, não pretendia ter expectadores para o que viria a seguir. por sua vez decidiu não recuar, não dessa vez, tinha sido absolutamente sincera com o rapaz sobre seus sentimentos e uma parte de si também queria aquilo.
O beijo começou devagar, as mãos do rapaz segurando levemente o rosto da garota, que por sua vez entrelaçou os braços a volta de seu pescoço, ambos aproveitando o tempo que tinham juntos, o beijo era sem urgência, os dois se conhecendo.
– Noite animada, heim! – e George se separaram rapidamente assustados, encarando um Fred muito risonho ao alto da escada.

Capítulo 9 - Página 35

acordara bem cedo no dia seguinte, não tinha tido uma boa noite de sono e acabou desistindo de tentar dormir, não sabia se era a vergonha por ter sido pega no flagra pelo gêmeo do garoto que estava beijando, culpa por não saber o que aquilo significava, ou ansiedade por saber que voltaria para a escola ao final da tarde.
O café da manhã ocorreu normalmente, com exceção dos olhares sugestivos que Fred hora direcionava a ela e seguidamente a seu gêmeo, mas George lhe prometera que não passaria disso, Fred não ousaria se meter nisso, visto que ambos dormiam no mesmo quarto, e ele sabia que George era muito criativo com vinganças, podia jurar que sentiu um tom de ameaça na voz do gêmeo mais novo ao pontuar isso.
As despedidas começaram bem cedo, visto que o que Senhor Weasley, Fred, George, Gui e Fleur sairiam para o trabalho, não estariam presentes no momento em que os estudantes retornariam à escola.
– Bom, então é isso, faça uma boa viagem de volta a Hogwarts, . – George disse e a abraçou com empenho.
– Obrigada George, bom trabalho! – sorriu, retribuindo o abraço. George lhe trazia tranquilidade, isso não podia negar. – Seja qual ele for. – Essa parte ela disse mais baixo, só para ele ouvir. – Sobre ontem à noite... – Ela cochichou ainda mais baixo.
– Não pode me prometer nada, estou ciente disso, Senhorita Potter. – Ele disse também baixo, se afastando dela um pouco para que pudesse olhar para seu rosto e ela pudesse ver a piscadela que lhe direcionara. – Me escreva, está bem?
– Você também! E se cuide! – Ela olhou para todos a quem se despediam naquele momento. – Todos vocês!
– Vocês também. – O senhor Weasley disse já se distanciando. – Não se metam em encrenca. – Gina, Rony, Harry e se entreolharam.
– Diga para a encrenca ficar longe de nós também. – disse e todos riram.
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No momento em que estavam prestes a entrar na lareira, seguindo para Hogwarts pela Rede de Flu, a Senhora Weasley se debulhava em lágrimas, todos ali sabiam que o principal motivo de sua tristeza era Percy.
– Não chore, mamãe – Gina, tentou consolar a mãe lhe dando palmadinhas nas costas. – Está tudo bem, vamos lhe escrever.
– É mamãe, não se preocupe conosco. – Rony disse enquanto a mãe lhe beijava o rosto. – Muito menos com o idiota do Percy, não estamos perdendo muito sem ele. – O choro de Molly aumentou ainda mais quando abraçou Harry e .
– Prometam que vão se cuidar, não se metam em confusões, fiquem perto dos amigos.
– Eu sempre tomo cuidado, Senhora Weasley. Acho que é a tranquilidade que não gosta muito de mim. – Harry disse fazendo todos rirem.
– Se ele não se cuidar eu estarei lá para fazer isso! Pode ter certeza. – piscou para a mais velha e sorriu.
– Eu tenho certeza disso minha querida, obrigada por terem vindo passar as festas conosco!
– É sempre muito bom estar aqui com vocês. – Ambos irmãos Potter sorriram.
– Comportem-se, então, vocês todos! – A mais velha dos ruivos disse e então Harry já se direcionou à lareira, jogando o pó de flu e dizendo alto e claro:
– Hogwarts!
foi logo atrás, particularmente gostava mais dos meios de transporte convencionais, se sentir girando e flutuando por entre diversas lareiras não era algo muito confortável. Os estudantes pararam na lareira da sala da professora McGonagall e posteriormente seguiram para a Torre da Grifinória.

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– Então, como foi o Natal? – Hermione perguntou assim que ela, Harry e chegaram à sala comunal de sua casa, os três se acomodando nas poltronas. Rony estava se agarrando a Lilá, em algum canto do castelo.
– Quente! Muito quente! – Harry disse e e Hermione riram. – Mas o melhor são as pessoas, Mione, é tudo muito alegre e ninguém sabe quem eu sou.
– Você tem que ir para lá, Mione, eu tenho certeza que você vai gostar. Você pode praticar o que eu já te ensinei da língua portuguesa. E o seu Natal Mione, como foi? Achei suas cartas meio vagas.
– Ah, bom. – Ela sacudiu os ombros. – Nada especial. E como foi na casa do Uon-Uon? – Hermione disse fazendo força para sua voz ficar dignamente irritante ao final da frase.
– Conto num minuto. – Disse Harry. – Hermione, será que você não poderia...
– Não, não posso – Hermione respondeu antes mesmo que o garoto terminasse a frase. – Por isso nem me peça.
– Pensei que talvez, sabe, durante as férias de Natal... – Hermione apenas revirou os olhos. – ! – Harry olhou para a irmã suplicante. – Ajuda aqui!
– Olha... – A garota por sua vez não sabia o que fazer, entendia muito bem as razões das atitudes recentes da amiga. – Eu sinto falta de nós quatro andando juntos, é claro, mas Harry, o Rony também não está colaborando muito. É complicado...
– Muito complicado! – Hermione tratou logo de mudar o assunto. – Então, que notícias importantes eram essas que você queria me contar?
No momento ela parecia agressiva demais para discussões, então Harry deixou de lado o assunto Rony e relatou o que escutara Malfoy e Snape dizerem.
Quando ele terminou, Hermione ficou quieta por um instante e disse:
– Você não acha...?
– ... que ele estava fingindo oferecer ajuda para poder induzir Malfoy a lhe contar o que estava fazendo? Foi o que eu, o Senhor Weasley e o meu padrinho dissemos, mas como sempre, o Harry não tá nem aí para o que falamos. – disse encarando o irmão com um olhar no mínimo arrasador.
– Bem, é isso. – Hermione concordou.
– Mas isto só prova que Malfoy está tramando alguma coisa, isto vocês não podem negar.
– Não, não podemos. – Hermione considerou, olhando discretamente para amiga.
– E ele está agindo por ordens de Voldemort, exatamente como falei!
– Pelo que me lembro, ninguém mencionou a palavra “Voldemort” nessa tal conversa aí que você ouviu, Harry. – bufou. Aquela obsessão do irmão já estava a irritando e muito.
– Snape disse “o seu senhor”, quem mais poderia ser? – Harry respondeu a irmã no mesmo tom.
– Não sei. Talvez o pai dele? – Hermione pensou.
– Realmente. – concordou. – O pai do Draco parece sempre estar tramando algo, vide acontecimentos de anos anteriores.
– Acontecimentos estes que você se negou a testemunhar devo dizer, ainda não entendi por que fez isso irmã, aquele cretino deixou você uma semana no St. Mungos no ano passado e você simplesmente não quis denunciar o cara.
– Ele já está preso, não está? Já tem muitos processos em seu nome, um a mais, um a menos. Eu... não queria ter que passar por toda essa burocracia... testemunhos, aurores. E eu estou bem, não estou? – disse tentando não se lembrar do fatídico dia há que Harry se referia, o dia em que Sirius morreu.
– Mas poderia não estar....
– É verdade, , você foi umas das mais prejudicadas da batalha no ministério, se você não fosse bruxa... – Hermione disse preocupada.
– Mas eu sou uma bruxa! E estou muito bem!
– De qualquer forma, poderemos saber mais sobre o que o Malfoy está tramando agora que a vai passar um tempo com ele na monitoria, poderá prestar atenção mais de perto, vocês verão, eu estou certo, sei que estou.
– Em momento algum eu disse que faria parte desse seu plano ridículo, Harry.
– E você vai fazer o que? Simplesmente ajudar o Malfoy nos estudos? – Harry disse indignado.
– E qual é o problema disso? – disse no mesmo tom.
– Ahm, tá legal! – Hermione disse entrando no meio dos dois irmãos. – Vamos mudar o assunto. – A garota disse, torcendo para que os Potter acatassem sua ideia, não queria que aquilo se tornasse de fato uma briga entre os irmãos. Quando viu que nenhum dos dois se opôs, ela continuou. – Você acabou não nos contando o que o Ministro queria com você Harry.
– Saber se eu sou ou não “O Eleito”, e também o que Dumbledore tem me dito, feito... não foi uma conversa agradável. – Harry disse simplesmente.
– Estranho. – Hermione se pronunciou. – Por que o Ministro ia querer saber o que você e Dumbledore tem conversado?
– Acredito que assim como Fudge, o novo Ministro também se sente ameaçado pelo Dumbledore. – considerou.
– Faz sentido. – Concordou Harry, ainda sem olhar para a irmã, sabia que aquela quase briga não tinha acabado ali.

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O novo trimestre começou na manhã seguinte com uma surpresa agradável para o sexto ano: um grande aviso fora pregado durante a noite nos quadros da sala comunal.

AULAS DE APARATAÇÃO
Se você tem dezessete anos, ou vai completá-los até o dia 31 de agosto, pode se inscrever em um curso de Aparatação com doze aulas semanais ministrado por um instrutor do Ministério da Magia.
Se quiser participar, assine abaixo, por favor.
Custo: 12 galeões


Harry e Rony se juntaram à multidão que se acotovelava em volta do aviso, revezando-se para se inscrever no local indicado. Não demorou muito para e Hermione aparecerem, se inscrevendo também, todos se direcionando juntos posteriormente para fora da sala comunal, rumo ao grande salão para tomar o café da manhã, a ruiva estava até estranhando que Rony e Hermione estivessem andando com eles, juntos sem brigar, conversando animados sobre as aulas que teriam sobre aparatação, atentos ao depoimento de Harry sobre sua experiencia aparatando com Dumbledore no início do ano, o que não durou muito, pois logo Lilá apareceu, subindo nas costas de Rony e Hermione saiu andando muito mais rápido a frente, suspirou, acenou para eles e seguiu o ritmo da amiga, não que pudesse se queixar, meio que estava fugindo de Harry também.
– Bom dia Gina, você vem conosco? – Hermione perguntou a garota que tinha recém aparecido no corredor em que viravam.
– Bom dia pessoal, podem ir na frente, eu... preciso conversar com o Dino. – A mais nova disse. apenas lhe desejou um “boa sorte” seguido de uma piscadela para Gina.
– Por que desejou boa sorte para a Gina, ? – Hermione perguntou assim que passaram pelas grandes portas do salão, o cheiro do café da manhã já inundando suas narinas.
– Eles não estão muito bem, como você sabe. – disse simplesmente, seu olhar se direcionando a mesa da Sonserina e encontrando o de Draco Malfoy, e... aquilo era um sorriso? Malfoy estava sorrindo para ela? Em público? rapidamente desviou o olhar, nada disso passou despercebido por Hermione, é claro.
– Olha, não é que eu esteja tomando lados, nada do tipo. – Hermione disse já na defensiva assim que se sentaram a mesa do café. – Mas você poderia sim, ficar de olho no Malfoy, sabe, descobrir o que há de errado, eu não acho que Harry esteja de todo certo, mas que há algo há, e já que vocês estarão tecnicamente próximos....
– Eu vou, Mione, acha que eu também não quero saber? É que o Harry já está me irritando, e você acha que é só isso? Conheço o meu irmão e ele está morrendo de ciúme, não pode nem sonhar que.... – não continuou, Harry, Rony e Lilá tinham acabado de sentar à mesa, quase de frente para elas.
– É, eu também sei disso. – Hermione concordou, ambas focando em comer seus respectivos cafés da manhã.

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estava consideravelmente ansiosa, aguardava Draco na biblioteca, havia enviado uma carta ao professor Snape durante o feriado, lhe informando seus horários disponíveis, este retornando com alguns horários escolhidos, três vezes por semana, deixando livre, para caso escolhessem estudar em mais algum horário vago.
Era fim de tarde, a garota de cabelos ruivos chegara quinze minutos antes, organizou todos os livros, seus pergaminhos, tinteiros e penas. Começariam por Poções, as notas de Draco que mais caíram nos primeiros trimestres.
– Então você gostou do presente. Seria educado responder à entrega sabe, para sei lá, agradecer. – Malfoy usava o uniforme de usa casa, a gravata afrouxada, sentou-se à frente da garota com seu sorriso presunçoso na face o olhar sob a pulseira que jazia no pulso da garota.
– Boa tarde para você também, Malfoy. – disse com a sobrancelha erguida. Lhe estendendo uma porção de pergaminhos, escritos a próprio punho, Draco conheceria aquela caligrafia em qualquer lugar. – Como combinado, vamos começar com Poções. Se abrir o livro na página 35 você encontrará...
– Ah não! – Draco a interrompeu. – Realmente não vamos ter uma conversa decente? Já vai logo começar com “abra na página 35?” Eu tive um dia péssimo, Potter, preciso de mais que meros cumprimentos para produzir algo.
– Achei que você tinha dito que não queria ser meu amigo. – debochou.
– Achei que eu já tinha pedido desculpas, qual é ! Desde quando você é tão orgulhosa assim?
– Desde quando você sorri para mim publicamente?
– Ah você percebeu, bom, não dou um dia para escola inteira estar dizendo que você está me ajudando nos estudos, o que particularmente é bem triste para minha reputação sabe, eu não costumo pedir ajuda, mas não foi eu que pedi de qualquer forma e sinceramente, não acho que você seja má companhia. – Ele sorriu, da maneira que só ele sabia sorrir, notou, ele parecia estar leve naquele momento, mas ainda assim parecia cansado, as olheiras pareciam não querer deixar o olhar do rapaz. – Agora me diga: gostou da pulseira?
– Isso não é claro? Se eu não tivesse gostado da pulseira, eu não a estaria usando. – disse abrindo um sorriso irônico. Draco levantou a sobrancelha, e levou as mãos ao peito em sinal de ofensa, a olhando nos olhos. – Está bem, obrigada! Satisfeito?
– Quase! Diga-me, qual foi a desculpa que você deu, quem você disse que deu esta pulseira para você? – Draco apoiou o braço na mesa e o rosto nas mãos em sinal de interesse.
– Eu não disse, o Harry sabe sobre as cartas anônimas que eu recebia no quarto ano, eu só... omiti a parte em que eu descobri quem enviava as cartas. – desviou o olhar, o contato visual a estava fazendo perder o foco.
– Entendi, e como foi o seu Natal?
– Foi bem legal na verdade, sempre bom visitar meus pais.
– Brasil... você descreveu tanto em suas cartas que parece até que eu conheço. Espero um dia realmente conhecer.
– Você perderia essa palidez em 20 minutos de sol por lá. – Ambos riram. – Depois eu fui para os Weasley. – Draco fechou a cara instantaneamente.
– E o colar que está usando? Comprou para combinar? – Draco não mentiria, a presença da peça extra o intrigou.
– Ah, eu ganhei do George. – sorriu ao tocar a peça em seu pescoço. – Ficou certinho, não é?
– É... – Draco pigarreou. – Então, qual era a página que você disse para abrir mesmo?
e Draco estudaram por um tempo considerável, havia feito alguns resumos sobre os temas que estudariam, tudo explicado passo a passo, de maneira simples, ela levara bem a sério a meta de aumentar as notas de Malfoy, ao contrário do que dizia, não apenas para seu benefício próprio em ter créditos acadêmicos, mas porque tinha o desejo de realmente ajudar o garoto. Quase foram expulsos da biblioteca, ao saírem de lá, já havia anoitecido há um tempo.
– Ah que ótimo! – Draco resmungou. – Perdemos o jantar.
– Uau! O que aconteceu com aquele bom humor de... umas três horas atrás? – A própria se assustando com a quantidade de tempo que passaram ali, por mais que estivessem estudando, tinha passado rápido.
– Eu tinha, quer dizer, eu tenho algumas coisas para fazer. E agora eu vou fazer com fome. – Draco bufou.
– Que coisas? Que eu saiba, daqui a pouco é o toque de recolher, que tipo de coisa se faz depois de recolher? – A ruiva disse tentando parecer descontraída, quando na verdade estava morrendo de curiosidade.
– Do tipo que não é da sua conta. – Draco respondeu ríspido e ela revirou os olhos.
– Ok, já vi que o “Todo Poderoso Malfoy” está na área e não tô com muita paciência pra lidar com isso. Então vaza, vá logo fazer seja lá qual for a merda que você quer fazer. Eu vou jantar. – A garota foi logo virando as costas para ele quando começou a caminhar, o sentiu segurar em sua mão.
– Espera. – Em resposta, ela apenas o olhou com a sobrancelha erguida. – Desculpe. Não deveria ter falado assim. Você disse que ia jantar, mas já passou do horário, como pretende fazer isso?
– Sabia que ser gentil às vezes concede regalias? – Ela deu um sorriso sugestivo. – Mas temos que ir rápido, o Pirraça costuma perambular por esses corredores a noite.
– E onde nós estamos indo? – Draco a seguia, meio incerto.
– Você já vai ver... só vem comigo.
Após virar alguns corredores e descer algumas escadas, abriu sem dificuldade a porta da cozinha de Hogwarts, onde inúmeros Elfos Domésticos trabalhavam, com uma imensidão de comida em cima de várias mesas, mas ao contrário do que Draco esperava, ninguém ali parecia estar incomodado com a presença dos dois.
– Deixa eu ver se eu entendi direito. – Draco disse, após terminar de comer o um delicioso prato de frango assado com batatas. – Você tem PERMISSÃO para entrar na cozinha e pegar comida, a hora que quiser?
– Pode-se dizer que sim. – Ela disse entre uma garfada e outra em sua torta de maça. – Sabia que se, ao invés de apenas quebrar regras, você fizer as amizades certas, você se mete em bem menos encrencas?
– Acho que não entendi. – Draco disse confuso e soltou um riso espontâneo.
– Digamos que, os Elfos Domésticos e fantasmas, gostem bastante de mim, a exceção do Pirraça. – A ruiva suspirou. – É difícil fazer amizade com um Poltergeist.
– Então, além de teimosa, vingativa e linda, você também é manipuladora? Acho que tenho que tomar cuidado com você, Potter. – Ele riu também espontâneo.
– Você não faz ideia, Malfoy. – A garota sorriu marotamente.
– Você não deveria estar comendo torta no jantar, não acha? – Draco olhou para o doce no prato da garota.
– Desde quando você é nutricionista? – Ela disse limpando a boca.
– O que é isso? – Ele respondeu confuso.
– Uma profissão trouxa, cuidam na nossa saúde, cuidando da alimentação. – A ruiva explicou.
– Às vezes eu me esqueço que você foi criada por trouxas.
– Tem problema? – Ela disse dando mais uma garfada em seguida.
– Eu realmente preciso ir agora. – O sorriso sumiu do rosto do garoto dando ar para uma expressão cansada.
– Tudo bem. – deu de ombros, focada ainda em sua torta.
– Não vai me perguntar para onde eu vou? – Ele semicerrou os olhos.
– Eu sei onde você vai, para a sala precisa, isso é óbvio, você sempre vai pra lá. Não sei o que você vai fazer, se eu perguntar você vai responder? – Finalmente o olhou.
– Não. – Ele disse simplesmente. – E como você sabe que eu vou para a sala precisa?
– Boa noite, Malfoy. – A garota piscou para o loiro.
– É só isso? – Ele disse e ela o olhou a sobrancelha arqueada em sinal de dúvida. – Não vou ganhar nem um beijo? – Draco resmungou e ela riu.
– Que eu saiba você precisa estar em outro lugar. – Ela se levantou e entregou os pratos usados a um elfo. – Você está achando que é fácil assim? – Ela o encarou agora seria. – Acha mesmo que uma pulseira cara e uma carta pedindo desculpas vão me fazer confiar em você novamente? Você vai ter que merecer essa confiança Draco e no momento você não tem muitos pontos comigo se quer saber.
– E quem tem pontos com você, aquele tonto do Weasley? Eu sou muito melhor que ele e você sabe disso. – Draco se aproximou ainda mais da garota.
– Ah aí está, o ego inflado de novo, se toca Malfoy, você não é melhor que ninguém, e se quer saber George é bem menos complicado que você. – Ela também em deu um passo à frente, o encarando nos olhos.
– Fique com ele então. – Draco disse em tom mimado.
– Pode ser que eu já tenha ficado. – Ela respondeu no mesmo tom e ele arregalou os olhos.
– Você.... sério isso? – O garoto fechou os olhos claramente nervoso.
– Ah, gostou de saber disso? Imagina como é ver, você fez isso comigo, beijou a Parkinson na minha frente. Sem contar as outras garotas com quem você se agarra por aí. A rádio corredor é bem eficiente nessa escola. – A ruiva disse, a ironia gritando em seu tom de voz.
– Não lhe devo satisfações. – O loiro suspirou.
– Não, não deve. Então até que isso... – Ela apontou de si para o garoto posteriormente. – Seja uma relação de confiança, não ouse me cobrar, me questionar ou qualquer outra coisa. Não até você me dizer a verdade sobre tudo de errado que está acontecendo com você. – A garota suspirou. – Eu nunca quis o seu mal Draco, muito pelo contrário, acho que sou uma das únicas pessoas aqui dessa escola que se importa mesmo com você, é você quem não quer enxergar isso. Te vejo quarta na biblioteca, mesmo horário. Passar bem! – A ruiva saiu da cozinha, deixando para trás o loiro, confuso, irritado, cheio de questionamentos.

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O caminho até a sala comunal da Grifinória até que foi rápido, Draco Malfoy tinha o poder de levá-la de 0 a 100 em segundos, a arrogância, a prepotência, ah ela não suportava a prepotência, se Malfoy achava que iria demonstrar superioridade e ela iria ficar quieta estava muito enganado, ela não aceitava aquilo, jamais, ele não falaria mal de seus amigos em sua presença, de modo algum, a passos raivosos rapidamente chegou ao quadro da mulher gorda.
– Abstinência. – A garota disse e rapidamente o quadro destravou. Assim que passou pelo retrato, deu de cara com Harry, uma expressão nada amigável no rosto e o mapa do maroto na mão.
– Posso saber o que você estava fazendo na cozinha com Malfoy, ? Estavam muito próximos pelo que pude ver. – Harry colocou o mapa na mesa, ele estava os espionando pelo mapa, ela devia ter previsto essa.

Capítulo 10 - A parte esquecida da profecia

– Agora você anda me espionando? – disse, a indignação estampada em sua voz. – Sinceramente, até passava pela minha cabeça que você não confiava em mim, mas... – Ela suspirou deixando de encarar o irmão para olhar o tapete das cores de sua casa. – Eu não imaginava que seria a esse ponto.
– Estou te protegendo ! Estava quase descendo lá... – Harry percebeu o desapontamento na voz da irmã, mas não deixaria quieto, queria respostas. – Acha que eu não percebo? Você está cada vez mais distante de mim, eu sou seu irmão! Eu sei quando esconde as coisas, posso não saber o que, mas sei que esconde.
– Me protegendo? Desde quando “controlando” mudou de nome? – A garota ruiva se controlava para não gritar e chamar a atenção dos outros alunos da casa que já se preparavam para dormir. – Olha, eu não estava correndo perigo algum, eu sou uma bruxa bem talentosa, sabe disso, então não diga que isso é preocupação. Sabemos que é ciúme.
– Escute o que está dizendo! Isso é... – Harry respirou fundo, fechando os olhos. – Você estava com o Malfoy, ! Não era simplesmente um garoto, era Draco Malfoy! O cara mais babaca dessa escola! O pai dele é um comensal da morte, ele é um comensal da morte! Olha o tipo de pessoa que você está perto, na biblioteca ok, mas que diabos você estava fazendo com ele na cozinha?
– Você não tem certeza sobre o fato de ele ser um comensal ou não! Ninguém tem! Nós perdemos a hora do jantar, ele estava com fome, o levei na cozinha para comer, e só, fim da história! Eu não deveria te dar explicações Harry... não é o que você queria? Que eu descobrisse o que ele está planejando? É o que eu estou fazendo, só que do meu jeito, não do seu.
– E se ele a atacasse? Quem a defenderia? Um elfo? Dobby está o seguindo por todo o castelo, ele vai me retratar todas as ações dele, você não precisa mais espionar ele. Eu não estou gostando disso! Não quero mais que você ajude o Malfoy! – A risada irônica que ela soltou em resposta a Harry ecoou mais alta do que pretendia.
– Você não é meu pai! Você não pode me dar ordens! – A ruiva estava revoltada com as palavras do irmão, sabia muito bem se defender sozinha, o tom de Harry a ofendia.
– Eu sou a sua família! Papai não está aqui para te dizer isso, mas e estivesse eu tenho certeza que diria!
– Não diria! Porque a minha mãe era uma mulher forte e corajosa! Ela veria o quão errado isso é, e não permitiria. – Àquela altura a mais nova dos irmãos já estava com os olhos cheios de lágrimas. – Eu confio em você! Em todas as suas loucuras, seus planos, estou aqui por você, luto por você, defendo você com todas as minhas forças, acredito em você até de olhos fechados... mas você não confia em mim! O que acha? Que eu vou deixar alguém me atacar a cada esquina? Que eu não vou revidar? Que eu preciso de você para proteger?
– Não é qualquer um. – Harry abaixou o tom de voz ao notar os olhos marejados da garota, nunca foi sua intenção fazer a irmã chorar. – Eu não aceito que você se machuque! Não dá! Você é boa demais para esse mundo ! Você é esperta, claro que é, acredita que todos podem ser bons! Mas não podem! Você... você quer enxergar bondade onde não existe! Olhe para nós, crescemos separados e sem nossos pais por causa de um bruxo que não passa nem perto de conhecer o significado da palavra amor. Malfoy é mal e cruel, assim como o pai dele. – Harry suspirou. – Naquele dia, no ministério, o dia em que o Sirius morreu, o dia em que você saiu inconsciente direto para o St. Mungus, eu não conseguia me suportar, a culpa foi insuportável, você tinha avisado, você disse que poderia ser uma armadilha, eu não ouvi, não pratiquei oclumência como deveria, coloquei todo mundo em risco, não consegui te defender e eu não quero cometer o mesmo erro novamente...

~Flashback on~

“ Departamento de Mistérios” a voz gravada ecoou aos ouvidos dos setes jovens bruxos assim que o elevador parou e a porta se abriu, lá estavam eles, Harry, , Rony, Hermione, Gina, Neville e Luna, burlando no mínimo cinquenta regras de Hogwarts, tinham acabado de “se livrar” de Dolores Umbridge, voado da escola até Londres em Testrálios.
– Chegamos. – Harry disse, a passos lentos e cuidadosos, os corredores escuros e confusos fazendo jus ao nome do departamento em que se encontravam. Os jovens seguindo em frente, o caminho era escuro, fazendo com que todos acendessem as luzes em suas varinhas se deparando com prateleiras sinistras, repletas de objetos globulares, aparentemente deixados ali por muito tempo, empoeirados.
– Qual era mesmo o número Harry? Que você viu? – perguntou, a infinidade de globos a fazia questionar se realmente era possível encontrar uma profecia em meio a tantas.
– Noventa e seis. – Harry respondeu focado, procurando pelos números.
– Acho que é por aqui. – Neville disse, um pouco mais a frente, indicando o caminho aos outros.
Depois de tanto procurarem, finalmente encontraram, globo noventa e seis, o nome de Harry estampado em meio a névoa de sua imagem, assim que o garoto a tocou, uma voz ecoou:
"Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima… nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar do sétimo mês… e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece… e um dos dois deverá morrer na mão do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar..."
Não foi possível que terminassem de ouvir em paz, figuras encapuzadas, mascaradas começaram a surgir por entre os corredores... Comensais da Morte.
– Onde está o Sirius? – Harry gritou, o globo ainda em sua mão, a varinha em punho na outra, todos os outros também levantando suas varinhas.
– É preciso entender a diferença entre sonho e realidade, Potter! – O comensal a frente dos garotos disse, curiosamente, uma voz conhecida, como se não bastasse, Lúcio Malfoy retirou a máscara, revelando seu rosto. – Você viu o que o Lorde das Trevas queria que você visse. Agora me dê a profecia.
– Mais um passo à frente e eu a quebro! – Harry ameaçou, o braço estendido pronto para jogar o globo. Sua irmã, segurou em seu ombro, Harry era corajoso, mas ele parecia exposto demais, a garota se preparava para pular na frente do irmão, caso o bruxo adulto lançasse um feitiço, assim que tocou no garoto, o globo voltou a dizer:
“Aquela nascida sob o mesmo luar, será vital para finalizar a batalha que o próprio Lorde das Trevas vai começar, sem ela tudo ficará no mesmo lugar, o poder do amor que dentro de si vai ficar lhe dará uma força maior que se pode imaginar, a arma que a ela dará um jeito de chegar, será a chave para a luz triunfar.... “
O som de uma risada surgiu ao fundo, vindo da escuridão, aos poucos a mulher de cabelos escuros e cacheados, de aparência alta e magra, Bellatrix Lestrange.
– Vejam que lindo! As crianças querem brincar. – A mulher disse, em tom irônico. – Tolos, todos tolos! Bebês, bebês Potter. – Ela riu ainda mais alto.
A conversa fluía em “banho maria”, comensais agora os cercavam por todos os lados, eram muitos, Malfoy tentando convencer o mais velho dos Potter a entregar o objeto, mas seu plano não funcionou, Harry, , Hermione, Rony, Luna, Neville e Gina logo colocando em pratica o que aprenderam durante todo o ano na Armada de Dumbledore, feitiços como “ Levicorpus” “Estupefaça” e “Petrificus Totalus” ecoaram pelos corredores escuros, alguns comensais atingidos, resultando em prateleiras e mais prateleiras de profecias se espatifando no chão. Os garotos tentaram correr, mas ao abrir a porta caíram em mais um lugar estranho, este possuía portais, que mais se pareciam com véus, que sussurravam.
Logo, os bruxos das trevas os alcançaram rendendo todos, deixando Harry no centro, assistindo o sofrimento de seus amigos e.... sua irmã. Lúcio Malfoy lançara um feitiço que amarrou a garota com cordas luminosas, estas que ficavam cada vez mais apertadas, uma delas rodeando seu pescoço, a fazendo respirar com cada vez mais dificuldade, buscando desesperadamente por ar.
– Realmente acreditou que crianças tinham chance, contra nós? – O loiro mais velho riu, alto e claro. – Entregue a profecia, agora. – Ele disse agora sério, estendendo a mão. – Ou veja todos morrerem, a começar pela sua irmãzinha.
A garota de cabelos ruivos naquele momento já não aguentava mais buscar por ar, sufocando, uma lágrima caindo ao ver o irmão estender a mão para entregar o globo ao comensal, este que se aproximou da garota para zombar ainda mais de Harry, na garota, um misto de sentimentos aparecendo, medo do que viria a seguir, raiva dos comensais por ver seu irmão quase entregar a profecia e por não conseguir fazer nada para ajudá-lo, ao ver o homem loiro levantar a mão em sua direção, fechou os olhos, esperando o tapa (ou o soco), este que não veio, de repente ela sentiu vontade de gritar, juntou o ar o pouco ar que ainda lhe restara e assim o fez, as cordas se soltaram de seu corpo e ao abrir os olhos percebeu que o adulto estava sendo lançado para o outro lado do local, desacordado. Ela havia feito aquilo? Mas como? Sem varinha? Não tinha como responder, pois segundos depois quem caiu inconsciente foi ela.
~Flashback off~


A garota de cabelos ruivos balançou a cabeça, a lembrança do dia em que foi atacada por Lúcio Malfoy no Ministério da Magia invadindo sua mente, nunca tinha sentido tanto medo, a sensação de seus pulmões precisando de ar, esse que não chegava, sua garganta queimando, seca.... ela pensou que ia morrer. Pelo menos, graças ao seu estado inconsciente não presenciou a morte de Sirius, mas queria ter dado apoio a Harry naquele momento, não tê-lo deixado enfrentar aquele horror sozinho e, ainda mais, preocupado com ela.
– Não foi sua culpa Harry, era impossível saber... tinha sido real com o Sr. Weasley, não se culpe, suas intenções eram boas. – A garota suspirou. Se aproximou do irmão, pegando em sua mão, olhando em seus olhos verdes, este encarando os castanhos da irmã. – Eu... não vou parar de ajudar o Draco, pois eu dei minha palavra e você sabe o quanto isso é importante para mim, eu espero que você respeite a minha decisão e pare de me espionar, nós já temos muitos problemas para brigarmos entre nós Harry. – A garota disse tentando soar o mais firme que conseguia.
– Desculpe. – O garoto suspirou também. – Também não quero brigar, eu... ando irritado.
– E eu ando percebendo. Você está fissurado nesse mapa e no livro do Príncipe Mestiço, sem contar as aulas com Dumbledore, ter que saber tudo isso sobre... Tom Riddle, não deve ser fácil. – Ao ver tinha que conseguido contornar a situação e acalmar Harry, a ruiva se sentou em um dos sofás da sala comunal, batendo ao seu lado para que o garoto a seguisse. – Quer conversar sobre?
– Acho que vai ser bom. – O moreno se sentou onde ela indicou. – Dumbledore me mostrou uma memória, muito importante, mas ele acha que está alterada e quer que eu consiga a verdadeira.
– E a quem essa memória pertence? – disse intrigada.
– Ao professor Slughorn! Tem alguma ideia de como eu possa conseguir? – O garoto demonstrava cansaço.
– Bom, ele te quer na estante de estrelas dele, não é? Ele adora você! Vamos usar isso a nosso favor. Me conte, como exatamente é essa lembrança?
Harry descreveu todas as memórias, cada palavra, tudo aquilo que já sabia, sobre os Gaunt e sobre os Riddle e sobre a novidade: Horcruxes.
– Já ouviu falar sobre isso? – Harry perguntou assim que terminou de contar.
– Não, nunca, e acho que se não fosse importante saber sobre isso, não gostaria de saber.
– Sabe , sinto que ao saber a história de Tom Riddle estamos cada vez mais perto de descobrir suas fraquezas, mas... é tudo tão perturbador, ele era, quer dizer, é capaz de qualquer coisa por poder. E agora o professor Dumbledore quer envolver você nisso. – Harry fechou os olhos.
– Como assim me envolver? – As sobrancelhas de se ergueram.
– Ele disse que precisa falar com você, algo sobre você ter um papel importante nisso tudo. Mas você pode negar, só quero deixar isso bem claro!
– E desde quando os Potter fogem de algo, Harry? – sorriu para o irmão.
– Às vezes eu queria que você não fosse tão parecida comigo quando o assunto é se envolver em confusões, sabia? – O garoto a abraçou, ela sorriu, estava tudo ok entre ela e o irmão. Pelo menos por enquanto.
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As aulas de Poções eram bem constrangedoras ultimamente, uma vez que, desde sempre Harry, Rony, Hermione e tinham de dividir a mesma mesa. Naquele dia em especial, Hermione mudou a posição do caldeirão de modo a ficar mais distante de todos, ignorando os dois amigos. depois de um aceno aos dois, mudando a posição de seu caldeirão para mais perto da amiga.
– Desculpe, mas isso já está ficando ridículo. – A ruiva disse baixo, só para Hermione ouvir.
– Não pedi para você vir para cá, pode ficar lá com aqueles dois. – Hermione resmungou, em tom arrogante. Tendo apenas um estreitar de olhos de como resposta. – Ok, desculpe. Estou estressada...
– Ah! Você? Estressada? Esse ano? Que novidade! – disse sorrindo ironicamente para Hermione, mas antes que morena pudesse responder, Slughorn pediu silêncio à frente da turma.
– Acomodem-se, acomodem-se, por favor! E depressa, temos muito o que fazer hoje à tarde! A Terceira Lei de Golpalott... quem sabe me dizer...? A srta. Granger sabe, é claro!
–A-Terceira-Lei-de-Golpalott-diz-que-o-antídoto-para-uma-misturavenenosa-será-maior-do-que-a-soma-dos-antídotos-para-cada-um-de-seuselementos. – Hermione respondeu rapidamente. batendo palmas leves e silenciosas a frente da amiga.
– Exatamente! – Exclamou sorridente o professor. – Dez pontos para a Grifinória. Agora, se considerarmos a Terceira Lei de Golpalott verdadeira...
olhou para o fundo da sala avistando um Draco cabisbaixo e distraído, aparentemente não estava dando a mínima para a aula, como em todas as aulas naquele ano, algo a mais chamando a atenção da garota, o rapaz parecia estar com dor, segurando seu antebraço esquerdo com a mão direita, estranho... “Comensais da Morte possuem a marca negra no braço esquerdo, eles usam para chamar o Você- Sabe- Quem, ela é feita a fogo na pele, acredito que deva doer muito” ela se lembrou do comentário que seu padrinho fizera tempos atrás, quando estava explicando a ela sobre a primeira guerra bruxa. Outra lembrança veio a sua mente, o dia em que falou com Draco no lago, assim que segurou em seu braço esquerdo, o garoto recuou e ela tinha certeza de que não usara força. Será que? rapidamente balançou a cabeça, tentando espantar esses pensamentos e focar no que o professor dizia.
– ... identificado corretamente os ingredientes da poção, com o Revelencanto de Scarpin, o nosso objetivo primário não é a simples seleção de antídotos para os ingredientes por si e de si, mas encontrar o componente adicional que, por um processo quase alquímico, transformará esses elementos díspares...e, portanto, quero que cada um de vocês venha apanhar um dos frascos sobre a minha escrivaninha. E deverão criar um antídoto para o veneno que o frasco contém antes do fim da aula. Boa sorte, e não se esqueçam das luvas protetoras!
Hermione se levantou rapidamente, foi pegar seu frasco logo em seguida e voltaram a seus lugares.
– É uma pena que o Príncipe não vai te ajudar muito, Harry – Hermione disse para Harry quando este se levantou. - Desta vez é preciso compreender os princípios envolvidos. Não existem atalhos nem colas! – Mas não gostou nada disso, na verdade não era o momento para Harry perder a admiração de Slughorn, eles tinham passado muito tempo planejando a abordagem de Harry ao professor para que ele pudesse lhe conceder a verdadeira memória sobre as Horcruxes e um fracasso durante a aula não ajudaria em nada seus planos.
A garota abriu seu livro, se aproximou do caldeirão e iniciou o preparo de sua poção nada fácil, pensou em discutir sobre com Hermione, mas a garota parecia focada demais em sua própria poção, infelizmente ao olhar para os garotos notou que ambos estavam com olhar perdido.
– Harry! – A irmã chamou. O rapaz rapidamente a olhando, claramente frustrado. – Nada? Nenhuma anotação a mais por aí? – O garoto negou com a cabeça.
– Eu e Rony estamos mais frustrados que você. – Ele disse comparando as misturas dos garotos com a dela, que pelo menos não fedia a ovo podre, o professor passando perto de seus caldeirões tapando o nariz com uma expressão decepcionada. – Alguma ideia?
– Posso ver o livro? – Meio relutante, mas sabendo que ela queria ajudar, Harry entregou o livro surrado. A garota folheou o livro desesperadamente, uma palavra a chamando a atenção, isso seria ousado, não era bem uma poção, mas poderia surpreender o professor pois servia como antidoto, ela pegou sua pena e circulou a palavra “Bezoar” devolvendo o livro para o irmão com uma piscadela, focando em sua própria poção depois.
– Tempo... ENCERRADO! – Disse o professor, um tempo depois. – Vamos ver como vocês se saíram! Blásio... Que é que você tem aí?
Ele começou a olhar as poções e a falar com os alunos, passando pelo caldeirão de , lançou lhe um olhar satisfeito, mas não disse nada, seguindo para o lado de Harry.
– E você, Harry, que tem para me mostrar?
A ruiva observou a tudo, torcendo para dar certo, assim que Harry abriu a mão, estendendo ao professor a pedra bezoar ela tratou de prestar atenção a reação do professor, que o olhou surpreso e rindo depois, dizendo que Harry era atrevido assim como sua mãe, o parabenizando em seguida, sorriu vitoriosa, o plano iria dar certo, Slughorn ainda estava impressionado com Harry. Quem claramente não tinha gostado nada disso foi Draco, a poção do loiro emanava um odor insuportável, apesar da distância de suas mesas, podia sentir e até notar que desastradamente o rapaz tinha derrubado um pouco da poção em sua roupa, a ruiva podia jurar que aquilo era vomito de gato, o rosto vermelho de raiva, a garota não pode conter o riso, o poderoso Draco Malfoy estava aprendendo da maneira mais difícil que não é o centro do universo, e já tinha passado da hora. Quando o professor passou ao lado do caldeirão da garota disse apenas “com um pouco mais de prática você conseguira atingir seu objetivo, eu tenho certeza”.
A aula acabou e arrumou suas coisas em sua bolsa, lançou um sorriso para Harry e o garoto de olhos verdes entendeu que queria dizer “boa sorte” já que ele tentaria conversar com o professor assim que o último aluno saísse da sala, ele retribuiu o sorriso, a irmã iria conversar com Dumbledore naquela tarde, a garota virou as costas, saindo das masmorras.
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Não era algo corriqueiro, mas já havia estado na sala do diretor por algumas vezes, no segundo ano, logo após ela, Harry e Rony terem encontrado a Câmara Secreta da escola e lutado contra uma memória juvenil do próprio Voldemort, no terceiro ano assim que Sirius Black e Biguço foram libertados e ela descobriu ser uma Potter, no quinto ano, quando o pai de Rony foi atacado no ministério e Harry tinha “visto” tudo... A sala nunca mudava, o poleiro da Fênix logo ao lado da mesa do diretor, estantes cheias de livros e quadros de ex diretores da escola.
– Boa tarde, Senhorita Potter! Sente-se por favor. – O diretor disse assim que a garota passou pela porta de sua sala, logo se dirigindo a cadeira que o velho lhe indicara para se sentar.
– Boa tarde, senhor! Harry disse que queria me ver. – Disse se esforçando para ser simpática, a verdade é que a garota não se sentia muito confortável com o diretor, ficava nervosa.
– Aceita uma guloseima? Se não me falha a memória Harry mencionou o fato sobre você ser uma grande apreciadora de chocolates. – Dumbledore disse empurrando um recipiente na mesa em direção a garota. Ganhei esses de um amigo da Suíça, acho que você vai gostar. – Meio tímida, ela pegou, chocolate realmente não era algo que se poderia negar. – Você deve estar se perguntando por que a chamei aqui, posso dizer que temos muito a conversar. – O homem fez uma pausa. – Acredito que Harry a tenha contado o que aprendeu com nossas aulas.
– Sim, senhor. – Ela respondeu apenas.
– Ótimo e você está familiarizada com a profecia, eu presumo. – Disse e a garota assentiu.
– Essa profecia nos custou muito a alguns meses atrás professor, você sabe, estava lá. – A ruiva apenas suspirou, tentando expulsar as memórias que tinha daquele dia horrível.
– A conversa que tenho a tratar com você se trata de todo esse ocorrido, devo dizer que fiquei muito feliz com o sucesso de sua recuperação, espero que tenha gostado dos doces que lhe enviei no hospital. – Doces? Não tinha doce nenhum vindo de Dumbledore quando ela acordou, teria uma conversa bem séria com Rony e Harry sobre isso. – Bom, você se lembra o que diz a profecia?
– Diz que “o menino nascido ao fim de julho terá poder para derrotar Voldemort, nascido entre aqueles que o desafiaram três vezes”... quer dizer que Harry é quem pode derrotá-lo. Mas eu não entendo senhor, o que isso pode ter a ver comigo?
– E depois? Você tocou o ombro do seu irmão enquanto ele segurava o globo e ele reascendeu, não foi? O que ele disse?
nada disse, buscando em sua memória o que havia sido dito pela bola brilhante “Aquela nascida sob o mesmo luar, será vital para finalizar a batalha que o próprio Lorde das Trevas vai começar, sem ela tudo ficará no mesmo lugar, o poder do amor que dentro de si vai ficar lhe dará uma força maior que se pode imaginar, a arma que a ela dará um jeito de chegar, será a chave para a luz triunfar....” Claro que ela não tinha dado atenção a isso no dia em que ouviu, as condições não eram nada favoráveis, estavam cercados por comensais da morte, o foco era outro.
– Acho que o senhor é quem tem algo a me dizer. – Ela disse simplesmente.
– Você se parece muito com a sua mãe, senhorita Potter. – Dumbledore sorriu para a garota. – Uma das garotas mais inteligentes que eu conheci. Sim, eu tenho algo para lhe dizer, algo que acredito eu, a senhorita já saiba. – Ele a olhou por cima dos óculos de meia lua. – Essa parte da profecia se refere a você, . – A garota suspirou.
– Certo, e o que exatamente isso significa? Eu não vou ter que matar alguém também, vou? – Ela endireitou a coluna sentando-se corretamente na cadeira, atenta ao que o velho iria dizer.
– Receio que, infelizmente, eu não saiba lhe responder a essa pergunta ainda, mas preciso esclarecer outras coisas. Acredito que tenha curiosidade para entender o que aconteceu com Lúcio Malfoy quando lhe atacou, estou certo?
– Tenho senhor, às vezes eu acho que foi eu que fiz aquilo, mas eu não sei como. – tantas vezes já havia se questionado, recapitulava cada passo, cada acontecimento, leu sobre, mas não conseguia encontrar nada, nenhuma resposta.
– Eu sei. – Naquele momento Dumbledore possuía total atenção da garota. – Harry já lhe contou sobre a proteção que sua mãe deixou ao morrer para protegê-los. – A ruiva apenas assentiu então ele continuou. – Essa proteção também está em você, sua mãe não protegeu apenas Harry, protegeu os dois, é magia antiga, muito poderosa, lembre-se disso : nada é mais poderoso que o amor. Essa magia se manifesta em você de modo diferente, lembre-se quando Harry tocou no professor Quirrell, o destruiu, quando Malfoy te atacou, a sua magia te defendeu, você sentiu algo que não pôde controlar, não foi?
– Sim senhor, senti vontade de gritar, parecia que algo queria muito sair, mesmo com a falta de ar, eu só.... queria voltar a respirar. – Ela disse e Dumbledore assentiu.
– Em outras palavras, a proteção de sua mãe em você amplia seus poderes, Lilian usou uma magia poderosa, não é preciso muito para ver que você tem amor de sobra em seu coração, senhorita, quanto mais amor você tem, mais poder você tem. Por isso você não precisou de varinha para revidar o ataque a Lúcio, era sua magia, protegendo você, mesmo sem varinha. Significa quem em duelos seus feitiços são melhor executados e que está destinada a grandes coisas. O que também diz que você precisa encontrar um equilíbrio entre tudo isso, ou a sua magia pode ser prejudicial à você mesma. Já pensou o que pode acontecer se sua magia se virar contra você? A briga dentro de você poderia até mesmo matá-la.
– Equilíbrio? Como é que a minha magia poderia se virar contra mim?
– Ao sentir ódio, senhorita, a potencialização da sua magia vem do amor, não se engane, ela vai tentar destruir qualquer ódio, nunca aconteceu nada estranho com você ao sentir raiva? – Ao ser questionada pelo diretor se lembrou de episódios passados, um em especifico, no terceiro ano, quando chutou Malfoy no meio das pernas, logo após Hermione lhe dar um soco, injustiça, era o que ela sentia, Draco tinha ajudado a condenar um animal inocente a morte, se lembrou que sentiu algo forte, assim que o machado do carrasco bateu no chão, como se ela precisasse liberar algo, no mesmo instante uma pedra que estava perto deles explodiu, até ai tudo bem, se ela não tivesse sentido uma passageira dor terrível no peito depois, nenhum dos quatro entendeu o que tinha acontecido naquele momento e ela acreditou que seria apenas uma coincidência.
– Como lidar com isso senhor? Bom... já cheguei a me irritar, me magoar, mas nada me levou a querer fazer realmente mal a outra pessoa, eu realmente não sei se conseguiria, nem se eu quisesse. Com o senhor Malfoy... eu realmente estava com medo, mesmo assim, não foi de propósito, eu não pensei em atacá-lo, eu só queria voltar a respirar.
– É o que eu disse senhorita: vai chegar um momento, em que você precisara encontrar um equilíbrio, ou isso poderá ser sua ruína. Não podemos garantir que nunca sinta raiva, ódio, ou que não aconteçam injustiças, infelizmente, agora mais do que nunca, isso será bem recorrente. E eu não tenho dúvidas quanto à sua coragem, mas você precisará fazer um esforço a mais. – Dumbledore disse devagar e gentilmente como se quisesse que a garota memorizasse cada palavra dita.
– A profecia fala sobre uma arma, que arma é essa? – Ela precisava saber, precisava saber se precisava procurar esse objeto.
– A profecia também diz que ela dará um jeito de chegar até você, tenho certeza de que você irá saber quando achar. Acredito que não é com isso que precise se preocupar. No momento.
– Desculpe senhor, mas acho que eu preciso de mais que isso, diferente de Harry, eu não vou ficar feliz com respostas vagas. – disse, apertando as mãos em seguida, estava realmente cansada de saber as coisas pela metade. – Você sabe mais professor, eu sei que sabe, está esperando o momento certo para contar. Mas a contar pela sua mão, não sei se terá esse tempo. – Não tinha dito nada até aquele momento, mas a situação seca de uma das mãos do diretor era algo que não passava despercebido.
– A senhorita sabe o que é isso? – O diretor perguntou muito calmo.
– Eu já li um livro sobre doenças e acidentes mágicos, não está na grade, achei na biblioteca, na sessão autorizada, é claro, ele apresentava casos do St. Mungos, pessoas enfeitiçadas pelos piores tipos de magia das trevas.
– E o que acha disto? – Ele levantou a mão atingida, mostrando a garota.
– Eu acho que o senhor tocou em algo que não devia, e que assim como eu, sabe o que significa.
– Peço que isso fique entre nós, senhorita, não quero alarde, peço discrição principalmente quanto a Harry. A mente dele não é segura, contar algo a ele pode significar contar algo ao próprio Voldemort. – Continuou a encará-la por cima dos óculos de meia lua.
– Eu acho que eu já estou ultrapassando a cota de esconder coisas do meu irmão, senhor, ele gosta muito de você, merece se... preparar.
– O que mais tem escondido de seu irmão, senhorita? Algo relacionado ao fato de recusar-se a denunciar o ataque de Lúcio Malfoy no ministério da magia?
– Como assim? Claro que não! E o Malfoy já tinha acusações demais, ele seria condenado com ou sem o meu testemunho, eu não queria testemunhar, nunca é uma experiência agradável. – não podia deixar de pensar o porquê nos últimos dias esse assunto tinha que aparecer tão recorrente? Ela já tinha deixado bem claro, assim que acordou no hospital, que não queria falar sobre isso.
– Uma boa resposta, mas a minha teoria é de que você tenha levado o menino Malfoy em consideração, e não quis ajudar a mandar o pai dele para Azkaban.
– Eu não sei do que está falando. – A garota agora já tinha adotado uma postura defensiva, cruzou os braços e não deixou de encarar o diretor, arqueando a sobrancelha.
– Senhorita, a intenção das aulas extras que você tem tido com Draco, não são apenas para aumentar as notas do garoto, eu quero você o ajude.
– Como é? Achei que tinha sido ideia do professor Snape. – A confusão se fazia presente em sua expressão.
– Severo não faz nada que eu não apoie, senhorita. Eu quero que o ajude em tudo, acredito que senhorita tenha algumas desconfianças, não tanto quanto as de Harry, mas que tenha. Malfoy tem agido estranhamente nos últimos tempos, só um tolo não notaria. – Dumbledore suspirou, gostaria de poder prever a reação da garota ao saber o que viria a seguir. – Desconfianças estas que eu vou lhe confirmar: Draco Malfoy é um comensal da morte e eu preciso que você o ajude. Mais precisamente: salve a vida dele.

Capítulo 11 - E agora?

– Desculpe. – A ruiva fechou os olhos, respirou fundo e levantou uma das mãos em sinal de pausa. – O meu cérebro parou de funcionar na parte em que o senhor disse que ele É um comensal da morte. Como pode ter tanta certeza?
– Antes eu preciso que me dê a sua palavra: isso vai ficar entre nós, e o menino Malfoy caso consiga que ele aceite sua ajuda. – Chegava a irritá-la a calmaria com que o diretor proferia as palavras.
– Tem a minha palavra professor, eu não direi a ninguém. Desculpe. – Era muita, muita informação, estava tentando organizar tudo em sua mente. – De que tipo de ajuda especificamente, estamos falando?
– Ele possivelmente tem uma missão a ser concluída aqui dentro desta escola, preciso que descubra qual é e que o ajude a realizar da melhor forma possível, com o mínimo de dano a Hogwarts e seus alunos...
– Senhor, está me pedindo para ajudar um comensal da morte a realizar um serviço para Voldemort dentro da escola? – Estava indignada, confusa.
– O que você acha que vai acontecer ao menino Malfoy caso ele não obtenha sucesso? – Dumbledore questionou e a garganta de secou ao pensar na resposta.
– Voldemort vai matá-lo. – Concluiu.
– Não quero isso e tenho certeza de que você também não quer. – Dumbledore a encarou com olhar sugestivo.
– De modo algum. – A imagem de Draco sendo alvo de um raio de luz verde a fez engolir seco. A mera possibilidade de que alguém fizesse mal ao garoto a apavorou.
– Ótimo, preciso garantir que isso não lhe seja arrancado a força também, como anda seu conhecimento em Oclumência?
– Eu sou muito boa, modéstia à parte, meu padrinho tem trabalhado isso comigo todas as férias desde o ano passado, faz um tempo que não conseguem entrar na minha mente, mesmo com esforço.
– Certo, continuando então, eu tenho certeza da atual situação de Draco pois tenho olhos e ouvidos em todos os lugares.
– Incluindo comensais?
– Sim. – Dumbledore disse apenas.
– Uau! – O velho era ainda mais brilhante do que ela imaginava.
– Acredito que Voldemort tenha recrutado Draco tão novo como forma de vingança pelo fracasso de seu pai no Ministério da Magia... – Dumbledore disse, ficou em silêncio, sua mente voando longe, então, era sua culpa afinal, ela ajudou na decisão do Lorde das Trevas, em punir Draco para se vingar de Lúcio, afinal, ela praticamente entregara o mais velho dos Malfoy em uma bandeja para os aurores ao deixá-lo desacordado. Droga! Era pior do que ela imaginava, ele era um comensal da morte e agora ela precisava ajudá-lo a não ser morto, só tinha uma coisa a mais a incomodando.
– O senhor acha que o Draco gosta disso? Quer dizer, acha que ele teve escolha? Ele poderia recusar esse “convite”?
– Ninguém pode recusar esse chamado senhorita, não se você quer viver e não passar o resto da vida fugindo. Mas Draco nunca teve para onde ir, toda a família dele, as pessoas que ele ama...
– Estão do lado de Voldemort. – Ela concluiu. – E como é que eu vou descobrir o que ele precisa fazer?
– Eu preciso que você o faça lhe contar, consegue fazer isso?
– Da última vez que cheguei perto, ele me afastou.
– Não conseguiram ficar assim por muito tempo ao que eu sei. – O diretor disse, tinha certeza que seu rosto estava atingindo quase a mesma cor que seus cabelos, mas como é que Dumbledore sabia da proximidade dos dois? Será que tinha conhecimento sobre as cartas também? – Passe mais tempo com o garoto, converse, mostre quem você é a ele, não precisa mentir, apenas omitir algumas partes, até onde eu sei, esse tempo juntos não será visto como ruim a nenhum dos dois.
– Será visto como ruim para Harry... nós tivemos uma discussão sobre isso ontem mesmo.
– Algo me diz que você sabe lidar com o seu irmão também...
– Está bem senhor, eu vou ajudar o Draco, seja lá qual for o plano dele, mas eu quero deixar claro: você sabe a qual lado pertence a minha lealdade. A Ordem, eu vou ajudar o Malfoy porque eu acredito que ele pode e merece ser muito mais, e ele não pode morrer tão cedo, então é melhor não fracassar. Vou dar um jeito de fazer com o menor dano possível ao nosso lado.
– Nunca duvidarei disso.

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não conseguia pensar direito, a confusão instalada em seus pensamentos, sequer sabia como tinha saído da sala do diretor e agora estava naquele corredor, o corredor do sétimo andar, não tinha também se dado conta de quanto tempo tinha passado na sala do mais velho... já estava escurecendo.
Tentava enumerar as informações que Dumbledore havia acabado de lhe dar:
1- A magia dentro dela era ampliada pelo amor, o que a fazia ser poderosa, mas também fatal caso sentisse ódio. Algo que ela precisaria controlar, ou como o próprio diretor disse: equilibrar.
2- A presença de uma profecia que selaria seu destino, que falava sobre uma arma, arma essa que ela não tinha ideia do que seria, mas com certeza teria que ser usada em algo, ou em alguém.
3- Draco Malfoy era sim, um comensal da morte, com uma missão ativa, dentro de Hogwarts, quem será que corria mais risco? Ele ou todos os outros alunos e professores da escola?
4- Alvo Dumbledore estava com os dias contados, tinha se metido com alguma magia das trevas, muito poderosa, sua mão estava secando e logo aquilo se alastraria por todo seu corpo, e ela não podia fazer nada para ajudar e nem contar a alguém.
E agora? Qual seria o próximo passo? O que ela faria com tudo aquilo? Naquele momento era algo em ela encontrava muita dificuldade para organizar. A única certeza que tinha é de que seria capaz de tudo para proteger aqueles que amasse, isso incluía Draco Malfoy, ela querendo ou não.
– Está perdida, Potter? – Pronto, a última voz que ela queria ouvir naquele momento, respirou fundo, se virando para encarar um dos principais causadores de seus problemas.
– Não enche, Malfoy! Meu humor está péssimo hoje! Pelo seu bem: se afaste! – Ela falou a última parte pausadamente, fechando os olhos. Não queria encarar o comensal.
– Ora..., mas isso não torna tudo mais divertido? – O sorriso debochado presente no rosto do rapaz, totalmente avulso ao que a ruiva sabia.
– Agora não, Malfoy, estou falando sério, eu preciso ficar sozinha. – Ela disse olhando para o chão, caminhando lentamente apoiando os braços na parede, respirando fundo. O loiro, percebendo algo novo na voz garota, não como todas as vezes em que discutiam, a voz da ruiva estava trêmula e ele poderia jurar que ela mal estaria conseguindo se manter em pé ao notar sua postura desleixada e suas mãos, aparentemente tremendo.
– O que há de errado? – Rapidamente ele se aproximou dela, o rapaz notando na hora, que realmente havia algo errado.
– Não é nada. Nos falamos depois. – Ela demonstrava estar confusa, ao tentar sair de perto do loiro quase esbarrou em uma aluna estranha aparentemente do primeiro ano que ela jurava que já havia passado correndo por ela, minutos antes, derrubando um caldeirão, suas mãos tremiam, Draco não a deixaria andar por aí daquela forma, olhou para a “garotinha” carregando o caldeirão, seu amigo disfarçado na verdade, fez sinal para que fosse embora, foda-se o que ele pensasse, o encontraria mais tarde.
Pegou a mão da garota, se assustando com a baixa temperatura dela, virou o primeiro corredor que viu a fim de sair daquele em específico e a conduziu até o armário de vassouras mais próximo, entrando logo após conferir que ninguém os estava espionando.
– O que você tem, ? – A garota respirava fundo, estava claro para o rapaz que ela estava nervosa tentando se controlar, e falhando miseravelmente, ele conhecia bem essa sensação. Delicadamente ele segurou o rosto da garota, fazendo com que ela o olhasse. – ! Foco! Sou eu, Draco! – Ele só viu confusão e medo, assim que os olhos castanhos da garota se encontraram aos seus azuis acinzentados. O coração apertando ao ver que os olhos da ruiva estavam começando a ficar marejados. – Fala comigo.
– Eu estou confusa, totalmente, a minha cabeça está... em pânico. Eu... não dá, Malfoy. Se tem algo que eu quero agora talvez seja gritar, sozinha. – Ela continuou o olhando. Precisava pensar, bem longe dele, bem longe de todo mundo. – Vamos dar bastante ênfase no sozinha.
– Sem chance, não vou deixar você assim, olha.... – Ele segurou em suas mãos. – Grita comigo, se precisar soque a minha cara, converse comigo, estou te oferecendo até um abraço... só... não fique assim. Eu não consigo deixar você sozinha, não até ver que você está sorrindo. Olha, eu sei que no início do ano você estava tentando me ajudar e eu afastei você... mas você não combina muito com o estilo vingativo, então não nos afaste mais, me deixa ajudar. – O rapaz respirou fundo e fechou os olhos, era incrível como tudo aquilo era extremamente novo para ele, a vontade de ser bom para alguém, fazer algo para além de seu interesse, mais ou menos... porque fazer a garota a sua frente sorrir era seu maior interesse, como se fosse um combustível, um animo, lhe dar forças para seguir em frente. Suspirou. – Por favor.
Em outro momento até acharia aquilo muito fofo, ele estava preocupado com ela, mas naquela hora, ela só queria entender e organizar tudo o que estava acontecendo. A ruiva suspirou e aproveitou para selecionar um (ou dois) dos seus atuais problemas ali, olhou para Draco, como se quisesse decorar cada traço de seu rosto, por mais que parecesse forte, a expressão do garoto era de cansaço... sofrimento. Ela não aguentou, praticamente pulou no pescoço do garoto, o abraçando, o mesmo correspondendo com o mesmo empenho, ele sabia que a garota precisava, mas não entendeu nada.
– Me desculpe. Por favor, Draco, me desculpe. – disse, lutando para segurar o choro. Ele continuou a abraçando, confuso, mas não a soltou, uma mão apertando a cintura da garota, a outra fazendo carinho em seus cabelos.
– Eu não sei por que está pedindo desculpas, , você vai ter que ser mais específica se quiser que eu entenda o que está me dizendo.
– Isso tá errado, tudo isso é muito errado... – Ela respirou fundo, soltando-se um pouco o abraço para que pudesse encará-lo. Não, aquele não era o momento para dizer que sabia sobre a real situação do garoto, mas ela poderia pedir desculpas por algo que o atingiu, e ela realmente teria tido relação. – Eu preciso te contar uma coisa e você pode me odiar por isso, mas essa é uma das coisas que eu não vou conseguir carregar só comigo, eu... eu preciso dizer. E eu preciso dizer para você! Sabe... o que levou seu pai a ser preso no Ministério da Magia? – soltou e Draco arqueou a sobrancelha.
– Ele... foi acusado injustamente. – O rapaz disse rapidamente, na defensiva, ela revirou os olhos, o encarando em seguida, com um olhar não muito amigável, Draco estava cansado de fingir principalmente para a garota a sua frente, e não era muito segredo o que havia acontecido com seu pai, o Profeta Diário fizera questão de noticiar em detalhes, fofoqueiros, em cima de sua família como urubus em carniça. Prontos para a próxima desgraça. Suspirou. Sem mentiras, pelo menos naquela hora. – Prática das artes das trevas, associação com Comensais da Morte, ataque a bruxos menores de idade, violação do Departamento de Mistérios, uso de maldições imperdoáveis. – O loiro foi dizendo pausadamente, como se fizesse uma lista. – Quer que eu continue? – Ela agora o encarava com expressão triste.
– E você sabe por que ele não conseguiu escapar? Do flagrante, naquele dia no ministério, sua tia Bellatrix, conseguiu.
– Ele foi atacado. Perdeu em um duelo para alguém da Ordem da Fenix. – A expressão do rapaz continuou confusa.
– Ele foi atacado.... – A ruiva suspirou juntando coragem. – Por mim. – Ela disse e Draco mantinha uma expressão surpresa, não pode deixar de pensar em como seria possível, talvez fosse por isso tamanha punição da parte de Lorde Voldemort à sua família, como seu pai perderia para uma garota de 15 anos em um duelo de magia? Ou, o que teria acontecido caso ele vencesse, Draco não sabia exatamente qual era pior cenário, um turbilhão de questionamentos surgindo, mas não disse nada, então a garota tomou tal ausência de resposta como estímulo para continuar. – Não foi como se eu realmente tivesse a intenção, seu pai me atacou com um feitiço, Incarcerous. – Fechou os olhos, levou a mão a garganta, não era algo que gostava de contar, mas precisava. – É tudo confuso na minha memória... ele queria a profecia, estava me usando para ameaçar o Harry, eu estava sufocando, só queria respirar, senti algo em mim, uma vontade inexplicável de gritar, quando eu percebi, seu pai tinha sido lançado para longe.... segundos depois eu desmaiei, acordei uma semana depois no St. Mungus, mas a culpa foi minha. Foi eu quem o atacou e por isso ele foi pego, com todo esse escândalo. Você claramente está vivendo esse inferno, humilhação pública na mídia, por minha causa e....
– Pare! – Draco a interrompeu. Depois de finalmente entender o que havia acontecido, aquele era o maior absurdo que já tinha ouvido na vida, era errado ele agradecer por seu pai ter sido atacado? Claro, não era motivo de comemoração, amava seu pai e as consequências acima de sua família tão respeitada em meio dos comensais estava na lama, além de sentir muito a falta do pai, mas se não tivesse acontecido, talvez a garota Potter não estaria ali, lhe contando a história, isso não daria para aceitar. – Por que eu não soube? Por que o profeta não noticiou que você ficou internada no St.Mungus? E ninguém disse nada sobre isso no tribunal... Ainda nos falávamos pelas cartas naquela época, por que você não me contou?
– A Ordem achou melhor abafar o caso.... Sobre o tribunal, eu me recusei a testemunhar e eu não quis preocupar você na época, não tinha certeza sobre ter sido a causadora daquilo, agora tenho. Além do mais, você precisava lidar com muitas outras coisas...
O silêncio dominou o espaço por alguns instantes, esperando o garoto a odiar. Já Draco, tinha conhecimento de que era corajosa, mas não imaginava que seria em proporções quase estúpidas, claro, ele sabia que ela estava no ministério da magia naquela noite, realmente, aquilo até o ajudou a tomar a decisão de parar de lhe enviar cartas, não se sentiu confortável ao saber que seu pai estava envolvido em um ataque a seus colegas de classe, por mais insuportáveis (que a maioria destes) fossem. Saber que foi parar no hospital graças a sua família, não ajudava em nada, ela tinha ficado mal, precisava de apoio e ele se calou, não pretendia cometer o mesmo erro novamente.
, não foi sua culpa! Você está se desculpando por não deixar meu pai matar você! Porque ele iria se tivesse chance. – Ele segurou o rosto da garota com as duas mãos novamente, fazendo com ela olhasse em seus olhos. – Não se desculpe por se defender, não hesite se precisar, tá legal? Principalmente por minha causa, a minha família é ligada a... algumas coisas há muito tempo, meu pai está em Azkaban graças aos erros dele. Por Merlin! Você poderia ter morrido! – Ele a abraçou novamente a apertando forte, como se precisasse memorizar cada parte do seu corpo. – Por que está me contando isso agora? Algo a ver com seu estresse aparente?
– Estou cansada de segredos, por mais que eu saiba que você tem muitos deles. – O ressentimento presente em sua voz. – Eu estive com Dumbledore agora a pouco e....
– Com Dumbledore? Você tem acesso a sala do velho? – De repente algo se iluminou na mente de Draco, tanto que quase não conseguiu esconder tamanho interesse.
– Sim, ele me chamou, por quê? – Ok, achou aquela pergunta bem estranha.
– Curiosidade. É claro que você teria acesso a sala do diretor, ele gosta de estrelas e você é uma. – Disfarçando em tom de ironia, ele mentiu. Se afastaram novamente para que pudessem se encarar, Draco escorou o ombro na porta do armário, a olhando. – O que o velho disse certamente a aborreceu.... – Era isso, ela iria se abrir com ele, afinal, não contaria tudo, mas contaria o necessário para o momento, estava cansada daquele jogo de gato e rato, lutando contra seus sentimentos para afastá-lo, ela precisava ajudá-lo, queria com todas as suas forças que aquela marca sequer estivesse em seu braço e aproveitaria os momentos em que ele desse abertura, mesmo que no momento, quem estivesse precisando de ajuda fosse a própria. Ela poderia confiar nele? Quem sabe! Mas ela queria correr o risco.
– Estou cansada de saber coisas sobre mim pelos outros, de respostas vagas e enigmáticas, meias verdades... acabei de saber que sou perigosa, me disseram como me resolver isso? Não, “encontre o equilíbrio” ele disse, onde é que esse equilíbrio fica?
– Perigosa? – Draco tentava abandonar a expressão confusa, mas não estava facilitando.
– Eu já tinha percebido... as vezes eu não preciso de varinha para executar feitiços potentes, como o que eu fiz com seu pai, e acabei de saber que isso pode me matar, se minhas emoções forem negativas, ou seja, basicamente, tenho problemas com a raiva, legal né?!
– Como isso funciona? – Será que era possível ficar ainda mais admirado por uma garota? Draco achou naquele momento, que sim.
– Minha mãe.... – Ela sabia que precisava ser mais específica. – Lillian Potter, usou uma magia poderosa para nos proteger.... ela se sacrificou por amor, aparentemente, isso pode deixar tipos diferentes de marcas... em mim: o amor potencializa minha magia.
– Viu! Você é uma bruxa extraordinária, Potter! Eu sempre estive certo. – O loiro soltou um sorriso presunçoso, a garota não admitiria, mas seu coração acelerou.
– É... tirando as partes em que você me chamava de “sangue-ruim” nos primeiros anos, nas “guerras” ideológicas entre nossos grupos de amizade, quando você implica com meu irmão e... nossa conversa nada amigável na sala precisa. – Ela disse contando nos dedos.
– Eu tenho uma reputação sabe, fazer o que, se você fosse da Sonserina as coisas seriam mais fáceis. – O sorriso presunçoso permanecia no rosto.
– Mesmo na Sonserina, continuaria sendo irmã do Harry. – Retrucou a ruiva.
– Ninguém é perfeito, né? – Ele disse rindo da expressão aborrecida da garota, outra nota mental: ele amava irritar Potter.
– Acabou de dizer que sou incrível, está se contradizendo assim tão rápido, Malfoy? Sabe que isso indica mentira, não sabe? – Disse cruzando os braços, arqueando as sobrancelhas.
– Incrível e perfeita são coisas diferentes, parecidas, mas diferentes. – O loiro olhava fixo em seus olhos castanhos. – E você é sim, incrível, olha como você é poderosa, faz magia sem varinha!
– Você ouviu a parte em que eu disse que isso pode me matar se minhas emoções forem negativas, não é? – ela claramente estava impaciente.
– Ah, Potter, acho difícil você odiar alguém. – Draco disse devagar, estava sendo sincero.
– Eu não teria tanta certeza. Ninguém é capaz de não sentir raiva, Malfoy, eu não sou um repolho, qualquer vegetal.... eu sinto, tudo, às vezes até demais.
– Sério? Quem você odeia? Me dê um nome. – Ele quis saber.
– Voldemort.
– Você e metade do mundo inteiro, torça para não o encontrar pessoalmente de qualquer maneira, e por favor, não diga o nome dele. – O garoto fechou a cara e revirou os olhos, pensando no nome de alguém que tinha sempre o dom de lhe tirar do sério.
– Pansy Parkinson. – disse e ele soltou uma gargalhada alta.
– Você não a odeia, claramente sente ciúme dela.... Por causa de mim. – Disse convencido, a encarando nos olhos, castanhos, hipnotizantes ele diria.
– Ciúme? Eu não tenho ciúme dela! – O desdém estampado no tom de voz e expressão da garota.
– Ah, não?! Me explique a briga que vocês tiveram antes do feriado então, qual foi o motivo? – Um sorriso convencido pairava na expressão do loiro.
– Ai, mas você se acha o centro do universo mesmo, não é, Draco? Ela insultou o meu irmão! Foi esse o motivo! Para sua informação o seu nome nem tinha sido mencionado, até eu... acidentalmente cair em cima de você. – Ela disse brava, direcionou a mão a maçaneta da porta para sair dali, mas o rapaz colocou a mão sobre a sua e ela parou, o olhando.
– Foi só por isso? Diga a verdade, , achei que tinha dito que estava cansada de mentiras e segredos. – Disse a olhando nos olhos, calmamente, ela suspirou.
– Ela pertence ao seu mundo, você mesmo disso isso, um mundo ridículo, vamos combinar, mas ainda assim... ela pode se aproximar de você sem que isso se torne um problema. – Disse sendo sincera, por mais que tivesse pedido, ele foi pego de surpresa, não esperava, que ela descrevesse o que ele também pensava, e estava cansado, cansado de ter que se manter distante e de não poder ir atrás do que realmente queria e acreditava, àquela altura já tinha visto e feito tanta coisa horrível, o sentimento de inutilidade se fazendo tão presente em tantas situações, precisava ser ele mesmo, pelo menos ali, com ela.
– Ah, . – Draco suspirou, garantiu que seus olhos estavam fixos, olhando nos olhos dela, não acreditava que estava prestes a dizer aquilo, era brega, para se dizer no mínimo, mas ele nunca tinha dito algo tão real. – Meu mundo é você!
Não deu tempo de pensar no que Draco acabara de dizer, não que ela fosse reclamar disso, o rapaz colou os lábios nos dela, iniciando um beijo caloroso, a ruiva sentiu suas costas encostarem na parede fria ao fundo do armário, as mãos do loiro segurando e apertando sua cintura. Naquele momento ela esqueceu tudo, estava beijando um Comensal da Morte, e se importava? Não! Tudo parecia apenas certo, era como se Draco Malfoy fosse feito para beijar Potter e vice versa.
Ela colocou os braços ao redor do pescoço do loiro, o puxando mais perto, se é que fosse possível, este por sua vez, sem parar o beijo, prensando seu corpo contra o da garota, segurando sua cintura com empenho, como se não quisesse que acabasse e ela se distanciasse. Ambos já estavam ofegantes e aquilo já não era suficiente, Draco desceu os beijos para o pescoço de , a arrepiando, ela querendo fazer com que o garoto sentisse o mesmo, uma mão arranhando levemente sua nuca com as unhas, a outra entrando dentro da camisa, passando pelas costas e tórax, a mão gelada em contato com a pele dele, o fazendo arrepiar, o volume na calça do garoto já aparecendo, se esfregando na intimidade da garota. Ela subiu seus beijos e mordiscou o lóbulo da orelha de Draco, arrancando do mesmo um suspiro de prazer. A mão do loiro adentrando a blusa da garota indo até seu seio direito por cima do sutiã, o massageando, quando ia abrir os botões do uniforme da ruiva que naquele momento já sentia sua calcinha molhada, um miado muito conhecido por ambos ecoou pelos corredores.
– Mas que porra! – Draco disse bufando, se distanciando de , sua expressão era de pânico não muito diferente da ruiva.
– É... Madame Nora, soube que ela e Filch andam conferindo os armários de vassoura desde a temporada da vaca rosa como diretora. Algum idiota dedurou que o pessoal usava pra... dar uns amassos. – Ela disse arrumando suas roupas.
– Eu sei disso! Já fui monitor e era da brigada inquisitorial no ano passado. – Ele também se apressava para arrumar suas roupas bagunçadas. – Antes que você pergunte, não, não foi eu o idiota que contou sobre o uso do armário de vassouras para Umbridge, sempre foi muito útil para mim. – Disse com um sorriso convencido rindo ao ver a garota fechar a cara e revirar os olhos.
– Você poderia ter ocultado a última parte. – resmungou. O miado da gata ficando mais alto, ela claramente estava de frente a porta do armário, esperando seu dono chegar. – Podemos usar um feitiço de desilusão. – Ela deu a ideia, cochichando.
– Só isso não vai bastar, a gata entra no armário, dá uma voltinha, o que acha que vai acontecer se ela bater em algo? – Ele disse no mesmo tom baixo.
– Então o que a gente faz, gênio? – perguntou tentando não demonstrar desespero em sua voz.
– A gata não voa... podemos ir para o teto. – Draco disse olhando para cima.
logo pegou uma vassoura a colocando na horizontal, testando se o espaço seria suficiente para que ficasse naquela posição, por sorte ainda sobrava alguns centímetros. Foi tudo muito rápido, os passos de Filch pararam e a maçaneta da porta começou a girar.
– Vamos ver o que tem aqui Madame Nora, alguém está encrencado hein! – A voz esganiçada de Filch ecoou no lugar assim que ele abriu a porta do armário. A gata logo adentrando o local, rodeando, pulando em cima de pilhas de vassouras, algumas quebradas outras inteiras, miando frustrada, por não encontrar nada.
– Tudo bem, minha querida, vamos encontrar outros infratores por ai. – Filch resmungou novamente fechando a porta assim que a gata saiu do pequeno cômodo.
Tão logo o som dos passos desapareceu com a distância, a vassoura antes enfeitiçada, desceu vagarosamente até chegar ao chão, desfazendo o feitiço de desilusão, não conseguiu mais segurar o riso.
– Como é que você ri em um momento como este? – O rapaz questionou ainda claramente abalado.
– Qual é! Draco Malfoy não gosta de uma aventura? – Ela piscou rindo mais ainda da cara que ele lhe deu em resposta, mas era só a expressão mesmo, porque seu coração se alegrou ao ouvir aquela risada, ao ver que sorriso tinha voltado ao rosto da ruiva.
– Bom, acho melhor irmos andando... por mais que eu tenha achado demais a ideia de usar a vassoura para nos levitar, acredito que chega de novidade por um dia. – Ela o olhou sorrindo, seu coração ainda acelerado pelo recente beijo e susto. – Acho que não vai querer perder outro jantar por minha causa, não é?
Draco não tinha se dado conta, até aquele momento de quanto tempo tinham permanecido ali, ele tinha muitas “tarefas” a realizar naquela noite. E... um “probleminha” para resolver antes de sair daquele armário, seria bom andar normalmente pelos corredores.
– É... – O loiro pigarreou. – Pode ir na frente. – Ele escorou o braço na parede do armário. – Tenho algo a resolver... Não dá para sair daqui mostrando para todo mundo os efeitos que você exerce sobre mim... eu tenho uma reputação a zelar. – Draco, olhou para baixo indicando o que havia de “errado” e não pode conter o riso ao perceber que um rubor surgiu nas maçãs do rosto da ruiva, que sorriu levemente, mais envergonhada do que gostaria de admitir. Não que ela não tivesse percebido o estado dele anteriormente, ela estava igualmente empolgada.
– Ok... boa sorte então. Te vejo no grande salão? – Ela disse evitando o olhar do garoto. O rapaz queria guardar cada detalhe de sua expressão envergonhada, como aquela garota ficava ainda mais linda com aquela carinha.
– Tenho... alguns deveres para fazer, acho que não vou chegar ao grande salão a tempo. Mas – Ele não aguentou, precisava beijá-la mais uma vez, nem que fosse um rápido selinho. – Se depender de mim não será a última vez que iremos nos falar hoje, uma coruja irá lhe visitar com um boa noite mais tarde, Potter. – O loiro piscou e ela sorriu assentindo, mesmo sabendo que ele estava mentindo quanto aos deveres, poderia até esperar para segui-lo, mas não naquele momento, já havia ficado longe de seu irmão e amigos por tempo demais, precisava evitar que Harry ficasse ainda mais desconfiado, talvez em outra hora. Abrindo a porta, lhe lançou um último olhar antes de sair.
– Talvez esta noite, eu responda. – fechou a porta e saiu dali se certificando de que não tinha sido vista.

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– E então? Estamos tendo sucesso com o professor Slughorn? – perguntou assim que chegou perto das três pessoas que mais a conheciam naquela escola, estava atrasada, a primeira coisa que se certificou foi da ausência do diretor à mesa de jantar dos adultos, já tinha até imaginado as desculpas que daria pela demora no caminho, não foi necessário, dada a ausência de Dumbledore era só dizer que a conversa demorara mais do que o esperado. Todos ainda se encontravam na mesa de jantar da Grifinória aparentemente na metade de suas refeições, a garota logo se sentando e enchendo seu prato, a expressão de frustração de Harry já respondendo sua pergunta.
– Nada! – Harry bufou. – E agora ele está na defensiva.
– Você tentou uma abordagem gentil como eu te disse? Ou você foi logo na ofensiva?
– Eu misturei um pouco dos dois, . – Harry disse já fechando os olhos sabendo que a expressão da irmã para si não deveria ser das melhores. – Não sou como você, você sorri e todo mundo faz ou diz o que você quer, eu.... não tenho tanto jeito para essas coisas. Você poderia tentar, não é? Falar com ele também. Agora ele está me evitando.
– Eu sou sua irmã, poderia até tentar, mas Slughorn vai saber das minhas intenções antes mesmo que eu fale, precisamos de um novo plano. – A garota Potter disse tentando pensar em algo novo. – Por hora, talvez seja melhor não forçar a barra, deixá-lo pensar que você esqueceu o assunto, assim podemos ganhar algum tempo. – Disse e Harry apenas assentiu, concordando.
– Como foi com o Dumbledore? – Rony perguntou, até então só escutara a conversa dos dois assim como Hermione, mesmo que ambos não se olhassem de fato, um avanço de acordo com a situação em que se encontravam, e além do que a ruiva sabia que eles não estavam muito contentes com o sucesso de Harry durante a aula de poções, Hermione não tinha engolido o bezoar ainda, mas sabia que a curiosidade de ambos falava mais alto, ela suspirou.
– Que bom ver que você ainda se lembra dos amigos Rony. – Disse meio baixo para que Lilá, que estava um pouco mais a frente conversando com Parvati, não ouvisse. – É melhor conversarmos sobre isso mais tarde, muita gente em volta. – Ela disse e todos assentiram, voltando suas atenções para seus respectivos pratos, à exceção de , esta olhava discretamente para a mesa da Sonserina onde os amigos de Draco Malfoy comiam tranquilamente, não podia deixar de se questionar... será que eles também sabiam?
Naquela noite o quarteto de amigos se reuniu em um lugar mais afastado do grande volume de alunos que circulava na sala comunal da Grifinória durante aquele horário. contando o que Dumbledore havia lhe contado sobre si mesma, ocultando partes sobre a morte iminente do velho e claro, sobre a atual posição de Draco, ou sobre o momento que tiveram no armário de vassouras do sétimo andar.
As reações foram diversas, Harry estava com o olhar longe, travado, a garota o achando até mesmo meio pálido, Hermione não parecia nada surpresa e Rony pelo contrário, estava boquiaberto.
– Eu... não sei o que dizer, . – Hermione começou assim que notou que a amiga já contara tudo. – Legal esse lance da proteção da sua mãe, faz muito sentido na verdade, ninguém nunca entendeu o que aconteceu com você no Ministério da Magia, mas... como você está sobre essa profecia? – Harry novamente respirou fundo ao ouvir a última palavra.
– Na verdade, eu não sei. – A ruiva suspirou. – Eu resolvi que vou deixar as coisas acontecerem... não há muito o que fazer sobre isso, se eu ficar pensando muito, acho que vou ficar louca, quando esses momentos chegarem... aí eu vou pensar no que fazer. – Ela disse e Harry se levantou, passando as mãos nos cabelos com tanta força que ninguém estranharia se alguns fios ficassem entre seus dedos, claramente perturbado. – Harry? – chamou meio insegura. – Você está bem?
– Não... não estou. – O moreno voltando a se sentar bruscamente em frente a irmã. – Eu estou... cansado! A cada hora uma novidade, cada vez mais coisas para se preocupar... eu aceito mexerem comigo, não com minha família! – Disse irritado. – Já não basta ter uma profecia sobre mim, agora sobre você também? Percebem o peso disso? Meras palavras e rimas que colocam um alvo em nossas costas e nos dizem o que precisamos fazer. – Bufou. Levantando-se novamente e se sentando ao lado da irmã, ela pegou sua mão a apertando levemente, um sinal de carinho.
– E nós enfrentaremos tudo isso juntos! Não vão nos separar novamente, Harry. – Ela sorriu para ele de modo terno.
– Como é que você não está surtando com tudo isso? – Rony quis saber.
– Eu meio que pensei bastante sobre isso depois de sair da sala do diretor. – A ruiva disse sorrindo, lembrando de quem a ajudara a voltar ao eixo logo em seguida. Ninguém se opôs quando Gina chegou e se sentou à beira da poltrona ao qual Rony estava sentado, a ruiva mais nova estava ficando cada vez mais próxima dos sextanistas. – A propósito... Dumbledore mencionou alguns doces que recebi durante minha estadia no St. Mungus... eu não senti nem o cheiro desses doces, alguém tem algo a dizer sobre isso? – Ela disse intercalando o olhar entre Harry e Rony.
– Não foi eu! – Harry disse na defensiva. – Estávamos nos revezando em horário de almoço... Rony?
– Foi eu mesmo! – Rony disse, as mãos levantadas em sinal de rendição. Recebendo olhar de reprovação de todos. – Qual é! Eu estava esperando o Harry voltar do refeitório para ter a minha vez de matar a fome, os doces estavam olhando para mim, eu olhei para eles... amor à primeira vista sabe. – Ninguém aguentou segurar o riso.
– Amor à primeira vista assim como você e a Lilá, Rony? – Gina brincou, e Harry se entreolharam e depois seguiram o olhar para Hermione, ambos esperando que a mesma se levantasse carrancuda e saísse dali, surpreenderam-se quando ela soltou um riso juntamente com a ruiva mais nova, sendo seguida pelos irmãos Potter, que não estavam entendo as mudanças de humor da amiga. Já Rony, fechou a cara.
– Podemos não falar dela agora? Por favor! – O ruivo pediu mais uma vez arrancando risos dos amigos e da irmã.

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– O que você está fazendo? – Draco se assustou, rapidamente colocando as mãos sobre o papel em que escrevia sob a escrivaninha de seu quarto.
– Não é da sua conta, Goyle. – Ele disse rispidamente. Virando-se para encarar o amigo, a expressão de superioridade estampada em sua face. – Já lhe disse, vou contar tudo o que você precisar saber, nada mais que isso se quer mesmo se juntar a causa, precisa parar de fazer perguntas.
– Se eu quero mesmo me juntar a causa? – O garoto disse indignado. – É você quem parece estar dividindo suas prioridades, o que você estava fazendo com a Potter no sétimo andar Draco? – Gregory não o pegou de surpresa com o assunto, o loiro já tinha ensaiado a resposta, sabia que a pergunta viria.
– Como a escola inteira sabe, ela está me ajudando em algumas matérias, estávamos apenas conversando, claro. – Disse tentando transparecer o máximo de indiferença que conseguia
– Conta outra, Malfoy, é o que, perdeu a habilidade de mentir? Você estava segurando as mãos da garota Draco. – Gregory estreitou os olhos.
– Ok, “mantenha os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda”, já ouviu essa? Se você for legal com a Potter ela serve com uma ótima informante. Ela tem acesso a sala do velho, sabia disso? – O loiro disse com um meio sorriso no rosto.
– E não é como se a garota agredisse os olhos, não é mesmo? ¬ – O moreno riu, sentando-se a sua cama ainda encarando Draco, que percebeu rapidamente aonde o amigo queria chegar, mas se fingiu de desentendido, não era por aí que gostaria de ir naquele assunto.
– O que quer dizer com isso?
– Qual é, Malfoy! Potter é uma das garotas mais gostosas dessa escola, todo mundo sabe disso, ela não é sangue ruim, nada contra você tirar uma casquinha, eu no seu lugar, não prestaria atenção em nenhuma nas explicações dela, eu olharia era para as pernas dela, duvido você não ter reparado... Mas caralho Draco, temos um foco aqui, você não pode deixar as obrigações para se aliviar por aí. Blásio e Vincent devem estar chegando, você vai nos dar as próximas instruções?
Malfoy fechou as mãos em punho, a fala do moreno como um todo havia irritado o loiro muito mais do que queria admitir, o quão ruim seria se ele desferisse um soco na face do amigo por dizer aquilo? estava bem longe de um passatempo como ele dissera, no momento não sabia muito bem o que fazer quanto a garota Potter, a única certeza que tinha, era que a queria cada vez mais perto, como faria isso sendo ele um Comensal da Morte e ela declaradamente um membro da Ordem da Fênix? Não sabia responder, ali naquela noite, só queria terminar de escrever sua carta, cumprir sua promessa, definitivamente seu quarto não era mais um lugar calmo para fazê-lo, sem dizer nada e muito menos olhar para Gregory, se levantou, apanhou, seu material e saiu dali, antes que realmente tomasse alguma atitude violenta em relação ao amigo, uma azaração, talvez?

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– Advinha só, acabei de deixar Harry e Gina conversando sozinhos na sala comunal. – disse animada assim que adentrou o quarto que dividia com as sextanistas da Grifinória, certificando-se de que apenas ela e Hermione estivessem no cômodo. – Rony foi com... bem ele estava ocupado, melhor momento possível para deixá-los a sós. – Disse batendo palminhas enquanto sentava-se em sua cama ficando de frente para a amiga, não podendo deixar de notar que a morena não demonstrava tanta animação quanto ela. – O que foi?
– Sabe que Gina ainda está namorando o Dino, não sabe? – Hermione disse sem humor. Sem ao menos olhar para , os olhos vidrados no livro que jazia em seu colo.
– Não por muito tempo. – A ruiva disse simplesmente. – Mas esse mau humor não é por isso definitivamente, se for por causa do Rony....
– Não é por causa do Weasley. – A morena a cortou, continuando. – Estou bem frustrada na verdade, eu passei horas na biblioteca, procurando informações sobre o que Harry disse... Horcruxes. – Ela disse a última palavra mais baixo.
– E? – A ruiva esperou Hermione continuar assistindo-a apenas bufar irritada.
– Não encontrei uma única explicação sobre o efeito das Horcruxes! – Disse ela. – Nem umazinha! Consultei toda a Seção Reservada e até os livros mais horripilantes, que ensinam a preparar as poções mais sinistras... nada! A única coisa que encontrei foi isto aqui, na introdução de Magia mui maligna, escute só: “Sobre Horcruxes, a invenção mais perversa da magia, não falaremos, nem daremos instruções...” Então, para que mencionaram? – Indagou com impaciência, fechando com força o velho livro que soltou um gemido fantasmagórico. – Ah, cala essa boca. – Disse com rispidez, enfiando-o em sua mochila.
– Eu gostaria de dizer que também pesquisei sobre o assunto... mas não é como se circunstancias possibilitassem essa ação de minha parte, infelizmente. – A ruiva transparecendo cansaço em sua expressão.
– Não estou cobrando isso de você, , não sei como você não surtou ao saber de tudo isso. Que ano mais maluco, não é? Cada dia uma bomba prestes a explodir em nossas cabeças.
– Quando foi que tivemos um ano normal nessa escola, Mione? – riu.
– Isso é verdade. – Hermione riu de quando a amiga soltou um “eu sempre tenho razão” lhe atirando o travesseiro que jazia em sua cama. – Sério, , como você reagiu a tudo o que Dumbledore te contou? Você é minha melhor amiga, e a reação que Harry teve é considerada fichinha ao quão impressionada você deve ter ficado, se soubesse da gravidade dos assuntos eu teria esperado você na gárgula.
– Digamos que alguém tenha me encontrado e me ajudado a voltar para o eixo, não se preocupe. – A ruiva piscou para a amiga.
A morena até abriu a boca para questionar, mas uma coruja batendo a janela do quarto das garotas a interrompeu, correndo para buscar a carta que Lady trazia, já sabendo de quem era. Hermione também entendeu o motivo de tanta pressa.
– A monitoria tem gerado mais resultados positivos do que o esperado pelo visto. – Hermione disse rindo da expressão culpada da amiga. – Relaxa, você deve estar morrendo de curiosidade para ler... eu já ia dormir mesmo. E não precisa se esconder para escrever a resposta, não vai mudar nada que já não saiba.
sorriu para amiga, jogando de volta o travesseiro que minutos antes a amiga atirara em si mesma, sentando-se em sua cama novamente e abrindo os papeis dobrados.


E ai, Potter?
Aposto que sentiu minha falta durante o jantar. Mas calma, teremos muito tempo para nos vermos em nossas horas de estudo, confesso que estou animado! Como disse presencialmente e sinto a necessidade de repetir aqui: você não é nada menos que incrível, e nunca deixe que te digam o contrário, mesmo que esse alguém seja eu, na frente dos enxeridos desta escola.
Realmente desejo que esteja bem, ver o sorriso voltar ao seu rosto me fez ganhar o meu dia. Mantenha essa expressão em seu rosto, e fará nós dois muito felizes.
Não vou me alongar muito, deve estar cansada, tenha uma ótima noite e sonhe comigo, .
Ps: guarde segredo


não pode conter o riso ao ler a carta, ele cumprira com o prometido afinal, pegou o pergaminho e a pena, sentou-se na escrivaninha do quarto e começou a escrever.

Oi Draco, estou bem, e você?
Bom saber que está animado para nossas tardes de estudo, não pense que vai ser moleza não heim, independente de tudo, o seu sucesso, é o meu sucesso, e você sabe, eu odeio perder. Então prepare-se, Draco Malfoy, as suas notas vão subir!
Acabei me esquecendo de lhe agradecer pelo que fez por mim mais cedo, eu realmente me senti muito melhor. Estar com você me faz bem, principalmente quando você derruba suas máscaras e se permite ser quem você realmente é. O mundo está perdendo seu verdadeiro eu, Malfoy, não sei não... quem sabe um dia mais uma de minhas missões pessoais não seja mostrar para o mundo o quão bom você é por dentro.
Durma bem Draco! Pense em mim, como eu penso em você!
Ps: guarde segredo

Capítulo 12 - O dia dos Namorados

Flashback on


Enquanto Rony e Harry estavam executando o plano, e fazendo com que os amigos de Malfoy, Crabbe e Goyle comessem os cupcakes recheados com poção do sono, o trabalho de e Hermione era um tanto mais complicado, já estavam com os fios de cabelo de seus alvos, Pansy Parkinson e Emilia Bulstrode, mas como tirariam as originais de circulação?
O plano precisou ser um pouco mais elaborado, mandou uma coruja entregar uma caixa de caldeirões de chocolate para Parkinson, juntamente com um cartão falsamente assinado por Draco Malfoy, naquela noite as duas garotas da Sonserina caminhavam rindo, rumo a sua sala comunal, quando uma coruja surgiu inesperadamente a sua frente com os chocolates e o cartão, como esperado pelas duas garotas da Grifinória (que as estavam seguindo sem que percebessem), Pansy rapidamente abocanhou um caldeirão, soltando gritinhos animados ao ler o cartão e quem os enviara, a morena não ofereceu os chocolates para Emilia, mas isso não a impediu de enfiar a mão na caixa e pegar um ou dois chocolates sem permissão. Caindo estateladas no chão frio do corredor, completamente adormecidas.
– Acha que nós somos psicopatas, sociopatas ou algo do tipo? – perguntou assim que colocaram as sonserinas adormecidas dentro do armário de vassouras e trocaram suas roupas, uma pontinha de culpa aparecendo.
– É uma poção do sono, . – Hermione pareceu ponderar. – Não é como se fossemos fazer algum mal a elas, o efeito da Poção Polissuco dura uma hora e a poção do sono tem no mínimo duas horas de duração, voltamos, devolvemos o uniforme, colocamos elas perto de Crabbe e Goyle e eles voltam pra casa comunal deles, o máximo que pode acontecer é encontrarem o tonto do Percy e tomar uma detenção, não é como se não merecessem, não é mesmo?
O quarteto combinou de se encontrar no banheiro feminino do segundo andar, onde Hermione passara o mês anterior preparando a poção polissuco enquanto tentava encontrar meios seguros para que pudessem assumir as identidades dos amigos mais próximos de Draco Malfoy.
A garota não estava nada confortável com a situação, mas precisavam saber o que o loiro sabia sobre o Herdeiro de Sonserina, quem a escola inteira pensava que era Harry, seu melhor amigo, os cochichos e conversas que ouvia nos corredores onde o garoto se encontrava a incomodavam tanto que chegou até a quase arrumar uma briga com um garoto da Lufa lufa, Justino, o rapaz insistia em sair pela escola dizendo que Harry Potter atiçara uma cobra para cima de si mesmo no clube de duelos, Harry por outro lado, defendendo que não atiçara, e sim dissera a cobra que não o atacasse, e a ruiva acreditava nele, sempre, sem pensar duas vezes.
O segundo ano do quarteto estava rodeados de mistérios, alguém realmente não queria que Harry estivesse na escola aquele ano, as cartas roubadas, o elfo doméstico na casa dos Dursley, o portal da plataforma 9 ¾ fechado, fazendo com que perdessem o Expresso de Hogwarts, as vozes em ameaça que Harry ouvira, os ataques, os boatos sobre a Câmara Secreta... e Malfoy demonstrando que poderia lhes fornecer mais pistas
Não que ela nutrisse tanta antipatia por Malfoy como seus amigos, deveria, declaradamente o garoto detestava pessoas como ela, bruxos que nasceram em meio a famílias trouxas, discordava, sempre achou que isso as faziam ser extremamente especiais, visto que advinham de famílias onde se era improvável ter magia. Mas ela via algo interessante no menino Malfoy, não conseguia acreditar que ele era tão mal quanto demonstrava, era o mundo dele na verdade, reproduzindo tudo o que lhe fora ensinado.
– Acho que vou vomitar. – Rony disse derrubando o copo com líquido viscoso que tinha acabado de tomar, Hermione o imitando logo em seguida.
sentou-se no chão, sentindo-se muito mal, ao olhar soslaio pode ver que Harry também estava precisando de apoio, escorando-se na pia do banheiro. Em meio aos enjoos e zonzeiras e peles borbulhando, transformaram-se em Pansy Parkinson, Vincent Crabbe e Gregory Goyle. Hermione sem dar muitas explicações desistindo de ir junto à sala comunal de Sonserina.
Por sorte, encontraram Malfoy no corredor das masmorras, assim, conseguiram a senha para adentrar a Sala Comunal da Sonserina. A ideia inicial era bater na porta gritando por Draco até que ele abrisse a porta, o trio dando a desculpa que esqueceram a senha, Crabbe e Goyle eram dois patetas, iria colar, mas não foi necessário.
O ambiente era realmente semelhante a uma masmorra com paredes de pedra rústica, no teto pendiam correntes com luzes redondas e esverdeadas, apesar destas, possuía um tom escuro dada a sua localização. Um fogo ardia na lareira encimada por um console de madeira esculpida, sofás de couro preto e verde escuro e armários de madeira negra. Uma atmosfera bastante grandiosa, porém, fria. Também sendo decorada com enormes tapeçarias que contavam as aventuras de famosos Sonserinos da era medieval. Nas janelas via-se o Lago Negro, ao qual muitos já disseram ter visto passar a Lula Gigante.
– Não vão se sentar? – Draco disse depois de praticamente jogar-se em uma poltrona.
“Pansy”, “Vincent” e “Gregory” sentaram-se em um sofá de fronte a poltrona em que Draco se sentara, o trio muito nervoso, esforçando-se para não demonstrar que eram impostores.
– Não dá para dizer que os Weasley são uma família de sangue puro, pelo modo como se comportam... são uma vergonha para o mundo da magia, eles todos! – Draco continuou, cutucando as costas de Rony/Vincent ao perceber os nós em seus dedos fechados se formando. Ao ser questionado pelo comportamento estranho por Draco, apenas respondendo estar com “dor de estomago”.
– Pansy, você não deveria estar com a Emília? – O loiro disse se referindo a garota.
– Ah... ela... não está de bom humor, melhor deixá-la sozinha por um tempo. Atrapalho aqui, Draquinho? Quer que eu saia? – /Pansy respondeu, dizendo a primeira desculpa que apareceu em sua mente, se esforçando para fazer com que sua voz saísse a mais esganiçada e insuportável possível, imitando a personalidade da garota quando se referia ao garoto em sua frente.
– Tanto faz, pode ficar. – O garoto respondeu com expressão de indiferença em seu rosto. – Se querem saber, estou surpreso com o fato de o Profeta Diário não ter noticiado os recentes ataques na escola. O Dumbledore deve estar tentando abafar o caso... papai sempre diz que Dumbledore foi a pior coisa que poderia ter acontecido a Hogwarts.
– Está enganado! – Desta vez a garota queria cutucar Harry/Gregory, mas não era possível, não estava ao seu lado. Malfoy se levantou irritado.
– Como é? Acha que tem alguém aqui que seja pior que Dumbledore? Acha?
– Ah... Harry Potter? – Harry/Gregory respondeu, engolindo seco. Draco sorriu.
– Boa! Dessa eu gostei Greg, faz total sentido... O “Santo Potter”. – Disse com nojo na voz e na expressão, quem estava se irritando agora era . – Não sei como podem sequer pensar que ele poderia ser o Herdeiro de Sonserina, é um insulto a nossa casa!
– Mas é claro que é! O único digno desse título seria você, não é, Draquinho? – /Pansy disse, se esforçou para ser uma expressão em tom de crença, mas estava tão irritada com o insulto a Harry que seu tom saiu bem mais como um comentário cheio de ironia.
– Você diz isso porque sabe que não sou Pansy, infelizmente, nenhum de nós é. – O loiro respondeu rapidamente, virando o rosto, analisando quem estava presente na sala, caminhando lentamente a frente dos três.
– Então você sabe quem está por trás disso? – Harry/Gregory comentou, instigando Draco a falar sobre o assunto.
– Sabe que não sei Goyle, conversamos sobre isso ontem. – Malfoy disse bufando. – Quantas vezes vou ter que repetir?
– Vai ter que concordar, Draquinho, antes eles pensem que o Herdeiro seja Potter, se todas as suspeitas se virarem sobre você, não terá um segundo de paz nesta droga de escola, soube que Potter está sendo vigiado 24h por dia, cada passo, isso é um saco! Não que Potter não mereça, mas.. seja quem for o Herdeiro de Sonserina, esta “distração” deve estar sendo bem útil. – /Pansy jogou a fim de testar se o próximo comentário de Malfoy não entregaria algo. Estranhando quando ele lhe rendeu um sorriso.
– Você está diferente, Pansy! Quando foi que você começou a ficar inteligente e até mesmo interessante, eu diria? – Draco se aproximou da garota, sentando-se ao seu lado, no braço do sofá, a olhando, prendeu a respiração, seu estomago embrulhando, suas mãos suando, nunca tinha ficado tão perto assim de Draco Malfoy e estava gostando realmente, e aquele sorriso? Ah ela queria ver aquele sorriso em seu rosto sempre, definitivamente, o garoto mais bonito de seu ano, ela pontuaria aquele detalhe para Hermione quando retornassem.
– Acho que você deveria conversar mais comigo, então, Draquinho... – Droga! Será que a Poção Polissuco servia para ocultar o rubor na pele por ficar envergonhada? Provavelmente não!
– Eca! – Rony/Vincent disse fazendo cara de nojo. – Vamos voltar ao assunto que interessa? O que sabemos sobre a Câmara Secreta até agora? – não tinha reparado, estava olhando para Draco ao seu lado, mas quando voltou a olhar para Harry e Rony / Goyle e Crabbe percebeu a expressão bem irritada de Harry.
– Uma coisa meu pai me disse: tem 50 anos que a Câmara foi aberta! – Draco fez uma pausa de suspense. Se levantando do braço do sofá e voltando a jogar-se na poltrona. – E quando aconteceu, uma Sangue- Ruim morreu... – O loiro pareceu pensativo, olhando de soslaio para /Pansy, abaixando o olhar em seguida para retomar a expressão presunçosa. – Sabe o que eu gostaria? Que dessa vez fosse a Granger ou... aquela sujeitinha abusada da ! – Foi tudo muito rápido, /Pansy não teve tempo para se chatear com o comentário recente, não conseguiu conter Harry e Rony ao mesmo tempo, ambos levantando-se do sofá absolutamente irritados, logo notando que o efeito da poção se esvaia, os três saindo correndo desesperados, saindo o mais rápido possível da sala comunal da Sonserina.
– Então você é interessante, hãn? – Rony disse rindo para assim que os três chegaram de volta ao banheiro feminino do segundo andar.
– Ah cale a boca, Rony! – retrucou novamente ficando vermelha. – Hermione? Temos tanta coisa para te contar! – Ela chamou a amiga avistando apenas a fantasma que jazia naquele espaço: Murta-que-Geme.
– Esperem só para ver... está horrível! – A fantasma disse gargalhando alto.

- Flashback off –


A neve em torno da escola derreteu com a chegada de fevereiro, sendo substituída por uma umidade fria e monótona. Nuvens cinza-arroxeadas pairavam à baixa altitude sobre o castelo, e uma chuva gelada contínua deixava os gramados escorregadios e lamacentos.
O resultado disso? A primeira aula de aparatação do sexto ano, programada para a manhã de sábado, foi realizada no Salão Principal e não ao ar livre, o que deixava com tendência ao mau humor, dias chuvosos não eram nem de longe considerados seus favoritos, ainda mais quando a faziam mudar seus planos, ou as tiravam de sua cama logo cedo, pelo menos eram apenas aulas de aparatação (não que ela não estivesse consideravelmente ansiosa) e não um dia de festa na piscina, suas favoritas, principalmente se fossem no Brasil.
Quando Harry, e Hermione chegaram ao Salão (Rony descera com Lilá), descobriram que as mesas tinham desaparecido.
A chuva forte chicoteava as janelas altas e o teto encantado girava sombriamente no alto, quando eles se reuniram diante dos professores McGonagall, Snape, Flitwick e Sprout os diretores das quatro casas, notaram uma nova figura ali a quem acreditaram ser o instrutor de Aparatação, um homem baixo, estranhamente descorado, com sobrancelhas transparentes, cabelos ralos e um ar incorpóreo, como se uma fraca ventania pudesse levá-lo, para longe.
O mais próximo que a ruiva tinha chegado da habilidade em aparatação foram os relatos nada animadores de seu irmão, que já tinha aparatado com o próprio Dumbledore, e chegou na Toca logo depois um tanto pálido a irmã diria, talvez se lhe dessem um abraço mais apertado de boas-vindas, o garoto poderia vomitar. Tais fatos, juntamente com a aparência leve do suposto instrutor a fizeram ficar um pouco nervosa.
– Bom dia! – Disse o bruxo do Ministério, quando todos os alunos haviam chegado e os diretores das Casas pediram silêncio. – Meu nome é Wilkie Twycross e serei o seu instrutor ministerial de Aparatação nas próximas doze semanas. Espero, neste prazo, poder prepará-los para o teste de Aparatação...
– Malfoy, sossegue e preste atenção! – A professora McGonagall ralhou com Draco e todos se viraram para olhá-lo.
Malfoy ficou vermelho; estava nitidamente enfurecido quando se afastou de Crabbe, com quem, pelo jeito, estivera discutindo aos cochichos. não precisou ficar encarando o garoto para saber que tinha ficado envergonhado e ainda mais irritado, durante os dias que haviam se passado, seu relacionamento com o garoto tinha evoluído muito, nada público, a não ser as aulas que tinham três vezes por semana, as escondidas, trocavam sim, alguns carinhos, beijos e principalmente cartas.
também tinha conseguido seguir Draco algumas vezes sem que o mesmo notasse, sempre desaparecia em frente a sala precisa, mas apenas isso, nada de contar ao garoto que sabia seu maior segredo, e ela diria que era porque estaria planejando uma melhor abordagem para o assunto, mas na verdade, sentia muito medo de que isso resultasse no afastamento de ambos novamente, isso com certeza não queria, e nem podia, precisava ajudá-lo.
– ... Prazo em que muitos de vocês talvez estejam prontos para fazer o teste. – Continuou Twycross, como se não tivesse sido interrompido. – Como vocês talvez saibam, normalmente é impossível aparatar ou desaparatar em Hogwarts. O diretor suspendeu este encantamento, apenas no Salão Principal, por uma hora, para que vocês possam praticar. Aproveito para enfatizar que não poderão aparatar fora das paredes deste Salão e que seria imprudente tentar. Agora, gostaria agora que cada um se posicionasse deixando um metro e meio de espaço livre à frente.
Todos começaram a se organizam, os diretores das Casas andando entre os alunos, enfileirando-os em posição e interrompendo discussões que adivinham do momento em que todos tomavam seus lugares, fingindo buscar um lugar mais afastado, se dirigiu para mais perto de onde Draco e seus amigos estavam, provavelmente retomando a discussão de antes de serem interrompidos pela bronca da professora, se surpreendendo ao notar que Harry fizera o mesmo, mas o irmão parou ainda mais perto de Malfoy, o suficiente para ouvir também.
– Não sei quanto tempo vai demorar, tá bem? – Bradou Malfoy para o amigo, não notando Harry parado às suas costas, muito menos quase ao seu lado. – Está levando mais tempo do que pensei. – Crabbe chegou a abrir a boca, mas Draco pareceu adivinhar o que ele ia dizer. – Escuta aqui, o que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta, Crabbe, essa intromissão de vocês está me irritando, você e Goyle façam o que eu mando e fiquem de olhos abertos!
– Eu digo aos meus amigos o que estou fazendo, se quero que eles fiquem vigiando para mim. – Comentou Harry, suficientemente alto para que Malfoy, seus amigos e ouvissem, a ruiva querendo socar o irmão, será que o moreno era incapaz de ouvir a conversa sem chamar a atenção? Draco poderia falar mais se não fosse interrompido!
Malfoy girou nos calcanhares em direção a Harry, a mão voando para a varinha, mas naquele exato momento os quatro diretores das Casas gritaram:
– Quietos! – E fez-se novamente silêncio. Malfoy virou-se lentamente para a frente, suspirando aliviada, não precisaria separar mais uma briga.
– Obrigado. – Disse Twycross. – Agora então... – Ele acenou a varinha. Instantaneamente apareceram aros antiquados de madeira no chão em frente a cada estudante.
– É importante lembrar dos três Ds quando aparatamos! Destinação, Determinação e Deliberação! Primeiro: concentrem a mente na destinação desejada, no caso, o interior do seu aro. Agora, façam o favor de se concentrar nesta destinação.
direcionou seu olhar para o aro a sua frente, sem muito sucesso, será que os amigos de Draco vigiavam caso ele estivesse sendo seguido? Ela precisava tomar mais cuidado.
– Segundo, – continuou o instrutor – focalizem a sua determinação de ocupar o espaço visualizado! Deixe este desejo fluir da mente para todas as partículas do seu corpo!
Através da visão periférica, mesmo que tentando focar em seu próprio arco, conseguia ver que Malfoy estava muito tenso, dessa vez direcionando o olhar ao garoto, este parecendo estar procurando algo, ou alguém entre a multidão, claramente surpreso quando finalmente olhou na direção em que a Potter estava, mais perto dele, se encararam por alguns segundos, ambos sorrindo discretamente um para o outro, ela logo apontando para o arco em sua frente, em sinal para que ambos voltassem o foco.
– Terceiro, – disse Twycross – e somente quando eu der a ordem... girem o corpo, sentindo-o penetrar o vácuo, mexendo-se com deliberação! Quando eu mandar... um...
O que? Eles já iriam apartar? não se sentia preparada, assustada seria a melhor definição.
– ... dois...
tentou fixar seu pensamento novamente no aro, repetindo em sua mente: Destinação, Determinação e Deliberação!
– ... TRÊS!
O corpo de girou... mas nada anormal aconteceu, nada anormal além do tombo que levou quando desequilibrou-se, caindo de lado no chão, sentindo a lateral de seu quadril doer instantaneamente, mas rapidamente levantou, a esperança de ninguém tivesse visto seu desastre, se tranquilizou ao notar que o salão inteiro de repente se encheu de pessoas que cambaleavam, Neville estatelou-se de costas e Ernesto, por outro lado, atravessara o aro com uma espécie de pirueta e pareceu momentaneamente impressionado até ver Dino Thomas e outros alunos da Grifinória rindo dele às gargalhadas, Hermione mais à frente da turma, não chegou a cair, mas parecia estar momentaneamente zonza.
A ruiva estava pronta para soltar um suspiro de alívio quando percebeu um sorriso maldoso no rosto de Malfoy sussurrando um “Não se atreva” só para o loiro ouvir, este gargalhou alto, atraindo a atenção de Harry que ficou claramente sem entender nada.
“Foco, , foco! Não será uma aulinha de aparatação que dirá ou não se você é capaz, isso só depende de você!” mantinha esse pensamento, segunda e terceira tentativa: nada. Estava confiante para a quarta, mas um grito alto de dor a distraiu, Susana Bones, da Lufa-Lufa, cambaleou no arco com a perna esquerda ainda parada, a um metro e meio de distância, onde começara.
Foi um alvoroço, os professores logo foram socorrer a garota, seguido da explicação do instrutor sobre “estrunchamento”, que geralmente ocorria quando não se tinha determinação suficiente. Ok, ela não ia se esquecer disso.
– Lembrem-se dos três Ds. – Relembrou o instrutor. – E tentem outra vez... um... dois... três...
Destinação, Determinação e Deliberação.... E.....
atravessou o arco, um sentimento estranho, o giro embrulhando o estômago, parando um metro a frente de onde estava um segundo atrás, sua primeira atitude? Conferir se todas as partes do seu corpo estavam em seus devidos lugares, isso incluía todos os seus dedos, foi mais demorado do que imaginara, visto que estava claramente tonta. O som das palmas do instrutor e dos diretores das casas ecoando no salão, sendo logo seguidos pelos de seus companheiros de turma.
– Muito bem, senhorita...? – O instrutor quis saber, não fora apresentado a todos os alunos individualmente.
– Potter, senhor. – respondeu, com certeza estava vermelha por toda aquela atenção, tentando manter o foco, ainda bem afetada pela ação recente.
– Claro, claro... – Twycross pareceu animado. – Acredito que a senhorita queira se sentar e deve... a primeira experiência com aparatação é bem desagradável, todos devemos concordar. Muito raro um aluno conseguir aparatar com sucesso na primeira aula, você tem talento e determinação com toda certeza, vejo em seu olhar, é isso que eu quero ver de toda a turma! Está faltando determinação! Vamos lá de novo! – Disse se virando novamente para a turma.
Uma hora depois, o Estrunchamento de Susana e o único sucesso de ainda eram o assunto mais interessante da aula. Twycross não pareceu desanimar. Abotoando a capa ao pescoço, disse com simplicidade:
– Até o próximo sábado, e não se esqueçam: destinação, determinação e deliberação.
E, dizendo isso, acenou a varinha fazendo os aros desaparecerem e saiu do Salão acompanhado pela professora McGonagall. Imediatamente as pessoas começaram a conversar e a se deslocar em direção ao Saguão de Entrada.
pretendia conversar com Harry sobre o que ouviram de Malfoy, saber suas teorias e talvez tentar redirecioná-las, mas o irmão saiu em disparada na frente com Rony, parecendo obstinado, não se importou muito em alcançá-lo, algo lhe dizia que aquele não era um bom momento para questioná-lo, Draco passou por e acenou simplesmente, saindo com Crabbe e Goyle ao seu encalço, como sempre.
– Você foi incrível. – Hermione disse parando ao seu lado. – É extremamente raro um aluno conseguir aparatar na primeira aula, você sabia? Qual é a sensação?
– Horrível! – A ruiva reclamou. – Ainda estou com tonturas! Espero que passe logo, não quero perder meu sábado.
– Posso te acompanhar até a Ala Hospitalar, Madame Pomfrey com certeza tem uma poção que vai ajudar a resolver isso rapidinho ...
– Boa ideia, Mione! Vamos então, teremos muito o que fazer mais tarde, faz mais de uma semana que não escrevo aos meus pais e nem ao Remo, mais um ou dois dias assim e é capaz que apareçam aqui em Hogwarts para me dar bronca, nunca recebi um berrador... quero continuar assim. – disse e Hermione concordou rindo. – E vamos continuar a nossa pesquisa na biblioteca, temos que descobrir sobre... você sabe o que.
– Que dia cheio, não? – Hermione comentou.
– E ainda vai dar tempo para fazermos as unhas! – A ruiva disse mostrando as mãos a amiga, realmente precisavam de cuidados, a morena riu ambas se direcionando a Ala Hospitalar.

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Dia 14 de fevereiro, dia dos namorados, a data poderia muito bem passar despercebida por , se não fosse o fato de que logo ao sair de seu quarto, encontrar corações pendurados por toda parte, uma música calma e romântica no ambiente e casais se beijando por todos os lados, aquilo já bastou para deixá-la para baixo, talvez fosse inveja, o desejo de poder beijar Draco na frente de todo mundo, que pudessem ser um casal normal como qualquer outro, ou o simples fato de que a mesma nem sabia se eram mesmo um casal, será que Draco andava ficando com outras garotas além dela? Será que ele tinha a mesma consideração do “relacionamento” que ela tinha? Ele gostaria de assumir publicamente mesmo sabendo de todas as consequências que enfrentariam? Como Harry reagiria se soubesse? Ela deveria ter entregado o presente que havia comprado para Draco?
– O que seu café da manhã fez pra você, ? – Hermione perguntou a tirando de seus pensamentos.
– Não é o meu café, é o Dia dos Namorados, me deixa... irritada! – bufou, largando os talheres no prato.
– Nem me fale... Rony está insuportável hoje.... – Harry reclamou logo notando a gafe que soltara. – Desculpa, Mione!
– Relaxa. – A amiga respondeu. – Poderíamos fazer algo juntos, o que acham? Um piquenique ao final da tarde em protesto a essa data brega que só induz pessoas manipuláveis ao consumismo extremo. O que acham?
– Eu topo! – Harry concordou mordendo um pedaço de bacon.
– Ah gente, eu adoraria, mas... – suspirou. – Eu vou estudar com o Malfoy mais tarde, estamos reforçando as teorias de feitiços defensivos e ele está me dando mais trabalho do que gostaria para arranjar um horário livre essa semana, já remarcamos duas vezes e se ele acha que eu vou desistir está muito enganado, ele vai aprender nem que eu precise abrir aquela cabeça loura dele e enfiar o conhecimento a força. – Harry resmungou baixo. – Desculpe, Sr. Potter! Não consegui ouvir claramente os seus resmungos daqui.
– Ele deve estar tramando mais uma! – Harry disse mais alto. Hermione e revirando os olhos. – E você ainda fica correndo atrás dele, para fazê-lo estudar, eu não sei quem eu detesto mais, Malfoy ou Snape por inventar uma besteira dessas.
– Eu não vou entrar nesse assunto e te explicar de novo Harry, já cansei dessa conversa, tem outras coisas para se pensar, sabia? Devia tirar o foco do Malfoy, Príncipe Mestiço e Slughorn, você vai acabar enlouquecendo. Você poderia por exemplo... formular estratégias para o nosso próximo jogo de Quadribol.
– A Gina disse que tem algumas ideias, vai falar no próximo treino. – Harry disse simplesmente.
– E você não vai fazer mais nada? Vai deixar tudo nas costas da garota? Harry, nosso capitão é você! Seja um líder! Ultimamente tenho visto apenas Gina cobrando jogadores, formulando jogadas.... você está esquecendo o que, ou melhor, quem realmente é importante, irmão. – disse sacudindo o ombro de Harry fazendo com que o mesmo derrubasse o suco recém colocado na boca na gola do uniforme.
– Você é muito chata! – Harry disse, tentando limpar a camisa. – Olha o que você fez! E nem pede desculpas!
– Você faz questão de me lembrar disso todos os dias maninho, e não, eu não vou pedir desculpas, um simples feitiço limpa isso, vira aqui pra mim. – Enquanto apontava a varinha para a gola do irmão e murmurava o feitiço, o correio do dia chegou, inúmeras corujas enchendo o salão principal, nada fora do comum, se não fosse a quantidade absurda de pacotes, doces e cartões que caíram a frente da mais nova dos Potter.
– Que porra é essa? – Harry exclamou confuso.
– Ora essa, são presentes Harry, não está vendo? – Hermione gargalhava alto, alguns pacotes caindo à sua frente também. estava sem fala, boquiaberta.
– Isso eu estou vendo, mas qual a razão? – Harry retrucou, alguns pacotes caindo a sua frente também a maioria assinados por Rolmilda Vane, a tempos ela vinha lhe entregando presentinhos, a maioria doces, que ele nunca chegou a comer, Hermione já tinha lhe avisado sobre as intenções da garota. Mas havia um cartão, junto com um saquinho de sapos de chocolate, que não fora assinado, a letra diferente dos cartões e bilhetes de Romilda, talvez aquele Harry comeria mais tarde, se achasse seguro.
– O dia dos namorados, é claro, o conselho acadêmico organizou uma espécie de correio elegante esse ano. – Hermione explicou. – Para incentivar o clima romântico na escola, o pessoal estava querendo saber quem ganharia mais presentes, parece que a é uma forte candidata. – Ela riu.
– Mas a nem tem namorado, olha quanta coisa. – Harry resmungou.
– Esse é o espírito, chamar a atenção dos pretendentes. – Mione sorriu.
– Pretendentes. – Pela primeira vez a ruiva se pronunciou sobre. As bochechas coradas em sinal de vergonha, naquele ponto todos os presentes no salão principal já comentavam sobre. – Nós estamos o que? Na idade média? Não sei porque essa expressão mau humorada para mim Harry, eu sequer sei quem é “ Stefan Wilson”. – Ela disse mostrando um cartão entre tantos outros assinados por tal nome.
– Essas coisas devem estar enfeitiçadas, se não envenenadas, eu acho melhor você jogar tudo isso fora. – O mais velho dos Potter disse pegando e analisando uma caixa de caldeirões de chocolate.
– Não seja bobo, Harry. – Mione defendeu. – Soube que o conselho fez uma inspeção rigorosa no correio do dia dos namorados, e tudo na verdade está rodando daqui de dentro, pessoas de fora da escola não participam.
– Esse aqui está assinado pelo George. – Harry pegou um pacote médio muito bem embrulhado, o mostrando, lhe lançando o olhar mais raivoso que conseguia no momento.
– Você pode por favor, parar de mexer nas minhas coisas? – A ruiva reclamou, ainda mais envergonhada.
– Bom, eles devem ter aberto exceções, não é como se o George fosse um desconhecido. – A morena constatou.
– Ok, eu vou levar isso tudo para o quarto, depois eu olho e leio tudo, temos aula agora. – Disse já tentando recolher tudo, sem muito sucesso, era muita coisa para carregar, se virando para o irmão que a encarava com um sorriso vitorioso no rosto. – Tá bem, tá bem, por favor Harry, você pode me ajudar a carregar? – Harry não disse nada, apenas se levantou segurando o riso, ajudando a garota a levar aquele monte de presentes, doces, ursos, flores, cartões.....

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Assim que adentrou a biblioteca, encontrou um Malfoy de cara fechada, como as aulas naquele dia já tinham sido encerradas, a ruiva deixou de lado o uniforme e passou a trajar uma blusa básica, calça jeans e botas, já Draco, como sempre, vestia seu bom e velho traje preto.
– Hey! – Ela cumprimentou, recebendo apenas um olhar em sua direção como resposta, então continuou. – Sabe, você poderia usar outro tipo de cor de vez em quando, um tom mais azul, por exemplo, combinaria com seus olhos. – Disse depositando seus livros e pergaminhos na mesa, sentando-se à frente do loiro.
– Não estou de bom humor hoje, Potter. – Malfoy respondeu sem esboçar emoção.
– Credo! E eu vou querer saber o motivo desse veneno gratuito? – A garota disse o olhando com a sobrancelha arqueada.
– Não quero falar sobre isso, você vai me falar sobre o feitiço do patrono hoje, certo? Adiantei algumas anotações e dúvidas. – Ele entregou um pergaminho rabiscado para ela, que segurou o pulso do mesmo, o pulso esquerdo, Draco rapidamente recuando o braço, dessa vez ela sabia o motivo, e a estava sufocando não dizer.
– Eu achei que já tínhamos passado dessa fase, Draco. – A ruiva disse o olhando nos olhos, ele bufou. – Por que você sempre quer voltar à estaca zero?
– Não sei, Potter, por que não pergunta isso para algum dos caras que te enviaram presentes pela manhã? – A pele clara de Malfoy estava adquirindo um tom vermelho naquele momento, o entendimento atingindo a garota.
– Você está com raiva porque eu ganhei presentes no dia dos namorados? – Ela estreitou os olhos. – Olha, você e o Harry tem mais em comum do que imaginam....
– Eu estou com raiva porque eu, ... EU! – Draco fechou os olhos para se controlar. – Eu sou seu namorado e aqueles insolentes acham que tem o direito de te mandar presentes? Isso é.... inaceitável! E nem tente me comparar ao Potter novamente.
– Ninguém aqui sabe disso, sabe Draco? Para falar a verdade, nem eu... – A linha de definição dos sentimentos que sentia por Draco era muito tênue, variava de amor para ódio em 10 segundos.
– Como é? Você não pode dizer isso. – O loiro disse rindo sem humor.
– Não? Pode ser que eu esteja com amnésia Draco, mas eu não me lembro de um pedido, uma conversa esclarecedora que seja... ninguém pode saber, foi só o que conversamos.
– Não achei que fosse necessário... achei que tinha deixado muito claro o que sinto em relação a você. – O rapaz disse, como um sussurro, desviando seu olhar para baixo.
– Não... significou nada para mim aqueles presentes todos, acredito que eu não precise falar, é óbvio, mas eu não sabia que eles viriam e a maioria dos remetentes eu sequer conheço, nunca troquei uma palavra e isso é bem assustador, gente que nunca falou comigo sabendo meu nome e me mandando presentes... eu não sou famosa.
– Há quem discorde disso. – Draco disse a olhando, tentando entendê-la, ela suspirou.
– Por que tudo tem que ser tão complicado quando se trata de nós dois? Poderíamos fazer um piquenique ao pôr do sol, comer algumas guloseimas, dar risada de assuntos idiotas, sabe, algo romântico, algo normal...
– Não é algo que possamos ter no momento, , desculpe a grosseria de agora pouco, eu.... realmente fiquei com ciúme. A verdade é que, nesse momento eu não tenho muito a oferecer. – Draco segurou a mão de , a mão dele tão fria que até a arrepiou, uma garota da Lufa-lufa se aproximou deles, rapidamente Draco soltou a sua mão. – Eu poderia dizer que é melhor nos afastarmos, muito melhor para você, mas eu não vou fazer mais isso, eu não quero ficar longe de você, mas preciso deixar claro que a escolha é sua, infelizmente no momento é o que eu posso te oferecer, mesmo sabendo que você merece muito mais. – revirou os olhos.
– O que eu quero é que pare de dar essas desculpas, eu sei o que eu quero, e se um dia não quiser mais por alguma razão, você será o primeiro a saber. – Ela respondeu o olhando nos olhos, querendo transparecer o máximo de segurança que conseguia.
– Você leu a minha dúvida? – Draco disse, mudando o assunto, um sorriso curioso no rosto, queria poder interpretá-lo, parecia que tinha algo a mais, ao ler o papel que o garoto lhe entregara a pouco, outra coisa a incomodou.
– Por que você quer saber se bruxos das trevas podem conjurar patronos?
– Curiosidade.... podem? O que acontece se tentarem? – Draco parecia muito interessado, não tirava os olhos de .
– Há um conto... ou uma história muito antiga, meu padrinho, Remo Lupin, você sabe, me contou. Um bruxo das trevas chamado Raczidian morava nas proximidades um vilarejo mágico, possuía um exército de Dementadores, eles viviam pacificamente, mas ele era bem cruel longe dali, era capaz das piores maldições já vistas, não tinha compaixão nenhuma e muito menos amor. Contudo, certo dia ele encontrou uma bela jovem aldeã na floresta, e ficou consumido pelo desejo, simplesmente enviou uma carta aos pais da moça comunicando que se casaria com ela, claro que a moça recusou e como era muito querida, os aldeões se juntaram para protegê-la. Com a recusa, o bruxo das trevas se rebelou contra a aldeia, enviando seu exército de dementadores para sugar suas almas, os aldeões tentaram se defender com o feitiço do patrono mas eram muitos, somente um patrono, o de um menino, em forma de um pequeno rato, teve força suficiente para expulsar todos os dementadores. Enfurecido, o bruxo das trevas tentou lançar o feitiço do patrono para espantar os dementadores de volta ao vilarejo, mas esse é um feitiço de luz, de bondade, não havia bondade alguma nele, então a magia se voltou contra o conjurador, vermes saíram de sua varinha e o comeram vivo. – sempre atenta as reações de Draco, no fundo ela imaginava o motivo do questionamento.
– Acha que isso é realmente verdade?
– Não sei, mas se você não tem amor, não deve ter memorias felizes, assim é impossível conjurar o patrono, mas só o fato de ser um bruxo das trevas não deve causar isso, quer dizer, talvez até mesmo bruxos das trevas podem amar, não é? De um jeito ou de outro, não é possível sobreviver sem amor.
– Você acredita mesmo nisso? Que bruxos das trevas podem amar?
– Eu acredito sim, são pessoas, mesmo que façam escolhas ruins. – A ruiva disse simplesmente, uma curiosidade passando pela mente do garoto.
– Posso saber qual é o seu patrono?
– Pode! Eu acho melhor até te mostrar. – Disse animada. – Mas acho melhor que não seja aqui. Só se quisermos levar uma detenção da Madame Pince... meu patrono corpóreo é quase tão atrapalhado quando eu, não me surpreenderia se ele derrubasse uma estante logo ao sair da minha varinha. – Ela ponderou.
– Você não existe. – Draco riu, e retribuiu com um sorriso largo.
– Garanto que não sou um fantasma. – Piscou. – Seria bacana praticarmos o feitiço, poderíamos ir à sala precisa. – A ruiva sabia o motivo das dúvidas do rapaz, e estava muito curiosa para saber se Draco conseguiria conjurar aquele feitiço, qual seria sua memória mais feliz?
– Nós podemos ir agora, para a sala precisa. – Draco propôs, levantando-se logo em seguida, estendo a mão para a garota, que rapidamente concordou com um aceno de cabeça, arrumando seu material com um aceno de varinha e o guardando na bolsa, olhando a mão estendida do rapaz com um sorriso, piscando para o mesmo e saindo à sua frente sem pegar em sua mão.
Ao sair da biblioteca, dividiram-se cada um para um lado, tomando caminhos opostos, mas caminharam rapidamente em direção ao sétimo andar encontrando-se em frente à tapeçaria de trasgos, chegando minutos depois que Draco, a porta já jazia à frente do mesmo. Ambos olharam os arredores conferindo que estavam sozinhos ali.
– Vamos entrar? – Draco perguntou e ela assentiu.
Novamente, a sala precisa surpreendeu, desta vez em uma versão totalmente inusitada e inesperada, pelo menos para . O cômodo tinha virado um quarto todo decorado, com pétalas de rosas, cores quentes, champanhe...
– Que isso? – disse, assim que Draco fechou a porta atras dos dois, estava pasma, sem entender nada.
– Você acabou de dizer que queria ter um pouco de normalidade e romantismo no Dia dos Namorados, não posso fazer isso publicamente, mas... isso é bem normal. – Draco sorria vitorioso, triunfante, seu plano tinha dado certo afinal, conseguira surpreender a garota, esta que estava boquiaberta. – Antes que você pergunte... sim eu já tinha tudo planejado antes mesmo de irmos estudar juntos, por isso adiei nossos estudos especificamente para esta tarde. – O loiro caminhou até a mesinha com champanhe, apoiou uma bolsinha preta no móvel e retirou dali uma caixa de chocolates suíços, logo em seguida estendendo para a garota, que pegou meio sem jeito, ainda admirando cada detalhe em que o cômodo se apresentava.
– Não.... precisava de tudo isso. – A ruiva disse baixinho, sentindo o rubor surgir nas maçãs de seu rosto. – Tem uma cama...
– Hey... sem pressão, tá? É um detalhe, podemos dormir, podemos usar para o que quisermos... quer dizer, se você quiser, eu quero! – O garoto segurou o rosto da ruiva, dando-lhe um selinho demorado. – E depois do que eu vi hoje? Mas é claro que precisa! Eu preciso cuidar bem da minha namorada, tem vários caras loucos para tomar o meu lugar. – Draco disse sorrindo e ela riu, revirando os olhos. – A propósito... – O garoto se aproximou, segurando uma mão dela entre as suas duas. – Vamos deixar as coisas bem claras e oficiais por aqui: Potter, você poderia me dar a honra de ser a minha namorada?
– Você sabe que a chance de eu dizer não é igual a zero, não sabe? – disse ainda baixinho, mas sorrindo, Draco rindo e lhe dando um selinho em resposta. – Mas...
– Mas? Isso nunca é bom. – Draco disse a olhando nos olhos esperando o que ela iria dizer a seguir, ela havia planejado várias formas de abordar tal assunto com Malfoy, nunca imaginaria que seria tão espontâneo, honesto e necessário para a confiança dos dois.
– Eu preciso te perguntar algumas coisas, isso está me incomodando há um tempo... Você tem agido estranhamente desde o começo do ano, não come direito, não assiste as aulas, não joga mais quadribol, vive na sala precisa, quando eu toco em seu braço esquerdo você geme de dor, seu pai está preso por ser um comensal da morte...
... não estraga o momento, onde é que você quer chegar com isso?
– Eu tenho uma condição, para ser sua namorada, eu não quero mentiras entre nós, eu quero poder confiar em você e que você confie em mim... – A garota tomou folego, coragem – Draco, eu vou te pedir uma coisa, e qualquer que seja a sua resposta eu vou saber de qualquer jeito... levante a manga da sua camisa, eu quero ver seu braço esquerdo.
– Que história é essa? Está ficando maluca? – Draco até tentou fazer uma expressão confusa, mas seus olhos demonstravam outra coisa, estava apavorado, até sentiu culpa por vê-lo assim, mas precisava daquilo, precisava continuar.
– Vai me mostrar ou não? – Disse firmemente.
– Não. – Ele se afastou dela, olhando para todo lugar, menos para a ruiva.
– Então, você é um deles. – A garota constatou.
– Não faço a mínima ideia do que você está falando.
– Não adianta, Draco! Pode negar, mas eu sei, você é um comensal da morte. Eu não vou te entregar, mas eu preciso fazer mais uma pergunta: é isso o que realmente quer ou você foi obrigado? Porque você está sofrendo, está perdido, não parece nada com o Draco cheio de orgulho por ser um Malfoy, não teria essa atitude se realmente acreditasse estar do lado certo. – Ela se aproximou do garoto, uma mão pegando a mão esquerda dele, a outra tocando seu rosto levemente, o conduzindo a olhá-la. – Chega, chega de fingir pra mim, sou eu Draco... somos nós, eu não estou em dúvida, eu sei, tudo isso deve estar sendo uma merda, então por que você não me fala? – O coração de chegava a doer, mais ainda ao notar os olhos vermelhos de Malfoy.
– Eu... eu não queria ter um lado, eu não sei, sei que minha família está sendo humilhada, e se eu não fizer o que ele diz, ele vai matá-los, o que você faria? Você é irmã do cara que ele mais odeia! Membro da ordem da fênix, nós somos dois opostos, só eu vejo o quanto você saber disso é errado? Nós estamos em lados opostos, essa é a verdade.
não pensou duas vezes, simplesmente envolveu os braços a volta do pescoço do garoto, ele correspondeu o abraço, segurando o choro.
– Eu realmente sinto muito! Muito mesmo, Draco, eu quero te ajudar. O que você precisa fazer?
– Não, não posso te envolver nisso, tenho me dedicado muito em Oclumência, tia Bella tem me ensinado muito, o maior dos motivos de meu interesse é você. Ninguém pode saber dos meus pensamentos e sentimentos por você, poderiam te machucar para me atingir, e com sucesso, eu não suportaria se te fizessem algum mal por minha causa. Eu não vou mais mentir para você... Entende agora por que eu te afastei?
– Então, por que não continuou com isso? Por que está aqui agora?
– Porque... eu amo você! E você é a única coisa boa no meio dessa porra toda. Se me tirar você, eu só sinto dor. – se afastou do abraço para olhá-lo nos olhos, encontrando um misto de sinceridade e medo ali.
– Sim! Eu aceito ser sua namorada Draco Malfoy e.... Eu te amo! Amo desde que te vi pela primeira vez naquele trem no primeiro ano, amo mesmo quando me irrita, quando irrita meu irmão, amo mesmo você sendo um comensal da morte, amo que você tenha sido corajoso o bastante para me contar a verdade, que seja corajoso o suficiente para me amar mesmo nós sendo de mundos tão opostos, amo você por inteiro, sempre amei.
Ali frente a frente, olhar com olhar, o que estaria acontecendo? O coração de ambos batendo depressa. se aproximou, dessa vez sem pressa, desceu as mãos pelo tórax do rapaz, aproximou o rosto do dele, roçando seus lábios lentamente, as respirações descompassadas, ela passou a língua por seu lábio inferior, o loiro por sua vez extinguiu a distância, tanto de sua boca quanto de seus corpos, as mãos explorando a cintura da ruiva cada vez mais frenéticas, ela adentrou as mãos por sua camisa, sentiu-o estremecer assim como si mesma. Ambos ansiavam por isso, precisavam.
A garota agarrou os cabelos da nuca do loiro e isso só o fez aprofundar o beijo, segurando firme em sua cintura, Draco a conduziu até encostar na mesa, dando um impulso a colocou na mesma, ficando em meio a suas pernas, aproveitando para passear as mãos por suas coxas, apertando-as, as intimidades se encostando, sendo limitadas pelas roupas, foi descendo os beijos, mordeu levemente o queixo da garota, chegando até o pescoço, ela começou a dar leves mordidas no lóbulo da orelha dele.
Draco arfava com as carícias, a cueca já o deixando desconfortável. já sentia sua calcinha enxarcada, os beijos e carícias aumentando a intensidade, começou a desabotoar a camisa do garoto.
. – Ele gemeu. – Me diga quando parar, você tem que dizer se não... – Malfoy estava perdendo o pouco controle que lhe restava, aquela garota o incendiava, era quente...
parou as carícias por segundos apenas para olhá-lo, a segurança transpassando seu olhar.
– E se eu não quiser parar?

Capítulo 13 - Patrono

As palavras dela o atingiram de formas que ele não sabia que poderiam existir... o tanto que Draco admirava a coragem e determinação de , talvez não pudesse ser mensurado.
Ambos sorriram um para o outro, o desejo estampado em seus olhares, Draco embrenhando os dedos novamente em seus cabelos ruivos, puxando-a para um beijo ainda mais intenso, se é que isso seria possível. Sem romper o beijo, caminharam até bater levemente ao lado da cama, o garoto sentando-se puxando a ruiva para seu colo.
As mãos de Draco indo rapidamente para bunda de , apertando-a, posteriormente puxando rapidamente a blusa da garota, suspirando ao ver a peça de cima de sua lingerie preta e o par de seios fartos que o preenchiam, quando foi puxar o lado da camisa branca do rapaz, o mesmo hesitou, parando por um segundo, ela percebendo.
– Minha camisa já está aberta, não precisa tirar. – Draco começou a falar, a garota só enxergando uma razão para tanto receio. Tendo certeza quando sentiu a tensão do braço esquerdo dele. Ela tinha inseguranças? Se tinha! Estava andando por uma experiencia que nunca teve? Sim! Mas estava muito mais curiosa para sentir tudo o que aquele momento poderia lhe proporcionar do que com uma marca no braço do garoto.
– Eu quero conhecer você por inteiro.... – rebolou no colo do rapaz sentindo sua excitação, mordiscando lóbulo da orelha dele devagar, continuando em um sussurro rouco – Eu espero que não seja a marca do seu braço a me impressionar... tem outras partes do seu corpo que me interessam muito mais agora.
– Caralho . – Draco gemeu, rapidamente a ajudando a tirar sua camisa, agora não tinha mais volta, ela não só sabia quanto vira, mas foda-se, tudo o que ele queria naquele momento era que ambos estivessem juntos por completo, sem nenhuma roupa atrapalhando e... quando aquela garota tinha ficado tão safada? Ele tinha adorado!
A sensação era de que estavam congelados no tempo e espaço, como se nada e muito menos ninguém desse universo se movesse, além dos dois. Nada importava, tudo estava ali, a sensação de seus corpos entrelaçados, o calor dos beijos, seus gostos, as mãos tocando os lugares certos, o envolvimento entre os dois sendo tão natural que se quer parecia que ali tinha alguém inexperiente.
Pouco a pouco, em meio a beijos e caricias, as roupas foram uma a uma sendo deixadas ao chão, os dois encontravam-se apenas de roupa intima, quando Draco ergueu levemente em seu colo, virando-se, acomodando-a na cama, apoiando-se com seus braços por cima dela, desferindo beijos por todo o pescoço até chegar ao meio de seus seios, desabotoando seu sutiã, o garoto respirou fundo quando se livrou da peça, sorrindo ao notar o rubor nas maças do rosto da ruiva, que arfou de prazer ao sentir os dedos gélidos dele apertando seu mamilo direito e desceu os beijos até o seio esquerdo sugando este, a fazendo apertar os lençóis da cama com força gemendo seu nome ainda mais alto, inebriada pelo prazer. A insegurança lhe atingindo mais do que gostaria a cada vez que Malfoy descia os beijos até chegar em seu baixo ventre.
– Dra...co, só pra ter..... certeza de que.... deixei algo bem claro. – Ela disse se esforçando para manter o foco a cada beijo e caricia que ele lhe fazia. – É.... a primeira vez que eu.....
– Shhhhhhhhi! – Malfoy a interrompeu antes de terminar a frase. – Eu sei... – Ele beijou a parte interna de sua coxa. – Só relaxa, vou deixar você pronta para isso, só.... sinta agora, não tenha pressa. – Logo ao terminar de falar o loiro puxou a calcinha da ruiva, beijando o caminho da parte interna de sua coxa até chegar a sua intimidade, lambendo o clitóris devagar, ela não segurou o gemido alto ao sentir a língua de Malfoy dentro de si, minutos depois subiu os beijos novamente, a olhando nos olhos enquanto dois dedos a penetravam, um vai e vem lento e ritmado, o polegar pressionando um ponto tão gostoso que quase a fazia se contorcer, a garota estava quase arrancando os lençóis da cama de tanto prazer.
– Você tá tão molhada. – Ele disse em um sussurro rouco, se levantando um pouco, beijando o percurso até chegar ao rosto da garota, mordiscando sua orelha. – Quer tentar? – Ele a olhou nos olhos novamente, buscando certeza em seu olhar, que apenas assentiu, afirmando, se perguntando se seria capaz de sentir mais prazer que aquilo.
Draco abaixou sua cueca rapidamente, quando ia se posicionar entre as pernas da garota...
– Espera! Eu disse... quero te ver por inteiro. – Ela se levantou, ficando de joelhos na cama a fim de olhá-lo, acariciou o rosto do loiro e o analisou de cima a baixo, e ele era lindo, por inteiro, ela desceu a mão, tocando na intimidade do garoto, por curiosidade, por desejo... começou a acaricia-lo, Draco levou a cabeça para trás gemendo, o olhando com desejo ela voltou a se deitar na cama, mordiscando o lábio, deixando as pernas abertas. Draco sorriu.
O rapaz se posicionou entre as pernas da ruiva, puxando-as para entrelaçá-las em sua cintura
– Você tem certeza mesmo? – Ele a olhava profundamente nos olhos.
– Eu quero você Draco, quero você em mim. – Ela disse baixo, um pouco irritada pela demora do garoto, estava muito excitada.
– Não quero te machucar, se sentir dor me avise que eu paro, tá bem? – Ele disse cauteloso e afirmou, ele sorriu e a beijou nos lábios, primeiramente roçando suas intimidades, posteriormente a penetrando devagar. Para , a princípio uma sensação bem dolorosa, estranha, nova, cortante.... mas o desejo e o calor ainda estavam presentes, fechou os olhos e respirou fundo, conforme Draco se movia vagarosamente a dor ia sumindo e o prazer tomando conta de vez.
– Caralho, . – Ele gemia enquanto entrava por completo, devagar, se segurando para não ir mais rápido, pressionando a cintura dela firmemente com as mãos em sincronia com os movimentos, não demorou muito para a garota se acostumar com o tamanho e grossura dele, o movimento de entra e sai em um ritmo que já não a estava mais a satisfazendo, ela queria mais.
– Tá tudo bem? – Ele perguntou logo depois de depositar um beijo delicado em seus lábios, diminuindo ainda mais o ritmo das investidas, instintivamente ela o abraçou ainda mais com as pernas.
– Sim... – Ela gemeu – Draco... mais forte, por favor!
Como se ela tivesse acabado de dizer tudo que ele queria ouvir, Malfoy começou a investir mais rápido e mais forte, ambos não conseguindo suprimir os sons que teimavam em sair de suas gargantas, as mãos do loiro segurando firmemente o quadril da garota ao penetrá-la cada vez mais fundo.
.... porra, você é tão gostosa. – Ele disse baixo, rouco em meio a gemidos a beira da orelha da ruiva, que naquele momento estava inebriada de prazer, arranhando as costas do loiro gemendo seu nome quando chegou ao ápice do prazer. Malfoy saiu de dentro dela assim que atingiu seu clímax, caindo deitado ao lado da garota, respirando fundo, depositando um beijo em sua testa quando a mesma aconchegou a cabeça em seu peito.

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não conseguia definir o que sentia naquele exato momento, felicidade por tudo o que acabara de vivenciar naquele cômodo, a revelação e certeza de que Draco confiava nela, o próximo passo de como proteger a vida do garoto a partir disso, ou qual o próximo passo depois da transa?
Ela não sabia o que fazer, o que dizer, por isso fechar os olhos e respirar fundo era a única saída, parecia que Draco estava concordando com o acordo de silêncio, pelo menos por hora, o loiro soltando um riso fraco, a chamando a atenção, que não conseguiu conter a curiosidade, levantou a cabeça e o olhou.
– Do que você está rindo?
– Ah, olha aí, achei que você queria dormir... – Ele respondeu.
– Responda a minha pergunta... qual é a graça? – Ela semicerrou os olhos.
– Bravinha! – O loiro disse fazendo carinho no rosto da garota. – Não é bem engraçado... é mais irônico, nós somos o casal mais improvável nesse mundo, e agora, aqui com você, eu não me importo nenhum pouquinho com isso, eu só estou imensamente feliz por viver isso ao seu lado. – Ele fez uma careta. – E agora eu vou calar a minha boca porque estou sentimental demais. – A ruiva sorriu.
– Acho curioso esse seu jeito, você as vezes luta contra suas maiores qualidades como se fossem defeitos, sentimentos não são fraquezas, Draco, muito pelo contrário, são o que nos fazem ser quem nós somos, completos, imperfeitos e únicos. Você é único! – Ela disse e enxergar o brilho no olhar da garota ao olhá-lo o fez sorrir de volta.
– Você gostou? – A garota entendeu a pergunta dele, e não conseguiu conter o rubor que surgiu em seu rosto, desviando o olhar. – Olha, depois do que nós fizemos aqui, você perdeu o direito de ficar com vergonha de mim.
– Por enquanto... eu não sou a pessoa mais segura do mundo para falar de sexo, mas... foi ótimo! Das milhares de versões que eu imaginei para esse momento, essa superou tudo! Eu só... espero que você tenha visto dessa forma também.
– Você foi perfeita! Maravilhosa! Eu ainda nem acredito que uma garota como você... que é real. – Ele fez um carinho no rosto da garota colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.
– Uma garota como eu? – O olhar dela era desconfiado.
– Sem interesse, no dinheiro, no status, no nome, nos privilégios....
– Eu tenho interesse em você, no seu coração, no seu sorriso e no que você tem de bom. – Disse fazendo um carinho no peito de Draco.
– Então você mentiu naquele dia em que disse que só queria se aproximar de mim pelo êxito nas aulas?
– Está mexendo em um vespeiro Malfoy... eu disse aquilo com raiva, pelo que você tinha dito e feito.
– Acredito que já passamos desse assunto, não é? – Draco disse sorrindo de lado.
– Sim... eu entendo. – não conseguiu conter seu olhar, direcionando-o ao braço esquerdo de Malfoy onde jazia a marca negra, ao vivo e a cores.
– Por favor não olhe, é desconfortável demais. – Envergonhado, o rapaz escondeu o braço entre as cobertas.
– Eu sinto muito por isso estar aí. – Disse sincera, baixo, como um sussurro.
– Me odeio por ter isto. – Malfoy fechou os olhos com força.
– Não se odeie por sobreviver. – pegou na mão direita do rapaz, apertando-a.
– Como você faz isso? Como pode me entender tão bem?
– Eu sou a garota que achava que era brasileira até os 13 anos, que depois descobriu que tinha uma história muito mais bizarra do que imaginava, eu aprendi do jeito mais dolorido que as escolhas dos outros recaem sobre nós... e nem sempre da maneira que queremos.
– Eu fico... bravo, frustrado, questiono os astros, o destino, seria muito mais fácil se eu acreditasse, se eu realmente quisesse...
– O que ele quer que você faça?
– Não me force, não vou te envolver nisso, você já corre perigo demais ao saber disso.... – O tom de voz deixando claro que não falaria mais disso, bufou.
– Eu sei me cuidar sozinha, vocês têm o péssimo habito de me subestimar, isso sim me irrita.
– Vocês?
– Você, meu padrinho, meu irmão, meus pais, Dumbledore.... eu só queria que não me poupassem, eu sei o que eu aguento.
– Eu não sei os outros, mas para mim, é mais sobre o que eu aguento, talvez, essa seja a única coisa em comum que eu tenho com o Potter... não suporto te ver mal – Draco respirou fundo.
– Talvez por isso, um dia, vocês possam se dar bem.
– De novo .... não me force. – O loiro fez uma careta, ele já tinha dado a oportunidade de Harry ser seu amigo, o garoto Potter não aproveitou. E lá estava ele, com irmã de seu rival, em uma cama, depois de.... - Eu gozei dentro de você, devemos nos preocupar com isso?
– Não, como já te contei meus pais são médicos no mundo trouxa, são bem mente aberta para muitas coisas, eles já notaram que a maioria das medicações trouxas não fazem diferença em mim, ano retrasado, encontraram um med-bruxo que me ensinou a fazer uma poção... – mordeu o lábio inferior e subiu o olhar, tentando se lembrar dos ingredientes. – Feita com silphium, folha de beladona, pus de bubotúbera e pétalas de descurainia, algo que toda mulher bruxa sabe fazer. Ela deve ser bebida no primeiro dia da menstruação, uma vez por mês. Acrescentando raiz de cocleária, ela pode ser bebida fora da "data certa", tendo efeito após uma hora, mas ela irá atrapalhar todo o ciclo menstrual. Muitas bruxas gostam ainda de que sua poção tenha cascas de besouros, que faz com que não ocorra a menstruação. – Ela parecia um “disco arranhado” repetindo as palavras decoradas. – O motivo para eu fazer isso a princípio são as cólicas... essas poções são ótimas, mas estamos seguros também.
– Acho que já ouvi falar sobre isso, mas não com tanta propriedade assim... tem alguma coisa que você não saiba Potter? – Ele percebeu que ela não olhava mais para ele e sim para o colchão, perto de onde estava. – O que foi? – Ela rapidamente se levantou, vestindo o sutiã e a calcinha, obviamente procurando algo.
– Você viu a minha varinha?
– Porque você quer a sua.... – Ao olhar para o lugar em que estava, Draco entendeu completamente, uma grande mancha de sangue jazia no colchão. Assim que encontrou a varinha a garota apontou para a mancha dizendo “Limpar” e a mancha desapareceu. Draco por sua vez a olhou preocupado. – Eu te machuquei tanto assim?
– Não! Claro que não. – Ela sentou-se na cama novamente. – Quer dizer, isso é normal, não é? A maioria das garotas sangra na primeira vez... – Ela procurava confirmação no olhar dele.
– Eu... sinceramente não sei. – A ruiva o olhou incrédula.
– Até parece que você nunca passou por isso, quer dizer, que você nunca viu nenhuma outra garota passando por isso. – Ela mordeu o lábio inferior, olhando para baixo. Já o loiro a olhou confuso.
– Se você está querendo saber se eu já fiz isso antes... disse que não mentiria para você mais, então a resposta é sim, mas se quer saber se já tirei a virgindade de outra garota, a resposta é eu não sei, pode ser que não tenham me dito. Mas não se preocupe, nada se compara ao que nós temos.
– A não ser pelo fato de sermos extremos opostos... – Ela olhou para baixo.
, olhe para mim. – Ela olhou. – O que realmente está te incomodando? Eu sei que não é isso.
– É que... eu queria poder contar sobre isso para o Harry, dizer o quanto eu estou feliz, o quão diferente do que ele pensa você é... desde que nos reencontramos nunca escondi as coisas dele, a não ser sobre você, só que você é importante..... enfim, parece que tô traindo meu irmão, por mais que sei que não é assim, temo a reação dele quando...
– Ele descobrir sobre nós. – Draco adotou uma postura defensiva.
– Exatamente! Eu realmente entendo a sua posição e a minha posição, mas ele é meu irmão, eu o amo incondicionalmente e dói mentir pra ele.
– Se eu pudesse eu sairia daqui gritando para os quatro ventos ouvirem que você é minha e eu sou seu... por Merlin, como eu queria. – Ele a abraçou, beijou o topo de sua cabeça e suspirou. – Queria poder te dizer quando tudo isso vai acabar, mas acho que está só começando.
– É eu imagino como isso é para você também, por isso vou repetir: você tem meu apoio e minha ajuda. Seja o que for que ele tenha mandado você fazer, nós vamos dar um jeito. – Ela segurou firme a mão do garoto.
..... – Draco disse firme. – Já disse que...
– Tá bem, tá bem! – Ela se levantou da cama buscando uma caixinha em sua mochila, voltando com um sorriso maroto. – Eu não sabia quando ou se iria te entregar isso, mas... – Ela colocou a caixinha na mão do garoto. – Já que formalizamos as coisas: feliz dia dos namorados.
– Você me comprou um presente? – Ele sorriu abrindo a caixinha, revelando seu presente, uma corrente prata, com um pingente em forma de “D” sua inicial . – Obrigado ! – Ele imediatamente colocou a corrente no pescoço. – Você já me disse nas cartas o quanto gosta de símbolos e significados.
– Exato! – Ela riu. – Eu colocaria o seu patrono aí mas... eu não sei qual é! – Draco fez uma careta.
– Tá aí uma informação que eu não tenho para lhe dar.
– Draco Malfoy, está me dizendo que não consegue executar um feitiço?
– Executar não, sua pentelha. – Ele fechou a cara para que riu ainda mais. – Tá mais para preocupação com o que acontece se eu tentar, vide sua história de minutos atrás. Não estou a fim de ser comido por vermes, ok?
– Mas você não é um bruxo das trevas...
– Tenho uma marca que diz o contrário, e não acho que valha a pena arriscar... o feitiço é para nos defender de Dementadores e enviar mensagens, não? Estamos seguros aqui. – Ele piscou para . – Mas.... isso não quer dizer que eu não queira saber o seu.
– Uma pena... eu estava pronta para apostar que o seu patrono seria uma doninha. – A ruiva disse segurando o sorriso, remetendo ao episódio do quarto ano em que o loiro foi transformado em uma doninha por um “professor”.
– Você está muito engraçadinha para o meu gosto! – Draco disse jogando um travesseiro no rosto de , rindo também.
– Tá bem, tá bem! – A ruiva disse tentando parar de rir. – Vou deixar uma coisa bem clara: quando quiser fazer um feitiço do patrono eu vou ficar muito feliz em te ajudar, ok? – Ela disse e Draco assentiu, ela se levantou da cama novamente, empunhando a varinha, fechou os olhos, sorriu – Expecto Patronum! – Disse e uma luz azulada saiu de sua varinha, logo tomando a forma de um grande gavião, voando pela sala precisa.

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Assim que pisou os pés no quarto em que compartilhava com suas colegas, percebeu que seus esforços em passar despercebida na volta foram mal sucedidos, quando passou pela porta, Hermione ascendeu a luz do quarto, a olhando com cara de “poucos amigos”, Lilá e Parvati até resmungaram pela luz acesa mas viraram para o lado e voltaram a dormir.
– Preciso dizer, Mione, essa atitude e essa cara de “mãe” não combinam com você e nem com a sua idade. – disse para a amiga, será que seria seguro se aproximar?
– EU POSSO SABER ONDE É QUE VOCÊ ESTAVA, POTTER? – A garota disse sussurrando, mas com “ar de berro”. – Você não faz ideia do que eu passei aqui... Harry queria ir atras de você eu precisei pedir a ajuda do Weasley para acalmá-lo, você precisava ver o quanto ele ficou bravo quando foi procurar o mapa do maroto para ver onde você estava e descobriu que você o tinha levado também.
– É... meu irmão reprovou no teste de confiança. – disse retirando o mapa do maroto da mochila e mostrando a amiga. – Eu imaginei que ele poderia querer me espionar pelo mapa novamente e o peguei.... Ele já está dormindo?
– Dormindo eu não sei, mas foi para o quarto depois de eu dizer que você planejava entrar na sessão reservada da biblioteca para pesquisar sobre “Horcruxes”, foi ai que ele ficou muito bravo e quis ir atrás de você, mas o Weasley e a Gina não deixaram, todos dissemos que você sabe se virar sozinha, bloqueamos a porta, ele bufou e foi pro quarto.
– Está chamando o Rony pelo sobrenome agora? – sorriu amarelo.
– Não muda de assunto! – Hermione disse brava. – Eu já estava me arrependendo por ter te defendido, eu é que iria atras de você se tivesse demorado meia hora a mais. Onde você estava? Com o Malfoy? – apenas assentiu com a cabeça, o rosto ficando vermelho, sentou-se em sua própria cama, encarando a amiga, fez sinal para que a morena se sentasse ao seu lado.
– Ele me fez uma surpresa... – Ela sussurrou. – Na sala precisa, para o dia dos namorados.
– Vocês são namorados? – Hermione sentou-se ao lado da amiga, agora não mais brava, mas sim empolgada em saber o que tinha acontecido.
– Somos! – Ela disse com os olhos brilhando e se deitando dramaticamente na cama.
– E o que vocês estavam fazendo até agora na sala precisa? – Hermione desconfiou.
– Eu estou perdoada por ter te colocado nessa saia justa? – sorriu marotamente. Levando um cutucão da amiga, que se deitou ao seu lado na cama.
– Me conta tudo e depois eu decido, Potter!

Capítulo 14 - Romilda

O mês de fevereiro foi se aproximando de março sem alteração no tempo, exceto que passou a ventar mais além de chover. As coisas continuavam estranhas entre Rony e Hermione, e, embora Harry estivesse achando o comportamento recente da irmã muito estranho, tinha optado por deixar de lado, ao menos por enquanto, os dois amigos já estavam ultrapassando a cota de brigas para aquele ano e ele tinha plena certeza de uma hora ou outra, a irmã acabaria contando o que havia de errado. Algo lhe dizia que era algo relacionado a algum garoto e embora uma parte dele quisesse muito saber quem fosse, o mais velho dos Potter temia esse momento, sabia que chegaria, mas não poderia negar o medo do que poderia acontecer à sua irmãzinha, ninguém no mundo parecia ser bom o bastante para ela, e ele a queria proteger a qualquer custo, sua família.
Para indignação geral, foi fixado um aviso em todas as salas comunais: o passeio seguinte à Hogsmeade foi cancelado. Rony ficou furioso, frustrado, aguardara tanto aquela data, algo diferente a se fazer bem no dia de seu aniversário.
– Se você quiser eu posso entregar o presente que você comprou a ele. – disse ajeitando suas vestes, vendo Hermione extremamente desanimada, nem querendo levantar-se da cama naquele dia.
– Rony não está merecendo! – A morena disse emburrada.
– É o aniversário dele. Mione! Não quero que você passe o dia sozinha, mas você sabe que eu e o Harry vamos ter que fazer companhia ao Rony hoje.... vocês poderiam facilitar as coisas para nós!
– Está tudo bem! Hoje eu estarei muito ocupada estudando mesmo. – Hermione disse sem humor, a amiga lhe soltando um sorriso triste.
– Eu sinto muito! Vou descer mais cedo para tentar encontrá-lo antes do café da manhã e entregar o presente, te vejo na aula de aparatação? – disse quase saindo do quarto, carregando um embrulho de presente.
– Com certeza! Até! E ? – Hermione chamou e a amiga parou na porta do quarto. – Diz pro Malfoy parar de olhar tanto para você nas aulas! Ele te come com os olhos!
– Ah, cale a boca! – resmungou, o rubor no rosto combinando com a cor de seus cabelos. Rindo e saindo logo em seguida. Assim que desceu as escadas e chegou ao salão comunal, deu de cara com uma Lilá Brown furiosa vindo em sua direção.
– Romilda Vane? Por que ele quer conhecer Romilda Vane? – A loira disse praticamente gritando.
– Primeiramente, bom dia, Lilá! Segundamente, tudo bem com você? Terceiramente: eu deveria saber do que você está falando? – estava confusa e assustada com os ânimos da colega.
– Rony! É claro! Eu estava o esperando aqui para entregar o presente de aniversário que comprei com tanto amor e carinho para ele... quando ele apareceu com o seu irmão, foi super grosso comigo e disse que Harry iria apresentar Romilda Vane a ele. Saiu pela porta sem olhar para trás. – A esse ponto a garota já soluçava de tanto chorar.
– Como é? Eles já saíram? Que estranho! Combinei com o Harry de irmos juntos tomar café! Romilda Vane.... – repetiu pensativa. – Deve ter algum mal-entendido nessa história toda, Lilá! Com certeza tudo será esclarecido, vou para o grande salão procurá-los, quer me acompanhar?
– Não! Se o Rony quiser falar comigo ele terá que vir até mim agora! – Ela disse emburrada.
– Okay então.... é..... até mais! – Certo, não conseguia entender como Rony suportava Lilá, mas ele tinha sido cruel, para dizer no mínimo, há semanas o ruivo estava realmente descontente com o relacionamento, mas agora tinha ido longe demais e... Romilda Vane? Isso não estava cheirando nada bem. A contar que havia combinado com Harry de se encontrarem no salão comunal para irem juntos ao café da manhã, entregaria antes o presente que comprara a Rony, estava ansiosa para ver a sua reação tinha comprado um kit exclusivo do Chudley Cannons com camiseta, moletom e álbum de figurinhas. Bom, precisaria adiar as comemorações até os dois aparecerem para explicar o que havia de errado.
– Achei que você já estaria no grande salão a uma hora dessas. – Hermione disse, a retirando de seus pensamentos, os olhos ainda vermelhos, apesar de tentar disfarçar.
– Você é a segunda garota que vejo chorando por causa do Rony hoje...
– Eu não estava... – A morena ia se explicar, mas desistiu. – Olha não quero falar sobre isso. Estou tendo um dia difícil.
– É eu percebi.... Acho que Harry e Rony também.... – contou o recente acontecimento à amiga enquanto caminhavam juntas rumo ao salão principal.
– Você deveria pelo menos disfarçar, Mione, não pega bem ficar feliz com a desgraça alheia. – A ruiva disse notando o riso no rosto da morena, assim que chegaram à porta do grande salão.
– Não vou negar.... eu gostei de saber disso, fez meu dia bem melhor, mas estou preocupada com o paradeiro dos dois... – Granger disse olhando rapidamente pelo espaço, não encontrando nenhum deles. – Continuo achando que a Vane está tramando algo para Harry, já o avisei para ficar esperto.
– Harry não vai cair no conto da Vane e nem o Rony, não faz sentido, por que o Rony cairia? – A ruiva mantinha uma expressão confusa.
– Potter? – Um pigarro se seguiu. – Posso falar com você? Sobre as aulas, é claro. – Hermione não precisava olhar para trás para saber quem era o dono da voz, acenando para a amiga e adentrando o local logo em seguida.
– Bom dia, Malfoy, nos falamos publicamente agora? – perguntou assim que Hermione se distanciou.
– Não seria necessário se tivesse respondido a minha carta ontem à noite... – O garoto arqueou a sobrancelha a olhando.
– Carta? – buscou na memória. – Oh desculpe, amor.... eu adormeci muito cedo ontem, estava exausta, a carta estava no criado mudo pela manhã, mas eu sai apressada para alcançar o Harry e o Rony, hoje é aniversario dele... não pense que não é prioridade. – A ruiva fechou os olhos e suspirou. – Eu só estou..
– Exausta. – O garoto constatou. – Já pensou em... desacelerar?
– Desacelerar? No momento em que estamos vivendo? Me diz você: dá pra desacelerar? – Recebeu apenas um sorriso sem graça do rapaz em resposta. – Vou compensar essa ausência de resposta... prometo. – Ela disse sorrindo .
– Ah é? Como? – Ele questionou chegando mais perto.
– Não me provoque, Malfoy. – Ela sussurrou. – Ou eu te beijo aqui no corredor. – Malfoy a olhou, mordeu o lábio inferior, fechou os olhos e se afastou.
– Não vai pegar bem para você, amor. – Ele disse piscando no mesmo volume.
! Desculpe interromper. – Hermione apareceu de volta, com o rosto assustado. – Nick-Quase-Sem-Cabeça disse que Rony está na enfermaria.....

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Harry, Hermione, Gina e estavam impacientes esperando do lado de fora da Ala Hospitalar, faziam mais ou menos três horas que estavam esperando por notícias, tentando olhar o que acontecia sala a dentro toda vez que alguém entrara no local, mas nada.
A história que Harry já tinha contado inúmeras vezes a Dumbledore, a McGonagall, a Madame Pomfrey, a Hermione, e a Gina girando em suas cabeças.
– Isso é inaceitável! – bufou ao se levantar. – Poderiam ao menos dizer um “ ele está bem”, não custa nada! Um segundo!
– Significa que eles não têm nada de bom para dizer... – Gina disse fechando os olhos.
– Ele não corre risco de vida, corre Harry? – Hermione olhou para o amigo desesperada.
– Tudo o que sei, eu já contei. – O garoto disse cansado. – Slughornn deixou claro que o bezoar anulou imediatamente o efeito do veneno, mas Madame Pomfrey disse que podem haver sequelas. – Fechou os olhos, a cena que vivera há horas como um loop em sua mente, o corpo ainda em alerta pelo susto.
– O que ficou claro é que novamente: se Harry não estivesse lá, mais alguém da minha família teria morrido. – Gina comentou. – Somos eternamente gratos por isso, Harry.
Harry apenas assentiu, absorto em seus pensamentos, Hermione fungava e limpava as lagrimas do rosto que insistiam em rolar.
estava indignada por não poder fazer nada, não tinham notícias e só o que lhes retara era esperar e torcer para que ficasse tudo bem com Rony, veneno, quem envenenaria uma garrafa de hidromel de Slughorn? A ruiva queria socar quem tivesse feito isso, quem machucara seu melhor amigo, foi aí que...
– Harry, você disse que o Rony comeu seus bombons, certo? E que eles tinham poção do amor de Romilda Vane... – se levantou.
– Exatamente, , ela me mandou no Dia dos Namorados, mas eu não comi, Hermione já tinha me avisado que poderiam estar batizados.
– Ela passou de todos os limites! – A mais nova dos Potter exclamou, se virando. – Isso não vai ficar assim!
– Onde é que você vai? – O irmão perguntou ao ver a garota rumando para o corredor.
– Eu já volto! A Vane vai aprender o que acontece quando se metem com a minha família! – Disse se distanciando cada vez mais.
– Não! ! Volte aqui! – Harry gritou, se levantando também, pronto para ir atrás da irmã quando Gina segurou sua mão.
– Deixa, Harry! Ela não vai ficar aqui esperando, precisa fazer algo e realmente.... Não é como se a Romilda não merecesse, não é? – O toque de Gina foi leve, assim como suas palavras, mas fizeram Harry se perder em seus olhos e relaxar, o rubor subindo em suas bochechas.
– Eu.... eu... – Ele tossiu. – Só não quero minha irmã metida em mais confusão.
– Relaxa, Harry. – Gina sorriu. – A sabe se cuidar.

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? Tem notícias do Rony?
– Como é que ele está?
– É verdade que o Slughorn tentou matá-lo? Eu ouvi que ele o deu veneno. – Dino, Neville e Simas pararam uma com expressão de poucos amigos em um dos corredores da escola.
– É.... Ele foi envenenado, está vivo, na ala hospitalar, ainda não acordou, estão fazendo exames... desculpem pessoal, é só o que sei no momento.
precisava culpar alguém, e parecia uma ótima falar (ou brigar) com Romilda Vane por isso. Andando a passos apressados e pesados pelos corredores, não demorou a encontrar quem estava procurando no jardim do castelo, conversando com algumas amigas.
– Vane! – A ruiva chamou, parando a alguns metros de distância. – Preciso falar com você!
– Po... Potter? – A morena gaguejou assim que se virou e viu quem a solicitara. – O que você quer comigo?
– Eu tenho certeza de que você sabe do que se trata! – A ruiva disse se esforçando para manter o tom de voz equilibrado. – Vou refrescar a sua memória: você deu poção do amor para o meu irmão!
Os murmúrios a volta das panelinhas presentes no jardim começaram, os questionamentos em forma de cochichos sobre a “capacidade de Romilda ter tal atitude”. a fuzilava com o olhar, a postura rígida, os braços cruzados.
– Eu não.... – Romilda travou, abria a boca, mas as palavras não saiam, os olhos arregalados.
– Não o que? Não achou que íamos descobrir? Não achou que daria errado? Ou não achou que teriam consequências? Porque se o final da sua frase for “não fiz isso” , eu acho melhor você empunhar a sua varinha! – disse calmamente, a varinha na mão, porém abaixada.
– Vou contar à McGonagall que você está me ameaçando, ! – Romilda andava para trás como se tentasse se esconder entre as amigas, que também se esquivavam.
– Não tenho intimidade para você me chamar pelo nome, para você é Srta. Potter mesmo! E se quiser eu te acompanho até a sala da professora McGonagall, vai ser ótimo dizer a ela o que você tem feito.
– Você não tem prova de que foi ela! – Uma garota loira interrompeu a fala da ruiva, era uma das amigas de Vane.
– Hermione disse que ouviu vocês conversando no começo do ano. – respirou fundo. – Você comprou a poção na gemialidades e foi bem clara ao dizer para suas amigas que queria usá-la em Harry.... Sabe o que é mais ridículo? Você poderia ter se aproximado dele da forma comum, iniciado uma conversa! Usar poção do amor é baixo, Vane! É covarde, e não sei como alguém assim pode estar na casa dos corajosos. Não me parece que seu interesse é na pessoa do meu irmão, e sim na fama dele, você queria namorar o Eleito? Mas ele foi avisado, não caiu nos seus joguinhos e armadilhas e eu me fingi de cega porque até então você não tinha causado nenhum problema sério. Rony está na enfermaria e uma parcela da culpa é sua! Ele comeu um dos seus bombons. – Ela semicerrou os olhos. – Se você se meter a besta com a minha família ou meus amigos de novo, eu juro que vou fazer se arrepender de cada cartão de amor bosta que enviou. E sim, isso é uma ameaça, conte à professora Minerva também. E FIQUE LONGE DE MIM E DOS MEUS. – não esperou Romilda Vane responder, se virou para os outros alunos que estavam ali presentes. – Acabou O SHOW! Podem ir procurar o que fazer.
A garota Potter saiu novamente a passos apressados e pesados, rumando para dentro do castelo, o sangue fervendo, a vontade era de voltar lá e arrancar os cabelos de Romilda Vane, ela não estava se reconhecendo, de onde é que vinha tanta raiva? Entrou na primeira sala vazia que encontrou, quando percebeu, estava na sala de troféus, assim que a mesma fechou os olhos e respirou fundo, inúmeras fileiras de troféus foram ao chão bem a sua frente, mas dessa vez ela sabia que ela própria tinha provocado isso, agora tinha plena consciência de que era a causadora desses “acidentes”.
– Se concentra, ! O que foi que acabou de acontecer? Você queria agredir alguém e sabe que não é esse o caminho....Mamãe e papai ficariam decepcionados, não criaram você para resolver problemas dessa forma. – Disse para si mesma.
– Olha o caso é mais sério do que eu pensei.... além fazer barraco na frente de todos, você também fala sozinha? – A porta bateu atras de suas costas, mas ela não precisava se virar para saber quem falara.
– Draco, você precisa parar de aparecer do nada em momentos críticos. – Ela se virou para encará-lo.
– Eu paro quando você parar de parecer que vai explodir a escola com o olhar. – Ele deu um passo na direção dela, que deu um passo para trás.
– Não sou eu quem precisa explodir a escola até onde eu sei. – Ela disse olhando para baixo, a cabeça baixa em um sussurro.
– O que disse? – O loiro novamente tentou se aproximar.
– Não é seguro aqui, Draco. – “Abordagem errada, ” ela mudou o assunto, apontando a prateleira destruída ao fundo da sala. – Estou fazendo bagunça e eu não quero te machucar, como...
– Eu não estou te ameaçando, você não vai me machucar. – Ele se aproximou e apesar da relutância dela, a abraçou, ambos ficaram em silêncio por um tempo.
– Por um momento achei que você fosse dar uma surra naquela garota, durona, não vou dizer que não gostei. – Malfoy cortou o silêncio.
– Não é como se ela não merecesse. – Ela se soltou do abraço. – Mas eu estou com tanta raiva assim porque eu estou a culpando por algo que ela ajudou, mas não foi realmente a culpada. Rony foi envenenado e... pelas circunstâncias, ela ajudou.
– Não se fala em outra coisa nesse castelo... – Draco disse revirando os olhos.
– Ele é importante para mim, será que você pode pelo menos fingir que não tá cagando para a situação? – A ruiva inclinou a cabeça, olhando semicerrou os olhos na direção do garoto.
– Eu já disse que amo essa sua carinha de brava? – Ele sorriu malicioso, roubando um selinho da garota que rapidamente se afastou.
– Você não devia estar em outro lugar, Malfoy? – retrucou.
– Tipo onde? – Ele olhou-a com a sobrancelha arqueada.
– Sei lá, fazendo o que você tanto precisa, lá no sétimo andar.
– Não quero falar sobre isso. – Quem se afastou mais ainda foi ele.
– Não falar não torna o problema menos real, você está aqui agora, mas sempre me afasta quando eu direciono a conversa para você. Você está fugindo de mim.
– Não! Não estou! Eu estou aqui com você e para você! – Draco disse exasperado.
– Então por que não permite que eu esteja aqui para você também? – A ruiva pediu, lançando lhe um olhar ferido.
– Porque eu não quero que você morra! Porra! Eu já disse, é muito complicado.
– Meu melhor amigo está na enfermaria fazendo exames porque pode ter sequelas por envenenamento Draco, com uma garrafa de hidromel de um professor, eu sei que as coisas estão difíceis. Sempre estiveram. Sei das consequências e estou disposta a arriscar, por você! – estava cheia de argumentos, fazia semanas que se perguntava como ia abordar o rapaz, o tempo estava passando, e a única coisa que conseguira foi fazer que Malfoy confessasse ser um comensal, mas nada além disso, não fazia ideia de qual era o plano de Draco, nem qual era a missão dele naquele ano em Hogwarts. Mas naquele mesmo instante, a expressão do garoto mudou, passou de suplicante para apavorado em segundos, ele se afastou dela, os olhos azuis acinzentados arregalados, adquirindo uma cor mais escura.
– O que você tem? Draco? – perguntou, chamou, mas o rapaz fugiu. Realmente fugiu, saiu correndo como um garotinho que viu um fantasma, saindo da sala. Ela foi atrás, mas assim que passou pela porta da sala olhou para os corredores e não o avistou mais, tinha usado um feitiço de desilusão talvez? Ou só correu tão rápido que se escondeu na multidão? A ruiva suspirou. – Você não tá facilitando para mim, Draco! – Ela disse baixo só para si mesma ouvir. – Nadinha.

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– Então, no geral, NÃO FOI um dos melhores aniversários do Rony, não é? – Comentou Fred.
Era noite, a ala hospitalar estava silenciosa, as cortinas fechadas, as luzes acesas. A cama de Rony era a única ocupada. Harry, , Hermione e Gina estavam sentados à sua volta; Madame Pomfrey só os deixara entrar às oito horas da noite. Fred e George tinham chegado dez minutos depois.
– Não foi bem assim que imaginamos entregar nosso presente – Disse George, sério, deixando um grande embrulho na mesa de cabeceira de Rony, onde jazia também o presente de , que não conseguiu entregar a tempo, e se sentou ao lado de Gina.
– É, quando imaginamos a cena, ele estava consciente – Confirmou Fred.
– Estávamos em Hogsmeade, esperando para fazer uma surpresa a ele – Falou George.
– Vocês estavam em Hogsmeade? – Admirou-se Gina, erguendo a cabeça.
– Estivemos pensando em comprar a Zonko’s – Respondeu Fred triste. – Uma filial em Hogsmeade, sabe, mas não vai nos adiantar nada, se vocês não tiverem mais permissão de sair nos fins de semana e comprar os nossos artigos..., mas deixa isso para lá.
Ele puxou uma cadeira ao lado de Harry e contemplou o rosto pálido de Rony.
– Como foi exatamente que isso aconteceu, Harry?
O garoto tornou a contar a história já repetida inúmeras vezes a Dumbledore, a McGonagall, a Madame Pomfrey, a Hermione, e a Gina.
– ... então enfiei o bezoar na boca de Rony e a respiração dele melhorou um pouco, Slughorn correu para buscar ajuda, McGonagall e Madame Pomfrey apareceram e o trouxeram aqui para cima. Acham que vai se curar. Madame Pomfrey diz que terá de ficar aqui mais ou menos uma semana... tomando Essência de Arruda.
– Caramba, foi sorte você ter se lembrado do bezoar. – Disse George em voz baixa, olhando de soslaio para que estava sentada ao lado de Harry, segurando sua mão, em sinal de apoio ao irmão.
– Sorte que tivesse um na sala. – Respondeu Harry, que gelava só de pensar no que teria acontecido se não tivesse conseguido obter a pedrinha. Hermione deu uma fungada quase inaudível. Tinha estado excepcionalmente quieta o dia todo.
Tendo se precipitado, lívida, ao encontro de Harry e , à porta da ala hospitalar, e exigido saber o que acontecera, ela praticamente não participara da discussão obsessiva entre Harry e Gina sobre o modo como Rony fora envenenado, nem mesmo se importou quando saiu esbravejando o nome de Romilda, basicamente se postara ao lado deles, com os dentes cerrados e uma expressão de medo até que, finalmente, receberam autorização para vê-lo.
– Mamãe e papai sabem? – Perguntou Fred a Gina.
– Eles já viram o Rony, chegaram há uma hora; estão no escritório de Dumbledore, agora, mas vão voltar logo...
Houve uma pausa durante a qual todos ficaram observando Rony, adormecido, resmungar um pouco.
– Então o veneno estava na garrafa? – Perguntou George em voz baixa.
– Estava. – Respondeu Harry imediatamente; não conseguia pensar em nada mais, e a oportunidade de retomar a discussão o deixava feliz. – Slughorn serviu o hidromel...
– Ele poderia ter posto alguma coisa na taça de Rony sem você ver?
– Provavelmente. – Dessa vez se pronunciou, algo a incomodando na situação, as peças não se encaixavam. – Mas por que Slughorn iria querer envenenar Rony?
– Não faço a menor ideia. – Respondeu Fred, enrugando a testa. – Você acha que ele poderia ter trocado as taças por engano? Querendo envenenar você?
– Por que Slughorn iria querer envenenar Harry? – Indagou Gina.
– Não sei – replicou Fred –, mas deve haver muita gente que gostaria de envenenar Harry, não? “O Eleito” e tudo o mais?
suspirou forte à verbalização de Fred, soando-lhe insuportavelmente desagradável, não era fácil saber que seu irmão corria risco de vida, era algo que não aceitava.
– Então você acha que Slughorn é um Comensal da Morte? – Perguntou Gina.
– Tudo é possível. – Respondeu Fred sombriamente.
– Ele poderia estar dominado pela Maldição Imperius. – Sugeriu George. Levantando-se pegando um copo de água na cabeceira da cama de Rony e entregando o à garota Potter, enquanto sussurrava um “Eu entendo.... você deve estar querendo socar alguém agora.”
– Ou poderia ser inocente. – Tornou Gina. – O veneno poderia estar na garrafa, caso em que provavelmente era destinado ao próprio Slughorn. – Quem iria querer matar Slughorn?
– Dumbledore acha que Voldemort queria o apoio de Slughorn. – Disse Harry. – O professor esteve escondido durante um ano antes de vir para Hogwarts. E... – Ele pensou na lembrança que Dumbledore ainda não conseguira extrair dele, a lembrança que estava lhe custando a paz naquele ano – ... e talvez Voldemort queira tirar Slughorn do caminho, talvez ache que ele pode ser valioso para Dumbledore.
– Mas você disse que Slughorn tinha pensado em dar a garrafa a Dumbledore no Natal. – Gina lembrou a Harry. – Então o envenenador poderia muito bem estar atrás do Dumbledore.
– Então o envenenador não conhecia Slughorn muito bem. – Falou Hermione pela primeira vez em horas, com voz de quem pegara um forte resfriado. – Qualquer um que conhecesse Slughorn saberia que havia grande probabilidade de o professor guardar uma coisa gostosa daquela para si mesmo.
se desligou da conversa, a joia enfeitiçada carregada por Kátia Bel era destinada a Dumbledore, Harry dissera que a garrafa de Hidromel era um possível presente ao mesmo... A quem Voldemort mais temia? Quem o bruxo das trevas iria querer fora do caminho? Quem fazia com que Hogwarts fosse um lugar seguro para Harry? A pergunta que mais a apavorou: quem dentro da escola tinha uma missão a cumprir pelas ordens de Voldemort? Alheia à conversa que os amigos mantinham por ali, a ruiva tornou a sentar-se ao lado de Harry um emaranhado em sua mente se desvencilhando a medida em que suas teorias começavam a fazer sentido. “Draco é um comensal”; “ Ele tem uma missão a cumprir em Hogwarts”; “Passa a maior parte do tempo focado em fazer sei lá o que na sala precisa, mas tem a ver com um armário velho ao qual o vi tentando consertar no começo do ano” ; “Malfoy estava por perto quando Kátia foi enfeitiçada” ;“Ele praticamente fugiu de mim quando soube as circunstancias do envenenamento de Rony” ;“ A joia enfeitiçada e a garrafa de Hidromel, eram entregas a Dumbledore...”; “ A missão de Draco é matar o Dumbledore!” “Mas Dumbledore já estava com os dias contados, independente de tentativas de terceiros. O feitiço em sua mão estava se alastrando.” Os pensamentos da garota sendo interrompidos quando uma mão tocou seu ombro.
– Você está bem, ? Está ficando pálida, com uma expressão apavorada. – George perguntou fazendo com que todos direcionassem os olhares para a ruiva, que escondeu o rosto com as mãos.
– São as fortes emoções, eu...
– Her-mi-o-ne – Rony balbuciou inesperadamente.
Todos se viraram para encarar Rony e se calaram, observando-o ansiosos, mas, depois de resmungar palavras incompreensíveis por um momento, ele simplesmente começou a roncar.
As portas da enfermaria se escancararam, sobressaltando a todos: Hagrid entrou e se encaminhou para o grupo, sua cabeleira salpicada de chuva, o casaco de pelo de urso ondulando aos seus passos, um arco na mão, deixando no chão um rastro de pegadas lamacentas do tamanho de boias.
– Passei o dia todo na Floresta! – Ofegou. – Aragogue piorou, estive lendo para ele... só me levantei para jantar agora há pouco e a professora Sprout me contou o que aconteceu ao Rony. Como é que ele está?
– Nada mal – Respondeu Harry. – Dizem que vai ficar bom.
– Somente seis visitas de cada vez! – Avisou Madame Pomfrey, saindo depressa de sua sala.
– Com o Hagrid somos seis. – Salientou George.
– Ah... é... – Concordou Madame Pomfrey, que, pelo jeito, contara Hagrid como várias pessoas, diante de sua corpulência. Para disfarçar seu embaraço, ela correu a limpar as pegadas com a varinha.
– Não acredito – Disse Hagrid rouco, sacudindo a cabeça peluda enquanto olhava para Rony. – Simplesmente não acredito... olha só ele deitado aí... quem iria querer fazer mal a ele, eh?
– É justamente o que estamos discutindo. – Disse Harry. – Não sabemos. – suspirou e fechou os olhos em seguida.
– Será que alguém poderia estar com raiva da equipe de quadribol da Grifinória? – Perguntou Hagrid ansioso. – Primeiro a Katia, agora o Rony...
– Não consigo ver ninguém tentando liquidar uma equipe de quadribol. – Comentou George.
– Bem, acho que o motivo não é o quadribol, mas acho que há uma ligação entre os ataques. – Disse Hermione, baixinho. a olhou, não conseguia falar no assunto e estava com muito medo de mais alguém ali ligar todos os pontos, mas Hermione não tinha todas as informações, os segredos que Dumbledore confidenciou apenas à ruiva.
– Como é que você chegou a essa conclusão? – Perguntou Fred.
– Bem, primeiro, os dois casos deviam ter sido fatais, mas não foram, embora tenha sido por pura sorte. Por outro lado, nem o veneno nem o colar parecem ter atingido a pessoa que deviam matar. É claro, – acrescentou ela pensativa – que de certa forma isto torna o mandante dos atentados ainda mais perigoso, porque parece que não se importa com o número de pessoas que liquida até realmente chegar à sua vítima.
Não! “Se importa sim, ele tem que se importar!” a mente de girava, que merda! Ela estava com raiva de Draco, queria ir agora mesmo tirar satisfações com ele, mas se sentia ainda mais culpada, dada a realidade que estava vivendo, seu melhor amigo desacordado, envenenado, por que ela não conseguia odiar Malfoy? Ela queria odiá-lo? Se sentia uma traidora ao perceber que mesmo deduzindo a real missão de Draco, não queria entregá-lo e nem que outros descobrissem. Se isso acontecesse provavelmente era Draco quem iria morrer, e ela não sabia o que fazer com isso.
Antes que alguém pudesse reagir à afirmação de Hermione, as portas tornaram a se abrir, e o casal Weasley entrou apressado na enfermaria. Em sua última visita, tinham apenas se assegurado de que Rony se recuperaria totalmente: agora a sra. Weasley agarrou Harry e lhe deu um abraço apertado.
– Dumbledore nos contou como você salvou Rony com o bezoar. – Soluçou a bruxa. – Ah, Harry, que podemos dizer? Você salvou Gina... salvou Arthur... agora salvou Rony...
– Não precisa... eu não... – Murmurou Harry sem jeito.
– Parece que metade da nossa família lhe deve a vida, agora que paro para pensar. – Falou o sr. Weasley com a voz embargada. – Bem, só o que posso dizer é que foi um dia de sorte para os Weasley quando Rony resolveu sentar no seu compartimento no Expresso de Hogwarts, Harry.


Continua...



Nota da autora (08/07/22): Capitulo 14 no ar pessoal! Não tão quente quanto o capitulo passado, mas tão importante quanto para nossa “Hanna” juntar algumas pecinhas do quebra cabeça dela e começar a agir. E aí? Será que ela vai confrontar nosso Draquinho? Façam as suas apostas! Não esqueçam de comentar para deixar essa escritora bem feliz.





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