O amor é mesmo uma coisa louca. Nunca pensamos que vai acontecer com a gente, mas chega uma hora que é impossível não acontecer, ainda mais quando é com aquela pessoa que você sabe que é a certa.
Desde a primeira vez que a vi, algo nela me chamou atenção. Talvez tenha sido seus olhos que passavam uma certa inocência, com um toque perfeito de malicia. Ou pode ter sido aquele belo sorriso que só ela tem. Acho que nunca terei a certeza do que foi, mas desde que a conheci, minha vida tomou um rumo completamente diferente.
~Flashback on~
Já com meus 27 anos, eu vivia na farra durante os finais de semana, cada dia com uma mulher diferente. Elas me descreviam sempre como um canalha, um cachorro, que não liga pro coração de nenhuma delas. O fato era que eu realmente não ligava, mas eu não era esse canalha que elas falavam. Eu sempre as tratava bem, e as levava em motéis bons, não era pra se reclamar.
– Cara, tenho que falar com você. – , meu melhor amigo e colega de apartamento, se senta ao meu lado no sofá.
– Diga. – falo sem o olhar, enquanto zapeava os canais da TV.
– Eu vou morar com a . – ele fala e eu o olho.
– Qual é, não vai me dizer que engravidou ela? Cara, é pra isso que existe camisinha, anticoncepcional, essas proteções todas. – falo num tom sério, porque gravidez não é brincadeira.
– Ela não ta grávida. – ele ri pelo nariz. – É só que nós já namoramos há quase um ano, eu to completamente apaixonado por ela, e poder ficar perto dela todos os dias vai ser a melhor coisa do mundo. – ele fala com um sorriso gay no rosto.
– Não sei como você consegue achar isso legal. – falo incrédulo.
– , você precisa se apaixonar, talvez assim tome jeito na vida. – ri e joga uma almofada em mim.
– Pra quê ter uma, se eu posso ter várias? – dou ombros.
– Você quem sabe. – levanta as mãos no alto da cabeça se rendendo. – Mas amanhã mesmo eu vou pro apartamento dela.
– Nunca pensei que você fosse se casar tão cedo. – jogo a almofada de volta nele.
– Eu não vou me casar. – ri – E hoje nós vamos sair, a vai jantar com uma amiga e pediu pra eu ir junto, e te chamar.
– A amiga dela é gata? – me levanto do sofá.
– Não sei, não conheço. – solta uma risada nasalada. – Mas você pode pagar pra ver.
– Sabe pelo menos o que essa amiga dela faz? – o olho.
– Pra quê você quer saber? – arqueia a sobrancelha e ri.
– Só fala o que ela faz, dá pra fazer uma ligação à pessoa e ter uma ideia de como ela pode ser. – vou andando pra cozinha.
– Bom, pelo que eu me lembre, a falou que ela ta no último ano de psicologia e trabalha numa escola como psicóloga para crianças e adolescentes. – ele fala alto pra que eu pudesse ouvir.
Não sei por que, mas sempre que alguém me fala que é psicólogo, eu já imagino uma mulher na casa dos 40 anos com aqueles terninhos me perguntando qual o meu problema, e isso realmente me assusta.
(...)
O dia se passou até rápido, eu e o ficamos o dia todo vendo alguns programas de esportes na TV. Depois fomos nos arrumar cada um em seu quarto, obviamente.
Vesti uma calça jeans, uma camisa preta, calcei meu tênis, arrumei meu cabelo e o baguncei com a mão logo em seguida, adoro fazer isso. Passei perfume, peguei minha carteira, meu celular e a chave do meu carro. Fui pra sala encontrando o já pronto mexendo no celular, provavelmente falando com a .
– E ai, vamos? – paro ao lado do sofá, ele assente e se levanta.
Não demoramos muito a chegar ao restaurante, e logo avistamos a sentada sozinha em uma mesa pra quatro pessoas. Ela sorriu assim que nos viu. Fomos até ela que me cumprimentou com um educado beijo no rosto, e logo em seguida selou os lábios de .
– E cadê sua amiga? – fala se sentando ao lado dela.
– Ela tá atrasada, como sempre. – ela dá uma risadinha sem graça.
Pedimos as bebidas e ficamos conversando sobre qualquer coisa que eu não me dava ao trabalho de prestar atenção, porque já estava entediado de ficar ali aguentando os mimimi's daquele casal.
– Desculpem–me pelo atraso. – uma voz feminina surge, me tirando dos meus pensamentos – Eu tive que vir de táxi, deu um probleminha no meu carro. – ela solta uma risada nasalada.
– , que saudades de você. – se levanta e as duas se abraçam.
– Também senti sua falta. – eu tinha que assumir que ela tinha uma voz suave e bonita, mas eu ainda não havia tido coragem pra olhá–la, talvez por causa dos meus pensamentos de mais cedo.
– Esse aqui é o , meu namorado. – se levanta e cumprimenta a garota.
– Caramba, ele é muito mais gato do que você descreveu. – as duas riem.
– Também acho. – a fala convencida e ri em seguida. – E esse aqui é o , melhor amigo do . – okay, essa é a hora que eu me levanto para cumprimentá–lá.
Demorei um tempo pra reagir, mas depois de um pigarrear de garganta do , tive que fazer alguma coisa. Sabe quando nos filmes o cara começa a olhar a garota pelos pés? Então, foi assim que eu comecei, e fui subindo o olhar pelas pernas, passando pela barriga, bustos – que me chamaram atenção pelo volume que eles tinham debaixo daquela regata apertada – e logo cheguei ao rosto. Não acreditei naquilo que estava vendo, todo o meu pensamento de mais cedo não fazia mais sentido, porque ela era linda, simplesmente linda.
– Prazer, eu sou . – ela fala com um belo sorriso no rosto estendendo–me a mão. – Mas pode me chamar de .
– Eu sou , mas pode chamar de . – aperto a mão dela e retribuo o sorriso.
E a noite se passou tranquilamente bem. Ela era divertida, alegre, e não parava de sorrir um minuto sequer.
~Flashback off~
Eu não sei o que aquela mulher fez comigo, mas eu, , um cara que sempre pegou todas, estou jogado no sofá enchendo a cara por causa de uma única mulher.
~Flashback on~
Eu e o estávamos chegando ao apê dele com a depois de voltarmos do futebol com os amigos. Entramos e avistamos sentada no sofá, e a de pé com o celular na orelha.
– Caralho, você fez o quê? – ela praticamente grita no celular. – Quantas vezes eu já falei pra não mexer nas minhas coisas? Ainda mais sem minha autorização. – ela está realmente brava e anda de um lado para o outro. – Sabe o preço que é uma lente dessas? É, não é nada barato. – ela passa a mão desocupada nos cabelos, os segurando pra trás – É claro que você vai pagar, ninguém mandou você pegar sem me pedir. – ela fecha os olhos e respira fundo por alguns segundos. – Tudo bem, Emma, quando eu chegar, a gente resolve isso. Tchau. – desliga o celular e passa as mãos pelo rosto, suponho que é pra se acalmar.
– O que aconteceu? – a olha.
– A Emma pegou a minha câmera emprestada e a deixou cair, ai quebrou a lente. – ela fala um pouco mais calma e se senta ao lado da . – É sério, não sei onde eu tava com a cabeça em sair da casa dos meus pais pra ir morar no campus da faculdade.
– Você queria fugir do seu noivo. – fala. Então ela tinha um noivo?
– Não, , ele fugiu de mim. – ela ri sem humor. – Eu saí da casa dos meus pais, porque eu não aguentava mais minha mãe tentando me consolar por algo que nem eu havia entendido o motivo de ter acontecido. – ela enrola o cabelo em um coque bagunçado. – Eu preciso arrumar algum lugar pra morar, não dá mais pra dividir o quarto com a Emma.
– Eu até te falaria pra morar aqui, mas acho que não daria certo, porque dividir o apartamento com a minha melhor amiga e meu namorado seria estranho. – faz uma cara engraçada e as duas riem.
– Eu não aceitaria isso. – ri.
– Se você quiser, pode ficar no meu apê. – minha voz saiu automaticamente. O que eu estou fazendo? – Pelo menos até você arrumar um lugar pra ficar. – ela me olha.
– Eu não quero te incomodar. – ela fala com um sorrisinho tímido.
– Você não vai me incomodar. – dou ombros. – É sério, se eu to te convidando, é porque não vai me incomodar. – dou um meio sorriso.
Caramba, essa mulher ta me deixando louco, só pode.
– Eu agradeço muito por isso. – ela se levanta e vem até mim. Achei que não ia aceitar – Eu aceito seu convite. – sorri. – Muito obrigada. – e simplesmente me abraça.
Eu não resisti ao abraço. Envolvi meus braços em sua cintura retribuindo ao abraço. Encostei o rosto em seu cabelo que tinha um cheiro maravilhoso. Não queria mais sair dali, mas ela desfez o abraço e me olhou sorrindo.
– Mais uma vez, obrigada. – ela beija a minha bochecha.
– Não há de quê. – sorrio.
Ficamos nós quatro conversando sobre um filme de terror que havíamos visto na semana passada no cinema. Bom, depois de aquele jantar, marcou mais vários outros programas com a amiga, e pra não ter que escolher em sair com o namorado e a melhor amiga, ela me chamava pra ir junto, e eu obviamente não recusava. E um mês depois, aqui estou eu convidando a pra ir morar comigo.
– Olha aqui, . – fala quando a vai para o banheiro. – Se sua intenção em convidar a pra morar com você é pra dormir com ela, pode ir parando por ai, porque se isso acontecer, no dia seguinte ela vai embora do seu apartamento. – ela fala séria.
– , eu não vou dormir com ela, tá? Eu não a levaria pra morar comigo se eu quisesse dormir com ela, eu poderia fazer isso sem levá–la pra minha casa. – solto uma risada nasalada e ela me fuzila com os olhos.
– E pode não parecer, mas a é muito sensível quando se trata de relacionamentos, então pensa bem antes de tentar fazer alguma besteira com ela. – ela me olha seriamente.
– , eu não vou me casar com ela, só a convidei pra morar comigo por um tempo, até arrumar algum lugar. – rio – Se tem alguém que não pretende se relacionar nessa história, esse alguém sou eu.
Depois de alguns minutos a volta pra sala se sentando ao meu lado, já que a e o estavam numa melação no outro sofá.
Eu só espero que não me arrependa desse convite.
~Flashback off~
E mais uma das latinhas de cerveja estava agora vazia na minha mão. Essa era a quarta? A quinta? Não me lembro. Segurei firme a latinha e a joguei em uma das paredes.
Que droga!
Eu nunca fui assim, nunca enchi a cara por causa de mulher nenhuma, mas parece que tudo agora é diferente. Pra falar a verdade, desde que ela apareceu na minha vida, tudo se tornou diferente.
~Flashback on~
Depois do meu convite repentino, uma semana se passou, e hoje ela chegou com todas as coisas dela pra se mudar. Eu e o levamos as caixas e as malas dela pro quarto, enquanto ela e a arrumavam tudo.
– E essa foi à última. – disse colocando a ultima caixa no chão. – Como você conseguia ter tanta coisa num quarto da faculdade? – ele ri.
– Ah, meu quarto não era muito pequeno, e metade das coisas que a minha colega usava eram minhas. – ela enrola o cabelo em um coque. Já falei que ela fica gostosa com esse coque bagunçado?
– Meu Deus, isso aqui é um Louboutin? – fala pegando um par de sapatos nas mãos.
– Aham. – a olha – Gastei três meses de salário pra comprar. – ela pega os sapatos e os abraça.
– Eu iria ter gastado o dobro, . – fala e elas riem.
– Do que elas tão falando? – sussurra pra mim. – É só um par de sapatos, quem gasta três meses de salário num par de sapatos?
– Mulheres. – falo e nós rimos.
Deixamos as duas no quarto arrumando tudo, como qualquer homem não tivemos paciência de ficar as vendo falarem sobre sapatos, roupas, maquiagens e todas essas coisas de mulher. Resolvemos descer e pegar uma cerveja. Jogamos–nos no sofá e eu liguei a TV deixando num jogo qualquer de basquete que estava reprisando.
– Acabamos. – se joga ao lado do .
– Cadê a ? – olho pra .
– Ta no celular com a mãe dela. – ela fala sem me olhar.
Uns 30 minutos depois a desce e se senta ao meu lado.
– Eu ainda vou arrumar um jeito de te agradecer por me deixar ficar aqui. – ela me olha.
– Não precisa agradecer, to fazendo isso por uma amiga. – falo e ela sorri.
Depois de muito conversar, pedimos uma pizza, e depois de comermos, e foram pra casa, deixando só eu e a , que estava no quarto dela e eu no meu.
Eu já havia tomado banho, estava com uma calça de moletom e sem camisa deitado na cama olhando pro teto, quando ouvi duas batidinhas na porta e falei um "entra" um pouco alto pra que ela pudesse ouvir.
– Eu só vim te dar boa noite. – entra no meu quarto com uma camisa grande batendo até a metade das coxas e que eu acho que tinha um short debaixo. Não pude deixar de olhar aquelas belas pernas.
– Boa noite. – falo sem tirar os olhos das coxas dela.
– Agora dá boa noite pra mim também? – ela fala num tom divertido e eu a olho confuso. – Porque esse seu boa noite foi pras minhas coxas, não pra mim. – ela ri me deixando sem jeito. Eu, , sem jeito perto de uma mulher.
Realmente o mundo está acabando.
– Boa noite. – ela vem até a cama e beija a minha bochecha. – Dorme bem, qualquer coisa, pode me chamar. – ela me olha e sorri.
– Digo o mesmo. – sorrio e ela sai do meu quarto.
Caralho, o que está acontecendo comigo? Sinceramente, se continuar assim, vou ter que colocar ela pra fora do meu apartamento logo, logo.
Depois de muito pensar em como seria o corpo dela sem nenhum daqueles pedaços de pano que o cobria, eu acabei pegando no sono.
~Flashback off~
Ela, agora é sempre ela. Meus pensamentos vagam o dia todo nela. No corpo, no cheiro, no sorriso, nos lábios, no olhar. Não há um minuto sequer que eu não esteja pensando nela.
Isso nunca havia acontecido, ninguém nunca havia mexido assim comigo como ela fez.
~Flashback on~
Um mês desde que a se mudou pra cá havia se passado, e apesar dela ser uma perdição na minha vida, ela havia se tornado uma ótima companhia pra conversar, ver TV e até mesmo pra não fazer nada.
Um final de domingo estávamos em casa, já que a chuva lá fora nos impedia de ir pra qualquer lugar. Eu e a estávamos sentados no sofá com um edredom jogado sobre nós. Cada um num extremo do sofá com as pernas esticadas e as dela sobre as minhas.
– , se importa se eu te fazer uma pergunta bem pessoal? – a olho.
– Claro que não, , a gente já tem intimidade pra essas coisas. – ela dá um meio sorriso.
– O que aconteceu entre você e o seu noivo? – arqueio a sobrancelha e ela morde o lábio, provavelmente por ser um assunto que ela não gosta de falar. – Se não quiser responder, tudo bem, é só uma curiosidade. – ela me olha e dá um sorriso triste.
Eu estava realmente curioso pra saber isso desde aquele dia na casa da .
– Bom, nós já namorávamos há quase três anos e estávamos noivos há seis meses, e ai resolvemos marcar o casamento para o final de maio, e tudo correu perfeitamente bem. Porém, um dia antes do casamento ,nós dois não nos vimos e quando eu falei com ele no celular, ele não parecia nada animado, ele me disse que havia acordado com muita dor de cabeça e estava um pouco cansando, era só isso. – ela abaixa os olhos pras unhas. – Eu não levei isso em consideração, afinal, podia ser o nervosismo. No dia do casamento, eu passei o dia todo num SPA com a minha irmã e a , só que elas saíram antes de mim, porque a disse que elas só queriam me ver pronta na igreja, onde todo mundo veria. – ela solta uma risada nasalada. – Eu acabei de me arrumar e fui com o motorista pra igreja, quando eu cheguei lá, não me deixaram sair do carro, e ai se passaram meia hora, uma hora, ai eu pedi o motorista pra dar algumas voltas. Depois de muitas voltas, ele me levou de volta pra igreja e ainda não queriam que eu saísse do carro, mas eu, teimosa como sou, queria saber o que tava acontecendo e saí. – ela dá uma risada fraca e uma fungada logo em seguida, provavelmente pra segurar o choro que parecia já querer sair. – Ai eu saí gritando com meus pais, minha irmã, a , os meus sogros e entrei na igreja, quando eu entrei, tava todo mundo lá menos ele. Eu peguei meu celular que tava com a e tentei ligar pra ele várias vezes, mas ele não me atendia. Eu entrei na igreja até o altar e me sentei lá e esperei por uns minutos até desabar lá mesmo na frente de todo mundo, quando a minha ficha caiu, ele não apareceria mais. – a voz dela já estava meio embargada e ela não me olhava. – Ai eu falei pra todo mundo ir pra festa, pelo menos assim eles não perderiam tempo com algo que não aconteceu, e depois de muitos olhares de pena daquelas pessoas, eu estava sozinha na igreja chorando, a maquiagem toda borrada que já manchava o vestido. – ela passa a mão pelo rosto limpando uma lágrima. – Durante a primeira semana, eu saí pra balada todas as noites e enchia a cara a madrugada toda. Na segunda semana, eu resolvi parar com isso porque não melhoria em nada minha vida, mas eu chorava durante todas as noites. E foi ai que eu resolvi me mudar pro dormitório da faculdade, queria recomeçar tudo de novo. – ela me olha com um sorriso de canto e os olhos vermelhos.
Não pensei duas vezes, me levantei indo pra mais perto dela e a abracei. Ela se aconchegou em meus braços e ficou ali por um bom tempo, até que ela levantou a cabeça e me olhou.
– E você, por que é um desses caras que sai pegando uma mulher a cada noite? – ela fala e eu solto uma risada. – Porque eu estudo psicologia, e sei que muito dos homens que fazem isso é por desilusão amorosa, ou porque ainda não encontrou a mulher certa.
– Bom, acho que eu estou no primeiro caso. – ela ri. – Quando eu tava no colegial, eu não era o cara mais popular, não era o mais bonito, pelo contrário, eu era praticamente o oposto, e ai uma menina se aproximou de mim falando um monte de coisas bonitinhas e blá blá blá, ai eu todo bobo caí na dela, e quando fui ver, era só uma aposta pra que eu a ajudasse a passar de ano. – ela faz uma cara surpresa. – Ai quando eu me formei, eu jurei a mim mesmo que nunca mais ia me apaixonar e nem deixar nenhuma mulher brincar comigo assim, ai entrei na faculdade já desse jeito. – dou ombros e rio.
– Qual o problema dessa menina? Sério, você é o cara mais bonito que eu conheço na vida. – ela sorri me olhando. – Não bonito por fora, quer dizer, você é um Deus grego por fora. – rimos – Mas eu falo da sua beleza interior. Você é simplesmente incrível. – eu sorrio. – Ela devia te ver agora, pra ver a merda que fez na adolescência. – eu rio.
– Sabe, não quero que você pense que eu vou falar isso pelo que você acabou de falar, mas esse seu ex–noivo é um burro, eu nunca largaria uma mulher no altar ainda mais se essa mulher fosse você. – ela sorri.
Nós conversamos mais um tempo sobre essas coisas de relacionamentos, e ela me contou sobre todos os relacionamentos frustrados que ela viveu até os 25 anos, que ela tem atualmente. Logo ela já estava bocejando e com os olhos cansados.
– . – ela fala antes de entrar no corredor e eu a olho. – Um dia você vai encontrar a mulher certa, e vai se sentir incrível. Vai sentir um frio na barriga, como se no mundo só existisse você e ela. Vai ter que se segurar pra ficar perto dela e não querer beijá–la. E quando você sentir tudo isso, não vai querer saber de mais nenhuma outra, só dela. – ela sorri e eu retribuo o sorriso. – Boa noite. – ela fala e manda um beijo no ar, eu respondo um boa noite sem som e ela sai pelo corredor a fora.
~Flashback off~
Deitei a cabeça pra trás do sofá a sentindo pesar um pouco, não por causa de todo o álcool que eu havia consumido, mas sim porque já tinha dias que eu vinha reprimindo a dor que eu estava sentindo.
Eu queria chorar!
Eu não podia chorar!
Esse não sou eu.
Eu não vou chorar.
Senti meus olhos arderem e os fechei forçando pra que as lágrimas não caíssem.
~Flashback on~
Aquela minha última conversa com a me deixou um pouco pensativo. Será que um dia eu conheceria a mulher certa? Acho que não é essa a pergunta certa, mas sim... Eu quero conhecer essa mulher?
Uma semana depois de conversar com a minha amiga/psicóloga/companheira de apartamento só hoje eu parei pra pensar nisso. Em plena segunda–feira à noite e eu não consigo dormir, e esses pensamentos vieram à tona, mas por que isso agora? Eu não quero uma mulher certa, eu quero continuar a ser assim, solteiro e com todas as mulheres que eu quiser.
Ouvi alguém bater na porta e saí dos meus pensamentos vendo o rosto da pra dentro do quarto. Ela estava com os olhos vermelhos, provavelmente havia chorado.
– Eu te acordei? – ela me olha.
– Não, eu não tava conseguindo dormir. – me sento na cama. – O que aconteceu? Você tava chorando? – a vi fechando os olhos por alguns segundos e balançar a cabeça assentindo. Bati ao meu lado na cama e ela entrou no quarto se sentando do meu lado. – Quer me falar o que aconteceu? – ela abraça os joelhos e encosta o queixo no mesmo, ela parecia uma criança indefesa assim.
– Eu tive um pesadelo. – ela fala baixo, suponho que por vergonha de falar isso. – Eu estava na igreja exatamente com o mesmo vestido de três meses atrás, só que a igreja estava vazia, não tinha ninguém, só eu. Eu esperava no altar, e quando a porta abriu o Matt entrou. Eu sorria o tempo todo, mas ele chegou e falou que eu nunca fui mulher suficiente pra ele, ainda mais pra casar, que tudo era encenação. Ai apareceram risadas das pessoas que começaram a surgir na igreja, e você apareceu. – ela me olha e eu franzi o cenho. – Eu fui te abraçar achando que você tava lá pra me ajudar, mas você desviou e disse que o Matt tava certo, homem nenhum casaria comigo, que eu só era mais uma. – uma lágrima escorreu pelo seu rosto e meu coração apertou – E ai eu caí ajoelhada no meio da igreja chorando sem parar, e acordei assustada e chorando. – eu não falei nada, só a puxei pra um abraço.
– Você sabe que isso não é verdade. – sussurrei a ouvindo fungar. – Você é uma mulher incrível, todo homem gostaria de ter uma mulher como você o esperando em casa. – afago seus cabelos – Poder ter alguém pra conversar, contar como foi cansativo o dia no trabalho, poder abraçar, beijar, cuidar. – não pude evitar um meio sorriso. – Até alguém como eu se pudesse escolher, escolheria alguém igual a você. – ela me olha.
– Por que "até alguém como eu"? – ela passa as costas da mão no rosto secando as lágrimas.
– , olha pra mim, você acha que alguma mulher teria algo sério com um cara galinha como eu? – eu rio e ela também.
– Eu teria. – ela dá ombros. – Como eu te disse, você vai encontrar a mulher certa, e é claro que ela vai ficar insegura no começo, mas você vai fazer de tudo pra mostrar pra ela que por ela você vai mudar. – ela se senta na cama, desfazendo meu abraço.
– Nunca te falei isso, mas você é a única mulher que eu conheci e não quis levar pra cama. – ela ri e eu percebo o que havia falado. – Quer dizer, é claro que eu quis te levar pra cama. – ela arqueia a sobrancelha ainda rindo. – No momento em que eu te vi, eu tive essa vontade, mas ai no jantar mesmo, eu percebi que você não é o tipo de mulher que é pra se envolver apenas por uma noite, você merece alguém que vá cuidar de você. – ela sorri – Você é aquela mulher que ao invés de levar pra cama, eu posso ter uma conversa legal, eu posso me divertir sem precisar de sexo.
– Ah, eu também tive vontade de que você me levasse pra cama quando eu te vi. – ela ri e eu a olho surpreso com a descoberta.
– Que revelações. – rimos e eu a olhei, na mesma hora ela sorriu e nossos olhares se cruzaram.
Tudo bem era estranho aquilo, é claro que eu olhava as mulheres nos olhos, mas só porque elas gostavam daquilo. Porém, nunca havia sido tão estranho assim.
– Obrigado. – ela falou quebrando o silêncio e eu franzi o cenho sem entender – Por ter me acalmado. – ela ri pelo nariz. – Eu sempre tenho esses pesadelos e costumo não dormir depois deles, mas hoje vai ser diferente.
– Não precisa agradecer. – sorrio.
– Eu posso dormir aqui com você? – ela fala sem jeito e morde o lábio envergonhada. Já falei que isso a deixa muito sexy?
– Pode sim. – rio pelo nariz.
Deito–me e ela faz o mesmo se enfiando debaixo do meu edredom. Seu pé que estava gelado encostou–se à minha perna quente me fazendo arrepiar. Ela percebeu, porque riu logo em seguida.
– Boa noite. – ela levantou a cabeça me dando um beijo na bochecha e se deitou novamente.
– Boa noite. – falo e ela fecha os olhos.
Não demorou muito ela estava dormindo tranquilamente. Fiquei a olhando dormir, e algo me fazia querer protegê–la. Ela era tão sensível, mas apenas aos olhos de quem convivia com ela, por fora todos a viam como uma mulher forte, mas no fundo ela só precisava de alguém que a protegesse.
Toquei seu rosto devagar e um sorriso apareceu em seus lábios. Acariciei sua bochecha com o polegar e fiquei a olhando até que eu conseguisse pegar no sono.
~Flashback off~
Eu já não conseguia mais me controlar, depois que a primeira lágrima caiu, às outras foram a seguindo.
Eu não lembrava a ultima vez que havia chorado, fazia muito tempo. Acho que antes de entrar na faculdade, quando eu descobri que não passava de uma aposta. Depois disso, eu não havia chorado mais, por nada, ainda mais por uma mulher, pelo menos até agora.
~Flashback on~
Já fazia um pouco mais de dois meses que a havia se mudado, e as coisas estavam se tornando difíceis. Não porque ela era chata e queria mandar em tudo, ela não era assim, não mesmo, mas sim, porque era difícil resistir a ela. Principalmente quando ela resolvia malhar no meio da sala. Isso deveria ser proibido.
Agora ela está aqui, fazendo agachamento na minha frente, de costas pra mim. Okay, ela não havia notado a minha presença ali, e eu estou aproveitando pra admirar aquela visão privilegiada, mas meu amiguinho de baixo já está se sentindo incomodado.
– , você chegou. – ela tira os fones assim que me vê, e se vira de frente pra mim. Aquele topper que tampava apenas os seios dela, mas que me davam completa visão daquela beleza que ela carregava.
– É. – pigarreei tentando parar de olhá–la.
– A e o nos chamaram pra ir à balada hoje, topa? – ela pega uma toalha de rosto que estava no braço do sofá e a coloca no pescoço.
– Ah, não sei, não. – me sento no sofá.
– Por favor. – ela faz uma carinha do gato de botas do Shrek.
– Como resistir a você? – sorrio e ela ri dando alguns pulinhos. Essa pergunta soava nos dois sentidos.
– Então eu vou tomar um banho. – ela pega o celular na mesinha e vai pro quarto.
Na hora que ela falou em banho, eu desejei ser uma mosquinha para vê–la ali sem nenhuma peça de roupa, ou melhor, ainda, eu queria ser as gotas do chuveiro que tocariam aquele corpo.
Com esses pensamentos, corro pro quarto e vou direto pro banheiro, tiro a roupa e deixo a água o mais gelada possível. Eu estava excitado só de pensar nela, eu não queria fazer isso, mas eu precisava aliviar meu amiguinho – que de "inho" não tinha nada, sem querer me gabar – e assim o fiz pensando nela e em cada curva do seu corpo.
Depois de um banho demorado, desliguei o chuveiro e saí do banheiro com uma toalha. Vesti–me com uma calça jeans, uma camisa branca e uma jaqueta preta por cima. Deixei meu cabelo bagunçado, calcei o tênis, passei perfume, peguei tudo o que precisava e fui pra sala esperá–la.
Uns dez minutos depois ouvi barulhos de salto ecoarem na sala e olhei pro corredor dando de cara com uma extremamente sexy. Ela estava com um vestido preto de mangas, sem nenhum decote – triste –, que batia na metade das coxas dela, deixando todo resto à mostra. Seu cabelo estava solto com alguns cachos, e um salto também preto e bem alto nos pés. No rosto ela não tinha muita maquiagem, deixando toda atenção pros lábios pintados com um batom extremamente vermelho. Ela estava realmente linda.
– Eu to bem? – ela me olha com um sorriso e dá uma voltinha.
– Você... – subo o olhar por todo corpo dela e a olho nos olhos, o que andávamos fazendo muito desde o dia do pesadelo – Está linda. – completo o resto da frase e ela sorri.
– Obrigado, Sr. . – faz reverência me fazendo gargalhar. – Você também está lindo. – sorrio e me levanto do sofá.
– Vamos? – ela assente com a cabeça e nós saímos do apê.
Durante todo o trajeto até a boate nós conversávamos sobre as músicas que tocavam no rádio, sobre nossas bandas favoritas, cantamos junto com as músicas e rimos das nossas desafinações. O caminho até a boate não foi demorado, e se foi nem percebemos, logo já estávamos lá dentro procurando a e o .
– Olha eles ali. – falei avistando os dois sentados em uma mesa e nós fomos até lá. – E ai. – me sentei na frente do e a na frente da .
– Oi gente. – a fala sorrindo.
– Oi , oi . – a fala e eu reviro os olhos por causa dessa mania dela de me chamar pelo meu sobrenome quando quer deixar claro alguma coisa.
– Vão beber o quê? – pergunta se levantando.
– Eu quero uma coca–cola. – a fala e o assente.
– E você? – olho pra e me levanto.
– Pode ser o mesmo que a , só que com limão e gelo. – ela me olha.
– Não vai beber? – arqueio a sobrancelha.
– Não, eu nunca gostei de álcool, só comecei a beber depois do Matt, e outra, você vai beber, precisa de alguém pra dirigir e cuidar de você em casa. – rimos e a me olha com o cenho franzido.
– Ta bom, a gente já volta. – ela assente e eu e o saímos da mesa.
– Cara, vocês tão se pegando? – paramos no bar e ele me olha.
– Claro que não. – rio e peço as bebidas.
– Então o que foi aquilo? – ele aponta pra mesa.
– Ah, , nós somos amigos, nos aproximamos bastante. – pego a garrafa de cerveja que o barman havia colocado no balcão e a coca da , o faz o mesmo e voltamos pra mesa.
Passamos uma boa parte da noite conversando até as meninas resolverem ir dançar. Eu e o ficamos as observando da mesa, logo um cara se aproximou delas e a saiu de lá deixando a conversando com ele.
– É incrível como ela sempre se dá bem nas baladas. – se senta e ri acompanhada de .
– Vou buscar outra bebida. – me levanto e saio da mesa sem esperar eles falarem nada. – Uma tequila. – peço ao barman e volto meu olhar pra pista de dança vendo a e o cara conversando, ela ria sem jeito cada vez que ele sussurrava algo em seu ouvido.
O barman me entregou a tequila, com o sal e o limão. Vi o cara segurando na cintura da e colando o corpo ao dela pra dançar, e ai eu virei à tequila de uma vez. Pedi mais uma e repeti tudo o que havia feito antes. Só de olhar ela com aquele cara meu sangue subiu a cabeça.
E pela primeira vez na vida, eu estava com ciúmes.
~Flashback off~
O que eu tava fazendo? Eu não devia estar ali, eu não devia estar daquele jeito, eu deveria ir atrás dela. Eu queria ir atrás dela.
Levantei–me secando as lágrimas e cambaleando um pouco por está bêbado e ter levantado rápido. Peguei meu celular e disquei o numero do , que no segundo toque atendeu.
– Fala. – atende com uma voz sonolenta.
– Preciso que você venha me buscar, agora. – falo tentando não parecer tão bêbado.
– Pra quê? Você já ta bêbado. – ele ri.
– Eu preciso que me leve até ela. – respiro fundo – Eu preciso falar com ela.
– Deixa isso pra amanhã, quando você tiver sóbrio, . – ele fala dessa vez sem rir.
– Amanhã pode ser tarde demais. – fecho os olhos e sinto um nó na garganta – Por favor, , eu só to te pedindo porque não estou em estado pra dirigir. – suplico.
– Tudo bem, chego ai em dez minutos. – respondo um okay e desligo celular.
Vou pro quarto, entro no banheiro e começo a tomar um banho frio.
~Flashback on~
Estava difícil me controlar com a ali em casa. Eu a queria e já não era algo que eu pudesse negar, mas eu não a teria, porque não podia. Então, eu só tinha um jeito de fazer isso, passar menos tempo possível com ela.
Arrumei–me rapidamente, enquanto uma música tocava na sala. Peguei as minhas coisas e saí do quarto. Fui pra sala e a encontrei dançando animadamente com um blusão e um shortinho tão curto que mal aparecia. Não consegui evitar e me perdi naquele corpo dela, como sempre acontecia.
– Ei. – ela me viu assim que se virou – Vai sair? – abaixa a música.
– Vou sim, vou pra uma balada. – me aproximo do sofá – Quer vir? – eu estava rezando pra que ela falasse que não.
– Não, obrigada, tenho que trabalhar amanhã cedo. – ela fez uma cara cansada, mas sorriu – Divirta–se por mim também.
– Pode deixar. – beijo sua bochecha e saio do apê ouvindo de longe um 'boa noite' dela.
(...)
Já havia se passado um pouco mais de duas horas que eu estava ali, eu não havia bebido muito e não havia chegado em mulher nenhuma, sei lá, só não senti vontade.
Bebi mais uma cerveja e desisti daquilo, eu queria voltar pra casa e fazer companhia pra , mesmo sem poder tê–la. Paguei as cervejas que havia tomado e saí da boate, entrei no meu carro e dei a partida.
Não demorei muito a chegar ao meu apê, quando eu abri a porta a vi deitada no sofá dormindo tranquilamente.
Fui até ela, a peguei no colo e a levei pro quarto. A deitei na cama, e a cobri com o edredom. Fiquei sentado ao seu lado, apenas a observando e sentindo meu coração num ritmo acelerado.
– Olha o que você fez comigo, . – sussurrei – Eu to parecendo um adolescente apaixonado mais uma vez. – acaricio seus cabelos. – E apaixonado pelo o que eu nunca vou poder ter. Por que você faz isso? Eu sei que não é por querer, você não tem culpa de ser essa mulher incrível que você é, e não tem culpa de me deixar assim. – solto uma risada nasalada. – Maldita hora que eu fui te convidar pra morar comigo, eu não devia ter feito isso. Você morando aqui é uma tentação sabia? É tipo ter uma Ferrari na garagem e não poder usar. – suspirei. – Eu acho que me apaixonei por você, o que não era pra acontecer. Eu nunca te beijei, nunca te levei pra cama, eu me apaixonei por quem você é de verdade. Não foi pelo físico, foi simplesmente por ser você. – sorrio. – Mas eu nunca vou conseguir te falar isso olhando nos seus olhos, porque eu sou um covarde, então me perdoa , me perdoa. – me abaixei ficando com o rosto bem próximo do dela e lhe dei um selinho, logo que me afastei, ela sorriu.
Levantei–me e saí do quarto dela indo direto pro meu. Deitei–me na cama e fiquei olhando pro teto enquanto pensava na mulher que estava no quarto ao lado.
~Flashback off~
Depois de um banho frio e não muito demorado, era só pra passar um pouco da bebedeira. Saí do banheiro e me vesti rapidamente. Peguei meu celular e minha carteira e desci pra esperar o , que não demorou muito a chegar e ser anunciado pelo porteiro. Desci e logo entrei no carro e ele deu a partida.
– Você tem certeza que vai fazer isso? – me olha.
– Sim. – olho pra janela. – É a minha ultima chance, não posso desperdiçar.
Ele não fala mais nada e volta a dirigir em silêncio.
~Flashback on~
Essa última semana estava sendo a mais difícil, porque eu já sabia que não era só desejo, havia se tornado paixão. E só eu sabia disso, ela não fazia ideia do que eu havia falado com ela naquela noite.
Cheguei do trabalho, e um cheiro bom de comida invadiu minhas narinas. Fui até a cozinha encontrando uma dançando em frente ao fogão enquanto mexia algo na panela.
– . – ela me olha sorridente. – Estou fazendo o nosso jantar, é um dia especial. – ela se vira de volta pro fogão. – Faz três meses que eu moro aqui, e queria ter um jeito de te agradecer. – ela desliga o fogo e se vira novamente.
– Você não precisa fazer isso, . – sorrio – Sua companhia já é a melhor coisa. – ela devolve o sorriso – Mas essa comida ta com um cheiro maravilhoso, então vou deixar passar. – rimos.
– Vai tomar um banho e se trocar enquanto eu acabo aqui. – ela fala e eu respondo um okay depois vou pro quarto.
Tomo um banho meio demorado, visto a box, uma calça de moletom e uma camiseta. Bagunço o cabelo e passo perfume, sei lá pra quê, mas era a , não podia aparecer de qualquer jeito. Fui pra cozinha e a mesa já estava posta, e ela colocava algo na geladeira.
– Como foi seu trabalho? – ela me olha.
– Cansativo. – rio – E o seu? – ela se abaixa e tira uma lasanha do forno.
– Interessante. – ela vem até a mesa e coloca a lasanha sobre a mesma – Desde que eu aceitei o trabalho de psicóloga naquela escola, eu me sinto na obrigação de ajudar todas aquelas crianças e adolescentes sabe? – faço que sim com a cabeça. – Eu tenho que me manter forte algumas vezes pra não chorar junto com eles ali na minha frente. – ela nos serve e se senta. – Bon apetit. – ela fala e um sotaque francês, com um biquinho e eu sorrio.
– Acho que eu ando precisando de uma psicóloga também. – rio pelo nariz e como um pouco da lasanha.
– Você tem uma a sua disposição. – ela abre os braços me fazendo rir.
– Vai querer mesmo me ouvir? – a olho com o cenho franzido.
– Por que não? – dá ombros e sorri – Depois do jantar, você me fala tudo o que quiser.
– Okay. – bebo um pouco do vinho que estava servido nas duas taças – Essa lasanha está muito boa. – a olho.
– Obrigada. – ela sorri – Fiz ela justamente pra você. – sorrio.
Conversamos o jantar inteiro sobre coisas aleatórias, e rimos muito o tempo todo. Depois que acabamos de comer eu me ofereci pra lavar a louça, já que ela havia cozinhado. Ela me ajudou a secar e guardar e fomos pra sala.
– Vou te deixar confortável. – se senta, colocando a taça de vinho na mesinha e coloca uma almofada no colo batendo logo em seguida pra eu deitar. Coloco a taça ao lado da dela e me deito em seu colo. – Vamos lá, , pode começar a falar. – ela fala descontraída me fazendo sorrir.
– O que fazer quando eu quero muito alguém, mas não posso ter? – falo olhando em seus olhos – Eu desejo ela desde que a conheci, mas de um tempo pra cá, esse desejo só aumentou e eu não sei o que fazer. – ela acaricia meus cabelos.
– Me diz você, você que é o pegador aqui. – ela ri e eu sorrio.
– Só que dessa vez é diferente, ela mora na minha casa. – ela fica séria sem tirar os olhos dos meus – E a melhor amiga dela falou que não é pra eu levar ela pra cama.
– A amiga dela não precisa saber. – ela dá um sorriso maroto e eu me sento.
– Só que eu não acho isso certo, por que... – ela me interrompeu.
– Cala a boca e me beija, . – ela revira os olhos e eu rio a puxando pra mais perto colando nossos lábios.
Segurei na cintura dela e ela envolveu os braços no meu pescoço. Segurei na nuca dela aprofundando o beijo e ela me beija na mesma intensidade.
Quando começamos a precisar de ar ela cortou o beijo dando leve mordidinhas no meu lábio e sorri.
– Por que demorou tanto pra fazer isso? – ela me olha.
– Porque você se tornou uma grande amiga, não costumo beijar meus amigos e nem levá–los pra cama. – rimos.
– Nem quando a amiga também quer? – ela arqueia a sobrancelha.
– Ai já é outra história. – rio – Mas , não quero que você se arrependa amanhã, ou depois por isso. – falo sério.
– É melhor se arrepender por ter feito, do que por não ter tentado. – ela sorri e me beija novamente.
~Flashback off~
– Vamos passar no posto de gasolina. – fala e logo para no posto. – Vou ali no Starbucks comprar um café pra você. – ele sai do carro e eu ligo o rádio deixando em uma música qualquer.
~Flashback on~
Nos beijávamos com pressa, como se o mundo fosse acabar amanhã. A puxei a colocando sentada no meu colo com uma perna de cada lado. Aproveitei minhas mãos livres pra apertar suas coxas. Ela segurou na barra da minha camisa e a puxou pra cima separando nossos lábios para tirá–la. Ela mordeu o lábio, olhando meu abdômen e eu sorri.
– Você é tão gostoso. – ela sussurra próximo ao meu ouvido me fazendo arrepiar e passa a mão no meu abdômen.
Ela morde o lóbulo da minha orelha e beija meu pescoço dando algumas mordidas e chupões ali. Eu já conseguia sentir meu membro já bem animado, e ai lembrei que não tinha camisinha ali na sala. A segurei firme no meu colo e me levantei indo pro quarto enquanto ela brincava no meu pescoço.
Chegando no meu quarto me sento na cama com ela ainda no meu colo e faço ela parar de beijar meu pescoço pra tirar sua blusa e joguei a mesmo em qualquer canto. Olhei para seus seios coberto por um sutiã de renda rosa e não me movi, essa era a parte do corpo dela que eu mais queria poder ver de tão perto assim, na verdade, o corpo todo, mas os seios dela, eu era louco por eles.
Ela percebeu o que estava acontecendo e soltou uma risadinha, levou as mãos até as costas e logo o sutiã escorregou pelos seus braços deixando aquelas maravilhas à mostra. Ela jogou o sutiã em qualquer canto e voltou a olhar com um sorrisinho malicioso, pegou uma das minhas mãos e levou até seu seio me estimulando a continuar, e eu não hesitei e comecei a massagear seu seio. Essa mulher me deixava parecendo um adolescente virgem.
A deitei um pouco pra trás e abocanhei seu outro seio a fazendo soltar um gemido alto, enquanto massageava o outro. Passei um tempo fazendo isso, depois inverti os seios fazendo as mesmas coisas. Subi os beijos até seus lábios e a beijei afobado. Senti sua mão descer pelo meu abdômen e adentrar a minha calça apertando meu membro sobre a cueca me fazendo soltar um gemido em seus lábios.
Sorri malicioso e a deitei na cama ficando por cima, beijei seu pescoço, desci pros seios brincando um pouco ali – meu Deus, como eu os amava – passei pela barriga dando uma mordida ali a fazendo soltar um gemido. Desci sua calça deixando sua calcinha de renda rosa à mostra, e a olhei com um sorriso malicioso que foi devolvido por ela.
Tirei sua calcinha sem enrolar mais, beijei por dentro da sua coxa e dei uma mordida. Beijei sua intimidade e pressionei seu clitóris com o polegar. Logo penetrei dois dedos nela e ela soltou um grito surpreso e eu soltei uma risadinha. Eu fazia movimentos ora rápidos, ora lentos, enquanto estimulava seu clitóris. Tirei meus dedos e abocanhei sua intimidade a fazendo segurar meus cabelos com certa força.
Fiquei um tempo assim quando percebi que ela chegaria a seu ápice parei e ela me olhou confusa e com um olhar de reprovação. Peguei uma camisinha na mesa de cabeceira, tirei o que restava das minhas roupas e desenrolei a camisinha em meu membro. Abri um pouco suas pernas e me posicionei entre elas a penetrando devagar. Quando já estava por completo dentro dela comecei a me mover rapidamente e ela soltava vários gemidos.
Ela me puxou e me beijo com pressa, parando o beijo várias vezes pra gemer.
– ... – ela geme em meus lábios me deixando mais excitado de ouvir meu nome sendo gemido por ela.
Ela arranhava minhas costas com força enquanto eu apertava um dos seus seios e mordia seu pescoço. A cada gemido que ela soltava no meu ouvido mais eu queria continuar aquilo. Mordi o lóbulo da orelha dela e fazendo arrepiar e sorrir com isso.
– Você é gostosa pra caralho. – sussurrei soltando um gemido logo em seguida.
Eu dava estocadas fortes e fundas e ela gemia o meu nome o tempo todo e cravava as unhas nas minhas costas, que ardiam, mas eu não ligava.
Mordi o pescoço dela dando um chupão que com certeza deixaria marca e ela não deixou barato e mordeu meu ombro com força.
Ela soltou um grito alto ao atingir seu orgasmo e eu sorri vitorioso com aquilo. Virei–nos na cama a deixando por cima, e ela começou a se movimentar lentamente.
– Mais rápido. – aperto sua coxa com força e ela solta um gemido seguido de um risinho.
Ela continuou se movendo lentamente e sorriu maliciosa levando as duas mãos aos seus seios e massageando os mesmos enquanto me encarava com um olhar desafiador. Levei minha mão a sua intimidade e pressionei seu clitóris e ela gemeu.
Com a outra mão, tirei a mão dela dos seios e peguei um deles com a minha apertando com força, sem parar de estimulá–la. Ela aumenta a velocidade "cavalgando" em meu colo enquanto fechava os olhos e gemia o tempo todo.
Cheguei ao meu ápice gemendo o nome dela e ela sorriu se abaixando pra me beijar e continuou se movimentando chegando a seu ápice logo em seguida.
Beijei seu ombro enquanto ela descansava com o rosto em meu pescoço.
– UAL! – ela me olhou sorrindo.
– Isso foi incrível. – sorrio e ela concorda com a cabeça.
– Podemos deixar melhor ainda. – ela sorri maliciosa e eu rio.
– Vou adorar. – devolvo o sorriso e a puxo pra um beijo apressado.
~Flashback off~
entrou no carro com um copo grande de café e alguns cookies e me entregou. Bebi um pouco do café que estava forte e sem açúcar, e riu da minha cara.
– Come os cookies pra se manter de pé quando chegarmos lá. – ele dá a partido voltando para estrada.
– Por que você não foi com a ? – o olho.
– Porque o casamento é só amanhã, ela foi hoje pra ajudar a com umas coisas. – ele fala sem tirar os olhos da rua.
~Flashback on~
Depois daquela noite nós começamos a nos envolver, ao contrário do que a falou, ela não foi embora no dia seguinte, pelo contrário, ela ficou, e todas as noites foram se repetindo e tornando melhor do que a anterior.
Estávamos deitados ofegantes na cama, depois de mais um round de sexo. É, com a gente uma vez só não estava bastando. Levantamos–nos e fomos pro banheiro, tomamos um banho bem demorado enquanto nos agarrávamos por lá mesmo.
– Faz alguma coisa pra comer enquanto eu penteio o cabelo? – ela me olha enquanto eu saía do banheiro.
– Você ta muito folgada. – rimos – Vou querer recompensa depois. – sorrio malicioso.
– Te dou todas que quiser. – ela devolve o sorriso e me dá um selinho que eu ia transformar num beijo, mas ela cortou – Vai logo. – ela ri e eu suspiro derrotado e saio do banheiro.
Visto a cueca e uma bermuda e depois vou pra cozinha. Faço dois sanduíches naturais, e pego dois copos de suco e deixo sobre a mesa. A campainha toca e achando muito estranho eu vou abrir.
– Pois não? – abro dando de cara com um homem que parecia ter a mesma idade que a minha mais ou menos.
– Nascimento mora aqui? – ele me olha com o cenho franzido – Desculpa, acho que me deram o endereço errado. – ele olha no papel.
– você me deixou com uma... – fala, mas para logo em seguida. Viro–me pra ela e seus olhos estavam cravados no cara da porta. – Matt?
– , meu amor. – ele entra me empurrando e vai até ela.
– Não me chama de amor. – ela fala tentando manter a calma. – O que você quer aqui? Por que voltou?
– Porque eu percebi a merda que eu fiz com você. – ele segura a mão dela – E eu quero me redimir.
– Como você descobriu onde eu estava? – ela mantinha os olhos nele, eu apenas observava.
– Eu liguei pra e ela me falou seu endereço, ela disse que você ainda me ama e sente minha falta. – ele acaricia a mão dela com o polegar – Mas acho que ela se enganou. – ele a olha de cima a baixo percebendo que ela estava só com uma camisa minha e me encara com a uma cara de desdém. – Mas eu te perdoo por isso , não precisa se preocupar.
– Me perdoa? – ela fala irônica – Você me larga no altar e foge sei lá pra onde depois volta e fala que me perdoa? Pelo quê, exatamente, você me perdoa?
– Por ter me traído com ele. – ele fala apontando pra mim e ela ri sem humor.
– Eu não te traí, pra eu te trair nós teríamos que ter algo, não é mesmo? – ela puxa a mão o fazendo soltá–la.
– Você é minha noiva. – ele acaricia o rosto dela, mas ela se afasta.
– Eu era sua noiva. – ela praticamente grita. – Eu não sou mais sua desde que você resolveu me largar naquela merda de altar no dia do nosso casamento. – a voz dela já estava embargada – Você não imagina a quantidade de pessoas que me olhavam com pena, e vinham me dizer que sentiam muito. Você não imagina o quanto eu sofri por sua causa. – algumas lágrimas escorrem pelo rosto dela. – Agora não vem me falar que eu sou sua noiva e te traí, você não tem esse direito. – ela passa as costas da mão no rosto. – Vai embora daqui, por favor. – ela fala um pouco baixo.
– Eu só quero me explicar pra você. – ele fala praticamente implorando pra ela. – Mas não vou te forçar a nada, quando puder, me procura naquele hotel que a gente passou nosso primeiro ano de namoro. – ele a olha por mais um tempo e depois da às costas vindo até a porta me encarando com cara de nada, assim que ele sai, eu fecho a porta e olho pra que cai ajoelhada enquanto chorava.
Fui até ela e me agachei a abraçando. Dessa vez ela não retribuiu meu abraço, se manteve encolhida nos meus braços enquanto chorava.
~Flashback off~
– Ta se sentindo menos bêbado? – ri e me olha rapidamente e eu faço que sim com a cabeça – Cara, o que houve com você? Você nunca foi assim por ninguém.
– Eu também não conseguia entender, , mas eu simplesmente me apaixonei por ela. – bebo o restinho que café que estava no copo. – Ela mexeu comigo de uma maneira que ninguém nunca mexeu, e eu não vou aceitar perdê–la assim sem lutar.
– É assim que se fala, luta por ela até o fim. – ele fala e bate no volante.
~Flashback on~
Ela demorou a se acalmar depois que o Matt foi embora, eu sabia que ela havia ficado mexida com a volta dele, ela sempre o amou, por que seria diferente?
Ela correu pro quarto e ficou lá, eu preferi deixá–la um pouco sozinha, acho que ela precisava disso. Já havia se passado mais ou menos uma hora, resolvi levar algo pra comer e saber como ela estava.
– Você ta bem? – falo entrando no quarto e indo até a cama com o prato de sanduíche em uma mão e o suco em outra.
– Eu não sei. – ela fala baixo fungando logo em seguida.
– Eu trouxe pra você, não pode ficar com fome. – me sento na cama ficando de frente pra ela.
– Eu to sem fome. – ela fala sem nem me olhar.
– , você não pode ficar sem comer por causa daquele babaca. – eu estava com raiva, queria dar na cara dele agora, ele estava a deixando assim.
– O babaca que eu amei durante três anos da minha vida, o babaca com qual eu ia me casar. – ela praticamente gritou na minha cara.
– Você ainda o ama? – eu precisava perguntar, mesmo com medo da resposta.
– Eu não sei. – ela sussurra.
– Caramba, , o cara te larga no altar e foge, e ai volta meses depois e você fica assim por ele? – eu realmente não conseguia acreditar.
– Você quer o quê, ? Ele era meu noivo, eu o amava. Você não sabe o que é isso, porque nunca amou ninguém, sempre pegou quem quisesse, você não pode julgá–lo. – ela me olha nos olhos. – VOCÊ NÃO PODE ME JULGAR. – ela grita.
– PORRA, ENTÃO VAI ATRÁS DELE. – grito de volta largando o sanduíche na cama e deixando o copo cair no chão. – EU REALMENTE NÃO SEI AMAR, NUNCA VOU SABER. – ela levanta da cama e pega uma das malas e eu saio do quarto batendo a porta.
Fui pra sala e me sentei no sofá passando as mãos pelo rosto. Eu estava nervoso, estava com raiva, eu queria ajudá–la e acabei estragando tudo.
Depois de uns trinta minutos, ela apareceu na sala vestida e com uma das malas. Andou até a mesa, pegou o celular e a chave do carro.
– Eu peço a pra vir pegar o resto das minhas coisas. – ela anda até a porta sem me olhar. – Obrigado por ter me deixado ficar, desculpa se eu fiz alguma coisa errada. – ela abre a porta. – Adeus, . – ela fala num sopro e sai do apê fechando a porta em seguida.
E ela foi embora, eu não movi um músculo pra ir atrás dela, era isso que ela queria não era? Então, eu não iria impedir.
~Flashback off~
Deitei a cabeça pra trás no banco e fechei os olhos. Por que eu havia a deixado ir? Eu não devia ter feito isso. Agora eu preciso tentar ter ela de volta. Eu vou lutar por ela, nem que seja a última coisa que eu faça da minha vida.
~Flashback on~
Dias depois que a foi a embora, a já havia passado no meu apê e pegado tudo. Ela não me tratava com indiferença, me tratava como sempre. Suponho que ela não sabia do meu envolvimento com a , senão ela já teria me matado.
– Amor, esse sábado eu vou ter que ir pra Los Angeles. – entre na sala do apê dela e eu e a olhamos.
– O que vai fazer lá? – ele arqueia a sobrancelha.
– A me pediu pra ajudá–la com o casamento. – ela falou e por um minuto eu achei que meu coração iria parar de bater. ? Casamento? Então ela voltou pra ele? Eles vão se casar?
Levantei–me e saí do apê da sem esperar que nenhum dos dois falasse alguma coisa, eu precisava ficar sozinho.
Fui pra casa e desliguei meu celular, e comecei a beber. Passei a semana toda daquele jeito, até um dia antes do maldito casamento.
~Flashback off~
– Se prepara cara, já estamos chegando. – falou e eu abri os olhos percebendo que já estávamos em Los Angeles.
Respirei fundo e apertei o copo de café que estava na minha mão. Eu estava nervoso, ansioso e principalmente com medo do que aconteceria ali em seguida.
Depois de uns vinte minutos parou em frente ao hotel onde seria o casamento, e antes de descer eu o olho.
– Como vou saber onde ela tá? – ele dá uma risada e mostra o celular, depois de digitar algo ele espera uns minutos e o celular apita.
– A disse que elas estão na piscina, fazendo a despedida de solteira da noiva. – ele faz uma careta, provavelmente lembrando o que era uma despedida de solteiro e eu não pude evitar uma risada. – Eu acho melhor eu ir lá com você, vai que você faz uma besteira. – descemos do carro e entramos no hotel.
– Posso ajudar? – a recepcionista nos olha.
– Onde fica a piscina? Eu preciso falar com alguém que está lá. – falo afobado por causa do nervosismo.
– Você não pode entrar assim senhor, a não ser que tenha autorização do hospede. – ela fala calmamente.
– Você não ta entendendo. – rio nervoso. – Eu preciso ir lá, preciso falar com ela, é um amor que está em jogo. Eu preciso falar com ela antes que seja tarde demais. – eu já suplicava e a moça me olhava atentamente – Por favor, me ajuda.
– Segue aqui direto, no final do hall você vai encontrar o elevador, e no corredor do elevador tem uma porta que dá pra piscina. – ela aponta o caminho e eu a olho confuso. – Vai logo antes que eu mude de ideia.
– Obrigado. – falo já correndo em direção ao caminho que ela falou.
Ao contrário do que eu pensava, o caminho não era pequeno, o hall do hotel era grande e havia muitas pessoas ali, o que me impedia de correr. Cheguei próximo elevador e rodei por ali procurando a porta que a recepcionista falou, e achou enquanto ria da minha cara.
Passei por ele abrindo a porta e fui correndo por um corredor cheio de flores, e pequenas árvores. Logo avistei a piscina e vi as meninas de longe. Todas sentadas no chão em volta de uma espreguiçadeira onde a estava.
Corri até lá e todos os olhares se voltaram a mim inclusive o dela.
– O que vocês tão fazendo aqui? – olha pra mim e depois pro que também estava ao meu lado respirando ofegante, e ele aponta pra mim.
– Me deixa falar tudo, por favor, deixa pra me falar o que quiser depois que eu acabar, tá? – olho pra e ela assente. – Há quatro meses eu conheci a mulher mais gata do mundo, e no primeiro momento eu só queria a levar pra cama como eu sempre fiz com as outras, mas ai a noite foi passando e ela foi se tornando mais interessante do que já era. – ela se vira na cadeira ficando de frente pra mim. – Passou um mês depois eu já havia saído várias vezes com ela, mas acompanhado dos meus amigos, e meu interesse por ela só aumentou. Até que ela precisava de um lugar pra morar e eu ofereci meu apê, e ela aceitou. – todas as meninas me olhavam atentamente pra não perder nada. – Quando ela se mudou já começou a me enlouquecer na primeira noite quando foi no meu quarto com um micro short pra me desejar boa noite e me deixou sem jeito quando me pegou olhando pras suas pernas. – ri pelo nariz – O tempo passou e nós fomos nos aproximando, ela se tornou uma companheira pra mim, me contou tudo o que aconteceu com o noivo dela, e me fez contar o porquê eu havia me tornado um galinha com as mulheres. – riu e falou um "eu não acredito". – Depois de um tempo começou a ficar difícil resistir, ainda mais quando ela malhava na minha sala com aquela calça de malha e aquele topper que a deixavam mais atraente. – ela riu envergonhada. – Depois ela teve um pesadelo horrível, principalmente pra ela, e foi me procurar no quarto, me contou tudo e pediu pra dormir comigo, naquele momento eu senti que precisava cuidar dela. – sorrio. – Ela me fez ir pra balada com ela e nossos amigos, e nessa noite pela primeira vez eu senti ciúmes de alguém quando eu a vi dançando com um cara, e resolvi encher a cara pra não ter que presenciar aquilo, não lembro o que aconteceu até hoje, só lembro–me de ter acordado na minha cama e no dia seguinte ter a melhor "enfermeira" pra cuidar de mim. – a cerra os olhos na minha direção sem entender nada. – Depois dessa noite, eu comecei a evitar ficar muito tempo perto dela, porque eu ia acabar fazendo uma besteira e a agarrando ali mesmo. – não pude evitar uma risada. – Eu saí pra balada, bebi algumas cervejas, e não quis mulher nenhuma, porque eu só queria a que estava na minha casa. Corri pra casa pra fazer companhia pra ela e a encontrei dormindo no sofá, a levei pra cama e só aí caiu a minha ficha, eu estava apaixonado sem nem ao menos tê–la beijado. E ali com ela dormindo eu me declarei pela primeira vez pra uma mulher, porque eu não teria coragem de fazer isso com ela acordada e depois que eu dei um selinho nela eu fui pro meu quarto. – ela coloca dois dedos sobre os lábios e balança a cabeça negativamente rindo. – Até que um belo dia eu cheguei do trabalho e ela estava fazendo um jantar pra me agradecer pelos três meses que ela já estava ali. Eu disse pra ela que precisava de uma psicóloga, e ela disse que eu podia falar em ela, então depois do jantar eu falei do meu desejo por ela, e que a melhor amiga dela me mataria se rolasse algo. E ela me disse que a amiga não precisava saber. – a fuzilou com o olhar e ela fez uma careta sussurrando um "desculpa" – Eu tentei falar que não era certo, mas ela resolveu ser clichê e usar o famoso "cala a boca e me beija" ai eu não resisti e a beijei. – as meninas olharam pra que mordeu o lábio e abaixou a cabeça rindo. – E depois do beijo tudo aconteceu, e aquela semana foi toda assim toda a noite só eu e ela na minha cama ou na dela, em todos os lados do apartamento. – sorrio sem graça e ela tampa o rosto com as mãos enquanto ria. – E ai o babaca do ex–noivo dela resolveu voltar, e com ajuda da amiga foi até o meu apê procurar ela. – olho pra que sussurra um "desculpas". – E ai eu tentei a consolar, mas acabei estragando tudo quando mandei ela ir atrás dele, porque ela foi. – ela se levantou e veio parando na minha frente já com os olhos cheios de lágrimas. – Ela me falou que eu não podia falar de amor, porque eu nunca havia amado. – senti um nó na garganta. – Mas ela estava errada, porque eu a amava, eu a amava como nunca amei ninguém. – ela colocou a mão na boca deixando as lágrimas caírem. – Mas eu não falei isso pra ela, porque eu sou um covarde que não conseguiria assumir isso pra ela, e ai ela foi embora, foi atrás do babaca do ex–noivo e eu a perdi. Depois descobri do casamento, e fui pra minha casa desesperado. Foi a pior semana da minha vida, eu não trabalhei, não falei com ninguém, só fiquei sozinho enchendo a cara até hoje. – senti meus olhos encherem de água – E ai eu tomei a coragem de vir aqui atrás dela e tentar impedir que ela se case. Porque uma vez alguém me falou que eu saberia quando encontrasse a mulher da minha vida, e eu a encontrei e não acho que Deus seria tão injusto de colocar alguém pra mudar a minha vida e depois a tirar pra fazê–la casar com o cara que a largou no altar. – seco as lágrimas e ela ainda chorava. – eu só vim aqui pra te pedir isso, por favor, não se casa com o Matt, eu te amo muito, e eu quero ficar com você pro resto da minha vida, eu quero me casar com você e não vou te largar no altar pra fugir, porque homem nenhum fugiria de ter você pro resto da vida, eu quero um futuro ao seu lado, pra sempre.
As meninas estavam emocionadas, o me olhava estático, provavelmente ainda não acreditando que eu havia feito isso, e a continuava com a mão na boca chorando sem parar.
– Caramba. – ela fala depois de muito tempo tentando se recuperar – Nunca imaginei você, , falando isso pra alguém, ainda mais pra mim. – ela ri fraco. – Eu só fui embora do seu apê aquele dia, porque eu pensei que se você me mandou ir atrás do Matt, era porque eu não passava de mais uma pra você e isso não fazia importância. – ela seca as lágrimas. – E eu realmente fui atrás dele. – ela confessa coçando a cabeça em seguida.
– Eu sei disso, é por isso que você vai se casar amanhã. – rio sem humor e ela sorri. Qual é, ela tava gostando disso?
– , eu fui atrás dele naquele mesmo dia, e falei pra ele tudo o que tava preso aqui. – ela coloca a mão no peito. – E uma dessas coisas é que nesse tempo que ele estava fugido eu conheci o melhor homem que eu poderia conhecer na minha vida. – ela sorri. – Eu disse pra ele que eu estava apaixonada, que o tempo dele passou e o meu coração pertencia a outro. – e nessa hora meu coração acelerou – Eu não vou me casar amanhã. – ela ri – O casamento é da minha irmã. – ela se vira e a irmã dela ri junto com as meninas.
– Mas o ... – me viro pro . – Você sabia que era a irmã dela e não me falou? Cara que tipo de amigo... – sinto a mão da segurar meu braço.
– , dá pra calar essa boca e me beijar logo? – ela coloca a mão na cintura e eu sorrio a puxando e a beijando.
Ela envolveu os braços no meu pescoço e eu envolvi os meus em sua cintura a tirando do chão.
– Eu amo você. – ela sussurra nos meus lábios.
– Eu também amo você. – sussurro de volta e sorrio e ouvimos um "aaawn" em coro e nós rimos.
– Você é louco, não é? – ela me olha sorrindo.
– Eu sou. – sorrio – Eu sou completamente louco por você. – ela me abraça.
– Olha aqui, , se você machucar ela, eu corto o que você tem entre as pernas. – vem até a gente. – Então faça ela muito feliz, tá ouvindo?
– Eu vou fazer ela a mulher mais feliz desse mundo, eu prometo. – sorrio.
Passamos a noite na piscina conversando com a irmã dela e as meninas que ela havia me apresentado, depois fomos pro quarto dela no hotel e já entramos nos beijando.
– Eu preciso muito te fazer uma pergunta. – corto o beijo assim que as costas dela toca a cama – Naquela noite na balada, você ficou com aquele cara? – ela ri.
– Não, porque outro cara bêbado que estava no bar me olhando já não estava aguentando nem ficar de pé e eu fui levá–lo pra casa. – ela sorri.
– Você deixou de ficar com ele pra me levar pra casa? – não pude evitar um sorriso quando ela concordou com a cabeça. – Você tem noção que bagunçou a minha vida toda desde o primeiro dia?
– Eu baguncei a sua vida, e você consertou meu coração. – ela fala me olhando nos olhos.
– Eu amo muito você. – sussurro aproximando nossos lábios.
– Eu também te amo. – morde meu lábio o puxando de leve – Muito. – sorri e nós ficamos nos olhando nos olhos por um tempo – Podemos voltar onde estávamos quando chegamos no quarto? – ela sorri maliciosa – Essas roupas tão começando a me incomodar. – ela faz uma careta e eu rio a beijando em seguida.
Essa mulher foi feita pra mim, eu não tinha dúvidas disso.
(...)
Depois do dia em que eu resolvi ir atrás da no hotel, cinco anos havia se passado. Havíamos nos casado um ano depois daquele dia, mas assim que passou o casamento da irmã ela voltou a morar comigo. A engravidou na lua de mel de um menino, e nove meses depois nasceu nosso pequeno Mike, ele era a minha cara, a falava isso todos os dias desde que ele nasceu.
Quando Mike completou dois anos, a engravidou novamente e dessa vez foi uma menina, a nossa princesinha Summer. Escolhemos esse nome porque ela nasceu justamente no verão, e a nós concordamos que não havia nome melhor.
Nós quatro morávamos numa casa, que era grande o suficiente pra todos nós, as crianças estavam sempre correndo pelo jardim e eu e a sempre atrás rindo e nos divertindo com eles.
– Pronto, ela dormiu. – volta pro quarto vestindo uma camisola de seda vermelha e eu a olhei sorrindo.
– Já te falei que você fica muito sexy com essa camisola? – ela ri e faz que sim com a cabeça – Mas é que eu sou o homem mais sortudo desse mundo. – ela vem até a cama se sentando no meu colo – Eu tenho dois filhos maravilhosos, e a minha mulher é a mulher mais linda do mundo. – envolvo o braço na sua cintura.
– Eu tenho o marido mais lindo. – me dá um selinho – Mais fofo. – outro selinho – Mais gostoso – morde meu lábio o puxando de leve – mais meu. – sorri.
– Faltou o melhor de cama. – faço uma cara pensativa e ela gargalha.
– cala a boca. – ela me olha ainda rindo – E me beija. – sussurra já encostando nossos lábios e me fazendo sorrir relembrando da primeira vez que ela me falou isso no nosso primeiro beijo.
A beijei tranquilamente e ela me beijou na mesma intensidade.
– Eu amo você. – sussurro entre o beijo.
– Eu também amo você. – sussurra de volta.
E assim nós começamos mais uma noite de amor, e a cada dia que passava isso se tornava melhor.
Desde que eu a conheci minha vida virou de cabeça pra baixo, mas cada momento que tivemos juntos valeu a pena. Ela me fez aprender tudo sobre o que é o amor, e como sempre me disseram, o amor pode mudar a nossa vida.
Não estavam errados, porque aquele cara que dormia com todas há um pouco mais de cinco anos atrás, hoje tem uma família perfeita, com uma mulher incrível e sem dúvidas nenhuma é o cara mais feliz do mundo.
Fim...
– Não, como assim fim? – para de me beijar e me olha. – Não pode acabar assim.
– Como não, ? – rio – É o fim.
– Não pode ser simplesmente assim. – ela revira os olhos. – E nós vivemos felizes para sempre.
– , isso é muito clichê. – rio e ela me dá um tapa fraco no braço – Qual é, nossa história não pode ter um final clichê assim.
– Então o que você sugere? – ela cerra os olhos.
– Que o para sempre seja nossa eternidade. – sorrio e ela retribui o sorriso. – Agora vem aqui logo me beijar, temos que fazer mais um filho. – ela ri.
– Gostei da ideia. – ela me abraça e volta a me beijar.
FIM... Agora é pra valer.
FIM... Agora é pra valer.