Última atualização: 01/09/2020

Parte I

Era um dia de verão. A grama era verde por todo o canto em Wiltshire. Lúcio e Narcisa haviam viajado a Londres por alguma razão que a jovem Malfoy não se recordava, e seu pai estava recluso em Cokeworth como sempre fazia quando as férias em Hogwarts vinham.
Diferentemente de Draco, que aproveitada o ar fresco daquele dia de verão brincando nos jardins da mansão na companhia de um dos filhos dos amigos de puro-sangue de Lúcio, Crabbe, um garoto de cabelos morenos e um tanto quanto grandalhão para a sua idade, se encontrava confinada em seu quarto apenas observando a paisagem enquanto arrumava suas malas para ir até a casa de seu pai. Assim como ele, passava as férias do pai de Hogwarts em sua companhia em Cokeworth, na casa de seus antigos avós.
— Dobby pode ajudar a jovem senhorita com alguma coisa? - o elfo doméstico apareceu subitamente na porta do quarto de . Observava-a ainda de costas e apenas ao se virar para responder-lhe foi que o elfo notou o quanto a jovem Malfoy estava cada vez mais parecida com sua falecida mãe, se não fosse apenas pelos olhos, aos quase onze anos, era miniatura de Katrina, desde os traços do seu rosto até o tom de seu cabelo quase branco.
— Não é necessário, Dobby. Acabei agora mesmo de arrumar tudo. - a voz doce da garota apesar de todo esse tempo, ainda admira o elfo. Desde de pequena, sabia que ela era uma pessoa privilegiada, um por ser uma bruxa e dois por ser uma Malfoy. Foi uma grande surpresa a ele a garota não ser rude como a todos os outros membros da casa. — Mas muito obrigada, não precisa se preocupar, pode continuar com seus outros afazeres.
Acenando com a cabeça foi que Dobby saiu do local.
pegou sobre a cômoda de aspecto rústico um livro grande de capa dura com tons avermelhados e deitou sobre a sua cama, com as pernas erguidas sobre a parede e começou a leitura diária de um dos seus livros favoritos “Hogwarts: Uma história”. Se perguntava quanto tempo mais aguentaria a ansiedade por esperar até seu primeiro dia na escola bruxa, onde toda sua família havia estudado e só de pensar que dali a poucas semanas ela e seu primo estariam embarcando no expresso que os levava até o local e não precisava pensar duas vezes para saber que sua casa seria a sonserina e nem sua matéria favorita, afinal, já dominava a arte do preparo de poções desde de muito nova.
Foi lembrando-se da primeira vez em que acertou o preparo de sua primeira opção, a “Felix Felicis” e lendo mais uma vez a sua parte favorita do livro, ao qual fala do encantamento do teto do Grande Salão, que ela adormeceu a espera de sua carona para sua outra casa.

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Todas as visitas de Lúcio Malfoy até a cidade de Cokeworth eram um quanto desgostas a ele, o que para Severo também não era diferente já que seu desapreço por seu cunhado só era ofuscado devido a consideração que tinha pela filha. Assim que chegou ao bairro trouxa, na Rua da Fiação, Lúcio desceu de seu luxuoso carro chacoalhando as vestes para arrumar o amassado da viagem, olhou ao redor e franziu o cenho tanto pelo local agourento quanto pelo cheiro fétido de lixo e do rio sujo de água escura que circulava por toda cidade aos quais ele nunca iria acostumar.
Olhou para a cima e longe à direita encontrou a grande chaminé que se erguia do antigo moinho sombrio da cidade. Não soube dizer em qual momento teve a estúpida ideia de aceitar que sua única e preciosa sobrinha viesse passar qualquer tempo em um lugar naquelas condições. Se sua irmã estivesse viva, certamente morreria de desgosto.
Mas como a Katrina a pequena herdou o gene de ser persuasiva além disso, ceder aquelas visitas até a casa de Severo tinhas suas vantagens, o ajudaria em seu plano futuro. O plano que seria posto em prática naquele exato momento, afinal, sempre soube o pouco apreço de sua irmã pela escória que habitava Hogwarts, por esse motivo, pouco antes de morrer o fez prometer que deixaria a garota longe dos corredores de Hogwarts e dos olhos de Dumbledore.
Com a bengala sobre a mão que não estava ocupada, dirigiu-se até a porta da pequena casa feita por tijolos escuros de Severo. Mas antes mesmo de bater na porta, o anfitrião abriu-a como se já esperasse sua visita.
— Boa tarde, Lúcio, o que devo o prazer de sua visita? - o som de sarcasmo na voz de Snape não era novidade para Lúcio. Tão pouco a cara de desgosto deste fazia diferença para Snape.
— Não finja cordialidades, Severus. - seus olhos vasculharam todo o local com ar de desdém. — Onde está ?
— Reclusa em minha sala de poções, como de costume. - Snape sentou-se sobre a poltrona marrom escura posta em frente a uma vasta estante de livros de todos os tipos de tamanhos e conteúdos. — Tenho certeza que não veio apenas para vê-la. Diga logo o que quer, pode não parecer, mas meu tempo é muito precioso para bem, ficar esperando que você seja direto.
— Sendo assim... Vim apenas conversar sobre e isso que encontrei em seu quarto.
Lúcio esticou o braço e Snape pegou um objeto em mãos.
— Um exemplar do livro mais comum sobre Hogwarts? - Snape riu. — O que há de errado nisso?
— Em um livro? Nada. - Lúcio sorriu sarcástico. — Mas em falsas expectativas sim.
— Do que é que você está falando, Lúcio? - sua voz soava indiferente, mas ainda assim, a curiosidade de saber até onde seu cunhado chegaria era evidente.
— Bom você sabe minha opinião sobre Dumbledore e creio que Hogwarts não seja o local mais adequado para minha sobrinha.
— Aonde quer chegar?
— Katrina sempre gostou da ideia de seus futuros filhos estudarem em Durmstrang. Karkaroff como você sabe, é um velho amigo e diretor de lá. Além do mais, Durmstrang não aceita qualquer tipo de bruxo e eles tem uma política muito mais certa em relação a Artes das Trevas. Se bem me lembro, uma de suas disciplinas favoritas. - Snape massageava as têmporas como se o que ouvisse, estivesse lhe deixando com dor de cabeça. — O local é mais que ideal para . Draco iria junto, você sabe, mas Narcisa não admitiu ficar tão longe do garoto. Partiria o coração dela.
— E o que te faz pensar que eu não me recusaria pelo mesmo motivo? - pondo-se de pé foi que Snape ficou frente a frente de Lúcio, com ar autoritário.
— Tem algo diferente com ela - Lúcio sorriu ereto cravando a bengala no chão. Snape deu um passo pra trás. — E tenho quase certeza do que você sabe o que é. Mas isso não me importa. A questão é, ficou nítido em Azkaban que havia algo de errado com . E se eu notei algo de errado, você acha mesmo que Dumbledore não vai notar? Acha que ele vai deixar a menina viver? Ou espera que ele a proteja como protegeu Lilian?
Foi dizendo aquelas palavras que Severo sentiu como se algo denso e pesado o tivesse acertado em cheio no estômago. Ele já havia perdido alguém que amava e não deixaria que isso acontecesse pela segunda vez. Não com , não com sua filha.

ϟϟϟ

caminhava extasiada entre o corredor obscuro e estreito da Travessa do Tranco. Seu tio a acompanhava a poucos metros de distância, pois sabia que não precisava se preocupar com a segurança da sobrinha. Todos os bruxos e criaturas mágicas que frequentavam o lugar, conheciam Lúcio e principalmente, Katrina, dessa forma, nenhum deles sequer cogitaria importunar a garota.
Apesar da atmosfera sombria, não se sentia intimidade com o local. Cresceu com seu tio falando sobre o lugar e apesar de saber que o local normalmente era visitado por bruxos de índole duvidosa, sabia que não havia lugar melhor para encontrar os materiais necessários para onde iria estudar. Segurava a lista firme com as duas mãos e lia cada item com muita atenção. A princípio, saber que não iria para Hogwarts assim como seu primo, a havia decepcionado, de fato. Mas após uma longa conversa com seu tio, mudou de ideia.
Aos 11 anos sabia que a saudade de seus familiares seria inevitável, mas a saber que estaria realizando um pedido de sua mãe, compensaria tudo.
Por isso, naquele momento, enquanto Draco comprava suas coisas na Beco Diagonal junto à Narcisa para seu primeiro ano em Hogwarts, Lúcio a levava para o único lugar que conseguiria os itens mágicos que seriam usados em algumas aulas do Instituto e é claro que ele aproveitaria aquela oportunidade para seus próprios interesses pessoais.
, venha até aqui - Lúcio chamou pela garota que observava a vitrine de uma loja peculiar, continha livros mas todos eles apresentavam ser velhos devido a coloração e ao aspecto surrado, certamente se tratava de livros antigos sobre magia negra ou até mesmo grimórios de antigos bruxos. Ao ouvir o chamado do tio, virou para ele e se direcionou até onde ele estava parado.
Observou uma loja de cores escuras e em sua fachada continha grandes letras marrons que diziam: Borgin e Burkes - loja de antiguidades e assim como sua vitrine repleta de objetos sinistros, tinha que o interior da loja também continha objetos tão peculiares. A jovem segurou a mão do tio e juntos adentraram na loja.
— Lúcio Malfoy, bem-vindo, bem-vindo. Achei que o senhor havia me esquecido - uma voz enjoada vinha de um homem atrás do balcão de atendimento. Tinha traços de meia idade, com o cabelo na cor escura, um pouco acima do ombro, mas com seus fios espigados e em poucas quantidades. O topo da cabeça, próximo da testa, denunciava que a calvície logo chegaria ao homem e tinha certeza que nunca havia visto um senhor tão estranho quanto aqueles. Foi apenas quando o velho prestou mais atenção em seu tio que notou a presença da garotinha ao seu lado. — Ora, vejam só se não é a versão minúscula de Katrina.
Os olhos do Sr.Borgin pousaram sobre e abriu um grande sorriso que mostrava os dentes tortos e amarelos. franziu o cenho no mesmo instante. Não gostava da familiaridade que aquele homem se referia a ela.
— Gostaria que não se direcionasse a minha sobrinha - Lúcio tinha a voz áspera e velho Sr. Borgin engoliu em seco. cruzando os braços, entregou a lista para Lúcio.
— Oh, mas é claro, claro. Receio que foi um grande erro meu. Mil perdões! - Sr. Borgin respondeu de imediato, mas podia apostar que ele não estava sendo sincero. — Mas se me permite perguntar, o que eu e minha humilde loja podemos fazer pelo senhor hoje? Algum artigo ou negociação em especial?
— Deixamos de lado as negociações hoje, Borgin - o velho sorriu amarelo novamente, notando que havia tocado em um assunto delicado, já que o tom de voz de Lúcio não era o dos melhores. — Preciso de alguns itens dessa lista. Não que seja de seu interesse, é claro, mas minha sobrinha começa o primeiro ano em Durmstrang em breve e creio que alguns itens solicitados pelo Instituto, não seriam facilmente encontrados no Beco Diagonal - colocou o pedaço de pergaminho no balcão que separava cliente e atendente. O bruxo Borgin deu uma boa analisada na lista.
— O senhor não poderia ter ido a lugar melhor! - dito isso, viu o velho desaparecer entre as prateleiras empoeiradas da loja e enquanto seu tio esperava a volta do outro bruxo, aproveitou para observar alguns artefatos da loja deixando a curiosidade pairar em sua cabeça sobre a peculiaridade de cada um deles. Crânios horrendos de todos os tamanhos estampavam uma pequena prateleira. Vidros parecidas com os de conserva, continham olhos arregalados que pode jurar ter visto alguns deles piscar e além disso, uma mão murcha mumificada em cima de uma almofada estampava o centro de uma mesa em um canto mal iluminado.
Sem dúvidas aquela loja não era comum. Mas o que no mundo bruxo era, afinal?
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Madame Malkin – Roupas para Todas as Ocasiões
Era o que dizia no letreiro da loja que estampava manequins com vestes diferentes. Após a saída da Travessa do Tranco, esse foi o próximo e primeiro local que a jovem Malfoy foi parar. Seu tio havia deixado-a em frente a loja e se direcionado a Floreios e Borrões em busca dos seus livros e de Draco.
supôs que sua tia e seu primo estariam em busca de uma varinha para Draco, mas olhando de forma mais atenta pela vitrine, reconheceu de imediato quem estava sobre mais aos fundos da loja, em pé em cima de um banquinho.
— Pensei que estivesse com tia Narcisa - falou após adentrar na loja e ir em direção ao primo. Draco se assustou com a aparição repentina e rolou os olhos.
— Ela está comprando minha varinha. Mamãe disse que sou grande o suficiente para poder ver minhas vestes sozinho enquanto ela fazia isso - disse forçando um pouco a voz, mas logo um gritinho agudo tomou conta daquele tom. deu uma risadinha e apenas naquele momento notou uma bruxa ajustando as vestes pretas compridas que ele usava.
— Preste mais atenção no que está fazendo! - Draco resmungou e cutucou advertindo-o.
— Me desculpe, as vezes meu primo esquece das boas maneiras - falou para bruxa que sorriu apenas. A verdade era que o primo às vezes passava dos limites na forma em como tratava os outros bruxos, principalmente se estes não fossem de “sangue-puro”, algo que sua família prezava muito. nunca entendeu direito essa obsessão, de fato, mas apesar de sua criação ter sido basicamente a mesma que Draco, ela adorava ter oportunidade de repreendê-lo para provocá-lo.
— Muito engraçadinha, . - deu a língua. — Afinal, onde está meu pai? Conseguiu se perder dele naquele lugar medonho, foi?
revirou os olhos e se sentou em um banco extra.
— Para sua informação, seu pai está na loja ao lado vendo nossos livros e você sabe muito bem que é você que sempre se perde nos lugares. - rebateu lembrando-se da vez em que seu primo havia feito os dois terem se perdido dos seus pais em um parque de diversões trouxa por ficar discutindo da veracidade das adivinhações de velha cartomante do local com ela.
— Que seja! Você já viu sua varinha?
adorava a maneira de como o primo desconversava assuntos que o constrangiam.
— Não e nem irei ver - respondeu cruzando as pernas. Draco ficou boquiaberto. — Antes que pergunte o porquê, já digo que irei usar a velha varinha de mamãe.
— Você sabe que é a varinha escolhe o bruxo, não é?
— É? E porque você deixou a sua mãe ir escolher a sua? - o maxilar de Draco travou. Odiava quando sua prima dava uma de espertinha.
— Meu caso é diferente, pois já sei qual é perfeita para mim. Já havia visto uma de qualquer forma, de pinheiro e núcleo de pelo de unicórnio - Draco deu de ombros e revirou os olhos.
— Não vejo como poderia ser diferente - cruzou os braços. — De qualquer forma, não se preocupe, a varinha de mamãe me servirá da mesma forma e eu sei bem o que fazer, não preciso que me diga.
— Acho que a ida para Durmstrang está subindo muito a sua cabeça, .
— E eu acho que a inveja não combina com o rostinho perfeito que temos, priminho. - riu e Draco franziu o cenho.
— Inveja? Mas do que eu teria inveja?
— Hum, sei bem que gostaria de estar indo a Durmstrang comigo - provocou.
— É? Bem, e será que você gosta da idéia de ir para Durmstrang? - Draco soou travesso — Como era mesmo o nome daquele livro que você não parava de ler? Ah, deixe-me lembrar, seria “Hogwarts: Uma História”?
Aquilo a havia pego desprevenida. levantou-se vermelha pronta para começar uma discussão, mas antes que pudesse fazer alguma coisa, o sino antes despercebido por ressoou e uma velha bruxa baixa, gorda, toda de lilás, adentrou na loja sorridente.
— Desculpe o atraso querida - percebeu que ela falava com a bruxa que arrumava as vestes de Draco — Estava uma loucura em Gringotes e você sabe como aqueles duendes podem ser difíceis, mas consegui depositar o que queria.
A bruxa falava de forma rápida e engraçada, somente depois de colocar seus grandes e volumosos pertences atrás de um balcão que voltou a atenção para os dois jovens.
— Oh, que bela semelhança a de vocês. Me chamo Madame Malkin, proprietária - sorriu se aproximando. — Primeiro ano suponho. Hogwarts, queridos?
— Somos e Draco Malfoy - a jovem bruxa apresentou-se e sorriu sem mostrar os dentes — E sim, é nosso primeiro ano, mas receio que apenas um de nós precisará do uniforme para Hogwarts. Irei estudar em Durmstrang.
— Oh, compreendo. Uma pena, deveras. Uma jovem tão bela e certamente inteligente se daria muito bem em Hogwarts. - disse de forma frustrada. — Mas me acompanhe querida, tenho tudo aqui.
Seguiram para um local da loja reservado para vestuário de outras escolas. observava atenta a variedade de uniformes que se estendiam em um vasto corredor. Diferentes cores, estampas e modelos preenchiam araras pretas e chegando quase ao final de uma delas foi que reparou nas vestes vermelho-sangue, não precisa que Madame Malkin dissesse qualquer coisa, ela sabia de qual escola pertenciam.
O sininho da loja ressoou novamente e a Madame deixou a vontade para acabar de vestir o uniforme e depois fazer os ajustes necessários. Enquanto se olhava no espelho percebeu que o vermelho lhe caia bem e destacava a pele pálida e cabelos brancos delas. Seus olhos negros estavam atentos para cada detalhe das vestes, principalmente da capa de pele amarronzada que acompanhava a roupa. Certamente o local em que se concentrava o Instituto era frio e enquanto pensava nisso, percebeu uma voz de outro garoto conversar com Draco. Não entendia muito bem o que falavam e também pouco se importava, estava extasiada demais imaginando o que sua mãe pensaria se a visse vestida daquele jeito. Gostaria de agradá-la acima de tudo.


Parte II

O sol já havia se posto quando Severo Snape e Lúcio Malfoy se despediam da pequena . Estavam sobre um dos píer mais movimentados de Londres, mas devido ao encanto que havia no lugar, nenhum dos trouxas havia percebido a presença dos dois bruxos e tão pouco do grande barco que havia emergido das águas gélidas do local.
Snape observava atento os passos da filha, cada vez mais distantes. Um certo embrulho percorreu seu estômago ao imaginar mais uma vez quanto tempo ficaria distante da única pessoa que o fizera mudar seus conceitos e o fato de Lúcio permanecer sorridente a partida de sua única sobrinha lhe dava repulsa. Não por achar que o Malfoy desprezava a garota, longe disso, mas sim por saber que a satisfação de ter realizado o desejo de sua irmã o deixava mais soberbo do que nunca.
Ao observar subir de mãos dadas com Igor Karkaroff, o diretor da futura escola sabia que ele havia perdido aquela batalha, mas tinha certeza que não seria por muito tempo.
tinha a certeza absoluta que iria se afogar assim que o barco antes atracado, submergiu a água por completo. Seu primeiro impulso foi prender a respiração, mas logo seu novo diretor lhe havia garantido que nada de errado ocorreria, ainda assim, a garota custou a acreditar naquilo e apenas se tranquilizou quando não conseguia mais prender a respirar e ao saltar, não se afogou. Constatou ser mesmo mágico o barco.
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caminhava a passos curtos ao lado do Karkaroff. Agora olhando-o mais de perto, observava certa relutância na face do bruxo e a cada novo passo dado para mais perto de seu destino, sentia uma tensão surgir entre eles. Talvez fosse apenas sua impressão e o diretor fosse um cara mais reservado, ou talvez ele não tivesse certeza em estar admitindo mais uma das poucas garotas em seu Instituto conhecido por hostil e rigoroso.
Pensando nisso, sorriu travessa imaginando o quanto o diretor estava subestimando-a, afinal, mas sabia ele dos feitos em que a garota com sua pouca idade era capaz de fazer, tão pouco entenderia que a palavra “rigor” não lhe causava nem um pouco de medo.
— É melhor colocar seu manto ou pegara um resfriado - Karkaroff pronunciou-se formalmente enquanto caminhava. não pensou duas vezes antes de se envolver com manto que antes segurava em mãos, já que em que estavam era muito mais frio que na Inglaterra.
Tentou pensar onde, por Merlim Durmstrang se localizava, porém, o pensamento que preenchia sua cabeça se desfez por completo ao focar seus grandes olhos negros no castelo em sua frente. Uma pequena camada de neve cobria cada superfície do local. Torres com grandes janelas se estendiam perante cada canto do castelo e em torno dele, se estendia um vasto e extenso terreno, rodeado por dois lagos e montanhas. Era exuberante de fato, e nem mesmo seus poucos andares tiravam sua beleza.
Assim que chegaram na porta de entrada, um homem esbelto de vestes negras de camurça e cabelos claros um pouco acima dos ombros aguardava na entrada. Karkaroff se aproximou do homem e este lhe cumprimentou com reverência de forma educada e então se direcionou até esboçando um sorriso acolhedor.
— Muito prazer, senhorita Malfoy - estendeu a mão para a pequena bruxa — Me chamo Maximilian Axel, sou o subdiretor do Instituto e também seu professor de Alquimia.
— Olá, muito prazer - respondeu cordialmente apertando a mão do novo professor, apesar de parecer confusa com a matéria que ele lhe lecionaria. — Me desculpe a pergunta, mas será que poderia me explicar que tipo de disciplina é essa?
O sorriso se estampou no rosto de Maximilian. Ter jovens alunos estrangeiros era raro em Durmstrang e às vezes se esquecia completamente de que nem todos conheciam os métodos aplicados no local, ainda mais aqueles familiarizados com Hogwarts.
— Oh, vejamos, a senhorita veio da Inglaterra, correto? - sua voz permanecia cordial e balançou a cabeça em afirmação. — Bem, teoricamente a disciplina de Alquimia aqui em Durmstrang se equivalente a, deixe me lembrar... - fez um pausa apoiando o queixo sobre o dedo indicador — É claro! Equivale a aula de poções em Hogwarts.
sorriu. Alguma coisa lhe dizia que se daria bem com aquele professor e não era apenas o fato de ser o professor da matéria em que ela mais dominava. Maximilian adentrou para dentro do castelo e fez sinal para que o seguisse.
— Devo acreditar que a senhorita está familiarizada com minha disciplina é claro, visto quem é seu pai.
— O senhor conhece meu pai? - perguntou entusiasmada.
— Oh, não. Mas receio que o diretor o conhece bem - sorriu e permaneceu andando. observava que o castelo era um tanto quanto mal iluminado, mas aquilo não a importava. — Bom, além de algumas disciplinas com nomes diferentes do que você está acostumada, devo informar que certas coisas funcionam de forma bem distintas aqui. Por exemplo, não somos uma escola que divide os alunos em casa, como pode ver. Temos apenas um brasão que representa toda a nossa história e de seus fundadores. Além disso, nosso ano letivo começa um pouco antes, então creio que você está algumas semanas atrasada em relação a outros alunos do primeiro ano. - nesse momento, pararam em frente a uma porta de madeira escura que continha a palavra “Artes das Trevas” — , por esse motivo, um de nossos alunos mais velhos será o responsável por fazer a parte de sua adaptação aqui. Mostrará seu quadro de horário, dormitório e é claro, explicará a demasiadas regras que aplicamos.
O professor sorriu e virou-se para porta, dando duas batidas na mesma. pode ouvir uma voz rouca pronunciar “entre” e logo em seguida, Maximilian abriu a porta.
— Saudações professor Kroviktz. - E novamente a reverência de mais cedo apareceu. — Desculpe importuná-lo em sua belíssima aula... Mas poderia me emprestar o aluno Krum? - o professor que tomava a frente da turma sequer se importou em dizer muito, apenas acenou para o garoto de cabelos negros indicando que seguisse até o outro professor.
o observou com atenção. Não devia ser muito mais velho que ela, mas ainda assim era robusto e tinha em seu rosto uma expressão séria. Séria demais para alguém de tão pouca idade.
Krum que vinha a passos pouco apressados tomou um tempo para observar a jovem que acompanhava seu professor. Os cabelos e a pele eram brancos, o que lhe lembrava a neve que se estendia no lado de fora. As feições serenas combinavam com o que ele via, porém em nada condiziam com a personalidade da bruxa. E seus olhos eram diferentes, eram escuros como uma nuvem de tempestade, e brilhavam como relâmpagos.
— Professor. - o garoto acenou com a cabeça e em seguida acenou para a menina sem lhe dirigir uma palavra ou olhar mais prolongado.
— Victor, preciso que acompanhe a senhorita Malfoy até o dormitório e lhe mostre onde vivera durante sua estadia em nossa escola. Preciso que explique regras e horários e mostre a ela onde as salas ficam, sim? Tenho algo importante a fazer e não poderei acompanhá-los. - Krum assentiu. Não se importava em acompanhá-la, nem por um momento, afinal estava se livrando de uma aula que pouco gostava, mas para ele era inevitável pensar que aquela garota não se encaixava ali. , a visão de Krum, era alguém que se desfocava da paisagem fechada e quase sombria que era Durmstrang.
O professor se despediu sem mais delongas com a promessa de em breve ver a jovem Malfoy novamente e deixou os dois em um silêncio pouco confortável.
— Quer começar pelo dormitório? - o garoto questionou e assentiu para então começarem a caminhar — Como se chama? - o garoto a olhou sob o ombro brevemente.
. Eileen Malfoy. - ela viu a expressão em seu rosto e notou que arqueava a sobrancelha como quem pensa em algo.
— Malfoy, hm? Como o tal Lúcio? - o desdém na voz do rapaz era claro, e antes de questioná-lo de maneira pouco educada, respirou fundo.
— Exatamente como ele. É meu tio. - a expressão não deixou seu rosto e Krum apenas se virou para frente e continuou a caminhar.
As mãos para trás enquanto andava, a postura correta demais, os acenos de cabeça para alunos mais velhos ou mais novos, os passos firmes parecendo nunca se desequilibrarem, davam a a impressão de estar em frente a um tipo de sargento. E odiava figuras autoritárias.
Quando pararam em frente e uma porta Krum a abriu e indicou que entrasse primeiro, e assim ela fez olhando em volta.
As paredes de pedra davam a sala a impressão de ser uma caverna, mas fora isso era um cômodo comum. Um sofá confortável, a lareira acesa mesmo sem ninguém ali, uma estante de livros, cortinas pesadas. Tudo no mesmo tom de vermelho da escola.
— Aqui é onde as meninas dormem. - Krum explicou — São poucas, então provavelmente não precisará dividir um quarto, porém de qualquer forma espero que esteja preparada caso precise. - alertou e apenas assentiu — Entrada de garotos é proibida. Sei que não tem idade ainda, mas um dia vai ter, então é bom que já esteja avisada. - fez uma expressão de nojo e Krum prendeu um riso fraco — Depois do horário tem de estar no seu dormitório, caso não esteja pode ser punida. - ela assentiu novamente — Não te ensinaram a responder? Com a boca, quero dizer. - revirou os olhos sem medo e respirou fundo.
— Ensinaram sim, porém não tenho a mínima obrigação. - o tom era antipático e aquilo fez Krum negar com a cabeça enquanto ria.
— Certo, senhorita mínima obrigação, vamos seguir, não tenho um dia inteiro. - ele tinha, mas não daria o braço a torcer.
Seguiram por corredores por onde Krum indicava portas dizendo que aula ela teria em cada uma e duvidou que memorizaria, mas tentaria seu melhor. Ele mostrou a ela onde faziam as refeições, a cozinha, biblioteca e então seguiu com a garota para o espaço aberto fora do castelo.
A neve cobria tudo naquela época do ano e puxou o manto para mais perto do corpo tentando se aquecer, enquanto Krum parecia confortável como em dias de verão. Ele por acaso estava tentando matá-la de frio? Não sabia dizer ao certo, o que sabia era que já não sentia a ponta de seus dedos.
— Esse é o campo de quadribol. - Krum abriu os braços quando chegaram a um tipo de arena. Argolas se encontravam a metros do chão e arquibancadas se erguiam ao redor. Porém todo o campo tinha neve — O quadribol é um jogo. Montamos em vassouras e…
— Eu sei o que é. - o parou e Krum arqueou uma sobrancelha para ela.
— Ah sabe? - o desafio estava ali, no tom do rapaz.
— Sei e jogo também. - afirmou e Krum riu.
— É claro que joga. - debochou e estreitou os olhos.
— Posso saber o porquê desse tonzinho? - questionou com uma sobrancelha arqueada para ele.
Garotas não jogam quadribol. - desacreditou do que ouvia e riu sem humor algum para o comentário.
— Só se for por aqui, porque de onde eu venho jogam sim. - garantiu parando de se importar com o frio e sentindo a paciência acabar.
— Certo jogadora qual sua posição? - a dúvida em seu tom era irritante e queria socá-lo, mas por ser recém chegada se conteve.
— Artilheira. - respondeu sem hesitar nem por um instante.
— É claro que é. - e novamente ali estava o tom.
— Escute aqui seu bulgaro insolente… - perdeu a paciência. E apesar de Krum ser maior que ela, não se intimidou ao estender o indicador para ele enquanto se colocava na ponta dos pés para estar mais a sua altura possivel — Não acredita que sei jogar só porque aqui as garotas não jogam? Ótimo. Pegue suas descrenças e fique com ela para você ou eu juro que o acerto com um balaço bem no meio dessa sua cara prepotente e cheia de si. - soava desafiadora e Krum não pode negar que gostou daquilo. Quando a jovem Malfoy se afastou e pensou em se virar para voltar para a escola e conhecer tudo por sua própria conta foi que Victor disse aquilo que fez a garota perder todo o resto da paciência que tinha.
— Pelo menos é mais corajosa que o primo. - e se virando de uma vez só, foi que a mão de acertou o rosto do búlgaro. E o único pensamento que rondou a cabeça de Krum, enquanto via a garota sair marchando de perto de si era: como alguém tão pequena tinha tanta força?


Parte III

A aula de alquimia se descorria de forma lenta, e apesar de o professor garantir que estava atrasada para o início do ano letivo, ela podia jurar que na verdade estava na turma errada. Ela já sabia de cor e salteado as poções que preenchiam a página do livro a sua frente, já havia visto diversas vezes em casa, no meio dos livros do pai e não lhe era novidade, mas todos os demais alunos na sala pareciam maravilhados com a novidade.
A porta da sala rangeu e por ela, um rosto já conhecido passou e sequer tentou ser discreto ao procurá-la. Nenhuma marca era vista em seu rosto, o que denunciava que passara algum tempo na ala hospitalar da escola.
— O que eu obteria se misturasse descurainia, sanguessugas, hemeróbios, pele de araramboia e chifre de bicórnio? - o professor questionou e arqueou uma sobrancelha. Aquela não era uma pergunta do primeiro ano e a cara confusa dos alunos ao seu redor apenas denunciava que ela estava certa — Ninguém? Bom…
— Poção polissuco. - respondeu o interrompendo e todos os olhares na sala se viraram para ela. O professor tinha um sorriso lateral nos lábios, quase como soubesse que seria ela a responder aquilo.
— E sabe para que essa poção serve, senhorita Malfoy? - respirou fundo revirando os olhos.
— Se sei o que é, sei para que serve, não acha? - o comentário tinha um fundo de deboche e por um momento viu mais de seu pai em si — A poção polissuco é uma poção que faz você se tornar qualquer pessoa, porém existe um ingrediente que o professor não citou: um pedaço da pessoa em quem quer se transformar. Pode ser qualquer coisa, um fio de cabelo que seja já serve. - ela deu de ombros — De todo modo, só funciona por uma hora. - O professor continuou a sorrir enquanto todos os colegas pareciam maravilhados. Todos excetos um que a olhou uma última vez com um revirar de olhos antes de olhar para frente.

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Já estavam a alguns minutos a espera em uma grande sala onde havia apenas um quadro negro e uma extensa mesa ao centro da sala. Krum estava ao quanto com a companhia de sempre, o outro rapaz tinha olhos claros, a pele mais bronzeada e cabelos escuros, havia ouvido alguém o chamando de Hawley. Era tão mão encarado quanto mais da metade daquela escola. Ao que tudo indicava, aquela era a primeira aula que todos os alunos do primeiros presentes teriam sobre duelo.
não se sentia apreensiva, pelo contrário, torcia para que se adversário fosse alguém da trupe de Krum – o que a grande maioria era - para que ela pudesse exercer toda a raiva que sentia do garoto. Sem mais delongas, as portas da sala se abriram em um rápido impulso, e pode-se ouvir uma mulher
— Bem, meus queridos. Sejam muito bem-vindos a mais uma aula prática de duelo – a primeira impressão que a mulher dava a era astuta como sua tia Narcisa, ainda mais pela perfeita postura ereta que a bruxa morena tinha — Para aqueles que não me conhecem, me chamo Viridian Lewis e além de lecionar a arte de duelar, sou também a professora de transfiguração.
Alguns alunos do primeiro ano cochichavam entre si e algo que havia escutado mais cedo sobre a rigorosa professora de transfiguração, caiu em cheio sobre sua mente.
— Vejo que alguns de vocês já me conhecem e sabem do meu belíssimo humor - riu — Creio que se fizerem tudo corretamente, não terão que ver o outro lado dele.
O tom de sarcasmo era evidente em sua voz. Viridian então piscou e se direcionou até o quadro negro e com o chacoalhar de sua varinha, três palavras brilharam nele, elas eram:
Concentração, postura e agilidade.

— Não há muito coisa a ser explicada aqui. Receio que devam apenas prestar atenção nestas três grandiosas palavras e talvez assim ninguém morra. Quero dizer, assim espero, afinal, a prática não os leva a perfeição, mas pelo menos adia a morte de vocês – piscou. — Sem mais delongas, vamos começar. Você, de cabelos brancos e pele certamente macia – apontou a varinha para
— Eu? - perguntou um pouco confusa após tentar absorver tudo o que a professora falara.
— Sim, você, mocinha. Qual seu nome?
Eileen Malfoy - respondeu firme e Krum apenas naquele momento pareceu notar com quem a professora falara. Franziu o cenho. Viridian queria matar a novata, era isso?
— Hum, meus cumprementos senhorita Malfoy! - falou rapidamente. — Agora ande, pegue sua varinha e suba. Hoje, ensinarei a todos um método de defesa geral para feitiços: utilizem o feitiço “expelliarmus” para desarmar o oponente. O “impedimenta” para azarar e por fim “estupefaça” para jogar o oponente longe. Cuidado com esse último, a vítima pode certamente desmaiar. - assentiu tomando impulso para subir ficando em frente a professora — Acha que dá conta senhorita Malfoy? - a professora questionou e como se tivesse toda a certeza do mundo tirou a varinha de dentro das vestes.
— Sim. - respondeu.
Krum ainda em seu lugar riu de modo debochado. Por Merlim, o que essa criança pensava estar fazendo? Seria derrotada em dois segundos.
— Senhor Krum? - a professora chamou sua atenção e ele a encarou — Venha cá. - ela acenou e Krum caminhou enquanto alunos abriam espaço para que passasse. Em um salto habilidoso Krum subiu a mesa e encarou a jovem Malfoy com desdém — Você sabe o que fazer. Sem feitiços avançados. Sem golpes baixos. - a professora alertou e Krum assentiu pegando sua varinha. A mais velha saiu do caminho e desceu da mesa — Primeiro se curvem. - a professora aconselhou, porém foi ali que o desentendimento entre e Krum teve seu início.
Krum se curvou, porém apenas moveu a cabeça o olhando de cima e atrás do mais velho um coro de zombaria começou. Aquele era o sinal de que não o respeitava, e realmente não o fazia. Em momento algum o rapaz havia merecido, e nem mesmo depois que a professora repetiu que se curvassem ela o fez.
Ergueram as varinhas e apenas se moveram em um círculo enquanto se encaravam.
— Com medo Malfoy? - Krum provocou — Posso ser bonzinho se quiser, sabe? Basta pedir. - revirou os olhos.
— Claro. Mas não gosto de bondades, vocês bem sabem. Sua visita a ala hospitalar teve um motivo, não? - um sorriso esperto nos lábios da jovem Malfoy fez Krum travar o maxilar.
A classe trancou a respiração, inquietos e ansiosos.
— Expelliarmus. - foi Krum o responsável pelo primeiro feitiço.
— Protego. - murmurou fazendo com que o feitiço do rapaz se esvaisse.
Por todo o salão se ouviram respirações sendo presas, alunos pareciam surpreso com o feitiço lançado pela jovem . Afinal você poderia se impressionar com quantos bruxos experientes não conseguiam executar aquele feitiço de maneira decente.
— Impedimenta. - novamente Krum tentou porém sem sequer se esforçar para dizer o encantamento, moveu a varinha fazendo com que o feitiço se fosse.
— É isso? É o que sabe fazer? Ah, por favor, esse garoto é uma piada e… - foi impedida de continuar pois a voz de Krum ecoou em um novo impedimenta do qual ela não pode se proteger e o pequeno corpo de foi arremessado alguns metros.
Por alguns segundos apenas tentou retomar os sentidos. A cabeça virando enquanto as costas doiam pelo impacto junto ao chão. Quando se sentou demorou a conseguir focar o olhar, mas assim que o fez viu Krum rir de maneira desafiadora.
Algo importante a se saber sobre Eileen: a raiva era o sentimento que com mais rapidez a fazia reagir. E ela reagiu.
Se colocando de pé com olhares dos alunos do primeiro ano sob si, ela tornou a subir a mesa da qual havia sido arremessada, e pisando firme seguiu até o mais velho.
Impedimenta. - lançou o feitiço e se jogando para o lado, ainda de costas para a garota foi que Krum se protegeu.
Expelliarmus. - Krum se apressou, sentindo todo corpo arrepiar sob o olhar da mais nova.
— Já chega. - a professora alertou vendo o que estava por vir, porém ambos pareciam incapazes de ouvi-la.
Estupefaça. - o feitiço de chegou muito perto de acertar Krum e tamanha foi a força que mesmo o parando o corpo do bulgaro ainda vacilou para trás. Não haviam muito mais passos entre eles e Krum sabia que precisava agir.
Impedi
Trevus. - o feitiço de interrompeu Krum, e antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa um lampejo negro deixou a varinha de e o atingiu em cheio no abdômen fazendo com que uma dor excruciante o atingisse no local. A varinha foi ao chão enquanto um silêncio preenchia toda a sala. Victor ergueu a blusa apenas para encontrar ali uma queimadura que lhe corroia a pele, ao mesmo tempo que gritos de alunos que estavam mais perto cortavam o silêncio.
O rapaz encarou no fundo dos olhos. O brilho ainda era como relâmpagos em uma tempestade. E Krum, com toda a sua coragem, pela primeira vez teve medo da chuva.
— Basta - Viridian ressoo cansada para os dois bruxos e voltou seu olhar para a classe ainda em choque — Entenderam como funciona? Devem saber que para duelar não basta estar cem por cento focado naquelas três palavras. O mais importante é nunca subestimar seu adversário - ela olhou severamente para Krum de forma que fez lembrar de seu pai. — Agora quanto a vocês dois... - cruzou os braços — Apesar do espetáculo, receio que desobedeceram minhas ordens. Por isso, parabéns, acabam de ganhar uma viagem só de ida para detenção. Por hoje é só, classe.
E dando as costas para o restante da turma, Viridian Lewis saiu da sala levando o aluno ferido consigo.


Parte IV

A sala escura e empoeirada parecia um tipo de masmorra. A bagunça que se encontrava ali parecia impossível de arrumar, ainda mais sem magia. Por isso, e Krum carregavam cadeiras e mesas velhas em silêncio sem sequer se olharem.
Os professores haviam pensado em lhes colocar separados, porém o pior castigo para eles claramente seria estarem juntos ali.
sentia os braços começarem a doer, porém não deixava o orgulho se abalar, já que Krum parecia sequer se afetar com as horas de trabalho, como se já houvesse feito aquilo mais vezes. Um professor que se encontrava a porta transportava os objetos com magia até outro ponto e nenhum dos dois nunca quis tanto sua varinha.
Dado momento um aluno que já havia visto antes chegou a porta e disse algo ao professor o fazendo assentir.
— Volto já. Terminem isso ainda hoje. - o tom antipático fez querer subir pelas paredes do local, porém nada a deixou mais irada do que Victor parando o que fazia e se sentando para em seguida colocar os pés sobre uma das mesas.
— Valeu Haw, eu estou morto. - Krum acenou para o garoto que acenou de volta e parou os encarando perplexa. Era o amigo de Krum. Claro que era.
— Mas que…
— Olha a boca, Malfoy. - a impediu de terminar a frase e ela bufou colocando a cadeira no chão — Ah não, você não para. Você continua. - Krum tinha um sorriso debochado nos lábios que fez arquear uma sobrancelha para ele.
— Como disse? - questionou e ele apenas riu fraco cruzando os braços.
— Eu disse que você continua. - ele deu de ombros — Sabe, o Hawley ali é um dos favoritos dos professores e se ele disser que a novata simplesmente se recusou a fazer seu trabalho enquanto eu, o pobre Victor Krum fiz tudo sozinho, acho que você pega outra detenção. - ele sorriu forçado para a menina que podia sentir o rosto queimar pela raiva que sentia.
— Tudo isso porque perdeu um duelo, Krum? - soltou em tom desafiador — Uau, seu ego é realmente muito sensível. - tornou a debochar e Hawley a porta prendeu o riso fazendo Krum se irar e se colocar de pé até estar de frente a .
— Escute aqui Malfoy. - a menina era menor e por isso ele olhava um pouco para baixo ao falar com ela. Não podia negar que as feições da garota o fizeram vacilar por um instante — Isso aqui não é o Reino Unido. O seu sobrenome não vai te proteger aqui. Então sugiro que comece a pensar bem antes de fazer ou dizer qualquer coisa. - ameaçou e apenas manteve a expressão neutra.
— Eu não preciso de um sobrenome para me defender Krum e você já sabe muito bem disso. - Victor se perguntava como alguém tão pequena podia ser tão ousada assim. Ela não tinha medo? Aparentemente não e aquilo causava no peito de Krum uma estranha simpatia que ele tentava reprimir a todo o custo.
— Ora sua… - a voz entredentes foi interrompida por um pigarro
— Perdeu o cavalheirismo senhor Krum? - a voz do professor Maximilian invadiu o local e os dois se viraram para encarar o recém chegado e um Hawley de olhos arregalados.
— Professor Axel… - Krum engoliu em seco e soltou um sorriso vitorioso.
— Quando os deixei mais cedo, não pareciam tão aversivos a presença um do outro. - ele parecia buscar uma explicação, mas não deu tempo que abrissem as bocas — De todo modo, acho que tenho uma ideia do que pode melhor resolver os conflitos entre vocês. - e com um chacoalhar de sua varinha cadeiras e mesas tomaram seu rumo a porta fazendo os três alunos se abaixarem depressa para não serem atingidos e em menos de cinco minutos, o trabalho de horas de e Krum estava concluído — Vão para a cama, amanhã daremos um jeito nesse probleminha. - e com um piscar de olhos o professor deixou o local.
apenas saiu da sala sem dizer nada, deixando um olhar assustador sob Hawley que engoliu em seco. Aquela garota era de dar arrepios.
Krum permaneceu parado encarando marchar firmemente e de modo sútil ele sorriu consigo mesmo. Se não tivessem se dado tão mal logo de cara, provavelmente seriam melhores amigos. Disso ele tinha certeza.
ϟϟϟ


O campo de quadribol estava arrumado. A neve ainda tomava conta de todo o chão, porém isso não parecia um empecilho aos olhos de Maximilian que caminhava apressado com e Krum em seu encalço. No campo um time esperava, com vassouras a postos e em uma conversa animada.
— Bom dia a todos. - o professor cumprimentou e os alunos os responderam em uníssono. Eram todos meninos notou, e todos robustos demais também — Alguém viu professor Alaric? - ele olhou em volta sem encontrar quem buscava.
— Aqui Maximilian. - a voz enjoada ressou atrás de todos e Axel se virou parecendo extremamente animado.
— Ótimo. Aqui o que vamos fazer… - e então Maximiliam explicou que e Krum jogariam em times opostos em uma partida de quadribol. Já que aquele pareciam o jogo favorito de ambos os alunos. Porém enquanto ele falava, tudo o que Krum fez foi pousar os olhos sobre a garota que tremia minimamente ao frio incomum do Instituto. Seus instintos diziam a Krum para lhe oferecer seu manto, mas ele não deu ouvidos a eles se deixando levar apenas pelo orgulho.
— Professor. - um dos alunos levantou a mão chamando a atenção de todos — Mas e as regras? - Alaric deu um sorriso que arrepiou mais que o frio.
— As regras são as mesmas dos dias de treino. - ele encarou que não entendeu.
— Não! - Krum foi quem se manifestou — Professor, os dias de treinos são dias mais… Intensos. A aluna nova pode… - e parou no meio da frase.
Os treinos de quadribol em Durmstrang eram de fato mais intensos, e talvez por isso os alunos de lá estivessem entre os melhores do mundo bruxo. E apesar de a intenção - mesmo que impensada - de Krum fosse proteger da agressividade que Krum sabia que seus colegas tinham, a garota viu aquilo apenas como uma nova implicância vinda do búlgaro.
— Era só o que me faltava. - murmurou.
— Sem mudanças nas regras, senhor Krum. - Axel foi quem insistiu.
— O senhor Krum vai jogar como artilheiro. - Alaric informou e Krum deu de ombros — E a senhorita Malfoy… - o sorriso parecia o de quem estava ansioso pela falha de — Como apanhadora. - sorriu lateralmente e Krum a encarou com estranheza. Afinal a garota era artilheira, não era?
ϟϟϟ

O jogo teve seu início e vassouras voaram rápido por todos os lados. buscava por uma bolinha dourada que voava com graciosidade, porém não a via em canto nenhum. O que percebeu foi os olhares atentos de todos os jogadores sobre ela, como se esperassem um vacilo seu a qualquer momento.
O ritmo do jogo era intenso como nunca havia visto antes e então quase foi atingida por um balaço, porém sua habilidade em se desviar foi mais rápida e em um giro a pequena Malfoy estava de volta em seu lugar. Segurou firme na vassoura que não era das melhores, ma ainda assim, lhe servia bem.
Quando o vento jogou os longos cabelos para trás viu do outro lado do campo um certo búlgaro a encarando com um riso preso nos lábios. Ela quis muito voar até lá e derruba-lo da vassoura, porém notou um objeto brilhante e amarelado fazer o caminho ao redor dela tomando completamente sua atenção.
Deixou Krum para lá e estendeu a mão, apenas para ver o pomo fugir de si. não estava disposta a perdê-lo de vista, e mais que rapidamente ela deu impulso a vassoura seguindo atrás da pequena bola dourada. rasgava o vento como se não fosse nada e nem mesmo o frio que sentia em seu rosto a incomodava mais. Tomou um impulso mais uma vez, mas agora estava com a mão esticada, a cada rajada de vento que se cortava entre seu corpo, mais próximo a bruxa estava de alcançar a bola dourada. Alaric e Maximilian entreolharam-se satisfeitos.
Krum a observava de longe, com a vassoura pairando no ar, incapaz de jogar. Sentia-se paralisado e os olhos buscavam rapidamente pelo vulto que formavam no céu nebuloso. Nunca viu ninguém voar tão rápido, nem ele mesmo. parecia abraçar o perigo de cada nova manobra que fazia com a vassoura como um velho amigo. Como se não houvesse medo de que o controle fosse perdido e ela fosse de encontro ao chão. E dentre tanto que ele já havia pensado sobre , acabou por constatar que não, não tinha medo.
A forma como a via parar vez ou outra para procurar pelo pomo, sorrindo em pura adrenalina foi para Krum a certeza que a havia subestimado. E também foi a certeza de que a garota, apesar de garantir isso, não era artilheira. Era uma apanhadora nata.
Novamente se inclinou sob a vassoura e Victor observou. Já havia desistido daquele jogo. Preferia ser espectador da jovem Malfoy. E desacreditou quando viu a garota, em um salto se colocar sob a vassoura na ponta dos pés, como se estivesse sob o chão. Como se tivesse nascido para o ar.
O coração de batia nos ouvidos, a corpo todo parecia em pura adrenalina, os olhos negros não se desgrudavam do pomo e ela sabia que pegaria a pequena bola.
Mas foi então que aconteceu.
A vassoura deu um solavanco e se desequilibrou para frente, raspando os dedos na superfície dourada e que tanto a atraía.
Ela não viu, porém Krum sim. Viu o exato momento quem que pela base a vassoura atrapalhou a garota puxando-a. Era um aluno quartanista do qual Krum não se lembrava o nome, mas sabia que lembraria do rosto.
E Krum viu o corpo de se inclinar para frente em uma queda que a seus olhos pareceu lenta, mas não demorou mais que alguns segundos. E enquanto a garota caia, Krum só conseguiu se inclinar na vassoura numa tentativa vã de alcançá-la.
Pairou acima do corpo da garota a encarando perplexo. A neve branca que caia se perdia entre as madeixas longas da garota deitada desacorda sobre o chão. Mas Krum não deixou de notar que um pequeno sorriso ainda pairava em seus lábios que eram rosados. Porque mesmo em meio a queda, Eileen Malfoy não tinha medo.
ϟϟϟ


Krum já não sabia mais quanto tempo estava sentando ao lado da cama da garota. Havia perdido completamente a noção dele desde que entrou na ala hospitalar do castelo com ela em seus braços. O relógio preso na parede também não parecia ajudar, pois era como se ele tivesse ficado preso em um tempo qualquer.
Sentia os olhos pesados, mas mesmo depois da advertência que levará do subdiretor por ainda estar ali - e por ter feito o que fez depois do jogo - ele se recusava se mover para sair do local enquanto a garota não acordasse. Estava determinado a se manter ali, mesmo que não soubesse - ou admitisse - o porquê.
Durante a noite ouviu a garota chamar por um nome. Katrina. E a forma como o chamava era tão sofrida que partiu o coração do búlgaro.
Os olhos de Krum piscavam de maneira cada vez mais demorada, até não aguentar e eles se fecharem de vez. As imagens da queda passando em sua mente até que abrisse os olhos de repente.
— Eu sabia que sua implicância era puro amor. - a voz rouca e debochada era sussurrada na cama e Krum riu brevemente se sentindo aliviado.
— Não seja arrogante, Malfoy. Acaba de voltar dos quase mortos. - riu ainda sonolenta.
— Para seu azar. - ela molhou a boca com a língua e Krum se levantou pegando um jarro de água e servindo em um dos copos de metal, para em seguida levar até a boca da garota.
— Beba. - Krum pediu e arqueou uma sobrancelha para ele.
— Tem certeza que fui eu quem bateu a cabeça? - Victor revirou os olhos enquanto a menina bebeu do copo. Ainda parecia frágil em sua aparência, mas agora Krum sabia que frágil não era uma palavra que poderia defini-la.
— Como se sente? - a pergunta veio depois que ele deixou o copo de lado. Parado ao lado da cama como um cão de guarda.
— Dolorida e confusa. - riu um pouco — Eu não acredito que quase o peguei. - os olhos escuros brilhando novamente — Foi por tão pouco. - ela sorria com expectativa.
— Teria pego. Eu sei que sim. Não fosse por Tibérius você teria pego. - franziu o cenho em confusão — Ele puxou a vassoura e por isso caiu. - a expressão de se fechou.
— Ele está tão…
— Malfoy! - a repreendeu rindo um pouco por ela parecer tão corajosa mesmo ali naquela cama.
— Mas o que você faz aqui? - questionou e Krum deu de ombros desviando os olhos dos dela.
— Não tenho muito o que fazer até a detenção começar.
— Detenção? - Victor torceu o nariz contrariado em dizer o que havia acontecido, porém apenas respirou fundo antes de explicar.
— Talvez eu tenha batido em Tiberius depois do jogo. - ainda tinha a expressão confusa.
— Por…? - Krum revirou os olhos.
— Porque ele te derrubou da vassoura. Quero dizer, se ele não sabe ganhar jogando limpo então merece sim uma surra. - se defendeu e riu fraco sorrindo de lado.
— Victor Krum defendendo a minha honra? Isso é algum tipo de brincadeira? - debochou e Krum voltou a revirar os olhos.
— Dá próxima vez eu deixo para lá. Pode ter certeza. - ele não deixaria e sabia disso. Porque apesar da implicância inicial, quando viu cair em direção ao chão tudo que ele mais desejou foi poder ajuda-la. E quando viu Tiberius a encarar caída com aquele sorriso prepotente nos lábios seu instinto protetor gritou.
Krum puxou a cadeira e se sentou mais perto da cama. Os braços cruzados e o olhar fixo nos cabelos da menina o levaram a se lembrar de algo que o fez se questionar se deveria perguntar, apenas para em seguida concluir que o faria.
— Quem é Katrina? - perguntou de uma vez e desviou o olhar para as mãos. Não falava muito dela, mas estranhamente se sentiu segura para citar o assunto que parecia proibido em sua casa.
— Minha mãe. - a voz determinada e firme, deu lugar a um sussurro quase infantil. Krum esperou que ela continuasse, porque pelo olhar triste da menina sabia que havia uma história — Ela morreu logo que nasci, não a conheci na verdade e para ser honesta pouco sei sobre ela. O que sei são histórias que meu tio conta, ou raramente, o meu pai. - Krum assentiu — Às vezes chamo o nome dela, mesmo que não me lembre de sonhar.
— E como é que sabe que chama? Fica com um olho aberto e outro fechado? - Krum brincou e notou que de algum modo queria animá-la. E conseguiu, porque riu.
— Não seu idiota. Meu primo quem me disse. - ele arqueou uma sobrancelha.
— Draco? - assentiu e notou Krum fazer uma careta.
— Porque é que não gosta dele afinal? Nem o conhece. - cruzou os braços.
— Claro que conheço. Ele veio até a escola com o pai dele no início do ano letivo. É um garoto muito mimado e insuportável se quer saber. - revirou os olhos, mas não brigou, porque daquilo ela não podia discordar.
— Você se parece com ele. - ele a encarou com indignação a fazendo rir um pouco mais — Sempre é meio insuportável, mas no fundo é boa gente, sabe? - Krum sorriu meio sem jeito.
— Certo, você realmente bateu muito forte com a cabeça. Está me elogiando e elogiando Draco Malfoy. De fato, acho que seu cérebro sofreu algum dano muito grave. - zombou e puxou um travesseiro apenas para jogar na cara dele.
— Cale essa boca. - ambos riram por algum tempo até pararem se encarando.
Krum se levantou e ajeitou o travesseiro as costas da menina a encarando em seguida.
— Vamos fazer um trato. - sugeriu e o encarou com desconfiança — Uma trégua. Nós vamos dar uma trégua até você estar melhor. Não estou afim de briga com alguém que está toda quebrada. Ouvi dizer que seu pai é bem assustador e não estou afim de comprovar isso eu mesmo. - ele estendeu a mão enquanto ria — Vamos. Temos um trato? - ele encarou a mão e fez o mesmo, apenas para encará-lo novamente depois.
— Está bem. Temos uma trégua, búlgaro - e apertou a mão do garoto.
Se encararam por alguns instantes rindo em seguida.
— Ei. Acho que devia esquecer essa história de artilheira, você se daria bem como apanhadora, Aineen. - Krum começou e riu, soltando alguma piada sobre Krum de fato não estar bem.
Próximo a porta da ala hospitalar o professor Maximilian sorria ao ouvir a conversa dos dois. De fato, seu plano havia dado certo. e Krum haviam finalmente resolvido suas diferenças.
Porém, o que nem mesmo Maximilian esperava, era que naquela noite na ala hospitalar do Instituto de Durmstrang, Eileen Malfoy e Victor Krum haviam selado mais que uma trégua. Haviam selado uma amizade que perduraria por anos e mais anos.Como de fato acontecia entre melhores amigos.




Fim!



Nota da autora: Espero muito que tenha gostado de ver um pouco desse lado da história da nossa querida Malfoy e do Krum. Foi escrita na correria, mas foi com todo o carinho do mundo, juro. Me deixem saber o que acharam, estou curiosa. Vejo vocês em breve e Malfeito, feito. Abraços, G.K




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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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